Atlas Socioambiental do Município de Mairiporã – 2017

Atlas Socioambiental do Município de Mairiporã – 2017

Abril, 2017

Atlas Socioambiental do Município de Mairiporã - 2017

Equipe técnica

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE S/A — IPT

Coordenação: Aline Ribeiro Machado - Engenheira Ambiental, Mestre

CENTRO DE TECNOLOGIA DE RECURSOS FLORESTAIS - CT-FLORESTA CENTRO DE TECNOLOGIAS GEOAMBIENTAIS – CTGEO Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais – SSRF Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental - Labgeo Ana Paula de Souza Silva – Engenheira Florestal, Mestre Ana Candida Melo Cavani Monteiro – Matemática, Mestre Caroline Almeida Souza – Engenheira Florestal, Mestre Ana Maria de Azevedo Dantas Marins – Técnica de Geologia Maria Lucia Solera – Bióloga, Mestre Caio Pompeu Cavalhieri – Engenheiro Ambiental, Mestre Mariana Hortelani Carneseca Longo – Bióloga, Mestre Deborah Terrell – Geógrafa, Mestre Paula Kaori Yamamura Ielo – Biblioteconomista, Especialista Diego Gregorio Pezonaga de Queiroz – Estagiário – Geografia José Luiz Albuquerque Filho – Geólogo, Doutor Consultor Maria Cristina Jacinto de Almeida – Geógrafa, Mestre Rodrigo Araujo de Souza – Biólogo, Mestre Nádia Franqueiro Corrêa – Geóloga Priscila Ikematsu – Engenheira Ambiental, Mestre Apoio Administrativo Priscilla Moreira Argentin – Geógrafa, Especialista Stephanie Marinho Cordeiro – Auxiliar Administrativo

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Apresentação

A alta capacidade de transformação de um ambiente, provocada em grande medida pelas alterações humanas, é um desafio para o gestor público. A gestão de uma cidade é uma tarefa complexa e o bem estar da sociedade local, com boas condições de vi- da e oportunidades, está diretamente ligada ao ambiente em que se insere o município. Realizar essa tarefa requer uma equipe bem preparada, munida de informações estratégicas e atualizadas. Dispor de um panorama geral do município para auxiliar no planeja- mento das ações da administração, poderá promover impactos positivos e de longo prazo nas tomadas de decisões da administra- ção.

Assim sendo, o Atlas Socioambiental do Município de Mairiporã, elaborado pelas equipes do IPT e da Secretaria do Meio Am- biente/Prefeitura de Mairiporã, reúne dados sobre o ambiente para servir como uma ferramenta de consulta rápida em diferentes es- calas e abordagens sobre os limites do município. O Atlas apresenta o Município a partir de uma visão ampla da cidade, seus habi- tantes e o ambiente que o caracteriza e o identifica. Dados da cobertura vegetal, de áreas protegidas, do patrimônio natural, do uso e ocupação do solo, aliados às características histórico-culturais e turísticas da cidade estão compiladas nesta obra.

A disponibilização de informações e a compilação de dados preexistentes, acrescidas de levantamento de campo, permitiram a elaboração deste trabalho, em alinhamento a uma das missões do IPT em promover a qualidade de vida.

Esperamos que esta publicação auxilie os gestores e os munícipes na administração consciente e sustentável da cidade de Mairiporã.

Ligia Ferrari Torella di Romagnano Diretora Centro de Tecnologia de Recursos Florestais Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

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Prefácio

O Atlas Socioambiental foi elaborado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo em parceria com a Secre- taria do Meio Ambiente de Mairiporã, no âmbito do Projeto “Estudos técnicos para criação do Parque Natural Municipal do Pico do Olho d’Água; o qual compreendeu empreendimento financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO.

A publicação foi estruturada a partir de uma ampla pesquisa de informações do meio físico, biótico, antrópico e atrativos turísticos e terá a importante função de ser uma fonte de consulta para o poder público e um instrumento de divulgação para os moradores e visi- tantes do munícipio.

Buscando alcançar esses objetivos, adotou-se a estratégia de uso de linguagem mais simplificada, com muitas ilustrações na for- ma de Figuras, Gráficos, Tabelas e Quadros.

Os resultados organizados por temas trazem um panorama atual sobre os recursos hídricos, o clima, a geologia, a flora, a fauna, a demografia e economia, entre outros, além de turismo e áreas destinadas à conservação ambiental local, dados esses que poderão ser atualizados periodicamente de acordo com a dinâmica natural e necessidade do munícipio.

O Quadro socioambiental de Mairiporã sintetizado no presente Atlas poderá ser o ponto de partida para que o poder público, inicia- tiva privada e a sociedade em geral busquem o crescimento municipal respeitando um desenvolvimento local sustentável.

É importante destacar que o município detém importantes atrativos ambientais tais como extensa cobertura vegetal preservada, clima agradável, belezas cênicas e boa qualidade de vida.

Ana Paula de Souza Silva José Luiz Albuquerque Filho Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental Centro de Tecnologia de Recursos Florestais Centro de Tecnologias Geoambientais Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

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Sumário

p. p. Capítulo 1 – Introdução 1 4.1.4 População por Faixa Etária 28 1.1 Município de Mairiporã 3 4.1.5 Pirâmide etária 28 1.2 Informações Básicas 4 4.1.6 Projeção populacional 28 1.2.1 Histórico 4 4.1.7 Taxa Geométrica de Crescimento Anual - TGCA 29 1.2.2 Imigração japonesa 4 4.1.8 Taxa de Natalidade e de Mortalidade 29 1.2.3 Mudança do nome para Mairiporã 4 4.1.9 Causas diversas de mortalidade 29 1.2.4 A rodovia Fernão Dias 4 4.1.10 Taxa de mortalidade infantil e na infância 29 4.1.11 Projeção da população 30 Capítulo 2 – Meio Físico 5 4.2 Condições de Vida 31 2.1 Recursos Hídricos 7 4.2.1 IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (PNUD) de Mairiporã 31 2.1.1 Águas superficiais no município de Mairiporã 7 4.2.2 IFDM – Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (FIRJAN) de Mairiporã 31 2.1.2 Qualidade das águas superficiais 8 4.2.3 IPRS – Índice Paulista de Responsabilidade Social de Mairiporã 32 2.1.3 Águas subterrâneas no município de Mairiporã 9 4.3 Educação 33 2.1.4 Qualidade das águas subterrâneas 9 4.3.1 Educação infantil 33 2.2 Clima 10 4.3.2 Ensino Fundamental 33 2.2.1 Caracterização Pluviométrica 10 4.3.3 Ensino médio 34 2.3 Geologia 11 4.4 Saúde 35 2.4 Geomorfologia 12 4.4.1 Estabelecimentos de Saúde 35 2.5 Pedologia 13 4.4.2 Profissionais da Saúde, por Especialidade 35 2.6 Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações 14 4.4.3 Doenças relacionadas com a água 36 4.5 Economia 38 Capítulo 3 – Meio Biótico 17 4.5.1 Produto Interno Bruto—PIB municipal 38 3.1 Flora 19 4.5.2 Valor adicionado por setores da economia 38 3.2 Fauna 23 4.5.3 Emprego e renda 39 3.2.1 Avifauna 23 4.5.4 ICMS ecológico 39 3.2.2 Mastofauna 23 4.6 Uso e ocupação do solo 40 3.2.3 Herpetofauna 24 4.7 Infraestrutura 42 3.2.4 Ictiofauna 24 4.7.1 Abastecimento da Sede 42 4.7.2 Abastecimento da Terra Preta 42 Capítulo 4 – Meio Antrópico 25 4.7.3 Sistema de esgotamento sanitário 43 4.1 Demografia 27 4.7.4 Energia 44 4.1.1 População total 27 4.7.5 Resíduos sólidos 44 4.1.2 População urbana e rural 27 4.7.6 Áreas contaminadas 45 4.1.3 População masculina e feminina 27 4.7.7 Transporte 46

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Sumário (continuação)

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4.7.8 Mineração 47 4.7.9 Organizações não governamentais e privadas 47

Capítulo 5 – Conservação Ambiental 49 5.1 Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Alto Juquery (APRM-AJ) 51 5.1.1 Área de Restrição à Ocupação (ARO) 51 5.1.2 Área de Ocupação Dirigida (AOD) 51 5.1.3 Área de Recuperação Ambiental (ARA) 51 5.2 Áreas tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artís- 52 tico e Turístico—CONDEPHAAT 5.3 Unidades de Conservação 53

Capítulo 6 – Atrativos Turísticos 55 6.1 Turismo 57 6.1.1 Atrativos turísticos 57 6.1.2 Turismo Cultural 57 6.1.3 Turismo Gastronômico 58 6.1.4 Turismo de Passagem 58 6.1.5 Turismo Rural 58 6.1.6 Turismo de Eventos 59 6.1.7 Turismo de Contemplação e Lazer 59 6.1.8 Ecoturismo 59 6.1.9 Casa do Turista e do Artesão 60 6.1.10 Marketing e sinalização turística 60 6.1.11 Pico do Olho D’Água 60

Bibliografia 61

Anexos Anexo A – Espécies Arbóreas do Parque Estadual de Itapetinga (PEI) e do Parque Estadual da

Cantareira (PEC) (Fontes de dados: Fundação Florestal, 2010)

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Capítulo 1– Introdução

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1.1 Município de Mairiporã

Nome oficial: Mairiporã

Unidade Federativa: São Paulo

Distância da capital: 31 quilômetros, com acesso principal via Rodovia Fernão Di- as.

Localização: o município de Mairiporã localiza-se na Região Metropolitana de São Paulo, fazendo limite com os municípios de: Atibaia, Nazaré Paulista, , Bom Jesus dos Perdões, São Paulo, , e Caiei- ras.

Área: 320,70 km2

Unidades de Informação Territorializadas (UITs): As Unidades de Informação Territorializadas foram determinadas pela Emplasa (2012), dividindo o município em regiões com as mesmas características funcionais e urbanas. O município de Mairi- porã foi dividido em seis UITs:

UIT 1 - Mairiporã UIT 4 - Colinas

UIT 2 - Paiva Castro UIT 5 - Pirucaia

UIT 3 - Mato Dentro UIT 6 - Terra Preta Fonte: Elaboração própria

Bandeira de Mairiporã Brasão de Mairiporã

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1.2 Informações básicas

1.2.1 Histórico ser distrito de Guarulhos de 1881 a 1888. A emancipação como 1.2.3 Mudança do nome para Mairiporã município ocorreu por meio da Lei Provincial nº 67, de 27 de março Desde as primeiras décadas do século XX, a associação do A formação do povoado que deu origem ao município de Mai- de 1889, sendo desmembrado de Guarulhos, com a denominação nome do município (Juqueri) ao hospital para doentes mentais riporã ocorreu no início do século XVII em torno da Vila de São Pau- de Juqueri. (Colônia do Juqueri) começou a causar desconforto aos munícipes, lo, servindo como defesa desta Vila e também como ponto de des- além de confusão na entrega de correspondências. Assim, surgiu canso de tropeiros que se dirigiam ao interior e às Geraes, durante 1.2.2 Imigração japonesa um movimento para mudar o nome do município, que ocorreu por o ciclo do ouro. Em 1913 chegam a Mairiporã as primeiras famílias de imigran- meio da Lei nº 233, de 24 de dezembro de 1948, passando a deno- O povoado surgiu a partir da construção da capela de Nossa tes japoneses, processo que se intensificou ao longo da primeira minar-se Mairiporã, palavra de origem tupi-guarani que significa Senhora do Desterro. Em 1696 foi elevado à categoria de Vila, rece- metade do século XX. A colônia japonesa trouxe grande impulso “cidade (mairi) bonita (porã)”. bendo o nome de Vila de Nossa Senhora do Desterro de Juqueri, ao desenvolvimento da cidade, principalmente pelo seu trabalho na Em 1944 o município de Juqueri sofre sua primeira modifica- uma grande região, que englobava as terras do atual município de agricultura. Estabeleceram a Cooperativa Agrícola do Juqueri, que ção territorial, com a emancipação do município de Franco da Ro- Mairiporã e os territórios dos atuais municípios de , Francis- no pós-guerra transformou-se na Cooperativa Agrícola Sul-Brasil. cha, que incorpora, também, o território do distrito de Caieiras. Em co Morato e Franco da Rocha. 1948, o então distrito de Francisco Morato é anexado ao município No decorrer do século XVIII a Vila de Juqueri manteve a sua de Franco da Rocha. Assim, o recém-nomeado município de Mairi- função de ponto de pouso de tropeiros e de produção agrícola para porã adquire sua atual configuração territorial. abastecer a Vila de São Paulo, chegando a produzir algodão e vi- 1.2.4 A rodovia Fernão Dias nho para exportação. Ao contrário de outras localidades no entorno da Vila de São Paulo, Juqueri não registrou grande prosperidade. Na década de 1960 foi inaugurada a Rodovia Fernão Dias, li- Em 1769 ocorreu a abertura de uma estrada entre as vilas de Ju- gando a São Paulo, constituindo importante via de queri e São Paulo, denominada “Caminho de Juqueri”, que mais circulação de produtos entre as duas regiões metropolitanas. Essa tarde tornou-se a Estrada Velha de Bragança. rodovia atravessa Mairiporã e proporcionou uma quebra de seu iso- lamento, resultando numa redescoberta e intensa valorização do No final do século XIX dois acontecimentos começam a modi- município em virtude de seus atributos naturais. Esse fato levou a ficar a configuração do município de Juqueri: a inauguração da Es- um intenso processo de implantação de loteamentos de alto padrão tação Juqueri da São Paulo Railway (Estrada de Ferro Santos- de residências secundárias para lazer e recreio ou, até mesmo, pa- Jundiaí) e a implantação do Hospital Colônia para Alienados de Ju- ra moradia fixa, cujo ápice se deu nas décadas de 1970 e 1980. queri, ambos situados no núcleo urbano do atual município de Fran- Com a promulgação da Lei de Proteção aos Mananciais (Leis Esta- co da Rocha. Estes fatos resultaram no surgimento e consolidação duais 898/75 e 1.172/76), visando à proteção dos recursos hídricos dos núcleos urbanos que hoje constituem os municípios de Mairipo- que abastecem grande parte da Região Metropolitana de São Pau- rã, Franco da Rocha, Caieiras e Francisco Morato (PINTO; BRUNA, lo, houve um arrefecimento desse processo. 2008).

Conforme dados da Prefeitura Municipal de Mairiporã, a Vila Toori, portal tradicional japonês (Foto: Humberto Müller) de Juqueri foi distrito de São Paulo de 1874 a 1880, passando a

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Capítulo 2 – Meio Físico

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2.1 Recursos hídricos

A água é um elemento essencial para a vida no planeta e tam- bém para muitos processos geológicos que ocorrem na Terra. Na superfície terrestre e abaixo dela a água circula entre os diversos reservatórios: oceano, atmosfera e continente, em um movimento cíclico denominado por ciclo da água.

2.1.1 Águas superficiais no município de Mairiporã

O município de Mairiporã possui 785,34 km de extensão de cursos d’água, sendo os principais rios o Juqueri, o rio Pinheiros, o ribeirão Itaim, o rio Jundiaí e o reservatório do Juqueri ou Paiva Cas- tro.

O município possui 85 % de área total pertencente à Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI 6 Alto Tietê e 15 % de sua área total na UGRHI 5 – , e Jundiaí (PCJ) (Figura 2.1.1-1).

Figura 2.1.1-1: Mapa da rede de drenagem do município de Mairiporã com o limite das UGRHI 5 e 6.

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2.1 Recursos hídricos (continuação)

2.1.2 Qualidade das águas superficiais oxigênio dissolvido (OD). Para o cálculo do IQA são consideradas Tabela 2.1.2-3 – IVA - Índice de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática no reservatório Paiva Castro variáveis de qualidade que indicam principalmente o lançamento O monitoramento da qualidade das águas superficiais (rios, de efluentes sanitários para o corpo d’água, fornecendo uma visão barragens e lagoas) é importante para a sua conservação devido às IVA geral sobre as condições de qualidade das águas superficiais Corpo diversas ameaças que podem ocorrer às mesmas, tais como: lança- Hídrico (Tabela 2.1.2-1). 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 mento de esgotos domésticos, os efluentes industriais não tratados, os agroquímicos utilizados nas atividades agrícolas e a erosão dos Reservatório de 3,9 3,2 3,0 2,1 2,4 3 3,2 Tabela 2.1.2-1 – IQA - Índice de Qualidade da Água no reservatório Paiva Paiva Castro solos próximos aos leitos (Cetesb, 2010). Castro O IET - Índice do Estado Trófico classifica os corpos d’água A qualidade das águas superficiais é monitorada pela Cetesb – em diferentes graus de trofia, ou estado nutricional, e avalia a qua- Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, por meio de um IQA lidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efei- Corpo Hídrico ponto de amostragem denominado JQJU 00900, que está localizado 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 to relacionado ao crescimento excessivo das algas e cianobacté- no reservatório de Paiva Castro. rias (Quadro 2.1.2-1). Reservatório de Paiva Castro 78 79 79 81 79 84 85 Nesse ponto é monitorado o IQA - Índice de Qualidade das Águas, o IAP - Índice de Qualidade das Águas para fins de Abasteci- Estado trófico Critério P-Total Clorofila a O IAP é o índice utilizado pela Cetesb para indicar as mento Público, o IVA - Índice de Qualidade das Águas para Prote- Ultraoligotrófico condições de qualidade das águas para fins de abastecimento pú- IET ≤ 47 P ≤ 8 CL ≤ 1,17 ção da Vida Aquática e o IET – Índice de Estado Trófico. No Quadro blico, que além das variáveis consideradas no IQA, são avaliadas Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 8 < P ≤ 19 1,17 < CL ≤ 3,24 2.1.2-1 apresentam-se os intervalos de classificação adotados para as substâncias tóxicas e as variáveis que afetam a qualidade orga- Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 19 < P ≤ 52 3,24 < CL ≤ 13,51 os índices: IQA, IAP e IVA. noléptica da água (Tabela 2.1.2-2). Eutrófico 59

O IVA avalia a qualidade das águas para fins de proteção da Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 120 < P ≤ 233 30,55 < CL < 69,05 Categoria de qualidade da IQA IAP IVA Tabela 2.1.2-2 – IAP - Índice de Qualidade das Águas para fins de Abasteci- Hipereutrófico IET > 67 P > 233 CL > 69,05 água mento Público no reservatório Paiva Castro

Ótima 79 < IQA ≤ 100 79 < IAP ≤ 100 IVA ≤ 2,5 Quadro 2.1.2-1 – Classificação do estado trófico para reservatórios IAP Boa 51 < IQA ≤79 51 < IAP ≤79 2,6 ≤ IVA ≤ 3,3 Corpo Hídrico 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Regular 36 < IQA ≤ 51 36 < IAP ≤ 51 3,4 ≤ IAP ≤ 4,5 Reservatório de Para o cálculo do IET são consideradas as variáveis Clorofila e Paiva Castro 76 77 72 75 78 77 73 Ruim 19 < IQA ≤ 36 19 < IAP ≤ 36 4,6 ≤ IAP ≤ 6,7 Fósforo Total, sendo seu resultado a média aritmética de cada Péssima IQA ≤ 19 IAP ≤ 19 6,8 ≤ IVA componente, segundo metodologia adotada pelo órgão ambiental fauna e flora em geral, diferenciando, portanto, de um índice para Quadro 2.1.2-1 – Classificação do IQA, IAP e IVA (Cetesb, 2016a). Os resultados da classificação são apresentados avaliação da água para o consumo humano e recreação de conta- na Tabela 2.1.2-4. O IQA foi desenvolvido pela Cetesb com base em estudo reali- to primário. No seu cálculo considera-se a presença e concentra-

zado, em 1970, pela National Sanitation Foundation dos Estados ção de contaminantes químicos tóxicos, seu efeito sobre os orga- Tabela 2.1.2-4 – IET – Índice de Estado Trófico no reservatório Paiva Castro Unidos, que incorpora nove parâmetros considerados relevantes nismos aquáticos (toxicidade) e duas das variáveis consideradas IET para a avaliação da qualidade das águas. Tais parâmetros são: essenciais para a biota, quais sejam, o pH e oxigênio dissolvido Corpo Hídrico coliformes fecais, pH, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), ni- (Cetesb, 2016a). (Tabela 2.1.2-3) 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 trogênio total, fósforo total, temperatura, turbidez, resíduo total e Reservatório de Paiva Castro 55 53 53 49 51 51 54

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2.1 Recursos hídricos (continuação)

