ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DE ESTADO DAS CIDADES E DESENVOLVIMENTO URBANO – SECID

OBJETO 1 PLANO DIRETOR DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MEARIM

FASE 1 DIAGNÓSTICO DA BACIA

RESUMO DO DIAGNÓSTICO

VOLUME II

Termo de Compromisso Portaria 280/2012 Governo Federal – Ministério da Integração Nacional

Outubro 2014

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 1

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...... 4 2.3 MEIO SOCIOECONÔMICO ...... 4 2.3.1 Dinâmica Sociopopulacional ...... 4 2.3.2 Diagnóstico da Dinâmica Social da Bacia ...... 5 2.3.3 Grau de Urbanização ...... 6 2.3.4 Educação ...... 7 2.3.4.1 Ensino fundamental ...... 9 2.3.4.2 Ensino Médio ...... 10 2.3.4.3 Ensino Superior ...... 11 2.3.4.4 Pós-graduação ...... 12 2.3.5 Desenvolvimento Humano ...... 13 2.3.6 Atividades Econômicas ...... 16 2.3.6.1 Produto Interno Bruto ...... 16 2.3.6.2 Produto Interno Bruto Per Capita – PIB per capita ...... 17 2.3.6.3 Valor Adicionado – VA das Atividades Econômicas ...... 19 2.3.6.4 Agropecuária ...... 21 2.3.6.5 Indústria ...... 24 2.3.6.6 Serviços ...... 24 2.3.7 Infraestrutura Regional ...... 25 2.3.7.1 Transporte ...... 25 2.3.7.2 Saúde ...... 27 2.3.7.3 Energia Elétrica ...... 28 2.3.7.4 Abastecimento de água ...... 29 2.3.7.5 Esgotamento Sanitário...... 34 2.3.7.6 Resíduos sólidos ...... 34 2.3.7.7 Drenagem urbana ...... 37 2.3.8 Comunidades Indígenas e Quilombolas ...... 37 2.3.9 Uso e Ocupação do Solo ...... 40 2.3.10 Turismo ...... 42 2.3.11 Regionalização da Bacia ...... 44 2.4 SITUAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA ...... 48 2.4.1 Impactos relacionados ao Meio Físico ...... 48 2.4.2 Impactos relacionados ao Meio Biótico ...... 49 2.4.3 Impactos relacionados ao Meio Socioeconômico ...... 49 2.5 EVENTOS CRÍTICOS OCORRIDOS ...... 50 2.5.1 Estiagens e secas ...... 51

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2.5.2 Cheias: Inundação, Alagamento e Enxurrada ...... 56 2.5.3 Deslizamento, Corrida de massa e Erosão continental laminar ...... 64 2.5.4 Diagnóstico dos Desastres Naturais Ocorridos na Bacia do Mearim ...... 67 2.5.5 Identificação das possíveis causas da ocorrência de enchentes ...... 70 2.6 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES EM ANDAMENTO NA BACIA ...... 75

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APRESENTAÇÃO Este documento consiste em um resumo das principais informações e resultados obtidos na fase de Diagnóstico da Bacia Hidrográfica do Mearim. É importante destacar que a elaboração do Plano Diretor da Bacia continua em andamento, porém este resumo tem como objetivo estender ao público em geral, bem como aos participantes das audiências públicas regionais, o conhecimento sobre os estudos realizados até então. Este resumo está dividido em dois volumes:  Volume 1, o qual compreende os itens do Meio Físico e Meio Biótico;  Volume 2, o qual compreende os Meios Socioeconômico, Situação Ambiental da Bacia, Eventos Críticos Ocorridos, Programas, Projetos e Ações em Andamento na Bacia. Este relatório constitui-se no Volume 2.

2.3 Meio Socioeconômico 2.3.1 Dinâmica Sociopopulacional Na década de 1920, agricultores (a grande maioria de origem nordestina) fugidos da seca que assolava a região em que viviam ocuparam uma grande extensão de terras do estado do Maranhão. Esta corrente migratória tornou-se responsável pela formação da "frente pioneira agrícola" no estado. A partir de 1950, o processo de abertura de frentes de expansão agrícola ficou mais geral, isto é, a ocupação privada das terras por empresários, pecuaristas e especuladores avançaram sob as terras já trabalhadas pelos migrantes, o que desencadeou diversos conflitos. No final dos anos 1960, começaram a haver confrontos entre a população rural e algumas forças institucionais manipuladas para a efetivação da política agrária do Estado, gerando tensões em torno da terra. Com o intuito de solucionar essas tensões foram criadas regras institucionais, como a Lei de Terras em 1969. Devido a essa lei, pequenos agricultores tiveram suas terras desapropriadas, e estas, assim como terras do Estado foram vendidas para a exploração agropecuária e florestal. Assim, iniciou-se a expansão capitalista no Maranhão pela incorporação de grandes extensões territoriais. Também foi criado o projeto "Maranhão novo", o qual possibilitou a entrada de capitais médios e grandes, oriundo do Sul do país no estado do Maranhão. Essa política instituiu , também, a grilagem de imensas áreas camponesas. Desse modo, em áreas devolutas na encosta das principais rodovias federais e estaduais começaram a se formar grandes fazendas. A paisagem geográfica, então, se modificou com os cercamentos das áreas destinadas ao cultivo agrícola. Com a chamada “economia do gado”, ocorreu a inserção da economia maranhense no sistema nacional de trocas ou na divisão nacional do trabalho no auge da fase do “milagre” (1968- 1973). Pressionada por essa economia e pelas desapropriações de terras, as fronteiras agrícolas perderam a capacidade de incorporar o pequeno agricultor que passou a morar entre as rodovias. Essa dinâmica criou novas categorias no campo: o meeiro, o arrendatário, o parceiro, e um extenso proletariado rural em êxodo em todo o estado. Assim, em 1971, foi criada a Companhia Maranhense de Colonização (COMARCO) para promover as negociações das terras do Maranhão, no mercado regional nacional. Nos anos 1980, a política de modernização passou por transformações, isto é, a partir do II PND as regiões Norte e Nordeste estavam inseridas em grandes projetos industriais (baseados na exploração e/ou produção de ferro, aço, celulose e alumínio) pelo Programa Grande Carajás (PGC). Com esse projeto, o Maranhão voltou a se inserir na dinâmica do capitalismo internacional como corredor de exportação de minério de ferro. Com a inauguração da Estrada de Ferro Carajás (1985) intensificou- se a instalação de vários empreendimentos ao longo desse corredor de exportação.

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Em várias regiões do estado, grandes grupos se instalam para a exploração de matéria prima, entre elas pode-se citar Cargill Agrícola S/A, Bunge Alimentos S/A, ABC INCO S/A, CEAGRO Agronegócios, Fazenda Parnaíba S/A, SLC Agrícola S/A, Weisil Agrícola Ltda. e empresas Joint Ventures e Multigrains (Multigrain S/A e Multigrain Comércio, Exportação e Importação). Também nos anos 1980, iniciou-se a cultura do eucalipto na região da Amazônia Legal Maranhense, principalmente nas cidades de Açailândia e (Pré-Amazônia maranhense), com o intuito de servir como fonte de produção de carvão vegetal, para, então, alimentar as fábricas que produziam ferro gusa. Na década seguinte, a produção de soja se torna maior e mais abrangente. Inicialmente era cultivada no sul do estado e, atualmente, avança no sentido do serrado leste, sendo que este produto agrícola compõem um dos principais produtos de exportação do Maranhão. A área de plantio de soja e de eucalipto está se espalhando por outras regiões do estado, devido aos investimentos em agronegócios realizados por grandes empresas que atuam no estado. Segundo o Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC), pode-se observar mudanças na dinâmica econômica do Maranhão, ou seja, na última década a economia maranhense cresceu a uma velocidade maior que a média do nordeste e do Brasil. Os dados mostram que a expansão das exportações de minerais e produtos agrícolas (ferro, alumínio e soja) foram de suma importância para esse crescimento. Através de dados obtidos atrvés do Programa de Pós-Graduação em Ciências Socias da Universidade Federal do Maranhão, observou-se que, em relação à migrações relacionadas às comunidades indígenas, moradores do povoado de São Pedro dos Cacetes (pertencente ao município de Grajaú), localizado em território indígena Canabrava/Guajajara, foram transferidos para o povoado de Remanso. Este povoado foi criado pelo governo estadual no mesmo município de Grajaú.

2.3.2 Diagnóstico da Dinâmica Social da Bacia O crescimento da população urbana é a mudança mais evidente e de maior importância na dinâmica demográfica do estado maranhense. Entretanto, a urbanização do estado do Maranhão ainda continua sendo a menor do país. Conforme relatado pelos professores Affonso de Paula e Alvino de Mesquita da Universidade Federal do Maranhão, diversos fatores tem influenciado no aumento do crescimento da população urbana e, consequentemente, na mudança do perfil demográfico do estado do Maranhão. Dentre esses fatores, os principais são:  Aumento da migração campo-cidade;  Desarticulação da pequena produção de alimentos básicos e do extrativismo do babaçu;  Expectativa de emprego gerada pelo Programa Grande Carajás na década de 1980;  Ausência de políticas públicas voltadas ao atendimento de demandas básicas – saúde/educação – para a área rural. As poucas infraestruturas encontradas nas regiões rurais favoreceram o surgimento de cidades de médio porte, principalmente no eixo do corredor da Ferrovia Carajás. O crescimento destes núcleos urbanos criou um mercado consumidor importante, pois inúmeros produtos que favorece o incremento do comércio e de serviços encontram-se nestes locais. A boa qualidade da terra maranhense também teve importância nos eixos migratórios, quando muitos nordestinos migraram de suas terras em busca de melhores condições de vida e terras para agricultura. Assim como o inverso também ocorreu, segundo o Censo demográfico de 2010, o IBGE, relata que muitos maranhenses migraram para o sudeste e sul do país.

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2.3.3 Grau de Urbanização Segundo o IBGE(2010) os municípios da Bacia somam juntos cerca de 2.089.095 habitantes, 34,14% da população do estado, são municípios pouco populosos. São Luís a capital do estado do Maranhão, tem sozinha 1.014.837 habitantes, 48,57% da população de toda a Bacia. O Estado vem apresentando um relevante crescimento urbano, em alguns dos municípios da Bacia não é diferente. Calculou-se o grau de urbanização dos municípios em estudo, a partir do número de população urbana dividido pelo número total de habitantes de cada cidade (IBGE,2010). Somente foi considerado o ano de 2010 por não haver dados suficientes dos anos anteriores (Figura 1). Dos 83 municípios analisados apenas 31 possuem grau de urbanização superior ao rural. Os dez municípios com maior grau de urbanização estão apresentados na Tabela 1 a seguir. Os municípios de Santa Inês, e Pedreiras, são os mais urbanizados da Bacia com 94,71%; 85,32%; e 83,49%, respectivamente. Já os dois municípios com o menor número de urbanização foram Marajá do Sena (14,38%) e Fernando Falcão (16,30%).

Figura 1: Municípios inseridos na Bacia do Mearim e o grau de urbanização (%).Fonte : IBGE 2010; MPB.

Tabela 1: Ranking dos municípios mais urbanizados da Bacia Hidrográfica do Mearim. Município Grau de urbanização Ranking Santa Inês 94,71% 1º Trizidela do Vale 85,32% 2º Pedreiras 83,49% 3º

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Município Grau de urbanização Ranking Miranda do Norte 79,91% 4º 77,85% 5º João Lisboa 75,25% 6º Açailândia 75,19% 7º São Mateus do Maranhão 73,45% 8º Pindaré-Mirim 71,96% 9º Presidente Dutra 71,54% 10º Fonte: IBGE. Censo Demográfico. (http://cidades.ibge.gov.br/)

2.3.4 Educação Segundo dados publicados pelo Portal MEC, 2010 e IBGE 2010, relacionados à taxa de analfabetismo por municípios brasileiros entre pessoas de 15 anos ou mais de idade, a Tabela 2 apresenta as taxas de analfabetismo do Brasil, do estado do Maranhão e a média das taxas dos municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Mearim. Percebe-se que os valores do estado do Maranhão(20,9%) já são bem superiores a média nacional(9,6%), no entanto a taxa de analfabetismo da Bacia(36,19%) se mostra ainda mais elevada quando comparada ao percentual médio de analfabetismo do país.

Tabela 2. Taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade, por grupos de idade (%) Taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade, por grupos de idade (%) Brasil Maranhão Bacia Mearim 9,6% 20,9% 36,19% Fonte: IBGE 2010, Portal MEC 2010.

A Figura 2 apresenta as taxas de analfabetismo por município da Bacia do Mearim, percebe-se que se destacam os municípios de São João do Carú, Fernando Falcão, Lagoa Grande do Maranhão, Matões do Norte, Marajá do Sena, , Itaipava do Grajaú, de Areia, Alto Alegre do Pindaré, nestes municípios as taxas de analfabetismo variam de 45% a 55% . A taxa encontrada é altíssima, metade da população é analfabeta. Os menores índices de analfabetismo pertencem a , Santa Inês, Viana, Açailândia, Sítio Novo, , , Pedreiras, , , São Francisco do Brejão, Bacabal, São João Batista, Pindaré-Mirim, , Olinda Nova do Maranhão, , e Miranda do Norte, estes municípios possuem taxas que variam de 15% a 29%, mesmo sendo as melhores taxas da Bacia, continuam sendo números altos comparados a média nacional que é de 9,6%. O analfabetismo é um indicador de dificuldades sociais na Bacia do Maranhão.

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Figura 2: Taxa de Analfabetismo (%) por município da Bacia. Fonte : IBGE 2010; MPB.

Foram analisados o número de matriculados nos municípios da Bacia, com base nos Censos dos anos de 2000 e 2010, ambos realizados pelo IBGE. Não foram encontrados dados sobre educação do Censo de 1991. As seguintes classificações foram consideradas, ensino fundamental, ensino médio, superior e pós-graduação (cursos de especialização, mestrado e doutorado), tanto de cursos públicos como privados. A Figura 3 apresenta através da soma dos matriculados nos municípios da Bacia do Mearim, e mostra a dinâmica dos matriculados por grau de escolaridade, no período analisado. Numa observação geral, percebe-se que houve queda apenas nas matriculas de ensino fundamental, os demais graus de escolaridade apresentaram com relevante crescimento.

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Figura 3. Gráfico dos Matriculados nos municípios da Bacia Hidrográfica do Mearim quanto ao grau de ensino. (IBGE, 2000/2010). Fonte: IBGE,200/2010. Fonte : IBGE 2010; MPB.

2.3.4.1 Ensino fundamental Analisando as matriculas referentes aos alunos de educação básica, em grande parte dos municípios da Bacia observa-se um decréscimo ao longo desses dez anos em que se tem registros. Considerando-se todos os municípios da Bacia, tem-se segundo IBGE,2010, cerca de 497.136 alunos matriculados no ensino fundamental, no entanto houve uma queda de -5,61% no numero de matriculas comparando ao censo do ano 2000 (Tabela 3). Segundo o Ministério da Educação, no Censo Escolar da Educação Básica publicado em 2012, essa queda no numero de matriculados, justifica-se em parte pela maior qualidade da informação prestada ao Censo Escolar devida aos avanços tecnológicos e aperfeiçoamentos metodológicos de coleta de dados e cadastro de alunos, e isso fez com que o quantitativo de matrículas refletisse melhor a realidade educacional. Em 2010, o Inep, em articulação com as Secretarias de Educação, exigiu a comprovação documental da matrícula e da frequência do aluno com mais de um vínculo escolar (matrícula em mais de uma escola) para o seu registro no Censo Escolar, como forma de evitar a dupla contagem de matrícula.

Tabela 3. Número de matriculas no ensino básico de educação. (IBGE, 200-2010.) Matriculas – Bacia Mearim ∆% 2000 - 2010 Censo 2000 Censo 2010 497.136 469.270 -5,61% Fonte: IBGE, 2000 e 2010.

Percebe-se na Figura 4 apesar da maioria dos municípios apresentarem queda no numero de matriculados no ensino básico, os municípios de Fernando Falcão e Jenipapo dos Vieiras apresentaram grande crescimento, cerca de 140% e 83,2% respectivamente. Fernando Falcão o município de maior acréscimo de matriculas passou de 1018 para 2452 alunos, entretanto possui o maior numero de matriculados, o município com mais alunos cursando o ensino básico é Açailândia com 21.440 matriculas em 2010. Os maiores decréscimos de matriculas ocorreram nos municípios de (-47,95%) e Poção de Pedras (-40%).

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Figura 4. Dinâmica dos matriculados no ensino fundamental censo 2000-2010 por município da Bacia. Fonte : IBGE 2010; MPB.

2.3.4.2 Ensino Médio Observou-se um grande aumento nas matriculas referentes aos alunos do ensino médio dos municípios da Bacia Hidrográfica do Mearim ao longo desses dez anos em que se tem registros. Considerando-se todos os municípios da Bacia, tem-se segundo IBGE,2010, cerca de 118.343 alunos matriculados no ensino médio, observa-se um acréscimo de 119,51% no numero de matriculas comparando ao censo do ano 2000 (Tabela 4).

Tabela 4. Número de matriculas no ensino médio de educação. (IBGE, 200-2010.) Matriculas – Bacia Mearim ∆% 2000 - 2010 Censo 2000 Censo 2010 53.912 118.343 119,51% Fonte: IBGE, 2000 e 2010.

