TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU

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Processo RLA 11/00189820

Modalidade Auditoria de Regularidade

Ato de designação Ofício TC/DMU nº 3.796/2011 de 04/04/2011

Período de abrangência da Exercício de 2010 auditoria

Período de Auditoria 06/04/2011 a 08/04/2011 in loco

Objeto da Verificar a regularidade dos procedimentos pertinentes a realização de despesas contabilizadas na função saúde no Fiscalização exercício de 2010 - Citação

Sérgio Ricardo Maciel, Thaisy Maria Assing e Verônica Lima Equipe de auditoria Correa

Relatório DMU nº 01564/2011

DA UNIDADE AUDITADA

Unidade: Fundo Municipal de Saúde de Penha

DOS RESPONSÁVEIS

NOME CARGO CPF PERÍODO Secretário Municipal de Saúde (ordenador de Sr. Clóvis Bergamaschi despesa) e Presidente do 146.702.679-49 Exercício de 2010 Conselho Municipal de Saúde Sr. Diogo Simões Tavares Controlador Interno 027.759.619-08 Exercício de 2010 Sr. Orêncio Vieira Motorista 246.600.439-91 Exercício de 2010

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...... 3

1.1. Visão Geral do Objeto da Auditoria ...... 3

1.2. Objetivo e Questões de Auditoria ...... 7

2 . PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ...... 8

2.1. Dos Procedimentos Preliminares ...... 8

3. VERIFICAÇÕES CONSTADADAS NA AUDITORIA QUE NÃO CONFIGURARAM ACHADOS ...... 9

3.1. Das inspeções nos postos de saúde ...... 10

3.2 Das despesas com água, energia elétrica e telefonia ...... 11

3.3. Da inspeção dos veículos vinculados às ações e serviços públicos de saúde ... 14

Neste sentido, recomenda-se que a Unidade atente a correta identificação dos veículos mencionados, em ambos os lados...... 18

3.4. Despesas com combustíveis apropriados na saúde ...... 18

3.5. Da análise da folha de pagamento ...... 20

4. ACHADOS DE AUDITORIA ...... 21

5. DESPESAS QUE DEVERÃO SER EXPURGADAS DO MONTANTE DAS DESPESAS A SEREM CONSIDERADAS COMO AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE NO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS, DO EXERCÍCIO DE 2010, PRESTADAS PELO PREFEITO ...... 29

6. CONCLUSÃO ...... 29

7. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO ...... 30

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Visão Geral do Objeto da Auditoria

Trata esta auditoria de matéria acerca dos recursos destinados às ações e serviços públicos de Saúde aplicados por meio do Fundo Municipal de Saúde de Penha, no exercício de 2010.

De acordo com o art. 77, § 3º do ADCT da CF/88, alterado pela Emenda Constitucional nº 29/2000, os recursos do município destinados às ações e serviços públicos de saúde devem ser realizadas por meio de Fundo de Saúde, que assim dispõe:

§ 3.° Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinados às ações e serviços públicos de saúde e os transferidos pela União para a mesma finalidade serão aplicados por meio de Fundo de Saúde que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de Saúde, sem prejuízo do disposto no art. 74 da Constituição Federal.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 impõe aos entes da Federação a observância de limites mínimos a serem respeitados quando da execução de seus orçamentos, bem como aplica severas consequências quando do não cumprimento destes limites.

Assim, o artigo 77 do ADCT da Constituição Federal, alterado pela Emenda Constitucional nº 29/2000, estabelece para os Municípios, no inciso III, a obrigatoriedade da aplicação de 15% (quinze por cento) do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156, e dos recursos de que tratam os artigos 158 e 159, inciso I, alínea “b” e § 3º, todos da Constituição Federal, quais sejam:

a) do total das receitas de impostos municipais (ISS, IPTU, ITBI);

b) do total das receitas de transferências recebidas da união (Quota-Parte do FPM; Quota-Parte do ITR; Quota-Parte da Lei Complementar nº 87/96 - Lei Kandir);

c) do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF);

d) das receitas de transferências do Estado (Quota-Parte do ICMS; Quota-Parte do IPVA; Quota-Parte do IPI - exportação); e

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e) de outras receitas correntes (Receita da Dívida Ativa Tributária de Impostos, Multas, Juros de Mora e Correção monetária).

Para efeito da aplicação da Emenda Constitucional nº 29/2000, consideram-se despesas com ações e serviços públicos de saúde aquelas com pessoal ativo e outras despesas de custeio e de capital, conforme disposto nos artigos 196 e 198 da CF/88 e na Lei nº 8.080/90, relacionadas com programas finalísticos e de apoio, inclusive administrativos, que atendam, simultaneamente, aos seguintes critérios:

a) sejam destinadas às ações e serviços de acesso universal, igualitário e gratuito;

b) estejam em conformidade com objetivos e metas explicitados nos Planos de Saúde do Município;

c) sejam de responsabilidade específica do fundo de saúde, não se confundindo com despesas relacionadas a outras políticas que atuam sobre determinantes sociais e econômicos, ainda que com reflexos sobre as condições de saúde.

O Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, através do Prejulgado nº 1.348 (Processo nº CON-02/09632623), manifestou-se sobre as despesas que podem ser consideradas pelos Municípios no cálculo do cumprimento do percentual de 15% (quinze por cento), conforme abaixo:

1. Considerando os estudos organizados no âmbito do Ministério da Saúde, com participação dos Tribunais de Contas, Ministério Público Federal, Conselho Nacional de Saúde, Conselhos de Secretários de Saúde Estaduais e Municipais, Comissões da Câmara e do Senado e da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas, a Resolução nº 316, de 04 de abril de 2002, do Conselho Nacional de Saúde, e a Portaria nº 2.047, de 05 de novembro de 2002, do Ministério da Saúde, para fins de verificação do cumprimento das normas previstas na Emenda Constitucional nº 29, a partir do exercício de 2002, inclusive, são aceitas como integrantes das Ações e Serviços Públicos de Saúde as seguintes despesas relativas a promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde:

a) vigilância epidemiológica e controle de doenças;

b) vigilância sanitária;

c) vigilância nutricional, controle de deficiências nutricionais, orientação alimentar e a segurança alimentar promovida no âmbito do SUS;

d) educação para a saúde;

e) saúde do trabalhador;

f) assistência à saúde em todos os níveis de complexidade;

g) assistência farmacêutica;

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h) atenção à saúde dos povos indígenas;

i) capacitação de recursos humanos do SUS;

j) pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde, promovidos por entidades do SUS;

l) produção, aquisição e distribuição de insumos setoriais específicos, tais como medicamentos, imunobiológicos, sangue e hemoderivados, e equipamentos; m) saneamento básico e do meio ambiente, desde que associado diretamente ao controle de vetores, a ações próprias de pequenas comunidades ou em nível domiciliar, ou aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), e outras ações de saneamento a critério do Conselho Nacional de Saúde;

n) serviços de saúde penitenciários, desde que firmado Termo de Cooperação específico entre os órgãos de saúde e os órgãos responsáveis pela prestação dos referidos serviços;

o) atenção especial aos portadores de deficiência;

p) ações administrativas realizadas pelos órgãos de saúde no âmbito do SUS e indispensáveis para a execução das ações indicadas nos itens anteriores;

q) pagamentos de juros e amortizações decorrentes de operações de crédito contratadas a partir de 01.01.2000 para custear ações e serviços públicos de saúde.

