INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS Programa Integrado de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais

FILOGEOGRAFIA DE HOEDEMAN, 1962 (: RHAMPHICTHYIDAE) AO LONGO DO MÉDIO RIO NEGRO, AMAZÔNIA

RENATA SCHMITT

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Manaus, Amazonas Setembro, 2005 SlBLIOma m

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS Programa Integrado de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais 1

FILOGEOGRAFIA DE Hypopygus lepturus HOEDEMAN, 1962 (GYMNOTIFORMES: RHAMPHICTHYIDAE) AO LONGO DO MÉDIO RIO NEGRO, AMAZÔNIA

RENATA SCHMITT

ÍN

Manaus, Amazonas Setembro, 2005 'nn-r:A BIBLiOÍECfl DO liíPjl

RENATA SCHMITT

FILOGEOGRAFIA DE Hypopygus lepturus HOEDEMAN, 1962 (GYMNOTIFORMES; RHAMPHICTHYIDAE) AO LONGO DO MÉDIO RIO NEGRO, AMAZÔNIA

JOSÉ ANTÔNIO ALVES GOMES, Ph.D.

Dissertação apresentada ao Programa Integrado de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais do convênio INPA/UFAM, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas, área de concentração em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva.

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Manaus, Amazonas Setembro, 2005 FICHA CATALOGRAFÍCA

S355 Schmítt, Renata

Filogeografia de Hypopygus lepturus Hoedeman, 1962 (Gymnotiformes: Rhamphicthyidae) ao longo do médio rio Negro, Amazônia: notas sobre especiaçâo em Hypopygus / Renata Schmítt. - Manaus, 2005.

XIX+143 p.

Dissertação de Mestrado — INPA/UFAM, Manaus, 2005.

1. Peixe elétrico - Filogenia - Amazônia 2. Peixe elétrico - Variabilidade genética I. Título

CDDIG.ed. 597.50415

Sinopse:

A posição filogenética do ciado Steatogenini (Gymnotiformes: Rhamphicthyidae) foi determinada fundamentada em seqüências de marcadores genéticos mitocondriais (128 e 168) e nuclear (RAG1). Adicionalmente, a variabilidade genética e o padrão de distribuição das linhagens genéticas de Hypopygus lepturus foram estudados a partir do seqüenciamento da região controle de indivíduos coletados em oito igarapés ao longo do médio rio Negro. Os resultados corroboraram o monofiletismo de Steatogenini e revelaram que o ciado está posicionado dentro da família Rhamphicthyidae, ainda mostraram que Hypoygus apresenta espécies não escritas e que H. lepturus é um complexo de espécies (com pelo menos três linhagens distintas). Estas linhagens apresentam, além da diferenciação genética, também diferenciação quanto a DOE. Ainda foram evidenciados indícios de diferenciação populacional em cada linhagem de H lepturus nas localidades amostradas.

Palavras-chave: peixes elétricos, complexo de espécies, espécies crípticas, biodiversidade, filogenia molecular, RAG1, DNA mitocondrial, região controle e Descarga do Órgão Elétrico (DOE). Jíos meuspais, íMaríbva (P. Scümitt e

IV AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta dissertação. Em especial quero agradecer aos meus Pais, Marlova P. Schmitt e Renato U. Schmitt, por terem me incentivado, apoiado e acreditado no meu "Sonho Amazônico", até mesmo antes de ele ter se tornado uma realidade para mim. Obrigada por terem sido capazes de me criarem para a vida, mas principalmente pelo amor incondicional compartilhado nos momentos de alegria e que também sempre me confortou durante as dificuldades, não apenas neste período, mas por toda a minha trajetória. Pai, mãe, eu AMO vocês! Ao Rafa, pelo seu carinho, atenção. Idéias e por ter sido meu "ombro" em todas situações. Obrigada por ter me indicado o caminho e também ter me proporcionado coragem para buscar minha estrada. Valeu pelas coletas, apoio, compreensão, cumplicidade e dedicação. Agradeço ao meu orientador, José A. Alves Gomes, por ter me recebido em seu laboratório e sempre ter depositado total confiança em mim e no meu trabalho. Obrigada por mesmo na sua ausência forçada ter sido um VERDADEIRO orientador (não apenas nas questões acadêmicas como também na vida), tendo sensibilidade para identificar o momento oportuno da cobrança e principalmente pelas palavras de conforto e apoio nas ocasiões de desespero. Muito obrigada pela oportunidade, pela orientação, pelas produtivas "discussões de bar" e especialmente pela sua amizade. À minha família: Gabriel, Carmen, vó Maria e vó Ady que mesmo de longe sempre torceram e acreditaram no meu sucesso. À Rose pelo carinho, torcida e dedicação. À minha grandíssima e querida amiga Mary, sempre presente me apoiando, incentivando e aconselhando. Valeu o seu companheirismo, a sua cumplicidade e até mesmo as palavras duras que muitas vezes tiveram o papel mais do que importante e necessário de me fazer parar, reconhecer uma escolha equivocada e retomar a caminhada com os pés no chão... Ao pessoal do Laboratório Temático de Biologia Molecular do INPA: Graci, Xandra, Lú Ciça Nayara, Kakau, Wandinho, Kayser, Ketien, lamili, Rose, Rebeca e Fafá pela convivência e ajuda no laboratório. Em especial quero agradecer à Taty pela sua ajuda, amizade companheirismo e confiança e também à Audrey, Carlos e mais recentemente ao Giuiiano Agradeço à Jac e à Kyara também pela ajuda, amizade e confiança, pelas

V sugestões para a conclusão deste trabalho e principalmente por terem me recebido de braços abertos no laboratório. Ao pessoal do Laboratório de Fisiologia Comportamental: Evandro, Chris Cristiano, Paulo e especialmente: ao David pela amizade e apoio; Dani pela presença, convivência e carinho; Beto por estar sempre presente e tentar soluções para tudo; Adília por sua amizade e sinceridade; Renata também por sua amizade, sensibilidade e cumplicidade. À Carla e à Taci pela convivência, amizade e discussões filosóficas acaloradas pelas nossas intermináveis madrugadas. Aprendi muito com vocês... Ao pessoal da "Casa dos Artistas" pela amizade e acolhida durante meus primeiros meses em Manaus: Andréia, Massa (Guilherme), Mapim (Alexandre), Heitor, Hádamo e Gabiru (Leandro). Aos meus colegas de caminhada e amigos do GComBEV Will, André, Wancley, Márcia, Cafurão (Ivanildo), Dani (Dutra), Dani (Barros), Dani (Raid), Dani (Toffoli), Waleska , Joana pelas discussões, apoio e convivência e, também à Eliana Feldberg e Jorge Porto Aos meus amigos do Laboratório 122a do Departamento de Genética da UFRGS e do Centro de Biologia Genõmica e Molecular da PUCRS: Valéria, Ana Helena, Cláudia, André, Patrícia, Ângela, Láci, Salzano, Cladi, Mary, Beta, Cuca, Fernanda, Paulinho, Daniel, Felipe, Peter, Josi, Maurício, Jomar e em especial à Lutécia, Nelson, Jaque, Loreta e Sandro, personagens fundamentais na minha formação. A todas as fontes de fomento que tornaram possível a execução deste projeto como: The Offíce ofthe President, Hunter College (CUNY), pela viabilização das coletas; ao IMPA sob o âmbito do PPI 1-0405 e ao projeto PIRADA, FAPEAM processo 902/2003 Ao Programa Integrado de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais INPA/UFAM, pela oportunidade e contribuição em minha formação acadêmica e à CAPES pela concessão da bolsa de mestrado.

Muito obrigada.

VI RESUMO

O presente trabalho foi dividido em dois capítulos: no capítulo I foi realizado

um estudo sobre o posicionamento filogenético do ciado Steatogenini (formado pelos

gêneros Hypopygus Hoedeman, Stegostenopos Triques, e Boulenger)

por meio da análise de seqüências mitocondriais e nuclear. No capítulo II, realizou-

se um estudo sobre a diferenciação genética em Hypopygus lepturus

(Gymnotiformes: Rhamphicthyidae) fundamentado na análise de seqüências da

região controle do DNA mitocondrial de exemplares coletados em oito tributários ao longo do médio rio Negro. As análises confirmaram o monofiletismo de Steatogenini, porém, ao contrário da visão tradicional, determinaram seu posicionamento dentro

da família Rhamphicthyidae. Estas análises mostraram que o gênero Hypopygus é

constituído de um número maior de espécies do que previamente descrito na

literatura e que H. lepturus é, do ponto de vista genético, um complexo de espécies

em processo de diferenciação. Análises complementares da DOE do complexo H. lepturus mostram que, das linhagens identificadas, uma tem a DOE totalmente

diferenciada das restantes. Ao mesmo tempo, as linhagens com DOEs sobrepostas

tendem a não ocorrer simpatricamente. Os resultados discutidos na dissertação

constituem um exemplo da importância de estudos populacionais de peixes para o

entendimento dos processos evolutivos associados à diversidade ictiofaunística na

Amazônia.

VII ABSTRACT

The present work was conducted in two chapters: on chapter one a study

about the phylogenetic position of the clade Steatogenini (formed by the genus Hypopygus Hoedeman, Stegostenopos Triques, e Steatogenys Boulenger) were

carried out based on nuclear and mitochondriai DNA sequences. On chapter two, a

study about the genetic differentiation on Hypopygus lepturus (Gyrnnotiformes: Rhamphicthyidae), sampled In 8 "igarapés" on the middie Rio Negro, was conducted based on control region mitochondriai DNA sequences. The analyses confirmed the monophily of Steatogenini, although, oppose to the traditional classification, the analyses shown that the clade is indeed part of the family Rhamphicthyidae. Besides, the resuits shown that the genus Hypopygus is more specious than thought, and that H. lepturus is a species complex in differentiation, from the genetic point of view. Complementary analyses on the H. lepturus species complex EOD shown that one of the lineages identified is very differentiated of the others ones. At the same time, the lineages with overlapping EODs are almost totally alopatric. The resuits discussed on this dissertation are an example of how important is fish population studies to understanding the evolutionary process related to the freshwater diversity on

Amazon.

VIII índice

FICHA CATALOGRÁFICA III AGRADECIMENTOS V RESUMO VII ABSTRACT VIII LISTA DE TABELAS XII LISTA DE FIGURAS XV INTRODUÇÃO 1 Gym notiformes 2 O gênero Hypopygus Hoedeman, 1962 6 Marcadores moleculares 11 O gene nuclear RAG1 11 O DNA mitocondríal 12 CAPÍTULO 1 15 Fllogenia de Steatogenini Albert, 2001 (Gymnotiformes: Rhamphicthyidae) de acordo com marcadores genéticos mitocondriais e nuclear com notas sobre a diversidade no gênero Hypopygus Hoedeman, 1962 15 1.1. íNTRODUÇÃO 15 1.2. OBJETiVO 19 1.2.1. Objetivos específicos 19 1.3. MATERiAL E MÉTODOS 20 1.3.1. Procedimentos laboratoriais 22 a) Extração de DNA 22 b) Amplificaçâo dos fragmentos de DNA 23 c) Purificação e Seqüenciamento de DNA 27 1.3.2. Análises dos Dados 28 a) Edição e alinhamento das seqüências 28 b) Análises filogenéticas 28 c) Distância genética 31 1.4. resultados 32 1.4.1. Seqüências de DNA 32 1.4.2. Divergência a partir de distância 32

IX 1.4.3. Análises filogenéticas(RAG1) 39 1.4.4. Análises filogenéticas(12S16S) 39 1.5. DISCUSSÃO 45 1.5.1. Divergência a partir da distância genética 46 1.5.2 Análises filogenéticas 48 1.6. CONCLUSÕES 51 CAPÍTULO II 53 Fílogeografía de Hypopygus lepturus Hoedeman, 1962 (Gymnotíformes: Rhamphicthyidae): um grupo de peixes elétricos Neotropicais de diversidade compiexa 53 2.1. INTRODUÇÃO 53 2.2. OBJETIVO 56 2.2.1 - Objetivos Específicos 56 2.3. MATERIAL E MÉTODOS 57 2.3.1. Área de estudo 57 2.3.2. Delineamento amostrai 58 2.3.3. Procedimentos de campo e gravação da DOE 60 2.3.4. Procedimentos laboratoriais 63 2.3.5. Análise dos Dados 64 a) Edição e alinhamento das seqüências 64 b) Análises filogenéticas 64 c) Análise Filogeográfica de Ciados Inseridos(NCRA) 66 d) Análises de diversidade populacional 67 e) Análise de Variância Molecular(AMOVA) 68 f) Análise da DOE 69 2.4. RESULTADOS 70 2.4.1. Estimativa do número de hapiótipos e análises filogenéticas 72 2.4.2. Divergência entre as linhagens 80 2.4.3. Análise Filogeográfica de Ciados Inseridos(NCPA) 81 2.4.4. Análises de diversidade populacional 88 2.4.5. AMOVA e estrutura genética 89 2.4.6. Análise da Descarga do Órgão Elétrico(DOE) 91 2.5. DISCUSSÃO 2.5.1. Seqüências de DNA

X 2.5.2. Análises fllogenéticas e da DOE. 95 2.5.3. Divergência genética 99 2.5.4. Diversidade populacional 100 2.5.5. Diferenciação populacional e NCPA 101 2.5.6. Considerações finais 103 2.6. CONCLUSÕES 105 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 106

ANEX01 115

ANEXO 2 117

ANEXOS 122 ANEXO 4 126 ANEXOS 136 ANEXOS 142

XI LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Lista de espécies, localidade de coleta e origem das seqüências de DNA utilizadas no presente trabalho 21

Tabela 2- Lista das seqüências e referências dos prímers utilizados neste trabalho. 25

Tabela 3 - Composição das bases nucleotídicas para cada indivíduo seqüenciado para o fragmento de RAG1 (x2 = 10,36; Df = 51 e P = 1,00) 34

Tabela 4 - Composição das bases nucleotídicas para cada indivíduo seqüenciado para os fragmentos de 12S16S (x2 = 13,43, Df = 63 e P — 1|00) 35

Tabela 5 - Matriz de distância "p" par a par entre as espécies para o conjunto de dados de RAG1. Os valores marcados com um asterisco representam a menor e a maior divergência encontrada entre indivíduos de uma mesma espécie (desconsiderando o grupo externo). Os valores destacados em cinza representam as maiores e as menores divergências apresentadas entre gêneros distintos. Já os valores destacados em preto mostram divergências intraespecíficas comparáveis às divergências apresentadas por espécies de gêneros intimamente relacionados (como no caso de H. neblinae e S. cryptogenes). Os valores em negrito chamam atenção para a divergência genética encontrada entre as espécies de Hypopygus.37

Tabela 6 - Matriz de distância "p" par a par entre as espécies para o conjunto de dados de 12S16S. Os valores marcados com um asterisco representam a menor e a maior divergência encontrada entre indivíduos de uma mesma espécie (desconsiderando o grupo externo). Os valores destacados em cinza representam as maiores e as menores divergências apresentadas entre gêneros distintos. Já os valores destacados em preto mostram divergências intraespecíficas comparáveis às divergências apresentadas por espécies de gêneros intimamente relacionados (como no caso de H. lepturus e H. neblinae). Os valores em negrito chamam atenção para a divergência genética encontrada entre as espécies de Hypopygus. 378

XII Tabela 7 - Resumo dos modelos e parâmetros estimados pelo LRT (Likelihood Ratio Test) hierárquico implementado no MODELTEST 40

Tabela 8 - Resumo com as especificações para cada conjunto de dados utilizado e as pontuações para árvores de MP e ML encontradas 42

Tabela 9 - Lista com o número de indivíduos de cada espécie por localidade amostrada que foram seqüenciados 70

Tabela 10 - Lista dos 48 hapiótipos encontrados entre os 143 indivíduos de Hypopygus lepturus seqüenciados 74

Tabela 11 - Divergência média com o desvio (S.E.) calculada dentro de cada linhagem 80

Tabela 12 - Percentual médio de divergência com o desvio (±) calculada entre as linhagens 80

Tabela 13 - Resultados da NCPA. Dc = valores da distância do ciado ao centro geográfico do ciado e Dn = distância do ciado em relação ao centro geográfico dos outros ciados no mesmo nível hierárquico. Apenas os valores significativos de Dc e Dn são mostrados 86

Tabela 14 - Resultados da chave de inferência para a análise da árvore de hapiótipos de distância geográfica de Templenton (2004) obtidos através da interpretação dos resultados mostrados na Tabela 13 87

Tabela 15 - Medidas de diversidade genética observada para a região controle do DNA mitocondrial por localidade de coleta, dos 135 indivíduos de H. lepturus. N representa o número de seqüências por localidade; H o número de hapiótipos; S o número de sítios polimórficos; h representa a diversidade gênica (haplotípica) e n,a diversidade nucleotídica 88

Tabela 16 - Medidas de diversidade genética observada para a região controle do DNA mitocondrial para as linhagens de H. lepturus e para H. neblinae. N representa o número de seqüências por linhagem; H o número de hapiótipos, S o número de

XIII sítios segregantes; h representa a diversidade gênica (haplotípica) e na diversidade nucleotídica 88

Tabela 17 - Valores de Fst obtidos entre os pares de localidades (abaixo da diagonal) e valores de Nm entre os pares de localidades (acima da diagonal) 90

Tabela 18 - Valores de Fst (abaixo da diagonal) e Nm (acima da diagonal) obtidos entre as linhagens de Hypopygus lepturus 90

Tabela 19 - Número de indivíduos seqüenciados por linhagem por localidade amostrada 90

XIV LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Área de ocorrência dos Gymnotiformes (modificado de Aibert & Campos- da-Paz, 1998) 3

Figura 2 - A) DOE tipo pulso em que o intervalo entre duas DOE consecutivas é maior que o intervalo de um único pulso. B) DOE tipo onda em que o intervalo entre duas DOE consecutivas é menor do que o intervalo de um único pulso 5

Figura 3- Forma do sinal de H. lepturus com quatro fases (F). F1 e F3 negativas e F2 e F4 positivas. Duração da DOE em torno de 3 ms e amplitude do sinal inferior a 1 V 8

Figura 4 - Esquema do genoma mitocondrial de peixes. Em verde a Região Controle (D-Loop), em marrom os 22 RNAs transportadores representados pelo código de uma letra de seus dos aminoácidos e em branco as seqüências codificadoras (genes e suas respectivas abreviações) e os dois RNAs ribossomais (indicados por setas) — 12S rRNA e 16S rRNA (modificado a partir de Meyer, 1993). 13

Figura 5 - Esquema do local de anelamento dos primers (triângulos vermelhos) nos diferentes fragmentos de DNA utilizados para este estudo. As seqüências de cada prímere a referência dos mesmos podem ser encontrados na Tabela 2. O esquema A é representativo do 12S, B do 16S e 0 de RAG1 26 Figura 6 — Comparação entre os valores médios da composição nucleotídica para cada conjunto de dados analisados. No eixo das ordenadas estão representadas as bases nucleotídicas: A (Adenina), C (Citosina), G (Guanina) e T (Timina). No eixo das abscissas estão representados os valores percentuais de composição nucleotídica. Em cinza as porcentagens de cada nucleotídeo para RAG1 que são 24 16%; 25,30%; 28,66% e 21,88% respectivamente para A, C, G e T. Em listrado a representação para o conjunto de dados de 12S16S, sendo os valores percentuais de 29,76%; 26,97%; 22,90% e 20,37% respectivamente para A, C, G e T 36

XV Figura 7 - Gráficos de saturação (número absoluto de TS e TV em função da divergência genética entre as seqüências calculada a partir da distância p não corrigida) obtidos para RAG1 (A) e 12S16S (B), onde "TS" corresponde às transições e "TV" às transversões 41

Figura 8 - Topologia única obtida através dos métodos de MP e ML para o gene nuclear RAG1. Os números acima de cada ramo referem-se respectivamente, aos valores de bootstrap (>50%) para MP obtidos com 100 réplicas, para os esquemas de peso TS1TV1 e TS1TV2. Os valores abaixo dos ramos suportam a robustez de cada nó na árvore de ML, também obtida com 100 réplicas. As barras representam a classificação para Rhamphichthyoidea (segundo Mago-Leccia, 1994 e Albert, 2001): amarelo a família e em verde a família . Os retângulos amarelo e verde apresentam os agrupamentos filogenéticos resultantes nesse trabalho. O círculo em vermelho chama atenção para a tribo Steatogenini. Outras informações quanto à topologia podem ser encontradas na Tabela 6 43

Figura 9 - Topologias obtidas com a análise do conjunto de dados de 12S16S. As barras ao lado dos tàxons representam a classificação para Rhamphicthyoidea (segundo Mago-Leccia, 1994 e Albert, 2001). Amarelo a família Rhamphicthyidae em verde a família Hpopomidae. Os retângulos amarelo e verde apresentam os agrupamentos filogenéticos resultantes nesse trabalho. A) Topologia representando os grupos que se mantiveram constantes nas análises de MV e MP, está última apenas com os esquemas de peso TS1TV1, TS1TV1GP1 e TS1TV2GP2 (consenso estrito para cada procura). B) Grupos que se mantiveram constantes entre MV e MP quando considerada a busca realizada com o esquema de peso TS1TV2. Mais detalhes quanto às árvores podem ser encontrados na Tabela 6 44

Figura 10 - Na imagem geral da área de estudo, as retas verticais definem as quatro sub-regiões amostradas e os círculos vermelhos, mostram a localização dos igarapés amostrados em cada sub-região. Ao redor da imagem geral são mostrados em mais detalhes os pontos amostrados dentro de cada tributário. A) lrurabi(D)/lbarà(E); B) Carabixi(D)/Jaradi(E); C) Mabarrà(D)/lahà(E) e D) Quimícuri(D)/Aduià(E)(as letras entre parênteses se referem a: D = margem direita e ^ s margem esquerda)(Fonte da Imagem: SigLab (INPA) — Imagem do Satélite Mr. Sid) XVI Figura 11 - Esquema simplificado de um detector para peixe elétrico 60

Figura 12 - Esquema de aquisição de sinal e processamento da DOE (em detalhe o aquário de gravação com a caixa de Faraday em cinza, envolvendo-o) (Figura modificada de Schwertner, 2005) 62

Figura 13 - Esquema do local de anelamento dos primers (triângulos vermelhos) que foram utilizados para a amplificação enzimática in vitro do fragmento de interesse (região controle - D-Loop) 63

Figura 14 - Média da composição nucleotídica calculada para o conjunto de dados analisado (seqüências da região controle). No eixo das ordenadas estão representadas as bases nucleotídicas: A (Adenina), C (Citosina), G (Guanina) e T (Timina). No eixo das abscissas estão representados os valores percentuais da composição nucleotídica. Os valores obtidos foram de 30,59%, 22,30%, 14,98% e 32,13% respectivamente para A, C, G e T 71

Figura 15 - Gráfico de saturação (número absoluto de TS e TV em função da divergência genética calculada para todos os pares de seqüências a partir da distância p não corrigida) onde, "TS" corresponde às transições e "TV" as transversões 71

Figura 16 - Topologia obtida pelo método de agrupamento de vizinhos (neighbor- joining) utilizando-se as 177 seqüências obtidas. Para a construção da árvore foi utilizado o modelo HKY85 + T + I. As barras coloridas representam cinco linhagens distintas dentro de H. lepturus sem relação aparente com a distribuição geográfica (verificar a lista de hapiótipos por localidade e por linhagem identificados na Tabela 10). O retângulo tracejado chama atenção para seqüências bastante divergentes dentro do dado A (hapiótipos identificados por asterisco na Tabela 10) 75

Figura 17 - Topologias obtidas através da análise de MP com 500 réplicas. As barras coloridas representam cinco linhagens distintas (ciados). A) Consenso estrito entre as 4.583 árvores mais parcimoniosas obtidas com o esquema de peso TS1TV1GP1 (TL = 621, Cl = 0.637681, RI = 0.861025, RC = 0.549060 e Hl = O 362319). B) Consenso estrito entre as 887 árvores mais parcimoniosas obtidas com o esquema TS1TV2GP2 (TL = 632. Cl = 0.626582. RI = 0.854231. RC = XVII 0.535246 e Hl = 0.373418). C) Consenso estrito entre as 1.113 árvores mais parcimoniosas com o esquema de pesos TS1TV3GP3. Note que na topologia A, o ciado "A" não foi recuperado como monofilético devido ao posicionamento dos hapiótipos identificados pelo retângulo tracejado dentro do ciado A que, em algumas das árvores obtidas, apresentaram maior relacionamento com o dado(B + 0) 76

Figura 18 - Topologia obtida pelo método de MV com 100 réplicas, utilizando o modelo de substituição indicado pelo teste de razão de verossimilhança (LRT - Likelihood Ratio Test) hierárquico implementado no MODELTEST. Novamente as barras coloridas indicam os três ciados distintos dentro de H. lepturus. Os círculos preenchidos dão uma idéia da proporção de seqüências de cada localidade presentes (agrupadas) dentro de uma mesma linhagem (ciados A, B e C). Cada cor representa uma localidade distinta e a proporção de indivíduos seqüenciados por igarapé é indicada juntamente com a legenda (mas veja também a Tabela 20 para uma descrição mais detalhada do número de indivíduos seqüenciados por linhagem por localidade e a Figura 19, para ver como os hapiótipos de cada localidade estão relacionados). Note que na topologia "A" estão presentes indivíduos de todas as localidades, porém, quando desconsideramos os hapiótipos h2, h7 e hS (representados na topologia pelos quadrado, círculo e triângulo verdes, respectivamente dentro do retângulo tracejado), a localidade Quimicuri é eliminada (verifique a Tabela 10 para a identificação destas seqüências) 77

Figura 19 - Proporção de cada linhagem presente nos igarapés amostrados 78

Figura 20 - Esquema da distribuição dos hapiótipos entre os igarapés amostrados. A, linhagem "A"; B, linhagem "B"; C, linhagem "C" e D, representão das três linhagens 79

Figura 21 - Estrutura de agrupamento obtida segundo as regras de agrupamento descritas em Templeton et ai (1987) e Templenton e Sing (1993). Cada círculo preenchido representa um hapiótipo com a proporção de indivíduos de cada localidade. (Veja a legenda da figura para mais detalhes e a Tabela 10 para o número de indivíduos agrupados em cada hapiótipo). As localidades são representadas no desenho por cores diferentes 83

XVIII Figura 22 - Estrutura de agrupamento obtida segundo as regras de agrupamento descritas em Templeton et al. (1987) e Templenton e Sing (1993). Cada círculo preenchido representa um hapiótipo com a proporção de indivíduos de cada localidade. (Veja a legenda da figura para mais detalhes e a Tabela 10 para o número de Indivíduos agrupados em cada hapiótipo). As localidades são representadas no desenho por cores diferentes 84

Figura 23 - Estrutura de agrupamento obtida segundo as regras de agrupamento descritas em Templeton et al. (1987) e Templenton e Sing (1993). Cada círculo preenchido representa um hapiótipo com a proporção de indivíduos de cada localidade. (Veja a legenda da figura para mais detalhes e a Tabela 10 para o número de indivíduos agrupados em cada hapiótipo). As localidades são representadas no desenho por cores diferentes 85

Figura 24 - Gráfico de densidade para as espécies de Hypopygus construído com os resíduos da regressão linear simples entre a temperatura e cada variável (PPF e taxa de repetição). O número de indivíduos disponíveis para esta análise foi: 78 H. lepturus] 21 H. neblinae e 4 indivíduos Hypopygus sp.(dois de cada ciado) 91

Figura 25 - Gráfico de densidade para as linhagens de H. lepturus construído com os resíduos da regressão linear simples entre a temperatura e cada variável (PPF e taxa de repetição). O número de indivíduos disponíveis para a análise foi de: 40 H. lepturus A; 9 H. lepturus B e 28 H. lepturus C 92

Figura 26 - Exemplo de como pode ocorrer a diferenciação na DOE entre as três linhagens A, BeC 98

XIX INTRODUÇÃO

A Amazônia é, reconhecidamente, a região que detém a maior biodiversidade do planeta e a maior diversidade de peixes para a água doce do mundo, com cerca de 6.025 espécies (Reis et ai, 2003). Muitos trabalhos têm sido publicados com o objetivo de explicar os processos relacionados á origem e manutenção desta

biodiversidade (e. g., Wallace, 1852; Vanzolini e Williams, 1981; Endier, 1982;

Colinvaux, 1993; Haffer, 1997; Lundberg et al., 1998) e, neste contexto, técnicas moleculares têm sido cada vez mais utilizadas como uma ferramenta eficaz na descrição destes processos, principalmente no que tange à biodiversidade críptica.

Na última década, vários trabalhos usando técnicas moleculares foram realizados na

Amazônia, a maioria enfocando grupos como as aves, mamíferos, répteis e anfíbios

(e. g., da Silva e Patton, 1993 e 1998; Feres et ai, 1996; Bates, 1998 e 1999;

Gascon et al., 2000; Marks et al. 2002; Aleixo 2002; Cantanhede et al., 2005), e apenas alguns poucos estiveram focados em organismos aquáticos como os peixes (Porto, 1999; Lovejoy e Araújo, 2000; Farias et al., 2001; Sivasundar et al., 2001;

Batista, 2001; Formiga-Aquino, 2004).

