ASPECTOS GEOLÓGICOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE – MIR 372 (SD.21-Z-A) – MEMÓRIA TÉCNICA – VOL 1/5 Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-GL-MT-036

ASPECTOS GEOLÓGICOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE – MIR 372 (SD.21-Z-A) – MEMÓRIA TÉCNICA – VOL 2/5 Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-GL-MT-036

ASPECTOS GEOLÓGICOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE – MIR 372 (SD.21-Z-A) – MEMÓRIA TÉCNICA – VOL 3/5 Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-GL-MT-036

ASPECTOS GEOLÓGICOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE – MIR 372 (SD.21-Z-A) – MEMÓRIA TÉCNICA – VOL 4/5 Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-GL-MT-036

ASPECTOS GEOLÓGICOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE – MIR 372 (SD.21-Z-A) – MEMÓRIA TÉCNICA – VOL 5/5 Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-GL-MT-036

PLANO DA OBRA

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

Parte 1: Consolidação de Dados Secundários Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas Parte 3: Integração Temática Parte 4: Consolidação das Unidades

Governo do Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral (SEPLAN) Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO

ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIO- ECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO

ASPECTOS GEOLÓGICOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE – MIR 372 (SD.21-Z-A) – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO

MÁRIO VITAL DOS SANTOS

CUIABÁ

MAIO, 2000

CNEC – Engenharia S.A.

GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO Dante Martins de Oliveira

VICE-GOVERNADOR José Rogério Salles

SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL Guilherme Frederico de Moura Müller

SUB SECRETÁRIO João José de Amorim

GERENTE ESTADUAL DO PRODEAGRO Mário Ney de Oliveira Teixeira

COORDENADORA DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Márcia Silva Pereira Rivera

MONITOR TÉCNICO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Wagner de Oliveira Filippetti

ADMINISTRADOR TÉCNICO DO PNUD Arnaldo Alves Souza Neto

EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E SUPERVISÃO DA SEPLAN

Coordenadora do Módulo MARIA LUCIDALVA COSTA MOREIRA (Engª Agrônoma)

Supervisor do Tema JURACI DE OZEDA ALLA FILHO (Geólogo)

Coordenação e Supervisão Cartográfica LIGIA CAMARGO MADRUGA (Engª Cartógrafa)

Supervisão do Banco de Dados GIOVANNI LEÃO ORMOND (Administrador de Banco de Dados)

VICENTE DIAS FILHO (Analista de Sistema)

EQUIPE TÉCNICA DE EXECUÇÃO

CNEC – Engenharia S.A.

LUIZ MÁRIO TORTORELLO (Gerente do Projeto) KALIL A. A. FARRAN (Coordenador Técnico) MÁRIO VITAL DOS SANTOS (Coordenador Técnico do Meio Físico - Biótico)

TÉCNICA

RUBENS BORGES DA SILVA (Geólogo) PAULO CESAR PRESSINOTTI (Geólogo) FERNANDO CÉSAR FAHL (Geólogo)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 01

2. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 03

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS 04

3.1. GRUPO CUIABÁ 06

3.2. FORMAÇÃO BAUXI 07

3.3. FORMAÇÃO PUGA 08

3.4. FORMAÇÃO ARARAS 09

3.5. FORMAÇÃO RAIZAMA 10

3.6. FORMAÇÃO SEPOTUBA 11

3.7. FORMAÇÃO 12

3.8. FORMAÇÃO BOTUCATU 13

3.9. FORMAÇÃO TAPIRAPUÃ 14

3.10. FORMAÇÃO SALTO DAS NUVENS 15

3.11. FORMAÇÃO UTIARITI 15

3.12. FORMAÇÃO MARÍLIA 16

3.13. SUPERFÍCIE PALEOGÊNICA PENEPLANIZADA COM LATOSSOLIZAÇÃO 17

3.14. FORMAÇÃO PANTANAL 18

3.15. ALUVIÕES ATUAIS 19

4. PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS 19

5. RECURSOS MINERAIS 20

5.1. JAZIMENTOS MINERAIS 20

5.2. SITUAÇÃO LEGAL 21

6. POÇOS TUBULARES PROFUNDOS 22

7. ÁREAS CRÍTICAS E DEGRADADAS 25

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 26

9. FOTOGRAFIAS 27

10. BIBLIOGRAFIA 41

ANEXOS

ANEXO I - MAPAS

A001 “PONTOS/ESTAÇÕES GEOLÓGICAS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE - MIR 372 (SD.21-Z-A) - 1:250.000 (INCLUI A LOCALIZAÇÃO DOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS SELECIONADOS)”

A002 “PRINCIPAIS ASPECTOS GEOLÓGICOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE - MIR 372 (SD.21-Z-A) – 1:250.000”

A003 “POTENCIALIDADE MINERAL E SITUAÇÃO LEGAL DA FOLHA ROSÁRIO OESTE – MIR 372 (SD.21-Z-A) – 1:250.000”

ANEXO II - RELAÇÃO DAS FICHAS COM DESCRIÇÕES DE CAMPO

ANEXO III - RELAÇÃO DAS FICHAS COM CADASTRO DE JAZIMENTOS MINERAIS E SITUAÇÃO LEGAL

ANEXO IV - RELAÇÃO DAS FICHAS COM CADASTRO DE POÇOS TUBULARES PROFUNDOS SELECIONADOS

LISTA DE QUADROS

001 RELAÇÃO DOS DADOS FÍSICOS REFERENTES À QUANTIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SECUNDÁRIAS E PRIMÁRIAS 04

002 QUANTIFICAÇÃO DOS TÍTULOS MINERÁRIOS POR “STATUS” DA SITUAÇÃO LEGAL SEGUNDO AS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS MINERAIS 22

003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE – MIR 372 (SD.21-Z-A) 22

LISTA DE FIGURAS

001 COLUNA LITOESTRATIGRÁFICA DA FOLHA ROSÁRIO OESTE – MIR 372 (SD.21-Z-A) 05

LISTA DE FOTOGRAFIAS

001 TRECHO ENTRE ROSÁRIO OESTE E NOBRES (RB-372-01). FRENTE DE LAVRA ABANDONADA DA MINERAÇÃO ECOPLAN, EVIDENCIANDO CALCÁRIO DOLOMÍTICO DA FORMAÇÃO ARARAS. 27

002 BR-364, PRÓXIMO À BIFURCAÇÃO COM A BR-163 (FC-372-13). ARENITO MICROCONGLOMERÁTICO QUARTZOSO COM ESTRATIFICAÇÃO CRUZADA DE BAIXO ÂNGULO AFLORANDO NA FORMA DE MATACÕES MÉTRICOS. FORMAÇÃO RAIZAMA. 28

003 MARGEM DIREITA DO RIO ARINOS, EM SUA PORÇÃO DE CABECEIRA (FC-372-32). OCORRÊNCIA DE SILTITOS VERMELHOS EMPASTILHADOS TÍPICOS DA FORMAÇÃO SEPOTUBA, SOFRENDO PROCESSO DE INTEMPERISMO E GERANDO SOLO ARGILOSO ESBRANQUIÇADO. 29

004 ESTRADA DE ACESSO A CIDADE DE DIAMANTINO (FC-372-06). VISÃO PANORÂMICA DO RELEVO, ONDE, NO VALE, ENCONTRA- SE A CIDADE DE DIAMANTINO. A SUPERFÍCIE MAIS ELEVADA E PLANA REPRESENTA OS TERRENOS DA BACIA DOS PARECIS, ENQUANTO OS PATAMARES INFERIORES SÃO CAMADAS ARENOSAS INTERCALADAS COM SILTITOS DA FORMAÇÃO DIAMANTINO, SENDO QUE NO VALE AMPLO PREDOMINAM SEDIMENTOS FINOS. 30

005 MT-240, ACESSO PARA DIAMANTINO (RB-372-09). CONTATO, CONGLOMERADOS BASAIS DA FORMAÇÃO SALTO DAS NUVENS SOBRE A FORMAÇÃO DIAMANTINO. 31

006 SAÍDA DE NOVO DIAMANTINO PARA DIAMANTINO (RB-372-09). CONTATO DA FORMAÇÃO SALTO DAS NUVENS COM A FORMAÇÃO DIAMANTINO. OBSERVAR O CONGLOMERADO BASAL SOBREPOSTO EM DISCORDÂNCIA EROSIVA E ANGULAR SOBRE A FORMAÇÃO DIAMANTINO. 32

007 ESTRADA DE ACESSO A CIDADE DE DIAMANTINO (FC-372-06). TOPO DO PERFIL DE CONGLOMERADO FERRUGINIZADO, COMPOSTO POR SEIXOS QUARTZOSOS, ARREDONDADOS E COM POUCOS CENTÍMETROS DE DIÂMETRO. FORMAÇÃO SALTO DAS NUVENS. 33

008 ESTRADA QUE PERMITE ACESSO A CIDADE DE ARENÁPOLIS, A PARTIR DA BR-364 (FC-372-01). ARENITO ESTRATIFICADO, FINAMENTE LAMINADO COM ALTERNÂNCIA DE LEITOS COM GRÃOS FINOS, SUBANGULOSOS, MÉDIOS E SUB- ARREDONDADOS. FORMAÇÃO UTIARITI. 34

009 ESTRADA QUE PERMITE ACESSO A CIDADE DE ARENÁPOLIS, A PARTIR DA BR-364 (FC-372-01). VOÇOROCA DE PORTE MÉDIO EXPONDO SOLO ARENOSO FRIÁVEL NA ORDEM DE 6 A 8 M E, NA BASE, ARENITO FINAMENTE LAMINADO DA FOTO ANTERIOR. FORMAÇÃO UTIARITI. 35

010 ESTRADA QUE PERMITE ACESSO A CIDADE DE ARENÁPOLIS, A PARTIR DA BR-364 (FC-372-02). ASPECTO DE ESCARPA QUE MARCA O CONTATO DOS LATOSSOLOS ARGILOSOS EM RELEVO DE RAMPA, COM OS TERRENOS ARENOSOS DA FORMAÇÃO UTIARITI. 36

011 FAZENDA CAMARGO CORRÊA (RB-372-27). EQUIPAMENTOS DESATIVADOS DE CONCENTRAÇÃO DE DIAMANTES. 37

012 MARGEM DIREITA DO RIO CLARO (FC-372-03). ASPECTO DE CASCALHO QUARTZOSO COM SEIXOS E CALHAUS DE QUARTZO ARREDONDADOS EM GARIMPO ABANDONADO. 38

013 RIACHO BARREIRINHO (RB-372-26). FAZENDA CAMARGO CORRÊA, TRECHO DO ALUVIÃO ONDE A LAVRA DE DIAMANTES ESTÁ PARALISADA. 39

014 CIDADE DE MARILÂNDIA (RB-372-21). ASSOREAMENTO DA DRENAGEM DECORRENTE DA ATIVIDADE GARIMPEIRA PARA DIAMANTE. 40

LISTA DE MAPAS

001 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA MAPEADA 02

1

1. INTRODUÇÃO

A presente Memória Técnica refere-se aos trabalhos de geologia executados na Folha Rosário Oeste - MIR 372 (SD.21-Z-A), localizada na região centro-sul do Estado, entre os paralelos 14o00’ e 15o00’ de latitude sul os meridianos 55o30’ e 57o00’ de longitude oeste de Gr. (Mapa 001). A folha abriga importantes centros urbanos, concentrados preferencialmente em sua faixa ocidental, correspondendo as cidades de Arenápolis, Nortelândia, Diamantino, , Nobres e Rosário Oeste.

Estas cidades encontram-se ligadas por ampla malha rodoviária, sendo que os principais acessos são a BR-163, que se origina em Cuiabá com destino ao Estado do Pará, passando por Rosário Oeste e Nobres; BR-364 responsável pelo acesso da porção noroeste da folha; MT-343 no extremo oeste; MT-240 e MT-351, ambas cobrindo o setor oriental da folha.

Dentro dos limites da folha, insere-se o divisor natural das águas das bacias do e do Alto Paraguai, situado no setor setentrional e caracterizado pelas cabeceiras dos rios Claro, Novo e Arinos que drenam para norte e pertencem a bacia do Juruena; enquanto os rios Cuiabá, Paraguai, Pari e Manso fluem para sul e são componentes da Bacia do Alto Paraguai.