2. Como conseqüência, não devem integrar a apuração das despesas em Ações e Serviços Públicos de Saúde, despesas como:

a) com inativos e pensionistas, por não se tratarem de despesa com saúde, mas de previdência Social;

b) ações e serviços de saúde destinados ao atendimento de clientelas fechadas, por não serem de acesso universal (como despesas com planos de saúde e outras modalidades de assistência médico-hospitalar destinadas a servidores públicos, civis e militares, e respectivos dependentes);

c) merenda escolar, pois se trata de política pública do setor educação (CF, art. 208, VII) com caráter de assistência social;

d) ações de preservação e correção do meio ambiente, realizadas pelos órgãos de meio ambiente dos Entes Federativos e por entidades não-governamentais; e) ações de limpeza urbana e remoção de resíduos sólidos (recolhimento e tratamento do lixo);

f) saneamento básico não associado diretamente ao controle de vetores ou aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas e as realizadas com recursos provenientes de taxas e tarifas ou do Fundo de Erradicação da Pobreza;

g) gastos com saúde realizados com recursos vinculados (convênios, acordos, ajustes e instrumentos congêneres).

3. Serão consideradas as despesas em ações e serviços públicos de saúde aplicados com base nas dotações orçamentárias das Funções "10 - Saúde" e "17 -

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Saneamento", e suas sub-funções, conforme classificação estabelecida pela Portaria nº 42/99 do Ministério do Orçamento e Gestão.

4. As despesas com ações e serviços públicos de saúde deverão ser financiadas com recursos alocados por meio dos respectivos Fundos de Saúde, nos termos do art. 77, § 3º, do ADCT da Constituição Federal.

Tratando-se de Fundo Municipal de Saúde, convém trazer entendimento desta Corte de Contas manifestado através do Prejulgado nº 049 (CON-AM0018399/18 – DMU-01/92):

“O ordenador de despesa do Fundo deve ser o seu Administrador.”

Assim, o ordenador de despesa do fundo municipal é o responsável pelos atos de execução da despesa (licitação, empenho, liquidação, pagamento).

Neste sentido, destaca-se o Prejulgado nº 875

[...]

2. A ordenação de despesa surge a partir da prática de atos, pela autoridade competente, que cria a obrigação de pagamento, suprimento ou dispêndio de recursos do Estado, como, por exemplo, requisição de serviços ou de materiais a fornecedor, autorização de pagamento de folha de pessoal, ordens de serviço.

Desta forma, constata-se que há diversos aspectos a serem verificados quanto aos gastos realizados com recursos destinados às ações e serviços públicos de Saúde, primando pela boa e regular aplicação dos mesmos através do Fundo Municipal de Saúde, em consonância com a legislação vigente, em especial, no que diz respeito ao cumprimento do limite constitucional.

Cabe ressaltar a relevância do assunto em tela, uma vez que a Saúde é um direito fundamental do ser humano e compete precipuamente ao Poder Público garantir a saúde de todos, conforme preceitua da Carta Magna em seu artigo 196:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Sobre esta ótica procedeu-se a auditoria.

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1.2. Objetivo e Questões de Auditoria

O objetivo geral da auditoria foi verificar a regularidade das despesas realizadas com ações e serviços públicos de saúde no exercício de 2010, relacionadas ao cumprimento do mínimo constitucional.

Com base em uma análise preliminar efetuada nos dados informados pela Unidade através do Sistema e-Sfinge, a auditoria buscou averiguar as seguintes questões:

a) As despesas realizadas pelo Fundo Municipal de Saúde no exercício de 2010 com Ações e Serviços Públicos de Saúde estão de acordo com a legislação aplicável?

b) O Conselho de saúde encontra-se constituído e em funcionamento de acordo com a legislação aplicável?

Para responder a essas questões, foram adotados os seguintes procedimentos e metodologias:

a) Análise preliminar, por meio do Sistema e-Sfinge, das despesas efetuadas pelo Município com saúde pública durante o exercício de 2010;

b) Análise, na Unidade, da regularidade das despesas empenhadas pelo Fundo Municipal de Saúde;

c) Análise documental para verificação da consistência de informações entre as notas de empenho, os comprovantes das despesas e o Sistema e-Sfinge;

Quanto ao benefício, a auditoria visa a dar conhecimento à Prefeitura Municipal de Penha, ao Fundo Municipal de Saúde e demais setores envolvidos sobre a gestão dos recursos vinculados às ações e serviços públicos de saúde, para que venham a adotar procedimentos e medidas que busquem sanar eventuais irregularidades e, se for o caso, recompor o erário por eventuais prejuízos delas decorrentes.

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2 . PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

2.1. Dos Procedimentos Preliminares

Conforme exposto anteriormente, na fase de planejamento foram elaboradas as matrizes de planejamento e procedimentos, que orientaram os trabalhos de auditoria, delimitando o escopo de atuação com base em assuntos pertinentes a área de atuação desta Diretoria de Controle dos Municípios e considerando ainda o tempo disponível para a execução dos testes de auditoria necessários para a adequada análise dos achados da auditoria.

2.2. Da Auditoria in loco

Com fundamento no art. 106 da Lei Complementar Estadual nº 202/2001 - Regimento Interno e arts. 80 e 82, da Resolução TC, nº 16/94, de 21/12/1994, foi entregue requisição, solicitando a apresentação dos seguintes documentos:

- Relatório sintético com as despesas efetuadas por fonte de recurso;

- Relação das Unidades de Saúde do Município, com endereço e telefone;

- Relação dos servidores da educação com o respectivo CPF, cargo, lotação, data de admissão, nomeação e/ou transferência, data de demissão, exoneração e/ou transferência (a ser fornecida pela Secretaria de Saúde);

- Relação de servidores do Município à disposição de outros órgãos;

- Relação dos veículos da saúde, com especificação da marca, modelo e placa;

- Legislação de criação do Conselho Municipal de Saúde (CMS);

- Regimento Interno do CMS;

- Composição do CMS, acompanhado do respectivo documento comprobatório;

- Atas lavradas pelo CMS.

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3. VERIFICAÇÕES CONSTADADAS NA AUDITORIA QUE NÃO CONFIGURARAM ACHADOS

Atualmente, o Município de Penha possui as atividades de saúde descentralizadas, através do Fundo Municipal de Saúde, contando, no período em que foi auditada (06/04/2011 à 08/04/2011) com uma unidade de saúde central, onde funciona o Pronto Atendimento 24 horas; cinco postos de saúde e um centro de referência, conforme relação a seguir:

Secretária Municipal de Saúde Rua Antônio Joaquim Tavares, 460 – Centro – Penha – SC Fones: (47) 3345-8283 e (47) 3398-1533

Unidade de Saúde Central P.A. 24 horas Rua José Joaquim tavres, 40 – Centro – Penha - SC Fones: (47) 3345-1051 e (47) 3345-0002

Unidade Básica de Saúde Praia Grande Av. São João, s/n – Praia Grande – Penha – SC

Unidade Básica de Saúde Armação do Itapocorói Rua Augusto Oliveira, s/n – Armação – Penha – SC Fone: (47) 3345-9649

Unidade de Saúde Gravatá Rua Timóteo Flores, 1515 – Gravatá – Penha – SC Fone: (47) 3342-7314

Unidade de Saúde Santa Lídia Rua Geral de Santa Lídia, s/n – Santa Lídia - Penha – SC Fone: (47) 3342-7120

Unidade de São Cristovão Rua Geral de São Crsitovão, s/n – São Cristovão – Penha – SC

Centro de Referência Av. Antônio Joaquim Tavares, 460 – Centro – Penha – SC Fone: (47) 3363-7441

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3.1. Das inspeções nos postos de saúde

O Município de Penha não possui o SAMU, mas há junto a Unidade de Saúde Central o Pronto Atendimento 24 horas, que funciona até meia noite.

