Plano Diretor Municipal

Relatório de Avaliação da Execução do PDM em Vigor

fevereiro 2019 Câmara Municipal de Pinhel Lugar do Plano, Gestão do Território e Cultura, Lda.

Plano Diretor Municipal Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor Pinhel

ÍNDICE

A. Introdução ...... 5 B. Execução do Plano ...... 10 B.1. Níveis de Execução ...... 11 B.1.1. Estrutura de Ordenamento Regulamentar ...... 11 B.1.1.1. .. Área Urbana e Urbanizável 14 B.1.1.2. .. Área Rural 30 B.1.1.3. .. Área de Salvaguarda Estrita 31 B.1.2. Outras Classes de Espaço ...... 31 B.1.2.1. .. Unidades Operativas de Planeamento e Gestão – UOPG’S 31 B.1.3. Indústria Transformadora ...... 34 B.1.4. Indústria Extrativa ...... 34 B.1.5. Equipamentos ...... 35 B.2. Infraestruturas...... 35 B.2.1. Abastecimento de Água ...... 35 B.2.2. Saneamento Básico ...... 44 B.2.3. Recolha e Tratamento de Resíduos Sólidos ...... 52 B.3. Equipamentos ...... 54 B.4. Acessibilidades ...... 56 B.5. Turismo ...... 58 B.6. Património ...... 59 C. Condições Socioeconómicas ...... 61 C.1. Evolução Demográfica ...... 61 C.2. Habitação ...... 61 C.3. Socioeconómica ...... 65 C.4. Educação ...... 67 D. Gestão Urbanística ...... 67 D.1. Dados Gerais ...... 68 D.2. Uso do Solo ...... 68 D.2.1. Reserva Agrícola Nacional - RAN ...... 69 D.2.2. Reserva Ecológica Nacional - REN ...... 69 D.3. Outras Condicionantes ...... 70 D.4. Ocupação Atual do Solo ...... 71 D.5. Infraestruturas...... 75 E. Apreciação Global ...... 75 E.1. Níveis de Execução ...... 76 E.1.1. Ordenamento / Zonamento ...... 76 E.1.2. Infraestruturas ...... 76 E.1.3. Equipamentos ...... 77 E.1.4. Património ...... 78 E.1.5. Acessibilidades ...... 78 E.1.6. Turismo ...... 79 E.2. Evolução dos Indicadores de Caracterização ...... 79

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E.2.1. Demografia ...... 79 E.2.2. Habitação ...... 79 E.2.3. Socioeconómica ...... 80 E.2.4. Educação ...... 80 E.2.5. Apreciação ...... 80 E.3. Gestão Urbanística ...... 81 E.4. Apreciação Final ...... 83

Índice de Figuras

Figura 1. Representação esquemática dos perímetros urbanos do PDM’95 no concelho de Pinhel ...... 11 Figura 2. Fotografia aérea do Centro Histórico de Pinhel ...... 12 Figura 3. Hierarquia dos aglomerados no concelho de Pinhel ...... 16 Figura 4. Carta de Ordenamento na cidade de Pinhel (1995) ...... 18 Figura 5. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM na cidade de Pinhel ...... 19 Figura 6. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) na cidade de Pinhel ...... 19 Figura 7. Carta de Ordenamento em Alverca da (1995) ...... 20 Figura 8. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Alverca da Beira ...... 21 Figura 9. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) em Alverca da Beira ...... 21 Figura 10. Carta de Ordenamento em Freixedas (1995) ...... 22 Figura 11. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Freixedas ...... 23 Figura 12. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) em Freixedas ...... 23 Figura 13. Carta de Ordenamento em Pala (1995) ...... 24 Figura 14. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Pala ...... 25 Figura 15. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) em Pala ...... 25 Figura 16. Carta de Ordenamento em Souro Pires (1995) ...... 26 Figura 17. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Souro Pires ...... 27 Figura 18. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) em Souro Pires ...... 27 Figura 19. Carta de Ordenamento em Malta (1995) ...... 28 Figura 20. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Malta ...... 29 Figura 21. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) em Malta ...... 29 Figura 22. Sítio da Faia do Parque Arqueológico do Vale do Côa – Cidadelhe ...... 34 Figura 23. Sistema de abastecimento de água no concelho de Pinhel ...... 40 Figura 24. Saneamento básico no concelho de Pinhel ...... Erro! Marcador não definido. Figura 25. Estação de Transferência de Pinhel ...... 53 Figura 26. Estação de Transferência de Pinhel ...... 53 Figura 27. Representação esquemática da rede viária no concelho de Pinhel (abril 2011) ...... 58 Figura 28. Núcleo de Arte Rupestre Faia – Cidadelhe e Castelo de Pinhel ...... 59 Figura 29. Representação esquemática da Rede Natura 2000 ZPE do Vale do Côa ...... 71 Figura 30. Extratos da planta de ordenamento dos aglomerados de Pala e de Malta no concelho de Pinhel ...... 82 Figura 31. Aglomerados de Pínzio e de St.ª Eufémia no concelho de Pinhel ...... 82 Figura 32. Aglomerado de Gouveias no concelho de Pinhel ...... 83

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Índice de Quadros

Quadro 1. Estrutura Regulamentar – Classes e Categorias de Espaço do PDM’95 ...... 13 Quadro 2. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito de UOPG’s / Estudos ...... 31 Quadro 3. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do abastecimento de água ...... 35 Quadro 4. Alojamentos, segundo a ligação à rede de abastecimento de água, por , no concelho de Pinhel (2001 e 2011) ...... 36 Quadro 5. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do saneamento básico ...... 44 Quadro 6. Alojamentos, segundo a ligação à rede de drenagem de águas residuais, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011) ...... 45 Quadro 7. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito dos equipamentos ...... 54 Quadro 8. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito da rede viária ...... 57 Quadro 9. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do património arqueológico e edificado ...... 60 Quadro 10. População, famílias, alojamentos e edifícios, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011) ...... 61 Quadro 11. Condições de equipamentos (eletricidade, água, retrete, banho ou duche) nos alojamentos familiares de residência habitual, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011) ...... 63 Quadro 12. Regime de ocupação dos alojamentos, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011) ...... 64 Quadro 13. População residente, segundo a condição perante a atividade económica, no concelho de Pinhel (2001 e 2011) ...... 65 Quadro 14. População residente, segundo o nível de instrução (completo), no município de Pinhel (2001 e 2011) ...... 67 Quadro 15. Áreas delimitadas como espaço urbano no PDM em vigor do concelho de Pinhel ...... 69 Quadro 16. Concelhos envolvidos na Zona de Proteção Especial do Vale do Côa da Rede Natura 2000 ...... 70 Quadro 17. Número de edifícios licenciados (construções novas) no concelho de Pinhel (1995-2009) ...... 71 Quadro 18. Níveis de Execução dos Planos / Estudos ...... 76 Quadro 19. Níveis de Execução das Infraestruturas ...... 76 Quadro 20. Níveis de Execução dos Equipamentos ...... 77 Quadro 21. Níveis de Execução do Património ...... 78 Quadro 22. Níveis de Execução das Acessibilidades ...... 78

Índice de Gráficos

Gráfico 1. Edifícios e alojamentos no concelho de Pinhel (2001 e 2017) ...... 63 Gráfico 2. Evolução da representatividade da população ativa, por sectores da atividade, no concelho de Pinhel (2001 e 2011) ...... 66 Gráfico 3. Obras de edificação (N.º) de construções novas, por destino de obra, no concelho de Pinhel (1995 e 2017) ..... 72 Gráfico 4. Edifícios concluídos (N.º) construções novas, por destino de obra, no concelho de Pinhel (1995 e 2017) ...... 73 Gráfico 5. Edifícios licenciados (N.º) e superfície habitável média das divisões licenciadas e concluídas (m2) no concelho de Pinhel (1995-2017) ...... 74

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A. Introdução

O atual Plano Diretor Municipal (PDM) de Pinhel encontra-se em vigor desde a data da sua publicação em Diário da República, ocorrida a 1 de setembro de 1995. Estão hoje decorridos mais de 20 anos da sua vigência, prazo sobre o qual se deveria proceder à sua revisão.

Considerando, a Câmara Municipal de Pinhel (CMP), inadequadas as disposições consagradas no PDM, deliberou, por unanimidade, em reunião ordinária tida no dia 5 de março de 2002, proceder à sua revisão.

A tramitação da abertura do processo de revisão ocorreu já conforme a nova legislação na matéria, possibilitada com a publicação da Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e de Urbanismo1 (LBPOTU) e consequente regulamentação, através do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial2 (RJIGT), onde relativamente à dinâmica de alteração, revisão e suspensão dos instrumentos de gestão territorial 3 refere que:

. A alteração dos instrumentos de gestão territorial pode decorrer:

- Da evolução das condições económicas, sociais, culturais e ambientais que lhes estão subjacentes e que fundamentem as opções definidas no plano, desde que revista carácter parcial, designadamente se restrinja a uma parte delimitada da respetiva área de intervenção;

- Da ratificação ou da aprovação de planos de planos municipais ou da aprovação de planos especiais de ordenamento do território que com eles não se compatibilizem ou conformem;

- Da entrada em vigor de leis ou regulamentos que colidam com as respetivas disposições ou que estabeleçam servidões administrativas ou restrições de utilidade pública que afetem as mesmas.

. A revisão dos planos municipais e especiais de ordenamento do território decorre da necessidade de atualização das disposições vinculativas dos particulares contidas nos regulamentos e nas plantas que os representem.

. A suspensão dos instrumentos de gestão territorial pode decorrer da verificação de circunstâncias excecionais que se repercutam no ordenamento do território pondo em causa a prossecução de interesses públicos relevantes.

Refere ainda, mais adiante, que a revisão dos planos especiais e dos planos municipais de

1 Lei n.º 31/2014 de 30 de maio 2 Decreto-Lei n.º 80/2015 de 14 de maio 3 Artigo 115.º do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio

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Plano Diretor Municipal Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor Pinhel ordenamento do território pode decorrer 4:

. Da necessidade de adequação à evolução, a médio e longo prazo, das condições económicas, sociais, culturais e ambientais que determinaram a respetiva elaboração, tendo em conta os relatórios de avaliação da execução dos mesmos;

. De situações de suspensão do plano e da necessidade da sua adequação à prossecução dos interesses públicos que a determinaram.

Ao caso específico do concelho de Pinhel e ao seu PDM, a necessidade de revisão deste instrumento de gestão territorial decorre da evolução das perspetivas de desenvolvimento económico e social e da necessidade de adequação a essa evolução, das condições económicas, sociais, culturais e ambientais, da necessidade de atualização das disposições vinculativas dos particulares e ainda do estabelecimento de servidões administrativas e restrições de utilidade pública.

Ao longo do presente documento pretende estabelecer-se um quadro referencial de avaliação evolutiva no período de vigência de plano atualmente em vigor, e simultaneamente elaborar um estado situacional preparando pontes para o processo de revisão do plano que se encontra a decorrer, concretizando e identificando os dados e elementos que permitem sustentar o que se afirma no parágrafo anterior, da necessidade de revisão do plano, e da confirmação da alteração das perspetivas de desenvolvimento e das condições genéricas nas suas variadas valências.

Além disso, importa referir que a CMP apresentou um conjunto de razões contundentes à necessidade de revisão e publicado no Apêndice n.º 100 da II Série do Diário da República, n.º 181 de 3 de agosto de 2004 através do Edital n.º 520/2004:

a) A gestão das infraestruturas de saneamento e abastecimento de água em alta passou para a responsabilidade da empresa Águas do Zêzere e Côa tendo sido realizadas obras de construção da barragem de Vascoveiro e da nova ETA;

b) Discrepância entre as plantas de condicionantes e plantas de ordenamento, tendo sido também descortinadas algumas incorreções, sendo necessário proceder a acertos de cartografia;

c) A cartografia que serviu de base à elaboração do PDM encontra-se bastante desatualizada e sem o rigor desejado visto resultar da ampliação das cartas militares à escala 1:25 000;

d) Necessidade de introduzir correções ao Regulamento do Plano, de forma a dotá-lo de mais coerência em determinados pontos;

4 Artigo 98.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro com as demais alterações introduzidas ao RJIGT

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e) Existência de áreas de salvaguarda estrita, nomeadamente no que diz respeito à RAN e à REN, no interior dos aglomerados e em zonas servidas por infraestruturas, mesmo já anteriores a essa definição;

f) Adequar os instrumentos de planeamento ao novo quadro legal, entretanto produzido a partir da LBPOTU.

Tendo em consideração os fundamentos a partir das quais decorre a oportunidade de se proceder à revisão do PDM e não esquecendo a oportunidade que o momento de revisão constitui para a discussão do município e das estratégias, dos modelos e das formas que este quer implementar, preservar ou transformar, pretende-se com a revisão conferir ao PDM uma maior operacionalidade, capaz de resolver os conflitos de ordenamento, enquadrar as dinâmicas dos agentes em presença e de contribuir para a harmonia e sustentabilidade da ocupação do solo.

Nesse contexto, constituem-se como objetivos principais5 da revisão do PDM os a seguir discriminados:

. Identificação e definição dos elementos estruturantes do território;

. Elaboração de um Regulamento coerente e objetivo, de forma a permitir o ordenamento do território e uma correta gestão urbanística municipal;

. Atualização do conteúdo do Plano e correção de deficiências e omissões detetadas;

. Redefinição das áreas urbanas e urbanizáveis e delimitação de perímetros urbanos, através da definição de cartas de ordenamento para todos os aglomerados rurais, cuja existência em alguns casos, tem condicionado a construção nessas áreas, originando uma maior tendência para a desertificação;

. Avaliação e redefinição das áreas afetas à RAN e à REN, uma vez que desde a entrada em vigor do PDM, têm sido efetuadas algumas desafetações;

. Compatibilização do Plano com outros instrumentos de planeamento que se encontram em elaboração, nomeadamente os Planos de Salvaguarda do Centro Histórico de Pinhel e de Cidadelhe, que pese embora estejam ainda em elaboração, ocorreram intervenções de valorização e dinamização do património, estando esta freguesia integrada no Parque Arqueológico do Vale do Côa;

. Atualização da carta de condicionantes tendo em conta novas servidões criadas com a classificação de alguns imóveis;

. Definição de parâmetros de ocupação e de utilização do solo adequados à salvaguarda e valorização dos recursos e valores naturais nomeadamente Albufeiras de Águas Públicas das

5 Edital n.º 520/2004, Apêndice n.º 100 – II Série Diário da República - n.º 181 – 3 de agosto de 2004

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quais se destacam a Albufeira da Barragem de Vascoveiro e a Albufeira de Bouça Cova, tendo em vista o adequado ordenamento do espaço rural envolvente;

. Classificação de zonas sensíveis e mistas de ruído e elaboração de mapas de ruído, conforme o estabelecido no n.º 2 do art.º 4.º do Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 de novembro

. Reestruturação espacial do território concelhio, no sentido de contornar a tendência atualmente verificada para a dispersão do povoamento, definindo-se os diferentes usos do solo de acordo com as potencialidades e as necessidades locais;

. Garantir a disponibilidade de terrenos devidamente inseridos na estrutura urbana, de modo a permitir a concretização de uma estratégica de localização de equipamentos e a criação de zonas de lazer e recreio;

. Conclusão, estruturação e hierarquização da rede viária do concelho, numa perspetiva de melhoria da acessibilidade interna e externa;

. Compatibilização do sistema de abastecimento de água e saneamento, face à integração do município de Pinhel na empresa de Águas do Vale do Tejo, assim como, no que se refere à recolha de resíduos sólidos urbanos, atendendo à adesão à Associação de Municípios da Cova da Beira;

. Construção de uma central de camionagem;

. Construção de uma casa da cultura, que se encontra parcialmente executada;

. Construção de um edifício para arquivo municipal;

. Construção de um edifício para biblioteca;

. Reabilitação do parque ambiental e cultural da cidade de Pinhel (Trincheira), que está atualmente em fase de execução;

. Requalificação do antigo campo de futebol para zona verde de utilização coletiva, que se encontra em fase de execução;

. Parque de caravanismo e lazer.

E ainda:

. Projeção e melhoramento das acessibilidades ao centro da cidade;

. Requalificação do parque escolar, estando já em execução parcial;

. Conclusão das redes de abastecimento de água e drenagem de esgotos em todas as , em como respetivos tratamentos de esgoto;

. Requalificação de obras de arte no concelho;

. Ordenamento das feiras e mercados da cidade;

. Requalificação de espaço para centro de bem-estar animal;

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. Construção de Falcoaria;

. Valorização da Estação arqueológica do Prado Galego;

. Requalificação de edifício para museu do vinho;

. Construção de autódromo internacional;

. Ampliação da zona Industrial;

. Construção de uma ecopista;

. Requalificação de espaço para festas e arraiais;

. Centro de apoio ao sector económico do concelho;

. Construção dos passadiços do Rio Côa- valorização da arte rupestre e património natura;

. Ligação Pinhel /Meda;

. Valorização do centro histórico de Pinhel;

. Praias Fluviais (Vale de Madeira e Lameiras).