O potencial de produção do SAC é, de modo geral, mais baixo trole da poluição das águas subterrâneas. Dentre os instrumentos que o dos aquíferos poroso/sedimentar, sendo, porém, de grande citados estão a Portaria do Ministério da Saúde nº 2914 de 12 de Aquíferos são terrenos ou formações geológicas capa- zes de armazenar e fornecer água no subsolo. Podem importância para o abastecimento local. De acordo com o Mapa dezembro de 2011, a Lista de Valores Orientadores para Solos e

ser de dois tipos, principalmente: os aquíferos sedi- de águas subterrâneas do Estado de São Paulo (ROCHA, 2005), Águas Subterrâneas da Cetesb de 2014, Resolução Conama nº mentares ou granulares, em que a água percorre os na maior parte do município de Mairiporã o potencial hidrogeoló- 420 de 28 de dezembro de 2009 e Resolução Conama nº 396 de gico, ou a vazão explotável por poço, é baixo, variando de 1 m³/h 03 de abril de 2008. espaços intersticiais entre os grãos; e os aquíferos fra- turados, em que a água circula em fendas, fraturas e a 6 m³/h. Os resultados dos parâmetros analisados neste poço fissuras. Os poços que o exploram não são muito profundos e se es- (PC0254P), no período acima citado, atendem aos valores de refe-

tendem até 150 m. Isso porque, quanto mais raso, maior a proba- rência de qualidade dos instrumentos legais aplicados e não apre- 2.1.3 Águas subterrâneas no município de Mairiporã bilidade de ocorrer fraturas abertas devido ao alívio de tensão sentam nenhuma anomalia em relação à qualidade das águas sub- (sheet joints). No município de Mairiporã ocorre de forma predominante o terrâneas. aquífero fraturado denominado Sistema Aquífero Cristalino – SAC 2.1.4 Qualidade das águas subterrâneas

(ROCHA, 2005). O Sistema Aquífero Cristalino é constituído por ro- A partir do ano de 2010, a Cetesb começou a monitorar um chas metamórficas e ígneas pré-cambrianas (rochas formadas a poço no município de Mairiporã, que foi denominado PC0254P, mais de 550 milhões de anos), apresenta um fluxo de águas subter- situado no Sistema Aquífero Cristalino conforme apresentado na râneas que se inicia pela porção superior, de solo residual, que se Tabela 2.1.4-1. constitui na zona de recarga do aquífero, propriamente dita, e cami- nha para as fraturas da rocha, passando pelos diversos horizontes Esse poço foi amostrado no período de 2013 a 2015, em duas que constituem a transição solo x rocha (Figura 2.1.3-1). Tabela 2.1.4-1 - Ponto de amostragem para águas subterrâneas da Cetesb

Profun- didade Nível Sistema Longitu- Código Descrição de cap- Estático Latitude Aquífero de tação (m) (m) P7- Sabesp Pré- PC0254 23° 18' 46° 34' - Jardim Cambria- 26 a 154 3 P 19" 01" Sandra no campanhas. Os parâmetros para qualidade das águas subterrâ- neas analisados compreendem: parâmetros físicos (temperatura da água e do ar, sólidos dissolvidos totais e sólidos totais), parâ- metros químicos (pH, alcalinidade, condutividade elétrica, dureza total, série nitrogenada, metais) e parâmetros microbiológicos (bactérias heterotróficas, Escherichia coli, coliformes totais e bac- Figura 2.1.3-1 – Modelo hidrogeológico conceitual do Sistema Aquífero Cristalino (IRITANI; EZAKI, 2012). teriófagos F-específicos).

Os resultados das análises desses parâmetros devem atender Águas do rio Juqueri (Foto: Humberto Müller) a padrões de qualidade dos instrumentos legais que visam o con-

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2.2 Clima

A caracterização dos aspectos climáticos é um importante O município de Mairiporã encontra-se na faixa do clima Cwb, subsídio para compreender o comportamento das chuvas no tempo classificado como subtropical, temperado com inverno seco. Em e no espaço; para estudos de planejamento e gestão; correlação relação à temperatura do mês mais frio é inferior a 18 ºC; e o mês com ocorrência de processos do meio físico (deslizamento, erosão, mais quente apresenta temperatura superior a 22 ºC. Quanto às inundação); estudos específicos de erosividade das chuvas; deter- chuvas, no mês menos chuvoso, as alturas registradas são inferio- minação do balanço hídrico de uma bacia hidrográfica; projetos de res a 30 mm e no mais chuvoso chega a 250 mm. Em relação aos engenharia e obras hidráulicas; entre outros. ventos, os dominantes são do sul e sudeste.

No Estado de São Paulo, como também no Brasil, a rede de 2.2.1 Caracterização Pluviométrica monitoramento de dados hidrometeorológicos ainda é muito incipi- A Figura 2.2-2 mostra que os meses mais chuvosos ocorrem ente. Essa deficiência repercute na dificuldade de análises mais de outubro a março, destacando-se janeiro como o mês que regis- aprimoradas. tra as maiores alturas pluviométricas; enquanto os meses de abril Para análises mais gerais são utilizados os sistemas de clas- a setembro registram menores alturas pluviométricas, sendo agos- sificações climáticas que definem os climas de diferentes regiões, a to, o mês menos chuvoso. partir de variáveis climáticas. Um dos sistemas bastante utilizado é o que foi proposto por Köppen, modificado no Brasil por Setzer (1966). No Estado de São Paulo, devido às suas características fisi- ográficas (relevo, posição geográfica e influência de diversas mas- Figura 2.2-3 – Isoietas da média anual (10/10 mm) sas de ar), há também diversidade climática, conforme ilustra a Fi- gura 2.2-1.

Figura 2.2-2 - Distribuição das alturas pluviométricas a partir de dados do posto E3-005 (Mairiporã).

As Isoietas traçadas nas Figuras 2.2-3 e 2.2-4 subsidiam a analise da distribuição espacial das chuvas em Mairiporã.

As isoietas são linhas que unem pontos de mesma altura plu- viométrica, por interpolação, com base nos dados registrados nos postos de monitoramento. Figura 2.2-1 – Classificação dos climas do Estado de São Paulo, sistema Köppen (modificado por SETZER, 1966), e o município de Mairiporã. Fon- Figura 2.2-4 Isoietas da média do mês mais chuvoso (10/10 mm) te: IPT, 1999. –

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2.3 Geologia

Geologia é a ciência que estuda a Terra: como surgiu, como evoluiu e como funciona. Ocupa-se da constituição e estrutura do globo terrestre, das diferentes forças que agem sobre as rochas, modificando assim as formas de relevo e a composição química original dos diversos elementos, e a ocorrência e evo- lução da vida por meio das diferentes etapas da história física da Terra.

O contexto geológico do município de Mairiporã assentam-se rochas metassedimentares, metamórficas e suítes de rochas graníti- cas intrusivas.

Observando-se o mapa geológico da Figura 2.3-1, verifica-se, ao norte do município, distribuição de migmatitos, gnaisses graníti- cos e gnaisses miloníticos e a presença de micaxistos e/ou meta- arenito e xistos miloníticos. Na região central, nota-se uma suíte de granitos e granodioritos intrusiva e no entorno filitos e/ou metassilti- tos e filonitos. Na porção sul do município, nota-se a grande exten- são de granitos e granodioritos. Além disso, tem-se: uma área na porção leste de Mairiporã, composta de micaxistos e/ou meta- arenito, xistos miloníticos, anfibolitos metabasitos, quartzitos, epido- to anfibolitos bandados e xistos verdes, migmatitos, gnaisses graníti- cos e gnaisses miloníticos.

Os aluviões fluviais estão presentes nos depósitos nas mar- gens, fundos de canal e planícies de inundação de rios. As areias, cascalheiras, argilas resultantes dos processos de erosão, transpor- te e deposição a partir de áreas-fonte diversas estão distribuídas na região central e leste de município.

Figura 2.3-1 – Mapa Geológico do município de Mairiporã. Fonte: EMPLASA, 1980.

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2.4 Geomorfologia

Geomorfologia é o estudo das formas de relevo, por meio da qual é pos- sível saber quais as modificações que ocorreram na paisagem e desven- dar os processos pretéritos ocorridos no local, permitindo que se estime sua provável evolução futura.

Relevo é produto da ação dos fatores climáticos sobre as rochas. Assim, rochas mais duras, ou seja, mais resistentes à ação do intemperismo, resultam em relevo mais íngreme; enquanto rochas mais moles ou mes- mo inconsolidadas geram relevos mais planos.

O relevo no município de Mairiporã é estruturado principal- mente a partir do intemperismo nessas rochas mais resistentes, sendo identificados cinco tipos de padrões de relevo: as planícies aluviais, os morrotes, os morros baixos, os morros altos e as serras e escarpas, conforme o mapa geomorfológico (Figura 2.4-1) e a sua razão de ocorrência (Figura 2.4-2). Predomina no município o relevo do tipo morros altos e baixos com amplitudes que variam de 90 até 200 m e declividades de encostas de 20 a 30%. Nos morros altos as encostas, com perfis predominantemente retilíneos, apre- sentam-se bastante entalhadas, com grotas profundas, anfiteatros, ravinas e alta densidade de drenagem e nos morros baixos as en- costas possuem perfis retilíneos a convexos e superfícies razoavel- mente entalhadas por ravinas, com frequentes anfiteatros, apresen- tando alta densidade de drenagem.

Figura 2.4-2 – Razão de ocorrência dos tipos de padrões de relevo no município de Mairiporã (área em %) Figura 2.4-1 – Mapa Geomorfológico do município de Mairiporã. Fonte: IPT e EMPLASA, 1990.

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2.5 Pedologia

23) está localizada no extremo leste de Mairiporã, em 3,64 % da capacidade de troca de cátions, com textura média ou mais fina Pedologia é o estudo dos solos, sua forma, origem, classificação e área total e, segundo o IAC (2016), representam solos minerais, (argilosa, muito argilosa). Têm propriedades físicas favoráveis: boa propriedades. Formados a partir do intemperismo e erosão das rochas, o solo é um importante recurso natural sendo fundamental homogêneos, com pouca diferenciação entre os horizontes ou ca- a moderada permeabilidade, friabilidade e moderada retenção de seu reconhecimento para conservação e manejo adequado. madas, reconhecido facilmente pela cor quase homogênea do so- água, que tornam esses solos bastante aptos para a agricultura lo com a profundidade. São solos profundos, bem drenados e com nível a alto de tecnologia, uma vez que necessita correção de Analisando o município de Mairiporã são reconhecidas três uni- suas limitações químicas. dades pedológicas diferenciadas, ilustrados no Mapa Pedológico na escala 1:500.000, na classificação de Oliveira et al. (1999), sendo elas: os argissolos vermelho-amarelo, os cambissolos e os latosso- los vermelho-amarelo (Figura 2.5-1).

A classe dos argissolos representada pelas unidades PVA41 e

PVA42 está presente na maior parte do município de Mairiporã, com

85,17 % da área total. Segundo o Instituto Agronômico de (IAC, 2016), os argissolos são solos minerais com nítida diferencia- ção entre as camadas ou horizontes, reconhecidos em campo espe- cialmente pelo aumento, por vezes abrupto, nos teores de argila em profundidade. A fertilidade desses solos é variável, dependente prin- cipalmente de seu material de origem. Sua retenção de água é maior nos horizontes subsuperficiais, podem se constituir em um reserva- tório de água para as plantas.

A classe de cambissolo (CX1) foi mapeada apenas no extremo norte/noroeste do município, abrangendo o distrito de Terra Preta e representando apenas 8,80 % da área total e compreende solos mi- nerais com características bastante variáveis, mas que sempre apre- sentam textura média ou mais fina e ausência de grande desenvolvi- mento pedogenético. São solos com pequena profundidade, elevado teor de minerais primários (minerais herdados da rocha), presença significativa de fragmentos de rocha na massa do solo e outros indí- cios do intemperismo incipiente do solo. Em alguns casos, a presen-

ça de maiores quantidades de minerais primários contribui para uma maior reserva nutricional para as plantas, especialmente importante em cultivos florestais e perenes. com Com menor representatividade, a classe de latossolos (LVA baixa Figura 2.5-1 – Mapa pedológico do município de Mairiporã. Fonte: OLIVEIRA et al., 1999.

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2.6 Suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações

A Carta de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Tipo de processo do meio Descrição Observação Massa e Inundações (Figura 2.6-1) apresenta o mapeamento de físico suscetibilidade aos processos do meio físico do tipo: movimentos Movimento caracterizado por velocidade alta, que se desenvolve comumente em encostas com declividade e amplitude média a alta e segundo superfície de Desliza- Representado pelas classes de suscetibilidade gravitacionais de massa (deslizamento; rastejos; quedas; tomba- ruptura planar (translacional), circular (rotacional) ou em cunha mento alta, média e baixa, para processos de movimen- (acompanhando planos de fragilidade estrutural dos maciços terrosos ou ro- mentos; desplacamentos e rolamentos de rocha; e corridas de mas- to gravitacional de massa, de acordo com as ca- chosos). racterísticas predominantes de relevo, forma da sa) e processos hidrológicos (inundações e enxurradas), os quais Movimento relativamente lento, quando comparado ao processo de desliza- encosta, amplitude, declividade, litologia, densida- estão frequentemente associados a desastres naturais ocorridos no Rastejo mento, que pode ocorrer mesmo em terrenos com baixas declividades, como de de estruturas e solos. Movimentos colúvios ou tálus em depósitos de sopé e/ou meia encosta. país. gravitacionais de massa Queda de Movimento geralmente abrupto de blocos e matacões rochosos, que se des- No mapa estão associados às feições de: campo rocha prendem de encostas íngremes, paredões rochosos ou falésias. de blocos e paredões rochosos “Entende-se por meio físico o conjunto do ambiente definido pela intera- ção de componentes predominantemente abióticos, quais sejam, materi- Movimento de massa complexo e com alta energia de transporte, caracteriza- do por fluxos concentrados de blocos rochosos e troncos vegetais imersos em ais terrestres (solos, rochas, água e ar) e tipos naturais de energia Corrida de No município de Mairiporã não foram identificadas matriz de alta concentração de sedimentos de diferentes granulometrias, pro- massa bacias de alta suscetibilidade a corrida de massa. (gravitacional, solar, energia interna da Terra e outras), incluindo suas venientes da ocorrência de deslizamentos nas encostas e do retrabalhamento modificações decorrentes da ação biológica e humana“ (Fornasari Filho de depósitos antigos situados ao longo de cursos d’água.

et al, 1992). Representado pelas classes de inundação: alta, Processo caracterizado pela elevação temporária do nível d’água relativo ao média e baixa, de acordo com as características leito regular do canal em uma dada bacia de drenagem, comumente em razão locais do relevo, do tipo de solos, da altura de do acréscimo de vazão d’água ocasionado por eventos chuvosos de longa Os processos do meio físico dependem, basicamente, das ro- Inundação inundação (em metros) e das características de duração e elevados índices pluviométricos acumulados. Atinge e/ou submerge suas bacias de drenagem: área de contribuição, chas que constituem uma determinada região, do relevo que essas total ou parcialmente a planície aluvial pelo transbordamento das águas do formatos, densidade de drenagem e padrão dos canal principal do rio, devido à evolução do processo de enchente ou cheia. rochas sustentam e suas declividades, dos solos que evoluem nesse canais fluviais. Hidrológicos contexto geológico-geomorfológico, dos recursos hídricos superfici- No mapa estão indicadas as bacias de drenagem ais e subterrâneos e do clima. Enchente brusca ou inundação de curta duração, desenvolvida em bacias de com alta suscetibilidade à geração de enxurrada, drenagem restritas no contexto de relevo serrano ou morros altos, por ocasião que pode atingir trechos planos e distantes situa- Enxurrada de chuvas intensas. Caracteriza-se por alta energia de transporte e capacidade dos a jusante, induzindo, ainda, solapamento de O Quadro 2.6-1 apresenta os principais processos do meio de arraste, com elevado potencial de impacto destrutivo. Pode induzir a insta- talude marginal (incide em 6,9% na área total do físico mapeados no município de Mairiporã. blização e solapamento de taludes marginais ao longo do curso d’água. município e 5,1% da área urbanizada/edificada do município). Quadro 2.6-1 – Principais processos do meio físico da Carta de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações .

Área característica de alta suscetibilidade a inundação (Foto: IPT) Campo de blocos no Pico do Olho D’Água (Foto: IPT) Área característica de alta suscetibilidade a movimento de massa (Foto: IPT)

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2.6 Suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações

Figura 2.6.1 – Mapa de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações do município d Mairiporã, na escala 1:50.0000. Fonte: IPT/CPRM, 2014.

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Capítulo 3 – Meio Biótico

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3.1 Flora

O município de Mairiporã situa-se no domínio do bioma da Segundo o Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo (IF, 2005), elaborado a partir de fotointerpretação de Mata Atlântica, estando este composto por um mosaico de fitofisio- imagens de satélites LANDSAT (período 2000-2001), Mairiporã possui, aproximadamente, 39,5 % do seu território ocupado por cobertura nomias bastante diversificadas, que incluem florestas de planície e vegetal nativa (Figura 3.1-2). de altitude, matas costeiras e de interior, ilhas oceânicas, encraves e brejos interioranos no Nordeste e ecossistemas associados como restingas, manguezais e campos de altitude. Esta grande diversifi- cação ambiental propiciou a evolução de um complexo biótico de natureza vegetal altamente rico e com uma ampla diversidade bio- lógica, e grande quantidade de endemismos (MANTOVANI; TABA- RELLI, 1999, CAPOBIANCO; LIMA, 1997).

Nesse mosaico de fitofisionomias, no município de Mairiporã predomina a Floresta Ombrófila Densa (Figura 3.1-1), cuja forma- ção vegetal está caracterizado por plantas lenhosas de médio a alto porte, além de lianas e epífitas em abundância, que a diferen- ciam das outras classes de formações florestais. Porém, sua ca- racterística ecológica principal relaciona-se a fatores climáticos tro- picais de elevadas temperaturas (médias de 25ºC) e de alta preci- pitação, bem distribuída durante o ano (de 0 a 60 dias secos), o que determina uma situação ecológica praticamente sem período biologicamente seco (IBGE, 2012).

Figura 3.1-1 – Floresta ombrófila densa, município de Mairiporã (Foto aérea: IPT) Figura 3.1-2 – Mapa da cobertura vegetal nativa do município de Mairiporã. Fonte: IF, 2005.

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3.1 Flora (continuação)

Ainda de acordo com o mesmo Inventário, essa vegetação inclui as formações secundárias No Estado de São Paulo, segundo a metodologia de mapeamento do Instituto Florestal (IF, 2005), (capoeiras), totalizando 451 fragmentos florestais, a maior parte deles pequenos, com menos de 10 ha a Floresta Ombrófila Densa está subdividida em quatro formações florestais, ordenadas segundo a hie- (Figura 3.1-3). No entanto, apesar de bastante reduzidos, esses fragmentos apresentam grande impor- rarquia topográfica, que condiciona fisionomias diferentes, de acordo com as variações das faixas alti- tância para a conservação da biodiversidade, além de promover a proteção das áreas de mananciais. métricas:

Formação florestal

 formação das terras baixas (0 a 50 metros)  montana (500 a 1.500 m)

 submontana (50 a 500 m)  alto-montana (mais que 1.500 m)

Em Mairiporã encontram-se, predominantemente, a Floresta Ombrófila Densa Montana. A Floresta Ombrófila Densa Montana se caracteriza pela elevada densidade e heterogeneidade florística e por apresentar três ou mais estratos arbóreos, com muitas epífitas – que indicam um ambiente mais úmido

e com árvores mais velhas – e lianas. No alto das encostas, a vegetação é mais uniforme e menos de- senvolvida, devido às condições edáficas menos favoráveis, com solos mais rasos e de rápida drena- gem. O porte desta floresta pode variar em função das diferenças edáficas localizadas, sendo normal- mente mais desenvolvidas aquelas situadas em vales profundos e nos planaltos, atingindo, em média,

de 20 a 25 metros de altura. Algumas espécies características da área são:

Nome científico/Nome popular Nome científico/Nome popular Figura 3.1.3 – Quantidade de fragmentos de vegetação natural por classe de superfície. (Fonte: IF, 2005)  Tibouchina sellowianna (quaresmeira-da-serra)  Euterpe edulis (palmito)

Os maiores fragmentos florestais (acima de 100 ha) encontram-se inseridos nos Parques Estadual  Miconia cinnamomifolia (jacatirão-açu)  Nectandra rigida (canela) da Cantareira e do Itapetinga ou em seu entorno. Vale ressaltar que os fragmentos não inseridos em  Hieronyma alchorneoides (licurana)  Alchornea triplinervia (tapiá) alguma Unidade de Conservação de Proteção Integral, são áreas que apresentam significativa impor- tância ambiental, em especial por propiciar o aumento da conectividade na paisagem, sendo assim, indicadas para criação de UC ou para alguma outra forma especial de proteção.