Após este horário, os primeiros socorros são efetuados pelo Corpo de Bombeiros e os profissionais de saúde, de plantão, são chamadas ao P.A. 24h para dar prosseguimento ao atendimento.

Em 19/11/2010, o Conselho Municipal de Saúde aprovou por unanimidade a cedência da ambulância de placa MEN 7358 ao Corpo de Bombeiros, a fim de deslocar pacientes que necessitam de transporte especial.

Além da cessão do veículo, o Conselho também aprovou, por unanimidade, o convênio firmado entre o Sistema Municipal de Saúde e o Corpo de Bombeiros do Município de Penha para realização dos serviços de transporte de pacientes. O teor do Convênio celebrado encontra-se acostado às fls. 206 à 210 dos autos.

Foram selecionados os seguintes postos de saúde para inspeção in loco:

- Posto de Saúde Gravatá;

- Posto de Saúde de Praia Grande; e

- Posto de Saúde Santa Lídia.

A primeira visita foi ao Posto de Saúde Santa Lídia. A responsável, Sra. Aline, informou que o Posto possui um pediatra que atende a cada 15 (quinze) dias; um fonoaudiólogo que presta atendimento uma vez por semana (às quartas feiras); um dentista que atende de segunda a sexta no período vespertino; e o clínico geral, que cumpre expediente no período matutino, também de segunda a sexta-feira.

As consultas especializadas são agendadas pela Unidade Central.

Prosseguindo às visitas, A Equipe de Auditoria foi ao Posto de Saúde de Gravatá, reformado em 2011, onde fomos recebidos pela Sra. Luciana, que nos informou que referido Posto dispõe de um clínico geral, o qual realiza consultas diárias em período integral, além de visitas domiciliares; um dentista que atende de segunda a sexta-feira, no período matutino, e um pediatra que vem uma vez por semana.

Foram constatados também equipamentos de ginástica em frente a referido Posto, conforme foto a seguir. O Secretário de Saúde nos informou que faz parte do

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programa „Penha Ativa‟, em que são disponibilizados nutricionista, educador físico (20h/mês) e médico cardiologista à população.

No Posto de Saúde de Praia Grande a Equipe de Auditoria foi recepcionada pela Sra. Tatiana.

Referido posto possui um clínico geral (que atende três vezes por semana) e um dentista (que atende duas vezes por semana). É realizada também a coleta de material preventivo para exame ginecológico, o qual é encaminhado a Unidade Central.

3.2 Das despesas com água, energia elétrica e telefonia

No intuito de averiguar a regularidade das despesas com serviços de fornecimento de água, energia elétrica e telefonia, solicitou-se para exame os seguintes empenhos:

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Unidade Gestora: Fundo Municipal de Saúde de Penha Competência: 01/2010 à 06/2010

Data Vl. Empenho NE Credor Histórico Empenho (R$) PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURA DE ÁGUA/ESGOTO DE IMÓVEL LOCALIZADO NA AV. ANTÔNIO

210 19/01/2010 CASAN 58,27 JOAQUIM TAVARES - 460, DESTINADO AO FUNCIONAMENTO DA SECRETARIA DE SAÚDE, NO PERÍODO DE 01/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURA DE ÁGUA/ESGOTO DE IMÓVEL LOCALIZADO NA AV. ANTÔNIO

321 15/02/2010 CASAN 58,27 JOAQUIM TAVARES - 460, DESTINADO AO FUNCIONAMENTO DA SECRETARIA DE SAÚDE, NO PERÍODO DE 02/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURA DE ÁGUA/ESGOTO DE IMÓVEL LOCALIZADO NA AV. ANTÔNIO

686 05/05/2010 CASAN 60,59 JOAQUIM TAVARES - 460, DESTINADO AO FUNCIONAMENTO DA SECRETARIA DE SAÚDE, NO PERÍODO DE 05/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURA DE ÁGUA/ESGOTO DAS UNIDADES BASICAS DE SAUDE DE:

800 02/06/2010 CASAN 613,17 GRAVATÁ, CENTRAL "PA", ARMAÇÃO, SÃO CRISTOVÃO E SANTA LÍDIA, NO PERÍODO DE 05/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURA DE ÁGUA/ESGOTO DAS UNIDADES BASICAS DE SAUDE DE:

1555 29/10/2010 CASAN 550,47 GRAVATÁ, CENTRAL "PA", ARMAÇÃO, SÃO CRISTOVÃO E SANTA LÍDIA, NO PERÍODO DE 10/2010. Total Empenho R$ 1.340,77

Unidade Gestora: Fundo Municipal de Saúde de Penha Competência: 01/2010 à 06/2010

Data Vl. Empenho NE Credor Histórico Empenho (R$) PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURAS DE CELESC DISTRIBUIÇÃO ENERGIA ELÉTRICA DESTA SECRETARIA DE SAÚDE,

227 20/01/2010 1.957,48 SA LOCALIZADA NA RUA JOSÉ JOAQUIM TAVARES, Nº40 REFERENTE 01/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURAS DE CELESC DISTRIBUIÇÃO ENERGIA ELÉTRICA DESTA SECRETARIA DE SAÚDE,

526 30/03/2010 2.428,49 SA LOCALIZADA NA RUA JOSÉ JOAQUIM TAVARES, Nº40 REFERENTE 03/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURAS DE CELESC DISTRIBUIÇÃO ENERGIA ELÉTRICA DESTA SECRETARIA DE SAÚDE,

684 05/05/2010 1.511,13 SA LOCALIZADA NA RUA JOSÉ JOAQUIM TAVARES, Nº40 REFERENTE 04/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURAS DE CELESC DISTRIBUIÇÃO ENERGIA ELÉTRICA DESTA SECRETARIA DE SAÚDE,

949 30/06/2010 801,80 SA LOCALIZADA NA RUA JOSÉ JOAQUIM TAVARES, Nº40 REFERENTE 06/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURAS DE CELESC DISTRIBUIÇÃO ENERGIA ELÉTRICA DESTA SECRETARIA DE SAÚDE,

1438 30/09/2010 880,96 SA LOCALIZADA NA RUA JOSÉ JOAQUIM TAVARES, Nº40 REFERENTE 09/2010. Total Empenho R$ 7.579,86

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Unidade Gestora: Fundo Municipal de Saúde de Penha Competência: 01/2010 à 05/2010

Vl. Data NE Credor Empenho Histórico Empenho (R$) PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE SERVIÇOS DE

229 20/01/2010 SA 1.295,06 TELEFONE DO Nº3366-8576 DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DO MES DE 01/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE SERVIÇOS DE

288 27/01/2010 BRASIL TELECOM SA 690,31 TELEFONE DO Nº3366-8576 DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DO MES DE 02/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE SERVIÇOS DE

323 18/02/2010 BRASIL TELECOM SA 2.203,05 TELEFONE DO Nº3345-0002, REFERENTE O MES DE FEVEREIRO 2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE SERVIÇOS DE