63°00' 61°30' 60°00' 58°30' 57°00' 55°30' 54°00' 52°30' 51°00' 49°30' 7° 7° LEGENDA SB 21 YD N

220 SC 22 XC Código da Base Cartográfica 8° 8° SC 20 XA SC 20 XB SC 21 VA SC 21 VB 278 Código MIR

244 245 246 247 9° 9° SC 20 XC SC 20 XD SC 21 VC SC 21 VD SC 21 XC SC 21 XD SC 22 VC SC 22 VD SC 22 XC Área Mapeada Referente a Memória Técnica

270 271 272 273 274 275 276 277 278 10° 10° SC 20 ZA SC 20 ZB SC 21 YA SC 21 YB SC 21 ZA SC 21 ZB SC 22 YA SC 22 YB SC 22 ZA FONTE : CNEC,1997

295 296 297 298 299 300 301 302 303 11° 11° SC 20 ZD SC 21 YC SC 21 YD SC 21 ZC SC 21 ZD SC 22 YC SC 22 YD SC 22 ZC

316 317 318 319 320 321 322 323 12° 12° SD 20 XB SD 21 VA SD 21 VB SD 21 XA SD 21 XB SD 22 VA SD 22 VB SD 22 XA

336 337 338 339 340 341 342 343 13° 13° SD 20 XD SD 21 VC SD 21 VD SD 21 XC SD 21 XD SD 22 VC SD 22 VD SD 22 XC

353 354 355 356 357 358 359 360 14° 14° SD 20 ZB SD 21 YA SD 21 YB SD 21 ZA SD 21 ZB SD 22 YA SD 22 YB SD 22 ZA

369 370 371 372 373 374 375 376 15° 15° SD 20 ZD SD 21 YC SD 21 YD SD 21 ZC SD 21 ZD SD 22 YC SD 22 YD

385 386 387 388 389 390 391 16° 16° SE 20 XB SE 21 VA SE 21 VB SE 21 XA SE 21 XB SE 22 VA SE 22 VB

401 402 403 404 405 406 407 17° 17° SE 21 VD SE 21 XC SE 21 XD SE 22 VC

417 418 419 420 18° 18° Mapa 001 SE 22 YA TÍTULO 0 50 100 250 Km LOCALIZAÇÃO DA ÁREA MAPEADA ( Esquemático )

433 19° 19° 63°00' 61°30' 60°00' 58°30' 57°00' 55°30' 54°00' 52°30' 51°00' 49°30' MINISTÉRIO DA BIRD BANCO INTERNACIONAL PARA RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO INTEGRAÇÃO NACIONAL

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO ECOLÓGICO Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso PRODEAGRO 2000 Engenharia S. A. 3

2. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

A metodologia geral que norteou os trabalhos de geologia na escala de 1:250.000, apresentados em 53 Memórias Técnicas que recobrem todo Estado de Mato Grosso, encontra- se detalhadamente descrita no Relatório DSEE-GL-RT-003 - “Apresentação Geral das Memórias Técnicas-Geologia”, onde são tratadas as informações gerais do projeto tais como a documentação geológica recuperada e analisada, os critérios interpretativos utilizados na identificação de zonas homólogas, os trabalhos de campo efetuados, e os aspectos temáticos no sensu strictu, como a conceituação das unidades litoestratigráficas aflorantes no Estado, os recursos minerais existentes, potencialidade e fragilidade geológica e o cadastro dos poços tubulares profundos.

Destacamos abaixo os projetos de cunho regional que abrangem o domínio da Folha Rosário Oeste e suas imediações, sendo eles:

− Projeto Aluviões Diamantíferos de Mato Grosso. DNPM/CPRM, 1972 (escala 1:100.000);

− Projeto . DNPM/CPRM, 1975 (escala 1:250.000);

− Projeto Província Serrana. DNPM/CPRM, 1978 a, b (escala 1:50.000);

− Projeto RADAMBRASIL Folha SD.21 Cuiabá. MME, 1982 (escala 1:1.000.000);

− Projeto Mapas Metalogenéticos e de Previsão de Recursos Minerais - Folha Rosário Oeste SD.21-Z-A Região Centro-Oeste. DNPM/CPRM, 1986 (escala 1:250.000);

− Projeto Zoneamento das Potencialidades dos Recursos Naturais da Amazônia Legal. IBGE, 1990 (escala 1:2.500.000); e,

− Programa de Controle Ambiental da Garimpagem de Ouro para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Tapajós, SECTAM-PA/MMA, SEICOM- PA, FEMA-MT, SEICOM-MT, METAMAT-MT e MME-DNPM, 1993.

As imagens de satélite TM 227/70 (08/11/1994) e 226/70 (13/08/1994) P&B banda 4, e falsa cor bandas 3, 4 e 5; e o mosaico de radar SD.21-Z-A (Projeto RADAMBRASIL) todos na escala 1:250.000, foram utilizados na delimitação das zonas homólogas, e abrangem totalmente a área da folha estudada.

O Quadro 001 sintetiza os principais dados físicos levantados na Folha Rosário Oeste, com um total de 779 afloramentos descritos, 10 pontos amostrados, 212 jazimentos minerais cadastrados, 62 poços tubulares profundos cadastrados e 242 áreas de situação legal analisadas.

Os pontos de afloramentos descritos e os recuperados de outros projetos (fichas com descrição de campo, Anexo II) e os poços tubulares profundos (fichas cadastrais, Anexo IV) encontram-se espacializados no Mapa A001 “Pontos/Estações Geológicas da Folha Rosário Oeste”, Anexo I.

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QUADRO 001 RELAÇÃO DOS DADOS FÍSICOS REFERENTES À QUANTIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SECUNDÁRIAS E PRIMÁRIAS. DADOS LEVANTADOS DADOS DADOS PRIMÁRIOS TOTAL SECUNDÁRIOS (SEPLAN/CNEC) INFORMAÇÕES TEMÁTICAS Afloramentos Descritos 643 136 779 Amostras Coletadas 10 10 Jazimentos Minerais 212 Poços Tubulares Profundos 62 Situação Legal (no de processos - ref. 242 Jul./95-DNPM) FONTE: CNEC, 1997

3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS

Nesta folha afloram 15 unidades litoestratigráficas (Figura 001): o Grupo Cuiabá, no quadrante SE, cobre cerca de 15% da superfície total da folha; as Formações Bauxi e Puga, que afloram de forma bem diminuta e localizada na porção central, constituem cerca de 2%; a Formação Araras, que margeia o quadrante SE, distribui-se em 10% da folha; a Formação Raizama ocupa uma faixa de direção NE, atravessando a porção central e perfazendo 10% da folha; as Formações Diamantino e Sepotuba afloram em pequenas faixas junto com a Formação Raizama e cobrem 10% da área da folha; as vulcânicas da Formação Tapirapuã cobrem uma área da ordem de 2% do total da folha, no quadrante NW; as unidades Salto das Nuvens, Utiariti e Superfície Paleogênica Peneplanizada dominam toda porção superior da folha somando a ocupação de uma área da ordem de 30% da superfície total da folha; as Formações Botucatu e Marília somam 6% da folha e situam-se no quadrante SE da mesma; a Formação Pantanal e as Aluviões Atuais constituem os 15% restantes da área da folha.

A espacialização dessas unidades encontra-se no Mapa A002 "Principais Aspectos Geológicos da Folha Rosário Oeste", Anexo I.

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FIGURA 001 COLUNA LITOESTRATIGRÁFICA DA FOLHA ROSÁRIO OESTE

EON ERA PERÍODO DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS

Ha - Aluviões Atuais: areias, siltes, argilas e cascalhos

Qp - Formação Pantanal: Sedimentos arenosos, síltico-argilosos, argilo-arenosos e areno-conglomeráticos semi-consolidados e

QUATERNÁRIO inconsolidados. Localmente impregnações ferruginosas e salinas CENOZÓICO

Tpspl - Superfície Paleogênica Peneplanizada com Latossolização: solos argilosos a argilo-arenosos microagregados de coloração vermelha-escura. Podem apresentar na base crosta ferruginosa, raramente com nódulos concrecionários de caulinita, sotopostos às crostas ferruginosas TERCIÁRIO PALEOGENO

Km - Formação Marília: arenitos de granulometria variada, paraconglomerados e arenitos argilosos, calcíferos em diferentes horizontes e, subordinadamente, níveis de siltitos e argilitos FANEROZÓICO Kut - Formação Utiariti: sedimentos arenosos feldspáticos de granulometria fina a média com subordinadas intercalações de siltitos, argilitos e raros níveis delgados de conglomerados CRETÁCEO

GRUPO PARECISGRUPO Ksn - Formação Salto das Nuvens: arenitos, arcóseos e níveis conglomeráticos intercalados predominantemente na sua porção basal MESOZÓICO

Kt - Formação Tapirapuã: derrames basálticos de granulação muito fina, coloração cinza escura a negra, com textura amigdaloidal no topo dos derrames

Jb - Formação Botucatu: arenitos finos a médios, bimodais, com grãos bem arredondados e estratificações cruzadas de grande porte. Podem ocorrer na forma de intertrapes com basaltos. Desenvolvem extensos areiais BENTO JURÁSSICO GRUPO SÃ O

(continua...)

6

FIGURA 001 COLUNA LITOESTRATIGRÁFICA DA FOLHA ROSÁRIO OESTE (...continuação) EON ERA PERÍODO DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS

PSd - Formação Diamantino: arcóseos com intercalações de siltitos e folhelhos micáceos

PSs - Formação Sepotuba: sedimentos pelíticos com predomínio de folhelhos e siltitos micáceos e intercalações de arenitos finos

PSr - Formação Raizama: arenitos ortoquartzíticos com intercalações de siltitos e argilitos

PSa - Formação Araras: predominam sedimentos carbonáticos calcíferos e pelíticos na base e dolomitos no topo.

GRUPO ALTO PARAGUAÍ GRUPO Finas intercalações de siltitos e folhelhos SUPERIOR PROTEROZÓICO

PSp - Formação Puga: conglomerados (diamictitos) com intercalações de arenitos, siltitos e folhelhos. No topo exibe intercalações de margas e calcários

PSbx -Formação Bauxi: arenitos finos a grossos, com intercalações delgadas de siltitos, argilitos e conglomerados

PScb - Grupo Cuiabá: filitos diversos, metassiltitos, ardósias, metarenitos, metarcóseos, metagrauvacas, xistos, metaconglomerados, quartzitos, metavulcânicas ácidas e básicas, mármores calcíticos e dolomíticos. Presença conspícua de veios de quartzo

FONTE: CNEC, 1997

3.1. GRUPO CUIABÁ

De acordo com MARINI et al., (1984), o nome Cuiabá foi primeiramente empregado por EVANS, (1894), e incorporado na literatura pelos sucessivos trabalhos de ALMEIDA, (1945, 1954, 1964 e 1965b). É constituído por metamorfitos de baixo grau, facies xisto-verde, com predomínio de filitos, micaxistos e, subordinadamente, quartzitos e metagrauvacas, mármores calcíticos e dolomíticos, calcários e metaconglomerados. Os xistos classificam-se petrograficamente desde micaxistos quartzosos ou feldspáticos, mais raramente, calcoxistos. Veios de quartzo são ubíquos nessas rochas. São observadas passagens gradacionais de mica xistos para filitos e quartzitos e, com menor freqüência, para metarcóseos e metagrauvacas. Filitos grafitosos e hematíticos ocorrem não tão amiúde.

Os calcários, via de regra, em bancos maciços, juntamente com os mármores, ocorrem sob forma lenticular dentro da seqüência xistosa, possuem pequena espessura e aspecto sacaróide. Os quartzitos possuem granulação fina, estratificação plano-paralela, raramente cruzada, com abundância de moscovita. As grauvacas relativamente freqüentes, têm grande dureza e quase nunca ostentam estratificação, as vezes intercalam-se com filitos produzindo típicos acamamentos gradacionais.

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Distribui-se ao longo de um arco com concavidade para sudeste, extenso por cerca de 1.500 Km, que constitui a Faixa de Dobramentos Paraguai - Araguaia, ocupando a porção interna desta faixa. Porém, em grande parte, acha-se oculto sob as coberturas fanerozóicas da Bacia Sedimentar do Paraná, dos pantanais matogrossenses e da depressão do Araguaia. Encontra-se exposto praticamente ao longo de toda borda noroeste da Bacia Sedimentar do Paraná, desde a região de Bonito (MS) até Aragarças (GO).

