TERMO DE REFERÊNCIA N.º 2011102008055332

Ref: Contratação de consultoria (pessoa jurídica) para estudos socioeconômicos e da situação fundiária nas seguintes áreas potenciais para a criação de unidades de conservação na região Norte: 1. No Extremo Sul da : Belmonte; 2. Sudoeste da Bahia e Minas Gerais: /Piripa, Pedra Azul, Mamoneira, Entufado – baiano, Itambé e Gravatazeiro; 3. No Sul e Recôncavo baiano: Jequié/Itagi e Serra da Jiboia; 4. No litoral Norte da Bahia e sul de Sergipe: Massarandupió, Conde/Costa Azul e Mangue Seco, no âmbito do Projeto PROTEÇÃO DA MATA ATLÂNTICA II - AFCoF II, co-financiado pela República Federal da Alemanha por intermédio do KfW- Componente 1 – UCs Federais.

Data e local: Rio de Janeiro, 03 de novembro 2011 Responsável: Funbio Supervisor: MMA/SBF/NAPMA

1. Antecedentes

A Mata Atlântica é um complexo e exuberante conjunto de ecossistemas de grande importância por abrigar uma parcela significativa da diversidade biológica do Brasil, reconhecida nacional e internacionalmente no meio científico. É também um dos biomas mais ameaçados do mundo devido às constantes agressões ou ameaças de destruição dos habitats nas suas variadas tipologias e ecossistemas associados. Distribuída ao longo da costa atlântica do país, atingindo áreas da Argentina e do Paraguai na região sudeste, a Mata Atlântica abrangia originalmente 1.350.000 km² no território brasileiro. Seus limites originais contemplavam áreas em 17 Estados, (PI, CE, RN, PE, PB, SE, AL, BA, ES, MG, GO, RJ, MS, SP, PR, SC e RS), o que correspondia a aproximadamente 15% do Brasil, segundo os limites da Mata Atlântica gerados de acordo com a Lei Federal 11.428/2006 e o Decreto 6.660/2008. Nessa extensa área vive atualmente 60% da população brasileira, ou seja, com base no Censo Populacional 2000 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística são 108 milhões de habitantes em mais de 3.406 municípios, que correspondem a 62% dos existentes no Brasil. Destes, 2.528 municípios possuem a totalidade dos seus territórios no bioma, conforme dados extraídos da malha municipal do IBGE (1997), atualizada com a nova Divisão Municipal do Brasil pela Geoscape Brasil (2001). O alto grau de interferência na Mata Atlântica é conhecido desde o início da colonização européia. Com a ocupação dos primeiros espaços territoriais próximos à região costeira e a exploração do pau-brasil, muita matéria-prima passou a ser explorada. Os impactos dos diferentes ciclos de exploração vieram como o do ouro, o da cana-de-açúcar e, posteriormente, o do café. Novos ciclos econômicos, de desenvolvimento e de integração nacional surgiram e instalando-se de vez um processo de industrialização e, conseqüentemente, de urbanização. Hoje com as principais cidades e metrópoles brasileiras estão assentadas na área ocupada originalmente pela Mata Atlântica, reduzindo sua vegetação natural drasticamente. A dinâmica da destruição foi mais acentuada nas últimas três décadas, resultando em alterações severas para os ecossistemas pela alta fragmentação do habitat e perda de sua biodiversidade. O resultado atual é a perda quase total das florestas originais intactas e a contínua devastação dos remanescentes florestais existentes, que coloca a Mata Atlântica em péssima posição de destaque no mundo, como um dos conjuntos de ecossistemas mais ameaçados de extinção. Apesar disso, a riqueza em biodiversidade é tão significativa que o recorde mundial de diversidade botânica para plantas lenhosas foi registrado na Mata Atlântica, com 454 espécies em um único hectare do sul da Bahia, sem contar as cerca de 20 mil espécies de plantas vasculares, das quais aproximadamente 6 mil restritas ao bioma. As estimativas da fauna da Mata Atlântica também surpreendem quando indicam 250 espécies de mamíferos (55 deles endêmicos, ou seja, que só ocorrem nessa região), 340 de anfíbios (90 endêmicos), 1.023 de aves (188 endêmicas), 350 de peixes (133 endêmicas) e 197 de répteis (60 endêmicos) (MMA/SBF, 2002). Para destacar sua importância no cenário nacional e internacional, trechos significativos deste conjunto de ecossistemas foram reconhecidos como Patrimônio Mundial