Insecta: Ephemeroptera) Do Espírito Santo
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III SIMPÓSIO SOBRE A BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA. 2014 315 Lista da Fauna de Leptohyphidae (Insecta: Ephemeroptera) do Espírito Santo E. M. Rozario1*, E. A. Raimundi² & F. F. Salles³ ¹Graduanda em Ciências Biológicas, Depto. Ciências Agrárias e Biológicas / CEUNES- UFES ²Doutorando em Ciências Biológicas (Biologia Animal), UFES ³Professor Depto. Ciências Agrárias e Biológicas, CEUNES-UFES *Email para correspondência: [email protected] Introdução A ordem Ephemeroptera, composta atualmente por cerca de 4000 espécies, representa uma antiga linhagem de insetos alados (Brittain & Sartori 2003). Possuem integrantes obrigatoriamente anfibióticos, com imaturos aquáticos e adultos terrestres. Essa ordem também é caracterizada por sua importância na fauna de macroinvertebrados aquáticos continentais (Salles et. al. 2004), é encontrada em uma ampla variedade de hábits e a maior parte do ciclo de vida é em ambiente aquático e representado pelas formas imaturas (Cummins & Merrit 2008). Seus integrantes são componentes importantes do ciclo de nutrientes, devolvendo ao ambiente terrestre parte das substâncias que foram carreadas para os diferentes corpos de água Além disso, constituem uma das principais fontes de alimentos para aves, peixes e também outros invertebrados, e tem sido utilizadas como indicadores das perturbações antropogênicas que afetam os ambientes aquáticos (Buss & Salles 2007). A ordem encontra-se dividida em aproximadamente 400 gêneros agrupados em 42 famílias ao redor do mundo (Barber-James et al. 2008), sendo 10 famílias e 73 gêneros registrados para o Brasil (Salles et al. 2012). Só no Espírito Santo são oito famílias, 42 gêneros, 78 espécies conhecidas (Salles et. al. 2012). A família Leptohyphidae foi tratada primeiramente como uma subfamília de Tricorythidae até 1973 (Domínguez & Fernández 2009), e elevada em nível de família por Landa (1973). Leptohyphidae é uma das famílias mais diversas da ordem com distribuição pan- americana, com cerca de 80 espécies registradas para a América do Sul (Dias et al. 2007, Dias 2009) e com sete gêneros e 46 espécies registrados no Brasil, sendo 25 dessas espécies registradas para o Espírito Santo. Poucas são as informações disponíveis sobre sua biologia e taxonomia (Molineri 2001). Sabe-se que vivem em habitats lóticos, utilizando 315 316 ROZARIO ET AL.:LISTA DA FAUNA DE LEPTOHYPHIDAE DO ESPÍRITO SANTO diversos substratos nos cursos d’água, mas preferencialmente são encontradas em areia e cascalho, e normalmente têm corpo coberto por cerdas, brânquias operculares no segmento II que cobrem as demais brânquias, e filamentos caudais tão longos quanto o corpo (Molineri 2010). Os adultos são pequenos, têm tórax robusto, asas anteriores com cerdas na margem posterior, asas posteriores, quando presentes, são pequenas e possuem uma longa projeção costal (Domínguez et al. 2006). O objetivo desse trabalho é apresentar a lista das espécies de Leptohyphidae ocorrentes no Estado do Espírito Santo. Material e Métodos Para confecção da lista das espécies da família Leptohyphidae que ocorrem no Espírito Santo, foi utilizado como ferramenta de consulta o site Ephemeroptera do Brasil (http://ephemeroptera.com.br/), trabalhos recentes (Salles et al. 2010, Angeli 2013, Massariol 2013), além de consulta ao material depositado na Coleção Zoológica Norte Capixaba (CZNC), sendo que dados sobre parte dele ainda não foi publicado, bem como comparação com identificação de material procedente de coletas anteriores. Resultados e Discussão Com base no material e na literatura foram identificados seis gêneros (Apêndice 1) (Macunahyphes, Leptohyphes, Leptohyphodes, Traverhyphes, Tricorythodes, Tricorythopsis) e 22 espécies: Macunahyphes australis Banks, 1913; Leptohyphes cornutus Allen, 1967; Leptohyphes plaumanni Allen, 1967; Leptohyphodes inanis Pictet, 1843; Traverhyphes (Mocohyphes) yuati Molineri, 2001; Traverhyphes (Traverhyphes) indicator Molineri, 2001; Traverhyphes (Traverhyphes) pirai Molineri, 2001; Tricorythodes bullus Alles, 1967; Tricorythodes hiemalis Molineri, 2001; Tricorythodes rondoniensis Dias, Crus & Ferreira, 2009; Tricorythodes mirca Molineri, 2002; Tricorythodes santarita Traver, 1959; Tricorythodes yura Molineri, 2002; Tricorythopsis araponga Dias & Salles, 2005; Tricorythopsis artigas Traver, 1958; Tricorythopsis baptistai Dias & Salles, 2005; Tricorythopsis gibbus Allen, 1967; Tricorythopsis minimus Allen, 1973; Tricorythopsis pseudogibbus Dias & Salles, 2005; Tricorythopsis spongicola Limas, Salles & Pinheiro, 2011; Tricorythopsis undulatus Allen, 1967; Tricorythopsis yacutinga Molineri, 2011; duas espécies novas (Leptohyphes sp. nov., Tricorythopsis sp. nov.) e um gênero novo (gen. nov. aff. Tricorythodes). III SIMPÓSIO SOBRE A BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA. 2014 317 Em 2010 Salles e colaboradores fizeram os primeiros registros das espécies de Leptohyphidae para o Estado: L. inanis (Ibitirama, Santa Teresa); T. (M.) yuati (Minas Gerais/Espírito Santo (Espera Feliz); T. (T.) indicator (Pinheiros); T. hiemalis (Alfredo Chaves, Ibitirama, Santa Teresa, Divisa Minas Gerais/Espírito Santo (Espera Feliz); T. mirca (São Mateus, Sooretama); T. yura (Santa Teresa, Sooretama); T. artigas (Alfredo Chaves, Santa Teresa); T. gibbus (Santa Teresa); T. minimus (Sooretama); T. undulatus (Alfredo Chaves, Ibitirama). Angeli (2013) em seu trabalho fez novos registros tanto para a região Sudeste (M. australis - São Mateus, Nova Venécia; T. yacutinga - São Mateus, Nova Venécia) quanto para o Espírito Santo (T. (T.) pirai - São Mateus, Nova Venécia) e um novo gênero (gen. nov. aff Tricorythodes - Nova Vénecia). Massariol (2013) em seu trabalho colaborou com a ampliação da área de ocorrência das espécies L. cornutus (Alegre); L. plaumanni (Afonso Cláudio, Águia Branca, Alfredo Chaves, Brejetuba, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Ecoporanga, Guaçuí, Itarana, Iúna, Laranja da Terra, Marechal Floriano, Nova Belém, Pancas, Rio Novo do Sul, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, Viana); L. inanis (Ibitirama, Santa Teresa); T. (M.) yuati (Divisa ES/MG (Espera Feliz); T. hiemalis (Bom Jesus do Norte, Conceição do Castelo, Guaçuí, João Neiva, Serra); T. mirca (Afonso Cláudio, Águia Branca, Ecoporanga, João Neiva, Linhares, Montanha, Nova Belém, Pedro Canário, Serra); T. santarita (Colatina, Guarapari, Santa Teresa, São Gabriel da Palha, Sooretama); T. yura (Alfredo Chaves, Colatina, João Neiva, Serra); T. araponga (Alfredo Chaves, Domingos Martins, Linhares, Nova Venécia, Rio Novo do Sul, Santa Teresa, Serra); T. gibbus (Águia Branca, Alfredo Chaves, Iconha, Rio Novo do Sul); T. minimus (Afonso Cláudio, Águia Branca, Atílio Vivacqua, Bom Jesus do Norte, Colatina, Guaçuí, Guarapari, Ibiraçú, Itaguaçú, João Neiva, Linhares, Montanha, Nova Belém, Nova Venécia, Pancas, Pedro Canário, Rio Novo do Sul, Santa Teresa, São Gabriel da Palha, São Roque do Canaã, Serra, Sooretama); T. pseudogibbus (Alegre). Também fez novo registro para a região Sudeste (T. rondoniensis (Nova Venécia)); T. spongicola (Montanha, Sooretama) e encontrou uma nova espécie (Leptohyphes sp. nov. (Domingos Martins, Guaçuí)). Conclusão Levando em consideração essa ampla diversidade e distribuição, o que se conhece acerca do grupo Ephemeroptera no Espírito Santo pode estar longe do ideal. Os recentes avanços conquistados nos últimos anos (Salles et al. 2010, Angeli 2013, Massariol 2013) corrobora 317 318 ROZARIO ET AL.:LISTA DA FAUNA DE LEPTOHYPHIDAE DO ESPÍRITO SANTO a ideia de que ainda se tem muito para conhecer. Assim, para que se compreenda melhor a diversidade da família no estado é necessário dar continuidade aos estudos em desenvolvimento, ampliando as áreas de pesquisas e realização de novas amostragens para, reunir informações taxonômicas amplas e dinâmicas que auxiliarão futuros trabalhos de biologia, taxonomia e ecologia, visto a importância do grupo para os diversos ecossistemas aquáticos em que ocorrem. Agradecimentos Ao Centro Nacional de Ciência e Tecnologia (CNPq, processo 558246/2009-5, 402939/2012–3, 245924/2012–4) pela concessão da bolsa ao primeiro autor e a (FAPES) pela concessão da balsa do segundo autor. Ao Centro Universitário Norte do Espírito Santo (CEUNES/UFES) pelo apoio ao desenvolvimento dessa pesquisa. Literatura Citada Angeli, C. B. 2013. Diversidade e variação espacial de Ephemeroptera, Plecoptera, Trichoptera (Insecta) para a Bacia do Rio São Mateus. Dissertação de Mestrado não publicada. Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus. 88 p. Barber-James, H.; Gattolliat, J. L.; Sartori, M.; Hubbard, M. D. 2008. Global diversity of mayflies (Ephemeroptera, Insecta) in freshwater. Hydrobiologia, v. 595, p. 339– 350. Brittain, J. E. & Sartori, M. 2003. Ephemeroptera (mayflies). Encyclopedia of Insects. Resh, W. H. and Card´e R. T., . Academic Press, San Diego. Buss, D. F. & Salles F. F. 2007. Using Baetidae species as biological indicators of environmental degradation in a Brazilian river basin. Environmental Monitoring and Assessment. 130: 365-372. Cummins, K. W. & Merritt, R.W. 2008. Ecology and distribution of aquatic insects. In: Merritt, R.W. & Cummins, K.W. (Org.). An introduction to the aquatic insects of North America, 4rd edition. Kendall/Hunt, Dubuque. Dias, L. G. 2009. Taxonomia de Tricorythopsis Traver e Tricorythodes Ulmer (Ephemeroptera: Leptohyphidae) e avanços nos estudos moleculares de Ephemeroptera. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais. 107p. Dias, L. G.; Molineri, C. & Ferreira, P.F.S. 2007. Ephemerelloidea (Insecta:Ephemeroptera) do Brasil.