Na folha em questão, o Grupo Cuiabá aflora no quadrante SE, onde apresenta filitos rosados com intercalações de níveis de quartzitos de granulação média. O padrão geral da foliação segue orientação NE com mergulhos tanto para SE como para NW. Os filitos apresentam tanto termos bastante argilosos como filitos sílticos e metassiltitos. Nos metassiltitos observam-se com mais clareza que estes metassedimentos encontram-se dobrados, com os eixos orientados para NE. O pacote lítico abriga, pelo menos, três gerações de veios de quartzo, sendo uma concordante com a foliação e outras duas discordantes.

O relevo normalmente é arrasado podendo, no entanto, apresentar pequenos morrotes orientados segundo NE, cuja topografia é sustentada pela presença de quartzitos, intercalados nos filitos.

O padrão de imageamento que retrata o Grupo Cuiabá caracteriza-se por relevo arrasado, colinoso, de interflúvios médios a amplos, com drenagens subparalelas a subdendríticas controladas por lineamentos, que evidenciam forte estruturação da unidade para NE. A tonalidade é cinza escuro e a textura, lisa.

O solo normalmente é laterítico com cascalho de quartzo de veios cimentados por óxidos e hidróxidos de ferro, apresentando dimensões variável de 1 a 2 cm. Essa unidade, normalmente, desenvolve solos pouco espessos, da ordem de 0,5 a 1,0 m. No âmbito da folha e dentro da escala de observação, notou-se a presença de poucos ravinamentos, como verificado no ponto RB-372-64, na margem da estrada que interliga Campo Limpo-Rio Manso.

3.2. FORMAÇÃO BAUXI

Definida por VIEIRA (1965), reúne um pacote de metassiltitos, metarcóseos, metagrauvacas e ortoquartzitos da região de Bauxi, Mato Grosso. De acordo com BARROS et al., (1982, In: Projeto RADAMBRASIL Folha SD.21 Cuiabá) encontra-se exposta ao longo da Província Serrana, em bordas de estruturas dobradas (Braquissinclinal das Araras, Sinclinal de Nobres) e junto à porção ocidental da Serra do Padre Inácio, onde suas rochas configuram a elevação denominada Serra do Caeté. É composta por sedimentos clásticos, no geral arenosos de granulometria fina a grossa, contendo intercalações de siltitos, argilitos (ou folhelhos) e níveis conglomeráticos. Comumente mostram elevado grau de compactação de caráter diagenético e presença de cimento silicoso e ferruginoso.

Na folha em questão, a Formação Bauxi foi assinalada na porção central de duas estruturas dobradas. De acordo com os dados secundários, os limites desta unidade foram estabelecidos a partir do Projeto Província Serrana (DNPM/CPRM, 1978b – escala 1:50.000). Nesta circunstância, nota-se que o padrão de imageamento é muito semelhante ao padrão da Formação Puga, não permitindo sua separação segura sem a utilização de dados de campo e/ou secundários.

8

3.3. FORMAÇÃO PUGA

Definida por MACIEL, (1959), no Morro do Puga, situado à margem direita do Rio Paraguai, próximo à Porto Esperança. Suas camadas foram interpretadas como produtos de ambientes glaciais, representados por tilitos sotopostos a dolomitos através de contatos transicionais, pois há material clástico, as vezes de natureza margosa nessa passagem, até atingir-se o domínio de bancos de calcários ou dolomitos maciços.

Em termos litológicos, a seqüência constitui-se essencialmente de paraconglomerados, com camadas de arenitos subarcoseanos a ortoquartzíticos subordinados. Nos conglomerados há um nítido predomínio da matriz, que chega a perfazer 80% da rocha, na qual acham-se imersos fragmentos de composições variadas (gnaisses, quartzo, anfibolitos, riodacitos, granitos, filitos, calcários etc.). A matriz em geral é argilosa, por vezes mais arenosa, de aspecto maciço sem estratificação visível em escala de afloramento.

Tanto MACIEL, (1959), como ALMEIDA, (1964, 1965a, b) advogam uma origem glacial para os conglomerados Puga, baseando suas argumentações a par das características litológicas, na presença de siltitos e arenitos associados, fragmentos de rocha do tipo “ferro de engomar” e na ausência de estruturas sedimentares. Uma outra corrente (VIEIRA, 1965; CORRÊA et al., 1976 In: Projeto Bodoquena, DNPM/CPRM, 1979; FIGUEIREDO & OLIVATTI, 1974, In: Projeto Alto Guaporé, DNPM/CPRM, 1974) postula uma origem marinha batial, drifts e corrida de lama (correntes de turbidez), pois, aduzem, que a presença de cimento calcífero no topo, característico de ambiente marinho e o fato da formação estratigraficamente superior – Araras – ser constituída de calcários, (para eles sempre de clima quente e de origem marinha), ausência de varvitos e também pelos contatos gradativos de todo o pacote, seriam critérios incompatíveis com a origem glacial (MARINI et al., 1984).

No contexto da folha, a Formação Puga aflora na porção central, na Província Serrana, e mostra-se composta por arenitos conglomeráticos e paraconglomerados com intercalações de rocha com matriz argilosa e arenosa fina, evidenciando grãos de quartzo de granulometria grosseira, dispersos na matriz. Apresentam cor cinza clara ou mesmo cor amarelada. Em alguns locais, como no ponto RB-372-59, constatou-se a presença de folhelhos e siltitos, estruturados em bancos decimétricos.

Em termos de padrão de imageamento, a Formação Puga caracteriza-se por apresentar relevo suavemente dissecado, com interflúvios amplos, baixa densidade de drenagem, textura lisa e tonalidade cinza claro. No campo percebe-se colinas suaves que acompanham a orientação das rochas carbonáticas da Formação Araras.

O solo, no geral, é areno-argiloso e laterítico, com seixos e fragmentos de rochas na superfície ou dispersos na matriz do solo. A espessura varia de 1 a 2 m e pode apresentar processos de ravinamentos associados a águas servidas de estradas, como ocorre no ponto RB-372-53.

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3.4. FORMAÇÃO ARARAS

A Denominação “Arara Limestone” foi dada por EVANS, (1894). ALMEIDA, (1964) formalizou como Grupo Araras. Como o contato entre as Formações Puga, Araras, Raizama e Diamantino é gradual, FIGUEIREDO & OLIVATTI, (1974, In: Projeto Alto Guaporé, DNPM/CPRM, 1974), incluíram-na no Grupo Alto Paraguai de Almeida (1964), com o status de Formação.

De acordo com MARINI et al., (1984), a Formação Araras apresenta-se compartimentada em três níveis bastante distintos: um nível basal essencialmente composto de margas conglomeráticas e calcilutitos; um nível médio com calcários maciços e intercalações de calcários escuros; um nível superior marcado por nódulos de sílex e lentes de arenitos finos. Genericamente, o pacote inicia-se por margas conglomeráticas que marcam a transição entre o topo da Formação Puga e a base da Formação Araras. Segue-se uma seqüência de calcilutitos, decimetricamente estratificados, microcristalinos, que podem conter brechas calcárias. Os calcários dolomíticos do nível intermediário são microgranulares, interestratificados com calcários calcíticos com textura microgranular, finamente estratificados, com nódulos de sílex esfumaçados e estruturas estilolíticas. Os dolomitos, mais abundantes no topo, possuem concreções de sílex, estratos com dolomitos arenosos, bancos de calcários dolomíticos e arenitos médios a grosseiros, marcantes da passagem transicional para a Formação Raizama.

De acordo com LUZ, (1978, In: Projeto Província Serrana, Relatório Final, Texto e Anexos I, II e III – volume I, 1978a), a Formação Araras é constituída basicamente por um pacote de rochas pelítico-carbonáticas, informalmente divididas em dois membros: Membro Inferior, pelito-calcítico, e Membro Superior, dolomítico. A porção basal é constituída por margas conglomeráticas, calcários margosos, margas finamente laminadas e calcários calcíticos e dolomíticos. Para o topo predominam calcários calcíticos e dolomíticos, de cores cinza escuro e cinza claro. O Membro Superior é constituído dominantemente por dolomitos esbranquiçados e com níveis de dolomitos esbranquiçados oolíticos.

Na Serra das Araras, ALMEIDA, (1964), e HENNIES, (1966), estimaram uma espessura da ordem de 230 a 1.300 m, ao passo que FIGUEIREDO & OLIVATTI, (op. cit.), atribuem valores em torno de 800 m. Os contatos na região da Serra das Araras e Azul, quando não ocorrem através de falhas inversas, são gradativos, tanto com a Formação Puga, inferior, quanto com a Formação Raizama, superior.

No âmbito da folha em questão, a Formação Araras é observada em faixa NE-SW disposta no centro, sendo que para leste flete suavemente assumindo direção ENE-WSW até o limite leste, ao longo da Serra do Cuiabá. Corresponde a calcários cinza-claros a brancos finamente laminados, com forte efervescência ao ácido clorídrico, e que, localmente, podem apresentar dobras intra estratais, restrito apenas a alguns leitos (FC-372-16/18).

Ao longo da BR-163 existem várias pedreiras de calcário dolomítico, como nos pontos RB-372-01, 02 e 03. Nas exposições abertas pela exploração (Pedreira ECOPLAN) observa-se, na base, calcário dolomítico cinza claro e oolítico, brechado e com fragmentos de dolomicrito, (Foto 001), também cinza claro. Para o topo passa para dolomicrito cinza claro e laminado. A frente de lavra tem em torno de 15 m e mostra-se brechada e fraturada com venulações de quartzo. No ponto RB-372-03 constata-se afloramentos de dolomito cinza rosado finamente laminado (leitos de 3 a 5 cm de espessura), com lentes de sílex (20 x 2 cm) no espaço interacamamento. A atitude varia de N40-50E com mergulhos de 50o a 55o para NW. As observações de campo, quando confrontadas com os dados de literatura, permitem situar os afloramentos ao longo da BR-163 na porção superior da Formação Araras.

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Na cidade de Nobres, uma grande pedreira abandonada (coordenadas UTM 571180E/8370539N) está sendo utilizada pela prefeitura como depósito de lixo, o que pode causar a contaminação do aqüífero em relevo cárstico, assim como provocar o acúmulo de gases inflamáveis em cavernas.

O solo é de cor marrom-avermelhado argiloso, com espessura variável de 0 a 4 m, não apresentando, no geral, processos de erosão concentrada e assoreamento de drenagens.

Em termos de padrão de imageamento, a unidade caracteriza-se por relevo de colinas amplas com porções cársticas e padrão de drenagem com tropia controlada por descontinuidades estruturais. A tonalidade é cinza-claro e a textura é ligeiramente rugosa, com ressaltos. No campo observa-se relevo suave com pequenas cristas assimétricas com distribuição restrita, dado por camadas inclinadas onde as vertentes mais longas são paralelas ao mergulho das camadas, originando relevo estrutural. Quando mais arrasado, o relevo torna- se colinoso, com solos argilosos vermelho-escuros e matacões dispersos na superfície. Ocasionalmente, ocorrem morros e cristas alinhadas de maior amplitude.

A unidade apresenta inúmeras cavernas, podendo-se enumerar, dentre as mais conhecidas: Gruta de Nobres, Gruta de Quebó, Abismo Morro Preto, Gruta do Morro Preto e Gruta Garças Brancas. Tratam-se de feições cársticas de indiscutíveis belezas cênicas, que podem representar focos de atração turística, em função de uma política voltada para o ecoturismo.

3.5. FORMAÇÃO RAIZAMA

A unidade foi batizada inicialmente de Raizama por EVANS (1894), que a descreveu como um arenito feldspático, endurecido, algo discordante do calcário Araras, sendo elevada a categoria de formação por ALMEIDA, (1964).

Distribui-se nas serras das Araras e Azul, a oeste e norte de Cuiabá, sustentando as morrarias mais elevadas da paisagem. De acordo com MARINI et al., (1984), seus contatos com as Formações Araras e Diamantino são gradativos e com outras unidades sempre tectônicos por falhas inversas.

ALMEIDA, (1964), indicou, em levantamento expedito realizado na Serra do Tombador, uma espessura de 1600 m. VIEIRA, (1965), trabalhando na mesma serra, estimou uma possança de 860 m.

Consiste de arenitos pouco feldspáticos, cimento calcífero e granulometria média a grossa. Intercalam-se níveis conglomeráticos com seixos e grânulos de quartzo e feldspato. Em direção ao topo predominam os arenitos finos e cauliníticos. Arcóseos finos, em geral friáveis, com estratificação decimétrica, ocorrem no topo. Estratificações cruzadas planares e marcas de onda são observadas em alguns locais. É característica a persistência dos níveis conglomeráticos ao longo de todo pacote. Não ostentam evidências de metamorfismo.

