GOVERNO FEDERAL MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE – ICMBio DIRETORIA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL E POPULAÇÕES TRADICIONAIS – Diusp

Plano de Manejo Reserva Extrativista do Baixo Juruá

Juruá (AM), Fevereiro de 2009

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 3

Ministério do Meio Ambiente – MMA Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro de Estado do Meio Ambiente – MMA Dr. Carlos Minc Baumfeld

Presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio Rômulo José Fernandes Barreto Mello

Diretor de Unidades de Conservação de Uso Sustentável e Populações Tradicionais – Diusp Dr. Paulo Fernando Maier Souza

Coordenadora Geral de Gestão de Reservas Extrativistas (Resex) e Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Msc. Érika Fernandes-Pinto

Chefe da Resex do Baixo Juruá Dra. Maria Goretti de Melo Pinto

Responsável Institucional pela Elaboração do Plano de Manejo Dra. Maria Goretti de Melo Pinto

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 4

Equipe Técnica da Elaboração do Plano de Manejo

Coordenação Walter Behr – Analista Ambiental/Ibama (2003 a 2004) Paulo Sérgio Barros Gama do Nascimento – Analista Ambiental/Ibama (2004 a 2006) Dra. Maria Goretti de M. Pinto – Analista Ambiental/Ibama/ICMBio (2006 a 2008) Edison Mileski – Consultor (2007) Marcelo Salazar – Consultor (2008)

Colaboradores: Msc. Rogério Eliseu Egewarth – Diusp/ICMBio, Maressa Girão do Amaral – Ibama/ICMBio

Grupo de Trabalho de Elaboração do Plano de Manejo (2008) Dra. Maria Goretti de M. Pinto – Analista Ambiental/Ibama/ICMBio Maressa Girão do Amaral – Analista Ambiental/Ibama/ICMBio Cleuter Soares de Lima – Morador da Resex do Baixo Juruá Raimundo Ferreira Lima – Morador da Resex do Baixo Juruá Maria Oneide Alves da Costa – Morador da Resex do Baixo Juruá Deusdete Ferreira de Souza – Morador da Resex do Baixo Juruá João da Silva Ferreira – Morador da Resex do Baixo Juruá /Astruj Bismarck Batalha Benacon – Idam

Organização do texto, revisão e formatação final Marcelo Salazar – Consultor Natalia Guerrero – Jornalista Dra. Maria Goretti de M. Pinto – Analista Ambiental/Ibama/ICMBio

Apoio na Organização do Texto Msc. Jeferson Straatmann – Engenheiro; Msc. Cristiano Tierno de Siqueira – Educador Raquel R. dos Santos – Bióloga/UFSCar

Organizações Colaboradoras Associação dos Trabalhadores Rurais do Juruá – Astruj Universidade Federal do Amazonas – Ufam Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas – Idam Prefeitura Municipal de Juruá Agência de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas – ADS/AM Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa Cooperação Técnica Alemã – GTZ Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama

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Diagnóstico da Fauna Msc. Paulo Cesar Machado Andrade – LAS/Ufam (Coordenador) Vinicius Tadeu de Carvalho – Inpa, Consultor; Paulo Henrique Guimarães de Oliveira – IDS Mamirauá, Consultor; Dra. Marina Anciães – Inpa, Consultora; Msc. Lilian Rodrigues – Inpa; Msc. Eduardo Eler – Inpa. Colaboradores: Soledad M. H. Novelle – Inpa; Larissa Schneider – Inpa; Elisângela Brito – Inpa; Msc. Luíza P. C. Lopes – Inpa; Dra. Ermelinda de Oliveira – Ufam; Msc. Rafael Arruda – Inpa; Anndson Brelaz de Oliveira – Ufam; Jonathas Paiva do Nascimento – Ufam; Wander da Silva Rodrigues – Ufam; Carlos Dias de Almeida Junior – Ufam; Christian Borges Andretti – Inpa; Alexandre Mendes Fernandes – Inpa; Patrícia Farias Rosas-Ribeiro – Inpa; Fábio Rohe – Inpa; André Luís Ravetta; Robson Esteves Czaban – Nufas/Ibama/AM; Xênya Bernardes Garcia da Luz – Inpa; Brenda Santos Morais Soares; Ladislau Brito Santos Júnior – Inpa; Flávio Augusto Dubyna Esteves – Inpa

Diagnóstico dos Recursos Pesqueiros Msc. Tony Marcos Porto Braga – Ufam, Consultor; Msc. Charles Hanry Faria Jr. – Agroamazon, Consultor; Cristiano Gonçalves, Consultor. Colaboradores: Msc. Keid Nolan; Msc. André Vieira Galuch – Inpa

Diagnóstico dos Recursos Florestais Dr. Niro Higuchi – Inpa (Coordenador); Msc. Vilany Matilla Colares Carneiro – Inpa, Consultora; Msc. Adriano José Nogueira Lima – Inpa, Consultor; Msc. Liliane Martins Teixeira – Inpa, Consultora. Colaboradores: Msc. Sinomar Ferreira da Fonseca Júnior; Msc. Rafael Arruda – Inpa

Diagnóstico do Meio Ambiente Físico Dr. Arnaldo Carneiro Filho – Inpa, Consultor; Msc. Ralph Trancoso – Inpa; Msc. Daniela Pauletto – Inpa

Diagnóstico do Uso do Solo Msc. Raphael Leduc do Espírito Santo – Inpa

Caracterização Socioeconômica Tharcísio Santiago Cruz – Consultor; Maria Nazaré de Lima Ribeiro – Lapsea/Inpa; Igor Theodorovitz – Lapsea/Inpa; Dra. Maria Ignes Gaspareto Higuchi – Lapsea/Inpa; Msc. Luiz Antonio Nascimento de Souza – Ufam

Plano de Utilização e Programas Aurelina Viana – Facilitadora GTZ; Dra. Maria Goretti de M. Pinto – Analista Ambiental /Ibama/ICMBio; Maressa Girão do Amaral – ICMBio/AM; Edison Mileski – Consultor; Colaboradores: Júlio Siqueira – NRP/Ibama/AM; Msc. Flávio Bocardi – Analista Ambiental /Cepam/ICMBio; Msc. Álvaro Carvalho de Lima – Analista; Ambiental /Ibama/AM; Msc. Charles Hanry Faria Jr. – ADS/AM; Anivaldo Libério Chaves – ICMBio/AM; Marcelo Salazar – Consultor

Zoneamento Dra. Maria Goretti de M. Pinto – Analista Ambiental/Ibama/ICMBio; Edison Mileski – Consultor; Marcelo Salazar – Consultor. Colaboradores: Sandra Maria S. Barbosa – Coordenadora/Diusp/ICMBio; Msc. Sheila Oliveira Rancura – Analista

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Ambiental/Diusp/ICMBio; Msc. Carla Michelle Lessa – Analista Ambiental/Diusp/ICMBio; Msc. Flávio Bocardi – Analista Ambiental/Cepam/ICMBio; Msc. Raphael Leduc do Espírito Santo – Inpa

Diagnóstico Rural Participativo Maria Alice Salles Moura – Facilitadora GTZ; Lêda Luz – Facilitadora GTZ

Projeto Especial de Ecoturismo Lilia Nogueira – Consultora. Colaboradores: Marcos André Castro; Jorge Rodrigues; Sofia Nadia Azevedo; Eulane Siqueira; Lael Pires

Cenários Grupo de Trabalho de Elaboração do Plano de Manejo; Marcelo Salazar – Consultor; Msc. Tony Marcos Porto Braga – Ufam; Msc. Adriano José Nogueira Lima – Inpa.

Apoio Financeiro Programa Arpa/MMA FNMA/MMA

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 7

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ...... 17 1.1.Etapas da Elaboração do Plano de Manejo ...... 18 2.CONTEXTO REGIONAL ...... 19 2.1.Dinâmica de ocupação nos níveis estadual e municipal ...... 19 2.1.1.Divisão político-administrativa e demografia ...... 19 2.1.2.Histórico de Ocupação ...... 20 2.1.3.Município de Juruá ...... 22 Fonte: Idam/Juruá...... 24 3.CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ...... 25 3.1.Histórico e Decreto de Criação da Resex ...... 25 3.3.Caracterização Geral da População da Resex...... 31 3.4.Situação Fundiária ...... 33 3.5.Conflitos ...... 34 3.6.Caracterização Ambiental – Meios Físico e Biótico ...... 35 3.6.1.Meio Ambiente Físico ...... 35 3.6.1.1.Clima ...... 35 3.6.1.2.Hidrografia ...... 36 3.6.1.3.Geologia ...... 38 3.6.1.4.Geomorfologia ...... 39 3.6.1.5.Solos ...... 40 3.6.1.6.Recursos Minerais – Petróleo e Gás ...... 41 Figura 3.8 Fragmento de mapa “Carta Imagem – Comunidades da área de Influência do Empreendimento”. Fonte: Centro de Excelência Ambiental da Petrobrás na Amazônia (elaboração: Geoprocessamento Piatam, 2008)...... 42 3.6.2.Meio Ambiente Biótico ...... 42 3.6.2.1.Vegetação e Uso do Solo ...... 42 3.6.2.2.Fauna ...... 53 3.6.2.2.1.Mamíferos ...... 54 Foram selecionadas 7 comunidades da Resex para amostragem neste levantamento: Botafogo, Antonina, Vai Quem Quer, Socó, Forte das Graças I, Forte das Graças II e Cumaru. Os censos foram conduzidos por duas equipes distintas nas diferentes estações do ano. Foram realizadas observações de canoa e censos diurnos e noturnos nas trilhas de terra firme e nas áreas de várzea e igapó...... 54 3.6.2.2.2.Aves ...... 56 3.6.2.2.3.Répteis e Anfíbios ...... 61 3.6.2.2.4.Peixes ...... 68 3.7.Caracterização Social ...... 75 3.7.1.Perfil Geral da População ...... 75 3.7.2.Cultura ...... 77 Festejos e Celebrações ...... 78 3.7.3.Religião ...... 82 3.7.4.Relações de Gênero e Participação da Mulher ...... 83 3.7.5.Associativismo ...... 83 3.7.6.3.7.6. Acesso às Políticas Públicas ...... 85 3.7.6.1.Saúde ...... 86 3.7.6.2.Educação ...... 87 3.7.6.3.Habitação ...... 91

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3.7.6.4.Energia ...... 94 3.7.6.5.Abastecimento de água e saneamento ...... 95 3.7.6.6.Comunicação ...... 96 3.7.6.7.Transporte ...... 96 3.7.6.8.Caracterização Institucional ...... 97 3.8.Caracterização Econômica ...... 98 3.8.1.Atividades Econômicas ...... 98 3.8.1.1.Roça ...... 100 3.8.1.3.Serviços e Comércio dentro da Resex ...... 101 3.8.1.4.Extrativismo de Produtos Florestais ...... 102 3.8.1.5.Pesca ...... 103 3.8.2.Potencialidades Econômicas ...... 104 3.8.2.1.Produtos potenciais para o extrativismo ...... 104 3.8.2.2.Potencial para a Exploração de Produtos Madeireiros ...... 107 3.8.2.3.Potencial para o Manejo comercial de Quelônios ...... 108 3.8.2.4.Potencial de Serviços – Ecoturismo, Pesquisas, Serviços ambientais e crédito de carbono ...... 108 4.GESTÃO DA UNIDADE ...... 111 4.1.Conselho Deliberativo ...... 111 4.3.ICMBio ...... 113 4.4.Infra-estrutura necessária para Gestão da unidade ...... 113 4.5.Plano de Utilização da Resex do Baixo Juruá ...... 115 PESCA ...... 117 4.6.4.6. Zoneamento ...... 123 5.CENÁRIOS ...... 128 5.1.Cenário Ótimo ...... 128 5.2.Cenário Mais Provável ...... 130 5.3.Cenário Ruim ...... 131 Cenários para 5 anos ...... 131 6.PROGRAMAS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIOECONÔMICA DA UNIDADE ...... 134 6.1.Programa qualidade de vida e cidadania ...... 135 6.1.1.Subprograma Saúde ...... 135 6.1.2.Subprograma Educação ...... 136 6.1.3.Subprograma saneamento ...... 138 6.1.4.Subprograma comunicação ...... 139 6.1.5.Subprograma de Cultura ...... 140 6.1.6.Subprograma de Esporte e Lazer ...... 140 6.1.7.Subprograma de Habitação ...... 141 6.1.8.Subprograma de Energia ...... 141 6.1.9. Subprograma de Transporte ...... 142 6.2.Programa de manejo dos recursos naturais e cadeias produtivas ...... 143 6.2.1.Subprograma pesca ...... 143 6.2.2.Subprograma de Turismo ...... 144 6.2.3.Subprograma de Pesquisa ...... 145 6.2.4.Subprograma de Recursos Não-Madeireiros ...... 146 6.2.5.Subprograma de Agricultura Familiar ...... 147 6.2.6.Subprograma de Animais Silvestres ...... 147 6.2.7.Subprograma de Manejo de Quelônios ...... 148

6.2.8.Subprograma de Madeira ...... 148 6.3.Programa de monitoramento e proteção ambiental ...... 150 6.3.1.Subprograma de Monitoramento ...... 150 6.3.2.Subprograma de fiscalização ...... 150 6.3.3.Subprograma de Vigilância e Sensibilização ...... 151 6.3.4.Programa recuperação de áreas degradadas ...... 152 6.3.5.Programa de gestão e administração ...... 153 6.3.5.1. Lista de estudos prioritários para a revisão do plano ...... 153 6.4.Priorização final das Ações dos programas ...... 155 7.CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 156 8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 158 9.ANEXOS ...... 164 9.1.Anexo A – Decreto de criação da Reserva Extrativista do Baixo Juruá...... 164 9.2.Anexo B – Lista de beneficiários da Resex do Baixo Juruá ...... 166 9.3.Anexo C – Mapa de Hidrografia ...... 184 9.4.Anexo D – Mapa de Geologia ...... 185 9.5.Anexo E – Mapa de Geomorfologia ...... 186 9.6.Anexo F – Mapa de Solos...... 187 9.7.Anexo G – Mapa de Vegetação ...... 188 9.8.Anexo H – Zoneamento Ambiental ...... 189 9.9.Anexo I – Botânica – Lista 1 ...... 190 9.10.Anexo J – Botânica – Lista 2 ...... 195 Licaria sp1 ...... 195 9.11.Anexo K – Botânica – Lista 3 ...... 197 9.12.Anexo L – Mastofauna – Lista 1 ...... 198 9.13.Anexo M – Mastofauna – Lista 2 ...... 201 9.14.Anexo N - Mastofauna – Lista 3 ...... 202 9.15.Anexo O – Avifauna – Lista 1 ...... 204 9.16.Anexo P – Avifauna – Lista 2 ...... 212 ACCIPITRIDAE ...... 212 Asturina nitidus ...... 212 FALCONIDAE ...... 212 CRACIDAE ...... 212 EURYPYGIDAE ...... 212 LARIDAE ...... 212 PSITTACIDAE ...... 212 CUCULIDAE ...... 212 CAPRICULGIDAE ...... 212 APODIDAE (3) ...... 212 TROCHILIDAE ...... 212 ALCEDINIDAE ...... 212 Chloroceryle aenea ...... 212 GALBULIDAE ...... 212 MOMOTIDAE ...... 212 RAMPHASTIDAE ...... 213 FURNARIIDAE ...... 213 THAMNOPHILIDAE ...... 213 FL ...... 213 9.17.ANEXO Q – Herptofauna – Lista 1 ...... 214

9.18.Anexo R – Herptofauna – Lista 2 ...... 217 9.19.Anexo S – Ictiofauna - Lista 1 ...... 219 9.20.Anexo T – Ictiofauna - Lista 2 ...... 221 9.21.ANEXO U – Plano de Proteção da Resex do Baixo Juruá ...... 224 1.Contextualização ...... 224 2.Pressões e Ameaças: Causas ...... 228 3.Estratégias de proteção ...... 230 3.1.1.Operações ...... 230 3.1.2.Atendimento a Denúncias ...... 231

TABELAS Tabela 1.1 Etapas de elaboração do Plano de Manejo da Resex do Baixo Juruá.

Tabela 2.1 Distribuição demográfica urbana e rural de 1940, 2000 e 2007 no estado do Amazonas. Tabela 2.2 Associações existentes no município de Juruá.

Tabela 3.1 Quantificação da cobertura da terra separada em classes de tipologia florestal e uso do solo.

Tabela 3.2 Distribuição do número de indivíduos por espécies para os 15 menores e os 15 maiores valores de IVI. Tabela 3.3 Estimativa de biomassa seca e fresca para alguns municípios do estado do Amazonas.

Tabela 3.4 Freqüência das espécies com potencial para uso não madeireiro, por comunidade, na Resex do Baixo Juruá.

Tabela 3.5 Densidade relativa de jacarés por quilômetro linear na Resex do Baixo Juruá.

Tabela 3.6 Calendário sazonal dos eventos de interesse para conservação de quelônios nas comunidades de Botafogo, Antonina e Forte das Graças I, na Resex do Baixo Juruá. Tabela 3.7 Classificação das espécies segundo seu comportamento de deslocamento reprodutivo e dieta alimentar.

Tabela 3.8 Ambientes citados com a presença de pirarucu, tambaqui e matrinxã. Tabela 3.9 Contagem de pirarucus adultos na Resex do Baixo Juruá em 2006 e 2007. Tabela 3.10 Datas dos festejos realizados nas comunidades da Resex do Baixo Juruá. Tabela 3.11 Infra-estrutura das comunidades da Reserva Extrativista do Baixo Juruá. Tabela 3.12 Nível de escolaridade na Resex do Baixo Juruá. Tabela 3.13 Instituições que mantêm alguma relação com a Resex do Baixo Juruá Tabela 3.14 Calendário agroextrativista. Tabela 4.1 Lagos utilizados para prática da pesca.

FIGURAS

Figura 2.1 Vista aérea da sede do município de Juruá.

Figura 3.1 Localização da Resex do Baixo Juruá.

Figura 3.2 Meios de acesso ao município de Juruá (figura meramente ilustrativa).

Figura 3.3 Comunidades da Resex do Baixo Juruá.

Figura 3.4 Variações sazonais média, máxima e mínima da precipitação na região da Reserva Extrativista do Baixo Juruá, no período de 1981 a 2006. Figura 3.5 Rio Juruá na época seca, evidenciando suas praias e meandros; rio Copacá na época da cheia; vista aérea do rio Andirá e seus lagos na seca.

Figura 3.6 Área de influência hidrológica da Resex do Baixo Juruá em diferentes escalas de abrangência: (A) na escala da macrobacia do Juruá; (B) na escala de mesobacias (rios tributários do rio Juruá) e; (C) na escala de microbacias (igarapés tributários das mesobacias). Figura 3.7 Compartimentos extraídos do SRTM e presentes na área da Resex do Baixo Juruá. Figura 3.8 Fragmento de mapa “Carta Imagem – Comunidades da área de Influência do Empreendimento”. Figura 3.9 Mapa de localização das classes de tipologias florestais e uso do solo na Resex do Baixo Juruá. Figura 3.10 Caracterização das classes de uso do solo pelas populações humanas na Resex do Baixo Juruá. Figura 3.11 Área total em hectares das modalidades de uso do solo por comunidade. Figura 3.12 Vista aérea de região da Resex na qual se distingue a vegetação de área alagável em relação à de área não alagável. Figura 3.13 Perfil esquemático da divisão em subclasses das Florestas Alagáveis. Figura 3.14 Ambientes amostrados pela equipe de avifauna entre maio e junho de 2006. Figura 3.15 a) Hylophylax poecilinota; b) Lepidothrix coronata; c) Gymnopithys salvini Figura 3.16 Serpentes peçonhentas registradas durante os trabalhos de campo na Resex do Baixo Juruá. Figura 3.17 Preparação de “chocadeira” pelos comunitários da Resex durante o curso de monitoramento de tabuleiros em 2006. Tabuleiro de Antonina.

Figura 3.18 Desova de iaçás na praia de Antonina, na Resex do Baixo Juruá. Figura 3.19 Freqüência de citações dos tipos de peixes mais utilizados para a venda. Figura 3.20 Melhores meses para a pesca. Figura 3.21 Morador da Resex carregando um pirarucu durante o manejo. Figura 3.22 Distribuição dos moradores da Resex do Baixo Juruá por critérios de idade. Figura 3.23 Festejo de São Francisco das Chagas na comunidade de Cumaru, em 2008. Figura 3.24 Sr. Deucimar mostrando como é tocada a “Mãe do Cão” na comunidade Antonina. Figura 3.25 Comunitária cantando músicas do tempo das festas dos seringais, acompanhada com a “Mãe do Cão”, tocada pelo Sr. Deucimar, e com colheres, tocadas por Arthur. Figura 3.26 Ritual do Arapicum. Figura 3.27 Bolo de “pé de moleque” ou de massa de puba. Figura 3.28 Escritório compartilhado Astruj/ICMBio, em Juruá; diretoria eleita em 2008. Figura 3.29 Sala de aula multisseriada da escola da comunidade de Antonina, em 2008. Figura 3.30 Passarela na comunidade de Antonina. Figura 3.31 Exemplo de casa tradicional, construída principalmente com paxiúba, existente na Resex antes da implementação do assentamento do Incra. A casa da foto localiza-se no entorno da Resex. Figura 3.32 Modelo da “casa nova” viabilizada pelo Incra e Ibama por meio de crédito habitação. Comunidade Igarapé do Branco. Figura 3.33 Tupé de tala de arumã. Figura 3.34 Cestas e vassouras produzidas na Resex do Baixo Juruá e cartaz de exposição de arte promovida na cidade de Juruá.

Figura 3.35 Menino subindo no açaizeiro e açaí colhido.

Figura 4.1 Mapa de Zoneamento da Resex Figura 6.1 Oficina para definição de programas e subprogramas e Plano de Utilização.

SIGLAS AAV – Agente Ambiental Voluntário ADS – Agência de Desenvolvimento Sustentável Astruj – Associação dos Trabalhadores Rurais de Juruá Afeam – Agência de Fomento do Estado do Amazonas Asmace – Associação dos Moradores e Amigos da Cultura Evangélica Acrig – Associação dos Criadores de Gado Amej – Associação dos Moveleiros e Extratores de Juruá AMBSF – Associação dos Moradores do Bairro São Francisco Arpa – Programa Áreas Protegidas da Amazônia Ceam – Companhia de Energia do Amazonas CNS – Conselho Nacional dos Seringueiros FNMA – Fundo Nacional do Meio Ambiente Funasa – Fundação Nacional de Saúde GTZ – Agência de Cooperação Técnica Alemã ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Idam – Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Inpa – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia MIN – Ministério de Integração Nacional MMA – Ministério do Meio Ambiente PEA – População Economicamente Ativa PEI – População Economicamente Inativa PMFPE - Planos de Manejo Florestais em Pequena Escala RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável Resex – Reserva Extrativista SDS – Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas Sebrae – Serviço Brasileiro de Empreendedorismo Seduc – Secretaria do Estado de Educação do Amazonas Seplan – Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento - AM Senai – Serviço Nacional da Indústria Sesi – Serviço Social da Indústria Snuc – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza Susam – Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas UC – Unidade de Conservação UEA – Universidade do Estado do Amazonas Ufam – Universidade Federal do Amazonas USP – Universidade de São Paulo UFSCar – Universidade Federal de São Carlos

PREFÁCIO

É com satisfação e honradamente que apresento este documento síntese. Um documento longa e solidamente construído através da contribuição de uma gama considerável de especialistas renomados da comunidade científica amazonense e brasileira e de analistas ambientais do ICMBio, com a marca da participação das lideranças comunitárias. Cumpre frisar, de pronto, que a Resex do Baixo Juruá, mesmo não sendo a mais antiga das Resex no estado, é a primeira a concluir um plano de manejo. Esse pioneirismo é claramente resultante da obstinação dos atores que para ela convergiram – analistas ambientais, lideranças locais, moradores e pesquisadores. A todas e todos quantos, anônimos ou não, rogo o reconhecimento do leitor. Numa primeira e rápida aproximação, o inventário da biota na Resex já apontou a ocorrência de espécies novas para a ciência, fenômenos fitossociológicos anteriormente não descritos, padrões estruturais únicos de sua cobertura florestal. Configurando esta unidade de conservação como uma amostra significativa, com o que encerra em seus limites, do ainda mais bem preservado bioma brasileiro. Tratam-se aqui de afirmações corajosas e lúcidas. Logo de início, seus autores expõem a origem, as fragilidades e conflitos dessa nova territorialidade. Como qualquer síntese, o modelo Resex traz, em si, suas contradições internas. Dentre muitas destas, aquela de se constituir como uma unidade de conservação ao mesmo tempo em que deverá promover o desenvolvimento socioeconômico local e endógeno. Neste documento, os gestores ao assumirem a necessidade da revisão da configuração do território da UC, em razão dos conflitos com a expansão da cidade-sede e de áreas essenciais não incluídas, põem fim a um impasse que teve origem nas resistências de quem percebia a Resex como que apreendida e paralisada na imutabilidade de suas fronteiras inicialmente projetadas. Esses e outros enfrentamentos clamam por um debate e ações obstinadas dos seus atuais e futuros gestores ambientais, e quiçá dos legisladores. A definição de Reserva Extrativista, como consta na lei, por sua limitação e reducionismo, exige e continuará exigindo dos seus gestores uma apurada visão e percepção da realidade local. As generalizações inexoráveis da lei requerem aplicá-la, no plano das especificidades locais, com extremo cuidado e visão projetada para os impactos futuros. Esse foi o caso da instalação do programa Luz Para Todos, por exemplo. A impossibilidade, no atual contexto, do manejo e uso comercial dos recursos faunísticos, a aparente proibição das atividades agropecuárias, ou de pelo menos, da sua intensificação, emergem como desafios para se projetar alternativas de “crescimento” da economia interna propulsora de um desenvolvimento endógeno durável. A dinâmica demográfica, em especial o crescimento natural de uma população jovem, o fluxo migratório das populações rurais que afetam e são modificadas pelo evento da Resex e o potencial conflito com as comunidades indígenas da vizinhança revelam, na dimensão humana e sociopolítica, os maiores desafios da Resex. Nesta mesma dimensão, os autores destacam o desafio da educação e de re-inserção dos profissionais e técnicos nas comunidades e na região e o desafio do saneamento básico, em especial do abastecimento de água com qualidade. Reconhecer o declínio da atividade econômica da borracha que, no passado, delineou o surgimento dos aglomerados humanos que constituíram a Resex, ajuda a elaborar a compreensão que se tem sobre a sua formação histórica local e recente. Ao mesmo tempo, lança o desafio de prever e antecipar as estratégias para assegurar-se que, como nova territorialidade, a Resex do Baixo Juruá promoverá a sustentabilidade desses

grupos humanos e do seu território mediante o desenvolvimento de outras alternativas econômicas. Resta patente que o presente plano de gestão reconhece a necessidade de aliar a conservação dos recursos ambientais da Resex a uma gestão capaz de promover a sustentabilidade socioeconômica e política diante das pressões sobre o uso dos recursos provocadas pelas mudanças econômicas em seu entorno. Mudanças recentes como as que reacendem a pressão pelo uso intensificado dos recursos madeireiros, e antigas como as que forçam a expansão da pecuária bovina local e as que levaram à redução de estoques pesqueiros deverão ser contrabalanceadas pelo aprimoramento das cadeias produtivas de produtos não madeiráveis, por exemplo, como mostras o plano. Que este documento síntese cumpra o seu propósito de ser o ponto de inflexão e de partida para a superação das fragilidades, e principalmente da realização das potencialidades da Resex do Baixo Juruá.

Henrique dos Santos Pereira, PhD Professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Superintendente do Ibama-AM

1. INTRODUÇÃO

A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. (Lei n° 9.985, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – Snuc, de 18 de julho de 2000, artigo 18.)

Este Plano de Manejo foi elaborado para atender as exigências da Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc). Ele serve de instrumento de apoio ao desenvolvimento e gestão da Reserva Extrativista (Resex) do Baixo Juruá, subsidiando ações da equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Associação dos Trabalhadores Rurais de Juruá (Astruj) e de demais instituições de apoio à Resex e componentes do Conselho Deliberativo. Visa dar suporte à implementação de ações para o desenvolvimento das comunidades, considerando as estruturas de seu modo de vida tradicional e a conservação da biodiversidade.

Para as Reservas Extrativistas, o Plano de Manejo caracteriza a área nas dimensões ambiental, social e econômica, define as áreas de uso das populações tradicionais, as regras de convivência (ou plano de utilização), as possibilidades de utilização dos recursos naturais e geração sustentável de renda, bem como os programas e subprogramas de desenvolvimento da Unidade de Conservação.

Este plano deve ser revisado no horizonte máximo de cinco anos1. Algumas das informações aqui presentes devem mudar e novos aprendizados serão gerados ao longo da implantação do plano, sendo necessária uma revisão e geração de um novo plano para a Resex do Baixo Juruá.

1 Artigo 16 da Instrução Normativa nº 01, de 18 de setembro de 2007, Publicada no Diário Oficial da União Nº. 182, Seção I, páginas 101 e 102, de 20/09/2007

1.1. Etapas da Elaboração do Plano de Manejo

O Plano de Manejo da Resex do Baixo Juruá foi realizado em diferentes etapas de trabalho e pesquisa orientados pelos gestores da unidade2. De 2003 a 2008, estas etapas seguiram uma ordem lógica, buscando cumprir as orientações técnicas hoje apresentadas na Instrução Normativa nº 01, de 18 de Setembro de 2007, que “disciplina as diretrizes, normas e procedimentos para a elaboração de Plano de Manejo Participativo de Unidade de Conservação Federal das categorias Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável”3 e no “Roteiro Metodológico para elaboração do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável Federais” construído pela Disam/Ibama, em junho de 2006.

Tabela 1.1 Etapas de elaboração do Plano de Manejo da Resex do Baixo Juruá.

ETAPA ATIVIDADE DESEMPENHADA PERÍODO 2003-2004 1 Planejamento e 2007 Levantamento de dados secundários 2 2005-2008 (coleta e análise das informações disponíveis)

3 Realização de oficinas de DRP 2005

Levantamento de dados primários (levantamentos de campo: Fauna, Recursos Pesqueiros, 4 2005-2007 Recursos Florestais, Estudos Socioeconômicos, Potencial Ecoturístico, Meio Ambiente Físico)

5 Identificação e estruturação da gestão da unidade 2003 – 2008 6 Definição do zoneamento para a unidade 2008 7 Construção do Plano de Utilização 2008 Construção dos programas de sustentabilidade ambiental 8 2008 e socioeconômica da unidade 9 Construção de Cenários e validação do Plano de Manejo 2008 10 Entrega das versões final e resumida do Plano de Manejo 2009

2 Gestores da Resex do Baixo Juruá: Walter Behr (2003 e 2004), Paulo Sérgio Barros Gama do Nascimento (2004 a 2006) e Maria Goretti de Melo Pinto (2006 a 2009). 3 Instrução Normativa n° 01, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Ministério do Meio Ambiente, publicada no Diário Oficial da União, n°182, seção 01, páginas 101 e 102, em 20/09/2007.

2. CONTEXTO REGIONAL

Antes de abordar o histórico de criação e aprofundar a descrição da Resex, seguem algumas informações sobre o estado do Amazonas, a região de Tefé e o município de Juruá.

2.1. Dinâmica de ocupação nos níveis estadual e municipal

2.1.1. Divisão político-administrativa e demografia

O Amazonas é o maior estado brasileiro, com 1.570.745,680 km2, localizado na região centro-oeste da Amazônia, fazendo fronteira, no plano nacional, com os estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Roraima. Além disso, faz fronteira com Peru, Colômbia e Venezuela.

O estado do Amazonas compreende sessenta e dois municípios, com uma população estimada pelo IBGE em 3.221.939 habitantes em 2007, sendo 77% na zona urbana e 23% na zona rural4. Comparando o censo de 2007 com o de 1940, percebe-se uma inversão demográfica no estado, por meio de evasão da zona rural para a zona urbana (Tabela 2.1).

Tabela 2.1 Distribuição demográfica urbana e rural de 1940, 2000 e 2007 no estado do Amazonas.

TZona Zona rural ourbana t a l 1940 4100.243 318.940

1 9 . 1 8 3

124% 76% 0

4 Disponível em http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=am.

0 % 2000 22.107.22 705.335

. 2 8 1 2 . 5 5 7

175% 25% 0 0 % 2007 32.495.87 726.060

. 9 2 2 1 . 9 3 9

177% 23% 0 0 %

Fonte: IBGE (1940, 2000 e 2007)

2.1.2. Histórico de Ocupação

O estado do Amazonas historicamente teve como grande força econômica o extrativismo. Inicialmente, tratava-se de especiarias, com a exportação regular de cravo, cacau, baunilha, canela, resinas aromáticas e plantas medicinais. O controle sobre esse processo se dava por parte dos missionários, dispondo da alta produtividade da mão-de- obra indígena.

A partir de meados do século XIX, a borracha5 se consolidou como principal produto da economia amazonense, trazendo um grande capital para o estado. Os ciclos da borracha também consolidaram a colonização da região, trazendo trabalhadores da região Nordeste para o trabalho nos seringais – um grande aporte de mão-de-obra barata incentivado pelo Estado brasileiro. A aventura da borracha atraiu para os rios amazônicos os nordestinos batidos pela inclemência da seca. Porém, em muitos locais, já habitavam populações indígenas que foram se deslocando ou se integrando às atividades seringueiras sob grandes conflitos. Na região do Juruá, habitavam os índios Meneruás, Maranás, Canamaris, Catuquinas, Catauixis e outros.

A borracha dos seringais do Purus-Acre, do Juruá e do Madeira projetava o Amazonas no cenário da economia mundial, tornando uma das mais importantes capitais brasileiras. A esse movimento de crescimento econômico designou-se “Ciclo da Borracha”, cujo declínio ocorreu por volta de 1912, após a chegada ao mercado internacional da borracha cultivada em colônias da Ásia, como Ceilão e Malásia.

Com a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), surge um segundo Ciclo da Borracha para a Amazônia, estabelecido pelo Acordo de Washington (1942), proposto pelos Estados Unidos ao Brasil para compensar a queda na produção da goma asiática, já que algumas colônias haviam tombado sob jugo japonês e diminuído drasticamente a produção de seus seringais. Contudo, esse período de novo crescimento econômico acabou de maneira rápida, pois o fim da guerra minou também o interesse mundial pela borracha da Amazônia. Desta forma, desenvolveram-se na região novas estratégias de desenvolvimento com outras atividades extrativistas, industriais e de serviços.

Em 1967, um decreto presidencial transformou Manaus em Zona Franca, imediatamente instalando uma série de indústrias e anunciando uma oferta de quarenta mil empregos, com a intenção de promover o desenvolvimento do estado e inserir novamente a região na economia nacional (SOUZA, 2001). Esse modelo, entretanto, trouxe graves conseqüências para a Amazônia e seus povos, uma vez que o êxodo rural e do interior levou ao “inchaço” da capital.

A Zona Franca também implicou uma redução do investimento governamental no setor primário do estado, gerando uma necessidade de compra de alimentos de outros

5 Na Amazônia, entre as árvores gomíferas mais utilizadas para extração da seiva constituinte de matéria-prima para a borracha, destacam-se a seringueira (Hevea brasiliensis) e o caucho (Castilloa elastica).

estados da União, em especial do Pará. Segundo a Seplan (2006), o Produto Interno Bruto (PIB) a preço de mercado em 2004 foi de R$ 33,107 bilhões. O setor secundário foi o carro chefe da economia do estado, com uma participação de 69,85%, seguido pelo setor terciário, com 26,58%, e ficando o setor primário (representado pela agropecuária) com apenas 3,57%.

Em 2003, o governo do estado do Amazonas buscou uma estratégia complementar de desenvolvimento, tendo em vista uma maior interiorização da economia. O resultado foi a criação do Programa Zona Franca Verde (PZFV), com o objetivo de reverter o quadro socioambiental e de promover o desenvolvimento sustentável no estado.

O desenvolvimento da economia do interior do estado se concentrou em algumas cadeias de produtos extrativistas, como castanha, óleos, fibras vegetais, artesanato, pesca, açaí, madeira manejada e animais silvestres. Algumas ações do estado para essas cadeias podem ser destacadas: criação de leis de incentivos fiscais; subvenção da borracha; incentivo a boas práticas de manejo da castanha; implantação e ampliação de seis usinas de beneficiamento de castanha administradas por associações e cooperativas; implantação de cinco novas usinas de óleos e previsão de criação de outras duas ( e Juruá); criação de uma empresa pública especializada na comercialização de produtos primários (Agência de Desenvolvimento Sustentável – ADS); Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme), com compra de produtos regionais para a merenda escolar das escolas estaduais; instruções normativas para produtos florestais; busca de parcerias com empresas privadas para a compra do pirarucu manejado; linhas de crédito específicas para o setor primário pela Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), tais como: o ProFloresta, o Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Estado do Amazonas (FMPES); Plantar o Futuro; e o Processo Produtivo Básico (PPB) de Biocosméticos.

2.1.3. Município de Juruá

A história de Juruá, como município, se confunde com as de Tefé e , uma vez que o seu território é resultado de desmembramentos sucessivos realizados ao longo do tempo. Por isso, a apresentação de aspectos históricos do município de Tefé se faz indispensável, já que este ocupava grande parte da região centro-oeste do estado do Amazonas.

De acordo com o IBGE6, ao final do século XVII, o jesuíta Samuel Fritz fundou a pequena “Aldeia de Tefé” onde hoje está localizada a cidade de mesmo nome. Nas décadas seguintes, a localidade se transformou no principal ponto de referência daquela região. Até fins do século XVIII, diversas disputas entre espanhóis e portugueses se sucederam pelo domínio do local, culminando com a supremacia da ocupação militar lusitana.

Ao longo do século XX, diversos desmembramentos se sucederam, dando origem a novos municípios. A Lei Estadual n° 96, de 19 de dezembro de 1955, desmembrou partes contíguas dos municípios de Tefé e Carauari, que passaram a constituir o município de Juruá, com sede na localidade denominada até então de Paranaguá do Norte. No entanto, a sede do município foi mudada para a localidade Caitaú, em 31 de janeiro de 1956, atual sede, devido à constante quebra de barranco que acontecia em Paranaguá do Norte. Apesar do nome da cidade ter mudado para Juruá, muitos ainda a chamam de Caitaú.

Segundo Dona Maria Ferreira da Rocha, 75 anos, moradora de Juruá, a ocupação humana recente, onde hoje existe a sede do município de Juruá, vem da época em que o seringalista gaúcho Raimundo de Oliveira Rocha instalou naquela localidade o seringal e porto de lenha denominado Caitaú, aproximadamente entre os anos de 1920 e 1930. Ele possuía também mais dois seringais, um deles subindo o rio Juruá, denominado Japó, o qual vendeu e que, atualmente, é um ramal que dá acesso da cidade ao rio Juruá, e outro seringal na área de várzea denominada Jacaré, que ficava no paraná de mesmo nome.

Rocha possuía ainda um barracão onde hoje existe o prédio do antigo mercado da cidade, de onde administrava seu negócio. Sua forma de trabalho consistia na retirada da seringa no período do verão, enquanto a madeira era retirada no inverno, período que equivale às cheias dos rios. Na época, havia abundância de madeira de lei e as madeiras brancas eram praticamente desprezadas.

Segundo o censo de 2007 do IBGE, a população do município de Juruá, que inclui os moradores da Resex do Baixo Juruá, é de 8.658 habitantes.

6 Disponível em http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/amazonas/tefe.pdf e http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/amazonas/jurua.pdf.

Figura 2.1 Vista aérea da sede do município de Juruá. Foto: Huelinton Ferreira.

De acordo com informações obtidas pelo IBGE, em 2002, de 1588 pessoas com rendimento financeiro, 96,3% recebiam até cinco salários mínimos, 2,2% recebiam entre cinco e dez salários mínimos e somente 1,5% recebiam mais de dez salários mínimos. Dentre as lavouras permanentes praticadas no município de Juruá, a banana é o produto que apresentou maior destaque em 2006, com rendimento médio de 6.700 kg/ha e produção avaliada em 27 mil reais. Das lavouras temporárias, no mesmo ano, destacam-se as culturas de mandioca, cujo valor da produção foi estimado em 705 mil reais, abacaxi (162 mil reais), arroz (70 mil reais) e cana-de-açúcar (seis mil reais).

Dados do Idam de 2008 mostram que o número de animais bovinos está aumentando a cada novo cadastro da campanha de vacinação contra a Febre Aftosa. Em 2005, havia cerca de 1.200 animais, ao passo que em 2007 foram 1.641, ou seja, um aumento de 37%. Segundo o Idam, a atividade tem potencial e está caminhando para o auto-abastecimento do mercado local, uma vez que em Juruá o consumo de carne ainda é pequeno, pois a maioria dos seus munícipes é formada pela população de baixa renda. Na Resex do Baixo Juruá, foram contadas 483 cabeças de gado em 2007.

A classificação mais recente publicada no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, do ano 2000, realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), atribui a Juruá o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de 0,546. O índice, que leva em conta indicadores de educação, renda e longevidade, situa o

município próximo ao limite da faixa de “médio desenvolvimento humano” (0,500 a 0,799). Abaixo de 0,4999, considera-se que a região apresenta “baixo desenvolvimento humano”. Na área de saúde, o município dispõe de um hospital (Unidade Mista) estadual. Na área de educação, a cidade conta com três estabelecimentos ministrando ensino médio e fundamental, além das escolas das comunidades distribuídas pelo município.

Há na cidade de Juruá pouca organização entre os produtores locais, porém algumas associações formais podem ser encontradas, conforme mostra a tabela abaixo.

Tabela 2.2 Associações existentes no município de Juruá.

I № de Sócios d e n t i f i c a ç ã o

i i f Ai A120 s 50 t 30 r u 200 j 7

A s s o c i a ç ã o

d e

T r a b a l h a d o r e s

R u r a i s

d e

J u r u á A c r i g 7 A Astruj representa os moradores e usuários da Resex do Baixo Juruá. –

A s s o c

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2 1

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T r a b a l h a d o r a s

R u r a i s

Fonte: Idam/Juruá.

3. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE

3.1. Histórico e Decreto de Criação da Resex

Para compreender melhor a forma com que o modelo de Reserva Extrativista veio a ser reivindicado pelas comunidades do Baixo Juruá, é preciso voltar algumas décadas e retomar os processos vivenciados pela região na qual se inserem essas comunidades. Nesse sentido, Schaeken (1997) sublinha o importante papel que a Igreja Católica, por meio da Prelazia de Tefé, desempenhou na história da região centro-oeste do Amazonas, contribuindo com o avanço de diversos setores sociais, como educação, saúde, dentre outros. Entre os anos de 1948 a 1981, a Prelazia constituiu paróquias nos municípios de Itamarati, Carauari, Alvarães, Jutaí, Fonte Boa, Maraã, Japuruá, Juruá e Uarini.

Nesse contexto, destaca-se a atuação do Bispo Dom Joaquim de Lange, à frente da Prelazia a partir de 1947. O contato com as comunidades de suas paróquias teria levado Lange à conclusão de que a Igreja devia ser uma “Igreja Viva”, feita não somente de estruturas e construções, mas de gente. Neves (2006) situa esse movimento no início da década de 70, sendo a “Igreja Viva” uma nova visão de ação missionária, mais sistemática, não totalmente dependente da ação de padres e irmãos. “O trabalho missionário fora então transferido para os agentes pastorais e expandido pelos aglomerados fixados às margens dos rios, desde então reconhecidos como comunidades” (NEVES, 2006).

Para Neves (2006) a ação política envagelizadora da Igreja Católica transformou a organização social dos ribeirinhos das diferentes regiões do médio e alto Solimões, difundindo entre eles uma visão de comunidade, ora com um entendimento da mínima unidade territorial com uma ou mais casas, denominada localidade, ora como unidade político-administrativa por se tornar sede de prestação de serviços públicos e comunais (escola, capela, campo de futebol, motor de luz, casa comunitária, sede da associação de produtores), denominada comunidade.

Neves (2006) destaca a Igreja ou Prelazia de Tefé como uma importante influenciadora das comunidades para o conceito de preservação, em especial de lagos, igarapés e rios, tendo em vista as constantes invasões de barcos, geleiras e pescadores que traziam novos recursos tecnológicos e levavam à região uma escassez de recursos pesqueiros.

Nesse contexto, comunitários lembraram a chegada a Tefé, por volta de 1964, de Irmão Falco, religioso que fundamentava sua prática no Evangelho e no direito ao “pão na mesa do povo”. Seu trabalho tinha grande enfoque na agricultura, na luta em defesa da terra, preservação da natureza e dos lagos, com apoio a sindicatos, agrovilas e às comunidades eclesiais de base. Logo, a idéia de preservação/conservação da natureza surgiu nos trabalhos de Irmão Falco e de seu amigo José Bezerra da Silva, o qual trabalhou na Coordenação da Pastoral. Os trabalhos tinham como base a Teologia da Libertação, que procurava a quebra da relação dominador/dominado, estabelecida na época dos seringais e trazida até então.

A redução dos estoques pesqueiros na região de Tefé (inclusive em Juruá), no médio Solimões, começou a ser problematizada pelas comunidades ribeirinhas entre o final da década de 70 e início da década de 80. A crescente percepção da escassez das espécies de peixe com maior valor comercial e cultural levou à adoção, em muitas destas comunidades, de um modelo de manejo de lagos idealizado no âmbito da Prelazia de Tefé, que consistia basicamente na delimitação de lagos controlados pelas comunidades (denominados lagos de manutenção e de procriação) e de lagos abertos ou livres (OLIVEIRA & CUNHA, 2001). Estas iniciativas de manejo comunitário foram caracterizadas pelo importante papel desempenhado por mediadores (Igreja, ONGs, financiadores) e pelo apoio do Ibama/AM, que chegou a editar muitas portarias de proteção de lagos com base nas solicitações das comunidades.

A partir do movimento de preservação de lagos difundido na região do médio Solimões e afluentes, nasceu a iniciativa de criação de várias reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável na região (Resex federais: Auati-Paraná, Baixo Juruá, Médio Juruá e Rio Jutaí; Resex estadual: Catuá-; RDS estaduais: Mamirauá e Amanã). A idéia partiu das próprias comunidades e contou com o apoio e incentivo da Prelazia de Tefé e outros atores sociais.

Foi considerada importante pelos moradores do Baixo Juruá a chegada, na década de 1990, de quatro Irmãs da Ordem Santa Catarina para trabalhar na paróquia de Juruá: Izabel, Berta, Cecília e Lúcia, contribuindo diretamente para o avanço do trabalho de sensibilização e para a causa ambiental. Por meio da Rádio de Tefé, Irmão Falco anunciava as reuniões na sede ou nas comunidades e também falava sobre a importância do

desenvolvimento local e o pensamento no futuro das próximas gerações. A idéia de Reserva Extrativista já estaria sendo trabalhada.

Em 1997, intensificou-se o diálogo a respeito da proteção ambiental em um curso para formação de agentes ambientais voluntários e foi incentivada a criação da Astruj, o que ocorreu em 1998. Em 16 de julho de 1997 foi aberto o processo para a criação da Resex do Baixo Juruá8. A partir de então, foram realizadas ao menos três reuniões por ano em Tefé para discutir a adoção da Resex como modelo a ser pleiteado, com o apoio da Prelazia e do CNPT/Ibama, bem como visitas em campo que subsidiaram um laudo socioeconômico e um laudo biológico utilizados no processo de criação da Resex. No dia 13 de junho de 2001, foi entregue um documento que reiterava o pedido de criação da Resex ao então deputado federal Arthur Virgílio Neto (PSDB) que, por sua vez, encaminhou à presidência da República (Raimundo Lima, comunicação pessoal). Em 1º de agosto de 2001, publicava-se no Diário Oficial da União o decreto de criação da Reserva Extrativista do Baixo Juruá (Anexo A).

3.2. Localização

A Reserva Extrativista do Baixo Juruá está localizada em sua totalidade no estado do Amazonas, na segunda sub-região, do Triângulo Jutaí-Solimões-Juruá9, compreendendo parte dos municípios de Juruá e Uarini, com área aproximada de cento e oitenta e oito mil hectares (188.000 ha) (Figura 3.1).

8 O processo de abertura da Resex se deu junto ao Ibama sob o número 02005.001.2001/97-33. 9 Disponível em http://www.seplan.am.gov.br/planejamento/ddr/Condensadov3/Conteudo/subregiao2/8-jurua.html.

Figura 3.1 Localização da Resex do Baixo Juruá.

A Resex tem seu início na coordenada geográfica 65º 58" 10" WGR e 03º 12" 04" S, na margem direita do rio Juruá. Segue ao sul, contornando a cidade de Juruá, e é delimitada a leste pelo rio Copacá, ao sul pelo rio Andirá e Igarapé do Branco, e ao norte pelo Igarapé São Benedito.10

Para chegar à região habitada da Resex (parte oeste), deve-se primeiramente chegar ao município de Juruá. A partir de Manaus, pode-se pegar barco recreio para Tefé (disponível seis dias por semana) ou diretamente para Juruá (sai a cada 15 dias). Também há a lancha “a jato”, que viaja o trecho Manaus-Tefé três vezes por semana. De avião, há vôos regulares no trecho Manaus-Tefé, seis vezes por semana, pela TRIP Linhas Aéreas. De Tefé para Juruá, o transporte pode ser realizado por barcos recreio (não regulares), que fazem o percurso em aproximadas 40 horas. O acesso aéreo entre esses dois municípios também é possível por meio da contratação de táxi aéreo junto à empresa Amazonaves (aproximadamente 40 minutos).

Empresa Aérea Comercial 1h20’

VIA FLUVIAL

Lancha rápida (Manaus/Tefé: 15 horas)

Barco Recreio (Manaus/Tefé: 42 horas, Empresa Tefé/Manaus: 36 horas) Táxi-Áéreo 40’ Barco Recreio (Tefé/Juruá: 40 horas, Juruá/Tefé: 24 horas)

Figura 3.2 Meios de acesso ao município de Juruá (figura meramente ilustrativa). Fonte: NOGUEIRA, 2007.

10 É importante ressaltar que os limites da Resex estão em processo de revisão. A partir da constatação, pelos gestores da Resex, de que o ponto 18 apresenta inconsistência entre as coordenadas e a descrição apresentadas no decreto de criação, a chefia da Resex solicitou verificação dos limites à então Disam/Ibama. Em 18/02/2008, a Diusp/ICMBio emitiu parecer técnico, justificando a mudança das coordenadas do ponto 18, incluindo a região conhecida como “Sacado do Planeta” na área da Resex.

3.3. Caracterização Geral da População da Resex

A população da Resex do Baixo Juruá é remanescente de antigos seringais existentes na região, resultado da miscigenação de nordestinos e indígenas. Percebe-se maior influência indígena na parte sul da Resex, na região do rio Andirá, enquanto a influência nordestina é visivelmente maior na parte norte. A população está distribuída em 15 comunidades ou localidades (Figura 3.3). Dez situam-se ao longo da calha do rio Juruá: Botafogo, Antonina, Vai Quem Quer, Morada Nova, Arati, Socó, Forte das Graças I e II, São Francisco e São José do Aumento. Há mais quatro dispostas no rio Andirá: Oito Voltas, Escondido, Lago Grande, Cumaru, além de uma comunidade no Igarapé do Branco que leva o nome deste igarapé.

Figura 3.3 Comunidades da Resex do Baixo Juruá. Escala 1:1.000.000. Imagens Landsat 5. Elaboração: ICMBio, 2008.

