PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO 00950

MUNICIPIO DE DOM PEDRO - MA

23º Sorteio do Projeto de Fiscalização a Partir de Sorteios Públicos Sorteio de Unidades Municipais

09/Maio/2007

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO 00950

MUNICIPIO DE DOM PEDRO - MA

Trata o presente Relatório dos resultados dos exames realizados sobre as 023 Ações de Governo executados na base municipal de DOM PEDRO - MA em decorrência do 23º Evento do Projeto de Fiscalização a partir de Sorteios Públicos.

2. Os trabalhos foram realizados no período de 14Mai2007 a 17Jul2007, e tiveram como objetivo analisar a aplicação dos recursos federais no Município sob a responsabilidade de órgãos federais, estaduais, municipais ou entidades legalmente habilitadas.

3. As Ações Governamentais que foram objeto das ações de fiscalização estão apresentadas a seguir, por Ministério Supervisor, discriminando, a quantidade de fiscalizações realizadas e os recursos aproximados aplicados:

26000 MINISTERIO DA EDUCACAO PROGRAMA: BRASIL ALFABETIZADO AÇÃO: APOIO A AMPLIACAO DA OFERTA DE VAGAS DO ENSINO FUNDAMEN Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 1 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA TAL A JOVENS E ADULTOS - FAZENDO ESCOLA - NACIONAL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 133.650,00

PROGRAMA: BRASIL ESCOLARIZADO AÇÃO: APOIO A ALIMENTACAO ESCOLAR NA EDUCACAO BASICA - NO EST ADO DO MARANHAO QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 376.303,20 AÇÃO: CENSO ESCOLAR DA EDUCACAO BASICA - NACIONAL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: Não se aplica

PROGRAMA: DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL AÇÃO: DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - N A REGIAO NORDESTE QUANTIDADE DE O.S.: 2 VALOR: R$ 88.942,20 AÇÃO: APOIO AO TRANSPORTE ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL - NAC IONAL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 78.767,46

PROGRAMA: DESENVOLVIMENTO DO ENSINO MEDIO AÇÃO: EXPANSAO E MELHORIA DA REDE ESCOLAR ESTADUAL DO ENSINO MEDIO QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 771.906,30

PROGRAMA: VALORIZACAO E FORMACAO DE PROFESSORES E TRABALHADORES DA EDU AÇÃO: COMPLEMENTACAO DA UNIAO AO FUNDO DE MANUTENCAO E DESENV OLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DE VALORIZACAO DO MAG ISTERIO (FUNDEF) - NO ESTADO DO MARANHAO QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 3.790.648,92

36000 MINISTERIO DA SAUDE PROGRAMA: ASSISTENCIA FARMACEUTICA E INSUMOS ESTRATEGICOS AÇÃO: INCENTIVO FINANCEIRO A MUNICIPIOS HABILITADOS A PARTE V ARIAVEL DO PISO DE ATENCAO BASICA - PAB PARA ASSISTENCI A FARMACEUTICA BASICA - NO ESTADO DO MARANHAO QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 55.449,37

PROGRAMA: ATENCAO BASICA EM SAUDE AÇÃO: INCENTIVO FINANCEIRO A MUNICIPIOS HABILITADOS A PARTE V ARIAVEL DO PISO DE ATENCAO BASICA - PAB PARA A SAUDE DA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 2 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA FAMILIA QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 1.788.850,00 AÇÃO: ATENDIMENTO ASSISTENCIAL BASICO NOS MUNICIPIOS BRASILEI ROS - NO ESTADO DO MARANHAO QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 320.742,00 AÇÃO: ESTRUTURACAO DA REDE DE SERVICOS DE ATENCAO BASICA DE S AUDE - NACIONAL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 88.000,00

PROGRAMA: SANEAMENTO AMBIENTAL URBANO AÇÃO: IMPLANTACAO, AMPLIACAO OU MELHORIA DE SISTEMA PUBLICO D E ABASTECIMENTO DE AGUA PARA A PREVENCAO E CONTROLE DE AGRAVOS EM MUNICIPIOS DE ATE 30.000 HABITANTES - ABASTE CIMENTO DE AGUA - NO EST QUANTIDADE DE O.S.: 2 VALOR: R$ 525.000,00 AÇÃO: IMPLANTACAO DE MELHORIAS SANITARIAS DOMICILIARES PARA P REVENCAO E CONTROLE DE AGRAVOS - MELHORIAS SANITARIAS - NO ESTA QUANTIDADE DE O.S.: 2 VALOR: R$ 528.000,00

PROGRAMA: SANEAMENTO BASICO AÇÃO: IMPLANTACAO DE MELHORIAS SANITARIAS DOMICILIARES PARA C ONTROLE DE AGRAVOS-MARANHAO QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 149.619,54

PROGRAMA: VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA E AMBIENTAL EM SAUDE AÇÃO: INCENTIVO FINANCEIRO AOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MU NICIPIOS CERTIFICADOS PARA A VIGILANCIA EM SAUDE - NACI ONAL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 94.779,26

55000 MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE A FOME PROGRAMA: GESTAO DA POLITICA DE SEGURANCA ALIMENTAR E NUTRICIONAL AÇÃO: APOIO A ORGANIZACAO DO SISTEMA UNICO DE ASSISTENCIA SOC IAL - SUAS - NACIONAL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: Não se aplica AÇÃO: FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE ASSISTENCIA SOCIAL - NAC IONAL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: Não se aplica

PROGRAMA:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 3 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA PROTECAO SOCIAL BASICA AÇÃO: SERVICOS DE PROTECAO SOCIAL BASICA AS FAMILIAS - NACION AL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 25.200,00 AÇÃO: SERVICOS ESPECIFICOS DE PROTECAO SOCIAL BASICA - NACION AL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 233.599,50

PROGRAMA: PROTECAO SOCIAL ESPECIAL AÇÃO: SERVICOS DE PROTECAO SOCIAL ESPECIAL A FAMILIA - NACION AL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 24.300,00

PROGRAMA: TRANSFERENCIA DE RENDA COM CONDICIONALIDADES AÇÃO: Transferencia de Renda Diretamente as Familias em Condi cao de Pobreza e Extrema Pobreza (Lei n: 10.836, de 200 4) - NACIONAL QUANTIDADE DE O.S.: 1 VALOR: R$ 3.111.961,50

TOTAL DE O.S.: 24 VALOR TOTAL: R$ 12.185.719,25

4. Este relatório, destinado aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, contempla, em princípio, constatações de campo que apontam para o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais estabelecidos para esse tipo de execução.

5. Esclarecemos que os Executores Municipais dos Programas, quanto àqueles sob sua responsabilidade, já foram previamente informados sobre os fatos relatados, tendo se manifestado em 10Jul2007, cabendo ao Ministério supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades.

6. Nesse sentido, os resultados das fiscalizações realizadas, sempre que os trabalhos tenham evidenciado fatos relevantes que indiquem impropriedades/irregularidades na aplicação dos recursos federais examinados estão demonstrados a seguir, por Ministério:

SUMÁRIO DAS CONSTATAÇÕES DA FISCALIZAÇÃO

26000 MINISTERIO DA EDUCACAO 1.1.1 CONSTATAÇÃO: Irregularidades na formalização do convênio. 1.1.2 CONSTATAÇÃO: Pagamento efetuado sem efetiva liquidação da despesa. 1.2.1 CONSTATAÇÃO:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 4 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Atendimento intempestivo das solicitações da Equipe de Fiscalização. 1.2.2 CONSTATAÇÃO: Comprovação de compras mediante apresentação de Notas Fiscais inidôneas. 1.2.3 CONSTATAÇÃO: Aquisição em excesso de Kits para alunos e professores. 1.2.4 CONSTATAÇÃO: Inobservância do limite de 60% dos recursos financeiros na remuneração dos professores. 1.2.5 CONSTATAÇÃO: Ausência de Procedimentos Licitatórios. 1.2.6 CONSTATAÇÃO: Ausência de notificação sobre a liberação dos recursos. 1.2.7 CONSTATAÇÃO: Ausência de Distribuição de Merenda Escolar aos alunos do PEJA. 1.2.8 CONSTATAÇÃO: Divergência entre os dados financeiros constantes das Folhas de Pagamento e os efetivamente pagos aos Professores. 1.2.9 CONSTATAÇÃO: Falta de atuação do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF (CACS/FUNDEF). 1.3.1 CONSTATAÇÃO: Realização de despesas sem a formalização de processo licitatório e/ou de dispensa de licitação. 1.3.2 CONSTATAÇÃO: Falta de notificação dos recursos do PNAC e PNAE aos partidos políticos, Câmara Municipal, Ministério Público, Sindicatos etc. 1.3.3 CONSTATAÇÃO: Falta das cópias dos cheque emitidos à conta do PNAC e PNAE de 2006 e 2007. 1.3.4 CONSTATAÇÃO: Fracionamento das despesas realizadas com recursos do PNAE/2006. 1.3.5 CONSTATAÇÃO: Pagamento indevido de tarifa bancária com recursos do PNAE. 1.3.6 CONSTATAÇÃO: Falta de apresentação do mapa de consumo da merenda escolar e do con- trole da merenda. 1.3.7 CONSTATAÇÃO: Falta de atuação do CAE. 1.3.8 CONSTATAÇÃO: Quebra dos princípios da impessoalidade, moralidade e igualdade em processo licitatórios- Cartas Convites nº 002/2006, 003/2006, 003/2006, 004/2006 e 005/2006. 1.3.9 CONSTATAÇÃO: Simulação de compras de mercadorias. 1.3.10 CONSTATAÇÃO: Divergência entre o quantitativo de alunos informados no Censo 2006 e o obtido nos Diários de classe. 1.3.11 CONSTATAÇÃO: Não disponibilização de diários de classe. 1.3.12 CONSTATAÇÃO: Não disponibilização de fichas de matrículas. 1.3.13 CONSTATAÇÃO: Não disponibilização de certidões de nascimento de alunos

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 5 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA matriculados. 1.4.1 CONSTATAÇÃO: Despesas com curso de capacitação de pessoas que não são professores do ensino fundamental público. 1.4.2 CONSTATAÇÃO: Não recolhimento de Contribuição Previdenciária retida dos servidores da rede municipal de ensino. 1.4.3 CONSTATAÇÃO: Pagamento de diferenças do FUNDEF apuradas em relação aos anos de 2004 e 2005, com recursos de 2006. 1.4.4 CONSTATAÇÃO: Falta de atuação do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF (CACS/FUNDEF). 1.4.5 CONSTATAÇÃO: Inserção de recibos inidôneos relativos a despesas com cursos de capacitação não realizados. 1.4.6 CONSTATAÇÃO: Pagamento de contribuições à Previdência Social e ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP, referentes a exercícios anteriores. 1.4.7 CONSTATAÇÃO: Realização de despesas com recursos do FUNDEF sem licitação. 1.4.8 CONSTATAÇÃO: Inclusão, nas Prestações de Contas do FUNDEF de 2006, de Folhas de Pagamento com salários superiores aos efetivamente pagos aos servidores da rede municipal de ensino. 1.4.9 CONSTATAÇÃO: Gasto excessivo com locação de veículos inadequados para o transporte escolar e pagamento de despesas não elegíveis, com transporte de professores, merenda escolar, coordenadores, supervisores e orientadores. 1.4.10 CONSTATAÇÃO: Gasto excessivo com aquisição de combustível. 1.4.11 CONSTATAÇÃO: Pagamento a profissionais do magistério que não foram localizados nas escolas em que deveriam estar atuando. 1.4.12 CONSTATAÇÃO: Pagamento indevido de hospedagem do Juiz de Direito da Comarca de Dom Pedro (MA) e de outras pessoas estranhas ao Ensino Fundamental com recursos do FUNDEF. 1.4.13 CONSTATAÇÃO: Pagamento a professores que não atuaram no ensino fundamental. 1.4.14 CONSTATAÇÃO: Indícios de simulação de compras de mercadorias. 1.4.15 CONSTATAÇÃO: Não localização de materiais adquiridos com recursos do FUNDEF. 1.4.16 CONSTATAÇÃO: Ausência de retenção e recolhimento de tributos federais. 1.4.17 CONSTATAÇÃO: Não aplicação do mínimo de 60% dos recursos do FUNDEF com a remuneração dos profissionais do magistério do ensino fundamental. 1.4.18 CONSTATAÇÃO: Pagamento de despesas bancárias com recursos do FUNDEF de 2006.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 6 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 1.4.19 CONSTATAÇÃO: Ausência de controles sobre a distribuição dos materiais de consumo adquiridos com recursos do FUNDEF. 1.4.20 CONSTATAÇÃO: Despesas não elegíveis com aquisição de uniformes e mochilas custeadas com recursos do FUNDEF. 1.4.21 CONSTATAÇÃO: Indícios de pagamento irregular de energia elétrica com recursos do FUNDEF. 1.5.1 CONSTATAÇÃO: Ausência de aplicação de recursos em caderneta de poupança ou outra em modalidade de aplicação financeira. 1.5.2 CONSTATAÇÃO: Aplicação de recursos fora do prazo. 1.5.3 CONSTATAÇÃO: Aplicação de recursos fora das finalidades do programa PDDE. 1.5.4 CONSTATAÇÃO: Inexistência de comprovação de despesas. 1.5.5 CONSTATAÇÃO: Emissão de cheque ao portador. 1.5.6 CONSTATAÇÃO: Realização de despesas sem a formalização de processo licitatório e/ou de dispensa de licitação. 1.5.7 CONSTATAÇÃO: Realização de despesas sem a formalização de processo licitatório e/ou de dispensa de licitação. 1.5.8 CONSTATAÇÃO: Pagamento indevido de tarifa bancária com recursos do PDDE. 1.5.9 CONSTATAÇÃO: Indícios de simulação de compras de mercadorias. 1.5.10 CONSTATAÇÃO: Realização de despesas sem licitação. 1.5.11 CONSTATAÇÃO: Contratos nulos 1.5.12 CONSTATAÇÃO: Inexistência de elementos que justifiquem/fundamentem os preços contratados para o transporte escolar. 1.5.13 CONSTATAÇÃO: Pagamento à empresa por serviço não executado. 1.5.14 CONSTATAÇÃO: Ausência de controle da movimentação dos veículos que efetuam o transporte escolar. 1.5.15 CONSTATAÇÃO: Veículos com especificações em desacordo com o Código Nacional de Trânsito. 1.5.16 CONSTATAÇÃO: Ausência de recolhimento do imposto de renda e contribuição previdenciária. 1.5.17 CONSTATAÇÃO: Ausência de atuação da Equipe Coordenadora do PNATE e do Conselho do FUNDEF.