390 26/02/2010 BRASIL TELECOM SA 711,63 TELEFONE DO Nº3366-8576 DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DO MES DE 03/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE TERMO ADITIVO SERVIÇO DE TELEFONIA MÓVEL PESSOAL - SMP, COM FORNECIMENTO DE 05(CINCO) LINHAS DIGITAIS (47)91124544, 91480450, 91524507, 91774445,

427 08/03/2010 VIVO S/A 5.367,93 91827139 DE TECNOLOGIA GSM - TRI-BAND OU QUADRI- BAND, COM OS RESPECTIVOS APARELHOS EM REGIME DE COMODATO NO SISTEMA PÓS-PAGO, PARA USO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE PENHA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURA

819 11/06/2010 BRASIL TELECOM SA 59,50 TELEFÔNICA DO Nº (47) 3366-5362, REFERENTE AO PERÍODO DE 26/04/10 A 25/05/10. PPELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE SERVIÇOS DE TELEFONE DOS Nº3345-0002, 3342.7120, 3342.7314,

876 22/06/2010 BRASIL TELECOM SA 2.761,51 3345.9160, 3398.0332 E 3398.1533 DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DO MES DE 06/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURAS DE

1160 02/08/2010 BRASIL TELECOM SA 410,54 TELEFÔNICA DOS NºS (47) 3361-8350 E 3363.7441, REFERENTE AO PERÍODO DE 08/2010. Total Empenho R$ 13.499,53

De posse da relação de endereços das unidades de saúde, fornecida pelo Fundo Municipal de Saúde, indentificou-se:

Despesas com consumo de água:

NE n° Unidade de Saúde a que se refere 210 Centro de Referência 321 Centro de Referência 686 Centro de Referência FMS, Santa Lídia, Gravatá, Armação do Itapocorói e São 800 Cristovão Unidade de Saúde Central, Postos Santa Lídia, Gravatá, 1.555 Armação do Itapocorói e São Cristovão

Despesas com energia elétrica:

NE n° Unidade de Saúde a que se refere 227 Unidade Central de Saúde 526 Unidade Central de Saúde 684 Unidade Central de Saúde 949 Unidade Central de Saúde 1.438 Unidade Central de Saúde

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Despesas com telefonia:

NE n° Unidade de Saúde a que se refere 229 Unidade Central de Saúde P.A. 24 horas 288 Unidade Central de Saúde P.A. 24 horas 323 Unidade Central de Saúde P.A. 24 horas 390 Unidade Central de Saúde P.A. 24 horas 427 Celulares** 819 Unidade Central de Saúde* 876 Unidade Central de Saúde

*A Nota de Empenho n° 819 foi localizada pelo endereço como pertencente à Unidade Central de Saúde, tendo em vista que o telefone central possui vários ramais.

**A NE n° 427, no valor de R$ 5.367,93, referente aos celulares de números: (47) 9112-4544, (47) 9148-0450, (47) 9152-4507, (47) 9177-4445 e (47) 9182-7139 não foram identificados os usuários das mencionadas linhas (fls. 138 à 153). Questionado, o controlador interno, Sr. Diogo Tavares, não soube, de imediato, informar os responsáveis por estas linhas. Posteriormente, por e-mail (fl. 218) comunicou ser de responsabilidade dos seguintes usuários:

- linha n° (47) 9112-4544 – Denise Maria de Souza (Diretora Administrativa da Secretaria da Saúde);

- linha n° (47) 9148-0450 – Célia da Silva (Diretora de Vigilância Sanitária);

- linha n° (47) 9177-4445 – Célia da Silva (Diretora de Vigilância Sanitária e fiscais do respectivo departamento);

- linha n° (47) 9152-4507 – Clóvis Bergamaschi (Secretário de Saúde); e

- linha n° (47) 9182-7139 - Clóvis Bergamaschi (Secretário de Saúde).

3.3. Da inspeção dos veículos vinculados às ações e serviços públicos de saúde A fim de verificar a regularidade das despesas com a manutenção dos veículos do Fundo Municipal de Saúde, solicitou-se a relação da frota pertencente a Secretaria de Saúde, contendo a descrição do veículo e respectivas placas, bem como notas de empenho e comprovantes de despesa.

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 14 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

São os seguintes, os veículos contidos na relação (fl. 126 dos autos):

Veículo Motor Modelo Placas

Gol 1.6 2010 MGL 8127 Gol 1.6 2010 MGL 8067 Gol 1.6 2010 MGL 8047 Gol 1.0 2009 MHE 7503 Uno 1.0 2007 MHE 7966 Uno 1.0 2007 MHE 7606 Uno 1.0 2007 MHE 7076 Uno 1.0 2008/2009 MEQ 9604 Ducato 2007 MCY 7925 Ducato (ambulância) 2007 MEN 7358 Transit (ambulância) 2010 MHN 1396 Transit 2010 MHA 7956 Kombi 1.6 2008/2009 MEX 8117 Moto Yamaha XTZ 125K 2010 MGW 8287 Moto Yamaha XTZ 125K 2010 MGW 8237 Moto Yamaha YBR 125K 2007 MDO 6015 Moto Biz 100K 2005 MCR 4795 Moto Titan CG* 125K 1997 LYU 3453 *Furtada do pátio da Unidade Central de Saúde durante o exercício de 2010.

De posse da relação a Equipe de Auditoria se dirigiu à garagem da Prefeitura Municipal onde estavam abrigados os veículos do Município.

Neste local foram localizados os veículos Gol, MGL 8127; Gol, MGL 8047 e Uno MEQ 9604 devidamente identificados.

A moto modelo Biz, placa MCR 4795, pertencente ao posto de Saúde Santa Lídia foi inspecionada em frente à Prefeitura Municipal e possuía identificação.

A moto Yamaha XTZ MGW 8287 foi encontrada no pátio da Secretaria de Saúde com identificação em apenas um dos lados.

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 15 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

Do mesmo modo, os veículos Uno MHE 7606 e Uno MHE 7076, encontrados na garagem da Prefeitura Municipal possuíam identificação em apenas um dos lados.

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 16 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 17 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

Vale lembrar que, conforme fotos expostas anteriormente, apesar do veículo Uno MHE 7606 estar „abandonado‟, durante o exercício de 2010 o veículo estava em operação, havendo despesas com a manutenção do referido veículo.

Neste sentido, recomenda-se que a Unidade atente a correta identificação dos veículos mencionados, em ambos os lados.

