Apreciação dos Resultados Provisórios dos Censos 2011 (divulgados em 07/12/2011)

0. Nota Introdutória:

A presente análise constitui uma apreciação dos Resultados Provisórios dos Censos 2011 – divulgados pelo INE em 07/12/2012 ( www.ine.pt ) –, e vem actualizar e complementar a apreciação disponibilizada na página da CCDR (www.ccdr-alg.pt ) em 27/07/2010, que incidia sobre os Resultados Preliminares daquela operação censitária (divulgados pelo INE em Julho de 2011).

A informação que será actualizada, designadamente os valores para a população residente, número de famílias, edifícios e alojamentos em 2011, reportar-se-á a valores numéricos que diferem ligeiramente daqueles que foram apresentados aquando da publicação dos Resultados Preliminares. As razões para essas diferenças são fundamentalmente duas:

• por um lado, porque os próprios valores apresentados pelo INE são ligeiramente diferentes; • por outro lado, porque algumas das variáveis anteriormente focadas foram agora desagregadas nas suas componentes (que terão a sua expressão final nos resultados definitivos), e serão precisamente as principais componentes que serão abordadas na presente nota (por exemplo: as “famílias clássicas” em vez das “famílias”; os “alojamentos clássicos” no lugar dos “alojamentos”, etc.).

Esta segunda abordagem irá igualmente tentar complementar a apreciação efectuada sobre os Resultados Preliminares, por via da análise de um novo conjunto de variáveis que melhor permitirão avaliar as recentes dinâmicas populacionais e de ocupação do território da Região.

Por último, salienta-se que a informação apresentada terá o município como unidade mínima de desagregação geográfica. Contrariamente a momentos censitários anteriores, os Resultados Provisórios dos Censos 2011 não disponibilizam ainda qualquer informação por . Havia já uma primeira apresentação de algumas variáveis por freguesia nos Resultados Preliminares mas, atendendo a que essa informação estava ainda muito em bruto, entendemos que não fará sentido, no contexto desta nota, fazer referência a essa informação.

1

Assim, como principais aspectos das dinâmicas ocorridas nos últimos 10 anos, destaca-se:

1. O Algarve foi claramente a Região do País com o maior crescimento populacional . A população residente passou de 395.218 para 451.005 habitantes 1 – um crescimento de 55.787 residentes , o que corresponde a um aumento de 14,1% – destacando-se claramente quer das regiões com os segundo e terceiro maiores crescimentos, a R.A. Madeira (9,3%) e Lisboa (6,0%), quer do crescimento verificado para o total do País (2,0%).

População residente, por regiões (2001 e 2011) Variação percentual da população residente,

por regiões (2001/2011)

4.000.000 Alentejo 3.500.000 Centro 3.000.000 Pop. Residente Norte 2.500.000 2001 2011 2.000.000 RA Açores

1.500.000 Lisboa 1.000.000 RA Madeira 500.000

0 Algarve Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve RA RA Açores Madeira -5,0 0,0 5,0 10,0 15,0

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

2. Os municípios da Região do Algarve, porém, registaram valores e sentidos de crescimento muito diferenciados . Apenas 4 municípios – , Portimão, Lagos e Loulé – conheceram crescimentos populacionais superiores ao da média da Região; 9 municípios conheceram crescimentos populacionais inferiores ao da Região (mas todavia superiores ao do País: 2,0%); mas houve no entanto 3 municípios que registaram decréscimos populacionais – , e .

População residente, por município, Variação da população residente, por município,

Região do Algarve (2001 e 2011) Região do Algarve (2001/2011) Loulé 40,0 Faro

Portimão

Olhão 30,0

Albufeira Var. percentual

Silves 20,0 Lagos

Tavira 10,0 Lagoa

V.R.S. António

S.B. de Alportel 0,0

Castro Marim a o s lé e r a o ro s o l ra m o e m 2001 2011 ir ã o u v u o ã a e i te i ri p u ti e m g o r z g lh lv n r v a is iq u f ti a L a je a F i tó o a h o Monchique u r L lg l L O S n lp T M B c c -10,0l b o A A A A o o n l A P tr d o A to e s a M n d a il a s C V S rá Vila do Bispo e B l d o a ã -20,0 e S Alcoutim R ila V 0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000 População Residente -30,0

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

1 - O valor da população residente na Região do Algarve, constante nos Resultados Provisórios, é superior em 521 habitantes ao valor disponibilizado nos Resultados Preliminares (Junho de 2011). 2

3. Os contrastes regionais quanto ao crescimento populacional na última década na Região do Algarve, são também bastante visíveis no quadro de todos os municípios do País. Com efeito, a Região do Algarve apresenta 4 municípios entre os 15 do País com maiores crescimentos populacionais – Albufeira (6º lugar), Portimão (9º), Lagos (11º) e Loulé (13º) – mas apresenta igualmente o município (Alcoutim) com o maior decréscimo populacional (-22,6%) entre os 308 municípios do País.

