Zakk Wylde Discografia Comentada Com Ozzy Osbourne
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Zakk Wylde Discografia comentada com Ozzy Osbourne NO REST FOR THE WICKED (1988) A primeira surpresa estava justamente na presença de um garoto até então completamente desconhecido chamado Zakk Wylde. A segunda era a volta do baixista Bob Daisley, o que parecia sugerir uma trégua entre ele e a esposa/empresária de Ozzy, Sharon, algo que não se concretizou como bem já sabemos logo depois da gravação do álbum – Daisley foi sumariamente excluído da turnê e substituído por Geezer Butler! Musicalmente, é um disco muito bom e pouco lembrado pelos próprios fãs do cantor, o que é uma tremenda injustiça. O repertório é coeso e robusto, com algumas das melhores canções de Ozzy em toda a sua carreira-solo, como “Miracle Man”, “Crazy Babies” – ambas com clipes divertidíssimos -, “Breakin' All the Rules” e “Bloodbath in Paradise”. Enquanto estreante, Zakk mostrou a todos os outros guitarristas que era totalmente digno do posto alcançado, pois adotou totalmente a noção de usar seus riffs cheios de vibratos como uma instantânea marca pessoal que adotou ao longo de sua própria carreira. Sem baixar a cabeça perante seus antecessores, o guitarrista transmitia em seus solos a segurança e a dose de criatividade que as músicas exigiam. A capa é uma das melhores e mais provocativas, como Ozzy fazendo pose de Jesus no trono e cercado por “lolitas” bem provocantes e sinistras. https://www.youtube.com/watch?v=j34juXrJWqw https://www.youtube.com/watch?v=MyR0r1m8en Q https://www.youtube.com/watch?v=vQxlZyyy_8A https://www.youtube.com/watch?v=50jw48zVCW k JUST SAY OZZY (1990) Esse EP é mais um capítulo na extensa lista de falcatruas na trajetória de Ozzy, já que foi totalmente gravado “ao vivo” em estúdio e com aplausos falsos. Além disso, não aparece nas plataformas digitais por conta do processo movido pelo ex-baixista da banda dele, Phil Soussan, que alega ser o verdadeiro compositor da música "Shot in the Dark". Como Zakk não tinha nada a ver com isso, sua performance nos temas do Black Sabbath incluídos, “Sweet Leaf” e “War Pigs”, mostraram que sua forte personalidade como instrumentista aparecia arte mesmo nos momentos em que reverenciava um de seus ídolos, justamente o Tony Iommi. NO MORE TEARS (1991) Até hoje é um dos meus álbuns favoritos na discografia do Ozzy. A parceria com Lemmy em várias canções rendeu alguns dos melhores momentos do disco – “I Don’t Wanna Change the World”, a linda balada “Mama, I’m Coming Home”, “Desire” e “Hellraiser” – e a faixa-título se tornou um clássico quase perfeito: da introdução com baixo e teclados aos riffs de guitarra, da interpretação de Ozzy aos solos espetaculares de Zakk, tudo funcionou de um modo brilhante. Até mesmo em faixas pouco comentadas, como "A.V.H." - cujo significado é “Aston Villa Highway”, em homenagem ao time de futebol inglês que Ozzy e seus amigos de Black eram fanáticos torcedores -, Zakk apareceu com brilhantismo, trazendo a influência de southern rock que ele tornaria explícita nos anos seguintes com seu Black Label Society. Já que citei o baixo, uma informação: ao contrário do que todo mundo pensa, quem gravou todos os baixos mais uma vez foi Bob Daisley, embora Mike Inez, ex-Alice in Chains, esteja nos créditos, na foto da contracapa e na turnê subsequente. O disco inteiro é uma obra-prima indiscutível! https://www.youtube.com/watch?v=zN7xOdjNIMc https://www.youtube.com/watch?v=K0siYUjV9U M https://www.youtube.com/watch?v=QbbdBPhdsE 0 https://www.youtube.com/watch?v=mXo6nxt_8K M https://www.youtube.com/watch?v=CprfjfN5PRs https://www.youtube.com/watch?v=ptO3IuwpEN 8 LIVE & LOUD (1993) Independente da performance arrasadora de Zakk em todas as faixas, esse é outro disco ao vivo de Ozzy que desconfio que tenha sido quase totalmente refeito em estúdio, com exceção de “Black Sabbath”, que reuniu o vocalista aos seus antigos companheiros da banda