A Mata Atlântica é responsável pela alta biodiversidade presente nesse bioma, abrigando mais de 60 % de to- Hotspots de biodiversidade são áreas que apresentam elevada riqueza de espécies com excepcional ocorrência de espécies das as espécies terrestres do planeta, além de possuir um maior número de espécies endêmicas. É um dos bio- endêmicas e sofrem grande pressão antrópica. mas mais devastados e ameaçados, restando apenas 12,5 % de sua extensão original (considerando áreas aci- ma de 3 ha) e um número significativo de espécies ameaçadas de extinção. Das 633 espécies de animais ame- açadas no Brasil, 383 ocorrem nesse bioma (SOS MATA ATLÂNTICA, 2016). É considerada pela Conservation Espécies endêmicas são aquelas cuja distribuição é restrita a International (CI) um dos 34 hotspots da biodiversidade mundiais, por apresentar biodiversidade abundante, alta uma determinada localidade, podendo ser de um ecossistema, taxa de endemismo e alto grau de ameaça, sendo assim é uma das áreas prioritárias para conservação. um bioma, uma nação ou de uma região biogeográfica.

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3.1 Flora (continuação)

Como estimativa da biodiversidade de espécies arbóreas do Categoria de ameaça Divisão/família Espécie [sinonímia] Tipo de ameaça município de Mairiporã e considerando apenas as espécies amos- IUCN MMA SMA tradas nos levantamentos florísticos realizados no Parque Estadual ASPLENIACEAE Asplenium bradeanum Handro EN EN Desmatamento da Cantareira (PEC) e no Parque Estadual do Itapetinga (PEI), fo- DICKSONIACEAE Dicksonia sellowiana Hook. EN VU Exploração de xaxim e desmatamento ram identificadas 412 espécies, o que corresponde a 52 % do total APOCYNACEAE Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. EN Exploração da madeira de espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Densa no Estado de ARECACEAE Euterpe edulis Mart. VU VU Exploração do palmito São Paulo, listadas por Oliveira (2006), sendo que 376 espécies BIGNONIACEAE Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau VU VU Desmatamento foram amostradas no PEC, 127 no PEI e 91 são comuns aos dois FABACEAE- Machaerium villosum Vogel VU Desmatamento parques (Anexo B). FABOIDEAE

Com relação às espécies ameaçadas de extinção, das espé- FABACEAE- Inga lenticellata Benth. VU Desmatamento e declínio populacional MIMOSOIDEAE cies nativas registradas no Parque Estadual da Cantareira e no Par- Inga sellowiana Benth. EN Desmatamento que Estadual do Itapetinga, 26 foram enquadradas em alguma cate- Nectandra barbellata Coe-Teix. VU VU Desmatamento goria de ameaça (Quadro 3.1-1). Dentre essas espécies, quatro Distribuição geográfica restrita, baixa densidade populacional e explora- Ocotea bragai Coe-Teix. EN EN foram classificadas como Em Perigo (EN) e doze como Vulneráveis ção da madeira (VU) e que, portanto, apresentam risco extremamente alto de extin- Ocotea catharinensis Mez VU VU Exploração da madeira LAURACEAE Distribuição geográfica restrita, baixa densidade populacional e explora- ção na natureza. As espécies foram assim avaliadas, segundo o Ocotea felix Coe-Teix. EN EN ção da madeira critério “redução de população (por suspeita, observação, estimati- Ocotea frondosa (Meisn.) Mez VU Distribuição geográfica restrita va ou inferência)”, visto que as áreas ocupadas por essas espécies Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer EN Exploração da madeira e desmatamento vêm sofrendo severos desmatamentos e perda de qualidade de ha- Ocotea porosa (Nees) Barroso VU EN Exploração da madeira bitat, o que resulta em redução de população destas espécies supe- LECYTHIDACEAE Cariniana legalis (Mart.) O. Ktze. VU EN Desmatamento riores a 50 %. A maior parte dos tipos de ameaça envolve o desma- Cedrela fissilis Vell. EN VU Exploração da madeira e desmatamento tamento e/ou a exploração da madeira. MELIACEAE Trichilia emarginata C.DC. VU Desmatamento Trichilia silvatica C.DC. VU Desmatamento MORACEAE Brosimum glaziovii Taub. EN VU Desmatamento

No estado de São Paulo, dentre as 7.500 espécies aproximadas de plan- Eugenia prasina O.Berg VU Desmatamento MYRTACEAE Myrceugenia campestris (DC.) tas fanerógamas (WANDERLEY et al., 2007), 999 estão ameaçadas de VU Desmatamento D.Legrand & Kausel extinção (MAMEDE et al., 2007), distribuídas nas seguintes categorias da IUCN - International Union for Conservation of Nature: ORCHIDACEAE Centroglossa macroceras Barb.Rodr. EX Não disponível OROBANCHACEAE Escobedia grandiflora (L.f) Kuntze EX Não disponível  presumivelmente extinta (EX): 390; PROTEACEAE Euplassa cantareirae Sleumer EN EX Distribuição geográfica restrita  presumivelmente extinta na natureza (EW): 14; SAPOTACEAE Pouteria bullata (S.Moore) Baehni VU EN Desmatamento  em perigo crítico (CR): 23;  em perigo (EN): 173; Quadro 3.1-1 – Lista das espécies da flora ameaçadas de extinção, observadas nos Parques Estaduais da Cantareira e do Itapetinga. Categoria de ameaça segundo as listas da IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, 2016), SMA - Secretaria do Meio Ambiente de São  vulnerável (VU): 398. Paulo (São Paulo, 2016) e MMA - Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2014) (EX = Extinta; EN = Em Perigo; VU = Vulnerável) e tipo de ameaça identi- ficada.

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3.1 Flora (continuação)

A palmeira-juçara Euterpe edulis é uma espécie altamente ameaçada no Estado de São Paulo devido ao corte do palmito, bas- tante consumido pela população. A presença de povoamentos des-

sa espécie na região, tanto no Parque Estadual da Cantareira quan- to no Parque Estadual do Itapetinga, é algo surpreendente para o Estado de São Paulo, visto que essa espécie está se tornando cada vez mais escassa no Vale do Ribeira e nas Serra do Mar e de Para- napiacaba, mesmo no interior de Parques Estaduais.

O xaxim Dicksonia sellowiana também é uma espécie alta- mente ameaçada no estado. Ocorre em baixa abundância no Par- que Estadual da Cantareira, com destaque para as planícies aluvi- ais, apresentando maior abundância conhecida na região do Pinhei- rinho.

Asplenium bradeanum é uma samambaia com apenas dois registros de coletas, ambos em locais de alta densidade populacio- nal humana. Por quase cinquenta anos, o único registro de coleta da espécie era no município de Paranapiacaba, próximo às cidades de Cubatão e Santos. Entretanto, em 2005, a espécie foi coletada na cidade de São Paulo, no Parque Estadual da Cantareira. Apesar dos dois registros terem sido feitos em Unidades de Conservação, am- bas as áreas sofrem com a perda da qualidade de habitat. Na Esta- ção Biológica de Paranapiacaba, incide a poluição oriunda dos gran- des centros urbanos e, no Parque Estadual da Cantareira há lotea- mento clandestino; estas configuram duas situações de ameaça à espécie (CNCFLORA, 2016a).

A descrição da espécie Ocotea bragai foi realizada a partir de materiais da Serra da Cantareira, sendo a única área de ocorrência conhecida dessa espécie, caracterizando como uma espécie possi- velmente endêmica dessa região, ocorrendo nos trechos de flores- Figura 3.1-4 – Espécie de samambaia encontrada na área tombada do Morro do Juquery (Foto: IPT) tas maduras ou em avançado estádio de regeneração do Parque Estadual da Cantareira (FF, 2009).

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3.2 Fauna

Um dos 34 hotspots da biodiversidade mundial (LAURANCE, 2009), a Mata Atlântica é o bioma com a maior concentração de biodiversidade em florestas tropicais conhecido (BINI, 2015). Atualmente, são registradas para o bioma 298 espécies de mamíferos (PAGLIA et al., 2012), 992 de aves, 200 de répteis, 370 de anfíbios e 350 de peixes (PINTO et al., 2012). A fragmentação de habitats é uma proble- mática que afeta toda a Mata Atlântica, onde 32% dos remanescentes florestais têm entre 3 ha e 99 ha apenas (SOS Mata Atlântica, 2017). O aumento do grau de isolamento entre os fragmentos pode acar- retar na redução do fluxo gênico entre populações, o que levaria à perda de diversidade e, em casos mais drásticos, à extinção local (BURKEY 1989, FRANKHAM et al., 2002, COULON et al., 2004).

O município de Mairiporã/SP encontra-se inserido em um contínuo de Unidades de Conservação (UC) que abriga elevada biodiversidade (FF, 2009; IF 2010) e possibilita a conectividade da Serra da Cantareira com a Serra da Mantiqueira. Esses remanescentes de floresta são formados pelos Parques

Estaduais da Cantareira (PEC), de Itaberaba (PEI), de Itapetinga (PEIt) e do Juquery, pelo Monumento Natural Estadual da Pedra Grande e pela Reserva Particular do Patrimônio Natural Sítio Capuavinha.

(a) Araçari- banana (Pteroglossus bailloni) (Crédito: Marcio Port-Carvalho); (b) Pica-pau; (c) Tucano 3.2.1 Avifauna (Foto: Humberto Müller) Cerca de 800 espécies de aves ocorrem no estado de São Paulo (SILVEIRA; UEZU, 2011) e aproximadamente 160 espécies são endêmicas da Mata Atlântica (ARGEL, 2010). 3.2.2 Mastofauna

Em Mairiporã e seu entorno, ocorrem mais de 300 espécies de aves, sendo a Serra da Cantareira, A mastofauna silvestre da região abrange mais de 100 espécies, incluindo mamíferos terrestres e que fica ao sudoeste do município, reconhecida como IBA (sigla em inglês para Área Importante para a voadores, o que representa um terço das espécies conhecidas para o bioma. Destaca-se a presença Conservação das Aves) (BENCKE et al., 2006). Na região é possível encontrar espécies icônicas do do sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), primata endêmico e vulnerável à extinção (UICN, 2016; bioma como: ICMBIO, 2014a; SÃO PAULO, 2014), com distribuição restrita às áreas florestadas de São Paulo, e (RYLANDS et al., 2008).

Foram identificadas 27 espécies de mamíferos de grande e médio porte, sendo que oito estão em Aves alguma categoria de ameaça (SÃO PAULO, 2014) e quatro são endêmicas do bioma. A comunidade Nome popular Nome científico de primatas é relativamente abundantes na região (TREVELIN et al., 2007), o que reforça a importân- cigarra-verdadeira Sporophila falcirostris cia em se proteger os fragmentos florestais locais. Alguns exemplos de espécies de primatas da regi- corruíra Troglodytes musculus ão e todos endêmicos da Mata Atlântica são: garça-branca Ardea alba Primatas gavião-pombo-pequeno Amadonastur lacernulatus Nome popular Nome científico Nome popular Nome científico joão-do-riacho Lochmias nematura bugio-ruivo Alouatta clamitans sagui-da-serra-escuro Callithrix aurita macuco Tinamus solitarius periquito-rico Brotogeris tirica macaco-prego Cebus nigritus sauá Callicebus nigrifrons pixoxó Sporophila frontalis

trinca-ferro-verdadeiro Saltator similis tucano-de-bico-verde Ramphastos dicolorus Os carnívoros, por outro lado, ocorrem em baixas densidades, uma vez que, em geral, necessitam de áreas preservadas relativamente grandes (MARINHO-FILHO; MACHADO, 2006).

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3.2 Fauna (continuação)

Os felinos são representados por cinco espécies na região, todas com algum grau de ameaça segundo as listas estaduais, na- cionais e internacionais. A presença de áreas florestadas permite a ocorrência de alguns felinos e é possível observar, também, mamí- feros mais resistentes a antropização.

Mamífero

Nome popular Nome científico bicho-preguiça Bradypus variegatus

furão-grande Galictis vittata Sapo cururuzinho (Rhinella ornata) Foto: Humberto Müller furão-pequeno Galictis cuja gato-maracujá Leopardus wiedii Anfíbios Nome popular Nome científico irara Eira barbara lontra Lontra longicaudis gato-do-mato (Leopardus guttulus). Foto: Marcio Port-Carvalho, Leonar- rã-de-riacho Bokermannohyla hylax do Trevelin, Mauricio Silveira e Eduardo Morell mão-pelada Procyon cancrivorus rã-do-folhiço Ischnocnema guentheri 3.2.3 Herpetofauna onça-parda Puma concolor sapo-cururu Rhinella icterica A alta complexidade de habitat e micro-habitat da Mata Atlânti- quati Nasua nasua ca, dentre outros fatores, favorece a elevada diversidade de rép- 3.2.4 Ictiofauna tamanduá-mirim Tamandua tetradactyla teis e anfíbios e ocorrência de endemismo (HEYER, 1988; MAR- O rio Juqueri, por sua vez, que integra a bacia do rio Paraná tatu-peba Eupharactus sexcinctus QUES et al. 1998; HADDAD; PRADO, 2005). Os anuros situam-se, onde cerca de 30 espécies de peixes estão ameaçadas de extin- veado-catingueiro Mazama gouazoubira geralmente, entre os grupos mais representativos em levantamen- ção, situa-se em uma região de alto grau de endemismo e de espé- tos de herpetofauna, especialmente Hylidae, família com maior ri- cies ameaçadas (ROSA; LIMA, 2008; ICMBIO, 2014b). Nesta regi- queza de espécie (AMPHIBIAWEB, 2017; SEGALLA et al., 2016). ão, sub-bacia do Alto Tietê, 14 espécies estão na lista de espécies Alguns anfíbios e répteis encontrados em Mairiporã são endêmicos ameaçadas do estado de São Paulo (OYAKAWA et al., 2009), sen- da Mata Atlântica e que vivem em vegetação baixa próxima a cór- do, em sua maioria, espécies de porte pequeno e que habitam ria- regos de água limpa e outros que estendem sua ocupação a áreas chos ou ribeirões de cabeceira, todos com registros no PEC. A con- abertas próximas a matas (AMPHIBIAWEB, 2017; IUCN 2016). servação destas espécies depende da manutenção dos mananciais

que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, sendo, para tanto, necessária a tomada de ações que visam preservar os frag- Répteis mentos florestais dessas áreas. Nome popular Nome científico camaleãozinho Enyalius perditus Peixes cobra-coral Micrurus frontalis Nome popular Nome científico cobra-verde Erythrolampus jaegeri cascudinho-do-tietê Pseudotocinclus tietensis teiú Salvator merianae piquira-cabeçuda Spintherobolus papilliferus Quati (Nasua nasua). Foto: Marcio Port-Carvalho, Leonardo Trevelin, Mauricio Silveira e Eduardo Morell bagrinho-listrado Taunaya bifasciata

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Capítulo 4 – Meio Antrópico

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4.1 Demografia

A caracterização demográfica é representada pelo número de caiu para 80 % e passou a se manter no patamar de 87 % no censo habitantes residentes no município de Mairiporã (população total, de 2010; na estimativa de população para 2015 representou 90%. urbana e rural, masculina e feminina e por faixa etária); e pelas ta- xas de natalidade e mortalidade. A dinâmica do seu crescimento po- de ser observada a partir da Taxa Geométrica de Crescimento Anual - TGCA e da projeção da população.

Os dados foram coletados na base de “Informações dos Muni- cípios Paulistas” desenvolvida pela Fundação Seade a partir dos resultados dos censos demográficos do IBGE de 1980, 1991, 2000 e 2010, além de projeções da população para 2016.

4.1.1 População total

O último censo do IBGE (2010) mostra que o município regis- trava 80.755 habitantes, representando 0,72% em relação a popula- Figura 4.1.2-1 – População urbana, rural, total e % da população urbana nos anos censitários e projeção de 2016. Fonte: Seade e IBGE. ção da Região Metropolitana de São Paulo - RMSP e 0,20 % da po- pulação do Estado de São Paulo - ESP (Quadro 4.1.1-1). É impor- 4.1.3 População masculina e feminina tante observar que em 36 anos a população do município de Mairi- No município de Mairiporã, para o período analisado, 1980 a porã mais que triplicou (Figura 4.1.1-1). 2016, a população masculina é discretamente maior em relação à população feminina. Os dados do censo de 2010 mostram que a Período Mairiporã RMSP % ESP % população masculina do município correspondia a 50,6 % da popu- 1980 27.380 8.475.380 0,32% 24.953.238 0,11% lação total (Figura 4.1.3-1). 1991 39.719 9.610.659 0,41% 31.436.273 0,13%

2000 59.883 10.426.384 0,57% 36.974.378 0,16%

2010 80.755 11.245.983 0,72% 41.223.683 0,20%

2015 90.103 11.581.798 0,78% 43.046.555 0,21%

Quadro 4.1.1-1 – Município de Mairiporã, RMSP e ESP: Evolução da população total no período de 1980 a 2016 e porcentagem em relação a RMSP e ESP. Fonte: Seade e IBGE.

4.1.2 População urbana e rural

A população urbana de Mairiporã é significativamente maior que a população rural em todo o período analisado, fato corrobora- Figura 4.1.1-1 – Evolução do número de habitantes do município de Mai- do pela crescente taxa de urbanização do município (Figura 4.1.2- riporã, no período de 1980 a 2015. Fonte: SEADE (projeção) e IBGE (dados dos anos censitários - 1980, 1991, 2000 e 2010). 1). Em 1980 a população urbana de Mairiporã representava 69 % da Figura 4.1.3-1 – População masculina, feminina, total e porcentagem da população total, passando para 85 % no censo de 1991; em 2000 população masculina nos anos censitários e projeção de 2015. Fonte: Sea- de e IBGE.

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4.1 Demografia (continuação)

4.1.4 População por faixa etária Seade mostra que 31,37 % da população do município de Mairipo- Na década de 1980 a população situada na faixa etária entre 0 rã encontram-se nas faixas etárias de 5 a 24 anos e constituem o e 4 anos era a que apresentava o maior número de pessoas em grupo de pessoas que se espera estejam estudando, e que há um Mairiporã (4.162 residentes). Em seguida, observa-se um decrésci- predomínio de habitantes nas faixas etárias situadas entre 25 e 64 mo gradativo do número de habitantes em cada faixa etária, até al- anos (54,55 %) , constituindo o grupo de pessoas que se espera cançar a última faixa (75 anos e mais), que apresentava apenas 270 estejam trabalhando (Figura 4.1.6-1). pessoas (Figura 4.1.4-1). Em 1991 nota-se um crescimento de população nas faixas etá- rias entre 5 e 14 anos e um comportamento semelhante à década anterior para as demais faixas etárias. A partir de 2000, embora ain- da haja um predomínio de população entre as faixas de 0 a 44 anos, percebe-se um incremento de pessoas nas faixas etárias de 45 anos e mais, indicando tendência de envelhecimento da população.

4.1.5 Pirâmide etária Figura 4.1.5-1 – Pirâmide etária (projeção de 2015). Fonte: Seade. A pirâmide etária da relação entre a populações masculina e a feminina na projeção de 2015, mostra que há um ligeiro predomí-

nio de mulheres nas faixas etárias entre 30 a 54 anos e acima de

65 anos (Figura 4.1.5-1). A população masculina tem ligeiro pre-

domínio nas faixas entre 10 a 29 anos. 4.1.6 Projeção populacional

A projeção da população de 2015 calculada pela Fundação Figura 4.1-6 - Projeção por faixa etária do ano de 2015. Fonte: Seade.

Figura 4.1.4-1 – Distribuição da população por faixas etárias, período de 1980 a 2015. Fonte: IBGE, anos censitários e Seade, projeção 2016.

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4.1 Demografia (continuação)

4.1.7 Taxa Geométrica de Crescimento Anual - TGCA A Taxa Geométrica de Crescimento Anual - TGCA é o percen- tual de incremento médio anual da população residente em determi- nado lugar. O valor refere-se à média anual obtida para um período de anos compreendidos entre dois momentos, em geral correspon- dentes aos censos demográficos.

