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PERCEPÇÃO SOCIOAMBIENTAL NA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE SÃO LUÍSMARANHÃO Gisselly Poliana Santos Muniz (GEOTEC/LABGEO/UFMA) [email protected] Marlon Marcos Pereira de Sousa (GEOTEC/LABGEO/UFMA) [email protected] Gustavo Alexsandro Rodrigues Raposo (GEOTEC/LABGEO/UFMA) [email protected] Prof. Dr. Antonio José de Araújo Ferreira (DEGEOCCH/UFMA) [email protected]

1. INTRODUÇÃO

O processo de metropolização ocorre a partir da polarização de uma região em torno de uma grande cidade em dimensões físicas, econômicas e populacionais caracterizandose por altas densidades demográficas e taxas de urbanização. Essa grande cidade, também chamada de metrópole, constitui um núcleo de concentração onde outras cidades têm forte relação e dependem dos serviços ali prestados para a qualidade de vida da população (FREITAS, 2009), sendo que no Brasil referido processo vem se intensificando desde a década de 1970. Partindo desse pressuposto e em que pese controvérsias sobre os critérios técnicos e políticos utilizados depois da Constituição Federal de 1988 a fim de criar tais formas espaciais urbanas, pretendese enfatizar a realidade empírica da Região Metropolitana da Grande São Luís (RMGSL) a qual foi instituída em 1998, ampliada em 2003 e atualmente compreende os municípios da capital maranhense (São Luís), Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Raposa e Alcântara. Decorridos dez anos, a discussão dos limites e divisas das municipalidades localizadas na ilha do Maranhão prevalece e pouco debate tratou da RMGSL (SEREJO JÚNIOR, 2000; FERREIRA, 2004; CORDEIRO; DINIZ, 2008; MOREIRA, 2011).

Daí que neste artigo ressaltamse observaçõesnos municípios citados e visitados em aula de campo realizada no dia 14 de dezembro de 2011 enquanto atividade da disciplina Geografia Urbana, cujo conteúdo foi organizado como segue: localização da área de estudo; metodologia; resultados e discussão em que se ressaltam cada um dos municípios; conclusões.

2. LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DA GANDE SÃO LUÍS NO MARANHÃO.

A área deste estudo corresponde à Região Metropolitana da Grande São Luís,cuja maior porção se localiza no “litoral, no golfão maranhense, entre as baías de São Marcos e São José” (MARANHÃO, 2008, p. 15)abrangendo os municípios de São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar, bem como em parte norte do estado em que está Alcântara – Figura 1.

FIGURA 01: DA REGIÃO METROPOLITANA DA GANDE SÃO LUÍS NO MARANHÃO. FONTE: MORAES, 2012.

3. METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho foi utilizado o método Fenomenológico, que de acordo com Lakatos (1991) é uma ferramenta cognitiva para a percepção da comunidade local que possibilita correlações com fenômenos humanos cujo destaque é o processo de metropolização; isto porque a Geografia da Percepção “preocupase em mostrar o mundo contemporâneo a partir da experiência vivida de cada um e seu nível de consciência, bem como suas idéias e sentimentos em relação ao espaço geográfico” (SEABRA, 1997, p. 71). Desta maneira a percepção socioambiental exige que o pesquisador interaja com o estudo proposto através do meio em que se materializa; logo, essa relação remete a uma análise abrangente porque envolve aspectos distintos, e, ao mesmo tempo, é interativa devido às experiências vividas, o que se procurou aplicar na Região Metropolitana da Grande São Luís. Para tanto, foram utilizados os procedimentos a seguir: levantamento e revisões bibliográficas, cartográficas e documentais; 20 entrevistasformais e não formais com moradores dos municípios mencionados, com exceção de Alcântara que se localiza no litoral ocidental e não foi objeto do trabalho de campo; análise, tabulaçãoe interpretação dos dados e informações obtidas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As questões urbanas necessitam de verificaçãodos diversos fatores que contribuem para sua dinâmica, observandose as escalas que compõem a realidade sócioespacial de cada uma. Assim a urbanização apresenta um caráter contraditório, sendo dominada por relações sociais de uma sociedade desigual, caracterizada por disparidades de renda, exploração econômica e exclusão social (DINIZ, 2007). Os citados cinco municípios daRegião Metropolitana da Grande São Luísperfazem uma superfície atual é de 3.509,0 km² em que em 2010moravam 1.324.256pessoas, das quais 1.098.116localizavamse na zona urbana em que a capital maranhense concentrava 87%; possuem características específicas, assim como problemas estruturais e pouca qualidade na distribuição de serviços à população, conforme a seguir. 4.1. São Luís A cidade que comanda a referida região metropolitana é São Luís, que é a mais antiga entre as cinco que a integram e remonta a 1612 e no ano em curso, portanto, completará o quarto centenário, o que requer análises e interpretações cada vez mais acuradas no sentido de apreender as transformações ocorridas. Como o propósito deste artigo é fazer uma análise baseada na percepção ambiental, optouse por relatar principalmente problemas a partir da vivência dos moradores dos dias atuais; neste caso, revisão sobre a dinâmica de ocupação espacial da capital maranhense foi abordada em Ferreira (2000), o que, todavia, requer atualização.

