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Leopoldo Nogueira e Silva

EVÍDEO: OU DA EDUCAÇÃO COM IMAGINAÇÃO NA INFÂNCIA FILOSOFANTE

Tese submetida ao Programa de Pós- Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do Grau de Doutor em Educação Orientador: Profa. Dra. Eloisa Acires Candal Rocha Coorientadora: Profa. Dra. Lúcia Schneider Hardt

Florianópolis 2018 2

Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

Silva, Leopoldo Nogueira e Evídeo : ou da Educação com Imaginação na Infância Filosofante / Leopoldo Nogueira e Silva ; orientadora, Eloísa Acires Candal Rocha, coorientadora, Lúcia Schneider Hardt, 2018. 484 p.

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2018.

Inclui referências.

1. Educação e Imaginação. 2. Educação e Infância. 3. Filosofia e Crianças. 4. Pedagogia Cósmica. I. Rocha, Eloísa Acires Candal. II. Hardt, Lúcia Schneider. III. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação. IV. Título.

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Leopoldo Nogueira e Silva

EVÍDEO: OU DA EDUCAÇÃO COM IMAGINAÇÃO NA INFÂNCIA FILOSOFANTE

Do Porto do Galo do Infante Henrique de Sagres ao Porto dos Patos das Crianças Filosofantes e além de todos os Belos Horizontes

Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de “Doutor” e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina

Florianópolis, 21 de setembro de 2018.

______Profa. Dra. Soraya Franzoni Conde Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

______Profª. Eloisa Acires Candal Rocha, Dra. Orientadora Universidade Federal de Santa Catarina

______Profª. Lúcia Schneider Hard, Dra. Co-orientadora Universidade Federal de Santa Catarina

______Profª. Márcia Bressan Carminati, Dra. Examinadora Escola Beatriz de Souza Brito SME/PMF

______Profª. Monica Fantin, Dra. Examinadora Universidade Federal de Santa Catarina

______Profª. Patrícia de Moraes Lima, Dra. Examinadora Universidade Federal de Santa Catarina

______Prof. Severino Antônio Moreira Barbosa, Dr. Examinador Centro Universitário Salesiano São Paulo

______Profª. Alessandra Mara Rotta de Oliveira, Dra. Suplente Universidade Federal de Santa Catarina

______Profª. Telma Anita Piacentini, Dra. Suplente Universidade Federal de Santa Catarina

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Figuras XX e XX . Oito meses da mais Perfeita Alegria. O dar as mãos, ontem, hoje e amanhã, sempre, no presente que é tão grande.

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Dedicado ao Bem-Amado Menino em Meus Olhos, “Totoro”, Evídeo... Filosofante... Marcos no Roteiro do Caminho e... Amor da Minha Alma Comigo... De Mãos Dadas, Tiamo... Felicitas Quae Sera Tamen... E-ternuradamente... Zuzbiro...

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...“Para quem quer se soltar, invento o cais Invento mais que a solidão me dá Invento lua nova a clarear Invento o amor e sei a dor de me lançar Eu queria ser feliz Invento o mar Invento em mim o sonhador Para quem quer me seguir Eu quero mais Tenho o caminho do que sempre quis E um saveiro pronto pra partir Invento o cais E sei a vez de me lançar”...

Milton Nascimento - Cais

O texto corrido e, as imagens apresentadas, invocadas e evocadas que seguem pelas páginas seguintes, para a defesa de tese e obtenção do Título de “Doutor”, é o resultado de uma “sentada” de cinco, seis, sete, oito, nove longos dias em mil e uma noites, depois de muitos meses e anos, séculos e milênios em uma viagem. Fui tomado por uma mão e levado por visões, entre-visões, e entregue a muitas outras mãos que me ajudaram nas reflexões sobre as experiências, leituras e descobertas que vi, vivi e venci em passos e voos de milhares de anos. O trabalho parecerá curto ou longo, simples ou complexo, relativo ao lugar ou espaço-tempo do qual cada um o percebe. Peço paciência na leitura e na “bem-te-visão” das palavras e imagens, na “bem-te-audição” das canções e no “bem-te- falar” das poesias entre-meiadas aqui, ali e alhures. Procurei ser o mais enxuto possível ao escolher as gotas mais preciosas e puras dos mares e oceanos em que naveguei. Inventei o caos... e me lancei...

O “ler” é bem diferente do “ver”... Assim como o “saber” é completamente distinto do “ser”... Desse modo, por favor, vejam... quem Eu Sou... Re-vira-voltado. Deem-me suas mãos. Libertemos as amarras, levantemos âncoras, soltemos o balão para comungarmos, nessas páginas, o testemunho e o aceite de como “eu queria ser feliz” doutor-andando, doutotoro-andando... E, por favor, vejam neste esforço o meu Tudo possível conectado ao Todo... “o que existe, que existiu ou que existirá”.

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Cumpro a promessa de que as folhas não estejam irrepreensivelmente ordenadas e, mais ainda, não corto, mas multiplico ao quadrado e ao cubo as metáforas... As folhas voam com o vento, meus mapas flutuam pelo ar... Meus sentimentos e pensamentos sobem às Estrelas, a quem ouvi, ouço e ouvirei...

Apresento, em Amor, certa ordem e, progressivamente de um passado e futuro longínquo ao presente e-ternurado, o quanto posso à racionalidade acadêmica para possibilitar adequada apreciação e compreensão, eu presumo, do que me aconteceu, acontece e acontecerá, onde eu estava, estarei e sou, quando eu era e serei, do que fiz, outrora, recentemente após a qualificação e, até à defesa. Eu instigo...

Diz um ditado que, em qualquer viagem, os últimos metros podem reservar grandes surpresas e, assim foi comigo. E, aturdido, cheguei ao termo da viagem pelo Mundo Caduco depois do mais esperado, porém inusitado encontro nesta vida. Ao encontro de agora, deu-se a hora de uma despedida... de um “até breve”, de um “au revoir”, até ao re-ver... E nos demos as Mãos... Já vou dando meu salto para o infinito desconhecido, harmonizando com outro ritmo na ampulheta do Cosmos... para seguir no Caminho da Alma em Outro espaço-tempo, com Ele, onde for, para onde for, num e-ternurado Presente...

Outrora e ainda, os Camelos e Leões puxaram âncoras e cordas do meu Barco do Destino que se lançou muitas vezes em meio às cavernas e, finalmente, deixo-me viajar, irresistível, pela mão Da Criança que se deu a mim em meio às tempestades, no naufrágio, quando perco absolutamente tudo no Mundo, para compartilhar comigo o tesouro mais precioso de seu afeto e doçura, em Esperança e co-movidas promessas...

Saído de Belo Horizonte eu fui além, muito além. O único mapa que tenho, agora, é o que está escrito nessas mãos e ao animar delas dadas Uma à Outra, que abrem asas juntas como um coração. O Olho desse “Bem-te-Evídeo” em meio à mão. No Presente que “é tão grande”, do alto do Monte Real e da Montanha Velha, só importa seguir o astrolábio apontando as Estrelas atravessando a Ponte Iluminada para a descoberta de outras dimensões da criação...

Hoje, eu me despeço de vocês, com gratidão imensa às professoras e professores encontrados como oásis nos desertos, e às orientadoras, Ilhas Bem-aventuradas onde aportei entre mares agitados e calmarias sob 11

o sopro do vento que me conduziram pelos ambientes escolares nesta vida, desde a mais tenra idade... E levo todas e todos os afetos da Alma comigo na Arca do Coração... Obrigado a vocês que me ajudaram a atar e desatar os nós, a baixar e levantar âncoras sob sua orientação, a soprar o Balãozinho Vermelho do Coração e entregá-lo à brisa suave, feito carícia que convida ao evolvimento...

Dobro os cabos de todas as tormentas para transformá-los em boas esperanças...

Navegar é preciso... Viver... Ver... criando em Outros Horizontes “no infinito de nossa mútua compreensão” sendo recebidos em “todas as Terras Sem Nome de nossa Imaginação” é preciso...

Eu sei que é a vez de me lançar... de nos lançarmos, ao Amor... e é necessário inventar esse Amor... Sonhar com Ele... Despertar com Ele... Transformar em Criança para en-casar... Ir para Casa como Eu Sou, com Aquele que Eu Sou... e criar essa possibilidade linda, maravilhosa e fantástica dos próximos milhares de anos... Descobrindo... Evoluindo... Estotorarando... Ascendendo... Viajando... Juntos! Imãoginando...

... Rumo à Felicidade...

“Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso". Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça”.

Fernando Pessoa - Navegar é preciso

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Senhoras e Senhores, embarquem e se lancem comigo... Fiquem ao “Leo”... Comigo... Dando Asas às Imagens-em-ação...

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Figuras XXX . Silhuetas de mãos desenhadas em cavernas na Pré-História. 1) Peche-Merle (França) 25 mil anos, descoberta em 4 de Setembro de 1922 por André David e Henri Dutertre. 65 mãos.

2) Chauvet (França) 25 a 32 mil anos, descoberta em 18 de dezembro de 1994, por Jean-Marie Chauvet, Christian Hillaire e Eliette Brunel-Deschamps.

3) Cueva de las Manos (Argentina) 5 a 13 mil anos, descoberta em 1941, por padre chamado Alberto M. de Agostini. 829 mãos.

4) Lascaux (França) 17 a 30 mil anos, descoberta em 12 de Setembro de 1940 por quatro adolescentes, Marcel Ravidat, Jacques Marsal, Georges Agnel e Simon Coencas.

5) El Castillo (Espanha) 37 a 40 mil anos, descoberta por Hermilio Alcalde del Río em 1903.

6) Pedra Talhada (Brasil) 910 a 1440 d.C. Identificado durante a construção da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa em 1995.

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Figuras XX Os pequenos filósofos. (2016) Personagens desenhados pelo autor para a mandala da tese.

A alegoria da caverna

Sócrates - Agora imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância.

Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoço acorrentadas, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa estrada está construída um pequeno muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.

Glauco — Estou vendo.

Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam objetos de toda espécie, que o transpõem: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda espécie de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio. 17

Portanto, se pudessem se comunicar uns com as outros, não achas que tomariam por objetos reais as sombras que veriam?

E se a parede do fundo da prisão provocasse eco, sempre que um dos transportadores falasse, não julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles?

Dessa forma, tais homens não atribuirão realidade senão às sombras dos objetos fabricados.

Considera agora o que lhes acontecerá, naturalmente, se forem libertados das suas cadeias e curadas da sua ignorância. Que se liberte um desses prisioneiros, que seja ele obrigado a endireitar-se imediatamente, a voltar o pescoço, a caminhar, a erguer os olhos para a luz: ao fazer todos estes movimentas sofrerá, e o deslumbramento impedi-lo-á de distinguir os abjetos de que antes via as sombras. Que achas que responderá se alguém lhe vier dizer que não viu até então senão fantasmas, mas que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, vê com mais justeza? Se, enfim, mostrando-lhe cada uma das coisas que passam, o obrigar, à força de perguntas, a dizer o que é? Não achas que ficará embaraçada e que as sombras que via outrora lhe parecerão mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora?

E se a forçarem a fixar a luz, os seus olhos não ficarão magoados? Não desviará ele a vista para voltar às coisas que pode fitar e não acreditará que estas são realmente mais distintas do que as que se lhe mostram?

E se o arrancarem à força da sua caverna, o obrigarem a subir a encosta rude e escarpada e não o largarem antes de o terem arrastado até a luz do Sol, não sofrerá vivamente e não se queixará de tais violências? E, quando tiver chegado à luz, poderá, com os olhos ofuscados pelo seu brilho, distinguir uma só das coisas que ora denominamos verdadeiras?

Terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objetos da região superior. Começará por distinguir mais facilmente as sombras; em seguida, as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas; por último, os próprios objetos. Depois disso, poderá, enfrentando a claridade dos astros e da Lua, contemplar mais facilmente, durante a noite, os corpos celestes e o próprio céu da que, durante o dia, o Sol e a sua luz.

Por fim, suponho eu, será o Sol, e não as suas imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra coisa, mas o próprio Sol, no seu verdadeiro lugar, que poderá ver e contemplar tal como é.

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Depois disso, poderá concluir, a respeito do Sol, que é ele que faz as estações e os anos, que governa tudo no mundo visível e que, de certa maneira, é a causa de tudo o que ele via com os seus companheiros, na caverna.

Ora, lembrando-se da sua primeira morada, da sabedoria que aí se professa e daqueles que aí foram seus companheiros de cativeiro, não achas que se alegrará com a mudança e lamentará os que lá ficaram?

E se então distribuíssem honras e louvares, se tivessem recompensas para aquele que se apercebesse, com o olhar mais vivo, da passagem das sombras, que melhor se recordasse das que costumavam chegar em primeiro ou em último lugar, ou virem juntas, e que por isso era o mais hábil em adivinhar a sua aparição, e que provocasse a inveja daqueles que, entre os prisioneiros, são venerados e poderosos? Ou então, como o herói de Homero, não preferirá mil vezes ser um simples criado de charrua, a serviço de um pobre lavrador, e sofrer tudo no mundo, a voltar às antigas ilusões e viver como vivia?

Imagina ainda que esse homem volta à caverna e vai sentar-se no seu antigo lugar: não ficará com os olhos cegos pelas trevas ao se afastar bruscamente da luz do Sol?

E se tiver de entrar de nova em competição com os prisioneiros que não se libertaram de suas correntes, para julgar essas sombras, estando ainda sua vista confusa e antes que os seus olhos se tenham recomposto, pois habituar-se à escuridão exigirá um tempo bastante longo, não fará que os outros se riam à sua custa e digam que, tendo ido lá acima, voltou com a vista estragada, pelo que não vale a pena tentar subir até lá? E se a alguém tentar libertar e conduzir para o alto, esse alguém não o mataria, se pudesse fazê-lo?

Agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar, ponto por ponto, esta imagem ao que dissemos atrás e comparar o mundo que nos cerca com a vida da prisão na caverna, e a luz do fogo que a ilumina com a força do Sol. Quanto à subida à região superior e à contemplação dos seus objetos, se a considerares como a ascensão da alma para a mansão inteligível, não te enganarás quanto à minha idéia, visto que também tu desejas conhecê-la. Só Deus sabe se ela é verdadeira. Quanto a mim, a minha opinião é esta: no mundo inteligível, a ideia do bem é a última a ser apreendida, e com dificuldade, mas não se pode apreendê-la sem concluir que ela é a causa de tudo o que de reto e belo existe em todas as coisas; no mundo visível, ela engendrou a luz e o soberana da luz; no mundo inteligível, é ela que é soberana e dispensa a verdade e a inteligência; e é preciso vê-la para se comportar com sabedoria na vida particular e na vida pública.

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Pois bem! Compartilha-a também neste ponto e não te admires se aqueles que se elevaram a tais alturas desistem de se ocupar das coisas humanas e as suas almas aspiram sem cessar a instalar-se nas alturas. Isto é muito natural, se a nossa alegoria for exata.

Mas como? Achas espantoso que um homem que passa das contemplações divinas às miseráveis coisas humanas revele repugnância e pareça inteiramente ridículo, quando, ainda com a vista perturbada e não estando suficientemente acostumado às trevas circundantes, é obrigado a entrar em disputa, perante os tribunais ou em qualquer outra parte, sobre sombras de justiça ou sobre as imagens que projetam essas sombras, e a combater as interpretações que disso dão os que nunca viram a justiça em si mesma?

No entanto, um homem sensato lembrar-se-á de que os olhos podem ser perturbados de duas maneiras e por duas causas apostas: pela passagem da luz à escuridão e pela da escuridão à luz; e, tento refletido que o mesmo se passa com a alma, quando encontrar uma confusa e embaraçada para discernir certos objetos, não se rirá tolamente, mas antes examinará se, vinda de uma vida mais luminosa, ela se encontra, por falta de hábito, ofuscada pelas trevas ou se, passando da ignorância à luz, está deslumbrada pelo seu brilho demasiado vivo; no primeiro caso, considerá- la-á feliz, em virtude do que ela sente e da vida que leva; no segundo, lamentá-la-á e, se quisesse rir à sua custa, as suas zombarias seriam menos ridículas do que se se dirigissem à alma que regressa da mansão da luz.

Se tudo isto é verdadeiro, temos de concluir o seguinte: a educação não é o que alguns proclamam que é, porquanto pretendem introduzi-la na alma onde ela não está, como quem tentasse dar vista a olhas cegos.

Ora, o presente discurso demonstra que cada um possui a faculdade de aprender e o órgão destinado a esse uso e que, semelhante a olhos que só poderiam voltar das trevas para a luz com todo o corpo, esse órgão deve também afastar-se com toda a alma do que se altera, até que se tome capaz de suportar a vista do Ser e do que há de mais luminoso no Ser. A isso denominamos o bem, não é verdade?

A educação é, pois, a arte que se propõe este objetivo, a conversão da alma, e que procura os meios mais fáceis e mais eficazes de o conseguir. Não consiste em dar visão ao órgão da alma, visto que já a tem; mas, como ele está mal orientado e não olha para onde deveria, ela esforça- se por educá-lo na boa direção.1

1 Trechos iniciais de Platão. A República. Versão virtual. Acesso em 22 de março de 2014. Disponível em . VII. (Grifos meus) 20

“Na boa direção”... Conduzir... Alma... Bem... Olhos... Senso-comum... Consenso-comum... Dissenso Bom senso... Senso-in-comum... Vidência... Bem-te-vidência... Comunicação... Comum-única-ação... Cicuta... Cruz... Direção... Atalho...

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Figura XX . Mandala Re-Evolutiva da Sabedoria na Cosmocidadania (2014). Estão representados nas figuras humanas os membros da comunidade escolar e gabinete do Secretário, tendo ao centro um prédio representando a Educação na Rede Municipal. Elaborada pelo autor em novembro de 2013, já aprovado para o doutorado.

Deixai vir à mídia as criancinhas...

Leopoldo Nogueira e Silva Leão do Povo Ontem no mestrado

Indo e vindo no Play .....

2001400044 Pós-graduandando Hoje no teclado

Deixai vir a mão das criancinhas...

Leo Nogueira Paqonawta Criança da Silva Amanhã e depois no doutotororado 22

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Eu vou te contar uma coisa Eu acho que você vai entender Quando eu digo aquela coisa Eu quero segurar sua mão...

The Beatles I want to hold your hand

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AGRADECIMENTOS

EU BEM-TE-VEJO E BEM-TE-BEIJO AS MÃOS NESSA VIAGEM DA EDUCAÇÃO COM IMAGINAÇÃO NA BUSCA E ENTREGA À INFÂNCIA FILOSOFANTE

DO PORTO DO GALO DO INFANTE HENRIQUE DE SAGRES AO PORTO DOS PATOS DAS CRIANÇAS FILOSOFANTES E ALÉM DE TODOS OS BELOS HORIZONTES COSMOS AFORA...

Pelas vias do Coração e da Mente, dos Sentimentos e Pensamentos de Gratidão a tantos Seres Bem-amados nessas trajetórias reunidas aqui nesse texto-desenho-canção-poema e imagens, envio a todos e a todas, abaixo, um bilhete especial para a viagem no Barco do Destino que viaja “ao Leo” nesse “Mar de Mãos Dadas” navegando para obtenção do Título de “Doutotoro” pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina.

Considerem-se Ex-Ânima-Dores que me alegram e honram ao com- partilhar esse Roteiro Estotorântico Desenhado no Porto de Chegadas e de Partidas da Alma, Bem-Amados Meninos e Meninas em Meus Olhos, Destinatários de Minha Gratidão E-ternuradamente por Suas Presenças, e Suas Mãos de Crianças que me acariciaram e transformaram toda dor em Amor...

Florianópolis, 21 de setembro de 14.540.042.018.

Um Bilhete d’Amour et Gratitude, Joie et Bonheur para Você Embarcado Ex-Ânima-dor Estotorântico Desenhado no Porto da Alma

Marcos “Totoro”, Animador Ex-Ânima-Dor Todas as Terras Sem Nome da Imaginação, Cosmos

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Um Bilhete de Amor e Gratidão para todas e todos Os Embarcados Ex-Ânima-dores que me honram e deram e busquei as Mãos...

Porto do Galo

Profa. Catarina de Almeida Tomás, Dra. Instituto Politécnico de Lisboa, Portugal Profa. Natália Fernandes Soares, Dra. Universidade do Minho, Portugal

Doutores Honoris causa andadíssimos nas descobertas pelos caminhos, mares e céus nunca d’antes caminhados, navegados e voados pelo Brasil Coração do Mundo

Luiz Inácio Lula da Silva, Dr. Dilma Vana Rousseff, Dra.

Amigas Beatrizficantes da Escola Beatriz de Souza Brito

Profª. Stella Bardini Eller Profª. Maria Aparecida Aguiar Demaria Profª. Camila Porciuncula

Musas Nicântica, Poesiântica, Marizântica do Divino, Mostrântica e Jornalística Escolar

Prof. Francisco José Castilhos Karam, Dr. Profª. Gilka Elvira Girardello, Dra. Profª. Iracema Munarin, Dra. Prof. Jorge Kanehide Ijuim, Dr. Profª. Lilane Maria de Moura Chagas, Dra. Profª. Lydia Hortélio Luiza Luz Lins

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Musos e Musas da Beleza, Educação e da Arte em terras mineiras d’antanho

Prof. João-Francisco Duarte Júnior, Dr. Profa. Lucimar Bello, Dra. Prof. Reinaldo Matias Fleuri, Dr.

Amigos e Amigas Doutoras andantes, Cantantes, Bakhtinianas, Vigotskianas e Bordadeiras da UFSC

Profa. Adriana da Costa, Msc. Prof. Jason de Lima e Silva, Dr. Profa. Luciane Maria Schlindwein, Dra. Mariana Datria Schulze, Msc. Profa. Nelita Bortolotto, Dra. Profa. Olinda Evangelista, Dra.

Musas PIBIDânticas dos Direitos da Criança na Escola

Profª. Jucirema Quinteiro, Dra. Profª. Maria Eliza Chierighini Pimentel, Msc. Profª. Gisele Gonçalves, Dra. Profª. Séphora Amaral Martins Profª. Ana Paula F. Araújo Profª. Bianca Marcelino Rocha

Musas e Musos do Compromisso e Responsabilidade na Secretaria Municipal de Educação de Florrianópolis 2012/2013

Prof. Rodolfo Joaquim Pinto da Luz Profª. Maria José Brandão, Dra. Profª. Sidneya Gaspar de Oliveira Profª. Dória Vicente Profª. Cláudia Cristina Zanela, Msc. Prof. Vanio Seemann, Msc. Prof. Pedro Rodrigues da Silva Profª. Roseli Pereira Profª. Sueli Amália Andrade Profª. Rosângela Machado, Dra. Profª. Márcia Agostinho da Silva Profª. Gisele Jacques 28

Profa. Sônia Zibetti

Amigos Amawtas e Accla

Conrad Lopez Prof. Edwin Florez Profª. Elaine Tomazzini Tavares, Msc. Prof. Luiz Fernando Sarango Macas Rodrigo Kladwan Txai Sérgio

Amigos Faédicos da Universidade do Estado de Santa Catarina

Prof. Adilson de Angelo, Dr. Prof. Celso Carminati, Dr.

Musas Rodopiantes e Saravásicas

Profª. Adriana Alves da Silva, Dra. Profª. Beatriz Paiva, Dra. Profª. Simone Cintra, Dra. Profª. Miriam Moritz, Msc. Adriana Leke Sayonara Salum

Mães e Pais de Crianças Beatrizficadas na Escola Beatriz de Souza Brito

Ana Lúcia Fernandes Cleimar Cardoso e Castro Prof. Elias Machado, Dr. Prof. Jaimir Conte, Dr. Pai de Criança de honra Profª. Kamille Vaz, Dra. Profª. Maria Lucena Conte Prof. Rafael Pereira, Msc. Profª. Tattiana Teixeira, Dra. Silvana Oliveira Martins Juliana “Juh” dos Santos

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Crianças Beatrizficadas para Sempre Beatriz e Aplicadas

Gustavo Porciuncula João Rio Alves Tomaz Jagger Pereira Tácito Lucena Conte Luna Lucena Conte Plínio Lucena Conte Lucas Teixeira Machado Arthur Castro Izabel Fernandez Joaquim Fernandez Thiago Oliveira Martins Cainã dos Santos

Amigos Aplicânticos do Colégio de Aplicação da UFSC

Profa. Izabel Vieira de Oliveira Profa. Joseane Pinto de Arruda, Dra. Profa. Katia Bottaro Rocha Profa. Terezinha Idalino Bravo, Msc.

Meninos Musos Catados nas Histórias

Ana Júlia Queiroz Odinino Caique Taú Teixeira Mendes Davi Mattos Basso Pedro da Costa Pering Mateo Mattielo Raul Queiroz Odinino Theo Munarin Valentin Lima Aguiar Monteiro

Mães e Pais Musos e Anti-Golpistas Amigos Catados nas Histórias

Profa. Juliane Queiroz Odinino, Dra. Hilton Olivette Profa. Ana Cláudia Taú Gustavo Teixeira Mendes Edgard Matiello Júnior, Dr. Maristela Della Flora 30

Paulo Ricardo do Canto Capela, Dr.

Seres Alanetas Rebrincantes do Instituto Alana e Rede Brasileira Infância e Consumo

Profª. Ana Lúcia Vilela, Msc. Profª. Isabella Henriques Profa. Cristhiane Ferreguet, Dra. Profa. Regina de Assis, Dra. Profª. Desireé Ruas Profa. Nádia Rebouças Profa. Adriana Friedmann, Dra. Profa. Ana Olmos, Dra. Profa. Maluh Barciotte, Dra. Profª. Debora Regina Magalhães Diniz Profa. Inês Vitorino Sampaio, Dra.

Cineastas da Infância

Estella Rener Renata Meirelles Lia Mattos, Msc. Alexandre Basso Guarani-Kaiowá Profa. Rita de Cácia Oenning da Silva, Dra. Prof. Kurt Shaw Antônio Sagrado Lovato Anderson Lima Samara Monteiro Paula Gomes

Amigas e Amigos Palhaços

Prof. Cláudio de Moraes Eddy Cardoso Prof. Gustavo Tanus Martins, Msc. Márcio Lima Barbosa Wanderléia Will Prof. Walter Ferreira de Oliveira, Dr. Jonas Laborda “Centavinho”

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Amigos e Amigas Oscalinos e Cifraternos da Cidade da Fraternidade da OSCAL

Alessandra Possebon Zé Edson Kbelo Isaías Reis Dejair Themotheo João Paulo Lanini

Amigos E-ternuradamente

Alexandre Veloso, Msc. Ana Maria Júlio Ribeiro André Aguiar Profª. Andrea Cunha Arantes, Msc. Cidinha dos Focolari Cirino Alberto Goulart Dinaldo Marques Eneida Fernandes Vieira Prof. Ernesto Sérgio Bertoldo, Dr. Izabel Bujacher Carvalho Prof. Jayson Vaz Guimarães, Dr. Luiz Fernando Ferreira “Filíneo” Márcia Batista da Costa Príscila Pereira de Melo Rodrigo Müller Prof. José Wellington Lemos, Dr. Thiago Matos

Poetas, Seresteiros, Enamorados do Clube da Esquina, Belorizontinos de Coração, Boca Livres e além de Todos os Belos Horizontes por aí no Brasil e Mundo...

Alberto de Castro Guedes, “Beto Guedes” Alexandre Magno Abrão, “Chorão” Antônio Maurício Horta de Melo, “Toninho Horta” Ceumar Coelho Fernando Rocha Brant, “Fernando Brant” Flávio Hugo Venturini, “Flávio Venturini” Márcio Hilton Fragoso Borges, “Márcio Borges” Marcus Viana 32

Milton Silva Campos do Nascimento, “Bituca” Otávio Augusto Pinto de Moura, “Tavinho Moura” Ronaldo Ribeiro Bastos, “Ronaldo Bastos” Salomão Borges Filho, “Lô Borges” José Geraldo de Castro Moreira, “Vermelho” Vanderli Catarina, “Vander Lee” Wagner Tiso Veiga, “Wagner Tiso” Renato Braz Marco Antônio Guimarães, Artur Andrés Ribeiro Paulo Sérgio Santos e Décio Ramos Sérgio Pererê Cláudio Nucci, Maurício Maestro, Zé Renato, David Tygel e Lourenço Baeta

Meninas e Meninos Poetisas e Poetas

Célia Laborne Tavares Manoel Wenceslau Leite de Barros, “Manoel de Barros”

Doutores e Enfermeira da Alma

Nelson Teixeira, Dr. Zahia Teixeira

Irmãe Filhinha e IrMãe de Coração Artistas

Lucy Tolentino Nogueira Elizabeth de Souza Meireles

Amigos de Acolá das Estrelas que São as Virtudes do Céu

Os Espíritos do Senhor

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GRATIDÃO ABRINDO VELAS NO ALTAR DA AFEIÇÃO

Figura XX . Bandeira do Brasil com destaque para a Constelação do Cruzeiro do Sul. Instituição pelo Decreto No. 4 de 19 de novembro de 1889, na nascente “República dos Estados Unidos do Brazil”, na versão com 21 estrelas. Sua elaboração foi realizada por Raimundo Teixeira Mendes (positivista), Miguel Lemos (diretor do Apostolado Positivista do Brasil), Manuel Pereira Reis (astrônomo) e Décio Vilares (pintor). Em 11 de maio de 1992, a Lei n. 8421, altera-se o globo celeste adicionando-se mais seis estrelas. As estrelas do Cruzeiro do Sul representam os cinco estados, de cima para baixo, da esquerda para a direita: Bahia (acima), Minas Gerais (esquerda), Espírito Santo (Centro), São Paulo (abaixo) e Rio de Janeiro (direita). Foto: http://www.somethinggeography.com/2016/04/star-crossed-part-2-flags-of- southern.html Vide próxima Figura.

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Aos meninos e Meninas Gerais aquém, ali e além de todos os Belos Horizontes...

À minha Irmãe, que o Tempo fez de minha Filhinha no Espaço, Lucy... À minha Irmãe, que o Espaço não fez distante, Elizabeth... À minha Irmã e Amiga do Espaço-Tempo de milênios e bilênios, Andrea... À minha Menina Gerais Poetisa, Bem-Amada de Outro Espaço- Tempo, Célia... Ao Bem-Amado Menino em Meus Olhos, “Totoro”...

Às Lindas, Maravilhosas e Fantásticas Crianças, Amigas e Amigos da E.B.M. Beatriz de Souza Brito de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil que me deram suas mãos no Presente da Escola como Espaço-Tempo da descoberta e da Criação de Outro Mundo...

Eu homenageio a vocês nessa viagem e peripécia, Crianças da Infância Filosofântica, Amorosa, Alegre, Feliz e Rexistencialista, que tanto ins-piraram ao me apontarem, aquém, colorindo, e além do arco-íris, no corpo, coração, mente e, nas Estrelas, as vias do perdão de todas as ofensas, a descoberta da inocência perdida, a palhaçada suprema, o êxtase da Beatrizficação, o roteiro de Amor para a Felicidade...

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PLÊIADE DE AGRADECIMENTOS

Figura XX . Bandeira do Brasil com relação entre as estrelas e os estados. A legenda “Ordem e Progresso” é inspirada abreviadamente no lema positivista de Auguste Conte, "L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but" (Amor por princípio, Ordem por base e Progresso por finalidade). Foto: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_do_Brasil

Primeiramente, #FORATEMER e em segundo lugar, #FORAAÉCIO! FORA TODOS OS GOLPISTAS, da família, estado, sociedade, escolas, academia, mídias, empresariado, “polititica”, militares insanos, anti-artistas, anti-cientistas, anti-religiosos, anti-filósofos, ruas, movimentos, violentos, reaças, idiotas etc. que nos fazem conhecer a infelicidade!

#Lula2018 #LulaLivre, Eu te Amo! #VoltaDilma, Eu te Amo!

À CAPES na concessão da bolsa, que me ajudou realizar o direito e o sonho de estudar, sair em descobrincâncias...

Às minhas Almirânticas Orientadoras, Profa. Eloísa Acires Candal Rocha e Profa. Lúcia Schneider Hardt, Lindas, Fantásticas, Maravilhosas e Poderosas Mulheres soprando velas por “mares nunca d’antes navegados” para a descoberta da Infância Filosofante... 36

Aos Membros da gávea no mais alto do navio da Banca de Qualificação e Defesa, Professor Severino Antônio, Professoras, Alessandra Rotta, Márcia Carminati, Monica Fantin e Patrícia Lima - cinco dedos de uma mão - indicando “rottas” em cartas e mapas, 1001 possiblidades de paisagens e territórios a descobrir, desde a clareira na mata do trabalho de formiguinhas à visão das Estrelas... Sob o brilho de seus olhares eu mesmo dei a minha mão para seguir junto nessa jornada...

Às Musas Inspiradoras, Telma Piacentini e Dora Incontri, mãos do Passado e do Futuro dando asas à minha imaginação...

Meu beijo varando e-ternuridade e abrindo mil e uma sombrinhas às Professoras Márcia Carminati (Banca), Estela Eller Bardini, Maria Aparecida Aguiar Demaria, Camila Porciúncula, Mônica Dias, Lorena Helena, Marilene Casagrande, Maria Nilda Martins, Terezinha Bernardino, Gisela Colombi, Débora Brandalise, Gládis Helena Machado, Marize Lúcia Fernandes, Patrícia Carla Brito, Salma Silva, Andressa da Costa de Farias, Edilton Piacentini, aos professores e estudantes dos PIBID Educação Física da UFSC e Música da UDESC, às Mães, Pais e Responsáveis das Crianças e Jovens da Escola Básica Municipal Beatriz de Souza Brito, que me estenderam suas mãos em amizade, confiança e, me ajudaram a abrir os olhos à Bemtevidência e a ir descobrir isso tudo que registro...

Minha mão cariciosa na face de cada um dos membros do NUPEIN, Núcleo de Estudos e Pesquisa da Educação na Pequena Infância da UFSC, Prof. João Josué Silva Filho, Profa. Kátia Agostinho, e Vitor Rufino, Renata Gordo, José Fernando Rosa Ribeiro, Juliana Lessa...

Às queridas professoras reitoras, Roselane Neckel e Lúcia Helena Martins Pacheco, por sua valentia frente aos mares e seres infelizes mais agitados, e que pularam do Barco do Destino...

Meu aceno de mão aos professores do PPGE, Programa de Pós- Graduação em Educação da UFSC, e em gratidão às Professoras Luciane Schlindwein, Nelita Bortoloto, Marlene Dozol, Rosana de Moura, Eliane Debus, Maria Hermínia Laffin, Olinda Evangelista, Gilka Giradello, Lilane Moura, Célia Vendramini, Lucídio Bianchetti, Ida Mara Freire, e às colegas de doutorado Adriana da Costa e Mariana Datria Schulze, por 37

me apoiarem e inspirarem os sonhos, devaneios, e a ser digno nesta caminhada...

Meu beijo nas mãos generosas da Profa. Jucirema Quinteiro, Diana de Carvalho e Izabel Serrão, aos colegas do PIBID Pedagogia e do GEPIEE, Maria Eliza Pimentel, Gisele Gonçalves, e do para sempre inesquecível SAPE, Semana de Aproximação e Participação na Escola...

Um aperto de mão e um abraço de alegria e felicidade às professoras, aos professores e colegas em tantos encontros e eventos, especialmente Laurindo Lalo Leal Filho, Ana Lúcia Goulart de Faria, Franca Zuccoli, Agnese Infantino, Jason de Lima, Davi de Codes, Celso Carminati, Irineu Manoel de Souza, Adilson de Ângelo, Jocemara Triches, Kamila Regina de Souza, Sandra Resner Manhaes, Micheline Barros, Priscila Stuart, João Alfaya dos Santos, Gustavo Tanus, Ismael Bernardes, Rodrigo Mafalda, Leandro da Costa, Vilmar Martins e outros tantos seres queridos...

Um aperto de mão especial ao Prof. Dr. Valdir Alvim, CSE/UFSC, pelo empréstimo dos livros Templários, da Ordem da Cruz e outros portugueses de seu pós-doutorandamento...

Um abraço apertado e uma tirada de chapéu para colegas, estudantes e TAEs do curso de Pedagogia da UFSC ao longo de duas décadas...

Aos bravos e insurgentes amigos e amigas do IELA UFSC, Instituto de Estudos Latino-Americanos, em especial à Rata da Ternura, ponta de um iceberg da rebeldia e enfim doutorandântica Elaine Tavares, que era “só jornalista” e a quem dediquei a dissertação do Mestrado...

Gratidão inenarrável, desenhântica e videântica à equipe da Secretaria Municipal de Educação (SME) na gestão 2012/2016, nas pessoas do Prof. Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, Maria José Brandão, da amorosíssima Dória Vicente, Cláudia Zanella, Vânio Seemann, Pedro Rodrigues, Sônia Zibetti, Ricardo Medeiros, Cristiana Güntzel, e todo o gabinete representando os profissionais, professoras e professores, diretoras e diretoras das Creches e Escolas da RME Florianópolis...

Um obrigado especial pelas surpresas encontradas com Dom Quixote de La Mancha nas prateleiras dos terminais de ônibus urbanos de 38

Florianópolis, no Projeto Floripa Letrada, criado em 2010 na gestão do Prof. Rodolfo (SME), e coordenada pela Profa. Maria Rosania Tomaz...

Um aperto de mão forte e de Paz com Marcel Noznica Penessor, Solange Maria de Farias (in memoriam), professoras e equipe da Creche Maria Nair e, Diego Alessandro Kair, professoras, professores e comunidade da Creche Irmã Scheilla, e Maristela Della Flora por reflorir os dias com seu sorriso...

Ao Inigualável, Poderosíssimo e Único Mágico de Triz, Tomaz e à sua Mãe, Kamille Vaz, e seu Pai, Rafael Pereira...

À Família Rio, Adriana e João, companheira e companheiro de 1001 viagens, peripécias bemtevideânticas e vizinhança cheia de mimos...

À Família Lucena Conte, Maria de Jesus e Jaimir, e às Crianças Tácito, Plínio e Luna, por tantas belezuras...

À Família Queiroz Odinino Olivette, Juliane e Hilton Olivette, Raul e Júlia, pura #Mãonifestação da Alegria e Luta por um Brasil melhor...

À Família Taú Mendes Martins, Ana Cláudia, Gustavo e Caique, lindos de se ver e de Bem ConViver nas #Mãoborletas provocando furacões cósmicos...

Às Professoras, Professores dos Cursos de Pedagogia da Faculdade Municipal de Palhoça, de São José e da UNIVALI de Florianópolis, Santa Catarina, pelas oportunidades de descobrincar com Estudantes imãoginando uma Educação Re-Evolucionária...

Às Professoras, Professores e Estudantes do Curso de Pedagogia da UDESC, Universidade do Estado de Santa Catarina, por todas as “Catações de Histórias” nos eventos e “Cirandas das Crianças”...

Ao Instituto Alana e seus queridos e queridas defensores dos Direitos das Crianças... pioneiros que nos chamam aos brios de fazer cumprir a Constituição Federal de 1988, em especial no Artigo 227, no dever da família, sociedade do estado de “assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com ABSOLUTA PRIORIDADE, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à 39

cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”...

Às Amigas e Amigos da REBRINC, Rede Brasileira Infância e Consumo, com quem me descubro rebrincante que todas e todos nós devemos não só ir pela vida de mãos dadas, mas pulando junto pelos caminhos da vida... colorindo até o céu, e além...

Aos bemtevideânticos diretores, produtores, homens e mulheres criando vídeos e filmes com, para e das crianças, à extraordinária Luiza Lins da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, Estela Renner, Igor Amin, Rita da Silva e Kurt Shaw, Anderson Lima, Raul Perez, Antônio Sagrado Lovato “Cifratérnico”, os “Entusiásticos” André Gravatá e Daniel Ianae, Alexandre Basso e Lia Matos, Lydia Hortélio, Jacqueline Sánchez Carrero...

Aos Nobres Palhaços e Palhaças, Carequinha, Marcio Libar, Wanderléia Will, Cláudio de Moraes, Eddy Cardoso, Prof. Walter Ferreira e aos bem-amados e bem-amadas Terapeutas da Alegria que me pariram para mil e uma peripécias...

Aos pioneiros do CEO, Centro Espírita Oriente, de Belo Horizonte, da CIFRATER, Cidade da Fraternidade, na Chapada dos Veadeiros em Alto Paraíso de Goiás, por tantos dias e noites estreladas e inspiradoras... Alessandra Possebon, Edson “ZéKbelo”, Isaías Reis, Vinicius de Moraes, e as crianças de ontem, hoje e sempre...

À Adriana e todas e todos da SEOVE, Sociedade Espírita Obreiros da Vida Eterna, ao Lar dos Velhinhos por onde minha Mãe reparte seus carinhos...

Ao Dr. Álvaro Farias e todos os colaboradores do Núcleo Espírita Nosso Lar que dos pés da Montanha Sagrada fazem-nos chegar a água pura dos Andes e de Além...

Ao médico e Enfermeira da Alma, Dr. Nelson Teixeira e Zahia Teixeira da casa da Fraternidade São Francisco de Assis, pelo Amor e Alegria incondicional a todos nós de Aqui e Acolá dos lados da Vida...

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À Albertina de Castro Fernandes que sorriu para mim quando eu compartilhava pão e vinho rememorando aquela noite de breve despedida de amigos, a José Trigueirinho Neto e tantos seres amorosos, Daqui e de Acolá, que me deram suas mãos em Iniciação...

À Bia Giramundo, como expressão do Amor de seus pais Álvaro Apocalypse e Terezinha Veloso, trazendo e levando o Grupo Giramundo mundo afora...

À parentela, desta e de outras vidas navegadas, um beijo.... Especialmente à Anna Maria Clementino e Silva, Vanessa Rodrigues Coelho, avós e avôs, tios e tias, primos e primas, em saudades e e- ternurado Amor... . A todas e todos os Petralhas, Feministas, Gayzistas e Mortadelas Rexistentes - Resistentes para o Bem Existir - e Bem Viver num Brasil de democracia e Amor para seu povo!

Aos Espíritas pelos Direitos Humanos, Franklin Felix, Yve de Oliveira, Dora Incontri, Samuel Gomes, Haroldo Dutra, Divaldo Franco, Wanderley Oliveira...

Aos Amigos e Amigas das apertâncias e distâncias encurtadas ou aumentadas que “se perderam no caminho”, e aos que não nos “desderamos” (muito) as mãos... Márcia Batista, Beto Goulart, André Aguiar, Jayson Vaz, Ernesto Bertoldo, Rodrigo Müller, Alexandre Veloso, Joel Coelho, Joel Machado, Dino Marques, Júlio e Zoraia, Beto May, Luiz Fernando “Filíneo”, Anderson Machado, Said Agred Le Petit Soleil, Daniel Antunes...

Aos Amigos e Amigas do Passado, Presente e Futuro sempre em minhas preces saudosas...

Aos Músicos, Poetas e Artistas de todas as Minas Gerais, Daqui e de Acolá, soprando velas ao vento, me inundando de versos, entalhando figuras de proa a cortarem os mares...

Aos Bem-amados Meninos e Bem-amadas Meninos e Meninas Inconfidentes das Gerais da Libertas à Felicitas Quae Sera Tamen...

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À Minha Bem-Amada Menina Poetisa, Célia Laborne Tavares por tantas belezuras, e Margarida Ferreira como Ponte do Arco-Íris a levar e trazer mensagens...

À Minha Bem-Amada Mamãe Lucy, Criança e Filhinha na “quarta idade”, todo o meu Amor e Gratidão pelo que contigo nos descobrimos Crianças-Irmãs há séculos e séculos...

Ao Bem-Amado Amigo e Conselheiro da Alma, Conrad Lopez, Muito além da Espanha, de todos os Belo Horizonte e no Outro Mundo, agora em Floripa...

À Minha Bem-Amada Irmã e Amiga, Andrea Cunha Arantes, que nos damos as mãos nas dores e Alegrias de milênios partindo e voltando ao Lar...

Ao Meu Bem-Amado Amigo “Totoro”, Totoronawta linduuuu de mãos dadas comigo em Mãoborleta voando e navegando suavemente no Barco do Destino rumo aos Cinco Marcos de Estrelas do Cruzeiro do Sul, Ponte Achakanada, subindo o Monte Real... a Felicidade que se fez (re)encarnada em Amor e Alegria i-m-e-n-s-u-r-á-v-e-l , en-videamento... imagem-em-ação pura... infantilmente filsofanteante... em Pás e Paz...

Aos Grandes Navegadores de todos os Espaços-Tempos, pioneiros que abriram caminhos nos Desertos da Terra, Mar, Céu, Espaço e Cosmos que se estendem aos nossos olhos extasiados, meu beijo nas suas mãos, Bem-amado Zoroastro-Hilel-Infante Henrique de Sagres que viveu o que era preciso para a criação do Outro Mundo...

Aos Bons “Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos céus” que, “como um imenso exército que se movimenta, ao receber a ordem de comando, espalham-se sobre toda a face da Terra” e, “semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos”... Bemtevidência pura... tantos em 1001 páginas sem fim...

Gratidão sem segredos na ponta das Estrelas iluminando o Cosmos...

Eu, Pás, Paco, Nauta, Leo, Leão do Povo amando o Camelo, emeninado... Filosofântico... Descobrincântico... Estotorando de Mãos Dadas a Ele... em Pás e Paz me transformando... em Criança, uai! 42

Pois, viveremos em Plenitude!

Felicidade pura!

O Paqonawta...

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A estrada aberta ainda nos chama suavemente, quase uma canção esquecida da infância.

Carl Sagan Pálido Ponto Azul, 1994 44

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RESUMO

Como spin-off derivada da dissertação de mestrado (PPGE/UFSC 2011), apresenta-se a tese de que é possível sair da caverna, tendo como hipótese que somente (aqueles que se transformam e se fazem como) as crianças conseguem isso. Como digressão imaginativa, tem a intuição e devaneio como método filosófico na metodologia cartográfica, desenvolvendo procedimentos em um roteiro de viagem poética “imãoginada” a partir dos conceitos de Imaginação de Bachelard, Einstein, e pensamentos de Ubaldi, Sagan e outros. Colocando “imagens-em-ação”, criando mapas sobre os lugares visitados na relação entre Educação e Imaginação na Infância, destaca o papel do Pedagogo-Capitão (Artista, Palhaço, Bobo, Louco, Coringa, “Filosofantemediador”) nessa mediação e promoção dos direitos (do brincar e imaginar) da Criança-Marujo (“Filosofante”). Faz reflexões especialmente sobre a creche e escola, e a universidade, como espaço-tempo de humanização e espiritualização daquele que chega ao mundo (Infante), defendendo que o inspiremos, promovamos e protejamos para a descoberta de sua plena cidadania e cosmocidadania como ser “Filosofante” neste Mundo e no Cosmos.

Palavras-chave: Educação e Imaginação; Educação e Infância; Filosofia e Crianças; Pedagogia Poética; Pedagogia Cósmica.

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ABSTRACT

As a spin-off derived from the master's thesis (PPGE/UFSC 2011), it is presented the thesis that it is possible to leave the cave, with the hypothesis that only (those who become and become like) the children achieve this. As an imaginative digression, he has intuition and reverie as a philosophical method in cartographic methodology, developing procedures in a "inhandmagined" poetic trip script from the concepts of Imagination in Bachelard and Einstein, and thoughts of Ubaldi, Sagan and others. Placing "images-in-action", creating maps on the places visited in the relationship between Education and Imagination in Childhood, highlights the role of Pedagogical-Captain (Artist, Clown, Fool, Fool, Joker, "Philosophantemediator") in this mediation and promotion of the rights (of the play and to imagine) of the Child-Sailor ("Philosophante"). Make reflections about the nursery, school and the university as a space- time of humanization and spiritualization of the one who comes to the world (Infante), advocating that we inspire, promote and protect him to discover his full citizenship and cosmocity as a “Philosophantical” being in this World and in the Cosmos.

Keywords: Education and Imagination. Education and Childhood. Philosophy and Children. Poetic Pedagogy. Cosmic Pedagogy.

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Figuras XX . Imagens ilustrativas do Resumo Estendido. Elaboradas pelo autor em 2017 para a qualificação. Na derradeira imagem, Einstein entra pela porta e pergunta: “cabe aí mais essa foto aqui? Elaborada pelo autor para apresentar o resumo na qualificação.

RESUMO DESCRITIVO E-S-T-E-N-D-I-D-I-S-S-I-M-A-M-E-N-T-E

Como “spin-off”, derivada da dissertação do mestrado (PPGE/UFSC/2011) “Telejornais e Crianças no Brasil: a ponta do iceberg” com a revelação do “Segredo da Pirâmide” do Jornalismo e da “Pirâmide de Oito Lados da Sabedoria” (Chakana) na relação Educação- Comunicação e, desde então, no encontro com as crianças nas creches e escolas da Ilha de Santa Catarina e o contato com o desenho da mão de uma Criança descoberto numa caverna pré-histórica (40 mil a.C.), apresento a tese de que “é possível sair da caverna”, tendo como hipótese que “somente (aqueles que se transformam e se fazem como) as Crianças conseguem isso”.

Pergunto, inicialmente, “e se não cortássemos as asas da imaginação da Criança” (na creche, escola, universidade, cidade, mundo) e, tenho a intuição e o devaneio como método “filosofanteântico” (filosófico). Metodologicamente, a pesquisa evolve como anotações de um Diário pessoal, se desenha como uma coletânea de Mapas, uma 49

Cartografia, dando a mão e levado por aquelas Crianças - nas creches, escolas e da caverna ancestral - seguindo como digressão imaginativa numa viagem poética de investigação, descoberta e criação.

Sou inspirado e impulsionado na reflexão dos conceitos de “Poética”, “Devaneio” e “Imaginação” em Bachelard; nos enunciados sobre “Imaginação e Conhecimento” em Einstein; sobre a Criança nas “Transformações do Espírito” no “Zaratustra” de Nietzsche; na “Intuição” em Ubaldi e, também, na “Analética” nas dimensões das relações humanas da “Erótica, Pedagógica e Política” em Dussel. Arranho, palmilho, apalpo, cutuco, empurro, acaricio, navego, mergulho e voo “com”, “para”, “das”, “através” e “por” entre diversas correntes religiosas, filosóficas, científicas, pedagógicas, artísticas, musicais, “poesiéticas”, “estesiéticas” e espirituais.

Como procedimento recolho anotações sobre as paisagens visitadas ora deslizando apenas à superfície, ora descendo à alguma profundeza ou subindo às alturas em algum detalhe até às fontes primeiras, a das Estrelas que têm “o quê, o quem, o quando, o onde, o como e o por quê” a me dizer. Crio uma narrativa poética pela palavra- chave e a imagem, ora recolhida, ora criada, tendo estas como traços e marcos do roteiro, evocando e invocando significados, compondo argumentos que se alinham como o debate.

Sigo brincando com os dedos de uma mão, abro velas e levanto âncoras com pensamentos do (1) “Emílio” de Rousseau; (2) com a irreverência da “não-educação” formal na “Emília” de Monteiro Lobato; (3) com a educação e comunicação com o “Emídio” da dissertação “filosomediântica”; (4) caminho em busca do “Evídeo” na paixão pela “visão das Estrelas” de Van Gogh e Carl Sagan dentre tantos outros luminares, que espero me conduzam ao (5) “Emíndio” numa próxima peripécia, mais longe da caverna.

Observo as direções indicadas na “Flor Roxa dos Ventos”, na bússola “do Coração de um Trouxa”, na medição pelo Astrolábio de um beijo de Amor em canções de ninar, embalar e encorajar os re-nascidos em mil tons sob a batuta de Meninos e Meninas Gerais, depois de todas as esquinas e acolá, além dos Belos Horizontes em mares desconhecidos.

Literal e poeticamente as jornadas evoluem “ao Leo” - Menino- Homem da capital “franciscando” no interior Brasil que se expressa em 50

“mineirês”, a partir das percepções e perspectivas neo-lógicas e neo- sentidas em fabulações Escolares e Acadêmicas (“Fabulares” e “Fabulêmicas”), da “bem-te-visão” e na “catação de histórias” sob uma sombrinha com as cores do arco-íris e de mãos dadas entre o Pedagogo- Capitão (Artista, Palhaço, Bobo, Louco, Coringa, “Filosofantemediador”) e a Criança-Marujo (“Filosofante”) em uma viagem “imãoginada”.

O roteiro segue “descobrincando” com as mãos das crianças pintadas, coloridas e desenhadas em mil cavernas, salas, pátios, ruas, parques, hortas, jardins e praias, mapeando rotas, territórios demarcados e anotadas por outros diversos autores, toma rumo inventando cais tangente à universos consagrados do conhecimento hegemônico consagrado e historicamente construído e, o des-conhecimento do sistematicamente en-coberto.

Viajo parabolizando, metaforizando, resgatando, invocando, evocando, pontuando, orando, sorrindo e chorando, animado e cansado, costurando, alinhavando, tricotando, esculpindo, colando, deformando e reinventando multiversos, sinais, signos, significados e significâncias, linguagens, frases, passos, danças, melodias, músicas, canções, histórias, mitos, sagas, epopeias, cenas, paisagens.

Exploro vales, terras, serras e montanhas, portos, trapiches, mares, oceanos, rios, lagos e nascentes, estações, pontos de partida e chegada em aldeias, povoados, vilas, cidades, nações e impérios em terra, mar, nuvens e espaço aberto, sambando e gingando, dando cambalhotas e piruetas, malabarizando, sonhando e sendo sonhado, acordado e dormindo, des- dobrado, em transe com o coração e mente abertos à emoção, à experiência, ao êxtase, à estesia, aos sentimentos e pensamentos de “Belezura” e “Felicidade” sintonizando as harmonias em meio ao caos.

As páginas bidimensionais se apresentam identificando relevâncias pessoais em pequenos contos dos cantos visitados, colocando “imagens-em-ação” e “imagens-em-canção”, formando versos e reversos ilustrados com a habilidade de um artista gráfico que intenta captar “frames”, instantâneos, breves e sucintos momentos - com suas sinopses - de uma história de vida peculiar, superpondo aparências e transparências de anotações de memórias velejadas num Barquinho de Papel pelos espaços-tempos milenares, bilenares.

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Rabisco um diário de bordo não linear dessas expedições ao conhecimento de mim mesmo, sublinhando traços de uma autobiografia incompleta como ficção histórica “literatésica”. Confecciono uma coleção de mapas, uma estória - linda, fantástica e maravilhosa - envolvendo amizades super e supra conectadas. Faço o (im)possível relato de uma visão, de crenças e des-crenças, de um sonho em desenhos, numa pintura com seus enigmas a serem decifrados.

Invento uma brincadeira de caça ao tesouro, um número de circo, um jogo, um baralho, mapa zodiacal, álbum de figuras, manifesto, poema gráfico, balé audiovisual, uma mandala, uma “placa dourada” contendo mensagem e registros “de onde vim, quem sou, onde estou e para onde vou” (“doncovim, quemcosô, oncotô, proncovô e coméquiovô”) como ser nessa humanidade do Planeta Terra no Universo, esboçando um horizonte de eventos “atado-des-atado” de nós em linhas espaço-temporais entre- cruzando o passado e o futuro envolvendo nossa quadridimensão terrestre presente.

Componho impressões digitais e manuais em um “Documãotário” audiovisual com “holofotogramas” formando um grande Folioscópio (“Flip Book”) que se expande em voltas das pautas de cadernos e de músicas des-organizando “Cartas Infantoastronáuticas” ao seguir o Destino amoroso aonde aquelas mãos se conduzem uma à outra.

Destaco questão referentes aos Direitos da Criança, em especial os do “Brincar”, “Sonhar” e “Imaginar” para re-criar e trans-formar o “real” desde os meus devaneios, minhas descobertas e as de outrem, fazendo considerações sobre algumas produções contemporâneas de vídeos, documentários, filmes e oficinas audiovisuais “com”, “para” e “das” Crianças especialmente no Brasil, apoiando a defesa desses direitos e “rebrincando” na relação “infância e consumo”.

Tendo especial consideração sobre o Artigo 227 da Carta Magna nacional - Constituição Federal do Brasil (1988) - no que diz respeito à plena vivência daqueles direitos nos ambientes educativos apresento, entre outras “Mãonifestações” e “Mãoborletas” “re-vira-voltando” o Mundo, a “Teoria da Beatricidade” (E=mc2), descoberta em uma “Escola Estrelada” e na Rede Municipal de Educação de Florianópolis/SC (2012- 2013).

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A equação homônima da de , enfatiza da importância da (Filoso)Mediação ou (Filosofante)“Mãodiação” (m) em relação (.) com a “Velocidade da Criança” (c2) definindo o “quantum” educacional-evolutivo da Educação ou Evolução (E). A demonstração da teoria oferece elementos para a reflexão das responsabilidades do Professor, da Família, do Estado e da Sociedade diante da Criança e dos cuidados com a Infância no Brasil e no Mundo. No atendimento com “absoluta prioridade” aos seus direitos e à “Velocidade da Imaginação” em que a Criança transformada e impulsionada por seus devaneios e sonhos se co-move, reconheço em sua “cosmocidadania” - face a face com o universo - o direito inalienável de ter sua mão, “emãocipadamente”, conduzindo o próprio leme e seu destino na sua singular jornada, apresentando e representando senão a si mesma, junto e em frota com as demais crianças.

Provocando tufões pela Água, Terra, Fogo, Ar, Espaço e Sonhos da Infância perante o Cosmos, nas buscas e entregas às descobertas das “Terras Sem Nome da Imaginação” do Pedagogo e da Criança “por mares nunca d’antes navegados”, a “estória” criada segue pretendendo considerar, e “demãonstrar”, que é possível ajudar que eles (se) descubram - bem olhem, bem vejam e bem falem diante da imensidão de si mesmas, do mar e do espaço - sobre as possibilidades de des- construção, des-truição, e re-invenção e criação de conhecimentos na Educação com Imaginação, para a fundação de um “Outro Mundo” “à imagem e semelhança” Delas como Filhas e Filhos da “ânsia da Vida por si mesma”.

Sigo para considerações sobre a Creche e Escola (e certamente a Universidade) não mais como convencionado “lugar do ensinar- aprender” entre tantas infelicidades e desamores na dialética da opressão da “Arqueopedagogia” do “Mundo caduco” e, solto, apanho, toco, acaricio com os dedos da mão a possibilidade de estas instituições serem “espaço-tempo da descoberta” da “Infância Filosofante” na perspectiva de uma “Cosmopedagogia” que compreenda o que é ser Criança e Infância num cenário de dimensão cósmica.

E, enfim, apresento uma Criança transformada, em sua “Infância Antenada” com o Cosmos - o Evídeo -, “rexistente” e libertada de muitas cavernas na afirmação da Educação como Evolução do Espírito eterno rumo ao infinito e, em vida no “Bem-Viver”, com mente, olhos, visões, devaneios, experiências e êxtases em provas de Amor e Felicidade em mil 53

e um Universos reconhecidos, ouvindo, vendo e falando com as Crianças do aquém e do além do arco-íris dedilhando no “Oráculo Akáshico”, na revelação do “Segredo das Estrelas” da Chakana, a Constelação da Cruz do Sul (40 mil d.C.).

Palavras-chave: Educação e Imaginação; Educação e Infância; Filosofia e Crianças; Pedagogia Poética; Pedagogia Cósmica.

Figura XX . Imagem na mão de Einstein na ilustração do Resumo Estendido. Einstein entra pela porta e pergunta: “cabe aí mais essa foto aqui? Elaborada por Omar Figueroa Turcios (Colômbia), intitulada “Afinando” (Aquarela e nanquim sobre papel). .

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SUMÁRIO MAPA DA TESE 14.540.042.016/2017

Figuras XX . Mapa da Tese (2018). Elaborado para apresentação de roteiro às orientadoras em abril 2016, alterado em 2017 e finalizado em 2018.2

As naus seguiram, Seguiram viagem não sei em que dia escondido, E a rota que devem seguir estava escrita nos ritmos, Os ritmos perdidos das canções mortas do marinheiro de sonho... (...) Que sonhos? ... Eu não sei se sonhei ... Que naus partiram, para onde? Tive essa impressão sem nexo porque no quadro fronteira Naus partem - naus não, barcos, mas as naus estão em mim, E é sempre melhor o impreciso que embala do que o certo que basta, Porque o que basta acaba onde basta, e onde acaba não basta, E nada que se pareça com isto devia ser o sentido da vida...3

Fernando Pessoa A Casa Branca Nau Preta

2 Anexo 1 em A4.

3 PESSOA, Fernando Antônio Nogueira. Poesias. Sueli Tomazini Cassal. (Org.). Porto Alegre, RS: L&PM, 1999. p. 56. 55

Preambulação Prelúdio, Lamento, De Mãos Dadas com Drummond, Crux Credo, Pré-introdução

Introdução Apresentação do roteiro, tese, hipótese, pergunta, objetivos, metodologia, problema, capítulos

A mão da Criança na caverna Pré-Histórica Os Grandes Descobrimentos Isla de Santa Catalina Brasil e a Casa de Avlis Odlopoel Arieugon e Avlis

Capítulo I . Da Educação Os Mapas da Pedagogia e Educação

Franco Cambi Mario Manacorda Dermeval Saviani Bogdan Suchodolski Estudos da Infância Enrique Dussel Pietro Ubaldi Paulo Freire Severino Antônio

Capítulo II . Da Imaginação Os Mapas da Imaginação

Albert Einstein Gastón Bachelard Jean-Jacques Rousseau Vincent van Gogh Friedrich Niezsche

Capítulo III . Da Infância Escola Beatriz

Bentevidência Descoberta da Teoria da Beatricidade: E=mc2 56

Creche como Espaço-Tempo da Acolhida Escola como Espaço-Tempo da Descoberta As Crianças Filosofantes

Capítulo IV . Do Filosofante O Pedagogo-Palhaço

Descoberta do Outro Mundo Mãonifestação Mãoborletas Quiromãocia As Crianças Desenhantes

Capítulo V - Do Evídeo Descobrincância

As Crianças Imaginantes e Descobrincantes A Criança Criântica Carl Sagan Cosmos As Placas das naves Pioneer I e Pioneer II O Disco Dourado da nave Voyager A mensagem das Crianças do Planeta Terra: Nick Sagan O Encontro com o Evídeo

Considerações Finais «Eu saúdo a Luz em seus olhos onde habita todo o universo»

As Crianças do Outro Mundo Pedagogia na perspectiva do Cosmos Cosmocidadania Imãoginação Viagem no Espaço-Tempo A Mão da Criança na caverna Pré-Histórica

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DESCRIÇÃO DO SUMÁRIO

Desde o primeiro encontro com a orientadora eu soube que a tese seria uma “digressão imaginativa” e, a pesquisa propriamente dita, sobre eu mesmo no contexto pedagógico e educativo da confluência de múltiplas linhas. Na pesquisa abordaria a pedagogia, infância, escola, creche, filosofia, artes, poesia e música, embora não fosse uma pesquisa literalmente sobre isso. Obviamente que eu partiria de minhas experiências e reflexões sobre ela, pois foi por isso mesmo que um dia escolhi, prioritariamente, “estudar”, depois de uma vida inteira de trabalho e dedicação em que me faltou espaço-tempo para descobrir mais, e profundamente, as questões que me animavam existência adentro e afora. No começo das orientações me (a)pareceu, claramente, que a sequência lógica tão querida no descrever e escrever a tese aos professores seria uma tarefa a não ser cumprida fielmente, pois também era orientado tanto a confluir quanto a desalinhar. A Mão que se deu à minha eu me entrego e busco, e passeio ali, acolá, aqui, mais além. E, vamos juntos tantas vezes quantas se fizerem necessárias para ver algo, tentar mostrar algo ao leitor como obrigação acadêmica e gentileza. Porém, a mão que se me dá, e nós nos conduzimos juntos, sugeriu suavemente essa cartografia re-vira-voltada. Simples, sintética, amena, mas animada. Desculpem-me se não satisfaço a todos. A academia é assim, e a gente recebe e dá como quer e como pode, se embasamos razoavelmente nossas convicções. Deus sabe o quanto quis escrever no mestrado e, o quanto quero des-es-cre-ver agora... Finalmente, Eu não consigo não ser Eu. Então, por favor, aceitem-me assim como eu Sou... No esforço para lhes apresentar algo numa linha espaço-temporal “compreensível”, há um roteiro lógico que acredito poderão ler e ver, se soltando e se juntando em todo este trabalho, abaixo des-escrito. Na Preambulação apresento um Prelúdio, Lamento, De Mãos Dadas com Drummond, Crux Credo, Pré-introdução como importantes espaços-tempos da trajetória que me trouxeram até aqui, de como nasceu a ideia da a tese, ou como ela se revelou a mim. Intercalo com histórias nascidas em toda essa trajetória, e a da Criança da caverna. Há uma sequência, de páginas que esvoaçam em torno a mim. Como foi na página inicial e, será afirmado no decorrer do trabalho, vejo de outra perspectiva entre todas as correntes pedagógicas e 59

educacionais, as filosóficas e artísticas, e o que se destaca a mim como importante apresento como flores de um buquê que reúno de todos os jardins e esforços humanos no conhecimento, e mapeamento de saberes. Para mim, os autores são encontros: os que me inspiram por seus conceitos e, os que são pressupostos que tomo, acolho como já contatado, sabido, referências. O que me interessa ressaltar é a compreensão no Todo de nossa humilde insignificância, mas também de nossa gloriosa importância, individual, singular, social e solidária de seres diante, e Filhas e Filhos do Cosmos. O falar dos autores me ajudou a compreender, a ver isso. A minha percepção vai entre cabeça e coração, pensamento e sentimento, no dedilhar de cordas afinadas pelo diapasão da Alma, Eu Espírito nos caminhos da Vida, me deixando além da mera curiosidade para constatar as razões que as Estrelas me contam. Quisera me transformar em Criança, escrevendo e desenhando com e para Crianças, sem argumentar cansativamente, apenas comungando papel e lápis de cor entre nós, na simplicidade de um dia cósmico ensolarado à beira de um lago quieto, sereno, primaveril... E- ternurado... Quase tudo já está escrito, reafirmo e reafirmo, e o que me afeta e me importa, realmente, é saber Quem Sou diante desse Cosmos imensurável, sempre aquém das “Terras Sem Nome da Imaginação”... e que nascemos, vivemos, renascemos e vivemos de novo, sempre, ora aqui e ali, evoluindo, sempre... No começo, meio e final dessas contas e contações todas, agradeço se meus esforços de comunhão dessa trajetória consigam expressar que serei “doutotoro” por saber que, aqui no Planeta Terra, nascemos e renascemos de novo para isso: a evolução de nosso ser. O demais é cenário. Tudo o mais em termos de informações, dados, em nossa época, cabe na palma da mão, nesse instrumento chamado telefone celular que podemos acessar facilmente. E, o que se desenhou de nossas linhas das mãos compondo versos de dores e amores ao longo de todas as trajetórias ficam, também, como “história catada” no “disco rígido” do Cosmos como Registro Akáshico4, acessível a quem tem “olhos de ver”. Assim

4 “Akasha (ska a-ka‘) é uma palavra sânscrita que significa “éter”: espaço que tudo permeia. Originalmente significando “radiação” ou “brilho”, em akasha na filosofia indiana foi considerado o primeiro e mais fundamental dos cinco elementos – outros são vata (ar), Agni (fogo), ap (água), e prithivi (terra). Akasha abraça as propriedades de todos cinco 60

creio, porque sei, porque sou, porque vejo. Assim, quase tudo está Ali, gravado, acessível. E, agora, acrescento essas histórias com um beijo de gratidão...

A Poesia da Visão Akáshica

O universo é um mundo cheio de memória, um mundo de interconexões constantes e duradouras, onde todas as coisas in- formam - agem sobre e interagem com - todas as coisas. Devemos apreender este mundo extraordinário com o nosso coração, e também com o nosso intelecto. Este capítulo fala sobre o nosso coração. Ele chama de volta a antiga intuição de um cosmos repleto de informação, onde todas as coisas estão conservadas e onde tudo afeta tudo. Ele oferece uma visão que é imaginativa, mas não imaginária: uma visão poética de um cosmos onde nada desaparece sem deixar um traço, e onde todas as coisas que existem estão, e permanecem, intrínseca e intimamente interconectadas.

(...)

Akasha pode ser descrito racionalmente, em conceitos e palavras fornecidos pela linha de frente da ciência, mas também pode ser representado poeticamente. Uma descrição poética é importante, pois se o mundo onde o Campo Akáshico liga todas as coisas com todas as coisas é a melhor, mais profunda e mais aguçada percepção que nós temos a respeito da natureza fundamental da realidade, devemos não apenas apreendê-la com o nosso intelecto: devemos também permitir que ela ressoe com nossos corações e informe nossos sonhos. (LAZLO, 2008. P. 136)

Para efeito de não assustar ou confundir o leitor, resumo o seguinte, do que virá à frente, para que possa entre-ver esse roteiro em meio às páginas, em todas elas: elementos: é o útero do qual tudo o que percebemos com nossos sentidos emergiu e no qual tudo acabará por voltar a descer. O Akashic Record (também chamado de O Akashic Chronicle) é o registro de tudo o que acontece, e é sempre duradouro; é o registro de tudo o que aconteceu, no espaço e no tempo. Acesso em 07 de maio de 2017. Disponível em . Ver também o álbum de Facebook do autor, disponível em . 61

Vejo que somos, hoje, seres criados como centelha de Luz (Götterfunken) e, seguimos individualizando e evoluindo, por todos os reinos da natureza, ascendendo, passando agora por muitas experiências em um mundo de provas e dores que deixou o primitivo, para seguir até aos etéreos da mais pura Felicidade. Cada mundo com seus habitantes cria sua própria história, com idas e vindas de seres se amando ou se odiando, promovendo a Paz ou fazendo a guerra, criando ou destruindo, amparando ou dominando. Cada criança que renasce na Terra é uma esperança de que tudo pode mudar, se transformar, a fim de que o Amor inspire a todos para a regeneração de toda tristeza em Alegria. Neste Planeta em agonia de dores de parto, onde “a infância conhece a infelicidade pelos homens”, chegou a hora de “os homens conhecerem a Felicidade pela (mão da) Criança”... pela Infância Filosofante.

O Sumário que se ramificará, ora como raízes, ora como copa no tronco da árvore da Educação com Imaginação...

Na Introdução apresento as questões que originaram a tese, sua hipótese, pergunta(s), metodologia(s), enuncio alguns (multi)procedimento(s), rabisco objetivo(s), destaco problema(s) considerando o descaso para com os direitos das Crianças, aponto uma equação que me ajudou a querer en-carar, en-frentar, des-compreender e des-saber o papel social das instituições educativas e, indico roteiros a percorrer para fechar a(s) história(s) catada(s) e elaborar as considerações finais... como no Resumo Entendidissimamente... Na cor do Arco-íris: vermelho.

...Trajetória Florianópolis, Anno Imago Mundi 14.540.042.018.

Introdução A mão da Criança na caverna Pré-Histórica Portugal e a Casa de Avis Os Grandes Descobrimentos Isla de Santa Catalina Brasil e a Casa de Avlis Odlopoel Arieugon e Avlis

No Capítulo I - primeiro dedo de uma mão que cata e conta uma história - traço mapas e elaboro um diário de viagem, seguindo a linha de tempo apresentada pelos autores, destacando e relevando alguns 62

personagens citados entre as diversas correntes educacionais, pedagógicas, filosóficas do passado. Na cor do Arco-íris: laranja.

Capítulo I . Da Educação Os Mapas da Pedagogia e Educação Descoberta da Infância Estudos da Infância Creche como lugar do Educar Escola como lugar do Ensinar-Aprender Franco Cambi Mario Manacorda Dermeval Saviani Bogdan Suchodolski Estudos da Infância Enrique Dussel Pietro Ubaldi Paulo Freire Severino Antônio

No Capítulo II - segundo dedo de uma mão que cata e conta uma história - traço mapas e elaboro um diário de viagem, seguindo a linha de tempo apresentada pelos autores, destacando e relevando alguns fatos e descobertas citados entre as diversas correntes filosóficas e científicas contemporâneas, seguindo pela poética. Na cor do Arco-íris: amarelo.

Capítulo II . Da Imaginação Os mapas da imaginação Descoberta da Teoria da Relatividade: E=mc2 Filosofia do Não Poética do Devaneio Albert Einstein Gastón Bachelard Jean-Jacques Rousseau Vincent van Gogh Friedrich Nietzsche

No Capítulo III - terceiro dedo de uma mão que cata e conta uma história - traço mapas e elaboro um diário de viagem, seguindo a linha de tempo apresentada desde a conclusão do mestrado, o trabalho na Rede Municipal de Educação de Florianópolis, destacando e relevando alguns fatos e descobertas observados, contemplados, vistos, bem-te-vistos, 63

bem-te-ouvidos, bem-te-falados, bem-desenhados, bem-coloridos, bem- registrados, bem-editados em diversas peças ilustrativas e vídeos, quase na atualidade. Na cor do Arco-íris: verde.

Capítulo III . Da Infância Escola Beatriz Bentevidência Descoberta da Teoria da Beatricidade: E=mc2 Creche como Espaço-Tempo da Acolhida Escola como Espaço-Tempo da Descoberta As Crianças Filosofantes

No Capítulo IV - quarto dedo de uma mão que cata e conta uma história - traço mapas e elaboro um diário de viagem, seguindo as linhas do destino nas mãos nos desenhos “com”, “para” e das “crianças”, das mãonifestações até às mãoborletas de mãos dadas provocando tufões, furacões, redemoinhos, entre-cruzamentos e ondulações cósmicas. Na cor do Arco-íris: azul claro.

