Regina Caballero Fleck Canon in B Major an Annotated Translation Of
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REGINA CABALLERO FLECK CANON IN B MAJOR AN ANNOTATED TRANSLATION OF MAJOR BARBARA PORTO ALEGRE 2019 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS ÁREA: ESTUDOS DE LITERATURA LINHA DE PESQUISA: SOCIEDADE, (INTER)TEXTOS LITERÁRIOS E TRADUÇÃO NAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS CANON IN B MAJOR AN ANNOTATED TRANSLATION OF MAJOR BARBARA REGINA CABALLERO FLECK ORIENTADORA: PROF.ª DR.ª ELAINE BARROS INDRUSIAK Dissertação de Mestrado em Sociedade, (Inter)Textos Literários e Tradução nas Línguas Estrangeiras Modernas, apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. PORTO ALEGRE 2019 2 3 REGINA CABALLERO FLECK CANON IN B MAJOR AN ANNOTATED TRANSLATION OF MAJOR BARBARA Aprovada em 21 de agosto de 2019. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Dr. Ian Alexander _______________________________________________________ Dr. Carlos Leonardo Bonturim Antunes _______________________________________________________ Dr. Lawrence Flores Pereira Mnemosyne, The Lamp of Memory or Ricordanza Dante Gabriel Rossetti, c. 1875-1881 Forgetting, in an aesthetic context, is ruinous, for cognition, in criticism, always relies on memory. (BLOOM, 1994) Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida. Carlos Drummond de Andrade AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Fernando e Maria Victoria, pelo apoio incondicional, pela biblioteca e por entenderem o valor de um mestrado, e ao meu irmão, Augusto, pela amizade, pelo contraponto e pela interlocução. Aos meus avós, que, cada um à sua maneira, me ensinaram que mais vale o exemplo que a exortação. Ao meu namorado, Eduardo, pelo carinho, pela compreensão, e por encontrar um exemplar de Major Bárbara para chamar de meu. À minha orientadora, Elaine, pela orientação, pelo olhar intermidiático, e pelo entusiasmo contagiante em encontrar novas interpretações para os contos de Poe e para os filmes do Hitchcock. Mais vale o exemplo que a exortação. À Professora Luciene Simões e ao PET Letras pelos dois anos de aprendizado, e em particular pela experiência no Beco dos Coqueiros. À Professora Rosalia Garcia pela orientação na graduação e por todos os exercícios de close- reading, que foram fundamentais para este trabalho. Ao Professor Gustavo Rubim por me apresentar à quintessência do Ibsenismo no meu ano no além-mar. Às Professoras Denise Sales e Patrícia Reuillard e à turma de Tópicos de Tradução, pelas ricas discussões nas tardes de quarta-feira. Aos Professores Fernando Brum e Maria Isabel Xavier pelos encontros na reta final deste trabalho. À Aline, à Joana, à Lúcia e ao Jonatas pela afinidade e amizade. Ao meu clube do livro querido pelas leituras que nada tinham a ver com esse trabalho, mas que contribuíram “in more ways than one” para essa dissertação. Ao Ramiro e ao Benhur pelas ideias fabulosas. Aos meus alunos, a prova viva de que a etimologia “sem luz” é um mito. RESUMO A presente dissertação tem por objeto de estudo o texto da peça Major Bárbara, de George Bernard Shaw. Por meio da leitura e de uma tradução comentada do texto, é feita uma análise da peça levando em conta os seguintes aspectos (1) a influência de A República, de Platão, na estrutura da peça, com base nas obras de Albert (2012) e Roochnik (2005) (2) o significado dos nomes dos personagens, explorando a etimologia de seus nomes e as relações intertextuais indicadas ao longo da peça. Este processo de leitura e tradução trouxe à superfície da peça um trocadilho com as palavras “canon” (cânone musical, cânone religioso, cânone literário) e “cannon” (canhão), e, a partir desta constatação, foi possível identificar (1) uma série de elementos de linguagem musical presentes no texto (2) o uso de um recurso comum a textos religiosos desde o Antigo Egito, passando pelo Antigo e pelo Novo Testamento, e pelo Tao Te Ching, para criar significado: ao utilizar uma paronomásia para contar seu mito, Shaw insere sua peça em uma tradição de textos de caráter religioso, reforçando a ideia apresentada em seu prefácio de que o teatro é uma forma de ritual religioso. Assim, concluiu-se que a obra de Shaw, pouco estudada e pouco traduzida no Brasil, ainda está repleta de elementos que podem vir à tona por meio do exercício de leitura e tradução. Palavras-chave: tradução literária, tradução de teatro, Major Bárbara, George Bernard Shaw, paronomásia, cânone. 