3.4. Despesas com combustíveis apropriados na saúde

Para a exame da regularidade da apropriação de gastos com a manutenção dos veículos utilizados em serviços de saúde, bem como de possíveis deficiências no controle dos abastecimentos, foram solicitados os seguintes documentos:

a) Relação da frota do Fundo Municipal de Saúde do exercício de 2010, indicando o modelo, a marca e a placa;

b) Notas de empenho n° 22, 24, 25, 184, 189, 190, 351, 352, 383, 384, 487, 566, 858, 1037, 1038, 1335, 1445, e respectivos comprovantes da despesa:

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 18 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

Unidade Gestora: Fundo Municipal de Saúde de Penha Competência: 01/2010 à 06/2010

Vl. Data NE Credor Empenho Histórico Empenho (R$) PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 03 UND AUTO POSTO LUBRIFICANTES SINTETICO, 02 UND FILTRO E 04 UND ELF

184 15/01/2010 289,20 GIROTTO LTDA. COMPETIT, A SEREM UTILIZADOS NOS VEÍCULOS DESTA SECRETARIA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 01 UN AUTO POSTO OLEO LUBRIFICANTE, 01 UN FILTRO E 01 UN PNEU PRETINHO, A

352 26/02/2010 164,80 GIROTTO LTDA. SEREM UTILIZADOS NO VEICULO PLACAS MEN 7358 DESTA SECRETARIA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 04 UN AUTO POSTO

384 26/02/2010 275,00 OLEO LUBRIFICANTE E 02 UN FILTRO, A SEREM UTILIZADOS NO GIROTTO LTDA. VEICULO PLACAS MEX 8117 DESTA SECRETARIA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 04 UN AUTO POSTO

190 15/01/2010 345,50 OLEO LUBRIFICANTE, 02 UN FILTRO E 01 UN PNEU, A SEREM GIROTTO LTDA. UTILIZADOS NO VEICULO PLACAS MEN 7358 DESTA SECRETARIA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 01 UN AUTO POSTO

189 15/01/2010 16,90 OLEO LUBRIFICANTE, A SER UTILIZADO NO VEICULO PLACAS MCR GIROTTO LTDA. 4795 DESTA SECRETARIA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 01 UN AUTO POSTO

351 26/02/2010 17,90 OLEO LUBRIFICANTE, A SER UTILIZADO NO VEICULO PLACAS MCR GIROTTO LTDA. 4795 DESTA SECRETARIA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 05 UN AUTO POSTO

383 26/02/2010 262,80 OLEO LUBRIFICANTE E 02 UN FILTRO, A SEREM UTILIZADOS NO GIROTTO LTDA. VEICULO PLACAS 7358 DESTA SECRETARIA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE OLEOS AUTO POSTO LUBRIFICANTES, FILTROS E PALHETA, A SEREM UTILIZADOS NOS

1445 30/09/2010 505,10 GIROTTO LTDA. VEICULOS PLACAS MGL 8067, MHA 7956, MHE 7503 E MGL 8127, PERTENCENTE A ESTA SECRETARIA DE SAUDE. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 5900 AUTO POSTO

25 04/01/2010 15.094,00 LITROS DE GASOLINA COMUN, PARA FUNCIONAMENTO DO FMS, GIROTTO LTDA. COM VENCIMENTO EM 20/07/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 508 LITROS AUTO POSTO

22 04/01/2010 249,93 DE GASOLINA COMUN, PARA FUNCIONAMENTO DO FMS/PSF, COM GIROTTO LTDA. VENCIMENTO EM 20/07/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 10.371 AUTO POSTO

24 04/01/2010 9.136,83 LITROS DE DIESEL, PARA FUNCIONAMENTO DO FMS, COM GIROTTO LTDA. VENCIMENTO EM 20/07/2009. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 1.600 AUTO POSTO

858 11/06/2010 42.080,00 LITROS DE GASOLINA, PARA SER UTILIZADO PELA FROTA DE GIROTTO LTDA. VEICULOS DA SECRETARIA DE SAUDE DE PENHA/SC. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 01 UN AUTO POSTO FILTRO, 08 UN OLEO LUBRIFICANTE, 01 UN PALHETA E 01 UN PNEU

566 16/04/2010 399,20 GIROTTO LTDA. PRETINHO, A SEREM UTILIZADOS NOS VEICULOS DESTA SECRETARIA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 13 UN AUTO POSTO

1037 26/07/2010 588,60 OLEO LUB, 05 UN FILTRO, 01 UN PALHETAS, A SEREM UTILIZADOS GIROTTO LTDA. NO VEICULOS DESTA SECRETARIA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 01 UN AUTO POSTO

1038 26/07/2010 173,90 PALHETA, 03 UN OLEO LUB., 02 UN FILTRO, A SEREM UTILIZADOS GIROTTO LTDA. NO VEICULO PLACAS MEQ 9604 DESTA SECRETARIA. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE O FORNECIMENTO DE AUTO POSTO OLEO LUBRIFICANTE E FILTROS, A SEREM UTILIZADOS NOS

1335 13/09/2010 350,90 GIROTTO LTDA. VEICULOS PLACAS MEX 8117 E MHE 7503, QUE PERTENCEM A ESTA SECRETARIA DE SAÚDE. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE AQUISIÇÃO DE 10.000 AUTO POSTO

487 19/03/2010 19.800,00 LITROS DE ALCOOL COMUN, PARA FUNCIONAMENTO DO FMS, COM GIROTTO LTDA. VENCIMENTO EM 20/07/2010. Total Empenho: R$ 89.750,56

Da análise dos empenhos verificou-se que os cupons fiscais, além das informações obrigatórias, tais como quantidade e valor unitário do combustível, continham informações complementares do nº da placa do veículo abastecido, a quilometragem, nome do motorista e respectiva assinatura, conforme se pode atestar às fls. 127 a 137 dos autos. Complementarmente, o Setor de Transporte também realiza controle de consumo de combustível por veículo.

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 19 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

3.5. Da análise da folha de pagamento

A Equipe de Auditoria solicitou o detalhamento das despesas com a folha de pagamento da saúde, o qual foi fornecido através de documento (empenhos com respectiva composição por servidor) e arquivo eletrônico, sobre os quais foram realizados os testes de auditoria.

O exame consistiu na verificação da consistência entre o valor informado por meio do Sistema e-Sfinge deste TCE/SC e o registrado na contabilidade do Município.

Também foram testadas a consistência entre o valor da folha de pagamento dos profissionais da saúde, produzida pelo Setor de Pessoal (RH), com o valor empenhado pela contabilidade.

Por ocasião da inspeção in loco foi realizada entrevista com servidores da saúde, na qual foi questionada a lotação e as atribuições de servidores - conforme amostra estabelecida pela equipe de auditoria.

Da análise realizada, levando em consideração os critérios utilizados, não foram verificadas irregularidades no que tange a composição da despesa com a folha de pagamento da saúde.

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 20 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

4. ACHADOS DE AUDITORIA

4.1. Ausência de identificação patrimonial, sem indicação expressa, por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veículo está registrado, contrariando o art. 120, § 1º, da Lei nº 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro), caracterizando ainda, deficiência no Sistema de Controle Interno, em contrariedade ao disposto no artigo 31 da Constituição Federal de 1988

A situação encontrada em relação ao veículo Kombi, placa MEX 8117 foi de que este não possuía identificação adesiva em ambos os lados do veículo.

O critério de análise utilizado foi o artigo 31 da Constituição Federal e artigo 120, § 1º da Lei nº 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro):

CF/88:

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

Lei 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro)

Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi- reboque, deve ser registrado perante o órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no Município de domicílio ou residência de seu proprietário, na forma da lei. § 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal somente registrarão veículos oficiais de propriedade da administração direta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de qualquer um dos poderes, com indicação expressa, por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veículo

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 21 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

será registrado, excetuando-se os veículos de representação e os previstos no art. 116.

As evidências foram a relação da frota pertencente à Secretaria de Saúde, as notas de empenho e inspeções físicas dos veículos da Prefeitura Municipal.

O efeito é o uso de veículo da municipalidade sem a identificação do Município bem como da Secretaria a que está vinculado, com a possibilidade de utilização irregular de veículo da Saúde.

