Anexos Meio Físico
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) i ---- Parque Nacional Serra da Cutia Anexos Meio Físico MMAlIBAMA Kanindé/WWF-Bra I INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RE CURSOS NATURAIS RENOVÂVEIS ·IBAMA PLANO DE MANEJO PARQUE NACIONAL SERRA DA CUTIA ANEXO I RELATÓRIOS TEMÁTICOS: MEIO FlslCO 1. GEOLOGIA 2. GEOMORFOLOGIA 3. SOLOS 4. HIDROGRAFIA 5. CLIMA 1. GEOLOGIA Elolza Elena Nascimento Mauro do Nascimento Pedro Lima Rodrigues 1. RECURSOS NATURAIS DA SERRA DA CUTlA o Parque Nacional da Serra da Culia (PNSC) está localizado no município de Guajará-Mirim _ RO, entre as coordenadas geográficas de 11° 22' S a 11° 55' S, 63°58' Wa 64°52' W, com área total de 283.611 ,70 hectares e perimetro de 327,08 quilômetros (Figura 1.1.1). Abrange parte das bacias hidrográficas dos rios Novo, ao norte, Sotério, a oeste, e Cautário, ao sul. O ponto mais elevado da área é a Serra da Cutia, com 525 m de altitude e as partes mais baixas estão próximas à cota de 140 m. O gradiente de altitude é de 385 m, fazendo do rebordo desta serra uma área de nascentes de anuentes dos rios citados. A Serra da Cutia corresponde ao término ocidental do sistema de morros e chapadas residuais em franco processo de degradSÇ-ao, que constituem a Serra dos Uopianes. Figura 1.1.1 Localizaçlo do PN Serra da Cutia 3 Mapa 1. 1 Mapa planialtimétrico da Serra da Cutia N .... - Altimetria Cutia - 200"" """'" "'"500 "'" 4 1.1 Geologia Os aspectos relaCIonados oi geologia tiveram como base pnnopal o documento Geologia e ReaJrsos Minerais de Rond6nia (CPRM, 2000), tendo em vista que o primeiro mapa elaborado pela Tecnossolo p8fa o PlanafIoro apresentava problemas e estava sendo refeito O mapa definitivo s6 foi divulgado ao pUblico posteriofmente. O mapa que apresentamos neste relatbio é o mapa definitivo do Plananoro, feito pela CPRM. O mesmo vale para a descrição da geologia da área do PN Serra da Cutia 1.1.1 Evoluçlo Geológica Rondónia faz parte do Cráton Amazônico, Juntamente com porção dos Estados do Mato Grosso e do Amazonas e do tenilbio boliviano Esse cráton forma a base da parte norte da 1 América do Sul e cobre uma área de cerca de 430.000 km , que compreende unidades lilológicas e sistemas estMutais envolvidos em uma história gaodinàmica relativamente estável desde 1 Ga atrãs Oivide-se em dois eso.lÓOS de idade p ril·cambriana· o Guaporé e o da Glãana, que são separados pelas bacias paleoz6tcas do SollmOes e a Amazônica. Segundo COSTA e HASUI apud CPRM (1999), a Região Amazônica foi afetada por importante evento extenSlooal, no Pateoz6ico, o que restAtou no desenvolvimento das bacias dos Rios SoIimOes, Amazonas, Parnaíba, Alto Xingu e Parecis Os processos que culminaram na abertlJra do oceano Atltntico e a separaçAo dos continentes SUHmericano e africano perfazem a evolução mesozóica da região For<WJ1 gerados, por esses procesSO$, demvelamentos de blocos, com o surgimento de altos e depressOes, de sedimentaçio e de magmatismo (ALMEIDA apudCPRM 1999). Os indícios dessa reativaçAo tectOnica, reladonada à abel'tuta do oceano AtlAntico, evidenciam.se pela superposição de falhas e fraturas de orientação WNW e NE e pelo magmatismo juro cretáceo, seguidos por uma sedimentação com características continentais fluvial e eólica. Os movimentos neotect6nicos 56 se desenvolveram após o período de estabilidade do Oligoceno, propicialdo o desenvoIv..