O COMPLEXO PORTUÁRIO DE SUAPE E AS NOVAS DINÂMICAS SÓCIO- TERRITORIAIS NOS MUNICÍPIOS DO CABO DE SANTO AGOSTINHO E : O INÍCIO DO DESMONTE DO TERRITÓRIO CANAVIEIRO NA ZONA DA MATA PERNAMBUCANA?

Maria Rita Ivo de Melo Machado Universidade Federal Rural de [email protected]

INTRODUÇÃO

Os municípios da Zona da Mata do estado de Pernambuco têm, historicamente, os seus territórios dominados pelo poder dos representantes da produção e comercialização da cana de açúcar e seus derivados. Dentro desta região os municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca foram, durante séculos, os que melhor representavam a simbologia do poder dos senhores de engenho e posteriormente usineiro no estado. A construção e inauguração do complexo portuário de Suape, que se estabelece em áreas de ambos os municípios, veio para a população local, como uma esperança na mudança do perfil socioeconômico, uma vez que, o modo como a cana de açúcar é produzida na região tolhe o surgimento e dinamização de outras atividades econômicas. Apesar de inaugurado em 1983, a importância e atração de indústrias e empresas, em função da centralidade desse Porto, só veio ganhar força na segunda metade da década de 2010. O anúncio da construção da refinaria Abreu e Lima e do estaleiro Atlântico Sul em 2005, foram os dois principais marcos da reestruturação socioeconômica não só dos municípios em questão, mas de toda a Região Metropolitana do . O dinamismo econômico que começou a girar em torno do complexo portuário de Suape, após o anúncio da construção da refinaria e do estaleiro, ganhou tal propulsão que diminuiu, radicalmente, a área destina da até então principal atividade econômica de Pernambuco, a cana de açúcar.

Visando possibilitar um panorama dessa mudança de perfil econômico em um curto espaço de tempo, indica-se os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2014). No que se refere ao município do Cabo de Santo Agostinho no ano de 2004 a área plantada de cana era de 22.000 hectares e passou a ser, em 2012, de 7.000 hectares. No município de Ipojuca a realidade não foi muito diferente, no ano de 2004 a área plantada que era de 21.000 hectares e passou para 8.000 hectares em 2012, ou seja, em ambos os municípios, houve uma queda de mais de 50% na área plantada de cana de açúcar num intervalo de tempo de apenas oito anos (IBGE /2014). Neste sentido, a análise deste artigo visa explicitar as metamorfoses sócio- econômicas e territoriais ocorridas nesses dois municípios em função da transformação no perfil da principal atividade econômica. Identificar se há novos representantes do poder na antiga área de produção de cana de açúcar e como estes (sejam os novos representantes ou os mesmos, mas agora por meio de novas atividades econômicas) norteiam as dinâmicas territoriais. Questionamentos como: Quais as mudanças sócio-territoriais ocorridas nestes municípios em função da nova dinâmica produtiva? Os moradores locais estão sendo diretamente beneficiados com essa transformação? Se sim, em qual proporção em relação ao todo populacional? Quais as transformações ocorridas no território canavieiro? Efetivamente houve uma mudança no atores representantes do poder com a inserção de outras atividades econômicas? Qual a nova dinâmica territorial estabelecida? O esclarecimento dos questionamentos será respondido por meio do método dialético, que permite a compreensão e explicação dos problemas e das contradições das questões sócio-territoriais. Para a elaboração do artigo foi feito um levantamento de autores, livros e artigos que abordam a questão da análise territorial. Além disso, foram realizadas entrevistas com moradores nativos (inseridos e não inseridos na nova dinâmica socioeconômica do complexo portuário), trabalhadores imigrantes (pertencentes ao contexto da migração pendular e também da imigração permanente) e trabalhadores inseridos e os excluídos

do trabalho na lavoura canavieira. Levantamento de dados a partir de órgãos oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também foram realizados. Por fim, este artigo busca indicar uma melhor compreensão das metamorfoses territoriais que envolvem as transformações das áreas tradicionais de produção de cana de açúcar, em áreas de atividades do setor industrial, ou diretamente ligadas.