Esta unidade distribui-se por faixa centro-nordeste da folha. Compõe-se principalmente de arenitos microconglomeráticos e grosseiros, comumente com estratificações cruzadas de baixo ângulo, associados a arenitos médios maciços com ocasionais marcas de ondas. O grau de recristalização é variado. Observa-se a presença de intercalações subordinadas de pelitos, siltitos de cores verdes a vermelhas e mais raramente arenitos feldspáticos muito finos, vermelhos, com exceção do perfil da Serra do Tombador (FC-372-39), onde a ocorrência de siltitos é expressiva.

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Também na vertente da Serra do Amorim, que dá acesso ao vale do Rio Pari, a base da serra é constituída por siltitos com intercalações de quartzitos de granulação média, estando o conjunto seccionado por falha de gravidade (RB-372-73). A porção superior da serra é constituída por quartzitos médio a grosso de cor rósea, microconglomerático, podendo apresentar pequenos pontos caulínicos (possivelmente feldspato alterado), conforme constatou-se nos pontos RB-372-46/65/66/67 e 68.

No geral, a Formação Raizama é a principal responsável pelo relevo acidentado da Província Serrana, exibindo alinhamento N30E-S30W. Um exemplo claro dessa situação é a Serra do Tira Sentido, no quadrante SW da folha onde os pontos RB-372-42 e 43, na região de Capão Verde, estão em arenitos grosseiros e microconglomeráticos, que forma o núcleo de um anticlinal alongado, que constitui toda a Serra do Tira Sentido.

Nos trabalhos de campo verificou-se que o relevo suavizado compreende substrato arenítico da Formação Raizama, (Foto 002), com algumas intercalações de siltitos Sepotuba, indivisos na escala do presente trabalho. Nestes locais observou-se solos pouco espessos com superfície laterizada, como visto ao longo da BR-364 (perfil FC-372-12/13/14), onde se apresenta com comportamento friável propiciando o aparecimento de processos de ravinamento e voçorocamento derivado da água servida de estrada, conforme constatado nos pontos RB-372-07 e 47.

Os perfis realizados cortando as cristas (FC-372-15/16/18/26/38) permitiram caracterizar rochas sem deformação metamórfica, apresentando apenas dobramentos que fletiram suas camadas. O relevo é notadamente estruturado, com vertentes longas, curtas e retilíneas, gerando assimetria das formas de relevo.

As características de imageamento mostram um relevo suavizado em superfície, elevado topograficamente em continuidade com a Bacia dos Parecis, caracterizado por colinas suaves com vales amplos. Ao sul deste relevo, ocorre região deprimida caracterizando grande depressão, onde se instalam drenagens que fluem para sul, pertencentes a bacia do Alto Paraguai, sendo que nesta, se elevam imponentes cristas alongadas sustentadas por arenitos Raizama, e, subordinadamente, calcários Araras, com cristas mais rebaixadas de topos convexos. Este limite de relevo caracteriza o divisor natural de águas das bacias do Juruena e Alto Paraguai.

3.6. FORMAÇÃO SEPOTUBA

A unidade foi batizada por ALMEIDA, (1964). A Formação Sepotuba na Província Serrana mostra-se exposta em áreas descontínuas, nos núcleos de sinclinais e braquissinclinais desde a porção meridional até a região das cabeceiras do rio Cuiabá, entre a Serra do Cuiabá e o Planalto dos Parecis. Sua outra área de ocorrência está localizada no sopé da Serra de Tapirapuã, e vale do alto curso do Rio Sepotuba, onde tem sua seção tipo.

De acordo com MARINI et al., (1984), sua constituição litológica é essencialmente pelítica, com predomínio de folhelhos e siltitos micáceos, finamente laminados, com intercalações subordinadas de arenitos finos, micáceos, e, localmente, de margas e de camadas delgadas (centimétricas) de calcário e sílex. Para o topo, as intercalações de arenitos, normalmente arcoseanos, e de arcóseos tornam-se mais comuns anunciando a gradação da unidade para Formação Diamantino (BEZERRA et al., 1990. In: Projeto Zoneamento das Potencialidades dos Recursos Naturais da Amazônia Legal. IBGE/SUDAM, 1990).

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No âmbito da folha em questão, a Formação Sepotuba foi detectada em duas faixas relativamente estreitas nas porções nordeste e centro-norte, e também na estrada de acesso para a cidade de Alto Paraguai, nos terrenos que margeiam a Serra do Tira Sentido e ao longo do vale do Rio Paraguai. Foi constatada nos pontos RB-372-35/36/38 e 45, onde ocorre como folhelhos com níveis de siltitos vermelhos e delgadas intercalações de arenitos finos a muito finos vermelhos e ocasionalmente cinzas. Os folhelhos e os siltitos, no geral, são de cor marrom e micáceos, (Foto 003), apresentam acamamento com direção de N40E a N45E e mergulho para NW da ordem de 40o a 55º. À medida que se sai da cidade de Alto Paraguai para Diamantino, passa-se gradativamente para arenitos finos marrom-chocolate e também micáceos da formação Diamantino.

O domínio de ocorrência ao sul da cidade de Diamantino caracteriza-se por um pacote com mergulho constante para NW, estando limitado no topo pela Formação Diamantino e na base pela Formação Raizama. Em situação diferente, insere-se a ocorrência no quadrante NE da folha, onde as camadas apresentam mergulho convergindo para o centro, indicando tratar-se de estrutura sinformal limitada pelos arenitos Raizama.

O padrão de imageamento confere relevo arrasado com média a alta densidade de drenagem, com padrão subdendrítico, tonalidade cinza-escuro e textura parcialmente rugosa. Os dados de campo revelam colinas suaves com solos pouco desenvolvidos, o que confere a unidade maior resistência aos processos erosivos, e, consequentemente, ausência de feições erosivas associadas a esta unidade.

Ao longo do vale do Rio Paraguai o solo é residual, síltico-argiloso e pouco espesso (1 m). Entretanto, em alguns pontos ainda existem resto de areias da unidade Pantanal. Nessas circunstâncias pode-se desenvolver processos de voçorocamento, como é o caso do ponto RB-372-38, onde parece acontecer uma reativação de drenagem.

3.7. FORMAÇÃO DIAMANTINO

Os estudos realizados nessa formação têm origem em CASTELNAU, (1857 apud BEZERRA et al., 1990. In: Projeto Zoneamento das Potencialidades dos Recursos Naturais da Amazônia Legal. IBGE/SUDAM, 1990), que observou na parte superior da serra, então conhecida como Campo dos Veados, xistos argilosos e o arenito avermelhado de Diamantino. EVANS, (1894), descreveu-os ao norte da junção dos rios Sepotuba e Paraguai, embora aponte como local mais típico a região de Santa Cruz, próxima de . A estas rochas denominou de “Matto Shales” pelo aparecimento de uma contínua floresta que marcava a passagem do arenito Raizama para os folhelhos.

Coube a ALMEIDA, (1964), definir essas rochas com maior precisão, dividindo-as nas Formações Sepotuba (predominantemente folhelhos) e Diamantino (arcóseos e siltitos, predominantemente). HENNIES, (1966), e ALMEIDA & HENNIES, (1969) confirmaram a presença dessas duas unidades, não só na Serra do Tombador, como mais além, no vale do Rio das Mortes, já próximo da sedimentação da ilha do Bananal. VIEIRA, (1965), estimou em 2.000 a 5.000 m a espessura para esses sedimentos.

A vasta distribuição desta formação distingue-a como a mais extensa do Grupo Alto Paraguai, atingindo o interior cratônico. Os componentes essenciais da Formação Diamantino são arcóseos. A porção basal contém diversas intercalações de camadas de siltitos e folhelhos micáceos, com espessuras variáveis, indicando uma modificação gradual das condições ambientais marinhas para continentais, e a passagem para a Formação Sepotuba.

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A distribuição desta unidade perfaz a porção centro-norte da folha, ao redor da cidade homônima, e em vários núcleos de sinclinais ao longo da Província Serrana. Dentro dos limites da folha, a Unidade Diamantino foi observada em vários pontos ao longo da estrada que liga Diamantino a Arenápolis (RB-372-09/10/11/12 e 13). O contato superior acontece com os basaltos da Formação Tapirapuã, que pode ser observado na estrada que liga Nortelândia com a Fazenda Camargo Corrêa (RB-372-14), bem como com os arenitos da Formação Salto das Nuvens, por discordância angular e erosiva (RB-372-09).

Litologicamente corresponde a arenitos feldspáticos muito finos, micáceos, maciços, de coloração marrom-chocolate quando alterado e cinza quando frescos, com intercalações de siltitos micáceos, marrom-chocolate e empastilhados. No perfil de acesso a cidade de Diamantino (FC-372-06), predomina no topo siltitos vermelhos com delgadas camadas de arenitos muito finos e vermelhos e que passam a ser dominantes na base.

Próximo a cidade de Diamantino, a unidade apresenta relevo estrutural, com cristas assimétricas mergulhando para NW sustentadas por camadas de arenitos muito finos, com a maior vertente coincidindo com o plano de mergulho das camadas, geralmente voltado para NW, e com vales amplos onde predominam os litotipos siltosos (Foto 004).

O solo é síltico arenoso, pouco espesso (menor que 1 m) e de cor marrom-tijolo. Não se observa processos notórios de erosão concentrada ou assoreamento de drenagens associados a esta unidade.

Em termos de padrão de imageamento, a unidade é caracterizada por relevo dissecado, colinoso de topos arredondados e interflúvios cerrados. A drenagem é localmente controlada por estruturas com alta densidade, apresentando-se subparalela ou dendrítica. A tonalidade varia de branco a cinza escuro e a textura é rugosa e, no geral, com padrão zebrado.

Reativação de drenagem, ao longo do vale do rio Pari, parece ser a principal causa para o desenvolvimento das voçorocas que aparecem nos pontos RB-372-76 e 78.

3.8. FORMAÇÃO BOTUCATU

O nome Botucatu foi introduzido na literatura da Bacia do Paraná por GONZAGA DE CAMPOS, (1889). MÜHLMANN et al., (1974 In: Revisão Estratigráfica da Bacia do Paraná. PETROBRÁS, Relatório DESUL-444, 1974), na revisão estratigráfica da Bacia de Paraná, empregou o nome Botucatu na categoria de formação para designar arenitos eólicos situados imediatamente abaixo dos primeiros derrames basálticos da Formação Serra Geral.

Compreende uma seqüência de arenitos avermelhados, finos a médios, com abundantes estratificações cruzadas. Os grãos apresentam distribuição bimodal, são quartzosos, friáveis, foscos e geralmente bem arredondados. Localmente, e com maior freqüência na parte basal, ocorrem arenitos argilosos mal selecionados.

O padrão de imageamento caracteriza-se por relevo tabular, com bordas escarpadas e festonadas, com grau médio de dissecação e padrão de drenagem subdendrítica, tonalidade cinza e textura ligeiramente lisa.

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No âmbito da folha, aflora no quadrante SE como arenitos rosados e avermelhados. Em pontos de afloramentos descritos na Folha Cuiabá (MIR-388), na faixa contígua com a Folha de Rosário Oeste (MIR-372), a Formação Botucatu corresponde a arenito com granulação fina e média (bimodal). A fração fina apresenta grãos predominantemente angulosos-subangulosos, enquanto que a fração mais grossa apresenta grãos arredondados e subarredondados. A superfície dos grãos é fosca. As camadas são ricas em estratificações cruzadas métricas com topos truncados. Localmente existem concentrações de grãos mais grossos, nas “interbeds”, causados por deflação.

O solo é residual, arenoso e vermelho, com espessura variável de 1 a 3 m. Não se observa erosão concentrada, bem como escorregamentos, no âmbito da escala de investigação.

Trata-se de afloramentos bastante restritos que aparecem no limite do quadrante sudeste da folha. Foram delimitados por critérios fotogeológicos e com base nos dados de campo das folhas (MIR 373) e Cuiabá (MIR 388).

3.9. FORMAÇÃO TAPIRAPUÃ

Na região centro-oeste de Mato Grosso são descritos derrames vulcânicos básicos que sustentam a Serra de Tapirapuã. As rochas que ali ocorrem foram primeiramente citadas nos trabalhos de EVANS, (1894, apud BARROS et al., 1982 In: Projeto RADAMBRASIL Folha SD.21 Cuiabá), que relatou a existência de basaltos grosseiros, aproximando-se de um dolerito.

