DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 214.2.55.O DATA: 31/08/16 TURNO: Matutino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Extraordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 9h TÉRMINO: 12h59min

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO

Hora Fase Orador

Obs.:

Ata da 214ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Extraordinária, Matutina, da 2ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura, em 31 de agosto de 2016. Presidência dos Srs.: Beto Mansur, 1º Secretário. Delegado Edson Moreira, Vitor Valim, Mauro Benevides, Hildo Rocha, Capitão Augusto, Izalci, nos termos do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.

ÀS 9 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Rodrigo Maia Waldir Maranhão Giacobo Beto Mansur Felipe Bornier Alex Canziani Mandetta Gilberto Nascimento Luiza Erundina Ricardo Izar.

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I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - A lista de presença registra na Casa o comparecimento de 53 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. LEONARDO MONTEIRO, servindo como 2° Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido)

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Passa-se às

IV - BREVES COMUNICAÇÕES

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Leonardo Monteiro.

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O SR. LEONARDO MONTEIRO (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero cumprimentar toda a população brasileira que nos assiste pela TV Câmara e pelos demais meios de comunicação da nossa

Câmara dos Deputados.

Quero me manifestar em relação à votação que acontecerá daqui a poucos minutos, a partir das 10 horas, no Senado da República, relativa ao julgamento da

Presidenta Dilma.

Nós assistimos anteontem à participação praticamente decisiva da Presidente

Dilma no Senado Federal, quando ela se apresentou perante todos os Senadores e

Senadoras, os seus possíveis julgadores, e se manifestou de uma forma altiva, de cabeça erguida, argumentando e provando mais uma vez que há um esquema organizado para afastá-la do Governo e que não há motivo legal que caracterize o .

Portanto, se não há motivo, Sr. Presidente, sem dúvida nenhuma, como temos afirmado várias vezes aqui no plenário, trata-se de um golpe, e a população está ciente disso.

Estamos declarando a nossa solidariedade à Presidenta Dilma. Estamos com ela e temos certeza de que a grande maioria da população brasileira está convicta de que está havendo uma injustiça muito grande no Congresso Nacional, sobretudo no que se refere a esse julgamento que acontecerá daqui a poucos minutos no Senado Federal. Mas nós reafirmamos: Fica, Dilma! Fora, Cunha e Temer! Nós estamos aqui na expectativa do julgamento de , que é um aliado do Presidente interino e golpista . Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao próximo orador inscrito, o Deputado Gonzaga Patriota, que fará permuta com este signatário.

V.Exa. dispõe de até 2 minutos.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, agradeço a V.Exa. a permuta, em que pese não merecer falar no lugar desse grande Delegado Edson Moreira.

Saúdo a sociedade brasileira, em especial os transportadores de cargas.

Hoje, no Auditório , nós teremos a realização do 16º Seminário

Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas. Aqui estarão presentes representantes de grandes empresas do País e também o transportador individual, que se organizou através de associações e de sindicatos.

Eu sempre faço a seguinte referência, Sr. Presidente: quando fui Ministro do

Trânsito, no Governo , há mais de 20 anos, o Brasil tinha 10 milhões de veículos com 65 mil quilômetros de rodovias federais. Hoje, há 80 milhões de veículos com as mesmas rodovias. Temos 206 milhões de pessoas que vivem do transporte de carga neste País, porque extinguiram as ferrovias. Lamentavelmente, não vemos políticas governamentais, principalmente por parte do Governo Federal, em relação a esse setor.

Eu vou agora participar da abertura desse grande seminário do transporte de cargas do País e ver se levar ao Governo Federal, principalmente, o que está na lei e o que está para se transformar em lei. Vimos o quanto conseguimos melhorar o setor, principalmente depois desses encontros, depois desses congressos. Hoje, não vemos mais um motorista dirigir por 30 horas, por 40 horas,

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arrebitado, morrendo, matando, como se via antes. Mas o Governo também tem que fazer a sua parte.

Peço a V.Exa. que dê a devida divulgação a esse registro que faço. Deixo um grande abraço a todos os transportadores do País.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O pronunciamento de

V.Exa. será divulgado pelos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao próximo orador inscrito, o Deputado João Daniel, de .

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.

Deputados, gostaria de registrar o nosso pronunciamento e pedir que o mesmo seja dado como lido.

Hoje nós estamos vivendo um dia que não está dentro da normalidade. Hoje o

Senado Federal decidirá sobre os rumos e o futuro do Brasil.

Não está ocorrendo, neste momento, nenhuma votação para tirar a

Presidenta Dilma e colocar o Vice, o qual consideramos um dos conspiradores desse golpe contra o mandato legítimo da Presidenta Dilma. Talvez a nossa geração não reconheça, mas uma próxima geração, bem próxima, reconhecerá o que está acontecendo no Senado e fará a anulação da sessão.

Se o Senado votar pelo impeachment da Presidenta Dilma, votará certo de que quer o nosso País, nossas riquezas e nossos projetos, sendo entregues aos interesses imperialistas.

Todos os dias, em todos os momentos, temos muito claro qual é o projeto que está em curso sob a liderança desse Governo que não nasceu e não nascerá do voto legítimo.

Cabe ao povo brasileiro estar atento, porque, a partir de hoje, caso se consolide essa votação no Senado, os dias serão para retirar conquistas históricas da classe trabalhadora no Brasil. Prevalecerão os interesses econômicos e políticos, e haverá a volta do Brasil Colônia, subordinado ao império americano.

É assim que vê e age o Ministro interino Serra, é assim que agem os que conspiraram e usaram uma parte ingênua do Senado e da Câmara para votar esse

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golpe. Lamentamos isso e acreditamos que ainda haverá chance de manter a democracia e a legitimidade, ou seja, de manter o mandato da Presidenta Dilma.

Presidenta Dilma, fique firme e forte. S.Exa. é uma guerreira do povo brasileiro!

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Deferido o pedido de divulgação pelos meios de comunicação da Casa.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O próximo orador é o coronel, fazendeiro, Secretário de Transportes e outros adjetivos mais, o Deputado

Alberto Fraga.

O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Sem revisão do orador.) - Obrigado,

Presidente. Hoje, finalmente, chega ao fim um processo doloroso, e o País inteiro parou para ver o seu desfecho. Hoje, nós teremos finalmente uma posição.

Independentemente do resultado, independentemente se vai ser impedida ou não, o País precisa tomar novos rumos. O País não pode continuar parado; precisa voltar a crescer para que o povo brasileiro tenha emprego, para que as nossas empresas possam continuar empregando, ao contrário do que hoje, infelizmente, vem acontecendo. O povo precisa de um Brasil novo, de um Brasil com novos rumos, com novos caminhos, com novos desafios.

Acho que nesses 13 anos de Governo houve acertos, mas, lamentavelmente, houve também muitos desacertos. Fazendo um balanço de todo o Governo do PT, acredito que houve muito mais desacertos do que acertos.

O Partido dos Trabalhadores tinha tudo para entrar para a história e dizer que foi quem transformou o País através das suas ações e atitudes em benefício do povo mais carente. Perdeu-se. Perdeu-se após assumir o Governo. Depois de provar do poder, embebedou-se e perdeu todo o seu rumo.

O povo brasileiro hoje não confia, não acredita mais nas promessas feitas pelo PT. Reafirmo: o PT tinha tudo na mão para entrar para a história como sendo um partido que cuidou dos carentes, que cuidou do menos favorecidos No entanto, embebedou-se com o poder, largou, abandonou as promessas feitas na época de

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campanha e passou a pensar em um projeto para se perpetuar no poder. E foi isso que deu errado.

Nós sabemos que, dentro de uma coletividade, existe sempre o ruim, o mau, as laranjas podres. E o PT, no momento em que começaram a despontar essas laranjas podres, não soube corrigir, não soube retirar a tempo do saco aquelas que ficaram podres. E deu no que deu.

Então, Sr. Presidente, hoje o povo brasileiro espera uma posição pró-impeachment. O novo Presidente da República tem uma responsabilidade muito grande e será cobrado.

Quero dizer que eu sempre trabalhei no papel de oposição, sempre fiz o papel de oposição. Agora, embora eu tenha amizade ao Presidente em exercício — hoje, se Deus quiser, será Presidente efetivo —, eu quero dizer que eu estarei aqui cobrando, assim como V.Exa.

Eu não vou me meter em economia, mas a área de segurança pública será muito cobrada por mim, até mesmo porque sou o Presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública.

Algo tem que ser feito neste País. Tenho reclamado que não se dá a devida atenção a esse setor. E não se pode legislar na segurança pública por espasmos, quando acontece uma tragédia. É essa a responsabilidade do Presidente Michel

Temer. Eu estarei aqui atento e cobrando uma ação mais enérgica contra a bandidagem no nosso País.

Peço que este pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Vamos divulgar o seu pronunciamento no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Celso Maldaner, fazendeiro de .

O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar que a cadeia produtiva dos queijos artesanais pretende alcançar um novo patamar para ampliar sua participação no mercado.

Para isso, o segmento vai trabalhar em quatro frentes, a partir deste segundo semestre, com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento —

MAPA e da Rede Brasileira de Sistemas Agroalimentares Localizados — SIAL

Brasil.

As quatro frentes de trabalho são: criação de legislação específica para a produção, comercialização e transporte dos produtos artesanais; ampliação de políticas públicas de crédito, assistência técnica e extensão rural; pesquisa para aprimorando de procedimentos; e maior interlocução dos produtores com os demais segmentos envolvidos com o setor.

Essas diretrizes foram estabelecidas na Oficina de Queijos Artesanais, promovida durante o V Workshop Catarinense de Indicação Geográfica, em Joinville,

Estado de Santa Catarina, no último dia 10 de agosto.

O evento contou com cerca de 140 participantes, entre produtores, comerciantes, autoridades locais e estaduais, representantes do MAPA e da Rede

SIAL Brasil, bem como pesquisadores da França e da Argentina. Na avaliação do

MAPA, o incentivo à produção de queijos artesanais deve contribuir ainda para expandir o uso das Indicações Geográficas — IG.

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Por suas características específicas, tradição, tipicidade e vínculo com o território, esses produtos apresentam potencial para serem registrados como IG, signo distintivo concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial — INPI.

Sr. Presidente, eu queria dar como lido este pronunciamento, que é muito importante para nós de Santa Catarina. Peço ainda que ele seja divulgado em A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Deferido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar que a cadeia produtiva dos queijos artesanais pretende alcançar um novo patamar para ampliar sua participação no mercado.

Para isso, o segmento vai trabalhar em quatro frentes, a partir deste segundo semestre, com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento —

MAPA e da Rede Brasileira de Sistemas Agroalimentares Localizados — SIAL

Brasil.

As quatro frentes de trabalho são: criação de legislação específica para a produção, comercialização e transporte dos produtos artesanais; ampliação de políticas públicas de crédito, assistência técnica e extensão rural; pesquisa para aprimorando de procedimentos; e maior interlocução dos produtores com os demais segmentos envolvidos com o setor.

Essas diretrizes foram estabelecidas na Oficina de Queijos Artesanais, promovida durante o V Workshop Catarinense de Indicação Geográfica, em Joinville,

Estado de Santa Catarina, no último dia 10 de agosto.

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O evento contou com cerca de 140 participantes, entre produtores, comerciantes, autoridades locais e estaduais, representantes do MAPA e da Rede

SIAL Brasil, bem como pesquisadores da França e da Argentina. Na avaliação do

MAPA, o incentivo à produção de queijos artesanais deve contribuir ainda para expandir o uso das Indicações Geográficas — IG.

Por suas características específicas, tradição, tipicidade e vínculo com o território, esses produtos apresentam potencial para serem registrados como IG, signo distintivo concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial — INPI a produtos ou serviços que apresentam notoriedade, reputação, valor intrínseco e identidade territorial, distinguindo-os de seus similares disponíveis no mercado.

Hoje, os queijos da Canastra e do Serro, ambos de , já têm

Indicação Geográfica. Trata-se do primeiro passo para que Santa Catarina alcance esta indicação e valorize seu produto, que possui em sua raiz a excelente qualidade e confiabilidade dos produtos agropecuários catarinenses, como o leite e seus derivados.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra, por 1 minuto, à Deputada Flávia Morais.

A SRA. FLÁVIA MORAIS (PDT-GO. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr.

Presidente.

Quero registrar esta data, 31 de agosto de 2016, como sendo um momento histórico que estamos vivendo. Hoje nós devemos encerrar o processo de votação do impeachment da nossa Presidente.

Eu peço a Deus que abençoe muito o nosso País neste momento e que esta

Casa, a Câmara Federal, tenha a maturidade, de todas as forças políticas, para que nós possamos pensar mais na população do que nas diferenças políticas, como hoje ocorre, e de forma acirrada, neste Parlamento.

Que possamos colocar os interesses da população em primeiro lugar, seguir adiante e fazer com o que o nosso País continue pujante, com uma população que tenha talento, força e condições de enfrentar os momentos mais difíceis caso o País venha a passar por eles.

Mas também quero registrar esta data por um segundo motivo: 31 de agosto

é o aniversário de emancipação da minha querida cidade, Trindade. Hoje ela completa 96 anos de emancipação político-administrativa.

E quero aqui ressaltar a importância do Município de Trindade para o Estado de Goiás e para o Brasil: é uma cidade reconhecida no mundo todo por seu potencial para o turismo religioso, pois representa a devoção ao Divino Pai Eterno.

Ela já tem uma Basílica Menor, o Santuário do Divino Pai Eterno, que é a maior da

América do Sul. Tem hoje uma população de 119 mil habitantes e, com certeza...

(Desligamento automático do microfone.)

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Obrigado, Deputada.

Solicito que divulguem o discurso de V.Exa. em A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

A SRA. FLÁVIA MORAIS - Só mais 1 minuto, por favor. Eu vou ser breve para encerrar.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Eu já lhe concedi 2 minutos,

Deputada. Há Deputado na tribuna. (Pausa.) Por favor, conclua.

A SRA. FLÁVIA MORAIS - Obrigada, Sr. Presidente.

Eu quero apenas dizer que temos trabalhado muito pelo nosso Município, com a destinação de muitos recursos do Governo Federal. Tenho orgulho de representar Trindade neste Parlamento, hoje a oitava maior cidade do Estado de

Goiás. Ela tem tudo para continuar com o seu desenvolvimento econômico, melhorando a qualidade de vida de sua população.

Agradeço a oportunidade, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O pronunciamento de

V.Exa. será divulgado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o Deputado

Rogério Peninha Mendonça, por 1 minuto.

O SR. ROGÉRIO PENINHA MENDONÇA (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Delegado Edson Moreira, eu apenas quero fazer referência ao Projeto de Lei nº 3.722, de 2012, de minha autoria, que muda o Estatuto do

Desarmamento para permitir que o cidadão de bem também possa usar uma arma para se defender. Hoje a criminalidade aumenta a olhos vistos em todo o Brasil.

Nesse primeiro semestre, nós gostaríamos que tivesse vindo para o plenário o projeto aprovado, o substitutivo global do Deputado Laudivio Carvalho na

Comissão Especial. Infelizmente, em função da grande instabilidade que viveu esta

Casa nesse primeiro semestre, isso não foi possível.

Mas nós Deputados que estamos defendendo a segurança e a liberdade de o cidadão poder também se defender vamos encaminhar um requerimento ao

Deputado Rodrigo Maia, logo após as eleições de 2 de outubro, pedindo urgência para a votação do PL 3.722. Isso é o que quer a grande maioria da população brasileira, Deputado Delegado Edson Moreira, como foi demonstrado em referendo realizado em 2005, quando aproximadamente 60 milhões de pessoas, mais de 64% da população, disse “não” ao desarmamento. Infelizmente, os Governos não respeitaram essa decisão.

Nós esperamos que o projeto seja aprovado na Câmara e também no

Senado. Tenho certeza absoluta de que o Presidente Michel Temer não irá vetá-lo.

Então, no segundo semestre, haveremos de trabalhar intensivamente para que o PL

3.722 venha a este plenário e para que a vontade do cidadão brasileiro seja respeitada.

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Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O pronunciamento de

V.Exa. será divulgado nos meios de comunicação da Casa e pelo programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o Deputado

Nilto Tatto, por 2 minutos. Depois, vou dar 1 minuto ao Deputado José Airton Cirilo.

O SR. NILTO TATTO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, hoje

é um dia histórico. Espero que se encerre esse processo de impeachment, porque ficou demonstrado, inclusive com a presença da Presidenta Dilma no Senado, que não houve crime de responsabilidade.

A acusação tem alegado que o processo tem a ver com o conjunto da obra, mas o conjunto da obra e a razão desse processo de golpe que está ocorrendo é o fato de os Governos de Lula e Dilma terem incluído socialmente 22 milhões de pessoas que não tinham o que comer todos os dias.

Nos Governos de Lula e Dilma, 5 milhões e meio de jovens a mais estão na universidade. Nos Governos de Lula e Dilma, houve, pela primeira vez, um programa de habitação popular que constrói casas para quem precisa, o Minha

Casa, Minha Vida, que já beneficiou 10 milhões de pessoas.

Nos Governos de Lula e Dilma, pela primeira vez tivemos políticas e programas de apoio à agricultura familiar, criando perspectivas para a juventude no campo.

Nos Governos de Lula e Dilma, pela primeira vez o Brasil ficou credor do FMI.

Pela primeira vez no Brasil houve programas que incluíram a maioria da população e colocaram a maioria dos trabalhadores no Orçamento da União.

Este é o conjunto da obra que agora os acusadores querem fazer passar por razão do golpe.

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Eu espero que os Senadores, na votação de hoje, coloquem a mão na consciência e vejam que nós temos a perspectiva de construir um país que seja de respeito à diversidade, às diferenças e de inclusão social.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O próximo orador inscrito é o Deputado Carlos Henrique Gaguim. Antes, porém, vou dar a palavra por 1 minuto ao Deputado José Airton Cirilo. Depois concederei ao Deputado Pedro Uczai.

O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar que, infelizmente, hoje é um dia muito triste na história brasileira. Hoje vai se julgar uma Presidente da República de forma, digamos assim, extremamente injusta, porque, mesmo com todos os erros que a Presidente Dilma tenha cometido — e acho que ela foi inábil de muitas formas na condução política —, todos sabem da sua seriedade, compromisso, dedicação e história de vida em defesa do povo, das liberdades, da justiça em nosso País.

Nós construímos um legado de vitórias importantes para o povo. Foram criados vários programas importantes, sobretudo para a juventude. Houve maior acesso à universidade através do FIES — Programa de Financiamento Estudantil e do PROUNI — Programa Universidade para Todos, bem como a expansão das universidades federais.

Só no meu Estado, o Ceará, quatro universidades federais foram criadas durante os Governos Lula/Dilma, além de institutos federais. Lá só havia um instituto federal, e nós inauguramos agora o décimo terceiro. Isso é um legado extraordinário.

Também podemos mencionar o Programa Luz para Todos, que universalizou a energia para todos os rincões deste País; o Programa Água para Todos; o Minha

Casa, Minha Vida; o PAC — Programa de Aceleração do Crescimento, que foi importantíssimo para a infraestrutura rodoviária, ferroviária e aeroportuária no País.

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Então, foi deixado um legado imenso de conquistas. Mas eu diria que o mais importante foi que o Brasil saiu daquela situação de ficar de joelhos perante o Fundo

Monetário para se tornar uma Nação independente.

Por isso, viva a Presidente Dilma!

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Vou solicitar que o seu pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Tem a palavra por 1 minuto o Deputado Pedro Uczai.

O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na condição de Parlamentar, educador e historiador, vivo uma profunda indignação

ético-política neste dia histórico para alguns setores da sociedade brasileira que vão se locupletar com a política pública a ser construída, enquanto grande parte da população vai ser derrotada no dia de hoje. Se é o conjunto da obra que vai ser julgado hoje, os jornais internacionais dão o rosto do golpe em curso no País — nenhum grande jornal do mundo diz que isso tem outro nome que não seja golpe.

É um golpe contra o conjunto da obra: golpe contra os direitos sociais; golpe contra os direitos trabalhistas; golpe contra os direitos previdenciários; golpe contra o patrimônio público, como mostra a privatização do pré-sal; golpe contra o combate

à corrupção: vai-se efetivamente implantar a roubalheira no País, uma vez que são os corruptos que vão tirar a Presidenta do poder.

A história vai mostrar quem tinha razão, e o povo brasileiro vai se vingar dos algozes da Presidenta e do futuro do País.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Tem a palavra o Deputado

Carlos Henrique Gaguim, por 2 minutos.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (Bloco/PTN-TO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nossa preocupação é com o Brasil, em particular com o

Tocantins, que, nos últimos meses, tem aparecido constantemente na mídia como um Estado que não está cumprindo seu papel.

Não culpo o Governo do Estado, mas, sim, a conjuntura política do País, a crise que atinge hoje o Brasil — com o não é diferente. Contudo, o

Governo do Estado tem também alguma responsabilidade sobre isso em razão da escolha de seus Secretários.

Ontem mesmo o Secretário da Fazenda foi exonerado. Ele não é de

Tocantins — é de Goiás —, ele não conhece o Tocantins, não conhece nenhuma

Liderança no Estado.

A saúde do Estado está um caos — a televisão mostra gente morrendo a cada minuto. O Secretário de Saúde é do . Levantei a ficha dele e constatei que foi um dos piores Secretários do Rio de Janeiro. Foi demitido no Rio de Janeiro e agora é Secretário no meu Estado.

Eu peço ao Governo do Estado que tome providências. Peço ao Governador: vamos governar com gente que tenha compromisso com o Tocantins. Eu tive oportunidade de ser Governador do Estado e meus Secretários eram de Tocantins, que é um Estado que tem gente do Brasil inteiro, do mundo inteiro.

Por que escolher um Secretário da Saúde do Rio de Janeiro que nem uma ficha boa tem? Não há lógica nisso. Pessoas morrem a cada minuto.

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O Governo precisa tomar providências, ou o Estado vai entrar em situação de calamidade pública. O povo não aguenta mais, o povo exige responsabilidade de nós Governantes.

O gestor que se torna Ministro ou Secretário tem que dar retorno para a sociedade. O que está acontecendo no meu Estado é que 90% do Secretariado é de fora e não conhece o Estado, não conhece nossas lideranças políticas, e disso resulta o caos.

Eu realmente espero que o Governo tome providências para que Tocantins não chegue à situação de calamidade pública.

Sr. Presidente, peço para que meu discurso seja registrado nos Anais da

Casa e divulgado pelo programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O pedido de V.Exa. será deferido.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Alex Canziani, 4º Secretário da Mesa, por 1 minuto.

O SR. ALEX CANZIANI (Bloco/PTB-PR. Sem revisão do orador.) -Deputado

Delegado Edson Moreira, que preside esta sessão, quero apenas deixar registrado que hoje é um dia histórico para o Brasil. Hoje, o Senado Federal deve cassar o mandato da Presidente Dilma, e eu acredito que isso seja a melhor para o País. Já votamos aqui na Câmara Federal e, por ampla maioria, fomos a favor do início do impeachment. Agora, o Senado Federal dá o veredicto.

Eu espero que o Presidente Temer tenha a coragem, a determinação de fazer aquilo de que o Brasil precisa. Vivemos uma crise muito séria e precisamos tomar medidas difíceis. Eu espero que ele seja capaz de tomar essas medidas, encaminhando-as a esta Casa. Espero que o Parlamento — nós, Deputados e

Senadores — tenha igualmente a coragem de aprovar o que for fundamental para o futuro do País.

Quero parabenizar o Senado Federal e dizer que estou otimista com o futuro da nossa terra e da nossa gente.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O próximo orador inscrito é o Deputado . Enquanto S.Exa. se dirige à tribuna, concedo a palavra, por 1 minuto, ao Deputado Jorginho Mello.

O SR. JORGINHO MELLO (PR-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradeço a V.Exa. e ao Deputado Luis Carlos Heinze esta oportunidade.

Ontem nós acordamos — estou quase certo de que ela não será possível — a votação do Super-SIMPLES no dia de hoje. Espero que o Deputado Rodrigo Maia honre o que combinou, já que esta Casa opera por meio de acordos entre

Lideranças e de palavras empenhadas.

Se não for possível votarmos hoje a matéria — isso vai depender de alcançarmos quórum —, espero que a consigamos votar no dia 13, como ficou pré- determinado, porque a renovação do Super-SIMPLES é um dos projetos mais importantes deste ano.

Os micro e pequenos empresários no Brasil estão quebrando. Não podemos nos acovardar num momento como esse, deixando de estender-lhes a mão. Digo isso em nome da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, Sr. Presidente.

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O SR. PEDRO FERNANDES - Sr. Presidente, eu estou inscrito para falar e ainda não fui chamado. Eu era o décimo.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - V.Exa. deve estar inscrito para falar por 3 minutos. Mas eu lhe concederei a palavra para falar agora, por 1 minuto.

O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, na última sexta-feira, dia 26, acompanhado do Deputado José Reinaldo, do Maranhão, visitei a base aérea de Alcântara.

Ali são feitos investimentos financeiros muito altos. Nós precisamos fazer avançar a tecnologia para lançamentos de foguetes.

Nós cometemos um equívoco, quando, um tempo atrás, proibimos os convênios com os Estados Unidos, alegando que perderíamos a soberania nacional.

Eu acho que foi um grande equívoco. Fomos para a Ucrânia, e não deu em nada.

Agora nós estamos sendo capitaneados pelo Deputado José Reinaldo para criar a Frente Parlamentar em Defesa de Alcântara. Eu acho que este é um grande momento. Nós precisamos entrar nessa era espacial para valer. Temos o melhor ponto do mundo em termos de economia para lançamento de satélites. Hoje temos uma receita anual de 110 bilhões nessa área. O Brasil precisa avançar nisso. Nós precisamos criar vários sítios de lançamento, e inclusive permitir que outras nações importantes possam lançar seus satélites.

Só para V.Exa. ter uma ideia, nós temos 1.300 satélites ativos hoje no espaço e, a cada dia, a quantidade aumenta. Muitos outros já estão ficando inativos. Temos de tratar desse lixo espacial, mas nós precisamos urgentemente ter Alcântara como uma base de referência para o mundo.

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Então, eu estou aqui anunciando, em nome do Deputado José Reinaldo, a criação da Frente Parlamentar em Defesa de Alcântara e espero contar com a participação de vários Parlamentares. Esse não é um problema só do Maranhão. É claro que ajuda muito esse Estado, mas é um problema do Brasil.

Portanto, nós estamos aqui fazendo esse anúncio e queremos que isso tenha repercussão neste Parlamento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O pronunciamento de

V.Exa. vai ser divulgado nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Tem a palavra o Deputado

Luis Carlos Heinze, por 2 minutos.

O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) –

Obrigado, Sr. Presidente.

Deputado Valdir Colatto, V.Exa. também tem o seu trabalho nisto que eu vou falar. Ouvi alguns colegas que me antecederam falarem muito de avanços sociais no

Brasil. Quem promoveu esse avanço social, Deputado Delegado Edson Moreira, foram os produtores rurais brasileiros. Nós chegamos aqui em 1999, Deputado

Colatto, no Governo Fernando Henrique. Aquela primeira safra, de 1999 a 2003, a safra que o Presidente Lula colheu, saltou de 83 milhões de toneladas de grãos para

123 milhões. Crescemos quanto naquele momento? Crescemos mais de 50% em 5 anos. De 2003 a 2016, a produção cresceu 58%, foi para 196 milhões. A grande arrancada do agronegócio brasileiro ocorreu a partir de Francisco Turra e de Pratini de Moraes. E V.Exa. estava junto com a nossa Frente Parlamentar da Agricultura,

Deputado Colatto.

É importante que a sociedade brasileira entenda que os recursos que hoje brilham em tantas coisas saíram da agricultura. Dizem assim: “O Brasil tem 370 bilhões de reservas”. Deputado Delegado, V.Exa. sabe de onde sai essa reserva?

Da soja exportada, do boi exportado, do frango exportado, da cana exportada, do arroz exportado, dos produtos primários exportados. Essa é a vantagem que o Brasil tem com a agricultura.

Apesar disso, Deputado Colatto — e V.Exa. sabe tanto quanto eu dos problemas que estamos enfrentando —, o Governo do Presidente Lula e da

Presidente Dilma Rousseff fizeram, por intermédio dos índios do Brasil, um

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verdadeiro inferno, fizeram uma verdadeira tortura contra os produtores rurais brasileiros. Da mesma forma, na questão quilombola; da mesma forma, na questão do MST — Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Esse é o troco que nós recebemos de uma Presidente e de um Presidente que disseram que apoiavam a agricultura. Sim, eles a apoiaram por um lado, mas a prejudicaram por outro. Veja: as terras do estado de do Sul, hoje, não valem nada por causa desse problema indígena, assim como algumas regiões do Estado do .

Quando eu votei pela cassação do mandato da Presidente Dilma, votei conscientemente, pelas pedaladas, pelas roubalheiras no Brasil, mas também por isto: pela ideologia existente no INCRA, na FUNAI e em tantos outros órgãos do

Governo. Essa ideologia tem que acabar. E hoje o Brasil ficará liberto dela.

É extremamente importante que haja o reconhecimento daqueles que fizeram a diferença. No Brasil, hoje, de 5 a 6 milhões de empresas estão inadimplentes, e há algo em torno de 12 milhões de desempregados. A saúde pública está um caos em virtude da diminuição dos repasses da União, porque os Municípios e os Estados estão bancando a diferença. Há muitas coisas negativas. O Presidente Michel

Temer tem que mudar essa situação acabando, em primeiro lugar, com a ideologia e, depois, fazendo as reformas necessárias.

Sei que V.Exa. vai participar de um seminário de transportes. Pergunto: como

é que eu vou aplicar em transportes hoje? Num pronunciamento que fiz ontem à noite, mostrei que 18 bilhões foram aplicados em transportes, ano passado, no

Brasil, em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos. Para este ano estão previstos 14 bilhões. Se nós não privatizarmos tudo o que for necessário, se não chamarmos a iniciativa privada, jamais vamos fazer isso.

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Semana passada, eu fui com o Governador Ivo Sartori à Argentina. Há três pontes no Rio Grande do Sul: a Ponte Itaqui-Alvear, a Ponte Porto Xavier-San Javier e Porto Mauá-Alba Posse. Não há dinheiro do Governo brasileiro e não há dinheiro do Governo argentino. Como é que vão fazer isso? Se houver participação da iniciativa privada, as obras podem sair, assim como tantas outras obras no Brasil.

É importante que a sociedade entenda que o processo que nós estamos vivendo é de reversão. Não é golpe. Pratica golpe quem rouba do povo brasileiro abertamente, na , nos fundos de pensão, nos Correios, no BNDES e outros tantos entes públicos.

Portanto, hoje o Brasil será liberto desse processo.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - O seu pronunciamento será divulgado no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Valdir Colatto, por 2 minutos.

O SR. VALDIR COLATTO (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu queria parabenizar o Deputado Luis Carlos

Heinze, que estava falando sobre a nossa agricultura, que realmente salva o Brasil, segura o Brasil em pé, e que infelizmente não tem reconhecimento — aliás, é perseguida por pessoas que não conhecem a importância dela no contexto nacional, na economia, na balança de pagamentos, na balança comercial do Brasil. Enfim, é o

País que dá certo.