Capítulo IV . Do Filosofante O Pedagogo-Palhaço Descoberta do Outro Mundo Mãonifestação Mãoborletas Quiromãocia As Crianças Desenhantes

No Capítulo V - quinto dedo de uma mão que cata e conta uma história - traço mapas e elaboro um diário de viagem, seguindo as mãos e de mãos dadas com as crianças re-evolucionando no “Jogo (Cósmico) da Amarelinha” desde a Terra ao Céu, e além. Encontro com as naves Saturno V, Pioneer I e II, Voyager e outras, descobrincando com as mensagens que levam. Sigo na apresentação de um conjunto de imagens em textos e legendas, “fechando” um looping da re-vira-volta de uma história entre a mão da criança na caverna (Tato) e a mão da criança que viaja no espaço-tempo (Contato). Na cor do Arco-íris: azul índigo.

Capítulo V - Do Evídeo Descobrincância As Crianças Imaginantes e Descobrincantes A Criança Criântica 64

Carl Sagan Cosmos As Placas das naves Pioneer I e Pioneer II O Disco Dourado da nave Voyager A mensagem das Crianças do Planeta Terra: Nick Sagan O Encontro com o Evídeo

Nas Considerações Finais chego a um horizonte de eventos em que me encontro suspenso observando as próprias milhares e milhares de jornadas e mergulho num “Buraco Colorido” que não sei, ainda, aonde vai dar... Tato, Paco, Paqonawta, Totoronawta e Contato, dão as mãos à todas as outras que encontraram pela viagem. Na cor do Arco-íris: lilás. Na Mandala, a cor da Alma: rosa. Na cor do Cosmos: dourado.

Considerações Finais «Eu saúdo a Luz em seus olhos onde habita todo o universo» As Crianças do Outro Mundo Pedagogia na perspectiva do Cosmos Cosmocidadania Imãoginação Viagem no Espaço-Tempo A Mão da Criança na caverna Pré-Histórica

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KYRIE ELEISON NO ALTAR DA AFEIÇÃO

Figura - XX . Cruzeiro do Sul, Constelação5. .À caminho Lar, doce Lar: A Grande Cruz. Localizada no céu meridional numa porção brilhante da Via Láctea. Conhecida dos gregos antigos desde quando era vista do sul do Egito, foi corretamente representada nos mapas pelo Mestre João (Emeneslau) Faras, astrônomo-médico da esquadra de Pedro Álvares Cabral, entre 28 de abril a 1º. de maio de 1500 em carta ao Rei português, D. Manuel I. A Constelação é conhecida e representada pelos Povos Ancestrais Andinos e Incas como Cruz Andina, Cruz Quadrada, a ponte entre Mundos, ou Chakana. Nas imediações da Constelação (à esquerda) se encontra o aglomerado estelar “Caixa de Jóias” (NGC 4755), localizado à 6445 anos-luz da Terra.

Deus, cuja mão se demorou em minha face gravada pela fadiga como uma carícia... Menino Quito e Sua Mãe que me deram ao Amor... Bons Espíritos do Senhor, Virtudes dos Céus... Bom "Aurélio" que me ampara com sua mão em todos os momentos desde tempos imemoriais...

Tende Piedade dimim...

Descobridores Portugueses que me indicaram como Norte o Cruzeiro do Sul... Pobrezinho, Clara e ao Leão de Assis

5 Foto: https://cdn.theconversation.com/files/27051/area14mp/ty9tchgx- 1373258415.jpg 66

que me deram a Paz, Alegria e Lealdade... João e Teresa que me deram a Saudade entre cinco Irmãos... [... à Bem-Amada Andrea...

Tende Piedade dimim...

Inconfidentes de ontem e hoje que me deram aspirações [à “Libertas” et “Felicitas quae sera tamen”... Vicente, Camilo e Theo que me deram Lápis, Pincel, Papel, Cores e Cartas... Menino Tagore que me deu as canções de seu Jardim... Alberto, Gastão e aos "Carlos" que me deram coceira nas mãos [para imaginar e realizar o que me desse na telha...

Menina Poetisa Célia que me deu a Revelação no Quinto Lótus...

Tende Piedade dimim...

Meus Pais e minhas Mães artísticas e poéticas... Minha Mãe-Filhinha e IrMãe de jornada... que me deram à toda essa Luz nessas vidas de ontem, hoje e amanhã [que seguem para além de todos os Belos Horizontes...

Tende Piedade dimim...

Mestres, Amawtas, Sábios, Poetas e Poéticos do Devaneio, da Imaginação, da Paz, Alegria e Amor...

Deposito em suas mãos esta descobrincância na qual empresto toda minha gratidão, e respeito Àquele que nos sorri sempre bondoso nos encontros do Jardim.

Depois que parti em direção às sombras do Planeta, levando meu cesto de flores, papel e lápis colorido a distribuir aos pedintes e necessitados de alento, nem sempre tive a certeza de que velavam por mim.

Engano meu. Esqueci de muitas coisas e, pior ainda, de dar mais ouvidos, bocas e olhos ao que O Menino sorridente nos deixou por estórias de e-ternurada beleza que os vaidosos e jactantes de milênios jamais conseguiram distorcer ou apagar.

Eu estava lá, às margens ensolaradas do lago naquela tarde em que as crianças eram chamadas por Sua irresistível doçura e encanto, 67

e vinham se sentar em Seu colo e puxar sua barba e cabelo, sorrindo também.

Não dei a devida atenção ao Seu olhar gentil na cabeça que pendia e me fitava contendo um suspiro.

Rabugento que nem eu fui ainda por muito tempo, senti o mesmo sussurro inaudível que me ecoava no mais profundo do ser quando Ele soltou o derradeiro tiquinho do ar que ainda lhe restava nos pulmões arfantes, naquele início de noite em meio a trovoadas, quando não houve ninguém presente ao espetáculo doloroso com que Seus olhos amorosos não tivessem trocado mensagens de perdão por não sabermos o que fazíamos.

Ele já me conhecia, muito mais que eu a mim mesmo, desde há muito tempo, quando partimos revoltados de nosso antigo lar numa das muitas moradas pelo céu infinito.

Isso emprestava mais dor ao remorso de todos nós por séculos e séculos seguintes...

E, foi com muito custo e dedicação de Vocês que não nos perdemos mais ainda nos desatinos de nossa soberba, orgulho, rebeldia... E esquecimento de quem éramos nós...

Nesta vida, pelos anos e décadas até chegar aqui nesse momento, eu me esqueci, mesmo de muitas coisas, e sei de Sua compreensão, perdão antecipado e extremada paciência de quem tem por pupilo seres imaturos e frágeis em suas decisões, e boa vontade raquítica.

Somos Meninos e Meninas de Seus olhos, em Seu olhar de quem não julga, e sabe esperar...

Então... aqui está minha pintura, obra-prima dessa vida que registra pouco, mas muito de mim mesmo, para que Vocês anotem no Livro da Vida que, de um jeito ou outro, eu distribui minhas flores e desenhos, poemeus e seus, rabiscos e peripécias, cartas de amor rasgado e de saudades com aqueles que, me parecem, se esqueceram de si mesmos mais que eu. Alguns, não.

Alegria imensa poder reencontrar muitos amigos e amigas de antigas jornadas, 68

a quem demos as mãos e beijamos as deles entre lágrimas e preces.

Felicidade a que me entrego e busco, ao poder reencontrar e dar as Mãos ao Amor da Minha Alma Comigo...

Um beijo meu a vocês...

Gratidão...

Paqonawta ...... Quase...... Poporonawta

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LEVANTANDO ÂNCORAS

Figura XX . No começo... Imagem elaborada pelo autor para ilustração do Resumo para a qualificação da Tese, 2017.

O poeta declina de toda responsabilidade na marcha do mundo capitalista e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas promete ajudar a destruí-lo como uma pedreira, uma floresta, um verme.6

Carlos Drummond de Andrade Nosso Tempo

6 Nosso Tempo, In A Rosa do povo (1945). Acesso em 30 mar 2017. Disponível em .

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SOLTANDO O BALÃO

Figura XX . No começo... Imagem elaborada pelo autor, março de 2017.

Eu, Poeteiro, e-namorado, assumo a minha responsabilidade ante os destroços do Mundo Caduco e com minhas palavras, pás, lápis de cor, o estandarte de Deus, Cristo e Caridade prometo ajudar a construir, a criar o Outro Mundo, pedra a pedra, mão a mão dadas, semente a semente como um Jardim...

Paqonawta com Totoronawta Presente Tempo

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PRE-AMBULAÇÃO

Vamos sentar-nos, amorosamente, à beira do lago quieto e aguardar os pedintes. Nossos jardins transbordam e, por mais que distribuamos este amor, sempre sobrará ternura na hora azul da entrega. Ajuda-me, com tuas mãos, a preparar as ofertas.

Célia Laborne Tavares Junto ao Lótus7

Aquilo a que me entrego a ser, com todas as forças da minha vida, me é negado desde que me entendo por gente nesse Mundo. Constante e desumamente, o devaneio, a imaginação, o sonho e, muito menos e tudo mais me são tirados e retirados, quando sou cerceado a bem viver plenamente. Amarram-me as mãos... A vida de quem ainda é reles Marinheiro com seu Barquinho de Papel e quer ser Capitão do próprio navio é um cotidiano envolvimento e encantamento com mapas, estrelas, cartas náuticas e estrelares, páginas arrancadas de cadernos para encher garrafas de poesia e soltar pelo mundo, ou que se transformem dobradas em frotas e frotas de barquinhos que saem atrás de seu destino pela imensidão desconhecida, rexistindo8 às intempéries e investida de piratas, descobrindo a si mesmo, os mares profundos ou rasos, o mundo pelos deltas até às nascentes, o espaço em suas dobras e imensa infinitude cósmica, anotando aqui e ali, acolá e além de todos os belos horizontes do porto de cada (re)nascimento, ao se perder ou se encontrar nos “mares nunca d’antes navegados”9... Um Marinheiro é aquele que vai se aperfeiçoando na arte de abrir, recolher e acender velas, de fazer e desatar nós, e também de interligar, costurar, estabelecer novas e pessoais tramas e padrões com o tecido do universo. O Marinheiro pode ser de primeira, segunda ou mil viagens, até que de caderno repleto de rabiscos e anotações, faltando outras tantas

7 TAVARES, Célia Laborne. O Quinto Lotus. Belo Horizonte, MG: Edição da Autora, 1972. p. 34.

8 Rexistir: resistir para Bem Existir.

9 CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. São Paulo, SP: Nova Cultural, 2003. P.17. Canto I 72

folhas que foram viajar em si mesmas, ajunta tudo e segue doutotoro- andando... até que na milésima primeira folha de suas experiências as entrega ao Almirantado precursor e sábio, Comando Maior de várias armadas, e pede patente de Capitão de seu próprio barco, maior, mais potente, mais guarnecido de instrumentos e bagagem para seguir outras viagens. (Melhor ainda se, surpresa do Destino, é encontrado pelo Amor de Sua Alma e segue doutotoro-andando.) Um Marinheiro in-vestido de Capitão que é Pedagogo-Artista, Palhaço, Louco, inventa o Barco, o Cais, o Porto, o Mar... Obviamente que tantos planejamentos de viagem, muitos mapas observados, milhares de roteiros possíveis, inúmeras paisagens visitadas e uma quantidade sem fim de lembranças de cada momento fogem da possibilidade de caber tudo em folhas de papel de quem tem de ordenar e sequenciar, explicar objetivos, métodos e procedimentos, citar as fontes onde se bebeu da água de conhecimentos. E, como fazer para registrar fielmente aquilo que é sonhado acordado ou dormindo, visto em êxtase, ouvido no silêncio, dialogado em linguagem sem aparente verbalização e, menos ainda, no intercâmbio com situações e seres etéreos a que se percebe com olhos, ouvidos e bocas que estão em todos os lugares? Comum-uni-ficado... Muito fácil apenas ler o que foi escrito num livro como uma cápsula do tempo por uma consciência limitada do conhecimento máximo possível do Todo, explanando demoradamente sobre uma questão deliberada ao gosto de uma época, restrita aos muitos grilhões de estilo, necessidade ou preconceitos de uma era. Mais fácil, ainda, comunicar-se, comum-uni-ficar-se com uma consciência já libertada da caverna do corpo e, que viaja a velocidades incríveis no “raciocínio” pelo sentimento, pelo Amor, pela Felicidade, tanto quanto essa mesma celeridade facilita a compreensão, o entendimento, o que se convencionou chamar de “aprendizado”. “Aprender” pelas vias tortuosas, suarentas e indiretas da “racionalização” é muito diferente de “saber” pelas vias diretas do “contato” com a experiência alheia ao entranhar-se com ela, tomá-la para si e consigo, fazê-la sua, co-mover-se, mover-se junto no mesmo compasso harmônico de duas notas, distintas, mas que entoam na mesma vibração da doação plena de si mesmos. O saber pelas vias da “intuição”, do contato direto, do conhecimento direto com outras consciências é assim. Aprende-se, apreendendo, comungando, partilhando, entregando, doando o que se é: des-cobre-se o que antes se encontrava velado, des- vela-se o que antes jazia flutuando no ser, com o ser, o ser. Sendo, olhando, vendo, vi-vendo com os próprios olhos sob o olhar amoroso do 73

outro... com o outro... Ver é necessário! Ser no Ver é criar significado singular, e muito próprio. Assim trago de novo ao coração, re-cordo Ubaldi em sua “A Grande Síntese”. E, estou aqui, no Olho do Furacão, “ex-piando” a tempestade... Aprender ou não aprender... Saber ou não saber... Ver ou não ver, eis a questão... Um aceno, um gesto de saudação, um aperto de mão de entrega ou recebimento revela muito mais do que supomos podem expressar as palavras, o raciocínio. Seria possível até mesmo afirmar - colocar a firma, a assinatura, o nome - que, no mais das vezes, o sentimento viaja muito mais rápido que o raciocínio e, quanto mais elevada a mente para além dos limites da personalidade, maior é a “comum-única-ação” entre os seres. Isso, consequentemente, implica que consciências em níveis diferentes buscam a maior harmonia possível para que haja entendimento do menor para o maior, sem que este inflija o mínimo traço de força opressora sobre aquele. O que “sabe” mais acaricia e embala o que “sabe” menos, e estes se comprazem nessa comunhão de energia, de conhecimento, de experiências, de vivências, de amor. De Mãos dadas... No País dos Poetas existe um Jardim e, ali há um lago sereno e calmo a refletir ora a luz de um sol, ora a de mil e um deles, as Estrelas. Em todos os dias e noites de todas as datas no Calendário Cósmico os que se fizeram Crianças ali chegam para brincar, enquanto infindáveis pedidos angustiosos de socorro e também agradecimentos e bênçãos voam pela paisagem como bando de incontáveis borboletas ou passarinhos em busca de pouso, para o néctar ou o ninho de um coração. Na “Hora Azul da Entrega” 10Ela chega de mansinho, pisando em nuvens delicadas, deslizando como um cometa que demorasse a cruzar os céus para que todos se re-encantassem com as cores inimagináveis de partículas luminosas feito estrelas que chispavam de Seus passos. Sorrindo, como só uma Criança tímida que é chamada de Rainha dos Céus pode sorrir, deita o azul dos olhos em cada um dos presentes se fazendo Menina em todos os olhares. Borboleta por borboleta se juntam nos cestos cheios de flores, formando Mãoborletas coloridas com todas as nuances do aquém e do além do arco-íris. Passarinho por passarinho pousam nas mãos de cada um, formando Mãonifestações. Por Compaixão, Misericórdia e Alegria e- ternuradamente formando laços de vidas em vidas, as Crianças se levantam e se dirigem ao Grande Portão Dourado do Jardim, com cada

10 TAVARES, Célia Laborne. Citada. 74

uma delas carregando seus cestos de ofertas aos pedintes que vivem pelas cavernas, em sombras, lá embaixo. E, milagre fácil, fácil de compreender, Ela caminha com cada um até seu destino às câmaras mais profundas para levar seu sorriso e a Palavra em nome Dele, Daquele que fora Seu Filho um dia e, que para nos dar ânimo na jornada evolutiva, deu-Lhe à Luz na mais pobrezinha manjedoura de uma Gruta de Belém. - Tenha paciência, tudo passa. Até o Amor passa aqui para que você tenha forças. Venha também. Ajuda-me com as tuas mãos a preparar mais ofertas... “Tudo vai dar certo!” Vou... Sou... Olho e vejo... Dou a mão... Beijo... Nós nos lembramos e nos esquecemos disso mil vezes... Na milésima primeira vez tentamos recordar mais forte e corajosamente... Animado... animadamente......

Silêncio...

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Figura XX . Mandala COEB (2013). Primeira mandala desenhada. Utilizada como identidade visual no cartaz e diversos materiais do Congresso de Educação Básica da Secretaria Municipal de Educação (SME) no ano de 2014, com o tema “Educação Integral e Tempo Integral: da Educação Infantil ao Ensino Fundamental”. Estão representados nas figuras humanas os membros da comunidade escolar e gabinete do Secretário, tendo ao centro um prédio representando a SME. Elaborada pelo autor em novembro de 2013, já aprovado para a pós-graduação.

Enquanto todas as experiências metafísicas são preparadas por intermináveis prólogos, a poesia recusa preâmbulos, princípios, métodos, provas. Recusa a dúvida. No máximo, tem necessidade de um prelúdio de silêncio.

Gastón Bachelard A Água e os Sonhos11

11 (1970, Obra póstuma). BACHELARD, Gastón. O Direito de Sonhar. São Paulo, SP: DIFEL, 1985. p. 183. 77

PRELÚDIO

Figura XX . “Totoro e Drummond” “De Mãos dadas estavam escrevendo uma Felicidade”. Posto 6, Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Foto recebida do Totoro via WhatsApp pelo autor. (04/03/2018)

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Silêncio...

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LAMENTO MELANCÓLICO SOBRE UM MUNDO CADUCO DOS TRABALHADORES DESUNIDOS DE 1940, TANTO QUANTO NO LUGAR INFELIZ DO PRESENTE GOLPE PARLAMENTAR JURÍDICO-MIDIÁTICO

Figura XX . “Drummond e a Vaca Leitora” “No mar estava escrita uma cidade.”12 Posto 6, Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Já não há MÃOS dadas no mundo. Elas agora viajarão sozinhas. Sem o fogo dos velhos contatos, que ardia por dentro e dava coragem.

Desfeito o abraço que me permitia,

12 Localização no Google Maps, Praia de Copacabana imediações do Posto 6, Rio de Janeiro, RJ, Brasil: .

Foto: Drummond e a Vaca Leitora. Novembro de 2007. Autor: Gijlmar . Postado em álbum de Facebook do autor, em 30 de março de 2017. Disponível em .

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homem da roça, percorrer a estepe, sentir o negro, dormir a teu lado, irmãos chinês, mexicano ou báltico.

Já não olharei sobre o oceano para decifrar no céu noturno uma estrela vermelha, pura e trágica, e seus raios de glória e de esperança.

Já não distinguirei na voz do vento (Trabalhadores, uni-vos...) a mensagem que ensinava a esperar, a combater, a calar, desprezar e ter amor.

Há mais de vinte anos caminhávamos sem nos vermos, de longe, disfarçados mas a um grito, no escuro, respondia outro grito, outro homem, outra certeza.

Muitas vezes julgamos ver a aurora e sua rosa de fogo à nossa frente. Era apenas, na noite, uma fogueira. Voltava a noite, mais noite, mais completa.

E que dificuldade de falar! Nem palavras nem códigos: apenas montanhas e montanhas e montanhas, oceanos e oceanos e oceanos.

Mas um livro, por baixo do colchão, era súbito um beijo, uma cadeia, uma paz sobre o corpo se alastrando, e teu retrato, amigo, consolava.

Pois às vezes nem isso. Nada tínhamos a não ser estas chagas pelas pernas, este frio, esta ilha, este presídio, este insulto, este cuspo, esta confiança.

No mar estava escrita uma cidade, no campo ela crescia, na lagoa, no pátio negro, em tudo onde pisasse alguém, se desenhava tua imagem, teu brilho, tuas pontas, teu império e teu sangue e teu bafo e tua pálpebra, estrela: cada um te possuía. Era inútil queimar-te, cintilavas. 81

Hoje quedamos sós. Em toda parte, somos muitos e sós. Eu, como os outros. Já não sei vossos nomes nem vos olho na boca, onde a palavra se calou.

Voltamos a viver na solidão, temos de agir na linha do gasômetro, do bar, da nossa rua: prisioneiros de uma cidade estreita e sem ventanas.

Mas viveremos. A dor foi esquecida nos combates de rua, entre destroços. Toda melancolia dissipou-se em sol, em sangue, em vozes de protesto.

Já não cultivamos amargura nem sabemos sofrer. Já dominamos essa matéria escura, já nos vemos em plena força de homens libertados.

Pouco importa que dedos se desliguem e não se escrevam cartas nem se façam sinais da praia ao rubro couraçado. Ele chegará, ele viaja o mundo.

E ganhará enfim todos os portos, avião sem bombas entre Natal e China, petróleo, flores, crianças estudando, beijo de moça, trigo e sol nascendo.

Ele caminhará nas avenidas, entrará nas casas, abolirá os mortos. Ele viaja sempre, esse navio, essa rosa, esse canto, essa palavra.13

Carlos Drummond de Andrade Mas viveremos

(Grifo em maiúsculo meu)

13 ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do Povo. Rio de Janeiro: Record, 2000. p.167-169

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DE MÃOS DADAS COM DRUMMOND

Figura XX . Capa de “Sentimento do Mundo”. Poemas de Carlos Drummond de Andrade, 1940.

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Abaixo, trechos das MÃOS nos poemas do livro de Drummond... com grifos meus.

Tenho apenas duas MÃOS e o sentimento do mundo, mas estou cheio de escravos, minhas lembranças escorrem e o corpo transige na confluência do amor. Sentimento do Mundo

é preciso ter MÃOS pálidas e anunciar O FIM DO MUNDO. Poema da Necessidade

Na rua passa um operário. Como vai firme! Não tem blusa. No conto, no drama, no discurso político, a dor do operário está na blusa azul, de pano grosso, nas mãos grossas, nos pés enormes, nos desconfortos enormes. (...) e peixes escorrem de suas MÃOS. Operário do mar

E enquanto homens suspiram, combatem ou [simplesmente ganham dinheiro, ninguém percebe que o poeta faz cinquenta anos, que o poeta permaneceu o mesmo, embora algum [coisa de extraordinário se houvesse passado, alguma coisa encoberta de nós, que nem os olhos [traíram nem as MÃOS apalparam, susto, emoção, enternecimento, desejo de dizer: Emanuel, disfarçado na meiguice [elástica dos abraços, e uma confiança maior no poeta e um pedido [lancinante para que não nos [deixe sozinhos nesta cidade em que nos sentimos pequenos à espera dos maiores [acontecimentos. Ode no Cinquentenário do Poeta Brasileiro

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as MÃOS tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco. Os Ombros Suportam o Mundo

MÃOS dadas Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. 85

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de MÃOS dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente. Mãos dadas

sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações, adivinho-te que sobes, vapor róseo, expulsando a treva noturna. o triste mundo fascista se decompõe ao contacto de teus dedos, teus dedos frios, que ainda se não modelaram mas que avançam na escuridão como um sinal verde e peremptório. minha fadiga encontrará em ti o seu termo, minha carne estremece na tua certeza de tua vind o suor é um óleo suave, as MÃOS dos sobreviventes se enlaçam, os corpos hirtos adquirem uma fluidez, uma inocência, um perdão simples e macio.. . havemos de amanhecer. o mundo se tinge com as tintas da antemanhã e o sangue que escorre é doce, de tão necessário para colorir tuas pálidas faces, aurora. A Noite Dissolve os Homens (A Portinari) dentro, vossas MÃOS níveas e mecânicas tecem algo parecido com um véu. o mundo, sob a neblina que criais, torna-se de tal modo espantoso que o vosso sono de mil anos se interrompe para admirá-lo. Madrigal Lúgubre

Fecha os olhos e esquece. Escuta a água nos vidros, tão calma, não anuncia nada. Entretanto escorre nas MÃOS, tão calma! Vai inundando tudo… Renascerão as cidades submersas? Os homens submersos – voltarão? Mundo Grande

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CRUX CREDO CRENDIOSPAI

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Em nome da Luz do Pai e da Mãe Terra, do Amor do Filho Irmão mais velho ,e da Sabedoria dos Espíritos-Amigos que são as Sete Irmãs, as virtudes dos céus... (Déjà vu) Creio que “o Cosmos é tudo o que existe, que existiu ou que existirá”... Creio que este planeta Terra onde agora habitamos é um pequeno e “pálido ponto azul”, “um grão de pó suspenso num raio de sol”... Creio que aqui, ali e acolá nascemos, crescemos, morremos e renascemos ainda várias vezes no cumprimento da Lei Evolutiva que rege planetas, constelações e cordões de galáxias no concerto do Cosmos... Creio que a Felicidade esteve nesse mundo, mas não havia lugar para Ela... Creio que, por compaixão, a Felicidade nos enviou mil e uma mensagens de Alegria do espaço através do tempo para que não nos esquecêssemos Dela e de Seu Amor por nós... Creio que a mão amorosa Dela, “através das harmonias do universo, perpassa, qual brisa reconfortante, pela ‘nossa’ face gravada pela fadiga, e nela se demora numa carícia”... Creio que “para o progresso espiritual um ato de bondade tem mais valor que uma descoberta científica” e, na mesma lógica, mais valor que uma descoberta religiosa, filosófica, artística etc... Creio que “a Bondade, o Amor e a Dor” andam de mãos dadas para se darem no cafuné aos viajores cansados... Creio que Eu Sou um Viajante Cósmico - Paqonawta -, desestrelado, exilado nessa Terra-Escola que me recebeu, descobridor de mim mesmo com o Outro, sete corpos compostos de poeira de Estrelas e 88

de Amor explodidos do gozo Dela, mascarado na pessoa que ora navega em sentimentos e pensamentos feitos de dores e amores através de bilênios-luz, cometendo loucuras, cansado, pobre e pé-rapado... Creio que Eu Sou um Palhaço, Louco varrido, Bobo por excelência, nunca, ou melhor, quase nunca fazendo papel de idiota... Creio que Religião, Filosofia, Ciência e Arte são quatro lados de uma mesma pirâmide, e no topo dela, no vértice e de braços abertos, Eu Sou um ser me entregando e buscando a harmonia em meio ao caos do universo... Creio que cada ser que alcança esse cume da pirâmide encontrou o elo perdido e ali faz a conexão como Cosmos, olhos, ouvidos e boca em pleno êxtase espiritual, o contato com si mesmo em sintonia cósmica... Creio que tudo é movimento desde o micro ao macro universo, das partículas subatômicas aos cordões de galáxias, e nesse reino humano mãos infelizes e poderosas querem nos reter na imobilidade... Creio que nessa vida a que chamamos de presente, desde a mais tenra à atual idade, o que vivi da então pré-escola à universidade, e pós- graduação, muitas mãos infelizes invariavelmente me apontavam dedos ao nariz a me ordenarem obedecer a um ritmo des-natural, des-naturado, des-amoroso e des-umanizante... Creio que muitas mãos amigas e encantadas também se deram às minhas mãos, e me convidaram a expressar o brilho das Estrelas a refletir nos meus olhos, suas mesmas paixões e encantamentos pelas descobertas inenarráveis do investigador amoroso... Creio que o Cosmos nos convida por todos os modos a estarmos apaixonados e entusiasmados pelo espírito dessas descobertas, a nos animar a enfrentar corajosamente todos os desafios e empecilhos que se colocam, que colocam e colocamos à nossa frente... Creio que devemos “rexistir” à força e imposição do desamor, e resistir para bem existir, Bem-Viver... Creio que mil estórias nos foram contadas para inspirar ou desestimular às nossas viagens pelo infinito e, a milésima primeira, nós é que contamos como nossa descoberta muito pessoal entre muitos ou infinitos caminhos possíveis... Creio que o encontro com esse ser Lindo, Maravilhoso e Fantástico que chamo carinhosamente de Gastão - Bachelard -, teve o dom de uma varinha de condão a me cutucar para sonhar acordado cada vez mais e dar asas à minha imaginação, devaneio, sonho, poesia, arte... Creio em Gastão quando ele escreveu que “a infância conhece a infelicidade pelos homens”... 89

Creio que desde tempos imemoriais uma humanidade muito infeliz quer manter a todos na ignorância de sua dignidade espiritual e do conhecimento das vidas sucessivas para o nosso progresso... Creio que os quatro anos de caminhada em doutotoro-andamento são apenas um primeiro passo para realizar mil e um sonhos e aventuras, bem-aventuranças... Creio, mais que nunca, que devemos nascer de novo o quanto for preciso, em resgate ou missão, para semear e cuidar da Flor da Vida que irão perfumar nossos corações e vidas com as cores da Felicidade... Creio que cada criança é a esperança do Cosmos de que tudo pode mudar nessa Terra por Amor... Creio que com a Pás na Terra transformaremos os caminhos por onde zanzamos perdidos em um jardim de encontro, com as portas sempre abertas ao ir e vir da Paz... Creio que um dos mais lindos Propósitos da Educação é gerar Alegria... Creio que a humanidade conhecerá a Felicidade pela Alegria da Criança... Creio que a Alegria e a Felicidade são deveres do Amor e, direitos inalienáveis dos seres no Cosmos... Creio que a Amizade - ou “amãozade” – são nossos maiores tesouros... Creio que meu tesouro está onde re-vira-voltante indica meu Coração... Creio que altre-vida-mente vou e volto da Grande Caverna ao Imenso Espaço... Creio que Além da Caverna onde estou há uma Árvore sob as Estrelas me esperando Acolá, Lá Fora... Creio que daqui a pouco eu treparei nela e baterei asas para voar por aí... Sonho?...

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Figura XX . Mandala Achakanada da “Escola Estrelada” (Starry School”) (2014). Proposta inicial de imagem tendo a Escola como Espaço-Tempo de Descobertas. Estão representados nas figuras humanas os membros da comunidade escolar e seres relacionados às experiências pessoais do autor que se aproximavam dos devaneios da tese, tendo ao centro um prédio representando a Educação/Escola. O Mágico de Triz e os pequenos Vincent e Camille convidam ao ir e vir pela estrada de “tijolos amarelos”. Elaborada pelo autor em 2014, no ingresso da pós-graduação.

Sermos, e não sermos mais!... Ó leões nascidos na jaula!... Repique de sinos para além, no Outro Vale... Perto?... Arde o colégio e uma criança ficou fechada na aula... Porque não há-de ser o Norte o Sul?... O que está descoberto?...14

Fernando Pessoa Hora Absurda

14 PESSOA, Fernando Antônio Nogueira. Poesias. Sueli Tomazini Cassal. (Org.). Porto Alegre, RS: L&PM, 1999. p. 16. 92

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PRÉ-INTRODUÇÃO

Figura XX . ieu paco tato contato paqonawta (2017). Ilustração elaborada pelo autor para a Mandala de 2017, “catando” 80 mil anos de histórias no horizonte de eventos de um looping do espaço-tempo.

Nascer, crescer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.15

Allan Kardec Livro dos Espíritos

15 Inscrição no túmulo de Allan Kardec em Paris, esculpida em 1870, consta no Livro dos Espíritos, organizado pelo mesmo. 94

Coméquiovô

Os queridos, sonhados e possíveis caminhos a serem percorridos nesse trabalho seguem o seguinte roteiro, como no primeiro esboço de sumário abaixo apresentado às orientadoras (2016) e ampliado em 2017, como títulos e subtítulos para o mapeamento de mil e uma viagens num looping entre o que chamo de Mundo Caduco e, Outro Mundo, entre o passado e o futuro. Vou e volto. Re-vira-volto.

Aviso aos navegantes

Aviso aos navegantes para quem invento o “cais”, o “mar” e o “amor” de quem quer “ser feliz”16: ... Eu vejo, falo e ouço como Pedagogo Palhaço Filosofante. Poeteiro metido a Artista Gráfico, que se fez, deu e dá a mão à (Sua) Criança, eu escrevo, desenho, coloro, à mão livre... cafuneando... Batucando e nadando livre como me “ensinou os peixinhos do mar”17, de Lisboa do Porto do Galo ao Porto dos Patos, e vice- versa... Sou, agora, re-nascido nas Minas Gerais e seguindo para além de todos os belos horizontes... Estou suspenso como um grão mínimo de poeira do Cosmos que contempla a imensidão no entorno, dentro de mim, dimim... Vejo muito... mas, quase tudo não me interessa mais.

16 Trechos em referência à letra de “Cais”, música de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, faixa 2 do lado 1 do álbum (LP) “Clube da Esquina” (02:45 min) na interpretação original de Milton Nascimento. Lançado em março de1972 pelo selo EMI, Lô Borges também leva o crédito pela autoria do álbum. Minha interpretação favorita, em parceria com a cantora portuguesa Maria do Carmo de Carvalho Rebelo de Andrade, a Carminho, disponível em , e com Nana Caymmi, com trecho retirado do documentário "A sede do peixe", de Milton Nascimento. Disponível em .

17 Referência à música “Peixinhos do mar”, interpretada por Milton Nascimento com participação de Tavinho Moura e do Grupo Uakti na percussão, no álbum “Sentinela”, pelo selo Ariola,1980. Minha interpretação favorita no original, no álbum completo disponível em .

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Leio... leio... vejo... ouço... “Longe, longe, ouço essa voz... Que o tempo não vai levar”18... Tantum ergo imaginatio... Tão sublime imaginação...... Suspiro... As obrigações impostas por aquele mundo trans-passado pela infelicidade - que observo melancólico de onde estou - são absolutamente todas da ordem de me segurar, controlar, me manter com os “pés no chão”19, me manietar, me colocar o dedo no nariz, me cercear o sonho, me estrangular para que a energia da Vida não flua por meu ser... As responsabilidades que a mão da Criança me convida a vir e ver, viver, tem a gostosura de fruta e flor tirada do pé de árvore em que a gente sobe e brinca, e ama sem medo e sem vergonha de ser feliz... naquele e daquele Jardim... Naquela Escola... Com Aquela Criança... Com aquela Infância na Escola... Hoje, um Passado tão presente “para sempre Beatriz!” no Presente... Felicidade... Uma lenda... um mito... uma epopeia... Um futuro trans-formado pelo presente... presente de como quem recebe uma carícia suave...... “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo” 20... Será?...

18 Referência à “Sentinela”, música interpretada por Milton Nascimento com participação de Nana Caymmi, no álbum “Sentinela”, que se inicia com versos do “Tantum ergo sacramentum”, palavras do hino de São Tomás de Aquino (1264) que se canta nas honras do Sacramento em ritual da Igreja Católica.

19 Referência à música “Beatriz”, de Chico Buarque e Edu Lobo (1982), no espetáculo “O Grande Circo Místico” (1983), inspirada no poema de Jorge de Lima e criado originalmente para o Balé Teatro Guaíra. Ver também a página de Facebook Chico - 70 anos: https://www.facebook.com/chico70anos/posts/532542280201304 Interpretação com Chico Buarque e Edu Lobo (1984): https://www.youtube.com/watch?v=qaEzcERT8l8 Interpretação favorita com Milton Nascimento: https://www.youtube.com/watch?v=OlAWdJvjxGc e https://www.youtube.com/watch?v=2ZO2kfmjrS0

20 Frase atribuída a Peter Drucker (19/11/1909 - 11/11/2005), considerado o pai da administração moderna.

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Um cafuné... “com”, “para” e “das” Meninas, dos Meninos, das Crianças, dos Macacos Sábios que sobem e pulam de árvores... “Vem, me leve para sempre, Beatriz... me ensine a não andar com os pés no chão...para sempre é sempre por um triz”21... Vem, com o Mágico de Triz22...

Figura XX . Os Três Macacos Sábios MiruCri, KikuNa e IuÇa, os que Bem-olham, Bem-escutam e Bem-falam “com”, “para” e “das” Crianças e pelos direitos da Infância na Escola, são personagens nascidos e descobertos na Escola Beatriz em 2012, desenhados em 2014 nessa ilustração para a Lenda dos Macacos Sábios imaginada no mestrado do autor (2009/2011) e revelada na Escola23.

Não serei o pesquisador de um mundo caduco

E, como aquele que não será o “poeta de um mundo caduco”24, sigo “audaciosamente indo onde nenhuma criança jamais esteve”25: “não

21 Referência à música “Beatriz”, de Chico Buarque e Edu Lobo (1982). Citado anteriormente.

22 O Mágico de Triz é um personagem criado na Escola Beatriz, em 2013. Aparecerá nessas páginas à frente...

23 Lenda postada em um dos blogs do autor, “Ciadapaz”, em 2914. Disponível em . 24 Drummond em “Mãos dadas” (1940), citado anteriormente.

25 Ieu, na dissertação (2011), “Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg. Disponível em 97

serei o pesquisador de um mundo caduco”, afirmei às orientadoras, assim, metido à besta e, nesse ponto, nessa afirmação, “in-orientável”... Arrisco ao mar, ao “Grande Oceano”, porque é preciso e necessário navegar, criar, e boto minha mão no fogo por isso, por essa decisão... mas não brigo por ela...

Brigam Espanha e Holanda Pelos direitos do mar O mar é das gaivotas Que nele sabem voar Brigam Espanha e Holanda Pelos direitos do mar Brigam Espanha e Holanda Por que não sabem que o mar Por que não sabem que o mar Por que não sabem que o mar É de quem sabe amar26

... Suspiro... Esse Mundo caduco feito de fogo, morte, guerra, dominação, violência, infelicidade...... No fogo da comida que se faz no fogão de lenha, o fogo brando, a panela de ferro ou barro, os ingredientes da horta e do quintal, o tempo, o espaço da cozinha está recheado de gentes e seres queridos, alguns des- queridos, de “causos” e, cheiro de intimidade no ar... O prato é servido assim, contando histórias que formam o tudo. ... No texto “corrido” propriamente dito da tese - que não é nem de perto e de longe a linguagem protagonista - entre-meio tudo com música, canção, poesia e, se Eu vejo, falo e ouço como Pedagogo Palhaço Filosofante, metido a Artista Gráfico, o que ora registro, gra-dual-mente, além do ponto a ponto, dis-conecto e re-conecto esses pontos, des- contextualizo passo a passo, pé ante pé, pouco a pouco, paulatinamente, mão a mão, criando e re-criando outras interpretações, significados, contextos...

. Acesso em 18 de março de 2014. B

26 “Um cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco”, letra da música interpretada por Milton Nascimento no álbum “Sentinela”. 98

Escrevo mesmo apenas nessa apresentação, pré-introdução, introdução e capítulo final, nas considerações finais, para que os navegantes do texto me saibam o que é possível, e o que me foi possível ter tocado e contatado. Na minha abordagem, em cada porto dos capítulos, especialmente os dois primeiros da Educação e da Imaginação, apenas registro no desenho de mapas os territórios que já foram descobertos e demarcados por outros pesquisadores com o dom da argúcia e minúcia de seus anos de estudo. Esses pontos demarcados são encarados por mim como material existente aos quais tive acesso que me ajudam a compreender, numa linha espaço-temporal imaginária, as correntes pelas quais aqueles que têm interesse e trabalho na área de formação, ensino, educação, pesquisa etc. navegam desde os primórdios da vida humana, da vida planetária, da vida do Cosmos, e decerto de visões da vida sobre isso. De posse de mapas dos pioneiros, dos antigos, a quem devo a mais profunda gratidão e respeito, vou então des-contexto-atualizando e criando uma história catada em minhas visões, dando relevância a isso e àquilo que me ajudam a criar e construir possíveis argumentos para apresentar a tese da possibilidade de saída da(s) caverna(s). Brinco, logo rexisto. “Meta-morfo-poesieio”... Faço-me de “Catador Ambulante de Histórias”. Os mapas são, para mim, pressupostos... e lidos, revirados por anos, estão na Bibliografia, como informação disponível para consulta. O que me importa e tem o significado mais amplo e simples, é o conseguir deixar a mostrar a outrem uma visão, a minha experiência “estesiética” imaginativa nascida no devaneio a que me entreguei, que me foi possibilitado pela orientação que me deu asas e vento às velas, com a alegria descoberta no respaldo daquele que me des-orientou do chão, dos diversos chãos: Gastón Bachelard. Tantos textos encontrados, lidos, espiados, e que me parecem vieram con-firmar que o que eu estava vivendo no meu caminho foi, desde a meninice, tão bachelardianos nesse sentido do devaneio... E, nenhuma biografia num calhamaço, mas apenas poucas notas sobre sua “origem humilde”, o neto de camponeses e filho de sapateiro, que trabalhou nos Correios e Telégrafos, autodidata que estudou e se formou em matemática e foi ser professor de Física. Um Menino-Homem que se mostrou a mim em suas re-cordações na “póetica do devaneio”, assim, navegando entre a imaginação e conhecimento, dormindo acordado e sonhando lucidamente, que entrou na Mandala da Educação com Imaginação com a graça do quinto elemento, o humano apontando 99

água, terra, fogo, ar... espaço... Cosmos... a Cruz... aonde está o Coração...aonde está o Tesouro... marcado em seu peito...... A “estesia”, o sentimento do belo é fácil... O difícil é o belo... disseram uma vez num banquete27, que não era bem assim onde todo mundo botava, mesmo, a mão no fogo, ou na taça de veneno por suas firmezas nas convicções... Assim é a Mandala-tese que vem sendo desenhada, redondinha num vórtice que chama a si aqueles que se deram as mãos na brincadeira de roda que cantam, cantamos juntose, dessa “mãoneira” invento, escrevo, descrevo, des-escrevo, desenho, re-desenho, resenho, prendo, des-prendo, en-redo, des-enredo, me re-parto, parto... pra bem longe... vendo... olhando... o olhar... o Evídeo... o Bem-te-ver... “O olhar que prende anda solto” e “o olhar que solta anda preso”28... O olhar de um espantado... O olhar exclamado da vida de quem tem a (des)vantagem de ser um Bobo de Minas descobrindo o mundo29... O olhar de um mineiro dos Universos Gerais... Um olhar com reticências... e, certamente com quintessências, assim nos dedos, na tecla: ... 1 ... 2 ... 3 ... 4 ... 5

27 Referência às palavras de Sócrates em “O Banquete”, de Platão.

28 Trechos de “Desenredo”, música de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, que dizem ter sido inspirada no conto “Tutaméia - Terceiras histórias”, de João Guimarães Rosa. Pinheiro afirma que Dori se “considera 33,3% baiano, 33,3% carioca e 33,3% mineiro”. Disponível em e, . Acesso em 18 de outubro de 2016. Minha interpretação favorita com Dori Caymmi: Disponível em .

29 Trecho em referência ao poema “das vantagens de ser bobo”, de Clarice Lispector. In LISPECTOR, Clarice. A Descoberta do Mundo. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 1984. Pela Editora Rocco, as páginas 337-338 estão disponíveis em . Acesso em 19 de julho de 2016.

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O papel bidimensional só aceita outras dimensões pela poesia, pela pintura, pela arte, pela canção, pelo eu vendo, ouvindo e falando no vídeo... Eu no vídeo... Evídeo... E do papel eu pulo às telas dos quadros como janelas interdimensionais... Às telas “ligando, rodando, clicando em mil telas, com mil ideias na cabeça e mil teclas à mão, as mil e uma histórias de cada um” que “se tornarão tão numerosas quanto as estrelas do céu”30... assim falei na dissertação...

30 ieu na dissertação. p.266-267.

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Figura XX . Gastón e Bachelard (2017). Rêverie... Devaneio... Estão representados nas figuras humanas Gastón Criança e Bachelard Adulto como personagens para a Mandala da Educação com Imaginação de 2017. Elaborada pelo autor.

...“A imaginação inventa mais que coisas e dramas; inventa vida nova, inventa mente nova; abre olhos que têm novos tipos de visão. Verá se tiver "visões". Terá visões se se educar com devaneios antes de educar-se com experiências, se as experiências vierem depois como provas de seus devaneios"...

Gastón Bachelard A Água e os Sonhos.31

Criança! Dê-me Sua Mãontologia e Epistemãologia! Ontologias e Epistemologias, Cronologias e Pedagogias se desvanecem aqui...

31 (1942). BACHELARD, Gastón. A água e os sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes, 2013. p. 18

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Como nasceu a ideia ins-piradora para a tese

E, assim que saí da pesquisa sobre o telejornal e as crianças, para fazer e ser notícias com elas. Do lutar e viver para dar “Liberdade à Voz das Crianças” eu mesmo Leo-Leão fui me transformando para viver e dar asas ao meu e ao mundo da imaginação delas. Do “deixai vir à mídia as criancinhas” na dissertação, eu me percebi na felicidade do “deixai vir a mão das criancinhas” no doutotoro- andamento. E, de um anteprojeto inicial para o doutorado apresentado à seleção junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação, eu andei. Nesse processo de dois anos no mestrado, mais dois anos na escola e na Rede Municipal de Educação de Florianópolis, indo além das minhas “obrigações” do cargo, quase cem vídeos editados e milhares de ilustrações, fotos, trabalhos, tarefas, envolvimentos etc. a re-vira-volta se deu. Do anteprojeto apresentado “A saga do des-cobrimento da infância em Abya Yala: registros das andanças e bem-aventuranças de um Catador de Histórias viajante pelas Américas”32, onde eu focava na educação e comunicação indígena (Emíndio), além da questão específica da prova onde discorreríamos sobre um trecho da entrevista de Michel Mafessoli a Gilberto Icle33...

(...) A pesquisa só terá futuro se ela estiver de acordo com a vida social, se ela souber propor novas palavras, se ela souber propor novas metáforas, se ela souber propor novas intuições que são, aliás, a origem de todas as grandes descobertas.

... foi um pulo, um salto, um abrir de coração na entrevista pessoal junto às professoras da Linha Educação e Infância, onde eu me arriscava a ouvir um “não” na lista de aprovados.

32 Anexo 2. Folha de Rosto - Seleção Doutorado/Turma 2013, para o Programa de Pós-Graduação em Educação, PPGE, da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.

33 MAFFESOLI, Michel; ICLE, Gilberto. Pesquisa como Conhecimento Compartilhado: uma entrevista com Michel Maffesoli. Educação & Sociedade, v. 36, n. 2, 2011. Disponível em . Acesso em 14 de maio de 2013. p.3.

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O querido “Emíndio” cedeu ao necessário “Evídeo”. Precisava que assim fosse. Na questão respondida me recordo ter escrito sobre a Relatividade de Einstein, e de nosso ponto de vista em relação a um rio à frente. As águas passam, desde a nascente nas montanhas para se dirigirem ao mar. Águas que passaram são “passado”. O “futuro” vem de trás. E, brinquei com as palavras, afirmando que a infância também poderia ser considerada aquele futuro que vem de trás. Em um breve espaço de tempo, já na madureza dos quarenta anos dessa atual vida, eu terminei a graduação em Pedagogia depois de anos e anos também entre as Artes Plásticas, o trabalho profissional como Artista Gráfico e Publicitário registrado34, fiz o mestrado, e ingressei no doutotoro-andamento. (Creio que o que trato atualmente na tese teve uma das nascências nessa época, do curso de Educação Artística em 1982 (e depois Artes Plásticas em 1986) da Universidade Federal de Uberlândia, UFU, em Minas Gerais, quando iniciei um artigo sobre “Educação e Reencarnação” na doce animação e ingenuidade de meus 21 anos. Esse original se perdeu entre tantas mudanças de domicílio, cidade e país nessa vida, depois de ter causado estranhamento, espantamento e irritamento entre professores naqueles dias da (im)possibilidade de tratar tal tema na academia. O que aquele texto discorria escorreu, agora para mim, doutotoro-andando e voando nas asas da imaginação, e do conhecimento...) Em cinquenta anos chorei e sorri, desenhei e pintei, odiei e amei, entristeci e alegrei, me esborrachei até ao inferno, à fome, à solidão na caverna feito urso onde me meti... e levantei, decidi voltar para o trabalho junto à escola, de onde quase sempre estive envolvido. Em uma mesma vida também morremos e renascemos muitas vezes... pois “tal é a lei”...... “Por toda terra que passo... Me espanta tudo o que vejo”...

34 Registro de Publicitário pelo Ministério do Trabalho, Diretoria Regional de Trabalho de Minas Gerais: MTb/DRT 1059, em 1992. Muitos anos de trabalho anterior e posterior no serviço público entre a Prefeitura de Uberlândia/MG, Universidade Federal de Uberlândia, UFU, e Agência de Comunicação, AGECOM, da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.

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“Ê, Minas... Ê, Minas... É hora de partir... Eu vou... Vou-me embora pra bem longe”35... Buscar o mar... Buscar a “Ponta de areia, ponto final”... “Da Bahia à Minas, estrada natural... Que ligava Minas ao porto, ao mar... Caminho do ferro mandaram arrancar”36... O mar... o mar... que te preciso... que tem necessidade de mim, que me anima e faz criar o que ora segue abaixo, acima, do lado de cá, do lado de lá, aqui, acolá, lá fora, cá dentro... Paz... Pás...... “O Barco do nosso Destino soltou as amarras e partimos” por “todas as terras sem nome da imaginação”...... A cidade é moderna, Dizia o cego a seu filho... Os olhos cheios de terra, O bonde fora dos trilhos... A AVENTURA COMEÇA NO CORAÇÃO DOS NAVIOS... Pensava o filho calado... Pensava o filho ouvindo... Que a cidade é moderna, Pensava o filho sorrindo.. E era surdo e era mudo... Mas que falava e ouvia37... (Grifos meus)

35 Trechos de “Desenredo”. Citado anteriormente.

36 Trechos de “Ponta de Areia”, música de Fernando Brant e Milton Silva Campos Nascimento, o “Bituca”. No álbum “Minas”, do álbum lançado pelo selo EMI- ODEON em 1975, com produção de Ronaldo Bastos. Minha interpretação favorita, no violão e voz de Eliane Dias, disponível em . Minha interpretação favorita com Dori Caymmi e Danilo Caymmi, disponível em ; e também a original, com Milton Nascimento, cantando com crianças e sinos mineiros, disponível em .

37 Letra de “Trastevere”, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, no álbum “Minas”, 1975. Trastevere é um bairro de Roma, cujo nome vem do latim “Trans Tiberim”, que significa literalmente "além do Tibre", rio da cidade. Na letra da música, para Milton 105

Doncovim... Quemcosô... Oncotô... Proncovô?... Coméquiovô, senão pelo devaneio e catando as experiências de outrem e as minhas como provas de descobertas de seus sonhos, imaginação? Pois, “o novo espírito científico” supõe, então, a necessidade de um novo espírito religioso e filosófico, artístico, poético, “estesiético” etc... Assim destruo, crio, re-crio... Olho, vejo, escuto, falo, divago, silencio, durmo, sonho... acordo... “a-cordado”... “trago de novo ao coração”, processo no coração - software -, pesquiso, investigo, des-cubro, des-velo, intuo, relaciono, cor-relaciono, processo também no computador pessoal (PC) do cérebro - hardware -,e só aí que anoto, escrevo...... Ainda no trabalho na(s) escola(s) e Rede Municipal de Educação de Florianópolis, já aprovado em 2013 para o doutorado, sabendo que leríamos em algum momento a “História da Pedagogia” de Franco Cambi e os “aspectos históricos e conceituais” da escolarização e infância, muito inspirado pela disciplina ministrada pela Profa. Telma Piacentini no mestrado que contava a história da criança pelo brinquedo na História, e na Arte, quis buscar imagens da criança nas Artes Plásticas tendo como roteiro o sumário de Cambi. Foi então que descobri a(s) mão(s) da(s) criança(s) nas cavernas da pré-história ao redor do mundo neste planeta chamado Terra. Zuuuuuuuuuum! Encontrei imagens de 40 mil anos de idade, e estas imagens nas minhas próprias como um reflexo daquelas nas “mãonifestações” que fazia e, em anos recentes com as mídias digitais passei a fotografar por onde quer que eu fosse...

Nascimento a cidade de Belo Horizonte é a Roma moderna. Em “MIL’ TONS: uma identidade cultural musical”, de Alberto Carlos de Souza, 2012. Bibliografia. 106

“Mãonifestação é coisa de ir a mão e ser irmão, de dar as mãos e re-escrever a gente e o mundo com aqueles e aquelas que dão asas à minha imaginação... imãoginação... aquelas e aquilo que vamos em des- cobertas a gente adentro e mundo afora... imãoginando... des-cobrindo bem-aventuranças pelo Cosmos” 38......

Era tão normal que o tempo parava E a meninada respirava o vento Até vir a noite e os velhos falavam coisas dessa vida Eu era criança, hoje é você, e no amanhã, nós39...... Eu me vi e vivi há 10 mil, há 20, 30 e, cheguei aqui neste planeta Terra há 40 mil anos atrás... senti, pensei, imaginei... “imãoginei”... Passei, desenhei, pintei, morei, nasci, vivi, morri, em mil cavernas40. Agora, na milésima primeira... Zuuuuuuuuuum!

38 Álbuns de Facebook do autor com mãonifestações: Mãonifestações já no doutotoro-andamento: Disponível em .

Mãonifestação noutros espaços-tempos anteriores ao doutotoro-andamento: Eu me lembro 2: https://goo.gl/1CRpAS; Eu me lembro 1: https://goo.gl/lomhGf; ETA: https://goo.gl/o3vAgz; Ir...mão: https://goo.gl/bPQwbv

39 Letra de “Fazenda”, de Nelson Ângelo, interpretada por Milton Nascimento, no álbum “Geraes”, 1976.

40 Vide a homenagem da Samsung ao artista Raul Seixas em “Metamorfose Ambulante”, contando uma história de “Eu nasci há 10 mil anos atrás, de que descobriu o celular numa caverna e, vai ao futuro por uma nave espacial. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=STWauqVaPiU>.

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Nessa descoberta fui tomado por um furacão, e tal qual a menina Dorothy em “O Mágico de Oz”, mas... “aquém” do arco-íris... na escola, nas escolas, conheci um outro, mil outros universos nas mãos que se deram às minhas no mais puro e simples gesto de saudação e de despedida sob o “Efeito Mãoborleta”, aquele que provoca tufões pelo Cosmos... Zuuuuuuuuuum! No “encontro” da mão do Pedagogo - aquele que conduz pela mão - com a(s) mão(s) da(s) criança(s), fez-se o “contato” com a(s) mão(s) da(s) criança(s) da(s) caverna(s) em mil “mãoborletas”41, de mãos dadas. Passado, Presente e Futuro se confluíram num instante, num horizonte de eventos, “aquém” neste planeta formando um “Buraco Colorido” do lado de cá de um “Buraco Negro” com “fonte”, certamente, Acolá... Um instantâneo cantado e silencioso, poético, de êxtase, de sentimento do Belo, de Beleza, de Belezura, de estesia, “estesiético”, numa Mandala colorida com as cores do arco-íris e, além no Rosa de um Amor e Dourado de uma Sabedoria. Zuuuuuuuuuum! Abriu-se a “Caixa de Beatriz”42 e toda a Esperança (agora sei, de Felicidade) escondida deste mundo caducando por tanta infelicidade, deste planeta Terra em que descobri doutotoro-andando que “a infância conhece a infelicidade pelos homens”43. Inspiradamente, milhares e milhares, milhões e bilhões de fatos, experiências, reflexões, leituras, andamentos e andanças, perdições e encontros, atalhos e caminhos, realidades, possibilidades e sonhos inimagináveis se revelaram a mim, me tomaram, literalmente me possuíram e, ao encontro, convivência, “aprendizado”, descoberta e criação com tantos seres bem-amados as ações e visões, registros e edições, descrições e inscrições me bem-disseram da história e enredo, pano de fundo da tese tomando forma, cor, perfume, gosto, por todos os sentidos, orientações e des-orientações por entre as diversas “correntes

41 Álbum de Mãoborletas no Facebook do autor: https://goo.gl/JVUJ0

42 Álbum de Facebook da Escola Beatriz de Souza Brito, Florianópolis/SC, criado pelo autor em 2013, com atividade descrita nele, desenvolvida pelo mesmo com crianças do Primeiro Ano (6 anos). Disponível em .

43 BACHELARD, Gastón. A Poética do Devaneio. Tradução Antônio de Pádua Danesi. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes, 2009. p.94. 108

religiosas, filosóficas, científicas, pedagógicas, artísticas, musicais, ‘poesiéticas’, ‘estesiéticas’ e espirituais” em que me co-movia...... Assim nasceu a tese...Assim nasci da tese, assim re-nasci na tese e descobri possibilidades de caminhos sobre o “é possível sair da caverna”, desconfiando sábia e sabidamente que “somente (aqueles que se transformam e se fazem como) as Crianças conseguem isso”... Eu, que saíra do mestrado querendo ir ao “encontro” da Criança da Revelação zaratustriana, que saíra a navegar no descobrimento Dela - “o inocente” - fui encontrar a mim mesmo na carência e “querência” da mais simples ludicidade para ter o meio de “comum-única-ação” com Ela. Descobri a Criança, a Infância, as Crianças, as Infâncias, me des- en-cobri, me des-cobri. E, dentre tantas Crianças e Infâncias, bem que tentei fugir das Mãos Dela - Da Criança das Crianças - por anos e, quiçá, por séculos e milênios...... Desde Tato, da Criança desenhando a sua mão na caverna até ao Contato, com a mão da Criança no espaço, doutotoro-andando descobri que queria ir muito mais na compreensão do que é “ser criança” além das considerações de todos os estudos, pesquisas em todas as matrizes e matizes convencionados no que, então, também convencionei chamar de “Mundo Caduco”...este imerso e se afogando na infelicidade sem fim dada a conhecer à infância pelos homens neste planeta Terra, digamos, nos mais recentes 40 mil anos com todas assuas histórias. Quero, sim, me distanciar deste mundo infeliz no geral, mas que também tem muita felicidade pontuada aqui e ali. E, filosófica e literalmente me distanciei, para, de outra perspectiva, a de situar a humanidade num cenário maior, mais amplo - o cósmico - compreender o que é ser criança e porquê ter cuidado com a infância neste planeta. O rio de águas, cujo futuro vem de trás, naquela resposta à questão da seleção de doutorado do PPGE UFSC de 2013 para entrada em 2014, se transformou num mar no Grande Oceano cósmico. 109

...... Os cientistas e filósofos da Antiguidade clássica tinham compreendido muito bem que a Terra era um simples ponto num vasto cosmo circundante, mas ninguém jamais a vira nessa condição. Era a nossa primeira oportunidade (e também a última em várias décadas). Carl Sagan44

Eu estava ali, naquela Antiguidade clássica, e também antes na pré-história, na pós-história da caduquice do Novo Velho Mundo... e, de algum modo, tive a oportunidade de ver aquele “simples ponto num vasto cosmo circundante” naquele dia entre cientistas atônitos, e décadas, séculos, milênios depois como Menino que viajava pelo espaço sideral... Foi nessa viagem imaginativa que ora empreendo que também vira o que é ser Criança nessa vastidão. E, por isso, creio que seria lindo, maravilhoso e fantástico compartilhar essa visão, cantando, poetizando, desenhando ela... Assim, quero compreender e, fui, de mãos dadas e de asas da imaginação abertas como velas ao vento, nesta viagem de descobrimento, de mim mesmo e da Criança e Infância numa perspectiva cósmica. Quase tudo já foi escrito e desenhado desde aquela mão de Criança na caverna, na Antiguidade clássica e nas várias “idades” dadas aos períodos da história escrita... e, de minha parte, resta juntar flashes, instantâneos de tantos mapas desenhados, catar todas essas histórias para fazer as minhas próprias lâminas, cartas, mapas, fotografias, legendas, lágrimas e sorrisos de mil viagens que vou quando posso, quando quero, neste milésimo primeiro “chegar e partir” de “dois lados da mesma viagem”45 desta vida...

44 SAGAN, Carl. Pálido Ponto Azul: uma visão do futuro da humanidade no espaço. Disponível em . Acesso em 08 de maio de 2015.

45 Referência à canção “Encontros e Despedidas”, de Milton Nascimento e Fernando Brant. Do álbum homônimo, lançado em LP em 1985, pelo selo Barclay, duração de 110

......

Figura XX . Pale Blue Dot (Pálido Ponto Azul). Fotografia feita do planeta Terra à uma distância de 6 bilhões de quilômetros pelas câmeras da sonda Voyager 1 (NASA), em 14 fevereiro 1990, quando esta se despedia do Sistema Solar em direção ao espaço profundo desde a órbita de Netuno. Carl Sagan, envolvido no projeto da sonda, apresentou esta imagem na Universidade Cornell, em 13 de outubro de 1994, junto com reflexões sobre o "Pálido Ponto Azul" que a imagem representava46.

Essa imagem e o texto da palestra de Carl Sagan sobre ela me inspiraram por muitos anos, e agora me sugerem um “como fazer” a tese:

3:35 min. Interpretação original favorita, com participação do artista norte-americano Hubert Laws na flauta. Disponível em .

46 Foto da NASA e texto original do discurso de Carl Sagan na Universidade Cornell, Ithaca, Nova Iorque, Estados Unidos. Disponível em . Acesso em 08 de maio de 2016. Vídeo com som original em inglês na voz de Carl Sagan, e legenda em português: . Existem várias versões atualizadas, com novos recursos gráficos, mixando inúmeras imagens da vida no planeta.

Ver também:

Outros textos com ideias inspiradoras de Carl Sagan também foram transformados em vídeos-tributos, como “Humildade” (https://www.youtube.com/watch?v=HRlQ1_KRCCw) e “Planeta de idiotas” (https://www.youtube.com/watch?v=WGPUdomqS5E), e “Carl Sagan – uma maneira de pensar” (https://www.youtube.com/watch?v=otZzznkXhjo).

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imaginando, com imagens-em-ação de uma história milenar contada de mil modos... até a minha milésima primeira “catada”...

Nós estamos aqui

A espaçonave estava bem longe de casa. Eu pensei que seria uma boa ideia, logo depois de Saturno, fazer ela dar uma última olhada em direção de casa.

De saturno, a Terra apareceria muito pequena para a Voyager apanhar qualquer detalhe, nosso planeta seria apenas um ponto de luz, um “pixel” solitário, dificilmente distinguível de muitos outros pontos de luz que a Voyager avistaria: Planetas vizinhos, sóis distantes. Mas justamente por causa dessa imprecisão de nosso mundo assim revelado valeria a pena ter tal fotografia.

Já havia sido bem entendido por cientistas e filósofos da antiguidade clássica, que a Terra era um mero ponto de luz em um vasto cosmos circundante, mas ninguém jamais a tinha visto assim. Aqui estava nossa primeira chance, e talvez a nossa última nas próximas décadas.

Então, aqui está – um mosaico quadriculado estendido em cima dos planetas, e um fundo pontilhado de estrelas distantes. Por causa do reflexo da luz do sol na espaçonave, a Terra parece estar apoiada em um raio de sol. Como se houvesse alguma importância especial para esse pequeno mundo, mas é apenas um acidente de geometria e ótica. Não há nenhum sinal de humanos nessa foto. Nem nossas modificações da superfície da Terra, nem nossas maquinas, nem nós mesmos. Desse ponto de vista, nossa obsessão com nacionalismo não aparece em evidencia. Nós somos muito pequenos. Na escala dos mundos, humanos são irrelevantes, uma fina película de vida num obscuro e solitário torrão de rocha e metal.

Considere novamente esse ponto. É aqui. É nosso lar. Somos nós. Nele, todos que você ama, todos que você conhece, todos de quem você já ouviu falar, todo ser humano que já existiu, viveram suas vidas. A totalidade de nossas alegrias e sofrimentos, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e saqueador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e plebeu, cada casal 112

apaixonado, cada mãe e pai, cada crianças esperançosas, inventores e exploradores, cada educador, cada político corrupto, cada “superstar”, cada “lidere supremo”, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu ali, em um grão de poeira suspenso em um raio de sol.

A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pense nas infindáveis crueldades infringidas pelos habitantes de um canto desse pixel, nos quase imperceptíveis habitantes de um outro canto, o quão frequentemente seus mal-entendidos, o quanto sua ânsia por se matarem, e o quão fervorosamente eles se odeiam. Pense nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, em sua gloria e triunfo, eles pudessem se tornar os mestres momentâneos de uma fração de um ponto. Nossas atitudes, nossa imaginária auto-importância, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no Universo, é desafiada por esse pálido ponto de luz.

Nosso planeta é um espécime solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Na nossa obscuridade, em toda essa vastidão, não há nenhum indicio que ajuda possa vir de outro lugar para nos salvar de nós mesmos. A Terra é o único mundo conhecido até agora que sustenta vida. Não há lugar nenhum, pelo menos no futuro próximo, no qual nossa espécie possa migrar. Visitar, talvez, se estabelecer, ainda não. Goste ou não, por enquanto, a terra é onde estamos estabelecidos.

Foi dito que a astronomia é uma experiência que traz humildade e constrói o caráter. Talvez, não haja melhor demonstração das tolices e vaidades humanas que essa imagem distante do nosso pequeno mundo. Ela enfatiza nossa responsabilidade de tratarmos melhor uns aos outros, e de preservar e estimar o único lar que nós conhecemos… o pálido ponto azul.47

47 “O Pálido Ponto azul”, tradução livre do texto original do discurso de Carl Sagan na Universidade Cornell, Ithaca, Nova Iorque, Estados Unidos. Original disponível em . Acesso em 08 de maio de 2016. Tradução livre para o português, com texto ampliado com elementos do livro vídeo, por Leonardo Schabbach (15 de julho de 2015), disponível em . Acesso em Acesso em 08 de maio de 2016. 113

“E se não cortássemos as asas da imaginação das crianças”

Perguntando “e se não cortássemos as asas da imaginação das crianças” também não cortei nem corto as minhas próprias asas, me atrevendo a seguir nessa viagem, no roteiro que estabeleci, no roteiro que aquelas mãos às quais dei as minhas me revelaram. Sendo a Criança zaratustriana “a inocência, e o esquecimento, um novo começar, um brinquedo, uma roda que gira sobre si, um movimento, uma santa afirmação”, eu parti do mestrado em 2011 com aquela frase “deixai vir à mídia as criancinhas” e saí ao encontro delas. Vou descobrindo que a frase tônica no doutotoro-andamento é “deixai vir a mão das criancinhas”, em sabendo que a “infância conhece a infelicidade pelos homens”. Como de minhas “visões”, “sonhos” e “devaneios” poéticos vou anotando isso e aquilo nesse processo peculiar de “escrevimento”, mapeamento, “desenhamento” e “colorimento”, tudo ao mesmo tempo durante o “tempo da tese”, talvez seja no meio, no fim ou no princípio, ou num instante, que já sou, e sei, que “os homens conhecerão a felicidade pela (mão da) Infância. Veja-se, ouça-se, diga-se, a mão da “Infância Filosofante”, eu proponho a esclarecer... Tenho 80 mil anos terrestres para viajar, navegar, descobrir, sonhar, imaginar, criar nessas proposições, na tese que apresento ao Almirantado nos seres da banca, e àqueles e àquelas a quem nos demos as mãos, e também às que me esbofetearam com as suas... Carl Sagan, por exemplo, me parece uma Criança que, se teve suas asas da imaginação podadas um dia, jamais as teve cortadas e, de sua meninice até depois da série de TV “Cosmos”, a “Nave da Imaginação” em que viajou e nos levou a tantos lugares do espaço-tempo ainda continua a ins-pirar ao seu “entusiasmo”48, no “ex-piramento” de um

Ver também: O Pálido Ponto Azul , que é parte do “Retrato de Família”, “imagem do sistema Solar fotografada pela sonda espacial Voyager 1 em 14 de fevereiro de 1990. A imagem é um mosaico composto de 60 quadros individuais, as últimas imagens capturadas pelo programa Voyager.” Disponível em . 48 “Entusiasmo” tem a sua origem no Latim. Ele é derivado de ENTHUSIASMUS, que, por sua vez, é derivado do grego, ENTHOUSIASMOS, que tinha como significado “Inspiração divina”. Esta palavra grega faz parte do verbo ENTHOUSIAZEIN, que significava “estar inspirado por um deus”. 114

mundo infeliz, talvez muitas vezes contado talvez em imagens, mapas, e preso a correntes falsas... Em um recente vídeo sobre ele, e sua infância49, fica claro o poder e o impulso da curiosidade, que pressupõe imaginação, e asas ao vento. (Tema a ser tratado no Capítulo V) ...... Enfim, minha curiosidade, e um Amor que me deu a mão, me levou a querer saber sobre o que é ser Criança e porque a Infância é importante nesse contexto e cenário cósmico, onde o próprio planeta Terra é apenas um pequeno e Pálido Ponto Azul visto da órbita de Netuno. Quantas culturas, sociedades, civilizações e seres estão por aí pelo Cosmos (des)conhecido nesses 14.540.042.018 de anos contados desde o (hipoteticamente mais recente) Big Bang? Estou “entusiasmado” para seguir viagem... nessa compreensão! ......

Os vídeos editados por mim, abaixo, resumem uma trajetória de anos de informação, “estudo”, conhecimento, imaginação, sonho, devaneio, bem-te-visão, saudades, carências e querências de quem segue entusiasmado... Enfim, estotorado, animado...

Fonte: e .

49 “Poeira das estrelas”, 2016. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=sZRrsOGXn1w>. Original escrito e dirigido por Ratimir Rakuljic: “Young boy amazed by the stars in the night sky sets off on a great voyage of discovery. A short film inspired by the life and work of Carl Sagan”. Disponível em . 115

Vídeo XX: Escola Estrelada/Starry School: Espaço/Tempo de Des-cobertas Brincânticas Editado pelo autor em janeiro de 2014, 11:46 min., como despedida do trabalho por dois anos na escola Beatriz em dezembro de 2013. Uma síntese da caminhada do mestrado até ali, colocando uma mão no futuro. Dedicado às Crianças na pessoa do Mágico de Triz.50

Vide Videografia do autor nas Referências. Todos os vídeos se entre-laçam e se co-relacionam uns com os outros, buscando elementos e cenas de um para o outro. Catam histórias e contam de uma bem-te-visão.

VIDEOGRAFIA DO AUTOR

Vídeos do autor 2011-2018

. 79 vídeos publicados a conferir . 41 vídeos publicados por Filosomídia, relacionados com Educação e a ação Educativa. . 25 vídeos publicados por Escola Beatriz, sendo 01 retirados do ar pelo Youtube por questões de direitos sobre a trilha sonora não resolvidas pelo outro profissional responsável posteriormente pela função de administrar as páginas e contas virtuais da Escola: Beatriz: um show de Escola. . O quase primeiro: Bem-te-vi re-encantando o mundo, Primavera, 20 setembro de 201251.

50 Disponível em .

51 Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=9GWgJ-o6yIM>.

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. 09 vídeos publicados pela Secretaria de Municipal de Educação de Florianópolis. . 01 vídeo publicado por Doutores da Pazlhaçada. . Muitos outros vídeos foram produzidos, mas não publicados no Youtube.

Segue a lista dos vídeos com sinopse, na Bibliografia.

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Figura XX . “Ir-mão-gem-em-ação”... 22 de abril de 2017: quinhentos e dezessete anos do descobrimento do Brasil em frente ao mar... Praia do Campeche, Florianópolis, SC... no uso e nas atribuições daquele que se mete na “faculdade de formar imagens que ultrapassam a realidade, que cantam a realidade”52...

Ao sonhar com a infância, voltamos à morada dos devaneios, aos devaneios que nos abriram o mundo. É esse devaneio que nos faz primeiro habitante do mundo da solidão. E habitamos melhor o mundo quando o habitamos como a criança solitária habita as imagens. Nos devaneios da criança, a imagem prevalece acima de tudo. As experiências só vêm depois. Elas vão a contra-vento de todos os devaneios de voo. A criança enxerga grande, a criança enxerga belo. O devaneio voltado para a infância nos restitui à beleza das imagens primeiras.

Pode o mundo ser tão belo agora?53

Gastón Bachelard A Poética do Devaneio

52 BACHELARD, Gastón. A Água e os Sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. Tradução Antônio de Pádua Danesi. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes, 2013. (Biblioteca do pensamento moderno). p.18.

53 BACHELARD, Gastón. A Poética do Espaço: ensaio sobre a imaginação da matéria. Tradução Antônio de Pádua Danesi. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1993. (Tópicos). p. 97. 118

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Uma (Pré)História catada no Começo...

Figura XX . Babo, Moma, Maba e Tato. Uma Familia sapiens há 40 mil anos nas redondezas da atual Europa. Desenho elaborado pelo autor para a Mandala de 2017.

Entre a ficção... a realidade... a experiência... a multi-vi- vência... a ciência... a visão... o sonho... o devaneio... o despertar...