36000 MINISTERIO DA SAUDE

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 7 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 2.1.1 CONSTATAÇÃO: Não disponibilização de documentos solicitados pela CGU. 2.1.2 CONSTATAÇÃO: Contratação de empresa de engenharia sem procedimento licitatório. 2.1.3 CONSTATAÇÃO: Elaboração e aprovação do Projeto Básico sem observar o risco de contaminação de poços e do lençol freático devido a proximidade dos sumidouros. 2.1.4 CONSTATAÇÃO: Ausência do depósito da contrapartida municipal. 2.1.5 CONSTATAÇÃO: Ausência de notificação a Partidos Políticos, Câmara Municipal, Sindicatos e Entidades empresariais. 2.2.1 CONSTATAÇÃO: Ilegalidades na formalização do convênio. 2.2.2 CONSTATAÇÃO: Ausência de aplicação financeira de recursos não utilizados. 2.2.3 CONSTATAÇÃO: Ausência de comprovação de despesas. 2.2.4 CONSTATAÇÃO: Não cumprimento dos requisitos da Lei Complementar nº 101/2000 para a celebração de convênios. 2.2.5 CONSTATAÇÃO: Processo licitatório em desacordo com a Lei nº 8.666/1993. 2.2.6 CONSTATAÇÃO: Irregularidade na execução contratual. 2.2.7 CONSTATAÇÃO: Omissão de documentos à CGU. 2.2.8 CONSTATAÇÃO: Não formalização de processo licitatório (Lei nº 8.666/1993). 2.2.9 CONSTATAÇÃO: Sistema de abastecimento ocioso (não-utilizado). 2.2.10 CONSTATAÇÃO: Placa de obra em desacordo com Manual da SECON. 2.2.11 CONSTATAÇÃO: Falhas na elaboração dos projetos dos módulos sanitários. 2.2.12 CONSTATAÇÃO: Construção de um módulo sanitário em um domicílio abandonado. 2.2.13 CONSTATAÇÃO: Evidências de montagem de processo licitatório. 2.2.14 CONSTATAÇÃO: Descumprimento do Cronograma de Execução físico-financeiro do Projeto. 2.2.15 CONSTATAÇÃO: Falhas na elaboração dos projetos dos módulos sanitários. 2.2.16 CONSTATAÇÃO: Ausência de notificação a Partidos Políticos, Câmara Municipal, Sindicatos e Entidades empresariais. 2.2.17 CONSTATAÇÃO: Ausência de depósito da contrapartida municipal. 2.3.1 CONSTATAÇÃO: Não apresentação de parte dos documentos do programa. 2.4.1 CONSTATAÇÃO: Ausência de Procedimentos Licitatórios.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 8 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 2.4.2 CONSTATAÇÃO: Comprovação de Compras com Notas Fiscais Falsas. 2.4.3 CONSTATAÇÃO: Ausência de compatibilidade entre o valor do cheque e da nota fiscal Emitida. 2.4.4 CONSTATAÇÃO: Carga horária dos profissionais de saúde inferior a 40 horas semanais e ausência de controle da jornada de trabalho. 2.4.5 CONSTATAÇÃO: Profissionais Vinculados a mais de uma Equipe do PSF. 2.4.6 CONSTATAÇÃO: Pagamento indevido de despesas bancárias. 2.4.7 CONSTATAÇÃO: Ausência de Capacitação aos Profissionais do PSF e ACS. 2.4.8 CONSTATAÇÃO: Inadequação das Unidades Básicas de Saúde. 2.4.9 CONSTATAÇÃO: Ausência de controle das despesas com combustível. 2.4.10 CONSTATAÇÃO: Ausência de Prestação de Serviços por parte do Profissional de Saúde (médico) na Unidade Básica de Saúde da qual faz parte. 2.4.11 CONSTATAÇÃO: Inadequação do Plano Municipal de Saúde, bem como inexistência de aprovação do mesmo pelo Conselho Municipal de Saúde - CMS e de comprovação de atuação efetiva do referido Conselho nas questões de saúde do Município. 2.4.12 CONSTATAÇÃO: Inadequação do Relatório de Gestão do exercício de 2006, bem como inexistência de sua aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde - CMS. 2.4.13 CONSTATAÇÃO: Despesas inelegíveis. 2.4.14 CONSTATAÇÃO: Ausência de controle no fornecimento de combustível. 2.4.15 CONSTATAÇÃO: Inexistência de documentos comprobatórios das aquisições realizadas com produtos laboratoriais e/ou hospitalares. 2.4.16 CONSTATAÇÃO: Realização de compras sem adoção de procedimento licitatório. 2.4.17 CONSTATAÇÃO: Pagamentos realizados a pessoa física sem desconto da Previdência Social. 2.4.18 CONSTATAÇÃO: Pagamento indevido de tarifas bancárias com recursos do PAB-FIXO. 2.4.19 CONSTATAÇÃO: Comprovação de despesas com notas fiscais inidôneas. 2.4.20 CONSTATAÇÃO: Pagamentos realizados a pessoa física sem comprovação efetiva da prestação de serviços. 2.4.21 CONSTATAÇÃO: Inexistência de identificação dos comprovantes de gastos por programa, bem como de extratos individualizados. 2.4.22 CONSTATAÇÃO: Emissão de cheques para mais de um destinatário, sem especificação nominal do beneficiário que prestou o serviço e/ou venda.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 9 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 2.4.23 CONSTATAÇÃO: Não comprovação de utilização de Contrapartida. 2.4.24 CONSTATAÇÃO: Não comprovação de formalização de processo licitatório 2.4.25 CONSTATAÇÃO: Ausência de identificação do convênio e atesto de recebimento do veículo no documento fiscal. 2.4.26 CONSTATAÇÃO: Utilização de Unidade Móvel de Saúde sem os equipamentos básicos necessários. 2.4.27 CONSTATAÇÃO: Ausência de Prestação de Contas. 2.5.1 CONSTATAÇÃO: Deficiente controle de estoque de medicamentos e não comprovação das aquisições realizadas. 2.5.2 CONSTATAÇÃO: Armazenamento inadequado dos Medicamentos. 2.5.3 CONSTATAÇÃO: Inexistência de controle de medicamentos vencidos. 2.5.4 CONSTATAÇÃO: Comprovação de despesas com notas fiscais inidôneas. 2.5.5 CONSTATAÇÃO: Inexistência de identificação dos comprovantes de gastos por programa, bem como de extratos individualizados. 2.5.6 CONSTATAÇÃO: Realização de compras sem adoção de procedimento licitatório. 2.5.7 CONSTATAÇÃO: Inexistência de distribuição de medicamentos nas Unidades de Saúde.

55000 MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE A FOME 3.1.1 CONSTATAÇÃO: Ausência de realização do Diagnóstico das Áreas de Riscos e Vulnerabilidade Social. 3.2.1 CONSTATAÇÃO: Beneficiários com indícios de renda per capita superior à estabelecida pelo programa. 3.2.2 CONSTATAÇÃO: Ausência de atualização cadastral. 3.2.3 CONSTATAÇÃO: Descumprimento, por parte dos dirigentes das escolas, de suas atribuições. 3.2.4 CONSTATAÇÃO: Ausência de atuação do Conselho Municipal de Assistência Social. 3.2.5 CONSTATAÇÃO: Ausência de oferta de programas complementares que visem a emancipação das famílias. 3.2.6 CONSTATAÇÃO: Fragilidades no acompanhamento das condicionalidades na área da saúde. 3.3.1 CONSTATAÇÃO: CRAS com espaço físico inadequado. 3.3.2 CONSTATAÇÃO: Mobiliário incompatível com as atividades do CRAS.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 10 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 3.3.3 CONSTATAÇÃO: Ausência de capacitação da equipe do CRAS. 3.3.4 CONSTATAÇÃO: Ausência de documentação comprobatória da movimentação de recursos do CRAS. 3.3.5 CONSTATAÇÃO: Indícios de compras sem entrega de mercadorias. 3.3.6 CONSTATAÇÃO: Ausência de realização de Processo Licitatório. 3.3.7 CONSTATAÇÃO: Ausência de Controle de Materiais Recebidos. 3.3.8 CONSTATAÇÃO: Ausência de documentação comprobatória da movimentação dos recursos do Programa de Proteção Social Básica (Creche). 3.3.9 CONSTATAÇÃO: Ausência de controle sobre materiais distribuídos. 3.3.10 CONSTATAÇÃO: Ausência de Prestação de Contas por parte da Entidade Beneficente. 3.3.11 CONSTATAÇÃO: Ausência de Certificado junto ao Conselho Nacional de Assistência Social. 3.3.12 CONSTATAÇÃO: Indícios de compras sem entrega de mercadorias. 3.4.1 CONSTATAÇÃO: Movimentação de Recursos por meio de saques realizados na conta corrente. 3.4.2 CONSTATAÇÃO: Ausência de Procedimentos Licitatórios 3.4.3 CONSTATAÇÃO: Ausência de Prestação de Contas por parte da Entidade Beneficente. 3.4.4 CONSTATAÇÃO: Ausência de Comprovação do Total das Despesas realizadas. 3.4.5 CONSTATAÇÃO: Ausência de Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social.