O foco dessa dissertação foi descrever os padrões da diversidade genética de uma espécie de peixe elétrico (Hypopygus lepturus: Rhamphicthyidae: Gymnotiformes) para auxiliar no entendimento de processos filogeográficos e evolutivos ao longo do médio rio Negro. Considerando que o posicionamento de Hypopygus dentro da família Rhamphicthyidae é controverso, no capítulo I é apresentado um estudo sobre o relacionamento filogenético entre os gêneros e espécies do ciado (Rhamphichthyidae + Hypopomidae), fundamentado no seqüenciamento de fragmentos dos genes mitocondriais 12S e 16S e do exon III do

gene nuclear RAG1.

No capítulo II, o grau da variabilidade genética de Hypopygus lepturus e a

diferenciação entre as populações de diferentes igarapés do médio rio Negro foram

estimados. Para a realização das análises, foi realizado o seqüenciamento da região

controle do DNA mitocondrial de indivíduos amostrados em oito igarapés ao longo

do médio rio Negro, sendo quatro deles na margem direita e quatro na margem

oposta, esquerda, do rio.

Gymnotíformes

A ordem dos peixes elétricos Neotropicais, os Gymnotiformes, apresenta

distribuição restrita à região Neotropical estendendo-se desde o sul do México até o

norte da Argentina (Figura 1), com maior riqueza e abundância de espécies

encontradas na bacia Amazônica (Crampton, 1998; Albert e Campos-da-Paz, 1998;

Albert, 2001; Chão, 2001). O grupo encontra-se presente em praticamente todos os tipos de habitats aquáticos, chegando a representar 86% da biomassa bentônica em regiões da Calha do rio Orinoco e 80% em regiões do médio rio Negro (Marrero e Taphorn, 1991; Garcia, 1995). Com (cerca de) 134 espécies descritas (mais 42 em processo de descrição) e estimativas que apontam para um número de pelo menos 250 espécies na natureza, os Gymnotiformes constituem um grupo monofilético, dividido em cinco (Albert e Campos-da-Paz, 1998; Albert 2001), seis (Mago-Leccia, 1976 Q 1994) ou sete famílias (Alves-Gomes et ai, 1995), dependendo dos caracteres utilizados para a sua classificação. Nesta dissertação será seguida a classificação proposta por Alves-Gomes et al., (1995) em que os autores (embasados na análise de caracteres moleculares, morfológicos e eletrofisiológicos) reconhecem sete famílias para a ordem, sendo elas: Sternopygidae, Gymnotidae, Electrophoridae, Rhamphicthyidae, Hypopomidae, Eigenmannidae e Apteronotidae.

Figura 1 - Área de ocorrência dos Gymnotiformes (modificado de Albert & Campos-da-Paz, 1998). Fenotipicamente, os Gymnotiformes são facilmente diferenciados dos demais representantes da superordem Ostariophysi e dos demais teleósteos, devido à combinação de algumas características únicas. São animais alongados (constituindo

£ um corpo fusiforme) com a cavidade abdominal reduzida e deslocada para a região anterior do corpo, logo após a cabeça. Não apresentam nadadeiras pélvica, dorsal e

caudal [apenas a família Apteronotidae apresenta uma caudal reduzida e um

filamento dorsal que provavelmente é envolvido na eletrolocalização (Franchina e Hopkins, 1996)]. A nadadeira anal é bastante longa, com mais de 100 raios, estendendo-se por quase toda a extensão ventral do corpo, podendo ou não atingir

o final da cauda. Além disso, os Gymnotiformes ainda apresentam grande diversidade de tamanhos, variando desde 100 mm de comprimento (Hypopygus lepturus) até mais de 2 m, como o poraquê (Electrophorus electricus)(Mago-Leccia,

1994). Contudo, a característica mais marcante dos peixes elétricos é justamente a habilidade de gerar (eletrogênese) e detectar (eletrorrecepção) campos elétricos fracos no meio em que vivem. A única exceção é o poraquê, que, além das descargas fracas, é capaz de gerar descargas fortes para a caça ou em situações em que se sinta ameaçado (Moller, 1995). Em seis das sete famílias de Gymnotiformes, o órgão elétrico possui origem embrionária em células musculares que sofreram modificações ao longo do tempo evolutivo, formando, dessa maneira, os eletrócitos (células do órgão elétrico). Eletrócitos originados de células musculares constituem órgãos elétricos miogênicos enquanto que aqueles modificados de células nervosas formam os órgãos elétricos neurogênicos (apenas na família Apteronotidae)(Buliock etal., 1979). Em relação à Descarga do Órgão Elétrico (DOE), os Gymnotiformes podem ser divididos em duas categorias: (1) peixes com DOE do tipo-pulso ou pulsadores, nos quais a DOE apresenta curta duração com um longo intervalo entre duas descargas consecutivas e (2) peixes com DOE do tipo-onda ou onduladores em que a duração da DOE é tão longa ou maior do que o intervalo entre duas descargas consecutivas (Figura 2)(Buliock et aL, 1979; Bastian, 1994; Alves-Gomes, 1997). A DOE, que é continuamente gerada ao longo da vida dos Gymnotiformes, forma um campo elétrico ao redor do corpo do que é constantemente monitorado pelo peixe por meio de células especializadas do sistema eletrosensório (os eletrorreceptores), espalhadas por toda a extensão corporal dos Gymnotiformes. Qualquer distorção que ocorra neste campo elétrico (seja por um objeto animado, inanimado ou pela interferência da descarga de outro peixe) é captada pelos eletrorreceptores e enviada ao Sistema Nervoso Central (SNC) onde é processada

(Buliock e Heiligenberg, 1986). 1t 1!

B 4,00 2,00 p Z """1 3,00 1,50 [- '"i— 1 2,00 1,00 [ 4-.. S 0,50 r- ^4 S E i 0,00V ^4-l-1 g, OJJOV^ o> (O A I ^,50 t ^ \ •2,00 -1.00 t 4 - E I I •3,00 n ri" ,1, -,-.1 •4in 1 t 1 L- .2J00 t"-—I- Tempo (lOOOps/div) Tempo (500ps/div)

2 A) DOE tipo pulso ©m qu6 o intorvalo entr© duas DOE consscutivas é maior qu© o to dê um único pulso. B) DOE tipo onda em que o Intervalo entre duas DOE consecutivas é menor do que o Intervalo de um único pulso. //! Devido a características espécie-específicas temporais e espectrais da DOE (forma da onda, amplitude e taxa de repetição) e às diferenças entre descargas de

machos e fêmeas presentes em algumas espécies (Hopkins e Heiligenberg, 1978),

além de auxiliarem na taxonomia, as informações geradas pela decodificação do

sinal elétrico no SNC são utilizadas para diferentes finalidades tais como: seleção de parceiros reprodutivos, disputas hierárquicas, reconhecimento co-específico e,

também para a detecção de alimento, abrigo e objetos em geral (Alves-Gomes,

1995). Além de ser espécie-específica, podendo ser distinta entre machos e fêmeas de algumas espécies, a DOE ainda pode apresentar modificações devido a alterações na composição físico-química da água (Pimentel-Souza, 1988; Pimentel-

Souza e Siqueira, 1992; Thomas et ai, 1997; Thomas et ai, 1998), o que permite que estes peixes possam ser utilizados como bioindicadores da qualidade ambiental (Schwertner, 2005).

O gênero HvpoDvaus Hoedeman, 1962

O gênero de peixes elétricos Hypopygus Hoedeman, 1962 compreende duas espécies nominais H. lepturus Hoedeman e H. neblinae Mago-Leccia (Anexo - 1). A primeira encontra-se amplamente distribuída ao leste dos Andes, enquanto que a segunda está restrita ás bacias dos rios Orinoco e Negro (Mago-Leccia, 1994). Segundo Crampton e Albert (2005), assim como ocorre com outros Gymnotiformes, as espécies de Hypopygus apresentam distribuição simpátrica e sintópica em pelo menos parte de sua de sua área de ocorrência (no rio Orinoco). Contudo, também apresentam este tipo de distribuição em pequenos tributários (igarapés) ao longo do rio Negro (observações pessoais). As espécies deste gênero apresentam o menor tamanho adulto entre os Gymnotiformes (100 a 120 mm - comprimento total) e habitam pequenos cursos de água, em locais em que a corrente não é muito forte, sob a liteira em bancos de areia (Nijssen e Isbrüker, 1972; Walker, 2001) ou no emaranhado de raízes da vegetação marginal que pende para dentro dos igarapés (Alves-Gomes, comunicação pessoal; observações pessoais). Porém, ainda podem ser encontrados

em raízes e interiores de troncos podres e no meio das raízes suspensas, em locais em que a corrente é mais forte (observações pessoais). São animais que não ocorrem no canal principal dos grandes rios (Mago-Leccia, 1994), pelo seu tamanho e capacidade natatória reduzidos (características que podem facilitar seu

isolamento). Hypopygus apresenta uma grande variabilidade no que se refere ao padrão

de manchas corporais, que pode variar até dentro de uma mesma população (Nijssen e Isbrüker, 1972). As espécies de Hypopygus podem ser facilmente diferenciadas dos demais Gymnotiformes pelo seu tamanho reduzido e pela presença de um órgão elétrico acessório subdermal, que é localizado logo após a inserção da nadadeira peitoral (Nijssen e Isbrüker, 1972; Mago-Leccia, 1994). Este órgão acessório (denominado órgão elétrico acessório pós-peitoral), ainda que independente do órgão principal, atua em conjunto com o mesmo para produzir uma descarga que varia de 3 - 4 fases com polaridades invertidas, duração de aproximadamente 80 - 300 ps e taxa de repetição que varia de 45-150 Hz (Figura 3)(Crampton e Albert, 2005; observações pessoais). I 324 ^ ' í ■ : j: 1 F2 1] " 224 ; j ; í i : ■ 124 i 1 ^4 : L.... ! ! f " I 1 ■ ' , I -Fli ■

•176 ■ j 1 : —- ri ;

: 1 -276 1 1 ^Vf3 ; i 1 •376 ! : i :

•476 Tempo (500jis/div)

Figura 3- Forma do sinal de H. lepturus com quatro fases (F). F1 e F3 negativas e F2 e F4 positivas. Duração da DOE em torno de 3 ms e amplitude do sinal inferior a 1 V.

Peixes elétricos são freqüentemente procurados e encontrados no mercado de peixes ornamentais, principalmente no exterior. O próprio tipo e parátipo de Hypopygus foram descritos a partir de uma revisão de exemplares que haviam sido depositados por Stol no Leiden Museum (na Holanda) em 1952, provavelmente provenientes de um carregamento de peixes ornamentais trazido do Suriname (Nijssen e Isbrüker, 1972). Embora atualmente o rio Negro seja o principal local de exploração da pesca ornamental no Amazonas, a contribuição das espécies de Gymnotiformes nesta prática é pequena. Porém, as espécies de Hypopygus podem, juntamente com outras espécies de Gymnotiformes (principalmente com as espécies do complexo Apteronotus albifrons), acidentalmente serem capturadas e exportadas entre os peixes ornamentais do Amazonas para os mercados nacionais e internacionais (Chão, 2001). Anualmente são exportados em média 20 milhões de exemplares de peixes ornamentais da região de Barcelos, no rio Negro, um número capaz de mobilizar a quantia de três milhões de dólares na economia local (Harris e Petry, 2001). Considerando o exposto, a espécie Hypopygus lepturus é uma boa candidata para servir de modelo em estudos que tratam da distribuição atual de linhagens genéticas de peixes nos rios da Amazônia e dos processos evolutivos (biológicos e geográficos) associados a estas distribuições. Esta afirmação é justificada pelas

características biológicas da espécie e à possibilidade de utilização da DOE como

mais uma variável mensurável independente intimamente associada ao

reconhecimento intra e inter-específico e, conseqüentemente à especiação. Como

características favoráveis também se entende a ampla distribuição geográfica apresentada pela espécie, porém com seletividade quanto ao microhabitat em que vive; a grande variação quanto ao padrão de coloração e também quanto às características físicas da DOE (Alves-Gomes, dados não publicados).

Além disso, H. lepturus apresenta um apelo mesmo que atualmente pequeno

na indústria da pesca ornamental. Porém, informações básicas quanto à história evolutiva e quanto à distribuição são atualmente pouco conhecidas para o gênero Hypopygus, assim como para a maioria dos Gymnotiformes e espécies ornamentais comercializadas. A exploração destas espécies sem conhecimento prévio da variabilidade genética e suas respectivas distribuições geográficas pode eliminar linhagens isoladas, reduzindo a variabilidade total. Isto, por sua vez, pode acarretar a diminuição do sucesso reprodutivo, podendo até inviabilizar a existência da espécie (Frankham et ai., 2002). Portanto, o conhecimento no nível populacional e específico das espécies de peixes do rio Negro é fundamental para futuros estudos de conservação bem como para um projeto de manejo sustentável destes recursos. Neste sentido, a filogeografia comparada foi tida como promissora para "estudos detalhados de especiação, extinção, adaptação radiativa e a dispersão de táxons sob uma região" (Bermingham e Moritz, 1998). Pelo fato das raízes da filogeografia terem sido fortemente calcadas sob a análise do DNA mitocondrial, devido às vantagens concedidas por este marcador (Avise, 1987, 1994 e 2000), hoje existem inúmeros trabalhos publicados na literatura especializada que utilizaram os dados gerados a partir de seqüências mitocondriais para explicar os processos envolvidos no padrão da distribuição atual das linhagens genealógicas de organismos.

Lovejoy e Araújo (2000) utilizando seqüências mitocondriais para inferir o relacionamento entre populações e espécies de Potamorrhaphis (um gênero de peixe-agulha sul americano com distribuição amazônica), hipotetizaram uma conexão entre o médio Orinoco e o Amazonas por meio de rios das Guianas. Os autores também postulam que divergências mais recentes podem ter resultado de alterações ocorridas no Mioceno no padrão de drenagem dos rios. Sivasundar et al. (2001) utilizaram seqüências mitocondriais (região controle, ATPase 6 e 8) para estimar o relacionamento filogenético e a estrutura populacional de espécies de Curimatã (Prochilodus) nas bacias dos rios Paraná, Amazonas, Orinoco e Magdalena. Os autores constataram que cada bacia de drenagem apresenta linhagens mitocondriais monofiléticas e que a bacia do Paraná apresenta altos níveis de fluxo gênico, constatados através da Análise de Ciados Inseridos. Montoya- Burgos (2003) utilizou seqüências da região controle para inferir o relacionamento de exemplares de Hypostomus (Siluriformes) e testar de que maneira a "hipótese hidrogeológica" estaria atuando na distribuição das linhagens de peixes Neotropicais.

10 Marcadores moleculares

Atualmente existem inúmeros marcadores moleculares disponíveis para a .Ê resolução de questões filogenéticas e evolutivas intra- e inter-específicos. Porém, diferentes marcadores moleculares podem apresentar taxas evolutivas distintas e, por este motivo, a escolha do marcador adequado para responder a questão de

interesse deve ser cuidadosamente realizada. Marcadores que evoluem mais rapidamente são indicados para estudos no nível populacional, já aqueles que apresentam taxas mais lentas, são mais indicados para estudos supra-específicos (Solé-Cava, 2001). Nesta dissertação foram utilizadas seqüências distintas de DNA mitocondrial (DNAmt)e de DNA nuclear(DNAn) para diferentes abordagens.

O gene nuclear RAG1

De uma maneira bastante geral, o gene ativador de recombinação {Recombination Activating Gene - RAG) codifica para componentes de uma endonuclease envolvida na formação de células do sistema imune. Esta endonuclease (enzima) é responsável pela catálise de um processo de recombinação sítio-específico de genes que codificam para receptores de células T e imunoglobulinas, durante o desenvolvimento dos linfócitos T e B. Ou seja, a expressão de RAG1 e de RAG2(separados por pequenas seqüências intergênicas) é necessária para o desenvolvimento apropriado dos linfócitos maduros (Peixoto et

ai., 2000). Nos teleósteos estudados até o momento, RAG1 apresenta dois íntrons que, egundo Venkatesh et ai. (1999) foram provavelmente adicionados durante a

11 radiação dos Actinopterigii. Já os Chondrostei e os Neopterigii não apresentam o primeiro íntron e, os Condrichthyes e Sarcopterygii não possuem íntrons (Peixoto et

ai, 2000). As seqüências de aminoácidos das regiões codificadoras de RAG (os éxons) são extremamente conservadas entre os táxons (principalmente em RAG1),

de elasmobrânquios a mamíferos. Estes genes são encontrados como cópia única no genoma de vertebrados estudados até o momento (Willet et ai, 1997),

mostrando-se extremamente úteis para estudos filogenéticos em termos de taxa de

substituição e eficiência no seqüenciamento (Quenouille e Bermingham, Apud

Quenouille et ai, 2004).

O DNA mitocondrial

O DNAmt é uma molécula de DNA circular que se encontra aderido à matriz

interna da mitocôndria. O DNAmt de vertebrados possui seu próprio código genético distinto do código genético nuclear, não apresenta seqüências espaçadoras entre os genes ou íntrons e compreende seqüências que codificam para: 13 RNAs mensageiros (RNAm), 22 RNAs de transferência (RNAt) e dois RNAs ribossomais (RNAr)(Figura 4)(Woistenholme, 1992; Meyer, 1993).

A taxa evolutiva do DNAmt, de acordo com estudos de evolução molecular, é cerca de quatro vezes maior do que a do DNA nuclear, podendo este número chegar a 10 vezes em regiões menos conservadas que acumulam substituições rapidamente, como por exemplo a região controle (Woistenholme, 1992). A região controle, também denominada de alça D. é uma porção do DNAmt que não possui -Ü função codificadora, porém apresenta seqüências específicas que determinam o início da replicação da fita pesada (H -- Heavy) e transcrição de ambas as fitas de

12 DNA. A alça D se encontra situada entre o RNAt da Prolina e o RNAt da Fenilalanina

no DNAmt de vertebrados, variando em algumas bases de tamanho entre as

espécies. Em peixes, a região controle apresenta por volta de 1.100 pares de bases

com um domínio conservado central e duas porções ricas em A + T (extremamente

variáveis) nas extremidades 5' e 3'(Woistenholme, 1992; Meyer, 1993).

Genom Mitocond

Figura 4 - Esquema do genoma mitocondrial de peixes. Em verde a Região Controle {D-Loop), em marrom os 22 RNAs transportadores representados pelo código de uma letra de seus dos aminoácidos e em branco as seqüências codificadoras (genes e suas respectivas abreviações) e os dois RNAs ribossomais (indicados por setas)- 12S rRNA e 16S rRNA (modificado a partir de Meyer, 1993).

Os dois RNAs ribossomais mitocondriais (12S e 16S) evoluem mais rapidamente que seus equivalentes nucleares (18S e 28S); cerca de 100 vezes quando os segmentos mais variáveis são excluídos das análises. As seqüências de 16S tendem a apresentar maior variação em tamanho do que as de 12S, e por este motivo são mais difíceis de serem alinhadas entre táxons mais distantes do que as seqüências de 12S. Todavia a estrutura secundária dos dois RNAs são bastante conservadas entre as linhagens e, devido a esta conformação estrutural que exerce

13 pressão seletiva, as moléculas de 12S e 16S apresentam regiões de evolução mais rápida (alças - /oops) e regiões mais lentas (troncos - stems). As alças podem

acumular cerca de quatro vezes mais substituições do que os troncos, tornando a

análise destes marcadores úteis em diferentes níveis filogenéticos (Meyer, 1993).

Entre as propriedades que tornam o DNAmt uma ótima ferramenta para

estudos de conservação e estudos evolutivos de origem recente temos: elevado

número de cópias por célula, alta taxa evolutiva, modo de herança materna e

ausência de recombinação. Por apresentar herança materna, a progênie da mesma

mãe herda moléculas que irão, ao longo do tempo, acumular substituições, pequenas inserções/deleções (indels) e rearranjos de seqüências. As divergências

acumuladas nas seqüências nucleotídicas de diferentes populações da mesma

espécie, ou entre espécies de um mesmo gênero têm sido amplamente exploradas

em tempos recentes, fornecendo informações sobre estrutura populacional e história

evolutiva de um grande número de organismos (Avise, 1994).

ê

14 CAPÍTULO I

Filogenia de Steatogenini Albert, 2001 (Gymnotiformes: £ Rhamphicthyidae) de acordo com marcadores genéticos

mitocondríais e nuclear com notas sobre a diversidade no gênero

Hypopygus Hoedeman, 1962

1.1. INTRODUÇÃO

steatogenini é um ciado da ordem Gymnotiformes que compreende três gêneros {Hypopygus Hoedeman, Steatogenys Boulenger e Stegostenopos Triques)

e seis espécies descritas até o momento. Assim como todos os outros peixes dessa ordem, representantes de Steatogenini são capazes de produzir descargas elétricas fracas, as quais são utilizadas na interação com o meio em que vivem e na comunicação intra e interespecífica. Segundo Albert (2001), Steatogenini é um grupo natural suportado por 10 sinapomorfias (entre caracteres morfológicos, osteológicos e de Descarga do Órgão Elétrico - DOE). Dentre todos os Gymnotiformes, os representantes de Steatogenini são os únicos que apresentam, além do órgão elétrico principal, um órgão elétrico acessório, subdermal. Ainda que o monofiletismo do ciado seja bem suportado (Albert e Campos-da- Paz 19985 Albert, 2001), o mesmo não pode ser dito quanto a sua posição dentro de Rhamphicthyoidea (Rhamphictnyidae + Hypopomidae). Segundo alguns estudos de classificações e revisões existentes para Gymnotiformes (e. g., Mago-Leccia, 1994; Albert 2001; Reis et ai, 2003), Steatogenini, encontra-se formalmente inserido na

15 família Hypopomidae. Porém, com base na análise de caracteres de DNA

mitocondrial (DNAmt), morfológicos e de DOE, Alves-Gomes et al. (1995), e mais tarde Suilivan (1997) também analisando seqüências de DNA, defendem que o

monofiletismo da família Hypopomidae não é suportado. Embora a espécie de

Stegostenopos não tenha sido incluída em ambas as análises, os autores propõem

que os gêneros Hypopygus e Steatogenys sejam colocados na família

Rhamphicthyidae, juntamente com Rhamphicthys Muller e Troschel e

Gymnorhamphicthys EIlis, com os quais formam um ciado monofilético.

Dentre os representantes de Steatogenini, Steatogenys é o que atinge o

maior tamanho (150 - 320 mm, comprimento padrão médio entre as espécies) e que compreende o maior número de espécies descritas: S. elegans (Steindachner), S.

duidae (LaMonte) e S. ocellatus Crampton, Thorsen e Albert. Estes são facilmente

diferenciados dos demais Gymnotiformes pela presença de um órgão elétrico acessório subepidermal filamentoso nas regiões humeral e mental (órgão elétrico acessório humeral e submentoniano - Anexo 1). As espécies de Steatogenys apresentam ampla distribuição nas bacias dos rios Orinoco e Negro e no escudo das

Guianas (Albert, 2003). Podem ser encontrados no canal principal do médio e baixo Orinoco, penetrando também em pequenos tributários (Mago-Leccia, 1994), onde podem ocorrer simpatricamente com Hypopygus e Stegostenopos, entre outros Gymnotiformes (observações pessoais). Hypopygus é o menor representante entre os Gymnotiformes (100 a 120 mm quando adultos) com duas espécies descritas, H. lepturus Hoedeman e H. neblinae Mago Leccia 1994 (Anexo 1). São geralmente encontrados na vegetação marginal ou a sob a liteira em pequenos igarapés, em locais em que a corrente não é muito forte e também no meio de raízes suspensas. A sua área de distribuição abrange as

16 bacias do rio Amazonas e do Orinoco, também sendo encontrados nas Guianas (Mago-Leccia, 1994). Apresentam grande variabilidade no padrão de coloração .£ (Nijssen e Isbrüker, 1972) sendo caracterizados pela presença de um órgão elétrico

acessório subdermal localizado logo após a inserção da nadadeira peitoral (órgão

elétrico acessório pós-peitoral).

Mais recentemente, Triques (1997) descreveu um novo gênero e espécie de gymnotiforme do rio Negro, Stegostenopos cryptogenes, sugerindo que este novo

táxon seja grupo irmão de Hypopygus. Com tamanho intermediário (93,0 mm - comprimento padrão do holótipo) entre Hypopygus e Steatogenys, Stegostenopos apresenta como caráter diagnóstico cromatóforos espalhados ao longo dos raios e

membrana da nadadeira anal que em Steatogenys são arranjados sob a forma de

barras oblíquas transversais e, em Hypopygus, encontram-se ausentes ou presentes apenas nas faces anterior e posterior dos raios. Porém, a característica marcante em Stegostenopos é a presença de um sulco, na forma de arco, bastante profundo e

evidente na porção superior da cabeça que se estende desde o órgão elétrico acessório pós-peitoral até a margem posterior do olho (Triques, 1997: 32 Fig. 1) (Anexo - 1). Este sulco, apesar de mais curto e menos profundo, é também encontrado em Hypopygus, com quem Stegostenopos ainda divide: um sulco ventral que se estende do órgão elétrico acessório até o final da mandíbula; ausência dos filamentos humeral e submentoniano (presentes em Steatogenys)] ausência da narina posterior (presente em Steatogenys)] narina anterior posicionada na porção interna do lábio superior e presença de órgão elétrico acessório pós-peitoral (Triques 1997). Ainda que tenha sido hipotetizado por Albert e Campos-da-Paz n (1998) e Albert (2001) como sinonímia para Steatogenys, Stegostenopos apresenta- se como um gênero válido (Crampton et ai, 2004).

17 Até o presente momento, nenhum estudo molecular que envolvesse o novo gênero descrito por Triques foi realizado, assim como nenhum estudo molecular que utilizasse seqüências DNA nuclear foi publicado entre os representantes de Rhamphicthyoidea. Neste capítulo é apresentado um estudo de relacionamento filogenético, entre os gêneros e espécies de Steatogenini, embasado em seqüências de fragmentos de DNA nuclear (exon 3 do gene RAG1) e mitocondrial (12S e 16S

RNAr). Em função do exposto, foi possível serem formuladas as seguintes hipóteses de trabalho a serem testadas:

Ho = Stegostenopos cryptogenes não é o grupo irmão de Hypopygus. Hi = Stegostenopos cryptogenes é grupo irmão de Steatogenys

Ho = Steatogenini é um grupo monofilético o qual não está posicionado dentro de Hypopomidae. Hi = Steatogenini é um grupo monofilético posicionado dentro de

Rhamphicthyidae.

18 1.2. OBJETIVO

Esclarecer o relacionamento filogenético entre os gêneros e espécies da tribo Steatogenini com base na análise de seqüências de DNA nuclear e mitocondrial.

1.2.1. Objetivos específicos

• Determinar o posicionamento de Steatogenini dentro de Rhamphicthyoidea, • Verificar o monofiletismo de Steatogenini; • Estabelecer o relacionamento entre Hypopygus, Steatogenys e

Stegostenopos.

19 Tabela 1 - Lista de espécies, localidade de coleta e origem das seqüências de DNA utilizadas no presente trabalho.

origem da seqüência DNA" Espécie Localidade de coleta  128e168 RAG1

0062 Steatogenys elegans Rio Negro / AM Alves-Gomes et ai.. 1995 não seqüenciado

0270 Steatogenys elegans Tarumã - Rio Negro / AM não seqüenciado este estudo

3167 Steatogenys elegans Catalão - Solimões / AM este estudo não seqüenciado

3168 Steatogenys duidae ig. Barurí - Rio Negro / AM este estudo não seqüenciado

3174 Steatogenys duidae Ig. Irurabi - Rio Negro / AM este estudo não seqüenciado

2789 Stegostenopos cryptogenes ig. Aduiá - Rio Negro / AM este estudo este estudo

2872 Stegostenopos cryptogenes ig. Ibará - Rio Negro / AM este estudo este estudo

2774 Hypopygus neblinae Ig. Aduiá - Rio Negro / AM este estudo este estudo

2825 Hypopygus neblinae Ig. Mabarrá - Rio Negro / AM este estudo este estudo

0003 Hypopygus lepturus Rio Branco / RR Alves-Gomes et ai.. 1995 este estudo

2748 Hypopygus lepturus Ig. Quimicuri - Rio Negro / AM este estudo este estudo

2839 Hypopygus lepturus ig. Jaradi - Rio Negro / AM este estudo não seqüenciado 2831" Hypopygus lepturus Ig. Mabarrá - Rio Negro / AM este estudo não seqüenciado 2867" Hypopygus lepturus Ig. Carabixi - Rio Negro / AM este estudo não seqüenciado 2889" Hypopygus lepturus Ig. Irurabi - Rio Negro / AM não seqüenciado este estudo 0015 Gymnorhamphicthys hypostomus Rio Tacutu / AM Alves-Gomes et ai.. 1995 este estudo

0017 Gymnorhamphicthys cf. rondoni Ig. Arraia RR Alves-Gomes ef ai., 1995 este estudo

3257 Gymnorhamphicthys cf. rondoni Ig. Irurabi - Rio Negro / AM este estudo este estudo

0005 Rhamphicthys rostratus Ig. do Gentil / RR Alves-Gomes et ai., 1995 este estudo

0002 MIcrostemarchus bilineatus Rio Branco / RR este estudo este estudo

2635 bilineatus Ig. Irurabi - Rio Negro este estudo este estudo Alves-Gomes et ai., 1995 este estudo 0016 Brachyhypopomus sp. Ig. Do Cajú / RR

0279 Brachyhypopomus brevirostris Boa Vista / RR Alves-Gomes et ai., 1995 este estudo este estudo este estudo 2619 Brachyhypopomus sp. Ig. Aianá - Rio Negro / AM este estudo 0197 Eigenmannia sp. RS Alves-Gomes et ai., 1995

° Refere-se ao número de idenfificação do indivíduo no banco de DNA do grupo de pesquisa em Biologia Evolutiva de Peixes Eletrossensitivos (depositado no LTBM). Este número será utilizado ao longo desta dissertação para se reportar aos indivíduos quando necessário. '' Indivíduos que apresentam a DOE e a morfologia de H. lepturus, porém sem o padrão de manchas característico da espécie (Anexo -1).

