Estudo “Conhecer para Inovar”
Estudo promovido pela Câmara Municipal de Mortágua e realizado pelo IEBA – Centro de Iniciativas Empresariais Beira Aguieira, Associação de Desenvolvimento Local sedeada em Mortágua.
ndice Geral
í
Introdução 1
1. Caracterização do concelho de Mortágua 3
1.1 Demografia e Povoamento 6 1.2 Habilitações e Qualificações dos Recursos Humanos 10 1.3 Emprego e Desemprego 12 1.4 Agricultura, Indústria e Serviços 16 1.5 Infra-Estruturas e Equipamentos 22
2. Caracterização do Tecido Sócio-Produtivo: Metodologia 25
Caracterização do Tecido Sócio-Produtivo: Apresentação e 3. 33 Análise de Dados
3.1 As Empresas 34 3.1.1 Caracterização Geral das Empresas 36 3.1.2 Infra-Estruturas 46 3.1.3 Internacionalização 48 3.1.4 Certificação 51 3.1.5 Ambiente e Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho 53 3.1.6 Inovação e Desenvolvimento 57 3.1.7 Indicadores Económico-Financeiros 61 3.2 Recursos Humanos (RH) 76 3.3 Formação Profissional: Diagnóstico, Execução e Avaliação da Formação 93 3.4 Iniciativas de Dinamização Empresarial 118
Conclusão 133
Bibliografia 139
Índice de Ilustrações, Gráficos e Tabelas 143
Anexos 147
INTRODUÇÃO
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Introdução
“Conhecer para Inovar” é um estudo promovido pela Câmara Municipal de Mortágua (CMM) que resulta de uma confluência de necessidades detectadas através do Diagnóstico Social do Concelho de Mortágua (realizado no âmbito do Programa Rede Social) e através do estudo sobre “Estratégias para a Juventude no Desenvolvimento Sócio-Económico de Mortágua” (realizado pelo CET – Centro de Estudos Territoriais, do ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa). Este dois trabalhos apontaram a necessidade de, por um lado, conhecer aprofundadamente o tecido produtivo do concelho, de modo a inventariar as necessidades de formação, conduzindo a um ajustamento entre a oferta e a procura de emprego, bem como para detectar (novas) ideias de negócio geradoras de riqueza e de emprego e, por outro lado, criar um recurso que fundamentadamente sustente projectos e acções inovadoras, das instituições e das empresas no concelho de Mortágua. Pretendia-se, desenvolver um estudo cujos resultados contribuíssem para dinamizar a economia local, reforçar a competitividade e a inovação do tecido sócio-económico. No fundo, era preciso “Conhecer para Inovar”!
Neste contexto, a CMM candidatou a realização deste estudo ao POEFDS – Programa Operacional do Emprego, Formação e Desenvolvimento Social, em Outubro de 2004. A candidatura foi aprovada em Fevereiro de 2005, enquadrando-se no Eixo 5: Promoção do Desenvolvimento Social, Medida 5.1.2: Apoio ao Desenvolvimento Social e Comunitário, Tipologia de Projecto/Acção Tipo: Promoção da Participação e da Acção Comunitária, Código 5.1.2.1.
O estudo teve uma duração de 12 meses, com início em 1 de Junho de 2005 e conclusão a 30 de Junho de 2006. O presente relatório materializa o trabalho realizado neste período.
Apresentamos agora o modo como está organizado o estudo. Assim, num primeiro capítulo é apresentada uma caracterização do concelho de Mortágua, em termos de: demografia e povoamento; habilitações e qualificações dos recursos humanos; emprego e desemprego; agricultura, indústria e serviços e infra-estruturas e equipamentos. O segundo capítulo mostra a metodologia que foi seguida para efectuar a caracterização do tecido sócio-produtivo do concelho de Mortágua e que pode ser sistematizada nas seguintes etapas que foram operacionalizadas na execução do estudo: definição/constatação da situação problema/motivação, definição de objectivos, selecção de metodologia e instrumentos de recolha de dados, desenvolvimento do plano de recolha de dados, desenvolvimento do plano de análise de dados, recolha de dados, análise de dados, conclusões e, por fim, produção de relatório final. No terceiro e último capítulo são apresentados e analisados os dados que possibilitam a caracterização do tecido sócio-produtivos, começando pela caracterização das empresas de Mortágua e seguindo-se a caracterização dos recursos humanos; a formação profissional, caracterizada em termos de diagnóstico, execução e avaliação da formação e as iniciativas de dinamização empresarial propostas. O relatório termina com a apresentação de conclusões.
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Capítulo 1.
CARACTERIZAÇÃO
DO CONCELHO
DE MORTÁGUA
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1.0 Caracterização do Concelho de Mortágua
Como nota introdutória ao presente capítulo gostaríamos de referir que a caracterização que se irá fazer do concelho de Mortágua será de carácter sintético. Por um lado ela já foi realizada com bastante rigor noutros trabalhos desenvolvidos anteriormente, nomeadamente no âmbito do programa Rede Social1; por outro, considera-se que o fulcral do presente trabalho é a caracterização do tecido sócio-produtivo existente utilizando-se, para tal análise, os dados resultantes os instrumentos construídos e aplicados. Os dados apresentados em todos os pontos do presente capítulo utilizam como fontes de informação principais os Censos de 2001 e o Anuários Estatístico da Região Centro, ambos editados pelo INE – Instituto Nacional de Estatística. Sempre que tal se revelou necessário e possível recorreram-se a fontes de informação complementares, nomeadamente através das disponibilizadas pela Segurança Social e dos dados constantes no Diagnóstico Social do Concelho de Mortágua, produzido no âmbito da Rede Social. Antes mesmo de passar à análise dos dados estatísticos pensamos ser relevante fazer um brevíssimo enquadramento do concelho e das suas características territoriais.
Assim sendo, o concelho de Mortágua situa-se A sua extensão territorial é de 251.2 Km21 , na Região Centro de Portugal, na unidade distribuída por dez freguesias. (Almaça, territorial (NUT III) Dão Lafões, pertencendo ao distrito de Viseu e à área Metropolitana de Cercosa, Cortegaça, Espinho, Marmeleira, Coimbra. Tem como limites geográficos, a norte a Mortágua, Pala, Sobral, Trezoi e Vale de Serra do Caramulo, a nascente os rios Mau, Criz e Dão, a sul o rio Mondego e a poente as Serras Remígio.) Representa 1.1% do território da do Buçaco, Água Levada e Monte Agudo. Região Centro e 7.1% da área total da NUT Avizinha, ainda, com os concelhos de Santa Comba Dão, Tondela, Anadia, Águeda, Dão Lafões. (Cf. Ilustrações 1 e 2) Mealhada e Penacova.
Ilustração 1: Distrito de Viseu Ilustração 2: Concelho de Mortágua
1 Rede Social, Diagnóstico Social do Concelho de Mortágua, Conselho Local de Acção Social, Mortágua, 2003
4
De acordo com a figura seguinte (Ilustração nº 3) verifica-se que a ocupação do solo no concelho se caracteriza pela forte dominância de utilização florestal (84%), nomeadamente com plantações intensivas de Eucalipto.
Ilustração 3: Mapa de Ocupação do Solo do Concelho de Mortágua2
Em termos hidrográficos, este concelho é amplamente favorecido pela existência de um magnífico plano de água situado a este do concelho - a Barragem da Aguieira, que concilia entre outros, o Rio Mondego e o Rio Dão. Destaca-se ainda a importância de linhas de água como as da Ribeira da Fraga e da Ribeira de Mortágua, onde foi implementado um plano de aproveitamento hidro- agrícola, tendo em vista favorecer a Várzea de Mortágua – onde estão os terrenos agrícolas mais férteis do concelho.
2 CABA – Cooperativa Agrícola Beira Aguieira (2005), Estudo Avaliativo das Potencialidades Micológicas no Concelho de Mortágua, Mortágua
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1.1 Demografia e Povoamento
Em termos de demografia e povoamento, e não sendo o objectivo do presente estudo a realização de uma comparação exaustiva com dados de censos (décadas) anteriores, utilizar-se-ão, exclusivamente os dados publicados nos censos de 2001, com uma actualização ao ano de 2003, publicada no Anuário Estatístico da Região Centro. De modo a ser possível situar o concelho, utilizar- se-ão como elementos de comparação o país – Portugal, a região – Centro, a NUT – Dão-Lafões, sempre que considerado pertinente.
2001 2003 2001/2003
Homens 5.073 5 049 -24
Mulheres 5.306 5 258 -48
TOTAL 10.379 10 307 -72
Variação (%) -0,69%
Fonte: INE, Censos 2001 e Anuário Estatístico 2003 Tabela 1: População Residente no Concelho de Mortágua
Pop.Res.1991 Pop.Res.2001 Tx.de Variação Pop.Res.2002 Tx.de Var.
( Nº Habit. ) ( Nº Habit. ) (1991/2001) ( Nº Habit. ) (2001/02) Portugal 9.867.147 10.355.824 4,95% 10.407.465 0,50% Região Centro 1.721.650 1.782.254 3,52% 1.788.409 0,35% Nut-DãoLafões 282.462 286.315 1,36% 286.682 0,13% Mortágua 10.662 10.379 -2,65% 10.307 -0,69% Fonte : Censos 2001 - Resultados definitivos, INE, 2001 Fonte : Anuário Estat.da R.Centro-2003
Tabela 2: Variações Percentuais da População Residente 1991/2001
Da análise das tabelas apresentadas anteriormente (Tabelas nºs 1 e 2) poder-se-á concluir que: ao nível do concelho, a tendência tem sido de perda populacional, ainda que mais acentuada entre 1981 e 1991 do que entre 1991 e 20013. Apesar do comportamento demográfico das últimas décadas denotar um fraco dinamismo populacional e das tendências de crescimento negativo parecerem ser de difícil inversão, a última década clarificou o atenuar deste fenómeno. A compreensão da evolução da estrutura demográfica do concelho de Mortágua não é possível sem uma simultânea compreensão do concelho na esfera regional e nacional (ou mesmo europeia) (Cf. Tabela nº 2). Com efeito, o comportamento demográfico deste concelho é, em tudo, semelhante ao dos concelhos limítrofes e ao dos concelhos do interior do país. De facto, as assimetrias regionais do
3 Para melhor análise da afirmação efectuada apresentam-se os dados das últimas três décadas:
1981 1991 2001 1981/2001 1991/2001 11.291 10.662 10.379 -629 -283 TOTAL -5,57% -2,65% FONTE: Censos 2001 - Resultados Definitivos, INE, 2001
6 nosso país reflectem-se, também, na sua forma de povoamento. Refira-se que, para além do concelho de Viseu e de Santa Comba Dão, todos os restantes concelhos da NUT Dão Lafões registaram perdas populacionais na última década. Assim, apesar do concelho de Santa Comba Dão, constituir uma excepção e apresentar uma variação positiva de 2,1% entre 1991 e 2001 (o que corresponde a um aumento de 264 habitantes), os concelhos de Carregal do Sal e Tondela apresentam respectivamente uma variação percentual negativa (-2,8%) e (-5,6%),.4
Cruzando a informação anteriormente descrita com a Tabela nº 2, comprovamos essa mesma realidade. De facto, o concelho distingue-se das tendências verificadas na NUT Dão - Lafões, da Região Centro e de Portugal. Contudo, verifica-se que essas tendências de crescimento populacional são sobretudo impulsionadas pelos médios e grandes centros urbanos em detrimento de concelhos mais rurais.
Em termos de população residente por freguesia obtêm-se os seguintes resultados:
Anos/Nº de Habitantes Tx. de Variação FREGUESIAS 1991 2001 (%) Almaça 118 95 -19,49% Cercosa 352 357 1,42% Cortegaça 444 468 5,41% Espinho 1547 1412 -8,73% Marmeleira 588 533 -9,35% Mortágua 2694 2797 3,82% Pala 1307 1042 -20,28% Sobral 2223 2430 9,31% Trezói 550 495 -10,00% Vale Remígio 839 750 -10,61% Fonte : INE, Censos 1991 e 2001
Tabela 3: Habitantes por Freguesia e Respectiva Taxa de Variação
Da análise da Tabela nº 3 conclui-se que existem freguesias com uma tendência para a perda de população (destacando-se as Freguesias de Pala e Almaça, com aproximadamente 20% de perda populacional), registando, outras, uma tendência gradual para o aumento (sendo as mais relevantes Cortegaça e Sobral).
Quando analisada a densidade populacional e, de acordo com a tabela que se apresenta de seguida (Tabela nº4), conclui-se que estamos perante um concelho bastante disperso, com baixa
4 De acordo com os dados apresentados pelo INE – Instituto Nacional de Estatística nos Censos de 2001
7 densidade populacional, sendo as freguesias de Mortágua e de Vale de Remígio as que evidenciam uma maior densidade populacional.
Freguesias Área (Km2) População(nº hab.) Densidade(nºhab/km2 Almaça 6,80 95 13,97 Cercosa 11,60 468 40,34 Cortegaça 8,70 357 41,03 Espinho 41,30 1412 34,19 Marmeleira 18,50 533 28,81 Mortágua 27,00 2797 103,59 Pala 48,90 1042 21,31 Sobral 64,20 2430 37,85 Trezoi 16,70 495 29,64 Vale Remígio 6,70 750 111,94 Concelho Mortágua 250,40 10379 41,45 Região Centro 75,00 Coimbra 465,70 Concelhos c/maior densidade Viseu 184,30 populacional na região do Baixo Figueira da Foz Mondego e Dão Lafões 165,10 Aguiar da Beira 30,20 Concelhos c/menor densidade Vila Nova de Paiva 35,10 populacional na região do Baixo Mortágua Mondego e Dão Lafões 41,40
Fonte: INE,Retratos Territoriais,Infoline,2001 (resultados definitivos)
Tabela 4: Densidade Populacional Note-se que, de acordo com os dados apresentados na Tabela nº 4, Mortágua é um dos concelhos na região do Baixo Mondego e Dão Lafões com uma menor densidade populacional. A este nível refira-se, ainda, cruzando a informação constante na figura nº 4 (Mapa de ocupação do solo do concelho de Mortágua), que estamos perante um concelho marcadamente florestal o que condiciona a densidade populacional de várias freguesias do concelho. Paralelamente, assiste-se, também, não só a um “êxodo populacional” para as zonas urbanas fora do concelho, mas também dentro do próprio concelho. Analisemos, de seguida, a estrutura da população do concelho.
0-14 anos 1991 2001 2002 Variação 91/01 01/02 2097 1246 1194 -40,58% -4,17% 15-24 anos 1991 2001 2002 Variação 91/01 01/02 1479 1522 1423 2,91% -6,50% 25-64 anos 1991 2001 2002 Variação 91/01 01/02 5317 5416 5442 1,86% 0,48% + 65 anos 1991 2001 2002 Variação 91/01 01/02 1769 2195 2248 24,08% 2,41% Fonte: INE, Censos 2001 e Anuário Estatístico 2003
Tabela 5: Distribuição da População Residente por Grupo Etário e Sexo
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A tabela nº 5 permite-nos verificar que, quer quando comparados os dados dos Censos das últimas duas décadas, quer quando analisamos a evolução de 2001 a 31 de Dezembro de 2002, se constata estarmos perante um decréscimo populacional na faixa etária mais jovem (0 aos 14 anos) e, nestes dois últimos anos também na dos 15 aos 24. Note-se, ao invés, um aumento significativo da população com mais de 65 anos, apresentando-se, dessa forma, Mortágua como um concelho em processo de envelhecimento crescente. Vejamos, de seguida, alguns elementos que reforçam esta afirmação (Cf. Tabela nº 6), nomeadamente no que diz respeito ao índice de envelhecimento que duplicou de 1991 a 2001, aumentando, também, o índice de dependência de idosos.
ANOS INDICES DE: 1991 2001 Envelhecimento 84,35 176,33 Dependência de Idosos 26,03 31,87 Dependência de Jovens 30,85 18,07 Dependência Total 56,88 49,94 Fonte: Cálculos baseados nos Censos 1991/2001
Tabela 6: Evolução dos Índices de Dependência e Envelhecimento do Concelho, 1991/2001
Deste modo e ainda que de forma sintética, traçámos uma panorâmica geral do concelho em termos de demografia e povoamento. Passemos, de seguida, à caracterização dos recursos humanos.
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1.2 Habilitações e qualificações dos recursos humanos
Neste sub-capítulo propomo-nos analisar a realidade do concelho de Mortágua partindo da caracterização do nível de escolaridade e de qualificação dos recursos humanos. Para tal, num primeiro momento debruçar-nos-emos sobre os níveis de escolaridade gerais existentes no concelho, partindo dos dados apresentados na tabela seguinte (Cf. Tabela nº 7). Assim, da totalidade dos residentes no concelho, a maioria tem habilitações literárias (considerando os indivíduos que frequentaram, independentemente de terem completado o nível de ensino e os que se encontram a frequentar) até ao 6º ano de escolaridade (7575 dos residentes no concelho, excluindo as crianças que se encontravam a frequentar o ensino pré-escolar), sendo que destes a maioria detém, apenas, o 1º ciclo. O ensino médio e superior são as habilitações literárias de 797 dos Mortaguenses, segundo os dados definitivos dos censos de 2001.
NÍVEL DE ESCOLARIDADE COMPLETO/INCOMPLETO A FREQUENTAR TOTAL HM H Sem Nível de Escolaridade 1508 506 Ensino Pré-Escolar 172 1º Ciclo 4503 354 4857 2406 2º Ciclo 999 211 1210 701 3º Ciclo 528 337 865 496 Secundário 728 414 1142 614 Médio 37 37 16 Superior 403 357 760 334 Fonte: INE – Recenseamento Geral da População, 2001
Tabela 7: População Residente em Mortágua Segundo o Nível de Instrução, 2001
Apresentamos, de seguida, o gráfico correspondente aos dados enunciados, que nos permite efectuar visualmente uma análise mais célere.
Gráfico 1: População Residente em Mortágua Segundo o Nível de Instrução, 2001 (dados agregados pelos autores do estudo)
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Debrucemo-nos, de seguida, sobre uma outra dimensão analisada aquando da caracterização das habilitações e qualificações dos recursos humanos, que é a dos níveis de analfabetismo. Assim, o concelho de Mortágua apresenta, em 2001, uma taxa de analfabetismo de 11.1% (tendo baixado 2 pontos percentuais de 1991 para 2001), de acordo com a Tabela nº 8, que se apresenta de seguida, representando 1063 residentes. A este nível, e considerando a divisão por sexo, verificamos que são, predominantemente, as mulheres que apresentam uma maior taxa de analfabetismo, pois dos 1063 indivíduos analfabetos, 803, isto é 75.5% são mulheres. Esta tendência é confirmada pelos dados constantes na Tabela nº 7, nomeadamente no parâmetro “sem nível de escolaridade”, em que dos 1508 indivíduos, 1002 são mulheres (isto é, 66.4%).
Analfabetismo HM H Analfabetos com 10 ou mais anos 1063 260 Taxa de 1991 13.2 Analfabetismo 2001 11.1 Fonte: INE – Recenseamento Geral da População, 2001
Tabela 8: População Residente em Mortágua Segundo o Nível de Instrução - Analfabetismo, 2001
De modo a concluirmos esta brevíssima análise dos recursos humanos e habilitações literárias e como elemento integrador no sub-capítulo seguinte – Emprego e Desemprego, analisemos os níveis de instrução da população empregada.
NÍVEL DE ENSINO Nº DE INDIVÍDUOS Sem nível de Ensino 66 1º Ciclo 1733
2º Ciclo 815 Ensino Básico 2966 3º Ciclo 418 Ensino Secundário 647 Ensino Médio 19 Ensino Superior 405 Fonte: INE – Recenseamento Geral da População, 2001
Tabela 9: População Residente, Empregada, no Concelho de Mortágua Segundo o Nível de Instrução, 2001
Na sequência do que havíamos referenciado anteriormente e considerando os níveis de instrução predominantes na população do concelho, verificamos que a maioria da população empregada detém o Ensino Básico, com predominância no 1º ciclo (Cf. Tabela nº 9). Saliente-se, ainda, que dos residentes sem nível de ensino, que perfaziam um total de 1508 (Cf. Tabela nº 7), apenas 66 se encontram integrados no grupo da população empregada, o que representa cerca de 4.3%. Note- se, por último, que da população com um nível de escolaridade correspondente ao Ensino Superior 53.2% se encontra empregada no concelho.
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1.3 Emprego e Desemprego
Na sequência do apresentado no sub-capítulo anterior, neste ponto pretendemos efectuar uma caracterização dos principais indicadores emprego e desemprego, no concelho de Mortágua.
Assim, iniciemos, de imediato, por fazer uma comparação entre taxa de emprego e de desemprego, para, de seguida, se analisar cada uma delas de forma particular.
2001 (%) INDICADOR HM H M TAXA DE ACTIVIDADE 42.0 51.6 32.9 TAXA DE DESEMPREGO 5.9 4.1 8.8 Fonte: INE – Recenseamento Geral da População, 2001
Tabela 10: Distribuição da População Residente no Concelho de Mortágua Segundo a Taxa de Actividade e Desemprego, por Sexo
De acordo com o apresentado na Tabela nº 10 conclui-se que existe uma taxa de actividade, em 2001, de 42%, sendo maior para os indivíduos do sexo masculino. Quanto aos níveis de desemprego, o concelho de Mortágua contava com uma taxa de 5.9%, sendo mais significativa nas mulheres (8.8%).
Passemos a uma análise mais aprofundada dos níveis de desemprego (Cf. Tabela nº 11), fazendo uma breve comparação com os níveis da região Dão-Lafões. Verifica-se que, em 2001, os níveis de desemprego do concelho de Mortágua eram inferiores à média dos existentes nesta região (7% - Dão Lafões e 5.9% - Mortágua), mantendo-se a predominância do desemprego feminino (10.4% - Dão Lafões e 8.8% - Mortágua).
Ao analisarmos o desemprego do ponto de vista de 1º emprego e de procura de novo emprego, conclui-se que a maioria dos/as desempregados/as residentes em Mortágua se encontram em fase de transição entre empregos, isto é, se encontram à procura de um novo emprego, já que o número de indivíduos à procura de 1º emprego é bastante reduzida (43). Nos gráficos números 2 e 3 é possível validar esta afirmação, quer em termos de indivíduos, quer em peso face ao total de desempregados/as em cada uma das situações consideradas.
População Desempregada Taxa de Desemprego Procura de Novo Total Procura 1º Emprego 1991 2001 Zona Geográfica Emprego HM H M HM H M HM H M HM H M HM H M Dão Lafões 8505 3214 5291 2244 587 1657 6261 2627 3634 5.3 3.5 8.2 7.0 4.6 10.4 MORTÁGUA 259 106 153 43 11 32 216 95 121 5.7 3.0 10.1 5.9 4.1 8.8 Fonte: INE – Recenseamento Geral da População, 2001
Tabela 11: População Desempregada e Taxa de Desemprego
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Gráfico 2: Nº de Desempregados, Considerando o seu Posicionamento Face ao Mercado de Trabalho
Percentagem de Indivíduos, considerando o seu posicionamento face ao mercado de trabalho
Gráfico 3: Percentagem de Indivíduos, Considerando o seu Posicionamento Face ao Mercado de Trabalho
Uma outra dimensão a ser analisada relaciona-se com os níveis de escolaridade da população desempregada, bem como as faixas etária sem que se inserem. Na tabela seguinte (Cf. Tabela nº 12) apresentam-se esses dados.
Nível Ensino Sem nível de 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Ensino Ensino TOTAL Idade Ensino Secundário Superior 15-19 anos 0 1 3 11 5 0 20 20-24 anos 0 2 6 4 18 12 42 25-29 anos 0 5 3 1 4 4 17 30-34 anos 0 11 7 1 3 4 26 35-39 anos 0 15 11 2 2 2 32 40-44 anos 0 12 9 4 3 0 28 45-49 anos 0 15 3 1 2 0 21 50-54 anos 0 21 2 1 2 1 27 55-59 anos 0 22 1 0 2 0 25 60-64 anos 5 14 0 0 0 1 20 65 ou + anos 0 1 0 0 0 0 1 TOTAL 5 119 45 25 41 24 259 Fonte: INE – Recenseamento Geral da População, 2001
Tabela 12: População Desempregada Considerando a Idade e Nível de Ensino
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Da análise dos dados constantes na tabela anterior concluímos que a faixa etária em que, no concelho de Mortágua, mais se faz sentir o desemprego é na dos 20 aos 24 anos, seguindo-se a dos 35 aos 39. Note-se que os/as desempregados/as com os ensino secundário e superior têm um peso significativo na faixa etária dos 20 aos 24 anos, enquanto na população desempregada na faixa etária mais elevada (35-39 anos) predomina os 1º e 2º ciclos. Constatação natural uma vez estarmos perante alterações aos níveis da escolaridade obrigatória e dos índices de acesso e entrada no ensino superior. Em termos de escolaridade, os indivíduos com 1º ciclo são os que têm maior peso, com cerca de 46% do total dos/as desempregados/as, seguindo-se o 2º ciclo, este último com uma expressão muito menor. De modo a complementar os presentes dados, foi recolhida junto do Centro de Emprego de Tondela, informação actual e caracterizadora dos desempregados inscritos no referido centro e residentes no concelho de Mortágua. Assim, temos um total de 203 desempregados, na sua maioria inscritos para novo emprego, com habilitações literárias bastante dispersas, sendo a maioria detentor do 1º ciclo do ensino básico. A maioria encontra-se inscrita no Centro de Emprego há menos de um ano.
Tempo de Situação face à Nº de inscrição procura de Grupos etários Habilitações literárias Desempregados no I.E.F.P. emprego De 25 De 35 < 1º 1º 2º 3º
TOTAL: 203 desempregados Fonte: Centro de Emprego de Tondela, Julho de 2006
Tabela 13: Mercado de Emprego no Concelho de Mortágua Referente ao Mês de Junho de 2006 Em termos de emprego temos que dos 10 379 residentes, 4362 são economicamente activos. Isto é, o concelho de Mortágua possui uma taxa de actividade de 42%, sendo superior a taxa de actividade masculina, com 51.6%, do que a feminina, que conta com 32.9%. O sector com maior número de trabalhadores/as é o terciário, com 1823; no entanto, destes, apenas 1069 se encontram relacionados com uma actividade económica, sendo os restantes pertencentes aos serviços de natureza social. O sector secundário integra 36.84% da população do concelho economicamente activa, contando o sector primário apenas com 15.4% do total.
Zona População economicamente activa Taxa de Actividade (%) Geográfica Total Empregada 1991 2001 CAE CAE Total CAE 5-97 05 1-46
Relacionados Com HM H HM H Total a Actividade HM H M HM H M Económica Dão-Lafões 120641 69889 112136 66675 12545 39102 60489 31982 39.0 49.3 29.4 42.1 50.8 34.1 MORTÁGUA 4362 2617 4103 2511 673 1607 1823 1069 41.3 52.3 30.8 42.0 51.6 32.9 Fonte: INE – Recenseamento Geral da População, 2001
Tabela 14: População Economicamente Activa
5 CAE correspondente ao sector primário 6 CAE correspondente ao sector secundário 7 CAE correspondente ao sector terciário
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Quando analisada a representação gráfica, as afirmações anteriores tornam-se, visivelmente, bem evidentes.
Fonte: INE – Recenseamento Geral da População, 2001
Gráfico 4: Distribuição da População Economicamente Activa por Sector de Actividade, no Concelho de Mortágua
Vejamos, de seguida, a distribuição da população economicamente activa considerando a faixa etária e o nível de escolaridade.
Nível Ensino Sem nível de Ensino Ensino Ensino 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo TOTAL Idade Ensino Secundário Médio Superior 15-19 anos 0 8 31 63 32 0 0 134 20-24 anos 1 43 132 92 174 0 57 499 25-29 anos 0 71 181 46 125 0 124 547 30-34 anos 1 99 157 58 96 0 84 495 35-39 anos 1 162 124 46 101 2 32 468 40-44 anos 3 232 102 63 68 6 31 505 45-49 anos 4 354 50 24 25 4 38 499 50-54 anos 3 279 23 13 19 3 23 363 55-59 anos 11 265 11 10 5 3 10 315 60-64 anos 30 165 2 3 1 1 4 206 65 -69 anos 9 39 2 0 1 0 1 52 70-74 anos 1 10 0 0 0 0 1 12 75 e + anos 2 6 0 0 0 0 0 8 TOTAL 66 1733 815 418 647 19 405 4103 Fonte: INE – Recenseamento Geral da População, 2001
Tabela 15: População Empregada Considerando a Idade e Nível de Ensino
Os dados apresentados anteriormente confirmam o que até ao momento referimos como sendo as tendências, ao nível das habilitações literárias e de faixa etária da população economicamente activa do concelho, isto é: predominantemente baixas escolaridades (cerca de 62% detêm escolaridades entre o 1º e 2º ciclos) e concentrando-se no intervalo de idades que varia entre os 20 e os 49 anos (73.43%).
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1.4 Agricultura, Indústria e Serviços
Iniciemos este sub-capítulo com a análise da realidade do concelho em termos sectoriais, especificamente em termos de distribuição de empresas por sector de actividade, passando, de seguida, a uma análise sector a sector, destacando algumas características de cada um deles, e dando nota de algumas evoluções a que se assistiu nos últimos anos.
De acordo com os dados apresentados no gráfico seguinte, o sector com maior peso em termos de número de empresas com sede em Mortágua é o secundário, com 42%, seguindo-se o terciário com 36% e por fim o primário que conta com 22%. Note-se que, comparando com os dados apresentados no gráfico nº 4 – Distribuição da população economicamente activa por sector de actividade, no concelho de Mortágua, não existe uma coincidência entre o sector com maior número de trabalhadores/as e o sector com maior número de empresas sedeadas no concelho, tal facto estará relacionado com a inclusão de entidades públicas, associações privadas e sem fins lucrativos, entre outros, neste sector.
Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Centro, 2003
Gráfico 5: Distribuição das Empresas por Sector de Actividade, no Concelho de Mortágua
Analisemos, de seguida, cada um dos sectores.
A realidade agrícola do concelho de Mortágua é marcada por um conjunto de características que evidenciam um nível de desenvolvimento baixo, na qual predomina a pequena agricultura do tipo familiar. Destacamos, de seguida, nalgumas pinceladas rápidas as que mais marcam o sector neste concelho: baixos níveis de mecanização e capitalização da actividade agrícola com baixos níveis de produtividade; estrutura fundiária caracterizada por um elevado parcelamento, com explorações de pequena e muito pequena dimensão - factores que se constituem como fortes entraves à modernização e mecanização da produção,.", consequência da sucessiva divisão da
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propriedade através das gerações, o concelho tem hoje propriedades agrícolas com exígua dimensão média que não permitem ir além da agricultura de subsistência”; 8 as explorações são na maioria de tipo familiar, pouco rentáveis e geridas numa perspectiva de auto consumo; assim, os sistemas agrícolas praticados são policulturais de orientação diversificada; carácter, predominantemente, familiar do trabalho agrícola; envelhecimento e baixos níveis de instrução da população ligada à agricultura.
Analisemos as tabelas seguintes que permitem evidenciar com dados concretos, as afirmações anteriores.
Assim, o concelho de Mortágua, de acordo com o Recenseamento Geral Agrícola de 1999, cujos dados se apresentam na Tabela nº 16, detinha uma área agrícola total de 7 593, sendo 16.9% superfície agrícola utilizada, isto é, 1282 ha. Destes, 1099ha são utilizados pelos próprios proprietários, 18 ha através de arrendamento e 165 ha por outras formas (Cf. Tabela nº17).
Blocos c/SAU por Número de Superfície Agrícola População agrícola Concelho Área Total (ha) Exploração Explorações Utilizada (SAU) (ha) (indivíduos) (nº/exploração) MORTÁGUA 865 7 593 1282 10.46 2854 Fonte: INE, Recenseamento Geral Agrícola, 1999
Tabela 16: Número de Explorações, Superfície Agrícola Utilizada e População Agrícola
Conta Própria Arrendamento Outras formas População agrícola
(ha) (ha) (ha) (indivíduos) Mortágua 1099 18 165 2854
Fonte: INE, Recenseamento Geral Agrícola, 1999
Tabela 17: Superfície Agrícola Utilizada (SAU)
De modo a complementar esta análise, vejamos de que forma está ocupada a restante superfície agrícola.
ha % Área agrícola total 7 593 100 Área agrícola utilizada 1 282 16.9% Área agrícola florestada 6 220 81.91% Fonte: INE, Recenseamento Geral Agrícola, 1999
Tabela 18: Ocupação da Área Agrícola
Considerando a informação constante na tabela anterior, verificamos que cerca de 84% da área agrícola total está ocupada pela floresta. Em termos de espécies predominantes temos, actualmente, o eucalipto que substituiu a vegetação endógena da região, que foi de carvalho negral de característica sub-Atlântica, de carvalho alvarinho, de pinheiro bravo, bem como de castanheiro. Este último, que em tempos foi a espécie dominante, apresenta hoje uma distribuição muito dispersa
8 Rede Social (2003), Diagnóstico Social do Concelho de Mortágua, Conselho Local de Acção Social, Mortágua, pp.81
17 causada pela doença da “tinta”, tendo dando lugar às espécies de crescimento rápido, especialmente o eucalipto – como já referimos.
Saliente-se que durante algumas décadas o desenvolvimento industrial do concelho (sensivelmente desde a década 20 do século passado), este ficou fortemente marcado pela ligação à floresta, nomeadamente ao corte e transformação do pinheiro bravo. Actualmente e com a predominância do eucalipto cuja utilização industrial é muito limitada (praticamente de forma exclusiva para a pasta de papel), aquele tipo de indústria foi desaparecendo. No entanto, surge um novo aspecto ligado à exploração florestal do eucalipto que veio condicionar a dinâmica agrícola: o progressivo afastamento dos campos9, e a dinâmica industrial associadas à produção intensiva do eucalipto geraram um aumento, por vezes bastante significativo, do rendimento familiar. Neste contexto, torna-se difícil às famílias prescindir deste rendimento, o que condiciona a substituição da plantação desta espécie de crescimento rápido, por outras onde o retorno do investimento apenas se pode sentir a longo prazo.
Passemos agora a uma caracterização do sector agrícola no concelho, utilizando para tal as dimensões sexo, idade, habilitações literárias e o tempo de trabalho agrícola dos trabalhadores/as. Partindo dos dados apresentados na tabela seguinte (Tabela nº 19) constatamos que a maioria dos/as produtores/as agrícolas singulares do concelho são do sexo masculino (77.7%), com idades superiores a 40 anos, com maior peso a partir dos 55 anos, com nível de instrução básico (74.8%), com um tempo de dedicação ao trabalho agrícola que varia, na maioria, entre os 50 e os 100%, sendo que apenas 12.4% tem um tempo de trabalho agrícola completo. Em relação a esta última questão e ainda que não possuamos dados estatísticos concretos que o comprovem, existirá, com alguma frequência, o trabalho agrícola como rendimento complementar a outra actividade profissional, numa lógica de pluriactividade.
Concelho Mortágua % Produtor/a agrícola singular/nº de indivíduos 854 100
Sexo: Masculino 664 77.7 Sexo: Feminino 190 22.2
Idade: <25 3 0.3 Idade: 25 a <40 43 5.0 Idade: 40 a <55 179 20.9 Idade: 55 a <65 289 33.8 Idade:> = 65 240 28.1
Nível de instrução: nenhum 199 23.3 Nível de instrução. Básico 639 74.8 Nível de instrução secundário 9 1.0 Nível de instrução: superior 7 0.8
Tempo trabalho agrícola,> 0 a <50 % 297 34.7 Tempo trabalho agrícola,> 50 a <100 % 451 52.8 Tempo trabalho agrícola completo 106 12.4
Fonte: INE, Recenseamento Geral Agrícola, 1999
Tabela 19: Distribuição dos/as Produtores/as Agrícolas Singulares, por Sexo, Grupo Etário, Nível de Instrução e Tempo Ocupado na Produção
9 Note-se a este nível que existem tendências gerais, nomeadamente a do carácter simbólico que é atribuído a algumas profissões valorizando-as ou desvalorizando-as, sendo que no que concerne à actividade agrícola a tendência é para uma conotação negativa
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Quanto ao sector secundário, o tecido industrial evidenciava uma concentração em ramos tradicionais, com forte dependência em relação aos recursos naturais, nomeadamente o têxtil, a cerâmica e a indústria da madeira, sectores que, actualmente, vêem o seu peso diminuir de forma considerável. Esta situação fica a dever-se a uma conjuntura, não só local, mas nacional, em que os sectores tradicionais entraram em recessão e se iniciou uma fase de reestruturação da indústria.
Vejamos alguns dados sobre a realidade industrial do concelho. Assim, em termos de indústria transformadora e de acordo com os dados apresentados, existiam, em 2002, 39 empresas, pertencendo predominantemente aos sectores da madeira, cortiça e obras (DD), seguindo-se a fabricação de minerais não metálicos (DI) e indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos (DJ). Note-se o aumento significativo de indústrias transformadoras de 2002 para 2003, das 39 em 2002, o concelho de Mortágua, passa a contar com 104, no ano seguinte (valor muito próximo do registado em 1999 - 111 e constante do Anuário Estatístico da Região Centro desse ano).
Total DA DB DC DD DE DF+DG DH DI DJ DK DL DM DN10 1999 111 23 10 - 24 2 2 - 7 24 3 - - 16 2000 39 4 2 - 10 - 2 - 7 6 1 2 - 5 Mortágua 2001 44 4 4 - 12 - 2 - 8 6 1 3 - 4
2002 39 3 3 - 10 - 2 - 7 6 1 3 - 4 2003 104 15 6 - 24 2 3 - 9 21 4 1 1 18
Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Centro, 1999,2000, 2001, 2002, 2003 e 2004
Tabela 20: Sociedades no Concelho de Mortágua, Segundo a CAE-Rev.2 - Industria Transformadora
Total DA DB DC DD DE DF+DG DH DI DJ DK DL DM DN 1999 643 51 - - 115 - - - 242 44 - - - 90 2000 571 27 17 - 118 - - - 246 37 - - - 23 Mortágua 2001 433 21 45 - 47 - - - 117 42 - 28 - 24
2002 444 ... 44 - 67 - 87 - 107 43 ...... - 25 2003 557 ... 44 - 119 - 101 - 111 37 ...... - 23 Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Centro, 1999,2000, 2001, 2002, 2003 e 2004
Tabela 21: Pessoas ao Serviço nas Sociedades da Indústria Transformadora no Concelho de Mortágua, Segundo a CAE-Rev.2
Em termos de número de pessoas ao serviço verificou-se um decréscimo desde 1999 decorrente da diminuição do número de indústrias transformadoras, tendência esta que se encontra em processo de inversão, iniciado em 2002 e acentuando-se em 2003, com a recuperação do número de postos de
10 DA – Indústrias alimentares, das bebidas e do tabaco DB – Indústria Têxtil DC – Indústria de Couro e de produtos de couro DD – Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras DE – Indústria de pasta, de papel e cartão e seus artigos; edição e impressão DF – Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e combustível nuclear DG – Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais DH – Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas DI – Fabricação de outros produtos minerais não metálicos DJ – Indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos DK – Fabricação de máquinas e de equipamentos, N.E. DL – Fabricação de equipamento eléctrico e de óptica DM – Fabricação de material de transporte DN – Indústrias Transformadoras, N.E.