ALMEIDA, (1964), relatou que a Serra de Tapirapuã é constituída por derrames basálticos, com leve inclinação para norte ou noroeste, tendo sua maior espessura na parte sul com 310 m, reduzindo-se a uns 35 m no vale do Rio Santana. FIGUEIREDO et al., (1974, In: Projeto Alto Guaporé, DNPM/CPRM, 1974), descrevem que a Formação Tapirapuã é formada por rochas de granulação muito fina, de cor cinza chumbo, classificadas como basaltos, que nas cabeceiras do Rio Angelim mostram-se ricas em amígdalas de 2 cm.

Datações radiométricas K-Ar apresentaram valores de 123 ± 13 Ma (HAMA, apud CORDANI & TASSINARI, 1979), 126 ± 4 Ma e 112 ± 3 Ma (MINIOLI et al., 1971), possuindo boa concordância entre si e interpretadas como próximas da época da sua formação.

No contexto da Folha de Rosário Oeste, a Formação Tapirapuã recobre a Formação Diamantino e é recoberta pela Formação Salto das Nuvens, ocupando a porção central da borda ocidental da área. Apresenta principalmente basaltos e tem uma espessura média da ordem de 80 a 100 m. Apresenta falhamentos de gravidade, onde parte da Formação Diamantino, que é subjacente ao basalto, fica lado a lado com o topo dos basaltos (RB-372- 16).

Em termos de critérios de imagem, o relevo é suavemente dissecado, com colinas suaves e padrão de drenagem dendrítica com média densidade, sendo limitado por escarpas erosivas no contato com a Formação Diamantino.

O solo é argiloso, vermelho, com espessura variável de 1 a 5 m e não apresenta indícios de erosão concentrada e problemas de escorregamento. Existem áreas com restos de arenitos e conglomerados da Formação Salto das Nuvens, que propiciam solo arenoso em meio ao solo argiloso, originado dos basaltos.

Na porção superior, em contato com a Formação Salto das Nuvens, é comum encontrar basalto amigdaloidal (RB-372-20).

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3.10. FORMAÇÃO SALTO DAS NUVENS

Os sedimentos da Formação Salto das Nuvens representam a unidade inferior do Grupo Parecis. As melhores seções tipo ocorrem nas imediações da queda d’água denominada Salto das Nuvens, localizada no Rio Sepotuba, na sede da fazenda Santa Amália, situada a 16,4 km de Tangará da Serra. De acordo com BARROS et al., (1982 In: Projeto RADAMBRASIL Folha SD.21 Cuiabá. MME 1982), sua deposição inicia-se por conglomerados petromíticos de matriz argilo-arenosa conglomerática, arcoseana, vermelha, possuindo na fração rudácea seixos, calhaus e blocos das mais variadas litologias e formas (alguns facetados e triangulares), intercalados por lentes de arenitos vermelhos, granulometria fina a conglomerática, mal classificados, compostos por quartzo e feldspato alterado, arcóseo, ilmenita e magnetita (minerais pesados) e minerais de baixa estabilidade (epidoto, hornblenda).

A Formação Salto da Nuvens, no geral, distribui-se pela borda da Bacia dos Parecis, ocupando extensa faixa na porção setentrional da folha. Constitui-se na base por conglomerados inconsolidados com seixos centimétricos (em média de 3 a 5 cm) e arredondados, principalmente de quartzo e raros arenitos granulometria média, friáveis (Fotos 005 a 007). Intercalados, ocorre sedimentos arenosos finos a médios, quartzosos, por vezes microconglomeráticos, dispostos em delgadas camadas ou dispersos na forma de matriz. Em direção ao topo, gradaciona para arenitos médios a finos, de cor rósea amarelada, com grãos angulares e pouca matriz argilosa.

Na região da cidade de Marilândia o solo é arenoso e bastante friável, com espessura de 1 a 3 m. As características granulométricas e de friabilidade originam solo bastante frágil a processos erosivos concentrados, que, aliado com reativação da drenagem (RB-372-21), está gerando processos de voçorocamento. Na parte norte da cidade de Marilândia, a atividade garimpeira para diamante, no córrego que drena os arredores da cidade, produziu escavações das margens com desenvolvimento de processos de ravinamento e voçorocamento, bem como assoreamento do canal.

No povoado , a atividade garimpeira no Ribeirão Areias (RB-372-40), provocou impacto ambiental com escavações e assoreamento do ribeirão, com a descaracterização total do leito do referido curso d’água. Nesta área, a Formação Salto das Nuvens aflora apresentando conglomerados do tipo matriz suportada.

O padrão de imageamento confere relevo suavizado com colinas médias, textura parcialmente rugosa e com média densidade de drenagens com padrão subdendrítico. No campo observa-se que os depósitos de cascalhos podem gerar ressaltos topográficos na forma de morrotes residuais isolados, predominantemente constituídos por seixos centimétricos arredondados de quartzo.

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3.11. FORMAÇÃO UTIARITI

De acordo com BARROS et al., (1982, In: Projeto RADAMBRASIL Folha SD.21 Cuiabá. MME 1982), os sedimentos da Formação Utiariti constituem a unidade superior do Grupo Parecis. É composta, na sua quase totalidade, por sedimentos arenosos de cores variegadas nas matizes de branca, amarela, roxa e avermelhada, depositados em bancos maciços e espessos; e, localmente, com estratificações cruzadas de pequeno porte. Apresentam composição essencialmente quartzosa e feldspática, sendo esta última em percentagens variáveis em direção ao topo, onde chegam até a desaparecer. Constituem-se de três frações de quartzo, fina, média e grossa, com predominância das duas primeiras; observa- se nas porções mais basais a presença de seixos de quartzo, com distribuição esparsa. De modo geral, os grãos de quartzo são bem arredondados e com boa esfericidade possuindo superfície hialina e fosca.

A Formação Utiariti distribui-se por toda a faixa norte da folha, sendo sua ocorrência mais significativa no quadrante NE, na estrada de acesso a cidade de Arenápolis (FC-372-01), onde aflora, em voçoroca, arenitos finamente laminados, (Foto 008), com alternância de lâminas com grãos finos subangulosos e médios arredondados, semelhantes aos arenitos aflorantes na base de escarpa erosiva desta unidade, na Folha Nova Olímpia – MIR 371 (ponto FC-371-13/14), ao norte da cidade de Tangará da Serra.

O solo nessa unidade normalmente é espesso e bastante friável, o que o torna frágil frente a ação de processos erosivos associados com água da chuva, uma vez que ocorra um desequilíbrio, isto é, passa-se de uma situação de erosão normal para uma situação de erosão acelerada. A erosão acelerada nesta unidade, e no contexto dessa folha, é fruto da ação antrópica na implantação de estradas, onde não se disciplinou adequadamente o escoamento da água superficial, propiciando o aparecimento de ravinas, especialmente em vertentes de vales, como ao longo da BR-163 e voçoroca na estrada para Arenápolis, onde expõe solo com espessura entre 6 e 8 m (FC-372-01, Foto 009).

Em termos de padrão de imageamento, a unidade é caracterizada por relevo tabular, com interflúvios amplos, baixa densidade de drenagem, textura lisa e tonalidade cinza, com padrão subdendrítico de drenagem.

3.12. FORMAÇÃO MARÍLIA

As primeiras considerações a respeito da Formação Marília devem-se a ALMEIDA & BARBOSA, (1953), quando, no Estado de São Paulo, definiram-na para representar sedimentos ricos em cimento calcífero, amplamente fossilíferos, ocorrentes na parte superior da “Série” Bauru. A unidade foi descrita composta por arenitos grosseiros a conglomeráticos, matriz calcífera, ocorrência em bancos com espessura média de 1 a 2 m, maciços ou com acamamento incipiente, subparalelo e descontínuo, raramente apresentando estratificações cruzada de médio porte, com seixos concentrados nos estratos cruzados; raras camadas descontínuas de lamitos vermelhos e calcário são encontrados.

As condições de aridez são responsáveis por calcretização e silcretização, especialmente na região de São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Neste aspecto, quando o cimento e os nódulos de carbonato de cálcio são abundantes é possível utiliza-los como corretivo de solos, desde que blendados com calcários magnesianos. A presença de calcretes tanto pedogênicos como de águas subterrâneas no Triângulo Mineiro, representa, na região, importante fonte de calcário para cimento.

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A Formação Marília ocorre na porção leste do Estado de Mato Grosso na forma de manchas descontínuas e isoladas, distribuídas caoticamente na Bacia do Paraná e controlada por grandes lineamentos, que permite supor uma sedimentação mais extensa e que esta tenha sido destruída em decorrência de atividade tectônica moderna e processos erosivos subseqüentes.

Na Folha Rosário Oeste a Unidade Marília aflora de forma diminuta e esparsa na extremidade SE, e ocupa as cotas mais altas no domínio da Bacia do Paraná, no contexto da folha.

Os afloramentos descritos na Folha Cuiabá, que representam a continuidade da Formação Marília para sul (ex. ponto FA-372-07), mostram que a unidade é constituída por arenitos quartzosos, de granulação fina a média, com níveis conglomeráticos. Os seixos são predominantemente de quartzo, com diâmetro variável de 2 a 5 cm.

O relevo, quando escarpado, apresenta rampa com pavimento detrítico, coberto por seixos advindos dos níveis conglomeráticos.

Tendo como padrão a situação que prevalece na folha contígua de Cuiabá, infere-se para esta folha solo residual e/ou coluvionar, arenoso, com espessura variável atingindo, no geral, um máximo de 3 m.

3.13. SUPERFÍCIE PALEOGÊNICA PENEPLANIZADA COM LATOSSOLIZAÇÃO

Trata-se de uma extensa superfície de aplainamento Paleogênica, com grandes testemunhos na Chapada dos Parecis e na Bacia do Paraná, que desenvolveu-se mais tipicamente sobre Formações cretácicas.

O material subjacente a esta superfície corresponde a porção “soft” de perfis lateríticos, ou seja, representam a porção desmantelada por processos intempéricos. Apresentam cor vermelho escuro, sem estruturação e nem segregações de ferro ao longo do perfil de natureza eminentemente argilosa, podendo atingir até 30 m de espessura, conforme medido em campo, nas proximidades das cidades de e Campos de Júlio (Folha Vila Oeste – MIR 354), através de altímetro, bem como através de poços tubulares profundos na cidade de (Folha Utiariti-MIR 355). Na base do perfil pode ou não aparecer crosta laterítica com 1 a 2 m de espessura (também detectada em poços tubulares profundos), capeando horizonte arenoso com nódulos concrecionários de caulinita com 2 a 10 cm de diâmetro.

É considerada como formação edafoestratigráfica, supostamente admitida de ter-se desenvolvida em superfície peneplanizada no Paleogeno, laterizada com geração de crostas lateríticas, as quais foram posteriormente destruídas por processos pedogenéticos que geraram os latossolos argilosos vermelho-escuro. Na Chapada dos Parecis esta unidade é aproveitada, na quase totalidade, pela agricultura mecanizada

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Estes solos têm como característica uma macro estrutura porosa constituída por grumos de argila ligados entre si através de pontes de materiais mais finos e/ou ligações cimentantes, e por partículas maiores de silte e areia. Do ponto de vista geotécnico, estes solos quando submetidos a uma solicitação externa e saturados sofrem deslocamentos verticais (recalques) significativos, que podem chegar a dezenas de centímetros (CONCIANI, 1997). Estes recalques são devidos a perda de estabilidade de sua estrutura, ocasionada pela queda de resistência das ligações de sua macro-estrutura. A queda de resistência é provocada principalmente pela saturação da água que, por sua vez, ocasiona queda de resistência das ligações cimentantes e redução das tensões de sucção (tensões capilares) existentes nas pontes de materiais mais finos.

A grande quantidade de argila neste material imprime excelente resistência ao estabelecimento de processos erosivos, não tendo sido identificado qualquer processo de erosão concentrada nestes materiais argilosos.

No âmbito da Folha Rosário Oeste, esta unidade aparece principalmente no quadrante NW, sendo constituída por solos argilosos espessos (>10 m), vermelho escuros. Na base pode ou não aparecer crosta laterítica com 1 a 2 m de espessura.

Ocupam as cotas mais elevadas, ao redor de 610 m nas porções cimeiras. Caracteriza-se por relevo plano ao longo dos interflúvios, e tabular em seção transversal aos interflúvios, na passagem para a unidade subjacente, com caimento ao redor de 1%. Os contatos podem ocorrer por ressaltos sustentados pela presença de crosta laterítica ferruginosa, ou de forma transicional, quando da ausência de crosta.