Teoricamente o aluno potencial do ensino médio regular é o concluinte do ensino fundamental. Mantido o raciocínio acima e relacionando-se o numero de matriculas do ensino básico e do ensino médio, observa-se que dos alunos matriculados regularmente no ensino básico (466.367) e que deveriam seguir para o ensino médio, apenas 25,23% estão matriculados. Conclui-se que há espaço

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para a expansão dessa etapa de ensino. Isso, entretanto, só era alcançado com a melhoria do fluxo escolar no ensino fundamental, etapa que gera demanda para o ensino médio (Ministério da Educação). O município que apresentou maior incremento no número de matriculas foi Itaipava do Grajaú, passando de 122 para 971 alunos matriculados, mais de seis vezes o numero de alunos do censo, 2000. O município com maior número de matriculados assim como no ensino básico é Açailândia, com 6.516 matriculas regulares (IBGE,2010) (Figura 5).

Figura 5. Matriculados no ensino médio IBGE, 2010 por município da Bacia. Fonte : IBGE 2010; MPB.

2.3.4.3 Ensino Superior O ensino superior é destaque no Censo Escolar 2012, pois apresenta uma grande trajetória de expansão da matrícula na educação profissional superior. Nos municípios da Bacia, em 2000 eram 4.491 matriculados no ensino superior e dez anos mais tarde somam 27.529 matrículas – crescimento de mais de 500% no período (Tabela 5). Esse comportamento está em sintonia com as políticas e ações do MEC, no sentido do fomento ao fortalecimento, à expansão e à melhoria da qualidade da educação profissional no País.

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Tabela 5. Número de matriculas no ensino superior de educação. (IBGE, 200-2010.) Matriculas – Bacia Mearim ∆% 2000 - 2010 Censo 2000 Censo 2010 4.491 27.529 512,98% Fonte: IBGE, 2000 e 2010.

A Figura 6 mostra os municípios da Bacia e seus referentes números de matriculados no ensino superior. Percebe-se que os municípios com maior numero de universitários são Bacabal (2309), Santa Inês(1659), Pedreiras (1439), Açailândia (1428), e Grajaú (1213).

Figura 6. Matriculados no ensino superior IBGE, 2010 por município da Bacia.

2.3.4.4 Pós-graduação Os registros de matriculas no ano de 2000, em instituições de Pós-graduação nos municípios da Bacia do Mearim eram extremamente baixos, atingindo o total de 74 matriculas, dos municípios com registros era apenas Açailândia, Bacabal, Presidente Dutra, Santa Inês e São Mateus do Maranhão. O crescimento foi bastante expressivo ao longo dos 10 anos do período, em 2010 o numero de matriculas chegou a 3.304, somando todos os municípios. Apenas sete municípios da Bacia não possuem nenhum tipo de ensino de pós-graduação: , Bucurituba, , Jenipapo dos Vieiras, Santa Filomena do Maranhão, São João do Carú e Vitória do Mearim.

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2.3.5 Desenvolvimento Humano Para aferir o nível de desenvolvimento humano de municípios (IDH-M) os critérios utilizados são os mesmos que os considerados no IDH de um país, isto é, educação, longevidade e renda, embora alguns dos indicadores usados sejam diferentes. Para avaliar a dimensão “educação”, o cálculo do IDH-M considera dois indicadores, com pesos diferentes: (i) taxa de alfabetização de pessoas acima dos 15 anos de idade (com peso dois): é o porcentual de pessoas com mais de 15 anos capaz de ler e escrever um bilhete simples (ou seja, adultos alfabetizados). Como o Ministério da Educação indica que a criança completa o ciclo de estudos (ensino fundamental) aos 14 anos de idade, caso não se atrase na escola, a medição do analfabetismo se dá a partir dos 15 anos; (ii) a taxa bruta de frequência à escola (com peso um), é resultado de uma conta simples: o somatório de pessoas (independentemente da idade) que frequentam os cursos fundamental, médio e superior é dividido pela população na faixa etária de 7 a 22 anos da localidade. Estão, também, inclusos na conta os alunos de cursos supletivos de primeiro e de segundo graus, de classes de aceleração e de pós-graduação universitária. Apenas classes especiais de alfabetização são descartadas para efeito do cálculo. Para a avaliação da qualidade “longevidade”, o IDH municipal considera o mesmo indicador do IDH de países, isto é, a esperança de vida ao nascer. Esse indicador mostra o número médio de anos que uma pessoa nascida naquela localidade no ano de referência deve viver. Esse indicador sintetiza as condições de saúde e salubridade do local, uma vez que quanto mais mortes houver nas faixas etárias mais precoces, menor será a expectativa de vida. Na avaliação do critério “renda”, é utilizada a renda municipal per capita, ou seja, a renda média de cada residente no município. Para se obter esse valor soma-se a renda de todos os residentes e divide-se o resultado pelo número de pessoas que moram no município (inclusive crianças ou pessoas com renda igual a zero). Neste tópico foram analisados os dados dos Censos dos anos 1991, 2000 e 2010, obtidos através do Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD). Não foram encontrados dados referentes aos outros anos. A classificação do IDH-M, segundo as Nações Unidas, varia de 0 a 1, sendo classificado de muito baixo a muito alto, a saber:  Muito baixo 0 – 0,499  Baixo 0,50 – 0,599  Médio 0,60 – 0,699  Alto 0,70 – 0,799  Muito alto 0,80 - 1 1991 Entre os municípios estudados, o que apresentou maior IDH-M em 1991 foi Santa Inês (0,408). Contudo, segundo a classificação das Nações Unidas, esse IDH-M é considerado muito baixo. O segundo lugar foi preenchido pela cidade de Pedreiras (0,390) e terceiro por Dom Pedro (0,382). Os menores índices registrados foram das cidades de Lagoa Grande do Maranhão (0,133), Itaipava do Grajaú (0,143) e Fernando Falcão (0,155). A partir desses dados, pode-se observar que todos os municípios inseridos na Bacia do Mearim apresentaram IDH-M muito baixo em 1991.

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2000 No censo de 2000, o maior IDH registrou-se, novamente, na cidade de Santa Inês (0,512), mudando a classificação de “Muito Baixo” para “Baixo”. Em segundo lugar, continuou o município de Pedreiras (0,502), também se enquadrando na classificação “Baixo”. O terceiro lugar foi preenchido pela cidade de Açailândia (0,498), que ganhou três posições, em relação ao Censo de 1991, contudo permanece na faixa considerada Muito Baixo. O município que registrou o menor índice foi Fernando Falcão (0,261), seguido por São João do Carú (0,281).

2010 O Censo desse ano mostra uma inversão das primeiras posições no ranking de municípios com maior IDH. A cidade de Pedreiras aparece em primeiro lugar, com IDH-M igual a 0,682, o que eleva sua classificação para Médio, ocupando a 2.386º posição no ranking Nacional, deixando outros 3.179 municípios para trás. Enquanto o município de Santa Inês cai para segundo lugar, com 0,674 e Açailândia permanece no terceiro lugar (0,672), também se classificando como IDH-M Médio. O Censo desse ano mostra que 22 municípios estão classificados com IDH Médio, 57 municípios com IDH Baixo e somente quatro com IDH Muito Baixo, esses são Fernando Falcão (0,443), que ocupa a penúltima posição no ranking nacional, obtendo melhor índice apenas que Melgaço – PA, Marajá do Sena (0,452), Jenipapo dos Vieiras (0,490 e (0,493) (Figura 7). No geral, 68,67% dos municípios da Bacia possuem IDH-M Baixo, 26,5% IDH-M Médio e 4,8% IDH-M Muito Baixo.

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Figura 7. IDHM dos municípios da Bacia do Mearim em 2010. Fonte: PNUD (http://www.pnud.org.br/IDH/)

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2.3.6 Atividades Econômicas 2.3.6.1 Produto Interno Bruto O Produto Interno Bruto – PIB dos Municípios é calculado através de parcerias entre os Órgãos Estaduais de Estatísticas ou Secretarias Estaduais e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Esse cálculo é distribuído através do valor adicionado corrente das atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços) obtidos pelas Contas Regionais do Brasil. A participação do Estado do Maranhão no Produto Interno Bruto do brasileiro corresponde a 1,2%, segundo dados do IBGE, 2010. Os cinco maiores PIB municipais do estado são: São Luís, Imperatriz, Açailândia, Balsas e Timon, concentram 51,40% da economia maranhense, e os 212 municípios restantes respondem por 48,60%, dos municípios destaque apenas Açailândia esta localizada dentro da Bacia. Os munícipios da Bacia do Mearim juntos correspondem a 22,31 % do PIB (2010) do estado do Maranhão, um valor inferior ao de São Luís sozinha – capital do estado- com 40 % do total do PIB estadual (Figura 8).

Figura 8. Total do PIB no Estado do Maranhão. Fonte: Censo IBGE, 2010.

A Figura 9, a seguir corresponde ao mapa do munícipios da Bacia do Mearim, segundo o valor do PIB, IBGE, 2010. Os munícipios com PIB acima de 500 milhões são apenas 2 na Bacia, Açailândia e Bacabal.

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Figura 9: Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios da Bacia do Mearim em 2010. Fonte: IMESC. Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos; IBGE, 2010; MPB.

2.3.6.2 Produto Interno Bruto Per Capita – PIB per capita Como mencionado anteriormente o PIB é a soma de todos os bens de um país, estado ou município. O PIB per capita é calculado a partir da divisão do PIB pelo número de habitantes da região e indica quanto cada habitante produziu em determinado período. O PIB per capita é usado como indicador, pois teoricamente quanto maior o PIB da região, maior o PIB per capita, no entanto é possível que o PIB aumente enquanto os cidadãos ficam mais pobres, e isso ocorre, pois o PIB não considera o nível de desigualdade de renda das sociedades. Analisando o PIB per capita dos municípios da Bacia do Mearim, referente ao censo IBGE, 2010, (Figura 125) pode-se observar que a grande massa da população tem renda até um salário mínimo da época (R$ 510,00 - Lei 12.255/2010). Os municípios com melhores valores de PIB per capita são: Açailândia (R$ 1.072,15), Centro Novo do Maranhão (R$ 636,74), Bom Jardim (R$ 543,04), Bacabeira (R$511,00), Igarapé do Meio (R$ 509,34) e Brejo de Areia (R$ 504,40). Os piores valores de PIB per capita ficaram com os municípios de São Vicente Ferrer (R$ 160,83) e Cajapió (R$ 183,65) ambos com valores a baixo de 50 % do salário mínimo pago no país da época.

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Figura 10. Produto Interno Bruto Per Capita municípios da Bacia do Mearim em 2010. Fonte: IBGE,2010.

Se calculado o PIB por domicilio percebe-se na 126 que 12% dos municípios tem seus domicílios com renda até 2 salários mínimos (IBGE, 2010), 44,57% dos municípios tem seus domicílios com renda até 3 salários mínimos (IBGE, 2010), 28,91% dos municípios tem seus domicílios com renda até 4 salários mínimos (IBGE, 2010), 12% dos municípios tem seus domicílios com renda até 6 salários mínimos (IBGE, 2010) e 3,61% dos municípios tem seus domicílios com renda maior que 6 salários mínimos (IBGE, 2010).

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Figura 11. Produto Interno Bruto por domicílio dos municípios da Bacia do Mearim em 2010. Fonte: IBGE,2010; MPB.

2.3.6.3 Valor Adicionado – VA das Atividades Econômicas O Valor Adicionado é aquele que se adiciona ao produto em cada estágio da produção, ou seja, é a renda adicionada em cada setor produtivo. Para se chegar ao produto final da economia basta somar o valor adicionado a cada estagio da produção (GARCIA e VASCONCELLOS, 2004). Este valor demonstra o quanto o setor contribuiu pra a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país, estado ou município, ou seja, qual foi a contribuição para geração de riqueza na economia, resultante do conjunto de esforços de todos os setores: agropecuário, industrial e de serviços. A Figura 12 apresenta o percentual dos valores adicionados de cada setor na Bacia do Mearim, percebe-se que o setor de serviços (58%) é o que representa a maior contribuição ao valor do PIB na Região, seguido pelo setor agropecuário (31%) e do setor industrial (11%)

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Figura 12. Valor Adicionado/VA por setor na Bacia Hidrográfica do Mearim. Fonte: IBGE,2010.

A Figura 13 busca ilustrar as informações quanto ao setor com maior contribuição de valor adicionado ao PIB municipal, a partir desta percebemos novamente que o setor de serviços é o maior contribuinte ao PIB da Região, no entanto este está mais localizado na região centro-oeste da Bacia. O Setor Agrícola também é bastante representativo, no entanto e melhor distribuída na região sul e leste da Bacia.

Figura 13. Setor Econômico Predominante com maior Valor Adicionado/VA do PIB dos municípios da Bacia do Mearim em 2010. Fonte: IIBGE, 2010.

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2.3.6.4 Agropecuária Avaliando os índices do IBGE, 2010, os 10 municípios que tiveram maior participação no Setor da Agropecuária no estado do Maranhão, tendo em vista os seus respectivos VA foram: São Raimundo das Mangabeiras (1º), (2º), Balsas(3º), Açailândia(4º), (5º), Grajaú(6º), Itinga do Maranhão(7º), Buriticupu(8º), Santa Luzia (9º)e Bom Jesus da Selva (10º). Dos 10 principais munícipios do setor agropecuário 6 estão na Bacia do Mearim: Barra do Corda: Tem como sua principal atividade econômica a Silvicultura, Exploração Vegetal e Serviços Relacionados, destacando-se o carvão vegetal, que na Extrativa Vegetal reduziu em 8,0% em 2010 e na Silvicultura reduziu em 15%. Apresentou mudança no ranking de 5º para 2º por ter apresentado uma menor variação de produção em relação aos demais municípios. Ocupa a 1º posição quando relacionado apenas aos munícipios da Bacia. Açailândia: Tem como sua principal atividade econômica a Pecuária, destacando-se a criação de bovinos, que registrou no seu efetivo uma diminuição em 1,9% em 2010. Possui o maior rebanho de bovino representando 6,1% do total do Estado. Na Extrativa Vegetal a produção de carvão vegetal reduziu em 80% (em 2010). Na Silvicultura o carvão vegetal apresentou uma redução de 65,2%. Apresentou mudança, no ranking de 3º para 4º posto. Ocupa a 2º posição quando relacionado apenas aos munícipios da Bacia. Grajaú: Tem como sua principal atividade econômica a Silvicultura, Exploração Vegetal e Serviços Relacionados, destacando-se o carvão vegetal, pequena Extrativa Vegetal reduziu sua produção em 6,6% (2010). Apresentou mudança no ranking de 7º para 6º posto. Ocupa a 3º posição quando relacionado apenas aos munícipios da Bacia. Buriticupu: Tem como sua principal atividade econômica a Silvicultura, Exploração Vegetal e Serviços Relacionados, destacando-se o carvão vegetal, que na Extrativa Vegetal reduziu em 51,4% a sua produção (2010). Na Pecuária houve aumento de 6,0% no efetivo do rebanho de bovino (2010). Apresentou mudança no ranking de 9º para 8º posto. Ocupa a 4º posição quando relacionado apenas aos munícipios da Bacia. Santa Luzia: Tem como sua principal atividade econômica a Pecuária, destacando-se a criação de bovinos, que registrou no seu efetivo uma diminuição em 9,2% em 2010. É o 4º maior rebanho de bovino representando 2,4% do total do Estado. Apresentou mudança no ranking de 8º para 9º posto. Ocupa a 5º posição quando relacionado apenas aos munícipios da Bacia. : Embora tendo como sua principal atividade econômica a Silvicultura, Exploração Vegetal e Serviços Relacionados, que apresentou redução na produção do carvão vegetal, tanto na Extrativa Vegetal com na Silvicultura, destacamos a criação de bovinos cujo o efetivo do rebanho teve aumento de 5,5 % ( 2010). Apresentou mudança no ranking de 14º para 10º posto. Ocupa a 6º posição quando relacionado apenas aos munícipios da Bacia. Quanto a agropecuária é importante salientar também as observações feitas pela equipe que fez os estudos referentes à vegetação na bacia, descritos no item 2.2.2 deste relatório. Conforme foi constatado por ocasião desses estudos, diversas espécies são utilizadas para alimentação e comercialização de produtos naturais extraídos da floresta. Entre as mais utilizadas pode-se citar o Babaçu (Attalea speciosa). Dos frutos da espécies são extraídas as sementes que são utilizadas na alimentação e confecção de sabonetes e outros cosméticos. As folhas são utilizadas principalmente na cobertura de casas. (Figura 14 a Figura 16)

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Figura 14. Quebradeira de Babaçu próximo ao município de Pedreiras.

Figura 15. Sementes de babaçu.

Figura 16. Cobertura de casas utilizando folhas de Babaçu.

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Nas cidades do interior são encontradas feiras onde são comercializados vários produtos naturais e alguns produtos industrializados. Entre os produtos naturais são encontrados principalmente frutas nativas e exóticas, além de legumes e folhosas, bem como produtos naturais com algum grau de processo tais como geleias, doces, compotas, vinhos, licores entre outros. Também são encontrados produtos como vassouras confeccionados a partir de folhas de buriti e outras espécies de palmeiras. Ervas, cascas e licores medicinais também podem ser comprados nas feiras, usados principalmente como chás e infusões.(Figura 17 a Figura 19).

Figura 17. Feira municipal na cidade de Santa Inês.

Figura 18. Cascas de árvores consideradas medicinais dispostas para comercialização em uma feira na cidade de Barra do Corda.

Figura 19. Vassoura feita a partir de folha de Buriti.

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Em beiras de estradas também são comercializados diversos produtos naturais, principalmente frutos de Bacuri, Cupuaçu, Pitomba, Jaca, Melancia, Mamão, Manga, Banana entre outros (Figura 20).

Figura 20: Potes de Bacuri comercializados em beira de estrada.