A mão da Criança na caverna pré-histórica

Naquela tarde de 14.540.002.018 há exatos 40 mil anos, aquele Menino, a quem chamamos Tato, parecia brincar com um osso que sobrara do animal que servira de comida ao grupo a que pertencia. Experimentava batê-lo em pedras, enfiá-lo em folhas e cascas de árvores que haviam nos arredores da caverna onde viviam aquele período que ia do frio ao mais quente do ano. 120

Gritava aparentando muita excitação e alegria com seus feitos, até que aquele outro Menino de olhos grandes, negros e brilhantes como a noite estrelada chegou de mansinho para observar. Tato não se assustou com sua presença, nem com aquele tipo de pele branca que lhe cobria o corpo mais franzino que o dele, pois já haviam se encontrado muitas vezes durante algumas estações. Parou sua bateção, notando algo diferente no olhar daquele que poderia ser chamado de seu amigo. Resmungou alguma coisa que parecia ser uma interrogação, compreendendo à sua maneira que aquele Menino parecia saber o que se passava em sua cabeça. Era assim que sentia, e se comunicavam facilmente. Eles se compreendiam. Tato largou suas coisas e o abraçou demoradamente com os olhos marejados e sentindo pulos no peito, as pernas bambas. Sentiu algo de medo também. Sabia que de um jeito estavam começando a se despedir um do outro... Parecia querer tentar segurá-lo, tê-lo para sempre, e também a imaginar as caçadas, os dias pelos campos, as corridas em meio à chuva, a coleta de frutos, as noites ao redor das fogueiras ou na contemplação dos céus, como fizeram juntos tantas vezes. Apenas uma vez pôde ver aquela pedra grande e colorida de onde aquele Menino surgira (ou chegara) muitas luas atrás. Era enorme e jamais havia encontrado o mesmo tipo de pedra noutro lugar. Muito dura, lisa, e que de repente desaparecera de suas vistas como se não existisse. O Menino o tomou pela mão, e sentiu as dele bem trêmulas, mas que se entregava a ele confiante. E seguiram pelos caminhos até ao alto de uma grande elevação um pouco longe dali. O lugar era de difícil acesso, e apenas Tato já havia estado ali na ocasião em que encontrara seu amigo pela primeira vez em uma de suas excursões. Lá chegando, alguma coisa aconteceu e na grande pedra abriu-se um buraco por onde passaram e, descobriu-se como numa enorme caverna onde tudo era liso, liso. Apenas num dos cantos dela havia algo como uma pedra que parecia ser para se sentar, e logo à frente algo como uma gigantesca superfície de lago estremecia suavemente. O Menino fez um pequeno gesto e outra pedra saiu do chão, e Tato soube que era para se sentar ali, como faziam tantas vezes nas campinas a céu aberto. E algo muito diferente para Tato aconteceu. A superfície daquele lago se levantou e ficou iluminada como quando o dia estava pelo meio, e todos procuravam a sombra de algo para descansar um pouco dos afazeres. 121

(O Menino se comunicava, vendo, ouvindo e falando por imagens, tanto quanto era assim que Tato via, ouvia e falava...) Mais diferente ainda foi quando Tato percebeu que estava vendo ali à sua frente o céu piscando muitas luzes, que não se pareciam com aquelas que percebia os movimentos durante as noites, desde quando era bem pequeno até agora. Então, no meio daquelas luzes apareceu algo parecido com um pedaço de tronco de árvore queimado, cheio de galhos espetados e uma grande flor, onde havia também algo como uma pedra que se partira em lasca muito fina e brilhante, com estranhas inscrições. Imediatamente o Menino estendeu sua mão, e aquela pedra brilhante saiu da flor do galho de árvore, ficou maior e começou a esfarelar em milhares de pedacinhos que ficaram ali, feito uma nuvem de poeira que os envolvesse depois de uma caçada. E gesto por gesto, o Menino tocava cada grão de poeira e, além deles, ou em volta deles, era como se estivessem em um outro lugar bem diferente onde haviam outros meninos como ele, meninas como Maba, pessoas grandes como Babo e Moma que entravam e saíam de cavernas feitas de pedras, madeiras, ou metal, o que lhe pareciam animais e outras coisas que não sabia o que eram. Haviam sons no ar, ora como muitas flautas de ossos sopradas, ao mesmo tempo, ora grunhidos e piar de animais e pássaros, até que o Menino tocou com uma mão um dos grãos de poeira e, com a outra a sua orelha. Sabia que devia prestar mais atenção naquele som que tinha algo parecido com aquilo que era sua voz. E, ouviu:

“Hello from children of planet Earth”...

A pedido do Menino, que entendeu muito bem, repetiu aquele som à sua maneira muitas vezes, até que se tornasse perfeitamente igual. E, os dois sorriram e repetiram juntos, mais, mais, mais, mais e mais. O tempo passou sem que dessem conta do quanto. E, no que foram dias e dias, estiveram ali tocando os grãos de poeira até que os olhos, os ouvidos e a boca de Tato houvessem visto, ouvido e falado uma infinidade de imagens, sons, e até perfumes e gostos além de palavras em línguas diferentes do seu grupo da caverna. Aquela impressão de despedida do amigo se desvanecera completamente...... 122

O Menino não partiu, como sentira aquilo daquela primeira vez que estivera na sua Caverna Pedra Grande. Mas as idas e vindas àquele lugar pareciam estar terminando, pois, os grãos de poeira desapareciam dia após dia. Até que aquela superfície de lago se aquietou de vez, depois de aparecer a Tato cinco estrelas muito brilhantes que se destacavam do céu ao redor, e outras que o Menino lhe apontava próximas a elas. Com aqueles olhos que Tato já sabia compreender as mensagens, os sentimentos e pensamentos, o Menino se aproximou com o olhar mais brilhante, e sorriu tomando suas mãos no peito dele. Tato correspondeu ao gesto fazendo o mesmo. E enquanto se seguravam com uma das mãos, com a outra tocavam o peito um do outro. Ambos choraram silenciosamente, e não havia mais nenhum som saindo da superfície do lago. A noite foi ao redor das fogueiras e, quando elas se apagaram em brasas que pareciam estrelas caídas no chão, Tato viu ali perto seu amigo e foi sozinho ao seu encontro. Tomaram o rumo da conhecida montanha, entraram na caverna e pararam em frente à superfície do lago. Aquela cena do dia anterior voltou a aparecer. Dessa vez, o Menino colocou a mão em seu próprio peito e apontou para aquele grupo de cinco estrelas e, com os dedos desenhou dois traços que as ligavam umas às outras: um que ia de cima para baixo, outra de um lado para o outro. Um pouco abaixo, de onde aqueles traços se encontravam, havia uma pequena estrelinha, que o Menino traçou outro traço redondo que a deixava de dentro dele. Então, ainda com sua mão esquerda sobre o peito, com o dedo indicou a pequena estrelinha e exclamou, alto, para que Tato o ouvisse, agora, com seus ouvidos: - Contato! Tato já o ouvira sorrir, gargalhar e gritar muitas vezes quando caçavam, brincavam e faziam mil coisas juntos, mas foi a primeira vez que o Menino falara com sua boca. E, ainda com a mão esquerda no peito, o Menino tocou o peito dele com a outra, e exclamou dessa vez: - Tato! E, surpreso, Tato imitou seu gesto, mas colocou sua mão direita no próprio peito, e disse Tato. Com a esquerda tocou a mão oposta do Menino, exclamou Contato! Agora, Tato sabia de onde Contato viera... E, ao perceber isso, a superfície do lago se estendeu por sobre seus pés, aquelas pedras onde se sentavam desapareceram, e parecia que andavam sobre aquelas águas. Logo depois ainda estavam de pé, de um jeito que flutuavam sobre aquelas estrelas. 123

Bem devagar no começo, tinha a impressão de que as águas escorriam sob seus pés, e era como se estivessem voando por sobre o lago, ou pelas estrelas. As imagens iam se tornando mais rápidas e, agora, de mãos dadas, os dois eram conduzidos desde aquelas cinco estrelas até outro lugar que Tato não sabia onde seria. Milhares e milhares de luzes faiscavam e passavam rápidas, como se estivessem caminhando por uma caverna bem comprida em que as paredes eram feitas de estrelas. Em sua cabeça escutava a voz de um Menino que dizia: “Hello from the children of planet Earth”... Até que tudo começou a ficar mais devagar, dando a impressão que chegariam em breve para onde Contato lhe queria mostrar. E aquela voz se tornava mais vibrante, alta, alegre, como tinha a nítida impressão que eram muitas vozes dizendo as mesmas palavras. Aquele caminho de caverna comprida desaparecera, e agora flutuavam perto de algo que se parecia com algumas das muitas frutas que já comera, umas pelotas de cores diferentes que rodavam em torno de uma estrela, como coiotes circulavam ao redor de uma presa antes de atacar... De repente, era como que o ataque não aconteceria, pois à medida que se aproximavam de uma delas seus movimentos se tornaram mais lentos, depois quase imperceptíveis. E Tato se admirou de ver o que parecia aquela grande luz que via durante certas noites. E Contato exclamou: - Luna! Um pouco mais longe apontou a grande estrela, e exclamou: - Sol! E, depois daquela bola que chamara Luna, apontou e disse: Terra! Agora, pareciam cair devagarinho e a Terra foi aumentando de tamanho. Podia ver o que lhe pareceu muito verde e azul rajado de branco, algumas manchas alaranjadas da cor dos descampados por onde corriam às vezes... e escorregavam lentamente lá do alto ao redor da Terra, enquanto aquelas vozes continuavam alegremente:

“Hello from children of planet Earth”...

Tato já sabia muito bem que ali haviam crianças como ele, e ali era o que pareciam querer dizer com “planet Earth”. Contato sorriu ao ouvir seus pensamentos... E aquela bola agora lhe parecia como o lago da Caverna Pedra Grande, e muitas imagens começaram a aparecer uma após a outra. Tato observava e absorvia o que conseguia entender: crianças gritando e 124

correndo umas atrás das outras, um sobe e desce na beirada de um morro cheio de árvores, ou dentro de cavernas sentadas umas atrás das outras, brincando num grande lago e depois no mar... crianças que pareciam machucadas e famintas, magras em pele e osso como quando alguns grupos que encontravam e os grandes do seu lutavam... Depois, uma criança bem pequena, como ele mesmo fora um dia, se destacou e Tato ouviu claramente que o que ela dizia era aquilo que ouvira da primeira vez com Contato naquele grão de poeira que parecia tão importante para seu amigo...

“Alô das crianças do planeta Terra”...

E muitas imagens se passaram, sempre com crianças de cabelos e peles que usavam sobre seus corpos bem diferentes umas das outras, que viviam em lugares distantes das demais, em cavernas diferentes da sua, ou de Contato, que falavam de outra maneira que não entendia... Uma das cenas que jamais se esqueceria era com aqueles mesmos traços que Contato fizera ligando as quatro estrelas, e circundando a mais pequenina que estava quase no meio dentro do círculo. Haviam dois pedaços de madeira cruzados daquele jeito fincados no alto de um morro envolvido em sombras como fumaça... com algumas pessoas ao redor, muitas gritando bem alto, outras chorando baixinho, e poucas silenciosas em torno do que parecia ser alguém que tivesse morrido cruelmente... estes estavam amparadas por uma Criança vestida com uma pele bem branquinha, cabelos soltos ao vento, olhos brilhantes e os pés e mãos machucados como se tivessem sido furados por ossos lascados... Dali a instantes, outra cena que não se esqueceria nunca mais... Estavam bem no alto de um pequeno monte... e uma minúscula caverna lá embaixo, iluminada como uma grande fogueira de paus que iluminavam até longe, com alguns animais aconchegados em torno de um lugar cheio de grama que parecia servir de lugar de comer dos bichos. Junto dele duas pessoas semelhantes às de seu grupo - um homem de barba como a de seu pai e uma mulher de cabelos compridos como os de sua mãe... mas, com outras peles lhes cobrindo o corpo em várias camadas, dos pés à cabeça, embalando uma Criança que acabara de nascer entre eles. Ao mesmo tempo que tudo era silencioso lá embaixo, ali em cima haviam sons que nunca tinha ouvido antes. Era suave a agradável aos ouvidos. E haviam muitos outros observando tudo aquilo. Tato sabia que aquela Criança que vira no alto do morro em meio à tempestade era aquela Criancinha recém-nascida lá embaixo. Contato sorria muito feliz... 125

E Tato nem se abalou quando também viu Contato dentro de sua Pedra Grande soltando chispas de luz flutuando ali perto, mais alto de onde estavam, brilhando tanto quanto aquela pequenina estrela que colocou dentro do círculo que desenhara... Contato estava ali ao seu lado, e ao mesmo tempo acolá em sua Pedra Grande flutuando no céu, mais brilhante que a Luna... E a Criancinha ainda que estivesse envolvida em peles, soltava os bracinhos daquele amontoado, como que querendo pegar e brincar com os animais, tocar todos aqueles que estavam ali reunidos, sorrindo, em meio aqueles sons que vinham dos confins do espaço...... As cenas que o amigo parecia lhes mostrar vinham como gotas de chuva forte que se espatifavam e desapareciam para que outras viessem... Foi quando a velocidade aumentou pouco a pouco e tudo parecia uma enorme tempestade com imagens que lhe enchiam os olhos... que foi passando, passando até que Tato começou a sentir muito frio, e percebeu que quase tudo estava coberto de neve... Pouco depois, a neve começou a derreter e se formaram riachos, rios e mares de gelo que a tudo arrebentavam pela frente. Percebeu que o chão tremia e enormes terremotos sacudiam as montanhas, animais e pássaros enormes voavam e eram tocados pelo vento... E ainda viu grandes explosões no céu, raios que cortavam os ares,... E, tudo começou a girar numa velocidade incrível que ele não conseguia distinguir mais nada. Apenas clarões intermináveis como raios de uma tempestade distante em meio à noite. E, as imagens desapareceram. Não via nada além da escuridão... Tato fechou seus olhos e, quando os abriu novamente passou a reconhecer um e outro lugar que ele mesmo já estivera: as árvores, os animais, os campos, as montanhas, as fogueiras, as brasas... e era noite, quando sabia que estava de onde partira com o amigo para a sua Caverna Pedra Grande... Tato estranhou que algumas coisas pareciam muito diferentes. Sua irmã crescera e envelhecera, e aqueles que eram seus pais e outros de seu grupo já não estavam mais entre eles. Mas, ele, não... não crescera e nem envelhecera... e continuava tão menino quanto antes. Haviam outras meninas e meninos mais pequenos que ele por entre o grupo. 126

Ninguém ainda percebera que ele estava ali. E, ainda flutuando, foram tocar o chão novamente nas imediações de onde tudo aquilo começou, onde pisavam às margens daquele lago quieto. Ali, do lado de fora da Caverna Pedra Grande se aquietaram por um pouco, e era como se Contato esperasse por algo a acontecer. Tato sentiu aquele medo novamente, porém, de um jeito diferente. Contato o olhou bem nos olhos e sorriu. Assim ficaram ainda por um longo tempo como se dialogassem silenciosamente sobre tudo o que tinham visto, e Tato nem se admirava muito da facilidade com que se entendiam, nem percebia como e por que eles se sentiam tão bem na presença um do outro. Internamente, a conversa tomava um rumo... - Eu sei que você está partindo, e quando te encontrarei novamente? - Eu estou sempre com você, mas... agora, será você quem me encontrará um dia... em muitos dias... - Como te encontrarei se não sei chegar sozinho aonde você mora, se foi você quem me levou até lá? - Foi você que me levou até lá... - Sorria Contato, respondendo pelos olhos... - Se fui eu quem te levou até lá, eu não me lembro agora por onde ir... - Tato retrucava fazendo muxoxo... - O caminho está desenhado desde seu coração até se abrir em suas mãos, como está em todas as mãos, lembre-se sempre disso... - o amigo pacientemente tentava lhe encorajar... e, continuou suavemente... - deixe que a mão da Criança te ajude a caminhar quando você estiver se sentindo desorientado... lembre-se daqueles traços que também desenhei nas estrelas... Esse é o caminho... Tato o observava enquanto o amigo transmitia suas palavras, suas canções, suas cores, suas imagens, suas dores... que ele via, ouvia e falava... E o Menino que veio das Estrelas suspirou, finalmente... - Conheça as linhas de suas mãos, de seu coração, de seus pensamentos... pois eles se entrecruzam com “tudo aquilo que existiu, existe e existirá”... “Conheça-te a ti mesmo”... no Espaço... no Tempo... A única coisa que realmente temos de sobra é isso... o Espaço... o Tempo... E, ao Contato expressar isso, algo lindo, maravilhoso e fantástico aconteceu... Ele olhou para cima e milhares e milhares de luzes começaram a riscar os céus embelezando a relativa escuridão com uma chuva de estrelas, vindas de vários lados diferentes do firmamento... 127

Era a plenitude da Primavera por aqueles cantos do mundo naquela noite que poderíamos dizer - nos dias atuais do Presente - em torno de 18 de maio, de 14.540.002.058...... Quarenta anos haviam se passado desde que viajaram dali até à Constelação do Cruzeiro do Sul, e voltaram pelos espaços-tempos até aquela Grande Explosão do começo, para retornar aonde já não era mais ali... ou era mais adiante um pouco...... - O que é isso, o que são essas luzes caindo? - Tato indagou curioso e maravilhado... - São outros grupos que chegam para morar aqui por muito tempo, e te farão companhia... crescerão e evoluirão contigo... eles bem que não queriam vir, mas precisaram... têm necessidade de Amor... de amar... - O que é Amor? Não sei bem o que é isso? O que é amar? - É o que de mais Belo sentimos, pensamos e damos de nossas mãos uns aos outros... É o que a Criança que você viu no alto daquele morro em meio à tempestade nos reparte e nos reúne por Suas mãos... A mesma Criança que você reconheceu naquela pequena caverna com os pais Dela e os animais... Tato rememorava as cenas enquanto as luzes caíam...... (Uma chuva de meteoros também chegava das bandas da Constelação de Ophiuchi, para onde se dirigia aquela sonda - Voyager 1 - lançada pelos habitantes do planeta Terra no convencionado dia 5 de setembro de 14.540.001.977. A sonda levava o conhecido como “Disco De Ouro da Voyager”, este elaborado por uma comissão da NASA chefiada por Carl Sagan - então da Universidade Cornell -, que contém 128

registros de “sons e imagens selecionados como amostra da diversidade de vida e culturas da Terra e são dirigidos a qualquer forma de vida extraterrestre (ou seres humanos do futuro distante) que os encontrem.” Nick Sagan, filho de Carl Sagan e Linda Salzman, então com 6 anos de idade, grava com sua voz aquela mensagem das crianças do planeta Terra para a posteridade. Aquilo que na visão de Tato pareceu um tronco grosso com galhos espetado, uma flor grande e uma lâmina arredondada de pedra brilhante era a sonda Voyager 1, interceptada por Contato quarenta mil anos depois de seu lançamento nas redondezas entre as Constelações de Ophiuchi e Cruzeiro do Sul, onde realmente morava àquela época, naquele espaço-tempo que, na Terra, seria o ano de 14.540.042.018. Extraterrestre ou humano do futuro distante? Quem o poderá dizer? Contato decifrou o conteúdo do “Disco de Ouro”, onde constava inclusive a localização do planeta Terra e do Sistema Solar em sua “capa”. E, com a tecnologia que possuía, empreendeu uma viagem pelo espaço-tempo para re-memorar sons distantes de seu próprio povo, e buscar os lugares relativos aos arquivos do mesmo. Contato, mais que isso, buscava a si mesmo, re-descobrir a si mesmo) ...... Chegara a hora da despedida entre os dois amigos. Um clima amoroso e melancólico pairava no ar. Tato sabia que aqueles que foram seus pais da Família Homo sapiens não estavam mais entre eles. Talvez, nem aquela que fora sua irmã - Maba - o reconhecesse mais. Todavia, ainda pertenceria àquele grupo de alguma maneira. Contato “ouvia” seus sentimentos e pensamentos - primitivos, mas não tanto - e novamente o tomou pela mão...... Tato não era apenas um Menino pré-histórico perdido na imensidão daquele planeta Terra. Viera para ali de mais longe ainda, degredado de uma civilização até muito refinada e avançada em tecnologia, mas escassa daquele Amor que conversavam há pouco. Veio com milhões de seres quase que imensuravelmente infelizes, uma enorme 129

massa arrogante, soberba, orgulhosa, ferida em seus brios. Era possuidor de uma grande inteligência e perspicácia, culto... numa acepção ampliada do termo, era um cientista, com percepção e conhecimentos obnubilados pelo re-nascimento em condições mais duras, e adequadas para seu desenvolvimento noutras perspectivas, sua evolução necessária, até a re-evolução que chegaria um dia para sua libertação do egoísmo desmesurado e encontro com a felicidade perdida. Milênios depois seu grupo maior se juntaria numa raça que choraria o exílio, este percebido como a expulsão de um Jardim de delícias saudosas, sem perder a falsa altivez des-amorosa espaço-tempo afora, retardando sua volta ao planeta de origem dos seus. Era apenas mais um lar dentre tantos outros lares construídos desde o Grande Começo, que fora destruído por uma ciência empregada na opressão e morte de outrem, em gestos sem piedade nem misericórdia pelos mais fracos. Até que houve um basta! Um limite às atrocidades sem fim. Agora, estava escrito em suas mãos que retornaria às Plêiades tomando impulso pelo Cruzeiro. E as que seriam re-conhecidas como as Sete Irmãs em outras tradições terrestres seriam sempre e veladamente entre-vistas, por ele, nas cores do arco-íris a desenhar seu caminho de volta à Casa onde tinha tudo e não era nada, no Amor, feito o filho pródigo de uma outra história que lhe foi contada um dia... O esquecimento de tantos des-amores de um passado não tão distante era receita infalível para o re-erguimento de seu próprio coração, como os de seus demais irmãos e irmãs do grupo... Tarefa para muitas e muitas vidas a serem nascidas e re-nascidas aqui no planeta Terra, até que, por Amor, a Sabedoria se forjasse no cadinho das experiências de Bondade para depurar o ouro dos sentimentos e pensamentos no Bem, para tudo se trans-formar em pura Luz na harmonia com o Todo...... Contato se dirigiu com ele até o outro lado da montanha onde estava sua espaço-tempo-nave, e apontando em direção ao que seria o Sul, murmurou em voz alta o que seria uma canção ou uma frase ritmada em cor e som, energia e força, Luz e Amor...

“Uru Mahuak Sikhiuk”... 130

“Vem Irmão Meu”... Tato compreendeu internamente... “Uru Mahuak Sikhiuk”... - seu amigo continuou naquele mantra, entremeando com outros sons coloridos que Tato não capturou de imediato... Com a mão esquerda em seu peito, Contato espalmou a mão direita naquele gesto que Tato já reconhecia e, dessa vez soprou no dorso dessa aberta, feito uma flor, como que aquela mesma poeira dourada que os envolveu da outra vez diante da tela que lhes projetava imagens em quatro dimensões. E, imediatamente tocou com a sua empoeirada de ouro o peito de Tato, do lado esquerdo onde ficava lá dentro o seu coração... e o levou até o interior de uma caverna ali próxima, antes escondida de sua vista de Menino pré-histórico da Terra... E, juntos, lá dentro, colocaram suas mãos em uma das paredes do interior da caverna... Contato soprou aquela poeira dourada em suas mãos, e a silhueta delas ficou ali desenhada, gravada para sempre como lembrança daquelas palavras feito cantiga, cujo eco repercutiria no ser de Tato vidas afora, e-ternuradamente: “Vem Irmão Meu”... Ambos choravam de alegria, encantamento e saudades, do Jardim perdido das sete estrelas a serem re-encontradas, e da pequenina Estrela a ser encontrada lá adiante em seus caminhos e viagens. Tato olhou para a sua mão e, dentre a poeira dourada, brilhavam muito mais que as outras, cinco delas formando aquele desenho da Constelação que seria conhecida como Cruzeiro do Sul. E ao redor daquela pequenina do meio, como se fosse o local do coração da Cruz, reluzia um círculo cores do arco-íris mais um tom de rosa do Amor, e o dourado da Sabedoria para que em seus caminhos acariciasse aqueles nas provas de dor, e de saudades... Ele saberia, no futuro distante, que acolá no Cruzeiro - representado ali no desenho em sua mão -, seria o “Portal” para as Plêiades, o “Buraco Colorido de Minhoca”, um “Caminho longo de uma caverna comprida”, uma “Ponte do Arco-íris”, quando teria a oportunidade de tomar a decisão mais importante de sua vida para voltar à Casa original... Desde que Tato explodiu no universo como um grão de poeira cósmica de Luz como num gozo divino das mãos do que chamavam de Deus percorreu muitas estradas por diversas paragens e reinos, evoluindo... mineral, vegetal, animal, hominal... evolvendo no caminho espiritual de ascensão para dar entrada no reino angelical...... 131

...... (E, no meio dos caminhos de 80 mil anos, Tato tinha um doutor- andamento...Tinha um doutotoro-andamento no meio do caminho... Quando ele se sentaria do mesmo modo como fizera naquela pedra, feito cadeira surgida do meio da espaço-tempo-nave de seu amigo Contato, e tivera aquelas visões. No entanto, não se passariam quarenta, mas apenas quatro anos dessa vez, quando poderia des-crever de alguma maneira mais apropriada o que fosse possível de todas aquelas peripécias entre-vistas de mãos dadas com Contato.) ...... As mãos de Tato e Contato reluziam com o mesmo brilho em seus peitos. A Cruz se desenhava neles, indicando que não deveria ser esquecido que aquém e além de todas as dores, “para o progresso espiritual um ato de bondade tem mais valor que uma descoberta científica”... Contato sorriu a ele pela penúltima vez, com os olhos. Reiterou por seus gestos, enquanto abria seus dedos ao céu do Sul e apontava o Cruzeiro e seu coração, para que viesse até ele de mãos dadas aos seus irmãos e irmãs que chegavam para conviver por longo tempo... “Vem Irmão Meu”, repetia silenciosamente para que repercutisse e ecoasse por todo o seu ser. Saíram da caverna e voltaram à Grande Pedra Caverna, a espaço-tempo-nave. Dessa vez, Tato não entrou junto com ele. Ali se abraçaram e encostaram o peito no do outro. Silencio... Na abertura que seria a porta da nave, Contato se voltou para Tato, e sorriu... Seus olhos refletiam nos de Tato. Cada um era o Menino do olho do outro... e neles se impregnaram de imagens tanto quanto suas mãos estendidas num gesto de despedida - ou até breve - pareciam mapas que desenhavam tudo o que tinham vivido... assim como eram todas as mãos que identificavam, de certo modo, os caminhos e as jornadas singulares, únicas, de cada um, como também as marcas esculpidas na ponta de cada dedo... Lentamente aquela porta se fechou... Um tanto entristecido, peito tamborilando e pernas bambas, levantou mais ainda sua mão em saudação enquanto a espaço-tempo- 132

nave começava a flutuar suavemente indo e vindo, redesenhando aquela cruz, e estancou o movimento no meio dela, para depois subir devagar. Tato correu para debaixo dela e a segurou por alguns instantes, parecendo querer retê-la. Ela escorregava de seu abraço e de suas mãos... subia o caminho contrário daquelas luzes que chegavam ali instantes atrás... Lá no alto formou-se um redemoinho colorido e brilhante para onde a espaço-tempo-nave se dirigiu, e de repente, tomando enorme impulso e ganhando velocidade, deixou um rastro como o arco-íris que contemplara tantas vezes depois de alguma chuva, desaparecendo no meio daquele turbilhão iluminado. Seus olhos estavam marejados e não cabia mais aquela dor dentro do peito. Chorou e chorou... Enquanto apenas as estrelas piscavam naquela noite sem Lua, foi se acalmando e diminuindo o choro, até que se sentou no chão, olhando para seu peito e suas mãos que quase havia se esquecido, e que ainda brilhavam aquela poeira dourada. Nem reparou que estava sendo observado por uma Criança de cabelos soltos ao vento, vestes brancas, pés e mão machucados como furos de um osso quebrado, pontiagudo. Ele estava ali e a tudo viu da despedida dos dois amigos. Apenas Contato o pressentira, e sabia que naqueles gestos de despedida a Criança também colocou suas mãos juntas às deles, e deu seu peito aos dois naquela despedida de um ao outro. Seu sopro é que havia dourado aquela poeira, assim do nada, assim do tudo de Sua Vontade poderosa, e generosa... Ele enxugou suas lágrimas e acariciou seus cabelos desgrenhados com suas mãos machucadas. A Criança ficaria ali com Tato e seu grupo, como também ficava com vários outros grupos espalhados pela vastidão da Terra... Cabisbaixo e tristonho Tato desceu a montanha e se dirigiu para onde estava seu grupo, com alguns de seus membros se aquecendo em torno de uma pequena fogueira. Gesticulavam apontando os céus, certamente admirados com a chuva de meteoros que apreciaram um pouco mais cedo. Sua irmã Maba o reconheceu e correu ao seu encontro, aturdida, sem compreender o que acontecia. À sua maneira, pensava que o irmão havia sido comido por alguma fera há tempos atrás, mas ele estava ali completamente o mesmo. Ou não... Os mais novos do grupo desconfiaram dele, por parecer desconhecido, e Maba o abraçou resmungando alguma coisa, denotando que ele era seu e que não mexessem com o menino sem se meter com ela 133

primeiro. A anciã do grupo tinha privilégios que ninguém ousava questionar. Entraram para a caverna e adormeceram. O dia seguinte amanheceu esplendidamente azul e a vida do grupo transcorria como sempre fora. Apenas Tato estava diferente e, quieto em si mesmo. Muitas luas depois todo o grupo levantou “acampamento” e foi viver em outro lugar mais ao sul, próximo ao mar, onde haviam muitas cavernas. Tato continuou a desenhar suas mãos em todas elas, e agora levava consigo as crianças do grupo que não podiam e nem sabiam ainda como caçar. E assim foi de lugar a lugar para onde se dirigiam conforme as estações do ano se sucediam e a caça escasseava. Ao longo do que seriam anos as cavernas se encheram de outros desenhos, representando isso e aquilo do cotidiano daquele pequeno grupo. Aquela Criança de cabelos soltos ao vento sempre estava junto nesses momentos, e quando Tato e as crianças sopravam terra vermelha sobre suas mãos marcando as paredes, Ele soprava sobre eles, fazendo com que cada um sentisse um arrepio suave que percorria toda a espinha, debaixo até a cabeça... A Criança sorria e gargalhava a valer, sem que ninguém A visse, ouvisse ou falasse com Ela... Tinham se esquecido Dele... Apenas Tato sentia algo mais diferente, com aquela sensação de que Contato apareceria de repente a todos... Quando estavam na época propícia, podia contemplar o Cruzeiro do Sul, e repetia aqueles gestos de saudação, e era ele quem agora chamava o amigo: “Vem irmão Meu!” Com a idade avançada, estava barbudo, muito mais velho e sua irmã já não estava com eles. De todos do grupo era ela com quem tentava falar de suas visões, sem que a idosa anciã compreendesse muita coisa. No entanto, pela fala do seu irmão ela começava a querer conhecer mais. E o grupo voltou para os lados daquele lugar especial dos acontecimentos de 40 anos atrás... Noite estrelada e sem nuvens, haveria a costumeira chuva de meteoros naquela época do ano. Tato sentia o corpo pesado e fraco, e foi com dificuldades que escalou a montanha até parar e descansar em frente à caverna mais querida dentre todas elas. Em seu coração e mente recordou daquelas cenas com o amigo, enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto na mesma abundância das estrelas que riscavam os céus. Levava consigo uma pele de animal com que se cobriu, pois sentia mais frio que antes. Tomou uns goles de água de uma espécie de cabaça que levara consigo, e se deitou de costas para a terra, com os olhos voltados para o céu... estava se sentindo sem forças... 134

Lá do fundo de seu ser aquela voz conhecida dizia novamente num sussurro e, depois, cada vez mais forte: “Alô das crianças do planeta Terra”... E chorava de saudades... Fechou os olhos, mas continuou a ver as estrelas que rabiscavam os céus, até que do meio delas um redemoinho colorido começou a se formar, e de um arco-íris deslizou aquela Grande Pedra Caverna em que o amigo partira numa noite distante...Ele tentava se mexer mas não conseguia mover nenhum músculo. Apenas chorava assistindo a tudo aquilo... Até que a espaço-tempo-nave chegou ao solo, e a pequena porta se abriu. De lá de dentro veio Contato... e, para sua surpresa, com ele estava aquela Criança em que o vento batia os cabelos e tinha os pés e mãos machucados... Tato via aquilo sem conseguir se mover, estava pesado demais. Mas as lágrimas o iam esvaziando devagarinho... Aquela Criança se aproximou de mansinho, e disse em voz alta, sorrindo, lhe estendendo uma mão: “Vem Irmão Meu!”... Foi quando, de um pulo só, Tato se levantou como se não pesasse nada, tomando a mão Da Criança que o recebeu no peito, com um sorriso, e depois um beijo co-movido... - Venha passear Comigo um pouco... Eu quero que você vá pintar outras cavernas mais distantes, pois há muito o que se fazer... - sussurrou com carinho e alegria... e continuou com uma das mãos em Seu peito... - Há muitas outras crianças que, como você, precisam re- encontrar os caminhos em que se vai amando... É preciso que sejam Felizes... Tato olhava para Contato cheio de contentamento em lágrimas, e este veio dar um abraço nos dois, chorando também... A Criança sorria e, de seus olhos transbordavam todas as estrelas do céu. Foi quando Tato observou que ele era tão menino quanto antes, como há muitas luas atrás, e ali perto seu antigo corpo envelhecido parecia adormecido entre a pele de couro. Os três se deram as mãos, lado a lado, e entraram pela porta adentro na Grande Pedra Caverna. Aquele lago começou a se agitar suavemente, e ainda abraçados, observavam a imagem do planeta Terra se distanciando, enquanto a espaço-tempo-nave subia e acelerava para dentro daquele “Buraco Colorido”. Enquanto isso acontecia, outras crianças se aproximaram da gigantesca tela cujas bordas se coloriam com aquelas cores do arco-íris, além do rosa e dourado, e se deram as mãos formando um círculo perfeito. Tato se lembrou das rodas que faziam em torno das fogueiras, enquanto os mais velhos contavam diversas histórias de passagens da vida de seu grupo. Mas, ali, haviam crianças que não eram de sua 135

lembrança, e ele compreendeu que certamente pertenciam a outros grupos que sabia existir. Assim, foram subindo e subindo até perderem a Terra de vista, e A Criança falou com um sorriso cheio de ternura: - Bem-aventurados os pobres pelo espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração, os pacificadores, os que sofrem perseguição, os que me dão suas mãos, porque deles é o Reino dos céus... Deles é que a Felicidade é re-conhecida neste Mundo... Noutros Mundos...... A espaço-tempo-nave seguiu por vários caminhos, deixando uma a uma, cada criança, em um lugar diferente... Em espaços-tempos diferentes... Na vez de o deixar, Tato foi se sentindo cada vez mais sonolento, embora ainda conseguisse perceber as imagens que apareciam na tela a seus pés. Percebia uma enorme extensão de floresta, um grande e largo rio, o deserto, até que foram descendo próximos a três altas montanhas de pedra polida reluzentes, uma ao lado da outra, onde estavam cuidando de ajeitar e colocar no alto delas uma camada dourada como naquele Disco que se lembrara de ter se dissolvido em poeira. E ficava cada vez mais sonolento... estava quase dormindo e, sabia que quando voltasse a reabrir os olhos, estaria aonde Aquele Menino queria que estivesse. Outra sensação de medo, coração apressado, as pernas bambas. Até que A Criança o amparou em seus braços, e ele adormeceu de vez. Um outro “Buraco” o puxava para o ventre de uma mulher que seria sua mãe nessa vida. A Criança e Contato o depositaram ali, confiantes. E, apesar de Tato não conseguir os ver novamente, os dois sabiam que jamais o abandonariam e estariam sempre presentes. Era o ano cósmico de 15.540.030.018 (ou 10.000 a.C. no relógio luminoso da espaço-tempo-nave) e, um menino forte e bonito acabara de renascer em um pobre casebre de escravos trabalhadores de um grande templo nas proximidades... numa região que seria conhecida, muito tempo depois, como Egito...... 136

...... Agora, tudo era silêncio antes de seu primeiro choro na madrugada...

...Silêncio... 137

Figura XX . O Filosofante (2016). Estão representados nas figuras humanas, da esquerda para a direita: Thérèse Levasseur, esposa de Rousseau; Elaine Tavares, Emmanuel (Espírito), Zoroastro, Nietzsche, Paco; Adriana e João Rio; minha mãe Lucy, o Pequeno Vincent e Camille Roulin; o poeta Tagore e o Quiromântico, em frente às ruínas do Oráculo em Delfos, na Grécia. Imagem elaborada pelo autor em 2016 para apresentação multimídia em oficinas.

No instante em que percebi que íamos viajar juntos, somente nós, não indaguei onde e se algum dia voltaríamos...

Tu eras a suave brisa perfumada e eu uma dependente borboleta flutuando no dossel dos teus braços...

O barco do nosso destino cortou as amarras e partimos. Todas as terras sem nome da imaginação receberam nossa visita e, por mais que viajemos o poente em fogo que arde dentro de nós sempre dilui as sombras da distância e da noite que teimam em nos perseguir...

Sempre estarei contigo, sem indagar nada, sem nada querer, senão viajar, viajar contigo pelo infinito de nossa mútua compreensão.54

Rabindranath Tagore Estesia, XXXIII

54 FRANCO, Divaldo Pereira. Estesia. Pelo Espírito Rabindranath Tagore. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada Editora, 1987. p. Texto no final da dissertação de mestrado do autor, em 2011. 138

O Filosofante... e a Musa Medonha

O que é, o que é?

Lenda, mito ou conto antiquíssimo, dizem que vivia numa ilha situada nos limites do fim do mundo uma criatura estranhíssima que tinha o dom de fazer as pessoas se esquecerem de quem eram, e se julgava como a mais conhecedora de tudo sobre todos os homens e mulheres. Tal horrenda figura vivia escondida numa caverna onde muitos descuidados que tiveram contato com ela também se atropelavam uns aos outros, em meio à escuridão e sombras.

Um dia ela soube que chegara àquelas paragens um ser fantástico, lindo e maravilhoso que espalhava a alegria e contentamento, a beleza e graça com quem visse, ouvisse ou falasse com ele, o Filosoinfante. Estando ele na praça principal da cidadezinha próxima à sua caverna, e dezenas de pessoas ali se divertindo com as peripécias dele, eis que a medonha criatura decide ir ao seu encontro para poder conferir por si própria do zumzumzum que lhe chegara à porta da sua caverna. Arrastando-se a passos lentos como os de quem tem milhares de anos ela seguiu em direção à praça e, como por encanto, todos desapareceram num instante para não perderem sua memória daquele Filosoinfante tão inacreditável.

Vencendo a distância e descendo o último morro lá chegou à praça aquela que era conhecida como a Medonha Musa: um corpo com duas pernas, seis braços e três cabeças. Sua medonhice ficava mais estranha ainda porque de duas em duas mãos de lados diferentes do corpo, cada cabeça tinha tapados uma os olhos, outra os ouvidos e a terceira a boca, de sorte que a cabeça que se fizera cega mal ouvia e mal falava, aquela que se fizera surda mal via e mal falava e, finalmente, a que se fizera muda mal via e mal ouvia. A medonha Musa era o cúmulo do abcego, absurdo e abmudo!

Espreitando frestas em portas e janelas, escondidos atrás dos muros e acima nos telhados das redondezas, a população local segurava como podia a sua 139

respiração e, o Filosoinfante cantava e dançava enquanto a Musa Medonha o tentava apalpar como podia para entender o que era aquilo.

Como todas as mãos da criatura se ocupavam de tapar os sentidos de comunicação com o mundo de uma das outras cabeças, ela não conseguia formar juízo perfeito do Filosoinfante em toda a sua belezura, a sua fantasticidade, lindeza e maravilhosidade. A cabeça que via não conseguia falar nem ouvir, a que ouvia não falava e não via e, a muda, coitada, mal via e mal ouvia. E, assim, estava armada a confusão para todas elas. Cada cabeça procurava jeito de comandar o passinho arrastado para se esfregar no Filosoinfante e, uma queria seguir por ali, outra por acolá, e foi um sofrimento tremendo para conseguir se esbarrar nele.

– O Filosoinfante é um leque, uma torre, um chicote, uma espada, uma bola! – exclamavam em murmúrios as cabeças que mal falavam.

– O Filosoinfante é um animal enorme de orelhas grandes e rabo que balançam, tem duas presas, pernas fortes e grossas, corpo robusto e olhos pequeninos! – pensava aquela que podia ver mas não conseguia ouvir e nem falar nada.

E assim se passou aquela tarde entre muita esfregação. Quase ao chegar da noite a Musa Medonha se retirou arrastando para sua caverna, ainda sem entender o que era o Filosoinfante. E, com certeza, passaria ainda ali dentro de seu mundo de sombras e silêncios um bom tempo a especular e tentar decifrar algo sobre tal ser fantástico, lindo e maravilhoso que tivera a oportunidade de desconhecer completamente.

Lá na praça da cidadezinha a população enchia os olhos, a boca e os ouvidos diante daquele enorme animal, mas só as crianças não se esqueceriam por um bom tempo daquele menino encarapitado que desceu do cocoruto nas costas dele, e veio cantar, dançar, ver, ouvir, falar e fazer peripécias com elas. Era o filosofador Infante, brincando com sua bola-mundo e 140

seu bambolê de arco-íris na mais alegre e simples belezura...55

Leo Nogueira Paqonawta

E lá entre eles, O Quiromântico olhava essa cena... espiando quem ele acertaria no coração com sua flecha amorosa das cores do arco- íris...

55 Texto imaginativo do autor no doutotoro-andamento, ins-pirado na parábola hindu, ora dos 6,7 ou 9 “Sábios Cegos e o Elefante”, apresentado na conclusão de disciplina “PGE410147 - S.E. Estética e Educação” cursada no semestre 2015-1, juntamente com outro intitulado “Ensaio sobre a surdeza: carta a herr Schiller sobre as asas da imaginação”, para o qual obteve orgulhosamente o conceito B. No Inverno/Primavera de 2015, no original foi colocado o conto do Filosofante como Post Scriptum, que aqui inverto.

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Carta a herr Schiller sobre as asas da imaginação

Figura XX . O Quiromântico Figura representando o Centauro Quiromântico, o meio humano, que faz cafuné, lê, escreve, pinta o sete, borda, desenha, colore, beija e brinca com as mãos das crianças, além de colocar minhocas nas cabeças delas e aparecer numa carta a herr Schiller Ilustração elaborada pelo autor para a Mandala de 2017.

Prezado Herr Schiller

Há muito eu deveria ter-lhe escrito essas palavras para registrar algumas impressões bem despretensiosas sobre pontos das suas próprias cartas a seu mecenas - o príncipe dinamarquês Friedrich Christian von Schleswig Holstein-Sondenburg-Augustemburg (1765/1814) - publicadas em livro como “A educação estética do homem” (1794). Mas, antes disso, queria também fazê-lo por conta de seu poema “Ode an die Freude” (1785) levado à 9ª. Sinfonia de Beethoven como o “Coral” cantado no quarto movimento da mesma.

Permita-me tratá-los assim, na terceira pessoa, considerando que na década de 1790 todos vocês estavam com seus vinte e pouco anos, como eu também entrava nessa faixa nos meus primeiros passos cursando Educação Artística, nos anos 80 do século XX, e tive meu primeiro contato acadêmico com os temas que trataram naqueles tempos. Hoje, já contamos 142

mais de duzentos anos que separam o momento em que vivemos nessa Terra, mas os temas e a relação entre educação, estética, ética, poética e arte fervilham mais que nunca nos debates da vida universitária, haja vista as convulsões sociais dadas nesses períodos extremos da vida da humanidade, com certa similaridade de fundo entre eles.

Se as casas reais europeias, a aristocracia e o clero se encontravam em polvorosa naquele período pré e pós revolucionário francês derrubando o Antigo Regime, depois de idas e vindas da plebe ou povo ao poder creio que uma mesma elite política, econômica e religiosa treme diante de populações e nações inteiras que reage à violência do sistema que foi erigido prometendo justiça social, bem-estar e outros ideais democráticos a todos, às massas.

O avanço tecnológico alcançado utilizado para produção de bens e alimentos veio poluindo e destruindo o meio ambiente, levando os recursos naturais à exaustão e incontáveis crianças ainda morrem de fome; a exploração pelo trabalho assalariado ainda escraviza milhões a grilhões agora chamados de emprego; cenas pavorosas de refugiados fugindo das guerras perpetradas no Oriente Médio tentando chegar à Europa em busca de asilo espantam e geram comoção; bancos e megacorporações em um mundo globalizado controlam a vida de bilhões de pessoas que são submetidas às mais atrozes situações de escassez ou penúria pelos ditames do mercado financeiro; de certo modo as escolas se tornaram institutos de conformação das populações às diretrizes para que sejam peças descartáveis e baratas dentro de uma maquinaria que move as relações sociais; arte e cultura se produzem e se consomem como produtos ditados pela moda para entreter e conduzir as massas ao alienamento de si mesmas. Essas são algumas questões que levanto no presente, mesmo sabendo que há contradições e resistências ao atual regime das coisas provocando mudanças pontuais e localizadas, que não conseguem co-mover e mobilizar os seis bilhões de habitantes à “rexistência”: o resistir para o “bem existir” ou “bem viver”, sendo este um conceito diferente do “viver bem”, como poucos viveriam e vivem nas classes abastadas do passado e presente.

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Claro que o amplo acesso à escolarização em todos os níveis é um fato constatado ao redor do mundo, e que a infância e juventude atuais do povo não estão abandonados à própria sorte como estariam no princípio do século XVIII, embora haja muita discussão sobre os fundamentos e função social da escola.

Se nesses duzentos e tantos anos a promessa do Estado de prover e proteger a educação e bem-estar das crianças e jovens foi cumprida integralmente, ou não, pelo menos houve interesse de que as nações chamadas civilizadas se unissem em torno de esforços para garantir a discussão política de que isso deve ser feito.

Temos, assim, desde os princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) nascida dos debates em torno da Assembleia Nacional Constituinte francesa e da ascensão da burguesia ao poder, um hiato de 159 anos até que a Organização das Nações Unidas propusesse a “Declaração Universal dos Direitos do Homem” - ou “Declaração Universal dos Direitos Humanos” - como bases que orientassem os países do mundo à busca de um “ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade” se esforçasse “através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva”, conforme o preâmbulo dessa.

A extrema violência acumulada nesse século e meio desde a Revolução Francesa e, depois de duas guerras mundiais, provocam a proposição desse documento que ainda repercute e, ocasionalmente, é esquecido no interesse de ainda se fazerem guerras, conduzidas pela então burguesia contemporânea acomodada e dispondo de seus interesses e poderes.

Eu creio, Herr Schiller, que aquém e além de todas as classes sociais há um princípio triste e infeliz de ódio e egoísmo movendo homens e mulheres ao longo dos milênios e, num tempo ou noutro, num espaço ou noutro, são esses dois sentimentos, pensamentos ou “estado de espírito” de poucos que se reúnem em torno de ideais por poder e controle é que fazem por 144

desmoronar qualquer sonho de ventura que se tenha para com os outros, com o próximo, para a humanidade.

Nas suas cartas ao príncipe (Schiller, 1989) temos, em suma, suas reflexões sobre a natureza do homem, a realidade física ou o estado moral deste o conduzindo pela vida, a cultura como não bastando para libertar o homem daquilo de que ele carece não tão só como indivíduo, a educação estética e a arte como um caminho para que surja um ideal acima de considerações fortuitas, universal e como princípio espiritual que a todos inspirasse e co-movesse. As “asas da imaginação” (Idem. P.115) levando o homem às “asas da arte” (Idem. P. 135) a ideais superiores, os do mundo estético onde só ali seríamos “iguais”.

Se suas preocupações nas cartas de 1793 refletiam exasperação pelo que o ideal igualitário, libertário e fraterno impulsionados à força, pelo “Terror” e pela violência dos “burgueses” jacobinos liderados por Robespierre ao poder “republicano” de então, bem que também entrevejo em seu poema escrito anteriormente às missivas aquele lugar ideal da estética, do belo, no simbólico dos Elíseos dos deuses gregos.

Se ali residem os deuses, ou aqueles que depois da morte o encontraram como moradia, também creio que só mesmo se a “Alegria” co-movesse profundamente as sempre briguentas divindades do panteão muitas das vezes diabólicas, é que a igualdade, fraternidade e a liberdade nos reuniria em torno desses ideais acima de nossas, digamos, fraquezas diante de nossa individual inferioridade, animalidade, ou razão desvairada, sentidos fugidios (Ibidem. P. 134).

Sim, ainda que seja difícil definir o belo - como disse Sócrates pela boca de Platão em Hípias Maior -, creio que é na beleza que se encerra em nossa humanidade como espécie, fruto de uma evolução de bilhões de anos nesse cosmos, é que temos a chave para compreender a “Alegria” como força universal que nos impulsiona à harmonia com o todo e o tudo. Creio também que, de algum modo, foi a essa beleza na alegria como força universal que você se referiu no seu poema e que avança nas reflexões de suas cartas. Óbvio que falo disso num 145

ponto de vista de 2015 no século XXI e tendo relações com a tese que defendo.

Discuto sobre a “Educação com Imaginação”, sobre os porquês de cortarmos as asas da imaginação das crianças pela escolarização, e sobre a arte e a estética como fundamentos da educação, querendo compreender como e por que nossa humanidade se evoluiu dessa maneira, tendo uns aparentes poucos a provocar tanto ódio, egoísmo e violência milênios afora. Pergunto e reflito sobre se nossa espécie humana evoluiu para isso, para um estado e regime de coisas em que o belo, a beleza e a arte como linguagem são cerceados o tempo todo, seja o sistema político, econômico, social ou educacional que for, digamos, hegemônico. Por que uns poucos de alguns setores da humanidade regem essa infeliz melodia da tristeza milênios afora, quando poderíamos deixar de ser cegos, surdos e mudos à beleza e harmonia do cosmos?

Assim que me vejo, suponho, como um neo-romântico que defende os princípios estéticos em sentimentos/pensamentos sobre uma razão fria ou um racionalismo desprovido daquilo que nos humaniza como seres singulares, originais em nossa subjetividade. A arte, estética, poética, a beleza devem e podem ser fundamentos de nossa educação e de nosso sistema educativo a garantir direitos inalienáveis e fundamentais de todo ser humano.

Suas cartas ao príncipe vão terminando e dizendo que “mesmo o gênio poderoso tem de abrir mão de sua majestade e descer com gesto familiar até o senso infantil. A força deixa-se prender pelas deusas das dádivas, o leão altivo obedece as rédeas do amor” (Ibidem. P. 135), no que denoto que, de alguma maneira, na criança temos uma pista sobre como a arte e a beleza impressas no cosmos são sintonizadas por elas nesse breve período de seu desenvolvimento como seres humanos que, muitas vezes em nossa arrogância desmedida de adultos teimamos por fazer com que esqueçam ou se desconectem.

Daí que o seu “Hino à Alegria” também me dá pistas para compreender que certos “tons” entristecidos que caracterizaram acordes e notas de nossa evolução humana provocaram tanta infelicidade. Sim, devemos 146

“mudar de tom”, para a alegria, e nela e com ela, com multidões sob o céu estrelado, nos abraçarmos como irmãos e irmãs nesse universo todo a ser descoberto em sua aparente infinitude. O “fulgor divino” (götterfunken) de seu poema me parece ser, na alegria, única força capaz de nos unir como humanidade diante do cosmos daquilo “que os costumes rigorosamente separaram”. E, foi um “surdo” que musicou seus versos. A mensagem de seu poema ecoa ao redor do mundo nos acordes do coral assobiado aqui e ali como que querendo fazer morada de alegria nos corações e mentes das pessoas que no mais das vezes não sabe para onde ir em meio ás confusões do mundo atual...

E, seguem as minhas reflexões pelas asas da imaginação no “voo suave” da Alegria, através da arte vivida com crianças, procurando vislumbres dessa “identidade” como “centelha divina” expressada pelos e nos traços, cores e tons dos desenhos feitos por suas mãos infantis. Aos direitos que “demos” às crianças procurarei descobrir se há outros que somente suas vozes, olhos e ouvidos sabem captar em sua infância e por sua imaginação.

Lendas e mitos, fantasias, promessas, realidades e estórias infelizes nos foram dados no decorrer da história da humanidade. Creio que precisamos resgatar ou re-cordar, imaginar ou re-inventar, re-criar outras tantas que nos impulsionem ao “bem viver”.

Nós que tantas vezes fomos como que forçados a nos des-umanizar, a carregar como camelos o pesado fardo imposto pelo ódio, egoísmo e violência, a querer as dádivas do amor sem saber como senão sendo leões tão somente a clamar por tal, pensaríamos que poderia ser pelo ver, ouvir e falar da criança que nos aproximaríamos da beleza em sua alegria?

Re-cordando o Zaratustra de Nietzsche, como, quando e onde nos transformaremos em crianças, não apenas “lá” no Elíseo, mas aqui, no aqui e agora desse momento da história da humanidade?

Herr Schiller, você que é filho do Elíseo, também não escuta que vem do chão das ruas, das creches, das escolas um grito de alegria engasgado há muito dos l’enfants de la patrie? Um grito sem violência nem ódio, 147

nem egoísmo e nem terror. Um grito sem medo! Um grito de e por alegria! Quem é que não pode ouví-lo, vê- lo ou falar com ele?

Herr Schiller, como é possível des-cobrir o “tom” que vai no “senso infantil” o ideal da igualdade de direitos para a fraternidade entre os seres humanos e a liberdade para se navegar e se entregar ás harmonias do cosmos, elevados à potência da alegria, senão ouvindo as crianças, e a criança que “rexiste” dentro de nós?

Serão as crianças conectadas ao cosmos que escreverão os poemas e as canções, os caminhos para uma profunda re-evolução da humanidade, Herr Schiller?

Muito cordialmente...

Leo Nogueira Paqonawta Doutorandando pelo Inverno/Primavera de 201556

Post Scriptum

Finalizo minha carta com essa breve estória, para que num futuro próximo você mesmo possa também falar comigo sobre ela....

(...) Ali, pertinho de uma bela árvore e sob o céu estrelado de constelações, o Poeta e o Quiromântico entreouviam, entrefalavam, entreviam, entrescreviam e entredesenhavam aquela cena toda com algumas crianças...

Nas asas da imaginação fui até lá e cliquei a máquina registrando aquela algazarra para a posteridade, e para eu não me esquecer de que nas órbitas do espaço-

56 Idem. Carta a herr Schiller sobre cartas a seu mecenas - o príncipe dinamarquês Friedrich Christian von Schleswig Holstein-Sondenburg-Augustemburg (1765/1814) - publicadas em livro como “A educação estética do homem” (1794). Osnúmeros de página citados se referem a SCHILLER, Friedrich. A educação estética do homem: numa série de cartas. São Paulo: Iluminuras, 1989.

Ali naquela oportunidade eu ainda não me descobrira “estotorado”, assim não estava “doutotoro-andando”.

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tempo a Musa Medonha se travestiu, habitou muitas outras cavernas e foi conhecida por vários nomes, enquanto as crianças sempre foram tão apenas crianças em suas e-ternuridades.57

57 Idem. A Foto é a que ilustra os dois textos anteriores de 2015, alterados os personagens em 2017. Esse texto está no final da carta e antes do conto do Filosofante e a Musa Medonha no referido trabalho, aqui invertidos como explicado na Nota anterior. 149

Figura XX. Marília de Dirceu Estão representados nas figuras humanas, o poeta e sua musa bem-amada, Tomás Antônio Gonzaga e Maria Dorotéia Joaquina e Seixas Brandão Imagem elaborada pelo autor em 2016 para a Mandala de 2017, e apresentação multimídia em aulas do estágio docente em oficinas no espaço-tempo do doutotoro-andamento.

Pintam, Marília, os Poetas A um menino vendado, Com uma aljava de setas, Arco empunhado na mão; Ligeiras asas nos ombros, O tenro corpo despido, E de Amor, ou de Cupido São os nomes, que lhe dão.

Porém eu, Marília, nego, Que assim seja Amor; pois ele Nem é moço, nem é cego, Nem setas, nem asas tem. Ora pois, eu vou formar-lhe Um retrato mais perfeito, Que ele já feriu meu peito; Por isso o conheço bem.

Tomás Antônio Gonzaga Marília de Dirceu58

58 Trecho da Lira II. GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. Porto Alegre, RS: L&PM, 2007. (Coleção L&PM Pocket). p. 9-10. 150

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INTRODUÇÃO PROPRIAMENTE EXCRITA

Escrever nem uma coisa Nem outra - A fim de dizer todas - Ou, pelo menos, nenhumas.

Assim, Ao poeta faz bem Desexplicar - Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.59

Manoel de Barros

O Sumário propriamente escrito

Re-tomando o sumário em doutotoro-andamento... O contexto da tese é um cenário composto por várias histórias que se sucedem, indo e vindo como novelos que se enrolam e des-enrolam em tramas, compondo um caminho percorrido por um tapete mágico voador em que personagens vivem e se cruzam em várias vidas, outras se sentam, contam e ouvem atentas o que se vai narrando ... ou um lago de águas transparentes que refletem os céus de várias estações e eras... uma pedra em que se esculpem cenas, uma tela em que se pintam paisagens de mil vidas... Dou os devidos agradecimentos; as oportunas abluções na ofertória e dedicatória; confesso minhas crenças ex-postadas no Crux Credo; faço as saudações e pré-ambulações... e sigo para cumprir os demais ritos necessários para facilitar a compreensão do contexto dos relatos que virão a se des-en-redar. Na Introdução apresento as questões que originaram a tese, sua hipótese, pergunta(s), metodologia(s), enuncio alguns (multi)procedimento(s), rabisco objetivo(s), destaco problema(s) considerando o descaso para com os direitos das Crianças, aponto uma equação que me ajudou a querer en-carar, en-frentar, des-compreender e des-saber o papel social das instituições educativas e, indico roteiros a percorrer para fechar a(s) história(s) catada(s) e elaborar as considerações finais... como no Resumo Entendidissimamente...

59 BARROS, Manoel de. O guardador de águas. São Paulo, SP: Record, 2009. 152

Considerando que seria útil e proveitoso mostrar aos Almirantes e tripulantes da banca imaginativa o que levo na bagagem, as instalações do Barco do Meu Destino e o combustível que me co-move, ofereço meus presentes, abro caixas e malas, desfolho álbuns de recordações, me apresentando à banca e aos leitores espiantes-ouvintes-falantes de onde vim, quem que sou, onde estou, para onde vou e como é que vou... (1) Doncovim... (2) Quemcosô... (3) Oncotô... (04) Proncovô... (05) Coméquiovô... As referências à produção e edição de vídeos desde o mestrado, no trabalho na escola e na Rede Municipal de Educação e, já aprovado para o doutotoro-andamento, se encontram na “Videografia do autor”, que reitero serem importantes dar ao conhecimento da banca orientadora e examinadora, são para que identifiquem elementos anteriores que ins- piraram a tese. No des-crever e apresentar esse trabalho faço entre-meia-ações com alguns textos re-cortados e imagens elaboradas por mim num percurso passado e recente, além de outras imagens, canções e poemas que ilustraram, fizeram a trilha sonora, embalaram, e me extasiaram em cada passo da preparação, planejamento, anotações, arrumação, desfrute e recordações da viagem... Reitero que no escrevimento propriamente dito, utilizo e gosto de citações longas, “ultra-para-fraseio”, comento e conecto com outras passagens na música, arte, poesia, inter-ponho com desenhos que faço e utilizo imagens de outrem, extra-ponho com textos com os quais relaciono com o que vai ex-posto... extrapolo e pulo preferindo as notas de referência ao pé da página para não ficar “perdido” procurando onde estão. E, assim, componho uma página de mapa do que será, no conjunto, um Folioscópio (“Flip Book”). “Reticencio” quase tudo, “quintessencio” tudo. Canto, declamo e suspiro pelas entre-linhas... Sou cantado, declamado e suspirado por mil e uma linhas... Outra confissão... preferiria não escrever nada mas, apenas desenhar e editar as cenas que vi, que bem-te-vi...

Tese... hipótese...

Como “spin-off”, derivada da dissertação do mestrado (PPGE/UFSC/2011) “Telejornais e Crianças no Brasil: a ponta do iceberg” com a revelação do “Segredo da Pirâmide” do Jornalismo e da “Pirâmide de Oito Lados da Sabedoria” (Chakana) na relação Educação-Comunicação e, desde então, no 153

encontro com as crianças nas creches e escolas da Ilha de Santa Catarina e o contato com o desenho da mão de uma Criança descoberto numa caverna pré-histórica (40 mil a.C.), apresento a tese de que “é possível sair da caverna”, tendo como hipótese que “somente (aqueles que se transformam e se fazem como) as Crianças conseguem isso”.

Pergunta(s)... Metodologia(s)...

Pergunto, inicialmente, “e se não cortássemos as asas da imaginação da Criança” (na creche, escola, universidade, cidade, mundo) e, tenho a intuição e o devaneio como método “filosofanteântico” (filosófico). Metodologicamente, a pesquisa evolve como anotações de um Diário pessoal, se desenha como uma coletânea de Mapas conceituais, ou uma Cartografia, dando a mão e levado por aquelas Crianças - nas creches, escolas e da caverna ancestral - seguindo como digressão imaginativa numa viagem poética de investigação, descoberta e criação.

Sou inspirado e impulsionado na reflexão dos conceitos de “Poética”, “Devaneio” e “Imaginação” em Bachelard; nos enunciados sobre “Imaginação e Conhecimento” em Einstein; sobre a Criança nas “Transformações do Espírito” no “Zaratustra” de Nietzsche; na “Intuição” em Ubaldi e, também, na “Analética” nas dimensões das relações humanas da “Erótica, Pedagógica e Política” em Dussel. Arranho, palmilho, apalpo, cutuco, empurro, acaricio, navego, mergulho e voo “com”, “para”, “das”, “através” e “por” entre diversas correntes religiosas, filosóficas, científicas, pedagógicas, artísticas, musicais, “poesiéticas”, “estesiéticas” e espirituais.

(Multi)procedimento(s)...

Como procedimento recolho anotações sobre as paisagens visitadas ora deslizando apenas à superfície, ora descendo à alguma profundeza ou subindo às alturas em algum detalhe até às fontes primeiras, a das Estrelas que têm “o quê, o quem, o quando, o onde, o como e o por quê” a me dizer. Crio uma narrativa poética pela palavra-chave e a imagem, ora recolhida, ora criada, tendo estas como traços e marcos do roteiro, evocando e invocando significados, compondo argumentos que se alinham como o debate.

Sigo brincando com os dedos de uma mão, abro velas e levanto âncoras com pensamentos do (1) “Emílio” de Rousseau; (2) com a irreverência da “não-educação” formal na “Emília” de 154

Monteiro Lobato; (3) com a educação e comunicação com o “Emídio” da dissertação “filosomediântica”; (4) caminho em busca do “Evídeo” na paixão pela “visão das Estrelas” de Van Gogh e Carl Sagan dentre tantos outros luminares, que espero me conduzam ao (5) “Emíndio” numa próxima peripécia, mais longe da caverna.

Observo as direções indicadas na “Flor Roxa dos Ventos”, na bússola “do Coração de um Trouxa”, na medição pelo Astrolábio de um beijo de Amor em canções de ninar, embalar e encorajar os re-nascidos em mil tons sob a batuta de Meninos e Meninas Gerais, depois de todas as esquinas e acolá, além dos Belos Horizontes em mares desconhecidos.

Literal e poeticamente as jornadas evoluem “ao Leo” - Menino- Homem da capital “franciscando” no interior Brasil que se expressa em “mineirês”, a partir das percepções e perspectivas neo-lógicas e neo-sentidas em fabulações Escolares e Acadêmicas (“Fabulares” e “Fabulêmicas”), da “bem-te-visão” e na “catação de histórias” sob uma sombrinha com as cores do arco-íris e de mãos dadas entre o Pedagogo-Capitão (Artista, Palhaço, Bobo, Louco, Coringa, “Filosofantemediador”) e a Criança-Marujo (“Filosofante”) em uma viagem “imãoginada”.

O roteiro segue “descobrincando” com as mãos das crianças pintadas, coloridas e desenhadas em mil cavernas, salas, pátios, ruas, parques, hortas, jardins e praias, mapeando rotas, territórios demarcados e anotadas por outros diversos autores, toma rumo inventando cais tangente à universos consagrados do conhecimento hegemônico consagrado e historicamente construído e, o des-conhecimento do sistematicamente en- coberto.

Viajo parabolizando, metaforizando, resgatando, invocando, evocando, pontuando, orando, sorrindo e chorando, animado e cansado, costurando, alinhavando, tricotando, esculpindo, colando, deformando e reinventando multiversos, sinais, signos, significados e significâncias, linguagens, frases, passos, danças, melodias, músicas, canções, histórias, mitos, sagas, epopeias, cenas, paisagens.

Exploro vales, terras, serras e montanhas, portos, trapiches, mares, oceanos, rios, lagos e nascentes, estações, pontos de partida e chegada em aldeias, povoados, vilas, cidades, nações e impérios em terra, mar, nuvens e espaço aberto, sambando e gingando, dando cambalhotas e piruetas, malabarizando, sonhando e sendo sonhado, acordado e dormindo, des-dobrado, 155

em transe com o coração e mente abertos à emoção, à experiência, ao êxtase, à estesia, aos sentimentos e pensamentos de “Belezura” e “Felicidade” sintonizando as harmonias em meio ao caos.

As páginas bidimensionais se apresentam identificando relevâncias pessoais em pequenos contos dos cantos visitados, colocando “imagens-em-ação” e “imagens-em-canção”, formando versos e reversos ilustrados com a habilidade de um artista gráfico que intenta captar “frames”, instantâneos, breves e sucintos momentos - com suas sinopses - de uma história de vida peculiar, superpondo aparências e transparências de anotações de memórias velejadas num Barquinho de Papel pelos espaços- tempos milenares, bilenares.

Objetivo(s)...

Rabisco um diário de bordo não linear dessas expedições ao conhecimento de mim mesmo, sublinhando traços de uma autobiografia incompleta como ficção histórica “literatésica”. Confecciono uma coleção de mapas, uma estória - linda, fantástica e maravilhosa - envolvendo amizades super e supra conectadas. Faço o (im)possível relato de uma visão, de crenças e des-crenças, de um sonho em desenhos, numa pintura com seus enigmas a serem decifrados.

Invento uma brincadeira de caça ao tesouro, um número de circo, um jogo, um baralho, mapa zodiacal, álbum de figuras, manifesto, poema gráfico, balé audiovisual, uma mandala, uma “placa dourada” contendo mensagem e registros “de onde vim, quem sou, onde estou e para onde vou” (“doncovim, quemcosô, oncotô, proncovô e coméquiovô”) como ser nessa humanidade do Planeta Terra no Universo, esboçando um horizonte de eventos “atado- des-atado” de nós em linhas espaço-temporais entre-cruzando o passado e o futuro envolvendo nossa quadridimensão terrestre presente.

Componho impressões digitais e manuais em um “Documãotário” audiovisual com “holofotogramas” formando um grande Folioscópio (“Flip Book”) que se expande em voltas das pautas de cadernos e de músicas des-organizando “Cartas Infantoastronáuticas” ao seguir o Destino amoroso aonde aquelas mãos se conduzem uma à outra.

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Problema(s)...

Destaco questão referentes aos Direitos da Criança, em especial os do “Brincar”, “Sonhar” e “Imaginar” para re-criar e trans- formar o “real” desde os meus devaneios, minhas descobertas e as de outrem, fazendo considerações sobre algumas produções contemporâneas de vídeos, documentários, filmes e oficinas audiovisuais “com”, “para” e “das” Crianças especialmente no Brasil, apoiando a defesa desses direitos e “rebrincando” na relação “infância e consumo”.

Tendo especial consideração sobre o Artigo 227 da Carta Magna nacional - Constituição Federal do Brasil (1988) - no que diz respeito à plena vivência daqueles direitos nos ambientes educativos apresento, entre outras “Mãonifestações” e “Mãoborletas” “re-vira-voltando” o Mundo, a “Teoria da Beatricidade” (E=mc2), descoberta em uma “Escola Estrelada” e na Rede Municipal de Educação de Florianópolis/SC (2012- 2013).

Aponto uma equação...

A equação homônima da de Albert Einstein, enfatiza da importância da (Filoso)Mediação ou (Filosofante)“Mãodiação” (m) em relação (.) com a “Velocidade da Criança” (c2) definindo o “quantum” educacional-evolutivo da Educação ou Evolução (E). A demonstração da teoria oferece elementos para a reflexão das responsabilidades do Professor, da Família, do Estado e da Sociedade diante da Criança e dos cuidados com a Infância no Brasil e no Mundo. No atendimento com “absoluta prioridade” aos seus direitos e à “Velocidade da Imaginação” em que a Criança transformada e impulsionada por seus devaneios e sonhos se co-move, reconheço em sua “cosmocidadania” - face a face com o universo - o direito inalienável de ter sua mão, “emãocipadamente”, conduzindo o próprio leme e seu destino na sua singular jornada, apresentando e representando senão a si mesma, junto e em frota com as demais crianças.

E indico roteiros...

Provocando tufões pela Água, Terra, Fogo, Ar, Espaço e Sonhos da Infância perante o Cosmos, nas buscas e entregas às descobertas das “Terras Sem Nome da Imaginação” do Pedagogo e da Criança “por mares nunca d’antes navegados”, a “estória” criada segue pretendendo considerar, e “demãonstrar”, que é possível ajudar que eles (se) descubram - bem olhem, bem vejam e bem falem diante da imensidão de si 157

mesmas, do mar e do espaço - sobre as possibilidades de des- construção, des-truição, e re-invenção e criação de conhecimentos na Educação com Imaginação, para a fundação de um “Outro Mundo” “à imagem e semelhança” Delas como Filhas e Filhos da “ânsia da Vida por si mesma”.

Para elaborar as considerações finais...

Sigo para considerações sobre a Creche e Escola (e certamente a Universidade) não mais como convencionado “lugar do ensinar- aprender” entre tantas infelicidades e desamores na dialética da opressão da “Arqueopedagogia” do “Mundo caduco” e, solto, apanho, toco, acaricio com os dedos da mão a possibilidade de estas instituições serem “espaço-tempo da descoberta” da “Infância Filosofante” na perspectiva de uma “Cosmopedagogia” que compreenda o que é ser Criança e Infância num cenário de dimensão cósmica.

E, enfim, apresento uma Criança transformada, em sua “Infância Antenada” com o Cosmos - o Evídeo -, “rexistente” e libertada de muitas cavernas na afirmação da Educação como Evolução do Espírito eterno rumo ao infinito e, em vida no “Bem-Viver”, com mente, olhos, visões, devaneios, experiências e êxtases em provas de Amor e Felicidade em mil e um Universos reconhecidos, ouvindo, vendo e falando com as Crianças do aquém e do além do arco-íris dedilhando no “Oráculo Akáshico”, na revelação do “Segredo das Estrelas” da Chakana, a Constelação da Cruz do Sul (40 mil d.C.).

Cada Capítulo eu decomponho em subitens que serão (1) escritos, (2) desenhados, (3) coloridos, (4) cantados e (5) poetizados, remetendo a outros lugares e espaço-tempos desde o infinito incomensurável micro-universo ao macro-cosmo que se entre-cruzam em muitas dimensões, entre-meiados pela história de fundo desde Tato e Contato, cujo enredo a tudo e a todos des-enreda... Na Pre-ambulação e Introdução comecei a apresentar elementos que, além de justificarem, encaminharam elementos para me introduzir na jornada. Feita a confissão lá em cima ... ao final da viagem (1) (2) (3) (4) (5) apresentei uma edição de vídeo como “Gente-Curta-Metragens” com, para e das Crianças da história “catada”, re-unindo, correr-lacionando, malabarizando inter-conectando imagens-em-ação, com sons, músicas, frases, desenhos, formas que vão e vêm num looping desde o começo e além deste Big Bang! Sãos os trailers 01 e 02 da tese, exibidos na 158

qualificação e defesa/apresentação, encartados neste volume e indicados os links na Internet para acesso público.60 A relação dos “Gente-Curta-Metragens” feitos por uma criança (agora adolescente) com quem convivi por esses recentes anos está indicada na Bibliografia. Histórias, filmes, séries, livros, artigos, dissertações e teses são cheias de mistérios, dramas, suspense, pistas verdadeiras, duvidosas e falsas do começo ao fim! Por isso tudo, escrevo propositalmente fazendo mil e um flashbacks, flashforwards e flashsideways... em analepses, misturando ordens cronológicas, para con-fundir e es-clarecer... assim como utilizo muitos neologismos, de-composição e re-composição de palavras que re- forcem ou exaltem significados da semântica que se entregam ou buscam a etimologia... A Bibliografia está e estará sempre incompleta, ainda que o saber seja finito diante da imaginação infinita... Ela, que abarca o mundo. As páginas não estavam numeradas até à defesa e, finalmente numeradas após esta para facilitar aos leitores além da banca. Para manter o “espírito” da “desnumeração” original, significando interpenetração e soltura de cada folha, não as indico no Sumário. As figuras estão indicadas como XX, porque são todas partes da mandala final, a imagem “importante”, a “imagem-síntese-conto” ao final do texto das Considerações (P.271-272). Quanto às referências, preferi colocá-las em cada página, e não no final do texto, para esclarecer ou ampliar ali mesmo um ponto, ou um conto, sem necessidade de ir ao final do texto.

#ForaTemer golpista contra o doutotorado-sanduíche em “página infeliz de nossa história”

Por decreto do des-excelentí$$imo, in-feliz-cí$$imo pre$idente golpista #ForaTemer, um passo e muitas mãos importantes para a tese foram negados depois dos cortes orçamentários para a Educação, quando

60 SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2018. Evídeo: Trailer 01. Publicado em 06 de setembro de 2018 na conta do Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=IgX4N325ZKI>.

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2018. Evídeo: Trailer 02. Publicado em 18 de setembro de 2018 na conta do Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=hwvb1id2R58>.