19 trabalho (Cf. Tabela nº 21). Gostaríamos, ainda, de salientar que nos sectores de fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e combustível nuclear e de fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais (respectivamente, DF e DG), onde apenas existem 3 unidades no concelho (ano de 2003), o número de pessoas ao serviço é bastante significativo – 101.
Quanto ao volume de vendas, verifica-se, à semelhança do que aconteceu nos indicadores apresentados anteriormente, um aumento nos anos de 2002 e 2003, decorrente do aumento do número de empresas. Note-se que no CAE correspondente às indústrias transformadoras n.e., embora se tenha assistido a um aumento de 4,5 vezes o número de empresas (de 4 em 2002 passam a 18 em 2003), essa tendência não se verificou ao nível do volume de vendas, na medida em que o aumento ocorrido foi muito pouco significativo, o que nos leva a constatar que as indústrias que surgiram são de pequena dimensão (de acordo com a Tabela nº 21 houve um pequeníssimo decréscimo do número de pessoas ao serviço de 2002 para 2003). As sociedades que conheceram um aumento mais significativo, em termos de volume de vendas, foram as pertencentes ao grupo das indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, que tendo nos anos de 2001 e 2002 conhecido um decréscimo muito acentuado, no ano de 2003 aumentaram o número de estabelecimentos, o número de trabalhadores/as e, consequentemente o volume de vendas.
Total DA DB DC DD DE DF+DG DH DI DJ DK DL DM DN 1999 19.083 3.143 - - 3.492 - - - 6.265 1.192 - - - 2.350 2000 20.632 1.870 195 - 5.409 - - - 7.361 1.266 - 16 - 527 Mortágua 2001 15.717 1.047 678 - 1.292 - - - 5.321 1.283 - 16 - 628
2002 18.590 ... 683 - 1.474 - 4.820 - 6.796 1.285 ...... - 607 2003 29.177 ... 670 - 7.424 - 5.260 - 6.863 1.517 ...... - 674 Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Centro, 1999,2000, 2001, 2002, 2003 e 2004
Tabela 22: Volume de Vendas nas Sociedades da Indústria Transformadora no Concelho de Mortágua, Segundo a CAE-Rev.2
Neste sector é aquele que poderá vir a ter um peso crescente a nível da empregabilidade. A vitalidade e animação do parque industrial reveste-se, pois, de crucial importância. Em relação a este último aspecto, saliente-se os esforços desenvolvidos pelas instituições/entidades locais em prol do desenvolvimento local, bem como da formação dos activos, de modo a colmatar, a já referida, fraca qualificação da mão-de-obra.
Importa, ainda, destacar o peso da construção civil no concelho de Mortágua. Ao analisarmos a Tabela nº 23, verificamos que a secção F – Construção conta com um total de 384 empresas com sede em Mortágua, ainda que, quando analisamos o número de pessoas ao serviço, apenas encontremos, segundo dados do Anuário Estatístico da Região Centro de 2004, 162 trabalhadores/as (Cf. Tabela nº24).
O peso do sector terciário tem vindo a crescer nas últimas décadas no concelho, o que se comprova pela análise do número de pessoas economicamente activas neste sector (Cf. Gráfico nº 4). No entanto, revela ainda alguma necessidade de dinamização, essencialmente ao nível da diversificação dos subsectores. O mais importante continua a ser o Comércio a Retalho, com 324 empresas no concelho (Secção do CAE G).
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Total A+B C D E F G H I J K M a O11 Mortágua 1 212 167 - 104 - 384 324 80 28 23 46 56 Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Centro, 2004
Tabela 23: Empresas com Sede em Mortágua, segundo a CAE-Rev.2.1, 31/12/2004
O Comércio a Retalho compreende estabelecimentos de índole familiar, esta constatação advém da análise dos dados constantes na tabela seguinte (Cf. Tabela nº 24) na medida em que se verifica uma quase coincidência entre o número de pessoas ao serviço e o número de estabelecimentos existentes.
Total A+B C D E F G H I J K M a O Mortágua 1 505 208 - 557 - 162 327 35 53 ... 63 ... Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Centro, 2004
Tabela 24: Pessoal ao Serviço nas Sociedades (Mortágua), Segundo a CAE-Rev.2.1, 31/12/2003
Tendo o concelho de Mortágua inúmeras potencialidades ao nível do desenvolvimento turístico fruto da sua localização, relevo e pontos de água, este é, ainda, um subsector com um peso muito relativo no concelho. Se analisarmos a realidade concelhia do ponto de vista de disponibilidade hoteleira verificamos estar perante um aumento, na medida em que de 12 quartos com capacidade para 24 pessoas, em 1999, actualmente contamos com 131 quartos com uma capacidade para 187 pessoas.
TOTAL HOTÉIS PENSÕES Nº Nº Nº Estabelecimentos Capacidade Estabelecimentos Capacidade Estabelecimentos Capacidade Quartos Quartos Quartos 1999 1 12 24 0 0 0 1 12 24 2006 3 131 187 1 85 117 2 46 70 Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Centro, 2003 e dados recolhidos pelos autores do estudo junto dos estabelecimentos
Tabela 25: Estabelecimentos, Quartos e Capacidade de Alojamento no Concelho de Mortágua
Deste modo pensa-se ter realizado uma caracterização sintética do concelho de Mortágua em termos de sectores de actividade. No sub-capítulo seguinte traçaremos o perfil do concelho em termos de infra-estruturas existentes.
11 A - Agricultura, produção animal, caça e silvicultura B – Pesca C - Indústrias extractivas D - Indústrias transformadoras E - Produção e distribuição de electricidade, gás e água F – Construção G - Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens de uso pessoal e doméstico H - Alojamento e restauração (restaurantes e similares) I - Transportes, armazenagem e comunicações J - Actividades financeiras K - Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas L - Administração pública, defesa e segurança social (obrigatória) M – Educação N - Saúde e acção social O - Outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais P - Actividades das famílias com empregados domésticos e actividades de produção das famílias para uso próprio Q - Organismos internacionais e outras instituições extra-territoriais
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1.5 Infra-Estruturas e Equipamentos
Neste ponto do presente estudo considerou-se importante fazer uma resenha das infra-estruturas e equipamentos existentes no concelho e à disposição dos seus munícipes, no entanto não detalharemos cada um dos elementos apresentados na medida em que não serão a temática central do presente estudo.
Iniciemos pela apresentação das infra-estruturas ao nível da saúde existentes.
Infra-estruturas de Saúde Nº Centros de Saúde 1 Extensões de Saúde 2
Farmácias 2 Postos de Medicamentos 1 Centros Médicos Privados 2 Postos de Colheita Produtos – Análise 2 1 Unidade de Acolhimento Temporário (20 camas) Unidade Móvel de Saúde 1 Fonte: Câmara Municipal de Mortágua
Tabela 26: Infra-Estruturas de Saúde
Em termos de educação e formação o concelho conta com os seguintes equipamentos:
Estabelecimentos de Ensino Nº
Jardins de Infância 12 EB 1º Ciclo 25 EB 2º, 3º Ciclos 1 Escola Secundária 1 Escola Profissional 1 Fonte: Rede Social, Pré-Diagnóstico do Concelho de Mortágua
Tabela 27: Estabelecimentos de Ensino
O associativismo está bem patente na vida do concelho quando analisado sob o ponto de vista do número de associações culturais, desportivas e recreativas existentes – 73. (Cf. Tabel naº27)
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Associações Nº
Almaça 1 Cercosa 3 Cortegaça 2 Espinho 12 Marmeleira 4 Mortágua 25 Pala 9 Sobral 11 Trezoi 3 Vale de Remígio 3 Fonte: Câmara Municipal de Mortágua
Tabela 28: Associações
O concelho é, ainda, sede de quatro Instituições Particulares de Solidariedade Social que desenvolvem a sua actividade em parceria e complementaridade com outras entidades públicas e privadas, nomeadamente no apoio à infância e terceira idade, bem como à população com deficiência. São elas: Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual, Centro Balmar, Jardim Escola João de Deus e Santa Casa da Misericórdia de Mortágua.
Existem, ainda, os seguintes equipamentos:
Parque Industrial Manuel Lourenço Ferreira - Nº de empresas instaladas: 17 (incluindo empresas de serviços e associação) - Nº de postos trabalho (aproximadamente): 330 - Infra-estruturas existentes: - Arruamentos - Rede de abastecimento de água - Rede de drenagem de águas pluviais - Rede de drenagem de águas residuais - Rede de abastecimento electricidade/B.T. e M.T. - Rede de abastecimento de gás natural - E.T.A.R. Ninho de Empresas (em fase de construção) Habitação Social Lar de Idosos Centro de Dia ATL´s Biblioteca Municipal Centro de Animação Infantil Centro de Animação Cultural Espaço Internet
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Espaços para a prática desportiva: - Campo de Ténis - Pavilhão gimnodesportivo - Piscinas Praia Fluvial Parque de Lazer (Parque Verde)
Pensamos ter, em traços gerais, feito um retrato do concelho de Mortágua. Este permite-nos conhecê-lo um pouco melhor e preparar-nos para uma análise, exclusiva, do tecido sócio-produtivo, que se encontrará nos capítulos seguintes do presente estudo
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Capítulo 2.
CARACTERIZAÇÃO
DO TECIDO
SÓCIO-PRODUTIVO:
METODOLOGIA
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2.0 Metodologia
De acordo com o definido previamente o presente estudo visou a realização de um diagnóstico aprofundado que permitisses conhecer o tecido sócio-produtivo do concelho de Mortágua de modo a inventariar carências formativas que permitam conciliar oferta e procura, bem como promover o surgimento de ideias de negócio que permitam a criação de emprego.
Os resultados do presente estudo visarão a dinamização da economia local e reforçar a competitividade e a inovação do tecido sócio-económico.
Partindo dos presentes objectivos e de modo a encetar todos os esforços para a sua concretização optou-se por seguir uma metodologia de trabalho habitual no desenvolvimento de investigação em ciências sociais e que passamos a sintetizar:
Ilustração 4: Sistematização da Metodologia de Trabalho
Deste modo, partindo da abordagem apresentada e considerando que as duas primeiras etapas estavam ultrapassadas, na medida em que se encontravam já definidas motivações e situações problema que levaram a entidade Câmara Municipal de Mortágua a desejar a realização do presente estudo, bem como os seus objectivos específicos, passou-se à selecção de metodologias e instrumentos de recolha de dados.
Nesta dimensão optou-se por, num primeiro momento, se proceder à análise genérica da realidade do concelho em termos sócio-económicos efectuando-se para tal um levantamento de informação estatística e descritiva existente e à sua respectiva análise (análise documental). Após o conhecimento da realidade concelhia procedeu-se à definição do conjunto de variáveis que se consideraram relevantes para a análise, na medida em que só partindo desta reflexão seria possível definir os instrumentos mais adequados para a recolha da informação pretendida.
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Conclui-se que seria primordial analisar a realidade do tecido sócio-produtivo do concelho de Mortágua utilizando as seguintes dimensões:
Empresa: - Caracterização geral - Internacionalização - Certificação - Ambiente - Infra-estruturas - Investimento - Inovação e Desenvolvimento - Gestão e Finanças - Formação Profissional Empresários e Trabalhadores Dinamização Empresarial (concelho)
Considerando as dimensões apresentadas e a dimensão da população que se desejava envolver no estudo, concluiu-se que o instrumento de recolha de informação que melhor se adequaria seria o Inquérito por Questionário12. Este permite “(...)colocar a um conjunto de indivíduos, geralmente representativo de uma população, uma série de perguntas (...)13”. Quanto ao tipo de administração propôs-se, num primeiro momento, um processo de “administração directa”14, isto é, o próprio inquirido efectuaria o seu preenchimento, tendo-se, para tal, remetido pelo correio. Conhecendo as limitações deste tipo de administração foi, de imediato, definida uma metodologia de recolha dos questionários efectuado pela equipa do estudo, de modo a evitar uma tendência muito comum neste tipo de procedimento, e que se constitui como uma forte limitação, que é a de um número reduzido de respostas. No entanto, este tipo de administração transformou-se, para a maioria dos questionários, em “administração indirecta”15, na medida em que foram os próprios elementos da equipa de trabalho que completaram o questionário partindo das respostas fornecidas pelos empresários.
Importa, neste momento, referir, e na medida em que nos encontramos a abordar a questão do tipo de administração realizado, que se propunha que o preenchimento do questionário fosse efectuado ao nível da administração/gerência ou pelo menos completamente revisionado por ela16, na medida em que as questões nele contidas visam não só a realidade da empresa, mas também a experiência, conhecimentos, opiniões e perspectivas dos/as empresários/as.
Considerando o tipo de método seleccionado – inquérito, haveria necessidade de utilização de um método complementar, isto é, da análise estatística de dados. Os dados recolhidos através da
12 Anexo I 13 QUIVY, Raymond (1992), Manual de Investigação em Ciências Sociais, Lisboa, pp.190 14 Idem, ibidem, pp.190-191 15 Idem, ibidem, pp.190-191 16 Cf. Inquérito por Questionário, pp. 1
27 aplicação de um inquérito por questionário, em que a maioria das respostas são pré-codificadas17, não têm valor/significado por si só, a sua utilidade advém do tratamento quantitativo a que são sujeitas, permitindo comparação entre respostas e a análise de correlações entre variáveis. Para tal utilizou-se como ferramenta o programa informático SPSS – Statistics Package for the Social Scienses, que permite aquele tipo de abordagem.
Saliente-se que, ainda que, as respostas tenham sido analisadas no seu conjunto foram consultados alguns questionários de forma particular, de modo a serem seleccionados “entrevistados típicos” com vista a uma análise complementar e aprofundada, efectuada através de entrevista e realizada posteriormente, de que mais à frente daremos conta.
Com a definição do método de investigação colocou-se uma outra questão, quem envolver. Dever- se-ia construir uma amostra18 representativa ou envolver toda a população? Considerando que a população do presente estudo era as empresas do concelho de Mortágua, equacionou-se qual a forma mais adequado de construir uma amostra de modo a que fosse representativa, tendo-se concluído que a possibilidade mais ajustada seria a de estudar a totalidade da população, isto é, a totalidade das empresas/organizações com instalações no concelho de Mortágua, na medida em que os objectivos do estudo para isso indicavam19. Note-se, a este nível, que existia a plena consciência de que durante o período de realização do estudo, cerca de um ano, haveriam oscilações do número de empresas, bem como do facto de, apesar de um levantamento exaustivo das empresas existentes efectuado através do cruzamento de informação constante em diferentes bases de dados e da sua análise por diferentes informantes privilegiados conhecedores da realidade do concelho, poderiam existir algumas que não estivessem integradas no processo de recolha de informação.
Considerando a realidade do concelho foi, ainda, levantada uma outra questão: construir, apenas, um inquérito por questionário ou construir vários inquéritos considerando as características das empresas, nomeadamente sectores, dimensão, número de trabalhadores. A opção foi pela construção de apenas um instrumento, na medida em que foi considerado, pela equipa de trabalho, o mais adequado, visto permitir uma uniformização das questões colocadas, conduzindo a uma análise posterior mais lógica e com potencial para cruzamento de informação.
Após a construção do inquérito e de modo a analisar a sua adequação e validar a sua organização e conteúdos procedeu-se a um teste ao instrumento. Para a realização deste teste seleccionou-se uma amostra de 15 empresas, de forma não aleatória20, das existentes. A selecção da amostra baseou-se nos seguintes pressupostos: sector de actividade, dimensão da empresa, características dos empresários, bem como os anos de laboração no concelho.
Paralelamente, foi solicitado a um conjunto de informantes privilegiados conhecedores da realidade económica e social do concelho que se pronunciassem sobre o inquérito e que fizessem chegar a informação à equipa de trabalho.
17 Codificação é a transformação dos dados de modo a facilitar o seu tratamento informático. São criadas categorias de resposta, identificando-as com um símbolo, numérico ou alfanumérico, é possível distribuir os dados obtidos pelas categorias formadas.
18 Amostra é um subconjunto de elementos pertencentes a uma população. A informação recolhida para uma amostra é depois generalizada a toda a população. 19 Conhecimento aprofundado do tecido sócio-produtivo do concelho de Mortágua 20 Amostra não aleatória é aquela amostra em que para a sua formação existiu um procedimento de selecção dos elementos da população que permite a escolha dos indivíduos a incluir segundo determinado critério mais ou menos subjectivo. Nesta forma de amostragem, não se conhece a probabilidade de determinado elemento ser seleccionado.
28
Os resultados deste processo permitiram introduzir alguns ajustes no instrumento inicial e construir a versão final do inquérito por questionário que foi remetido, posteriormente, a todas as empresas constantes na base de dados final apurada.
Apresentam-se de seguida os aspectos referenciados pelos empresários que participaram nesta fase do estudo:
Nº DE COMENTÁRIOS À ESTRUTURA, FORMA E CONTEÚDO DAS QUESTÕES % EMPRESAS
Não fizeram qualquer comentário à estrutura, bem como à forma / conteúdo das questões; 4 26,66%
Não concordaram com o inquérito na sua globalidade, referindo que o mesmo vai para além do que seria necessário ou útil, não aceitando dar uma informação tão completa, e acrescentando que existe uma interferência na prática sobre o conhecimento das empresas; 1 6,66% Questionário bem elaborado mas que não vai ao encontro das dificuldades financeiras das empresas, e ajudas comunitárias; 1 6,66%
Questionário de fácil preenchimento, embora pouco adequado à empresa; 1 6,66%
Questionário com elevado grau de dificuldade de preenchimento das questões contabilísticas para a maioria das empresas, mas com questões que permitem uma correcta avaliação do tecido empresarial; 1 6,66%
Questionário muito exaustivo e completo, mas em algumas questões deveria prever o que não é aplicável, para passar logo à pergunta seguinte; 3 20,00%
Questionário bem elaborado, com questões claras e directas; 2 13,33%
Questionário com uma estrutura de muito interesse; 2 13,33%
TOTAL 15 100 %
Tabela 29: Comentários à Estrutura, Forma e Conteúdo das Questões
SUGESTÃO DE OUTRAS QUESTÕES A Nº DE RETIRAR / INTRODUZIR % EMPRESAS
Não se manifestaram 12 80,0%
Tipo de comentário: “A CMM deveria criar um Gabinete de crise para apoiar as empresas com viabilidade e para se criar emprego”; 1 6,66%
Tipo de comentário: “Incluir mais do que as questões consideradas, é difícil...” 1 6,66%
Deveria dar-se apoio aos investidores, com selecção, e evitar-se que divisas saiam fora do concelho deixando de contribuir para o desenvolvimento do mesmo que todos desejamos. 1 6,66%
TOTAL 15 100 %
Tabela 30: Sugestão de Outras Questões a Retirar / Introduzir
29
Com a versão definitiva do inquérito por questionário passou-se ao seu envio, via CTT, a toda a população do estudo. Em termos sintéticos, e já antecipando um pouco a apresentação e análise de dados, ilustra-se na tabela seguinte os resultados da recolha realizada. Da sua análise verificamos ter obtido uma taxa de apuramento de 51.49%, isto é, dos 501 questionários enviados obtiveram- se informações de 258 empresas, sendo que os restantes 48.51% correspondem a empresas que não efectuaram o preenchimento e devolução ou disponibilizaram qualquer tipo de informação.
% face ao total % face ao total DESIGNAÇÃO NÚMERO dos enviados dos apurados
Questionários enviados 501 100
Questionários apurados 258 51.49%
Questionários recolhidos 173 34.53% 67.05%
Empresas encerradas ou sem actividade 36 7.18% 13.95%
Empresas que recusaram o preenchimento21 36 7.18% 13.95%
Empresas que se encontravam repetidas na base de dados ou que em que surgia a designação 13 2.59% 5.05% da empresa e designação comercial separadas
Questionários não preenchidos/devolvidos 243 48.51%
Tabela 31: Síntese de Recolha de Inquérito por Questionário
O processo de recolha de informação foi longo na medida em que se revelou necessário, de modo a obter um índice de respostas considerado significativo, efectuar uma sequência de contactos telefónicos e pessoais, muitas vezes não só à empresa, mas também a contabilistas e outros agentes detentores de informação necessária ao total preenchimento do questionário.
Com a recolha e uma primeira análise aos dados obtidos verificou-se haver um baixo índice de respostas nas questões ligadas à análise das potencialidades e oportunidades, aos níveis empresariais e económico, do concelho. De acordo com os objectivos do estudo esta seria uma área preponderante e carecia de aprofundamento, pelo que foi decidido realizar um conjunto de entrevistas a empresários. Esta opção relaciona-se com o facto de se poder retirar informação e processos de reflexão muito mais ricos. A variante de entrevista seleccionado foi a semi-directiva22, esta, não deixando o entrevistado totalmente livre permite uma maior abertura do que uma entrevista directiva, já que esta última tem na sua formulação um conjunto de questões muito estruturadas e rígidas. Para orientar a comunicação entre entrevistado e entrevistador foi, previamente, construído um guião23.
Para este momento de aprofundamento de informação foram realizadas dez entrevistas tendo sido seleccionados os entrevistados de forma não aleatória, com base nos seguintes critérios:
21 Note-se que estes empresários recusaram, directamente, quando contactados, o preenchimento do questionário 22 QUIVY, Raymond (1992), Manual de Investigação em Ciências Sociais, Lisboa, pp.194 23 Anexo II
30
Sucesso da empresa/Inovação Dimensão/Nº de Trabalhadores Historial em Mortágua (anos de laboração no concelho) Investimentos realizados recentemente Perfil do empresário
Como complementar à entrevista associou-se o método de análise de conteúdo. Este consubstancia- se em fazer uma análise sistemática dos conteúdos e reflexões do entrevistado, de modo a torná-los uma mais-valia para o estudo que se encontrava a decorrer.
Em traços gerais apresentou-se a metodologia de trabalho operacionalizada ao longo do estudo, faltando, apenas, a calendarização de todo o processo. Para tal apresenta-se de seguida o cronograma.
2005 2006
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Actividades Análise genérica da realidade do concelho em termos
sócio-económicos Definição de variáveis de caracterização
Construção dos instrumentos de recolha de informação Validação do instrumento pela entidade promotora do
projecto Teste dos instrumentos Reformulação do Instrumento de acordo com o teste
realizado Aplicação dos instrumentos de recolha de informação no
terreno (envio via CTT) Recolha dos questionários
Re-envio de questionários, via CTT e presencialmente Formação em SPSS (Programa Estatístico para Análise
de Dados) Construção de base de dados/matriz para inserção de
dados Introdução de dados
Entrevistas semi-directivas
Análise de dados
Definição de Relatório Final
Redacção de Relatório Final
Ilustração 5: Cronograma
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32
3. Capítulo
CARACTERIZAÇÃO DO TECIDO SÓCIO-PRODUTIVO: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
33
3.1 As Empresas
Partindo da informação constante no capítulo anterior, nomeadamente, no que diz respeito ao número de questionários remetidos e recepcionados, vamos, neste momento, fazer uma brevíssima caracterização da população do estudo (empresas para as quais foram enviados os questionários), para posteriormente fazermos a ponte para a informação obtida.
Assim, foram enviados 501 questionários, via CTT, a empresas do concelho de Mortágua, pertencentes aos seguintes sectores:
Gráfico 6: Sectores das Empresas – Envio de Questionários
Dos questionários enviados obtivemos as seguintes respostas:
Gráfico 7: Síntese da Relação entre Questionários Enviados e Recepcionados
34
Note-se que quando são apresentados os valores correspondentes a questionários apurados estão incluídos não só os questionários preenchidos e validados pela equipa, mas também os correspondentes a empresas contactadas e em que foi dada a informação pelos proprietários (ou, em situações excepcionais, outras pessoas que conheciam a empresa) que se encontravam encerradas ou sem actividade, empresas/empresários que, quando contactados recusaram o preenchimento do questionário (apresentando para tal diversas justificações/motivações), bem como questionários que foram enviados para empresas que se encontravam referenciadas com diferentes denominações, mas que correspondiam à mesma (designação da empresa e designação comercial diferente). Em termos de apresentação de dados e resultados trabalharemos, apenas, com um universo de 173 empresas, correspondente ao número de questionários recepcionados, no entanto apenas foram considerados 168 válidos para análise, visto 5 questionários apenas terem preenchido do o capítulo I do questionário – dados gerais. Passemos à análise dos resultados propriamente ditos, iniciando pela caracterização geral das empresas respondentes.
35
3.1.1 Caracterização Geral das Empresas
O conhecimento aprofundado do tecido sócio-produtivo do concelho implica a caracterização e análise das empresas que o constituem, passando pelos empresários. Para que tal fosse possível e partindo da metodologia definida e do instrumento de recolha de informação construído, procederemos, de seguida à inventariação das principais características das empresas.
Para que conheçamos melhor as características das empresas do concelho de Mortágua é, sem dúvida, muito importante conhecer as características dos empresários. A liderança é um factor chave na vida das organizações, um bom líder mobiliza recursos, não só físicos, mas essencialmente humanos criando uma equipa de trabalho, de modo a ajudá-lo a atingir os objectivos a que se propõe e que definiu para a sua empresa. Após esta brevíssima introdução passemos à caracterização dos empresários. Assim, e de acordo com a informação dos inquéritos por questionário, verificamos existir um número superior de empresários (175), que de empresárias (68), sendo que em qualquer das situações a clara maioria é de nacionalidade portuguesa, 98.38%, registando-se, apenas, 4 empresários de outras nacionalidades (1.62%).
Nacionalidade Homens Mulheres TOTAL Nº % Nº % Nº % Portugueses 175 97.76% 68 100% 243 98.38% Estrangeiros 4 100% 0 0 4 1.62% Ingleses 2 -- 0 0 Islandeses 2 -- 0 0 TOTAL 179 100% 68 100% 247 100%
Tabela 32: Nacionalidade dos Empresários
Em termos de faixas etárias constatamos que a maioria dos empresários se situam acima dos 41 anos, com especial incidência nas faixas etárias dos 46 aos 50 e dos 51 aos 55 anos. Registando-se um nível muito pouco significativo no intervalo de idades entre os 20 e os 25 e os 76 ou mais anos, 1.44%, em cada uma delas.
NÍVEIS ETÁRIOS Nº % 20- 25 3 1,44 26-30 16 7,69 31-35 20 9,62 36-40 20 9,62 41-45 21 10,10 46-50 31 14,90 51-55 34 16,35 56-60 21 10,10 61-65 18 8,65 66-70 14 6,73 71-75 7 3,37 76-+Anos 3 1,44 TOTAL 208 100,00
Tabela 33: Níveis Etários dos Empresários
36
Considerando o local de residência dos empresários, constata-se que a maioria reside no próprio concelho. (72.41%) Existindo, em segundo lugar, 12 empresários do concelho da Mealhada (5.17%), sendo que os restantes se distribuem pelo norte e centro do país.
Concelho de Residência Nº de Empresários % Mortágua 168 72,41% Mealhada 12 5,17% Coimbra 5 2,16% Penacova 3 1,29% Tondela 3 1,29% Porto 3 1,29% Lisboa 2 0,86% Águeda 3 1,29% Viseu 2 0,86% Santa Comba Dão 1 0,43% Outros 6 2,59% Estrangeiro 5 2,16% Não Responde 19 8,19% TOTAL 232 72,41%
Tabela 34: Concelho de Residência dos Empresários
Em termos de níveis de escolaridade verifica-se a tendência para níveis pouco elevados, centrando- se a maioria dos respondentes, entre o 4º e o 6º anos de escolaridade, 54.35%, com especial incidência no primeiro (34.5%). Note-se, no entanto que existe um número de empresários Licenciados que tem alguma expressão no cômputo geral, 13.04%.
NÍVEL DE ESCOLARIDADE Nº % Menos de 4 Anos de Escolaridade 12 5,22 4 Anos de Escolaridade 79 34,35 6 Anos de Escolaridade 46 20,00 9 Anos de Escolaridade 16 6,96 11 Anos de Escolaridade 8 3,48 12 Anos de Escolaridade 19 8,26 Curso de Formação Profissional 8 3,48 Bacharelato 4 1,74 Licenciatura 30 13,04 Mestrado 2 0,87 Doutoramento 3 1,30 Outros 3 1,30
Tabela 35: Nível de Escolaridade dos Empresários
Façamos, agora, uma análise ao nível do tempo de permanência na empresa como dirigentes, iniciando por saber se os actuais empresários foram os fundadores da empresa ou se já houve
37 processos de sucessão. Assim sendo, conclui-se que a maioria dos actuais empresários foram os fundadores das empresas em que se encontram (78.9%), sendo que apenas 21.1% não o são.
Percentagem Percentagem Frequência Percentagem Válida Acumulada Sim 120 71,4 78,9 78,9 Não 32 19,0 21,1 100,0 Total 152 90,5 100,0
NR 13 7,7 NA 3 1,8 Total 16 9,5 TOTAL 168 100,0
Tabela 36: Fundação da Empresa pelos Actuais Empresários
Considerando este dado, verifiquemos há quantos anos os empresários dirigem as suas empresas.
ANOS Nº PERCENTAGEM 1-5 33 23,08 6-10 29 20,28 11-15 21 14,69 16-20 24 16,78 21-25 15 10,49 26-30 14 9,79 31-35 2 1,40 36 + Anos 5 3,50 TOTAL 143 100
Tabela 37: Número de Anos como Empresário
Da análise da tabela anterior poder-se-á concluir que existe um número significativo de empresários que dirigem a empresa há relativamente poucos anos, na medida em 23.08% se situa no intervalo entre 1 e 5 anos e 20.28% entre 6 e 10 anos. Note-se, também, que 16.78% dos empresários dirigem a empresa há mais de 16 anos e menos de 21.
Passemos, neste momento, à caracterização geral das empresas partindo dos indicadores previamente definidos.
Considerando, como o referido no ponto anterior, o número de questionários recepcionados verificamos que se destaca o comércio a retalho em estabelecimentos não especificados integrando- se neste sub-sector 24 empresas, seguido dos estabelecimentos de bebidas com 15 empresas, e a nível de destaque refiram-se ainda, registos muito idênticos (8, 7 e 6 respectivamente), na silvicultura e exploração florestal, comércio a retalho de produtos alimentares, fabricação de mobiliário e colchões e restauração.
38
Estes dados indiciam uma predominância do sector terciário no concelho, seguindo-se o secundário e, por último o sector primário. Este último com presença muito reduzida (nos respondentes ao inquérito por questionário), com registo de, apenas, 10 empresas. Note-se que estas dados confirmam a realidade do concelho retratada no capítulo 1 deste estudo, quando referenciados os dados estatísticos oficias.
CAE Sectores Nº de empresas Sector 124 Avicultura 1 Primário 201 Silvicultura e exploração florestal 8 (10 empresas) 151 Abate de animais, preparação e conservação 1 158 Fabricação de outros produtos alimentares 5 Fabricação de folheados, contraplacados, painéis lamel., partículas, fibras e outros 1 painéis 2030 Fabricação de obras de carpintaria para a construção 2 261 Fabricação de vidro e artigos de vidro 1 262 Fabricação de produtos cerâmicos não referenciados 2 2640 Fabricação de tijolos, telhas e de outro 1 265 Fabricação de cimento, cal e gesso 1 2670 Serragem, corte e acabamento da pedra 2 Secundário 281 Fabricação de elementos de construção em metal 2 (45 empresas) 2840 Fabricação de produtos forjados, estampados e laminados e metalúrgica dos pós 2 287 Fabricação de outros produtos metálicos 5 31300 Fabricação de fios e cabos isolados 1 361 Fabricação de mobiliário e de colchões 6 4010 Produção, transporte e distribuição de e 3 452 Construção de edifícios (no todo ou em parte) 2 453 Instalações especiais 2 454 Actividades de acabamento 2 50200 Manutenção e reparação de veículos automóveis 5 50300 Comércio de peças e acessórios para veículos 1 512 Comércio por grosso de produtos agrícolas 1 513 Comércio por grosso de produtos alimentares 1 514 Comércio por grosso de bens de consumo, excepto alimentares, bebidas e tabaco 2 515 Comércio por grosso de bens intermédios, desperdícios e sucata 4 516 Comércio por grosso de maquinas e de equipamentos 1 521 Comércio a retalho em estabelecimentos não especializados 24 522 Comércio a retalho de produtos alimentares 7 524 Comércio a retalho de outros produtos novos em estabelecimentos especializados 14 5530 Restaurantes 6 5540 Estabelecimentos de bebidas 15 602 Outros transportes terrestres 4
651 Intermediação monetária 2 Terciário 70200 Arrendamento de bens imobiliários 1 (98 empresas) 72200 Consultoria e programação informática 1 74 Outras actividades de serviços prestados 1 7420 Actividades de arquitectura, de engenharia 1 74700 Actividades de limpeza industrial 1 804 Ensino para adultos e outras actividades 2 851 Actividades de saúde humana 1 853 Actividades de acção social 2 913 Outras actividades associativas 2 930 Outras actividades de serviços 4 Total 153
Não responde 20
Tabela 38: Actividades Principais das Empresas do Concelho de Mortágua (respondentes ao questionário)
39
Quanto à natureza jurídica (tabela nº39), verifica-se que das 161 empresas que responderam a esta questão a maioria (50,9%), correspondem a pessoas singulares, pertencendo aos trabalhadores independentes e às empresas em nome individual. Seguindo-se a sociedade por quotas com 36,7%. Nestas o capital social é representado por quotas, sendo que a responsabilidade dos sócios é limitada ao montante do capital social investido.
Natureza Jurídica Nº de empresas Percentagem Pessoa Singular 82 50,9% Sociedade em Nome Colectivo 6 3,7% Sociedade por Quotas 59 36,7% Sociedade Anónima 4 2,5% Cooperativa 3 1,9% Outras Associação 2 1,2% IPSS 1 0,6% Sociedade Irregular 2 1,2% Sociedade Unipessoal 2 1,2% TOTAL 161 100%
Tabela 39: Natureza Jurídica das Empresas do Concelho de Mortágua (respondentes ao questionário)
No que concerne ao número de sócios das empresas do nosso concelho, constata-se que a maioria das empresas é composta por apenas um empresário (56.7%), seguindo-se 37 empresas em que existem 2 sócios (23.6%), e em terceiro lugar surgem 10 empresas que, por sua vez, são constituídas por 4 sócios. É de referir a existência de uma empresa/associação que possui 5400 sócios.
Nº de Nº de Sócios Percentagem Empresas 1 89 56,7% 2 37 23,6% 3 8 5,1% 4 10 6,4% 5 1 0,6% 6 3 2% 7 1 0,6% 8 1 0,6% 39 2 1,2% 50 1 0,6% 87 1 0,6% 140 1 0,6% 1265 1 0,6% 5400 1 0,6% TOTAL 157 100%
Tabela 40: Nº de Sócios nas Empresas do Concelho de Mortágua (respondentes ao questionário)
40
Quanto ao número de sócios a trabalhar nas empresas, constata-se, a partir da análise da tabela seguinte, que, na maioria das empresas 64.7%) trabalha um sócio. Seguindo-se 37 empresas em que dois sócios se encontram a trabalhar directamente nas mesmas. Note-se a existência de uma entidade em que existem 22 colaboradores que são, simultaneamente sócios (associados).
Nº de Sócios Nº de Percentagem Trabalhadores Empresas 0 7 4,5 % 1 101 64,7% 2 37 23,7% 3 6 3,8% 4 3 1,9% 7 1 0,6% 22 1 0,6% TOTAL 156 100%
Tabela 41: Nº de Sócios Trabalhadores na Própria Empresa
Dos resultados da análise da tabela abaixo indicada, leva-nos a concluir que grande maioria das empresas, se encontram classificadas nos três escalões com menor capital social, nesta medida 36 empresas possuem um capital social de 5000 euros, seguindo-se 15 empresas com capital social entre 5001 e 25000 euros e em terceiro, referimos 9 empresas que possuem 25001 a 125000 euros. Sendo de destacar a existência de 5 empresas com um elevado capital social, que se classifica (entre 500001 a 2500001 euros).
Nº de Capital Percentagem Empresas = 5000 euros 36 51,4% 5001 a 25000 euros 15 21,4% 25001 a 125000 euros 9 12,9% 250001 a 500000 euros 3 4,2% 125001 a 250000 euros 1 1,4% 500001 a 2500000 euros 5 7,1% + de 2500001 euros 1 1,4% Total 70 100%
Tabela 42: Capital Social das Empresas do Concelho de Mortágua
Quanto á origem do capital social, a clara maioria dos respondentes possui capital nacional privado – 85 empresas, correspondendo a 97.70% do total. Dos dados obtidos, apenas surgem duas empresas em diferente situação, uma possui capitais inteiramente nacionais públicos e uma outra com capitais estrangeiros privados.
Nacional Estrangeiro Estrangeiro Nacional Privado Total Público Privado Público Origem do Nº empresas % Nº empresas % Nº empresas % Nº empresas % Nº empresas % Capital 85 97.70% 1 1.15% 1 1.15% 0 0 87 100%
Tabela 43: Origem do Capital Social
41
No que respeita à finalidade dos produtos/serviços das empresas do concelho de Mortágua, a grande maioria (119 empresas) destinam-se ao consumidor/beneficiador final, seguindo-se 26 empresas cujos produtos serão para a área de construção civil. Em terceiro lugar, surge a transformação/incorporação que, juntamente com os serviços surgem como destino dos produtos de 16 empresas, respectivamente. Como podemos verificar na tabela abaixo apresentada as restantes finalidades diluem-se por um conjunto, mais ou menos disperso de finalidades.
Finalidade Produtos /Serviços Nº de empresas Percentagem Consumidor final/beneficiário final 119 74,4% Transformação/Incorporação 16 10,1% Agricultura 5 3,1% Serviços 16 10,1% Construção Civil 26 16,4% OUTROS Armazém e Distribuição 2 1,2% Empresas e Organizações 3 1,9% Escolas e Instituições 1 0,6% Financeiros 1 0,6% Indústria Geral 1 0,6% Restauração, Hotelaria e Cafés 1 0,6%
Tabela 44: Finalidade dos Produtos/Serviços Produzidos pelas Empresas do Concelho de Mortágua
Quando analisamos os principais produtos/serviços das empresas teremos, de imediato, que fazer uma distinção, decorrente de uma constatação anterior, a da predominância do sector terciário no concelho, que é entre produtos produzidos e/ou transformados pela empresa e produtos, apenas, comercializados. Naturalmente a predominância é para o segundo tipo, isto é, empresas que apenas intervêm na colocação no mercado – 44.14%. Seguindo-se os que funcionam exclusivamente como prestadores de serviços (27.48%). As empresas cuja actividade é dominada pelo processo de transformação industrial (com produtos próprios ou transformados por si) contam com 18.02% do total. Saliente-se, ainda, e considerando as características do concelho ao nível da ocupação do solo, a existência de 6.76% das empresas respondentes cujos produtos estão ligados à exploração ou transformação florestal.
Designação Nº de empresas Percentagem Produtos apenas comercializados pela empresa 98 44,14% Produtos produzidos/transformados pela própria empresa (Indústria) 40 18,02% Serviços prestados a outrem 61 27,48% Produtos produzidos/transformados pela empresa – floresta 15 6,76% Outros 8 3,60% TOTAL 222 100%
Tabela 45: Principais Produtos / Serviços das Empresas do Concelho de Mortágua
Em termos do tipo de comercialização dos produtos/serviços, verificamos que o método de venda directa ao público na empresa é predominante tendo sido sinalizado por 55,34% dos inquiridos.