O município de Mairiporã apresenta a TGCA superior à do Estado de São Paulo e à da Região Metropolitana de São Paulo, em todos os períodos censitários analisados. (Figura 4.1.7-1)

Figura 4.1.8-1 – Taxa de natalidade e de mortalidade nos períodos cen- sitários e projeção até 2015. Fonte: Seade. Figura 4.1.9-1 – Taxa de mortalidade por causas diversas. Fonte: Seade. Quanto à taxa de mortalidade infantil (até 1 ano) e na infância (até 5 anos), houve uma queda durante todo o período analisado, 4.1.9 Causas diversas de mortalidade com pequeno aumento em 2015, o mesmo ocorrendo com a taxa As causas das mortes podem ser naturais provocadas por de mortalidade geral, por local de residência, conforme ilustra a Fi- doenças (neste caso considerou-se a AIDS) ou por complicações gura 4.1.10-1. de parto; e por causas externas provocadas, por exemplo, por acidentes de transporte, violência (agressão) e suicídio. A Figura 4.1.9-1 ilustra as mortes causadas por AIDS no mu- nicípio de Mairiporã aumentaram de 1991 a 2000 e apresentaram Figura 4.1-7 –TGCA do município de Mairiporã, do Estado de São Paulo e da Região Metropolitana de São Paulo. Fonte: Seade. decréscimo em 2010 e 2015. A mortalidade materna só tem re- gistro para 2015 mostrando-se bastante expressiva. Mortes por agressões apresentaram valores baixos na década de 1980, au- 4.1.8 Taxa de Natalidade e de Mortalidade mentando consideravelmente na década de 1991 e diminuíram A taxa de natalidade é determinada pelo número de nascidos paulatinamente a partir de 2000 e, novamente tendo um ligeiro vivos a cada mil habitantes, por um período de tempo determinado, aumento em 2015. Os suicídios mostram oscilações, com aumen- em geral um ano. Calcula-se pela divisão do número de nascidos to dos casos em 1991, decréscimo em 2000 e novamente incre- vivos pela população total. Observa-se a partir da Figura 4.1.8-1 que mento de casos em 2010 e declínio em 2015. Os acidentes de a taxa de natalidade de Mairiporã está caindo paulatinamente. transportes também oscilaram, com decréscimo em 1991. A partir A taxa de mortalidade reflete o número de mortes registradas, de 2010 esses valores tendem a diminuir. em média por mil habitantes. No Município, essa taxa é decres-

cente nos anos censitários e ocorre ligeira alternância a partir de Figura 4.1.10-1 – Taxa de mortalidade infantil e na infância, por causas 4.1.10-1 Taxa de mortalidade infantil e na infância 2011. diversas. Fonte: Seade.

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4.1 Demografia (continuação)

4.1.11 Projeção da população A projeção do crescimento da população é feita a partir da ten- dência e do comportamento das variáveis demográficas. Para o muni- cípio de Mairiporã foi considerada a população total da sede, do distri- to de Terra Preta e da área rural. A Tabela 4.1.11-1 mostra a projeção da população total de Mairiporã, do distrito Terra Preta e da Sede até o ano de 2032, com base em dados do IBGE (PMM, 2012).

A Figura 4.1.11-1 representa graficamente a projeção da popu- lação total do município de Mairiporã no período de 1970 a 2032.

Figura 4.1.11-1 – Projeção de crescimento da população do município de Mairiporã (método aritmético), no período de 1970 a 2032. Fonte: PMP - Prefei-

Tabela 4.1.11-1 – Projeção da população do município de Mairiporã e distritos (Método Aritmético), período de 1970 a 2032. Fonte: Prefeitura Municipal de Mairiporã, 2012.

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4.2 Condições de vida

4.2.1 IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal De acordo com dados do PNUD, o município de Mairiporã ocu- (PNUD) de Mairiporã pava a 166ª posição no ranking estadual em 1991, subindo para O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é um 141ª posição em 2000 e, em 2010, o município ocupou a 40ª po- indicador formulado a partir das dimensões longevidade, educação sição. Ainda de acordo com PNUD, no ranking nacional, o muni- e renda. O IDHM situa-se entre 0 (zero) e 1 (um) e os valores mais cípio de Mairiporã ocupava a 76ª posição entre os 5.565 municí- próximos de 1 indicam níveis superiores de desenvolvimento huma- pios brasileiros. no. Segundo classificação do PNUD (2013), os valores se distribu- em em cinco categorias: 4.2.2 IFDM – Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (FIRJAN) de Mairiporã  Muito Baixo Desenvolvimento Humano: IDHM de 0 a 0,499; O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal - IFDM é um  Baixo Desenvolvimento Humano: IDHM de 0,500 a 0,599; índice anual, semelhante ao IDH, criado para acompanhar o de-  Médio Desenvolvimento Humano: IDHM de 0,600 a 0,699; senvolvimento humano, econômico e social dos municípios brasi-  Alto Desenvolvimento Humano: IDHM de 0,700 a 0,799; e leiros, com base exclusivamente em estatísticas oficiais, disponi- Figura 4.2.2-1 – Índice FIRJAN Desenvolvimento Humano Municipal –  Muito Alto Desenvolvimento Humano: IDHM acima de 0,800. bilizadas pelos ministérios da Educação, Saúde e do Trabalho. IFDM para Mairiporã (2013). Fonte: FIRJAN. A Figura 4.2.1-1 mostra o IDHM de Mairiporã e do Estado de O IFDM é formado por três indicadores: Educação, Saúde e torno São Paulo, nos anos de 1991, 2000 e 2010. Em 1991 o IDHM do Emprego & Renda, e seus resultados proporcionam um retrato município estava inserido na categoria de Baixo desenvolvimento Analisando o IFDM consolidado, o município de Mairiporã se do nível de desenvolvimento de cada cidade, permitindo um pa- humano, com o valor de 0,533; em 2000 o IDHM atingiu o valor de classifica como desenvolvimento moderado, juntamente com os mu- norama sobre a qualidade de vida de sua população. 0,682, passando para a categoria de Médio desenvolvimento hu- nicípios do entorno: Francisco Morato, Franco da Rocha e Nazaré mano; e em 2010 Mairiporã alcança a categoria de Alto desenvol- O IFDM varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo), classificando Paulista, ficando um pouco abaixo deste último. (Figura 4.2.2.1-1) vimento humano, com IDHM de 0,788, quando supera o IDHM do o nível de cada localidade em quatro categorias: Baixo (de 0 a Estado. 0,4), Regular (de 0,4 a 0,6), Moderado (de 0,6 a 0,8) e Alto (de 0,8 a 1). Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da localidade.

O município de Mairiporã apresenta um desenvolvimento mo-

derado no índice consolidado e no indicador “Emprego & Renda”. Quando se trata de educação e saúde, o município apresenta alto desenvolvimento. A Figura 4.2.2-1 apresenta o IFDM consolidado e seus indicadores do município de Mairiporã no ano base 2013.

Figura 4.2.1-1 – IDHM para Mairiporã e Estado de São Paulo. Fonte: Figura 4.2.2.1-1 – Índice FIRJAN Desenvolvimento Municipal – IFDM con- PNUD. Atlas do desenvolvimento humano. solidado para Mairiporã e municípios do entorno (2013). Fonte: FIRJAN.

4.2.2.1 IFDM do município de Mairiporã e dos municípios do en- 31

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4.2 Condições de vida (continuação)

4.2.2.2 IFDM Educação 4.2.3 IPRS – Índice Paulista de Responsabilidade Social de Mai- O IFDM Educação tem por objetivo captar a oferta de educa- riporã ção infantil e, principalmente, a qualidade da educação prestada no O Índice Paulista de Responsabilidade Social - IPRS, outro im- ensino fundamental, em escolas públicas e privadas. A fonte de da- portante indicador, é uma ferramenta de planejamento para o de- dos é o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aní- senvolvimento do Estado de São Paulo, por meio de diagnóstico da sio Teixeira (INEP), do Ministério da Educação. situação de seus 645 municípios, com vistas à formulação de políti- A Figura 4.2.2.2-1 ilustra esse índice dos municípios de Mairi- cas públicas. O IPRS é expresso pelas mesmas dimensões utiliza- porã e do seu entorno, onde pode-se verificar que todos os municí- das no IDHM (riqueza, longevidade e escolaridade), porém conside- pios se classificam como alto desenvolvimento. ra variáveis distintas, que permitem a mensuração dessas dimen- sões em períodos mais curtos que o IDHM, cujas fontes de informa- Figura 4.2..2.3-1 – Saúde para Mairiporã e municípios do entorno (2013). (Fonte: FIRJAN) ção são os censos demográficos. Na edição de 2008 do IPRS, Mairiporã estava inserido no Grupo 4.2.2.4 IFDM Emprego & Renda 5, constituído pelos municípios mais desfavorecidos, tanto na di- Este indicador tem como objetivo captar tanto a conjuntura mensão riqueza quanto em longevidade e escolaridade. Na edição econômica como características estruturais do mercado de traba- de 2010 do IPRS, Mairiporã passou a integrar o Grupo 4, constituí- lho do município . do pelos municípios com nível baixo na dimensão riqueza e níveis O município de Mairiporã, juntamente com os municípios de intermediários nas demais dimensões, mantendo-se nesta classifi- Atibaia, Caieiras, Guarulhos, Nazaré Paulista e São Paulo, se cação na edição de 2012 do IPRS, dados esses representados na apresenta como desenvolvimento moderado, enquanto que os mu- Figura 4.2.3-1. Figura 4.2.2.2-1 – IFDM Educação para Mairiporã e municípios do entorno nicípios de Bom Jesus dos Perdões, Francisco Morato e Franco da (2013). Fonte: FIRJAN. Rocha têm desenvolvimento regular, conforme apresentado na Fi- gura 4.2.2.4-1. 4.2.2.3 IFDM Saúde Este indicador tem foco na saúde básica e contempla indica- dores cujo controle é de competência municipal.

A partir da Figura 4.2.2.3-1 pode-se observar que tanto o mu- nicípio de Mairiporã como os do entorno se classificam como alto desenvolvimento em saúde.

Indicadores do IFDM

Educação: Atendimento a educação infantil, Taxa de distorção de idade, Percentual de professores com curso superior, Média de horas-aula diárias, taxa de abandono escolar e Índice de desenvolvimento da educação básica—IDEB).

Saúde: Percentual de gestantes com mais de seis consultas pré-natal, Proporção de mortes por causas mal definidas, Taxa de óbitos infantis por causas evitáveis e Internações Sensíveis à Atenção Básica.

Emprego&Renda: Emprego que avalia a geração de emprego formal e a capacidade de absorver a mão-de-obra local e Renda que acompanha a geração de renda e sua distribuição no mercado de traba- Figura 4.2.2.4-1 – IFDM Emprego & Renda para Mairiporã e municípios Figura 4.2.3-1 – IPRS e suas dimensões para o município de Mairiporã, do entorno (2013). (Fonte: FIRJAN) RMSP e Estado de São Paulo, no período de 2008 a 2012. Fonte: Seade.

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4.3 Educação

Mairiporã contava em 2015, conforme dados da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 4.3.2 Ensino fundamental com 52 estabelecimentos de ensino infantil, fundamental e médio. Destes, 28 são municipais, em sua O ensino fundamental do município de Mairiporã está distribuído nas redes municipal, estadual e maioria situada na área urbana; e 14 estaduais, também localizadas em maior parte na área urbana particular (Figura 4.3.2-1). Observa-se que as matrículas na rede municipal mais do que dobra em 2001 (Figura 4.3-1). em relação ao ano anterior, mantendo-se constante nos demais anos pesquisados. Já na rede estadual ocorre uma diminuição das matrículas em 2001 em relação a 2000 e mantem constante ao longo do período pesquisado. Na rede particular as matrículas correspondem em torno de 5 a 11% em relação às demais redes.

A rede pública do município de Mairiporã atende também pessoas com necessidades educacionais especiais, ou seja, aquelas portadoras de variadas deficiências (Figura 4.3.2-2).

Figura 4.3-1 – Número de escolas, por tipo de rede, em 2015. Fonte: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

4.3.1 Educação infantil As matrículas da educação infantil no Município se concentram significativamente na rede munici- pal de ensino. A partir de 2005 as matrículas da rede particular começam a aumentar tenuamente. Nos anos seguintes ocorre uma oscilação nas matrículas tanto na rede municipal quanto na pública (Figura 4.3.1-1). Figura 4.3.2-1 – Número de matrículas no ensino fundamental, por tipo de rede. Fonte: Seade/Inep.

Figura 4.3-2 – Número de matrículas na educação infantil, por tipo de rede. Fonte: Seade/Inep. Figura 4.3.2-2 – Número de matrículas na educação especial fundamental. Fonte: Seade/Inep.

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4.3 Educação (continuação)

4.3.3 Ensino médio O ensino médio ocorre nas redes estadual e particular. A Figura 4.3.3-1 mostra a quantidade de matrículas que ocorrem nas duas redes, havendo uma predominância na rede estadual, o que corres- ponde, em média a 94% em relação à rede particular. É também oferecida a modalidade voltada a jo- vens e adultos que não completaram os anos da educação básica em idade apropriada (Figura 4.3.3-2).

Figura 4.3.3-2 – Número de matrículas na educação de jovens e adultos – EJA. Fonte: Seade/Inep. Figura 4.3.3-1– Número de matrículas no ensino médio, por tipo de rede. Fonte: Seade/Inep).

Nome de estabelecimento de ensino, por bairros, no município de Mairiporã. (Fonte: Seade/Inep)

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4.4 Saúde

A saúde constitui um dos indicadores importantes do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Humano. São oito os tipos de especialistas registrados nos respectivos conselhos regionais no município de Neste item são apresentados dados referentes à infraestrutura de atendimento à saúde e às principais Mairiporã . Conforme pode-se observar na Figura 4.4.2-1 , os maiores números de profissionais são os doenças de veiculação hídrica em Mairiporã. auxiliares de enfermagem que aumentam a cada ano, no período pesquisado. Número de dentistas,

médicos e psicólogos mantêm certa constância no período abordado. Enfermeiros técnicos de enferma- 4.4.1 Estabelecimentos de saúde gem formam um grupo que vêm crescendo.

Em 2015 o município de Mairiporã contava com 57 estabelecimentos relacionados à saúde (Figura 4.4.1-1). Foram verificados oito tipos de estabelecimentos de saúde existentes no município. Consultórios, clínicas especializadas/ambulatórios especializados e centros de saúde/unidades básicas de saúde são os tipos de maior número no município (Tabela 4.4.1-1).

Figura 4.4.1-1 – Total de estabelecimentos de saúde (mês base dezembro). (Fonte: Ministério da Saúde - Ca- dastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES)

Tipo de Estabelecimento 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Central de regulação ------1 1 1 Centro de atenção psicossocial- - - - 1 1 1 1 2 2 2 2 caps Centro de saúde/unidade básica de 2 6 8 6 7 7 8 8 6 6 6 saúdeFigura ESA—Número de estabelecimentos da saúde no municí- Clinica especializada/ambulatório pio de Mairiporã, em dezembro de3 20054 a 2015.5 (Fonte:5 Ministério5 6 8 9 12 13 15 especializado da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Consultório 4 10 12 13 13 14 15 13 15 15 17 Brasil – CNES) Farmacia - - 1 1 1 1 1 2 2 2 2 Hospital geral 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Policlínica 2 3 3 3 4 4 4 4 2 2 2 Posto de saúde - 1 1 2 1 1 1 2 7 7 7 Pronto atendimento ------1 1 Secretaria de saúde - - - 1 1 1 1 1 1 1 1 Unidade de serviço de apoio de 1 1 1 2 5 5 5 3 2 2 2 diagnose e terapia Unidade de vigilância em saúde 1 1 1 1 2 2 - - - - - Tabela 4.4.1-1 – Número de estabelecimentos de saúde (mês base dezembro). (Fonte: Ministério da Saúde - Figura 4.4.2-1 – Distribuição dos estabelecimentos de saúde por tipo de atuação e total. (Fonte: Ministério da

Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES) Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES) 4.4.2 Profissionais da saúde, por especialidade

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4.4 Saúde (continuação)

4.4.3 Doenças relacionadas com a água tras infecções intestinais); não houve casos de Cólera, Febre tifoide e paratifoide, Tracoma e Tifo exan- As doenças relacionadas com a água (doenças de transmissão hídrica) constituem uma das cau- temático. sas mais comuns de enfermidades e, até mesmo, de mortes que afetam principalmente as populações 4.4.3.2 Gastos públicos com internações, por local de internação mais carentes. De acordo com o Ministério da Saúde, essas doenças são divididas em quatro grupos: Os gastos públicos com internações não são poucos. Os maiores gastos são por internações por

 Grupo I –Transmissão hídrica: quando o agente encontra-se na água (Cólera, Febres tifoide e paratifoide, Shi- doenças intestinais, principalmente a diarreia (Tabela 4.4.3.2-1) que nos anos de 2007 e 2008 chegou guelose, Amebíase, Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível, Outras doenças infecciosas in- ao patamar de R$ 30.000,00. testinais, Leptospirose não especificada, Outras hepatites virais)  Grupo II –Transmissão relacionada com a higiene: quando o agente se manifesta sob condições de higiene pre- 4.4.3.3 Óbitos por doenças relacionadas com a água cária (Tracoma, Tifo exantemático) São poucos os números de óbitos por doenças relacionadas à água que se registrou no município  Grupo III –Transmissão baseada na água: ocorre a partir do contato do homem com um agente que desenvol- ve parte do ciclo vital em animal aquático (Esquistossomose) de Mairiporã. Observando-se a Tabela 4.4.3.3-1, houve uma morte por diarreia nos anos de 2006,2008  Grupo IV –Transmissão por inseto vetor que se procria na água: o agente entra em contato com o homem por e 2009 e duas mortes por outras hepatites virais no ano de 2009. meio de picada do inseto (Dengue [dengue clássico]) 4.4.3.1 Internações por local de internação Tabela 4.4.3.3-1 – Óbitos por doenças relacionadas com a água, por local de internação, no período de 2000 a 2015. Fonte: Datasus. A Tabela 4.4.3.1-1 apresenta dados referentes às internações causadas por doenças relacionadas Doenças relacionadas com a água 2006 2008 2009 com a água, por local de internação, no período de 2000 a 2015. Pode-se observar que no município Diarreia e gastroenterite origem infecciosa presumível 1 1 1 de Mairiporã a doença de maior número de internações ocorreu por doenças intestinais (diarreia e ou- Outras hepatites virais 1

Tabela 4.4.3.1-1 – Internações por doenças relacionadas com a água, por local de internação, no período de 2000 a 2016. Fonte: Datasus.

Doenças relacionadas com a água 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Shiguelose ------1 4 1 ------Amebíase - - - - 4 1 - - 1 ------Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível - - - 6 21 39 112 139 98 8 - - - - - 6 24 Outras doenças infecciosas intestinais 24 9 23 59 24 8 4 21 11 6 - - - - 1 - 3 Leptospirose não especificada - - - 1 - - - - - 1 - - - 1 - - - Dengue [dengue clássico] - - - 3 - - 1 1 - - 4 - - 1 36 4 2 Outras hepatites virais 1 - - 2 5 7 4 2 3 3 5 - 1 1 - 1 -

Tabela 4.4.3.2-1 – Gastos com internações por doenças relacionadas com a água, por local de internação, no período de 2000 a 2016. Fonte: Datasus.

Doenças relacionadas com a água 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Shiguelose ------253,69 977,4 303,36 ------Amebíase - - - - 952,11 301,7 - - 1 ------Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível - - - 1262,52 5209,11 9475,48 21532,87 30753,48 30690,02 2120,89 - - - - - 1506,14 7260,71 Outras doenças infecciosas intestinais 4231,38 1635,66 4450,13 11127,04 5738,76 1806,48 977,4 5017,92 3462,5 1482,14 - - - - 324,9 - 974,7 Leptospirose não especificada - - - 239,6 - - - - - 339,93 - - - 339,93 - - - Dengue [dengue clássico] - - - 718,76 - - 237,81 237,82 - - 907,5 - - 44,22 9789,26 934,55 583,52 Outras hepatites virais 158,59 - - 379,05 922,1 1057,22 840,68 278,57 609,95 760,6 876,44 - 211,11 44,22 52,22 - 922,1

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4.4 Saúde (continuação)

4.4.3.4 Informações de saúde por local de residência enças infecciosas intestinais, nove vezes maior ao que foi registrado por local de internação no mesmo O sistema Único de Saúde—SUS do Ministério de Saúde registra informações por local (município, ano. região metropolitana, microrregião, aglomerado urbano, regional de saúde, macrorregional de saúde, UF 4.4.3.7 Óbitos por local de residência ou região) de residência do paciente, com informações oferecidas pela unidade hospitalar. Embora seja pouco o número de óbitos provocados por doenças relacionadas com a água, morte 4.4.3.5 Internações por local de residência por diarreia foi a que mais registrou no período pesquisado, conforme apresenta a Tabela 4.4.3.7-1 . A Tabela 4.4.3.4-1 ilustra os casos de internações por doenças relacionadas com a água do muni-

cípio de Mairiporã, onde se observa que a grande concentração de internações ocorre por doenças in- Tabela 4.4.3.7-1 – Óbitos por doenças relacionadas com a água, por local de residência,, no período de 2000 a testinais (diarreia e outras infecções intestinais), verificadas em, praticamente, todos os anos pesquisa- 2015. Fonte: Datasus. dos. Doenças relacionadas com a água 2000 2006 2008 2009 2010 4.4.3.6 Gastos por local de residência Diarreia e gastroenterite origem infecc. presum. - 1 1 1 - Os gastos públicos com internações por local de residência dos pacientes por doenças relaciona- Dengue [dengue clássico] - - - 1 - das com a água são altos, principalmente com as doenças intestinais (diarreia e outras infecções intes- Leptospirose não especificada 1 - - - - tinais), como ilustra a Tabela 4.4.3.6-1. Nota-se que em 2007 houve um gasto elevado com outras do- Outras hepatites virais - - 1 - 1

Tabela 4.4.3.5-1 – Internações por doenças relacionadas à água, por local de residência, no período de 2000 a 2016. Fonte: Datasus.