-nento ele estrutl.X8s diversas que afetaram as rochas pr&-cambrianas, paleozóicas e mesozóicas, conseqüentemente controlando a sedimentação e influenciando no desenvolvimento dos sistemas de relevo e de drenagem atuais. Na região do Estado de RondOnia e em suas adjacências, do caracterizadas áreas transpressivas e transteoSÍl/as, causadas por dois eventos de movimentação - o primeiro, do MlocenolPlioceno, e o segundo do Pleistoceno SuperiorlRecente, com o resgate, em determinadas áreas de linhas de fraquezas, especificamente susceptiveis a reativaç6es A atividade neotectOnca para o penodo Micx:enoIPIioceno desenvolveu-se sob a atuaçAo de um campo tensional que surgiu, po5siVillmente, da interação coIisional entre as pI&C8S de Nazca e Sul·Americana, com imposição de um vetor compressional NE·SW Como conseqOências desse quadro tectOnlco, foram gerados abatimentos de blocos nas regiOes norteJnordeste e sUlsudoeste do Estado de RoncI6nia, com a 0C0fTência de depoceotros (Planioe do Guaporé) e regi6es peneplanizadas. Outra nova fase de estabilidade. relabvamente curta. dormna o penodo entre o Ptloceno Superior e o M'Oio, com o desenvolvimento de uma superfície de latenzação. A retomada da atividade neotectônica no Pleistoceno Recente desenrolou um modelo admitindo a atuação de um vetor compreSSIVO NWISE, responsãvel pelo estabelecimento de um bináno transt:Ol r8l'\te dextraJ com direçlo geral E-W (gerado pela rotaçto da plataforma su]. americana para oeste), lineamentos transtensivos dextrais NE·SW, falhas normais de diraçio em tomo ele SW-SE e falhas inversas NE·SW. É marcante, nessa ultima lase, o abatimento expressIvo de várias regiOes, tal como o baIXO Madeira, com anomalias , SIgnificativas na morfologia e na morfometria das redes de drenagem que constituem os sistemas deposidonais lIuviais desses dominios. No contexto tectônico da América do Sul, o setOf sudoeste do Crilton Amazônico foi aletado parcialmente pela Orogenia Andina durante o Terciário. Raativações subseqOentes também aconteceram nessa porçAo do cráton, com eleitos diretos sobre as rochas do substrato onde se instalou o Rio Madeinl. O quadro neotect6nico da região de ROI'IdefiI8 é constituído por Lm sistema de falhas de e ~andes lineamentos estrub.nis que controlam 8 rede de drenagem atual. Na Figura 1.1.2, são destacados os seguintes Magahneamentos no Estado de Rond6rua • Vale do Rio Guaporé " Lineamento Translensivo Surpren-Pimernelras, orientado segundo uma direçlo NW-SE. • Na região entre as localidades de Guajará-Mirim e AbunA '" Lineamento Compressi'lO Guajará-Mirim-Abunl. de direçlo N-S. • AtulA (RO) até ltacoatiara (AM) • Megalineamento Translensivo Dextral Madre de Oios-ltacoatiara, de direçao SW-NE. • Na regiAo nordeste do Estado de Rood6nia '" Uneameoto Calama-Tabajara, de direção NW-SE. Figura 1.1.2 Megalineamentos Regio nais do Estado de Ron----=-d Onl. ---, .- -I L. I ......... ~' ~-- 0-' - " ... __ I :~=: ~-~-~:."_-,,-:.' .,:" _., ............ ---- . I -• • o compartimento morfoestrutural, definido como Alto Estrutural GuaJará-Minm-Porto Velho, inlluenda consideravelmente a hidrografia dos rios Guaporé, Mamoré e Alto Madeira. uma vez que essas areas estruturalmente mais elevadas, segundo Campos & Texeira (1988). respondem pela mudança de dileÇão dos cursos lluviais, pelo desenvolvimento dos tred lOS com menor sinuosidade. pelo esbeitaTlento das ptaniOes de inundaçAo e pelo aparecimento de terraços emsNOS. 