Segundo levantamento realizado em 2006, por Cruz, parcialmente atualizado em 2008 em oficina de elaboração do Plano de Utilização, foram identificadas 132 famílias residentes na Resex, compondo um total de aproximadamente 625 pessoas (o Anexo B consiste na lista completa de moradores da Resex)11. Cabe salientar que o cadastro das famílias deve ser atualizado periodicamente. A maioria das famílias da Resex concentra-se em Forte das Graças I e II, Cumaru e Antonina. Em 2006, nessas localidades encontravam-se 82 de 132 famílias, o correspondente a 54% dos moradores da reserva. No capítulo “Caracterização Social” (3.6), há informações mais detalhadas sobre a população da Resex e seu modo de vida.

3.4. Situação Fundiária

De acordo com o despacho GDP/No 001/98 do Instituto Fundiário do Amazonas12, a região da Resex do Baixo Juruá encontra-se inserida em terras do estado do Amazonas, nas glebas Mineruá, matrícula n° 612, livro 2-C, folha 390, de 25/10/1982 e Uarini, matrícula no 1352, livro 2-C, folha 166, de 21/10/1982. Verificou-se também que há um título definitivo expedido pelo GEA em favor de Francisco Antônio S. Pinheiro incidente sobre a área da Resex.

Até o momento há apenas um título requerido dentro dos limites da Resex, por Antonio Luiz Silva Lima, tramitando em processo número 02005.000400/2008-66, desde 26 de março de 2008. O documento original é denominado “Abertura do processo para desapropriação do Seringal de nome Botafogo” (02005.001212/2008-55). O requerente é parente ascendente de atuais moradores da comunidade Botafogo e o título parece ser aquele reconhecido pelo Iteam, mas a cadeia dominial não está completa.

Apesar de esse ser o único título requerido até o momento, há algumas ocupações recentes não compatíveis com o uso da Resex, dentro dos limites da mesma, nos arredores do núcleo urbano da cidade de Juruá. Próximo do Igarapé Grande, por exemplo, há informações de que a Prefeitura teria expedido atestados de posse em 2007. Os ocupantes

11 É importante informar que o número das famílias da comunidade de Arati está aproximado, pois o censo não pôde ser realizado devido à recusa por parte dos comunitários em receber os pesquisadores. Essa tem o gado como principal atividade e tem muitas discordâncias com relação aos acordos internos da Resex.

12 Documento integrante do processo 02001.003648/2003-12 do Ibama.

“pegaram a terra” com finalidade de criação de gado, mas não abriram campos ainda, de acordo com um técnico do Idam local.

Com a situação fundiária da Unidade em aberto, ainda não existe contrato de Concessão de Direito Real de Uso possível para a Resex do Baixo Juruá. Tal contrato depende da solução de todas as questões fundiárias da Unidade, bem como da arrecadação das terras pelo governo federal, hoje glebas do estado do Amazonas.

Além disso é necessário fazer uma chamada de títulos, publicando no jornal e rádios de Juruá e de outras cidades da região, como Tefé, e Uarini, informando que o ICMBio estará recebendo documentos de propriedades da área da Resex. Após a apresentação dos títulos, deverá ser feito o levantamento cartorial e a identificação dos títulos possivelmente válidos para serem anexados ao processo de regularização fundiária já existente no ICMBio.

3.5. Conflitos

Um conflito potencial que merece atenção é a proximidade dos índios da etnia Madihakulina, da Terra Indígena Kumaru do Lago Ualá, localizada ao norte da Resex (ver Figura 3.3). Em novembro de 2007, invadiram e montaram barracas na área da comunidade Morada Nova, na Resex, alegando brigas internas na Terra Indígena. A Procuradoria Federal Especializada do Ibama/ICMBio/AM foi informada e acionou a Funai para resolver a questão. Mediante acordo, os índios retornaram para a Terra Indígena.

Outro conflito existente na Resex se situa na comunidade de Arati, em que parte das apropriações de terra pertence a pessoas residentes na cidade de Juruá. A principal atividade desenvolvida no local é a pecuária, motivo pelo qual existe um grande descontentamento da população com relação à criação da Resex, pois vêem sua atividade comprometida pelo uso não compatível com a área.

Problemas no desenho da Resex também têm causado conflitos. O fato do núcleo urbano da cidade de Juruá estar muito próximo à UC gera insatisfações da população que não vê área para a expansão da cidade. Outra questão é a vulnerabilidade do rio Andirá, pois somente a parte da foz está totalmente dentro da Resex, deixando a maior parte do rio

desprotegido e vulnerável à degradação. Há ainda o caso do igarapé do Arapapá, área de uso da comunidade de Botafogo que ficou fora da Resex. Nos capítulos posteriores serão relatados outros conflitos específicos.

3.6. Caracterização Ambiental – Meios Físico e Biótico

3.6.1. Meio Ambiente Físico

Neste item são apresentados aspectos do clima, hidrografia, geologia, geomorfologia e solos da UC. Os mapas referentes estão nos Anexos C, D, E e F.

3.6.1.1.Clima

O clima na região, segundo classificação de Köeppen, é do tipo AM (clima tropical úmido), que se caracteriza por apresentar temperatura média anual entre 26° e 27º Celsius, apresentando uma estação seca de pequena duração. O período mais quente ocorre nos meses de setembro, outubro e novembro, com médias máximas de 38° C, e o período mais frio em junho, julho e agosto, com médias mínimas de 20°C. A umidade relativa do ar permanece geralmente acima de 90%.

A precipitação anual média da região da Reserva Extrativista do Baixo Juruá no período de 1981 a 2006 foi de 2255,1 ± 294,4 mm.

O período chuvoso vai de novembro a abril, sendo o pico da estação chuvosa em janeiro e fevereiro, com 281,1 e 276,1 mm. O período seco vai de maio a setembro, sendo julho o mês mais seco, com média de 59,9 mm. Entretanto, existe grande variação sazonal dentro de cada mês no regime de precipitação. Nos meses mais chuvosos, a precipitação pode ser até inferior a 200 mm ou passar de 400 mm, e nos meses mais secos pode chover menos de 25 mm ou chover quase 200 mm (CARNEIRO FILHO et al., 2008).

Figura 3.4 Variações sazonais média, máxima e mínima da precipitação na região da Reserva Extrativista do Baixo Juruá, no período de 1981 a 2006. Fonte: CARNEIRO FILHO et al., 2008.

3.6.1.2.Hidrografia

A Resex do Baixo Juruá é delimitada por rios, sendo a oeste o rio Juruá, a leste o rio Copacá, ao sul o rio Andirá e o Igarapé do Branco e ao norte os igarapés Ariramba (afluente do Juruá) e São Benedito (afluente do rio Copacá). O período de águas mais altas acontece entre os meses de fevereiro e abril, enquanto o de águas mais baixas ocorre entre os meses de julho e setembro.

O rio Juruá é um rio de água branca, que carrega uma considerável quantidade de sólidos em suspensão. Grande parte de suas cabeceiras está em solos sedimentares, mais suscetíveis a processo erosivo. Devido à baixa declividade e energia do escoamento nesta unidade de drenagem, principalmente na bacia do Juruá, formaram-se os rios mais meândricos do sistema fluvial da bacia Amazônica, em decorrência desta combinação peculiar de atributos físicos da região.

Figura 3.5 (no alto, à esq.) Rio Juruá na época seca, evidenciando suas praias e meandros; (à direita) rio Copacá na época da cheia; (abaixo) vista aérea do rio Andirá e seus lagos na seca. Fotos: W. Quatman.

Os rios Andirá e Copacá têm águas pretas, devido à alta deposição de matéria orgânica. Entretanto, a cor das águas do baixo rio Andirá varia de acordo com o regime de cheia e vazante do rio Juruá. Na seca, por exemplo, o Juruá “invade” o Andirá e as águas ficam marrons.

A bacia do rio Juruá pode ser considerada uma macrobacia, ao passo que as bacias dos rios Copacá e Andirá podem ser consideradas mesobacias, e a bacia do igarapé Arapapá, uma microbacia, conforme exemplifica a Figura 3.6. A maior parte da área da Resex está situada no interflúvio Juruá-Copacá, motivo pelo qual a Resex compreende uma série de igarapés que drenam para ambos os rios. As microbacias 1, 3 e 5 compreendem as cabeceiras de drenagem do rio Copacá e a maior parte delas se encontra fora dos limites da Resex (CARNEIRO FILHO et al., 2008), importando em indicações para a delimitação da zona de amortecimento da Resex.

Figura 3.6 Área de influência hidrológica da Resex do Baixo Juruá em diferentes escalas de abrangência: (A) na escala da macrobacia do Juruá; (B) na escala de mesobacias (rios tributários do rio Juruá); (C) na escala de microbacias (igarapés tributários das mesobacias). Fonte: CARNEIRO FILHO et al., 2008.

3.6.1.3.Geologia

Geologicamente, a região de estudo faz parte de uma extensa cobertura sedimentar fanerozóica, distribuída nas bacias do Acre, Solimões, Amazonas e alto Tapajós, depositada sobre um substrato rochoso pré-cambriano, onde predominam rochas de natureza ígnea, metamórfica e sedimentar. Regionalmente, as maiores entidades tectônicas são representadas pelas duas porções do Cráton Amazônico, correspondendo a duas áreas pré-cambrianas: o Escudo das Guianas ao norte da bacia amazônica e o Escudo Brasileiro do lado sul. Entre estes crátons desenvolveu-se, ao largo de sucessivas fases tectônicas, uma extensa cobertura sedimentar, que ao longo da história geológica preencheu este vale tectônico. A Bacia Solimões constitui uma bacia intracratônica com aproximadamente 450.000 km² no limite com as rochas paleozóicas e cuja área sedimentar recobre quase

integralmente a Amazônia ocidental. No seu interior, encontra-se dividida em duas sub- bacias, Jandiatuba e Juruá, controladas pelo Arco Carauarí. Nesta última, a sub-bacia Juruá, a leste do arco, situam-se as províncias gaseíferas Juruá e Urucu, esta melhor conhecida em função das pesquisas desenvolvidas pela Petrobrás desde 1978. Na Bacia Solimões, a Formação Solimões tem ampla distribuição, sendo constituída de argilitos e arenitos flúvio-lacustres, que atingem 450m de espessura (CAPUTO, 1984, apud CARNEIRO FILHO et al., 2008). Os depósitos foram, ao longo da pedogênese, sofrendo alterações até formar os perfis atuais, conhecidos como areias quartzosas hidromórficas e outros solos hidromórficos indiscriminados.

3.6.1.4.Geomorfologia

As formas de relevo na área da reserva do baixo Juruá se apresentam de modo bastante homogêneo e sem grandes desníveis altimétricos. Na Figura 3.7, as áreas de planalto rebaixado, aqui tratadas como platô, correspondem à cor vermelho-laranja- amarelo, representando as cimeiras regionais na forma de platôs contínuos ou dissecados e postados entre 90-100m. Eles têm grande expressão nos domínios da Resex (~93%). Já as áreas de planície amazônica têm menor expressão, tanto regional como nos limites da Resex (verde escuro). Elas ocupam todo o miolo da UC, acompanhando a planície do rio Juruá e seus tributários principais. São superfícies suavizadas pelo trabalho de deposição e posterior erosão e ocupam compartimentos de altitude variada entre 60 e 40m, representando algo como ~2,8% da superfície total. Incrustadas entre estes dois compartimentos temos as paleovárzeas (80-75m), verdadeiros remanescentes das dinâmicas pretéritas do rio Juruá e embocaduras, onde os traços de meandros, sacados e canais abandonados ainda são visíveis. Estes recobrem uma área aproximada de ~4,2% da superfície da Resex.

PLATÔ VERTENTE PALEOVÁRZEA VÁRZEA

Figura 3.7 Compartimentos extraídos do SRTM (imagem de radar) presentes na área da Resex do Baixo Juruá (polígono vermelho). A faixa vermelha indica um corte transversal no relevo (abaixo). Fonte: CARNEIRO FILHO et al., 2008.

3.6.1.5.Solos

Na região das comunidades beirando o rio Juruá, de acordo com o Mapa de Solos (Anexo F), há quatro tipos principais de solo: (1) Argissolo Amarelo Distrófico na região central (de Morada Nova a Botafogo) e na micro-bacia do rio Copacá; (2) Plintossolo Háplico Aluminico (na comunidade de Arati e parte central da Resex) e (3) Plintossolo Argilúvico Aluminico (de Forte das Graças I ao Igarapé do Branco) ocorrendo também nessa região, margeando o rio Andirá o solo (4) Gleissolo Háplico Aluminico.

Em relatos de comunitários da Resex, são mencionadas as diferenças entre os tipos de solos. As porções de terra arenosa, conhecidas como “areusca”, são apontadas como especialmente adequadas para o cultivo de mandioca, cajá e caju, e podem ser encontradas por quase toda a Resex, próximo às comunidades. Já da terra argilosa, comumente chamada “”, conta-se que apresenta cores diferentes de acordo com o local em que se encontra: vermelha na terra firme e “bem alvinha” nas áreas de várzea. Além disso, os relatos afirmam que possui bom potencial para o cultivo da banana e de alguns tipos de mandioca.

3.6.1.6.Recursos Minerais – Petróleo e Gás

O petróleo e gás no estado do Amazonas têm grande distribuição ao longo da Bacia do Solimões, em áreas que abrangem parte dos municípios de Coari, Tefé, Juruá e Carauari. O sistema Jandiatuba-Juruá é o mais importante, segundo Eiras (2005), sendo responsável por 99% do equivalente das acumulações comerciais de óleo, gás e condensado da bacia. A rocha geradora está representada por folhelhos da Formação Jandiatuba, como rocha reservatório os arenitos da Formação Juruá e, como rocha selante, os evaporitos da formação Carauari. A chamada Província Petrolífera do Juruá-Urucu reúne em torno de vinte campos de óleo, gás e condensado na bacia, apresentando reservas totais de óleo em torno de 22.761 milhões de barris e de 85.050 bilhões de m³ de gás. Há uma grande obra energética prevista para a região, o Gasoduto Urucu–Juruá. Grande parte do gasoduto será no município de Tefé e um dos pólos de extração será próximo às cabeceiras do rio Andirá, no município de Carauari. O maior impacto previsto será no rio Tefé e região, pois será feita uma estrada para passagem de tratores. Entretanto, há possibilidade de degradação das cabeceiras do rio Andirá, afetando todo o seu curso. Assim, medidas mitigadoras devem ser tomadas para evitar o problema.

Figura 3.8 Fragmento de mapa “Carta Imagem – Comunidades da área de Influência do Empreendimento”. Fonte: Centro de Excelência Ambiental da Petrobrás na Amazônia (elaboração: Geoprocessamento Piatam, 2008).

3.6.2. Meio Ambiente Biótico

3.6.2.1.Vegetação e Uso do Solo

A Reserva Extrativista do Baixo Juruá é quase totalmente coberta por floresta, apresentando apenas cerca de 0,6% de áreas destinadas às roças das comunidades (LEDUC, 2007). A região caracteriza-se pela cobertura de floresta tropical densa, da sub- região aluvial da Amazônia, com terraços baixos e planos, sendo encontrados ecossistemas de Florestas Alagadas e de terra firme conforme ilustram a Figura 3.9 e a Tabela 3.1 (LEDUC, 2007; TEIXEIRA, 2006).

Figura 3.9 Mapa de localização das classes de tipologias florestais e uso do solo na Resex do Baixo Juruá. Fonte: Imagem Landsat, 2005. LEDUC, 2007.

Tabela 3.1 Quantificação da cobertura da terra separada em classes de tipologia florestal e uso do solo.

Fonte: LEDUC, 2007. 13

O plantio consorciado de espécies arbóreas (“sítios”) pela população humana assemelha-se espectralmente às áreas de sucessão florestal, causando confusão nos dados de sensoriamento remoto. Assim, essas áreas de plantio estão inclusas nas áreas classificadas como Floresta Secundária. Já a maioria das áreas destinadas ao pastoreio é considerada “pasto sujo” e, por isso, foram reunidas em uma única classe denominada “agropastoril”, onde os roçados mais antigos e com maior cobertura vegetal também estão incluídos (LEDUC, 2007). É importante frisar que as áreas de desmatamento recente na região não seguem o padrão dos grandes desmatamentos que ocorrem nas fronteiras agrícolas dos estados do Pará e Mato Grosso, por exemplo. Ao contrário, estes novos focos de supressão florestal nas comunidades da Reserva Extrativista ocupam pequenas áreas e são caracterizados pelo uso intensivo da força humana, sem utilização de maquinário. Tais áreas apresentam vegetação morta, às vezes queimada, e também algumas espécies arbóreas, como a castanheira (Bertholethia excelsa) e palmeiras que permanecem em pé (LEDUC, 2007). A agricultura familiar na Resex é geralmente realizada com o sistema de rodízio de áreas, no qual cada família possui três ou quatro áreas de plantio e volta a plantar em cada área após três ou quatro anos de descanso da terra, exceto quando transformam roças velhas em “sítios”. As famílias plantam geralmente de um a dois hectares (ou quadras) por ano, sempre nas proximidades das comunidades, pois não há estradas nem qualquer sistema mecanizado de transporte de produtos. Assim, a distância máxima das roças em relação às casas depende da capacidade física de cada família para andar e transportar os produtos. Nestas condições, o risco de aumento de degradação da área da Resex pela agricultura é mínimo.

13 É importante observar que a área total na tabela é diferente da área da Resex. Pode ser que tenha havido uma certa quantidade de nuvens durante a análise das imagens.

A Figura 3.10 ilustra as classes de uso de solo citadas acima e a Figura 3.11 diferencia esse uso por comunidade14. Três delas (Arati, Forte das Graças I e Forte das Graças II) diferenciaram-se do padrão de uso do restante das comunidades da Resex, pois a modalidade agropastoril apresentou valores de cobertura cinco vezes maior que as demais comunidades, especialmente no caso de Arati, que é uma comunidade basicamente criadora de gado.

Figura 3.10 Caracterização das classes de uso do solo pelas populações humanas na Resex do Baixo Juruá. Fonte: LEDUC, 2007. Fotos: Raphael Leduc.

14 Nesse estudo, foi analisada a porcentagem de cobertura e uso do solo das seguintes comunidades: Botafogo, Antonina, Vai Quem Quer, Morada Nova, Arati, Forte das Graças I e II, São Francisco, Oito Voltas, Escondido, Cumaru e Igarapé do Branco.

Figura 3.11 Área total em hectares das modalidades de uso do solo por comunidade. Fonte: LEDUC, 2007.

Existem ainda, em meio à floresta primária de terra firme, “manchas” representando padrões espectrais (identificados em imagens geoprocessadas de Landsat/TM) diferentes dos da maioria da área da Reserva Extrativista. Na parte norte, em uma dessas “florestas mancha”, observou-se uma vegetação densa, uniforme e aparentemente jovem de uma única espécie arbórea da família Euphorbiaceae, gênero Discocarpus sp. (LEDUC, 2007). A origem dessas manchas florestais ainda é desconhecida. Também é interessante mencionar a ocorrência de um evento físico conhecido como blowdown (ou “roça de ventos”15), que alterou a vegetação primária da área localizada nas proximidades da cidade de Juruá, à longitude 66°01’ W, zona rural (LEDUC, 2007).

15 Os ventos prevalentes que influenciam uma coluna convectiva de ar em tal extensão que ela se movimenta na direção oeste e, quando se choca contra a floresta, causa o formato típico dos eventos conhecidos por blowdowns (NELSON & AMARAL, 1994 apud LEDUC, 2007).

Figura 3.12 Vista aérea de região da Resex na qual se distingue a vegetação de área alagável em relação à de área não alagável. Fonte: LEDUC, 2007. Fotos: W. Quatman.

Quanto às tipologias florestais, as Florestas Alagadas formam uma faixa variável ao longo do rio Juruá (Figura 3.9), abrangendo quatro tipos de habitats de acordo com o gradiente de inundação que sofrem (LEDUC, 2007): Floresta Alagada Alta (várzea alta), Floresta Alagada Baixa (várzea baixa e chavascais) e Floresta Alagada Baixa de Igapó (Figuras 3.13 e 3.14)16. A vegetação dessas áreas é característica, podendo apresentar indivíduos arbóreos com raízes escoras, tabulares, raízes adventícias, além de uma grande presença de palmeiras e do capim canarana, alimento para diversos animais. Geralmente, as áreas alagáveis apresentam solo extremamente fértil e com boa capacidade agrícola para

16 Floresta Alagada Alta: caracterizada pelas florestas de várzea alta que se estabelecem em locais onde a coluna de água não ultrapassa três metros de inundação; Floresta Alagada Baixa: caracterizada pelas florestas de várzea baixa e áreas de chavascais, ocorrendo em locais com inundação superior a três metros; Floresta Alagada Baixa de Igapó: corresponde a áreas inundáveis por rios de água escura e pobre em nutrientes devido a sua elevada acidez e baixa concentração de sedimentos.

produtos como melancia, milho, feijão, arroz, sendo utilizadas quando começa a vazante dos rios, a partir de outubro; além de uma grande presença de palmeiras e do capim canarana, alimento para diversos animais (TEIXEIRA, 2006; FONSECA JUNIOR & ARRUDA, 2007). Os ambientes de chavascal merecem especial atenção. Distribuídos por uma faixa de cerca de quatro quilômetros de largura às margens do rio Andirá, na porção sul da reserva, ao longo de mais de 20 km, este tipo de ambiente apresenta importante valor para a preservação ambiental, devido à sua unicidade na região. Além disso, apesar de não possuir uma elevada riqueza de espécies botânicas, esse ambiente possui elevado endemismo de aves, como será descrito adiante no item sobre Aves. Às margens do rio Copacá, a leste da reserva, a vegetação apresenta características de floresta alagável de igapó, podendo apresentar indivíduos arbóreos com raízes escoras, tabulares e adventícias, cuja riqueza de espécies amostrada em 2007 é apresentada no Anexo K (FONSECA JUNIOR & ARRUDA, 2007). Foram encontrados 104 indivíduos, de 23 espécies, com diâmetro médio de aproximadamente 21 cm.

Figura 3.13 Perfil esquemático da divisão em subclasses das Florestas Alagáveis. Fonte: adaptado por Raphael Leduc (2007) a partir de Wittmann et al. (2002).

a) b)

c) d)

Figura 3.14 Ambientes amostrados pela equipe de avifauna entre maio e junho de 2006. (a) Igapó em Cumaru, (b) Chavascal em Cumaru, (c) Terra firme, (d) Campinarana Fonte: ANCIÃES et al., 2006. Fotos: Alexandre Mendes Fernandes.

As terras firmes são áreas não inundáveis pelas cheias do rio e ocupam 88,95% da reserva. Devido à alta precipitação, que ocasiona o lixiviamento do solo, impedindo a formação e acúmulo de húmus, os solos da floresta de terra firme são pobres, sendo utilizados apenas para a agricultura itinerante e extrativismo de subsistência. Entretanto, a floresta de terra firme apresentou grande diversidade de morfo-espécies, em levantamento realizado em 2006, por TEIXEIRA. A partir da identificação realizada por nome comum das espécies, foram encontrados 10.631 indivíduos de árvores, palmeiras e cipós, de 256 morfo-espécies, sendo 239 espécies (Anexo I) com média de 506 indivíduos por hectare.

Na região do rio Copacá, foram identificados, em área amostrada de terra firme e por meio de levantamento rápido, 177 indivíduos, pertencentes a 63 espécies, apresentando diâmetro médio de aproximadamente 23 cm (Anexo J). Além destas, alguns indivíduos das espécies (ou morfo-espécies) de angelim, anani, castanha sapucaia, cumaru, cupiúba, guariúba, itaúba, jacareúba, várias espécies de louro (abacate, aritu, seda, preto), muiracatiara, pau rainha, piquiarana, pupunharana, sucupira (preta e vermelha) e violeta, foram avistados nas proximidades dos locais amostrados (FONSECA JUNIOR & ARRUDA, 2007). As três espécies mais abundantes na região oeste da Resex (TEIXEIRA, 2006) foram matamatá amarelo (Eschweilera coriacea – Lecythidaceae), com 1.826 indivíduos; ucuúba puna (Iryanthera elliptica – Myristicaceae), com 1.220 indivíduos, e breu vermelho (Protium apiculatum – Burseraceae), com 605 indivíduos, que, somadas, consistiram em 34,3% dos indivíduos amostrados. A morfo-espécie mais representativa foi o matamatá amarelo, que correspondeu a 11,386% do IVI (Tabela 3.2), que é a somatória da freqüência, abundância e dominância. Também apresentou alto IVI (5,395%) a espécie cedrorana, muito utilizada na região. Por outro lado, marupá roxo, violeta e louro seda estão entre as espécies com menores IVIs, sendo pouco representadas. Portanto, deve-se evitar a exploração dessas morfo-espécies, já que estão suscetíveis à extinção local e apresentam importância ecológica local ainda não definida, necessitando de mais estudos.

Tabela 3.2 Distribuição do número de indivíduos por espécies para os 15 menores e os 15 maiores valores de IVI.

Fonte: TEIXEIRA, 2006.

Outra característica importante da floresta de terra firme estudada foi a estimativa da biomassa. A biomassa pode ser definida como a quantidade de material vegetal contido por unidade de área numa floresta. Em geral, os componentes utilizados na medição são: biomassa acima do solo, composição das árvores e arbustos, composição da serrapilheira (biomassa morta acima do solo) e composição de raízes. A estimativa de biomassa acima do solo, fresca e seca, para a Resex do Baixo Juruá foi de 531,6 t/ha e 318,9 t/ha, respectivamente. Comparada a outras áreas na Amazônia (Tabela 3.3), a Resex possui alta biomassa vegetal. Distribuindo-se os dados de biomassa entre as classes diamétricas, conclui-se que a biomassa está mais concentrada nas primeiras classes diamétricas (até 60 cm de diâmetro à altura do peito – DAP), ou seja, 73,7% de toda a biomassa vegetal está acumulada nos indivíduos mais jovens.

Tabela 3.3 Estimativa de biomassa seca e fresca para alguns municípios do estado do Amazonas.

Fonte: TEIXEIRA, 2006.

Estudos sobre estimativas de biomassa florestal na Amazônia concluíram que cerca de 40% do peso total de uma árvore em pé é apenas água. Assim, estima-se que a floresta da Resex do Baixo Juruá possua cerca de 213 toneladas de água/ha acumuladas nos indivíduos com DAP igual ou acima de 10 cm, incluindo palmeiras e cipós. Extrapolando o valor para toda a área da Resex, que é de aproximadamente 188.000 ha, há cerca de 38 milhões de toneladas de água estocadas na floresta da Resex do Baixo Juruá. A determinação do estoque de carbono da floresta também está diretamente ligada à biomassa. Estudos mostram que aproximadamente 50% da biomassa seca de uma árvore abatida de floresta primária é constituída de compostos de carbono. Considerando uma árvore em pé, cerca de 30% de sua biomassa é carbono. Portanto, o estoque médio de carbono calculado na Resex do Baixo Juruá é de 150 t/ha, sendo que a média para o estado

do Amazonas é de 120 t/ha. Extrapolando o valor para toda a Resex, o carbono estocado é estimado em 30 milhões de toneladas. As estimativas de carbono na floresta são imprescindíveis nas questões ligadas ao manejo florestal e ao clima (HIGUCHI et al., 1998). A determinação da porcentagem de carbono da biomassa florestal é uma forma de avaliar o serviço ambiental promovido pela floresta, pois permite uma visão geral sobre o capital orgânico acumulado e a sua produtividade. Mas somente através do monitoramento regular da floresta pode-se identificar se ela participa do ciclo global do carbono como fonte de emissão, por se encontrar madura, ou como seqüestradora de carbono, convertendo-o em matéria orgânica (madeira, folha, frutos etc.), por ser uma floresta em amadurecimento ou porque esse é um processo contínuo no ecossistema florestal. Em tempos de aquecimento global e acordos de redução de emissão de carbono entre os países, a discussão sobre a função e o futuro da floresta Amazônica tornou-se prioritária, de forma que as Resex desempenham papel de destaque nesse contexto.

Ocorrência de espécies para aproveitamento de produtos não madeiráveis De acordo com os dados do inventário florestal (TEIXEIRA, 2006) que incluiu em suas coletas além de espécies arbóreas, palmeiras e cipós, com DAP mínimo de 10 cm, na Resex do Baixo Juruá, foram encontradas pelo menos seis espécies que apresentam múltiplos aproveitamentos. São elas: açaí, bacaba, cipó escada de jabuti, cipó unha de gato, muru-muru, paxiúba e tucumã. É possível observar que a freqüência de indivíduos por localidade (cada localidade amostrada corresponde a uma área de 1,5 ha de vegetação de terra firme) em geral é baixa (Tabela 3.4), havendo, portanto, a necessidade de estudos para o manejo dessas espécies, na eventual utilização de seus produtos em caráter comercial. Além disso, a cultura que existe entre os comunitários ainda não visualiza esses produtos como uma possível fonte de geração de renda.

Tabela 3.4 Freqüência das espécies com potencial para uso não madeireiro, por comunidade, na Resex do Baixo Juruá.

Legenda: ANT – Antonina, BOT – Botafogo, CUM – Cumaru, ESC – Escondido, FG1 – Fortes das Graças I, IGB – Igarapé do Branco, LAG – Lago Grande, MNO – Morada Nova, OIV – Oito Voltas, SFR – São Francisco, SOC – Socó, TEC – São José do Aumento, VQQ – Vai Quem Quer. Fonte: TEIXEIRA, 2006.

A andiroba (Carapa guianensis), espécie de árvore cujas sementes são muito utilizadas para extração de óleo medicinal e cosmético, ocorre principalmente em áreas de várzea. Como há poucas áreas de várzea dentro dos limites da Resex, a ocorrência da andiroba é pequena. Entretanto, alguns moradores realizaram plantações de andiroba, pensando numa possível exploração futura.

3.6.2.2.Fauna

O conhecimento do número e tipos de espécies que compõem a biota local é importante para a gestão efetiva de uma área legalmente protegida. Contudo, determinar a riqueza total de espécies da fauna da Resex é praticamente impossível. Assim, a opção mais viável foi levantar apenas alguns grupos taxonômicos que integram o ambiente, na tentativa de construir uma visão geral sobre toda a biota. O Juruá é um rio de águas brancas, regionalmente reconhecido por sua alta piscosidade e abundância de quelônios. Entretanto, a Resex do Baixo Juruá representa uma

região pouco estudada e que abriga diversas espécies pouco conhecidas – algumas delas nas listas de animais em extinção. A ocorrência de uma diversidade peculiar de animais silvestres na área traz a expectativa de exploração da fauna em bases sustentáveis para os moradores da região. Entretanto, a caça, mesmo quando praticada em nível de subsistência, como complementação da dieta de proteínas dessas comunidades, pode causar impactos negativos, principalmente nas populações de grandes aves e mamíferos (PERES, 1990; 2000 in RODRIGUES et al., 2006) se não realizada seguindo os princípios do manejo. Por esta razão, a identificação de espécies chave e ameaçadas localmente, e suas associações com os habitats da região, são muito importantes para subsidiar medidas de proteção e manejo. Por outro lado, a identificação e caracterização das espécies com potencial cinegético é fundamental para realizar o planejamento do uso sustentável. De forma geral recomendam-se estudos mais detalhados – em diferentes estações do ano – sobre a fauna da Resex, em especial na região do rio Copacá, onde há menor ação antrópica, e onde foi encontrada uma riqueza significativa de espécies, várias das quais ainda não registradas em outras áreas da reserva. Também o entorno da reserva deve ser considerado em estudos ecológicos, já que algumas espécies têm ampla área de deslocamento (RODRIGUES et al., 2006).

3.6.2.2.1. Mamíferos

Quanto à presença de médios e grandes mamíferos, foram registradas17 32 espécies reunidas em sete ordens, como mostra o Anexo L, além de outras três espécies registradas apenas na área do rio Copacá e do Igarapé São Benedito (afluente do rio Copacá), como pode ser visto no Anexo N (MORAIS & LUZ, 2007). Além dessas, existem ainda espécies e subespécies de primatas registradas por Peres, em 199718, e

17 Foram selecionadas 7 comunidades da Resex para amostragem neste levantamento: Botafogo, Antonina, Vai Quem Quer, Socó, Forte das Graças I, Forte das Graças II e Cumaru. Os censos foram conduzidos por duas equipes distintas nas diferentes estações do ano. Foram realizadas observações de canoa e censos diurnos e noturnos nas trilhas de terra firme e nas áreas de várzea e igapó.

18 Cebuella pygmaea, Saimiri boliviensis boliviensis, Callicebus torquatus purinus, Callicebus torquatus regulus, Callicebus monachus, Cacajao calvus, Pithecia irrorata irrorata, Pithecia monachus monachus, Saguinus fuscicolis fuscicolis e Saguinus fuscicolis avilapiresi.

espécies19 que perpassam relatos de comunitários da Resex, mas que não foram visualizadas por pesquisadores. A ordem de maior número de espécies é a Primates, seguida por Carnivora, Rodentia, Artiodactyla, Xenarthra, Cetacea e Perissodactyla (RODRIGUES et al., 2006). Cabe destacar que quatro espécies são classificadas como “vulneráveis” na Lista Nacional da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Ibama, 2003), e oito em categorias de ameaça na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas (IUCN, 2006) (RODRIGUES et al., 2006). A composição e estrutura da comunidade de grandes e médios mamíferos diferem bastante entre os tipos vegetacionais de terra firme e florestas alagadas (várzeas e igapós). O número de espécies registradas em ambientes de terra firme (27 espécies) foi bem maior do que o registrado em ambientes inundados (11 espécies), principalmente o de mamíferos não-primatas. Nas áreas de várzea, ao contrário, as espécies estritamente terrestres estão ausentes e prevalecem os mamíferos arborícolas, como primatas e preguiças, os semi- arborícolas, como o coati (Nasua nasua), e as espécies que nadam com facilidade, como a anta (Tapirus terrestris), o veado mateiro (Mazama americana), a onça pintada (Panthera onça) (RODRIGUES et al., 2006). É importante ressaltar que espécies que estão distribuídas na área do baixo Juruá, como Cacajao calvus calvus e Pithecia monachuso, podem não estar inseridas dentro da área da Resex20, que se situa apenas na margem direita do rio (RODRIGUES et al., 2006). Quanto ao registro de roedores e marsupiais (pequenos mamíferos), observaram- se aproximadamente 29 espécies (Anexos M e N). Porém, como são conhecidas 43 espécies de pequenos mamíferos não-voadores (29 de roedores e 14 de marsupiais) para a região ao longo da calha do baixo rio Juruá, estima-se que mais espécies além das 29 registradas até o momento devam ocorrer na região da Resex (ELER & SILVA, 2006). Dentre os registros da Ordem Rodentia na região do rio Copacá existe a possibilidade de o rato não identificado (Anexo N) ser uma espécie desconhecida pela ciência. Após consultas à bibliografia, a especialistas e à coleção zoológica de pequenos

19 Dentre elas podemos citar: Cebuella pygmaea niveiventris (sagüi-leãozinho) e Pithecia monachus (parauacu) da ordem Primate;, tamanduá tetradactyla (tamanduá mambira), Cyclopes didactylus (tamanduá- í) da ordem Xenarthra; Galictis villata (furão) da ordem Carnívora; Microsciurus sp. e Coendu prehensilis (ouriço ou porco espinho) da ordem Rodentia. 20 De acordo com a literatura (EMMONS & FEER 1997; EISENBERG & REDFORD, 1999; ROOSMALEN et al., 2002) e informações de moradores locais.

mamíferos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), constatou-se que não havia nenhum registro ou exemplar desta espécie de roedor ou algum que tivesse as características gerais próximas às dele (MORAIS & LUZ, 2007).

3.6.2.2.2. Aves

Na Resex do Baixo Juruá foram registradas, até o momento, 362 espécies de aves (Anexo O e P); sendo 54 apenas na região do rio Copacá21 (ANCIÃES et al., 2006; CZABAN, 2007). A maioria das espécies foi registrada em florestas de terra firme ou nas áreas de transição entre terra firme e várzea ou igapó, quadro comum entre ambientes Amazônicos. Dentre as espécies com maior freqüência na Resex, encontram-se Lepidothrix coronata, Gymnopithys salvini e Hylophylax poecilinota (Figura 3.15) (ANCIÃES et al., 2006). As florestas de várzea abrigam nesta região o mutum-fava (Crax globulosa), uma espécie globalmente ameaçada (BIRDLIFE 1996), apontando a necessidade proteção dessas áreas na Resex e de inclusão de áreas de várzea na Zona de Amortecimento. Espécies da avifauna caçadas freqüentemente pelos habitantes da Resex incluem macucos (Tinamidae), jacus, aracuãs e mutuns (Cracidae), além de jacamins (Psophidae) (ANCIÃES et al., 2006). Apesar de não haver moradores ao longo do rio Copacá, na área da Resex, as seguintes espécies ligadas à presença humana foram registradas na área: a corruíra (Troglodytes musculus), o sanhaço (Thraupis episcopus) e o urubu de cabeça preta (Coragyps atratus). Indivíduos de garça-vaqueira (Bubulcus íbis) foram registrados com freqüência nas margens do rio Copacá. A ocorrência e sobrevivência da espécie no local deve ser melhor estudada, já que ela não pesca, não havia terra firme nem gado onde foi avistada e configura-se uma espécie invasora no Brasil (CZABAN, 2007).

21 A amostragem foi feita ao longo dos igarapés do canal principal do rio Copacá, nas lagoas e ressacas formadas pelo rio, além de uma trilha terrestre, entre 03/05/2007 e 13/05/2007.

a) b) c)

Figura 3.15 a) Hylophylax poecilinota; b) Lepidothrix coronata; c) Gymnopithys salvini. Fonte: ANCIÃES et al., 2006.

Segundo Anciães e colaboradores (2006), são notados ainda registros de relevante interesse biogeográfico que revelam limites de distribuição geográfica de algumas espécies, até então imprecisos (e.g. Odonthophorus stellatus, Amazona farinosa, Galbula leucogaster, Conirostrum margaritae, Topaza pyra). Também foram amostradas espécies tipicamente extra-amazônicas, com registros históricos de deslocamento para a região, que sugerem comportamento migratório (e.g. Piranga flava e Sporophila caerulescens, Buteo albonotatus), e de uma espécie sabidamente migratória (Attila phoenicurus). Além disso, segundo Czaban (2007), há grandes chances de serem encontradas espécies novas, especialmente dos gêneros Herpsilochmus e Pipra, sendo bastante provável que aves que fazem migrações dentro da Amazônia atravessem a área da Resex, como parece ocorrer com Buteo albonotatus. A Resex do Baixo Juruá encontra-se em uma região pouco estudada que abriga espécies de aves mal conhecidas, bem como em perigo de extinção. A posição geográfica da Resex, a sudoeste do Corredor Central da Amazônia, representa uma importante área para a conservação da biodiversidade do bioma, sendo uma região de alta relevância regional e nacional (AYRES et al., 2005), com potencial de conectar e preservar avifaunas de centros de endemismo como aqueles representados pelos refúgios Tefé e da região do rio Jutaí (HAFFER, 1969, apud ANCIÃES et al., 2006). Estudos mais prolongados, entretanto, são necessários para uma avaliação mais completa sobre sua avifauna, devendo não somente contemplar ambientes não inventariados neste estudo, ou pouco representados na Resex, como florestas altas de terra firme, tabocais, buritizais, flechais e florestas de várzea, mas também amostrar a avifauna presente na região durante a estação seca. Por fim, recomenda-se que áreas adicionais de várzea sejam protegidas com a Resex, por meio, por exemplo, da proteção permanente de florestas de várzea localizadas no entorno da

reserva, à margem esquerda do rio Juruá, onde se concentra este tipo de vegetação na região. Florestas de várzeas possuem diversas espécies endêmicas de aves, sendo que muitas dessas não foram detectadas no presente estudo, provavelmente devido à ausência de uma várzea alta e preservada dentro dos limites da Resex. Além disso, as matas de várzea da margem esquerda do rio Juruá abrigam o mutum-fava, espécie considerada globalmente ameaçada (BIRDLIFE, 1996) e que é caçada pelos moradores da Resex.

Caça Em estudo realizado em dez localidades (próximas às comunidades) da Resex, Andrade e colaboradores (2006) verificaram que 96,4% das famílias se alimentam de produtos da fauna silvestre. Dentre estes casos, 61,8% utilizam os animais caçados pelos próprios familiares; 29,4% compram estes produtos de outras pessoas, trocam por outros gêneros que possuam (2,9%) ou, mesmo, ganham de presente (5,9%) por meio das relações comunitárias de amizade e compadrio. Embora quase todos consumam carne de animais silvestres, apenas 41,9% sabem efetivamente caçar, sendo que destes, apenas uma pequena parcela (11,6%) faz isso de modo sistemático ou como fonte de renda. Na maioria dos casos, a atividade de caça é ocasional, quando da realização de outras atividades como a pesca e a extração do açaí (Euterpe edulis). O estudo constatou que os animais preferidos para consumo são porcos do mato (77,8%), pacas (74,1%), tracajás (70,4%), veados (66,7%), tatus (66,7%), cutias (63,0%) e macacos (59,26%). Os animais que eles mais caçam são porcos do mato (81,5%), tracajá (66,7%) e paca (63,0%). A maioria dos animais é caçada durante todo o ano, com exceção dos quelônios (“bichos de casco”), que são caçados basicamente do início ao fim da vazante. Através do levantamento de campo, as dez espécies com maior abundância de registros em transectos terrestres (índice IKA) foram: queixada (21,6±25,2), macaco de cheiro (10,9±7,6), caititu (10,3±5,7), macaco barrigudo (8,8±0,01), veado (6,8±5,2), paca (6,5±5,3), macaco prego (6,3±6,4), anta (5,3±4,4), sauim-bigodeiro (5,3±4,4) e jacamim (5,1±3,6). Isto mostra que as espécies preferidas para caça e consumo são também as encontradas mais facilmente, sugerindo que a caça realizada na Resex atualmente, não tem colocado as populações silvestres em risco de extinção local.

Segundo os comunitários, as áreas mais ricas em caça na região são: o igarapé do Centrinho e Alumeira, que ficam por trás de Arati; a localidade de Tiririca; igarapé do Danilo (Socó e Forte das Graças) e o Igarapé do Branco (final do Andirá). As comunidades de Botafogo e Forte das Graças não têm muitos problemas com caçadores de fora da Resex. Contudo, em Cumaru (Andirá), há caçadores de fora que sobem o rio além da reserva e trazem o produto de sua caça por dentro da área da comunidade, gerando conflitos. Ao serem indagados se havia alguma “lei de caça” definida pela comunidade e sobre como era a caça antes e depois da criação da Resex, os comunitários informaram que sempre foi tradição, antes e agora, não matarem animais com filhotes. Em geral matam mais na vazante, quando os bichos estariam mais próximos, sendo o excedente repartido entre a comunidade. Quando estão na mata executando alguma atividade, sempre caçam porque precisam tirar o “rancho” (alimentação). Existe uma divisão de gênero no preparo da caça. Em geral, os homens tiram o couro e as vísceras, ficando a mulher com a função de realizar os cortes e temperar a carne. Foram detectados também alguns tabus alimentares. Embora a maioria não fale que coma carne de jacaré, existe grande apreciação pelo bife feito da mesma. Entre os macacos, consideram a carne do macaco barrigudo muito gorda e consideram “remosa” a do macaco aranha. O estudo de campo revelou uma maior diversidade de espécies na cheia, associada ao maior índice de abundância relativa, reforçando a idéia de que nesse período os animais se agrupam em função de uma menor área de terra seca e, principalmente, por uma maior quantidade de alimento, fazendo este período o mais favorável à caça. Todavia, deve-se lembrar que a maioria das espécies de interesse cinegético se reproduz no começo da cheia (dezembro-janeiro), passando boa parte desta estação com os filhotes. No caso de animais com rápido crescimento e menor período de infância e juventude, tais como pacas e cutias, ou que vivam em grupos, como os caititus, os filhotes já estariam grandes em maio e junho, podendo sobreviver sozinhos. Entretanto, no caso de animais como macacos e antas, que possuem uma infância mais prolongada, os filhotes não conseguiriam sobreviver caso perdessem a mãe. Portanto, possíveis estabelecimentos de acordos de caça baseados na estação do ano devem observar as peculiaridades reprodutivas de cada espécie, tendo como regra máxima não abater animais que estejam com filhotes, mesmo que estes estejam crescidos.

No geral, as informações obtidas em oficinas e pela aplicação de questionários foram confirmadas com o levantamento em campo através de transectos lineares, estações atrativas e da coleta de subprodutos da caça de subsistência. Isto evidencia que, por meio do etnoconhecimento das populações ribeirinhas, podem-se obter informações de boa qualidade a respeito de aspectos biológicos da fauna da Resex do Baixo Juruá, principalmente da fauna utilizada na caça de subsistência. Confirmaram-se os locais de maior abundância (Trilha do turista, em Botafogo; Baixa Grande, em Forte das Graças; Igarapé do Danilo, em Socó; e a região do Andirá), as espécies de caça que ocorriam em maior freqüência, os frutos consumidos e a época do ano em que os animais mais apareciam, bem como os animais preferidos para consumo e aqueles que causavam danos. Quando a carne de animais silvestres é vendida ilegalmente, isto ocorre principalmente na cidade de Juruá. Como os preços de carnes silvestres ilegais praticados nos centros urbanos são baixos, fica economicamente inviabilizada a venda da carne de animais silvestres para outros locais, além da própria comunidade ou na cidade de Juruá. Assim, a própria situação do mercado já limita a pressão de caça na região. O mesmo não ocorre com os quelônios, pois estes não exigem gastos para conservação, podendo ser armazenados vivos por períodos relativamente longos. Desta forma, a venda para regatões ou barcos recreios é economicamente viável, causando intensa pressão de caça sobre os quelônios. Das famílias que habitam a Resex, como foi detectado nas entrevistas, apenas um percentual pequeno caça. A maioria não sabe ou não gosta de andar em “terras gerais”. Daqueles que sabem caçar, e que acompanharam a equipe de estudo, identificou-se que caçam porque gostam e não por profissão. Aprenderam com seus pais a arte de rastrear, imitar bichos – enfim, toda a “ciência” das caçadas. São pessoas que seguem algumas das “regras” mencionadas anteriormente, e que poderiam manter a sustentabilidade dos recursos. Entretanto, o que aprenderam não está sendo repassado, e cada vez um número menor de pessoas saberá desempenhar a atividade cinegética com eficiência e, certamente, poucos respeitarão os acordos de caça nas comunidades. Um bom caçador precisa conhecer os animais (sons característicos, rastros, hábitos alimentares), as árvores onde obtêm comida (“pés de comida”), os locais de abrigo, os horários de atividade, seus cheiros, modos de reprodução e estratégias de fuga, além de saberem se orientar na floresta, coisas que são aprendidas com os mais velhos e com o acúmulo de experiências pessoais (CUNHA & ALMEIDA, 2002 apud ANDRADE, 2006).

Portanto, na possibilidade de implantação de qualquer atividade de manejo da fauna cinegética, esses conhecimentos tradicionais não podem ser perdidos, sendo importante que se vislumbre, também, a transmissão dos saberes desta atividade extrativista, dentro dos critérios de sustentabilidade, para as gerações futuras. Além da caça para alimentação, alguns animais tiveram sua utilização associada a remédios caseiros, tais como: banha de jacaré, sucuri e capivara (asma); galha de mutum (hemorragia e dor de estômago); casco de jabuti e matamatá (hemorragia); cuandu para fazer defumação contra doença do ar; unha de tatu canastra (asma); e unha de anta (rendidura e íngua). Em relação à criação de animais silvestres, a maioria das espécies criadas tem como finalidade apenas o uso como animais de estimação (xerimbabos), sendo que as espécies mais citadas foram: papagaio (Amazona spp.) 21,7%, mutum (Mitu tuberosa) 17,4%, macacos (Lagothrix cana, Cebus apella, Ateles chamek) 13,0%, tatu (Dasypus novencictus) 13,0%, quelônios (Podocnemis expansa, P. unifilis, Geochelone denticulata) 8,7%, gato maracajá-açú ou jaguatirica (Leopardus pardalis) 8,7%, arara (Ara spp.) 4,3% e periquitos (Brotogerys spp.) 4,4%. Dentre as espécies de mamíferos com maior interesse para a caça, o estudo analisou a sustentabilidade da atividade para os porcos-do-mato, sendo indicada a possibilidade real de manejo semi-extensivo de caititus e queixadas. Detalhes do projeto podem ser obtidos em Andrade e colaboradores (2006).

3.6.2.2.3. Répteis e Anfíbios

Em levantamentos realizados na Resex em 2005, 2006 e 2007, foram registradas 115 espécies de répteis e anfíbios, sendo 40 de anfíbios anuros, 30 de serpentes, 24 de lagartos, sete de quelônios, três de jacarés e duas de cecílias (cobras-cegas, anfíbios da ordem Gymnophiona). Seis registros de serpentes e quatro de anfíbios anuros são exclusivos da região do rio Copacá (Anexo R) (ANDRADE et al., 2006; CARVALHO et al., 2007).

A B

C D Figura 3.16 Serpentes peçonhentas registradas durante os trabalhos de campo na Resex do Baixo Juruá: A) Bothrops atrox; B) Bothrocophias hyoprora (Viperidae); C) Micrurus langsdorffi; D) Micrurus hemprichii (Elapidae). E) Surucucu Pico-de-jaca (Lachesis muta). Fotos A, B e D: Vinícius Carvalho; foto C: Vitt, L. J; foto E: Robson Czaban.

E Dentre as serpentes, 73% das espécies encontradas pertencem à família Colubridae, não sendo peçonhentas. Sete espécies são peçonhentas, sendo quatro da família Viperidae (ou víboras) – Bothrops brazili (jararaca), Bothrocophias hyoprora, Bothrops atrox (surucucu) e Lachesis muta (pico de jaca); e três da família Elapidae (corais verdadeiras) – Micrurus hemprichii, Micrurus langsdorffi e Micrurus lemniscatus. A maioria dos acidentes ofídicos da região é causada por B. atrox, assim como em todo o estado do Amazonas. Dentre as espécies de anfíbios listadas para a Resex, nenhuma é considerada como ameaçada, vulnerável ou em risco de extinção. Já dentre os répteis, o quelônio terrestre “jaboti-da-mata” (Geochelone denticulata) está incluído na mais recente versão da lista vermelha das espécies ameaçadas da (IUCN, 2006) como espécie vulnerável, pelos riscos

de extinção em médio prazo. Para as espécies de quelônios de água-doce, Podocnemis expansa (tartaruga) está caracterizada como espécie com baixo risco de extinção, enquanto Podocnemis sextuberculata (iaçá) e Podocnemis unifilis (tracajá) estão caracterizadas como espécies vulneráveis. De acordo com a lista da IUCN (2006), todas as espécies de jacarés registradas para a Resex do Baixo Juruá estão incluídas como espécies sob baixo risco de extinção.

Crocodilianos Existem na Amazônia quatro espécies de jacarés: jacaretinga (Caiman crocodilus crocodilus), jacaré-açú (Melanosuchus niger), jacaré-paguá (Paleosuchus palpebrosus) e jacaré-coroa ou tiri-tiri (Paleosuchus trigonatus), sendo que as duas primeiras possuem potencial comercial, pela carne e pela pele. De acordo com uma amostragem realizada por Oliveira (2006) na Resex do Baixo Juruá, foram observados 74 jacarés, sendo 53 jacaretingas (Caiman crocodilus); seis jacarés-açú (Melanosuchus niger) e 15 jacarés-coroa (Paleosuchus trigonatus), dos quais 40% foram registrados nas margens e florestas inundadas de várzea do rio Juruá (água branca), 30% nos igarapés e igapós (água preta) e 35% no lago e igapós do rio Andirá (água preta).