Deputado Luis Carlos Heinze, eu tenho certeza de que nós, a Frente

Parlamentar da Agricultura, que não fomos recebidos pela Presidente Dilma nesses quase 6 anos de mandato — mas ela recebia o MST —, agora seremos — aqueles que produzem, aqueles que trabalham, aqueles que geram empregos e pagam imposto recebidos — pelo nosso Presidente Michel Temer.

O Presidente Michel Temer já nos recebeu, como disse aqui o Deputado Luis

Carlos Heinze, e tivemos com ele uma conversa longa. S.Exa. entendeu o processo e a importância que tem a agricultura e, com certeza, vai nos dar o respaldo que precisamos — não para nós, mas para a agricultura brasileira e para o agricultor, que é tão esquecido e deixado de lado dentro do contexto das políticas públicas brasileiras.

Sr. Presidente, eu também quero dizer que outro setor que está recebendo nossa atenção especial é o setor de transporte de cargas, que hoje está realizando aqui, nesta Casa, um grande seminário nacional sobre os problemas do transporte

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de carga no Brasil. O setor transporta mais de 60% do que se produz no País e precisa ter a atenção do Governo.

O transporte de carga no Brasil está em crise, passa por dificuldades relacionadas às questões trabalhistas e às estradas brasileiras, que realmente trazem problemas imensos para o transporte de carga, inclusive onerando o custo da produção brasileira.

O custo Brasil está aí, e nós estamos vivendo uma crise. Por exemplo, em

Santa Catarina, o valor do frete é mais alto que o preço do milho que vem do Mato

Grosso e de Goiás, porque nossas estradas estão em péssimas condições; o

Governo Dilma vetou a isenção do PIS/COFINS para o óleo diesel — a matéria foi aprovada pelo Congresso Nacional, mas a Presidente vetou —, que reduzia o custo de produção; e, com isso tudo, estamos passando por muita dificuldade.

Por isso, nós temos que incentivar o transporte de carga brasileiro, cuja configuração foi uma decisão de Governo. Precisamos, então, dar a esse setor, que está pedindo socorro, pela situação difícil em que se encontra, a atenção que ele merece.

Nesse seminário nacional, o setor levantará sua situação, para levar ao

Governo as suas justas reivindicações em relação às questões trabalhistas e às questões de infraestrutura.

Um dos assuntos a serem tratados são os pontos de paradas, tema acerca do qual o Governo não fez a sua parte: não cumpriu a Lei nº 13.103, de 2015, que prevê a construção dos pontos de parada nas rodovias. Nós aprovamos a Lei nº

13.103, de 2015, nesta Casa. No entanto, o Governo não construiu os pontos de parada. A lei exige que os motoristas parem, mas eles não têm onde fazê-lo. Têm

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que parar na beira das estradas, em lugares ermos, desprotegidos, à disposição dos bandidos, dos roubos de cargas. Isso penaliza os motoristas e os transportadores.

O Governo tem que fazer a sua parte, tem que dar atenção para essa questão, para viabilizarmos o transporte de carga, que foi a opção de transporte de outros Governos e do atual.

A agricultura, que é a grande cliente dos transportes de carga, também apoia, com certeza, esse setor, porque precisa de uma solução, e solicita agora ao

Presidente Michel Temer que faça sua parte com relação a setor também.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Tem a palavra o Deputado

Jorge Solla, que disporá de até 2 minutos.

O SR. JORGE SOLLA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, diz um ditado popular que agosto é o mês do desgosto. A população brasileira vai se lembrar por muito tempo desse dia 31 de agosto.

Coincidentemente ou não, o último golpe de Estado neste País ficou marcado em 31 de março, apesar de dizerem que foi em 1º de abril. Mas os nossos livros de

História vão registrar dois golpes de Estado que ocorreram no dia 31: o de 31 de março de 1964 e de 31 de agosto de 2016.

Este, como o anterior, é também um golpe coordenado pelas elites brasileiras, pelo poder econômico, pelas mesmas famílias que controlavam, em

1964, os meios de comunicação; as mesmas, Presidente, que controlam hoje os meios de comunicação e fizeram a campanha pelo golpe, com a participação decisiva do Judiciário, com a participação decisiva do Legislativo — hoje, no

Senado; anteriormente, nesta Câmara.

É um golpe não só para tirar a Presidenta Dilma; é um golpe para mudar o rumo das políticas públicas; é um golpe para reduzir os recursos para a saúde, a educação e a assistência social; é um golpe para entregar o pré-sal para as multinacionais petrolíferas; é um golpe para vender, a preço de banana, como dizem, como fizeram com a Vale, o que sobrou da privataria tucana.

O que eles já fizeram — locupletaram-se, roubaram, enriqueceram vendendo o patrimônio público —, estão se preparando para fazer novamente: ocuparam o aparelho de Estado e vão mais uma vez seguir a mesma cartilha, com a entrega de riquezas para as multinacionais, como querem fazer com o pré-sal, a venda do

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patrimônio público para os seus parceiros se locupletarem, e a eles próprios também, é claro, além de reduzirem recursos para as políticas sociais.

Afinal, como ouvi recentemente, para que investir tanto em novas universidades públicas no interior do Nordeste, se bastam nas capitais, como havia antes, para os filhos da elite estudarem? Para que abrir curso de Medicina para filhos de trabalhadores domésticos e rurais? Que desperdício o Governo do PT fez do dinheiro público ao investir na educação da população brasileira? Para que mais recursos para a saúde?

Nós votamos aqui a PEC 1 com o apoio de todos os Líderes partidários, e agora não se coloca a matéria pra votação em segundo turno. Eu vou cobrar isso o tempo todo, Sr. Presidente. Todas as vezes que eu vier a esta tribuna, eu vou cobrar, porque é um absurdo o que estão fazendo com o financiamento do Sistema

Único de Saúde.

Todos os senhores que estão aqui votaram a favor da PEC 1...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Para concluir, Sr.

Deputado!

O SR. JORGE SOLLA - ...e não vai ser colocada em votação no segundo turno? Ao invés disso, vem a antítese do golpe. Coloca-se na pauta a PEC 241, para congelar por 20 anos os recursos para saúde, educação e assistência social, para pagar quem financiou o golpe, para aumentar o pagamento dos juros dos banqueiros. É isso o que eles querem fazer.

A população brasileira vai registrar este 31 de agosto na história. Foi dado um golpe de Estado!

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Não adianta tentarem esconder! Na minha cidade, Salvador, o Presidente do

DEM, golpista, Prefeito do DEM, golpista, conseguiu na Justiça uma liminar proibindo que os programas de televisão e rádio — pasmem V.Exas.! —, na campanha eleitoral, digam que está havendo golpe de Estado!

A Justiça concedeu a liminar com a proibição de os candidatos falarem o que está acontecendo hoje no Brasil — um golpe de Estado. Mas não vão calar a voz da população; não vão calar a nossa voz; e nós não permitiremos que façam o que querem com o patrimônio do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Obrigado, Sr. Deputado. O pronunciamento de V.Exa. será divulgado no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Mauro Benevides.

O SR. MAURO BENEVIDES (Bloco/PMDB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desejo registrar a posse de Napoleão Nunes

Maia como Ministro do Tribunal Superior Eleitoral, que aconteceu ontem à noite. Ele ocupará essa função cumulativamente com a sua condição de membro do Superior

Tribunal de Justiça, Corte na qual pontifica, há alguns anos, como vulto estelar, e onde tem assento também o nosso conterrâneo Raul Araújo Filho.

Ele foi professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará do Ceará. Dali, saiu para compor o Tribunal Regional Federal da 5ª Região de

Pernambuco, revelando sua formação jurídica abalizada, o que se constata em suas sentenças lapidares, que passaram a ser referência em citações jurisprudenciais.

Comprovando o nível de sua arraigada formação como intelectual e cultor do Direito, possui várias obras publicadas. Ele pertence à nossa tradicional Academia

Cearense de Letras, na qual se alteia como figura preeminente, sendo autor de numerosas obras literárias de aceitação pela crítica especializada.

Na Corte eleitoral, presidida pelo Ministro Gilmar Mendes, Napoleão Maia haverá de demonstrar sua inquestionável competência nos processos de que for relator e nos votos proferidos em matéria submetida àquela aludida Corte, sobretudo nesta fase de eleições nos quase 5.500 Municípios brasileiros.

Em nome da bancada cearense — sei que concorda comigo o Deputado Vitor

Valim —, registro a ascensão do magistrado integérrimo que ali prosseguirá sua missão de julgador de mérito.

Essa é a comunicação.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Além de jurista, Napoleão

Maia é poeta.

O SR. MAURO BENEVIDES - Perfeitamente, Sr. Presidente. Esse registro que V.Exa. faz reconhece o talento fulgurante do Ministro Napoleão Nunes Maia, meu brilhante companheiro na Academia Cearense de Letras, arcádia da qual sou o mais modesto dos integrantes.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Giovani Cherini, por 1 minuto.

O SR. GIOVANI CHERINI (PR-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, brasileiros e brasileiras, gaúchos e gaúchas, hoje é o dia da renovação da esperança que o povo brasileiro perdeu ao longo dos anos.

Foram 272 dias de calvário, 272 dias de sangramento, aqui em Brasília e no

Brasil inteiro. Ficam para trás aqueles que colocaram negros contra brancos, que colocaram agricultores contra índios, que colocaram agricultores contra quilombolas, que colocaram pobres contra ricos, que criaram a maior divisão na história do Brasil.

Divisionistas eles são.

Hoje, nós renovamos a esperança num País que não se olhe só para a questão política e partidária. Queremos que a construção política seja, acima de tudo, pela nossa economia e pelo nosso desenvolvimento. Aqui nesta Casa, a partir de hoje, quem sabe, teremos uma nova história.

Chega de divisão! Chega de guerras nas vilas e nos bairros deste País!

Renovamos a esperança. Chega desses golpistas, que corromperam o País, que dividiram o País e que têm a coragem de ir à tribuna dizer que os outros são golpistas!

Golpistas são eles, sim, que corromperam e quebraram o País, acabaram com o País e acham que têm moral ainda para vir aqui neste microfone dizer que o

País está às mil maravilhas. Quebraram a saúde, quebraram a educação, quebraram tudo neste País e ainda queriam continuar presidindo o País!

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Graças a Deus, esta Câmara, o Senado e os órgãos institucionais deste País vão dar um basta hoje! Chega de divisão! Vamos trabalhar pela união do povo brasileiro!

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Pr. Marco Feliciano. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. PR. MARCO FELICIANO (Bloco/PSC-SP. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, primeiramente, muito obrigado pela oportunidade.

Quero relembrar uma grande frase dita por um grande homem. Abraham

Lincoln disse: “Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas as pessoas por todo o tempo”.

Hoje, 31 de agosto, o Brasil começa a respirar ares de esperança mais uma vez. Depois de uma árdua luta, por um longo tempo, da sociedade civil brasileira organizada e de grupos organizados, o Senado cumpre o desejo da população brasileira, que é extirpar do nosso País aquilo que vinha destruindo tudo o que foi construído ao longo do tempo. Hoje o Brasil volta a respirar.

Quero desejar felicidades ao nosso Presidente, pedir a Deus as bênçãos mais profundas dos céus, que Ele olhe para a nossa Nação brasileira e que os brasileiros possam voltar a acreditar que é possível vencer, no meio desse limbo e dessa tribulação toda pela qual passamos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Carlos Melles, por 1 minuto.

O SR. CARLOS MELLES (DEM-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cumprimento o Presidente Rodrigo Maia pelo compromisso com a aprovação do Projeto de Lei Complementar nº 25, de 2007, que altera a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e que representa um grande avanço para o Brasil na medida em que funcionará com um gerador de empresas.

Cumprimento também os Deputados Luis Carlos Heinze e Valdir Colatto pela defesa permanente da agricultura.

Obrigado, Presidente Delegado Edson Moreira.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado João Daniel, pelo prazo de 3 minutos.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu gostaria que o nosso pronunciamento fosse registrado nos Anais da

Casa.

Eu me lembro muito bem da primeira sessão da Câmara dos Deputados no ano passado, quando houve aqui uma festa em comemoração à vitória de Eduardo

Cunha. Alguns pulavam; outros gritavam; e nós acompanhamos, votamos e confiamos no nosso candidato, Deputado Arlindo Chinaglia. Essa comemoração, essa festa continuou por um período.

Hoje, entretanto, não há mais comemoração. Alguns se escondem; outros não têm coragem de defendê-lo; mas aquela festa termina hoje. Hoje, há uma nova etapa daquela festa, que é a etapa da consolidação de um golpe que nasceu na primeira sessão da Câmara, quando o poder econômico, bancado, aliado e financiado pela elite conservadora, não aceitou sua quarta derrota: duas eleições do

Presidente Lula e duas da Presidenta Dilma. Ali nascia uma conspiração para dar um golpe na democracia brasileira.

A história do Brasil marcará e registrará o dia de hoje para o futuro da Nação e das gerações. Hoje está sendo dado um golpe contra a juventude negra da periferia; contra a juventude rural, que sonhou em ter o campus da universidade federal, a exemplo do alto sertão sergipano e de todos os cantos do Brasil. Hoje o que se quer aqui é impedir que o povo brasileiro construa uma Nação livre, justa e soberana.

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E eu ouvia, Sr. Presidente, o discurso, que está nas redes sociais e na imprensa social, do Líder do Governo interino golpista, em que ele deixa claro, num ato, no último sábado, no Município onde sua esposa é candidata: “Eu mando; eu decido. Neste Estado não tem Governador; neste Estado não tem Senador; neste

Estado não tem Deputado Federal. Quem manda sou eu. Eu e Michel Temer. Quem vai fazer tudo sou eu”.

É assim que será o Governo; é assim que será, a partir de hoje, se esse golpe se consolidar.

Para encerrar este pronunciamento, Sr. Presidente, eu gostaria de dar como lidos e registrados, para que fiquem nos Anais desta Casa — porque nenhum homem e nenhuma mulher deve ser covarde e se negar a se posicionar —, dois pronunciamentos, um do jornal Brasil de Fato, do nosso grande companheiro João

Pedro Stedile, no qual faz um resumo sobre a democracia estar por um fio; e o segundo é um pronunciamento nosso, no qual avaliamos que esse é um golpe branco, copiado do Paraguai. Quando derrubaram Fernando Lugo, foi a mesma história: foi retirado do povo paraguaio o direito de um governo popular. E aqui está se retirando o direito de uma mulher legítima, honesta, decente, para colocar um golpe em curso neste País.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Deferido.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupo esta tribuna para registrar um artigo publicado no jornal Brasil de Fato.

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Dilma passará pelo impeachment com dignidade,

defendem analistas.

Participantes de debate em que participantes

afirmaram que processo contra Presidenta é injustiça

histórica e não tem fundamento legal.

No dia em que os senadores iniciaram os

pronunciamentos finais em relação ao impeachment de

Dilma Rousseff, o Brasil de Fato promoveu debate para

analisar as implicações desse processo para os

trabalhadores. A atividade, realizada nesta terça-feira

(30), contou com a participação de Ana Claudia Mielke, do

Coletivo Intervozes; de João Pedro Stedile, da direção

nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

(MST); e do cientista político Aldo Fornazieri. Eles

consideraram que a tentativa de deposição da presidenta

é uma “injustiça” e afirmaram que a petista saíra dele,

independentemente do resultado, com dignidade.

Durante o dia, parlamentares, advogados de

defesa e de acusação apresentaram as considerações

finais. Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de

impeachment, fez discurso pouco técnico, indicando

causas políticas e até mesmo religiosas como

fundamentos da ação. Eduardo Cardozo, por sua vez, se

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emocionou em entrevista ao comentar os ataques à

presidenta afastada.

O dia também foi de protestos contra o

impeachment em diversas cidades, como São Paulo,

Porto Alegre e Fortaleza, com fechamento de avenidas e

rodovias.

Procedimento

Os participantes do debate apontaram que o

processo contra Dilma, apesar do aparente respeito às

formalidades, não tem fundamento legal. “Foram definidos

um conjunto de procedimentos de comum acordo entre as

partes. Esse mecanismo procedimental é relativamente

tranquilo, embora ele possa ser questionado do ponto de

vista do Direito. O impeachment deve ser um julgamento

fundamentalmente jurídico, os senadores são jurados. A

discussão política descaracterizou isso”, avaliou

Fornazieri, em referência aos pronunciamentos dos

parlamentares.

Para Stedile, as razões apresentadas no pedido da

acusação não são suficientes para que Dilma Rousseff

seja cassada. “A sessão que assistimos no Senado

parecia um teatro do absurdo: todas cartas marcadas, as

pessoas falam e ninguém ouve os argumentos. Nessa

farsa, emergiu a figura da presidenta, que teve coragem

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de enfrentar. Se pedalada é crime, porque não colocaram

o [Michel] Temer no processo. Por que o [Antônio]

Anastasia é relator, se ele também deu pedalada?”,

questionou.

Atores

Os debatedores disseram ainda que a

movimentação contra Dilma Rousseff foi fruto de uma

articulação de diversos interesses. Para Fornazieri, “logo

após as eleições de 2014, já se prenunciava o

impeachment e ficou evidente com a eleição de Eduardo

Cunha para a presidência da Câmara”.

Ana Mielke destacou o papel desempenhado pelos

grandes meios de comunicação em todo o processo. “A

mídia é um ator político desse processo. Desde 2013 e

2014, a Rede Globo tem cumprido um papel de mobilizar

as pessoas. Isso foi ficando cada vez mais claro. Existe

um processo de hegemonia e um discurso único que faz

com que as pessoas não entendam muito bem o que está

ocorrendo”, disse.

O dirigente do MST, por sua vez, destacou a

convergência entre os interesses do mercado com

algumas instituições públicas. “Desde o início, nós

percebemos que as forças do poder econômico tinham a

hegemonia sobre o Poder Judiciário. Não só no STF

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[Supremo Tribunal Federal], mas também no Ministério

Público e no juiz Moro”, afirmou. Para Stedile, o debate

sobre o impeachment está relacionado a uma disputa

entre projetos. “O que está em jogo é se devemos aplicar

um plano neoliberal ou não. A farsa é que esse plano não

interessa ao povo brasileiro. O que eles querem acabar

com os direitos dos trabalhadores e se apropriar dos

recursos naturais para eles saírem da crise e jogá-la em

nossas costas”, apontou.

Avaliação

Todos presentes elogiaram a atuação de Dilma

durante o processo. “Ela se comportou com dignidade.

Entrará para a história como estadista que representou o

povo, assim como Getúlio [Vargas] e Jango [João

Goulart]. Os outros entrarão para a lata do lixo da

história”, defendeu Stedile.

Fornazieri destacou ainda que nada foi provado

contra a presidenta. “Dilma foi vítima de uma grande

injustiça. A história será terrível com aqueles que estão

aplicando o golpe”, afirmou.

Ana Mielke reforçou os aspectos machistas pelo

qual se deu a desconstrução da imagem da petista. “Ela

sofreu uma injustiça em uma sociedade bastante

misógina. Se cair, irá cair de pé”, declarou.

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Futuro

Durante o debate, foram apontadas as perspectivas

sobre os rumos da esquerda após o final do processo do

impeachment. Para os analistas, a votação tende a ser

desfavorável a Dilma.

“É difícil reverter o processo. O STF tem se

mostrado covarde, fazendo parte do novo acordo de

poder que se articulou. Há duas violações contra a

Constituição. Estão julgando uma pessoa por um crime

que não cometeu. Não há crime de responsabilidade. O

processo todo deveria ser anulado. Segundo, boa parte

da acusação se baseia em uma decisão do TCU [Tribunal

de Contas da União] de outubro do ano passado, o que

significa uma lei retroativa. Não é Dilma que tem que ser

julgada, mas quem está violando a Constituição”, avaliou

Fornazieri.

Ana Mielke destacou que, após o golpe, o Brasil

deve passar, a médio prazo, pela formação de um novo

bloco político progressista. “É preciso recompor o lugar da

política. Um dos grandes desfavores feitos pela grande

mídia foi o de criar a imagem da política como um lugar

de degeneração”, afirmou.

Nesse mesmo sentido, o cientista político defendeu

um processo geral de recomposição da esquerda

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nacional. “Ela entrou em colapso em todos sentidos:

retórico, de pedagogia política e organizativo. Tem que

buscar uma nova fórmula. A ideia de unidade na

pluralidade é uma reflexão que deve ser feita. Por fim,

ainda que não se possa perder a perspectiva da

institucionalidade, também não se pode perder a

perspectiva de radicalização social”, propôs.

Do ponto de vista dos movimentos populares,

Stedile destacou que, qualquer que seja o resultado deste

processo, as dificuldades pelas quais o país passa não se

encerrarão. “Todos esses fatos vêm evidenciando que o

Brasil vive uma grave crise relacionada com o modo de

produção capitalista em geral. O agravamento da crise

econômica levou a um esgotamento da frente

neodesenvolvimentista: esse modelo foi rompido. Para

sair da crise não basta tirar ou colocar governo. Devemos

construir uma unidade popular que consiga apresentar um

projeto de saída para essas crises”, avaliou.

O dirigente sem terra também apontou que a

reformulação da esquerda deve estar preparada para

essa nova realidade. “Nós vamos entrar em um outro ciclo

de lutas. Precisamos pensar o que foi feito até agora,

estabelecer um novo projeto para o país e também novas

formas de organização”, defendeu.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, faço uma reflexão sobre o que está acontecendo hoje no Brasil com a tentativa de implementar uma política neocolonialista que ameaça toda a América Latina.

O nosso continente sempre foi espaço de interesses, desde o colonialismo europeu, principalmente com a dominação e divisão entre e Espanha.

Séculos de caudilhismo e coronelismo levaram à miséria os nossos povos e exigiram um enorme processo de luta pela emancipação dos países, tanto com as lutas por independência, com Bolivar, Miranda, Zapata, Miguel Hidalgo e outros, como com as reformas constitucionais acordadas, caso do Brasil.

Seguiram-se períodos, principalmente no Brasil, de um crescimento das oligarquias no campo, com o comando político e econômico que passou a ser modificado com o processo de urbanização e industrialização, o que gerou uma maior luta por moradia, saúde, educação, trabalho e lazer, o que desembocou na luta por mudanças estruturais da economia e nas relações sociais.

E aí, não só no Brasil, mas em todo o continente seguiram-se as lutas populares por melhores condições de vida e de construção de processo de igualdade e justiça.

Assim, as elites se aliaram mais uma vez e se sucederam vários golpes militares que trouxeram anos de obscurantismo em cada momento e em cada país, destacando-se as ditaduras no Paraguai, Venezuela, Chile, Argentina e no Brasil, para ficar somente nestes, grande parte delas financiadas pelo imperialismo americano no contexto da Guerra Fria.

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O subdesenvolvimento e a dependência foram os resultados do desmonte do

Estado e da concentração de renda e, por conseguinte, do crescimento da desigualdade social e do crescimento das insatisfações populares. Mas pouco a pouco o povo foi se fortalecendo e transformado o avanço das lutas sociais, de modo a, paulatinamente, promover a redemocratização, com a conquista das eleições diretas, com dirigentes conduzidos ao poder pelo voto popular.

Com isso, fomos conquistando poder e tivemos retomado um sopro de democracia no continente, com a eleição de governos populares que passaram a promover uma política de inclusão social, de retomada do papel do Estado, de defesa do patrimônio nacional e da utilização dos recursos em benefício do povo.

Com a crise econômica mundial e a reorganização das forças conservadoras, o nosso continente passou a sofrer a pressão das elites, que passaram a buscar alternativas de retomada de poder, como o golpe branco praticado no Paraguai, perpetrado pelas forças conservadoras do Congresso daquele país, que destituiu, literalmente de um dia para o outro, o governo do presidente Fernando Lugo.

Isso é o que também está se desenhando no Brasil, onde, apesar das diferenças, o processo de impeachment traz, na sua essência, semelhanças com o que viveu o Paraguai, pela história de luta dos protagonistas. Lugo ampliou recursos, com a revisão do Tratado de Itaipu, e, no contexto do limitado orçamento, propiciou conquistas para a população paraguaia, como a garantia de saúde pública gratuita e o estabelecimento do Tekoporã, programa de renda mínima que alcançou aproximadamente 93 mil famílias. Esse programa, entretanto, gerou tensões com o

Congresso, que quis cortar os recursos, e também respostas na mobilização popular para aprová-los.

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O governo paraguaio ainda estabeleceu certa confrontação com a Monsanto, no que tange à liberação de sementes transgênicas, não autorizando o plantio de variações transgênicas de sementes algodão, ainda que a plantação de soja transgênica, principal cultivo de grãos do país, tenha permanecido amplamente liberada.

Isso foi a gota d’água para sua destituição, e não qualquer crime que tenha praticado.

Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência. Na verdade, os

Governos Lula e Dilma também incomodaram as nossas elites, que não concordam com a melhoria da qualidade de vida, não aceitam que o pobre tenha direito à alimentação, a energia, a alfabetização e as diversas conquistas de e respeito.

Foi com Lula e Dilma que mudamos o Brasil. Foi com Lula e Dilma que os trabalhadores do campo e da cidade tiveram os seus direitos garantidos. Foi nesses

Governos que mais de 40 milhões de famílias foram tiradas da linha da miséria. Foi com Lula e Dilma que os empregados domésticos tiveram seus direitos reconhecidos. Foi com Lula e Dilma que a agricultura familiar cresceu e passou a atender melhor às necessidades de toda a população. Nunca, senão nos Governos

Lula e Dilma, tivemos a retomada das universidades públicas, dos cursos técnicos superiores, e mais: tivemos a Justiça e a Polícia Federal agindo livremente.

Em que pode dar isso?

Embora de uma forma mais longa que a do golpe paraguaio, talvez com o objetivo de tentar dar um cunho de legalidade ao processo que estão impondo no

Congresso, as forças conservadoras inventaram um crime de responsabilidade.

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Porém, esquecendo esta formalidade da lei, estão buscando condenar o Governo

Dilma não por algum crime cometido, a não ser o crime de ir contra os interesses dos setores econômicos internos e também contra os interesses de empresas internacionais que querem o nosso pré-sal e as nossas empresas de energia, que, com certeza, ganharão, caso esse golpe se consolide.

Peço aos Senadores, enquanto é tempo, que façam justiça e devolvam Dilma para o lugar de onde nunca poderia ter sido afastada.

Fica, Dilma! Fora, Temer!

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Tem a palavra, por 1 minuto, o Deputado a Átila Lins.

O SR. ÁTILA LINS (PSD-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço a V.Exa. que determine a inserção, nos Anais da Casa, de convite para a posse do

Ministro Mauro Campbell Marques como Corregedor-Geral da Justiça Federal.

O Ministro Mauro Campbell Marques é o primeiro amazonense a integrar aquela Corte, escolhido para ser o Corregedor-Geral da Justiça Federal.

A marcante solenidade, convocada pelo Ministro Francisco Falcão, Presidente do Superior Tribunal de Justiça, ocorreu ontem, no STJ, e contou com a presença de destacadas autoridades do meu Estado, como o Governador José Melo de Oliveira,

Senadores e Deputados.

Parabenizo o Ministro Mauro Campbell Marques por assumir tão importante função na Justiça e a ele desejo todo o êxito nesta sua árdua missão.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - V.Exa. será atendido.

(ANEXO I)

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(INSERIR PDF R!214 ANEXO I)

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o Padre

Deputado Luiz Couto.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero dar como lido o meu pronunciamento sobre a violência praticada contra a Mestra em

Sociologia Jurídica e co-fundadora da Rede Feminista de Juristas, Dra. Marina

Ganzarolli, lá no meu Estado da Paraíba, na cidade de Guarabira.

Ela foi convidada para participar de um simpósio sobre gênero e diversidade, compareceu ao evento e sofreu a violência praticada por quem efetivamente não consegue verificar a importância da diversidade que existe entre as pessoas.

Solicito, ainda, que ao meu pronunciamento seja dada a devida publicidade nos meios de comunicação da Casa, inclusive no programa A Voz do Brasil.

Peço também que as autoridades da Paraíba tomem providências contra os agressores.

Também quero fazer referência a uma matéria do Portal Correio, da Paraíba, que informa: Paraibanos são achados trabalhando como escravos e dormindo em celas do RS.

Solicito a V.Exa., Sr. Presidente, que determine a publicação da matéria nos

Anais da Casa e peço ao Ministério Público do Trabalho que investigue essa denúncia e tome as devidas providências.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Deferido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, repudio o ataque fascista, carregado de lesbofobia e misoginia, perpetrado por um homem de 43 anos à advogada,

Mestra em Sociologia Jurídica (USP) e co-fundadora da DeFEMde — Rede

Feminista de Juristas, Marina Ganzarolli.

Os ataques à advogada ocorreram na sexta-feira 29 de agosto no bar Sampa, em Guarabira, interior da Paraíba. Segundo relatos em seu Facebook, a advogada foi ao Estado participar de um simpósio de gênero e diversidade realizado na UEPB, como palestrante convidada.

Após a palestra, ela foi comemorar o encerramento do evento com as organizadoras — a maioria, negra e lésbica, estudantes da UEPB e integrantes do

Coletivo Formiga, responsável pela realização deste I Simpósio Sobre Gênero e

Sexualidade da Universidade Estadual da Paraíba. Ela foi agredida com um tapa no rosto e com xingamentos lesbofóbicos por um homem de 43 anos.

A advogada é ativista, Mestra em Direito pela USP — Universidade de São

Paulo, co-fundadora da Rede Feminista de Juristas e orienta vítimas de violência há

10 anos, desde que foi fundado o Coletivo Feminista Dandara.

Além desta triste situação vivida pela advogada, ao chegar à delegacia, não havia delegado de plantão, e, segundo o seu relato, ela foi atendida por um escrivão, que, em vez de fazer seu trabalho, aconselhou a vítima — que sofrera violência física e verbal, lesbofobia e intolerância e ódio — a resolver a situação apenas com uma conversa. Isso é inadmissível dentro de uma delegacia de polícia!

Este crime nos envergonha perante uma sociedade democrática que luta pela defesa dos direitos e garantias assegurados pela nossa Constituição Federal, tornando-se, assim, responsabilidade de toda a sociedade respeitar qualquer um.

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Ninguém pode ser agredido por pensar diferente, por ser homossexual ou heterossexual. A sociedade deve estar alerta ao avanço do conservadorismo — uma ameaça ao direito à vida, a partir da intolerância extrema, que desemboca nas múltiplas expressões da violência.

A Paraíba precisa se unir contra o avanço do fascismo, que impossibilita uma democracia real em nosso País. É imprescindível a unidade popular contra o machismo, a lesbofobia, a bifobia, a homofobia, a transfobia, o racismo e a exploração de classe — o retrocesso de direitos que presenciamos na atual conjuntura política implica e naturaliza o aumento da violência em todas as esferas da vida.

Enfim, em defesa dos direitos das mulheres de todas as classes sociais, afirmo que Marina Ganzarolli não está sozinha e exijo apuração e reparação da violência. Exijo a punição do agressor, mas não só: precisamos de uma política de mudança cultural e redistribuição de poderes políticos e econômicos voltada para a transformação social, para vivermos em uma sociedade em que não haja espaço para opressões, explorações e violência.

Os golpes verbais e físicos que atingiram Marina Ganzarolli naquela madrugada de sexta-feira atingiram a todos nós defensores dos direitos humanos de cada cidadão e cidadã da Paraíba e do Brasil.