A ANÁLISE DO TERRITÓRIO NO CONTEXTO: ELEMENTOS DO PASSADO E OS ELEMENTOS DO PRESENTE

Os dois municípios tiveram o início da sua ocupação ainda no período colonial. Duarte Coelho, capitão donatário de Pernambuco, foi o responsável por implementar, na segunda metade do século XVI, a cultura da cana de açúcar. Desde então, está foi, até o século XXI, a principal economia de ambos municípios. A forma de produção dessa cultura se deu, e se dá, da mesma forma do contexto da produção de cana de açúcar de todo o estado. Pouco emprego de tecnologia que gera, como conseqüência, uma ampla exploração do trabalhador. O corte da cana ainda é feito manualmente e em muitos casos quando a cana ainda está queimando, aumentando ainda mais os riscos de acidentes e piorando as condições insalubres dos canavieiros.

TRABALHADORES CORTANDO A CANA DE AÇÚCAR ENQUANTO ELA AINDA ESTÁ QUEIMANDO.

Foto: Maria Rita Machado / 2008.

A importância desta cultura para a economia e a formação social desses dois municípios se deu de tal forma que a cana de açúcar aparece como principal elemento tanto dos seus hinos, como das suas bandeiras. Na história recente o município de Ipojuca foi o que sofreu um maior grau de transformação no que diz respeito à cultura canavieira e toda a estrutura na qual esses municípios estavam estruturados. No ano de 1990, aproximadamente 38% da área do município tinha suas terras cobertas por cana-de-açúcar (IBGE/1990). Mais de duas décadas depois esse percentual é de apenas 15%, aproximadamente. Ressalta-se que essa área que era de cana de açúcar não deu lugar a outra cultura, mas sim, a nova dinâmica socioeconômica que vem se estabelecendo nos municípios.

AS MUDANÇAS SOCIOECONÔMICAS LOCAIS E SUAS IMPLICAÇÕES

A mudança ocorrida no perfil da principal mercadoria dos municípios finda por gerar uma transformação sócio-territorial. Para melhor explicar essa transformação, faz- se necessário elucidar os conceitos de sociedade e de território.

Como sociedade entende-se por um conjunto de seres que convivem de forma organizada. A palavra vem do Latim societas , que significa "associação amistosa com outros". É constituída por grupos humanos e classes sociais, organizados sob sistemas de símbolos, valores e normas diferentes e coexitentes. Este conjunto de sistemas desempenha posições e papeis distintos em contextos históricos (Fonte: http://www.significados.com.br/sociedade/ Acesso em 20/06/2014). Para Adam Smith (2001) a explicação da sociedade passa pela universalidade do desejo de consumo privado dos indivíduos, desta forma coloca a econômica como eixo central para a compreensão do conceito de sociedade por meio da mão invisível. Sobre o conceito de território, temos que a palavra epistemologicamente é próximo de terra-territorium quanto de terreo-territor (terror, aterrorizar) (HAESBAERT, 2004), ou seja, tem relação direta com a idéia de dominação de uma área através do terror, do medo . Inicialmente na geografia esse conceito estava estritamente ligado à apropriação do solo pelo Estado. O defensor mais conhecido dessa proposta era o geógrafo alemão Ratzel, que via a sociedade somente de forma passiva incapaz de gerar transformações no espaço (RAFFESTIN, 1993). A partir dessa ótica apenas o Estado era capaz de formar território (SOUZA, 2001). Essa percepção da escola alemã conduzida por Ratzel foi tão forte e atrelada ao poder político no período, que nem a escola francesa, a priori, conseguiu desconstruir essa linha de pensamento. Ressaltamos que a fase em questão era a segunda metade do século XIX, onde os Estados eram (via de regra) totalitários, justificando, de certa forma, o panorama teórico e metodológico utilizado nesse período inicial da ciência geográfica. No entanto, os estudos geográficos recentes mostram que a formação do território não é feita apenas pelo Estado, mas também pelo domínio do solo através das relações de poder estabelecidas pela sociedade por meio da produção capitalista do espaço. Nesta perspectiva alguns territórios coexistem e em alguns casos eles são interdependentes.