pela ONU e indicados como Sítios Naturais do Patrimônio Mundial e Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Além disso, foi considerada como Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988. No entanto, a fragmentação da paisagem tem sido um dos aspectos mais marcantes da alteração ambiental causada ao longo do tempo na Mata Atlântica. Os fragmentos existentes têm tamanhos variáveis e também seu estado de conservação tem uma variância ainda pouca analisada. A necessidade de ampliação do conhecimento dos fragmentos existentes no Bioma pode vir a subsidiar as ações que visem não apenas a conservação da biodiversidade, como também no processo de estabelecimento de práticas de desenvolvimento sustentável e na construção de políticas de conservação e uso sustentável da biodiversidade. O Programa Nacional de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica – PMA visa coordenar as principais políticas federais para esta importante região que cobre 15% do território brasileiro e abriga dois terços da população. O programa será executado pelo Governo Federal, os governos dos estados, os municípios e entidades da sociedade civil organizada. O principal objetivo do PMA é de re-estabelecer pelo menos um terço da cobertura vegetal nativa original da Mata Atlântica e, com isso, garantir os serviços ambientais que ela presta ao país, como a manutenção da sua extraordinária biodiversidade, a garantia do abastecimento de água e a fixação de carbono e, com isto, a mitigação da mudança do clima, bem como a diminuição da pobreza rural. Nesse contexto, o Projeto “Proteção da Mata Atlântica II” visa contribuir para a proteção, o manejo sustentável e a recuperação da Mata Atlântica, considerada um sumidouro de carbono de significância global para o clima e com relevante biodiversidade. Constitui objetivos desse Projeto (i) a ampliação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza na Mata Atlântica, contribuindo com o cumprimento das obrigações assumidas pelo Brasil no âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica (proteção de pelo menos 10% da Mata Atlântica em Unidades de Conservação - UC), (ii) a introdução de mecanismos de pagamento por serviços ambientais (fixação de carbono, proteção de recursos hídricos, conservação da biodiversidade) e (iii) a disponibilização de informações relevantes para decisões sobre a biodiversidade na Mata Atlântica e a mudança do clima. A execução do Projeto Proteção da Mata Atlântica II é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Funbio administrador dos recursos do Atlantic Forest Conservation Fund- AFCoF que financia o projeto.

2. Justificativa

Nos últimos anos, o Governo Federal empreendeu esforços concentrados de identificação e estudos para a criação de novas unidades de conservação na região da Mata Atlântica Brasileira, em especial nas regiões Sul e Nordeste do País. Nesse contexto, em 2005, o Ministério do Meio Ambiente convidou estados, municípios, universidades e organizações da sociedade, a compor uma Equipe Técnico-Científica – ETC, para estudar em conjunto a criação de novas UCs no sul da Bahia e divisa com Minas Gerais. A partir destes esforços, vários processos se encontram em estágios variados de estudos e instrução administrativa e 6 novas unidades de conservação foram criadas, e uma ampliada, entre 2006 e 2009. Concomitantemente, novos locais potenciais de criação de unidades de conservação foram identificados, a partir de dados de biodiversidade de extrema relevância. No entanto, ainda não se dispõe de informações socioeconômicas para definição de sua área de abrangência e categoria de manejo. Portanto, se faz necessário, levando em consideração também as atividades previstas no Projeto “Proteção da Mata Atlântica II” e consecução de seus objetivos, o levantamento, localização e descrição das unidades produtivas 1 localizadas nessas áreas, de forma a poder refinar a sua delimitação, minimizar eventuais impactos socioeconômicos negativos e embasar a escolha da categoria de manejo mais adequada a sua proteção em longo prazo e assim, poder subsidiar o processo administrativo para criação de UC.