O benefício da fiscalização é regularizar a situação antes demonstrada, procedendo à devida identificação do veículo.

4.2. Despesas, no montante de R$ 242,13, que não se enquadram como ações e serviços públicos de Saúde, contrariando o art.198 da CF c/c art. 77 do ADCT, art. 18, da Lei nº 8.080/90, e Resolução nº 322/2003 do Conselho Nacional de Saúde

Visando verificar a regularidade das despesas com telefone, solicitou-se para exame as seguintes notas de empenhos: 229, 288, 323, 390, 427, 819, 876 e 1160.

A situação encontrada foi a NE n° 1160, referente à fatura no valor de R$ 139,52, do fone (47) 3361-8350 não fora identificado na relação fornecida pela Unidade, bem como os nºs de empenhos 1212 e 1658 (R$ 62,05 e R$ 40,56, respectivamente) informados por meio do sistema e-Sfinge, referentes aquele número de telefone:

Unidade Gestora: Fundo Municipal de Saúde de Penha Competência: 01/2010 à 06/2010

Valor Data Vl. Empenho NE Credor Histórico Irregular Empenho (R$) (R$) PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE FATURAS DE TELEFÔNICA DOS NºS (47) 3361-

1160 02/08/2010 BRASIL TELECOM SA 410,54 139,52 8350 E 3363.7441, REFERENTE AO PERÍODO DE 08/2010. PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE SERVIÇOS DE TELEFONE DOs Nº3366.8576,

1212 20/08/2010 EMBRATEL 62,05 62,05 33637441 e 33618350 NO PERÍODO DE 27/07/2010 a 19/08/10 PELA DESPESA EMPENHADA REFERENTE

1658 26/11/2010 EMBRATEL 40,56 SERVIÇOS DE TELEFONE DOs Nº3366.8576 E 40,56 33618350 NO PERÍODO 11/2010. Total: R$ 242,13

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 22 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

O critério de análise utilizado foi o artigo 18, da Lei nº 8.080/90, bem como a Quinta e Sexta Diretrizes da Resolução CNS nº 322/2003.

Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:

I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde;

II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual;

III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho;

IV - executar serviços:

a) de vigilância epidemiológica; b) vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; d) de saneamento básico; e e) de saúde do trabalhador;

V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde;

VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las;

VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;

VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;

IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;

X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;

XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;

XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação.

Quinta Diretriz: Para efeito da aplicação da Emenda Constitucional nº 29, consideram-se despesas com ações e serviços públicos de saúde aquelas com pessoal ativo e outras despesas de custeio e de capital, financiadas pelas três esferas de governo, conforme o disposto nos artigos 196 e 198, § 2º, da Constituição Federal e na Lei n 8.080/90, relacionadas a

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 23 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

programas finalísticos e de apoio, inclusive administrativos, que atendam, simultaneamente, aos seguintes critérios:

I – sejam destinadas às ações e serviços de acesso universal, igualitário e gratuito;

II – estejam em conformidade com objetivos e metas explicitados nos Planos de Saúde de cada ente federativo;

III – sejam de responsabilidade específica do setor de saúde, não se confundindo com despesas relacionadas a outras políticas públicas que atuam sobre determinantes sociais e econômicos, ainda que com reflexos sobre as condições de saúde.

Parágrafo Único – Além de atender aos critérios estabelecidos no caput, as despesas com ações e serviços de saúde, realizadas pelos Estados, Distrito Federal e Municípios deverão ser financiadas com recursos alocados por meio dos respectivos Fundos de Saúde, nos termos do Art. 77, § 3º do ADCT.

Sexta Diretriz: Atendido ao disposto na Lei 8.080/90, aos critérios da Quinta Diretriz e para efeito da aplicação da EC 29, consideram-se despesas com ações e serviços públicos de saúde as relativas à promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, incluindo:

I - vigilância epidemiológica e controle de doenças; II - vigilância sanitária; III - vigilância nutricional, controle de deficiências nutricionais, orientação alimentar, e a segurança alimentar promovida no âmbito do SUS; IV - educação para a saúde; V - saúde do trabalhador; VI - assistência à saúde em todos os níveis de complexidade; VII - assistência farmacêutica; VIII - atenção à saúde dos povos indígenas; IX - capacitação de recursos humanos do SUS; X - pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde, promovidos por entidades do SUS; XI - produção, aquisição e distribuição de insumos setoriais específicos, tais como medicamentos, imunobiológicos, sangue e hemoderivados, e equipamentos; XII - saneamento básico e do meio ambiente, desde que associado diretamente ao controle de vetores, a ações próprias de pequenas comunidades ou em nível domiciliar, ou aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), e outras ações de saneamento a critério do Conselho Nacional de Saúde; XIII - serviços de saúde penitenciários, desde que firmado Termo de Cooperação específico entre os órgãos de saúde e os órgãos responsáveis pela prestação dos referidos serviços.

XIV – atenção especial aos portadores de deficiência.

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 24 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

XV – ações administrativas realizadas pelos órgãos de saúde no âmbito do SUS e indispensáveis para a execução das ações indicadas nos itens anteriores;

§ 1 No caso da União, excepcionalmente, as despesas com ações e serviços públicos de saúde da União financiadas com receitas oriundas de operações de crédito contratadas para essa finalidade poderão integrar o montante considerado para o cálculo do percentual mínimo constitucionalmente exigido, no exercício em que ocorrerem.

§ 2 No caso dos Estados, Distrito Federal e Municípios, os pagamentos de juros e amortizações decorrentes de operações de crédito contratadas a partir de 1.01.2000 para custear ações e serviços públicos de saúde, excepcionalmente, poderão integrar o montante considerado para o cálculo do percentual mínimo constitucionalmente exigido.

As evidências consistiram na relação das unidades de saúde contendo endereço e respectivos telefones, nas notas de empenho e respectivos comprovantes de despesa, além de entrevistas com o controlador interno e consultas ao sistema e-Sfinge.

O efeito é a apropriação indevida de despesas com a prestação de serviços de telefonia na Saúde, vez que a relação fornecida não contempla aquele número de telefone, resultando informações distorcidas em relação à aplicação dos recursos destinados às ações e serviços públicos de saúde.

O benefício é a possibilidade da adoção de medidas que visem ao saneamento da irregularidade encontrada e a evitar a repetição de fatos semelhantes, bem como proporcionar a geração de informações escorreitas.

4.3. Despesas com adiantamento para pronto pagamento, no valor de R$ 500,00, sem a devida prestação de contas, em desacordo com os artigos 63, § 2º, III e 68 da Lei nº 4.320/64, bem como artigos 34 e 35 da Resolução TC 16/94, caracterizando ainda deficiência no sistema de controle interno

No intuito de verificar a regularidade da despesa com adiantamento a motorista da Secretaria da Saúde, destinada a pagamento de pequenas despesas em viagem a para transportar paciente, solicitou-se para exame a NE n° 204/2010, no valor de R$ 500,00.

A situação encontrada foi ausência de prestação de contas, bem como os devidos comprovantes de despesa junto ao referido empenho, conforme fls. 214 a 217 dos autos.

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 25 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

O critério utilizado na análise foram os artigos 63, § 2º, III e 68 da Lei nº 4.320/64, bem como artigos 34 e 35 da Resolução TC 16/94.

A evidência consistiu na falta de documentação referente a prestação de contas dos recursos antecipados e a nota de empenho.