Tabela 3.5 Densidade relativa de jacarés por quilômetro linear na Resex do Baixo Juruá. Fonte: OLIVEIRA, 2006.

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A partir da Tabela 3.5, verifica-se que a maior densidade de jacarés foi encontrada na margem do rio Juruá. Contudo, depreende-se da tabela que todos os ambientes analisados na Resex do Baixo Juruá apresentam baixa densidade de jacarés. É preciso analisar esses dados com cautela, pois a baixa densidade observada pode estar associada ao período em que foram realizados os levantamentos, quando o nível da água encontrava-se bastante elevado (tanto no final da seca, quanto na cheia). Segundo os moradores, com aquele nível de água os animais ficam escondidos na floresta inundada e aningais, sendo difícil sua observação pelo método utilizado por Oliveira (2006).

Nas entrevistas realizadas com os comunitários da Resex, verificou-se que apenas 30% consomem carne de jacaré, sendo que 20% justificam a caça desses animais pelos estragos causados às malhadeiras ou por ameaças aos humanos, o que ocorre com maior freqüência no período da seca. Entretanto, a principal causa para caça de jacarés na região é a utilização como isca para a pesca de mota (ou piracatinga), peixe vendido para a Colômbia.

Quelônios Dez espécies de quelônios (ou “bichos de casco”), de três famílias, foram registradas na Resex: família PELOMEDUSIDAE, tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa), tracajá (Podocnemis unifilis), iaçá (Podocnemis sextuberculata) e cabeçudo (Pheltocephalus dumerilianus); TESTUDINIDAE, jabuti amarelo (Geochelone denticulata); CHELIDAE, matámatá (Chelus fimbriata), tartaruga de igapó (Phrynops raniceps), jabuti-machado (Platemys platycephala), aperema (Rhinoclemmys punctularia) e lálá (Prhynops nasutus). Há indícios de que também ocorra a espécie Kinosternon scorpioides (família KINOSTERNIDADE), conhecido no estado do Pará como muçuã. Desde tempos remotos, os índios da região amazônica dependiam das tartarugas e seus ovos para alimentação. No período de 1860 a 1870, os ovos destes animais foram maciçamente utilizados na alimentação e iluminação. A produção de manteiga e azeite consumiu milhões de ovos. As carapaças eram usadas como bacias, instrumentos agrícolas ou queimadas para obtenção de cinzas, que, misturadas com barro, davam origem a uma massa utilizada na fabricação dos potes que transportavam manteiga e óleo. A pele do pescoço era usada como algibeira de tabaco ou esticada para fabricação de tamborins, enquanto a gordura misturada com resina era usada para calafetar barcos (COSTA, 1999; SMITH et al., 1979 apud OLIVEIRA, 2006). Desde a época dos seringais, diferentes estratégias de conservação dos quelônios têm sido utilizadas em praias do rio Juruá. Os quelônios sempre foram explorados pelos moradores da região e barcos que vinham de fora, porém algumas praias eram eleitas como “tabuleiros”, sendo protegidas. O maior tabuleiro de quelônios próximo à Resex do Baixo Juruá é o Tabuleiro do Juanico, com mais de 30 anos de conservação. No passado, era controlado por seringueiros, e o método utilizado para impor respeito à reprodução dos quelônios consistia na colocação de bandeiras com cores indicativas – a bandeira branca

indicava paz na praia e a bandeira vermelha, perigo, ou seja, uma área com grande concentração de ninhos. Atualmente, a Prefeitura de Juruá cuida do tabuleiro. Na Resex e seu entorno imediato, três comunidades trabalham voluntariamente na proteção de três tabuleiros de desova de quelônios, com apoio do Ibama/ICMBio nos últimos anos: Botafogo, Antonina e Forte das Graças. O tabuleiro mais antigo, de Botafogo, é protegido há 18 anos por iniciativa da comunidade, e dezenas de milhares de filhotes de quelônios, provenientes do tabuleiro, já foram soltos nos lagos da Resex. A produção dos tabuleiros dentro do que viria a ser a Resex do Baixo Juruá foi estimada por Andrade (2001) em 130.011 filhotes (1,30% P. expansa, 6,79% P. unifilis, 91,92% P. sextuberculata). Em julho de 2006, o Ibama promoveu um curso de capacitação para os comunitários, ensinando técnicas de monitoramento das praias e transplante de covas para aumentar o sucesso do manejo de proteção. Desde então, as comunidades têm se organizado mais no trabalho, e a proteção do tabuleiro de Monte Flor (Forte das Graças) foi iniciada.

Figura 3.17 Preparação de “chocadeira” pelos comunitários da Resex, durante o curso de monitoramento de tabuleiros em 2006. Tabuleiro de Antonina. Foto: M. G. Pinto.

Nos tabuleiros protegidos, é comum a grande abundância de pássaros nidificando, principalmente as gaivotas (Phaetusa simplex e Sterna superciliaris), corta-águas (Rynchops nigra), maçaricos (Charadrius collaris e Vanellus cayanus) e bacuraus

(Chordeiles rupestris). As praias protegidas ficam repletas destas aves e seus ninhos, havendo grande algazarra à medida que potenciais predadores tentam se aproximar. Por outro lado, a maioria das praias da Resex e entorno são desabitadas, devido à intensa predação dos ovos de quelônios e aves, bem como dos quelônios adultos. O aumento contínuo da captura ilegal de quelônios na região tem colocado em risco a perpetuação das populações, principalmente de tartaruga (Podocnemis expansa). As espécies tartaruga (Podocnemis expansa), tracajá (P. unifilis) e iaçá (P. sextuberculata), são muito utilizadas na alimentação regional, sendo capturadas no rio Juruá para abastecer principalmente as cidades de Juruá, Carauari, Fonte Boa, Tefé, e Manaus. O aumento da captura tem ocorrido pelo emprego de malhadeiras nas praias e nas bocas de lagos, de junho a outubro, impedindo inclusive a desova. Em 1999, a Polícia Militar de Juruá apreendeu uma balsa com 38.000 quelônios, configurando a maior apreensão de quelônios já feita no país. Além do homem, há vários outros predadores de quelônios nas praias. Predadores de ovos: jacuraru (Tupinambis sp.), mucura (Didelphis marsupialis), gavião preto (Buteogallus urubitinga), urubu (Coragyps atratus), paquinha (Orthoptera, Gryllotalpidae), macaco prego (Cebus apella); predadores de filhotes: bagres em geral e aruanã (Osteoglossum sp.), piranha (Pygocentrus nattereri), pirarara (Phractocephalus hemioliopterus), jacaré (Caiman crocodylus e Melanosuchus niger), corta água (Rynchops nigra), gaivotas (Phaetusa simplex), gavião preto (Buteogallus urubitinga), urubu (Coragyps atratus), gato maracajá (Leopardus wiedii). Dona Raimunda, de Socó, relata: “O tracajá aumentou, mas o iaçá diminuiu, os bichos de casco estão diminuindo, tartaruga nem se vê falar, meu irmãozinho”. O período de nidificação dos quelônios do gênero Podocnemis acompanha o ciclo hidrológico do ecossistema de várzea e depende da subida e descida do nível dos corpos d’água. O período reprodutivo para iaçá (P. sextuberculata) ocorre de junho a outubro, tendo o seu pico de desova em agosto; já o tracajá (P. unifilis) vai de julho a outubro, com desova mais freqüente no mês de setembro. A tartaruga (P. expansa), por sua vez, apresenta um período de postura de agosto a outubro, com pico de postura em setembro e período de encubação de 50 a 63 dias, dependendo das variações das condições climáticas no período (temperatura e umidade).

Tabela 3.6 Calendário Sazonal dos eventos de interesse para conservação de quelônios na Resex do Baixo Juruá.

CALENDÁRIO SAZONAL

Período JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Enchente

Seca

Chuva

Desova de quelônio Comércio ilegal de quelônios Nascimento filhotes de quelônios

Figura 3.18 Desova de iaçás na praia de Antonina, na Resex do Baixo Juruá. Foto: Paulo Andrade.

3.6.2.2.4. Peixes

Não foi realizada amostragem da fauna de peixes que ocorre na região dos rios Juruá e Andirá, mas Faria Junior e colaboradores (2006) levantaram que moradores da Resex exploram uma riqueza de peixes composta por 48 grupos de espécies22, para alimentação e comercialização (Anexo S), além do potencial para a exploração de peixes ornamentais na região do rio Andirá. Já na região do rio Copacá, onde não há moradores nos limites da Resex, foram amostradas 80 espécies de peixes (Anexo T) (GALUCH, 2007). A maioria das espécies de peixes apontadas pelos pescadores se adapta ao período de precipitação anual: realizam migrações reprodutivas, tróficas e de dispersão durante a seca, de agosto a outubro, com desova total no início da enchente, de dezembro a fevereiro. Entre essas espécies, foram listadas: branquinha (Curimata sp.), curimatã, jaraqui, matrinxã (Bricon spp), pacu, tambaqui (Colossoma macropomum), dourada (Brachyplatystoma rousseauxii) e piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii). Os demais grupos de espécies pertencem ao grupo em equilíbrio ou oportunista. No primeiro caso são espécies mais sedentárias, com comportamento territorial e período de desova longo em torno do início da cheia, como o tucunaré, o acará-açu (Astronotus sp.) e o pirarucu (Arapaima gigas). O segundo grupo é composto por peixes de pequeno tamanho, r- estrategistas, com ciclo de vida curto, sem comportamento migratório e desova ao longo do ano, como a pescada e piranha (FARIA JUNIOR et al., 2006), conforme mostra a tabela abaixo.

22 Houve a necessidade de agrupar duas ou mais espécies de peixes como: aracú, acará, tucunaré, branquinha, jaraqui, pacu e sardinha. Esse agrupamento se fez necessário devido à incerteza em definir a qual espécie os comunitários se referem. Ainda assim, é possível estimar a riqueza disponível nesse quesito.

Tabela 3.7 Classificação das espécies segundo seu comportamento de deslocamento reprodutivo e dieta alimentar.

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)

Fonte: modificado de FABRÉ & BARTHEM, 2004 por FARIA JUNIOR et al., 2006.

Foram encontrados na região 56 ambientes utilizados para pesca, sendo 35 lagos e cinco igarapés na área de influência do rio Juruá; 12 lagos e quatro igarapés na região de influência do rio Andirá, além de outros pontos como ressacas, enseadas e pequenos lagos, que podem elevar esse número para mais de 100 ambientes de pesca, correspondendo a uma área de espelho d’água mínima de 390 hectares, somente na parte interna da Resex. Os moradores locais também pescam no perímetro do rio Juruá e Andirá próximos às suas comunidades, bem como nos lagos da área de várzea situada na margem oposta desses rios, proposta como área de amortecimento (FARIA JUNIOR et al., 2006). A pesca foi retratada pelos comunitários como uma atividade direcionada à subsistência familiar e, quando comercial, é realizada de forma sazonal. A renda familiar mensal gerada a partir da comercialização da produção pesqueira (quando existente) é inferior à provida pela agricultura. Quando direcionado à subsistência, o consumo médio de pescado por dia para os moradores da Resex é de 0,650kg. Este valor demonstra a importância da pesca para as populações que habitam as margens dos rios e lagos da região, tendo o peixe como a mais abundante e barata fonte de proteína animal, de grande acessibilidade. Dentre as espécies alvo das pescarias com finalidade comercial, podemos observar que as principais espécies comercializadas são os bagres (Figura 3.19), sendo a cidade de Juruá o principal ponto de comercialização.

Figura 3.19 Freqüência de citações dos tipos de peixes mais utilizados para venda. Fonte FARIA JUNIOR et al., 2006.

As formas de conservação/armazenagem do pescado para a venda são basicamente três: fresco (20%), salgado (50%) ou armazenado em gelo (30%), com preferência para a salga devido às dificuldades de aquisição e estocagem do gelo por longo período de tempo (FARIA JUNIOR et al., 2006).

Sazonalidade de uso dos recursos pesqueiros na área da Resex do Baixo Juruá A sazonalidade da pesca realizada pelos moradores da Resex do Baixo Juruá é bastante expressiva. Como mostra a Figura 3.20, ela aumenta no período da vazante e seca, e diminui no início da enchente (FARIA JUNIOR et al., 2006).

Figura 3.20 Melhores meses para a pesca. Fonte: FARIA JUNIOR et al., 2006.

Espécies de peixes com potencial para o manejo em cada comunidade A partir dos dados de espécies mais citadas pelos pescadores, espécies que possuem sua pesca regulada e áreas de manejo identificadas, foi construída a Tabela 3.8, contendo os principais locais de ocorrências de peixes no raio de ação da pesca comunitária (FARIA JUNIOR et al., 2006). A pesca comunitária com finalidade comercial de pirarucu, tambaqui e matrinxã, resultante do manejo de lagos da Resex, já foi realizada em 2007 e 2008, com ótimos resultados. Assim, espera-se que esta forma de pescaria seja repetida anualmente.

Tabela 3.8 Ambientes citados com a presença de pirarucu, tambaqui e matrinxã T Denominação Presença de i p o

Comunidades s

d e

A m b i e n

t e

Btf s L Arapapá I Pirarucu, tambaqui e a matrinxã g

o L Arapapá II Pirarucu, tambaqui e a matrinxã g

o I Matrinxã Matrinxã g a r a p

é I Ariramba Matrinxã g a r a p

é L Trovão Pirarucu e tambaqui a g

Antonina o L Patauazão Pirarucu e tambaqui a g

o L Vai Quem Quer Matrinxã a g

o L Prudêncio Pirarucu e tambaqui a g

o L Jacaré Pirarucu a g

o L Trovão Pirarucu e tambaqui a g

Vai Quem Quem Vai o P Vai Quem Quer Pirarucu

a r a n

á L Jangada Pirarucu e tambaqui a g

o I Preto Matrinxã g a r a p

é I Paxiúba Matrinxã g a r a p

é R Ressaca Grande Pirarucu e s s a c

a L Lago Grande Pirarucu e tambaqui a g

o L Trovão Pirarucu e tambaqui a g o

T Denominação Presença de i p o s dd id C d e

A m

b i e n t e s

S d d d S L Clarindo Pirarucu e tambaqui a

g o

L Comprido Pirarucu e tambaqui a g o

L Javari Pirarucu e tambaqui a g o

L Javarizinho Pirarucu e tambaqui a g o

L Preto Pirarucu e tambaqui a g o

L Pescador Pirarucu e tambaqui a g o

L Petrônio Pirarucu e tambaqui a g o

L Novo Pirarucu e tambaqui a g o

L Pirapitinga Pirarucu e tambaqui a g o Morada L Juruapuca Pirarucu e tambaqui

a g o

I Morada Nova Pirarucu g a r a p é

L Preto Pirarucu a g

o

L Japó Pirarucu e tambaqui a g o

L Cinza Pirarucu e tambaqui a g o

L Grande Pirarucu e tambaqui a g o Socó L Campina Pirarucu, tambaqui e

a matrinxã g o

L Baixio Pirarucu, tambaqui e a matrinxã g o

L Chico Pirarucu, tambaqui e a matrinxã g o

Forte das Forte das L Socó Pirarucu a g

o L Novo Pirarucu a

g o L Cinza Pirarucu a

g o L Dos Paus Pirarucu e tambaqui a

g o

Forte das Forte das L Tartaruguinha Pirarucu e tambaqui a

g

o L Cinza Pirarucu e tambaqui a

g o

L Novo Pirarucu e tambaqui a

g o L Dos Paus Pirarucu e tambaqui a

g o

Itaúba* L Laguinho do Furo Pirarucu a g o L Itaúba Pirarucu e Matrinxã

a g o R Do Gaiola Pirarucu e s s a c a L Tracoá Pirarucu

a g o L Taboca Pirarucu

a g o I Do Traíra Matrinxã e tambaqui g a r a p é L Tartaruguinha Pirarucu Oito a g

o R Do Pracídio Matrinxã

Cumaru e e s s a c a L Do Pirarucu Pirarucu

a g o

L Da Princesa Pirarucu a

g o L Beija-Flor Pirarucu

a g o * Comunidade localizada fora da Reserva. Fonte: FARIA JUNIOR et al., 2006.

Projeto específico de pesca: manejo do pirarucu O manejo do pirarucu é uma atividade recente na Resex do Baixo Juruá, objeto de um projeto específico, de acordo com a IN 01/2005/Ibama-AM. A organização do processo de manejo do pirarucu envolveu o Ibama, o ICMBio e a Astruj, com apoio do IDS Mamirauá. Em 2006, ocorreu a contagem do pirarucu e a partir disso foi feito o cálculo para a despesca realizada em 2007. A Astruj assumiu a coordenação da despesca e contou com o apoio de analistas do ICMBio e Ibama. O monitoramento foi feito pelos próprios comunitários, que foram instruídos durante o curso de “Manejo Comunitário de Pesca” (Pró- Várzea/Ibama/ICMBio), em julho de 2007, e supervisionados pelos analistas ambientais durante a despesca. Os comunitários decidiram, previamente e entre eles, quem participaria da pesca e, posteriormente, quanto cada um receberia, de acordo com o trabalho envolvido na vigilância dos lagos, na pesca e no monitoramento.

Figura 3.21 Morador da Resex carregando um pirarucu durante o manejo. Foto: M. G. Pinto.

A partir dos resultados das contagens de 2006 e 2007 (Tabela 3.9), houve aumento da cota de captura para 2008 (30% do número de adultos), inclusive com a inclusão de novas comunidades e áreas de pesca.

Tabela 3.9 Contagem de pirarucus adultos na Resex do Baixo Juruá em 2006 e 2007.

P i r a r u c u

2 2007 0 0 6

2 466 3 4

3 290 3 1

1 70 1 5

- 50

- 153

- 3

6 1032 8 0

Fonte: ICMBio, 2008.

O manejo do pirarucu tem grande adesão das comunidades participantes, incentivando o trabalho de preservação dos lagos e gerando renda adicional para as famílias da Resex.

3.7. Caracterização Social

3.7.1. Perfil Geral da População

A população da Resex do Baixo Juruá está distribuída em 15 comunidades e localidades ao longo das calhas dos rios Juruá, Andirá e Igarapé do Branco, conforme mapa abaixo. Segundo levantamento realizado em 2006, por Nascimento de Souza e por Cruz, atualizado em 2008 em oficina de Plano de Utilização, foram identificadas 132 famílias23 residentes na Resex, compondo um total de aproximadamente 748 pessoas, sendo 643 moradores e 105 usuários, 393 homens e 355 mulheres (cf. Anexo B para lista completa de moradores da Resex)24. Trata-se de uma população jovem, pois a maior parte dos comunitários tem de 5 a 14 anos, como mostra a Figura 3.23. Observa-se que mais da metade das famílias da Resex concentra-se em Forte das Graças (FG) I e II, Cumaru e Antonina. Em 2006, nessas localidades encontravam-se 82 de 132 famílias, o correspondente a 54% dos moradores da reserva. Ressaltamos que essas são as únicas comunidades a contar, ao mesmo tempo, com uma escola e um posto de saúde, como pode ser visto na Tabela 3.11 (apresentada no item 3.7.5). O posto de saúde de FGII serve às duas comunidades, assim como o poço e a escola de 5ª a 9ª séries em FGI.

23 Comparando os moradores de 2006 e 2008, observou-se uma diminuição no número de moradores. Esta diminuição está relacionada com a mudança de algumas famílias para a cidade, especialmente de Morada Nova, Oito Voltas e Vai Quem Quer 24 O número das famílias da comunidade de Arati está aproximado, pois o censo não pôde ser realizado in loco devido à recusa por parte dos comunitários.

P i r â m i d e E t á r i a

80 anos e mais 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos

75 60 45 30 15 0 15 30 45 60 75 N ú m e r o d e H a b i t a n t e s Homens Mulheres

Figura 3.22 Distribuição dos moradores da Resex do Baixo Juruá por idade.

Dos moradores atuais, 24,5 % declararam ter nascido em suas comunidades e 57% disseram ter mudado para a Resex com a família. Destes, a maioria dos adultos “veio com os pais, ainda pequeno” para viver naquelas comunidades. Apenas 2,9 % declararam ter imigrado em busca de acesso a terra. Outros 25% imigraram por conta de casamento com membro da comunidade. Observa-se, desta forma, que é representativo o vínculo dos moradores com o território, bem como os seus laços de pertencimento com o lugar, constituídos muito antes da criação da reserva. Observou-se forte relação das famílias da Resex com a cidade de Juruá. Em 2006, constatou-se que cerca de 20% das famílias da Resex do Baixo Juruá possuíam entre dois e quatro membros morando em centros urbanos, particularmente na cidade de Juruá. Além disso, constatou-se que muitas famílias da Resex possuem residências também na cidade de Juruá. Na maioria dos casos isso ocorre em função de busca de estudo para os filhos, para tratar de problemas de saúde, mas também por outros motivos como o comércio de produtos (CRUZ, 2006). Embora isso possa a primeira vista parecer perda de ligação com a Resex, ao contrário, é um traço da cultura ribeirinha e do campesinato. Faz parte da estratégia de sobrevivência dessas família enviar alguns dos filhos à cidade e mesmo ter uma casa para os momentos de doenças, festejos, comércio etc. Isso ajuda a garantir a perpetuação da

família e do modo de vida dos pais e outros irmãos no campo, mantendo uma ligação com as novidades do mundo externo.

3.7.2. Cultura25

Como já mencionado nesse documento, a cultura ribeirinha nasceu com a ocupação de seringais por migrantes nordestinos, incorporando técnicas e hábitos das populações indígenas que viviam ou vivem próximas dessas áreas. Segundo Ribeiro (1995), “através desse processo foi surgindo uma população nova, herdeira da cultura tribal no que ela tinha de fórmula adaptativa à floresta tropical”. É nesse contexto que práticas e hábitos cotidianos de trabalho, alimentação, higiene e todo um modo de viver com a floresta, que caracterizam a cultura ribeirinha, foram apreendidas, criadas, reinventadas. Há um profundo conhecimento da mata e dos rios, sobre as plantas que curam, sobre as formas de cultivo dos alimentos, sobre as formas de viver dos animais que necessitam caçar para a sua alimentação e sobre as formas de extrativismo. Na Resex do Baixo Juruá a maioria das comunidades teve origem nos seringais. Houve casos, como em Botafogo, em que seringueiros saíram de um seringal do antigo “patrão” para formar o próprio seringal. Outros vieram para trabalhar em seringais que estavam sendo instalados como, por exemplo, os moradores da comunidade Vai Quem Quer, que trabalharam para seringalistas na antiga localidade de Bajé. Desde a época dos seringais até os dias atuais, o processo de construção e reconstrução do conhecimento ancestral se dá por meio da oralidade, ou seja, das conversas durante as refeições, em meio aos afazeres diários de organização do trabalho, nas festas, da contação das lendas (como Honorato Cobra Grande) e dos “causos”, contados com inigualável habilidade. Porém, com a massificação da educação da Resex nos moldes “urbanos”, aliada às facilidades atuais de transporte, que permitem maior contato com as cidades de Juruá, Tefé e Manaus, percebe-se um desinteresse dos mais novos por esses causos e outras manifestações culturais locais. Neste sentido, faz-se necessário trazer as manifestações culturais da Resex do Baixo Juruá, a fim de fortalecê-las e de percebê-las a partir da ótica de suas populações, as quais, segundo Gonçalves (2001):

25 Os aspectos culturais da população da Resex são tratados em diversos itens deste documento, a exemplo da pesca, caça, extrativismo, dentre outros. Porém, por motivos de organização do documento, neste item, serão tratados os aspectos culturais relacionados a festejos, celebrações e manifestações religiosas.

desenvolveram todo um saber, todo um conhecimento na sua convivência com os ecossistemas amazônicos que, sem dúvida, constitui um enorme acervo cultural, importantíssimo como base para qualquer processo de desenvolvimento que queira se fazer num espaço que, em grande parte, é mais misterioso para os de fora do que para os que nele vivem.

É importante salientar que não só nas comunidades ribeirinhas, mas em todo o mundo está ocorrendo um distanciamento de tradições, descrença em mitos e lendas, perda de simbologias importantes de nossa sociedade. As próprias religiões perderam muito de sua magia. Nas comunidades ribeirinhas, apesar de relatos de distanciamento da cultura, é onde aparece com mais vivacidade relações de conexão e respeito do homem com o meio onde vive.

Festejos e Celebrações

Os festejos e celebrações estão, em geral, intimamente ligados às opções religiosas das famílias, conferindo características distintas às festividades de diferentes localidades da Resex. Cada localidade adota uma data para a realização de seus festejos anuais (Tabela 3.10). No caso das católicas, elege-se um padroeiro, e as demais comunidades que tenham afinidades são convidadas para uma reunião litúrgica, quando são realizadas algumas rezas pelos mais devotos. Ao final das orações, há espaço para muita música, comida regional, bebidas e danças como o forró. Durante o dia, mulheres e homens costumam juntar-se para os preparativos das comidas, do pé-de-moleque e do bolo de massa puba, ao qual se adiciona castanha-do-Brasil, erva doce, cravinho, açúcar e sal. Já nas comunidades evangélicas (Assembléia de Deus), realizam-se festas nas datas de aniversário das referidas congregações, com muita comida, mas sem a presença de bebidas alcoólicas e forró, como em Forte das Graças II (CARNEIRO, 2006). Muitas vezes os torneios de futebol estão presentes nos festejos e celebrações. Nos jogos, a presença masculina é preponderante, mas as mulheres também se fazem presentes.

Tabela 3.10 Datas dos festejos realizados nas comunidades católicas da Resex do Baixo Juruá.

C F Data o e ms u t n e i j d o a d e S 13/12 a n t a

L u B z o i t a a

f ( o P g a o d r o e i r o ) S 04/10 ã o A

n F t r o a n n i c n i a s c o

( P a d r o e i r o ) S 11/02 A ã n o t o L n á i z n a a r o N 12/10 o s s a

S e n h o r S a o c d ó a

A p a r e c i d a

( P a d r o e i r a ) F S 20/01 o ã r o t e S e d b a a s s t G i r ã a o ç a s

I F S 11/02 o ã r o t e L á d z a a s r o G r a ç a s

I F N 08/09 o o

r s t s e a d S a e s n h G o r r a a ç a d s e

I N a z a r é

( P a d r o e i r a ) S 04/10 ã o

F C r u a mn a c r i u s c o

( P

a d r o e i r o ) S 19/03 ã I o g

a J r o a s p é é

( d P o a

d B r r o a e n i c r o o )

Em Forte das Graças II, a igreja evangélica faz festa no dia de seu aniversário e convida as comunidades vizinhas a participarem dos eventos com culto, almoço e brincadeiras. Na localidade Botafogo, os moradores fazem a festa de Santa Luzia no dia 13 de dezembro. Nesse dia, é realizado um torneio à tarde, e servidas comidas como porco, ovelha, frango e peixe. A comunidade paga cantores para animar a festa. Muitas pessoas de outras comunidades comparecem e se hospedam nas casas dos moradores. Na localidade de Cumaru, ocorre o festejo de São Francisco das Chagas, com novena que se encerra no dia 4 de outubro, quando as comunidades vizinhas se reúnem para a “levantação do mastro” (Figura 3.23) e a realização da festa.

Figura 3.23 Festejo de São Francisco das Chagas na comunidade de Cumaru, em 2008. Foto: M. G. Pinto

No entanto, há relatos de que esses festejos e celebrações estariam se perdendo. De acordo com comunitário da localidade Lago Grande “a vida era mais animada, tinha muitas festas, muito mais do que hoje. Antes as festas eram animadas com sanfoneiros e violonistas” (MOURA, 2005). Comunitários relataram que os sanfoneiros pararam de tocar por causa do aparecimento dos aparelhos de som. Também as músicas vêm de fora, em CDs, não havendo um repertório regional. Um comunitário de Antonina disse que “uma festa boa que tem é o ajuri, no roçado, é uma festa, animado. É melhor trabalhar com ajuri26”. Verificam-se também outras manifestações culturais proveniente dos elementos indígenas e nordestinos que povoaram a região e contribuíram, de maneira miscigenatória, para a formação da população local e cultura atual. Um exemplo é o forró feito com a “Mãe do Cão” (espécie de instrumento musical feito em forma de cruz e que gera quatro sons diferentes), relembrando as músicas cantadas na época de festas dos seringais, como nas Figuras 3.24 e 3.25 (NOGUEIRA, 2007).

26 Ajuri é um tipo de mutirão comunitário para a realização de uma atividade específica.

Figura 3.24 (à esquerda) Sr. Deucimar mostrando como é tocada a “Mãe do Cão” na comunidade de Antonina. Foto: Lilian Nogueira.

Figura 3.25 Comunitária cantando músicas do tempo das festas dos seringais, acompanhada com a “Mãe do Cão”, tocada pelo Sr. Deucimar, e com colheres, por Arthur. Foto: Lilian Nogueira

Outro exemplo que pode ser destacado é o Ritual do Arapicum (Figura 3.26) realizado na comunidade de Cumaru (resgatado em 2005, após décadas esquecido, porém não mais repetido) e o “bolo de puba” (Figura 3.27) preparado com massa de “puba” (mandioca deixada de molho por alguns dias), assado em folha de bananeira no forno de farinha (NOGUEIRA, 2007).

Figura 3.26. Ritual do Arapicum (esquerda).

Figura 3.27.Bolo de “pé de moleque” ou de massa de puba (direita). Fotos: Lilian Nogueira.

Recomenda-se que seja realizado um estudo antropológico mais aprofundado sobre a constituição dessas populações e sobre a identidade das mesmas, a partir das festas, crenças e simbologias de hoje e dos antepassados. Dessa forma, poder-se-á subsidiar com mais propriedade as formas de promoção do desenvolvimento sem perda das bases culturais da população local.

3.7.3. Religião

Dentre os moradores da Resex do Baixo Juruá, 25 % se declararam evangélicos e a maioria, 75%, se declarou católica. Há comunidades que são predominantemente evangélicas e outras que são parcialmente católicas e evangélicas. Um aspecto relevante é que as manifestações de resistência à criação da Resex do Baixo Juruá tiveram maior expressão em comunidades predominantemente evangélicas, como as comunidades do Arati e Forte da Graças II. Mas os conflitos já existiam antes do processo de criação da Resex. Segundo Moura (2005), a comunidade Forte das Graças teria, em 1995, se separado em Forte das Graças I e Forte das Graças II devido a problemas de convivência relativos a diferentes formas de cultuar a religiosidade, o que teria culminado na divisão da comunidade. Trata-se do mesmo ano em que Irmão Falco morreu, e chegou à região um pastor da igreja evangélica que teria apoiado a divisão da comunidade. Em 2002, foi construída a “ponte da amizade” para interligar as duas localidades, pois FG II fica ilhada na época de cheia. Há na Resex duas religiões com visões distintas, localmente, em relação ao uso dos recursos naturais. Os evangélicos (Assembléia de Deus) crêem que “o que Deus deixou, o homem não consegue acabar”, de forma que os recursos naturais seriam infinitos, dependendo da vontade de Deus. Já os católicos têm uma visão um pouco diferente, acreditando que “o que Deus deixou, o homem precisa cuidar para não faltar”. Ressalta-se, entretanto, que esta é uma constatação local, que não necessariamente indica dicotomia entre as duas religiões fora da região em questão. Para além das religiões formais (católica e evangélica) há outras manifestações de religiosidade (crenças populares) formadas provavelmente com a herança de povos

indígenas que habitaram a região, ancestrais nordestinos e da convivência com toda a diversidade da floresta amazônica local. Independentemente da opção religiosa, é comum encontrar relatos dos moradores se referindo à Igreja, em geral, como um espaço de aprendizado de como viver em sociedade, viver o amor, a união e a convivência. É também muito comum haver referências ao seu caráter politizador, educativo e de fortalecimento da organização comunitária dos moradores.

3.7.4. Relações de Gênero e Participação da Mulher

Entre as principais atividades econômicas da Resex do Baixo Juruá se destacam a agricultura e a pesca, e em ambas é possível constatar a presença da força de trabalho das mulheres, embora essas não sejam as únicas atividades a que se dediquem. Algumas partes do trabalho seguem atribuídas exclusivamente aos homens, como a derrubada de árvores, enquanto outras atividades são relatadas em mais clara associação ao universo feminino, como “embolar massa”, realizar o trabalho doméstico ou confeccionar peças de artesanato. Ainda, em algumas comunidades destaca-se o papel exercido por algumas mulheres como catequistas, caso de Antonina, Cumaru e Escondido; agente de saúde municipal, em Botafogo; e liderança comunitária, como em Botafogo e Igarapé do Branco. Em Socó, os comunitários chamam a atenção para o destino das jovens mulheres que deixaram a reserva pela cidade de Juruá: em sua maioria, trabalham como empregadas domésticas ou como babás (MOURA, 2005).

3.7.5. Associativismo

A Associação dos Trabalhadores Rurais de Juruá (Astruj) foi criada em 1998 para, dentre outros objetivos, lutar pela criação da Resex do Baixo Juruá, sendo a entidade que representa os moradores e usuários da Resex. Sua missão é: “Defender os direitos e interesses dos moradores da Resex do Baixo Juruá e implantar um modelo de desenvolvimento sustentável”. Atualmente a Astruj atua em parceria e sintonia com o ICMBio. Em 2003, a Astruj inaugurou um escritório na cidade de Juruá em conjunto com o CNPT/Ibama, melhorando a organização da associação e servindo de local de trabalho para o ICMBio. Entretanto, a Astruj ainda possui muitos problemas referentes à manutenção

financeira e à capacitação administrativo-contábil, que são minimizados com o apoio dos analistas ambientais do ICMBio e de alguns parceiros locais, como o Idam. Segundo Romaine (2005), a Astruj tem se guiado por uma política de formação dos seus membros, bem como a definição e construção de parcerias, procurando contribuir com a gestão da Resex, preservação do meio ambiente e a promoção da qualidade de vida das famílias tradicionais residentes e de seu entorno. A Astruj articula-se com outras entidades na defesa dos povos da floresta. Um exemplo disso é sua ligação, desde 1999, ao Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) e ao Grupo de Trabalho Amazônico (GTA). Estas participações têm permitido à Astruj integrar-se à luta pela implantação de um modelo de desenvolvimento diferenciado para povos da floresta. Ambas as organizações, bem como a Prelazia de Tefé, apoiaram tanto a criação da Astruj como a criação da Resex. Entretanto, desde a criação da Resex o apoio das organizações do movimento social praticamente deixou de existir, de forma que o trabalho de mobilização social precisa ser reforçado na região.

Figura 3.28 Escritório compartilhado Astruj/ICMBio, em Juruá, e diretoria eleita em 2008. Fotos: M. G. Pinto.

Em relação a projetos e financiamentos, a Astruj já foi contemplada com um projeto do PNUD/MMA, dois do FNMA (em andamento), um Caex/MMA via GTA (em andamento) e um financiamento Pronaf/Basa para a pesca do pirarucu. Em 2002, a Astruj realizou um convênio com o Incra do Amazonas para a destinação de R$ 300.000,00 em créditos “Fomento e Habitação”, com o intuito de melhorar as condições de vida dos moradores da Resex do Baixo Juruá, reconhecidos como beneficiários da Reforma Agrária. A primeira fase beneficiou 75 famílias e a segunda fase foi acordada em 2006 e ainda está em andamento.

3.7.6. 3.7.6. Acesso às Políticas Públicas

Esse item tem por objetivo caracterizar as comunidades residentes com relação ao acesso às políticas públicas, tais como saúde, educação, habitação, energia, abastecimento de água e saneamento, comunicação e transporte. A tabela abaixo apresenta um quadro geral da infra-estrutura na Resex, referenciada em diversos momentos desse capítulo.

Tabela 3.11 Infra-estrutura das comunidades da Reserva Extrativista do Baixo Juruá.

Posto Centro nº Energia Poço de Com./ Comunidade casas Elétrica Tipo Artesiano Escola Série Saúde Telef. Igreja X Motor x X Botafogo 15 Gerador 1º a 4º Tem, mas X Motor não X x x Antonina 20 Gerador funciona 1º a 9º x Motor Vai Quem Quer 4 Gerador Morada Nova 3 Arati 10 x Rede x X 1º a 4º x Socó 5 x Rede (um poço x serve as X x x Forte das Graças I 34 Rede duas) 1º a 9º Forte das Graças II 23 x Rede X 1º a 4º x x

São Francisco 3 X 1º a 4º Oito Voltas 5 x São José do Aumento 3 x Motor X Escondido 6 Gerador. 1ª a 4ª Lago Grande 5 x Motor X x x Cumaru 12 Gerador 1º a 4º

x Motor x Igarapé do Branco 6 Gerador Total 154 9 10 4 8 3 1 7

Fonte: CRUZ, 2006, revisado em 2008 em reunião do Grupo de Trabalho do Plano de Manejo.

3.7.6.1.Saúde

A saúde é considerada uma das preocupações de maior destaque entre os moradores da Resex do Baixo Juruá, pois faltam agentes de saúde para atender às demandas locais e há dificuldade de acesso ao serviço médico eletivo e emergencial. As localidades que contam com postos de saúde são somente as de Antonina, Forte das Graças II e Cumaru. Porém, esses postos são apenas pequenas casas de madeira com pouca estrutura, nos quais os agentes comunitários de saúde (ACSs) fazem atendimentos simples. Não são realizados atendimentos médicos ou odontológicos. Há ACSs contratados pela prefeitura nas comunidades de Botafogo, Antonina, Cumaru, Forte das Graças I, Forte das Graças II e Escondido. Estes agentes são responsáveis por promover a saúde por meio de ações de educação em diversos temas e monitoramento dos doentes crônicos, informando as equipes de saúde da cidade de Juruá sobre as ocorrências. Além disso, realizam coleta de lâminas de malária e as encaminham até a cidade de Juruá para leitura. Acompanham também as campanhas de borrifação contra mosquito da malária e campanhas de vacinação. Em casos em que não há solução pelas práticas de saúde dentro das comunidades, as pessoas se deslocam para a Unidade Mista de Saúde da cidade de Juruá. Caso o problema não possa ser tratado em Juruá, busca-se atendimento em Manaus ou Tefé, geralmente pago pela prefeitura. Segundo Carneiro (2006), as principais doenças que costumam acometer os moradores da Resex do Baixo Juruá são surtos de gripe e malária, além de doenças crônicas, tais como reumatismo, diabetes e doenças de pele. Além disso, é alta a ocorrência de problemas dentários. Nas crianças, além das gripes e da malária, são freqüentes as verminoses que se manifestam através de diarréias e febres. O conhecimento tradicional do manejo de recursos naturais para uso terapêutico ainda é presente em grande parte das localidades da Resex, na memória das famílias. Porém, há dúvidas de que ele ainda perpasse a prática cotidiana de cuidado com a saúde das famílias da Resex. Carneiro (2006) afirma que raros foram os relatos encontrados de uso dos conhecimentos tradicionais de cura a partir dos remédios da floresta, indicando que pode estar havendo uma mudança na matriz filosófica de cuidado com a saúde.

3.7.6.2.Educação

A educação no campo tem um histórico de luta de décadas. Muitos são os conflitos envolvidos no acesso ao direito pela educação de populações que não vivem nas cidades. Não são raras as mudanças na política educacional brasileira desencadeadas pela luta dos movimentos sociais, porém, no caso da Resex do Baixo Juruá ainda há muito para ser conquistado em termos de acesso, qualidade e adequação da educação às populações locais, respeitando suas potencialidades e limitações. É nesse contexto, portanto, que tem se dado a construção do acesso ao direito à educação das populações do campo: na luta pela implementação de políticas públicas educacionais e para que estas partam das matrizes culturais que foram forjadas em séculos de convivência com a terra e entre os homens e mulheres que junto dela têm vivido. Na Resex do Baixo Juruá, segundo Moura (2005), a primeira escola foi construída em 1961, na localidade Fortaleza das Graças, hoje Forte das Graças I e II (de onde a primeira professora teria sido Vó Júlia27). Nas décadas posteriores, apesar de outras localidades terem sido contempladas com a construção de escolas, há diversas localidades que ainda seguem desprovidas de uma. Existem hoje oito escolas públicas na Reserva (Forte das Graças I, Forte das Graças II, Cumaru, Escondido, São Francisco, Botafogo, Antonina e Arati), sendo quase todas construídas em madeira, com apenas três compartimentos: uma sala, uma pequena cantina e um quarto para os professores se hospedarem. As comunidades de Botafogo, Forte das Graças I, Arati e São José do Aumento (fora de funcionamento), possuem escolas construídas em alvenaria, com mais compartimentos. A maior parte das escolas em funcionamento oferece até a 4ª série do Ensino Fundamental, no sistema multisseriado, e apenas duas escolas oferecem até a 9ª série (Antonina e Forte das Graças I). Além do Ensino Fundamental, há hoje implantados os programas de educação de Jovens e Adultos (EJA) e o programa Reescrevendo o Futuro28. Nas localidades sem escolas, ocorre o deslocamento das pessoas que querem estudar para outras localidades da Resex, como também para a cidade de Juruá, caso, por exemplo, das crianças da localidade Morada Nova, que acabaram se mudando para a cidade de Juruá e voltam para a comunidade nas férias. Também em Oito Voltas, as

27 Comentário feito durante oficina de Revisão do Plano de Manejo em outubro de 2008. 28 O EJA consiste em modalidade da educação básica, previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – lei n° 9394, de 1996). Já o Programa de Letramento Reescrevendo o Futuro é iniciativa da Universidade do Estado do Amazonas, com apoio do governo estadual.

mulheres e as crianças moram na cidade e vão para a comunidade nas férias e em alguns finais de semana. Em muitos casos, a família tem que se organizar para adaptar-se à nova situação, transformando o cotidiano das localidades. Há hoje sete transportes fluviais escolares para os alunos da Resex e do entorno (canoas com motor rabeta). Os dados de escolarização na Resex, levantados em 2006 (Tabela 3.12), revelam que apenas 1% dos moradores estava cursando o ensino médio, e que apenas 3% haviam concluído o ensino fundamental (CRUZ, 2006). Apesar de somente 10,9% dos entrevistados terem informado que nunca estudaram, estima-se que o analfabetismo funcional acometa mais de 50% da população.

Tabela 3.12 Nível de escolaridade na Resex do Baixo Juruá.

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Até 1ª série série 1ª Até %

1 0 , 9

Até 2ª série série 2ª Até %

1 1 , 8

Até 3ª série série 3ª Até %

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Até7ª série série Até7ª %

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Ensino % 0

, 0

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0

, 0

Ensino %

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1 0 , 9

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Fonte: CRUZ, 2006.

Com apoio da Astruj e do então CNPT/Ibama/AM, dois estudantes de Juruá foram para Manaus cursar o curso técnico de pesca e de manejo florestal, um em 2006 e outro em 2008. O primeiro permaneceu em Manaus para cursar a graduação em Engenharia Florestal pela UEA. Por falta de oportunidades de emprego para pessoas especializadas e pela precariedade de infra-estrutura do município de Juruá, são raros os casos de pessoas com formação superior na região, excetuando-se os professores formados em Normal Superior. Segundo Erivan Morais de Almeida (2005), em seu relatório “Oficinas de Capacitação com Lideranças e Usuários da Resex do Baixo Juruá”, há demandas por um modelo de estrutura de escola a partir da perspectiva dos moradores, por professores com formação política – a fim de fortalecer a organização comunitária, e o envolvimento maior

das famílias no cotidiano da escola. Indica ainda que o modelo de educação que está colocado para as famílias da Resex precisa ser avaliado e reconstruído sob outra ótica. Para além dessas ações, os relatos da situação da educação na Resex do Baixo Juruá revelam a importância de avançar sobre questões pontuais, como por exemplo, a reforma das escolas, a melhoria no transporte dos alunos, a melhoria na formação dos professores, alojamento para os professores e a ampliação da oferta de escolarização. É também essencial o diálogo com as famílias da Resex, as quais vêm, historicamente – às vezes por caminhos tortuosos e contraditórios, mas não incoerentes – reivindicando uma educação a partir de suas histórias de vida, a partir de seus conhecimentos semeados na convivência familiar e comunitária e colhidos como alimento da esperança que têm no amanhã. A grande evasão escolar é resultado de falta de uma educação que respeite mais nossa cultura e também da falta de rigor dos professores com os alunos. Programas recentemente implantados, como o Bolsa Família, ajudam na presença de alguns alunos na escola, mas não garantem a melhoria do aprendizado. Outro problema é a falta de professores, muitas vezes os professores ficam a maior parte do ano fora da Resex. (relato de comunitária do Igarapé do Branco.)

A atribuição governamental de levar educação formal aos povos da floresta é um desafio tão grande quanto as dimensões da própria Amazônia. A dificuldade logística imposta pela natureza, aliada à precariedade de infra-estrutura dos municípios, exige um modelo de educação com investimentos na produção de métodos e material didático específicos, bem como investimentos em recursos tecnológicos para possibilitar a implementação de um ensino de qualidade. Atualmente, poucos professores, geralmente pouco qualificados, aceitam o desafio de trabalhar nas comunidades ribeirinhas da Amazônia, mesmo recebendo salários acima da média nacional. Ao se pensar na implementação de políticas públicas para a educação na Resex do Baixo Juruá, não podemos fugir da responsabilidade de assumir o desafio que nos faz Arroyo (1998): A escola é mais um dos lugares onde nos educamos. Os processos educativos acontecem fundamentalmente no movimento social, nas lutas, no trabalho, na produção, na família, na vivência cotidiana. E a escola, que tem a fazer? Interpretar esses processos educativos que acontecem fora, fazer uma síntese, organizar esses processos educativos em um projeto pedagógico, organizar o conhecimento, socializar o saber e a cultura historicamente produzidos, dar instrumentos científico-técnicos para interpretar e intervir na realidade, na produção e na sociedade. A escola, os saberes escolares são um direito do homem e da mulher do campo, porém esses saberes escolares têm que estar em sintonia com os saberes, os valores, a cultura e a formação que acontece fora da escola.

Acredita-se que é neste processo de conquista de direitos, associado a um processo de promoção socioeconômica, que será alcançado o objetivo de “proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento, sua cultura e promovendo-as social e economicamente”, como disposto no item XIII do Artigo 4º do Snuc.

Figura 3.29 Sala de aula multisseriada da escola da comunidade de Antonina em 2008. Foto: Marcelo Salazar.

3.7.6.3.Habitação

As residências das comunidades da Resex estão normalmente dispostas de frente para os rios, igarapés e lagos, uma ao lado da outra, podendo estar próximas umas das outras – como na comunidade de Antonina, onde as casas se distanciam a partir de três metros entre si – ou distantes, como em Lago Grande, em que a distância entre uma casa e outra chega a mais de 500 metros. Geralmente as moradias localizam-se a uma distância dos corpos d’água que respeita os limites da cheia e vazante, de forma a não alagarem dentro. Mas muitas casas das comunidades de Antonina, Socó, Vai Quem Quer, Escondido, Cumaru e São Francisco são construídas na várzea, em forma de palafitas. Em

algumas comunidades as casas são interligadas por meio de passarelas (Figura 3.30), como em Antonina, Botafogo e entre Forte das Graças I e II.

Figura 3.30 Passarela na comunidade de Antonina. Foto: Tharcísio Cruz.

O material de construção e a arquitetura das casas são muito similares em todas as comunidades: construções em madeira com cobertura de alumínio. Isso se deve ao fato da maioria das famílias terem sido assistidas pelo Incra, como mencionado no item 3.7.4, “Associativismo". Assim, as famílias receberam do Incra o crédito implantação, que se divide em modalidade instalação (R$ 2.400,00 para a compra de alimentos e equipamentos de trabalho) e habitação (R$ 5.000,00 para construção de uma casa), como ilustra a Figura 3.32. 29

29 Para ser reconhecido oficialmente como assentado, o morador deve atender ao perfil estabelecido no Estatuto da Terra (1964): não pode ter renda mensal familiar superior a três salários mínimos provenientes de atividades não agrícolas, não pode ser funcionário público ou empresário.

Figura 3.31 Exemplo de casa tradicional, construída principalmente com paxiúba, existente na Resex antes da implementação do assentamento do Incra. A casa da foto localiza-se no entorno da Resex. Foto: M. G. Pinto.

Figura 3.32 Modelo da “casa nova” viabilizada pelo Incra e Ibama por meio de crédito habitação. Comunidade Igarapé do Branco. Foto: Raphael Leduc.

O Incra determinou o tamanho da casa (7m x 8m), mas deixou as outras características da construção livres para serem decididas pelos comunitários, o que acarretou alguns problemas. Um exemplo é o fato de muitas pessoas não terem conseguido construir os banheiros, uma vez que o material chegou e estragou, enquanto os comunitários aguardavam orientação para construção. Apesar desses problemas, os comunitários avaliam positivamente o processo de reforma agrária no qual estão inseridos. Internamente, as casas apresentam variações: algumas têm móveis comprados na cidade, como mesas, sofás e cama, enquanto na maioria predominam móveis e artesanatos produzidos na própria Resex. Na sala das casas, em comunidades onde há gerador de energia, costuma haver uma mesa para o amparo da TV e bancos ou cadeiras. Na cozinha, predomina a presença de fogão a gás e também o fogão a lenha. Além dos fogões, há geralmente uma mesinha e ainda uma prateleira para guardar os utensílios. Para dormir, predomina o uso de redes, mas é comum encontrar camas de casal em um dos quartos. Em algumas casas observa-se o uso de tupé30. (CARNEIRO, 2006).

30 O tupé, do tupi, significa “entrançado”, tecido trançado com talas da arumã, em cores ou não, usado como objeto de arte, tapete, esteira, toldo de barcos, dentre muitas outras utilidades (ANDRADE et al., 2004).

Figura 3.33 Tupé de tala de arumã. Foto: Vilany Carneiro.

3.7.6.4.Energia

Arati, Socó, Forte das Graças I e II possuem rede de energia vinda da cidade de Juruá, implantada pelo programa federal Luz Para Todos, em 2007 e 2008. Para a instalação da rede foi necessária a abertura de um “ramal” de 16km de extensão em áreas de capoeira e mata primária na Resex, ao longo do rio Juruá. Pela proximidade da cidade e oferta de energia elétrica, esta área tornou-se vulnerável a novas ocupações, devendo ser monitorada constantemente. A maioria das outras comunidades possui motor gerador (“motor de luz”). A prefeitura fornece o diesel para o funcionamento da escola. Para a comunidade, os próprios moradores se cotizam para o funcionamento dos geradores. Estes funcionam por período combinado em cada comunidade, geralmente em ocasiões especiais e, diariamente, restrito a um máximo de três horas à noite (normalmente entre 18h30 e 21h30), para atender o horário de funcionamento das escolas, para encher as caixas d’água (em Botafogo) e para os moradores assistirem a telejornais e novelas. Já houve projetos de energia solar em São Francisco e Antonina, para alimentar as escolas, porém não funcionam mais e ninguém sabe dizer quem é responsável pela manutenção. A continuação da implantação do Programa Luz Para Todos na Resex prevê instalação e manutenção de kits fotovoltaicos pela Manaus Energia S.A (antiga Ceam), nas demais comunidades ainda não atendidas pelo programa.