São Luís apresenta algumas contradições no que diz respeito à sua formação e estágio atual, haja vista que apesar de ter recebido em 1997 o título de patrimônio cultural da humanidadedevido aos seus casarões dos séculos XVIII e XIX que guardam a história de sua colonização e onde se localiza o Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, os mesmos estão em processo de deterioração e abandono que comprometem o próprio título auferido, a funcionalidade do centro histórico e a indução do turismo. Todo o poder público está concentrado na capital, como as sedes dos governosestadual e municipal que se localizam no Centro Histórico, mais precisamente na Praça Pedro II. Possui como atividades comerciais supermercados, hipermercados, grandes centros comerciais e residenciais, restaurantes e hotéis. Observouse que a maioria das construções é de alvenaria, possuindo assim coleta de lixo na maioria dos bairros, iluminação pública e vias de acesso pavimentadas; mas, existem ruasesburacadas e esgoto a céu aberto correndo pelas artérias tanto de bairro “nobres” quanto dos mais populares, o que denota deficiência em termos de políticas públicas no sentido de acompanhar as demandas do incremento econômico e demográfico. A capital maranhense configurase a partir de 2000 em uma estrutura de vários centros polarizadoresligados em rede, na qual se distinguem facilmente as estruturas urbanas, as pressões imobiliárias em um tecido urbano em expansão juntamente com os avanços da tecnologia de transportes, comunicações e segurança que definem então novos padrões de segregação espacial. (SÃO LUÍS, 2006). O atual município de São Luís possui 1.014.837 habitantes (IBGE, 2010), dos quais 94,45% vivem na urbana e 5,55% moram na zona rural, sendo que a densidade é de 1.215,69 habitantes/ km² o que corresponde à maior da RMGSL (Quadro 1); por ser a sede estadual, historicamente comanda a rede urbana e a citada região metropolitana uma vez que possui melhores serviços de atendimento à saúde, educação, lazer e etc que alcançam outras municipalidades dessa unidade da Federação. Em função do crescimento demográfico e espacial, aliado ao não atendimento de demandas em termos de habitação, emprego, transporte coletivo e saneamento básico, evidenciamse problemas que têm comprometido a qualidade de vida da população, o ambiente e a funcionalidade dessa cidade (FERREIRA, 2009 e 2011) e da região metropolitana, o que é agravado pela inexistência de plano metropolitano.

População, 2010 Densidade Agências Frota de Área PIB 2009 (R$ demográfica bancárias veículos Município (km²) mil) (hab./km²) (2010) (2010) Urbana Rural Total Alcântara 1.483,20 6.399 8.526 14.925 14,4 65.418,00 NI 601 Bacabeira 615,8 3.324 8.083 11.407 23,7 95.501,00 NI 884 Paço do 132,4 78.811 26.310 741,5 3 11.369 Lumiar 105.121 291.564,00 Raposa 64,2 16.675 9.652 26.327 377 100.920,00 NI 1.747 São José de 386,3 37.709 125.337 340,1 3 12.612 Ribamar 163.046 473.407,00 São Luís 827,1 958.522 56.315 1.014.837 1.215,69 15.337.347,00 72 247.997 Total 3.509,00 1.101.440 234.223 1.335.663 2.654,40 16.364.157,00 78 275.210 Quadro 1 – Região Metropolitana da Grande São Luís: indicadores.

