CONGRESSO NACIONAL

REQUERIMENTO CONGRESSO NACIONAL Nº , de 2011 (Dep. Hugo Leal e Sen. Eduardo Amorim)

Requer a realização de Sessão Solene em homenagem aos 70 anos do Ministério da Aeronáutica e Força Aérea Brasileira.

Senhor Presidente,

Requer, nos termos do art. 53 do Regimento Comum, a realização de Sessão Solene do Congresso Nacional, no dia 20 de outubro de 2011, para comemoração dos 70 anos da criação Ministério da Aeronáutica, por se comemorar no dia 23 de outubro o do Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira – FAB.

JUSTIFICATIVA

Na década de 40 já havia algum tempo em que se discutia a criação de um ministério específico para o setor de aviação. As discussões no Brasil começaram no final da década de 20 e ganharam força a partir de 1935, com o lançamento de uma campanha para a criação do Ministério do Ar, sob a influência de países como a França.

Para o primeiro Ministro da Aeronáutica, Joaquim Pedro Salgado Filho, os desafios eram muitos. Faltavam aeronaves, pilotos, estrutura. “Era imprescindível despertar o interesse da juventude para a carreira de aviador”, dizia.

Naquele momento, com a criação do novo órgão, Salgado Filho assumiu o comando da Aeronáutica brasileira – a aviação civil, a infraestrutura, a indústria nacional do setor e as escolas de formação de mão-de-obra – e do seu *11DE266D16* 11DE266D16 CONGRESSO NACIONAL

braço-armado, a Força Aérea Brasileira (FAB), criada com o novo ministério a partir das aviações da Marinha e do Exército.

Nesse contexto, a Segunda Guerra trouxe ao país um grande incentivo para organizar a sua aviação, sobretudo depois de iniciada a batalha do Atlântico Sul. Com o afundamento de navios brasileiros, a aviação militar teve de assumir o patrulhamento do litoral e, mais tarde, acabou enviada à Itália, para combater com os aliados.

Desafio é a palavra que melhor define a década de 50. Desde a criação de uma “fábrica de cérebros” para a indústria aeronáutica até a construção de aeroportos no interior da Amazônia, a Força Aérea Brasileira começou a consolidar os seus objetivos de produzir tecnologia nacional e de integrar o território brasileiro.

Em 1953, na pacata cidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, o Centro Técnico de Aeronáutica abrigou dois institutos científicos, tecnicamente autônomos, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) - para o ensino superior - e o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD) - voltado para pesquisa e desenvolvimento na área de aviação militar.

A nova tecnologia chegava também na área operacional. Os jatos Gloster Meteor mudaram a história da aviação militar e da aviação civil brasileiras. A FAB adquire os F-8 e entra na “Era das Turbinas”.

Em 1956, a FAB começou a atuar na construção de aeródromos em meio à imensidão da floresta amazônica com a criação da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA). O objetivo era integrar a Amazônia Brasileira ao resto do país.

A década de 50 também marca a criação do Esquadrão de Demonstração Aérea, conhecido como Esquadrilha da Fumaça.

Encurtar distâncias, vencer barreiras, transpor limites. Do planejamento dos anos 50 a ação na década de 60. O Brasil avança no ramo da ciência e tecnologia com o avião Bandeirante e o início do Programa Espacial, projetos que saíram do papel dentro do Centro de Tecnologia de Aeronáutica (CTA). *11DE266D16* 11DE266D16 CONGRESSO NACIONAL

O avião Bandeirante surgiu a partir do projeto IPD-6504, uma referência ao ano (65), número do projeto (04) e ao Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD), do CTA. O protótipo daria origem ao futuro EMB 110 Bandeirante que, em 1968, decolou pela primeira vez, em um voo que durou, aproximadamente, 50 minutos. O projeto bem-sucedido deu origem à Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), destinada à fabricação seriada do Bandeirante.

Na mesma década, o CTA formou o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE). Os pesquisadores brasileiros militares e civis do Ministério da Aeronáutica participaram de pesquisas internacionais nas áreas de astronomia, geodésica, geomagnetismo e meteorologia. O SONDA I foi considerado a grande escola do Programa Espacial Brasileiro.