7. DENTRE AS CONSTATAçõES REGISTRADAS, consideramos como de maior relevância as seguintes:

PROBLEMAS GRAVES

26000 MINISTERIO DA EDUCACAO

ITENS: 1.1.2 1.2.2 1.2.8 1.4.1 1.4.11 1.4.12 1.4.14 1.4.2 1.4.5 1.4.7 1.4.8

36000 MINISTERIO DA SAUDE

ITENS: 2.5.4

PROBLEMAS ADMINISTRATIVOS

36000 MINISTERIO DA SAUDE

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 11 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA ITENS: 2.4.27

55000 MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE A FOME

ITENS: 3.2.6 3.3.11

DETALHAMENTO DAS CONSTATAÇÕES DA FISCALIZAÇÃO

1 - 26000 MINISTERIO DA EDUCACAO

1.1 - PROGRAMA 0045 DESENVOLVIMENTO DO ENSINO MEDIO AÇÃO : 1327 EXPANSAO E MELHORIA DA REDE ESCOLAR ESTADUAL DO ENSINO MEDIO OBJETIVO DA AÇÃO : apoiar projetos estaduais de expansão e melhoria da qualidade do aten- dimento da rede escolar pública estadual de ensino médio, de forma a garantir o atendimento integral aos egressos do ensino fundamental. ORDEM DE SERVIÇO : 194738 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Implementar no estado do Maranhao o programa de desenvolvimento do ensino medio - projeto alvorada, incrementar e fortalecer as acoes pe dagógicas conforme Plano de Trabalho que o integra como se transcrito estivesse. AGENTE EXECUTOR : SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACAO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO ESTADUAL OU DO DF QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: CONVÊNIO SIAFI 472170 MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 771.906,30

1.1.1 CONSTATAÇÃO: Irregularidades na formalização do convênio.

FATO: Em 17 de dezembro de 2002, o Governo do Estado do Maranhão, por intermédio da Gerência de Estado de Desenvolvimento Humano (CNPJ 03.352.086/0001-00) e representado pelo então Gerente Luís Fernando Moura da Silva (CPF 054.623.473-91), e a União, por meio do Ministério da Educação (CNPJ 00.394.445/0001-01) e representada pelo então Ministro Paulo Renato Costa Souza (CPF 009.529.580-15), celebraram o Convênio nº 085 (SIAFI nº 472170), o qual teve seu extrato publicado no Diário Oficial da União em 18 de dezembro de 2002. O objeto do convênio consiste em implementar, no Estado do Maranhão, o Programa de Desenvolvimento do Ensino Médio (Projeto Alvorada), incrementar e fortalecer as ações pedagógicas, conforme o Plano de Trabalho. O valor pactuado totaliza R$ 18.986.112,00, de responsabilidade da União. Não houve previsão de contrapartida do Estado do Maranhão no

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 12 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Termo de Convênio assinado. Nos termos iniciais da avença, a vigência do convênio seria de 12 meses, a contar da data de sua assinatura (Cláusula Terceira). Foram efetuados seis aditivos, conforme tabela abaixo:

ADITIVO DATA DA PUBLICAÇÃO FINALIDADE 472170 CELEBRAÇÃO DOU Prorroga a vigência do convênio por 001 16/12/2003 apostilamento: 24 meses a contar da 24/12/2003 data de sua assinatura. Prorroga a vigência para julho de não 002 15/12/2004 2005, conforme fls. 425 a 427 do comprovada Processo nº 23000.001.449/2002-61. Prorroga a vigência para 36 meses a contar da data de sua assinatura, não 003 14/07/2005 conforme fls. 465 a 467 do Processo comprovada nº 23000.001.449/2002-61. Prorroga vigência para 48 mes es a contar da data de sua assinatura, 004 17/12/2005 27/12/2005 conforme fls. 481 a 483 do Processo nº 23000.001.449/2002-61. Replanejamento de ações, segundo o 005 14/06/2006 Parecer nº 87/2006/DEPEM/SEB/MEC e 16/06/2006 Termo de Ajuste de Conduta. Prorroga a vigência de acordo com Parecer nº 313/2006 DPEM/SEB/MEC e 006 15/12/2006 Parecer nº 908/2006-CGLNJ: 54 meses 19/12/2006 a partir da assinatura, finalizando em 17/06/2007.

Do total de R$ 18.986.112,00, a União repassou R$ 8.893.312,23, ao Governo do Estado, conforme a tabela abaixo:

UG GESTÃO DOCUMENTO EMISSÃO PARCELA VALOR (R$) 150019 00001 2005OB901148 27/12/2005 001 4.650.257,15 150019 00001 2005OB901149 27/12/2005 001 4.243.055,08

Foram solicitados os seguintes documentos, por meio do Ofício CGU/Regional - MA nº 15.211/2007: a) cópia do Convênio, Termos Aditivos e Projeto de Execução; b) plano de Trabalho (PT); c) especificações de projeto, memorial descritivo e justificativas para a proposição do PT; d) planilha Orçamentária e de Medições de Serviços e Cronograma Físico-Financeiro; e) processos de Licitação; f) documentos de despesa (notas de empenho, ordens de pagamento, notas fiscais, recibos etc.); g) ato de designação do servidor responsável pelo acompanhamento da obra, se houver; h) relatórios de inspeção física ou boletins de ocorrência, se houver; i) extratos bancários desde a abertura da conta até o respectivo encerramento. O Gestor (Ofício GS/SEDUC nº 487/2007) encaminhou, em resposta, fotocópia da documentação solicitada, com exceção dos processos licitatórios e contratos, os quais ficaram à disposição da CGU na Secretaria de Educação.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 13 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Quanto à formalização do convênio, foram verificadas as seguintes irregularidades: a) Ausência de contrapartida por parte do Governo do Estado: de acordo com a Cláusula Segunda da avença, o convenente está desobrigado da contrapartida, conforme o artigo 29 da MP 2.178-36, de 24 de agosto de 2001. Conforme o artigo citado, os recursos destinados ao Programa de Apoio aos Estados para a Expansão e Melhoria da Rede Escolar do Ensino Médio, repassados aos Estados e aos Municípios, não estarão sujeitos às exigências estabelecidas no § 2o do art. 34 da Lei no 9.811, de 28 de julho de 1999, no inciso III do art. 35 da Lei no 9.995, de 25 de julho de 2000, e no inciso III do art. 34 da Lei no 10.266, de 24 de julho de 2001. As Leis nº 9.811/1999, 9.995/2000 e 10.266/2001 tratam, respectivamente, da LDO para os exercícios de 2000, 2001 e 2002. Tais normativos, nos artigos anteriormente citados, dispõem sobre a contrapartida mínima a ser oferecida por Municípios, quando do recebimento de recursos oriundos de transferências voluntárias (de que o convênio é espécie) pela União. Observe-se que a exigência de contrapartida, por parte do convenente, prevista nas citadas LDO's, decorre do disposto no art. 4º, I, (f) c/c o art. 25, IV, (d), ambos da Lei Complementar nº 101/2000. Assim, nem a Medida Provisória nº 2.178-36 nem o referido Termo de Convênio têm o condão de afastar a aplicação do disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal. b) Não comprovação de publicação, no Diário Oficial da União, dos aditivos 472170-002 e 472170-003, que prorrogaram a vigência do convênio para julho e dezembro de 2005, respectivamente. A não publicação de tais aditivos está em desacordo com o disposto no art. 17 da IN/STN nº 01/1997.

EVIDÊNCIA: Visitas "in loco"; Anexos do Ofício GS/SEDUC nº 487/2007: a) cópia do Convênio, Termos Aditivos e Projeto de Execução; b) plano de Trabalho (PT); c) especificações de projeto, memorial descritivo e justificativas para a proposição do PT; d) planilha Orçamentária e de Medições de Serviços e Cronograma Físico-Financeiro; e) processos de Licitação; f) documentos de despesa (notas de empenho, ordens de pagamento, notas fiscais, recibos etc.); g) ato de designação do servidor responsável pelo acompanhamento da obra, se houver; h) relatórios de inspeção física ou boletins de ocorrência, se houver; i) extratos bancários desde a abertura da conta até o respectivo encerramento.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Senhor Secretário de Estado da Educação, por meio do Ofício nº 671/2007 - GS/SEDU, de 6/7/2007, recebido nesta CGUMA em 10/07/2007, apresentou as seguintes justificativas: "O Convênio nº 85/2002, de 17 de dezembro de 2002, é regido pelas regras contidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO nº 10.266, de 24 de julho de 2001, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da lei orçamentária de 2002 e dá outras providências. Sobre a previsão de contrapartida, dispõe o inciso III do art. 34 da

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 14 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA referida lei, ipsis litteris: Art. 34. As transferências voluntárias de recursos da União, consignadas na lei orçamentária e em seus créditos adicionais, para Estados, Distrito Federal ou Municípios, a título de cooperação, auxílios ou assistência financeira, dependerão da comprovação, por parte da unidade beneficiada, no ato da assinatura do instrumento original, de que: (...) III - existe previsão de contrapartida, que será estabelecida de modo compatível com a capacidade financeira da respectiva unidade beneficiada, tendo como limite mínimo e máximo: (...) b) no caso dos Estados e do Distrito Federal: 1. dez e vinte por cento, se localizados nas áreas da ADENE e da ADA e no Centro-Oeste; e 2. vinte e quarenta por cento, para os demais. (grifos acrescidos) Sobre a exigência de contrapartida, excepciona o art. 29 da Medida Provisória nº 2.178-36, de 24 de agosto de 2001, in verbis: Art. 29. Os recursos destinados às ações de que trata o art. 19, repassados aos Estados e aos Municípios, não estarão sujeitos às exigências estabelecidas no § 2o do art. 34 da Lei no 9.811, de 28 de julho de 1999, no inciso III do art. 35 da Lei no 9.995, de 25 de julho de 2000, e no inciso III do art. 34 da Lei no 10.266, de 24 de julho de 2001. (grifos acrescidos) As ações de que trata o art. 19, contempladas pela isenção de contrapartida contida no art. 29 da MP, referem-se aos Programas de Apoio a Estados e Municípios para a Educação Fundamental de Jovens e Adultos e de Apoio aos Estados para a Expansão e Melhoria da Rede Escolar do Ensino Médio. O próprio Termo de Convênio, na subcláusula 2ª da cláusula 4ª, ratificou o teor da referida MP ao desobrigar o Convenente de contrapartida, contando inclusive com o aval do Ministério da Educação. Em relatório de fiscalização, a Controladoria Geral da União manifestou-se pela impossibilidade de Medida Provisória tratar sobre matéria relativa à Lei de Diretrizes Orçamentárias e à Lei Complementar, pois vedada pelo art. 62, § 1º, incisos I, "d" e III. Entretanto, a alegação não procede, uma vez que a referida vedação foi somente incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 11 de setembro de 2001, cuja vigência é posterior à data da MP em apreço. Portanto, as MP's editadas antes da EC nº 32/2001 continuam em vigor até que MP ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional. Nesse caso, ocorre a perpetuação da MP sobre as relações jurídicas decorrentes da época em que vigiam. Assim, pode-se afirmar que não há vício material na MP nº 2.178-36, visto que o referido instrumento foi editado antes da vigência da EC nº 32/2001, não havendo impedimento legal na época contra a edição de MP sobre matéria orçamentária. Inclusive, pelo princípio da irretroatividade, a EC nº 32 não poderia alcançar fatos anteriores à sua vigência, já que a lei não pode retroagir para prejudicar. Cumpre salientar, ainda, que a LDO não veda a isenção de contrapartida. Pelo contrário, a própria lei autoriza a sua redução, conforme dispõe o § 1º do art. 34, in verbis:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 15 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA § 1º Os limites mínimos de contrapartida fixados no inciso III do caput deste artigo, poderão ser reduzidos quando os recursos transferidos pela União: (...) III - beneficiarem os Municípios, incluídos nos bolsões de pobreza identificados como áreas prioritárias no "Comunidade Solidária", no Programa "Comunidade Ativa", no "Projeto Alvorada" e na Lei Complementar no 94, de 1998. (grifos acrescidos) Da análise do dispositivo acima, depreende-se que a lei não estabelece limite à redução, ou seja, não estipula até quanto poderá ser reduzida a contrapartida, podendo inclusive desobrigar o convenente de apresentá-la. Pelo princípio da legalidade, diz-se que o cidadão poderá fazer ou deixar de fazer tudo o que não for defeso em lei. A contrario senso, ele somente poderá ser compelido a fazer algo em virtude de lei. Classicamente, em relação ao princípio da legalidade, entende-se que a Administração Pública somente pode fazer aquilo que estiver estritamente previsto em lei, não tendo, assim, vontade livre. No caso sob comento, a Convenente não incorreu em nenhuma ilegalidade, visto que exerceu apenas o que a MP nº 2.178-36 e o Termo de Convênio autorizavam. Ora, se a proibição de contrapartida não estava prevista expressamente nos termos da LDO, não poderia a Administração Pública ser compelida a fazer algo que não estivesse defeso em lei. O próprio Ministério da Educação convalidou esse entendimento ao assinar o Termo de Convênio, ciente da cláusula que desobrigava a contrapartida do Estado. O § 3º do art. 34 da LDO assim determinou: § 3º A verificação das condições previstas nos incisos do caput deste artigo se dará unicamente no ato da assinatura do convênio, sendo que os documentos comprobatórios exigidos pelos órgãos transferidores terão validade de, no mínimo, cento e oitenta dias a contar de sua apresentação. (grifos acrescidos) Portanto, o momento oportuno para o Ministério da Educação se manifestar contra a inserção da subcláusula em apreço seria o da assinatura do Convênio, o que não ocorreu. No mesmo sentido, dispõe o inciso I, § 2º, do mencionado artigo: 2º Caberá ao órgão transferidor: I - verificar a implementação das condições previstas neste artigo, bem como observar o disposto no caput do art. 35 da Lei no 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, exigindo, ainda, do Estado, Distrito Federal ou Município, que ateste o cumprimento dessas disposições, inclusive por intermédio dos balanços contábeis de 2001 e dos exercícios anteriores, da lei orçamentária para 2002 e correspondentes documentos comprobatórios. O próprio § 10 do art. 34 faz remissão à nova redação dada pela MP nº 2.178-36, mesmo se tratando de matéria orçamentária, que segundo a tese da Controladoria não poderia alcançar. Ademais, a MP e o Termo de Convênio gozam de presunção de legalidade, enquanto não haja declaração formal do Judiciário, em sede de ação direta ou incidental de controle de constitucionalidade. Isso sem contar com a boa-fé da Convenente, que não apresentou contrapartida respaldada nos dispositivos legais retrocitados e com a anuência do próprio Ministério da Educação. Assim, esperamos ter saneado a referida constatação".