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sobrava dinheiro para encher malas, helicópteros, caminhões, apartamentos e o bol$o de congre$$i$ta$ evidentemente ladrões da esperança de um povo. Assim como milhares de pós-graduandos, não pude fazer o doutotorado-sanduíche em Portugal e, as visões que tive na Terrinha me parecem apropriadas para viver em outro momento. Isso não me impedirá de registrar a parte das visões que me co- movem nas peripécias iniciadas com Infante Henrique de Sagres (da casa de Avis) na epopeia dos descobrimentos que deram a conhecer ao Velho Mundo o Novo Velho Mundo, cantada por Camões e Fernando Pessoa, gênios e-meninados que sabem ser impossível dar freio à Sorte, ao Fado, ao Destino e à Missão espiritual, que virá a ser histórica, em linda, maravilhosa e fantástica página da história dos antigos Fenícios sonhadores, e caducos europeus renascidos em Portugal e Brasil. “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, canta o Pessoa sobre o Infante! “Senhor, falta cumprir-se Portugal!” (... Os Mapas em Portugal... os “Portulanos Portugueses”... os falsos Portulanos... as falsas Cartas Náuticas... inventadas para enganar os não-portugueses nos Grandes Descobrimentos... os falsos mapas...) Brinco com o “Quinto Império” acontecendo Brasil, pelos membros espalhados da “Casa de Avlis”, os Silva ao contrário, o povo comum, a democracia, as crianças das creches e escolas, obviamente os que tendo o poder pelo conhecimento e imaginação, são “infantis” e sem voz política, econômica etc. para determinar mudanças... A re-evolução virá...o re-vira-voltamento do Mundo Caduco pelo Outro Mundo. Não há pesadelo que A Criança não poderia quicar longe, como se faz num jogo de bolinha de gude, ou bola de meia... no entanto, por termos sido quem criou ou se omitiu nessas regras vigentes, temos de suportar até o fim o pavor instalado por infelizes maiores e mais poderosos que nossas tristezas e melancolia nesses45 minutos do segundo tempo, da ampulheta inexorável... (O Relógio Cósmico já tem tique-taque entre fótons nessa área em que rodopiamos pelo Cosmos... e tudo o que tiver de se diluir em Luz o será...) Os (1) Assírios, (2) Persas, (3) Gregos e (4) Romanos cederão seus domínios com as paisagens desoladas, tristes e infelizes à Felicidade a e-levar o “Quinto Império” (5) Luso-brasileiro pelas mãos e corações das crianças Filosofantes... em tese... pelo menos entre-visto nessa tese... “Do Infante Henrique de Sagres do Porto do Galo às Crianças Filosofantes do Porto dos Patos” (Ilha de Santa Catarina, Desterro, Florianópolis), subtítulo da tese, descreverei as cenas entre-vistas vice e 160

versa, tão certas como um dia entrarão nos anais da história o período de terror e desgraça implantado pelos seres mais vis que este Brasil conheceu ao longo de 500 anos. Porque o que os Meninos e Meninas dos Olhos, no Pensamento e Coração Da Criança, o diabo não toma!

Figura XX . Os Pequenos Grandes Poetas. Estão representados nas figuras humanas os pequenos Fernando Pessoa, criando... Cecília Meireles, podando... Manoel de Barros, des- explicando... Ilustrações elaboradas pelo autor para a Mandalas de 2017.

Triste de quem vive em casa, Contente com o seu lar, Sem que um sonho, no erguer de asa, Faça até mais rubra a brasa Da lareira a abandonar!

Triste de quem é feliz! Vive porque a vida dura. Nada na alma lhe diz Mais que a lição da raiz - Ter por vida a sepultura.

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Eras sobre eras se somem No tempo que em eras vem. Ser descontente é ser homem. Que as forças cegas se domem Pela visão que a alma tem!

E assim, passados os quatro Tempos do ser que sonhou, A terra será teatro Do dia claro, que no atro Da erma noite começou.

Grécia, Roma, Cristandade, Europa - os quatro se vão Para onde vai toda idade. Quem vem viver a verdade Que morreu D. Sebastião?61

Fernando Pessoa Quinto Império

.

61 PESSOA, Fernando. Mensagem. Cleonice Berardinelli. (Org.). Rio de Janeiro, RJ: Edições de Janeiro, 2014. p. 162

A ante-tese da qualificação também no Facebook na antítese e ante-mão do uso de papel

Também sugeri às orientadoras que, tendo em vista as possibilidades e facilidades de comunicação e inter-ação pelas redes sociais, partes da produção da qualificação à defesa pudessem ser disponibilizadas em álbum restrito apenas aos membros da banca, com a finalidade de apresentarem contribuições nos comentários, deixando-os visíveis aos demais membros autorizados a acessar este(s) conteúdo(s). Justifico isso no aprofundamento de questões desenvolvidas desde a graduação, mestrado e trabalho na Rede Municipal de Educação de Florianópolis, quando então eu desenvolvia oficinas sobre “O Uso das Redes Sociais como Ferramentas Pedagógicas”. Por que não usar, agora, os álbuns de Facebook como ferramenta para interação com e entre os membros da banca e o doutotoro-andando? Seria muito proveitoso que os comentários se dessem e isso possibilitasse a inter-ação, até às vezes ao mesmo tempo se coincidisse, já que aquilo que cabia em prateleiras enormes ou gigantescos computadores-avôs agora cabe na palma da mão, em um celular, tablete, ou ao alcance dela pelo mouse e na tela. (A tecnologia envolvida e disponibilizada atualmente nos smartphones são milhões de vezes maior daquela que levou o homem à lua.)62 O Resumo para a qualificação esteve disponibilizado às orientadoras em álbum restrito a elas, em meu perfil de Facebook, quando aguardei autorização para convidar os demais membros a interagir por ali, ou não. Após a apresentação/defesa pública da tese, foi aberto ao público63. “Lançada a sorte” e a proposição, espero que ao menos tenham visitado tal álbum. Muitas imagens, legendas e textos foram propositalmente adicionadas em álbuns específicos por tema no meu perfil de Facebook, considerando isso muito mais proveitoso que apenas salvar dentro do

62 Vide Jornal Ciência, “Smartphones são milhões de vezes mais eficientes do que os computadores da NASA de 1969”, por Júlia Moretto. Disponível em . Acesso em 05 de junho de 2017. Publicado em 04 de janeiro de 2017.

63 Álbum “Evídeo: resumo da tese do agora Doutotoro andadado” disponibilizado em: https://www.facebook.com/leonogueirapaqonawta/media_set?set=a.1021086151819 1369&type=3 163

laptop. Abro o álbum e as imagens estão ali ordenadas pela ordem de postagem, datadas, referenciadas, comentadas à frente, abertas, em panorama, ilustrações de momentos que dão à hiperlinks indicados aqui e ali, remetendo a assuntos correlatos. Descobri isso no meio do processo do doutotoro-andamento, e raramente faço postagens “diretas” na linha do tempo (TL). Obviamente que no Facebook tem muitas “coisas” misturadas, mas como plataforma e meio de socialização, comunicação, interação, os grupos fechados me parecem muito adequados para informar e o que daí decorre. ( ... Mapas... da Terra... Água... Fogo... Ar.. Espaço...)64 Além das imagens que disponibilizo nos álbuns do Facebook, tenho HDs externos com muitos Terabites de cenas captadas pelas telas do celular e câmera fotográfica em minha jornada acadêmica desde a graduação ao trabalho na escola, e depois no doutotoro-andamento. Eu estive tão absorto em meu devaneio e visões depois das “obrigações” cotidianas no cursar “disciplinas” para a devida “obtenção de créditos” parciais, no estágio docente também para a “devida obtenção de créditos”, reuniões e eventos para “obtenção de créditos e dados na Plataforma Lattes” (e na “Sucupira”), além das leituras necessárias, que demorei a cumprir as “cobranças” do Programa de Pós-Graduação que,

64 Vide alguns álbuns dos Mapas entre os álbuns do Facebook do autor:

Doutor ando... caminho... des-cubro... (Álbum com registros de cenas doutorandânticas por aí): https://www.facebook.com/leonogueirapaqonawta/media_set?set=a.1020214827892 5833.1073741868.1154289375&type=3 Mapas da Educação com Imaginação... (Registros de imagens, textos e etcoeteras sobre Educação com Imaginação.): https://www.facebook.com/leonogueirapaqonawta/media_set?set=a.1021063068086 0580.1073742046.1154289375&type=3 Mapas do Espaço (Registros de imagens, textos e etcoeteras sobre o Espaço... Poética... Devaneios...): https://www.facebook.com/leonogueirapaqonawta/media_set?set=a.1021063249446 5919.1073742048.1154289375&type=3 Mapas da Terra... (Registros de imagens, textos e etcoeteras sobre a Terra... Devaneios... Vontade...): https://www.facebook.com/leonogueirapaqonawta/media_set?set=a.1021064290656 6215.1073742050.1154289375&type= Mapa das Constelações (Registro de imagens e textos sobre as Constelações.): https://www.facebook.com/leonogueirapaqonawta/media_set?set=a.1021101758689 2989.1073742064.1154289375&type=3

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por sua vez, também é “cobrado” em outras instâncias da maquinaria no cenário de mercantilização da Educação. Se “Sciencia potentia est”65... “Conhecimento é poder”... “Imaginatio est potentia etiam”... “Imaginação é poder também”... virgulo eu... Conhecimento é a Teoria da Relatividade em E=mc2... de Albert Einstein... Imaginação é a Teoria da Beatricidade em E=mc2... de um Menino Filosofantemediador... Assim vou, assim doutor-ando, doutor-andando... doutotoro- andando... em quatro anos em um único dia de 40 milhões de anos66...

65 Frase atribuída a Sir Francis Bacon, o filósofo e ensaísta... Não o “Chico Toicinho” da outra frase, imaginado como nome da pizzaria no Bairro Coqueiros, em Florianópolis.

66 O “Calendário Cósmico” é apresentado como diagrama no livro “Os Dragões do Éden”, de Carl Sagan, que ganhou o prêmio Pulitzer com ele em 1977. Cada dia nesse calendário equivale a 40 milhões de anos de nossa história cósmica. Neste calendário, os mais primitivos Homo sapiens não chegaram até dez minutos antes da meia-noite do último dia do ano, e toda a história humana ocupa apenas os últimos 21 segundos, de 31 de dezembro. Neil deGrasse Tyson apresenta o Calendário Cósmico no episódio 01 na segunda versão da série do gênero documentário científico, “Cosmos: A Spacetime Odyssey”, no Brasil “Cosmos: Uma Odisseia do Espaço-Tempo” (2014). Inspirado na série “Cosmos” (1980), escrita por Carl Sagan e Ann Druyan, sua então esposa, Sagan também apresenta o calendário no episódio 01. Página de Internet oficial da série de 2014, disponível em .

Lista de episódios de Cosmos (2014): . Lista de Episódios de Cosmos (1980): .

Cientistas indicam diferentes idades do Universo, de acordo com o método que utilizam na medição da idade dos elementos químicos, que vai de 11,6 a 13,82, 14,5 até 17,5 bilhões de anos, e as aceitas pelos astrofísicos indicam 13,82 bilhões. Ervin LAZLO (2008. P. 43) também estima a idade de nosso universo em 15,8 bilhões.

Na tese, arredondei para aqueles 14 bilhões e 540 milhões, imaginando os quarenta e dois mil e dezoito anos, até agora, pela contagem da idade dos elementos Tório e Urânio... 14.540.042.018... Vide notas de referência em .

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numa volta de 80 mil anos que passarei a des-escrever para a banca (de apresentação e) de defesa, desde antes e após a qualificação. Estive exausto, exaurido, dolorido, possuído, sozinho, introspectivo, com uma mão à frente e outra atrás... e, no esperado e inusitado encontro, tudo mudou... Beijo as mãos de minhas Bem-Amadas orientadoras que bateram, batem e decerto baterão para sempre, e-ternuradamente suas asas do conhecimento e da imaginação mãoborleteando comigo, “sem indagar nada” desnecessário, “sem nada querer, senão viajar, viajar” comigo “pelo infinito de nossa mútua compreensão”... tornando Poesia em Poevida... Assim vou, assim doutor-ando, doutor-andando... doutotoro- andando... Meu primeiro passo para nascer de novo, academicamente... e...... e “Nascer, crescer, morrer, renascer ainda e progredir sempre”...... enquanto houver Big Bangs... vamos re-vira-voltando... vamos re-evolucionando... “Navegar é preciso”... “Viver não é necessário”... “O que é necessário é criar”... Eu preciso criar... “É preciso nascer de novo”... Necessito nascer re-criado à imaginação daquele Outro Mundo...

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Figuras XXXXXXXXX . Um Cubo ao Mágico, de Triz Estão representados nas figuras humanas os membros da banca e da banca imaginativa de honra, Inclusive o Centauro Quiromântico .Ilustrações elaboradas pelo autor para as Mandalas de 2014 e 2017.

Sobra espaço e tempo no Calendário Cósmico para “navegar”... “viver”... “criar”... e “nascer de novo”...

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Figura XX . Calendário Cósmico de Carl Sagan (1977).67

Figura XX . Calendário Cósmico de Carl Sagan (1977) apresentado em “Cosmos: Space Time Odyssey (2014).68

67 Diagrama do Calendário Cósmico de Carl Sagan. Disponível em .

68 Diagrama do Calendário Cósmico de Carl Sagan (1977) apresentado em outra configuração gráfica no episódio 01 de “Cosmos - Space Time Odyssey” (2014). Disponível em < https://outoftheboxscience.com/wp-content/uploads/2016/12/space- calendar.jpg> em alta resolução em 3 Mb. 169

Figura XX . Paqonawta no seu Destino (2015). Imagem utilizada como ilustração em apresentação PowerPoint em oficinas com estudantes de Pedagogia nos cursos da região da Grande Florianópolis, traçando reflexões “quiromãoticas” sobre as linhas da mão do Pedagogo - aquele que conduz pela mão -, Coração (vermelho), Cabeça (azul), Vida (verde), Destino (amarelo) e Etc. (branco) na “Pedagogia da Imãoginação”, Educação e Arte etcoetera. Elaborada pelo autor em 2015, já cursando a pós-graduação.

Da imagem-em-ação que se transforma em problema da imaginação

A imaginação é mais importante que o conhecimento. Albert Einstein

Imago Mundi... Caduco

Desde já, adianto que de minhas vivências, observações, leituras, reflexões, percepções etc. nos ambientes de educação e ensino, de modo geral, formais ou informais, públicos ou privados, em todos os níveis, desde os bancos de aprendizado, formação até às mesas de quem ensina, na história entre-vista, o conhecimento e as provas de que se “tem” ele é que é importante. A prova desse “ter” é o que “passa de ano”, “vale nota”, “cai na prova”, “cai no vestibular”, “entrega o canudo”, “vale para a vida”, “dá dinheiro”, faz “ser alguém na vida”, “paga o aluguel”, enfim... gera dinheiro na fabricação desse Mundo Caduco. Muito dinheiro para uns poucos, e contas a pagar para muitos. 170

A imaginação é aquela coisa bonitinha, o faz de conta, o melzinho na chupeta, coisa de folclore e histórias infantis, que quando passa da conta vem o professor ou professora e diz: “chega de brincadeira, agora vamos aprender”... Pelo menos ali nos Anos Iniciais da escola fundamental, não exagerando muito os fatos. “Deixe de ser infantil”, “isso é coisa infantil”, “você está sendo bobo”, “larga de palhaçada”, “você é um romântico”, “é de pequenino que se torce o pepino”, “vou passar o dever de casa”, “silêncio”, “fiquem quietos”, “prestem atenção”, “acabou o recreio”... Ser criança... a infância, a brincadeira, a travessura... o devaneio... o sonho... a imaginação... não são coisa séria, não valem nada! É regra, o conhecimento está para o mundo do “conto de fodas”, assim como a imaginação está para o de “conto de fadas”, é exceção. Conhecimento é algo tão importante que inventaram as escolas para ele ser controlado e passado de uma geração para outra. Um tesouro a ser acumulado. A imaginação é algo tão des-importante que inventaram as tesouras para cortarem suas asas. Um perigo a ser evitado. Porém, não é sobre isso que vou tratar, sobre o conhecimento historicamente construído, controlado e transmitido de geração em geração, através das escolas. Passo pelo conhecimento sobre educação e imaginação, assim de raspão, mas tratarei mesmo é de re-tratar uma visão, uma bem-te-visão sobre a educação com imaginação. O que é conhecimento, como é, por que é, onde é, para que é ensinado ou aprendido... quem tem direito ou não a ele, se está certo ou errado, o valor que tem... tudo isso enche milhares, milhões e bilhões de páginas, documentos, leis, livros, programas, projetos, prêmios, rankings, planejamentos, avaliações, cargas horárias, boletins, bancos de dados de computador, bases curriculares, pesquisas, tabelas e muitos etcoetera... em um mundo en-caduca-do onde os mais terríveis pesadelos se tornam realidade infeliz, em carnificina, matança, tortura, destruição, usura, terrorismo, ódio, intolerância, insanidade... Solto asas as, abro os olhos, conto até três, seis, nove e revelo o que vi... aquém e além do arco-íris com (aqueles que se transformaram, se fazem e dão as mãos às) crianças nas creches e escolas... Pura Imaginação... “Viajando no mundo de minha criação” 69... sim, talvez ou não... já seja realidade aqui...

69 Referência à canção “Pure Imagination”, interpretada por Gene Wilder in-vestido do personagem Willy Wonka no filme “A Fantástica Fábrica de Chocolates” (1971). 171

“Por que cortamos as asas da imaginação das crianças?”

Assim que, a primeira pergunta que fiz no anteprojeto da tese foi por água abaixo num instante: “por que cortamos as asas da imaginação das crianças?” Era relativamente muito fácil pesquisar e discorrer outras centenas de páginas sobre essa premissa, melhor ainda, num estilo eruditíssimo - que absolutamente não é o meu - recheado de “outrossim”, “de acordo”, “segundo”, “conforme”, debatendo autores colocando-os no papel despidos de sua própria infância, despoetizados, o que, para mim, literalmente engessa e imobiliza as mãos que querem bater asas, voar além para fora da folha branca. Dali, outras questões surgiram no horizonte, e foram trazidas para “aquele que não tem conhecimentos (teóricos) sobre a infância”, o “meninão” que “não tem importância nenhuma”, o “que não leva nada à sério”, o que “passou na seleção de doutorado na UFSC?”, “Você não quer ser professor da Universidade... por que está fazendo doutorado?”... o que “vive de bolsinha do Lula e da Dilma”, o que ouviu que “aqui eles vêm estudar de sandália, e isso é incompatível com o ambiente”... “isso não é um trabalho científico” e, às oito horas da manhã de uma sexta-feira que “estamos aqui para discutir conceitos, não numa mesa de café”... E, muito mais... Reticências... (Quantas vezes se reúnem em cavernas, pirâmides, banquetes, tendas, templos, tavernas, salões do trono, castelos, sacristias, conclaves, torres, porões, câmaras de tortura, câmaras de deputados, senados, supremos tribunais, palácios, editoria de telejornais, conselhos de classe, congressos... e salas e mais salas importantes para determinar o destino do outro...?) Reticências... Nos porquês sobre o cortarmos as asas da imaginação das crianças creio que eu esteja mais escolado do que todos a quem me dirijo nesse momento. Assim, tomarei isso tudo de cortação de asas por pressuposto. E, decerto, por problema. A ideia de que a imaginação é mais importante que o conhecimento não é tão nova assim, enquanto entre-vejo que os esforços de muitos poucos que fazem ensino, pesquisa e extensão sobre a infância e imaginação são mais recentes. Encontrar esses estudos nas páginas de bancos de dados e diretórios de instituições de pesquisa é tarefa quase inglória, tanto quanto na programação e nos anais dos grandes congressos na área de educação. 172

Certamente o tema foi uma falha de meu próprio processo de formação, enquanto artista e professor na altura de meados de meu cinquentenário, e não me lembro de ler, debater ou ser estimulado a adentrar e aprofundar na questão. Nas Artes, na Pedagogia e no trabalho eu tinha de possuir os melhores conhecimentos do campo, atualizar e ser criativo, mas... e imaginação, imaginador, imaginântico, imaginativo, imaginante? 1, 2, 3, 4, 5... Foi apenas cursando o primeiro mês do mestrado - na faixa dos 40 anos - que tive o meu primeiro e revelador contato com Gastón Bachelard, “o cara” da imaginação! Isso tem local, dia, hora e minuto: Sala 618 do Bloco A do CED, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, Planeta Terra, em uma segunda-feira, 28 de setembro de 2009, às 10:30 h.... Uma das professoras mais lindas, fantásticas, maravilhosas e ins- piradora que eu já encontrei pelos caminhos da vida escreveu assim, em se referindo e refletindo sobre o tempo, o espaço, sonho, ritmo, a escola, o que nos ensina, o peso do Camelo, a coragem do Leão, o voo, de quem?... que captei de relance de suas palavras que tinham sons, cores, formas, por imagens...

(...) Existe uma luta que precisa acontecer contra a inadequação, à insuficiência, a mutilação de nossa cultura para resgatar o afeto perdido. Em tempos de ganância, aceleração, velocidade, abstinência moral e misticismos compensatórios, a imaginação como expressão da arte nos põe em outro ritmo, a pressa atropela, invade, impede. O oposto da pressa não é a lentidão, mas um deslocamento mais espaçoso, mais estético, silencioso e atento ao que nos passa enquanto andamos. A experiência para acontecer precisa de tempo e ritmo próprio.

(...) “Qual é afinal o peso que te impede voar comigo? Quem te obriga a ficar inerte sobre a terra? Sobe na minha balança e eu te direi se, a rigor, podes ser meu companheiro, meu discípulo. Eu te direi não teu peso, mas o teu futuro aéreo. O pesador é o mestre da leveza”. (Bachelard, 1990, p.138)

Por possuir a leveza alada, existe a possibilidade de pesar o mundo. Primeiro voar, depois conhecer a terra, essa é a mensagem do poeta/filósofo. A defesa dele é reconhecer na verticalidade o limite da 173

horizontalidade. Mas esse processo exige aprendizagem, pois quem quer aprender a voar deve aprender a ficar de pé, a andar, a correr, a saltar, a subir e a dançar, não se aprende a voar de repente. O que nos ensinaram foi contentar-se com o horizontal, rastejando, suplicando, esperando, contemplando, repetindo. Inclusive muitas escolas continuam ensinando isso. Por mais que as posições de Nietzsche em vários momentos pareçam arrogantes (e talvez sejam), o seu projeto é de insistir para que esqueçamos aquilo que limita a nossa vontade de potência. Seremos aéreos somente quando compreendermos o quando esse direito nos é negado em nosso cotidiano. Esse é o peso que carregamos para sobreviver. É a versão do camelo que nos toma e invade. Enfrentar essa realidade exige força e coragem, não existe meio envolvimento, o envolvimento deve ser total.

Que possamos viver nessa condição: criaturas que habitam a terra, os espaços concretos e materiais, mas que não desistem de sonhar, de desejar habitar também os espaços aéreos, mais leves, arejados e cheios, de pessoas capazes de reparar nos pequenos detalhes que nos fazem sensíveis e criativos.70 (Grifos meus)

Bachelard e Nietzsche com Zaratustra... Onde é que se aprende a voar, e não se cortam as asas da imaginação, depois de havermos aprendido a “ficar de pé, a andar, a correr, a saltar, a subir e a dançar”? Existe isso na creche, na escola... até à pós-graduação? Onde estão a força e a coragem para enfrentar uma realidade que nos limita, cerceia, e retira um direito (cósmico) que nos é negado? E as palavras e imagens-em-ação da professora bachelardiana ecoam...... voar... comigo... futuro... viver... criaturas... terra... espaços... concretos... materiais... condição... sonhar... desejar... habitar... aéreos... leves... criativos... sensíveis... pequenos... detalhes... arejados... A

70 HARDT, Lúcia Schneider. Bachelard e suas possibilidades de reflexão. Disponível em . Acesso em 10 de agosto de 2016. (Na edição de 2001 da Martins Fontes, a citação de Bachelard está na página 241.)

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experiência para acontecer precisa de tempo e ritmo próprio 71

Figura XX . O porvido e o transformado. Nas imagens humanas estão representados Nietzsche e Zaratustra, Crianças. O personagem Nietzsche, descabelado e, Zaratustra tem na mão um globo celeste, como no quadro de Rafael Sanzio, “A Escola de Atenas” (1509/1511), mas apenas com a Constelação do Cruzeiro do Sul desenhada. Ilustração elaborada pelo autor em 2014 para a Mandala.

Quem se trans-forma de Camelo em Leão e, deste, em Criança? Em Criança alada? Onde está o Faravahar72, Ó Zaratustra, que levará a Infância para bem longe do Mundo Caduco?

71 Idem à nota anterior.

72 “O Faravahar é um dos símbolos mais conhecidos do Zoroastrismo, a religião oficial do Irã antigo. O significado atribuido a ele é a representação de um Fravashi, ou seja, uma espécie de entidade divina protetora, como um anjo da guarda. O símbolo que aparece pela primeira vez em inscrições reais da antiga Pérsia, também é considerado como representação do mandato divino que era o fundamento da autoridade de um rei. (...) No zoroastrismo atual, o Faravahar é interpretado com o sentido da vida, que consiste em viver de tal forma que a alma progrida para o frasho- kereti, ou união com Ahura Mazda, a divindade suprema.” Disponível em 175

O que é, o que é, a Criança alada? Perguntei também no mestrado...

“O que é, o que é”

“O que é, o que é” que responderíamos caso uma esquisita e sapientíssima esfinge – aparentada daquela à beira da estrada encontrada por Édipo – que com corpo de Camelo, com cabeça de Leão, com asas de Águia de um zaratustrístico Faravahar (288), que ainda por cima se transmutasse noutra resplendente esfinge com corpo de lhama, com cabeça de puma, com asas de condor de um incaíssimo Apu Sagrado dos Andes, surgisse do meio do nada, toda cheia de suas enigmáticas filosomídias, a e ainda por cima nos perguntasse alguns “o que és, o que és”?...

“O que foi, como foi, por que foi” que essa enigmatíssima figura transfigurou-se assim?

E, se essa misteriosíssima e mutantíssima esfinge nos chamasse a voar montados nela pelos céus do país da imaginação da lendária Niccea? (289)73

...... O Barco... o Destino... a Experiência... o Tempo... o Ritmo... o Espaço... O voo... a Trans-formação... Os Enigmas das Pirâmides, das Esfinges, das Crianças......

. Acesso em 22 de junho de 2017.

73 Dissertação do mestrado do autor com o número das notas de referência. Citada. p. 321

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Antes de ir para a frente é preciso voltar atrás no raciocínio...

“O que é necessário é criar”, declamou o poeta re-nascido lusitano74... Então, catemos, cantemos, re-contemos e re-criemos nossa, minha, uma, mil, mil e uma, quarenta mil, oitenta mil, quatorze bilhões, quinhentos e quarenta milhões, quarenta e dois mil e dezoito histórias desse universo re-nascido, das cinzas de outro... Bang Big Bang! Neste universo tudo, absolutamente tudo está caindo, rodopiando, girando helicoidalmente indo e vindo pelo espaço-tempo cada dia mais “largo, alto e profundo” nos caminhos do Amor e da “fé da minha infância, ingênua e forte” 75... e o planeta Terra com sua família do Sistema Solar nessa cantiga de roda de mais ou menos quatro bilhões e quinhentos e quarenta milhões de anos, ou voltas sobre si mesmo. Calendários são invenções humanas... e o atualmente aceito quase que universalmente marca nossos passos e mãos quase sempre querendo conquistar, e destruir... pois... O importante é destruir... O conhecimento é importante... O importante é conquistar... Poucos são aqueles que criam... Da mão do macaco pegando o osso para destruir a ossada e, certamente outros macacos, lhe deu poder, poder de ter o controle... uma visão que tenho é da história das mãos poderosas controlando, manipulando, “mãonipulando”, desemancipando, “des-em-mão- cipando”76, conquistando, destruindo sob o signo da violência... Poucas são aquelas mãos que criam...

74 Referência à “Navegar é preciso”, de Fernando Pessoa, mais à frente... Poema à vista!

75 Trechos de Elizabeth Barret Browning, em “Sonetos da Portuguesa, XLIII, tradução de Manuel Bandeira. Disponível em .

76 Inspirado na orientação do Prof. Walter Kohan no evento "Elogio da Escola" na FAED/UDESC promovido pela Universidade do Estado de Santa Catarina, em Florianópolis, SC. (https://www.elogiodaescolaudesc.com/cronograma-1)

Mãoborleta desse instante, em 11 de outubro de 2016, disponível em sob o prédio de MCMXXII.

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Com a trilha de “In Hoc Signo Vinces"77 por Burning Rome, e “Also sprach Zarathustra” de Richard Strauss, na visão de Kubrick temos “A Aurora do Homem” no filme “2001 - Uma odisseia no Espaço” 78... Com imagens-em-ação entre sons, formas e cores re-trata-se um destino a que estamos fadados a viver, morrendo, no quase interminável “conto de fodas”... Mãos... Signos.. Violência... Poucas são aquelas mãos que criam...... Trago um Destino em meu peito... Trago um Fado no meu peito... Trago um Destino em minhas mãos... Trago a mão da Mãe em minhas mãos... Trago os bordados da mão da Mãe em meu coração...

77 “In Hoc Signus Vinces”, "Por este sinal conquistarás”, referência ao lema de Flavius Valerius Constantinus (272-337), então Imperador Constantino I, homenageado com a mudança de nome da cidade de Bizâncio para Constantinopla, considerado como um dos fundadores do Império Romano do Oriente, que durou mil anos...

78 “2001 - Uma odisseia no Espaço”. Filme do gênero ficção-científica dirigido e produzido por Stanley Kubrick. 1968. Cena “A aurora do Homem” disponível em . A mão do macaco em 05:41 min.

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Figura XX . Lucy e Paco ante à Senhora de Fátima. “O mar, a Terra, o meu Fado”. O Barco do Destino trouxe de volta a mãe, a ir-mãe transformada em “filhinha” em seus 82 anos da “quarta idade”. Imagem elaborada pelo autor para a Mandala.

Trago um fado no meu canto Canto a noite até ser dia Do meu povo trago pranto No meu canto a Mouraria Tenho saudades de mim Do meu amor, mais amado Eu canto um país sem fim O mar, a terra, o meu fado Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado De mim só me falto eu Senhora da minha vida 179

Do sonho, digo que é meu E dou por mim já nascida Trago um fado no meu canto Na minh'alma vem guardado Vem por dentro do meu espanto A procura do meu fado Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado79

Mariza Meu Fado Meu

É tão bom seres pequenino E eu, de ti, ser tua mãe Nesta sorte do destino Dos amores que a vida tem Nunca cantei tão baixinho Este amor dentro de nós Quando adormeço o menino No berço da minha voz Os meus braços no seu leito São rios de uma paixão Nas margens onde me deito Há o bater do coração Faz do meu colo o seu ninho E deste canto as amarras Com gemidos de mansinho Que mais parecem guitarras Dorme, dorme, meu menino Nos sonhos que a vida tem Mas guarda sempre um cantinho Ao colo da tua mãe

79 Fado, substantivo masculino. (1) destino, vaticínio, oráculo, sorte, estrela; o que necessariamente tem de ser; vaticínio, decreto do destino. "seu f. foi cruel". (2) Fado, música, canção popular de Portugal, frequentemente de caráter lamentoso, sempre acompanhada pela guitarra portuguesa.

Música interpretada pela cantora portuguesa, Mariza (Marisa dos Reis Nunes Ferreira), cantadora de fados. Vídeo e áudio favorito disponível em . No álbum “Concerto em Lisboa” (2006), “Transparente” (2005), “Best of Mariza” (2014).

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Mas guarda sempre um cantinho Ao colo da tua mãe80

Mariza Meu Amor Pequenino

As meninas dos meus olhos Nunca mais tive mão nelas Fugiram para os teus olhos, Por favor deixa-me vê-las. As meninas dos meus olhos Se vão perder-se não sei Deixa-me ver se os teus olhos As tratam e guardam bem. As meninas dos meus olhos Para poder encontrá-las Foram pedir aos teus olhos Que falem quando te calas. As meninas dos meus olhos Já não sei aonde estão Deixa-me ver nos teus olhos Se as guardas no coração. 81

Mariza As Meninas dos Meus Olhos

Relatar ou mapear uma viagem de quatro segundos ou de quatro minutos, de quatro horas, de quatro dias ou meses, de quatro anos ou 40 séculos, enfim, de 40 mil ou 4 bilhões de anos ou mais é tarefa fácil, ou difícil, dependendo do quê, como, quando, onde, por quê ou para quê e a quem se diz. Escrever tudo isso para uma banca orientadora e examinadora de uma tese de doutoramento é uma responsabilidade que mete medo, mas certamente coloca um sorriso no rosto. E, que tipo de sorriso? Antes de tudo, um sorriso de gratidão, amarelo... e vermelho, laranja, verde, azul, anil e lilás do arco-íris, além de mais duas cores

80 Música interpretada pela cantora portuguesa, Mariza, do álbum “Mundo” (2015). Vídeo e áudio disponível em .

81 Música interpretada pela cantora portuguesa, Mariza, do álbum “fado Tradicional” (2010). Vídeo e áudio disponível em . 181

especiais - rosa e dourado - completando nove passos coloridos que contamos nos dedos de duas mãos, acrescentando o branco para o papel...... Ahhh o Presente, esse instante fugaz entre o Passado com suas memórias de dores e amores, e o Futuro com seus Sonhos de Felicidade... O presente é como o Horizonte de Eventos de um Buraco Negro onde tudo morre e renasce de um lado ao outro. “Nascer” é ser tragado por um Buraco Negro que desemboca como rio no mar placentário. “Morrer” é voltar por outro Buraco Negro a um plano em que se enxerga, se fala e se ouve por qualquer poro, como as águas do mar que se evaporam em gotas que sobem às nuvens. Cada gota é ela no tudo da imensidão do mar. Nascer e morrer é fusão e fissão nuclear, explosão de luz e energia que nunca se perde, nunca se cria, sempre se transforma. Só o Amor realmente cria para a Felicidade de todos e tudo. O des-amor des-cria para que a infelicidade perdure enquanto não se esgota cada gota do que chamam ódio...... Estou literalmente observando, olhando, vendo, caindo, indo e vindo desde o Olho do Furacão onde me encontro. Tudo rodopia em velocidades inimagináveis... e tudo ou um detalhe se destaca, derrapa, freia, faz-se staccato, tudo estanca e desço às profundezas do microcosmo, como de repente me suspendo ao macrocosmo e observo cordões de galáxias coloridos. Tudo é luz, do pequeno ao grande, do incomensurável mínimo ao máximo, do menos ao mais. Vou e volto, voo e pairo, nado, embarco... Estou e não estou só, dormindo e acordado. Sou e não sou sentimento e pensamento, e de um relance capto absolutamente tudo. Ouço tudo e nada, falo tudo e nada. Eu me comum-único-fico ali, aquém, acolá, aqui, sabendo e não sabendo quem eu sou, de onde vim e para onde vou... Essa visão me faz sonhar... Cantar... Calar... E me deixo ir e vir, pelos caminhos, avenidas e estradas dessa Quarta Dimensão onde se faz necessário revelar algo a alguém como 182

prova de algo vivido, medido desde o ponto ao plano, e deste ao cubo onde três dimensões do Espaço e uma de Tempo se embolam - ou se encubam - elementos e seres humanoides em incontáveis moradas... Antes daquele Big Bang bilionário de anos acontecer outros incontáveis já aconteceram. Nosso Presente de 14.540.042.018 de voltas em nossa percepção espaço-temporal ainda vai longe, até que outra explosão de inenarrável e brilhante luz crie outras histórias... Dor e des-amor é coisa especialmente de gente quadridimensional e não tão evoluída. Mas, tudo passa, e temos de ser pacientes com a gente mesmo e com os demais. O Amor passará daqui a pouco convidando a que tenhamos forças. - Vamos... Quem “sabe”, ou “é”, ou “viu”, “ouviu” e “falou” mais, ajuda com suas mãos a que todos prepararem suas ofertas...... Doncovim, como ser? Meninamente? Poeticamente? Academicamente? Artisticamente? Pedagogomente? Mestradamente? Profissionalmente? Entesamente? Louco? Palhaço? Bobo? Coringa? Por onde já andei pelas mãos? Batendo as mãos? Batendo as asas do conhecimento e da imaginação, juntas? ......

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Voltar atrás no raciocínio é preciso... e à dissertação de 2009/2011

A minha breve história de um tempo de uma vida eu conto um pouco na introdução da dissertação de mestrado e, enquanto essa tese é um spin-off dela, me parece ser necessário que os leitores desses diários e mapas ora escritos e desenhados, cantados e sonhados catem e conheçam seu conteúdo82. Do mesmo modo, o Capítulo IV dela - “Um Oásis - Outros mitos, ideias e verdades”83 como interlúdio entre os temas tratados no trabalho daquela pesquisa compõem, digamos, um raciocínio que levarão ao conceito de “Filosomediação” que passo a cunhar e, que desembocará na descoberta daquilo que tratarei mais adiante, como a “Teoria da Beatricidade”. Nas “Considerações Finais”84 as questões se encontram para definir temas-chaves que aprofundo e amplio encaminhando para o que chamei de “SEÇÃO VI - A ASCENSÃO - Epílogo de um Velho Novo Mundo”85 onde continuo na “filosomediação” e re-encontro o “Camelo, o Leão e a Criança” das “Transformações do Espírito” de Nietzsche e as mídias como possibilidade de espaço-tempo do “ver, ouvir e falar” da Criança que partirei a encontrar. Ali apresento a “Pirâmide da Mídia-Educação” desde o “ Segredo da Pirâmide” do Jornalismo de Adelmo Genro Filho, e revelo a “Pirâmide da Sabedoria” da Chakana e a “Criança Antenada” no topo desta, “plugada, ligada como ‘meio’ de ‘comum- única-ação’ entre o Céu e a Terra, entre o micro e macrocosmo, na harmonia do existir, ser e realizar em Bem Vivendo.”86

82 “Memórias de meninice e criancice” e “Histórias para refletir pelo caminho”. Disponível no Repositório Institucional UFSC em . Para leitura e download disponível em . p. 31-41 e 42-48.

83 Idem. p. 217-251.

84 Ibidem. p. 253-271.

85 “Tribidem”.p. 273-320.

86 “Quadribem”. p. 297-298.

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Na “SEÇÃO VII - O SÉTIMO CÉU - Prólogo ou Prelúdio para o Outro Mundo com o Outro”87 eu encontro uma Criança do Outro Mundo, e finalmente saio a “Ouvir Estrelas” feito Olavo Bilac88. Ressalto que termino o texto da dissertação propriamente dita nas “Considerações Finais”, e o escrito e revelado após isso havia colocado como “adendo”, querendo que a banca tomasse conhecimento de um breve devaneio. Minto! Querendo que a banca tomasse conhecimento de um estendidíssimo devaneio. Por sugestão da banca o texto foi incorporado à dissertação.

Figura XX . Ilustração de capa do Blog Telejornais e Crianças no Brasil: a ponta do iceberg. Criado a partir do Blog iniciado depois da qualificação no mestrado Filosomídia, dezembro de 2010, (www.filosomidia.blogspot.com.br) postando temas, arrolando links diversos e específicos às questões desenvolvidas na dissertação. www.telejornaisecriancasnobrasil.blogspot.com.br

Poucos meses depois de defendida a dissertação (dezembro de 2011) vou trabalhar como Professor Substituto na Rede Municipal de Educação da Prefeitura de Florianópolis, chegando em maio de 2012, por um desses milagres ou sincronicidades do universo, a uma escola que sonhei, para ser sonhado nela e com ela, com todos e todas ali... Sonhos se realizam em meio aos pesadelos impostos por seres infelizes nesse mundo caduco que vai de des-amor em des-amor sendo destruído... A partir da “Sala Informatizada” da escola “eu fui Criança, uai!” Naquele mar de crianças, naquela Via Láctea de infâncias de todo jeito e maneira onde o “brincar, aprender e participar” chegava pelo PIBID

87 “Quintibem”. P. 321-325.

88 BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002. P. 37. 185

Pedagogia UFSC e sua Semana de Aproximação com Participação na Escola”. E, modéstia às favas, fiquei ainda mais capaz não só “de ouvir”, mas de “entender estrelas”. E, de “entender” para “descobrir” mil e uma histórias contadas e catadas foi um pulo. E, desse pulo, o “Bem-te-ver”, o “Bem-te-ouvir” e “Bem-te-falar” foi um bater de asas, de asas do conhecimento, de asas da imaginação, de dar asas para criar outras mil e uma imagens-em-ação. Essa experiência será entre-vista em capítulos posteriores dessa tese...... Pulo ao Presente fugaz e efêmero que já é Passado...... E, certas questões levantadas na dissertação ficaram mais que comprova nos anos seguintes... A “notititícia” da “dieta informacional”89 oferecida pelos telejornais tornou-se até mais gourmetizada, muito mais manipuladora

89 Termo utilizado em postagens no período do mestrado e na dissertação do autor (2011, p.111, 204, 209, 256). Disponível no Repositório Institucional UFSC .

Vide também um trailer da dissertação: SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2011. Dieta informacional oferecida pelos telejornais 01 Trailer. c. (OBS: O Filho do Homem lamentavelmente apresenta: O que vem pela dieta informacional oferecida pelos telejornais? O que seus filhos estão assistindo pela TV? "Desde quando que criança tem opinião? Desde quando que criança decide? Trecho do Jornal do Almoço de 23 out 2009 na RBS TV, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Trailer da dissertação "Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg", de Leo Nogueira PPGE/UFSC 2009/2011). Disponível em . 186

dos gostos, haja visto o golpe dado com imenso apoio das grandes corporações de mídia... Não é mole, não, a “vidiotização”90 pelas multi-telas... Telejornais sempre às horas das refeições, ou em petiscos 24 horas por dia... As chamadas, comerciais e propagandas de certos telejornais chegaram a explicitar isso de forma tão escandalosas, para mim, que o “Quarto Poder” se manifestou mais poderoso que nunca... com a comunicação como direito humano sendo negada, enquanto a legislação seguia ralo abaixo na desregulação de tudo. No sul do país a campanha da RBS justamente a “bandeira institucional da Educação para a RBS” (2013), utilizava uma mão com as cores da bandeira do Brasil como logotipo de premiação (Prêmio RBS de Educação - para entender o mundo), trazendo as antigas figuras “malvadas” do folclore (de campanhas anteriores de 2003) para brincar e cantar com as crianças por livros, shoppings, redes sociais, adentrando lares e estabelecimentos pelos telejornais, as escolas com esses personagens em pessoas fantasiadas com o slogan “O amor é a melhor herança. Educação para as crianças"... certamente com intenções muito boas... pedindo respostas para o público opinar sobre como resolver os problemas da Educação...

O AMOR É A MELHOR HERANÇA. CUIDE DAS CRIANÇAS.

Maltratar as criancinhas É coisa que não se faz Mesmo sendo o Diabo Disto nem eu sou capaz Malvadeza com crianças Não, não Isso só pode ser coisa Do tal do Bicho-Papão Peraí, vai devagar Cuido bem dos meus papõezinhos

Vide “As notititícias da dieta informacional de cada dia...”, disponível em e, posteriormente, em 2012, em “A Dieta da Informação: Uma defesa do consumidor consciente” por Clay A. Johnson, Editora NOVATEC.

90 Idem. 187

Criança maltratada É coisa da Bruxa-Malvada Que calúnia Minhas bruxinhas trato bem É assim, nunca se esqueça Isso só pode ser coisa Da Mula-sem-Cabeça Que mentira deslavada Minhas mulinhas-sem-cabeça Sempre foram bem tratadas Ai de quem se intrometa Quem assusta as criancinhas É o Boi-da-Cara-Preta Não admito que falem Que eu maltrato meus boizinhos Eu sempre dei a eles Muito amor e carinho Não seja um monstro Por isso, vamos cantar O amor é a melhor herança Cuide da criança

O AMOR É A MELHOR HERANÇA. CUIDE DAS CRIANÇAS

CAMPANHA RBS 91

91 Texto disponível no site da RBS em .

Informações e todos os vídeos (A importância de ser professor, O papel dos pais na educação, , Todas as crianças na escola, Educação para as Crianças, Making of) da campanha, imagens diversas em Caderno Especial da RBS, disponíveis em .

.

Campanha com “Os Monstrinhos RBS” no Facebook: . Campanha no Twitter: .

188

Difícil, difícil remar, nadar... voar... qualquer coisa contra ou a favor dessa maré... nos mares do Mundo Caduco

Figura XX . ieus (2017). Estão representados nas figuras Tato, Paco, Paqonawta e Contato... De 40.000 a.C. à 40.000 d.C. 80 mil anos de história, de uma história, de minha história. Elaborado pelo autor, para a Mandala de 2017, disponível no álbum de Facebook.92

Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,

92 Disponível em . 189

Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que sogue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo: "Fui eu ?" Deus sabe, porque o escreveu.93

Fernando Pessoa Não sei quantas almas tenho

Do problema da imaginação que se transforma em resolução pela imagem-em-ação

Corro a jato, o ar faz um zumbido nos meus ouvidos, bate no meu rosto. Fico suado, mas não faz mal. Acabo dando um pulo de alegria, e soltando um berro: - Ôoooopa! Como é bom ser criança! Aí me assusto e olho em volta, para ver se alguém me ouviu; Porque vendo-me tão contente poderia pensar, quem sabe, Que nem sempre eu fui criança. Corro; tudo dança na minha frente. Fico cansado, é verdade! Mas basta dar uma paradinha, respirar fundo algumas vezes - e já posso recomeçar, já descansei. Vamos outra vez!94

Janusz Korczak

93 Disponível em . 94 KORCZAK, Janusz. Quando eu voltar a ser criança. Tradução Yan Michalski. Direção da coleção Fanny Abramovich. 17ª. ed. São Paulo, SP: Summus, 1981 (Coleção Novas buscas em educação, v.9). p. 27.

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Literal e intencionalmente des-contextualizo tudo. Re- contextualizo isso ou aquilo. Leio, leio, leio, leio, leio... Vivo, vivo, vivo, vivo, vivo... Morro, morro, morro, morro, morro...... Re-nasço... Canso! Des-canso! Re-começo outra vez, de onde parti... desço o morro... Re-grido e grito! Vou outra vez... em outra órbita ascendente! Pro-grido! Ou não...... Também eu “aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.”95

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.96

95 MEIRELES, Cecília. Antologia Poética. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2001.

96 MEIRELES, Cecília. Obra em Prosa. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 1998. v. 1. p. 366. Disponível também em .

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Ino pru quemcosô

Às vezes retilíneo, curvilíneo, parabolíneo, ascendente... em Libra, descendente... da Casa de Avis e Bragança! Indecente... da Casa de Avlis... Silva ao contrário, verso e reverso de corpo e alma, Espírito vira- lata, Pintinho ciscando, franciscando... esquecido e apagado, desterrado, “descéuzado” feito Cometa errante, cometendo loucuras... ETC97. colorido cruzando espaço-tempo pintando o 1, 3, 5, 7 e o 9 Cosmos afora. Amado e des-amado, amando e des-amando, odiando, enojado. #ForaTemer golpista! ...... Minha graduação demorou exatos 27 anos terrestres deste planeta que ora habito. Comecei na querência de ir para a Educação em 1981 e, adentrei na academia pela Educação Artística em 1982, passei às Artes Plásticas e fui para a Pedagogia, literalmente fora da idade “regular” para o ingresso e permanência no curso superior. Trabalhei feito escravo assalariado nesses anos todos sem nada querer juntar ou possuir, materialmente, como quem queira “vencer na vida” ou “ter uma carreira” promissora. Juntar dinheiro... para cuidar das doenças e tristezas da velhice aposentada... E, resolvi um dia em 2006 depois de idas e vindas pelos corredores e campi das universidades e caminhos da vida que eu queria apenas “estudar”, embora essa palavra tenha um significado muito peculiar para mim. Demora......

97 “ETC: as bem-aventuranças de um cometinha colorido”, história criada e ilustrada pelo autor quando residia na Cidade da Fraternidade em Alto Paraíso de Goiás, 1984, sobre um cometa que passa pelo Sistema Solar trazendo Boas Novas, e depois parte para os lados da Constelação do Cruzeiro do Sul (a menor de todas com 54 estrelas), tornando-se a quinta estrela entre os braços da cruz. Breve texto de introdução disponível em . 192

... Educação... Evolução... E=mc2... c2m=E Indo e vindo...... Desde quando chegamos ao mundo já existe um roteiro preparado e a seguir esperando por nós. Avós, pais, familiares, sociedade... tudo está pronto à nossa espera. Um emaranhado de linhas de ascendência, nomes e brasões de família, certidões de batismo e de casamentos, de cercas e de puladas de cerca já nos limitam e recomendam que não fujamos do aprisco. Pobres das ovelhas que se distanciam do abrigo, felizes daquelas que descobrem certa caverna... As mulheres recatadas e do lar tomam contas de seus filhos, os pais trabalham, e hoje em dia mães e pais deixam seus filhos à creche e escolas que assumiram o papel da educação e ensino aos meninos e meninas. Ali também já existem mil roteiros a seguir, atividades a desenvolver, currículos a cumprir, planos a obedecer na organização das instituições para a ordem do mundo. E a vida segue na educação básica, anos iniciais e finais, na adolescência e juventude nos ginásios, colégios, ensino médio, cursinhos, atividades extracurriculares, deveres de casa, estudos em grupo, avaliações e provas para medir o desenvolvimento e encher as estatísticas de institutos medidores do fracasso e sucesso. Estudar é um direito e, agora, obrigatório. Na faculdade ou universidade a vida também segue nessa toada, para quem desceu ou subiu pelo funil daqueles que conseguem ou podem chegar ao ensino superior. Mães, pais, amigos... choradeira de alegria e orgulho para quem passa no vestibular. Cabelos são raspados, trotes são aplicados, bibliotecas se enchem de gente tanto quanto as filas para o “xerox”, corredores sem fim amontoam salas e mais salas, cubículos de professores, departamentos, centos, unidades administrativas, reitoria, pró-reitorias, coordenações, secretarias, painéis, seminários, congressos, simpósios, exposições, auditórios, laboratórios, refeitórios, festas, confraternizações, grupos de estudo e pesquisa, estágios, debates, barzinhos e botecos adjacentes, jardins, templos, pontos de ônibus, livrarias, estacionamentos, bancos, escadas, lojas, dormitórios e o que há 193

de horizontal e vertical nos campi e cidades universitárias erguidas sob o tripé do ensino-pesquisa-extensão, públicas ou privadas. De qualidade, ou não. Mais choro, roupas bonitas, trajes de festa para as formaturas organizadas por empresas que enchem murais de anúncios, O mercado de trabalho exige e, a roda tem de girar na produção de profissionais competentes para a “ordem e o progresso” de nosso país e do mundo...... Quadrilha Acadêmica

Na esteira da produção acadêmica nacional João citava Teresa que parafraseava Raimundo, que intertextualizava Maria que plagiava Joaquim, que escrevia a Lili que não citava nem lia ninguém. Eu parodiava todo mundo (SILVA, 2008 apud DRUMMOND,1954).98

...... Demora......

98 In SILVA, L. N. Fordismo e Educação: um século da escola na organização da produção do conhecimento. Seminário na Disciplina Educação e Trabalho (EED 5305), Curso de Pedagogia (2008-2) da Universidade Federal de Santa Catarina. Arquivo do autor. Texto avacalhado: Momento Poemético Profano (27/09/2009), publicado posteriormente em Blog criado e desenvolvido em disciplina no mestrado (2009/2011). Inspirado em “Quadrilha” de Carlos Drummond de Andrade, In “Alguma Poesia” (1930). Disponível em .

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...... É tarefa exaustiva e corajosa tentar furar o esquema dos roteiros que nos apresentam desde a mais tenra idade, tanto em casa quanto no ambiente escolar. Quando se viaja a turismo compra-se um pacote de viagem onde todo o trajeto está definido de antemão. Alguns preveem horas livres que o turista aproveita como bem quiser. Outros, viajam sem destino certo, não escolhem pacotes e fazem suas escolhas de como, com quem e por onde seguir. Fotos e mais fotos, filmes e registros dos passeios e lugares visitados. Lembranças em malas cheias que retornam ao local de origem depois de férias...... Qual criança, jovem ou adulto pode escolher seu próprio roteiro a seguir na viagem de descoberta do mundo pela creche, escola ou universidade? Quais escolham podem ser feitas no emaranhado daquilo que já está posto nos currículos, que em até certa medida têm a participação de estudantes na elaboração? Quantos currículos diferentes para o mesmo curso universitário eu já me deparei na vida de estudante, na graduação e pós-graduação? E disciplinas? Devemos nos disciplinar nos bancos para ganhar conhecimento... A Educação é bancária... Instrumento de opressão, cerceamento... Máscara de ensino-aprendizagem na evolução do Mundo Caduco... O currículo é como um pacote fechado em que só se pode “negociar” outros passeios, pontos a visitar em debates ao longo de anos... Viagens extra-curriculares são caras também... Por que não podemos criar nossos roteiros no tempo regulamentar do “estudo”, da formação, da viagem e no espaço-tempo da vida? (Mídias e “indústria cultural” na produção de infotenimento e entretenimento “imaginam” o pesadelo para nós, e nós induzem ao 195

consumo por todos os meios de (anti)comunicação e plataformas, suportes, operadoras de dados, provedores, com absolutamente todos articulados para vender o pesadelo. Que criança precisa imaginar outra coisa senão aquilo que se vende? As crianças já nascem e são conduzidas por mãos que as levam aos lugares mais tristes...) Por razões que a Razão conhece, o Mundo Caduco se orientou dessa maneira bancária de evoluir, trocar dinheiro, ganhar dinheiro, prestar serviços... riqueza! É preciso ter “lastro”, um Curriculum vitae vistoso... quem “abone” e dê “créditos”... Somos seres destinados à ordem, disciplina, inanição, na família e no ambiente escolar, no currículo do mundo... mundo em equilíbrio impossível, quando isso não existe no Cosmos... onde tudo é harmonia em meio ao caos... Tudo está caindo...... Caindo também desde o salário do professor à bolsa de estudos, o poder “aquisitivo”... “Time is money”... dinheiro também é poder... conhecimento... imaginação...... Devo confessar com muito orgulho que, na verdade, eu jamais “estudei” em minha vida. “Estudar” sempre teve um sentido estranho e até repulsivo para mim, como quando eu via aqueles colegas “anotando tudo” na sala de aula, “copiando do quadro negro”, dedicando horas decorando algo nos “deveres de casa” (“para casa”), fazendo “cola” ou passando na igreja para rezar ou fazer promessas antes de uma prova para que “passassem de ano” e seguissem adiante numa carreira escolhida por seus pais. Eu lia, lia, lia, lia, lia muito desde a meninice. De mim para eu mesmo, queria ler para deixar “aquilo” que me tocava dentro de mim - nimim - sem me preocupar muito em decorar, saber à exaustão, ou me dar bem nos exames para passar de ano... ainda que no terceiro bimestre eu já houvera passado de ano... 196

Até que me des-interessei disso tudo... para ser gauche99 na tortuosidade da vida... co-movido na vastidão do mundo... Antes aporrinhado... aporiado... apatiado... Depois animado... decidido... arrebatado... Co-mo-vi-me no mundo... penetrando dentro de mim e me rodeando de música, arte, poesia, na rebeldia de outrem comigo... ciscando aqui e ali, acolá, aquém e aquém... como um pintinho sem importância que não vive só para comer e ser comido... franciscando...

O Mineiro Franciscano

Quando ele chega é como se uma luz dourada pairasse a sua volta. Tem a doçura da criança e a mansidão do velho. Está sempre a inventar brincadeiras como se a vida - dura na realidade - fosse mesmo um imenso jardim. Seu riso baila na sala como um ruído de cristal, limpo, quase divino, mesmo quando conta uma de suas muitas piadas sujas. Nunca se rende a dor, nem nos momentos mais difíceis. Chora, é verdade, e muito. Mas não se entrega ao sofrimento. Apenas sente, deixa que rolem as lágrimas e sobe, na busca do esperado meio-dia. Sabe que a tristeza dói no outro.

Leopoldo Nogueira é mineiro de Belo Horizonte. Tem a beleza das “geraes”, a terra de Marília e Dirceu, de Drummond, terra que abrigou Cruz e Souza em suas horas de morte. Nasceu no ano de 1960 e, na infância, pouco sentiu os terrores da ditadura militar. Menino, brincava na rua, ora soltando pipa, ora olhando para o céu e se encantando com a beleza da vida. Leitor contumaz, era rato da biblioteca do avô. Da mãe, artista plástica, ganhou o gosto pela arte e, na escola, era comum vê-lo nas peças teatrais. Tinha grande facilidade de articular os conteúdos e logo começou a se questionar sobre as coisas do mundo. Como ser? O que fazer? Que vereda seguir para ajudar os outros a serem felizes? Essas eram as preocupações do garotinho que ruminava as diferenças entre os seres, no caminho entre a leitura de um Tio Patinhas e um Schopenhauer.

Entre as leituras que fez, uma delas lhe tocou a alma: era sobre a vida de Francisco, o de Assis. Tamanha ternura lhe deu aquele homem que não teve dúvidas. Disse: vou ser franciscano. Então, toda a sua vida caminhou nessa direção. A ideia de ser padre não vingou, ficou para trás, mas o conceito de franciscanidade não. Seguindo essa senda foi parar em Alto Paraíso/Goiás, numa

99 Carlos Drummond de Andrade em “Alguma Poesia” (1930). Disponível em . Acesso em 13 de julho de 2016. 197

comunidade alternativa, onde trabalhou como professor e no apoio a crianças abandonadas. Dali seguiu para o interior de Minas onde queira fazer faculdade de Artes Plásticas. Mas, a universidade sempre lhe foi um peso. “Deviam oferecer disciplinas e a gente ir escolhendo. Assim como é, parece uma prisão”.

Bicho livre, não conseguiu ficar na rotina das cadeiras inúteis. Golpeado no corpo e na alma, desistiu da pequena cidade do triângulo e veio encher de magia o sul. Chegou a Florianópolis em 1998, direto para a Universidade Federal, onde foi trabalhar na Agência de Comunicação. Ativista dos Direitos Humanos foi logo inventando coisas para discutir uma vida de paz. Mas sua alma de menino-artista tampouco conseguiu sobreviver em meio à aridez acadêmica. Pediu demissão e foi viver sem vínculos. Hoje sobrevive com alguns trabalhos que faz como artista gráfico. Não têm sido fácil, muitas são as experiências “desencantantes”. “Eu fiz o caminho inverso do que fez Cruz e Souza, saí de Minas, e vim pra cá ficar sem terra, sem árvore, sem lar, nesta Ilha do Desterro, onde no mais das vezes a falta de arte e cultura, de abraços, jardins e flores acabam matando a gente aos poucos, enterrando na tristeza”. Só que como não se rende, Leo segue o caminho, teimoso, apesar de estar morando de favor na casa de um amigo. Franciscano na prática, ele não se importa em não ganhar dinheiro, e tampouco fica chateado em mendigar. Acredita que as pessoas devem repartir o que têm. Por isso, quanto tem, reparte. Agora, diz, vive seu tempo de receber. “Já fiz de tudo nessa vida e acredito na solidariedade. Quando eu tinha dinheiro, eu repartia. Acho que todos têm direito de ter acesso a tudo o que o conhecimento humano proporciona. O amor franciscano, aquele do Cristo primitivo, precisa ser uma coisa concreta”.

Leopoldo acredita muito que a grande beleza está lá, “em casa”, ou na outra vida. E, enquanto ela não chega, ele vai contando histórias, compartilhando sua alegria de menino-artista-velho- amoroso com aqueles que são capazes de entender. “Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça”, diz. Defende com unhas e dentes a espiritualidade histórica-dialética, ou seja, “essa com a qual o ser humano pode compreender e perceber as outras dimensões em que se manifesta, interligado e integrado à vida universal, e pela qual possa se manifestar no universo e nos pluriversos tantas vezes desconhecidos pelas vãs filosofias, religiões, até as ciências, inclusive as ‘ocultas’ ".

Assim, nesse mundo de dor/sorriso a esperança de Leo são as crianças. Acredita, como Nietzsche, que é nelas que está a possibilidade de um novo tempo. Por isso, agora que voltou à 198

universidade, a pedagogia que estuda e professa é a da libertação. “Hay que escolarizar-se, pero sín perder la ternura jamás”, diz, parafraseando Che, com aquele seu risinho mineiro. Crítico da escola, busca no seu fazer cotidiano encontrar respostas para uma nova educação, que não formate, que não oprima, que não mate a criança interior. Por isso, inventou um (ante) manifesto, que está em construção. “Ele foi inspirado no Manifesto Comunista, de baixo pra cima. Eu entendo a importância que aquele manifesto teve naquele período histórico, mas penso que hoje devemos contemplar em nossos corações as indignações para o despertamento da Criança Interior, capaz de fazer a verdadeira revolução, talvez a única possível: a de nossos próprios corações, que se entenderão uns com os outros nas dimensões em que interagimos.

Dividimos com todos essas ideias, para que comunguem e retornem. O manifesto não está pronto. Precisa de ti! Da tua criança... Então? Avante!!! “Esse ‘manifestarmos’ quem somos, apesar de tudo o que nos quer ‘apagar’, é a fonte de inspiração desse Manifesto das Crianças: mãos em festa, em obra, escarafunchando a Terra, acariciando um rosto, enxugando uma lágrima, dando-se à outra mão/Criança para passear junto pelos campos”.100

100 TAVARES, Elaine. O Mineiro Franciscano. Revista Pobres & Nojentas. Florianópolis, SC, setembro/outubro 2006, Ano I, N. 03. P. 16-18. Disponível no Blog da autora em .

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Figura XX . Manifesto das Crianças (1986/2013) Ilustração elaborada pelo autor (2013) para o texto do Manifesto (1986). Legos de: Descartes, Nietzsche, Marx, Engels, Lenin, Che Guevara, Gorky, Carles Chaplin, Francisco de Assis, Van Gogh, Einsten, Gandhi e Pelé.

Manifesto das Crianças

Crianças do mundo inteiro, uni-vos!

Vivemos um outro Tempo/Espaço de pás, de baldes, de regadores, enxadas, foices e martelos, de lápis multicoloridos que derrubam todas as cercas, muros e portões, de salas que separavam os meninos e meninas de seus sonhos.

Crianças, um mundo despedaçado em ruínas espera sua chegada para que outras formas de viver em alegria re-criem a beleza para as futuras estações do Bem Viver.

Sorriam ao compartilharem suas flores, sentem-se à grama e re- criem seus brinquedos. Inspirem outras crianças adormecidas a brincarem também. Quando elas ouvirem suas gargalhadas saberão que podem se juntar à brincadeira e realizar as vontades de sua criativa imaginação.

Ah, crianças, que as manhãs de seus sonhos façam cair os véus das antigas e tristes noites de quando seus sonhos lhes foram retirados. Sejam corajosas, vivam seus ideais, despertem da sonolência que lhes foi imposta pelos contadores de uma história 200

que lhes tirou a dignidade e os finais felizes. Em cinco pétalas e palavras: acordem, brinquem, vivam, realizem, sonhem.

Continentes inteiros esperam sua chegada, crianças, para que da terra brotem as esperanças adormecidas. As cidades mortas, as casas vazias de ternuras, as estradas poeirentas, os campos aguardam sua vinda. Espalhem-se, recriem a natureza à imagem e semelhança de suas aspirações. Que a solidez das flores se desmanche no ar em perfumes ao toque gentil de beija-flores, ao re-en-canto de passarinhos amarelos em bem-te-vis e bem-te- queros anunciando o Grande Dia.

Deixem os bancos enfadonhos das escolas que transformaram as crianças em peças de máquinas, e dispersem-se pelos canteiros em buscas e entregas na des-coberta desse Outro Mundo com seus novos amigos. Ah, crianças, abram suas asas da imaginação para se tocarem e repartirem o que têm des-coberto. Subam às árvores, iniciem hoje essas voltas na espiral do in-finito na revelação desses sonhos.

As flores e os frutos deste jardim são abundantes. Juntem-se para colher mil e um buquês em poesias perfumadas com os aromas da vida, façam suas cestas para depois irem re-partir essas alegrias plantadas e des-cobertas. Anunciem este jardim aos outros, chamem mais crianças para brincar, que estes campos são para todos. Unam-se.

Crianças, que seus corações estejam abertos para compartilhar a riqueza de ideias e ideais de cada um. Que o futuro seja re- construído a partir de seus sonhos de ventura. Com-partilhem, de mãos cheias de alegria, os abraços e cuidados para com tudo e todos. Construam, assim, seu mundo novo, vivo!

Re-inventem suas novas formas de brincar, esqueçam-se das pilhas e dos manuais de instruções de cada jogo que lhes foi ensinado. No amor e companheirismo dedicados uns aos outros poderão ser des-veladas outras maneiras de contar e fazer o mundo. Sejam livres para fazer a sua linda história de amor e solidariedade.

Brinquem, que as árvores e o jardim são de todos, e no universo in-finito a Terra é a escola para essas mil e uma aventuras e bem- aventuranças. Co-movam-se!

Meninas e meninos, tragam seus gracejos e sua vida! Venham com todos os seus brinquedos fazer casinhas nas árvores, re- encontrar uma família de irmãs e irmãos que com-partilhem a 201

vontade de re-criar os laços de ternura e afeto nessa humanidade de seres livres para o amar brincante.

Uma outra era começa a partir de sua semeadura. Que nos canteiros de flores sejam des-marcadas todas as fronteiras de sua meninice, para que seja conquistada nessa partilha a amizade entre todos, numa só pátria de solidariedade como flor desabrochada por seus anseios.

Do mundo antigo há arvores que lhes foram mostradas lindas, como a da liberdade, a da justiça, a dos direitos e tantas outras que jamais lhes foram dadas para brincar. Mas, em seu jardim, todas as novas árvores estarão verdes na primavera de e-ternuridades para vocês balançarem em seus galhos, e se deitarem às suas sombras nos dias de calor. Venham, tragam suas sementes para plantar de novo aquela Esperança que ilumina a Vida.

Sim, isso poderá se realizar em 10 passos como no jogo de amarelinha, pé-ante-pé, indo das tristezas das paisagens que lhes foram dadas até além, onde o céu se põe em espetáculo de cores. Vamos, se abracem. Pulem! Atravessem os caminhos e a Ponte Colorida de mãos dadas. Juntem-se em “mão-nifestações” pelos quatro cantos mundo!

As crianças arrancarão de seus corações, pouco a pouco, todas as ervas daninhas que lhes foram plantadas pela tradição das escolas, como tem acontecido através dos séculos. Isso não acontecerá novamente neste maravilhoso jardim-da-infância. Com-partilhem seus lápis de cores do Arco-Íris e coloram todas as letras com suas vozes e meninices para dar outro sentido às palavras que lhes quiseram calar. Re-vira-voltem a escola pela sabedoria nesses seus voos e passos re-evolutivos!

O seu poder, crianças, está para converter a secura das paisagens em florestas e bosques perfumados de doçura e sorrisos. Desapareçam, como que por encanto, todos os seus medos quando vocês se derem as mãos para isso. Que outros saberes e fazeres re- inventem o mundo pela sabedoria que vem desse amor e espiritualidade que nos irmana a tudo e ao todo.

Borboletas, abelhas, minhocas, passarinhos, todos se aliam a favor de seus sonhos. Em lugar dos antigos blocos de cimento duro ou asfalto seco, juntem-se em suas brincadeiras para que todos possam correr livres pelos jardins e campos à espera de sua vida.

Em resumo, sejam a favor de tudo aquilo que lhes coloquem a caminho dos jardins que esperam a re-evolução nas estações com 202

suas alegrias, com o sol, a lua, as estrelas, a chuva, o vento, o tempo/espaço das bem-aventuranças.

Crianças, coloquem em primeiro lugar, como ponto fundamental, a questão de se apropriarem de todas as terras para plantar flores e grãos com suas pás, baldes e regadores. Finalmente, unam-se para que todos as entendam em todos os países na sua língua de alegria infantil.

As crianças têm toda a infância a perder se não soltarem a imaginação e abrirem as caixas de brinquedos para libertar a Esperança como uma pandorga livre no ar. Têm um mundo a sonhar e realizar como seus.

Crianças do mundo inteiro, uni-vos!101 ...... Demora......

101 Publicado também em um dos Blogs do autor. Disponível em .

Escrito em 1986, inspirado no Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels, de 1948, de trás pra frente... Re-vira-voltado em 2013, inspirado nas crianças dos quatro cantos do mundo atravessando os caminhos e a Ponte do Lápis Arco-íris, de frente pra trás, de dentro pra fora, de baixo pra cima, de fora pra dentro, de cima pra baixo, re-dimensionando nas des-cobertas nesses passos e voos re-evolutivos pelo Universo in-finito.

Veja mais em: http://boletimdaturma.blogspot.com>, Blog desenvolvido durante o estágio docência, supervisionado pela Profa. Monica Fantin, no curso de graduação em Pedagogia (2008) no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, com a Turma de Segundo Ano do Turno da Tarde, quando elaboramos um Jornal Escolar.

Vide também a “Declaração de Amor aos direitos das Crianças” (1986), pelo autor, disponível em < http://ciadapaz.blogspot.com.br/2008/06/declarao-de-amor-aos- direitos-da-criana.html>.

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...

O PINTINHO QUE FRANCISCAVA Um pequeno canto de Natal

Dedicado a Francisco de Assis que reviveu o Presépio para nos lembrar do nascimento e da vida Dele...

Era uma vez uma cidade bem pequenina num lugar muito distante.

E, num galinheiro bem escondido entre aquelas poucas casas, nasceu uma ninhada de pintinhos naquela manhã calorenta. Mas, restava um ovo para quebrar e só pela tardezinha ele se abriu, e aquele pintinho nasceu para o mundo. Era mirradinho e pequeno.

No outro dia a galinha saiu toda satisfeita com sua ninhada e, pela primeira vez seus filhotinhos foram conhecer aquele lugar onde nasceram. Havia muitos outros animais vivendo por ali, muitas flores bonitas e todos passaram o dia inteiro ciscando o chão em busca de alimento.

O pintinho mais novo se admirava de tudo o que via e ouvia. Ciscava aqui e ali, piava alegre ao descobrir uma pedrinha bonita, se enfiava por entre as flores espalhadas, entrava em todos os lugares e se encantava de tantas coisas para se aventurar em brincadeiras. Seus irmãos pintinhos só queriam saber de comer ou ficar debaixo das asas da mãe-galinha, e mais nada.

Num belo dia ele tomava um gole de água na vasilha perto do ninho e viu uma pequena fenda na cerca. Colocou a cabecinha para fora e pôde ver uma vastidão sem fim, piscando os olhinhos e soltando piados de admiração. Ele pensou em sair por ali, imediatamente, mas deixou para fazer isso depois de perguntar aos outros do galinheiro o que havia lá.

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Na manhã seguinte o cocoricar ao seu redor indicava que alguma coisa diferente teria acontecido. Havia um certo temor no piar de todos. Era o dono daquele lugar que fora buscar alguns ovos e saíra com uma das galinhas mais gordas. Todos sabiam que nunca mais a veriam por ali, mas não sabiam o porquê.

Então, todo sorridente e animado, saiu a perguntar sobre o que existia do lado de fora daquele galinheiro, e ninguém sabia afirmar nada. Apenas diziam que ali havia alimento farto, e todos os que foram levados ou saíram de lá nunca mais voltaram para dar notícias. Era só.

Sua vontade em conhecer era grande e, como não recebia respostas, uma vez se aventurou por aquele buraco. Sentia um pouco de receio, mas estava muito excitado pela possibilidade de descobrir o que existia naquele outro lugar. Respirou fundo, olhou mais uma vez, e deu o primeiro passo em direção ao desconhecido.

Ah... ele não haveria de se arrepender. Descobriu árvores imensas que davam frutos gostosos que saiu bicando pelo chão, um pequeno riacho de águas claras, e outros animaizinhos que não via pelo galinheiro: grilos, minhocas e formigas, sapos, vacas e bezerros, ovelhas e um burrinho, cabras e patos. Conheceu abelhas, borboletas e passarinhos que voavam sobre o galinheiro onde morava. E descobriu que eles não pousavam por lá porque do lado de fora havia muitos outros lugares misteriosos e lindos para descobrir a cada dia. Descobriu até que em outros lugares havia galinheiros parecidos com o que morava. E, com cada amigo novo ia aprendendo a canção da natureza em suas formas tão diferentes.

A cada dia voltava para o ninho querendo contar das novidades e levava uma bicada de repreensão de cada um de seus irmãozinhos. Nenhum deles queria saber de suas peripécias, dizendo que se ali havia alimento o bastante e a 205

segurança da cerca, para que sairiam para procurar comida lá fora. Sempre repetiam a mesma coisa. Naquele galinheiro sempre se sentia sozinho e até mesmo desprezado pelos demais. E matutava a cabecinha careca, tentando compreender porque todos eram assim. Por mais que falasse das belezas e coisas bonitas que ia aprendendo, nenhum dos animais dava importância às suas descobertas e cantigas.

Eles iam crescendo e ficando bem gordinhos, exceto pelo pequeno pintinho que se mantinha mais magro, e com uma carequinha aparecendo no alto da cabeça, de tanto levar bicadas. Como também estava aprendendo a cantar e era bem desafinado, as chacotas dos irmãos o incomodavam e deixavam entristecido. E, mesmo desafinando, subia um dos morros além da cerca para saudar as estrelas e a Lua, e quando o Sol aparecia lá longe batia as asinhas e piava de contentamento.

Já era um franguinho bem crescido e todos no galinheiro o olhavam meio desconfiados de sua magreza. Com aquela carequinha na cabeça ficava até meio engraçado, mas seus amiguinhos do lado de fora da cerca gostavam muito dele e de seus piados e cantigas.

E, saía a ciscar os jardins e campos que ia conhecendo, conversando com os demais bichinhos, provando daqueles frutinhos deliciosos que a Natureza ofertava, brincando na água, abrindo asas ao vento, sempre sorridente e alegre. Voltava para o galinheiro e dormia sossegado quando os irmãos deixavam, sempre tendo sonhos bonitos e coloridos, que voava e voava pelo mundo cantando músicas de amor e querendo fazer amizades, querendo que todos parassem de brigar uns com os outros.

Às vezes percebia que, assim como seus irmãos pintinhos, alguns seres humanos sempre implicavam e brigavam com os outros. 206

Nas suas andanças via muito isso acontecer, e volta e meia encontrava um desses seres humanos, muito machucado, caído em algum lugar. Pareciam dormir num sono sem fim, e cantava na esperança de fazer acordar aquela pessoa machucada. Como isso não acontecia, se afastava entristecido por saber que, certamente, deveria ter brigado muito com alguém.