Apesar do território se caracterizar como uma apropriação do espaço a partir das relações de poder, é possível coexistir mais de um território no mesmo espaço. Nesta situação eles não são necessariamente excludentes, podendo existir concomitantemente no espaço e no tempo, gerando ou não conflitos e se articulando ou não nas relações capitalistas da produção do espaço. No bojo da tentativa dessa compreensão, percebe-se que há a existência de várias escalas territoriais no espaço agrário e que eles se apresentam de diferentes formas. Nesta direção os agentes produtores dos territórios se mostram compostos pelas forças e formas diferentes de apropriação que são norteadas pelas relações de trabalho. A despeito desta colocação Haesbaert (2004, p. 344) complementa alegando que “toda relação social implica uma intenção territorial”. Ressalta-se ainda que as relações de poder têm uma escala de produção de território bastante variada, mas não se concretiza em apenas uma única pessoa, organização ou grupo social. Mesmo quando a percepção do poder é aparentemente personificada em um único indivíduo, na verdade ele pertence a um grupo unido por congruências de interesses. A formação do pensamento geográfico sobre o conceito de território hoje tem como principal norte Raffestin e a sua obra Por uma geografia do poder . Autores como Milton Santos e Rogério Haesbaert entre outros partem dele para explicitar os seus conceitos de território. Ratificando FABRINI (2011, p. 98) diz que “a interpretação hegemônica do território foi constituída por diversos autores a partir do pensamento de Raffestin”.

A concepção central desse conceito que apara este autor é a de que o território:

é um espaço onde se projetou um trabalho, seja energia e informação, e que, por consequência, revela relações marcadas pelo poder. O espaço é a “prisão original”, o território é a prisão que os homens constroem para si (RAFFESTIN, 1993: p 143 - 144).

Para a elucidação das problemáticas deste artigo, no entanto, vamos entender o território como uma extensão apropriada através do poder estabelecido via produção capitalista do espaço realizado através das relações de trabalho.

A priori achamos necessário lembrar que compreender o espaço por meio do território, é ter como premissa que o espaço é anterior ao território (SOUZA, 2001 e RAFFESTIN, 1993) e que são as relações sociais estabelecidas nele que o faz objeto de análise. Raffestin afirma que o território “é a cena do poder e o lugar de todas as relações, mas sem a população, ele se resume a apenas uma potencialidade” (RAFFESTIN, 1993, p. 58).

Dessa forma o território não é o espaço simplesmente, mas o espaço construído pelos agentes sociais através de suas relações de poder, (por meio da realização do trabalho) considerando ser toda relação um lugar do poder. Como agentes podemos identificar não só os indivíduos, mas também as organizações, como: Família, Estado, Empresa, Igreja entre outras que compõe o território a partir da extensão dos seus usos e dos seus movimentos conjuntos e/ou dissociados. Essas organizações, via de regra:

[...] canalizam, bloqueiam, controlam, ou seja, domesticam as forças sociais. [...] pois exprime de uma só vez o jogo das organizações no espaço e no tempo. Elas “canalizam” quer dizer que obrigam a tomada de linhas de função determinada, quer se trate do espaço concreto, geográfico, quer do espaço abstrato, social; “bloqueiam” significa que agem sobre as disjunções, para isolar e dominar; “controla”, ou seja, têm tudo ou procuram ter tudo sob o olhar, criam um espaço de visibilidade no qual o poder vê, sem ser visto. (RAFFESTIN, 1993. p. 39).

As relações de poder dessas organizações acabam por refletir inúmeros níveis hierárquicos e diferentes estratégias na produção do território. Na análise da produção do território na lógica do modo capitalista de produção é essencial considerar as relações estabelecidas entre as diversas instituições responsáveis pela produção do espaço.

AS MUDANÇAS SÓCIO-TERRITORIAIS OCORRIDAS EM FUNÇÃO DA NOVA DINÂMICA

A parir do anúncio da chegada dos novos empreendimentos no complexo portuário de Suape, inúmeras mudanças foram identificadas. O aumento da migração, as transformações no padrão das construções das residências, o aumento no valor da terra, a diminuição da importância da cana de açúcar como atividade econômica. Esses elementos reunidos acabaram proporcionando um reordenamento sócio-territorial nos municípios.

