INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA – CAMPUS PICUÍ PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DOS RECURSOS AMBIENTAIS DO SEMIÁRIDO

ANÁLISE ESPAÇOTEMPORAL DA COBERTURA VEGETAL E DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PICUÍ

JOSÉ JERÔNIMO DE SOUZA NASCIMENTO

Orientador: Prof. Msc. Thyago de Almeida Silveira Coorientador: Prof. Dr. Frederico Campos Pereira

Picuí – PB, Março de 2017.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA – CAMPUS PICUÍ PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DOS RECURSOS AMBIENTAIS DO SEMIÁRIDO

ANÁLISE ESPAÇOTEMPORAL DA COBERTURA VEGETAL E DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PICUÍ

JOSÉ JERÔNIMO DE SOUZA NASCIMENTO

Orientador: Prof. Msc. Thyago de Almeida Silveira Coorientador: Prof. Dr. Frederico Campos Pereira

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) - Campus Picuí, como requisito para conclusão do curso de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Ambientais do Semiárido.

Picuí – PB, Março de 2017

ANÁLISE ESPAÇOTEMPORAL DA COBERTURA VEGETAL E DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PICUÍ

José Jerônimo de Souza Nascimento [1]; Thyago de Almeida Silveira [2]; Frederico Campos Pereira [3]; Mário Henrique Medeiros Cavalcante de Araújo [4]; Saulo Roberto De Oliveira Vital [5]; Talita Stael da Silva Costa [6]; Alysson Pereira de Lucena [7].

1 Estudante, PPGRAS, IFPB – Campus Picuí, e-mail: [email protected] 2 Professor Orientador, PPGRAS, IFPB – Campus Picuí, e-mail: [email protected] 3 Professor Coorientador, PPGRAS, IFPB – Campus Picuí, e-mail: [email protected] 4 Professor Avaliador Interno, IFPB – Campus Picuí, e-mail: [email protected] 5 Professor Avaliador Externo, UFRN – Campus Caicó, e-mail: [email protected] 6 Avaliadora Externa, INSA – -PB, e-mail: [email protected] 7 Professor Avaliador Externo, FIP – João Pessoa-PB, e-mail: [email protected]

RESUMO O Semiárido brasileiro apresenta importantes transformações, em grande parte, causadas por ações antrópicas que buscam atender à determinadas necessidades. Entretanto, estas alterações na vegetação de Caatinga, ocorrem de maneira que provocam importantes efeitos e/ou impactos ambientais, acarretando em problemas socioeconômicos neste espaço geográfico. Neste sentido o presente trabalho realiza uma análise espaçotemporal da cobertura vegetal e da precipitação pluviométrica, na bacia hidrográfica do Rio Picuí para os anos de 2001 e 2015. Para isto, com o uso do software de SIG ArcGIS 10.1, nas análises da vegetação foram empregadas imagens dos satélites LANDSAT 7 e 8, através da aplicação do Índice de Vegetal por Diferença Normatizada (IVDN). Nos aspcetos geo-geomorfológicos utilizou-se o Modelo Digital de Elevação (MDE) extraído do produto SRTM. Já na análise espaçotemporal climatológica, foram usados dados observados de precipitação das estações de monitoramento (Baraúnas, , Picuí, Nova Floresta e ), através do método de interpolação Inverso do Quadrado da Distância (IDW). E a caracterização morfométrica da referida bacia hidrográfica foi realizada através de índices morfométricos. Os resultados obtidos apontaram que na bacia predominam altitudes entre 348 a 728 m, a declividade apresenta-se acentuada em cerca de 16% da área total da bacia, são encontrados os tipos de solos são: LUVISSOLOS, LATOSSOLOS e NEOSSOLOS. No que refere-se a morfometria, a bacia apresenta uma rede de drenagem dentrítica e de 5º ordem, além de ter uma baixa probabilidade de grandes enchentes, devido sua forma alongada. Com o IVDN demonstrou-se que para os anos estudados, a vegetação concentra-se, na sua maioria, na porção Leste da bacia, as modificações na cobertura vegetal demonstraram-se significativas para algumas classes (Subarbustiva rala e Subarbustiva aberta, cujas áreas diminuíram em 2015, 3,2% e 2,3 %, respectivamente). Acerca da espacialização da precipitação os volumes mais expressivos correspondem às áreas a Leste e Nordeste da bacia hidrográfica. Deste modo, o estudo apresenta uma relação espaçotemporal significativa entre a vegetação e a precipitação. Portanto, evidenciou-se que, a utilização dos procedimentos métodos apresentou significativa eficiência para o objetivo do estudo. Uma vez que permitiu analisar as transformações de maneira satisfatória na bacia hidrográfica do Rio Picuí.

Palavras-chave: Semiárido, Vegetação, Precipitação, Índice de vegetação.

ABSTRACT The Brazilian semiarid region presents important transformations, largely caused by anthropic actions that seek to meet certain needs. However, these changes in Caatinga vegetation occur in a way that causes important environmental effects and / or impacts, leading to socioeconomic problems in this geographic space. In this sense, the present work performs a spatiotemporal analysis of the vegetation cover and rainfall in the Picuí River basin for the years 2001 and 2015. For this, using the GIS software ArcGIS 10.1, in the vegetation analyzes were used Images of the LANDSAT 7 and 8 satellites through the application of the Standard Difference Vegetable Index (IVDN). In the geo-geomorphological aspects, the Digital Elevation Model (MDE) extracted from the SRTM product was used. In the climatological spatiotemporal analysis, observed precipitation data from the monitoring stations (Baraúnas, Frei Martinho, Picuí, Nova Floresta and Nova Palmeira) were used by means of the Inverse Distance Square (IDW) interpolation method. And the morphometric characterization of said watershed was performed through morphometric indices. The results show that in the basin predominate altitudes between 348 and 728 m, the slope is accentuated in about 16% of the total area of the basin, are found the types of soils are: LUVISOLOS, LATOSOLOS and NEOSSOLOS. Regarding morphometry, the basin presents a dendritic and 5º order drainage network, in addition to having a low probability of large flooding due to its elongated shape. With the IVDN, vegetation was mostly concentrated in the eastern portion of the basin for the studied years, changes in vegetation cover were significant for some classes (Shallow Sub-shrub and Open Shrub, whose areas decreased In 2015, 3.2% and 2.3%, respectively). Regarding precipitation spatialization, the most significant volumes correspond to the eastern and northeastern areas of the river basin. Thus, the study presents a significant spatiotemporal relationship between vegetation and precipitation. Therefore, it was evidenced that the use of the methods procedures presented significant efficiency for the purpose of the study. Since it allowed to analyze the transformations of satisfactory way in the hydrographical basin of the Picuí River.