21 1.3.1. Procedimentos laboratoriais

a) Extração de DNA £ A extração de DNA foi realizada a partir de aproximadamente 500 |ig de tecido muscular preservado em etanol 70%. O tecido foi obtido através de intervenção cirúrgica, com material esterilizado, no flanco lateral superior direito do peixe (corte cuidadosamente realizado para preservação dos exemplares). O protocolo de extração de DNA utilizado foi modificado daqueles padronizados em Sambrook e Russell (2001) e Brufford etal.(1992). A extração consiste na lise celular alcalina com 2,0% de SDS e digestão na temperatura de 65 °C (por uma hora e agitação constante) com 10 Proteinase K (20 mg/mL). Após a lise, o DNA foi separado das proteínas por precipitação salina juntamente com centrifugação a 14000 rpm. O sobrenadante foi então precipitado com um volume de isopropanol 100%, também com o auxílio de centrifugação e, o pellet de DNA, lavado com ImL de etanol 70%. Depois de lavado, o DNA foi eluído em quatro partes de água para uma parte de tampão TE IX (Tris-HC110 mM pH 8,5

e EDTA0,1mM). Depois de terminada a extração, uma amostra de 3 pL do DNA total (nuclear + mitocondrial) foi submetida a eletroforese horizontal em gel de agarose 0,8%, posteriormente corado por 15 min em uma solução com brometo de etídeo (EtBr - O 5 pg/mL) Esta eletroforese foi realizada com um marcador comercial de peso e concentração molecular conhecidos, para possibilitar a análise da quantidade e integridade do material obtido durante o procedimento de isolamento do DNA.

22 b) Amplificação dos fragmentos de DNA A amplificação dos fragmentos de interesse foi realizada através da técnica de PCR (Polymerase Chain Reaction - Reação em cadeia da Polimerase - Muilis e Faloona, 1987) com primers (iniciadores) e protocolo de amplificação específicos para cada região. Os primers para 12S e 16S são os mesmos listados em Alves- Gomes et ai, (1995) e os primers de RAG1 foram obtidos a partir de Chen e Ortí (2005- submetido). A Tabela 2 apresenta a lista de primers utilizados neste trabalho e a Figura 5, um esquema dos genes com a localização da região de anelamento dos primers. Os fragmentos de 12S e 16S foram amplificados em reações distintas, em 25 uL de volume final, com as mesmas concentrações de reagentes e mesmos perfis de amplificação. Ou seja, foram utilizados em cada reação, aproximadamente 30 ng de DNA total; 2,5 pL de Tampão 10X; 0,5 pL de Taq DNA Polimerase (1 U/pL); 0,2 mM de cada dNTP; 0,2 pM de cada primer, 2,0 mM de MgCb e água mill-Q para completar o volume da reação. Esta mistura de reagentes foi submetida a uma amplificação de 30 ciclos com desnaturação inicial a 94 °G por 2 min, seguida por cinco ciclos de: desnaturação a 94 "C por 1 min, anelamento a 53°C por 1 min e extensão a 72 °C por 1 min e depois mais 25 ciclos com temperatura de anelamento a 50 °C. Ao término de 30 ciclos, foi realizada uma extensão final a 72 °C por 5 min. Para a amplificação do fragmento de FtAGI foram utilizados aproximadamente 100 ng de DNA total; 2,5 pL de Tampão 10X ; 0,75 pL de Taq polimerase (1 Un/pL); 0,5 mM de cada dNTP; 0,16 pM de cada primer. 2,5 mM mill-Q oara completar o volume de 25 pL. A reação foi processada de MgCb ® ^ 40 ciclos de- desnaturação inicial a 94 "C por 4 min, desnaturação a 94 "C por 1

23 min. anelamento a 50 X por 1 min, extensão a 72 °C por 1 min e 30 seg seguida de

um ciclo de extensão final a 72 C por 6 min. Depois de amplificados, os produtos de PCR foram quantificados e avaliados quanto à qualidade da reação em gel de agarose 1% por meio de eletroforese horizontal. Ao final da eletroforese, o gel foi corado por 15 min em solução com 0,5 pg/mL de EtBr e visualizado e fotografado no fotodocumentador Eagie Eye

(Stratagene).

24 Tabela 2- Lista das seqüências e referências dos prímers utilizados neste trabalho.

Fragmento Prímer Seqüência Referência

12S L1091 5'- AAACTGGGATTAGATACCCCACTAT - 3' Palumbi et al., 1991

12S H1478 5'- GAGGGTGACGGGCGGTGTGT - 3' Palumbi et al., 1991

16S 16Sa-L 5'- CGCCTGTTTATCAAAAACAT - 3' Palumbi et aí., 1991

16S 16Sb-H 5'- CCGGTCTGAACTCAGATCACGT - 3' Palumbi et ai., 1991

RAG1 2533F 5'- CTGAGCTGCAGTCAGTACCATAAGATGT - 3' Chen e Orti, 2005(submetido)

RAG1 4078R 5'- TGAGCCTCCATGAACTTCTGAAGRTAYTT - 3' Chen e Ortí, 2005(submetido)

RAG1 3595R® 5'- TTCATCTTCTTCCTCAGCTG - 3' Chen e Ortí, 2005 (submetido)

utilizado apenas nos seqüenciamentos (prímer interno)

25 H1478 A 5tRNA 12S RNA tRNA L1091

16Sb-H

B tRNA 16S RNA tRNA

16Sa-L.

Intron 1 \ 3595R 4078R ntron 2 EXON 3 EXON 1 EXON 2 2533F

Figura 5 - Esquema do local de anelamento dos primers (triângulos vermelhos) nos diferentes fragmentos de DNA utilizados para este estudo. As seqüências de cada pnme/-e a referência dos mesmos podem ser encontrados na Tabela 2. O esquema A é representativo do 12S, B do 16S e C de RAG1.

26 c) Purificação e Seqüenciamento de DNA Foi realizado o seqüenciamento em ciclos dos produtos amplificados pelo

método de Sanger et al., 1977 com terminadores marcados por fluorescência. Para a

realização das reações de seqüenciamento foi utilizado o kit DYEnamic ET Terminator Cycle Sequencing kit {GE - Health Caro) no qual cada

dideoxinucleotídeo (terminador) é marcado com 2 tipos de elementos fluorescentes: a fluoresceína (responsável pela ativação do segundo elemento) e um dos quatro

tipos de rodamina cuja fluorescência é captada pelo seqüenciador automático. As reações de seqüenciamento foram realizadas em placas de 96 wells,

utilizando-se aproximadamente entre 150 e 300 ng do produto de PCR, previamente tratado com o kit GFX (GE - Health Care), conforme protocolo estabelecido pelo fabricante: volume final de lOpL (5 pmol de cada pnmerem reações separadas; 4 pL

do premix fornecido com o kit de seqüenciamento e água mili-Q para completar o

volume). Os prímers utilizados no seqüenciamento foram os mesmos da PCR para

12S e 16S, e para o fragmento de RAG1 (devido ao seu tamanho), além daqueles

utilizados na PCR, foi ainda utilizado um primer interno (Tabela 2) para o

seqüenciamento completo do gene. Essas reações foram processadas em termociclador em 30 ciclos sendo: desnaturação a 95 °C por 20 segundos,

anelamento a 50 °C por 15 segundos e extensão a 60 ®C por 1 minuto e 20

segundos. Depois de seqüenciados, os fragmentos foram submetidos a um tratamento de precipitação para a eliminação do produto não incorporado durante a reação de seqüenciamento. Cada reação foi submetida a uma eletrofose capilar no seqüenciador automático de DNA MegaBACE 1000 (GE - Health Care), nas ondições de injeção e corrida recomendadas pelo fabricante, a fim de obter a seqüência nucleotídica do fragmento de DNA seqüenciado.

27 1.3.2. Análises dos Dados a) Edição e alinhamento das seqüências As seqüências geradas foram comparadas com seqüências depositadas no banco de dados público na Internet, GENBANK (http://www.ncbi.nlm.nih.gov), através de uma procura realizada com o programa BLAST. Este procedimento foi realizado para determinar se o fragmento seqüenciado realmente corresponde ao gene de interesse, além de possibilitar que o local exato do início e fim do fragmento seja determinado para a reaiizaçao das analises subseqüentes. Depois de conferidas e editas uma a uma, as seqüências foram manualmente alinhadas no programa BIOEDIT (Hail, 1999), sendo adicionados "N" nos sítios com ambigüidades e, "gaps" entre as seqüências de 12S e 16S em locais que apresentaram inserções/deleções {indels) - com a finalidade de manter a homoiogia entre os sítios. Algumas regiões de difícil alinhamento (regiões de aiças em 12S e 16S) foram excluídas das análises (como descrito em Alves-Gomes et ai., 1995). Embora não existam registros de cópias múltiplas para RAG1, depois de alinhadas as seqüências foram traduzidas em seqüências de aminoácidos para verificar a existência de um possível códon de parada no meio da seqüência (o que caracterizaria o fato de cópias gênicas terem sido seqüenciadas no lugar do fragmento de interesse). Dois conjuntos de dados foram analisados: (1) apenas as seqüências de RAG1; (2) as seqüências de 12S e 16S juntas (daqui para frente, referidas como 12S16S). b) Análises fllogenétlcas As relações fllogenétlcas entre os táxons foram estimadas através dos étodos filogenéticos de Máxima Parcimônia (MP - Hennig, 1966) e Máxima

28 Verossimilhança (MV - Felsenstein, 1981); este último, com o emprego do modelo evolutivo adequado (ver abaixo). Estas análises foram realizadas no programa

PAUP* 4.0b10 (Swofford, 2002) e, para as análises de MV, a busca do modelo adequado foi realizada com o programa MODELTEST 3.6 (Posada e Crandall, 1998). Uma estimativa de saturação (transições e transversões em função da divergência das seqüências estimada a partir da distância genética) foi obtida no programa PAUP 4.0b10 (Swofford, 2002).

Máxima Parcimônia (MP): A MP é um método que busca a topologia mais parcimoniosa para explicar as diferenças observadas entre as OTUs (Unidades Taxonômicas Operacionais), ou seja, escolhe a topologia com o menor número de passos e, conseqüentemente, o cladograma de menor tamanho. É possível iniciar a busca pela topologia mais parcimoniosa de três maneiras distintas dependendo do número de terminais a serem utilizados: busca exaustiva (quando o número de OTUs é pequeno - menor que 10), busca Branch-and-Bound (quando o número de OTUs é maior que 10 e menor que 20) e busca heurística (quando o número de OTUs é maior que 20)(Nei e Kumar, 2000). Para a análise de MP proposta foi utilizada a busca heurística que não avalia todas as topologias, mas considera uma porção das árvores mais prováveis de conter aquela mais parcimoniosa. Para maximizar as chances de o programa encontrar a árvore mais parcimoniosa, foi realizada a opção de Ramdom Stepwise Addition de terminais. Esta opção consiste na conexão das três primeiras OTUs que apresentaram o menor número de passos entre si, formando uma árvore inicial de três ramos. A partir desta árvore a adição das outras OTUs é realizada de maneira andômica, ou seja, um táxon qualquer é escolhido na matriz de dados e conectado -1 iim dos ramos da primeira árvore construída, formando assim, uma árvore de a cada uni

29 quatro ramos. A árvore de quatro ramos mantida para a próxima adição é aquela que apresentar o menor número de passos, e assim sucessivamente até que sejam adicionados todos os táxons. Esta adição aleatória de táxons foi realizada com 1000 réplicas sendo mantidas 5 árvores por réplica. Ao final da adição dos táxons obtém- se uma árvore provisória a qual é sujeita a rearranjos. Com o intuito de aumentar as chances de cobrir todas as topologias possíveis, foi realizado o rearranjo dos ramos (branch swapping) através do método TBR {Tree Bisection Reconection). As procuras foram realizadas a partir de matrizes com pesos distintos entre transição (TS), transversão (TV) e gaps (GP). Para 12S16S foram utilizadas as matrizes com pesos de: (1) TS1TV1 - TS e TV com o mesmo peso e gaps tratados como ausência de dados; (2) TS1TV2 - TV duas vezes o peso de TS e gaps tratados como ausência de dados; (3) TS1TV1GP1 - TS, TV e GP com o mesmo peso (gaps tratados como quinto estado) e (4) TS1TV2GP2- TV e GP duas vezes o peso da TS (gaps tratados como quinto estado). Como as seqüências de RAG1 não apresentam gaps, foram realizadas apenas as procuras com as matrizes TS1TV1 e

TS1TV2.

Os caracteres foram considerados como não ordenados. Apenas os sítios informativos para a parcimônia foram utilizados (dois nucleotideos distintos presentes em pelo menos duas seqüências cada um) e a otimização dos caracteres foi realizada pelo método ACCTRAN {Acceleration Transformation). Para cada árvore foram estimados o comprimento em número de passos (L - Length), o índice de consistência (Cl - Consistence tndex), o índice de retenção (RI - Retention Index) e o índice de consistência rescalonado (RC - Rescaled Consistence Index). Quando necessário, foram calculados os consensos estrito e o da regra da maioria

30 de 50% entre todas as árvores mais parcimoniosas. A robustez de cada nó interno foi implementada através de bootstrap realizado com 100 réplicas. Máxima Verossimilhança (MV): O método da Máxima Verossimilhaça considera como a melhor topologia àquela que apresentar a maior probabilidade de explicar a natureza dos dados observados em função de um dado modelo evolutivo, que é exclusivo para seqüências de DNA. Para a realização desta análise, são estabelecidos valores de verossimilhança para topologias distintas e aquela que apresentar o menor valor é o escolhido (Nei e Kumar, 2000). Para a construção da árvore da MV foi utilizado o modelo General Times Reversible(GTR) para os dois conjuntos de dados(RAG1 e 12S16S), escolhido com o auxílio do programa MODELTEST 3.6. Este modelo de substituição nucleotídica inclui oito parâmetros independentes, três deles referem-se a seqüências nucleotídicas. A procura pela árvore mais verossímil foi realizada pela busca heurística com adição aleatória de táxons com 500 réplicas e o rearranjo dos ramos obtido através do método TBR. Assim como na MP, a robustez de cada nó interno foi implementada através de bootstrap realizado com 100 réplicas.

o) Distância genética A distância par a pár foi calculada para obter-se uma estimativa da diferenciação entre os táxons. Para isto, foi criada uma matriz de distância "p" (número de diferenças par a par dividido pelo número total de bases) da qual foram extraídos os valores de divergência entre as seqüências.

31 1.4. RESULTADOS

lA.i. Seqüências de DNA

Foram alinhados 1122 pares de bases (pb) do exon 3 do gene nuclear RAG1

(Anexo - 2). Os primeiros 553 pb correspondem às seqüências obtidas com a

combinação dos primers 2533F e 3595R. A partir da posição 554, o alinhamento

corresponde às seqüências obtidas com a combinação dos prímers 4078R e 3595R.

Para alguns táxons não foi possível determinar a seqüência completa do fragmento, e por este motivo, a porção central do gene não foi utilizada nas análises. Já o conjunto de dados formado pelo alinhamento dos fragmentos de 12S16S

combinados, produziu uma matriz com 784 pb (Anexo- 3). Destes, 325 pb representam o fragmento de 12S e os 459 pb de restantes, o de 16S.

As Tabelas 3 e 4 apresentam, respectivamente, os valores de composição nucleotídica para RAG1 e 12S16S. Foram calculados os valores para cada táxon e o valor médio para as respectivas bases de dados de cada conjunto de dados. A Figura 6 apresenta uma comparação gráfica entre as médias da composição

nucleotídica de RAG1 e 12S16S. Os testes de Qui-quadrado realizados não

demonstraram diferença significativa entre as proporções estimadas entre os

indivíduos.

y ^ 2, Divergência a partir de distância

Dentro dos rhamphicthyoideos, os menores valores de distância "p" encontrados entre duas espécies distintas foram de: 2,2% para RAG1 (entre H,

32 neblinae e S. cryptogenes) e de 3,4% para 12S16S entre (entre H. lepturus e H. nebünaey, enquanto que os maiores valores de divergência entre duas seqüências foram de: 9,8% para RAG1 (entre R. rostratus e S. cryptogenes) e de 16,5% para 12S16S (entre S. cryptogenes e Brachyhypopomus sp.) (Tabelas 5 e 6

respectivamente).

De acordo com a Figura 7, não foi identificada saturação nos conjuntos de

dados utilizados. Ou seja, os valores de transições e transversões mantiveram uma tendência de aumento linear com o aumento na divergência entre as seqüências.

[iÍl ItLtt UW llirl 33 Tabela 3- Composição das bases nucleotídicas para cada indivíduo seqüenciado para o fragmento de RAG1 (x2 = 10,36; Df = 51 e P = 1,00).

DNA Espécie A 0 G T

0270 Steatogenys elegans 0,2457 0,2422 0,2834 0,2287 2789 Stegostenopos cryptogenes 0,2438 0,2527 0,2893 0,2143 2872 Stegostenopos cryptogenes 0,2444 0,2533 0,2881 0,2141 2774 Hypopygus neblinae 0,2466 0,2565 0,2869 0,2100 2825 Hypopygus neblinae 0,2462 0,2569 0,2881 0,2087 0003 Hypopygus lepturus 0,2451 0,2513 0,2853 0,2182 2748 Hypopygus lepturus 0,2409 0,2507 0,2855 0,2230 2889® Hypopygus lepturus 0,2480 0,2471 0,2819 0,2230 0002 Microstemarchus bilineatus 0,2400 0,2605 0,2810 0,2186 2635 Microstemarchus bilineatus 0,2389 0,2561 0,2833 0,2217 0016 Brachyhypopomus sp. 0,2408 0,2459 0,2837 0,2296 0279 Brachyhypopomus brevirostris 0,2390 0,2438 0,2869 0,2303 2619 Brachyhypopomus sp. 0,2393 0,2437 0,2854 0,2316 0017 Gymnorhamphicthys cf. rondoni 0,2341 0,2664 0,2888 0,2108 3257 Gymnorhamphicthys cf. rondoni 0,2339 0,2634 0,2911 0,2116 0015 Gymnorhamphicthys hypostomus 0,2354 0,2549 0,2901 0,2196 0005 Rhamphicthys rostratus 0,2415 0,2576 0,2925 0,2084 0197 Eigenmannia sp. 0,2451 0,2513 0,2870 0,2166 Média 0,2414 0,2531 0,2865 0,2190 Indivíduos que apresentam a DOE e a morfologia de H. lepturus, porém sem o padrão de manchas característico da espécie (Anexo -1).

34 Tabela 4- Composição das bases nucleotídicas para cada indivíduo seqüenciado para os fragmentos de 12S16S (x2 = 13,43; Df = 63 e P = 1,00).

DNA Espécie A C G T

3167 Steatogenys elegans 0.2902 0,2649 0,2395 0,2053 0062 Steatogenys elegans 0,2890 0,2624 0,2395 0,2091 3168 Steatogenys duidae 0,2957 0,2716 0,2360 0,1967 3174 Steatogenys duidae 0,2957 0,2716 0,2360 0,1967 2789 Stegostenopos cryptogenes 0,2956 0,2776 0,2314 0,1954 2872 Stegostenopos cryptogenes 0,2968 0,2774 0,2310 0,1948 2774 Hypopygus neblinae 0,3012 0,2664 0,2252 0,2072 2825 Hypopygus neblinae 0,3015 0,2655 0,2255 0,2075 0003 Hypopygus lepturus 0,2918 0,2776 0,2326 0,1979 2839 Hypopygus lepturus 0,2918 0,2789 0,2339 0,1954 2748 Hypopygus lepturus 0,2909 0,2780 0,2317 0,1995 2867® Hypopygus lepturus 0,2864 0,2801 0,2340 0,1995 2831 ® Hypopygus lepturus 0,2872 0,2782 0,2359 0,1987 0015 Gymnorhamphicthys hypostomus 0,2982 0,2589 0,2348 0,2081 0017 Gymnorhamphicthys cf. rondoni 0,3054 0,2687 0,2269 0,1990 3257 Gymnorhamphicthys cf. rondoni 0,3068 0,2753 0,2235 0,1944 0005 Rhamphicthys rostratus 0,2991 0,2586 0,2307 0,2117 0002 Microstemarchus bilineatus 0,3018 0,2737 0,2174 0,2072 2635 Microstemarchus bilineatus 0,3014 0,2708 0,2171 0,2107 0016 Brachyhypopomus sp. 0,3050 0,2618 0,2211 0,2122 0279 Brachyhypopomus brevirostrís 0,3038 0,2646 0,2215 0,2101 2619 Brachyhypopomus sp. 0,3066 0,2583 0,2214 0,2137 0197 Eigenmannia sp. 0,3006 0,2642 0,2277 0,2075 Média 0,2983 0,2704 0,2283 0,2030 Indivíduos que apresentam a DOE e a morfologia de H. lepturus, porém sem o padrão de manchas característico da espécie (Anexo -1).

35 Figura 6 - Comparação entre os valores médios da composição nucleotídica para cada conjunto de dados analisados. No eixo das ordenadas estão representadas as bases nucleotídicas: A (Adenlna), C (CItosIna), G (Guanlna) e T (TImIna). No eixo das abscissas estão representados os valores percentuais de composição nucleotídica. Em cinza as porcentagens de cada nucleotídeo para RAG1 que são 24,16%; 25,30%; 28,66% e 21,88% respectivamente para A, O, G e T. Em listrado a representação para o conjunto de dados de 12S16S, sendo os valores percentuais de 29,76%; 26,97%; 22,90% e 20,37% respectivamente para A, O, G e T. DNA Espécie 0270 2789 2872 2774 2825 0003 2748 2889 0002 2635 0016 0279 2619 0015 0017 3257 0005 0197 0270 S. elegans 2789 S. cryptogenes 0,061 2872 S. cryptogenes 0.062 2774 H. neblinae 0,067 2825 H. neblinae 0,068 0003 H. lepturus 0,057' 0,045 0,046 0,053 0,055 2748 H. lepturus 0,057 0,045 0,045 0.050 0,052 2889® H. lepturus 0,056 0,048 0,047 0,053 0.054 BlBCTifiBa 0002 M. bilineatus 0,087 0,092 0,093 0,095 0,096 0,090 0,089 0,089 2635 M. bilineatus 0,085 0,088 0,089 0,092 0,093 0,089 0,089 0,090 0,014 0016 Brachyhypopomus sp. 0,084 0,088 0,089 0,095 0,097 0,085 0,087 0,088 0,056 0,058 0279 B. brevirostris 0,079 0,082 0,083 0,088 0,088 0,078 0,075 0,075 0,052 0,053 0,037 2619 Brachyhypopomus sp. 0,080 0,084 0,085 0,092 0,093 0,081 0,082 0,081 0,053 0,054 0^001 0,032 0015 G. hypostomus 0,087 0,088 0,089 0,090 0,089 0,092 0,091 0,090 0,096 0,092 0,091 0,090 0,090 0017 G. cf. rondoni 0,089 0,086 0,087 0,090 0,090 0,088 0,086 0,089 0,097 0,094 0,090 o!o93 o!o89 0,028 3257 G. cf. rondoni 0,085 0,086 0,086 0,083 0,081 0,084 0,091 0,088 0,087 0,086 o!o85 O 025 O 005* 0005 R. rostratus 0,094 j 0,092 0,093 0,091 0,090 0,092 0,092 0,089 0.092 0,088 0,091 O 084 O 085 O 080 0197 Eigenmannia sp. 0,106 0.107 0.108 0,113 0,114 0,106 0,105 0,109 0,102 0,101 0,095 0,092 0,093 0 103 0 111 0 105 0 111 'Indivíduos que apresentam a DOE e a morfologia de H. lepturus, porém sem o padrão de manchas característico da espécie {Anexo -1). Tabela 6- Matriz de distância "p" par a par entre as espécies para o conjunto de dados de 12S16S. Os valores marcados com um asterisco representam a menor e a maior divergência encontrada entre indivíduos de uma mesma espécie (desconsiderando o grupo externo). Os valores destacados em cinza representam as maiores e as menores divergências apresentadas entre gêneros distintos. Já os valores destacados em preto mostram divergências intraespecificas comparáveis às divergências apresentadas por espécies de gêneros intimamente relacionados (como no caso de H. lepturus e H. neblinae). Os valores em negrito chamam atenção para a divergência genética encontrada entre as espécies de Hypopygus.

DNA Espécie 3168 3174 0062 3167 2789 2872 2774 2825 0003 2839 2748 2867 2831 0015 0017 3257 0005 0002 2635 0279 0016 2619 0197

3168 S. duidae 3174 S. duidae 0,000* 0062 S. elegana 0,046 0,046 3167 S. elegans 0,042 0,042 0,007* 2789 S. cryptogenes 0,120 0,120 0,120 0,121 2872 S. cryptogenes 0,120 0,120 0,120 0,121 0,000 2774 H. neblinae 0,079 0,079 0,083 0,084 0,072 0,072 2825 H. neblinae 0,079 0,079 0,083 0,084 0,072 0,072 0,000 0003 H. lepturus 0,095 0,095 0,087 0,088 0,082 0,082 j Ò'q34;?;d;o'34'j 2839 H. lepturus 0,100 0,100 0,090 0,091 0,082 0.082 I O.036'^ 2748 H. lepturus 0,088 0,088 0,087 0,088 0,091 0,091 0,042 2867® H- lepturus 0,087 0,087 0,086 0,086 0,086 0,086 0,038 2831' H. lepturus 0,092 0,092 0,091 0,091 0,088 0,088 0,041 0,007 0015 G. hypostomus 0,101 0,101 0,103 0,107 0,133 0,133 0,099 0,108 O 0017 G. Cf. rondoni 0,099 0,099 0,104 0,108 0,124 0,124 0,099 0,104 O,104 0,062 3257 G. Cf rondoni 0,100 0,100 0,105 0,106 0,120 0,120 0,093 0,103 O,103 0,059 0,017 0005 R rostratus 0,072 0,072 0,066 0,069 0,113 0,113 0,074 0,077 O,078 0,098 0,092 0,093 0002 M. biiineatus 0,142 0,142 0,137 0,139 0,157 0,158 0,146 0,149 O,153 0,156 0,133 0,134 0,119 2635 M. biiineatus 0,146 0,146 0,141 0.141 0,160 0,161 0,148 0,155 O,157 0,142 0,134 0,132 0,126 0.051 0279 B. brevirostrís 0,132 0,132 0,134 0,131 0.154 0,153 0,137 0,138 O,142 0,135 0,131 0,128 0,114 0,078 0,076 0016 Brachyhypopomus sp. 0,130 0,130 0,129 0,1291 0,152 0,146 O,150 0,137 0,132 0,132 0,124 0,079 0,081 0,050 2619 Brachyhypopomus sp. 0,126 0,126 0,127 0,1261 0,147 0,146 O,150 0,142 0,137 0,137 0,126 0,080 0,081 0,046 0,013 0197 Eigenmannia sp. 0,145 0,145 0,140 0,143 0,149 O,148 0,151 0,157 0,158 0,126 0,157 0,151 0,138 0,140 0,137

'Indivíduos que apresentam a DOE e a morfologia de H. lepturus, porém sem o padrão de manchas característico da espécie(Anexo -1). 1.4.3. Análises filogenéticas(RAG1)

Os parâmetros estimados pelo MODELTEST para os conjuntos de dados encontram-se sumarizados na Tabela 7. Dos 1122 pb alinhados, 833 apresentaram- se constantes (monomórficos). Ou seja, 289 pb foram variáveis (polimórficos) e, destes 289 pb, 187 foram informativos para a parcimônia. Independentemente da

metodologia de reconstrução filogenética utilizada e do esquema de pesos adotado entre TS e TV, o conjunto de dados composto pelas seqüências de RAG1 retomou uma única topologia, e por este motivo, apenas uma árvore que resume todos os resultados é apresentada (Figura 8).

1.4.4. Análises fiiogenéticas(12S16S)

O conjunto de dados formado pelas seqüências de 12S e 16S produziu um alinhamento com 784 pb. Nas análises em que os gaps foram considerados como ausência de dados (TS1TV1 e TS1TV2), 538 pb apresentaram-se monomórficos, 246 pb polimórficos e destes, 202 apresentaram-se informativos para a parcimônia. Já nas análises em que os gaps foram considerados como quinto estado, foram obtidos 268 caracteres polimórficos, dos quais 211 foram informativos para a parcimônia (Tabela 8).

Diferentemente dos resultados obtidos com o banco de dados de RAG1, obteve-se topologias distintas dependendo do esquema de peso adotado. Com o objetivo de resumir os resultados, a Figura 9A apresenta os grupos que se mantiveram constantes entre todos os esquemas de peso realizados na análise de MP A Figura 9B representa o consenso estrito obtido entre as árvores mais

39 parcimoniosas para os esquemas de peso TS1TV1, TS1TV1GP1 e TS1TV2GP2, e também os grupos que se mantiveram constantes entre estes e o método de MV. A

Tabela 8 mostra um resumo com os resultados para cada conjunto de dados utilizado e as pontuações para árvores encontradas, entre outras informações.