4. Em razão dos diferentes valores e sentidos do crescimento populacional nos municípios da Região do Algarve, verificam-se assim variações significativas quanto à ocupação do território. Entre 2001 e 2011, a densidade populacional da Região passou de 79,1 para 90,3 habitantes/Km 2 – o que significa mais 11,2 habitantes por cada Km 2 (quando a mesma diferença para o País foi de apenas 2,2 habitantes) –; mas em termos de distribuição dessa ocupação verificam-se claros contrastes. São particularmente os municípios do litoral meridional com grandes áreas urbanizadas – Albufeira, Portimão, Olhão e Faro – que registam os maiores acréscimos absolutos de habitantes por unidade de superfície, enquanto os municípios do interior, nomeadamente Monchique e Alcoutim, apresentam crescentes indícios de despovoamento.

Densidade populacional, por município, Variação do nº de habitantes por km 2, por Região do Algarve (2001 e 2011) município, Região do Algarve (2001 e 2011)

70,0 Alcoutim

Monchique 60,0 Aljezur

Castro Marim 50,0 Vila do Bispo

Tavira Diferença - hab/km2 40,0 Silves 2011 São Brás de Alportel 2001 Loulé 30,0

Lagos 20,0 Lagoa

Albufeira

Portimão 10,0 V.R.S. António

Faro 0,0

o o o s a é s l a r e a ã r io l e r im o m Olhão r ã o o e t i u r p ti u i h a n u r v z e m l g g o lv a is u iq f ti F a a tó i o a je r O L p l M B o h -10,0 u L L n S l T c c b o A A o l 0 50 100 150 200 250 300 350 l P A ro A n A . . t d o S B s a M . . a il hab/Km2 .R S C V V Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

5. Quando comparada com a das restantes regiões, e o total nacional, a estrutura demográfica da população da Região do Algarve não é particularmente positiva. Apenas duas regiões (Alentejo e Centro) têm valores percentuais inferiores para a população com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos (14,9%), e apenas uma região (o Alentejo) tem um valor percentual inferior para a população com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos. Tendo em consideração que a Região do Algarve tem sido, nas últimas décadas, essencialmente uma região de destino, onde o saldo migratório tem compensado, significativamente, crescimentos naturais negativos, esperar-se-ia que estes movimentos tivessem reflexo na demografia da Região, designadamente que a população jovem apresentasse um peso relativo mais relevante.

Pelo mesmo motivo, os saldos migratórios claramente positivos nas últimas décadas, seria expectável que a população adulta (25 – 64 anos, a população economicamente activa), tivesse um peso relativo mais significativo. No entanto, o peso relativo deste grupo etário na Região (55,5%) é praticamente idêntico ao valor para o total nacional (55,1%), e inferior ao das regiões da Madeira, Norte e Lisboa. 3

Contudo, a nota mais preocupante quanto à estrutura demográfica regional reside no elevado peso da população idosa. A população residente na Região com idade igual ou superior a 65 anos constitui 19,6% do total da população, percentagem que apenas é superada nas regiões do Alentejo e Centro.

População Residente, segundo os grupos etários, nas regiões portuguesas (2011)

0 – 14 anos 15 – 24 anos 25 – 64 anos 65 ou + anos Posição Região % Região % Região % Região %

1ª RA Açores 17,9 RA Açores 14,1 RA Madeira 56,2 Alentejo 24,3 2ª RA Madeira 16,4 RA Madeira 12,3 Norte 55,1 Centro 22,5 3ª Lisboa 15,5 Norte 11,5 Lisboa 55,7 Algarve 19,6 4ª Norte 15,1 10,8 Algarve 55,5 Portugal 19,1 5ª Portugal 14,9 Lisboa 10,4 Portugal 55,1 Lisboa 18,4 6ª Algarve 14,9 Centro 10,3 RA Açores 54,8 Norte 17,2 7ª Centro 13,7 Algarve 10,1 Centro 53,5 RA Madeira 15,0 8ª Alentejo 13,6 Alentejo 9,7 Alentejo 52,4 RA Açores 13,3