3.7.6.5.Abastecimento de água e saneamento

Na maioria das comunidades, o abastecimento de água para beber ou uso doméstico se dá pela iniciativa das próprias famílias em captá-la diretamente do rio, do lago, de igarapés localizados próximos às casas e da chuva. Apenas quatro das 15 localidades dispõem de poço artesiano: Botafogo, Arati e Forte das Graças I e II (ver Tabela 3.13). Em Antonina foi construído um poço artesiano, mas este foi logo desativado, pois a bomba queimou e a água não era de boa qualidade, já que a comunidade localiza-se na várzea. Assim, a maioria das pessoas bebe água da chuva, dos igarapés Cesário e Cigana ou do próprio rio Juruá. Para coletarem água da chuva, os moradores usam calhas nos telhados e canalizam para uma caixa d’água, coando essa água antes de beber. Alguns moradores dizem usar hipoclorito na água. Em Socó, quatro das cinco casas são construídas na várzea. Na cheia, usam água do rio para beber, enquanto na seca coletam água do igarapé em frente às casas, coam e adicionam hipoclorito. Nas comunidades do rio Andirá a situação de coleta de água para beber é ainda mais precária: em Oito Voltas, bebem água do rio, coada, e assumem não utilizar hipoclorito. Em Escondido, localizada na várzea, bebem água do rio na cheia e de alguns “poços” naturais durante a seca, adicionando hipoclorito. Em Cumaru, algumas casas possuem coletores de água da chuva, mas bebem principalmente água do rio, com hipoclorito. De forma geral, apesar dos moradores de quase todas as comunidades declararem utilizar hipoclorito na água de beber, isto não é uma prática cotidiana. Muitos alegam não apreciar o gosto que o hipoclorito deixa na água. Quanto ao saneamento básico, pouquíssimas residências da Resex possuem banheiro dentro de casa, água encanada e fossas com sistema sumidouro (somente algumas em Botafogo, Antonina e em FG II). A maioria dos moradores utilizam “casinhas” coletivas ou simplesmente “locais” específicos para realizar as necessidades fisiológicas. A melhoria da qualidade da água para consumo, bem como do saneamento básico, são questões a serem priorizadas, pois influenciam diretamente e positivamente na qualidade de vida das pessoas. Entretanto, precisa passar por um longo processo de

educação e convencimento, uma vez que muitos moradores não vêem importância nestas questões.

3.7.6.6.Comunicação

Em termos de comunicação, existe apenas um aparelho telefônico da empresa de telecomunicações Telemar, instalado na comunidade Forte das Graças I, que utiliza um sistema de rádio VHF alimentado por uma pequena placa de energia solar instalada logo acima dele. O telefone é comunitário e havia duas pessoas trabalhando no atendimento de chamadas para repassar aos comunitários, mas elas não realizam mais essa função (CARNEIRO, 2006). A Astruj dispõe de um sistema de rádios para reserva com cinco bases e cinco unidades portáteis. O rádio à pilha é um aparato importante e presente na vida de algumas pessoas das comunidades que costumam enviar e receber avisos, ouvir músicas e notícias através de AM e FM (Rádio Educação Rural de Tefé, Rádio Nacional da Amazônia). Há repetidoras de sinais de TV no município de Juruá que captam sinal da Rede Globo e Rede Boas Novas (RBN). Na Resex, os sinais de TV são captados com uso de antena parabólica.

3.7.6.7.Transporte

Os meios de transporte para o deslocamento de pessoas e produtos dentro da reserva são principalmente canoas de madeira, que têm acoplado na parte traseira um motor conhecido por “rabeta” (potência de 3,5HP a 8HP). A Astruj tem dois motores, um de 40 HP e um de 15HP; o ICMBio também tem um 40HP e um 15HP que servem a diversos propósitos. O combustível é um fator limitante, uma vez que apresenta preços muito elevados. Em alguns casos, o Incra financiou a compra de motor rabeta movido a gasolina, mas alguns moradores acabaram por revertê-lo para o uso de gás de cozinha (um botijão de gás custa o mesmo que 14 litros de gasolina, mas rende o equivalente a 40 litros), comparativamente mais barato. As rabetas são utilizadas para longas e pequenas distâncias, como ir a outra comunidade ou mesmo chegar até a cidade de Juruá, com a produção de farinha ou peixe. Há também barcos recreio e balsas que atuam na região.

O transporte da região apresenta dificuldades maiores ou menores dependendo da época do ano, isto é, na cheia ou na vazante. As distâncias e tempos de deslocamento ficam maiores na seca, pois os leitos dos rios são reduzidos à sua calha principal e afloram bancos de areia e outros obstáculos que dificultam a navegação. O acesso às localidades fora do rio Juruá na época da vazante fica bastante limitado e muitas vezes apenas as rabetas mais leves podem ser utilizadas para o transporte de mercadorias e pessoas.

3.7.6.8.Caracterização Institucional

As comunidades da Resex do Baixo Juruá se relacionam com um conjunto de entidades apresentadas na Tabela 3.13, abaixo. A entidade mais próxima da Resex, segundo o DRP realizado em 2005, é a Astruj, que representa os interesses dos seus associados junto aos órgãos governamentais e não governamentais. São destacadas também como entidades próximas à Resex a Prelazia de Tefé e o Ibama (em 2005 não existia ICMBio).

Tabela 3.13 Instituições que mantêm alguma relação com a Resex do Baixo Juruá

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e v a n g é l i c a . Fonte: atualizado de CRUZ, 2006.

3.8. Caracterização Econômica

3.8.1. Atividades Econômicas 31

As principais atividades econômicas das comunidades da Resex do Baixo Juruá são: agricultura familiar (roça), pesca artesanal, extrativismo de produtos florestais, criação de pequenos animais, pecuária em pequena escala e serviços. A borracha, apesar de ter sido a base da economia da região até meados do século 20, não é extraída para fins comerciais atualmente. A principal atividade econômica das comunidades é, de fato, a agricultura: 74% dos moradores declaram ser essa sua principal atividade, seguida pela pesca, com 13% (CRUZ, 2006). Nenhum dos moradores se auto-intitula extrativista, apesar de quase todos praticarem o extrativismo.

As atividades variam de uma comunidade para outra, mas, de modo geral, a geração de renda e a manutenção dos meios de vida dos comunitários provêm da produção, extrativismo e serviços diversos. É importante ressaltar que há diversos produtos alimentícios que não geram renda, mas contribuem significativamente para a manutenção da vida na Resex, sendo considerados, portanto, parte da economia local. Há também

31 Segundo Aclibes Burgarelli, “(...) Atividade econômica, encerra no seu conteúdo, como espécie, três segmentos fundamentais, dentre os quais a atividade mercantil. Além desta, tem-se a atividade de produção, de circulação de bens necessários, úteis ou desejados por um mercado de consumo; tem-se a atividade financeira, por meio da qual se utiliza a moeda como forma de ser propiciado o crédito, mediante certa remuneração (juros) e tem-se a atividade de prestação de serviços ou de tecnologia. (http://www.professoramorim.com.br/amorim/texto.asp?id=19, acessado em 12/12/2008)

diversos produtos extrativistas utilizados para a confecção de utensílios domésticos, construção e manutenção das casas, para a produção de remédios caseiros etc. A Tabela 3.14 ilustra os períodos de extrativismo, caça, pesca e roça ao longo do ano.

Tabela 3.14 Calendário agroextrativista da Resex do Baixo Juruá.

Calendário agroextrativista unificado das comunidades da Resex do Baixo Juruá

Produtos jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Observações Janeiro e fevereiro têm mais na região do Andirá e em * * * * * * * ** ** ** * * * * Abacaba junho, julho e agosto têm mais na região de baixo. Abiu * * * * * Assacu * * * * * * * * * * * * Uso medicinal. Açaí * * * ** * * * usado para lenha e uso Acapurana * * * medicinal. Ananás * * * * * * * * * * * * Andiroba * * * Arumã * * * * * * * * * * * * Banana * * * * * ** * * * * * * Buriti * ** ** * Caça * * * * ** ** * * * * * * cabo de machado e uso Carapanaúba * * * * * * * * * * * * medicinal. folha dá um chá; serve de Carauaçu * * * * * * * * * * * * alimentação para peixe Cast. de cutia * * Castanha do * ** ** ** * * Brasil Frutas ocorrem de janeiro a junho e é alimento de diversos peixes. A casca e o leite tem * * * * * * * * * * * * Caxinguba uso medicinal. O leite era usado para coalhar o leite da Seringa. Cipó * ** ** ** ** * * * * * * * ambé, titica Cupuaçu ** ** * Farinha de Março e abril a produção é * * ** ** * * * * * * * * Mandioca maior pela cheia do Rio. suco tem uso medicinal e para Genipapo * * alimentação de peixe casca ralada tem uso * * * Goiaba medicinal; frutos tingimento, artesanato Goiaba anta ** * Jatobá * *

após o plantio 4 meses para Jerimum * * colher janeiro maior produção e Limão * * * * agosto menor produção Macaxeira * * * * * * * * * * * * Madeira * * * * * * * * * * * * * * * Mamão * * * * * * * * * * * * Manga * * * Maracujá * * * capoeira jandaíra preta, amarela, Mel * * * * * * * * * * * * peluda, tucana e africana. Planta-se na várzea em Melancia * * * * agosto, colhe-se em novembro isca para peixe (pacu, Murici * * * sardinha, matrinxã etc.) e suco tira óleo e serve de alimento Muru-muru * ** para jabuti abr. a jul. = copaíba; e jan. a Óleo vegetal * * * * * * * mai = andiroba Peixe miúdo * * * * * * * ** ** ** ** * Desova em outubro; na Peixe pirarucu * * * ** ** ** ** chuvada tem filhos; venda de agosto a novembro

Pimenta cheiro * * * * * * * * * * * * óleo utilizado para cabelos; Piquiá * * * frutos saborosos duas safras; 1ª em começo de Pupunha * * dezembro.; 2ª. em junho

Sucuba * * * * * * * * * * * * leite tirado da casca da árvore, bom para úlcera Tucumã * * * * * * * * Uxi * * * * *

Legenda: ** = época de maior produção; * = existe produção em menor quantidade. Fonte: Tabela produzida a partir de informações coletadas ao longo dos Diagnósticos Participativos em 2005.

3.8.1.1.Roça

O principal produto comercializado é a farinha de mandioca, produzida por praticamente todas as famílias da Resex. A farinha constitui a base alimentar dos moradores, em conjunto com o peixe, feijão de praia, banana, pupunha, jerimum, batata doce, arroz, milho, frutas da estação, caça e pequenos animais criados junto às casas.

Moradores das comunidades de Antonina e Forte das Graças II receberam treinamentos e equipamentos (embolador manual e peneira) do Idam para melhorar a

qualidade das farinhas Ova de Bodó e Ovinha, obtendo melhores preços no mercado local. O Idam prevê ainda a multiplicação do programa de melhoria da qualidade da farinha para outras comunidades da Resex.

3.8.1.2. Criação de bovinos e pequenos animais

Segundo o Idam (2007), o número de animais bovinos no município de Juruá vem aumentando a cada novo cadastro da campanha de vacinação contra Febre Aftosa – de 1.200 animais existentes em 2005, o rebanho vacinado em 2007 saltou para 1.641 animais, com potencial futuro para abastecer a demanda municipal. Na Resex, o Idam registrou um rebanho de 483 cabeças de gado distribuídas em sete comunidades, sendo mais da metade na comunidade de Arati. É importante ressaltar que a maioria dos criadores de gado do município utilizam os animais como “poupança”, pois criam os animais sem muitos cuidados, soltos em pastos naturais, e os vendem quando necessitam de dinheiro imediato. Diante da interpretação do Snuc, de que a criação de gado não é permitida numa Resex, e considerando que a abertura de pastos na Amazônia é a maior causa do desmatamento e degradação ambiental, o objetivo deste plano de manejo é limitar a abertura de novos pastos (proibição prevista no Plano de Utilização) e a aquisição de mais cabeças de gado. Assim, a meta em médio prazo é acabar com a criação de gado dentro da Resex e apoiar os atuais criadores a investirem em outras atividades produtivas compatíveis com a UC. A criação de pequenos animais é comum nas comunidades. Nos terreiros encontram-se suínos, patos, galinhas caipiras e carneiros, criados para alimentação familiar. Segundo o Idam, o frango e ovos consumidos na cidade de Juruá são oriundos de Manaus, com preços altos, o que gera uma oportunidade para a produção desses pequenos animais na zona rural.

3.8.1.3.Serviços e Comércio dentro da Resex

Com o aumento da presença governamental na região, alguns moradores da Resex prestam serviços à prefeitura e aos governos estadual e federal, principalmente nas áreas de Saúde e Educação. Eventualmente, moradores prestam serviços ao ICMBio, Ibama e outras instituições, como pilotos de voadeira, guias de campo, cozinheira etc.

Há também comunitários que realizam comércio de mercadorias manufaturadas (alimentos industrializados, material de limpeza, utensílios de pesca, utensílios domésticos, etc.) das cidades para dentro da Resex, auferindo renda complementar para algumas famílias.

3.8.1.4.Extrativismo de Produtos Florestais

Atividades que envolvem o aproveitamento de produtos não-madeireiros para fins comerciais são pouco desenvolvidas pelos comunitários da Resex do Baixo Juruá. Dentre todos os produtos não-madeireiros, o açaí é o mais explorado. O fruto apresenta grande importância na dieta alimentar, no uso medicinal e, em pequena escala, uma alternativa econômica para o incremento da renda familiar em algumas comunidades. Contudo, esta atividade não é vista por todos os comunitários como uma alternativa de geração de renda em curto prazo por não ser lucrativa. (CARNEIRO, 2006).

O açaí tem participação na formação da renda familiar em cinco comunidades: Igarapé do Branco, Forte das Graças I, Forte das Graças II, Botafogo e Antonina. Moradores dessas comunidades possuem máquina batedora (elétrica) para beneficiar a polpa (vinho). O preço da polpa varia de R$ 2,00/litro (períodos de menor oferta do produto) a R$ 1,00 ou R$ 0,50/litro (quando é maior a oferta do produto). Com uma saca de 50 kg é possível beneficiar 35 litros de açaí. (CARNEIRO, 2006). A cidade de Juruá é o principal pólo de escoamento desse produto, o qual se destina, principalmente, ao mercado local. Existem na região mais de dez batedores de açaí (CARNEIRO, 2006).

Da semente do açaí também se produz peças artesanais, como colares, pulseiras, brincos e cintos. Na Resex, esta atividade começou em 2005, na comunidade Antonina. A confecção ocorre em pequena escala e a comercialização é realizada tanto entre as comunidades da Resex, quanto em Juruá, nesse caso, sob encomenda. (CARNEIRO, 2006).

Algumas comunidades da Resex utilizam também outros produtos provenientes da floresta, como o cipó titica e a fibra de arumã, apontados como mais um recurso para o complemento da renda familiar. As peças artesanais confeccionadas a partir do cipó titica e do arumã (cestos, peneiras, tupés e tipitis) requerem dedicação e conhecimento que hoje se restringem a poucos comunitários (15 entrevistados), geralmente mais velhos. O interesse

desta atividade por parte dos jovens é muito baixo, já que se encontram mais envolvidos com atividades escolares ou com a pesca e fabricação de farinha. (CARNEIRO, 2006).

Em 2006, o Ibama e o artista plástico Marcius Lima (in memorian) promoveram o curso “Arte e Floresta”, em Juruá, orientando a confecção de peças de artesanato com material morto da floresta (madeira caída, folhas, cipós, sementes etc.). O curso despertou a expectativa de vários comunitários para a produção de artesanato como uma alternativa de renda, mas pouco se avançou neste sentido até hoje, pois os comunitários reclamam da falta de mercado e da desvalorização do artesanato na região.

Foto 3.34 Cestas e vassouras produzidas na Resex do Baixo Juruá e cartaz de exposição de arte promovida na cidade de Juruá. Foto (esquerda): M. G. Pinto.

3.8.1.5.Pesca

A pesca na Resex, juntamente com a farinha de mandioca, é uma das principais atividades produtivas da Resex. Todas as comunidades pescam para subsistência e também como fonte de renda. Em todos esses casos, porém, a renda oriunda da atividade de pesca é menor que a da agricultura. A pesca é realizada de forma artesanal, nos lagos e igarapés da Resex e no rio Juruá, com a utilização de anzol, malhadeira, tarrafa, flecha e zagaia. O processo de captura dos peixes é influenciado pela flutuação do nível das águas. Durante a cheia, a pesca é mais demorada e a produção menor, ocorrendo o inverso no período da seca. Na seca, na calha do rio, a pesca é direcionada para as espécies de bagres ou peixes de couro (surubim, caparari, dourada, piraíba, pirarara, jaú, etc.), cujo preço varia entre R$ 1,50 e R$ 6,50 o quilo, dependendo da espécie, do tamanho, da qualidade e se é seco ou fresco. Esses peixes têm como principal destino os flutuantes ou entrepostos de

Juruá e as embarcações do tipo regatão, que compram a produção nas proximidades do pesqueiro e a transportam até a cidade de Letícia, na Colômbia. Dentre as espécies de escama (caraciformes e perciformes), os mais comercializados são: pescada, tambaqui, branquinha, tucunaré, acará-açú, pacu, matrinxã, curimatã, pirapitinga, aruanã, caparari, jaraqui, piranha, piau (aracu), jandiá, bodó, branquinha (chorona).

Uma das fontes de renda da Resex é a pesca manejada do pirarucu, que foi motivo de projeto específico a partir de 2006, com acompanhamento do Ibama e ICMBio, conforme apresentado no item “Pesca”, em Caracterização Ambiental. Em 2007 foram pescados 222 indivíduos, somando 13.092 kg. O preço de venda foi de R$ 4,25/kg para o barco pesqueiro proveniente de Manaus e R$ 5,00/kg na feira de Juruá. Em 2008 foram pescados 310 indivíduos somando 16 toneladas. O preço médio de venda foi igual ao do ano anterior e representou um dos melhores preços alcançados no mercado regional. Em 2007 foram envolvidos cerca de 100 comunitários e em 2008 esse número subiu para 120 envolvidos na vigilância dos lagos e despesca.

Segundo o Idam (2007), há um freqüente desabastecimento de peixe na cidade de Juruá devido à pesca desordenada, com a vinda de barcos de diferentes municípios do Amazonas e de outros estados. O pescador artesanal da Resex e de fora dela acaba vendendo aos atravessadores pela facilidade e algumas vezes pelos preços melhores do que os obtidos no mercado local (cidade de Juruá).

3.8.2. Potencialidades Econômicas

3.8.2.1.Produtos potenciais para o extrativismo

Carneiro (2006) indica duas possibilidades de incrementar a geração de renda na Reserva Extrativista do Baixo Juruá por meio da utilização de produtos florestais não- madeireiros: a produção do açaí (Euterpe precatoria Mart. – Arecaceae) e a confecção de artesanatos utilizando o cipó titica (Heteropsis flexuosa (H.B.K.) Bunting - Araceae) e arumã (Ischnosiphon sp. - Maranthaceae).

Figura 3.35 (à esquerda) Menino subindo no açaizeiro e açaí colhido. Fotos: Vilany M. C. Carneiro.

Um produto destacado pelos moradores da Resex foi a borracha. Disseram que havendo incentivo do governo para essa atividade, é uma das possibilidades de renda para as comunidades. A borracha é vista pelos comunitários como um produto que “não se acaba” se for explorada de forma correta. Uma das principais restrições para o retorno de parte dos comunitários para a exploração da borracha é o baixo valor pago. Porém, com as novas políticas anunciadas pelo governo, pode haver um preço melhor e conseqüentemente o interesse de alguns moradores da Resex. Além destes, há potencial de exploração comercial de diversos produtos que hoje são utilizados pelas comunidades e não são vendidos ou são negociados esporadicamente e em pequena quantidade. São exemplos: o mel de abelhas, as plantas medicinais e as helicônias. Moradores relataram utilizar as palhas das helicônias na construção de casas. Entretanto, as helicônias são valorizadas nos mercados de plantas ornamentais e floricultura. Como são facilmente encontradas na área da Resex, numa grande variedade de espécies (ao menos 11), de tamanho e de coloração das inflorescências, possuem, em princípio, potencial para extrativismo comercial (ARRUDA et al., 2008).

Porém, para a melhoria da renda a partir de produtos do extrativismo é necessário trabalho de desenvolvimento de mercado, tecnologia para processamento, armazenamento e logística dos produtos.

Desafios para os produtos não madeireiros

Os desafios para os produtos florestais não-madeireiros na Amazônia são discutidos por diferentes autores que se debruçaram sobre o tema. Uma síntese, realizada por Straatmann e Salazar (2007), apresenta algumas das dificuldades e restrições para a comercialização desses produtos:

• Baixa geração de renda devida à relação de dependência entre comunitários e atravessadores; • Variação constante de demanda e preço. • Falta de informação sobre as condições do mercado; • Pouco ou nenhum valor agregado aos produtos extraídos, os quais são normalmente vendidos sem nenhum processamento; • Falta de técnicas, conhecimento, educação organizacional e crédito para entrar no mercado; • Nos casos em que ocorre investimentos no processamento de PFNM, há um foco em poucos produtos, ao invés de expandir a extração a uma variedade maior de produtos florestais não-madeireiros, causando, por sua vez, uma maior pressão sobre estes poucos produtos extrativistas e, em geral, não atingindo níveis de renda suficientes para atender as expectativas dos comunitários ; • Falta de infra-estrutura de armazenamento e transporte dos produtos; • Baixa escala.

Na Resex do Baixo Juruá essas preocupações se encontram presentes. Os principais desafios específicos para a reserva são: a pouca organização associativa ou cooperativa para produção e comercialização dos produtos, com uma carência de conhecimentos administrativos dos comunitários; a relação de dependência com atravessadores para a comercialização de alguns produtos; falta de informação sobre o mercado, suas necessidades e demandas; baixo ou nenhum valor agregado aos produtos, com exceção do açaí em pequena escala, para o mercado local; falta de um acompanhamento técnico adequado ao extrativista, já que a assistência técnica existente se concentra mais na pecuária e na agricultura; e o isolamento geográfico pela falta de meios de transporte dos produtos, prejudicando o escoamento e a conexão com o mercado.

Existem diferentes ações sendo realizadas nos planos federal e estadual para a melhoria das cadeias produtivas dos produtos florestais não-madeireiros. Em nível federal, existe uma linha de atuação específica da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que busca a validação de um Plano Nacional para Promoção dos Produtos da Sociobiodiversidade e o desenvolvimento das cadeias produtivas de alguns produtos escolhidos do bioma amazônico (castanha, borracha, açaí, piaçava, copaíba, andiroba, buriti, babaçu, cupuaçu). Alguns destes produtos estão entrando no programa de preço mínimo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que visa garantir o preço dos produtos e um melhor controle de sua oferta e demanda. A Conab realiza também, em parceria com a SDS, a compra antecipada de alguns produtos florestais não-madeireiros por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), como é o caso da castanha-do-Brasil em algumas usinas de beneficiamento no estado. Um dos desafios impostos à Resex e parceiros é conseguir participar de forma ativa nas discussões e ter acesso efetivo às políticas públicas resultantes dessas ações governamentais.

Ainda nesse sentido, o estado do Amazonas, por meio do Programa Zona Franca Verde, leva adiante diversas iniciativas, algumas já apresentadas anteriormente (item 3.4.3), buscando aprimorar as cadeias produtivas dos produtos florestais não-madeireiros. No entanto, poucas ações foram direcionadas ao município de Juruá, tendo sido identificadas apenas dezoito Planos de Manejo Florestais em Pequena Escala (PMFPE), ainda em processo de licenciamento, e a previsão de uma usina de beneficiamento de óleo com financiamento do Projeto de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais do Amazonas, do Ministério de Integração Nacional (MIN).

Existe, assim, uma lacuna entre as políticas públicas federais e estaduais e as ações de desenvolvimento da região, que carecem de maior articulação política e institucional para acompanhar e se beneficiar das políticas públicas presentes e futuras.

3.8.2.2.Potencial para a Exploração de Produtos Madeireiros

A Resex do Baixo Juruá apresenta potencial para exploração madeireira (Teixeira et al., 2006) e vários comunitários possuem esta expectativa. Entretanto, um longo processo de capacitação é necessário para promover a atividade na região e a exploração de madeira não pode ser a principal atividade geradora de renda na Resex, de acordo com o

Snuc. Por outro lado, há potencial para a produção de móveis e utensílios, através do manejo de madeira caída, como proposto por Teixeira e colaboradores (2006).

3.8.2.3.Potencial para o Manejo comercial de Quelônios

Há expectativas locais de se realizar manejo de quelônios na natureza, com fins comerciais. Entretanto, as taxas naturais de recrutamento estimados por Andrade e colaboradores (2006) impossibilitam a extração de quelônios de forma racional em vida livre, considerando também o número atual de praias manejadas e a extração clandestina. Aumentando-se o número de praias e rios protegidos, possivelmente elevar-se-ia a taxa de recrutamento e, com isso, o número de animais adultos chegando até o período de desova. Assim, com um período de oito a dez anos ininterrupto de trabalho de proteção, atingir-se- ia o máximo da capacidade produtiva e, com isso, a possibilidade de exploração racional de adultos de espécies como o iaçá e o tracajá em vida livre. Uma possibilidade em curto prazo de aproveitamento comercial de quelônios seria a da venda de uma porcentagem de filhotes provenientes dos tabuleiros, pelas comunidades que trabalham na proteção, para criadouros autorizados pelo Ibama. Entretanto, esta possibilidade depende de regulamentação legal.

3.8.2.4.Potencial de Serviços – Ecoturismo, Pesquisas, Serviços ambientais e crédito de carbono

Há na Resex Baixo Juruá, potencial e disposição dos moradores para a prestação de diversos tipos de serviços, tais como: o ecoturismo, o suporte a pesquisas, o pagamento por serviços ambientais e a geração de créditos de carbono, na modalidade de Reed (Redução de Emissões por Desmatamento Evitado). Nos últimos anos, alguns desses serviços (ecoturismo e suporte a pesquisas) foram prestados de forma esporádica por alguns moradores, porém, no futuro, essa pode ser uma importante fonte complementar de renda para as famílias.

Ecoturismo A Resex do Baixo Juruá tem grande potencial ecoturístico devido à beleza cênica de alguns locais na região e à vocação da população local para a atividade. Em 2006 foi

realizado estudo (NOGUEIRA, 2007) atendendo ao pedido das comunidades, que avaliou positivamente esse potencial e mapeou as principais atrações turísticas da Resex: Os Tabuleiros – Praias que se formam nos meandros do Rio Juruá durante a seca e que são protegidas pelas comunidades, servindo para a desova de quelônios de várias espécies; A Trilha da Queixada ou dos Turistas – Nas proximidades da comunidade Botafogo, esta trilha possui aproximadamente 3 km de extensão, com muitos aclives e declives. No meio do caminho há um pequeno igarapé. Em muitos trechos o solo não chega a ser visto por haver um emaranhado de raízes vermelhas; O Sacado Planeta – Região constituída por um complexo de lagos, situa-se entre as comunidades Vai Quem Quer e Morada Nova. Em alguns trechos as árvores sobressaem-se de um espelho d’água que reflete os raios da luz do sol formando um espetáculo de cores. É abundante em peixes e jacarés. Os furos do rio Juruá – São caminhos que na época de cheia atravessam as áreas de várzea e igapós. Ao serem adentradas, essas passagens apresentam um espetáculo de paisagem florística, como imensas árvores seculares e águas que, em certos trechos, parecem corredeiras. Região do rio Andirá – De águas pretas, principalmente durante a cheia, este rio também apresenta uma área de alagação muito grande, com uma infinidade de meandros que formam um complexo vale de igapós. É excepcional para a observação de aves. Igarapé do Branco – O trajeto por esse igarapé se faz através de sinuosos caminhos de águas negras, usando-se de alguns furos como atalhos. No caminho podem ser encontradas várias espécies de plantas epífitas, inclusive orquídeas. Região muito preservada e tranqüila, é ótima para observar aves e escutar os sons da natureza. Além das belezas naturais, há uma série de aspectos culturais das comunidades, relatados no item 3.7, que podem ser apreciados por turistas. Pode-se destacar a história do extrativismo, as diversas formas de produção, de costumes e crenças, lendas, festejos locais que misturam culturas indígenas e nordestinas, a alimentação típica, dentre muitos outros elementos que terminam por surpreender o visitante. Pela dificuldade de acesso e precariedade de infra-estrutura municipal, o foco do turismo na região pode ser o “Turismo de Experiência” em que pequenos grupos podem conhecer ao mesmo tempo as belezas cênicas e os costumes da população tradicional, sendo hospedados e guiados pelos moradores da Resex.

Pesquisas Outra possível fonte de renda para as comunidades é a prestação de serviços a pesquisadores que venham desenvolver estudos na região. Durante os estudos para a elaboração deste plano de manejo vários comunitários trabalharam como guias de campo, pilotos de voadeiras e aplicadores de questionários, tendo adquirido conhecimento para o acompanhamento de pesquisadores.

Pagamento por Serviços Ambientais e Crédito de Carbono Há ainda, poucas experiências com pagamentos por serviços ambientais e crédito de Carbono em florestas tropicais. Porém espera-se que num futuro próximo o volume de recursos para tais fins aumente significativamente. Quando isso acontecer, a Resex do Baixo Juruá possuirá todas as condições para acessar esses recursos.

4. GESTÃO DA UNIDADE

De acordo com o Snuc (art. 18, § 2°), “a Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável pela sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade”. Sendo uma Resex federal, o órgão responsável pela administração da unidade é o ICMBio. Os demais representantes da sociedade civil, do Governo e das populações tradicionais foram escolhidos pelos comunitários em reuniões ocorridas no mês de março de 2007.

O Conselho Deliberativo é a instância máxima de deliberação da Resex e é composto por diferentes instituições e representações comunitárias, cada qual com suas atribuições. A base para a gestão da unidade é o plano de manejo, que contém o plano de utilização.

4.1. Conselho Deliberativo

De acordo com o Artigo 20, do Decreto 4.340, de 22/08/2002, que regulamenta o Snuc, compete ao conselho de unidade de conservação:

I - elaborar o seu regimento interno, no prazo de noventa dias, contados da sua instalação; II - acompanhar a elaboração, implementação e revisão do Plano de Manejo da unidade de conservação, quando couber, garantindo o seu caráter participativo; III - buscar a integração da unidade de conservação com as demais unidades e espaços territoriais especialmente protegidos e com o seu entorno; IV - esforçar-se para compatibilizar os interesses dos diversos segmentos sociais relacionados com a unidade; V - avaliar o orçamento da unidade e o relatório financeiro anual elaborado pelo órgão executor em relação aos objetivos da unidade de conservação; VI - ratificar, no caso de conselho deliberativo, a contratação e os dispositivos do termo de parceria com OSCIP, na hipótese de gestão compartilhada da unidade;

VII - acompanhar a gestão por OSCIP e recomendar a rescisão do termo de parceria, quando constatada irregularidade; VIII - manifestar-se sobre obra ou atividade potencialmente causadora de impacto na unidade de conservação, em sua zona de amortecimento, mosaicos ou corredores ecológicos; e IX - propor diretrizes e ações para compatibilizar, integrar e otimizar a relação com a população do entorno ou do interior da unidade, conforme o caso. O Conselho Deliberativo da Resex do Baixo Juruá foi proposto em reunião de lideranças no dia cinco de março de 2007, após diversas oficinas nas comunidades. Foi publicado no Diário Oficial no dia cinco de novembro de 200832 e foi instalado ao dia três de fevereiro de 2009. Seu funcionamento deve seguir o regimento interno elaborado e aprovado pelos conselheiros. O Conselho é composto por 15 membros, sendo sete representantes das comunidades extrativistas, seis instituições governamentais (esferas municipal, estadual e federal) e duas organizações da sociedade civil, conforme listado abaixo:

I - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade; II - Prefeitura Municipal de Juruá-AM; III - Polícia Militar-Grupamento de Polícia de Juruá - AM; IV - Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas - Idam; V - Instituto de Colonização e Reforma Agrária - Incra; VI - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA; VII - Resex do Baixo Juruá - Comunidade de Botafogo; VIII - Resex do Baixo Juruá - Comunidade de Antonina; IX - Resex do Baixo Juruá - Comunidade de Socó; X - Resex do Baixo Juruá - Comunidade de Forte das Graças Um; XI - Resex do Baixo Juruá - Comunidade de Cumaru; XII - Resex do Baixo Juruá - Comunidade de Igarapé do Branco/Comunidade do Escondido; XIII - Associação dos Trabalhadores Rurais de Juruá - Astruj; XIV - Prelazia de Tefé-AM; XV - Colônia de Pescadores Z-21 de Juruá - CNP.

32 Portaria n° 85, de 4 de novembro de 2008.

4.2. Astruj A Astruj é a associação que representa os beneficiários da Resex. Tem o papel de reunir as demandas, denúncias, comentários e sugestões dos comunitários e encaminhar soluções, respeitando seu estatuto e o Plano de Utilização da Resex. Tem também a função de representar a Resex em eventos, negociações de contratos de comercialização de produtos da Resex, identificação de oportunidades de financiamento, elaboração e execução de projetos, coleta de informações, dentre outras atividades relacionadas à Resex. A história e funcionamento da Astruj já foi relatada nos itens 3.1 (“Histórico e decreto de criação”) e 3.7.5 (“Associativismo”).

4.3. ICMBio

O ICMBio é o órgão gestor da Resex, sendo o presidente do Conselho Deliberativo. Tem o papel de zelar pelo cumprimento do Plano de Manejo da Resex, observando a legislação em vigor; de gerenciar a Resex no dia-a-dia, em parceria com a Astruj; de fiscalizar a integridade territorial e ambiental da Resex; de representá-la perante órgãos governamentais e não governamentais; de buscar e destinar recursos para a gestão da Resex; de analisar as demandas da Astruj e das comunidades e dar encaminhamento.

4.4. Infra-estrutura necessária para Gestão da unidade

Para implementação da getão da Unidade, são necessários os serviços, equipamentos, instalações e demais recursos listados abaixo (O Anexo V apresenta a lista dos equipamentos que a Resex possui atualmente):

Infra-estrutura e Equipamentos - Placas de sinalização em pontos estratégicos. Considerando que a Resex do Baixo Juruá ainda não é sinalizada, esta é uma demanda prioritária; - Construção de uma base na cidade de Juruá, equipada, com espaço para reuniões comunitárias e alojamento (atualmente o ICMBio compartilha um pequeno escritório de madeira de propriedade da Astruj em Juruá); - Flutuantes de apoio à fiscalização e pesquisa, em pontos estratégicos: rio Andirá, Sacado do Planeta, limite extremo sul, limite extremo norte;

- Sistemas de comunicação: sistema de internet na base de Juruá e, no mínimo, em algumas comunidades; sistema de rádio-comunicação em todas as comunidades e telefones nas quatro maiores comunidades da Resex; - Equipamentos de informática, inclusive para geoprocessamento, incluindo computadores de mesa, impressoras, lap top, GPS, “data-show” etc.

Serviços e Insumos - Quatro horas de vôo anuais para monitoramento dos limites da Unidade; - Fretes de avião bimotor e de barco no trecho Juruá-Tefé-Juruá; - Fretes de barco; - Recursos para a manutenção e combustível das voadeiras existentes na Resex.; - Melhorias no escritório-sede, hoje compartilhado com outras UCs em Tefé; - Financiamento das reuniões do Conselho e suas “câmaras”; - Manutenção da infra-estrutura; - Custeio de viagens; - Custeio de reuniões comunitárias; - Diárias para fiscais, policiais militares e colaboradores.

Atualmente a Resex conta com duas analistas ambientais do ICMBio, sendo uma delas a chefe. Para a implementação e monitoramento deste Plano de Manejo é necessária a lotação de uma equipe mínima na Unidade: um servidor para trabalhar com mobilização social e educação ambiental, um servidor fiscal que trabalhe com geoprocessamento, um servidor na área administrativa, um servidor para trabalhar com questões produtivas e um servidor para trabalhar com pesquisa e manejo de recursos naturais, sendo um dos servidores o chefe da Resex. Devido à precariedade e falta de infra-estrutura do município de Juruá, bem como à vulnerabilidade dos poucos servidores do ICMBio na região, a sede administrativa da Resex do Baixo Juruá fica em Tefé, na Gerência Executiva do Ibama, juntamente com as outras UCs da região do médio Solimões e afluentes. Num cenário de cinco anos, esta solução deve continuar sendo a melhor. Numa situação ideal, os servidores de uma equipe mínima devem se revezar de forma a manter pelo menos dois servidores no município de Juruá.

4.5. Plano de Utilização da Resex do Baixo Juruá33

O Plano de Utilização da Resex foi concluído e aprovado pela população da UC em oficina realizada no município de Juruá nos dias oito, nove e dez de junho de 2008. Antes disso, teve seu conteúdo amplamente discutido com a comunidade em reuniões realizadas em diversos núcleos, no mês de março de 2008. O plano de utilização contribui significativamente para proporcionar diretrizes para a gestão da Resex, além de formalizar as atuais regras vigentes na região. Essas diretrizes devem ser respeitadas pelos comunitários, pelo ICMBio, por pesquisadores e quaisquer outros atores que venham a interagir com a região da Resex no futuro.

FINALIDADES DO PLANO 1. O Plano de Utilização da Reserva Extrativista do Baixo Juruá tem como objetivo básico proteger os meios de vida e a cultura das comunidades nela residentes, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais da Reserva. 2. As comunidades da reserva se comprometem a participar da preservação, recuperação, defesa e manutenção da Resex, apoiadas pelas autoridades e parceiros sempre que necessário. 3. O Plano de Utilização reconhece, estabelece e descreve as regras internas de uso dos recursos e ocupação da Reserva.

RESPONSABILIDADE PELA EXECUÇÃO DO PLANO 4. Ficam como responsáveis pela execução deste Plano os moradores e as comunidades da reserva, apoiados pela Astruj, o ICMBio e o Ibama.

ATIVIDADES AGRO-EXTRATIVISTAS AGRICULTURA 5. É permitida a prática da agricultura pelo morador da reserva, com fins de garantir sua subsistência, sendo possível a comercialização do excedente. 6. Cada morador terá seu espaço próprio para o cultivo da roça em área estabelecida pela sua comunidade.

33 Este plano foi aprovado em oficina realizada na cidade de Juruá em junho de 2008.

7. Será permitida a prática da agricultura por um morador em área de uso de outras comunidades da Resex apenas com autorização da comunidade local. 8. Será permitida a prática da agricultura por moradores de fora da Resex que já são usuários, desde que com a autorização da comunidade local. 9. A prática da agricultura por novos usuários da Resex será permitida, conquanto obtenha autorização da comunidade, da Astruj e do Conselho Deliberativo. 10. Para o cultivo, poderão ser utilizadas as áreas de capoeira e mata virgem na terra firme e várzea. 11. Quando houver necessidade, será permitido que cada família abra um hectare por ano na mata virgem. Para a abertura acima de um hectare (até o máximo de dois), deverá solicitar a autorização da comunidade que encaminhará a solicitação ao ICMBio. 12. A abertura de capoeira será limitada a dois hectares por ano por família. Para a abertura acima de dois hectares, deverá solicitar a autorização da comunidade que, por sua vez, encaminhará a solicitação ao ICMBio. 13. Não poderá ser acumulado saldo de derrubada de um ano para outro. 14. A soma das derrubadas de mata virgem e capoeira por ano por família será de até dois hectares. Para a abertura acima de dois hectares e no máximo três, deverá solicitar a autorização da comunidade que encaminhará a solicitação ao ICMBio. 15. É proibido o desmatamento nas margens dos rios, lagos e igarapés abaixo da distância de 50 metros.

CRIAÇÃO DE ANIMAIS DOMÉSTICOS 16. Será permitida a criação de animais de pequeno e médio porte, como galinha, pato, porco, entre outros. 17. A criação se dará em local adequado, de acordo com as regras de cada comunidade, de maneira que não prejudique os demais moradores da Resex. 18. A criação de animais de grande porte, como boi, búfalo e cavalo, na área da reserva, ficará limitada à quantidade já existente, ficando proibida a sua expansão. 19. Não deverão ser abertas novas áreas de pastagem, devendo essas ficar restritas às áreas já existentes. 20. Fica proibido colocar animais nas praias de tabuleiros e onde há plantações.

FAUNA CAÇA 21. A caça poderá ser feita pelos moradores da reserva para a alimentação das famílias e de maneira sustentável. 22. É proibida a caça de espécies ameaçadas de extinção. 23. Poderá ser realizada pelo morador na área da comunidade à qual pertence e nas áreas comuns, sendo possível solicitar autorização para caçar em área de outra comunidade. 24. Fica proibida a caça de qualquer animal por visitantes ou pessoas de fora da Resex. 25. A caça excedente deverá ser dividida entre os demais comunitários. 26. O manejo e a criação de animais silvestres estarão condicionados a projetos específicos a serem aprovados pelo Ibama e ICMBio.

QUELÔNIOS 27. Será incentivado o trabalho de proteção e monitoramento de tabuleiros, a ser realizado por equipes com membros de comunidades, que trabalharão em parceria, com o apoio do ICMBio e Ibama. 28. Somente os moradores e usuários da Resex poderão capturar quelônios na área da mesma e somente para alimentação, desde que numa prática de maneira sustentável. É proibido o transporte de quelônios para a cidade. 29. Não será permitida a utilização de malhadeira, batição e outras técnicas e aparelhos predatórios para a captura dos quelônios. 30. Fica proibida a captura de quelônios da espécie ‘tartaruga’ 31. A comunidade decide a quantidade de quelônios a ser retirada para alimentação, ficando essa decisão a cargo das pessoas envolvidas no manejo e proteção dos quelônios.

PESCA 32. É assegurada a pesca de subsistência. 33. Fica permitida a pesca comercial em bases sustentáveis, podendo ocorrer coletiva ou individualmente, que será definido nos acordos de lagos. 34. A pesca comercial deverá ser feita conforme os manejos e acordos de lagos nas comunidades ou entre comunidades, respeitando o zoneamento.

35. Será permitida a pesca do pirarucu manejado, de forma coletiva e obedecendo às regras da legislação pertinente. 36. A pesca será feita nos lagos e igarapés da Reserva, conforme zoneamento realizado. 37. Será permitida a pesca em áreas vizinhas à comunidade do pescador, desde que obtida a autorização da comunidade. 38. Será permitida a pesca de peixe ornamental nas áreas da Resex com comprovado potencial para o uso do recurso, em bases sustentáveis e com autorização do ICMBio. 39. Será permitida a pesca comercial o ano todo, respeitando as regras do defeso e os acordos comunitários. 40. A pesca para os visitantes será permitida, com autorização da comunidade. A pesca por pessoas que não mais residem nesta fica limitada a 20 kg de pescado por ano. 41. A presença de barcos pesqueiros na área da Resex só poderá acontecer após as comunidades definirem os acordos de pesca e com autorização do ICMBio. 42. As comunidades farão anualmente acordos de pesca que definirão as regras sobre a pesca comercial, inclusive as quantidades e formas de pesca nos diferentes períodos do ano. 43. Os acordos de pesca das comunidades definirão a quantidade de peixe que cada morador poderá trazer para a cidade para a alimentação. 44. Fica proibida a pesca comercial nas confluências do furo do “bocão” e rio Andirá, no período do defeso, com o uso de rede de lanço, arrastão de cambão, rede de arrasto, bem como a permanência de barcos geleiros a uma distância de 1500 metros. 45. São definidos como lagos de manejo: aqueles em que a comunidade escolhe fazer a pesca coletivamente, a partir de estudos, vigilância e autorização do Ibama. Só poderá pescar para a manutenção caso seja definido no acordo. O objetivo é reservar os peixes maiores (pirarucu, tambaqui, pirapitinga e outros) para a venda. Os peixes menores poderão ser usados se a comunidade assim o definir. 46. Ficam definidas as seguintes áreas para manejo, ficando revogadas as disposições em contrário: a. Lago Socó na Comunidade Forte das Graças b. Igarapés do Preto e do Paxiúba em Vai Quem Quer c. Lagos Patauazão e Prudêncio em Antonina d. Igarapés do Ariramba e Matrinxã e Lagos Arapapá I e II em Botafogo

e. As áreas de ressacas, laguinhos e remansos do rio Andirá, para as comunidades do Andirá f. Lago Tartaruguinha e comunidade do Lago Grande. g. Lago da Boca do Breu, em Botafogo h. Lago do Tucum, ressaca do Luiz Alves, em Escondido i. Complexo do Sacado do Planeta definido apenas para o manejo e alimentação das equipes durante a vigilância, e para as equipes que trabalham no manejo. A pesca de caixinha poderá ser autorizada por meio de acordos entre comunidades. Só terão direito as pessoas que trabalham no manejo das comunidades Antonina, Botafogo, Morada Nova e Vai Quem Quer. 47. Ficam definidas as seguintes áreas de pesca para manutenção das comunidades: a. Lagos do Patauazinho, da Cigana, Tartaruguinha e Jacaré, em Antonina b. Igarapé do Vai Quem Quer e Lago do Jangadinha, para Antonina e Vai Quem Quer. c. Lago do Baixio, para os vigilantes e moradores do Andirá. d. Lago do Cumaru, para Cumaru e. Lago dos Gomes, para Igarapé do Branco f. Ressaca da Frasqueira, lago do Jacaré, para o Escondido g. Lago Juruapuca, para Morada Nova Ficam definidos como áreas de pesca comercial: Lago Tapagem, no Cumaru e Lago do Baixinho, no Socó. 48. Ficam definidas como áreas de procriação o Lago da Princesa, no Cumaru.

RECURSOS FLORESTAIS PRODUTOS MADEIREIROS 49. É permitida aos comunitários a exploração da madeira para fins de consumo próprio e comercialização em pequena escala de canoas, móveis e outros produtos beneficiados, e construção de suas moradias, observada a legislação específica. 50. A madeira das áreas de roçados pode ser usada comercialmente, mas deve se seguir a legislação específica. 51. Será permitida a exploração comercial de madeira nas áreas das comunidades e nas áreas comuns da Resex, mediante elaboração e aprovação do Plano de Manejo

Florestal específico, com bases sustentáveis e sempre como uma atividade complementar que não comprometa as demais atividades sustentáveis da Resex.

PRODUTOS NÃO-MADEIREIROS 52. Será permitida a exploração dos recursos não-madeireiros na área da Resex pelos próprios moradores. 53. São considerados produtos não-madeireiros: o cipó, as sementes, fibras, palhas, óleos, plantas medicinais, entre outros. 54. A exploração se dará de maneira sustentável, de modo a garantir a perpetuidade do recurso e a conservação da biodiversidade. 55. Serão coletados apenas os produtos “maduros”, assim entendidos aqueles produtos prontos para a retirada sem que se prejudique o desenvolvimento da espécie. 56. Fica proibida a derrubada das árvores de açaí, copaíba, buriti, patauá, bacaba, tucumã e andiroba. 57. Para utilizar recursos em grande escala é obrigatório um projeto de manejo sustentável e autorização do órgão gestor. 58. Os produtos serão coletados nas áreas próximas às comunidades e nas áreas de uso comum da Resex. 59. Quando o morador precisar coletar na área de outra comunidade deverá pedir autorização com antecedência.

ACESSO À RESERVA NOVO MORADOR 60. Entende-se por novos moradores pessoas de fora da reserva que possuam intuito de ali fixar moradia, passando a ser membro integrante da comunidade e da reserva. 61. Ao novo morador cabe aceitar os costumes, modo de vida dos moradores do lugar e as regras das comunidades e do Plano de Utilização. 62. O novo morador será aceito mediante aprovação da comunidade, da Astruj e do Conselho Deliberativo. 63. O novo morador passará por um período de adaptação de um ano, não tendo, nesse período, direito a voto nas deliberações da comunidade, nem podendo candidatar-se a

cargos representativos ou usufruir de outros direitos e benefícios a serem definidos pelas comunidades. 64. Durante esse período de um ano, a comunidade avaliará a permanência do novo morador e encaminhará sua decisão à Astruj e ao Conselho Deliberativo. VISITANTES 65. Fica definido como visitante todo aquele que, não tendo moradia fixa dentro da reserva, aí estiver de forma transitória, visitando parentes, fazendo atividades de turismo ou pesquisa. 66. Para a visita de parentes, será necessária comunicação prévia ao parente residente ou ao presidente da comunidade. 67. A permissão para a visitação de turistas será concedida pelo ICMBio após consulta à Astruj e à comunidade. A visitação de grandes grupos fica condicionada ao Plano de Turismo; 68. Fica proibido ao turista levar amostra de material biológico, tais como folhas, sementes, plantas, animais, dentre outros. 69. A realização de pesquisas dependerá da autorização concedida pelo ICMBio, ouvida a Astruj e de acordo com a legislação vigente. 70. É proibida a entrada de visitante portando arma de fogo na reserva.

LIXO 71. Fica a cargo de cada comunitário da Resex a coleta e destino do lixo produzido. 72. O lixo descartado será queimado ou enterrado, em local que não prejudique os demais moradores da comunidade. 73. As pilhas devem ser separadas e entregues na cidade de Juruá, para que seja feito o descarte apropriado.

VIGILÂNCIA 74. É compromisso e responsabilidade dos comunitários da Resex zelar pelo cumprimento de todas as regras contidas neste Plano de utilização. 75. As atividades de vigilância serão realizadas em grupos, que deverão ter pelo menos um Agente Ambiental Voluntário (AAV) entre os seus integrantes, trabalhando em escalas de revezamento.

76. Toda e qualquer pessoa que passar por uma das bases de vigilância, com intenção de entrar na Resex, deverá se identificar junto aos responsáveis, mostrando documento de identificação e comunicando a finalidade. 77. Os grupos de vigilantes deverão atuar em equipes de três a cinco pessoas 78. Não será permitida a permanência na atividade de vigilância de pessoas alcoolizadas. Fica expressamente proibido o consumo de bebidas alcoólicas pelos acompanhantes dos agentes ambientais voluntários em serviço. 79. Os grupos de vigilância serão formados por integrantes das próprias comunidades, que deverão trabalhar em conjunto. 80. Cada comunidade fica responsável pela vigilância de sua área. 81. São áreas prioritárias para a vigilância: Lago do Arapapá até o Igarapé de Cima; os tabuleiros; igarapés centrais e laguinhos, boca do igarapé Vai Quem Quer, região do Sacado do Planeta, região do rio Andirá e afluentes.

PENALIDADES 82. Ficam definidos os seguintes tipos de penalidades, que poderão ser aplicados conforme a gravidade ou reincidência: a. Advertência verbal (Comunitários, Diretoria, AAV) b. Punição comunitária (Comunitários ou Diretoria) c. Advertência escrita (Comunitários, Diretoria, AAV ou Astruj) d. Auto de constatação - crimes ambientais (AAV) e. Suspensão temporária de benefícios comunitários a ser definida pela Diretoria e comunitários f. Auto de infração - multa e processo penal (Ibama/ICMBio) g. Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO (Polícia) h. Expulsão da Resex (Conselho Deliberativo). 83. As infrações ao Plano de utilização serão inicialmente discutidas pela Diretoria da Comunidade, que deverá chamar o infrator e definir a correção do ilícito, ficando a seu cargo definir uma pena em comum acordo com o infrator. 84. Não sendo possível a solução em nível comunitário, encaminhar-se-á a questão por meio de autos de constatação pelo AAV ao Chefe da Reserva, para a execução da legislação pertinente.

85. No caso do infrator reincidir, a comunidade poderá solicitar ao Conselho Deliberativo que avalie a decisão de expulsão da comunidade ou da reserva. 86. As infrações ao Plano de utilização que ocorrerem na Resex deverão ser sempre registradas por escrito. 87. Quando um morador presenciar uma infração, o mesmo deverá comunicar o fato à diretoria da comunidade que, junto com os comunitários, definirá as punições adequadas. 88. Se uma solução não for possível nesses termos, deverá ocorrer reunião com a presença de representantes das outras comunidades da Resex, sendo necessária a presença do acusado. 89. Quando o morador invadir outra comunidade e lá cometer a infração, a comunidade prejudicada poderá aplicar as penalidades que achar necessário. Nesse caso, a Astruj será convidada para intermediar as comunidades. 90. Ficam definidas como instâncias para apuração das infrações: a comunidade, a Associação (Astruj), o Ibama, o ICMBio, o Conselho Deliberativo e autoridade policial.