Portanto, afirmo que levarei o assunto ao conhecimento da Comissão de

Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal e, de lá, apuraremos de perto toda a ilegalidade cometida pelos agressores e o despreparo de alguns policiais que estiveram presentes na ação.

Era o que tinha a dizer.

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MATÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR

Paraibanos são achados trabalhando como escravos e dormindo em celas no RS Trabalhadores informaram que se sujeitavam a trabalhar em condições precárias para poder quitar uma dívida de adiantamento de salário que haviam recebido antes de sair da Paraíba Por Halan Azevedo Treze paraibanos foram resgatados, na manhã dessa quarta-feira (24), após serem flagrados trabalhando em situação análoga à escravidão no município de Lajeado, a 120 km de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. As vítimas estavam trabalhando para outros dois paraibanos há pouco mais de um ano e sofriam com condições precárias de moradia, falta de assistência e alimentação adequada. A situação ocorria porque as vítimas deviam entre R$ 1,5 mil e R$ 14 mil aos suspeitos, que foram presos. Todas as vítimas e suspeitos são naturais do município de Patos, que fica no Sertão paraibano, a 317 km de João Pessoa. Em Lajeado, os paraibanos foram localizados após uma denúncia feita para a Polícia Civil por moradores da cidade. A operação policial também contou com o trabalho de equipes do Ministério do Trabalho, da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao Portal Correio, o delegado Mauro Mallmann, da Delegacia de Pronto Atendimento de Lajeado, disse que a polícia monitorou os suspeitos e conseguiu abordar o caminhão onde as vítimas eram levadas. “Encontramos o caminhão quando ele iria recolher as vítimas no fim do dia. Ao abordarmos o veículo, constatamos que, além de ser o meio de transporte dos trabalhadores, ele também servia como moradia de alguns deles”, contou o delegado. À polícia, os trabalhadores informaram que se sujeitavam a trabalhar em condições precárias para poder quitar uma dívida de adiantamento de salário que haviam recebido antes de sair da Paraíba.

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Durante o depoimento, os trabalhadores também informaram que aqueles que não cabiam dentro do caminhão na hora de dormir passavam a noite do lado de fora do veículo, dormindo em redes, sem proteção contra o frio ou contra uma possível ação de bandidos. “Vimos que o pessoal estava vivendo de forma degradante, qualificado como trabalho análogo à escravidão. Não recebiam alimentação adequada, não tinham a carteira assinada, não tinham um local adequado para dormir, passavam necessidades quando não conseguiam bater a meta de vendas e, quando vendiam a mais do que o estipulado, o valor era descontado da dívida inicial. Eles sobreviviam com muito pouco. Além disso, o que mais chocou foi a constatação de uma cela dentro do caminhão. Esse espaço servia para punir quem fosse avaliado com mau comportamento ou não atingisse a meta de vendas”, afirmou o delegado. Eles não podiam voltar para casa O delegado Mauro Mallmann também informou ao Portal Correio que os trabalhadores já estavam passando pelo trabalho análogo à escravidão há muito tempo, já que alguns deles relataram ter dívidas superiores a R$ 14 mil e que haviam retornado à Paraíba quatro meses após saírem, mas eram obrigados a voltar ao trabalho pouco tempo depois. “No caminhão, localizamos livros e uma caixa com a dívida total das vítimas. Elas também relataram que iam ao Rio Grande do Sul para trabalhar dessa maneira e voltavam à Paraíba após quatro meses, onde passavam um tempo com a família. Porém, esses trabalhadores eram obrigados a viajar novamente até quitar todo a dívida com os suspeitos. Mesmo aqueles que não se adaptavam ao clima ou não conseguiam vender, eram obrigados a permanecer aqui”, contou o delegado. Após o depoimento das vítimas, a polícia prendeu em flagrante o motorista do caminhão e o empregador, que era o proprietário do veículo e comandava as vendas. Eles vão responder criminalmente por manter pessoas em condições de trabalho análogas à escravidão. Já as 13 vítimas foram encaminhadas a hotéis da cidade e permanecem por pelo menos mais quatro dias em Lajeado. “As vítimas ainda estão aqui, mas estão instaladas em um hotel da cidade. Eles estão sendo atendidos pelo Ministério do Trabalho, que vem organizando a

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legalização dos contratos de trabalho e negociando um valor de rescisão contratual. Acredito que eles sejam liberados para voltar à Paraíba dentro de mais três ou quatro dias”, concluiu o delegado.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Takayama, por 1 minuto.

O SR. TAKAYAMA (Bloco/PSC-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

é um momento muito especial este que estamos vivendo no Brasil, e eu não poderia deixar de registrar, neste Parlamento, o meu pensamento sobre a mudança desta

Nação.

Ninguém está acima da lei. Se hoje o Supremo perdoar os erros que a

Presidente cometeu, vai ter que trazer de volta todos os Prefeitos e Governadores que cometeram falhas. Nós não estamos acima da lei.

É duro, é difícil, olhando pelo aspecto pessoal, porém, nós temos que entender que este é um Brasil que já cansou de conviver com algumas pessoas que acham que todo mundo tem que levar vantagem. Não é dessa forma que se vive em uma Nação. O Brasil está passando por um novo momento, e esse é o momento histórico que eu quero deixar registrado aqui.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Seu belo pronunciamento será divulgado no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa,

Deputado Takayama.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o Deputado

Evair Vieira de Melo, por 1 minuto.

O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (PV-ES. Sem revisão do orador.) -

Presidente, quero deixar registrada para os nobres colegas e a população brasileira a necessidade de implementarmos, o mais rápido possível, os aeroportos regionais no Brasil.

O meu Estado do Espírito Santo, além de ter um precário e único aeroporto central, carece hoje de investimentos urgentes para que os aeroportos regionais possam voltar a funcionar e operem com segurança, aumentando esse importante negócio da nossa economia.

O aeroporto de Linhares já está com o projeto bastante adiantado e teve anunciados os investimentos.

Registro o meu esforço para que possamos retomar, o mais rapidamente possível, o aeroporto de Cachoeiro de Itapemirim, a maior cidade do interior capixaba e importante polo da indústria e da agricultura do Estado.

É necessário que este Governo se sensibilize e retome os projetos para os aeroportos, fazendo a entrega dessa obra importante que é a restauração do aeroporto regional de Cachoeiro de Itapemirim.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Deputado Evair Vieira de

Melo, vamos divulgar o pronunciamento de V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o Deputado

Celso Maldaner, por 3 minutos.

O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem Revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de destacar uma excelente notícia para o setor de carnes, no qual Santa Catarina possui posição de protagonismo no País.

O Brasil vai diversificar e ampliar as exportações de gado para a Turquia.

Nesta segunda-feira, dia 29, os dois países concluíram a negociação para o estabelecimento de um protocolo sanitário específico para a exportação de bovinos destinados ao abate imediato.

A expectativa do setor exportador brasileiro é embarcar, até o final deste ano, cerca de 100 mil cabeças para abate naquele país. O acordo é resultado de negociações entre o Departamento de Saúde Animal — DAS do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento — MAPA e as autoridades veterinárias turcas.

O protocolo é vantajoso para ambas as partes, porque exigirá um número menor de exames, além de reduzir o período de quarentena — o que diminui o custo de produção. Os animais a serem embarcados deverão ser machos “terminados”, com peso superior a 450 quilos.

O protocolo estabelecido nesta segunda-feira decorre de acordo feito entre o

MAPA e as autoridades veterinárias turcas em agosto de 2015 para exportação de gado destinado à engorda no país euro-asiático.

O acordo firmado no ano passado possibilitou ao Brasil retomar em 2016 as exportações de bovinos para o mercado turco. De janeiro a junho deste ano, o País

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embarcou 86.005 cabeças para a Turquia, avaliadas em cerca de 50 milhões de dólares.

O fechamento do acordo em 2015 foi comemorado pelo segmento exportador de gado, já que permitiu compensar as enormes perdas em decorrência da crise econômica na Venezuela. Até o fim de 2014, o mercado venezuelano era o principal parceiro comercial do Brasil na compra de gado vivo, chegando a representar mais de 90% do total do volume das exportações brasileiras. A partir deste ano, a Turquia se consolidou como principal cliente brasileiro, tendo sido responsável pela importação de 61,8% dos bovinos exportados pelo nosso País.

Sr. Presidente, eu gostaria que este nosso pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira)- Deferido.

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O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Com a palavra o próximo orador, Deputado Carlos Henrique Gaguim, por 3 minutos.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (Bloco/PTN-TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres pares, ocupamos esta tribuna mais uma vez para reivindicar e cobrar do Governo uma posição em relação aos funcionários do Estado de Tocantins. Falo de funcionários públicos de todas as esferas, que ajudaram, e muito, a implantar o Estado de Tocantins, que tem uma das menores dívidas deste País.

O Tocantins não tem dívida. Foram votadas aqui as dívidas dos Estados, e o nosso Estado não tem dívida; o nosso Estado é um Estado viável. Digo isso porque tive a oportunidade ali, quando Presidente da Assembleia, de aprovar mais de 44 leis. Quando Governo, assumi essas leis, implantei essas leis, e o Estado, de 2009 a

2010, foi o que mais cresceu no País — cresceu 14,2%; o segundo lugar ficou para o Mato Grosso, com 5,4%.

Por quê? Porque valorizei o funcionário público. O funcionário público trabalhava com dedicação: os enfermeiros, os médicos, os servidores da área administrativa, os funcionários da ADAPEC, os professores, os servidores da Polícia

Militar, da Polícia Civil. Todas as classes ali trabalhavam com amor e com interesse em produzir, porque havia incentivo. Pagamos os reajustes nas datas-bases, pagamos todos os direitos adquiridos desses funcionários, e esses mesmos funcionários contribuíram para que o Estado ficasse posicionado num dos primeiros lugares em termos de desenvolvimento, de industrialização.

Por isso, conclamo o Governo e Assembleia Legislativa do Estado do

Tocantins, a minha Assembleia — tive a oportunidade de ser Governador e de ser

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Presidente daquela Casa —, que está com as galerias lotadas de servidores que reivindicam um direito deles, a cumprirem o compromisso de campanha que nós firmamos — eu, como candidato a Deputado; o Governador, como candidato a

Governador; os candidatos a Senadores. Fazemos o compromisso e, agora, esse compromisso tem que ser cumprido. Mas ficam colocando agora a PGE para atuar contra os funcionários.

Vamos nos sentar à mesa para tratar desse assunto. Peço ao Governo do

Estado que chame um Secretário do Tocantins, pessoas que conhecem a realidade do Tocantins, e que se sentem à mesa com os sindicatos, com as associações e negocie, para que o povo não tenha prejuízo. Quem está tendo prejuízo com isso é o povo. As pessoas estão morrendo na fila dos hospitais. As pessoas estão querendo tirar guia da ADAPEC para a venda de gado, para a comercialização, e não conseguem. Quando chegam aos postos, está tudo fechado. Isso acarreta mais crise.

O Tocantins não foi feito para isso. O Tocantins foi criado para ser um Estado viável. O Tocantins foi criado para as oportunidades. Foram feitas propagandas no

Brasil inteiro. Foi criado e divulgado no Brasil inteiro como o Estado das oportunidades, da livre iniciativa privada. E vejam agora o que está acontecendo.

Não vamos admitir isso.

Tenho sido cobrado constantemente nas redes sociais: “Deputado Gaguim, você tem que nos defender”. E nós os temos defendido aqui, sim. Quero dizer para o meu funcionário público que pode contar com o Deputado Gaguim. Estou do lado de vocês. Quero ajudar a construir esse Estado. Vamos levar recursos para o

Tocantins, que é o melhor Estado deste País, e para a minha cidade de Palmas.

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Temos, sim, que mudar a realidade de Palmas, tirar as mentiras de Palmas, tirar a fantasia de Palmas e colocar ali um Prefeito que realmente conheça o povo, que seja do povo, que é o nosso Prefeito Raul Filho, se Deus quiser.

Solicito a V.Exa., Sr. Presidente, que essas palavras sejam divulgadas no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação desta Casa.

Muito obrigado, meu querido Presidente, da minha querida Fortaleza, grande líder Vitor Valim.

O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Muito obrigado, Governador Carlos

Henrique Gaguim. Tenho certeza de que o pronunciamento de V.Exa. vai chegar a todos os veículos de comunicação do Tocantins, porque esta Casa vai, de forma regimental, registrá-lo nos Anais e dar-lhe ampla divulgação.

Durante o discurso do Sr. Carlos Henrique Gaguim, o Sr.

Delegado Edson Moreira, nos termos do § 2° do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Vitor Valim, nos termos do § 2° do art.

18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Deputado, V.Exa. tem 1 minuto. Em seguida, ouviremos o Delegado Edson Moreira.

O SR. JONES MARTINS (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Vitor Valim, obrigado.

Desejo registrar que nós estávamos agora pela manhã no Hotel Nacional, na abertura do 26º Congresso dos Hospitais Filantrópicos e das Santas Casas de

Misericórdia, que contou com a representação do Brasil inteiro e com uma representação muito forte e pujante da bancada do Rio Grande do Sul, liderada pelo

Júlio Matos, que é Diretor da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, e com uma série de representações de outros hospitais filantrópicos que estão em Brasília para defender suas pautas.

No momento de crise, no momento em que o Governo não pode falar em reajustar as tabelas dos SUS, que estão congeladas há mais de 10 anos, uma das alternativas que está surgindo no Congresso é a prioridade para aprovação do

Projeto de Lei do Senado nº 744, de 2015, de autoria do Senador José Serra, que está em discussão no Senado e vem aqui para a Câmara dos Deputados para ser aprovado.

Então, quero registrar a importância desse evento e a repercussão positiva que ele terá e dizer que teremos que ter aqui olhos atentos, Deputado Luis Carlos

Heinze, para ajudar na tramitação rápida do Projeto de Lei do Senado nº 744, de

2015, quando vier do Senado, pois ele irá permitir o financiamento com juros subsidiados para essas entidades, Deputado Delegado Edson Moreira.

Aproveito para dizer que, no nosso Rio Grande do Sul, Deputados Mauro

Pereira e Luis Carlos, eu conheço as entidades filantrópicas desde quando estava

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no Ministério da Saúde e sei que elas pagam em média 2 milhões por mês de juros para os bancos. Com esse novo projeto, com o subsídio dos juros, com a taxa diminuída, elas devem começar a pagar um terço disso. Ou seja, vão sobrar recursos para investir em equipamentos, em custeio e numa melhor estrutura dos hospitais filantrópicos.

Muito obrigado, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - O.k., Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Agora vamos dar a palavra ao Delegado

Edson Moreira, a quem, desde já, agradeço a tolerância, uma vez que já se encontrava na tribuna. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente Vitor Valim, grande apresentador de programas policiais do Ceará, que ora preside esta sessão, Sras. e Srs. Deputados, nos anos 80, entrei nas forças policiais do Estado de São Paulo ostentando a boina preta e o braçal do 1º Batalhão

Policial de Choque, das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar.

Por 10 anos, ficamos na Polícia Militar do Estado de São Paulo, que levava segurança à população paulista quando a Lei nº 7.210, de 1984, ainda não estava sancionada. Essa lei, após a Constituição de 1988, tornou-se um verdadeiro habeas corpus para os criminosos, que ficaram impunes.

Em 1990, fomos para a Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, que também levava segurança à população mineira e brasileira, porque os grandes criminosos eram presos pelo Departamento Estadual de Operações Especiais daquele Estado, onde ficava a Divisão Anti-Sequestro.

Foram madrugadas e madrugadas invadindo cativeiros, libertando vítimas de extorsão mediante sequestro, prendendo os maiores assaltantes de bancos. Dentre esses presos, vou até nominar um do Estado de São Paulo, que levou um verdadeiro terror à população brasileira pelos sequestros e pela tortura que fazia com as vítimas: o Célio Marcelo da Silva, conhecido como Bin Laden, que está preso juntamente com o Marcola lá em Presidente Bernardes. Ultimamente foi planejada até uma fuga, em que eles iam ser capturados de dentro do presídio por helicóptero. Vejam só a periculosidade dos bandidos!

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Hoje a segurança pública está esfacelada, Sr. Presidente. Nós vemos a população sofrendo as agruras pela impunidade que o País deu aos criminosos.

Assistimos às mães que vão buscar seus filhos nas escolas sendo assassinadas sem a menor piedade no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, em São

Paulo, em Minas Gerais e todos os Estados brasileiros.

Os bandidos, de dentro dos presídios, como no Ceará, no Rio Grande do

Norte e no , comandam verdadeiros ataques aos órgãos públicos, desafiando a polícia e assassinando policiais. Estão fazendo no Rio de Janeiro o que presenciei em São Paulo, quando mandavam trucidar policiais e atirar nas delegacias.

Hoje o crime está tomando conta do País, o crime está mandando no País!

Há aqui um país paralelo, que está sendo comandado pelo Primeiro Comando da

Capital e se espalhando por todo o Brasil. A segurança pública está um caos.

A legislação precisa ser revista, porque a situação não pode continuar da maneira como está. Por isso, nós da bancada da segurança pública — representada aqui pelo Deputado Capitão Augusto, pelo nosso Deputado Lincoln Portela, grande representante de Minas Gerais, pelo Deputado João Campos e por este que vos fala, dentre outros Deputados — temos que defender a sociedade. E a sociedade clama que a legislação seja mudada, principalmente essa Lei nº 7.210, porque é um verdadeiro descalabro a impunidade que campeia neste País.

Precisamos fazer isso urgentemente. Esta Casa tem que ser o carro-chefe, o primeiro caminho para se combater o crime, aprovando uma legislação condizente com a atual criminalidade, que está realmente mandando no País e pregando um verdadeiro terror.

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Além do mais, a criminalidade é assessorada pelos invasores de terra. O

Deputado Luis Carlos Heinze estava nos falando que os criminosos roubam os tratores, roubam os fazendeiros, roubam tudo o que se colhe, roubam as sacas de café, a soja, os bois. Com isso, a população fica acéfala e o crime fica mandando no

País.

Vamos mudar isso, Sr. Presidente! Vamos em frente, porque é aqui, na

Câmara dos Deputados e no Congresso Nacional, que começa essa mudança.

O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Deputado Delegado Edson Moreira, eu, no exercício da Presidência, quero parabenizar V.Exa. pelo pronunciamento.

Infelizmente o Estado do Ceará se encontra da mesma maneira. Fortaleza é uma das cidades mais violentas do mundo, é recordista em violência. No último

Mapa da Violência, ela aparece como a capital com o maior número de assassinatos por armas de fogo.

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O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Chico Alencar, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSOL.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente Vitor Valim, eu sou um historiador menor, mas um professor de

História, e faço questão de trazer a palavra do PSOL através da minha pessoa, como Líder interino — o Deputado Ivan Valente já está em São Paulo neste 31 de agosto de 2016 —, para tentar aproximar a visão histórica e a história vivida inclusive por mim, da disputa política da hora, do momento, do aqui e agora, a história imediata.

Um dos processos mais marcantes da minha existência foi a participação, jovem ainda, naqueles comícios pelas Diretas Já em 1984. Era um Brasil bonito, mobilizado, com um arco de apoios que ia do Senador Fernando Henrique Cardoso ao líder metalúrgico Lula, passando por Arraes, Brizola, Ulysses Guimarães. Era um processo bonito, em que as ruas multitudinárias gritavam pelo fim total da ditadura civil-militar, com seu acervo de repressão, censura, tortura, perseguição e privação das liberdades.

Passados tantos anos, eis que estamos hoje aqui, neste 31 de agosto, eu na condição sempre provisória de Deputado Federal, diante de uma eleição indireta — na verdade, é isto o que vai acontecer daqui a pouco ali no Senado. Os Senadores, com as suas representações de Estados, vão decidir, ao que tudo indica, pela destituição de uma Presidente eleita e pela condução à Presidência da República de uma chapa única. Aliás, o Vice-Presidente da República, em se confirmando o impeachment, passará a ser Rodrigo Maia.

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E aí é que está o elemento do golpe, com uma série de propostas jamais submetidas ao escrutínio da população. Ou a população debateu, soube e aprovou, por exemplo, essa repaginação do pré-sal, para se abrir essa riqueza estratégica a toda e qualquer empresa transnacional? Não me recordo. Se o Aécio falou isso, ele não foi vitorioso nas urnas. Será que esse modelo de ajuste, realmente por uma economia em profunda crise, foi oferecido para o debate da população? Também não!

Então, há um conjunto de propostas que essa coalisão, provavelmente consagrada para exercer o Governo do Brasil, traz e que não passou pelo crivo das urnas. É uma coalisão — cá entre nós, é por isso que eu não tenho nenhuma esperança com esse dia — de suspeitos, investigados, privatistas máximos, defensores do Estado mínimo e fisiológicos.

Aliás, o Senador gambiarra Hélio José falou que o Governo Dilma, do qual foi

Vice, foi ótimo e que o próximo Governo vai ser também. Por isso, ele vai votar pelo impeachment. Isso é pequena política.

Encerro, Sr. Presidente, dizendo que o PSOL sempre fez oposição ao

Governo Dilma, mas jamais confundiu oposição com conspiração e deposição.

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O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Agora, seguindo a ordem dos oradores, falaria o Deputado Luis Carlos Heinze. Mas antes concederei a palavra ao Pr. Marco

Feliciano, para falar como Líder do PSC.

O SR. SIMÃO SESSIM - Sr. Presidente, peço a palavra só para dar como lido o meu discurso.

O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Deputado Simão Sessim, V.Exa. tem 1 minuto improrrogável, para fazer uso da palavra.

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, trago dois registros, que gostaria que V.Exa. recebesse e considerasse como lidos, autorizando sua divulgação pelo programa A Voz do Brasil.

O primeiro registro é sobre um programa que o Governo está lançando agora, anunciando medidas importantes e oportunas para fazer crescer o setor da construção civil e aumentar a oferta de moradia no País. Serão construídas mais de

600 mil unidades populares do Programa Minha Casa, Minha Vida em 2017, destinadas à população de baixa renda.

O segundo registro é sobre os Jogos Paraolímpicos. Eu quero saudar, desta tribuna, os 4.350 atletas de 176 países — o maior número da história do evento — que estarão participando, entre os dias 7 e 18 de setembro, no Rio de Janeiro, da

15ª edição dos Jogos Paraolímpicos.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Deputado Simão Sessim, a Mesa vai tomar ciência do pronunciamento de V.Exa. e dar-lhe ampla divulgação na forma regimental. Ele será registrado, sim, no programa A Voz do Brasil.

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o viés social do Programa Minha

Casa, Minha Vida é, sem dúvida alguma, melhorar a qualidade de vida das pessoas de um segmento que responde por mais de 90% do déficit habitacional e que não tem acesso à moradia digna por meio de financiamentos convencionais.

Por isso mesmo louvo, desta tribuna, a decisão do Governo Federal, ao anunciar medidas importantes e oportunas para aquecer o setor da construção civil e aumentar a oferta de moradias no País, com a construção de mais 600 mil unidades populares do Programa Minha Casa, Minha Vida em 2017, destinadas à população de baixa renda.

A medida anunciada pelo Ministro das Cidades, o Sr. Bruno Araújo, deve beneficiar sobremaneira uma grande parcela da população da Baixada Fluminense, região que tenho a honra de representar nesta Casa do Povo e onde o Programa

Minha, Casa Minha Vida já é uma realidade, com a construção de dezenas de milhares de imóveis populares, sobretudo em cidades como Nova Iguaçu,

Queimados e Duque de Caxias.

Levantamento da Fundação Getulio Vargas divulgado em 2014 dava conta,

Sr. Presidente, de que, embora o Programa Minha Casa, Minha Vida tivesse reduzido, ao longo de 5 anos, o déficit habitacional do País em 8%, o número de famílias de baixa renda e sem condições adequadas de habitação continuava a crescer por conta da expansão da população.

Há 2 anos, portanto, o déficit habitacional estimado pela Fundação Getulio

Vargas era em torno de 5,2 milhões de lares, levando-se em consideração desde as famílias que moram em condições precárias, a exemplo de favelas, até aquelas que

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dividem o imóvel com parentes ou gastam fatia alta de sua renda com aluguel, exatamente por não terem condições de adquirir um imóvel próprio ou um financiamento.

A expectativa é de que esse déficit chegue a 20 milhões de famílias em estado de necessidade até 2024.

O mesmo estudo estimava que seriam necessários R$ 760 bilhões em investimentos para a habitação popular até 2024, o equivalente a R$ 76 bilhões ao ano.

Para chegar a esses números, o estudo da Fundação Getulio Vargas levou em consideração dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios — PNAD de 2013, que apontava para a existência de 68,4 milhões de famílias no País.

Estima-se que, com o crescimento da população, o número de novas famílias no

País seja acrescido de 16,4 milhões até 2024, das quais 10 milhões estarão na faixa mais dependente atualmente das políticas de habitação popular, a exemplo das famílias que ganham entre um e três salários mínimos.

Não podemos esquecer também que, pelo lado econômico, o Programa

Minha, Casa Minha Vida já se mostrou também capaz de gerar empregos e movimentar a cadeia produtiva da construção civil. Além do mais, sabe-se que o setor da construção emprega 13% da força de trabalho, representando 10% do PIB brasileiro.

Isto posto, Sr. Presidente, só me resta torcer para que o programa de habitação no País seja transformado em política de Estado, de forma a garantir melhor qualidade de vida e mais dignidade às famílias que ainda não perderam a capacidade de sonhar com a conquista da casa própria.

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Muito obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é fato que as pessoas com algum tipo de deficiência, tradicionalmente discriminadas junto à sociedade e, na maioria das vezes, desmotivadas pela sua própria condição física ou mental, têm nas competições esportivas uma grande oportunidade para elevar a sua autoestima.

É dentro desse espírito humanitário que saúdo, da tribuna desta Casa, os

4.350 atletas de 176 países — o maior número na história do evento — que estarão participando, entre os dias 7 e 18 de setembro, no Rio de Janeiro, da 15ª edição dos

Jogos Paraolímpicos.

Acreditamos que o Brasil e o mundo vão assistir a mais um espetáculo de coragem, desafios, persistência e superação, depois do sucesso extraordinário dos

Jogos Olímpicos há bem poucos dias, realizados também na cidade maravilhosa do

Rio de Janeiro.

Trata-se do maior evento esportivo mundial envolvendo pessoas com deficiências físicas, sensoriais e mentais, as quais, durante 11 dias, estarão disputando, em 21 arenas, 528 provas de 23 modalidades esportivas, buscando a conquista de medalhas de ouro, prata e bronze.

Já na festa de abertura na próxima quarta-feira, também no Estádio do

Maracanã, o mundo vivenciará, por alguns minutos, a força do Brasil e de sua gente, habituada, como sempre esteve, a demonstrações de criatividade e superação.

Estou muito esperançoso, Sr. Presidente, de que o Brasil mais uma vez vai fazer um papel bonito. Afinal, já somos considerados uma potência recente dos

Jogos Paraolímpicos. Em 2012, por exemplo, em Londres, ficamos confortavelmente

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na sétima posição do quadro de medalhas, conquistando 21 medalhas de ouro, 14 de prata e oito de bronze, totalizando 43 medalhas, no melhor desempenho do Brasil em Jogos Paraolímpicos.

Fica, portanto, o nosso voto no sentido de que os Jogos Paraolímpicos contribuam para a construção de um mundo verdadeiramente pluralista, respeitando e convivendo com as diferenças.

Somente assim, Sr. Presidente e nobres Deputadas e Deputados, estaremos estimulando, demonstrando o nosso apoio à luta dos povos pela democratização das oportunidades para todas as pessoas, deficientes ou não, que sonham com um mundo igual, de paz, amor e prosperidade e, por isso mesmo, mais justo e humano.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Para falar pela Liderança do PSC, concedo a palavra ao Deputado Pr. Marco Feliciano.

O SR. PR. MARCO FELICIANO (Bloco/PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos do Brasil que assistem à TV

Câmara, o dia 31 de agosto ficará lembrado para sempre, na memória dos brasileiros, como um dia de transição, um dia de mudança.

Alguns brasileiros têm o sentimento de ficarem felizes com a desgraça alheia.

Eu sou cristão. E todo cristão sabe que nenhum tipo de infortúnio deve ser aplaudido ou deve ser enunciado. Eu vivo numa nação que é democrática, numa nação jovem e que já passa pelo seu segundo processo de impeachment. Espero que isso fique registrado na memória de todos os brasileiros, para que todos compreendam que ninguém está acima da lei.

Nesses últimos meses, a sociedade brasileira purgou, a sociedade brasileira se revoltou. Grupos sociais foram para as ruas e religiosos e adolescentes se mobilizaram, todos em busca de esperança para uma nação que está simplesmente afundada.

Muitas pessoas falam em golpe e ficam repetindo isso sem parar. Se há um golpe neste momento, o Brasil deve entender que é um golpe de sorte. A democracia nos dá esta liberdade de tirar do poder aqueles que cometem crimes. Se aqueles que cometessem crimes permanecessem no poder, haveria aqui uma ditadura, e não uma democracia.

Neste momento, o Brasil está sendo passado a limpo. E para aqueles que acham que realmente não houve crime por parte da Presidente, queria só relembrar alguns fatos. Houve as fraudes fiscais, apelidadas de pedaladas fiscais; houve seis

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decretos assinados sem a aprovação do Congresso Nacional. Só isso já configura crime.

Mas se fala também no conjunto da obra. E o conjunto da obra é gigante.

Houve corrupção; quebra da PETROBRAS; dívida pública de 3 trilhões de reais; fraude eleitoral; mentira na campanha de 2014; o problema e a farsa de Pasadena; a incompetência na administração da Abreu e Lima; desvios bilionários comprovados nas obras da Copa do Mundo; o pior PIB do mundo já registrado; maquiagem nas contas do Governo; desemprego; inflação; taxa de juros; desastre energético dos combustíveis; aparelhamento da máquina pública; e uma série de outras coisas que aconteceram nos últimos anos.

Ora, o Brasil, uma nação jovem e democrática, precisa respirar ares de esperança. Passada essa era de tribulação, vamos entrar num novo período, um período de esperança, em que os brasileiros devem se unir.

Refiro-me principalmente a este Plenário, porque aqui nós vamos decidir os rumos da Nação. Alguns remédios terão que ser aplicados no nosso pessoal e para o nosso País. E serão remédios amargos, porque o Brasil está quebrado, a economia está quebrada. São 12 milhões de desempregados neste momento, que não têm o pão de cada dia para colocar na mesa.

Cumprirá a este Parlamento andar de braços dados agora com o novo

Governo, que tem a bênção de Deus sobre ele, porque a Bíblia diz, em Provérbios

29:2: “Quando um justo governa, o povo se alegra”. Deus abençoe a Nação brasileira!

Eu peço, Sr. Presidente, que este meu pequeno discurso seja registrado pelo programa A Voz do Brasil e pelos órgãos de imprensa da Casa.

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Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Deputado Pr. Marco Feliciano, com certeza, o pedido de V.Exa. vai ser acatado pela Mesa.

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O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Vou passar a palavra, por 1 minuto, improrrogável, ao Deputado Lincoln Portela.

O SR. LINCOLN PORTELA (PRB-MG. Sem revisão do orador.) - Nosso

Presidente Vitor Valim, muito obrigado por este minuto.