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 16 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Quanto à não comprovação de publicação, no Diário Oficial da União, dos aditivos 002 e 003, o Gestor assim se manifestou: "estamos encaminhando, no Anexo A deste relatório, a comprovação de publicação no DOU dos Extratos dos Termos Aditivos 002 e 003, sanando, portanto, a referida constatação".

ANÁLISE DA EQUIPE: Quanto à não apresentação de contrapartida, justificativa não acatada. De fato, assiste razão ao Gestor quanto à não aplicação, no caso, do artigo 62, §1º, incisos I, "d" e III, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 11 de setembro de 2001, visto que a Medida Provisória nº 2.178-36 data de 24 de agosto de 2001, sendo, portanto, anterior à alteração efetuada no texto constitucional. Também reconhece-se a vigência da MP nº 2.178-36, tendo em vista o disposto no art. 2° da citada EC 32. No entanto, tal argumento não afasta a obrigatoriedade de contrapartida estadual em convênios firmados com a União. Note-se que a Lei de Responsabilidade Fiscal regulamenta, entre outros, o art. 163, I, da Constituição Federal, ao dispor sobre finanças públicas, estabelecendo normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, e dando outras providências. Seu art. 25, § 1º, IV, "d" é bastante claro ao prever a existência de contrapartida por parte do convenente. Portanto, o oferecimento de contrapartida pelo ente beneficiário dos recursos é regra que, de acordo com a legislação vigente, não comporta exceção. Além disso, a LC nº 101/2000 prevê que caberá à LDO dispor sobre as demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas. Observe-se nesse sentido que as LDO's para os exercícios de 2000, 2001 e 2002 em nenhum momento afastam o ofececimento de contrapartida por parte do Governo do Estado. Segundo Lei nº 9.811/1999 (LDO/2000), art. 34, §2º, é obrigatória a contrapartida dos Estados, tendo como limite mínimo e máximo dez e vinte por cento, se localizados nas áreas da Sudene e da Sudam e no Centro-Oeste; e vinte e quarenta por cento, para os demais. A Lei nº 9.995/2000(LDO/2001), por sua vez, trouxe (art. 35, III, "b") a previsão de que as transferências voluntárias de recursos da União dependeriam da comprovação, por parte da unidade beneficiada, no ato da assinatura do instrumento original, de existência de previsão de contrapartida, tendo como limite mínimo e máximo, no caso dos Estados, dez e vinte por cento, se localizados nas áreas da Sudene e da Sudam e no Centro-Oeste, e vinte e quarenta por cento, para os demais. Por fim, a Lei nº 10.266/2001 (LDO/2002), previu (art. 34, II "b")que nas transferências voluntárias de recursos da União para Estados fosse observada a existência de previsão de contrapartida, tendo como limite mínimo e máximo dez e vinte por cento, se localizados nas áreas da ADENE e da ADA e no Centro-Oeste, e vinte e quarenta por cento, para os demais. O §1º do art. 34, citado pelo Gestor em sua justificativa, faz referência expressa apenas a Municípios. Ademais, convem ressaltar a clara distinção entre "redução" da contrapartida, permitida pela LRF nos termos em que dispôs a LDO, e a completa ausência desta, expressamente vedada. O convênio em tela ocorreu em 17 de dezembro de 2002, portanto sob vigência da Lei nº 10.266/2001.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 17 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Isto posto, ainda que anterior à EC 32/2001, não cabe a medida provisória ir de encontro ao disposto em Lei Complementar, quando a própria Constiuição conferir a esta a regulamentação de determinada matéria. Observe-se que a Lei de Responsabilidade Fiscal não tratou de eximir os Estados de contrapartida; da mesma forma não o fez a União nas sucessivas LDO's, conforme o demonstrado acima. Não poderia fazê-lo, portanto, nem a Medida Provisória nem o Termo de Convênio. Em relaçao ao aditamento do convênio, o Gestor encaminhou comprovação dos Extratos dos Termos Aditivos 002 e 003, sanando, portanto, o ponto específico.

1.1.2 CONSTATAÇÃO: Pagamento efetuado sem efetiva liquidação da despesa.

FATO: Considerando que o convênio em tela envolve a construção de 108 (cento e oito) prédios escolares em diversas localidades do Estado do Maranhão, procedeu-se a verificação de ações específicas do Projeto Alvorada no Município de Dom Pedro (MA), em função da 23ª edição do Programa de Fiscalização por Sorteios Públicos, instituído pela Portaria CGU nº 462/2007. No município de Dom Pedro (MA), estava prevista a realização das seguintes ações:

CONVÊNIO AÇÃO ESPECÍFICAS EM DOM PEDRO Construção de um Prédio Escolar com 06 salas de aula Aquisição de Equipamento e Mobiliário 085/02 Aquisição de Equipamento de Informática Aquisição de Acervo Bibliográfico

As visitas "in loco" ocorreram em 23/05/2007, a menos de um mês do encerramento da vigência do convênio (17/06/2007). Verificou-se que, apesar de a estrutura do prédio escolar se encontrar em etapa de conclusão, este carece de instalação da parte elétrica e de abastecimento de água. Ademais, constatou-se a ausência de equipamentos de informática, mobiliário e acervo bibliográfico, que constituiriam o complexo educacional, conforme ações previstas do Projeto Alvorada no Município de Dom Pedro (MA). Especificamente em relação à construção da quadra poliesportiva, observou-se a existência, dentre outros, de documento intitulado "Relatório de Vistoria e Fiscalização", datado de 10/05/2007, e assinado pelo Engº Civil Luís Ernesto Campos Góes (CREA 3764/D-MA). De acordo com esse documento, "foram executados/pagos os serviços de montagem de estrutura metálica, cobertura e pavimentação". Conforme o demonstrado nas fotos 10 a 12 (Evidência), em 23/05/2007 tais serviços ainda não haviam sito prestados, caracterizando pagamento de despesa sem a regular liquidação, em ofensa ao disposto nos artigos. 62 e 63 da Lei nº 4.320/1964.

EVIDÊNCIA: Anexos do Ofício GS/SEDUC nº 487/2007: a) cópia do Convênio, Termos Aditivos e Projeto de Execução; b) plano Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 18 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA de Trabalho (PT); c) especificações de projeto, memorial descritivo e justificativas para a proposição do PT; d) planilha Orçamentária e de Medições de Serviços e Cronograma Físico-Financeiro; e) processos de Licitação; f) documentos de despesa (notas de empenho, ordens de pagamento, notas fiscais, recibos etc.); g) ato de designação do servidor responsável pelo acompanhamento da obra, se houver; h) relatórios de inspeção física ou boletins de ocorrência, se houver; i) extratos bancários desde a abertura da conta até o respectivo encerramento. Visitas "in loco":

Foto 1 Foto 2

Foto 3 Foto 4

Foto 5 Foto 6

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 19 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

Foto 7 Foto 8

Foto 9 Foto 10

Foto 11 Foto 12

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Quanto a este item, cabe ressaltar que a escola em comento ainda não foi recebida pela Administração, devido atrasos no cronograma de execução, estando as obras em pleno andamento, porém faltando muito pouco para sua conclusão. No que se refere à vigência do convênio, convém destacar que já foi aprovada a Minuta do Termo Aditivo com a prorrogação do prazo até 17 de dezembro de 2007, estando pendente apenas de assinatura, conforme documentação constante do Anexo B. Ademais apresentamos adicionalmente as seguintes justificativas: a)Instalação da parte elétrica e hidráulica - Ambas estão concluídas, conforme se observa nas fotos 1 a 5, 9, 10, 18 e 21 a 26 do Anexo C. b)Ausência de equipamentos de informática, mobiliário e acervo bibliográfico - No que se refere aos equipamentos de informática, Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 20 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA esclarecemos que a licitação dos mesmos foi concluída recentemente (vide Termo de Homologação em anexo), estando em fase de empenho. Quanto ao mobiliário, temos a informar que uma parte já se encontra nas dependências da escola e a outra no Almoxarifado Central desta Secretaria, aguardando a conclusão da obra para posterior encaminhamento (vide fotos 6, 11, 12, 23 e 25 do Anexo C e termos de responsabilidade - Anexo D). No que tange ao acervo bibliográfico, convém informar que todo o material adquirido está no Almoxarifado Central aguardando o envio e a montagem de todo o mobiliário. c)Serviços de montagem de estrutura metálica, cobertura e pavimentação - Quanto à estrutura metálica e cobertura, convém salientar que os materiais já se encontravam na obra, pendentes apenas de montagem. Conforme fotos extraídas do dia 03/06/2007 os referidos serviços já estavam concluídos (vide Anexo C, fotos 13 a 15). Com relação à pavimentação, informamos que à época da 4ª medição os serviços ainda estavam em andamento, representando 48% de conclusão, conforme item 3.6.2 da tabela de medição anexa (Anexo E). Cumpre ressaltar que, em 12/07/2007, a pavimentação se encontrava com cerca de 70% de conclusão (vide fotos 16 a 20), índice superior ao apresentado na referida medição. Portanto a constatação em apreço, data venia, não merece prosperar".

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativa não acatada. O Ofício nº 671, contendo a justificativa do Gestor, data de 06 de julho de 2007, sendo portanto posterior à data do fim da vigência do convênio: 17 de junho de 2007 (Aditivo nº 006). Assim, expirado o prazo de vigência do convênio em tela, é descabida a assinatura de novo aditivo para prorrogação do mesmo. Quanto à pavimentação, o Gestor afirma que em 12/07/2007, portanto após a vigência do convênio, a pavimentação se encontrava com cerca de 70% de conclusão. Tal fato coaduna-se com a constatação inicial, quanto ao desrespeito aos arts. 62 e 63 da Lei nº 4.320/1964. Cabe lembrar que documento intitulado "Relatório de Vistoria e Fiscalização", assinado pelo Engº Civil Luís Ernesto Campos Góes (CREA 3764/D-MA) atesta, em 10/05/2007, que "foram executados/pagos os serviços de montagem de estrutura metálica, cobertura e pavimentação". Em relação aos equipamentos de informática, acervo bibliográfico e mobiliário, embora o Gestor tenha apresentado documentos que comprovariam a existência dos bens indicados, sua justificativa enseja a necessidade de inspeção "in loco" para a confirmação das informações fornecidas. Sem tal verificação ulterior não é possível considerar a justificativa plenamente acatada.

1.2 - PROGRAMA 1060 BRASIL ALFABETIZADO AÇÃO : 0081 APOIO A AMPLIACAO DA OFERTA DE VAGAS DO ENSINO FUNDAMEN TAL A JOVENS E ADULTOS - FAZENDO ESCOLA - NACIONAL OBJETIVO DA AÇÃO : Propiciar o atendimento, nas escolas estaduais e municipais de Ensino Fundamental, de jovens e adultos matriculados na modalidade "supletivo

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 21 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA presencial com avaliação no processo", por meio da ampliação da oferta de vagas e do ensino de qualidade, resgatando para a escola essa cli - entela que foi, involuntariamente, excluída da educação fundamental e assegurando o aprendizado do alunado. ORDEM DE SERVIÇO : 194179 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Professores contratados temporariamente, e professores do quadro perma nente da educação de jovens e adultos formados por meio dos programas de formação continuada de docentes, aquisição, impressão ou produção de livro didático adequado à educação de jovens e adultos, aquisição de material escolar para o aluno e para o professor, remuneração aos profissionais do magistério e merenda escolar exclusiva aos alunos freqüentes ao Programa Fazendo Escola. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 133.650,00

1.2.1 CONSTATAÇÃO: Atendimento intempestivo das solicitações da Equipe de Fiscalização.

FATO: Por meio da Solicitação de Fiscalização - SF nº 194179-01, de 17/05/2007, com prazo de atendimento fixado para o dia 21/05/2007, foi requisitado informações básicas para análise da execução do Programa, tais como: extratos bancários; relação dos pagamentos efetuados com seus respectivos comprovantes de despesas; relação das escolas que receberam alimentação escolar e material didático adquirido no âmbito do Programa Fazendo Escola, discriminando as escolas, especificações dos materiais e as quantidades por aluno/professor; e processos licitatórios, contudo, a solicitação só foi atendida, parcialmente, em 24/05/2007, às 10h e 25 min. A intempestividade no atendimento da referida SF prejudicou a realização desta Ordem de Serviço, haja vista, que no momento das visitas aos colégios constantes da amostra, esta equipe não tinha informações sobre as despesas realizadas por conta do Programa para atender aos alunos e professores, impossibilitando, desta forma, a aplicação de técnicas e procedimentos de auditoria com vistas a certificar a distribuição dos bens, por ventura, adquiridos.