42
Seguindo-se a procura efectuada pelos clientes na própria empresa (20,39%) e em terceiro lugar o processo de distribuição efectuado pela empresa em frota própria (8.74%).
Comercialização Produtos/ Serviços Frequência de % Total Respostas Venda directa ao púbico na empresa 114 55,34% Postos de venda fora da empresa 3 1,46% Vendedores / Comissionistas 9 4,37% Revendedores / Intermediários 11 5,34% Faz distribuição c/ frota própria 18 8,74% Clientes procuram produto na empresa 42 20,39% OUTRAS Clientes certos 1 0,49% Contacto directo c/ cliente pela gerência 1 0,49% Contactos e envio de informação 2 0,97% Fábricas de celulose e serrações 1 0,49% Prestação de serviços 3 1,46% Procura dos Cientes 1 0,49% TOTAL 206 100%
Tabela 46: Mecanismos de Comercailização dos Produtos / Serviços
No que se refere à origem das matérias-primas as conclusões que poderemos inferir são as seguintes: 48 empresas (33.80%) adquirem-nas fora do concelho de Mortágua, mas dentro do país, não sendo especificada, concretamente, a proveniência. Se a estas se juntarem todos os registos de aquisição dentro do país, mas fora do concelho, a percentagem é, ainda, mais significativa – 63.38% (90 das 142 empresas) que compram matérias-primas fora do concelho. Apenas 19 (11.3%) referem a aquisição das suas dentro do concelho. Note-se, ainda, que 31 empresas adquirem-nas no estrangeiro, com predominância nos países da União Europeia.
Origem das Matérias-Primas Nº de Empresas %
Mortágua 19 13,38% Tondela 1 0,70% Mealhada 3 2,11% Lisboa 2 1,41% Porto 7 4,93% Coimbra 16 11,27% Viseu 8 5,63% Aveiro 1 0,70% Figueira da Foz 1 0,70% Nelas 1 0,70% Penacova 1 0,70% Santa Comba Dão 1 0,70% Fora do Concelho, mas no país (NE) 48 33,80% União Europeia 20 14,08% Fora da União Europeia 5 3,52% África 3 2,11% Ásia 1 0,70% América 1 0,70% OUTROS Estrangeiro (NE) 1 0,70% Diversos (NE) 2 1,41% TOTAL 142 100%
Tabela 47: Origem das Matérias-Primas Consumidas
43
Os resultados aposentados na tabela abaixo indicada, indiciam que a maioria das empresas do concelho de Mortágua (72.48%) diz não utilizar qualquer tipo de promoção dos produtos, contrapondo a este resultado, 41 empresas respondem afirmativamente a esta questão (27,52%).
Nº de Empresas Percentagem Sim 41 27,52% Não 108 72,48% Total 149 100%
Tabela 48: Nº de Empresas que Utilizam Formas de Promoção dos Produtos / Serviços
Das que disseram utilizar formas de promoção habitualmente fazem-no através de folhetos/catálogos publicitários (22,83%), seguindo-se a publicação nos jornais e revistas (15,22%). A Internet foi outra das formas de divulgação referidas com 1% das empresas a optarem por divulgar os seus produtos por este meio (registo considerado pouco elevado, na medida em que, actualmente, este é um dos veículos de abertura a um mercado cada vez mais global, com fortes potencialidades).
Promoção Produtos / Serviços Nº de Empresas %
Catálogos / Folhetos 21 22,83% Revistas / Jornais 14 15,22% Rádio 9 9,78% TV 2 2,17% Participação em Feiras Nacionais 6 6,52% Participação em Feiras Internacionais 5 5,43% Descontos 7 7,61% Internet 13 14,13% OUTRA FORMA Aposta na Qualidade 1 1,09% Apresentação Gráfica 1 1,09% Calendários 2 2,17% Camisolas / Batas 1 1,09% Contactos Directos 1 1,09% Viaturas 2 2,17% Eventos 1 1,09% Mostra de Obras Realizadas 1 1,09% No próprio estabelecimento 1 1,09% Patrocínios 3 3,26% Promoções 1 1,09% TOTAL 92 100%
Tabela 49: Formas de Promoção
44
Ao analisarmos os dados constantes na tabela seguinte, podemos constatar que, de uma forma geral, as empresas do concelho de Mortágua, não se encontram muito familiarizadas com as questões da informática: apenas cerca de 37% possuem endereço electrónico, 82.4% não possui Site na Internet, 84.17% não tem Rede Informática Interna na empresa e apenas 39.84% têm acesso à Internet.
Utilização de Novas Tecnologias Nº de Empresas Sim % Não % A empresa está dotada de equipamentos informáticos (Exemplo de Hardware: computadores fixos, 65 51,59% 61 48,41% portáteis, impressoras, scanner,...... )? A empresa tem acesso à Internet? 49 39,84% 74 60,16% A empresa tem instalada alguma Intranet (rede interna ) ? 19 15,83% 101 84,17% A empresa possui endereço electrónico (e-mail ) ? 47 37,60% 78 62,40% A empresa tem algum site na Internet? 22 17,60% 103 82,40%
Tabela 50: Utilização de Novas Tecnologias
45
3.1.2 Infra-Estruturas
Considera-se infra-estruturas o conjunto de instalações e meios prévios para o funcionamento de uma determinada actividade, neste contexto passa-se à análise das infra-estruturas das empresas do concelho de Mortágua, começando por se observar a tabela nº51em que, das 158 empresas que responderam a esta questão, 65.82% laboram em instalações próprias, sendo que 27,4% indicam que as instalações são arrendadas. O número de empresas com instalações cedidas gratuitamente é muito reduzido, apenas 8.
Propriedade das Instalações Nº de Empresas Percentagem Próprias 104 65.82% Arrendadas 46 29.11% Cedidas gratuitamente 8 5.06% TOTAL 158 100,0%
Tabela 51: Regime de Propriedade das Instalações das Empresas do Concelho de Mortágua
No que concerne à área ocupada pelas empresas, a primeira constatação é a de que a maioria das empresas, independentemente, do departamento considerado ocupa uma área que se situa até aos 100 m2. Os departamentos em que se registam áreas ocupadas mais elevadas são da produção e comercial.
Instalações Área Produção % Administrativa % Comercial % Armazém % E(P)TAR % Não tem 93 65,49% 88 61,97% 59 41,55% 109 76,76% 139 97,89% 100 m2 18 12,68% 40 28,17% 38 26,76% 16 11,27% 3 2,11% 101 a 250 m2 12 8,45% 8 5,63% 33 23,24% 7 4,93% 0 0% 251 a 1.000 m2 11 7,75% 4 2,82% 10 7,04% 7 4,93% 0 0% 1.001 a 2.500 m2 2 1,41% 2 1,41% 2 1,41% 3 2,11% 0 0% 2.501 a 5.000 m2 4 2,82% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 5.001 a 10.000 m2 1 0,70% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% + 10.000 m2 1 0,70% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% TOTAL – 142 empresas
Tabela 52: Área Ocupada pelos Diferentes Sectores nas Empresas
Em termos de idade média das instalações verifica-se que a maioria (34%) possui mais de 11 anos, sendo que um número similar tem, mesmo, mais de 25 anos (31.33%).
46
Idade Instalações Nº de Empresas Percentagem - 5 anos 20 13.33% 5 a 10 anos 32 21.33% 11 a 25 anos 51 34% + 25 anos 47 31.33% TOTAL 150 100%
Tabela 53: Idade Média das Instalações das Empresas do Concelho de Mortágua
Quanto à última remodelação nas instalações das empresas, salienta-se que 43 (29.66%) dos respondentes declaram nunca ter feito qualquer remodelação. No entanto 34 empresas (23.45%) sofreram alguma remodelação há menos de 2 anos, semelhante a este resultado, posicionam-se 35 empresas que referem ter feito a última remodelação entre 3-5 anos.
Remodelação Instalações Nº de Empresas Percentagem Menos de 2 anos 34 23.45% Entre 3 e 5 anos 35 24.14% Entre 6 e 10 anos 26 17.93% Entre 11 e 25 anos 6 4.14% Há mais de 25 anos 1 0.69% Nunca fez 43 29.66% TOTAL 145 100%
Tabela 54: Realização da Última Remodelação das Instalações
Quando analisamos a necessidade dos empresários em sair das actuais instalações verificamos que os resultados revelam que 127 empresas (86.39%) manifestam-se satisfeitos com as suas actuais instalações, na medida em que apenas 13.61% refere a necessidade de mudar de instalações.
Nº de Empresas Percentagem Sim 20 13,61% Não 127 86,39% TOTAL 147 100%
Tabela 55: Empresas com Necessidade de Novas Instalações
Em termos de idade dos equipamentos produtivos verificamos a tendência para a existência de equipamentos relativamente recentes. Cerca de metade destes tem menos de 5 anos, seguindo-se o 3º intervalo considerado (entre os 6 e 10 anos) com 28.93%, no entanto, é de salientar a existência de 19,01% dos equipamentos com mais de 11 anos e 2.48% das empresas cujos equipamentos produtivos têm idades superiores a 25.
Idade equipamentos produt. Nº de Empresas Percentagem Menos de 2 anos 20 16.53% Entre 3 e 5 anos 40 33.06% Entre 6 e 10 anos 35 28.93% Entre 11 e 25 anos 23 19.01% Há mais de 25 anos 3 2.48% TOTAL 121 100%
Tabela 56: Intervalo de Idades dos Equipamentos Produtivos
47
3.1.3 Internacionalização
INTERNACIONALIZAÇÃO: Ampliação do campo de actuação de uma empresa, ou de uma economia, para além do território nacional. As empresas internacionalizam-se quer através das suas operações comerciais, comprando produtos estrangeiros ou desenvolvendo as suas exportações, quer através do investimento, criando ou tomando o controlo de sociedades estrangeiras. Uma economia internacionaliza-se quando se abre ao exterior, quer através das suas operações comerciais, quer através das suas operações financeiras. Glossário, on line em www.icep.pt
Com a crescente liberalização internacional das actividades comerciais e industriais e com o acentuar da concorrência por cima das fronteiras políticas, a internacionalização da actividade empresarial preocupa hoje grandes e pequenas empresas, não se restringindo a um pequeno número das mais ousadas ou especialmente vocacionadas para as actividades externas.
As formas de internacionalização deixaram de ser apenas a tradicional exportação para um cliente distante e mais ou menos desconhecido, ou a abertura de uma filial no exterior para aproveitamento das vantagens comparativas do país hóspede, para se repartir por formas tão diversas como: o comércio intra-empresa (característica das empresas multinacionais), os investimentos cruzados entre empresas de diversos países e, sobretudo, variados tipos de acordos de cooperação industrial ou comercial, em que participam empresas de diversas dimensões, empresas financeiras, governos, instituições supra-nacionais, entre outras.24 Por detrás das profundas e aceleradas mudanças ocorridas nas duas últimas décadas estão "(...) os crescentes níveis de inter-relação entre as economias nacionais, o crescente protagonismo adquirido por novas e mais dinâmicas formas da vantagem competitiva, o recurso a mecanismos mais complexos de concorrência, ou as alterações havidas nas formas de organização das actividades empresariais", a que também não é alheio o progresso nas tecnologias de informação e das telecomunicações.25
Neste contexto e relativamente às empresas do concelho de Mortágua, propomos conhecer quais os países com os quais mantêm relações comerciais, quais as intenções e estratégias de internacionalização e quais os motivos pelos quais determinadas empresas não exportam os seus produtos/serviços.
Em resposta às questões levantadas anteriormente e após a análise da tabela seguinte, verifica-se um baixo índice de empresas exportadoras, apenas 12.3% das 138, sendo que a maioria (49.3%) apenas actua no mercado localmente, sendo a expressão do mercado regional e nacional de 19.6% e 18.8%, respectivamente.
Extensão geográfica Nº Empresas Percentagem Local 68 49,3% Regional 27 19,6% Nacional 26 18,8% Internacional 17 12,3% TOTAL 138 100,0%
Tabela 57: Extensão Geográfica do Mercado
24 cf. Abrantes, António A. C., A Internacionalização Empresarial Numa Economia Mundializada, on line em www.ipv.pt/millenium
25 Alonso, J. Antonio (1994), Nuevas Tendencias en el Comercio Internacional, Información Comercial Española, Ministerio de Comercio Y Turismo, Madrid
48
Considerando as empresas que registam clientes fora do país os que surgem com maior relevância são pertencentes à União Europeia, nomeadamente Espanha, França e Luxemburgo.
2003 2004 2005 Países Nº Resp. % Nº Resp. % Nº Resp. % Angola 2 11,76% 2 8,00% 2 10,53% São Tomé 2 11,76% 2 8,00% 2 10,53% Espanha 3 17,65% 5 20,00% 5 26,32% França 4 23,53% 5 20,00% 5 26,32% Inglaterra / R. U 1 5,88% 4 16,00% 3 15,79% Luxemburgo 3 17,65% 2 8,00% 2 10,53% Alemanha 1 5,88% 1 4,00% 0 0,00% Costa do Marfim 0 0,00% 1 4,00% 0 0,00% Suécia 0 0,00% 1 4,00% 0 0,00% Países Nórdicos 1 5,88% 1 4,00% 0 0,00% Zimbabué 0 0,00% 1 4,00% 0 0,00% TOTAL 17 100,00% 25 100,00% 19 100,00%
Tabela 58: Países de Exportação
Em termos de projectos de internacionalização, do total de respostas dadas, apenas 5,8% das empresas pretende optar por esta via.
Nº de Empresas Percentagem Sim 6 5.8% Não 98 94.2% TOTAL 104 100%
Tabela 59: Intenção de Internacionalização
Para as seis empresas que poderão integrar um eventual projecto de internacionalização, a vizinha Espanha será o destino mais provável, com 66.7%, sendo que o outro será o dos PALOP’s.
Nº Empresas Percentagem Espanha 4 66,7% PALOP`S 2 33.3% TOTAL 6 100% Tabela 60: Destinos de Exportação das Intenção de Internacionalização
Questionados sobre os motivos que constituem uma maior inibição à exportação, os empresários referenciaram que a dimensão suficiente do mercado nacional, com 32.26% das opiniões, seguindo-
49 se da falta de infra-estruturas que impedem a competição com os outros países também exportadores e, ainda o medo do risco que representa essa opção, são os factores mais referenciados. (10.75%)
Motivos de não exportação Nº Empresas %
Não conhece os mercados 6 6.45% Pensa que é arriscado 10 10.75% Necessidade adaptar produtos/serviços 4 4.30% Não tem infra-estruturas 21 22.58% O mercado nacional é suficiente 30 32.26% Tem problemas financeiros 2 2.15% Falta de pessoal qualificado 1 1.075% Falta de incentivos estatais 3 3.23% Custo elevado 6 6.45% OUTRO MOTIVO Actividade não o permite 2 2.15% Área de negócio não é compatível 1 1.075% Característica do negócio 2 2.15% Competitividade 1 1.075% Dimensão da empresa 1 1.075% Não há trabalho 1 1.075% Não tem expressão 1 1.075% Processo de reconhecimento 1 1.075% TOTAL 93 100%
Tabela 61: Motivos da Não Internacionalização das Empresas
50
3.1.4 Certificação
“CERTIFICAÇÃO: Procedimento segundo o qual uma terceira parte dá uma garantia escrita de que um produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados.”26
“Certificar consiste em demonstrar a conformidade das características de um produto, serviço ou sistema face a um documento de referência preciso que estabeleça e quantifique os parâmetros que devem ser verificados.
O processo de certificação de uma empresa consiste na concepção, criação, implementação e certificação de um Sistema da Qualidade, conforme a um Modelo de Garantia da Qualidade adequado. A certificação de Sistemas de Garantia da Qualidade inicia-se com a identificação dos processos operativos que caracterizam a(s) actividade(s) da empresa e que são objecto de procedimentos escritos, consistindo em demonstrar a sua conformidade com uma das normas de garantia da qualidade.”27
A certificação tem vantagens tanto a nível interno da empresa, como a nível externo. Internamente, verifica-se uma melhoria do funcionamento da organização, nomeadamente: a certificação actua como um factor motivador, ao exigir a participação de todos, e ao estabelecer obrigações na formação dos recursos humanos, contribuindo para a criação de uma nova cultura no sentido da melhoria contínua da qualidade da empresa; determina, ainda, a definição clara de responsabilidades; contribui para a redução de custos, devido à diminuição de desperdícios, rejeições e reclamações. Ao nível externo, mesmo internacional, a certificação confere uma melhor imagem à empresa, contribuindo para atrair a confiança dos seus clientes, actuais e potenciais. Há sectores em que a empresa tem dificuldade em sobreviver se não implementar um sistema da qualidade. Uma empresa certificada integrará o Sistema Português da Qualidade (SPQ). A opção pela certificação tem custos, os quais serão normalmente compensados por uma redução sensível dos custos da não qualidade. As despesas inerentes à implementação de um Sistema de Garantia da Qualidade dependem do estado em que se encontra a empresa nesta matéria, bem como do sector de actividade em que a mesma se posiciona. Os custos da certificação são, por vezes, apoiados por programas de financiamento.28
A função certificação tem como objectivo a avaliação da competência técnica de entidades para fornecerem serviços de acordo com determinadas normas ou especificações técnicas. Estão em funcionamento os sistemas de: certificação de produtos, certificação de empresas e de certificação de pessoas. A certificação de empresas consiste na demonstração de que um sistema de gestão da Qualidade ou Ambiente se encontra conforme determinado referencial normativo. A certificação de sistemas da qualidade e ambiente, no âmbito do SPQ é atribuída por Organismos de Certificação Acreditados (OCA), com base em auditorias da qualidade efectuadas por auditores qualificados e dá lugar à emissão de um certificado de conformidade. O Instituto Português da Qualidade (IPQ) delegou na Associação para a Certificação de Produtos (CERTIF), a competência para efectuar a certificação de produtos, atribuindo a Marca Nacional de Conformidade com as Normas para produtos certificados, correntemente designada "Marca Produto Certificado". A marca Produto Certificado, quando colocada num produto, assegura a conformidade deste com a norma ou especificação técnica que lhe é aplicável, assegurando que o mesmo foi produzido por um fabricante que dispõe de um sistema de controlo da produção adequado.
26 In, Glossário da Qualidade, on line em www.ipq.pt 27 In, Temas A-Z: Desenvolver – Qualidade e Certificação, on line em www.iapmei.pt 28 Idem, ibidem
51
A certificação de pessoas é um meio através do qual uma entidade demonstra, de um modo credível, de acordo com regras e através de uma avaliação adequada, que uma pessoa é competente para efectuar uma determinada actividade.29
Apresentamos de seguida os resultados do inquérito por questionário realizado às empresas do concelho de Mortágua relativamente à temática da Certificação.
Em termos de Certificação, verificamos que existe um número bastante reduzido de Empresas Certificadas, apenas 5% (7 empresas), somente 4.3% se encontram em fase de certificação, sendo que 90,7% não apresentam qualquer tipo de certificação.
Nº Empresas Percentagem
Certificadas 7 5,0 Não Certificadas 127 90,7
Em fase de certificação 6 4,3 TOTAL 140 100,0
Tabela 62: Estado da Certificação de Empresas
Concluímos, ainda, que para além de ser pouco difundida (apenas 7 empresas são certificadas), a certificação é um processo muito recente, ocorrido essencialmente nos últimos 6 anos, de facto, 80% destas empresas certificou-se após o ano 2000.
Nº Empresas Percentagem 1981 1 20,0
2000 1 20,0 2003 1 20,0
2004 2 40,0 TOTAL 5 100,0
Tabela 63: Número de Empresas Certificadas por Ano
29 cf. Áreas – Qualidade, on line em www.aeportugal.pt
52
3.1.5 Ambiente e Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho
“Todos os cidadãos têm direito a um ambiente humano e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender (...).”30
Face a este princípio, a política de ambiente tem por fim optimizar e garantir a continuidade de utilização dos recursos naturais, qualitativa e quantitativamente, como pressuposto básico de um desenvolvimento auto-sustentado. Esta lei visa, fundamentalmente, a defesa do ambiente humano e ecologicamente equilibrado, pela preservação dos recursos ambientais naturais, como água, ar, luz, solo e subsolo, flora e fauna, e a promoção da melhoria da qualidade de vida individual e colectiva, combatendo a poluição e a degradação do ambiente. A existência de um ambiente propício à saúde e bem estar das pessoas e ao desenvolvimento social e cultural das comunidades, bem como à melhoria da qualidade de vida, pressupõe a adopção de medidas que visem, designadamente, garantir o mínimo impacte ambiental, através de uma correcta instalação em termos territoriais das actividades produtivas conseguida pela observância de alguns deveres, na sua instalação e laboração, sob pena de incorrerem em responsabilidade civil pelos danos que causem a terceiros, para além das contra-ordenações a que haverá lugar em caso de violação dos referidos deveres. A obrigação de cumprimento dos deveres de protecção dos valores fundamentais da vida, da integridade física e saúde de todos quantos intervêm no processo de exploração económica da empresa decorre de fontes internacionais (convenções, tratados, directivas) e de fontes nacionais (lei constitucional, lei ordinária, convenções colectivas de trabalho) e está sujeita à fiscalização do Estado através de diversos organismos públicos.31
Resíduos Os resíduos industriais são definidos no Decreto-Lei n.º 239/97, de 9 de Setembro como "os resíduos gerados em actividades industriais, bem como os que resultem das actividades de produção e distribuição de electricidade, gás e água". A gestão de resíduos para ser bem implementada, exige que se conheçam adequadamente a natureza, os quantitativos e os destinos finais dos resíduos produzidos. Seguem-se os dados recolhidos sobre as empresas de Mortágua relativamente à produção e tratamento de resíduos.
Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho
“A história da legislação e a regulamentação das matérias relativas à Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (SHST) têm de ser vistas no contexto da formação social do Portugal contemporâneo e, mais concretamente, no quadro da racionalização técnica e organizacional das empresas que, lenta e tardiamente, acompanhou o nosso processo de desenvolvimento, bem como no âmbito da protecção social dos trabalhadores. Em última análise, não podem ser dissociadas da problemática do desenvolvimento, entre nós, do Estado-Providência. De facto, a produção legislativa sobre SHST não é uma consequência automática da industrialização. Tem de ser compreendida no âmbito do papel de regulação social que cabe ao Estado, na sequência do processo de modernização. De uma perspectiva histórica e sociológica, esta legislação específica também não pode ser separada das lutas dos trabalhadores portugueses pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho, nem das tendências internacionais (Criação da OIT, em 1919 e da OMS, em 1948; adesão à EFTA, em 1959; integração europeia, em 1986, adesão ao Sistema Monetário Europeu em 1992). Mais uma vez são factores exógenos que estão na origem da adopção de legislação inovadora. Referimo-nos, neste caso, à adesão à CEE, consumada no Tratado de Lisboa, de 12 de Junho de 1985, e que veio culminar um longo processo de negociações começado pelo 1º governo constitucional, chefiado por Mário Soares (1977). Acaba por ser pela via da transposição para o nosso direito interno da Directiva 89/391/CEE (a par da Convenção nº 155 da OIT, de 1981) e das directivas especiais na acepção da directiva-quadro, mas também pela via da concertação social, que o País adopta finalmente um quadro de referência legislativo e conceptual no domínio da saúde no local de trabalho que podemos considerar verdadeiramente moderno.”32
30 Lei de Bases do Ambiente, Nº 1 do artigo 2º da Lei nº 11/87, de 7 de Abril 31 IAPMEI e Leónidas, Matos & Associados, Temas A-Z, Formalidades e Aspectos Legais - Ambiente e Segurança nas Empresas, on line em www.iapmei.pt).
32 Graça, Luís (1999), “Enquadramento histórico da produção legislativa no domínio da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, SH&ST”
53
Os princípios basilares e as obrigações, deveres e direitos, para as empresas e para os trabalhadores, derivam do Decreto-Lei nº 441/91, de 14 de Novembro, Decreto-Lei nº 26/94, de 1 de Fevereiro e ainda da Lei nº 99/2003, de 27 de Agosto, que aprova o Código do Trabalho (artigos 272º a 280º) e do seu Regulamento (artigos 211º a 289º, da Lei n.º 35/2004, de 27 de Julho).
Vejamos de que forma as empresas que responderam ao inquérito por questionário, se posicionam face a estas temáticas: se e como implementam medidas para proteger a saúde, segurança e higiene dos seus colaboradores e como prevêem evoluir nesta matéria.
No que concerne a resíduos eventualmente poluentes, verificamos que grande parte das empresas não gere este tipo de resíduos, 81,8%. Isto é, apenas 26 empresas referem a sua produção.
Nº Empresas Percentagem Sim 26 18,2 Não 117 81,8 TOTAL 143 100,0
Tabela 64: Relação de Empresas e Resíduos Eventualmente Poluentes
Sendo que, quando tal acontece, o tipo de resíduos gerados pelas empresas é bastante diversificado. Sintetizando-se na tabela seguinte os referenciados/considerados pelos empresários respondentes.
Tipo de Poluentes Nº Empresas Resíduos Líquidos e Lamas Águas Residuais 2 Borras 1 Colas 1 Lubrificantes 1 Óleos 5 Verniz 1 Lamas de ETAR 1 TOTAL: 12 Resíduos Sólidos Desperdícios de Alumínios 1 Vidro 3 Plástico 1 Resíduos de manutenção e reparação automóvel 8 Hospitalares 1 Papel 2 Embalagens 1 Derivados e desperdícios de Madeira 3 Resíduos de Soldadura 1 TOTAL: 21 Emissões Gasosas Fumos de Soldadura 1 Gases Diversos 4 TOTAL: 5
Tabela 65: Tipo de Poluentes Gerados pelas Empresas
54
Podemos ainda constatar que o tratamento dos resíduos não é efectuado na maioria das empresas que os geram, sendo que 59,7% não tem qualquer tipo de procedimento neste sentido.
Tratamento de Resíduos Nº Empresas Percentagem
Sim 25 40,3
Não 37 59,7
TOTAL 62 100,0
Tabela 66: As Empresas e o Tratamento de Resíduos
Relativamente à implementação de medidas de higiene, saúde e segurança no trabalho (HSST), podemos observar que um número considerável de empresas implementou medidas nesse sentido, 73,8%, o que revela, quanto a nós, uma crescente preocupação por parte do sector empresarial relativamente a estas questões.
HSST Nº Empresas Percentagem
Sim 93 73,8
Não 33 26,2
TOTAL 126 100,0
Tabela 67: As Empresas e a Implementação de Medidas HSST
O tipo de medidas de Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho implementadas é muito variado, sendo a Contratação de uma Empresa especializada o mais recorrente, presente em 30,4% das empresas, seguido da implementação das medidas exigidas pela legislação, 19%, da Medicina no trabalho, 13,9%, da colocação de Extintores, 12,7%, de Equipamento de Protecção Individual, 7,6%, HACCP, 5,1%, Saídas de Emergência, Seguro de Acidentes de trabalho, Formação e Informação, 2,5%, e por fim as medidas implementadas de forma menos frequente nas empresas, que são: a adaptação das instalações, a protecção das máquinas, e as auditorias, contando apenas com 1,3% da frequência.
55
Medidas de HSST Implementadas Nº Empresas Percentagem
Adaptação das Instalações 1 1,3
Auditorias 1 1,3
Contratação de Empresa 24 30,4 Equipamentos de Protecção 6 7,6 Individual
Exigidas pela legislação 15 19,0
Extintores 10 12,7
Formação/Informação 2 2,5
HACCP 4 5,1
Medicina no Trabalho 11 13,9
Protecção Máquinas 1 1,3
Saídas de Emergência 2 2,5
Seguro Acidentes de Trabalho 2 2,5
TOTAL 79 100,0
Tabela 68: Medidas Implementadas de HSST
No caso das empresas que não implementaram medidas de HSST e que prevêem implementar, a maioria, 54,5%, prevê fazê-lo a curto prazo, 27,3% a médio prazo e apenas 18,2% a longo prazo. Podemos, deste modo, concluir que as empresas que pretendem implementar este tipo de medidas admite fazê-lo a curto ou médio prazo. No entanto, notamos também que o nível de não resposta é bastante elevado nesta pergunta, pelo que podemos concluir que as empresas que não implementaram medidas HSST não pretendem, na sua maioria, fazê-lo no futuro.
Implementação de HSST Nº Empresas Percentagem Curto prazo 6 54,5
Médio Prazo 3 27,3
Longo Prazo 2 18,2 TOTAL 11 100,0
Tabela 69: Previsão da Implementação de HSST nas Empresas que não Possuem
56
3.1.6 Inovação e Desenvolvimento
A envolvente internacional nos dias de hoje é caracterizada pela forte influência das tecnologias de informação e comunicações em todas as áreas da empresa, obrigando a alterações fundamentais nos padrões tradicionais de desenvolvimento de produtos, produção industrial, marketing e concorrência.
Como consequência do custo decrescente dos componentes, equipamentos e dispositivos, sistemas operativos, software aplicações e da sua disponibilidade nos mercados internacionais, é hoje relativamente mais importante assentar a competitividade em factores intangíveis, como por exemplo: qualidade, design, variedade, tempos de desenvolvimento, capacidade de integração de sistemas, qualificação de recursos humanos, complementaridade de serviços, entre outros, do que em factores tangíveis (ie os equipamentos e suas características técnicas).
Para melhor compreender a complexa relação entre inovação tecnológica e competitividade importa, antes do mais, definir melhor o que não é e o que é a tecnologia. Antes de mais, a tecnologia não pode ser considerada como essencialmente exógena ao sistema económico, igualmente acessível a qualquer empresa e adquirível a custo zero. A tecnologia contém elementos tácitos que só são adquiríveis através de processos complexos de aprendizagem empresarial e acumulação de competências tecnológicas ao longo do tempo. Isto significa que não basta comprar computadores e software para se ser tecnologicamente competitivo. É necessário aprender a seleccionar as tecnologias correctas em cada caso, adaptá-las às condições de cada empresa e saber operá-las no limite máximo da sua eficiência.
A inovação tecnológica está muito longe do tradicional modelo linear, em que à ID fundamental sucederia a ID aplicada, o desenvolvimento experimental de protótipos, o desenvolvimento de produtos e finalmente a sua comercialização no mercado. As interacções entre ciência, tecnologia e colocação de inovações no mercado são bastante mais complexas do que o modelo linear deixa transparecer. Hoje em dia ninguém nega que o ritmo da inovação tende a aumentar, i.e., os ciclos de vida do produto ou de melhoramentos na produção e serviços são cada vez mais curtos. A redução dos ciclos de vida é particularmente crítica em sectores onde a competitividade assenta essencialmente no produto. Por outro lado, sabe-se hoje que aparecem com bastante frequência, descontinuidades tecnológicas que obrigam as empresas a encarar mutações radicais nos processos de desenvolvimento de produtos e no seu fabrico. A produção tem vindo a tornar-se mudança- intensiva e o desenvolvimento de produtos conhecimento-intensivo. Uma outra tendência importante do processo de inovação tecnológica de hoje são as crescentes necessidades de ID ao nível da empresa, sobretudo no contexto das grandes empresas. A ID não deve, contudo, ser vista como um pré-requisito que conduz necessariamente a maiores taxas de inovação, mas antes como um mecanismo fundamental de formação e fixação de competências tecnológicas nas empresas, que são condição necessária (mas não suficiente) para uma maior capacidade de inovação.
Em Portugal as despesas com I&D, mesmo em sectores de elevada intensidade tecnológica, são reduzidas e estão concentradas em apenas algumas empresas de maior dimensão. O deficiente envolvimento das empresas Portuguesas em actividades de investigação não significa necessariamente que estas não têm capacidade de inovação tecnológica já que, como sabemos, a relação entre I&D e inovação não é linear e imediata. Outras formas de acumulação de competências tecnológicas dentro das empresas que não passam necessariamente pela prática de ID são, aliás, mais relevantes para o caso português, por exemplo: a formação profissional, a
57 certificação e qualificação dos produtos e da própria empresa, a prática de métodos de gestão da qualidade e o conhecimento dos mercados e das estratégias de marketing33. Analisaremos agora como é que nas empresas do Concelho de Mortágua é abordada a questão da ID, explorando os seguintes aspectos: existência e utilidade de departamentos de ID, protocolos estabelecidos ou a estabelecer com instituições externas de ID (com que instituições e com que objectivos).
Na sua grande maioria, 94,8%, as empresas não possuem um departamento de inovação ou de desenvolvimento de novos produtos. Esta situação reflecte, na nossa opinião, uma situação generalizada em Portugal, com um envolvimento das empresas moderado em actividades de investigação.
Desenvolvimento nas Nº Empresas Percentagem Empresas Sim 7 5,2 Não 128 94,8 TOTAL 135 100,0
Tabela 70: Existência de Departamento de Inovação / Desenvolvimento nas Empresas
Neste sentido, a utilidade da criação de um departamento de inovação é para a grande maioria das empresas, 90,4%, inexistente. O que poderá indiciar necessidade de incentivar os empresários a investir em processos de inovação, em criar sinergias com instituições de ensino e de investigação e desenvolvimento, de modo a incrementar os processos de inovação e diferenciação no interior das empresas.
Utilidade de um Departamento de Nº Empresas Percentagem Desenvolvimento e Inovação Sim 9 9,6
Não 85 90,4
TOTAL 94 100,0
Tabela 71: Utilidade de um Departamento de Desenvolvimento / Inovação nas Empresas
Relativamente à existência de protocolos de colaboração com outras Instituições (Instituições de Ensino, Universidades, Centros Tecnológicos e outras), apenas 8,1% das empresas responderam favoravelmente.
33 Adaptado de Laranja, Manuel, Temas A-Z, Desenvolver - Inovação e TIE, on line em www.iapmei.pt
58
Protocolos com Instituições na Nº Empresas Percentagem Área da Inovação Sim 10 8,1 Não 113 91,9 TOTAL 123 100,0
Tabela 72: Empresas com Protocolos com Instituições na Área da Inovação
O tipo de instituição com o qual as empresas têm protocolos é na maioria dos casos Universidades, 37,5%, seguido de protocolos com empresas, 25%, e por último com Escolas, Centros Tecnológicos e outras entidades.
Tipo de Entidades com as quais existem Nº Empresas Percentagem Protocolos Escolas 1 12,5
Universidades 3 37,5
Centros Tecnológicos 1 12,5
Empresas 2 25,0 Outras entidades 1 12,5 TOTAL 8 100,0
Tabela 73: Tipo de Entidades com as quais existem Protocolos na Área da Inovação
Os objectivos apontados, para estes protocolos, são em primeiro lugar, o desenvolvimento de novos produtos, a troca de saberes, a promoção da Empresa e o acesso a mão-de-obra qualificada.
Motivações para a Realização de Protocolos Nº Empresas Percentagem
Troca de Saberes 1 20 Promoção da Empresa 1 20
Desenvolvimento de Novos Produtos 2 40
Mão-de-Obra Qualificada 1 20 TOTAL 5 100,0
Tabela 74: Motivação que Levou à Realização de Protocolos na Área da Inovação
Apesar do número de empresas com protocolos de colaboração com outras entidades ser reduzido, poucas manifestam a intenção de inverter esta situação. De facto, apenas 6,6% manifestam o seu interesse em estabelecer protocolos no futuro.
59
Intenção de Realização de Nº Empresas Percentagem Protocolos Sim 6 6,6
Não 85 93,4
TOTAL 91 100,0
Tabela 75: Intenção de Realização de Protocolos na Área da Inovação pelas Empresas
Ainda, relativamente à intenção das empresas em estabelecer protocolos, estes seriam preferencialmente com Escolas, 50%, Universidades ou Empresas, 25%.
Tipo Entidades Descritas como Futuros Nº Empresas Percentagem Parceiros Escolas 2 50,0
Universidades 1 25,0
Empresas 1 25,0 TOTAL 4 100,0
Tabela 76: Tipo de Entidades Consideradas para a Realização de Protocolos na Área da Inovação
Estes possíveis protocolos teriam como objectivos principais a Melhoria de Rendimentos, o Desenvolvimento de Novos Produtos/Projectos e o ensaio de equipamentos.
Motivo da Realização de Novas Nº Empresas Percentagem Parcerias Desenvolvimento de novos 2 25 produtos/projectos
Ensaio de Equipamentos 1 25 Melhoria de Rendimentos 2 50 TOTAL 5 100,0
Tabela 77: Motivo da Realização de Novas Parcerias (nas Empresas com essa Intenção)
Considerando, ainda, as questões ligadas à inovação e desenvolvimento nomeadamente no que concerne aos registos e patentes, verificamos que existe um número muito reduzido de empresas com produtos/serviços patenteados, apenas 6. Quanto à existência de marca própria contam-se 15 registos.
Registos e Patentes Nº Empresas Sim % Não % Algum dos seus produtos / serviços está patenteado? 6 5,17% 110 94,83% A sua empresa tem marca própria? 15 12,82% 102 87,18%
Tabela 78: Empresas com Registo de Marcas e/ou Patentes
60
3.1.7 Indicadores Económico-Financeiros
C a r a c t e r i z a ç ã o d a G e s t ã o
Mecanismos de Controlo de Gestão Implementados na Empresa
A Gestão das empresas é feita pelo controlo do Volume de Vendas por Produto
Uma das questões colocadas no inquérito e relacionada com a caracterização de empresas e empresários era sobre o Controlo de Gestão que habitualmente usavam. Para isso dávamos algumas sugestões de mecanismos de controlo de gestão habituais e perguntávamos quais os que entendiam estar a ser utilizados na sua empresa. Era possível responder a mais de uma solução e 131 empresas responderam.
ELEMENTOS de CONTROLO e GESTÃO Nº Respostas %
Plano de Actividades 15 9,15% Orçamento de Exploração 12 7,32% Orçamento Financeiro 14 8,54% Contabilidade Analítica 29 17,68% Controlo por Verificação Sistemática de Rácios 17 10,37% Controlo por Verificação Sistemática de Volume de Vendas por Produto 49 29,88% Controlo por Verificação Sistemática de Margens por Produto 26 15,85% Outros 2 1,22%
Total de Empresas que Responderam / Utilizam Algum destes Sistemas 131
Tabela 79: Mecanismos de Controlo de Gestão
O que verificamos é que o “Controlo por Verificação Sistemática do Volume de Vendas” é o mais usual com 29,88%, seguindo-se a utilização de contabilidade analítica (17,68%) e a verificação sistemática das margens por produtos (15,85%). Controlo de rácios, acompanhamento de orçamento de exploração e orçamentos financeiros pouco são utilizados.
Rubricas dos Resultados Económicos Anuais
Neste tipo de inquéritos, em que não existe uma obrigatoriedade legal de resposta, a informação económica é um dos aspectos mais difíceis de recolher, dado a necessidade de acompanhamento contabilístico para obtenção dos dados e alguma reserva por parte dos empresários em os revelar, só nos foi possível a sua obtenção após contacto directo e persistente com empresários e contabilistas. Não obstante as dificuldades, consideramos os resultados positivos na medida em que
61 mais de 100 empresas disponibilizaram o seu volume de negócios e cerca de 50 informou-nos da sua estrutura económica completa, apenas possível nas empresas com contabilidade organizada.