De referir que a constatação de uma série de fatores exógenos ao quadro de referência local que têm vindo a alterar significativamente as perspetivas de desenvolvimento concelhio e, consequentemente, os objetivos e estratégias do ordenamento do território municipal, conduzem a uma redefinição das opções urbanísticas fundamentais, revendo conceitos e reformulando as estratégias urbanísticas delineadas no PDM em vigor.

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B. Execução do Plano

O RJIGT estabelece que as Câmaras Municipais elaboram, de quatro em quatro anos, um relatório sobre o estado do ordenamento do território, que devem submeter à apreciação da Assembleia Municipal.

Tal relatório incide sobre o balanço da execução dos instrumentos de gestão territorial objeto de avaliação, bem como dos níveis de coordenação interna e externa obtidos, fundamentando uma eventual necessidade de revisão.

Este procedimento, apesar da referência legal, não faz ainda parte da cultura de planeamento e ordenamento dos agentes e atores neste domínio, donde os municípios de forma generalizada não respondem ainda positivamente a esta solicitação, não sendo o município de Pinhel exceção a esta prática.

Entendendo esta realidade, o Governo veio clarificar a obrigação de a alteração ou revisão do PDM assentar em avaliação que fundamente a necessidade do processo modificativo 6, isto é, deve ser “acompanhada por um relatório fundamentado de avaliação da execução do plano diretor municipal e de identificação dos principais fatores de evolução do município, o qual incide sobre os seguintes aspetos:

a) Níveis de execução do plano, nomeadamente em termos de ocupação do solo, compromissos urbanísticos, reservas disponíveis de solo urbano, níveis de infraestruturação, equipamentos, acessibilidades, condicionantes e outros critérios de avaliação relevantes para o município;

b) Identificação dos fatores de mudança da estrutura do território;

c) Definição de novos objetivos de desenvolvimento para o município e identificação dos critérios de sustentabilidade a adotar.”

O presente documento pretende responder aos três primeiros pontos atrás enunciados. A resposta ao quarto ponto cabe ao processo de revisão do PDM no âmbito da definição da estratégia municipal de desenvolvimento.

6 Artigo 3º. da Portaria n.º 1474/2007, de 16 de novembro

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B.1. Níveis de Execução

B.1.1. Estrutura de Ordenamento Regulamentar

Como já foi referido, o PDM de Pinhel encontra-se em vigor desde a data da sua publicação em Diário da República, ocorrida a 1 de setembro de 1995.

Um dos principais aspetos a apontar à anterior versão do PDM, relaciona-se com a pouca tradução gráfica, particularmente na definição e desenho de perímetros urbanos, dado que apenas seis aglomerados urbanos - Alverca da Beira, Freixedas, Malta, Pala, Pinhel e Souropires – possuíam perímetros urbanos delimitados, tal como se pode observar na figura seguinte.

Figura 1. Representação esquemática dos perímetros urbanos do PDM’95 no concelho de Pinhel

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Na proposta de revisão em curso será efetuada uma delimitação clara de perímetros urbanos. de modo facilitar e apoiar a gestão urbanística. Procurar-se-á evitar situações ambíguas suscetíveis de gerarem interpretações diferentes por parte de quem tem responsabilidades na Gestão Urbanística Municipal (interpretação e análise do PDM e emissão de pareceres).

Todos os restantes aglomerados urbanos do concelho (a grande maioria) eram remetidos para a classe de espaço – Área rural – e designados de Aglomerados em área rural, art.º 25.º, ficando sujeitos a regulamentação própria – “Para os pequenos aglomerados com decréscimo populacional, manifesta falta de dinâmica de crescimento do número de alojamentos e onde não tenham sido delimitados perímetros urbanos, não é definida a área urbana e urbanizável, pelo que se integram em área rural” (n.º 1 do art. 25.º).

Esta situação não pode deixar de levantar uma série de interrogações, particularmente a inclusão de localidades como Atalaia e Pínzio (mencionadas apenas como exemplo) em área rural, e a falta de definição de perímetro urbano, que por um lado pode conduzir a avaliações arbitrárias na emissão de pareceres técnicos e por outro pode não ser suficiente para acautelar uma correta organização e estruturação dos aglomerados populacionais.

O atual PDM dispõe de um regulamento específico para o centro histórico de Pinhel, delimitado na Carta de Ordenamento da cidade de Pinhel, e para os núcleos antigos dos aglomerados, sem delimitação em Carta de Ordenamento.

Figura 2. Fotografia aérea do Centro Histórico de Pinhel Fonte: http://www.portugalnotavel.com

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Apresenta-se, de seguida, a Estrutura Regulamentar e de Ordenamento do PDM’95.

Quadro 1. Estrutura Regulamentar – Classes e Categorias de Espaço do PDM’95

Estrutura Regulamentar - Classes e Categorias de Espaços do PDM’95:

ÁREA URBANA E URBANIZÁVEL

- Área urbana e urbanizável e construção condicionada - Equipamentos (existentes e previstos) - Indústria (existente e previsto)

ÁREA RURAL

- Área de uso agrícola e/ou florestal a manter - Área para indústria extrativa - Indústria isolada - Pedreiras - Vestígios arqueológicos

ÁREA DE SALVAGUARDA ESTRITA

- Reserva Agrícola Nacional - Reserva Ecológica Nacional

UNIDADES OPERATIVAS DE PLANEAMENTO

- Plano de pormenor de salvaguarda da área do Centro Histórico de Pinhel - Plano de pormenor de salvaguarda de Cidadelhe - Plano de pormenor de salvaguarda de Aldeia - Carta de Ordenamento específico (definição de perímetro urbano) para o aglomerado de Pínzio - Projetos de requalificação urbana nas áreas de expansão recente da cidade de Pinhel (diversas)

Fonte: PDM de Pinhel (1995)

Segundo o n.º 2 do artigo 1.º do regulamento do PDM’95, para efeitos de licenciamento de construção, reconstrução, destaque de parcela ou de loteamento, alterações de uso do solo e demais ações transformadoras do território, bem como de parcelamento da propriedade, o Concelho de Pinhel é delimitado em três classes de espaços:

a) Área urbana e urbanizável;

b) Área rural;

c) Área de salvaguarda estrita.

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B.1.1.1. Área Urbana e Urbanizável

A área urbana e urbanizável inclui os espaços urbanos, os espaços urbanizáveis e os espaços industriais que lhe sejam contíguos, bem como os espaços de construção condicionada e define o perímetro urbano dos aglomerados para efeitos do disposto na legislação aplicável (art. 6 do Regulamento do PDM de Pinhel).

De uma forma geral, estes espaços destinam-se essencialmente à localização de atividades residenciais e de serviços, embora sejam permitidas outras utilizações, como é o caso da industrial.

Nos espaços urbanos e urbanizáveis, o preenchimento de falhas na malha urbana, a dimensão de lotes, tipologias construtivas, alinhamentos e cérceas permitidos serão os predominantes na testada de 100 m para cada lado do lote a edificar no arruamento que o serve, não sendo invocável a eventual existência de edifício(s) que excedam a altura predominante do conjunto assim determinado (ponto 1, art. 8.º).

Além disso, nas áreas em que não existam precedentes edificados ou que impliquem a construção de novas infraestruturas, a edificação, enquadrada por plano de pormenor, plano de urbanização ou projeto de loteamento, ficará subordinada, cumulativamente, aos seguintes parâmetros (ponto 2, art. 8.º) apresentados de forma sumária:

a) Características urbanísticas predominantes;

b) Densidade construtiva máxima de 65 fogos/ha nos locais de maior densificação na Cidade de Pinhel, com utilização do bloco multifamiliar e áreas de comércio e serviços, não podendo estas exceder 15% da área total de construção e 20 fogos/ha nos locais periféricos de maior rarefação da construção e nos aglomerados rurais;

c) Cércea máxima de 5 pisos.

Os espaços de construção condicionada destinavam-se a fazer a transição entre o solo urbano e o solo rural (art. 17.º) e era aplicado todo o articulado anterior, mas com as seguintes restrições:

a) Área mínima de parcela para edificação de 1400m2, lote com uma frente mínima de 30 m e admitia-se uma tolerância de 10% para a completar mais 1 lote;

b) O destino da edificação será apenas a moradia unifamiliar isolada, podendo, contudo, admitir-se a construção de equipamentos ou de unidades industriais compatíveis com a legislação específica para a localização de indústria, nas condições previstas para a área rural;

c) Obrigatoriedade de soluções individuais de infraestruturas.

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Foi também regulamentada a construção de anexos, os afastamentos das construções e profundidade dos lotes, os parâmetros para os estacionamentos, a dotação de vias e infraestruturas e a necessidade de arborizações.

Nesta classe de espaço também se delimitaram e regulamentaram as áreas existentes e previstas para a instalação de equipamentos (art. 12.º) e de indústrias (art. 14.º), as quais serão alvo de análise num ponto próprio.

Relativamente ao património edificado (art. 16.º - Área do Centro Histórico e núcleos antigos dos aglomerados), estas subzonas foram sujeitas a um regulamento específico, estando prevista a elaboração posterior de regulamentos mais detalhados em sede de Plano de Pormenor de Salvaguarda. Enquanto a Área do Centro Histórico de Pinhel encontra tradução gráfica na Carta de Ordenamento de Pinhel, a delimitação dos núcleos antigos dos aglomerados deverá ser feita em sede de PP, vigorando até lá uma apreciação caso a caso em função da leitura da malha urbana e dos imóveis tradicionais existentes, conforme consta no ponto 2 do art. 1.º do Regulamento para a Área do Centro Histórico de Pinhel e Núcleos Antigos dos Aglomerados.

PERÍMETROS URBANOS

O concelho de Pinhel é descrito pelo PDM’95 como um concelho rural de povoamento concentrado. Foi elaborada uma hierarquia de todos os aglomerados, a qual se apresenta na figura seguinte, por forma a melhor conhecer a sua importância relativa, bem como a forma da sua distribuição pelo território concelhio. Nesse sentido foram convencionadas 5 categorias: A, B, C, D e E, por ordem decrescente de importância.

No que diz respeito aos aglomerados para os quais foram definidos perímetros urbanos, a classificação é a seguinte:

. Pinhel – Aglomerado tipo A

. Freixedas – Aglomerado do tipo B

. Alverca da Beira – Aglomerado do tipo B

. Souro Pires – Aglomerado do tipo B

. Pala – Aglomerado do tipo B

. Malta – Aglomerado do tipo C

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Pala

Pinhel

Souro Pires

Malta aa

Alverca da Beira Freixeda s

Figura 3. Hierarquia dos aglomerados no concelho de Pinhel Fonte: PDM de Pinhel (1995)

É realizada de seguida uma análise relativa à evolução do espaço urbano para os 6 perímetros urbanos definidos pelo PDM’95, elencados segundo a hierarquia definida pelo atual Plano. A análise estrutura-se do seguinte modo:

a) Caracterização – enquadramento do aglomerado para o qual se realiza uma breve caracterização focando alguns aspetos diferenciadores;

b) Identificação da categoria do aglomerado e das tendências de expansão verificadas pelo PDM’95;

c) Análise da dinâmica construtiva – com a qual se pretende aferir a evolução do espaço edificado do aglomerado;

Para cumprimento deste objetivo, recorreu-se à base cartográfica do PDM em vigor, particularmente na digitalização da Carta de Ordenamento dos aglomerados disponibilizada pela DGOTDU; nas bases cartográficas utilizadas no processo de revisão do PDM de Pinhel, uma que foi adquirida ao IGEOE em 2003, mas produzida por esta entidade entre 1994 e 1998, e outra

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Plano Diretor Municipal Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor Pinhel mais recente com voo datado de 2014; e ainda na observação dos ortofotomapas produzidos no ano de 2014.

De referir que a nova base cartográfica foi elaborada através de cartografia 1/2 000 e 1/10 000, informando-se que a mesma foi homologada por despachos datados dos dias 27 de julho e a 1 de agosto de 2016, respetivamente, conforme ofícios da DGT. Neste sentido, logrará ser premente a necessidade de suprimir as divergências entre a realidade e as plantas de ordenamento em vigor.

A utilização dos ortofotomapas constitui uma ferramenta valiosa na aferição da evolução do desenvolvimento urbano, em virtude da sua atualidade e legibilidade. Desta forma, as possíveis tendências de expansão detetadas são assinaladas, acautelando-se eventuais desatualizações da mesma.

As legendas das Cartas de Ordenamento dos aglomerados do PDM em vigor serão apresentadas de forma parcial, designadamente as tramas referentes às classes de espaço: Área urbana e urbanizável, Área rural e Área de salvaguarda estrita, com vista a uma melhor leitura da informação útil, para os devidos efeitos.

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AGLOMERADO DO TIPO A

PINHEL

A cidade de Pinhel, sede de concelho, localiza-se na parte centro-leste do território concelhio, num planalto entre os vales das ribeiras das Cabras e da Pêga, no ponto de encontro das estradas que ligam Figueira de Castelo Rodrigo, à Guarda e a Almeida.

Trata-se do único aglomerado de categoria A. O atual PDM justificava a atribuição desta categoria, dado que “apresenta uma cobertura razoável de equipamentos, comércio e serviços, destacando- se nitidamente da rede urbana concelhia, caracterizando-se ainda pelo acentuado dinamismo demográfico e socioeconómico.” Está-se, portanto, perante uma estrutura claramente urbana consistente e coesa, composta por edifícios, ruas, largos e avenidas.

Base Cartográfica do PDM em vigor (1995)

Figura 4. Carta de Ordenamento na cidade de Pinhel (1995)

Com recurso às duas bases cartográficas seguintes é possível verificar, que Pinhel possui um tipo de povoamento concentrado e que, embora apresente sinais de uma estrutura de origem irregular, denota uma expansão mais recente que introduziu alguma regularidade ao nível dos traçados.

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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)

Áreas de Expansão

Figura 5. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM na cidade de Pinhel

Verifica-se, por um lado, a existência de um núcleo primitivo mais denso onde são percetíveis os quarteirões irregulares e, por outro, as áreas de expansão, correspondentes a várias fases, que denotam uma maior dispersão embora apresentem algumas áreas morfologicamente caracterizadas pela presença do quarteirão, agora com formas bastante mais regulares.

Perímetros urbanos em vigor Urbano/Urbanizável Indústria Indústria proposta

Principais áreas de expansão urbana

Figura 6. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) na cidade de Pinhel

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Na figura 6, em termos da evolução da expansão urbana, é notória uma consolidação e contenção do desenvolvimento urbano dentro dos atuais perímetros urbanos, o que tem promovido a nucleação e a definição de uma estrutura urbana coesa. A consolidação do espaço urbano ocorreu de forma radial para toda a área a Poente da cidade de Pinhel, ao longo dos principais eixos de urbanização. É ainda de referir que a zonas industriais propostas também registaram uma forte ocupação.

AGLOMERADOS DO TIPO B

ALVERCA DA BEIRA

O aglomerado de Alverca da Beira localiza-se na parte Sudoeste do concelho de Pinhel, entre a Ribeira de Massueime e o ramal da linha da beira alta. A nível de acessibilidades, tem como principal acesso a EM 340.

De acordo com o atual PDM, Alverca da Beira é classificado em termos de importância relativa face ao concelho, como um aglomerado de categoria B. Era descrito como detendo pouca expansão, mas com uma dimensão que justificava um estudo mais pormenorizado.

Base Cartográfica do PDM (1995)

Figura 7. Carta de Ordenamento em Alverca da Beira (1995)

Em termos da evolução do espaço urbano, é possível verificar através das duas bases cartográficas seguintes, que o aglomerado urbano se manteve praticamente inalterado. Apurou-se apenas uma ténue tendência de expansão ao longo da EM340 em direção a Freixedas. Mesmo assim, pode afirmar-se que a malha urbana se sustentou, globalmente, organizada dentro do perímetro urbano definido.

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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)

Áreas de Expansão

Figura 8. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Alverca da Beira

Perímetros urbanos em vigor Urbano/Urbanizável Construção condicionada

Principais áreas de expansão urbana

Figura 9. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) em Alverca da Beira

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A visualização do ortofotomapa na figura 9 reforça o argumento anteriormente explanado, uma vez que, de facto, o aglomerado urbano se manteve, de uma forma geral, inalterado, registando o surgimento de um número reduzido de novas edificações.

FREIXEDAS

Freixedas é um aglomerado localizado na parte Sudoeste do concelho, tendo como principal eixo estruturante a EN221, a partir do qual se desenvolve o povoamento.