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

6. As alterações ocorridas na estrutura etária da população da Região do Algarve, nos últimos 10 anos, foram bastante significativas, como a análise de alguns dos principais indicadores relativos à estrutura demográfica o demonstra: entre 2001 e 2011 o Índice de Juventude 2 passou de 149,0 para 127,2 (de 185,2 para 134,4 no País); e o Índice de Envelhecimento 3 passou de 67,1 para 78,6 (de 54,0 para 74,4 no País).

A análise destes indicadores, nos municípios da Região do Algarve, elucida claramente os contrastes regionais, também nas estruturas demográficas. O município de Alcoutim apresenta um Índice de Envelhecimento de 311,7 (idosos por cada 100 jovens), um valor quase 4 vezes superior ao da Região, e um Índice de Juventude de 32,1 (jovens por cada 100 idosos), um valor quase 4 vezes inferior ao da Região. No extremo oposto, o município de Albufeira apresenta um Índice de Envelhecimento de 50,3 e um Índice de Juventude de 198,7 .

Índices de Juventude e de Envelhecimento, Índices de Juventude e de Envelhecimento, Algarve e País (2001 e 2011) por município, Algarve (2011) Albufeira

200 Olhão Lagoa 180 Portimão 160 Lagos 140 Faro

120 V. R. Santo António Ind. Envelhecimento 100 Loulé Ind. Juventude 80 Algarve S. B. Alportel 60 Silves 40 Tavira 20 Vila do Bispo

0 Castro Marim 2001 2011 2001 2011 Aljezur

Portugal Algarve Monchique

Alcoutim Índice de Juventude Índice de Envelhecimento 0 50 100 150 200 250 300 350 Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

2 - Índice de Juventude: número de jovens (0-14 anos) por cada 100 idosos (65 ou mais anos).

3 - Índice de Envelhecimento: número de idosos (65 ou mais anos) por cada 100 jovens (0-14 anos). 4

7. A estrutura da população da Região do Algarve, quanto ao grau de ensino completo, mostra também algumas dissemelhanças relativamente à situação observada para os valores nacionais. De uma forma geral, pode-se afirmar que a população da Região apresenta taxas mais altas de escolarização nos graus intermédios de escolarização (ensino Secundário e pós-Secundário) e uma taxa de escolarização mais baixa no nível Superior do ensino.

População residente, segundo o nível de População residente, segundo o nível de instrução mais elevado completo, instrução mais elevado completo, Algarve e País (2011) Algarve (2001 e 2011) 40 30 % % 35 25 30

20 25

15 20

15 10

10 5 5

0 0 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Básico Secundário Pós-secundário Superior Básico Secundário Pós-secundário Superior Portugal Algarve 2001 2011

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

Em relação à situação observada em 2001, a situação da população da Região do Algarve quanto ao grau de instrução alcançado apresentou algumas melhorias. É evidente uma franca evolução quanto à percentagem da população com o ensino obrigatório concluído (17,6% em 2011 contra 11,8% em 2001), assim como uma evolução também notória nos graus mais elevados do ensino: 2,0% no ensino pós-Secundário (contra apenas 0,7% em 2001); e 10,5% no ensino Superior (contra 9,2% em 2001).

Naturalmente, e uma vez que a população alcançou e completou graus de instrução mais elevados, é perfeitamente explicável a diminuição das percentagens (de 2001 para 2011) nos graus de escolarização mais baixos em cada grande ciclo: de 34,5% para 23,2, no 1º Ciclo do ensino Básico; e de 18,0% para 14,8%, no ensino Secundário.

Também nesta estrutura populacional se observam claras diferenças na Região, por municípios. Nos principais centros urbanos (Faro, Portimão, Lagos, Albufeira…) e nos municípios onde residem significativos contingentes de população que trabalha nos principais centros urbanos (São Brás de Alportel e Lagoa, por exemplo), a percentagem de população com o ensino Superior completo é claramente superior à percentagem homóloga nos municípios de cariz mais rural – Alcoutim, Monchique e Castro Marim. Naturalmente, é nestes últimos municípios que as percentagens de população com os graus do ensino Básico completo assumem valores mais significativos em razão, fundamentalmente, da fraca expressão de população com os graus de ensino superiores completos.