2.3.6.5 Indústria No setor da Indústria, considerando o ano de 2010, os 10 municípios do estado do Maranhão que tiveram maior participação, tendo em vista os seus respectivos VA foram: São Luís(1º), Açailândia (2º), Imperatriz (3º), Estreito (4º), Timon (5º),Codó (6º), Caxias (7º), Balsas (8º), São José de Ribamar (9º) e (10º). São Luís, a capital do estado, possui a maior participação no setor industrial, com um VA de mais de quase 3 bilhões de reais. Tem como suas principais atividades econômicas a Construção Civil e a Indústria de Transformação (produção de ligas de alumínio e sua ligas em forma primária). Dos 10 municípios mencionados apenas 1 município faz parte da Bacia do Mearim: Açailândia: Tem como sua principal atividade econômica a Indústria de Transformação (Produção de Ferro-Gusa). Ocupou 2º lugar no ranking de 2010. Em relação aos munícipios da Bacia do Mearim, Açailândia ocupa o 1º lugar no ranking, o segundo colocado na Bacia alcançou apenas 17% do VA do município de Açailândia.

2.3.6.6 Serviços Considerando o ano de 2010, os 10 municípios que tiveram maior participação no Setor da Serviços, tendo em vista os seus respectivos VA foram: São Luís(1º), Imperatriz (2º), Açailândia (3º),Balsas (4º), Timon (5º), Caxias (6º),São José de Ribamar (7º), Bacabal (8º), Santa Inês (9º) e Codó (10º). Dos 10 principais munícipios do setor de serviços 3 estão na Bacia do Mearim: Açailândia: Tem como sua principal atividade econômica o Comércio, APU – Administração Pública, Transportes e Atividades Imobiliárias e Alugueis. Mudança de Posto de 4º para 3º em 2010. Considerando apenas os munícipios da Bacia, o município corresponde a 13% do VA do setor de serviços, ocupando o 1º lugar no ranking.

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Bacabal: Têm como suas principais atividades econômicas a APU - Administração Pública, Comércio, Atividades Imobiliárias e Alugueis. Mudança de Posto de 7º para 8º em 2010. Ocupa a 2º posição quando relacionado apenas aos munícipios da Bacia. Santa Inês: Têm como suas principais atividades econômicas a APU – Administração Pública, Comércio, Atividade Imobiliária e Alugueis. Ocupou 9º lugar no ranking de 2010, sendo que não houve mudança em relação ao ano anterior. Ocupa a 3º posição quando relacionado apenas aos munícipios da Bacia. Conforme dados obtidos no Empresômetro, que consiste em informações da Receita Federal do Brasil - RFB, secretarias estaduais de fazenda, secretarias municipais de finanças, agências reguladoras, cartórios de registro de títulos e documentos, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Caixa Econômica Federal (CEF), juntas comerciais, portais de transparência e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi possível realizar o levantamento do número de empresas ativas nos 83 municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Mearim. A Figura 21 apresenta uma relação percentual das empresas ativas no estado do maranhão, os municípios da Bacia são responsáveis por 24% destas, enquanto a capital do estado detém sozinha 30% das empresas ativas.

Figura 21. Representatividade Empresas Ativas no Estado do Maranhão. Fonte: IIBGE, 2010; MPB.

2.3.7 Infraestrutura Regional A infraestrutura para a economia é todo aparato de condições que permite haver a produção de bens e serviços, assim como o seu fluxo entre vendedor e comprador, tais como as comunicações, os transportes, a geração de energia, o saneamento básico, os estabelecimentos de saúde, entre outros. Os dados analisados são referentes ao último Censo (2010), com exceção dos dados de saneamento básico, os quais são referentes aos Censos de 1991, 2000 e 2010.

2.3.7.1 Transporte Em relação ao transporte, a Bacia apresenta todos infraestrutura de transportes aquáticos, terrestres e aéreos. Em transportes aquáticos são registrados sete portos, sendo os de Pedreira e Bacabal os mais importantes. Também são observadas duas hidrovias, a Hidrovia Mearim e a Hidrovia Pindaré. A

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primeira encontra-se tanto no Rio Mearim como na Lagoa. Enquanto a Hidrovia Pindaré está, somente, no Rio Pindaré. Quanto ao transporte aéreo, há o registro de 23 campos de pousos, sendo os dois mais importantes os da cidade de Grajaú e Bacabal. Os transportes terrestres correspondem às ferrovias e rodovias. Quanto o primeiro tipo, foi registrado 545,5258 km de ferrovias cadastradas pelo IBGE, sendo as de maior importância: a Estrada de Ferro Carajás – EFC e a Companhia Ferroviária Nordeste CFN. Já as rodovias estaduais que passam pela Bacia do Mearim são MA-006, MA-008, MA-014, MA-119, MA-122, MA-201, MA-245, MA-247 e MA- 324. Sendo a MA-006 com maior quilometragem dentro da bacia (aproximadamente 323,4 km) e a menor, MA-324, apresenta somente 21,9 km. Em nível federal, as rodovias são: BR-135, BR-222, BR- 226 e BR-316. A rodovia que apresenta mais quilômetros construídos dentro da área de referencia é a BR-222 (319,4 km) e a com menor quilometragem a BR-226 (144,8 km).

Figura 22. Infraestrutura de Transporte.

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2.3.7.2 Saúde Para a análise de saúde, foram considerados estabelecimentos federais, estaduais, municipais e privados (Figura 23). Percebe-se que as unidades municipais são muito mais frequentes que as demais; existem pelo menos 2 unidades municipais em cada cidade. Os estabelecimentos federais totalizaram 24 unidades de saúde, sendo a cidade de Grajaú a com maior numero (9) e Barra do Corda com 8, Arame com 2, Alto Alegre do Pindaré, Anajatuba, Matinha e Presidente Dutra com 1 cada. Os outros municípios não apresentam esse tipo de unidade de saúde. Já os estabelecimentos de nível estadual somaram 8 estabelecimentos de saúde. A cidade de Pedreiras apresenta 3 estabelecimentos, Bacabal, Barra do Corda, Santa Rita, São Mateus do Maranhão e Viana possuem 1 estabelecimento estadual. Os maiores números de unidades de saúde foram registrados em nível municipal: 794 unidades. O município com maior número de unidades de saúde municipal é Barra do Corda (32), seguido de Santa Inês (28), Açailândia e Viana com (27). Oito municípios apresentam somente duas unidades de saúde, , , Conceição do Lago-Açu, , Lagoa Grande do Maranhão, Santa Filomena do maranhão, São João do Carú e São Roberto. Os estabelecimentos privados registrados somaram 108. O município com maior número registrado é Açailândia (20) e Bacabal com (17).

Figura 23. Gráfico das Unidades de Saúde na Bacia do Mearim – IBGE. Fonte : IBGE 2010.

Considerando apenas a quantidade de Hospitais cadastrados pelo CNES/DATASUS, e localizados na Bacia, são encontrados entre os municípios estudados, 90 Hospitais Gerais e Pronto Socorros. A Figura 24, mostra a quantidade de hospitais distribuídos pelos respectivos municípios e ainda apresenta os municípios de acordo com o numero de habitantes. Açailândia o município mais populoso possui 4 hospitais de responsabilidade municipal, Grajaú, , Pedreiras e Viana

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aparecem com 3 hospitais cada. Dos 83 municípios da Bacia 11 municípios da Bacia não possuem nenhum hospital, no entanto todos possuem ao menos uma Unidade Básica de Saúde.

Figura 24. Quantificação dos Hospitais por município da Bacia do Mearim. Fonte: CNES/DATASUS.

Segundo a Portaria nº2.809/2012 a necessidade de leitos hospitalares gerais é de 2,5 leitos gerais para cada 1.000 (mil) habitantes. Conforme dados da CNES/DATASUS(2014) dos municípios da Bacia que possuem leitos (71municipios), 47 municipios não atingem a quantidade de 2,5leitos/1.000hab., ou seja, 66% dos municípios.

2.3.7.3 Energia Elétrica Em 1991 já existiam munícipios com um bom percentual de domicílios abastecidos de energia elétrica, como o município de Santa Inês, com 88,37% de domicílios com energia elétrica, seguido do município de Dom Pedro (87,84%) e Presidente Dutra (84,65%). Entretanto, também tiveram municípios com porcentagens baixas, como Fernando Falcão (0,18%), São João do Carú (1,44%) e Marajá do Sena com 1,59%. No período de 1991 á 2000 todos os municípios apresentaram elevação nas porcentagens desse item. Sendo que a cidade de Santa Inês continuou sendo a cidade com maior numero de domicílios com energia elétrica (98,43%), seguida, novamente, pelo município de Dom Pedro (96,32%) e, agora,

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em terceiro lugar, o município de Igarapé do Meio (95,83%). Os municípios que apresentaram menores taxas foram, novamente, Fernando Falcão (13,31%), Formosa Serra Negra (23,39%) e Marajá do Sena (24,35%). Segundo o IBGE em 2010 todos os municípios apresentaram mais de 50% de seus domicílios com energia elétrica. A cidade de João Lisboa apresentou uma ascensão de 14 posições, encontrando-se em primeiro lugar, com 99,79% dos domicílios com energia elétrica no censo de 2010. Em segundo lugar, houve empate de dois municípios, Pedreiras e Santa Inês, os quais apresentaram 99,70% e em terceiro lugar ficou o município de Miranda do Norte com 99,60%. Já os municípios com menor taxas foram Marajá do Sena (57,49%), Formosa da Serra Negra (73,61%) e Sítio Novo (75,74%). O estado do Maranhão teve uma média de 96,10% dos municípios com energia elétrica. Há duas Usinas Geradoras de Energia Elétrica inseridas na Bacia do Mearim.

2.3.7.4 Abastecimento de água Dos 217 municípios do Estado do Maranhão, a CAEMA – Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão atende com água tratada 162 sistemas de abastecimento de água. Ao todo são 561.395 ligações domiciliares no interior e na capital, que atendem uma população total de 2.742.902 (http://www.caema.ma.gov.br). Segundo dados operacionais publicados pelo SNIS,2011, dos 83 municípios da Bacia do Mearim, 57 são atendidos pela CAEMA, e dois (Grajaú e Bacabal) são atendidos pela SAAE - Serviço Autônomo de Água e Esgoto, o restante dos municípios (24 municípios) buscam água em poços artesianos ou recebe por caminhões pipa (Figura 25).

Figura 25. Tipo de Abastecimento de água por município da Bacia do Mearim. Fonte: SNIS, 2010.

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Considerando a população total atendida, ou seja, a população rural e urbana, destes 59 municípios, apenas nove possuem mais de 50% da população com acesso a água encanada são eles: Bacabal(93,27%), Pedreiras (82,95%), Grajaú (73,74%), João Lisboa(70,35%), Santa Inês(67,73%), Trizidela do Vale (65,44%), Presidente Dutra (57,22%), Esperantinópolis (52,78%) e (50,44%). Os municípios com menos de 10% de abrangência da população são: Lago Verde (5,91%), Altamira do Maranhão (7,2%), São Vicente Ferrer (7,58%), Cajari (8,61%), Matinha(8,93%), Paulo Ramos e São João Batista com 9,45%. Ao total constam nos registros do SNIS, 2011, que as concessionárias, CAEMA e SAAE atendem juntas cerca de cerca de 644.631 habitantes quanto aos serviços de água encanada nos municípios da Bacia do Mearim. Somando-se a População total da Bacia chega-se ao número de 2.089.095 habitantes, relacionando este valor ao percentual da população que possui acesso ao abastecimento por água encanada chega-se a conclusão de que 31% da população que vive na Bacia Hidrográfica do Rio Mearim tem acesso à água encanada tratada (Figura 26).

Figura 26. Gráfico do percentual da população atendida por sistema de abastecimento de água encanada, geral da Bacia. Fonte: Dados SNIS, 2011.

Considerando-se apenas a população urbana dos municípios da Bacia do Mearim, a abrangência de água encanada apresenta-se em melhores condições, no entanto ainda longe do ideal em alguns municípios. Apenas sete dos 83 municípios atendem acima de 90% da população urbana, 20 municípios não atendem nem 50% da população situada em área urbanizada (Figura 27). Os municípios com maior abrangência da população urbana são: Grajau (100%), Bacabeira (99,6%), Santo Antônio dos Lopes (99,7%), Pedreiras(99,3%), Esperantinópolis(97%), João Lisboa(93,5%) e Bacabal(92,86%).

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Figura 27. Percentual da população urbana atendida por sistema de abastecimento de água encanada nos municípios da Bacia do Mearim. Fonte: Dados SNIS,2011.

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Segundo IBGE,2010, na Bacia do Mearim, a população urbana corresponde a 1.110.220 pessoas, são atendidos pelo abastecimento de água encanada entorno de 614,548 habitantes, isso corresponde a 55% de abrangência da população urbana (Figura 28).

Figura 28. Percentual da população atendida por sistema de abastecimento de água encanada, geral da Bacia. Fonte: Dados SNIS,2011.

2.3.7.4.1 Perdas de Água por Distribuição Um fator extremamente relevante quando se analisa a questão do abastecimento de água de uma região, é o índice de perda de água na distribuição, este é um indicador de otimização do sistema de distribuição e os dados do SNIS mostram que índices altos de perda podem ser observados nos municípios da Bacia do Mearim - reflexo do que ocorre no Estado do Maranhão. O SNIS adota o cálculo que resulta no índice de perdas na distribuição, fazendo a comparação entre o volume de água disponibilizado para distribuição e o volume consumido. Este índice de perdas está diretamente associado à qualidade da infraestrutura e da gestão dos sistemas como: falhas na detecção de vazamentos; redes de distribuição funcionando com pressões muito altas; elevados problemas na qualidade da operação dos sistemas; dificuldade no controle das ligações clandestinas e na aferição/calibração dos hidrômetros; ausência de programa de monitoramento de perdas; dentre outras hipóteses. Na análise dos resultados, segundo os prestadores de serviços de abrangência regional, a Companhia CAEMA, responsável pela maioria dos municípios atendidos da Bacia do Mearim assim como no Estado do Maranhão, esta entre os 10 prestadores que apresentaram índices superiores a 50%, com uma média de 67,9% de perda na distribuição. A Figura 29 a seguir, apresenta o índice médio de perda por distribuição de cada prestador regional, observa-se que a CAEMA ocupa a penúltima posição, na frente apenas da prestadora CAESA (Companhia de Água e Esgoto do Amapá).

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Figura 29. Índice Médio de perdas na distribuição dos prestadores de serviços de abrangência regional participantes do SNIS,2010, segundo prestador de serviços. Fonte: Dados SNIS, 2010.

Em relação apenas aos municípios da Bacia do Mearim que se tem dados sobre o índice de perdas de água por distribuição (SNIS,2010), pode-se observar valores altíssimos dessa perda. Dos 83 municípios da Bacia, 54 municípios possuem dados quanto ao índice, destes apenas 3 possuem valores de perdas inferiores a 50%, são eles : Montes Altos (48,91%), São Francisco do Brejão(18,28%) e Tufilândia com 8,45%. Os municípios com os índices mais elevados são: São João Batista(98,06%), São Luís Gonzaga do Maranhão(96,4%), Vitória do Mearim (93,91%), e Cajari (91,16%). Esse imenso índice de perdas nos municípios caracteriza um descaso com o saneamento da região. Como mencionado anteriormente esse índice é reflexo da má qualidade da infraestrutura e da gestão dos sistemas de abastecimento de água na grande maioria das cidades da Bacia do Mearim. A Figura 30 apresenta uma ilustração geográfica dos municípios de acordo com a perda de água existente.

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Figura 30: Desperdício por perda na distribuição de água encanada, por município da Bacia do Mearim. Fonte: SNIS, 2010.

2.3.7.5 Esgotamento Sanitário De acordo com dados do SNIS (2010), nenhum dos municípios inseridos na Bacia do Mearim e atendidos pela CAEMA possui rede coletora de esgoto. Entretanto, durante visitas de campo, técnicos da CAEMA (Companhia de Água e Esgoto do Maranhão) informaram que na cidade de Santa Luzia a rede de esgoto já começou a ser instalada, mesmo embora a Companhia ainda não tenha definido um local para implantação da estação de tratamento (ETE). Nessa cidade, muitas residências e unidades comerciais dispõe apenas de fossa séptica e sumidouro. Segundo informações obtidas em campo, em algumas cidades da Bacia, como Viana, o projeto de implantação da rede coletora de esgoto chegou a ser iniciado, porém após o encerramento do mandato do prefeito, não foi dada continuidade à obra pelos sucessores. O local onde se deu alguma intervenção teve as tubulações furtadas e tomou-se por invasão. Quanto aos municípios atendidos pela SAAE, (Bacabal e Grajaú), destes segundo o SNIS,2010, somente Bacabal apresenta rede de esgoto sanitário, apenas 7.641 habitantes urbanos (9,8%) tem acesso a rede de cerca de 27km de extensão.