Fonte: MARANHÃO, 2008; FERREIRA, 2009; IBGE, 2010. Adaptação e atualização – os autores, 2012.

NI* corresponde a Não Informado .

4.2 São José de Ribamar

Segundo dados do IBGE (2010) o município de São José de Ribamar possui 163.045 habitantes, é conhecido pelo turismo religioso e por belíssimas praias, a exemplo de Panaquatira. Historicamente, o atual município derivou de aldeia dos índios gamelas, localizada nas terras dos religiosos da Companhia de Jesus, as quais foram concedidas por datas e sesmarias pelo Governador doMaranhão, Francisco Coelho de Carvalho, em 16 de dezembro de 1627. Pelo Alvará de 7 de junho de 1755, foi restituída aos índios a liberdade de pessoa e adjudicadas terras para a subsistência dos silvícolas e para a fixação de 200 casais. O início da vida política se deu em 1757, com a elevação da aldeia à categoria de lugar. Em 1896 a localidade já possuía 19 casas cobertas de telhas e algumas de palha em torno da igreja. Passou a Município com a denominação deRibamar, em 1913. Foi, por várias vezes, extinto e restaurado até que, em 1952, foi restabelecido definitivamente. Em 1969, sua denominação passou para São José de Ribamar, em homenagem ao Padroeiro do Município (IBGE, 2012). Atualmente é um dos municípios que recebem benefícios em infraestrutura, com vias pavimentadas, reforma de escolas, praçase no centro. A maioria das construções é de alvenaria, tendo como atividades comerciais bares, restaurantes, mercearias, quitandas, mercados e poucas lojas de departamento na avenida principal. O acesso ao município é facilitado devido à grande quantidade de vans que circulam de São Luís para São José de Ribamar, além de transporte público regular. Possui ainda escolas bem estruturadas e que adotam o regime integral de ensino aos seus alunos. Na praça central está localizada a igreja matriz de São José de Ribamar, onde no mês de setembro é realizado um festejo em homenagem a esse santo que é o padroeiro do Maranhão; há, ainda o tradicional lavapratos que ocorrelogo após o término do carnaval e o lavabois, que acontece na semana seguinte aos festejos juninos.

4.3 Paço do Lumiar

Em 1625 no local em que hoje se encontra a sede do município de Paço do Lumiar, existia o sítio denominado Anindiba, pertencente ao jesuíta Luís Figueira. Por força da Carta Régia datada de 11 de junho de 1761, o povoado que havia foi elevado à categoria de vila, ainda com o mesmo nome, dando sua implantação no ano seguinte. Paço do Lumiar, composto de 4 distritos, passou à condição de município, nela permanecendo até 27 de fevereiro de 1931, quando seu território foi anexado ao município de São Luís. Pelo DecretoLei Nº 159, de 6 de dezembro de 1938, voltou a ser um simples povoado, integrando o distrito de São José de Ribamar. Em 1959 foi elevado à categoria de municípiopela lei estadual nº 1890 (IBGE, 2012). O município de Paço do Lumiarpossui 105.121 habitantes (IBGE, 2010) sendo o que passa por mais problemas estruturais e políticos. Para se ter uma ideia,o Conjunto Maiobão possui melhor estrutura (estabelecimentos bancários, ensino médio e superior, comércio mais diversificado) que a sede do município que corresponde ao centro histórico. Observouse que referida sede possui as características típicas de uma formação tradicional, sendo limitada à área de uma praça, com poucas residências e uma via de mão dupla. Em termos demográficos, a sede dessa municipalidade ocupa o 6º lugar no Maranhão haja vista que até de censo de 2010 [...] nunca tinha aparecido entre as principais cidades, tornouse a sexta maior devido à proximidade da capital estadual e à atualização (já tardia) do perímetro urbano de seu plano diretor através da qual houve a incorporação da população do Conjunto Maiobão e adjacências à zona urbana, o que concorreu para que a mesma registrasse 78.749 moradores e ficasse em posição superior às cidades de Açailândia, Bacabal, Santa Inês e Balsas (FERREIRA, 2011, p. 04).