Foi considerado pelo atual PDM como um aglomerado de categoria B no contexto do município, possuindo, portanto, uma dimensão média e dinâmica face ao panorama global concelhio. Era descrito ainda como um aglomerado com grandes expansões centrípetas e periféricas, nomeadamente com uma zona nova à margem do núcleo consolidado.

Base Cartográfica do PDM em vigor (1995)

Figura 10. Carta de Ordenamento em Freixedas (1995)

A observação das bases cartográficas seguintes permitem inferir da evolução urbana do aglomerado, constatando-se que permaneceu, de uma forma geral, inalterado no que respeita à expansão.

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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)

Figura 11. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Freixedas

Perímetros urbanos em vigor Urbano/Urbanizável Indústria Construção condicionada

Figura 12. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) em Freixedas

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Na figura 12, o ortofotomapa, tal como referido anteriormente, demonstra ter havido o surgimento de um ligeiro número de novas edificações, circunscrevendo-se esta aos perímetros urbanos em vigor.

PALA

Pala localiza-se na parte Centro / Oeste do concelho, nas imediações da ribeira de Pala. O aglomerado desenvolve-se, maioritariamente, ao longo da EM595-3, a partir da qual se estrutura o restante povoamento.

Quanto à sua importância relativamente ao contexto do município, Pala foi considerado pelo PDM em vigor, como um aglomerado de categoria B, pelo que possui, uma importância média no contexto municipal. Era ainda caracterizado como possuidor de um crescimento significativo, embora desordenado.

Base Cartográfica do PDM (1995)

Figura 13. Carta de Ordenamento em Pala (1995)

No que concerne à evolução do aglomerado de Pala verificou-se a consolidação notória do atual perímetro urbano em vigor, que ocorreu tendencialmente ao longo dos principais eixos de urbanização na sua área mais a Sul, como se verifica na figura seguinte.

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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)

Áreas de Expansão

Figura 14. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Pala

Perímetros urbanos em vigor Urbano/Urbanizável Construção condicionada

Principais áreas de expansão urbana

Figura 15. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) em Pala

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No ortofotomapa apresenta-se a tendência de expansão urbana nas áreas mais a sul de Pala, tal como referido anteriormente.

SOUROPIRES

O aglomerado de Souropires localiza-se no centro do território concelhio a Sudoeste da cidade de Pinhel e na margem Poente do Ribeiro do Porquinho. O povoamento estrutura-se ao longo de dois eixos principais: a ER226 e a EM576 que se intersectam.

Segundo o atual PDM, Souropires é classificado em termos de importância relativa face ao concelho, como um aglomerado de categoria B, tendo, portanto, uma dimensão e dinâmica médias. Em termos de expansão do espaço urbano, Souro Pires era descrito como possuidor de um crescimento linear acentuado, quer em direção a Malta, quer em direção à Guarda.

Base Cartográfica do PDM em vigor (1995)

Figura 16. Carta de Ordenamento em Souro Pires (1995)

A observação das bases cartográficas seguintes permite inferir da evolução urbana do aglomerado, constatando-se que o espaço urbano de Souropires, permaneceu praticamente inalterado.

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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)

Figura 17. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Souropires

Perímetros urbanos em vigor Construção condicionada

Principais áreas de expansão urbana Pré-existências construtivas não inseridas no perímetro urbano

Figura 18. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) em Souropires

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Através da análise da figura 18 é possível verificar que, por um lado, a existência de expansão urbana diminuta no aglomerado e, por outro lado, a presença de “bolsas” de espaço edificado não inseridas no atual perímetro urbano.

AGLOMERADO DO TIPO C MALTA

Malta é um aglomerado localizado no centro do território concelhio a Sudoeste da cidade de Pinhel, desenvolvendo-se principalmente ao longo da EN221, pelo que se constitui como o seu principal eixo estruturante.

O PDM em vigor classifica Malta como um aglomerado de categoria C, de dimensão média e com um peso no contexto concelhio relativamente diminuto. No que respeita à expansão do espaço urbano, Malta era descrito como possuidor de um alargamento linear acentuada em direção a Pinhel.

Base Cartográfica do PDM em vigor (1995)

Figura 19. Carta de Ordenamento em Malta (1995)

Em termos das tendências de expansão do aglomerado, observando a figura seguinte, verifica-se a consolidação urbana dos atuais perímetros, nomeadamente do principal eixo estruturante (EN 221).

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Base Cartográfica (produzida entre 1994 e 1998) Base Cartográfica (2014)

Áreas de Expansão

Figura 20. Bases cartográficas do processo de revisão do PDM em Malta

Perímetros urbanos em vigor Construção condicionada Indústria

Pré-existências construtivas não inseridas no perímetro urbano

Figura 21. Ortofotomapa (2014), base cartográfica do edificado (produzida entre 1994 e 1998) e perímetros urbanos em vigor (1995) em Malta

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A observação da Figura 21 permite-nos constatar o surgimento de um número restrito de novas edificações e ainda a existência de várias pré-existências construtivas não inseridas no atual perímetro urbano.

B.1.1.2. Área Rural

A classe de espaço – Área Rural - corresponde à maior área existente no território concelhio. De acordo com o art. 19.º do regulamento as classes de espaço englobadas nesta área destinam-se essencialmente a matas ou a uso agrícola e florestal, não podendo ser utilizadas para urbanização ou construção. Havia, no entanto, algumas exceções previstas nos artigos 20.º e 22.º e nas condições de compatibilidade referidas no artigo 23.º.

. O artigo 20.º refere que embora não sejam permitidos loteamentos, é permitido o destaque de parcelas desde que os lotes resultantes tenham uma área superior a 5000 m2 e, cumulativamente, assegurem a manutenção das áreas mínimas das unidades cultura.

. O artigo 22.º regula as condições de construção. Em parcelas de terreno constituídas é permitida a construção desde que a parcela em causa possua uma área igual ou superior a 5000 m2, tenha acesso a caminho público e a construção se destine a:

a) Habitação unifamiliar do respetivo proprietário ou agricultor;

b) Equipamentos especiais de interesse municipal não enquadráveis na área urbana e urbanizável, nomeadamente equipamento hoteleiro e turístico;

c) Unidades industriais isoladas não enquadráveis no parque industrial ou na área urbana e urbanizável

Este artigo também regula as condições de construção de instalações de apoio agrícola e florestal, de estabelecimentos industriais da classe A, de indústrias extrativas, de anexos a casas de habitação, entre outros.

. Quanto ao artigo 23.º, estabelece que as pretensões de construção só serão licenciadas caso não afetem negativamente a área envolvente, quer do ponto de vista paisagístico, de utilização ou dos efeitos de insalubridade.

No art. 25.º no seu ponto 1 é referido que para os pequenos aglomerados com decréscimo populacional, manifesta falta de dinâmica de crescimento do número de alojamentos e onde não tenham sido delimitados perímetros urbanos, não é definida área urbana e urbanizável, pelo que se integram em área rural.

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A edificabilidade nestes aglomerados era viável desde que:

a) As pretensões não representem um acréscimo do número de fogos superior a 10% do parque habitacional existente;

b) Sejam servidas por redes de infraestruturas urbanas;

c) Área mínima de parcela para edificação de 1400m2, lote com uma frente mínima de 30 m e admitia-se uma tolerância de 10% para a completar mais 1 lote (igual ao art. 17.º, alínea a), referente aos espaços de construção condicionada).

Se porventura, fossem lotes constituídos e ladeados por construção, não era exigida área mínima, ficando as características das edificações a licenciar limitadas pela referência aos edifícios vizinhos, nos termos do ponto 1 e 2 do art. 8.º (expressos anteriormente).

B.1.1.3. Área de Salvaguarda Estrita

Encontram-se incluídos nesta classe de espaço (delimitados em Planta de Ordenamento e Planta de Condicionantes) as áreas afetas à Reserva Agrícola Nacional e à Reserva Ecológica Nacional.

B.1.2. Outras Classes de Espaço

Em Planta de Ordenamento e Regulamento do PDM’95 encontram-se identificadas as Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG’s). E ainda, assinaladas outras classes de espaço, designadamente a Indústria Transformadora e Indústria Extrativa.

B.1.2.1. Unidades Operativas de Planeamento e Gestão – UOPG’S

Planos Propostos

Em termos de planos municipais de ordenamento do território e/ou unidades operativas de planeamento e gestão o PDM’95 estabelecia na perspetiva de prosseguimento dos objetivos do plano a elaboração dos seguintes planos / projetos / estudos:

Quadro 2. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito de UOPG’s / Estudos

Proposta Execução Observações Plano de Pormenor da cidade de Pinhel Não executado - Plano de qualificação do Parque Municipal da Trincheira Não executado Em execução. Construção do Pavilhão Multiusos, a Executado Piscina Municipal Coberta e o Estudo de localização e projeto para o complexo desportivo parcialmente Estádio Municipal. Requalificação da Piscina Municipal Descoberta. Executada a 2.ª Fase da Zona Projeto de ampliação do loteamento industrial Executado Industrial.

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Proposta Execução Observações Plano de Salvaguarda da Área do Centro Histórico de Pinhel Não executado -

Plano de Salvaguarda para Cidadelhe - Não executado Plano de Salvaguarda para Aldeia Não executado - Estudos de valorização e salvaguarda do património Não executado - concelhio Existe um projeto, mas ainda não foi Arranjo do Largo da Feira (Freixedas) Não executado executada a obra. Estudo de zona Verde em Alverca da Beira Não executado - Cartas de Ordenamento do novo Estudo de ordenamento para o aglomerado de Pínzio Não executado PDM

Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)

Como se pode verificar no quadro anterior, apenas o projeto de ampliação do loteamento industrial foi executado. O estudo de ordenamento para o aglomerado de Pínzio não será necessário uma vez que o novo PDM acautelará essa situação, definindo um perímetro com categorias de espaço regulamentadas, conferindo legibilidade e otimizando desta forma a gestão municipal do território. Todas as restantes propostas mantêm a sua validade na atual proposta de revisão do PDM.

Outros Planos

Para além dos planos referidos, incidem sobre o território concelhio outros planos de hierarquia superior que tendo surgido no período de vigência do PDM, constituem-se como elementos a ter em conta no processo de revisão, em termos de compatibilização entre instrumentos, e da própria redefinição das estratégias de desenvolvimento do concelho, enquadradas por esse conjunto diversificado de referências:

. Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Douro (RH3) – Decreto de Retificação n.º 22- B/2016, de 18 de novembro;

. Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF CI) do Centro Litoral – Portaria n.º 55/2019 - Diário da República n.º 29/2019, Série I de 11 de fevereiro;

. Plano Setorial da Rede Natura 2000 (PSRN 2000) – Resolução do Conselho de Ministros n.º 115-A/2008, de 21 de julho.

Faz-se também referência ao Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) do Centro que terminou o período de discussão pública no dia 30 de novembro de 2010, aguardando-se a sua publicação. O PROT para a Região Centro encontra-se a aguardar aprovação, neste momento, após a “Proposta de PROT Centro”, versão de maio de 2011, resultante da ponderação da discussão pública, incorporando um vasto e diversificado conjunto de comentários e apreciações produzidos por múltiplos intervenientes.

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De referir ainda, que o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) foi criado pela Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e de Urbanismo de 1998, a fim de dotar o país de um instrumento detentor de uma visão prospetiva, completa e integrada da organização e desenvolvimento do território, capaz de coordenar e articular políticas públicas.

O primeiro PNPOT foi aprovado pela Lei n.º 58/2007 de 4 de setembro, retificada pelas Declarações de Retificação n.º 80-A/2007 de 7 de setembro, e n.º 103-A/2007 de 23 de novembro, aplicando-se a todo o território nacional, no continente e arquipélagos dos Açores e da Madeira, sem prejuízo das competências próprias das Regiões Autónomas.

A visão estratégica e o modelo territorial do PNPOT constituem os elementos de referência para a elaboração, alteração ou revisão dos instrumentos de gestão territorial, uma vez que são estabelecidas as orientações específicas.

Assim, considerando o intuito do presente estudo, importa salientar que há uma forte incidência, por parte do PNPOT, no planeamento de âmbito municipal, dado que é destacada a necessidade de uma visão integrada do território no que respeita ao PDM, enquanto que os planos de gestão urbanística, ou seja, os PU e PP, devem constituir um planeamento mais detalhado, com localizações exatas.

Relativamente às gravuras rupestres do Vale do Côa (bens inscritos na lista de património mundial da UNESCO e classificadas como Monumento Nacional), foi constituído o Parque Arqueológico do Vale do Côa para a sua gestão e proteção.

A necessidade de enquadramento legal para o Vale do Côa, levou a que a Lei de Bases do Regime de Proteção e Valorização do Património Cultural7 estabelece-se duas novas figuras legais com impacto territorial: os Parques Arqueológicos (PAs) e os seus respetivos instrumentos de ordenamento, os Planos de Ordenamento de Parques Arqueológicos (POPAs). Com a publicação do Decreto-Lei n.º 131/2002, de 11 de maio foi estabelecida a forma de criação e gestão dos PAs e definido os objetivos, o conteúdo material e o conteúdo documental dos POPAs (Pau-Preto, 2008). Até à data estes instrumentos de ordenamento não se encontram publicados. O concelho de Pinhel possui um dos 49 sítios do Parque, o sítio do Faial em Cidadelhe (ver figura seguinte).

7 Lei 107/2001, de 8 de setembro

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Figura 22. Sítio da Faia do Parque Arqueológico do Vale do Côa – Cidadelhe Fonte: www.arte-coa.pt

B.1.3. Indústria Transformadora

Encontravam-se assinaladas na Planta de Ordenamento as áreas indústrias existentes e previstas para o concelho, localizadas sobretudo, na área de influência da cidade de Pinhel e na freguesia de Pereiro.

A nível regulamentar, nas Áreas urbanas e urbanizáveis e de acordo com o articulado do art. 14.º - Áreas preferenciais para indústria – a regulamentação foi no sentido da sua legalização / compatibilização com a legislação vigente, não definindo parâmetros urbanísticos para a edificação de novas indústrias.

Por outro lado, nas Áreas rurais era permitida a instalação de unidades industriais isoladas não enquadráveis no parque industrial ou na área urbana e urbanizável (alínea c), art. 22.º) em parcelas com área superior a 5000m2.

B.1.4. Indústria Extrativa

Os espaços para indústrias extrativas encontravam-se assinalados na Planta de Ordenamento e localizavam-se na Área rural. O regulamento fazia menção a estas indústrias no ponto 4 do art. 22.º admitindo a instalação destas atividades em parcela com o mínimo de 5 000 m2, remetendo para a lei geral a instalação da atividade, referindo ainda que os espaços assinalados na planta de ordenamento como indústria extrativa não podiam sofrer alteração do uso e ocupação do solo sem autorização da Direção Geral de Geologia e Minas.

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B.1.5. Equipamentos

O art. 12.º - Equipamentos – assegurava, de certa forma a existência desses espaços ao referir no ponto 1 que as áreas destinadas a equipamentos públicos ou privados e a espaços livres públicos encontram-se delimitadas nas cartas de ordenamento. Esses espaços livres públicos não eram, porém, sujeitos a nenhuma regulamentação específica.

B.2. Infraestruturas

B.2.1. Abastecimento de Água

O sistema de abastecimento de água no município de Pinhel aquando da elaboração do PDM’95 era feito através de uma série de captações disseminadas um pouco por todos os aglomerados do concelho. Estas captações tinham origem em poços e/ou minas e eram complementadas com reservatórios. Foram contabilizados 41 captações por poço, 4 captações por minas, 1 captação por poço e mina e 46 reservatórios.

Refira-se também a existência de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) nas imediações da cidade de Pinhel.

Um dos principais problemas apontados pelo PDM era o deficiente abastecimento de água, principalmente nos meses de setembro e outubro. No entanto o abastecimento de água chegava à maioria das povoações. Para debelar esta situação e garantir um adequado abastecimento de água, em termos de disponibilidade e fiabilidade do sistema, a edilidade programou uma série de medidas, como se pode observar no quadro seguinte. Ao longo da vigência do Plano foram diversas as medidas implementadas nas infraestruturas de abastecimento de água realizadas pelo município, demonstrando a preocupação de minimizar os problemas detetados aquando da elaboração do PDM’95.

Quadro 3. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do abastecimento de água

Proposta Execução Observações Construção de 1 reservatório de 50 m3 em Executado - Penhaforte e Roque Construção de 1 reservatório com a capacidade 3 Executado - de 110 m em Alverca da Beira Foi construída uma Estação Elevatória e um Reforço da captação na Ribeira de Espedrada e Executado Reservatório de 50 m3. As captações próprias a construção de 1 reservatório de 110 m3 parcialmente deixaram de funcionar, sendo a Espedrada abastecida a partir da Barragem de Vascoveiro. Remodelação da rede de distribuição do Lamegal A remodelação da rede e o paredão foram e a construção de 1 paredão na Ribeira de Pega executados. No entanto, a captação deixou de Não executado junto à captação para armazenamento de funcionar, sendo o Lamegal abastecido a partir da caudais Barragem do Caldeirão.