Os anos 70 marcam o início de uma nova fase para a Força Aérea Brasileira (FAB). Até a década de 60, o Brasil ainda baseava seus conceitos de defesa aérea nos conhecimentos adquiridos na Segunda Guerra. O mundo era outro, a guerra fria estava no auge e a aviação tornava-se cada vez mais rápida, letal e tecnológica. Era preciso antecipar (ter meios para detectar possíveis ameaças) e agir (atingir rapidamente os objetivos). Chegava a vez dos supersônicos.

O Ministério da Aeronáutica concluiu uma série de estudos e, em 1969, concebeu o Sistema Integrado de Controle do Espaço Aéreo, um projeto ambicioso e estratégico que previa a utilização conjunta de equipamentos de detecção, de telecomunicações e de apoio para as atividades de defesa aérea e de controle de tráfego aéreo. Dois anos antes, a FAB já havia criado o Comando Aéreo de Defesa Aérea (COMDA), embrião do atual Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA).

Ao mesmo tempo em que a estrutura de detecção nascia, com uma complexa de rede de radares e equipamentos espalhados pelo país, o Ministério da Aeronáutica buscava no mercado internacional o que havia de melhor em modernos caças supersônicos. Em 1972, entra em operação a primeira unidade aérea de interceptação da FAB, o atual Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), equipado com caças F-103 Mirage III. Na mesma década, chegaram ao Brasil os caças F-5 e, sob licença, a EMBRAER passou a

produzir o primeiro jato fabricado no país, o AT-26 Xavante. *11DE266D16* 11DE266D16 CONGRESSO NACIONAL

A indústria aeronáutica brasileira apresentou grande expansão na década de 80. A EMBRAER alcançou sucesso com projetos como o Brasília, o T- 27 Tucano e o AMX. A cidade de Alcântara, no Maranhão, foi a escolhida para a construção da principal base da então Missão Espacial Brasileira (MECB), no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

O AMX foi projetado como substituto ao Xavante para missões de ataque e se destaca pelo raio de alcance, robustez e confiabilidade nos sistemas eletrônicos. Daí vem o apelido de “o avião computador”. O T-27 Tucano, além de cumprir o papel de treinador, também pode voar missões de treinamento armado, apoio aéreo, ataque ao solo e defesa do espaço aéreo. O projeto de substituição do Bandeirante deu origem ao Brasília. Na FAB, o avião foi designado de C-97. As primeiras unidades passaram a ser operadas pelo 6º Esquadrão de Transporte Aéreo.

A cidade de Alcântara, no Maranhão, não foi escolhida por acaso para ser a sede do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). A localidade se destaca por possibilitar lançamentos de foguetes com menor consumo de combustível ou com maior capacidade de carga. Houve um grande investimento em infraestrutura e tecnologia que possibilitou o lançamento de quinze foguetes SBAT-70 e 2 SBAT-152 na Operação Pioneira.

Uma imensidão verde impenetrável aos olhos dos viajantes e dos aviadores que percorriam as poucas rotas dos 62% de florestas do território nacional. Até a década de 1990, esta era a visão da Amazônia brasileira. A região era desprotegida e alvo de atividades ilícitas, como rotas clandestinas, tráfico de drogas, biopirataria, para citar as mais recorrentes em um território de baixa densidade demográfica e fronteiras despovoadas. A integração da Amazônia, que parecia um objetivo distante, foi possível com o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM).

Pode-se dividir a Amazônia em antes e depois do SIVAM. O sistema de radares e satélites permitiu que a região fosse conhecida e possibilitou que o espaço aéreo da região voltasse ao controle do país. Imaginar o espaço aéreo na época era visualizar um grande vazio com algumas ilhas na região de selva, já que os radares ficavam restritos às capitais. O Brasil estava integrado por três Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA) nas Regiões Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, e

experimentava uma lacuna em mais da metade de seu território. *11DE266D16* 11DE266D16 CONGRESSO NACIONAL

O SIVAM é uma complexa rede de radares, satélites e equipamentos de vigilância, controle e comunicação espalhados por nove Estados – , Amazonas, Amapá, , Rondônia, , Pará, Maranhão e . O projeto exigiu investimentos da ordem de 1,4 bilhões de dólares, necessários para a criação de uma rede de equipamentos em uma região de 5,2 milhões de quilômetros quadrados.