2.3.7.6 Resíduos sólidos A Lei 12.305/10 considera, em seu Artigo 3º, a disposição final de resíduos sólidos urbanos ambientalmente adequados como a distribuição ordenada desses rejeitos em aterros sanitários,

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observando normas operacionais específicas. Existem três principais formas de disposição de resíduos no solo: lixão, aterro controlado e aterro sanitário. O Art. 15º da mesma lei determina o fim da utilização de lixões como destinação final de resíduos no país até o ano de 2014. Segundo o último censo divulgado pelo IBGE, 2008, sobre a situação dos resíduos sólidos no país, a região nordeste, obteve destaques negativos quanto a destinação final dos mesmos, os piores estados foram o Piauí, Maranhão e Alagoas com um percentual de resíduos enviados para lixões de: 97,8%, 96,3% e 96,1%, respectivamente. Valores extremamente maiores que os apresentados pela região Sul, referente aos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná: 2,7%,16,5% e 24,6%, respectivamente. A Tabela 6 apresenta a quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para disposição em solo, em âmbito federal e regional, considerando apenas lixão, aterro controlado e aterro sanitário, obteve-se ainda a dinâmica ocorrida no período de 2000 á 2008. De acordo com os dados do SNIS (2010), conforme o cadastro nacional de unidades de processamento de resíduos sólido urbano divulgado, 49 dos 217 municípios maranhenses possuem processamento de resíduo sólido no próprio município, dentre eles ao menos 19 não possuem licença para operação. Conforme dados da ABRELPE (2011), o estado do Maranhão teve em 2011 uma coleta de 3.911 toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia, o que corresponde a um percentual de coleta de 58,9% do total gerado que é de 6.642 toneladas de RSU por dia. Sendo assim, 41,1% dos resíduos maranhenses acabam em terrenos baldios, incendiados, entupindo redes de drenagem, e poluindo rios, lagos e lagoas. Considerando apenas os municípios da Bacia do Mearim, e comparando ao quantitativo (SNIS,2010) a Tabela 6 mostra o nome da unidade, o tipo( lixão, aterro controlado, aterro sanitário), o município responsável, e a taxa de atendimento a população. Observa-se que o município destaque em coleta é Bacabal com 94,3% de atendimento da população e seguido por Bacabeira com 67%.

Tabela 6. Cadastro Nacional de Unidades de Processamento de Resíduos Sólido Urbano na Bacia do Mearim. Tipo da Município Tx Município Nome da Unidade unidade responsável atendimento Bacabal Lixão Vila São João LIX O próprio 94,3% Bacabeira Aterro sanitário em Valas ATC O próprio 67% Matões do Norte Lixão de Matões Do Norte LIX O próprio 33% Paulo Ramos Aterro controlado de Paulo Ramos ATC O próprio 53,9% Pio XII Lixão municipal de Pio XII LIX O próprio 45,2% Satubinha Lixão - Satubinha LIX O próprio 25% Lixão do Liberato LIX O próprio 51,1% Fonte: SNIS 2010. Nota: “- “Não informado; LIX = Lixão; ATC = Aterro Controlado.

Analisando geograficamente na Figura 31 os dados da tabela acima, percebe-se que a região norte da bacia detém os lixões e aterros controlados registrados pelo Sistema de Informações sobre Saneamento – SNIS, o restante das regiões não possuem registros de lixões ou aterros. Sendo assim esses municípios que não os possuem, devem encaminhar seus resíduos a outras cidades ou deposita-los de forma inadequada em terrenos baldios, rios, lagos ou até queima-los, por falta de coleta de resíduos e local de destino.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 35

Figura 31. Tipo destinação final dos Resíduos Urbanos coletados, por município da Bacia do Mearim. Fonte: SNIS, 2010; MPB.

Verificou-se que há um projeto de aterro sanitário na cidade de Viana em parceria com as cidades Vitória do Mearim, Penalva, Matinha e Cajari. Já na cidade de Santa Luzia, averiguou-se que o destino final do lixo é incerto, pois o aterro sanitário teve que ser fechado, assim como o lixão. Existe um projeto para a construção de um aterro sanitário (sem parceria com outras cidades), porém ainda não está sendo executado. A cidade de Pedreiras apresentou um problema similar, o aterro sanitário acabou virando um lixão devido à má administração e os resíduos sólidos são responsabilidade da SINFRA (Secretaria de Infraestrutura). Há um projeto para urbanizar a cidade de Vitorino Freire e construir um aterro sanitário na cidade, desse modo, o destino final dos resíduos sólidos ainda é o lixão. Já na cidade de Santa Inês, observou-se que o lixão está fechado e o aterro sanitário está em construção, sem parceria com municípios vizinhos para esse empreendimento. Existe um projeto de consórcio entre as cidades de Pedreiras, Trizidela do Vale e Lima Campos para a construção de um lixão. Soube-se que esse projeto foi apresento há um ano e meio na prefeitura de Trizidela do Vale e está ligado à FUNASA (Fundação Nacional de Saúde).

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 36

2.3.7.7 Drenagem urbana O sistema de drenagem deve ser entendido como o conjunto da infraestrutura existente em uma cidade para realizar a coleta, o transporte e o lançamento final das águas superficiais. É realizando seguindo uma série de medidas que visam a minimizar os riscos a que estão expostas as populações, diminuindo os prejuízos causados pelos alagamentos, inundações, processos erosivos e assoreamentos, e possibilitando o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e ambientalmente sustentável (IBGE). Algumas das causas de alagamentos, inundações, processos erosivos e assoreamentos urbanos estão relacionadas ao sistema de macrodrenagem urbano: o aumento da densidade de ocupação por edificações e obras de infraestrutura viária resulta em maiores áreas impermeáveis e, como consequência, o incremento das velocidades de escoamento superficial e a redução de recarga do lençol freático. Além das impermeabilizações, o acúmulo de resíduos sólidos geralmente em áreas urbanizadas acaba carreado pelas águas de chuva, sendo responsáveis pelo entupimento dos sistemas de drenagem causando ainda poluição dos rios locais. O excesso de lixo é um empecilho para a adoção de reservatórios de retenção, aumenta os riscos sanitários e o custo de manutenção da rede de drenagem. Conforme a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (2008), o IBGE aponta os seguintes fatores como causas de alagamentos em centros urbanos: dimensionamento inadequado de projetos de drenagem, obstrução de bueiros/boca de lobo; ocupação intensa e desordenada do solo impermeabilizando-o em excesso; obras inadequadas; lençol freático alto; interferência física no sistema de drenagem; desmatamento; lançamento inadequado de resíduos sólidos. Segundo a referida pesquisa, os resultados mostram que a região nordeste do Brasil, onde está localizada a Bacia do Mearim, o maior percentual refere-se a obras inadequadas(45,8%), seguido por obstruções de bueiros/boca de lobo (34,5%), e lançamento de resíduos sólidos urbanos (30,3%). Os resíduos urbanos que não são destinados corretamente ao tratamento, acabam nas redes de drenagem, causando grandes empasses como entupimentos e transbordamento das redes gerando prejuízos a região. Não se possui dados específicos quanto a qualidade da drenagem de todos os municípios relacionados a Bacia do Mearim, no entanto os quantitativos referentes a ocorrência de inundações na região nordeste, a crescente taxa de urbanização e o precário manejo dos resíduos sólidos urbanos, permitem concluir que a drenagem urbana local apresenta dificuldades. Sabe-se que algumas cidades da Bacia, como Santa Inês, apresentam problemas de macrodrenagem urbana em alguns pontos, por causa da ocorrência de aterros indevidos. O município de Vitorino Freire também apresenta algumas ruas com pontos de alagamentos, essas ruas situam-se no bairro novo. No município de Paulo Ramos foi observado muito lixo nas ruas e um córrego assoreado, apresentando problemas de macrodrenagem nas ruas, assim como as cidades de Lago da Pedra e Igarapé Grande também mostraram os mesmos problemas de macrodrenagem.

2.3.8 Comunidades Indígenas e Quilombolas Segundo IBGE, censo 2010, no estado do Maranhão cerca de 35.272 pessoas são autodeclaradas indígenas, isto corresponde a 0,5% da população do estado. O total de municípios inseridos na Bacia do Mearim que apresentam comunidades indígenas é 21, são eles Alto Alegre do Pindaré, Amarante do Maranhão, Arame, Barra do Corda, Bom Jardim, Bom jesus das Selvas, Buriticupu, Centro Novo do Maranhão, Fernando Falcão, Governador Newton Bello, Grajaú, Itaipava do Grajaú, Jenipapo dos Vieiras, Monção, Montes Altos, Pindaré Mirim, Santa Luzia, São João do Carú, Sítio Novo, Tufilândia e Zé Doca (Figura 32).

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 37

Figura 32. Aldeamento indígena na Bacia do Mearim. Fonte: IBGE, Base Cartográfica Contínua,

As comunidades indígenas existentes no estado do Maranhão são Araribóia, Awá, Bacurizinho, Cana Brava/Guajajara, Caru, Geralda/Toco Preto, Governador, Kanela, Krikati, Lagoa Comprida, Morro Branco, Porquinhos, Rodeador, Urucu/Juruá. A comunidade que apresenta maior área de reserva indígena é Araribóia com 4154,81 km2, seguida pela comunidade de Caru, com 1728,77 km2 e Krikati, com 1443,83 km2. A menor comunidade indígena, Morro Branco, apresenta somente 0,73 km2 de reserva. O aldeamento indígena de Roedor também é pequeno, ocupando o penúltimo lugar no ranking, apresenta 23,32 km2 (Figura 33).

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 38

Figura 33. Áreas de comunidades indígenas. Fonte: IBGE. Censo Demográfico. (http://www.ibge.gov.br/home/estatistica).

Por definição (INCRA, 2014): “as comunidades quilombolas são grupos étnicos predominantemente constituídos pela população desde negra rural ou urbana, que se auto definem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias”. Segundo o Relatório publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (2012), o reconhecimento territorial é o inicio da garantia de boas condições de vida á população quilombola, estas sintetizam o significado da terra por meio de ancestralidade, resistência e autonomia do povo negro brasileiro. Os relatórios técnicos revelam as principais características das terras das comunidades quilombolas, que se resumem em uma grande diversidade de atividades como: moradia, produção e cultivo, extrativismo, criação de animais, caça, pesca, patrimônio cultural que inscreve na terra atividades de manifestação cultural, religiosa e ritual. O Programa Brasil Quilombola (PBQ) reúne ações do Governo Federal com objetivo de melhorar as condições de vida das comunidades quilombolas, e permeia ações de 23 ministérios e órgãos federais. Os estados do Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais são os que apresentam as maiores concentrações destas comunidades. Segundo o Zoneamento Ecológico-econômico do Estado do Maranhão (Figura 34), realizado pela Embrapa (2014), existem 18 comunidades quilombolas dentro da delimitação da Bacia do Mearim distribuídas em sete cidades. O município de Viana apresenta o maior número de quilombos, possui 9 comunidades, seguido pelos municípios de Anajatuba, Pedro do Rosário e Bacabal com 2 comunidades cada, e os municípios de Bacabeira, Santa Rita, e Peritoró com uma comunidade quilombola cada.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 39

Figura 34. Comunidades Quilombolas na Bacia do Mearim. Fonte: Embrapa, Zoneamento Ecológico- econômico do Estado do Maranhão, 2014.

2.3.9 Uso e Ocupação do Solo Em relação ao uso e ocupação do solo da Bacia do Mearim, observa-se na Tabela 7 que a maior porcentagem é registrada para área com menos de 10% de ocupação por estabelecimentos agropecuários (52,99%), já áreas entre 50% e 25% de ocupação por estabelecimentos agropecuários apresentam 14,22% do território total da bacia. Matas e/ou florestas e sistemas agroflorestais apresentam somente 0,06% da área da Bacia. As matas naturais correspondem a 0,5%, enquanto áreas urbanas correspondem a 4,66% e pastagens plantadas, 4,91%. Tabela 7: Uso e Ocupação do Solo na Bacia do Mearim. Fonte: IBGE. Uso do Solo Percentual da área da Bacia Área com menos de 10% de ocupação por estabelecimentos agropecuários 52,99% Área com 50% e 25% de ocupação por estabelecimentos agropecuários 14,22% Matas e/ou florestas e sistemas agroflorestais 0,06% Matas Naturais 0,50% Áreas Urbanas 4,66% Pastagens Plantadas 4,91%

O mapa a seguir apresenta o uso e ocupação do solo na Bacia Hidrográfica do Mearim.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 40 50000 200000 350000 500000 650000 800000

o B a í a d e d l a S ã o M a r c o s a i í a a r B r A

Cajapió São Vicente Ferr!er ! \ \ \ \ São João Batista \ \ \ \ ! Bacabeira Olinda Nov$a do$ Maranhão \ \l \l$ \!l$ ! $ $ \l \l$ \l$ \l \l \l Matinha \ \ \ l!$ l l l \ \ \ Santa Rita l l l \ \ \ l$ l l l $ \ \!\ $ $ $ 0

l l l l l l l \ \ \ l l l l 0

Viana 0 l l l l l l l \ \ l$ !l$ l$ l 5 4

l l l l l l l l l \ \ $ $ $ Anajatuba 6 Zé Doca 9 Penalva ! l$ !l$ l l l l l l l \$ \$ \ \ \ \ \ \ $ ! Cajari PARÁ l l l l l l $ $ \$ !\$ \ \ \ \ l l l l l l \$ \$ \ \ \ \ l lGolverlnadlor Newton Bello \$ \$ \ \ \ \ $ l$!l$ l l l $ $ Vitória do Mea$ rim$ Arari Monção ! ! l l l l $! $ $ $ Bom Jalrdiml l l $ $ $ $ São João do Carú ! Miranda do Norte $ !$ $ $ l l l l l l l l l l ! $ $ $ $ l l l l l Pindaré\-Mi\rim\ \ \ l l l l l l ! l l l$ l$ Sl$anta Inês\$ \$ I\gar\apé\ do Melio l l l l l Alto Alegre do Pindaré Tufilândia ! $ !$ $ !$ l l l$ l!$ l$ \$ \$ \ \ \ l l l l l l l $ $ $ $ $ $ $ $ $ \Be\la V\ista\ do\ Maranhão l l l l l l l $! l l l l l l l \ \ \ \ l l l l l l Conceição do Lago-Açu l l l l l \ \ \ \ l !l l l l l \ \ \ l l l l l l l \l \l \l \ Pio XII l$ l$ l l l l \ \ \ l l l l l l l l l l l l l l l l \l \l \l \ $ !$ l l l l l l l l l l l l l l l l l l lSalntal Lulzia l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l$ !l$ l l l l l l l l l l l l l l l l l $ $ l l l l l l l l São Mateus do Maranhão Satubinha Lago Verde ! l l l l l l l l l $ !$ $ !$ l l l l l l l l l Olho d'Água das Cunhãs l l l l l l l l lré $ $ a Altamira do Maranhão ! l l l l l l l ld l $ !$ $ $ l l l l l in Bom Lugar l l l l l l l Pl l \ \ \ \ \ $ $ ! $ $ $ Bacaball l l l l io ! l l l l l lR l l l \ \ \ \ \ $ $ $ l l l l l Vitorino Freire l l l l l l l l l \ \ \ \ \ Brejo de Areia $ $ $ $ $ l l l l l Buriticupu ! ! !$ \ \ \ \ \ $ $ $ $ l l l l l i l l l l l l l $ \ \ \ \ \ t l l$ l$ l l l l $ $ $ l$Sãlo Lluísl Gonzaga do Maranhão n ! 0

\ \ \ \ \ \l \l \l \l l l l \ \ \ \ \ e l l l l l l l \ \$ \$ \ \ $ l$ l l l 0 0

G Paulo Ramos 0 \ \ \ \ \ \l \l \l \l l l l l l l l l l l $ $ \ \ \ \ \ 1 o ! $ $ Bom Jesus das Selvas i $ $ 5

\ \ \ \ \ \l \l \l \l l l l l l l l l l l \ \ \ \ \ 9 ! R Lima Campos \ \ \ \ \ \l \l$ \l$ \l l l l l l l l l l l \ \ \ \ \ $ !$ Lago da Pedra Trizidela do Vale $ $ \ \ \ \ \ \l \l \l \l l l l l l l l l l l ! \ \ \ \ ! Pedreiras $ $ $ ! \ \ \ \ \ \l \l \l \l l l l ! \ \ \ \ l l \ \ \l \l l l l l l l l l l l l $ $ $ $ !\ \ \ \ $ l l l l l Igarap!é Grande \ \ \ \ l l l l l l l l l l l l l l l l $ \ \ \$ !\$ $ \l \l \ l l l \ \ \ \ l l l l l l l l l l l l l l l l l l \l \l \$ \$ \ \ \ l l l Poção de Pedras \ \ \ \ l l l l l l l l l l l Alramle l l l l l l$ l \ \ \l l l l l l! ! Marajá do Sena ! \ \ \ \ l l l l l l l l l l l l l l l l l l l$ l \ \l \l l l l l l ! Lagoa Grande do Maranhão \ \ \ \ l l l l l l l l l l l l l l l l ! l l l l l l l l l l Santo Antônio dos Lopes \ \ \ \ l l l l l l l l l l Esperantinlópollis l$ l l l l l l l PIAUÍ u ! ! \ \ \ \ p l l l$ l$ l l l l l l l l l l l $ l l l l u \ \ \ \ ic l l l$ l$ l l l l l l l l l l l l l l l l it Joselândia \ \ \ \ r l l l l l l l l l l l l l l l l l l l$ l$ u l ! B a $ $ $ São Roberto $ $ \ \ \ \ l l l l l l l l l l l l l l l l l Dom Pedro z ! São José dos Basílios io \ \ \ \ o l l l l l l l l l l l l $ l l l l l $ $ ! R r ! \ \ \ \ e l l l l l l l l l l l l l l l$ l$ Slão lRaimundo do Doca Bezerra $ $ S ! l l l l l l l l Itaipava do Grajaú l l l l l l l$ l$ l l o i $! R l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l s l l l l l l l l l l l l l l l l l l rel l l l $ lTunltuml l o ! l l l l l l l l l l l l l l l l l ll l l l l $ l l l$ l$ P$ residente Dutra F ! l l l l l l l l l l l l l l l l l s l l l$ l$ $ l l l .! a l l l l l l l $ Jenipapo dos Vieirals l l l l l l l l l d $ $ $ l l l .! o ! i Graça Aranha l l l l l l l $ l l l l l l l l l l l l lR l l l! .! l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l Barra do Corda Santa Filomena do Maranhão l l l l l l l l l l l l$ l$ !$ $ !$ l l l l l l l l l l lAmlaralntel do lMalranlhãol l l l $ $ $ $ $ $ l l l l l l l$!l l l l l l l l l l l

! 0 $ l l l l l l l l l l l l l l l l l lna l l l l l l l l 0 a 0 nt m 5 l l l l l l l l l l l l l l l l al l ri l l l l l l l l 7 S a 3 l l l l l l l l l l l l l l liol l l e l l l l l l l l 9 l l l l l l l l l l l l Rl l l l M l l l l l l l l io l l l l l l l l l l l l l l l l l Grajaú R l l l l l l l l l $ $! $ l l l l l l l l l l l lSítlio Nlovlo l l $ $ $ l l l l l l l l l l l$ !l$ l l l l l $ $ l l l l l l l l .! l l l$ l$ l $ $.!