Os resultados que se seguem são muito interessantes e nunca em Mortágua se terá efectuado um levantamento desta informação em tão larga escala e através da disponibilidade graciosa das próprias empresas (não recorremos a dados das conservatórias comerciais ou das finanças).
Volume de Negócios
61 Milhões de Euros, é o volume de negócios efectuado pelas empresas em Mortágua (2004)
Um dos resultados mais mediáticos que poderemos apresentar são os cerca de 61 milhões de euros de volume de negócios movimentados anualmente em Mortágua. Mas, se considerarmos que algumas empresas, poucas médias empresas e muitas pequenas, não responderam ao inquérito poderemos estar na presença de um valor próximo dos 65 milhões de euros. Neste valor também não estamos a incluir o funcionalismo público (Autarquia, Escolas, Instituições do Estado) e ainda as instituições bancárias, que são 4 em Mortágua.
Apenas 4 empresas em Mortágua têm um volume de facturação superior a 5 milhões de euros anuais (2004), que no seu conjunto, representam cerca de 50% do volume de actividade do concelho. Pela tendência manifestada no aumento de facturação nos anos de 2005 e 2006 destas empresas, esta percentagem, prevê-se aumentar para valores próximo dos 75%.
Cerca de 80% das empresas que responderam ao questionário têm um volume anual de negócios inferior a 500 mil euros. Com estes dados, podemos ter uma noção da realidade do tecido empresarial do concelho de Mortágua, que na sua maioria, são pequenas e algumas médias empresas.
Uma chamada de atenção para o facto deste estudo ser realizado perante um universo de empresas que responderam ao inquérito e com valores declarados oficiais.
Quando chegamos aos Resultados Líquidos a realidade é outra e as certezas são menores. Apenas uma empresa que respondeu a esta questão no inquérito indicou resultados acima dos 500 mil euros, sendo que 72% declararam ter resultados entre 0 e os 50 mil euros (valores anuais).
Das 48 empresas que nos forneceram informação relativa ao valor do activo, representa um total de cerca de 46 milhões de euros. Apenas duas empresas indicaram valores acima dos 5 milhões de euros (dados referentes a 2004).
Por fim constata-se que nos 3 anos analisados (2002, 2003 e 2004) o volume de negócios aumentou no concelho de Mortágua, principalmente arrastado pelas empresas com maior volume de facturação. Prevê-se que esta tendência se mantenha.
62
Passemos, de seguida, a uma análise dos resultados obtidos e abaixo apresentados, decorrentes das informações constantes na demonstração de resultados e balanço. Iniciemos pelo ano de 2004.
2004 EURO FREQ FREQ AC. % % AC VOLUME % VOL AC % AcC 0-49.999 26 26 25.49% 25.49% 690 686 1.14% 690 686 1.14% 50.000-99.999 26 52 25.49% 50.98% 1 842 987 3.04% 2 533 673 4.17% 100.000-499.999 30 82 29.41% 80.39% 6 882 434 11.34% 9 416 107 15.51% 500.000-999.999 10 92 9.80% 90.20% 7 152 755 11.78% 16 568 862 27.29% 1.000.000-4.999.999 6 98 5.88% 96.08% 13 212 233 21.76% 29 781 095 49.05% >5.000.000 4 102 3.92% 100.00% 30 933 613 50.95% 60 714 708 100.00% Total de empresas que responderam à 102 60 714 708 questão
Tabela 80: Volume de Negócios em 2004 (Vendas+Prestação de Serviços)
No ano de 2004 verifica-se que o valor de 60.714 mil euros de volume de negócio corresponde a 102 empresas. 80% das empresas correspondem a cerca de 15% do volume de negócios do concelho, e estas fazem sempre menos de 500 mil euros anuais. Ao contrário as 4% maiores correspondem a 50% do volume de negócios do concelho e apenas 4 empresas ultrapassam um volume de negócios superior a 5 milhões de euros. Apenas 10% das empresas ultrapassam o valor de 1 milhão de euros e estas no seu conjunto detêm uma fatia de quase 75% dos negócios em Mortágua.
Gráfico 8: Percentagem de Empresas por Volume de Negócios em Euros (2004)
A partir do escalão dos 500 mil euros a % de volume de negócios gerada é superior à % das empresas que o geram.
63
Passando para 2003.
2003 EURO FREQ FREQ AC. % % AC VOLUME % VOL AC % AcC 0-49.999 19 19 25,00% 25,00% 470.626 1,05% 470.626 1,05% 50.000-99.999 17 36 22,37% 47,37% 1.144.716 2,54% 1.615.342 3,59% 100.000-499.999 24 60 31,58% 78,95% 5.530.287 12,28% 7.145.629 15,87% 500.000-999.999 7 67 9,21% 88,16% 4.692.819 10,42% 11.838.448 26,29% 1.000.000-4.999.999 6 73 7,89% 96,05% 12.242.197 27,19% 24.080.645 53,48% >5.000.000 3 76 3,95% 100,00% 20.944.262 46,52% 45.024.907 100,00% Total de empresas que responderam à 76 45.024.907 questão
Tabela 81: Volume de Negócios em 2003 (Vendas+Prestação de Serviços)
No global cresceu o volume de negócios de 2003 para 2004, aqui fruto (mas não só) do facto de uma ou outra empresa não fornecer dados de 2002 e 2003 mas apenas de 2004 (são menos empresas que responderam). Mas parece ser um facto o crescimento do volume de negócios de 2003 para 2004 é próximo de 15 milhões de euros. Temos menos uma empresa no escalão acima dos 5 milhões de euros e uma percentagem ligeiramente menor de empresas com menos de 500 mil euros (em relação a 2004). Quer isto dizer em 2003 temos uma maior concentração de empresas entre os 500 mil e 1 milhão de euros.
Gráfico 9: Percentagem de Empresas por Volume de Negócios em Euros (2003)
Mais uma vez o gráfico confirma a concentração de empresas até aos 500 mil euros e a concentração de negócio nos dois escalões últimos.
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Em 2002.
Ano de 2002 estava menos dominado pelas grandes empresas de Mortágua De 2002 até 2004 sempre a crescer o volume de negócios em Mortágua
2002 EUROS FREQ FREQ AC % % AC. VOLUME % VOL AC % AcC 0-49.999 23 23 34.33% 34.33% 589 378 1.38% 589 378 1.38% 50.000-99.999 10 33 14.93% 49.25% 700 403 1.64% 589 378 3.02% 100.000-499.999 19 52 28.36% 77.61% 4 137 931 9.70% 589 378 12.73% 500.000-999.999 7 59 10.45% 88.06% 5 002 804 11.73% 589 378 24.46% 1.000.000-4.999.999 6 65 8.96% 97.01% 16 591 275 38.91% 589 379 63.37% >5.000.000 2 67 2.99% 100.00% 15 616 309 36.63% 589 379 100.00% Total de empresas que responderam à 67 42 638 100 questão
Tabela 82: Volume de Negócios em 2002 (Vendas+Prestação de Serviços)
Também aqui se verifica que cresce o volume de negócios entre 2002 e 2003, neste caso em cerca de 2.400 mil euros. O nº de empresas até aos 500 mil euros é agora de 77% e menor que 2003 e 2004. Onde existem melhores resultados é no escalão entre os 500 mil e os 1.000 mil euros, com mais empresas e maior % de volume de negócio do que nos anos seguintes.
Gráfico 10: Percentagem de Empresas por Volume de Negócios em Euros (2002)
Em 2002 as grandes empresas apenas detinham 36% do volume de facturação, conforme é facilmente visível no gráfico. Havia também um anormal volume de empresas abaixo dos 10.000 euros, cerca de 34%.
65
Passamos à análise de algumas rubricas de custos e proveitos.
Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas
FREQ EUROS FREQ % % AcC AC 0-49.999 13 13 26.00% 26.00% 50.000-99.999 11 24 22.00% 48.00% 100.000-499.999 17 41 34.00% 82.00% 500.000-999.999 2 43 4.00% 86.00% >1.000.000 7 50 14.00% 100.00%
Total de empresas que responderam à questão 50
Tabela 83: Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas (2004)
Este quadro apresenta os valores relacionados com os gastos na compra de matérias-primas para o processo produtivo na empresa. A maioria concentra-se no escalão entre 100 e 500 mil euros (34%) e é interessante verificar que 14% das empresas ultrapassam os 1.000 mil euros na aquisição de materiais e matérias-primas.
Custos com pessoal
A tendência nas maiores empresas é o crescimento da facturação e proporcionalmente menos custos com pessoal?
FREQ EUROS FREQ % % AcC AC 0-9.999 13 13 26.00% 26.00% 10.000-49.999 14 27 28.00% 54.00% 50.000-499.999 17 44 34.00% 88.00% 500.000-999.999 5 49 10.00% 98.00% >1.000.000 1 50 2.00% 100.00%
Total de empresas que responderam à questão 50
Tabela 84: Custos com pessoal (2004)
Quanto a despesas relacionadas com vencimentos e outros custos com pessoal, verificamos que apenas uma empresa refere que gasta acima de 1 milhão de euros anuais e que um número elevado de empresas (34%) gasta entre os 50 mil e os 500 mil euros. A tendência é para que as empresas maiores tenham proporcionalmente menos custos com pessoal, mas decorrente do ramo de negócio temos em Mortágua algumas empresas de pouco capital- intensivo.
66
Gráfico 11: Percentagem de Empresas por Volume de Salários (2004)
A figura sugere uma concentração de empresas nos primeiros escalões.
Amortizações
Baixos valores anuais de amortizações sugerem pouco investimento novo e pouca renovação dos equipamentos e instalações? Baixo nível de inovação?
FREQ EUROS FREQ % % AcC AC 0-4.999 20 20 39.22% 39.22% 5.000-49.999 22 42 43.14% 82.35% 50.000-99.999 6 48 11.76% 94.12% >100.000 3 51 5.88% 100.00%
Total de empresas que responderam à questão 51
Tabela 85: Volume de Amortizações (2004)
Parece-nos existir um volume pequeno de amortizações do exercício para a maioria das empresas, cerca de 40% tem menos de 5.000 euros de amortizações. Baixos valores de investimento de capital fixo? Baixa renovação/reposição de equipamentos novos?
67
Resultados operacionais
FREQ EUROS FREQ % % AcC AC <0 3 3 6.52% 6.52% 0-9.999 16 19 34.78% 41.30% 10.000-49.999 18 37 39.13% 80.43% 50.000-99.999 3 40 6.52% 86.96% 100.000-499.999 3 43 6.52% 93.48% >500.000 3 46 6.52% 100.00% Total de empresas que responderam à questão 46
Tabela 86: Volume de Resultados Operacionais
Os Resultados Operacionais são o valor de resultados que a empresa obtêm relacionados com a sua actividade directa e sem influência de outros ganhos ou perdas (ganhos/custos financeiros e extraordinários). Curioso que poucas empresais tem resultados negativos neste indicador mas que aumenta esse número nos Resultados Líquidos finais, o que sugere o peso dos custos financeiros elevados nas pequenas empresas. No caso de empresas com resultados elevados (acima dos 100.000 euros) a tendência é também para a diminuição quando passa a resultados líquidos, aqui mais por influência de custos extraordinários.
Resultados líquidos
73% das empresas apresenta resultados abaixo dos 50 mil euros Nº que subiria se considerássemos as empresas sem contabilidade organizada
FREQ EUROS FREQ % % AcC AC >-50.000 1 1 2.04% 2.04% -49.999-0 3 4 6.12% 8.16% 0-49.999 36 40 73.47% 81.63% 50.000-499.000 8 48 16.33% 97.96% >500.000 1 49 2.04% 100.00%
Total de empresas que responderam à questão 49
Tabela 87: Volume de Resultados Líquidos
A maioria das empresas apresenta resultados finais anuais até aos 50.000 euros (73%), mas a verdade é que apenas 8% apresenta Resultados negativos e que pode haver uma grande diferença destes dados com a realidade dado que não estão aqui representadas as firmas sem
68 contabilidade organizada e são quase sempre as mais pequenas que podem apresentar mais frequentemente resultados negativos.
Gráfico 12: Percentagem de Empresas por Resultados Líquidos em Euros (2004)
Activo total
96% das empresas tem 53% de Património empresarial 4% das empresas tem 47% de Património empresarial
Freq. Euros Freq % % Ac. Volume % Vol. Ac. % Ac. Ac. 0-99.999 12 12 25.00% 25.00% 493 346 1.08% 493 346 1.08% 100.000-499.999 23 35 47.92% 72.92% 5 696 242 12.50% 6 189 588 13.58% 500.000-999.999 5 40 10.42% 83.33% 3 317 638 7.28% 9 507 226 20.86% 1.000.000-4.999.999 6 46 12.50% 95.83% 14 824 128 32.52% 24 331 354 53.37% >5.000.000 2 48 4.17% 100.00% 21 255 069 46.63% 45 586 423 100.00% Total de empresas que 48 45 586 423 responderam à questão
Tabela 88: Valores do Activo de Empresas com Contabilidade Organizada (2004)
O Activo é também considerado o Património das empresas, representa assim de uma forma geral a dimensão das próprias empresas. Interessava no futuro saber se este Activo é mais constituído por Activos Fixos ou Circulantes mas não é este o objectivo das perguntas do questionário. Verificamos ter 2 empresas com volume de Activos superior a 5 milhões de euros. Mas a realidade empresarial em Mortágua é dominada por empresas com activos entre os 100 mil e os 500 mil euros (48%). Ainda assim é significativo que 25% detenha um valor inferior a 100 mil
69 euros e mais uma vez este número fica longe da realidade porque se considerássemos empresas sem contabilidade organizada todas eles vinham para este escalão.
Gráfico 13: Percentagem de Empresas por Valor de Activo por Escalão (2004)
Poderemos verificar que é no 2º escalão que se concentra a maioria das empresas quanto ao volume de património.
Capital social
52% das empresas com contabilidade organizada tem o mínimo de 5.000 euros de Capital Social. Poucos Capitais Próprios e recurso a capital alheio...
FREQ EUROS FREQ % % AcC AC <=5.000 25 25 52.08% 52.08% 5.001- 100.000 18 43 37.50% 89.58% 100.001-1.000.000 3 46 6.25% 95.83% >1.000.000 2 48 4.17% 100.00% Total de empresas que responderam à questão 48
Tabela 89: Volume de Capital Social (2004)
A maioria das empresas consideradas (as que responderam a esta questão e com contabilidade organizada) apresenta Capital Social com o mínimo legal de 5.000 euros. Apenas 5 empresas disseram ter mais de 100 mil euros de Capital Social e apenas 2 com mais de 1 milhão de euros.
70
Capitais próprios
FREQ EUROS FREQ % % AcC AC <=0 2 2 4.17% 4.17% 1- 100.000 27 29 56.25% 60.42% 100.001-1.000.000 14 43 29.17% 89.58% >1.000.000 5 48 10.42% 100.00% Total de empresas que responderam à questão 48
Tabela 90: Volume de Capitais Próprios
Os Capitais Próprios resultam de factores como o Capital Inicial (Social) e dos resultados anuais fundamentalmente. Os resultados são idênticos aos do Capital Social com um claro aumento do nº de empresas nos escalões superiores. Com mais de 1 milhão de euros já temos 5 empresas.
C a r a c t e r i z a ç ã o d o I n v e s t i m e n t o
Passamos agora a uma parte do questionário que procura caracterizar o investimento realizado e por realizar pelas empresas do concelho. O baixo número de respostas a estas questões e a tendência para não dar relevo ao investimento efectuado ou pensado deixa-nos com algumas indicações de que os resultados devem ser entendidos mais como uma tendência e não um volume concreto e exacto de valores.
Montantes de Investimento
Nos últimos 3 anos apenas 2 empresas efectuaram investimentos acima dos 50 mil euros
Volume Investido por Escalão 2003 2004 2005 Nenhum 61 57 52 Menor ou igual a 25000€ 27 39 42 De 25001 a 125000€ 15 12 16 De 125001 a 250000€ 6 1 1 De 250001 a 500000€ 1 2 1 De 500001 a 2500000€ 1 0 1 Total 111 111 113
Tabela 91: Nº de Empresas por Volume de Investimento (2004)
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Aqui o número de resposta foi bom mas para dizer na maioria (mais de 50%) que não fez qualquer investimento significativo nos últimos 3 anos. Se juntarmos o elevado nº de empresas que diz ter feito investimentos com menos de 25 mil euros anuais poucas empresas nos restam para os investimentos mais significativos.
Apenas 1 empresa em 2003 e em 2005 diz ter feito investimentos acima dos 50.000 euros.
Áreas de Investimento
O investimento no Parque de Máquinas foi o mais citado e onde as % de investimento por empresa foram maiores
As áreas de investimento foram sugeridas pela coordenação do inquérito e pensadas para 3 anos anteriores ao do início do inquérito. Poderiam ser propostas outras áreas pelas empresas e as que surgiram não eram significativas e estavam muito próximas das que tinham sido indicadas no inquérito.
Passamos à verificação dos 3 anos, quadros isolados por cada ano mas a análise será no final em conjunto.
2002 ÁREAS SUGERIDAS 1 - 25% 26% - 50% 51% - 75% 76% - 100% TOTAL Parque de Máquinas 3 0 3 9 15 Administrativa 9 3 0 1 13 Melhoria da Qualidade dos Produtos/Serviços 4 4 0 3 11 Infra-estruturas 5 1 1 3 10 Armazenamento 2 1 0 1 4 Marketing/Distribuição 0 2 1 0 3 Investigação em produtos/Serviços 0 2 0 0 2 Formação profissional 1 0 0 1 2 Planeamento 1 0 0 0 1 Melhoria Organizacional 0 1 0 0 1 Internacionalização 1 0 0 0 1 Ambiente 0 0 0 0 0
Tabela 92: Áreas de Investimento mais Indicadas em 2002
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2003 ÁREAS SUGERIDAS 1 - 25% 26% - 50% 51% - 75% 76% - 100% TOTAL Parque de Máquinas 6 3 0 12 21 Administrativa 8 3 0 3 14 Infra-estruturas 2 1 2 6 11 Melhoria da Qualidade dos Produtos/Serviços 3 2 0 4 9 Formação profissional 2 1 0 0 3 Armazenamento 1 1 1 0 3 Marketing/Distribuição 0 2 1 0 3 Planeamento 2 0 0 0 2 Investigação em produtos/Serviços 1 0 0 0 1 Internacionalização 1 0 0 0 1 Melhoria Organizacional 0 0 0 0 0 Ambiente 0 0 0 0 0
Tabela 93: Áreas de Investimento mais Indicadas em 2003
2004 ÁREAS SUGERIDAS 1 - 25% 26% - 50% 51% - 75% 76% - 100% TOTAL Administrativa 15 6 0 5 26 Parque de Máquinas 7 5 1 13 26 Melhoria da Qualidade dos Produtos/Serviços 6 3 1 7 17 Infra-estruturas 3 1 1 10 15 Armazenamento 2 5 0 1 8 Marketing/Distribuição 2 3 1 2 8 Formação profissional 4 0 0 1 5 Investigação em produtos/Serviços 3 0 0 1 4 Planeamento 2 0 0 0 2 Ambiente 2 0 0 0 2 Melhoria Organizacional 0 1 0 0 1 Internacionalização 0 0 1 0 1
Tabela 94: Áreas de Investimento mais Indicadas em 2004
Em primeiro lugar temos o investimento no Parque de Máquinas como prioritário não só pelo volume de empresas que o citaram como fazendo parte dos seus investimentos nos 3 anos considerados como ainda pelo volume de investimento que cada empresa dedicou. Portanto existem situações de investimento em empresas em que 100% foi para o Parque de Máquinas. Segue-se a área Administrativa como preferência dos investimentos das empresas de Mortágua. Esta é bastante citada mas normalmente dedicam uma fatia pequena do investimento realizado (na maioria até aos 25% do investimento total). Será de referir ainda que as Infra-estruturas e a Melhoria da Qualidade dos Produtos e Serviços são áreas consideradas no investimento das empresas. Onde menos interesse de investimento tem existido são as áreas do Ambiente, Melhoria Organizacional, a Internacionalização, o Planeamento e a Investigação.
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Finalidades do Investimento Realizado
As empresas investem para melhorar o produto/serviço e para aumentar a capacidade produtiva
FINALIDADES DOS INVESTIMENTOS 2002 2003 2004 Aumento da capacidade produtiva 15 21 23 Reconversão da capacidade produtiva 5 5 10 Investigação de Produtos/Serviços 1 1 4 Melhoria da qualidade do produto/serviço 15 22 35 Internacionalização 1 0 4 Formação profissional 2 3 4 Melhoria organizacional 7 11 10 Ambiente 1 1 4 Outro 1 6 4
Tabela 95: Objectivo/Finalidade do Investimento Realizado (2004)
A melhoria da Qualidade do Produto ou Serviço foi o objectivo mais citado para os Investimentos efectuados mais recentemente por cada empresa (em 2004 teve 35 citações de empresas). Seguiu- se o Aumento da Capacidade Produtiva como segundo objectivo mais citado em qualquer dos anos.
Previsão de Realização de Investimentos
Pretendemos agora perceber das intenções de investimento, os montantes e em que prazo.
Novos Investimentos PRAZOS Nº Empres. % Curto Prazo 29 61.70% Médio prazo 16 34.04% Longo Prazo 2 4.26% TOTAL EMPRESAS 47
Tabela 96: Previsão de Realização de Investimentos
Quem pensa fazer qualquer investimento está na sua maioria a pensar fazê-lo a curto prazo (dentro de 1 ano), são cerca de 62% dos que responderam. Poucos pensam em investimento a longo prazo.
Montantes por escalões (Euros) Nº Empres. % Até 5.000 5 13.89% 5.001-50.000 15 41.67% 50.001-100.000 8 22.22% 100.001-1.000.000 7 19.44% >1.000.000 1 2.78% TOTAL EMPRESAS 36
Tabela 97: Volumes de Investimento Futuro
Quanto a volumes de investimento a maioria dos inquiridos indicou valores entre os 5 mil e os 50 mil euros. Mais de 1 milhão de euros apenas uma empresa o disse que iria fazê-lo.
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Finalidades de Investimento Futuro
No futuro o investimento que está previsto é com objectivo de aumentar a capacidade produtiva
FINALIDADES SUGERIDAS FREQ % Aumento da capacidade produtiva 23 25.27% Reconversão da capacidade produtiva 11 12.09% Investigação de Produtos/Serviços 8 8.79% Melhoria da qualidade do produto/serviço 19 20.88% Internacionalização 1 1.10% Formação profissional 6 6.59% Melhoria organizacional 10 10.99% Ambiente 3 3.30% Outro 10 10.99% TOTAL EMPRESAS 91
Tabela 98: Finalidades de Investimento Futuro
Um bom número de empresas responde a esta questão e que resultou em mais citações no Aumento da Capacidade Produtiva, seguindo-se a Melhoria da Qualidade do Produto/Serviço. Voltam a existir poucas referências ao ambiente, internacionalização, investigação e formação.
Apoios Financeiros
A maioria destas empresas nunca recorreu a qualquer tipo de apoio financeiro, que está em sintonia com os baixos investimentos realizados. Portanto 14% disseram que já tiveram apoios e 86% disseram que não.
TEVE ALGUM APOIO FINANCEIRO? Nº % Sim 19 14.07% Não 116 85.93% TOTAL 135
Tabela 99: Apoios Financeiros
TIPO DE APOIOS FREQ IEFP/Autarquia/Leader/Integ Deficientes 10 Interreg/Prodep/INGA 4 POE/PRIME/SIME/SIPIE/SIR 8 TOTAL 22
Tabela 100: Indicação de Alguns Tipos de Apoios Auferidos
Os apoios que as empresas se lembram destes 3 últimos anos são na maioria relacionados com autarquia, IEFP local e Leader+. Suguem-se os projectos económicos (diversos) e no final alguns apoios especificados de algumas entidades especificas.
Mas são de facto muito poucas as entidades que beneficiaram de apoios públicos.
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3.2 Recursos Humanos (RH)
No último século tem-se assistido a um conjunto de alterações sociais e económicas com repercussões nas organizações. A passagem de um modelo de organização do tipo taylorista baseado numa economia em que a oferta é menor que a procura e em que as estruturas organizacionais eram do tipo piramidal, para um novo tipo de economia centrada no mercado, em que a procura é inferior à oferta e cada vez mais exigente, colocou fortes desafios às empresas. Conceber orientações estratégicas que permitam resistir a fenómenos como a internacionalização, a segmentação de mercados, o rápido desenvolvimento das tecnologias e processos de inovação, são alguns deles. Para tal, e a par da evolução tecnológica direccionada para as actividades produtivas, a qualidade dos recursos humanos tornou-se um factor estratégico, sem o qual a tecnologia não atingirá os níveis de performance desejados, nem a competitividade melhorará.34
Considerando cada organização como um sistema aberto composto por um sistema técnico e um social, o trabalho tem um valor em si mesmo. Os trabalhadores são entendidos como um recurso importante para as organizações devendo desempenhar as suas funções de modo a não prejudicar o seu bem-estar físico, psíquico e social. 35
A este nível a gestão de recursos humanos conta com novos desafios e atribuições. De facto, as mudanças vividas na sociedade motivaram, no seio das organizações, alterações ao nível das práticas de gestão de recursos humanos. A sua principal meta é a de contribuir para o sucesso organizacional, não ficando alheio à realidade de cada indivíduo.
Para que tal aconteça é imprescindível que essa gestão se faça de forma integrada, na medida em que deverá promover uma adequação quasi perfeita entre objectivos e actividades da organização, com as da gestão de recursos humanos. Note-se que, paralelamente, a produção bibliográfica existente refere a importância da conciliação entre objectivos individuais e organizacionais, de modo a obter os melhores resultados, mantendo os colaboradores satisfeitos e motivados.
Gostaríamos de referir que, ainda que as práticas de recursos humanos não se encontrem (totalmente) formalizadas e descritas (o que acontece num número considerável de empresas), de facto elas terão que existir ainda que se possam encontrar (e encontrem, de facto) diluídas noutras funções desempenhadas e estejam reduzidas ao mínimo.
Comummente, envolvem-se nos sistemas de recursos humanos as seguintes dimensões: selecção, avaliação de desempenho, remuneração e desenvolvimento36.
Após estas breves considerações sobre os recursos humanos, passemos a uma caracterização dos colaboradores das empresas do concelho de Mortágua, iniciando pela primeira dimensão acima referenciada que é a da selecção.
34 Expoente – Serviços de Economia e Gestão (2006), Emprego e Formação – Sua influência no posicionamento estratégico das empresas do litoral norte de Portugal, Braga, pp.146 35 CARDOSO, Leonor (2000), et al, Recursos Humanos do Sector industrial do Sector industrial no Distrito de Viseu, Viseu, AIRV, pp.45 36 Idem, ibidem, pp. 33
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Concretizemos, em primeiro lugar, os conceitos que definem o processo de recrutamento e selecção.
Este processo representa um papel muito importante e significativo na vida das organizações, na medida em que assegura quer os conhecimentos e competências dos novos colaboradores, quer a compatibilidade dos valores e aspirações deles com a cultura organizacional37.
Entende-se por recrutamento “(...) o conjunto de técnicas e métodos destinados a atrair candidatos capazes de ocupar determinados cargos na organização (...)”38. A selecção poder-se-á definir como “(...) a acção através da qual o empregador escolhe um candidato de entre vários, em função de preditores e de critérios pré-determinados e ligados ao posto de trabalho a ocupar (...)”39.
Assim sendo, o seu principal objectivo é o de escolher e hierarquizar os candidatos que melhor se adeqúem às necessidades e objectivos da organização. Saliente-se que um processo cuidado, a este nível, contribui significativamente para o incremento da competitividade organizacional.
Em termos de concelho de Mortágua, e considerando as respostas às questões relacionadas com os processos de recrutamento e selecção, concluímos que a maioria das empresas não têm implementado este tipo de processos. Isto é, dos 140 empresários que responderam a esta questão aquando do preenchimento do questionário, apenas 23.6% confirma fazer recrutamento e selecção, sendo que 76.4% não o fazem.
Nº Empresas Percentagem Sim 33 23,6
Não 107 76,4 TOTAL 140 100,0
Tabela 101: Na Sua Empresa Faz-se Recrutamento de Pessoal?
Em termos de procedimentos implementados (para recrutamento e selecção), verificamos que o procedimento mais comum é o do contacto directo/conhecimento pessoal, praticado por 24.1% das empresas com processos implementados, seguindo-se o pedido/contacto com o Centro de Emprego/IEFP e as entrevistas, que são procedimentos habituais de 17.2% dos respondentes, a utilização de jornais e afixação de anúncios em locais públicos surge em terceiro lugar, com 13.8% das empresas a fazê-lo. (Cf. Tabela nº102)
37 Entende-se por Cultura Organizacional um conjunto de crenças, valores e normas que são partilhados pelos colaboradores de uma organização e que afectam os seus comportamentos e atitudes. O papel da cultura é essencial para o sucesso da organização. 38 ROCHA, J. (1997), Gestão de Recursos Humanos, Lisboa, Editorial Presença, pp.81 39 SEKIOU, L. et al (1993,) Gestion des Ressouces Humaines, Montréal, De Boeck Université
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Nº Empresas Percentagem Análise curricular 2 6,9 Anúncios jornais e locais públicos 4 13,8 Base de dados de serviços 1 3,4 Centro de Emprego/IEFP 5 17,2 Contacto directo/Conhecimento pessoal 7 24,1
Entrevista 5 17,2 Outra empresa do grupo 1 3,4 Gestão de recursos humanos - procedimentos 2 6,9 internos Internet 1 3,4 Outsourcing 1 3,4 TOTAL 29 100,0
Tabela 102: Procedimentos de Recrutamento e Selecção
Note-se que o reduzido número de respostas positivas a esta questão poderá estar ligado ao que, anteriormente, referenciamos e que se relaciona com a maior ou menor formalização dos procedimentos, sendo comum haver procedimentos não formalizados nestas empresas, que por esse facto, não são considerados.
Acentemos, agora, na caracterização geral dos trabalhadores ao serviço das empresas do concelho de Mortágua. De novo se refere que os dados apresentados se referem, apenas, ao universo de empresas respondentes ao inquérito por questionário enviado e, mais concretamente, válido para as empresas que responderam às questões que se encontram em análise em cada um dos pontos do presente estudo.
Em termos de nível etário, verifica-se uma predominância nas faixas etárias dos 35 aos 44 anos (24.54%) e dos 45 aos 54 (19.14%), no entanto a faixa etária dos 26 aos 30 anos tem, também, um peso bastante significativo (18.94%). Em termos de divisão por sexos, constata-se que a maioria dos trabalhadores do concelho de Mortágua são mulheres, no entanto a diferença percentual entre os indivíduos do sexo masculino e feminino não é significativa (4.68%). (Cf. Tabela nº103)
Nível Etário H M HM % < 20 anos 12 4 16 1,63% 21 – 25 anos 68 69 137 13,95% 26 – 30 anos 87 99 186 18,94% 31 – 34 anos 57 62 119 12,12% 35 – 44 anos 100 141 241 24,54% 45 – 54 anos 81 107 188 19,14% > 55 anos 63 32 95 9,67% TOTAL 468 – 47.66% 514 – 52.34% 982 100,00%
Tabela 103: Número de Trabalhadores por Faixa Etária e Sexo
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Quanto à nacionalidade dos trabalhadores, verificamos uma predominância, quanto a nós natural, de trabalhadores portugueses. 98.95% do total, contando-se, apenas, com 11 trabalhadores estrangeiros, não sendo especificada a sua nacionalidade. (Cf. Tabela nº104)
2004 Total Nacionalidade H M Portuguesa 511 531 1042 98.95% Estrangeira 9 1 11 1.05% TOTAL 520 532 1053 100.00%
Tabela 104: Nacionalidade dos Trabalhadores
Uma outra questão que se coloca com frequência e decorrente da natureza das empresas portuguesas está relacionada com o carácter familiar das mesmas. Assim, colocou-se aos empresários a questão de quantos trabalhadores são familiares40, tendo-se obtido os seguintes resultados:
Nº de Trabalhadores Nº de Respostas %
Nenhum 72 49.65%
Um Trabalhador 35 24.13%
Dois Trabalhadores 22 15.17%
3 a 4 trabalhadores/as 11 7.58%
5 a 6 trabalhadores/as 3 2.07%
7 a 10 trabalhadores/as 1 0.70%
11 a 20 trabalhadores/as 0 0
21 a 30 trabalhadores 1 0.70%
TOTAL 145 100%
Tabela 105: Número de Trabalhadores Familiares ao Serviço da Empresa
Os resultados da análise da tabela anterior indiciam que a maioria das empresas do concelho de Mortágua não possuem trabalhadores familiares (49.65%), seguindo-se as empresas com apenas um trabalhador familiar (24.13%) e, em terceiro lugar, as empresas que possuem dois (15.17%), apenas uma empresa detém entre 21 a 30 trabalhadores familiares (0.70%).
A proveniência dos trabalhadores, em termos de locais de residência, foi outro dos aspectos analisados.
40 Note-se que em situações onde o conjugue detém capital não foi considerado na categoria “trabalhador familiar”, mas sim gerente
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Residência dos Trabalhadores Nº de Trabalhadores
Mortágua 703
Santa Comba Dão 41
Tondela 12
Carregal do Sal 8
Penacova 27
Mealhada 23
Viseu 6
Coimbra 15
Outros. Quais:
Anadia 3
Aveiro 1
Águeda 5
Arganil 1
Cantanhede 1
Oliveira do Hospital 1
Matosinhos 1
Figueira da Foz 1
Lisboa 4
Porto 1
Oliveira do Bairro 1
Carregado 1
São Mamede Infesta 1
Tomar 1
TOTAL 858
Tabela 106: Concelho de Residência dos Trabalhadores
Da análise da tabela anterior concluímos que 703 dos 858 trabalhadores referenciados residem no concelho de Mortágua, o que em termos percentuais significa 81.93%, seguindo-se Santa Comba Dão, Penacova e Mealhada.
Saliente-se, ainda, a existência de alguma dispersão do local de residência dos restantes colaboradores das empresas.
Um outro factor a analisar quando caracterizamos os recursos humanos das empresas é o nível de rotatividade e de permanência de pessoal nas empresas. No que ao concelho de Mortágua diz respeito e, de novo, sublinhamos que os dados apresentados serão válidos para as empresas respondentes, a maioria dos colaboradores encontra-se ao serviço das empresas há mais de 2 anos,
80 isto é 85.78% do total, sendo muito significativo o número dos que trabalham há mais de 11 anos - 34.45%.
2004 Tempo de Trabalho H M TOTAL < 1 mês 0 2 2 0,23% 1 a 6 meses 23 18 41 4,74% 7 a 12 meses 24 18 42 4,86% 13 a 23 meses 16 22 38 4,39% 2 a 5 anos 124 86 210 24,28% 6 a 10 anos 105 129 234 27,05% + 11 anos 149 149 298 34,45%
Tabela 107: Tempo ao Serviço da Empresa
Passemos a uma análise dos trabalhadores das empresas partindo das seguintes dimensões:
qualificações profissionais relação jurídica habilitações académicas
Proporemos, também, uma análise da evolução desejável dos recursos humanos das empresas do concelho de Mortágua, com base nas dimensões referenciadas.
Saliente-se que na maioria das questões relativas a estas dimensões o nível de não resposta é muito elevado, pelo que os dados apresentados têm uma validade limitada, não sendo generalizáveis a todas as empresas do concelho.
Em termos de qualificações profissionais, podemos que concluir que a maioria se encontra nos níveis – profissionais qualificados, profissionais semi-qualificados e profissionais não qualificados41, na medida em, do total de trabalhadores, 64.55% se encontram aí inseridos, com maior incidência nos primeiros, com 33.05%.
Saliente-se o nível muito pouco significativo de profissionais altamente qualificados (2.87%) e de quadros superiores (4.07%). O mesmo acontecendo com o nível “encarregados, contramestres, mestres e chefes de equipa”, que conta, apenas com 31 trabalhadores. Saliente-se a predominância de trabalhadores do sexo masculino nos níveis hierárquicos mais elevados – dirigentes, apenas 26.27% de mulheres, profissionais altamente qualificados, 29.16%, quadro superiores, 38.23% e
41 Ao longo do processo de administração do inquérito por questionário verificou-se que, apesar da definição técnica constante nas notas de apoio ao preenchimento, em algumas situações a interpretação que era feita dos níveis de qualificação “profissionais qualificados, semi-qualificados e não qualificados” dependia da interpretação do empresário e da forma como considerava adequado inserir os seus colaboradores.
81 na nível de encarregados, mestres, contramestres e chefes de equipa, apenas se regista 16.12% de trabalhadoras do sexo feminino.
Níveis de Qualificação H M Total % % Acumulada
Dirigentes 87 31 118 14,13% 14,13% Quadros Superiores 21 13 34 4,07% 18,20% Quadros Médios 14 24 38 4,55% 22,75% Encarregados, contramestres, mestres, chefes de equipa 26 5 31 3,71% 26,47% Profissionais altamente qualificados 17 7 24 2,87% 29,34% Profissionais qualificados 112 164 276 33,05% 62,39% Profissionais semi qualificados 54 67 121 14,49% 76,88% Profissionais não qualificados (indiferenciados) 67 75 142 17,01% 93,89% Estagiários, praticantes, aprendizes 30 21 51 6,11% 100,00% TOTAL 428 407 835 100%
Tabela 108: Número de Trabalhadores por Níveis de Qualificação e Sexo
Quando analisamos os níveis de carência verificamos não serem elevados, na medida em que o máximo registado foi de quatro nos quadros médios e nos estagiários, praticantes e aprendizes, sendo que o número total de carências registadas foi de, apenas, 23. Em termos de excedentes existem somente nos níveis profissionais qualificados e semi-qualificados (dimensões onde existe o maior número de colaboradores). A tendência é para que as empresas se mantenham os níveis existentes, já que a maioria dos respondentes se posicionou nesse parâmetro de evolução desejável nos próximos três anos. Note-se que, ainda que pouco expressiva, existe uma tendência de evolução positiva.
Evolução desejável a médio prazo (3 anos)
Níveis de Qualificação Carências (+ positiva; - negativa e = mantém-se) Excedentes actuais actuais Positiva Negativa Mantêm-se Dirigentes 1 0 1 0 16 Quadros Superiores 3 0 1 0 7 Quadros Médios 4 0 1 0 7 Encarregados, contramestres, mestres, chefes equipa 2 0 2 0 7 Profissionais altamente qualificados 1 0 1 0 8 Profissionais qualificados 2 3 2 1 10 Profissionais semi-qualificados 3 4 1 0 6 Profissionais não qualificados (indiferenciados) 3 0 2 0 7 Estagiários, praticantes, aprendizes 4 0 2 0 6 TOTAL 23 7 13 1 74
Tabela 109: Evolução do Número de Trabalhadores por Níveis de Qualificação
82
Vejamos, agora, os níveis de qualificação dos trabalhadores relacionando-os com as habilitações académicas.