3. Objetivos

Contratação de consultoria (pessoa jurídica) para estudos socioeconômicos e da situação fundiária nas seguintes áreas potenciais para a criação de unidades de conservação na região Norte: 1. No Extremo Sul da Bahia: Belmonte; 2. Sudoeste da Bahia e Minas Gerais: Cordeiros/Piripa, Pedra Azul, Mamoneiro, Entufado – baiano, Itambé e Gravatazeiro; 3. No Sul e Recôncavo baiano: Jequié/Itagi e Serra da Jiboia; 4. No litoral Norte da Bahia e sul de Sergipe: Massarandupió, Conde/Costa Azul e Mangue Seco (vide mapa em anexo).

4. Atividades a serem realizadas

Preliminarmente a Contratada deverá participar de reunião a ser programada com a Coordenação de Criação de Unidades de Conservação do ICMBio, com o Departamento de Áreas Protegidas (DAP/SBF/MMA) e com o Núcleo Mata Atlântica e Pampa (NAPMA/DCBIO/SBF/MMA) para levantamento e nivelamento de informações e o planejamento das atividades.

1 Unidade Familiar de Produção: área explorada não restrita ao aspecto formal da terra, abrangendo áreas cultivadas sob o regime de propriedade privada, de parceria, arrendamento, extrativismo ou posse.

4.1. Caraterização socioeconômica dos municípios:

4.1.1. Avaliação dos principais indicadores socioeconômicos dos municípios abrangidos: a. diagnosticar o perfil atual e tendências econômicas dos municípios sob influência das áreas indicadas. b. identificar os padrões socioeconômicos dos municípios abrangidos de forma individualizada. c. levantar o PIB per capita e IDH dos municípios. d. levantar a população residente total e separada por sexo (nos três últimos censos/contagens de população do IBGE). e. levantar o número de estabelecimentos de ensino e número de matrículas, separadas por ensino superior, médio e fundamental; eleitores na última eleição municipal; taxa de natalidade; número de pessoal empregado; número de empresas com CNPJ e respectivos setores atuantes; número de agências bancárias; valor do fundo de participação dos municípios e valor do Imposto Territorial Rural – ITR.

4.2. Levantamento dos aspectos socioeconômicos e da situação fundiária das áreas propostas para criação de Unidades de Conservação:

4.2.1. Para as seguintes áreas, com indicativo para serem UCs de Proteção Integral:

Área preliminar Nome preliminar Região Municípios (ha) Cordeiros / Piripá 63.272 Sudoeste baiano Cordeiros, Piripá, Pedra Azul 13.935 NE MG Pedra Azul Mamoneira 19.121 NE MG Pedra Azul, Almenara Quadrado Pedra Azul / 187.052 NE MG Divisópolis, Pedra Azul, Almenara, Jequitinhonha Mamoneira* Sudoeste baiano - e (BA), Bandeira e Jordania Entufado-baiano 27.072 NE MG (MG) Itambé 35.338 Sudoeste baiano Ribeirão do Largo, Macarani Sudoeste baiano - Potiragua, , (BA), Salto da Divisa, Gravatazeiro 89.887 NE MG Jordânia (MG) Jequié, , Itaji, itagiba, Dário Meira, Manoel Sul da Bahia Jequié / Itaji 66.086 Vitorino

Elísio Medrado, , Castro Alves, Recôncavo baiano Serra da Jibóia 10.993 e São Miguel das Matas

*Área identificada no mapa (ANEXO 2), na forma de um quadrado, que engloba a Pedra Azul e a Mamoneira. Neste caso deverão ser avaliadas eventuais áreas de importância biológica no entorno da Pedra Azul e da Mamoneira, dentro do quadrado.