No que tange a questão da migração é válido lembrar que Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho ficam localizados na Região Metropolitana do Recife. Em função do anúncio e início das obras dos objetos espaciais, esses municípios que repeliam a população, passaram ser de atração. Essa migração ocorre de duas formas a primeira (como mostra a tabela abaixo) de forma defenitiva e a segunda por meio da migração pendular, que acontece entre os mais diversos municípios do entorno, inclusive da capital, para esses municípios. Na tabela a seguir é possível perceber que dos 15 municípios que compõe a Região Metropolitana do Recife, o Cabo de Santo Agostinho fica na sexta colocação, no que se refere a quantidade de pessoas não naturais. Segundo RAMOS DA SILVA (2011):

O grande volume de migrantes, além de ter demandado nova forma de residência em Ponte dos Carvalhos, provocou imenso impacto, no que diz respeito ao preço dos alugueis. O boom no preço dos alugueis se deu no segundo semestre de 2009, dentre outros fatores, pela desesperada procurar das indústrias por casas para abrigar seus trabalhadores, tendo em vista sua grande proximidade ao Complexo localizado em Suape. (RAMOS DA SILVA. O Complexo Industrial Portuário de Suape e seus reflexos na habitação e no comércio do distrito de Ponte dos Carvalhos/Cabo de Santo Agostinho-PE, 2011. P.48)

POPULAÇÃO RESIDENTE, POR NATURALIDADE EM RELAÇÃO AO MUNICÍPIO E À UNIDADE DA FEDERAÇÃO, SEGUNDO A REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE / 2010 População residente Regiões de Naturalidade em relação Naturalidade em relação Desenvolvimento e ao município à Unidade da Federação Total municípios Não Não Natural Natural natural natural Pernambuco 8 796 448 6 141 704 2 654 744 8 205 179 591 269 Região de Desenvolvimento Metropolitana 3.693.177 2.361.827 1.331.350 3.451.557 241.620 Abreu e Lima 94 429 40 075 54 354 88 266 6 163 Araçoiaba 18 156 13 246 4 910 17 830 326 Cabo de Santo Agostinho 185 025 122 670 62 355 173 658 11 367 144 466 80 317 64 149 138 118 6 348 (Distrito Estadual) 2 630 1 242 1 388 2 073 557 Igarassu 102 021 63 598 38 423 97 193 4 828 Ilha de Itamaracá 21 884 10 042 11 842 20 939 945 Ipojuca 80 637 52 460 28 177 76 495 4 142 23 769 14 989 8 780 23 122 647 Jaboatão dos Guararapes 644 620 345 350 299 270 599 359 45 261 Moreno 56 696 42 213 14 483 55 674 1 022 377 779 222 148 155 631 356 868 20 911 300 466 129 659 170 807 282 983 17 483 Recife 1 537 704 1 160 929 376 775 1 419 873 117 831 São Lourenço da Mata 102 895 62 889 40 006 99 104 3 791 Fonte: Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010 - Resultados Gerais da Amostra.

A partir de trabalhos de campo nos municípios, foi possível perceber que o Cabo de Santo Agostinho é que sofreu maiores transformações em função deste fluxo migratório. Durantes as entrevistas, realizadas em novembro de 2013 e março de 2014, foi constatado que a população cabense analisa a migração, em especial dos baianos, como negativas. Todos os entrevistados (de um grupo de 20 em distintos pontos do município) apontaram esse grupo como sendo o responsável pelo não emprego da população local na nova dinâmica econômica, como responsáveis pelo aumento da prostituição e aumento dos valores dos imóveis. Em relação a este último ponto, constatou-se que, de fato, houve uma série de transformações, inclusive no padrão das construções.

Antes do início das obras dos novos empreendimentos, o valor do metro quadrado era baixo, em relação ao patamar atual. Percebeu-se, também através dos trabalhos de campo, que residências que antes abrigavam uma família, hoje alojam inúmeros trabalhadores. Os aluguéis dessas casas são pagos, no caso das residências coletivas, pela empreiteira empregadora dos trabalhadores. Quanto a mudança no padrão das construções, percebe-se uma efervescência de quitinetes, ou seja, aquelas casas de apenas um cômodo e uma pequena quantidade de metros quadrados.