Infelizmente, não estão ainda disponíveis os dados relativamente ao analfabetismo, pelo que se aguarda a publicação dos Resultados Definitivos para se avaliar o peso e a evolução deste fenómeno na Região.

5

População residente, segundo o nível de instrução mais elevado completo, por município , Algarve (2011)

Faro

Portimão

S. B. Alportel

Lagos

Albufeira

Tavira

Loulé

Olhão

Lagoa

Aljezur

V. R. Santo António

Silves

Vila do Bispo

Castro Marim

Monchique

Alcoutim

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Básico - 1º Cic. Básico - 2º Cic. Básico - 3º Cic. Secundário Pós-secundário Superior

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

8. Também na estrutura da população quanto ao estado civil, a Região do Algarve volta a mostrar importantes dissemelhanças relativamente aos valores apurados para o total do País.

A Região tem uma percentagem de população solteira (43,2%) superior ao total nacional (40,5%), e apenas inferior à das regiões da Madeira (45,2%) e de Lisboa (44,6%).

A Região tem uma percentagem de população casada (42,3%) inferior ao total nacional (46,5%), e apenas superior à da região de Lisboa (41,2%).

A Região tem uma percentagem de população divorciada (7,2%) superior ao total nacional (5,6%), e apenas inferior à da região de Lisboa (7,5%).

A Região tem uma percentagem de população viúva (7,3%) idêntica ao total nacional (5,6%), que apenas é superada pela percentagem da região Alentejo (7,5%).

Ou seja, e admitindo naturalmente que esta análise teria que ter forçosamente aprofundada, designadamente pelo escalão etário da população segundo o estado civil, estes valores revelam no entanto algumas particularidades da população da Região: se, por um lado, e no quadro da comparação com as restantes regiões, a população do Algarve apresenta valores que, numa estrutura demográfica quanto ao estado civil, são essencialmente característicos das grandes áreas urbanas – designadamente um elevado peso relativo de população solteira e de população divorciada, e de um menor peso da população casada –, apresenta também, simultaneamente, alguns indicadores de regiões marcadas pelo envelhecimento da população, designadamente a elevada percentagem de população viúva.

6

População residente, segundo o estado civil, População residente, segundo o estado civil,

Algarve e País (2011) Algarve (2001 e 2011) 50,0 60,0 % % 45,0 50,0 40,0

35,0 40,0 30,0

25,0 30,0

20,0 20,0 15,0

10,0 10,0 5,0

0,0 0,0 Solteiro Casado Divorciado Viúvo Solteiro Casado Divorciado Viúvo

Portugal Algarve 2001 2011

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

As alterações na estrutura da população do Algarve, quanto ao estado civil, foram particularmente notórias nos últimos 10 anos. A população solteira aumentou de 35,0 para 43,2% ; a população casada diminuiu de 55,5 para 42,3% ; a população divorciada aumentou de 2,5 para 7,2% ; e a população viúva aumentou de 6,9 para 7,3% .

População residente, por município, segundo o estado civil, Algarve (2011)

Albufeira Faro

Olhão

Portimão Loulé

Lagoa Lagos

Silves

V. R. Santo António S. B. Alportel

Vila do Bispo Aljezur

Tavira

Monchique Castro Marim

Alcoutim

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Solteiro Casado Div Viúvo

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

Uma breve análise da estrutura da população segundo o estado civil pelos concelhos da Região ilustra também vincadas diferenças existentes na Região. Os concelhos com a população mais envelhecida – Alcoutim, Monchique, Aljezur e Castro Marim – são, sem surpresa, os concelhos também com maiores percentagens de viúvos (15,3% da população em Alcoutim!) e os concelhos com menores percentagens de solteiros (somente 32,8% da população de Alcoutim).

7

Não pretendendo naturalmente alongar uma análise a esta dimensão da demografia do Algarve, também porque, como já se referiu, seria necessário estabelecer relações com outras variáveis, não deixa contudo de ser notória a desigual incidência da viuvez segundo o sexo. A percentagem de mulheres, no universo da população viúva, é esmagadora. Neste aspecto, não existem diferenças entre os totais nacionais (81,3%) e os totais regionais (80,9%); e mesmo ao nível concelhio as diferenças não são particularmente significativas, havendo no entanto apenas a notar que é nos concelhos mais envelhecidos e com maiores percentagens de viúvos que se observam os valores mais baixos para a viuvez feminina.