Keywords: Semiarid, Vegetation, Precipitation, Index of vegetation. 4

1 INTRODUÇÃO que, em geral, perdem as folhas na estação das secas, A região Nordeste do Brasil apresenta além das cactáceas. distintos espaços geográficos com significativos Santana et al., (2016) afirmaram que devido a processos de degradação, oriundos de práticas falta de conhecimento sobre o bioma Caatinga, a impróprias às características ambientais. Entre vegetação vem a séculos, sendo sistematicamente estes espaços destaca-se o Semiárido Brasileiro devastada por ações antrópicas, que usam a área (SAB), que ocupa cerca de 62% do território desta recoberta pela mesma para a pecuária intensiva, região, em uma área de aproximadamente 980.1 agricultura nas partes mais úmidas, retirada de lenha e Km², englobando 1.135 municípios brasileiros, madeira, além de outros fins de menor interesse com uma população de aproximadamente 22,5 socioeconômico. Neste sentido, ainda são poucos os milhões de habitantes (INSA, 2014). estudos que associem os usos da vegetação da Caatinga Segundo o INSA (2011) o SAB é definido a pelas populações humanas frente à sua resiliência. partir de características singulares como: a Deste modo, conforme Albuquerque et al., (2012), precipitação pluviométrica inferior a 800 mm, o ainda existe uma expressiva lacuna no conhecimento índice de aridez de até 0,5 (relação entre a sobre a resiliência de ecossistemas de Caatinga. quantidade de água da chuva e a taxa de Estas demandas antrópicas são elencadas como evapotranspiração) e o risco de seca superior a uma das causas que contribuem para o processo de 60%. Além disso, expõe uma significativa desertificação, catalisando o desenvolvimento de complexidade, com heterogêneas paisagens processos erosivos do solo, potencializando a relacionadas aos tipos de solo, as formas de relevo, evapotranspiração, elevando o déficit do balanço aos microclimas, a vegetação e aos recursos hídrico, proporcionando assoreamentos dos cursos hídricos. d’água, das nascentes e salinização dos reservatórios, e Estes aspectos citados aliados à falta de que pouco a pouco diminui a disponibilidade dos políticas públicas adequadas resultam em uma recursos hídricos em quantidade e qualidade para o concepção de hostilidade do ambiente. Logo, neste consumo humano e desenvolvimento das atividades espaço geográfico, necessita-se de uma maior produtivas. compreensão para que a convivência do homem A desertificação por sua vez, compreende o neste meio seja viável. Oliveira (2013) afirmou que processo de degradação das terras em regiões áridas, estes entendimentos podem ser baseados em duas semiáridas e subúmidas secas, resultante de diferentes vertentes: (1) a que aborda os possíveis problemas fatores, entre eles as variações climáticas e as com ênfase nos aspectos naturais, especificamente; atividades humanas (FEITOSA et al., 2010). A partir (2) a que compreende de um ponto de vista deste compreensão, pode-se afirmar que existem duas geossistêmico, apontando diferentes soluções para características da desertificação: a climática e a os problemas encontrados. ecológica. A climática que diz respeito à redução das Ainda neste contexto, o Bioma Caatinga precipitações de uma determinada região provocada conforme seu arranjo geográfico apresenta alta por causas naturais, e a ecológica, que refere-se à perda intensidade de luminosidade, temperaturas da capacidade de regeneração do ecossistema, elevadas e pouco variáveis, espacial e verificando-se a densidade da fauna e a redução da temporalmente. Prontamente, estas condições não cobertura vegetal. restringem o crescimento da vegetação, entretanto, De acordo com Melo e Lima (2011) as a precipitação tem certa limitação e varia no principais consequências socioeconômicas desta espaço e no tempo. Sobre esta dinâmica, Alves e degradação ambiental vão desde as perdas no setor Azevedo (2015) ressaltaram o complexo sistema agrícola, com a redução de áreas agricultáveis, de formação das chuvas, com diferentes frentes passando por custos elevados para recuperação das que perdem força em direção ao núcleo do SAB, áreas degradadas, favorecendo a extinção de espécies resultando em precipitações concentradas em da fauna e flora, até de forma indireta, fomenta a determinados períodos do ano. E conforme a migração populacional para os meios urbanos. disposição orográfica, com as formações de relevo Segundo Almeida et al., (2014) a vegetação da interceptando as frentes úmidas, criando áreas Caatinga, além de ser susceptível aos processos de pouco chuvosas a sotavento. degradação ambiental, acentua-se de forma continua e De acordo com Leite et al., (2015) estes lenta com os períodos de estiagens. Quando se inicia o atributos favorecem a formação de uma vegetal período chuvoso, observa-se uma recuperação parcial que apresenta características adaptativas bem da vegetação nativa, assim sendo, há um desequilíbrio definidas: árvores de porte herbáceo e arbustivo entre recuperação e degradação, com interferência negativa das ações antrópicas. (FERRAZ et al., 2014;