Atividades a serem realizadas:

1. Elaborar proposta metodológica com cronograma, formulário para aplicação de pesquisa que permita levantar, descrever e demonstrar os padrões socioeconômicos e fundiários das ocupações inseridas na área em estudo para unidade de conservação , levantando informações sobre a propriedade ou posse de imóvel total ou parcialmente inserido na poligonal proposta para a UC, tais como:

a) Dados dos imóveis : nome, localização, dimensão estimada ou declarada, regime de exploração (propriedade privada, parceria, arrendamento, extrativismo ou posse), principais usos, identificação dos proprietários ou ocupantes, confrontantes, principais benfeitorias; b) Coordenadas geográficas do imóvel no portão de entrada ou na sede do imóvel, quando possível; c) Indicação e localização aproximada dos confrontantes ; c) Identificação dos usos da terra e das atividades produtivas desenvolvidas pelos proprietários ou ocupantes (ex: pecuária, agricultura, extrativismo, veraneio ou laser, mineração etc); e) Identificação da fonte de renda principal e secundárias dos proprietários ou ocupantes (ex: aposentadoria rural, bolsa família, pecuária, agricultura, piaçava, lenha, cacau etc); f) Identificação de posse/propriedade de outros imóveis dos ocupantes e sua localização; g) Identificação do número de pessoas empregadas/ocupadas e de grupos domésticos residentes no imóvel; h) avaliação da situação das Reservas Legais e APPs do imóvel; j) indicação aproximada, em hectares ou em proporção, dos principais usos e ocupação dentro do imóvel, indicando os tipos de culturas agrícolas e a quantidade ou proporções de silviculturas, lavouras permanentes e temporárias, atividades pecuárias e quantidade de hectares de pastagens e ecossistemas naturais.

Nos casos de Unidades de Produção abandonadas, desocupadas ou fechadas , as benfeitorias, se houver, devem ser identificadas mediante coordenadas geográficas e as informações podem, quando possível, ser obtidas através de entrevistas com vizinhos ou observações feitas pelo entrevistador.

2. O levantamento socioeconômico e fundiário deverá observar as seguintes orientações de acordo com a área estudada :

a) Cordeiros Piripá, Itambé, Entufado-baiano, Jequié/Itagi e Serra da Jibóia, Pedra Azul e Mamoeira : aplicar questionário dentro da poligonal proposta neste TdR e na adjacência imediata para o levantando as ocupações dentro da poligonal e propondo ajustes na poligonal em caso de identificação de remanescentes contíguos.

b) Quadrado Pedra Azul / Mamoneira (área do entorno dos polígonos de Pedra Azul e Mamoeira) : avaliar a existência de fragmentos relevantes para a conservação dentro dos limites do quadrado pré-delimitado no mapa. Nas áreas dos fragmentos relevantes identificados e na adjacência imediata aplicar questionário para o levantando as ocupações. Essas áreas devem compor as propostas finais de UC de Pedra Azul ou Mamoneira c) Gravatazeiro : avaliar a existência de fragmentos relevantes para a conservação dentro dos limites do polígono pré-delimitado no mapa refinando seus limites. Nas áreas dos fragmentos relevantes identificados e na adjacência imediata aplicar questionário para o levantando as ocupações. Com base nesses levantamentos deve ser proposto os limites para uma ou mais UCs na região. OBS: Para as áreas b e c, deverá ser feita uma avaliação preliminar de campo, a partir da qual deverá ser refinado os polígonos para aplicação do questionário, realizando assim os levantamento dos padrões socioeconômicos e fundiários detalhados. Os polígonos devem ser previamente acordado com a equipe de acompanhamento desta consultoria.