mitológica. https://www.youtube.com/watch?v=8d6AgoFStF Q&list=PL6h5V7QGKIaGM_k25- fHzm_mxW7U0xlVF OZZMOSIS (1995) Depois de “cascatear” ao dizer que estava se aposentando - lorota que ele soltaria várias vezes de tempos em tempos -, Ozzy reapareceu tendo Zakk mais uma vez ao seu lado, mas só depois do vocalista ter quebrado o pau com Steve Vai, que era o guitarrista que tocaria no disco e na turnê. Como bônus, a volta de Geezer Butler e um de seus velhos amigos, o tecladista Rick Wakeman. O resultado, porém, foi decepcionante. Dando bandeira de que aceitou a imposição de sua gravadora, a Epic, para deixar o repertório “mais comercial” e, com isso, aumentar ainda mais a presença nas rádios americanas e na MTV, Ozzy tratou de baixar a rotação e a potência de seu som, trazendo um maior número de baladas – “See You on the Other Side”, “I Just Want You”, “My Little Man” (a única que sobrou com a guitarra de Vai) e “Ghost Behind My Eyes”, entre outras –, deixando Zakk encarregado em disfarçar a clara intenção comercial com alguns riffs e solos sempre bem construídos, só que em canções medíocres como “Perry Mason” (tema de uma série de TV que nunca saiu do papel), “Thunder Underground” e “My Jackyll Doesn’t Hide”. Decepcionante! https://www.youtube.com/watch?v=-9yYJ6ZAYns https://www.youtube.com/watch?v=G4nI2V07X6k https://www.youtube.com/watch?v=wAB1astnNr4 https://www.youtube.com/watch?v=rnoHvWLnfPI https://www.youtube.com/watch?v=QapkGK- 6G90 https://www.youtube.com/watch?v=S2YFirVguEk https://www.youtube.com/watch?v=k8t4ys5gT14 DOWN TO EARTH (2001) Gravado a contragosto por causa de uma imposição da Epic, esse álbum tem uma sonoridade bem mais crua em relação aos discos anteriores em termos de timbragens e produção. Com a presença do baixista Robert Trujillo e do baterista Mike Bordin – que aceitaram a grana para fazer aquela picaretagem de regravar as faixas dos dois primeiros discos de Ozzy –, o álbum sente bastante a ausência de Zakk no processo de composição, já que todas as faixas foram sobras do período em que ele ainda não havia sido descoberto. Apesar disso, ele preencheu cada canção com a habitual dose de peso e brilhantismo – vide o que ele fez em “Facing Hell”, “That I Never Had”, “Junkie” e “Can You Heard Them?” -, mesmo na sequência de baladas e canções de andamento mais “preso”. https://www.youtube.com/watch?v=fLHMk2IU6r0 https://www.youtube.com/watch?v=qANlUpRojT8 https://www.youtube.com/watch?v=EVLCH0MfGt 8 https://www.youtube.com/watch?v=JIMe2UirgMA LIVE AT BUDOKAN (2002) Não há muito que escrever a respeito de mais um disco ao vivo em que quase tudo foi efeito em estúdio. Foi o de sempre... https://www.youtube.com/watch?v=FUI7Au4MxQ o BLACK RAIN (2007) Esse é um dos mais criminosamente subestimados álbuns da discografia inteira de Ozzy. Zakk chamou a responsabilidade para si, como se tivesse dito a Ozzy, Sharon, gravadora e o planeta inteiro “vamos parar de gravar esses discos de merda e fazer um álbum pesado e de verdade”. Não é à toa que muita gente considera o repertório como uma extensão do Black Label Society, tamanha é força sonora. Ozzy até pode ter sido reticente em mergulhar no universo de Zakk, mas o resultado foi, potencialmente, uma bomba atômica. Faixas como a espetacular “I Don’t Wanna Stop” soa como se Zakk e Rob Zombie unissem forças – o mesmo ocorre na ótima “Civilize the Universe” -, enquanto que “Countdown’s Begun”, “11 Silver” e “Trap Door” trazem um oxigênio que Ozzy não respirava há tempos, sendo que o mesmo vale para a suingada “The Almighty Dollar”. Até as baladas são mais soturnas, como dá para perceber em “Lay Your World on Me”. Discaço! https://www.youtube.com/watch?v=Yt_Bu1r-Ovg https://www.youtube.com/watch?v=chnz4A3hbS8 https://www.youtube.com/watch?v=0Xd4UPRi2P Y https://www.youtube.com/watch?v=iUbbot6g7yQ https://www.youtube.com/watch?v=8veVrJO-ZbI https://www.youtube.com/watch?v=b75Fz8CqAW 4 https://www.youtube.com/watch?v=_t0OaIXGzTg .