4.6. 4.6. Zoneamento

O zoneamento da Resex é, segundo o Snuc, a definição de setores ou zonas em uma Unidade de Conservação com objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados, ou seja, organizar o uso e conservação dos recursos naturais. O zoneamento apresenta as diferentes formas de uso do solo e recursos naturais na Reserva Extrativista do Baixo Juruá e sua zona de amortecimento. De acordo com trabalhos desenvolvidos na região, foram definidas sete classes de zoneamento: Zona de Pesca (ZP); Zona de Preservação (ZPP); Zona de Interferência Urbana (ZIU); Zona de Potencial Ecoturístico (ZPE); Zona de Extrativismo (ZE); Zona de Amortecimento (ZA) e Zona de Agropecuária (ZAP). Abaixo seguem as definições das classes de zoneamento e o mapa do zoneamento construído com as comunidades em 2007/2008, atualizado pelo grupo de trabalho do plano de manejo em outubro de 2008, incluindo a lista de lagos utilizados para a pesca.

. Zona de Pesca (ZP) - Compreende as áreas dos lagos, sacados, paranás, rios e igarapés. É uma área onde pode ser realizada a pesca de subsistência, esportiva e de manejo para fins comerciais de acordo com o plano de utilização da Resex do Baixo Juruá. (A lista de lagos está na Tabela 4.1 e descrita no plano de utilização da unidade, já apresentado).

. Zona de Preservação (ZPP) – Compreende as áreas onde não há ocupação e nem uso humano.

. Zona de Interferência Urbana (ZIU) – Área da Resex no entorno da Cidade de Juruá, que de alguma forma sofre interferência do núcleo urbano da cidade. Área com possibilidade de desenvolvimento de projetos de extrativismo, pesquisa e educação em cooperação com a cidade de Juruá e parceiros externos.

. Zona de Potencial Ecoturístico (ZPE) – Compreende áreas de especial beleza cênica, com potencial para a realização de atividades de ecoturismo (de base comunitária, de expedições, de experiência).

. Zona de Extrativismo (ZE) – Área destinada ao extrativismo de recursos naturais (vegetais e animais), para manutenção do modo de vida e sobrevivência das comunidades residentes na Resex, permitindo o uso comercial pelos moradores.

. Zona de Amortecimento (ZA) – É uma área proposta. Compreende área no entorno da Resex que objetiva estabelecer parâmetros para utilização de forma a não prejudicar os recursos naturais e modo de vida das populações da Unidade.

A Zona de Amortecimento proposta está baseada nas ameaças identificadas na Resex, recomendações de pesquisadores e na resolução do Conama n° 13/1990, que define uma área de entorno de 10km dos limites das Unidades de Conservação para efeitos de licenciamento. Como colocado no capítulo de caracterização ambiental, o Rio Andirá é muito importante para conservação da biodiversidade local e sofre muitas pressões e ameaças. Entretanto, somente parte da margem direita e sua foz estão nos limites da Resex. Portanto

optou-se por adicionar parte de sua margem esquerda e um maior trecho da várzea do rio à zona de amortecimento. No rio Juruá, além do critério da referida resolução do Conama, foram consideradas na margem esquerda a contemplação de áreas de várzea, pouco representativas dentro dos limites da Resex. Além de esse ambiente possuir espécies endêmicas de aves, constitui-se em importante área de pesca e berçário de quelônios. É recomendável a realização de um acordo de pesca, nos moldes da IN Ibama 29/02, com objetivo de diminuir os conflitos de pesca na região e garantir o abastecimento da cidade. A cidade de Juruá está incluída na zona de amortecimento, por estar adjacente ao limite da Resex. Assim, a administração da cidade de Juruá deve trabalhar em parceria com o ICMBio e o Ibama, de forma que projetos causadores de substancial impacto ao meio ambiente a serem eventualmente instalados no município, sejam discutidos com as equipes técnicas do órgão. Por outro lado, o ICMBio deve atuar junto ao município de forma a buscar a vocação local, considerando a limitação de área de expansão urbana da cidade de Juruá, definida pelos limites da Resex.

. Zona Agropecuária (ZAP) – Compreende as áreas naturais utilizadas para a constituição das roças, plantios consorciados e pecuária.

Tabela 4.1 Lagos utilizados para prática da pesca.

Número no Comunidade Ambiente Área (há) Mapa Lago Arapapá I 10,4 1 Lago Arapapá II 16,7 2 Botafogo Igarapé do Matrinxã - 3 Igarapé do Ariramba - 4 Lago da Boca do Breu - 56 Lago Prudêncio 5,9 5 Lago Jacaré 1,6 6 Lago Tartaruguinha 2,3 7 Lago Puraquê 1,4 8 Antonina Pataoazinho 9,5 9 Pataoazão 18,5 10 Lago Cigana 1,0 11 Igarapé do Zé - 12 Lago Vai Quem Quer 34,9 13 Lago Jangadinha 7,6 14 Vai Quem Quer Igarapé Preto - 15 Igarapé do Paxiúba - 16 Sacado - 54 Sacado do Planeta Furo Petronilho - 55

Lago Clarindo 20,6 17 Lago Comprido 8,6 18 Lago Javizão 6,8 19 Lago Javizinho 2,2 20 Lago Preto 15,8 21 Lago Pescador 22,4 22 Lago Pretinho 10,1 23 Lago Novo 4,4 24 Lago Pirapitinga 34,9 25 Lago Juruapúca 32,6 26 Morada Nova Igarapé Morada Nova - 27 Lago Preto 3,9 28 Aratí Lago Bacuri 6,7 29 Lago Japó 3,5 30 Lago do Baixio 6,1 31 Socó Lago do Chico / Campina 1,4 32 Lago Honorato 8,9 33 Lago Socó 30,2 34 Forte das Graças I e Lago dos Paus 13,6 35 Forte das Graças II Lago Queimada 5,1 36 Igarapé do Danilo - 37 Oito Voltas Lago Tartaruguinha 1,8 38 Lago Grande Lago Grande 8,6 39 Lago Tapirí 2,2 40 Lago do Cachimbo 2,1 41 Escondido Igarapé do Cachimbo - 42 Igarapé do Tracajá - 43 Ressaca do Luiz Alves 6,4 44 Remanso do Tuxaua 2,4 45 Lago do Tuxaua 4,9 46 Lago do Cumaru 1,6 47 Cumaru Lago Beija Flor 1,5 48 Lago do Baixo do Cumaru 2,3 49 Lago da Tapagem 1,9 50 Lago da Castanha 1,1 51 Lago do Boto 2,8 52 Igarapé do Branco Lago do Gomes 1,2 53 Fonte: FARIA JUNIOR et al, 2006.

Figura 4.1 Mapa de Zoneamento da Resex (mapa ampliado no Anexo H).

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5. CENÁRIOS

Os cenários apresentados a seguir foram construídos durante reunião de técnicos com o Grupo de Trabalho do Plano de Manejo em outubro de 2008. Foram primeiramente definidas, junto com todos os participantes, as condições para cada cenário (ótimo, mais provável e ruim) e os “eixos de gestão” a serem analisados. Foi realizado, então, um diálogo sobre as possibilidades de acontecimentos futuros considerando cada eixo de gestão em cada um dos cenários possíveis. O resultado está descrito nas tabelas dos itens 5.1, 5.2, 5.3 abaixo. Nos cenários apresentados, o conhecimento acumulado com a estruturação do plano (diagnósticos, Plano de Utilização e Zoneamento) ajudou a determinar as possibilidades futuras para a gestão da Resex. É uma visão coletiva com papel norteador para o detalhamento de ações e prioridades realizadas pelos administradores que de alguma forma tem atuação na Resex, seja do ICMBio, Astruj, prefeitura ou demais organizações de apoio.

5.1. Cenário Ótimo

Cenários para 5 anos Cenário 1 – Ótimo (bem positivo) Muitos recursos para a gestão da Resex (equivale à manutenção Condições do do recurso ou mais recursos). Muitos parceiros envolvidos nas Cenário causas da Resex. Políticas públicas específicas para a Resex bem definidas. Mais linhas de projetos e investimentos privados para Resex. Projetos de carbono e pagamento por serviços ambientais em andamento e piloto nas Resex do país. Manutenção do Eixos de Gestão regime hidrológico dos rios. Redução de conflitos no Andirá e no Sacado. Redução de pescadores de fora da Resex. Informações sobre dinâmica florestal (volume, biomassa, mortalidade e recrutamento) e Fiscalização e pesqueira e faunística (volume, biomassa, mortalidade e Monitoramento recrutamento). Melhoria substancial do número de comunitários nas atividades de vigilância e redução da pressão nos tabuleiros. Interromper e evitar invasões e desmatamento na Resex próximo à cidade. Todos os pescadores com carteira de pesca.

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Ampliação dos serviços de saúde, educação e infra-estrutura. Reforma das escolas, melhores equipamentos para posto de saúde, bibliotecas etc. Redução de malária e verminoses. Moradores da Resex em cursos técnicos e universidades. Melhoria do aproveitamento dos alunos nas escolas. Acesso Desenvolvimento da mais rápido à cidade em casos de emergência médica, Resex 1 (Saúde, comunicação facilitada entre as comunidades, entre Educação, Infra- comunidades e cidades, e entre comunidades e ICMBio/Ibama. estrutura, Telefones públicos instalados nas comunidades. Embarcações comunicação, maiores e mais adequadas para transporte dos produtos (chalanas transporte) que comunitários possam consertar), centro de formação, energia elétrica, mini-usinas de beneficiamento de produtos não- madeireiros e de agricultura (mandioca, frutas etc.). Implantação de fossas e água potável nas localidades. Implantação de novas casas pelo Incra. Identificação do potencial de peixes ornamentais para manejo e comercialização. Melhoria do valor do pescado manejado, tecnologias para que o peixe miúdo possa ser inserido no Desenvolvimento da mercado (peixe salgado, peixe seco, farinha de peixe etc.). Resex 2 (Pesca, Melhores técnicas de plantio e processamento de produtos de Produtos não- roça e extrativismo para aumento da renda por quantidade de madeireiros, Roça, trabalho (maior valorização do trabalho). Venda de produtos Artesanato) florestais não madeireiros para pessoas, empresas e/ou governo. Contratos com empresas e/ou pessoas físicas para venda de pescados. Aproveitamento de frutas por meio do processamento e venda. Implantação de infra-estrutura para o turismo na região da Resex.Implantação de áreas demonstrativas (ou áreas piloto) de manejo florestal. Aproveitamento de madeira caída pela Desenvolvimento da comunidade (elaboração de móveis, artesanatos e outros Resex 3 (Madeira, produtos de madeira). Instalação de uma base de inventário Turismo) florestal contínuo. Processamento de madeira dentro da comunidade para uso local. Regulamentação legal do transporte de madeira de pequena escala para uso na comunidade. Comunitários preparados para receber turistas. Base flutuante no Igarapé do Branco. Reforma do flutuante no Andirá. No mínimo dois fiscais lotados na Unidade e ao todo Gestão da Resex seis servidores lotados na Resex. Fortalecimento da Astruj com (Comunidade, recursos para poder pagar dois funcionários. Fortalecimento da ICMBio, conselho, organização comunitária. Parceria com prefeitura de Juruá. parceiros) Realização de duas reuniões do Conselho por ano. Plano de Manejo sendo executado em sua totalidade. Apoio da prefeitura para a Resex. Redução das áreas de pastagens. Propostas de manejo implementadas. Diversidade de flora e fauna mantidas e Conservação cabeceiras dos igarapés preservados. Solução dos principais conflitos internos na comunidade relacionados a uso dos recursos.

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Pesquisa Ampliação de convênios e parcerias de pesquisa. Resgatar festas típicas e rituais na Resex, fazer festa de aniversário da Reserva. Resgatar alguns conhecimentos Cultura Tradicional populares perdidos como remédios, lendas etc. Valorização do conhecimento tradicional ("querer que o filho saiba o que o pai sabe e aprenda novas coisas").

5.2. Cenário Mais Provável

Cenários para 5 anos Cenário 2 - Mais provável (mais realista) Pulverização do recurso para a Resex (recursos de manutenção Condições do do ARPA. Projetos "pulverizados" (Agroextrativismo, Cenário Orçamento ICMBio, Corredores fase 2). Aumento dos parceiros (com plano pronto, filme da Resex, mais pesquisas realizadas pelo Inpa, Ufam etc.). Manutenção das linhas de projeto existentes (FNMA, agroextrativismo, PAA, PGPM), Alguns projetos de entidades privadas. Projetos de Carbono e PSA não Eixos de Gestão implantados. Melhoria da vigilância dos lagos (pois já existe trabalho realizado e resultados alcançados com pirarucu e tambaqui). Aumento da participação comunitária. Monitoramento e maior Fiscalização e conhecimento dos quelônios e pirarucu. Contribuição de Monitoramento universitários ao monitoramento, capacitação e aperfeiçoamento de agentes ambientais. Aumento de pescadores com carteira de pesca.

Melhorias nos serviços de saúde, educação, água e saneamento. Desenvolvimento da Reforma das casas pelo Incra. Implantação da usina de Resex 1 (Saúde, artesanato e implantação de mais rádios de comunicação. Educação, Infra- Construção das fossas. Construção de uma chalana e um estrura, comunicação, flutuante para o Igarapé do Branco e reforma do flutuante do transporte) Andirá. Baixo aproveitamento de frutas que não passaram por processamento algum.

Desenvolvimento da Completar estudos para implementar cadeias produtivas de Resex 2 (Pesca, PFNM. Manutenção e aumento da venda de pirarucu. Realização Produtos não de cursos para manejar peixes ornamentais e manejo madeireiros, Roça, experimental de peixes ornamentais. Formação de um "clube de Artesanato) mães" para produção de artesanato.

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Aproveitamento da madeira caída da floresta e madeira em pé Desenvolvimento da para uso na comunidade. Aproveitamento de resíduos de Resex 3 (Madeira, madeira. Elaboração de um projeto de implementação do Turismo) turismo.

Gestão da Resex (Comunidade, Implementação de ações previstas no Plano de Manejo. ICMBio, conselho, Manutenção do quadro atual de servidores na Resex. parceiros)

Manutenção da diversidade de espécies de flora e fauna, preservação das cabeceiras dos igarapés preservados, redução da Conservação pressão da cidade sobre a Resex. Redução dos principais conflitos internos na comunidade relacionados a uso dos recursos. Manutenção das parcerias existentes e aquisição de algumas Pesquisa novas parcerias.

Manutenção dos festejos. Técnicas de extração e manejo de Cultura Tradicional produtos alterados. Absorção de técnicas externas.

5.3. Cenário Ruim

Cenários para 5 anos Cenário 3 – Ruim (Cenário negativo)

Condições do Diminuição de recursos (fim do Arpa para UCs de uso Cenário sustentável). Política de Juruá contra a Resex. Diminuição de parceiros (afastamento, distanciamento) ou interferência negativa dos "parceiros". Não aprovação de mais projetos para a Resex. Defeso total de todas as espécies de peixe. Permissão ou proibição total da pesca do pirarucu. Fortes alterações Eixos de Gestão ambientais (seca ou cheia fortes, ou "roça de ventos").

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Aumento de invasões no Sacado, Andirá e nas praias. Caça principalmente no Andirá (Flona). Desmotivação de Agentes Fiscalização e comunitários. Aumento do comércio ilegal de peixes, caça e Monitoramento madeira. Expansão da cidade sobre a Resex. Grande conversão do uso do solo, principalmente pelo aumento de pastagens.

Desenvolvimento da Aumento de doenças, mais idas para Juruá em busca de Resex 1 (Saúde, atendimento (mais tempo fora da Resex), surtos de malária e Educação, Infra- outras epidemias. Não aproveitamento de frutas que não têm estrutura, processamento algum. Falta de manutenção nos equipamentos, comunicação, acarretando deterioração de rádios, voadeiras e outros transporte) equipamentos.

Sobrexploração e venda desordenada de recursos não- madeireiros e pesqueiros. Queda do preço de produtos não- Desenvolvimento da madeireiros, pescado e farinha. Atraso nos projetos para Resex 2 (Pesca, exploração de produtos não-madeireiros. Impedimento legal do Produtos não uso dos recursos, venda ilegal de produtos, falta de metodologias madeireiros, Roça, para quantificar não-madeireiros pode dificultar processos de Artesanato) manejo de PFNM. Aumento da quantidade de pescadores de fora da Resex.

“Furacão” na floresta. Não implementação de atividade de turismo. Redução de espécies de madeira de valor econômico. Desenvolvimento da Degradação das áreas de beleza para o turismo, lixos no rio e na Resex 3 (Madeira, comunidade etc. Assoreamento de rio. Turismo desordenado na Turismo) comunidade com público que degrada ambiente. Retirada de produtos das comunidades (animais, potes antigos, etc.).

Gestão da Resex Redução do quadro de funcionários da Resex. Redução de (Comunidade, viagens para a Unidade. Desentendimento entre prefeitura e ICMBio, Conselho, ICMBio/Ibama, prefeitura e Astruj. parceiros)

Agravamento dos principais conflitos internos na comunidade relacionados a uso dos recursos. Degradação das cabeceiras dos Conservação igarapés, aumento da pressão da cidade sobre a Resex e redução de espécies de flora e fauna.

Pesquisa Perda de parceiros.

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Perda do conhecimento tradicional e muita valorização do Cultura Tradicional conhecimento de fora e perda da identidade cultural.

Um desdobramento desejável a partir do conteúdo dos cenários é a definição de ações, atores responsáveis, cronograma, meios de execução, custos e contingências para cada um dos eixos de gestão e para cada cenário, considerando as possibilidades de acontecimentos futuros. Isso representa a construção do plano tático e operacional para a Resex. Espera-se que isso seja realizado sempre que necessário pelos interessados, usando como base essa análise de cenários somada às ações dos programas e subprogramas. Detalhamentos nesse nível são necessários principalmente para a gestão mais fina das atividades anuais, mas também para a estruturação de projetos de busca de financiamento. Esta base deve ajudar a administrar mudanças drásticas de cenário ao longo do ano e justificar financiamentos junto ao governo e entidades privadas.

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6. PROGRAMAS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIOECONÔMICA DA UNIDADE

O processo para construção dos programas e subprogramas se deu ao longo da elaboração do Plano de Utilização e teve sua formalização em uma oficina na cidade de Juruá com representantes indicados pelas comunidades da Resex. Em reuniões comunitárias ocorreu a identificação de ações de cada programa e subprograma, e na oficina em Juruá ocorreu o agrupamento e priorização desses programas. Foram montados painéis com os programas e subprogramas, contendo as ações apontadas pelos comunitários. Cada participante recebeu então três adesivos para colar nas ações entendidas como prioritárias em cada painel. Após as escolhas de ações de todos os programas, os votos foram contados e transformados em um peso variando de 1 a 5. O número 5 (de 29 a 35 votos) é entendido como maior prioridade e o número 1 (de 0 a 7 votos), como menor. Além disso, foram apontadas organizações com potencial para contribuir com a execução de cada ação proposta. Complementando a visão dos comunitários (expressa principalmente nas tabelas), há algumas sugestões de pesquisadores, técnicos do ICMBio/Ibama e consultores, apresentadas após as tabelas. Os programas abaixo descritos traçam ações e estratégias para: . Promover o desenvolvimento das comunidades e conservação do ambiente em que vivem e do qual vivem, considerando a manutenção do modo de vida das populações da Resex; . Apoiar o acesso dos moradores a políticas públicas tais como: saúde, educação, crédito, saneamento, comunicação, dentre outras.

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Figura 6.1 Oficina para definição de programas e subprogramas e Plano de Utilização Juruá, 2008. Foto: Marcelo Salazar

6.1. Programa qualidade de vida e cidadania

6.1.1. Subprograma Saúde

A saúde é considerada um tema que, de modo geral, aparece entre as principais demandas das comunidades ribeirinhas, quadro que não difere daquele vivenciado pelos moradores da Resex do Baixo Juruá, sendo necessárias diversas melhorias, tais como as apresentadas no quadro abaixo. Propostas N Instituição executora ou parceira Aquisição de voadeira e motor 15hp para uso dos agentes comunitários de saúde (para 3 Secretaria Municipal de Saúde locomoção para a cidade em casos graves) Melhoria da comunicação entre agentes 3 Secretaria Municipal de Saúde comunitários de saúde e prefeitura Realização de mais campanhas preventivas 2 Secretaria Municipal de Saúde Fazer borrifações nas comunidades Fundação de Vigilância Sanitária 2 (dedetizações) municipal

Construir Horta medicinal comunitária 1 Idam, comunidades

Capacitação dos agentes comunitários de saúde 1 Secretaria Municipal de Saúde Agentes de saúde permanentemente nas 1 Secretaria Municipal de Saúde comunidades

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Resultados de exames mais rápidos 1 Secretaria Municipal de Saúde Posto de saúde com estrutura adequada (cama, 1 Secretaria Municipal de Saúde remédios etc.) Valorização do conhecimentos dos mais velhos Prefeitura, Idam, Pastoral de a respeito de remédios caseiros (promover curso 1 Criança, comunidades de plantas medicinais e horta medicinal) Promover curso sobre hortaliças para 1 Idam, comunidades alimentação Pensar no desenvolvimento de inseticidas 1 Inpa, Fundação Nacional de Saúde naturais contra “maruim e carapanã” feitos de andiroba, para substituir o veneno da FNS.

Para melhorar o atendimento de saúde às comunidades da Resex são necessárias visitas periódicas de profissionais de saúde. Nesse sentido, sugere-se a implantação do Programa de Saúde da Família no município de Juruá com equipes multidisciplinares a exemplo de outros municípios da Amazônia. Outra alternativa a ser estudada para a região é a implantação de programas de telesaúde.

6.1.2. Subprograma Educação

A educação, como a saúde, é tema recorrente entre as principais demandas por parte das famílias da Resex do Baixo Juruá. Questões como a alta rotatividade de professores e a limitação da oferta de escolarização, associadas à desvalorização da cultura ribeirinha, dentre outros fatores, podem estar por trás dos altos índices de analfabetismo e a significativa migração para os bancos escolares da cidade de Juruá. A melhoria e ampliação da educação na Resex são importantíssimas para a manutenção das crianças e das famílias nas comunidades. Com um sistema escolar muito deficiente nas comunidades, as crianças pequenas são enviadas para a cidade e não têm tempo e vivência suficientes para entenderem o funcionamento da reserva, diminuindo a chance de terem interesse pelas causas da Resex no futuro. Em função do exposto, para melhoria do sistema educacional na Resex, as propostas abaixo foram elencadas pelas comunidades.

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Propostas N Instituição executora ou parceira Ampliar ensino para 9ª série e Ensino Seduc, Semed, Comunidades, Incra (pedagogia Médio nas escolas da Resex. 3 da alternância, Cursos Técnicos), programa Implementar cursos técnicos. Nacional de Educação no Campo Apoiar os comunitários no avanço dos Semed, Prefeitura, Universidades, Incra, Seduc estudos fora da Resex (para que 3 retornem posteriormente como profissionais formados)

Capacitação dos professores da Resex 2 Seduc, Ibama/ICMBio, Prefeitura, MMA

Promover projetos de educação Comunidades, Astruj, Semed, Prefeitura, Ibama, ambiental na Resex (formando ICMBio 2 comunitários para serem multiplicadores nesses temas) Melhorar merenda escolar 2 Comunidades, Semed Construir mais escolas nas comunidades Comunidades, Semed 2 que não têm e melhorar as existentes

Instalar equipamentos para tele-sala na Seduc, Prefeitura 1 Resex Envolver professores das escolas da Ibama/ICMBio, Seduc 1 Resex na Educação Ambiental

Acompanhar a atuação dos professores 1 Comunidade

Foi recomendado nos diversos relatórios de pesquisadores que estiveram na Resex a melhoria na infra-estrutura e nas condições de funcionamento das escolas existentes, alojamento para professores, além da realização de seleção e formação dos professores baseado na experiência do processo histórico de convivência das comunidades com a floresta. Dessa forma, a educação deve ser valorizada e fomentada cotidianamente. Além da escola, devem ser valorizados os espaços educativos da família, do trabalho, da convivência em comunidade e de quaisquer outros que possam contribuir para a construção dos conhecimentos tradicionais. Para a merenda escolar, deve-se fomentar ações de utilização da produção de alimentos da comunidade, como, por exemplo, o açaí, a melancia e a banana,

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possibilitando uma valorização da alimentação local e gerando renda para as famílias locais. Nesse sentido deve ser observado o programa PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) operacionalizado pela Conab.

6.1.3. Subprograma saneamento

Como apresentado anteriormente, as comunidades têm problemas para a obtenção de água potável, principalmente na época em que os rios baixam, sendo necessária instalação de mecanismos de aquisição e tratamento de água adequado à região e à cultura local. O tratamento de esgoto também é um problema, sobretudo nas comunidades que ficam na várzea, como Antonina. O encaminhamento dessas duas questões contribuirá muito para a melhoria da saúde da população e abrirá possibilidades de melhoria de processos produtivos, principalmente os referentes ao processamento de alimentos. Uma das oportunidades para a realização dessas melhorias é acompanhar a melhor aplicação dos créditos do Incra na Resex.

Propostas N Instituição executora ou parceira Ampliar o fornecimento de água tratada Semma, Cosama, Prefeitura, 3 para as comunidades Instituições de pesquisa Construção de fossas adequadas a cada Semma, Cosama, Prefeitura, Incra, 2 comunidade para todas as casas comunidades Buscar treinamento para comunitários e ICMBio/Ibama, Astruj, Incra acompanhamento técnico durante a 2 construção das casas e fossas Desenvolver programa de destino de lixo, Secretaria e professores (educação saneamento e qualidade da água junto às 2 ambiental) escolas Desenvolver e implantar novas técnicas de Semma, Cosama, Prefeitura, IPA, Ufam 1 captação de água para a Resex

Definir local para descartar latas e pilhas Secretaria Municipal de Saúde, 1 Prefeitura, IDS Mamirauá, comunidades

Reivindicar do Incra materiais de melhor 1 Idam, Astruj

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qualidade

Desenvolver e implantar novas técnicas de Semma, Cosama, Prefeitura, instituições 1 destino e tratamento do esgoto de pesquisa

Algumas comunidades de criação de suínos e bovinos têm problemas de contaminação nas áreas ao redor das casas. Sugere-se um trabalho para promover local adequado e cercado para a criação de animais, como já previsto no Plano de Utilização.

6.1.4. Subprograma comunicação

A comunicação é um elemento essencial na qualidade de vida de todo ser humano. É por ela que entramos em contato com outras pessoas e conhecemos ou fazemos conhecer realidades diferentes. De acordo com as distâncias a serem relacionadas, faz-se necessária a utilização de tecnologias que auxiliem este processo. Em momentos de emergência, por exemplo, é importante poder acionar um socorro com rapidez. Deve ser também aprimorado o fluxo de informações entre famílias, associações e ICMBio sobre as diversas ações ocorridas na Resex. Dessa forma foram apontadas as seguintes ações como prioritárias para o desenvolvimento da comunicação na Resex.

Instituição executora ou Propostas N parceira Trazer para as comunidades formas de comunicação mais rápida e eficiente Governos Federal, Estadual e 4 (Buscar instalação de telefone público nas Municipal comunidades e telefone fixo nas casas) Fazer acordo com a Rádio Tefé para 2 Astruj, ICMBio, Ibama divulgar mensagens da Resex Criar o Jornal da Resex 2 Comunidades e Astruj Ampliar sistema de rádio-comunicação 2 Astruj, Ibama, Arpa, ICMBio

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Divulgar a Resex para o público externo Comunidade, Astruj, Ibama, 1 (Juruá, Amazonas, Brasil e Mundo); ICMBio Promover maior integração da Astruj com 1 Astruj as comunidades por meio de visita mensal

Implantar internet nas comunidades 1 ICMBio/Astruj

Observa-se que os sistemas de comunicação dependem de soluções de energia na maioria dos casos. Portanto, ambas as questão devem ser pensadas e dimensionadas de forma conjunta.

6.1.5. Subprograma de Cultura

A proteção dos meios de vida e da cultura das populações tradicionais34 é objetivo central de uma Resex. Assim a valorização da cultura, em seus diversos aspectos, deve ser priorizada nesse Plano de Manejo. Aspectos das manifestações culturais estão descritos em diversos itens do plano (educação, saúde, extrativismo etc.) e suas recomendações estão nos programas e subprogramas específicos. Desta forma, neste subprograma estão descritas as propostas relacionadas com as festas e eventos culturais, como segue abaixo.

Propostas N Instituição executora ou parceira Construir centros comunitários em 4 Prefeitura, comunidade, Câmara Municipal, todas as comunidades Instituições parceiras externas Promover oficinas de troca de 3 Astruj, Ibama, ICMBio, Idam, Prefeitura experiências de conhecimento tradicional. Divulgar calendários de festas 3 Astruj, Igrejas, Idam, Correios, Secretaria de Ação comunitárias Social, Prefeitura, Semed. Promover ações que incentivem 3 Prefeitura músicas, poesias, histórias, brincadeiras, artesanato (apoio à realização dos festejos e divulgação

34 Snuc, art 18.

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do calendário de festas). Trazer a “Arca das letras” para as 2 MDA, MMA, Prefeitura, Astruj, comunidades (biblioteca móvel);

6.1.6. Subprograma de Esporte e Lazer

Junto às manifestações culturais, no subprograma de Esporte e Lazer são apresentadas propostas para tornar a vida na Resex mais animada e saudável, envolvendo crianças, jovens e adultos em atividades educativas e recreativas de grande importância para contribuir com a fixação das famílias na Resex e valorização da cultura local. Propostas N Instituição executora ou parceira Construir áreas de esporte na Resex (p.e. 4 Prefeitura quadra poliesportiva); Promover campeonatos e jogos internos; 3 Liga esportiva, Semed, comunidades, Astruj Buscar repasse de material de esporte às 3 Prefeitura, liga esportiva comunidades pelas prefeituras Construir estrutura de balneário nas 2 Comunidades com apoio da prefeitura comunidades para lazer;

6.1.7. Subprograma de Habitação

A casa ribeirinha é uma marca da cultura tradicional e deveria ser aperfeiçoada, sem perder as raízes dessas populações. As habitações na Resex melhoraram com a destinação de créditos do Incra, segundo moradores. Porém a aplicação do recurso não foi realizada de forma ideal, necessitando de maior cuidado no planejamento e adequação dos projetos para as próximas etapas de liberação de créditos. Além das melhorias nas casas individuais, são necessárias melhorias de infra-estrutura nas comunidades tais como pontes e passarelas. Propostas N Instituição executora ou parceira Construir novas casas 5 Incra, Prefeitura, comunidades Reformar as casas 4 Prefeitura, Incra e Comunidade Fiscalização dos materiais passados pelo 4 Comunidade Astruj, Incra

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Incra Construir passarelas nas comunidades 3 Prefeitura, câmara de vereadores Ampliar as casas pequenas 2 Prefeitura, Incra, Comunidade Construir pontes nas três baixas (Forte 2 Prefeitura, comunidades, ICMBio, Ibama das Graças I)

6.1.8. Subprograma de Energia

Juntamente com saúde e educação, a energia é uma das demandas mais presentes nas comunidades e são necessárias soluções adaptadas à realidade e cultura local. Para que a luz realmente chegue “para todos”, são necessárias soluções além do tradicional “linhão”, adotado em parte da Resex. O acesso à energia elétrica é um dos fatores que ampliam as possibilidades de processamento de produtos extrativistas, implantação de programas mais efetivos de educação de adultos e outros aspectos que elevam a qualidade de vida, contribuindo para a fixação das famílias na Resex. Seguem abaixo as propostas relativas a este subprograma.

Propostas N Instituição executora ou parceira Buscar alternativas e implementar 4 Governos Federal, Estadual e Municipal soluções de Energia solar Ampliar fornecimento de energia na 3 Prefeitura, comunidades, ministério público, Resex - Buscar instalação do programa Manaus energia, Programa Luz Para Todos Luz Para Todos em todas as comunidades Melhorar os geradores existentes na 3 Prefeitura, Astruj, Comunidades Resex

Conforme já alertado, na adoção de redes de energia a partir da cidade de Juruá, deve-se planejar o monitoramento e proteção das áreas abertas.

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6.1.9. Subprograma de Transporte

Os investimentos no sistema de transporte da Resex são fundamentais para melhorar o acesso a educação, os serviços de saúde e para escoar a produção, principalmente de produtos com logística mais complicada. Seguem abaixo as propostas apresentadas pelos comunitários:

Propostas N Instituição executora ou parceira Transporte fluvial e combustível para os 3 Secretaria de saúde agentes de saúde se locomoverem com pacientes em casos graves Melhorar estrada do Japó (estrada que 3 Prefeitura liga o Rio Juruá à cidade de Juruá, muito utilizada na seca) Adquirir carro utilitário ou caminhão 3 Pronaf III ciclo, Secretaria Municipal de para transporte de produtos e pessoas no Produção trecho da estrada do Japó e na cidade de Juruá; Melhorar transporte para alunos 2 Prefeitura, Governo do Estado Adquirir barco para transporte de carga, 2 Pronaf III ciclo, Secretaria Municipal de produtos e pessoas Produção

6.2. Programa de manejo dos recursos naturais e cadeias produtivas

6.2.1. Subprograma pesca

Diante da importância da pesca como fonte de renda para muitas famílias, é premente o desejo destas pela melhoria das condições de produção e comercialização desse recurso. Contudo, de acordo com o Plano de Utilização, projetos específicos e legislação em vigor, a expansão comercial dessa atividade deve obedecer a uma série de restrições e acordos, de maneira a garantir a proteção do recurso e a recuperação dos estoques pesqueiros. Frente a estas questões, as comunidades têm desenvolvido uma nova forma de manejar os recursos pesqueiros, o que representa uma adaptação na forma de gestão desses

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recursos. Porém há ainda diversos conflitos a serem amenizados entre os atores sociais ligados à pesca (comunidades, barcos de pescadores, compradores etc.) É necessário que as portarias de redução do esforço pesqueiro e conservação das espécies que estão em vigor sejam levadas ao conhecimento dos moradores e daqueles residentes na sede do município que, na maioria das vezes, pescam profissionalmente e se envolvem em conflitos com comunitários. Essas portarias devem se adequar à realidade local pra que seja possível o cumprimento das leis. Assim, é também imprescindível a melhoria do sistema de fiscalização.

Propostas N Instituição executora ou parceira Pesquisar potencial do peixe ornamental 3 ADS, Cepam Comercialização, melhoria de preço e 3 ADS armazenamento Expandir e dar continuidade ao manejo 2 Setor pesca Ibama, IDS Fonte Boa, ADS, de pirarucu Comunidade Pesquisar e avaliar o potencial do mapará, 2 Ibama, Cepam, ADS, Ufam tambaqui, pirapitinga para venda Recuperar e utilizar o frigorífico da sede 2 Prefeitura, Colônia Z 21 do município de Juruá para armazenamento do pescado Curso sobre comercialização de peixes 2 ADS, Sebrae (Curso sobre preço de peixe) Promover cursos sobre contagem de 1 ICMBio/Ibama, ARPA, IDS Mamirauá pirarucu quando necessário Adquirir embarcação nas comunidades 1 Astruj, Secretaria de agroextrativismo/MMA para fazer transporte dos produtos Promover curso sobre tecnologia do 1 Idam, IDS Fonte Boa, Prefeitura pescado (tratamento, armazenamento, transporte) Realizar curso de culinária 1 Idam, Sebrae Promover curso de retirada de filé de 1 Idam, IDS Fonte Boa, ADS, CETAM peixe

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Cursos para produção de farinha de peixe 1 Idam, ICMBio, Sebrae (agregação de valor ao pescado)

Além das propostas dos comunitários, seguem sugestões de pesquisadores que estiveram na Resex do Baixo Juruá. . Estabelecer os indicadores dos limites de pesca de cada comunidade; . Implantar medidas para controlar o volume da produção pesqueira comercial comunitária; . Ampliar a participação institucional nas ações de manejo para aumento da credibilidade e efetividade das regulamentações direcionadas para o manejo; . Promover reuniões comunitárias e gerais para apresentar, avaliar e discutir as ações de manejo para redução dos conflitos; . Aumentar as habilidades dos comunitários para gestão de negócios;

6.2.2. Subprograma de Turismo

Durante os estudos realizados na Resex foi identificado um grande potencial turístico, tanto pelas belezas cênicas e peculiaridades culturais quanto pela demanda da comunidade. Dessa forma, foi contratado um estudo específico para avaliar o potencial turístico na Resex, que foi descrito em Nogueira (2007). Seguem abaixo propostas para este subprograma.

Propostas N Instituição executora ou parceira Promover capacitação para receber 4 Amazonastur, Sebrae turistas (guias) Construir pousada em local definido na 3 Astruj, Comunidades, BNDS Resex Construir mirante em local definido na 2 Astruj, Comunidades, BNDS Resex Realizar projeto de implementação do 2 Relatório de consultor já realizado Turismo na Resex Criar e encontrar roteiros para passeios 1 Relatório de consultor já realizado

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turísticos na Resex Promover cursos básicos de Inglês e 1 Espanhol

6.2.3. Subprograma de Pesquisa

Em grande parte dos subprogramas há propostas que não tem soluções óbvias e precisam ser pesquisadas, principalmente nas questões relativas a manejo de recursos naturais, geração de renda, saúde, energia e educação. Considerando também que a Resex tem como uma das finalidades a pesquisa científica, é importante indicar lacunas de pesquisas que precisam ser preenchidas ao longo do tempo por alunos de pós-graduação, ONGs, pelos próprios centros especializados do ICMBio e consultorias contratadas para fins específicos. Abaixo estão as prioridades levantadas pelas comunidades: Propostas N Instituição executora ou parceira Promover pesquisas de viabilidade para 2 Ufam, UEA, Inpa, IDS Mamirauá, o Manejo de Jacaré RAN/ICMBio Promover pesquisas de potencial, 2 Ufam, UEA, Inpa beneficiamento de Produtos não madeireiros (óleo, resinas, tinturas) Estudar a ocorrência do Pirarucu no rio 2 IDS Fonte Boa, Inpa, UEA, UEA, Ibama, Andirá, em relação ao deslocamento dos Mamirauá, Cepam peixes Promover Pesquisas de utilização de 1 Ufam, UEA, Inpa Plantas medicinais e produção de fitoterápicos Identificar e estudar outras espécies de 1 IDS Fonte Boa, Inpa, UEA, UEA, Ibama, IDS peixes ornamentais Mamirauá, Cepam Promover estudos da sustentabilidade da 1 IDS Fonte Boa, Inpa, UEA, UEA, Ibama, IDS pesca de peixe ornamental (acará disco e Mamirauá, Cepam outros) Realizar pesquisas sobre criação de 1 Ufam, UEA, Inpa animais silvestres

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Além das propostas apresentadas pelos comunitários, foram identificadas diversas lacunas a serem preenchidas nos estudos que já foram realizados na Resex do Baixo Juruá, tais como: . Realizar Inventário Florestal Contínuo para produtos não madeireiros e madeireiros . Realizar pesquisas em Alometria para volume de madeira e biomassa . Determinar e monitorar estoques de carbono da Resex

6.2.4. Subprograma de Recursos Não-Madeireiros

Os recursos não-madeireiros representam uma grande oportunidade de desenvolvimento da Resex de forma sustentada tanto no incremento da renda das famílias quanto na perpetuação e desenvolvimento da cultura tradicional. Muitos recursos de manutenção da vida na Resex são produtos extrativistas utilizados para construção de casas, medicina tradicional, usados para a pesca, para alimentação, construção de canoas dentre outros usos. Abaixo seguem algumas propostas para este subprograma.

Propostas N Instituição executora ou parceira Construção de mini-usina de 3 SDS, Idam beneficiamento de óleos Realizar estudo de potencial dos 3 Inpa, UEA, Ufam produtos da floresta Realizar cursos de capacitação de 2 ICMBio, Ibama, Idam, Sebrae manejo de PFNM Promover a venda de artesanato em 2 Incra, Sebrae maior escala Promover estudos específicos de açaí, 2 Sebrae, Inpa, ADS, Embrapa óleo de patauá, arumã, artesanato Realizar curso sobre a qualidade dos 1 Idam, Prefeitura, Sebrae produtos Promover o uso das fibras, cipós, e 1 Sebrae, Idam, UEA, Inpa palhas Promover a venda de buriti, tucumã e 1 Sebrae Idam, SDS

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outros PFNM com potencial de mercado Promover melhor comercialização de 1 Prefeitura, ADS, Idam açaí, com acompanhamento técnico; Realizar curso sobre óleos vegetais 1 Idam, Prefeitura, Sebrae, Resex Médio Juruá

6.2.5. Subprograma de Agricultura Familiar

Na Resex do Baixo Juruá a produção de farinha de mandioca representa a principal fonte de renda da população e é uma das bases da alimentação local, necessitando de apoio à produção. Por outro lado, o incremento da diversificação dos produtos agrícolas é muito importante para garantir a segurança alimentar dos moradores da Resex, bem como para melhorar a renda. Junto com o extrativismo vegetal, pesca e caça, a agricultura familiar compõe o centro do modo de vida da população ribeirinha, necessitando de atenção especial. Seguem abaixo as propostas para melhoria desse subprograma.

Propostas N Instituição executora ou parceira Melhorar o preço dos produtos 3 Secretaria da produção Implantar casa de farinha com 3 Idam, Comunidade prefeitura, Embrapa equipamentos adequados Melhorar a qualidade dos produtos 2 Fetagri Promover intercâmbios e cursos para 2 Idam, comunidade melhorar a qualidade da farinha Estudar e implementar melhores formas 2 Idam, Prefeitura, Secretaria Municipal de de escoar a produção Transporte Curso de cultivo de plantas medicinais 1 Idam, Comunidade, Pastoral, Estimular a comercialização 1 Idam, Conab, ADS.

6.2.6. Subprograma de Animais Silvestres

Os animais silvestres, como já abordado neste documento, são importantes componentes da biodiversidade e exercem função essencial para equilíbrio ecológico e para

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a alimentação das famílias da Resex. Assim, o objetivo deste subprograma é promover a conservação da fauna silvestre e subsidiar o uso sustentável de algumas espécies.

Propostas N Instituição executora ou parceira Curso de manejo de praia de quelônios 4 Ibama, Ufam, ICMBio Fazer criação de abelhas meliponídeas 4 IPA, Idam, Inpa, Ufam

Verificar a viabilidade da criação de 3 Ibama, Ufam, ICMBio animais silvestres: caititu, mutum, jacamim, queixada Melhorar a estrutura de preservação de 3 Prefeitura, Ibama, ICMBio, SEMMA quelônios Intercâmbio de experiências 2 ICMBio, Idam

6.2.7. Subprograma de Manejo de Quelônios

Devido à grande pressão que sofrem na região, os quelônios devem ser motivo de elaboração de um projeto específico estruturado. Para esse projeto, além das propostas já citadas em outros programas e subprogramas, devem ser consideradas as seguintes ações para a conservação da espécie na região: . Proteção dos ninhos naturais, transferência de ninhos ameaçados e manutenção de filhotes em berçários por até dois meses . Soltura destes filhotes em lagos ou lagoas centrais em locais de farta alimentação e abrigo (re-start) . Verificar a possibilidade de criação comunitária em gaiolas ou tanques-rede: Manejo semi-intensivo em áreas controladas ou re-start.

6.2.8. Subprograma de Madeira

A madeira é um recurso estratégico para as populações da Resex, utilizada na construção de casas, embarcações e diversos utensílios para as casas e trabalho das famílias. É também um recurso com potencial de complementação da renda familiar devido à grande demanda de mercado. Por esta razão são necessários estudos e muita organização de forma a

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não degradar a base da floresta que compõe a Resex. Para isso são recomendadas as seguintes propostas.

Propostas N Instituição executora ou parceira Aproveitamento de madeira caída na 4 Ufam, Sebrae, Ibama, Comunidade, ADS floresta Conseguir autorização para transporte de 4 Ibama, ICMBio madeira da Resex Incentivar desenvolver o artesanato com 3 Idam, Sebrae, Escola de Luteria madeira Realizar estudos constantes para fazer 3 ADS, Inpa, Ufam Manejo florestal comunitário Desenvolvimento e realização de 2 Secretaria de Estado (ADS) pequenas oficinas para trabalhar madeira nas comunidades Treinamento em manejo florestal 1 Comunidade, Inpa, ADS comunitário para interessados da Resex

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6.3. Programa de monitoramento e proteção ambiental

6.3.1. Subprograma de Monitoramento

Para garantir o cumprimento e melhoria no atendimento aos objetivos da Unidade de Conservação, são necessárias ações sistemáticas de monitoramento das atividades, conforme propostas abaixo e demandas legais e institucionais. O programa aqui indicado deve ser detalhado, estabelecendo um marco zero para o monitoramento do uso do solo e dos recursos naturais, utilizando instrumentos de SIG, de informações comunitárias e de levantamentos dos recursos existentes.

Propostas N Instituição executora ou parceira Realizar curso e conseguir material para 3 Ibama, Prefeitura, Ufam, ICMBio, Astruj marcação de quelônios Promover curso de contagem de pirarucu 2 IDS Fonte Boa, IDS Mamirauá, Ibama, e monitoramento de outras espécies Cepam, Ufam, Astruj Organizar as informações do 2 Astruj, Ibama, ICMBio monitoramento Fazer monitoramento de quelônios, 1 Prefeitura (SEMA), Astruj, ASV, pirarucu, peixe miúdo e caça na Resex ICMBio/Cepam, Inpa, Ufam Implantar sistema de monitoramento 1 Astruj, ICMBio, Ibama centralizado e sistematizado. Aumentar o monitoramento da vigilância 1 Astruj, ICMBio, Ibama e fiscalização

6.3.2. Subprograma de fiscalização

A Resex do Baixo Juruá contorna a sede do município de Juruá, gerando grande pressão para o uso dos recursos naturais da Resex e do entorno. Também, devido à riqueza de lagos e rios piscosos, há uma grande pressão para a pesca por pescadores que vem de outros municípios. Assim, demandas de fiscalização e ordenamento do uso dos recursos naturais da cidade são também atribuição do ICMBio, inclusive considerando a inoperância da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a inexistência do Ipaam na região. A

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fiscalização, associada à vigilância constante dos locais de maior pressão é, portanto, muito importante para garantir o cumprimento da lei e conseqüentemente a melhoria da preservação dos recursos naturais da Resex. As propostas levantadas pelos comunitários para esse subprograma seguem abaixo, mas maiores detalhes são apresentados no “plano de proteção” (Anexo V).

Propostas N Instituição executora ou parceira Melhorar estrutura do Ibama em Juruá 3 MMA, Ibama, ICMBio, Idam para apoiar a vigilância Melhorar o apoio do Ibama e do ICMBio 3 MMA. na Fiscalização da Resex Fiscalização no Lago Comprido no Vai 3 Comunitários, AAVs, Polícia Militar, Ibama, Quem Quer ICMBio Fiscalização intensiva na vazante e no 2 Comunitários, AAVs, Polícia Militar, Ibama, período da desova ICMBio Presença permanente de gestor na 1 ICMBio Unidade de Conservação.

6.3.3. Subprograma de Vigilância e Sensibilização

Complementando as ações de fiscalização do poder público, a sociedade tem um papel fundamental na vigilância e promoção da educação da população da Resex e cidade de Juruá para maior compreensão das limitações e possibilidades do uso dos recursos naturais da Resex e seu entorno, sendo propostas as ações abaixo.

Propostas N Instituição executora ou parceira Disponibilizar combustível suficiente para os 4 Astruj, ICMBio, Ibama, Destinações da vigilantes fazerem o monitoramento dos lagos Justiça (transição penal) Instalar farol com bateria para flutuante e para 4 ICMBio, Astruj, Comunidades canoas Implantar sistema de comunicação fixa na Base de 4 ICMBio, Astruj, Ibama

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vigilância Implantar comunicador portátil para as canoas 3 ICMBio, Astruj, Ibama Equipar flutuantes com energia 3 Astruj, ICMBio, Ibama, Prefeitura Construir casa de vigilância no Andirá 2 ICMBio, Flona Tefé Astruj, Comunidades, Ibama

Construir flutuante para o tabuleiro do Botafogo 2 Astruj, Comunidades Prefeituras, (o mesmo atenderá o Igarapé Ariramba e as ICMBio praias na época da desova); Melhor a estrutura de vigilância 2 Astruj, Ibama, ICMBio, PM Providenciar uniforme para os Agentes 2 ICMBio, Astruj, Ibama, empresas Reconstruir (reformar) o flutuante do Andirá 2 Astruj, Comunitários, Prefeitura, ICMBio. Aumentar o número de Agente Ambiental 2 Comunidade, Astruj, Ibama, ICMBio, Voluntário Prefeitura, SEMA, Implantar o curso de Agente Ambiental 2 Ibama, ICMBio, Astruj Voluntário Placas de sinalização 2 Astruj, Ibama, ICMBio, Prefeitura, ARPA/MMA Informar a PM a lista de Agente Ambientais 2 ICMBio, Astruj, Ibama Voluntários que trabalha na Resex Formação de novos Agente Ambientais 1 Comunitários, ICMBio, Astruj, Ibama, Voluntários, e capacitação continuada Prefeituras Estação repetidora de rádio 1 ICMBio, Astruj, Prefeitura, ARPA Apoio da polícia a vigilância 1 PM Bote e motor 15 HP para Cumaru 1 ICMBio, Astruj, Ibama, CNS. Participação do gestor do ICMBio na vigilância 1 ICMBio, Ibama. Definir a equipe de vigilância 1 Comunitários e Astruj

Recomenda-se atenção especial nos limites da cidade de Juruá com a implantação de placas de sinalização e demarcação física (cercas e picadas) para que os moradores fiquem cientes dos limites da Unidade e conflitos futuros sejam evitados.

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6.3.4. Programa recuperação de áreas degradadas

As áreas degradadas na Resex são muito pequenas, porém necessitam de planejamento para recuperação, principalmente na região próxima a sede do município de Juruá e locais de pastagens em algumas comunidades. Seguem algumas ações propostas: . Construir viveiros de mudas; . Produção de mudas de essências florestais e frutíferas; . Realizar diagnóstico sobre áreas degradadas da Resex.

Avaliar possibilidades da elaboração de projetos de crédito carbono e pagamento de serviços ambientais para recuperação das áreas degradadas.

6.3.5. Programa de gestão e administração

O plano de manejo apresenta diversas propostas para garantir e orientar a gestão e a sustentabilidade da Resex em longo prazo. Entretanto, um incremento na capacidade de gestão faz-se necessária, tanto no ICMBio quanto nas comunidades e na Astruj para implementar as diretrizes do plano. Diversas propostas nesse sentido aparecem em outros subprogramas e no item “Estrutura de gestão”. Assim, os tópicos abaixo resumem as linhas de atuação da gestão para conseguir atingir as metas do plano. . Capacitar os gestores do ICMBio em administração e contabilidade ; . Capacitar a Astruj em administração e contabilidade; . Incrementar e melhorar a representatividade da Astruj; . Fortalecer a mobilização social; . Consolidar o Conselho Deliberativo; . Apoiar o acesso dos moradores da Resex às políticas públicas; . Realizar planejamento anual, com discussão, aprovação e monitoramento pelo conselho deliberativo; . Viabilizar a exploração sustentável dos recursos naturais; . Elaborar indicadores e realizar o monitoramento ambiental e socioeconômico da Resex; . Destinar e manter equipe mínima do ICMBio, lotada na Resex; . Adquirir e manter equipamentos e infra-estrutura necessários à gestão;

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. Realizar estudos complementares ao plano de manejo para ampliar a visão sobre a unidade em questões mais específicas. Diversas propostas surgiram nas diferentes fases de elaboração do plano e estão abaixo organizadas.