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FRANCISCO; PEREIRA; SILVEIRA, 2014; consideraram importante para os modelos hídricos de MENEZES et al., 2012). superfície, proporcionando a realização de medições Semelhante a outras vegetações tropicais, a nas escalas global e/ou local. Portanto, crucial para a Caatinga devido aos processos exploratórios das compreensão do clima e do ciclo hidrológico, diversas atividades (agrícola, pecuária, mineração, simulando na superfície terrestre (SALIO et al., 2015). cerâmica, etc) tem sua biodiversidade Para Pereira et al., (2013), a precipitação comprometida. Entretanto, como afirma Silva relevante para validação de modelos numéricos de (2012) a qual pode apresentar uma resposta previsão do tempo e clima, balanço hídrico e radiação. positiva da vegetação, em ambientes com Além de ressaltarem a importância da compreensão da condições climáticas adversas e diante de fatores variabilidade espacial, destacando a representatividade antrópicos, demonstrando a sua capacidade de dos monitoramentos realizados pelas estações resiliência. meteorológicas. E para He (2014) e Brinkmann et al., Como unidade de planejamento e gestão (2011) a precipitação pluvial consiste é uma das ambiental, a bacia hidrográfica consiste em um principais forças para a disponibilidade da biomassa espaço geográfico de significativo reconhecimento, em regiões semiáridas, portanto, há uma significativa tendo em vista que, qualquer parte da superfície correlação com a cobertura vegetal e os índices de terrestre, está inserida no seu contexto. Assim, vegetação. distintas ações estão sendo desenvolvidas no Devido à importância e aos reduzidos dados de sentido de produzir informações para dar suporte à campo para realizar o monitoramento da variação gestão dos recursos hídricos, especialmente nos espaçotemporal da cobertura vegetal da Caatinga, que dizem respeito à gestão de bacias pesquisas com sensoriamento remoto permitem hidrográficas. compreender o seu comportamento. Esta geotecnologia Binotto (2012) menciona que ao se tratar da consiste na obtenção de informações, da superfície gestão dos recursos hídricos, é necessária uma terrestre, por meio da captação e do registro da energia administração racional, democrática e participativa refletida ou emitida pela superfície, sem que haja um das águas. O objetivo da gestão é preservar e contato direto com o objeto que se pretende estudar recuperar os recursos hídricos, a partir da atuação (FLORENZANO, 2011). Sendo assim, a qual de órgãos com atribuições específicas, tais como, desempenha um papel importante no monitoramento coordenar os possíveis conflitos existentes, de diversos fenômenos ambientais, fornecendo implementar a política de gestão, planejar ações e subsídio para o planejamento e gestão territorial tomadas de decisões, e controlar os usos múltiplos (RAMOS et. al., 2010). (BOTELHO; SILVA, 2012). Desta maneira, o uso do geoprocessamento tem Para tanto, de acordo com Kucera et al., apresentado significativa relevância, considerando-se a (2013), conhecer as áreas onde a precipitação sua utilização em pesquisas, voltadas para as análises ocorre permite uma eficiência na gestão dos de processos de degradação ambiental em bacias recursos hídricos, na prevenção de desastres hidrográficas. Francisco et al., (2012) apontaram que o naturais e, consequentemente, um melhor emprego do geoprocessamento auxilia na integração de desenvolvimento das atividades humanas. dados, possibilitando análises espaciais, considerando A precipitação consiste na água que chega à que nas bacias hidrográficas, as ações de planejamento superfície terrestre proveniente do meio e/ou ordenamento são analisadas diferentes elementos atmosférico sob a forma de chuva, granizo, neve, do ambiente. orvalho, etc; diferenciando-se conforme o estado As inovações tecnológicas favoreceram o em que a água se encontra. Para a hidrologia, a surgimento de sensores remotos mais eficientes, que chuva é a forma de precipitação de maior geram informações mais precisas, tornando-se possível importância, considerando a sua capacidade de a análise da cobertura vegetal e de precipitação mais gerar escoamento ao atingir o solo. Logo, a fidedignas. Logo, nos monitoramentos ambientais, disponibilidade de precipitação pluviométrica em diferentes métodos são utilizados para demonstrar a uma bacia hidrográfica durante certo período, é configuração da vegetação em determinadas áreas. fator determinante para quantificar o uso nas Dentre tantos, os índices de vegetação, destacam-se distintas demandas, entre elas, irrigação e como sendo os métodos mais utilizados para este abastecimento público (BERTONI; TUCCI, 2009). objetivo, a exemplo do Normalized Difference Qin et al., (2014), defenderam que a Vegetation Index (NDVI), ressaltado em estudos precipitação é um componente-chave do ciclo realizados em bacias hidrográficas para analisar a hidrológico, a qual regula os fluxos hidrológicos configuração espaçotemporal da vegetação. entre a terra e a atmosfera. Também, a (BIRTWISTLE et al., 2016; NETO; FERNANDES,

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2016; SILVA; ALMEIDA, 2015; RIBEIRO et al., 2.1 Materiais 2014; LUCENA et al., 2014; NASCIMENTO; 2.1.1 Localização da área de estudo LIMA, E.; LIMA, P. 2014; DEMARCHI; PIROLI; A área objeto de estudo do trabalho ZIMBACK, 2011). corresponde a BHRP, localizada no Semiárido Ao compreender que pesquisas sobre Paraibano, especificamente na Mesorregião Geográfica aspectos ambientais das bacias hidrográficas da Borborema no Estado da Paraíba, entre as precisam ser desenvolvidos, principalmente onde coordenadas do Sistema Universal Transversal de não existem dados ou estudos realizados, é de Mercator (UTM) 9.300.000 mE e 781.000 mN e fundamental importância utilizar as imagens de 9.260.000 mE e 808.000 mN. Segundo Nascimento et satélite, dados e as geotecnologias disponíveis para al., (2015) a BHRP possui uma área de drenagem obtenção do conhecimento da situação ambiental correspondente a 756,7 Km² compreendendo partes para o desenvolvimento de políticas de gestão em dos municípios de Baraúnas (9,9 Km²), Frei Martinho bacias hidrográficas. (73,8 Km²), Nova Palmeira (104,2 Km²), Pedra Neste sentido, o objetivo deste trabalho é Lavrada (5,6 Km²) e Picuí (563,2 Km²) (Figura 1). realizar uma análise espaçotemporal da cobertura Destaca-se a localização do reservatório de vegetal, a partir da aplicação do NDVI, analizando água denominado de Várzea Grande, importante para sua relação com a precipitação pluviométrica, da os usos múltiplos dos municípios de Frei Martinho, bacia hidrográfica do Rio Picuí (BHRP) para os Nova Palmeira e Picuí. O qual se encontra na anos de 2001 e 2015. confluência de dois tributários de 4º ordem, cuja toponímia diz serem os Riachos Casa de Pedra e da 2 MATERIAIS E MÉTODOS Barra, respectivamente.

Figura 1 – Mapa de localização geográfica da BHRP.

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

2.1.2 Aquisição e processamento de dados (WGS-1984), de órbita 215 e pontos 64/65, 2.1.2.1 Dados orbitais resolução espacial de 30 metros e sem cobertura de Nas análises da cobertura vegetal, foram nuvens. selecionadas as imagens do satélite LANDSAT-8, Acerca dos aspectos físicos da BHRP, foram sensor Operacional Land Imager (OLI) e empregadas imagens do Banco de Dados LANDSAT-7 do sensor Enhanced Thematic Mapper Geomorfométricos do Brasil (PROJETO (ETM), adquiridas junto ao United States Geological TOPODATA) desenvolvido pelo Instituto Nacional Survey (USGS). As imagens são referentes às datas: de Pesquisas Espaciais (INPE), que realizou o 25/07/2015 e 07/05/2001, respectivamente. Com o tratamento nos dados Shuttle Radar Topography Datum de referência espacial World Geodetic System Mission (SRTM). Para tanto, os aspectos físicos da

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microbacia foram definidos a partir da extração do pluviométrico (Frei Martinho, Nova Floresta, Nova Digital elevation model (DEM) cuja resolução Palmeira e Picuí), definidos de acordo com a área de espacial é de 30 metros e o formato TIFF. influência na BHRP, a partir da aplicação do Por fim, como delimitação da área de estudo e Polígono de Thiessen. os tipos de solo, utilizou-se a base de dados vetoriais A localização dos postos pode ser visualizada correspondente, no formato shapefile, gerada pela na Figura 2, os quais são equipados por aparelhos de Agência de Gestão das Águas do Estado Paraíba monitoramento hidrológico, cuja coleta dos registros (AESA). de precipitação é realizada por pluviógrafo digital (mecanismo Tipping Bucket), modelo TB4-L da 2.1.2.2 Dados climáticos Campbell® Scientific, Inc., com precisão da báscula Para analisar a precipitação buscou-se dados de 0,254 mm de chuva precipitada. Logo, os deste parâmetro climático junto à AESA, registros são armazenados em um datalogger, correspondentes ao período chuvoso da BHRP modelo CR510 alimentado por bateria de 12 V e (Fevereiro, Março e Abril) para os anos de 2001 e painel solar. Sendo que para precipitação, a cada 1 2015. Nesse sentido, foram coletados dados mensais (um) minuto em caso de ocorrência e acumulada a observados nos postos de monitoramento cada 6 (seis) horas.