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Construção de 1 reservatório em Pínzio com a Foi construído um reservatório com 50 m3 e 3 Não executado capacidade de 160 m instalado um hidropressor. Foram construídas as Barragens de Vascoveiro (na Ribeira da Pêga) e de Bouça Cova (na Ribeira Beneficiação de algumas captações com a de Cerejo, afluente da Ribeira de Massueime). construção de albufeiras localizadas nas ribeiras Não executado Estas, em conjunto com a Barragem do Caldeirão, de Massueime, das Cabras e da Pega abastecem todas as localidades do concelho de Pinhel, com excepção de Argomil, que ainda mantém uma captação subterrânea. Foram instalados contadores em todos os Instalação de contadores nos domicílios e domicílios. Existem, neste momento, 59 reservatórios principais e verificação do estado Executado reservatórios distribuídos pelas diversas de conservação dos existentes localidades do concelho. Ligação da rede de abastecimento de água em Executado - Ervedosa Substituição da rede de distribuição do Bogalhal Executado - Reparação da rede de distribuição de água Executado Foram substituídos troços pontuais da rede e a existente em Pinhel parcialmente manutenção é feita em contínuo.

Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)

O município mantém a necessidade da construção de 1 reservatório em Pínzio com a capacidade de 160 m3, bem como de executar as medidas executadas parcialmente.

Pelos dados obtidos através dos Recenseamentos Gerais da População e da Habitação de 2011, o abastecimento de água ao município de Pinhel apresentava, uma percentagem de 98% quanto à proporção de alojamentos servidos por abastecimento de água, tendo vindo a manter esse assinalável progresso. Atualmente a percentagem de alojamentos familiares de residência habitual servidos por abastecimento de água canalizada, encontra-se em níveis de praticamente pleno abastecimento, situada em 94,6% (2001), tal como consta do Quadro seguinte.

Quadro 4. Alojamentos, segundo a ligação à rede de abastecimento de água, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)

Tem água canalizada Não tem água Unidade Geográfica Anos canalizada Ligada à Rede Ligada à Rede Total Pública Privada

2001 3 215 4 219

Alverca da Beira 2011 0 201 2 203

 01-11 (%) -100,0 -6,5 -50 -7,3

2001 2 76 2 78

Atalaia 2011 1 50 1 51  01-11 (%) -50,0 -34,2 -50 -34,6

2001 15 115 1 116 5 2011 96 0 96 Azêvo  01-11 (%) -66,7 -16,5 -100 -17,2

2001 1 31 2 33

2011 19 0 19 Bogalhal 0  01-11 (%) -100,0 -38,7 -100 -42,4

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Tem água canalizada Não tem água Unidade Geográfica Anos canalizada Ligada à Rede Ligada à Rede Total Pública Privada

2001 34 5 31 36 0 Bouça Cova 2011 40 6 46

 01-11 (%) -100,0 700,0 -80,6 27,8

2001 10 66 20 86 3 Cerejo 2011 52 16 68

 01-11 (%) -70,0 -21,2 -20,0 -20,9

2001 7 35 18 18 1 Cidadelhe 2011 18 1 19

 01-11 (%) -85,7 - -94,4 5,6

2001 7 90 11 46 1 Ervas Tenras 2011 45 7 52

 01-11 (%) -85,7 28,6 -36,4 13,0

2001 8 90 0 90 4 Ervedosa 2011 79 0 79

 01-11 (%) -50,0 -12,2 - -12,2

2001 21 327 65 392 7 Freixedas 2011 325 33 358

 01-11 (%) -66,7 -0,6 -49,2 -8,7

2001 26 74 30 104 4 Gouveias 2011 96 34 130

 01-11 (%) -84,6 29,7 13,3 25,0

2001 7 142 4 146 4 Lamegal 2011 111 3 114

 01-11 (%) -42,9 -21,8 -25,0 -21,9

2001 10 53 83 136 3 Lameiras 2011 87 32 119

 01-11 (%) -70,0 64,2 -61,4 -12,5

2001 1 81 0 81 0 Manigoto 2011 72 10 82

 01-11 (%) -100,0 -11,1 - 1,2

2001 0 201 32 233 2 Pala 2011 187 32 219

 01-11 (%) - -7,0 0,0 -6,0

2001 0 75 2 77 0 Pereiro 2011 67 1 68

 01-11 (%) - -10,7 -50,0 -11,7

2001 3 1177 20 1197

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Tem água canalizada Não tem água Unidade Geográfica Anos canalizada Ligada à Rede Ligada à Rede Total Pública Privada

2 Pinhel 2011 1229 51 1280

 01-11 (%) -33,3 4,4 155,0 6,9

2001 8 183 20 203 2 Pínzio 2011 187 1 188

 01-11 (%) -75,0 2,2 -95,0 -7,4

2001 1 77 0 77 0 Pomares 2011 49 9 58

 01-11 (%) -100,0 -36,4 - -24,7

2001 7 23 2 25

0 Póvoa d ‘ÉL-Rei 2011 22 1 23

 01-11 (%) -100,0 -4,3 -50,0 -8,0

2001 1 57 2 59 0 2011 49 0 49 Safurdão  01-11 (%) 0,0 -14,0 -100,0 -16,9

2001 2 86 0 86 1 2011 78 0 78 Santa Eufémia  01-11 (%) -50,0 -9,3 - -9,3

2001 12 19 14 33 5 2011 28 7 35 Sorval  01-11 (%) -58,3 47,4 -50,0 6,1

2001 0 225 2 227 0 Souropires 2011 211 12 223

 01-11 (%) - -6,2 500,0 -1,8

2001 5 86 28 114 2 Valbom 2011 67 23 90

 01-11 (%) -60,0 -22,1 -17,9 -21,1

2001 1 53 - 53 0 Vale de Madeira 2011 40 2 42

 01-11 (%) -100,0 -24,5 - -20,8

2001 0 78 7 85 1 Vascoveiro 2011 75 2 77

 01-11 (%) - -3,8 -71,4 -9,4

2001 192 3650 400 4050

Total 2011 49 3 580 286 3866

 01-11 (%) -74,5 -1,9 -28,5 -4,5

Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)

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Importa referir que, no decorrer da vigência do PDM’95, a concessão para a construção, exploração e gestão do sistema foi atribuída às Águas do Zêzere e Côa8, do qual faziam parte os municípios de , Almeida, Belmonte, , Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Guarda, , Mêda, Penamacor, Pinhel, , , Gouveia, Oliveira do Hospital e .

Contudo, o abastecimento de água em Pinhel está atualmente a cargo da empresa Águas do Vale do Tejo, S.A., que surge na sequência da cisão da Águas de Lisboa e Vale do Tejo que foi criada pelo Decreto-Lei nº 94/2015, de 29 de maio, e redenominada pelo Decreto-Lei nº 34/2017, de 24 de março, no âmbito do processo de reorganização do setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais.

Apesar de o sistema ter sido concessionado em Alta, por um período de 30 anos, a referida empresa pública não executou todas as infraestruturas necessárias. O Município de Pinhel tem tido a seu cargo a realização de inúmeros investimentos neste âmbito. O sistema de abastecimento através da Barragem de Bouça Cova, que serve as localidades de Alverca da Beira, Bouça Cova e Estação de Pinhel está a cargo exclusivo do Município, bem como o abastecimento à localidade de Argomil que é feito por captação própria local.

O sistema de abastecimento de Pinhel, subsistema de Vascoveiro (ver figura seguinte), incide essencialmente no norte do Município abrangendo um total de 7 400 habitantes com um caudal de dimensionamento de água tratada de 3 600m3/dia. Conta com uma captação, uma Estação de Tratamento de Águas, vinte e um reservatórios, sete Estações Elevatórias e 63 km de condutas adutoras.

Além disso, a Barragem de Bouça Cova fornece também água potável à União de Freguesias de Alverca e Bouça Cova.

O sistema é ainda complementado por um pequeno sistemas de abastecimento, feito por captação própria local, de forma independente, para uma população abastecida de cerca de 100 habitantes.

A parte Sul do concelho é abastecida pelo subsistema do Caldeirão (o que abastece o município da Guarda). Este abrange no total, cerca de 39 600 habitantes com um caudal de dimensionamento de água tratada de 24 000 m3/dia.

8 Constituída pelo Decreto-Lei n.º121/2000, de 4 de Maio.

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Figura 23. Sistema de abastecimento de água no concelho de Pinhel Fonte: Município de Pinhel

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Figura 24. Infraestruturas de abastecimento de água no concelho de Pinhel Fonte: Município de Pinhel

Quadro 5. População, segundo a ligação à rede de abastecimento de água, por lugar, no concelho de Pinhel

Zona de abastecimento Localidade População

ZA Bouça Freguesia ZA Pinhel ZA Caldeirão ZA Argomil Cova

Abadia Pínzio x 11

Aldeia Vale do Côa x 0

Alverca da Alverca da Beira 447 Beira/Bouça Cova x

Agregação das Arco Freguesias Sul de x Pinhel

Agregação das Argomil x 66 Freguesias Sul de Pinhel União de Atalaia Freguesias de x 75 Atalaia e Safurdão

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Zona de abastecimento Localidade População

ZA Bouça Freguesia ZA Pinhel ZA Caldeirão ZA Argomil Cova

Azêvo Vale do Côa x 80

Barregão Lameiras x 18

Valbom/ Bogalhal x 37 Bogalhal

Alverca da Bouça Cova Beira/Bouça Cova x 63

União de Carvalhal da Freguesias de x 22 Atalaia Atalaia e Safurdão

Carvalhal das Agregação das Gouveias Freguesias Sul de x 62 Pinhel

Terras de Cerejo x 127 Massueime

Cheiras Pínzio x 50

Cidadelhe Vale do Côa x 33

Terras de Ervas Tenras x 140 Massueime

Ervedosa Ervedosa x 156

Espedrada Freixedas x 33

Estação de Alverca da 24 Pinhel Beira/Bouça Cova x

Freixedas Freixedas x 595

Freixinho Lamegal x 48

Gabriel Vale do Côa x 12

Gamelas Alto do Palurdo x 45

Agregação das Gouveias Freguesias Sul de x 124 Pinhel

João Durão Freixedas x 31

Juízo Vale do Côa x 28

Lamegal Lamegal x 122

Lameiras Lameiras x 233

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Zona de abastecimento Localidade População

ZA Bouça Freguesia ZA Pinhel ZA Caldeirão ZA Argomil Cova

Madalena Vale do Côa x 75

Malta Pinhel x 375

Mangide Alto do Palurdo x 19

Manigoto Manigoto x 186

Miragaia Pínzio x 15

Alverca da Moinhos de x 8 Beira/Bouça Cova Aveia

Pala Pala x 437

Penhaforte Lamegal x 47

Pereiro Alto do Palurdo x 83

Pinhel Pinhel x 2861

Pínzio Pínzio x 337

Agregação das Pomares Freguesias Sul de x 54 Pinhel

Vale do x 46 Póvoa del Rei Massueime

Prados Feixedas x 178

Quinta dos Pinhel x 112 Bernardos

Quinta dos Freixedas 15 Ferreiros (1)

Quinta Nova Pinhel x 135

Reigadinha Pala x 90

Agregação das Roque Freguesias Sul de x 79 Pinhel

União das Freguesias de Safurdão x 108 Atalaia e Safurdão

Salgueiral Lamegal x 35

Santa Eufémia Vale do x 172 Massueime

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Zona de abastecimento Localidade População

ZA Bouça Freguesia ZA Pinhel ZA Caldeirão ZA Argomil Cova

Vale do Sorval x 80 Massueime

Souropires Souropires x 568

Trocheiros Pínzio x 29

Valbom Valbom/Bogalhal x 193

Vale de Madeira Alto do Palurdo x 92

Vascoveiro Vascoveiro x 92

Vendada Lameiras x 34

Vendinha Pala x 9

Vieiro Ervedosa x 34

Total 9396 (1) Captação própria Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2018)

B.2.2. Saneamento Básico

O sistema de saneamento básico, sob o aspeto da drenagem e tratamento das águas residuais domésticas, evidenciava, à data da elaboração do PDM’95, poucas infraestruturas de apoio. À época, somente se identificava uma ETAR em Alverca da Beira e a existência de fossas sépticas nas povoações de Quinta Nova (2), Pala (3), Quinta dos Bernardos (1), Malta (2) e Pereiro (2).

O sistema de saneamento básico, sob o aspeto da drenagem e tratamento de águas residuais domésticas, evidenciou uma evolução bastante positiva relativamente ao panorama genérico referenciado no início da década de ’90. Como medidas a levar a cabo para a melhoria da cobertura e condições de funcionamento da rede de saneamento básico através da colmatação de constrangimentos que a rede revelava, o plano propunha as seguintes medidas:

Quadro 6. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do saneamento básico

Proposta Execução Observações Foi construída a ETAR de Pinhel e diversas Construção de fossas sépticas em Pinhel Estações Elevatórias de Águas Residuais. Na Zona para tratamento de efluentes e ETAR no Não executado Industrial foram executados emissários e loteamento industrial interceptores que ligam à ETAR de Pinhel.

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Construção de redes de drenagem de Foram executadas redes de drenagem, ETARS, esgotos e tratamento de efluentes nos Estações Elevatórias e Fossas Sépticas na maior Executado parcialmente lugares de manifesto crescimento parte dos aglomerados, nomeadamente nos de populacional maior dimensão.

Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)

A construção de redes de drenagem de esgotos e tratamento de efluentes nos lugares de manifesto crescimento populacional continua atualmente a ser uma medida a implementar por parte da autarquia.

Durante a vigência do PDM o concelho evidenciou uma evolução bastante positiva relativamente ao panorama genérico referenciado para meados da década de ‘90. Conforme se pode verificar da leitura do quadro que seguidamente se apresenta, entre os períodos censitários de 1991 e 2001 houve um acréscimo do número de alojamentos familiares de residência habitual que não se encontrava servido por sistema de esgotos. Se, no início da década de ‘90 a percentagem de cobertura dos alojamentos familiares clássicos por sistema de esgotos era de cerca de 65,4%, em 2001 verificou-se um acréscimo, passando para os 94,8%, crescendo assim vinte e nove pontos percentuais.