8 ABSTRACT The present thesis aims to study the text of the play Major Barbara, by George Bernard Shaw. By reading and translating the text, we present an analysis of the play taking the following aspects into account (1) the influence of Plato's Republic on the structure of the play, based on the works of Albert (2012) and Roochnik (2005) (2) the meaning of the characters’ names, exploring their etymology and the intertextual relations indicated throughout the play. This process of reading and translating brought to the surface of the play a pun with the words "canon" (musical canon, religious canon, literary canon) and "cannon", and from this it was possible to identify (1) a series of elements of musical language present in the text (2) the use of a common resource for religious texts from Ancient Egypt, to the Old and New Testaments, and the Tao Te Ching, to create meaning: when using paronomasia to tell his myth, Shaw inserts his text into a tradition of religious texts, reinforcing the idea presented in his preface that theatre is a form of religious ritual. Thus, we conclude that Shaw's work, little studied and little translated in Brazil, is still replete with elements that can come to light through the exercise of reading and translating it. Keywords: literary translation, theatrical translation, Major Barbara, George Bernard Shaw, wordplay, canon. CONTENT TABLE OF IMAGES ..................................................................................................... 10 ETYMOLOGICAL EPIPHANIES................................................................................. 11 METAPHORS ................................................................................................................ 12 GHOSTS ......................................................................................................................... 13 INTRODUCTION .......................................................................................................... 14 1. THE ROLE OF THE TRANSLATOR ....................................................................... 17 2. CANNONS, CANONS: PARONOMASIA INTENDED .......................................... 22 3. GREEK ROOTS, UNIVERSAL BRANCHES: THE CANON ................................. 31 3.1 MYTH AND PARABLE ...................................................................................... 32 3.2 DOING THINGS WITH WORDS – PLATONIC DIALOGUES AND SHAVIAN TALKS, TALKS, TALKS .......................................................................................... 32 3.3 ARISTOCRACY – THE WORLD IS MY LIVING ROOM ............................... 33 3.4 THE TRIPARTITE THEORY OF THE SOUL ................................................... 34 4. MAJOR BARBARA: CAN(N)ONS WITHIN A CANON ....................................... 41 4.1 ANDREW UNDERSHAFT: THE VOICE OF THE CANNONS ....................... 42 4.2 ADOLPHUS CUSINS: THE VOICE OF THE CANON ..................................... 45 4.3 BARBARA: THE VOICE OF CANONICAL LAW ........................................... 46 FINAL THOUGHTS ...................................................................................................... 49 MAJOR BÁRBARA ...................................................................................................... 51 ATO I ........................................................................................................................ 126 ATO II ....................................................................................................................... 173 ATO III ..................................................................................................................... 250 TABLE OF IMAGES Figure 1 Theseus and the Minotaur in the Labyrinth, by Edward Burne-Jones ............. 16 Figure 2 Just a few people listening to Cusins (PASCAL, 1940) .................................. 36 Figure 3 A large crowd listening to Barbara (PASCAL, 1940) ..................................... 37 Figure 4 Church of St. Andrew Undershaft .................................................................... 43 ETYMOLOGICAL EPIPHANIES In the beginning was the Word, and the Word was with God, and the Word was God. John 1:1 In the midst 14th century, the word translation had two meanings: “removal of a saint's body or relics to a new place” (TRANSLATION, 2019, s. p.) and “rendering of a text from one language to another” (TRANSLATION, 2019, s. p.), from Latin translatio, which meant “a carrying across, removal, transporting; transfer of meaning” (TRANSLATION, 2019, s. p.). The word interpretation, in turn, comes from interpretatio, which meant “explanation, exposition” (INTERPRETATION, 2019, s. p.). By the end of the 14th century, it acquired the meaning of “act or process of explaining or interpreting; an explanation/construction placed upon an action” (INTERPRETATION, 2019, s. p.). Around 1880, it became also a “dramatic or musical representation”. The interpris – the interpreter – was the mediator of these processes. However, to the