Doenças relacionadas com a água 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Shiguelose ------1 4 1 ------

Amebíase - - - - 4 1 - - 1 ------1 -

Diarreia e gastroenterite origem infecciosa presumível 4 4 1 8 22 42 112 142 100 10 6 3 2 1 5 8 26

Outras doenças infecciosas intestinais 26 10 25 58 25 8 4 22 12 6 - - - - 2 1 4

Leptospirose não especificada 1 - 1 1 - - 1 1 1 2 1 - - 1 - - -

Dengue [dengue clássico] - - - 3 - - 1 1 - 1 4 2 - - 41 4 2

Outras hepatites virais 3 1 4 5 10 4 2 4 6 8 - 2 1 - 2 -

Tabela 4.4.3.5-1 – Despesas com doenças relacionadas à água, por local de residência, no período de 2000 a 2016. Fonte: Datasus.

Doenças relacionadas com a água 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Shiguelose ------253,69 977,4 303,36 ------

Amebíase - - - - 952,11 301,7 - - 319,36 ------

Diarreia e gastroenterite origem infecciosa presumível 767,77 1.138,13 171,67 1.751,22 5.543,96 10.304,54 22.457,72 32.797,24 30.690,02 2.120,89 - - - - - 1.506,14 8.197,20

Outras doenças infecciosas intestinais 4590,62 1.807,33 4.816,26 10.950,07 6.130,67 1.806,48 977,40 45.521,24 3.462,50 1.482,14 - - - - 324,90 - 1.018,92

Leptospirose não especificada 387,38 - 239,60 239,60 - - 1.177,09 1.047,27 - 339,93 - - - 339,93 - - -

Dengue [dengue clássico] - - - 718,76 - - 237,81 237,82 - - 907,50 - - 44,22 9.789,26 934,55 583,52

Outras hepatites virais 342,60 158,55 - 577,98 922,10 1.913,79 840,68 278,57 609,95 557,49 1.079,55 - - 211,11 44,22 52,22 -

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4.5 Economia

A caracterização da dinâmica econômica tomou como referência os seguintes indicadores:

 PIB Municipal (Produto Interno Bruto) e Valor adicionado por setores da economia;  Pessoas ocupadas por setor da economia: primário, secundário e terciário; e  ICMS Ecológico (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços).

4.5.1 Produto Interno Bruto—PIB municipal Analisando-se o PIB total do município e per capita (Figura 4.5.1-1), no período de 2002 a 2014, nota-se que houve crescimento contínuo nesses dois indicadores. Quanto à participação de Mairiporã no PIB do Estado, este é pouco significativo, sendo inferior a 1 %.

Figura 4.5.1-1 – PIB do município de Mairiporã no período de 2002 a 2014. (Fonte: Seade)

4.5.2 Valor adicionado por setores da economia Analisando-se o valor adicionado dos setores econômicos (agricultura, indústria e administração pública) do município de Mairiporã (Figura 4.5.2-1), observa-se que o setor da agropecuária (A) é o que tem a menor participação no Município; note-se que em 2014 esse setor teve uma participação expressi- va (0,10%) em relação aos anos anteriores . O setor industrial (B) teve um bom crescimento em 2011 (32,96%), com ligeiro decréscimo nos anos posteriores. Já o setor da administração pública (C) é o que tem a maior participação do total do VA do Município, oscilando entre 49% a 55% ao longo do período analisado. Figura 4.5.2-1 – Valor adicionado e participação no Estado por setores da economia no período de 2002 a 2014.

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4.5 Economia (continuação)

4.5.3 Emprego e renda 4.5.4 ICMS ecológico A análise das pessoas ocupadas por setores da economia (Figura 4.5.3-1), no período de 2000 a O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Servi- 2015, mostra que o setor agrícola (agricultura, pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura) é ços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS Ecológico é um repasse inexpressivo no município de Mairiporã. O setor industrial, inclusive indústria da construção civil, apre- obrigatório de parte dos valores arrecadados pelo Estado. É calculado em função da existência de es- sentou crescimento entre 2006 e 2011, sofrendo uma queda de 2012 a 2015, porém é o segundo setor paços territoriais especialmente protegidos nos municípios, conforme estabelecido na Lei Estadual nº. que abriga maior número de empregados. O setor de comércio vem apresentado crescimento constante 8.510/93, alterada pela Lei Estadual nº. 12.810/08. Atua também como uma ferramenta para recom- a partir de 2008 a 2014 e ligeiro decréscimo em 2015. O setor de serviços, embora apresente pequenas pensar os municípios que possuem em seus territórios áreas protegidas, tais como Unidades de Con- oscilações ao longo do período pesquisado, é o setor que mais emprega no município. servação e Áreas de Proteção de Mananciais, além de incentivar o desenvolvimento de atividades que atendem a critérios ambientais estabelecidos.

A Figura 4.5.4-1 apresenta os valores arrecadados, no período de 2006 a 2015 por meio desse imposto para o município de Mairiporã, e nota-se um aumento significativo a partir de 2011, quando foram criadas as Unidades de Conservação do Contínuo da Cantareira (Parques Estaduais do Itabe- raba e Itapetinga e Monumento Natural da Pedra Grande).

Figura 4.5.4-1 – Valores arrecadados com ICMS Ecológico de Mairiporã. (Fonte: Secretaria de Estado do Meio Ambiente -SMA/Coordenadoria de Planejamento Ambiental - CPLA)

Figura 4.5.3-1 – Empregos formais por setores da economia, no período de 2000 a 2015. (Fonte: Seade)

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4.6 Uso e ocupação do solo

O conhecimento de uso e ocupação do solo constitui um dos subsídios fundamentais para a elaboração de instrumentos de pla- nejamento territorial, tais como Planos de Manejo de Unidades de Conservação, podendo se prever o desencadeamento de proces- sos que venham comprometer o equilíbrio do meio ambiente.

As classes de uso contidas no território de Mairiporã foram agrupadas no âmbito desse estudo em categorias e estão apre- sentadas no Quadro 4.6-1 e na Figura 4.6-1.

% em relação Classe de Uso ao Município

Mata – Compreende a mata nativa primária e secundária com área representativa e contínua, e também as matas ciliares re- presentadas por toda a vegetação arbórea e arbustiva localizada 55,8 ao longo das drenagens.

Campos úmidos – Formações herbáceas- subarbustivas que ocorrem em terrenos úmidos. 0,3

Área urbana – Área residencial densamente ocupada, com infra- estrutura básica (pavimentação, sistema de drenagem, sanea- mento, etc.), atividades de comércio e serviços. Insere também 12,7 os vazios e espaços verdes inseridos nessa área.

Reflorestamento – Formações arbóreas e homogêneas cultiva- das com fins econômicos, e geralmente compostas por pinus e 7,2 eucalipto.

Cultura perene – Área destinada ao cultivo extensivo de diferen- tes culturas que permanecem sobre o solo todo o período do não represen- ano. tativa

Campo antrópico – Área caracterizada por vegetação rasteira, constituindo uma cobertura que pode ser quase contínua ou apresentar-se sob a forma de tufos, deixando, nesse caso, al- 22,8 guns trechos de solo descoberto. Espaçadamente podem ocorrer pequenos subarbustos, arbustos ou mesmo árvores isoladas.

Mineração –Área de extração mineral que inclui o movimento de terra, cavas, edificações, entre outros com efeito desta atividade. 0,3

Corpo d’Água – Acumulação de água na superfície, tais como lagoas, reservatórios, açudes, entre outros. 1,0

Total 100

Quadro 4.6-1 – Descrição e porcentagens das categorias e classes de uso e ocupação do solo presentes no município de Mairiporã . Figura 4.6-1 – Uso e ocupação do solo no município de Mairiporã. (Fonte: Emplasa, 2011)

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4.6 Uso e ocupação do solo (continuação)

É possível notar-se no mapa de uso e ocupação do solo, que solidada; cavas para deposição de lixo ou ocupação irregular por parte da as principais áreas urbanas no município estão situadas ao longo população de baixa renda.  as atividades de mineração, quando não controladas, podem das principais vias de acesso e ligação, tais como Rodovia Fernão ocasionar, conforme as diferentes formas de exploração: alte- Para minimizar ou evitar possíveis conflitos entre as diferen- Dias (BR 381, liga a RMSP à Grande Belo Horizonte), Estrada ração da paisagem, erosão do solo pela água, escorrega- tes classes de uso (principalmente urbano e mineração), presen- Santa Inês, Estrada Rio Acima, Rodovia Prefeito Luiz Salomão mentos de solos e rochas, quedas de blocos, assoreamento tes no município, com as Unidades de Conservação e outras Chamma (SP 023 – Estrada do Governo) e Estrada Laramara dos cursos d’ água, poluição química das águas e dos solos, áreas legalmente protegidas, devem ser observadas as diretrizes (Terra Preta), reforçando o papel dessas vias como indutoras da e restrições legais contidas nos documentos técnicos de gestão ocupação. dessas áreas.

Acerca de possíveis alterações em processos do meio físico decorrentes das formas de uso de ocupação do solo, considera-se:

 a retirada da cobertura vegetal pode alterar ou desencadear processos de erosão e escorregamentos, especialmente nas

porções mais elevadas do terreno e nas margens dos cursos

d’ águas; bem como assoreamento das drenagens;

 o manejo excessivo do solo para o reflorestamento aumenta a suscetibilidade à erosão. Essa movimentação, associada ao plantio em período mais chuvoso, à não adoção de técni-

cas adequadas, e à utilização de solos já degradados ou

mais suscetíveis, são fatores que contribuem para o desen- cadeamento de processos erosivos;

 em áreas de campo antrópico, a suscetibilidade aos proces-

sos erosivos aumenta com a declividade do terreno, porções com solo exposto e o grau de degradação da área;

 nas áreas urbanas consolidadas podem ocorrer alagamento

e inundação, pela impermeabilização do solo, ao facilitar o escoamento superficial e reduzir o tempo de concentração

das águas pluviais, acarretando o estrangulamento de alguns sistemas de drenagem. Deslizamentos nas porções de relevo

mais enérgico; Podem ocorrer também problemas pontuais de saneamento. Nas áreas de expansão urbana, dada toda utiliza- sua dinâmica, as possíveis alterações podem se intensificar ção de nessas áreas, quando comparadas com a área urbana con- antigas

Pedreira na região da Serra da Cantareira (Foto: Humberto Müller)

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4. 7 Infraestrutura

Instal. O sistema de abastecimento de água no município de Mairi- Diam. Prof. Capac. Clora- Nome Endereço Bomba Fluoretação Destino da água (m) (m) (m³/h) ção porã é de concessão da SABESP (Unidade de Negócios Norte), (m) cuja operação é realizada por técnicos e agentes em sistemas de Parque Náutico, Jd. Neri e Jd. Capoavi- Náutico Rua Primavera, 250 2 180 10 84 Sim Sim nha saneamento da ETA – Estação de Tratamento de Água. Possui dois Estrada Rio Acima, Jd. São José, Sandra, Coimbra, Maria Sandra 1 3 200 38 90 Sim Sim sistemas operacionais: na sede e em Terra Preta. 1400 Eugênia, Odorico, Celeste e Jd. Spada Estr. Rio Acima, km Ypeville 2 3 250 15 72 Sim Sim Jd. Ypeville 4.7.1 – Abastecimento da Sede 10 Estr. Munic. Norber- A sede do município é abastecida pelo Reservatório Paulo Celeste 4 3 250 22 70 Sim Sim Jd. Celeste to de Moraes, 525 de Paiva Castro e pelo aquífero Guarani. Esse sistema é constituí- Rua Carlos Saad, Irara Branca 2.5 300 12 138 Sim Sim Jd. Irara Branca do de captação, Estação Elevatória de Água Bruta e de Adução. 674 Estr. Rio Acima. s/n Jd. São José , Sandra, Coimbra, Maria São José 2 240 9 100 Sim Sim A vazão de captação superficial é de 407 m3/h recalcada km 5 Eugênia, Odorico, Celeste e Jd. Spada Rua 1ª (Morada do pela estação elevatória de água bruta para a Estação de Tratamen- São Gonçalo 2 110 5.5 55 Sim Sim Bairro São Gonçalo Lago) 3.075 to de Água (ETA) por meio de uma adutora de 400 mm de diâmetro Vila SABESP 1 Rua 1, 400 2 79 6 48 Sim Sim Vila SABESP e Jd. Henrique Martins com 1000 m de extensão. Estrada Rio Acima Jd. São José , Sandra, Coimbra, Maria Vila SABESP 2 3 250 19 72 Sim Sim s/n Eugênia, Odorico, Celeste e Jd. Spada A captação de água subterrânea é realizada por 9 (nove) Quadroatendidos 4.7.1 por-1 –tipo Poços de abastecimento em operação em de Mairiporã água. Os - Sede dados (Fonte: do IBGE Sabesp) famílias atendidas por abastecimento de água se dá por meio da poços profundos cujos atributos constam do Quadro 4.7.1-1, e mostram que entre 1991 e 2000, o crescimento do percentual da rede pública. atende aos requisitos da Portaria no 518 do Ministério da Saúde. população atendida por rede geral teve aumento pouco significa- A Estação elevatória e adução de água tratada é formada tivo, ao mesmo tempo em que, o atendimento por poço/nascente 4.7.2 – Abastecimento da Terra Preta por 3 (três) conjuntos moto-bombas, cada uma possui vazão nomi- e outras formas, diminuíram, mas também são pouco representa- nal de 150 m³/h e motor com potência de 40 CV, sendo que dois O sistema operacional em Terra Preta é abastecido pelo tivos. Para o ano de 2010, conforme informações da Fundação conjuntos operam em paralelo, e o terceiro é reserva. O sistema de manancial do rio Jundiaizinho, afluente do rio Atibaia e aquífero Seade, o nível de atendimento quanto ao abastecimento de água reservação possui 14 (quatorze) reservatórios, totalizando um volu- Famílias Tipo de Abastecimento de Água foi de 75 %. Atendidas me de 1.238 m3. Rede Pública Poço/Nascente Outros 2015 5.674 4.063 209 A rede de distribuição de água atende a 68 % dos domicílios Quanto às famílias atendidas, por tipo de abastecimento, o Quadro 4.7.1-3 – Famílias atendidas por abastecimento de água por tipo particulares permanentes do Distrito Sede (IBGE 2012 apud PMM, de rede, no município de Mairiporã. (Fonte: SIAB, 2015) Quadro 4.7.1-3 mostra, para o ano de 2015, que a maior parte das 2012). Esse percentual refere-se ao abastecimento de água nas Cristalino, e é constituído por Captação, Estação Elevatória de áreas urbanas. As áreas rurais não dispõem de rede de abasteci- Moradores (%) Tipo de Abastecimento de Água Água Bruta e de Adução, com vazão de captação de 200 m3/h ou mento de água. A extensão da rede de distribuição no município de 1991 2000 55,56 l/s. Mairiporã, em 2011 (SABESP, 2011 apud PMM, 2012), era de 293 Rede geral 53,2 55,5 km e 15.525 ligações de água. Poço ou nascente (na propriedade) 37 ,2 36,3

Outra forma 9,6 8,3

Quadro 4.7.1-2 – Proporção de moradores atendidos por tipo de abas- tecimento de água, no município de Mairiporã. (Fonte: IBGE) O Quadro 4.7.1-1 apresenta o percentual de moradores

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Atlas Socioambiental do Município de Mairiporã - 2017

4. 7 Infraestrutura (continuação)

A captação subterrânea possui 5 (cinco) poços profundos cu- Diam. Prof. Capac. Instal. Nome Endereço Cloração Fluoretação Destino da água jas características são apresentadas no Quadro 4.7.2-1. (m) (m) (m³/h) Bomba (m) Av. Vitor Odorico Bueno, Terra Preta 2 3 250 11 72 Sim Sim Terra Preta – Centro A rede de distribuição de água atende a 80 % dos domicílios frente ao n°610 particulares permanentes do Distrito de Terra Preta (IBGE 2012 Av. Vitor Odorico Bueno, n° Terra Preta 3 2 240 7 68 Sim Sim Terra Preta – Centro apud PMM, 2012). Esse percentual refere-se ao abastecimento de 760 Rua José Raimundo de Al- água nas áreas urbanas. As áreas rurais não dispõem de rede de Terra Preta 4 2 230 8 78 Sim Sim Terra Preta – Centro meida, 100 abastecimento de água. A extensão da rede de distribuição foi esti- Rua José Raimundo de Al- Terra Preta 5 2 210 7 70 Sim Sim Terra Preta – Centro mada em 70 km de extensão e 3.726 ligações de água, em 2011 meida, 70 (SABESP, 2011 apud PMM, 2012). Distrito de Terra Preta Jardim América Rua Serra do Trovador, s/n 2 300 15 72 Sim Sim – Bairro Jd. América As projeções das demandas de água de abastecimento cons- Quadro 4.7.2-1 – Poços em operação em Mairiporã – Distrito de Terra Preta (Fonte: Sabesp) tam do Quadro 4.7.2-2, os percentuais de perdas e acesso (SHS apud PMM, 2012). População Urbana Acesso (%) O Plano Municipal de Saneamento Básico de Mairiporã Ano Perdas (%) Distrito Sede Terra Preta Distrito Sede Terra Preta Distrito Sede Terra Preta (PMM, 2012), documento que serviu de base a este tópico, conside- ra que o sistema atual de tratamento de água da Sede não tem ca- 2017 62.431 19.736 28,55(%) 76,00(%) 85,00(%) 21.920,89 8.004,98 pacidade para atender a 100 % da população do município, fazendo 2022 68.900 21.422 25,70(%) 84,00(%) 90,00(%) 26.146,04 8.995,96 -se necessária sua ampliação. 2027 75.369 23.108 22,85(%) 92,00(%) 95,00(%) 30.614,55 10.010,85

4.7.3 – Sistema de esgotamento sanitário 2032 81.838 24.793 20,00(%) 100,00(%) 100,00(%) 35.294,61 11.043,84

O sistema de esgotamento sanitário no município de Mairipo- Quadro 4.7.2-2– Demandas projetadas (m3/dia) na sede de Mairiporã e no Distrito de Terra Preta (Fonte: SHS apud PMM) rã é também de concessão da Sabesp (Unidade de Negócios Nor- m³/dia. te). Moradores (%) O corpo receptor do efluente tratado é o rio Itaim, afluente do Tipo de instalação sanitária A rede atende a 36 % dos domicílios particulares permanen- 1991 2000 rio Juqueri, enquadrado como Classe 1. A captação do sistema tes do Distrito Sede (IBGE, 2012 apud PMM, 2012). Esse percentu- Rede geral de esgoto ou pluvial 32,6 25,0 que abastece a cidade está localizada no reservatório do rio Ju- al refere-se ao atendimento somente na sua área central. queri, este abastece a RMSP – Sistema Cantareira. Fossa séptica 22,5 25,5 A rede coletora de esgoto tem por volta de 57 km de extensão Fossa rudimentar 39,3 45,6 O Quadro 4.7.3-1 apresenta o percentual de moradores aten- e 5 mil ligações. Parte dos esgotos coletados é encaminhada à ETE Vala 1,3 1,3 didos por tipo de instalação sanitária. Os dados do IBGE mostram por meio de sistema de afastamento. A ETE de Mairiporã entrou em Rio, lago, mar - 1,7 que entre 1991 e 2000, o percentual da população atendida por operação em 1974, com uma lagoa anaeróbia e uma facultativa. rede geral de esgoto diminuiu, bem o de outro tipo de escoadouro Outro escoadouro 0,7 0,3 Posteriormente, em 1986, ampliou-se o sistema para duas lagoas e os que não têm instalação. Tiveram o atendimento por fossa Não sabe o tipo de escoadouro 0,2 - anaeróbias e duas facultativas. O efluente tratado é lançado no Rio séptica e fossa rudimentar (IBGE, 2012 apud PMM, 2012). Não tem instalação sanitária 3,4 0,6 Juqueri que possui capacidade de tratamento de 35 l/s ou 90.720 Quadro 4.7.3-1 - Percentual de moradores atendidos por tipo de instala- ção sanitária, no município de Mairiporã. (Fonte: IBGE)