O relevo retrata uma superfície erosiva preservada, plano, tabular (Foto 010), padrão subdendrítico da drenagem, com tonalidade cinza-escura, textura lisa e sem estruturação tectônica.

3.14. FORMAÇÃO PANTANAL

OLIVEIRA & LEONARDOS, (1943), referem-se a vazas, arenitos e argilas como formando uma capa relativamente delgada sobre o embasamento paleozóico da Bacia do Alto Paraguai. ALMEIDA (1964), define a Formação Pantanal como constituída de sedimentos de natureza arenosa fina a síltico-argilosa, com pouco cascalho disperso. Faz menção a existência de um terraço mais antigo, elevado, isto é, pleistocênico, que não é inundável nas épocas de cheia. FIGUEIREDO & OLIVATTI, (1974 In: Projeto Alto Guaporé, DNPM/CPRM, 1974), englobam dentro da Formação Pantanal os sedimentos que compõem todos os níveis de terraços fluviais, sendo, o mais elevado, caracterizado como planície aluvial antiga (QP1), o nível intermediário, como terraço aluvial sub-recente (QP2); e o nível mais baixo, como aluviões recentes (QP3).

Em termos de características de identificação, em estudos de imagens, evidencia relevo plano, limitado por terrenos mais elevados, conforme ocorre na região de Denise e na porção ocidental da Serra do Tira Sentido, na estrada entre Alto Paraguai a vila de Tira Sentido (RB-372-38). A drenagem apresenta os cursos principais subparalelos e meandrantes, orientados SSW-NNE, com densidade média e interflúvios amplos. A textura é lisa e a tonalidade varia de cinza a cinza escuro. O alinhamento dos principais cursos d’água reflete um controle das estruturas do substrato da Bacia Pantanal. O solo é arenoso, de cor cinza e espessura de 1 a 3 m. Processos de erosão concentrada acontecem em áreas onde as drenagens foram reativadas. Esta situação ocorre nos pontos RB-372-38/76 e 78, nos terrenos próximos às encostas da Serra do Tira Sentido e vale do Rio Pari.

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3.15. ALUVIÕES ATUAIS

As aluviões encontram-se representadas na forma de depósitos descontínuos ao longo dos principais rios, com larguras médias da ordem de 1000 m (localmente pode ultrapassar 2.500 m), Os depósitos mais representativos encontram-se associados aos rios Claro, Preto, Arinos, Novo e ribeirão Sumidouro. No contexto da Bacia do Alto Paraguai destaca-se o Rio Cuiabá, que assume características meandrantes, originando expressivo depósito aluvionar da ordem de 2000 m de largura. São constituídas por areias, siltes, argilas e cascalhos com litificação variável.

O solo é arenoso, com espessura de 1 a 3 m, podendo apresentar laterização incipiente, com a presença de alguns nódulos de óxidos e hidróxidos de ferro.

Em termos de padrão de imageamento, representam relevo plano sendo áreas de acumulação embutidas nas drenagens, sem estruturação tectônica, textura lisa e tonalidade cinza escuro.

4. PRINCIPAIS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS

Em termos regionais, a Folha Rosário Oeste abrange três zonas estruturais, conforme ALVARENGA & TROMPETTE, (1993): cobertura sedimentar de plataforma; zona externa dobrada, com pouco ou sem metamorfismo; e zona interna metamórfica.

A zona de cobertura de plataforma corresponde ao quadrante NW, onde a Unidade Diamantino é afetada por suaves ondulações e uma tectônica rúptil, caracterizada por falhamentos normais que foram parcialmente reativados no Cretáceo (RB-372-16), como mostram os contatos das rochas do Proterozóico Superior (Formação Diamantino) e as rochas Cretáceas (Formação Tapirapuã) na região ao norte de Nortelândia e Arenápolis.

A zona estrutural externa, dobrada na orogênese Brasiliana, é caracterizada por dobras abertas, cilíndricas e cortadas por falhas inversas e corresponde a entidade geomorfológica conhecida como Província Serrana. Os contatos entre as rochas subhorizontais da plataforma cratônica e as rochas dobradas da zona externa estão cobertas por sedimentos terciários e quaternários da Bacia do Pantanal, no vale do Rio Paraguai. O metamorfismo na Província Serrana é muito fraco, sub-xisto verde, do tipo anquizonal. Segundo ALVARENGA & TROMPETTE, (op. cit.), na zona externa afloram as Formações Bauxi, Puga, Araras, Raizama, Sepotuba e Diamantino.

As descontinuidades estruturais mais notáveis correspondem aos seguintes falhamentos inversos: Falha de Rosário Oeste; Falha ao longo do vale do Rio Cuiabazinho; falha ao longo da Serra do Tombador, falha do limite sul do Anticlinal Marzagão. As dobras mais relevantes no domínio da zona externa são: Anticlinal Marzagão, Sinclinal Água Fria, Sinclinal Cuiabazinho, Anticlinal de Nobres, Anticlinal do Tombador, Sinclinal de Ribeirão Grande, Anticlinal de Tira Saia, Sinclinal do Rio Pari e Anticlinal do Tira Sentido.

A zona de dobramentos interna é na sua maior parte representada pelo Grupo Cuiabá, que foi afetado por metamorfismo de baixo grau. O contato entre as zonas estruturais externa e interna dobrada é feito por zonas de falhas inversas de alto ângulo. A zona interna mostra dobras fechadas isoclinais, apresentando também falhamentos inversos como a Falha das Araras.

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5. RECURSOS MINERAIS

Neste item serão tratados os jazimentos minerais e a situação legal. Os jazimentos minerais serão abordados do ponto de vista factual, ou seja, o que realmente é conhecido em termos de indícios, ocorrências, depósitos, jazidas, garimpos e minas; e do ponto de vista previsional, através do raciocínio analógico comparado com áreas sabidamente mineralizadas. Quanto a situação legal, será apresentado uma quantificação dos títulos minerários relacionando-os com as principais substâncias requeridas.

A espacialização dos jazimentos minerais e da situação legal (lavra, lavra garimpeira e licenciamento) encontra-se no Mapa A003 “Potencialidade Mineral e Situação Legal da Folha Rosário Oeste – MIR 372”, Anexo I. A relação das fichas com o cadastro de jazimentos minerais e informações sobre situação legal encontram-se no Anexo III.

5.1. JAZIMENTOS MINERAIS

A região apresenta ocorrências de ouro e diamante do tipo placer, sendo que o diamante é predominante, principalmente nos rios que drenam para a Bacia do Alto Paraguai. Com base no Mapa Potencial Mineral e Situação Legal da Folha Rosário Oeste – MIR-372 – verifica-se que no âmbito da folha existem vários jazimentos minerais com destaque para diamante, ouro, calcário e basalto. Neste contexto está demarcado o Distrito Mineiro Diamantífero/Aurífero de Alto Paraguai, que engloba as cidades de Diamantino, Nortelândia, Arenápolis, Santo Afonso e Alto Paraguai, ocupando uma área da ordem de 5.000 km2, no quadrante NW da folha, onde a maior favorabilidade é para diamante (ouro como subproduto) tipo placer, basalto para brita e calcário para corretivo de solo e até mesmo cimento.

Em termos de diamante e ouro, existem centenas de garimpos espacialmente concentrados nas bacias hidrográficas dos rios Santana e Diamantino. É óbvio notar que os cursos d’água que drenam as escarpas da Formação Salto das Nuvens, onde são reportados pelo menos três níveis de conglomerados, como é o caso dos riachos que formam as bacias hidrográficas dos rios Santana e Diamantino, são os mais ricos em diamantes. Estes rios são afluentes do Rio Paraguai. As drenagens que correm para norte e drenam sedimentos da Formação Utiariti são bem mais pobres e, por isso mesmo, receberam um grau de potencialidade médio.

Em termos de diamantes (principalmente) e ouro tipo placer, a favorabilidade nesta folha está diretamente relacionada com a presença da Formação Salto das Nuvens, portanto conglomerados, que sendo retrabalhados por cursos d’água, promovem uma reconcentração do diamante e ouro em aluviões e terraços. Um exemplo dessa situação acontece na Fazenda Camargo, situada ao norte de Nortelândia. Os limites da fazenda englobam rochas da Formação Tapirapuã e Formação Salto das Nuvens. A Formação Salto das Nuvens apresenta escarpa onde existem, pelo menos, três níveis de conglomerados. Os riachos que drenam essa escarpa e constituem a bacia hidrográfica do Rio Santana, apresentam diamantes nos aluviões. Neste contexto, os aluviões mineralizados da Fazenda Camargo estão nos afluentes da margem direita do Rio Santana. Estes cursos d’água correm sobre os basaltos da Formação Tapirapuã e depositam sedimentos carreados da escarpa da Formação Salto das Nuvens. O riacho Barreirinho, que abriga aluviões mineralizados, apresenta um perfil dos depósitos aluvionares, onde o bedrock é basalto Tapirapuã, coberto por 0,80 m de cascalho e 2 m de sedimentos arenosos.

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Atualmente, a Fazenda Camargo está adquirindo planta de concentração móvel, isto é, a planta é transportada até o local da lavra, não havendo transporte de cascalho (Foto 011). Com este novo sistema de beneficiamento o “cut off” que antes era de 4 pontos/m3 foi projetado para 2,7 pontos/m3. Na Fazenda Camargo existem aluviões com teor de 50 pontos/m3. Esta situação permite supor que a Fazenda Camargo disporá em médio e curto prazo de reservas significativas de diamantes.

Os basaltos da Formação Tapirapuã, que ocupam a porção central do Distrito Mineiro Diamantífero/Aurífero de Alto Paraguai, representam importante fonte de brita para toda região de Nortelândia, Arenápolis e Tangará da Serra. Visto que, exceto o basalto, não afloram na região, rochas ígneas e cristalofilianas que sirvam para tal finalidade.

A alta potencialidade de calcário dolomítico para utilização na construção civil e na agropecuária como corretivo de solo, principalmente nesta última, está relacionada com a Formação Araras. Esta unidade também apresenta níveis de calcário calcítico (em menor quantidade) utilizáveis na indústria cimenteira. Neste contexto as áreas mais importantes dentro dos limites da folha são: Serra do Tira Sentido, Serra Vira Saia, Serra do Tombador, Serra da Caixa Furada, Serra da Cancela e Serra Morro Selado.

Dentro do Grupo Cuiabá, no quadrante SE da folha, considera-se com potencialidade média áreas com garimpos de ouro em aluvião.

Evidentemente, a presença de mineralização de ouro em aluviões dentro do Grupo Cuiabá permite suspeitar de mineralização primária de ouro nesta unidade; portanto, do ponto de vista previsional, as rochas do Grupo Cuiabá nesta folha, especialmente no quadrante SE, são áreas potenciais para jazimentos primários.

Em termos previsionais, as unidades eminentemente siliciclásticas, representada na área pelas Formações Utiariti e Salto das Nuvens, apresentam possibilidades de mineralizações voltadas para minerais pesados e resistatos, cuja riqueza depende da área fonte dos sedimentos. Pelo fato de terem se depositado em bacias constituídas por grabens e horsts, em áreas com intrusões de kimberlitos mesozóicos, contemporâneos ou subcontemporâneos com a sedimentação, estas unidades podem conter concentrações detríticas de diamantes. Nesta situação, concentrações maiores aparecem em depósitos sedimentares como produtos do retrabalhamento destas rochas. Portanto, as aluviões originadas da Formação Salto das Nuvens representam os indicadores mais imediatos e diretos da potencialidade dessas rochas.

5.2. SITUAÇÃO LEGAL

Segundo o Programa Títulos Minerários do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, de julho de 1995, a Folha Rosário Oeste – MIR 372 apresenta um total de 242 áreas requeridas.

Esses requerimentos referem-se a 24 pedidos/concessões de lavra, 10 pedidos de lavra garimpeira, 20 licenciamentos, 52 autorizações de pesquisa e 136 pedidos de pesquisa, conforme ilustra o Quadro 002 a seguir.

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QUADRO 002 QUANTIFICAÇÃO DOS TÍTULOS MINERÁRIOS POR “STATUS” DA SITUAÇÃO LEGAL SEGUNDO AS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS MINERAIS.

substância Ouro Diamante Calcário Calcário dolomítico Gema Argila OUTROS TOTAL status LAVRA 7 3 2 12 24 LAVRA GARIMPEIRA 2 8 10 LICENCIAMENTO 4 16 20 AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA 24 8 9 4 7 52 PEDIDO DE PESQUISA 36 34 28 38 136 TOTAL 62 50 44 7 4 2 73 242 FONTE: DNPM, 1995 (modificado)

As informações referentes a lavra, lavra garimpeira e licenciamento, podem ser consideradas como indicativas da presença do jazimento mineral e encontram-se contempladas no Mapa A003 “Potencialidade Mineral e Situação Legal da Folha Rosário Oeste”, Anexo I.