Níveis de Encarregados, Qualificação contramestres, Profissionais Profissionais Profissionais Estagiários, Quadros Quadros Profissionais Dirigentes mestres e altamente semi Não Praticantes, Superiores Médios qualificados chefes de qualificados qualificados Qualificados Aprendizes equipa Habilitações H M H M H M H M H M H M H M H M H M TOTAL Académicas Menos de 4 anos de 3 4 0 0 0 1 1 0 0 0 4 0 1 0 1 1 2 0 18 escolaridade 4 anos de 26 4 0 0 0 0 4 1 3 0 45 17 18 11 7 10 4 0 150 escolaridade 6 anos de 6 6 0 0 0 2 1 0 2 0 24 19 17 2 26 20 4 2 131 escolaridade 9 anos de 7 2 0 0 0 3 6 0 2 3 32 23 8 9 2 3 1 2 103 escolaridade 11 anos de 1 0 1 0 0 0 2 0 1 0 3 5 3 3 0 1 4 1 25 escolaridade 12 anos de 10 2 0 1 3 4 4 1 5 3 14 12 1 3 7 0 9 3 82 escolaridade Curso de F. 1 1 1 0 1 3 1 0 1 0 3 1 0 0 0 0 3 0 16 Profissional Bacharelato 3 0 7 3 1 0 1 0 0 0 3 2 0 0 0 0 0 0 20 Licenciatura 9 4 13 11 3 11 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 54 Mestrado 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Doutoramento 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 TOTAL 68 23 22 15 8 24 20 2 14 6 129 80 48 28 43 35 27 9 601
Tabela 110: Número de Trabalhadores em Função dos Níveis de Qualificação e Habilitações por Sexo
Façamos uma primeira análise da tabela anterior relacionada com as habilitações académicas dos colaboradores. Assim, podemos avançar que a maioria detém habilitações literárias que se situam entre os 4 anos e os 9 anos de escolaridade, existindo um número muito pouco significativo (76 – 12.64%) de trabalhadores com o Ensino Superior.
Saliente-se, ainda, que segundo os dados apresentados a maioria dos dirigentes possui como habilitações literárias 4 anos de escolaridade (44.12%), no entanto é de salientar a existência de treze dirigentes licenciados, correspondendo a 19.11% do total dos dirigentes, note-se que apenas se registam dois trabalhadores com formação pós-universitária, exercendo funções de direcção.
Uma outra nota a ressaltar aquando da análise dos dados constantes na tabela é a da predominância de baixas escolaridades ao nível dos encarregados, mestres, contramestres e chefes de equipa, na medida em que 12 dos 20 que constituem o total da categoria, possuem habilitações até ao 9º ano de escolaridade. Facto que poderá relacionar-se com a especificidade desta categoria profissional frequentemente ligada a saberes-fazer técnicos habitualmente adquiridos pela experiência de trabalho.
83
Se recordarmos os dados apresentados no capítulo de caracterização geral do concelho concluímos que a tendência em termos de habilitações literária relativamente aos níveis hierárquicos da população economicamente activa se mantém.
Depois desta breve nota, analisemos as relações jurídicas de emprego existentes, bem como o fluxo de entradas e saídas, nos anos de 2004/2005 nas empresas, considerando os níveis de qualificação.
No que concerne à relação jurídica de emprego e independentemente dos níveis de qualificação existentes, a grande maioria dos trabalhadores tem um contrato por tempo indeterminado, isto é tem um vínculo permanente (80.5%), seguindo-se o contrato a termo certo, contando este com uma expressão muito mais reduzida (12.78%). O recurso a sub-contratação, quer através de trabalho independente, quer através de empresa de aluguer de mão-de-obra é muito reduzido.
Tipos de Contrato de Trabalho Trabalho Relação Jurídica de Emprego Subcontratação Termo Termo A Tempo Independente Níveis de Qualificação Permanente Empresa de aluguer Certo Incerto Parcial (Subcontratação De mão-de-obra directa) H M H M H M H M H M H M Dirigentes 70 24 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 Quadros Superiores 19 8 3 5 0 0 0 0 1 0 0 0 Quadros Médios 13 21 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 Encarregados., contramestres, mestres, 18 4 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 Chefes de Equipa Profissionais altamente qualificados 15 7 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 Profissionais qualificados 73 148 20 5 6 1 2 1 11 0 0 0 Profissionais semi-qualificados 39 42 8 3 3 0 2 2 1 0 0 0 Profissionais não qualificados 79 36 5 4 5 1 0 1 1 0 0 2 (indiferenciados) Estagiários, praticantes, aprendizes 19 1 5 39 5 1 2 0 0 0 0 0 Sub-Total 345 291 42 59 21 3 8 5 14 0 0 2 TOTAL 636 101 24 13 14 2
Tabela 111: Número de Trabalhadores em Função dos Níveis de Qualificação e Relação Jurídica de Emprego, por Sexo
Relacionando os níveis de qualificação com as áreas funcionais, constatamos que a maioria dos colaboradores, independentemente dos níveis de qualificação desempenha funções na área da produção, isto é 52.97%, sendo que as áreas comercial e de marketing, administrativo-financeiro e direcção são as que surgem em seguida, com cerca de 12% de colaboradores, em cada uma delas.
Em termos de escolaridade as áreas funcionais onde se regista um nível de habilitações mais elevado são ligadas à área de investigação e desenvolvimento (14 licenciados), seguindo-lhe a direcção e a de comercial e marketing. Em contrapartida a área funcional que conta com os colaboradores com menor nível de escolaridade é a da produção (141 colaboradores com 4º anos de escolaridade e 131 com o 6º ano). Registamos que esta tendência revela-se normal e está,
84 também, relacionada com o tipo de funções inerentes às diferentes áreas e ao nível de conhecimentos e competências exigidas para o seu exercício.
Níveis de Encarregados, qualificação contramestres, Profissionais Profissionais Profissionais Estagiários, Quadros Quadros Profissionais Dirigentes mestres e altamente semi Não Praticantes, Superiores Médios qualificados chefes de qualificados qualificados Qualificados Aprendizes equipa TOTAL H M H M H M H M H M H M H M H M H M Áreas Funcionais Direcção 42 15 3 0 2 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 66 Comercial e 3 2 5 1 2 3 1 0 1 0 7 17 3 10 5 3 5 0 68 Marketing Investigação e 0 0 1 7 2 3 0 0 0 0 0 0 0 9 1 0 0 0 23 Desenvolvimento Logística 1 4 3 0 1 0 2 0 0 0 2 1 6 0 0 2 0 1 23 Produção 7 0 2 0 2 1 22 4 9 0 56 81 27 16 23 16 0 19 285 Qualidade 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2 Administrativo 4 2 6 1 2 6 0 1 5 5 6 15 0 8 1 2 0 3 67 Financeiro Recursos 1 0 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 4 Humanos TOTAL 58 23 20 11 11 13 26 5 15 7 71 114 37 44 30 24 5 24 538
Tabela 112: Número de Trabalhadores em Função dos Níveis de Qualificação e Áreas Funcionais, por Sexo
Comercial Investigação e Administrativo Recursos Áreas Funcionais Direcção e Logística Produção Qualidade Desenvolvimento Financeiro Humanos Habilitações Académicas Marketing TOTAL H M H M H M H M H M H M H M H Menos de 4 anos de 2 3 1 1 0 0 0 1 8 2 0 0 0 0 0 0 18 escolaridade 4 anos de escolaridade 23 5 4 5 0 0 2 1 44 54 0 0 1 2 0 0 141 6 anos de escolaridade 4 4 7 14 0 0 1 2 45 51 0 0 1 2 0 0 131 9 anos de escolaridade 4 2 3 6 0 0 2 1 20 28 0 0 5 5 0 1 77 11 anos de escolaridade 2 1 3 2 0 0 1 0 8 0 0 0 1 2 0 0 20 12 anos de escolaridade 6 0 6 1 0 0 3 3 28 9 0 0 4 17 0 0 77 Curso de F. Profissional 2 1 0 0 0 0 0 0 5 1 0 1 0 1 0 0 11 Bacharelato 1 4 0 3 0 0 2 2 3 0 0 0 3 0 0 0 18 Licenciatura 9 2 5 4 3 11 1 0 1 0 0 1 2 5 1 3 48 Mestrado 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 Doutoramento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 TOTAL 55 22 29 36 3 11 12 10 162 145 0 2 17 34 1 4 543
Tabela 113: Número de Trabalhadores em Função das Áreas Funcionais Onde se Integram e Habilitações Académicas, por Sexo
Em termos de fluxo de trabalhadores ao longo do ano de 2004 e especificamente, no que às admissões diz respeito verificou-se um número pouco significativo: no seu total 76 colaboradores foram admitidos, maioritariamente através da celebração de contratos a termo certo (cerca de
85
54%). Note-se que, segundo o referenciado pelas empresas, 40% terá sido admitido a título permanente.
Tipos de Contrato de Trabalho Trabalho Relação Jurídica de Emprego Subcontratação Termo Termo A Tempo Independente Níveis de Qualificação Permanente empresa de aluguer Certo Incerto Parcial (Subcontratação De mão de obra directa) H M H M H M H M H M H M Dirigentes 4 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Quadros Superiores 2 1 3 3 0 0 0 0 0 0 0 0 Quadros Médios 1 3 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 Encarregados., contramestres, mestres, 2 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Chefes de Equipa Profissionais altamente qualificados 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Profissionais qualificados 4 0 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Profissionais semi-qualificados 1 4 4 3 0 0 0 0 1 0 0 0 Profissionais não qualificados 1 1 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 (indiferenciados) Estagiários, praticantes, aprendizes 3 0 7 5 0 0 0 0 0 0 0 0 TOTAL 18 12 28 13 0 0 0 0 2 3 0 0
Tabela 114: Trabalhadores Admitidos no Ano de 2004
Em termos de saídas, verificamos, segundo os dados apresentados na tabela seguinte, que a maioria das saídas se registou em pessoal com vínculo permanente, imediatamente seguido de pessoal contratado a termo certo, com especial incidência no pessoal semi qualificado e estagiários, praticantes e aprendizes.
Tipos de Contrato de Trabalho Trabalho Relação Jurídica de Emprego Subcontratação Termo Termo A Tempo Independente Níveis de Qualificação Permanente empresa de aluguer Certo Incerto Parcial (Subcontratação De mão de obra directa) H M H M H M H M H M H M Dirigentes 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Quadros Superiores 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Quadros Médios 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Encarregados., contramestres, mestres, 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Chefes de Equipa Profissionais altamente qualificados 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Profissionais qualificados 2 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 Profissionais semi - qualificados 4 5 6 0 0 0 0 0 1 0 0 0 Profissionais não qualificados 1 1 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 (indiferenciados) Estagiários, praticantes, aprendizes 3 0 7 5 0 0 0 0 0 0 0 0 TOTAL 13 10 13 5 1 0 0 0 1 4 0 0
Tabela 115: Número de Trabalhadores em Função da Relação Jurídica de Emprego e Níveis de Qualificação, por Sexo
86
Quanto às motivações apresentadas para as saídas e segundo a informação disponibilizada pelas empresas, a maioria aconteceu por iniciativa do trabalhador, isto é 61.36% das saídas. A segunda causa registada foi a não renovação de contratos, sendo que tal aconteceu em cerca de 16%.
Encarregados Contramestres Profissionais Profissionais Profissionais Estagiários, Quadros Quadros Profissionais Dirigentes Mestres, e altamente semi- Não Praticantes, Total Motivos da saída Superiores Médios qualificados chefes de qualificados qualificados Qualificados Aprendizes equipa Não Renovação 0 0 0 0 0 0 4 0 3 7 Revogação por acordo das 0 1 1 0 0 0 0 0 0 2 partes Despedimento 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 pela empresa Rescisão por iniciativa do 0 2 1 0 0 4 10 2 8 27 trabalhador Rescisão por qualquer das partes durante 0 0 0 0 0 0 0 0 3 3 o período experimental Extinção de postos de 0 0 0 0 0 1 0 0 2 3 trabalho TOTAL 0 3 1 0 0 5 15 2 17 44
Tabela 116: Motivo de Saída dos Trabalhadores
Das respostas dos empresários quando questionados sobre a situação actual e as tendências futuras de evolução dos colaboradores podemos obter como principal conclusão que a tendência é para a estabilização, isto é, 74.6% dos empresários assinalaram esta opção como a previsão mais ajustada para os próximos 3 anos.
Previsão de Evolução Nº Empresas Percentagem Aumentar 19 13,8 Estabilizar 103 74,6 Diminuir 16 11,6 TOTAL 138 100,0
Tabela 117: Previsão da Evolução do Número de Trabalhadores
As principiais justificações para esta tendência prendem-se com factores externos ligados ao mercado, nomeadamente concorrência, estagnação do mercado, decréscimo de vendas. Surgem, ainda, outras justificações nomeadamente relativas às dificuldades do sector em que a empresa se encontra inserida (20%) e à falta de produção (20%).
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Justificação Apresentada Nº Empresas Percentagem Concorrência 2 13,3% Decréscimo de Vendas 2 13,3% Dificuldade Financeira 1 6,7% Estagnação do Mercado 2 13,3% Falta de Produção 3 20,0% Dificuldades no Sector 3 20,0% Mão Obra Insuficiente 2 13,3% TOTAL 15 100,0%
Tabela 118: Justificação para Previsão da Evolução do Número de Trabalhadores
Após esta análise e caracterização dos colaboradores ao serviço das empresas do concelho de Mortágua, debrucemo-nos sobre as principais dificuldades sentidas pelos empresários ao nível da gestão dos recursos humanos.
Na tabela seguinte sintetizam-se as dificuldades apresentadas, sendo que aquela que regista maior incidência é a questão ligada às qualificações dos colaboradores, que foi sinalizada por 25% dos inquiridos, seguindo-se a dificuldade de manutenção do espírito de equipa, com 20% e, em terceiro lugar a da pouca flexibilidade da legislação laboral (15%).
Principais Dificuldades Nº Empresas Percentagem Pessoal pouco qualificado 10 25,00% Dificuldade de manter os trabalhadores mais qualificados 5 12,50% Chefes de equipa com preparação insuficiente 2 5,00% Absentismo 3 7,50% Legislação laboral pouco flexível 6 15,00% Não cumprimentos de normas de HSST 5 12,50% Manutenção do espírito de Equipa 8 20,00% Baixa Produtividade 1 2,50% TOTAL 40 100,00%
Tabela 119: Principais Dificuldades Sentidas com os Trabalhadores
Na sequência da constatação das baixas qualificações dos recursos humanos e do facto de essa ser uma das principais dificuldades sentidas pelos empregadores seria uma mais-valia para empresas e seus colaboradores se se desenvolvessem esforços conjuntos no sentido de se elevar o nível de escolaridade, nomeadamente pela progressão nos níveis de ensino, sendo as empresas co- responsáveis no processo, bem como pela via do reconhecimento e validação de competências, através do recurso aos centros específicos existentes na região para tal.
Ainda que da análise da tabela anterior tenhamos constatado que o absentismo não é uma das principais dificuldades sentidas nas empresas, foram incluídas no questionário um conjunto de
88 questões relativas a esta temática, nomeadamente em termos de taxa de absentismo, dividida por sexos, bem como das justificações apresentadas para a sua ocorrência. A primeira e principal conclusão parece-nos ser a da ausência de taxa de absentismo na maioria das empresas ou as que regista são muito baixas, havendo, apenas, uma empresa que regista uma taxa de absentismo de10% e outra de 40%, sendo que se registam, verificando-se que são exclusivamente colaboradoras do sexo feminino que faltam ao trabalho.
Taxa de Absentismo (%) Homens Mulheres 0 % 25 25 1% 3 1 2% 1 1 3% 1 1 10% 0 1 40% 0 1
Tabela 120: Taxa de Absentismo
Salientamos o nível reduzido de respostas quer à questão da taxa de absentismo, quer às justificações para a sua ocorrência, neste último caso, apenas se tem um universo de 14 respostas válidas, poderá indiciar a não existência de um mecanismo formal de registo que permita o cálculo imediato deste valor.
Quanto às justificações apresentadas, a principal prende-se com situações de doença em 64.3%, seguindo-se os assuntos pessoais com 14.3% de respostas.
Justificações para o Absentismo Nº Empresas Percentagem Doença 9 64.3% Assuntos Pessoais 2 14.3% Questões Familiares 1 7.1% Condições relativas ao posto de trabalho 1 7.1% Estatuto de Trabalhador-estudante 1 7.1% TOTAL 14 100%
Tabela 121: Justificação para os Níveis de Absentismo Registados
Relembrando o que se referiu no início do presente sub-capítulo relativamente às dimensões que estão integradas no sistema de recursos humanos, referenciava-se a remuneração, sendo esta uma das dimensões com peso significativo nesta área não poderia deixar de estar integrada no presente estudo.
89
Assim sendo, analisámos, partindo das respostas fornecidas pelos empresários, as práticas salariais das empresas do concelho de Mortágua que responderam ao inquérito. A primeira e principal conclusão que obtivemos foi de que as remunerações atribuídas são definidas através da legislação geral do trabalho em vigor e pelos contratos colectivos de trabalho dos sectores, sendo muito menos praticadas tabelas salariais próprias acima das pré-existentes/definidas. A tabela seguinte ilustra, de forma clara esta tendência.
Nº Prática Salarial Percentagem Empresas Estipulado pela Lei Geral 41 36,94% Estipulado pelo CCT do sector 36 32,43% Tabela Salarial acrescida de um valor até 5% 9 8,11% Tabela Salarial acrescida de um valor de 6% a 10% 6 5,41% Tabela Salarial acrescida de um valor de 11% a 15% 3 2,70% Tabela Salarial acrescida de um valor superior a + de 15% 7 6,31% Dependente da facturação/rendimento 4 3,60% Definido internamente/Tabela própria 4 3,60% Prémios 1 0,90% TOTAL 111 100%
Tabela 122: Práticas Salariais nas Empresas
Em termos de actualizações salariais anuais, 75.7% das empresas que responderam à questão procedem normalmente a um aumento anual dos salários dos seus colaboradores. Quando praticado esse aumento é equivalente ou superior à taxa de inflação anual (apenas uma empresa refere que faz uma actualização salarial abaixo do nível de inflação), havendo, no entanto outros mecanismos nomeadamente ligados à produção legislativa (actualização anual dos valores da remuneração mínima mensal) e aos definidos pelos contratos colectivos de trabalho dos sectores. Na tabela seguinte sintetizam-se os dados obtidos.
AUMENTOS SALARIAIS ANUAIS SIM NÃO TOTAL Aumentos Salariais – Nº de Empresas 84 27 111 Aumentos Salariais – % 75.7% 24.3% 100%
Se SIM, superiores à taxa de inflação 34 Se SIM, equivalentes à taxa de inflação 29 Se SIM, inferior à taxa de inflação 2 Se SIM, definido pelo CCT 6 Se SIM, estipulado pela Lei 6 Se SIM, variável 2
Tabela 123: Ocorrência de Aumentos Salariais Anuais
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Muitas vezes associado à alteração de práticas salariais surgem as progressões na carreira. Esta foi, também, uma variável estudada, tendo sido colocadas duas questões aos empresários: a existência de mecanismos de progressão na carreira implementados na empresa e se sim, quais. A primeira conclusão é de que, da maioria das empresas do concelho de Mortágua não têm implementado mecanismos formais de progressão na carreira, na medida em que 69.8% responde negativamente à primeira questão. As empresas cujos colaboradores progridem, fazem-no, na maioria, decorrente das obrigatoriedades constantes no contrato colectivo de trabalho do sector em que estão integrados (30.43%), surgindo a frequência/participação em formação profissional, a avaliação de desempenho e os anos de serviços como mecanismos implementados por um conjunto de empresas, respectivamente por 13.04%, do total de respondentes a esta questão. (Cf. Tabelas nº 124 e 125)
Nº Empresas Percentagem Sim 29 30,2
Não 67 69,8 TOTAL 96 100,0
Tabela 124: Existem Mecanismos de Progressão nas Carreiras?
Nº Empresas Percentagem Anos de Serviço 3 13.04% Avaliação de Desempenho 3 13.04% Contrato Colectivo de Trabalho 7 30.43% Legislação 2 8.69% Formação 3 13.04% Responsabilidade 1 4.34% Mérito 3 13.04% Redefinição de funções 1 4.34% TOTAL 23 100%
Tabela 125: Mecanismos de Progressão Existentes
Debrucemo-nos, agora, sobre uma outra dimensão – a gestão dos recursos humanos.
Os programas de inserção existentes, disponibilizados um por um conjunto de entidades, são, também uma ferramenta e recurso que poderá estar ao serviço das empresas e que lhes permitem integrar colaboradores em condições específicas. De modo a perceber qual a realidade das empresas do concelho de Mortágua a este nível, questionámos as empresas sobre as suas práticas.
Da análise da tabela seguinte que ilustra os resultados obtidos, concluímos que existe um número muito pouco significativo de empresas que recorrem a programas específicos de integração, sendo que aquele a que recorreram com maior frequência é o do apoio ao 1º emprego, em 76.92% para trabalhadores homens e 71.42% para mulheres. Note-se que, de acordo com as respostas obtidas,
91 existe um número muito reduzido de empresas a recorrer a programas para a integração de pessoas com deficiência.
Nº de trabalhadores % Programa de Integração H M H M Trabalhadores Deficientes 2 2 15.38% 14.28% Apoio ao 1º Emprego 10 10 76.92% 71.42% Estágios Profissionais 1 1 7.70% 7.15% POC 0 0 0% 0% Outro (não especificado) 0 1 0% 7.15% TOTAL 13 14 100% 100%
Tabela 126: Programas de Integração
Em termos gerais, e partindo das respostas facultadas pelos inquiridos, estão caracterizados os recursos humanos das empresas do concelho de Mortágua, sendo que a temática da formação profissional, por ter um papel também central no presente estudo será alvo de uma análise aprofundada no próximo sub-capítulo.
Em termos gerais poderemos sintetizar as principais conclusões da análise efectuada da seguinte forma:
a maioria dos trabalhadores tem idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos, com especial incidência dos 45 aos 54;
existe um número de mulheres trabalhadoras superior à masculina, no entanto a diferença é pouco significativa;
muito poucos trabalhadores estrangeiros, sendo que dos portugueses, a maioria tem residência no concelho de Mortágua ou limítrofes;
denota-se uma tendência para a estabilidade no emprego, na medida em que existe um número bastante significativo de trabalhadores que se encontra há mais de 11 anos ao serviço da mesma empresa. Paralelamente constata-se a existência de um número significativo de trabalhadores com vínculo permanente;
níveis de escolaridade baixos sendo, no entanto, muitos deles considerados profissionais qualificados e com cargos de direcção/gerência/administração;
tendência geral para a manutenção dos postos de trabalho existentes, não se prevendo aumento, mas não se desejando diminuição;
em termos de taxa de absentismo e decorrente do nível reduzido de respostas, bem como da constatação de que as empresas não detêm mecanismos formais de registo e cálculo, não é possível retirar uma conclusão válida para o concelho de Mortágua.
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3.3 Formação Profissional: Diagnóstico, Execução e Avaliação da Formação
Artigo 124.o Objectivos São objectivos da formação profissional: a) ... b) Promover a formação contínua dos trabalhadores empregados, enquanto instrumento para a competitividade das empresas e para a valorização e actualização profissional, nomeadamente quando a mesma é promovida e desenvolvida com base na iniciativa dos empregadores; c) Garantir o direito individual à formação, criando condições objectivas para que o mesmo possa ser exercido, independentemente da situação laboral do trabalhador; ... Artigo 125.o Formação contínua 1 — No âmbito do sistema de formação profissional compete ao empregador: a) Promover, com vista ao incremento da produtividade e da competitividade da empresa, o desenvolvimento das qualificações dos respectivos trabalhadores, nomeadamente através do acesso à formação profissional; b) Organizar a formação na empresa, estruturando planos de formação e aumentando o investimento em capital humano, de modo a garantira permanente adequação das qualificações dos seus trabalhadores; c) Assegurar o direito à informação e consulta dos trabalhadores e dos seus representantes, relativamente aos planos de formação anuais e plurianuais executados pelo empregador; d) Garantir um número mínimo de horas de formação anuais a cada trabalhador, seja em acções a desenvolver na empresa, seja através da concessão de tempo para o desenvolvimento da formação por iniciativa do trabalhador; e) Reconhecer e valorizar as qualificações adquiridas pelos trabalhadores, através da introdução de créditos à formação ou outros benefícios, de modo a estimular a sua participação na formação. 2 — A formação contínua de activos deve abranger, em cada ano, pelo menos 10% dos trabalhadores com contrato sem termo de cada empresa. 3 — Ao trabalhador deve ser assegurada, no âmbito da formação contínua, um número mínimo de vinte horas anuais de formação certificada. 4 — O número mínimo de horas anuais de formação certificada a que se refere o número anterior é de trinta e cinco horas a partir de 2006. 5 — As horas de formação certificada a que se referem os n.os 3 e 4 que não foram organizadas sob a responsabilidade do empregador por motivo que lhe seja imputável são transformadas em créditos acumuláveis ao longo de três anos, no máximo.
CÓDIGO DO TRABALHO
A Formação Profissional surge na vida das empresas como um mecanismos que permite adquirir e desenvolver competências que visem a optimização de um determinado desempenho profissional. É, sem dúvida, uma mais valia para empresários/as e trabalhadores/as a participação em cursos e acções de formação, desde que esses respondam às suas efectivas necessidades, traduzindo-se em conteúdos e metodologias definidas à medida.
Segundo La Boeuf e Muchielli42 “A formação transforma-se, assim, numa componente essencial da gestão e mobilização dos recursos humanos, no interior da organização de trabalho. Através de uma estratégia de formação global, participativa, interactiva, é possível construir uma visão partilhada e consensual do futuro da organização, das suas finalidades, dos meios de acção e dos valores que lhe estão subjacentes. Esta passagem, em termos de gestão, de uma lógica dos factores para uma lógica dos actores faz emergir a importância estratégica da formação no quadro do projecto da organização, como por exemplo a empresa”.
Assim, o conceito de formação profissional deverá ser considerado como o de formação contínua ou continuada de cada indivíduo enquanto membro de determinada organização ao serviço da qual
42 Luís Ferrão e Manuela Rodrigues (2000,) Formação Pedagógica de Formadores, Lidel, p.3
93 operacionaliza/aplica conhecimentos, capacidades e competências (interagindo com os outros e com o mundo). Refere Laureano Silveira que, hoje em dia, “na formação profissional contínua vêm convergir processos e estratégias de desenvolvimento profissional, relacionado com o desenvolvimento social e económico das organizações, mas que só é, porém, consistente se acompanhado e sustentado por um desenvolvimento de competências pessoais e relacionais que permitem fazer emergir, em todos os níveis profissionais, capacidades de flexibilidade, inovação, compreensão de crises e desafios, integração de experiências, mudanças culturais e ousadia de criar de novo, de inovar, modificar”43.
Jorge Cruz e citando Goldstein e Gessner, define formação profissional como “a aquisição sistemática de competências, normas, conceitos ou atitudes que origina um desempenho melhorado em contexto profissional.” 44
Este mesmo autor, Jorge Cruz, precisa ainda e na mesma dimensão que o autor anterior, a noção de formação profissional contínua que será “ a formação que engloba todos os processos formativos organizados e institucionalizados subsequentes à formação profissional inicial com vista a permitir uma adaptação às transformações tecnológicas e técnicas, favorecer a promoção social dos indivíduos, bem como permitir a contribuição para o desenvolvimento cultural, económico e social.” 45
Em termos gerais poderemos definir/apresentar o sistema de formação profissional proposto por Campbell e por Golstein46, denominado “Modelo Sistémico Geral da Actividade Formativa”, da seguinte forma:
Levantamento de necessidades Definição dos objectivos de Organização dos programas formativas formação de formação
Avaliação dos resultados da Realização dos programas de formação formação
Ilustração 6: Modelo Sistémico Geral da Actividade Formativa
Os elementos constituintes do sistema de formação, apresentados no gráfico anterior, foram considerados para que a análise da realidade do concelho fosse o mais completa possível. Assim, e de modo a perceber a dinâmica formativa, considerou-se pertinente incluir, no inquérito, questões relacionadas com os três elementos-chave de qualquer intervenção: diagnóstico, planeamento e avaliação.
Iniciamos, então, a análise por perceber se as empresas possuíam serviços de formação profissionais organizados, quer através de um departamento específico quer pela designação de um
43 SILVEIRA, Laureano (2001), Detecção, Identificação e análise de necessidades de formação e aprendizagem, Porto: Contemporânea, pp.20 44 CRUZ, Jorge Valadas Preto (1998), Formação Profissional em Portugal – do levantamento de necessidades à avaliação, Lisboa: Edições Sílabo, pp.11 45 Idem, ibidem, pp.11 46 CRUZ, Jorge Valadas, Formação Profissional em Portugal – do levantamento de necessidades à avaliação, p.17
94 colaborador dentro da empresa com funções na área. As conclusões obtidas são de que uma pequena percentagem de empresas tem este tipo de serviços, na medida em que apenas 10 (9.3% dos respondentes) tem um departamento de formação profissional e 24 (14.3%) têm um responsável pela área dentro da empresa. (Cf. Tabelas 127 e 128). Em relação a este último aspecto saliente-se que na maioria das situações (62.5%) será o empresário/gerente o responsável por esta área.
Nº Empresas Percentagem Sim 10 9,3 Não 98 90,7 TOTAL 108 100,0
Tabela 127: Existência de Um Serviço ou Departamento Responsável pela Formação Profissional na EMpresa
Nº Empresas Percentagem Director Pessoal 2 8,3 Empresário/Gerente 15 62,5 Director Técnico-Pedagógico 1 4,2 Departamento Administrativo-Financeiro 1 4,2 Departamento de Formação 1 4,2 Encarregado de Produção 1 4,2 Entidade Externa 1 4,2 Empresa do Grupo 1 4,2 Outsourcing 1 4,2 TOTAL 24 100,0
Tabela 128: Responsável da Formação Profissional na Empresa
Em relação a diagnósticos de necessidades formativas realizados internamente, concluiu-se que é um processo que é implementado por um número pouco significativo de empresas, na medida em que, das 64 que responderam à questão, apenas 20.3% indicaram este procedimento como habitual e periódico na sua empresa (Cf. Tabela nº129)
Nº Empresas Percentagem Sim 13 20,3
Não 51 79,7 TOTAL 64 100,0
Tabela 129: Existência de Metodologias de Diagnóstico de Necessidades de Formação
Das que referiram a sua existência a metodologia que aplicam, na sua maioria, é a das entrevistas aos trabalhadores, seguindo-se a análise de catálogos de empresas de formação, sendo que a
95 maioria não utiliza qualquer uma das metodologias apresentadas como forma de diagnosticar necessidades formativas.
Catálogos Fichas de Documentos Entrevistas Fichas de Sondagens de Entrevistas avaliação Reclamações Com aos avaliação de por Empresas à Chefias de acções de clientes Orientações trabalhadores desempenho questionários de anteriores Estratégicas formação
Nunca 18 21 26 24 27 22 24 20 Raramente 3 3 2 2 2 4 2 0 Por vezes 10 4 2 2 1 4 4 9 Quase Sempre 0 2 0 2 1 1 1 2 Sempre 1 2 2 2 1 1 1 1 TOTAL 32 32 32 32 32 32 32 32
Tabela 130: Metodologias de Diagnostico de Necessidades de Formação
Para além destas os empresários indicaram outros mecanismos, sendo a taxa de incidência de uma resposta por opção apresentada, nomeadamente:
reuniões empresa Externa fornecedores (formação decorrente de novos produtos, serviços) necessidades pessoais definidas pelo(s) próprio(s) colaborador plano elaborado pela Direcção/Gerência/Administração.
Questionámos, também, os empresários sobre o papel desempenhado pela formação profissional na sua empresa, bem como se a consideravam como elemento de apoio à gestão. Os resultados obtidos indicam-nos que, de facto, tal acontece, na medida em que 78.5% dos respondentes assinalou a opção sim quando lhes foi colocada a seguinte questão: A formação profissional parece- lhe ser útil em termos de gestão da sua empresa?
Nº Empresas Percentagem Sim 62 78,5
Não 17 21,5 TOTAL 79 100,0
Tabela 131: Utilidade da Formação Profissional na Gestão da Empresa
96
Em termos de objectivos da formação profissional, os empresários traçaram para as suas empresas as seguintes metas: aperfeiçoamento, reciclagem e acolhimento de recém-contratados. Esta constatação advém da análise da tabela seguinte (Cf. Tabela nº132) e considerando as respostas positivas (isto é, nos parâmetros raramente, por vezes, quase sempre e sempre), com especial incidência nos parâmetros “quase sempre” e “sempre”.
Satisfação de Acolhimento de Preparação de necessidades recém Reconversão Reciclagem Aperfeiçoamento promoções extra contratados profissionais
Nunca 31 40 38 26 12 39
Raramente 5 1 4 4 7 3
Por Vezes 2 1 4 4 9 3
Quase Sempre 5 3 0 6 8 0
Sempre 3 1 0 6 10 1
TOTAL 46 46 46 46 46 46
Tabela 132: Objectivos da Formação Profissional nas Empresas
Continuando a linha de pensamento com que iniciámos a abordagem à questão da formação profissional nas empresas, isto é, primeiro analisando as práticas, para, de seguida, ser possível propor áreas de intervenção, partindo duma reflexão interna dos empresários, solicitou-se que sintetizassem a formação profissional em que participaram os seus colaboradores no último ano.
Assim, verifica-se que os colaboradores participaram em 62 acções de formação, com predominância em acções de curta duração, na sua maioria com menos de 20 horas (38.70 do total). (Cf. tabela nº133)
Duração Não Menos de 20 20 a 50 51 a 100 101 a 250 251 a 500 + de 501 TOTAL em horas Especificado
Nº de Acções 24 9 5 1 1 3 19 62
Tabela 133: Número de Cursos Realizados pelos Colaboradores nas Empresas em 2004
97
Em termos de local de realização das acções verificou-se que dos 62 cursos frequentados, 70.96% se realizaram fora das instalações da empresa, com especial incidência em cursos realizados fora do distrito (Viseu), mas dentro do país (17) e no concelho de Mortágua (16) . (Cf. Tabela nº134)
Nº de Nº de Empresas Cursos/Acções Frequentados Dentro da 13 18 – 29.04% Empresa Fora do concelho, Fora do distrito, Concelho de mas dentro do mas dentro do Estrangeiro Mortágua Fora da distrito país Nº Nº Nº Empresa 39 44 – 70.96% Nº Cursos Nº Cursos Nº Cursos Nº Empresas Nº Cursos47 Empresas Empresas Empresas 11 16 7 10 17 17 4 1
Tabela 134: Local de Realização dos Cursos de Formação
No que concerne ao tipo de trabalhadores que participaram nas acções e considerando os dados apresentados constata-se haver uma tendência para uma distribuição equilibrada pelos diferentes níveis considerados. A tabela seguinte ilustra esta tendência.
CATEGORIA PROFISSIONAL Nº % Dirigentes 12 9,68% Encarregados 8 6,45% Estagiários 6 4,84% Profissionais altamente qualificados 6 4,84% Profissionais não-qualificados 24 19,35% Profissionais qualificados 20 16,13% Profissionais semi-qualificados 17 13,71% Quadros Médios 19 15,32% Quadros Superiores 12 9,68% TOTAL 124 100%
Tabela 135: Participantes nos Cursos por Categoria Profissional
Quanto ao tipo de formação em que participaram os colaboradores das empresas e considerando, apenas, as respostas positivas à questão, conclui-se que a maioria participou nas formas mais tradicionais, isto é formação em sala e formação em posto de trabalho, notando-se que das respostas positivas registadas (46), 56.52% integraram-se na primeira forma de organização. No que diz respeito à autoformação, formação através da utilização do computador (eLearning ou
47 Apesar de quatro empresas terem referido a participação de formandos em acções no estrangeiro, apenas uma indicou o número de cursos, pelo que o valor apresentado neste item é inferior ao número de empresas.
98 bLearnig) e formação outdoor, apenas uma minoria dos respondentes a sinalizou, ainda que, quando analisadas as tendências futuras, a formação via computador surja como uma das que, os empresários, prevêem que mais aumente. Note-se que para nenhuma das formas de organização da formação, os empresários, prevêem diminuição
Na tabela seguinte (Cf. Tabela nº136) é possível analisar os resultados quantitativos obtidos que retratam esta questão. Refira-se que existem empresas que, embora ainda que não tenham participado em formação organizada de determinada forma prevêem que tal aconteça no futuro, na medida em que sinalizam a tendência como de aumento.
PREVISÃO
Nº de Empresas Aumenta Mantém Diminui
Formação em Sala 26 6 15 ---
Formação em 12 8 6 --- Posto de Trabalho
Auto-Formação 2 1 3 ---
Formação Via Computador 3 6 1 ---
Formação Outdoor 3 3 3 ---
Tabela 136: Formas de Organização da Formação
Para que possamos afirmar estar perante uma situação de formação é necessário que um conjunto de condições estejam reunidas, não só em termos de espaços e equipamentos, bem como em termos de agentes que intervêm no processo. Já analisámos os formandos participantes e, neste momento, propomos analisar um outro tipo de agente – formadores ou entidades que promovem a formação.
Para efectivar tal análise questionaram-se as empresas sobre o desenvolvimento do processo formativo e, mais especificamente, sobre quem assegurou a formação. Assim, das empresas que responderam, conclui-se que, na maioria dos cursos promovidos, foram empresas de consultoria, associações empresariais e fornecedores de equipamentos que as asseguraram, seguindo-se o recurso a formadores internos. Em termos de previsão futura, e considerando a média de respostas, a tendência é para que se mantenha esta situação. Note-se que, no concelho de Mortágua e, especificamente, para as empresas que responderam ao questionário, as associações sindicais não têm intervenção no que á formação profissional diz respeito.
A tabela seguinte apresenta, de forma sintetizada, os dados referenciados.
99
PREVISÃO
Nº de Empresas Aumenta Mantém Diminui
Formadores Internos 8 3 1 ---
Empresas de Consultoria 9 2 7 ---
Centros de Formação Profissional 6 2 3 ---
Estabelecimentos de Ensino Técnico Profissional 1 1 1 ---
Associações Empresariais 9 3 4 ---
Fornecedores de Equipamento 9 3 6 1
Associações Sindicais 0 ------
Companhias de Seguros 1 --- 1 ---
Centros Tecnológicos 1 2 1 ---
Auto-Formação 1 ------
Entidade Acreditada 1 ------
Formador Externo Contratado pela Própria Empresa 1 ------
Média da Tendência de Evolução 1.33 2 0.08
Tabela 137: Tipo de Formadores / Entidades Formadoras Intervenientes
Após esta breve descrição e análise do desenvolvimento da formação profissional nas empresas do concelho de Mortágua que responderam ao questionário e, mais especificamente, que responderam positivamente às questões relativas aos processos de formação profissional nas suas empresas, analisemos, de seguida, a forma como a formação é avaliada. A avaliação da formação profissional é um momento fundamental em todo o processo na medida em que nos permite analisar, a forma como decorreram os processos; a adequação às necessidades e exigências da intervenção formativa dos meios físicos e humanos disponibilizados considerando que a formação é um investimento quer financeiro, quer de tempo, identificação dos impactos e mais-valias que dela advieram para o/a colaborador/a, para o seu desempenho e, em última instância, para o aumento da produtividade da empresa. Assim, iniciamos a análise por perguntar aos empresários se avaliam a formação que realizam. Constatou-se que a maioria dos respondentes não o faz (Cf. Tabela nº138). Isto é, 78.1% dos respondentes não avalia a formação que realiza, sendo que tal procedimento apenas é concretizado por 21.9% dos respondentes.