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4. 7 Infraestrutura (continuação)

Dados da Fundação Seade para 2010 apontavam que o nível Ano de Referência de atendimento de esgotamento sanitário em Mairiporã era de 38,1 Vazões Local %. 2017 2022 2027 2032 Distrito sede 62.431 68.900 75.369 81.838 Em relação ao atendimento de esgotamento sanitário, O Pla- População Urbana Projetada Terra Preta 19.736 21.422 23.108 24.793 no de Saneamento Básico considerou que o sistema coletor é insu- Distrito sede 158,11 174,49 190,87 207,26 ficiente e que compromete “a qualidade das águas superficiais da Vazão média doméstica (L/s) Terra Preta 51,62 56,03 60,44 64,85 bacia, bem como de seu próprio manancial de abastecimento, uma Distrito sede 15,62 17,45 19,09 20,73 vez que o efluente é lançado a montante do ponto de captação, Vazão de infiltração (L/s) causando condições sanitárias insalubres. Vários bairros próximos Terra Preta 5,16 5,60 6,04 6,49 ao centro de Mairiporã lançam seus esgotos in natura na rede de Distrito sede 173,92 191,94 209,96 227,98 Vazão média diária (L/s) águas pluviais ou diretamente nos cursos d’água. É o caso dos Jar- Terra Preta 56,79 61,64 66,49 71,34 dins Capri, Náutico, Capuavinha, Santana, Suíço, Néri, Santa Cruz, Distrito sede 15.025,57 16.583,59 18.140,62 19.697,65 Vazão média diária (m³/dia) Sandra I e II” (PMM, 2012). Terra Preta 4.906,33 5.325,46 5.744,60 6.163,48

Em razão disso, a Sabesp se comprometeu em ampliar a ETE Distrito sede 300,40 331,53 362,66 393,79 Vazão máxima horária (L/s) sede para lançamento dos efluentes, com a proposta de implanta- Terra Preta 98,09 106,46 114,84 123,22 ção de emissários para levar os efluentes tratados a jusante da Re- Distrito sede 25.954,96 26.644,39 31.333,80 34.023,22 Vazão máxima horária (m³/s) presa Paiva Castro, onde o corpo receptor é enquadrado como Terra Preta 8.474,56 9.198,52 9.922,49 10.646,02 Classe 3. Quadro 4.7.3-2 – Estimativa de vazões de esgoto

O Distrito Terra Preta possui pequeno sistema de coleta sem Os dados sobre energia elétrica referem-se ao número de De acordo com dados do Inventário de Resíduos Sólidos Ur- os sistemas de afastamento e tratamento de esgotos sanitários. Os consumidores por uso para os anos de 2010 e 2014 (Quadro banos (RSU) da Cetesb, o município de Mairiporã gera 64,55 t/ esgotos gerados são lançados in natura nos cursos d'água ou dis- 4.7.4-1). Nota-se que o maior número de consumidores são resi- dia de RSU. Dispõe seus resíduos em aterro particular, que se postos em fossas individuais. denciais e o menor número é de consumidores rurais. Em todos encontra em situação adequada. O Quadro 4.7.5-1 apresenta o os tipos de uso ocorreu aumento entre os dois anos analisados, à Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (IQR) do aterro para o O Quadro 4.7.3-2 mostra as estimativas das vazões utiliza- exceção do uso industrial. período de 2011 a 2015. das, para a sede de Mairiporã e o Distrito de Terra Preta, conforme a Norma Brasileira NBR nº 9.649, de novembro de 1986. 4.7.5 – Resíduos sólidos

Foram apontados como problemas: o baixo percentual de Consumidores RSU (t/dia): 64,55 atendimento da rede de coleta de esgoto no Distrito de Terra-Preta, Tipo de uso 2010 2014 Ano IQR Ano IQR bem como a falta de tratamento; a existência de áreas urbanas iso- Total 31.755 35.490 2011 9,4 2014 9,5 ladas (loteamentos residenciais e mistos), sem coleta e afastamento Residencial 29.003 32.209 e sem tratamento de esgotos. Comércio e Serviços 1.556 2.017 2012 8,3 2015 9,6 Industrial 394 439 2013 9,8 Rural 570 571 4.7.4 – Energia Quadro 4.7.5-1 – IQR do aterro utilizado pelo município de Mairiporã Quadro 4.7.341 – Consumo de energia elétrica por setor. (Fonte: Seade) (Fonte: Cetesb)

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4. 7 Infraestrutura (continuação)

Com base em informações do Departamento de Informática A caracterização física desses resíduos indicou que 60 % cor- do Sistema Único de Saúde (DATASUS), pode-se observar que a respondem à matéria orgânica. Nome Atividade Fonte de Contami- Etapa proporção de moradores por tipo de destinação do lixo aumentou, Quanto aos materiais recicláveis, o Município dispõe de coleta contamina- nantes entre 1991 e 200, havendo diminuição dos percentuais do lixo quei- ção seletiva, três vezes por semana, em locais já estabelecidos. Den- mado (na propriedade), enterrado (na propriedade), jogado e outros Auto Posto Posto de com- Armazenagem Solventes aro- Em processo tre os materiais recicláveis os maiores percentuais correspondem Mairiporã Ltda bustível máticos de monitora- destinos, apresentado no Quadro 4.7.5-2: PAHs7 mento para a plástico 47 %; e papel/papelão 33 %. Juntos perfazem 80 % do encerramento material reciclável coletado (PMM, 2013). Combustíveis Destino do lixo 1991 2000 automotivos Coletado 68,8 88,5 Dados do Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB Auto Posto Posto de com- Armazenagem Solventes aro- Em processo Nova Saída de bustível máticos de remediação Queimado (na propriedade) 15,0 9,8 (2015), Ministério da Saúde mostram o destino do lixo: coletado, Mairiporã Ltda PAHs Enterrado (na propriedade) 8,1 0,7 queimado/enterrado e disposto a céu aberto. Com base nesses Barbosa Auto Posto de com- Armazenagem Solventes aro- Em processo Posto Ltda bustível máticos de remediação Jogado 7,4 0,6 dados, nota-se que a maior parte do lixo produzido é coletado Outro destino 0,6 0,3 (Quadro 4.7.5-4): FBS Constru- Resíduo Descarte e Metais Em processo ção Civil e disposição TPH de monitora- Quadro 4.7.5-2 – Proporção de moradores por tipo de destino do lixo, no Pavimentação mento para encerramento município de Mairiporã . (Fonte: DATASUS) Destino do lixo N° de famílias Mairiporã Pos- Posto de com- Armazenagem Solventes aro- Em processo Coletado 9.246 to de Abasteci- bustível máticos de remediação O Quadro 4.7.5-3 apresenta a quantidade mensal e a média Queimado e enterrado (na propriedade) 649 mento Ltda diária dos resíduos sólidos domiciliares coletados em Mairiporã Céu aberto 51 Quadro 4.7.6-1 – Áreas contaminadas no município de Mairiporã. (PMM, 2013). Quadro 4.7.5-4 – Famílias por tipo de destino do lixo, no município de (Fonte: CETESB) Quantidade mensal Média diária Mairiporã. (Fonte: SIAB) Mês (ton) (ton) Ressalta-se a preocupação com os efeitos negativos ou adver- Janeiro 1.422,67 45,89 O nível de atendimento de coleta de lixo no município era de sos decorrentes dessas atividades, principalmente em relação aos Fevereiro 1.246,07 44,50 96,7 % registrado nos dados do Seade para 2010. recursos hídricos. As diretrizes e restrições de atividades desenvol- Março 1.406,72 45,38 4.7.6 – Áreas contaminadas vidas também devem atender à Lei nº 15.790, de 16 de abril de Abril 1.233,57 41,12 Em 2002, a Cetesb divulgou, pela primeira vez, a lista de 2015, que instituiu a Área de Proteção e Recuperação de Mananci- Maio 1.281,78 41,35 áreas contaminadas, contabilizando 255 áreas no Estado de São ais do Alto Juquery (APRM-AJ), da qual inclui parte do território de Junho 1.228,35 40,94 Julho 1.252,22 40,39 Paulo. E em 2015, foram totalizados 5.376 registros no Cadastro Mairiporã. Agosto 1.325,47 39,76 de Áreas Contaminadas e Reabilitadas no Estado de São Paulo. Setembro 1.206,19 40,21 No município de Mairiporã existem atualmente cinco áreas cadas- Uma área contaminada pode ser definida como uma área, local, terreno, Outubro 1.347,43 43,46 tradas (Quadro 4.7.6-1): instalação ou edificação onde há comprovadamente poluição ou contamina- ção causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela Novembro 1.338,49 44,62  duas em fase de monitoramento para encerramento e três em tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltra- Dezembro 1.544,41 49,82 processo de remediação; dos de forma planejada, acidental ou até mesmo natural e que causem ou Quadro 4.7.5-3 – Quantidade de resíduos sólidos domiciliares coletados, possam causar danos à saúde humana, ao meio ambiente ou a outro bem a a maior parte dessas áreas são postos de gasolina; e os princi- no município de Mairiporã. (Fonte: PMM, 2013) proteger (CETESB, 2015b). pais contaminantes são solventes aromáticos.

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4. 7 Infraestrutura (continuação)

4.7.7 – Transporte O município de Mairiporã possui boa condição de acessibilida- de o que permite sua integração regional. As principais vias que cruzam o seu território estão representadas na Figura 4.7.7-1:

 Rodovia Fernão Dias (BR-381): liga a RMSP à Grande Belo Hori- zonte, com 562,1 km de extensão, cruza as cidades de São Pau- lo, Mairiporã, Atibaia, Belo Horizonte, Pouso Alegre e Oliveira;

 Rodovia Prefeito Luiz Salomão Chamma (SP-023): liga as Rodo- vias Tancredo Neves e Fernão Dias. É conhecida popularmente como Estrada do Governo;

 Rodovia Arão Sahm (SP-008): liga São Paulo a Socorro, passan- do por Mairiporã, Atibaia, Bragança Paulista, Pinhalzinho. Nesse trajeto recebe várias denominações: Sezefredo Fagundes, Pedro Astenori Marigliani (Capitão Barduíno). Também conhecida como Estrada Velha de Bragança;

 Estrada do Rio Acima para Nazaré Paulista;

 Estrada da ;

 Estrada de Santa Inês.

Entre as principais vias urbanas cita-se:

 Avenida Tabelião Passarela (principal via), dá acesso ao Hospi- tal Municipal e à Rodovia SP-23, onde se concentram as agên- cias bancárias;

 Rua XVI de novembro, onde se concentra o comércio;

 Rua Coronel Fagundes, via de acesso à Igreja Matriz;

 Alameda Tibiriçá, onde se situa a Prefeitura Municipal.

Figura 4.7.7-1 – Principais rodovias e vias secundárias no município de Mairiporã. (Fonte: EMPLASA)

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4. 7 Infraestrutura (continuação)

Em relação à frota de veículos, Mairiporã possuía em 2015, 48.572 veículos. Separando-se por 4.7.9 Organizações Não Governamentais e Privadas categoria, nota-se que a maior frota é de automóveis, e na sequência tem-se motocicletas e assemelha- O município de Mairiporã é representado pelas seguintes entidades que integram o Subcomitê Ju- dos, micro-ônibus e camionetas, caminhões, reboques e ônibus (Figura 4.7.7-2). query-Cantareira, segundo os segmentos Estado e Sociedade Civil (Quadro 4.7.9-1)

Entidade Segmento Usuário Associação Beneficente Senhora Só o Amor Sociedade Civil Doméstico Constrói Associação Comunitária Jardim Eliana Sociedade Civil Doméstico Associação Cultural Ecológica Acorda Mairi- Sociedade Civil Associação de Defesa do Meio Ambiente porã Assoc. Misturadores de Adubos do Brasil – Sociedade Civil Industrial AMA Assoc. Moradores Amigos Reserva Biosfera Sociedade Civil Associação de Defesa do Meio Ambiente Cinturão Verde SP – AMAR Assoc. Moradores Parque. Petrópolis – Sociedade Civil Doméstico AMPP Associação da Reserva das Hortênsias Sociedade Civil Doméstico

Federação das Indústrias São Paulo – FIESP Estado Industrial

Grupo Ecológico Ere Sociedade Civil Associação de Defesa do Meio Ambiente Figura 4.7.7-2 – Frota de veículos do município de Mairiporã, por categoria. (Fonte: Seade) Instituto Ação Cultural e Ecológica Sociedade Civil Associação de Defesa do Meio Ambiente

4.7.8 – Mineração Instituto Socioambiental – ISA Sociedade Civil Associação de Defesa do Meio Ambiente

Movimento Assistencial Imaculada Concei- Dados do DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral mostra que Granito e Água Mine- Sociedade Civil Doméstico ção – MAIC ral são as substâncias mais exploradas no município de Mairiporã (Figura 4.7.8-1). Autorização de Pes- Planeta Verde Manejo Ambiental e Inclusão Sociedade Civil Associação de Defesa do Meio Ambiente quisa e Requerimento de Pesquisa são as fases mais requeridos (Figura 4.7.8-2). Social Sindicato dos Trabalhadores de Águas, Es- Sociedade Civil Organizações Sindicais de Trabalhadores goto e Meio Ambiente – SINTAEMA

Quadro 4.7.9-1 – Entidades por segmento com representação no Subcomitê Juquery-Cantareira

Ressaltando-se a importância dos atributos ambientais presentes no município, destaca-se a necessidade de um crescimento urbano ordenado e desenvolvimento econômico sustentável compa- tíveis, bem como a disponibilidade de infraestrutura adequada e planejada (saneamento, sistema viá- rio, serviços públicos essenciais).

Devem ser observadas as diretrizes e restrições legais contidas nos Planos de Manejo das UCs e nas normas dos demais tipos de áreas protegidas presentes e no município. Com isso, é possível identificar os conflitos de uso e o desencadeamento de processos que comprometam os importantes ecossistemas presentes no território de Mairiporã. Figura 4.7.8-1 – Processos minerários por substância Figura 4.7.8-2 – Processos minerários por fase de li- requerida, no município de Mairiporã. (Fonte: DNPM) cenciamento, no município de Mairiporã. (Fonte: DNPM)

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Capítulo 5 – Conservação Ambiental

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5.1 Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Alto Juquery (APRM-AJ)

Grande parte do município de Mairiporã, 80,54 % do território, está inserida na Área de Proteção e de de água estabelecidos para a APRM-AJ, definindo três áreas de intervenção: Recuperação dos Mananciais do Alto Juquery (APRM-AJ) declarada como manancial de interesse regi- 5.1.1 Área de Restrição à Ocupação (ARO) onal destinado ao abastecimento das populações atuais e futuras pela Lei n° 15.790/2015. Área de interesse para a proteção dos mananciais e para a preservação, conservação e recupera- ção dos recursos naturais. Os usos admitidos nas AROs são definidas no Art. 11 da Lei 15.790/2016, incluindo as atividades de lazer, educação ambiental e pesquisa científica e instalação de infraestru- tura para saneamento básico. Compreende as AROs:

I.as Áreas de Preservação Permanente (APP), definidas pela Lei Federal n°12.651/2012;

II. as faixas de cinquenta metros de largura, medidas em projeção horizontal, a partir da cota “máximo maximorum” do Reservatório Paiva Castro, definida como a cota 746,60 m pelo Decreto Estadual n° 62.062/2016.

III.Outras áreas configuradas como de interesse especial para preservação ambiental, com base na legislação vigente.

5.1.2 Área de Ocupação Dirigida (AOD)

Área de interesse para consolidação ou implantação de usos urbanos ou rurais, desde que atendi- dos os requisitos que assegurem a manutenção das condições ambientais necessárias à produção de água em quantidade e qualidade desejáveis para abastecimento das populações atuais e futuras.

5.1.3 Área de Recuperação Ambiental (ARA)

Áreas de ocorrências especialmente identificadas, com usos ou ocupações que comprometem a quantidade ou a qualidade dos recursos hídricos, que necessitam de intervenções de caráter correti- vo e uma vez recuperada, será reenquadrada como ARO ou AOD, conforme suas características es- pecíficas.

Mananciais são todas as fontes de água, superficiais ou subterrâneas, que podem ser usadas para o abastecimento público. Isso inclui, por exemplo, rios, lagos, represas, lençóis freáticos e bacias

hidrográficas.

Para cumprir sua função, um manancial precisa de cuidados especiais, garantidos nas chamadas leis estaduais de proteção a mananciais. No estado de São Paulo, em 1997 foi promulgada a lei Estadual Represa de Mairiporã (Foto: Humberto Müller) n° 9.866 de proteção dos mananciais, refletindo a necessidade de se estabelecer parâmetros com o

fim de preservar os mananciais paulistas, proteger e recuperar as condições ambientais específicas A referida Lei dispõe sobre instrumentos de planejamento e gestão para garantir as condições com o intuito de garantir a produção de água necessária para o abastecimento e consumo das gera- ambientais e de uso e ocupação do solo necessárias ao cumprimento dos padrões e metas de qualida- ções atuais e futuras.

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5.2 Áreas tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico—CONDEPHAAT

O tombamento de áreas naturais é um importante instrumen- to jurídico de preservação das paisagens por meio da criação de espaços naturais especialmente protegidos, como forma de frear os vetores de pressão, principalmente a expansão urbana. No município de Mairiporã existem duas áreas tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artísti- co e Turístico – CONDEPHAAT (Figura 5.2-1):

 Reserva Estadual da Cantareira

 Morro do Juquery e o Pico Olho D’Água A primeira área tombada está inserida no Parque Estadual da Cantareira de acordo com a Resolução n° 18 datada de 04 de agosto de 1983. Esta área tombada, intitulada de Reserva Estadual da Cantareira, foi criada visando garantir a captação de água para a cidade de São Paulo. Posteriormente nesta área foi criado o Par- que Estadual da Cantareira, administrado pelo Instituto Florestal, com 5.647 ha. O tombamento incluiu ainda a Pedra Grande, batoli- to granítico que aflora a 1.050 m de altitude; a bomba d'água, relí- quia histórica dos primórdios do abastecimento da cidade, datada de 1906, movida a vapor, localizada na Barragem do Engordador e o Parque Estadual da Capital, antigo Horto Florestal, criado em 1898 pelo engenheiro e botânico sueco Alberto Loefgreen, membro da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo (CONDEPHAAT, 2016a). Na porção central do município de Mairiporã, no entorno da Represa Paiva Castro, encontra-se a segunda área tombada pelo CONDEPHAAT, o Morro do Juquery e o Pico Olho D’Água (Figura XXX), um maciço granítico que atinge a altitude de 1.180m, carac- terizado pela presença de remanescentes de matas tropicais de planalto, que anteriormente se estendiam por toda a região, e por possuir em sua vertente meridional os mananciais que abastecem a Região Metropolitana da Grande São Paulo (CONDEPHAAT, 2016b). O documento normativo desse tombamento é a Resolução n° 50 de 13 de outubro de 2004. Segundo esta Resolução, o tom- bamento se justifica pelas elevadas declividades da vertente Sul, forte dissecamento e presença de manto de decomposição profun- do com matacões, tornando-se impositivo a manutenção da cober- tura vegetal existente e sua implementação desejável, como forma de prevenção contra processos de ravinamento múltiplo e eventual deslizamentos de terra.

Figura 5.2-1 – Mapa de localização da área tombada pelo Condephaat Morro do Juquery e o Pico Olho D’Água (Fonte: IPT)

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5.3 Unidades de conservação

Mairiporã está inserido em nove Unidades de Conserva- ção, segundo o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) (Figura 5.3-1), isso devido a tendência do estado de São Paulo de preservação da paisagem natural nas áreas de mananci- ais (SÃO PAULO, 2009). Dentre essas UCs (Quadro 5.3-1), cinco são de proteção integral (Parque Estadual da Cantareira; Parque Estadual do Juquery; Parque Estadual do Itapetinga; Parque Esta- dual do Itaberaba; Monumento Natural Estadual da Pedra Grande) e quatro são de uso sustentável (APA Piracicaba Juquerí-Mirim Área II; APA Sistema Cantareira; RPPN Sítio Capuavinha; RPPN Paraíso).