EVIDÊNCIA: Solicitação de Fiscalização - SF nº 194179-01, de 17/05/2007. Ofício Nº 002/2007, datado de 21/05/2007, entregue em 24/05/2007, às 10h25.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.2.2 CONSTATAÇÃO:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 22 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Comprovação de compras mediante apresentação de Notas Fiscais inidôneas.

FATO: Com vistas a verificar a idoneidade das Notas Fiscais vinculadas à despesas do Programa Apoio a Ampliação da Oferta de Vagas do Ensino Fundamental a Jovens e Adultos - Fazendo Escola - Nacional, procedeu- se consulta ao sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas (com acesso restrito), onde constatou-se que as autorizações para impressão de documentos fiscais (AIDF), constantes nas notas fiscais a seguir relacionadas, não foram emitidas pela Secretaria de Fazenda do Estado do Maranhão (SEFAZ-MA).

NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Fornecedor Objeto CNPJ 1617 11/12/2006 6.850,00 1155005842 L T S Comércio, Repre. e 00.414.931/ material escolar Distr. Ltda 0001-36 1610 14/11/2006 4.780,00 1155005842 L T S Comércio, Repre. e 00.414.931/ Kits para Alunos Distr. Ltda 0001-36 1564 2/8/2006 1.580,00 1155005842 L T S Comércio, Repre. e 00.414.931/ Kits para Alunos Distr. Ltda 0001-36 553 17/5/2006 3.900,00 1155005842 L T S Comércio, Repre. e 00.414.931/ produtos Distr. Ltda 0001-36 alimentícios 574 14/11/2006 2.850,00 1550105523 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/ produtos Repre. Ltda 0001-43 alimentícios 565 4/10/2006 4.374,23 1550105523 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/ produtos Repre. Ltda 0001-43 alimentícios 558 2/8/2006 5.950,00 1550105523 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/ produtos Repre. Ltda 0001-43 alimentícios Total = 30.284,23 - - - -

Em complemento, essa mesma fonte de consulta informa que, no período sob exame, não há registros de compras de mercadorias por essas empresas (C.N.P.J. 01.501.834/0001-43 e 00.414.931/0001-36) - para formação de estoques para venda - tanto de fornecedores localizados no Estado do Maranhão, quanto em outros estados da federação. Dessa forma, as empresas em destaque não poderiam ter fornecido para a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA), mercadorias que somaram R$ 30.384,23 (trinta mil, trezentos e oitenta e quatro reais e vinte e três centavos), já que não tinham produtos em estoques para revenda. Adicionalmente, realizou-se entrevista formal com o responsável pela empresa fornecedora de C.N.P.J. n° 00.414.931/0001-36, questionando-o sobre a efetiva concretização das transações comerciais descritas nos documentos fiscais. Esse declarou que: "Quanto aos produtos discriminados nas notas fiscais acima citadas, cerca de 60% a 70%, foram de fato entregues a Sra. portadora do C.P.F. n° 303.524.603-34 - Secretária de Administração do Município de Dom Pedro (MA)." Diante da referida declaração, constata-se que houve, por parte da Administração da Prefeitura Municipal de Dom Pedro, simulações de compras de bens mediante aceitação de Notas Fiscais não autorizadas ("frias"). Acrescente-se aos fatos, a constatação registrada no item 1.3.12 deste relatório, de que o sócio da empresa fornecedora de C.N.P.J. N°

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 23 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 00.414.931/0001-36 hospedou-se em um hotel da sede de Dom Pedro, com despesas pagas indevidamente pela Prefeitura, com recursos do Fundef, fato que denota estreita relação entre o emitente das notas fiscais inidôneas e a prefeitura.

EVIDÊNCIA: Sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas, Entrevista com o proprietário da Empresa L T S Comércio, Repre. e Distr. Ltda. (CNPJ: 00.414.931/0001-36), Ofício n.º 16.813/2007/CGU- Regional/MA. Documentos Fiscais relacionados no campo Fato.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se applica.

1.2.3 CONSTATAÇÃO: Aquisição em excesso de Kits para alunos e professores.

FATO: Em 2006, de acordo com as Notas Fiscais apresentadas, foram adquiridos 666 Kits para alunos, além da aquisição de: 3.500 borrachas ponteira; 2.500 lápis comum; 1500 cadernos brochura 98 folhas; 1.100 caderno de desenho espiral; e 70 caixas de lápis de cera. A referida despesa totalizou R$ 21.100,00 (vinte e um mil e cem reais), portanto, o material escolar adquirido para os alunos, no exercício de 2006, representou o valor de R$ 23,55 (vinte e três reais e cinqüenta e cinco centavos), mantendo-se dentro do limite fixado pela Resolução do FNDE, considerando que o número de alunos, de acordo com o censo era de 896, contudo, a quantidade adquirida foi bem superior ao número de alunos. Foram comprados, também, 100 Kits para os professores, ao custo de R$ 2.000,00(dois mil reais), quando o número de professores, de acordo com a relação apresentada pela Prefeitura, era de 36. Portanto, houve um excesso de Kits adquiridos. Vale ressaltar que não foi possível aplicar os procedimentos com vistas a confirmação da entrada dos materiais adquiridos e a distribuição dos mesmos, haja vista, a não disponibilização dos referidos controles, sob o argumento de que a pessoa responsável pelos mesmos estava acompanhando um membro da família que encontrava-se com problemas de saúde. Também não foi possível obter a confirmação da entrega dos referidos Kits, tanto aos alunos quanto aos professores, em razão desta Equipe não ter conhecimento dos materiais adquiridos no momento da visita às escolas, conforme já registrado no item 1.1.1 deste relatório. Cabe ressalta, ainda, que restou inviabilizado verificar se o material escolar adquirido para o professor obedeceu à listagem do anexo II da Resolução CD/FNDE, haja vista que a Nota Fiscal não discrimina os

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 24 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA materiais adquiridos, apenas descreve: "Kits p/o professor".

EVIDÊNCIA:

Notas Fiscais Datas Valor Empresa(CNPJ) 610 04/10/2006 3.240,00 05.762.638/0001-83 607 17/05/2006 1.050,00 05.762.638/0001-83 268 19/05/2006 4.650,00 02.044.836/0001-13 267 08/05/2006 6.181,00 02.044.836/0001-13 266 16/05/2006 2.000,00 02.044.836/0001-13 574 14/11/2006 2.850,00 01.501.834/0001-43 565 04/10/2006 4.374,23 01.501.834/0001-43 558 02/08/2006 5.950,00 01.501.834/0001-43 1617 11/12/2006 6.850,00 00.414.931/0001-36 1610 14/11/2006 4.780,00 00.414.931/0001-36 1564 02/08/2006 1.580,00 00.414.931/0001-36 553 17/05/2006 3.900,00 00.414.931/0001-36

Informações prestadas pela Senhora Celeucia, responsável pelo atendimento aos auditores. Justificativas apresentadas pelo Prefeito, em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Sobre este item o Gestor assim manifestou-se: "Conforme constatado durante a auditoria realizada no município, o valor unitário dos Kits adquiridos para os alunos do PEJA resultam no valor de R$ 23,55 (vinte e três reais e cinqüenta e cinco centavos), sendo que foram beneficiados 666 (seiscentos e sessenta e seis) alunos, cumprindo com a determinação estatuída na resolução do Programa, onde determina que o kit não pode ultrapassar o valor de R$ 25,00 (vinte e cinco reais). Entretanto, para garantir a continuidade das atividades escolares, sem prejuízo para o ano letivo, foram comprados mais materiais didáticos, como complementação, sendo que a compra foi delimitada aos materiais pré-determinados na resolução do FNDE, por serem de desgaste rápido e essenciais na composição do Kit. Com relação a aquisição dos kits para o professor, estes atenderam a finalidade do recurso, quais sejam, oferecer um suporte pedagógico adequado e suficiente para o desenvolvimento das atividades dos professores em sala de aula, obedecendo os critérios da listagem do anexo II da resolução CD/FNDE, em relação aos materiais permitidos para a aquisição."

ANÁLISE DA EQUIPE: As justificativas para as compras de materiais em excesso não foram acompanhadas de evidências, tanto da entrada desses materiais como da distribuição aos alunos e professores, além do mais, em entrevista com os alunos do Colégio São Francisco, foi constatado que não houve distribuição de kits. No tocante aos Kits adquiridos para os professores, o Senhor Prefeito, em suas justificativas, restringiu-se a informar que os referidos kits obedeceram os critérios da listagem do anexo II da resolução CD/FNDE, em relação aos materiais permitidos para a aquisição, sem contudo, Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 25 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA discriminar os materiais adquiridos. Diante dos fatos apontados, mantém-se a constatação.

1.2.4 CONSTATAÇÃO: Inobservância do limite de 60% dos recursos financeiros na remuneração dos professores.

FATO: As despesas com a folha de pagamento dos professores, no exercício de 2006, somaram R$ 87.125,06(oitenta e sete mil, cento e vinte e cinco reais e seis centavos), o que representa o percentual de 64,76% do total dos recursos repassados no mesmo período, contrariando as normas do Programa que limita em 60% as despesas utilizadas na remuneração dos professores. Cabe destacar que o montante das despesas com a remuneração dos professores foram obtidos com base nas informações apresentadas pela Administração Municipal, mediante documento denominado "Folha de Pagamento", as quais foram entregues sem assinatura dos gestores e sem comprovantes de que as mesmas foram entregues na agência bancária, mas, de acordo com as informações obtidas junto ao Banco do Brasil S.A, Agência Dom Pedro, os valores pagos a título de Proventos constantes das Prestações de Contas não coincidem com os valores depositados nas contas correntes dos professores, assunto abordado no item 1.1.8 deste relatório.

EVIDÊNCIA: Extratos bancários; Folhas de Pagamento. Justificativas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "As despesas com folha de pagamento no ano de 2006 ultrapassou o limite de 60% em virtude da ultima parcela do recurso ter sido creditada na conta do PEJA somente no mês de janeiro de 2007, não constando nos extratos de dezembro de 2006."

ANÁLISE DA EQUIPE: O artigo 5º, item V, do capítulo IV da Resolução/CD/FNDE Nº023, de 24 de abril de 2006, que trata sobre a utilização dos recursos do PEJA, assim dispõe: "Art. 5º Os recursos do Programa Fazendo Escola destinar-se-ão: ... V - à remuneração, utilizando-se até 60% (sessenta por cento) dos recursos financeiros repassados pelo Fazendo Escola, dos professores que atuam, em 2006, nas classes do ensino fundamental de jovens e adultos presenciais com avaliação no processo, do quadro permanente e/ou contratados temporariamente, quando se fizer necessária a ampliação do quadro de professores, para o alcance do objetivo do programa; " A legislação reporta-se aos professores que atuam no exercício de 2006 e não ao exercício de repasse dos recursos, portanto, mantém-se a constatação.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 26 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 1.2.5 CONSTATAÇÃO: Ausência de Procedimentos Licitatórios.

FATO: No período sob exame, 01/01/2006 a 31/12/2006, Administração Municipal de Dom Pedro/MA, realizou compras, com recursos do PEJA, no montante de R$ 47.405,23(quarenta e sete mil, quatrocentos e cinco reais e vinte e três centavos), sem licitação e sem apresentar as razões legais para a dispensa ou inexigibilidade de licitação. Sobre o assunto, vale destacar que, mesmo nos casos de contratações diretas, há necessidade de que sejam cumpridas formalidades prévias, haja vista exigência legal de justificativas acerca da razão de escolha do contratado, das razões da dispensa de licitação, assim como a justificativa do preço contratado, o que no caso em referência não aconteceu, infringindo o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal; os artigos 2º, 26, caput e respectivos incisos, e 38, inciso VI, da Lei nº 8.666/93.