ú a j $ a a r rd G o o C TOCANTINS i io .! R R

l l l l l l l l l l l l l l l l l l .! l l l l l l Formosa da Serra Negra l l l l l l $ !$ l l l l l l $ $ l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l .!l l l l l l l 0

l l l l l l 0 0 0 4

.! 2 9

LEGENDA MAPA DE SITUAÇÃO ESCALA GRÁFICA PROPONENTE PROJETO O Classes de uso do solo c e a AP A t l n o â n t i c o GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO ! Sede dos municípios Lavouras Pastagens Sistemas agroflorestais + usos diversificados ¯ PLANO DIRETOR DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MEARIM !. Nascentes dos rios principais Lavouras + Pastagens Pastagens + Lavouras Usos diversificados l l l SECID - SECRETARIA DE ESTADO DAS CIDADES Lavouras temporárias Pastagens + Matas e/ou florestas Área com menos de 10% de ocupação por estabelecimentos agropecuários 20 10 0 2µ0 40 60 80 TÍTULO Bacia hidrográfica do Mearim l l l E DESENVOLVIMENTO URBANO DO MARANHÃO Matas e/ou florestas + Pastagens Pastagens + Outras coberturas e usos Área entre 25% e 10% de ocupação por estabelecimentos agropecuários Quilômetros Rios principais PA MA Matas e/ou florestas + Sistemas agroflorestais Pastagens + Sistemas agroflorestais Área entre 50% e 25% de ocupação por estabelecimentos agropecuários CE \ \ \ $ $ $ Massas de água REFERÊNCIA ESPECIFICAÇÕES EXECUÇÃO Matas e/ou florestas naturais \ \ \ Pastagens naturais $ $ $ Área urbanizada - Ministério dos Transportes - PNLT, 2010. Projeção Universal Transversa de Mercator \ \ \ $ $ $ Estado do Maranhão Outras coberturas e usos Pastagens plantadas - ANA - Bacia 3, Atlântico Norte-Nordeste, 2000. UTM - Fuso 23S MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO PI PE - MPB, Restituição Aerofogramétrica, 2014. Datum Horizontal: WGS 84 MPB ENGENHARIA Demais Estados Outras coberturas e usos + Usos diversificados Sistemas agroflorestais - IBGE, Mapeamento do Uso da Terra, 2010. Rua Felipe Schmidt, 649, sala 304. TO Centro Executivo Torre da Colina. Fone (48) 3225-3682 Centro - Florianópolis / SC MT BA CREA 17887 ------SC Escala: 1:1.000.000 Elaboração: JRP Data: 20/08/2014 Folha Nº: 01/01 www.mpb.eng.br - [email protected] Mapa Nº: 13 Visto: Aprovado: !Sede dos municípios

2.3.10 Turismo O estado do Maranhão possui um enorme potencial turístico, sendo que os principais destinos atualmente são Alcântara, São Luís, os Lençóis Maranhenses e a Chapada das Mesas. Embora estes locais não estejam inseridos na Bacia do Mearim, a referida bacia engloba dois polos turísticos importantes do Maranhão: o Polo dos Lagos e Campos Floridos e, o Polo Serras, Guajajara, Timbira e Kanela, que apresentam atrações turísticas de grande destaque (Figura 36). Conforme a Secretaria de Turismo do Maranhão, o Polo dos Lagos e Campos Floridos consistem em uma região pantaneira, conhecida como Baixada Maranhense, a qual é formada por vastos campos naturais, cerrados, babaçuais, lagos, rios e estuários que se estendem por 14 municípios: Cajari, Conceição de Lago-Açu, Lago Verde, Matinha, Monção, Pindaré-Mirim, Penalva, São Bento, São Vicente de Férrer, Viana, Vitória do Mearim, Pedro do Rosário, Arari e Santa Inês. Em função destas próprias características ambientais, os principais atrativos do Polo Lagos e Campos Floridos são os fenômenos e as belezas naturais. A região se destaca com a pororoca do rio Mearim (Arari), onde há campeonatos de surf; o Lago-Açu (Conceição do Lago Açu) - o segundo maior lago de água doce da América do Sul; a Reserva Florestal Paraíso (Monção) - uma mata amazônica preservada com trilhas e lagos e, as famosas Ilhas flutuantes do Lago Formoso (Penalva). O Polo Serras, Guajajara, Timbira e Kanela abrange uma região acidentada formada por e serras no Centro Sul do Estado. O destaque deste polo é a presença de povoados indígenas das etnias Guajajara, Timbira e Kanela. Criado em 2010, o polo compreende os municípios de Arame, Barra do Corda, Formosa da Serra Negra, Fernando Falcão, Grajaú, Jenipapo dos Vieiras, Itaipava do Grajaú e Sítio Novo. Em cada cidade há características peculiares que, somadas, formam uma das mais belas regiões do Maranhão. Entre os morros e serras, destaca-se a Serra Negra, local propício para a prática de escalada e trekking. O Morro da Mesa, que retrata a Mesa da Santa Ceia esculpida nas rochas pela ação da intemperismo, compõe uma belíssima paisagem na cidade de Fernando Falcão e, o Morro do Calvário em Barra do Corda, onde se realiza o maior teatro a céu aberto da região, encenando a Paixão de Cristo, são alguns dos principais atrativos deste polo.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 42

Polo Lagos e Campos Floridos

Polo Serras, Guajajara, Timbira e Kanela

Figura 35. Polos turísticos do Maranhão. Fonte: Secretaria de Estado de Turismo do Maranhão.

Pororoca do rio Mearim (Arari) Lago-Açu Figura 36. Atrações turísticas do Polo Lagos e Campos Floridos.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 43

2.3.11 Regionalização da Bacia Os municípios compreendidos entre os limites da Bacia do Mearim foram divididos em 19 regiões que apresentam como característica as mesmas potencialidades econômicas. Conforme Estudo de Regionalização realizado pelo Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos os polos econômicos identificados são: Região do Mearim, Médio Mearim, Carajás, Pindaré, Tocantins, Baixo Itapecuru, Alto Turi, Serras, Eixos Rodo-Ferrovíarios, Baixo Munim, Guajajaras, Baixada Maranhense, Lagos, Flores, Baixo Turis, Imigrantes, Pericumã, Cocais e Pré-Amazônia. A Figura 37 mostra os municípios que fazem parte de cada uma das regiões.

Figura 37. Regionalização da Bacia do Mearim. Fonte: Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos, 2008.

Na Tabela 8 estão ordenadas as potencialidades econômicas presentes em casa uma das regiões. Algumas das atividades são recorrentes em diversas regiões. É o caso do comércio atacadista e varejista, pecuária bovina de corte e leite, turismo, pesca, produção do babaçu, piscicultura e os cultivos de mandioca, feijão, arroz e milho. A tabela também identifica algumas potencialidades não exploradas em algumas regiões.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 44

Tabela 8. Principais atividades econômicas por região. Fonte: Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos, 2008. Região Atividades Econômicas Agricultura: horticultura, fruticultura, mandioca, arroz, feijão e milho; Pecuária: bovinocultura de corte e leite, suinocultura; Pesca artesanal; Agroindústria: leite e derivados; Mearim Apicultura; Extrativismo vegetal: babaçu; Artesanato: babaçu; Caprinocultura*; Agricultura: horticultura, fruticultura (banana e abacaxi), mandioca, arroz, feijão e milho; Pecuária: Bovinocultura de corte e leite; Pesca Artesanal; Extrativismo vegetal: babaçu; Médio Mearim Cerâmica; Caprinocultura; Agroindústria: leite e babaçu; Comércio atacadista e varejista; Serviços. Agricultura: milho, arroz, horticultura (banana e abacaxi), mandioca, arroz, feijão e milho; Pecuária: bovinocultura de leite e corte; Avicultura de corte; Mineração: bauxita (Itinga); Serviços; Carajás Agroindústria: carnes e couro; Indústria: ferro-gusa, móveis; Pesca artesanal (Itinga); Reflorestamento: integração lavoura-pecuária-floresta; Comércio: varejista e atacadista. Pesca artesanal; Extrativismo vegetal: babaçu; Pecuária: bovinocultura de corte e leite; Apicultura; Agricultura: mandioca, milho, arroz e abóbora; Pindaré Horticultura; Comércio: atacadista e varejista; Serviços; Reflorestamento: integração lavoura-pecuária-floresta*; Fruticultura*. Extrativismo vegetal: babaçu; Reflorestamento: integração lavoura-pecuária-floresta; Agricultura: milho, arroz, mandioca, horticultura, fruticultura (banana); Indústria: móveis, couro, laticínios; Pecuária: bovinocultura de corte e leite; Avicultura; Tocantins Cerâmica; Pesca artesanal; Comércio: atacadista e varejista; Serviços; Turismo: praias de água doce no Rio Tocantins; Construção civil; Artesanato indígena*.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 45

Região Atividades Econômicas Agricultura: mandiocultura, fruticultura (cupuaçu) e horticultura; Ovinocapricultura; Apicultura; Cerâmica; Extrativismo vegetal: babaçu e andiroba; Baixo Itapecuru Pecuária: bovinocultura de leite; Pesca; Avicultura; Agroindústria; Turismo religioso. Agricultura: mandioca; Alto Turi Apicultura; Pecuária: bovinocultura de corte e leite. Pecuária: bovinocultura de corte e leite; Agricultura: soja, milho, arroz, mandioca, abóbora (município de Arame); Agroindústria: queijo; castanha de caju; Serras Extrativismo mineral: gesso; Extrativismo vegetal: Jaborandi; Turismo*. Piscicultura; Pecuária: bovinocultura de corte; Agricultura: arroz, mandioca, feijão, milho, melancia; Apicultura; Eixos Rodo- Produção de sementes; ferroviários Comércio; Serviços; Extrativismo vegetal: babaçu; Cerâmica; Turismo: Pororoca e Festival da Melancia. Turismo; Cerâmica; Artesanato; Baixo Munim Extrativismo vegetal: jaborandi, andiroba e mangaba; Pesca; Extrativismo mineral: areia e pedra brita; Agricultura: mandioca, arroz e eucalipto. Pecuária: bovinocultura de corte e leite; Agricultura: mandioca, arroz, milho, feijão e fruticultura; Extrativismo vegetal: jaborandi; Turismo; Guajajaras Agroindústria; Extrativismo mineral: calcário; Artesanato indígena; Comércio; Serviços. Pecuária: bovinocultura de corte, bubalinocultura de corte e criação de patos; Agricultura: mandioca, arroz e feijão; Pesca artesanal: lacustre e fluvial; Extrativismo vegetal: babaçu; Baixada Apicultura e meliponicultura; Maranhense Doces e queijos caseiros; Turismo e ecoturismo*; Piscicultura*; Fruticultura*.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 46

Região Atividades Econômicas Pecuária: bovinocultura e bubalinocultura de leite e corte; Pesca artesanal; Agricultura: mandioca, arroz, feijão e milho; Extrativismo vegetal: babaçu, buriti, carnaúba, bacana, pequi, junco e bacuri; Suinocultura; Lagos Piscicultura; Turismo: Festival do peixe; Apicultura e meliponicultura; Comércio; Serviços. Pecuária: bovinocultura de corte e leite; Agricultura: mandioca, arroz sequeiro, milho, feijão e fruticultura (mamão e banana); Flores Caprinocultura*; Piscicultura*; Horticultura*. Agricultura: mandioca; Pecuária: bovinocultura de corte; Baixo Turi Pesca artesanal; Apicultura e meliponicultura; Piscicultura*. Agricultura: mandioca, arroz, milho, feijão e fruticultura (citrus); Pecuária de corte e leite; Agroindústria: babaçu; Imigrantes Extrativismo vegetal: babaçu; Pesca artesanal; Reflorestamento; Piscicultura*. Pesca: artesanal e industrial; Pecuária: bubalinocultura de corte, suinocultura de leite/corte e avicultura; Apicultura; Piscicultura; Extrativismo vegetal: babaçu; Artesanato: palha, cerâmica; Pericumã Agricultura: mandioca, milho, feijão, fruticultura (melancia, abacaxi, bacuri, murici, caju, manga, bacaba, camucá e maraçuzazinho); Comércio atacadista e varejista; Serviços; Bioenergia: cana-de-açucar, mamona; Turismo e ecoturismo. Extrativismo vegetal: babaçu; Indústria: produtos de limpeza, cerâmica e cimento; Cocais Pecuária: bovinocultura de corte e caprinocultura; Agricultura: mandioca, arroz, milho e feijão; Extrativismo mineral: cimento e calcário. Agricultura: fruticultura (abacaxi); Piscicultura; Horticultura; Pecuário: bovinocultura de leite e corte; Pré-Amazônia Extrativismo vegetal: babaçu; Cana-de-açucar; Comércio atacadista; Cerâmica. *Potencial econômico ainda não explorado.

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2.4 Situação Ambiental da Bacia Registram-se neste item as constatações feitas pela equpe que percorreu a bacia por ocasião dos estudos referentes ao meio biótico, recorrido que permitiu apreciar não só os impactos nesse meio, mas, também, os referentes aos meios físico e sócio-econômico. Para uma correta avaliação dos impactos se faz necessário que uma certa questão seja compreendida: proteção e preservação do ambiente aliada ao crescimento e desenvolvimento econômico. Muitas vezes podemos encontrar áreas impactadas em decorrência do subdesenvolvimento, que traz como consequência a ocupação urbana indevida em áreas protegidas e falta de saneamento básico, além de vários outros problemas ambientais e sociais. Assume-se impacto ambiental como qualquer alteração no meio ambiente, em um ou mais de seus componentes, provocados por ação humana. Sendo assim, o principal objetivo em analisar os impactos ambientais é o de avaliar as consequências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente que poderá sofrer consequências devido a execução de certos projetos ou ações, ou logo após a implementação dos mesmos. Os impactos estão subdivididos e serão apresentados e discutidos de acordo com o seu meio, sendo que são admitidos o Meio Físico, o Meio biótico e o Meio Socioeconômico. Na sequência serão apresentados os impactos ambientais identificados bem como suas propostas de medidas mitigadoras.

2.4.1 Impactos relacionados ao Meio Físico Processos Erosivos A degradação ambiental como consequência da remoção da vegetação aliada às chuvas geram grande aporte de material terroso em direção aos corpos hídricos. Os processos erosivos afetam diretamente a agricultura, reduzindo a produtividade do solo e consequentemente aumento da demanda de fertilizantes, aumentando os custos de produção. Já no meio biótico a erosão resulta em perda da biodiversidade, redução de hábitats, alterações bioquímicas do solo e da água. Como proposição às medidas mitigadoras devem ser observados o controle da erosão e do assoreamento, por meio de reflorestamento em áreas degradadas e à recuperação ambiental de áreas afetadas por atividades de mineração. Contaminação dos corpos hídricos A contaminação de corpos hídricos é diretamente associada com a ocupação urbana que geralmente acontece de forma desordenada e não planejada. As alterações na qualidade das águas poderão ocorrer a partir de fontes como: carreamento de sedimentos e material terroso oriundos de processos erosivos ativos e/ou deslizamentos de encostas, que, além do assoreamento dos cursos d’água, resultam no aumento da quantidade de sólidos em suspensão e aumento da turbidez. Outra fonte de alteração é a contaminação por efluentes químicos e biológicos oriundos do funcionamento de indústrias, bem como o esgotamento sanitário despejado sobre a malha hidrográfica sem devido tratamento. Dentre as medidas mitigadoras podem ser citadas: Implantação de instalações hidráulico-sanitárias em todas as edificações contendo coleta, tratamento e destinação final dos efluentes sempre que não for possível a conexão à rede de esgoto pública. A priorização das intervenções maiores para períodos secos, principalmente de aterros e cortes de talude, buscando-se a minimização da disponibilidade de água e consequentemente no menor efeito indutor dos processos de erosão e assoreamento.

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O Monitoramento da qualidade das águas, objetivando a adoção de um conjunto de ações destinadas ao controle dos impactos ambientais nos corpos d’água inseridos no contexto da bacia hidrográfica. E ainda o controle dos processos erosivos por meio de recuperação de áreas degradadas.