Nº Empresas Percentagem Sim 14 21,9
Não 50 78,1 TOTAL 64 100,0
Tabela 138: Avaliação da Formação Profissional Realizada
Uma outra questão que será relevante é a da forma como é feita essa avaliação. Assim, das 14 empresas que implementam metodologias de avaliação da formação, a maioria fá-lo através da avaliação de desempenho (64.3%), seguindo-se a aplicação de questionários de satisfação
100
(35.7%) e, em terceiro lugar, as simulações de desempenho (28.6%). Os mecanismos propostos e menos usados são as entrevistas e a definição de planos de acção e seu cumprimento, com 7.1% das respostas assinaladas, correspondendo, essa percentagem, às práticas de uma empresa. Foi, ainda, assinalado o item “outros” com a designação “resultado final do formando na acção”, por uma empresa. (Cf. Tabela nº139)
METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DA Nº DE % FORMAÇÃO48 EMPRESAS Testes de Conhecimentos 3 21.4% Simulações de Desempenho 4 28.6% Questionários de Satisfação 5 35.7% Entrevistas 1 7.1% Definição de Planos de acordo com o seu 1 7.1% Cumprimento Avaliação de Desempenho 9 35.7% Outro – resultado Final do Formando na 1 7.1% Acção
Tabela 139: Metodologias de Avaliação da Formação Implementadas
O retorno do investimento realizado em qualquer área da empresa é uma preocupação constante na sua gestão. Com a formação profissional não será diferente, pelo que propôs-se aos empresários que se posicionassem numa escala que vai do muito reduzido ao muito bom, sobre a relação entre investimento realizado e melhoria do desempenho dos trabalhadores. Os resultados obtidos foram os seguintes:
Nº Percentagem Empresas Muito 3 9,4 Reduzido Reduzido 4 12,5 Razoável 13 40,7 Bom 7 21,8 Muito Bom 5 15,6 TOTAL 32 100,0
Tabela 140: Retorno do Investimento Efectuado na Formação Profissional
Da leitura da tabela anterior verificamos que a maioria considerou o retorno do investimento no nível razoável (40.7%), seguindo-se o bom e o muito bom, com, respectivamente, 21.8% e 15.6%
48 Consideram-se metodologias de avaliação da formação “(...) processos de comparação de resultados face a objectivos prefixados (tomando um padrão), diagnóstico das causas de deficiências ou fracos resultados, e estabelecimento de acções ou planos de correcção e aperfeiçoamento (...)” - José Lencastre
101 das respostas. É, no entanto, de referenciar que existe um número, ainda que não muito elevado, considerável de empresas que consideram que o impacto da formação nos desempenhos foi muito reduzido (9.4%).
Por último, analisemos os níveis de investimento realizados na área da Formação Profissional pelas empresas do concelho. Assim quando questionadas sobre o destino dos investimentos realizados, verificamos que, apenas, 5.1% das empresas respondentes que efectuaram investimento, o fizeram na área da Formação Profissional, (Cf. Tabela nº141), sendo que as restantes 94.9% não o fizeram, tendo investido noutras áreas distintas.
Nº Empresas Percentagem
Sim 4 5,1
Não 75 94,9 TOTAL 79 100,0
Tabela 141: Investimento Realizado na Área da Formação Profissional
Poderemos cruzar esta informação com o recurso a fontes de financiamento, nomeadamente programas nacionais e comunitários de apoio à qualificação dos Recursos Humanos. A conclusão que obtemos é a de que, apenas, duas organizações recorreram a dois programas, PRIME – Formação Profissional e PRODEP, sendo que a organização que recorreu ao segundo programa é uma instituição de Ensino Profissional, pelo que ficamos reduzidos a apenas uma entidade.
Façamos, agora, a ponte para o futuro, isto é, passemos à análise das necessidades formativas existentes.
Podemos entender Diagnóstico de Necessidades de Formação como o mecanismo através do qual se determina, com exactidão, qual o conteúdo de formação necessário para um determinado indivíduo, conjunto de indivíduos ou entidade.
Segundo Pettigrew (1989)49 “ de forma acentuada, a parte mais frágil do processo (de formação) parece ser a identificação de necessidades (…) a parte do processo sob responsabilidade das chefias directas e não do formador”50. De modo a colmatar esta situação optou-se por propor uma análise das necessidades ao nível organizacional, que visava determinar onde e quando é que a formação seria necessária. Note-se que ao determinar necessidades formativas é importante deter, não só uma atitude reactiva, mas, essencialmente, uma atitude prospectiva, isto é, antecipando necessidades futuras que possam surgir de alterações internas ou externas que impliquem necessidade de actualização, reconversão ou aperfeiçoamento.
49 Este autor referia-se a um estudo que haviam realizado em diversas empresas 50 CRUZ, Jorge Valadas, Formação Profissional em Portugal – do levantamento de necessidades à avaliação, p.58
102
Partindo de uma análise da realidade empresarial em termos genéricos e do contexto nacional e europeu, definiram-se um conjunto de áreas, genéricas, que a seguir se apresentam e sobre as quais os empresários deveriam reflectir e analisar a sua organização. Na medida em que cada empresa tem, também, as suas especificidades abriu-se um campo para registo de outras necessidades a serem contempladas e analisadas.
Das propostas apresentadas na tabela seguinte, as empresas, considerando as necessidades formativas diagnosticadas, posicionaram-se da forma como a seguir se apresentam, surgindo, em primeiro lugar, as grandes áreas e, seguidamente, particularizando, área a área.
GRANDES ÁREAS DE DESCRIÇÃO FORMAÇÃO Administrativa Administrativo-financeira Contabilidade Financeira
Excel / Word / .. Internet Informática Intranet CAD / CAM
Processamento de Salários Gestão de Recursos Humanos Recursos Humanos Produção Qualidade Manutenção Industrial
Atendimento Vendas Comercial Marketing Logística Gestão de Stocks
Estucagem Canalização Construção Civil Carpintaria Electricidade
Serralharia Metalomecânica Soldadura
Empilhadores Operação de Máquinas Máquinas Agrícolas Máquinas Florestais
Higiene, Saúde e Segurança Restauração Outras. Quais?
Tabela 142: Áreas de Formação Consideradas no Diagnostico de Necessidades de Formação
103
Em termos gerais, considerando as grandes áreas, obtivemos os seguintes resultados.
Gráfico 14: Distribuição de Potenciais Formandos por Grandes Áreas de Formação
De imediato se concluiu que a área em que existem maiores necessidades formativas e consequentemente com maior número de potenciais formandos, é a da higiene, saúde e segurança (27.22% dos potenciais formandos), seguindo-se a gestão de resíduos e produtos químicos (19.31%). As áreas que surgem com menor incidência, também por se tratarem de áreas mais específicas e direccionadas para determinado tipo de empresas, são a da metalomecânica (0.19%), da operação de máquinas (1.74%) e da restauração (1.74%).
Analisemos, agora, dentro de cada grande áreas, quais as sub-áreas que registam maior número de manifestações de interesse/necessidade.
Área administrativo-financeira
Em relação a esta área, e antes mesmo de se proceder à análise das manifestações, constatou-se que uma parte das empresas respondentes possuem contratação de serviços externos, nomeadamente em termos financeiros e contabilísticos, o que também enforma as manifestações de necessidades formativas.
Em termos de potenciais formandos temos um número não muito elevado, apenas 21, encontrando- se distribuídos de forma equilibrada dentro das três sub-áreas propostas – administrativa, contabilidade e financeira.
104
Gráfico 15: Distribuição de Potenciais Formandos - Área Administrativo-Financeira
Quanto à escolaridade dos potenciais formandos, conclui-se que a maioria se encontra entre o 5º e o 12º anos de escolaridade (Cf. Tabela nº143). O que indicia estarmos perante colaboradores com habilitações literárias baixas e com necessidade de adquirir competências técnicas para o exercício quer das suas funções habituais, quer de novas funções.
Escalão não <4ª Classe 5ª-6ºAno 7ª-9ºAno 10º-12ºAno Bacharel. Licenciado Total Especificado Administrativo- Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % financeira 1,35 Administrativa 3 42,86 1 14,29 2 28,57 1 14,29 7
8 Contabilidade 2 0,16 2 0,16 2 0,16 1 0,08 1 0,08 1,54
6 Financeira 4 66,67 2 33,33 1,16
Tabela 143: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos - Área Administrativo-Finaceira
Área de Informática
Decorrente do desenvolvimento acelerado de mecanismos de comunicação alternativos, quer pela utilização da Internet como meio de comunicação externo, quer interno a área das Tecnologias da Informação e Comunicação é, actualmente, fundamental em qualquer empresa. Note-se que quando se referencia a utilização da Internet pensa-se como meio de divulgação de produtos e serviços, como meio de angariar novos clientes e fidelizar os que já existem, bem como mecanismos de substituição/complementaridade dos mecanismos de comunicação mais tradicionais (carta, fax e telefone), abrindo a empresa ao mundo e atingindo potenciais clientes que, de outras formas, não seria possível. Não podemos deixar de salientar, de novo, os resultados apresentados aquando da caracterização das empresas respondentes, onde se conclui que um número muito significativo de empresas ainda não utilizam as tecnologias da informação e comunicação, quer para organização interna da actividade, quer como elemento de ligação ao exterior.
Voltemos, então à análise das necessidades formativas. Dos dados apresentados no gráfico nº16, conclui-se que existe, ainda, um número considerável de formandos a necessitar de formação na
105
área da informática na óptica do utilizador, nomeadamente em programas de processamento de texto e de folha de cálculo (21), seguindo-se programas específicos de trabalho como o CAD/CAM. Note-se que ao nível da utilização da Internet e da intranet contou-se com um número, também ele significativo, de manifestações de interesse (21).
Para além destes dados, poder-se-á afirmar que será preponderante capacitar os colaboradores das empresas para a utilização de ferramentas informáticas, na medida em que estas são uma mais-valia no desempenho profissional, mas também pessoal (salientando-se que actuando numa dimensão se actuará, também, na outra). Refira-se, por último, a importância da utilização e optimização dos conhecimentos ao nível da informática na execução de tarefas quotidianas, que permite a economia de recursos.
Gráfico 16: Distribuição de Potenciais Formandos - Área Informática
Em termos de habilitações literárias e à semelhança da tendência verificada anteriormente, a maioria dos potenciais formandos posiciona-se nos níveis de escolaridade menos elevados, sendo que a maioria se situa, mesmo, nos 5º e 6º anos, facto que é decorrente não só da escolaridade média dos colaboradores das empresas do concelho, mas também dos factos que acima se referenciaram.
Escalão não <4ª Classe 5ª-6ºAno 7ª-9ºAno 10º-12ºAno Bacharel. Licenciado Total Especificado Informática Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % 21 Excel / Word / .. 3 14,29 7 33,33 4 19,05 4 19,05 1 4,76 2 9,52 4,05
Internet 2 15,38 6 46,15 1 7,69 3 23,08 1 7,69 13 2,51 Intranet 2 25,00 5 62,50 1 12,50 8 1,54 CAD / CAM 2 16,67 4 33,33 1 8,33 1 8,33 4 33,33 12 2,32
Tabela 144: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos - Área de Informática
106
Área de Recursos Humanos
A gestão de recursos humanos é um desafio diário que se coloca aos empresários e seus colaboradores. Será, mesmo, a área dentro da empresa mais complicada de gerir. No entanto, os registos das necessidades de formação a este nível não são muito significativos, surgindo a área da qualidade como a que revela maior interesse, com 11 manifestações, sendo que as restantes sub- áreas propostas não surgem como preocupação. Tal facto poderá estar relacionado com a dimensão média das empresas, bem como com o tipo de gestão efectuada, a maioria de cariz familiar.
Gráfico 17: Distribuição de Potenciais Formandos - Área dos Recursos Humanos
De novo, a tendência, é para os potenciais formandos deterem um nível de escolaridade baixo, à excepção da sub-área da qualidade em que surgem potenciais formandos com níveis mais elevados, nomeadamente o correspondente ao Ensino Secundário e Superior. (Cf. Tabela nº145)
Escalão não <4ª Classe 5ª-6ºAno 7ª-9ºAno 10º-12ºAno Bacharel. Licenciado Total Especificado Recursos Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Humanos: Proc.Salários 1 100,00 1 0,19 Gestão Rec.Hum. 1 50,00 1 50,00 2 0,39 Produção 4 80,00 1 20,00 5 0,97 Qualidade 1 9,09 1 9,09 1 9,09 4 36,36 1 9,09 3 27,27 11 2,12 Manutenção Ind. 2 66,67 1 33,33 3 0,58
Tabela 145: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos na Área dos Recursos Humanos
107
Área Comercial
Para que uma empresa se mantenha no mercado e desejavelmente cresça, necessita de uma estratégia comercial definida e consolidada, estando, nesta dimensão, incluídas as competências da sua força de vendas (interna e externa). Tal preocupação parece-nos patente nas necessidades de formação apresentadas, na medida em que surge com um número significativo de potenciais formandos, especialmente nas sub-áreas de atendimento e vendas, com, respectivamente 22 e 14.
Gráfico 18: Distribuição dos Potenciais Formandos - Área Comercial
Em termos de distribuição de potenciais formandos por habilitações académicas, e como se pode verificar na tabela seguinte, temos uma predominância de potenciais formandos com escolaridade inferior ao 4º ano, seguindo-se os 5º e 6º anos e os 10º ao 12º anos.
Escalão não <4ª Classe 5ª-6ºAno 7ª-9ºAno 10º-12ºAno Bacharel. Licenciado Total Especificado Comercial Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Atendimento 4 18,18 5 22,73 2 9,09 5 22,73 1 4,55 5 22,73 22 4,25 Vendas 3 21,43 2 14,29 2 14,29 4 28,57 2 14,29 1 7,14 14 2,70 Marketing 2 33,33 1 16,67 3 50,00 6 1,16 Logística 3 60,00 2 40,00 5 0,97 Gestão de Stocks 3 60,00 2 40,00 5 0,97
Tabela 146: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos - Área Comercial
108
Área de Construção Civil
Se recordarmos os resultados dos dados estatísticos constantes no Anuário Estatístico da Região Centro de 2004, verificamos estar perante um concelho em que a área da construção civil tem um forte peso (384 empresas com sede no concelho). Com a introdução desta dimensão no questionário era nosso objectivo perceber quais as carências formativas nesta área. As conclusões foram bem evidentes: existem carências ao nível das profissões técnicas ligadas à área.
Se cruzarmos esta informação com a inventariação de carências de mão-de-obra sentidas pelos empresários verificamos a necessidade de se apostar, em termos formativos, nestas profissões. (Cf. Tabela nº149)
Gráfico 19: Distribuição de Potenciais Formandos - Área Construção Civil
Quanto às habilitações literárias, a maioria não especificou51, o que nos poderá indiciar que, independentemente do nível de escolaridade, o importante é que existam profissionais com competências nas áreas identificadas – electricidade, carpintaria, canalização e estucagem.
51 Escalão não <4ª Classe 5ª-6ºAno 7ª-9ºAno 10º-12ºAno Bacharel. Licenciado Total Especificado Construção Civil : Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Estucador 14 100,00 14 2,70 Canalização 14 100,00 14 2,70 Carpintaria 1 6,67 14 93,33 15 2,90 Electricidade 1 6,67 14 93,33 15 2,90
109
Área Metalomecânica
As necessidades de formação nesta área são muito pouco expressivas, havendo apenas 1 potencial formando para a soldadura, que terá um nível de escolaridade situado entre o 5º e 6º ano de escolaridade.
Gráfico 20: Distribuição de Potenciais Formandos - Área Metalomecânica
110
Área de Operação de Máquinas
Sendo o concelho de Mortágua eminentemente florestal colocou-se a possibilidade de necessidades ao nível da utilização e condução de máquinas florestais (e também agrícolas), no entanto conclui-se pelo nível de respostas baixo (recorde-se que estamos, apenas, a efectuar uma análise às respostas constantes nos questionários recepcionados, pelo que poderão/deverão existir outras necessidades não referenciadas ou nalgumas delas os índices serem significativamente mais elevados, no entanto não podemos generalizar, especialmente, quando se tratam de áreas muito específicas).
Nem mesmo na utilização de empilhadores, área onde, actualmente, existe já um programa formativo específico para obtenção de carta de empilhadores, as manifestações de necessidade foram significativas, apenas 3. (Cf. Gráfico nº21)
Gráfico 21: Distribuição de Potenciais Formandos - Área Operação de Máquinas
Em termos habilitacionais, os poucos potenciais formandos, distribuem-se, equitativamente, entre o 5º e o 12º anos de escolaridade. (Cf. Tabela nº147)
Escalão não <4ª Classe 5ª-6ºAno 7ª-9ºAno 10º-12ºAno Bacharel. Licenciado Total Especificado Operação de Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Máquinas: Empilhadores 1 33,33 1 33,33 1 33,33 3 0,58
Máq.Agrícolas 1 33,33 1 33,33 1 33,33 3 0,58
Máq.Florestais 1 33,33 1 33,33 1 33,33 3 0,58
Tabela 147: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos - Área Operação de Máquinas
111
Área de saúde, higiene e segurança
Surge, agora, uma das áreas com maior carência formativa. Tratando-se de uma área de intervenção transversal a todos os sectores de actividade e em que tem havido uma forte produção legislativa quer a nível nacional quer comunitária, as empresas sentem necessidade para sensibilizar e formar na área da higiene, saúde e segurança no trabalho.
No concelho de Mortágua, existem 141 colaboradores nas empresas com necessidades formativas nesta área, sendo que a transversalidade da necessidade se reconhece, também, nos níveis de escolaridade dos potenciais formandos, já que se distribuem, de forma equilibrada, por todos os níveis considerados, partindo do pressuposto que os potenciais formandos incluídos na designação “escalão não especificado” se distribuirão pelos restantes.
Gráfico 22: Distribuição de Potenciais Formandos por Habilitações Literárias - Área HSST
112
Área da Restauração
Mortágua é um concelho que conta com uma oferta de restauração com 21 estabelecimentos, sendo que a necessidade da qualificação dos colaboradores destes estabelecimentos, surge para nove respondentes como importante. Isto é, a carência formativa neste sector foi considerada como fundamental para nove dos colaboradores deste sector., sendo estes com habilitações académicas, na sua maioria entre o 5º e o 6º ano (55.55%), distribuindo-se os restantes pelos níveis de escolaridade situados entre a 4ª classe e o 12º ano. (Cf. Gráfico nº23)
Gráfico 23: Distribuição de Potenciais Formandos por Habilitações Literárias - Área da Restauração
113
Outras Áreas
No que concerne a outras áreas sugeridas pelas próprias empresas/empresários, surge em destaque a gestão de resíduos com 100 (66.22%) potenciais formandos. Note-se que os dados constantes no gráfico seguinte apontam para carências formativas noutras áreas não referenciadas, no entanto não foram especificadas pelo que, apesar do seu valor com alguma expressão (45), não foi possível a sua análise. O mesmo acontecendo para os níveis de escolaridade, na medida em que a maioria não os referencia.
Gráfico 24: Distribuição de Potenciais Formandos - Outras Áreas
Escalão não <4ª Classe 5ª-6ºAno 7ª-9ºAno 10º-12ºAno Bacharel. Licenciado Total Especificado Outras. Quais? 45 100,00 45 8,69 Pintura de 1 100,00 1 0,19 Automóveis Línguas 1 50,00 1 50,00 2 0,39 Ambiente 1 100,00 1 0,19 Gestão de Resíduos, 100 100 Produtos Químicos e 100,00 19,31
Planos de Segurança Técnica Social 1 100,00 1 0,19 Formação de 1 100,00 1 0,19 Formadores TOTAL 518 100
Tabela 148: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos - Outras Áreas
114
Como complemento à análise anterior questionou-se aos empresários quais os tipos de mão-de-obra que, habitualmente, têm necessidade e não encontram no concelho de Mortágua. A principal conclusão é a de que as carências se registam, especialmente, nas áreas técnicas, dos saber-fazer específicos – manutenção de máquinas, trabalhadores qualificados de carpintaria, pessoal qualificado na área da hotelaria e restauração, motosserristas, entre outros (Cf. Tabela nº149)
Estas conclusões levam-nos a apontar como áreas formativas a desenvolver, as ligadas aos saberes técnicos, que qualifiquem para a prática de uma actividade profissional.
Nº Empresas Percentagem Gestão/Economia 1 2,9 Manutenção de Máquinas 1 2,9 Mecânicos Automóveis 1 2,9 Mão-de-Obra para exploração florestal 1 2,9 Motoristas de Pesados 1 2,9 Motosserristas 1 2,9 Pessoal com disponibilidade para trabalhar fora 2 5,9
Pessoal qualificado na área da hotelaria e restauração 3 8,8 Serralheiros e Soldadores 1 2,9 Trabalhadores Qualificados Carpintaria 2 5,9 Formadores/Consultores 1 2,9 Trabalhadores Especializados para Panificação 2 5,9 Nenhuma 16 47,1 Especialização em Cerâmica 1 2,9 TOTAL 34 100,0
Tabela 149: Carências de Mão-de-Obra
Paralelamente foi questionado às empresas e dentro da lógica da satisfação das necessidades formativas enunciadas, qual o horário preferencial para a realização da formação, se a empresa possuía instalações próprias para a realização da formação e se era útil que tal acontecesse dentro da própria empresa. Obtiveram-se os seguintes resultados:
Nº Percentagem Empresas Laboral 7 8.9 Pós-Laboral 53 67.1 Misto 19 24.1 TOTAL 79 100,0
Tabela 150: Horário Preferencial para a Realização de Formação Profissional
115
Nº Percentagem
Empresas Válida Sim 32 29.4
Não 77 70.6 TOTAL 109 100,0
Tabela 151: Instalações próprias para a realização de Formação Profissional
Nº Empresas Percentagem Na empresa 35 35.35% Fora, mas próximo da 56 56.56% empresa Fora, próximo da residência 6 6.06% do trabalhador Centros de Formação 1 1.01% Outros: Empresas de Formação 1 1.01% TOTAL 99 100%
Tabela 152: Local Preferencial para Realização de Formação Profissional
Da análise das tabelas anteriores conclui-se que, preferencialmente, a formação deverá realizar-se em horários pós-laboral (67.1% dos respondentes), ainda que algumas empresas admitam a sua realização num misto de laboral e pós-laboral (24.1%) e apenas uma reduzida percentagem considerar que, preferencialmente, deverá realizar-se em laboral (8.9%). (cf. Tabela nº150).
No que concerne à existência de instalações adequadas para a realização de formação, a maioria considera não ter um espaço que reúna tais condições (70.6%). Note-se que, a este nível, foi considerado “espaço adequado” uma área limitada para formação em sala, na medida em que quando equacionamos outros tipos de formação, nomeadamente, em posto de trabalho, esta questão não se coloca. Em termos de local preferencial para a realização de intervenções formativas, a opção que se afigurou aos empresários como mais adequada foi a de “fora da empresa, mas próximo”, com 56.56% das respostas, seguindo-se “na empresa”, com 35.35% as opiniões. (Cf. Tabelas nºs 151 e 152).
Foi, ainda, questionado aos empresários se a oferta formativa existente no concelho se adequaria às suas necessidades, sendo que a maioria dos respondentes (62.7%) afirma que tal não acontece.
Nº Percentagem
Empresas Válida Sim 25 37.3
Não 42 62.7 TOTAL 67 100,0
Tabela 153: A oferta formativa existente no concelho corresponde às necessidades da sua empresa?
116
Para finalizar o presente sub-capítulo propomos uma análise SWOT de todo o processo.
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
Entidades Formadoras existentes no Indisponibilidade, mais ou menos, concelho generalizada para as empresas investirem em Formação Profissional Escola Profissional e Escola Secundária com potencialidades para desenvolver cursos Concepção, por parte de alguns ligados á área técnica empresários, de que a preocupação com a actualização, aperfeiçoamento e
Programas Nacionais e Comunitários com reconversão deverá ser uma preocupação dotação financeira para colmatar carências dos trabalhadores e organismos públicos e formativas nas empresas (ainda que nos privados da área encontremos em fase final de Quadro Comunitário de Apoio) Existência de Centros de Reconhecimento, Certificação e Validação de Competências que poderão colaborar com as empresas na elevação das habilitações literárias dos seus colaboradores, através do reconhecimento de competências adquiridas ao longo da vida, fora do sistema de ensino formal Possibilidade de recurso a novas modalidades de formação pouco utilizadas nas empresas do concelho de Mortágua: auto-formação e via computador.
FORÇAS FRAQUEZAS
Auto-análise realizada pelos empresários Não existem, maioritariamente, mecanismos de planeamento da formação,
Constatação da existência de carências nomeadamente ao nível da detecção de formativas a que é necessário dar resposta necessidades de formação e de para manter a competitividade metodologias de avaliação, dentro das Importância do investimento no capital empresas humano Reduzido número de horas de formação Consciência, por parte dos empresários, de nas empresas que a formação profissional é útil para a Número de participantes em acções de gestão da empresa formação pouco significativo
Utilização das TIC nos processos de ensino- Número reduzido de respostas às questões aprendizagem (Formação Profissional) ligadas ao diagnóstico de necessidades formativas Necessidade de aprofundar necessidades decorrentes das especificidades das empresas
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3.4 Iniciativa de Dinamização Empresarial
Os território rurais enfrentam desafios ainda mais significativos quando comparados com as áreas metropolitanas e com os territórios de características intermédias. Nos territórios rurais há questões sociais particularmente prementes, como o desemprego, as baixas qualificações da mão-de-obra. Mais, são territórios em que a economia continua não ser baseada no sector secundário (pelo que não são criados muitos novos empregos) e em que o sector primário também é afectado pela reestruturação; por outro lado, a capacidade do sector público na criação de emprego tem vindo a ser refreada, sobretudo devido ao clima de restrições orçamentais. Salvo excepções, a maioria dos territórios rurais mantém-se abaixo da média nos indicadores de criação de empresas, existindo um conjunto de constrangimentos que não facilita a criação, nem o desenvolvimento empresarial, tais como: dificuldades no acesso aos mercados, a nível dos consumidores e dos fornecedores; recursos humanos com conjunto limitado de competências e dificuldades de acesso à formação/consultoria específica, baixa escolaridade e pouca qualificação profissional. Ainda que estes constrangimentos possam ser amenizados através de políticas públicas macro, a sua resolução está para além delas, sendo necessário procurar soluções concebidas e implementadas localmente.52
A expressão “iniciativas de dinamização empresarial” tem implicações que forçam a que se inicie o seu tratamento por uma contextualização geral em termos de competitividade e que se passe de seguida a abordar os desafios, que se colocam, não só às empresas do concelho de Mortágua, mas a toda a economia nacional.
A competitividade das empresas está condicionada por um conjunto de factores, que vão desde a ausência mais ou menos generalizada de formas modernas de gestão estratégica, à capacidade de prospectiva, um fraco leque de competências organizadas que façam face a diferentes níveis da gestão empresarial, a baixa propensão das empresas para investir em factores imateriais de produção, o deficiente domínio das redes de comercialização, entre outros. Paralelamente, há uma percepção em relação ao Estado em termos de procedimentos, em que a tónica dominante ainda continua a ser a da burocratização e não a da gestão por objectivos. Agravando estas dimensões encontram-se, também, as fracas qualificações dos recursos humanos. Neste contexto, o tecido industrial nacional é composto por sectores em fase de amadurecimento, de fraca dinâmica tecnológica e com uma integração pouco activa nas redes de distribuição nacionais e internacionais.
Com este cenário, coloca-se às empresas todo um conjunto de desafios que advêm quer das características pouco adequadas às dinâmicas mercantis mundiais, quer das alterações que se encontram a decorrer, um pouco por todo mundo, em termos tecnológicos e organizacionais, que têm implicações no ciclo de vida do produto, nos modos de produção, nas formas de comercialização, bem como na organização empresarial e social e que, simultaneamente, geram novos competidores.
Saliente-se que uma sociedade dita evoluída não procura, apenas, o crescimento económico, elevando-o à sua potência máxima, mas também, a criação de condições de sustentabilidade e dinamismo que permitam uma adaptação e flexibilidade das estruturas económicas e sociais.53
52 Adaptado de PEZZINI, Mario, CULTIVATING REGIONAL DEVELOPMENT: Main Trends And Policy Challenges, OECD Regions, 21/01/03 53 Adaptado de Ministério da Economia, Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica (2002), Indústria e Construção – Cenários 2000-2020, pp.9-10 e de Ministério da Economia, Gabinete de Estudos e Prospectiva Económica, Cenários para a Economia Portuguesa, 2000-2025, Lisboa
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Quais os desafios que se colocam ao concelho de Mortágua para aumentar a sua competitividade e capacidade de gerar novos postos de trabalho? Quais as dimensões que condicionam ou não esta evolução?
Para responder a estas questões, iremos analisar as opiniões manifestadas pelos empresários do concelho de Mortágua no inquérito, de modo a conhecer as potencialidades e também os constrangimentos, que consideram existir para que se concretize a evolução.
O conceito de “oportunidade de negócio” integra, em si mesmo, a capacidade de iniciativa e de ser empreendedor/a, a capacidade de análise do mercado, bem como a detenção duma visão prospectiva e analítica da realidade existente.
Será Mortágua um concelho onde existem oportunidades de negócio, quer para as empresas já existentes, quer para outras iniciativas que surjam? Um dos objectivos do estudo “Conhecer para Inovar” é, exactamente, o de conhecer novas ideias de negócio geradoras de novos empregos, sendo a opinião dos/as empresários/as uma mais-valia para que atinjamos esse ditame.
Iniciemos por uma análise global do concelho e suas oportunidades e potencialidades, em que serão apresentados os resultados obtidos pela análise das respostas contidas no inquérito por questionário, complementadas com as opiniões registadas nas entrevistas realizadas aos informantes privilegiados, passando, posteriormente para uma abordagem da realidade interna das empresas, em termos de oportunidades de negócio e novas áreas de trabalho54, perspectivando a actividade futura da empresa.
Nesse sentido, perguntou-se aos empresários se consideravam existir oportunidades de negócio em Mortágua, sendo que das 90 respostas obtidas, as opiniões dividem-se sensivelmente, a meio, entre o sim (49%) e o não (51%), isto é: 44 empresários/as consideram que existem oportunidades de negócio, enquanto os/as restantes 46 detêm uma opinião contrária (Cf. Tabela nº154)
% Nº
53,60 90,00
Sim 48,90 44,00
Não 51,10 46,00
Tabela 154: Considera que existem oportunidades de negócio por desenvolver em Mortágua?
54 Oportunidade de negócio = ocasião favorável à criação de produto(s) ou serviço(s), que satisfaça(m) necessidade(s) da(s) empresa(s) ou pessoa(s), e que seja(m) geradora(s) de emprego e riqueza. Área de Trabalho = Área funcional da empresa, ou sub - área, em que se desenvolve a actividade empresarial.
119
Foram indicados alguns factores que poderão ser impeditivos do desenvolvimento das oportunidades existentes, que, como se poderá verificar pela análise do gráfico seguinte, são essencialmente de ordem pessoal, isto é, relacionados com as características dos potenciais empreendedores, nomeadamente: “capacidade de iniciativa”- 16.67%, “capacidade empreendedora”-14.20%, “aversão ao risco” – 16.67% e “capacidade financeira”-15.46%. Existe uma menor incidência de respostas nos factores externos, como a “distância do mercado”, “localização”, “custo de transporte”, “Falta de apoio de universidades/institutos”.
Gráfico 25: Factores Impeditivos do Desenvolvimento de Oportunidades de Negócio
Nesta perspectiva foi, ainda, colocada aos/às empresários/as a questão de saber que iniciativas seria desejável que ocorressem de modo a promover o crescimento e desenvolvimento do tecido empresarial. A panóplia de propostas foi bastante grande, tendo-se enquadrado as respostas obtidas nas seguintes categorias.
Iniciativas a Implementar % Nº Apoio financeiro 6,67% 2,00 Apoio jurídico 6,67% 2,00 Aumento/criação de zonas industriais 10,00% 3,00 Facilitar o acesso a sistemas de incentivos 10,00% 3,00 Apoio à criação de emprego 3,33% 1,00 Criação/desenvolvimento de industria 26,67% 8,00 Divulgação do concelho e seus produtos 10,00% 3,00 Potenciar o espírito empreendedor 10,00% 3,00 Reforço do papel da Câmara Municipal 3,33% 1,00 Reforço dos transportes 3,33% 1,00 Sociedade de capital de risco 3,33% 1,00 Aposta no turismo 6,67% 2,00
Tabela 155: Iniciativas de Apoio às Empresas a Implementar
120
Da análise da tabela anterior conclui-se que a proposta mais dada é a da “Criação/desenvolvimento de indústria”- 26.67%, seguindo-se o “Aumento/criação de zonas industriais”, “Facilitar o acesso a incentivos”, “Potenciar o espírito empreendedor” e “Divulgação do concelho e seus produtos”, respectivamente com 10% das respostas em cada uma das categorias apresentadas (Cf. Tabela nº155).
Se relacionarmos as respostas obtidas nesta questão com as dadas quando se questionou os/as empresários/as sobre quais os serviços que gostariam de ver implementados e disponíveis no concelho, conclui-se pela existência de uma percentagem de serviços de apoio que são, simultaneamente oportunidades de negócio e necessidades das empresas, o que indicia a existência de mercado, dentro do próprio concelho, para algumas dessas oportunidades.
Na tabela seguinte apresentam-se as principais áreas de apoio às empresas apontadas. Ressalve- se que, sendo esta uma questão aberta inserida no inquérito por questionário, registou um nível de não respostas muito elevado, pelo que não será possível validar e generalizar os resultados obtidos devido à reduzida da dimensão das respostas válidas. Apesar disto, considera-se relevante destacar-se as necessidades de apoio a nível de serviços económico-financeiro, nomeadamente apoio à constituição e desenvolvimento de empresas, consultoria financeira e para o investimento, com um total de 36.84% das respostas obtidas (Cf. Tabela nº156).
Áreas % Nº
Ambiente 5,26% 1,00
Jurídico 5,26% 1,00
Apoio à constituição e desenvolvimento de empresas 15,79% 3,00
Fundos/Consultoria financeira/Investimento 21,05% 4,00
Qualidade 10,53% 2,00
Alojamento/Hotelaria/Turismo/Eventos 10,53% 2,00
Formação 10,53% 2,00
Segurança 5,26% 1,00
Dinamização dos serviços existentes 5,26% 1,00
Outros específicos 10,53% 2,00
Tabela 156: Principais Áreas de Apoio Necessárias
121
De modo a complementar a informação apresentada, realizaram-se um conjunto de entrevistas a informantes privilegiados, onde se aprofundaram estas questões sobre o desenvolvimento do concelho, as oportunidades de negócio que existem, bem como as limitações internas e externas. Desde logo, conclui-se, que o baixo índice de respostas verificadas no inquérito por questionário não significou que não existam oportunidades e áreas a desenvolver, na medida em que foram recolhidas variadas e enriquecedoras opiniões.
A apresentação dos dados recolhidos nas entrevistas será efectuada da seguinte forma: em primeiro lugar apresenta-se de forma esquemática e categorizada as opiniões dos/as entrevistados/as, para em seguida se fazerem algumas citações que ilustram essas opiniões.
Nas entrevistas forma abordadas três temáticas principais: elementos-chave para o sucesso das empresas e empresários/as; oportunidades/potencialidades do concelho de Mortágua e constrangimentos ao desenvolvimento.
Nas páginas seguintes são apresentados em forma esquemática:
Elementos Chave para o Sucesso Oportunidades e Constrangimentos ao Desenvolvimento
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Elementos Chave para o Sucesso
Formação
EMPREENDEDORISMO Persistência/Coragem Conhecimento do sector e do mercado Actualização constante Reunião de uma equipa de trabalho com competências de gestão Definição de uma estratégia a médio e longo prazo
PRODUTO Inovação
Qualidade
Design/Marketing
Produto com potencial de evolução
EMPRESA Rede de contactos Organização administrativa Condições de trabalho adequadas Recursos humanos adequados e motivados Capacidade financeira Planeamento prospectivo
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Oportunidades e Constrangimentos ao Desenvolvimento
Área Oportunidades Constrangimentos
Utilização do potencial das várzeas Área agrícola Produção de culturas alternativas Falta de motivação
Burocracia
Fraco investimento financeiro para o Transformação da madeira desenvolvimento do concelho por parte Preservação da floresta e de particulares desenvolvimento de espécies alternativas Sentimento de posse da terra Investigação Rendimento proveniente da cultura do Área florestal Aproveitamento e transformação de eucalipto que condiciona outros usos do resíduos em, produtos com mais- solo, nomeadamente a venda para valia no mercado construção industrial Recursos humanos qualificados com formação específica na área Custos elevados de alguns factores de florestal produção, nomeadamente energia Capacidade de ruptura eléctrica
Tendência para a imitação/Falta de inovação
Aproveitamento da floresta para A alteração do tipo de plantações fins industriais existentes ou a utilização diferenciada do Indústria ligadas às tecnologias solo implica a redução de uma fonte de Feira industrial rendimento para as famílias
Atracção de novas industrias Liderança (especialmente na área Localização do concelho favorável florestal) Área industrial (proximidade aos eixos rodoviários principais) Falta de cultura empresarial/tradição Capacidade de ruptura industrial
Criação de rede de empresas em Carência de espírito associativo áreas complementares às industriais: manutenção, Elevado custo do solo fornecimento de peças Carência de mão-de-obra qualificada
Necessidade de desenvolvimento do Necessidade de investimento espírito empreendedor público e privado Exploração e aproveitamento do Acessibilidades, nomeadamente à A1 e potencial da Barragem da Aguieira A25 Área do turismo Turismo ligado aos desportos motorizados Turismo de habitação e agro-rural Marketing do concelho
124
Apresentam-se, de seguida, um conjunto de citações retiradas das entrevistas realizadas a empresários que consubstanciam a informação sintetizada na tabela anterior.
Oportunidades
“ (...) Mortágua tem condições excepcionais para poder ter um desenvolvimento muito equilibrado em diversos sectores (...)”. – Entrevistado 9
“(...) Mortágua está no sítio certo, temos as condições ideais para desenvolver muita coisa, tem é, realmente, que se começar a investir ... fazer investigação (...)” – Entrevistado 2
“(...) Tentar atrair empresas e apoiar a formação de empresas em áreas complementares [manutenção, fornecimento de peças] (...)” – Entrevistado 7
“ (...) Necessitamos é de indivíduos com iniciativa para desenvolver o concelho (...) é necessária iniciativa empresarial” - Entrevistado 1
“(...) Evitar a tendência para a imitação... capacidade para inovar, mas segundo o conceito de desenvolvimento por inovação em ruptura e antecipação (...). – Entrevistado 4
“(...) [mancha florestal] é preciso preservar e criar condições para que ela se desenvolva, até com novas espécies (...)” – Entrevistado 9
“(...) ligado ao sector da indústria podia, perfeitamente reutilizar (...) valorizar a madeira utilizando os resíduos de forma viável e económica (...) investigar (...)” - .Entrevistado 2
“(...) turismo (...) ligado à floresta, ligado à agricultura, ligado à albufeira (...) turismo de habitação (...) Agro-Rural (...)” – Entrevistado 2
“(...) a grande oportunidade de desenvolvimento económico do concelho de Mortágua será na área do turismo. (...)” – Entrevistado 6
Constrangimentos
“(...) Existe falta cultura empresarial (...)” – Entrevistado 5
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“(...) Mortágua não tem tradição industrial ... que é muito importante para, efectivamente, ter condições para ter uma actividade industrial contínua (...)” – Entrevistado 7
“(...) A questão burocrática que às vezes é muito complicada ... se não se for muito persistente acaba por desistir, há muito papel (...) – Entrevistado 2
“(...) a madeira e a floresta é um constrangimento (...)” – Entrevistado 4
“(...) Se viesse uma boa unidade industrial para aqui, talvez tivesse dificuldade em saber quem seriam os seus empregados (...)”– Entrevistado 4
“(..) Não se consegue arranjar mão-de-obra especializada (...)” – Entrevistado 8
“(...) a questão dos acessos é um problema grande, Mortágua não está no eixo principal (...) falta um boa ligação à A1 e A25 (...)” – Entrevistado 7
Analisaremos agora as opiniões dos empresários relativamente à sua própria empresa e às oportunidades que lhe poderão surgir.