Tabela 7 - Resumo dos modelos e parâmetros estimados pelo LRT {Likelihood Ratio Test) hierárquico implementado no MODELTEST. Conjunto de dados

RAG1 12S16S

Alinhamento 1122 784 Sítios invariáveis 833 538 Sítios informativos 187 202

Modelo selecionado GTR + r GTR + r Prop. sítios invar. N/A N/A

a 0,2431 0,2485

Freqüência de bases A 0,2500 0,3066 O 0,2500 0,2704 G 0,2500 0,2288 T 0,2500 0,1942

Taxa de substituições A-C 1,0000 9,7242 A-G 3,5794 20,4237 A-T 1,0000 13,6314 C-G 1,0000 0,3979 C-T 4,6410 63,4707 G-T 1,0000 1,0000

40 90

80 g- 70

- 60 K

o" 50 • TS 1-1 A TV 0 ■ 1Q) 30 z 20

10

O 0.00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% Dvergência Genética

B

• TS

A TV

2.00% 4.00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00% 16,00% 18.00% Divergência Genética p. a 7 - Gráficos de saturação (número absoluto de TS e TV em função da divergência genética tre as seqüências calculada a partir da distância p não corrigida) obtidos para RAG1 (A) e 12S16S onde "TS" corresponde às transições e "TV" às transversões.

41 Tabela 8 - Resumo com as especificações para cada conjunto de dados utilizado e as pontuações para árvores de MP e ML encontradas.

Esquema de pesos

TS1TV1 TS1TV2 TS1TV1GP1 TS1TV2GP2

RAG1 Alinhamento 1122 1122 Sítios invariáveis 833 833 Sítio informativos 187 187

Máxima Parcimônia n° de árvores 1 1 TL 480 648 Cl 0.750 0.758 RI 0.808 0.814 RO 0.606 0.617 Hl 0.250 0.242

Máxima Verossimilança n° de árvores -In 4176,32000

12S16S Alinhamento 784 784 784 784 Sítios invariáveis 538 538 516 516 Sítio informativos 202 202 211 211

Máxima Parcimônia n® de árvores 11 13 15 9 TL 604 606 604 604 Cl 0.584 0.583 0.584 0.584 RI 755 0.753 0.755 0.755 RC 0.441 0.439 0.441 0.441 Hl 0.416 0.417 0.416 0.416

Máxima Verossimilança n® de árvores -In 3670.21727

42 0002 M. Blllneatus

100/100 100 2635 M. Blllneatus

100/100 0016 Srachyhypopomus sp. 98 100/100 100 2619 Brach^ypapomus sp, 99/100

98

0279 B. bravlmatris

lU

, 0270 S. elegans s o a 2789 S. cryptognes O 100/100

98 2872 S. ayptognea .100/100 100/100 99 100 277i H. nebllnaa 100/100 100 _ 2826 H. nebllnae 99/100 100

74/77 0003 H. lepturus

97/93

2748 H. lepturus 100/100

100

2B89H. Lepturus

001SG Ayposlomus

100/100 1 100 > 0017 Q cr. rondonl >■ 100/100 X

82/66 98 O • 3257 G cr. rondonl 83 X o.

0006 R. rostratus X

0197 Elgormarmia sp.

0,01 suUNuiçAes/sKo

Fiaura 8 - Topologia única obtida através dos métodos de MP e ML para o gene nuclear RAG1. Os '^eros acima de cada ramo referem-se respectivamente, aos valores de bootstrap (>50%) para MP "htidos com 100 réplicas, para os esquemas de peso TS1TV1 e TS1TV2. Os valores abaixo dos os suportam a robustez de cada nó na árvore de ML, também obtida com 100 réplicas. As barras sentam a classificação para Rhamphichthyoidea (segundo Mago-Leccia, 1994 e Albert, 2001): *^^^"^^610 a família Rhamphichthyidae e em verde a família Hypopomidae. Os retângulos amarelo e verde apresentamP - g^gos agrupamentosg tribo Steatogenini. filogenéticos Outras resultantes informações nesse quantotrabalho. à Otopologia círculo em podem vermelho ser chama eáictiyav..' r encontradas na Tabela 6.

43 001S G /lypostofnuí 0015 G/lyposlomus 0017 G. Cf. mndonl B . 00176d.ronc(«i/ 3257 G. d. rondoni

' 3257 G d. rondoni 0005 R rosíQftu

I COOS R. rosttatus

2789 S. ayplognei > 2789 S. eryptogeneas

2872 S. cryptogeneâ • 2872 G cryplogenes

' 2774 K n«b'nae • 2774 H nebSnae

> 2825 H. neblinae • 2825 H. nebSnae

• 0003 H. feplun;s • OOOSH.üepturua

• 2839H.ispIur<'s • 2839 H. lepturus

• 2748 H. lepluftJS ' 2746 H. RpAtfl/s

• 2867 H. hplmis • 2887 H. IppfttfUS

• 2831 H. leptuna • 2831 H. lephmjs O • 3168G

O • 3174G8ui[/pe • 3174 3. duidae

• 0062 S elegera • 0062 S. elegans

• 3167 S elegans 3167 S. elegans

0002 M biUneatus • 0002 M. bOnealus

2635 M. bUneetus • 2635 M. btlineetus

□018 Bfachyhypopomus sp. • CaitBrachyhypopomussp.

2610 Sradiyhypopomua sp. • 2B19Breehyh^opomussf>.

' 0279 8. brev^^ ' 0279 8. brevirostris

' 0197 £fponma/inia sp • RS197 Eigerm

Figura 9 - Topologias obtidas com a análise do conjunto de dados de 12S16S. As barras ao lado dos táxons representam a classificação para Rhamphicthyoidea (segundo Mago-Leccia, 1994 e Albert, 2001). Amarelo a família Rhamphicthyidae em verde a família Hpopomidae. Os retânguios amarelo e verde apresentam os agrupamentos filogenéticos resultantes nesse trabalho. A) Topologia representando os grupos que se mantiveram constantes nas análises de MV e MP, está última apenas com os esquemas de peso TS1TV1, TS1TV1GP1 e TS1TV2GP2 (consenso estrito para cada procura). B) Grupos que se mantiveram constantes entre MV e MP quando considerada a busca realizada com o esquema de peso TS1TV2. Mais detalhes quanto às árvores podem ser encontrados na Tabela 6.

44 1.5, DISCUSSÃO

Diferenças na composição nucleotídica, ou seja, diferenças nas freqüências

de cada uma das quatro bases (A, C, G ou T) de uma determinada seqüência de

DNA, originadas em função de um viés de composição {compositional bias), têm

como conseqüência o acúmulo diferenciado das diferentes bases nucleotídicas nas seqüências estudadas. Se duas seqüências tiverem excesso de uma determinada

base, por causa deste viés composicional, e não por origem evolutiva comum, estas duas seqüências tendem a serem "atraídas" umas às outras em análises filogenéticas, levando a interpretações errôneas sobre as suas relações de descendência. Esta condição, em outras palavras, leva à perda do sinal filogenético

pelo grande número de homoplasias geradas (Swofford etal., 1996).

Os valores encontrados neste trabalho para a composição nucleotídica, do conjunto de dados de RAG1, não apresentaram diferenças significativas entre os táxons estudados (Tabela 3). Assim como para RAG1, as seqüências de 12S16S também não apresentaram diferenças significativas na composição nucleotídica para as espécies analisadas (Tabela 4). Estes valores encontrados para 12S16S são comparáveis àqueles encontrados nos trabalhos de Alves-Gomes et ai (1995) para diferentes famílias de Gymnotiformes e de Suilivan (1997) para espécies de rhamphicthyoideos. Da mesma forma, não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre a composição nucleotídica de RAG1 e de 12S16S (Figura 6). De acordo com estes resultados, e com os gráficos de saturação apresentados nas Figuras 7A e 7B, não foi verificada saturação mutacional nos dois bancos de dados utilizados neste trabalho, indicando que há informação filogenética tanto nas seqüências de 12S e 16S como nas de RAG1.

45 1.5.1. Divergência a partir da distância genética

Uma maneira bastante simples e comum para se estimar a divergência entre

seqüências de DNA é através do cálculo da proporção de diferenças acumuladas

entre elas, que em seqüências originadas a partir de um ancestral comum, são

acumuladas devido a substituições nucleotídicas ao longo do tempo (Nei e Kumar,

2000). Os valores de distância "p" (número de diferenças par a par dividido pelo

número total de bases) mostraram pequenas diferenças de acordo com o marcador

molecular utilizado. Este resultado era esperado, pois diferentes marcadores

moleculares (diferentes genes ou seqüências de DNA) podem apresentar taxas de

substituição nucleotídica distintas, que ainda podem variar dentro de um mesmo

marcador entre diferentes linhagens (Li e Graur, 1991).

Rüber et aí. (2005) estimaram o relacionamento entre 13 espécies de Badidae

(Teleostei: Perciformes) para, posteriormente, testarem uma hipótese de especiação devido a eventos vicariantes do Mioceno. Para este estudo, os autores utilizaram dois marcadores genéticos nucleares (RAG1 e Tmo-4C4) e um mitocondrial (cytb).

As estimativas de distância não corrigida encontradas pelos autores para o fragmento de RAG1 foram de: (1) 0,39% a 1,36% entre espécies de um mesmo gênero e (2)5,16% a 6,38% entre os dois gêneros da família Badidae.

Os valores de divergência estimados nesta dissertação entre indivíduos de uma mesma espécie para o gene nuclear RAG1, variaram entre 0,1% e 0,5%, com exceção dos valores encontrados entre os dois exemplares de H. lepturus (0003 e 2748) que foi de 1,8% (Tabela 5). Já a divergência entre gêneros variou de 2,6% (entre Stegostenopos cryptogenes e Hypopygus neblinae) a 9,8% (entre Rhamphcthys rostratus e Stegostenopos cryptogenes), excluindo-se o grupo

46 externo. É interessante notar que entre Hypopygus neblinae e Hypopygus lepturus foram encontrados valores de 5,0% a 5,5%. Ou seja, para RAG1, os valores de divergência entre espécies do gênero Hypopygus, corno H. neblinae e H. lepturus

(indivíduos 2825 e 0003, por exemplo) atingiram estimativas maiores do que àquelas entre gêneros distintos, como, por exemplo, os 2,6% entre Stegostenopos cryptogenes e Hypopygus neblinae.

As distâncias nâo corrigidas estimadas para 12S16S são comparáveis às encontradas por Suilivan (1997), que utilizou seqüências destes mesmos fragmentos de DNA e também do cytò para inferir o relacionamento entre os representantes de Rhamphicthyoidea. Assim como em RAG1, utilizando o conjunto de dados de

12S16S, a divergência estimada dentro de H. lepturus (que variou de 0,5% a 3,0%)

é maior do que quando comparada com a divergência entre dois indivíduos de uma outra espécie qualquer(que apresentaram valores de 0% a 0,1%)(Tabela 6).

Estes resultados demonstram que Hypopygus lepturus pode ser considerado um complexo de espécies, uma vez que indivíduos morfologicamente semelhantes apresentam distâncias genéticas tão grandes (indivíduos 0003 e 2748, por exemplo — Tabelas 5 e 6) quanto àquelas evidenciadas entre espécies distintas, mostrando assim que podem ser na realidade espécies diferentes. Por este motivo, a grande variabilidade no padrão de coloração de Hypopygus lepturus descrita no trabalho de Nijssen e Isbrüker (1972) pode estar relacionada à grande variabilidade genética, ou mesmo, estar agrupada em localidades geográficas distintas. A divergência obtida entre os exemplares de H. lepturus marcados com asteriscos ao longo desta dissertação e os demais H. lepturus, com RAG1 (2,2 - 2,7%)e 12S16S (2,8 - 3,1%), corrobora a idéia de que estes exemplares sejam realmente uma nova espécie ainda nâo escrita do gênero Hypopygus.

47 1.5.2 Análises fílogenéticas

Diferentemente dos resultados obtidos com o banco de dados de RAG1, em

que foi unânime em retomar sempre a mesma topologia em todas as análises

realizadas, demonstrando maior poder resolutivo para eventos cladogenéticos de

origem mais recente, as seqüências de 12S16S produziram topologias distintas

dependendo do esquema de peso adotado e do método analítico utilizado (MP e

MV). Este resultado demonstra que 12S16S apresenta baixa resolução filogenética

para resolver problemas mais recentes, no caso desta dissertação, no nível

intergenérico, quando comparado ao gene nuclear RAG1.

Holcroft (2005) utilizou seqüências do gene nuclear RAG1 e seqüências dos

RNAs ribossomais 12S e 16S do DNA mitocondrial para determinar a relação

filogenética das famílias de peixes da ordem Tetraodontiformes (Acanthomorpha). A

análise de MP realizada com 12S16S gerou 4 árvores mais parcimoniosas e um

consenso estrito entre elas bem resolvido, porém com baixo suporte estatístico

quando comparado aos resultados de RAG1. A análise Bayesiana mostrou

resolução nos níveis mais profundos de divergência e politomias dentro de três

famílias. A autora conclui que 12S e 16S apresentam baixa confidência e, atribui

este fato à própria natureza estrutural da conformação secundária destas moléculas,

que dificulta o estabelecimento de homologia entre as bases.

Alves-Gomes et aí. (1995) propuseram uma hipótese de relacionamento filogenético para Gymnotiformes fundamentada nas seqüências de DNA mitocondrial (12S e 16S), morfologia e eletrofisiologia. Os autores encontraram baixa resolução filogenética no nível interfamiliar e, discutem o relacionamento deste fato com as características evolutivas destes marcadores moleculares. Os autores argumentam

48 que devido à conformação estrutural das moléculas (que exerce pressão seletiva) existem regiões mais vulneráveis a sofrerem mutações (alças) do que outras regiões

(como os troncos). Conseqüentemente, as regiões mais vulneráveis a mutações estariam atingindo o nível de saturação mais rapidamente do que as regiões conservadas, ocasionando perda do sinal filogenético. Segundo os autores, as informações contidas nestas regiões de evolução rápida poderiam ser úteis para a resolução filogenética no nível genérico ou específico.

De acordo com os resultados, existem três grupos monofiléticos dentro de Rhamphicthyoidea: (Rhamphicthys, Gymnorhamphicthys), {Brachyhypopomus,

Microstemarchus) e {Steatogenys, Stegostenopos, Hypopygus), o que corrobora o monofiletismo de Steatogenini, proposto inicialmente por Albert e Campos-da-Paz

(1998). Já o monofiletismo das famílias Hypopomidae e Rhamphicthyidae não é suportado. RAG1 e a maior parte das análises realizadas com 12S16S agrupam

Steatogenini juntamente com Rhamphicthys e Gymnorhamphicthys, separando-o dos demais hipopomídeos, Brachyhypopomus e Microstemarchus (Figura 8), o que corrobora desta maneira, as hipóteses anteriormente apresentadas por Alves- Gomes et aí. (1995) e Suilivan (1997). Não restam dúvidas quanto à validade de Stegostenopos cryptogenes como espécie válida, não podendo ser considerado como uma sinonímia para Steatogenys, conforme proposto por Albert e Campos-da-

Paz (1998) e por Albert (2001). Por outro lado, a hipótese proposta por Triques (1997), na qual o autor considera S. cryptogenes como grupo irmão de Hypopygus, também não é corroborada, uma vez que Stegostenopos aparece como grupo irmão apenas de H. neblinae. Já os exemplares de H. lepturus que não apresentam o padrão de manchas característico da espécie aparecem intimamente relacionados

49 aos demais H. lepturus e, a topologia ((S. cryptogenes, H.neblinae)(H. lepturus, H. lepturus*.)) torna o gênero Hypopygus parafiletico.

Este problema seria solucionado se H. neblinae fosse reclassificado como H. cryptogenes ou se S. cryptogenes passasse a ser considerado como H. cryptogenes, o que seria mais coerente uma vez que, tanto sob o ponto de vista genético quanto morfológico, não existem evidências para se supor que o gênero Hypopygus não seja considerado um bom gênero. A grande divergência encontrada entre as espécies H. lepturus e H. neblinae (5,0% a 5,5% com RAG1) pode na verdade indicar um longo tempo de isolamento entre elas. Além disso, Stegostenopos ainda divide algumas sinapomorfias com Hypopygus, como por exemplo: (1) narinas anteriores posicionadas dentro do lábio superior; (2) ausência de narinas posteriores e (3) órgão elétrico acessório subdermal localizado após a inserção da nadadeira peitoral (Mago-Leccia, 1994; Triques, 1997) e, como é mencionado pelo próprio Triques, Stegostenopos e Hypopygus ainda dividem um sulco ventral e dorsal na cabeça, que é realmente menos evidente neste último, porém presente. Nenhuma inferência quanto aos caracteres osteológicos foi feita por Triques (1997) na descrição de Stegostenopos. Além do mais, Triques (1997) propõe que os cromatóforos espalhados pela membrana da nadadeira anal sejam considerados como caráter diagnóstico para o gênero, o que poderia ser considerado como uma autoapomorfia, porém para a espécie.

50 1.6. CONCLUSÕES

1. Entre os marcadores moleculares utilizados, os genes mitocondriais

ribossomais 12S e 163 são menos informativos para o nível de

relacionamento pretendido nesta dissertação do que o gene nuclear RAG1;

2. A família Hypopomidae sensu Mago-Leccia (1994), não é um grupo natural,

uma vez que as espécies de Steatogenini são intimamente relacionadas aos

rhamphicthyoideos - corroborando os resultados de Alves-Gomes et ai

(1995)eSullivan (1997);

3. Steatogeneini é um grupo monofilético, o que corrobora Albert & Campos-da-

Paz(1998) e Albert (2001);

4. Stegostenopos cryptogenes é uma espécie válida, não existindo evidências

para que seja considerado como uma sinonímia para Steatogenys

confrontando Albert & Campos-da-Paz(1998) e Albert (2001); 5. O posicionamento de S. cryptogenes como grupo irmão do gênero Hypopygus proposto por Triques (1997) não é suportado, uma vez que a espécie aparece como grupo irmão apenas de H. neblinae, tornando o gênero Hypopygus

parafilético;

6. A situação parafilética de Hypopygus pode ser resolvida reclassificando H.

neblinae ou S. cryptogenes em S. neblinae ou H. cryptogenes,

respectivamente, sendo recomendada nesta dissertação a segunda opção.

7. O gênero Hypopygus apresenta pelo menos uma espécie não descrita, geneticamente mais relacionada à H. lepturus;

51 8. Os resultados abordados para Hypopygus demonstram uma forte

necessidade de uma revisão taxonômica detalhada do grupo (incluindo

Stegostenopos), com a descrição de novas espécies.

52 CAPITULO II

Filogeografía de Hypopygus iepturus Hoedeman, 1962

(Gymnotiformes: Rhamphicthyidae): um grupo de peixes elétricos

Neotropicais de diversidade complexa

2.1. INTRODUÇÃO

As espécies de peixes elétricos Neotropicais do gênero Hypopygus

Hoedeman, 1962 apresentam ampla distribuição nas bacias dos rios Amazonas e

Orinoco, também sendo encontradas nas Guianas. Até o presente estudo, o gênero compreende duas espécies nominais descritas: H. Iepturus Hoedeman, 1962 e H. neblinae Mago-Leccia, 1994. Estas espécies são as menores entre os Gymnotiformes (ordem dos peixes elétricos Neotropicais), podendo atingir maturidade sexual aos 50 mm de comprimento (Albert e Crampton, 2005) e alcançando cerca de 100 a 120 mm de comprimento total quando adultos

(Hoedeman, 1962; Nijssen e Isbrücker, 1972; Mago-Leccia, 1994).

Quanto à morfologia externa, estas duas espécies são bastante similares, podendo, mais facilmente, ser diferenciadas pelo número de raios da nadadeira anal (100 a 126 em H. Iepturus e 124 a 155 em H. neblinae - Maga-Leccia, 1994) e pelo número de manchas dorsais similares a selas, da nuca ao final da nadadeira anal (12 a 15 em H. Iepturus e 18 a 26 em H. neblinae - Nijssen e Isbrücker, 1972; Mago-

Leccia, 1994)- Contudo, análises moleculares indicam a existência de pelo menos uma espécie não descrita para o gênero, geneticamente e morfologicamente

53 diferenciada (esta dissertação - capítulo I). Além disso, a divergência genética

dentro de H. lepturus indica que esta espécie pode conter linhagens distintas, o que

sugere um possível complexo de espécies.

H. lepturus ainda é caracterizado por apresentar uma grande diversidade

quanto ao padrão de coloração (padrão de manchas no corpo) mesmo dentro de

uma única população (Nijssen e Isbrücker, 1972). Segundo Mago-Leccia (1994), H.

lepturus habita pequenos tributários e lagos, não tendo sido coletado no canal

principal dos grandes rios. Este fato talvez seja derivado de seu tamanho pequeno e,

conseqüentemente, reduzida capacidade natatória. Por este motivo, é possível

supor que os indivíduos desta espécie são facilmente isolados em seus igarapés de

origem, o que facilitaria a divergência da espécie em linhagens distintas. Adicionalmente, assim como em outros Gymnotiformes, a sua Descarga do Órgão

Elétrico (DOE) deve ser sensível a mudanças ambientais e, conseqüentemente,

poderia variar em função do igarapé de origem das diferentes populações.

Por estes motivos, Hypopygus é um excelente modelo para estudos que

tratam da influência dos fatores comportamentais, históricos, ambientais e

ecológicos na sua evolução e distribuição. Em outras palavras, um excelente modelo

para estudos de especiação. Explicar o significado da distribuição contínua ou

descontínua das populações de peixes é fundamental para se compreender como e porque tais animais ocupam atualmente estas regiões e os respectivos processos de diferenciação evolutiva (cladogenese), associados.

54 Com o exposto as seguintes hipóteses foram formuladas:

Ho = H. lepturus consiste em uma linhagem genética dentro da área estudada, sendo constituído de uma grande população panmítica.

Hi = H. lepturus apresenta linhagens genéticas distintas, geograficamente estruturadas nas localidades amostradas.

H2 = H. lepturus apresenta linhagens genéticas distintas, porém sem estruturação geográfica com as localidades amostradas.

55 2.2. OBJETIVO

Utilizar Hypopygus lepturus como um modelo no entendimento de processos filogeográficos e evolutivos (especiação) ao longo do médio rio Negro.

2.2.1 - Objetivos Específicos

• Estimar a variabilidade genética presente em Hypopygus lepturus;

• Testar a presença de fluxo gênico entre os indivíduos coletados em

afluentes de margens opostas e entre igarapés de uma mesma margem,

ao longo do médio rio Negro;

• Inferir o grau de diferenciação entre indivíduos de localidades distintas;

• Comparar os resultados obtidos através das análises dos dados

moleculares com os resultados obtidos a partir das análises de variação

das propriedades físicas da DOE.

56 2.3. MATERIAL E MÉTODOS

2.3.1. Área de estudo

A área de estudo é representada por pequenos afluentes (igarapés) do médio

rio Negro, um dos tributários do rio Amazonas que drena o Escudo das Guianas

(formações geológicas extremamente antigas). Suas águas, caracteristicamente

negras e ácidas (pH variando entre 3,5 a 5,5), cobrem uma área de aproximadamente 0,7 milhões de Km^ (a terceira maior bacia na Amazônia). Estas

águas são originadas do lixiviamento de solos arenosos, pobres em nutrientes (os

podzois) (Sioli, 1968; Goulding et ai, 2003). Suas águas além de apresentarem os

mais baixos pHs da bacia Amazônica, apresentam baixa condutividade elétrica, que

gira em torno de 20 ps/cm é maior do que a condutividade encontrada em águas claras (Sioli, 1968; Santos et al., 1984).

O rio Negro tem aproximadamente 2.500 Km de extensão, com maior parte de sua bacia (cerca de 90%) presente nos estados do Amazonas e Roraima. O alto rio Negro, mais ao Norte na Venezuela, é conectado ao rio Orinoco pelo canal de

Casiquiare. Mais ao Sul, durante a estação chuvosa, algumas cabeceiras de tributários da margem direita do baixo rio Negro (caracterizados por apresentarem largas faixas de inundação), conectam-se à bacia do rio Japurá, um dos maiores afluentes do rio Solimões (Goulding et al., 2003).

Sioli (1968) reconhece duas grandes formações geológicas na região do médio rio Negro: (1) formações do período terciário, que se estendem do baixo rio Negro até aproximadamente metade da região, apenas pela margem direita e (2) predominância de formações bem mais antigas, da era Arqueano na sua margem

57 esquerda e em parte da sua margem direita (do alto rio Negro até aproximadamente

metade da região do médio rio Negro). No médio rio Negro, estas formações mais

antigas, caracterizadas por afloramentos rochosos e montanhas, são bastante

evidentes ao longo do rio, principalmente a partir da metade desta região em direção

ao alto rio Negro. Nesta região, o leito dos igarapés torna-se mais encaixado,

diminuindo o extravasamento de água durante a cheia quando comparado ao que

ocorre mais abaixo do rio.

2.3.2. DeUneamento amostrai

As coletas para este estudo foram realizadas entre os meses de novembro e

dezembro de 2002 (no período da seca) em igarapés do médio rio Negro. Mais

especificamente, em oito tributários previamente selecionados, entre os municípios de Barcelos e São Gabriel da Cachoeira. Para a escolha dos igarapés que foram amostrados, a região entre Barcelos e São Gabriel da Cachoeira foi dividida em quatro sub-regiões, cada urfia delas abrangendo um grau de latitude. Em cada sub- região foi amostrado um igarapé de cada margem do rio Negro (Figura 10), totalizando oito afluentes. Dentro de cada igarapé, foram coletados aproximadamente 20 indivíduos de H. íepturus (em três pontos distintos dentro do tributário, na tentativa de evitar que fossem coletados indivíduos provenientes de uma única mãe) e, adicionalmente foram coletados, para análise comparativa, amostras de H. neblinae e Steatogenys elegans. Cada ponto de coleta dentro do tributário foi georreferenciado, assim como a confluência entre o igarapé e o canal principal do rio (onde não foram realizadas coletas).

68 BrS4'S9- 66'44-Sr 64'39'56" 63*34'S5 62'2d'S4 61*24'S3

'i i 'p'.

6r54'59" 66*44*5r 64*39'56- 63*3455" B2*29'54" 61*24*53

400 QuilAmetros

▲ Barcelos A S. G. da Cachoeira

Figura 10 - Na imagem geral da área de estudo, as retas verticais definem as quatro sub-regiões amostradas e os círculos vermelhos, mostram a localização dos igarapés amostrados em cada sub-região. Ao redor da imagem geral são mostrados em mais detalhes os pontos amostrados dentro de cada tributário. A) lrurabi(D)/lbará(E); B) Carabixi(D)/Jaradi(E): C) Mabarrá{D)/lahá{E) e D) Quimicurí(D)/Aduíá(E) (as letras entre parênteses se referem a: D = margem direita e E = margem esquerda)(Fonte da imagem: SigLab (INPA)- Imagem do Satélite Mr. Sid).

59 2.3.3. Procedimentos de campo e gravação da DOE

Para as coletas foram utilizados detectores de peixes elétricos, puçás,

redinhas de aquário e uma caixa plástica com água do próprio igarapé para triagem

In situ. Os detectores (um cabo de madeira com um par de eletrodos em uma das

extremidades, conectados a um amplificador portátil que, por sua vez é conectado a

um alto-falante) foram utilizados para amplificar a DOE, facilitando assim a

localização dos indivíduos no ambiente natural (Figura 11). Para as investidas de

captura foram escolhidos locais dentro dos tributários julgados apropriados para a

presença das espécies (bancos de areia cobertos por liteira ou a vegetação marginal

dos igarapés, geralmente em locais com 20 a 100 cm de profundidade). Depois de

um reconhecimento do local com os detectores para verificar a presença dos peixes,

estes foram localizados, identificados no nível genérico pela DOE (com o auxílio do detector) e coletados com um puçá de aproximadamente 40 cm de largura e de

profundidade.

Figura 11 - Esquema simplificado de um detector para peixe elétrico.

60 Os indivíduos coletados e misturados com a liteira foram colocados em uma

caixa plástica (caçapa ou basqueta) para que fossem triados ou separados das

folhas, areia e raízes. Depois da triagem inicial, os peixes foram mantidos em

basquetas com água limpa do próprio igarapé até serem levados ao barco de apoio

(Amanaí II - propriedade do INPA). Cerca de 20 L de água do igarapé foram

coletados para serem posteriormente utilizados na manutenção dos peixes em

cativeiro e durante a gravação da DOE. Dentro do barco de apoio, a DOE de cada

peixe foi gravada e os peixes foram logo em seguida sacrificados e conservados em

etanol 70% para servirem de testemunho em coleção biológica e para as análises

moleculares.