2.4.2 Impactos relacionados ao Meio Biótico Cobertura vegetal As florestas possuem grande relevância para a manutenção da biodiversidade, no entanto o aumento da população juntamente à sua crescente intervenção em área de mata causa uma série de danos ambientais, além do fato de que a supressão da vegetação se constitui de forma ilegal perante as legislações brasileiras, no âmbito federal, estadual e municipal. Assim, a supressão de vegetação (sem possibilidade de recuperação) poderá trazer reflexos negativos sobre o ecossistema, sendo um impacto irreversível, necessita de ações mitigadoras e compensatórias visando atenuar os seus efeitos sobre o ecossistema. Dentre algumas medidas mitigadoras, se faz necessário citar a recuperação da cobertura vegetal por meio da revegetação de áreas degradadas e áreas de preservação permanente. A manutenção dos remanescentes florestais também são de grande importância para a conservação dos recursos existentes. Impactos sobre a fauna A caça e a pesca são ações historicamente associadas ao homem e, função do potencial sinérgico e de pretensos prejuízos causados pela fauna silvestre à produção agropecuária, muitas vezes maximizada pelos proprietários que, somados a presença competitiva e nociva dos animais domésticos, conduzem ao afastamento ou mesmo eliminação de grande parte dos animais silvestres. Aliado a isto, o desmatamento é causa da perda de habitat, sendo uma das principais causas do desaparecimento da fauna. Outra fonte de estresse para a fauna é o risco de atropelamento durante as obras, já diagnosticado no presente estudo de fauna sem a implantação do empreendimento. Este pode ser potencializado pelo aumento do tráfego nas estradas de acesso. Entre as medidas mitigadoras podem ser citadas a criação de corredores ecológicos por meio da revegetação, bem como a manutenção dos remanescentes existente. Com relação à caça, uma eficiente fiscalização para evitar a captura, morte e caça de animais silvestres. Impactos causados pela pesca Pesca é a extração de organismos aquáticos para diversos fins, tais como a alimentação, a recreação (pesca recreativa ou pesca desportiva), a ornamentação (captura de espécies ornamentais), ou para fins industriais, incluindo o fabrico de rações para o alimento de animais em criação. A aquicultura compreende a criação das espécies capturadas em instalações apropriadas, como tanques, gaiolas ou viveiros. As principais espécies exploradas pertencem aos grupos dos peixes, dos crustáceos e dos moluscos. Os numerosos rio que compõem a Bacia do Mearim fornecem uma grande variedade de espécies de peixes que são o sustento de muitas famílias. No entanto a pesca predatória tem diminuído em muito com a quantidade e diversidade de pescados na região.

2.4.3 Impactos relacionados ao Meio Socioeconômico Desenvolvimento urbano Os impactos aqui abordados são associados principalmente ao uso dos recursos hídricos pela sociedade. Dessa forma são considerados os eventos de inundações, os impactos relacionados a doenças veiculadas no meio aquático bem como a falta de água em períodos de estiagem.

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O crescimento urbano tem sido caracterizado por uma irregular expansão da periferia com nenhuma organização nem regulamentação urbana relacionada com o Plano Diretor e normas específicas de loteamentos, além da ocupação irregular de áreas públicas por população de baixa renda. Essa tendência dificulta o ordenamento das ações não-estruturais do controle ambiental urbano. O impacto causado pela ocupação humana resulta em diversos problemas tais como: geração de efluentes lançados pelo do esgotamento sanitário e os advindos dos resíduos sólidos produzidos pela população. Além disto, a ocupação desordenada gera problemas sociais bem como de saúde pública. Obras de infraestrutura envolvem uma série de atividades que resultam, dentre outros, na geração de volumes consideráveis de resíduos sólidos, de origem, natureza e periculosidades diversas. Tais resíduos, mesmo aqueles considerados inertes, deverão ter sua destinação adequada, sob o risco de causar impactos ambientais significativos nas áreas de intervenção do empreendimento. Propõe-se, como uma medida mitigadora, um plano de gestão integrada de resíduos sólidos para a Bacia do Mearim, para que sejam definidos os locais e quantos aterros ainda são necessários para um atendimento adequado desta produção advinda da ocupação humana que constitui um dos principais focos ameaçadores da qualidade dos recursos hídricos. Também deve ser considerado questões quanto a definição de prioridades na implantação das estações de tratamento de esgotos em áreas urbanizadas. Em relação à saúde humana, o impactos causados pela água podem ser positivos ou negativos, sendo que estes vão depender de aspectos relacionados à quantidade, qualidade e da relação dos grupos populacionais com a água. Existem vários riscos associados ao consumo e ao manuseio da água, que podem ser coletivos ou individuais, de curto, médio ou de longo prazo. Os riscos de curto prazo estão mais associados à presença de micro-organismos patogênicos, como é o caso de doenças diarreicas e gastroentéricas. Os riscos de médio e longo prazos estão mais associados aos contaminantes químicos e radioativos, como as doenças que afetam os sistemas neurológicos, hepáticos, renais e circulatórios, bem como efeitos de mutagenicidade e teratogenicidade. Estas doenças estão relacionados a riscos de contaminação causados pelos agrotóxicos, os metais pesados e também por toxinas de algas. As doenças relacionadas à água podem ser decorrentes tanto da escassez de água quanto ao excesso. O escoamento pluvial pode produzir inundações e grandes impactos nas áreas urbanas devido a processos, que podem ocorrer de forma isolada ou combinados. Um deles são as inundações de áreas ribeirinhas. São consideradas como inundações naturais que ocorrem no leito maior dos rios, devido a variabilidade temporal e espacial da precipitação e do escoamento na bacia hidrográfica. O segundo tipo de inundação é decorrente da urbanização, causado pelo efeito da impermeabilização do solo, pela canalização ou obstrução do escoamento pluvial. Dessa forma, a ocupação urbana sem o devido planejamento se torna um fator de risco à segurança da população. Dentre os fatores a serem evitados podem ser citados: a ocupação indevida de áreas ribeirinhas, remoção de vegetação de áreas de preservação permanente, canalização e retificação de cursos hídricos.

2.5 Eventos Críticos Ocorridos Os eventos críticos aqui comentados são abordados na sua dimensão sócio-ambiental, pois o aspecto fundamental a ser considerado no Plano Diretor em elaboração é a minimização dos danos provocados pelas enchentes. Os eventos críticos também incluíram inundações, alagamentos, enxurradas, estiagens, secas, deslizamentos, corridas de massa e erosões continentais e laminares. Para a Bacia do Mearim foram utilizados os dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, da Defesa Civil, onde constam registros dos documentos oficiais: AVADAN/FIDE, NOPRED, Relatório de Danos, Portarias e Decretos, sendo que os registros vão de 1981 a 2014. Foram utilizados ainda os dados fornecidos pelo Atlas Brasileiro de Desastres Naturais – Volume Maranhão (2013).

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Cabe ressaltar que os resultados não apenas indicam a distribuição das ocorrências, mas também a capacidade de gestão de cada município em registrar os eventos, pois verificou-se um contraste entre os dados disponibilizados no S2ID e as observações de campo.

2.5.1 Estiagens e secas O conceito de estiagem está diretamente relacionado à redução das precipitações pluviométricas, ao atraso dos períodos chuvosos ou à ausência de chuvas previstas para uma determinada temporada, em que a perda de umidade do solo é superior a sua reposição (CASTRO, 2003). A redução das precipitações pluviométricas relaciona-se com a dinâmica atmosférica global, que comanda as variáveis climatológicas relativas aos índices de precipitação pluviométrica. Segundo Castro (2003), o fenômeno estiagem é considerado existente quando há um atraso superior a quinze dias do início da temporada chuvosa e quando as médias de precipitação pluviométricas mensais dos meses chuvosos permanecem inferiores a 60% das médias mensais de longo período, da região considerada. As estiagens, se comparadas às secas, são menos intensas e caracterizam-se pela menor intensidade e por menores períodos de tempo. Assim, a forma crônica deste fenômeno é denominada como seca (KOBIYAMA, et al., 2006). A seca, do ponto de vista meteorológico, é uma estiagem prolongada, caracterizada por provocar uma redução sustentada das reservas hídricas existentes. As estiagens e secas são recorrentes no nordeste brasileiro, entretanto não se estendem significativamente por todo o Maranhão. A probabilidade e a ocorrência de estiagem e/ou seca são analisadas pela combinação entre condicionantes: a) Além de fatores climáticos de escala global, as formas do relevo; As características geoambientais podem ser elementos condicionantes na frequência, duração e intensidade dos danos e prejuízos. As formas de relevo e a altitude da área, por exemplo, podem condicionar o deslocamento de massas de ar, interferindo na formação de nuvens e, consequentemente, na precipitação. b)presença ou ausência da cobertura vegetal; A presença da cobertura vegetal contribui para a conservação da água, pois reduz a perda de umidade do solo, devido principalmente ao bloqueio da radiação solar e ao sistema radicular (raízes) que favorece o processo de infiltração, diminuindo também a atuação do processo erosivo (lixiviação). Municípios com economia totalmente apoiada em extrativismo vegetal, por exemplo, podem sofrer grandes prejuízos econômicos com as estiagens. A manifestação constante destes fenômenos tem trazido prejuízos econômicos e sociais nas áreas rurais e urbanas. Segundo o levantamento realizado existem registros 132 desastres por seca e/ou estiagem nos municípios da Bacia, com ou sem danos humanos e/ou materiais nesses 33 anos. A Tabela 9 abaixo mostra que a maior quantidade de registros refere-se ao ano de 2013 com 52 registros seguidos pelo ano de 1983 quando se registrou 32 ocorrências.

Tabela 9. Ocorrência anual de desastres naturais causados por estiagem e/ou seca de 1981 á 2014. Ocorrência anual de Desastres causados por Estiagem e/ou Seca Ano 1981 1983 1993 2010 2012 2013 2014 Ocorrência 8 32 3 9 25 52 3 Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

Com relação à frequência mensal desse tipo de desastre, analisando os dados de 1981 á 2014 observa-se na Figura 38, que existe uma regularidade de ocorrências de estiagens e/ou seca durante

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o ano, no entanto há uma elevada quantidade de ocorrências no mês de março, cerca de 53,54% dos eventos ocorridos nos últimos 33 anos, aconteceram neste mês.

Figura 38. Frequência mensal de Estiagem e/ou Seca nos município da Bacia do Mearim. Fonte: Adaptação Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

A Figura 39 a seguir apresenta os municípios da Bacia Hidrográfica do Mearim onde a recorrência desses desastres é maior, são eles: Santa Luzia, Lagoa Grande do Maranhão, Grajaú e Lima Campos com 5 ocorrências cada, cerca de 67% dos municípios decretaram a ocorrência de estiagem e/ou seca mais de uma vez no período analisado.

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Figura 39. Ocorrência de Estiagem e/ou Seca por município da Bacia do Mearim. Fonte: Adaptação Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

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A Figura 40 apresenta os municípios com registros de danos humanos causados a partir da ocorrência de estiagem e/ou seca, entre os danos humanos estão: desalojados, desabrigados, deslocados, desaparecidos, levemente feridos, gravemente feridos, enfermos, mortos e total de afetados, que inclui além dos diretamente atingidos, todos os que sofreram algum prejuízo causado pelo desastre, como bloqueio de acessos e vias, interrupção de serviços e danos econômicos. Como se pode observar os municípios onde mais afetados foram: Santa Luzia, Bom Jardim e Lagoa Grande do Maranhão, que são também alguns dos municípios de maior recorrência.

Figura 40. Danos Humanos por Município - Estiagem e/ou Seca por município da Bacia do Mearim. Fonte: Fonte: Adaptação Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

O município de Santa Luzia, sofreu 4 estiagens e 1 seca, as estiagens aconteceram nos anos de 1983, 2010, 2013 e 2014, sendo que a estiagem com maior dano humano, foi a ocorrida em janeiro de 2014, quando mais de 31 mil pessoas foram atingidas, considerando que a população do município é de aproximadamente 74.043 habitantes (IBGE, 2010), cerca de 42% dos habitantes sofreram com o desastre. O município de Bom Jardim sofreu 4 estiagens, nos anos de 1983, 2010 e duas em 2013, sendo que a estiagem com maior dano humano, foi a ocorrida em dezembro de 2013, quando mais de 22 mil pessoas foram atingidas, considerando que a população do município é de aproximadamente 39.093 habitantes(IBGE, 2010), cerca de 56% dos habitantes sofreram com o desastre. O município de Lagoa Grande do Maranhão sofreu 5 estiagens, uma em 2012, e quatro grandes estiagens em 2013, sendo que a estiagem com maior dano humano, foi a ocorrida em agosto de 2013, quando mais de 8.300 pessoas foram atingidas, considerando que a população do município é de aproximadamente 10.536 habitantes (IBGE, 2010), cerca de 78% dos habitantes sofreram com o desastre. A Figura 41 apresenta os municípios com registros de danos materiais causados a partir da ocorrência de estiagem e/ou seca, entre os danos materiais estão gastos com reparos de: instalações publicas de saúde, instalações públicas de ensino, instalações prestadoras de serviços, instalações públicas de uso comunitário e unidades habitacionais caracterizando o custos com reparos dos danos com o desastre. Como se pode observar os municípios onde mais ocorreram estes danos foram: São Mateus do Maranhão com mais de 17 milhões de reais e Formosa da Serra Negra com 45 mil reais gastos com reparos.

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Figura 41. Danos Humanos por Município - Estiagem e/ou Seca por município da Bacia do Mearim. Fonte: Adaptação Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

O município de São Mateus do Maranhão, tem registros de apenas 2 estiagens, uma em 1983 e outra 30 anos depois e 2013, entretanto aparece como o município com maiores gastos com reparos causados pelos desastres, a estiagem com maior dano material, foi a ocorrida em janeiro de 2013, quando mais de 17 milhões de reais precisaram ser gastos, os maiores prejuízos foram em obras de infraestrutura pública e de saúde. Em uma análise geral sobre a frequência e os danos causados pela estiagem e/ou seca nos municípios da região, conclui-se que no período que sem tem dados (1981 á 2014), os municípios onde mais ocorrem esses desastres nem sempre são os que mais são prejudicados com relação aos danos humanos e materiais. A Tabela 10 abaixo faz uma relação dos 10 municípios afetados com maior frequência, assim como a sua posição no ranking dos mais afetados com danos humanos e materiais, conclui-se nenhum dos 10 municípios com maior frequência do desastre sofreram com danos materiais no período analisado e que 53,3% apresentaram danos humanos.

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Tabela 10. Relação dos municípios atingidos pelos desastres e o ranking de danos humanos e materiais. Município Ranking Ocorrências Ranking Dano Humano Ranking Dano Material Grajaú 1 º - - Lagoa Grande do Maranhão 1 º 3º - Lima Campos 1 º 23 º - Santa Luzia 1 º 1 º - Barra do Corda 2 º - - Bom Jardim 2 º 2 º - Joselândia 2 º 4º - Lago da Pedra 2 º - - Santa Rita 2 º 17 º - 2 º - - Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

2.5.2 Cheias: Inundação, Alagamento e Enxurrada As cheias naturais elevam o nível das águas e, conforme a intensidade do fenômeno e o grau de ocupação antrópica onde acontecem, podem se constituir em eventos com alto potencial de danos. Os eventos a considerar são: inundações graduais, inundações bruscas ou enxurradas e alagamentos. Inundações bruscas e alagamentos são provocadas por chuvas intensas e concentradas e caracterizam-se por rápidas e violentas elevações dos níveis das águas, as quais escoam em alta velocidade, transbordando a calha do rio. Por ocorrer em curtos períodos de tempo, este fenômeno costuma surpreender por sua magnitude e menor previsibilidade, provocando danos materiais e humanos mais intensos do que as inundações graduais (GOERL; KOBIYAMA, 2005). Inundação representa o transbordamento das águas de um curso d’água, atingindo a planície de inundação ou área de várzea. O alagamento é um acúmulo momentâneo de águas em determinados locais por deficiência no sistema de drenagem. Conforme levantamento realizado existem 208 registros de desastres somados os causados por inundação, alagamentos e enxurrada nos municípios da Bacia do Mearim, com ou sem danos humanos e/ou materiais. Foram analisado dados oficiais descritos anteriormente, no entanto se obteve registros apenas a partir do ano de 1985, caracterizando um período de 29 anos. Em 1985 houve uma grande quantidade de ocorrências dos referidos desastres na Bacia do Mearim, foram 38 municípios afetados. Este número reduziu nos 23 anos seguintes e voltou a aumentar no ano de 2008 quando foram 37 registros, e então em 2009 houve um incremento maior ainda nas ocorrências, registrando-se 66 ocorrências, quase o dobro do ocorrido em 1985 o ano de maiores ocorrências até então (Tabela 11).

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Tabela 11: Ocorrência l de desastres naturais causados por inundação, alagamento e enxurrada de 1985 á 2014.

S/ Total - Ano Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. dados Ano

1985 16 22 38 1989 8 8 1995 8 1 1 1 11 1996 1 2 4 1 8 1997 2 2 1999 1 1 2 2000 1 1 2002 1 1 2004 2 1 1 1 1 6 2006 3 3 2008 1 23 7 6 37 2009 2 32 29 3 66 2010 5 5 2011 1 1 9 4 1 1 17 2014 1 1 1 3 Total - Mês 4 4 38 82 62 1 1 1 0 0 1 0 14 208 Fonte: Adaptação Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

Percebe-se ainda na tabela anterior a frequência mensal desses desastres, analisando os dados fica evidente que a grande maioria das inundações, enxurradas e alagamentos ocorrem nos meses de março, abril e maio, cerca de 93,8% dos eventos aconteceram nesses meses nos últimos 29 anos. A Figura 42 mostra o gráfico das ocorrências por meses do ano, esses meses coincidem com os de maior precipitação na região nordeste do Brasil.

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Figura 42. Frequência mensal de inundação, alagamento e enxurrada nos município da Bacia. Fonte: Adaptação Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

Dos 83 municípios considerados na Bacia do Mearim, 75 já sofreram com os desastres mencionados, e destes cerca de 69% mais de uma vez. A Figura 43 a seguir apresenta as ocorrências por elevação do nível das águas nos municípios da bacia, acontecidos no período 1985 à 2014. Pode observar-se que aqueles que apresentaram maior recorrência foram: Pedreiras com 10 ocorrências, Trizidela do Vale, Bacabal e São Luíz Gonzaga do Maranhão com 8 ocorrências cada. A Figura 44 apresenta imagens de ocorrências em 2009 nos municípios de Pedreiras e Trizidela do Vale, e, em seguida, a Figura 45 apresenta a espacialização dessas regiões com maior número de ocorrências.