Dias e dias se passavam e ele crescia e ficava mais grandinho apesar de ser tão desajeitado aos olhos dos animais do galinheiro. E sempre saía por aqui e por ali, ciscando, ciscando, falando das belezas que aprendia, cantando e fazendo novos amigos, franzino e ciscando, ciscando e amando de seu jeito engraçado e alegre...

Numa noite, ele acordou bem antes do Sol nascer no horizonte e foi lá pra cima do morro cantar com sua vozinha desafinada. Cantava, cantava, cantava e, de repente, ouviu um bater de muitas asas bem perto dele. Olhou para cima e viu uns pássaros grandes, bonitos, de asas enormes, cantando uma música de melodia linda. Ficou extasiado...

Eles voavam juntos, num bando de perder de vista em direção a um lugar um pouco mais afastado dali. E, bateu com mais forças as asinhas pequenas, e saiu ora voando baixo, ora correndo rápido, porque queria aprender aquela canção dos pássaros que nunca havia visto.

De repente, viu que eles voavam ao redor de um casebre de madeira perto de um outro morro, e foi em direção deles, agora chegando devagarinho e cheio de vergonha por ser tão pequenino em relação a eles. E, logo foi se sentindo mais à vontade, porque viu outros de seus amiguinhos por ali. Algumas ovelhas e carneiros, borboletas coloridas e abelhas, passarinhos dançando ao som daquela canção. 207

Era uma alegria imensa enquanto todos se deixavam animados e felizes com aquela música tão maravilhosa.

Olhou para dentro do casebre junto às pedras do morro e viu dois de seus amigos lá dentro, uma vaca e um burrinho novo, olhando embevecidos para um bebê muito lindo, deitado entre as palhas no cocho de comida. E, engraçado, havia duas pessoas com eles, E tinham o olhar doce e carinhoso para com todos ali presentes, bem diferentes do dono de seu galinheiro. Admirou-se deles não enxotarem os animaizinhos dali...

E, pé ante pé, todo tímido, foi se aproximando deles e acocorado na beira do cocho, olhou praquele bebê todo enroladinho em panos. Sentiu seu próprio corpinho tremer de alegria e o coraçãozinho bater mais forte quando a criancinha abriu os olhos e sorriu para ele, todo dengoso...

Aquela grutinha escondida lhe pareceu o lugar mais bonito que havia conhecido, tanta era a alegria que vibrava naquele cantinho do mundo.

E, perguntou ao burrinho amigo quem era aquele bebê, que respondeu que era uma criancinha que havia nascido para amar a todas as criaturas do mundo, e aqueles pássaros lá fora cantavam de alegria por ele ter chegado ao mundo.

O pintinho não cabia em si de contentamento. Olhava para as pessoas ali, para seus amiguinhos animais, e via todas as pessoas do mundo sem medos e brigas. E, se encheu de vontade e coragem para cantar bem alto sua alegria. Pulou dali e subiu voando até o alto daquela grutinha, querendo juntar sua voz às daqueles pássaros que cantavam lá no alto.

E, batendo as asas bem abertas, querendo abraçar todos ali presentes, aquele pintinho que ciscava e franciscava, cantou firme e bonito como que querendo que o mundo inteiro também o ouvisse, para receber a boa notícia do nascimento daquele bebê:

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_ Cocoricóóóóóóóóóóóó!... Jesus nasceu! Cocoricó!

E, os animais, lá embaixo, também se juntaram ao coro, balançando-se de lá pra cá e, as ovelhinhas e a vaca tilintando seus sinos respondiam:

_ Em Belém! Em Belém! Em Belém!...

Os anjos batiam palmas que chispavam uma chuva fininha de gotas iluminadas e, lá no alto do céu um cometinha colorido O apontava, para que o mundo inteiro soubesse que o Cristo havia nascido para amar e trazer a Paz para todas as criaturas de boa- vontade.102

Um problema: conhecimento e imaginação... e escola...

Depois, na universidade, as coisas se sofisticavam, enquanto mantinham -“mãotinham” - o mesmo sentido. Entretanto, foi apenas ali, no curso superior que eu comecei a compreender porque as “coisas” eram daquele, ou de outro jeito. ... As “coisas” daquele ou de outro jeito... Daquele jeito que um dia descobri Albert Einstein falando sobre suas experiências, e decepções, quando era criança na escola primária e no Luitpold Gymnasium103 sob métodos que usavam “força, medo, e autoridade artificial”, enquanto lhe imputavam naquele e neste tempo recente o diagnóstico de “rebelde”, “imprudente”, “deficitário de atenção”, “disléxico”, “autista” com “Síndrome de Asperger” etc.: “The teachers in the elementary school appeared to me like sergeants and in the

102 Estorinha criada pelo autor na CIFRATER/Cidade da Fraternidade, em 1984 nas madrugadas estreladas. Disponível em .

103 Inicia seus estudos numa escola primária católica aos cinco anos e, aos 8 anos, é transferido para o antigo Luitpold Gymnasium onde fica até seus 15 anos. Hoje, ironicamente, esta escola leva o nome de “Albert Einstein Gymnasium”, em Munique, Alemanha. Vide também “O menino Einstein”, pelo Prof. C.A. dos Santos, na página do Instituto de Física da UFRGS, disponível em . Engraçado, “Luitpold”, ou “Leopoldo”...

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Gymnasium the teachers were like lieutenants”104 como na biografia “Einstein: The Life and Times”de Ronald Clark. E, ainda, em “Einstein e o poeta - em busca do Homem Cósmico”, de William Hermanns (1983/4):

School failed me, and I failed the school. It bored me. The teachers behaved like Feldwebel (sergeants). I wanted to learn what I wanted to know, but they wanted me to learn for the exam. What I hated most was the competitive system there, and especially sports. Because of this, I wasn’t worth anything, and several times they suggested I leave.

This was a Catholic School in . I felt that my thirst for knowledge was being strangled by my teachers; grades were their only measurement. How can a teacher understand youth with such a system?

From the age of twelve I began to suspect authority and distrust teachers. I learned mostly at home, first from my uncle and then from a student who came to eat with us once a week. He would give me books on physics and astronomy.

The more I read, the more puzzled I was by the order of the universe and the disorder of the human mind, by the scientists who didn’t agree on the how, the when, or the why of creation.

Then one day this student brought me Kant’s Critique of Pure Reason. Reading Kant, I began to suspect everything I was taught. I no longer believed in the known God of the Bible, but rather in the mysterious God expressed in nature. 105

104 “Os professores da escola primária me pareciam como sargentos e no ginásio os professores eram como tenentes”, na tradução livre pelo autor. Disponível em Google Books em < https://goo.gl/mbhgix>.

105 “A escola falhou em mim (comigo) e falhei na (com a) escola. Isso me aborrecia. Os professores se comportaram como Feldwebel (sargentos). Eu queria aprender o que eu queria saber, mas eles queriam que eu aprendesse para o exame. O que mais odiava era o sistema competitivo, especialmente os esportes. Por causa disso, não valia nada, e várias vezes me sugeriram que eu fosse embora.

Esta era uma escola católica em Munique. Eu senti que minha sede de conhecimento estava sendo estrangulada por meus professores; as notas eram suas únicas medidas. Como um professor pode entender os jovens com esse sistema? 210

Foto XX 01 Albert Einstein em 1889 aos 10 anos. (Terceiro da direita para a esquerda na primeira fila, abaixo) e Foto XX 02 (Detalhe, no meio) Albert Einstein ingressa no Luitpold Gymnasium em 01 de outubro de 1888, Munique/Alemanha. Fonte: https://www.timetoast.com/timelines/education-of-albert-einstein

No meio do caminho tinha uma criança na escola

O pequeno e curioso “aluno” Albert iniciou seus “estudos” na escola aos seis anos e, aos 10 já havia se desencantado há muito com aquele sistema que aprofundava as crianças, de nuance em nuance, no que hoje eu chamo generalizadamente de “escola como lugar de

A partir dos 12 anos, comecei a suspeitar de autoridade e desconfiar dos professores. Aprendi principalmente em casa, primeiro de meu tio e depois de um aluno que veio comer com a gente uma vez por semana. Ele me daria livros sobre física e astronomia.

Quanto mais eu li, mais desconcertado eu era pela ordem do universo e a desordem da mente humana, pelos cientistas que não concordavam sobre como, quando, ou o porquê da criação.

Então, um dia, este aluno me trouxe a Crítica de Kant da razão pura. Lendo Kant, comecei a suspeitar de tudo o que me ensinaram. Já não acreditava no Deus conhecido da Bíblia, mas sim no Deus misterioso expresso na natureza”, na tradução livre pelo autor.

Disponível em e para leitura online em . O aluno (de medicina) a que ele se refere é Max Talmude, que teve muita influência sobre sua juventude. 211

desumanização” em um “mundo caduco”. Milhões ou bilhões de páginas de livros já se encheram para discutir essas questões que o “con-fundiam” ou “des-concertavam”, bem como ainda se impõem às crianças desde a mais tenra idade. E, o poeta Hermanns continua:

Many people think that the progress of the human race is based on experiences of an empirical, critical nature, but I say that true knowledge is to be had only through a philosophy of deduction. For it is intuition that improves the world, not just following the trodden path of thought. Intuition makes us look at unrelated facts and then think about them until they can all be brought under one law. To look for related facts means holding onto what one has instead of searching for new facts. Intuition is the father of new knowledge, while empiricism is nothing but an accumulation of old knowledge. Intuition, not intellect, is the ‘open sesame’ of yourself.106

E, décadas depois, já laureado com o Prêmio Nobel de Física (1921), entrevistado aos 50 anos (1929) sobre o significado da vida e sua maneira de ver o mundo, sempre em busca dos “como, quando, ou o porquê da criação” o Professor Einstein declara - “pensando em quatro dimensões” – em meio a assuntos diversos como a Relatividade, Nazismo, Freud, Música, Jesus, Deus, Evolução, Nietzsche e Mussolini,

106 Muitas pessoas pensam que o progresso da raça humana é baseado em experiências de uma natureza crítica empírica, mas eu digo que o verdadeiro conhecimento é para ser desfrutado apenas através de uma filosofia de dedução. Pois é a intuição que melhora o mundo, não apenas seguindo o caminho trilhado do pensamento. A intuição nos faz olhar para os fatos não relacionados e depois pensar sobre eles, até que tudo pode ser trazido sob uma lei. Para olhar para os fatos relacionados significa agarrar o que se tem em vez de procurar novos fatos. A intuição é o pai de novos conhecimentos, enquanto o empirismo é nada mais do que um acúmulo de velhos conhecimentos. Intuição, não intelecto, é o ‘abre-te sésamo’ de si mesmo”, na tradução livre pelo autor. Disponível em . Acesso em 05 de janeiro de 2014.

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Transmissão de Conhecimentos de uma geração para outra, e Intuição e Inspiração que “a imaginação é mais importante que o conhecimento"107. I believe in intuitions and inspirations. I sometimes feel that I am right. I do not know that I am… [but] I would have been surprised if I had been wrong. (...) I am enough of the artist to draw freely upon my imagination. Imagination is more important than knowledge. Knowledge is limited. Imagination encircles the world.

O conhecimento tem limites e ele tinha vastos saberes na Ciência Física naquela época da elaboração de sua famosa Teoria da Relatividade, Restrita (1905) e Geral (1915) por exemplo. Foi pelo seu conhecimento e sua imaginação que formulou uma relação entre espaço, tempo e energia e desenvolveu um modelo que estabelecia relações entre massa e a energia de um corpo, explicando que tempo e espaço são relativos, dependendo do ponto de vista do observador. Aquela mais famosa das fórmulas, “E=mc2”, provou-se posteriormente por outros cientistas ao redor do mundo durante o eclipse total do Sol de 29 de maio de 1919, observando que a massa dos corpos deforma o espaço próximo a eles, e que um raio luminoso é desviado pela deformação. Relatividade, dependendo do ponto de vista do observador? Ele respondeu anteriormente: The meaning of relativity has been widely misunderstood. Philosophers play with the word, like a child with a doll. Relativity, as I see it, merely denotes that certain physical and mechanical facts, which have been regarded as positive and permanent, are relative with regard to certain other facts in the sphere of physics and mechanics. It does

107 “Eu acredito em intuições e inspirações. Às vezes sinto que estou certo. Eu não sei o que sou ... [mas] Eu ficaria surpreso se eu estivesse errado. (...) Sou o suficiente do artista para desenhar livremente na minha imaginação. Imaginação é mais importante que conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação circunda o mundo”, ”, na tradução livre pelo autor.

In “What Life Means to Einstein” por George Sylvester Viereck. Publicado em 26 de outubro de 1929. Página 117. Disponível em . Acesso em 05 de janeiro de 2014.

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not mean that everything in life is relative and that we have the right to turn the whole world mischievously topsy-turvy.108

“Os Filósofos jogam com a palavra, como a criança com uma boneca”... Pois bem, joguemos com as palavras, com a criança e com a boneca.

No meio da escola tinha uma criança no caminho

A Felicidade é quando o amor, a paz e as coisas boas estão juntas.109 Carolina Haayen, 10 anos

Meses após a defesa do mestrado de onde saí em busca para encontrar a “Criança” transformada de Camelo em Leão, em meu primeiro dia na escola em que felizmente cheguei para trabalhar, exatamente no dia 31 de maio de 2012, por volta das 14:00 h me dirigia à Sala Informatizada, ao lado da biblioteca. Lá estava ele, para devolver um livro que havia pegado por empréstimo. Nós nos cumprimentamos e me identifiquei, dizendo que trabalharia ali. Com a alegria e naturalidade dele, em meio à conversa, disse que havia conhecido três cientistas numa revista que lera, a Recreio: “Einstein, Isaac Newton e Leonardo da Vinci!110” Retruquei que quando eu era criança pequena também gostava muito daquela revista. Instantes depois ele se despede, entrega o livro e

108 “O significado da relatividade foi amplamente incompreendido. Os filósofos jogam com a palavra, como uma criança com uma boneca. A relatividade, como eu vejo, apenas denota que certos fatos físicos e mecânicos, que foram considerados positivos e permanentes, são relativos em relação a outros fatos na física e na mecânica. Isso não significa que tudo na vida é relativo e que temos o direito de transformar todo o mundo maliciosamente de ponta cabeça”, ”, na tradução livre pelo autor. Idem. Página 17.

109 NARANJO, Javier. (Org.). Casa das Estrelas: o universo contado pelas crianças. Tradução Carla Branco. Ilustração Lara Sabatier. Rio de Janeiro, RJ: Foz, 2013. p. 59.

110 “Quem foi Leonardo da Vinci?”. Revista Recreio de 04 de maio de 2011.Disponível em < http://revistarecreionews.blogspot.com.br/2011/05/recreio- 582.html>.

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volta à sua sala de aula. Foi a primeira criança com quem fiz contato ali, onde carinhosamente todos chamavam de “Beatriz”. Alguns minutos depois toda a criançada, os jovens dos Anos Finais do Ensino Fundamental, professores e funcionários se dirigiam à capela de Santo Agostinho, mais acima no morro, atrás da escola. O PIBID Música UDESC faria uma apresentação de final de semestre. Assim, no primeiro dia como professor substituto eu pude encontrar com todos. E a tudo registrei em vídeo com o celular em mãos. Enxerido que fui, editei aquelas imagens e compus meu primeiro vídeo111, começando com várias cenas daquele primeiro dia, utilizando de início da trilha sonora a “Bola de meia, bola de gude” interpretada por Milton Nascimento que, depois seria cantada e batucada com a criançada, “as meninas e os meninos no coração do Beatriz”, conforme uma das legendas. Num trecho das cenas iniciais aparece a foto de uma de minhas primeiras “Mãonifestações” na escola, na “en-cruz-ilhada” do primeiro corredor com a escada que levava aos blocos acima, ao lado do mural em que muitas vezes desenhei, recortei e colori uma história que foi sendo catada, criada, contada e cantada. Semanas depois, com a realização “do” SAPE, Semana de Aproximação COM Participação NA Escola, organizado pelo PIBID Pedagogia UFSC e coordenado pela Profa. Jucirema Quinteiro, aquele Menino participava da Oficina “A sala de aula que queremos”. Semanas antes de eu ir trabalhar na Escola Beatriz fui convidado para fazer o material gráfico e dar identidade visual para o evento. Foi especialmente aí que re-vira-voltei a minha cabeça e peito e, tendo levado personagens do Boi de Mamão que houvera desenhado desde o curso de Pedagogia da UFSC para essas ilustrações, as Mandalas começaram a ser esboçadas com a chegada de outros personagens, inspirados em seres sujeitos dessa peripécia. O SAPE foi analisado em pesquisa de mestrado por uma das participantes dele, e tratarei apenas de minha bem-te-visão do evento em capítulo posterior (III).

111 Vídeo “EBM Beatriz de Souza Brito e PIBID Música UDESC“ disponível em Postado na conta de Youtube da Escola Beatriz de Souza Brito (04/08/2012), criada por mim como parte de planejamento de uma “Política e Educação e Comunicação” para as atividades propostas e aceitas pela Direção e Coordenação Pedagógica.

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Alguns vídeos112 foram editados a partir das imagens e cenas captadas no evento, e se encontram disponibilizados no Youtube, e descritos na Videografia do autor, nas referências.

Figura XX . Logotipo do SAPE (2012) Ilustração criada pelo autor para o evento que iniciou a série de Mandalas.

As atividades no SAPE inspiraram a realização da Semana da Criança, em outubro, na Escola, com registros em vídeos e álbuns de Facebook e conta de Youtube da Escola113.

112 Também elencados cm outras cenas do evento em menu no Blog criado pelo autor para o PIBID Pedagogia UFSC, disponível em .

113 Facebook de agosto de 2012 a dezembro de 2013 na responsabilidade do autor, bem como da conta de Youtube. e . 216

Figura XX . Einstein à imagem e semelhança de minha imaginação Personagem criado pelo autor para a Mandala em 2014.

A única coisa que interfere com meu aprendizado é a minha educação. Educação é o que resta depois de ter esquecido tudo que se aprendeu na escola.

(...)

A teoria sempre acaba, mais cedo ou mais tarde, assassinada pela experiência114

Albert Einstein

Eu nunca me esquecerei daqueles acontecimentos, daquele menino “que vem pra me dar a mão”, a bola de meia e a bola de gude, daquelas

114 Frases atribuídas a Albert Einstein. Carece de fontes.

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meninas e meninos, daquelas professoras e professores, funcionários, visitantes... “na vida de minhas retinas fatigadas”... No meio da escola tinha uma criança no caminho, tinha um menino que conhecera Einstein, Isaac Newton e Leonardo da Vinci......

Imaginação, conhecimento, meninice... casa, escola, sonhos, devaneios... Eu nunca me esquecerei daquele boneco de Einstein sentado em uma cadeirinha numa das prateleiras da minha mais querida biblioteca, em casa de meu Tio Toninho - Antônio de Pádua Viana Clementino115 - onde eu passei horas e horas sem fim folheando e lendo muitos de seus milhares de livros, absorto em meus pensamentos e sentimentos, sossegado e solitário nesses momentos em que ninguém me incomodava, quando não estava aprontando alguma arte. A figurinha de seus 20 centímetros, calça e paletó cinza, o cabelo desgrenhado e o bigode enorme116.

115 Tio Toninho na minha dissertação:

“E, na escola, em casa e na biblioteca de Tio Toninho, de meu avô Heraclydes, muito livros, coleções, as enciclopédias Barsa, Caldas Aulete e Mirador, como também as visitas às bibliotecas. “Aforismos para a sabedoria da vida”, de Schopenhauer... Também havia as revistinhas de Disney e, depois, a Turma da Mônica de Maurício de Sousa, Asterix, Tintin, Mafalda. Enjoava de tudo isso e pegava minha vitrolinha a pilha, e ia escutar histórias naqueles discos coloridos, ou músicas desde o Wilson Simonal, Roberto Carlos e Erasmo, Jerry Adriani, Agnaldo Rayol, Gigliola Cinquetti e Rita Pavone, até os antigos de meus pais. p. 32.

116 Einstein na minha dissertação:

Introdução – Memórias de meninice e criancice: “Como mineiro da gema, das montanhas vermelhas de pó de ferro e das pedras preciosas das Alterosas, fui aprendendo desde pequenino a rodear morros até chegar ao pico, e assim fui também dando os meus primeiros passos, em escritos, nas estradas das linhas tortas meio gauche dos cadernos e da vida. Acho que até Deus escreve assim. Perdoem o espiralismo dos meus versos que vão ao encontro do coração como expressão... 218

Naquela biblioteca também passei meses dormindo em um sofá cama, durante uma temporada em que morei com esse bem-amado tio, sua esposa - que já partiram para Acolá - e três filhos. Além das leituras e sono, vivi uma peculiar e inesquecível experiência de “desdobramento espiritual” naquela biblioteca, por ocasião do falecimento do Papa Paulo VI, exatamente na noite de 06 de agosto de 1978, quando eu contava com 17 anos. Mas isso é outra história, para se contar depois...... No meio dos afazeres do Ensino de Física tinha um menino

Enquanto isso, no Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2002, tinha um menino no meio dos afazeres do Ensino de Física, Física da Matéria Condensada e História da Física...

O menino Einstein

Do nascimento em Ulm (14/03/1879), pequena cidade ao sul da Alemanha, à juventude em Zurique, Einstein, para usar um dito popular, comeu o pão que o diabo amassou. Entre mudanças de cidades e falências das empresas do seu pai, Einstein enfrentou o autoritarismo da escola alemã e os preconceitos raciais tão intensos naquela época. Logo cedo demonstrou aptidão para atividades individuais. Ao invés de jogos infantis no jardim, com as outras crianças, preferia construir, sozinho, complicadas

E, não é que no universo uma reta não é o menor e nem o melhor caminho entre dois pontos! No espaço tudo se move elipticamente disse Kepler e, em nossa dimensão, na curvatura tempo-espaço afirmou Einstein”. p.43.

Filosomediando na Seção VI - A Ascenção - Epílogo de um Velho Novo Mundo: “Mas, ainda bem que existiu um menino chamado Albert, que cresceu encriançado como Einstein, e falou assim... simplesmente falou: “energia é igual à massa vezes o quadrado da velocidade da luz”. Ou seja, nós e, em primeira e última instância, tudo o que existiu e existe nesse mundo, e no universo, é luz. Matéria é luz condensada, e tudo é luz”. p.273. 219

estruturas com cubos de madeira e grandes castelos de cartas de baralho, alguns com catorze andares. Aos sete anos ele demonstrou o teorema de Pitágoras, para surpresa do seu tio Jakob, que poucos dias antes lhe ensinara os fundamentos da geometria (Fölsing, p.22).

Mas, se para a matemática e para as ciências naturais ele era mais do que bem dotado, porque possuidor de grande intuição e habilidade lógica, para as disciplinas que exigiam capacidade de memória era um fracasso! Geografia, história, francês e, particularmente, o grego constituíam obstáculos quase intransponíveis; decorar conjugações de verbos era para ele um horror! Enfim, no conjunto das suas habilidades infantis, nada deixava transparecer o gênio que viria a ser; seus familiares acreditavam até que ele poderia ter algum tipo de dislexia (Clark, p.27).

Em consequência das suas dificuldades para memorizações ele se desinteressa pelas aulas que exigem tais habilidades, provocando violentas reações dos seus professores. Tanto, que certo dia o diretor da escola, coincidentemente o professor de grego, convoca-o para uma reunião e declara, entre outras coisas, que seu desinteresse pelo grego era uma falta de respeito pelo professor da disciplina, e que sua presença na classe era péssimo exemplo para os outros alunos. Encerrando a reunião, o professor disse que Einstein jamais chegaria a servir para alguma coisa (Fölsing, p. 28).

A partir desses fatos, parece natural, à luz da psicanálise, o "esquecimento" que Einstein sempre demonstrou ter em relação à sua infância e à sua adolescência. Apenas três fatos desse período lhe são relevantes: as lições de violino que sua mãe lhe dava, as "aulas" de geometria do seu tio Jakob e a história da bússola. 220

Certo dia, quando aos cinco anos se recuperava de uma enfermidade, Einstein ganhou do pai uma bússola de bolso que lhe causou profunda impressão, pois o ponteiro sempre apontava para o mesmo lugar, não importando a posição em que a bússola fosse colocada. Nas suas notas autobiográficas (Schilpp, p.9) ele descreve esta reação com a palavra alemã "wundern", que pode ser traduzido por "milagre". O mesmo tipo de sensação ele teve quando aos doze anos leu um livro de geometria, e imediatamente lembrou-se da demonstração do teorema de Pitágoras que fizera aos sete anos. Da sua época colegial ele costumava dizer que "os professores da escola primária pareciam sargentos, e os do ginásio pareciam tenentes" (Frank, p.11).

Aos quinze anos Einstein abandona o Gymnasium e parte para Milão, onde vivem seus pais. Um ano depois seu pai comunica que não pode mais lhe dar dinheiro, pois a fábrica estava, mais uma vez, à beira da falência. "É preciso que você arranje uma profissão qualquer, o mais rápido possível" (Levy, p.24), sentencia o senhor Hermann Einstein. Foi então que Albert decidiu fazer física, mas, não possuindo o diploma do Gymnasium, ele não podia entrar na universidade. Como alternativa ele poderia frequentar um instituto técnico, e Einstein escolhe simplesmente o mais renomado da Europa central, a Escola Politécnica Federal (Eidgenössische Technische Hochschule), a ainda hoje famosa ETH, em Zurique (Suíça). Na primeira tentativa de ingresso ele é reprovado nas provas de botânica, zoologia e línguas modernas, mas seu excelente resultado em física chamou a atenção do diretor da escola, que lhe aconselha a frequentar uma escola cantonal em Aarau, próxima a Zurique, a fim de obter o diploma dos estudos secundários, com o qual adquiriria o direito de frequentar a ETH, ou a universidade. 221

Em 1895, aos dezesseis anos, Einstein estava mais do que feliz no ambiente livre e motivador da escola cantonal, e se preocupava com um problema que nem ele, nem seu professor sabiam resolver: queria saber qual o aspecto que teria uma onda luminosa para alguém que a observasse viajando com a mesma velocidade que ela!! Este problema voltaria tempos depois, quando Einstein formulou sua Teoria da Relatividade. 117

Finalmente...

Depois de muitas voltas, elipses, analepses, anacronias e ironias... do Destino... o problema está posto: encontrado a criança na escola e Homem a que ele se referiu ter descoberto - Einstein -, descubro o cientista enquanto criança que, mesmo com sua escola lhe cortando, o conhecimento e a imaginação nele bateram asas, inspirando rupturas e avanços científicos, filosóficos, religiosos etcoetera. Os mapas que se seguirão, capítulos afora e adentro, identificarão muitas cenas escolhidas para expressar detalhes da história dessa humanidade, da história da Educação e da Pedagogia, entre a história de uma mão re-evolucionando e re-vira-voltando o Velho, o Novo Velho Mundo, espalmando, apontando e se dando às mãos de muitas outras crianças que foram, são e serão mundos afora, e adentro.

117 Texto do Carlos Alberto dos Santos, do Instituto de Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em . Acesso em 16 de abril de 2014. © 2002 Prof. C.A. dos Santos. O Prof. C.A. dos Santos é editor do sítio .

Bibliografia citada no texto: CLARK, R. W. Einstein: Sa vie et son époque. Paris: Stock, 1980. FÖLSING, A. Albert Einstein: A biography. New York: Penguin, 1997. FRANK, P. Einstein his life and times. New York: Da Capo, 1953. LEVY, F. Einstein. Paris: Duculot, 1980.

Texto publicado em álbum do Facebook do autor, disponível em . 222

Da criança da caverna à da escola do meu Mundo Caduco, até à criança do meu Outro Mundo, mil histórias de mãos de crianças ao redor de uma Mandala vão descobrincando no “Buraco Colorido”, transpondo dimensões, indo e vindo por entre vários universos e moradas, renascendo para oferecer à humanidade uma possibilidade de Tato e Contato com a Felicidade. Se “a infância conhece a infelicidade pelos homens”, será pela Infância (Filosofante) que os homens conhecerão a felicidade...

Porque a alegria não é um acontecimento passivo que nos encerra no instante presente, mas sim um ato dinâmico da consciência que pode transpor o presente no passado e prolonga-lo no futuro. E é porque a alegria é uma experiência concreta e um dado existencial e fenomenológico suscetível de ser descrito com precisão em toda a sua riqueza e plenitude que se pode dar, a partir dela, uma descrição e uma definição precisas dos elementos da felicidade.118 ...... A Criança antenada lá em cima revelando o “’Segredo da Pirâmide” do “deixai vir à mídia as criancinhas” decifra os mistérios do “o que é, o que é”... A Criança lá em cima da montanha descobre que “é possível sair da caverna”, na “Revelação do Segredo das Estrelas”, a Cruz Chakana de oito lados, a ponte cósmica, engolimento e vomitamento da Bernúncia do “Boi de Mil e Uma Mãos”... A Criança lá em cima do Elefante chama para brincar Consigo o Camelo, o Leão e aqueles que se trans-formam em Crianças, ins-pirando aos caminhos desenhados nas mãos, no coração, no cérebro, nas ações, nos sentimentos e pensamentos...

118 MISRAHI, Robert. A Felicidade: ensaio sobre a alegria. Tradução Flávio Nascimento. Rio de Janeiro, RJ: DIFEL, 2001. p. 80-81.

Nota na palavra “fenomenológico”: “é ‘fenomenológico’ aquilo que aparece à consciência, aquilo de que ela é interiormente consciente.” 223

A Criança lá em cima da árvore, batendo suas asas do conhecimento e da imaginação se oferece a descobrincar numa cantiga de roda... “deixai vir a mão das criancinhas”...... Existência, consciência, experiência, fenômeno... Doncovim, quemcosô, oncotô, proncovô e coméquiovô? O problema e detalhes de minha trajetória estão postos às (bem- te)vistas para apreciação e orientação da banca e das examinadoras e examinadores, indo e vindo...... O Menino-Homem em doutotoro-andamento quer ser Criança, uai! Evideando... “Fora da casinha”... Bem-te-videando... Fora da gaiola... Livre... “Libertas quae sera tamen”... Feliz.. ainda que tardia... “Felicitas quae sera tamen”... Dando a mão às criancinhas... Dando a Mão a Ele...

Por enquanto, é apenas o começo, pessoal! ... La nave va... O Barco do (nosso) Destino cortou as amarras... Partimos... “Eis nosso Destino: amor sem conta”... Amar... Amor... L’amour... Oiseaux et Bateaux rebelle...

Abrindo as portas da dinastia de Avis, no menor reino do mundo em re-vira-voltação daqueles séculos, o Infante D. Dinis assume o trono 224

de Portugal em meio às picuinhas e futricas, guerras e desavenças familiares. Em 1282 desposa Dona Isabel de Aragão, e cria-se durante seu reinado uma identidade nacional para o pequeno Porto do Galo. Ele era um amante das artes e das letras, cantador da poesia trovadoresca. Cria a primeira universidade que vai de Lisboa para Coimbra. Protetor dos Templários e da Ordem de Cristo, que a seu tempo influenciariam decisivamente o período que se conheceria como a Era dos Descobrimentos Portugueses, levada à cabo, e além dele, por um descendente, o Infante Henrique de Sagres. Os antigos Fenícios são, agora, os portugueses que se lançam ao mar... A Ordem de Cristo, chefiada pelo Infante Henrique, “O Navegador”, abre as portas daquela Europa para o restante do globo terrestre, e o Novo Mundo é descoberto. O cartógrafo do Infante, El- Hakim... o Cartógrafo de Veneza, André Bianco... Mestre João acompanhando Pedro Álvares Cabral, seguindo o Cruzeiro do Sul, e uma plêiade de astrônomos, navegadores e exploradores mapeiam céus, mares e terras. A Bandeira das Quinas com seus cinco castelos, cinco estrelas, cinco escudos em forma de cruz se junta à bandeira da Ordem de Cristo estampada nos panos das caravelas. A Isla de Santa Catalina é mapeada, e Sebastião Caboto assim a batiza no dia dedicado à santa, ou pelo aniversário de sua mulher... Catarina de Alexandria, padroeira dos nawtas... Tende Piedade de nós... (Universidade Federal de Santa Catarina...Tende Piedade de nós... animando e doutotoro-andando...) Degredados de outros planetas e reinos vêm dar naufrágio e encontrar morada pela extensa orla da Terra Brasilis, sobem o Peabiru, buscam riquezas pelo interior do nascente país. (Inconfidentes na minha família... e Pedro I, Imperador do Brasil, e Florisbela Umbelina Rodrigues Horta têm uma filha chamada Ignácia Carolina Horta... Minha totorotatatatatatatavó119...) Reis e aristocracia por um lado, acima, nos castelos, torres, manejando o leme de navios. Pobres e deserdados do mundo por outro lado, abaixo, nas galés, no remo, carregando “o fardo de suas expiações” no cadinho do sofrimento para encontrar o ouro e os tesouros espirituais.

119 PORTO, Rubens D’Almada Horta. Família Horta: genealogia do Cel. José Caetano Rodrigues Horta. Edição definitiva. Rio de Janeiro, RJ: Instituto Genealógico Brasileiro; Instituto Histórico e Geográfico RJ; Colégio Brasileiro Genealógico; Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1994. p. 101, 135-149. 225

Vejo... Beijo... Lá em cima, a Casa de Avis... Cá embaixo, a Casa de Avlis, os Silva ao contrário, reflorestando o mundo, se espalhando como sementes para fazer germinar a Árvore do Evangelho transplantada para a Ilha de Vera Cruz da Carta de Caminha. Lá em cima, Ordem de Mariz... Cá embaixo, Ordem do Nariz... Lá em cima, Paqonawta... Cá embaixo, Odlopoel Arieugon e Avlis, de pernas pro ar e mãos pro espaço... Lá embaixo, dentro de todas as cavernas, senso comum... Aqui em cima, entre as Estrelas, senso cósmico... Lá em cima, Chapéu de Capitão... Cá embaixo, Chapéu de Pedagogo-Palhaço se metendo em todas essas peripécias... Estotorando: Vivendo, nascendo, morrendo... renascendo em Alegria, se entregando e buscando a Felicidade... Estotorar é preciso... Quero para mim o Espírito dessa frase... Isso é apenas o começo de uma breve trajetória... Onde (quase) tudo já está mapeado no Mundo Caduco...

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Capítulo I . Da Educação Os Mapas da Pedagogia e Educação

No Capítulo I - primeiro dedo de uma mão que cata e conta uma história - traço mapas e elaboro um diário de viagem, seguindo a linha de tempo apresentada pelos autores, destacando e relevando alguns personagens citados entre as diversas correntes educacionais, pedagógicas, filosóficas do passado. Na cor do Arco-íris: laranja.

Franco Cambi Mario Manacorda Dermeval Saviani Bogdan Suchodolski Estudos da Infância Enrique Dussel Pietro Ubaldi Paulo Freire Severino Antônio

Inicio o mapeamento destes mapas historicamente demarcados a partir de colocações que tomo por guias, que originaram a ideia de como fazer a tese. Foi a partir desses trechos do autor, abaixo, que saí de mãos dadas a buscar e a me entregar às descobertas da pedagogia e da educação e, da evolução do ser humano neste planeta. Franco Cambi na sua introdução da História da Pedagogia (CAMBI, 1999), afirma que no último quartel do século XX a pesquisa histórico-educativa sofre profunda transformação metodológica, com radical mudança de orientação da “história da pedagogia” (nascida entre os séculos XVIII e XIX) passando à “história da educação”. Explica três revoluções em historiografia, a saber, a do método, do tempo e, dos documentos, ante o pluralismo das abordagens e sua especificidade; da diferença entre o tempo histórico e o “tempo artificial, dos relógios ou do tempo, vivido, das práxis cotidianas”; e os documentos não tomados como “monumentos” em si, mas como “dado, que leva à série e a uma história descontínua” (Idem, p. 24-28). O autor segue abordando sobre as “muitas histórias educativas”, e “a história da educação” sendo

“hoje, um repositório de muitas histórias, dialeticamente interligadas e interagentes, reunidas pelo objeto complexo ‘educação’, embora colocado sob 228

óticas diversas e diferenciadas na sua fenomenologia. Não só: também os métodos (as óticas, por assim dizer) têm características preliminarmente diferenciadas, de maneira a dar a cada âmbito de investigação a sua autonomia/especificidade, a reconhece-lo como um ‘território’ da investigação história”. (Idem, p. 29) (Grifo meu)

Ele finaliza sua introdução pontuando a “história que está por trás” de nossa contemporaneidade, a Antiguidade, a Idade Média e Modernidade, afirmando que A história é um organismo: o que está antes condiciona o que vem depois; assim, a partir do presente, da Contemporaneidade e suas características, seus problemas, deve-se remontar para trás, bem para trás, até o limiar da civilização e reconstruir o caminho complexo, não linear, articulado, colhendo, ao mesmo tempo, seu processo e seu sentido. O processo feito de rupturas e de desvios, de inversões e de bloqueios, de possibilidades não-maturadas e expectativas não realizadas; o sentido referente ao ponto de vista de quem observa e, portanto, ligado à interpretação: nunca dado pelos “fatos”, mas sempre construído nos e por meio dos “fatos”, precário e sub judice. (Idem, p. 37)

E, continua o autor, A Antiguidade, também em pedagogia e em educação, consigna ao Ocidente as suas estruturas mais profundas: a identidade da família, a organização do Estado, a instituição-escola, mitos educativos (nas fábulas, por exemplo) e ritos de passagem (da infância, da adolescência), um rico mostruário de modelos socioeducativos, que vão desde a pólis grega até a res publica romana, características que se sobrepõem, se entrecortam, se entrelaçam até formar o riquíssimo tecido da educação ocidental. Além disso, a Antiguidade produz a passagem, tanto em educação como em ética e até gnoseologia, do ethos para a theoria, fazendo nascer a reflexão autorregulada, universal e rigorosa, em torno dos processos educativos, isto é, a pedagogia, articulando-a numa múltipla série de modelos, também reunidos pelo ideal de paideia: de uma formação humana que é antes de tudo formação cultural e universalização (por intermédio da cultura e do “cultivo” do sujeito que ela implica e produz) da individualidade. 229

Com a revolução cristã opera-se uma radical revisão do processo e dos princípios educativos: a paideia organiza-se agora em sentido religioso, transcendente, teológico, ancorando-se nos saberes da fé e no modelo da pessoa do Cristo, sofredora mas profética, depositária de uma mensagem caracterizada pela caridade e pela esperança; os processos educativos realizam-se sobretudo dentro de instituições religiosas (mosteiros, catedrais, etc.) e são permeados de espírito cristão; toda a cultura escolar organiza-se em torno da religião e de seus textos; mas, assim fazendo, toda a vida social se pedagogiza e opera segundo um único programa educativo, concentrado em torno da mensagem religiosa cristã. A Idade Média inovará ab imis120 a tradição pedagógica e educativa, influenciando profundamente a própria Modernidade, que dela se separa e a ela se contrapõe polemicamente, mas incorporando instâncias relacionadas tanto com o pensamento quanto com a práxis (a ótica metafísica de um lado, a práxis autoritária e de domínio de outro, só para exemplificar). (Idem, p. 37-38)

Então, o autor apresenta suas ideias gerais da pedagogia e educação na Modernidade. A Modernidade delineia-se como o precedente mais imediato e o interlocutor mais direito da nossa Contemporaneidade, sobre a qual devemos fixar o olhar, pois é esta que se trata de compreender; sem ignorar, porém, que o estudo do passado é também (e já o dissemos) a recuperação das vias interrompidas, de possibilidades bloqueadas, de itinerários desprezados, que devem ser compreendidos e afirmados e indicados como alternativas possíveis não só do passado, mas também do presente, pelo menos como alternativas teóricas, percursos diferentes, integradores e corretores de um modelo. A Modernidade é um fenômeno complexo, definível de modo unívoco apenas por abstração, mas dotado de características homogêneas e fortes, capazes de estruturar por muitos séculos os eventos históricos mais díspares. A Modernidade é, antes de tudo, uma ruptura em relação à Idade Média; uma ruptura vertical,

120 A palavra latina ab imis, traduzida literalmente, significa a base mais profunda. No sentido figurativo, a frase é usada com o significado de total, em todas as partes, como nas frases: reformar um instituto ab imis, renovando uma administração ab imis. 230

já que implica transformações radicais em todos os campos, da economia à política, da cultura á mentalidade, ao estilo de vida; permanente, já que age de maneira constante por muitos séculos; consciente, também, como manifestam as oposições às práxis medievais de economistas, políticos, intelectuais etc. Em segundo lugar, a Modernidade é uma época histórica com características orgânicas e complexas que investem - como veremos mais adiante - a reorganização dos poderes e dos saberes, fazendo-os assumir conotações novas e específicas. Foi definida como a Idade das revoluções, como o tempo da emancipação, como a base histórica que depura e legitima as diferenças: foi, sem dúvida, um arco plurissecular que colocou no centro om problema da liberdade e o seu acidentado caminho, também o pluralismo de formas de vida, de modelos sociais, de classes, de ideologias etc. No centro desse itinerário está em 1789, ano da Revolução Francesa, que se põe como problema (embora não seja absolutamente o eixo) deste percurso de liberação dos modelos tradicionais de sociedade (ainda permeados de características medievais) e como reconstrução de uma sociedade nova, ao mesmo tempo mais livre e mais coesa. Mas a Modernidade, em terceiro lugar, é também nascimento e desenvolvimento de um sistema organizativo social que tem como eixo o indivíduo, mas que o alicia por meio de fortes condicionamentos por parte da coletividade, dando vida a um “mundo moderno” em cujo centro estão a eficiência no trabalho e o controle social. (Idem, p. 38-39) (Grifos meus)

(...)

Já lembrava Croce121: fazer história é sempre fazer história contemporânea, mas - podemos acrescentar -, para fazer história contemporânea temos de reler o presente sobre o fundo do passado e de um passado reconstruído à part entière, isto é, inteiramente, em todas as suas possibilidades e ramificações, até mesmo nos seus silêncios, nas repressões sofridas, nos seus atalhos interrompidos. Para colher não só as causas diretas do presente, mas também aquele possível que está diante de nós; aquele diferente que perdemos e que pacientemente

121 Benedetto Croce, 1866/1952, Itália. 231

podemos esperar recuperar, aquele novo, aquele “não ainda”, do qual vivemos, ao mesmo tempo, a aurora e a expectativa. (Idem, p. 40) (Grifos meus)

Foi lendo essa introdução que mil e uma imagens passaram em minha mente e coração e, me motivei a re-vira-voltar um ante-projeto de doutorado. Entre a “aurora” do mundo e a “expectativa” sobre ele e da criança nele compreendi sobre a necessidade de refletir sobre os “silêncios e nas repressões sofridas, nos seus atalhos interrompidos” que, no mais das vezes fazem dar a conhecer a infelicidade para a infância... E, confiante nas intuições, segui de mãos dadas a essa descoberta. Os mapas da pedagogia e da educação já estavam prontos, mas o meu, não. Mario Manacorda, lido e relido por dois anos a fio, chegando a uma conclusão e a uma despedida no final de seu livro, sugere, “passos largos e tomadas de decisões mais radicais na reproposição de utopias... pela “exigência de uma escola que, de lugar de separação e de privações, se transforme num lugar e numa época de plenitude de vida” E, encerra assim: “Tudo bem! Mas para que servem os imperativos mais ou menos categóricos? Nunca mudaram a história. Mas talvez eles possam servir para nos lembra de olhar para o alto” (MANACORDA, 2010. P. 432) (Grifos meus). E, eu tomo isso, literalmente... De Dermeval Saviani, recolho a formação de indivíduos críticos, emancipados (“emãocipados”) e a inclusão na transformação social de um país em ebulição. Acolho a figura de Camille Roulin ilustrando “Educação Brasileira: estrutura e sistema” (SAVIANI, 2012)122, me dando sentido e sorrisos nesses pequenos marcos no roteiro do caminho da Alma. De Bogdan Suchodolski trago a essência e a existência, e a “rexistência” na valentia em um período de guerra com sua universidade clandestina. Ali também, na Varsóvia esmagada pelo nazismo, encontro Janusz Korczak voltando a ser criança, de mãos dadas com a infância, até à morte por assassinato brutal e impiedoso. Dos Estudos da Infância ressalto, da Antiguidade até à Contemporaneidade, os heróis e anônimos na proteção das crianças em meio à infelicidade dada a conhecer por tribos, reinos, impérios e nações onde poderosos as exploravam na servilidade, e guerras.

122 Capa: Imagem baseada em “Retrato de Camille Roulin como escolar. Van Gogh, 1879, composta por Érica Bombardi para Autores Associados. Porém, é usualmente aceito que este retrato tenha sido criado em 1888. O quadro de 54x64 cm, óleo sobre tela, se encontra no MASP, Brasil. 232

De Philippe Ariès o sentimento da infância, as imagens da família, reinventando a historiografia no século XX, demarcando o nascimento da “infância” como construção social. Em Pietro Ubaldi... a Paixão... A franciscanidade, a Síntese, a Prece do Viandante... Quando digo "prever o futuro", refiro-me não a um futuro genérico ou universal, mas ao de um caso determinado, de uma determinada vida ou destino. Estou convencido de que um universo onde tudo é lei, equilíbrio e ordem, e onde cada fenômeno se desenvolve de acordo com uma proporção exata de causas e efeitos, e nada acontece por acaso, tão pouco o destino humano pode estar sujeito à sorte, mas a uma férrea e matemática concatenação de ações e reações, em equilíbrios constante. O fenômeno da vida, com todas as suas alternativas materiais ou espirituais, se desloca sempre, avança, mas mantendo-se em equilíbrio. Nestas condições, o que não ocorre por uma casualidade, mas de acordo com uma lei, pode ser previsto quando se conhece essa lei. O destino está todo contido, tal como o é, no presente, no passado e no futuro; está contido, embrionariamente no estado de causa — no presente. Se soubéssemos observá-lo bem, poderíamos ler neste, rapidamente, todos os elementos de seu próximo desenvolvimento. É aqui, aliás, onde reside a dificuldade. Quem se conhece a si mesmo? Para um estranho resultará muito mais difícil penetrar, de fora, nas profundezas desse "si mesmo". Quem conhece a lei do próprio destino, ou seja a sua natureza, a sua tendência dominante, o seu tipo? Cada homem traz consigo, com determinado modelo de personalidade, e uma dada espécie de destino, a tendência para certas provas, perigos, triunfos, alegrias e dores. Mas ignora facilmente tudo quanto para o seu próximo vai cooperar em torturantes problemas. Para conhecer tudo isto, seria necessário tomar em consideração outras causas que hoje o homem, a sua ciência e as religiões ignoram. Como seria possível, conhecer tudo isso, num mundo onde os problemas da personalidade humana apenas começam a ser estudados, onde muitos crêem que a vida termina com a morte física, e muitíssimos ignoram que, antes de seu nascimento físico, tiveram um passado que é justamente o que devem recordar e meditar pois encerra a chave do presente e do futuro? Somente quando tenhamos sob as nossas vistas uma parte considerável da nossa vida maior e pretérita, que se perde na eternidade, tomaremos posse dos elementos 233

que predeterminarão o futuro. Eu o digo a todos, impulsionado pela voz interior da qual vos falei, que estes são os únicos e os verdadeiros problemas do futuro, aqueles aos quais se dirigirá a mente humana nos próximos séculos, e cuja solução redundará no real e no mais autêntico progresso. Muitas outras coisas, que parecem mais importantes, não o são, na realidade. Todos gozamos ou sofremos, felizes ou desgraçados, sem saber por quê. Opomos à dor reações inconscientes. Somos uns pobres míopes, já que nada vemos além da morte, e semeamos a esmo o bem e o mal. No passado eterno, que ignoramos, demoram as causas do presente. Nossos próprios atos semearam as dores que sofremos pelo bem que praticamos seremos recompensados.

Construímos no passado, livres e responsáveis, a nossa personalidade atual, como seus instintos, tendências, aspirações boas ou más. Assim como o caracol constrói a sua carapaça, nós nos construímos um determinado tipo de destino que se nos adere como vestimenta. Este é o “fado”, nosso fado particular, invencível, tirânico. No lento transcurso dos séculos, repetimos os nossos atos, assimilam-lhes as consequências, até que se tornam irresistíveis e fatais. Foram obra nossa; com justiça gravitam hoje em torno de nós mesmos. Nossa obra hoje é lei de divina justiça e não pode ser modificada. Contrastando com o campo de determinismo absoluto criado pela trajetória percorrida e por todos os atos do passado, estão o nosso presente e o nosso futuro — um campo de livre arbítrio absoluto — em que a vontade age, em que é possível a correção contínua, um endireitamento de rota no sentido que livremente desejemos. Da ação combinada de todos os nossos atos do passado, já fixados em nós, e desta contínua retificação que nos é possível fazer, resulta o futuro, e o nosso futuro que é, deste modo, constituído por dois elementos: um fixo, já cristalizado, e outro móvel, devido á nossa vontade que continuamente se sobrepõe àquele, modificando-o. Da influência recíproca destas duas forças, uma passiva e outra ativa, resulta a trajetória do futuro, o qual, desta maneira, pode ser conhecido, devido também ao fato de que, em parte, poderemos querê-lo e criá-lo.

Porém, quem se rege hoje por esta ordem de idéias? Para poder efetuar investigações introspectivas tão profundas, é necessário uma grande limpidez de 234

espírito e um poder muito forte de visão interior. É mister mover-se numa atmosfera espiritual elevada, ser iluminado por uma luz interior, que se não pode improvisar, nem explicar ou ensinar, porquanto somente a compreende quem a possui. É preciso uma contínua retidão na prática e pureza de consciência, já que somente neste estado os órgãos da percepção anímica se afinam até alcançar a sutileza e a sensibilidade necessárias para perceber certas delicadas sensações interiores. Tesouros imensos, revelações inauditas, faculdades grandiosas encontram-se em nosso espírito. Nada, entretanto, é tão pouco apropriado para no-los mostrar como os sistemas turbulentos, prepotentes e materiais da nossa moderna civilização. Certos fenômenos não se dominam mediante hipóteses engenhosas, habilidades cerebrais, força da mente. Frequentemente o mistério não abre as suas portas a não ser àquele que humilde e profundamente ama, mas ama no sentido mais alto e espiritual.

Conclusão. Com este escrito deixo o meu testemunho. Tive que obedecer à minha voz interior, sob cujo ditado escrevi, rapidamente, sem refletir, a ponto de que não sei se me compete referendar este artigo com a minha assinatura. (UBALDI, 1982, P. 166-169)

A educação é o ato no qual a geração madura se volta sobre a geração jovem, que a sucede, para transmitir-lhe todo o fruto do seu conhecimento e experiência E através deste ato que se forma aquela continuidade de pensamento, que se prolonga na história, num desenvolvimento em cujos termos se unem, sucedendo-se por contato e derivação. Esta cessão de experiência da geração que vai à geração que vem, e também esta queda de uma semente espiritual que ao lado da semente orgânica revive e prolifera, parece natural na unidade imposta pela lei da vida. Os jovens são de fato um espelho no qual tudo reflete, pois são construídos para serem, nesse período de vida, acima de tudo, intuitivos e receptivos, como esponjas destinadas a absorver. Eles absorvem e assimilam tudo, prontos a traduzir em temos de vida aquilo que os maduros dão como produto de sua existência. A educação é, pois, um fenômeno instintivo, universal, automático, de captação, por parte da psique sempre renascente, dos produtos da psique que, cansada, se retira da vida. É um fenômeno que abrange toda a 235

produção espiritual de um povo, que deste modo não pode morrer e transmite-se por lei natural. A educação desejada, sistemática, digamos também artificial, não é senão um momento particular e reflexo deste tão vasto fenômeno de educação natural que está na lei da vida e na qual todos, quer queiram quer não, consciente ou inconscientemente, docentes ou discípulos, tomam parte. (UBALDI, 1982. P. 192)

O ato educativo se transforma assim e sempre mais num amplexo da alma, em função coletiva de conservação e construção, em ato de solidariedade entre aqueles que nascem e aqueles que morrem. O grau de evolução de um povo pode, deste modo, revelar-se neste índice educativo que é a forma pela qual se exprime o contato entre várias gerações. A educação, assim, perde sempre em crueldade, em imposição, em rivalidade e contraste para conquistar compreensão, comunicação, colaboração e unificação. Chegamos assim ao extremo oposto, ou seja, à forma suprema do ato educativo que é a mais completa e espontânea comunhão de espíritos numa unidade de sentimento e de pensamento. (Idem, P. 194)

Não importa o que um homem ensina. O professor, entre os jovens, é sempre um centro de irradiação espiritual. Qualquer coisa que ele diga é sempre um discurso íntimo e substancial entre docente e discípulos e atinge a profundeza do eu. O seu eu é um fato anterior a educação, a qual surge como um ato posterior que se sobrepõe, quando não se contrapõe à sua personalidade. Esta protege instintivamente a própria integridade, rebelando-se a toda imposição A força, a disciplina, não são senão atos de superfície, de valor prático, um meio de relativo valor pedagógico, mas nunca a substância de um ato educativo. Aquele é dado pela profundidade de penetração psicológica, o que é uma coisa difícil. É necessário ter uma grande alma, possuir a coragem e a força de abri-la de par a par, ser dotado de uma potência de irradiação que penetre e ao mesmo tempo de uma fineza psicológica que saiba guiar aquela potência. Conheço bem esta dificuldade. O nível evolutivo da maioria da personalidade dos jovens, que não são senão homens em formação, em geral não é muito alto. O professor deve possuir a força de saber exigir tudo de si mesmo. (Idem, P. 195-196)

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Observo aquele pequeno mar de cabeças e sinto as vibrações íntimas daquelas personalidades que apenas transparecem da construção física. Viver, viver! Os jovens ainda possuem em si o dinamismo concentrado do germe, do explosivo que deverá se descarregar lentamente para alimentar todos os esforços da vida a fim de transformar a energia em experiência, a força em conceito, a quantidade em qualidade. O dinamismo inicial da nebulosa cósmica é neles muito mais rico do que em nós adultos, mas deverão transformá-lo lentamente em consciência, como nós o fazemos. Este é o significado da trajetória evolutiva da vida. Vive-se para experimentar em todos os campos. No fim nada se perde porque o resultado do nosso trabalho estará em nós mesmos, porque a essência destilada dos valores, expressa em nosso modo de ser, não morre. (Idem, P. 197)

O educador deve conhecer estes sutis fenômenos psicológicos, deve tê-los já enquadrados numa síntese universal, deve ter resolvido os grandes problemas porque compreendeu o problema da alma, deve perceber toda a teleologia da vida, caso contrário não saberá o que fazer. Deve saber distinguir na massa o timbre de cada personalidade e adaptar-se a ela, porque, de outro modo não encontrará jamais o meio de penetração se não souber modular a própria onda psíquica em sintonia com os diversos tipos. Trabalho de artista, pois representa uma grande arte esta de modelador de almas. Ele lança a semente. O jovem não dá demonstração, parece não se aperceber, mas guarda em si todas as impressões que se desenvolvem depois e são o impulso das suas ações. Gravar no espírito é colaborar com a obra divina da criação. O homem não se convence pelo raciocínio. A lógica, justamente porque é ato reflexo, pode bem pouco diante das vozes profundas da vida, as hereditárias, instintivas, que reagem ao contrário dos contágios psíquicos bons ou maus. (Idem, P. 198)

A minha audácia reside no considerar este método até agora de exceção; deverá ser "normal" por evolução. Não nos provaram e ensinaram cinquenta anos de materialismo a evolução orgânica darwiniana, e milênios de vida das religiões não nos ensinaram a ascensão espiritual? Unamos estes dois conceitos e teremos uma evolução única, psíquica, como criação 237

biológica. A linha da evolução se delineia, no começo, por tentativas, em casos esporádicos; por acenos embrionários, a princípio supernormais, com uma tendência lenta, gradual e tenaz nas suas normas de exceção. Tratar-se-ia, ao mesmo tempo de um método de indagação radicalmente novo e diferente daquele que o precedeu — dedutivo e indutivo — que tanto criou em toda a ciência moderna; passar-se-ia ao método intuitivo que revolucionaria o pensamento humano. Fantasias, dir-se-á. Se a ciência deseja decisivamente penetrar no íntimo mistério das coisas, é necessário um veículo mais rápido, um instrumento mais agudo que não seja a razão. Por que deveremos crer que a ciência já não saiba dar senão produções mecânicas e nada mais? E porque a inspiração deve limitar-se unicamente às formas artísticas e poéticas? Por que não poderá ser uma nova inspiração filosófica, matemática, social, moral, científica, não excepcional como até agora, mas normal? Por que esta arte de sentir por via imediata não poderá se tornar por evolução o método normal de investigação em todos os campos do saber? Neste psiquismo superior o pensamento é mais potente e nasce espontâneo, sem trabalho e sem fadiga! Que poderá, então, aflorar, do mistério das coisas? É audaciosíssimo, mas não é absurdo pensar na generalização futura do método intuitivo, hoje excepcional. (Idem, P. 217)

E quem sabe se, dentro de alguns séculos; não se estude e se aprenda, à custa de métodos de sintonização? A fadiga dos livros seja substituída pela harmonização vibratória do ambiente? Já possuímos os receptores de rádio-televisão. Sabe-se que a matéria é, no fundo, energia e que o pensamento é energia que se transmite por ondas. Não é absurdo quo se possa, sondado o mistério do subconsciente, alcançar a transmissão do pensamento por sintonia. A sua assimilação dar-se-á, não com fadiga do estudo, mas por recepção de um transmissor funcionando como distribuidor e recompositor do pensamento por via conceptual direta, sem forma de língua ou palavra. (Idem, P. 218)

Acredito que a mediunidade é fruto de um desenvolvimento natural, que o cérebro humano alcance na sua evolução. A vida, sem dúvida, atinge paulatinamente formas mais grandiosas, visando cada vez mais à perfeição. O homem do futuro tornar-se-á 238

extremamente sensível e será normalmente um médium com outros e mais apurados sentidos, os quais lhe traçarão nova e poderosa diretriz de pesquisa, com a qual, sozinho, poderá fazer grandiosas descobertas, utilizando-se de uma direta aptidão investigadora do espírito, afastada e independente dos órgãos dos sentidos. (Idem, P. 266)

De Enrique Dussel, observo a importância de ressaltar nossa dimensão Cósmica em nossas relações com o Outro (Erótica), com a Criança (Pedagógica) e com a sociedade (Política). Ele que propõe a analética... isto é, tenta organizar um discurso a partir da liberdade do outro; nesta lógica o outro apresenta-se como alteridade quando irrompe como o estranho, o diferente, o distinto, o pobre, o oprimido, aquele que está à beira do caminho, fora do sistema e mostra seu rosto sofredor e grita por justiça. A analética tem origem não na ordem estabelecida da totalidade, mas no outro. (Golfe, 2000)

Dussel lembra que a ontologia pedagógica burguesa-imperial, hoje em dia, não é somente ensinada nas escolas e universidades. Os meios de comunicação de massa veiculam, de forma constante e sutil, mensagens ideológicas que transmitem valores da cultura imperante, ao mesmo tempo que ensinam a detectar os ‘inimigos’ do sistema (BOUFLEUER, 1991, p.84).

... me inspirou o “filosomediar” oposto à anti- lógica da totalidade, na opressão do Outro, me leva nesse passo cósmico a “filosofantear” para a “mãodiação”, a mediação pela imaginação me translumbrando com Bachelard... Com Paulo Freire, “acho que essa capacidade de compreender, entender e amar as crianças é absolutamente indispensável à prática pedagógica” (SOUZA, 2001. P.139). O que mais fazer diante de Freire, senão contemplar sua vida, por anos à fio? Incompletude... Amar sempre, como destino... Com Severino Antônio, e Kátia Tavares, salto para a as Constelações na “Escuta poética da infância”, no “Poetizar Pedagógico”, em “Uma Pedagogia poética para as crianças”, a infância e o reencantamento. Em uma “Nova escuta poética da educação e do conhecimento”, com o “pensar por imagens”, “a imagem do mundo como 239

texto e da existência humana como poema”. Poetizar... Poetizar... Poetizar... Cada criança é recriação da vida, renascimento, recomeço. Abertura de novas possibilidades de mudar a existência, transformar o mundo. Oportunidade de ruptura das misérias, não penas sociais e econômicas, mas também afetivas, cognitivas, imaginativas. (SEVERINO ANTÔNIO; TAVARES, 2013. P. 67)

O in-fante torna-se fante. A criança fala, tem voz e precisa ser ouvida. A escuta de suas palavras é primordial. (...) A beleza das criações poéticas e filosóficas das crianças pode nos salvar da indiferença, do desprezo, da crueldade, da instrumentalização, da perda de sentido na educação e na existência. Exercício de encantamento, essa beleza pode despertar continentes – de sensibilidade, de inteligência, de imaginação – que ficam adormecidos na vida adulta.

As fabulações mitopoéticas, as perguntas primordiais, as metáforas criadoras chamam cada um de nós a sentir, a pensar, a imaginas. Chamam a viver. Elas nos recordam de que somos mais do qu temos sido e, assim, evocam e invocam o que podemos vir a ser. Dessa maneira, realizam um dos modos de poetizar a vida, uma das formas de escrever e reescrever poeticamente o texto da existência (Idem, P. 68).

Para a tese, os autores encontrados da Educação e Imaginação davam as mãos na mesma roda...

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Capítulo II . Da Imaginação Os Mapas da Imaginação

No Capítulo II - segundo dedo de uma mão que cata e conta uma história - traço mapas e elaboro um diário de viagem, seguindo a linha de tempo apresentada pelos autores, destacando e relevando alguns fatos e descobertas citados entre as diversas correntes filosóficas e científicas contemporâneas, seguindo pela poética. Na cor do Arco-íris: amarelo.

Descoberta da Teoria da Relatividade: E=mc2 Filosofia do Não Poética do Devaneio Albert Einstein Gastón Bachelard Jean-Jacques Rousseau Vincent van Gogh Friedrich Nietzsche

Na junção de dois estudos, a Teoria da Relatividade Restrita, de 1905, e a Teoria da Relatividade Geral, de 1915, temos que em seu percurso pelas estradas do espaço-tempo, a luz (c) tem velocidade invariante. E o curioso, aberto ao conhecimento intuitivo, que pensava, sentia, imaginava, brincava, se conectava com as leis do universo, enquanto também passeava de bicicleta, declara:

Eu acredito em intuições e inspirações. Às vezes sinto que estou certo. Eu não sei o que sou ... [mas] Eu ficaria surpreso se eu estivesse errado. (...) Sou o suficiente do artista para desenhar livremente na minha imaginação. Imaginação é mais importante que conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação circunda o mundo. (Tradução livre pelo autor)123

123 Citado anteriormente em nota: In “What Life Means to Einstein” por George Sylvester Viereck. Publicado em 26 de outubro de 1929. Página 117. Disponível em . Acesso em 05 de janeiro de 2014.

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E nessa efervescência de descobertas em que a imaginação “circunda o mundo” e a compreensão da mecânica do universo se expande, vem o funcionário de origem humilde que queria ser engenheiro, e a I Guerra Mundial não o deixa realizar esse sonho. Vai, então, lecionar Física para depois seguir trajetória até ser professor universitário, e Filósofo de grande influência no século XX: Gastón Bachelard. Dei-me à sua “Mãontologia” e “Epistemãologia”, para flores...ser nesse encontro amoroso, poético, imaginativo. Lendo, linearmente, tangencialmente, inesgotável, espiritualmente, aprofundando, voando por suas imagens e contos, da “imagem-conto, uma imagem que sugere histórias”124 que trouxe de Van Gogh à “Escola Estrelada” bem-te-vista para sempre Beatriz... com o menino Camille Roulin, carteiro de um navio na vida adulta... Sincronia...Tudo e o Todo ao mesmo espaço-tempo... Em tese, dei-me ao direito de digredir, sonhar, devanear, acender à luz de sua vela para ascender e despertar em “todas as Terras Sem Nome de Nossa Imaginação”. Ins-pirado, abarcando o mundo, animado, estotorado. A Felicidade, pequeno e humilde Gastón, será apresentada, conhecida, entre-vista pela mão da Criança... E, você que é do dia e da noite, da poesia em forma de palavras e imagens, do sorriso tímido por entre a imensa barba branca e olhos de menino, me ajudou a ver isso... Não há criação sem imaginação... “O necessário é criar”... O sonho precede o conhecimento na “Formação do Espírito Científico” (BACHELARD, 1996)... e salta obstáculos desde as primeiras experiências, geometriza e delineia, para então se elevar às construções metafóricas em “espaços de configuração”, “dos quais o espaço sensível não passa, no fundo, de um pobre exemplo” (Idem, P. 7).

Na obra da ciência só se pode amar o que se destrói, pode-se continuar o passado negando-o, pode- se venerar o mestre contradizendo-o. Aí, sim, a Escola prossegue ao longo da vida. Uma cultura presa ao momento escolar é a negação da cultura científica. Só há ciência se a escola for permanente. É essa escola que a ciência deve fundar. Então, os interesses sociais estarão definitivamente invertidos: a Sociedade será feita para a Escola e não a escola para a Sociedade” (Idem, P. 310).

124 BACHELARD, Gastón. A Poética do Espaço. 1993. P. 111. 243

Queiramos essa escola e Sociedade, o Outro Mundo, pequeno menino, e para isso nós nos daremos as mãos. “Como prever sem imaginar”, pergunta o autor, considerando que “a imaginação desprende-nos ao mesmo tempo do passado e da realidade. Abre-se para o futuro”, como função do irreal (BACHELARD, 1993, 18)... E continua na “Poética do Espaço” retirando da gaveta, dos cofres e dos armários do pensamento e sentimento, o superlativo... Escutemos o poeta menino... “A metáfora vem dar um corpo concreto a uma impressão difícil de exprimir”... “A imagem da imaginação não está sujeita a uma verificação pela realidade”... “O conceito é um pensamento morto, já que é, por definição, pensamento classificado”... “A imagem, obra pura da imaginação absoluta, é um fenômeno do ser, um dos fenômenos específicos do ser falante” (Idem, P. 87-88)... “A verificação faz as imagens morrerem. Imaginar será sempre maior que viver” (Idem, P. 100)... A Imaginação... em “A Água e os Sonhos”...

(...) A maioria desses exemplos são tirados da poesia. É que, a nosso ver, toda psicologia da imaginação não se pode esclarecer atualmente senão pelos poemas que ela inspira125. A imaginação não é, como sugere a etimologia, a faculdade de formar imagens da realidade; é a faculdade de formar imagens que ultrapassam a realidade, que cantam a realidade. É uma faculdade de sobre-humanidade. Um homem é um homem na proporção em que é um super-homem. Deve- se definir um homem pelo conjunto de tendências que o impelem a ultrapassar a humana condição.

(...) A imaginação inventa mais que coisas e dramas; inventa vida nova, inventa mente nova; abre os olhos que têm novos tipos de visão. Verá se tiver “visões”. Terá visões se se educar com devaneios antes de educar-se com experiências, se as experiências vierem depois como provas de seus devaneios. Como

125 No livro, Bachelard dá a seguinte referência: “Em particular, a história da psicologia da água não é o nosso assunto. Ele é tratado na obra de Martin Ninck, Die Bedeutung des Wassers im Kult und Leben der Alten, Eine symbolgeschichtliche Unetrsuchung, Philologus, 1921.”

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diz D’Annunzio: Os acontecimentos mais ricos ocorrem em nós muito antes que a alma se aperceba deles. E, quando começamos a abrir os olhos para o visível, há muito que já estávamos aderentes ao invisível126.

Essa adesão ao invisível, eis a poesia primordial, eis a poesia que nos permite tomar gosto por nosso destino íntimo. Ela nos dá uma impressão de juventude ou de rejuvenescimento ao nos restituir ininterruptamente a faculdade de nos maravilharmos. A verdadeira poesia é uma função de despertar.

Ela nos desperta, mas deve guardar a lembrança dos sonhos preliminares. Eis por que procuramos às vezes retardar o instante em que a poesia transpõe o umbral da expressão; tentamos, todas as vezes que tínhamos indícios, refazer o caminho onírico que conduz ao poema. Como diz Charles Nodier em suas Rêveries (ed. Renduel, p. 162):

‘O mapa do mundo imaginável é traçado apenas nos sonhos. O universo sensível é um universo infinitamente pequeno’.

O devaneio e os sonhos são, para certas almas, a matéria da beleza” (BACHELARD, 2013, p. 17-18).

Na introdução de “O Ar e os Sonhos” (2001), temos mais encontros com a imaginação no autor.

Como proclama Blake: ‘A imaginação não é um estado, é a própria existência humana127. Mais facilmente nos convenceremos da verdade dessa máxima se estudarmos (...) a imagem literária, a imaginação falada, aquela que, atendo-se à linguagem, forma o tecido temporal da espiritualidade e que, por conseguinte, se liberta da realidade.

Inversamente, uma imagem que abandona seu princípio imaginário e se fixa numa forma definitiva

126 No livro, Bachelard dá a referência: D’Annunzio, Contemplation de la mort, p. 19.

127 No livro, Bachelard dá a referência: William Blake, Second livre prophétique, trad. Fr. Berger, p. 143.

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assume pouco a pouco as características da percepção presente. Em vez de fazer-nos sonhar e falar, ela não tarda a fazer-nos agir. Noutras palavras, uma imagem estável e acabada corta as asas da imaginação. Faz-nos decair dessa imaginação sonhadora, que não se deixa aprisionar em nenhuma imagem e que por isso mesmo poderíamos chamar de imaginação sem imagens, assim como se reconhece um pensamento sem imagens. Sem dúvida, em sua vida prodigiosa, o imaginário cria imagens. Mas apresenta-se sempre como algo além de suas imagens, é sempre um pouco mais que suas imagens. O poema é essencialmente uma aspiração por imagens novas. Corresponde à necessidade essencial de novidade que caracteriza o psiquismo humano. (Idem, P. 2)

O devaneio... em “A Poética do Devaneio...

O devaneio é um fenômeno espiritual demasiado natural – demasiado útil também para o equilíbrio psíquico – para que o tratemos como uma derivação do sonho, para que o incluamos, sem discussão, na ordem dos fenômenos oníricos. Em suma, é conveniente, para determinar a essência do devaneio, voltar ao próprio devaneio. E é precisamente pela fenomenologia que a distinção entre o sonho e o devaneio pode ser esclarecida, porque a intervenção possível da consciência no devaneio traz um sinal decisivo. (BACHELARD, 2009, P. 11)

A quem deseja devanear128 bem, devemos dizer: comece por ser feliz. Então o devaneio percorre o seu verdadeiro destino: torna-se devaneio poético: tudo por ele, e nele, se torna belo. Se o sonhador tivesse a “técnica”, com o seu devaneio faria uma obra. E essa obra asseria grandiosa, porquanto o mundo é automaticamente grandioso. (Idem, P. 13)

O devaneio poético nos dá o mundo dos mundos. O devaneio poético é um devaneio cósmico. É uma abertura para um mundo belo, para mundos belos. Dá ao eu um não-eu que é o bem do eu: o não-eu meu. É esse não-eu meu que encanta o eu do sonhador e que

128 Em outra tradução livre do francês, encontrei aqui a palavra “sonhar” ao invés de devanear.

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os poetas sabem fazer-nos partilhar. Para o meu eu sonhador, é esse não-eu meu que me permite viver minha confiança de estar no mundo. Em face de mundo real, pode-se descobrir em si mesmo o ser da inquietação. Somos então jogados no mundo, entregues à inumanidade do mundo, à negatividade do mundo, o mundo é então o nada do humano. As exigências de nossa função do real obrigam-nos a adaptar-nos à realidade, a constituir-nos como uma realidade, a fabricar obras que são realidades. Mas o devaneio, em sua própria essência, não nos liberta da função do real? Se o considerarmos em sua simplicidade, veremos que ele é o testemunho de uma função do irreal, função normal, função útil, que protege o psiquismo humano, à margem de todas as brutalidades de um não-eu hostil, de um não-eu estranho.

Há horas na vida de um poeta em que o devaneio assimila o próprio real. O que ele percebe é então assimilado. O mundo real é absorvido pelo mundo imaginário. (Idem, P. 13)

Os mundos imaginados determinam profundas comunhões de devaneios. Chegamos ao ponto de poder interrogar um coração, pedindo-lhe para confessar seus entusiasmos diante da grandeza do mundo contemplado, do mundo imaginado em profundas contemplações. Como os psicanalistas, esses mestres da interrogação indireta encontrariam novas chaves para ir ao fundo da alma se praticassem um pouco a cosmo-análise!129 (Idem, P. 23)

Sonhar acordado... Despertar... E, aquém no mundo sensível do tato, encarnado, material, de crosta, das manipulações e silenciamento, da violência e da guerra, da tristeza e sofrimento, temos a frase dolorosa que me estremeceu de aflição e angústia por anos e anos, em “A Poética do Devaneio”: ...“A infância conhece a infelicidade pelos homens”......

129 Cosmo-análise: “A cosmo-análise consiste em se deixar por um instante as preocupações opressoras do mundo das relações sociais para mergulhar no cosmos dos devaneios. A imaginação demiúrgica cria mundos sempre novos e fantásticos. Com seu silêncio, apaga e abafa todos os ruídos inquietantes que aniquilam o ser humano. Com uma cosmo-análise, com uma psicanálise cósmica, ter-se-ia um novo despertar”. (FERREIRA, 2013, P. 51 247

...... Choro.. Choro... Choro...Choro... Choro... Kyrie Eleison... Tende Piedade de nós... Tende piedade dimim... Perdão... Milhares de anos, envergonhado, pobre, despossuído de dignidade, mil marcos a me conduzirem para o Amor e, na milésima primeira vez, estendo a mão e recebo as Dele numa carícia, sob as Estrelas e em frente ao mar... Marcos no roteiro do Caminho da Alma convidando a descobrir a Felicidade... Juntos... Ziamor... Sorrio... Sorrio...Sorrio... Sorrio... Sorrio... depois de rios e mares de lágrimas...... E, o autor, continua...