Para a gravação da DOE, os peixes foram confinados dentro de aquários de 7

L cheios com água do próprio igarapé de origem e com um cano de PVC. Este cano

foi utilizado para servir de abrigo e para restringir a mobilidade do peixe durante o

processo de gravação. O aquário foi então colocado no interior de uma caixa

galvanizada (caixa de Faraday) para evitar interferências elétricas externas durante

as gravações. O sinal elétrico gerado pelos peixes foi captado por um par de

eletrodos de prata de maneira que o pólo positivo foi posicionado na parte anterior

do animal e o pólo negativo na parte posterior. Este par de eletrodos foi conectado a

um amplificador diferencial no qual o sinal elétrico foi amplificado de 10 a 5000

vezes. Depois de amplificado, o sinal foi digitalizado com os conversores Digidata

1322A e Vetter Digital 3000A e enviado até um computador onde o sinal e a sua

forma de onda foram registrados através do software FlukeView e gravado com o AxonScope. Durante todo o processo, a DOE foi visualizada e monitorada pelos osciloscópios Fluke 196 Scopemeter e Tektronix TDS 220 e uma cópia de segurança foi realizada por dois minutos em fitas VHS em um VCR (Figura 12).

61 6)dados gravados em CD 4.1) gravações em Fita Magnética Oigdata

FlukeScometer 4) digitalização \ / 3j visualização Coniputadòr-.^^ 2)amplificação 5) processamemos. Osciioscópio Vetter Digital Software AxonScope Ampíificador AC/DC 1) aquisição D.O.E.s

W í 1 ; !• i: i ií t V tanques experimentais Software MatLab

Figura 12 - Esquema de aquisição de sinal e processamento da DOE (em detalhe o aquário de gravação com a caixa de Faradayem cinza, envolvendo-o)(Figura modificada de Schwertner, 2005). 2.3.4. Procedimentos laboratoriais

Todas as análises moleculares laboratoriais foram realizadas no Laboratório

Temático de Biologia Molecular (LTBM) do Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (INPA). As metodologias utilizadas para extração, amplificação enzimática e seqüenciamento de DNA foram às mesmas descritas no capítulo I dessa dissertação (páginas 22 - 27). Apenas as adaptações listadas a seguir foram feitas para adequação ao fragmento de DNA utilizado no presente capítulo (região controle do DNAmt). Os primers utilizados na reação de PCR foram; (1) FTTF2: 5' - CTAACTCCCAAAGCTAGTATT - 3' e (2) 12S REV1: 5'- GTGCGGAKCTTGCATGT

- 3'. A concentração dos reagentes na reação foi à mesma utilizada nas amplificações de 12S16S (capítulo I). Depois de um ciclo inicial de 4 min a 95 °C foram utilizados 35 ciclos com: 1 min a 94 °C para desnaturação, 1 min a 54 °C para o anelamento dos primers e 1 min a 72 °C para a extensão dos fragmentos. Após a realização dos 35 ciclos, foi processada uma extensão final a 72 °C por 6 min. Um esquema do local de anelamento dos primers é apresentado na Figura 13.

•12SREV1

tRNA' D-Loop m tRNA" 12S RNA FTTF2H Figura 13 - Esquema do local de anelamento dos primers (triângulos vermelhos) que foram utilizados para a amplificação enzimática In vitro do fragmento de interesse (região controle - D-Loop).

63 2.3.5. Análise dos Dados

a) Edição e alinhamento das seqüências

Logo após a obtenção das primeiras seqüências foi realizado um alinhamento

prévio destas com a seqüência da região controle de Apteronotus albifrons e

Eigenmannia sp., (Gymnotiformes) depositadas no banco de dados público na

Internet (GENBANK) no endereço http://www.ncbi.nlm.nih.gov (números de acesso

NC_004692 e NC__004701, respectivamente). Com este procedimento foi possível

determinar o início e fim da região controle. Depois de conferidas uma a uma, as

seqüências foram manualmente alinhadas e editadas no programa BIOEDIT 6.0.7

(Hall, 1999)e as diferenças entre as seqüências foram confirmadas.

Uma vez alinhadas todas as seqüências foi possível identificar aquelas que

apresentaram 100% de similaridade, sendo mantidas na matriz de dados apenas as seqüências representativas dos hapiótipos únicos definidos pelo programa TOS

vi.18 (Clemente et ai, 2000) as quais foram então utilizadas nas análises descritas subseqüentemente.

b) Análises filogenéticas

Para uma estimativa do relacionamento entre os indivíduos e da divergência entre os ciados, foram geradas árvores através dos métodos filogenéticos de

Máxima Parcimônia (MP - Hennig, 1966) e Máxima Verossimilhança (MV - Felsenstein, 1981) no programa PAUP 4.0b10 (Swofford, 2002). Para estas análises, foram utilizados somente os hapiótipos de H. lepturus (como já havia sido mencionado), uma seqüência de H. neblinas e uma seqüência de Steatogenys

64 elegans como grupo externo. Stegostenopos cryptogenes não foi utilizado como

grupo externo devido à impossibilidade de obtenção de seqüências de D-Loop para

esta espécie.

Para as análises de Máxima Parcimônia (MP), os gaps foram tratados como

quinto estado e as procuras foram feitas a partir de três esquemas de pesos

distintos: (1) TS1TV1GP1 - em que transições (TS), transversões (TV) e gaps (GP)

têm o mesmo peso; (2) TS1TV2GP2 - TV e GP duas vezes o peso da TS e (3)

TS1TV3GP3 - TV e GP três vezes o peso da TS. Para todos os três esquemas de

peso adotados foi realizada a busca heurística com 500 réplicas e adição randômica

de táxons. Cinco árvores por réplica foram mantidas e o rearranjo de ramos foi

realizado pelo método TBR (Tree Bisection Reconectiorí). Quando necessário foram

calculados os consensos estrito e o da regra da maioria de 50% entre todas as

árvores mais parcimoniosas. Não foi realizada nenhuma estatística de suporte para cada nó interno dos ramos (bootstrap) devido ao grande demanda computacional que seria necessária para a realização dos cálculos.

Na Máxima Verossimilhança, o modelo evolutivo escolhido pelo programa

MODELTEST 3.6 (Posada e Crandall, 1998) foi o HKY85 + T + I. Porém, para diminuir o tempo computacional, a análise de MV foi realizada sem o parâmetro a da distribuição gamma. A procura pela árvore mais verossímil foi realizada pela busca heurística com adição randômica de táxons com 100 réplicas e o rearranjo dos ramos obtido através do método TBR. Assim como na MP, não foram realizadas análises de suporte estatístico {bootstrap).

Além das análises filogenéticas, uma árvore de distância corrigida pelo modelo HKY85 + T + I foi obtida através do método de agrupamento de vizinhos.

65 Para se ter uma estimativa da divergência entre as linhagens, uma matriz de

distância "p" foi obtida considerando apenas os hapiótipos únicos.

o) Análise Filogeográfica de Ciados Inseridos(NORA)

A Análise Filogeográfica de Ciados Inseridos {Nested Clade

Phylogeographycal Analysis - NORA; Templeton, 2001 e 2004) é um método

estatístico que se preocupa em "detectar e testar os mecanismos evolutivos

responsáveis pela distribuição geográfica de padrões genéticos e possíveis

deficiências no esquema amostrai" (Duran et ai, 1999). Mais especificamente, a

análise utiliza informações genealógicas, geográficas e de freqüência haplotípica

para distinguir entre eventos históricos e atuais.

O primeiro passo para a realização desta análise foi à construção de um

cladograma não enraizado de hapiótipos. Este cladograma foi construído no

programa TOS vi.18 (Clement et a/.,2000), que utiliza o princípio da Parcimônia

Estatística (RE), com limite de conectividade de 95%, como descrito em Templeton et ai (1992). As conexões ambíguas foram resolvidas utilizando as informações da topologia da árvore gerada pelo método de MV. Apenas as seqüências de H. lepturus foram utilizadas nesta análise.

O segundo passo na realização da análise foi a construção manual de agrupamentos {clusters) hierárquicos de hapiótipos. Estes agrupamentos são realizados das pontas para o interior do cladograma, unindo primeiramente os hapiótipos que diferem em apenas um passo mutacional. Este primeiro agrupamento forma os ciados de um passo, que posteriormente são agrupados em ciados de dois passos, novamente das pontas do cladograma para o interior, e assim

66 sucessivamente até que o agrupamento atinja todo o cladograma (Templeton et al.,

1987 e Templenton e Sing, 1993).

Depois dos ciados terem sido agrupados, o programa GEODIS 2.2 (Posada et

ai, 2000) foi utilizado para verificar a ocorrência de associação significativa entre os

hapiótipos e sua distribuição geográfica através de uma análise de contingência.

Esta análise trata as localidades amostradas como variáveis categóricas e, para o

cálculo da distância entre elas, utiliza as informações de uma matriz de distância

entre estas localidades, que nesta dissertação, foi calculada em quilômetros

segundo o curso do rio. Estas informações são utilizadas para calcular, através de

10000 permutações aleatórias, os valores de Dc(que mede a distribuição geográfica

do ciado) e de Dn (que mede a distribuição geográfica do dado em relação a outros

ciados agrupados no mesmo nível hierárquico) (Templenton et ai, 1995). A

interpretação dos resultados foi realizada seguindo a Chave de Inferência de

Templeton (2004).

d) Análises de diversidade populacional Foram utilizadas apenas as seqüências de H. lepturus para as análises populacionais realizadas para cada localidade, que correspondem a 135 seqüências

8 43 hapiótipos. A princípio, cada local de coleta (igarapé)foi considerado como uma população: Quimicuri (n = 21), Mabarrá {n = 14), Carabixi (n = 13), Irurabi {n = 15),

Aduiá (21), lahá {n = 9), Jaradi (/? = 21) e Ibará (n = 21). Posteriormente, foram realizadas as estimativas para cada ciado individual resultantes das análises filogenéticas e do cladograma de hapiótipos construído pelo TOS. Além das estimativas realizadas para as linhagens de H. lepturus, foi realizada uma comparação entre estas linhagens e a diversidade genética de H. neblinae.

67 As estimativas de variabilidade e diferenciação genética calculadas foram:(1) h - diversidade gênica (haplotípica), que é definida como a probabilidade de dois alelos escolhidos ao acaso em uma população serem diferentes - calculada pelo

método Nei (1987); (2) tc - diversidade nucleotídica, a média de diferenças

nucleotídicas por sítio amostrados aleatoriamente entre duas seqüências de DNA (Li e Graur, 1991) e (3) S - número de sítios polimórficos. Além da estimativa destes

parâmetros, ainda foi realizado o teste D de Tajima (Tajima, 1989) para verificar a ocorrência de expansão populacional. Todas estas análises foram realizadas no programa ARLEQUIN 2.0 (Schneider et ai, 2000).

e) Análise de Varlância Molecular(AMOVA)

A AMOVA (Excoffier et ai, 1992), disponibilizada no programa ARLEQUIN 2.0 (Schneider et ai, 2000), foi utilizada para testar a significância da variabilidade encontrada dentro e entre as populações amostradas (localidades e linhagens). Esta análise utiliza as informações de uma matriz de distância entre as seqüências para medir dois componentes da variância total que são:(1) o número de mutações entre as diferentes populações e (2) o número de mutações entre os diferentes hapiótipos de cada população. Estes componentes são então utilizados para o cálculo dos índices de fixação. Por se tratar de uma análise hierárquica, é possível agrupar os indivíduos dentro de populações e as populações dentro de grupos, determinando, dessa maneira, a estrutura a ser testada (Schneider et ai, 2000). Primeiramente, foram testadas as diferenças dentro e entre cada igarapé. Depois, realizou-se o teste para verificar a significância da variabilidade encontrada dentro e entre cada ciado (obtidos nas análises filogenéticas e na árvore de hapiótipos).

68 f) Análise da DOE

Grande parte das análises da DOE foi realizada em colaboração com o

Laboratório de Biologia Sensorial da City University of New York (CUNY). Para estas

análises, os arquivos da DOE, gravados durante as coletas, foram analisados por

meio de um algoritmo no software MATLAB 6. Este algoritmo foi especificamente

desenvolvido pela equipe da CUNY para gerar automaticamente Informações quanto

a DOE de cada peixe, individualmente. As variáveis calculadas foram: taxa de

repetição; pico da freqüência de maior energia (PPF - Peak Power Frequence)\ duração da DOE; duração de cada fase da DOE; amplitude de cada fase entre outras. Todas estas informações foram salvas automaticamente pelo algoritmo em formato gráfico e na forma de uma planilha de dados que pode posteriormente ser

lida em programas de análise estatística como, por exemplo, Excel e Systat.

Portanto, uma análise gráfica das variáveis PPF e taxa de repetição foi realizada para identificar diferenças nas propriedades físicas da DOE de diferentes linhagens de H. lepturus. O efeito da temperatura sob estas variáveis foi eliminado através de uma regressão linear simples entre a temperatura e cada variável. Em uma primeira análise foi realizada uma comparação entre H. neblinae e H. lepturus. Depois, foi realizada uma análise apenas entre as linhagens de H. lepturus.

69 2.4. RESULTADOS

Foram seqüenciados 916 pares de bases (pb) da região controle de 160

indivíduos do gênero Hypopygus. Para a construção da matriz de dados final, foram somadas 17 seqüências provenientes do trabalho de Lucena (2003), totalizando 177

indivíduos (Tabela 9). Depois de alinhados, os primeiros 33 pb da região controle foram excluídos das análises porque não puderam ser determinados para todas as seqüências. O alinhamento final produziu um conjunto de dados com 911 caracteres

(833 pb + gaps)(Anexo - 4).

Tabela 9 - Lista com o número de indivíduos de cada espécie por localidade amostrada que foram seqüenciados. Localidade Espécie Margem direita Margem esquerda Total Quimicurí Mabarrá Carabixi Irurabi Aduia lahá Jaradí Ibará

Hypopygus lepturus 16 20 13 11 17 11 21 19 128

3 Hypopygus lepturus* 5 0 0 5 4 0 0 17

0 Hypopygus neblinae 1 7 6 0 4 6 4 28

25 17 25 22 173" Total 22 27 19 16 * Indivíduos seqüenciados por Lucena (2003). •* Além dos exemplares listados, foram seqüenciados 3 indivíduos de Hypopygus neblinae coletados em outras 3 localidades [1 no Lago Anazildo e 1 no Ig. Moura(no rio Negro)e 1 no Puraquequara (Manaus)].

O conjunto de seqüências analisado apresentou deficiência na quantidade de Guanina e Citosina em relação às outras duas bases nitrogenadas (Figura 14), porém, de acordo com o teste do Qui-quadrado realizado, esta diferença não foi significativa. As médias calculadas para cada uma das bases foram: 30,69% de Adenina, 22,30% de Citosina, 14,98% de Guanina e 32,13% de Timina. O gráfico de saturação obtido juntamente com a seqüência de S. elegans (utilizado nas análises como grupo externo) apresentou nítida saturação das transições. Depois de excluída esta seqüência da análise, não foi possível identificar acúmulo de transições em relação à divergência apresentada entre as seqüências (Figura 15).

70 35,00%

30,00%

25,00%

20,00% ■

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%

Figura 14 - Média da composição nucleotídica calculada para o conjunto de dados analisado (seqüências da região controle). No eixo das ordenadas estão representadas as bases nucleotídícas: A (Adenina). C (Citosina), G (Guanína) e T (Timina). No eixo das abscissas estão representados os valores percentuais da composição nucleotídica. Os valores obtidos foram de 30,59%, 22,30%, 14,98% e 32,13% respectivamente para A, C, G e T.

• TS

à TV

5 20

10,00% 12,00% 0,00% 2,00% 4,00% 6.00% 8,00% Divergência Genética F' ra 15 - Gráfico de saturação (número absoluto de TS e TV em função da divergência genética lc"ulada para todos os pares de seqüências a partir da distância p não corrigida) onde, "TS" corresponde às transições e "TV" as transversões.

71 2.4.1. Estimativa do número de hapiótipos e anáiises fiiogenéticas

Das Ml seqüências geradas, 143 são de H. lepturus. Dentro destas 143 seqüências foram encontrados 48 hapiótipos, dos quais 33 são únicos, ou seja, representados por apenas um indivíduo (Tabela 10). O hapiótipo mais comum (h9, compartilhado por 41 indivíduos) foi encontrado em sete das oito localidades amostradas. O segundo hapiótipo mais comum (h3), representado por 17 seqüências, foi encontrado em apenas três localidades (duas na margem direita e uma na margem esquerda do rio Negro). Depois do h9, o hapiótipo com maior distribuição geográfica foi o h19 (compartilhado por seis indivíduos de cinco localidades - três na margem direita e dois na margem esquerda).

Uma árvore de distância construída pelo método de agrupamento de vizinhos

(corrigida pelo modelo de substituição nucleotídica HKY85 + r + I, como indicado pelo teste de taxa de verossimilhança implementado no programa MODELTEST) é apresentada na Figura 16. Para a construção desta árvore foi utilizado todo o conjunto de dados, ou seja, todas as 177 seqüências. A topologia obtida apresentou cinco ciados distintos dentro de H. lepturus, que são corroborados nas análises fiiogenéticas de MP e MV. Estes ciados serão referidos a partir deste ponto como linhagens "A", "B", "C","D" e "E".

Os representantes das linhagens "D" e "E" são aqueles indivíduos mencionados ao longo do capítulo I que não apresentam o padrão de manchas característicos de Hypopygus lepturus e que foram considerados como espécie não descritas para o gênero no capítulo anterior. Por este motivo e pelo pequeno número de indivíduos obtido destas duas linhagens ["D" (A/=1) e "E" (A/=6)] apenas uma

72 seqüência de cada uma destas linhagens foi utilizada nas análises filogenéticas subseqüentes e, desconsiderados na NCPA, como será visto posteriormente.

As árvores de MP e MV são apresentadas nas Figuras 17 e 18

respectivamente. Para a realização destas análises, foi utilizada apenas uma

seqüência representativa de cada hapiótipo de Hypopygus lepturus encontrados

com o auxílio do programa TCS (A/=45) e, como grupo externo, uma seqüência de H.

neblinae (ver Figura 16) e uma seqüência de S. elegans. Com exceção da topologia

apresentada na Figura 17A, as outras duas topologias apresentadas na figura foram

unânimes em definir cinco ciados monofiléticos distintos.

73 Tabela 10 - Lista dos 48 hapiótipos encontrados entre os 143 indivíduos de Hypopygus lepturus seqüenciados.

Localidade Margem direita Margem esquerda Hapiótipo Linhagem® Total QUI MAB CBX IRU ADU lAH JAR IBA

h1 C 1 1 h2* A 1 1 h3 C 6 2 9 17 h4 C 8 1 h5 C 2 h6 C 1 1 h7* A 1 1 h8* A 1 1 h9 A 1 6 3 1 1 12 17 41 hlO C 1 1 h11 A 1 1 h12 C 1 1 h13 A 1 1 h14 A 1 1 h15 C 1 1 h16 C 2 1 1 1 h17 A 1 1 h18 A 1 1 h19 A 1 2 1 1 1 h20 B 1 1 h21 B 1 1 h22 B 1 1 h23 A 2 4 1 h24 A 1 1 h25 A 1 1 h26 A 1 1 h27 A 1 1 h28 B 2 h29 B 1 1 h30 B 6 1 h31 B 1 h32* A 1 1 h33' A 2 h34' A 1 1 h35 B 1 1 h36 B 5 h37* A 1 1 h38 B 1 1 h39* A 1 1 h40 C 1 1 h41 C 1 1 h42 C 1 1 h43 A 1 1 h44 E 2 2 h45 E 2 2 h46 E 1 1 2 h47 E 1 1 h48 D 1 1

16 21 11 21 Total 21 18 13 22 143

•Coresponde aos ciados A. B e O das Figuras 16.17 e 18 • Estes hapiótipos correspondem a indivíduos que formam um dado delimitado pelo retânguio, dentro do dado A, nas Figuras 16,17 e 18). NOTA' QUI = Quimicuri; MAB - MalJarrá; CBX = Caraliixi; iRU = Irurabi; ADU = Aduiá; lAH = lahá; JAR = Jaradi e IBA = iljará

74 V) 2 5 t V) 1 I

Hypopygus neblinae

Stealogenys 0,02 substituições/sitio

Figura 16 - Topologia obtida pelo método de agrupamento de vizinhos (neighbor-joining) utilizando- se as 177 seqüências obtidas. Para a construção da árvore foi utilizado o modelo HKY85 + r + I. As barras coloridas representam cinco linhagens distintas dentro de H. lepturus sem relação aparente com a distribuição geográfica (verificar a lista de hapiótipos por localidade e por linhagem identificados na Tabela 10). O retângulo tracejado chama atenção para seqüências bastante divergentes dentro do dado A (hapiótipos identificados por asterisco na Tabela 10).

75 B

lepljnís D ■ H lepiiiuí O H lefliirusD -H te/íi/nuE 'H leptufus E H leplurvs E ~Hypop/gM netSna» 'Hypoprsut neOSnea ■Hypcpygus neMnM SMogenys ala^ia 'SUdíogonyselogans Sedloçaivs eh^ns

Figura 17 -Topologias obtidas através da análise de MP com 500 réplicas. As barras coloridas representam cinco linhagens distintas (ciados). A) Consenso estrito entre as 4.583 árvores mais parcimoniosas obtidas com o esquema de peso TS1TV1GP1 (TL = 621, 01 = 0.637681, RI = 0.861025, RC = 0.549060 e Hl = 0.362319). B) Consenso estrito entre as 887 árvores mais parcimoniosas obtidas com o esquema TS1TV2GP2 (TL = 632, Cl = 0.626582, RI = 0.854231, RC = 0.535246 e Hl = 0.373418). C) Consenso estrito entre as 1.113 árvores mais parcimoniosas com o esquema de pesos TS1TV3GP3. Note que na topologia A, o ciado "A" não foi recuperado como monofilético devido ao posicionamento dos hapiótipos identificados pelo retângulo tracejado dentro do ciado A que, em algumas das árvores obtidas, apresentaram maior relacionamento com o ciado (B + C).

76 Proporção de □ Quimicuri indivíduos / igarapé ElMabarrá ■ Carabixi ■ IrurabI ■ Ibará ■Jaradí Blahá □Aduía

C

•H. lepturus D H. lepturus E Hypopygus neblinae Steatogenys elegans — 0.005 substituíções/sítio Figura 18 - Topologia obtida pelo método de MV com 100 réplicas, utilizando o modelo de substituição indicado peio teste de razão de verossimilhança (LRT - Llkeiihood Ratio Test) hierárquico implementado no MODELTEST. Novamente as barras coloridas indicam os três ciados distintos dentro de H. lepturus. Os círculos preenchidos dão uma idéia da proporção de seqüências de cada localidade presentes (agrupadas) dentro de uma mesma linhagem (ciados A, B e C). Cada cor representa uma localidade distinta e a proporção de indivíduos seqüenclados por igarapé é indicada juntamente com a legenda (mas veja também a Tabela 20 para uma descrição mais detalhada do número de indivíduos seqüenciados por linhagem por localidade e a Figura 19, para ver como 08 hapiótipos de cada localidade estão relacionados). Note que na topologia "A" estão nresentes indivíduos de todas as localidades, porém, quando desconsideramos os hapiótipos h2, h7 e h8 (representados na topologia pelos quadrado, círculo e triângulo verdes, respectivamente dentro do retânguio tracejado), a localidade Quimicuri é eliminada (verifique a Tabela 10 para a identificação destas seqüências).

77 A figura 19 mostra a distribuição e a proporção das linhagens "A". "B" e "C" dentro os Igarapés amostrados. Já a figura 20 mostra a distribuição e a proporção dos hapiótipos em cada localidade.

ruran Qulntiéu^ i

Figura 19 - Proporção de cada linhagem presente nos igarapés amostrados.

78 B II

t

Figura 20 - Esquema da distribuição dos hapiótipos entre os igarapés amostrados. A, linhagem "A"; B, linhagem "B"; C, linhagem "C" e D, representâo das três linhagens

79 2.4.2. Divergência entre as iinhagens

Para se ter uma idéia da divergência genética entre as linhagens foi obtida

uma matriz de distância "p" não corrigida entre os hapiótipos. A matriz de distância

entre os hapiótipos é apresentada no Anexo 4 e as médias das divergências dentro

e entre as linhagens são apresentadas nas Tabelas 11 e 12 respectivamente. Dentro

de uma mesma linhagem as menores distâncias observadas foram de 0,00% (para

todas as linhagens). Já as maiores divergências encontradas dentro das linhagens foram de: 1,02% (dentro de H. neblinas)] 0,34% (dentro de Hypopygus lepturus D); 8,95% (dentro de H. lepturus A); 1,02% (dentro de H. lepturus B) e 0,80% (para H.

lepturus C)(Anexo - 4).

Tabela 11 - Divergência média com o desvio (S.E.) calculada dentro de cada linhagem.

Linhagem Divergência S.E.

H. neblinae 0,2290% 0,0820% H. lepturus A 1,4620% 0,1380% H. lepturus B 0,3890% 0,1190% H. lepturus C 0,1830% 0,0720% H. lepturus D 0,1710% 0,1030% H. lepturus E 0,1710% 0,1030%

Tabela 12- Percentual médio de divergência com o desvio (±)calculada entre as linhagens.

Linhagem 1 2 3 4 5 6 7

1 S.elegans 0,000 ± 0,000 2 H.nebfínae 18,873 ±1,382 0,000 ± 0,000 3 H. lepturus A 22,574 ± 1,497 12,757 ±1,136 0,000 ± 0,000 4 H. lepturus B 21,422 ±1,438 11,648 ±1,082 7,034 ± 0,822 0,000 ±0,000 21,019 ±1.396 11,639 ±1,095 7,030 ±0,836 3,583 ± 0,598 0,000 ± 0,000 5 H. lepturus C 9,531 ± 0,967 9,423 ± 0,954 6 H. lepturus D 21.403 ±1.496 11,765 ±1,147 9,527 ±0,907 0,000 ± 0,000 22,222 ±1,485 14,040 ± 1,249 10,278 ± 0,973 11,254 ±1,061 9,785 ±0,943 7,663 ± 0,829 0,000 ± 0,000 7 H. lepturus E

80 2.4.3. Análise Filogeográfica de Ciados inseridos(NCPA)

Por causa do pequeno número amostrai, os indivíduos das linhagens D (A/=1) e E (A/=6) não foram considerados para a NCPA. A análise realizada pelo programa

TOS apresentou três árvores haplotípicas independentes, além de hapiótipos que não apresentaram conexão com nenhuma destas três árvores. Estes três cladogramas haplotípicos obtidos representam as linhagens (A, B e 0) encontrados nas análises filogenéticas. Já os hapiótipos que não apresentaram conexão com nenhuma destas três árvores haplotípicas, são àqueles hapiótipos mais diferenciados dentro do ciado A. (Tabela 10 e as Figuras 16, 17 e 18). A conexão completa destas três árvores, mais os hapiótipos diferenciados, só foi possível quando o limite de conectividade de 95% (probabilidade > 0,95 dos hapiótipos terem sido conectados parcimoniosamente) o que representou nesta análise 13 passos mutacionais, foi aumentado para mais de 130 passos (e menos de 150). Ou seja, logo em uma primeira análise, a NCPA separa o grupo H. lepturus em três linhagens distintas e hapiótipos isolados mais relacionados à linhagem "A". De acordo com suas premissas, a NCPA deve ser realizada considerando-se populações (ou indivíduos) de uma única linhagem genealógica. Por este motivo optou-se por realizar três análises independentes: (1) apenas com os indivíduos da linhagem "A", excluindo-se aqueles hapiótipos diferenciados relacionados a esta linhagem; (2) apenas com os indivíduos da linhagem "B"; (3) apenas com os indivíduos da linhagem "C". Assim sendo, as figuras 21, 22 e 23 mostram os cladogamos agrupados, segundo as regras de agrupamento descritas em Templeton et ai. (1987) e Templenton e Sing (1993), respectivamente para as três linhagens. A

81 árvore de hapiótipos obtida no programa TCS forçando-se a ligação entre as três linhagens e os hapiótipos diferenciados é apresentada no anexo 6.

A Tabela 13 resume os resultados da NCPA para cada. A rejeição da hipótese nula de não associação entre distância geográfica e distância genética foi observada em vários níveis dentro dos cladogramas. Contudo, de acordo com o teste de mantel, implementado no programa ARLEQUIN 2.0, a diferenciação genética dentro das linhagens não pode ser explicada pela distância geográfica, assim como a diferenciação entre as linhagens também não pode.

A Tabela 14 apresenta os resultados da chave de inferéncia de Templenton (2004) para cada uma das trés linhagens. Os resultados da interpretação da chave de inferéncia para a linhagem "A" foi inconclusiva. Já para a linhagem "B", a análise indicou contínua expansão de área no nível 3.1; fragmetação alopátrica no nível 3.3 e colonização a longa distância possivelmente com fragmentação subsequente ou fragmentação passada seguida por expansão de área para o cladograma total. Para a linhagem 0, a chave de inferéncia indicou resultados inconclusivos no nível 1.8 e contínua expansão de área no cladograma total.

82 Quimicuri

Mabarrá

Carabixi

Irurabi ciado A Ibará

Jaradi

lahá

9 Aduiá o Hapiótipo hipotético

— Ciados de 1 passo — Ciados de 2 passos — Ciados de 3 passos — Claograma Total

Figura 21 - Estrutura de agrupamento obtida segundo as regras de agrupamento descritas em Templeton et ai (1987) e Templenton e Sing (1993). Cada círculo preenchido representa um hapiótipo com a proporção de indivíduos de cada localidade. (Veja a legenda da figura para mais detalhes e a Tabela 10 para o número de indivíduos agrupados em cada hapiótipo). As localidades são representadas no desenho por cores diferentes.