43. Apresentar as informações obtidas em Banco de Dados Geográfico , em formato shapefile (ESRI/ARCGIS) para análise quantitativa da distribuição espacial dos diversos perfis socioeconômicos e elementos relevantes encontrados nos perímetros estudados.

54. Tratar estatística e geograficamente as informações inseridas no Banco de Dados, de forma a descrever e demonstrar os padrões socioeconômicos e geográficos das ocupações, de forma a propor ajustes aos limites preliminares das propostas de UCs proteção integral, eventualmente em mosaicos de categorias diferentes e/ou associadas a UCs de uso sustentável adjacentes, bem como estimar em hectares, os diversos usos do solo dentro dos limites dos polígonos propostos.

4.2.2. Para as áreas de Belmonte e Massarandupió, Conde/Costa Azul e Mangue Seco no Litoral Norte da Bahia, com indicativo para serem Unidades de Conservação de Uso Sustentável, tendo em vista a presença de populações tradicionais:

Nome preliminar Área preliminar (ha) Região Municípios

Belmonte 39.131 Extremo Sul da Bahia Santa Cruz Cabrália, Belmonte

Massarandupió 8.115 Litoral Norte Entre Rios,

Conde/Costa Azul 21.500 Litoral Norte Esplanada, Conde, Jandaíra

Mangue Seco 29.066 Litoral Norte BA - Sul de SE Jandaíra (BA), Indiaroba (SE)

Atividades a serem realizadas:

1. Identificar e caracterizar as populações tradicionais envolvidas com as áreas de estudo, bem como eventuais outros usuários, sua forma de organização e representação social nas áreas listadas na tabela acima. Para as três áreas do Litoral Norte aplicar o formulário para aplicação de pesquisa para o levantamento dos padrões socioeconômicos e fundiários conforme descrito no item 1 em 4.2.1.

2. Identificar e localizar com a participação da população extrativista :

a) os padrões socioeconômicos e usos de recursos inseridas nas áreas de estudo para unidade de conservação, descrevendo-os e apresentando-os de forma analítica;

b) as principais ameaças, conflitos e impactos ambientais e sociais da respectiva região;

c) elaborar croqui sobre imagem de satélite dos limites das áreas de exploração, da localização dos locais de processamento e de comercialização, e outros recursos e meios de vida das populações extrativistas;

d) os limites para as propostas de UCs de uso sustentável.

3. Sempre que possível, localizar com coordenadas geográficas, descrever, fotografar as infra- estruturas, incluindo benfeitorias e locais de exploração, de processamento e de comercialização, bem como outros recursos e meios de vida das populações extrativistas (roças alimentares, outras fontes de recursos, locais de moradia), incidentes na área ou na sua região de inserção.

4. Desenvolver e alimentar Banco de Dados Geográfico , no formato shapefile (ESRI/ARCGIS) para análise da distribuição espacial dos diversos elementos socioeconômicos relevantes associados ao meio de vida dos extrativistas, encontrados nos perímetros estudados.

5. Tratar geograficamente as informações, de forma a descrever e localizar os padrões socioeconômicos associados e propor e justificar limites das propostas de UCs de uso sustentável, eventualmente associadas a UCs de proteção integral adjacentes.

Para todas as áreas a serem avaliadas neste trabalho, a contratada, complementarmente aos levantamentos de campo, deverá buscar informações socioeconômicas adicionais sobre a área de estudo junto às prefeituras, cartórios, associações, órgãos e prestadores de serviço (concessionárias de serviços de água e luz, Incra e outros), ONGs e instituições de pesquisa locais quando houver, convidando a Prefeitura Municipal e órgãos estaduais de gestão ambiental (OEMA) a acompanhar os trabalhos.

5 - Insumos

O MMA e o ICMBio colocarão à disposição da Contratada, para consultas, os documentos existentes relativos aos temas dos produtos;

O MMA e o ICMBio facilitarão os contatos necessários com seus funcionários e outras instituições para a Contratada buscar informações e dados adicionais;

A Contratada deverá elaborar seus produtos utilizando-se de equipamento próprios (computadores, programas, etc).

