Universidade Federal Do Amazonas Instituto De Ciências Humanas E Letras Programa De Pós-Graduação Sociedade E Cultura Na Amazônia
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UFAM UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO SOCIEDADE E CULTURA NA AMAZÔNIA A FESTA NA CIDADE QUE O BARRANCO LEVOU Dinâmicas culturais e políticas do brincar de boi em Fonte Boa (AM) Yomarley Lopes Holanda Manaus 2010 Ficha Catalográfica (Catalogação realizada pela Biblioteca Central da UFAM) Holanda, Yomarley Lopes A festa na cidade que o barranco levou: dinâmicas culturais e H722f políticas do brincar de boi em Fonte Boa (AM) / Yomarley Lopes Holanda. - Manaus: UFAM, 2010. 245 f.; il. color.; 30 cm Dissertação (Mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia) –– Universidade Federal do Amazonas, 2010. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Ivan Gil Braga 1. Cultura popular – Fonte Boa (AM) 2. Antropologia urbana – Fonte Boa (AM) 3. Festas folclóricas – Fonte Boa (AM) I. Braga, Ivan Gil (Orient.) II. Título CDU 394.2 (811.3 Fonte Boa) (043.3) UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO SOCIEDADE E CULTURA NA AMAZÔNIA Yomarley Lopes Holanda A FESTA NA CIDADE QUE O BARRANCO LEVOU Dinâmicas culturais e políticas do brincar de boi em Fonte Boa (AM) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, na linha I: Sistemas Simbólicos e Manifestações Socioculturais. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Ivan Gil Braga MANAUS 2010 YOMARLEY LOPES HOLANDA A FESTA NA CIDADE QUE O BARRANCO LEVOU Dinâmicas culturais e políticas do brincar de boi em Fonte Boa (AM) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, na linha I: Sistemas Simbólicos e Manifestações Socioculturais. Aprovado em 22 de Novembro de 2010. BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Sérgio Ivan Gil Braga - Presidente Universidade Federal do Amazonas Prof. Dr. John Cowart Dawsey – Membro Universidade de São Paulo Profª. Drª. Daise Lucy Oliveira Montardo – Membro Universidade Federal do Amazonas Ao guia primordial de todos os nossos caminhos...DEUS... “Quem ama sempre tem um sonho pra sonhar, Um verso pra dizer...Meu universo está na luz dos olhos seus, Na paz da sua voz, no amor que vem de Deus, Jesus...” (Meu Universo – Novo Som) Àqueles que já atravessaram o rio...tão cedo! Carlinho Delson Jr. Valdir Dorinho “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós, Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine Saint-Exupery) Aos amigos da “aventura” primeira em Tefé...inesquecível Magrinho, Kinho, Jander, Fernanda, Tássio, Nete, Eloym, Jairo, Valdivino,Alder, Ivanete e Nara, seu Jairo e dona Mara “Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito, Dentro do coração, assim falava a canção que na América ouvi...”(Canção da América – Milton Nascimento) Àqueles toadeiros, amigos eternos de cultura popular e cúmplices da mesma emoção... Wallace, Ferrugem, Severino Jr., Willey, Junival, Leandro, Moacir, Rarison, João de Deus, Lázaro, Rangel, Róbson Jr., e tantos outros “Humildes ribeirinhos que dão vida ao meu boi, Com a fibra da coragem o seu mundo mostrar, Fazem viver, o folclore renascer...” (Criação Cabocla – Corajoso) Àqueles que me tiraram das “sombras” da caverna... Antonio Viana (in memorian), Dorgival Lisboa, Sabá Lima, João Coelho Aos Mestres do primeiro caminho em Ega... Vinícius, Cláudia, Raimundo Nonato, Siqueira, Germano Aos Doutores do segundo caminho em Manaus... Ernesto Renan, José Aldemir, Iraíldes Caldas, Alfredo Wagner, Narciso Lobo (in memorian) Aos meus grandes amigos do mestrado, dos corredores da UFAM e da hora do cafezinho... Márcia, Deílson, Mauro, Jordeanes, Luisa Aos sábios arguidores de meu exame de qualificação, pela leitura atenta de meu trabalho, por suas críticas e elogios... Prof. Dr. Sidney Antonio e Profª. Draª. Eloísa Helena Ao meu orientador que, com sua habilidade e paciência, transformou preocupações toscas em tema de investigação... Prof. Dr. Sérgio Ivan Gil Braga Aos que acreditaram e fomentaram a realização desta dissertação... Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) Universidade do Estado do Amazonas (UEA) Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) AGRADEÇO DE CORAÇÃO Àqueles “velhos” que juntos, em sua simplicidade, me ensinaram os valores da honestidade, humildade e firmeza para enfrentar os desafios da vida. Eles que jamais largaram minha mão, que tantas noites passaram em claro rezando e torcendo por mim, renunciando aos seus sonhos por causa dos meus, peço-lhes desculpas por estar sempre longe de casa...meus pais, meus maiores heróis! Zuleide e José “Mulher de muitos colos, “As tuas mãos tem grossas veias como cordas de manhãs sempre claras, azuis de magias, sobre um fundo de manchas já cor de terra de fadas... — como são belas as tuas mãos — Mulher perene, pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram dando vida, na nobre cólera dos justos... sendo a própria vida: Porque há nas tuas mãos, meu velho pai, de beleza ... essa beleza que se chama simplesmente vida. de cheiro, E, ao entardecer, quando elas repousam tão sublime, nos braços da tua cadeira predileta, de energias... uma luz parece vir de dentro delas... Nada é igual a você, Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente, flor rara, única... vieste alimentando na terrível solidão do mundo, Que enfeita a vida, como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los com qualquer cara que tenha, contra o vento? com cabelos de muitas cores , Ah, Como os fizeste arder, fulgir, sorrisos diferentes, com o milagre das tuas mãos. sinais profundos de luta, E é, ainda, a vida de vitórias. que transfigura das tuas mãos nodosas... Mãos estendidas, essa chama de vida que transcende a própria raios de luz, vida... raios de bondade, e que os Anjos, um dia, chamarão de alma.”(As raios de Deus. mãos do meu pai – Mário Quintana) Não estou falando de lua, de sol, Não os do céu... Falo da lua, do sol e da estrela, que não passa, que não se vai nunca, Falo da minha mãe... Ela que habita o planeta do amor” 12 Aos meus irmãos que tanto souberam acalentar meus devaneios... Wilsoney e Jesuley Aos meus curumins, partes de mim que pouco vi crescer...meus filhos queridos, peço- lhes perdão pela distância, mas certamente o destino me propiciará a oportunidade da redenção... Gabriel e Henrique (fofucho) “Seu olhar me faz, viajar e ir além das notas das canções, É música no ar, um sonho. Cada acorde me faz lembrar você, dádiva de Deus. Eu queria ter sua voz num violão, pra te ouvir meu bem nas notas das canções, Fazer soar o teu sorriso no meu coração. Vou tocar uma sinfonia linda, onde o amor não tem medida Cada acorde vai dizer te amo. Vou tocar uma sinfonia antiga, onde o autor da vida assina, Cada acorde vai dizer te amo, meu amor” (No meu coração - Novo Som) Ao verdadeiro amor que tanto procurei. A companheira que me apresenta um presente feliz ao embalar todos os meus sonhos (nem tanto os devaneios!)...uma borboleta azul que matiza todos os dias o jardim da minha vida... Cecília “O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar p'ra ela, Mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de *dizer. Fala: parece que mente Cala: parece esquecer Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse Pr'a saber que a estão a amar! Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente! Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar...” (O amor – Fernando Pessoa) DEDICO COM CARINHO 13 RESUMO O objeto de estudo dessa dissertação é a festa dos bois-bumbás realizada anualmente no primeiro final de semana do mês de julho na cidade de Fonte Boa, interior do Estado do Amazonas. As observações e as análises de várias de suas edições e a comparação com a descrição realizada durante o XXVII (2007) Festival Folclórico, configuram o arcabouço metodológico adotado para este trabalho. A festa dos bois-bumbás é organizada e promovida pela Prefeitura Municipal de Fonte Boa, juntamente com o apoio financeiro do Governo Estadual, através de sua Secretaria de Cultura, pequenos investimentos de empresas, vendas de CDs e camarotes por parte das agremiações, representam as demais fontes de renda para a realização do evento. A festa vem proporcionando a mobilização não somente de considerável parcela da população fonteboense, mas também dos municípios vizinhos como Jutaí, Maraã, Tefé, Alvarães, além das comunidades rurais que, não raro, formam tribos para participarem diretamente das apresentações dos bois Corajoso e Tira-Prosa. A circularidade de pessoas e experiências diferentes tem proporcionado a difusão da festa, bem como agregado a ela novas maneiras de “fazer” com o uso de materiais inovadores, técnicas modernas e troca constante de “saberes artísticos”. O evento é gravado para ser transmitido por redes de TV como Amazon Sat, TV Rio Negro, e programas de rádio e Internet da região do Alto e Médio Solimões. Tendo em vista os escritos de Clifford Geertz (2003), a interpretação da cultura tem um caráter singularmente hermenêutico, partindo-se de uma intensa relação de contato do pesquisador com aquilo que é pesquisado. Seria realizar uma “leitura” (interpretação) dos significados que os próprios sujeitos “inscrevem” em suas ações e condutas sociais. Procurou- se realizar a etnografia da festa dos bois-bumbás e interpretar seus significados para as pessoas que tomam parte direta ou indiretamente do evento festivo.