Na solidão a criança pode acalmar seus sofrimentos. Ali ela se sente filha dos cosmos, quando o mundo humano lhe deixa a paz. E é assim que nas suas solidões, desde que se torna dona dos seus devaneios, a criança conhece a ventura de sonhar, que será mais tarde a ventura dos poetas. Como não sentir que há comunicação entre a nossa solidão de sonhador e as solidões da infância? E não é à toa que, num devaneio tranquilo, seguimos muitas vezes a inclinação que nos restitui às nossas solidões de infância.

Toda a nossa infância está por ser reimaginada. Ao reimaginá-la, temos a possibilidade de reencontrá-la na própria vida dos nossos devaneios de criança solitária. Portanto, as teses que queremos defender neste capítulo visam todas a fazer reconhecer a permanência, na alma humana, de um núcleo de infância, uma infância imóvel mas sempre viva, fora da história, oculta para os outros, disfarçada em história quando a contamos, mas que só tem um ser real nos seus instantes de iluminação – ou seja, nos instantes de sua existência poética. 248

Quando sonhava em sua solidão, a criança conhecia uma existência sem limites. Seu devaneio não era simplesmente um devaneio de fuga. Era um devaneio de alçar voo. Há devaneios de infância que surgem com o brilho de um fogo. O poeta reencontra a infância contando-a com um verbo de fogo: Verbo em fogo. Direi o que foi minha infância. Desaninhávamos a lua rubra no fundo dos bosques130. Um excesso de infância é um germe de poema. Zombaríamos de um pai que por amor ao filho fosse ”apanhar a lua”. Mas o poeta não recua diante desse gesto cósmico. Ele sabe, em sua ardente memória, que esse é um gesto de infância. A criança sabe que a lua, esse grande pássaro louro, tem seu ninho nalguma parte da floresta. Assim, as imagens da infância, imagens que uma criança pôde fazer, imagens que um poeta nos diz que uma criança fez, são para nós manifestações da infância permanente. São imagens da solidão. Falam da continuidade dos devaneios da grande infância e dos devaneios do poeta. (BACHELARD, 2009, P. 94-95).

Assim, vou me desligando dos mapas antigos com o que considero momentos de solidão da criança, dos poetas... em Jean-Jacques Rousseau, Vincent van Gogh e Friedrich Nietzsche.

130 Citado pelo autor: Alain Bosquet, Premier Testament, Gallimard, p. 17.

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Figura XX . Père et Mère (2015). Rousseau e Thérèse Levasseur. Imagem elaborada pelo autor para ilustração da tese.

Numa tarde do ano de 1749, um homem caminha pela estrada entre Paris e Vincennes. São treze quilômetros de terra batida, as árvores estão desfolhadas e distanciam-se muito umas das outras. Quase não há sombra alguma para suavizar o calor excessivo do verão, e o homem cansa-se fazendo percurso á pé, pois não tem dinheiro para alugar um fiacre. É relativamente moço, com seus trinta e sete anos de idade, e procura apressar o passo para chegar mais cedo. Carrega consigo um exemplar do Mercure de France para distrair-se e lê ao acaso o que lhe cai sob os olhos. Num desses momentos, tem a atenção despertada por uma notícia sobre o concurso da Academia de Dijon para o ano seguinte. Os interessados deveriam escrever sobre o tema: ”Se o progresso das ciências e das artes contribuiu para corromper ou apurar os costumes”. A notícia deixa-o subitamente transtornado. Toma-se de um entusiasmo como jamais sentira e divisa um outro universo mental. Sente a cabeça tonta como se estivesse embriagado e o coração bate com violência, dificultando a respiração e o andar. Arroja-se debaixo da primeira árvore que oferece sombra e ali fica mais de meia hora em intensa agitação interior. Ao levantar-se, fica surpreso com a roupa toda molhada de lágrimas, sem ter sentido derramá-las. Imediatamente pôs-se a 250

tomar notas para responder à questão proposta e redige uma pequena dissertação. Nascia, assim, a primeira de uma série de obras de pensamento em que a mesma carga emocional estaria sempre presente, compondo um conjunto de ideias radicadas profundamente na vida do autor e da qual não podem ser desligadas.131

O menino imaginado para um mundo... e o livro me chama e, pula em minha frente, chama minha mão, em começos de 1982 na “terra gentil que seduz” das Minas Gerais... O sarcasmo que Rousseau lançava contra os reis, os grandes e os ricos, porque sabia antecipadamente que eles eram hostis à liberdade dos homens e, portanto, das crianças, teve sua justa paga. E, 9 de julho de 1762, uma sentença do Parlamento de Paris condenava Emílio a ser rasgado e queimado e ordenava: “o chamado J.-J. Rousseau... será detido e levado às prisões da portaria do Palácio”. Como de hábito, as condenações apenas garantiram ao livro toda a publicidade que ele merecia; foi um dos grandes sucessos do século. Mas o amor real às crianças e a liberdade que nele respiramos tornaram- no um livro de todos os tempos. Cada geração de educadores descobre, com surpresa, o que confusamente procura: depois da Escola emancipada e dos métodos de educação ativa, depois de Makarenko e de seu admirável Poema pedagógico, eis que os pioneiros do “não diretivismo” invocam como padrinho Rousseau e sua educação negativa. (ROUSSEAU, 2014. Orelha)

(...)

Como levar a sério um livro sobre educação escrito por um homem que abandonou “galhardamente” (ele mesmo o admite em suas Confissões) os cinco filhos que teve com Thérèse Levasseur? (...) “Leitores, podeis acreditar no que digo. Para quem quer que tenha entranhas e desdenhe tão santos deveres, prevejo que por muito tempo derramará por sua culpa lágrimas amargas e jamais se consolará disso” (Emílio, Livro I.) (Idem, P. VII. Introdução)

131 Rousseau: vida e obra. Consultoria de Marilena Chauí. Os Pensadores. 1978. P. VI 251

O menino imaginando um mundo... e a tese me chama e, pulo em sua frente, ouço aquela mão, em meados de 218 na “Ilha da Magia”, de Santa Catarina... Há consolo, perdão e carícia, Amor e Alegria agora... e- ternuradamente... - Lá, sob a macieira em flor, brincávamos alegres e sem preocupação com as coisas do mundo. Colocávamos barquinhos feitos de pedaços de pau e folhas no lago quieto... À noite, a Lua atravessava aquelas águas mansas, como havia feito o Sol pelo dia... Lembra quando vimos uma estrela cadente pela primeira vez naquela vida, enquanto os grilos cantavam? Como tenho saudades daquele jardim... - suspirou o Menino co-movido... - Sim... Vamos até lá para brincar outra vez, e rabiscar o céu com nossos lápis de cores... – exclamaram todos juntos!

252

Figura XX . Vincent e Camille (2014). Escola Estrelada (“Starry School”)... Estão representados nas figuras humanas Vincent van Gogh e Camille Roulin como Crianças, personagens para as artes e vídeos que criaram a “Escola Estrelada” na Escola Beatriz de Souza Brito em 2012-2013. Imagem elaborada pelo autor em 2014, para a Mandala Achakanada, onde os personagens se encontram no centro da imagem em frente à escola, junto ao Mágico de Triz.

....Não conheço melhor definição da palavra arte do que esta: "A arte é o homem acrescentado à natureza."; à natureza, à realidade, à verdade, mas com um significado, com uma concepção, com um caráter, que o artista ressalta, e aos quais dá expressão "resgata", distingue, liberta, ilumina...

...Quanto a mim, respeito os acadêmicos que não são como estes; mas os respeitáveis são mais raros do que acreditaríamos à primeira vista. Agora, uma das causas pelas quais eu estou agora deslocado - e por que durante tantos anos estive deslocado - é simplesmente porque tenho ideias diferentes das desses senhores que dão cargos àqueles que pensam como eles... 132

...Vincent van Gogh Cartas a Theo

132 VAN GOGH. Vincent. Cartas a Théo. 2016. P. 37 e 43. Escrita em julho de 1880. 253

“Um coração fanático”... um menino, um homem, um artista... Louco de Amor e Paixão em suas Noites Estreladas...

Em momentos assim - e eram muitos -, Theo retornava às lembranças do Vincent que tinha conhecido no passado: um irmão mais velho ardoroso e irrequieto, mas também cheio de brincadeiras animadas, uma enorme afinidade e uma infinita capacidade de admiração. Em seus passeios de infância nos campos e matas ao redor da cidade holandesa de Zundert, onde haviam nascido, Vincent o apresentava às belezas e mistérios da natureza. No inverno, Vincent o ensinava a patinar e andar de trenó. No verão, mostrava-lhe como construir castelos nas trilhas de areia. Na igreja aos domingos e em casa no piano da sala, ele cantava com voz firme e límpida. No quarto do sótão que dividiam, conversavam até tarde da noite, o que criava com o irmão mais novo um vínculo que as irmãs, para implicar, chamavam “veneração”, mas que Theo, mesmo décadas mais tarde, se orgulhava de considerar “adoração”. Era com este Vincent que Theo fora criado: guia aventureiro, que lhe dava inspiração e lhe passava reprimendas, um entusiasta enciclopédico, crítico engraçado, companheiro divertido, um olhar que atravessava tudo. Como esse Vincent, seu Vincent, tinha se transformado naquela alma tão atormentada? (NAIFEH, SMITH, 2012, p. 23)

Para Vincent, sua arte era um registro mais verdadeiro, mais revelador (“tão profundo - tão infinitamente profundo”) de sua vida, até mais do que a enxurrada de cartas que sempre vinham de acompanhamento. Ele acreditava que toda onda de “serenidade e felicidade”, todo estremecimento de dor e desespero ingressavam na pintura; todo sofrimento se infundia em imagens que geravam sofrimento; todo retrato se fazia em autorretrato. E dizia: “Quero pintar o que sinto e sentir o que pinto”. Essa convicção o guiou até a morte - poucas horas depois da chegada de Theo a Auvers. De fato, ninguém enxerga de fato suas pinturas sem conhecer sua história. “O que minha arte é, eu sou também”. (Idem, P. 27)

254

“A mulher [de Roulin] deu à luz hoje”, anunciou Vincent no fim de julho, “e assim ele está se pavoneando todo e reluzindo de satisfação.” Vincent gostava de bebês e já os tinha usado muitas vezes no passado para ganhar acesso a famílias adotadas. E assim foi com Marcelle, a recém-nascida, e a família de Joseph Roulin - a esposa Augustine e o casal de filhos adolescentes, Armand e Camille -, que morava num soturno imóvel do governo, espremido entre duas pontes ferroviárias, a um mero quarteirão de distância da Casa Amarela. Vincent foi ao batizado de Marcelle e logo fez planos de pintar um retrato do bebezinho bochechudo. Escreveu num arroubo maravilhado: “Uma criança no berço tem o infinito nos olhos”. Mas primeiro tinha de pintar o gigante. (Idem, 727) (Grifo meu)

No fim de novembro, Vincent reagiu contra o boicote de suas imagens favoritas. “Tenho feito retratos de uma família inteira”, anunciou triunfal a Theo. “Você sabe como me sinto a esse respeito, como me sinto em meu elemento... Pelo menos terei feito algo de meu gosto e algo pessoal”. Após uma longa ausência, o agente postal Roulin tinha reaparecido na vida de Vincent, e trouxe a família junto: o filho Armand, de dezessete anos, a filha Camille133, de onze, e a esposa Augustine. Provavelmente o dinheiro teve algum papel nessa reaproximação. Vincent estava tão ansioso em pintar retratos que concordou em remunerar cada modelo fornecido pelo carteiro, que tinha de sustentar a família com apenas 130 francos por mês, metade do que enviava Theo. Mesmo Marcelle, bebê de colo, entrou na fila dos Roulin que frequentavam a Casa Amarela. Vincent, numa correria, fez seis retratos ao ritmo de um por dia. Depois de passar semanas ouvindo Gauguin defender a invenção e o olhar introspectivo, ele se esbaldou com o puro caráter físico e tátil dos rostos, posturas e roupas. Em vez de explorar os recessos escuros da própria mente, registrou com alegria todas as nuances dos estados de espírito de seus modelos: a resignação taciturna de Armand, a distração irrequieta de Camille, a indiferença enfarada de Marcelle nos

133 Na verdade, é “o” filho Camille, de 11 anos, um dos dois filhos adolescentes, como no trecho anterior. Camille Roulin é o menino com quepe, retratado por Van Gogh, aceita-se usualmente datada em 1888, que se encontra exposta no MASP desde 1952, quadro conhecido como “O Escolar”. 255

braços da mãe. Passava depressa de um retrato a outro (dois de Armand, três de Camille), extasiado com a retomada da conexão com a realidade. Dedicou-se amorosamente aos traços fisionômicos, alcançando algumas das semelhanças mais fiéis que produzira em dez anos de tentativas. “Estou completamente atolado em estudos, estudos e mais estudos”, escreveu num arroubo de meticulosa observação; “fica uma tal confusão que me dá dó.” (Idem, P. 793-794) (Grifos meu)

Em Saint Paul, as restrições não haviam diminuído muito. Ainda não podia sair para pintar após o cair da noite, como preferia, diretamente sob as estrelas. Os pincéis e tintas ficavam no ateliê no andar térreo, ao qual só tinha acesso durante o dia. Para pintar uma noite estrelada, só podia observar por trás das barras da janela de seu quarto, quando as luzes do hospício se apagavam, o céu escurecia e as estrelas apareciam. Talvez tenha feito desenhos - e testado algumas invenções mais profundas - enquanto fitava o pequeno quadrante do céu oriental que preenchia o vão de sua janela. Durante a noite, via uma lua minguante e a constelação de Áries, baixa no oriente, logo acima do topo das colinas, com suas quatro pontas brilhantes dispostas mais ou menos em arco sobre a pálida mancha da Via Láctea. Na madrugada antes do alvorecer, Vênus, a estrela matutina, aparecia com destaque no horizonte, branca e cintilante — perfeita companhia para um despertar logo cedo ou para uma noite insone. Ele fitava, fitava a luz de cada estrela e a escuridão faiscante em torno delas. Tudo isso e outras coisas mais avançavam para a tela de Vincent durante o dia. Para dar um alicerce à sua visão celeste, acrescentou uma aldeia adormecida a meia distância. Antes disso, ainda em junho, ele tinha ido de dia até a cidade de Saint-Rémy, a cerca de 1,5 quilômetro do asilo. Nessa visita, ou numa de suas outras incursões pelos montes que olhavam para a cidade, fez um esboço cuidadoso da famosa estância das montanhas, com sua densa rede de ruas medievais cercadas por avenidas largas e modernas: célebre local de nascimento de Nostradamus, astrólogo e profeta, e ainda uma estação de águas que recebia a rápida passagem de luminares como Frédéric Mistral e Edmond de Goncourt. 256

Para sua pintura, porém, Vincent reduziu a cidade agitada de 6 mil habitantes a uma aldeia modorrenta com algumas centenas de almas - não maior do que Zundert ou Helvoirt. A igreja de são Martinho, do século XII, a qual dominava a vila com seu intimidante campanário de pedra, eriçado feito uma lança, se tornou uma capela rural simples com um pináculo fino que mal tocava o horizonte. Por fim, transferiu a cidade que ficava a norte do asilo para o leste, diretamente entre a janela de seu quarto e a linha serrilhada dos Alpilles - um local de onde a vila também poderia presenciar o espetáculo celeste prestes a se iniciar. Com todos esses elementos - cipreste, vila, montes, horizonte - guardados na imaginação, o pincel de Vincent se lançou ao céu. Sem ser tolhido por esboços, sem ser dirigido por um tema diante de si, sem ser limitado pela grade de perspectiva, sem ser guiado pelo ardor, seu olhar estava livre para refletir sobre a luz - a luz insondável e perpetuamente reconfortante que sempre via no firmamento noturno. Viu aquela luz refratada — encurvada, ampliada, dispersada - por todos os prismas de seu passado: dos contos de Andersen às viagens de Verne, dos poemas simbolistas às descobertas astronômicas. O herói de sua mocidade, Dickens, escrevera sobre “um mundo inteiro com todas as suas grandezas e misérias” visível “numa estrela faiscante”. O herói de sua maturidade, Zola, descreveu o céu de uma noite de verão “polvilhado com o pó cintilante de estrelas quase invisíveis”:

Atrás dos milhares de estrelas, outros milhares de estrelas apareciam, sem cessar, na profundeza infinita do céu. Era um desabrochar contínuo, uma brasa acesa de mundos ardendo com o fogo sereno das pedras preciosas. A Via Láctea já se esbranquiçava, desdobrava seus átomos de sol tão incontáveis e tão distantes que, na abóbada do firmamento, não passam de uma faixa de luz.

Em sua leitura, em sua reflexão, em seu olhar, fazia muito tempo que Vincent olhava além do céu noturno “real” - os minúsculos pontinhos estáticos e a luz de uma palidez doentia das pinturas noturnas que detestava - em busca de algo mais fiel à visão das possibilidades ilimitadas e da luz inextinguível — a 257

serenidade suprema - que encontrava na noite cintilante, abundante, exuberante de Zola. Para registrar essa visão, ele arregimentou sua nova paleta de violeta e ocre, as curvas espontâneas de seus cumes montanhosos, as espirais rodopiantes de seus ciprestes e o singular toque de seu pincel maravilhado, com o qual podia “acrescentar toda serenidade e felicidade” que sentia. Guiado apenas pelo “instinto e sentimento”, como os egípcios da Antiguidade, ele pintou um céu noturno como jamais vira o mundo com seus olhos habituais: um caleidoscópio de luzes pulsantes, redemoinhos de estrelas, nuvens irradiantes, uma lua que brilhava como um sol - um fogo de artifício de luz e energia cósmica que se fazia visível apenas à mente de Vincent. (Idem, P. 884-886) (Grifos meus)

Os anos de fracasso, pobreza, culpa, solidão e, por fim, loucura lhe tinham mostrado uma outra face da morte. Privado do conforto da religião com a morte do pai em 1885, nunca mais conseguira preencher aquele vazio. Experimentou de tudo, desde o niilismo de Tolstói à gargalhada cósmica de Voltaire, e tudo lhe pareceu insuficiente. No fim, apenas a arte consolava. “Meu objetivo na vida é fazer pinturas e desenhos, na maior quantidade e qualidade de que eu for capaz”, escreveu; “então, no final da vida, espero morrer olhando para trás com amor e terno pesar e pensando: ‘Oh, os quadros que eu podia ter feito!’.” Mas só os quadros não eram suficientes. “Sobre a vida futura dos artistas por meio de suas obras, não penso muito”, escreveu em Arles. “Sim, os artistas se perpetuam passando a tocha adiante... Mas é só?” Não podia viver sem a possibilidade de um mundo no além - um lugar onde finalmente poderia se libertar da “estupidez vazia e [da] tortura sem sentido da vida”. Para manter viva a promessa de uma segunda chance, de um recomeço - para ele, era este o indispensável consolo da religião -, Vincent passara horas e horas construindo suas versões pessoais de um além: visões gloriosas de orbes distantes e “hemisférios invisíveis” — de caminhos até as estrelas e vidas tão incontáveis quanto os planetas do universo. Como suas pinturas, esses conceitos elaborados se baseavam nas belezas da natureza, nos atrativos da ciência, na “Bíblia profundamente entristecedora” e, sobretudo, no poder 258

transcendente da arte. “As ilusões podem desaparecer”, escrevera na Antuérpia, “mas o sublime permanece.”

Entre todas essas visões consoladoras — algumas das quais certamente perpassaram seus pensamentos enquanto sentia se aproximar o fim —, nenhuma era mais gloriosa, mais esperançosa ou mais reconfortante do que a visão que imaginara em Arles em 1888, enquanto aguardava na Casa Amarela a chegada de Gauguin:

Sinto cada vez mais que não devemos julgar Deus a partir deste mundo. É apenas um estudo que não saiu. O que você pode fazer com um estudo que deu errado? - se você gosta do artista, não encontra muito o que criticar - refreia a língua. Mas você tem o direito de pedir algo melhor. Teríamos de ver outras obras feitas pela mesma mão; este mundo foi evidentemente feito às pressas num de seus dias ruins, quando o artista não sabia o que estava fazendo ou não estava com a cabeça no lugar. Apesar disso, pelo que diz a lenda, esse pobre Deus teve um trabalhão tremendo com esse seu estudo de mundo...

Minha tendência é pensar que a lenda está certa, mas o estudo saiu estragado em muitos aspectos. Somente um mestre é capaz de fazer uma asneira dessas, e talvez este seja o melhor consolo que podemos extrair dela, pois, nesse caso, temos o direito de esperar ver a mesma mão criadora compensar o que fez. E esta nossa vida, tão criticada, e por boas e até excelentes razões, não devemos tomá-la senão pelo que ela é, e continuar na esperança de que veremos em alguma outra vida algo melhor do que isso aqui.

À meia-noite e meia de 29 de julho, aninhado nos braços do irmão e lutando para respirar, Vincent disse suas últimas palavras a seu waarde Theo: “É assim que quero morrer”. Continuou ali por mais meia hora, um braço caído ao lado da cama, a mão pousada no chão, a boca aberta e arquejante. Pouco depois da uma da manhã, com os olhos abertos, seu coração fanático parou.

“Ele encontrou o descanso que desejava”, escreveu Theo à mãe. “A vida era um fardo muito 259

grande para ele... Oh, mãe, ele era um irmão tão querido, tão querido!” (Idem, P. 997-998)

Até que Ele veio até mim, sem que eu desconfiasse quem fosse, e disse que fôramos amigos, que iria me acompanhar na Arte. “Pois, sim! Vamos desenhar com as crianças pobres, nas ruas e favelas” -, respondi mentalmente ao Artista. Eu me perdi do caminho e, até nos reencontrarmos na “Escola Estrelada”, tudo foi dureza, dor, quase morte, des-aprender, esquecer, perdoar, cansaço... para que outros milagres do reencontro com os Caminhos da Alma acontecessem...

Figura XX . Os pequenos Irmãos Chiquinho e Leão (2014). Sua Voz e Pedro. Imagem elaborada pelo autor para a Mandala.

Alma cansada, que te abates à borda da estrada! Descansa um instante no eterno caminho da vida; deixa o fardo das tuas expiações e repousa. Escuta como está cheia de harmonias a obra de Deus! Suave e melodiosa música se evola do ritmo dos fenômenos. Através das formas exteriores, os dois mistérios - o da alma e o das coisas - se observam e se sentem. Das profundezas onde se encontra, o teu espírito ausculta e compreende. A visão das obras de Deus fornece-lhe a paz e o olvido. Diante da divina beleza do criador, a tempestade do teu coração 260

se acalma; paixão e dor adormecem a um lento e doce cântico sem fim. Parece que a mão de Deus através das harmonias do universo, perpassa, qual brisa reconfortante, pelas tuas faces gravadas pela fadiga, e nela se demora numa carícia. Beleza, repouso d'alma, contato com o divino! Então, o viajor cansado se reanima por um novo pressentimento de sua meta. Não parece longa a jornada a quem se detém um instante, para se dessedentar à fonte. E então a alma se ergue, contempla, antecipa, e se dispõe a enfrentar o longo da estrada. Com o olhar voltado para o Alto, mais fácil será retornar ao fadigoso caminho. Pára, ó alma, na tua via dolorosa; enxuga a tua lágrima e escuta. O cântico é imenso; as harmonias se projetam do infinito para beijar-te a fonte, ó cansado viajor da vida. Por entre o troar das vozes titânicas do universo, ressoam, num rendilhado de belezas, as suaves vozes das humildes criaturas tuas irmãs. "Também eu, também eu - clama cada uma - sou filha de Deus, luto e sofro; carrego o meu fardo e marcho para a vitória; também sou vida, integrada na grande vida do Todo". E tudo, do fragor da tempestade ao cântico do romper do sol, do sorriso do recém-nascido ao grito desesperado da alma, tudo fala de si mesmo, na sua própria voz, em coro com as vozes irmãs. Tudo revela o seu íntimo mistério, e cada ser exterioriza o pensamento de Deus. Quando a dor, ó alma, atinge as mais íntimas fibras do teu coração, ouves uma voz a te dizer: Deus. Quando o manto da noite se desdobra, numa carícia, sob todas as coisas, como que as protegendo em seu sono, uma voz te diz: Deus. Quando a tempestade ruge, e a terra estremece, uma voz repete: Deus. E a estupenda visão supera toda dor. Susta teus passos, escuta e ora. Abre teus braços à criação e com ela repete: "Deus, amo-te". A tua prece, não mais então admiração medrosa do poder divino, será mais sublimada: será amor. Será a prece dulçurosa que se evolará qual um contínuo cântico da alma, ecoando de continente em continente pela terra toda, de onda em onda pelos mares afora, de estrela em estrela pelos espaços incomensuráveis; a palavra sublime do amor, que as colossais unidades dos universos cantam em coro, acompanhando a voz sumida do mais humilde inseto que se esconde timidamente por entre as ervas, 261

mas cujo cantar, embora pareça se perder na amplidão do espaço, Deus ouve, conhece, recolhe e ama. No infinito do espaço e do tempo, é essa forca única, imensa onda de amor, que tudo solidariza e sustenta num harmônico desenvolvimento de forças. Volve o teu olhar para as menores coisas, na ordem suprema que preside a todas as criaturas, que ela te indicará, por si só, o sentido da paz, da verdadeira paz, da paz profunda da alma saciada que entrevê a mais alta meta a atingir. E Deus, então, se te afigurará ainda maior do que no seu poder de Criador e revelar-se-á na potencialidade do seu amor. Expande-te, ó alma; não temas! O novo Deus da Boa-Nova do Cristo, é bondade; não mais os vingativos raios de Júpiter, mas a verdade que convence, a carícia que ama e perdoa. O infinito abismo que receoso contemplas não foi criado para tragar-te nas trevas do mistério, mas está pleno de luz, e das suas profundezas emergem incessantemente os acordes do hino da vida. Lança-te nele, sem receio, pois que esse abismo é amor. Não digas: duvido; diz: eu amo. Ora! Ora diante da imensa obra de Deus; ante a terra, o mar, o céu. Pede-lhes que te falem de Deus; pede aos efeitos a voz da causa; indaga das formas o princípio e o pensamento que a todas anima, e elas todas se congregarão ao teu redor, estender-te-ão seus braços fraternos, olhar-te-ão com mil olhos feitos de luz, e o eterno sorrir da vida envolver-te-á com sua carícia. Mil vozes te dirão: "Vem, irmão; sacia o teu íntimo anseio; recobra forças na visão sublime. A vida é grande e bela e, mesmo sob a dor, a mais cruciante e tenaz, é sempre digna de ser vivida". E, tomando-te pela mão, exclamarão: "Vem; transpõe o limiar e desvenda o mistério. Vê: não podes morrer; nunca, nunca poderás morrer. A tua dor passará, e por meio dela ascenderás, conservando as experiências colhidas. Não temas a morte nem a dor. Elas não são extinção nem maldade, mas apenas representam o ritmo da renovação e a via das tuas ascensões. A vida é um cântico sem fim. Canta conosco; canta com a criação toda o infinito cântico do amor". Ora assim, ó alma cansada: "Senhor! Bendito sejas, sobretudo pela dor irmã, pois que ela de ti me aproxima. Prostro-me diante de Tua obra imensa, ainda que a minha parte, nela, seja o cansaço. Nada posso pedir-te, porque tudo já é justo e perfeito na Tua criação, mesmo o meu sofrer, mesmo a minha imperfeição, que é passageira. Aguardo no posto 262

do meu dever o meu amadurecimento, e na Tua contemplação busco repouso”. Corresponde, ó alma, ao imenso amplexo, e verdadeiramente sentirás Deus. Se a inteligência dos grandes venera, e se curva temerosa ante a potencialidade do conceito e da realização do criador e se acerca do divino pelas fatigantes vias da mente, o coração dos humildes chega a Deus pelas sendas da dor e do amor, e o sente pelas veredas dessa mais profunda sabedoria. Ora a Deus assim, ó alma cansada. Reclina a tua cabeça em Seu peito, e repousa. (UBALDI, 1985, P. 232-234) (Grifos meus)

Figura XX . Os pequenos Frederico e Zaratustra (2014). Saindo a buscar e se entregarem como transformados em criança. Imagem elaborada pelo autor para a Mandala.

E no tufão de mãos dadas, “Eis o Homem”... ins-pirado por Zaratustra... medium... - Alguém tem uma ideia precisa, no final do século XIX, sobre o que os poetas de épocas fortes chamavam inspiração? Se assim não for, eu a descreverei... Com os restos mais ínfimos de superstição dentro de si, de fato qualquer um teria dificuldades em refutar a noção de que é apenas encarnação, apenas porta-voz, apenas medium de forças superpoderosas. 263

O conceito de revelação, no sentido de que, de repente, com uma seriedade e uma fineza indizíveis, algo se torna visível, audível, algo que é capaz de sacudir e modificar uma pessoa no mais profundo de seu ser, descreve de maneira simples a situação. A gente ouve, a gente não procura; a gente toma, a gente não pergunta quem está dando; como se fosse um raio, um pensamento vem à luz, por necessidade, em uma forma sem hesitações – eu jamais tive uma escolha. Um encantamento, cuja tensão monstruosa se dissolve numa torrente de lágrimas, no qual o passo ora toma de assalto, ora se torna vagaroso, involuntariamente; um estar-fora-de-si completo, com a consciência mais distintiva de um sem-número de tremores e transbordamento finíssimos, que são sentidos até nos dedos dos pés; uma profundidade venturosa, na qual o mais dolorido e o mais sombrio não têm efeito de antítese, mas sim de condição, de desafio, como se fosse uma cor necessária no interior de uma abundância de luz; um instinto de relações rítmicas, que cobre vastos espaços – a longitude, o desejo de um ritmo estendido ao longe é quase a medida para a força da inspiração, uma espécie de equilíbrio contra sua pressão e sua tensão... Tudo acontece, no mais alto grau, de maneira involuntária, mas como se fosse em um temporal de sentimentos de liberdade, de incondicionalidade, de potência, de divindade... A involuntariedade da imagem, da comparação é o aspecto mais singular; não se tem mais ideia; o que é imagem, o que é comparação, tudo se oferece como se fosse a expressão mais próxima, a mais correta, a mais simples. Parece de fato, para recordar uma palavra de Zaratustra, que as coisas se aproximam com vontade própria, se oferecendo a comparações (- “aqui todas as coisas vêm acariciantes em busca de teu discurso e te adulam, pois elas querem cavalgar sobre as costas. Sobre todas as comparações tu cavalgas em direção a todas as verdades; tudo o que é ser quer se tornar palavra, tudo o que é vir a ser quer aprender a falar contigo -“)134 Esta é a minha experiência com a inspiração; eu não tenho dúvidas de que é necessário voltar milênios no tempo a fim de encontrar alguém que possa dizer comigo: “Esta também é a minha”... (NIETZSCHE, 2013, p. 101-102) (Grifos do autor)

134 Citação de Zaratustra, Parte III, “O Regresso”, levemente alterada. (N.T.) 264

No verão, retornando ao lar sagrado, onde o primeiro raio do pensamento de Zaratustra havia me iluminado, encontrei o segundo Zaratustra. Dez dias bastaram; em nenhum outro, nem no primeiro, nem no terceiro, nem no último precisei de mais. No inverno seguinte, sob o alciônico céu de Nice, que naquela época brilhou pela primeira vez dentro de minha vida, eu encontrei o terceiro Zaratustra – e estava pronto. Pouco mais de um ano, contada toda a obra. (Idem, P. 103) (Grifo meu)

Assim, nasceu Zaratustra, alcionicamente, revela o autor... E esses momentos de literal “possuimento”, de êxtase, estesiamento em compasso com o Cosmos dos autores anteriores é que me afetam, lidos e amados em seus escritos pelos anos antes, durante e, com certeza depois da tese. Então, parto renascido para um breve mapeamento das peripécias de um Professor-Palhaço que, por um milagre, foi trabalhar em uma escola linda, maravilhosa e fantástica, se descobrindo Aprendiz de Sábio e se dando à descoberta da Criança transformada.

265

Figura XX . Feliz Aniversário Escola Beatriz. Ilustração o autor para celebração dos 50 anos da escola em 2013. As personagens humanas representam a comunidade escolar e, A Menina Beatriz se encontra à direita do prédio, com o Bem-te-vi em suas mãos135.

L'amour Est Un Oiseau Rebelle L'amour est un oiseau rebelle Que nul ne peut apprivoiser Et c'est bien en vain qu'on l'appelle S'il lui convient de refuser Rien n'y fait, menaces ou prières L'un parle bien, l'autre se tait Et c'est l'autre que je prefere Il n'a rien dit mais il me plaît L'amour! L'amour! L'amour! L'amour!136

135 Publicado pelo autor em 13 de dezembro de 2013, no Blog criado para a escola. Disponível em . O autor está representado no desenho do personagem em camisa vermelha e chapéu de capitão do Barco que se lança ao Mar, acima à direita na linha solta, explodindo em corações ao lado de Quito, A Criança.

1136 Ária da ópera “Carmen”, de Georges Bizet (1875), utilizada como trilha sonora de vídeo vendo, ouvindo e falando com, para e das crianças na Escola Beatriz. Antes disponibilizado na conta de Youtube do autor, a detentora dos direitos autorais da trilha solicitou a retirada do vídeo da Internet, mesmo sob justificação dos fins não- comerciais da obra: “Este vídeo apresenta conteúdo de UMG, que o bloqueou no seu país com base nos direitos autorais.” O mesmo aconteceu com o vídeo “Escola Beatriz: bem te vi revendo e re-encantando o mundo... II”, publicado em 20 de setembro de 2012, na conta de Youtube da Escola Beatriz.

266

O amor é um pássaro rebelde Que ninguém pode prender, Não adianta chamá-lo Pois só vem quando quer. Não adiantam ameaças ou súplicas, Um fala bem, o outro cala-se É o outro que prefiro, Não disse nada, mas agrada-me.

Carmen

267

Capítulo III . Da Infância Escola Beatriz

No Capítulo III - terceiro dedo de uma mão que cata e conta uma história - traço mapas e elaboro um diário de viagem, seguindo a linha de tempo apresentada desde a conclusão do mestrado, o trabalho na Rede Municipal de Educação de Florianópolis, destacando e relevando alguns fatos e descobertas observados, contemplados, vistos, bem-te-vistos, bem-te-ouvidos, bem-te-falados, bem-desenhados, bem-coloridos, bem- registrados, bem-editados em diversas peças ilustrativas e vídeos, quase na atualidade. Na cor do Arco-íris: verde.

Bentevidência Descoberta da Teoria da Beatricidade: E=mc2 Creche como Espaço-Tempo da Acolhida Escola como Espaço-Tempo da Descoberta As Crianças Filosofantes

A Bentevidência é deixar-se contemplar o mundo pelos Olhos da Mão que acaricia, “ver com os Olhos cheios de Amor”, “ver além das aparências e “ver somente o bem em cada um” que encontramos pelos caminhos, como também é o Bem Ouvir e o Bem Falar, conforme a oração atribuída ao Pobrezinha de Assis:

Senhor! No silêncio deste dia que amanhece, venho Te pedir a Paz, a sabedoria, a força. Quero hoje olhar o mundo com os olhos cheios de Amor. Quero ser paciente, compreensivo, prudente. Quero ver, além das aparências, Teus filhos como Tu mesmo os vês, e assim, Senhor, não ver senão o Bem em cada um deles. Fecha meus ouvidos a toda calúnia, guarda a minha língua de toda a maldade. Que só de bênçãos se encha a minha Alma. Que eu seja tão bom e tão alegre que todos aqueles que se aproximem de mim sintam a Tua presença. Reveste-me de Tua beleza, Senhor, e que no decurso deste dia eu Te revele a todos. 268

O Bem-te-vi foi a mascote encontrado aos bandos pela escola, com um deles vivendo em um ninho no alto de uma árvore do morro, bem no meio do terreno por onde as crianças brincavam livres durante o recreio, de 20 minutos... Ele, é retratado pela primeira vez no vídeo chamando a Primavera, inaugurando um estilo registrar o cotidiano de minha bemtevidência, apresentando o novo logotipo da escola: Bem-te-vi re- encantando o mundo137. Ver, re-encantando, era a questão. O antigo logotipo da escola era como a bandeira do Brasil, e no lugar do dístico “Ordem e Progresso”, Beatriz. As cores eram azul em lugar do retângulo verde, vermelho em lugar do losango amarelo, azul no círculo e, preto nos dizeres sobre a faixa branca.

Figura XX . Capa Facebook EBMBSB (2012). Re-evoluindo da antiga “bandeira” inspirada na do Brasil para uma ins-pirada no Amor pelo Brasil. Arte elaborada pelo autor, 12 de agosto de 2012.

O novo logotipo, apresentado no vídeo acima, mantinha essas ideias das cores, tendo o círculo azul como o mundo, retângulos circunscritos nele como dois livros, os suportes da leitura dos, e escrita pelos alunos. O suporte de uma letra “B” como coração em vermelho, e esse próprio coração se inscrevia como um caminho ascendente e descendente, entre Terra e Céu, onde brilhava as Estrelas da Constelação do Cruzeiro do Sul, indicando rumo, como marco no roteiro da pedagogia, da educação, da evolução...

137 Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=9GWgJ-o6yIM>. 269

Figura XX . Capa Facebook EBMBSB (2012). A bandeira ins-pirada no Amor pelo Brasil. Arte elaborada pelo autor, 02 de setembro de 2012.138

E, o Bem-te-vi, bem-te-videando... E-videando... Propus o slogan “Uma Escola de Leitores & Escritores”, no espírito do curso de formação de professores pioneiro desenvolvido ao longo de 10 anos, organizado pela Coordenação Pedagógica da escola, pois as crianças liam, e escreviam ali sua história. Nesse percurso dos dois anos seguintes ali na escola, com aqueles seres, percebi o quanto é fácil “bem-te-ver” “o Bem em cada uma deles”, em especial nas pessoas amorosas, mas também o quanto é difícil para muitas outras se mostrarem nas suas dimensões relacionadas à pedagógica dusseliana, sem opressão, com bondade sincera e o mais profundo e real interesse em proteger, cuidar, defender, conduzir a criança e o jovem com a serenidade de quem se faz e se forma profissional da educação, pedagogo, professor competente para ensinar... A chegada à escola da proposta do PIBID Pedagogia UFSC, tendo como pressupostos as pesquisas de Quinteiro e Carvalho (2007), mostram-se, revelam-se nas reflexões da dissertação de Pimentel (2014), por exemplo, como em tantos trabalhos dessas autoras e outros ligados àquele projeto. E eu estava ali, vendo o que fosse possível de se ver. Participar... Brincar... Aprender... Descobrir... E, co-movido internamente por minha própria proposta de me entregar e des-cobrir aquela criança transformada, em mim e no Outro, dediquei-me às tarefas inerentes na Sala Informatizada139, além de

138 Sequência de capas “catando” e “contando” uma história disponível em .

139 Descrição das funções conforme edital para contratação de substitutos 002/17 da Prefeitura Municipal de Florianópolis mais recente, que não alterou as tarefas e 270

elaborar uma proposta de Política de Educação e Comunicação para a escola, sugerida em relatório enviado à Secretaria Municipal de Educação e grupo de professores da mesma área, privadamente e fora do horário regular de trabalho na escola. Daí surgiram todas as artes e vídeos, a produção gráfica, criação e gerenciamento de blog e página de Facebook. O Professor Auxiliar de Tecnologia Educacional se apresentava e atuava como Coordenador Mídia-Educacional, muito além de apenas “ligar e desligar computadores”. Além disso, toda a produção videofotográfica também se prestava a serem registros do cotidiano escolar, disponibilizado aos demais professores para reflexão de sua prática, bem como animar que as crianças também fossem produtoras, criadoras de fotografias e vídeos “à imagem e semelhança” de seus sonhos. Mais que documentação, reflexão. Mais que reflexão, ressignificação. Destaco o cuidado a respeito do uso de imagem da criança, de conformidade com a legislação e autorização dos pais/responsáveis. Defendo esses cuidados, como defendo, mais ainda, que em meio a um mundo tão infeliz, destruído e desfigurado como um pesadelo, seja razoável encher com imagens das crianças na sua infância vivida da melhor maneira possível...... Fotografar, filmar, registrar as poéticas da infância... a sua plenitude no brincar livre, em sua singularidade e potência criadora... responsabilidades do profissional: PROFESSOR AUXILIAR DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL: caberá auxiliar o professor e substituí-lo em sua ausência, utilizando o espaço e os recursos da sala informatizada para desenvolver atividades pedagógicas, desenvolvendo atividades de planejamento, aplicação, registro e avaliação; promover o uso pedagógico das diversas mídias eletrônicas na Rede Municipal de Ensino; auxiliar a equipe pedagógica e direção na organização de questões administrativas/pedagógicas; comprometer-se com práticas educativas/pedagógicas que atendam as demandas surgidas no cotidiano da unidade educativa; seguir o proposto pela unidade educativa e seu respectivo calendário; comprometer-se com a aprendizagem das crianças e adolescentes; desenvolver atividades de acordo com as diretrizes curriculares em vigor e de acordo com o projeto político pedagógico da unidade educativa; assumir uma postura ética e respeitosa com os alunos, pais e os demais profissionais; participar das discussões educativas/pedagógicas propostas pela unidade educativa e pela Secretaria Municipal de Educação. 271

Por que é tão difícil bem-te-ver conhecimento, saberes, “ser- humanidade” e espiritualidade a ser acolhida, protegida, defendida, cuidada através do brincar e imaginar da criança?... E, recordo a imagem símbolo do descuido e infelicidade perpetrado contra a infância, no caso do menininho Aylan Kurdi, encontrado afogado em uma praia da Turquia, em busca de refúgio, fugindo da guerra na Síria... Eu te acolho Acolá, com Ele, e acariciamos com nossas mãos os seus sonhos, e de todas as crianças... Pás para o mundo... Paz para o mundo...

Figuras XX e XX . Paqonawta e Aylan Kurdi (2015). Ilustração para seminários e oficinas sobre o cuidado com a infância.140

A imagem e semelhança de meus sonhos

Terabites de imagens foram armazenadas desde 2012, seguindo uma trajetória por 2013 atuando no gabinete da Secretaria Municipal de Educação e, finalmente, tendo como importante Porto de Chegada e de Partida as imagens que se deram as mãos na Mandala preparada para o

140 Sequência de imagens relativas ao espanto mundial provocado pela morte de Aylan. Disponível em < https://www.facebook.com/leonogueirapaqonawta/media_set?set=a.1020570812391 9733.1073741935.1154289375&type=3>.

Ver também álbum da Infância em meio às guerras e Desenhos de Crianças em zonas de conflito e guerra < https://www.facebook.com/leonogueirapaqonawta/media_set?set=a.1020575830433 4212.1073741938.1154289375&type=3>.

272

COEB 2014141, Congresso de Educação Básica, realizado de 03 a 05 de fevereiro, que deu o impulso, mais compreensão e entrega na busca da tese. Os elementos que co-moviam os meus sonhos, no espaço-tempo dos meus sonhos e do que eu era sonhado na bemtevidência já haviam se revelado claramente no Barquinho do Destino seguindo seu rumo, simples origami feito pelas crianças no então primeiro ano nas descobertas pela Ilha de Santa Catarina. As mãos já estavam dadas, a “Caixa de Beatriz”142 já fora aberta, as Mãonifestações e Mãoborletas já provocavam tufões e furacões re- evolucionando pelo Cosmos, adentro e afora... E, no vídeo143 de abertura do COEB 2014 onde o tema foi Educação Integral e Tempo Integral, nas conexões que eu estabelecia e ressaltava nas imagens compartilhadas, o Presente - entre o Passado e o Futuro - e das obrigações que a “existência de crianças impõe à toda sociedade humana” eu focava a minha bem-te-visão...

Atenção Congressistas! Embarque imediato! No Barco da Educação Integral e Tempo Integral! Tomem seus lugares no espaço-tempo do COEB! Entre o passado e o Futuro!

Quais foram os aspectos do mundo moderno e de sua crise que efetivamente se revelaram na crise educacional, isto é, quais são os motivos reais para que, durante décadas, se pudessem dizer e fazer coisas em contradição tão flagrante com o bom senso?

Em segundo lugar, o que podemos aprender dessa crise acerca da essência da educação - não no sentido de que sempre se pode aprender, dos erros, o que não se deve fazer, mas sim refletindo sobre o papel que a educação desempenha em toda civilização, ou seja, sobre a obrigação que a existência de crianças impõe a toda sociedade humana? (ARENDT, 2013, P. 234)

141 Informações disponíveis em .

142 Nota dada anteriormente em: Álbum de Facebook da Escola Beatriz de Souza Brito, Florianópolis/SC, criado pelo autor em 2013, com atividade descrita nele, desenvolvida pelo mesmo com crianças do Primeiro Ano (6 anos). Disponível em . 143 Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=W7ViIsfVMYc>. 273

“Educação: Compromisso e responsabilidade de todos” era à época a missão da Secretaria Municipal de Educação. E, a Mandala, retratava esses “todos” da comunidade escolar e gestores de então de mãos dadas, juntos aos personagens do Boi-de-Mamão - Bernúncia deslizando num arco-íris de lápis de cor sob um céu estrelado; Maricota segurando a sombrinha/guarda-chuva também de arco-íris; o boi, segurado pelo chifre com doçura e carinho de quem faz uma bênção. Os símbolos e imagens da “Escola Estrelada” estão ali, na Mandala de 2014. Os pequenos meninos Vincent e Camille chamando e se despedindo dos que chegam e partem daquele jardim, de infância. Infância “com”, “para”, “da” e “através” da Filosofância... Também por esse ano, crio um projeto que se tornou programa na Secretaria Municipal de Educação, o “Mapa das Artes e Culturas: Descobrindo a Ilha de Santa Catarina”144, para as crianças e professores mapearem suas experiências nesses campos. O PORTOTECCA, “Porto das Tecnologias em Educação, Comunicação, Cultura e Arte” também foi apresentado como anteprojeto, que se perdeu no caminho entre a SME e instâncias financiadoras internacionais. Propunha um espaço de formação e fruição, produção, criação, com biblioteca, brinquedoteca, um porto na Baía Sul, trazendo outros espaços consagrados na ilha para as proximidades dele, como O Museu do Brinquedo da ilha de Santa Catarina, a Associação Barca dos Livros e a Escola do Mar (SME). Há que se ressaltar que o município de Florianópolis não tem nenhum espaço de eventos, cultura ou arte na cidade, e um local de formação de professores que deixa a desejar.

Descoberta da Teoria da Beatricidade: E=mc2

Considerando o exposto no Resumo Estendido

A equação homônima da de Albert Einstein, enfatiza da importância da (Filoso)Mediação ou (Filosofante)“Mãodiação” (m) em relação (.) com a “Velocidade da Criança” (c2) definindo o “quantum” educacional-evolutivo da Educação ou Evolução (E). A demonstração da teoria oferece elementos para a reflexão das responsabilidades do Professor, da Família, do Estado e da Sociedade diante da Criança e

144 Dados disponíveis em 274

dos cuidados com a Infância no Brasil e no Mundo. No atendimento com “absoluta prioridade” aos seus direitos e à “Velocidade da Imaginação” em que a Criança transformada e impulsionada por seus devaneios e sonhos se co-move, reconheço em sua “cosmocidadania” - face a face com o universo - o direito inalienável de ter sua mão, “emãocipadamente”, conduzindo o próprio leme e seu destino na sua singular jornada, apresentando e representando senão a si mesma, junto e em frota com as demais crianças

Tendo encontrado Einstein e sua equação E=mc2 (Energia é igual à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado) com aquela primeira descoberta à porta da biblioteca da escola, ao lado de minha sala, descubro pelos caminhos, subidas e descidas no morro da escola, na vida da vida com elas tão atarefadas em seus deveres escolares a Teoria da Beatricidade. A demonstração se dá pelos vídeos e imagens criadas, produzidas com as crianças percebidas como sujeitos de sua brincância apertada entre aulas. A palavra-chave é “mediação”, tão importante quanto a quantidade de “massa” para elevar o quociente de “energia”, de “educação”, quiçá de evolução... Em Einstein, quanto maior a massa maior será a capacidade de, inclusive, dobrar a luz no tecido espaço-temporal. Na Beatricidade, quanto maior a mediação, mais o Filosofantemediador se dobrará à luz da Criança, e será conduzido pela velocidade da imaginação dela. Re-vira- voltado efeito extraordinário do mundo imaginativo. Crianças estão na sua velocidade que mal conseguimos compreender de onde vêm, quem são, para onde vão... Então, onde, quando, como, por quê o Pedagogo vai conduzir a criança pela mão nos caminhos do mundo, se ele também não sabe quem é, de onde veio e para onde vai? No Mundo caduco, depois e, concomitante, com as ações da vida privada delas na família, as crianças são introduzidas no mundo pela (creche e) escola. No processo de desenvolvimento e evolução dos direitos e atenção à criança, creio que à emancipação delas como sujeitos de sua cidadania vai-se dando, e os estudos da infância apontam para pedagogias específicas, em que se respeitem seu lugar no mundo. Nessa percepção, os esforços através dos séculos e milênios dos pioneiros da educação são observados por mim, que contempla a linha espaço- 275

temporal deste Planeta Terra no tecido do Cosmos... Suspenso em meio às imagens acessadas... Quem são esses pioneiros, os pesquisadores, filósofos, psicólogos, biólogos, cientistas sociais, economistas, políticos, os professores, os pedagogos que sabem como conduzir a criança? Saídas das cavernas pré-históricas à Antiguidade, dali até à Modernidade e, enfim, à Contemporaneidade, o que há para se ver na infância? O que descobrir com sua chegada ao mundo? A creche é um lugar de acolhida desses pequenos seres humanos e, eu bem sei o quanto custa de estudo e “créditos” para ser professor na Educação Infantil. A escola, lugar do ensinar-aprender, no meu sonho se tornou o espaço-tempo da descoberta. As crianças, a meu ver, são a esperança do Cosmos de que tudo pode mudar e se transformar nesse Planeta sofrido. Tão recente a percepção de que as crianças têm voz... Onde estarão as crianças da Infância Filosofante nesse mundo?... “Deixai vir a mim as criancinhas”, ouço os ecos Dele sorrindo às margens de um lago... A Felicidade não é deste mundo... “Deixai vir à mídia as criancinhas”, percebendo a importância da voz dos meninos e meninas imaginando o mundo... percebendo a importância de ampliar sua voz, dar voz a elas... Libertas Quae Sera Tamen... “Deixai vir as mãos das criancinhas”, percebendo no final dessa jornada quem é que conduz quem... Felicitas Quae Sera Tamen... Felicidade... Feliz Cidade... Feliz Universo... Feliz Universo Cidade..., além de todos os belos horizontes... das minas de Minas Gerais aos tesouros espirituais nas Estrelas... E, “os navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: ‘Navegar é preciso; viver não é preciso’... o que é necessário é criar"145...

Faça-se a Beatrizficação do Pedagogo-Palhaço

Pouco mais de um mês no trabalho na Escola em julho de 2012, após a realização do SAPE com sua Festa Junina, as crianças e jovens, bem como professores e servidores sempre me viam com celular à mão registrando cenas em fotografias e vídeos. Eu ainda era “visto” com certa desconfiança por alguns alunos enquanto teimava querer “eternurizar” tantos momentos e instantâneos do cotidiano da escola. Os “pequenos”

145 Fernando Pessoa. Citado.

276

dos Anos Iniciais já haviam assistido aos vídeos preparados para, durante e depois da Semana de Aproximação com Participação na Escola. Os mais “grandes” dos Anos Finais ainda não sabiam direito o que eu fazia com o que fotografava e filmava. Então, fazia-me invisível e todos já sabiam disso: “faz de conta que eu não estou aqui”. E o mais natural possível, sem serem intimidados - exageradamente - pelo videomaker, fui recolhendo imagens desde a preparação das Olimpíadas que, desde muitos anos, se realizavam com a participação de todos da comunidade escolar, na torcida. E os alunos dos Anos Finais como atletas das equipes. A desconfiança em relação a mim persistia... Com um pré-roteiro em mente, já elaboradas as imagens gráficas que ilustravam a marca do evento, o logotipo e cores de cada equipe e, sabendo do grande dia de encerramento ao final dos jogos, em uma madrugada editei o vídeo apresentado naquela tarde de entrega de medalhas e festa. Apenas eu sabia o que seria exibido, e a expectativa estava no ar. Na quadra coberta, as caixas de som imensas faziam o fundo musical para a premiação das equipes vitoriosas e as honras ao mérito aos demais participantes. Na parede lateral dessa quadra, como gigantesca tela, começamos a projeção do vídeo editado146. As cenas se desenrolavam, exibindo equipe por equipe se preparando, o “grito de torcida”, o desfile de abertura, algumas imagens dos jogos... e os jovens começaram a se verem retratados ali, na enorme tela, e gritavam, sorriam, batiam palmas. Percebi uma Alegria maior que a tela de projeção ali... deles... como eles são: lindos, maravilhosos e fantásticos... tanto quanto os professores que os animavam e inspiravam a serem quem são. Essa gritaria, algazarra, explosão de sorrisos foi muito mais que emocionante: foi co-movente. Uma onda de orgulho, de Amor próprio, de belezura reuniu a todos e todas naqueles instantes em que um simples vídeo sintetizou muitos esforços, planejamento, profissionalismo, responsabilidade, compromisso, seriedade, boa vontade, e vontade política, de Projeto Político Pedagógico por aquelas crianças e jovens da comunidade do Pantanal. “Leopoldo! Leopoldo! Leopoldo!”, gritavam, batiam palmas e pés. E, eu que não esperava aquela reação, me levantei sob o aplauso

146 Vídeos Escola Beatriz: Abertura Olimpíadas 2012 - Parte 1 e 2. Nas referências videográficas e disponível em e . 277

daqueles seres que, agora, “viam” o que eu fazia com as imagens captadas... agradeci silencioso, fazendo um gesto de tirar o chapéu e me dobrando reverente em gratidão à meninada. E, então falei, co-movido: “Obrigado por essa Beatrizficação”. Nos seres e pelas pessoas da comunidade escolar, eu fora Beatrizficado... e desde então me tornei... me trans-formei... em “Para Sempre, Beatriz”...... Nessa e-ternuridade Beatrizficada vieram os demais vídeos, artes, fotografias, álbuns etc. sob aquela bênção olímpica... Bem-me-quis nessa Primavera...

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Figura XX . Paco e Paqonawta (2014). Re-vira-voltando e re-evolucionando a Escola como Espaço-Tempo de Descobertas e, Educação como Evolução. Estão representados nas figuras humanas o autor em seus personagens-alter-egos Criança e Adulto. O personagem Paco foi criado em 1983 para ilustrar estorinhas infantis. O personagem Paqonawta foi criado em 2012, quando o autor trabalhou como professor na Rede Municipal de Educação de Florianópolis (RME) . Arte elaborada pelo autor em 2014, para a Mandala Achakanada no ingresso da pós-graduação.

...“ Para Leo, hacia la libertad

Pasos simples caminando a Inglaterra que aman sin reservas, que respiran sin cadenas, donde su mirada ya supero, la carne y los huesos, donde los complejos y los juzgamientos, quedaron en el norte de Minas de Gerais con un hombre que ama a los hombres mientras camina hacia la libertad.”...

Juan Manuel Poemeus e Seus.147

147 Poema presenteado pelo estudante colombiano, então cursando mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina e, o autor sua graduação em Pedagogia. Postado no Blog doautor, “Poemeus e Seus”, em 03 de dezembro de 2007. Disponível em .

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Figura XX . Astronawtas (2018). Descobrindo a olhar o infinito Mar Cósmico: “sempre estarei contigo”...

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Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos.

E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:

- Pai, me ensina a olhar!148

Eduardo Galeano O Livro dos Abraços

148 GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Tradução Eric Nepomuceno. Porto Alegre, RS: L&PM, 2006. (Coleção L&PM Pocket)

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Capítulo IV . Do Filosofante O Pedagogo-Palhaço

E só o amor faz o bobo Clarice Lispector

No Capítulo IV - quarto dedo de uma mão que cata e conta uma história - traço mapas e elaboro um diário de viagem, seguindo as linhas do destino nas mãos nos desenhos “com”, “para” e das “crianças”, das mãonifestações até às mãoborletas de mãos dadas provocando tufões, furacões, redemoinhos, entre-cruzamentos e ondulações cósmicas. Na cor do Arco-íris: azul claro.

Descoberta do Outro Mundo Mãonifestação Mãoborletas Quiromãocia As Crianças Desenhantes

Dia a dia o Pedagogo-Palhaço saía com sua sombrinha/guarda- chuva do arco-íris literalmente avacalhando as aulas (a la Chagall, Zaratustra naquela cidade malhada) e as fazendo picadeiro na bateia de meu circo próprio, procurando o tesouro da infância no meio de calhaus, livros, deveres de casa, mil obrigações dos “deveres do aluno” nas unidades escolares... catando as histórias das crianças e da escola, dos pequeninos na creche ao lado, nas creches e escolas da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, pelos congressos, seminários, encontros, corredores, praças e ruas. Despertava a curiosidade de todos, que se aproximavam para fazer selfies, clicar fotos, aquela coisa exótica e estranha ao cotidiano, “fora da casinha” de quem vive “no mundo da Lua”, literalmente esfaqueado pelas costas constantemente, sendo ironizado e debochado pelos lados e pela frente, sendo desprezado por baixo e por cima como aquele que “brinca ao invés de ensinar”... Enquanto eu sorria alegre e embobecido, enternecido... In- vestido de bobeira, bobice, loucura... Loooooooco, de Amor e Paixão, finalmente... “Eu sei, vocês não vão saber”... “Sou do mundo, sou Minas Gerais”... “Por que vocês não sabem do lixo ocidental?”... 282

“Não precisam mais temer”... (#ForaTemer!) “Não precisam da solidão”... “Todo dia é dia de viver”... “Eu sou da América do Sul”149... Cruzeiro do Sul... Ponte Achakanada... Ponte do Arco-íris... Ponte da Bernúncia... Ponte que só os Looooooocos atravessariam...

Das Vantagens de Ser Bobo

O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em

149 Trechos de “Para Lennon e McCartney”, “música composta no final dos anos 60 por Fernando Brant, Márcio Borges e Lô Borges, a qual ganhou fama nas interpretações de Milton Nascimento e Elis Regina. Seu título se refere aos dois célebres integrantes dos Beatles, John Lennon e Paul McCartney. A canção é uma faixa do LP original "Milton", de Milton Nascimento, gravado em 1970 com participação da banda Som Imaginário, que passou a acompanhá-lo”. . 283

contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

Clarice Lispector150

Creio estar atravessando aquela Ponte... E, a quero tocar, tocar a mão que me chama, quero trazer outras mãos a esse toque com as suas cores e amores...

150 LISPECTOR, Clarice. A Descoberta do Mundo. P. 337-338 na edição virtual.

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E mil e uma Mãonifestações e Mãoborletas151 se fizeram ao céu, se deram ao céu...

Figuras XX e XX . Mãoborleta no mesmo espaço-tempo em lugares diferentes (2018). Paqonawta e Totoronawta em 26 de fevereiro de 2018, sob a Mandala e Ponte no céu de Florianópolis.

O Quiromântico, aquele o Centauro meio humano, que faz cafuné, lê, escreve, pinta o sete, borda, desenha, colore, beija e brinca com as

151 Álbuns de Mãonifestações Mãoborletas já citados: Disponíveis em , e noutros espaços-tempos: , , , e outras fotografias distribuídas por vários álbuns...

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mãos das crianças, naquele exato momento de céu iluminado pelas cores do arco-íris sobre as terras do Cruzeiro, cantava alegremente, com milhões junto a Ele: Götterfunken!!!

Seid umschlungen, Millionen! Diesen Kuss der ganzen Welt! Brüder, über'm Sternenzelt Muss ein lieber Vater wohnen. Ihr stürzt nieder, Millionen? Ahnest du den Schöpfer, Welt? Such' ihn über'm Sternenzelt! Über Sternen muss er wohnen.

Abracem-se milhões! Enviem este beijo para todo o mundo! Irmãos, além do céu estrelado Mora um Pai Amado. Milhões, vocês estão ajoelhados diante Dele? Mundo, você percebe seu Criador? Procure-o mais acima do Céu estrelado! Sobre as estrelas onde Ele mora! 152

152 Tradução livre. https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinfonia_n.%C2%BA_9_(Beethoven)

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Figura XX . O Destino amoroso está escrito em, e por nossas mãos quiromânticas (2015) Linhas quiromânticas da mão: Linha do Coração em Vermelho; Linha da Cabeça em Azul; Linha da Vida em Verde; Limha do Destino em Amarelo e, Linhas da imgainão Descobrincante em Branco. Ilustração de séries do autor, para apresentação de seminários sobre Imaginação e identidade do Professor ao longo do doutotoro-andamento, na UDESC/Universidade do Estado de Santa Catarina, FMP/Faculdade Municipal de Palhoça, USJ/Universidade de São José, UNIASSELVI, E estágio docente no curso de Pedagogia UFSC.

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Cada mão é singular, única, assim como a impressão digital, o desenho da córnea, como são únicos cada Coração, Cabeça, Vida, Destino e Imaginação sem conta... Nós nos reunimos em frotas de mãos dadas, em portos de chegada e partidas, sempre indo e vindo... Igual, mesmo, só o BNCC, a Base Nacional Comum Curricular... onde na discussão dele a palavra “imaginação” aparece mais de 100 vezes na Educação Infantil, como sendo importante... A Carta Magna da nação brasileira poderia ser respeitada e defendida por todos os chamados às responsabilidades do cumprimento dela... a fim de que cada ser nascido e vivendo neste país seguisse seu destino de “amor sem conta” pelo “berço esplêndido” de suas terras...

Título VIII Da Ordem Social Capítulo VII Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso

Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.153 (Grifos meus)

Dei minhas mãos ao Instituto Alana e à Rede Brasileira Infância e Consumo, como “Descobrincante” para promover “com absoluta prioridade” os direitos das crianças, em especial.

O Instituto Alana reúne programas cujo principal objetivo é mobilizar a sociedade para os temas da infância. Nasceu há 20 anos atuando no Jardim Pantanal, uma comunidade vulnerável do extremo leste da cidade de São Paulo, e na última década ampliou seu escopo de trabalho.

153 BRASIL, Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. 288

Com a missão de “honrar a criança“, atua em atividades e projetos em prol do desenvolvimento das capacidades plenas e da defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. 154

A Rede Brasileira Infância e Consumo, REBRINC, foi criada em Junho de 2013 e tem como missão: "ser uma Rede capaz de despertar a sociedade, especialmente a comunidade escolar e os que produzem conteúdo nas mídias, para as consequências do consumismo na infância." 155

Figura XX . Logotipo da REBRINC (2016) e Descobrincante (2014) Artes criados pelo autor para a Rede e para seu blog/ação156 na dimensão da defesa dos direitos da criança.

154 https://alana.org.br/

155 http://rebrinc.com.br/

156 http://descobrincante.blogspot.com.br/ 289

E uma plêiade de mulheres e homens atuam neste espaço-tempo da absoluta prioridade na defesa dos direitos da criança, jovem e adolescente, promovendo mil e uma ações em todos os campos da experiência humana, do qual destaco a filmografia através da “Maria Farinha Filmes”157 ressaltando da importância dos “Territórios do brincar”, dos cuidados aos pequenos seres no “Começo da Vida”, da imaginação e poética na infância, defendendo a criança na natureza, a cidade para a criança, do “Mapa da Infância Brasileira”158 navegando com a infância brasileira... trans-formando o mundo... elevando o mundo... acariciando o mundo... Destaco que nos blogs já referenciados toda a legislação nacional e internacional sobre os direitos das crianças estão elencadas.

157 http://mff.com.br/

158 http://www.mapadainfanciabrasileira.com.br/ 290

Figuras XX e XX . Nas encruzilhadas dos caminhos . (2017) Ilustrações do autor criados para a mandala da tese.

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- Lydia, o Espírito Santo é um dos símbolos poderosos nos estandartes das festas do povo e, na ideia da Quinta Raça, do Quinto Império, do Portugal no Brasil, da Ordem de Cristo... nesse brincar com a infância, você é da Ordem de Mariz159? ... Silêncio... - Se você diz que é! Saí do encontro com aquela simples e grande mulher, pesquisadora, brincadora, descobridora de outros mares, Feliz da Silva... Avlis ad Zilef...

Figura XX . Amor no Coração de no Mundo... (2015) Linhas quiromânticas dos polegares em corações dados como asas Ilustração de séries do autor, para apresentação em seminários sobre Imaginação e identidade do Professor ao longo do doutotoro-andamento. .

159 Secretíssima Ordem de Mariz... 292

E as crianças da escola que um dia desenharam aqui na Terra o que lhes era lindo, maravilhoso e fantástico abrindo aquela Caixa de Esperanças, saindo depois na descoberta da Ilha de Santa Catarina, fazendo seus Barquinhos de Papel e os colocando ao mar, talvez tivessem a impressão gravada em seus corações que, séculos antes, outras Crianças também desenhavam do Céu um país para recebê-las em seu seio...

- Helil - pergunta Ele -, onde fica, nestas terras novas, o recanto planetário do qual se enxerga, no infinito, o símbolo da redenção humana? - Esse lugar de doces encantos, Mestre, de onde se veem, no mundo, as homenagens dos céus aos vossos martírios na Terra, fica mais para o sul.

E, quando no seio da paisagem repleta de aromas e de melodias, contemplavam as almas santificadas dos orbes felizes, na presença do Cordeiro, as maravilhas daquela terra nova, que seria mais tarde o Brasil, desenhou-se no firmamento, formado de estrelas rutilantes, no jardim das constelações de Deus, o mais imponente de todos os símbolos.

Mãos erguidas para o Alto, como se invocasse a bênção de seu Pai para todos os elementos daquele solo extraordinário e opulento, exclama então Jesus:

- Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade e de amor. No seu solo dadivoso e fertilíssimo, todos os povos da Terra aprenderão a lei da fraternidade universal. Sob estes céus serão entoados os hosanas mais ternos à misericórdia do Pai Celestial.

Tu, Helil, te corporificarás na Terra, no seio do povo mais pobre e mais trabalhador do Ocidente; instituirás um roteiro de coragem, para que sejam transpostas as imensidades desses oceanos perigosos e solitários, que separam o velho do novo mundo. Instalaremos aqui uma tenda de trabalho para a nação mais humilde da Europa, glorificando os seus esforços na oficina de Deus.

Aproveitaremos o elemento simples de bondade, o coração fraternal dos habitantes destas 293

terras novas, e, mais tarde, ordenarei a reencarnação de muitos Espíritos já purificados no sentimento da humildade e da mansidão, entre as raças oprimidas e sofredoras das regiões africanas, para formarmos o pedestal de solidariedade do povo fraterno que aqui florescerá, no futuro, a fim de exaltar o meu Evangelho, nos séculos gloriosos do porvir.

Aqui, Helil, sob a luz misericordiosa das estrelas da cruz, ficará localizado o coração do mundo! Consoante a vontade piedosa do Senhor, todas as suas ordens foram cumpridas integralmente.

Daí a alguns anos, o seu mensageiro se estabelecia na Terra, em 1394, como filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, e foi o heroico Infante de Sagres, que operou a renovação das energias portuguesas, expandindo as suas possibilidades realizadoras para além dos mares.

O elemento indígena foi chamado a colaborar na edificação da pátria nova; almas bem-aventuradas pelas suas renúncias se corporificaram nas costas da África flagelada e oprimida e, juntas a outros Espíritos em prova, formaram a falange abnegada que veio escrever na Terra de Santa Cruz, com os seus sacrifícios e com os seus sofrimentos, um dos mais belos poemas da raça negra em favor da humanidade.

Foi por isso que o Brasil, onde confraternizam hoje todos os povos da Terra e onde será modelada a obra imortal do Evangelho do Cristo, muito antes do Tratado de Tordesilhas, que fincou as balizas das possessões espanholas, trazia já, em seus contornos, a forma geográfica do coração do mundo.160 (Grifos e alguns parágrafos meus)

...

160 XAVIER, Francisco Cândido. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. Pelo Espírito Humberto de Campos. Rio de Janeiro: RJ Federação Espírita Brasileira, 2004. P. 23-25.

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Figura XX . Dois Rios que passaram em minha vida... (2015) Seres se transformando e se fazendo crianças pela Sétima Arte. Ilustração elaborada pelo autor para a Mandala da tese.

De tantos seres se transformando em crianças encontrados pelos caminhos, mais recentemente na trajetória da tese encontro o João, que leva o Rio no nome. Criança Desenhante, Descobrincante de si mesma, contemplei na sua meninice criativa rexistindo com seu estado de espírito ao mundo que se revela a ele. Quantas peripécias fizemos juntos, com sua mãe, participando de mil e um eventos, manifestações, cinema, teatro, praia e inventando vídeos. Foi aluno da escola a que sempre me refiro, tanto quanto seu irmão mais novo, o Fabuloso Mágico de Triz. Alegria do Destino, essas duas crianças foram para mim o “Evídeo” pequeno e depois, o adolescente. Foi pelas mãos do João que o Paqonawta se transformou em seu “Amigo Desenho”161, entrando e saindo das telas e da vida real e da vida nas Terras Sem Nome da imaginação. Sua capacidade de imaginar e realizar co-movem, ins-piram, animam a rexistirmos e criar um Outro Mundo de Pás e Paz. Junto com sua mãe, se re-vira-voltando também como Pedagoga- Palhaça, foi dando as mãos, lápis, câmera, papel, tintas, e mil trecos com

161 Ver Videografia do João na Bibliografia, com links indicando acesso à sua arte cinematográfica. 295

ele que descobri o quanto a mediação, a filosofantemediação promove o despertar e realização de sonhos de ventura, de bem-aventurança. Além de todas as peripécias cinematográficas, nossos diálogos sobre a vida espiritual indicam o quanto Sua Alma generosa doce evoluiu transitando entre o Brasil e o Velho Mundo, por onde viajou acompanhando sua mãe durante o doutorado-sanduíche dela. Sua presença no mundo me honra... Gratidão... João. Eu sei que você também ouve, e ouvirá mais ainda as Estrelas a te inspirarem rumos de ascensão. Outra Alegria do Destino... João e sua Mãe, levando no nome a palavra “Rio”, estavam comigo, como vizinhos e amigos, e me viram em todos os momentos de descobrir o “Mar”... Marcos... As sincronicidades mais lindas me conectando para o rumo à Felicidade... Nesse recanto de nossas casas, próximo ao Porto do Rio Tavares, à Praia do Campeche, canto com vocês, que certamente “perderam o senso” nesse Mundo caduco, para descobrirem o oceano de Amor infinito...... O Barquinho do Destino percorreu tantas terras, montanhas e vales, foi encontrando as crianças, do Rio se deu ao Mar... Levando a “Flor Roxa”...... “Flor amorosa de três raças tristes”162... “Em teu seio formoso retratas este céu de puríssimo azul, a verdura sem par destas matas, e o esplendor do Cruzeiro do Sul”163...

162 Trecho de “Música Brasileira”, de Olavo Bilac. .

163 Trecho do “Hino à Bandeira do Brasil”, de Olavo Bilac, 1906. .

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Na música e poesia brasileira, canto também todos esses momentos saudando a bandeira do dia de meu (re)nascimento aqui na Terra, 19 de novembro em Belo Horizonte, ouvindo aquelas Estrelas deslizando aqui dos céus, “pálido de espanto”:

Direi ouvir estrelas Certo perdestes o senso E eu vos direi, no entanto Que, para ouvi-las Muita vez desperto E abro as janelas, Pálido de espanto

Enquanto conversamos Cintila via láctea Como um pálio aberto E ao vir do sol, Saudoso e em pranto Inda as procuro pelo céu deserto

Que conversas com elas O que te dizem Quando estão contigo

Ah... Amai para entendê-las Ah... Pois só que ama pode ouvir estrelas

Kid Abelha - Ouvir Estrelas164

164 Música de Kid Abelha interpretada por Paula Toller, do álbum “Autolove”, 1998, com a letra adaptada do poema “Ouvir Estrelas”, de Olavo Bilac. Anteriormente citado. 297

Figura XX . “Sou tão pequeno e o Céu tão alto” (2018) Escolha de vaga na Educação Infantil da RME, em 29 de janeiro, E uma semana depois o Edital inflexível me exigia “habilitação plena”. Valha-me, Defensoria Pública!

Tu és a estrela e eu sou o inseto triste! Vives no Azul, em cima nas esferas, No centro das risonhas primaveras Onde por certo o amor eterno existe.

E nem de leve a glória vã me assiste De erguer o vôo às olímpicas quimeras Do teu brilho ideal, lá onde imperas

Nesse esplendor a que ninguém resiste. Enquanto tu fulgires nas alturas Eu errarei nas densas espessuras, Da terra sobre a rigidez de asfalto.

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Embalde o teu clarão me enleva e clama! Mas como a ti voarei, se, senti a chama Sou tão pequeno e o céu tão alto?165

Cruz e Sousa Aspiração

165 Escrito na calçada do Edifício Anabella Residence, Rua Ferreira Lima . Centro . Florianópolis . SC. Brasil Encontrado pelo autor em 19/03/2012, aniversário de 114 anos da morte do poeta... antes do trabalho na EBMBSB e depois no doutotoro- andamento, em busca de escolha de vaga (perdida) na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino (29/01/2018). Fotos e vídeo disponíveis em álbum do Facebook: .

A Artista que fez a obra na calçada é Giovana Zimermann 299

Capítulo V - Do Evídeo Descobrincância

Então... Veio a certeza de amar você Flávio Venturini

No Capítulo V - quinto dedo de uma mão que cata e conta uma história - traço mapas e elaboro um diário de viagem, seguindo as mãos e de mãos dadas com as crianças re-evolucionando no “Jogo (Cósmico) da Amarelinha” desde a Terra ao Céu, e além. Encontro com as naves Saturno V, Pioneer I e II, Voyager e outras, descobrincando com as mensagens que levam. Sigo na apresentação de um conjunto de imagens em textos e legendas, “fechando” um looping da re-vira-volta de uma história entre a mão da criança na caverna (Tato) e a mão da criança que viaja no espaço-tempo (Contato). Na cor do Arco-íris: azul índigo.