O Deputado Delegado Edson Moreira nos lembrou da segurança pública. E muito se disse aqui que esta Casa, nesta Legislatura, foi permeada por conservadores. Mas por que vários conservadores vieram para esta Casa, principalmente operadores de segurança pública? Porque a segurança pública estava sendo deixada de lado.

Hoje nós temos pelo menos 110 mil mortes violentas por ano no Brasil, incluindo homicídios e acidentes de trânsito. Espero que, caso este novo Governo venha, ele tenha juízo suficiente para mudar a história da segurança pública no

Brasil, porque como está não dá para ficar. E não viveremos apenas de promessas também do novo Governo — nada feito.

Obrigado, Sr. Presidente, por este minuto. Um abraço.

O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - O.k., Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Agora, sim, concedo a palavra ao

Deputado Luis Carlos Heinze.

O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, colegas Parlamentares, eu quero chamar a atenção do

Presidente Michel Temer, que deve ser confirmado Presidente do Brasil definitivo ainda no dia de hoje, bem como do Ministro da Justiça, o Sr. Alexandre de Moraes, e do Advogado-Geral da União, Dr. Medina, para o absurdo está acontecendo no Rio

Grande do Sul.

Deputado Beto Mansur, um pequeno produtor rural, que possui 12,5 hectares em Sananduva — V.Exa. sabe o que é isso —, teve a sua propriedade invadida pelos índios. Por isso, ele foi obrigado a contratar advogado, defendeu-se e ganhou o direito à reintegração de posse em Erechim. Aí a Fundação Nacional do Índio —

FUNAI, com dinheiro do Governo brasileiro, apelou para Porto Alegre, onde ele também ganhou o direito a reintegração de posse. E a FUNAI, novamente com dinheiro do Governo brasileiro, apelou para Brasília, onde a Ministra Diva Malerbi, do

Superior Tribunal de Justiça — STJ, a quem quero agradecer, manteve a decisão de que os índios têm que sair da propriedade do produtor, porque, afinal, os 12,5 hectares não são deles.

Agora nós esperamos que o Ministro da Justiça, o Sr. Alexandre de Moraes; o

Advogado-Geral da União; e o próprio Procurador-Geral Federal, o Dr. Ronaldo

Guimarães Gallo, não deem continuidade a esse processo.

Imaginem um pequeno produtor, com 12,5 hectares de terra, ter que fazer guerra contra o Governo Federal! É a sociedade brasileira que está pagando pelas

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apelações contra Denis Golin, esse produtor que possui 12,5 hectares lá em

Sananduva, Deputado Mauro Pereira, próximo à região de V.Exa.

Ele arrendava 54 hectares de uma senhora chamada Albertina Câmara da

Silva, que tinha mal de Alzheimer e estava doente. Mas ele parou de plantar na terra dela e parou de pagar o arrendamento, porque os índios invadiram os 12,5 hectares dele e os 54 hectares arrendados. E essa senhora faleceu com 88 anos porque não recebia pelo arrendamento. Os índios invadiram a sua terra e, é lógico, não pagavam pelo arrendamento. Então, vejam esse crime que está acontecendo no

Brasil.

Ouvi o Deputado Pr. Marco Feliciano dizer: “Quando um justo governa...” Será que é justo governar dessa forma? Esse processo era capitaneado pela Presidente

Dilma, com o ex-Ministro da Justiça e o ex-Advogado-Geral da União. E nós não podemos concordar com o ex-Presidente da FUNAI. Nós não podemos concordar com isso.

Perto dessa área, vive o pequeno produtor Volmar Caldato, que, junto com o pai, Leonir Caldato, tem 80 hectares. A terra deles foi invadida, e eles estão sendo extorquidos pelos índios hoje: têm que plantar 15 hectares de soja, Deputado Evair

Vieira de Melo, e entregar para os índios, para que possam plantar na própria terra.

Veja, Deputado Eduardo Bolsonaro, isso é extorsão!

A Presidente Dilma patrocinava isso. O Presidente Lula patrocinava isso.

Invadiram as terras lá no Município de Sananduva por causa de uma questão indígena. São 181 famílias, com 1.900 hectares de terra, que estão pagando 57 mil sacas de soja para se defender. E eles estão se defendendo de quem? Do Governo brasileiro, que quer roubar as terras desses 181 pequenos produtores de

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Sananduva. E essas 57 mil sacas de soja dão mais de 4 milhões de reais, porque eles têm que pagar advogado, antropólogo, historiador para se defender.

Nesse caso específico do Denis Golin, ele perdeu o pai e a senhora que era dona de um pedaço de terra que ele arrendava, que faleceram nesse meio tempo. O pai morreu de desgosto depois que os índios invadiram a terra. A família dele se desestruturou. E vejam o que ele me disse outro dia: “Deputado, só falta eu botar um revólver na cintura e sair matando gente aqui!” Agora nos cabe perguntar: será que ele não tem razão?

Por isso, Presidente Michel Temer, Ministro Padilha, Ministro Alexandre de

Moraes, atentem para esse fato. Denis Golin, pequeno produtor de Sananduva, no

Rio Grande do Sul, com 12,5 hectares, hoje está agonizando, lutando sozinho contra o Governo Federal brasileiro.

Esperamos que isso acabe com o Presidente Michel assumindo o Governo em definitivo.

O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Obrigado, Deputado Luis Carlos Heinze.

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O SR. PRESIDENTE (Vitor Valim) - Antes de passar a palavra ao Deputado

Jorge Solla, eu quero, no exercício da presidência desta sessão, parabenizar a TV

Cidade Fortaleza, na pessoa do seu Presidente Miguel Dias, pelos seus 38 anos de fundação e por contribuir muito com a democracia no Estado do Ceará.

E, por falar em democracia, está aqui presente o Deputado Mauro Benevides, a quem passarei a presidência dos trabalhos. Anos atrás, o Deputado Mauro

Benevides presidiu o Congresso Nacional, quando deu posse ao Presidente Itamar

Franco após a cassação do Presidente Fernando Collor de Mello.

Portanto, passo a presidência dos trabalhos a este cearense, o Deputado

Mauro Benevides.

O Sr. Vitor Valim, nos termos do § 2° do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Mauro Benevides, nos termos do § 2° do

art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - Naturalmente, ao assumir a direção dos trabalhos neste momento em que se realiza a sessão matutina, eu agradeço a referência histórica feita pelo Deputado Vitor Valim, relacionada à solenidade de posse do Sr. Itamar Franco ocorrida neste mesmo plenário, em dezembro de 1992, que se tornou Presidente da República em função do impeachment do Presidente Fernando Affonso Collor de Mello.

Foi um acontecimento histórico memorável e que relembra este instante, quando, coincidentemente, 23 anos depois, ocorre fato semelhante no Senado

Federal. Portanto, aquela Casa também foi palco de processo semelhante ao atual, sendo que solenidade de posse do Presidente Michel Temer, prevista para hoje, coincide com a de Itamar Franco naquela época.

Itamar Franco foi, sem dúvida, um Presidente absolutamente correto, que soube cumprir seus encargos com a maior dignidade, esforçando-se para que o País recuperasse o seu desenvolvimento e bem-estar social.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - Concedo a palavra ao Sr.

Deputado Jorge Solla que já está na tribuna neste momento.

O SR. JORGE SOLLA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, hoje é realmente um dia de luto, um dia triste para a população brasileira. O traidor-mor e sua trupe de corruptos golpearam a nossa democracia, retirando o mandato que o povo brasileiro concedeu à Sra. Presidenta Dilma

Rousseff através de 54 milhões de votos.

Sra. Presidenta Dilma Rousseff, V.Exa. merece todo o nosso reconhecimento por ter enfrentado esse processo de cabeça erguida. V.Exa. sofreu enorme pressão por parte de uma aristocracia corrupta, para que agisse no sentido de abafar a corrupção. V.Exa. foi tão ameaçada e agredida! V.Exa. sofreu uma pressão absurda.

Mas V.Exa. não cedeu.

Lembro-me, Sra. Presidenta, de que essa aristocracia corrupta e machista, numa falta de respeito, já bufava de preconceito contra V.Exa. logo no primeiro ano de seu Governo. Ver uma Presidente da República mulher foi muito duro para esses aristocratas corruptos e machistas. Imagine o quanto sofreram ao ver uma mulher sentada ali no Palácio do Planalto, enquadrando os corruptos um a um, aliados ou opositores. Para V.Exa., corrupto é corrupto. V.Exa. não fazia diferença entre um ou outro.

Sra. Presidenta, eu e todo o povo brasileiro somos testemunhas de como

Eduardo Cunha e sua trupe lhe achacaram, com o apoio do PSDB, do DEM e de toda direita golpista, para que V.Exa. interrompesse as acusações e as punições, inclusive as de Eduardo Cunha.

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Depois ficou claro aos olhos do mundo, com as gravações de Romero Jucá,

Renan Calheiros e Sérgio Machado, por que queriam afastar V.Exa.: para blindar os maiores ladrões deste País.

A blindagem venceu. Aécio Neves foi citado mais de dez vezes na Lava-Jato.

A medalha de ouro nas olímpiadas de corrupção e citação na Lava-Jato foi para

Aécio Neves. Mas S.Exa. nem sequer foi investigado. Jucá continua solto apesar de ter sido flagrado por obstrução da Justiça. Os vazamentos da Lava Jato deixaram de ocorrer. A mulher de Eduardo Cunha nem sequer foi ouvida. Até demorou tempo para ela ser achada, e ela já recuperou até o passaporte. O próprio Eduardo Cunha tem grandes condições de ser absolvido por este Plenário, numa articulação liderada pelo golpista traidor Michel Temer.

Reviraram toda a sua vida, Sra. Presidenta, e não acharam nenhum centavo, nenhuma conta no exterior. Ao contrário, as gravações demonstraram que os corruptos queriam lhe afastar para se blindarem dos crimes que cometeram.

V.Exa. nos representa, representa a população brasileira, as conquistas na saúde, na educação, na moradia, na melhoria da vida do povo. Eu respeito V.Exa. demais pela coragem com que enfrentou a ditadura militar e enfrentou os golpistas de 2016.

O projeto de inclusão social, que mudou o nosso País, voltará com a força do povo, que não irá tolerar esses golpistas por muito tempo.

Fora, Temer! Fora, Cunha! Vamos à luta pela democracia! Firme, Dilma!

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - Concedo a palavra ao Deputado

Rocha. Logo em seguida, falará o Deputado Valdir Colatto.

O SR. ROCHA (PSDB-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, hoje se encerra a novela que começou com a eleição do ex-Presidente Lula e trouxe para o povo brasileiro uma série de prejuízos e fez com que o Brasil hoje acumulasse quase 12 milhões de desempregados.

Os atores dessa novela protagonizaram a maior crise econômica, moral e financeira deste País, que foi notícia nos jornais do mundo inteiro, com os diversos esquemas de corrupção patrocinados pelo Partido dos Trabalhadores. Certamente a população brasileira hoje aguarda o desfecho dessa novela.

Eu não tenho dúvida de que, a partir de amanhã, os brasileiros vão respirar aliviados com a queda daqueles que enlamearam o nome do nosso País, envolvendo-o em todos esses esquemas que culminaram com o quase fechamento da PETROBRAS, que teve 550 bilhões de reais de prejuízo. Eles saquearam do

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social — BNDES mais de 400 bilhões de reais, para financiar obras em Cuba, na Venezuela e na Argentina, enquanto o nosso povo precisava de recursos e de investimentos no País.

Certamente, Sr. Presidente, amanhã começa um novo dia. Mas aqueles que, há pouco tempo, estavam no Governo, hoje já mostram as garras e começam a trabalhar contra o País, naquela velha expectativa do “quanto pior, melhor”.

É bom que se diga que o PT que condenou as privatizações durante muito tempo foi o mesmo PT que privatizou a educação superior no Brasil através do

Fundo de Financiamento Estudantil — FIES, foi o mesmo PT que privatizou os

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aeroportos brasileiros, foi o mesmo PT que, no ano passado, retirou direitos dos trabalhadores brasileiros, como o auxílio-desemprego, e direitos das pensionistas.

Agora esse mesmo PT volta com a velha máscara, tentando enganar a população brasileira, como se não tivesse estado no Governo até bem pouco tempo atrás, como se não fosse o responsável pelo caos que nós vivemos.

Mas eu tenho a certeza de que, com a ajuda dos homens e mulheres de bem desta Casa e do Senado, junto com o novo Governo do Presidente Michel Temer, nós vamos reconstruir o Brasil, nós vamos reconstruir aquilo que foi destruído ao longo dos últimos 13 anos, contrariando todos aqueles que vêm a esta Casa, que vão ao Senado e que, nas ruas, estão contratando militantes pagos.

Ontem, Sr. Presidente, aqui nesta Casa, havia militantes pagos e fantasiados de petroleiros, para tentar emparedar os Parlamentares, para tentar emparedar o

Congresso Nacional.

Portanto, nós homens e mulheres de bem vamos trabalhar para reconstruir aquilo que o PT destruiu e vamos dar um novo rumo ao Brasil, que, nas mãos de

Lula e Dilma, ficou à deriva.

Não tenho dúvida, Deputado Lobbe Neto, de que hoje o povo brasileiro vai às ruas, para comemorar um novo tempo. E amanhã se inicia o trabalho de reconstrução do nosso País.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - Esta Presidência cumprimenta o nobre Deputado Rocha pela retrospectiva que fez sobre o quadro político, econômico e social do País, reportando-se à perspectiva da posse, logo mais, do novo Presidente da República, o Sr. Michel Temer, atual Vice-Presidente.

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Permita-me relembrar, como já fiz anteriormente, que, há alguns anos, este

Presidente eventual da sessão estava incumbido de conceder posse ao então nobre

Vice-Presidente da República, Itamar Franco, que dirigiu o País com muito aprumo, clarividência e descortino.

Portanto, V.Exa., Deputado Rocha, ensejou que eu, ao cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento, fizesse essa relembrança de fatos históricos de que modestamente participei como Presidente do Congresso Nacional.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Padre João.

O SR. PADRE JOÃO (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero me solidarizar com o povo brasileiro, porque hoje é, de fato, um dos dias mais tristes do País, quando se repetem as piores cenas que aconteceram ao longo da nossa história.

Hoje acontecerá o desfecho das ações das piores pessoas que já tiveram a oportunidade de viver aqui e que deveriam fazer da vida algo melhor para os outros.

Hoje acontecerá o desfecho das ações de grandes traidores como Judas, daqueles que conseguem vender e entregar os outros por moedas. Hoje acontecerá o desfecho das ações dos covardes, daqueles que lavam as suas mãos, dos omissos.

Hoje ocorrerá a condenação de uma pessoa íntegra e honesta, a Presidenta

Dilma Rousseff, que representa as mulheres deste País: as Marias, as Severinas, todas as mulheres que lutaram por liberdade, que resistiram a doenças, que lutaram pela democracia.

É muito feliz a Presidenta Dilma. A única coisa que ela teme é a morte da democracia — e é isso o que os covardes estão fazendo. E a morte da democracia começou aqui nesta Casa, no dia 17 de abril, e terá o desfecho hoje, dia 31 de agosto, com esse grande conchavo dos golpistas e dos covardes do PMDB, dos golpistas e dos covardes corruptos do PSDB.

E ainda há colegas do PSDB que têm a cara de pau de vir aqui para falar sobre corrupção. O Aécio Neves já foi delatado mais de dez vezes. Onde está a merenda escolar? Onde está o trensalão também de São Paulo?

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Eles sempre jogaram a corrupção para debaixo do tapete. Por isso, não toleram quem mais combateu a corrupção, que foi a Presidenta Dilma. Repito: foi a

Presidenta Dilma quem mais combateu a corrupção. Eles não toleram a Presidenta

Dilma, por isso orquestraram com setores da Polícia Federal e também do Supremo

Tribunal Federal — STF. Isso está claro nas gravações que foram expostas pelo

Machado. Então, há um grande conchavo para conter o combate à corrupção, para roubar e jogar tudo para debaixo do tapete.

A Dilma não tem aeroporto como os tucanos têm em Minas Gerais, numa propriedade privada, a serviço do tráfico. E alguns veem aqui encher a boca, dizendo que estão combatendo o tráfico. Se fosse assim, eles teriam que prender os tucanos, os Perrelas. Onde está a covarde Polícia Federal, que apreendeu mais de meia tonelada de pasta de cocaína? Onde está o inquérito dos Perrelas, que estão impunes aqui no Senado?

Então, é isto que agora eles querem consolidar: um abafo ao combate à corrupção.

Eu sou solidário a esse povo brasileiro, que é vítima desses golpistas covardes e que já está sentindo na pele o desemprego. E eles vão ver o que é desemprego quando se consolidar a destruição da Previdência. Não se trata de reforma, e, sim, de destruição da Previdência, que foi uma conquista das trabalhadoras e dos trabalhadores.

Então, seus covardes, ainda bem que está tudo gravado! Quero ver se serão capazes de repetir esses discursos daqui a 3 anos.

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Eduardo Bolsonaro.

O SR. EDUARDO BOLSONARO (Bloco/PSC-SP. Sem revisão do orador.) -

Prezado Sr. Presidente, prezados colegas Parlamentares, prezado Deputado

Sóstenes Cavalcante, venho aqui falar novamente do caso Maria do Rosário. Mas trago hoje um agravante, pois vou contar em detalhes como funciona o aparelhamento do PT junto às instituições públicas, o que dá margem a perseguições inclusive de Parlamentares como nós.

O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, fez uma viagem e, por

óbvio, teve que ser substituído na Procuradoria-Geral da República — PGR. E por quem ele foi substituído, Deputado Sóstenes Cavalcante? Pela

Vice-Procuradora-Geral Ela Wiecko. E o que fez ela? Ao receber uma representação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República da então Presidente Dilma Rousseff, ela, embasada em fatos e relatos de jornais e num tempo recorde, denunciou o Deputado no Supremo Tribunal

Federal — STF, por incitação ao estupro no caso Maria do Rosário. Pasmem: ela apresentou a denúncia sem nem oferecer uma prévia defesa ao Deputado Jair

Bolsonaro e em tempo recorde, baseada apenas em fatos de jornais.

Veja, Deputado Delegado Edson Moreira, como a banda toca na PGR.

E agora surgem vídeos comprovando que essa mesma Procuradora Ela

Wiecko manifestou-se publicamente pelo Fora, Temer! O que já se sabia nos bastidores, Deputado Lobbe Neto, sobre a posição xiita, de esquerda e petista dessa

Procuradora, agora se torna público.

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Ela deve estar atendendo ao caderno de teses do PT, Deputado João

Campos, que, no ano passado, fez uma reunião, em Salvador, na , em que uma das metas era cassar o mandato do Deputado Jair Bolsonaro. Deve ser porque ele não está no esquema, mamando nas tetas do Governo Dilma. Só pode ser isso!

Para que perseguir alguém que é apenas um Deputado Federal? Que poder nós temos? Quem somos nós para oferecer tanto receio à Presidência da República?

E, ato contínuo, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos se reuniu com o

Relator desse caso de incitação ao estupro, o Ministro Luiz Fux, que, por sua vez, acatou a denúncia do Ministério Público. E agora se inicia um processo que muitos entendem que pode dar cabo até à elegibilidade do Deputado Jair Bolsonaro para as eleições de 2018.

Outra notícia, Deputado João Campos, é que, quando os repórteres perguntaram à Procuradora Ela Wiecko o que ela teria a dizer sobre aquele caso, ela disse o seguinte: “Muitos aqui no Ministério Público pensam como eu”.

Ou seja, o Ministério Público está aparelhado de pessoas do naipe de Ela

Wiecko, pessoas que estão proibidas por lei de se manifestar politicamente, mas que se utilizam do cargo para fazer perseguições a Deputados de passado limpo, que apenas se propõem a falar a verdade, em oposição às mentiras ditas pelo PT.

Assim sendo, Sr. Presidente, é com muita felicidade que eu recebi a notícia da exoneração da Procuradora Ela Wiecko. Isso foi um tapa na Procuradora Ela

Wiecko.

Vá procurar a sua turma, Procuradora Ela Wiecko! O Ministério Público não é lugar para palanque político. Será que senhora ainda não percebeu isso?

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Então, agora eu digo para a Procuradora Ela Wiecko: “Tchau, querida!” E, em breve, vou dizer o mesmo para Dilma Rousseff. O Brasil não merece ter uma pessoa dessa estirpe na nossa Presidência.

Muito obrigado.

O Sr. Mauro Benevides, nos termos do § 2° do art.

18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Hildo Rocha, nos termos do § 2°

do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo 1 minuto ao Deputado Marcos

Montes, para fazer uso da palavra.

O SR. MARCOS MONTES (PSD-MG. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.

Presidente.

Eu ouvi há pouco a fala de um colega nosso, o Deputado Padre João, que se expressou de uma forma infeliz. Num momento de muito nervosismo, visto que o

Brasil, daqui a alguns minutos, sofrerá uma transformação no âmbito da ética, da política, da economia, o nosso querido Deputado Padre João — Deus lhe perdoe — exacerbou-se um pouco durante a sua fala e acusou Parlamentares do Senado de envolvimento com o tráfico de drogas. Eu acho que ele pode até ser alvo de representação nesta Casa.

Eu pediria ao Deputado Padre João que maneirasse um pouco a sua fala, para que não venha a ter problemas graves aqui na Casa.

Ao encerrar, quero, ressaltando o momento que nós vamos viver, dizer ao

Brasil todo, à minha região, à minha querida Uberaba, que daqui a alguns minutos o

Brasil, com toda certeza, tomará não só o rumo do crescimento, mas também o rumo do comportamento, da ética.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Muito obrigado, Deputado Marcos

Montes.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado Edinho

Bez, por 1 minuto.

O SR. EDINHO BEZ (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ilustres cidadãos e cidadãs do Estado de Santa Catarina e do Brasil, a quem tenho orgulho de representar aqui nesta

Casa, na qualidade de Deputado Federal e membro de inúmeras frentes parlamentares, grupos de trabalho, subcomissões e comissões, venho à tribuna nesta oportunidade para prestar minha homenagem ao Dia do Administrador. Eu, que já atuei como profissional da área, como administrador, contador, gerente da

Caixa Econômica Federal, Secretário Estadual de Infraestrutura no Governo de Luiz

Henrique da Silveira, tenho ciência dos desafios e dificuldades que o administrador encara no seu dia a dia.

Poder atuar com uma gestão de alta performance requer, além de responsabilidade, muito comprometimento e experiência, o domínio de técnicas administrativas precisas, embasadas por estudos de nível superior, e isto se aplica a todos os setores da economia, seja público seja privado.

Organização, planejamento, estratégia, iniciativa e gestão, quando exercidos por profissionais especializados, não são mera retórica. Tornam-se instrumentos capazes de colocar o navio em prumo, gerar prosperidade sustentável, estabilizar imprevistos e coibir gastos às vezes astronômicos, que muitas vezes poderiam ser evitados, inclusive salvando governos, áreas públicas e privadas.

A sua tarefa é árdua, desgastante e de extrema responsabilidade, mas traz resultados não só para as instituições, mas para os seus colaboradores, para a

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economia de uma cidade, de um Estado, de um País, para a política e o desenvolvimento da nação como um todo, lembrando que dependemos da produção sustentavelmente.

Parabenizo a todos os administradores do nosso Brasil pelo seu dia!

Sr. Presidente, solicito a ampla divulgação deste pronunciamento pelos veículos de comunicação desta Casa, em especial o programa A Voz do Brasil, dada a importância da administração eficaz nos setores público e privado do nosso País.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - V.Exa. será atendido, Deputado Edinho

Bez.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Com a palavra o Deputado Delegado

Edson Moreira.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, corroborando as palavras do meu grande Deputado

Marcos Montes, na realidade, o Deputado Padre João — não sei se ele é padre, não! Acho que foi excomungado em Roma. Não tenho certeza disso, não! — foi muito infeliz em suas palavras. Fez acusações infames que eu acho que não deveriam ser feitas aqui na tribuna da Câmara por um Deputado Federal.

Acho que devemos ter a cautela, o cuidado de não acusar antes de todas as provas serem carreadas para os autos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Nós é que agradecemos.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Convidamos o Deputado Luiz Cláudio, do PR, nas Breves Comunicações, para fazer uso da palavra.

O SR. LUIZ CLÁUDIO (PR-RO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, demais colegas Deputados e Deputadas, hoje, 31 de agosto de 2016, uma data que vai ficar na história política do Brasil, eu quero prestar uma homenagem a todos os extensionistas rurais da EMATER do meu Estado de Rondônia, a qual faz hoje 45 anos de criação.

A EMATER tem um trabalho brilhante no meu Estado. Leva a assistência técnica ao pequeno e médio produtor rural. Não só transmite tecnologias, mas também faz um trabalho brilhante na área social, na organização das instituições dos produtores rurais, cooperativas e associações.

Hoje, 31 de agosto, exatamente no dia em que o Brasil está atento, a

EMATER faz 45 anos! Ela existe desde a época em que Rondônia era Território, e hoje é Estado, inclusive um dos melhores do País, principalmente no agronegócio e na agricultura familiar.

Por isso, Sr. Presidente, eu quero reconhecer, na tribuna da Câmara dos

Deputados, o trabalho que os extensionistas da EMATER Rondônia fazem em defesa do produtor rural.

Eu quero parabenizar a todos e dizer que o Deputado Federal Luiz Cláudio está aqui defendendo o produtor rural, a assistência técnica e os extensionistas. É um reconhecimento ao trabalho da EMATER Rondônia, que hoje faz 45 anos trabalhando em defesa da classe produtora do Estado de Rondônia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Dando continuidade às Breves

Comunicações, convidamos o Deputado Mauro Pereira, do PMDB do Rio Grande do

Sul, a fazer uso da palavra, por 3 minutos.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Hildo Rocha, colegas Deputados e Deputadas, hoje é o grande dia de todos aqueles brasileiros que, especialmente em 2012, em 2013 e

2014, foram enganados pela Presidente Dilma, quando ela reduziu a energia elétrica, para ganhar as eleições; quando ela reduziu os juros para que o povo comprasse caminhões e carretas, para ganhar as eleições; quando ela simplesmente reduziu as contribuições de INSS das empresas, para ganhar as eleições. Foi um golpe! Foi um estelionato! Foi um roubo!

Hoje, aquele grupo que montou o maior programa de corrupção do País está ali no Senado.

Há um ditado que diz: “Deus não joga, mas fiscaliza”, e, pela fiscalização de

Deus, hoje, esses que roubaram o nosso País, que o saquearam, vão ser depostos do poder. Hoje nós vamos ter, sim, a volta de um governo transparente, amigo, trabalhador, honesto, que é o de Michel Temer. Governo que tem o apoio da maioria absoluta dos Deputados de bem desta Casa e dos Senadores do bem.

Falou há pouco o Deputado Padre João, do PT. Ele ofendeu todo mundo: chamou a Polícia Federal de covarde, chamou um Senador honesto e trabalhador de traficante. Esse tipo de postura não pode acontecer.

Ontem, um petista veio a mim para dizer: “Mauro, vocês são muito agressivos”. Como não ser agressivo com um partido que, depois de saquear nosso

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País — embora haja gente boa dentro do PT —, depois de quebrar o Brasil, ainda por cima vem ofender as pessoas?

Eu quero dizer, com toda tranquilidade: hoje, fiquei até às 2 horas da manhã no Senado, acompanhando o trabalho dos Senadores. Fiquei até esse horário porque o povo brasileiro está revoltado com quem quebrou o nosso País, e o mínimo que nós temos que fazer é apoiar os Senadores, para que concluam o trabalho deles; é apoiar o Presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski — a quem parabenizo pelo trabalho —, porque o Brasil tem que ser passado a limpo.

O Brasil é muito grande, tem um povo trabalhador e inteligente. A nossa indústria, que está preparada para o progresso, não poderia ficar com esse povo que separa o pobre do rico, o negro do branco. Nada para eles presta.

Fora, PT! Fora, Lula! Fora esse povo que roubou e que acabou com nosso

País!

Viva a democracia! Viva o Brasil! E vamos à luta.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Obrigado, Deputado Mauro Pereira.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado

Vicentinho Júnior.

O SR. VICENTINHO JÚNIOR (PR-TO. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero registrar a presença ilustre do Dr. Marcos Aires Rodrigues,

Procurador do Município de Porto Nacional, um filho ilustre de Ponte Alta, que hoje presta serviços relevantes à comunidade portuense.

Então, que fique registrada nesta Casa a presença de um grande amigo, um representante da Advocacia do Tocantins, Dr. Marcos Aires. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Com a palavra o Deputado Átila Lins, do

PSD do Amazonas.

O SR. ÁTILA LINS (PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há mais de 2 anos o Governo vem examinando a possibilidade de recuperar uma série de aeroportos no País. É o Programa de

Aviação Regional. No que se refere ao Amazonas, ficou decidido que haveria a construção de sete novos aeroportos e que dezoito deles seriam ampliados, reformados, enfim, totalmente recuperados. O Governo da Presidente afastada

Dilma Rousseff passou mais ou menos 2 anos criando essa expectativa no meu

Estado, Amazonas. Lamentavelmente, saiu do Governo, e nenhum aeroporto teve suas obras iniciadas.

Agora, finalmente, já no Governo do Presidente interino Michel Temer, foi feita uma reformulação, que, aliás, não atende às necessidades do Amazonas. Mas, pelo menos, Sr. Presidente, vamos ter, no ano de 2017, não a construção de sete aeroportos, mas a construção de um novo aeroporto, na cidade de Maraã, que precisa, realmente, de aeroporto, já que fica no distante Rio Japurá, portanto, bastante isolado. E, em relação à recuperação dos dezoito aeroportos, passou a ser prioridade apenas a recuperação de três aeroportos, nos Municípios de Coari,

Lábrea e Boca do Acre. É claro que, para quem está esperando já há algum tempo, e nada foi feito... O Presidente Michel Temer, pelo menos, já decidiu que haverá uma primeira etapa nessas obras. Vamos ter, em 2017, a recuperação, a ampliação e a modernização dos aeroportos de Boca do Acre, Lábrea e Coari e a construção do aeroporto de Maraã.

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Mas eu quero, Sr. Presidente, fazer um apelo aqui à equipe que está organizando esse Programa de Aviação Regional para que o reexamine e veja a possibilidade de o Amazonas ser contemplado com a recuperação de mais aeroportos — eram dezoito, e serão só três, ficaram quinze na expectativa — e a construção de mais aeroportos — de sete, passou para só um.

É esse o apelo que quero fazer, no dia em que o Presidente Michel Temer vai ser tornar Presidente, definitivamente, do Brasil. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Com a palavra agora o Deputado Evair de Melo, do PV do Espírito Santo.

O SR. EVAIR VIEIRA DE MELO (PV-ES. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero relatar a todo o povo brasileiro que, daqui a poucas horas, o Brasil vai estar se livrando de um dos piores sistemas de governo de todos os tempos da nossa história. Daqui a poucas horas, uma Presidente que mentiu para ganhar as eleições, que não cumpriu seus compromissos para com a Nação, estará fazendo a sua despedida aos brasileiros.

Desejo ao novo Presidente de República que ele tenha pulso, que ele tenha firmeza para tomar todas as medidas necessárias para que o Brasil vote a crescer, volte a se desenvolver.