6. POÇOS TUBULARES PROFUNDOS

Na Folha Rosário Oeste – MIR 372 tem-se o cadastro de 62 poços tubulares profundos conforme apresentado no Quadro 003 a seguir, que sintetiza as principais informações hidrogeológicas recuperadas referentes a estes poços.

QUADRO 003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE. N° N° MUNICÍPIO/ PROF. VAZÃO VAZÃO ESP. UNIDADE/LITOLOGIA SEQ. CADASTRO LOCALIDADE (M) MÉDIA (M³/H) (M³/H/M) Formação Diamantino 1 1.012.895-6 Nortelândia 150,00 0,40 0,00 (folhelho) 2 1.012.896-4 Nortelândia 150,00 11,17 0,32 Formação Diamantino (?) Nobres/Fazenda 3 19-94 50,00 2,50 0,32 Gleba Coqueiral Diamantino/ 4 058-94 Fazenda Mãe 102,00 5,00 SD Rainha Diamantino/ Formação Diamantino 5 64-94 Churrascaria 80,00 5,50 0,24 (arenitos) Machado Nobres/ Gleba 6 85-94 122,00 0,07 0,00 Coqueiral Alto Paraguai/ 7 251-95 47,00 5,18 32,35 Formação Sepotuba Rodovia MT-246 8 1.000.292-8 Alto Paraguai 150,00 11,25 0,31 Formação Sepotuba (argilito) Alto Paraguai/ Formação Sepotuba (argilitos 9 1.000.298-7 Av. Dr. 150,00 12,40 0,33 e folhelhos) Fernando Alto Paraguai/ Formação Sepotuba (argilitos, 10 1.000.305-3 Residencial 120,00 12,40 0,32 siltitos e folhelhos) COHAB Formação Diamantino 11 1.000.306-1 Diamantino 106,00 30,46 0,60 (arenitos) 12 1.001.590-6 Nobres 100,00 12,00 0,55 (continua...)

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QUADRO 003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE. (...continuação) N° N° MUNICÍPIO/ PROF. VAZÃO VAZÃO ESP. UNIDADE/LITOLOGIA SEQ. CADASTRO LOCALIDADE (M) MÉDIA (M³/H) (M³/H/M) Nobres/ 13 27-96 120,00 0,00 0,00 Coqueiral Nobres/ 14 36-96 107,00 0,00 0,00 Coqueiral Diamantino/Av. Formação Diamantino 15 72-96 Diamantino, 100,00 8,30 0,27 (arenitos arcoseanos) S/Nº Nobres/Fazenda 16 13-95 Formosa – 60,00 4,40 3,38 Rodovia MT241 17 52-95 Rosário Oeste 100,00 2,46 1,07 Grupo Cuiabá (filito) Formação Diamantino 18 59-94 Diamantino 100,00 SD SD (arenitos) 19 1.000.287-1 Diamantino 150,00 9,30 0,17 Formação Diamantino Nobres/ 20 80-96 50,00 SD SD Coqueiral Diamantino/ 21 1.000.272-3 Fazenda 155,00 19,26 1,10 Canadá Alto Paraguai/ 22 1.000.293-6 150,00 9,31 0,72 Lavouras Alto Paraguai/ 23 1.000.296-0 150,00 9,31 0,72 Lavouras 24 1.000.299-5 Diamantino 161,00 19,26 1,10 Rosário Oeste/ 25 1.001.379-2 Fazenda 70,00 7,20 0,30 Grupo Cuiabá Boqueirão Rosário Oeste/ 26 1.001.380-6 Fazenda 100,00 6,20 0,17 Grupo Cuiabá Palmeiras 27 1.001.690-2 Diamantino 100,00 8,00 0,30 Diamantino/ 28 1.001.701-1 Fazenda Lagoa 100,00 7,50 0,25 Rica Nortelândia/ Núcleo Formação Diamantino 29 1-80 150,00 0,00 0,00 Habitacional (arenitos) Santo Antônio Nova Marilândia/ 30 04-96 100,00 5,17 2,35 Fazenda Parecis Diamantino/ Formação Diamantino 31 631.102 150,00 6,00 0,21 FSESP (arenitos) Novo Formação Diamantino 32 740.114 Diamantino – 110,00 25,00 0,93 (arenitos) Hospital Escola Novo Formação Diamantino 33 850.904 150,00 4,63 0,15 Diamantino (arenitos) Novo Formação Diamantino 34 860.220 Diamantino – 150,00 1,20 0,03 (arenitos) Campo Futebol (continua...)

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QUADRO 003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE. (...continuação) N° N° MUNICÍPIO/ PROF. VAZÃO VAZÃO ESP. UNIDADE/LITOLOGIA SEQ. CADASTRO LOCALIDADE (M) MÉDIA (M³/H) (M³/H/M) 0,0 a 80,0m: Grupo Parecis (arenitos brancos) Novo 35 810.901 120,00 14,00 2,33 80,0 a 120,0m: Formação Diamantino Diamantino (arenitos e arcóseos marrom) Novo Formação Diamantino 36 840.302 Diamantino – 127,00 8,25 0,17 (arenitos silicificados) Rua 10 Arenápolis/ Av. Formação Diamantino 37 830.515 Vargas – Rua 100,00 15,00 SD (arenitos arcoseanos) Poaeiro Arenápolis/ Formação Diamantino 38 921.001 Planalto 301,00 7,20 0,08 (arenitos e conglomerados) Diamantes Arenápolis/ Formação Diamantino 39 930.415 200,00 17,60 0,65 Próximo à Mina (argilitos e conglomerados) Arenápolis/ 40 780.619 Gleba Ledo – 150,00 60,00 3,52 Formação Diamantino (?) Pedrossian Arenápolis/ Rua Formação Diamantino 41 810.402 João Ponce 110,00 16,50 0,40 (argilitos e siltitos) Arruda Nobres/ Formação Araras (calcário 42 105/01 82,00 3,92 17,04 Marzagão calcífero e dolomítico) Alto Paraguai/ 43 250/01 Pátio da 125,00 8,61 0,17 Formação Sepotuba Unidade Alto Paraguai/ Formação Sepotuba (siltitos e 44 251/02 Rua do Campo 150,00 3,61 0,09 folhelhos) de Futebol Alto Paraguai/ Formação Sepotuba 45 252/03 Rua Almirante 150,00 4,76 3,36 (folhelhos e siltitos) Barroso Alto Paraguai/ Formação Sepotuba (siltitos e 46 253/04 Rua Marechal 150,00 1,20 0,01 argilitos) Rondom Alto Paraguai/ Formação Sepotuba (argilitos 47 254/05 Rua Presidente 150,00 3,25 0,09 e siltitos) Médici Alto Paraguai/ Rua Fernando Formação Sepotuba (argilitos 48 255/06 150,00 3,44 0,09 Corrêa / São e folhelhos) Pedro Alto Paraguai/ Formação Sepotuba (argilitos 49 256/07 Rua Marzavão 120,00 3,44 0,09 e folhelhos) Sique Nortelândia /Av. Pedro 50 265/01 150,00 0,11 0,00 Formação Diamantino (?) Pedrossian / Av. Pres. Dutra Nortelândia/ Rua 15 de 51 266/02 150,00 6,70 0,52 Formação Diamantino (?) Novembro / Rua M. Tamanho (continua...)

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QUADRO 003 PRINCIPAIS DADOS HIDROGEOLÓGICOS REFERENTES AOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS DA FOLHA ROSÁRIO OESTE. (...continuação) N° N° MUNICÍPIO/ PROF. VAZÃO VAZÃO ESP. UNIDADE/LITOLOGIA SEQ. CADASTRO LOCALIDADE (M) MÉDIA (M³/H) (M³/H/M) Diamantino/ 52 810.716 140,00 11,40 0,29 Formação Diamantino (?) Bairro Buriti Diamantino/ 53 811.104 135,00 32,00 1,07 Formação Diamantino (?) COHAB Novo 54 830.627 Diamantino – 150,00 8,21 0,23 Formação Diamantino (?) Cibrazem 55 930.728 Arenápolis 151,00 13,00 0,65 Formação Diamantino (?) Arenápolis/ Rua 56 880.606 152,00 50,00 0,89 Formação Diamantino (?) Antônio Moreira Arenápolis/ Rua 57 880.316 149,00 20,31 2,03 Formação Diamantino (?) Odilon Santos 58 260/04 Arenápolis 5,60 Formação Diamantino (?) Arenápolis/ Rio 59 261/05 7,30 Formação Diamantino (?) Paraguai Alto Novo 60 351/03 Diamantino – 150,00 1,67 0,04 Formação Diamantino (?) Cibrazem Formação Salto das Nuvens 61 264/01 Nova Marilândia 4,20 SD (?) Arenápolis/ Av. Presidente 62 2-81 26,00 0,90 Formação Diamantino (?) Costa e Silva S/Nº SD: Variável sem dados FONTE: DNPM/SISON, SANEMAT, GEOESTE e PROMON (modificado).

Os poços cadastrados encontram-se nos municípios de Alto Paraguai (13), Diamantino (13), Arenápolis (11), Nobres (8), Novo Diamantino (7), Nortelândia (5), Rosário Oeste (3) e Nova Marilândia (2) e destinam-se ao abastecimento urbano e agropecuário.

Estes poços foram perfurados em rochas do Grupo Alto Paraguai, especialmente nas Formações Diamantino e Sepotuba e, secundariamente, no Grupo Cuiabá (registrado em apenas 1 poço em Rosário Oeste). Mostram profundidades variando entre 50 e 301 m, vazões médias entre 0 e 60 m³/h e vazões específicas entre 0 e 17,04 m³/h/m. Os poços com maiores vazões médias situam-se nos municípios de Diamantino e Arenápolis, sendo perfurados com profundidades entre 100 a 150 m, em arenitos da Formação Diamantino.

7. ÁREAS CRÍTICAS E DEGRADADAS

A região apresenta alguns garimpos de ouro e diamante, principalmente nos rios que drenam para a Bacia do Alto Paraguai, sendo observado em imagens falsa cor movimentação de material na margem de alguns rios, com padrão de extensas áreas escavadas, principalmente ao longo dos rios Santa Maria, Diamantino, Santana, Ribeirão Buriti e Córrego Sucuri.

Com relação a folha em questão, foram visitadas cinco áreas de atividade garimpeira e extração industrial, que são: Marilândia, Santo Afonso, Garimpo do Rola, garimpo abandonado de Rio Claro (Foto 012) e Fazenda Camargo (Foto 013).

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A maior degradação ocorre no povoado de Santo Afonso e Marilândia, pontos RB- 372-21 e RB-372-40. Nestes locais há escavações para diamantes na planície de inundação dos cursos d’água, provocando ravinamentos, voçorocamentos e assoreamentos, (Foto 014), bem como a destruição do solo em alguns lugares.

No Garimpo do Rola, vale do Alto Rio Pari (RB-372-71), a garimpagem de Au está provocando os mesmos problemas de impactos ambientais de Marilândia e Santo Afonso, acrescido da contaminação por mercúrio.

Na margem direita do Rio Claro (FC-372-03) existe um pequeno garimpo abandonado de diamante, apresentando cavas em cascalho dos terraços do rio, sem contudo causar impacto significativo.

Na Fazenda Camargo, as aluviões já explorados no riacho Barreirinho, sofreram processos de recuperação. Em relação aos processos erosivos concentrados, observou-se que os solos derivados das unidades Utiariti, Salto das Nuvens e Raizama são bastante susceptíveis ao desenvolvimento de processos de ravinamento e voçorocamento relacionado a obras viárias, conforme exemplificam os pontos FC-372-12, RB-372-40/47 e MV-372-35.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os trabalhos de campo e as interpretações de sensores remotos possibilitaram um melhor entendimento da compartimentação das unidades nesta folha, no que se refere ao setor setentrional, sendo definido ocorrências da Formação Salto das Nuvens e Superfície Paleogênica Peneplanizada com Latossolização, até então desconhecidas.

No aspecto de fragilidade, constatou-se a friabilidade dos solos derivados de terrenos arenosos das Formações Utiariti, Salto das Nuvens e Raizama, sendo necessário obras de contenção de escoamento de águas pluviais, para evitar-se a instalação de processos erosivos concentrados.