Todos os custos de deslocamento e para a realização dos trabalhos devem ser orçados pela proponente. Os custos trabalhistas envolvidos com o pessoal a ser eventualmente contratado para o desenvolvimento das atividades desta proposta devem ser recolhidos pela proponente, não acarretando em vínculo empregatício com o Funbio ou com o MMA.

6 - Abrangência

As áreas em estudo estão apresentadas na tabela a seguir e no mapa do anexo 2. No decorrer dos estudos, os limites das áreas em estudo poderão ser modificados, em acordo prévio com a equipe de acompanhamento do contrato, em função da exclusão de áreas contínuas de ocupação e antropização incompatível com a criação de unidade de conservação, ou eventual inclusão de ecossistemas preservados, contínuos ou imediatamente vizinhos as áreas em estudo. O orçamento apresentado pela proponente deverá prever eventuais modificações inclusões/exclusões de áreas ao polígono apresentado neste TdR.

Tabela 01 – Áreas a serem estudadas.

Áreas com indicativo para UCs de uso sustentável:

Nome preliminar Área (há) Região Municípios

Áreas com indiciativo para UCs de uso sustentável

Extremo Sul da Santa Cruz Cabrália, Belmonte Belmonte 39.131 Bahia Conde/Costa Azul 21.500 Litoral Norte Esplanada, Conde, Jandaíra Litoral Norte BA - Jandaíra (BA), Indiaroba (SE) Mangue Seco 29.066 Sul de SE Áreas com indicativo para UCs de proteção integral:

a) Levantamento completo: Cordeiros / Piripá 63.272 Sudoeste baiano Cordeiros, Piripá, Tremedal Mamoneira 19.121 NE MG Pedra Azul, Almenara Sudoeste baiano - Macarani e Maiquinique (BA), Bandeira e Entufado-baiano 27.072 NE MG Jordania (MG) Itambé 35.338 Sudoeste baiano Ribeirão do Largo, Macarani Jequié, Boa Nova, Itaji, itagiba, Dário Meira, Sul da Bahia Jequié / Itaji 66.086 Elísio Medrado, Santa Teresinha, Castro Recôncavo baiano Serra da Jibóia 10.993 Alves, Varzedo e São Miguel das Matas Levantamento completo 235.817

b) Levantamento parcial: Quadrado Pedra Azul / Divisópolis, Pedra Azul, Almenara, 187.052 NE MG Mamoneira Jequitinhonha Sudoeste Baiano, Potiragua, Itapebi, Itarantim (BA), Salto da Gravatazeiro 89.887 NE MG Divisa, Jordânia (MG) Sudoeste baiano - Potiragua, Itapebi, Itarantim (BA), Salto da Gravatazeiro 89.887 NE MG Divisa, Jordânia (MG) Levantamento parcial 276.939 Total área proposta para 512.756 Proteção Integral

Total Geral Áreas de Estudo 610.566

7 – Produtos

A Contratada deverá apresentar como resultado de seus trabalhos, os produtos apresentados na Tabela 02:

Tabela 02 – Produtos a serem apresentados

Produto 1 – Proposta metodológica detalhada com cronograma, formulário para aplicação de pesquisa e formato de banco de dados para tratamento das informações.

Produto 2 – Relatório analítico contendo a caracterização dos municípios abrangidos e o estudo da população extrativista na proposta de RDS de Belmonte, com indicação e argumentação de limites da RDS Piaçaveira de Belmonte e atas de reuniões com a população extrativista.

Produto 3 – Relatório analítico socioeconômico e fundiário, contendo a caracterização dos municípios abrangidos, das propostas de unidades de conservação de Massarandupió, Conde e Mangue Seco, com banco de dados geográfico em formato ArcGis, com todas as informações coletadas, com indicação e argumentação de limites e categorias de UCs e atas de reuniões com a população extrativista.