Quadro 7. Alojamentos, segundo a ligação à rede de drenagem de águas residuais, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)

Unidade Tem sistema de esgotos Não tem sistema Geográfica Total de esgotos Particular (f. Outras Anos Rede Pública séptica, etc.) Situações

2001 3,0 15,0 1,0 203,0 219,0

2011 0,0 17,0 2,0 184,0 203,0 Alverca da Beira

 01-11 (%) -100,0 13,3 100,0 -9,4 -7,3

2001 2,0 70,0 8,0 - 78,0

2011 -50,0 13,0 0,0 37,0 50,0 Atalaia

 01-11 (%) -2600,0 -81,4 -100,0 - -35,9

2001 16,0 16,0 21,0 79,0 116,0

2011 -90,0 1,0 0,0 89,0 90,0 Azêvo

 01-11 (%) -662,5 -93,8 -100,0 12,7 -22,4

2001 1,0 22,0 10,0 1,0 33,0 Bogalhal 2011 -18,0 0,0 0,0 18,0 18,0

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Unidade Tem sistema de esgotos Não tem sistema Geográfica Total de esgotos Particular (f. Outras Anos Rede Pública séptica, etc.) Situações

 01-11 (%) -1900,0 -100,0 -100,0 1700,0 -45,5

2001 34,0 36,0 - - 36,0

Bouça Cova 2011 -43,0 8,0 0,0 35,0 43,0

 01-11 (%) -226,5 -77,8 - - 19,4

2001 9,0 41,0 8,0 38,0 87,0

Cerejo 2011 -68,0 27,0 0,0 41,0 68,0

 01-11 (%) -855,6 -34,1 -100,0 7,9 -21,8

2001 7,0 18,0 - - 18,0

Cidadelhe 2011 -19,0 2,0 0,0 17,0 19,0

 01-11 (%) -371,4 -88,9 - - 5,6

2001 9,0 38,0 6,0 2,0 46,0

Ervas Tenras 2011 -46,0 29,0 1,0 16,0 46,0

 01-11 (%) -611,1 -23,7 -83,3 700,0 0,0

2001 10,0 0,0 12,0 78,0 90,0

Ervedosa 2011 -76,0 9,0 0,0 67,0 76,0

 01-11 (%) -860,0 - -100,0 -14,1 -15,6

2001 29,0 178,0 17,0 197,0 392,0

Freixedas 2011 -352,0 120,0 0,0 232,0 352,0

 01-11 (%) -1313,8 -32,6 -100,0 17,8 -10,2

2001 35,0 86,0 12,0 7,0 105,0

Gouveias 2011 -122,0 75,0 0,0 47,0 122,0

 01-11 (%) -448,6 -12,8 -100,0 571,4 16,2

2001 7,0 125,0 21,0 2,0 148,0

Lamegal 2011 -108,0 52,0 0,0 56,0 108,0

 01-11 (%) -1642,9 -58,4 -100,0 2700,0 -27,0

2001 12,0 24,0 2,0 110,0 136,0

Lameiras 2011 -119,0 27,0 0,0 92,0 119,0

 01-11 (%) -1091,7 12,5 -100,0 -16,4 -12,5

2001 3,0 7,0 7,0 68,0 82,0

Manigoto 2011 -82,0 6,0 0,0 76,0 82,0

 01-11 (%) -2833,3 -14,3 -100,0 11,8 0,0

2001 1,0 32,0 5,0 197,0 234,0

Pala 2011 -215,0 19,0 1,0 195,0 215,0

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Unidade Tem sistema de esgotos Não tem sistema Geográfica Total de esgotos Particular (f. Outras Anos Rede Pública séptica, etc.) Situações

 01-11 (%) -21600,0 -40,6 -80,0 -1,0 -8,1

2001 0,0 21,0 2,0 54,0 77,0

Pereiro 2011 -68,0 3,0 9,0 56,0 68,0

 01-11 (%) - -85,7 350,0 3,7 -11,7

2001 3,0 93,0 19,0 1086,0 1198,0

Pinhel 2011 -1277,0 82,0 0,0 1195,0 1277,0

 01-11 (%) -42666,7 -11,8 -100,0 10,0 6,6

2001 7,0 91,0 4,0 109,0 204,0

Pínzio 2011 -187,0 7,0 0,0 180,0 187,0

 01-11 (%) -2771,4 -92,3 -100,0 65,1 -8,3

2001 1,0 64,0 6,0 7,0 77,0

Pomares 2011 -55,0 30,0 0,0 25,0 55,0

 01-11 (%) -5600,0 -53,1 -100,0 257,1 -28,6

2001 7,0 22,0 3,0 - 25,0

2011 -22,0 19,0 0,0 3,0 22,0 Póvoa d ‘ÉL-Rei

 01-11 (%) -414,3 -13,6 -100,0 - -12,0

2001 2,0 10,0 4,0 46,0 60,0

2011 -49,0 0,0 0,0 49,0 49,0 Safurdão

 01-11 (%) -2550,0 -100,0 -100,0 6,5 -18,3

2001 2,0 8,0 9,0 69,0 86,0

2011 -76,0 2,0 0,0 74,0 76,0 Santa Eufémia

 01-11 (%) -3900,0 -75,0 -100,0 7,2 -11,6

2001 13,0 27,0 5,0 1,0 33,0

2011 -34,0 33,0 0,0 1,0 34,0 Sorval

 01-11 (%) -361,5 22,2 -100,0 0,0 3,0

2001 0,0 6,0 8,0 213,0 227,0

Souropires 2011 -222,0 10,0 3,0 209,0 222,0

 01-11 (%) - 66,7 -62,5 -1,9 -2,2

2001 8,0 15,0 2,0 98,0 115,0

Valbom 2011 -88,0 6,0 0,0 82,0 88,0

 01-11 (%) -1200,0 -60,0 -100,0 -16,3 -23,5

2001 1,0 6,0 3,0 44,0 53,0

Vale de Madeira 2011 -41,0 0,0 1,0 40,0 41,0

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Unidade Tem sistema de esgotos Não tem sistema Geográfica Total de esgotos Particular (f. Outras Anos Rede Pública séptica, etc.) Situações

 01-11 (%) -4200,0 -100,0 -66,7 -9,1 -22,6

2001 0,0 24,0 9,0 52,0 85,0

Vascoveiro 2011 -77,0 4,0 0,0 73,0 77,0

 01-11 (%) - -83,3 -100,0 40,4 -9,4

2001 222,0 1095,0 204,0 2761,0 4060,0

Total 2011 -3807,0 601,0 17,0 3189,0 3807,0

 01-11 (%) -1814,9 -45,1 -91,7 15,5 -6,2

Fonte: INE (Censos 1991 e 2001)

Também neste âmbito a empresa Águas do Zêzere e Côa, passou a ser a detentora da gestão e exploração do sistema de saneamento e águas residuais.

No tempo decorrido, tem vindo a verificar-se um grande investimento no sentido de permitir índices de cobertura próximos do nível pleno. Mas, também neste capítulo, tem sido o Município de Pinhel a assumir a resolução das lacunas ainda existentes.

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Figura 25. Infraestruturas de saneamento no concelho de Pinhel Fonte: Município de Pinhel (2019)

Quadro 8. População, segundo a ligação à rede de drenagem de águas residuais, por lugar, no concelho de Pinhel

Com rede de saneamento e sistema de Sem rede de Localidade tratamento saneamento ou População sistema de

tratamento em Em ETAR da funcionamento empresa Em ETAR da Em fossas Freguesia Aguas do Vale CMP séticas do Tejo, S.A

Abadia Pínzio x 11 (1)

Aldeia Vale do Côa x 0 (2)

Alverca da Alverca da Beira x 447 Beira/Bouça Cova

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Com rede de saneamento e sistema de Sem rede de Localidade tratamento saneamento ou População sistema de

tratamento em Em ETAR da funcionamento empresa Em ETAR da Em fossas Freguesia Aguas do Vale CMP séticas do Tejo, S.A

Agregação das Arco Freguesias Sul de x 25 Pinhel

Agregação das Argomil x 66 Freguesias Sul de Pinhel União de Atalaia Freguesias de x 75 Atalaia e Safurdão

Azêvo Vale do Côa x 80

Barregão Lameiras x 18

Valbom/ Bogalhal x 37 Bogalhal

Alverca da Bouça Cova Beira/Bouça Cova x 63

União de Carvalhal da Freguesias de x 22 Atalaia Atalaia e Safurdão

Carvalhal das Agregação das Gouveias Freguesias Sul de x 62 (3) Pinhel

Terras de Cerejo x 127 Massueime

Cheiras Pínzio x 50 (1)

Cidadelhe Vale do Côa x 33

Terras de Ervas Tenras x 140 Massueime

Ervedosa Ervedosa x 156

Espedrada Freixedas x 33

Estação de Alverca da Pinhel x 24 Beira/Bouça Cova (3)

Freixedas Freixedas x 595

Freixinho Lamegal x 48 (1)

Gabriel Vale do Côa x 12

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Com rede de saneamento e sistema de Sem rede de Localidade tratamento saneamento ou População sistema de

tratamento em Em ETAR da funcionamento empresa Em ETAR da Em fossas Freguesia Aguas do Vale CMP séticas do Tejo, S.A

Gamelas Alto do Palurdo x 45

Agregação das Gouveias Freguesias Sul de x 124 (1) Pinhel

João Durão Freixedas x 31 (1) Juízo Vale do Côa x 28

Lamegal Lamegal x 122

Lameiras Lameiras x 233

Madalena Vale do Côa x 75

Malta Pinhel x 375

Mangide Alto do Palurdo x 19

Manigoto Manigoto x 186

Miragaia Pínzio x 15 (1)

Moinhos de Alverca da Aveia x 8 Beira/Bouça Cova (2)

Pala Pala x 437

Penhaforte Lamegal x 47

Pereiro Alto do Palurdo x 83

Pinhel Pinhel x 2861

Pínzio Pínzio x 337

Agregação das Pomares Freguesias Sul de x 54 Pinhel

Vale do x 46 Póvoa del Rei Massueime

Prados Feixedas x 178 (1)

Quinta dos Pinhel x 112 Bernardos Quinta dos Ferreiros Freixedas X 15 (2)

Quinta Nova Pinhel x 135

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Com rede de saneamento e sistema de Sem rede de Localidade tratamento saneamento ou População sistema de

tratamento em Em ETAR da funcionamento empresa Em ETAR da Em fossas Freguesia Aguas do Vale CMP séticas do Tejo, S.A

Reigadinha Pala x 90

Agregação das Roque Freguesias Sul de x 79 Pinhel

União das Freguesias de Safurdão x 108 Atalaia e Safurdão

Salgueiral Lamegal x 35 (1)

Vale do Santa Eufémia x 172 Massueime

Vale do Sorval x 80 Massueime

Souropires Souropires x 568

Trocheiros Pínzio x 29 (1)

Valbom Valbom/Bogalhal x 193

Vale de Madeira Alto do Palurdo x 92

Vascoveiro Vascoveiro x 92

Vendada Lameiras x 34

Vendinha Pala x 9

Vieiro Ervedosa x 34

Total 9396 (1) Com rede de saneamento executada mas não em funcionamento, falta sistema de tratamento (2) Sem rede de saneamento executada (3) Com rede de saneamento executada mas não na totalidade, falta sistema de tratamento

Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2018)

B.2.3. Recolha e Tratamento de Resíduos Sólidos

O panorama descrito no que concerne à recolha e tratamento de resíduos sólidos aquando da elaboração do PDM’95 era de que de um modo geral, todo o município se encontrava abrangido pelo sistema municipal de recolhas de lixo. Os resíduos eram transportados para uma única lixeira

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Plano Diretor Municipal Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor Pinhel localizada entre Pinhel e Pereiro, sendo posteriormente aterrados. Era referido que o sistema implantado não trazia de momento problemas ao concelho.

Por conseguinte, o PDM’95 era omisso no que diz respeito às medidas a implementar nesta área.

No que respeita à recolha esta passou a ser feita por uma empresa contratada pelo Município de Pinhel para o efeito, e no tocante ao tratamento de resíduos sólidos urbanos, a exploração e gestão do sistema de triagem, recolha selectiva, valorização e tratamento dos resíduos sólidos urbanos passou a pertencer à RESIESTRELA9, a partir do ano de 2009, através da concretização do projeto da a qual engloba, para além do município de Pinhel, outros treze municípios (Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Manteigas, Mêda, Penamacor, Pinhel, Sabugal e Trancoso). O município de Pinhel dispõe de uma Estação de Transferência que recebe os resíduos recolhidos no Concelho e um Ecocentro (ETECO de Pinhel) que se localizam no Alto do Palouro (Estrada Nacional 324), conforme se pode visualizar pelas imagens seguintes.

Figura 24. Estação de Transferência de Pinhel Fonte:www.efs.pt

Figura 257. Estação de Transferência de Pinhel Fonte: www.cm-pinhel.pt

9 Constituído pelo Decreto Lei n.º 128/2008 de 21 de julho

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Para efeitos de comparação, refira-se que no ano de 2008, através da recolha selectiva, feita a partir dos ecopontos, conseguiu-se encaminhar para reciclagem 30 toneladas de papel/cartão, 10 toneladas de plástico e metal e 46 toneladas de Vidro, no ano de 2018, os resultados foram respectivamente, 70, 37 e 61 toneladas, o que mostra efectivamente o trabalho de sensibilização que tem vindo a ser feito por parte do município.

B.3. Equipamentos

Já foi realizado na anterior versão do PDM um trabalho de caracterização e programação de equipamentos de utilização coletiva. Estava previsto em regulamento a possibilidade de surgirem áreas para equipamentos nas diferentes classes de espaços. As áreas existentes e previstas para equipamentos públicos ou privados e espaços livres públicos encontram-se delimitadas na carta de ordenamento.

Segundo o art. 12.º - Equipamentos - na classe correspondente à Área urbana e urbanizável, as áreas de equipamentos ou de reserva de equipamentos públicos ou privados e os espaços livres públicos referidos nas cartas de ordenamento não podiam ter destino diverso do definido no Plano. No entanto o anterior Regulamento do PDM não indicava quaisquer tipos de parâmetros urbanísticos para a construção dos equipamentos.

Na Área Rural, eram salvaguardados a construção de equipamentos especiais de interesse municipal não enquadráveis na área urbana e urbanizável, nomeadamente equipamento hoteleiro e turístico, em parcelas com área igual ou superior a 5 000m2 (adaptado do art. 22.º).

Foram igualmente propostos no PDM’95 uma série de medidas para a beneficiação do parque de equipamentos do município, particularmente no campo escolar, administrativo e da saúde. O quadro seguinte explicita essas medidas e o nível da sua execução.

A nível de equipamentos, as apostas centraram-se na criação infraestruturas para o funcionamento das freguesias.

Quadro 9. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito dos equipamentos

Sector Proposta Execução Observações Proposta de 5 centros escolares: Pinhel, Souro Não A proposta para o Centro Escolar Pires, Freixedas e Lamegal que alterna com executado de Pinhel não avançou. Manigoto, assim como Pala com Valbom Foi construída, nas instalações do antigo Paço Episcopal de Pinhel, Escolares Construção de uma residência de estudantes Executado mas entretanto foi desativada e deu lugar à Casa da Cultura, desde 2014. Criação de uma escola de formação técnico- Não - profissional executado

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Sector Proposta Execução Observações Existe 1 creche em Pinhel, da Santa Casa da Misericórdia. Não Existem, neste momento, 3 Criação de 5 creches executado Jardins de Infância em funcionamento (2 em Pinhel + 1 em Pínzio). Construção ou adaptação de edifícios existentes Todas as Juntas de Freguesias à instalação de sedes de juntas de freguesias de: possuem edifício sede. Executado Administrativos Azêvo, Bogalhal, Bouça Cova, Cerejo, Cidadelhe, Entretanto, algumas das parcialmente Ervas Tenras, Ervedosa, Lamegal, Pereiro, Freguesias listadas foram Pomares, Safurdão, Valbom e Vascoveiro agregadas. Instalação de uma extensão do centro de saúde Não - em Lamegal executado Saúde Alargamento da área de influência da extensão Não - de Azêvo executado Criação de uma infraestrutura de apoio aos transportes públicos rodoviários, funcionando Não Outros - como possível elemento de ligação entre as executado carreiras locais e as carreiras expresso.

Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)

A não execução das medidas resulta, em grande medida, da alteração da estratégia para o concelho de Pinhel, em consonância com o restante território nacional, por parte da Administração Central, tendo por consequência a alteração por parte da autarquia, designadamente nos sectores da Saúde e Educação.

Com a publicação da Carta Educativa de Pinhel em junho de 2007, as medidas propostas no âmbito do PDM’95, não encontram suporte técnico para a sua manutenção. Ainda assim, refira-se a construção da residência de estudantes e o desejo por parte da autarquia da criação de uma escola de formação técnico-profissional.

Atualmente, existe publicado o Projeto Educativo do Agrupamento de Escolas de Pinhel10 (2018- 2021), o projeto educativo é “o documento que consagra a orientação educativa do agrupamento de escolas ou da escola não agrupada, elaborado e aprovado pelos seus órgãos de administração e gestão para um horizonte de três anos, no qual se explicitam os princípios, os valores, as metas e as estratégias segundo os quais o agrupamento de escolas ou escola não agrupada se propõe cumprir a sua função educativa.”

Com este projeto educativo concebido para um horizonte temporal de três anos, o município de Pinhel, pretende que se constitua como “um documento objetivo, conciso e rigoroso, tendo em vista a clarificação e comunicação da missão e das metas da escola no quadro da sua autonomia pedagógica, curricular, cultural, administrativa e patrimonial, assim como a sua apropriação individual e coletiva”11.

10 Decreto-lei nº 137/2012, de 2 de julho 11 Artigo 9.º do Decreto-lei nº 75/2008, de 22 de abril

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B.4. Acessibilidades

As acessibilidades concelhias efetuam-se através da rede viária e da rede ferroviária. Esta última tem uma incidência territorial praticamente residual.

Na anterior versão do PDM encontram-se delimitados os espaços canais definidos pela rede viária nacional e municipal, bem como pela rede ferroviária. Desses corredores fazia já parte um projeto de traçado viário que estabelecia a ligação entre Pinhel e Mêda.

Em relação ao sistema viário caracterizado no PDM’95 os principais aspetos a anotar prendiam-se com a construção do IP2, beneficiando assim o concelho com um itinerário principal no sentido longitudinal, o que permitiria melhores ligações à rede fundamental já existente ou a executar. Neste sentido, apontava-se para a necessidade da beneficiação e retificação da rede viária nacional com ligação ao IP2, ou para a construção do troço Mêda Variantes a Pinhel, e a consequente ligação ao nó de Mêda.

Quanto à rede viária municipal era descrito um esforço concelhio no sentido de dotar o concelho com vias que permitissem o fecho da rede existente, a sua ligação aos concelhos vizinhos e melhores acessos a alguns aglomerados.