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Figura 43. Ocorrência de Inundação, Alagamentos e Enchentes por município da Bacia do Mearim. Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

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Figura 44. Enchente ocorrida em Trizidela do Vale e Pedreiras em 2009. Fonte: Prefeitura de Pedreiras

Figura 45. Espacialização do número de ocorrências de enchentes, inundações e alagamentos desde 1985 a 2014, no municípios inseridos na Bacia do Mearim.

A Figura 46 apresenta o mapa dos municípios com registros de danos humanos causados a partir da ocorrência de inundação, alagamentos e enxurradas, no período 1985 a 2014. Entre os danos humanos estão: desalojados, desabrigados, deslocados, desaparecidos, levemente feridos, gravemente feridos, enfermos, mortos e total de afetados, que inclui além dos diretamente atingidos,

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todos os que sofreram algum prejuízo causado pelo desastre, como bloqueio de acessos e vias, interrupção de serviços e danos econômicos. Percebe-se que dos 75 municípios atingidos por inundações, alagamentos e enxurradas 62 deles sofreram danos humanos, ou seja, em 81% das ocorrências existem pessoas que sofrem algum dano com esses desastres. Como se pode observar os municípios mais prejudicados com danos humanos foram: Grajaú, Trizidela do Vale,Bacabal e Arame.

Figura 46. Danos Humanos por Município - Inundação, Alagamentos e Enchentes por município da Bacia do Mearim.

O município de Grajaú, aparece com um índice muito superior de danos humanos sofridos comparado aos demais municípios, ao longo do período analisado, registrou-se 2 enxurradas nos anos de 1985 e 2009, e uma inundação em 2000. O desastre sofrido em 2009 atingiu mais de 12 mil pessoas (S2ID), cerca de 19 % da população do município (IBGE,2010). Entretanto o desastre com maior número de atingidos foi o de novembro de 2000, onde mais de 36 mil pessoas foram afetadas, na época o município tinha 47.155 habitantes(IBGE, 2000), aproximadamente 67% dos munícipes foram atingidos considerando os danos humanos. O município de Trizidela do Vale possui registros nos anos de 1997,1999, 2004, 2006, 2008, 2009, 2010, 2011. Percebe-se que os registros em Trizidela começam a aparecer a partir de meados dos anos 90, a maioria das ocorrências gerou danos humanos e materiais. O desastre sofrido em 2009 atingiu mais de 24 mil pessoas (S2ID), considerada a pior inundação que se tem registros no município.

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O município de Bacabal sofreu 5 inundações, nos anos de 1989, 2008, 2009, 2010 e 2011 e três enxurradas em 1985, 1995 e 1996. Assim como nos demais municípios descritos o desastre sofrido em 2009 também causou imensos danos a Bacabal, quando mais de 35 mil pessoas foram atingidas, considerando que a população do município é de aproximadamente 99.960 habitantes (IBGE, 2010), cerca de 35% dos habitantes sofreram com o desastre considerando os danos humanos. A Figura 47 apresenta os municípios com registros de danos materiais causados a partir da ocorrência de inundação, alagamentos e enxurradas. Entre os danos materiais estão gastos com instalações publicas de saúde, instalações públicas de ensino, instalações prestadoras de serviços, instalações públicas de uso comunitário e unidades habitacionais caracterizando o custos com reparos dos danos com o desastre. Os gastos com os desastres causados por inundações alagamentos e enxurradas são relativamente altos comparados aos gastos com a estiagem e seca ocorridas na Bacia. Dos 75 municípios com registros desses desastres 84% deles tiveram danos materiais. Como se pode observar os municípios onde mais houve gastos com reparos destes danos foram: Araguanã com mais de 215 milhões de reais e Marajá do Sena com mais de 73 milhões de reais.

Figura 47. Danos Materiais por Município - Estiagem e/ou Seca por município da Bacia do Mearim. Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

Para o município de Araguanã, existem registros de apenas uma enxurrada no período analisado, que ocorreu no ano de 2002, no entanto o município aparece com o maior índice de prejuízo materiais, com cerca de 215 milhões gastos em obras de infraestrutura pública. Um investimento

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consideravelmente alto, se tratando de um município onde segundo o IBGE (2010), a incidência de pobreza e o percentual dos que estão abaixo desse nível de pobreza é de 52,23% e 39,04% respectivamente. Em uma análise geral sobre a frequência e os danos causados pela inundação, alagamentos e enxurrada nos municípios da região, conclui-se que no período que se tem dados (1985 á 2014), os municípios onde mais ocorrem esses desastres nem sempre são os que mais são prejudicados com relação aos danos humanos e materiais. A Tabela 12 a seguir faz uma relação dos 10 municípios afetados com maior frequência (de 5 á 10 ocorrências), como a sua respectiva posição no ranking dos mais afetados com danos humanos e materiais. Conclui-se que todos os 10 municípios sofreram danos materiais e humanos, entretanto, em geral, não são os mais prejudicados, ou seja, há municípios onde a recorrência é menor, no entanto os danos causados são maiores.

Tabela 12: Relação dos municípios atingidos pelos desastres e o ranking de danos humanos e materiais. Município Ranking Ocorrências Ranking Dano Hum. Ranking Dano Mat. Pedreiras 1º 15º 5º Bacabal 2º 3º 11º São Luíz Gonzaga do Maranhão 2º 13º 16 º Trizidela do Vale 2º 2º 4 º Arari 3º 6º 7º Penalva 3º 22º 28º Pindaré-Mirim 4º 7º 23º Igarapé Grande 5º 62º 59º Monção 5º 17º 19 º Pio XII 5º 24º 48º Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

Os mais afetados em danos materiais não são os com maior frequência de ocorrências de desastres. O município de Araguanã com apenas 1 ocorrência gastou, neste período, 91% a mais que o munícipio de Pedreiras com 10 ocorrências registradas. Os municípios que mais tiveram gastos com reparos de danos materiais e o número de ocorrência em cada um deles estão apresentados na Tabela 13 a seguir.

Tabela 13: Relação dos municípios com maiores danos materiais e número de ocorrências. Município Dano Material Ocorrências Araguanã R$ 215.000.000,00 1 Marajá do Sena R$ 73.074.180,00 2 Trizidela do Vale R$ 19.329.700,00 8 Pedreiras R$ 19.287.050,00 10 Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

Em relação aos municípios onde a população é a maior afetada com os desastres, o município de Grajaú é o mais afetado em dano humano com apenas 4 ocorrências, 36,97% mais pessoas afetadas que o município de Trizidela do Vale que tem o dobro de ocorrências.

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Tabela 14: Relação dos municípios com maiores danos humanos e número de ocorrências. Município Dano Humano Ocorrências Grajaú 72.634 4 Trizidela do Vale 45.778 8 Bacabal 39.574 8 Vitória do Mearim 20.654 4 Arame 20.049 4

2.5.3 Deslizamento, Corrida de massa e Erosão continental laminar Existem 4 registros de desastres causados por deslizamento, corrida de massa e erosão continental laminar nos municípios da Bacia do Mearim, com ou sem danos humanos e/ou materiais. Foram analisados dados oficiais num intervalo de tempo de 1940 a 2014, no entanto se obteve registros apenas a partir do ano de 2003, caracterizando um período de 11 anos. Comparado aos demais desastres descritos anteriormente, a quantidade de ocorrências dos desastres causados por deslizamento, corrida em massa e erosão continental laminar na Bacia do Mearim, é desprezível, no entanto os danos gerados são bastante relevantes. A Tabela 15 a seguir mostra os registros de ocorrência desses desastres por ano. O ano de 2014 mesmo sem ter chego ao final já possui o maior número de ocorrência entre os municípios da Bacia.

Tabela 15: Ocorrência anual de desastres naturais causados por deslizamento, corrida em massa e erosão continental laminar de 2003 á 2014, em municípios da Bacia do Mearim. Ocorrência anual de Desastres causados por Deslizamento, Corrida em massa e Erosão cont. laminar Ano Ocorrência 2003 1 2007 1 2014 2 Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

Dos 83 municípios considerados na Bacia do Mearim, apenas 3 já sofreram com os desastres mencionados. São eles: Pio XII com 2 ocorrências, Jenipapo dos Vieiras e Buriticupu com 1 ocorrência cada no período considerado: 2003 a 2014. Considerando os meses de maior ocorrência de deslizamentos, corrida em massa e erosão continental laminar, a Figura 48 mostra que houve registros apenas nos meses de fevereiro, março e maio.

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Figura 48. Frequência mensal de Estiagem e/ou Seca nos município da Bacia do Mearim.

A Figura 49 apresenta os municípios com registros de danos humanos causados a partir da ocorrência de deslizamento, corrida em massa e erosão continental laminar, entre os danos humanos estão: desalojados, desabrigados, deslocados, desaparecidos, levemente feridos, gravemente feridos, enfermos, mortos e total de afetados, que inclui além dos diretamente atingidos, todos os que sofreram algum prejuízo causado pelo desastre, como bloqueio de acessos e vias, interrupção de serviços e danos econômicos. Dos municípios atingidos dois deles apresentam danos humanos, são eles: Jenipapo dos Vieiras com 638 atingidos e Buriticupu com 32 registros de danos humanos. O município de Jenipapo dos Vieiras, o mais afetado, registrou 1 deslizamento no ano de 2007, atingindo pouco mais de 600 pessoas, cerca de 4 % da população do município (IBGE,2010).

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Figura 49. Danos Humanos por Município - Deslizamento, Corrida em massa e Erosão cont. laminar por município da Bacia do Mearim. Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

A Figura 50 apresenta os municípios com registros de danos materiais causados a partir da ocorrência de deslizamento, corrida em massa e erosão continental laminar. Entre os danos materiais estão gastos com danos em: instalações publicas de saúde, instalações públicas de ensino, instalações prestadoras de serviços, instalações públicas de uso comunitário e unidades habitacionais caracterizando o custos com reparos dos danos com o desastre. As ocorrências e danos humanos relacionados aos desastres por deslizamento, corrida em massa e erosão continental laminar são muito inferiores aos causados pelos demais desastres, no entanto os gastos com os mesmos apresentam-se bastante elevados. Os municípios danificados gastaram juntos mais quase 300 milhões com reparos.

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Figura 50. Danos Materiais por Município - Deslizamento, Corrida em massa e Erosão cont. laminar por município da Bacia do Mearim. Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

Para o município de Jenipapo dos Vieiras, existe registro de apenas um deslizamento no período analisado, que ocorreu no ano de 2007, no entanto o município aparece com um prejuízo material elevado, gastou-se cerca de 173 milhões em obras de instalações publicas de uso comunitário, unidades habitacionais e de infra estrutura pública. Um investimento consideravelmente alto, se tratando de um município onde segundo o IBGE (2010), a incidência de pobreza e o percentual dos que estão abaixo desse nível de pobreza é de e 56,08% e 44,05% respectivamente.

2.5.4 Diagnóstico dos Desastres Naturais Ocorridos na Bacia do Mearim Ao analisar os desastres naturais que afetaram a Bacia do Mearim no decorrer dos 33 anos (1981- 2014) de que se tem registros, pode-se perceber a ocorrência dos seguintes eventos naturais adversos: estiagem e seca, alagamentos, enxurradas, inundações, corrida de massa, deslizamentos e erosão continental laminar. Dos 83 municípios da Bacia do Mearim, 76 foram atingidos ao menos uma vez por algum dos tipos de desastres citados acima, no decorrer da escala temporal adotada, destes municípios afetados 88% foram afetados mais de uma vez, e 41% foram afetados de cinco a onze vezes. A Tabela 16 apresenta o número de ocorrências por ano, dos desastres por estiagem, seca, alagamentos, enxurradas, inundações, corrida de massa, deslizamentos e erosão continental laminar. Percebe-se que os desastres relacionados a enxurrada e inundação apresentam uma maior periodicidades que as demais causas.

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Desastres com enxurradas aconteceram pelo menos em onze anos diferentes, no período de 33 anos que se possui registros, em alguns anos com maior abrangência de municípios, como no ano de 1985, 1995 e 2009. Os desastres com inundações aconteceram em nove anos distintos no mesmo intervalo de 33 anos, com maior pico de abrangência de municípios nos anos de 2008 e 2009.

Tabela 16: Cronologia dos desastres na Bacia do Mearim Desastres Erosão Ano Corrida de Alagamento Deslizamento Enxurrada Continental Estiagem Inundação Seca massa Laminar 1981 8 1983 32 1985 38 1989 3 5 1993 3 1995 11 1996 8 1997 2 1999 2 2000 1 2002 1 2003 1 2004 3 1 2 2006 3 2007 1 2008 37 2009 31 35 2010 9 5 2011 12 5 2012 25 2013 50 2 2014 1 1 1 1 3 1 Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

Conforme a Figura 51 verifica-se que grande parte dos registros referentes aos municípios da Bacia, são decorrente de eventos de inundações(27%) e enxurradas(32%) e estiagem(35%), estes eventos juntos correspondem a 94% dos desastres naturais registrados na Bacia entre 1981 e 2014. Inundações e enxurradas, que são diretamente relacionadas ao aumento das precipitações pluviométricas, estão entre os desastres naturais mais frequentes e vistos como um dos maiores problemas que além da Bacia do Mearim atingem também as demais cidades do estado do Maranhão. No entanto, em alguns municípios da Bacia, sofre-se com a escassez, em virtude das precipitações concentradas, em períodos curtos de tempo, afetando tanto áreas rurais como urbanas. Os desastres relativos à estiagem apresentam-se como o primeiro desastre de maior ocorrência na Bacia.

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Figura 51. Desastres naturais recorrentes na Bacia do Mearim 1981 – 2014. Fonte: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, Atlas 2012.

As Figura 52 e Figura 53 a seguir apresentam o percentual de danos humanos e danos materiais ocorridos por desastre respectivamente. Em relação aos danos humanos nos municípios da Bacia do Mearim, estes apresentam como maiores causas a inundação (50%), estiagem (30%) e enxurrada (24%), que são também os eventos mais frequentes na região. As inundações aparecem como terceiro evento mais frequente conforme Figura 51anterior, no entanto são responsáveis por 50% dos danos sofridos, isso corresponde a 389.958 pessoas afetadas. Se somado o percentual dos três desastres com mais danos humanos, estes são responsáveis por 97% dos danos humanos na Bacia.

Figura 52. Danos humanos por desastres na Bacia do Mearim 1981-2014.

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Os danos materiais ocorridos na região em estudo apresenta os desastres por enxurradas (45%) como grande causador de estragos e motivador de gastos com reparos nos municípios da Bacia do Mearim, seguido pelos deslizamentos (29%) e inundações (22%). Desastres por deslizamento aparecem com ocorrência de 1%, todavia apresenta o segundo maior orçamento de gastos, estes grandes gastos referem-se aos deslizamentos ocorridos de 2003 e 2007 em Jenipapo dos Vieiras e Buriticupu, onde segundo dados da defesa Civil, existiram grandes danos em infraestrutura pública e unidades habitacionais. Somados todos os danos materiais representam uma pequena fortuna de R$971.699.947,77 gastos em reparos de: instalações publicas de saúde, instalações públicas de ensino, instalações prestadoras de serviços, instalações públicas de uso comunitário e unidades habitacionais.

Figura 53. Danos materiais por desastres na Bacia do Mearim 1981-2014.

2.5.5 Identificação das possíveis causas da ocorrência de enchentes Ao longo da Bacia do Mearim, notadamente nos trechos do baixo e médio cursos, as enchentes sucedem-se, periodicamente, entre os meses de janeiro e maio, causando prejuízos materiais e sociais à população. O fenômeno das enchentes, no caso dos rios maranhenses, está ligado, muitas vezes, à coincidência entre a ocorrência de grandes marés, com o aumento do caudal dos rios ambos são consequências da elevação do índice pluviométrico no interior da Bacia. A probabilidade e a ocorrência de inundação, enchente e de alagamento são analisadas pela combinação entre condicionantes naturais e antrópicos. Das naturais destacam-se: a) formas do relevo; De acordo com as características do vale é possível prever a velocidade do processo de inundação. Os vales encaixados (em V) e vertentes com altas declividades predispõem as águas a atingirem grandes velocidades em curto tempo, causando inundações bruscas e mais destrutivas. Os vales abertos, com extensas planícies e terraços fluviais predispõem inundações mais lentas (graduais), devido ao menor gradiente de declividade das vertentes do entorno. b) características da rede de drenagem da bacia hidrográfica; O estudo desses condicionantes naturais permite compreender a dinâmica do escoamento da água nas bacias hidrográficas (vazão), de acordo com o regime de chuvas conhecido. A planície de inundação, também denominada várzea, é uma área que periodicamente será atingida pelo transbordamento dos cursos d’água, constituindo, portanto, uma área inadequada à ocupação.