Quando questionados/as sobre a existência de oportunidades de negócio por desenvolver para na sua empresa, a resposta da maioria dos/as empresários/as foi negativa (74.34%): apenas 29 empresários/as dos 113 que responderam a esta questão consideram haver espaço para novos negócios (Cf. Tabela nº157).
% Nº 67.30% 113 Sim 25.66% 29 Não 74.34% 84
Tabela 157: Existência de Oportunidades de Negócio para a Própia Empresa
Os factores por eles/as indicados/as como os inibidores da concretização das oportunidades são, essencialmente, de ordem económico-financeira e de falta de infra-estruturas, conforme o apresentado no gráfico seguinte. Salienta-se que os factores externos ao empresário ganham maior
126 importância/relevância, sendo menos assinalados factores como a falta de capacidade técnica ou o tempo/dedicação. (cf. Gráfico nº26)
Gráfico 26: Factores Impeditivos do Desenvolvimento de Oportunidades de Negócio na Empresa
Em termos de novas áreas de trabalho, estas entendidas como sector(es) da empresa com potencial para ser desenvolvido, a maioria dos empresários que responderam à questão (83.62%) considera que não existe margem dentro da empresa para desenvolvimento de novas actividades (cf. Tabela nº158).
% Nº 67.30% 116 Sim 16.38% 19 Não 83.62% 97
Tabela 158: Existência de Novas Áreas de Trabalho nas Empresas
Os/as que responderam positivamente consideraram que as novas áreas de trabalho serão decorrentes, primordialmente, do início de produção de novos produtos (33.33%) e da realização de novos investimentos (29.17%). O aumento do número de colaboradores e a alteração do processo produtivo são justificações menos apresentadas pelos/as empresários/as. (Cf. Tabela nº159)
127
% Nº Novos investimentos 29,17% 7,00 Aumento de colaboradores 12,50% 3,00 Alterar processo produtivo 8,33% 2,00 Inicio de produção de novo produto 33,33% 8,00 Outras 16,67% 4,00
Tabela 159: Motivações para o Surgimento de Novas Áreas de Trabalho
Em termos de perspectiva temporal para o surgimento das referidas áreas, os empresários perspectivam que tal aconteça a curto e médio prazo, sendo que nenhum/a faz referência à possibilidade de concretização a longo prazo (cf. Tabela nº160).
Novos Produtos Novos Serviços Comercial / Marketing Curto Prazo 4,00 2,00 2,00 Médio Prazo 5,00 4,00 0 Longo Prazo 0 0 0
Tabela 160: Previsão para o surgimento de Novas Áreas de Trabalho
Esta análise não estaria completa se não fosse considerada a disponibilidade de infra-estruturas e serviços existente no concelho de Mortágua, na medida em que se estes são aspectos ligados à capacidade que o concelho tem para atrair investimento, bem como proporcionar novas oportunidades, quer em termos de novas empresas, quer em termos do desenvolvimento das existentes.
Assim, a opinião dos/as empresários/as apresenta-se dividida de forma praticamente equilibrada, na medida em que 52.25% considera que são insuficientes as infra-estruturas existentes e 47.75% considera que são suficientes (dentro deste valor, encontra-se, ainda 0.90%, correspondente a um indivíduo que as considera excessivas). (Cf. Tabela nº161)
% Nº Excessivas 0,90% 1,00 Suficientes 46,85% 52,00 Insuficientes 52,25% 58,00
Tabela 161: Infra-Estruturas Disponíveis
Partindo da análise das infra-estruturas existentes, considerou-se importante questionar quais as principais necessidades existentes no concelho com impacto no meio empresarial. O objectivo era o de saber se o/a empresário/a considera ou não ser este um problema para o desenvolvimento empresarial do concelho, em cada uma das variáveis elencadas.
128
Da análise do gráfico seguinte conclui-se que a maioria dos/as empresários/as considera a dimensão do parque industrial existente insuficiente, sendo que a ampliação do existente é a possibilidade mais consensual, não sendo, no entanto de deixar de realçar a opção proposta de criação de um novo parque. O sector dos transportes é considerado um factor a necessitar de melhores soluções, especialmente no que ao transporte rodoviário e ferroviário diz respeito. Quanto às acessibilidades foi menos apontada a necessidade de criar novas acessibilidades ou de melhorar as existentes. Saliente-se que o fornecimento de energia eléctrica é, também, considerado um factor preocupante para as empresas, já que foi considerado por um número significativo de empresas/empresários/as, assim como a criação de serviços de apoio no parque.
Na categoria aberta da presente questão (Outras. Quais?) foram obtidas respostas como o aproveitamento de pavilhões de empresas encerradas, a facilidade de incorporar pequenas empresas no/num parque, criação de espaços modulares para indústrias de pequena dimensão, a existência de parques para carga de madeira em determinadas zonas do concelho, o despacho de mercadorias, bem como o apoio ao turismo. (Cf. Tabela nº162)
Analisemos o gráfico seguinte onde se apresentam os resultados globais decorrentes da análise da opinião dos/as empresários/as respondentes.
Gráfico 27: Maiores Necessidades em Infra-Estruturas para Apoio às Empresas
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Outras. Quais? Nº % Aproveitamento dos pavilhões das empresas fechadas 1 7.69% Criação de novos postos de trabalho 1 7.69% Despacho de mercadoria inexistentes 1 7.69% Empresa de limpeza 1 7.69% Espaços modulares p/ indústrias pequenas 1 7.69% Facilidade para construir empresas pequenas no parque 1 7.69% Melhorar condições investimentos 1 7.69% Nenhuma necessidade 1 7.69% Parques de carga de madeira vários pontos concelho 1 7.69% Parques de estacionamento para camiões 1 7.69% Reforço apoio ferroviário 1 7.69% Segurança publica no parque industrial 1 7.69% Turismo 1 7.69% TOTAL 13 100%
Tabela 162: Outras Infra-Estruturas Necessárias
O desenvolvimento concelhio passa também pela definição de estratégias de atracção e fixação e pelo nível de oferta que detém em determinadas dimensões. Uma destas dimensões que se considerou importante analisar foi a da relação oferta/preço de solo do concelho para os diferentes fins que pode ser usado.
As questões relacionadas com esta temática em termos de resposta em de todo o questionário, foram as que detiveram um nível de resposta mais elevado, o que nos leva a crer que os/as empresários/as têm uma opinião bem formada a este respeito e desejam manifestá-la.
Em termos gerais o concelho é visto como tendo preços elevados, quer de solo para a habitação e instalação de indústrias, quer para a instalação de serviços, sendo que a disponibilidade de solo é inversamente proporcional. Existe, maioritariamente, a opinião de que para a habitação e instalação de serviços a disponibilidade é média, enquanto que para a instalação industrial a disponibilidade é baixa. Os dados do gráfico seguinte transformam estas afirmações em dados quantitativos, cruzando a informação da disponibilidade espacial com o custo.
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Gráfico 28: Relação do Custo do Solo com a Disponibilidade Existente no Concelho
Em síntese, relativamente à temática das iniciativas de dinamização empresarial no concelho de Mortágua, os dados recolhidos e analisados indiciam as conclusões que a seguir se apresentam.
Cerca de metade dos/as inquiridos/as dizem que existem oportunidades de negócio no concelho de Mortágua, mas não na sua área de actividade.
Segundo os/as inquiridos/as, os factores que impedem o desenvolvimento das oportunidades de negócio estão relacionados com o/a próprio/a empreendedor/a, como sejam: a “Aversão ao Risco”, “Capacidade Financeira” e “Capacidade de Iniciativa”. Os factores que impedem o/a empresário/a e no seu sector de desenvolver as novas oportunidades e áreas de trabalho são mais diversificados e incluem factores externos como: a “Falta de Infra-Estruturas”, “Acesso ao Financiamento” e “Localização”.
Algumas áreas de negócio que julgam poder desenvolver surgirão a médio prazo, através do lançamento de novos produtos/novos serviços e com recurso a novos investimentos.
Os serviços mais desejáveis no concelho são sobretudo de cariz económico-financeiro. Frequentemente nas respostas apresentadas, em vez de serviços específicos, foi mais evidente o desejo de um maior apoio estratégico ao desenvolvimento generalizado do sector industrial. Outras respostas a não esquecer são a abertura de zonas industriais, a divulgação e apoio no acesso a incentivos surgindo, neste contexto, duas questões relevantes: o desenvolvimento do espírito empreendedor e a divulgação generalizada do concelho e dos produtos produzidos localmente.
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Existe baixa oferta de terrenos para indústria e são elevados os preço dos mesmos para habitação, bem como os espaços para comércio e indústria. As infra-estruturas consideradas de maior interesse para os empresários locais, relacionam-se com espaços para a implementação de indústrias. Foi ainda apontada a necessidade de melhorar o concelho em termos de serviço de transportes públicos (ferroviários e rodoviários).
Se os territórios rurais normalmente são menos desenvolvidos, menos competitivos e mais afectados pelas consequências negativas dos processos de reestruturação e mudança, como se pode contribuir para a criação de competências fundamentais para que estas regiões aumentem a sua competitividade?
Na explicação da competitividade territorial surgem 4 conceitos-chave que se interligam e condicionam mutuamente: inovação, aprendizagem, redes e, por último, a governância (o conceito aplicado para descrever o processo organizativo/político que une os três conceitos anteriores na elaboração de uma estratégia de desenvolvimento e que está dependente da capacidade dos actores e das instituições de uma região, ou seja, da sua densidade institucional). As competências fundamentais para a competitividade das regiões criam-se, então, pela implementação de estratégias de desenvolvimento que procurem um nova governância, ou seja, que promovam o aumento da densidade institucional, através da comunicação e transferência de inovação, promovendo a integração em redes e potenciando a aprendizagem, no fundo, criando learning regions. A territorialização da inovação é a capacidade do sistema produtivo local, da região, através da cooperação e das parcerias, promover continuadamente a inovação, i.e., introduzir mudanças benéficas, a nível técnico/tecnológico (novos produtos/serviços ou melhoria dos já existentes), a nível organizacional (métodos de gestão) ou a nível institucional (mudanças culturais/contexto). A inovação é hoje consensualmente vista como um motor de crescimento; os processos de criação e difusão da inovação desenvolvem-se em dois sistemas distintos, mas complementares: um interno, onde se consideram as empresas e o território onde estão instaladas, e outro externo, onde estão as redes de produção científica (conhecimento e tecnologia).55
55 Adaptado de CERQUEIRA (2001), Carlos, AS PARCERIAS NO DESENVOLVIMENTO LOCAL – O papel dos agentes de mediação numa abordagem territorial do desenvolvimento, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Dissertação de Mestrado em Economia na Especialidade de Economia Europeia
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CONCLUSÃO
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Conclusão
“Conhecer para Inovar” é um desafio que se coloca a quem, dentro dos territórios, procura introduzir dinâmica e mecanismos de diferenciação.
Ao longo do presente estudo e com a sequência dos capítulos propôs-se um conhecimento um pouco mais aprofundado do tecido sócio-produtivo do concelho de Mortágua.
Ao reflectirmos sobre o trabalho realizado não podemos deixar de referenciar algumas limitações surgidas ao longo do seu desenvolvimento, nomeadamente em termos de análises efectuadas em algumas dimensões consideradas, decorrentes do elevado nível de não resposta obtidas no inquérito por questionário que foi enviado a todas as empresas localizadas no concelho de Mortágua, bem como da detecção de um conjunto de respostas contraditórias ao longo da análise desse inquérito.
Paralelamente confrontámo-nos com as dificuldades inerentes ao ritmo de trabalho e constrangimentos de disponibilidade para o preenchimento do inquérito por parte dos/as gerentes das empresas. Tal facto, e para que fosse possível obter um nível de respostas considerado adequado, implicou a necessidade de mobilizar uma equipa significativa para, no terreno, facilitar e proceder ao seu preenchimento e recolha. Esta situação motivou um acréscimo de tempo nesta fase do estudo, tendo condicionado a calendarização inicialmente prevista. No entanto, permitiu um conhecimento mais rico da realidade concelhia e uma maior proximidade às pessoas e empresas.
Apesar do que acabámos de referenciar, pensamos ter obtido um número bastante significativo de respostas, tendo-se complementado a informação, quando considerado necessário, com entrevistas a informantes privilegiados que, pela sua visão analítica e prospectiva, ajudaram a aprofundar o conhecimento em várias das dimensões do estudo.
Os dados apresentados são reveladores de um de conjunto de características e tendências do tecido sócio-produtivo do concelho em que importa reflectir e que permitem uma efectiva aproximação à realidade.
Como conclusão do estudo apresentamos, seguidamente, uma sequência de tópicos.
Em termos sectoriais o que registou maior índice de resposta foi o terciário. Confirmando os Tendência dados publicados pelos organismos públicos oficiais (INE), que o referem como o que tem mais representativo em termos de número de empresas ao nível concelhio.
São também PME’s - Pequenas e Médias Empresas, até 50 trabalhadores, as com maior peso , sendo que, dentro destas, existe um número significativo de micro-empresas, isto é, de empresas com menos de 10 trabalhadores.
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Cerca de 44% das empresas não introduz mais-valia nos produtos que coloca no mercado, isto é, não os transforma, apenas os comercializa. a maioria, tem como cliente o consumidor final, fazendo a sua comercialização, essencialmente, por venda directa ao público, sem grandes preocupações com mecanismos de promoção.
As Tecnologias da Informação e Comunicação ainda não se instalaram definitivamente na vida das empresas do concelho. Apesar de 51.59% dispor de equipamentos informáticos (note-se que este valor por si só não é muito significativo, visto aproximar-se bastante das empresas que não possuem aquele tipo de equipamento) a maioria não tem acesso à internet, não tem endereço electrónico, nem site.
A abertura a mercados estrangeiros é muito reduzida, quer quando analisados os processos de internacionalização já consolidados, quer quando se analisam intenções de alargamento a mercados externos internacionais. A maioria das empresas não o faz porque considera o mercado nacional suficiente.
As áreas da certificação da qualidade e de ambiente encontram-se em fase muito embrionária no concelho de Mortágua. Existe um número reduzido de empresas certificadas ou em fase de certificação. Em termos de produção de resíduos existe a maioria das empresas considera não produzir qualquer tipo de resíduos, sendo que as que consideram que tal acontece, na maioria, não procedem ao seu tratamento.
A preocupação com a higiene, saúde e segurança dos trabalhadores está presente na maioria das empresas. As medidas implementadas, estão, essencialmente, relacionadas com as definidas pela legislação em vigor e asseguradas, maioritariamente, por empresas prestadoras de serviços.
Inovação e desenvolvimento são dimensões praticamente inexistentes no interior das empresas do concelho, sendo que a criação de gabinete dentro da empresa, para esse fim, é considerado de fraca utilidade.
A relação com universidades, escolas, centros tecnológicos é, também, muito reduzida, e a intenção de estabelecer protocolos com aquele tipo de entidades é, igualmente, pouco expressiva.
As poucas empresas que têm este tipo de aproximação às entidades de I&D, fazem-no, essencialmente, para desenvolver novos produtos.
Em termos económico-financeiros poderemos dizer que, considerando as informações disponibilizadas, 61 milhões de euros foi o volume de negócios realizado no concelho de Mortágua, no ano de 2004, sendo que 50% deste volume é registado por, apenas, 4% das empresas. Assiste-se a uma tendência para o crescimento do volume de negócios, na medida em que, desde 2002, se tem registado uma evolução positiva neste indicador.
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Nos últimos 3 anos o nível de investimento foi reduzido. Apenas 2 empresas efectuaram investimentos acima dos 50 mil euros, não tendo, a maioria, efectuado qualquer investimento. Essencialmente, as empresas investem para melhorar o produto/serviço e para aumentar a capacidade produtiva.
O número de empresas que prevê efectuar investimentos no futuro também não é muito elevado. As que prevêem fazê-lo será a curto ou médio prazo, mantendo-se como principal objectivo o aumento da capacidade produtiva.
Ao nível dos Recursos Humanos concluiu-se que a maioria dos/as trabalhadores/as tem acima dos 35 anos, são do sexo feminino (ainda que a diferença registada seja pouco significativa), residentes no concelho de Mortágua e com níveis de escolaridade baixos (49.75% tem até o 6º ano de escolaridade).
Em termos de emprego verifica-se uma tendência para a estabilidade, na medida em que existe um número elevado de trabalhadores/as com vínculo permanente e a laborar na mesma empresa há mais de 11 anos.
A Formação Profissional foi considerada importante na vida das empresas, mas a necessitar de maior investimento no futuro, na medida em que, por um lado, existe um número pouco significativo de empresas com colaboradores a participarem em acções (segundo os dados disponibilizados, apenas houve participação em 62 cursos, no ano de 2004), maioritariamente de curta duração (iguais ou inferiores a 20 horas) e organizadas de forma presencial/em sala.
Em termos de metodologias de detecção de necessidades de formação e de avaliação de resultados (quer de aprendizagens, reacção ou impacto), a maioria das empresas habitualmente não o faz nem possui mecanismos formalmente definidos para tal. Isto é, 79.7% refere a inexistência de um levantamento periódico de necessidades de formação e apenas 14 empresas referem fazer avaliação dos processos formativos em que intervêm os seus trabalhadores.
Os principais objectivos que motivam à participação em cursos/acções de formação prendem-se com o aperfeiçoamento e com a reciclagem de conhecimentos e competências para o desempenho de novas funções.
As áreas de formação onde, no concelho de Mortágua e decorrente do diagnóstico de necessidades realizado, surgem maiores carências são as da “higiene, saúde e segurança”, seguindo-se a “gestão de resíduos” e “produtos químicos”. Note-se que há clara referência à importância e necessidade de formar pessoas em áreas técnicas, nomeadamente hotelaria e restauração, carpintaria e panificação.
De acordo com os dados do inquérito por questionário, a existência de oportunidades de negócio em Mortágua não é totalmente clara, na medida em que 48.90% dos inquiridos considera que há oportunidades a e uma percentagem aproximadamente igual considera que tal não acontece. No entanto, quer uns, quer outros apontam factores
136 impeditivos para o seu desenvolvimento e que se relacionam, essencialmente, com a fraca capacidade de iniciativa e com aversão ao risco por parte dos/as empresários/as. A existirem oportunidades de negócio, elas não se relacionam directamente, segundo a opinião dos inquiridos, com as suas próprias empresas, já que a maioria respondeu não existirem novas áreas de trabalho ou negócio para si e para a sua empresa.
As empresas consideram que, em termos de desenvolvimento do concelho, seria preponderante a criação e desenvolvimento da indústria, sendo que o aumento ou criação de zonas industriais, a potenciação do espírito empreendedor e a facilidade de acesso aos sistemas de incentivo, concorreriam para tal objectivo. Note-se que das infra- estruturas consideradas como mais necessárias e em que seria urgente intervir seriam as relacionadas com a ampliação do parque industrial existente.
As empresas revelam possuir necessidades que não conseguem ver satisfeitas com a oferta existente no concelho, essencialmente, ao nível do apoio económico-financeiro; o mesmo acontece com a área da qualidade, formação e capacidade hoteleira (alojamento).
O custo do solo em Mortágua é considerado elevado, independentemente do fim a que se destina.
Segundo o estudo, Mortágua tem potencialidades de desenvolvimento nos três sectores de actividade principais: primário, secundário e terciário.
No primeiro, a floresta desempenha um papel muito importante, já que é apontada quer como factor-chave para a introdução de novas indústrias que poderão utilizar como matéria-prima os resíduos disponibilizados. Mais, a floresta, ligada ao turismo e lazer, à sua preservação e diversificação, é também vista como um factor inibidor em termos de algum desenvolvimento, já que da forma como, actualmente está ordenada condiciona a utilização do solo para outros fins. A, monocultura do eucalipto surge, como factor preponderante, pois tem um peso significativo em termos de complemento de rendimento da economia familiar. Uma re-estruturação rápida desta actividade implicaria desequilíbrio a este nível.
O sector secundário, de acordo com o estudo e mais concretamente com os registos das opiniões transmitidas pelos informantes privilegiados, é condicionado pela falta de tradição industrial, carecendo da introdução de sub-sectores inovadores. Para que este sector se desenvolve e crie maior dinâmica foi considerado preponderante melhorar acessibilidades, nomeadamente ao eixo principal que liga Norte/Sul e desenvolver, nas pessoas, um espírito empreendedor.
O turismo será outra grande aposta para o futuro. O concelho detém uma situação privilegiada em termos naturais e paisagísticos que lhes permite uma panóplia de actividades dentro deste sector, sendo necessário, segundo o estudo fazer “marketing” do concelho e dos seus produtos.
137
Em paralelo com estas oportunidades desenvolvimento, é necessária uma clara aposta na formação e qualificação de recursos humanos, preparando-os para estes e outros desafios.
Após as principais conclusões do estudo é, agora, momento para reconhecer e agradecer o empenhamento de todas empresas e empresários/as que responderam ao inquérito por questionário que lhes foi remetido, bem como a todos que, não estando directamente a trabalhar dentro da empresa, contribuíram com informação relevante para a sua caracterização, nomeadamente contabilistas e técnicos/as oficiais de contas. Salienta-se, ainda, a disponibilidade dos informantes privilegiados contactados que acederam a partilhar o seu conhecimento e visão sobre o concelho de Mortágua, na medida em que as suas opiniões e perspectivas enriqueceram a análise efectuada.
Para terminar e abrindo portas para o futuro de forma positiva, concluímos com uma citação de uma entrevista realizada, em que nos foi referido que:
“ (...) Mortágua tem condições excepcionais para poder ter um desenvolvimento muito equilibrado em diversos sectores (...)”. – Entrevistado 9
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ÍNDICE Ilustrações Gráficos Tabelas
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Índice de Ilustrações
Ilustração 1: Distrito de Viseu 4 Ilustração 2: Concelho de Mortágua 4 Ilustração 3: Mapa de Ocupação do Solo do Concelho de Mortágua 5 Ilustração 4: Sistematização da Metodologia de Trabalho 26 Ilustração 5: Cronograma 31 Ilustração 6: Modelo Sistémico Geral da Actividade Formativa 94
Índice de Gráficos
Gráfico 1: População Residente em Mortágua Segundo o Nível de Instrução, 2001 (dados agregados pelos autores do estudo) 10 Gráfico 2: Nº de Desempregados, Considerando o seu Posicionamento Face ao Mercado de Trabalho 13 Gráfico 3: Percentagem de Indivíduos, Considerando o seu Posicionamento Face ao Mercado de Trabalho 13 Gráfico 4: Distribuição da População Economicamente Activa por Sector de Actividade, no Concelho de Mortágua 15 Gráfico 5: Distribuição das Empresas por Sector de Actividade, no Concelho de Mortágua 16 Gráfico 6: Sectores das Empresas – Envio de Questionários 34 Gráfico 7: Síntese da Relação entre Questionários Enviados e Recepcionados 34 Gráfico 8: Percentagem de Empresas por Volume de Negócios em Euros (2004) 63 Gráfico 9: Percentagem de Empresas por Volume de Negócios em Euros (2003) 64 Gráfico 10: Percentagem de Empresas por Volume de Negócios em Euros (2002) 65 Gráfico 11: Percentagem de Empresas por Volume de Salários (2004) 67 Gráfico 12: Percentagem de Empresas por Resultados Líquidos em Euros (2004) 69 Gráfico 13: Percentagem de Empresas por Valor de Activo por Escalão (2004) 70 Gráfico 14: Distribuição de Potenciais Formandos por Grandes Áreas de Formação 104 Gráfico 15: Distribuição de Potenciais Formandos - Área Administrativo-Financeira 105 Gráfico 16: Distribuição de Potenciais Formandos - Área Informática 106 Gráfico 17: Distribuição de Potenciais Formandos - Área dos Recursos Humanos 107 Gráfico 18: Distribuição dos Potenciais Formandos - Área Comercial 108 Gráfico 19: Distribuição de Potenciais Formandos - Área Construção Civil 109 Gráfico 20: Distribuição de Potenciais Formandos - Área Metalomecânica 110 Gráfico 21: Distribuição de Potenciais Formandos - Área Operação de Máquinas 111 Gráfico 22: Distribuição de Potenciais Formandos por Habilitações Literárias - Área HSST 112 Gráfico 23: Distribuição de Potenciais Formandos por Habilitações Literárias - Área da Restauração 113 Gráfico 25: Factores Impeditivos do Desenvolvimento de Oportunidades de Negócio 120 Gráfico 26: Factores Impeditivos do Desenvolvimento de Oportunidades de Negócio na Empresa 127 Gráfico 27: Maiores Necessidades em Infra-Estruturas para Apoio às Empresas 129 Gráfico 28: Relação do Custo do Solo com a Disponibilidade Existente no Concelho 131
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Índice de Tabelas
Tabela 1: População Residente no Concelho de Mortágua 6 Tabela 2: Variações Percentuais da População Residente 1991/2001 6 Tabela 3: Habitantes por Freguesia e Respectiva Taxa de Variação 7 Tabela 4: Densidade Populacional 8 Tabela 5: Distribuição da População Residente por Grupo Etário e Sexo 8 Tabela 6: Evolução dos Índices de Dependência e Envelhecimento do Concelho, 1991/2001 9 Tabela 7: População Residente em Mortágua Segundo o Nível de Instrução, 2001 10 Tabela 8: População Residente em Mortágua Segundo o Nível de Instrução - Analfabetismo, 2001 11 Tabela 9: População Residente, Empregada, no Concelho de Mortágua Segundo o Nível de Instrução, 2001 11 Tabela 10: Distribuição da População Residente no Concelho de Mortágua Segundo a Taxa de Actividade e Desemprego, por Sexo 12 Tabela 11: População Desempregada e Taxa de Desemprego 12 Tabela 12: População Desempregada Considerando a Idade e Nível de Ensino 13 Tabela 13: Mercado de Emprego no Concelho de Mortágua Referente ao Mês de Junho de 2006 14 Tabela 14: População Economicamente Activa 14 Tabela 15: População Empregada Considerando a Idade e Nível de Ensino 15 Tabela 16: Número de Explorações, Superfície Agrícola Utilizada e População Agrícola 17 Tabela 17: Superfície Agrícola Utilizada (SAU) 17 Tabela 18: Ocupação da Área Agrícola 17 Tabela 19: Distribuição dos/as Produtores/as Agrícolas Singulares, por Sexo, Grupo Etário, Nível de Instrução e Tempo Ocupado na Produção 18 Tabela 20: Sociedades no Concelho de Mortágua, Segundo a CAE-Rev.2 - Industria Transformadora 19 Tabela 21: Pessoas ao Serviço nas Sociedades da Indústria Transformadora no Concelho de Mortágua, Segundo a CAE-Rev.2 19 Tabela 22: Volume de Vendas nas Sociedades da Indústria Transformadora no Concelho de Mortágua, Segundo a CAE-Rev.2 20 Tabela 23: Empresas com Sede em Mortágua, segundo a CAE-Rev.2.1, 31/12/2004 21 Tabela 24: Pessoal ao Serviço nas Sociedades (Mortágua), Segundo a CAE-Rev.2.1, 31/12/2003 21 Tabela 25: Estabelecimentos, Quartos e Capacidade de Alojamento no Concelho de Mortágua 21 Tabela 26: Infra-Estruturas de Saúde 22 Tabela 27: Estabelecimentos de Ensino 22 Tabela 28: Associações 23 Tabela 29: Comentários à Estrutura, Forma e Conteúdo das Questões 29 Tabela 30: Sugestão de Outras Questões a Retirar / Introduzir 29 Tabela 31: Síntese de Recolha de Inquérito por Questionário 30 Tabela 32: Nacionalidade dos Empresários 36 Tabela 33: Níveis Etários dos Empresários 36 Tabela 34: Concelho de Residência dos Empresários 37 Tabela 35: Nível de Escolaridade dos Empresários 37 Tabela 36: Fundação da Empresa pelos Actuais Empresários 38 Tabela 37: Número de Anos como Empresário 38 Tabela 38: Actividades Principais das Empresas do Concelho de Mortágua (respondentes ao questionário) 39 Tabela 39: Natureza Jurídica das Empresas do Concelho de Mortágua (respondentes ao questionário) 40 Tabela 40: Nº de Sócios nas Empresas do Concelho de Mortágua (respondentes ao questionário) 40 Tabela 41: Nº de Sócios Trabalhadores na Própria Empresa 41 Tabela 42: Capital Social das Empresas do Concelho de Mortágua 41 Tabela 43: Origem do Capital Social 41 Tabela 44: Finalidade dos Produtos/Serviços Produzidos pelas Empresas do Concelho de Mortágua 42 Tabela 45: Principais Produtos / Serviços das Empresas do Concelho de Mortágua 42 Tabela 46: Mecanismos de Comercailização dos Produtos / Serviços 43 Tabela 47: Origem das Matérias-Primas Consumidas 43 Tabela 48: Nº de Empresas que Utilizam Formas de Promoção dos Produtos / Serviços 44 Tabela 49: Formas de Promoção 44 Tabela 50: Utilização de Novas Tecnologias 45 Tabela 51: Regime de Propriedade das Instalações das Empresas do Concelho de Mortágua 46 Tabela 52: Área Ocupada pelos Diferentes Sectores nas Empresas 46 Tabela 53: Idade Média das Instalações das Empresas do Concelho de Mortágua 47 Tabela 54: Realização da Última Remodelação das Instalações 47 Tabela 55: Empresas com Necessidade de Novas Instalações 47 Tabela 56: Intervalo de Idades dos Equipamentos Produtivos 47 Tabela 57: Extensão Geográfica do Mercado 48 Tabela 58: Países de Exportação 49 Tabela 59: Intenção de Internacionalização 49 Tabela 60: Destinos de Exportação das Intenção de Internacionalização 49 Tabela 61: Motivos da Não Internacionalização das Empresas 50 Tabela 62: Estado da Certificação de Empresas 52 Tabela 63: Número de Empresas Certificadas por Ano 52 Tabela 64: Relação de Empresas e Resíduos Eventualmente Poluentes 54 Tabela 65: Tipo de Poluentes Gerados pelas Empresas 54 Tabela 66: As Empresas e o Tratamento de Resíduos 55 Tabela 67: As Empresas e a Implementação de Medidas HSST 55 Tabela 68: Medidas Implementadas de HSST 56 Tabela 69: Previsão da Implementação de HSST nas Empresas que não Possuem 56 Tabela 70: Existência de Departamento de Inovação / Desenvolvimento nas Empresas 58 Tabela 71: Utilidade de um Departamento de Desenvolvimento / Inovação nas Empresas 58 Tabela 72: Empresas com Protocolos com Instituições na Área da Inovação 59 Tabela 73: Tipo de Entidades com as quais existem Protocolos na Área da Inovação 59 Tabela 74: Motivação que Levou à Realização de Protocolos na Área da Inovação 59 Tabela 75: Intenção de Realização de Protocolos na Área da Inovação pelas Empresas 60 Tabela 76: Tipo de Entidades Consideradas para a Realização de Protocolos na Área da Inovação 60 Tabela 77: Motivo da Realização de Novas Parcerias (nas Empresas com essa Intenção) 60 Tabela 78: Empresas com Registo de Marcas e/ou Patentes 60
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Tabela 79: Mecanismos de Controlo de Gestão 61 Tabela 80: Volume de Negócios em 2004 (Vendas+Prestação de Serviços) 63 Tabela 81: Volume de Negócios em 2003 (Vendas+Prestação de Serviços) 64 Tabela 82: Volume de Negócios em 2002 (Vendas+Prestação de Serviços) 65 Tabela 83: Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas (2004) 66 Tabela 84: Custos com pessoal (2004) 66 Tabela 85: Volume de Amortizações (2004) 67 Tabela 86: Volume de Resultados Operacionais 68 Tabela 87: Volume de Resultados Líquidos 68 Tabela 88: Valores do Activo de Empresas com Contabilidade Organizada (2004) 69 Tabela 89: Volume de Capital Social (2004) 70 Tabela 90: Volume de Capitais Próprios 71 Tabela 91: Nº de Empresas por Volume de Investimento (2004) 71 Tabela 92: Áreas de Investimento mais Indicadas em 2002 72 Tabela 93: Áreas de Investimento mais Indicadas em 2003 73 Tabela 94: Áreas de Investimento mais Indicadas em 2004 73 Tabela 95: Objectivo/Finalidade do Investimento Realizado (2004) 74 Tabela 96: Previsão de Realização de Investimentos 74 Tabela 97: Volumes de Investimento Futuro 74 Tabela 98: Finalidades de Investimento Futuro 75 Tabela 99: Apoios Financeiros 75 Tabela 100: Indicação de Alguns Tipos de Apoios Auferidos 75 Tabela 101: Na Sua Empresa Faz-se Recrutamento de Pessoal? 77 Tabela 102: Procedimentos de Recrutamento e Selecção 78 Tabela 103: Número de Trabalhadores por Faixa Etária e Sexo 78 Tabela 104: Nacionalidade dos Trabalhadores 79 Tabela 105: Número de Trabalhadores Familiares ao Serviço da Empresa 79 Tabela 106: Concelho de Residência dos Trabalhadores 80 Tabela 107: Tempo ao Serviço da Empresa 81 Tabela 108: Número de Trabalhadores por Níveis de Qualificação e Sexo 82 Tabela 109: Evolução do Número de Trabalhadores por Níveis de Qualificação 82 Tabela 110: Número de Trabalhadores em Função dos Níveis de Qualificação e Habilitações por Sexo 83 Tabela 111: Número de Trabalhadores em Função dos Níveis de Qualificação e Relação Jurídica de Emprego, por Sexo 84 Tabela 112: Número de Trabalhadores em Função dos Níveis de Qualificação e Áreas Funcionais, por Sexo 85 Tabela 113: Número de Trabalhadores em Função das Áreas Funcionais Onde se Integram e Habilitações Académicas, por Sexo 85 Tabela 114: Trabalhadores Admitidos no Ano de 2004 86 Tabela 115: Número de Trabalhadores em Função da Relação Jurídica de Emprego e Níveis de Qualificação, por Sexo 86 Tabela 116: Motivo de Saída dos Trabalhadores 87 Tabela 117: Previsão da Evolução do Número de Trabalhadores 87 Tabela 118: Justificação para Previsão da Evolução do Número de Trabalhadores 88 Tabela 119: Principais Dificuldades Sentidas com os Trabalhadores 88 Tabela 120: Taxa de Absentismo 89 Tabela 121: Justificação para os Níveis de Absentismo Registados 89 Tabela 122: Práticas Salariais nas Empresas 90 Tabela 123: Ocorrência de Aumentos Salariais Anuais 90 Tabela 124: Existem Mecanismos de Progressão nas Carreiras? 91 Tabela 125: Mecanismos de Progressão Existentes 91 Tabela 126: Programas de Integração 92 Tabela 127: Existência de Um Serviço ou Departamento Responsável pela Formação Profissional na EMpresa 95 Tabela 128: Responsável da Formação Profissional na Empresa 95 Tabela 129: Existência de Metodologias de Diagnóstico de Necessidades de Formação 95 Tabela 130: Metodologias de Diagnostico de Necessidades de Formação 96 Tabela 131: Utilidade da Formação Profissional na Gestão da Empresa 96 Tabela 132: Objectivos da Formação Profissional nas Empresas 97 Tabela 133: Número de Cursos Realizados pelos Colaboradores nas Empresas em 2004 97 Tabela 134: Local de Realização dos Cursos de Formação 98 Tabela 135: Participantes nos Cursos por Categoria Profissional 98 Tabela 136: Formas de Organização da Formação 99 Tabela 137: Tipo de Formadores / Entidades Formadoras Intervenientes 100 Tabela 138: Avaliação da Formação Profissional Realizada 100 Tabela 139: Metodologias de Avaliação da Formação Implementadas 101 Tabela 140: Retorno do Investimento Efectuado na Formação Profissional 101 Tabela 141: Investimento Realizado na Área da Formação Profissional 102 Tabela 142: Áreas de Formação Consideradas no Diagnostico de Necessidades de Formação 103 Tabela 143: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos - Área Administrativo-Finaceira 105 Tabela 144: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos - Área de Informática 106 Tabela 145: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos na Área dos Recursos Humanos 107 Tabela 146: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos - Área Comercial 108 Tabela 147: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos - Área Operação de Máquinas 111 Tabela 148: Habilitações Literárias dos Potenciais Formandos - Outras Áreas 114 Tabela 149: Carências de Mão-de-Obra 115 Tabela 150: Horário Preferencial para a Realização de Formação Profissional 115 Tabela 151: Instalações próprias para a realização de Formação Profissional 116 Tabela 152: Local Preferencial para Realização de Formação Profissional 116 Tabela 153: A oferta formativa existente no concelho corresponde às necessidades da sua empresa? 116 Tabela 154: Considera que existem oportunidades de negócio por desenvolver em Mortágua? 119 Tabela 155: Iniciativas de Apoio às Empresas a Implementar 120 Tabela 156: Principais Áreas de Apoio Necessárias 121 Tabela 157: Existência de Oportunidades de Negócio para a Própia Empresa 126 Tabela 158: Existência de Novas Áreas de Trabalho nas Empresas 127 Tabela 159: Motivações para o Surgimento de Novas Áreas de Trabalho 128 Tabela 160: Previsão para o surgimento de Novas Áreas de Trabalho 128 Tabela 161: Infra-Estruturas Disponíveis 128 Tabela 162: Outras Infra-Estruturas Necessárias 130
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ANEXOS
Anexo 1: Inquérito por Questionário
Anexo 2: Guião de Entrevista
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CAMARA MUNICIPAL DE MORTÁGUA
“CONHECER PARA INOVAR”
DIAGNÓSTICO PARA A CARACTERIZAÇÃO DO TECIDO SÓCIO – PRODUTIVO DO CONCELHO DE MORTÁGUA
CÂMARA MUNICIPAL DE MORTÁGUA / IEBA – 2006
INQUÉRITO
No âmbito do Projecto “CONHECER PARA INOVAR” – Acção Tipo 5.1.2.1. do P.O.E.F.D.S. – Programa Operacional do Emprego, Formação e Desenvolvimento Social -, promovido pelo Gabinete de Desenvolvimento do Empreendedorismo, a Câmara Municipal de Mortágua adjudicou ao IEBA a elaboração de um Estudo que consiste na realização de um diagnóstico, para a caracterização aprofundada do tecido sócio - produtivo do concelho, por forma a inventariar necessidades de formação que conduzam a um ajustamento entre a oferta e a procura, assim como a novas ideias de negócio geradoras de novos empregos.