O efeito é a ausência de prestação de contas do adiantamento fornecido e consequente ausência de comprovação da liquidação da despesa.

O benefício é a possibilidade da adoção de medidas que visem ao saneamento da irregularidade encontrada e a evitar a repetição de fatos semelhantes, bem como diante da ausência da prestação de contas, o devido ressarcimento ao erário.

4.4. Do Conselho Municipal de Saúde

4.4.1. Deficiência na atuação do Conselho Municipal de Saúde, com descumprimento a Quarta e Quinta Diretriz da Resolução do CNS nº 333, de 4 de novembro de 2003 e artigo 7º do Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde de Penha

A situação encontrada foi a de que o Conselho Municipal de Saúde não atua conforme preceitua a Resolução do CNS nº 333, de 4 de novembro de 2003 e artigo 7º do Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde de Penha. Além de não reunir-se mensalmente, não faz o exame da aplicação dos recursos destinados à Saúde.

Atendendo à solicitação da equipe de auditoria, foram fornecidas as atas das reuniões do Conselho Municipal de Saúde, que ocorreram no exercício de 2010. Da análise destes documentos, constatou-se que não houve reuniões nos meses de janeiro, abril e junho de 2010.

De acordo com a Quarta Diretriz da Resolução CNS nº 333, de 04 de novembro de 2003, que trata da estrutura e funcionamento dos Conselhos de Saúde, as reuniões devem ser realizadas mensalmente.

Ressalta-se, ainda, que não foram elaborados os pareceres sobre a aplicação dos recursos com as ações e serviços de saúde.

Conforme artigo 13 do Regimento Interno do Conselho de Saúde do Município, referido Conselho delibera por Resoluções (fls. 224 a 228), contudo, nestas, não há indicação do exame da aplicação dos recursos destinados à saúde no exercício de 2010.

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 26 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

O critério utilizado está disposto na e Quarta e Quinta Diretrizes da Resolução CNS nº 333, de 04 de novembro de 2003.

Resolução CNS nº 333/2003: Quarta Diretriz: (...) V - O Plenário do Conselho de Saúde que se reunirá, no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, funcionará baseado em seu Regimento Interno já aprovado. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência. As reuniões plenárias são abertas ao público. [grifamos]

Quinta Diretriz: (...) XIV - Fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os transferidos e próprios do Município, Estado, Distrito Federal e da União. XV - Analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a prestação de contas e informações financeiras, repassadas em tempo hábil aos conselheiros, acompanhado do devido assessoramento. XVI - Fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e dos serviços de saúde e encaminhar os indícios de denúncias aos respectivos órgãos, conforme legislação vigente. XVII - Examinar propostas e denúncias de indícios de irregularidades, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito de deliberações do Conselho, nas suas respectivas instâncias.

Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde de Penha:

Art. 7º - O Conselho Municipal de Saúde funcionará em local previamente designado e se reunirá ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente, quando convocado pelo presidente ou por 50% mais dos Conselheiros.

As evidências foram extraídas do exame in loco e das atas referentes as reuniões realizadas, bem como Resoluções do Conselho Municipal de Saúde (fls. 224 a 228).

O efeito é a possibilidade de aplicação dos recursos financeiros de forma irregular, assim como a execução das políticas de saúde em desacordo com o estipulado previamente nos instrumentos de planejamento governamental.

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 27 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

O benefício da fiscalização ocorreu pela orientação e contato mantido junto à Secretaria de Saúde e controle interno e contabilidade, conscientizando os setores responsáveis acerca da importância da atuação efetiva do Conselho Municipal de Saúde.

4.4.2. Escolha do Presidente do Conselho Municipal de Saúde em desacordo com o previsto na Terceira Diretriz da Resolução nº 333 de 04/11/2003, que cria, reformula, estrutura e define o funcionamento dos Conselhos de Saúde

A situação encontrada demonstrou que o Presidente do Conselho Municipal de Saúde no Município de Penha é definido de acordo com o previsto no art. 4º, § 10 do Regimento Interno, onde define que „o Secretário Municipal de Saúde participará do Conselho Municipal de Saúde na qualidade de seu Presidente‟.

Este critério de escolha do Presidente fragiliza a independência de que deve gozar o Conselho Municipal de Saúde ao fiscalizar a aplicação dos recursos, pois como pode haver imparcialidade na avaliação da aplicação no uso dos recursos da saúde se o Presidente do Conselho é subordinado direto do Prefeito Municipal ou ainda sendo o Presidente do Conselho, Secretário da Saúde e Gestor do Fundo é ele mesmo quem aplica os recursos e avalia a própria aplicação.

O critério utilizado é a Resolução nº 333 de 04/11/2003, que trata da organização dos Conselhos, que em sua Terceira Diretriz, determina que o Presidente será eleito entre os Membros do Conselho, em Reunião Plenária.

Resolução nº 333/2003, Terceira Diretriz:

Terceira Diretriz: A participação da sociedade organizada, garantida na Legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive em seus aspectos econômicos e financeiros. A legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários, em relação ao conjunto dos demais segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto por representantes de usuários, de trabalhadores de saúde, do governo e de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu Presidente eleito entre os membros do Conselho, em Reunião Plenária. (Grifamos)

As evidências foram extraídas pela análise efetuada no Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde (fls. 165 a 170).

O efeito é a perda de isenção que deve ter o Conselho Municipal da Saúde ao analisar a prestação de contas dos recursos aplicados na saúde, tendo em vista que o Presidente do Conselho é o Secretário da Saúde, ou seja, perante o Conselho o Ordenador da despesa é fiscalizado por ele mesmo.

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O benefício da fiscalização virá com a escolha do Presidente do Conselho de acordo com o previsto na legislação e normas superiores em vigor.

5. DESPESAS QUE DEVERÃO SER EXPURGADAS DO MONTANTE DAS DESPESAS A SEREM CONSIDERADAS COMO AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE NO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS, DO EXERCÍCIO DE 2010, PRESTADAS PELO PREFEITO

Conforme exposto nos achados apontados nos itens 4.2 e 4.3, deste Relatório, deverão ser excluídos do montante de gastos com ações e serviços públicos de saúde, quando da análise da Prestação de Contas do Prefeito, relativo ao exercício de 2010:

 O valor de R$ 742,13, referente às despesas empenhadas na função saúde, mas que não se referem a gastos com Ações e Serviços Públicos de Saúde.

6. CONCLUSÃO

Considerando as questões previamente estabelecidas na matriz de planejamento de auditoria e aplicando os procedimentos propostos, foram encontradas evidências de irregularidades nas despesas realizadas no exercício de 2010 com a função saúde e deficiência na atuação do Sistema de Controle Interno do Município relativamente às questões analisadas.

Identificou-se como ponto de deficiência no Controle Interno, a falta de identificação patrimonial do veículo Kombi MEX 8117, o qual não possuía indicação expressa, por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do Fundo Municipal de Saúde.

Os veículos Uno, MHE 7606, Uno, MHE 7076 e moto Yamaha MGW 8287 possuíam identificação adesiva em apenas um dos lados.

Verificou-se também, despesas com serviços de telefonia fixa empenhadas como gasto com ações e serviços de saúde, mas que não se referiam à linha pertencente a unidade de saúde do Município.

Constatou-se, ainda, a concessão de adiantamento de recursos a motorista da saúde sem a devida prestação de contas.