6.3.5.1. Lista de estudos prioritários para a revisão do plano

• Estudo mais aprofundado sobre geração de renda na Resex. Este estudo deve apresentar os volumes comercializados e processados das principais atividades econômicas desenvolvidas hoje na Resex e quanto essas atividades contribuem para o atendimento das necessidades das famílias e reprodução da cultura tradicional. Sugere-se também a realização de projeções financeiras das principais atividades potenciais geradoras de renda indicadas nesse plano;

• Estudo mais detalhado da atual utilização dos recursos naturais na Resex e a relação das comunidades com tais recursos, visto que há grande variedade de produtos utilizados para a manutenção do modo de vida, seja na alimentação (frutas, caça, raízes, peixes etc.), na construção de casas e utensílios domésticos, ou para outras funções. A partir desse estudo, deve-se buscar identificar potenciais compradores para os produtos já utilizados dentro da Resex, incrementando as fontes de renda dos moradores;

• A partir desse estudo, deve-se buscar identificar potenciais compradores para os produtos já utilizados dentro da Resex, incrementando as fontes de renda dos moradores.

• Atualização e detalhamento do cadastro de moradores e usuários da Resex.

• Realização de levantamentos de acordo com demandas de mercado identificadas associadas à vontade da comunidade em comercializar tais produtos.

• Realização de estudos para subsidiar a melhoria da relação da Resex com a sede do município de Juruá, identificando vocação do município, considerando a limitação de área de expansão urbana da cidade de Juruá, definida pelos limites da Resex.

• Estudo das manifestações culturais da Resex e as formas de transmissão dos saberes populares sobre festejos, construção de casas, manejo de caça, pesca, quelônios, extrativismo de cipós, cascas, raízes etc.

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• Estudo de um modelo de educação mais adequado para a Resex, incluindo propostas para o desenvolvimento de materiais didáticos específicos.

• Estudo de fontes de energia mais adequadas às condições da Resex.

• Estudo de formas adequadas de saneamento para a Resex.

• Estudo dos impactos causados pela implantação do programa “Luz para Todos” e formas de reparar os danos.

• Monitoramento do uso do solo na Resex e entorno para subsidiar ações de proteção.

• Identificação de espécies chave e ameaçadas localmente, e suas associações com os habitats da região, importantes para subsidiar medidas de proteção e manejo.

• Levantamento do potencial para o manejo comercial de jacarés.

• Monitoramento e avaliação da pesca manejada.

• Estudo do potencial de manejo comercial de peixes ornamentais.

• De forma geral, recomendam-se estudos mais detalhados – em diferentes estações do ano – sobre a fauna da Resex, em especial na região do Rio Copacá, onde há menor ação antrópica, e onde foi encontrada uma riqueza significativa de espécies, várias das quais ainda não registradas em outras áreas da reserva.

• Avaliação das ações de manejo de proteção de quelônios. Propor mudanças na Instrução Normativa 102 para permitir a venda de filhotes dos tabuleiros protegidos para criadores comerciais.

• Avaliação do cumprimento do Planos de Utilização.

6.4. Priorização final das Ações dos programas

Segue abaixo priorização final das ações realizadas pelos representantes das comunidades na oficina de Plano de utilização em Juruá, considerando as ações mais votadas dentre todos os subprogramas. AÇÕES QUANTIDADE Construir novas casas 4 Reformar as casas 4

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Ibama em Juruá para apoiar a vigilância 4 Comunicação entre os agentes (rádio) 3 Capacitação para receber turista 3 Comunicação fixa na base 3 Energia solar 3 Casa de farinha com equipamentos adequados 3 Casa de vigilância na boca do branco 3 Voadeira e motor 15 HP para uso dos agentes 2 Telefone e internet nas comunidades 2 Pressionar o programa luz para todos 2 Farol com bateria para flutuante e canoas 2 Fiscalização dos materiais repassados pelo Incra 2 Realização de manejo de Jacaré 2 Construir o centro comunitário 2 Ampliar fornecimento de água tratada 1 Criar o jornal da Resex 1 Transporte para os agentes de saúde 1 Usina de beneficiamento de óleos 1 Expandir e dar continuidade ao manejo do pirarucu 1 Criação de animais domésticos 1 Construção de fossas 1 Combustível para os vigilantes 1 Apoiar formação de comunitários para estudar fora 1 Curso contagem pirarucu e monitoramento de outros peixes 1 Curso e material para marcação de quelônios 1 Melhorar estrada do Japó 1 Autorização para o transporte de madeira 1 Aproveitamento de madeira caída e derrubada na mata 1 Fiscalização no lago comprido e Vai Quem Quer 1 Ampliar ensino até 9ª série e 2° grau 1

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após seis anos de elaboração de projetos, coletas de dados primários, mudanças institucionais, alterações de legislação e muito trabalho, a primeira proposta do Plano de Manejo da Resex do Baixo Juruá está pronta. Esse documento não pretende ser um documento estático e sim uma base de informações minimamente organizada para ser manuseado, avaliado, complementado e testado pelos moradores da Resex, gestores e instituições parceiras ao longo dos próximos anos, de forma a servir de base para um próximo plano de manejo mais maduro e aperfeiçoado. Nessas páginas estão presentes algumas informações, extrato de inúmeras oficinas, reuniões, entrevistas e relatórios com dados coletados na Resex por dezenas de pesquisadores e colaboradores. Para a elaboração do documento, o órgão gestor passou do conhecimento quase zero acerca da região para um grande montante de informações multidisciplinares sobre a área da Resex e a população residente. Desta forma, muitas informações ainda precisam ser processadas, avaliadas, complementadas e incorporadas à gestão da UC, o que deverá ser feito ao longo dos próximos anos, através e concomitantemente à implementação deste plano de manejo. Se muitos obstáculos foram vencidos para a elaboração do plano, certamente o maior desafio ainda está por vir: a implementação do plano de manejo! Diante dos conflitos que existem na região; da precariedade de infra-estrutura regional; do isolamento da área; da pressão sobre o uso dos recursos naturais e da instabilidade orçamentária; o trabalho que se aproxima é ao mesmo tempo desanimador e provocador. Numa época em que a Amazônia recebe holofotes de todo o mundo e que a sobrevivência do ser humano na Terra em longo prazo começa a ser questionada, a incumbência de testar, apoiar e monitorar um modelo de “desenvolvimento sustentável” é realmente um grande desafio. Nesse sentido, o primeiro passo a ser dado é incorporar a cultura da capacitação e do planejamento tanto no órgão gestor, quanto na associação que representa as comunidades, de forma a priorizar a execução de ações indicadas no plano. Este primeiro plano de manejo é mais um diagnóstico da situação e indicação de possibilidades, do que um planejamento de gestão fechado. Assim, o planejamento mais detalhado deve ser realizado anualmente, considerando o cenário operante, de forma a ser testado e aperfeiçoado para o ano seguinte.

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Sugestões de mudança e complementações serão muito bem vindas para a melhoria contínua desse material, de forma a servir como um guia cada vez mais preciso para a gestão da Resex do Baixo Juruá. A todos que contribuíram de alguma maneira com produção desse documento, a Resex do Baixo Juruá agradece.

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9. ANEXOS

9.1. Anexo A – Decreto de criação da Reserva Extrativista do Baixo Juruá.

DECRETO DE 1º DE AGOSTO DE 2001.

Cria a Reserva Extrativista do Baixo Juruá, nos Municípios de Juruá e Uariní. Estado do Amazonas, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 18, da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e no Decreto nº 98.897, de 30 de janeiro do 1990,

D E C R E T A :

Art. 1º Fica criada a Reserva Extrativista do Baixo Juruá, nos Municípios de Juruá e Uariní, no Estado do Amazonas, com os objetivos de assegurar o uso sustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis, protegendo os meios de vida e a cultura da população extrativista local.

Art. 2º A Reserva Extrativista do Baixo Juruá abrange uma área aproximada de cento e oitenta e sete mil, novecentos e oitenta e dois hectares e trinta e um centiares, com sua delimitação baseada na Folha MIR-111, publicada pelo Projeto RADAMBRASIL e MIR- 112, pela Diretoria de Serviço Geográfico do Exército-DSG, com o seguinte memorial descritivo: inicia-se no Ponto 01, situado na margem direita do rio Juruá, de coordenadas geográficas aproximadas de 65º 58" 10" WGR e 03º 12" 04" S; segue, por uma reta de azimute de 56º 58" 21" e uma distância de 4.215,90 metros até o Ponto 02, de coordenadas geográficas aproximadas de 65º 56" 18" WGR e 03º 10" 46" S, situado na margem esquerda de um igarapé sem denominação; daí, segue pela margem esquerda deste igarapé, no sentido montante, até o Ponto 03, de coordenadas geográficas aproximadas de 65º 51" 35" WGR e 03º 15" 52" S; daí, segue por uma reta de azimute de 131º 19" 30" e uma distância de 3.883,01 metros, até o Ponto 04, localizado na cabeceira de um igarapé sem denominação; daí, segue pela margem direita do referido igarapé, no sentido jusante, até o Ponto 05, de coordenadas geográficas aproximadas de 65º 48" 39" WGR e 03º 18" 36" S, localizado na confluência com outro igarapé sem denominação, afluente da margem esquerda do rio Uariní; daí, segue pela margem direita do referido igarapé, no sentido jusante, até o Ponto 06, de coordenadas geográficas aproximadas de 65º 45" 48" WGR e 03º 18" 32" S, localizado na confluência deste igarapé com o rio Uariní, também denominado regionalmente de rio Copacá; daí, segue pela margem esquerda do rio Uariní, no sentido montante, até o Ponto 07, de coordenadas geográficas aproximadas de 65º 56" 07" WGR e 03º 54" 02" S, localizado na confluência de um igarapé tributário sem denominação; daí, segue pela margem esquerda deste igarapé, no sentido montante, até o Ponto 08, de coordenadas geográficas aproximadas de 65º 58" 36" WGR e 03º 54" 21" S, localizado na cabeceira deste, junto a linha divisória dos municípios de Juruá e Uariní; daí, segue por uma reta de azimute de 219º 37" 10" e distância de 4.276,79 metros até o Ponto 09, de coordenadas geográficas aproximadas de 66º 00" 01" WGR e 03º 56" 10" S, localizado em um igarapé tributário do rio Andirá; daí,, segue pela margem direita deste igarapé, no sentido jusante, até o Ponto 10, de coordenadas geográficas aproximadas de 66º

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01" 37" WGR e 03º 57" 39" S, localizado na confluência com outro igarapé sem denominação, tributário da margem direita do rio Andirá; deste ponto, segue pela margem direita deste igarapé, no sentido jusante, até o Ponto 11, de coordenadas geográficas aproximadas de 66º 05" 23" WGR e 03º 54" 43" S, localizado na sua confluência com o rio Andirá; daí, segue pela margem direita do rio Andirá, no sentido jusante, até o Ponto 12, de coordenadas geográficas aproximadas de 66º 06" 15" WGR e 03º 44" 26" S, localizado na confluência do rio Andirá com um igarapé sem denominação; daí, segue pela margem esquerda deste igarapé, no sentido montante, até o Ponto 13, de coordenadas geográficas aproximadas de 66º 08" 59" WGR e 03º 44" 02" S; daí, segue por uma reta de azimute de 350º 24" 51" e distância de 5.829,81 metros, até o Ponto 14, de coordenadas geográficas aproximadas de 66º 09" 37" WGR e 03º 40" 56" S, localizado na margem direita do rio Juruá; daí, segue pela margem direita do rio Juruá, no sentido jusante, até o Ponto 15, de coordenadas geográficas aproximadas do 66º 04" 44" WGR e 03º 32" 34" S, localizado na sua margem direita; daí, segue por uma reta do azimute de 58º 09" 55" e distância de 9.885,56 metros, até o Ponto 16, de coordenas geográficas aproximadas de 66º 00" 15" WGR e 03º 29" 40" S; daí, segue por uma reta de azimute de 354º 57" 25" e distância de 4.042,75 metros, até o Ponto 17, de coordenadas geográficas aproximadas do 66º 00" 27" WGR e 03º 27" 29" S, localizado nas cabeceiras de um igarapé sem denominação, afluente do rio Juruá; deste ponto, segue pela margem direita deste igarapé, no sentido jusante, até sua confluência com o rio Juruá, onde está localizado o Ponto 18, de coordenadas geográficas aproximadas de 66º 01" 35" WGR e 03º 28" 22" S; daí, segue pela margem direita do rio Juruá, no sentido jusante, até o Ponto 01, ponto inicial desta descritiva, perfazendo um perímetro aproximado de duzentos e setenta e nove mil, seiscentos e trinta e um metros e vinte e oito centímetros.

Art. 3º Caberá ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama administrar a Reserva Extrativista do Baixo Juruá, adotando as medidas necessárias a sua efetiva implantação e controle, nos termos do art. 4º do Decreto nº 98.897, de 30 de janeiro de 1990.

Art. 4º Ficam declarados de interesse social, para fins de desapropriação pelo Ibama, os imóveis constituídos de terras e benfeitorias existentes nos limites descritos no art. 2º deste Decreto, nos termos do art. 2º, inciso VlI, da Lei nº 4.132, de 10 de setembro de 1962.

Art. 5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 1º de agosto de 2001; 180º da Independência e 113º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

José Sarney Filho

Disponível em: http://www.ibama.gov.br/siucweb/mostraDocLegal.php?seq_uc=1032&seq_tp_documento =3&seq_finaliddoc=7 Acessado em 21 de novembro de 2008.

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 213

9.2. Anexo B – Lista de beneficiários da Resex do Baixo Juruá

Lista de beneficiários da Resex do Baixo Juruá (moradores e usuários). Fonte: modificado de Cruz, 2006, por Marcelo Salazar em 2009.

Local. Moradores e Usuários da RESEX Usuário Morador Ano Nasc. Idade Ecilia da Costa de Lima 1 1944 65 Branda Ferreira da Silva 1 1939 70 Viriato da Silva Lima 1 1928 81 Vanderlei Ferreira da Silva 1 1974 35 Maria Vanderléia 1 1975 34 Valdo Silva do Nascimento 1 1976 33 Maria Neide da Costa Lopes 1 1964 45 Antônio Marcos Lopes Ferreira 1 1986 23 Antônio Isac Lopes Ferreira 1 1988 21 Keilane Lopes Ferreira 1 1990 19 Maria Francisca Severo da Luz 1 1970 39 Antônio Raimundo Luz 1 1968 41 Sebastião Severo da Silva 1 1992 17 Jozias da Silva da Luz 1 1997 12 Joziane da Silva Luz 1 1999 10 Rosiane da Silva Luz 1 2001 8 Joziele da Silva Luz 1 2003 6 Botafog Jozivam da Silva Luz 1 2004 5 o Basílio Ferreira Lima 1 1967 42 Ivaneide N. Souza 1 1966 43 Didino Souza Lima 1 1994 15 Antônia Dinis Souza Lima 1 1996 13 Francisca Souza Lima 1 1997 12 Taylane Souza Lima 1 1999 10 Taylon Souza Lima 1 2001 8 José Nilton de A. Lima 1 1972 37 Gracilene B. Oliveira 1 1986 23 Arlene de Oliveira Lima 1 2000 9 Sueli de Oliveira Lima 1 2002 7 Míriam de Olveira Lima 1 2003 6 Elias de Oliveira Lima 1 2005 4 Chirleide da Costa Lopes 1 1972 37 Raimundo Ferreira Lima 1 43 Raicleiton Costa Ferreira 1 1987 22 João Batista Costa Ferreira 1 1988 21

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Raniere Costa Ferreira 1 19 Chirleane Costa Ferreira 1 1992 17 Charlies Costa Ferreira 1 1995 14 José Vinha Bezerra do Nascimento 1 1949 60 Mônica Bezerra do Nascimento 1 1941 68 Manoel do Nascimento Trajano 1 1964 45 Tesalonica B. Trajano 1 1979 30 Davi de O. Trajano 1 1995 14 Isaque de O. Trajano 1 1997 12 Daniel de O. Trajano 1 1999 10 Ester de O. Trajano 1 2001 8 Melicia de O. Trajano 1 2003 6 Isabel de O. Trajano 1 2005 4 Herculano da Silva Ferreira 1 1955 54 João da Silva Ferreira 1 1961 48 Maria Cleide Lopes Ferreira 1 1968 41 Afonso da Silva Ferreira 1 1983 26 Marcelo Costa Ferreira 1 1987 22 Dioni Lopes Ferreira 1 1990 19 Raniere Costa Ferreira 1 1990 19 Deslaine Lopes Ferreira 1 1983 26 Francinete Lima dos Santos 1 1981 28 Guilherme Lohan dos Santos 1 2002 7 João Pimentel de Souza 1 1976 33 Sebastiana Silva de Souza 1 1976 33 José Francisco 1 1995 14 Antônio Ediram 1 2000 9 Antônio Ederson 1 2002 7 Antonio Alves de Souza Neto 1 1968 41 Erlânio Lopes Ferreira 1 1982 27 Keila Oliveira dos Santos 1 1976 33 Henrique Oliveira Ferreira 1 3 Kiuane Oliveira Ferreira 1 2 Antônio Farias de Oliveira 1 1960 49 Cleide Guedes de Souza 1 1963 46 Antônio José G. Farias 1 1985 24 Ana Maria G. Farias 1 1985 24 Salomão S. de Oliveira 1 1989 20 Antonin Telcinei Souza de Oliveira 1 1993 16 a Francisco S. de Oliveira 1 1995 14 Diana S. de Oliveira 1 1999 10 Antônio Raimundo S. de Oliveira 1 2001 8 Antônio Carlos S. de Oliveira 1 1990 19 João Batista Gomes 1 1974 35

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Eliete Guedes Santos 1 1979 30 Jakeline Guedes Ferreira 1 1998 11 Jakson Guedes Ferreira 1 2000 9 Caroline Guedes Ferreira 1 2002 7 José de Oliveira Farias 1 1968 41 Cleuci Guedes Farias 1 1966 43 Camila Guedes Farias 1 1996 13 Francisco Guedes Farias 1 1998 11 Gustavo Guedes Farias 1 2000 9 Maria de Fátima Farias de Oliveira 1 1964 45 Fabio Farias de Oliveira 1 1991 18 Benedito oliveira Farias 1 2006 3 Eunice Guedes dos Santos 1 1964 45 João Silva do Nascimento 1 1970 39 Klinger S. do Nascimento 1 1996 13 Antônio Márcio S. do Nascimento 1 1993 16 Francisco Gomes do Nascimento 1 53 Ruan S. do Nacimento 1 2001 8 Débora S. do Nascimento 1 1998 11 Maria Alcirleis Barreto de Souza 1 1973 36 Edilson Guedes de Souza 1 1968 41 Adilson Barreto de Souza 1 1994 15 Aildison Barreto de Souza 1 1995 14 Andriele Barreto de Souza 1 1997 12 Antônia Guedes de Souza 1 1930 79 Nestor Maciel dos Santos 1 1944 65 Eudocia Guedes Santos 1 61 Claudejone G. Santos 1 1985 24 Antônio G. Santos 1 1987 22 Maria José G. Santos 1 18 Claudemir G. Santos 1 1992 17 José Domingos G. Santos 1 1994 15 Maria da Conceição N. Vieira 1 1975 34 Cosme Guedes de Souza 1 1973 36 Antônio Carlos do N. Vieira 1 1976 33 Antônia Raimunda Vieira de Souza 1 1997 12 Adriani vieira de Souza 1 2000 9 Aline Vieira de Souza 1 2005 4 Deucimar Guedes dos Santos 1 1970 39 Solange do Nacimento dos Santos 1 1978 31 José Marcos do N. dos Santos 1 1994 15 Elizangela do N. dos Santos 1 1995 14 Ana Claudia do N. dos Santos 1 1996 13 Rosangela do N. dos Santos 1 1999 10

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Ana Carla do Nascimeto dos Santos 1 2002 7 Deucimar Guedes dos Santos 1 1969 40 Antônia de Oliveira Faria 1 1968 41 Antônio Marcos Faria Santos 1 1991 18 Zamara Faria dos Santos 1 1994 15 João Paulo Faria dos Santos 1 1996 13 Mateus Farias dos Santos 1 1999 10 Maria Madalena F. dos Samtos 1 2002 7 Maria Eduarda F. dos Santos 1 2004 5 Francisco Souza Lima 1 1947 62 Cleunice Guedes Souza 1 1962 47 Maria José S. Lima 1 1991 18 Antônio Vagner S. Lima 1 1980 29 Antônio Francisco S. Lima 1 1986 23 Francisca S. Lima 1 20 Agno Souza Lima 1 1997 12 Antônio Nascimento Souza 1 1982 27 Orleni Florinda Ferreira 1 1984 25 Carlos Eduardo F. de Souza 1 2004 5 Daivid Florindo de Souza 1 2002 7 Alerandro F Souza 1 2006 3 José Nascimento de Souza 1 33 Renato Nascimento de Souza 1 20 Juciclei Gomes Ferreira 1 1977 32 Germina G. dos Santos 1 1974 35 Esmael G. Ferreira 1 1995 14 Jamilly G. dos Ferreira 1 1997 12 Samila G. dos Ferreira 1 1999 10 Gilclei G. Ferreira 1 2001 8 Luzia da Conceição Nascimento 1 1960 49 Jackson Lima do Nascimento 1 1978 31 Risonei N. de Souza 1 1991 18 Luziane da C. Nascimento 1 2003 6 José Raimundo Alves de Almeida 1 32 Pedro Oliveira Farias 1 1973 36 Erícia Souza Lima 1 1983 26 Ingride Lima Farias 1 2003 6 Antônio Inácio Lima Farias 1 2006 3 Antônio Guedes Farias 1 1986 23 Ivaneide Guedes 1 1988 21 Vitoria Guedes Faria 1 2005 4 Kemilie Guedes Faria 1 2007 2 Raimundo Nonato Farias Filho 1 1966 43 Estevam Alves Parente 1 1975 34

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Maria Antônia Oliveira Farias 1 1979 30 Magna Farias Parente 1 1998 11 Igson Farias Parente 1 1999 10 Riquelmison Farias Parente 1 2001 8 Veronica Farias Parente 1 2003 6 Dioclécio Antônio do Nascimento 1 1953 56 Maria da Gória Lopes 1 1962 47 Antônio Alex Lopes Teixeira 1 1980 29 Francisco Lopes Teixeira 1 1984 25 Maria Luzia Lopes Teixeira 1 1988 21 Renato Lopes Teixeira 1 1990 19 Gloriele Lopes Teixeira 1 1994 15 Júlio Lopes Teixeira 1 1995 14 Túlio Lopes Teixeira 1 1996 13 Vai Lazaro Farias da Silva 1 1950 59 quem Maria Francisca da Silva Benacom 1 1979 30 Quer Bismarck Batalha Benacon 1 1975 34 Vera Lúcia da Conceição 1 1974 35 Jorge Lorentino do Nascimento 1 1984 25 Ednes Rodrigues da Silva 1 1982 27 Lucines Rodriges da Silva 1 1986 23 Ricardo 1 35 Rosa 1 50 Elivana Costa Ribeiro 1 17 Moisés Silva de Lima 1 1944 50 Francisca das Chagas Anorato Medeiros 1 1958 51 Benedito Guedes Farias 1 1951 58 Francisco Gelcimar G. de Oliveira 1 1982 27 Maria de Fátima M. Farias 1 1989 20 Morada Joaquim 1 1976 33 Nova Maria Lídia Medeiros Maciel 1 1976 33 Rafaela 1 1995 14 Raimunda 1 2000 9 Luana 1 2002 7 João 1 2004 5 Raimunda Saldanha de Lima 1 1941 68 Solange Saldanha de Lima 1 1977 32 Davi Saldanha de Lima 1 1991 18 Diogo Saldanha de Lima 1 1996 13 Socó Vanessa Saldanha de Lima 1 2001 8 Mara de Lima Sales 1 2005 4 Dayana Saldanha de Lima 1 1990 19 Walnez Bezerra da Silva 1 1990 19 Mires Saldanha de Lima 1 1980 29

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Rontenele Bezerra Pereira 1 1979 30 Raiones de Lima Pereira 1 1999 10 Rogério de Lima Pereira 1 2000 9 Maria de Fátima de L. Pereira 1 2003 6 Gustavo de Lima Pereira 1 2005 4 Maria Tereza de Lima Araújo 1 1986 23 Juanei Saldanha de Lima 1 1976 33 Isabele Araújo Lima 1 2006 3 Ivone Saldanha de Lima 1 1974 35 Mari de Lima Sales 1 2005 4 Ingrid Lima dos Santos 1 2002 7 Maria da Conceição Bezerra da Silva 1 1956 53 Tereza de Jessus Bezerra da Silva 1 1995 14 Antônia Bezerra da Silva 1 2000 9 Laiza Santiago da Silva 1 2004 5 Isabela Araújo Lima 1 2007 2 Estela Araújo Lima 1 2008 1 Lucinete Santos de Lima 1 1979 30 Gelson Santos de Lima 1 1997 12 Deusdente Santos de Lima 1 1998 11 Bruno Santos de Lima 1 2001 8 Paulo Henrique Santos de Lima 1 2006 3 Maria Antônia de S. Nascimento 1 1981 28 Raimundo da Silva Nascimento 1 1980 29 Francisco de Souza Nascimento 1 2000 9 Geneson de Souza Nascimento 1 2001 8 Emerson da Silva Nascimento 1 2004 5 Artemizia Ferreira Lopes 1 1992 17 Roberto Rocha Rodrigues 1 1981 28 Forte Noemia dos Santos de Oliveira 1 1968 41 das Antônio Ferrera de Souza 1 1968 41 Graças 1 Adonisom O . de Souza 1 1991 18 Andréia O . de Souza 1 1994 15 Francisca O . de Souza 1 1996 13 Martha O . de Souza 1 2001 8 Mateus O . de Souza 1 2002 7 Raimundo Nonato de Souza 1 1970 39 Roinela Ferreira de Souza 1 1971 38 Ruth Ferreira Souza 1 1993 16 Valcremir Ferreira Souza 1 1992 17 Everton Ferreira Souza 1 1994 15 Maria R. Ferreira Souza 1 1997 12 Francisco L. Ferreira de Souza 1 1998 11 Raimunda N. Ferreira Souza 1 2000 9

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Francisco C. Ferreira Souza 1 2003 6 José Nazaré Ferreira Souza 1 2006 3 Maria Lucilene S. Fonseca 1 1979 30 Deusdete Ferreira Souza 1 1979 30 Dhiemerson Fonseca Souza 1 1998 11 Elizeu Fonseca Souza 1 2000 9 Denis Fonseca Souza 1 2002 7 Luciana Fonseca Souza 1 2005 4 Evandro Bravino da Silva 1 1968 41 Maria Lucilete F. da silva 1 1974 35 Jasia Luzia da Silva 1 1971 38 Raimundo de Souza Fonseca 1 1956 53 Evanilsa F. da Silva 1 1993 16 Vanise F. da Silva 1 1998 11 Evania F. da Silva 1 2001 8 Aesson Fonseca Ferreira 1 1985 24 Nonata da Silva Ferreira 1 1985 24 Marineuza F. Nascimento 1 2003 6 Raimunda N. F. Nascimento 1 2005 4 Bernadeth Ribeiro Marfuba 1 1972 37 Renilson Lopes Cordeiro 1 1974 35 Anailsa Marfuba Cordeiro 1 1994 15 Andreia Marfuba Cordeiro 1 1995 14 Nanhana Marfuba Cordeiro 1 1999 10 Raimundo Nonato de S. Ferreira 1 1958 51 Maria Luzia Lopes Fonseca 1 1959 50 Antônia C. F. Ferreira 1 1997 12 Gelcione Fonseca Ferreira 1 1991 18 Antônia das Chagas F. Ferreira 1 1994 15 Antônio J. F. Ferreira 1 1988 21 Antônio F. F. Ferreira 1 1982 27 Raimundo N. S. Ferreira Filho 1 1999 10 Francisco Miranda do Nascimento 1 1957 52 Lindalva Alves da Silva 1 1955 54 Francisco da Silva Nascimento 1 1995 14 Artemiza N. Martins 1 2001 8 Davi Ferreira Martins 1 1982 27 Edenise da S. Nascimento 1 2000 9 Estefane N. Martins 1 2002 7 Davila N. Martins 1 2005 4 Willian N. Martins 1 2007 2 Dario Alves da Silva 1 70 Regina Miranda Santos 1 61 Jonilson M. da Silva 1 1989 20

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Anésio Ferreira da Silva 1 1969 40 Suzete Alves da Silva 1 1974 35 Suziane Alves da Silva 1 1993 16 Suzilane Alves da Silva 1 1994 15 Michele Alves da Silva 1 1997 12 Miichelane Alves da Silva 1 1998 11 Juliana Alves da Silva 1 1999 10 Rejane da Silva Codeiro 1 1976 33 Luiz Carlos Lopes Cordeiro 1 1971 38 Elizandra da Silva Cordeiro 1 1993 16 Marcos da Silva Cordeiro 1 1998 11 Érica da Silva Cordeiro 1 2000 9 Camila da Silva Cordeiro 1 2003 6 Ilson Lopes Ferreira 1 1968 41 Maria Arlene Ferreira de Souza 1 1978 31 Arilson Lopes Cordeiro 1 1996 13 Arleilson Lopes Cordeiro 1 2001 8 Arleane Lopes Cordeiro 1 2002 7 Honorinda Loreto do Nascimento 1 1945 64 Hilton Alves Cordeiro 1 1948 61 Otávio Souza Coreiro 1 2001 8 Manoel Alves Cordeiro 1 1937 72 José Alves de Lima 1 1949 60 Naíde Lopes de Lima 1 1956 53 Albertina Alves Cordeiro 1 1914 95 Carlos Alberto Alves Cordeiro 1 1942 67 Jucimar Rocha da Silva 1 1971 38 Raimundo F. Souza 1 1961 48 Antônio LL Filho 1 1987 22 Ronilsom F. da Silva 1 1989 20 Randeli F. da Silva 1 2001 8 Juciele F. da Silva 1 1996 13 Rakel F. da Silva 1 1999 10 Jucielezison F. da Silva 1 1998 11 Antônio M. Nascimento 1 1961 48 Elizete R. da Silva 1 1966 43 Aldefram R. do Nascimento 1 1987 22 Lazaro Rocha do Nacimento 1 1989 20 Aldevam R. do Nascimento 1 1991 18 Edivam R. do Nascimento 1 1992 17 Elizélia S. do Nascimento 1 1994 15 Ezivam S. do Nascimento 1 1996 13 Alzetam S. do Nascimento 1 1999 10 Elivam S. do Nascimento 1 2001 8

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Elinélia K da Silva 1 2005 4 Rocha da Silva 1 1997 12 Antonia Izete K. da Silva Rodrigues 1 1963 46 João Ferreira Rodrigues 1 1956 53 Jondisom R. Rodrigues 1 1987 22 Oziel R. Rodrigues 1 1982 27 Aldevanio R. Rodrigues 1 1988 21 Jakison R. Rodrigues 1 1990 19 Lairton R. Rodrigues 1 2000 9 Madilonison R. Rodrigues 1 1996 13 Donizete R. Rodrigues 1 1995 14 Odai R. Rodrigues 1 1992 17 Verissimo M. da Silva 1 1929 80 Edna Rocha da Silva 1 1936 73 Erasmo R. Rodrigues 1 1954 55 Raimunda F. Rocha 1 1965 44 Romel Rocha Rodrigues 1 2002 7 Sebastião R. Lima 1 1975 34 Maria Izenete Cordeiro de Lima 1 1967 42 Netiane C. de Lima 1 1995 14 Lionete C. de Lima 1 1998 11 Diego F. Souza 1 2007 2 Evanildo B da Silva 1 2007 2 Roelson N. Ferreira 1 2007 2 Manoel de N. Ferreira Souza 1 1984 25 Gerlane B. do Nascimento 1 20 Cibele Souza do Nascimento 1 2005 4 Carem Souza do Nascimento 1 2007 2 Kaila Souza do Nascimento 1 2008 1 Valdira F. Souza 1 1950 59 Raimundo F. Souza 1 1942 67 Jonas F. Souza 1 1988 21 Pedro F. Souza 1 1987 22 Samuel Ferreira de Souza 1 1990 19 Izamara F. Souza 1 1995 14 Franscisco F. Araújo 1 1974 35 Maria Arlete Lopes Ferreira 1 1978 31 Deusdete Santos de Lima Filho 1 1998 11 Jhenifer Souza de Nascimento 1 2006 3 Raimundo Ricardo de Souza 1 1944 65 Valdira Ferreira de Souza 1 1956 53 Pedrinho Ferreira de Souza 1 1988 21 Samuel Ferreira de Souza 1 1990 19 Zamar Ferreira de Souza 1 1995 14

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 222

Francisca Lopes da Costa 1 1966 43 Francisco Ferreira de Araujo 1 1974 35 Maria Lopes Ferreira 1 1979 30 Elifran Ferreira de Araujo 1 1993 16 Eliana Ferreira de Araujo 1 1996 13 Eliziane Ferreira de Araujo 1 1999 10 Elison Ferreira de Araujo 1 2003 6 Eliel Ferreira de Araujo 1 2006 3 Maria Senhorinha Alves Pereira 1 84 Ilda Barbosa Pereira Canavarro 1 1975 34 Elton Carvalho Canavarro 1 1976 33 Everton Felipe P. Canavarro 1 1997 12 Rosenda Fernanda P. Canavarro 1 1999 10 Erenildo Alves de Barros 1 1976 33 Loiuza Mafumbá Barros 1 1979 30 Erisson Mafumbá Barros 1 1998 11 Emerson M. Barros 1 2000 9 Everton M. Barros 1 2002 7 Laiana M. Barros 1 2004 5 Cleumildo Alves de Barros 1 1981 28 Sueli Serrão da Silva 1 1986 23 Eline da Silva Barros 1 2003 6 Caio da Silva Barros 1 2005 4 Maria do Rosário F. Lima 1 1958 51 Elcias Nunes de Barros 1 1955 54 Forte Evely da Silva Barros 1 2006 3 das Sidi Rodrigo de Barros 1 1986 23 Graças 2 Carl os Gustavo R. Barros 1 1987 22 Euderiza Fernandes Lima 1 1998 11 Edney Rodrigo Barros 1 1994 15 Elciney Rodrigo de Barros 1 1979 30 Maria José de Araújo Colina 1 1988 21 Andreza Cavalcante Soares 1 1999 10 Ana Vitória Araújo Barros 1 2005 4 Raimundo Nonato Araújo Colina 1 1995 14 Elson Rodrigo de Barros 1 1977 32 Cátia Cavalcante Soares 1 1985 24 Maria de Fátima C. Soares 1 2001 8 Paulo Vítor C. Soares 1 2004 5 Luiza Alves Cordeiro 1 1979 30 Francisco Fernandes R. de Barros 1 1975 34 Adriana Alves de Barros 1 1999 10 Adriano Alves de Barros 1 2001 8 Adriel Alves de Barros 1 2004 5

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 223

Isais Nunes de Barros 1 1953 56 Ednelza Sauvino de Barros 1 1961 48 Ednalda Sauvino de Barros 1 1983 26 Marinalva Sauvino de Barros 1 1985 24 Egnaldo Sauvino de Barros 1 1986 23 Isais Nunes de Barros Filho 1 1990 19 Silas Sauvino de Barros 1 1993 16 Azarias Sauvino de Barros 1 1995 14 Izael Sauvino de Barros 1 1999 10 Jheck Jhan S. Barros 1 2003 6 Raimundo Nunes de Barros 1 1948 61 Rita Elena M. Barros 1 1952 57 Elciane Rodrigues 1 1982 27 Luciano Barros de Sena 1 2002 7 Lucas Barros de Sena 1 2003 6 Ednaldo Salvino de Barros 1 1983 26 Claudiana Cordeiro de Barros 1 1987 22 Osana Nunes de Souza 1 1983 26 Elieldo Ferreira de Souza 1 1983 26 Gabi Nunes de souza 1 2005 4 Elezume M. de Barros 1 1976 33 Elildo Alves de Barros 1 1974 35 Railson M. de Barros 1 1995 14 Jailson M. de Barros 1 1996 13 Raelton M. de Barros 1 1998 11 José Maria Figueira Lopes 1 1979 30 Risenilda de Barros Lopes 1 1978 31 Jair de Barros Lopes 1 1997 12 Jaine de Barros Lopes 1 1999 10 Rosi de Barros Lopes 1 2005 4 Rosana das Chagas Mafumbá 1 1989 20 Cleidemilton Ferreira Moreira 1 1977 32 Ildelia Alves Barros 1 1977 32 Raíssa de Barros Moreira 1 1999 10 Raila Barros Moreira 1 2002 7 Mikael Barros Moreira 1 2005 4 Solange Maria Alves de Barros 1 1973 36 Cleomar Ferreira Martins 1 1974 35 Sara Barros Martins 1 1993 16 Saliva Barros Martins 1 1994 15 Priscila Barros Martins 1 1996 13 Eliazé Barros Martins 1 1997 12 Elqueline Barros Martins 1 2000 9 Jaqueline Barros Martins 1 2002 7

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 224

Leandro Barros Martins 1 2005 4 Hilda Alves de Barros 1 1947 62 Elia Nunes de Barros 1 1950 59 Verônica Alves de Barros 1 1985 24 VeraLúcia Alves de Barros 1 1985 24 Eliseu Alves de Barros 1 1995 14 Risonildo Alves de Barros 1 1978 31 Adriele 1 1991 18 Viviane Barros de Souza 1 2004 5 Raimundo Lopes Mafumbá 1 1986 23 Neuza Ferreira de Souza 1 1944 65 Leonso F. Martins 1 1941 68 Fábio F. Martins 1 1984 25 Leonice F. Martins 1 1987 22 Isaque F. Martins 1 1990 19 Francisco F. Martins 1 1971 38 Ruth F. Martins 1 1993 16 Francisca de Freitas Lopes 1 1966 43 Carlos Alberto R. Mafunbá 1 1965 44 Raimundo Lopes Mafumbá 1 1986 23 José Lopes Mafumbá 1 1988 21 Roquelane Lopes Mafumbá 1 1990 19 Dione Lopes Mafumbá 1 1996 13 Nazilda Lopes Mafumbá 1 1992 17 Nailda Lopes Mafumbá 1 1997 12 Cleumilde Lopes Mafumbá 1 1999 10 Luana Lopes Mafumbá 1 2001 8 Edite Nunes Barros 1 1959 50 Suzana Barros de Souza 1 1993 16 Rosana Nunes Barros 1 1989 20 Rosiane Barros de Souza 1 1990 19 Edilson Nunes de Souza 1 1981 28 José Nunes de Souza 1 1984 25 Tharles Nunes de Souza 1 1986 23 Sebartiana Ferreira de Souza 1 1984 25 Aldemir Ferreira Martim 1 1982 27 Daniele Souza Martim 1 2001 8 Rafael Souza Martim 1 2002 7 Rafaela Souza Martim 1 2003 6 Gabriela Souza Martim 1 2005 4 Souza Martim 1 2007 2 São Tania Morais da Silva 1 1968 41 Francis Raimundo Mesquita Lisboa 1 1966 43 co Aldeiza Grupo. Feitosa 1 30

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 225

Sandra Mesquita Lisboa 1 1992 17 Eva Mesquita Lisboa 1 1995 14 Adão Maesquita Lisboa 1 1996 13 Sandriele M. Lisboa 1 1992 17 Gabriel M. Lisboa 1 2002 7 Carlos Jr. M. Lisboa 1 2003 6 Gabriela M. Lisboa 1 1999 10 Heco Feitosa da Costa 1 2001 8 Laiza Feitosa da Costa 1 2004 5 Grazieli Feitosa da Costa 1 2006 3 Francisca Andrade 1 1987 22 José Nilton Cavalcanti de M 1 1980 29 Genifram Andrade de M. 1 2005 4 Pedro Justino de Azevedo Lima 1 1977 32 Maria Conceição 1 1987 22 Joicy de Souza Lima 1 2004 5 Jhonatas de Souza Lima 1 2006 3 Antônio Santos 1 3 Laide Moreira 1 4 Francisco Ferreira de Souza 1 1945 64 Maria Lucila de Castro 1 1968 41 Perpétua Ferreira de Castro 1 30 Maria Francisca S. de Castro 1 1987 22 Antonio Ferreira de Castro 1 1989 20 Antônia Ferreira de Castro 1 1990 19 Margareth Ferreira de Castro 1 1998 11 Elias Ferreira de Castro 1 2001 8 Maria de Fátima F. de Castro 1 2004 5 Edilson de Castro Colina 1 1969 40 Maria Francisca 1 1987 22 São Janilson Souza de Araújo 1 2008 1 José do Sírio Gomes Maciel 1 60 Aument o Maria Deladia 1 57 Elias 1 16 Fábio Junho 1 24 Antônio Kulina de Souza 1 1991 18 Viviane de Araújo Kulina 1 1992 17 Antônio Costa de Araújo 1 2007 2 Luis da Costa Culina 1 1964 45 Maria Alice de Lima Passarinho 1 1965 44 Rosiane Passarinho Culina 1 2005 4 Maria Lisongela Passarinho Culina 1 2007 2 José Francisco Passarinho Culina 1 1994 15 Rakeli Passarinho Culina 1 1998 11

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 226

João Patrício 1 1976 33 Davi Moura da Silva 1 1981 28 Ivan Moura da silva 1 1987 22 Vanessa 1 1993 16 Sidicley 1 1998 11 Vanusia 1 2001 8 Zunete Situba 1 2002 7 Francisca Bizerra Rezedes 1 1987 22 Deved Bizerra da Silva 1 2003 6 Lucas Bizerra da Silva 1 2004 5 Fernanda Bizerra da Silva 1 2006 3 Oito 1957 Voltas Luzivaldo Serrão da silva 1 52 Valdineia Braga Barroso 1 1976 33 Ester Serrão da silva 1 2001 8 Arlean Serrão da silva 1 1999 10 Angela Serrão da Silva 1 1997 12 Raimundo Nonato Moura da Silva 1 1984 25 Eliana Lopes da Silva 1 2005 4 Elian Cristini 1 2006 3 João Serrão da silva 1 1946 63 Clautildi Pereira Moura 1 1951 58 Patricio Moura da Silva 1 1988 21 Zekel Moura da Silva 1 1992 17 João Amaral dos Santos (Virola) 1 1953 56 Maria Zila Serrão da Silva 1 55 Valdir Silva dos Santos 1 1981 28 Valma Silva dos Santos 1 26 Francisca Silva dos Santos 1 1990 19 Evanildo Silva dos Santos 1 1991 18 Júlio Silva dos Santos 1 1999 10 Rayfran Silva dos Santos 1 1999 10 Raussifran Silva dos Santos 1 1997 12 Francielly Silva dos Santos 1 2004 5 Lago Ely Silva dos Santos 1 1971 38 Grande Fortunato Silva dos Santos 1 1966 43 Francidalva S. Santos 1 1987 22 Fernanda dos Santos 1 2005 4 Lúcio Silva dos Santos 1 2007 2 Inéias Bento Dizidério 1 33 Raimunda Nonata O. da Silva 1 40 Nailson da S. Dizidério 1 18 Maike da S. Dizidério 1 1992 17 Djavan da S. Dizidério 1 1993 16 Josué da S. Dizidério 1 1994 15

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 227

Jaira da S. Dizidério 1 1996 13 Agripino Serrão da Silva 1 45 Antônia Gracinete F. Chagas 1 26 Mirian das Chagas Silva 1 8 Arão Chagas Silva 1 5 Moisés Chagas Silva 1 4 Edivan Serrão da Silva 1 35 Edimilson S. da Silva 1 1982 27 Regina Liana de Oliveira 1 1990 19 Rubén Oliveira da Silva 1 2005 4 Robson Oliveira da Silva 1 2007 2 Francisco Serrão da Silva 1 1977 32 Elizelda Amaral dos santos 1 1985 24 Anderson Silva dos Santos 1 6 Thaís Silva dos Santos 1 4 Antonio Francisco dos Santos Silva 1 2 Neuzinete Oliveira Serrão 1 1970 39 Francisco das Chagas Araújo 1 1961 48 Jaqueline Serrão Araújo 1 1996 13 Jakson S. Araújo 1 1997 12 Dioclécio Barbosa de Souza 1 1938 71 Maria de Nazaré C. da Silva 1 1944 65 Evilazio Silva de Souza 1 1973 36 Francisco Silva de Souza 1 1961 48 Maria Luzia Barbosa de Souza 1 1964 45 Raimundo Nonato de Araújo 1 1954 55 Joserimar Souza Araújo 1 1993 16 Marcos Souza Araújo 1 1997 12 Jairo Souza Araújo 1 2003 6

Zenilda Souza Araújo 1 2001 8 Escondi do Mário Jorge Souza de Araújo 1 1983 26 João Carlos de Araújo 1 1957 52 Izenede Serrão da Silva 1 1966 43 Antônio da Silva Araújo 1 1982 27 Lazaro da Silva de Araújo 1 1990 19 Arlete Silva de Araújo 1 1988 21 Alison Silva de Araújo 1 1995 14 Adriane Silva de Araújo 1 1996 13 Marta Silva de Araújo 1 1998 11 Eliomara da Silva de Araújo 1 2000 9 Antônia Nilda da Silva de Araújo 1 2003 6 Izabel Silva de Araújo 1 2006 3 Fátima da Silva de Araújo 1 2005 4 Érica Araújo da Silva 1 2005 4

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 228

Enderson Araújo da Silva 1 2003 4 Evanilde da Silva Araújo 1 1983 26 Letíce Gomes Feitosa 1 1984 25 Raimunda G. Freitas Almeida 1 2007 2 João Cleusenil Rodrigues de Matos 1 1964 45 Elizeti de Lima Soares 1 1980 29 Jancleson Soares de Matos 1 1995 14 Jancleane Soares de Matos 1 1997 12 Jeovane Soares de Matos 1 1999 10 Jelsiane Soares de Matos 1 2000 9 Geovana Soares de Matos 1 2001 8 Gesilda Soares de Matos 1 2004 5 Elizelma Soares de Matos 1 2005 4 Cleuter Soares de Lima 1 1976 33 Raimunda Alves dos Santos 1 1980 29 Raikson Santos de Lima 1 1998 11 Maikson Santos de Lima 1 1997 12 Riquelme Santos de Lima 1 2005 4 Vitória Raylane Santos de Lima 1 2007 2 Francirlene Lima dos Santos 1 1985 24 Atevaldo Alves Cordeiro 1 1976 33 Mariene dos Santos Cordeiro 1 2002 7 Altino dos Santos Cordeiro 1 2005 4 Mariele dos Santos Cordeiro 1 2006 3 Cumarú Alessando dos Santos Cordeiro 1 2006 3 Anivaldo dos Santos Cordeiro 1 2008 1 Raimundo Nonato Ferreira de Lima 1 1976 33 Risalva Silva dos Santos 1 1982 27 Jarderson Silva de Lima 1 1996 13 Ramilia Silva de Lima 1 2003 6 Arlemizia Silva de Lima 1 2005 4 Arleane Silva de Lima 1 2007 2 Francisco Lima da Gama 1 1978 31 Ana Sandra Alves dos Santos 1 1987 22 Raimundo da Silva Ferreira (Gago) 1 1955 54 Vanilda Silva Ferreira 1 1959 50 Risomar Serrão Lima 1 1983 26 Maria Conceição S. Ferreira 1 1992 17 Francisco Jonilson S. Ferreira 1 1998 11 Dinailsa S. Ferreira 1 2001 8 Pedro Almeida Souza 1 1962 47 Cloves Soares de Lima 1 1971 38 Elizabete Rocha da Silva 1 1969 40 Clodoaldo Silva de Lima 1 1992 17

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 229

Claudiléia Silva de Lima 1 1994 15 Cloudison Silva de Lima 1 1996 13 Cleberson Silva de Lima 1 1996 13 Ediléia Silva de Lima 1 1998 11 Ediele Silva de Lima 1 2001 8 Edlaila Silva de Lima 1 2004 5 Clemer Silva de Lima 1 2006 3 Francisco Pinto dos Santos 1 1951 58 Francisca Soares de Lima 1 1965 44 Francirnéia Lima dos Santos 1 1982 27 Franciudo Lima dos Santos 1 1992 17 Marcelo Lima dos Santos 1 1990 19 Alailson Lima dos Santos 1 1993 16 Francircleude Lima dos Santos 1 1994 15 Francilvan Lima dos Santos 1 1997 12 Franciane Lima dos Santos 1 1999 10 Leonardo Cavalcanti da Silva 1 11 Francicley Lima dos Santos 1 1999 10 Anderson Santos França 1 2006 3 Maria Odila Lima dos Santos 1 2004 5 Francisco Soares 1 1934 75 Antônia Ferreira rufina 1 1939 70 Fábio Soares Lima 1 1995 14 Renivan Ferreira de Lima 1 1976 33 Raimundo Nonato Silva dos Santos 1 1977 32 Elionete Ferreira de Lima 1 1983 26 Eulinete Lima dos Santos 1 1999 10 Antônio Railison Lima dos Santos 1 2001 8 Marineuza Lima dos Santos 1 2003 6 Raelison Lima dos Santos 1 2004 5 Gezenilda S de Matos 1 2007 2 Eliliane Lima dos Santos 1 2006 3 Caiamily Lima dos Santos 1 2007 2 Francirlane de Lima dos Santos 1 1990 19 Maria Oneide Alves da Costa 1 1968 41 Valdir Maciel Cavalcante 1 1972 37 Elioneide da Costa Ferreira 1 1993 16 Igarapé Antônio Jenilson Alves da Costa 1 1970 39 do Helton Alves da Costa 1 1977 32 Branco Antônio E. Alves da Costa 1 1978 31 Marli Ferreira da Silva 1 1975 34 Dalison da Silva Costa 1 1997 12 Thaís da Silva Costa 1 1994 15

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 230

Alex da Silva Costa 1 1998 11 Istefany da Silva Costa 1 2001 8 Taison da Silva Costa 1 2002 7 Gustavo da Silva Costa 1 2004 5 Antônio Bento da Costa 1 1941 68 Eufelia Alves de Lima 1 1947 62 Manoel Quirino da Silva 1 34 Taiana Costa Souza 1 1993 16 Leonido Alves de Lima 1 2002 7 Isabel da Silva Costa 1 2007 2

Total 105 643

Total de Habitantes na RESEX em 2008 Moradores 643 86% Usuários 105 14% Homens 393 53% Mulheres 355 47% Total 748 100%

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9.3. Anexo C – Mapa de Hidrografia

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9.4. Anexo D – Mapa de Geologia

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9.5. Anexo E – Mapa de Geomorfologia

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9.6. Anexo F – Mapa de Solos

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9.7. Anexo G – Mapa de Vegetação

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9.8. Anexo H – Zoneamento Ambiental

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9.9. Anexo I – Botânica – Lista 1

Espécies botânicas identificadas em parcelas de terra-firme na Resex do Baixo Juruá, na região dos rios Juruá e Andirá. Fonte: TEIXEIRA, 2006.

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9.10. Anexo J – Botânica – Lista 2

Espécies botânicas identificadas em parcelas de terra-firme na Resex do Baixo Juruá, na região do rio Copacá. Fonte: FONSECA JÚNIOR & ARRUDA, 2007.

NNFamília o o mm e e

v c ui l e g n a t r í f i c o

CAAnacardiaceae a n j a u c i a r d i u m

s p

EDAnnonaceae n u v g i u r e a t t i a

s p 1

EDAnnonaceae

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n u v g i u r e a t - t a i l a g o s d p ã 2 o

EDAnnonaceae n u v g i u r e a t - t a i ma a r p e y l c a n a s t e r a

S a n d w i t h

EDAnnonaceae n i v c i l r i a n - o f n o a

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f a c a l y c i n a

B e n o i s t

SCApocynaceae o o v u i m n a h a s p

PS Arecaceae a o c c h r i a ú t b e a a

( e p x a o l r mr e h i i r z a a ) ( M a r t )

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H

W e n d l .