Unidades de Conservação (UCs) são espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com carac- terísticas naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. As UCs são de dois tipos: Proteção inte- gral e Uso Sustentável dos recursos naturais.

 UCs de proteção integral preveem a manutenção dos ecossis- temas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. É composto pelas seguintes categorias de unidade de conserva- ção: I - Estação Ecológica; II - Reserva Biológica; III - Parque Nacional; IV - Monumento Natural (MONA); V - Refúgio de Vi- da Silvestre.

 UCs de uso sustentável têm como objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes categorias de unidade de conser- vação: I - Área de Proteção Ambiental (APA); II - Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE); III - Floresta Nacional (FLONA); IV - Reserva Extrativista; V - Reserva de Fauna; VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; VII - Reserva Particular do Patri- mônio Natural (RPPN). Figura 5.3-1 – Mapa de localização das Unidades de Conservação inseridas no município de Mairiporã. Fonte: MMA)

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5.3 Unidades de conservação (continuação)

Ano de Lei de im- Plano de Categoria UC Uso público Gerenciamento Objetivo de criação Área (ha) criação plantação Manejo APA Piracicaba 1991 Lei Estadual Não possui Sem informação Órgão Gestor: Fundação para A Área de Proteção Ambiental tem como objetivos 274.997 Juquerí-Mirim Área nº 7438, de Conservação e a Produção Flores- básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar II 14 de julho tal do Estado de São Paulo. o processo de ocupação e assegurar a sustentabili- de 1991 Sem conselho gestor - conselho dade do uso dos recursos naturais (art. 15 do gestor não renovado SNUC). Objetivo de proteger as cabeceiras do Rio Juqueri-Mirim para o abastecimento APA APA Sistema Can- 1998 Lei ordinária Não possui Sem informação Órgão Gestor: Fundação para A Área de Proteção Ambiental tem como objetivos 2.536,63 tareira nº 10111 de Conservação e a Produção Flores- básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar 1998 tal do Estado de São Paulo. Sem o processo de ocupação e assegurar a sustentabili- conselho gestor dade do uso dos recursos naturais (art. 15 do SNUC). Parque Estadual da 1968 Decreto Possui - Pu- Visitação por meio de trilhas Órgão Gestor: Fundação para Preservação de ecossistemas naturais de grande 7619,85 Cantareira 41.626, de blicado em Conservação e a Produção Flores- relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando 1963; 2009, preci- tal do Estado de São Paulo. Con- a realização de pesquisas científicas e o desenvol- Lei ordinária sa atualiza- selho Gestor Biênio 2013-2015 vimento de atividades de educação e e interpreta- nº 10228, de ção ção ambiental, de recreação em contato com a na- 1968 tureza e de turismo ecológico.

Parque Estadual do 1993 Decreto nº Recurso já Trilhas guiadas, Parque Infantil, Mirante e anti- Órgão Gestor: Fundação Florestal A preservação dos ecossistemas das espécies ve- 2.058,0 Juquery 36.859 de previsto, go Hospital Pisiquiátrico do Juquery, Hospeda- Conselho Gestor: Em formação getais e animais, dos seus habitats, e dos sítios ge- 1993 aguardando gem para pesquisadores. Não possui centro de omorfológicos de parte da Fazenda Juquery início para o visitantes. Possui auditório para 100 pessoas. 2º semestre Trabalho de Educação Ambiental e conscienti- de 2017. zação da população do entorno a respeito dos Parque problemas ambientais Estadual Parque Estadual do 2010 Decreto nº Em fase de Não há programas de visitação pública. Princi- Órgão Gestor: Fundação Florestal A proteção da biodiversidade e dos recursos hídri- 10.191,6 Itapetinga 55.662 de elaboração pais programas em andamento: Operação Cor- Conselho Gestor: Portaria Normati- cos da região norte-nordeste da Serra da Cantarei- 2010 do Termo de ta Fogo e Sistema Integrado de Monitoramen- va FF/DE 034/2011 de 06.06.2011. ra, compostos pelos maciços das Serras de Itape- Referência to. tinga e Itaberaba, contíguos ao Parque Estadual da para contra- Cantareira tação.

Parque Estadual do 2010 Decreto nº A ser elabo- O Parque encontra-se em processo de regula- Órgão Gestor: Fundação Florestal A proteção da biodiversidade e dos recursos hídri- 15.113,1 Itaberaba 55.662 de rado rização fundiária. Não há Programa e projetos Conselho Gestor: Em formação cos da região norte-nordeste da Serra da Cantarei- 31/03/2010 de Visitação Pública. Principal programa em ra, compostos pelos maciços das Serras de Itape- andamento: Programa Emergencial de Prote- tinga e Itaberaba,contíguos ao Parque Estadual da ção Cantareira

Monumento Natural 2010 Decreto nº A ser elabo- Visitação aberta até a Pedra Grande Órgão Gestor: Fundação Florestal Preservar os atributos bióticos, abióticos e cênicos 3.297,65 MONA Estadual da Pedra 55.662 de rado do maciço da Pedra Grande Grande 2010 RPPN Sítio Capua- 2001 Portaria nº Não possui Sem informação Órgão Gestor: ICMBio Conservação da diversidade biológica em áreas 5 vinha 31, de 2001 privadas RPPN Paraíso 2008 Resolução Não possui Intenção de realizar trabalhos de educação Órgão Gestor: Fundação Florestal Conservação da diversidade biológica em áreas 3,54 RPPN SMA nº 027 ambiental em escolas da região. privadas. Inserida na APRM do Sistema Cantareira de 24 de abril de 2008

Quadro 5.3-1 – Detalhes das Unidades de Conservação inseridas em Mairiporã

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Capítulo 6 – Atrativos Turísticos

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6.1 Turismo

6.1.1 Atrativos turísticos A Figura 6.1.1-1 apresenta o número de estabelecimentos equipamentos turísticos como pousadas, pesqueiros, restaurantes, levantados junto ao PDTur (PMM, 2015), que constituem o produto haras, clubes de campo, salões de eventos, entre outros. Ressalta O turismo é uma atividade que registrou grande crescimento turístico de Mairiporã. -se ainda, que existem outros eventos que atraem um fluxo de nos últimos anos, apesar de oferecer significativo número de em- pessoas ao Município, tais como o de Tria- pregos, também cresceu de maneira desordenada. Portanto, o pla- O Município se insere no chamado Circuito entre Serras e thlon e o Navega São Paulo. nejamento turístico é um processo de grande complexidade, pois Águas, sendo composto por Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bra- envolve: ocupação do território, economia, cultura, marketing, he- gança Paulista, Guarulhos, Jarinu, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré terogeneidade dos turistas, atores envolvidos, população/ Paulista, , Pinhalzinho, Piracaia, Tuiuti e Vargem, cons- 6.1.2 Turismo cultural comunidade local, entre outros aspectos. Além de se preocupar tituindo uma região muito rica em atrativos naturais, principalmente Mairiporã apresenta aspectos culturais bastante interessantes com os benefícios socioeconômicos, minimizar os custos, visando no que diz respeito a eventos e festas tradicionais organizadas o bem estar da comunidade receptora e a rentabilidade dos em- pelo Município. No Quadro 6.1.2-1 consta o calendário dos princi- preendimentos do setor. Além de compatibilizar esses aspectos pais eventos que ocorrem no município de Mairiporã. com as necessidades de preservação do ambiente, dos recursos

naturais, da cultura e costumes locais. Para tanto, é fundamental o envolvimento da comunidade, para que as diretrizes propostas possam ser efetivadas.

No caso de Mairiporã a Prefeitura e o seu Departamento de Calendário dos Principais Eventos em Mairiporã Turismo elaboraram o Plano Diretor de Turismo do Município – Fevereiro Carnaval da Família (28) PDTur (PMM, 2015), com o objetivo de apontar diretrizes para o Romaria das Águas desenvolvimento do turismo, tendo como missão natural a obten- Março Aniversário de Mairiporã (27) ção e a integração concernentes às atividades turísticas, às carac- terísticas humanas, sociais e geográficas do município. Abril Aniversário do Distrito de Terra Preta O setor turístico apresenta um grande potencial para contribuir Maio Semana comemorativa da Imigração Japonesa com o desenvolvimento econômico de Mairiporã, consubstanciado em seu Plano Diretor de Turismo, o qual descreve os atrativos tu- Festival Gastronômico Julho rísticos do município e também apresenta propostas para potenci- Procissão de Veículos Dia de São Cristóvão (25) alizar o turismo da cidade. Festa da Padroeira Nossa Senhora do Desterro

É considerado atrativo turístico os locais, objetos, equipamen- Figura 6.1.1-1 – Dados do inventário turístico de Mairiporã. (Fonte: Setembro Corrida da Padroeira PMM, 2015) tos, pessoas, fenômenos, eventos ou manifestações capazes de Cavalgada motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-los (BARBOSA, recursos hídricos; e diversidade cultural. Localizado na Região Me- Festa da Primavera 2011 apud IPT, 2016), é a matéria-prima do turismo. Podem ser Outubro tropolitana de São Paulo, Mairiporã constitui-se como um local es- Arrancadão na Lama naturais e socioculturais. Já o produto turístico compreende os tratégico para o lazer e turismo dos paulistanos, além do clima ser- Novembro Mairiporã Eco Fest Adventure atrativos turísticos acrescido de infraestrutura, serviços e equipa- rano e da riqueza dos recursos hídricos, o Município oferece uma Dezembro Visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora mentos, comercializado de forma organizada, a fim de satisfazer série de atrativos naturais e culturais, e conta com vários tipos de às necessidades e aos desejos do turista. Quadro 6.1.2-1 – Principais eventos do município de Mairiporã

57 Atlas Socioambiental do Município de Mairiporã - 2017

6.1 Turismo (continuação)

6.1.3 Turismo Gastronômico tradições por meio da gastronomia.

Mairiporã conta com uma rede de bares e restaurantes distribuída por toda a cidade, com possibili- dade de oferecer boa alimentação para os turistas. Em razão desse potencial, é apresentada uma pro- 6.1.4 Turismo de Passagem posta de rota gastronômica (Quadro 6.1.3-1), conforme o apresentada no mapa turístico da cidade. Tal Mairiporã é rota de passagem para quem vai para a Serra da Cantareira, Mantiqueira e para Minas rota pode ser melhor divulgada e até ampliada para atender maior número de turistas. Sugere-se tam- Gerais. A principal rodovia que corta o município é a Fernão Dias (BR 381) e existem também estradas bém a criação ou divulgação de um prato típico para o Município, que deva ser característico e tradicio- estaduais e municipais. Devido ao grande fluxo de veículos que passam por Mairiporã, alguns pontos nal, levando em conta o contexto regional e histórico em que este está inserido, buscando resgatar suas de passagem tornam-se estratégicos para o comércio da cidade, pois alguns restaurantes, bem como

Rota gastronômica Endereço produtores artesanais, de doces e de alimentos podem aproveitar localizações estratégicas para expor

AS VÉIA (O VELHÃO) Estrada Santa Inês nº 3000, Santa Inês seus produtos aos viajantes.

BABO DOMENICO COSTELARIA Estrada da Roseira km 9,5 6.1.5 Turismo Rural BABO GIOVANNI PIZZARIA Rua Los Angeles, 13 (Estr. da Roseira) – Roseira O município de Mairiporã possui alguns aspectos rurais, e dispõe de uma série de equipamentos de BARTHEU Avenida Leonor de Oliveira, 546 – Centro turismo rural como haras e pesqueiros que oferecem momentos de relaxamento para os turistas. Para CABANA Estrada da Roseira km 08 – Roseira ampliar essa atividade, sugere-se maior divulgação dessas atividades, bem como dos serviços ofereci- CANTINA CHAMA DA SERRA Estrada Santa Ines, 3190 – Sta Ines dos. Como por exemplo, a especialização para equoterapia, que é um método terapêutico e educacio- CANTINA GIRASSOLE Rua D. Laura Barbosa do Nascimento, 44 – Centro nal, que utiliza o cavalo, numa abordagem multidisciplinar, visando o desenvolvimento biopsicossocial CASTELINHO Estrada do Mato Dentro, 4100 – (Rod. Fernão Dias km 59) – Mato Dentro de pessoas com deficiências ou necessidades especiais. CIDADE BONITA PIZZARIA Alameda Tibiriça, 600 – Centro

CUCINA LATTARULLO Avenida das Palmeiras, 2121 – Roseira

DIB RESTAURANTE Estrada Velha de Bragança, (Av. Cel. Sezefredo Fagundes) 25100 –

DOM JOSÉ Rua Dom José Mauricio da Rocha, 238 - Centro

ESPAÇO GASTRONÔMICO VILLA Estrada da Roseira, 5555 – Roseira VELHA

GORDO E MAGRO Avenida Pietro Petri, 382 – Terra Preta

LE BISTRÔ Rua Antônio de Oliveira, 135

O FILHOTÃO Avenida Manoel Martins, 08 -Roseira

O PESCADOR Estrada da Roseira km 08 – Roseira

ORA POIS Estrada da Roseira 8018 – Roseira

PAIOL MINEIRO Rodovia Fernão Dias km 68 Prox. Tunel Mata Fria

PORTAL DO PEIXE Estrada Santa Ines km 18,5 – Santa Ines

RANCHO DO RICARDINHO Estrada Mato Dentro km 08 – Mato Dentro

RECANTO MINEIRO Estrada da Roseira s/n – Roseira

SANTA ROÇA Avenida Antonio de Oliveira, 59 – Centro

Quadro 6.1.3-1 – Proposta de Rota Gastronômica. (Fonte: Mapa Turístico de Mairiporã) Foto: Humberto Müller

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Atlas Socioambiental do Município de Mairiporã - 2017

6.1 Turismo (continuação)

6.1.6 Turismo de Eventos

Em Mairiporã, o segmento de turismo de eventos, cuja atividade é o de alugar espaços para festas 6.1.8 Ecoturismo comemorativas, casamentos, formaturas, dentre outras, vem se destacando. Para ampliar e melhorar tais O ecoturismo, segmento da atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural atividades, seria interessante potencializar a divulgação desses espaços por meio de sites, redes sociais, e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambiental por meio da anúncios e propagandas em diversos meios de comunicação, a fim de trazer mais interessados em reali- interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das pessoas envolvidas. Os benefícios ou os pro- zar seus eventos na cidade, aproveitando a proximidade com São Paulo e o clima que a cidade tem a ofe- blemas decorrentes dessa modalidade de turismo, dependem fundamentalmente do modo como seu recer. Ressalta-se que é importante que haja fiscalização desses eventos, para não haver impactos para planejamento, implantação, gestão e monitoramento forem realizados. a proteção da biodiversidade local, como poluição sonora e soltura de animais exóticos à região. Mairiporã chama a atenção por seus recursos naturais, o que torna o ecoturismo uma atividade com grande potencial de desenvolvimento para o município.

Observando e respeitando as características de cada Unidade de Conservação – UC, e suas dire- trizes de uso do solo, quando estabelecidas em seus respectivos Planos de Manejo, considera-se inte- ressante que o município possa inserir atividades como rapel, trilhas para caminhadas de contempla- ção na natureza, esportes náuticos, entre outros, em locais apropriados para isso. Será importante também iniciar um plano para manutenção e recuperação de trilhas em parques a fim de melhorar a

Cavalgada (Foto: Humberto Müller) Evento Ecofest (Foto: Humberto Müller)

6.1.7 Turismo de Contemplação e Lazer Mairiporã conta com alguns atrativos para contemplação e lazer dos turistas. Alguns desses atrati- vos são naturais, como é o caso das Sete Quedas, Cachoeira da Caceia, Pico do Olho d’água, Trilha da Saracura, dos macacos, da onça, da coruja, das flores, do jacú aloprado, dentre outros. Outros atrativos podem ser de natureza antrópica, como é o caso da Represa Paiva Castro, Pedreira Dib, MAITEC – Mu- seu de Arqueologia Industrial, Espaço Temático Sítio do Pica-pau Amarelo, Igreja Matriz, Clube de Cam- po Mairiporã, Esporte Clube, Saint Moritz Country Club, Sitio da Criança, Yatch Club Mairiporã, Complexo o Velhão, entre outros.

(a) Pico do Olho D’Água. (b) Pedreira DIB. (c) Rapel na Pedreira DIB. (d) Represa ´Paiva Castro (Foto: Humber- Museu MAITEC (Foto: Humberto Müller) Cruzeiro (Foto: Humberto Müller) to Müller)

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6.1 Turismo (continuação)

6.1.9 Casa do Turista e do Artesão O Pico do Olho D’água (Fotos a e b) corresponde a um maciço granítico de elevada altitude, situa- do a cerca de 1.150 metros acima do nível do mar, é o ponto mais alto do Município. Caracteriza-se Sugere-se que a Casa do Turista e do Arte- pela presença de remanescentes de matas tropicais de planalto, que anteriormente se estendiam por são de Mairiporã, inaugurada no dia 28 de no- toda a região, e por possuir em sua vertente meridional os mananciais que abastecem a Região Me- vembro de 2016 (localizada no Centro), que dis- tropolitana da Grande São Paulo, razão pela qual justifica-se a toponímia local de olhos d’água. põe de posto de informações turísticas e artesa- natos elaborados pelos artesãos da região, funci- A vegetação remanescente possui papel relevante, pois a área apresenta elevadas declividades one como espaço para recepcionar os turistas e a em sua vertente Sul, forte dissecamento e presença de manto de decomposição com matacões população local. A Casa abriga o Departamento (grandes blocos de rocha). Desse modo a vegetação torna-se determinante para estado de equilíbrio de Turismo, o Conselho Municipal de Turismo e a da área. A supressão da mesma, bem como a execução de cortes do terreno podem acarretar proces- Associação do Desenvolvimento Turístico (Adtur). sos erosivos lineares, deslizamentos de terra e queda e rolamentos de blocos.

Do topo do Pico é possível avistar parte considerável da Serra da Cantareira, incluindo a Pedra (Foto: Humberto Müller) 6.1.10 Marketing e sinalização turística Grande – um dos cartões postais do município de Atibaia; o Morro da Pata, situado no Parque Estadu- Para ampliar e implementar o desenvolvimento do turismo no Município, destaca-se a importân- al do Juquery, no município de Franco da Rocha; e a Pedreira Mantiqueira/Dib, desativada há mais de cia do marketing turístico, que deve intensificar suas fontes e formas de divulgação dos atrativos infra- 30 anos. Seu acesso pode ser feito por meio de carro, bicicleta, moto ou a pé, pois a maior da via é estrutura disponíveis, bem como sugere-se a realização de trabalho conjunto da Adtur com as agências asfaltada, procurada principalmente por visitantes para contemplação, caminhadas (percorrer trilhas), de turismo a fim de melhorar a qualidade e a divulgação dos serviços. acampamento, ou para práticas de atividades de aventura, tais como voos de paraglider e rapel. Entre- tanto é necessário reforçar que a realização dessas atividades deve atender às normas de uso permiti- Outro aspecto fundamental diz respeito à sinalização turística (Figuras 6.1.10-1 e 6.1.10-2). A si- das em seu tombamento e às de segurança para realização de tais práticas. nalização é fundamental para orientar os visitantes a localizarem o atrativo turístico e facilitar o seu acesso, além de constituírem um meio de divulgação do empreendimento. As placas devem atender ao padrão internacional, quanto à cor, tamanho, medidas e outras especificações pré-definidas em normas, pelos órgãos competentes (órgãos estaduais e federais).