O grau de cobertura do concelho pelos transportes públicos rodoviários era considerado razoável, embora alguns lugares fossem servidos apenas pelos transportes escolares.

Relativamente à estação de caminho de ferro era descrita como tendo pouco interesse concelhio, e apresentava um volume de passageiros muito reduzido, e, que poderia vir a ser desativada. Atualmente a estação encontra-se desativada, existindo como alternativas a estação de Vila Franca das Naves e da própria Guarda.

Como já se constatou, no que diz respeito às acessibilidades viárias, o PDM’95 contemplava diversas propostas que visam tanto a dotação de novas, como a intervenção em vias existentes de forma a melhorar as condições de circulação inter-concelhia e com os municípios vizinhos.

Ao longo do período de vigência do PDM, a rede viária concelhia tem vindo a ser alvo de sucessivos melhoramentos, assegurando a manutenção da rede viária. Algumas das propostas que o PDM preconizava não foram realizadas, enquanto que algumas foram executadas parcialmente. O quadro seguinte sintetiza o nível de execução das propostas do PDM’95.

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Quadro 10. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito da rede viária

Proposta Execução Observações Por executar variante Carvalhal das Beneficiação e retificação da EN 221 em Pinhel entre Figueira Executado Gouveias. Estrada Nacional da de Castelo Rodrigo e o nó do IP5 no concelho da Guarda parcialmente responsabilidade da Infraestruturas de , SA. Beneficiação e retificação da EM 574 entre Pinhel e o nó de Executado - Pínzio Conclusão dos trabalhos de beneficiação da EM 595 de St.ª Não executado - Eufémia ao limite do concelho O CM 1069 (Barregão - Manigoto) foi Conclusão da construção da EM do Barregão ao Manigoto e Executado requalificado recentemente. A EM da EM 607 de Cidadelhe ao limite do concelho parcialmente 607-2 (Cidadelhe - Ponte da União) ainda não. Construção dos caminhos municipais: Pereiro – Carvalhal e Executado - Carvalhal – Atalaia O caminho existente foi beneficiado, Construção da EM de ligação entre Salgueiral e Lamegal Executado passando a estradão. Beneficiação e retificação da EN 324 na ligação à estação Estrada Nacional da responsabilidade Executado ferroviária da Infraestruturas de Portugal, SA.

Construção do troço “Variantes a Pinhel – Meda” facilitando a ligação da sede de concelho ao IP2, caso seja construído o O prolongamento da EN 324 para nó previsto. Se o nó se vier a situar nas proximidades da EM Não executado ligação ao IP 2 nunca foi executado 595 ou da EN 226 seria a beneficiação e retificação de uma pela Infraestruturas de Portugal, SA. destas vias com ligação às variantes a Pinhel ou à EN 221

Requalificação da Estrada Penhaforte - Lamegal Executado -

Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)

No que diz respeito às propostas executadas parcialmente, o município pretende concluir a sua execução. Quanto às propostas não executadas o município propõe-se a executar todas elas.

A figura seguinte ilustra a principal rede viária de Pinhel.

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Figura 26. Representação esquemática da rede viária no concelho de Pinhel

B.5. Turismo

O anterior PDM não apontava áreas especificas para a instalação de atividades lúdicas e turísticas, permitindo contudo (a nível regulamentar) que estas surgissem na Classe Área rural em parcelas de terreno com área igual ou superior a 5 000m2, uma vez que era permitida a edificação de: equipamentos especiais de interesse municipal não enquadráveis na área urbana e urbanizável, nomeadamente equipamento hoteleiro e turístico (alínea c), ponto 1, art. 22.º).

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B.6. Património

Na atual versão do PDM encontram-se identificados na Planta de Ordenamento vestígios arqueológicos e assinalados na Planta de Condicionantes o Património Arquitetónico classificado:

Monumentos Nacionais: . Castelo de Pinhel e uma Moradia Anexa . Pelourinho de Pinhel

Imóveis de Interesse Público: . Antigos Paços do Concelho . Igreja da Misericórdia de Pinhel . Ruínas da Igreja da Trindade . Pelourinho de Alverca da Beira . Pelourinho de Lamegal . Solar dos Távoras de Souropires . Solar dos Metelos . Igreja de Santa Maria do Castelo

Valores Concelhios: . Casa do Dr. David – Pinhel . Casa Grande – Pinhel

Figura 29. Núcleo de Arte Rupestre Faia – Cidadelhe e Castelo de Pinhel Apesar do PDM integrar um inventário de valores patrimoniais não classificados, não integrava disposições regulamentares no sentido da sua salvaguarda e valorização. O PDM apontava uma série de medidas respeitantes à vertente do património expostas no quadro seguinte.

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Quadro 11. Medidas e Intervenções propostas no PDM no âmbito do património arqueológico e edificado

Sector Proposta Execução Observações Não Não existe um Levantamento das pontes, calçadas e caminhos medievais executado levantamento sistemático. Arqueológico Não existe um Executado levantamento e estudo Levantamento e investigação do património arqueológico parcialmente sistemáticos de todo o património arqueológico. Não existe um Não Levantamento dos Solares levantamento e estudo executado sistemáticos. Não Valorização do Castelo, Atalaia - executado Edificado Processos de classificação: Solar Menas Falcões, Solar Cunha e Vasconcelos, Solar Mendes Pereira, Solar Abranches de Figueiredo, Solar dos Fodalgos de St.ª Executado - Eufémia, Solar do Barão de Mogadouro, Edifício com parcialmente varanda alpendrada, 1842, Lameiras, Solar de St.ª Eufémia, Ermida N.ª S.ª das Fontes, Igreja do Bogalhal

Fonte: Câmara Municipal de Pinhel (2019)

No que diz respeito aos processos de classificação não foram executados os processos de classificação do:

. Solar Cunha e Vasconcelos

. Solar Abranches de Figueiredo

. Solar dos Fidalgos de St.ª Eufémia

. Solar do Barão de Mogadouro

. Edifício com varanda Alpendrada, 1842, Lameiras

. Solar de St.ª Eufémia

. Ermida N.ª S.ª das Fontes

. Igreja do Bogalhal

. Solar dos Mena Falcão

. Paço Episcopal de Pinhel

. Capela de São Sebastião

O município mantém a estratégia de executar a totalidade das medidas não executadas durante a vigência do PDM, no que respeita ao património.

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C. Condições Socioeconómicas

C.1. Evolução Demográfica

A população no concelho de Pinhel era, segundo os Censos, em 2001 de 10 954 habitantes em 2011 de 9 503 habitantes. Os últimos dados disponíveis, dados estatísticos do INE, referem 8 727 habitantes no ano de 2017.

O PDM apresentava, na ausência de significativas mutações nas características demográficas concelhias, uma hipótese de evolução demográfica para a década subsequente (2000) que estimava uma população residente 13 768 (modelo I - modelo natural baseado nos movimentos naturais da população) ou 13 345 (modelo II – modelo real baseado nos movimentos naturais e migratórios). Contudo, o nível populacional que se veio a verificar, através dos dados disponibilizados pelo INE, em 2000, foi de 10 880 habitantes. O valor estimado pelo PDM’95 veio a verificar-se muito acima do indicado pelos dados do INE.

Por sua vez, através dos anuários estatísticos, sabe-se que a variação populacional entre 1995 (ano em que o PDM entrou em vigor) e 2016 foi de -2 337 habitantes. À semelhança do que acontece no País, assiste-se a um decréscimo dos nascimentos face ao número de óbitos, o que se tem vindo a traduzir em consecutivos saldos naturais negativos.

C.2. Habitação

Analisando a evolução do parque habitacional entre 2001 e 2011 verifica-se que, quando analisado o concelho globalmente, o número de alojamentos registou um crescimento de 9,9%, em contrapartida, o número de edifícios tem vindo a registar um crescimento de 10,7%. Estes valores podem ser considerados residuais, preconizando uma estagnação da dinâmica construtiva para Pinhel. Relativamente ao comportamento registado quer na população quer no número de famílias, registaram-se decréscimos de 11,4% e 8,4%, respetivamente.

Assim, é possível concluir que não haverá à partida problemas de alojamento, como evidencia o quadro seguinte.

Quadro 5. População, famílias, alojamentos e edifícios, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)

População Famílias Alojamentos Edifícios Unidade Geográfica 2001 2011  2001 2011  2001 2011  2001 2011 

Alverca da Beira 495 463 -6,5 222 203 -8,6 372 446 19,9 369 445 20,6

Atalaia 160 99 -38,1 80 52 -35,0 177 187 5,6 177 187 5,6

Azevo 263 195 -25,9 132 105 -20,5 256 277 8,2 256 277 8,2

Bogalhal 68 37 -45,6 34 19 -44,1 65 65 0,0 65 65 0,0

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População Famílias Alojamentos Edifícios Unidade Geográfica 2001 2011  2001 2011  2001 2011  2001 2011 

Bouça Cova 155 104 -32,9 70 46 -34,3 122 93 -23,8 122 93 -23,8

Cerejo 205 132 -35,6 96 71 -26,0 192 186 -3,1 188 186 -1,1

Cidadelhe 52 40 -23,1 25 23 -8,0 64 62 -3,1 64 61 -4,7

Ervas Tenras 157 142 -9,6 55 53 -3,6 84 93 10,7 84 92 9,5

Ervedosa 260 190 -26,9 100 84 -16,0 151 126 -16,6 151 125 -17,2

Freixedas 1066 905 -15,1 421 366 -13,1 717 915 27,6 706 909 28,8

Gouveia 358 314 -12,3 140 135 -3,6 310 265 -14,5 310 264 -14,8

Lamegal 360 253 -29,7 156 118 -24,4 319 253 -20,7 318 252 -20,8

Lameiras 396 290 -26,8 148 122 -17,6 223 240 7,6 223 240 7,6

Manigoto 195 186 -4,6 85 83 -2,4 170 167 -1,8 169 166 -1,8

Pala 629 543 -13,7 235 222 -5,5 370 431 16,5 360 426 18,3

Pereiro 190 150 -21,1 77 69 -10,4 140 180 28,6 140 180 28,6

Pinhel 3462 3518 1,6 1206 1291 7,0 1829 2121 16,0 1418 1691 19,3

Pínzio 527 453 -14,0 213 193 -9,4 430 472 9,8 416 465 11,8

Pomares 184 120 -34,8 78 58 -25,6 181 144 -20,4 181 144 -20,4

Póvoa d ‘ÉL-Rei 74 53 -28,4 32 23 -28,1 54 49 -9,3 54 49 -9,3

Safurdão 154 108 -29,9 62 50 -19,4 128 121 -5,5 127 121 -4,7

Santa Eufémia 194 172 -11,3 88 79 -10,2 197 229 16,2 197 229 16,2

Sorval 88 80 -9,1 46 41 -10,9 80 93 16,3 80 93 16,3

Souro Pires 594 588 -1,0 231 224 -3,0 324 465 43,5 319 457 43,3

Valbom 298 214 -28,2 125 92 -26,4 198 174 -12,1 196 174 -11,2

Vale de Madeira 146 92 -37,0 57 42 -26,3 88 109 23,9 87 109 25,3

Vascoveiro 224 186 -17,0 85 78 -8,2 165 179 8,5 161 179 11,2

Total 10954 9627 -12,1 4299 3942 -8,3 7406 8142 9,9 6938 7679 10,7

Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)

Analisados dados mais recentes, presentes no quadro abaixo, tem-se que entre os anos de 2001 e de 2011 o Concelho registou uma dinâmica de crescimento dos edifícios de habitação familiar clássicos e dos alojamentos familiares clássicos, tendo verificado aumentos consecutivos no período mencionado da ordem dos 10,7%, quanto aos edifícios de habitação familiar e de 9,9%, referente aos alojamentos familiares clássicos.

Perante estes dados é possível extrapolar uma recente dinâmica de crescimento urbanística dos edifícios e dos alojamentos de habitação familiar clássica.

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Gráfico 1. Edifícios e alojamentos no concelho de Pinhel (2001 e 2017) Fonte: INE (Censos 2001 e Anuários Estatísticos 2001 – 2017)

A par da tendência atrás referida, assiste-se também, de forma geral, a uma evolução positiva em termos qualitativos referentes às infraestruturas e ao nível de equipamento dos alojamentos, sendo que esta evolução foi particularmente notória em relação à existência banho ou duche e de retrete, com crescimentos de 1,9% e 1,2% respetivamente, como se pode verificar pelo quadro seguinte.

Quadro 6. Condições de equipamentos (eletricidade, água, retrete, banho ou duche) nos alojamentos familiares de residência habitual, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)

Eletricidade Água Retrete Banho ou Duche Unidade Geográfica 2001 2011  2001 2011  2001 2011  2001 2011 

Alverca da Beira 221 - - 219 203 -7,3 215 203 -5,6 208 201 -3,4

Atalaia 79 - - 78 51 -34,6 71 50 -29,6 68 49 -27,9

Azevo 128 - - 116 96 -17,2 91 90 -1,1 86 87 1,2

Bogalhal 33 - - 33 19 -42,4 23 18 -21,7 23 18 -21,7

Bouça Cova 68 - - 36 46 27,8 39 46 17,9 32 46 43,8

Cerejo 95 - - 86 68 -20,9 83 70 -15,7 75 65 -13,3

Cidadelhe 24 - - 18 19 5,6 18 19 5,6 18 19 5,6

Ervas Tenras 55 - - 46 52 13,0 40 47 17,5 39 46 17,9

Ervedosa 99 - - 90 79 -12,2 79 76 -3,8 79 75 -5,1

Freixedas 417 - - 392 358 -8,7 372 354 -4,8 340 343 0,9

Gouveia 139 - - 104 130 25,0 94 123 30,9 93 120 29,0

Lamegal 153 - - 146 114 -21,9 127 108 -15,0 123 107 -13,0

Lameiras 147 - - 136 119 -12,5 134 119 -11,2 130 117 -10,0

Manigoto 84 - - 81 82 1,2 78 82 5,1 73 82 12,3

Pala 234 - - 233 219 -6,0 228 216 -5,3 216 214 -0,9

Pereiro 77 - - 77 68 -11,7 76 68 -10,5 72 66 -8,3

Pinhel 1201 - - 1197 1280 6,9 1097 1277 16,4 1160 1273 9,7

Pínzio 207 - - 203 188 -7,4 199 187 -6,0 193 186 -3,6

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Eletricidade Água Retrete Banho ou Duche Unidade Geográfica 2001 2011  2001 2011  2001 2011  2001 2011 

Pomares 77 - - 77 58 -24,7 70 55 -21,4 63 54 -14,3

Póvoa d ‘ÉL-Rei 32 - - 25 23 -8,0 25 22 -12,0 22 21 -4,5

Safurdão 60 - - 59 49 -16,9 53 49 -7,5 52 49 -5,8

Santa Eufémia 88 - - 86 78 -9,3 79 76 -3,8 72 74 2,8

Sorval 45 - - 33 35 6,1 28 34 21,4 16 34 112,5

Souro Pires 227 - - 227 223 -1,8 220 222 0,9 213 214 0,5

Valbom 121 - - 114 90 -21,1 108 88 -18,5 106 86 -18,9

Vale de Madeira 53 - - 53 42 -20,8 49 41 -16,3 46 40 -13,0

Vascoveiro 85 - - 85 77 -9,4 74 77 4,1 74 76 2,7

Total 4249 - - 4050 3866 -4,5 3770 3817 1,2 3692 3762 1,9

Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)

Quadro 7. Regime de ocupação dos alojamentos, por freguesia, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)

2001 2011

Unidade Geográfica Ocupados Ocupados Vago Vago Habitual Sazonal Habitual Sazonal

Alverca da Beira 222 141 9 202 157 86

Atalaia 80 95 2 52 134 1

Azevo 132 97 27 104 105 67

Bogalhal 34 24 7 19 38 8

Bouça Cova 70 48 4 46 47 0

Cerejo 96 50 46 71 55 60

Cidadelhe 25 36 3 19 27 15

Ervas Tenras 55 23 6 53 33 7

Ervedosa 100 46 5 84 37 5

Freixedas 421 203 93 365 292 257

Gouveia 140 122 48 135 103 27

Lamegal 155 131 33 118 134 1

Lameiras 148 70 5 122 83 35

Manigoto 85 58 27 82 58 26

Pala 234 115 20 221 138 71

Pereiro 77 63 0 69 104 7

Pinhel 1198 349 274 1281 528 307

Pínzio 211 192 25 191 3 277

Pomares 78 77 26 58 86 0

Póvoa d ‘ÉL-Rei 32 16 6 23 26 0

Safurdão 62 48 18 50 71 0

Santa Eufémia 88 105 4 79 101 49

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2001 2011

Unidade Geográfica Ocupados Ocupados Vago Vago Habitual Sazonal Habitual Sazonal

Sorval 46 34 0 41 50 2

Souro Pires 226 82 15 224 182 59

Valbom 123 58 17 92 46 36

Vale de Madeira 54 32 2 42 46 21

Vascoveiro 85 79 1 78 70 31

Total 4277 2394 723 3921 2754 1455

Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)

Através do quadro anterior verifica-se que, tendo como referência o ano 2011, os alojamentos destinam-se maioritariamente a residência habitual, correspondendo a este tipo de ocupação cerca de 48,2% do total dos alojamentos. Importa focar que os alojamentos utilizados em regime de ocupação sazonal têm um peso considerável, constituindo 33,9% do total dos alojamentos existentes e tendo sido a par dos alojamentos vagos, o tipo de regime de ocupação que registou acréscimo do ano de 2001 para o de 2011, registando-se um aumento de 1,5% e 8,1%, respetivamente. Sendo ainda de referir o significativo decréscimo 9,6% verificado nos alojamentos de residência habitual que, no ano de 2001, representavam 57,8% dos alojamentos do concelho de Pinhel.