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c) intensidade, quantidade, distribuição e frequência das chuvas; Chuvas intensas e/ou de longa duração favorecem a saturação dos solos, o que aumenta o escoamento superficial e a concentração de água nessas regiões. d) características do solo e o teor de umidade; Quanto maior a saturação do solo, ou seja, maior o teor de umidade do mesmo, aumentando o escoamento superficial e a concentração de água nessas regiões. e) presença ou ausência da cobertura vegetal; A cobertura vegetal também é um fator relevante, visto que a presença de vegetação auxilia na retenção de água no solo e diminui a velocidade do escoamento superficial, minimizando as taxas de erosão. Entre os condicionantes antrópicos citam-se: a) uso e ocupação irregular nas planícies e margens de cursos d’água; Graves problemas com inundações são decorrentes da ocupação das margens dos cursos d’água pela população, como a perda de vidas e de bens materiais. A ocupação dessas áreas marginais pelo homem deve ser orientada pelo disposto na legislação brasileira, em especial nas Leis Federais nº 12.651/2012 (Código Florestal) e nº 6.766/79 (Parcelamento do Solo Urbano). b) disposição irregular de lixo nas proximidades dos cursos d’água; A precariedade ou até inexistência de serviços de coleta de resíduos, aumenta os casos de disposição inadequada de lixo e entulho nas proximidades dos cursos d’ águas, acentuando esses problemas. c) alterações nas características da bacia hidrográfica e dos cursos d’água (vazão, retificação e canalização de cursos d’água, impermeabilização do solo, entre outras); A impermeabilização dos solos pelo asfalto impede a infiltração e é responsável pelo aumento da velocidade do escoamento superficial. As retificações, as canalizações e o assoreamento também alteram a dinâmica da vazão dos cursos d’água. Com a eliminação dos meandros (curvas) existentes em alguns cursos d’ água, que reduzem gradualmente a velocidade da água, ocorre a concentração do fluxo em pouco tempo, e gera as chamadas “inundações relâmpagos”. d) intenso processo de erosão dos solos e de assoreamento dos cursos d’água; Além da perda de solos, os processos erosivos causam outras consequências, um dos mais graves impactos da erosão no meio ambiente, é o assoreamento, ele altera as condições hidráulicas dos corpos d’água, provocando enchentes, diminuição da capacidade de armazenamento, destruição de ecossistemas devido ao carreamento de poluentes químicos e prejuízos para o abastecimento e produção de energia (Salomão & Iwasa, 1995). Baseando-se em dados coletados a partir da divulgação do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres - S2ID, da Defesa Civil, no período de 1985 a 2014, e ainda os dados fornecidos pelo Atlas Brasileiro de Desastres Naturais – Volume Maranhão (2013), realizou-se uma intersecção de dados, sobre as ocorrências de desastres causados por elevações do nível de água. Dentre estas elevações constam registros de inundações, alagamentos e enxurradas que afetam os municípios da Bacia do Mearim. Dos 83 municípios pertencentes a Bacia, 75 deles apresentam algum registro de elevações do nível da água a partir do ano de 1985, como pode ser visto na tabela a seguir. Conforme publicação da Coordenação de Defesa Civil (2006) entende-se por enxurradas a elevação do nível das águas geralmente em regiões de relevo acentuado, que acontecem devido a grande quantidade de água num curto espaço de tempo, e muitas vezes as águas de chuva arrastam terra devido aos deslizamentos nas margens dos rios, representando grande poder destruidor. Chuvas fortes ou moderadas, mas duradouras, também podem originar esse tipo de desastre, quando o solo esgota sua capacidade de infiltração. Segundo a mesma publicação inundações são elevações das águas de forma lenta e previsível, onde mantêm-se em situação de cheia durante algum tempo e, a seguir, escoam-se gradualmente. Normalmente, as inundações são cíclicas e nitidamente sazonais. Por fim entende-se que alagamentos são águas acumuladas no leito das ruas e nos perímetros urbanos, por fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem deficientes. É importante ressaltar que o extravasamento das águas depende muito mais de uma drenagem

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deficiente, que dificulta a vazão das águas acumuladas, do que das precipitações locais em casos de alagamentos. (DEFESA CIVIL,2006). A tabela a seguir apresenta uma síntise dos desastres que afetam os municípios atingidos pela elevação do nível das águas, assim como seus respectivos anos de ocorrência e total de ocorrências no período analisado.

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Síntise dos desastres por elevações do nível das águas na Bacia do Mearim(1985-2014). Municípios 1985 1989 1995 1996 1997 1999 2000 2002 2004 2006 2008 2009 2010 2011 2014 Total Geral Açailândia Enxurradas Inundações Enxurradas Enxurradas 4 Altamira do Maranhão Enxurradas Enxurradas Inundações 3 Alto Alegre do Pindaré Inundações Inundações 2 Enxurradas Amarante do Maranhão Enxurradas 3 Enxurradas Anajatuba Enxurradas 1 Araguanã Enxurradas 1 Enxurradas Arame Enxurradas Inundações 4 Enxurradas Arari Enxurradas Inundações Enxurradas Enxurradas Inundações Inundações Enxurradas 7 Bacabal Enxurradas Inundações Enxurradas Enxurradas Inundações Inundações Inundações Inundações 8 Barra do Corda Enxurradas Inundações 2 Bela Vista do Maranhão Inundações Inundações Enxurradas 3 Bernardo do Mearim Enxurradas 1 Bom Jardim Enxurradas 1 Bom Jesus das Selvas Inundações Enxurradas 2 Buriticupu Inundações Enxurradas Inundações 3 Cajari Enxurradas Enxurradas Inundações 3 Capinzal do Norte Enxurradas 1 Centro Novo do Maranhão Enxurradas 1 Conceição do Lago-Açu Inundações 1 Dom Pedro Enxurradas Inundações Enxurradas Enxurradas 4 Esperantinópolis Enxurradas Enxurradas Inundações Enxurradas 4 Fernando Falcão Enxurradas 1 Formosa da Serra negra Enxurradas 1 Governador Newton Bello Inundações 1 Grajaú Enxurradas Inundações Inundações Enxurradas 4 Igarapé do Meio Inundações Inundações 2 Enxurradas Igarapé Grande Enxurradas Inundações Enxurradas 5 Enxurradas Itaipava do Grajaú Inundações Enxurradas 2 Jenipapo dos Vieiras Inundações 1 João Lisboa Enxurradas 1 Joselândia Enxurradas Enxurradas Inundações 3 Lago da Pedra Enxurradas Inundações Enxurradas 4 Lago do Junco Enxurradas Enxurradas Enxurradas 3 Lago dos Rodrigues Enxurradas 1 Lago Verde Inundações 1 Lagoa Grande do Maranhão Inundações Inundações Inundações 3 Lima Campos Enxurradas Inundações 2 Marajá do Sena Inundações Enxurradas 2 Matinha Enxurradas Inundações 2 Matões do Norte Inundações Inundações 2 Miranda do Norte Inundações Enxurradas 2 Monção Enxurradas Inundações Enxurradas Inundações Inundações 5 Montes Altos Enxurradas Enxurradas 2 Olinda Nova do Maranhão Inundações 1

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Municípios 1985 1989 1995 1996 1997 1999 2000 2002 2004 2006 2008 2009 2010 2011 2014 Total Geral Paulo Ramos Enxurradas Enxurradas Enxurradas 3 Pedreiras Enxurradas Enxurradas Enxurradas Enxurradas Alagamentos Inundações Inundações Inundações Inundações Inundações 10 Pedro do Rosário Enxurradas 1 Alagamentos Penalva Enxurradas Enxurradas Inundações Inundações Inundações 7 Inundações Peritoró Enxurradas 1 Pindaré-Mirim Enxurradas Enxurradas Enxurradas Inundações Inundações Inundações 6 Inundações Pio XII Enxurradas Inundações Enxurradas 5 Inundações Poção de Pedras Enxurradas Inundações 2 Inundações Presidente Dutra Enxurradas Enxurradas 4 Inundações Inundações Enxurradas Santa Filomena do Maranhão 4 Inundações Inundações Santa Inês Enxurradas 1 Santa Luzia Enxurradas Enxurradas 2 Santa Rita Enxurradas Inundações Enxurradas 3 Santo Antônio dos Lopes Enxurradas 1 São Francisco do Brejão Enxurradas 1 São João Batista Enxurradas 1 São João do Carú Inundações 1 São José dos Basílios Inundações Enxurradas 2 Enxurradas São Luís Gonzaga do Maranhão Enxurradas Enxurradas Inundações Inundações Inundações Inundações 8 Inundações São Mateus do Maranhão Enxurradas Inundações Inundações 3 São Raimundo do Doca Bezerra Inundações Enxurradas 2 São Roberto Inundações Inundações 2 Satubinha Inundações Inundações 2 Sítio Novo Enxurradas Enxurradas 2 Alagamentos Trizidela do Vale Enxurradas Enxurradas Inundações Inundações Inundações Inundações Inundações 9 Alagamentos Tufilândia Inundações Inundações 2 Tuntum Enxurradas Enxurradas Enxurradas 3 Viana Enxurradas Enxurradas Inundações 3 Vitória do Mearim Enxurradas Inundações Inundações Enxurradas 4 Vitorino Freire Enxurradas Inundações 2 Zé Doca Enxurradas 1

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2.6 Programas, Projetos e Ações em Andamento na Bacia Através de pesquisas realizadas, incluindo visita técnica às prefeituras e secretarias municipais de diversos municípios inseridos na Bacia do Mearim, foram obtidas informações quanto a existência de programas, projetos e ações em andamento desenvolvidos na região que, de uma forma ou de outra, tem alguma relação tanto com o Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Mearim, as quais poderão servir para o plano em questão. Dentre os programas levantados, um exemplo de importância é o Comitê da Bacia Hidrográfica do Mearim, recentemente instituído pela Lei n° 9.957, de 21 de novembro de 2013. Este comitê é um órgão colegiado, com competências normativas, deliberativas e consultivas, no âmbito da respectiva bacia hidrográfica, sendo integrante do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Maranhão. Conceitualmente, os comitês de bacias hidrográficas apresentam-se como fóruns, onde se discute o interesse comum pelo uso da água na bacia, de forma integrada e descentralizada com a participação da sociedade conforme preconiza a Lei n° 8.149/04, da Política Estadual de Recursos Hídricos. Sua importância reside no fato de que são os membros dos comitês de bacias hidrográficas que possuem a atribuição legal de discutir a situação dos mananciais e seus problemas socioambientais, de dialogar com todos os interessados na questão da água, de definir a prioridade da aplicação dos recursos públicos, como a revitalização da bacia, de aprovar os Planos de Bacia e, de buscar solucionar, em primeira instância, os problemas e conflitos de interesse dos usos da água na bacia. A Tabela 17 a seguir apresenta a relação de alguns dos programas, projetos e ações em andamento na bacia que possuem relação direta com o o Plano Diretor a ser desenvolvido para a Bacia Hidrográfica do Mearim, cujos dados serão tratados no prognóstico e, por conseguinte, contribuirão na definição das ações estruturais e não estruturais a serem apontadas pelo presente Plano.

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Tabela 17: Programas, Projetos e Ações em Andamento na Bacia Hidrográfica do Mearim.

Nome Resumo Órgão gestor Relação com o Plano Instituído pela Lei n° 9.957, de 21 de novembro de 2013. Comitê da Bacia Comitê Gestor da Bacia Possíveis ações conjuntas para o desenvolvimento do Órgão colegiado, com competências normativas, Hidrográfica do Hidrográfica do Mearim Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Mearim. deliberativas e consultivas, no âmbito desta bacia. Mearim A duplicação da BR 135/MA é uma reivindicação antiga Departamento Obras de infraestrutura em geral trazem mudanças da população, em função do intenso fluxo de veículos Nacional de significativas no uso do solo, as quais devem ser Duplicação da BR 135/MA diariamente no local e a saturação da rodovia. A obra da Infraestrutura de consideradas na execução do Plano Diretor da Bacia BR 135/MA já se encontra em execução. Transporte (DNIT) Hidrográfica do Mearim . Desde o ano de 2008 comunidades da Bacia do Mearim vêm promovendo e discutindo estratégias de defesa, preservação e recuperação do meio ambiente na bacia. Autoridades têm destacado que “a proliferação de construções e de loteamentos nas matas ciliares é um dos principais fatores que contribuem para a devastação Converge com os objetivos do Plano Diretor, no Fórum de Defesa do Mearim da Bacia do Mearim. O Fórum e a implementação dos sentido de proteção da Bacia do Mearim. sistemas municipais de meio ambiente são instrumentos importantes no combate a esse tipo de agressão”, sendo que esses eventos propiciaram que as Prefeituras e os Municípios firmassem Termos de Ajustamento de Conduta – TACs, tendo o município de Pedreiras firmado o primeiro TAC dessa natureza. Em 31 de dezembro de 2012 foi assinado pela Secretaria de Estado Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Auxiliará na elaboração do Plano Diretor da Bacia do Plano Estadual de Recursos de Meio Ambiente e Naturais (SEMA) o convênio entre a SEMA/MA com o Mearim, no que diz respeito aos mecanismos de Hídricos do Maranhão Recursos Naturais Fundo Nacional de Meio Ambiente para elaboração do gestão, em especial, na gestão das águas. (SEMA/MA) Plano Estadual de Recursos Hídricos do Maranhão. O Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico de São Luís tem como objetivo geral estabelecer o Esse Plano prevê o desenvolvimento e implantação de planejamento das ações com participação popular e diversos Programas, dentre eles o Programa de atendendo aos princípios da Política Nacional de Prefeitura Municipal Planejamento, Melhorias e Ampliação do Sistema de Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico, da Política Estadual de de São Luís do Drenagem Urbana, contemplando a ação de Saneamento Básico de São Luís Saneamento Básico e da Política Municipal de Maranhão “Elaboração de Plano Diretor de Drenagem Urbana”, Saneamento, com vistas à melhoria da salubridade que em parte converge com os objetivos do Plano ambiental, proteção dos recursos hídricos e promoção Diretor da Bacia Hidrográfica do Mearim. da saúde pública de São Luís.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 76

Nome Resumo Órgão gestor Relação com o Plano As consequências das atividades de mineração na Secretaria de Estado Bacia do Mearim podem estar relacionadas às causas Plano de Mineração do Maranhão Formulação de políticas de médio e longo prazo e de Minas e Energia das enchentes e inundações ou até mesmo ser uma 2030 planejamento do setor mineral do Maranhão. do Maranhão solução para amenizar seus efeitos, dependendo do (SEME) seu manejo. O Aluguel Social é um benefício temporário destinado a atender as necessidades advindas da remoção de O Plano Diretor da Bacia do Mearim abrange medidas famílias domiciliadas em áreas de risco ou desabrigadas preventivas (estruturais e não estruturais) no Prefeitura Municipal Programa de Aluguel Social em razão da vulnerabilidade temporária e calamidade enfrentamento à inundações, ao passo que o Plano de de São Luís pública. O Programa é desenvolvido pela Prefeitura Contingência consiste em medidas corretivas de Municipal de São Luís, no âmbito da Secretaria da resposta ao evento ocorrido. Criança e Assistência Social (SEMCAS). O Projeto de Mitigação de Danos e Promoção de Resiliências é um programa da Defesa Civil de São Luís Projeto de Mitigação de Danos e Defesa Civil de São Converge com os objetivos do Plano Diretor, no que visa a prevenção de riscos e ajuda à população Promoção de Resiliências Luís sentido de proteção da Bacia do Mearim. atingida por desastres naturais, como deslizamentos, alagamentos e queda de barreiras. O Projeto de revitalização da Bacia Hidrográfica do Mearim busca a revitalização e recuperação do rio Mearim, através da restauração da vegetação ciliar do rio e seus afluentes no município de Pedreiras, Projeto de Revitalização da Bacia Prefeitura Municipal Corrobora com os objetivos do Plano Diretor da Bacia instalação de unidades de produção de mudas e Hidrográfica do Mearim de Pedreiras Hidrográfica do Mearim. alevinos, realização de campanhas educativas e modernização da produção agropecuária, bem como, implantação de saneamento básico no município de Pedreiras. Esse projeto tem como objetivo minimizar os impactos ambientais através da recomposição da vegetação ciliar do rio Mearim e pela modernização das atividades antrópicas. Com a necessidade de revitalização das Prefeitura Municipal bacias hidrográficas em situação de vulnerabilidade e Converge com os objetivos do Plano Diretor no sentido Projeto Salangô de São Mateus do degradação ambiental na área do Projeto Salangô faz-se de proteção da Bacia do Mearim. Maranhão necessário a contribuição do homem no replantio da vegetação nativa que é a base da cadeia alimentar que constitui elos fundamentais para reestruturação dos ecossistemas que lá existiam.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 77

Nome Resumo Órgão gestor Relação com o Plano Os programas do tipo CREMA do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) asseguram a manutenção das boas condições da rodovia por um prazo de dois anos (CREMA 1ª etapa) ou de cinco anos (CREMA 2ª etapa). No primeiro ano de Restauração/Recuperação e Departamento Obras de infraestrutura em geral trazem mudanças contrato, as empresas devem realizar intervenções no Conservação Rodoviária nas Nacional de significativas no uso do solo, as quais devem ser pavimento da pista e acostamentos, além da Rodovias do Estado do Maranhão – Infraestrutura de consideradas na execução do Plano Diretor da Bacia recuperação da sinalização horizontal. Nos anos CREMA/MA Transporte (DNIT) Hidrográfica do Mearim. seguintes do contrato, as empresas continuam responsáveis pela manutenção da via, incluindo serviços de remendos e selagem de trincas e a conservação rotineira da faixa de domínio. No Estado do maranhão o programa encontra-se na 2ª etapa de implantação. Plano lançado em agosto de 2012 prevê o mapeamento das áreas de risco e a estruturação de um sistema de Converge com os objetivos do Plano Diretor no sentido Plano Nacional de Gestão de monitoramento, alerta e resposta a desastres naturais. Ministério da de redução da intensidade e ocorrência de enchentes Riscos e Desastres Naturais Dentre os 821 municípios brasileiros envolvidos, citam- Integração Nacional e outros fenômenos naturais. se São Mateus do Maranhão, Bacabal, Trizidela do Vale, dentre outros. O Plano Diretor da Bacia do Mearim abrange medidas Plano de Contingência/ Operacional preventivas (estruturais e não estruturais) no Estabelece procedimentos a serem desenvolvidos na Prefeitura de de Trizidela do Vale – Enchentes enfrentamento à inundações, ao passo que o Plano de ocorrência de inundações graduais em Trizidela do Vale Trizidela do Vale 2014. Contingência consiste em medidas corretivas de resposta ao evento ocorrido.

RESUMO DIAGNÓSTICO DO PLANO DIRETOR DA BACIA DA HIDROGRÁFICA DO MEARIM - MA 78