83 I I Quimicuri ciado B Mabarrá

Carabixi

Irurabi

Ibará

Jaradi

lahá

Aduiá o Haplótipo hipotético — Ciados de 1 passo — Ciados de 2 passos — Ciados de 3 passos — Claograma Total

Figura 22 - Estrutura de agrupamento obtida segundo as regras de agrupamento descritas em Templeton et al. (1987) e Tempienton e Sing (1993). Cada círculo preenchido representa um haplótipo com a proporção de indivíduos de cada localidade. (Veja a legenda da figura para mais detalhes e a Tabela 10 para o número de indivíduos agrupados em cada haplótipo). As localidades são representadas no desenho por cores diferentes

84 I I Quimicuri 4.1 I Mabarrá Ciado 0 I Carabíxi H Irurabi I Ibará I Jaradi ■ lahá

Aduiá (^hTVo-(í^ 1.6) o Hapiótipo hipotético

2.6 — Ciados de 1 passo — Ciados de 2 passos 3.3 — Ciados de 3 passos — Claograma Total

Figura 23 - Estrutura de agrupamento obtida segundo as regras de agrupamento descritas em Templeton et al. (1987) e Templenton e Sing (1993). Cada círculo preenchido representa um hapiótipo com a proporção de indivíduos de cada localidade. (Veja a legenda da figura para mais detalhes e a Tabela 10 para o número de indivíduos agrupados em cada hapiótipo). As localidades são representadas no desenho por cores diferentes

85 Tabela 13 - Resultados da NCPA. Dc = valores da distância do ciado ao centro geográfico do ciado e Dn = distância do ciado em relação ao centro geográfico dos outros ciados no mesmo nível hierárquico. Apenas os valores significativos de Dce sâo mostrados.

Teste de ^ Nível do Ciados Inclusos Localização Dc D„ Dc l-T D„l-T Linhagem agrupamento permutaçâo (x^) Pdex^

A Ciado 1.3 1,5556 1,0000 h19 ponta - - h43 Interior -

Ciado 1.4 2,0000 1,0000 h11 ponta - -

h25 interior -

Ciado 1.5 23,3152 0,1448 h09 Interior

- h13 ponta - h24 ponta .

Ciado 2.2 1,1429 1,0000 h27 Interior - -

Ciado 1.3 ponta -

ponta - Ciado 2.3 7,4377 0,2347 Ciado 1.4 -

Ciado 1.5 Interior -

interior - Ciado 2.4 0,6857 1,0000 h23 -

Ciado 1.6 ponta -

Ciado 3.1 7,2188 0,2037 Ciado 2.1 ponta " -

Ciado 2.2 Interior -

Ciado 3.2 5,1795 0,4989 Ciado 2.3 Interior - - Ciado 2.4 ponta -

Ciado 4.1 •"A" 17,7640 0,0071 Ciado 3.1 ponta 0,0107" - Ciado 3.2 ponta 0,0122' 0,0276*

- B Ciado 1.1 2,0000 1,0000 h35 ponta - - h38 ponta

Ciado 1.3 3,0000 0,3318 h28 ponta - -

h29 interior -

0,0343" Ciado 3.1 8,0000 0,0343 Ciado 2.1 ponta 0,0343" 0,0343* 0,0343* Ciado 2.2 Interior 0,0343*

Ciado 2.4 ponta 0,0290* Ciado 3.3 9,0000 0,0290 0,0290* 0,0290" Ciado 2.5 Interior 0,0290"

o.oooo" Ciado 4.1 -"B" 22.9630 0,0005 Ciado 3.1 interior 0,0362* Ciado 3.2 ponta 0,0003" Ciado 3.3 ponta 0,0028* 0,0154*

- C Ciado 1.7 4,4444 0,2054 h04 interior - - h12 ponta

Ciado 1.6 11,1812 0,0108 h03 interior 0,0039* 0,0021* - h16 Interior 0,0039"

Ciado 2.5 2,9333 0,2766 hlO ponta - -

Ciado 1.7 interior -

Ciado 3.1 10,4061 0,2545 Ciado 2.1 ponta

Ciado 2.2 ponta - - Ciado 2.3 Interior

Ciado 3.3 1,0413 0,5453 Ciado 2.5 interior -

Ciado 2.6 ponta - •

Ciado 3.1 ponta 0,000l" Ciado 4.1 -"C" 13,8222 0,0567 0,000l" Ciado 3.2 ponta 0,0001* 0,0001* Ciado 3.3 Interior 0,0007* 0,0009'

•..«haKnMurln iTMnor 6 sionlticaliva (1P < 0.05) 'probablUdode maior ô signlficaUva(P < 0.05)

86 Tabela 14 - Resultados da chave de inferência para a análise da árvore de hapiótipos de distância geográfica de Templenton (2004) obtidos através da interpretação dos resultados mostrados na Tabela 13.

Linhagen Nível analisado Passos na chave Inferência

A Ciado 4.1 01. não-02 02.1-T indeterminado Resultado inconclusivo

B Ciado 3.1 01. sim -19 19. sim-20 20. sim - 02 02. não -11 11. sim-12 Expansão de área 12.não Contínua expansão de área

Ciado 3.3 01. sim-19 19. sim -20 20. sim - 02 02. sim - 03 03. não - 04 04. sim - 09 09. não Fragmentação alopátríca

Ciado 4.1 01. não-02 02. não-11 11. sim-12 Expansão de área 12.sim-13 13. sim Colonização a longa distância possivelmente com fragmentação subsequente ou fragmentação passada seguida por expansão de área.

C Ciado 1.8 01. não-02 02.1-T não pode ser Resultado inconclusivo determinada

Ciado 4.1 01. não-02 02. não-11 11. sim-12 Expansão de área 12.não Contínua expansão de área

87 2.4.4. Análises de diversidade populacional

Os valores de diversidade genética e os valores do teste de neutralidade são encontrados na Tabela 15 (para as localidades amostradas) e na Tabela 16 (para as linhagens). Dentro das localidades amostradas, apenas Carabixi e Jaradi apresentaram desequilíbrio de neutralidade de mutação, segundo o teste D de

Tajima. Dentro das linhagens, apenas "A" apresentou desequilíbrio pelo teste D de

Tajima. Assim como para a NCPA, os indivíduos das linhagens "D" e "E" não foram considerados para as análises de diversidade populacional e AMOVA.

Tabela 15 - Medidas de diversidade genética observada para a região controle do DNA mítocondríal por localidade de coleta, dos 135 indivíduos de H. lepturus. N representa o número de seqüências por localidade; H o número de hapiótipos; S o número de sítios polimórficos; h representa a diversidade gênica (haplotípica) e ita diversidade nucleotídica.

Localidades N H S h±DP ir 1 DP Teste D de Tajima

Quimicuri 21 8 107 0,7905 ± 0,0657 0,02595810,013284 -1,30119

Mabarrá 14 12 104 0,9780 ± 0,0345 0,04972910,025781 1,07562

Carabixi 13 6 66 0,7821 ±0,1045 0,01348510,007337 -2,17138® 1,75351 Irurabí 15 7 110 0,819010,0818 0,05723910.029446

Aduiá 21 13 70 0,8286 ± 0,0850 0,03756410,019044 2,23292 lahá 9 5 89 0.722210,1592 0,04063410,022204 0,00057

Jaradi 21 7. 69 0,6571 10,1044 0,00867010,004699 -2,53385®

íbara 21 4 67 0,347610,1276 0,02079810,010725 -0.50936

'significante(P <0,05)

Tabela 16 - Medidas de diversidade genética observada para a região controle do DNA mitocondrial para as linhagens de H. lepturus e para H. neblinas. N representa o número de seqüências por linhagem; H o número de hapiótipos; S o número de sítios segregantes; h representa a diversidade gênica (haplotípica) e 7^a diversidade nucleotídica.

Linhagem N H S ft l DP 7t 1 DP Teste D de Tajima

H. lepturus A 74 21 135 0,682310,0594 0,016975 1 0,008507 -1,70519® H. lepturus B 20 10 14 0,8632 1 0,0554 0,005733 1 0,003243 -0,14536 H. lepturus C 41 12 12 0,776810,0513 0,002434 1 0,001531 -1,33543 0,8644 1 0,0450 0,002576 1 0,001616 H. neblinae 31 13 12 -0,92045 •significante(P < 0.05)

88 2.4.5. AMOVA e estrutura genética

A análise de variância molecular utilizada para testar a significância da variabilidade genética encontrada dentro e entre as localidades revelou que a maior parte da variância (57,49%) foi observada dentro das localidades e que 42,51% (Fst

= 0,42511; P = 0) da variação pôde ser explicada por diferenças entre as localidades. Na segunda análise realizada (entre as três linhagens de H. lepturus), 85,57% da variação foi explicada por diferenças encontradas entre os ciados {Fst - 0,85572; P = 0), já a variação encontrada dentro dos ciados foi de apenas 14,43%.

Os valores de Fst encontrados entre os pares de localidades apresentaram-se mais baixos quando comparados com os valores de Fst obtidos entre as linhagens (Tabelas 17 e 18 respectivamente). Ou seja, os valores de Fst evidenciados entre os pares de linhagens, corroborados pelo número de migrantes {Nm) entre as mesmas (Tabela 18), mostram que as linhagens encontram-se geneticamente isoladas (sem presença de fluxo gênico). Os valores de Fst não significativos para os pares de localidades JaradiXCarabixi e IbaráXCarabixi apresentaram valores infinitos de Nm, indicando fluxo genético entre estes pares de localidades. Interessantemente estas localidades são representadas praticamente apenas pelos indivíduos do ciado A, indicando, dessa maneira, presença de fluxo gênico entre as localidades, mantido pelos indivíduos desta linhagem (Tabela 19), independente da separação dos tributários pelo rio Negro ou 54,3 quilômetros entre Ibará e Carabixi.

89 Tabela 17 - Valores de Fst obtidos entre os pares de localldades (abaixo da diagonal) e valores de Nm entre os pares de localidades (acima da diagonal).

Localidade Quimicuri Aduiá Mabarrá lahá Carabixi Jaradi Irurabi Ibará

Quimicuri 4,45703 3,53145 0,56418 0,20804 0,15408 0,80828 0,23325

Aduiá 0,10087"® 1,69235 1,07779 0,56755 0,39737 1,69057 0,58732

Mabarrá 0,12402 0,0287"® 3,86984 0,54329 0,36524 4,68101 0,59412

lahá 0,46984 0,31690 0,11442"® 0,36152 0,24069 3,40244 0,49781

Carabixi 0,70617 0,46836 0,47925 0,58037 inf 0,83419 inf

Jaradi 0,76443 0,55719 0,57787 0,67504 -0,04479"® 0,56522 2,55719

Irurabi 0,38218 0,22825 0,09651"® 0,01448"® 0,37476 0,46939 1,02111

Ibará 0,68189 0,45985 0,45699 0,50110 -0,00555"® 0,01918"® 0,32871 NOTA: Todos os componentes foram significativos a não ser quando informado por

Tabela 18 - Valores de Fst(abaixo da diagonal) e Nm (acima da diagonal) obtidos entre as linhagens de Hypopygus lepturus.

Linhagens Ciado A Ciado B Ciado C

Ciado A 0,10643 0.08425

Ciado B 0,82450 0,04540

Ciado C 0,85579 0,91676 NOTA: Todos os componentes foram significativos

Tabela 19 - Número de indivíduos seqüenciados por linhagem por localidade amostrada.

Localidade Linhagem Total Quimicuri Mabarrá Carabixi Irurabi Ibará Jaradi lahá Adula

18 20 3 7 74 A 3 4 12 7 8 3 0 6 0 20 B 0 3 0 1 0 0 1 0 14 41 C 18 7 21 21 9 21 135 Total 21 14 13 15

90 2.4.6. Análise da Descarga do Órgão Elétrico (DOE)

Para eliminar o efeito da temperatura sobre as variáveis (PPF e taxa de repetição), uma vez que água utilizada para as gravações teve variação na temperatura, foi realizada uma regressão linear simples entre a temperatura e cada uma das duas variáveis. Os resíduos desta análise foram então plotados em um gráfico de densidade. O gráfico da Figura 24 apresenta o resultado da comparação entre H. neblinas, H. lepturus (linhagens A, B e C) e Hypopygus sp. (linhagens D e

E). A figura mostra claramente a separação de H. neblinas de Hypopygus sp. e H. lepturus e ainda, que H. neblinas apresenta valores mais baixos tanto da taxa de repetição quanto do pico de freqüência de maior energia (PPF) quando comparado com os outros Hypopygus.

o 103 Ç>

(D Q. 0) cr (D ■a 03 X 03 H O D 2 '(/) ESPECIE 0) cr • H. lepturus < H. nebiinae ★ Hypopygus sp -1500 -400 700 1800 Resíduo PPF Figura 24 - Gráfico de densidade para as espécies de Hypopygus construído com os resíduos da regressão linear simples entre a temperatura e cada variável (PPF e taxa de repetição). O número de indivíduos disponíveis para esta análise foi: 78 H. lepturus-, 21 H. nebiinae e 4 indivíduos Hypopygus sp, (dois de cada dado).

91 Para verificar a existência de relação da DOE com as linhagens de H. lepturus evidenciadas pelas análises moleculares, uma nova comparação foi realizada considerando apenas as três linhagens (A, B e C). A Figura 25 apresenta o resultado desta comparação. É possível evidenciar a separação da linhagem B. A separação das linhagens A e C não é tão clara quanto a separação de B em relação ao grupo

A+C. A linhagem B apresentou valores intermediários para o pico de freqüência de maior energia e valores mais altos para taxa de repetição quando comparado com

(A+C).

O 103 ^Ç>

CD d CD ÚL

Fiqura 25 - Gráfico de densidade para as linhagens de H. lepturus construído com os resíduos da regressão linear simples entre a temperatura e cada variável (PPF e taxa de repetição). O número de indivíduos disponíveis para a análise foi de: 40 H. lepturus A; 9 H. lepturus B e 28 H. lepturus C.

92 2.5. DISCUSSÃO

A ordem dos peixes elétricos Neotropicais, Gymnotiformes, vem despertando o interesse de pesquisadores ao longo de décadas por causa da sua atividade bioeletrogênica (Moller, 1995). Devido ao grande interesse dedicado a estes peixes, hoje os Gymnotiformes constituem o grupo modelo no estudo de processos neurofisiológicos em vertebrados (Alves-Gomes, 1997; Crampton, 2005). Ainda que os estudos que consideram os aspectos fisiológicos da DOE encontram-se em estágio avançado de conhecimento, informações básicas quanto à história evolutiva e distribuição da maioria das espécies são atualmente desconhecidas (Alves-

Gomes, 1997). Poucos trabalhos envolvendo o seqüenciamento de DNA de gymnotiformes encontram-se disponíveis na literatura especializada, e os poucos disponíveis, dizem respeito a estudos de relacionamento filogenético. Neste sentido, este trabalho se torna pioneiro ao analisar, através do seqüenciamento da região controle do DNA mitocondrial, os padrões de distribuição geográfica e de variabilidade genética de "uma espécie" da ordem. Adicionalmente, é a primeira vez que informações referentes à Descarga do Órgão Elétrico (DOE)são relacionadas a informações de diversidade genética neste grupo.

Como a proposta do trabalho foi analisar a variabilidade genética de H. lepturus por igarapé amostrado, as análises populacionais foram realizadas considerando as localidades e depois, considerando as linhagens obtidas nas análises filogenéticas e de Parcimônia Estatística (árvores de hapiótipos). Ainda que a Análise Filogeográfica de Ciados Inseridos (NCPA) ter indicado diferenciação genética relacionada à geografia para as linhagens de H. lepturus, estas relações não foram testadas pela AMOVA, assim como os parâmetros de diversidade

93 genética intrapopulacional para as localidades dentro de cada ciado também não foram estimados por causa da disparidade no número de amostras entre as localidades, ocasionada pela divisão aleatória dos indivíduos entre as linhagens

(Tabela 19). Em outras palavras, antes do início do estudo não se sabia que H. lepturus era composto por várias linhagens genéticas que podem, eventualmente, ser consideradas espécies novas.

2.5.1, Seqüências de DNA

A análise da composição nucleotídica das seqüências de Hypopygus demonstrou deficiência na quantidade de Guaninas seguida de uma deficiência, porém bem menos acentuada, da quantidade de Citosinas (Figura 14). Este padrão encontrado nesta dissertação para a composição nucleotídica das seqüências de D-

Loop não ocasionou surpresa. Segundo Meyer (1993) organismos exotérmicos apresentam menos quantidade de Guaninas e Citosinas quando comparados aos endotérmicos. Esta tendência também é encontrada nas primeiras, segundas e terceiras posições dos cóons de todos os genes nucleares.

Porém, esta tendência não foi identificada na comparação entre o resultado da análise de composição nucleotídica das seqüências de D-Loop e os resultados obtidos para 12S, 16S e RAG1 apresentados no capítulo I (Figura 6). Segundo o mesmo autor citado, Meyer (1993), a tendência do viés de composição contra G é mais facilmente evidenciada na terceira posição dos códons e também na região controle do DNAmt, porque estas duas regiões são seletivamente mais livres. Saturação quanto ao número de transições em relação à divergência entre as seqüências foi observada quando esta análise foi realizada utilizando a seqüência

94 de Steatogenys elegans (dados não mostrados), utilizado como grupo externo nas análises filogenéticas. Porém, quando este táxon foi retirado da análise não foi verificada saturação das transições, demonstrando dessa maneira que a região controle do DNAmt possui informação filogenética para as análises inter-específicas e também intra-específicas (dentro e entre as espécies de Hypopygus).

2.5.2. Análises filogenéticas e da DOE

As análises filogenéticas realizadas através dos métodos de Máxima

Parcimônia e Máxima Verossimilhança e a árvore obtida pelo método de distância mostram que os exemplares sem manchas mencionados ao longo do capítulo I representam duas linhagens geneticamente e morfologicamente distintas (Figuras

16, 17, 18 e Anexo 1), podendo ser considerado como duas espécies distintas

(Hypopygus sp. D e Hypopygus sp. E). Contudo, a análise de um número maior de indivíduos de Hypopygus sp. D, através de uma revisão sistemática juntamente com análises genéticas e de DOE, poderá vir a subdividi-la em mais de uma linhagem, dada a variação no padrão de coloração apresentada pelos indivíduos seqüenciados e a divergência genética observada dentro deste dado (Figura 16, Anexos 1 e 2).

Estas análises citadas também mostram claramente a existência de três ciados distintos dentro de Hypopygus lepturus (linhagens A, B e 0 nas Figuras 16,

17 e 18). Porém, estes ciados não apresentam um padrão aparente de agrupamento associado à distribuição geográfica dos indivíduos analisados. Ou seja, em uma primeira análise não existem evidências de isolamento das populações por localidade amostrada, uma vez que indivíduos coletados em uma mesma localidade encontram-se presentes em mais de um dado.

95 Ainda que a análise gráfica da DOE não tenha evidenciado uma separação clara entre as linhagens A e C (que apresentaram apenas uma tendência de separação), esta análise foi capaz de diferenciar a linhagem B das demais.

Heiligenberg e Hopkins (1976) analisaram a DOE de três espécies de Hypopomus

(na verdade Hypopomus artedi e duas espécies de Brachyhypopomus) simpátricas do Suriname, entre outras espécies também simpátricas. A partir da análise da DOE das espécies citadas, os autores indicam que diferenças na forma da onda de diferentes espécies podem ter função no reconhecimento interespecífico ou no isolamento reprodutivo.

Buliock et ai (1979) afirmam que espécies simpátricas estreitamente relacionadas podem ser mais facilmente diferenciadas pelas características espectrais e temporais da DOE do que por características morfológicas. Os autores ainda colocam que o padrão de coloração serve primeiramente para a camuflagem dos indivíduos e não para o reconhecimento intra-específico. Esta última característica mencionada pelos autores parece ser condizente com os dados obtidos nesta dissertação, uma vez que as três linhagens de H. lepturus apresentam praticamente o mesmo padrão de coloração, sendo que apenas a linhagem B parece poder ser diagnosticada pelo padrão de manchas corporais (Anexo - 1).

Heilingenberg e Bastian (1981) estudaram a especificidade da DOE de seis espécies simpátricas do rio Negro. Foram incluídas nas análises três espécies de

Brachyhypopomus, Hypopomus artedi, Microstemarchus bilineatus e Hypopygus lepturus. Os autores demonstraram que espécies simpátricas não apresentam sobreposição das variáveis taxa de repetição juntamente com o pico de freqüência quando analisados em um gráfico bidimensional.

96 Mais recentemente, Arnegard et ai, (2005) utilizaram cinco locos de microssatélites juntamente com a análise de características da DOE para diferenciar as espécies do complexo Biyenomyrus magnostipes (Mormoryformes). Os

Mormoryformes, apesar de terem desenvolvido um sistema eletrogênico e eletrosensório bastante similar ao dos Gymnotiformes, são descendentes de uma linhagem independente da dos Gymnotiformes, não apresentando um ancestral comum recente com os mesmos. Neste estudo os autores puderam verificar que espécies simpátricas de Bryenomyrus, morfologicamente distintas, puderam também ser facilmente diferenciadas tanto pelas análises moleculares quanto pela DOE, sendo consideradas desta maneira boas espécies. Surpreendentemente os morfotipos crípticos do complexo Bryenomyrus magnostipes (que podem ser claramente diferenciados pela DOE) não puderam ser separados pelas análises utilizando cinco locos de microssatélites quando em simpatria (apesar de apresentarem diferenças na DOE, evidenciadas pela Análise dos Componentes

Principais). Interessantemente as análises moleculares identificaram estruturação entre as localidades amostradas e não entre os três morfotipos delimitados pela

DOE. Além destes resultados os autores ainda demonstraram que a DOE destes morfotipos crípticos apresentam modificações ontogenéticas. Ou seja, os morfotipos crípticos do complexo Bryenomyrus magnostipes apresentam um único tipo de descarga quando juvenis (DOE do tipo II). A medida em que os indivíduos vão tornando-se maduros, a DOE pode permanecer inalterada (tipo II) ou ser diferenciada em um dos outros dois morfotipos(DOE do tipo I ou do tipo III).

Os dados apresentados nesta dissertação demonstram que uma análise mais detalhada da DOE e estudos comportamentais complementares são necessários antes de afirmar que as três linhagens evidenciadas neste trabalho podem.

97 seguramente, serem diferenciadas quanto a DOE. Porém, existem indícios que este fato esteja ocorrendo, principalmente em relação à linhagem B. É provável ainda que as linhagens A e C possam estar falando a "mesma língua", mas talvez tenham desenvolvido "dialetos" específicos, fato que poderia estar auxiliando no seu isolamento. Uma vez que a DOE possui papel fundamental no reconhecimento co- específico e, que do ponto de vista evolutivo B e C são geneticamente mais próximos entre si do que A é de B ou de 0, é possível especular que a DOE ancestral de B e C seja minimamente diferente da DOE de A. Pelo fato de A e B apresentarem overlap geográfico, B é forçado a diferenciar mais a sua DOE, o que não ocorre com C, pois este já é geneticamente diferenciado de A (Figura 26).

B muda a DOE C não precisa mudar tanto a DOE

DOE ancestral de B e C, minimamente diferente de A

DOE ancestral

Figura 26 - Exemplo de como pode ocorrer a diferenciação na DOE entre as três linhagens A, B e C.

98 2.5.3. Divergência genética

As distâncias não corrigidas obtidas nesta dissertação mostram valores muito elevados de divergência entre os ciados de H. lepturus(com médias de 7,34% entre as linhagens A e B; 7,03% entre A e C e 3,58% entre B e C) quando comparados com os valores de diferenciação dentro de H. neblinae, 0,23% (Tabelas 11 e 12). Ou seja, corroboram a idéia de que, se H. lepturus fosse uma boa espécie, não deveria apresentar divergência interna tão acentuada quanto as encontradas neste trabalho, tendo como base a divergência interna de H. neblinae, até o presente momento considerada espécie irmã de H. lepturus. A grande divergência observada dentro do ciado A é ocasionada também pela presença de seqüências diferenciadas

(identificadas por asterisco na Tabela 10 e pelo ciado delimitado por linha tracejada nas figuras 16, 17 e 18) que, seguindo o raciocínio utilizado até o momento, são indicativas de uma variabilidade críptica bem acentuada. Em outras palavras, é possível que, com a análise de seqüências adicionais, novas espécies sejam evidenciadas dentro do ciado A. Batista (2001) na sua dissertação de mestrado avaliou a diversidade genética da dourada {Brachyplatystoma rousseauxii), um bagre migrador de interesse econômico para a Amazônia. Neste trabalho, a autora utilizou seqüências da região controle do DNA mitocondrial de indivíduos coletados no desembarque pesqueiro de três localidades ao longo a calha do Sistema Estuário-Amazonas-Solimões (em

Tabatinga, na fronteira Brasil, Perú e Colômbia; Manaus, no Amazonas e Belém no Pará). As estimativas de divergência obtidas no trabalho de Batista variaram entre

0% e 3,5% entre as localidades.

99 Formiga-Aquino (2004) na sua dissertação de mestrado também utilizou seqüências da região controle do DNAmt para estimar a variabilidade genética de outro bagre migrador de interesse econômico para a Amazônia (a Piramutaba -

Brachyplatystoma vaiHantii). Neste trabalho, a autora apresenta valores de divergência entre as seqüências que variaram de 0% a 4,7% entre as localidades amostradas.

2.5.4. Diversidade populacional

O teste de neutralidade seletiva D de Tajima (Tajima, 1989) apresentou desvio da hipótese nula de neutralidade de seleção para duas das oito localidades

(Carabixí e Jaradi) e também para a linhagem A. Coincidentemente, esta linhagem é praticamente a única que apresenta distribuição nos igarapés Carabixí e Jaradi (Tabela 18). Os valores negativos significativos obtidos para o teste D de Tajima podem indicar excesso de alelos raros para esta linhagem, evidenciando um processo de expansão populacional (Tajima, 1993). Em relação à diversidade genética {h), as linhagens de Hypopygus apresentaram valores relativamente altos. A diversidade nucleotidica (ti) para a linhagem A foi um pouco mais elevada quando comparada com as outras linhagens, refletindo o surgimento de novas mutações na população. Esta diversidade nucleotidica mais elevada, também pode estar sendo ocasionada pela presença de seqüências muito divergentes dentro do ciado (hapiótipos com asterisco na Tabela

10).

100 2.5.5. Diferenciação populacional e NCPA

Os valores do índice de fixação (Fst) juntamente com a estimativa de fluxo

gênico (calculada a partir do número de migrantes - Nm)encontrados entre os pares

de linhagens (A, B e C) mostram diferenciação com ausência de fluxo gênico entre

as mesmas, ou seja, indicam o isolamento genético destas linhagens. Um fato

interessante para ser notado é qüe nas comparações par a par entre as localidades

alguns valores de Fst não foram significativos. Para estes valores não significativos de Fst (ou seja, falta de estrutura populacional), a estimativa de fluxo gênico apresentou valores infinitos, entre dois pares de localidades (Carabixi X Jaradi e

Carabixi X Ibará). Quando estas informações são analisadas juntamente com as

informações da Tabela 18, foi possível perceber que este resultado é derivado da

falta de isolamento (panmixia) entre os indivíduos da linhagem A. Os valores não significativos apresentados entre as localidades Quimicuri e Aduiá juntamente com as informações do número efetivo de migrantes sugerem que estas localidades não se encontram diferenciadas devido à presença de migração atual ou, pela presença de migração entre as localidades em um passado relativamente recente.

Os resultados discutidos nos parágrafos anteriores juntamente com os resultados obtidos pela NCPA apontam para uma tendência de diferenciação geográfica em pelo menos duas das três linhagens evidenciadas nesta dissertação (B e 0). Além disso, ainda que a AMOVA tenha indicado que 85,57% da variação pode ser explicada por diferenças entre as linhagens, também indicou que grande parte da variação (42,51%) poderia ser explicada por diferenças entre as

localidades.

101 Williams (2000) utilizou seqüências do citocromo oxidase I para definir os

limites entre cinco espécies de estrelas-do-mar do gênero Linkia e também para

estimar diferenciação populacional dentro das espécies. As análises realizadas pelo

autor identificaram cinco grupos bem diferenciados dentro de Linkia, porém

incongruentes com a classificação formal das espécies. Uma espécie foi

considerada como um complexo de espécies apresentando dois morfotipos crípticos,

separados por pelo menos um milhão de anos. A divergência entre todos os ciados

foi consistente com a variação interespecífica. Um fato curioso foi que o autor

considerou que duas espécies facilmente distinguíveis quando vivas pelo padrão de

coloração e por outros caracteres morfológicos mostrou-se como sendo apenas uma

espécie, pelo compartilhamento de haplótipos e divergência genética.

Tarjuelo et ai. (2004) realizaram um estudo sobre a estrutura genética de

diferentes morfotipos populacionais (quanto ao padrão de coloração) de um

invertebrado marinho colonial (Pseudodistoma crucigaster). Para este estudo, os

autores utilizaram seqüências da subunidade 1 do citocromo oxidase de 7

populações de três morfotipos diferentes (o que os autores chamam de laranja,

amarelo e cinza). Com base em análises filogenéticas, divergência estimada através

de distância genética, análises de diferenciação populacional {/st), de coalescência e de ciados inseridos, os autores propõem a separação do morfotipo laranja dos

morfotipos (amarelo+cinza). Os autores concluem que os dois ciados representam espécies separadas, apesar da divergência moderada encontrada entre estes dois ciados (2,12%).