P Arecaceae a D c e h s i c u o b n a h r e a c n i a d - a a m a r e l a

BPBurseraceae r r e o u t - i a u mm e s s c p l 1 a

BPBurseraceae r r e o u t - i b u r m a n a c l

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o t s o n i i

S a n d w i t h

BPBurseraceae r r e o u t - i d u e m - í s n p d 2 i o

( c a r i p é )

BPBurseraceae r r e o u t - i r u o m s a s p 3

CCCaesalpinaceae o o

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p p a a í i b f a e r a

m u l t i j u g a

H a y n e

TS Caesalpinaceae a c c l h e i r o l o b i u m

s e t i f e r u m

D u c k e

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PCCaryocaraceae i a q r u y i o á c a r

v i l l o s u m

PCCaryocaraceae i a q r u y i o a c r a a r n a g l a b r u m

I CCecropiaceae me b c a r ú o b p a i a

s p

1

I CCecropiaceae me b c

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a r ú o b p a i - a v i s c p k 2 i

MPCecropiaceae a o p u a r t o i m a ( i c me b c a r ú o b p a i ) i f o l i a

M a r t .

I n

S p i x

&

M a r t

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CCChrysobalanaceae a o r u a e i p p i é a

b r a c t e o s a

B e n t h

MHChrysobalanaceae a i c r u t c e u l l f a a r b i i n c h o a r - n s i e s c a M a r t .

&

Z u c

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c

I PChrysobalanaceae s a q r u i e n i a r r a i

s p

MLChrysobalanaceae a i c c u a c n u i a

s p r u c e i

( H o o k . )

F r i t s c h

BPClusiaceae a l c a u t r o i n i

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a

i n s i g n i s

M a r t .

TBCombretaceae a u n c i h n e b n u a c v a i a

c o n g e s t a

US Elaeocarpaceae r l u o c a u n r e a a n a b r a c h y p e

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t a l a

D u c k e

P Fabaceae a u - b a n a n a : f e i j ã o

SS Fabaceae u w c a u r p t i z r i a a

s p

C Lauraceae e L d i r c o a r r a i n a a s p

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 254

1

LOLauraceae o c u o r t o e - a * * s * p * * * * *

LLLauraceae o i u c r a o r - i a a b a s c p a 2 t e

LALauraceae o n u i r b o a - a w mi a l r l e i l a o m s i i

O .

C

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 255

.

S c h m i d t

L Lauraceae o u r o - m a ú b a

LOLauraceae o c u o r t o e - a p r n e i t g o r e s c e n s

V i c e n t i n i

CELecythidaceae a s s c

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 256

t h a w n e h i a l r e a r n a a s p 1

J CLecythidaceae e a q r u i i n t i i a b n á a

( d t e o c a a r n i d ) r a

D u c k e

MELecythidaceae a s t c á h - w me a i t l á e r a

s p 1

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 257

RELecythidaceae i s p c e h i w r e a i l e r a

s p 2

B Melastomataceae u c h i x u

GGMeliaceae i u t a ó r e a

t r u n c i f l o r a

C .

D C .

ADMimosaceae n i g n

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 258

e i l z i i ma

s p

FVMimosaceae a a v t a a i ( r f e a a v e s i p r o )

I I Mimosaceae n n g g á a

s p

I I Mimosaceae n n g g á a - f g e r r a r c o i l i f o l i a

D u c k

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 259

e

I I Mimosaceae n n g g á a - v g e r r a mc e i l l h i o f o l i a

D u c k e

P Mimosaceae a S r c i h c i a z r o a l n o a b i u m

s p

AFMoraceae p i u c í u s

s p

GCMoraceae

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 260

u l a a r r i i u s b i a a

r a c e m o s a

R u i z

&

P a v .

MMMoraceae u a i q r u a i t r i a n g c a a l o p h y l l a

( P o e p

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 261

p .

&

E n d l . )

C .

C .

B e r g

M Moraceae u i r a t i n g a - b r a n c a

M Moraceae u i r a t i n g a - f

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 262

e r r o

PI Myristicaceae u r n y a a n t h e r a

e l l i p t i c a

D u c k e

UI Myristicaceae c r u y ú a b n a t h e r a

s p

ACMyrtaceae r a a l ç i á p t r

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 263

a n t h e s

s p

J NNyctaginaceae o e ã e o a - mf o l l o e r i ( b t u i n n d t a a r P a o n e a p ) p . &

E n d l .

APSapotaceae b o i u o t r e a r n i a a

s p 1

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 264

AMSapotaceae b i i c o r r o a p n h a o - l b i r s a n v c e a n u l o s a

( M a r t .

&

E i c h l e r )

P i e r r e

APSapotaceae b o i u o t r e a r n i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 265

a a - f r e o r s r t o r a t a

H u b e r

( B a e h n i )

APSapotaceae b o i u o t r e a r n i a a - q s u p i 2 n u d a

MS Simaroubaceae a i r m u a p r á o u b a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 266

a m a r a

A u b l .

CTSterculiaceae a h c e a o o b - r l o i m s a o s p

CTSterculiaceae u h p e u o i b r o m a

s u b i n c a n u m

M a r t

CTSterculiaceae u h

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 267

p e u o z b i r n o h m o a

s p

XS Sterculiaceae i t x e á r c u l i a

s p

A b D a e c s a c t o i n r h a e n c a i d a

AD c e a s p c u o - n d h e e - c j i u d r a i t i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 268

CD a e c s h c i o u n b h a e r c a i n d a a

CD a e n s e c l o a n - h d e e c - i g d a a l o

( m u r a p i n i )

C a D s e t s a c n o h n a h - e d c e i - d í a n

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 269

d i o

GD a e r s a c p o e n i h r e a c i ( d o a r e l h a

d e

B u r r o ,

c a s c a - f i n a

I D q e u s i c o n h e c i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 270

d a

J a D c e a s r c a o n n d h á e c i d a

MD e e l s a c - o b n i h c e o c i d a

M u D r e u s x c i o n h e c i d a

MD u e t s u c t o i n h e c

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 271

i d a

P a D r e á s - c p o a n r h á e c i d a

PD e e p s i c n o o n h e c i d a

S e D me s i c d o e n n h . e c i d a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 272

9.11. Anexo K – Botânica – Lista 3

Espécies botânicas identificadas em parcelas de igapó na Resex do Baixo Juruá, na região do rio Copacá. Fonte: FONSECA JÚNIOR & ARRUDA, 2007.

NNFamília o o mm e e

v c ui l e g n a t r í f i c o

EDAnnonaceae n u v g i u r e a t t i a

s p 1

EDAnnonaceae n u v g i u r e a t t s i a a n g s u p e 2

PI Arecaceae

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 273

a r x i i a u r b t i e n l h l a a

s e t i g e r a

( M a r t . )

H .

W e n d l a n d

AEArecaceae ç u a t í e r d p a e

mp a r t e a c a t

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 274

o r i a

M a r t .

PS Arecaceae a o x c i r ú a b t a e a

e x o r r h i z a

( M a r t . )

H .

W e n d l a n d

BPBurseraceae r r e o

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 275

u t - i b u r m a n a c l o t s o n i i

S a n d w i t h

AMCaesalpinaceae r a a c p r a o r l i o r b a i n u a m

m u l t i j u g u m

( D C . )

B

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 276

e n t h .

MLChrysobalanaceae a i c c u a c n u i a

s p

CCChrysobalanaceae a o r u a e i p p i é a

b r a c t e o s a

B e n t h

MLChrysobalanaceae a i c c u a c n u i a

s p

LVClusiaceae

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 277

a i c s r m e i a

s p

US Elaeocarpaceae r l u o c a u n r e a a n a b r a c h y p e t a l a

D u c k e

S Euphorbiaceae e r i n g a í - b r a n c o

MELecythidaceae

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 278

a s t c a h mw a e t i a l e r a

s p 1

RELecythidaceae i s p c e h i w r e o i - l b e r r a a n c a o m a z o n i c i f o r m i s

S .

A .

M o r i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 279

GGMeliaceae i u t a ó r e a

t r u n c i f l o r a

C .

D C .

PS Mimosaceae a c r h i i c z a o r l a o n b a i u m

s p

UI Myristicaceae c r u y ú a b n a t h e r a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 280

s p

ACMyrtaceae r a a l ç i á p t r a n t h e s

s p

APSapotaceae b o i u o t r e a r n i a a

s p

AMSapotaceae b i i c o r r o a p n h a o - l b i r s a n v c e a n u l o s a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 281

( M a r t .

&

E i c h l e r )

P i e r r e

CTSterculiaceae u h p e u o z b i r n o h m o a

s p

CTSterculiaceae u h p e u o í b r o m a

s u b i n

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 282

c a n u m

M a r t

G a r a p e i r a

J a c a r a n d á

I q u í

P i r u n

P a u - p e d r a

C

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 283

h i c h i

S /

i d e n . 1

S /

i d e n . 2

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 284

9.12. Anexo L – Mastofauna – Lista 1

Espécies de médios e grandes mamíferos registradas na Resex do Baixo Juruá, na região dos rios Juruá e Andirá. Fonte: RODRIGUES et al., 2006.

PERÍODOS STATUS CATEGORIA TAXONÔMICA NOME VERNAC. SECA CHEIA LOCAL HABITAT DETECÇÃO MMA IUCN Ordem XENARTHRA Família MYRMECOPHAGIDAE Tamanduá CB,CC, Myrmecophaga tridactyla bandeira X X CA FTF Rastro VU NT Família DASYPODIDAE Tatu Dasypus novencictus galinha X X CB, CA FTF Rastro Tatu Priodontes maximus canastra X CVQ FTF Rastro VU VU Tatu quinze Dasypus kappleri quilos X X CC, CB FTF Rastro Ordem PRIMATES Família CALLITRICHIDAE CB, CFGII, Visual, Saguinus mystax mystax Sauim X X CC, CA FTF vocal. Família AOTIDAE CFGI, CFGII, Visual, Macaco da CC, CB, vocal, Aotus cf. Nigriceps noite X X CA FTF, V rastro Família CEBIDAE CFGII, CC, CB, Cebus apella cf. Macaco CVQ, FTF , Visual, macrocephalus prego X X CA IG,V vocal Cebus albifrons Cairara X X CS, CB FTF Visual CFGI, Macaco de CC, CB, FTF, IG, Saimiri sciureus cf. macrodon cheiro X X CA V Visual Macaco de Saimiri sciureus cf. juruanus cheiro X X CB, CA V Visual Família PITHECIIDAE Zogue- CC, CB, Visual, Callicebus cupreus zogue X X CA FTF, V vocal Parauacu Pithecia albicans branco X CB V Visual Família ATELIDAE Macaco CB, CA, Ateles chamek aranha X CVQ FTF Visual Guariba CB, Visual, Alouatta seniculus vermelho X X CFGI, FTF, IG vocal,

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 285

CC, CA, rastro CVQ Macaco Lagothrix cana barrigudo X CB FTF Visual NT Ordem CARNIVORA Família PROCYONIDAE Janoaí, CB, Potus flavus jupará X X CFGII FTF Visual Família MUSTELIDAE Lontra longicaudis Lontra X CB V Visual CB, CA, Visual, Pteronura brasiliensis Ariranha X CVQ IG, MTF rastro VU EN Família FELIDAE Leopardus pardalis Jaguatirica X CB FTF Rastro Puma concolor Sussuarana X X CB, CC FTF Rastro NT Onça CC, CB, Panthera onça pintada X X CA FTF Rastro VU NT Ordem PERISSODACTYLA Família TAPIRIDAE CS, CC, Rastro, Tapirus terrestris Anta X X CB, CA FTF auditiva VU Ordem ARTIODACTYLA Família TAYASSUIDAE CFGII, CC, CB, Tayassu tajacu Caititu X X CA FTF Rastro CC, CB, Tayassu pecari Queixada X X CA FTF Rastro Família CERVIDAE Veado Mazama americana mateiro X X CA, CB FTF Rastro Veado CC, Visual, Mazama gouazoubira capoeira X CB,CFGI FTF rastro Ordem RODENTIA Família SCIURIDAE CB, CFGII, Visual, Sciurus cf. igniventris Quatipuru X X CC, CA FTF rastro Família AGOUTIDAE CFGII, CC, CB, Visual, Agouti paca Paca X X CA FTF, MTF rastro Família DASYPROCTIDAE Visual, Myoprocta pratti Cutiara X CC, CB FTF rastro Visual, Dasyprocta fuliginosa Cutia X X CC, CB FTF rastro Ordem CETACEAE Família DELPHINIDAE Inia geoffrensis Boto rosa X X CB, CA V Visual VU Sotalia fluviatilis CB, Boto tucuxi X X CA,CC V, RJ, RA Visual

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 286

Legenda: LOCAL: CA = comunidade Antonina; CB = comunidade Botafogo; CVQ = comunidade Vai Quem Quer; CFGI = comunidade Forte das Graças I; CFGII= comunidade Forte das Graças II; CC= comunidade Cumaru; CS= comunidade Socó; HABITATS: FTF = floresta de terra firme; MTF = margem de terra firme; V = várzea; IG = igapó; RJ = rio Juruá; RA = rio Andirá; TIPOS DE REGISTRO: Visual = observações diretas; Vocal = Vocalização ouvida sem encontro com o animal; Auditiva = Animal se movimenta, mas não é visualizado; Rastro = Pegadas, fezes, tocas, carcaças; STATUS: EN= Ameaçada (endangered); VU= vulnerável; NT= quase ameaçada (near threatened).

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 287

9.13. Anexo M – Mastofauna – Lista 2

Espécies de pequenos mamíferos registradas na Resex do Baixo Juruá, na região dos rios Juruá e Andirá. Os números sublinhados indicam os indivíduos coletados por Patton et al., 2000. Fonte: ELER et al., 2006.

Observação: Os números sublinhados indicam os indivíduos coletados por Patton et al. (2000).

BOT ANT PXB VQQ FGI FGII SOC CUM Rodentia Isothrix bistriata 1 3 Mesomys hispidus 4 12 Mesomys occultus 1 Neacomys cf. minutus 2 Oecomys bicolor 1 Oecomys sp. 1 1 1 Oryzomys macconnelli 3 Oryzomys perenensis 1 4 Oryzomys sp. 3 1 Proechimys cuvieri 1 Proechimys echinothrix 28 1 Proechimys simonsii 1 33 1 Proechimys sp. 1 Proechimys steerei 46 1 1 Rattus rattus 2 1 Rhipidomys leucodactylus 1 Scolomys juruaensis 1 Subtotal 6 4 53 83 2 3 5 2 Didelphimorphia Caluromys lanatus 1 Didelphis marsupialis 1 1 Marmosops impavidus 1 Marmosops sp. 2 1 Metachirus nudicaudatus 1 2 1 Micoureus demerarae 1 1 1 1 1 Monodelphis sp.1 2 Monodelphis sp.2 1 Subtotal 6 0 3 3 4 1 1 1 TOTAL 12 4 56 86 6 4 6 3

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 288

9.14. Anexo N - Mastofauna – Lista 3

Espécies de grandes, médios e pequenos mamíferos registradas na Resex do Baixo Juruá, na região do rio Copacá. Fonte: MORAIS & LUZ, 2007.

Tipo de Taxa Nome Vernacular Habitat Detecção Status Ibama/03 IUCN DIDELPHIMORPHIA Didelphidae Didelphis marsupialis Mucura FTF Rastro Fotos tiradas por outro Cuíca não identificada Cuíca MIG pesquisador CINGULATA Dasypodidae Cabassous unicinctus Tatu-de-rabo-mole FTF Visual Priodontes maximus Tatu-canastra FTF Rastro VU VU PILOSA Bradypodidae Bradypus variegatus Preguiça-bentinho MRC Visual PRIMATES Cebidae Saguinus mystax Sauim FTF Visual; vocal Cebus apella Macaco-prego FTF; MRC Visual; vocal Saimiri sciureus Macaco-de-cheiro MRC; MIG Visual; vocal Atelidae Ateles belzebuth chamek Macaco-aranha FTF; MRC Visual; vocal Lagothrix lagothricha cana Macaco-barrigudo FTF Visual; vocal NT Alouatta seniculus Guariba-vermelho MRC Visual Aotidae Aotus nigriceps Macaco-da-noite FTF Vocal Pitheciidae Callicebus moloch FTF;MRC; cupreus Zogue-zogue MIG Visual; vocal Pithecia sp. Parauacú FTF; MRC Visual RODENTIA Rato não identificado Rato-do-mato FTF Visual Sciuridae Sciurus sp1 Coatipuru MRC Visual Sciurus sp2 Coatipuru MIG Visual Dasyproctidae Dasyprocta fuliginosa Cutia FTF Rastro Cuniculidae Cuniculus paca Paca FTF Visual; rastro CARNIVORA Felidae Panthera onca Onça-pintada FTF Rastro VU NT Canidae

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 289

Atelocynus microtis Cachorro-do-mato FTF Visual DD Mustelidae Pteronura brasiliensis Ariranha RC; MIG Visual; Rastro VU EN Procyonidae Nasua nasua Quati FTF Visual Potus flavus Jupará FTF Vocal PERISSODACTYLA Tapiridae Tapirus terrestris Anta FTF Visual; rastro VU ARTIODACTYLA Tayassuidae Pecari tajacu Caititu FTF Rastro Tayassu pecari Queixada FTF Rastro Cervidae Mazama sp. Veado FTF Rastro CETACEAE Delphinidae Sotalia fluviatilis Tucuxi RC Visual DD Iniidae Inia geoffrensis Boto-vermelho RC Visual VU

Legenda: HABITAT: FTF = Floresta de terra firme; RC = rio Copacá; MRC = margem do rio Copacá; MIG = margem do igarapé São Benedito. TIPO DE DETECÇÃO: Visual = observações diretas; Vocal = vocalização ouvida; Rastro = pegadas, tocas, arranhados; STATUS DE CONSERVAÇÃO: EN= ameaçada (endangered); VU= vulnerável; NT= quase ameaçada (near threatened); DD= dados insuficientes (data deficient).

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 290

9.15. Anexo O – Avifauna – Lista 1

Espécies de aves registradas na Resex do Baixo Juruá, na região dos rios Juruá e Andirá. Fonte: ANCIÃES et al., 2006.

N N Ambiente o o m m e e

c p i o e p n u t l í a f r i c o T I N A M I F O R M E S T i n a m i d a e T i Tf i n n h a a m m u b s u - m d a e j -

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 291

o c r a b e ç a - v e r m e l h a T i Tf i n n h a a m m u b s u - g g u a t l t i a n t h u a s C i Tf r n y h p a t m u b r u e - l p l r u e s t o c i n e r e u s C t Tf r u

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 292

y r p u t r u i r m e l l u s

s o u i C J tf,ig,vz r a y ó p t u r e l l u s

u n d u l a t u s C c Tf r h y o p r t o u r r ã e o l l u s

v a r i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 293

e g a t u s P E L E C A N I F O R M E S P h a l a c r o c o r a c i d a e P b Aq h i a g l u a á c r o c o r a x

b r a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 294

s i l i a n u s A n h i n g i d a e A b Aq n i h g i u n a g t a i n a g n a h i n g a C I C O N I I F O R M E S A r d e i d a e

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 295

A s Aq r o d c e ó a - g c r o a c n o d i e A g Aq r a d r e ç a a - A b l r b a a n c a - g r a n d e E g Aq g a r r e ç t a t - a b r t a h n u c l a a - p e q u e n a B g Aq u a b r u ç

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 296

l a c - u v s a q i u b e i i s r a B s Aq u o t c o o r z i i d n e h s o

s t r i a t u s P g Aq i a l r h ç e a r - o r d e i a u l s

p i l e a t u s T s Aq i o g c r ó i - s b

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 297

o o m i a

l i n e a t u m T h r e s k i o r n i t h i d a e M c Aq e o s r e o m c b o r r i ó n i b i s

c a y e n n e n s i s

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 298

C i c o n i i d a e C a t h a r t i d a e C u Ae o r r u a b g u y - p d s e - a c t a r b a e t ç u a s - p r e t a C u Ae a r t u h b a u r - t d e e s - c a a u b

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 299

r e a ç a - v e r m e l h a C u Ae a r t u h b a u r - t d e e s - c b a u b r e r ç o a v - i a a m n a u r s e l a C u Ae a r t u h b a u r - t d e a s - m m a e t l a a m b r o t

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 300

u s A N S E R I F O R M E S A n a t i d a e C p Aq a a i t r o i - n d a o - m m o a s t c o h a t a A n h i m i d a e A a ig,vz n n h h i u m m a a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 301

c o r n u t a F A L C O N I F O R M E S A c c i p i t r i d a e E g Ae l a a v n i o ã i o d - e t s e s f o o u r r f a i c a t u s I s ig,vz, ae c o

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 302

t v i i n i a

p l u m b e a R c Vz o a s r t a r m h u a j m e u i s r o s o c i a b i l i s R g ig,vz,ae u a p v o i r ã n o i - s c a m r a i g j n ó i r o s t r i

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 303

s L g Vz e a u v c i o ã p o t - e a r z n u i l s

s c h i s t a c e a B g Vz u a s v a i r ã e o l - l b u e s l o n i g r i c o l l i s S g Tf p a i v z i a ã e o t - u d

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 304

s e - o p r e n n a a t c u h s o S g Ae p a i v z i a ã e o t - u p s e g t a y - r m a a n c n a u c s o G g Vz e a r v a i n ã o o s - p p i e z r a n i c l a o e n r g u o l e s c e n s P a n

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 305

d i o n i d a e P á ae,aq a g n u d i i a o - n p e h s a c l a i d a o e r t a u s F a l c o n i d a e H a ig,vz e c r a p u e ã t o t h e r e s

c a c h i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 306

n n a n s M g Tf i a c v r i a ã s o t - u r r e l s ó e g m i i o t o r q u a t u s M g Tf i a c v r i a ã s o t - u c r a b r u u r f é i c o l l i s M g Tf i a c v r i a ã s o

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 307

t - u m r a t g e i i l r v o i c o l l i s D g ig,vz a a p v t i r ã i o u - s d e a - t a e n r t a D g tf,ig a r p a t l r h i ã u o s

a m e r i c a n u s M c ig,vz,al i a l r v r a a g p

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 308

o a t c e h i i r m o a c h i m a G A L L I F O R M E S C r a c i d a e O a vz,ig r r t a a c l u i ã s - p g i u n t t t a a d t o a P j Tf e a n c e u l - o d p e e -

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 309

S j p a i c x q u a c u C m Vz r u a t x u m g - l f o a b v u a l o s a M m tf,al i u t t u u m t - u c b a e v r a o l s o a P h a s i a n i d a e O Tf d o n t o p

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 310

h o r u s

s t e l l a t u s O P I S T H O C O M I F O R M E S O p i s t h o c o m i d a e O c ig,vz p i i g s a t n h a o c

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 311

o m u s

h o a z i n G R U I F O R M E S A r a m i d a e P s o p h i i d a e P j Tf s a o c p a h m i i a m - l d e e u - c c o o p s t t

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 312

e a r - a b r a n c a R a l l i d a e A t ig,vz r r a ê m s i - d p e o s t e c s a j a n e a H e l i o r n i t h i d a e H p Cm e i l c i a o p r a n r i r

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 313

s a

f u l i c a E u r y p y g i d a e C H A R A D R I I F O R M E S J a c a n i d a e J j vz,fc a a c ç a a n n a ã

j a c a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 314

n a L a r i d a e P t ae,aq h r a i e n t t u a s - a r é s i i s m - p g l r e a x n d e R y n c h o p i d a e R c Aq y o n r c t h a o - p á s g u n a i g e r C O

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 315

L U M B I F O R M E S C o l u m b i d a e C p Al o o l m u b m o b - a d o l m i é v s i t a i c o C p ig,vz,cm o o l m u b m a b - a g a c l a e y g e a n n e n s i

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 316

s C p Tf o o l m u b m a b - a a m s a u r b g v o i s n a a - c d e a a - A m a z ô n i a C p Tf o o l m u b m a b - a a m p a l r u g m o b s e a a C r Al o o l l u i m n b h i a n - a c i p n a z

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 317

s e s n e t r a i n a L g ig,vz e e p m t e o d t e i i l r a a

r u f a x i l l a G p Tf e a o r t i r r y i g o n

m o n t a n a P S I T T A C I F O R

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 318

M E S P s i t t a c i d a e A a Ae r r a a r a a r - a d r e a - u b n a a r r i g a - a m a r e l a A a Ae r r a a r m a a - c c a a o n g a A m Ae r a a r a s c

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 319

e a v n e ã r - a g u a ç u O m Ae r a t r h a o c p a s n i ã t - t d a e c - a c a m r a a n - i a l m a a t r a e l a A p Ae r e a r t i i q n u g i a t ã l o e - u m c a o r p a h c t a h n a ã l m

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 320

u s P t Ae y i r r r i h b u a r - a d e p - i t c e t s a t a - a z u l B p Ae r e o r t i o q g u e i r t i o s - d v e e - r a s s i a c - o b l r u a r n u c s a B t ae, vz r u o i t p o a g r e a r - i e

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 321

s s t s r a e n l c i t n i h t a h o m a e P m Vz i a o r n i i a t n e i s n h l a e u c o g a s t e r P c Tf i u o r n i o c p a s - i d t e t - a b o b c a h r e r c a h b a a - n l

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 322

d a i r a n j a G c ig,vz,cm r u a r y i d c i a d - a v s e c r a d l e u s

b r a c h y u r u s P m ig,vz,cm i a o i n t u a s c a m - e d n e s - t c r a u b u e s ç a - a z u l A p Tf

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 323

m a a p z a o g n a a i o f - a m r o i l n e o i s r a o D a Tf e n r a o c p ã t y u s

a c c i p i t r i n u s C U C U L I F O R M E S C u c u l

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 324

i d a e P a vz, ig i l a m y a a - d c e a - y g a a n t a o P c ig,vz i h a i y n a c o m ã i - n p u e t q a u e ñ o C a ig,vz r n o u t - o p p r h e a t g o a

a n i C a ig,vz,cm r n o u t - o c p o h r a o g c

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 325

a a

m a j o r S T R I G I F O R M E S S t r i g i d a e O c ig,vz t o u r s u j c i h n o h l a i - b d a o - m a t o O c Tf t o u r s u j u i s n t h a a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 326

- r e l ó g i o G c ig,vz l a a b u u c r i é d i u m

b r a s i l i a n u m C A P R I M U L G I F O R M E S N y c t i b i i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 327

d a e N m ig,vz y ã c e t - i d b a i - u l s u a g - r g a i n g d a i n s t e N u ig,vz,cm y r c u t t i a b u i u s

g r i s e u s C a p r i m u l g i d a e L t ig,vz u u r j

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 328

o u c a l i s

s e m i t o r q u a t u s N b ig,vz,cm y a c c t u i r p a r u o - g c n a e u d l a e - u b c a o r p r y a g d a a N c ig,vz,cm y u c r t i i a d n r g o o m u s

a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 329

l b i c o l l i s A P O D I F O R M E S A p o d i d a e C a Ae h n a d e o t r u i r n a h ã c o i - n d e e r - e s i o v b e r n e t - r c i i s n z e n

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 330

t o C a Ae h n a d e o t r u i r n a h ã b o r - a d c e h - y r u a r b a o - c u r t o T r o c h i l i d a e P b Tf h e a s e o t u h r o ã r o n - i d s e - s r u a p b e o r -

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 331

c b i r l a i n o c s o u s P r Tf h a a b e o t - h b o r r a n n i c s o - b d o e u - r b c i i c e o r - i p r e t o P b Tf h e a s e o t u h r o i r n n h i o s - d r a u - b m e a r t a F b Cm l e o i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 332

r j i a s - u f g l a o r m - e a l z l u i l v - o d r e a - r a b o - b r a n c o T b cm,tf h e a i l j u a r - a f n l i o a r - f t u e r s c o a u t r a a - v e r d e P b Cm o e l i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 333

y j t a m - u f s l o t r h - e v r e e r s d i e a e A b Cm m e a i z j i a l - i f a l o f r i - m d b e r - i g a a t r a g a n t a - v e r d e T R O G O N I F O R M

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 334

E S T r o g o n i d a e P s Tf h u a r r u o c m u a á c - h a r ç u u s

p a v o n i n u s T s Tf r u o r g u o c n u á m - e d l e a - n c u a r u u d s a - p r e

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 335

t a T s Tf r u o r g u o c n u á v - i g r r i a d n i d s e - d e - b a r r i g a - a m a r e l a T s ig,vz r u o r g u o c n u á c - o d l e l - a c r o i l s e i r a T s Tf

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 336

r u o r g u o c n u á r - u d f e u - s b a r r i g a - a m a r e l a T s Vz r u o r g u o c n u á c - u d r e u - c b u a i r r i g a - v e r m e l h a T s Tf r u

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 337

o r g u o c n u á v - i m o i l u a d c i e n u h s o C O R A C I I F O R M E S A l c e d i n i d a e C m ig,vz e a r r y t l i e m - t p o e r s q c u a a d t o a r -

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 338

g r a n d e C m ig,vz h a l r o t r i o m c - e p r e y s l c e a d a o m r a - z v o e n r a d e C m ig,vz h a l r o t r i o m c - e p r e y s l c e a d a o m r e - r p i e c q a u n e a n o C m ig,vz h a l r o t

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 339

r i o m c - e p r e y s l c e a d i o n r d - a d a - m a t a M o m o t i d a e P I C I F O R M E S G a l b u l i d a e G a Tf a r l i b r u a l m

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 340

a b a c - y d a a n - i m c a o t l a l i s G a ig,vz a r l i b r u a l m a b a t - o d m e b - a b c a e r a b a - b r a n c a G a tf,cp a r l i b r u a l m a b a l - e v u i c o o l g á a c s e t a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 341

e r G a Tf a r l i b r u a l m a b a d - e d a o - p a r a í s o J a Tf a r c i a r m a e m r b o a p - s g r a a u n r d e e a - d a - m a t a - v i r g e m B u c

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 342

c o n i d a e B r Tf u a c p c a o z i m n a h c o r - o d d e a - c b t o y n l é u - s v e r m e l h o B r ig,vz u a c p c a o z i t n a h m o a - t c i a a r i j ó N Tf o t h a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 343

r c h u s

o r d i i M b ig,vz o i n c a o s - a d e n - i b g r r a i s f a r o n s M b Tf o i n c a o s - a d e m - o b r r p a h s o a e - u d s e - t e s t a - b r a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 344

n c a C u ig,vz,cm h r e u l b i u d z o i p n t h e o r a

t e n e b r o s a C a p i t o n i d a e C c ig,vz a a p p i i t t o ã o a - u d r e o - v b i i r g e o n d s e -

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 345

d e - b o n é - v e r m e l h o C c ig,vz a a p p i i t t o ã o a - u d r e a - t b u i s g o d e - d e - f r o n t e - d o u r a d a

E c Vz u a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 346

b p u i c t c ã o o - r d i e c - h b a i r g d o s d o e n - i l i m ã o R a m p h a s t i d a e P a Tf t r e a r ç o a g r l i o - s c s a u s s t a c n a h s o t a n o t

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 347

i s R t Tf a u m c p a h n a o s - t d o e s - b v i i c t o e - l p l r i e n t u o s R t Tf a u m c p a h n a o s - t g o r s a n t d u e c - a d n e u - s p a p o - b r a n c o P i c

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 348

i d a e P p Ig i i c c u a m - n p u a s u - c a a n s ã t o e - l c n r a e u m e C p ig,vz o i l c a a p - t p e a s u - p d u e n - c p t e i i g t u o l - a p o n t i l h a d o P p Tf i i c c

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 349

u a l - u p s a u f - l b a u v f i a g d u o l r a P p Tf i i c c u a l - u p s a u c - h d r o y u s r o a c d h o l - o e r s o c s u r o C p ig,vz e i l c e a u - s p a e u l - e c g h a o n c s o l a t

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 350

e C p Tf e i l c e a u - s p a g u r z a i m n m h i o c - u c s h o c o l a t e C p ig,vz e i l c e a u - s p a f u l - a a v m u a s r e l o C p Tf e i l c e a u - s p a t u o - r d q e u - a c t o

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 351

u l s e i r a D p ig,al r i y c o a c - o p p a u u s - d l e i - n b e a a n t d u a s - b r a n c a M b ig,vz,al,al e e l n a e n d e i r t p o e - s d e c - r t u e e s n t t a a - t v u e s r m e l h

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 352

a V p Tf e i n c i a l - i p o a r u n z i i s n h p o a - s a s n e ã r o i n u s C p ig,vz,al a i m c p a e - p p h a i u l - u d s e - m t e o l p a e n t o e l - e v u e c r o m s e l h o C p Tf a i m c p a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 353

e - p p h a i u l - u d s e - r b u a b r r r i i c g o a l - l v i e s r m e l h a P A S S E R I F O R M E S S u b o s c i n e s R h i n o c r

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 354

y p t i d a e L c Tf i o o r s n c e e t l e e i s r o t - h d o a r - a m c a i t c a u s T h a m n o p h i l i d a e C p Tf y a m p b a i - l f a o i r m m u i s g a l s

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 355

i - n b e a a r t r u a s d o S c ig,vz a h k o e c s a p - h d o e r - u c s r i c s a t n a a - d p e r n e s t i a s T c ig,vz h h a o m c n a o - p d h e i - l o u l s h o s - c v h e i r s m t e a l c h e o u s

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 356

h o l f s m a n i T c Tf h h a o m c n a o - p m h u i r l i u n s a

m u r i n u s P c tf,ig,vz y h g o i c p a t - i c l a a n t s a t d e o l r l a a r i s M c Tf e h g o a c s a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 357

t - i p c i t n u t s a d m a a r g a r i t a t u s T i Tf h p a e m c n u o á m a n e s

c a e s i u s T u Tf h i a r m a n p o u m r a u n - e s s e l s a a d t o u

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 358

r n i n u s M c ig,vz y h r o m q o u t i h n e h r a u - l e a s t m r u i l a t d o a s - t d r a i - a A t m a a z ô n i a

( C E O ) M c Tf y h r o m q o u t i h n e h r a u - l d a e

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 359

- a f x l i a l n l c a o r - i b s r a n c o M c Tf y h r o m q o u t i h n e h r a u - l m a i ú b d r a a c h y u r a M c Tf y h r o m q o u t i h n e h r a u - l d a e - s g c a l r a g t a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 360

e n r t i a - a m a r e l a

M c Tf y h r o m q o u t i h n e h r a u - l d a e - h g a a u r x g w a e n l t l a i - c l a r a M c Tf y h r o m q o u t i h n e h r a u - l d a e - h g a a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 361

e r m g a a t n o t n a o - t c a a r i j ó M c Tf y h r o m q o u t i h n e h r a u - l d a e - l a o s n a g - i c p o e m n p n r i i s d a M c Tf y h r o m q o u t i h n e h r a u - l d a e - m g e a n r

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 362

e g t a r n i t e a s - i c i i n z a M c Cm y h r o m q o u t i h n e h r a u - l d a a - a v s á s r i z m e i a l i s C c Tf e h r o c r o o m r a ó c - r p a o c c u i á n e r a s c e n

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 363

s C c Tf e h r o c r o o m r a ó c - r p a r e s t e o r v a M p Al y a r p m a o - b f o o r r u m s i g l a e s u - c d o e p - h s r o y b s r a n c e l h a M f Tf y o r r m m o i b g o u r e u i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 364

s r o m - y d i e o - t c h a e r r a i - n p u r s e t a H p tf,ig,vz y a p p o a c - n f e o m r i m s i g c a a s n - t c a a t n o t r a d o r H s Vz y o p l o t c a n - e a m s o a i d e s

m a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 365

c u l i c a u d a P f Tf e o r r c m n i o g s u t e o i l r a o - l d e e u - c a o s s a t - i p g i m n a t a d a M f Tf y o r r m m e i c g i u z e a i r h o e - m d i e m - e c l a a u e d

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 366

n a a - c a s t a n h a M f Vz y o r r m m e i c g i u z e a i r h o y - p c e h r u y m t b h o r a G m Tf y ã m e n - o d p e i - t t h a y o s c a s - a d l e v - i c n a i u d a - b a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 367

r r a d a R m Tf h ã e e g - m d a e t - o t r a h o i c n a a - c m a e b l e a ç n u o d s a t i c t a H g Tf y u l a o r p d h a y - l f a l x o r n e a s e t v a i a H r Tf y e l n o d p a h d

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 368

y i l n a h x o

p o e c i l i n o t a F o r m i c a r i i d a e F g Tf o a r l m i i n c h a a r - i d u o s - m c a o t l o m a F p tf,ig,vz o i r n m t i o c - a d r a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 369

i - u m s a t a a n - a d l e i - s c a r a - p r e t a G t Tf r o a v l a l c a u r ç i u a

v a r i a C o n o p o p h a g i d a e C c Tf o h n u o p p a o -

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 370

p d h e a n g t a e - a d u e r - i c t i a n t a F u r n a r i i d a e S j Vz y o n ã a o l - l t a e x n i e s n é g m u - j b a e n c e u n á s i s S j Fc y o n ã a o l - l d a e x -

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 371

i p s e i a t l o b - i e g s u c l u a r r o i s C c cf sp, fc e u r r t i h t i i a é x i s

c i n n a m o m e a A l ig,vz n i c m i p s a t - r f o o p l s h a s - t p r i i c g a i n l ç a o

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 372

t u s P l ig,vz h i i m l p y a d - o f r o l e h r a y - t d h e r - o s c o e b r r c e u - s r u i v o P l ig,vz h i i m l p y a d - o f r o l p h y a r - r v h e o r d m e e s l h o A b Tf u a t r o r m a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 373

o n l q u u s e i i r n o f - u p s a c r a d t o u s A b ? u a t r o r m a o n l q u u s e i o r c o h - r c o a l m a u e r m ç u a s X b Tf e i n c o o p - s v i m r i a n d u o t - u m s i ú d o D

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 374

e n d r o c o l a p t i d a e D a Tf e r n a d p r a o ç c u i - n p c a l r a d o f u l i g i n o s a D a Tf e r n a d p r a o ç c u i - n d c a l - a t a m o e c r a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 375

u l a S a Tf i r t a t p a a s ç o u m - u v s e r g d r e i s e i c a p i l l u s G a Tf l r y a p p h a o ç r u y - n d c e h - u b s i c s o p - i d r e u - r c u u s n h a N a ig,vz a r

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 376

s a i p c a a ç u l - o d n e g - i b r i o c s o t - r c i o s m p r i d o D a Vz e r n a d p r a e ç x u e - t c a a s n t e e l s a

r u f i g u l a D a Tf e r n a d p r a o ç c u o - l b

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 377

a a p r t r e a s d o c e r t h i a D a Tf e r n a d p r a o ç c u o - l m a e p i t o e - s b a p r i r c a u d m o n u s X a ig,vz i r p a h p o a r ç h u y - n d c e h - u b s i c p o i - c b u r

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 378

s a n c o X a ig,vz,tf i r p a h p o a r ç h u y - n d c e h - u g s a r g g u a t n t t a a t - u a s m a r e l a X a ig,vz i r p a h p o a r ç h u y - n f c e h r u r s u g k e i m e n e r i i

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 379

X a ig,vz i r p a h p o a r ç h u y - n r c i h s u c s a d o o b s o l e t u s X a Tf i r p a h p o a r ç h u y - n d c e h - u S s p i s x p i x i i L a Tf e r p a i p d a o ç c u o - l d a e p -

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 380

t l e i s s t a r l a b s o - l b i r n a e n a c t a u s s T y r a n n i d a e Z p Tf i o m i m a e e r i i r u o s - d g e r - a p c a i t l a i - p f e i s n a O p ? r o n i i a t e h i i r

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 381

o o n - d i e n - e s r o m b e r a n c e l h a C r ig,vz,cm a i m s p a t d o i s n t h o a m a

o b s o l e t u m P b Cm h a a g e a o g m e y i i r a o s

m u r i n a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 382

T m cm,ig,vz,tf y a r r a i n a n - u t l e u - s v i e u l a t u s M m tf,ig,vz y a i r o i p a a - g p i e s c h g i a m i m a r d i i M g y u i a o r p a a c g a i v s a - f d l e a - v p i e v n e a r c

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 383

t h e o x - a m a r e l o I a Cm n l e e z g i r a i n s h u o b - f A l m a a v r a e l o M s Tf i u o p n i e c t e s

o l e a g i n e u s M a Tf i b o r n e e - c a t s

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 384

e a s - d m a a - c m c a o t n a n e l l i C e Tf o s r t y a t l h a o d p o i r s - d t o o - r n q o u r a t t e a H m Tf e a m r i i t a r - i d c e c - u b s a r g i r i i g s a e - i b p r e a c n

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 385

t c u a s H m Vz e a m r i i t a r - i s c e c b u i s n h p a a l l e n s P f Al o e e r c r i e l r o i t n r h i o c - c d u e s - c l a a r t a i - r p o a s r t d r a i s T f ig,vz o e d r i r r e o i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 386

s r t i r n u h m o - m e a s c t u r l i a a t d u o m C f Tf n l i a p u o t d i e m c - t p e a s r d s o u b b r u n n e u s R b Tf a i m c p o h - o c t h r a i t g o o - n d e r - u r f a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 387

i b c o a - u v d e a r m e l h o T b Vz o i l c m o o - m c y h i a a t s o - s d u e l - p o h r u e r l e h s a c - e p n r s e t a T b Tf o i l c m o o - m c y h i a a t s o - a d s a s - i c m o i p

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 388

l a i s T b tf,ig,vz o i l c m o o - m c y h i a a t s o - p d o e l - i c o a c b e e p ç h a a - l c u i s n z a P p Tf l a a t t i y n r h i o n - c d h e u - s c o p r l o a a t - y b r r h a y n n c c a h o

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 389

s P p Tf l a a t t i y n r h i o n - c d h e u - s c o c r o o r a o - n d a o t u u r s a d a M a Vz y s i s o a b n i h u a s d i b n a h r o b a t u s L e Vz a n t f h e r r o r t u r j i a c d c o u

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 390

s

e u l e r i O m Vz c a h r t i h a o - r d n a i - s p r l a i i t a t o r a l i s K p Cm n r i e p t o i l n e h g o u - s d o p - o i e g c a i p l ó o c e r c u s A c Tf

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 391

t a t p i i l t a ã o s - p d a e d - i s c a e í u r s a - a m a r e l o A b ig,vz t a t t i e l - a p á b r o a l i v i a n u s A t ig,vz t i t n i g l u a a ç c u i - n f n e a r m r o u

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 392

m g e e u m s A c Vz t a t p i i l t a ã o p - h c o a e s n t i a c n u h r o u s R v Tf h i y s t s i i p á t e r n a

s i m p l e x M m ig,vz,cm y a i r a i r a c - h c u a s v a f l e e r i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 393

o r x a P b ig,vz h e i m l - o t h e y - d v o i r z i l n i h c o t - o d r o - b r e j o P b ig,vz i e t m a - n t g e u - s v i s u l p h u r a t u s M n ig,vz e e g i a - r n y e n i c h

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 394

u s

p i t a n g u a C b Cm o e n m o - p t i e a - s v i t - r p i e v q i u r e g n a o t a T s vz,cm y u r i a r n i n r o i p - s d i e s - g s a u r l g p a h n u t r a e - a r a j a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 395

d a T s ig,vz,cm y u r i a r n i n r u i s

m e l a n c h o l i c u s P c Vz a a c n h e y l r e a i m r p o h - u p s r e p t o o l y c h o p t e r u s P c Tf a a c n h e

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 396

y l r e a i m r p o h - u b s o r m d a a r d g o i n a t u s T a Vz i n t a y m r b a é - s b e r m a i n f c a o s - c d i e a - t m a á s c a r a - n e g r a P i p r i

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 397

d a e D c Tf i a x b i e p ç h a i - a b r p a i n p c r a a L u Tf e i p r i a d p o u t r h ú r - i d x e - c c o h r a o p n é a u t - a a z u l P c Tf i a p b r e a ç a r - u e b n r c o a c r a n p a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 398

i d l a l a C t Tf h a i n r g o a x r i á p - h f i a a l s p o a r e o l a T u Tf y i r r a a n p n u e r u u t z e i s n h s o t o l z m a n n i S f Tf c l h a i u f t f i o m r - n m

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 399

i a s r r t o u m r d i n u s S f Vz c l h a i u f t f i o m r - n r i u s i v m o a j o r C o t i n g i d a e C a Tf o n t a i m n b g é a - a c z a u y l a n a L c Tf i r

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 400

p i a c u r g i u ó s

v o c i f e r a n s Q a ig,vz u n e a r m u b l é a - u p n u a r p u r a t a G a Ig y n m a n m o b d é e - r p u o s m b f o o e t i d u s P s Ig

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 401

h a o u e r n á i - c d i e r - c p u e s s c n o i ç g o r - i p c r o e l t l o i s P p Tf i a p p r i i n t h e o s - a c m h a l r o e r l i o s O s c i n e s H i r u n d i n

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 402

i d a e T a Aq a n c d h o y r c i i n n h e a t - a d o a - l r b i i o v e n t e r P a Aq r n o d g o n r e i n t h a a p - e d r o a - c a m p o S a Aq t n e d l o g r i i d n o h p a t -

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 403

e s r e y r x r a r d u o f r i c o l l i s C o r v i d a e C g Vz y r a a n l o h c a o - r v a i x o l v á i c o e l a a c e u s T r o g l o d y t i d

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 404

a e C c Vz a a m t p a y t l a o u r h y n c h u s

t u r d i n u s D j vz,fc o a n p a a c c o a b n i i u m s

a t r i c a p i l l u s T g al,vz h a r r y r o i

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 405

t n h c o h r ã u o s - p g a e i n - i a b v a ô r b i s T g al,ig,vz h a r r y r o i t n h c o h r ã u o s - d l e e - u b c a o r t r i i s g a - v e r m e l h a T c Al r o o r g r l u o í d r

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 406

y a t e s

m u s c u l u s M u Tf i i c r r a o p c u e r r u c - u v l e u a s d o m a r g i n a t u s C u Tf y i p r h a o p r u h r i u n - u v s e r a d r a a d d e a i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 407

r o M u s c i c a p i d a e S y l v i i n a e R b Tf a i m c p o h - o a c s a s e o n v u e s l a m d e o l a n u r u s P b Vz o a l l i a o n p ç t a i - l r

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 408

a a b p o l - u d m e b - e c a h a p é u - p r e t o T u r d i n a e T s ? u a r b d i u á s - d h a a - u m x a w t e a l l i T s Tf u a r b d i u á s - c a o l l b e i i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 409

c r o a l l i s V i r e o n i d a e C p Al y i c t l i a g r u h a i r s i

g u j a n e n s i s V a Tf i s r s e o o b l i a a n d i o u r s - d l o e - u c c a o s t t

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 410

i a s n h a l V j al,vz i u r r e u o v i o a l r i a v - a n c o e r u t s e - a m e r i c a n o H v ig,vz,cm y e l r o d p i h n i h l o u - s d a s - e v m á i r c z i e n a e r e u s H v Tf

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 411

y i l t o e p - h v i i l t u e s - d h e y - p b o a x r a r n i t g h a u - s a m a r e l a E m b e r i z i d a e P a r u l i n a e G p Tf r o a l n í a c t i e a

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 412

l - l d u o s - m p a e t l o z e l n i T h r a u p i n a e L p Tf a i m p p i r r o a s - p d i e z - a b i m c e o l - a v n e o r l m e e u l c h a o H s Vz e a m í i r t a h - r d a e

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 413

u - p p i a s p o g - u p i r r e a t o E p Vz u i c p o i m r e a t - i d s a - p t e a n o i c c a i l l a t a L p Tf a i n p i i o r a v - e d r e s - i a c s o a l - o b r r a n c a T t Vz a e

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 414

c m h - y t p e h m o - n d u e s - d l r u a c g t o u n o a s - u b s r a n c a P s Tf i a r n a h n a g ç a o - f d l e a - v f a o g o R p al,vz a i m p p i h r o a c - e d l e u - s m á n s i c g a r r

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 415

o a g u l a r i s R p al,vz a i m p p i h r o a c - e v l e u r s m e c l a h r a b o T s Al h a r n a h u a p ç i o s - d e a p - i A s m c a o z p ô u n s i a T s Al h a r n a h u a p ç i o s - d p o

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 416

a - l c m o a q r u u e m i r o E f ig,vz,cm u i p - h f o i n - i v a e r c d h a l d o e r i o r t o i c a E g tf,vz,ig u a p t h u o r n a i m a o - r d u o f - i n v o e r n t t e r i s T c Tf a a n m g b a a r d

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 417

a a - m d e e x - i c c h a a n v a e s T s Tf a e n t g e a - r c a o r c e h s i - l d e a n - s A i m s a z ô n i a T s Tf a a n í g r a a r - a o u s r c o h r a n k i i D s vz,cm a a c í n -

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 418

i a s m a f r l e a l v o i v e n t e r D s Ig a a c í n - i a s z u c l a y a n a C s Ig y a a í n - e d r e p - e b s i c n o i - t c i u d r u t s o C f Fc o i n g i u r i o n s h t a r - u a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 419

m m a m z a ô r n g i a c r a i t a e T s Cm e a r í s - i a n n a d o v r i i r n i h d a i s E m b e r i z i n a e A c Al m i m g o a d r r r a i m n u h s a - a d u o r - i c f a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 420

r m o p n o s V t Vz o i l z a i t u i n i a

j a c a r i n a S b cm,vz p i o g r o o d p i h n i h l o a

l i n e o l a S c Fc p o o l r e o i p r h i i n l h a o

c a e

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 421

r u l e s c e n s S c Fc p a o b r o o c p l h i i n l h a o - c d a e s - t f a a n i e x i a v e n t r i s P g ig,vz,cm,fc a a r l o o a - r d i e a - c g a u m l p a i r n i a s - d a -

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 422

A m a z ô n i a C a r d i n a l i n a e S b Tf a i l c t o a - t e o n r c a g r r n o a s d s o u s S s Fc a a l b t i a á t - o g r o n c g o á e r u l e s c

Resex do Baixo Juruá / ICMBio. Estrada do Aeroporto, 725, Centro.- Prédio do IBAMA - Tefé, AM. CEP 69470-000

Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 423

e n s P a Tf a z s u s l e ã r o i - n d a a - c A y m a a n z o ô i n d i e a s I c t e r i n a e P j Vz s a a p r u o c o l i u s

d e c u m a n u s P j Vz s a

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 424

a p r u o - c v o e l r i d u e s

v i r i d i s P j Vz s a a p r u o - c p o a l r i d u o s

a n g u s t i f r o n s P j al,tf s a a p r u o a c ç o u l i u s

y

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 425

u r a c a r e s C x ig,vz a e c x i é c u u s

c e l a I i Al c n t h e a r p u i s m

c a y a n e n s i s A i vz,fc g r e a l t a a i u u á s - p i e c q t u e e r n o o c

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 426

e p h a l u s L i Vz a r m a p ú r n o a p - s v a e r l a t d a a n a g r i n u s S f vz c l h a i u f t f i o m r - n r i u s i v m o a j o r C a r d i n a l i

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 427

n a e S b tf a i l c t o a - t e o n r c a g r r n o a s d s o u s S s fc a a l b t i a á t - o g r o n c g o á e r u l e s c e n s P a tf a z s u s l e ã r o i - n d a a - c A y m a a n z

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 428

o ô i n d i e a s I c t e r i n a e P j vz s a a p r u o c o l i u s

d e c u m a n u s P j vz s a a p r u o - c v o e l r i d u e s

v i r i d i s

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 429

P j vz s a a p r u o - c p o a l r i d u o s

a n g u s t i f r o n s P j al,tf s a a p r u o a c ç o u l i u s

y u r a c a r e s C X ig,vz a e c x i é c u u s

c

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 430

e l a I i al c n t h e a r p u i s m

c a y a n e n s i s A i vz,fc g r e a l t a a i u u á s - p i e c q t u e e r n o o c e p h a l u s L i vz a r m a p ú r n o a p - s v a e r l

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 431

a t d a a n a g r i n u s

Legenda: Ambientes – tf = terra firme; vz = várzea; ig = igapó; cm = campina; cp = campinarana; fc = flechal; al = ambiente alterado (plantio e domiciliar).