Nos solos argilosos vermelhos escuros que ocorrem sob a Superfície Paleogênica Peneplanizada com Latossolização, são relatados casos de acidentes em fundações de construções de armazenagem de grãos, conforme o caso histórico de um silo que sofreu um recalque da ordem de 70 cm provocando a perda de 1.500 toneladas de grãos, na cidade de Campo Novo do Parecis (CONCIANI, 1997).

Estes solos são bastante homogêneos quanto sua constituição e sobre eles dá-se o grande impulso do desenvolvimento agrário do Estado, através da agricultura mecanizada. Como conseqüência, prevê-se a implantação de novos centros urbanos e rurais, geração de obras rodoviárias, ferroviárias, de armazenamento de grãos, irrigação, linhas de transmissão, edificações etc., para o que se alerta, desde já, a natureza colapsível destes solos que, quando da implantação de obras civis, certamente demandarão tratamento adequado para que o processo de desenvolvimento ocorra com sucesso.

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9. FOTOGRAFIAS

FOTO 001 TRECHO ENTRE ROSÁRIO OESTE E NOBRES (RB-372-01). FRENTE DE LAVRA ABANDONADA DA MINERAÇÃO ECOPLAN, EVIDENCIANDO CALCÁRIO DOLOMÍTICO DA FORMAÇÃO ARARAS.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 002 BR-364, PRÓXIMO A BIFURCAÇÃO COM A BR-163 (FC-372-13). ARENITO MICROCONGLOMERÁTICO QUARTZOSO COM ESTRATIFICAÇÃO CRUZADA DE BAIXO ÂNGULO AFLORANDO NA FORMA DE MATACÕES MÉTRICOS. FORMAÇÃO RAIZAMA.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 003 MARGEM DIREITA DO RIO ARINOS, EM SUA PORÇÃO DE CABECEIRA (FC-372-32). OCORRÊNCIA DE SILTITOS VERMELHOS EMPASTILHADOS TÍPICOS DA FORMAÇÃO SEPOTUBA, SOFRENDO PROCESSO DE INTEMPERISMO E GERANDO SOLO ARGILOSO ESBRANQUIÇADO.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 004 ESTRADA DE ACESSO A CIDADE DE DIAMANTINO (FC-372-06). VISÃO PANORÂMICA DO RELEVO, ONDE, NO VALE, ENCONTRA-SE A CIDADE DE DIAMANTINO. A SUPERFÍCIE MAIS ELEVADA E PLANA REPRESENTA OS TERRENOS DA BACIA DOS PARECIS, ENQUANTO OS PATAMARES INFERIORES SÃO CAMADAS ARENOSAS INTERCALADAS COM SILTITOS DA FORMAÇÃO DIAMANTINO, SENDO QUE NO VALE AMPLO PREDOMINAM SEDIMENTOS FINOS.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 005 MT-240, ACESSO PARA DIAMANTINO (RB-372-09). CONTATO, CONGLOMERADOS BASAIS DA FORMAÇÃO SALTO DAS NUVENS (Ksm) SOBRE A FORMAÇÃO DIAMANTINO (Psd).

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 006 SAÍDA DE NOVO DIAMANTINO PARA DIAMANTINO (RB-372-09). CONTATO DA FORMAÇÃO SALTO DAS NUVENS COM A FORMAÇÃO DIAMANTINO. OBSERVAR O CONGLOMERADO BASAL SOBREPOSTO EM DISCORDÂNCIA EROSIVA E ANGULAR SOBRE A FORMAÇÃO DIAMANTINO.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 007 ESTRADA DE ACESSO A CIDADE DE DIAMANTINO (FC-372-06). TOPO DO PERFIL DE CONGLOMERADO FERRUGINIZADO, COMPOSTO POR SEIXOS QUARTZOSOS, ARREDONDADOS E COM POUCOS CENTÍMETROS DE DIÂMETRO. FORMAÇÃO SALTO DAS NUVENS.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 008 ESTRADA QUE PERMITE ACESSO A CIDADE DE ARENÁPOLIS, A PARTIR DA BR-364 (FC-372- 01). ARENITO ESTRATIFICADO, FINAMENTE LAMINADO COM ALTERNÂNCIA DE LEITOS COM GRÃOS FINOS, SUBANGULOSOS, MÉDIOS E SUBARREDONDADOS. FORMAÇÃO UTIARITI.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 009 ESTRADA QUE PERMITE ACESSO A CIDADE DE ARENÁPOLIS, A PARTIR DA BR-364 (FC-372- 01). VOÇOROCA DE PORTE MÉDIO EXPONDO SOLO ARENOSO FRIÁVEL NA ORDEM DE 6 A 8 M E, NA BASE, ARENITO FINAMENTE LAMINADO DA FOTO ANTERIOR. FORMAÇÃO UTIARITI.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 010 ESTRADA QUE PERMITE ACESSO A CIDADE DE ARENÁPOLIS, A PARTIR DA BR-364 (FC-372- 02). ASPECTO DE ESCARPA QUE MARCA O CONTATO DOS LATOSSOLOS ARGILOSOS EM RELEVO DE RAMPA, COM OS TERRENOS ARENOSOS DA FORMAÇÃO UTIARITI.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 011 FAZENDA CAMARGO CORRÊA (RB-372-27). EQUIPAMENTOS DESATIVADOS DE CONCENTRAÇÃO DE DIAMANTES.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 012 MARGEM DIREITA DO RIO CLARO (FC-372-03). ASPECTO DE CASCALHO QUARTZOSO COM SEIXOS E CALHAUS DE QUARTZO ARREDONDADOS EM GARIMPO ABANDONADO.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 013 RIACHO BARREIRINHO (RB-372-26). FAZENDA CAMARGO CORRÊA, TRECHO DO ALUVIÃO ONDE A LAVRA DE DIAMANTES ESTÁ PARALISADA.

FONTE: CNEC, 1997

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FOTO 014 CIDADE DE MARILÂNDIA (RB-372-21). ASSOREAMENTO DA DRENAGEM DECORRENTE DA ATIVIDADE GARIMPEIRA PARA DIAMANTE.

FONTE: CNEC, 1997

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10. BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, F.F.M. de. Geologia do Sudoeste Matogrossense. B. Div. Geol. Mineral. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, no 116, 1945. 118p. ______Geologia do Centro Leste Matogrossense. B. Div. Geol. Mineral. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro, no 150, 1954. 97p. ______Geologia do Centro Oeste Matogrossense. B. Div. Geol. Mineral. Dep. Nac. Prod. Min., Rio de Janeiro. no 215, 1964. 137p. ______Geologia da Serra da Bodoquena (Mato Grosso). B. Div. Geol. Mineral. DNPM no 219, 1965a, 96p. ______Geossinclíneo Paraguaio. Semana de Debates Geológicos - SEDEGEO, 1, Porto Alegre: DNPM, 1965b. no 1, p. 87-101. ALMEIDA, F.F.M. de. & BARBOSA, O. Geologia das quadrículas de Piracicaba e Rio Claro. DNPM. DGM., 1953. Bol. 143, Rio de Janeiro. ALMEIDA, F.F.M. de. & HENNIES, W.T. Reconhecimento Geológico da Serra do Roncador, Estado do Mato Grosso. Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia, São Paulo, 1969. v. 18(1): 23-30. ALVARENGA, C.J.S. & TROMPETTE, R. Evolução Tectônica da Faixa Paraguai: A Estruturação da Região de Cuiabá. In.: Revista Brasileira de Geologia, São Paulo: SBG, 1993. v. 23(1): 18-36. CONCIANI, W. Estudo do Colapso do Solo Através de Ensaios de Placa Monitorados com Tensiômetros e Tomografia Computadorizada. Tese de Doutoramento. USP, Escola de Engenharia São Carlos. 1997. 177p. e 6 Apêndices CORDANI, U.G.; & TASSINARI, C.C.G. Comentários sobre os dados geocronológicos da Folha Rio Apa. São Paulo. Centro de Pesquisas Geocronológicas da USP, 1979. 9p. EVANS, J.W. The Geology of Matto Grosso, particulary the region drained by the upper Paraguai. Q. J. Geol. Soc. London, 50 (2):85-104,1894. GONZAGA DE CAMPOS, L.F. Seção Geológica. In: Comissão Geographica e Geológica. Relatório...1889. São Paulo. p 21-34. HENNIES, W.T. Geologia do Centro-Oeste Matogrossense. São Paulo, Escola Politécnica. USP, 1966. (Tese de Doutoramento). MACIEL, P. Tilito Cambriano (?) no Estado de Mato Grosso. B. Soc. Bras. Geol., São Paulo, 8 (1):31-39, 1959 MARINI, O.J. et al. As Faixas de Dobramentos Brasília, Uruaçu e Paraguai-Araguaia e o Maciço Mediano de Goiás. In: SCHOBBENHAUS, C. et al. Geologia do Brasil; texto explicativo do mapa geológico do Brasil, e da área oceânica adjacente, incluindo depósitos minerais, escala 1:2.500.000. Brasília. DNPM. 1984. p.251-306. MINIOLI, B. et al. Extensão geográfica do vulcanismo basáltico do Brasil meridional. Anais. Acad. Bras. Ci., Rio de Janeiro,1971, 43 (2)433-37 OLIVEIRA, A.I. & LEONARDOS, O.H. Geologia do Brasil, 2. ed. Rio de Janeiro, Serv. Inf. Agric., 1943. 813p. (Série Didática 2). PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DA GARIMPAGEM DE OURO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA BACIA DO TAPAJÓS. BELÉM: SECTAM- PA/MMA, SEICOM-PA, FEMA-MT, SEICOM-MT, METAMAT-MT e MME-DNPM: JUN. 1993. 76p. PROJETO ALTO GUAPORÉ. Goiânia: CPRM, 1974. v. 1 e 2, (Relatório Final) Folha Barra do Bugres SD. 21-Y-D. Convênio: DNPM/CPRM.

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PROJETO ALUVIÕES DIAMANTÍFEROS DE MATO GROSSO. Goiânia: CPRM, 1972. Relatório Final. 89 p. Seções Geológicas, escala 1:100.000. Convênio: DNPM/CPRM. PROJETO MAPAS METALOGENÉTICOS E DE PREVISÃO DE RECURSOS MINERAIS - ROSÁRIO OESTE, FOLHA SD. 21-Z-A REGIÃO CENTRO-OESTE. Brasília: CPRM, 1986. 9 p. Carta Metalogenética, Carta de Previsão de Recursos Minerais e Carta de Previsão de Ações Governamentais, escala 1:250.000. Convênio: DNPM/CPRM. PROJETO PROVÍNCIA SERRANA. Goiânia: CPRM, 1978a. v. 1 (Relatório Final), 87 p. Convênio: DNPM/CPRM. ______Goiânia: CPRM, 1978b. v. 2 e 3 (Relatório Final) Anexo IV - Mapas Geológicos, escala 1:50.000. Convênio: DNPM/CPRM. PROJETO RADAMBRASIL FOLHA SD.21 Cuiabá. Rio de Janeiro: Ministério das Minas e Energia, 1982, v.27 175p. PROJETO SERRA AZUL (RECONHECIMENTO GEOLÓGICO). Goiânia: CPRM, 1975. v. 1 e 2. (Relatório Final). Folhas Geológicas e de Caminhamento, escala 1:250.000. Convênio: DNPM/CPRM. PROJETO ZONEAMENTO DAS POTENCIALIDADES DOS RECURSOS NATURAIS DA AMAZÔNIA LEGAL. Rio de Janeiro: IBGE, Dpto. Rec. Nat. Est. Ambien.., 1990. 211p. Convênio: IBGE/SUDAM. REVISÃO ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO PARANÁ. Relatório DESUL-444. Petrobrás, 1974. 187p. VIEIRA, A.J. Geologia do Centro-Oeste de Mato Grosso. Ponta Grossa, Petrobrás, 1965 2v. (Relatório interno, 303).

ANEXOS

ANEXO I - MAPAS

ANEXO II - RELAÇÃO DAS FICHAS COM DESCRIÇÕES DE CAMPO

ANEXO III - RELAÇÃO DAS FICHAS COM CADASTRO DE JAZIMENTOS MINERAIS E SITUAÇÃO LEGAL

ANEXO IV - RELAÇÃO DAS FICHAS COM CADASTRO DE POÇOS TUBULARES PROFUNDOS SELECIONADOS