Este crescimento da importância relativa do uso sazonal, apesar da baixa absoluta da residência habitual, não é feito à custa de transferências de residência habitual para sazonal, porquanto se verifica um crescimento absoluto no número de alojamentos, o que significa que de facto há uma vontade exógena pela residência sazonal proveniente de indivíduos exteriores ao concelho e que se instalam, ainda que em determinadas épocas do ano, no concelho.

C.3. Socioeconómica

Sobre a população e a sua condição perante o trabalho, verifica-se que do total dos 9 627 residentes no Concelho, em 2011, cerca de 3 666 inseriam-se no grupo da população ativa, o que corresponde a uma taxa de atividade de 38,1%, isto é, aproximadamente 38% da população participa ativamente no processo produtivo ou encontra-se em condições de o fazer, como se comprova nos dados do quadro seguinte.

Quadro 8. População residente, segundo a condição perante a atividade económica, no concelho de Pinhel (2001 e 2011)

População 2001 2011 Variação População Ativa – Total 4 518 3 666 -18,9 População Inativa - Doméstico 735 - - População Inativa - Estudante 783 1 402 79,1 População Inativa - Incapacitado 347 - -

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População 2001 2011 Variação População Inativa - Menos de 15 anos 1 323 1 000 -24,4 População Inativa - Outros casos 193 186 -3,6 População Inativa - Reformado 3 055 3 615 18,3 População Inativa - Total 6 436 5 961 -7,4

Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)

Sobre os sectores de atividade, como se pode visualizar no gráfico seguinte, constata-se que entre 2001 e 2011 se confirmou o processo de alteração da composição dos sectores de atividade. O Sector Primário era, em 1991 o mais representativo na estrutura socioeconómica do município ocupando cerca de 40% da sua população ativa. Passada uma década o paradigma económico inverteu-se, passando o sector primário a ser o menos representativo da estrutura socioeconómica.

O grande destaque é concedido ao sector secundário, que por sua vez, em comparação, era aquele que na década de ’90 tinha menor expressão (22%). No entanto, no ano de 2011, verifica- se que este tem vindo a absorver um quantitativo maior de mão-de-obra (38,5%) o que se traduziu num acréscimo de 12,6% na população ativa afeta ao secundário.

O sector terciário, que acompanhando a tendência generalizada viu o seu quantitativo aumentar expressivamente no período em análise, afirmando-se como o mais representativo na estrutura socioeconómica com 62,5% em 2011.

Gráfico 2. Evolução da representatividade da população ativa, por sectores da atividade, no concelho de Pinhel (2001 e 2011) Fonte: INE (Censos, 2001 e 2011)

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C.4. Educação

Em termos da qualificação académica, a população concelhia apresentava, em 2001, ainda um baixo nível de instrução sendo predominante no concelho a população detentora de apenas o 1.º Ciclo do Ensino Básico (ensino primário), representando mais que o conjunto da população que concluiu os estudos nos outros níveis de ensino. Muito significativa é ainda a população que não possui qualquer nível de ensino, representando cerca de 17% da população residente.

Da análise comparativa entre os dois períodos censitários, pode concluir-se que, apesar da diminuição da natalidade que se tem verificado nas últimas décadas, é mais significativa a parcela da população que frequentou e concluiu os vários níveis de ensino, registando-se um aumento da população com maiores índices de instrução.

Quadro 9. População residente, segundo o nível de instrução (completo), no município de Pinhel (2001 e 2011)

2001 2011 Percentagem Nível de Escolaridade N.º N.º (%)

População Residente 10 954 9 627 -

População – Nenhum Nível de Ensino 1 898 2 272 23,6

População – 1.º Ciclo Ensino Básico (completo) 3 392 3 417 35,5

População – 2.º Ciclo Ensino Básico (completo) 872 1 023 10,6

População – 3.º Ciclo Ensino Básico (completo) 381 1 352 14

População – Ensino Secundário (completo) 311 941 9,8

População – Ensino Médio (completo) 37 51 0,5

População – Ensino Superior (completo) 285 571 5,9

População a frequentar o ensino 1 915 1 402 14,6

Fonte: INE (Censos 2001 e 2011)

D. Gestão Urbanística

Os dados e a informação constante nesta secção dizem respeito à análise de elementos no âmbito da gestão urbanística da CMP, no período decorrido de vigência do PDM, tendo como base os dados compilados pelo município, complementado com outros dados oficiais publicados e disponíveis no Instituto Nacional de Estatística.

Grosso modo, a organização desta secção segue a organização do inquérito da DGOTDU (Inquérito ‘Avaliação do PDM em Vigor’, da responsabilidade da DGOTDU, lançado aos municípios), contemplando os dados gerais em termos de população, famílias, alojamentos e edifícios, ao uso do

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Plano Diretor Municipal Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor Pinhel solo referente às áreas das classificações e categorias de espaços do PDM’95, às áreas de regime especial presentes no território municipal, à ocupação atual do solo consubstanciada na consideração das áreas urbanizáveis e previstas ocupadas no tempo decorrido e à dinâmica construtiva / edificatória em termos do número de licenças / autorizações concedidas, e por fim à verificação da evolução do grau de cobertura das infraestruturas.

Na impossibilidade de aceder ao referido inquérito, os dados do presente ponto foram compilados de forma a conferir uma leitura, ainda que reduzida, das áreas afetas aos perímetros urbanos.

D.1. Dados Gerais

Como se demonstrou nos pontos anteriores, assistiu-se a um decréscimo no número de população absoluta entre 2001 e 2011, tendência que se manteve de acordo com os dados mais recentes, nomeadamente os expressos nos Anuários Estatísticos, referentes a 2016. Relativamente às famílias, de acordo com os dados disponíveis até 2011 o número de famílias tem experimentado uma diminuição, embora menos significativa do que a população.

Os restantes dados, nomeadamente a dinâmica edificatória e construtiva, registaram valores positivos mantendo-se deste modo as necessidades de habitação e de manutenção e qualificação das infraestruturas. De facto, o número de alojamentos e de edifícios, como já se apurou, depois de um período de estagnação (’91 a ’01), evidenciam uma dinâmica urbanística positiva na ordem dos 5%.

A população estimada no PDM para o horizonte do plano, que para efeitos da projeção demográfica foi fixado no ano 2000, apontava para dois cenários: o modelo natural com 13 768 habitantes e o modelo real com 13 345 habitantes. Tendo-se como referência o ano de 2001 com um valor de 10 954 habitantes, verifica-se que as estimativas, embora com a ressalva de corresponderem ao horizonte de 2000, ficaram algo acima da realidade.

D.2. Uso do Solo

No que se refere à ocupação atual, verifica-se, através do quadro seguinte, que as área delimitadas para ocupação de espaço urbano no PDM’95 contabilizam 396,8 ha sendo que o Espaço Urbano e Urbanizável contabiliza 313,6 ha, construção condicionada 40,8 ha e Indústria 42,4 ha que se encontram delimitados somente nos aglomerados de Alverca da Beira, Freixedas, Malta, Souropires e Pinhel.

De referir que dos 42,4 ha associados à classe de espaço Indústria 35,8 ha se refere a Indústria

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Plano Diretor Municipal Relatório de Avaliação da Execução do PDM em vigor Pinhel proposta. E que apesar de identificado nas Plantas de Ordenamento Equipamentos Desportivos e Recreativos, estes não foram contabilizados, pelo motivo de não se encontrarem em formato vectorial.

Quadro 10. Áreas delimitadas como espaço urbano no PDM em vigor do concelho de Pinhel

Área Urbana ou Urbanizável Município (ha)

Área urbana e urbanizável 313,6

Construção condicionada 40,8

Indústria 42,4

TOTAL 396,8

Fonte: Câmara Municipal de Pinhel

D.2.1. Reserva Agrícola Nacional - RAN

A RAN não ocupa grandes áreas do Concelho, estando restrita aos terrenos férteis adjacentes às linhas de água – veigas -, podendo haver a necessidade de corrigir erros pontuais na delimitação da Reserva provocados pela falta de rigor das técnicas usadas as quais poderão ter provocado desfasamentos.

Um dos exemplos mais flagrantes desses erros diz respeito ao aglomerado urbano do Carvalhal (freguesia da Atalaia) uma vez que se delimitou a mancha da RAN sobre o aglomerado urbano.

D.2.2. Reserva Ecológica Nacional - REN

Existência de uma mancha apreciável de área classificada como REN, não se denotando situações flagrantes de manchas urbanas inseridas na Reserva. Esta constatação não invalida a desatualização e eventuais erros na delimitação da REN, por exemplo terrenos urbanizados já ocupados e infraestruturados que se encontram em REN, tanto mais que, como se refere no ponto da Base Cartográfica, a cartografia utilizada não é recente. Dá-se como exemplo desta situação os aglomerados urbanos de St. Eufémia e de Cerejo.

Outro exemplo distinto é o caso do aglomerado urbano de Valbom, que para além de coincidir com a mancha da REN também é coincidente com a mancha da RAN.

Esses erros pontuais na delimitação da Reserva provocados pela falta de rigor das técnicas usados na altura poderão ter originando desfasamentos, - exemplo ‘deslizamento de tramas’ levou a que a delimitação da Reserva por exemplo num determinado leito de cheia não coincidir com a linha de água que gera a condicionante nem com o seu leito de cheia.

Os ecossistemas da REN constantes no território de Pinhel são os seguintes:

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. Leitos dos cursos de água e Zonas ameaçadas pelas cheias . Cabeceiras das linhas de água . Áreas de máxima infiltração . Albufeiras . Áreas em risco de erosão . Escarpas

D.3. Outras Condicionantes

Temos à partida identificadas uma série de Condicionantes/Servidões e Restrições de Utilidade

Pública, expressas em sede de regulamento e transcritas na Planta de Condicionantes:

. RAN

. Os vários ecossistemas da REN (referidos no ponto da REN)

. Vizinhança de vias rodoviárias

. Proteção às vias férreas

. Proteção às linhas de alta e média tensão

. Domínio público hídrico

. Vizinhança dos cursos de água

. Vizinhança dos marcos geodésicos

. Proteção às barragens e albufeiras

. Vizinhança de pedreiras

. Concessão mineira da Ladeira das Vinhas

. Vizinhança dos edifícios escolares

. Proteção a imóveis classificados

. Regime florestal – áreas de risco de incêndio

. Áreas ardidas

Merece desde já especial referência a Zona de Proteção Especial – ZPE - (diretiva Aves) do Vale do Côa da Rede Natura 2000, a qual abrange, globalmente, o topo Norte de Pinhel e o leito do Rio Côa (conforme o esboço apresentado a seguir). Esta mancha será alvo de regulamentação própria por parte da entidade competente – ICNF.

Quadro 11. Concelhos envolvidos na Zona de Proteção Especial do Vale do Côa da Rede Natura 2000

Percentagem do concelho Percentagem da ZPE no Concelho Área (ha) Classificado concelho

Figueira de Castelo Rodrigo 7 595,912 15 % 37 %

Meda 458,328 2 % 2 %

Pinhel 5 520,792 11 % 27 %

Vila Nova de Voz Côa 7 053,425 18 % 34 %

Fonte: ICNF (2018)

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Figura 30. Representação esquemática da Rede Natura 2000 ZPE do Vale do Côa Fonte: ICN

D.4. Ocupação Atual do Solo

Entre 1995 e 2009, segundo os dados fornecidos pelo INE apresentados no quadro seguinte, foram licenciados um total de 1 853 edifícios, em que maioritariamente são destinados para fins habitacionais, com 1 248 licenciamentos, e os restantes disseminam-se por outros usos.

Quadro 12. Número de edifícios licenciados (construções novas) no concelho de Pinhel (1995-2009)

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Agricultura 11 15 6 1 6 1 3 11 4 11 13 10 4 7 9

Habitação familiar 46 58 62 72 62 46 37 52 58 77 66 67 39 17 19

Indústria Extrativa 1 - 1 - - - 1 ------1 2

Indústria 2 1 - 2 2 1 - 1 - - - 2 1 2 1 Transformadora

Escritórios 2 - 1 2 - - 1 - - 1 1 - 1 - -

Convivências - - - - 1 - - - 1 - - - 1 - -

Unidades comerciais de ------1 - 1 - - - - dimensão relevante

Estabelecimento hoteleiro e de ------1 - - - 1 - turismo no espaço rural

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1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Atividades recreativas e - - 1 ------1 culturais

Estabelecimento de restauração e ------1 - 1 de bebidas

Comércio ------1 1 1 1 1 tradicional

Uso Geral 2 5 6 15 15 11 6 21 23 35 15 18 18 14 10

TOTAL 64 79 77 92 86 59 48 85 87 125 97 98 66 43 44

Fonte: INE, Inquérito aos Projetos de Obras de Edificação e de Demolição de Edifícios (1995 – 2009)

Assim, verifica-se uma variação de tendência positiva na edificação, quer no período 1995 - 1998 quer no período 2001-2004.

Gráfico 3. Obras de edificação (N.º) de construções novas, por destino de obra, no concelho de Pinhel (1995 e 2017) Fonte: INE (2018)

Importa referir que dados mais recentes exibidos no gráfico 3, relativamente ao destino de obra das construções novas, confirmam o domínio da habitação familiar como destino de obra. De notar que entre 1995 e 2017 se registou uma média de 84 processos por ano.

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Gráfico 4. Edifícios concluídos (N.º) construções novas, por destino de obra, no concelho de Pinhel (1995 e 2017) Fonte: INE (2018)

Relativamente à evolução dos edifícios concluídos, a tendência indica ser semelhante à demonstrada anteriormente, havendo uma perda de fulgor a partir de 2004.

Importa ainda considerar uma transformação essencial na intervenção e apropriação do território que se verifica na evolução da melhoria das condições de habitabilidade, e das novas necessidades contemporâneas de qualidade de vida, traduzidas em intervenções que são tipologicamente mais variadas e apetrechadas quer em termos de divisões, quer em termos de áreas adstritas à superfície habitacional.

A partir dos dados constantes no gráfico seguinte é possível verificar uma evolução variável nas últimas décadas. De notar que as estimativas para 2016 e 2017 apresentam um cenário de maior superfície média habitável das divisões em construções novas.

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Gráfico 5. Edifícios licenciados (N.º) e superfície habitável média das divisões licenciadas e concluídas (m2) no concelho de Pinhel (1995-2017) *Informação com base nas Estimativas de Obras Concluídas para os anos de 2016 e 2017. Dados definitivos até 2010 e preliminares de 2011 em diante. Fonte: INE, Inquérito aos Projetos de Obras de Edificação e de Demolição de Edifícios (2018)

Estas transformações e formas de construção e apropriação do espaço não se revelam apenas ao nível da dimensão do edificado e da área habitável, mas também ao nível da área adjacente, constatando-se que se verifica também um aumento na área adjacente aos edifícios, referentes quer a espaço público, quer a espaço de logradouro privado.

Estes fatores alteram substancialmente as formas de apropriação dos aglomerados existentes, bem como alteram dramaticamente as formas de construção dos espaços urbanos, e as relações construído / não construído, espaço público / espaço privado, espaço edificado / espaço natural.

Revelam de igual modo ruturas com as formas tradicionais que muitos dos aglomerados revelam, acontecendo sobretudo nas suas franjas, com tipologias diferenciadas. Estas novas intervenções são assim mais extensas em termos de ocupação física do território, ainda que em termos de impermeabilização sejam reduzidas em virtude dos seus baixos índices de impermeabilização.

Necessitam assim de uma maior extensão territorial para acomodar o mesmo número de habitantes que outrora.

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D.5. Infraestruturas

Como se referiu anteriormente foi produzido um grande esforço na infraestruturação do território concelhio, nos últimos anos, mais concretamente desde o ano base, reportado ao ano do Censos de 1991, e a “data atual” reportada ao ano de 2019, perfazendo um intervalo de cerca de 28 anos.