As Crianças Imaginantes e Descobrincantes A Criança Criântica Carl Sagan Cosmos As Placas das naves Pioneer I e Pioneer II O Disco Dourado da nave Voyager A mensagem das Crianças do Planeta Terra: Nick Sagan O Encontro com o Evídeo

Mil crianças pelos caminhos de mil vidas... No jogo da Amarelinha de mãos dadas, da Terra ao Céu e do Céu à Terra, sobem e descem Espíritos Bem-amados a fim de dar cumprimento à Vontade Dele... Navegar é preciso... descer e subir é preciso, evoluir, tal é a lei... Imaginar e criar o Outro Mundo, de Felicidade, é necessário...... “Paz na Terra aos homens de boa-vontade”166... “Um Pintinho que fransciscava”167, em Belém...

166 Evangelho de Lucas 2,14. 167 “Um Pequeno canto de Natal”, do autor, citado anteriormente.

...”Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você”168... Compartilhar a Sabedoria do Cosmos, com todos... E no pequeno Planeta Azul aquele menino desenha sua mão na parede de uma caverna... Breves segundos do calendário Cósmico o separam de outra mão que acolhe e sorri à mensagem das crianças da Terra...

“Hello from children of planet Earth”...

Na milésima primeira descida ao mais fundo dos oceanos, em meio à mais fecunda lama de dor, outra vez Sua Mão busca e acaricia, chamando à Primavera...

Quando entrar setembro E a boa nova andar nos campos Quero ver brotar o perdão Onde a gente plantou Juntos outra vez

Já sonhamos juntos Semeando as canções no vento Quero ver crescer nossa voz No que falta sonhar

Já choramos muito Muitos se perderam no caminho Mesmo assim não custa inventar Uma nova canção Que venha nos trazer Sol de primavera Abre as janelas do meu peito A lição sabemos de cor Só nos resta aprender

Beto Guedes - Sol de Primavera169

Re-vira-volta na trajetória... Aquele que desceu sobe...Ascendência franciscada... Luz.. O Evídeo, enfim...

168 Carl Sagan, citado anteriormente. 169 Música de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, do álbum “Amor de Índio” lançado em 1979 pela gravadora EMI. Esta canção é trilha sonora do vídeo de setembro de 2012, apresentando o Bem-te-vi e logotipo da EBMBSB, citado anteriormente. 301

“Alô das crianças do planeta Terra”...

Da Terra, pelo Rio, encontro, sou encontrado, descubro o Mar...

“Oi”... “Oooi”...

Todos os mil meninos e meninas se encontram naquela pupila sorridente como Estrela no meio dos braços da Cruz, puro arco-íris achakanado, transformando calhaus em pedras preciosas... Conjunção de Amor... Alegria... Estotorice... Pás... Paz... Felicidade... Etc. Lar, Doce Lar... Descer, subir, voltar... Voltar pra Casa... Atravessar a Ponte Colorida... Marcos no Roteiro do caminho da Alma... O Jardim que estava perdido nas névoas e lágrimas da Saudade é re-encontrado... Totoronawta e Paqonawta: Oi... Oooi...

Figura XX . O Olho de Totoro na Mão de Paqonawta (2018) Estotoricidade para a Felicitas Quae Sera Tamen. Personagem nascido na dissertação, re-criado pelo autor com a chegada do Menino dos Meus Olhos, em montagem com concepção artística da Nebulosa Helix, para a série “Cosmos - uma odisseia no espaço” (2014), apresentada por Neil deGrasse Tyson.

“Nas mãos estava escrita uma Felicidade”, soube, sou... somos... juntos, no lótus... na estesia... à beira do lago quieto... (Quatro Patinhos)... tal é o desenho... Desceremos e subiremos de mãos dadas... e iremos além da Ponte Colorida...

Olho para o céu Tantas estrelas dizendo da imensidão Do universo em nós A força desse amor Nos invadiu... Com ela veio a paz, toda beleza de sentir Que para sempre uma estrela vai dizer Simplesmente amo você...

Meu amor.. Vou lhe dizer Quero você Com a alegria de um pássaro Em busca de outro verão Na noite do sertão Meu coração só quer bater por ti Eu me coloco em tuas mãos Para sentir todo o carinho que sonhei Nós somos rainha e rei

Na noite do sertão Meu coração só quer bater por ti Eu me coloco em tuas mãos Para sentir todo o carinho que sonhei Nós somos rainha e rei

Olho para o céu Tantas estrelas dizendo da imensidão Do universo em nós A força desse amor nos invadiu... Então... Veio a certeza de amar você...170

Cinco dedos se completam, duas mãos formando asas como um Coração...

170 Flavio Venturini, “Céu de santo Amaro”, lançada em 2004, com música “Arioso Cantata 156”, de Johann Sebastian Bach. 303

E o Barco do Destino nos levará pelas escolhas que fizermos na busca e na entrega da Alma a Ele...

Aqui estou na difícil missão de levar a você Uma mensagem que possa ser Como uma luz ou um mantra, nós não somos mais crianças Um dia acontece, a gente tem que crescer

Temos que encarar a responsa Eu não deixei de achar graça nas coisas Simplesmente hoje eu quero ser levado a sério As coisas mudam sempre mas a vida não é só como eu espero

Existe um dom natural que todos temos Nossas escolhas vão dizer pra onde iremos Mas se for pra falar de algo bom Eu sempre vou lembrar de você

Difícil não lembrar do que nunca se esqueceu Fácil perceber que seu amor é meu Difícil não lembrar do que nunca se esqueceu Fácil perceber que meu amor é seu

Eu quero estar amanhã ao seu lado quando você acordar Eu quero estar amanhã sossegado e continuar a te amar Eu quero um sonho realizado, uma criança com seu olhar Eu quero estar sempre ao seu lado, você me traz paz

Aqui estou na difícil missão de levar a você Uma mensagem que possa ser Como uma luz ou um mantra, nós não somos mais crianças Um dia acontece, a gente tem que crescer

Temos que encarar a responsa Eu não deixei de achar graça nas coisas Simplesmente hoje eu quero ser levado a sério As coisas mudam sempre mas a vida não é só como eu espero

Eu quero estar amanhã ao seu lado quando você acordar

Eu quero estar amanhã sossegado e continuar a te amar Eu quero um sonho realizado, uma criança com seu olhar Eu quero estar sempre ao seu lado, você me traz paz

Armadilhas do tempo são como o vento Levando as folhas para lugares distantes, O meu pensamento é o mesmo que o seu Mas hoje meu coração bate mais forte que antes

Certa vez na história, Eu vim de muito longe só pra ver você, Fui pra muito longe pra encontrar você, Eu te entreguei minha alma.171

Charlie Brown Jr. Uma criança com seu olhar

171 Canta “Chorão” no álbum “Ritmo, Ritual, Responsa, 2007. 305

Figura XX . Capa de “Evídeo” seguindo pela Liberdade ainda que tardia, Blog do autor . (2014) Criado em 2014 na sequência dos blogs desenvolvidos no mestrado: Filosomídia (2010) e Telejornais e Crianças no Brasil (2011).172

No doutotoro-andamento descobri o “descobrir”... além do “ser/fazer/saber ensinar/aprender”... para seguir pelas vias do brincar e imaginar na pedagogia, educação, evolução e Sabedoria. Do Pequeno Paco ao Paqonawta, Amawta. Como spin-off da pesquisa do mestrado, dou um salto de quase dez anos terrestres de uma introdução do “Emídio” para o “Evídeo”.

Emídio

Dedicado aos desconhecidos cinco filhos de J.J. Rousseau et Thérèse Levasseur

Prefiro ser homem de paradoxos e liberdades, que homem preso a certezas absolutas, às prisões acadêmicas e seus preconceitos. Prefiro ser criança.

O mais delicioso intervalo da vida humana é o que vai do nascimento até mais ou menos a idade de 12 anos. É o tempo dos brinquedos, de quando as alegrias nascem dos pequenos gestos de amizade e carinho por tudo e todos. Tempo em que às vezes a escolarização faz tudo por destruir.

172 Endereços já citados em Blogografia do autor nas Referências.

E, quando a escola chega, devemos compreender quem são as crianças, e o que elas têm a dizer das suas alegrias para se viver num mundo pelos sonhos mais fantásticos. É neste tempo que devemos romper as cercas, jardinar, voar por cima dos muros da escola e conhecer o mundo inteiro, o universo com todas as suas estrelas multicoloridas, conhecer as terras do encontro além dos horizontes, e ser feliz.

A primeira educação deve ser sempre criativa, imaginativa, brincante, dançante, colorida, amiga. Ela consiste em ser/fazer/saber ensinar/aprender com ternura e libertar o coração, a mente, o corpo, a alma inteira, o espírito descobridor e bem-aventureiro das crianças a viajar pelo cosmos inteiro. A escola deve estar atenta a tudo isso.173

Leo Nogueira

Bem antes, como expressado na dissertação, meu encontro com a “Emília” e a descoberta de Monteiro lobato na infância me marcaram de tal modo que, agora cheguei aqui...

Em passagem de “História do mundo para crianças”, no capítulo “Metade do Caminho”, entre uma e outra travessura nas gramáticas, aritméticas e os personagens mexendo com o tamanho das coisas com a chave emiliana em busca de soluções, “dona Benta recebeu carta de dona Antonica, sua filha, dizendo que as aulas de Pedrinho iam começar e que o mandasse imediatamente.

- Que pena! - suspirou Pedrinho, quando dona Benta lhe trouxe a notícia. - Anda mamãe muito iludida, pensando que aprendo muita coisa na escola. Puro engano. Tudo quanto sei me foi ensinado por vovó, durante as férias que passo aqui. Só vovó sabe ensinar. Não caceteia, não diz coisas que não entendo. Apesar disso, tenho cada ano, de passar oito meses na escola. Aqui só passo quatro... (Lobato, 1972, p. 497)

173 Trecho inicial do texto para “Emídio, ou da Mídia-Educação”, iniciado pelo autor no mestrado, postado em 30 de novembro de 2009 no Blog “Telejornais e Crianças no Brasil”, derivado do Blog “Filosomídia”.

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Desde pequeno a Emília de Lobato me contaminou com suas indagações e, eu me identifiquei com ela, Pedrinho e com todos do sítio também a não me conformar com certas tradições na escola, na Educação, e o com o tempo na Comunicação. E, pelo princípio de que Emília, similibus curentur174, a meu ver a escola “nova” do século de Lobato viu o que viu, fez o que fez, ensinou- aprendeu com a criança do século XX, nos apresentando essa meninada “esperta” – o sujeito Emídio - que transita em meios às tecnologias e informações de hoje que nos desafia o entendimento. Se desde o Pinóquio o boneco ganhou alma e se transformou em menino, me parece que as crianças de hoje perderam a alma de sua infância, e se tornaram aquela própria boneca do século XX entrando disfarçadamente pelo novo milênio, como crianças “espertas”... A Sociologia está a analisar isso, nessa perspectiva?

Eu que, nos meus 20 anos também me impressionei com o cidadão Emílio de Rousseau, agora vejo que só mesmo indo em bem-aventuranças na vida com suas telas e infinitos “sítios”, para cima, com Hércules através das mídias a enfrentar possivelmente um 13º. Trabalho. De Lobato a Lobo Mau, de menino a pesquisador, ir des-cobrir o outro no Outro Mundo montado ora numa lhama, ora num jaguar, ora nas asas de um condor. Ir com essas outras crianças des-fincar o pé do chão e voar ao abrir os braços para as estrelas...

Então, nesse mundo contemporâneo haverá de ter lugar os estudos e reflexões que abordem sobre uma outra Educação e Comunicação, agora na perspectiva do encontro com o outro em Abya Yala? Quem é, quem é que sabe alguma coisa dos sonhos, alegrias e esperanças do ser Emíndio, a criança do outro desconhecido mundo? A criança rexistente, do apesar das mídias...

Não é de espantar o quanto recorremos aos “indivíduos” bonecos e bichos para nos explicar algo quando não podemos encontrar respostas a tantas questões em nós mesmos? Que bichos nós somos? Somos humanos? Qual é, bicho? Quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos? O que é, como é, por que é? Onde foi,

174 Trocadilho com Similia, similibus curentur (O semelhante cura o semelhante, princípio da Homeopatia).

como foi porque foi? Perguntas “emileadianas”, emidianas, emindianas, ad-miráveis...175 (Grifos no original)

As perguntas “evidianas” eu as faço mais ainda, agora... A última de mil delas num Mundo Caduco: “por que cortamos as asas da imaginação das crianças?”... A primeira depois daquelas mil: “e se não cortássemos as asas da imaginação das crianças?”... Uma segunda... “Por que um Pedagogo-Palhaço não poderia apresentar essa tese onde, como, quando e por quê Ele É?”. Outras perguntas (e que sejam tão ad-miráveis) virão e se verão nesse espaço-tempo em que sou imerso, entregue às buscas do Outro Mundo. Com certeza o “Emíndio” me ajudará com Sua Sabedoria... Quanto mais Filosofância, Conhecimento, Imaginação e Sabedoria, quanto mais Estotorância nessa mediação feita como “Mãodiação”, de mãos dadas com Ele - indo e vindo, descendo e subindo - mais Educação e Evolução, na Energia, Luz cósmica, teremos, seremos...

175 Dissertação citada na Bibliografia. P. 309-310.

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Figura XX . Apresentação e “venda do peixe” pescado à banca de mestrado. (2011) Com os brinquedos catados na dissertação, em 06 de dezembro.176

Ontologias... Epistemologias... Mãotologia... Epistemãologia... Imaginação... Imãoginação Imagens-em-ação... Saio da peleja da graduação, mestrado e doutorado, doutotoro- andando... Querendo encontrar a Criança Nova, deixar-me ser habitado por Ela... A bússola do coração me aponta o céu... Astronomia... Maria... Rainha do Céu... Cosmos... Pedagogia... Cósmica... Cidadania Cósmica... Pedagogia Cósmica...

176 No álbum de Facebook do autor: .

Figura XX . Maria e Quito (2014). Caridade... Amor... Estão representados nas figuras humanas Maria (Espírito) ou Maria de Nazaré, e Quito, o Menino Jesus como personagens para a Mandala de 2017. Elaborada pelo autor em 2014, para a Mandala Educação com Imaginaçã para a futura qualificação da tese.

Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo. Mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim.

Emmanuel/Chico Xavier

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A Criança Nova que habita onde vivo Dá-me uma mão a mim E a outra a tudo que existe E assim vamos os três pelo caminho que houver, Saltando e cantando e rindo E gozando o nosso segredo comum Que é o de saber por toda a parte Que não há mistério no mundo E que tudo vale a pena. A Criança Eterna acompanha-me sempre. A direção do meu olhar é o seu dedo apontando.

Fernando Pessoa como Alberto Caeiro O Guardador de rebanhos177 (Grifos meus)

177 Escrito numa noite de insônia em 1914, publicado em 1915. O Guardador de rebanhos VIII (213). PESSOA, Fernando; CAEIRO, Alberto. O guardador de rebanhos e outros poemas. São Paulo, SP: Landy, 2006.

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Considerações Finais «Eu saúdo a Luz em seus olhos onde habita todo o universo»

Nas Considerações Finais chego a um horizonte de eventos em que me encontro suspenso observando as próprias milhares e milhares de jornadas e mergulho num “Buraco Colorido” que não sei, ainda, aonde vai dar... Tato, Paco, Paqonawta, Totoronawta e Contato, dão as mãos à todas as outras que encontraram pela viagem. Na cor do Arco-íris: lilás. Na Mandala, a cor da Alma: rosa. Na cor do Cosmos: dourado.

As Crianças do Outro Mundo Pedagogia na perspectiva do Cosmos Cosmocidadania Imãoginação Viagem no Espaço-Tempo A Mão da Criança na caverna Pré-Histórica

O Espírito Maria e Eurípedes Barsanulfo

E ela chegou de mansinho trazida pelo Sol, pisando delicadamente mil e uma Estrelas e a Lua, na cantiga de ninar de vidas multimilenárias nas constelações refletidas em seus olhos amorosos, e sussurrou a ele como uma brisa suave que inspira empresta perfume e inspiração: “institua um curso de astronomia”...178

O Liceu Sacramento se transformou em Colégio Allan Kardec... 1902... lá na ponta do nariz das Minas Gerais... Depois vieram tantos outros a buscar o ouro das minas do coração... Maria Modesto Cravo, Dr. Inácio, Eurípedes Novelino, Chico Xavier... e as Estrelas desceram à Terra para reflorir o mundo... Parti para a Cidade da Fraternidade para ser “locomotiva” e puxar os demais no trenzinho para a educação de crianças, na perspectiva Espírita... Também me perdi do Caminho... jardinando entre espinhos... Fui me virando, revirando, re-vira-voltando e, das Minas vim me desterrar em Florianópolis...

178 Inspirado em INCONTRI, Dora. Pedagogia Espírita: um projeto brasileiro e suas raízes. Bragança Paulista, SP: Editora Comenius, 2006. p. 175-176. Suas obras, citadas na Bibliografia, tratam da educação Espírita.

Toda uma trajetória de dor para me transformar para o Amor, me preparando para Ele... Foi aí que eu “só quis estudar”, para retomar passos e, de “trenzinho” nas montanhas e cerrado, ser “Barquinho de Papel” a ser lançado ao mar... E, Tato reconheceu naquela cena a Mãe da Criança que levantava os braços na manjedoura daquela caverna em que se hospedaram, porque não havia outro lugar para eles...... “Hello from the children of planet Earth”...

Quantas histórias, narrativas, realidades, imaginações, imagens- em-ação caberiam naquele Disco Dourado viajando pelo espaço, pelo tempo? Quantas histórias não escritas, mas vividas, reais, caberiam num Disco Dourado, ou no que poderíamos chamar de Livro da Vida, com os Registros Akáshicos dessa trajetória de 15.540.042.018 anos desse nosso universo (tão pouco) conhecido? Que segredos existem por descobrir, a revelar, a se mostrar aos homens que fazem quase tudo por darem conhecer a infelicidade a todos? Partimos da história daquela mão de criança na caverna de há 40 mil anos até aqui... e nos re-vira-voltamos brincando de ser “Oráculo Akáshico” de daqui a outros 40 mil anos das bandas do Cruzeiro do Sul para re-cordar isso, o “Segredo das Estrelas da Chakana”... - Fala-nos, Evídeo, o que você viu com seus olhos que nas Estrelas hão de viver...

«Eu saúdo a Luz em seus olhos onde habita todo o universo»

“Eu vi, Eu ‘sabo’, Eu estava lá”...

"Não ensinais às crianças o que ensinais aos adultos e não dais ao recém-nascido um alimento que ele não possa digerir. Cada coisa tem seu tempo. Eles ensinaram muitas coisas que os homens não compre- enderam ou adulteraram, mas que podem compreender agora. Com seus ensinos, embora incompletos, prepararam o terreno para receber a semente que vai 315

frutificar." - O Livro dos Espíritos - questão 801. (Oliveira, 2010. P. 113)

A humanidade é composta de um grupo de almas cuja etapa evolutiva é marcada pela recente desvinculação do mal e da ignorância, nos quais, deliberadamente, muitos ainda permanecem. Com raríssimas exceções, encontramos corações que aprenderam a edificar o bem no limite do que podem. Egressos da brutalidade, apenas começamos a galgar etapas significativas com destino ao esplendor da regeneração. A cultura e o progresso social estabelecem horizontes vitoriosos para a implantação da saúde e do direito, da educação e da tecnologia que destinarão as sociedades a um amanhã mais feliz. (Idem. P. 120-121)

Desde a enxertia dos capelinos até o presente são passados aproximadamente 40.000 anos. Os capelinos, para aqueles ainda não afeiçoados ao tema, são os espíritos transportados de outro planeta na condição de degredados, falidos consciencialmente. Embora no atraso moral, vieram cooperar com o progresso da Terra, já que desenvolveram sobejamente a inteligência. (Idem. P. 121)

Compete-nos edificar uma visão mais profunda sobre a velha questão filosófica: de onde viemos? Por que renascemos? Para onde vamos? Somente tomando consciência da nossa origem perceberemos que as trevas ou adversários são expressões de nós mesmos, frutos de nós próprios. Queiramos ou não, viemos desses sítios de dor e buscamos a luz. As forças contrárias que nos perseguem são extensões de nossa família espiritual. E somente quem se escraviza na vertigem de superioridade pode-se imaginar tão distante da condição dessas almas feridas e carentes de amor e orientação. Não somos atacados pelas trevas, viemos dela. Comungamos com ela. (Idem. P. 122)

Minha mente dava voos inimagináveis. (Idem. P. 123)

— "Embora a maldade já existisse nas almas transmigradas para o planeta em tempos imemoriais, vamos detectar a presença do mal na Terra como organização social a partir 10.000 anos atrás. Lúcifer, o gênio do mal, um coração extremamente vinculado a

Jesus, estabeleceu o litígio inicial representando milhões de almas insatisfeitas com as consequências do exílio em outro orbe. Dominado pela soberba que os expulsou das oportunidades de crescimento em mundos distantes, tomou como bandeira a prepotência de empunhar armas contra o Condutor da Terra, a fim de disputar, em sua arrogância sem limites, por quem ela seria dominada e controlada. Eis o motivo de uma história política, moral e espiritual que se arrasta há milênios. Tal enredo parece simples, entretanto, por agora, é o que posso lhes dizer na aquisição de noções mais nítidas acerca dos desafios que vos esperam nas tarefas junto à carne.

A estratégia para tal insanidade é manter a hu- manidade na ignorância espiritual. A inteligência ilimitada desse espírito, que carrega experiência ímpar sobre o destino de multidões, traçou um plano nefando de explorar as próprias fraquezas humanas para retê-la na inferioridade. O fundamento basilar desse plano consiste em colocar o instinto como núcleo estratégico do atraso. Convencer o homem da Terra que não vale a pena mudar de reino, subir o degrau do instinto para a razão. O prazer e a vida, nessa concepção decadente e astuta, residem em se manter na retaguarda dos cinco sentidos com total expressão dos interesses pessoais. (Idem. P. 123-124)

O símbolo inspirador dessas falanges, fartas de perversidade, é o dragão, um retrato animalizado da força e do poder que essas criaturas adoecidas trazem no imo de si mesmas. A figura lendária do dragão surgiu nas crenças mais primitivas que se tem notícia como uma insígnia de poder. Uma simbologia que lhes traduz o estado íntimo e seus propósitos. Sentiam-se répteis pela condição do exílio, entretanto, criaram as asas do poder e o fogo da crueldade, expressos na figura do dragão, para manifestarem sua revolta e rebeldia ante a condição em que foram colocados em um planeta prisional. Eram répteis, mas podiam voar. Querem distinção em relação aos aborígines da Terra, considerados um atraso na evolução por parte deles. Eram fracassados, mas podiam destruir. (Idem. P. 124- 125)

(...) O paraíso perdido passou de geração a geração. Muitos voltaram a seus mundos de origem, 317

entre eles Capela. Aqueles que permaneceram formaram séquitos. (Idem. P. 126)

Egito Antigo, Cruzadas, Templários, Inquisição, Noite de São Bartolomeu formam alguns dos reflexos das trevas sob tutela dos dragões abismais, que cada dia mais buscam possuir as rédeas da Terra em suas mãos. (Idem. P. 131) (Grifos meus)

Desde o inicio da idade medieval até a Renascença, foram mil anos de escuridão, dor e martírio. A partir dos ares novos trazidos no século XVI, foi que a humanidade retomou seu curso em direção ao seu progresso espiritual. Os últimos 500 anos da história humana foram resultados de importantes intervenções do Mais Alto na preparação dos caminhos para a regeneração. (Idem. P. 133)

Enquanto isso, o Brasil, já desde o século XV, era um laboratório invisível de experiências do Cristo com vistas ao futuro. A Tenda do Senhor foi literalmente erguida em solo brasileiro. (Idem. P. 134)

Isabel de Aragão, a rainha santa de Portugal... Cornelius e Maria Modesto Cravo

Mas o professor não ensina senão o que aprendeu: é um revelador de segunda ordem; o homem de gênio ensina o que descobriu por si mesmo: é o revelador primitivo; traz a luz que pouco a pouco se vulgariza. Que seria da humanidade sem a revelação dos homens de gênio, que aparecem de tempos a tempos?

Mas quem são esses homens de gênio? E por que são homens de gênio? Donde vieram? Que é feito deles? Notemos que na sua maioria traz, ao nascer, faculdades transcendentes e alguns conhecimentos inatos, que com pouco trabalho desenvolvem. Pertencem realmente à humanidade, pois nascem, vivem e morrem como nós. Onde, porém, adquiriram esses conhecimentos que não puderam aprender durante a vida? Dir-se-á, com os materialistas, que o acaso lhes deu a matéria cerebral em maior quantidade e de melhor qualidade? Neste caso, não teriam mais mérito que um legume maior e mais saboroso do que outro.

Dir-se-á, como certos espiritualistas, que Deus lhes deu uma alma mais favorecida que a do comum dos homens? Suposição igualmente ilógica, pois que tacharia Deus de parcial. A única solução racional do problema está na preexistência da alma e na pluralidade das vidas. O homem de gênio é um Espírito que tem vivido mais tempo; que, por conseguinte, adquiriu e progrediu mais do que aqueles que estão menos adiantados. Encarnando, traz o que sabe e, como sabe muito mais do que os outros e não precisa aprender, é chamado homem de gênio. Mas seu saber é fruto de um trabalho anterior e não resultado de um privilégio. Antes de renascer, era ele, pois, Espírito adiantado: reencarna para fazer que os outros aproveitem do que já sabe, ou para adquirir mais do que possui.

Os homens progridem incontestavelmente por si mesmos e pelos esforços da sua inteligência; mas, entregues às próprias forças, só muito lentamente progrediriam, se não fossem auxiliados por outros mais adiantados, como o estudante o é pelos professores. Todos os povos tiveram homens de gênio, surgidos em diversas épocas, para dar-lhes impulso e tirá-los da inércia. (Kardec, 2013, P. 18-19) (Grifos meus)

Kardec

Vinham com a necessidade de aprimorar as emoções mais elaboradas para o desenvolvimento da asa do sentimento que junto à asa da razão, fariam com que os seres pudessem dar voos mais profundos na conquista evolutiva, simbolizando, assim, a personificação do anjo que viriam a ser. (GOMES, 2017, P. 65) (Grifos meus)

A miscigenação dos espíritos decaídos com os espíritos da Terra ocorria da forma programada pelos responsáveis pelo nosso exílio.

Tínhamos cem por cento de nossas capacidades mentais já resgatadas, saindo da prostração psíquica que nos limitava a ação. Foi exatamente aí que nossas predisposições do passado começaram a emergir com maior expressividade, na luta contra as 319

orientações do Alto, que, de alguma forma, representavam a voz divina em nossas consciências, orientando-nos em relação ao que podíamos ou não fazer.

Este momento de rebeldia é narrado, simbolicamente, na determinação superior de nos alimentarmos espiritualmente de todas as árvores do jardim (usufruir plenamente de todas as experiências que oferecem o alimento nos anseios de crescimento intelecto-moral), com exceção da árvore que trazíamos dentro de nós – a da aquisição da razão – cujas raízes nos ligavam ao nosso passado de mazelas morais e de intenções distorcidas da verdade.1 O próprio Cristo disse que se conhece a árvore pelo fruto. Quantos frutos o homem terreno teve, com a ação do nosso grupo, em aperfeiçoamento no vasto campo da evolução!

1 Gênesis 3:3-5 – “Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Idem, P. 77) (Grifos meus)

Por isso, um dos maiores apóstolos de Jesus desceu à carne com o nome de Francisco de Assis. Seu grande e luminoso espírito resplandeceu próximo de Roma, nas regiões da Úmbria desolada. Sua atividade reformista verificou-se sem os atritos próprios da palavra, porque o seu sacerdócio foi o exemplo na pobreza e na mais absoluta humildade. A Igreja, todavia, não entendeu que a lição lhe dizia respeito e, ainda uma vez, não aceitou as dádivas de Jesus. (XAVIER, 2015, P. 147)

Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo baixa ao planeta, compenetrado de sua missão consoladora, e, dois meses antes de Napoleão Bonaparte sagrar-se imperador, obrigando o papa Pio VII a coroá-lo na igreja de Notre Dame, em Paris, nascia Allan Kardec, aos 3 de outubro de 1804, com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do Consolador prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus Cristo. (Idem, P. 181-182)

Embora compelida a participar das lutas próximas, pelo determinismo das circunstâncias de sua vida política, a América está destinada a receber o cetro da civilização e da cultura, na orientação dos povos porvindouros. Em torno dos seus celeiros econômicos, reunir-se-ão as experiências europeias, aproveitando o esforço penoso dos que tombaram na obra da civilização do Ocidente para a edificação do homem espiritual, que há de sobrepor-se ao homem físico do planeta, no pleno conhecimento dos grandes problemas do ser e do destino.

Para esse desiderato grandioso, apresta-se o plano espiritual, no afã de elucidação dos nobres deveres continentais. O esforço sincero de cooperação no trabalho e de construção da paz não é aí uma utopia, como na Europa saturada de preconceitos multisseculares.

Nos campos exuberantes do continente americano estão plantadas as sementes de luz da árvore maravilhosa da civilização do futuro. (Idem, 196-197)

São chegados os tempos em que as forças do mal serão compelidas a abandonar as suas derradeiras posições de domínio nos ambientes terrestres, e os seus últimos triunfos são bem o penhor de uma reação temerária e infeliz, apressando a realização dos vaticínios sombrios que pesam sobre o seu império perecível.

Ditadores, exércitos, hegemonias econômicas, massas versáteis e inconscientes, guerras inglórias, organizações seculares, passarão com a vertigem de um pesadelo.

A vitória da força é uma claridade de fogos de artifício.

Toda a realidade é a do Espírito e toda a paz é a do entendimento do reino de Deus e de sua justiça.

O século que passa efetuará a divisão das ovelhas do imenso rebanho. O cajado do pastor conduzirá o sofrimento na tarefa penosa da escolha e a 321

dor se incumbirá do trabalho que os homens não aceitaram por amor.

Uma tempestade de amarguras varrerá toda a Terra. Os filhos da Jerusalém de todos os séculos devem chorar, contemplando essas chuvas de lágrimas e de sangue que rebentarão das nuvens pesadas de suas consciências enegrecidas.

Condenada pelas sentenças irrevogáveis de seus erros sociais e políticos, a superioridade europeia desaparecerá para sempre, como o Império Romano, entregando à América o fruto das suas experiências, com vistas à civilização do porvir. Idem, P. 201-202)

Sim, porque depois da treva surgirá uma nova aurora. Luzes consoladoras envolverão todo o orbe regenerado no batismo do sofrimento. O homem espiritual estará unido ao homem físico para a sua marcha gloriosa no Ilimitado e o Espiritismo terá retirado dos seus escombros materiais a alma divina das religiões, que os homens perverteram, ligando-as no abraço acolhedor do Cristianismo restaurado.

Trabalhemos por Jesus, ainda que a nossa oficina esteja localizada no deserto das consciências. Todos somos dos chamados ao grande labor e o nosso mais sublime dever é responder aos apelos do Escolhido. (Idem, P 203) (Grifos meus)

Emmanuel

“Nascer, crescer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”179, disse-me o Menino dos Meus Olhos... E, A Criança ao nosso lado nos olhava, amava e sorria...

Foi no Instituto Celeste de Pitágoras (1) que vim encontrar, nestes últimos tempos, a figura veneranda de Sócrates, o ilustre filho de Sofronisco e Fenareta.

A reunião, nesse castelo luminoso dos planos erráticos, era, nesse dia, dedicada a todos os estudiosos vindos da Terra longínqua. A paisagem exterior, formada na base de substâncias imponderáveis para as

179 Citado anteriormente.

ciências terrestres da atualidade recordava a antiga Hélade, cheia de aromas, sonoridades e melodias.

(...)

O palácio consagrado a Pitágoras tinha aspecto de severa beleza, com suas colunas gregas à maneira das maravilhosas edificações da gloriosa Atenas do passado. Lá dentro, agasalhava-se toda uma multidão de Espíritos ávidos da palavra esclarecida do grande mestre, que os cidadãos atenienses haviam condenado à morte, 399 anos antes de Jesus-Cristo. Ali se reuniam vultos venerados pela filosofia e pela ciência de todas as épocas humanas, Terpandro, Tucídides, Lísis, Ésquines, Filolau, Timeu, Símias, Anaxágoras e muitas outras figuras respeitáveis da sabedoria dos homens.

Admirei-me, porém, de não encontrar ali nem os discípulos do sublime filósofo ateniense, nem os juízes que o condenaram à morte. A ausência de Platão, a esse conclave do Infinito, impressionava-me o pensamento, quando, na tribuna de claridades divinas, se materializou aos nossos olhos o vulto venerando da filosofia de todos os séculos. Da sua figura irradiava-se uma onda de luz levemente azulada, enchendo o recinto de vibração desconhecida, de paz suave e branda. Grandes madeixas de cabelos alvos de neve molduravam-lhe o semblante jovial e tranquilo, onde os olhos brilhavam infinitamente cheios de serenidade, alegria e doçura.

As palavras de Sócrates contornaram as teses mais sublimes, porém, inacessíveis ao entendimento das criaturas atuais, tal a transcendência dos seus profundos raciocínios. À maneira das suas lições nas praças públicas de Atenas, falou-nos da mais avançada sabedoria espiritual, através de inquirições que nos conduziam ao âmago dos assuntos; discorreu sobre a liberdade dos seres nos planos divinos que constituem a sua atual morada e sobre os grandes conhecimentos que esperam a Humanidade terrestre no seu futuro espiritual.

(...)

- Mestre - disse eu -, venho recentemente da Terra distante, para onde encontro possibilidade de 323

mandar o vosso pensamento. Desejaríeis enviar para o mundo as vossas mensagens benevolentes e sábias?

- Seria inútil - respondeu-me bondosamente - , os homens da Terra ainda não se reconheceram a si mesmos. Ainda são cidadãos da pátria, sem serem irmãos entre si. Marcham uns contra os outros, ao som de músicas guerreiras e sob a proteção de estandartes que os desunem, aniquilando-lhes os mais nobres sentimentos de humanidade.

- Mas. . . - retorqui - lá no mundo há uma elite de filósofos que se sentiriam orgulhosos de vos ouvir! ...

- Mesmo entre eles as nossas verdades não seriam reconhecidas. Quase todos estão com o pensamento cristalizado no ataúde das escolas. Para todos os espíritos, o progresso reside na experiência. A História não vos fala do suicídio orgulhoso de Empédocles de Agrigento, nas lavas do Etna, para proporcionar aos seus contemporâneos a falsa impressão de sua ascensão para os céus? Quase todos os estudiosos da Terra são assim; o mal de todos é o enfatuado convencimento de sabedoria. Nossas lições valem somente como roteiro de coragem para cada um, nos grandes momentos da experiência individual, quase sempre difícil e dolorosa.

Não crucificaram, por lá, o Filho de Deus, que lhes oferecia a própria vida para que conhecessem e praticassem a Verdade? O pórtico da pitonisa de Delfos está cheio de atualidade para o mundo. Nosso projeto de difundir a felicidade na Terra só terá realização quando os Espíritos aí encarnados deixarem de ser cidadãos para serem homens conscientes de si mesmos. Os Estados e as Leis são invenções puramente humanas, justificáveis, em virtude da heterogeneidade com respeito à posição evolutiva das criaturas; mas, enquanto existirem, sobrará a certeza de que o homem não se descobriu a si mesmo, para viver a existência espontânea e feliz, em comunhão com as disposições divinas da natureza espiritual. A Humanidade está muito longe de compreender essa fraternidade no campo sociológico.

Impressionado com essas respostas, continuei a interrogá-lo:

- Apesar dos milênios decorridos, tendes a exprimir alguma reflexão aos homens, quanto à reparação do erro que cometeram, condenando-vos à morte?

- De modo algum. Méletos e outros acusadores estavam no papel que lhes competia, e a ação que provocaram contra mim nos tribunais atenienses só podia valorizar os princípios da filosofia do bem e da liberdade que as vozes do Alto me inspiravam, para que eu fosse um dos colaboradores na obra de quantos precederam, no Planeta, o pensamento e o exemplo vivo de Jesus-Cristo. Se me condenaram à morte, os meus juízes estavam igualmente condenados pela Natureza; e, até hoje, enquanto a criatura humana não se descobrir a si mesma, os seus destinos e obras serão patrimônios da dor e da morte.

- Poderíeis dizer algo sobre a obra dos vossos discípulos?

- Perfeitamente - respondeu-me o sábio ilustre - , é de lamentar as observações malavisadas de Xenofonte, lamentando eu, igualmente, que Platão, não obstante a sua coragem e o seu heroísmo, não haja representado fielmente a minha palavra junto dos nossos contemporâneos e dos nossos pósteros. A História admirou na sua Apologia os discursos sábios e bem feitos, mas a minha palavra não entoaria ladainhas laudatórias aos políticos da época e nem se desviaria- para as afirmações dogmáticas no terreno metafísico. Vivi com a minha verdade para morrer com ela. Louvo, todavia, a Antístenes, que falou com mais imparcialidade a meu respeito, de minha personalidade que sempre se reconheceu insuficiente. Julgáveis então que me abalançasse, nos últimos instantes da vida, a recomendações no sentido de que se pagasse um galo a Esculápio? Semelhante expressão, a mim atribuída, constitui a mais incompreensível das ironias.

- Mestre, e o mundo? - indaguei.

325

- O mundo atual é a semente do mundo paradisíaco do futuro. Não tenhais pressa. Mergulhando-me no labirinto da História, parece-me que as lutas de Atenas e Esparta, as glórias do Pártenon, os esplendores do século de Péricles, são acontecimentos de há poucos dias; entretanto, soldados espartanos e atenienses, censores, juízes, tribunais, monumentos políticos da cidade que foi minha pátria, estão hoje reduzidos a um punhado de cinzas! A nossa única realidade é a vida do Espírito.

- Não vos tentaria alguma missão de amor na face do orbe terrestre, dentro dos grandes objetivos da regeneração humana?

- Nossa tarefa, para que os homens se persuadam com respeito à verdade, deve ser toda indireta. O homem terá de realizar-se interiormente pelo trabalho perseverante, sem o que todo o esforço dos mestres não Passará do terreno do puro verbalismo.

E, como se estivesse concentrado em si mesmo, o grande filósofo sentenciou:

- As criaturas humanas ainda não estão preparadas para o amor e para a liberdade... Durante muitos anos, ainda, todos os discípulos da Verdade terão de morrer muitas vezes! . E enquanto o ilustre sábio ateniense se retirava do recinto, junto de Anaxágoras, dei por terminada a preciosa e rara entrevista.

Sócrates

Trechos de entrevista ao Espírito Humberto de Campos, em 7 de janeiro de 1937.

(1) Nome convencional para figurar os centros de grandes reuniões espirituais no plano Invisível. - O Autor Espiritual. (XAVIER, Sd. Capítulo 25 da edição virtual) (Grifos meus)

E, o Menino ainda dizia de suas experiências...

Novas dimensões do conhecimento

Há muitas coisas novas no campo atual dos conhecimentos e das pesquisas sobre Astronomia, que estão forçando a inteligência humana a rever os seus conceitos sobre os Universos, na marcha inconsciente da Ciência à procura de Deus.

Dissemos propositadamente Universos, no plural, porque esse é um dos pontos nodais da atual problemática científica, desde muito tempo desvinculada não só das ideias medievais de geocentrismo, mas igualmente das teorias heliocêntricas restritas ao antigo Universo conhecido.

Tal é a velocidade atual do progresso dos estudos humanos, que, a partir do ano de 1929, o valor do raio de curvatura do Universo passou a ser deduzido das equações que Einstein formulou entre 1912 e 1915. Isto, em consequência da descoberta, por Edwin Hubble, das fugas das galáxias.

Aliás, a idéia einsteiniana de um Universo finito e ao mesmo tempo ilimitado comporta hipóteses ainda em aberto, pois até agora não se pôde medir a densidade média da matéria, para identificar-se o seu valor crítico limite. Antes que isso seja conseguido, não há como concluir-se por um Universo fechado, ou, ao contrário, por uma curvatura espacial negativa que o levaria a expandir-se constante e interminavelmente em todas as direções.

Enquanto se discute ser ou não aberto ou fechado o Universo conhecido, em contínua expansão ou em permanente criação de matéria nos espaços intergalácticos, o astrônomo soviético Ambartsumian em nossa opinião bem mais próximo da realidade, traz à discussão a ideia de que o Universo em que vivemos, realmente curvo e fechado, como entendeu Einstein, é apenas uma metagaláxia, além da qual muitas outras ostentam, no Infinito, diferentes características de espaço-tempo.

Pouco a pouco, vai o homem se abeirando de mais ampla compreensão acerca da insondável magnificência do Criador e de sua infinita e incessante Criação. De surpresa em surpresa, a 327

Ciência estuda agora o fato, verificado pelo norte- americano Low e comprovado pelas sondas espaciais Pioneiro 10 e 11, de que Júpiter emite quase o triplo da quantidade de energia que recebe do Sol. Conclusões posteriores e independentes, dos soviéticos Rostov e Iaktsk, evidenciaram, por outro lado, que aquele astro apresenta a constituição própria de uma estrela em franca expansão.

Agora, já se admite que reações nucleares internas, semelhantes às do nosso astro-rei, levarão Júpiter a tornar-se, dentro de talvez uns dois bilhões de anos, um novo Sol, pouco antes, segundo se presume, da extinção do nosso Sol atual. (SANT’ANNA, 1980. P. 17-18)

(...)

Durante séculos a fio a Humanidade acumulou montanhas de ódios, e já a emanação sedimentosa dos pensamentos sombrios e ferozes se aglomera sobre a Terra, em espessas camadas superpostas e ameaçadoras, que lembram cirros virulentos e invisíveis. O monstro da destruição, por ela alimentado com tanta solicitude, rosna sanhudo à sua face, qual áspide principescamente criada para o assassínio traiçoeiro do seu dono.

O vendaval não tarda a desencadear sobre as valas torturadas do orbe a procela furiosa que se alimenta de sangue e que se banha nas lágrimas. Relegado o Evangelho do Cristo, olvidados os seus divinos ensinamentos, ergastulado no cárcere dos dogmas o espírito sublimado da sua Doutrina de Amor, que outra coisa poderia suceder à Humanidade desvairada, senão a completa bancarrota dos seus princípios superiores, esmagados perante o esquife da justiça, apunhalada pelo egoísmo feroz, nos delírios da vaidade e da rapina?

Na orgulhosa presunção da sua trágica cegueira, o homem rejeitou a direção de Jesus, chafurdando-se no mar das experiências dolorosas do desvario e dos crimes. Agora, num crepúsculo agoniado de jornada, treme assustadiço ante os densos novelos de fumaça que sobem do monturo letal dos próprios erros!

Armados até os dentes, espreitam-se os povos, numa estranha dança de malabarismos fatídicos, temendo pela sorte. Os engenhos de destruição engendrados pelo homem ameaçam-lhe a própria sobrevivência e a dura necessidade de paz não consegue suplantar a fantástica miragem da luta de extermínio. Eis o salário da rebeldia humana! Eis o altíssimo preço da ambição!

A tormenta desabará. A Justiça Divina, que dá a cada qual segundo as suas obras, não susterá o automatismo da lei de causa e efeito, que o Espiritismo tão bem define e prega. A sementeira de maldades e ignomínias rebentará num oceano de frutos amargos de prantos e de dores, e o homem aprenderá, por fim, que o Evangelho do Senhor não é um conto de fadas, mas uma Lei de Vida, que ninguém pode violar sem funestas consequências.

Então, raiará para a Terra um Novo Dia. As lições maravilhosas de Jesus, vivificadas e restabelecidas em sua pureza original pela Terceira Revelação, regerão as manifestações do sentimento enobrecido nas forjas da amargura. Uma Nova Aurora despontará, fecunda, para este orbe triste e a aleluia de há dois mil anos ressoará, mais vivida e mais clara, nas quebradas dos nossos alcantis. O Espírito do Bem remará na alma dos homens. Cristo vencerá! (Idem. P. 143-144) (Grifos meus)

Olhar, amar, dizer o Bem, chamar ao Bem... inspirava A Criança com Seus Olhos...

Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?, perguntou ele. Então olhou para os que estavam assentados ao seu redor e disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe. Marcos 3:31-35 (Grifos meus)

E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me. Mas ele, contrariado com essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.

329

Então, Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas! E os discípulos se admiraram destas suas palavras; mas Jesus, tornando a falar, disse- lhes: Filhos, quão difícil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus. Marcos 10:21-25 (Grifos meus)

Em seguida, virou-se para a mulher e disse a Simão: Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos.

Você não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar os meus pés.

Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas ela derramou perfume nos meus pés.

Portanto, eu digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados; pois ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama.

Então Jesus disse a ela: Seus pecados estão perdoados. Lucas 7:44-448 (Grifos meus)

O Senhor voltou-se e olhou diretamente para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra que o Senhor lhe tinha dito: "Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes. Saindo dali, chorou amargamente. (Lucas 22:61-62). (Grifos meus)

Jesus, porém, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus. Lucas 18:16. (Grifos meus)

E, recordando o que vira com A Criança mais Criança de todas as Filosofâncias, trouxe de novo ao coração quantas vezes estiveram separados Um do Outro por seus desatinos. Os dois se deram as mãos, e de Seus olhos grandes em órbita escura - quatro botões de flor do espaço - uma constelação de saudades brilhou em forma de lágrimas que teimaram em se despejar

devagarinho, lavando a Alma... pois sabiam porque “a edificação do reino do céu no coração dos homens deve constituir a preocupação primeira, a aspiração mais nobre da alma, as esperanças centrais do espírito!”... O Evangelho – continuou o Mestre, estando o apóstolo a ouvi-lo, atentamente – não pode condenar os laços de família, mas coloca acima deles o laço indestrutível da paternidade de Deus. O reino do céu no coração deve ser o tema central de nossa vida. Tudo mais é acessório. A família, no mundo, está igualmente subordinada aos imperativos dessa edificação. Já pensaste, Pedro, no supremo sacrifício de renunciar? Todos os homens sabem conservar, são raros os que sabem privar-se. Na construção do reino de Deus, chega um instante de separação, que é necessário se saiba suportar com sincero, desprendimento. E essa separação não é apenas a que se verifica pela morte do corpo, muitas vezes proveitosa e providencial, mas também a das posições estimáveis no mundo, a da família terrestre, a do viver nas paisagens queridas, ou, então, a de uma alma bem-amada que preferiu ficar a distância, entre as flores venenosas de um dia!...

Ah! Simão, quão poucos sabem partir, por algum tempo, do lar tranquilo, ou dos braços adorados de uma afeição, por amor ao reino que é o tabernáculo da vida eterna!! Quão poucos saberão suportar a calunia, o apodo, a indiferença, por desejarem permanecer dentro de suas criações individuais, cerrando ouvidos à advertência do céu para que se afastem tranquilamente!... Como são raros os que sabem ceder e partir em silêncio, por amor ao reino, esperando o instante em que Deus se pronuncia! Entretanto, Pedro, ninguém se edificará, sem conhecer cada virtude de saber renunciar com alegria, em obediência à vontade de Deus, no momento oportuno, compreendendo a sublimidade de seus desígnios. Por essa razão, os discípulos necessitam aprender a partir e a esperar onde as determinações de Deus os conduzam, porque a edificação do reino do céu no coração dos homens deve constituir a preocupação primeira, a aspiração mais nobre da alma, as esperanças centrais do espírito!... (XAVIER, 1985. Capítulo 12) (Grifos meus)

331

Choraram melancólicos...... Agora, o Menino sorria, e brincando com a nave como se fosse um chapéu de coco rodopiando pelo espaço, pensava alto: “a vida está apenas alvorecendo e as crianças do mundo te saúdam”... Do sorriso foi à gargalhada, batendo palmas de contentamento... E seguia, “além da Terra, além do Céu”, “pluriamando”, avacalhando, achakanando, deslizando pelo arco-íris com a Bernúncia, cantando todas as suas canções de 80 mil anos de viagens...

Figura XX . O navegador do futuro: Contato. O personagem leva nas mãos um modelo da nave Pioneer e um Barquinho de Papel. Ilustração do autor para a Mandala de 2017, tendo

...... Depois de muitas lembranças acessadas, em que se viam e viam como a um teatro ao vivo... - Quantas vezes Eu nasci e renasci “dinovo” contigo? - perguntava-me, sempre brincando, porque sabia a resposta... - Eu sabo que você sabe... - sorria eu, tamborilando em sua careca onde havia cabelos feito crina de cavalo muitas eras atrás... - Que viagem bacana nós fizemos - expressava em sentimento e pensamento na música que saía de seus lábios como “palavras” que há muito deixara de “falar”. Só cantava... E os dois seguiam naquela sinfonia dialogando Um com o Outro depois de voltar para atender àquele “alô das crianças 333

da Terra”. Estavam se dirigindo para aquele Sol brilhante como estrela “Intrometida”, no meio dos braços da Cruz tão amada que avistavam do planeta onde viveram tantas vezes. - Você se recorda como a chamávamos de “Ponte do Arco-Íris? - Zim... E, no meio do caminho dessa viagem, no primeiro dia daquele Baktun, dizíamos que nos daríamos as mãos “pem” na metade dela, e Você “mideu” um delicioso torrone de morango, que sinto o gosto dele até hoje... - Quer outro agora? - tirou uma barrinha energética rosada, crocante, cheio de doçura e com sabor de quarenta vezes mil boas recordações. - Queeeeeeeeeelo! - gritou o menininho dando gargalhadas... - Mas a metade é para “Vocêzíneo”, para que não fique com inveeeeeeja! - Huahuahuahuahua - cantavam gargalhadas feito looooooooocos... Breve, brevíssimo já passavam pela “Caixa de Jóias” gritando “Eeeeeeeeeee”, até que chegaram ao Porto Epsilon. Ao redor, bailavam nos limites daquele abraço de cinco Estrelas outros 49 sóis radiantes, faróis de moradas de tantos outros seres queridos em planetas que pontilhavam entre estradas luminosas. E, lá longe, de seu antigo Lar pelas bandas de Capela alguém enviava mensagens convidando para uma reunião importante perto dali. Dali a pouco cantavam conversando com seus irmãos das Plêiades. A reunião, na verdade, era uma festa de re- encontro. Em Alcíone preparavam a chegada de antigos habitantes que um dia partiram para a Terra. Felizes da vida, sabiam que voltariam para aquela região de onde Espíritos bondosos cuidavam de tudo e de todos dali da “Constelação dos Sete Cabritos”, um para cada cor do arco-íris... Eles voltariam para Casa... Felicitas Quae Sera Tamen...

Figuras XX e XX . Mapa das Mãos Dadas (2018). Penúltimo dia em um Mundo Caduco. Criado e colorido à quatro mãos para a subida ao Monte Real.

Então as portas do seu coração abriram-se e a sua alegria voou longe sobre o mar. E ele fechou os olhos e orou no silêncio da sua alma.

No entanto, não posso demorar-me mais. O mar que chama todas as coisas, chama-me também e tenho de embarcar.

Uma voz não pode transportar a língua e os lábios que lhe deram asas. Terei de procurar sozinho o etéreo.

Quantas vezes velejastes nos meus sonhos. Agora apareceis no meu despertar, que é o meu sonho mais profundo. 335

Pronto estou eu para ir, e a minha ânsia pelas velas desfraldadas aguarda o vento. Só respirarei mais uma vez neste ar imóvel, só mais um olhar de amor para trás, E então encontrar-me-ei entre vós um marinheiro entre marinheiros.

Profeta de Deus, na busca do supremo, muito procuraste as distancias do teu navio. E agora o teu navio chegou e tu tens de ir. Profunda é a ânsia pela terra das tuas memórias e pelo paradeiro dos teus maiores desejos; e o nosso amor não te vai reter, nem as nossas necessidades te prenderão.

E agora que vais partir pedimos-te que fales conosco e nos reveles a tua verdade. E nós passá-la-emos aos nossos filhos, e eles aos filhos deles e ela nunca morrerá.180

Kahlil Gibran O Profeta

180 Trechos de “A chegada do navio”. In GIBRAN, Kahlill; CHALLITA, Mansour. O profeta. Rio de Janeiro, RJ: Associação Cultural Internacional Gibran, 1972. (Grifos meus)

Figuras XX e XX . O Barco do Descobrimento (2018). Último dia em um Mundo Caduco. A Mandala (2014) re-inicia outra volta, outro Baktun, para subir o Monte Real.

337

Depois, uma mulher que trazia uma criança ao colo disse, Fala-nos das Crianças.

E ele respondeu:

Os vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da Vida que anseia por si mesma.

Eles vêm através de vós mas não de vós. E embora estejam convosco não vos pertencem.

Podeis dar-lhes o vosso amor mas não os vossos pensamentos, pois eles têm os seus próprios pensamentos.

Podeis abrigar os seus corpos mas não as suas almas. Pois as suas almas vivem na casa do amanhã, que vós não podereis visitar, nem em sonhos.

Podereis tentar ser como eles, mas não tenteis torná-los como vós. Pois a vida não anda para trás nem se detém no ontem. Vós sois os arcos de onde os vossos filhos, quais flechas vivas, serão lançados.

O arqueiro vê o sinal no caminho do infinito e Ele com o Seu poder faz com que as Suas flechas partam rápidas e cheguem longe.

Que a vossa inflexão na mão do Arqueiro seja para a alegria; Pois assim como Ele ama a flecha que voa, Também ama o arco que se mantém estável.181

Kahlil Gibran O Profeta

Lança-nos com Seu Arco-Íris até o topo do Monte Real, Bem- amada Criança... De lá, aponta-nos a Casa do Amanhã de Seus Sonhos para o nosso país e Outro Mundo...

181 “Sobre as Crianças”. In GIBRAN, Kahlill; CHALLITA, Mansour. O profeta. Rio de Janeiro, RJ: Associação Cultural Internacional Gibran, 1972. (Grifos meus)

Figura XX . Chaplin (2014). Sorrio... Está representado na figura humana Sir Charles Spencer Chaplin, como personagem para a Mandala de 2014. Elaborada pelo autor em 2014. . (...) O mito cresce, Chaplin, a nossos olhos feridos do pesadelo cotidiano. O mundo vai acabar pela mão dos homens? A vida renega a vida? Não restará ninguém para pregar o último rabo de papel na túnica do rei? Ninguém para recordar que houve pelas estradas um errante poeta desengonçado, a todos resumindo em seu despojamento?

Perguntas suspensas no céu cortado de pressentimentos e foguetes cedem à maior pergunta que o homem dirige às estrelas. Velho Chaplin, a vida está apenas alvorecendo e as crianças do mundo te saúdam. 182

Carlos Drummond de Andrade A Carlito

182 ANDRADE, Carlos Drummond de. A Carlito. In CHAPLIN, Charles. Minha Vida. Tradução Rachel de Queiroz, R. Magalhães Júnior, Genolino Amado. Rio de Janeiro, RJ: José Olympio, 1989. p. xi 339

Figura XX . Boi de Mamão (2014). Pedagogizo, logo desisto... Estão representados na figura o Boi de Mamão, a Bernúncia achakanada e a Maricota, personagens do folclore açoriano na Ilha de Santa Catarina para a Mandala de 2014. Elaborada pelo autor em 2014, estes personagens nasceram para uma camiseta desenhada para o CALPE (Centro Acadêmico Livre Pedagogia, da UFSC) durante a graduação no curso de Pedagogia, e saíram dali para “catar” histórias.

Mas, além das imagens da forma, tantas vezes lembradas pelos psicólogos da imaginação, há imagens da matéria, imagens diretas da matéria. A vista lhes dá nomes, mas a mão as conhece. Uma alegria dinâmica as maneja, as modela, as torna mais leves. Essas imagens da matéria, nós as sonhamos substancialmente, intimamente, afastando as formas, as formas perecíveis, as vãs imagens, o devir das superfícies. Elas têm um peso, são um coração.

(...)

Só um filósofo iconoclasta pode empreender esta pesada tarefa: discernir todos os sufixos da beleza, tentar encontrar, por trás das imagens que se mostram, as imagens que se ocultam, ir à própria raiz da força imaginante.

No fundo da matéria cresce uma vegetação obscura; na noite da matéria florescem flores negras. Elas já têm seu veludo e a fórmula de seu perfume. 183

Gastón Bachelard A Água e os Sonhos

Figura XX . Ilustração para capa de Facebook do aniversário de Vincent van Gogh, 30 de março de 2015. “A consciência é a bússola de um homem” (Van Gogh). Estão representados na montagem o personagem Vincent no seriado “Doctor Who”, (S05E10, 2005) “Vincent and the Doctor”184, interpretado pelo ator Tony Curran, quando o protagonista da série viaja no tempo e encontra o pintor. Fundo com imagens de “Noite Estrelada” (1888) e recriação do quarto de Van Gogh, com recorte de foto do autor, o retrato de Camille Roulin (1888) sobre a cadeira, a Mandala da Educação e a pintura “A Liberdade guiando o povo” (1830), de Eugène Delacroix na estante, um chapéu com girassol e um bolo sobre a mesa.

Além da Terra, além do Céu, no trampolim do sem-fim das estrelas, no rastro dos astros, na magnólia das nebulosas. Além, muito além do sistema solar, até onde alcançam o pensamento e o coração, vamos!

183 BACHELARD, Gastón. A Água e os Sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes, 2013. P.2. (Grifos meus) 184 Episódio disponível (inglês) em . Informações em e . Vincent visita exposição sobre si mesmo, no futuro: . 341

vamos conjugar o verbo fundamental essencial, o verbo transcendente, acima das gramáticas e do medo e da moeda e da política, o verbo sempreamar, o verbo pluriamar, razão de ser e de viver185.

Carlos Drummond de Andrade Além da Terra, além do Céu

185 Trecho de ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa: conforme as disposições do autor. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2007. (Grifos meus)

Figura XX . Os navegadores antigos e os da contemporaneidade têm uma estrada gloriosa... Ilustrações do autor para a Mandala de 2017.

343

O presente é o horizonte de eventos entre o passado que vem pela frente e o futuro que vem por trás, o instante fugaz entre o mundo de acima e de abaixo, o trampolim entre o micro e o macrocosmo, um estouro iluminado das recordações e procurações que trazemos de volta e buscamos ao coração no compassado da vida...

Figura XX . Bituca, inventor de cais (2016). Está representado na figura o “Bituca”, Milton Nascimento, aos 3 anos de idade com uniforme de marinheiro, no Trem-Barco da Felicidade de ”quem queria ser feliz” e se inventa “sonhador”. À esquerda uma roda de estrelas coloridas representando a Constelação das Plêiades e, do lado direito a Constelação do Cruzeiro do Sul. Personagem para a Mandala de 2017. Elaborado pelo autor. Foto: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10208649852661113&set=a.10201816541432603. 1073741858.1154289375&type=3&theater

345

Amigo é coisa pra se guardar Debaixo de sete chaves, Dentro do coração, assim falava a canção que na América ouvi, mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir, mas quem ficou, no pensamento voou, com seu canto que o outro lembrou E quem voou no pensamento ficou, com a lembrança que o outro cantou. Amigo é coisa para se guardar No lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância, digam não, mesmo esquecendo a canção. O que importa é ouvir a voz que vem do coração. Pois, seja o que vier, venha o que vier Qualquer dia amigo eu volto a te encontrar Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar...186

Milton Nascimento Canção da América

186 Canção da América é a tradução da canção "Unencounter" composta por Milton Nascimento em inglês em homenagem ao seu amigo sul-africano Ricky Fataar e gravada em 1979 no álbum Journey To Dawn. . (Grifos meus)

Figura XX . Imagem para o Resumo da tese. (2017) 11 . Cruzeiro do sul chakana re-evolução paqonawta Elaborada pelo autor para apresentar o resumo na qualificação.187

187 Disponível no álbum de Facebook restrito à visitação das orientadoras, possivelmente a ser aberto aos membros da banca examinadora: .

347

Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.

A ciência não é só compatível com a espiritualidade; é uma profunda fonte de espiritualidade.

Às vezes acredito que há vida em outros planetas às vezes eu acredito que não. Em qualquer dos casos, a conclusão é assombrosa.

Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço.

O que é mais assustador? A ideia de extraterrestres em mundos estranhos ou a ideia de que, em todo este imenso universo, nós estamos sozinhos?

Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia.188

Carl Sagan

188 In “Nove razões pelas quais você precisa saber mais sobre Carl Sagan. Autor de 'Cosmos', astrônomo falava de ciência como ninguém”. Disponível em < http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2013/12/8-razoes-pelas-quais-voce- precisa-saber-mais-sobre-carl-sagan.html>. Acesso em 08 de julho de 2016.

Figura XX . Mãoborleta com a Profa. Eloísa Rocha deu a mão ao meu sonho (2016). Campus Trindade, UFSC, 02 de junho de 2015, em evento do NDI, Núcleo de Desenvolvimento Infantil/UFSC .189

Conhecimento e Imaginação juntos, andando, voando e navegando pelo Cosmos batendo as mãos em Mãoborletas... me jogando às nuvens, botando a mão na água e no fogo, no trem...no coração... na massa para fazer a tese... na cruz do povo, no sonho do povo da raça Brasil...

Põe a mão na água, põe a mão no fogo Põe a mão na brasa do meu coração Põe a mão na mágoa, põe a mão no povo Põe a mão na massa pra fazer o pão

Ponha fé na vida, ponha o pé na terra Fale com quem fala o mesmo que você Sonhe com quem sonha o mesmo que você Viva com o povo da raça Brasil

Põe a mão na água, põe a mão no fogo Põe a mão na brasa do meu coração Põe a mão na mágoa, põe a mão no povo Põe a mão na massa pra fazer o pão

189 Disponível no álbum Mãoborletas do Facebook do autor: . 349

Venha para a rua ver o movimento De João, Maria, Tereza e José Gente que nasceu, amou, sofreu aqui Todo dia carregando a mesma cruz

Põe a mão na água, põe a mão no fogo Põe a mão na brasa do meu coração Põe a mão na mágoa, põe a mão no povo Põe a mão na massa pra fazer o pão

Mate a minha sede, mate a minha fome Faça do meu corpo o seu corpo irmão Com um nó bem dado como um cipó Que ninguém consegue nunca desatar

Põe a mão na água, põe a mão no fogo Põe a mão na brasa do meu coração Põe a mão na mágoa, põe a mão no povo Põe a mão na massa pra fazer o pão

Sonhe com um sonho que ninguém sonhara Sonhe com um povo gêmeo siamês Que nenhuma força pode separar Que nasceu unido e unido vai viver

Põe a mão na água, põe a mão no fogo Põe a mão na brasa do meu coração Põe a mão na mágoa, põe a mão no povo Põe a mão na massa pra fazer o pão190

Milton Nascimento Povo da Raça Brasil

190 Música de Milton Nascimento e Fernando Brant, interpretada por Milton no álbum “Maria Maria Último Trem” (1986) pelo selo Far Out Records. Álbum completo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=rZKBPjn9xRU> com a referida música em 01:19:01 min. (Grifos meus)

Figura XX . O Boi DilmaMão em Floripa e Brasil Inconfidente (2016). #BoideMileUmaMãos contra o golpe e pela democracia com Dilma Rousseff e Lula.191

......

#LulaLivre #Lula2018

191 No Facebook do autor: em 06 de abril de 2016 .

351

Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante Gravai com Buril nos pátrios anais o vosso poder Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante

Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz Cumpri o dever na guerra e na paz À sombra da lei, à brisa gentil O lábaro erguei do belo Brasil, Eia! sus, oh, sus!192

Hino Nacional Brasileiro Introdução

192 Introdução do Hino Nacional Brasileiro. A palavra "sus" é uma interjeição que vem do latim sus: "de baixo para cima"; que chama à motivação: erga-se!, ânimo!, coragem! Neste contexto é sinônimo de "em frente, avante". https://pt.wikipedia.org/wiki/Hino_Nacional_Brasileiro

PURA IMAGINAÇÃO... PURA EDUCAÇÃO COM IMAGINAÇÃO

Figura XX . O Palhaço Catador de Histórias na Ciranda das Crianças. (2014) Cortejo da Ciranda de Crianças na X ANPED Sul, na UDESC, chamando as crianças para saírem das cavernas, quando para ali foram levadas pelo Flautista de Hamelin. Foto: Juliano Pfutzenreuter Nunes193

Abra os olhos... Abra suas asas... Solte a respiração... Realize o seu pedido... Conte até cinco dedos de uma mão... Dez dedos de duas mãos... Pura imaginação... Imãoginação... Simplesmente, olhe, veja à sua volta, à nossa re-vira-volta... Seja... Abra as asas à imagem-em-ação...

193 Disponível no álbum de Facebook do autor, “Ciranda das crianças na X ANPED Sul”: .

353

Pura Imaginação

Feche os olhos Prenda a respiração Faça um pedido Conte até três

Venha comigo e você vai estar Em um mundo de pura imaginação Dê uma olhada e você verá Dentro da sua imaginação

Vamos começar com uma rodada Viajando no mundo de minha criação O que veremos vai desafiar Explicação

Se você deseja vislumbrar o paraíso Simplesmente olhe em volta e veja-o

O que quiser fazer, faça-o Quer mudar o mundo, não há nada nisto

Não há vida que eu saiba Para comparar com pura imaginação Vivendo lá, você será livre Se você realmente deseja ser

Se você deseja vislumbrar o paraíso Simplesmente olhe em volta e veja-o O que quiser fazer, faça Quer mudar o mundo, não há nada nisto

Não há vida que eu saiba Para comparar com pura imaginação Vivendo lá, você será livre Se você realmente deseja ser194

194 “Pure Imagination” no original, na trilha sonora de “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, filme de 1971, escrita por Leslie Bricusse and Anthony Newley.

Figura XX . Capa de “Evídeo” Estotorando de Alegria em Felicidade ainda que tardia, Blog do autor. (2018) Criada a primeira capa em 2014 na sequência dos blogs desenvolvidos no mestrado: Filosomídia (2010) e Telejornais e Crianças no Brasil (2011)195 no encontro com o menino de Meus Olhos Comigo e sua mão Estotorântica o personagem se transforma, em Criança, uai! Em Crianças de olhos e mãos dadas, uai!

E quando uma flor vai se abrir, quando a macieira vai dar sua luz, sua própria luz, branca e rosada, saberemos com certeza que uma única árvore é todo um universo.196

Bachelard O Ar e os Sonhos

Tradução por Stephanie Zunino. Disponível em . 195 Endereços já citados em Blogografia do autor nas Referências.

196 BACHELARD, Gastón. O Ar e os Sonhos: ensaio sobre a imaginação do movimento. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes, 2001. P. 229.

355

Flor da terra, muito úmida e fresca, brota-me a palavra para quebrar teus limites, teus muros de antigas separações e mostrar-te onde ficam as nascentes, os caminhos ensolarados, as terras de encontro. Doce e breve flor do reencontra, transformo-me para tenhas teu sinal visível no roteiro.197

Célia Laborne Tavares Revelação

Recordando... desde o Mundo Caduco ao Outro Mundo... Lá em Cima... Cá embaixo...deslizando, rodopiando, espiralando, trans-formando... re-evoluindo... Vejo... Beijo... Achakando...

Aqui em cima, entre as Estrelas, senso cósmico... Lá em cima, Chapéu de Capitão... Cá embaixo, Chapéu de Pedagogo-Palhaço se metendo em todas essas peripécias... Estotorando: Vivendo, nascendo, morrendo... renascendo em Alegria, se entregando e buscando a Felicidade...

- Queremos para Nós o Espírito dessas frases...

Alfa e Ômega... Infinito... ao quadrado Big-Bang... Buraco Negro... Buraco Colorido... Árvore do Conhecimento do Bem e do mal... Árvore da Vida... Mapas...Mãopas... Porto do Galo, Porto dos Patos... Porto das Estrelas... Cadernos, livros, folhas... Barquinho de papel... Disco Voador... Poesia... Poevida... Religião, Filosofia, Ciência... Espiritualidade... Conhecimento... Sabedoria... Cérebro, Coração... Coracérebrão... Sentimento, Pensamento... Transmimento de Pensação...

197 TAVARES, Célia Laborne. O Quinto Lotus. Belo Horizonte, MG: Edição da Autora, 1972. P. 43. Dedicatória na página: “Para o Leopoldo com um abraço amigo da Célia Laborne Tavares. 1/1995

Estética... Estesia... Pés na Terra... Mãos no Céu... Camelo, Leão... Criança... Cruz... Chakana... Prova e expiação... Regeneração... Desânimo... Animação... Paz... Pás e regador... Caneta... Lápis de cor... Teclado... Mãoclado... Mágica... Cura... Tristeza... Alegria... Bofetão... Carícia... Culpa... Inocência... Luxúria... Candura... Corpo... Alma... Dor... Amor... Desespero... Esperança... Escrever, Ler... Ver... Liberdade... Felicidade... Revolta... Re-vira-volta... Revolução... Re-evolução... Educação... Evolução... Abecedário... Estrelário... Pedagogia... Mãodagogia... Conduzir... Com-duzindo... Matéria, velocidade, Energia... Luz... Quadrado, Cubo... “Cruzbo Im-possível”... Enésima potência... Estotorésimo Poder... Morro do Pantanal... Monte Real... e Além... História... Estototória... What to do with this, What I did with that... What I am With You... De onde vim... Doncovim... Quem sou eu... Quemcosô... Para onde vou... Proncovô... Com Você... Cocê... Bonitinho... Ponitinho... Não... Nonono... Sim... Zimmm... De jeito nenhum... Dijeinenhum... Te dou a Mão na cara... Tidou a Mão Nakara... 357

#1... #2... Normalzinho... Loooooco... Ter... Ser... Pedra no caminho... Pedra no carinho... Cortar as asinhas... Abrir as Asas em Mãos... Tá bom... Tá pom... Bom dia, boa noite... Pom dia, Pom jourr, Basnoite... Feche os olhos, conte até três... Abra os Olhos, conte até cinco... Estou indo... Toindo, Zoindo... 08:11... 09:11... 19:11... 20:11... 22:22... 23:22... 00:00... 01:00... 00:01... 01:01... Oooi... Oioi... 28... 15.540.042.028 57... 15.540.042.057... Aqui, ali... Acolá e além... Terceira dimensão... Oitava dimensão... Sozinho... Contigo et Cobigo Esqueci... Lembre dimim... Ordem de Cristo... Ordem do Cristo Fiat Lux... Fiat voluntas Tua Amém... Ameia... Eu, Tu... Nós... Beleza... Belezura... Quero... Queeeelo... Gostei... Adooooro... Cachorro-quente... Catíoro quente... Torrone de maní... Torrone de morango... Boca... Nariz... Janela... Janelinha... Porta... Portal... Campainha... Péeeeem Toc Toc... Totorotoc... Tic Tac... Totorotic Totorotac... Para onde vamos... Terras Sem Nome da Nossa Imaginação... Fica, vem... Vamos de Mãos Dadas... Paco, Ltikinho... Paqonawta et Totoronawta...

E, por aí vai... vamos... somos...

Elesfalantes...

359

Figuras XX e XX . O Filosofante. o Eleofalante e os Elesfalantes (2014-2018) Personagens a chamarem, a se entregarem, a buscarem mãos que se deem a Eles para re-vira-voltar e descobrincar, se re-vira-voltarem e se descobrirem de onde vêm, quem são e para onde vão no Mundo... no Outro Mundo... no Cosmos... por “Todas as terras Sem Nome da Imaginação”198... Arte do autor.

198 TAGORE, Rabindranath. Trecho de Estesia. FRANCO, Divaldo Pereira. Estesia. Pelo Espírito Rabindranath Tagore. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada Editora, 1987. p. Texto no final da dissertação de mestrado do autor, em 2011.

...Eis o meu pobre elefante pronto para sair à procura de amigos num mundo enfastiado que já não crê em bichos e duvida das coisas. Ei-lo, massa imponente e frágil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde há flores de pano e nuvens, alusões a um mundo mais poético onde o amor reagrupa as formas naturais...199

Carlos Drummond de Andrade O Elefante

Elefante... “Eleofalante”... Filosofante... “Elesfalantes”... “um mundo mais poético”... uma “Pedagogia Poética”... os olhos... alheios “a toda fraude”... Bem-te-visão... Musas Inspiradoras... Ontem... Amanhã... Sempre, o Re-começo!

O Elefante

Carlos Drummond de Andrade

Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos móveis talvez lhe dê apoio. E o encho de algodão, de paina, de doçura.

199 ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. In A Rosa do Povo. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2000. P. 168-169. 361

A cola vai fixar suas orelhas pensas. A tromba se enovela, é a parte mais feliz de sua arquitetura.

Mas há também as presas, dessa matéria pura que não sei figurar. Tão alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupção. E há por fim os olhos, onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude.

Eis o meu pobre elefante pronto para sair à procura de amigos num mundo enfastiado que já não crê em bichos e duvida das coisas. Ei-lo, massa imponente e frágil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde há flores de pano e nuvens, alusões a um mundo mais poético onde o amor reagrupa as formas naturais.

Vai o meu elefante pela rua povoada, mas não o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaça deixá-lo ir sozinho.

É todo graça, embora as pernas não ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurrão. Mostra com elegância sua mínima vida, e não há cidade alma que se disponha a recolher em si desse corpo sensível a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante.

Mas faminto de seres e situações patéticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das árvores ou no seio das conchas, de luzes que não cegam e brilham através dos troncos mais espessos.

Esse passo que vai sem esmagar as plantas no campo de batalha, à procura de sítios, segredos, episódios não contados em livro, de que apenas o vento, as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois só ousam mostrar-se sob a paz das cortinas à pálpebra cerrada.