Figura 2 – Mapa de localização dos postos de monitoramento pluviométrico da AESA na BHRP.

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

2.2 Métodos razão entre a diferença das reflectividades das bandas 2.2.1 Índice de vegetação no infravermelho próximo e no vermelho pela soma Para o cálculo do NDVI para análise da destas mesmas refletividades. Sendo então, um cobertura vegetal foi usada a (Equação 1) (ROUSE indicador da quantidade e condição da vegetação, et al., 1973): com valores variando no intervalo de -1 a 1. Em seguida, foi realizada a classificação dos tipos de (NIR  RED) cobertura vegetal a partir do NDVI, estabelecendo as NDVI  (1) classes de acordo com a metodologia utilizada por (NIR  RED) Francisco et al., (2012), ou seja: Corpos hídricos, Onde: Área urbana/Solo exposto, Subarbustiva rala, NIR e RED correspondem às reflectâncias nas Subarbustiva aberta, Arbustiva subarbórea densa, bandas do infravermelho próximo e do vermelho, Subarbórea arbustiva densa, Subarbórea densa e respectivamente. Arbórea densa. Segundo Braga et al., (2014); Ponzoni, Shimabukuro e Kuplich (2012) o NDVI consiste na 2.2.2 Espacialização da precipitação

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Na modelagem espacial dos valores de Este índice consiste na relação entre o precipitação foi utilizado o método de interpolação perímetro da bacia e a circunferência de um círculo Inverso do Quadrado da Distância (IDW), que se de área igual à da bacia, o qual é calculado conforme baseia na dependência espacial, uma vez que, quanto a (Equação 3). mais próximo estiver um ponto do outro, maior a correlação entre seus valores (Equação 2). Logo, P atribui-se maior peso para as amostras mais próximas K c  0,28 (3) do que para às mais distantes do ponto a ser A interpolado. Assim, o modelo multiplica os valores das Onde: amostras pelo inverso das suas respectivas distâncias P = perímetro da bacia; ao ponto de referência para a interpolação dos A = área de drenagem. valores. Segundo Nascimento et al., (2016a) a BHRP pode ser classificada segundo os valores: . 1,00 ≥ K < 1,25 – bacia com alta propensão a n 1 c ∑ z grandes enchentes; i = 1 d i (2) z = i . 1,25 ≥ K < 1,50 – bacia com tendência 1 c ∑n mediana a grandes enchentes; i =1 d i . Kc ≥ 1,50 – bacia não sujeita a grandes Em que, enchentes. z = valores estimados; n = número de amostras; . Fator de forma (Kf) zi = valores conhecidos; A partir da Equação 4, pode-se encontrar o di = distâncias entre os valores conhecidos e fator de forma da BHRP, o qual diz respeito à estimados (zi e z). relação existente entre a largura média e o Segundo Tsuyuguchi, Cunha e Rufino (2010), comprimento axial da bacia. o método IDW assume que os pontos mais próximos, para o processamento da célula, influenciam mais A fortemente do que aqueles mais afastados. Portanto, K f = (4) é recomendado quando a variável a ser mapeada L² diminui com a distância na localização amostrada. Em que: 2.2.3 Mapas temáticos L² = comprimento axial da bacia; Foi criado um banco de dados para a A = área de drenagem. organização e inclusão dos dados vetoriais e rasters De acordo com Silva e Mello (2008), os (imagens). Nesta plataforma integradora foi adotado valores encontrados classificam-se em: o sistema de coordenadas UTM e o Sistema de . Kf ≤ 0,50 – bacia não sujeita a enchentes. Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS- . 0,50 ≥ Kf < 0,75 – bacia com tendência 2000), Zona 24 Sul. mediana a enchentes; Os referidos dados foram processados, e os . Kf ≥ 0,75 – bacia sujeita a enchentes; mapas temáticos foram gerados com a utilização do software de Sistema de Informações Geográficas . Índice de Circularidade (Ic) (SIG) ArcGIS 10.1, a partir da licença concedida Semelhante ao coeficiente de compacidade, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e o índice de circularidade aumenta à medida que a Tecnologia da Paraíba (IFPB) – Campus Picuí. bacia aproxima-se da forma circular e diminui à medida que a forma torna-se alongada, conforme a (Equação 5). 2.2.4 Índices morfométricos

Considerando que a forma superficial da 12,57xA BHRP é relevante para o tempo de concentração, (i.e Ic  (5) o tempo em que a água precipitada leva até ao P² exutório da bacia hidrográfica). Os cálculos Onde: morfométricos encontrados foram os físicos P = perímetro da bacia; hidrográficos descritos a seguir: A = área de drenagem.

. Coeficiente de compacidade (Kc) . Índice Comprimento e a área da bacia (Ico)