Especialmente, quero parabenizar todo o povo goiano, que participou, de maneira muito efetiva, da retirada da Presidente Dilma Rousseff, a qual não fez nada mais além do que mentir, enganar e deixar o País na pior crise econômica de todos os tempos.

Parabéns ao povo brasileiro, que se livra desse método perverso de governo do PT!

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Com a palavra o Deputado João

Campos, do PRB de Goiás.

O SR. JOÃO CAMPOS (PRB-GO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em 7 de setembro comemoramos a Independência do Brasil.

A partir de hoje, 31 de agosto, vamos comemorar, Deputado Célio Silveira, a libertação do Brasil. Podemos escrever isto no calendário: a libertação dos trabalhadores; a libertação dos movimentos sociais organizados, decentes, que não são financiados por aquele governo; a libertação do comércio, do serviço, do empreendedorismo. Enfim, hoje é o dia da libertação.

A Câmara dos Deputados cumpriu o seu papel, e o Senado Federal concluirá o seu, de forma decente, ordeira, constitucional, democrática, daqui a instantes, e, portanto, o Parlamento brasileiro, em nome do povo brasileiro, estará devolvendo a estabilidade política e democrática ao nosso País!

Vejo que essa tese do golpe, na verdade, não é tese. Aqueles que dizem que está acontecendo no Brasil um golpe fazem isso por ausência de tese, de argumento de defesa. Exatamente por não terem argumento, elegeram um chavão:

Golpe! Golpe! Golpe! Ninguém absorve isso.

Ora, de um lado, nós temos um processo de afastamento do Governo — é bom dizer que esse não é um processo de afastamento apenas da Presidente

Dilma, mas do Governo —, processo esse que obedece inteiramente ao devido processo legislativo, ao devido processo legal, assegurando todas as garantias constitucionais a ele inerentes: o contraditório e a ampla defesa. Garantiu-se tudo à

Presidente Dilma em relação ao devido processo legal.

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De outro lado, a própria sociedade respalda esse processo. Não há ninguém na rua com posições contrárias; o que há são minorias de militantes de partidos de esquerda. Não são militantes, são apenas minorias dessa representação em alguns espaços isolados, embora públicos, que estão se manifestando. A sociedade por inteiro está acompanhando e aprovando esse processo de afastamento da

Presidente Dilma e do seu Governo.

Portanto, acho que tudo o que está acontecendo serve ao mesmo tempo para atestar que a democracia brasileira está consolidada, que as nossas instituições já estão consolidadas.

Por isso mesmo, eu quero aproveitar para parabenizar a Polícia Federal, que nas mais diversas ações desenvolvidas têm reconhecimento do povo; o Ministério

Público Federal, que tem um trabalho também reconhecido por nós e a sociedade; o

Poder Judiciário. Vivemos a democracia. É tudo isso o que nós desejamos: viver a democracia.

O processo se concluirá dentro de instantes. Michel Temer será efetivado. Vai acabar com essa ladainha de governo interino, governo ilegítimo, daí por diante, até porque a legitimidade é pelo voto. Eu não conheço, Deputado Ezequiel, um só brasileiro, dos 54 milhões que votaram na Dilma, que não tenha votado no Michel.

Que conversa fiada é essa? A legitimidade é a mesma.

Por isso eu quero saudar o Brasil neste dia da libertação do Brasil: 31 de agosto, dia da libertação do Brasil. Muito obrigado. Que Deus continue a abençoar o nosso País, a nossa Nação! (Manifestação no plenário: Muito bem!) O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Nós é que agradecemos.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra por 1 minuto ao

Deputado Jones Martins.

O SR. JONES MARTINS (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, muito obrigado. Quero registrar que hoje é um dia de saudação.

Estamos saudando, Deputado Fraga, este momento histórico da Nação brasileira: depois de um período de processamento legítimo e democrático, sai uma

Presidenta e entra o Presidente Michel Temer.

Mas eu quero chamar a atenção desta Câmara dos Deputados para o grande desafio que todos nós Parlamentares teremos a partir de agora: o desafio de tornar realidade a esperança que despertamos no povo brasileiro. E isso, Sras. e Srs.

Deputados, implica aprovarmos a Proposta de Emenda à Constituição nº 241, de

2016, implica nos articularmos aqui nesta Câmara dos Deputados e assumirmos a responsabilidade de aprovarmos uma medida austera, dura, mas necessária para o

País neste momento.

Então, que este momento de saudação, que este momento de festa que o

Congresso vive, pela nova página que o País inicia, transforme-se ali adiante em realidade.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado Capitão

Augusto.

O SR. CAPITÃO AUGUSTO (PR-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, muito obrigado.

Sras. e Srs. Deputados, é com muito prazer que eu venho aqui para anunciar que dei entrada ontem, no Protocolo desta Casa, a um documento para criação da

Frente Parlamentar das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais — APAEs.

Agradeço aos mais de 200 Deputados que assinaram o documento para criação da Frente Parlamentar e convido aqueles com quem não consegui fazer contato a se juntem a nós também, aderindo à nossa Frente Parlamentar das

APAEs.

Eu tenho como prioridade destinar minhas emendas para as APAEs da minha região. Destinei mais de 600 mil reais para as APAEs de Ourinhos, Santa Cruz,

Pirajú, Salto Grande, Chavantes e as demais.

Amanhã, dia 1º, a Federação das APAEs do Estado de São Paulo fará a abertura do Setembro Verde — setembro é o mês oficial de inclusão das pessoas portadoras de deficiência. A cerimônia será feita no Memorial da América Latina, a partir das 12h30min.

Aqui fica o convite a todos os Deputados que possam participar desse evento da abertura do Setembro Verde.

Eu estarei trabalhando em conjunto com o nosso Deputado Eduardo Barbosa, obviamente, o Presidente da Federação Nacional das APAEs. Sou mais um dos que estão se juntando a S.Exa. e às entidades que fazem esse trabalho social, que é

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excepcional para a nossa sociedade, para todas as famílias que têm crianças, que têm parentes com qualquer tipo de deficiência.

Aqui fica, realmente, o nosso convite. Nós teremos agora a oportunidade de destinar as nossas emendas para isso, encaminhando-as no mês de outubro.

Quero fazer um pedido especial aos Deputados: que nós possamos nos unir e destinar parte das nossas emendas parlamentares a todas as APAEs.

No Estado de São Paulo, Deputado Orlando Silva, nós temos mais de 300

APAEs, que precisam, realmente, do nosso apoio, da nossa ajuda, através das nossas emendas, para continuar desenvolvendo as suas atividades.

Mais uma vez, Sr. Presidente, o meu agradecimento a todos os Deputados que assinaram juntamente comigo a criação da Frente Parlamentar das APAEs — foram mais de 200 — e o meu convite para que participem do evento.

Peço desculpas àqueles com quem não tive oportunidade de fazer contato, a fim de convidá-los a se juntarem a nós também para levantarmos essa bandeira e ajudarmos a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.

Muitíssimo obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Dando sequência às Breves

Comunicações, convido o Deputado Ezequiel Teixeira a fazer uso da palavra, por 1 minuto.

O SR. EZEQUIEL TEIXEIRA (Bloco/PTN-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, hoje é um dia muito especial, um dia de libertação do

Brasil de uma parte da corrupção que estava envolvendo a Nação.

Nós queremos parabenizar a Dra. Janaina Paschoal e todos os que trabalharam em favor do impeachment, todos os que verdadeiramente trabalharam em favor de um Brasil livre, um Brasil de cabeça erguida.

Eu quero ressaltar o seguinte: nós precisamos rever o rito do impeachment.

Eu nunca vi uma cremação tão longa como essa. O Brasil estava parado, empresários estavam parados, lojas fecharam, comércios fecharam. Nós precisamos retomar o crescimento desta Nação.

Povo brasileiro, Nação brasileira, há uma esperança. Vamos para frente, para cima! O Brasil vai voltar a crescer! Nós veremos uma Nação livre, liberta! Nós não estamos lutando simplesmente contra uma pessoa, mas contra um sistema corrupto.

A luta continua! Vamos continuar derrubando todos os corruptos desta Nação.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

Durante o discurso do Sr. Ezequiel Teixeira, o Sr. Hildo Rocha, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Capitão Augusto, nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Enquanto o Deputado Sóstenes

Cavalcante aguarda pacientemente na tribuna, concedo a palavra ao Deputado

Orlando Silva, por 1 minuto.

O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Sem revisão do orador.) - Obrigado,

Sr. Presidente.

Diferentemente de muitos colegas que se manifestaram, eu considero hoje um dia triste da história política do Brasil. Considero que a nossa Constituição

Federal foi desrespeitada, foi violada. Considero que um crime foi perpetrado contra a democracia.

Não se pode afastar uma Presidente da República sem crime que possa ser imputado. E não adianta o rito ser saneado, não adianta o devido processo legal, se a natureza jurídica da acusação não tem fundamento.

Por isso, eu considero, e reafirmo a minha convicção, que é um golpe político o que se consolida na manhã deste dia. Espero que possamos superar essa página triste da história. Aliás, para mim, tão grave quanto a violação da Constituição do

Brasil é a aprovação de matérias como as que ontem votamos e as que começamos a discutir, como o pré-sal. Ontem votamos a terceirização do Estado brasileiro, abrindo mão do papel do Estado na indução do desenvolvimento econômico. E, se mudarmos o marco regulatório do pré-sal, o regime de partilha, vamos abrir mão da soberania nacional em um tema tão importante para a vida do nosso País.

Por isso, Sr. Presidente, eu considero que é um dia triste, mas o combateremos. Combatemos esse golpe nas ruas, combatemos no Parlamento e seguiremos a luta, defendendo a democracia e o interesse do nosso País. É um triste dia para a República brasileira. O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra agora o Deputado

Sóstenes Cavalcante. S.Exa. tem 3 minutos.

O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (DEM-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero iniciar as minhas palavras concordando com o Deputado

Orlando Silva que é um dia triste. Ninguém, na democracia, elege uma Presidente ou um Presidente da República para afastar. Lamentavelmente, o afastamento da

Presidente Dilma, no dia de hoje, é consequência dos seus atos desastrosos e das suas práticas de crimes administrativos, que levaram a nossa economia à bancarrota.

Mas eu quero dizer que, juntamente à tristeza do afastamento, renasce a alegria, renasce a esperança em cada brasileiro neste dia. E eu começo a sentir a sensação dos brasileiros.

Hoje, quando acordei, vi, nas minhas redes sociais, a esperança renovando- se na vida do brasileiro, que não suportava mais essa novela. Eu trago a edição de hoje do Jornal do Senado, que diz assim: “Último capítulo”.

O Brasil é um País com cultura, que valoriza muito as suas telenovelas, mas essa novela do impeachment parecia sem fim, parecia não terminar. Mas, brasileiros, hoje, nós colocaremos um ponto final nessa história, para um novo tempo de esperança, de volta do emprego, de melhoria da vida de cada brasileiro.

O que, em especial, me traz a esta tribuna — acho que eu nunca ocupei a tribuna à esquerda do plenário da Câmara dos Deputados — é o fato de que, minutos atrás, antecedeu-me o Deputado Padre João, que se dirigiu de maneira grosseira, agressiva, aos Parlamentares e, principalmente, à Polícia Federal.

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Eu gostaria de dar um conselho ao Deputado Padre João. V.Exa. é um religioso. É pecado subir à tribuna e proferir mentiras, mentiras pautadas nas suas ideologias. Nós precisamos ter respeito com o povo brasileiro. Nós religiosos em especial, precisamos respeitar as consciências e podemos divergir de ideias, mas nunca ofender instituições tais como a Polícia Federal.

Eu quero aqui parabenizar a Polícia Federal, porque ela está passando o

Brasil a limpo, limpando o Brasil da corrupção do PT — sim, da corrupção do PT, que tem seus últimos três ou quatro tesoureiros atrás das grades. Aí estão as provas. Não se trata de ilações.

Então, queremos lamentar a atitude de um Parlamentar, ainda mais sendo ele religioso, que usa a tribuna para mentir e enganar o povo.

Quero terminar dizendo, Sr. Presidente, que já assumi. Eles querem nos rotular de golpistas. Podem me chamar de golpista, mas nunca vão chamar a mim e a muitos Deputados desta Casa de corrupto. Os corruptos são a alta liderança do

PT. Essa, sim, é corrupta!

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Enquanto o Deputado Alberto Fraga se dirige à tribuna, passo a palavra por 1 minuto ao Deputado Deley. Depois, concederei 1 minuto ao Deputado Felipe Maia.

O SR. DELEY (Bloco/PTB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu, que estou no meu quarto mandato, confesso a V.Exa. que, como disseram o

Deputado Orlando e o Deputado Sóstenes, acho que hoje é um dia triste, e eu inclusive votei a favor do impeachment. E tenho visto — falei disso naquela ocasião

— que a nossa convivência aqui dentro do plenário não tem sido boa. A intolerância, o ódio, o desrespeito têm prevalecido.

Independentemente das posições, eu acho que se nós não começarmos a nos respeitar mais, realmente, não vamos a lugar nenhum. A população brasileira tem necessidades urgentes. Então, eu espero, sinceramente, que as pessoas realmente reflitam sobre este momento que estamos vivendo.

Se nós não buscarmos o diálogo, independentemente das nossas posições, o povo brasileiro vai continuar sofrendo tudo isso que nós temos visto.

Muito obrigado.

O SR. MANDETTA - Faço minhas as palavras do Deputado Deley, Sr.

Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado Deley.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Felipe Maia.

O SR. FELIPE MAIA (DEM-RN. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o

Congresso Nacional vai escrever na tarde de hoje o último capítulo do processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff, um processo legítimo presidido pelo

Presidente do Supremo Tribunal Federal e pelo Presidente do Congresso Nacional,

Senador , na presença da julgada, a Presidente Dilma Rousseff, que teve a oportunidade de, ao longo de muitas horas, responder aos Senadores e de se defender.

A Presidente Dilma Rousseff foi eleita com o apoio de 53 Senadores e hoje tenta alcançar o apoio de 28, mas não atingirá esses 28 Senadores, por uma razão clara: S.Exa. cometeu crime de responsabilidade quando usou recursos públicos sem pedir autorização do Congresso Nacional e quando pegou recursos de bancos oficiais para tampar o buraco no seguro SAFRA.

E nós encontramos, no dia 31 de agosto de 2016, uma data emblemática e importante para o futuro da Nação, num momento crítico da economia brasileira, quando temos 12 milhões de desempregados, fruto do descontrole do Governo do

PT, e com a notícia de que o PIB do segundo trimestre caiu 0,6%. O PIB caiu pelo sexto trimestre consecutivo, Deputado Alberto Fraga. Nossa economia está derretendo. Nosso povo está desempregado.

Chega. Está na hora de passarmos para um novo Brasil: o Brasil que os brasileiros apostaram que a Presidente Dilma iria construir, mas que ela apenas destruiu.

Portanto, impeachment já!

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Vamos em frente para um Brasil melhor!

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Alberto Fraga.

V.Exa. tem 3 minutos.

O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu já sou mais direto. Não me incomodo que me chamem de golpista, não. Eu me incomodaria, e teria muita vergonha, se me chamassem de corrupto. E hoje é esse o rótulo que está estampado quando se fala que alguém é petista ou é do Governo Dilma.

Também discordo quando dizem que hoje é um dia triste. Não, hoje é um dia feliz. Triste é vermos o País na situação em que se encontra; triste é ver colegas aqui agredindo moralmente outros colegas, chamando de traficante, chamando de corrupto sem nenhuma prova.

Parece-me que os Deputados do PT perderam a vergonha de uma vez por todas. Assim como faltou mortadela na praça em dia de manifestação do PT, hoje deve estar faltando óleo de peroba. São muito caras de pau! Como é que conseguem chamar o outro de corrupto, quando, na verdade, todas as notícias no

País dão conta de que a corrupção está estampada nos quadros do PT? Basta ver quem é que está preso e quem é que ainda será preso. Isso é que é tristeza.

Tristeza é ver um Deputado subir à tribuna, mentir descaradamente e falar de golpe. Mas que golpe? Que golpe?

Tenho pedido aos colegas da base do Governo — do Governo sério, do

Governo que vai recuperar o País — que não aceitem. Não podemos ficar calados diante de toda mentira que o PT falar da tribuna. Nós temos que rebater, nós temos de falar o que é verdade.

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Ontem, aqui, a Deputada disse que a Subprocuradora pediu afastamento do cargo. Mentira! Ela foi flagrada fazendo movimento contra o impeachment, dizendo que era golpe — uma Subprocuradora da República!

Uma Procuradora da República não pode ter cor partidária, todo mundo sabe disso.

Desse tipo de doença, de mentira, de ideologia os brasileiros estão cheios. E hoje é um dia, sim, de muita felicidade, porque o Brasil vai ficar longe desse povo.

Eu repito: o PT é a desgraça do Brasil, e hoje nós vamos ficar livres dessa turma toda.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra por 1 minuto à

Deputada Janete Capiberibe.

A SRA. JANETE CAPIBERIBE (PSB-AP. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, eu tenho que deixar um registro hoje da tribuna da Câmara neste breve minuto. Considero que hoje é um dia triste, sim, quando a democracia e os direitos da maioria dos brasileiros estão em risco. A soberania do voto popular perde sua garantia.

Temer quer acabar com o direito dos trabalhadores, como férias e décimo terceiro, e aumentar a jornada de trabalho. O salário mínimo não terá ganho real. Os brasileiros trabalharão mais para ter sua aposentadoria e receber menos. A aposentadoria especial de pescadores e agricultores e a estabilidade do servidor público estão em risco. Comprometeu-se ele com os ruralistas de vender terras para estrangeiros, ameaçando as populações tradicionais.

Sr. Presidente, ele já acabou com o programa da erradicação do analfabetismo. Há 111 dias, metade da população, que somos nós, as mulheres, não ocupa cargo de Ministra.

Dilma sofre rejeição, mas os brasileiros também não querem Temer. Por isso, defendemos eleições diretas já e defendemos o “Fora, Cunha!”, no dia 12 de setembro.

Obrigada, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputada.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Delegado Edson Moreira.

V.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e rs. Deputados, o primeiro Presidente da República,

Marechal Deodoro; o segundo, , seguido por ,

Campos Salles, , Rodrigues Alves e demais, todos respeitaram a Constituição. Os que desrespeitaram a Constituição, a Câmara dos Deputados, o

Congresso Nacional e o Senado foram retirados do poder democraticamente pela legislação vigente, pela Constituição ora vigente.

Temos aqui, Sr. Presidente, o Deputado Mauro Benevides, que presidiu, naquela data histórica, a retirada do Presidente Collor, quando sofreu o impeachment pelo Congresso Nacional.

Sr. Presidente, a lei foi feita para ser respeitada. Se o governante maior não a respeitar, quem respeitará, Sr. Presidente?

Portanto, V.Exa., que também respeita a lei, que está sob a sua égide, tem que respeitá-la, para que ela seja cumprida e para que todos os brasileiros a cumpram. Aquele que não a cumprir realmente deve ser cassado.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Benevides.

O SR. MAURO BENEVIDES (Bloco/PMDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, foram muitas as referências feitas durante a sessão de hoje àquele episódio que se registrou em 1992, que eu não me dispensaria de voltar a esta tribuna para rememorar aquele fato que sinalizou o impeachment do Presidente Collor e a assunção, neste Plenário, do Presidente

Itamar Franco. Eu estava exatamente nessa cadeira que V.Exa. ocupa no momento.

Estava eu à testa do Parlamento brasileiro.

Aqui cheguei pela unanimidade dos meus pares, um fato inusitado nos

últimos anos de vivência daquela Casa Legislativa. Naquele instante, tivemos a responsabilidade de conduzir, ao lado do grande jurista e Presidente do Supremo

Tribunal Federal, Ministro Sydney Sanches, a prerrogativa de aceitar a renúncia do

Presidente Fernando Afonso Collor de Mello e, naturalmente, convocar para assumir o cargo o Vice-Presidente Itamar Franco.

E foi exatamente nessa mesa em que V.Exa. se encontra no momento, Sr.

Presidente, que, à sua direita, tomou assento o Presidente Itamar Franco e prestou o compromisso de posse. Como eu já havia feito a saudação a ele próprio, ele agradeceu a saudação do Parlamento brasileiro e assegurou que, à testa dos destinos nacionais, haveria de fazer com que a normalidade voltasse a imperar e nós nos reencontrássemos com aquelas aspirações mais justas e mais legítimas do povo brasileiro.

Portanto, é uma relembrança desses fatos que eu me permito fazer neste instante, para homenagear, sobretudo, Sr. Presidente, a memória do grande Itamar

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Franco, que foi um Presidente exemplar. Cumpriu os objetivos nobilitantes da investidura com a maior dignidade.

Por isso, cabe a mim reverenciá-lo neste instante, dizendo que ele foi um

Presidente digno, honesto, correto, que tentou impulsionar o nosso País no rumo do desenvolvimento e do bem-estar social.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado Mauro

Benevides, nossa história viva aqui da Câmara dos Deputados.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Marcelo Aguiar, por 1 minuto.

O SR. MARCELO AGUIAR (DEM-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, hoje, dia 31 de agosto, vivemos um momento inédito, em que começamos a reconstrução deste País.

Eu quero aqui fazer uma reflexão sobre todos os Deputados que fizeram um belíssimo trabalho e votaram para que esse novo tempo de esperança chegasse ao povo brasileiro. Também me refiro aos Senadores que tiveram coragem, que mostraram a sua cara para o Brasil, pela televisão, e que hoje concluem um processo que põe fim à maior destruição já vivida pelo povo brasileiro.

A esperança volta realmente a renovar o coração do povo brasileiro. Haverá a reconstrução da economia e haverá desenvolvimento. Será um tempo novo, um tempo difícil. Mas, com certeza, os nossos filhos e netos, o povo brasileiro, enfim, vai começar a ter esperança no futuro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado Marcelo

Aguiar.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Vicentinho Júnior. V.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. VICENTINHO JÚNIOR (PR-TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, muito obrigado pela oportunidade.

Mais uma vez, o nosso Tocantins amanhece entristecido, quase que com um sentimento de luto, por aquilo que o atual Governador, Marcelo Miranda, tem causado ao povo tocantinense.

Hoje, a Capital, Palmas, marcada em sua história por suas belezas, pela sua arquitetura, pela sua receptividade a todos os que por lá encostam e vão para lá conviver e viver, amanheceu com os seus acessos bloqueados pelos servidores estaduais do nosso Estado, reivindicando os seus direitos.

Penso que a criatura se voltou contra o seu criador, porque é o atual

Governador que, lá atrás, deu aos servidores a condição de, hoje, poderem reivindicar o que lhes é de direito. Mas ele não vem cumprindo com suas obrigações. Aliás, é um Governo que já está de meio-dia para frente e até hoje não iniciou a gestão no Estado do Tocantins.

Governador Marcelo Miranda, pare de ficar enganando o povo do Estado de

Tocantins, pare de ficar usando a máquina pública em benefício próprio e de seus apadrinhados políticos. Se você não sabe fazer gestão pública, vá a Porto Nacional, minha cidade, onde o Prefeito torna-se referência na aplicação de recursos públicos na área da saúde — a saúde do Estado do Tocantins está, hoje, na UTI —, na área da educação e em todas as outras áreas. Ele prefere, em Porto Nacional, lançar candidatura de candidato, dizendo que será soldado daquele candidato em sua campanha.

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Governador, você foi eleito para ser soldado do povo, para fazer cumprir todas as suas promessas de campanha em um plano de governo. Comece a executá-lo, Governador. Não é possível que você não tenha amor ao próximo; não é possível que você não se solidarize pelas pessoas que se encontram, hoje, no

Hospital Geral de Palmas; não é possível que você não entenda que o tocantinense merece uma educação de qualidade.

Aliás, no começo do nosso mandato, aqui levantei questão com relação à construção paralisada de algumas escolas de tempo integral. Lá no começo do mandato, no ano passado, fui inclusive interpelado por uma colega ligada ao

Governo atual de Tocantins, que me disse que eu estava usando de inverdades.

Desafio agora, depois de 1 ano e 7 meses, a constatarmos em que pé estão as escolas de tempo integral, largadas ao acaso nos nossos Municípios, no Estado do Tocantins.

Governador Marcelo Miranda, crie vergonha, comece a trabalhar pelo povo que o fez Governador daquele belíssimo Estado, Tocantins, e diga qual é o tom que você irá dar a esse Governo, que até agora não disse para que veio. Dê o zelo devido, a honradez, dialogue, converse com os servidores estaduais.

A Procuradoria-Geral do Estado divulgou matéria dizendo que vai entrar na justiça para judicializar a greve geral. Não é por aí o caminho a ser tomado,

Governador. Dialogue, sinta, saia da cadeira do Palácio Araguaia e vá para o meio do povo que lhe fez Governador e tente achar as devidas soluções que o nosso povo tanto merece. Tenho certeza de que, com pouco diálogo, mas com diálogo da sinceridade, as soluções virão.

Repito, Governador: crie vergonha e comece a governar pelos tocantinenses.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Augusto Carvalho, pelo prazo de 1 minuto.

O SR. AUGUSTO CARVALHO (SD-DF. Sem Revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero registrar que hoje o País está acompanhando e aguardando a decisão definitiva do Senado da República para pôr fim a esse pesadelo que se arrasta há anos: uma economia desastrada, em frangalhos; o desemprego assolando a casa de 11,8 milhões de brasileiros e a desmoralização do País nas praças internacionais — finalmente, depois de toda uma liturgia que foi cumprida, presidida pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, com amplo direito à defesa.

Aliás, registre-se que a ex-Presidente Dilma, digo, estava preparada. Certamente, as pedaladas têm feito bem a ela, porque conseguiu superar aquela maratona de discursos, Sr. Presidente.

Hoje, a expectativa de todos nós é que o Senado ecoe a voz das ruas, que clama por mudanças, para que o novo País possa surgir a partir de hoje.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Franklin Lima. Logo em seguida, terá a palavra o Deputado Rômulo Gouveia, pela

Liderança do PSD.

O SR. FRANKLIN LIMA (Bloco/PP-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, quero agradecer a todo o povo brasileiro a oportunidade de estar aqui no momento em que, temos observado, o que se comenta, na verdade, é o processo de impeachment, com a votação de cassação do mandato da

Presidenta Dilma Rousseff.

O País não tem suportado mais as coisas que vêm acontecendo. Por isso, está aí o resultado de um momento difícil que o País tem enfrentado, de um momento difícil que as pessoas têm enfrentado.

Existem muitas controvérsias, muitas conversas, mas o Brasil é um país democrático, e a prova da democracia do nosso País está aí: um processo feito com amplo e legítimo direito de defesa da Presidenta.

Nós temos observado que têm sido usados muitos aspectos, inclusive políticos, nesse processo. Observamos também que a mídia muito bateu nos

Parlamentares desta Casa, da Câmara Federal, durante o processo de impeachment, até alegando que houve espetáculo e que os nervos estavam exacerbados. Mas esse é o processo político no geral. No Senado, nós também observamos as mesmas coisas, num processo que está sendo administrado por um

Ministro do Supremo. Ainda assim, nós vimos os nervos exacerbados, as palavras de ofensa e de injúria. Por quê? Porque o momento é realmente difícil.

Mas o momento mais difícil, de fato, tem se dado para a população brasileira, porque a crise que atua no País tem sido enorme. Nós temos 12 milhões de

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desempregados, uma crescente queda do PIB mês a mês, a maior crise já vivida na indústria automobilística, crise imobiliária, apesar de a construção civil abranger um número de empregos maravilhoso, fora a crise política.

Nós temos acompanhado em várias cidades Prefeitos e Vereadores sendo presos. Por quê? Porque nós estamos passando por um momento de limpeza do

País.

Muitos têm falado que é um novo momento político. Eu não vejo um novo momento político, mas eu vejo um novo ciclo político. Nós tivemos o ciclo de um governo e agora nós começamos um novo ciclo. E eu acredito, de verdade, que este ciclo acontece para que o povo brasileiro tenha a certeza de uma vida melhor e para que o nosso País alcance o lugar onde ele deve estar: lugar no topo para um povo lutador e vencedor.

Para concluir, Sr. Presidente, eu quero dizer que nós teremos um novo governo, como eu falei, teremos um novo ciclo. O Brasil é um país inquebrável.

Muitos estão falando que o Brasil está quebrado. O Brasil está passando por dificuldades, mas o Brasil é um país inquebrável. Inquebrável não pelas suas reservas financeiras; inquebrável não pela sua agricultura; inquebrável não pelo petróleo ou pelo pré-sal que está aí. Não! É um país inquebrável por causa do povo brasileiro.

O brasileiro é um povo forte, vencedor, que supera qualquer barreira e qualquer batalha.

É isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Rômulo Gouveia, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSD.

V.Exa. tem 6 minutos.

O SR. RÔMULO GOUVEIA (PSD-PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente Capitão Augusto, que muito bem preside esta sessão, Sras. e Srs.

Deputados, telespectadores da TV Câmara, a responsabilidade do Congresso

Nacional, da Câmara, para o primeiro passo deste momento e desta decisão que o

Senado irá tomar daqui a pouco, é muito grande. É importante, neste instante, o compromisso e, acima de tudo, a unidade do Congresso, da Câmara, do Senado, da sociedade, dos segmentos organizados da sociedade, que pediram aos Deputados, aos Senadores, o afastamento da Sra. Presidente do cargo.

A decisão que esta Casa adotou já reflete positivamente na sociedade. A credibilidade internacional, a credibilidade diante do Estado, os ajustes na economia, com a equipe econômica que o Governo instalou, e as medidas do Presidente interino Michel Temer, que eu espero que, com a decisão do Senado, hoje, assuma definitivamente o comando deste País, já refletem positivamente no seio da sociedade brasileira.

Eu posso falar em relação ao Nordeste, onde nós temos hoje uma grave crise hídrica. Eu tenho tratado desse assunto, mas o Governo não tem sido omisso. O próprio Presidente Michel, a equipe e o Ministro da Integração têm sido vigilantes na continuidade, liberando recursos para a obra da transposição, na revitalização, porque não podemos fazer transposição sem revitalização, atendendo as margens dos ribeirinhos.

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Falo isso inclusive como Relator da Comissão do São Francisco, ao lado do

Presidente da Comissão, Deputado Raimundo Gomes de Matos, e também diante da crise hídrica, da situação que os agricultores enfrentavam. A decisão positiva do

Governo, sancionando a medida provisória da dívida agrícola, que era uma luta antiga, foi outro passo importante para a Região Nordeste.

Ameaçava-se, no processo de impeachment, que o Presidente Michel Temer, ao assumir, iria cortar os programas sociais, e o Nordeste depende desses programas, principalmente do Bolsa Família. O exemplo foi que, como há 2 anos não havia reajuste, houve a decisão de reajuste por parte do Presidente Michel

Temer.

Então, vejo positivamente. Vejo a nossa responsabilidade muito grande. Se analisarmos todos os ciclos políticos do Brasil, sempre existe a fase de crise. Há cerca de 20 anos, o Brasil, nas ruas e no movimento, também afastava o primeiro

Presidente eleito, Fernando Collor de Mello, depois de um processo de redemocratização.

