Peixes De Águas Interiores Do Estado Do Rio De Janeiro
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SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - SEMADS Projeto PLANÁGUA SEMADS / GTZ de Cooperação Técnica Brasil - Alemanha PEIXES DE ÁGUAS INTERIORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Carlos Roberto Silveira Fontenelle Bizerril Paulo Bidegain da Silveira Primo FUNDAÇÃO DE ESTUDOS DO MAR Maio de 2001 1 Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme decreto no 1.825 de 20 de dezembro de 1907. B 625 Bizerril, Carlos Roberto S. Fontenelle Peixes de Águas Interiores do Estado do Rio de Janeiro / Carlos Bizerril, Paulo Bidegain Primo Rio de Janeiro: FEMAR - SEMADS 2001 417p.: il. ISBN 85-87-206-209-5 Cooperação Técnica Brasil-Alemanha, Projeto PLANÁGUA- SEMADS/GTZ Inclui Bibliografia. 1. Peixes. 2. Meio Ambiente. 3. Recursos Hídricos. 4. Biodiversidade - Rio de Janeiro (Estado) 5. Lagoas. 6. Lagunas. 7. Represas. I. PLANÁGUA. II Título. CDD 597 Capa Publicidade RJ 2001 Foto da Capa: Rio Paraíba do Sul entre Itaocara e São Fidélis. Carlos Bizerril Revisão: Neuza Rejane Wille Lima Élia Marta Samuel Editoração: Jackeline Motta dos Santos Raul Lardosa Rebelo O Projeto PLANÁGUA SEMADS/GTZ, de Cooperação Técnica Brasil – Alemanha vem apoiando o Estado do Rio de Janeiro no Gerenciamento dos Recursos Hídricos com enfoque na proteção dos ecossistemas aquáticos. Coordenadores: Antônio da Hora, Subsecretário Adjunto de Meio Ambiente SEMADS Wilfried Teuber, Planco Consulting/GTZ SERLA - Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas Campo de São Cristóvão, 138/315 20.921-440 Rio de Janeiro - Brasil Tel/Fax [0055] (21) 2580-0198 E-mail: [email protected] 2 Apresentação Esta é mais uma publicação da série que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável vem produzindo como parte do Projeto Planágua SEMADS / GTZ, iniciativa que atende fundamentalmente o objetivo de disseminar novos conhecimentos ambientais entre técnicos e especialistas do setor e o público em geral. Pela primeira vez na história do Estado do Rio de Janeiro, o Governo estadual põe em prática uma política de meio ambiente que contempla real e concretamente, entre outras prioridades, a educação ambiental, como princípio, meio e fim do processo que busca a melhoria da qualidade de vida, mediante promoção do desenvolvimento sustentável. A série de publicações produzida pelo projeto Planágua SEMADS / GTZ insere-se nesse contexto, na medida em que contribui para ampliar o saber ambiental em seus diversos segmentos. Como o uso múltiplo dos recursos hídricos envolve obrigatoriamente a conservação da biodiversidade aquática, à SEMADS impõe-se o desafio de fundamentar uma estratégia de preservação de flora e fauna de águas interiores, conforme exposto no presente trabalho, que constitui, em linhas gerais, o primeiro passo para a concretização da pretendida estratégia preservacionista. Ao lançarmos este volume da série, temos a convicção de estarmos contribuindo decisivamente para ampliar o interesse e, conseqüentemente, a mobilização da sociedade na defesa e proteção do meio ambiente, preservando-se os recursos naturais. SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 3 Autores - Consultores do Projeto Planágua SEMADS - GTZ Carlos Roberto S. Fontenelle Bizerril Paulo Bidegain da Silveira Primo Foto da Capa: Rio Paraíba Sul entre Itaocara e São Fidélis (Carlos Bizerril) SEMADS – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Palácio Guanabara – Prédio Anexo – sala 210 Rua Pinheiro Machado s/no - Laranjeiras 22.238-900 – Rio de Janeiro Tel (21) 2299-5290 4 Prefácio Pode parecer estranho, à primeira vista, que a Fundação de Estudos do Mar – FEMAR – participe do patrocínio deste excelente trabalho que versa sobre “Peixes de Águas Interiores do Estado do Rio de Janeiro ( Rios, Lagoas, Lagunas & Represas)”. Afinal, a motivação que levou os idealizadores da FEMAR a cria-la há trinta e cinco anos – e continua sendo a razão de sua existência – é a de mostrar aos brasileiros o surpreendente potencial do mar para a prosperidade de nossa Nação. Que teria ela a ver com peixes de água doce, alguns vivendo há muitos quilômetros do mar? Vejo dois motivos que bastariam para justificar essa cooperação. O primeiro está precisamente enunciado na Introdução do trabalho: a delimitação entre sistemas marinhos e águas continentais não é uma tarefa trivial. Em que momento os sistemas continentais e sistemas marinhos podem ser totalmente dissociados? A existência dos peixes marinhos ditos anádromos – isto é, que sobem os rios para desovar – e dos peixes marinhos catádromos – que sobem o rio para fecundar e voltam para desovar – mostra realmente a importância de se conhecerem as fases marinhas no passado, da vida hoje em águas interiores. A segunda razão para o