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Este índice descreve a forma geométrica da bacia hidrográfica. No entanto, a partir da Equação 6 . Sinuosidade do curso rio principal (Sin) quando o valor for próximo a 1, a bacia terá forma Este índice é considerado um fator semelhante ao quadrado, sendo inferior, forma controlador da velocidade do escoamento, sendo circular, e com valor acima da unidade, mais assim expressa a relação entre o comprimento alongada será a forma da bacia. verdadeiro do rio principal e o seu comprimento vetorial medido em linha reta (Equação 9). P/ I co  (6) L A Sin = (9) Lv Em que: P = perímetro da bacia; Onde: A = área de drenagem. L = comprimento do rio principal; Lv = comprimento em linha reta do rio principal. . Densidade de Drenagem (Dd) Riccomini, Giannini e Mancini (2008) Ao indicar o grau de desenvolvimento de um afirmaram que quando maior que 1,5, os rios têm alta sistema de drenagem, este índice expressa a relação sinuosidade, logo, menor será velocidade de entre o comprimento total dos cursos d’água escoamento. Por outro lado, quando o valor for (efêmeros, intermitentes, perenes) da bacia e a sua menor que 1,5, os rios são menos sinuosos, portanto, área total (Equação 7). de maior velocidade no escoamento. Conforme Christofoletti (1980) a análise deste índice também, L pode ser analisado por classes de porcentagem Dd = (7) (Tabela 1). A Tabela 1. Classes do índice de sinuosidade. Onde: Classes Descrição Limites (%) L = comprimento total dos cursos d’águas. I Muito reto < 19,9 A = área de drenagem. II Reto 20 – 29,9 Villela e Matos (1975) classificaram uma III Divagante 30 – 39,9 bacia hidrográfica de acordo com os valores de Dd, IV Sinuoso 40 – 49,9 da seguinte forma: V Muito sinuoso > 50,1 . Dd < 0,5 – Drenagem pobre; Fonte – Christofoletti (1980). Adaptada pelo autor (2017). . Dd 0,5 ≥ Dd < 1,5 – Drenagem regular; . Dd 1,5 ≥ Dd < 2,5 – Drenagem boa; . Ordem dos cursos d’água . Dd 2,5 ≥ Dd < 3,5 – Drenagem muito boa; De acordo com Nascimento, et al., (2016a) . Dd ≥ 3,5 – Drenagem excepcional. este índice consiste no processo de se estabelecer a classificação de determinado curso d’água no . Extensão média do escoamento superficial (l) conjunto total da bacia hidrográfica na qual se Conforme Villela e Matos (1975) este índice encontra. Para isto, a ordem dos cursos d’água da trata da distância média em que precipitação escoaria BHRP foi estabelecida conforme a metodologia de sobre a superfície da bacia, caso o escoamento se Strahler (1957), que considera os menores canais desse em linha reta, desde onde a chuva caiu até o sem tributários como os de primeira ordem; os canais ponto mais próximo no leito de um curso d’água de segunda ordem surgem da confluência de dois qualquer da bacia (Equação 8). Considerando que canais de primeira ordem, e só recebem afluentes de uma bacia de área A possa ser representada por uma primeira ordem; os canais de terceira ordem surgem área de drenagem retangular, tendo um curso d’água da confluência de dois canais de segunda ordem, de extensão L passando pelo seu centro. podendo receber afluentes de segunda e primeira ordens; os canais de quarta ordem surgem da A confluência de canais de terceira ordem, podendo l = (8) 4.L receber tributários de ordens inferiores, assim sucessivamente. Em que: . Declividade média da bacia (Sm) l = extensão média do escoamento superficial; A = área de drenagem.

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A declividade de uma bacia controla, em grande parte, a velocidade do escoamento Onde: superficial, portanto, o tempo que leva a água da L = comprimento do rio principal; chuva para concentrar-se nos leitos fluviais (Equação S = Declividade média da bacia 10). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ∆퐻 ( ) 3.1 Caracterização física da área de estudo 푆푚 = 퐿 (10) 1000 Acerca dos aspectos físicos da BHRP, observou-se na Figura 3, que de modo geral Em que: predominam elevações entre 348 m e 728 m de ∆퐻 = Variação da elevação da bacia; altitude em relação ao nível do mar. L = comprimento do rio principal. Especificamente, nas porções Sul, Sudeste, Leste e Nordeste, cerca de 4% da área total da bacia, o . Tempo de concentração (Tc) relevo apresenta-se irregular e heterogêneo, Conforme Pruski, Brandão e Silva (2004) conforme os resquícios do Planalto da Borborema este índice morfométrico diz respeito ao tempo (parte sul e bordas situadas a sudeste), caracterizadas necessário para que a água precipitada no ponto mais pelas altitudes elevadas, com pontos escarpados e distante da bacia escoe até o seu exutório. Logo, o feições de vales onde estão as nascentes dos qual está relacionado com outros índices, ou seja, afluentes do Rio Picuí. E as porções ao Oeste e tem relação com a (o): área, comprimento, forma e Noroeste encontram-se as altitudes mais baixas, declividade da bacia (Equação 11). compreendendo 2 % da área da BHRP (NASCIMENTO; SILVEIRA; PEREIRA, 2016). 퐴0,41 푇푐 = 21,88. (11) 푆0,17

Figura 3 – Mapa de hipsometria da BHRP.

Fonte – Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

A Figura 4 apresenta a curva hipsométrica da se que 50 % das altitudes da BHRP acima da BHRP que consiste na representação gráfica da elevação mediana, cerca de 471,9 Km², corresponde variação da elevação do relevo da referida bacia. A a 62,4 % da área total da bacia. Enquanto que 37,6 partir da qual, notou-se que a altitude média na %, cerca de 284,8 Km² da área da BHRP apresentam BHRP é de 553 m e a mediana 539 m (Centro de altitudes abaixo de 539m. todas amostras de altitude). Deste modo confirmou-

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Figura 4 – Curva hipsométrica da BHRP.

728 Altitude máxima = 728 m 700 Altitude mínima = 348 m 673 Altitude média = 553 m 646 Altitude mediana = 539 m

619 592 565

538 511 484 Altitude Altitude (m) 456 429 402 375 348 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Área acumulada (%) Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

Conforme demonstra a Figura 5, a %), montanhoso (4,7 %) e escarpado (1,5 %) expõem declividade do relevo, em sua maioria, segundo a os resquícios das feições geomorfológicas do metodologia de classificação da EMBRAPA (1979) Planalto da Borborema, nas partes Norte e Nordeste apresentou-se entre as classes: plano (25,7 %), da bacia, inseridas no município de Picuí e Frei suavemente ondulado (37,8 %) e ondulado (20,5 %). Martinho. O que corresponde a 84 % da área total da BHRP. Sendo assim, coloca-se que esta Vale ressaltar que estas áreas compreendem as configuração do relevo pode ser resultante da porções à Leste e Sudeste da bacia, com ênfase para geologia na qual a bacia está inserida, como também, os territórios dos municípios de Baraúnas, Nova das particularidades presentes do solo, Palmeira e Picuí, respectivamente. Destaca-se caracterizando uma área com presença de processos também, que as áreas com relevo forte ondulado (9,8 erosivos externos e de deposição de sedimentos.

Figura 5 – Mapa de declividade da BHRP.

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

De modo sucinto, na BHRP destacam-se horizonte B textural e não hidromórficos. cinco classes de solos, conforme o 2º nível LATOSSOLOS AMARELOS (LA) cuja área categórico (subordens) do sistema brasileiro de corresponde a 6,1 %, os quais são constituídos por classificação de solos (EMBRAPA, 2013). Portanto, material mineral, apresentando horizonte B encontram-se os LUVISSOLOS CRÔMICOS (TC) latossólico precedido de qualquer tipo de horizonte representando 5,9 % da área total da BHRP, A. E os NEOSSOLOS REGOLÍTICOS (RR), constituídos por material mineral, apresentando NEOSSOLOS FLÚVICOS (RY) e NEOSSOLOS

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LITÓLICOS (RL) com áreas 14,7 %, 0,7 % e 72,6, com menos de 20 cm de espessura, não apresentam respectivamente. Os quais são poucos evoluídos, qualquer tipo de horizonte B (Figura 6). constituídos por material mineral ou parte orgânica

Figura 6 – Mapa de tipos de solo da BHRP.