População residente viúva, segundo o sexo, por mun icípio, Algarve (2011)

V. R. Santo António

Faro Portimão

Lagoa

Olhão Albufeira

Loulé

Vila do Bispo

S. B. Alportel

Lagos

Silves

Alcoutim

Tavira

Aljezur Castro Marim

Monchique

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Homens Mulheres

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

9. Na Região do Algarve, o crescimento do número de famílias clássicas residentes 4 foi também muito significativo ; de 149.238 em 2001 para 182.870 em 2011, o que corresponde a um crescimento de 22,5%. Este valor apenas é inferior ao valor verificado na R.A. Madeira (26,1%), mas é claramente superior quer ao da Região com o terceiro valor mais elevado (R.A. Açores: 13,7%), quer ao valor verificado para o total do País (10,8%).

A estrutura das famílias da Região do Algarve, segundo o número de pessoas que as constituem, apresenta claras dissemelhanças quando comparada com idêntica estrutura para o total nacional. No Algarve, as famílias constituídas por apenas uma pessoa constituem 24,9% das famílias (contra 21,4% no total nacional), e as famílias constituídas por apenas duas pessoas constituem 33,2% das famílias (contra 31,6% no total nacional). Inversamente, o peso percentual das famílias com 3 ou mais pessoas na Região (41,9%) é claramente inferior ao total nacional (47,0%).

4 - “Famílias clássicas residentes – conjunto de pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento. Considera-se também como família clássica qualquer pessoa independente que ocupa uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento”. Constituem a esmagadora maioria da variável “Famílias”. As “Famílias Institucionais” (o outro subconjunto das “Famílias”) na Região são apenas 152, em 2011, o que corresponde a uma fracção muito insignificante pelo que, nesta abordagem, não serão contempladas. 8

Taxa de crescimento (%) do número de famílias Estrutura das famílias clássicas segundo a dimensão clássicas residentes, por regiões (2001/2011) (pessoas residentes), Algarve e País (2011)

30,0 35,0 %

30,0 25,0

País 25,0 20,0 Algarve

Taxa de CrescimentodeTaxa (%) 20,0 15,0

15,0

10,0 10,0

5,0 5,0

0,0 0,0 Alentejo Centro Norte País Açores Lisboa Algarve Madeira C/ 1 pessoa C/ 2 pessoas C/ 3 pessoas C/ 4 pessoas C/ 5 ou + pessoas

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

A estrutura da família, segundo o número de pessoas que a constituem, conheceu na Região do Algarve fortes mudanças nos últimos 10 anos. O peso percentual das famílias com uma e duas pessoas aumentou consideravelmente (de 21,0 para 24,9%, e de 31,2 para 33,2%, respectivamente); enquanto os pesos percentuais das famílias com 3 pessoas (de 23,4 para 22,2%), com 4 pessoas (de 17,0 para 14,4%) e com 5 ou mais pessoas (7,3 para 5,2) diminuíram no mesmo período de tempo.

Como resultado destas variações, tanto em relação às restantes regiões do país como em relação à estrutura verificada na Região em 2001, verificamos que a dimensão média da família no Algarve baixou consideravelmente nos últimos 10 anos – de 2,65 para 2,46 pessoas/família –, valor que constitui, a par com o da Região de Lisboa, o mais baixo do país.

Estrutura das famílias clássicas segundo a dimensão Dimensão média das famílias, por regiões

(pessoas residentes), Algarve (2001 e 2011) (2011) 35,0 % 3,50 3,01 30,0 2,88 2,77 3,00 2,57 2,61 2,46 2,46 2,49 25,0 2,50 20,0

2,00 15,0

1,50 10,0

1,00 5,0

0,50 0,0 C/ 1 pessoa C/ 2 pessoas C/ 3 pessoas C/ 4 pessoas C/ 5 ou + pessoas 0,00 Lx Algarve Alentejo Centro País Norte Madeira Açores 2001 2011

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

9

10. Na Região do Algarve, o número de edifícios aumentou consideravelmente : de 160.543 (em 2001) para 198.860 em 2011, o que corresponde a um aumento de 23,9% em dez anos. Este valor é o mais elevado de todas as regiões nacionais (apenas a Madeira, com 22,9%, se aproxima), e é quase duas vezes superior ao valor verificado para o total do país (12,1%).