Produto 4 – Relatório analítico socioeconômico e fundiário, contendo a caracterização dos municípios abrangidos, das propostas de unidades de conservação de Jequié/itaji e Serra da Jibóia, com banco de dados geográfico em formato ArcGis, com todas as informações coletadas, com indicação e argumentação de limites e categorias das UCs.

Produto 5 – Relatório analítico socioeconômico e fundiário, contendo a caracterização dos municípios abrangidos, da proposta de unidade de conservação de Cordeiros/Piripá, com Banco de dados geográfico em formato ArcGis, com todas as informações coletadas, com indicação e argumentação de limites e categoria da UC.

Produto 6 – Relatório analítico socioeconômico e fundiário, contendo a caracterização dos municípios abrangidos, das propostas de unidades de conservação de Pedra Azul, Mamoneiro, Entufado – baiano, Itambé e Gravatazeiro, com banco de dados geográfico em formato ArcGis, com todas as informações coletadas, com indicação e argumentação de limites e categorias de UCs.

8 - Cronograma de entrega dos produtos

Tabela 03 – Cronograma de entrega dos Produtos a serem apresentados

30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 Produtos/dias dias dias dias dias dias dias dias dias dias dias dias

Produto 1 – Proposta metodológica

Produto 2 – Relatório Analítico contendo a caracterização da população extrativista de - Belmonte Produto 3 – Relatório analítico socioeconômico e fundiário, das propostas de unidades de

conservação de Massarandupió, Conde e Mangue Seco Produto 4 – Relatório analítico socioeconômico e fundiário das propostas de unidades de conservação de Jequié e Serra da Jibóia Produto 5 – Relatório analítico socioeconômico e fundiário da proposta de unidade de conservação de Cordeiros/Piripá Produto 6 – Relatório analítico socioeconômico e fundiário das propostas de unidades de

conservação de Pedra Azul, Mamoneiro, Entufado – baiano, Itambé e Gravatazeiro.

9. Perfil Necessário para Execução dos Serviços

A empresa/Instituição contratada deverá ter • experiência comprovada em estudos socioeconômicos, fundiários e agrários relacionados à caracterização de ocupações, de setores produtivos e de populações tradicionais, para criação, revisão de limites e categorias e regularização fundiária de Unidades de Conservação, preferencialmente na Mata Atlântica. • Domínio em sistemas cartográficos e técnicas de georeferenciamento.

A comprovação deve ser feita mediante portfólio da empresa e CV da equipe técnica

10. Prazo de execução Os serviços objeto deste Termo de Referência terão a duração aproximada de 330 dias (trezentos e trinta dias), período em que a equipe do Napma/DCBio/SBF, em articulação com o ICMBio, se colocarão à disposição da Contratada para suporte técnico, administrativo e operacional e, ainda, para dirimir quaisquer dúvidas com relação ao serviço contratado. O prazo de execução poderá ser prorrogável por mais 30 dias mediante solicitação prévia da Contratada, respeitando uma antecedência de vinte dias do término do mesmo. Para tanto, será emitida uma autorização formal do Supervisor do Contrato ao Funbio .

11. Forma de apresentação da proposta

Vide roteiro mínimo no anexo 1 do TdR e Carta Convite com instruções.

12. Forma de pagamento

A remuneração da Contratada ocorrerá mediante a apresentação dos produtos nos prazos estipulados, conforme consta da Tabela 04 abaixo.