Gum et aí. (2005) utilizaram a análise de marcadores RFLP, seqüências de

DNAmt e microssatélites para estudar a distribuição geográfica de linhagens filogenéticas distintas de uma espécie de salmonídeo européia classificada como

102 criticamente ameaçada {Thymalius thymalius). Foi possível a identificação de quatro linhagens principais, que segundo os autores devem ser tratadas como ESUs {Evolutionary Significant Units). O trabalho mostra que mesmo com um sistema de rios que poderia conectar as populações estudadas, estas se encontram diferenciadas com valores bastante altos para o índice de fixação (média de Fst =

0,367).

2.5.6. Considerações finais

Os resultados desta dissertação mostram que H. lepturus é um complexo de espécies que provavelmente esteja atravessando um processo de diferenciação. As análises realizadas identificaram um processo de diferenciação relacionado à distribuição geográfica em pelo menos duas das três linhagens (B e C). Este processo deve ser avaliado para cada linhagem por meio de um desenho amostrai melhor definido, embasado nos resultados dessa dissertação. O que será brevemente realizado uma vez que já existem novas amostras disponibilizadas para este estudo (coletas realizadas em março de 2005). Considerando que o conhecimento biológico de uma determinada espécie é fundamental para a prática de conservação e políticas de manejo, esta dissertação demonstra claramente a importância deste conhecimento na prática da exploração sustentável de recursos aquáticos. Uma vez que Hypopygus tem sido lentamente, explorado no mercado de peixes ornamentais, juntamente com outros complexos de espécies [e. g. Apteronotus albifrons e A. leptorhynchus(de Santana 2002 e 2003)] é evidente a necessidade de uma revisão sistemática de Hypopygus, que é apenas um exemplo entre muitos de como a biodiversidade amazônica vem sendo

103 subestimada. Esta realidade permite a superexplotação e conseqüente desaparecimento de espécies crípticas até mesmo antes de tomarmos conhecimento de sua existência.

Além disso, os estudos iniciados nesta dissertação servem como base teórica e prática para o aprofundamento de trabalhos específicos sobre processos evolutivos na Amazônia. Mais especificamente, foi demonstrado que estamos tendo a oportunidade de acessar o processo de especiação enquanto ele está ocorrendo.

Isto é fundamental para se entender de que maneira os índices de biodiversidade são formados e mantidos em ambientes complexos como a Amazônia.

104 2.6. CONCLUSÕES

1. Hypopygus lepturus é um complexo de espécies com pelo menos três

linhagens, diferenciáveís quanto seus parâmetros genéticos.

2. Ainda que existam indícios de estruturação associada à diversidade genética,

estudos adicionais são necessários.

3. É possível ser especulado que a linhagem B, com distribuição parcialmente

simpátrica a A, tenha desenvolvido um sinal de reconhecimento co-específico

mais imediato (modificações na DOE) para poder se diferenciar de A. Já a

linhagem 0, não precisa alterar tanto a DOE, pois praticamente não apresenta

overtap geográfico com B e já é geneticamente diferenciado de A.

4. Como já havia sido concluído no capítulo I, Hypopygus precisa de uma

revisão sistemática cuidadosa, para que as evidências apresentadas neste

trabalho possam ser analisadas mais aprofundadamente e se formalize a

descrição das novas espécies.

105 REFERENCIAS BÍBLÍOGRAFÍCAS

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110 0

71 43

I Quimicun I Mabarrá I Carabixi I Irurabi Ibará Jaradi lahá Aduiá > 13 passos

39

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114 ANEXO 1

Vista lateral das espécies de Hypopygus (Incluindo as linhagens de H. lepturus), Steatogenys e Stegostenopos e detalhes das cabeças de Steatogenys e

Stegostenopos. A barra corresponde a 10 mm e, o número abaixo da barra refere-se à identificação dos exemplares. A) Vista lateral da cabeça de Steatogenys ocellatus, as setas indicam a posição dos filamentos humeral e submentoniano (modificado de

Crampton et ai 2004). B) As setas vermelhas na vista lateral da cabeça de

Stegostenopos cryptogenes(2789) chamam atenção para o sulco superior em forma de arco e para o órgão elétrico acessório pós-peitoral. O indivíduo 2889 apresenta a cauda mutiliada.

115 Steatogenys ocellatus

Steatogenys elegans

Steatogenys duidae

3168

Stegostenopos cryptogenes Hypopygus neblínae

2872

Hypopygus lepturus A Hypopygus lepturus B Hypopygus lepturus C

2885 2792

2876 2791

Hypopygus sp. D

2889 3208 2831

Hypopygus sp. E

2816 2867 3183 3192

116 ANEXO 2

Alinhamento entre as seqüências de RAG1 entre as diferentes espécies de

Gymnotiformes.

117 10 20 30 40 50 70 80 1 1 100 110 120 130 140 1 1 1... ..I I I I ... .1 I 0270_Sele_TAR 6CTGAGAA66 AACTTCTCCC TGGTTTCCAI CAATTTGAGT GGCAGCCTGC TCTCAAAAAC GTGTCCAGCT CTTG66ATGT AGGCATCCTT 6ATGGGCTTT CTGGCTGGAC ÀgCCTCtcÍaI 1 gÃÍgACGtÀtl C66CAGACAC 27892scry_ADÜ ...C.. T.. .C .A... 2872_Scry_IBA ...c.. T....C .A... 2774_Hneb_ADü ...c.. T.. .C .A... 2825_Hneb_MAB ...c.. T.. .C .A.. . 0003_Hlep_RBR ...c.. .. .C .A... 2748_Hlep_QOI ...c.. ...c .A... 2889_Hsp._IRU ...c.. ...c .A... 0002_Mspl_RBR ...c.. ...c .T... 2635_Mbil_IRO ...c.. A..C .T.. . 0016_B3p._CAJ .6 ,..c.. .. .C .T... 0279_Bbre_BVI .G ...c.. ...C .T... 2619_Bbre_AIA .6...... c.. A. ...C .T... 0015_Ghyp_RTC .A...... G.. .. .C .T... 0017_Ghyp_ARR .A ...G.. .. .C .T... 3057_Gron_XXX ..A ...6.. 0005~Rros_GEN ...c .T... .G A,.C.. .A .c.c .1... 0197~EIGEN rs .G ...c.. ..G A..C .T,..

150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 ..I . ..I . ■ .. I I I I I I I 2?8yciylSS ACTTGTGTCA GCCCTGAAGG ACTTGGAGGA TGACATCATG GAAGGATTok AAGaÀí«^ I 2872_Scry_IBA 1 ....C..... !!!!!!!!!! ...R... A 6 C 2774_Hneb_ADO c !!!!!! ...R. A G C n 2825_Hneb_MAB C .!!!!!. A A G c r 0003 Hlep_RBR g ^ ^ * 2748:Hiep_Qüi i.;; g;;;;:;::; üüüc;;; ; 2889_Hsp. IRU A G A C 0002_Mspl_RBR C A T T.. .! . ! !! g! 2635_Mbil_IRO C A. G. .T. 0016_Bsp._CAJ C T A. 0279_Bbre_BVI C. 2619 Bbre AIA c. 0015_Ghyp_RTC G. A A..C .C.. . .T A. .TG 0017_Ghyp_ARR ?. .????.A A..C 3057 Gron XXX G. A A..C 0005_Rros_GEN G. 0197 EIGEN RS G ! •C... .C.C.

118 290 300 310 320 330 340 350 360 370 380 390 400 410 420 I 1 I I 1 I I 2789~Scry~^ CAIGTGATGG CATGGG«3AI 6TCAGTGAGA AGCATGGAGG AG6CCCASCT 6TGCCASAGA AAGCT6T6CS ATTCTCTTTC ACAGTGAT6T CTATCTCCAT TcÂÁgcÃgÂg GGTGTTgÀgG AAGCGGTCAC TATCTTCCGA..I .A.. .A. 2872~Scry~IBA T...... !.. . t t C .S..A .A.. .A. ..A.. C 27742Hneb_ADO T..C .T C .G..A .A.. .A. ..A.. C 2825 Hneb MAB t c .T C .G..A .A. ..A.. C OOOSlHleplRBR V. V.'.C.'.A. - 6 .G..A. . .A. ® 274B_Hlep_QDI .C... .?. .A. C 6 .G..A 2889 H3p._IRU 0002~Mspl_RBR 2635_Mbil_IRü 0016_Bsp._CAJ 0279_Bbre_BVI 2619_Bbre_AIA 0015_Ghyp_RTC 0017_Ghyp_ARR 3057_Gron_XXX 0005_Rros_GEN 0197 EIGEN RS

430 440 450 460 470 480 4 90 500 510 520 530 540 550 560 ..1 . .. I . .. I . I I 0270_Sele_TAR 6A6CCAAAGC CCAATICA6A GCTGTCCTGC AGACCCAIGT GTCTCAIGTT TGTG6AI6A6 TCA6ACCATG A6AI6CT6AC C6CCAICTTG GGGCCTGTGA TT6C76AGCG AAAAGCAAT6 ACAAACAGTC GCC?7???CA 2789 Scry_ADO T A •> • _ 2872~Scry_IBA 2774_Hneb_ADO .CCCTG. 2825_Hneb_MAB .CCCTG. 0003_Hlep_RBR 2748_Hlep_^QÜI .CCTTG. 28e9_Hsp._IRU .CCCX6. 0002_Mspl_RBR .CCCX6. x c A A I CCCXC.. 2635~Mbil_IRO ® TC... .0 C X C A A T 777777 777CCATC.. 0016_Bsp._CAJ ^ A A 6 T 777777? 0279_Bbre_BVl ® C 7777777 7777777777 7777777777 7777777777 7777777777 7777777777 7777777777 7777777777 777CCCXG.. 2619_Bbre_AXA • T 6 C... .0 C I..C A....AG X 7777777 0015_Ghyp_RTC C O... .C..I X..C. ...C 1 ÜgÜ! 7777777777 7777777777 7777777777 7777777777 777CCCXG.. 0017_Ghyp~ARR C C C.. . .0 T..C. .. .C G. 3057_Gron~XXX .CCCXG. 0005_Rro3_GEN .CCCXG. .CC7XG. 0197 EIGEN RS .CCCXG.

119 570 580 590 600 610 620 630 640 650 660 670 680 690 700 -.1 . 1 027C_Sele_TAR CTGTQRCMJT GGCAAXOCXA CT6ASXTCI2W TAAGAXCTTC CAAGAIGAGA TCGGGGAG6T AXACCTGAA2V CGZAACCCAC CCCSASAGGH 6C66CGTCGC TGGCG6TCAG CCCTT6ACAA GCAGCTAA6G ACGAAGCTTA 2785_Scry_ADO 2872_Scry_lBA I C T A.AC C..T. .G G... .A C. 2774_Hneb_ADü .A C. •AC T ,.0..1. 2825_Hneb_MAB .A C. .A C. 0003_Hlep_RBR G.T. .. .AC... ..T 2748_Hlep_QOI .A C. G.T. .. .AC... ..T .A C. 288S_Hsp._IRU G.T. .. AAC... ..T 0002_Mspl_RBR .A A. .G AA.6C. .GT C. 2635_Mbil_IRÜ .A.??? ?????, .GX 0016_B3p._CAJ ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????...C..T C. 0279_Bbre_BVI C T G GAAO.G...GT A A C..T A...!!!c! 2619~Bbre_AIA ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? 0015_Ghyp_RTC •■•C G. AA T T..GT C T 6 AT 0017_Ghyp_ARR .AC C. 3057_Gron_XXX .AC C. .A? C. 0005_Rros_GEN G? ..G .A.?. . . .T .T.G .A .A C. 0197 EIGEN RS ..G AAA.G. .GT .T. . .C .AC.G...6.

710 720 730 740 750 760 770 780 790 800 810 820 830 840 I I I 0270_Sele_TAR ATCT6AAGCC AGTGAT6A6G ATGAACG6AA ACXAXGCACG GCGCCTCATG ACCCGTGACT CCGTGGAGGT 66IGTGTGAG CTT6ITCCTT CAGAGGAGCG CCGTGA6GCI CTGAA6GAGC T6AT6GA6II GIATCTCCAG 2789_Scry_AD0 .C 6 C. .C G C..G A G 6 or 2872_Scry_IBA .C G. .C..C. 2774 Hneb ADD .C G. .C..C. 2825_Hneb_MAB 0003_Hlep_RBR 2748~Hlep_QOI 2889_Hsp._lRO 0002_Mspl_RBR 2635_Mbil_IRD 0016_Bsp._CAJ 0279_Bbre_BVI 2619_Bbre_AIA ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?????????? ?? c C A. 0015_Ghyp_RTC .C G G C G C 6 0017_Ghyp_ARR .C. 3057 Gron_XXX .C. 0005~Rros_GEN .A. 0197 EIGEN RS .A.

120 850 860 870 880 890 900 910 920 930 940 950 960 970 980 ATGAA6CCC6 TGTGGCGGTC CAGCTGCCCA GCTCAGGAAT GCCCCGACCA GCIATGCCGC TACAGCTACA ACTCCCAACG CTTCGCCGAC CTCCTCTCTA CCACASTCAA ATATCGATAT GACG6XAAGA TTTCCAACTA

T. .. T. .. T. ..

A. .

990 1000 1010 1020 1030 1040 1050 1060 1070 1080 1090 1100 1110 1120 ,,.. 1 ....!.. 027D_Sele_TAR CCTCCACAA6 ACACT66CAC AC6IACCI6^ GAXTGTGGftG CGGG^TGGTI C6AXT66CGC CT666CCA6T SAGGGCAAX6 AATCTGGGAA lAAGCTCTTC CGCC6TTTXC GIAAAI^TSAA. TGCIAGGCAG TCCAAGACCTT'' 2789_Scry_ADU ? C 6 A..C. .G 6 C C..C. .6 C T 2872_Scry_IBA ? C G A,.C. .G G C C..C. .G C T 2774_Hneb_ADU ? C ?..6 A..C. .A A G C 6 C..C. .G C T 2825_Hneb_MAB ? c G..G A.,c..A A.!!! io!!.!!!!! c!!!!!g.!! ÍgÜ!!!!.! cü!!!!!!! !!!!!!! ooo3_Hiep_RBR ? c G..G c A T c. .6 c...!!.!!! !.!!!!!"! ?!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!t 2749_Hl6p_QDI ..••G**G« A,,...T...... C. .G..C..... C...... C..C. C...... T 2889 Hsp. IRU ...... 7.....C. ....G..A...... A.....T...... G..C..... C...... C..C...... AT 0002_Mspl_RBR C G C. .A T G C G T T C C T T 2635_Mbii_iRo c G c..c lü ...... G...... c. .G...... T... ..•S..C..C...... !!!!!!!!!! ooi6_B3p._cAj c 6 c T A G c tÜcÜc! !!!!!!!!!! !!!.!!!!! t 0279_Bbre_BVI C G c. .A T A 6 C A..C..C 'T 26i9_Bbre_AiA c 6 c T A.!. !!!!!!!!!! !?!!!!'.!!! cü!!!!!!! ürücüc! !!!!!!!!!! !!!!!!!!!! !'!'!! t ooi5_Ghyp_RTc c. .T..G C..C C..T.. .!!!!!a!!! !!!!!!!!c! Io!!!!!!!! cüüüü! ü.ücüc! !!!!! ! t ooi7_Ghyp_ARR c G c..c c A !!.c! !g!!!!!!!! c!!!ÜtÜ! .....c..c...... c..c...... r 3057_Gron_XXX C 6 C..C C..? A C. .0 C T C..C. !!!!!!!!!! cü .! ! ! T 0005_Rros_GEN C G C..C T A C. .G..C C G C..C ' Á TG*'t oi97_EiGEN_Rs c. .T..G A A c ..T.. .!!! 1 !a1 !! üüüüc! .G...... c...... !üücüc! !!!!."!!!! !!!!!!.!!! !!!!!!

121 ANEXO 3

Alinhamento entre as seqüências de 12S16S entre as diferentes espécies de

Gymnotiformes.

122 10 20 30 80 90 100 110 120 130 140 1 1 2968_Steadui CCGCCCaOT ACTACGR6CA -lAGCTTAAA ftCTCAAftSGA CTTGGCGGTG TCTCCGACCC ACCTAGRGGA GCCT6ITC3AI GARCCOATACI CCCCCGTTCAI ACCTCACcÁc CCCTTST-CT ÍÀtCCTCcÍa ÍÀÍÀcCGCCG 2974_Steadui 0062_Steaele 2967_steaele .TT. .. .T. .TT. 2789_Stegcry .A... CCC. .. .T. •A T. .T.C 2872_Stegcry .A.. CCC. .. .T. .A T. .T.C 2774_Hyponeb T.C. .. .1. 2825_Hyponeb T.C. .H .T. 0003_Hypolep .T. T.C. .. C.. 2839_Hypolep ..-T.. 2748_Hypolep T.. ..A .. 2867_Hyp03p. T.. , .A .. . T.C 2831_Hyposp2 . T.C 0015_Gymnhyp ,. GA 0017_Gymnsp. .. GA 3057_6ymnron .. GA 0005_Rhainrod .. .A. . .. T 0002_Micrapl 2635_Micrbil 0016_Bracbre 0279_Bracbre 2619_Bracbre .. C A...A... C .. .A T. ... .T.. ...TT. .- RSI97_Eigenm T .. CC .. .T.A .-A

150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 I 1 ....I I I I ....I....I ....I....I ....I....I ....I....I ....1....I I I ....I I ....I I 2968 steadui TCGTCASCTC ACCCT&I6AS 6GAATAATAS XftAGCAAAAI G66CICTACC CCAAAAC6TC AGOCCOAGCT 6TA6C61AT6 66&T66GA-A GAAATGeCCT ACATTTTCTA IA-TTA6ACC A CAC6GA CG6CGCCTIG 2974 Steadui 0062 Steaele . T. ...T 2967 Steaele . T. ...T 2789 Stegcry .TCT .G.A. T.A. .A..A.TC 2872 Stegcry .TCT .G.A. T.A. .A..A.TC 2774 Hyponeb ...A. ..A. TA..A. .C 2825 Hyponeb . .A. TA..A..C 0003 Hypolep C-C O A. A.G. . .A. TA..A..C 2839 Hypolep ..A. .C. C-C O A. A.G. .A. TA..AA.CA 2748 Hypolep .CA..C. TC-CG A. A.G. . .A. TA..A..C 2867 Hyposp. ..A.GC. C-CG A. A.G. .A. T.. .A. .C 2831 Hyposp2 ..A.GC. C-CG A. A.G. . .A. T.. .A. .C 0015 Gymnhyp .CA .1..G.. C.A .. .AG- AC A.. . ..A. A.A 0017 Gymnsp. .CA .C...C. C.A .. .A.-.G.. .AC ..A. A.. .A. . . 3057 Gymnron .CA .T...C. C.A T..AC- AC ..6C. ..A. A.. .A. .. 0005 Rhamrod ..A. .C. A ...TC- A.G.. ..T . T. ..A A..C 0002" Micrspl ..A CA ...A ..G.C. ..G G.A .. .AC-C6. . ..C...T .C.C. A.G.. .AT .C~T. A...A. .C 2635" Micrbil ..A CA G.. . ..G....G.A ...TC- C...T T.A. .C.C. A.G.. .AT .C~T...A. A C 0016" Bracbre ..A CA ...A ..G... ..G. . . .G.A .. .AC-C T ...C. A.G.. CGA.-.. ..T .T—.. .AA. A.A C 0279" Bracbre ..A CA ...A ..G... ..G G.A .. .AC- T .. .C. A.G.. .TA .T~.. ..A. AA..A. .C 2619 Bracbre ,.A CA ...A ..G... ..G. . . .G.A .. .AC-C T .. .C. A.G.. .TT .T~...AA. A.A C RS197 _Eigenin T GCA.A ..CCA..C. C A-C.O .. .C. A .AT .TTCT..A C

123 290 300 310 320 330 340 350 360 370 380 390 400 410 420 1 1 1 1 1 1 1 I I \ ....I I I I I I ...,l I I I I I I I I I I 2968_Steadui AAACA-a«:G CCCGRAGSA6 GRTTTASTAS TAJVAAAGCAA GTICAACGGC CGCGOTATTT TSACCQTGCA AAG6IAGCGC AATCACTTGC CCTTOSUkATG AGG6CCCGIA TGMü^GGCAA ÂÂcGRGGGCT TTGCTGTCTC 2974_Steadui 0062_Steaele 2967 Steaele 2789 Stegcry 2872 Stegcry 2774 Hyponeb 2825 Hyponeb 0003 Hypolep ...G-T.T. 2839 Hypolep ...G-TGT. 2748 Hypolep ...G-..T. 2867 Hyposp. 2831 Hypo3p2 0015 Gymnhyp .. • • . . 0017 Gymnsp. -T6T. ..TA. . 3057 Gymnron .. .A. . 0005 Rhamrod 0002 Mlcrspl 2635 Micrbil 0016 Bracbre .. .T.-AG.. 0279 Bracbre ...TG-.GT. 2619 Bracbre ...T.-AG.. RS197_Eigenin ...TTATG..

430 440 450 460 470 480 490 500 510 520 530 540 550 560 ..I . I I I I I .... I I 2968_Steadui CCCCCICASG TCA6TGAAAZ TG&ICTGCCC GIGCAGAAGC GGACAXAAAS AXACAA6AC6 A6AA6ACCCI TZ66A6CTIA AGACAXAAG- CCAICZAT G TTAAT-GGA- -CCT6CCTAA CCA6GCCT A AACTAAGTA6 2974_Steadui _

0062 Steaele A A _ * A..• T.A... 2967_Steaele .A A T...TC 278&_Stegcry T..T. .ICZA -C-.C- T.A. 2872_Stegcry .TCSA -C-.C- T.A. 2774_Hyponeb .TCXA .C...- .T- ..A. 2825_Hyponeb .TCIA .c...- .T- ..A. 0003_Hypolep A G. . .CC.A GC. ..A. 283S_Hypolep A 6...CC.A GC. ..A. 274e_Hypolep A G...CT.A GC. CA..A— ..A. 2867_Hyposp. A CT.A T GC. ...A. .C...A. CT.C ~ C..A. 2831_Hypo3p2 A CT.A T GC. ...A. .C...A..— CT.C — C..A. 0015_Gymnhyp A....A CGC T C. T..C. -AATA CTG.T...C. GTCA A. 0017 Gymnsp. ...A... .A T.C T C. T..C. -AATA CTGCC..CC. GTCA 3057_Gymnron ...A... .A C.A T..C. .C...-AATA CTGCC..CTC ..CA.T.A ..A. 0005_Rhainrod ...AT.. .A T -AA.C CATATAACCT GGCTT ..A. 0002_Micrspl ...TT A. ...A G A IAT..T. .CC. .C..--.-CT TTT.ATAATC T.A. 2635_Micrbil ...TT. . .A. ...A T TAC..T. ..C. ...-CAAACT --.CTIAAC. G.CTT T.A. 0016_Bracbre ...TT...A. ...A A ...T. .C...AT.CT TG..AA.C. . G.CCT CC.A. 0279_Bracbre ...TT.. .A A ...T. A..CT CA.CAA..C. G.CCT CC.A. 2619_Bracbre ...TT A A ...T. .C...AT.CT TG..AA.C.. G.CCT CC.A. RS197 Eigenm ...TT..TA AC..., .TCCCG.A ...C. AAACC A6A.TAA... GATT .. .A.

124 570 580 590 600 610 620 630 640 650 660 670 680 690 700 ..1 . 1 I I 2968_Steadui AACTGGCC-C ACATCTTCGG TTGGGGCGAC CGCGSSGGRA AACAPAGCCCI CCACST6GAA -T6AGSACAAI ACCC-tÍÁaA1 ACCAAGAARAI ACCCCTCtÂa GtÃÂcÃgÃÃcI TTCTgÃcCXA -CGGaÍcCGG cÃÁÍ--ÀgCC 2974_Steadui 0062_steaele 2967_Steaele -T.. . .T.. —. . . 2789_Stegcry -T.. . .T..--... - C.. 2872_Stegcry -...C. -AA.. .C.C~C.. - C.. 2774_Hyponeb -...C. -AA.. .c.c~c.. . CT. 2825_Hyponeb -...C. -AA.. .T.C~C.. . CT. -...C. 0003_Hypolep -AA.. .c~c.. C CT. -...C. -AA.. .c~c.. 2839_Hypolep C.. ,C. CA6 G C CT. -...C. -AA.. .c~c.. 2748_Hypolep T.. .C. CAG ...T.C C-. ..C. -AT.. .c~c.. 2867_Hyposp. T.. .A. CAG C C.. :...c. ..C -AA.. .c—c.. 2831_Hyposp2 T.. .A. CAG T C.. -...c. ..C -AA.. .c.c~c.. 0015_Gyinnhyp TG. CAG .. A.. ..CA6T G.. -...c. 66. ..c -.A.. .T..T-C.. 0017_Gymnsp. .G. .TG A.. .G A.. .ACA.. C.. -...c. ...T...GG. ..c -.A.. .c.cc-c.. 3057_Gymnron .6. .TG A., .G A.. .ACA.. C.. -...c. ...T...GG. ..c .c.c—c.. 0005_Rhamrod C.G .G -.. ...T.T TA. -...c. G.G ..c .AG AAA.. .CC.T-... 0002_Micr3pl ..O A AAT..A.A.. .A. T .....c. .C..c. -C.-c.- c c.. -CC... .TT GCC ACCT • T C. .AG -TA.. .G.C~CA. 2635_Micrbil O -. .,G AA...A.A. . .A. T . ...C..C. -C.- C C. CA... .T GCC ACCT .. C. .A. -TC.. .T.C—C.. 0016_Bracbre TTA - AAT..A.A.. T . ...C..TG -C. .A.T ...—CA... .TT....GC. A.CT.... C... -.A.. .C.CC-C.. 0279_Bracbre TCA - AAT..A.A.. T . ...C..C. -C.-....TT C..—CA... .T GC. A.CT.... C... -AA.. .TCCT-C.. 2619_Bracbre TTA - AAT..A.A.. T . ...C..TG -C. GA.. CA..-CA... .TT....GC. A.CT.... c... -.A.. .T.C—C.. RS197_Eigenm CTT...T.-. C A.... ,T . .T -..G..CT.T CG..-CC... .TT....G6G A.CG..A. A.T. AAA.. .CCCC66..

710 720 730 740 750 760 ....I....I ....I....I ....I ....I ....I....I ....I....I ....I.... I ....I....770I ....I....780I ....I....790I ....I. 800I I 2968_steadui GATCAACGAA CCAASTTACC CAA6GGATAA CAGCGCAATC CCCTCCAAGA GTCCCTATC6 ACAAGGGGGT TTAC6ACCTC GATGTTGGAT CAGGACATCC TAATG6T6 2974_Steadui oo62_steaeie !!!.!.!! !!!!!!.!!! .!!!!.!!.! !!!!!!!.!! !!!!!!!! 2967_steaeie !!!!!!! !!!!!!!!! !! 2789_stegcry ..CT c..!! !.!!.'!.'!!! !!!!!!!!!! !!! g t'" c 2872_stegcry ..CT üü ü! G T ** c 2774_Hyponeb ..CT c..!. !!!!!!!!!! !!!!! gc 2825_Hyponeb ..CT 6*C 0003_Hypolep ..CT T..C 6*C 2839_Hypoiep ..CT tÜc!!!! !!!!!!!!!. !!!!!!!!!! 1*!! g*c 2748_Hypoiep ..CT c.!!! !!!!!!!!!! . g*c 2867_Hyposp. ..CT T. e* «"/. 2831_Hyposp2 ..CT D015_Gymnhyp G 0017_Gymnsp 6 .u. 3057_Gyinnron 0005_Rhamrod T 6. 0002_Micrspl .T.T. 2635_Micrbil T T..T.T. 0016_Bracbre G T T..T.T. 0279_Bracbre G. T TTC. 2619_Bracbre -.6 -T T..T.T. RS197 Eigenm T C.

125 ANEXO 4

Alinhamento entre as seqüências haplotípicas de D-Loop para as linhagens "A", "B" e "C" de Hypopygus lepturus.

