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O POTENCIAL TURÍSTICO DE RIO VERDE DE MATO GROSSO/MS E O ECOTURISMO

Luciana Freitas Lima Mirela Amorim Jafar Roberta Anastácio Oliveira Orientação: Profª Maria Bernadete S. Loureiro Orientação Metodológica: Prof. Ms. Heitor Romero Marques

A monografi a que deu origem a esta síntese é fruto de intenso esforço de pesquisas e estudos. Abordou conteúdos diversos e abran- gentes, reunidos em seis capítulos distintos: metodologia operacional; aspectos históricos; aspectos socioeconômicos; aspectos geomorfo- lógicos; aspectos turísticos; análise e avaliação. A pesquisa do potencial turístico do município de Rio Verde de Mato Grosso, devido a suas múltiplas atrações naturais, norteou o trabalho realizado na referida monografi a. Com esse objetivo defi nido, procedeu-se à coleta de dados in loco e em materiais publicados para análise e interpretação. O município localiza-se ao norte do Estado de , com acesso rodoviário pela BR-163, distando 202 km da capital, fazendo limite com os municípios de , Rio Negro, São Gabriel d’Oeste, e Corumbá. Sua história se inicia pelo povoamento dos índios Caiapós, posterior mente forçados pelos bandeirantes a abandonarem suas terras. Por um período de 56 anos, logo após a retirada dos bandeirantes e 78 com o afastamento dos primitivos, estas terras fi caram sem a fi xação do elemento humano, até o ano de 1885, com a compra de terras no município por Américo de Souza Brito, que tinha como intuito constituir fazenda de gado. Mas esta idéia só foi concretizada com a chegada de Antônio Vitorino da Costa, o qual fundou a fazenda Campo Alegre, onde teve início o núcleo urbano que é hoje a cidade de Rio Verde de Mato Grosso. A economia do município se caracteriza pelo setor primário, com grande infl uência da pecuária de corte. Os setores de produção do município são: agricultura (com destaque no cultivo da soja e do milho), pecuária (atividade predo- minante), indústria (maioria de médio porte), comércio e serviços (ainda não estão bem estruturados para atender à demanda turística). A crise econômica instalada no país, no ano de 1996, con- tribuiu para o declínio na arrecadação de impostos, o que difi cultou os investimentos na infra-estrutura básica do município. Sua infra- estrutura, atualmente, é defi citária nos setores de abastecimento de rede de esgoto, de limpeza pública e no transporte urbano coletivo. A infra-estrutura turística de Rio Verde de Mato Grosso é precária. O município não possui sinalização turística, os hotéis ain- da não estão estruturados para oferecer boa estadia aos turistas, os restaurantes não possuem mão-de-obra qualifi cada e nem estrutura capaz de atender a um grande fl uxo de turistas. Quanto aos aspectos geomorfológicos do município, foi feito um levantamento de dados sobre a geologia regional, geomorfologia, pedologia, clima, vegetação, fauna e hidrografi a. Infelizmente, boa parte dos monumentos históricos da cidade foram demolidos ou abandonados, o que difi cultou o resgate de sua história. Os únicos existentes são as ruínas da antiga Usina do Ipiranga, a Ponte Velha, a Receita Federal e o antigo Correio. O turismo existente em Rio Verde é o de massa, que poucos benefícios traz ao município. 79

O ecoturismo surge como a solução para suprir a considerável queda do setor agroindustrial do município. O desenvolvimento desta atividade transformará a diversidade de recursos naturais em atrativos turísticos, que, conseqüentemente, atrairá turistas, os quais deixarão consideráveis recursos fi nanceiros no município, gerando empregos diretos e indiretos para a população local. O ecoturismo, hoje, é uma das modalidades do turismo mais procurada, devido à necessidade de as pessoas estarem em contato com a natureza, fugindo da tribulação do dia-a-dia da vida urbana. Rio Verde é conhecida como “Portal Natural”, por possuir o mais belo contraste que existe na região, que se apresenta nos paredões da Serra de Maracaju com as infi nitas planícies do pantanal e as mais belas águas transparentes e cristalinas. Existem muitas riquezas naturais a serem exploradas turisti- camente, além das cachoeiras de . Porém, estas não são conhecidas pela maioria da população local e pelos turistas, como o Portal e o Portão de Roma, Águas Quentes, Cidade das Pedras (Mirante do Sucuri e Mirante do Pindaivão), Morro do Padre, as ruínas da antiga Usina do Ipiranga, o Salto do Cervo, a Fazenda Várzea Alegre (Cachoeira Salto do Cambará) e o Pantanal Norte. A cidade tem um vasto potencial turístico, mas se não houver o engajamento das autoridades locais para a melhoria da infra-estrutura básica e turística, como também o combate ao desmatamento indiscri- minado de suas matas e ao assoreamento dos rios, muito pouco restará a ser explorado das belezas naturais ali encontradas, tanto para os turistas como para os moradores.