Problemas estruturais são visíveis em todo município, cuja sede atualmente é conhecida como cidade dormitório em que a maior parte dos moradores se desloca até São Luís tanto para trabalhar como para estudar. Problemas de cunho político são evidenciados como corrupção e discussões para que a sede municipal passe a ser no bairro Maiobão, o que remete a seguinte interrogação: se a sede hoje aparece com péssimas condições, o que aconteceria se o centro do governo municipal fosse deslocado para outro bairro? Segundo moradores desse município a existência de invasões em terrenos abandonados é um dos problemas visíveis próximos à sede municipal devido à falta de segurança. Foi possível observar uma escola, uma quadra de esportes, casas de alvenaria e vias pavimentadas, além do transporte que é precário. Para uma análise efetiva fezse necessário a percepção do bairro Maiobãoseparadamente. Moradores relataram durante as entrevistas (Quadro 2), que o município não possui rede de esgotos, existe água encanada com origem de poços artesianos e de abastecimento oriundos de São Luís. O transporte público é precário com ônibus sucateados e que não atendem a toda população; da mesma forma as escolas possuem problemas estruturais, mas que alguns alunos relataram que a maioria dos professores possui compromisso com os alunos apesar da pouca qualidade no serviço educacional.

Avaliação dos moradores (%) Indicador Atende as necessidades Atendimento precário Saneamento Básico 15 85 Coleta de lixo 43 57 Educação 20 80 Saúde 21 79 Estrutura das vias 13 87 Quadro 2 : Paço do Lumiar Indicadores dos serviços prestados à população. Fonte: Dados da pesquisa.

As principais atividades observadas incluem o comércio de roupas e na feira livre, além de bares e restaurantes. As vias de acesso são pavimentadas, mas quase que totalmente esburacadas. O que chamou a atenção durante o trabalho de campo foi a ironia em um adesivo colocado em alguns carros na cidade que dizia “Visite o Maiobão antes de acabe”. A coleta de lixo do local não atende a demanda, logo se percebeu a grande quantidade de lixo espalhado nas ruas do bairro, que possui postos de saúde os quaisnão atendem procedimentos de emergência,sendo que o esgoto doméstico é despejado in natura na avenida principal. Notase que os problemas estruturais são visíveis nos quatro municípios, com destaque para Paço do Lumiar onde foi observado um maior número de queixas por parte dos moradores. Numa análise geral os principais entraves remetem à falta de atendimento de saúde pública de qualidade e nas vias de acesso. 4.4 Raposa No município de Raposa, que foi criado em 1994 e instalado em 1997, a população tem como maior fonte de renda a pesca e o turismo que começa a ser induzido, sendo que o ritmo da ocupação vem alterando a paisagem natural nos últimos quinze anos, concorrendo para o surgimento de áreas residenciais carentes (Vila Pirâmide) que se estendem pela MA203 na direção de condomínios com excelente padrão de construção ( Alphaville ) e empreendimentos de educação (Maristas) que têm como expressão atual a área do Araçagi (SOUSA, 2011), implicando na materialização da conurbação que já havia sido indicada por Ferreira (1994) ao longo da MA201 no sentido de São José de Ribamar. O município da Raposa possui 26.327 habitantes (IBGE, 2010) e é conhecido pela prática do ecoturismo e como entreposto de pescado para distribuição ao restante dessa região metropolitana. Os primeiros povoadores desse município são de Acaraú e Camocim (CE), que chegaram àentão localidade denominada Raposa fugindo da seca e da ausência de pescado nas águas costeiras daquelas cidades; vieram, assim, para a costa maranhense em busca de sustentação alimentar e de núcleos familiares, que tinham suas atividades socioeconômicas baseadas especialmente na pesca (DIAS; RANGEL; COELHO, 2006). O então povoado de Raposa que pertencia ao município de Paço do Lumiar começou a passar por problemas como ocupação desordenada e geração de impactos ambientais decorrentes do incremento de sua função como entreposto de pescado. O rápido crescimento da já cidade de Raposavem alterando a paisagem natural nos últimos treze anos; essas mudanças se expressam mediante ocupação de áreas impróprias porque a área urbanaavança em direção à orla marítima cuja dinâmica de marés tem comprometido a estrutura do baldrame do cais e da Praçado Viva Raposa e/ou no sentido dos mangues que margeiam a Avenida Principal, registrandose ainda o acúmulo de lixo e ausência de saneamento básico que faz com que esgotos in natura sejam despejados na baía de São José. Segundo a moradora Maria das Graças, 68 anos, filha de cearenses e que nasceu e ate hoje vive no município a coleta de lixo é realizada em um intervalo de dois em dois, são utilizadas fossas e despejo direto de resíduos no solo. Os serviços são restritos a um posto de saúde com atendimento básico, sendo que os problemas de maior complexidade são encaminhados para São Luís;a rede de transportes é precária em função do reduzido número de linhas. A principal fonte de renda é a pesca, o turismo ainda é pouco explorado e o artesanato vendido em sua maioria é produzido em (CE) devido à falta de interesse da população em aprender a confeccionar as peças; existem ainda mulheres que trabalham com a confecção de peças e são conhecidas como rendeiras, que em sua maioria possui idade acima de 40 anos. A prefeitura disponibiliza cursos de capacitação para produção de peças de artesanato, mas o público é muito pequeno. As principais vias de acesso são pavimentadas, com moradias de alvenaria e madeira, o abastecimento de água é deficiente podendo chegar até três meses sem abastecimento. Há ainda escolas municipais e estaduais, pousadas, bares, restaurantes, quitandas, pequenos mercados e praças. Esses equipamentos coletivos, mesmo que insuficientes só foram implantados e/ ou melhorados depois que o povoado de Raposa virou município em 1994. Notase que em relação aos aspectos físicos tal município apresenta um conjunto de dunas de formação recente, mas que já é um atrativo ao turista em função da praia de Carimã; em se tratando do turismo, é possível perceber a grande procura por áreas inexploradas, o que remete a análisepara os impactos causados pelo gradativo incremento dos visitantes, aliado à não fiscalização nas trilhas ou pela falta de conscientização dos próprios moradores e turistas.