E qual foi o resultado positivo para o País com a investidura de Itamar Franco no cargo? Foi uma moeda forte, que ainda hoje se sobrepõe, que é o real, foi o resgate da credibilidade, foram investimentos importantes, e o Presidente Itamar

Franco, que foi sucedido depois pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, foi também um dos grandes responsáveis pelo .

Está aí a demonstração. Se hoje existe a Lei de Responsabilidade Fiscal na educação, é porque houve ações, após um processo de impeachment de afastamento do Presidente.

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Então, não vejo nenhuma dificuldade na decisão do Senado. Pelo contrário,

Sr. Presidente, vejo, positivamente e esperançoso, que após essa decisão possamos avançar mais

Mas há sempre uma dúvida. Na segunda-feira, com a presença da Presidente

Dilma no Senado, assistimos a um verdadeiro prejuízo para o País. Muitas pessoas me ligaram, perguntando: “Será que isso vai impactar na decisão da votação?” Eu dizia: “Pode ficar tranquilo, porque o trabalho da Comissão, a Presidência do ilustre

Senador , meu conterrâneo, do Senador Anastasia, como Relator, e as votações consecutivas do Senado deram demonstração de que não haverá nenhum fato novo e que o Brasil não pode retroceder. Então, estou extremamente otimista.

Sr. Presidente, V.Exa. é um defensor intransigente da segurança pública. Eu continuo a me preocupar com a situação da segurança pública no meu Estado. A

última cidade vítima da bandidagem foi a cidade de Queimadas, que é tão bem governada pelo meu companheiro o Prefeito Jacó Maciel. Lá há um verdadeiro terrorismo.

Quero também destacar que, apesar das condições, a Polícia Militar do meu

Estado enfrentou a situação com muita coragem. E aí eu quero destacar esses bravos heróis da Polícia Militar da Paraíba, que não temeram a investidura da bandidagem lá na cidade de Queimadas.

Por último, Sr. Presidente, peço até a tolerância de V.Exa. para registrar com tristeza o falecimento, no dia de ontem, do ex-Vereador da cidade de Campina

Grande, radialista, advogado, defensor público, José de Arimateia Rodrigues, mais conhecido como Ari Rodrigues. Tive a honra de conviver com Ari na minha infância,

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de ser vizinho de sua família, dos seus filhos, da sua esposa, Profa. Assunção, que

é educadora também naquela cidade.

Ao encerrar o meu pronunciamento, quero transmitir à família de José de

Arimateia Rodrigues, Ari Rodrigues, ex-Vereador por vários mandatos na Câmara

Municipal de Campina Grande, Casa de Felix Araújo, que tive a honra de presidir, os sentimentos, as condolências à família. O sepultamento será hoje na cidade de

Campina Grande. Se aqui não estivesse, com certeza eu lá estaria ao lado da família, mas fica aqui o meu registro. Mais cedo o Vereador João Dantas também me ligava, transmitindo também o sentimento da Câmara Municipal.

E peço, Sr. Presidente, que este meu pronunciamento, que faço hoje, na esperança de um novo momento, de um Brasil diferente, da retomada do crescimento, da geração de emprego e renda, possa ser divulgado nos meios de comunicação da Casa, inclusive no programa A Voz do Brasil, para que a sociedade brasileira e o povo paraibano, que, com muita honra, represento nesta Casa, tenham conhecimento da minha preocupação e, acima de tudo, da minha defesa em função de um novo Brasil, de um novo momento, com a decisão do Senado logo mais, que, com certeza, será positiva.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado. O pedido de divulgação do pronunciamento de V.Exa. nos meios de comunicação da Câmara dos

Deputados será deferido.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero chamar a atenção para o quadro econômico que o País atravessa. O reflexo dessa crise financeira já podemos observar e sentir na informalidade. Os vendedores ambulantes que ficam em semáforos são o próprio retrato da crise brasileira, que hoje já atingiu 11 milhões e 800 mil desempregados. À medida que a economia piora — o PIB brasileiro já caiu

0,6% no segundo trimestre deste ano —, cada vez mais postos de trabalho são fechados.

O País teve uma sensível elevação na sua taxa de desemprego. Quando a situação piora, piora principalmente para os jovens, pela sua dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Quando temos uma crise como esta, geralmente aumenta a informalidade, aumentam as estratégias de sobrevivência nos grandes centros urbanos, e isso piora a qualidade dos empregos já está sendo sentida.

O real desvalorizado como está, por outro lado, pode ser uma esperança para a indústria nacional, com a restauração de forças de determinados setores exportadores. O problema é que muitas empresas passaram a produzir com insumos importados. É preciso restaurar a capacidade de produzir internamente ou se adaptar a essa nova taxa de câmbio, o que aumenta o custo de produção e pressiona a redução de gasto em outro custo, como com os salários.

Nossas regras protegem o trabalhador por um tempo de no máximo 6 meses.

O seguro-desemprego funciona quando a economia está bem, quando a economia está aquecida, que é para permitir transição de um emprego para outro. Num período de recessão, o seguro-desemprego se torna muito mais importante como

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um mecanismo de proteção dos trabalhadores. O seguro-desemprego que temos hoje no Brasil é muito limitado, não abarca esse problema de longa duração.

As mudanças no seguro-desemprego ajudam a reduzir gastos do Governo, mas fragilizam ainda mais os trabalhadores mais vulneráveis. Espero que, com mais uma página virada em nossa história, possamos, a partir do dia de hoje, caminhar para a retomada de nosso crescimento e acabar com o mal maior que atinge o povo brasileiro, o desemprego.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado

Rocha, do Acre.

V.Exa. tem 3 minutos.

O SR. ROCHA (PSDB-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Capitão Augusto, o Jornal do Senado estampa hoje uma edição histórica. A edição do dia 31 de agosto de 2016 vaticina o último capítulo de um governo que entrará para a história do nosso País como o governo mais corrupto que este Brasil já viu.

E aí, Sr. Presidente, é bom que se diga que nós vimos aqui, por diversas vezes, as tentativas de justificar o injustificável, a tentativa de qualificar a defesa que a Presidente Dilma fez, ontem, no Senado Federal, como se fosse uma obra-prima.

Na verdade, o que mais uma vez os brasileiros viram foi uma pessoa atabalhoada, uma pessoa que não tem condição sequer de concluir um raciocínio lógico, quando fala de percentuais, 25%, 30%; uma pessoa que é motivo de piada para o nosso

País; mas, mais que isso, Sr. Presidente, um governo que deixou de investir nos brasileiros para mandar dinheiro para Cuba, para mandar dinheiro para a Venezuela, para mandar dinheiro para a Argentina, recursos esses que hoje fazem falta ao nosso povo; um governo que patrocinou os maiores esquemas e os maiores casos de corrupção deste País; um governo que tem no Partido dos Trabalhadores o carro-chefe, através do Presidente Lula e da Presidente Dilma Rousseff, e diversos integrantes presos por corrupção.

Então, Sr. Presidente, o que o PT e os partidos aliados não querem trazer para esta tribuna é que na eleição passada mentiram para o povo brasileiro,

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maquiaram a realidade para continuar se locupletando, para continuar com o esquema criminoso que levou o País à crise que nós enfrentamos hoje.

Eu tenho certeza, Sr. Presidente, desse vaticínio do Jornal do Senado, que diz que hoje nós viveremos o último capítulo desse Governo. Certamente, amanhã, no dia 1º de setembro, nós teremos efetivado um novo governo, nós teremos efetivado um governo que vai reconstruir aquilo que o Partido dos Trabalhadores destruiu ao longo de 13 anos.

Mais uma vez, é bom que se diga que, mesmo não querendo assumir, mesmo não trazendo para si os efeitos danosos, o PT é o grande responsável pela destruição da economia brasileira e vai ter que assumir, a partir do dia 1º, o papel que lhe cabe de Oposição definitivamente.

Então, Sr. Presidente, eu quero comemorar com o povo brasileiro, porque sei que esse vaticínio do Jornal do Senado se torna realidade hoje, quando esta Casa vai dar posse ao novo Presidente. Hoje o Brasil começa uma nova página. Hoje esse Governo, que termina de forma melancólica, vai entrar para a história como o governo mais corrupto que o Brasil já teve.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Enquanto o Deputado Edinho Bez se prepara na tribuna, a Deputada Carmen Zanotto gostaria de utilizar 1 minuto para dar como lido seu pronunciamento.

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, rapidamente peço para ser dado como lido e divulgado nos veículos de comunicação da Casa o meu pronunciamento.

Amanhã vamos ter uma sessão solene a respeito dos lotéricos do País.

Destacamos a importância de eles estarem presentes em todos os Municípios brasileiros, fazendo, inclusive, o papel dos bancos públicos.

Portanto, peço para ser lido e divulgado este pronunciamento.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, nobres Deputados e Deputadas, os lotéricos prestam um serviço muito relevante à Nação, enquanto correspondentes bancários. Estão presentes em 5.479 Municípios brasileiros, onde se destacam no atendimento a usuários de diferentes perfis, ou seja, de todas as classes sociais.

Em todo o País, estas unidades são responsáveis pela geração de 45.610 empregos diretos. Portanto, contribuem de forma significativa para a economia do

Brasil.

Foi muito oportuna a iniciativa do Deputado Goulart, de realizar amanhã, quinta-feira, uma sessão solene em homenagem aos lotéricos. Quero especialmente saldar os empresários e funcionários das 567 casas lotéricas que estão em atividade no meu Estado, Santa Catarina.

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Desejo, igualmente, sucesso à gestão que está assumindo a Direção da

Federação Brasileira das Empresas Lotéricas (FEBRALOT), em nome do

Presidente, Jodismar Amaro.

Enquanto membro da Frente Parlamentar da Rede Lotérica, apoio a justa reivindicação da categoria, que requer o reajuste nos valores dos repasses dos serviços bancários pela Caixa Econômica Federal, a que tem direito.

Retomo as ideias expressadas em audiência pública realizada no mês de junho deste ano, no Senado Federal. Na oportunidade, com a presença de cerca de

2 mil agentes lotéricos, a categoria defendeu que é necessário um reajuste de

23,39% nos repasses dos serviços bancários.

Para entendermos melhor, a tarifa repassada pela Caixa Econômica Federal de uma conta de luz, em 2002, era de 27 centavos de real. Hoje, esse valor está fixado em 43 centavos. Houve reajuste de apenas 59%, para um período em que a inflação determinada pelo IPCA foi de 156%.

O debate ocorreu com a presença de membros das Comissões de

Desenvolvimento Econômico, de Finanças e Tributação e de Fiscalização

Financeira, empresários do setor e entidades representativas. Estou certa de que a

Caixa Econômica atenderá as expectativas, sobretudo a reivindicação quanto aos critérios para autorizar a abertura de novas lotéricas.

De acordo com os representantes do setor, tem sido comum a convivência de duas lotéricas muito próximas umas das outras, o que estimula uma concorrência predatória. Isso precisa ser revisto. Como atuam com valores em dinheiro, também é fundamental que lhes sejam propiciadas condições de segurança, a fim de debelar a criminalidade.

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Lotéricos prestam um serviço muito relevante ao País. De certa forma, atuam em regiões periféricas das cidades, em distritos dos Municípios e comunidades longínquas das sedes dos Municípios. Acabam se tornando, ou melhor, representado a “Caixa Econômica Federal” nesses lugares.

Além da arrecadação e do repasse dos valores cobrados nos concursos de prognóstico, as casas lotéricas executam boa parte das transações de pagamento e recebimento de diversas tarifas públicas, agindo como importante meio de multiplicação nas funções de banco comercial que seriam destinadas à CEF.

Da mesma forma que os lotéricos tiveram a vitória da prorrogação das permissões outorgadas pela Caixa por 20 anos, conforme previsto a Lei nº 12.869, de 2013, nosso desejo é que outras conquistas econômicas e sociais sejam alcançadas por esse segmento que tem o símbolo do empreendedorismo no Brasil.

Sr. Presidente, solicito que meu pronunciamento seja enviado a todos os meios de comunicação da Casa e ao programa A Voz do Brasil para ser divulgado.

Obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Tem a palavra o Deputado Edinho

Bez, por 3 minutos.

O SR. EDINHO BEZ (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, nobres colegas Parlamentares, uso a tribuna nesta oportunidade para falar da publicação do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil sobre o corte nos investimentos do Programa de Aviação Civil.

Faço referência à notícia divulgada por esse Ministério a respeito do investimento em aeroportos regionais por meio do Programa de Aviação Regional.

Segundo o órgão, 53 são prioritários e já vão receber investimentos de R$ 300 milhões a partir de 2017 para que estejam todos operando até 2020. A lista dos aeroportos prioritários ainda deverá ser aprovada pelo Presidente Michel Temer.

Se, de um lado, é uma ótima notícia, por outro, significa que o Governo decidiu cortar parte do programa, dos investimentos federais em aviação regional.

Houve uma redução de 270 para 53 no número de aeroportos que passarão por essas obras de ampliação a partir do próximo ano. Vale lembrar que nós queremos fazer e saber quais foram os critérios adotados, pois inúmeros aeroportos ficaram de fora. Embora a iniciativa do Governo seja boa, são importantes esses investimentos, e/mas queremos saber os critérios. Por exemplo, em Santa Catarina, meu Estado, temos vários aeroportos. Se não temos recursos para todos, queremos saber quais foram os critérios e qual é a programação para aqueles que ficaram de fora.

Lembro que o investimento estimado na época era de R$ 7,3 bilhões.

Segundo informou a Pasta dos Transportes, a nova lista é mais realista e adequada

à situação financeira do Governo Federal. Sabemos das dificuldades que o Governo enfrenta. Serão necessários R$ 2,4 bilhões para os investimentos previstos nos 53

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aeroportos até 2020. Isso representa um desembolso anual de R$ 300 milhões. É claro que esses 53 serão os primeiros, mas teremos que fazer a complementação.

Caros Parlamentares, menciono também o site da Folha de S.Paulo, que informou que o Governo terá uma lista de outras 123 unidades, que poderão receber investimentos à medida que a situação econômica for melhorando, ou se os Estados assumirem os projetos, o que nos deixa mais tranquilo. De acordo com a reportagem, a lista de aeroportos foi reduzida porque 94 projetos foram considerados inviáveis. Ficavam perto de aeroportos já em operação, estavam previstos para locais inadequados, como áreas de preservação, ou não havia demanda.

Lembro que, no nosso Estado de Santa Catarina, no início da implantação do

Programa de Aviação Regional — lembro ainda que fui Secretário de Estado —, nós investimos em vários aeroportos, reformulamos o nosso planejamento. Isso foi muito importante.

Quanto a essas informações, vamos correr atrás para que possamos dar continuidade a isso. Agora caminhamos para retomar as questões que envolvem a

Ferrovia Litorânea, o acesso às rodovias, aos portos.

Nunca desacreditamos e assim agiremos em relação aos nossos aeroportos.

Afinal, buscamos o aprimoramento da aviação civil brasileira constantemente.

Acreditamos que poderemos, no novo Governo, retomar o crescimento do País, o que será o mais importante. Se não retomarmos o crescimento, não teremos recursos necessários para investir na área da infraestrutura. E, sem uma boa infraestrutura, não teremos crescimento.

Era isso, Sr. Presidente.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na qualidade de Deputado Federal, pelo sexto mandato consecutivo, membro da Comissão de Viação e Transportes há mais de 12 anos, ex-Secretário de Estado da Infraestrutura, coordenador da Frente

Parlamentar em Defesa e Acompanhamento da Pavimentação da BR-285 e Ferrovia

Litorânea, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, uso a tribuna para falar sobre a publicação do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil a respeito do corte nos investimentos do Programa de Aviação Civil.

Nobres colegas Parlamentares, faço referência a notícia divulgada pelo

Ministério dos Transportes Portos e Aviação Civil sobre o investimento em aeroportos regionais por meio do Programa de Aviação Regional. Segundo o órgão,

53 são prioritários e já vão receber investimentos de R$ 300 milhões a partir de 2017 para que estejam todos operando até 2020. A lista dos aeroportos prioritários ainda deverá ser aprovada pelo Presidente Michel Temer. Se, por um lado, é uma ótima notícia, por outro, significa que o Governo decidiu cortar o programa de investimentos federais em aviação regional. Houve uma redução de 270 para 53 no número de aeroportos que passarão por essas obras de ampliação a partir do próximo ano. Vale lembrar que nós queremos fazer e saber quais foram os critérios adotados, pois inúmeros aeroportos ficaram de fora. Por exemplo, em Santa

Catarina, temos vários aeroportos. Se não temos recursos para todos, queremos saber quais foram os critérios e qual é a programação para aqueles que ficaram de fora.

Lembro que o investimento estimado na época era de R$ 7,3 bilhões.

Segundo informou a Pasta dos Transportes, a nova lista é mais realista e adequada

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à situação financeira do Governo Federal. Serão necessários R$ 2,4 bilhões para os investimentos previstos nos 53 aeroportos até 2020. Isso representa um desembolso anual de R$ 300 milhões.

Caros Parlamentares, menciono também o site da Folha de S.Paulo, que informou que o Governo terá uma lista de outras 123 unidades, que poderão receber investimentos à medida que a situação econômica for melhorando, ou se os Estados assumirem os projetos, o que nos deixa mais tranquilo. De acordo com a reportagem, a lista de aeroportos foi reduzida porque 94 projetos foram considerados inviáveis. Ficavam perto de aeroportos já em operação, estavam previstos para locais inadequados, como áreas de preservação, ou não havia demanda.

Lembro que meu Estado, Santa Catarina, no início da implantação do

Programa de Aviação Regional receberia verba para realizar obras estruturais em 13 aeroportos. Agora, após os cortes, apenas dois receberão os investimentos,

Chapecó e Correia Pinto. Ressalto a importância dos nossos aeroportos e esperamos que, assim que a crise financeira do País for “combatida”, os investimentos previstos anteriormente sejam retomados. Após essas informações, vamos correr atrás e batalhar para conseguirmos garantir tais investimentos, assim como temos lutado por inúmeras melhorias no nosso Estado — felizmente temos obtido sucesso.

Lembro, por exemplo, o trabalho que realizamos para a liberação das obras da BR-285. Agora caminhamos para retomar as questões que envolvem a Ferrovia

Litorânea. Nunca desacreditamos e assim também agiremos quanto a essa questão

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dos nossos aeroportos. Afinal, buscamos o aprimoramento da aviação civil brasileira constantemente.

Sr. Presidente, solicito que este pronunciamento receba ampla divulgação pelos meios de comunicação desta Casa.

O Sr. Capitão Augusto, nos termos do § 2º do art.

18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Beto Mansur, 1º Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Tem a palavra o Deputado Carlos

Bezerra.

O SR. CARLOS BEZERRA (Bloco/PMDB-MT. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero apenas comunicar que foi aprovado hoje na CCJ, a Comissão de

Constituição e Justiça e de Redação, meu parecer sobre projeto de lei que cria a

Universidade Federal de Rondonópolis.

Essa matéria foi aprovada também na Comissão de Trabalho, de

Administração e Serviço Público e na Comissão de Educação.

Esse é o grande sonho do sul de Mato Grosso — Rondonópolis é a cidade maior, a cidade polo — e agora está praticamente realizado, com a aprovação final, na CCJ, do projeto que trata da criação da nossa Universidade Federal de

Rondonópolis.

Era somente isso, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Com a palavra o Deputado Celso

Pansera.

O SR. CELSO PANSERA (Bloco/PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero só registrar que ontem nós aprovamos, na Comissão de Ciência e

Tecnologia da Câmara dos Deputados, uma emenda substitutiva ao Projeto de Lei nº 5.425, de 2016, do Deputado Rômulo Gouveia.

Esse projeto de lei cria um importante mecanismo para o financiamento da ciência, da tecnologia e da pesquisa no Brasil, ao permitir que pessoas físicas possam destinar até 10% do seu Imposto de Renda para projetos de pesquisa e que pessoas jurídicas possam destinar até 8% do seu Imposto de Renda também para projetos de pesquisa.

Então, esse projeto, uma antiga reivindicação da comunidade científica e dos setores de inovação do País, vem para complementar o sistema brasileiro de pesquisa, ciência e inovação.

Agora o projeto seguirá para tramitação nas demais Comissões.

Acompanharemos o andamento para que o projeto se torne efetivamente uma realidade e projete o País nesse importante cenário mundial de inovação, pesquisa e ciência.

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O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Com a palavra o Deputado Cabuçu

Borges.

O SR. CABUÇU BORGES (Bloco/PMDB-AP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nós queremos nos congratular com o Estado do Amapá. Em 2009, houve o início da construção binacional da ponte sobre o Rio Oiapoque, ponte que liga a cidade de Oiapoque à cidade de São Jorge, ou melhor, ligando o Brasil ao

Departamento Ultramarino da França, à nossa Guiana Francesa.

Foi aportado o valor de 14 milhões para a construção do pátio, em torno de

21,7 mil metros quadrados, e esse recurso vai ser, também, para cercar, drenar e fazer o acesso até a ponte. Isso é muito gratificante. Falta ainda a estrutura para que possam operar não só os agentes da Polícia Federal, como também os agentes da

Receita Federal. Então, isso é uma notícia alvissareira. Nós precisamos inaugurar essa ponte, que está pronta desde 2011. É um absurdo que um país tão grande, tão potente, com uma potencialidade grande, como é o nosso País, o Brasil, e um

Estado tão alvissareiro como o Estado do Amapá ainda estejam emperrados por conta dessa ponte, que ainda não está, no caso, ligando o Amapá à Guiana

Francesa.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Concedo a palavra ao Deputado Marx

Beltrão.

O SR. MARX BELTRÃO (Bloco/PMDB-AL. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nobres colegas, subo a esta tribuna hoje para tratar de uma proposta que encontra saída viável para reduzirmos as desigualdades econômicas entre as regiões do País.

O Nordeste precisa de uma chance para se desenvolver e ser alcançado pela industrialização. O caminho passa pela via política e depende, principalmente, de incentivo. A definição de áreas com benefícios fiscais, como indica a Proposta de

Emenda à Constituição nº 19, de 2011 — cria a Zona Franca do Semiárido

Nordestino —, é a forma mais efetiva e rápida de atrair investimentos para regiões distantes dos grandes centros financeiros.

A Zona Franca de Manaus gera em torno de 100 mil empregos diretos e outros 400 mil empregos indiretos, e o Amazonas é o único Estado nas Regiões

Norte e Nordeste a gerar superávit para o Governo.

A capacidade de geração de empregos da Zona Franca do Semiárido supera em muito esses números. Impulsionar essa região brasileira é, sem sombra de dúvida, a forma mais significativa de reparar uma dívida histórica. Milhares de nordestinos, sem outra saída em vista, deixam sua terra natal e seus familiares para buscar a sobrevivência nos Estados do Sudeste e do Centro-Oeste.

A proposta da Zona Franca do Semiárido reúne Municípios polos para o desenvolvimento do Nordeste. Em meu Estado, , o Município de Arapiraca, que reúne grande potencial de crescimento, foi incluído na PEC.

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Reforço que a implantação da área de livre comércio, exportação e importação, com incentivos fiscais, transformará a maneira como o investidor brasileiro e o investidor estrangeiro olham para o Nordeste.

O turismo, que já representa a atividade econômica fundamental do Nordeste, será aquecido de saída, em suas múltiplas formas. Além da indústria e do comércio, a Zona Franca atrai o setor hoteleiro e todo o trade turístico. Desperta o interesse para nossas belezas naturais, como as nossas praias, e muda a visão externa das localidades. Isso sem mencionar a expectativa do cidadão que vive nas áreas contempladas pela Zona Franca. Pequenos negócios florescem, crescem; a profissionalização dos moradores é estimulada; e o Índice de Desenvolvimento

Humano dá saltos significativos.

Faço um apelo primeiramente aos colegas da bancada do Nordeste, que conhecem a realidade da região e sabem da relevância da proposta da criação da

Zona Franca do Semiárido.

Falo ainda aos Deputados de Minas Gerais, que têm importante Município do norte do Estado incluído na proposta.

Dirijo-me também ao Presidente Rodrigo Maia para que some esforços em relação a essa proposta e coloque em pauta a PEC da Zona Franca do Semiárido

Nordestino.

Nobres colegas, o Nordeste não precisa ser menos desenvolvido do que outras regiões; o Nordeste não precisa estar condenado a exportar mão de obra para o Sudeste e para o Centro-Oeste. Vejam que, quanto a esse legado, não se trata de um movimento natural da geografia ou da economia. É questão de sensibilidade política e, portanto, de deliberação. Precisamos de condições iguais de

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oportunidade para que as empresas possam migrar para o Semiárido e se desenvolver.

Por isso, é muito importante a votação da PEC 19/11, que trata da criação da

Zona Franca do Semiárido Nordestino.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Tem a palavra o Deputado Augusto

Carvalho.

O SR. AUGUSTO CARVALHO (SD-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há pouco tempo, foi divulgado o relatório de auditoria realizado pelo Tribunal de Contas da União que chegou à conclusão de que os processos implementados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária — INCRA em relação a assentamentos de famílias por meio do Programa

Nacional de Reforma Agrária estavam eivados de vício.

Havia muitas irregularidades, a exemplo de pessoas que jamais poderiam ser contempladas em razão de ocuparem cargos públicos, cargos políticos inclusive, e de terem renda superior aos limites elencados nos programas específicos.

A auditoria deve ter a sua razão de ser. As conclusões devem efetivamente revelar o modo petista de governar, o aparelhamento do Estado, a manipulação de informações. É tudo o que nós vimos até agora no que diz respeito a fundos de pensão, empresas estatais, agências reguladoras. Existe até uma CPI em curso nesta Casa sobre a atuação do INCRA e da FUNAI, a Fundação Nacional do Índio.

Irregularidades graves devem ter sido apontadas e constatadas.

No entanto, Sr. Presidente, não podemos imaginar que, de 1 milhão de famílias que foram assentadas pelo País afora, 500 mil estejam taxadas como irregulares, como manipuladas, como fraudadoras. Eu sei que vários Parlamentares já se manifestaram sobre o tema, mas eu quero fazer um apelo também aos doutos integrantes do Tribunal de Contas da União e à sua assessoria, muito competente, para que possam ser escoimadas desse cadastro as irregularidades. É preciso apoio técnico da rede das Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural, as

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EMATERs, que existe no País, da assistência técnica promovida pelo INCRA, das fontes de crédito, enfim, todo o apoio necessário, para que a agricultura familiar possa prosperar.

É fundamental que esse cadastro seja rapidamente regularizado, a fim de que esses programas possam ser implementados e, dessa forma, a agricultura familiar, focada na produção de alimentos no nosso País, possa favorecer a riqueza nacional, mostrar, com a sua pujança, com a sua capacidade de produção, o seu papel de destaque na economia brasileira.

Muito obrigado.

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V - ORDEM DO DIA

PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:

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O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - A lista de presença registra o comparecimento de 286 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

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O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Passa-se à apreciação da matéria sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia.

Item 1.

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 25-G, DE 2007

(DO SR. BARBOSA NETO)

Discussão, em turno único, do substitutivo do

Senado Federal ao Projeto de Lei Complementar nº 25-F,

de 2007, que altera a Lei Complementar nº 123, de 14 de

dezembro de 2006, para reorganizar e simplificar a

metodologia de apuração do imposto devido por optantes

do Simples Nacional; altera as Leis nºs 9.613, de 3 de

março de 1998, e 12.512, de 14 de outubro de 2011;

revoga dispositivo da Lei nº 8.212, de 24 de julho de

1991; e dá outras providências. Pendente de parecer da

Comissão Especial.

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O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Há sobre a mesa o seguinte requerimento:

Sr. Presidente,

Requeremos, nos termos do parágrafo único do art.

83 do Regimento Interno, a retirada do PLP 25/07,

constante da pauta da presente sessão.

Assina o Deputado Valmir Prascidelli, do PT de São Paulo.

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O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Sr. Presidente, quero encaminhar contra.

O SR. SERGIO SOUZA - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pela

Liderança do PMDB.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, como Vice-Líder do PT, eu digo que, se o acordo é para se fazer apenas a leitura do parecer, ficando a votação para o dia 13, nós concordamos e retiramos o requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Deixe-me dar uma explicação a V.Exa.

Eu conversei com o nosso Líder Afonso Florence e ponderei a ele a possibilidade de retirada deste requerimento. Ele não concordou com a retirada, mas ponderei a ele se haveria a possibilidade...

O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Ele está fazendo a retirada como Vice-Líder.

O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Só um minuto. Deixe-me explicar.

Perguntei se haveria a possibilidade de hoje somente se ler o relatório.

Ponderei isso ao Relator, e ele não concordou. Isso foi o que foi conversado com o

Líder Afonso Florence.

Então, a retirada deste requerimento fica inviabilizada, porque o próprio

Relator da matéria não concordou em ler o relatório totalmente e deixar a votação para outra sessão.

O SR. CARLOS MELLES (DEM-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, data venia, é o seguinte: o PT mais uma vez não está cumprindo o combinado. Ontem, nós todos, com o Deputado Henrique Fontana, com o Deputado

Carlos Zarattini, com todos, combinamos que esta matéria hoje seria a primeira a ser pautada e que, se houvesse quórum, faríamos a leitura e a votação. Foi um acordo

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geral. Não é o Relator que não quer ler; é o PT que não quer votar a Lei Geral das

Micro e Pequenas Empresas. É uma lei do bem, uma lei bendita para o povo brasileiro.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nós o retiramos. O acordo foi feito nesse sentido. Que possamos votar no dia 13 essa matéria, que não é contrária ao interesse do PT!

Sr. Presidente, estamos vendo aqui o plenário esvaziado. Então, eu peço a

V.Exa. que encerre os trabalhos ou que abra os de debate. Não há condição de votarmos.

O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - V.Exa. mantém o requerimento?

O SR. JORGINHO MELLO (PR-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Retire-o, por favor, Deputado Luiz Couto.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Quantos Deputados há na Casa, Sr.

Presidente?

O SR. LUIZ COUTO - Eu retiro, pelo acordo. O próprio Relator não quer fazer a leitura, quer deixar tudo isso para o dia 13.

O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Se V.Exa. retirar o requerimento, que é um requerimento de retirada da matéria da pauta, nós vamos continuar com a proposta.

O SR. LUIZ COUTO - Então, eu mantenho o requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Mantém o requerimento?

O SR. LUIZ COUTO - Claro!

O SR. JORGINHO MELLO - Deputado Luiz Couto, eu quero fazer um apelo a

V.Exa. para que tenhamos um entendimento. Nós não vamos votar nem ler o

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relatório hoje. Apelo a V.Exa. para que retire esse requerimento, para que a matéria fique na pauta e possamos fazer a apreciação no dia 13, por favor.

O SR. LUIZ COUTO - Esse é o acordo. O acordo é esse, para que nós...

O SR. JORGINHO MELLO - Nós não vamos votar hoje nem ler o relatório.

Para que serve esse requerimento?

O SR. LUIZ COUTO - Se há um acordo, o próprio Presidente, de ofício, pode tirar esse item, para votarmos no dia 13 o parecer e tudo o mais.

O SR. JORGINHO MELLO - É isso?

O SR. LUIZ COUTO - Agora queremos encerrar a Ordem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Só um minuto.

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O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Concedo a palavra ao Deputado Sergio

Souza, para uma Comunicação de Liderança, pelo Bloco Parlamentar PMDB/PEN.