PERFIL DAS QUITINETES DOS TRABALHADORES DO COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE NO MUNICÍPIO DO CABO DE SANTO AGOSTINHO

Fonte: Rafael Ramos, 2011.

Apesar de ser um padrão de residência com pouco espaço e com pouca ventilação, essas casas são, via de regra, divididas por mais de um trabalhador. Segundo RAMOS DA SILVA (2011):

Esses pequenos prédios são todos ocupados por trabalhadores homens migrantes, que convivem em coletividade nos apartamentos e nas áreas comuns dos pequenos prédios. Chega-se a perceber uma certa similaridade

com as antigas vilas operárias, tendo em vista que o próprio aluguel do prédio cabe a indústria, a qual tem os moradores como mão de obra. E esses operários se reúnem todos em salas, cozinhas e áreas de lazer em comum, chegando a provocar incômodos na vizinhança, tendo em vista, o lazer nos finais de semana, acompanhado de bebidas alcoólicas e prostitutas, posto que, a família não acompanha, em sua maioria, os trabalhadores. (RAMOS DA SILVA. O Complexo Industrial Portuário de Suape e seus reflexos na habitação e no comércio do distrito de Ponte dos Carvalhos/Cabo de Santo Agostinho-PE, 2011. P.48)

A diferença cultural e a concorrência pelos postos de trabalho acabam gerando alguns conflitos entre os nativos e os baianos, que em geral são ex-trabalhadores do complexo industrial do Camaçari, na Bahia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise do contexto sobre as transformações sócio-territoriais dos municípios de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho indicam que a inserção de outras atividades, que não a cana-de-açúcar, acabou por gerar uma nova realidade nos municípios. Apesar de tal acontecimento o poder dos usineiros continua forte, mas agora eles se metaforizaram em empreendedores do ramo imobiliário. A inserção dessa nova dinâmica de produção e econômica pouco trouxe de transformações positivas para a população nativa. Entre os entrevistados nativos, não se encontrou ninguém que tivesse alguém de sua família empregado em alguma empresa do território de abrangência do Complexo Industrial de Suape. Entre os fatores percebidos dessa exclusão está o fato de nos municípios as iniciativas, por parte do Estado, em proporcionar a formação da população local foi tardia. Ainda de acordo com análise, apesar das grandes transformações positivas nos indicadores econômicos, os indicadores sociais tiveram uma melhora muito discreta e em alguns pontos houve até decréscimo, é o caso da violência, por exemplo. Diante deste contexto, as transformações sócio-territoriais foram muito discretas, não tendo abalado o poder dos antigos representantes, eles apenas redirecionaram as suas atividades econômicas.

REFERÊNCIAS FABRINI, J. E. Território, classes e movimentos sociais no campo. In: Revista da ANPEGE . V.7, n. 7, p.97 – 112, jan./jul. 2011. HAESBAERT, Rogério. Dos múltiplos territórios à multiterritorialidade. Porto Alegre, 2004. Disponível em: ( http://w3.msh.univ- tlse2.fr/cdp/documents/CONFERENCE %20Rogerio%20HAESBAERT.pdf ); Acesso em: maio de 2010. HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização: do “fim dos territórios ” à multiterritorialidade . Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. HAESBAERT, Rogério. Territórios alternativos. São Paulo: CONTEXTO, 2002. RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993. 269p. RAMOS DA SILVA. O Complexo Industrial Portuário de Suape e seus reflexos na habitação e no comércio do distrito de Ponte dos Carvalhos/Cabo de Santo Agostinho-PE, 2011 SMITH, Adam. Riqueza das nações: ed. condensada. São Paulo, SP: Folha de S.Paulo, 2010. 423 p. SOUZA, Marcelo José Lopes de. O território: Sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, Elias de.; GOMES, Paulo Cesar de Castro.; CORRÊA, Roberto Lobato,. Geografia: conceitos e temas . 3. ed. -Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.