Neste quadro, desenvolvemos dentro da metodologia prevista, um modelo de questionário que visa : 1. Caracterizar os empresários e as empresas; 2. Inventariar Necessidades de Formação; 3. Pesquisar novas ideias de negócio geradoras de novos empregos;
O preenchimento deste questionário reveste-se, por isso, de primordial importância para os objectivos do presente Estudo.
A leitura atenta, bem como o seu preenchimento, poderão demorar, aproximadamente, 60 minutos, um tempo perfeitamente razoável, face à relevância e ao alcance do presente diagnóstico.
Os dados recolhidos são absolutamente confidenciais, não serão analisados individualmente mas em termos de média estatística, e destinam-se, estritamente, aos fins agora enunciados, não podendo ser utilizados para quaisquer outros.
O questionário deve ser preenchido por um responsável da empresa, ao nível da Administração / Gerência, ou pelo menos completamente revisionado por ela.
A equipa de trabalho deslocar-se-á à empresa para recolha do questionário devidamente preenchido e para esclarecimento de eventuais questões em data e hora a combinar préviamente.
Aproveitamos para agradecer, sincera e antecipadamente, a colaboração agora prestada, e formulamos desde já, votos de sucesso empresarial.
Sem mais de momento, os nossos melhores cumprimentos.
MV-RF/IEBA
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INSTRUÇÕES :
Para um melhor desempenho no preenchimento do inquérito, desenvolvemos um conjunto de instruções muito simples, que transcrevemos a seguir:
Nota 1 - Q = Questão
Nota 2 – Curto Prazo : Até 1 ano; Médio Prazo: De 1 a 5 anos; Longo Prazo : Mais de 5 anos;
Capítulo I – Dados Gerais
Q.8. - A pergunta tem três tipos de resposta : ou SIM, ou NÃO, ou Não Responde. Deverá colocar uma cruz X, na resposta que mais se adequa ao seu caso. Q. 16 – Refere-se aos proveitos realizados com a venda de todos os produtos/serviços.
Capítulo III – Caracterização da Empresa
Q.24. – Entende-se por produto/serviço principal, aquele que representa maior percentagem no volume de negócios em 2004 Por exemplo: Se no ano de 2004, realizou um volume de negócios global de 1.000 Euros, e o produto principal, gerou só por si, um volume de negócios de 800 Euros, então a percentagem do volume de negócios global, gerado pelo produto principal foi de 80% ( =800/1.000 ) Q.26. – Indicar freguesia e/ou concelho e/ou País. Q.28. – Refere-se aos proveitos realizados com a venda de todos os produtos/serviços Q.29. - Se necessário, assinalar mais do que uma opção. Q.37. - Coloque uma cruz na opção pretendida. Q.52. - Assinalar as necessárias Q.68. - Relativamente à Demonstração de Resultados na linha onde se lê: “Proveitos Op.Totais ( Inclui Var.Prod.)”, deve ler-se Proveitos Operacionais Totais ( Inclui Variação da Produção ). As rubricas de Balanço, relativas ao Imobilizado, devem ser preenchidas, com valores líquidos de amortizações Q.71. - As informações que se solicitam, são apenas, as relativas à(s) agência(s) bancária(s) do concelho de Mortágua Q.72. - As informações que se solicitam, são apenas, as relativas ao Concelho de Mortágua.
Capítulo IV – Caracterização dos Trabalhadores
Q.73. – Colocar o número de trabalhadores, distribuídos em função do sexo e idade, de acordo com as Folhas da CRSS e / ou Balanço Social Q.75. – Colocar o número de trabalhadores, distribuídos em função do sexo e nacionalidade. No caso de trabalhadores estrangeiros detalhar os países de proveniência. Q.76. – Profissionais Altamente Qualificados = Profissionais com escolaridade obrigatória e / ou formação profissional e formação complementar, em que o trabalho técnico pode ser desenvolvido de uma forma autónoma; Profissionais Qualificados = Profissionais com escolaridade obrigatória e/ou formação profissional e formação complementar, detendo qualificação completa para o exercício de uma actividade determinada com a capacidade de utilizar os instrumentos e técnica com ela relacionadas. Profissionais Semi Qualificados e Não Qualificados = Profissionais em fase de iniciação profissional, e aquisição de um novo trabalho relativamente simples, podendo a sua aquisição ser bastante simples Q.90. – Colocar o número de trabalhadores, distribuídos em função do sexo e tempo de trabalho, nos diferentes anos. Q.92. – Colocar a percentagem de absentismo, distribuído em função do sexo, nos diferentes anos, de acordo com as Folhas da CRSS e / ou Balanço Social
Capítulo VI – Iniciativas de Dinamização Empresarial
Q. 135 - Oportunidade de negócio = ocasião favorável à criação de produto(s) ou serviço(s), que satisfaça(m) necessidade(s) da(s) empresa(s) ou pessoa(s), e que seja(m) geradora(s) de emprego e riqueza. Q. 141 - Área de Trabalho = Área funcional da empresa , ou sub - área, em que se desenvolve a actividade empresarial. Q. 142 - Na coluna relativa à área, deverá discriminar na quadrícula respectiva, a área de trabalho por desenvolver, sendo que na coluna relativa ao prazo, deve assinalar com um X a resposta mais adequada. Q.148 – Coloque uma cruz (X), no quadrado correspondente à sua resposta.
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Este questionário destina-se a analisar a realidade do tecido sócio - produtivo do concelho de Mortágua. Integra-se no Projecto “Conhecer para Inovar” cuja entidade Promotora é a Câmara Municipal de Mortágua, estando a execução sob a responsabilidade do IEBA – Centro de Iniciativas Empresariais Beira Aguieira. Os Dados recolhidos são totalmente confidenciais destinando-se, estritamente, aos fins agora enunciados e serão alvo de tratamento estatístico.
INQUÉRITO Nº ______
Cap. I – DADOS GERAIS
1. Designação Social : ______
2. Localização da Sede : ______
3. Concelho : ______Freguesia: ______
4. Código Postal : ______- ______Localidade : ______
5. Telefone : ______Fax : ______Telemóvel : ______
6. URL : www.______e-mail : ______
7. Localização dos Estabelecimentos: ______
8. Tipo de Estabelecimento :
Unidade Industrial Unidade Comercial Unidade Agrícola Unidade Florestal Oficina Armazém Outra. Diga Qual : ______
Cap. II – CARACTERIZAÇÃO DO(s) EMPRESÁRIO(s)
9. O(s) Empresário(s) em exercício foi/foram o(s) fundador(es) da empresa ?
SIM NÃO NR
10. Indique a nacionalidade do(s) Empresário(s), de acordo com o sexo:
Nacionalidade H M (Nº) (Nº) Portuguesa Estrangeira.Qual(is): - ______- ______- ______
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11. Qual o local de Residência do(s) Empresário(s): ______
12. E a idade do(s) empresário(s) ? ______
13. Há quanto tempo dirige(m) a empresa ? ______
14. Qual o nível de formação do(s) empresário(s)? (Cada coluna corresponde a 1 empresário)
Menos de 4 anos de escolaridade 4 anos de escolaridade 6 anos de escolaridade 9 anos de escolaridade 11 anos de escolaridade 12 anos de escolaridade Curso de Formação Profissional Bacharelato Licenciatura Mestrado Doutoramento Outro. Qual ______
Cap. III – CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
3.1. CaracterizaçãoGeral
15. Ano Constituição : ______/ ______/ ______N.I.P.C.______
16. Quais os motivos que estiveram na origem da constituição da empresa? ______.
17. Natureza Jurídica da empresa :
Pessoa Singular Sociedade em Nome Colectivo Sociedade por quotas Sociedade Anónima Cooperativa NR Outra Qual?______
18. Número de Sócios : ______
19. Número de Sócios a trabalhar actualmente na empresa : ______
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20. Capital Social :
=5.000 Euros 5.001 a 25.000 Euros 25.001 a 125.000 Euros 125.001 a 250.000 Euros 250.001 a 500.000 Euros 500.001 a 2.500.000 Euros > 2.500.001 Euros
21. Origem do Capital :
Nacional Privado % Público % Estrangeiro Privado % Público %
22. Actividade Principal : ______CAE ______
23. Actividades Secundárias: ______CAE ______CAE ______CAE ______
24. Quais os principais produtos / serviços, da sua empresa?
PRODUTOS/SERVIÇOS % no Vol. de Neg.Anual ( 2004 )
25. Qual a finalidade dos produtos / serviços?
Consumidor final/beneficiário final Transformação/incorporação Agricultura Serviços Construção Civil Outra. Qual: ______
26. Quais as principais matérias primas/recursos, utilizadas? ______
27. Qual o local de origem das matéria primas consumidas? ______
28. Qual o volume de vendas/prestação de serviços nos últimos três anos de acordo com a Declaração de IRC?
Em 2002 ______Euros Em 2003 ______Euros Em 2004 ______Euros
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29. Como é que é feita a comercialização dos produtos/serviços ? Vende directamente ao público, na empresa Tem postos de venda fora da empresa A empresa tem vendedores / comissionistas A empresa recorre a revendedores / intermediários Faz distribuição com frota própria Os clientes vão procurar o produto à empresa Outras. Quais ? ______ NR
30. Utiliza alguma forma de promoção dos seus produtos / serviços ?
SIM NÃO NR Passe à Questão 32
31. Em caso afirmativo, qual a forma de promoção de vendas / prestação de serviços, utilizada?
Catálogos / folhetos Revistas/Jornais Rádio TV Participação em Feiras Nacionais Participação em Feiras Internacionais Descontos Internet Outra forma Especifique: ______NR
3.2. Internacionalização
32. Qual a extensão geográfica da distribuição dos produtos / serviços ?
Local ( Se respondeu esta opção, passe à Questão 34 ) Regional ( Se respondeu esta opção, passe à Questão 34 ) Nacional ( Se respondeu esta opção, passe à Questão 34 ) Internacional
33. Se exporta, qual o volume de exportação anual, em relação à facturação total, por países de destino?
ANO PAÍSES VOLUME DE EXPORTAÇÃO ______% ______% 2003 ______% ______%
______% ______% 2004 ______% ______%
______% ______% 2005 ______% ______%
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34. Se não exporta, quais os motivos ?
Não conhece os mercados Pensa que é arriscado Necessidade de adaptar os produtos/serviços Não tem infraestruturas O mercado nacional é suficiente Tem problemas financeiros Falta de pessoal qualificado Falta de incentivos estatais Custo elevado Outro. Qual ? ______ NR
35. Se a extensão geográfica da distribuição do produto / serviço não tem uma amplitude internacional, está a pensar em algum projecto de internacionalização?
SIM NÃO NR
36. Se SIM, qual ? ______
37. De acordo com a realidade da sua empresa, assinale a opção que mais se adequa:
QUESTÕES SIM NÃO Não Responde Algum dos seus produtos / serviços está patenteado ? A sua empresa tem marca própria ? A empresa está dotada de equipamentos informáticos (Exemplo de Hardware: computadores fixos, portáteis, impressoras, scanner,...... )? A empresa tem acesso à Internet ? A empresa tem instalada alguma Intranet ( rede interna ) ? A empresa possui endereço electrónico ( e-mail ) ? A empresa tem algum site na Internet?
3.3. Certificação
38. A Empresa é certificada ?
SIM NÃO NÃO, mas encontra-se em fase de certificação Passe à Questão 41
39. Se SIM, desde quando? ______
40. E quais as áreas em que é certificada, ou está em processo de certificação ? ______
3.4. Ambiente
41. A Empresa pertence ao grupo das Entidades que é considerado gerador de resíduos eventualmente poluentes ?
SIM NÃO NR Passe à Questão 44
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42. Se SIM, que tipo de poluição gera para o ambiente ( e/ou que resíduos são gerados ) ?
Efluentes líquidos . Águas residuais Diga quais : ______. Outros Diga quais : ______Emissões gasosas / partículas . Poeiras Diga quais : ______. Outras Diga quais : ______Resíduos sólidos . Alumínios Diga quais : ______. Vidros Diga quais : ______. Garrafas Diga quais : ______Misturas de carne . Outros Diga quais : ______Outros Diga quais : ______
43. Os resíduos resultantes do processo produtivo, são alvo de algum tratamento, com vista à minimização dos efeitos negativos para o ambiente?
SIM NÃO NR
3.5. Infraestruturas
44. As instalações em que exerce a sua actividade, são :
Próprias Arrendadas Cedidas Gratuitamente Outra. Qual: ______
45. Qual a área ocupada pelas suas instalações?
Instalações Área Produção Administrativa Comercial Armazém E(P)TAR
Não tem 100 m2 101 a 250 m2 251 a 1.000 m2 1.001 a 2.500 m2 2.501 a 5.000 m2 5.001 a 10.000 m2 + 10.000 m2 N.R.
46. Qual a idade média das instalações ?
– 5 anos 5 e 10 anos 11 e 25 anos + 25 anos N.R.
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47. Quando foi feita a última remodelação nas instalações? – 2 anos 3 a 5 anos 6 e 10 anos 11 e 25 anos + 25 anos NR Nunca fez
48. Sente necessidade de sair das suas actuais instalações, para outras?
SIM NÃO NR
49. Qual a idade média dos equipamentos produtivos?
– 2 anos 3 a 5 anos 6 e 10 anos 11 e 25 anos + 25 anos NR
3.6. Caracterização do Investimento
50. Qual o montante médio de investimento feito nos últimos 3 anos?
Investimento 2003 2004 2005 Euros Euros Euros Nenhum ( Passe à Questão 55 ) Menor ou Igual a 25.000 Euros De 25.001 a 125.000 Euros De 125.001 a 250.000 Euros De 250.001 a 500.000 Euros De 500.001 a 2.500.000 Euros Mais de 2.500.000 Euros N.R.
51. Em que áreas investiu ?
Áreas 2002 2003 2004 % % % Administrativa Parque de máquinas Melhoria da qualidade dos produtos / serviços Investigação em novos produtos / serviços Formação Profissional Armazenamento Marketing / Distribuição Planeamento Melhoria Organizacional Ambiente Internacionalização Infra-estruturas Outros. Quais ?______N.R. Total 100% 100% 100%
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52. E qual a finalidade dos investimentos realizados, em cada um dos anos assinalados ?
2002 2003 2004 Aumento da capacidade produtiva Reconversão da capacidade produtiva Investigação em produtos / serviços novos Melhoria da qualidade do produto / serviço Internacionalização Formação profissional Melhoria organizacional Ambiente Outra. Especifique: ______
53. Candidatou-se a algum apoio financeiro? SIM NÃO NR Passe à Questão 55
54. Se SIM, diga quais:
APOIOS CANDIDATADOS Aprovação/Não Aprovação Aprovado Não aprovado Aprovado Não aprovado Aprovado Não aprovado Aprovado Não aprovado
55. A empresa está a prever a realização de investimentos?
SIM Curto Médio Longo Prazo NÃO ( Se respondeu NÃO, passe à questão 59 ) Não Responde
56. Qual o montante de investimento que prevê realizar? ______Euros
57. E qual a finalidade dos investimentos que pensa concretizar ?
Aumento da capacidade produtiva Reconversão da capacidade produtiva Investigação em produtos / serviços novos Melhoria da qualidade do produto / serviço Internacionalização Formação profissional Melhoria organizacional Ambiente Outra Especifique: ______
58. A empresa prevê o recurso a algum programa de incentivos em próximos investimentos?
SIM NÃO NR
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3.7. Apoio à Gestão
59. Quais as áreas em que a empresa necessita de consultoria?
Área financeira/Contabilidade Marketing / Estudos de mercado Organização da Produção Tecnologias de produção Qualidade Tecnologias de informação Sistemas de informação Aprovisionamento Exportação/Internacionalização Ambiente Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho Área Jurídica Recursos Humanos Outro. Qual ? ______ Nenhuma N.R.
60. A que áreas de consultoria necessita de recorrer, e não existem no concelho de Mortágua? ______
3.8. Inovação e/ou desenvolvimento
61. Na empresa, existe algum departamento de inovação ou de desenvolvimento de novos produtos/serviços/negócios ?
SIM NÃO NR
62. Se NÃO, pensa que teria utilidade a criação de um departamento de inovação?
SIM NÃO NR
63. A empresa tem algum protocolo de colaboração com Instituições de Ensino, Universidades, Centros Tecnológicos, ou outras Entidades?
SIM NÃO NR Passe à Questão 65
64. Se SIM, com qual(is) e quais os objectivo(s) ? ______
65. Se NÃO, pensa estabelecer algum protocolo com alguma Entidade ?
SIM NÃO NR
66. Se SIM, com qual (is) e quais os objectivos? ______
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3.9. Controlo de Gestão e Elementos económico - financeiros
67. Quais os mecanismos de controlo de gestão que tem implementados na sua empresa ?
O Plano de Actividades O Orçamento de Exploração O Orçamento Financeiro A Contabilidade Analítica Os Controlos : Verificação sistemática dos rácios principais Verificação sistemática do volume de vendas dos produtos da empresa Verificação sistemática das suas margens Outros. Especificar : ______ Não existem mecanismos de controlo de gestão implementados
68. Informações da Demonstração de Resultados e Balanço relativas ao último ano :
Indicador 2004 Demonstração de Resultados Vendas Prestação de Serviços Proveitos Op. Totais (Inclui VProd) Custo das Merc.Vend.Mat.Consum. Fornecimentos e Serviços Externos Custos com Pessoal Amortizações Provisões Custos Operacionais Totais Resultados Operacionais Resultados Financeiros Resultados Correntes Resultados Líquidos Balanço Activo Total Capital Social Capitais Próprios Passivo Total
69. Ao longo do ano passado ( 2005 ), ocorreram alterações relevantes em alguma(s) das rubricas referidas?
SIM NÃO NR Passe à Questão 73
70. Se sim, diga em qual(ais) e justifique:
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Cap. IV – CARACTERIZAÇÃO DOS TRABALHADORES
71. Nº de trabalhadores ao serviço, por faixa etária, segundo o sexo, no ano de 2004:
2004 Nível Etário HMTotal < 20 anos 21 – 25 anos 26 – 30 anos 31 – 34 anos 35 – 44 anos 45 – 54 anos > 55 anos
72. Nº de trabalhadores familiares :
Nenhum Um trabalhador Dois trabalhadores Três a quatro trabalhadores Cinco a seis trabalhadores Sete a dez trabalhadores Onze a vinte trabalhadores Vinte e um a 30 trabalhadores Mais de trinta
73. Nacionalidade dos trabalhadores:
2004 Nacionalidade HM Total Portuguesa Estrangeira: ______
74. Número de trabalhadores em 2004 por tipo de Qualificação Profissional segundo o sexo:
Níveis de Qualificação H M Total
Dirigentes Quadros Superiores Quadros Médios Encarregados, contramestres, mestres, chefes de equipa Profissionais altamente qualificados Profissionais qualificados Profissionais semi qualificados Profissionais não qualificados ( indiferenciados) Estagiários, praticantes, aprendizes
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75. Tendências de evolução desejável, a médio prazo (3 anos) das qualificações profissionais na sua empresa, especificando carências e excedentes actuais nos diversos níveis de qualificação.
Evolução desejável a médio Níveis de Qualificação Carências Excedentes prazo (3 anos) actuais actuais (+ positiva; - negativa e = mantém-se) Dirigentes Quadros Superiores Quadros Médios Encarregados, contramestres, mestres, chefes equipa Profissionais altamente qualificados Profissionais qualificados Profissionais semi qualificados Profissionais não qualificados (indiferenciados) Estagiários, praticantes, aprendizes
76. Número de trabalhadores, por qualificação profissional e segundo a relação jurídica de emprego e o sexo, em 31 de Dezembro de 2004
Relação Jurídica de Tipos de Contrato de Trabalho Emprego Permanente Termo Termo A Tempo Trabalho Subcontratação Certo Incerto Parcial Independente empresa de (Subcontratação aluguer directa) de mão de obra Níveis de Qualificação H M H M H M H M H M H M Dirigentes Quadros Superiores Quadros Médios Encar., contram., mestres, ch. Equipa Profissionais altamente qualificados Profissionais Qualificados Profissionais semi qualificados Profissionais não qualificados ( indif) Estagiários, praticantes, aprendizes
77. Número de trabalhadores admitidos ao serviço durante o ano de 2004, por qualificação profissional, segundo a relação jurídica de emprego e sexo:
Relação Jurídica de Emprego Tipos de Contrato de Trabalho Permanente Termo Termo A Tempo Trabalho Subcontratação Certo Incerto Parcial Independente empresa de aluguer (Subcontratação De mão de obra Níveis de Qualificação directa) H M H M H M H M H M H M Dirigentes Quadros Superiores Quadros Médios Encar., contram., mestres, ch. Equipa Profissionais altamente qualificados Profissionais qualificados Profissionais semi qualificados Profissionais não qualificados ( indif) Estagiários, praticantes, aprendizes
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78. Número de trabalhadores saídos durante o ano de 2004, por grupo profissional, segundo a relação jurídica de emprego e sexo:
Relação Jurídica de Emprego Tipos de Contrato de Trabalho Permanente Termo Termo A Tempo Trabalho Subcontratação Certo Incerto Parcial Independente empresa de aluguer (Subcontratação De mão de obra Níveis de Qualificação directa) H M H M H M H M H M H M Dirigentes Quadros Superiores Quadros Médios Encar., contram., mestres, ch. Equipa Profissionais altamente qualificados Profissionais qualificados Profissionais semi qualificados Profissionais não qualificados ( indif) Estagiários, praticantes, aprendizes
79. Número de trabalhadores saídos durante o ano de 2004, por grupo profissional segundo o motivo de saída:
Dirigentes Quadros Quadros Encarregados Profissionais Profissionais Profissionais Profissionais Estagiários, Motivos da Superiores Médios Contramestres altamente qualificados semi Não Praticantes, saída Mestres, e qualificados qualificados Qualificados Aprendizes chefes de equipa Não Renovação Revogação por acordo das partes Despedimento pela empresa Rescisão por iniciativa do trabalhador Rescisão por qualquer das partes durante o período experimental Extinção de postos de trabalho Total
80. Número de trabalhadores por qualificação profissional e segundo o nível de habilitações académicas, por sexo, no ano de 2004
Níveis de Dirigentes Quadros Quadros Encarregados, Profissionais Profissionais Profissionais Profissionais Estagiários, Qualificação Superiores Médios contramestres, altamente qualificados semi Não Praticantes, mestres e qualificados qualificados Qualificados Aprendizes chefes de equipa Habilit.Acad. H M H M H M H M H M H M H M H M H M Menos de 4 anos de escolaridade 4 anos de escolaridade 6 anos de escolaridade 9 anos de escolaridade 11 anos de escolaridade 12 anos de escolaridade Curso de F. Profissional Bacharelato Licenciatura Mestrado Doutoramento
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81. Número de trabalhadores por níveis de qualificação profissional e áreas funcionais em que participam, por sexo, no ano de 2004
Níveis de Dirigentes Quadros Quadros Encarregados, Profissionais Profissionais Profissionais Profissionais Estagiários, qualificação Superiores Médios contramestres, altamente qualificados semi Não Praticantes, mestres e qualificados qualificados Qualificados Aprendizes chefes de equipa H M H M H M H M H M H M H M H M H M Áreas Funcionais Direcção Comercial e Marketing Investigação e Desenvolvimento Logística Produção Qualidade Administrativo Financeiro Recursos Humanos
82. Número de trabalhadores, por sexo, por níveis de habilitações académicas e áreas funcionais em, que participam:
Áreas Funcionais Direcção Comercial Investigação e Logística Produção Qualidade Administrativo Recursos e Desenvolvimento Financeiro Humanos Marketing Habilitações H M H M H M H M H M H M H M H M Académicas Menos de 4 anos de escolaridade 4 anos de escolaridade 6 anos de escolaridade 9 anos de escolaridade 11 anos de escolaridade 12 anos de escolaridade Curso de F. Profissional Bacharelato Licenciatura Mestrado Doutoramento
83. Tendências de evolução desejável a médio prazo ( 3 anos ) de trabalhadores na sua empresa por áreas funcionais especificando carências e excedentes nas respectivas áreas:
Carências actuais Excedentes actuais Evolução desejável a Áreas Funcionais médio prazo (3 anos) (+ positiva; - negativa e = mantém-se) H M H M H M Direcção Comercial e Marketing Investigação e Desenvolvimento Logística Produção Qualidade Administrativo Financeiro Recursos Humanos
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84. Indique as principais dificuldades sentidas com o pessoal actualmente ao serviço da empresa:
Direcção Comercial Investigação e Logística Produção Qualidade Administrativo Recursos Tipo de dificuldades e Desenvolvimento Financeiro Humanos Marketing Pessoal pouco qualificado Dificuldade de “manter” os trabalhadores mais qualificados Chefes de equipa com preparação insuficiente Absentismo Legislação laboral pouco flexível O não cumprimento de normas de segurança pelos trabalhadores Outras.Especificar :______
85. Qual/Quais o(s) tipo(s) de Mão-de-Obra de que necessita com maior frequência e que não encontra no concelho de Mortágua?
______
86. Na sua empresa faz-se recrutamento de pessoal?
SIM NÃO NR Passe à Questão 88
87. Se sim, como se faz? ______
88. Número de trabalhadores por nível de antiguidade na empresa, segundo o sexo :
Tempo 2004 de Trabalho H M TOTAL < 1 mês 1 a 6 meses 7 a 12 meses 13 a 23 meses 2 a 5 anos 6 a 10 anos + 11 anos
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89. Numero de trabalhadores ao abrigo de programas específicos de integração, segundo o sexo, no ano de 2004. Programas Ocupacionais H M Total
Trabalhadores deficientes 1º Emprego Estágios profissionais POC Outros. Quais? ______
Total
90. Taxa de Absentismo dos trabalhadores:
2004 Indicador HM Taxa de Absentismo ( %) Total
91. Quais as principais razões/justificações apresentadas para a ocorrência de absentismo na sua empresa? ______
92. Relativamente a práticas salariais, qual o nível de remuneração que pratica para cada categoria? O estipulado pela lei geral O estipulado pelo CCT do sector A tabela salarial, acrescida de um valor, até +5% A tabela salarial, acrescida de um valor, de +6% até +10% A tabela salarial, acrescida de um valor, de +11% até +15% A tabela salarial, acrescida de um valor, superior a +15% Outra. Diga qual : ______
93. Procede, anualmente, ao aumento dos salários dos trabalhadores da sua empresa?
SIM NÃO NR Passe à Questão 95
94. Se SIM, o aumento é? Um valor superior à taxa de inflação anual Um valor equivalente á taxa de inflação anual Um valor inferior à taxa de inflação anual Outro. Diga qual: ______
95. Na sua empresa, os trabalhadores progridem na carreira?
SIM NÃO NR Passe à Questão 97
96. Se SIM, diga qual(ais) o(s) mecanismo(s) de progressão na carreira? ______
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97. Local de Residência dos Trabalhadores ( 2004 )
Residência dos Trabalhadores Nº de Trabalhadores
Mortágua Santa Comba Dão Tondela Carregal do Sal Penacova Mealhada Viseu Coimbra Outros. Quais: ______
98. De acordo com a situação actual e a expectativa futura que tem do seu negócio, como pensa que vai evoluir o número de trabalhadores na sua empresa, nos próximos 3 anos ?
AUMENTAR ESTABILIZAR DIMINUIR
99. Em que áreas, e porquê ? ______
100. Já implementou medidas para proteger a saúde, segurança e higiene dos colaboradores da empresa? SIM NÃO .NR Passe à Questão 102
101. Se SIM, que medidas foram implementadas ? ______
102. Se NÃO, quando pensa implementar medidas de protecção?
A Curto Prazo A Médio Prazo A Longo Prazo Não aplicável
103. Na sua empresa existe algum Boletim de Informação, periódico, sobre as actividades desenvolvidas? SIM NÃO NR
Cap. V – NECESSIDADES DE FORMAÇÃO
104. A empresa possui um Plano de Formação Profissional ?
SIM NÃO NR
105. Se sim, de que tipo ? Plano geral para toda a empresa Planos parciais por sector / departamento Outros. Especificar : ______
106. Existe um serviço/departamento responsável pela formação profissional, próprio da empresa?
SIM NÃO NR
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107. De quem é, na empresa, a responsabilidade pela formação? (especificar a função e o respectivo nível hierárquico)? ______
108. As necessidades de formação são definidas através de um levantamento periódico?
SIM NÃO NR
109. Como é que na sua empresa se averiguam as necessidades de formação?
Nunca Raramente Por Quase Sempre vezes sempre Entrevistas aos trabalhadores Entrevistas às chefias Fichas de avaliação de desempenho Fichas de avaliação de acções anteriores Sondagens por questionário Reclamações de clientes Documentos com orientações estratégicas Catálogos de empresas de formação Outros ( Especificar): ______
110. Com que finalidade a sua empresa faz formação?
Nunca Raramente Por Quase Sempre vezes sempre Acolhimento de recém contratados Preparação de promoções Reconversão Reciclagem Aperfeiçoamento Satisfação dfe necessidades extra - profissionais Outros ( Especificar): ______
111. Tipos de trabalhadores que receberam formação em 2004 e previsão para os próximos 3 anos :
Tipos Nº de trabalhadores Evolução desejável a médio prazo em 2004 (3 anos) (+ positiva; - negativa e = mantém-se) Dirigentes Quadros Superiores Quadros Médios Encarregados, contramestres, mestres, chefes de equipa Profissionais altamente qualificados Profissionais qualificados Profissionais semi qualificados Profissionias não qualificados ( indiferenciados ) Estagiários, praticantes, aprendizes ) Total
112. Número de acções em 2004, de acordo com a carga horária
Menos de 20 De 21 a 50 De 51 a 100 De 101a 250 251 a 500 + de 501 horas horas horas horas horas horas Nº de acções
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113. A formação foi realizada ( ano de 2004 ) :
Dentro da empresa Nº de cursos : ______Fora da empresa Nº de cursos : ______
114. A formação fora da empresa foi realizada:
No concelho de Mortágua Nº de cursos: ______Fora do concelho, mas dentro do distrito Nº de cursos: ______Fora do distrito mas no país Nº de cursos: ______No estrangeiro Nº de cursos: ______Outra Nº de cursos: ______
115. Considera que a divulgação da formação pelas entidades formadoras do concelho de Mortágua é :
Muito deficiente Deficiente Razoável Boa Muito boa
116. Tipo de formação realizada e previsão futura:
Em 2004 Previsão para os próximos três anos (assinalar com x) (aumenta, diminui, ou mantém Formação em sala Formação no posto de trabalho Auto formação Via computador Formação outdoor Outras ( especificar ): ______
117. Desenvolvimento da formação:
Em 2004 Previsão para os próximos três anos (assinalar com x) (aumenta, diminui, ou mantém )
Formação desenvolvida na empresa ( formadores internos ) Formação desenvolvida por empresas de consultoria Formação em Centros de Formação profissional Estabelecimentos de Ensino Técnico Profissional Formação promovida por associações empresariais Formação promovida pelos fornecedores de equipamento Formação promovida por associações sindicais Companhias de seguros Centros Tecnológicos Outras ( especificar ): ______
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118. Áreas de formação a realizar :
Áreas Nº de Trabalhadores ( Junho / 2005 ) <4ª Classe 5ª-6ºAno 7ª-9ºAno 10º-12ºAno Bacharel. Licenc. Total Administ-Financeira Administrativa Contabilidade Financeira Informática : Excel / Word / ... Internet Intranet CAD / CAM Recursos Humanos Proc.Salários Gestão Rec.Hum. Produção : Qualidade Manutenção Ind. Comercial : Atendimento Vendas Marketing Logística G.Stocks Construção Civil : Estucador Canalização Carpintaria Electricidade Metalomecânica Serralharia Soldadura Operação de Máquinas Empilhadores Máq.Agrícolas Máq.Florestais Saúde Hig.e Seg. Restauração Outras. Quais? ______
119. A sua empresa avalia a formação que realiza?
SIM NÃO NR Passe à Questão 121
120. Se sim, como? Testes de conhecimento Simulação de desempenho Questionários de satisfação Entrevistas Definição de planos de acção e seu cumprimento Avaliação do desempenho dos formandos Outros. Quais? ______
121. A formação profissional parece-lhe ser útil em termos de gestão da sua empresa?
SIM NÃO NR
122. Qual o montante que a sua empresa investiu em formação em 2004? ______
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123. Desse montante, qual a percentagem suportada por financiamento exterior à empresa (fundos comunitários, por ex.)? ______%
124. Considera que o retorno do investimento feito em termos de resultados e melhoria do desempenho dos trabalhadores tem sido :
Muito reduzido Reduzido Razoável Bom Muito bom
125. Qual o montante global que prevê investir em formação nos próximos 3 anos?
2006 ______2007 ______2008 ______
126. Na sua opinião considera que a oferta de formação profissional no concelho de Mortágua se adequa às necessidades da sua empresa ?
SIM NÃO NR
127. Qual o horário preferencial para a realização da Formação Profissional :
LABORAL PÓS LABORAL MISTO ( LAB.E PÓS LAB. )
128. A empresa encontra-se acreditada pelo IQF ( Instituto para a Qualidade na Formação ), para organizar/ministrar formação profissional ?
SIM NÃO NR Passe à Questão 130
129. Se NÃO, pensa vir a adquirir esse estatuto?
SIM NÃO NR
130. Se SIM, com que objectivos? ______
131. A empresa possui instalações adequadas para acolher acções de formação profissional ?
SIM NÃO NR
132. Em que local será mais útil ministrar a formação profissional ?
Na empresa Fora / Próximo da empresa Fora / Próximo da residência do trabalhador Sugestão: ______
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Cap. VI – INICIATIVAS DE DINAMIZAÇÃO EMPRESARIAL
133. Considera que no Concelho de Mortágua, existem ( ou existirão ) oportunidades de negócio por desenvolver ? SIM NÃO NR Passe à Questão 136
134. Se SIM, na sua perspectiva, diga quais ? ______
135. Quais os factores que considera impeditivos para que elas sejam colocadas em prática?
Capacidade de iniciativa Capacidade empreendedora Aversão ao risco Capacidade financeira Problemas de financiamento Capacidade técnica Falta de apoio das Universidades/Institutos Distância do mercado Custo dos transportes Localização Falta de tempo/ dedicação Falta de Infra-estruturas Sucessão da empresa Outro. Especifique : ______Não existem factores impeditivos
136. Considera que na sua empresa, existem ( ou existirão ) NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO por desenvolver?
SIM NÃO NR Passe à Questão 139 137. Se SIM, diga quais ? ______
138. Quais os factores que considera impeditivos para que elas sejam colocadas em prática? Capacidade de iniciativa Capacidade empreendedora Aversão ao risco Capacidade financeira Problemas de financiamento Capacidade técnica Falta de apoio das Universidades/Institutos Distância do mercado Custo dos transportes Localização Falta de tempo/ dedicação Falta de Infra-estruturas Outro. Especifique : ______Não existem factores impeditivos
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139. Considera que na sua empresa existem ( ou existirão ) NOVAS ÁREAS DE TRABALHO por desenvolver ? SIM NÃO NR Passe à Questão 144
140. Se SIM, quais e quando poderão surgir ? Na coluna relativa à área, deverá discriminar na quadrícula respectiva, a área de trabalho por desenvolver, sendo que na coluna relativa ao prazo, deve assinalar com um X a resposta mais adequada.
ÀREA (Especifique) PRAZO Curto ( Até 1 ano ) Médio ( De 1 a 5 anos ) Longo ( + de 5 anos ) Curto ( Até 1 ano ) Médio ( De 1 a 5 anos ) Longo ( + de 5 anos ) Curto ( Até 1 ano ) Médio ( De 1 a 5 anos ) Longo ( + de 5 anos )
141. Essas novas áreas de trabalho surgirão devido a :
Novos investimentos Aumento do número de colaboradores Alteração do processo produtivo Início da produção de um novo produto Contratação de Mão de Obra Especializada Outras. Quais ? ______
142. Que serviços gostaria de encontrar disponíveis em Mortágua, para apoiar a sua empresa? ______
143. Quais as iniciativas que gostaria de ver implementadas no Concelho de Mortágua, com vista ao crescimento e desenvolvimento do tecido empresarial ? ______
144. Na sua perspectiva, no concelho de Mortágua, como classificaria os parâmetros seguintes? Coloque uma cruz (X) no quadrado correspondente à sua resposta.
Parâmetros Alto Médio Baixo Nível de oferta do solo para habitação Nível de oferta do solo para indústria Nível de oferta de espaços para serviços Preço / mt2. do terreno para Habitação Preço / mt2. do terreno para instalação de unidades industriais Preço / mt2. do terreno para instalação do comércio Preço / mt2. do terreno para instalação de serviços
145. Em sua opinião, no Concelho de Mortágua, as infra-estruturas à disposição das empresas, são?
Excessivas Suficientes Insuficientes
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146. Quais as maiores necessidades sentidas, no Concelho, ao nível de infra-estruturas?
Fornecimento de energia eléctrica Telecomunicações Habitação Abastecimento de Água Tratamento de efluentes Segurança Pública Estradas locais melhoradas. Diga quais: ______ Novas acessibilidades. Diga quais: ______ Melhoria da oferta no transporte público, ferroviário Melhoria da oferta no transporte público, rodoviário Ampliação do parque industrial, já existente Criação de novo parque industrial Criação de parque para empresas de serviços Criação de “serviços de apoio” no parque industrial Outras. Diga quais: ______
147. A sua empresa é associada de alguma associação sectorial ?
SIM NÃO NR Passe à Questão 149
148. Se SIM, diga qual.______
149. Em sua opinião, a Associação à qual pertence, representa, de facto, os seus interesses:
SIM NÃO NR
150. Se NÃO, diga porquê : ______
151. Sente necessidade de uma estrutura associativa que represente as empresas do concelho de Mortágua ? SIM NÃO NR
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NOTAS :
Responsável pelo Preenchimento Nome Cargo Data
Em caso de dúvida, ou necessidade de esclarecimento sobre alguma das questões apresentadas, agradecemos o contacto para o telefone nº 231-927470 ( IEBA : Mafalda Vicente e/ou Rui Ferreira )
Obrigado pela sua colaboração
27 “CONHECER PARA INOVAR” ______
GUIÃO DE ENTREVISTA – “CONHECER PARA INOVAR”
- Caracterização do Entrevistado: Nome; idade; habilitações académicas; experiência profissional; ramo de actividade/empresa
- Elementos diferenciadores das empresas/empresários para que sejam de sucesso, partindo da experiência profissional/pessoal do entrevistado
- Oportunidades de desenvolvimento económico no concelho de Mortágua
- Limitações/Constrangimentos ao desenvolvimento económico do concelho de Mortágua
______
Projecto Promovido por: Estudo Desenvolvio por: Projecto Co-Financiado por:
© Julho 2006, IEBA, PT Parque Industrial Manuel Lourenço Ferreira, Lote 12, Apartado 38 – 3450-232 Mortágua, PORTUGAL Email: [email protected] Website: www.ieba.org.pt