interesse da FEMAR no assunto está no fato de que toda a água doce existente em terra vem do mar. A energia térmica do sol vaporiza a água do mar, que se condensa em forma de nuvens e depois é levada pelos ventos pra precipitar-se, em grande parte, sobre os continentes. Aí, pura água doce irá infiltrar-se em fendas, terrenos permeáveis, gerando mananciais e também influindo no nível dos rios, lagos e lagoas onde existem peixes das águas interiores. Assim, este trabalho minucioso sobre peixes de água doce constituirá uma contribuição valiosa para estudo mais completo de identificar a necessidade de conhecimento e preservação do ambiente marinho que, certamente, tem repercussões sobre a vida nas águas interiores. Fernando M. C. Freitas Presidente 5 FUNDAÇÃO DE ESTUDOS DO MAR Rua Marquês de Olinda, 18 - Botafogo Rio de Janeiro - RJ - Brasil 22251-040 Tel. (21) 2553-1347 Fax (21) 2552-9894 e-mail: [email protected] Presidente: Fernando M. C. Freitas 6 ÍNDICE Introdução 9 SEÇÃO I - BIODIVERSIDADE 17 Classificação geral dos peixes 17 Teleósteos em águas brasileiras 23 Sinópse biogeográfica 25 A ictiofauna nativa fluminense 26 Espécies introduzidas 88 Ictiofauna das bacias hidrográficas 100 Breve histórico das investigações 100 Ictiofauna da macrorregião ambiental 1 108 Ictiofauna da macrorregião ambiental 2 161 Ictiofauna da macrorregião ambiental 3 173 Ictiofauna da macrorregião ambiental 4 180 Ictiofauna da macrorregião ambiental 5 196 Ictiofauna da macrorregião ambiental 6 218 Ictiofauna da macrorregião ambiental 7 261 Avaliação ictiogeográfica do Estado do Rio de Janeiro 269 SEÇÃO II - CONSERVAÇÃO 271 Análise ictioconservacionista 271 Preservando nomes ou o processo evolutivo? 278 Principais pressões sobre a ictiofauna de águas interiores 283 Peixes como indicadores da integridade ambiental 303 Fiscalização e conservação 306 Legislação protetora 307 Recomendações para conservação da ictiofauna 340 Considerações finais 359 SEÇÃO III - REFERÊNCIAS 361 Os autores 361 Bibliografia 361 Projeto PLANÁGUA 413 Femar 417 7 8 INTRODUÇÃO Com o advento da Lei Federal nº 9.433 de 8 de janeiro de 1997 e da Lei Estadual nº 3.239 de 2 de agosto de 1999, novos instrumentos estabelecidos para promover o gerenciamento dos recursos hídricos, visando, sobretudo, assegurar o uso múltiplo das águas. Tendo em vista que o uso múltiplo dos recursos hídricos envolve obrigatoriamente a conservação da biodiversidade aquática, impõe-se à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMADS um grande desafio, que é, fundamentar uma estratégia consistente de conservação, a ser discutida e legitimada no Conselho Estadual de Recursos Hídricos e nos Comitês de Bacias Hidrográficas, onde terão assento os diversos usuários da água, assim como no já existente Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONEMA. Um primeiro passo se concretiza com a elaboração deste documento, que apresenta um amplo panorama das nuances envolvidas na conservação da biodiversidade de águas interiores, enfocando os peixes, que são excelentes indicadores de qualidade ambiental. Além de traçar diretrizes operacionais, o documento disponibiliza uma informação atualizada sobre os peixes, que encontra-se dispersa em inúmeros publicações técnico- científicas, sendo inatingível para a maioria daqueles que trabalham com gestão ambiental, possibilitando a tomada de decisões consistentes. O público alvo deste documento é constituído sobretudo pelos técnicos do IEF que atuam no campo, nas Agências de Gestão Ambiental da SEMADS alocadas no interior, assim como os sediados no escritório central, que são encarregados das atividades de planejamento. Integram ainda o público alvo, os técnicos da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA, da Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas – SERLA e da Fundação Instituto Estadual da Pesca – FIPERJ, os extensionistas rurais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER e os funcionários das Prefeituras que atuam nos setores ambientais e de pesca. O documento pode também ser utilizado pelas ONG’s e associações civis que atuam em prol da conservação de nossas riquezas naturais, pelos membros efetivos dos Comitês de Bacias Hidrográficas e Consórcios Intermunicipais de Gestão Ambiental, piscicultores e pescadores. Como é citado neste documento, os peixes não têm valor econômico apenas por serem utilizados como alimento ou no mercado da aquicultura, no turismo e lazer, mas também por constituírem fontes de substâncias farmacológicas inexploradas. Mais do que isso, os peixes têm o direito à vida pelo fato de existirem. Este é o nosso compromisso ético maior, defender os seres vivos, verbalizar por eles e garantir os seus interesses de perpetuar suas espécies, para o bem das gerações humanas atuais e futuras. ESTRUTURA GERAL Para apresentação