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

3.2 Índices morfométricos dizer que o padrão de drenagem da BHRP, Considerando que os aspectos apresentou uma estrutura dendrítica, característica de geomorfológicos influenciam nas condições áreas com predominância de uma geologia cristalina climáticas e de vegetação da região, como também (Ígneas e Metamórficas). E conforme a metodologia contribuem para a configuração dos padrões de de Strahler (1957) expôs uma hierarquia fluvial de 5º drenagem, a partir das análises realizadas pode-se ordem (Figura 7).

Figura 7 – Mapa de rede de drenagem e hierarquia fluvial da BHRP.

Fonte – Elaborado pelo autor (2017).

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No que diz respeito à análise dos índices e o vetorial a 42,4 Km. Por fim, o comprimento total morfométricos da BHRP, conforme as características dos cursos d’água com 725,6 Km². Com base nestes hidrográficas os resultados demonstraram que a dados, foram calculados os índices mais relevantes referida bacia possui uma área de drenagem de 756,7 para a caracterização morfométrica da BHRP Km², o perímetro com 159,1 Km, os comprimentos demonstrados na (Tabela 2). axial e do rio principal, correspondentes a 57,7 Km,

Tabela 2 – Características morfométricas da BHRP. Índices Morfométricos Símbolo Unidade de medida Valor Coeficiente de compacidade Kc --- 1,62 Fator de forma Kf --- 0,23 Índice de circularidade Ic --- 0,38 Índice entre o comprimento e a área da bacia ICO --- 1,84 Densidade de drenagem Dd Km/Km² 0,96 Extensão média do escoamento superficial l Km 0,69 Sinuosidade do rio principal Sin --- 1,36 Sinuosidade do rio principal Sin % 26,5 Declividade média da bacia Sm m/m 0,0066 Tempo de concentração Tc min 778,5 Fonte: Elaborada pelo autor (2017).

Conforme os resultados dos índices Km, isto corresponde à distância média em que a morfométricos apresentados, pode-se afirmar que a água da chuva escoaria, no caso de ocorrência em BHRP apresentou uma baixa probabilidade de linha reta, do local precipitou até o ponto mais ocorrência de grandes enchentes. Tal afirmativa se próximo no leito de um curso d’água qualquer da confirma quando se analisa os índices, logo o valor bacia. Portanto, em média, a cada distância de 0,69 do Kc está acima de 1,5, caracterizando a bacia com km na vertente haverá um canal para escoamento das uma forma alongada. Isto é corroborado ao observar águas superficiais da BHRP (NASCIMENTO; et al. o valor do Kf, menor que 0,5. Como também, os 2016a). valores do Ic, menor que 0,5 e do ICO, maior que 1,0 A sinuosidade do rio principal indica a que apontaram que a BHRP tende a um formato geometria do canal, se este apresenta alta ou baixa geométrico alongado do que circular. Assim, uma sinuosidade. Para tanto, o resultado deste índice, bacia com formato irregular, neste caso, quanto aponta que o Rio Picuí apresentou um valor de 1,36. maior for o valor do coeficiente de compacidade, Em termos de classificação percentual, o referido rio, menor a tendência de haver picos de cheias (ROCHA conforme o valor encontrado 26,5 % enquadrou-se et al. 2014). na classe II (Reto). Assim, concluiu-se que o Rio Marcuzzo et al. (2012) ressaltaram que a Picuí tem uma baixa sinuosidade, consequentemente forma geométrica da bacia hidrográfica pode uma maior velocidade do escoamento das águas. determinar mudanças do canal principal, pois de Ainda no que se refere aos índices, foi acordo com sua forma, seus fluxos que provocam calculado a influência da declividade da BHRP sobre enchentes podem ser representativos. o escoamento superficial, logo, os resultados A BHRP exibe uma densidade da rede de apontaram para a declividade média da bacia o valor drenagem considerada regular, com valor de 0,96 de 0,0066 m/m ou 66 %. Esta informação implica Km/Km², cujo rio principal está alinhado na direção dizer que a bacia possui uma declividade S-N. Esta configuração demonstrou que a BHRP tem significativa, influenciando na velocidade do uma regular relação entre o comprimento dos cursos escoamento. d’água e a sua área, com um escoamento regular, Com base no valor da declividade média foi caracterizando-se com uma bacia com pouca calculado o tempo de concentração da BHRP. Para possibilidade de enchentes. Carvalho et al. (2009) isto, encontrou-se o valor de 778 minutos, o que afirmaram que valores baixos de densidade de equivale ao tempo aproximado de 13 horas. Porém, drenagem estão geralmente associados a regiões de vale ressaltar que o escoamento superficial que rochas permeáveis e de regime pluviométrico efetivamente ocorre sobre a superfície da bacia pode caracterizado por chuvas de baixa intensidade ou ser diferente dos valores determinados pelos índices, pouca concentração da precipitação. portanto, deve-se considerar que os diversos fatores Acerca da extensão média do escoamento que influencia este índice, constitui uma indicação da superficial, os resultados apontaram um valor de 0,69 distância média do escoamento superficial.

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3.3 Distribuição espacial dos índices de de cobertura vegetal, corpos hídricos e solo exposto vegetação variaram entre -0,61 a 0,49. Enquanto que em 2015 Nas regiões semiáridas a vegetação apresenta- foi de -0,10 a 0,58. De modo semelhante, se sensível às mudanças do clima, demonstrando de Nascimento et al. (2016b) ao aplicar o NDVI na forma evidente a sua dinâmica diante da existência microbacia hidrográfica do Riacho Chafariz, ou falta das chuvas. Logo, os índices de vegetação comparando a cobertura vegetal para dois períodos, destacam a configuração espectral da vegetação em obtiveram resultados, cujos valores ficaram entre - relação ao solo e a outros objetos de análise da 0,32 a 0,79 no ano de 1985 e de 0,05 a 0,61. superfície terrestre. Assim sendo, a partir das Assim, de acordo com Mao et al., (2012) os refletividades das bandas dos satélites foram obtidos valores encontrados para o índice de vegetação na os valores dos índices de vegetação para a BHRP de BHRP após o trimestre chuvoso (Fevereiro, Março e acordo com a metodologia proposta. Abril) são decorrentes do período (1-12 semanas) Conforme apresentados na Tabela 3, os necessário para recuperação do porte e densidade da resultados de NDVI para a BHRP apontaram que no vegetação de Caatinga. ano de 2001 os valores de reflectância para as classes

Tabela 3 – Classes de cobertura vegetal e valores de reflectância (2001/2015). Valores de NDVI Classes 2001 2015 Corpos hídricos -0,61 -0,32 -0,10 0,03 Área urbana/Solo exposto -0,32 -0,16 0,03 0,12 Subarbustiva rala -0,16 -0,10 0,12 0,16 Subarbustiva aberta -0,10 -0,04 0,16 0,20 Arbustiva subarbórea densa -0,04 0,02 0,20 0,23 Subarbórea arbustiva densa 0,02 0,10 0,23 0,27 Subarbórea densa 0,10 0,20 0,27 0,33 Arbórea densa 0,20 0,49 0,33 0,58 Fonte: Elaborada pelo autor (2017).