6 1.1.2 Litologia e SeqUência Estratigrllfica de Rondônia Conforme a T&O'Klssolo (1998), as unidades htol6gicas definidas como mapeáveis, que estão representadas nas legendas dos mapas (escala 1 :250.000), foram agrupadas de modo a refl etir a evoluçAo geológica do território de Rondônia. A provincia geocronol6gica Rond6nia.San Ignacio é, desse modo, definida como parte da provinda Rio NeQ1o-Juruena, do Cráton AmazôniCo, afetada pela Orogenia Rondoniana. ASSim , ela pode ser subdividida orn. o Um embasamento pré-rondoniano, poIimetamórfico, de médio a alto grau, com idade superior a 1 450 Ma ou, mais provavelmente, :> 1.600 Ma. o Três fases de magmatismo bimodal em 1 eoo Ma - 1.570 Ma, 1.500 Ma - 1140 Ma a 1.300 Ma - 1 250 Ma, respectivamente o Uma seqüência de cobertura pré·rondoniana, formada geralmente por rochas de baixo grau a nAo-metam6tficas, somente afetadas pof deformação suave durante a Orogenia Rondorllana, enlre 1.250 Ma e 1.000 Ma. o Uma seqüência de sedimentos predominantemente terrestres, de granulometna grosseira, de apro:w:imadamente 1.000 Ma, depositada em estrulutras epi e inttacontinentais, do tipo graben, associada com l.ma suite de rochas anorogênicas bimodais, ptutenicas, que indu os assim chamados Grrios Jovens de Rondônia (YoungtJr Rondotian Gl8rWeS) e a Suíte Alcalina Costa M8fCpJeS. • Uma seqOlncia Paleoz6ica de folhelhos, carbonatos, arenitos e, secundariamente, depósitos glaciais, igualmente depositada em estMuras de rift epi e intracontinentais. o Uma seqOlncia Mesozóica de arenitos e platô baÚlltico (il'lCluindo algumas chaminés quimberliticas), depositados em estruturas de graben rejlNenescidas. • Uma seq06ncia Cenoz6ica (neog6neo-quartenãrio) de ..dimentos platafonnais rasos e seus pl"lXlutos intemperizados (Iaterita) e aluviais, coIuvials e eluviais retrabalhados 1.1.3 Geologia do PN da Semi da Cutia Na área de estudo, aparecem varios grupos IrtoI6gicos. Os terrenos geotoglcamente mais antigos no entorno do PN da Seita da Cuba sACI constituIdos pela Suíte Intrusiva Alto Candeias de idade em tomo de 1,57 Ga. do mesoproterozóico. A Seqllêncla Metavulcano sedimentar Nova Brasitlndia e a Suíte Ignea Costa Marques, também do mesoproteroz6ico, têm idade em tomo de 1,1 Ga. Em tomo de 967+-1.098 Ma está a Formaçl o Palmeiral que constilul a SUla dos Pacaás Novos e dos Uopianes e, conseqõentemente. a Serra da Cutia. O CenozÓico está representado pelas coberturas sedimentares indiferenciadas, que estêo disbibuidas princlpatmeote ao longo do sistema fl uvial Guaporé-Mamoré, nas bacias dos rios Sotério e Novo. Na descriçlo geoI6gJca da área, optamos por apresentar a geoIogl8 das baCIas hidrográficas e seu entorno. A bacia do Rio Novo, localizada ao norte da área, ê formada predominantem ente pela Formaçlo Mlgrantinópolls, pertencente ao grupo Nova BJ"lslllndla, formaóo por sACI 7 terrenos geologicamente mais antigos, datados do mesoprOletozóico (em tomo de 1,1 Ga). Em seu médio curso, passa a atravessar cobertUrllS sedimentares indiferenciad as d o Cenoz6lco. Os igarapés Azul e Quatro Galhos, anuentes do Rio Novo dentro da ârea do parque, nascem na , que é constJtuida pela Formaçlo Palmeiral, e fomIada por roctlas arenítess datadas do neoproterozóico (900 Ma). A bacia do Rio Sotério, localizada na parte oeste do PN , tem suas nascentes também na , sobre terrenos sedimeotares da FormaçAo Palmeiral; em segUda, passa para terrenos sedimentares indiferenciados do CenozÓICO, que se esractenzam por serem áreas inundãveis.