EVIDÊNCIA: Ofício nº 36/2007, de 24/05/2007. Notas Fiscais nºs : fornecedorNFdata valor R$ DISBRAL DISTRIBUIDORA BRASILEIRA6104/10/2006 3.240,00 60717/5/2006 1.050,00 REVIVER Gráfica e Editora Ltda26819/5/2006 4.650,00 26718/5/2006 6.181,00 26616/5/2006 2.000,00 J. A SÁ COMÉRCIO E REPRES. LTDA57414/11/2006 2.850,00 5654/10/2006 4.374,23 5582/8/2006 5.950,00 LTS Comércio Rep. e Distribuição Ltda161711/12/200 6 6.850,00 161014/11/200 6 4.780,00 15642/8/2006 1.580,00 55317/5/2006 3.900,00

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Quando da realização dos trabalhos de campo, o Sr. Prefeito, por meio do Ofício nº 36, de 24/5/2007, apresentou os seguintes esclarecimentos: Na qualidade de Prefeito do Município de Dom Pedro, sirvo-me deste, para justificar a impossibilidade da entrega dos procedimentos de licitações solicitadas por V.Exa, e o faço pelos seguintes motivos: A administração municipal sempre buscou cumprir a legislação administrativa, em especial a que diz respeito à licitação. E quanto às compras realizadas em, nossa gestão, tomou por base o valor mínimo para compras sem licitação, ou seja, adquirindo por dispensa de licitação produtos com valores abaixo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), é que se pode observar da quase totalidade das despesas de compras realizadas pelo município. Por outro lado é conhecimento de todos, que os rigores do procedimento licitatório torna mais caro o produto, o que leva ao convencimento que licitar nem sempre significa adquirir pelo menor preço. No que diz respeito ao nosso município, as propostas de venda eram inviáveis,

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 27 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA pois as empresas habilitadas (com documentação) eram quase sem exceção, de praças com elevado poder aquisitivo, como as do sul do País. No caso de nossa administração, a aquisição de bens e serviços é realizada de forma prática, sempre através de simples coleta de preço, comprando e contratando sempre onde está mais barato, e sempre abaixo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), é que se observa das notas fiscais constantes da prestação de contas, com preço dos produtos sempre igual ou abaixo do praticado no comércio local. A pratica deste tipo de compra (sem licitação), sempre despojada de qualquer vicio ou intenção de onerar ou locupletar-se do erário, possui forte conotação social, de uma vez que se prestigia a compra local, onde a totalidade dos comércios e empresas, não possuem as documentações exigidas para participar de um certame na forma prevista na Lei 8666/93, situação de fácil confirmação, bastando acessar os sites do INSS, FGTS, STN, etc., e através do CNPJ confirmar que as vezes a empresa não é inscrita no cadastro. Finalizando, não existe nenhuma intenção de nossa parte em burlar a lei, cumprindo-a sempre incondicionalmente, mas, como gestor de um dos municípios dos mais pobres do País, algumas vezes temos que também priorizar o lado sócio-econômico local, aplicando os recursos no próprio município, contribuindo para a me1horia de vida dos munícipes, com certeza de paulatinamente ajudar a mudar a consciência de uma nação. Com estas considerações justificamos a inexistência de procedimentos licitatório para a maioria das compras realizadas pela nossa administração no ano de 2006/2007. Após o conhecimento do Relatório Prévio o Senhor Prefeito Municipal não acrescentou outros esclarecimentos sobre o fato apontado.

ANÁLISE DA EQUIPE: Em que pese as justificativas apresentadas pelo Gestor Municipal, as mesmas não são sustentadas nos fatos alegados, pelos seguintes motivos: a) as aquisições por meio de dispensas, quando permitido, devem ser devidamente formalizados, o que não ocorreu, além do mais, as referidas aquisições, embora o valor de cada nota fiscal tenha sido inferior a R$ 8.000,00, somando-se as aquisições, da mesma natureza, realizadas nos respectivos exercícios, enquadrariam nas diversas modalidades de licitação. b) a afirmação de que todas as compras realizadas foram efetivadas após simples coleta de preços não se sustenta, tendo em vista que não existem documentos que comprovem tais fatos; c) a afirmação de que tais atitudes teriam conotação social, visto que favoreceriam as aquisições no comércio local não condizem com a realidade, tendo em vista que 100% das Notas Fiscais constantes da prestação de contas apresentada são de empresas sediadas fora do Município de Dom Pedro.

1.2.6 CONSTATAÇÃO: Ausência de notificação sobre a liberação dos recursos.

FATO:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 28 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA A Administração Municipal de Dom Pedro não notificou os partidos políticos, sindicatos de trabalhadores rurais e entidades empresariais com Sede no Município, sobre a liberação de recursos do Programa, conforme determina a Lei nº. 9.452, de 20/03/1997.

EVIDÊNCIA: Extratos bancários; Folhas de Pagamento.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Gestor apresentou a seguinte justificativa: "A falta de notificação aos partidos políticos, sindicatos dos trabalhadores rurais e entidades empresariais, com sede no município sobre a liberação do PEJA, não é praxe nos municípios do Maranhão, pois as informações são amplamente divulgadas pela internet através do sítio do FNDE, acessível por qualquer cidadão, oferecendo simultaneidade na divulgação dos valores repassados e o dia em que o recurso foi liberado."

ANÁLISE DA EQUIPE: O fato de o FNDE divulgar as liberações de recursos por meio da internet, não permite que o Administrador Municipal desobedeça uma determinação legal, assim, mantém-se a constatação.

1.2.7 CONSTATAÇÃO: Ausência de Distribuição de Merenda Escolar aos alunos do PEJA.

FATO: Em entrevista os alunos as professoras e a Diretora do Colégio São Francisco informaram que, no exercício de 2006, não houve distribuição de merenda escolar. A professora da EM Cordeiro Filho informou que houve distribuição de merenda, contudo, declarou que a merenda era a mesma distribuída para os alunos do curso normal. Vale destacar que a Administração Municipal realizou despesas com aquisição de alimentos, utilizando recursos do PEJA, no montante de R $ 13.750,00, e, ainda que a referida Administração informou, mediante Ofício nº 002/2007-GAB, que todas as escolas com classe presencial receberam merenda escolar.

EVIDÊNCIA: Entrevista com os professores, estudantes e uma diretora. Ofício nº 002/2007-GAB, datado de 21/05/2007. Notas Fiscais: 607 - Disbral, 553 - LTS Com.Rep. 558, 565 e 574 - J. A SÁ. Justificativas apresentadas pelo Prefeito em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: No tocante a este item, o Gestor assim manifestou-se: "Quanto a existência de merenda nas escolas, segue em anexo os comprovantes de entrega nas escolas beneficiadas pelo Programa."

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 29 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA ANÁLISE DA EQUIPE: Foram apresentados originais de recibos e Declarações assinadas por Diretores ou Responsáveis de praticamente todas as escolas que funcionaram com turmas do EJA em 2006, exceto quanto ao Colégio São Francisco, onde foram entrevistados: diretora, professores e alunos e todos foram categóricos em afirma que, no exercício de 2006 e 2007(até a data da fiscalização) não houve distribuição de merenda escolar, portanto, diante dessa evidência, os recibos apresentados não tem valor comprobatório, pois, os mesmos são facilmente montados. Assim, mantém-se a constatação.

1.2.8 CONSTATAÇÃO: Divergência entre os dados financeiros constantes das Folhas de Pagamento e os efetivamente pagos aos Professores.

FATO: Mediante análise das Folhas de Pagamento dos Professores do EJA, disponibilizadas pela Administração Municipal, verificou-se que os professores receberam a título de proventos, no exercício de 2006, o valor bruto de R$ 350,00(trezentos e cinqüenta reais) e líquido de R$ 322,00(trezentos e vinte e dois), considerando o desconto a título de INSS, R$ 28,00(vinte e oito reais). Contudo, mediante circularização realizada junto Banco do Brasil S.A., agência Dom Pedro, verificou-se que os valores creditados nas contas correntes dos Professores divergem dos informados nas Folhas de Pagamento. Verificou-se, também, que, no exercício de 2006, houve atrasos nos pagamentos das folhas, haja vista a ocorrência vários depósitos no mês de dezembro/2006, conforme demonstrado no quadro a seguir:

PROFESSOR DATAS E VALORES DOS CRÉDITOS DE PROVENTOS 01/12/2006 08/12/2006 15/12/2006 29/12/2006 Reginaldo Monteiro 320,00 320,00 320,00 de Sousa Gessildo Leite - - - - Ferreira Rosinaldo Pereira 200,44 784,00 592,00 884,44 Soares Salonilton Santiago 323,23 560,00 520,00 843,23 Almeida Clesivaldo Leal - 240,00 200,00 180,00 Sousa Ilda Maria F. - - - - Amorim Lina Alves Sousa - 228,00 208,00 232,00 Parente Cleriston de - - - - Oliveira Sousa Maria Eunice de - 320,00 320,00 320,00 Sousa Silva Emilene A da C - 320,00 320,00 320,00 Damasceno Ivaldo Alves - 336,00 272,22 300,00 Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 30 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA PROFESSOR DATAS E VALORES DOS CRÉDITOS DE PROVENTOS 01/12/2006 08/12/2006 15/12/2006 29/12/2006 João Batista - 280,00 240,00 240,00 Conceição Silva Jailde S Vieira - 320,00 320,00 320,00 Mota Antonio Edson Lira - - - - Edna Lúcia do S R - - - - da Silva Elizangela Sousa - - 276,00 276,00 Madeiro Marinalva F de - 276,00 276,00 276,00 Morais Samara de Oliveira - 276,00 276,00 276,00 Vales Agnaldo Silva - 276,00 276,00 276,00 Texeira Rosely Pereira - 276,00 276,00 276,00 Soares Rosilene R S da - 276,00 276,00 276,00 Silva Antonia Cassia da S - 276,00 276,00 276,00 e Silva

Fonte: Banco do Brasil S.A

Foi verificado, ainda, o pagamento ao Professor Francisco das Chagas S Vieira nas datas de 20/12/2006 e 22/12/2006, nos valores de R$ 350,00 cada. Os Professores Gessildo Leite Ferreira e Salonilton Santiago Almeida são concursados e também lecionam no colégios EM Washington Luis e EM 21 de Abril, respectivamente, com carga horária de 25H, cada. Mediante análise da folha de pagamento do FUNDEF, verificou-se que o valor de R$ 323,23(trezentos e vinte e três reais e vinte e três centavos) depositados na conta corrente do professor Salonilton corresponde ao pagamento dos proventos referente ao mês de novembro de 2006. Conforme demonstrado, alguns professores recebem menos que um salário mínimo e outros bem acima, divergindo das informações constantes das Prestações de Contas que indicam um salário mínimo para todos os professores. O quadro demonstra também que alguns professores não receberam os proventos nas datas indicadas. Consta da Folha de Pagamento dois professores que não fazem parte da relação disponibilizada pelo Banco do Brasil S.A.: Cirlene da Conceição Silva e Priscila Soares Carvalhedo. Cabe, ainda, registrar que, por ocasião da visita à Escola Municipal Cordeiro Filho, no Povoado de Tabocas, a Senhora Adailza Silva Oliveira apresentou-se como Professora da turma do EJA, contudo, o seu nome não aparece nem na lista de professores contratados nem na Folha de Pagamento. Em pesquisa realizada na relação de servidores do Município, verificou-se a mencionada funcionária consta como Zeladora.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 31 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA EVIDÊNCIA: Folhas de Pagamento referente aos meses de fevereiro a dezembro; Relação de créditos de proventos via C/C disponibilizada pelo Banco do Brasil. Relação de Professores contratados pelo EJA. Justificativas apresentadas pelo Prefeito em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Houve um equívoco quanto a função da funcionária Adailza Silva Oliveira, pois a mesma é professora em efetivo exercício no Programa de Educação para Jovens e Adultos, conforme diário de classe em anexo, porém, por um erro de digitação seu nome foi constar na folha de pagamento dos funcionários da prefeitura na função de zeladora, mas já foi devidamente corrigido."

ANÁLISE DA EQUIPE: O Sr. Administrador Municipal justificou apenas a situação da servidora Adailza Silva Oliveira, atribuindo a falha apontada a um erro de digitação, e, para comprovar que a referida servidora é contratada como professora e não como zeladora, apresentou cópia do diário de classe, contudo, não disponibilizou cópia da Portaria de nomeação como era de se esperar. Considerando a ausência da Portaria de nomeação da servidora acima mencionada, bem como das justificativas para as demais irregularidades/impropriedades apontadas, mantém-se o ponto.

1.2.9 CONSTATAÇÃO: Falta de atuação do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF (CACS/FUNDEF).

FATO: Os membros do Conselho de Acompanhamento e Controle e Social do FUNDEF- CACS foram nomeados pela Portaria nº 47, de 02/08/2005. Mediante leitura das Atas das Reuniões do Conselho, verificou-se a ausência de referências sobre a análise das prestações de contas do Ensino de Jovens e Adultos - EJA.

EVIDÊNCIA: a)Portaria nº 47, de 02/08/2005, que nomeia os membros do CACS. b)Cópia de ata da reunião do CACS realizada em 23/10/2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "Com relação a ausência de análise do Conselho sobre prestação de contas do EJA, verifica-se que o prazo para a sua prestação findou-se no dia 30 de abril de 2007, momento em que não mais existia o antigo CACS, cuja vigência encerrou junto com a do FUNDEF no dia 31/12/2006, porém foi eleito o novo Conselho de Acompanhamento regido pela Medida Provisória 339/06, que revogou Art 12 da Lei 10.880/94 retirando das atribuições do Conselho a competência de analisar a prestação de contas do EJA e PNATE."