A tecnologia veio para ficar nos anos 2000. O que parecia roteiro de filme virou realidade. A Força Aérea Brasileira investe em projetos de aviões supersônicos, veículos aéreos não-tripulados e foguetes movidos a combustível líquido. O Brasil se consolida como referência na aviação mundial, investindo no reaparelhamento da frota de aeronaves militares e como uma das lideranças do projeto de criação do espaço aéreo contínuo (CNS-ATM), gerenciado com o apoio de satélites.

Entre as novas aeronaves, estão o A-29 Super Tucano e o Projeto F-X2, os aviões de patrulha P-3AM, os de transporte C-99 e C-105 Amazonas, os helicópteros AH-2 Sabre, H-60 BlackHawk e EC-725. Além disso, a FAB investe na modernização dos F-5 E e dos bombardeiros A-1.

Na área aeroespacial, os Centros de Lançamento de Alcântara e de Barreira do Inferno são considerados referência para o voo de foguetes e para rastrear equipamentos do mundo inteiro que passam pelo espaço brasileiro. Os lançamentos de foguetes VSB-30 são realizados desde 2004. Dois anos depois, o país assiste à chegada a Estação Internacional (ISS) do primeiro astronauta brasileiro, o então Tenente-Coronel-Aviador Marcos César Pontes.

As operações de resgate e ajuda humanitária da FAB ultrapassaram as fronteiras nacionais. Missões aconteceram no Brasil, no Líbano, no Haiti, no Chile e em diversos países. No Brasil, marcaram a história as operações de resgate do voo AF447, da Air France, no meio do Oceano Atlântico,

e do voo 1907, da Gol, na Amazônia.

Portanto, com os devidos créditos ao site comemorativo do 70 anos da Força Aérea Brasileira, que traçou com magnífica maestria esta história espetacular de sucesso, ora aproveitando todo seu conteúdo e reproduzindo nesta justificativa, submetemos a consideração de V.Exa. este requerimento, no que pedimos deferimento. *11DE266D16* 11DE266D16 CONGRESSO NACIONAL

Deputado HUGO LEAL Senador EDUARDO AMORIM PSC/RJ PSC/SE

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Requer a realização de Sessão Solene em homenagem aos 70 anos do Ministério da Aeronáutica e Força Aérea Brasileira.

APOIAMENTOS

Deputado PAULO TEIXEIRA Deputado HENRIQUE E. ALVES Líder do PT Líder do PMDB

Deputada ANA ARRAES Deputado LINCOLN PORTELA Líder do Bloco PSB/ PTB/ PC do B Líder do Bloco PR, PRB, PT do B, PRTB, PRB, PHS, PTC e PSL

Deputado DUARTE NOGUEIRA Deputado ANTÔNIO CARLOS Líder do PSDB MAGALHÃES NETO Líder do DEM

Deputado NELSON MEURER Deputado GIOVANNI QUEIROZ Líder do PP Líder do PDT

Deputado SARNEY FILHO Deputado RATINHO JÚNIOR Líder do PV / PPS Líder do PSC Deputado FÁBIO FARIA Deputado CHICO ALENCAR Líder do PMN Líder do PSOL

Senador Senador Líder do PT Líder do PMDB

Senador Senador GIM ARGELLO Líder do PSDB Líder do PTB

Senador JOSÉ AGRIPINO Senador FRANCISCO DORNELLES Líder do DEM Líder do PP

Senador MAGNO MALTA Senador Líder do PR Líder do PDT

Senador ANTÔNIO CARLOS Senador INÁCIO ARRUDA VALADARES Líder do PC DO B Líder do PSB

Senador MARINOR BRITO Senador SÉRGIO PETECÃO Líder do PSOL Líder do PMN

Senador ITAMAR FRANCO Senador MARCELO CRIVELLA Líder do PPS Líder do PRB Senador EDUARDO AMORIM Senador PAULO DAVIM Líder do PSC Líder do PV