E já tarde da noite volta meu elefante, 363

mas volta fatigado, as patas vacilantes se desmancham no pó. Ele não encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, em que amo disfarçar-me. Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel. A cola se dissolve e todo o seu conteúdo de perdão, de carícia, de pluma, de algodão, jorra sobre o tapete, qual mito desmontado. Amanhã recomeço.200

200 ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. In A Rosa do Povo. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2000. P. 168-169.

Figura XX . O Boilho de Umamão com seu Olho de Totouro, o Mouse re- animado e o Paqototoro Cósmico. (2018) Espécie-personagem re-evolução do Boi de Mamão, conta em seu manto feito de instantes do espaço-tempo toda uma trajetória desde a Escola Estrelada até à estrela Aldebarã, o Olho do Touro, na Constelação em que a nave Voyager 1 chegará em 2 milhões de anos, para Alegria do Paqototoro Cósmico, asa e coração formado pelas digitais/trajetórias de dois polegares, pertinho, pertinho de nosso Sol Central, da Estrela Alcione, nas Plêiades... Arte do autor. 365

Consideração Finalíssima «Deixai vir a mão das criancinhas»

Hoje é um dia muito especial... esse em que tento falar e escrever, desenhar e colorir a vocês da minha bem-te-visão... pois é também um dia de despedida, embora seja o de um encontro, re-encontro... Re- começo... Adeus.. Olá... Até breve... Au revoir... Oi... Oooi... Eeeee... Choro, e sorrio... Da minha parte, creio ter lhes apresentado a mais simples tese de que “é possível sair da caverna” e, “que somente (aqueles que se transformam e se fazem como, e dão a mão à Criança) as crianças conseguem isso”. Obviamente, não cortei as asas da minha imaginação, respondo à pergunta que fiz no início... Pelas minhas e as demais histórias que se seguiram, imaginativas e à semelhança de um sonho desperto, de despertar, des-petalar, umas se interpondo, intercalando, sobrepondo, relacionando, se desenhando, se conectando às outras por todos os lados nesse jeito de me expressar, “ao Leo”, eu poderia ter colado mil e uma imagens dessa viagem de 80 mil anos em quatorze bilhões, quinhentos e quarenta milhões e quarenta e dois mil anos, do Big-Bang até daqui, de hoje, aos anos 42.018 e 42.000.018, de uma era que bem poderia se chamar de Período do “Cosmos sapiens”, e “Super Ultra Mega Power Escalafobética Plenamentissimamente” Imaginozóico. Para mim, Era Totorântica... Totoro é o (re)encontro com o Amor da Alma, a Cura, o dar as mãos em Alegria pela Felicidade, é o “hoje” no meio da bem-te-visão dessa história plena de Marcos no Roteiro do Caminho da Alma... A mão da caverna... A Mão do Quiromântico... A Mão da nave Pioneer...A Mão do Paqonawta e a Mão do Totoronawta: a Mão de um e o Olho do Outro. O que começou um ciclo com o Boi de Mamão, Maricota e Bernúncia Achakanada, segue em buscas e ao encontro da abertura de Portas e do Portal Colorido, com o “Boilho de Umamão”. Olho de Totouro guiando o voo da nave do Planeta Terra até Aldebarã, Estrela de magnífica grandeza, o Olho de Touro em sua Constelação... para a Alegria do “Paqototoro Cósmico”... Demos esses saltos, como expresso no Mapa do Sumário, sobre todos os territórios demarcados na história do Mundo Caduco, desde os primeiros mapas, os que se viam nos céus, as estrelas, até os que os mais potentes telescópios hoje podem divisar, e além, na imaginação... Imago mundi... Imagem do Mundo... Magi... Mago... Magia... Imãoginação...

Desde Tato na caverna pré-histórica até o Contato, passamos encarnados e desencarnados por mil cavernas, no seguir aos trancos e barrancos aquela inscrição no pórtico do Oráculo de Delfos - “Conhece- te a ti mesmo” - a fim de infundir e fundar em nós a Felicidade pela “consciência de si mesmo” nessas paragens do Cosmos conhecida por Gaia, Terra, Pachamama. Eu, cheguei exilado e encontrei Ele, por infinita misericórdia e bondade de Alguém que nos cuida e ampara: um Filho do Planeta, Alma simples e boa, doce e linda, criança amorosa e gentil, estotorada até às entranhas mais profundas e sublimes alturas. Mas não viemos sós, e nem encontramos aqui um planeta desabitado. Ele, o Menino, era um dos habitantes desse mundo, escola e cidade no universo de muitas outras moradas. Milhões de outros seres sofridos e cabisbaixos, humilhados e vencidos pelo orgulho, pudemos encontrar recepção, abraços, mãos e roteiros a seguir para não nos perdermos no caminho de provas e expiações que se divisava à frente. Civilizações se criaram e se destruíram nesse caldeirão fervente com o tempero do pó de muitas estradas, aprendizados, derrotas e tentativas de reerguimento. Evolução. Criou-se nesse planeta uma história feita de dores e amores de muitos que se ajudavam como podiam dos dois lados da vida, encarnada e desencarnada. Acima de todas as considerações e tergiversações, essa tese é sobre “reencarnação”, algo do conhecimento de mais ou menos todos os povos desde a mais remota história do livro que começou a se escrever aqui, há quatro bilhões e meio de anos pelas Mãos e Vontade Dele: Quem eu, “Eleofalante”, chamo e vejo, umas e outras vezes como Menino Jesus, Cristo, Amigo, a Criança, Filosoinfante... A Criança Filosofante. Obviamente que por ser uma “digressão imaginativa” desde o início, muito menos eu esperaria de mim um trabalho erudito ao extremo, cheio de raciocínios complicados, um exercício intelectual de peso. Eu nem de longe sou um erudito e, logo, digrido. Rigorosamente, e academicamente, pesquiso imagens historicamente silenciadas que a Mão da Criança me mostrou, me levou a ver... me inspirou a desenhar poeticamente, imaginativamente. Entretanto, tento cumprir aqui o dever de também fazer da universidade o que eu espero dela, sabendo o que ela espera de mim. A academia pode ser também o espaço-tempo da descoberta, como é o lugar do ensino, pesquisa e extensão, tendo sido tantas vezes a própria 367

encarnação das três cabeças da Musa Medonha que des-inspira, anestesia, nos faz esquecer de onde viemos, quem somos e para onde vamos, nas profundezas de suas cavernas de aula. Desde a caverna pré-histórica, em quantas outras entramos e nos tornamos sombras de nossa dignidade espiritual sob os sóis da plenitude da Alma? Em qual caverna os homens se escondem com os saberes sobre o nascer de novo re-evolucionando a pedagogia, educação e os sistemas educacionais... para darem a necessária e precisa proteção à cada ser renascente no mundo, para ouvir a Sua Voz sob os Olhos dele, e criar um outro rumo e destino no Amor? Estar na caverna é ignorar que “nascemos de novo”, enfim... Então, o “conhece-te a ti mesmo”, em bom mineirês de quem é Bobo, me co-moveu a transparecer nessa digressão o “doncovim, quemcosô e proncovô” conectando minha própria história - com música e poesia - àquela que recheia uma Bibliografia dos mais diversos assuntos lidos, vividos, experenciados, ensinados, pesquisados e extensionados na creche escola e universidade, na minha singular e única vida na história do Cosmos até ao encontro com uma Alma Boa chegada de seus caminhos. Os escritos elencados na Bibliografia (e muitos outros mais) tomei como pressupostos, como água de todos os territórios por onde circulei, e que sobem levando seiva por meu corpo intelectual e, os vejo com o sentimento que os transformo em adubo necessário à mente e ao coração. Quis para mim o espírito de todas as suas frases, a forma transformada de seus escritos para encasar com Quem Eu Sou, e criar. Reafirmo que, desde sempre, minha proposta foi o de conectar palavras-chave nos mares do conhecimento às imagens que evocam, invoco e desenho, meus sentimentos e pensamentos, no que se revelará como a Mandala, imagem sintética, imagem-conto dessas histórias entrecruzadas no meio do caminho de 80 mil, 2 milhões de anos. Apresento a minha visão, bem-te-visão, pelo método e procedimentos propostos: o devaneio e o mapear. As leituras foram para mim muito proveitosas. Já sei muito do “conhecimento do bem e do mal”. Agora, Sou, Sou mais. Fisicamente estou embotado, exausto na panela caldeirão de pressão que é o doutorar- se. Doutor-andar foi mais suave porque as mãos me indicavam os caminhos. E, doutotoro-andar foi mais profundo e forte, por tão simples... porque deixei-me conduzir pelas mãos Dele, do Menino que se revelou com Ele, como infinitos Marcos no caminho... onde estão escritos uma Felicidade...

Essa escrita é, para mim, um mapa de palavras feito “Meiquinhofe” dessa Mandala - Buraco Colorido - que é, por sua vez, um Mapa das Mãos Dadas nessa história. Uma história contada em textos e imagens desde a dissertação, com o personagem meio Faravahar saindo espaço-tempo afora em busca da Criança transformada, seguindo com o Camelo e o Leão até um misterioso monólito próximo à pirâmide da Sabedoria instigando ao “o que é! o que é!” para descobrir o segredo dela na ponta do iceberg... e agora, descobre o segredo da ponta da Estrela, re-vira-voltado. Das “Crianças”, dos “Estudantes”, aos “Astronawtas”, “Cosmonawtas”... dando Asas às imagens-em-ação... Espiritualmente, estou leve, a ponto de volitar facilmente entre um Mundo e o Outro, com certa desenvoltura de quem ensaia futuros voos saltando da Árvore da Vida. Bato as mãos, bato as asas do conhecimento e sentimento com Sabedoria de quem é “velho” e se transformou em Criança com as mãos, ou pelas mãos Dele. Mãos... que querem agora no “presente” que “é tão grande” ser as de Jardineiro, da Infância. Semear essa compreensão da “reencarnação” necessária para evoluirmos aqui e além. Descuidamos do sentimento por milênios atrás do outro, desenvolvendo um intelecto abusado e orgulhoso à hipertrofiação que causou tanta infelicidade entre nós, às crianças que chegam ao planeta pelas vias do renascimento a fim de tentar conhecerem e melhorarem a si mesmas, evoluir. Compreendendo que até então, na história desse mundo, o papel do Pedagogo foi o de conduzir a criança, que defendi o “deixai vir à mídia as criancinhas” e suspirei pelo “deixai vir a Mim as criancinhas”, encaro, vejo no espaço-tempo da descoberta em que me co-movo o “deixai vir a mão das Criancinhas”. O Pedagogo-Palhaço desse grande presente entre o passado e o futuro é de ser aquele que dá a mão àqueles outros que se transformaram e se fizeram crianças, e criam o mundo do porvir, “para viver a existência espontânea e feliz, em comunhão com as disposições divinas da natureza espiritual”, re-cordo Sócrates no além, Acolá. Conhecendo e sabendo, sendo quem Eu Sou, agora, minha responsabilidade é viver em Pás e em Paz, no cumprimento consciente de meus deveres perante o Cosmos, como Pedagogo-Jardineiro da Infância, descobrindo nessa Pedagogia na perspectiva Cósmica o que, quando, como, onde e por quê fazer o meu trabalho, a minha vida.

“Trabalhemos por Jesus, ainda que a nossa oficina esteja localizada no deserto das consciências”. 369

Eis um bom primeiro passo para mim, já dado há um século pelo doce Barsanulfo em seu colégio no interior das Gerais, ins-pirado pela Menina Maria: “Institua um curso de astronomia”. O “Pálido Ponto Azul”, e toda nossa insignificância e pequenez terrestre diante da imensidão cósmica nunca foi abandonada pelos Jardineiros do Espaço, sempre no cuidado amoroso e incansável de cada criatura que se faz espinho, teimosamente. Da lama da matéria, o Lotus abrirá seu botão em flor para respirar o infinito. Uma Mão criadora o irá acariciar para juntar seu perfume ao das estrelas. Somos todos irmãos e irmãs, “filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma” descobrindo o Cosmos. Do mestrado para dar a voz às crianças, dei-me à mão e aos olhos, do Menino onde resplandece a Luz do Universo e, Da Criança, Filosofante, onde resplandece a Luz do Cosmos... Do Libertas Quase Sera Tamen... ao Felicitas Quae Sera Tamen... Do Porto do Galo ao Porto dos Patos e, além de todos os belos horizontes... No entanto, não posso demorar-me mais. O mar que chama todas as coisas, chama-me também e tenho de embarcar.

Assim, espero seguir como Doutor, Doutotoro “ao Leo”... Re- inventando em espaço-portos, espaço-cais, espaço-caos... sabendo que nós nascemos de novo... subindo montanhas sem fim até à mais alta das Estrelas... na Educação com Imaginação e Educação como Evolução. Vida em Harmonia e Plenitude, Rexistindo pelo infinito do Mar Cósmico... Sempre estarei contigo, sem indagar nada, sem nada querer, senão viajar, viajar contigo pelo infinito de nossa mútua compreensão...

Big-Bang... Luz... Amor... Poder... Estesia... Felicidade pura... Abrindo as asas... Voando... Almas entregues a Ele... Almas entregues com Ele... Almas entregues Um ao Outro... Indo para Casa juntos... Estotorados... De mão dadas... Oi... Oooi...

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Figura XX . A Mandala e o Buraco Colorido. (2018) A Mandala e os Buracos Coloridos das vidas sucessivas, síntese e “imagem-conto” da tese com os personagens201 dessa trajetória... Arte do autor.

201 Todos os desenhos e personagens estão denominados e postados, em cronologia, no álbum “Mandala”, disponível em < https://www.facebook.com/leonogueirapaqonawta/media_set?set=a.1020181654143 2603&type=3> .

Figura XX . A Mandala e a Brincadeira de Roda. (2018) A Mandala e a Brincadeira de Roda das Vidas, síntese e “imagem-conto” da tese com os personagens dessa trajetória... Arte do autor.

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Figura XX . O Coração da Mandala. (2018) O Coração da Mandala re-evoluindo dom “desenho da escola” para o “desenho do lar Cósmico”, Com os personagens Pequeno Vincent e Pequeno Camille - O Escolar - desenhando essa cena e se postando à entrada do caminho de “tijolos amarelos”... Arte do autor.

Figura XX . Inka Pikacchu. (2018) O Coração da Mandala do “Evídeo” re-evoluindo para subir a Montanha Velha - Machu Picchu - No re-encontro e entrega para todas as buscas do próximo ciclo, o do “Emíndio”... Viva a Rexistência em Abya Yala!!! Arte do autor.

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Isso é apenas o Re-começo

Florianópolis, Anno Imago Mundi 14.540.042.018

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Vendo bem, agora, eu transformaria o título para: Evídeo: ou da Educação com Imaginação e “Asas das Imagens-em-ação” na Infância Filosofante

This Never-Ending...

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REFERÊNCIAS

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Criança em primeiro lugar: como fazer valer os direitos das crianças. Edição Carolina Pasquali e Julia Contier. Ilustração Odilon Moraes. Projeto gráfico Luiza Esteves. Redação Maria Helena Masquetti. Revisão Rosana Tanus. Folheto e DVD. Prioridade Absoluta; Instituto Alana, S.d.

FERREGUET, Cristhiane. Criança e propaganda: os artifícios linguísticos e imagéticos utilizados pela publicidade. São Paulo, SP: Baraúna, 2009.

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VIDEOGRAFIA BRINCAR, CINEMA, DIREITOS HUMANOS, EDUCAÇÃO, IMAGINAÇÃO, INFÂNCIA, NATUREZA, POÉTICA DA INFÃNCIA

A conexão entre o FAZER e os nossos sonhos Bruno CaPão, co-Idealizador Sustenta CaPão https://www.youtube.com/watch?v=yc64-O2u3NI

A diferença entre educação e aprendizagem Joi Ito, diretor do MIT Media Lab fala sobre a necessidade de inovação na educação https://www.youtube.com/watch?v=IZD_qXjBNYg

A Educação Proibida - Filme completo em HD (áudio Português) https://www.youtube.com/watch?v=OTerSwwxR9Y

A Educação Proibida - Legendado - Completo https://www.youtube.com/watch?v=ceIuwmpyIX0

A Maior Flor do Mundo https://www.youtube.com/watch?v=MNavjsXc12c

Anderson Lima. Caixa Preta Filmes http://caixapretafilmes.blogspot.com.br/ Anderson Lima. GEMA - Grupo Escolar de Mídia Alternativa. Anderson Lima. Hora do Recreio Websérie. A série "Hora do Recreio" retrata o cotidiano escolar do ponto de vista das crianças no momento de maior liberdade da escola https://www.facebook.com/horadorecreiowebserie/ Anderson Lima. Opala Filmes - Oficina de Produção e Alfabetização Audiovisual. Luz Câmera Educação! Lista de vídeos https://www.youtube.com/user/luzcameraeducacao/videos

Anderson Lima. Pedal - Pedagogias Alternativas. Lista de vídeos lado B-eco. Coletivo de difusão de propostas educacionais alternativas, de experiências de protagonismo infantil e iniciativas autônomas da juventude. Nossas produções são fruto de oficinas de educomunicação originadas por suas três plataformas de apoio, o GEMA (Grupo Escolar de Mídia Alternativa), os vídeos produzidos na OPALA (Oficina de Produção e Alfabetização Audiovisual) e os curtas produzidos pela “Lado Beco Filmes” (dedicado a produções de foco ativista) e “Caixa Preta Filmes” (dedicada a reproduzir cinematograficamente vivências da infância). As reportagens, matérias ou episódios das webséries são exibidas na Rede TVT, de segunda à sexta, as 10h55, dentro da faixa infantil da emissora. https://www.youtube.com/user/ladobeco/videos https://www.youtube.com/user/programapedal/videos Anderson Lima. Programa de Alfabetização Visual. http://alfabetizacaoaudiovisual.blogspot.com.br/

André Carrieri - Ateliê de Fotografia: Um Olhar Sensível para a Infância https://www.youtube.com/watch?v=cV_5rOyLKcU

André Carrieri - Como fazer registros pedagógicos em foto e vídeo https://www.youtube.com/watch?v=SFEma3Xqlrk 443

André Carrieri - Fotografando as Poéticas da Infância https://www.youtube.com/watch?v=vGou1CrCwtk

As escolas de hoje limitam a criatividade infantil? Severino Antônio e Katia Tavares falam sobre o papel da escola em um mundo cercado de modelos prontos, consumismo e no qual as crianças muitas vezes não são ouvidas. https://www.youtube.com/watch?v=_kG-Ov2VG10

Caramba Carambola o Brincar tá na Escola https://www.youtube.com/watch?v=_lQWGDV81Vs

Salto para o Futuro 2013 Brinquedos e brincadeiras https://www.youtube.com/watch?v=9ZIIt04V97o

Ciranda 2015 - Desobediências Poéticas - Severino Antônio Severino Antônio participou da Roda de Conversa 2015: Protagonismo infantil https://www.youtube.com/watch?v=_pajfVDodwQ

Como abrir espaços que ajudem a fluir o processo de IMAGINAR? Wellington Nogueira, palhaço e fundador do Doutores da Alegria https://www.youtube.com/watch?v=mJraEPGEPO0

CRIANÇA E NATUREZA Ser Criança é Natural - Brincando como protagonistas | Seminário Criança e Natureza (VIII) https://www.youtube.com/watch?v=4DB2H6Nrlm8

Criança Natureza - Conheça o projeto https://www.youtube.com/watch?v=_GeRQKzMmCM

Diálogos do Brincar #1 - 'Um olhar para o brincar', com Renata Meirelles e David Reeks https://www.youtube.com/watch?v=FNFgaKbDt-8

Diálogos do Brincar #10: Cidades, Criança e Natureza, com Lais Fleury https://www.youtube.com/watch?v=A4dzkbvmkxE

Diálogos Do Brincar #11 A Criança e as Culturas Populares

https://www.youtube.com/watch?v=3RMuNaiu2-8

Diálogos do Brincar #2: 'Criança e Natureza', com Gandhy Piorski

Diálogos do Brincar #2: 'Criança e Natureza', com Gandhy Piorski https://www.youtube.com/watch?v=L4u8pnqMkQQ

Diálogos do Brincar #2: 'Criança e Natureza', com Gandhy Piorski https://www.youtube.com/watch?v=L4u8pnqMkQQ

Diálogos do Brincar #3 - 'A voz da criança', com Adriana Friedmann https://www.youtube.com/watch?v=YuQm1RPC3WQ

Diálogos do Brincar #4 - 'O Tempo da Criança', com Luiza Lameirão https://www.youtube.com/watch?v=iFVBA7MCG-0

Dialogos do Brincar #5 - O Brincar na Escola, com Sandra Eckschmidt https://www.youtube.com/watch?v=usab3jhCwuU

Diálogos do Brincar #6 - Brincar é reencantar a infância, com Ute Craemer https://www.youtube.com/watch?v=spz7OnFGQ3w

Diálogos do Brincar #7 - O Brincar na Diferença, com Meire Cavalcante https://www.youtube.com/watch?v=UuBtRp_nCvg

Diálogos do Brincar #8: Crianças, Festas e Manifestações Populares, com Soraia Saura. https://www.youtube.com/watch?v=3UjvnljrUVk

Diálogos do Brincar #9 - O Audiovisual na Educação, com Fernanda Heinz e Patrícia Durães https://www.youtube.com/watch?v=rxSWsBd44c8

Educação.doc - Escola do Futuro | Episódio 5: como será a escola daqui a 50 anos? https://www.youtube.com/watch?v=v5nlwicLiQg 445

Entrevista com pesquisador Gandhy Piorski - Parte 1 https://www.youtube.com/watch?v=gbSNE1T6Uyw

Entrevista com pesquisador Gandhy Piorski - Parte 2 https://www.youtube.com/watch?v=gLoaArZgnN8

Entrevista com pesquisador Gandhy Piorski - Parte 3 https://www.youtube.com/watch?v=sxVzWvU_ego

Espaço Imaginario https://www.youtube.com/watch?v=V_UbH2FYnf8

ESPAÇO IMAGINÁRIO - BRINCADEIRAS no ESPAÇO IMAGINÁRIO https://www.youtube.com/watch?v=iwd4VG4L_JY

Gandhy Piorski | Palestra completa (Parte 1 de 4) | Primeira infância https://www.youtube.com/watch?v=5Fb1iF1_9Z0

Gandhy Piorski | Palestra completa (Parte 2 de 4) | Primeira infância https://www.youtube.com/watch?v=2Y0S2BgBCOY

Gandhy Piorski | Palestra completa (Parte 3 de 4) | Primeira infância https://www.youtube.com/watch?v=iUwQXPuMAVk

Gandhy Piorski | Palestra completa (Parte 4 de 4) | Primeira infância https://www.youtube.com/watch?v=MnEwyiFrSFg

Memórias do Futuro: olhares da infância Brasileira: Institucionais: Encontrando a criança: Olhares brincantes: Movimentos a favor do Brincar: Fotos. DVD. Lia Mattos. S.d. 2 DVD. Mitã, doc, 52 min, 2013 https://www.youtube.com/watch?v=xiUbI17eNfE

Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis: 10 anos. DVD 3.

Na educação infantil é preciso escutar Severino Antônio fala sobre como a educação infantil é uma condução que precisa envolver a escuta da criança. https://www.youtube.com/watch?v=ps3h1S1TPuw

O Começo da Vida (Instituto Alana) http://ocomecodavida.com.br/filme-completo/

O Menino que não queria nascer - Prioridade Absoluta A produção da Maria Farinha Filmes mostra a trajetória dos direitos das crianças até a aprovação do artigo 227. https://www.youtube.com/watch?v=Y-nO5zyAQZQ

Primeira Infância Cidadã: criança pequena é sujeito de direitos. Primeira Infância Cidadã (PIC); Avante – Educação e Mobilização Social; Conselho nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente; Governo Federal. S.d.

Pro dia nascer feliz - Documentário https://www.youtube.com/watch?v=iDN1r30mGpE

Projeto Âncora (Brasil) | Destino: Educação - Escolas Inovadoras https://www.youtube.com/watch?v=kE6MlnwML8Y

Quando sinto que já sei https://www.youtube.com/watch?v=HX6P6P3x1Qg

Quando sinto que já sei. https://www.youtube.com/watch?v=HX6P6P3x1Qg

Quando sinto que já sei. Com Antonio Lovato e Raul Perez em Diálogos 98. https://www.youtube.com/watch?v=gG9EIIj9iEk

Quando sinto que já sei. Educação Brasileira 167 - Antonio Lovato e Raul Perez https://www.youtube.com/watch?v=RgiNBfe1GBw

Sementes do Nosso Quintal - Casa de Insetos https://www.youtube.com/watch?v=pVihRdGIZFs 447

Sementes do Nosso Quintal - Casa de Insetos https://www.youtube.com/watch?v=pVihRdGIZFs

Sementes do nosso quintal – Documentário. Data de lançamento 8 de maio de 2014 (2h 00min) Direção: Fernanda Heinz Figueiredo Elenco: atores desconhecidos Gênero Documentário Nacionalidade Brasil Um documentário sobre uma escola bem diferente, a Te-Arte, que ensina as crianças de forma lúdica, com brincadeiras, sem separação de idades, e em contato com a natureza e com os animais. Sua idealizadora é Thereza Soares Pagani, que vive a escola como seu maior objetivo de vida, e ensina a valorização da infância. Na escola as crianças aprendem com arte, literatura, música e cultura popular brasileira. http://sementesdonossoquintal.com.br/

Sementes do Nosso Quintal - Festa do Divino https://www.youtube.com/watch?v=YCVEx99173M

Tarja Branca https://www.youtube.com/watch?v=jPm7LZ1ZDAQ

Território do Brincar - Diálogos com escolas https://www.youtube.com/watch?v=ng5ESS9dia4

Território do Brincar - Vídeo de Estreia do Projeto https://www.youtube.com/watch?v=NtX-lOAdvRM

Território do Brincar (Instituto Alana) https://www.youtube.com/watch?v=xTapOP0YmpE

Território do Brincar | Renata Meirelles | TEDxSaoPaulo https://www.youtube.com/watch?v=nWbcLVzmj7E

Uma pedagogia poética para crianças - Kátia Tavares e Severino Antônio - Lorena - SP https://www.youtube.com/watch?v=X8I1NQsh0vs

Uma pedagogia poética para crianças - Kátia Tavares e Severino Antônio https://www.youtube.com/watch?v=aoAu8qFlw34

VIDEOGRAFIA INFÂNCIA E CONSUMO

Criança, a Alma do Negócio - Oficial https://www.youtube.com/watch?v=ur9lIf4RaZ4

Muito além do peso - Oficial https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4

Vídeo Entrevistas Criança e Consumo. Mídia e identidade: Comportamento e Cultura infantil: Educação e Mídia: Visão Ética e Jurídica. DVD. São Paulo, SP: Instituto Alana. 2011. 4 vídeos.

VIDEOGRAFIA FILMES SOBRE CAVERNAS E ESPAÇO em doutor-andamento

2001: uma odisseia no espaço (2001: A Space Odyssey)

Direção: Stanley Kubrick Data de lançamento 29 de abril de 1968 (Brasil) Gênero: Ficção científica Nacionalidade: EUA

Filme produzido e dirigido por Stanley Kubrick, co-escrito por Kubrick e Arthur C. Clarke baseado parcialmente no conto "The Sentinel" do próprio Clarke. Kubrick usou Odisseia, de Homero, como inspiração para o título. "Nos ocorreu", disse ele, "que para os gregos, as vastas extensões do mar devem ter tido o mesmo tipo de mistério e de afastamento que o espaço tem para a nossa geração" https://www.youtube.com/watch?v=9muWZ8ECbK4

A Caverna dos Sonhos Esquecidos (Cave of Forgotten Dreams)

Direção: Werner Herzog Relançamento 25 de janeiro de 2013 (1h 30min) 449

Data de lançamento 16 de dezembro de 2011 (Brasil) 13 September 2010 (TIFF) 25 March 2011(United Kingdom) 29 April 2011 () (1h 30min) Elenco: Werner Herzog Gêneros Documentário, Histórico Nacionalidades França, EUA, Reino Unido, Canadá, Alemanha

Com um acesso sem precedentes e superando desafios técnicos consideráveis, Werner Herzog capturou em 3D o interior da Caverna Chauvet, no sul da França, onde foram descobertos centenas desenhos rupestres em 1994. O diretor revela um mundo subterrâneo impressionante, com pinturas que têm em média 32 mil anos de idade. https://pt.wikipedia.org/wiki/Caverna_de_Chauvet

Contato (Contact)

Direção: Robert Zemeckis Data de lançamento: 19 de setembro de 1997 (Brasil) 150 min. Gênero: Ficção científica/Drama Nacionalidade: EUA Contato é um filme de ficção científica, adaptado do romance de mesmo nome escrito por Carl Sagan. Tanto Sagan quanto sua esposa Ann Druyan escreveram o contorno para uma adaptação cinematográfica de Contato. Jodie Foster interpreta a protagonista do filme, a Dra. Eleanor "Ellie" Arroway, cientista da SETI que encontra fortes evidências da existência de vida extraterrestre e é escolhida para realizar o primeiro contato. https://www.youtube.com/watch?v=3z4bU297k4Y

VIDEOGRAFIA FILMES SOBRE A INFÃNCIA NA GUERRA

As 200 Crianças do Dr. Korczak (Título original: Korczac)

Direção: Andrzej Wajda

Duração: 115 min. Ano: 1990 País: Polônia, Alemanha, Inglaterra.

Sinopse: O filme acompanha a história do pediatra e educador polonês Janusz Korczak, que manteve um orfanato de crianças judias conhecido como "República de Crianças" durante a primeira metade do século XX. Nesse orfanato, no acanhado gueto de Varsóvia, Korczak fornece abrigo para 200 crianças e coloca os seus métodos educativos experimentais em prática, instalando uma espécie de auto-governo das crianças. O filme mostra o contraste da justiça que acontecia dentro do orfanato com as injustiças ocorridas fora dele, com dezenas de crianças morrendo. O filme vai mostrando a trajetória do educador e sua heroica dedicação para proteger órfãos judeus durante a guerra.

Outros dados Áudio: Polonês e Alemão Legendas: Português Roteiro: Agnieszka Holland Elenco: Wojciech Pszoniak, Ewa Dalkowska, Teresa Budzisz- Krzyzanowska, Marzena Trybala, Piotr Kozlowski, Zbigniew Zamachowski Música original: Bruno Coulais Fotografia: Jean-Jacques Bouhon, Dominique Gentil, Carlo Varini Edição: Yves Deschamps Distribuição: Miramax Films / PlayArte Disponível com legendas em português em .

BLOGOGRAFIA

Blogs do autor

2007. Circula Ali Primera UFSC. Circuito de Cinema Latino- Americano e Caribenho Propomos, através do Cinema, e de maneira sistemática, mostrar a vida que se expressa nessa parte do continente. Através do IELA, pretende-se fazer esse caminho de divulgação, sempre colado ao conhecimento da vida, da política e da conjuntura de cada país. A intenção 451

é fomentar a reflexão sobre os temas latino-americanos e enveredar pela lógica da criação de um pensamento próprio, descolonizado. http://circulaaliprimera.blogspot.com.br/

2007. Companhia da Paz Textos, imagens, poesias e links em torno da Paz. http://ciadapaz.blogspot.com.br/

2007. Jornadas Bolivarianas UFSC Blog do evento “Jornadas Bolivarianas”, promovido desde 2006 pelo IELAUFSC, Instituto de Estudos Latino-Americanos, onde o autor fez estágio. http://jornadasbolivarianas.blogspot.com.br/

2007. Poemeus e Seus Blog para postagem de poesias próprias do autor e de outrem. http://poemeuseseus.blogspot.com.br/

2008. Boletim da Turma O Boletim da Turma foi desenvolvido em atividades relacionadas ao Estágio Supervisionado, Disciplina do Curso de Graduação em Pedagogia da UFSC ministrado pela Profa. Dra. Monica Fantin, em 2008 no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina, com o tema Jornal Escolar. O próximo passo desse trabalho foi a dissertação de mestrado no PPGE/UFSC 2011 com o tema Telejornais e Crianças no Brasil, orientado pela mesma professora. O segundo passo dessa viagem de des-cobertas pelo Universo da "comum-única-ação" entre os seres por um mundo pelo Bem Viver para Todos está se dando com a criançada da Escola Beatriz de Souza Brito. A viagem continua com o Emíndio... Clique abaixo e confira as mil e uma peripécias com as crianças pelas mídias. http://boletimdaturma.blogspot.com.br/

2008. Doutores da Pazlhaçada Respeitável Público! Doutor Cafuné, Enfermeiro Cosquinha, Doutora Cócegas, Enfermeira Risadinha, Ezpirro, Atchu, e muitos outros em suas travessuras pra te tocar, desenhar e iluminar o peito, e te ver com um sorriso em Companhia da Paz... que dá referências a textos etc. relacionados à nobre arte do Palhaço. http://doutoresdapazlhacada.blogspot.com.br/

2008. GFE Companheiros da Paz Blog criado para animar à criação de um Grupo da Fraternidade Espírita ligado à OSCAL, Organização Social Cristã-Espírita André Luiz, que congrega casas espíritas pelo Brasil e, coordena a CIFRATER, Cidade da Fraternidade, comunidade em Alto Paraíso, GO, para formação de lares-família para crianças abandonadas. http://gfecompanheirosdapaz.blogspot.com.br/

2008. Manifesto de Córdoba Blog criado para apresentar o Manifesto dos Estudantes de Córdoba, Argentina de 1918, tema de TCC, Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia do autor em 2008. A graduação foi cursada entre 2006-2009. http://manifiestodecordoba1918.blogspot.com.br/

2009. A Teia de Sofia Turma 2009-2 da Disciplina Teorias da Educação (PPGE/UFSC), orientada pela Profa. Lúcia Schneider Hardt, enredados entre os fios na teia da reflexão sobre um "compromisso novo com a sociedade no que diz respeito à educação", estudando "as teorias da educação, discutindo as matrizes filosóficas e epistêmicas do pensamento pedagógico, destacando as relações com os outros campos do conhecimento". Manutenção: Leo Nogueira. http://ateiadesofia.blogspot.com.br/

2009. Brinquedonário das Crianças Dicionário de brincadeiras, jogos, cantigas, histórias e outras artes das crianças de todas as infâncias do Brasil, das Amérikas, do Mundo e das Estrelas. Um projeto de Filosomediação imaginado por Leo Nogueira Paqonawta. Um Catador de Histórias... Contando e Cantando Histórias em Companhia da Paz.. http://brinquedonario.blogspot.com.br/

2009. Canteiro de Obras da ECO Formigas e Formigos trabalhando na Linha de Pesquisa Educação e Comunicação, Turma 2009 do Programa de Pós-Graduação em Educação, PPGE, do Centro de Ciências em Educação, UFSC. http://www.canteirodeobrasdaeco.blogspot.com/

2009. Catatau Menezes 453

Catatau, Cãolunista social animal! Pela defesa e promoção dos direitos dos animais. É isso aí, bicho! http://catataumenezes.blogspot.com.br/

2009. Projeto Catatau UFSC Blog criado para dar visibilidade ao projeto em torno do cachorro Catatau, residente no Campus Trindade da UFSC. Desenvolvido em parceria com servidores TAE da AGECOM, Agência de Comunicação da UFSC. http://projetocatatau.blogspot.com.br/

2009. Telejornais e Crianças no Brasil As postagens feitas durante o desenvolvimento da pesquisa de mestrado (2009/2011) sobre a relação Telejornais e Crianças, e questões “submersas” como Classificação Indicativa, Consumismo Infantil, Erotização Precoce etc. e, ainda, a indicação de links/enlaces relacionados ao tema, como artigos, pesquisas, pesquisadores e textos diversos, até então disponibilizadas no blog "Filosomídia" foram reproduzidas e transferidas para este blog. http://telejornaisecriancasnobrasil.blogspot.com.br/

2010. Estágio 687 Pedagogia CED UFSC Espaço de registro de atividades desenvolvidas durante período de estágio no Curso de Pedagogia da UFSC, estágio de Supervisão Escolar e, Mestrado em Educação do PPGE/UFSC. http://estagio687ced.blogspot.com.br/

2010. Filosomídia Blog de registro de textos, imagens, legislação etc. referentes à luta pela democratização da comunicação, e o reconhecimento da comunicação como um direito humano. Lançado ao ar em 2009,após a qualificação da dissertação de mestrado “Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg” no PPGE/UFSC (2009/2011) http://filosomidia.blogspot.com.br/

2010. O Circo das Estrelas Blog de registro de atividades circenses, que dá referências a textos etc. http://ocircodasestrelas.blogspot.com.br/

2010. Oficina Blog Ferramenta Pedagógica UFSC Florianópolis/SC O blog pode se tornar um grande aliado do professor na sua prática pedagógica e, é importante estar atento sobre os objetivos e como trabalhar com este recurso. Facilitador: Leo Nogueira, mestrando PPGE/UFSC, Linha de Educação e Comunicação 2009/11. Criado para dar visibilidade à questão e promover oficinas, como condição atrelada às obrigações de contrapartida para recebimento de bolsa de mestrado. http://oficinablogferramentapedagogica.blogspot.com.br/

2010. PIBID Pedagogia UFSC Informações sobre o Programa PIBID UFSC Pedagogia e seu funcionamento. Além disso, sugestões de leituras, atividades e sites relacionados a educação e conhecimentos gerais, tanto para crianças como para adultos. http://pibidufscpedagogia.blogspot.com.br/

2012. Emíndio ou da Educação Indígena em Abya Yala “Emíndio” se desenvolveu como anteprojeto original de pesquisa com as postagens relativas às questões de educação e comunicação entre as nações e povos indígenas das Amérikas, relacionando artigos, textos, publicações, livros, clipping de notícias, eventos, associações e entidades, tendo como perspectiva a busca da sabedoria ancestral dos povos originários do Outro Mundo, Abya Yala. http://emindio.blogspot.com.br/

2012. Escola Beatriz de Souza Brito Blog e página de Facebook da Escola Beatriz de Souza Brito, com registros de imagens e textos desenvolvidos no âmbito da escola, e links indicados. http://escolabeatrizdesouzabrito.blogspot.com.br/ https://www.facebook.com/ebmbeatrizdesouzabrito/

2013. Descobrincante Este Blog tem como objetivo pontuar textos, artigos e ações, colaborar para ampliar a discussão e articular sobre os temas relacionados aos Direitos da Infância na Creche, na Escola, na Cidade, no Mundo e além onde encontramos as estrelas... Também pontua essas relações com o consumo e consumismo, integrando a Rede Brasileira sobre Infância e Consumo, REBRINC. Desenvolvemos oficinas sobre esses direitos, à imaginação das crianças. Editado por Leo Nogueira Paqonawta. 455

http://descobrincante.blogspot.com.br/

2013. Fábulas Escolares Blog dos bastidores do submundo cor de rosa da sala de professores, numa escola de Florianópolis, SC. Inspirado na irreverência do personagem “Bundefora” (Red Guy), do cartoon “A Vaca e o Frango” (Cow and Chicken, 1995). http://fabulasescolares.blogspot.com.br/

2013. Programa Mapa das Artes e Culturas: Descobrindo a Ilha de Santa Catarina O Programa Mapa das Artes e Culturas: Descobrindo a Ilha de Santa Catarina, vinculado ao gabinete do Secretário Municipal de Educação de Florianópolis (Santa Catarina), tem por finalidade o incentivo da cultura em apoio às Instituições Educativas, intencionando fortalecer educandos, familiares e profissionais no acesso e valorização do patrimônio cultural do município de Florianópolis. Projeto criado pelo autor para a Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, coordenado inicialmente pela Profa. Roseli Pereira (Fundação Franklin Cascaes) e, posteriormente pela Profa. Márcia Agostinho da Silva. https://www.facebook.com/promac.pmfsme http://mapadasarteseculturasdeflorianopolis.blogspot.com.br/

2014. Bemtevídeo Clube UFSC Bemtevídeo Clube UFSC nasce dos encontros das trajetórias de professores, pesquisas e ações que propuseram “reflexões sobre o cinema como linguagem audiovisual que permite pensar, criar e construir possibilidades estéticas de uma infância, enquanto tempo a ser inventado e construído na interface das experiências históricas do passado, do presente e do futuro, ou seja, cinemas e infâncias no plural, na diversidade e multiplicidade de pontos de vista”, e também as crianças como autoras criativas nessas reflexões/ações/produções, no exercício de sua cidadania na escola, na e com a universidade, em atendimento aos direitos das crianças/infância à arte, à cultura, à comunicação e à educação expressos na legislação e nos documentos nacionais e internacionais que, politicamente, garantem isso. http://bemtevideoclubeufsc.blogspot.com.br/ https://www.facebook.com/Bemtevideoclubeufsc/

2014. Evídeo ou da Educação com Imaginação

Compreendendo os direitos das crianças nas escolas ao “participar, brincar e aprender”, registrando com elas como vão “des-cobrindo” esses direitos por suas percepções do mundo através de suas “imagens-em- ação” (vídeos), seus textos e reflexões. Também buscaremos, acolher e ampliar as vozes dessas crianças de um Outro Mundo que já existe, onde elas brincam, sabem, fazem e, nesse poder que têm, amam e se realizam no Bem Viver. http://evideooudaeducacaocomimaginacao.blogspot.com.br/

2014. Fábulas Acadêmicas Blog dos bastidores do submundo dourado dos corredores, departamentos e centros, que dá voz ao famoso cachorro Catatau, residente no Campus Trindade a UFSC. Originalmente, o Blog se chamava “Fabulêmicas”. Che Catatau habla, lame y ladra en muchas lenguas, como inglés, francés, castellano, portugués, un poco de latim y alemán que he aprendido com sus primos académicos cientistas de las tierras bávaras, Kaont y Keinstatau. Hace poco tempo empezó los estúdios em chinés, con su hermano de otra basura callejera, Katatao Tsé Tung. El Perro Mascarado escribe periodicamente em otros blogues. http://fabulasacademicas.blogspot.com.br/

2014. Porco Chauvinista Página de Facebook com as sujeiras e desventuras do Pig Chovinista e Friends - a famigerada quadrilha da selva midiática bra$ileira. https://www.facebook.com/pigchovinista/

BLOGOGRAFIA

Blogs que o autor colabora com muito gosto

Associação dos Moradores da Vila do Arvoredo A Associação dos moradores da Vila do Arvoredo (AMOVILA) organiza a luta e representa os moradores da vila desde 2002, quando foi criada. Toda pessoa que more há mais de 6 meses na comunidade, ou que trabalhe na vila e tenha mais de 16 anos pode se associar. Estamos no norte da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis), no Bairro Ingleses. http://www.amoviladoarvoredo.blogspot.com.br/

Circula Ali Primera UFSC – Circuito de Cinema Latino- Americano & Caribenho 457

Propomos, através do Cinema, e de maneira sistemática, mostrar a vida que se expressa nessa parte do continente. Através do IELA, pretende-se fazer esse caminho de divulgação, sempre colado ao conhecimento da vida, da política e da conjuntura de cada país. A intenção é fomentar a reflexão sobre os temas latino-americanos e enveredar pela lógica da criação de um pensamento próprio, descolonizado. http://circulaaliprimera.blogspot.com.br/

Curso de Pedagogia da UFSC O Curso de Pedagogia da UFSC forma profissionais que atuam no magistério ensinando crianças e adolescentes nas séries iniciais do ensino fundamental e da educação infantil. Além disso, participam na organização e na gestão de sistemas, unidades e projetos educacionais, tendo ainda o papel de produzir e difundir o conhecimento nas diversas áreas da educação. http://cursodepedagogiaufsc.blogspot.com.br/

Ecosciências UFSC O Blog Ecosciências UFSC se constitui em um espaço de encontro e intercâmbio sobre temas relacionados à sociedade e sua relação com a natureza. O Portal Ecosciências UFSC visa se constituir gradualmente em uma ampla videobiblioteca virtual de textos, ensaios, imagens e sons que possam expressar a pluralidade de produções e práticas relacionadas às denominadas “questões socioambientais” existentes no Sul como no Norte do planeta, assim como dos debates, das pesquisas e das reflexões teórico-metodológicas, éticas-políticas e técnico-operacionais que se desenvolvem no entorno delas. http://www.ecoscienciasufsc.blogspot.com.br/

IELA UFSC - Instituto de Estudos Latino-Americanos O IELA nasceu em 2006, fruto de um processo que começou em 2004 com um único projeto: o Observatório Latino-Americano (OLA). Naqueles dias o Brasil ainda estava de costas para a América Latina, mas a partir das transformações iniciadas na Venezuela essa parte do continente começou a fazer parte do cotidiano das notícias, chegando também à Universidade. Assim, os estudos latino-americanos, que eram um campo de reflexão consolidado nas universidades europeias, estadunidenses e asiáticas, passaram a se constituir também na UFSC como um esforço inédito na universidade brasileira, até então indiferente com relação a essas temáticas. A criação do Instituto veio assim superar uma debilidade

institucional e intelectual que caracterizava a universidade brasileira. A partir da sua efetivação, a UFSC passou a ser um ponto de referência no debate da integração latino-americana, que avança em termos econômicos, culturais e institucionais. Tendo como pressupostos o compromisso com o pensamento próprio, o debate anti-eurocêntrico e a reflexão anticapitalista, o IELA é uma teia de relações horizontais, ligadas por um interesse comum: uma Abya Yala - A América Latina - livre, soberana e unida. http://www.iela.ufsc.br/

MBISC UFSC - Museu do Brinquedo da Ilha de Santa Catarina Blog e página de Facebook do MBISC. http://museudobrinquedodailhadesc.blogspot.com.br/ https://www.facebook.com/museudobrinquedodailhadesc/

Palavras Insurgentes Elaine Tavares. Jornalista. Humana, demasiado humana. Filha de Abya Yala, domadora de palavras, construtora de mundos, irmã do vento, da lua, do sol, das flores. Educadora, aprendiz, maga. Esperando o dia em que o condor e a águia voarão juntos, inaugurando o esperado pachakuti. http://eteia.blogspot.com.br/

PIBID UFSC Pedagogia Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, no Curso de Pedagogia, do Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. Desenvolvido entre o Curso de Pedagogia/UFSC e a Escola Básica Municipal Beatriz de Souza Brito, da Secretaria Municipal de Ensino da Prefeitura Municipal de Florianópolis. http://www.pibidufscpedagogia.blogspot.com.br/

Pobres & Nojentas - Revista virtual A revista Pobres & Nojentas é formada por um grupo de jornalistas de Florianópolis [SC]. Cooperativa da palavra libertária, criadora, caminheira, que pretende - com ironia, mas também com seriedade - se contrapor à superficialidade do chamado “jornalismo de gente”, um tipo de publicação que só investe na divulgação de informações sobre a vida dos ricos e famosos. Na Pobres & Nojentas o foco está no povo que trabalha, luta e constrói mundos. A palavra "nojenta", agregada ao nome, tem um significado específico para as editoras e para @s que ali dizem a sua palavra: significa "inquebrantável", gente que questiona velhos 459

valores, que cria o novo e persegue vida boa e bonita para todos. A revista é uma guria sapeca, feliz no propósito de ser espaço onde a vida mesma, essa das gentes comuns, pode se expressar, se dizer, se ver bela. E assim segue, sem nenhum medo. Feita de textos belos. Feita de amor. http://pobresenojentas.blogspot.com.br/

Povos Originários de Nuestra América Este blog é a socialização dos estudos relacionados ao Projeto "Os Povos Originários de Nuestra América - A recuperação culturas das civilizações antigas e a luta do presente", ligado ao Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Coordenação de Elaine Tavares:[email protected] http://povosoriginarios.blogspot.com/

Quiropraxia Florianópolis Prestação de serviço de saúde. http://quiropraxiaflorianopolis.blogspot.com.br/

VIDEOGRAFIA DO AUTOR

Vídeos do autor 2011-2018

. 74 vídeos publicados a conferir . 39 vídeos publicados por Filosomídia, relacionados com Educação e a ação Educativa. . 25 vídeos publicados por Escola Beatriz, sendo 02 retirados do ar pelo Youtube por questões de direitos sobre a trilha sonora não resolvidas pelo outro profissional responsável posteriormente pela função de administrar as páginas e contas virtuais da Escola: 1) Bem-te-vi re- encantando o mundo, Primavera, 20 setembro de 2012; e 2) Beatriz: um show de Escola. . 09 vídeos publicados pela Secretaria de Municipal de Educação de Florianópolis. . 01 vídeo publicado por Doutores da Pazlhaçada. . Muitos outros vídeos foram produzidos, mas não publicados no Youtube (Falta Listar e adicionar ao Youtube).

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2011. Apresentação - Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg.

Publicado em 05 de dezembro de 2011 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: Apresentação dos pontos principais da Dissertação "Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg" à banca examinadora, em 06 de dezembro de 2011, PPGE/CED/UFSC. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Mestrando: Leo Nogueira. Revelação do “Segredo da Pirâmide - Para uma teoria marxista do jornalismo”, de Adelmo Genro Filho, ex-professor da UFSC. Depoimento do aluno da 2ª. C de 2009 do Colégio de Aplicação, Joaquim, sobre o Jornal Escolar produzido durante o Estágio Supervisionado nos anos iniciais, durante a graduação do autor no Curso de Pedagogia da UFSC.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2011. Ária da Liberdade às Crianças castradas em seus sonhos. Publicado em 23 de agosto de 2011 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: O Filho do Homem lamentavelmente apresenta: As crianças castradas em seus sonhos e sua voz... Les Fils et filles oubliés du la Liberté, Égalité et Fraternité du l'ancien et le nouveau régime du le monde capitaliste... Imagens de violência contra as crianças ao redor do mundo. Áudio de fundo, “Lascia Ch'io Pianga”, Ária da ópera Rinaldo de George Friedrich Händel (1711), muito conhecida na interpretação de Farinelli, o castrado ainda na infância nos idos do século XVIII. Apoio à Classificação Indicativa para telejornais e programas noticiosos e luta pelo reconhecimento da comunicação como um direito humano. Trailer da dissertação "Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg", de Leo Nogueira PPGE/UFSC 2009/2011.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2011. Dieta informacional oferecida pelos telejornais 01 Trailer. c. (OBS: O Filho do Homem lamentavelmente apresenta: O que vem pela dieta informacional oferecida pelos telejornais? O que seus filhos estão assistindo pela TV? "Desde quando que criança tem opinião? Desde quando que criança decide? Trecho do Jornal do Almoço de 23 out 2009 na RBS TV, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Trailer da dissertação "Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg", de Leo Nogueira PPGE/UFSC 2009/2011.) Disponível em . 461

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: bem te vi revendo e reencantando o mundo... II. Publicado em 20 de setembro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube da escola Beatriz de Souza Brito. Vídeo bloqueado: a detentora dos direitos autorais da trilha solicitou a retirada do vídeo da Internet, mesmo sob justificação dos fins não- comerciais da obra: “Este vídeo apresenta conteúdo de UMG, que o bloqueou no seu país com base nos direitos autorais.” (in)Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2011. É...: Roselane & Lúcia na Reitoria UFSC 2012/2016. Publicado em 30 de novembro de 2011 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: produzido em apoio à Campanha pela Reitoria UFSC 2012/2016. Eleita a Chapa 5: Roselane e Lúcia. Primeiro discurso como reitora e vice-reitora eleitas em 30/11/2011. Parabéns às professoras eleitas pela comunidade! E, "vamos escrever uma Outra História, juntos!") Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2011. Natal 2011. Jesus, a Alegria das Crianças na Macieira... Publicado em 08 de dezembro de 2011 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: Natal 2011 no Altar da Afeição de O Nawta, e o Barco do Destino partindo em direção à saudade de todos os natais... Saindo da defesa no Mestrado em 06 de dezembro de 2011.) Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=5p- x7frKTnk>.

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2011. Trailer - Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg. Publicado em 02 de dezembro de 2011 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: Revelação do “Segredo da Pirâmide da Sabedoria”, do autor. Áudio de fundo, “Assim falou Zaratustra”, poema sinfônico de Richard Strauss (1886). Sua introdução tornou-se mundialmente conhecida por ter sido usada como tema musical no filme “2001: A Space Odyssey”, criação de Arthur C. Clarke e Stanley

Kubrick, de 1968. Finalizando com áudio de “ET - O Extraterrestre”, de John Williams (1982). Trailer da Dissertação "Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg". Atenção senhores passageiros e crianças com destino à defesa da dissertação Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg... de Leopoldo Nogueira e Silva com orientação de Monica Fantin.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2011. UFSC Reitoria 2012: Roselane e Lucia Abrem alas. Publicado em 23 de novembro de 2011 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: produzido em apoio à Campanha pela Reitoria UFSC 2012/2016 - Chapa 5: Roselane e Lúcia. Áudio de fundo com “Abre alas”, na interpretação de Ivan Lins. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2011. UFSC Reitoria 2012: Roselane e Lúcia no novo tempo. Publicado em 28 de novembro de 2011 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: produzido em apoio à Campanha pela Reitoria UFSC 2012/2016 - Chapa 5: Roselane e Lúcia. Bem-te-vi canta durante a fala das reitoras, em 02:41min.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2011. UFSC Reitoria 2012/2016: Uma Outra Estação. em 08 de dezembro de 2011 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: Produzido em apoio às reitoras eleitas, com Momentos do discurso da vitória.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. (Re)contando a História. Publicado em 19 de maio de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: Produzido para a bem-amada Irmã e Amiga Andrea Cunha Arantes homenagear o seu filho, bacharel em Direito que atua na área de Direitos Humanos, com imagens cedidas por ela e outras referentes à viagem do feto ao bebê, além de cenas do espaço. Mensagem 463

dela: “ Falar do Igor transcende as palavras... (02:14 min.); Em ascensão como Luz... Caminha para a universidade do Espírito. A vida e seus caminhos. Passado, presente & futuro são atemporais, onde quem dá o seu colorido é o significado e a intenção de canalizarmos experiências incorporadas e vividas”. A vida é feita de momentos, que nos levam a ter a certeza das relações vinculares às quais nos dão por motivos para sentirmos vivos...”, em 07:44 min.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. EBM Beatriz de Souza Brito e PIBID Música UDESC. Publicado em 04 de agosto de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. (OBS: Primeiro vídeo produzido na Escola, de um total de 23 publicados na conta.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: Abertura Olimpíadas 2012 - Parte 1. Abertura Parte 1 das Olimpíadas da escola, em julho de 2012. A projeção foi realizada na parede do ginásio coberto, com dimensões de tela de cinema. Nessa ocasião o aplaudido pela comunidade escolar, gritando o seu nome. Foi a “Beatrizficação” e o “Batismo” do autor na escola, que havia chegado para trabalhar lá há apenas um mês atrás do evento. Publicado em 14 de julho de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: Abertura Olimpíadas 2012 - Parte 2. Abertura Parte 2 das Olimpíadas da escola, em julho de 2012. A projeção foi realizada na parede do ginásio coberto, com dimensões de tela de cinema. Nessa ocasião o aplaudido pela comunidade escolar, gritando o seu nome. Foi a “Beatrizficação” e o “Batismo” do autor na escola, que havia chegado para trabalhar lá há apenas um mês atrás do evento. Publicado em 14 de julho de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito.

Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=714m9c9Agdo>.

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: Mostra 2012. Vídeo apresentado na Mostra de Final de Ano sobre o Amor e os seres que estudam e trabalham na escola. Publicado em 02 de dezembro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: Professores beatrizficados... Vídeo em homenagem aos profissionais da Educação que atuam na escola por ocasião do Dia dos Professores. Publicado em 14 de outubro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: SAPE - A Festa Junina. Publicado em 15 de outubro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: SAPE - A recepção. Publicado em 09 de outubro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: SAPE - As oficinas 01 a 06. Publicado em 10 de outubro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

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SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: SAPE - As oficinas 07 a 12. Publicado em 15 de outubro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: SAPE - O vídeo. Publicado em 09 de outubro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Escola Beatriz: Semana da Criança 2012 - Abertura. Publicado em 22 de abril de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. (OBS: Anteriormente, este vídeo continha uma faixa de áudio protegida por direitos autorais. Devido a uma reivindicação feita por um detentor de direitos autorais, a faixa de áudio foi permanentemente desativada.) Roda Pião, de Dorival Caymmi. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Escola Beatriz: Semana da Criança 2012 - O Boi de Mamão. Publicado em 14 de outubro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. PIBID UFSC Pedagogia Relatório 2009/2011. Depoimentos dos estudantes e profissionais envolvidos no PIBID UFSC Pedagogia na Escola. Publicado em 04 de novembro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. (Frase: “mas acima de tudo sermos felizes” aos 01:50 min.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Roselane & Lúcia: Querer e Ter Coragem pra Tudo Transformar...

Publicado em 11 de maio de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: Produzido com imagens de várias “mãos” abertas - o número 5 da chapa vencedora - em apoio às reitoras eleitas, com Momentos da Campanha, da Vitória... mil e uma histórias...) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Terapeutas da Alegria UFSC: O Dia do Nariz. Cenas do "Dia do Nariz" da Turma 2012-1. Terapeutas da Alegria é um projeto de extensão do NuHAS/UFSC, Núcleo de Humanização, Arte e Saúde, coordenado pelo Prof. Walter Ferreira, que utiliza o Palhaço na “arte como elemento de transformação social e cultural e como ferramenta para promoção do bem-estar e da qualidade de vida. Realiza diversas ações visando formar indivíduos capazes de exercer sua criatividade para, por meio do domínio de teorias e técnicas ligadas ao uso do corpo, à expressão, ao domínio de artes e à utilização de processos culturais, agir terapeuticamente, ajudando seus semelhantes, promovendo a qualidade de vida, a humanização e o bem-estar social”. Publicado na conta de Youtube de “Doutores da Pazlhaçada”, do autor, em 17 de maio de 2012. Duração: 08m:28s Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=ML- wBdL2Lbo>.

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Escola Beatriz: aquém do Arco-íris. Publicado em 22 de abril de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Escola Beatriz: Esquadros na Turma 81/2013 Grupo A. Publicado em 18 de dezembro de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. (OBS: Dirigido, produzido e encenado pelas crianças, e editado com elas.) Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=2skhSd2_kls>.

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Escola Beatriz: Esquadros na Turma 81/2013 Grupo C. 467

Publicado em 21 de abril de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. (OBS: Imagens escolhidas pelas crianças, e editado com elas.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Escola Beatriz: Esquadros na Turma 81/2013 Grupo B. Publicado em 21 de abril de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. (OBS: Imagens produzidas pelas crianças, e editado com elas.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Escola Beatriz: Formatura 2013. Depoimentos. Publicado em 18 de dezembro de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. (Frase: “mas acima de tudo sermos felizes” aos 01:50 min.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Escola Beatriz: Mensagem da Turma 82 na Formatura 2013. Depoimentos. Publicado em 04 de novembro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Escola Beatriz: Outono - Studying and Reading in the rain. Publicado em 22 de março de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Escola Beatriz: Semana da Criança do Cinquentenário 2013. Publicado em 18 de dezembro de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Estágio Pedagogia UFSC: memórias. Publicado em 09 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: Vídeo para exibição apenas na reunião de 22 de março de 2013 do Seminário de Estágio da Pedagogia UFSC, inclusive dizendo respeito à jornada do autor no Curso de Pedagogia da UFSC, quando nunca havia sala de aula disponível para a disciplina estágio nos Anos Iniciais.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2012. Eu apóio Celso Carminati Diretor FAED 2013/2017. Publicado em 04 de outubro de 2012 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: produzido em apoio à Campanha do Prof. Celso Carminati pela Direção da FAED/UDESC, com o slogan “Outro Jeito de Ser FAED. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Jornadas Bolivarianas 2013: Hay un niño en la calle. Publicado em 07 de abril de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: 11:11 min. Produzido para a abertura das Jornadas Bolivarianas 2013, com o tema “Megaeventos esportivos: Impactos, legados e consequências para o continente latino-americano”. Cenas de abertura das olimpíadas em Berlim por , 1936, quer aparecem no filme “Contato” (1997) inspirado no livro (1986) homônimo de Carl Sagan. Poesia “Hay un niño en la calle” voz de seu autor, Armando Terrada Gómez) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. PMF SME Mães Feliz hu- mãe-nidade. Publicado em 17 de dezembro de 2013 na Conta de Usuário do Youtube da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. PMF SME Posse Diretores 18 de dezembro de 2013. 469

Publicado em 17 de dezembro de 2013 na Conta de Usuário do Youtube da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. PMF SME PSE Reunião Diretores. Setembro de 2013. Publicado em 17 de dezembro de 2013 na Conta de Usuário do Youtube da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. PMF SME Reunião Diretores 03 de dezembro de 2013. Publicado em 17 de dezembro de 2013 na Conta de Usuário do Youtube da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. PMF/SME: Saúde na Escola. Publicado em 15 de maio de 2013 na Conta de Usuário do Youtube da Escola Beatriz de Souza Brito. (OBS: Produzido para o "Seminário de Alinhamento do PSE - Programa Saúde na Escola" Parte da Apresentação "Estrutura da Educação Básica no Município de Florianópolis". “O mundo da Educação, da Saúde, da Escola”. Frase de destaque: Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes”, de Paulo Freire (00:16 min.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Something new is sung across the streets around the world. Vídeo de encerramento do 8º. Fórum da Associação Mundial de Economia Política (WAPE) com o tema “Desigualdade e Capitalismo Mundial: Análise, Política e Ação”, realizado entre 23 a 26 de maio de 2013 na UFSC, Universidade Federal de Santa Catarina, organizado pelo IELA, Instituto de Estudos Latino-Americanos. Tem início com cena do

filme Chaplin em “Tempos Modernos” como Vagabundo acenando uma bandeira e confundido com líder manifestante em greve, fundo musical com composição de “Cosmic Cowboy - Parole” no estilo de House Progressivo com a voz de Chaplin em background no discurso de “O Grande Ditador”. Continua com cenas de manifestações ao redor do mundo contra a opressão e tirania, destacando uma especial, feita em silêncio, pelos Zapatistas do EZLN no México. Finalizado com a “Internacional Socialista”. Publicado em 26 de maio de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2013. Uma rede a olhar, a falar, a ouvir e a defender os direitos das crianças com sabedoria. Publicado em 08 de novembro de 2013 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: produzido para homenagear a Rede Brasileira Infância e Consumo, REBRINC, então, nascente. Primeiras cenas do filme “Contato” (1997), inspirado no livro (1986) homônimo de Carl Sagan: o ver, ouvir e falar sobre os direitos das crianças). Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. 30 + 7 = 1001 constelações. Registros do Aniversário de Tomaz Pereira e sua mãe, ele aluno da Escola Beatriz de Souza Brito, e que veio a ser o primeiro e único Tomázgico. Publicado em 20 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. Beatriz: uma escola aquém do arco-íris. Publicado em 22 de novembro de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. COEB 2014: Educação - precisão e necessidade. 471

Publicado em 02 de fevereiro de 2014 na Conta de Usuário do Youtube da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. COEB 2014: Apresentação de Abertura. Publicado em 03 de fevereiro de 2014 na Conta de Usuário do Youtube da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. COEB 2014: O Barco da Educação - Vídeo de Encerramento. Cenas de “Sociedade dos Postas Mortos” com o professor e alunos em cima da mesa. Publicado em 06 de fevereiro de 2014 na Conta de Usuário do Youtube da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. Escola Beatriz ao Mar: Educação à vista! Cena inicial com sequência do filme “Contato” (1997), inspirado na obra homônima de Carl Sagan. Saída de estudo da Escola para passeio de barco no litoral norte da Ilha de Santa Catarina. Produzido em 19 de setembro de 2013, e publicado em 30 de janeiro de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Escola Beatriz de Souza Brito. Disponível em

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. Escola Estrelada/Starry School: Espaço/Tempo de Des-cobertas Brincânticas. Publicado em 07 de janeiro de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. Feliz Aniversário Tomázgico! Publicado em 30 de março de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: Tomaz, o primeiro e único Tomázgico, aluno da Escola Beatriz de Souza Brito, ganha a apresentação do Mágico Jorian Peçanha, que já havia feito magias na escola Beatriz.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. Florianópolis: Ano Novo de 2014. Publicado em 04 de janeiro de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: ano-novo doutor-andântico, com “a clara estrela ardente pérola do céu refletindo teus olhos”, com áudio de fundo, “Nascente”, com Flavio Venturini (vocal), Toninho Horta (Violão) e Andre Mahmari (Piano)). Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. IELA 10 anos Des-cobrindo os Latino-Americanos. Publicado em 13 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. IELA 10 anos Des-cobrindo Pensadores. Publicado em 13 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. IELA 10 anos Revelando Abya Yala. Publicado em 14 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. IELA 10 anos voando junto com a Águia e o Condor. 473

Publicado em 14 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. Jornadas Bolivarianas 2014: É preciso dar nome aos bois... Publicado em 07 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. Jornadas Bolivarianas 2014: Los Pensadores Barbudos. Publicado em 13 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. Jornadas Bolivarianas 2014: Los que mueren por la vida tienen cullones! Publicado em 09 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: Homenagem a Hugo Chávez.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. Los Mercenarios: Braddock & FHC. 1999. Publicado em 08 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. PMF SME Mostra da Educação 2014: 03 de abril abertura: Céuducação. Publicado em 05 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. PMF SME Mostra da Educação 2014: 04 de abril encerramento. A cidade é uma escola. Publicado em 07 de abril de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. PPGE UFSC 40 anos: Aula Inaugural 2014-1 Aula inaugural do PPGE/UFSC. Apresentação da marca dos 40 anos do PPGE/UFSC (1974/2014) no vídeo apresentado na abertura da aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no dia 24 de março de 2014 às 14 horas, auditório do CED do Campus Florianópolis. Publicado em 24 de março de 2014 na conta Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. Tabefes do Batman JB na Brasília infringente. Publicado em 01 de março de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: des-homenagem aos ministros do STF no encerramento da sessão que deliberou sobre a acusação de formação de quadrilha para os réus da AP 470 28 de fevereiro de 2014.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2014. XIX Encontro Nacional de Economia Política: Abertura Vídeo de Abertura do XIX ENEP/SEP com o tema “(Neo)desenvolvimentismo em Questão”. Realizado na UFSC, Florianópolis, de 03 a 06 de junho de 2014. Naufrágio do Desenvolvimentic no Mar dos Tubarões do Mercado nos 50 anos do golpe militar. Publicado em 04 de junho de 2014 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2015. COEB 2015: Abertura. 475

Publicado em 08 de fevereiro de 2015 na Conta de Usuário do Youtube da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2015. COEB 2015: Encerramento. A indissociabilidade na Educação Básica: especificidades, desafios e possibilidades nas práticas pedagógicas. Cena da evolução da mão do macaco ao do homem com celular. Final com “Happy”. Publicado em 09 de fevereiro de 2015 na Conta de Usuário do Youtube da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2015. Florianópolis: Ano Novo 2015 "de cabeça no mundo". Publicado em 01 de janeiro de 2015 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. (OBS: Frase “pelas linhas da minha mão” em 00:01 min.) Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2015. Multideas UFSC. Vídeo para o Projeto de Pesquisa Multideas. Multiletramentos e aprendizagens formais e informais: possíveis diálogos entre contextos escolares e culturais. Apresentação do logotipo Multideas UFSC no V Seminário de Pesquisa em Mídia-Educação, e I Seminário Multideas. Publicado em 08 de dezembro de 2015 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2017.Temer chegando para dar o golpe e na Greve Geral de 28 de abril de 2017. Publicado em 26 de abril de 2017 na Conta de Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em .

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2018. Evídeo: Trailer 01. Publicado em 06 de setembro de 2018 na conta do Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=IgX4N325ZKI>.

SILVA, Leopoldo Nogueira e. 2018. Evídeo: Trailer 02. Publicado em 18 de setembro de 2018 na conta do Usuário do Youtube de Filosomídia. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=hwvb1id2R58>.

VIDEOGRAFIA DE GENTE-CURTA-METRAGEM

Produção de João Alves Rio

RIO, João Alves. 2012. Ti amo papáé um videu para o meu pai - em Parco di Monza, Italia. Mensagem do autor do vídeo para seu pai, gravado durante a realização do doutorado-sanduíche de sua mãe na Itália. Disponível em .

RIO, João Alves. 2014. Entrevista a Leo Nogueira Paqonawta. Vídeo produzido durante a “Oficina de Vídeo” realizada entre o autor e João Rio (autor do vídeo), no Departamento de Apoio à Formação e Atividades Complementares, da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, à Rua Ferreira Lima, 82, Florianópolis, SC Disponível em .

Imagens da Oficina em álbum “Bemtevídeo Clube”, no Facebook do autor: 08 (oito) fotos a partir da primeira, em 22 de setembro de 2014, disponível em .

RIO, João Alves. 2014. Meu Amigo Desenho. 477

Selecionado para participação na Mostra Competitiva Nacional Categoria 8-12 anos do Festival Internacional Pequeno Cineasta 2014. Publicado na conta do autor João Rio Alves no Vimeo. Disponível em .

RIO, João Alves. 2014. Meu Amigo Desenho: Making off... Encontro gravação no Parque do Córrego Grande, Florianópolis, SC. “Meiquinhofe” do vídeo selecionado para o Festival Internacional Pequeno Cineasta 2014. Publicado em 24 de agosto de 2014 por Adriana Alves. 01:32 min. Disponível em .

RIO, João Alves. 2015. O Sonho. Selecionado para participação na Mostra Competitiva Nacional Categoria 13-17 anos do Festival Internacional Pequeno Cineasta 2015. Disponível em FALTA AO AUTOR DO VÍDEO DISPONIBILIZAR O MESMO NA INTERNET.

RIO, João Alves. 2016. SEM TÍTULO. Vídeo produzido, mas não enviado para a Mostra Competitiva Nacional Categoria 13-17 anos do Festival Internacional Pequeno Cineasta 2016. Disponível em FALTA AO AUTOR DO VÍDEO DISPONIBILIZAR O MESMO NA INTERNET.

RIO, João Alves. 2016. Loko de pão de Keiijo. Vídeo experimental com a participação do irmão do autor do vídeo, Tomaz Pereira (TomazZamot). Publicado na conta do autor João Rio Alves no Vimeo. Disponível em < https://vimeo.com/191577206>.

RIO, João Alves. 2017. Pão de Leite. Oficina, Direção, Fotografia e Edição de Anderson Lima e João Rio. Florianópolis, SC: Opala Filmes. 2017. 03:50 min. Quando a síndrome do ninho vazio chega durante juventude. Disponível em

405/?hc_ref=ARS1eQ7KlDxphTKvm- VB9fRODf7ePPcjMr_lZ8ds0j00IDRqo69T9y6nDExEy1ZuaXc>.

RIO, João Alves. 2017. Pensar pode ser perigoso. Selecionado para participação na Mostra Competitiva Nacional Categoria 13-17 anos do Festival Internacional Pequeno Cineasta 2017.

479

Figura XX . Paqototoro Cósmico em Rosa no Buraco Colorido. (2018) “I tell you somethin'”... “I think you'll understand”... “I want to hold your hand”... All we be is Love... Love... Love is all we need... Arte do autor.

481

ANEXO 1

Mapa da Tese (2018). Elaborado para apresentação de roteiro às orientadoras em abril 2016, alterado em 2017 e finalizado em 2018.

483

ANEXO 2

FOLHA DE ROSTO

Seleção Doutorado/Turma 2013

CPF: 356.569.306-10 Título do anteprojeto: A saga do des-cobrimento da infância em Abya Yala: registros das andanças e bem-aventuranças de um Catador de Histórias viajante pelas Américas

Resumo No corpo do movimento insurgente do pensamento crítico, descolonizado e não- eurocêntrico nas ciências sociais, se fortalece as bases do pensamento educacional genuinamente latino-americano (Dussel, Boufleuer, Echeverría, Garcâia, Freire, Torres) como legítimo representante das vontades e aspirações de vários povos e nacionalidades apontando, “desde el sur”, outros sonhos e novas perspectivas e paradigmas na autodeterminação política-econômica-social , cultural, artística, filosófica e espiritual para o mundo contemporâneo. Destaca-se nesse contexto o pensamento ancestral/autóctone – também chamado “indígena” - traduzido em outras bases educacionais e de sabedoria no ver, fazer, poder, saber e amar o Bem Viver no mundo, revelando outras práticas pedagógicas, até certo ponto vistas como inferiores, folclóricas, bárbaras, não científicas ao gosto do modo de ser ocidental dos séculos recentes de opressão/exploração. A pesquisa sairá em des-cobrimento desse modo de (ser)amar (no)o mundo criando, a partir de oficinas de telejornal feito para/por crianças, em sala de aula e com textos e em contextos escolares em uma escola básica municipal na cidade porto de partida - Florianópolis -, os meios para fazer o registro e mapeamento, reflexão e ampliação do primeiro e posteriores contatos com escolas, alunos e professores daquelas comunidades desse Outro Mundo des-conhecido, expressando os sonhos e as vozes das crianças e de suas infâncias em Abya Yala, o outrora en-coberto continente que se convencionou chamar de Américas.

Palavras-chave: Criança; Infância; Educação; Escola; América Latina; Abya Yala.

Linha de Pesquisa: Educação e Infância A ação/produção/reflexão nessa Linha, notadamente “no campo educacional relacionadas às práticas pedagógicas”, me permitirão o desafio de empreender viagem a compreender sobre o que concebemos como “mundo indígena” e, apreender sobre sua “cosmovisão” e as relações estabelecidas entre seu modo de ver/agir/pensar o mundo no “sistema” educacional que têm para si. Há que se reconhecer o quanto suas razões, metodologia e finalidades da educação “escolar” precisam ser mais estudadas no aprofundamento da dimensão crítica com que encaram o pensamento hegemônico ocidental, não só para defender a escola indígena ou intercultural justas e necessárias, mas, quiçá para inspirar as nossas escolas, universidades, meios de comunicação e meninice contemporânea a possivelmente re-construir o mundo das ruínas e destruições causadas pelo capitalismo.