Tabela 04 – Apresentação dos produtos, prazos e remuneração

PRODUTOS PRAZO (a partir da assinatura do REMUNERAÇÃO (R$) Contrato)

Produto 1 30 dias 20%

Produto 2 90 dias 20%

Produto 3 150 dias 20%

Produto 4 210 dias 10%

Produto 5 270 dias 10%

Produto 6 330 dias 20%

• Os pagamentos dos produtos serão realizados somente após a aprovação dos produtos pelo Supervisor do contrato devendo ser encaminhado um Termo de Recebimento e Aceite ao Funbio juntamente com o produto autorizando pagamento. • A ordem de entrega dos produtos poderá ser alterada, mediante acordo mútuo entre contratante e contratada. • Estão inclusos na remuneração dos serviços prestados pela contratada todos os encargos sociais e impostos estipulados na legislação vigente, devendo ser recolhidos pela contratada. • O custeio das despesas referentes a passagens aéreas, diárias de campo, e aluguel de veículos a contratada deverá incluir no valor final da sua proposta .

13. Supervisão

Os trabalhos serão supervisionados pela Coordenação do Núcleo Mata Atlântica e Pampa, do Departamento de Conservação da Biodiversidade, no âmbito da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (Napma/SBF/MMA) com a participação da Coordenação de Criação de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A Empresa/Entidade contratada deverá atuar em estreita articulação com a Coordenação do Núcleo Mata Atlântica e Pampa. O Funbio deverá ser informado sobre o andamento dos trabalhos realizados e de qualquer modificação do escopo ou prazo dos trabalhos. O Ponto Focal para supervisão será o(a) coordenador(a) do Napma.

14. Forma de entrega dos produtos

 Todos os produtos deverão ser apresentados na forma impressa e em arquivos digitais, entregues ao longo do contrato ao Funbio e ao Supervisor do mesmo, respeitando os prazos da Tabela 02, e passarão a ser identificados como de propriedade do contratante, respeitados os direitos de propriedade intelectual;

 A Contratada deverá utilizar para o desenvolvimento dos produtos programas (software) compatíveis com os programas utilizados ou disponíveis no Napma/DCBio/SBF/MMA e Funbio;

 A Contratada poderá reter cópia dos produtos acima indicados, mas a sua utilização para fins diferentes do objeto deste instrumento dependerá de autorização prévia e expressa do Contratante, mesmo depois de encerrado o contrato.

ANEXO 1: Conteúdo mínimo das propostas a serem apresentadas:

1 – Identificação da entidade/empresa proponente contendo: Nome, Endereço, CGC, Inscrição Estadual, Telefone, Email, Nome, CPF e cargo do responsável.

2 – Nome e qualificação do responsável pela coordenação dos trabalhos.

3 – Região de atuação da instituição proponente.

4 – Experiência de trabalho da instituição proponente nas ações propostas neste Termo de Referência e na região dos trabalhos previstos neste TdR. (Podem ser anexadas publicações, recortes de jornal ou outros materiais que comprovem a experiência).

5 – Qualificação profissional da equipe envolvida nos trabalhos, anexando os currículos, ou, em se tratar de contratações para os trabalhos, termos de referência detalhando as qualificações necessárias;

6 – Antecedentes e justificativa da proposição. (Pode ser utilizado o texto do presente TdR e complementadas informações que a proponente considere necessárias).

7 – Objetivo. (Deve ser o mesmo constante neste TdR).

8 – Detalhamento das atividades a serem realizadas (Devem contemplar as descritas neste TdR, com o detalhamento metodológico e complementações que a proponente julgar necessário).

9 – Cronograma de Execução: (Deve considerar o previsto neste TdR, justificando as eventuais alterações propostas).

10 – Preço global e preço por produto, observando os percentuais da tabela acima.

ANEXO 2 : Localização das áreas em estudo (vermelho). Contornos: áreas de levantamento parcial. Verde: área de aplicação da Lei da Mata Atlântica (IBGE).

# RESEX Mangue Seco

Conde / Costa Azul #

Massarandupio #

#

Serra da Jibóia ## Salvador

## Valença

# Jequié / Itaji

#

Ilhéus

Cordeiros / Piripá ##

# Itambé Minas Bahia Entufado-baiano Gerais # Gravatazeiro Pedra # # Azul # # RDS Belmonte

#

# Mamoneira #