O quantitativo de população servida pelas redes de abastecimento de água e de drenagem de esgotos revelou melhorias substanciais, encontrando-se atualmente praticamente servida toda a população concelhia em termos de abastecimento e com mais de metade da população abrangida pela rede pública de saneamento básico, apresentando números mais favoráveis se se considerar todas as situações, nomeadamente as soluções privadas que fazem aumentar o quantitativo de alojamentos com ligações a redes de drenagem de esgotos.

Também ao nível da recolha de resíduos sólidos urbanos, se evidenciou uma melhoria tendo-se atingido a plena cobertura.

E. Apreciação Global

Tal como se referiu no ponto B., o presente documento pretende responder essencialmente a três pontos conforme previsto na Portaria n.º 1474/2007, de 16 de novembro12:

 Níveis de execução do plano

 Evolução dos principais indicadores de caracterização

 Avaliação da qualidade ambiental

Após o conjunto de análises específicas demonstradas nos pontos anteriores, importa, pois, constituir uma apreciação global sobre esses mesmos três pontos, que consubstanciam uma apreciação crítica ao PDM’ 95, e sobretudo, ao que sucedeu no tempo decorrido desde a sua aprovação e a sua vigência, conformando assim uma avaliação que fundamenta a necessidade do processo modificativo, e que sustenta a necessidade da sua revisão.

A metodologia adotada com vista a aferir o nível de execução das medidas propostas no PDM’95, tornando a informação mensurável consiste na atribuição de 1 ponto às propostas executadas, 0,5 pontos às propostas executadas parcialmente / em execução e, naturalmente às não executadas atribui-se 0 pontos.

12 Artigo 3º. da Portaria n.º 1474/2007, de 16 de novembro.

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E.1. Níveis de Execução

Neste ponto consideraram-se as questões relativas à execução das medidas propostas no PDM ’95, em termos de ordenamento / zonamento, em termos de infraestruturas, de equipamentos e de acessibilidades.

E.1.1. Ordenamento / Zonamento

Percorrendo isoladamente cada um destes itens, é possível constatar que, de uma forma geral, e no que se refere às propostas no âmbito do ordenamento / zonamento, os níveis de execução são relativamente baixos no que concerne à concretização dos instrumentos, figuras e possibilidades que se afiguravam nas propostas.

Quadro 13. Níveis de Execução dos Planos / Estudos

Sector Proposta Execução Nível

Plano de Pormenor da cidade de Pinhel 0 Plano de qualificação do Parque Municipal da Trincheira 0 Estudo de localização e projeto para o complexo desportivo 0,5 Projeto de ampliação do loteamento industrial 1 Plano de Salvaguarda da Área do Centro Histórico de Pinhel 0 Planos e Estudos Plano de Salvaguarda para Cidadelhe 0,5 18% Urbanísticos Plano de Salvaguarda para Aldeia 0 Estudos de valorização e salvaguarda do património concelhio 0 Arranjo do Largo da Feira (Freixedas) 0 Estudo de zona Verde em Alverca da Beira 0 Estudo de ordenamento para o aglomerado de Pínzio 0

E.1.2. Infraestruturas

Relativamente às infraestruturas embora o nível de execução seja positivo, a mudança da entidade gestora do abastecimento de água e do saneamento básico veio estabelecer um novo cenário em relação ao que foi preconizado pelo atual PDM, com melhorias significativas.

Quadro 14. Níveis de Execução das Infraestruturas

Nível Sector Proposta Execução Nível Total Construção de 1 reservatório de 50 m3 em Penhaforte e Roque 1 Construção de 1 reservatório com a capacidade de 110 m3 em Abastecimento de 1 Alverca da Beira 60% 61% Água Reforço da captação na Ribeira de Espedrada e a construção de 3 0,5 1 reservatório de 110 m

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Nível Sector Proposta Execução Nível Total Remodelação da rede de distribuição do Lamegal e a construção de 1 paredão na Ribeira de Pega junto à captação para 0 armazenamento de caudais Construção de 1 reservatório em Pínzio com a capacidade de 3 0 160 m Beneficiação de algumas captações com a construção de albufeiras localizadas nas ribeiras de Massueime, das Cabras e 0 da Pega Instalação de contadores nos domicílios e reservatórios 1 principais e verificação do estado de conservação dos existentes Ligação da rede de abastecimento de água em Ervedosa 1 Substituição da rede de distribuição do Bogalhal 1 Reparação da rede de distribuição de água existente em Pinhel 0,5 Construção de fossas sépticas em Pinhel para tratamento de 0 efluentes e ETAR no loteamento industrial Saneamento Básico 25% Construção de redes de drenagem de esgotos e tratamento de 0,5 efluentes nos lugares de manifesto crescimento populacional Elétrica Reforço e melhoria do serviço prestado 1 100% Telecomunicações Reforço e melhoria do serviço prestado 1 100%

E.1.3. Equipamentos

Ao nível da dotação e programação de equipamentos o PDM apontava para a execução e renovação de vários equipamentos e de diversos tipos, o que, conforme se pode verificar no quadro seguinte, ficou aquém das expectativas, tendo-se atingido um nível de concretização na ordem dos 19%

Quadro 15. Níveis de Execução dos Equipamentos

Nível Sector Proposta Execução Nível Total Proposta de 5 centros escolares: Pinhel, Souro Pires, Freixedas e 0 Lamegal que alterna com Manigoto, assim como Pala com Valbom 25%

Escolares Construção de uma residência de estudantes 1

Criação de uma escola de formação técnico-profissional 0

Criação de 5 creches 0 Construção ou adaptação de edifícios existentes à instalação de sedes de juntas de freguesias de: Azêvo, Bogalhal, Bouça Cova, Cerejo, Administrativos 0,5 50% 19% Cidadelhe, Ervas Tenras, Ervedosa, Lamegal, Pereiro, Pomares, Safurdão, Valbom e Vascoveiro

Instalação de uma extensão do centro de saúde em Lamegal 0 0% Saúde Alargamento da área de influência da extensão de Azêvo 0 Criação de uma infraestrutura de apoio aos transportes públicos Outros rodoviários, funcionando como possível elemento de ligação entre as 0 0% carreiras locais e as carreiras expresso.

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E.1.4. Património

No que respeita ao Património o PDM’95 apontava para a classificação dos imóveis mencionados no Quadro 22, assim como a recuperação / reabilitação de vários elementos patrimoniais. A execução das propostas ficou apenas por 20%.

Quadro 16. Níveis de Execução do Património

Nível Sector Proposta Execução Nível Total Levantamento das pontes, calçadas e caminhos medievais 0 Arqueológico 25% Levantamento e investigação do património arqueológico 0,5 Levantamento dos Solares 0

Valorização do Castelo, Atalaia 0 20% Edificado Processos de classificação: Solar Menas Falcões, Solar Cunha e 17% Vasconcelos, Solar Mendes Pereira, Solar Abranches de Figueiredo, Solar dos Fodalgos de St.ª Eufémia, Solar do Barão de Mogadouro, 0,5 Edifício com varanda alpendrada, 1842, Lameiras, Solar de St.ª Eufémia, Ermida N.ª S.ª das Fontes, Igreja do Bogalhal

E.1.5. Acessibilidades

As intervenções ocorridas em matéria da rede de acessibilidades que percorrem ou atravessam o município melhoraram os níveis de serviço, quer em termos no aumento da cobertura dos aglomerados populacionais, quer em termos da correção de traçados e aumento das velocidades de projeto e da comodidade e segurança das vias. Essas melhorias apenas tiveram tradução em 38% das propostas do PDM’95, sendo as restantes, outras intervenções não programadas.

Quadro 17. Níveis de Execução das Acessibilidades

Sector Proposta Execução Nível

Beneficiação e retificação da EN 221 em Pinhel entre Figueira de Castelo 0,5 Rodrigo e o nó do IP5 no concelho da Guarda Beneficiação e retificação da EM 574 entre Pinhel e o nó de Pínzio 1 Conclusão dos trabalhos de beneficiação da EM 595 de St.ª Eufémia ao limite do 0 concelho Conclusão da construção da EM do Barregão ao Manigoto e da EM 607 de 0,5 Cidadelhe ao limite do concelho Acessibilidades 38% Construção dos caminhos municipais: Pereiro – Carvalhal e Carvalhal – Atalaia 0 Construção da EM de ligação entre Salgueiral e Lamegal 0 Beneficiação e retificação da EN 324 na ligação à estação ferroviária 1

Construção do troço “Variantes a Pinhel – Meda” facilitando a ligação da sede de concelho ao IP2, caso seja construído o nó previsto. Se o nó se vier a situar nas 0 proximidades da EM 595 ou da EN 226 seria a beneficiação e retificação de uma destas vias com ligação às variantes a Pinhel ou à EN 221

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E.1.6. Turismo

Em relação ao sector do Turismo o PDM’95 não apontava nenhum empreendimento / projeto turístico.

E.2. Evolução dos Indicadores de Caracterização

E.2.1. Demografia

A evolução demográfica verificada, no período intercensitário (2001-2011), revelou um decréscimo na população residente (-1 358 habitantes). O município nos últimos anos (2001-2011), segundo os dados disponíveis, tem vindo a manter a quebra populacional, embora com menor expressão.

O desafio do município deverá passar pelo incremento positivo do saldo natural que, apesar do número de nascimentos, é grandemente afetado pelo número de óbitos, em virtude das taxas de mortalidade que incidem na população mais idosa. Outro aspeto tem a ver com a capacidade de retenção da população residente e com a capacidade de atração de população por parte do município de Pinhel estabelecendo um saldo migratório que consiga atenuar a devolução populacional.

Esta situação revela particular interesse, pois começa-se a definir em termos futuros, uma tendência para uma certa diminuição da população do Concelho, essencialmente como consequência do decréscimo do crescimento natural, ao qual está evidentemente associado o envelhecimento da população.

E.2.2. Habitação

O parque habitacional após um período de uma certa estagnação (2001-2011) tem vindo a revelar um crescimento continuado até 2011. No período intercensitário 2001-2011 o número de edifícios de habitação familiar clássicos e o número de alojamentos de habitação familiar clássicos aumentaram cerca de 5%, revelando uma dinâmica de intervenção no território.

No que respeita às condições de equipamento dos alojamentos familiares de residência habitual, também se verificam de um modo global, avanços, nas condições de equipamentos, demonstradas pelas taxas praticamente com níveis plenos na eletricidade e no abastecimento de água, e com crescimentos substanciais no número de alojamentos com retrete e com banho ou duche.

Salienta-se a apetência de localização de habitação de 2.ª residência e de residência sazonal.

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E.2.3. Socioeconómica

Neste ponto destaca-se essencialmente a redução verificada na proporção da população ativa em relação ao total populacional entre 2001 e 2011, o que situa a participação da população no processo produtivo em valores que atingem os 38%, ao invés dos anteriores 41%.

Nos sectores de atividade, verifica-se a transformação generalizada que acontece atualmente, traduzida no decréscimo da população ativa no sector primário para o sector secundário. No entanto o sector terciário constitui o grosso da atividade, com 62,5% da população ativa enquadrada neste sector, em 2011.

E.2.4. Educação

Em termos de educação e formação, verifica-se que a população concelhia apresenta ainda um baixo nível de instrução, sendo que 23,6% não possui qualquer nível de ensino e quase 1/3 da população possui apenas como instrução o 1.º ciclo do ensino básico. No entanto, verifica-se um aumento na proporção de população que detêm níveis de formação entre os períodos intercensitários.

E.2.5. Apreciação

De um modo geral, o concelho de Pinhel apresenta alguns constrangimentos em alguns dos indicadores considerados como seja a devolução populacional, o elevado índice de envelhecimento, a fraca capacidade de retenção da população e a fraca capacidade de atracão de ativos populacionais e económicos.

Por outro lado, o município denota um crescimento da dinâmica urbanística, a melhoria das condições de habitabilidade, e melhoria das condições socioeconómicas e educacionais.

Na verdade, assiste-se a uma apetência real e potencial traduzida pela dinâmica de localização habitacional, quer de 2.ª residência, quer de habitação puramente sazonal.

As outras formas de presença mais ou menos periódicas e/ou esporádicas, permitiram aumentar as vivências e contrariar o recuo populacional, mantendo desta forma uma presença continuada no território, e contribuindo decisivamente para a animação humana, social, cultural e económica do município.

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E.3. Gestão Urbanística

De um modo genérico, no âmbito da gestão urbanística, é possível reconhecer que se entrecruzam as dinâmicas de intervenção em termos do ordenamento e do zonamento, com as dinâmicas socioeconómicas, cujas decisões de concretização passam pela gestão urbanística, e cujas repercussões têm reflexo no território.

Os dados recolhidos e compilados na parte temática da gestão urbanística, tornam claras as dinâmicas que o município tem experimentado nos últimos anos:

 decréscimo da população residente;

 fraca atratividade populacional;

 recente dinâmica construtiva e apetência pela localização habitacional de 2.ª residência e residência sazonal, traduzidos pelos dados do crescimento do número de edifícios e do número de alojamentos e pelos dados do regime de ocupação dos alojamentos;

 melhoria progressiva das condições de vida e de habitabilidade, verificável a partir das condições de equipamento dos alojamentos, e maiores níveis de instrução formal.

Para além das situações imediatamente identificadas em reunião de Câmara, a 5 de março de 2002 e publicadas em Diário da República (transcrita na primeira parte deste documento), é possível elencar um conjunto assinalável de dificuldades que vieram dificultar o relacionamento das dinâmicas com o território.

De um modo geral, constata-se que em termos de ordenamento evidencia algumas lacunas tais como:

 Erros / indefinições de desenho – na anterior geração de PDM’s ainda não se utilizava desenho assistido por computador nem se disponha de bases cartográficas rigorosas e completamente atualizadas o que só por si dá origem a uma série de erros e imprecisões ao nível da representação gráfica. A atualidade da cartografia e de desenho digital permitem agora um maior rigor e melhor representação gráfica.

A própria leitura das Plantas de Ordenamento dos PDM de 1ª geração constituía um exercício que requeria uma atenção redobrada, devido à sobreposição de tramas e à não utilização de cores, o que as tornava uma peça complexa e pouco acessível ao comum dos munícipes, conforme ilustrado na figura seguinte. Se no essencial as Plantas respondiam à função para que se destinavam, já não respondiam suficientemente em termos de simplicidade e de legibilidade, que constituem fatores importantes quer para a aceitação e “validação” por parte da comunidade, quer para a gestão urbanística municipal.

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Malta

Pala

Figura 27. Extratos da planta de ordenamento dos aglomerados de Pala e de Malta no concelho de Pinhel

 Inúmeros aglomerados do concelho de Pinhel nos quais existem bastantes edificações presentes, arruamentos infraestruturados, definindo uma mancha urbana, não foram delimitados na Planta de Ordenamento como Espaço Urbano. Aponta-se apenas a título ilustrativo o aglomerado de Pínzio situado junto à EN 16 e o aglomerado de St.ªa Eufémia a Norte do concelho (ver figura seguinte).

Figura 282. Aglomerados de Pínzio e de St.ª Eufémia no concelho de Pinhel

 A delimitação da RAN e REN coincidente com aglomerados, em zonas edificadas e infraestruturadas, como é o caso de Gouveias ilustrado na figura seguinte.

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Figura 29. Aglomerado de Gouveias no concelho de Pinhel

 A não delimitação dos designados “núcleos antigos dos aglomerados” e a sua posterior delimitação em sede de plano de pormenor, vigorando até lá uma apreciação caso a caso em função da leitura da malha urbana e dos imóveis tradicionais existentes, como sucedeu na maioria dos aglomerados do concelho de Pinhel.

 Ausência em regulamento da temática de áreas de potencial turístico

Estas são as principais dificuldades do PDM’95 em matéria de gestão urbanística e que importa avaliar devidamente no atual processo de revisão.

E.4. Apreciação Final

No cômputo geral, as conclusões imediatas sobre a vigência do PDM’ 95, referem níveis de concretização satisfatórios no que se refere à execução das propostas ocorridas em matéria da rede de acessibilidades e a realização/renovação de equipamentos então propostos, assim como no que respeita às infraestruturas de abastecimento de água e saneamento.

No entanto, o Plano mostrou-se redutor naquilo que mais diretamente afeta a implantação e a intervenção territorial, causando atritos e problemas à gestão urbanística que dificultam as dinâmicas presenciadas.

Os fatores positivos evidenciados nos pontos anteriores, podem assim ter encontrado resistências na parte do zonamento apresentado, que pode ter contribuído decisivamente para uma menor dinâmica, gerando assim efeitos redutores e contraproducentes, não potenciando, ou até minimizando, a evolução positiva verificada num conjunto assinalável de indicadores.

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