126 ^ 10 ^ 20 ^ 30 40 50 60 70 80 90 100 2775HlepA~Su TATATTACAT AATGGTTTAA ATACATACTA TGTAATTACT ACATTATGTA CTAGTACATaI ATATGCATAC TcVtACATAC ATAGTTTTGA 2778HlepA_ADÜ ] 2785HiepA_ADü !.!!! !!!!!!!!!! !!!!!!!!! 2794HiepA_ADu !.!!!!. !!!!!!!!!! !!!!!!.!!! !!!] 2795HlepA_ADü ]]] ]] 2796HlepA_ADU 2835HiepA_jAR ] !!!!!!!!!! !!!!!!! 2847HiepA_jAR *].] !!!!!!!!!] !! 285iHiepA_jAR !.!!!!!!!! !!.] 2853HlepA_JAR * [11. 111111 1 1 11 [[ [ [ [ * 2868HlepA_CBX 11 H 111111 1 * 278lHlepA_ADU 111111 1111111 * * 3280HlepA'IAH IHH q 2766HlepA'QüI 1111111111 g C r"' 2768HlepA'QUI q ^ • 2893HlepA'IRU 1111111 p " 2894HlepA'IRU 111111 1111111111 11111 p " 2750HlepA'QüI 11111111 11111111 G 3178HlepA'MAB 111111111 1111111 3204HlepA'IAH 11111111 11111111 A 2810HlepB_IAH 11111111 1111111111 1 6 A 2820HlepB_MAB 11111 11111111 g T 2833HlepB_MAB 11111111 1111111111 11 G T 2876HlepB_IBA 11111 111111111 g T 2884HlepB_IRÜ 1111111 1111111111 111 g 2885HlepB_IRÜ 11111111 1111111111 11 g 2886HlepB_IRü 1111111 1111111111 111 g 3187HlepB_MAB 1111111111 111111111 G 3199HlepB_IAH 11111111 1111111111 111 g 3248HlepB_IBA 111111111 1111111111 1 g 2748HlepC_QÜI 11111111 111111 g 2751HlepC_QUI 11111111 11111111 g 2752HlepC_QüI 111111111 111111 G 2756HlepC_QüI 1111111111 1111111111 IHIH g 2757HlepC_QUI 11111111 111111 g 2776HlepC_ADÜ 1111111111 111111111 g 2780HlepC_ADü 1111111 11111111 g 2786HlepC_ADÜ 111111 1111111111 G 2793HlepC_ADÜ 11111 11111 g 3283HlepC_MAB 111111111 1111111111 G 3284HlepC_MAB H HllllllH [ g 3285HlepC_MAB 111111111 1111111111 1 G

127 ^ ^ 120 130 140 150 160 170 180 190 200 2775HlepA~Su TTAAAATTCC ACTATTAACA ATTTAA6TAC TTTATAACAC CAAcÀtAAaÀ CTTmIgTAgÁ CATACCCCcÀ AtÃtTmÂtÀ CTAcÀgmÍÒ! 2778HlepA~ADU !!!!...... G.. í * 2785HiepA_ADü !.!!! !.!!!!!.!! ..c......

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132 610 620 630 640 650 660 670 680 700 1 1 I I I 1 I I I I I I I I I I , _ 690. . , 3293HlepA_CBX TTATTTCTTG GACGC6GT6T CATAGTGTAA TACCTTAATG ACATTAACTA TAACATTGCA TAACTGTTAT CATGAGCATA AGGTGTCATT CCTTACTCCT 2775HlepA_ADü 2778HlepA_ADü 2785H1epA_ADU 2794HlepA_ADU 2795HlepA_ADÜ 2796HlepA_ADÜ 28 3 5HlepA_JAR 2847HlepA_JAR 285lHlepA_JAR 2853HlepA_JAR 2868HlepA_CBX 278lHlepA_ADU 3280HlepA'IAH 2766HlepA'Q0I A. 2768HlepA'QUI A. .A. .GA. ... T..C. 2893HlepA'IRÜ .. .A. . . .AG .GA. ... .T.., 2894HlepA'IRÜ .. .A. . . .AG .GA. .G. T 2750HlepA'Q0I A.G..0. 3178HlepA'MAB .C. .T... 3204HlepA'IAH 2810HlepB_IM .AT.TAG A.GA. .. .T.A. 2820HlepB_MAB .A. .AT.TAG A.GA. .. .T.A. 2833HlepB_MAB .A. .AT.TAG A.GA. .. .T.A. 2876HlepB_IBA .A. .AT.TAG A.GA. A. 2884HlepB_IRÜ .A. .AT.TAG A.GA. A. 2885HlepB_IRU .A. .AT.TAG A.GA. .. .T.A. 2886HlepB_IRU .A. .AT.TAG A.GA. .. .T.A. 3187HlepB_MAB .A, .AT.TAG A.GA. .. .T.A. 3199HlepB_IAH .A. .AT.TAG A.GA. .. .T.A. 3248HlepB_IBA .A. .AT.TAG A.GA. .. .T.A. 2748HlepC_QüI .A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 2751HlepC_QUI •A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 2752HlepC_Q0I .A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 2756HlepC_QUI .A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 2757HlepC_QÜI •A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 2776HlepC_ADÜ .A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 2780HlepC_ADÜ .A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 2786HlepC_ADU .A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 2793HlepC_ADü .A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 3283HlepC_MAB .A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 3284HlepC_MAB .A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C. 3285HlepC_MAB .A. .AT.TAG A.GA. .A.T.C.

133 ^ "710 ^ 720 730 740 750 760 770 780 790 800 2775HlepA~MÜ AAGTCTCCCC CTCCTCCC ACCACA6C6T TTTTGCGC6A T-AAACCCCC CTACCCCCCT ACGCCCT666 CACACTATTG TTCCTGTCAA 2778HlepA_ADü ]] [[ _ 2785HlepA_ADü [ _ * 2794HiepA_ADü ]]. [ !!!!!!]!!] .]!!! - 2795HlepA_ADU _ 2796HlepA ADÜ 2835HiepA_jAR !!!!!!!!!! - 2847HlepA_JAR _ 285iHiepA_jAR !!]]]][]][ .!!!!!!!!! !-!!!!!!!. 2853HlepA JAR — ' _ 2868HiepA_cBx !!!— !!!!!.!!!! !! _ 278iHiepA_ADü ..!!!— .!!!!!!!]! _ 3280HiepA'lAH — !..]!]^] ..!!!!!!!! !-!!!!!!!! !!!! 2766HlepA*QÜI ..CC. .C CT C... - a à 2768HlepA'QüI ..CC. .C ~ Ct!'.!*.!!*.! '.C - A a 2893HlepA'IRU .. .A. TCC.. G.. G. 2894HlepA'IR0 .. .A. TCC.. G..G. 2750HlepA'QüI C..A. G.TG. 3178HlepA'MAB C..A. .CC.. .. .A • •••••..C- G.TG. 3204HlepA'IAH C..A. G.TG. 2810HlepB_IAH .A... .A.. . 2820HlepB_MAB .A.. . .A.. . 2833HlepB_MAB .A.. . .A.. . 2876HlepB_IBA .A... GA.. . 2884HlepB_IRÜ .A.. . 6A.. . 2885HlepB_IRU .A.. . .A.. . 2886HlepB_IRÜ .A.. . .A.. . 3187HlepB_MAB .A... .A.. . 3199HlepB_IAH .A.. . .A.. . 3248HlepB_IBA .A.. . .A.. . 2748HlepC_QUI .AAA. G 2751HlepC_QUI .AAA. G .T 2752HlepC_QÜI .AAA. G.... 2756HlepC_QUI .AAA. G .T 2757HlepC_QÜI .AAA. G 2776HlepC_ADU .AAA..C.. . G 2780HlepC_ADÜ .AAA. G 2786HlepC_ADÜ .AAA. G 2793HlepC_ADU .AAA. G 3283HlepC_MAB .AAA..C.. . G 3284HlepC_MAB .AAA. G 3285HlepC MAB .AAA. G

134 810 820 830 840 850 860 870 880 890 I I 1 I I I I I I I I I I I I I I 1 3293HlepA_CBX ACCCCAAAAC CAGGAAGGGC CCGA6TGAGG TATATGCA-A -GC-AACGCT CTTTTTTTCT GTGTATACAT TATGACAAAT TATAAT6TAT A 2775HlepA_ADÜ C 2778HiepA_ADu c .!!!-! - .!!!!!!!!! ! 2785HlepA_ADU .....C...... - ]] !!!!..!!!! ! 2794HlepA_ADU C. ...!!!!!-! üüü.ü! 2795HiepA_ADu ..!!.!.!-] -!!-]! !!! !!!.!!!!! 2796HlepA_ADU C...... - ] 2835HlepA_JAR C...... - - 2847HlepA_JAR .C...... -A...... 285iHiepA_jAR .!!!!!!!-! !!!.! 2853HiepA_jAR c. ..!!!!!!-! -!!-!!!!!! !.!!!! 2868HiepA_cBx c. -!.-!!!!!! !!.!!!!!!! !..! 2781HlepA_ADU C. ...G...... 3280HiepA'iM c. ..!.!.!!-! ...... !!!!! 2766HiepA'Qui T a.c. ..-g!t.'!-.' -!]-!!!!!! !.*.*!."!!]!.* i 2768HlepA'QÜI T A.C. ..-G.T..-...... T.. 2893HlepA'IRü G A.C. ..-..A.C-. .!!.!!.!!! ...... T.. .G...... 2894HlepA'IRÜ G A.C. ..-..A.C-. -.TT T G 2750HlepA'QUI G T A.C. ..-..A..-. -.T-...... 3178HlepA'MAB G T A.C. ..-.Ca!]-! -.T...... 3204HiepA'iAH G T A.C. ..-.ca!.-! !!!!!!!!!! .!!!!..!!! !!!!!!.! 2810HlepB_IAH T C. C.-....T-G TA.-T..A.. T T.. .G. 2820HlepB_MAB T C. C.-....T-G TA.-T..A.. T T.. .G. 2833HlepB_MAB T C. C.-....T-G TA.-T..A.. T T.. .G 2876HlepB_IBA T C. C.- T-G TA.-T..A. . T A G 2884HlepB_IRÜ T C. C.-....T-G TA.-T..A. . T A....T.. .G 2885HlepB_IRÜ T C. C.-....T-G TA.-T..A.. T T.. .G 2886HlepB_IRü T C. C.-.. . .T-G TA.-T..A. . T T.. .G NN 3187HlepB_MAB T C. C.-....T-G TA.-T..A.. T - T.. 3199HlepB_IAH T C. C.-....T-G TA.-T..A.. T T.. .G 3248HlepB_IBA T C. C. —....T—G TA.-T..A.. T — ^ 2748HlepC_QUI T A.C. C.-.. . .TAG CA.-T.T.. . T T.. .G 2751HlepC_QUI T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. .G 2752HlepC_QüI T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. .G 2756HlepC_QüI T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. .G 2757HlepC_QüI T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. .G 2776HlepC_ADU T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. .G 2780HlepC_ADü T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. .G 2786HlepC_ADU T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. .G 2793HlepC_ADÜ T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. .G. 3283HlepC_MAB T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. .G 3284HlepC_MAB T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. .G 3285HlepC_MAB T A.C. C.- -G CA.-T.T... T T.. G

135 ANEXO 5

Matriz de distância "p" não corrigida para as seqüências da região controle obtida a partir dos hapiótipos de Hypopygus lepturus, Hypopygus neblinae e Steatogenys elegans como grupo externo. As cores representam as diferentes linhagens.

136 0270 I1 0190 0384 2732 2777 2784 2798 2804 2805 2829 2837 2844 2863 2864 2870 3206 0270 Seleg

0190 0,00 0384 0,00 0 2732 0,00 0 00 0 00 2777 0,01 0 00 0 00 0 00 1 2784 0,01 0 00 0 00 0 00 0,00 2798 0,00 0 00 0 00 0 00 0,00 0,00 2804 0,01 0 00 0 00 0 00 0,00 0,00 0 2805 0,00 0 00 0 00 0 00 0,00 0,00 0 0,00 2829 0,01 0 00 0 00 0 00 0,00 0.00 0 0,00 o,00 2837 0,01 0 00 0 01 0 00 0,01 0,00 0 o,00 0,00 o,00 0,01 0 00 0 00 0 00 0,01 0,00 0 o,00 0,00 0,00 00 I 0,01 0 00 0 01 0 00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 00 0,00 0,01 0 00 0 00 0 00 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0,00 00 0,00 0,00 I 2870 0,01 0 01 0 01 0 00 0,01 0,01 0 0,01 0,00 0,01 00 0,00 0,00 0,00 3206 0,01 0 00 0 00 0 00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 00 0,00 0,00 0,00 0,00

O, 14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 0,14 0,14 0,14 0 14 0,14 0, 14 0, 14 0,14 2778 0. 14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 D, 14 0,14 0,14 0 14 0,14 0,14 0, 14 0,14 0,14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 o, 14 O, 14 0,14 0 14 0,14 0,14 0, 14 0,14 2785 O, 14 0 14 0 14 0 14 0,14 0,14 0 o, 14 0,14 0,14 0 14 0,14 0,14 0, 14 0,14 2794 0,14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 0,14 O, 14 0,14 0 14 0,14 0,14 0, 14 0,14 0,14 0,14 0 14 2795 O, 14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 o, 14 0,14 0,14 0, 14 0,14 O, 14 0,14 0 14 2796 0,14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 0,14 0,14 0,14 0, 14 0,14 0,14 14 2835 0,14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 0,14 O, 14 0 0,13 0, 13 0,14 0,14 0 14 2847 0,14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 0,14 0,14 0,14 0,13 0, 13 0, 14 0, 14 0 14 2851 0,14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 0,14 0,14 0,14 0, 14 0. 14 0,14 0,14 0,14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 0,14 0,14 0, 14 0 14 0,14 0,14 0,14 0, 14 0,14 0 14 0 14 0 14 0,13 0,14 0 O, 14 0,14 0, 14 0 14 0,14 0, 14 0, 14 0,14 14 0 14 0 0,14 0 14 0,14 0, 14 0,14 0 140 0 0,13 0,14 0,14 O, 14 0,14 0,14 0 0,15 0 15 0 15 0 15 0,15 0,15 0 0,15 O, 15 0,15 0 15 0,15 0, 15 0,15 0, 15 0,16 0 15 0 16 0 15 0,15 0,15 0 0,15 O, 15 0, 15 0 16 0,15 0, 15 0,16 0,15 0,13 0 13 0 13 0 14 0,13 0,13 0 0,13 O, 13 0,13 0 14 0,13 0,13 0,14 0,14 3280 0,13 0 13 0 13 0 13 0,13 0,13 0 0,13 0. 13 0,13 0 13 0,13 0, 13 0,13 0,13 3204 O, 14 0 13 0 14 0 14 0,13 0,13 0 O, 14 O, 13 0,14 0 14 0,13 0, 13 0, 14 0,14 0 0,14 0 0,14 O, 14 C, 14 0 14 0,14 0, 14 0,14 0,14 2750 0 0,14 0 14 0 14 0 14 0,14 2766 0 0,15 0 15 0 15 0 15 0,15 0,15 0 0,15 0,15 0,15 0 15 0,15 0, 15 0,15 0,15 0,15 0, 15 2768 0,15 n 15 n 1 5 0 15 0,15 0,15 n 0,15 0,15 0,15 0 15 0,15 0,15

0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 O, 12 0,12 0,12 0 12 0 12 0 12 0,12 0,12 0 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 O, 12 0,12 0,12 0 12 0 12 c 12 0,12 0,12 0 0,12 0,12 O, 12 O, 12 0,12 0,12 0,13 O, 13 O, 13 0 12 0 13 0 13 0,12 0,12 0 0,12 0,12 0,12 0,12 O, 12 0,13 O, 12 0,13 0 12 0 12 0 12 0,12 0,12 0 0,12 0,12 0,12 0,12 O, 12 0,12 O, 12 0,12 0 12 0 12 0 12 0,12 0,12 0 O, 12 0,12 0,12 0,12 0,12 O, 12 O, 12 O, 12 0,12 0 12 0 12 0 12 0,12 0,12 0 O, 12 0,12 0,12 0.12 0,13 O, 13 0,13 0 13 0 13 0 13 0,12 0,13 0 0,13 0,13 0,13 0,12 0,12 0,12 O, 12 0,12 0 12 0 12 0 12 0,12 0,12 0 0,12 0,12 0,12 O, 13 0,12 0,13 0 O, 13 0,13 0,13 0,12 0,12 0,13 O, 13 0,12 0,12 O, 13 0,13 0 12 0 12 0 12 0,12 0,12 0 O, 12 0,12 0,12 O, 12 0,13 0 12 0 12 0 12 0, 12 0,12 0 O, 12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,13 0. 12 0,12 0 12 0 12 0 12 0,12 0,12 0 0,12 0,12 O, 12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0 12 0 12 0 12 0, 12 0,12 D O, 12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12

0,12 0 12 0 12 0 12 0, 12 0, 12 0 O, 12 0,12 O, 12 0,12 0,12 0,12 0,12

0,12 0 12 0 12 0 12 0, 12 0,12 0 0,12 0,12 0,12 0.12 0,12 0,12 0,12

0. 13 0 12 0 12 0 12 0, 12 0,12 0 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,13 0,12 0,13 0 12 0 13 0 13 0,12 0,12 0 O, 12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,13 0,13 0,12 0 12 0 12 0 12 0,12 0,12 0 0,12 0,12 O, 12 0,12 0,12 0,12 0,12 D, 12 0 12 0 12 0 12 0, 12 0, 12 0 0,12 0,12 0,12 0,12 O, 12 O, 12 0,12 D, 12 0 12 0 12 0 12 0,12 0,12 0 O, 12 0,12 O, 12 0,12 O, 12 O, 12 0,12 0, 12 O, 12 D, 12 O, 12 0.12 O, 12 O, 12 0.12

O, 14 0 14 0 14 0 14 0,14 0, 14 ü 14 0,14 0,14 0, 14 O 14 0, 14 0, 14 0, 14 0,14 0,14 0 14__ 0 14^ _0 14 0,14 0,14 0 14 0,14 0,14 0, 14 O 14 0,14 0, 14 0, 14 0, 14

õ',"3' '0'"iT'5 13 "0 "1*3"'*0",'Í3''Ò*,l'3' 0 0,13 0,13 0,13 iV* oVl3""0^13*'Ò", 13'* O*,"13 0,13 0 13 0 13 0 13 0,13 0,13 0 0,13 0.13 0,13 13 0,13 0,13 0, 13 0, 13 0,15 0 15 0 15 0 15 0,15 0,15 0 0,15 0,15 0,14 15 0,15 0, 15 0, 15 0,15 0,13 0 13 0 13 0 13 0,13 0,13 0 0,13 0,13 0,13 13 0,12 0,12 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0 13 0 13 0 13 0,13 0,13 0 13 0, 13 0, 13 0, 13 0,13 O, 13 n 1 3 0 1 3 0 13 0,13 0,13 0 0,13 0,13 0,13 13 0,12 0, 12 0,13 0,13

137 2775 2778 2781 2785 2794 2795 2796 2835 2847 2851 2853 1 0270 Seleg

0190 Bnébl 0384 Hnebl ' 2732 Hnebl 2777 Hnebl 2784 Bnebl

2798 Bnebl

2804 Hnebl

2805 Hnebl 2829 Hn^l 2837 Hnebl 2844 Hnebl 2863 Hnebl

2864 Hnebl

2870 Hnebl 3206 Hnebl

2775 BlepA 0,00 1 2778 HlepA 0,00 0,00 j 2781 BlepA 0,00 0,00 0,00 1 2785 BlepA 0,00 0,01 0,01 0,00 j 2794 HlepA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1 2795 HlepA 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 1! 2796 HlepA 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 1 2835 HlepA 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 1 2847 HlepA 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1 o 2851 HlepA 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11 o 2853 HlepA 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00o 0,00 0,00

2868 HlepA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3293 BlepA 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 2893 Hlepa 0,07 0,07 0,08 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,08 0,07 0,08 0,07 O,07 O,00 2894 Hlepa 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,07 0,07 0,07 0,08 0,07 0,08 0,07 0,07 0,00 0,00 3178 Hlepa 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 o,05 0,05 0,07 0,07 0,00 3280 Hlepa 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,09 O,09 O,07 3204 Hlepa 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,07 0,07 0,00 o 2750 Hlepa 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,04 0,05 0,07 0,07 0,05 o 2766 Hlepa 0,07 0,07 0,06 0,07 0,07 0,06 0,06 0,06 0,07 0,07 0,07 0,06 0,06 O,07 0,07 0,06 0,07 0,07 2768 Hlepa 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,06 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 O,07

0,07 0,07 0,07 0,07 0,10 o, 10 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 O,07 O, 10 0,10 0,09 0,10 0,07 0,07 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,10 0,09 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 O,07 0,07 0,07 0,10 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 O, 10 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 O, 10 O, 10 0,09 0,07 O,07 0,07 0,07 0,08 0,07 O, 07 0,07 O,07 0,07 0,07 0,07 0,10 0,09 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 O, 10 0,09 0,07 0,07 0,08 0,07 0,07 O,07 O, 10 O, 10 0,08 0. 07 0.07 0.07 0. 10 0,10 0.09

2748 0,07 0,08 O,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,09 0,09 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,09 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,09 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,09 0,09 0,07 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,08 0,07 0,07 0,09 0,09 0,08 0,07 0,07 0,07 O,07 0,07 0,07 0,07 O,07 0,07 O,07 0,07 0,07 O,07 0,09 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 O,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,09 0,09 0,08 0,08 0,07 O,07 0,07 O,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 O,09 O, 09 0,08 0,07 0,07 O,07 0,07 0,07 0,07 O,07 0,07 0,07 O,07 O,07 0,07 O,09 0,09 0,08 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 O,07 0,07 O,07 0,07 0,07 O,09 O, 09 0,08 0,07 0,07 O,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,09 O, 09 0,08 0,07 0. 07 0,07 0,07 0,07 O,07 0,07 0,07 O,07 0,07 0,09 O, 09 0,08

0,08 0, 08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0, 10 0,10 0,09 0.08 0,08 0. 07 0,07 0,07 0,07 0,08 0,08 0,08 0,07 0,07 0, 10 0,10 0,08

0,10 0,09 0,09 0,09 0,10 0, 09 0,09 0, 11 0,11 0,10 2816 HlepE 0,09 0, 09 0,09 0, 11 0,11 0,10 2817 HlepE 0,10 0,09 0,09 0,10 0,10 0,10 0,10 0, 10 0,11 2889 BlepE 0,10 0,09 0,09 O, 09 0,09 0,09 0,11 0,10 3183 HlepE 0,09 0,10 0,10 0,11 0,11 3192 HlepE 0,10 0,09 0,09 0,11 0,10 3281 BlepE 0.09 0,10 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,11

138 3280 3204 2750 2766 2768

0270 Seleg

0190 Hnebl 0384 Bnobl 2732 Hnebl 2777 Hnebl oO 2784 Hnebl o 2798 Hnebl CO 2804 Hnebl 2805 Hnebl 2829 Hnebl 2837 Hnebl oO oO 2844 Hnebl CO 2863 Hnebl o 2864 Hnebl o 2870 Hnebl

3206 Hnebl

2775 HlepA 2778 Hl^A 2781 Hl^A 2785 HlepA 2794 HlepA 2795 HlepA

2796 HlepA o 2835 Hl^A 1I— 2847 BlepA o

2851 HlepA o 2853 BlepA o 2868 HlepA 3293 HlepA 2893 Hlepa 2894 Hlepa 3178 Hlepa o o 3280 Hl^a 0,00 3204 Hlepa 0,07 O 0,00 1 2750 Hlepa o 0,05 0,00 2766 Hlepa 0, 06 0,07 0,00 1

2768 Hlepa 0,08 0,06 0,00 0,00 1

2810 ■ HlápB 0,08 0,10 0,10 ; 2820 Hl^B 0,05 0,09 0,10 0, 10 ; 2833 HlepB 0,09 0,10 0,00 0,00 2876 HlepB 0,05 0,08 0,08 0,10 0,10 0,01 0,01 0,00 2884 HlepB 0,05 0,08 0,08 0,10 0,01 0,01 0,00 0,00 2885 HlepB 0,05 0,09 0,08 0,10 0,10 0,01 0,00"! 2886 HlepB 0,05 0,09 0,08 0,10 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 3187 BlepB 0,04 0,09 0,10; 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 [_ 3199 HlepB 0,04 0,09 0,10 0,10 1 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 3248 HlepB 0,04 _q,_09 0,10_ 0,10 i 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,00

2748 0,07 0,09 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 O, 04 0,04 0,04 0,04 2751 0,06 0,08 0,09 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 2752 O, 07 0,08 0,09 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 O, 04 0,04 0,04 O, 04 2756 0,07 0,08 0,08 0,09 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 O, 04 0,04 0,04 O, 04 2757 0,07 0,08 0,09 0,09 0,04 0,04 O,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 O, 04 2776 0,08 0,07 0,09 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 O, 04 2780 O, 07 0,07 0,08 0,09 0,04 O,04 0,04 0,04 0,04 O,04 0,04 0,04 0,04 O, 04 2786 O, 06 0,08 0,09 0,09 o,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 O, 04 0,04 0,04 O, 04 0,04 0,04 0,04 2793 0,06 0,08 O,09 0,09 0,04 0,04 0,04 O,04 0,04 0,04 O, 04 0,04 0,04 3283 0,08 0,07 O, 08 0,09 0,04 0,04 0,04 0,04 O, 04 0,04 0,04 O, 04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 3284 0,08 0,07 0,09 0,04 O,04 0,04 O, 04 0,09 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 O, 04 3285 0,08 0,08 0,09 0,09 0,10 0,11 0,10 0,11 0,11 0,11 0,10 0,10 0,11 0,11 0,11 0,08 0,09 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10

0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 o, 10 0,10 0,10 0,10 2816 HlepE 0,10 0,10 0,10 o, 10 o, 10 0,10 o, 10 0,10 0,10 0,10 2817 HlepE 0,11 0,12 0,12 o, 12 o, 12 o, 11 o, 12 0,12 0,12 0,12 2889 HlepE 0,09 0,10 0,10 0,10 0,10 o, 10 0,10 0,10 0,10 0,10 3183 HlepE 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 3192 HlepE 0. 10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 3281 HlepE 0. 10 0.10 0,10

139 2748 2751 2752 2756 2757 2776 2780 2786 2793 3283 3284 3285 2831 3208

0270 Seleg

0190 Bnebl 0384 Hnebl 2732 Enebl 2777 Hnebl 2784 Hnebl 2798 Hnebl o

2804 Hnébl o 2805 Bnebl 2829 Hnebl 2837 Hnebl 2844 Hnebl 2863 Hnebl

2864 Hnebl 2870 Hnébl

3206 Hnebl

2775 HlepA 2778 HlepA 2781 HlepA 2785 ElepA 2794 HlepA 2795 HlepA 2796 HlepA 2835 BlepA 2847 HlepA

2851 Hl^A 2853 HlepA 2868 HlepA 3293 BlepA

2893 Hlepa oO 11— 2894 Hlepa o 3178 Hlepa O 3200 Hlepa 1—1 3204 Hlepa o 2750 Hlepa 2766 Hlepa 2768 Hl^a

2810 ElepB 2820 HlepB 2833 RlepB 2876 HlepB 2884 BiepB 2885 RlepB 2886 HlepB 3187 HlepB 3199 RlepB 3248 HlepB

2748 HlepC 0,00 2751 HlepC 0,00 0,00 2752 Hl^C 0,00 0,00 o, 00 2756 Hl^C 0,00 0,00 o, 00 0,00 2757 HlepC 0,01 0,00 o, 00 0,00 0,00 2776 HlepC 0,00 o, 00 o, 00 0,00 0,01 0,00 2780 HlepC 0,00 o, 00 o, 00 0,00 0,00 0,00 0,00 2786 HlepC 0,00 o, 00 o, 00 o,00 0,00 0,00 0,00 o, 00 2793 HlepC 0,00 0,00 o, 00 0,00 0,00 o, 00 0,00 o, 00 o,00 o, 00 o, 00 o, 00 3283 HlepC 0,01 o, 00 o, 01 0,01 0,01 o, 01 o,00 I 0,01 0,01 o, 00 0. 00 o, 00 0,00 0,00 3284 HlepC 0,01 o, 00 o, 00 o, 01 o, 01 0,01 0,01 o, 01 o, 00 o, 00 0,00 0,00 0,00 0,00 3285 HlepC 0,01 o, 00 0,09 o, 09 0,08 0,09 0,09 0,08 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,00 2831 HlepD o, 09 0,09 o, 0_8_ 0, 08 0,09 0, 09 0,08 0, 09 0, 09 0,08 0,09 0,09 0,00 0,00 3208 HlepD 0,08 0,10 "ó"io' 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 'ò"õV b','o"7" 2816 HlepE : 0,10 o, 10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,07 0,07 2817 HlepE 1 0,10 o, 10 0,09 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,02 o, 02 2889 BlepE i 0,10 0,09 0,09 0,09 0,09 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,07 0,07 3183 HlepE i 0,10 0,10 0,09 0,09 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,07 0,07 3192 HlepE 0,10 o, 10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,07 0,07 3281 HlepB 0,10

140 2816 2817 2889 3183 3192 3281 0270 Seleg

0190 0384 2732 2777 2784 2798 2804

2805 2829 2837 2844

2863 2864 2870

3206

2775

2778 2781

2785 2794 2795 2796 2835

2847

2851 2853 2868 3293 2893 2894

3178 3280 3204 CD O 2750 O

2810 2820 2033 2876 2884 2885 2886 3187 3199 3248

2748 2751 2752 2756 2757 2776 2780 2786 2793 A 3283 3284 3285

2816 HlepE1 0,00 1L —1 2817 HlepE1 0,00 0,00 l 0,08 2889 HlepE

3183 HlepE1 0,00 0,00 0,00 3192 HlepE1 0,00 0,00 o, 00 0,00 I 3281 HlepE1 0,00 0,00 141 ANEXO 6

■!f «

V Esquema da árvore haplotípica obtida com o auxílio do programa TCS utilizando-se

um limite de conectividade inferior a 95%, o que representou mais de 130 passos

mutacionais para total conexão entre os hapiótipos.

142 I

71 43

0Quimicuri H Mabarrá 1 Carabixi I Irurabi B Ibará B Jaradi B B Aduíá — > 13 passos

39

143