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Com relação aos aspectos formais (liquidação da despesa e respectivos comprovantes), as despesas com combustíveis, de modo geral, apresentaram-se regulares, constando dos cupons fiscais a quilometragem, placa do veículo, nome do motorista responsável pelo veículo, além da assinatura deste.

No tocante a constituição e funcionamento do Conselho Municipal de Saúde, verificou-se que apesar de constituído formalmente, não atuou satisfatoriamente no exercício de 2010, uma vez que não realizou as reuniões mensais conforme previsto no Regimento Interno de referido Conselho. Ademais, não foi elaborado parecer sobre a aplicação dos recursos com as ações e serviços de saúde.

7. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

À vista do exposto no presente Relatório, referente ao resultado da auditoria ordinária “in loco” realizada no Fundo Municipal de Saúde de Penha, com alcance ao exercício de 2010, entende a Diretoria de Controle dos Municípios – DMU, com fulcro nos artigos 59 e 113 da Constituição do Estado c/c o artigo 1º, inciso III da Lei Complementar n.º 202/2000, que possa o Excelentíssimo Sr. Relator, por despacho singular:

7.1 - DETERMINAR à Divisão de Protocolo - DIPRO, da Secretaria Geral, a conversão dos autos em Tomada de Contas Especial, para posterior remessa à Diretoria de Controle dos Municípios - DMU, para que se proceda à citação dos Responsáveis mencionados no item 7.1.1, nos termos do art. 34, caput da Resolução n.º 06/2001 – Regimento Interno do Tribunal de Contas, c/c a Decisão Normativa n.º 04/2007, para, no prazo de 30 (trinta) dias a contar do recebimento desta:

7.2 – DEFINIR a Responsabilidade Solidária, nos termos do art. 15, I, da Lei Complementar n.º 202/00, do Sr. Clóvis Bergamaschi, do Sr. Diogo Simões Tavares e do Sr. Orêncio Vieira pela irregularidade elencada no item 4.3.

NOME CARGO CPF ENDEREÇO PERÍODO Valor R$ Clóvis Secretário 146.702.679-49 Rua Sérgio Exercício de Bergamaschi Municipal da Antônio Leandro, 2010 Saúde e nº 263, Praia Gestor do Alegre-Centro, 500,00 Fundo Penha – CEP Municipal de 88.385-000 Saúde

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Diogo Controlador 027.759.619-08 Rua Lacy Batista Exercício de Simões Interno do Ferreira, nº 216, 2010 500,00 Tavares Município de Gravatá, Penha - Penha CEP: 88.385-000 Orêncio Motorista 246.600.439-91 Rua Tiradentes, Exercício de Vieira n° 70, Centro, 2010 500,00 Penha/SC, CEP 88.385-000

7.2.1 – Apresentar alegações de defesa, quanto aos itens abaixo relacionados, passíveis de imputação de débito e cominação de multa, nos termos do art. 68 da Lei Complementar nº 202/2000:

7.2.1.1 - despesas com adiantamento para pronto pagamento, no valor de R$ 500,00, sem a devida prestação de contas, em desacordo com os artigos 63, § 2º, III e 68 da Lei nº 4.320/64, bem como artigos 34 e 35 da Resolução TC 16/94, caracterizando ainda deficiência no sistema de controle interno (item 4.3).

7.3 – DETERMINAR que se proceda à citação do Sr. Clóvis Bergamaschi – Secretário Municipal de Saúde, Gestor do Fundo Municipal de Saúde e Presidente do Conselho Municipal de Saúde, no exercício de 2010, CPF 146.702.679-49, residente à Rua Sérgio Antônio Leandro, nº 263, Praia Alegre, Centro – Penha – CEP 88.385-000 e do Sr. Diogo Simões Tavares – Controlador Interno do Município de Penha, no exercício de 2010, CPF 027.759.619-08, residente à Rua Lacy Batista Ferreira, nº 216, Gravatá, Penha – CEP 88.385-000, com posterior remessa dos autos à Diretoria de Controle dos Municípios – DMU, para, no prazo de 30 (trinta) dias a contar do recebimento desta:

7.3.1 – Apresentar justificativas relativamente às restrições abaixo especificadas, passíveis de cominação de multas capituladas no art. art. 69 c/c 70 da Lei Complementar n.º 202/2000:

7.3.1.1 - ausência de identificação patrimonial, sem indicação expressa, por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veículo está registrado, contrariando o art. 120, § 1º, da Lei nº 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro), caracterizando ainda, deficiência no Sistema de Controle Interno, em contrariedade ao disposto no artigo 31 da Constituição Federal de 1988 (item 4.1).

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 31 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

7.4 – DETERMINAR que se proceda à citação do Sr. Clóvis Bergamaschi – Secretário Municipal de Saúde, Gestor do Fundo Municipal de Saúde e Presidente do Conselho Municipal de Saúde, no exercício de 2010, CPF 146.702.679-49, residente à Rua Sérgio Antônio Leandro, nº 263, Praia Alegre, Centro – Penha – CEP 88.385-000, com posterior remessa dos autos à Diretoria de Controle dos Municípios – DMU, para, no prazo de 30 (trinta) dias a contar do recebimento desta:

7.4.1 – Apresentar justificativas relativamente às restrições abaixo especificadas, passíveis de cominação de multas capituladas no art. art. 69 c/c 70 da Lei Complementar n.º 202/2000:

7.4.1.1 - deficiência na atuação do Conselho Municipal de Saúde, com descumprimento a Quarta e Quinta Diretriz da Resolução do CNS nº 333, de 4 de novembro de 2003 e artigo 7º do Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde de Penha (item 4.4.1);

7.4.1.2 - despesas, no montante de R$ 242,13, que não se enquadram como ações e serviços públicos de Saúde, contrariando o art.198 da CF c/c art. 77 do ADCT, art. 18, da Lei nº 8.080/90, e Resolução nº 322/2003 do Conselho Nacional de Saúde (item 4.2);

7.4.1.3 - escolha do Presidente do Conselho Municipal de Saúde em desacordo com o previsto na Terceira Diretriz da Resolução nº 333 de 04/11/2003, que cria, reformula, estrutura e define o funcionamento dos Conselhos de Saúde (item 4.4.2).

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 32 TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA fls. DIRETORIA DE CONTROLE DOS MUNICÍPIOS – DMU ______

7.5 - DETERMINAR à Diretoria de Controle dos Municípios - DMU, que dê ciência deste despacho, com remessa de cópia do Relatório de Inspeção n.º 1.564/2011 aos responsáveis, Sr. Clóvis Bergamaschi, Secretário Municipal de Saúde e Gestor do Fundo Municipal de Saúde de Penha, ao Sr. Diogo Simões Tavares, Controlador Interno do Município no exercício 2010 e ao Sr. Orêncio Vieira, Motorista.

É o Relatório.

TCE/DMU, em 11 de agosto de 2011.

Verônica Lima Corrêa Thaisy Maria Assing Auditora Fiscal de Controle Externo Auditora Fiscal de Controle Externo

Sérgio Ricardo Maciel Auditor Fiscal de Controle Externo Coordenador da Equipe

De acordo, 11/08/2011.

Cristiane de Souza Reginatto Coordenadora de Controle Inspetoria 1

Processo RLA 11/00189820 – Fundo Municipal de Saúde de Penha – Relatório de Instrução 33