6.1.11 Pico do Olho D’Água

(a) (b) Foto 6.1.10-1— Exemplo de sinalização atendendo Foto 6.1.10-2— Exemplo de sinalização inadequa- aos padrões. (Foto: IPT) da em primeiro plano. (Foto: IPT) (a) Via de acesso ao Pico do Olho D’agua. (b) Pico do Olho D’Água. ( (Foto: IPT)

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Bibliografia

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Bibliografia

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63 Atlas Socioambiental do Município de Mairiporã - 2017

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ANEXO A – Espécies Arbóreas do Parque Estadual de Ita- petinga (PEI) e do Parque Estadual da Cantareira (PEC) (Fontes de dados: Fundação Florestal, 2010)

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ANEXO B – Espécies Arbóreas do Parque Estadual de Itapetinga (PEI) e do Parque Estadual da Cantareira (PEC)

Família Espécie PEI PEC Família Espécie PEI PEC Schinus terebinthifolia Raddi X X Austrocritronia angulicaulis (Sch.Bip.ex Baker) King & Rob X

ANACARDIACEAE Tapirira guianensis Aubl. X X Baccharis semiserrata Baker var. elaeagnoides (Steud.) G. Barr X

Tapirira obtuse (Benth.) J. D. Mitch. X Eremanthus erythropappus (DC). MacLeish. X

Annona sylvatica A.St.-Hil. X X Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera X Guateria nigrescens Mart. X Piptocarpha axilaris var. axilaris (Less.) Baker X X Guatteria australis A.St.-Hil. X X Piptocarpha macropoda Baker X X

Guatteria parviflora R.E.Fr. X Piptocarpha quadrangularis (Vell.) Baker X ASTERACEAE ANNONACEAE Rollinea sericea (R.E.Fr) R.E. Fr. X Piptocarpha regnelii (Sch. Bip.) Cabrera X Rollinia emarginata Schltdl. X Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker X

Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. X Symphyopapus polystachyus Baker X

Rollinia parviflora A.St.-Hil. X Vernonanthura diffusa (Less.) H. Rob. X X

Xylopia brasiliensis Spreng. X Vernonanthura discolour (Spreng.) Less X

Aspidosperma olivaceum Müll. Arg. X X Vernonanthura petiolaris D.C X

Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. X Vernonanthura puberula (Less.) H. Rob X APOCYNACEAE Malouetia arborea (Vell.) Miers X Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart X

Rauvolfia sellowii Müll. Arg. In Mart X X Handroanthus albus (Cham.) Mattos X

Ilex amara (Vell.) Loes. X Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex A. DC.) Mattos X X

AQUIFOLIACEAE Ilex cf. dumosa Reissek X Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos X BIGNONIACEAE Ilex paraguariensis A. St.-Hill X Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos X

Dendropanax cuneatum (DC.) Decne & Planch. X Jacaranda macrantha Cham. X

Dendropanax nebulosus Fiaschi & Jung-Mend. X Jacaranda puberula Cham. X ARALIACEAE Schefflera angustissima (Marchal) Frodin X Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau X

Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi X X Cordia sellowiana Cham. X X

ARAUCARIACEAE Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze X Cordia superba Cham. X

Bactris setosa Mart. X BORAGINACEAE Cordia taguahyensis Vell. X

Euterpe edulis Mart. X Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud X

ARECACEAE Geonoma brevispatha Barb. Rodr. X X Patagonula americana L. X

Lytocaryum hoehnei (Burret.) Toledo X Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand X X BURSERACEAE Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman X X Protium widgrenii Engl. X

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ANEXO B – Espécies Arbóreas do Parque Estadual de Itapetinga (PEI) e do Parque Estadual da Cantareira (PEC) (continuação)

Família Espécie PEI PEC Família Espécie PEI PEC

Celtis iguanaeae (Jacq.) Sarg. X Croton celtidifolius Baill. X CANNABACEAE Trema micrantha (L.) Blume X Croton floribundus Spreng. X X

CARDIOPTERIDACEAE Citronella paniculata (Mart.) r. A. Howard X X Croton macrobothrys Baill. X

CARICACEAE Jaracatia heptaphylla (Vell.) A.DC. X Croton salutaris Casar. X Maytenus alaternoides Reissek X EUPHORBIACEAE Hieronima alchorneoides Allemão X Maytenus boaria Mol. X Sapium glandulosum (L.) Morong X

Maytenus evonymoides Reissek X X Sebastiana klotzschiana (Müll. Arg.) Müll. Arg. X

Maytenus glaucescens Reissek X Sebastiania serrata (Baill. ex Müll. Arg.) Müll. Arg. X X CELASTRACEAE Maytenus robusta Reissek x X Tetrorchidium rubrivenium Müll. Arg. X X

Maytenus salicifolia Reissek X Cassia ferruginea (Schrad) Schrad. ex DC. X

Maytenus schummaniana Loes. X Copaifera langsdorffii Desf. X

Salacia elliptica (Mart. ex Schult.) G. Don X Copaifera trapezifolia Hayne X

CHRYSOBALANACEAE Hirtella hebeclada Moric. ex DC. X X Hymenaea courbaril L. X

CLETHRACEAE Clethra scabra Pers. X X Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne X FABACEAE- Clusia criuva Cambess. X X Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. X CAESALPINIOIDEAE Clusia parviflora (Saldanha) Engl. X Schizolobium parayba (Vell.) S. F. Blake X CLUSIACEAE Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi X Sclerolabium denudatum Vogel X

Tovomitopsis paniculata (Spreng.) Planch. & Triana X X Senna macranthera (Collad.) H. S. Irwin & Barneby X X

COMBRETACEAE Terminalia glabrescens Mart. X Senna multijuga (L. C. Rich.) H. S. Irwin & Barneby X X

CUNNONIACEAE Lamanonia ternata Vell. X X Tachigali multijuga Benth. X

Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. X FABACEAE-CERCIDEAE Bauhinia forficata Link. X ELAEOCARPACEAE Sloanea monosperma Vell. X Andira anthelmia (Vell.) J.F. Macbr. X X Erythroxylum cuspidifolium Mart. X Crotalaria spectabilis Roth X ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum deciduum A. St.-Hill X Dahlstedtia pinnata (Benth.) Malme X Actinostemom klotzschii (Didr.) Pax X Dalbergia brasiliensis Vogel X FABACEAE-FABOIDEAE Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. [Alchornea iricurana Casar.] x x Dalbergia foliolosa Benth. X EUPHORBIACEAE Alchornea sidifolia Müll. Arg. x Dalbergia frutescens (Vell.) Britton X X Alchornea triplivervia (Spreng.) Müll. Arg. X X Dalbergia myriantha Benth. ex A. Gray X Aparisthmium cordatum (A. Juss.) Baill. X Erythrina falcata Benth. X

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ANEXO B – Espécies Arbóreas do Parque Estadual de Itapetinga (PEI) e do Parque Estadual da Cantareira (PEC) (continuação)

Família Espécie PEI PEC Família Espécie PEI PEC Erythrina speciosa Andr. X Aegiphila obducta Vell. X Lonchocarpus subglaucescens Mart. ex Benth. X Aegiphila sellowiana Cham. X X LAMIACEAE Machaerium brasiliense Vogel X Vitex polygama Cham. X X

Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld [Machaerium aculeatum Raddi] x x Vitex sellowiana Cham. X Machaerium kuhlmannii Hoehne X Aniba firmula (Ness & Mart.) Mez X

FABACEAE-FABOIDEAE Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. X X Cinnamomum triplinerve (Ruiz & Pav.) Kosterm. X Machaerium stipitatum (DC.) Vogel X X Cryptocarya aschersoniana Mez. x x Machaerium villosum Vogel X Cryptocarya mandiocana Meisn. X

Ormosia arborea (Vell.) Harms X Cryptocarya saligna Mez X Pterocarpus violaceus Vogel X Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. X X Swartzia flemingii Raddi X Licaria armeniaca (Nees) Kosterm. X

Abarema langsdorffii ( Benth.) Barneby & J.W.Grimes X Nectandra barbellata Coe-Teix. X Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan X Nectandra grandiflora Nees X Inga affinis DC. X Nectandra lanceolata Nees X Inga cf. striata Benth. X Nectandra leucantha Nees X Inga guilleminiana Benth. X Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez X X

Inga laurina (Sw.) Willd. X Nectandra membranaceae (Sw.) Griseb. X LAURACEAE Nectandra oppositifolia Nees [Nectandra mollis (Kunth) Nees/ Nectandra rigida Inga lenticellata Benth. X X X (Kunth) Nees ] FABACEAE-MIMOSOIDEAE Inga marginata Willd. X X Nectandra psammophilla Nees X Inga sellowiana Benth. X Nectandra puberulla (Schott) Nees X

Inga sessilis (Vell.) Mart. X X Ocotea aciphylla (Nees) Mez X Leucochloron incuriale (Vell.) Barneby & J.W.Grimes X X Ocotea bicolor Vattimo-Gil X Piptadenia gonoacantha (Mart.) J. F. Macbr. X X Ocotea bragai Coe-Teix. X Piptadenia paniculata Benth. X Ocotea catharinensis Mez. X Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez [Ocotea gurgelii Vattimo-Gil /Ocotea organensis X X Pseudopiptadenia leptostachya (Benth.) Rauschert (Meisn.) Mez] Senegalia polyphylla DC. X Ocotea dispersa (Nees) Mez X HYPERCACEAE Vismia micrantha Mart. X X Ocotea divaricata (Nees) Mez X

Citronella megaphylla (Miers) R.A. Howard x Ocotea elegans Mez X ICACINACEAE Meliosma itatiaiae Urban X Ocotea felix Coe-Teix. X

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ANEXO B – Espécies Arbóreas do Parque Estadual de Itapetinga (PEI) e do Parque Estadual da Cantareira (PEC) (continuação)

Família Espécie PEI PEC Família Espécie PEI PEC Ocotea frondosa (Meisn.) Mez X Huberia semiserrata DC. X Ocotea glaziovii (Nees) Kosterm. X Leandra dasytricha (A. Gray) Cogn. X Ocotea lanata (Nees) Mez X Leandra mosenii Cogn. X Ocotea lancifolia (Schott) Mez X Miconia brunnea DC. X Ocotea minarum (Nees) Mez X Miconia buddlejoides Triana X Ocotea nectandrifolia Mez X X Miconia cabucu Hoehne X Ocotea nutans (Nees) Mez X Miconia candolleana Cogn. X Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer X X Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin X X Ocotea porosa (Nees) Barroso X Miconia cubatanensis Hoehne X LAURACEAE Ocotea puberula (Rich.) Nees X X MELASTOMATACEAE Miconia hymenonervia (Raddi) Cogn. X X Ocotea pulchella (Nees) Mez X Miconia petropolitana Cogn. X Ocotea pulchra Vattimo X Miconia tristis Spring X Ocotea serrana Coe-Teixeira X Mouriri chamissoana Cogn. X Ocotea silvestris Vattimo-Gil X Tibouchina pulchra Cogn. X X Ocotea teleiandra (Nees) Mez X Tibouchina bergiana Cogn. X Ocotea velloziana (Meisn.) Mez X Tibouchina candoleana Cogn. X Ocotea velutina (Nees) Rohwer X Tibouchina mutabilis (Vell.) Cogn. X Persea alba Nees X Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. X Persea willdenovii Kosterm. X Tibouchina wedellii Cogn. X Carianiana estrellensis (Raddi) Kuntze X X Cabralea canjerana (Vell.) Mart. X X LECYTHIDACEAE Cariniana legalis (Mart.) O. Ktze. X Cecrela fissilis Vell. X X LYTHRACEAE Lafoensia pacari A.St.-Hil. X X Cedrela odorata L. X MAGNOLIACEAE Talauma ovata A.St.-Hil. X Guarea macrophylla Vahl. X X MALPIGHIACEAE Byrsonima ligustrifolia A.Juss. X MELIACEAE Trichilia clausseni C.DC. X Eriotheca candolleana (K. Schum.) A. Robyns X Trichilia elegans A.Juss. Ssp. Elegans X Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna X Trichilia emarginata C.DC. X MALVACEAE Luehea divaricata Mart. X X Trichilia pallida Sw. X Luehea grandiflora Mart. & Zucc. X Trichilia sylvatica C.DC. X Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns X MONIMIACEAE Mollinedia argyrogina Perkins X

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ANEXO B – Espécies Arbóreas do Parque Estadual de Itapetinga (PEI) e do Parque Estadual da Cantareira (PEC) (continuação)

Família Espécie PEI PEC Família Espécie PEI PEC Mollinedia blumenaviana Perkins X Eugenia beaurepaireana (Kiaersk.) D.Legrand X Mollinedia elegans Tul. X Eugenia bracteata Vell. X Mollinedia micrantha Perkins X Eugenia candolleana DC. X Mollinedia oligantha Perkins X Eugenia cerasiflora Miq. X MONIMIACEAE Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins X X Eugenia cereja D.Legrand X Mollinedia triflora (Spreng.) Tul. X Eugenia convexinervia D.Legrand X Mollinedia uleana Perkins X Eugenia dodonaefolia Cambess. X Mollineia widgrenii A. DC. X X Eugenia glazioviana Kiaersk. X Brosimum glaziovii Taub. X Eugenia handroana D.Legrand X Brosimum guianense (Aubl.) Huber X Eugenia hiemalis Cambess. X Chlorophora tinctoria (L.) Gaudich. Ex Benth. X Eugenia involucrata DC. X MORACEAE Ficus inspida Willd. X X Eugenia ligustrina (Sw.) Willd. X Ficus luschnathiana (Miq.)Miq. X Eugenia neuverrucosa Sobral (Eugenia verrucosa A.Rich) X Sorocea bonplandii (Baill.) W. Burger et al. X X Eugenia paracatuana O. Berg X MYRISTICACEAE Virola bicuhyba (Schott) Warb. X Eugenia prasiana O.Berg X MYRTACEAE Ardisia guianensis (Aubl.)Mez X Eugenia umbelliflora O.Berg X Cybianthus cuneifolius Mart. X Gomidesia affinis (Cambess.) D.Legrand X Cybianthus peruvianus (A.DC.) Miq. X Gomidesia anacardiaefolia (Gardner) O.Berg X Rapanea balansae Mez X Gomidesia spectabilis (DC.) O.Berg X MYRSINACEAE Rapanea ferruginea (Ruiz & Pav.) Mez X Gomidesia tijucensis (Kiaersk.) D.Legrand X Rapanea gardneriana (A.DC.)Mez X Marlierea cannaefolia O.Berg X Rapanea hermogenesii Jung-Mend. & Bernacci X Marlierea laevigata (DC.) Kiaersk. X Rapanea umbellata (Mart.) Mez X X Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. X Calycorectes psidiiflorus (O.Berg) Sobral X Marlieria reitzii D. Legrand X Calyptrantes lucida Mart. Ex DC. X Marlieria silvatica (Gardner) Kiaersk. X Calyptranthes concinna DC. X Myrceugenia campestris (DC.) D.Legrand & Kausel X MYRTACEAE Calyptranthes grandifolia O. Berg X X Myrceugenia glaucescens (Cambess.) D.Legrand & Kausel X Calyptranthes strigipes O.Berg X Myrceugenia miersiana (Gardn.) Legr. & Kaus. X Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O. Berg X X Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O.Berg X Campomanesia xanthocarpa O.Berg X Myrcia fallax (Rich.) DC. X

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ANEXO B – Espécies Arbóreas do Parque Estadual de Itapetinga (PEI) e do Parque Estadual da Cantareira (PEC) (continuação)

Família Espécie PEI PEC Família Espécie PEI PEC Myrcia guianensis (Aubl.) DC. (Myrcia obtecta Kiaersk.) X PICRAMNIACEAE Picramnia ramiflora Planch. X Myrcia hartwegiana (O.Berg) Kiaersk (Gomidesia sellowiana O.Berg) X PIPERACEAE Piper cernuum Vell. X Myrcia multiflora (Lam.) DC. X PODOCARPACEAE Podocarpus sellowii Klotzsch ex Eichler X Myrcia obtecta (Berg.) Kiaersk X Coccoloba velloziana Casar X Myrcia pubipetala Miq. X X POLYGONACEAE Euplassa cantareirae Sleumer X Myrcia richardiana (O.Berg) Kiaersk. X Ruprechtia laxiflora Meisn. X MYRTACEAE Myrcia rostrata DC. X Roupala brasiliensis Klotzsch X PROTEACEAE Myrcia splendens (Sw.) DC. X Roupala rhombifolia Mart. Ex Meisn. X Myrciaria ciliolata (Camb.) Bery X RHAMNACEAE Rhammus sphaerosperma Sw. (Reiss) M.C.Johnston X Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg X Prunus myrtifolia (L.) Urb. (L.) Urb. X X ROSACEAE Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum X X Prunus sellowii Koehne X Psidium cattleianum Sabine X Alibertia concolor (Cham.) K.Schum. X Guapira hirsute (Choisy) Lundell X Alibertia myrcifolia K.Schum. X NYCTAGINACEAE Guapira opposita (Vell.) X X Amaioua intermedia Mart. X X Guapira tomentosa (Casar.) Lundell X Bathysa australis (A.St.-Hil) Benth. & Hook. F. X X Ouratea multiflora Engl. X Faramea montevidensis (Cham. & Schltdl.) DC. X X OCHNACEAE Ouratea parviflora (DC.) Baill. X Faramea multiflora A. Rich. X Ouratea semiserrata Engler X Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl. X OLACACEAE Heisteria silvianii Schwacke X X Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl. X X Chionanthus filiformis (Vell.) P.S.Green X Ixora heterodoxa Müll. Arg. X OLEACEAE Chionanthus trichotomus (Vell.) P.S.Green X RUBIACEAE Ixora venulosa Benth. X X PERACEAE Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. X X Margaritopsis cephalantha (Müll.Arg.) C.M.Taylor X Gonatogyne brasiliensis (Baill.) Müll Arg. X Posoqueria acutifolia Mart. X X PHYLLANTHACEAE Hyeronima alchorneoides Reitz X X Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. & Schult. X Savia dictyocarpa Müll. Arg. X Psychotria brachypoda (Müll.Arg.) Britton X Phytolacca dioica L. X Psychotria catharinensis Jacq. X PHYTOLACACEAE Seguieria langsdorffii Moq. X Psychotria suterella Müll. Arg. X X PICRAMINACEAE Picramnia parvifolia Engl. X Randia armata (Sw.) DC. X PICRAMINI Picrasma crenata Vell. X Rudgea gardenioides (Cham.) Müll.Arg. X PICRAMNIACEAE Picramnia glazioviana Engl. X Rudgea jasminoides (Clam.) Müll.Arg. X

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ANEXO B – Espécies Arbóreas do Parque Estadual de Itapetinga (PEI) e do Parque Estadual da Cantareira (PEC) (continuação)

Família Espécie PEI PEC Família Espécie PEI PEC Conchoncarpus pentandrus (A. St.-Hil.) Kallunki & Pirani X Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. X X Dictyoloma vandellianum A.H.L.Juss X SAPOTACEAE Pouteria torta (Mart.)Radlk X

RUTACEAE Esenbeckia febrifuga (A.St.-Hill) A.Juss.ex Mart X Pradosia lactescens Radlk. X Zanthoxylum fagara (L.) Sarg. X Aureliana fasciculate Vel. (Sendtn) X Zanthoxylum rhoifolium Lam. X Sessea brasiliensis Toledo X Meliosma sinuate Urb. X Solanum bullatum Vel. X Meliosma sellowi Urban. X Solanum castaneum Cav. X Casearia decandra Jacq. X SOLANACEAE Solanum diploconos Mart. (Bohs) X SABIACEAE Casearia oblique Spreng. X Solanum leucodendron Sendtn. X Casearia sylvestris Sw. X X Solanum mauritianum Scop. X Xylosma aff. Glaberrima Sleumer X Solanum pseudoquina A.St.-Hil. X X Xylosma pseudosalzmannii Sleumer X Solanum sanctae-catharinae Dunal X Allophylus edulis (A.St-Hil. et al.) Radlk. X X STYRACEAE Styrax acuminatus Pohl X X Cupania ludowigii Somner & Ferrucci X Symplocos celastrinea Mart. ex Miq. X Cupania oblongifolia Mart. X X Symplocos frondosa Brand X Cupania vernalis Cambess. X X SYMPLOCACEAE Symplocos laxiflora Benth. X SAPINDACEAE Cupania zanthoxyloides Cambess. X Symplocos uniflora (Pohl) Benth X Dodonea viscose Jacq. X Symplocos variabilis Mart. ex Miq. X Matayba elaeagnoides Radlk. X X Laplacea semiserrata Cambess. X THEACEAE Matayba guianensis Aubl. X Laplacea tomentosa Walp. X Matayba juglandifolia (Cambess.)Radlk. X THYMELAEACEAE Daphnopsis brasiliensis Mart. & Zucc. X Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engl. X X Cecropia glaziovi Snethl. X Chrysophyllum inornatum Mart. X Cecropia hololeuca Miq. X X Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk. X X URTICACEAE Cecropia pachystachya Trécul X Chrysophyllum viride Mart. & Eichl. X Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini X SAPOTACEAE Diploon cuspidatum (Hoehne) Cronquist X Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. X Ecclinusa ramiflora Mart. X Qualea dichotoma (Mart.) Warm. X Manilkara subsericea (Mart.) Dubard X Vochysia magnifica Warm. X X VOCHYSIACEAE Micropholis crassipedicellata (Mart. & Eichl.) Pierre X Vochysia selloi Warm. X Pouteria bullata (S.Moore) Baehni X Vochysia tucanorum Mart. X

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