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 432

9.16. Anexo P – Avifauna – Lista 2

Espécies de aves registradas na Resex do Baixo Juruá, na região do rio Copacá. Fonte: CZABAN, 2007.

Nome Científico Nome Vernacular Ambiente ARDEIDAE Nycticorax nycticorax Savacu R CATHARTIDAE Urubu-rei A Sarcoramphus papa ACCIPITRIDAE Asturina nitidus Gavião-pedrez FL,OM Buteo albonotatus Gavião-de-rabo-barrado A Buteogallus urubitinga Gavião-preto R Harpagus bidentatus Ripina FL FALCONIDAE Cauré FL Falco rufigularis CRACIDAE Jacupará IG Pipile pipile EURYPYGIDAE Pavãozinho-do-pará LG Eurypyga helias LARIDAE Trinta-réis-anão R Sterna superciliaris PSITTACIDAE Curica FL Amazona amazonica Amazona festiva Papa-cacau FL Ara chloroptera Arara-vermelha-grande FL Forpus xanthopterygius Tuim IG CUCULIDAE Chincoã-de-bico-vermelho MT Piaya melanogaster

CAPRICULGIDAE Acurana IG Hydropsalis climacocerca

APODIDAE (3) Andorinhão-do-barriga-cinza A Chaetura spinicauda Reinarda squamata Taperá-do-buriti A TROCHILIDAE Beija-flor-de-bochecha-azul FL Heliothryx aurita Phaethornis philippi Besouro-vermelho-da-mata IG Polyplancta aurescens Beija-flor-de-peito-laranja IG Topaza pyra Beija-flor-brilho-de-fogo MG ALCEDINIDAE Martim-pescador-anão IG Chloroceryle aenea GALBULIDAE Ariramba-da-capoeira FL Galbula cyanescens MOMOTIDAE Juruva MT Electron platyrhynchum BUCCONIDAE Freirinha-de-cara-cinza IG Nonula ruficapilla

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 433

RAMPHASTIDAE Araçari-bico-de-marfim IG Pteroglossus flavirostris Pteroglossus inscriptus Araçari-letrado FL,IG PICIDAE Pica-pau-anão-amarelo IG/AC Picumnus aurifrons DENDROCOLAPTIDAE Arapaçu-de-garganta-pintada FL Deconychura stictolaema FURNARIIDAE João-pintado IG Cranioleuca gutturata Philydor atricapillus Limpa-folha-coroado FL THAMNOPHILIDAE Chororozinho OM Herpsilochmus sp. Myrmotherula cherriei Choquinha-de-peito-riscado IG Myrmotherula erythrura Choquinha-de-garganta-carijó FL Myrmotherula leucophthalma Choquinha-de-olho-branco FL Myrmotherula surinamensis Choquinha-estriada OM,MG Thamnophilus amazonicus Choca-canela FL Thamnophilus doliatus Choca-barrada IG TYRANNIDAE FL Empidonomus varius Peitica Hemitriccus minor Maria-sebinha OM Myiodynastes maculatus Bentevi-rajado IG Myiozetetes cayennensis Bentevi-assoviador IG Myiozetetes similis Bentevi-pequeno OM Tyrannus savana Tesoura IG,OM PIPRIDAE Dançador-de-coroa-vermelha IG Heterocerc us linteatus Pipra coronata exquisita Dançador-de-chapéu-azul FL HIRUNDINIDAE Andorinha-de-faixa-branca R Atticora fasciata Progne chalybea Andorinha-doméstica-grande R ICTERINAE Iraúna-grande VZ Scaphidura oryzivora THRAUPINAE Saí-beija-flor FL Cyanerpes cyaneus Dacnis lineata Saí-de-cara-preta FL Euphonia xanthogaster Gaturamo OM Hemithraupis flavicollis Saíra-galega FL

Legenda: MT – Mata (área de vegetação fechada e altura média, normalmente cercada de área mais aberta, muitas vezes alterada por ações antrópicas); MG – Mata de galeria (cobertura vegetal mais densa às margens de rios e igarapés); OM – Orla de mata (área onde termina a floresta ou mata e começa uma área mais aberta); FL – Floresta (grandes extensões com árvores de grande porte, a maior parte em terra firme); VZ – Várzea (área de campo ou floresta invadida pelos rios na época das cheias, em rios de água clara ou barrenta); IG – Igapó (parte da floresta invadida pelos rios na época das cheias, em rios de água escura); LG – Lagos ou lagoas (de pequenas a grandes extensões de água parada, naturais ou não. Estão inclusos, neste caso, os remansos formados pela cheia do rio); R – Rios e suas margens; A – Ambiente aéreo (apenas para aves que passam a maior parte do tempo em vôo).

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Plano de Manejo da Reserva Extrativista Baixo Juruá 434

9.17. ANEXO Q – Herptofauna – Lista 1

Espécies de anfíbios e répteis registradas na Resex do Baixo Juruá, na região dos rios Juruá e Andirá. Fonte: CARVALHO et al., 2006.

PERÍODOS CATEGORIA TAXONÔMICA N (SECA) N (CHEIA) LOCAL HABITAT MÉTODO Ordem GYMNOPHIONA (cecílias) Família CAECILIIDAE Caecilia sp. 1 CB RI MA Siphonops sp. 1 CA FTF PT Ordem ANURA (sapos, rãs, jias, pererecas) Família BUFONIDAE Bufo gr. margaritifer (Laurenti, 1768) 13 99 CB, CA, CVQ, CS, CFG, CC FTF, IG EO, CT, PT, PLT, FT Bufo marinus (Linnaeus, 1758) 5 45 CB, CA, CVQ, CFG, CC FTF, AA CT, PT, PLT, EO, FT Dendrophryniscus minutus (Melin, 1941) 1 CB FTF PLT Família DENDROBATIDAE Colostethus gr. marchesianus (Melin, 1941) 2 2 CB, CVQ FTF, AA PT, PLT Epipedobates hahneli (Boulenger, 1884) 7 22 CB. CA, CVQ FTF PT, PLT, FT Epipedobates trivittatus (Spix, 1824) 10 6 CB,CA, CS, CC, CFG FTF PT, FT, CT, EO, PLT Família HYLIDAE Dendropsophus leucophyllatus (Beires, 1783) 1 CFG VF PLT Dendropsophus rossalleni (Goin, 1959) 2 CFG, CC IG PLT Dendropsophus triangulum (Günther, 1968) 10 CA,CFG, CS VF PLT Hypsiboas boans (Linnaeus, 1758) 2 CFG, CC IG PLT Hypsiboas calcaratus (Troschel, 1848) 1 CB AA PLT Hypsiboas fasciatus (Günther, 1859) 3 1 CB FTF, AA PLT Hypsiboas geographicus (Spix, 1824) 7 SAP CN PLT, EO Hypsiboas lanciformis (Cope, 1871) 1 5 CB, SAP FTF, CN PLT, EO Hypsiboas punctatus (Schneider, 1799) 8 SAP CN PLT, EO Hypsiboas raniceps (Cope, 1862) 15 SAP CN PLT Osteocephalus planiceps Cope, 1874 1 CB FTF PLT Scinax garbei (Miranda-Ribeiro, 1926) 2 CS FTF, IG PT, PLT Scinax ruber (Laurenti, 1768) 4 7 CB, SAP, CA, CFG FTF, CN, AA EO, PLT, CT Sphaenorhynchus dorisae (Goin, 1957) 3 CS, CFG CN, IG PLT Sphaenorhynchus lacteus (Daudin, 1801) 12 CFG CN PLT Scarthyla goinorum (Bokermann, 1962) 1 CS FTF PT Família LEPTODACTYLIDAE Adenomera andreae Müller, 1923 16 41 CB, CA CVQ, CS, CFG FTF, AA PT, PLT, FT , EO, CT Ceratophrys cornuta (Linnaeus, 1758) 1 CA FTF PT Edalorhina perezi Jiménez de la Espada, 1871 5 CA, CVQ FTF PT Ischnocnema quixensis (Jiménez de la Espada, 1872) 9 CVQ, CS, CFG FTF PT, FT, EO Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) 7 SAP, CFG FTF EO, PLT Leptodactylus mystaceus (Spix, 1824) 2 4 CB, CA, CVQ, CFG FTF PT, FT, EO Leptodactylus pendactylus (Laurenti, 1768) 1 9 CB, CA, CVQ, CFG, CC FTF, AA PT, CT, EO Leptodactylus petersii (Steindachner, 1864) 1 80 CB, CA, CVQ FTF PT, PLT Leptodactylus rhodomystax Boulenger, 1884 2 CA, CS FTF PT, PLT Leptodactylus sp. 1 CB FTF CT Leptodactylus stenodema Jiménez de la Espada, 1875 2 2 CB, CA, CVQ FTF PT, CT Lithodytes lineatus (Schneider, 1799) 1 CA FTF PT Physalaemus petersii (Jiménez de la Espada, 1872) 12 113 CB, CA, CVQ, CFG, CS FTF PT, FT, EO, PLT Vanzolinius discodactylus (Boulenger, 1884) Família MICROHYLIDAE Ctenophryne geayi Mocquard, 1904 12 CA FTF PT Chiasmocleis shudikarensis Dunn, 1949 2 CFG, CC FTF PT, FT Família PIPIDAE Pipa pipa (Linnaeus, 1758) 1 CA IG EO Total indivíduos 85 (13%) 505 (77,4%) Total espécies 19 (47,5%) 36 (90%)

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PERÍODOS CATEGORIA TAXONÔMICA N (SECA) N (CHEIA) LOCAL HABITAT MÉTODO Ordem TESTUDINES (cágados e jabotis) Família CHELIDAE Phrynops nasutus (Schweigger, 1812) 2 CS, CC LG TN Phrynops raniceps (Gray, 1855) 1 IB IG Platemys platycephala (Schneider, 1792) 1 CA FTF PT Família PODOCNEMIDIDAE Podocnemis expsansa (Schweigger, 1812) 9 IB, CS LG TN Podocnemis sextuberculata (Cornalia, 1849) 138 IB, EC, CB, SAP, CS LG TN Podocnemis unifilis Troschel & Shomburgk, 1848 101 EC, CB, CA, CC LG TN Família TESTUDINIDAE Geochelone denticulata (Linnaeus, 1766) 1 1 CB AA Ordem SQUAMATA (Lagartos) Família GEKKONIDAE Coleodactylus amazonicus (Andersson, 1918) 1 2 CB, CS EO PT, EO Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855) 2 2 CB, CA, CVQ FTF, AA CT, EO Lepidoblepharis heyerorum Vanzolini, 1978 1 Família GYMNOPHTHALMIDAE Alopoglossus atriventris Duellman, 1973 5 15 CB, CA, CVQ, CS FTF, FA CT, EO, PT, PLT Arthrosaura reticulata (O'shaughnessy, 1881) 1 7 CB, CA, CVQ FTF PT, EO Cercosaura argulus (Peters, 1863) 1 CFG FTF PLT Cercosaura ocellata Wagler, 1830 2 CA FTF PT Iphisa elegans Gray, 1851 4 1 CB, CA FTF PT Leposoma sp. 2 5 CB, CVQ FTF PT, EO Ptychoglossus brevifrontalis Boulenger, 1912 3 2 CB, CA, CS FTF PT Família IGUANIDAE Iguana iguana (Linnaeus, 1758) 2 2 CB, CS FTF, VF, AA, FA CT, EO Família POLYCHROTIDAE Anolis nitens (Wagler, 1830) 3 5 CB FTF CT Anolis fuscoauratus (Duméril & Bibron, 1837) 1 4 CA FTF CT Anolis sp. 3 CA, CB, CC FTF, AA CT, PLT Anolis transversalis (Duméril, 1851) 3 CS FTF EO, PLT Família SCINCIDAE Mabuya nigropunctata (Spix, 1825) 3 CB, CA FTF, AA FT, PLT Família TEIIDAE Ameiva ameiva Linnaeus, 1758 7 CFG, CC FTF, AA PLT, CT, EO Crocodilurus amazonicus (Daudin, 1802) 2 3 CB, SAP FTF, VF CT, PLT Kentropyx altamazonica (Cope, 1876) 12 CA, SAP FTF CT, EO Kentropyx pelviceps (Cope, 1868) 2 3 CB, CA FTF PT, FT Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) 1 CB FTF CT TROPIDURIDAE Plica plica (Linnaeus, 1758) 3 CA, CS FTF, FA CT, PLT Plica umbra ochrocollaris (Linnaeus, 1758) 1 10 CB FTF PLT Uranoscodon superciliosus (Linnaeus, 1758) 3 9 CB FTF PLT Ordem SQUAMATA (Serpentes) Família ANILIIDAE Anilius scytale (Linnaeus, 1758) 1 CB AA EO Família BOIDAE Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) 3 CA, CB FTF FT, CT Corallus hortulanus Linnaeus, 1758) 1 CB FTF CT Família COLUBRIDAE Atractus torquatus (Duméril, 1854) 1 CS FTF PT Atractus major Boulenger, 1894 1 1 CB FTF PT Atractus poeppigi (Jan, 1862) 1 1 CB, CA FTF PT, FT Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) 3 5 CB, CA FTF, AA CT, EO Dipsas catesbyi (Sentzen, 1796) 1 1 CB AA CT Drepanoides anomalus (Jan, 1863) 1 CB FTF FT Erythrolamprus aesculapii (Linnaeus, 1766) 1 CB FTF CT Helicops angulatus (Linnaeus, 1758) 4 CA FTF PT Helicops hagmanni Roux, 1910 1 CB FA CT Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758) 1 CS FA PLT Leptodeira annulata (Linnaeus, 1758) 1 CB AA CT Leptophis ahaetulla (Linnaeus, 1758) 2 CB, SAP CN, AA EO, CT Liophis reginae (Linnaeus, 1758) 1 2 CB, CS FTF, AA PT, EO, CT Oxybelis aeneus (Wagler, 1824) 2 CB AA PLT, CT Oxybelis fulgidus (Daudin, 1803) 1 SAP VF CT Oxyrhopus melanogenys (Tschudi, 1845) 1 CA FTF PT

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(continuação)

PERÍODOS CATEGORIA TAXONÔMICA N (SECA) N (CHEIA) LOCAL HABITAT MÉTODO Família COLUBRIDAE Pseudoeryx plicatilis (Linnaeus, 1758) 1 2 CA FTF, AA CT Pseutes sulphureus (Wagler, 1824) 1 CS FTF CT Siphlophis cervinus (Laurenti, 1768) 1 CA FTF CT Thamnodynastes pallidus (Linnaeus, 1758) 2 CA, CS FTF PT, CT Umbrivaga pygmaea (Cope, 1868) 3 CB, CS FTF PT Xenoxybelis argenteus (Daudin, 1803) 1 CS FA CT Família ELAPIDAE Micrurus hemprichii (Jan, 1858) 2 CVQ FTF PT Micrurus langsdorffi Wagler, 1824 1 CFG FTF CT Família VIPERIDAE Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) 1 4 CB FTF EO, FT, PLT Bothrops brazili Hoge, 1954 1 CB FTF CT Bothrocophias hyoprora (Amaral, 1935) 1 CS FTF PLT Ordem CROCODYLIA (Jacarés) Família CROCODYLIDAE Caiman crocodilus (Linnaeus,1758) 56 CB, CFG, CC LG PLT Melanosuchus niger (Spix, 1825) 9 CB, CFG, CC LG PLT Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) 4 CFG LG PLT Total indivíduos 49 (10,8%) 468 (90%) Total espécies 30 (47,6%) 57 (90,4%)

Legenda: N = número absoluto de indivíduos anotados durante atividades de campo nos períodos de (seca e cheia), por qualquer método; LOCAL: CA = Comunidade Antonina, CB = Comunidade Botafogo, CVQ = Comunidade Vai Quem Quer SAP = Sacado Planeta; CFG = Comunidade Forte das Graças, CS = Comunidade Socó, CC = Comunidade Cumaru; HABITAT: FTF = Floresta de Terra Firme, VF = vegetação flutuante, FA = Floresta Alagavél, AA = área antropizada, RI = rio Juruá; MÉTODOS: PT = armadilhas (pitfalls), PLT = procura ativa, FT = armadilhas (funnel trap), CT = colaboração terceiros, EO = encontros ocasionais, MA = malhadeira (Trammel nets).

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9.18. Anexo R – Herptofauna – Lista 2

Espécies de anfíbios e répteis registradas na Resex do Baixo Juruá, na região do rio Copacá. Fonte: CARVALHO et al., 2007.

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Legenda:Ambientes: FTF – Floresta de terra firme; IGA – Igapó; IG – Igarapé; AA – Área antropizada. Métodos: PT – Pitfall; FT – Funnel trap; PLT – Procura limitada por tempo; CT – Colaboração de terceiros; EO – Encontro Ocasional; VO – Vocalização.

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9.19. Anexo S – Ictiofauna - Lista 1

Espécies de peixes citadas por comunitários na Resex do Baixo Juruá e suas respectivas formas de uso na região. Fonte: adaptado de FARIA JUNIOR et al., 2006.

Famílias Denominações Populares Nomes Científicos Forma de uso citada Aracú Vários Consumo Anostomidae Aracú-piau Schizodon fasciatum Consumo Auchenipteridae Cangati Auchenipterus nuchalis Consumo Mandubé Ageneiosus sp. Consumo Callichthyidae Tamoatá Hoplosternum littorale Consumo Characidae Arengueira, cachorra Acestrorhynchus sp. Consumo Arari Chalceus sp. Consumo Matrinxã Brycon amazonicus Consumo e Venda Sardinha Triportheus sp. Consumo Jatuarana Brycon melanopterus Consumo Cichlidae Acara-rosado Caquetaia spectabilis Consumo Acará Vários Consumo Acará-açú Astronotus crassipinnis Consumo e Venda Tucunaré Cichla sp. Consumo e Venda Jacundá Crenicichla sp. Consumo Curimatidae Branquinha Potamorhina sp. Consumo e Venda Branquinha-cascuda Psectrogaster sp. Consumo e Venda Ctenoluciidae Agulhão Boulengerella sp. Consumo Doradidae Cuiu-cuiu Oxydoras niger Consumo Bacu Lithodoras dorsalis Consumo e Venda Erythrinidae Traíra Hoplias malabaricus Consumo Gymnotidae Poraquê Electrophorus electricus Consumo Hemiodontidae Orana, charuto Hemiodus sp. Consumo Loricariidae Acari-bodó Liposarcus pardalis Consumo e Venda Osteoglossidae Osteoglossum Aruanã ou sulamba Consumo e Venda bicirrhosum Pimelodidae Piramutaba Brachyplatystoma Consumo e Venda vaillantii Pseudoplatystoma Caparari Consumo e Venda tigrinum Brachyplatystoma Dourada Consumo e Venda rousseauxii Brachyplatystoma Filhote ou piraíba Consumo e Venda filamentosum Jaú ou Pacamon Zungaro zungaro Consumo e Venda Piracatinga ou mota Calophysus macropterus Consumo e Venda Phractocephalus Pirarara Consumo e Venda hemioliopterus Pseudoplatystoma Surubim Consumo e Venda fasciatum Mapará Hypophthalmus sp. Consumo e Venda Barba-chata Pirinampus pirinampus Consumo e Venda

Cara de gato Platynematichthys Consumo e Venda

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notatus Mandii Pimelodus blochii Consumo Carnaval ou flamengo Brachyplatystoma Consumo e Venda juruenses Pristigasteridae Sardinhão, apapá Pellona flavipinnis Consumo Prochilodontidae Curimatã Prochilodus nigricans Consumo e Venda Jaraqui Semaprochilodus sp. Consumo e Venda Serrasalmidae Pacu Vários Consumo e Venda Piranha Vários Consumo e Venda Pirapitinga Piaractus brachypomum Consumo e Venda Tambaqui Colossoma mocropomum Consumo e Venda Sciaenidae Pescada Plagioscion sp. Consumo e Venda Arapaimidae Pirarucu Arapaima gigas Consumo Erythrinidae Jejú Hoplerythrinus Consumo unitaeniatus.

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9.20. Anexo T – Ictiofauna - Lista 2

Espécies de peixes registradas na Resex do Baixo Juruá, coletadas com malhadeiras e puçás, na região do rio Copacá. Fonte: GALUCH, 2007.

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9.21. ANEXO U – Plano de Proteção da Resex do Baixo Juruá

1. Contextualização 1.1. Dados gerais da Unidade Categoria: Reserva Extrativista (UC de Uso Sustentável)

Nome da unidade: Reserva Extrativista do Baixo Juruá

Órgão responsável: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Diretoria de Unidades de Conservação de Uso Sustentável e Populações Tradicionais (Diusp)

Estado: Amazonas

Municípios que abrangem a unidade: Juruá e Uarini

Área da unidade: 188.000 hectares

1.2. Histórico A Resex do Baixo Juruá foi criada em 2001, através do Decreto s/n de 1º de agosto de 2001. A população local é formada em grande parte por descendentes de nordestinos que chegaram ao Estado para trabalhar nos seringais e por descendentes de indígenas. É uma população agro- extrativista, que retira seu sustento da pesca, da produção de farinha e do extrativismo em pequena escala de diversos produtos. A criação da Resex foi uma demanda das populações tradicionais locais que, com o apoio da Prelazia de Tefé, iniciou o processo de criação, contando também com o apoio do CNS.

O processo de criação foi conflituoso, não obtendo aceitação por uma parcela da população local. Atualmente, a Resex sofre grande pressão por parte dos moradores da cidade de Juruá (entorno imediato) e de algumas comunidades integrantes, que não aceitam a criação da Resex (Arati e Forte das Graças II). Não existem muitas instituições parceiras que estejam atuando na UC, tendo em vista o alto grau de isolamento do município de Juruá e a precariedade institucional na região.

A unidade conta com o Conselho Deliberativo, oficializado através da portaria n° 84, de quatro de novembro de 2008, e instalado a dois de fevereiro de 2009.

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1.3. Características relevantes A Reserva Extrativista do Baixo Juruá está localizada no estado do Amazonas, na segunda sub- região do Triângulo Jutaí-Solimões-Juruá, compreendendo os municípios de Juruá e Uarini. Ela abrange uma área que compreende partes dos rios Juruá, Andirá e Copacá, totalizando aproximadamente cento e oitenta e sete mil, novecentos e oitenta e dois hectares (187.982 ha). A área da Reserva é formada em sua grande parte por glebas do Estado, não apresentando conflitos de natureza fundiária. Apenas um título particular foi apresentado até o momento.

A UC não possui marcos de demarcação ou sinalização que demonstrem claramente seus limites, embora estes sejam razoavelmente bem conhecidos pela população local. Existe a previsão de instalação de placas nos principais pontos de acesso da Resex, bem como identificação de cada uma das comunidades que a compõem. A área delimitada é compatível com o objetivo de criação da UC, pois a área é suficiente para atender às necessidades da população residente e garantir a conservação dos recursos naturais. A maior parte da Resex é desabitada e mais de 99% da área é preservada.

Há certos aspectos no desenho da área da UC que dificultam a proteção. A principal dificuldade é a proximidade da Resex com o núcleo urbano da cidade de Juruá, o que gera insatisfação na população local, por não existir área para expansão da cidade.

A área que sofre maior pressão é a região do rio Andirá. Durante a época da cheia, há grande dificuldade para realizar fiscalização, em razão do aparecimento de diversos “furos”, o que facilita a fuga dos infratores e dificulta a existência de “bases” de vigilância em pontos estratégicos. Além disso, somente a foz do rio Andirá está totalmente dentro da Resex. Pouco acima da foz, somente a margem direita. Isto gera muitos problemas, pois muitas pessoas adentram o rio Andirá dizendo que estão seguindo rio acima, e terminam explorando os recursos da Resex.

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Outra área objeto de conflito pelo uso dos recursos é a região denominada “Sacado do Planeta”35. Foi constatado que o ponto 18 do Decreto de criação apresenta inconsistências entre as coordenadas e a descrição física da localização. A chefia da Resex solicitou verificação dos limites junto ao órgão gestor. Em 18/02/2008, a Diusp/ICMBio emitiu parecer técnico, justificando a necessidade de mudança das coordenadas do ponto 18, contemplando o Sacado na área da Resex. Contudo, é necessário realizar a retificação do Decreto de criação da UC com as novas coordenadas.

Outros pontos frágeis são o Lago Juruapuca (só a metade faz parte da Resex) e os Igarapés do Arapapá I e II, no extremo norte da Resex, que, na verdade, estão fora da Resex, mas são áreas de uso da comunidade Botafogo e sofrem pressão pela utilização dos recursos.

A Resex faz limite ao sul com a Flona de Tefé, UC Federal de Uso Sustentável; pelo Igarapé do Branco, afluente do rio Andirá. Atualmente, existem alguns conflitos quanto ao uso dos recursos da área entre a população da Resex e alguns moradores da Flona. Tem-se procurado realizar atividades com conjunto com a Flona, para solucionar tais conflitos.

1.4. Localização e acessos A Resex tem seu início na coordenada geográfica 65º 58" 10" WGR e 03º 12" 04" S, na margem direita do rio Juruá. Segue ao sul, contornando a cidade de Juruá, e é delimitada a leste pelo rio Copacá, ao sul pelo rio Andirá e Igarapé do Branco, e ao norte pelo Igarapé São Benedito.

O acesso à unidade se dá principalmente por via fluvial, pelos rios Juruá e Andirá, e seus furos. A locomoção dentro da Resex se dá por meio de voadeiras pertencentes à Resex. É possível o acesso por via aérea à cidade de Juruá, por meio de pequenas aeronaves fretadas. Há uma pista de pouso que fica na cidade, no entorno da Resex, que está bem conservada, embora ainda não tenha sido homologada pela Infraero.

Na cidade de Juruá existem duas estradas, sendo elas a Estrada do Japó e a Estrada do Igarapé Grande. Através da Estrada do Japó chega-se à Resex (comunidade de Arati) na seca e através da Estrada do Igarapé Grande chega-se ao limite da Resex com a cidade. Ambas são utilizadas tanto por moradores da cidade quanto por moradores da Resex, quando em trânsito pela cidade.

35 Identificada no mapa.

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As estradas são de terra batida, não são asfaltadas, e encontram-se em péssimo estado de conservação, ficando intransitáveis em dias de chuva. Uma via de acesso foi aberta recentemente entre as Comunidades de Arati e Forte das Graças, em razão do programa Luz Para Todos, do Governo Federal, para a colocação dos postes de luz. O trânsito por essa via de acesso é difícil, e demanda atenção e monitoramento.

A cidade de Juruá possui postos de abastecimento de combustível (gasolina e diesel), localizados em flutuantes no porto da cidade e um em terra firme. Há uma certa deficiência no abastecimento da cidade com combustível, em especial durante o período de seca, quando as balsas têm mais dificuldade de chegar à região.

Os principais cursos de água da Resex são o Igarapé do Branco, Igarapé do Vai Quem Quer, Igarapé do Ariramba, Igarapé do Matrinxã, Igarapé São Benedito, Sacado do Planeta, e os rios Juruá, Copacá e Andirá.

O rio Juruá é rota de barcos recreios, pesqueiros e balsas comerciais que fazem o percurso Tefé – Juruá, Manaus – Carauari e Manaus – Cruzeiro do Sul/AC. É utilizado pelos moradores da Resex e demais pessoas em trânsito pela região. Os principais meios de locomoção são os mencionados barcos recreio e as canoas com motores do tipo “rabeta”. O rio Andirá tem um acesso mais restrito, sendo que apenas embarcações de pequeno porte (como canoas e botes) conseguem trafegá-lo na seca. Além dos moradores da área, há trânsito de pessoas que vão apenas para explorar os recursos: realizar caçadas, extrair madeira, pescar. O rio Copacá é um rio pouco utilizado no seu alto curso, nas imediações da Resex. Por ser pouco piscoso, poucos moradores das comunidades rio abaixo utilizam a área nas imediações da Resex. Entretanto, a área é utilizada por alguns caçadores.

1.5. Estrutura disponível No município de Juruá, há um pequeno escritório compartilhado com a Associação dos Trabalhadores Rurais de Juruá (Astruj), onde ficam os equipamentos de que dispõe a Resex. A Resex possui 1 (um) computador de mesa, 1 (um) notebook, e 1 (um) telefone com aparelho de fax, além dos equipamentos listados no anexo do plano de manejo. Não há rede para telefones celulares em Juruá.

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Quanto à estrutura para realizar a fiscalização, a UC conta com duas bases de vigilância flutuantes da Astruj, localizadas em pontos considerados estratégicos para monitorar a entrada de pessoas na Resex. Ela dispõe ainda de dois botes com motores 40 e 15 HP. A Astruj possui um GPS, que é utilizado nas operações. Há um sistema de rádio instalado na Resex pela Astruj, com base fixa na cidade de Juruá (Astruj) e outras bases instaladas nas comunidades de Forte das Graças I, Antonina, Cumaru e nos flutuantes do Sacado do Planeta e do Andirá. Para o monitoramento da área, os moradores da UC trabalham em sistema de revezamento de equipes, para ficar nos flutuantes, equipes que contam com pelo menos 1 (um) Agente Ambiental Voluntário.

1.6. Recursos humanos disponíveis Há apenas duas analistas ambientais lotadas na Resex, Maria Goretti Melo Pinto, analista ambiental, chefe da Resex, e Maressa Girão do Amaral, analista ambiental, com portaria de fiscalização. Não existem pessoas contratadas, nem serviço de vigilância terceirizada na UC. As atividades são desenvolvidas de acordo com as demandas locais, nas épocas que há maior pressão pelo uso dos recursos.

Não há uma pessoa responsável pelo gerenciamento do Plano de Proteção, sendo as atividades de inteligência planejadas pelas duas analistas.

Na área da Resex, há um total de 25 (vinte e cinco) Agentes Ambientais Voluntários credenciados, mas nem todos atuantes. Os AAVs atuam em equipes, que cuidam da vigilância diária dos principais pontos da Resex.

1.7. Orçamento Disponível Para o ano de 2009, o orçamento disponível para a UC realizar operações é proveniente do POA do programa Arpa. Há, em princípio, recursos do órgão gestor para fiscalização, contudo, ainda não se sabe o valor direcionado para a Unidade ou onde estão aportados os recursos, pois ainda há problemas referentes à transição institucional Ibama/ICMBio. Não existem programas de compensação ambiental na área. Há uma parceria com o Poder Judiciário local, que já direcionou o valor pecuniário de uma pena (transações penais) para a Resex.

2. Pressões e Ameaças: Causas 2.1. Pressões

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Na área da Resex, as principais pressões sofridas são em relação à caça de quelônios, tanto animais adultos quanto os ovos – para o consumo local e para a venda nos centros urbanos (Juruá, Tefé, Fonte Boa, Manaus) – configurando uma verdadeira rede de tráfico na região, um dos locais remanescentes para a reprodução desses animais. Outras espécies de mamíferos existentes na Resex (como antas, porcos do mato, pacas, cutias etc.) também são alvos de caça. A caça a animais silvestres é costume das pessoas da região, feita para uso próprio e também comércio local, e gera muitos conflitos entre os moradores da Resex e pessoas de fora.

A extração de madeira é feita pela população local, basicamente para a construção de casas e para a fabricação de móveis.

A pesca comercial, diferente daquela realizada pelos pescadores para subsistência e comércio local, é feita por barcos pesqueiros de diferentes regiões do Estado. Feita no entorno da Resex, principalmente no rio Juruá, é realizada em grande escala, e nenhuma parte da produção fica para o município, muitas vezes desrespeitando o período de defeso de espécies de maior aceitação no mercado.

A atividade pecuária é praticada por algumas comunidades da Resex, contudo, ela está em desacordo com os objetivos da Unidade. Há um grande conflito com essas comunidades, criadoras de gado, que continuam a abrir áreas de pasto sem autorização. A principal comunidade criadora é a comunidade de Arati, que não aceita a criação da Resex e está em constante conflito com outras comunidades. Existe uma criação de gado expressiva também na comunidade de Forte das Graças II, que também não aceita a existência da Resex.

2.2. Ameaças

Ainda que seja uma área pouco habitada e de difícil acesso, existem áreas da Resex que poderão vir a sofrer pressões. Essas pressões, que poderão alterar e/ou danificar a biodiversidade e os processos naturais dentro da UC, são denominadas ameaças, e tornam necessário um constante monitoramento das atividades desenvolvidas nessas regiões.

Após realizada análise das atividades que ocorreram ou estão para ocorrer na Unidade, foram identificadas como principais ameaças:

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Ameaça Local Causas Soluções

1. COPACÁ E Comunidades que moram abaixo da Resex • Sinalização • Caça eventualmente caçam e retiram madeira da • Vigilância e • Extração área. Monitoramento de Madeira Não há sinalização no local, e muitas pessoas não tem conhecimento da existência da Resex (Zona Copacá). AMEAÇA: aumento da pressão pela utilização dos recursos da área. 2. CIDADE DE E Proximidade da cidade dos limites da Resex • Sinalização JURUÁ • Vigilância e • Invasão Monitoramento 3. TRILHA D Abertura de trilha para passar a rede de • Vigilância e "LUZ PARA distribuição de energia dentro da Resex, Monitoramento TODOS” entre as comunidades de Arati e Forte das • Caça Graças I e II. • Pesca • Invasão 4. RIO JURUÁ E Grande trânsito de barcos comerciais no rio • Sinalização (acima) Juruá, que não está nos limites da Resex . • Vigilância e • Pesca AMEAÇA: Aumento da pressão pela Monitoramento Comercial utilização dos recursos. • Acordos de Pesca

5. GASODUTO E Instalação do pólo Juruá , com o aumento de • Sinalização JURUÁ trânsito de barcos e pessoas no rio Juruá e • Vigilância e • Aumento possivelmente no rio Andirá. Monitoramento do Fluxo de Impacto sobre as cabeceiras do rio Andirá. contínuos no rio Barcos e Andirá Pessoas • Monitoramento • Impacto sobre os impactos sobre o rio da instalação do Andirá Gasoduto, principalmente sobre o rio Andirá.

3. Estratégias de proteção 3.1. Fiscalização As operações de fiscalização concentram-se em dois tipos de planejamento: viagens de duração média, onde são montadas equipes para passar alguns dias dentro e nos limites da Unidade, com o objetivo de coibir ilícitos ambientais; e viagens de curta duração, nas quais são feitas fiscalizações de rotina de acordo com demanda local (denúncias). Também tem sido feito, de forma ainda incipiente, o monitoramento por sensoriamento remoto, através de imagens de satélite, dos desmatamentos que ocorrem na área.

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3.1.1. Operações As viagens de fiscalização de média duração são realizadas nas épocas de maior pressão na região da UC e entorno, entre os meses de julho a novembro. São organizadas nesse período geralmente duas operações de fiscalização, de duração de 15 a 20 dias. A logística consiste na saída de um barco regional fretado da cidade de Tefé-AM, com uma equipe formada com membros do Ibama e/ou ICMBio e policiais militares, que vão com objetivo de fiscalizar a Resex e região do baixo rio Juruá. Geralmente há apoio de um agente ambiental voluntário da Resex.

A vigilância de rotina é realizada por moradores da UC, que trabalham em sistema de revezamento de equipes, que contam com pelo menos 1 (um) Agente Ambiental Voluntário. As equipes ficam nos flutuantes bases, que são localizados em posições estratégicas dentro da UC, e utilizam motores rabetas próprios ou o motor 15, da Astruj. São feitos autos de constatação, encaminhados para o órgão gestor, que dará o seguimento legal pertinente. É dado o apoio logístico pela UC, que contribui com o combustível para o transporte dos vigilantes.

Relacionada às demais atividades realizadas na UC, é feita geralmente uma viagem ao mês. A ida à Unidade nessas ocasiões dá-se por meio de avião fretado, até a cidade de Juruá, e posteriores viagens à campo, de duração de um dia ou mais, feitas nos botes, em geral por equipe composta por pelo menos três pessoas. É feita uma ronda nos rios limites da Resex, especialmente o rio Juruá, onde é feita abordagem aos transeuntes, verificando o que trazem em suas embarcações, e a verificação de locais objetos de denúncia.

O acompanhamento por imagens de satélite é feito esporadicamente na sede administrativa da UC (cidade de Tefé), na qual ocorre a procura por desmatamentos dentro dos limites da unidade. Um grande gargalo para a efetiva implementação desse monitoramento é a falta de pessoal e de software.

3.1.2. Atendimento a Denúncias Nas viagens à UC pelas Analistas responsáveis, são feitos os atendimentos a denúncias. O atendimento às demandas é feito nos botes pertencentes à unidade, quando ocorrem dentro da mesma, pois esta é a única forma de locomoção dentro da UC, e conta-se ocasionalmente com o apoio da polícia local. Durante o período em que a equipe da UC encontra-se na mesma, as denúncias são atendidas tão logo surjam. São realizados atendimentos a denúncias no entorno

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imediato da UC (cidade de Juruá e comunidades próximas), e da mesma forma abrangem vistorias realizadas no município de Juruá.

3.1.3. Zoneamento das áreas de Pressões da UC Para fins de planejamento de operações e listagem das principais pressões sofridas pela UC, a Resex do Baixo Juruá foi dividida em Zonas36, sendo que para cada Zona, foram enumeradas as principais pressões na área, as causas e as possíveis soluções a serem implementadas, para mitigar os efeitos dessas na UC.

Pressão Local Causas Soluções

1. BOTAFOGO E Pessoas e Barcos de fora que • Incluir essa área nos • Pesca pressionam pelo uso dos limites da Resex • Caça (Quelônio) recursos, nos lagos Arapapá I e • Colocar Sinalização II e o Igarapé do Matrinxã • Melhorar a estrutura (Zona de Baixo), localizados de Vigilância fora dos limites da Resex, mas • Monitoramento. de uso da comunidade de Botafogo. 2. ANTONINA D/E Pessoas de fora e moradores da • Colocar Sinalização • Pesca própria comunidade que • Melhorar a Vigilância • Caça (Quelônio) pressionam pelo uso dos e Monitoramento recursos, à margem das regras • Fortalecimentos dos criadas pela comunidade, acordos internos da principalmente nos lagos comunidade Antonina Patauazão e Patauazinho e outros lagos menores (Zona de Baixo); 3. IGARAPÉ DO VAI D Pessoas de fora invadem o • Colocar Sinalização QUEM QUER Igarapé (Zona de Baixo), por ser • Melhorar a Vigilância • Pesca uma área pouco habitada, e Monitoramento incluindo • Caça (Quelônio) utilizando os recursos de forma AAV desordenada. • Mediar conflitos entre moradores da Comunidade do Vai Quem Quer e Antonina. 4. SACADO DO D Pessoas de fora invadem o local • Monitoramento PLANETA para exploração dos recursos incluindo AAV • Pesca (Zona de Baixo e Zona da • Melhorar a estrutura Cidade) da Vigilância

5. LIMITE OESTE X D Criadores de gado da cidade • Sinalização CIDADE expandem seus campos de gado • Construção de cerca • Pecuária para dentro dos limites da Resex • Vigilância e (Zona da cidade). Monitoramento da área • Fiscalização 6. ARATI D Moradores da comunidade, com • Trabalho de • Pecuária tradição na criação de gado e aproximação com a

36 Devidamente marcadas no Anexo H.

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• Conflito Fundiário contrários à existência da Resex comunidade (Zona da cidade), expandem os • Vigilância e campos de gado, aumentando o Monitoramento da área desmatamento, dentro da UC, e (imagens de satélite) não participam de atividades • Trabalhos de relacionadas a Resex. Educação Ambiental A orientação evangélica local é desfavorável à Resex, sendo seguida pelos comunitários. 7. TABULEIRO D Moradores da Resex e de fora • Fortalecer acordo de MONTE FLOR pressionam pelo uso dos usos entre os moradores da • Caça (Quelônio) recursos (Zona de Cima). Resex • Melhorar a Vigilância e Monitoramento 8. FORTE DAS D Moradores da Comunidade, • Trabalho de GRAÇAS II contrários a existência da Resex aproximação com a • Conflito Fundiário (Zona de Cima), não participam comunidade • Agropecuária de atividades relacionadas a • Vigilância e • Pesca Resex. Monitoramento da área A orientação evangélica local é • Trabalhos de desfavorável a Resex, sendo Educação Ambiental seguida pelos comunitários. Ocorre o conflito de pesca na área do “Bocão”, pois os representantes da Comunidade trazem barcos de pesca comercial de fora da Resex, sem anuência das demais comunidades. Vivem em conflito com a comunidade Forte das Graças I, de orientação católica. 9. RIO ANDIRÁ D/E Pessoas de Fora da Resex • Sinalização • Pesca adentram o Rio, para explorar • Vigilância e • Caça (Quelônio) os recursos naturais (Zona de Monitoramento • Caça Cima). • Ações de Fiscalização

10. COMUNIDADE DO E Comunidade localizada no • Trabalho de VIOLA (ITAÚBA) entorno imediato da Resex aproximação da • Pesca concorre com os moradores da comunidade com os • Caça (Quelônio) Resex na utilização dos recursos objetivos da Resex • Caça naturais. • Inclusão da comunidade nos acordos e benefícios da Resex 11. ANDIRAZINHO E E Comunidade localizada no • Trabalho de FLONA TEFÉ entorno imediato da Resex e aproximação da • Pesca; dentro da Flona Tefé comunidade com os • Caça (Quelônio); concorrem com os moradores da objetivos da Resex; • Caça; Resex na utilização dos recursos • Inclusão das • Pequena extração de naturais e não seguem as regras comunidades nos acordos madeira; da Resex. da Resex; • Aproximação da gestão entre Resex e Flona Tefé 12. CIDADE DE E Encapsulamento parcial da • Trabalho de JURUÁ Cidade pela Resex, limitando a aproximação da Cidade • Pesca expansão do Município. com os objetivos da Resex • Caça (Quelônio) Parte do Poder Público local é • Parceria com o • Caça contrario a Resex. Município na busca de

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• Extração de madeira Pressão pela utilização dos alternativas econômicas e • Agropecuária recursos na área da Resex. produtivas • Ações de Fiscalização.

13. RIO JURUÁ E Barcos pesqueiros que transitam • Sinalização • Pesca pelo Rio Juruá pressionando o • Vigilância e • Caça (Quelônio) uso dos recursos, em escala Monitoramento comercial (todas as zonas) • Ações de Fiscalização • Acordos de Pesca

3.2. 3.2 Integração com comunidades residentes na unidade e/ou no entorno

Por tratar-se de uma Unidade de uso sustentável, na qual moram populações tradicionais, a busca pelo desenvolvimento em bases sustentáveis é necessária, devendo ser pensada principalmente no item “integração com as comunidades”, pois estas devem sentir-se como parte do processo e recebedoras dos benefícios de se morar em uma área protegida. Essas populações, por sua maneira de subsistência, desenvolveram uma intrínseca e curiosa relação com a natureza, que contribui para o alto grau de preservação dessa área – ameaçada em grande parte por indivíduos de fora desse sistema, que possuem o objetivo de apenas explorar os recursos.

Como principais estratégias de atuação, pretende-se promover a aproximação do órgão ambiental com os moradores do entorno da Resex, em especial com aqueles da cidade de Juruá. Tal objetivo pode ser alcançado através da elaboração de conteúdo programático de aulas de educação ambiental, em parceria com a Prefeitura Municipal, a ser ministrado nas escolas.

Outra forma pela qual se pretende promover uma maior integração com a comunidade é através da consolidação do programa “Agentes Ambientais Voluntários”, tendo como público alvo os moradores da Resex e do entorno, para que estes possam estar envolvidos com a proteção e preservação da UC, na tentativa de conscientizá-los das conseqüências e prejuízos da atividade predatória na exploração dos recursos naturais.

Realização de oficinas sobre atividades produtivas desenvolvidas em bases sustentáveis – tais quais artesanato, agricultura familiar, manejo de animais silvestres, pesca etc. se mostraram uma ferramenta satisfatória, no que diz respeito à integração com o entorno e com habitantes da Resex, e pretende-se continuar a fomentar essa atividade, oferecendo apoio logístico para os participantes ou promovendo-as localmente quando possível.

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A divulgação das regras estabelecidas no Plano de Utilização da UC para toda a população é de grande necessidade. Todos os atores envolvidos deverão estar cientes das normas nele estabelecidas, pois estas fazem parte de instrumento legal, e transgressões ao que está previsto no Plano de Utilização da UC configuram infração administrativa37. Deverão ser feitas oficinas e palestras de divulgação das regras do Plano de Utilização da Resex, para os moradores da cidade de Juruá e moradores da Resex.

3.3. Parcerias Há poucas parcerias estabelecidas no entorno da UC, pois quase não existem instituições (públicas ou privadas) atuantes na área. Contudo, são parceiros bastante atuantes para a proteção e implementação da UC:

• Parceria com a Astruj – Entidade formada pelos moradores e usuários da Resex tem apoiado o órgão gestor na execução das atividades de fiscalização, monitoramento e gestão da UC. • Parceria com o Idam – Instituição ligada a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), responsável pela promoção do desenvolvimento rural sustentável, centrado no fortalecimento das atividades agropecuárias, mediante a prestação dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural e Florestal38, repassa o número de cabeças de gado vacinadas , o que permite ao órgão acompanhar o crescimento da atividade dento da área da Resex; bem como promove e convida comunitários da Resex para participar de cursos oferecidos pela Instituição. É uma das Instituições que fazem parte do Conselho Deliberativo da Resex, e um potencial parceiro na implementação de políticas de desenvolvimento de atividades produtivas dentro do Município e da Unidade. No ano de 2008, trabalhou em conjunto com o Ibama e Astruj no processo de inventário florestal da “picada”, aberta em decorrência do programa Luz Para Todos.

• Parceria com o Judiciário e Ministério Público local – com a atuação de um juiz titular da comarca nomeado em 2007 e um juiz substituto, a Unidade passou a contar com o apoio na apuração de crimes ambientais, agilização no andamento dos

37 Art. 90, do Decreto n° 6.514/2008 38 In homepage do Idam, http://200.242.43.143/portal/idam/programas_01.php?cod=3

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processos e previsão de destinação para a UC dos valores e bens arrecadados em transações penais. • Parceria com o GTA – a rede GTA, que promove a participação de comunidades e populações tradicionais em políticas de desenvolvimento sustentável, através da proposição de projetos e mobilizações, trabalhou em conjunto com a Resex na mobilização da população para formação do Conselho Deliberativo, no ano de 2007. No ano de 2008, foi desenvolvido um projeto relativo ao desenvolvimento de atividades de artesanato, • Parceria com a Gerência Executiva do Ibama de Tefé/AM e com outras UCs – apoio no planejamento e execução das operações de fiscalização. São realizadas operações conjuntas de fiscalização com a gerência do Ibama/Tefé, na região do Médio-Solimões e rio Juruá, nas quais é dado apoio logístico por parte da UC.São feitos planejamentos estratégicos em conjunto com as demais UCs da região do Médio-Solimões, entre elas, Resex de Auati-paraná, Resex do Rio Jutaí, Esec Juami-Japurá e Flona Tefé.

No que se refere à mitigação de impactos na região da UC e sua zona de entorno, não há atividades com significativo impacto na região da UC, fora atividades ilegais de pesca, caça, tráfico de quelônios e extração de madeira em pequena escala. Nesses aspectos, as políticas locais para mitigar os impactos na região são do próprio órgão gestor. São elas a implementação do programa “Agentes Ambientais Voluntários” e o trabalho de monitoramento dos tabuleiros da região. Não há políticas municipais que procurem mitigar os danos causados por essa atividade. Em nível de política ambiental Estadual, existe o programa “Bolsa Floresta”, mas que não está sendo implementado nessa região.

Com a obra do gasoduto nos municípios de Carauari e Tefé, é possível que haja influência no município de Juruá, especialmente na área socioeconômica.

O município de Tefé é o centro urbano com mínima estruturação mais próximo, onde existem bases do Exército, Marinha e Aeronáutica, bem como representação da Polícia Federal. Ainda não foram realizadas atividades em conjunto com essas instituições.

Temos buscado aproximação e dado apoio para pesquisas realizadas pelo Inpa na área da Resex, relacionadas principalmente aos recursos madeireiros e não-madeireiros e pesca da

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região. Os retornos tem sido satisfatórios, inclusive vários de seus pesquisadores contribuíram para a elaboração dos estudos de recursos florestais da UC, que estão subsidiando o Plano de Manejo. O Inpa é uma das instituições que fazem parte do Conselho Deliberativo da Resex, e desenvolve diversas linhas de pesquisa na área de manejo madeireiro, que poderá ser aproveitado e implementado na área da UC.

Com a implementação eficaz do Plano de Proteção da Resex do Baixo Juruá e com a promoção de uma integração com o entorno satisfatória, objetiva-se realizar uma efetiva conservação da área e dos recursos naturais da Reserva Extrativista do Baixo Juruá, por meio da integração das populações tradicionais com o meio ambiente.

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9.22 ANEXO V – Equipamentos da Resex do Baixo Juruá Equipamentos adquiridos para a Resex do Baixo Juruá pelo Programa Arpa.

Nº de Data da (*) Especificação do Bem Série Aquisição Situação Mochila 73 (2) 01/12/2005 em uso Saco de dormir (2) 01/12/2005 em uso Maquina fotográfica digital Cannon 2360504125 01/12/2005 em uso Barraca Falcon (2) 04/12/2005 em uso Canivete 3 1/4 04/12/2005 em uso Binóculo Falcon 04/12/2005 em uso Tela de Projeção 08/12/2005 em uso Impressora Multifuncional MY39PH764P 19/12/2005 em uso Notebook Toshiba (pat.Ibama 196489) 23/12/2005 em uso TV LG 29'' 31/01/2007 em uso Bote de alumínio c/ motor 15hp Yamaha 66MK-1006448 12/02/2007 em uso Bote de alumínio c/ motor 40hp Mercury 1C0321520 26/02/2007 em uso Projetor Multimídia JJX6711712F 28/04/2007 em uso não Holofote Portátil (3) 7896558416331 16/05/2007 funcionam Filmadora Digital C61A10821 04/07/2007 em uso DVD Cyber JLMZ1IHAGTNFGG03DKA 01/11/2006 parado Monitor (já patrimoniado) Ibama 196419 em uso CPU (já patrimoniado) Ibama 196418 em uso Armário ref. 2089 11/12/2006 em uso Armário ref. 2086 11/12/2006 em uso Ventilador de ferro 14/12/2006 em uso Ventilador 30 cm 14/12/2006 em uso Armário arquivo pasta suspensa maple 11/12/2006 em uso Colchão (8 un.) 14/02/2006 parado Quadro Branco mold. Alumínio 1,00x 1,50 03/01/2006 em uso Quadro Branco mold. Alumínio 1,20x 1,80 03/01/2006 parado Calculadora Procal de Impressão 03/01/2006 em uso Calculadora Procal LP-45 03/01/2006 Parada Refrigerador Electrolux RDE30 13/05/2007 lacrado Refrigerador Absor Domes 2 portas 220 BR 11/08/2007 em uso Gravador digital de mão 15/08/2007 em uso

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