Por municípios, no Algarve, verificamos que, com excepção do município de Monchique, todos os restantes tiveram um crescimento do número de edifícios superior à média do país, sendo de destacar, particularmente, os crescimentos percentuais nos municípios de Albufeira (40,6%), Lagos (33,1%) e Vila do Bispo (30,3%).

Variação percentual do número de Variação percentual do número de edifícios, edifícios, por regiões (2001/2011) por municípios, Algarve (2001/2011)

23,9 Albufeira 25,0 22,9 Lagos Vila do Bispo

Castro Marim 20,0 Loulé Aljezur Var. Percentual

Portimão 13,7 15,0 12,8 Tavira 12,1 12,0 Algarve

Vila Real de Santo António 9,7 10,0 Alcoutim 10,0 Silves

Lagoa

São Brás de Alportel 5,0 Faro

Olhão

Monchique 0,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 Alentejo Norte Centro País Açores Lisboa Madeira Algarve Var. % do número de edifícios Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

11. Esta dinâmica construtiva é particularmente notada sobretudo quando se atende à época de construção dos edifícios. A percentagem de edifícios construídos na Região do Algarve na última década (2001-2011) corresponde a 18,2% do total de edifícios, quando para o total do país o valor homólogo é de apenas 12,1%. Note-se que, contrariamente ao que sucedeu para o país, a construção de edifícios na Região do Algarve foi mais acentuada nos últimos dez anos do que na década anterior (16,5% dos edifícios são do período 1991-2001).

A dinâmica de construção de edifícios na última década (2001-2011) é particularmente notória quando analisada ao nível municipal. Num quadro em que o valor para o total da Região é já notoriamente elevado (18,2%), quando comparado com o valor nacional (12,1%), destacam-se sobretudo os concelhos de Castro Marim, Albufeira, Aljezur e Lagos, onde o número de edifícios construídos na última década constitui mais de 1/4 do total dos edifícios destes municípios. Se a estes municípios se acrescentarem os de Vila do Bispo, V.R. de Santo António e Portimão, verificamos que, em sete dos dezasseis municípios da Região, mais de 1/5 dos edifícios foram construídos nos últimos 10 anos.

10

Percentagem de edifícios, segundo a época Percentagem de edifícios, segundo a época de construção, Algarve e Portugal (2011) de construção, por município (2011)

Castro Marim 35,0 % Albufeira Aljezur 30,0 Lagos

Vila do Bispo

25,0 V. R. Santo António

Portimão

20,0 Tavira Loulé Portugal 15,0 Lagoa Algarve Silves

10,0 Alcoutim Olhão

São Brás de Alportel 5,0 Faro

Monchique 0,0 <1919 1919-1945 1946-1970 1971-1990 1991-2001 2001-2011 0% 20% 40% 60% 80% 100% Época de construção dos edificios <1919 1919-1945 1946-1970 1971-1990 1991-2001 2001-2011

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

12. A grande dinâmica construtiva da última década é, naturalmente, também visível no notável aumento do número de alojamentos. Considerando somente os alojamentos familiares clássicos (que constituem 99,8% dos alojamentos), verifica-se que o número de alojamentos passou de 276.093 em 2001 para 377.394 em 2011 ; um aumento em termos absolutos de 101.301 alojamentos, que corresponde a um crescimento de 36,7% em dez anos. Este valor, mais do que duas vezes superior ao valor para o total do país (16,7%), apenas é, e muito ligeiramente, superado pelo valor registado na RA Madeira (36,9%).

Variação percentual do nº de alojamentos Variação percentual do nº de alojamentos familiares clássicos, por regiões familiares clássicos, por município

(2001 / 2011) (2001 / 2011) Portimão Madeira Tavira Albufeira

Algarve Lagos

V. R. Santo António

Açores Loulé

Silves Portugal Aljezur

Castro Marim Lisboa Vila do Bispo

Centro Olhão Lagoa

Norte Faro

São Brás de Alportel

Alentejo Alcoutim

Monchique 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 % %

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

A análise do crescimento do número de alojamentos por município é também bastante reveladora da dinâmica construtiva que caracterizou a Região nos últimos 10 anos. Com excepção do município de Monchique, que apresenta um crescimento de 5,2%, inferior à da média do país (16,3%), todos os restantes apresentam crescimentos muito superiores a esse valor, destacando-se claramente os municípios de Portimão (com um crescimento de 54,4%), Tavira (51,9%), Albufeira (46,3%), Lagos (43,9%) e V. R. de Santo António (42,0%).