Nas Figuras 9 e 10 observam-se os mapas de quantitativos do mapeamento realizado na BHRP, NDVI com as classes da cobertura vegetal, corpos com valores em área e porcentagem, além das hídricos e solo exposto para os anos de 2001 e 2015, diferenças entre os anos estudados. respectivamente, e a Tabela 4 apresenta os dados

Figura 9 – Mapa de NDVI para o período pós-chuvoso na BRHP no ano de 2001.

Fonte – USGS (2017). Elaborado pelo autor (2017).

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Figura 10 – Mapa de NDVI para o período pós-chuvoso na BRHP no ano de 2015.

Fonte – USGS (2017). Elaborado pelo autor (2017).

Tabela 4 - Classes de vegetação e uso do solo na BHRP nos anos de 2001 e 2015. 2001 2015 Diferença Classes Km² % Km² % Km² % Corpos hídricos 0,52 0,07 0,39 0,05 0,13 0,02 Solos Exposto 78,5 10,4 140,8 18,6 -62,30 -8,23 Subarbustiva rala 171,1 22,6 146,8 19,4 24,35 3,22 Subarbustiva aberta 185,6 24,5 168,1 22,2 17,54 2,32 Arbustiva subarbórea densa 138,5 18,3 141,4 18,7 -2,82 -0,37 Subarbórea arbustiva densa 95,9 12,7 86,6 11,4 9,25 1,22 Subarbórea densa 59,2 7,8 51,5 6,8 7,71 1,02 Arbórea densa 27,3 3,6 21,2 2,8 6,14 0,81 Área Total 756,7 100,0 756,7 100,0 0,00 0,00 Fonte: Elaborada por Nascimento (2017).

Ao correlacionar o valor de reflectância com apresentaram-se com maiores índices à Leste da a área da BHRP constatou-se que no período pós- bacia. Portanto, possivelmente influenciando no chuvoso de 2001 os valores máximos de NDVI comportamento espacial da vegetação. corresponderam às áreas a Leste da bacia Outro fator que pode contribuir na dinâmica hidrográfica. Enquanto que os valores mínimos da vegetação, diz respeito às características retrataram as áreas a Oeste. De forma semelhante, no geológico-geomorfológica e pedológicas da BRHP. ano de 2015 os resultados do NDVI apontaram que Onde as maiores elevações e declividades os maiores valores apresentaram-se na porção Leste acentuadas, caracterizam-se como áreas de da BHRP. E os menores para este período na parte dificuldades para a exploração, portanto, com pouca Oeste. Deste modo, pode-se afirmar que as respostas degradação em relação aos outros espaços da BHRP. espectrais da vegetação na BHRP para os anos Todavia, ressalta-se que a cobertura vegetal da estudados diminuem gradativamente no sentido BHRP é considerada secundária, logo, mais esparsa, Leste-Oeste. o que pode explicar os valores obtidos serem Assim sendo, destacou-se que existe uma mínimos, caracterizando uma área com significativo diferença entre as porções Leste e Oeste no que se percentual de solo exposto e com pouca vegetação. refere à presença e porte da vegetação. Tal fato Uma vez que a bacia apresenta um histórico de evidenciou-se quando ao observar os índices remoção da vegetal natural para diferentes fins, pluviométricos, percebeu-se que as precipitações, resultando em danos ambientais ao longo dos anos.

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Em termos espaciais, de modo geral solo exposto em cerca de 8%, concentrando-se na considerou-se que as modificações positivas e parte Noroeste da BHRP. negativas na configuração da cobertura vegetal da Como explicação deste aumento das áreas de BHRP, para algumas classes não foram solo exposto, Silveira et al., (2013) apontaram o significativas, como por exemplo, às que desmatamento para plantio de culturas temporárias, corresponderam a corpos hídricos com uma redução exploração pecuária e mineração. Além, de ser uma de apenas 0,02% entre os anos de 2001 e 2015, e a consequência de crises econômicas enfrentadas pelos Arbustiva subarbórea densa, com um acréscimo de municípios da bacia em períodos de estiagem, 0,37% da área total entre os anos estudados. diminuem a oferta de emprego e renda, Entretanto, observaram-se significativas impulsionando a retira da vegetação lenhosa para alterações nas classes: Subarbustiva rala e venda e utilização em cerâmicas e fabricação de Subarbustiva aberta, cujas áreas diminuíram em carvão. Constituindo-se, na maioria das vezes, a 2015, 3,2% e 2,3 %, respectivamente. Estas reduções principal fonte de renda da população (Figuras 11 e tiveram como consequência, o aumento das áreas de 12).

Figura 11 – Exemplo de área desmatada para atividade pecuária localizada na divisa ente Picuí e Baraúnas.

Fonte: Silveira et al., (2013).

Figura 12 – Exemplo de área de solo exposto próxima ao Garimpo Lagoa do André.

Fonte: Silveira et al., (2013).

Por fim, observou-se, que as classes: 3.4 Distribuição espacial da precipitação Subarbórea densa e Arbórea densa, apesar de uma A espacialização da precipitação para a redução de aproximadamente 2 %, o que representa BHRP obteve-se como resultado, o comportamento 13,8 Km², ainda se faz presente nas áreas íngremes e da precipitação em (mm) para os períodos chuvosos de maior elevação, localizadas na porção Leste da dos anos estudados. Na Tabela 5 observa-se o total bacia. de chuvas ocorridos na bacia hidrográfica a cada mês dos anos de 2001 e 2015, como também o total do

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período chuvoso antecedente à obtenção da imagem. histórica de 456 mm (período de 2000 a 2015) Já a Figura 13 monstra a média dos postos conforme monitoramento da AESA. Com isto, pluviométricas com influência na BHRP nos anos notou-se que as precipitações na BHRP no espaço de estudados (2001 e 2015), em relação à média tempo analisado foram abaixo da média.

Tabela 5 - Dados de precipitação da BHRP para os anos de 2001 e 2015. Postos de 2001 2015 Monitoramento Fev Mar Abr Total Fev Mar Abr Total Baraúnas 3,0 77,6 64,3 144,8 10,0 44,0 81,0 135,0 Frei Martinho 0,0 25,3 113,8 139,1 38,4 64,3 28,6 131,3 Nova Floresta 14,8 173,5 59,7 248,0 78,1 130,7 29,4 238,2 Nova Palmeira 0,0 68,8 40,3 109,1 23,4 99,3 12,5 135,2 Picuí 3,0 65,8 49,0 117,8 53,7 26,9 29,9 110,5 Fonte – AESA (2017). Adpatada por Nascimento (2017)

Figura 13 – Gráfico da média das precipitações de 2001 e 2015 na BHRP.