ANÁLISE DA EQUIPE:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 32 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Com referência à informação de que foram retiradas das atribuições do Conselho a competência de analisar a prestação de contas do EJA e PNATE, vale destacar o disposto no parágrafo 13 do artigo 24 da Lei nº 11.494 que Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, que assim dispõe: "Aos conselhos incumbe, também, acompanhar a aplicação dos recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar - PNATE e do Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos e, ainda, receber e analisar as prestações de contas referentes a esses Programas, formulando pareceres conclusivos acerca da aplicação desses recursos e encaminhando-os ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE". Portanto, não procede a justificativa do Prefeito.

1.3 - PROGRAMA 1061 BRASIL ESCOLARIZADO AÇÃO : 0513 APOIO A ALIMENTACAO ESCOLAR NA EDUCACAO BASICA - NO EST ADO DO MARANHAO OBJETIVO DA AÇÃO : Garantir a oferta da alimentação escolar, de forma a suprir, no míni- mo, 15% das necessidades nutricionais dos alunos matriculados em esta- belecimentos públicos nos Estados, Municípios e Distrito Federal, nos estabelecimentos mantidos pela União e excepcionalmente, nas entidades filantrópicas, com a oferta de, no mínimo uma refeição diária, durante o período de permanência na escola. Essa ação busca a melhoria da ca- pacidade de aprendizagem, a formação de bons hábitos alimentares. ORDEM DE SERVIÇO : 193867 OBJETO FISCALIZAÇÃO: - Aquisição, armazenagem e distribuição dos gêneros alimentícios pela Prefeitura Municipal/SEDUC/EscolasExecutoras/Empresas Terceirizadas; - Recebimento e armazenagem dos gêneros, elaboração da merenda, e a o- ferta da refeição aos alunos, pelas escolas e empresas terceirizadas; - Atuação do Conselho de Alimentação Escolar - CAE. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 376.303,20

1.3.1 CONSTATAÇÃO: Realização de despesas sem a formalização de processo licitatório e/ou de dispensa de licitação.

FATO: De acordo com a análise nos comprovantes das despesas realizadas no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2006, pela Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA), com recursos do PNAC, constatou-se que todas as aquisições de materiais, no montante de R$36.240,00 (trinta e seis mil, duzentos e quarenta reais), conforme demonstrado no quadro a

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 33 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA seguir, foram efetivadas sem o devido processo licitatório e/ou dispensa de licitação, em desobediência ao art.2º e/ou art.24 da Lei nº 8.666/93.

Beneficiário NF/Extrato Documento Valor DISBRAL Distr. Brasileira- R.G. NF 0605, de Cheque 850028-PNAC 3.300,00 Brito de Sá- Rua, 03/03/2006 CNPJ05.762.638/0001-83 Venceslau Braz nº 204- Canto da Fabril- São Luis-MA DISBRAL Distr. Brasileira- R.G. NF 0606, de Cheque 850029-PNAC 4.750,00 Brito de Sá 03/05/2006 DISBRAL Distr. Brasileira- R.G. NF 0608, de Cheque 850030-PNAC 4.000,00 Brito de Sá 08/06/2006 J A Sá Com. E Rep. Ltda- CNPJ NF 555, de Cheque850031-PNAC 4.020,00 01.501.834/0001-43- Rua 10B, nº 04/07/2006 29-A, Qd. 10- Conj. Residencial Ilhéus- Cidade Operária- São Luis J A Sá Com. E Rep. Ltda NF 0557, de Cheque 850032-PNAC 4.050,00 02/08/2006 J A Sá Com. E Rep. Ltda NF 0562, de Cheque 850033-PNAC 4.020,00 19/09/2006 J A Sá Com. E Rep. Ltda NF 0566, de Cheque 850034-PNAC 4.050,00 04/10/2006 J A Sá Com. E Rep. Ltda NF 0570, de Cheque 850035-PNAC 4.020,00 06/11/2006 J A Sá Com. E Rep. Ltda NF 0578, de Cheque 850036-PNAC 4.030,00 06/12/2006 Total 36.240,00

Além de não realizar processo licitatório e/ou de dispensa para efetuar as aquisições, a Prefeitura não apresentou comprovante de que realizou as pesquisas de preços no mercado, de modo a aferir quais empresas forneciam os produtos por preços mais vantajosos para a administração, conforme art. 3º da referida Lei.

EVIDÊNCIA: Notas Fiscais nº 605 de 03/03/2006, 0606 de 03/05/2006, 0608 de 08/06/2006, 0555 de 04/07/2006, 0557 de 02/08/2006, 562 de 19/09/2006, 566 de 04/10/2006, 570 de 06/11/2006 e 578 de 06/12/2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 34 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 1.3.2 CONSTATAÇÃO: Falta de notificação dos recursos do PNAC e PNAE aos partidos políticos, Câmara Municipal, Ministério Público, Sindicatos etc.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro não apresentou à Equipe de Fiscalização a documentação comprovando que os partidos políticos, Câmara Municipal, Sindicatos, Ministério Público etc foram notificados acerca do recebimento, por parte dessa, dos recursos do PNAC e PNAE, relativos ao período de 01 de janeiro de 2006 a 30 de abril de 2007.

EVIDÊNCIA: Extratos Bancários das C/C 5081-4 (PNAE) 7.254-0(PNAC), Ag. 2031-1 Ã Banco do Brasil, relativos aos exercícios de 2006 e 2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A falta de notificação aos partidos políticos, sindicatos dos trabalhadores rurais e entidades empresariais, com sede no município sobre a liberação do PEANC e PENAE, não é praxe nos municípios do Maranhão, pois as informações são amplamente divulgadas pela internet através do sítio do FNDE, acessível por qualquer cidadão, oferecendo simultaneidade na divulgação dos valores repassados e o dia em que o recurso foi liberado."

ANÁLISE DA EQUIPE: O fato de o FNDE divulgar as liberações de recursos por meio da internet, não permite que o Administrador Municipal desobedeça uma determinação legal, assim, mantém-se a constatação.

1.3.3 CONSTATAÇÃO: Falta das cópias dos cheque emitidos à conta do PNAC e PNAE de 2006 e 2007.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro não apresentou à Equipe de Fiscalização as cópias dos cheques emitidos à conta do PNAC 2006 e 2007, para pagamento dos fornecedores abaixo:

Beneficiário NF/Extrato Cheque Valor DISBRAL Distr. Brasileira- R.G. NF 0605, de 03/03/2006 850028-PNAC 3.300,00 Brito de Sá- CNPJ 05.762.638/0001- 83 Venceslau Braz nº 204- Canto da Fabril- São Luis-MA DISBRAL Distr. Brasileira- R.G. NF 0606, de 03/05/2006 850029-PNAC 4.750,00 Brito de Sá DISBRAL Distr. Brasileira- R.G. NF 0608, de 08/06/2006 850030-PNAC 4.000,00 Brito de Sá J A Sá Com. E Rep. Ltda- CNPJ NF 555, de 04/07/2006 850031-PNAC 4.020,00 01.501.834/0001-43- Rua 10B, nº 29-

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 35 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Beneficiário NF/Extrato Cheque Valor A, Qd. 10- Conj. Residencial Ilhéus- Cidade Operária- São Luis J A Sá Com. E Rep. Ltda NF 0557, de 02/08/2006 850032-PNAC 4.050,00 J A Sá Com. E Rep. Ltda NF 0562, de 19/09/2006 850033-PNAC 4.020,00 J A Sá Com. E Rep. Ltda NF 0566, de 04/10/2006 850034-PNAC 4.050,00 J A Sá Com. E Rep. Ltda NF 0570, de 06/11/2006 850035-PNAC 4.020,00 J A Sá Com. E Rep. Ltda NF 0578, de 06/12/2006 850036-PNAC 4.030,00 R O M DA SILVA- Comercial COHAB, CNPJ 07.536.869/0001-02- Rua 36 nº 144-A- Livramento- NF 0466, de 20/03/2007 850055- PNAE 29.250,00 Forquilha- São Luis-MA Idem , idem NF 088, 03/03/2006 850045- PNAE 26.000,00 Idem, idem NF 0191, de 02/05/2006 850046- PNAE 25.995,00 Comercial Couto- M.Z.B. Couto- CNPJ 07;800.962/0001-74- Rua 19, nº 72, Qd 19- Cohatrac IV – São Luis NF 0169, de 02/06/2006 850047-PNAE 31.775,00 Idem , idem NF 0211, 05/07/2006 850048- PNAE 31.780,00 R.P Ferreira Comércio- CNPJ 07.773.533/0001-55- Av. Nossa Senhora da Conceição, nº 79- Aurora- São Luis NF 0180, de 02/08/2006 850049- PNAE 31.780,00 Idem, idem NF 0209, de 30/08/2006 850050- PNAE 31.780,00 Lira Comércio- A de F. S. Lira- CNPJ 07.322.145/0001-58- Av. 16, nº 82, Sala 86- Cohab Anil III- São Luis NF 0449, de 02/02/1006 850051- PNAE 31.780,00 Idem, idem NF 470, de 01/11/2006 850052- PNAE 31.780,00 L. A Mendonça Filho- Olho D'Água Comércio- CNPJ 07.538.692/0001- 75- Rua Domingues Rodrigues, 47- Jd América- Olho D'água- São Luis NF 405, de 04/12/2006 850053- PNAE 31.780,00 Total 339.940,00

EVIDÊNCIA: Extratos Bancários das C/C 5.081-4(PNAE) e 7.254-0(PNAC), Ag. 2031-1, Banco do Brasil, relativos aos exercícios de 2006 e 2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.3.4 CONSTATAÇÃO: Fracionamento das despesas realizadas com recursos do PNAE/2006.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 36 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

FATO: De acordo com a análise realizada nos processos licitatórios disponibilizados, conforme demonstrados na tabela abaixo, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) realizou, no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2006, 05 (cinco) convites objetivando a aquisição de produtos alimentícios para o fornecimento da merenda escolar aos alunos do ensino fundamental das escolas municipais.

Convite nº Objeto Firma vencedora Valor proposta 001/2006, de Fornecimento de gêneros alimentícios Comercial Cohab- R O 77.990,00 15/02/2006 destinados ao preparo da merenda escolar M da Silva dos alunos do ensino fundamental. 002/2006, de Fornecimento de gêneros alimentícios M Z B Couto 63.555,00 22/05/2006 destinados ao preparo da merenda escolar dos alunos do ensino fundamental, pelo período de 02(dois)meses. 003/2006, de Fornecimento de gêneros alimentícios O O S Mendonça- 63.560,00 19/07/2006 destinados ao preparo da merenda escolar Araras Comércio dos alunos do ensino fundamental, pelo período de 02(dois)meses. 004/2006, de Fornecimento de gêneros alimentícios A de F S Lira 63.560,00 22/09/2006 destinados ao preparo da merenda escolar dos alunos do ensino fundamental. 005/2006, de Fornecimento de gêneros alimentícios L A Mendonça Filho- 31.780,00 17/11/2006 destinados ao preparo da merenda escolar Comercial Pinheiros dos alunos do ensino fundamental, pelo período de 02(dois)meses. Total 300.445,00

Verificou-se, assim, que as aquisições realizadas no exercício de 2006 ultrapassaram o limite definido no artigo 23, inciso II, letra "a", para convite. Portanto a modalidade correta a ser aplicada seria Tomada de Preços. Além de não realizar processo licitatório na modalidade de Tomada de Preços, a Prefeitura não apresentou comprovante de que realizou as pesquisas de preços no mercado, de modo a aferir quais empresas forneciam os produtos por preços mais vantajosos para a administração,conforme art. 3º da referida Lei.

EVIDÊNCIA: Cartas Convites nºs 001/2006, de 15/02/2006, 002/2006, de 22/05/2006, 003/2006, de 19/07/2006, 004/2006, de 22/09/2006 e 005/2006, de 17/11/2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 37 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Não se aplica.

1.3.5 CONSTATAÇÃO: Pagamento indevido de tarifa bancária com recursos do PNAE.

FATO: De acordo com a análise realizada nos extratos bancários da conta corrente 5801-4, agência 2031-1- PNAE- Banco do Brasil S/A, correspondente ao período de 01/01/2006 a 30/04/2007, constatou-se pagamento de tarifa bancária, no montante de R$ 79,85 (setenta e nove reais e oitenta e cinco centavos), com recursos do PNAE, cuja despesa foge às finalidades do programa, conforme inciso XII do art. 19 da RESOLUÇÃO/FNDE/CD/No 32 DE 10 DE AGOSTO DE 2006.