11

13. A análise dos alojamentos familiares clássicos quanto à forma de ocupação revela também profundas diferenças entre o Algarve e as restantes regiões. Apenas na Região do Algarve o número de alojamentos de residência habitual (47,4%) é inferior a 50% dos alojamentos, sendo claramente no Algarve que o alojamento para uso sazonal assume maior expressão (39,4%) . A percentagem de alojamentos vagos (no mercado) não difere muito de região para região – oscilando entre os 11,0% na Região Norte e os 14,8% no Alentejo –, tendo no entanto que se admitir que, no contexto actual, os 13,2% de alojamentos vagos no Algarve deverão ser maioritariamente alojamentos de uso sazonal.

Alojamentos familiares clássicos, segundo Alojamentos familiares clássicos, segundo a forma

a forma de ocupação, por regiões (2011) de ocupação, por municípios, Algarve (2011)

100% Castro M arim

Albufeira

11,5 14,1 Vago Vila do Bispo 80% 15,0 17,6 21,4 24,4 Alcoutim V. R. S. A ntónio 39,4 Lago a 60% Uso Sazonal Tavira Aljezur Uso Sazonal

Loulé Res. Habitual 40% Lago s Vago Res. Habitual Po rtimão Silves

20% S. B. A lportel M onchique

Olhão

Faro 0% Lisboa Açores Madeira Norte Alentejo Centro Algarve 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

Em termos absolutos, o número de alojamentos para uso sazonal no Algarve passou de 106.195 (2001) para 149.127 (em 2011). Em 10 anos, houve um aumento de 42.939 alojamentos sazonais – o que corresponde a uma crescimento de 40,4% –, claramente superior ao aumento de alojamentos de residência habitual – 35.251 em 10 anos (24,5%). O número de alojamentos vagos (no mercado) cresceu de 25.858 (em 2001) para 49.743 (em 2011), o que corresponde a um aumento de 92,4%.

12

Alojamentos familiares clássicos de uso sazonal , por município (2001 e 2011)

35.000 100,0

90,0 30.000 80,0

25.000 70,0 Var. percentual Var. 60,0 20.000 50,0

Nºde alojamentos sazonais 15.000 40,0

10.000 30,0 20,0 5.000 10,0

0 0,0

r o o s ra im im ã tel a o i t zu r aro ulé hã r e u e F o im lve uf lj Ma L hique Ol Si b lco A Lagoa Lagos c ort Tavir l A o P Alpo A str B. a Mon . C S Vila do Bispo V. R. S. Antóni 2001 2011 Var. percentual Fonte: INE – Resultados Provisórios – XV RG População e V RG Habitação ( www.ine.pt )

Por municípios, verifica-se que a distribuição do alojamento sazonal é bastante díspar. Considerando a estrutura actual (2011) do alojamento segundo a forma de ocupação, verifica-se que em 2 municípios – Castro Marim e Albufeira – a percentagem de alojamentos para uso sazonal já é superior a 50% (58,9 e 50,2%, respectivamente). Verifica-se também que 10 municípios têm percentagens de alojamento sazonal que se situam entre os 40 e os 50%.

A dinâmica de crescimento do alojamento sazonal (entre 2001 e 2011), por municípios, é também particularmente contrastada. Destacam-se claramente os municípios de Tavira, Portimão e Castro Marim, onde o alojamento sazonal aumentou, respectivamente, 94,4%, 77,1% e 66,1%; existe um segundo conjunto, muito alargado, de municípios que registaram aumentos percentuais situados entre os 20 e os 50%; e, claramente destacado, o município de Faro, que apenas teve um aumento de alojamentos sazonais de 0,2%.

Contactos:

Observatório das Dinâmicas Regionais do Algarve

António Ramos ( [email protected] ) Alexandre Domingues ( [email protected] ) Geral ( [email protected] )

Imprensa: Gabinete de Comunicação e Imagem da CCDR Algarve [email protected] Carlos Cruz ( [email protected] )

www.ccdr-alg.pt Tel.: 289 89 52 00

13