500 450

400 350 300

250 200

150 Precipitação (mm) 100 50 0 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Meses

Baraúnas Frei Martinho Nova Floresta Nova Palmeira Picuí Média Histórica

Fonte – AESA (2017). Adpatada por Nascimento (2017)

Na Figura 14 observa-se a precipitação pluvial Março e Abril, como também para o total do período espacializada na BHRP para os meses de Fevereiro, chuvoso no ano de 2001.

Figura 14 – Mapas de pluviometria para o ano de 2001 na BRHP.

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Fonte – AESA (2017). Elaborado por Nascimento (2017).

Constatou-se que a distribuição espacial da especificamente na porção Leste e Nordeste da bacia, precipitação expressa os seus maiores volumes, com um índice pluviométrico máximo de 248 mm e correspondentes às áreas a Leste e Nordeste da mínimo de 109 mm nas áreas a Sudoeste. BHRP, como exceção do mês de Abril em que a Deste modo, ao correlacionar este período precipitação concentrou-se a Noroeste da bacia (i.e. chuvoso com a espacialização da cobertura vegetal, no território do município de Frei Martinho). considerou-se que áreas de vegetação com maiores Contudo, estas áreas com maiores reflectâncias concentraram-se nas áreas onde houve precipitações apresentaram elevações entre 500 e as maiores precipitações pluviométricas. 700 metros e declividades por volta de 45% e 75% o Já na figura 15 observa-se a precipitação que pode influenciar nas precipitações. Por outro pluvial espacializada na BHRP para os meses de lado, os menores índices pluviométricos foram Fevereiro, Março e Abril, como também para o total relacionados às áreas da bacia que compreendem os do período chuvoso do ano 2015. Embora, de modo municípios de Picuí e , nas porções semelhante a 2001, aconteça uma concentração nas Sul e Oeste. partes Leste e Nordeste da BHRP, verificou-se no Analisando o mapa do total da precipitação do mês de Abril uma modificação na espacialização em período chuvoso em 2001, verificou-se que nos relação ao mesmo mês em 2001. Com os maiores meses antecedentes a data da imagem utilizada, valores de precipitação encontrados a Sudeste da houve uma baixa precipitação em relação a medi bacia (i.e. no território do município de Baraúnas). histórica, ocorrendo de forma concentrada,

Figura 15 – Mapas de pluviometria para o ano de 2015 na BRHP.

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Fonte – AESA (2017). Elaborado por Nascimento (2017)

Verificou-se no mapa do total da ambientais, os valores obtidos com o NDVI estão precipitação do período chuvoso em 2015, que além ligados à disponibilidade hídrica do perfil do solo. de ter uma concentração a Nordeste, houve uma Os resultados apresentados neste estudo diminuição significativa dos índices no sentido proporcionaram subsídios para um melhor Norte-Sul, caracterizando a área da bacia que entendimento das características físico-ambientais da corresponde ao município de Picuí com os menores BHRP, principalmente, no período pós-chuvoso, índices pluviométricos. buscando a conservação dos recursos naturais. Neste sentido, ao correlacionar tal período Portanto, destaca-se que na BHRP as atividades chuvoso com os índices de vegetação, observou-se antrópicas devem ser adequadas e planejadas, com o que nas áreas onde houve diminuição da vegetação, objetivo de impactar o mínimo possível, evitando a correspondem às áreas com baixos índices degradação das terras. pluviométricos, especificamente, na parte Sul da Ao estabelecer uma relação dos resultados BHRP. obtidos para o NDVI para os anos de 2001 e 2015 com os de precipitação. Notou-se que nas partes da 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS BHRP onde apresentaram as maiores precipitações Os procedimentos metodológicos aplicados (i.e. a Leste), são justamente as áreas cuja vegetação neste trabalho possibilitaram expor a configuração da expõe uma maior radiância. Enquanto às com baixas cobertura vegetal e precipitação da BHRP. À medida precipitações, a vegetação não se destaca tanto. que, considerou-se o uso das técnicas de No que se refere aos índices pluviométricos geoprocessamento, satisfatório, uma vez que, comprovou-se que os maiores valores permitiram gerar informações importantes sobre a corresponderam às áreas mais elevadas da BHRP, referida bacia atendendo ao que se propôs nos diminuindo gradativamente em direção à porção objetivos. Oeste e Sul da bacia. Com o estudo concluiu-se que Ainda nesta perspectiva, o emprego do o emprego dos dados observados precipitação é NDVI permitiu analisar as transformações de viável, pois demostraram-se representativos para maneira adequada, entretanto, entende-se que a área de estudo. realização de monitoramentos constantes da Acerca dos índices morfométricos, cobertura vegetal e de precipitação é de fundamental constatou-se que a bacia apresentou um significativo importância para a bacia. escoamento superficial. Entretanto, ressalta-se que A análise espaçotemporal da cobertura tal característica, em caso de ocorrência de vegetal da BHRP com base nos períodos chuvosos precipitações de maior intensidade, influencia nos dos anos de 2001 e 2015, possibilitaram processos erosivos. Assim sendo, devem-se compreender que entre estes elementos geográficos estabelecer medidas que minimizem os efeitos (vegetação e precipitação) há uma significativa ambientais, tais como, os replantios para proteger as relação. Tendo em vista que esta variável climática matas ciliares dos rios da BHRP. tem influência no desenvolvimento da vegetação de Entende-se que os produtos deste trabalho Caatinga. Logo, além de outros elementos e fatores são instrumentos de suporte, associados a outras pesquisas mais específicas e a políticas públicas

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eficientes, com o intuito de minimizar os impactos REFERÊNCIAS ambientais na BHRP, por considerar que esta bacia hidrográfica tem sido adotada como unidade física de AESA. AGÊNCIA EXECUTIVA DE GESTÃO reconhecimento, caracterização e avaliação de DAS ÁGUAS DA PARAÍBA. Geoportal. aspectos ambientais, neste estudo. Disponível em: < Sendo assim, este trabalho torna-se relevante http://www.aesa.pb.gov.br/geoprocessamento/ge à medida que apresentou uma possibilidade de oportal/shapes.html >. Acesso em: 16 fev. 2017. desenvolver estudos na área ambiental. Como também, a importância de expor informações sobre uma área de estudo com pouco conhecimento ALBUQUERQUE, U. P. et al. Caatinga revisited: científico, contribuindo para mudança de concepção. ecology and conservation of an importantseasonal Além de estimular a produção de outras pesquisas na dry forest. The Scientific World Journal, Article ID BHRP que visem uma gestão integrada e eficiente 205182, p. 1-18, 2012. dos recursos naturais nos meios urbano e rural. ALMEIDA, H. A. et al. Indicadores hídricos do AGRADECIMENTOS núcleo de desertificação da microrregião do seridó ocidental da paraíba. Revista Brasileira de

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