O SR. SERGIO SOUZA (Bloco/PMDB-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje é um dia histórico para o nosso País. O Brasil inteiro está focado na sessão que acontece neste exato momento no plenário do Senado Federal. O Senado Federal vota hoje o impedimento da Presidente da República, Dilma Rousseff.

Quais são as razões, Sr. Presidente, meus caros colegas Deputados e

Deputadas, senhoras e senhores, todos aqueles que estão nos assistindo, todos aqueles que estão nos ouvindo neste momento? Por que isso acontece no Brasil?

Quais são as razões deste impeachment? De fato, é traumático. Acredito que nenhum país democrático, como é o Brasil, gostaria de “impeachmar” um presidente da república. Se é traumática a cassação de um prefeito num dos Municípios mais humildes pelo interior deste País, pelo interior do meu Estado, o Paraná; se é traumático quando se afasta um governador de Estado em uma das 27 unidades federativas, imaginem o trauma que nós não teremos, e temos, ao “impeachmar” um presidente da República? Mas é necessário. Precisamos entender isso.

Aqueles que leram os jornais, aqueles que assistiram aos telejornais ontem puderam perceber o tamanho do desemprego no nosso País. Chegamos a 11,8 milhões de desempregados, 11,6% da população! É o maior nível de desemprego dos últimos tempos, pelo menos na nossa recente história democrática.

Senhoras e senhores, por que chegamos ao fundo do poço? O maior problema foi a corrupção, que tomou conta do Governo anterior, e foi permitida pela

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Presidência da República e por todos aqueles que estavam no comando naquele momento.

Fiquemos aqui tão somente com dois casos. Primeiro, o caso da

PETROBRAS. Dados não oficiais da Lava-Jato, números divulgados pela imprensa revelaram um rombo em torno de 10 bilhões! Quanto valem 10 bilhões? O que se pode comprar com 10 bilhões? Uma cidade inteira? Prédios? Aviões? Um país pequeno da África? Nós não temos noção do poder aquisitivo de 10 bilhões.

O problema não são os 10 bilhões. O problema é que PETROBRAS valia, no seu auge, no auge do pré-sal, 300 bilhões de reais. Estava entre as top 10, as dez maiores empresas do planeta, e hoje, minha gente, não vale 100 e deve 200. E quem vai pagar essa conta toda? Você, cidadão brasileiro, todos nós. Nós vamos pagar a conta toda. Mas como? Em que momento? Já estamos pagando!

Vamos fazer uma reflexão bem rápida. Qual é o valor do litro da gasolina hoje? Quanto ele valia há 2 anos? Quanto você, cidadão, paga de energia elétrica hoje na sua residência, na sua empresa? Quanto pagava há 2 anos?

Estelionato eleitoral foi promovido em 2014. Diziam que o melhor ainda estava por vir, que poderiam reduzir impostos e a taxa de energia elétrica. Tudo isso foi uma ilusão para se ganhar uma eleição, para se manter no comando a corrupção.

Quem usa petróleo? Todos nós, da criança que nasce neste momento ao mais experiente deste País. Todos nós usamos petróleo. Ele está na chupeta do bebê; no combustível que alimenta a máquina no campo, que colhe o alimento que alimenta o planeta; no sapato que se calça; no veículo que nos transporta; no preço da passagem de ônibus, de metrô. Ele está em tudo. O petróleo corresponde a 13% do PIB nacional. Nós vamos pagar a conta.

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E não é só isso. Onde havia dinheiro, o aparato foi montado para fraudar o

País inteiro. Como Deputado Federal eleito pelo meu Estado, o Paraná, tive o privilégio, em 2015 e em 2016, de ser Relator de uma CPI, a CPI dos Fundos de

Pensão. Nós investigamos quatro fundos de pensão: PREVI, do Banco do Brasil;

FUNCEF, da Caixa Econômica Federal; POSTALIS, dos Correios e PETROS, da

PETROBRAS. Senhoras e senhores, pasmem! Em 5 anos, somente esses quatro fundos de pensão tiveram um déficit de 150 bilhões de reais!

O que impacta na minha vida e na sua vida, cidadão que está nos ouvindo, que está nos assistindo, o fato de um fundo de pensão, do Banco do Brasil, da

PETROBRAS, da Caixa Econômica Federal ou dos Correios, ter tido déficit em todos esses anos? Tudo! Você vai pagar a conta. Vai!

A composição dos fundos de pensão que servem para pagar a aposentadoria dos trabalhadores desses órgãos é feita paritariamente: metade sai do bolso do trabalhador, e a outra metade sai do bolso do contribuinte, que é dono dos Correios, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da PETROBRAS.

Para que seja reposto esse dinheiro aos fundos de pensão, vão ficar mais caras as tarifas bancárias; vão aumentar os juros, que já subiram nos últimos anos

(estamos pagando a conta); será mais difícil o acesso à casa própria, pois os juros estarão mais altos; vai subir o preço do combustível; vai ser mais caro o serviço que entrega as correspondências que você recebe em casa, como boletos, conta de

água, conta de energia. Todos nós vamos pagar a conta.

Em apenas 15 casos que foram objeto de aprofundamento da CPI dos

Fundos de Pensão, nós apontamos 6,8 bilhões de roubo! Roubo, minha gente! A nossa CPI já gerou uma força-tarefa da Polícia Federal, e algumas pessoas já estão

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na cadeia. A nossa CPI gerou uma força-tarefa do Ministério Público Federal, do

Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, a qual está tendo desdobramentos.

Há 2 semanas, o POSTALIS, que é o instituto de previdência dos Correios, apresentou uma ação judicial de cobrança contra o BNY Mellon, o maior banco de fundos de pensão do mundo, com um patrimônio de 30 trilhões de dólares. O

POSTALIS, que é um fundo de pensão mediano no Brasil, com um capital em torno de 7 bilhões, 8 bilhões, tem um déficit de 7 bilhões, e só o BNY deu um prejuízo de 5 bilhões aos carteiros, aos trabalhadores dos Correios do Brasil.

Por que isso tudo aconteceu? Isso aconteceu porque foi permitido, do

Presidente da República ao Ministro-Chefe da Casa Civil, ao Ministro do

Planejamento, aos Ministros da ponta, da atividade-fim do Governo. Todos eles estão sob a égide de uma única pessoa que tem a responsabilidade de comandar o

País, que é um presidente da república.

O Brasil voltou ao PIB de 5 anos atrás, de 2011. Nós já fomos a sexta maior economia do planeta. Agora, somos a nona. Tivemos que promover aqui, Deputado

Luiz Carlos Hauly, um ajuste fiscal de 170 bilhões. O que significa isso? Nós encolhemos! Sou Relator do orçamento da educação neste ano, e há uma previsão de redução de 20% do orçamento da educação, não porque o Governo está querendo diminuir o investimento da educação, mas porque diminuiu o dinheiro.

Isso é trágico! Estamos em recessão! E é importantíssima a decisão que o

Senado da República tomará hoje: o impedimento de quem teve a responsabilidade de controlar o País e não adotou as medidas de combate à corrupção para que não chegássemos a este ponto!

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Por isso, declaro o meu inteiro apoio ao novo Presidente da República, Michel

Temer.

Sr. Presidente, requeiro a V.Exa. que este pronunciamento seja divulgado pelos meios de comunicação desta Casa.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Eu quero fazer um questionamento ao

Deputado Luiz Couto.

V.Exas. apresentaram requerimentos de retirada de outros projetos da pauta, além do projeto sobre o Super-SIMPLES. Já fizemos um acordo que, em relação ao do Super-SIMPLES, haverá a retirada do requerimento, e o Relator concordou em não realizar a leitura e deixar para o dia 13, para que possamos fazer a leitura do relatório e também a sua votação.

Pergunto isso a V.Exa. porque nós temos mais três ou quatro projetos, que são simples, projetos de decreto legislativo, em relação aos quais o PT também tem pedido de retirada.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o acordo é no sentido de que possamos encerrar a Ordem do Dia.

Poderia continuar a discussão, o debate. O acordo seria para encerrar a Ordem do

Dia, e essa matéria seria a primeira a ser colocada em pauta para votação no dia 13, uma vez que também somos favoráveis à aprovação deste projeto e dos outros também.

V.Exa. compreende que hoje é um dia em que não dá para ficarmos discutindo outras matérias, uma vez que o próprio plenário está esvaziado e é importante a presença dos Srs. Parlamentares nesta Casa.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Então continuaremos com a sessão, sem a Ordem do Dia, até que horas,

Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Está encerrada a Ordem do Dia.

O restante desta sessão será destinado aos debates.

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O SR. LUIZ CARLOS HAULY - Continua a mesma ordem anterior?

O SR. PRESIDENTE (Beto Mansur) - Perfeito.

Concedo a palavra ao Deputado Luiz Carlos Hauly.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nesta manhã em que a democracia brasileira se consolida, em que o Parlamento brasileiro se consolida e se fortalece perante a Nação brasileira, quero tecer algumas considerações sobre todo esse processo de impeachment.

O impeachment foi inserido na Constituição brasileira pelos republicanos em

1891, através de proposta de Rui Barbosa, Benjamin Constant e tantos outros constitucionalistas da primeira Assembleia Nacional Constituinte republicana. A partir de então, em todos os textos constitucionais, o instrumento do impeachment estava presente, como o instrumento de proteção do povo contra maus governantes, contra governantes incompetentes e corruptos.

Esse instrumento foi utilizado duas vezes na história republicana brasileira. O primeiro caso é o do impedimento de Fenando Collor de Mello, e o outro está sendo concluído hoje, 31 de agosto de 2016, no Senado da República.

A Câmara dos Deputados já fez a sua parte, 70% dos integrantes desta Casa aprovaram a admissibilidade do processo. Dos 513 Deputados Federais, 367 disseram, de viva voz, “sim” à abertura do processo de impeachment.

Hoje ocorrerá o encerramento, em sessão presidida pelo Presidente do

Supremo Tribunal Federal.

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A Presidente Dilma Rousseff teve ampla condição de defesa. Os seus defensores, o seu advogado e também seus opositores tiveram espaço, bem menor do que o dela, mas puderam se manifestar.

A advogada Dra. Janaína Paschoal representou Hélio Bicudo, ex-petista, fundador do PT nacional, homem honrado e de probidade consolidada neste País.

Foi o primeiro signatário desse processo de impeachment.

Sr. Presidente, quero dizer da minha satisfação e, ao mesmo tempo, do encargo de ter participado, pela segunda vez, de um processo tão doloroso, tão duro, mas de tanta responsabilidade democrática. Como democrata defensor do princípio republicano da tripartição dos poderes, como social-democrata cristão, vejo que a democracia, na sua plenitude, na sua beleza, dá-nos a possibilidade de tirar um Presidente da República mesmo num regime presidencialista imperial — nós derrubamos o Império, em 1889, mas não a forma imperial de governar, de concentração de poder no Executivo.

Nesta data, Presidente Izalci, nós reinauguramos o processo democrático brasileiro, em que o Parlamento, a Câmara e o Senado, o mais fraco dos entes, infinitamente mais fraco que o Judiciário e infinitamente mais fraco que o Executivo, recupera sua força. Que esta força venha e permaneça sobre a Câmara e o Senado, para que as reformas políticas, para que a reforma do Estado, para que a reforma tributária, para que as reformas deste País possam apontar para o horizonte do amanhã, recuperando tudo o que o Brasil perdeu nesses últimos 13 anos!

Eu espero que o Presidente Michel Temer, que vai assumir na tarde de hoje o cargo, aja pensando nas próximas gerações e não nas próximas eleições. Que ele se consagre com seu mandato! Que ele faça a tarefa de casa! Que ele possa

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conduzir corretamente este País sofrido, que está enfermo, que está com o sistema de saúde enfermo, com um sistema educacional que não cumpre aquelas atribuições que qualquer país desenvolvido do mundo já cumpriu!

Que o Estado brasileiro, liderado por Michel Temer e por esta Casa, e o

Presidente da Câmara e o do Senado, junto com o Supremo Tribunal Federal, sejam proativos no processo de reconstrução da ordem política, da segurança jurídica, da estabilidade política e da estabilidade econômica.

Sr. Presidente, peço a transcrição, na íntegra, do editorial do jornal O Estado de S.Paulo de hoje, intitulado O fim do torpor, para que seja parte integrante do meu discurso. Excelente iniciativa que O Estado de S.Paulo, um dos maiores jornais deste País, tomou hoje!

Que o Brasil viva o amanhã! E volte o sorriso para o rosto de milhões de brasileiros!

EDITORIAL A QUE SE REFERE O ORADOR

O fim do torpor O impeachment da presidente Dilma Rousseff será visto como o ponto final de um período iniciado com a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, em que a consciência crítica da Nação ficou anestesiada. O impeachment da presidente Dilma Rousseff será visto como o ponto final de um período iniciado com a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, em que a consciência crítica da Nação ficou anestesiada. A partir de agora, será preciso entender como foi possível que tantos tenham se deixado enganar por um político que jamais se preocupou senão consigo mesmo, com sua imagem e com seu projeto de poder; por um demagogo que explorou de forma inescrupulosa a imensa pobreza nacional para se colocar moralmente acima das instituições republicanas; por um líder cuja aversão à democracia implodiu seu próprio partido,

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transformando-o em sinônimo de corrupção e de inépcia. De alguém, enfim, cuja arrogância chegou a ponto de humilhar os brasileiros honestos, elegendo o que ele mesmo chamava de “postes” – nulidades políticas e administrativas que ele alçava aos mais altos cargos eletivos apenas para demonstrar o tamanho, e a estupidez, de seu carisma. Muito antes de Dilma ser apeada da Presidência já estava claro o mal que o lulopetismo causou ao País. Com exceção dos que ou perderam a capacidade de pensar ou tinham alguma boquinha estatal, os cidadãos reservaram ao PT e a Lula o mais profundo desprezo e indignação. Mas o fato é que a maioria dos brasileiros passou uma década a acreditar nas lorotas que o ex-metalúrgico contou para os eleitores daqui. Fomos acompanhados por incautos no exterior. Raros foram os que se deram conta de seus planos para sequestrar a democracia e desmoralizar o debate político, bem ao estilo do gangsterismo sindical que ele tão bem representa. Lula construiu meticulosamente a fraude segundo a qual seu partido tinha vindo à luz para moralizar os costumes políticos e liderar uma revolução social contra a miséria no País. Quando o ex-retirante nordestino chegou ao poder, criou-se uma atmosfera de otimismo no País. Lá estava um autêntico representante da classe trabalhadora, um político capaz de falar e entender a linguagem popular e, portanto, de interpretar as verdadeiras aspirações da gente simples. Lula alimentava a fábula de que era a encarnação do próprio povo, e sua vontade seria a vontade das massas. O mundo estendeu um tapete vermelho para Lula. Era o homem que garantia ter encontrado a fórmula mágica para acabar com a fome no Brasil e, por que não?, no mundo: bastava, como ele mesmo dizia, ter “vontade política”. Simples assim. Nem o fracasso de seu programa Fome Zero nem as óbvias limitações do Bolsa Família arranharam o mito. Em cada viagem ao exterior, o chefão petista foi recebido como grande líder do mundo emergente, mesmo que seus grandiosos projetos fossem apenas expressão de megalomania, mesmo que os sintomas da corrupção endêmica de seu governo já estivessem suficientemente claros, mesmo diante da retórica debochada que menosprezava qualquer manifestação de oposição. Embalados pela onda de simpatia internacional, seus acólitos chegaram a lançar seu nome para o Nobel da Paz e para a Secretaria-Geral da ONU.

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Nunca antes na história deste país um charlatão foi tão longe. Quando tinha influência real e podia liderar a tão desejada mudança de paradigma na política e na administração pública, preferiu os truques populistas. Enquanto isso, seus comparsas tentavam reduzir o Congresso a um mero puxadinho do gabinete presidencial, por meio da cooptação de parlamentares, convidados a participar do assalto aos cofres de estatais. A intenção era óbvia: deixar o caminho livre para a perpetuação do PT no poder. O processo de destruição da democracia foi interrompido por um erro de Lula: julgando-se um kingmaker, escolheu a desconhecida Dilma Rousseff para suceder-lhe na Presidência e esquentar o lugar para sua volta triunfal quatro anos depois. Pois Dilma não apenas contrariou seu criador, ao insistir em concorrer à reeleição, como o enterrou de vez, ao provar-se a maior incompetente que já passou pelo Palácio do Planalto. Assim, embora a história já tenha reservado a Dilma um lugar de destaque por ser a responsável pela mais profunda crise econômica que este país já enfrentou, será justo lembrar dela no futuro porque, com seu fracasso retumbante, ajudou a desmascarar Lula e o PT. Eis seu grande legado, pelo qual todo brasileiro de bem será eternamente grato. O Sr. Beto Mansur, 1º Secretário, deixa a cadeira

da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Izalci, nos termos

do § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Tem a palavra o Deputado Pompeo de Mattos.

O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós aprovamos ontem nesta Casa o marco regulatório dos bingos. E eu estou orgulhoso de terem sido aprovadas duas proposições de minha autoria.

Uma legaliza o , como loteria municipal. Quem tem medo do jogo do bicho? Quem não joga o jogo do bicho? Nós precisamos estabelecer isso de

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maneira clara, transparente. Chega de hipocrisia! Vamos legalizá-lo, cobrar impostos, destinar esse dinheiro para a saúde e para a educação. Enfim, vamos melhorar a vida, legalizar, fiscalizar e dar transparência a isso.

A outra proposta de minha autoria foi aprovada em conjunto com o relatório e o substitutivo do próprio projeto dos bingos. Essa nova legislação sobre os bingos faz referência a estâncias hidrominerais no meu Estado do Rio Grande do Sul, em

Iraí, Sarandi, Barra Funda.

Nós queremos uma lei, Sr. Presidente, que estabeleça que haverá fiscalização da Polícia Federal, da Polícia Estadual, da Polícia Municipal, do Fisco

Federal, do Fisco Estadual, do Fisco Municipal. Não temos que ter medo de ninguém. Transparência, clareza, seriedade! Não vamos brincar com coisa séria.

Eu tenho orgulho de ter dado a minha contribuição e constatado a aprovação desses dois projetos de minha autoria.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Esperidião

Amin. (Pausa.) Ausente do plenário.

Tem a palavra o Deputado Vicentinho. (Pausa.) Ausente do plenário.

Tem a palavra o Deputado Leonardo Monteiro. (Pausa.) Ausente do plenário.

Tem a palavra o Deputado Luiz Couto, por 1 minuto.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 25 de agosto deste ano, dois paraibanos foram presos no Município de Lajeado, Rio Grande do Sul, suspeitos de exploração de trabalho em regime de escravidão. Esses dois agenciadores buscavam trabalhadores na Paraíba. Ofereciam empréstimos financeiros à maioria deles. Para

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pagar os empréstimos, trabalhadores eram obrigados a entrar em um caminhão baú e a viajar ao sul do País para trabalhar de forma totalmente precária. As camas dessas trabalhadores eram redes, lençóis ou sacos de lixo, dentro de um caminhão baú.

Sr. Presidente, peço que este pronunciamento seja considerado como lido na

íntegra e divulgado pelos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, novamente encontramos casos estarrecedores que envolvem trabalhadores que, com a esperança de um futuro melhor, acabam sendo escravizados pela chantagem ou mesmo pelo sistema financeiro que tanto ilude, destrói — escraviza milhões de brasileiros dia após dia.

No dia 25 de agosto deste ano, dois paraibanos foram presos no Município de

Lajeado, no Rio Grande do Sul, suspeitos de exploração de trabalho em regime de escravidão.

Esses dois agenciadores buscavam trabalhadores ainda na Paraíba.

Ofereciam empréstimos financeiros à maioria deles. Para pagar os empréstimos, trabalhadores eram obrigados a entrar em um caminhão baú e a viajar ao sul do

País para trabalhar de forma totalmente precária. Suas camas eram redes, lençóis ou sacos de lixo, dentro de um caminhão baú. Aqueles que talvez estivessem exaustos e não aceitavam certas situações degradantes eram torturados,

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ameaçados e trancados em uma jaula que ficava dentro do próprio caminhão no qual dormiam.

Esse é mais um caso do lado obscuro do sistema ilusório e financeiro, um sistema onde as leis são desrespeitadas por muitos. Não cumprem de forma correta o que diz a Constituição Brasileira em seu Capítulo II, Dos Direitos Sociais:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a

alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança,

a previdência social, a proteção à maternidade e à

infância, à assistência aos desamparados, na forma desta

Constituição.

Art 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e

rurais, além de outros que visem à melhoria de sua

condição social: (...)

Esses concidadãos, desrespeitados, eram tratados de forma imprópria, essas pessoas exerciam a função como escravos. As nossas leis nos dão uma noção básica daquilo que nosso trabalhador necessita para sobreviver com um mínimo de dignidade.

Para tanto, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o que ainda precisamos discutir de forma ampla são as medidas urgentes para transformarmos o trabalhador escravo em trabalhador digno em seu local de trabalho. Esse hábito que destrói o nosso trabalhador, matando-lhe a esperança e o direito a viver com dignidade, precisa ser exterminado da Paraíba e do Brasil.

Em relação ao assunto abordado, quero chamar a atenção para o que virá em decorrência desta horrenda situação política vivenciada durante este período de

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golpe. Se hoje Michel Temer assumir de forma golpista a Presidência da República, teremos, com as reformas trabalhistas que desejam implantar no Brasil, o aumento do trabalho escravo, e desta vez será um trabalho escravo legal. E o povo lutou durante anos para que fosse considerado ilegal.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Hildo Rocha.

(Pausa.) Ausente do plenário.

Tem a palavra a Deputada Janete Capiberibe. (Pausa.) Ausente do plenário.

Tem a palavra o Deputado Eduardo Cury. (Pausa.) Ausente do plenário.

Tem a palavra o Deputado Luiz Carlos Hauly.

O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu não poderia deixar de elogiar a Frente Parlamentar

Evangélica do Congresso Nacional, que emitiu uma nota — assinada pelo Deputado

João Campos e por todos os Deputados evangélicos — contra a liberação dos jogos no Brasil, contra a liberação da jogatina, contra o azar e a favor da família brasileira.

Jogatina não é fonte de riqueza, não gera riqueza! Ela gera destruição da família. Não é agricultura, não é indústria, não é algo de profissional liberal que tem produção intelectual, não é produção científica. Ela extrai o dinheiro das famílias brasileiras endividadas que usam seus salários que elas conseguiram com suor para comprar comida, remédio e roupa!

Portanto, não à jogatina! Não à jogatina! Não à jogatina!

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Tem a palavra o Deputado Cabo Daciolo.

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O SR. CABO DACIOLO (Bloco/PTdoB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Glória a Deus! Glória a Deus! Momento importante da história do Brasil! O

País clama por mudança, e eu venho aqui dizer a todos que Michel Temer não representa a mudança. O PT e o PMDB, Dilma e Michel Temer, por 13 anos, agiram vendendo o País, aumentando impostos, tirando direitos dos trabalhadores.

Lembro a todos que votei “sim” ao impeachment de Dilma, como também entrei com processo de impeachment contra Michel Temer. Sempre falei aqui: “Fora,

Dilma! Fora, Temer! Fora, Cunha! Fora, Renan Calheiros!” Mas eu preciso lembrar a todos que, todas as vezes em que Dilma viajava, quem se sentava na cadeira de

Presidente era Michel Temer. E os decretos sem número que Dilma assinou Michel

Temer também assinou. De novembro de 2014 até julho de 2015, Michel Temer assinou decretos sem número no valor de 10 bilhões e 800 milhões de reais. Então, fora, Temer!

O que eu quero dizer aqui é que fazer esta luta de forma natural é impossível.

Eu já visualizei que é impossível. Existe um mundo espiritual e existe um mundo carnal. Eu prefiro seguir a tese do mundo espiritual. Eu abro agora a Bíblia, na

Segunda Epístola aos Coríntios, Capítulo 10, Versículos 3 e 4, e leio:

Pois, embora vivamos como homens, não lutamos

segundo os padrões humanos.

As armas com as quais lutamos não são humanas;

pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir

fortalezas.

Eu quero dizer a todos os adoradores de Satanás: prestem atenção, os senhores são e estão derrotados, em nome do Senhor Jesus Cristo! Todos os

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demônios que cercam o Congresso Nacional, todos os demônios que cercam a

Nação, saiam, em nome do Senhor Jesus Cristo!

Quero dizer ao Sr. Presidente temporário Michel Temer que os homens fazem planos, mas a última palavra é do Senhor.

Quero dizer a todos: juntos, somos fortes, nenhum passo daremos para trás, e Deus está no controle.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - O próximo orador é o Deputado Goulart.

(Pausa.) Ausente do plenário.

Com a palavra o Deputado Cabuçu Borges. (Pausa.) Ausente do plenário.

Com a palavra o Deputado Carlos Bezerra. (Pausa.) Ausente do plenário.

Com a palavra o Deputado Vitor Lippi.

Antes, concedo 1 minuto ao Deputado Valdir Colatto.

O SR. VALDIR COLATTO (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, está acontecendo nesta Casa o

16º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, onde nós apresentamos o Projeto de Lei nº 4.860, de 2016, do marco regulatório, que está sendo discutido. Nós precisamos trazer para esta Casa uma discussão profunda para levar soluções para o setor de transporte de cargas, que é uma opção do País para o transporte de mercadorias.

Precisamos, então, dar respaldo e resolver os problemas. Primeiro, temos que resolver os problemas das estradas, de logística, dos pontos de parada, a questão trabalhista. São problemas que hoje afligem todo o setor de transporte e para os quais nós precisamos buscar soluções.

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Essas liminares estão discutindo ponto a ponto, nós vamos receber essas sugestões na Comissão Especial do Marco Regulatório do Transporte de Cargas do

Brasil e, com isso, poderemos fazer, então, uma legislação que venha regulamentar todo esse processo de transporte de cargas que realmente nós precisamos. Mas o

Governo precisa fazer a sua parte.

Nós aprovamos a Lei nº 13.103, chamada a Lei dos Motoristas, que prevê que o governo teria que fazer os pontos de parada nas rodovias; agora, as concessionárias terão que fazer isso, daqui para frente; as que terão seu contrato vencido, na recomposição do contrato, terão que fazê-lo de novo, mas é preciso que o Brasil e o Governo se preocupem com isso. Nós exigimos pontos de parada e não damos condições para que os caminhoneiros possam parar, e aí vem o Ministério do

Trabalho e acaba multando os transportadores, os autônomos, os motoristas.

Enfim, o Brasil vive um conflito no setor de transporte rodoviário que nós precisamos urgentemente solucionar, e esse Seminário Brasileiro, com certeza, vai trazer luzes para que nós possamos fazer o projeto ouvindo a classe. Obrigado, Sr.

Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Com a palavra o Deputado Vitor Lippi.

O SR. VITOR LIPPI (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero fazer o meu pronunciamento neste dia histórico para o Brasil.

O Brasil vem sofrendo muito, o Brasil e os brasileiros. Infelizmente, esse

Governo deixou uma herança que é um desastre para o Brasil. Nós temos hoje próximo de 12 milhões de desempregados, o que desespera as famílias brasileiras.

Temos mais de 2 milhões de empresas fechadas, são mais de 100 mil lojas; o Brasil está empobrecido. Hoje, mais de 40 milhões de brasileiros não conseguem pagar

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suas contas; além disso, nós vemos a maior crise de financiamento da história do

SUS, o que faz com que os hospitais tenham as maiores filas históricas para fazer as cirurgias e as internações.

Não bastasse isso, o País está cansado, Sr. Presidente. Está cansado da mentira. Está cansado das ameaças e das agressões do MST. Está cansado das agressões que sofre muitas vezes por militantes que são financiados com dinheiro do Governo, para financiar o partido, mobilizando, muitas vezes, ações que trazem agressões nas ruas brasileiras.

O Brasil está cansado do bolivarianismo, que não deu certo em nenhum país e que nos levou a fazer escolhas erradas, investindo em países. Isso levou dinheiro dos brasileiros para investir em outros países, como Venezuela, como Cuba, empobrecendo ainda mais o nosso País.

Por tudo isso, nós entendemos que chegou a hora. Chegou a hora da mudança. Chegou a hora da esperança, de retomar o crescimento e o desenvolvimento do Brasil. Os brasileiros merecem mais verdade, mais competência, mais responsabilidade, mais compromisso com o Brasil e com os brasileiros. Por isso, eu quero deixar aqui a minha alegria por essa decisão do

Congresso Nacional.

Agradeço a todos aqueles que participaram dos movimentos pró- impeachment deste País, porque, sem dúvida, nós estamos fazendo algo que vai reconduzir o Brasil para a retomada dos empregos e do desenvolvimento.

Sr. Presidente, eu gostaria de solicitar também que o nosso pronunciamento fosse levado para os nossos meios de divulgação desta Casa. Agradeço muito.

Viva o Brasil!

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa.

Concedo 1 minuto ao Deputado Roberto Britto.

O SR. ROBERTO BRITTO (Bloco/PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero dar como lido o discurso que fiz homenageando o nosso Governador Rui Costa, do Estado da Bahia, que, juntamente com o Secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, inaugurou, em Vitória da

Conquista, mais uma Unidade de Pronto-Atendimento — UPA, que por certo irá melhorar muito a qualidade de vida das pessoas que precisam de atendimento na

área de saúde lá no Município de Vitória da Conquista.

Parabenizo também a Secretaria de Saúde, que agora recentemente, em parceria com o Laboratório Cristália, conseguiu viabilizar a fabricação, a produção de medicamentos para o combate do câncer. Então, isso de certa forma vai melhorar muito a situação das pessoas portadoras de diversos tipos de câncer, que por certo também irão ser beneficiadas.

Peço que meu pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil,

Sr. Presidente.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em sua incansável peregrinação pelo interior do Bahia, numa acertada iniciativa de aproximar o seu Governo do povo baiano, o Governador Rui Costa esteve, nesta segunda-feira (dia 22 de agosto) em

Vitoria da Conquista, onde deu mais um passo importante no sentido de melhorar a

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qualidade de serviços públicos de saúde prestados à nossa população. Lá o

Governador entregou à população uma nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a maior do interior da Bahia.

Com funcionamento em tempo integral e capacidade de até 450 atendimentos diários, a unidade de saúde fez parte de uma série de ações realizada pelo Governo do Estado no Município, como a autorização de convênio para produção de medicamento para tipos de câncer, a entrega de viaturas para a polícia e a liberação de funcionamento para o conjunto penal da cidade, como informa a área de comunicação do Governo.

Somados a obra e os equipamentos, a UPA teve um investimento de R$ 5,6 milhões e deve contribuir significativamente para descentralizar a assistência de baixa complexidade e descongestionar o Hospital Geral de Vitória da Conquista

(HGVC), concentrando os atendimentos de urgência e emergência. As instalações no Bairro Jardim Alvorada foram visitadas pelo Governador, que elogiou a estrutura e reforçou a importância dessa entrega.

Ao se dirigir aos presentes, o Governador disse que a UPA vai melhorar muito o perfil de atendimento do hospital, liberando pacientes de baixa complexidade e com isso atendendo com mais dignidade o povo de Conquista e região. Informou ele que esses investimentos se complementam com outros, numa estratégia de regionalizar a saúde, e que o seu Governo está montando, no entorno de cidades como Vitória da Conquista, uma estrutura de saúde, inclusive com atendimento de alta complexidade, para que as pessoas não precisem viajar para Salvador e outras cidades maiores para receberem o atendimento que precisam, o que nos parece uma estratégia acertada para enfrentar as dificuldades enfrentadas pela população.