5. CONCLUSÕES

A aplicabilidade da percepção ambiental levada a cabo neste estudo concorreu para se concluir que a maioria dos moradores possui baixo poder aquisitivo e relevaram se problemas ambientais como: poluição causada por resíduos sólidos, ausência e/ ou deficiência de esgotamento sanitário residencial, falta de atendimento médico, ausência de água potável para consumo, acúmulo de lixo, distribuição desordenada dos bares na orla marítima, falta de sensibilização ambiental, entre outros. Os moradores de maior poder aquisitivo destacaram os mesmos problemas, mas os relataram sem tanta preocupação. Ainda assim, impõese uma análise mais aprofundada que trate de aspectos sócioespaciais da RMGSL e levante áreas com os maiores problemas para que assim seja possível a efetivação de políticas públicas. Sugerese a construção de Unidades de Pronto Atendimento que amenizariam as incongruências de saúde da população, que precisa se deslocar com frequência para obter atendimento médico de qualidade.Algumas obras referentes ao saneamento básico, como a rede de esgotos, também seriam de grande valia para a melhoria da qualidade de vida, além de campanhas comunitárias e escolares sobre educação e sensibilização ambiental para que seja amenizadoo descarte dos resíduos sólidos. Na Região Metropolitana da Grande São Luís, a revalorização do espaço urbano se intensifica através da substituição de usos do solo, especulação imobiliária e novos empreendimentos públicos e particulares que têm sido divulgados, por exemplo, em função das comemorações pelo quarto centenário de São Luís e cujas referências são a Via Expressa e a Transmetropolitana, sendo que esta articulará o Aeroporto Marechal Cunha Machado à sede do município da Raposa. Portanto, os quatro municípios da RMGSL analisados carecem da efetivação de políticas públicas, o que é agravado pela falta de um Plano Metropolitano que vise à funcionalidade dessa forma espacial urbana, à resolução dos problemas comuns e ao disciplinamento do uso e ocupação, de maneira que a melhoria de qualidade de vida seja o mote do planejamento.

REFERÊNCIAS

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