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Ainda na área de saúde, o Governo do Estado autorizou os entendimentos entre a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico,

Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (BAHIAFARMA) e o Laboratório

Cristália, para que produzam medicamentos para o tratamento de diferentes tipos de câncer, principalmente o de mama, e da doença falciforme. Os medicamentos atenderão ao SUS em todo o País e poderão ainda ser exportados para países da

América Latina.

Na planta industrial serão produzidos fármacos para tratamento de tumores

(Tamoxifeno e Capecitabina) e da doença falciforme (Hidroxiureia), a fim de atender

à demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o País.

Presente ao evento em Conquista, o Secretário de Saúde, Fábio Vilas-

Boas, afirmou que a subsidiária da BAHIAFARMA solucionará definitivamente a demanda dos pacientes com anemia falciforme, já que, segundo ele, “O mercado brasileiro sofre com irregularidade no abastecimento do medicamento importado”.

Sr. Presidente, como já dissemos desta tribuna, amparado em informações da direção da BAHIAFARMA e da própria Secretaria Estadual de Saúde, a Bahia

possui a maior incidência da doença no Brasil, por se tratar de uma disfunção que atinge principalmente a população negra. De acordo com o Secretário Vilas-Boas, mais de 4 mil pessoas estão cadastradas na Fundação de Hemoterapia e

Hematologia da Bahia (HEMOBA) com a doença, que deve ser diagnosticada logo após o nascimento, através do teste do pezinho. Estima-se, Sr., Presidente, que a cada 650 nascidos vivos um possui a doença e traço falciforme.

Na mesma ocasião, o Governador Rui Costa autorizou o funcionamento total do Conjunto Penal de Vitória da Conquista. Depois de reformado com recursos de

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aproximadamente R$ 32 milhões, o complexo ganhou 746 novas vagas e vai permitir a transferência de presos de delegacias para a cadeia pública moderna e estruturada. O benefício no setor também chegou para os Municípios de Barra do

Choça, Planalto e Mortugaba, que receberam uma nova viatura cada, para reforço no policiamento.

Na próxima quinta-feira (dia 25 de agosto), o Governador Rui Costa cumprirá agenda no Município de Candeal, onde assinará autorização para início das obras de extensão das redes de distribuição de água e ligações domiciliares dos povoados de Macacos, Quatro Estradas, Chapada de Candeal e, no Município de Ichu, os povoados de Canavial, Alto Alegre, Massapé e Consolo.

No dia seguinte, sexta-feira, em Una, no Sul da Bahia, o Governador visitará as obras de construção da montadora Yasuna Motors do Brasil e entregará a pavimentação das ruas do Distrito de Colônia, a unidade básica de saúde do Bairro

Outeiro, seis viaturas para renovação da frota locada da Polícia Militar, o que vai beneficiar, além de Una, os Municípios de Buerarema, Ilhéus, Jussari e Mascote.

No mesmo dia, às 14 horas, o Governador entrega em Uruçuca o Ginásio de

Esportes Talmo Régis Farias e inaugura a Praça da Ciência. Além disso, ele assina autorização para o início das obras de sinalização de trânsito e entrega cinco viaturas para renovação da frota locada da Policia Militar, um benefício para os

Municípios Uruçuca, Itajuípe, Itacaré, Itapitanga e Maraú.

Já no sábado (dia 27 de agosto), Rui Costa inaugura a pavimentação da rodovia BA-545, trecho entre a BR-420 e a BA-545 (Travessia Urbana), além de visitar um colégio estadual.

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Ao trazer a esta Casa informações relacionados à agenda do nosso

Governador, tenho a convicção de estar possibilitando aos brasileiros e aos baianos, em especial, a oportunidade de saber um pouco mais do gigantesco esforço que Rui

Costa vem fazendo para mudar para melhor a vida dos baianos e dar continuidade ao projeto de transformação social iniciado no meu Estado pelo ex-Governador

Jaques Wagner.

Peço, Sr. Presidente, que determine a divulgação deste pronunciamento através de todas as mídias da Câmara dos Deputados, em especial o programa A

Voz do Brasil.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Passo imediatamente a palavra, para falar pela

Liderança do PSDB, ao Deputado Caio Narcio.

O SR. CAIO NARCIO (PSDB-MG. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, amigos e amigas, por que não dizer, brasileiros e brasileiras, hoje é um dia importante para a história da democracia brasileira.

Primeiro, quero dizer que não é um dia feliz, é um dia de tristeza. É um dia de tristeza porque mais uma vez o Brasil recorre à ruptura de um processo que estava em andamento. Mas é importante dizer que todo esse processo merece e precisa ser visto como um processo de amadurecimento democrático do nosso Brasil, um processo do qual as instituições saíram fortalecidas. E a vontade da população expressa nas ruas foi contaminando a vontade dos Parlamentares, que fizeram a sua participação aqui dentro: vocacionar a vontade das ruas, que, insatisfeitas com o

Governo que levava o Brasil a um caminho, a um desgoverno, repleto de desatenções e de mentiras, pediram que esse Governo pudesse sair da condução do nosso País.

Hoje não é um dia feliz para ninguém, mas é um dia importante por se saber que está, neste momento, acontecendo o último dia desse processo tão longo de impeachment, que correu em Comissões dentro da Câmara dos Deputados, que aconteceu com a sua admissibilidade no Senado e, neste momento, está acontecendo sob a condução do Presidente do STF. Quer dizer que todas as instituições participaram de cada passo desse processo que está acontecendo.

Portanto, refuto qualquer oportunidade de colocar aqueles que deixam o poder neste momento a tentar desapreciar, desmerecer ou desvalorizar o acontecimento. Muitos podem até não concordar, e este é o direito de cada um, mas não podem, de

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maneira leniente, fazer o seu parecer tentando desfazer esse processo limpo, correto, que aconteceu durante todo esse tempo.

Mas eu quero dizer agora palavras de futuro. Eu não votei no Presidente

Michel Temer para conduzir o nosso País. Na verdade, o que eu quero é que o nosso País volte a encontrar o seu caminho, volte a encontrar um tempo de prosperidade, que voltemos a reunificar o nosso País e que o Brasil possa novamente encontrar a união daqueles brasileiros aguerridos e trabalhadores, que tanto têm sofrido com este momento transitório da democracia do Brasil; que nós possamos, a partir de agora, fazer com que esta Casa tenha a grandeza de realizar o que esperam de nós, que esta Casa seja a caixa de ressonância da vontade do povo e que possamos voltar às pautas propositivas para transformar novamente o nosso Brasil no país que ele sempre foi, de alegria, de luta e de garra, e que nós possamos deixar, por este momento, as divergências políticas de lado, para colocar o Brasil em primeiro lugar.

O nosso País precisa de nós e que as divergências políticas passadas possam nos levar, primeiro, à grandeza de reconhecer os acertos obtidos por um governo que agora se vai. Aprendendo com esses acertos, é preciso que possamos também aprender com os equívocos, para que eles possam não se repetir novamente, porque eles espelham um Brasil que nós não queremos novamente, para dizer que nós tenhamos a grandeza de mais uma vez não carregar sobre nós a vontade da perseguição ou a vingança daqueles que, em algum momento, pensaram de maneira diferente.

Este é o momento de pensar na união do País. Aqueles brasileiros e brasileiras que têm sofrido, principalmente com o desemprego, merecem, e esperam

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de nós, um ambiente em que esta Casa possa reproduzir, meu caro amigo Bilac, a necessidade de reformas; que esta Casa vote as reformas e que muito em breve nós consigamos tirar, Presidente Izalci, este País do trilho errado e equivocado, porque eles precisam que nós atuemos de maneira conjunta e responsável. É o momento em que se precisa chegar à briga. É o momento em que se precisa cessar os desencontros.

O Brasil é maior do que qualquer partido. O Brasil é uma causa maior do que as nossas vontades individuais. O Brasil é um país que merece o nosso respeito e a nossa vontade. É essa vontade que emana, que me traz hoje a esta tribuna, num momento de transformação, em que o Presidente interino, Michel Temer, após a conclusão da votação do Senado Federal, assumirá a Presidência do Brasil de forma definitiva.

Ele não contou com o meu voto para Presidente da República, mas contará com a minha atuação em favor do Brasil, para o que for feito, para o bem deste País.

E, em momentos em que houver equívocos, contará, também, com a minha voz, forte e vibrante, para dizer: Presidente, V.Exa. está errando aqui. Vamos por ali. E é esse o sentimento que nós temos.

O antigo Governo, agora nova Oposição, espero que nos sirva de bússola, porque é sobre a sua posição que nós poderemos vislumbrar equívocos e aprimorar as propostas e os projetos.

Meu caro amigo Deputado Bonifácio, que se encontra neste Parlamento,

V.Exa. já viu muitas coisas acontecendo neste País. Mas tenho certeza de que estamos hoje, talvez, sobre a mais definitiva e decisiva página de consolidação da nossa democracia. E que seja feito, sobre essa página da consolidação da nossa

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democracia, um novo Brasil de grandeza daqueles que precisam, sim, observar as necessidades deste País.

Que nós possamos ter cuidado com o gasto público e economizar no gasto administrativo, para que o dinheiro seja utilizado onde a população mais precisa.

Que possamos dar novamente esperança à nossa juventude, que está sofrendo com a falta de oportunidade, e devolver os empregos aos pais de família, porque só assim terão dignidade e decência para cuidar da sua família.

Contem com este Parlamentar, que lutou bravamente para que esse Governo fosse afastado, não por vontade partidária, mas, sim, pela certeza de que era chegado o fim de um ciclo que teve as suas virtudes, mas que, ao final, fez muito mal ao Brasil e que precisava ser encerrado para que fossem reinaugurados novamente tempos de esperança e de sonho nos corações dos brasileiros.

Aos que estão em casa nos ouvindo neste momento: esperem de nós, nos próximos meses, um capítulo de muita proposição e luta para que um recomeço seja garantido a este País, que precisa sempre da palavra “esperança” no seu futuro.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Quero lembrar que nós teremos que encerrar a sessão às 13 horas. Portanto, o Deputado Luiz Couto não terá todo o tempo da

Liderança, mas poderá falar até às 12h59min.

Tem V.Exa. a palavra para uma Comunicação de Liderança pelo PT.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a revista Caros Amigos desta semana traz matérias interessantes. A primeira é uma entrevista com a nossa Presidenta Dilma Rousseff, que revela a conspiração e as tramas de Cunha e trata das rupturas políticas e sociais e das reformas que não foram realizadas por falta de apoio deste Congresso Nacional.

Também a Caros Amigos traz uma matéria que chama a atenção: Temer x direitos humanos. Depois de extinguir todos os Ministérios da área, Governo corta verbas para o setor. É uma matéria da jornalista Lúcia Rodrigues, que coloca com clareza que esse efetivamente é não apenas um golpe, mas uma conspiração para fazer aquilo que a nossa Presidenta Dilma receava quando disse: “Eu temo a morte da democracia”.

E é isso, hoje é um dia de luto. Eu espero que o Senado possa repensar. Há muitos Senadores que agem de má-fé. A opinião desses não temos mesmo como mudar. Mas há outros que estão sendo enganados. E acho que, a partir do momento em que a nossa Presidenta esteve lá no Senado, foi fazer a sua defesa e com clareza respondeu todas as indagações, sem qualquer sentimento de ódio ou de intolerância, com certeza, esses Parlamentares poderão mudar de posição para a nossa Presidenta não sofrer esse golpe, que é o impeachment de uma forma ilegal e ilegítima, porque, primeiro, ela não cometeu crime de responsabilidade. Está comprovado, pelo Ministério Público e por outros órgãos, que, na realidade, trata-se

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de um golpe, um golpe bem tramado, que tem a marca de Eduardo Cunha, de

Temer, dos conspiradores, dos traidores, que efetivamente não conseguem sobreviver a não ser de atos de traição permanentes, como os que eles fizeram.

O jornalista Paulo Nogueira, do Brasil 247, escreveu uma matéria em que diz:

“E a única pessoa que verdadeiramente se bateu contra a corrupção está sendo afastada”. Esse é o título da sua matéria.

Ele diz:

Cúmulo do absurdo.

E então estamos chegando a uma situação que

desafia qualquer noção de racionalidade.

A única pessoa que verdadeiramente se bateu

contra a corrupção nestes últimos anos está sendo

afastada.

Como a posteridade vai explicar isso?

Seus algozes deveriam estar com tornozeleira, de

Temer a Aécio, de Renan a Serra, para não falar em

Eduardo Cunha, o grande articulador do golpe.

E, no entanto, é Dilma quem vai sair.

Todos os dias políticos que animavam as marchas

contra a corrupção aparecem nas páginas policiais,

apanhados em roubalheiras dantescas.

E é Dilma quem vai sair.

Está claro que a Lava-Jato só continuaria se Dilma

permanecesse no poder. Mas isso jamais iria ocorrer no

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mundo das coisas concretas. O objetivo da Lava Jato era

um e apenas um: derrubar Dilma.

Moro mostrou seu lado desde o início. O símbolo

máximo disso foram fotos que tirou, sorridente,

deslumbrado, ao lado de companheiros na guerra contra

o PT: barões da mídia e caciques do PSDB.

Não adianta um delator dizer que deu 23 milhões

de reais a Serra, de forma escusa, para a campanha de

2010. Podiam ser 23 bilhões. Isso não interessa a Moro,

aos homens da Lava-Jato e muito menos à mídia

plutocrática.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Deputado Luiz Couto, peço que dê como lido o restante, porque tenho que encerrar a sessão.

O SR. LUIZ COUTO - São 12h58min. Eu tenho 1 minuto ainda, Sr.

Presidente:

Não adianta Aécio ser multicitado em roubalheiras,

como a ancestral pilhagem na estatal Furnas.

Peço, Sr. Presidente, que o artigo do jornalista Paulo Nogueira seja considerado lido na sua íntegra.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

E a única pessoa que verdadeiramente se bateu contra a corrupção está sendo afastada.

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Por Paulo Nogueira E então estamos chegando a uma situação que desafia qualquer noção de racionalidade. A única pessoa que verdadeiramente se bateu contra a corrupção nestes últimos anos está sendo afastada. Como a posteridade vai explicar isso? Seus algozes deveriam estar com tornozeleira, de Temer a Aécio, de Renan a Serra, para não falar em Eduardo Cunha, o grande articulador do golpe. E no entanto é Dilma quem vai sair. Todos os dias políticos que animavam as marchas contra a corrupção aparecem nas páginas policiais, apanhados em roubalheiras dantescas. E é Dilma quem vai sair. Está claro que a Lava Jato só continuaria se Dilma permanecesse no poder. Mas isso jamais iria ocorrer no mundo das coisas concretas. O objetivo da Lava Jato era um e apenas um: derrubar Dilma. Moro mostrou seu lado desde o início. O símbolo máximo disso foram fotos que tirou, sorridente, deslumbrado, ao lado de companheiros na guerra contra o PT: barões da mídia e caciques do PSDB. Não adianta um delator dizer que deu 23 milhões de reais a Serra, de forma escusa, para a campanha de 2010. Podiam ser 23 bilhões. Isso não interessa a Moro, aos homens da Lava Jato e muito menos a mídia plutocrática. Não adianta Aécio ser multicitado em roubalheiras, como a ancestral pilhagem na estatal Furnas. Mas o pedalinho de Lula é objeto de perseguição feroz. Não adianta ficar provado que o Triplex do Lula não é do Lula. Ninguém dá nada. Mesmo os que afirmaram categoricamente que o apartamento pertencia a Lula não se dão ao trabalho de esclarecer a seus leitores a verdade. O que importa é destruir a reputação de Lula, mesmo que com mentiras, falsificações, manipulações. Tudo por um único objetivo: dar um golpe como aconteceu em 1954 e em 1964. Não há tanques? Há uma Justiça que pode desempenhar o mesmo papel. Não existem militares para varrer a democracia? Há juízes como Moro e Gilmar. E

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sempre existem os barões da imprensa, na defesa bélica de seus privilégios e de suas mamatas. Dilma não cometeu o crime pelo qual será derrubada? Não faz mal. É um julgamento político. Os fatos que se danem. Ela poderia ser acusada de andar mal de bicicleta, e ainda assim seria removida. E assim chegamos ao fim da jornada contra a corrupção, um dos episódios mais hipócritas, farisaicos, canalhas da história da República. Ficam os Jucás, os Aécios, os Temeres. Ficam os Renans, os FHCs, os Serras. Fica até Cunha. A única pessoa verdadeiramente honesta é a vítima solitária

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO

O SR. BILAC PINTO (PR-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com muita alegria que me dirijo desta tribuna para parabenizar o Sr. Ramon Campos, Prefeito Municipal de Itacarambi, em

Minas Gerais, pelo recebimento do Prêmio AMAMS — Associação dos Municípios da Área Mineira da SUDENE de Reponsabilidade Fiscal e Social, idealizado pela

Universidade Estadual de Montes Claros — UNIMONTES, em parceria com

SEBRAE e Ministério Público de Minas Gerais, para mostrar o desempenho das administrações municipais.

Durante 3 meses foram avaliados 60 Municípios do norte de Minas e Vale do

Jequitinhonha e ficaram comprovadas as várias ações que têm melhorado a qualidade e a agilidade na prestação de serviços à sociedade.

O objetïvo principal é mostrar o desempenho das administrações municipais por meio da análise dos dados oficiais, a fim de verificar a qualidade da gestão pública, despertando os gestores para um novo olhar voltado para o atendimento com qualidade da população, com grandes desafios e responsabilidades, uma vez que as ações são amplamente divulgadas.

Itacarambi, dentre todos os Municípios avaliados, sagrou-se em terceiro lugar. Esse feito foi conquistado com obras estruturantes e investimentos nas áreas de saúde e educação. Gestões como a do Prefeito Maurício corroboram a ideia de que a boa política colhe sempre bons frutos, que têm que ser sempre enaltecidos e divulgados. Parabéns ao Prefeito Ramon Campos e a toda sua equipe pelo merecido prêmio. Era o que tinha a dizer.

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A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, apresentei nesta Casa o

Projeto de Lei nº 5.765, de 2016, que visa estabelecer a reserva de 5% da mão de obra destinada ao cumprimento de contratos com a administração pública a estudantes universitários e de cursos técnicos profissionalizantes que tenham feito ensino médio integralmente em escola pública.

Trata-se de uma proposta que busca reforçar as chamadas ações afirmativas, políticas públicas voltadas para o combate das desigualdades sociais, infelizmente, uma marca no nosso País.

Segundo a Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, do Supremo Tribunal

Federal, “a ação afirmativa, que surgiu nos Estados Unidos no ano de 1965, passou a significar a exigência de favorecimento a algumas minorias socialmente inferiorizadas, vale dizer, juridicamente desiguais, por preconceitos arraigados culturalmente que precisam ser superados, para que se atinja a eficácia da igualdade preconizada e assegurada constitucionalmente na principiologia dos direitos fundamentais”.

Nosso projeto tem por objetivo oferecer oportunidades concretas de trabalho aos jovens oriundos de escolas públicas. Não há como negar a imensa diferença de qualidade existente entre o ensino público e o ensino privado no Brasil, principalmente no que tange às etapas da educação fundamental e do ensino médio.

O abismo fica ainda mais evidente quando são analisadas as performances dessas escolas, por exemplo, no Exame Nacional do Ensino Médio — ENEM.

Lamentavelmente, as instituições públicas, com raríssimas exceções, ficam bem distantes da pontuação obtida pelas particulares.

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Por mais que o Estado ofereça cursos profissionalizantes voltados para os estudantes de baixa renda e aumente o financiamento estudantil para o ensino superior, a integração à vida social desses jovens não será efetiva se não tiverem chances reais de inserção no mercado de trabalho.

Um dos instrumentos mais importantes de socialização é exatamente o acesso ao trabalho, que é imprescindível por uma série de razões, sobretudo para os jovens: traz equilíbrio físico, mental e emocional; fortalece a autoestima; melhora a renda familiar; abre novos caminhos e perspectivas de desenvolvimento.

Nossa proposta pretende, por meio da adição de novo requisito para as licitações e contratações públicas, estimular uma maior contribuição social das empresas, complementar e sinérgica à do Estado, na tarefa de inserção social dos estudantes de escolas públicas, de maneira a dar efetividade ao seu direito ao trabalho, contribuindo, assim, para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada.

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O SR. ANTONIO BULHÕES (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos nos aproximando da comemoração de mais um aniversário da declaração de independência brasileira.

No próximo dia 7 de setembro, o Brasil estará a 6 anos de completar 2 séculos como nação politicamente autônoma perante seus cidadãos e os demais países. A comemoração ganha ares de notória relevância neste momento em que o Brasil está, de certo modo, novamente envolto na conquista da independência política.

Por mais de uma década, o Partido dos Trabalhadores alçou-se ao posto de maior prestígio do poder político do País. A partir da conquista da Presidência da

República, deu início a projeto de poder que restringiu sobejamente a representatividade e a capacidade de ação dos demais agentes políticos desta grande Nação.

Já no século XX, era claro que o governo que efetivamente seria executado por esse partido seria catastrófico. Não obstante, as estratégias que utilizaram para a doutrinação ideológica do eleitorado brasileiro mostraram-se muito eficazes em esconder os claros defeitos daquela plataforma política. Iludido, o povo brasileiro foi levado a crer que poderia construir um Brasil a partir dos princípios defendidos pelo

PT.

O que se viu, no entanto, foi o que se esperava desde o início. Apesar do discurso de compromisso com as inúmeras minorias tão presentes no Brasil, a cúpula do partido estava apenas deslumbrada com o poder. O que se verificou — e as apurações nas diversas instâncias investigativas não cessam de gerar provas disso — é que se formou uma máquina política voltada para a perpetuação de um projeto de poder vazio e espúrio.

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O País, obviamente, não poderia suportar essa situação. O ano passado mostrou-se como o limite do suportável para esse problema. Com o PIB decrescendo quase 4%, a inflação acima de 10% no agregado do ano e a taxa de desocupação tendo saído de pouco mais de 6% para próximo de 10% apenas em

2015, ficou muito claro que o Brasil precisava se ver novamente independente politicamente. Desde vez, porém, independente de uma força interna, de um projeto político de poder enganador e descomprometido com o bem-estar econômico dos próprios compatriotas.

Quando esta Casa votou pela abertura do processo de impeachment, meu voto foi a favor. Deixei expresso na ocasião que jamais me admitiria participando de um golpe contra a democracia, o que volto a repetir. Se há que se falar em golpe, como reiteradamente dito pela defesa da ex-Presidente, o golpe deve ser entendido como tendo por alvo o nefasto projeto de poder do Partido dos Trabalhadores.

Contra esse, orgulho-me profundamente de ter atuado.

É assim que vejo o 7 de Setembro de 2016, um símbolo da independência brasileira em relação à ideologia que derrubava o País. É preciso ter em mente, porém, que a emancipação política é apenas o começo. Agora é o momento de os políticos realmente comprometidos com os interesses públicos edificarem uma

Nação mais robusta, do porte de que o Brasil é realmente merecedor. Enfim, o 7 de

Setembro de 2016 é data que celebro com o orgulho de participar da construção da boa história deste País.

Muito obrigado.

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O SR. JORGE CÔRTE REAL (Bloco/PTB-PE. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 25 de setembro de 2008, foi sancionada a Lei n° 11.788, que regulamentou o estágio como um ato educativo escolar supervisionado e desenvolvido no ambiente de trabalho. Ao estimular a realização de estágios, teremos a certeza de desenvolver futuros profissionais que contribuirão para a competitividade das empresas no País.

Muitos foram os avanços obtidos com a Lei do Estágio, dentre os quais podemos citar: as definições claras das responsabilidades dos direitos e dos deveres das partes envolvidas no estágio foram determinantes para tornar profícua a relação de estágio no Brasil; a clareza e o detalhamento apresentados na lei trouxeram várias inovações — limite da jornada de estágio, instituição de recesso para o estagiário, aplicação da legislação de saúde e segurança no trabalho para o estagiário e segurança na execução e formalização do estágio.

Cito ainda, alguns benefícios que a lei trouxe para o estagiário: preparação para atuação no mercado de trabalho; compreensão melhor da prática real de sua profissão; apoio na escolha profissional; complemento da formação acadêmica; tornar-se um profissional diferenciado, a partir da experiência adquirida no estágio; desenvolvimento de competências essenciais para o mundo do trabalho.

Para a empresa: formação de capital humano; atração e retenção de novos talentos; absorção de novas ideias e métodos inovadores com a oportunidade de arejar seus processos.

E para a instituição de ensino: auxílio na definição dos currículos das instituições de ensino; importância como difusora do conhecimento e a aplicação prática dos conteúdos acadêmicos; aplicação prática de novas metodologias

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desenvolvidas por meio de pesquisas; melhor conhecimento do mundo produtivo e suas transformações e demandas.

Cabe aqui destacar os serviços prestados pelo o Instituto Euvaldo Lodi — IEL, instituição criada em 1969 pela Confederação Nacional da Indústria — CNI, em conjunto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial — SENAI e o Serviço

Social da Indústria — SESI, que participou ativamente dos estudos e discussões para a construção dessa lei e logo após sua promulgação, em 2009, elaborou a

Cartilha Esclarecedora sobre a Lei de Estágio.

O programa de estágio se tornou o projeto-símbolo do IEL, que ao longo dos anos ampliou sua abrangência, e além de promover a integração somente entre indústrias e universidades, passou a atender também, por meio de seus núcleos regionais nos 26 Estados e no Distrito Federal, todos os segmentos empresariais, instituições de ensino e órgãos de Governo.

O IEL auxilia as empresas como agente de integração na oferta de programas de capacitação de estagiários, apoiando as empresas no desenvolvimento de competências comportamentais dos jovens para o mercado de trabalho, por meio do

Programa Foco na Carreira, na atuação padronizada da operação dos programas de estágio em todo o Brasil com os seus clientes e parceiros, na realização de processos de recrutamento e seleção de estagiários, na oferta de autosserviços para estagiários, empresas e instituições de ensino no acompanhamento do estágio via web pelo Sistema Nacional de Estágio e na elaboração de programas diferenciados e customizados para atender às necessidades das indústrias.

Desde 2007 o IEL instituiu o Prêmio IEL de Estágio, que tem como objetivo reconhecer e premiar as melhores práticas de estágio em todo o Brasil. Em 2015 o

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instituto atendeu cerca de 120 mil estagiários em todo o País, atuando em parceria com 9 mil novas instituições de ensino e 22 mil empresas, totalizando mais 1,7 milhão de estagiários. Em 2016, mesmo com o mercado em crise, foram realizados, no primeiro semestre, 78 mil estágios intermediados pelo IEL.

Todas essas informações corroboraram para que em 2013 eu propusesse o

Projeto de Lei n° 7.012, aprovado pela Comissão de Cultura desta Casa, que institui o dia 18 de agosto como o Dia do Estagiário no Brasil. A proposição tem o objetivo de valorizar a iniciativa de jovens que estudam e ao mesmo tempo se dedicam ao estágio como forma de complementar sua formação.

Estou certo, Sr. Presidente, de que o estágio deve ser valorizado como forma de aperfeiçoamento das competências e boas práticas profissionais, e formarão jovens diferenciados e mais bem preparados para o mundo do trabalho competitivo.

Conclamo, então, os nobres Parlamentares desta Casa para, juntos, valorizarmos essa força produtiva dos jovens brasileiros, apoiando-os em sua jornada profissional, instituindo o Dia do Estagiário em 18 de agosto.

Muito obrigado.

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O SR. ROBERTO ALVES (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta semana entreguei à

Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência relatório favorável ao

Projeto de Lei nº 5.543, de 2016, que institui a Semana de Inclusão da Pessoa com

Deficiência no Trabalho e no Emprego.

Eu acredito que a inclusão é ao mesmo tempo um desafio para a elaboração de políticas públicas para esse público, uma grande necessidade para as pessoas que possuem qualquer tipo de atenção especial e uma enorme oportunidade para as empresas tomarem conhecimento da capacidade laboral dessas pessoas.

Em 2013, dados da Pesquisa Nacional de Saúde, elaborada pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE, em parceria com o Ministério da

Saúde, revelaram que 6,2% da população brasileira têm algum tipo de deficiência, podendo ser auditiva, visual, física ou intelectual. Em números, isso seria em média

12 milhões de pessoas.

No entanto, segundo a Relação Anual de Informações Sociais — RAIS, somente 357,8 mil vagas estariam preenchidas por pessoas com deficiência no mercado formal de trabalho. Mesmo contando com aqueles que não estão em idade ativa, o número de empregados é ainda muito baixo.

Lamento que muitas empresas não contratam trabalhadores com deficiência por alegarem que não encontram pessoas aptas para o exercício das atividades ou não conseguem captar candidatos aos postos oferecidos. Por outro lado, as pessoas com deficiência também resistem a se inserir em um meio corporativo, que, às vezes, se mostra pouco acolhedor, quase hostil. Receiam ser discriminadas, aumentando ainda a sua exclusão.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todo esse impasse mostra a importância das campanhas de esclarecimento e de conscientização da inclusão das pessoas com deficiência no trabalho e no emprego, que poderá ser solucionada com a implementação da semana de inclusão, proposta no projeto de lei relatado.

Afirmo que essa iniciativa será primordial, pela conscientização, tanto no

âmbito das empresas quanto no âmbito público, pelo esclarecimento dos empregadores, dos trabalhadores, da população e das próprias pessoas com deficiência acerca dos benefícios de toda essa legislação, não só para os beneficiários, mas para o País. É mais um instrumento de aprimoramento e de complementação das políticas públicas de inserção.

Já é lei a obrigatoriedade das empresas com 100 ou mais empregados contratarem pessoas com deficiência, com o mínimo de 2% e o máximo de 5% do total de trabalhadores. A proposta estabelece, então, que essas empresas promovam em seus estabelecimentos campanhas com o objetivo de implementar a contratação, identificar funções que possam ser exercidas por trabalhadores com deficiência, elaborar plano de ação que possibilite a sua inclusão, além de conscientizar os empregados e a sociedade sobre as habilidades e contribuições dessas pessoas no ambiente de trabalho.

Segundo o autor do projeto, o nobre colega Deputado Arnaldo Faria de Sá, a ideia é desenvolver, durante a Semana de Inclusão da Pessoa com Deficiência no

Trabalho e no Emprego, formas de auditorias, estudos de viabilização, cursos, treinamentos, seminários, palestras ou quaisquer outras modalidades de esclarecimento que visem a inserção, esclarecendo empregadores e trabalhadores sobre o tema.

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O evento poderá ser realizado pelas empresas ou pelo Ministério do Trabalho, que determinará data única para todo o País. Lembro que a Semana fará parte do

Estatuto da Pessoa com Deficiência — Lei nº 13.146, de 2015.

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VI - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão, lembrando que haverá Sessão Não Deliberativa Solene amanhã, quinta-feira, dia 1º de setembro, às 9 horas, em comemoração ao Dia Nacional dos

Lotéricos.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:

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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Encerro a sessão, convocando Sessão Não

Deliberativa de Debates para amanhã, quinta-feira, dia 1º de setembro, às 14 horas.

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(Encerra-se a sessão às 12 horas e 59 minutos.)

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