EVIDÊNCIA: Extrato bancário de janeiro de 2006 a abril de 2007, da conta corrente 5801-4, agência 2031-1- PNAE- Banco do Brasil S/A.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Os pagamentos das tarifas bancárias feitos com dinheiro do Programa já foram estornados para a conta do FUNDEB, no valor de R$ 79,85 (setenta e nove reais e oitenta e cinco centavos), uma vez que o referido Programa deixou de existir, sendo agora a Educação de Jovens e Adultos custeada pelo FUNDEB, conforme comprovante em anexo."

ANÁLISE DA EQUIPE: O Administrador Municipal, antes mesmo de receber as determinações do Gestor do Programa, com vistas a regularizar a impropriedade apontada, apresentou uma fotocópia de um documento de depósito, fato que demonstra o reconhecimento da falha. Contudo, a fotocópia do documento de deposito , por si só não é suficiente para a retirada do ponto, haja vista que não houve comprovação da efetivação do crédito na conta do programa, por meio de extrato bancário. Além do mais, não houve a comprovação da origem dos recursos utilizados para o ressarcimento alegado pelo gestor e nem a identificação do depositante, Por fim, o valor depositado não foi realizado com os devidos acréscimos legais.

1.3.6 CONSTATAÇÃO: Falta de apresentação do mapa de consumo da merenda escolar e do con- trole da merenda.

FATO: A Prefeitura não disponibilizou, à Equipe da CGU, o mapa de consumo da merenda escolar referente ao período de 01/01/2006 a 30/04/2007, solicitado, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 193867-01, letra "h". Ainda conforme visita realizada nas escolas constantes da amostra disponibilizada pela CGU-Brasília-DF, constatou-se que as mesmas não dispõem de controle de estoque dos produtos, distribuídos pela Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA). Segundo os diretores das escolas, conforme aplicação do Questionário "PNAE- Escolas", os produtos são entregues pela Prefeitura, os quais, após conferidos, são

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 38 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA recebidos e guardados em local adequado.

EVIDÊNCIA: Inexistência de mapas de controle de estoque; Questionário "PNAE-Escolas; Creche Mul. Santa Terezinha, EM Costa e Silva, EM Gonçalves Dias, EM Guilhermina Chaves, EM Manoel Bernardino, EM Pedro I, EM 21 de Abril, EM Senador Alexandre Costa e EM Tancredo Neves e U I Raimundo Oliveira Gomes; e Solicitação de Fiscalização nº 193867-01.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "O município não disponibiliza do sistema de mapas como controle de consumo da merenda, sendo que o controle é feito através de fichas organizadas por escola, que foram entregues a auditoria através de ofício n°. 007/07 Ã Gab, com data 22/05/07, para , o Auditor Antônio Bastos."

ANÁLISE DA EQUIPE: Mantida a constatação, pois a documentação apresentada à Equipe da CGU-MA, não foi suficiente para atender à Solicitação de Fiscalização nº 193867-01, e, por si só, não comprova, no conjunto, o efetivo recebimento e distribuição da merenda, haja vista o apontado no item 1.2.11 deste Relatório. Ademais, cotejando-se os produtos e os quantitativos distribuídos às escolas do município (Recibos assinados pelas diretoras ou responsáveis pelas escolas, ora apresentados)com os produtos e quantidades constantes das notas fiscais, relativas ao período de 03/03/2006 a 28/03/2007, constatou-se as seguintes incompatibilidades: a) Para os produtos adquiridos com recursos do PNAC-2006, o Prefeito não apresentou nenhum documento que comprovasse a distribuição dos mesmos; b) Para o Arroz polido T-2, adquirido através das NFS nº 0466, de 20/03/2007 e nº044, de 28/03/2007, observou-se que as firmas entregaram, no total, cerca de 500kg, enquanto, pelos recibos de distribuição, houve uma saída de 570kg. Portanto uma saída maior do que a entrada; c) Para o feijão carioca, tipo-1, adquirido através das NFS nº 0466, de 20/03/2007 e nº044, de 28/03/2007, observoou-se que as firmas entregaram, no total, cerca de 500kg, enquanto, pelos recibos de distribuição houve uma saída de 411kg. Portanto, haveria uma saldo de 89kg em estoque, fato este não comprovado pela Prefeitura durante o período de trabalho de campo no município. Portanto, em razão das inconsistências acima demonstradas, aliada a ausência de mecanismos eficientes e eficazes de controle dos recebimentos e das distribuições dos produtos, pode-se afirmar que a documentação apresentada carece de confiabilidade para que se possa firmar um juízo de valor acerca do quantitativo dos produtos adquiridos e recebidos pela Prefeitura, além dos que foram distribuídos para as escolas.

1.3.7 CONSTATAÇÃO: Falta de atuação do CAE.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 39 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA FATO: De acordo com visita realizada nas 10 escolas constantes da amostra disponibilizada pela CGU/MA, constatou-se, mediante a aplicação Questionário "PNAE- Escolas", que os diretores das escolas: EM Manoel Bernardino, Pedro I, Senador Alexandre Costa, 21 de abril, EM Tancredo Neves e U I Raimundo Oliveira Gomes) não têm conhecimento das atribuições do CAE no processo de execução do PNAE. Ainda aplicando-se o questionário " PNAE- Escolas", foi relatado pelos diretores que o CAE não realizou visita nas seguintes escolas: EM Costa e Silva, Em Pedro I, EM Manoel Bernardino, Senador Alexandre Costa , EM Tancredo Neves e U I Raimundo Oliveira Gomes. Assim, constatou-se que o CAE não vem atuando regularmente no cumprimento de suas ações, especialmente quanto: a) realizar visitas às escolas; b) difundir perante aos diretores das escolas quais são as atribuições do CAE; e c) atuar na fase de compras, de modo a participar na escolha dos alimentos que irão compor o cardápio básico.

EVIDÊNCIA: Entrevista realizada mediante o questionário "PNAE- Escolas", nas escolas Cheche Mul Santa Terezinha, EM Costa e Silva, EM Manoel Bernardino, Pedro I, 21 de Abril, Gonçalves Dias, Guilhermina Chaves, Senador Alexandre Costa , EM Tancredo Neves e U I Raimundo Oliveira Gomes.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "O CAE atua regularmente na fiscalização e no controle da distribuição da merenda, de tal forma que a distribuição da merenda no exercício de 2006 foi realizada pessoalmente pela Presidente do Conselho, fato este que os diretores abordados pela auditoria desconhecem, de outra via o conselho possui autonomia em relação ao município, inexistindo subordinação, cabendo a este deliberar sobre a necessidade de novas visitas às escolas, uma vez que, a distribuição da merenda foi feita pelo próprio conselho"

ANÁLISE DA EQUIPE: Mantida a constatação, pois a justificativa apresentada pelo Prefeito, além de reforçar a impropriedade quanto à falta de atuação do Conselho, haja vista que as diretoras da escola, conforme bem frisou o Prefeito, não conhecem que a pessoa que entrega a merenda vem a ser a própria Presidente do Conselho, cujo fato, aliás, é contrário ao princípio da segregação de função. Afinal, distribuir merenda não é função do CAE ou mesmo de sua Presidente.

1.3.8 CONSTATAÇÃO: Quebra dos princípios da impessoalidade, moralidade e igualdade em processo licitatórios- Cartas Convites nº 002/2006, 003/2006, 003/2006, 004/2006 e 005/2006.

FATO: De acordo com o exame realizado na documentação disponibilizada pela Prefeitura, concernente aos processos, s/n, das licitações- convites

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 40 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA nºs 002/2006, 003/2006, 004/2006 e 005/2006, constatou-se que o telefone (98) 30811838 constante do cadastro da Receita Estadual do Maranhão é o mesmo indicado pelas firmas individuais: MZB Couto- Comercial Couto, O Mendonça- Araras Comércio, M. G. de S do N. Guimarães, L A Mendonça Filho e J R C Leitão Filho, conforme se verificou nas Certidões Negativas de Débitos extraídas no site "". O fato indica que existe afinidade entre os proprietários dessas firmas, indicando possíveis conluios na participação dessas licitações, contrário, portanto, aos princípios de impessoalidade, moralidade e igualdade estabelecidos no art. 3º da Lei nº 8.666/93.

EVIDÊNCIA: Cartas-Convites nºs 001/2006, 002/2006, 003/2006, 004/2006 e 005/2006; e Certidões Negativas de Débito expedidas pela Secretária da Receita Estadual (MA) nº 092233/06, de 26/05/2006, nº 091034/06, de 19/05/2006, nº 092233/06, de 26/05/2006, nº 101686/06, de 04/08/2006, nº 109750/06, de 25/09/2006 e nº 114409/06, de 31/10/2006

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.3.9 CONSTATAÇÃO: Simulação de compras de mercadorias.

FATO: A partir de procedimentos de exames para a comprovação da idoneidade de notas fiscais vinculadas à despesas do PNAE/PNAC, de entrevistas e de requisição de informações a órgãos públicos, obteve-se indícios concretos de que transações comerciais, destacadas no quadro abaixo, podem ter sido simuladas, conforme descrição a seguir.

Fornecedor NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Objeto CNPJ

555 04/7/2006 4.020,00 1550105523 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/000 Alimentos Repre. Ltda 1-43

557 02/8/2006 4.050,00 1550105523 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/000 Alimentos Repre. Ltda 1-43

562 19/9/2006 4.020,00 1550105523 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/000 Alimentos Repre. Ltda 1-43

566 04/10/2006 4.050,00 1550105523 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/000 Alimentos

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 41 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Fornecedor NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Objeto CNPJ

Repre. Ltda 1-43

570 06/11/2006 4.020,00 1550105523 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/000 Alimentos Repre. Ltda 1-43

578 06/12/2006 4.030,00 1550105523 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/000 Alimentos Repre. Ltda 1-43

Total = 24.190,00 - - - -

Em consulta ao sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas (com acesso restrito), constatamos que as autorizações para impressão de documentos fiscais (AIDF), constantes nas notas fiscais acima, não foram emitidas pela Secretaria de Fazenda do Estado do Maranhão (SEFAZ-MA), comprovando a falsidade desses documentos fiscais. Em complemento, essa mesma fonte de consulta informa que, no período sob exame, não há registros de compras de mercadorias por essa empresa (C.N.P.J. 01.501.834/0001-43) - para formação de estoques para venda a tanto de fornecedores localizados no Estado do Maranhão, quanto em outros estados da federação. Dessa forma, a empresa em destaque não poderia ter fornecido para a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA), mercadorias que somaram R$24.190,00 (vinte e quatro mil, cento e noventa reais), uma vez que não tinha produtos em estoques para revenda. Essas circunstancias, direcionam, fortemente, para a simples simulação dessas transações comerciais, com o enxerto de documentos fiscais inidôneos na prestação de contas do PNAE/PNAC, apenas para formalizá-la documentalmente, apontando para a situação de que os produtos descritos nas notas fiscais nunca tenham, realmente, chegado aos beneficiários finais do programa.

EVIDÊNCIA: NF nºs 555, de 04/7/2006, 557, de 02/8/2006, 562, de 19/9/2006, 566, de 04/10/2006, 570, de 06/11/2006 e 578, de 06/12/2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica. AÇÃO : 4014 CENSO ESCOLAR DA EDUCACAO BASICA - NACIONAL OBJETIVO DA AÇÃO : Realizar, anualmente, em parceria com as Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal, por escola, a coleta de informações estatístico-educacionais referentes a matrículas e docência, para subsidiar o planejamento e a gestão da Educação nas esferas

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 42 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA governamentais. ORDEM DE SERVIÇO : 194054 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Levantamento detalhado das escolas e do aluno da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: Não se aplica

1.3.10 CONSTATAÇÃO: Divergência entre o quantitativo de alunos informados no Censo 2006 e o obtido nos Diários de classe.

FATO: Mediante a solicitação de fiscalização nº 194054-01, de 17/05/2007, e, posteriormente, reiterada através da solicitação de fiscalização nº 001-Coordenação, de 22/05/2007, solicitou-se da Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) os diários de classe dos alunos matriculados, no exercício de 2006, nas escolas constantes da amostra disponibilizada pela CGU/Brasília. Confrontando-se o quantitativo de alunos indicados no Censo/2006 com o quantitativo de alunos presentes nos diários de classe referente ao mês de março de 2006, disponibilizados pela Prefeitura de Dom Pedro (MA), constatou-se as seguintes divergências:

Número de Número alunos - Diferença Escola Grau alunos Censo Diário de (A –B) 2006 (A) Classe (B) EM Gonçalves Dias Pré- Educação 75 74 1 Infantil 1ª Série 85 91 -6 2ª Série 110 107 3 3ª Série 169 125 44 4ª Série 163 151 12 Total 602 548 54 EM Guilhermina 1ª Série 20 25 -5 Chaves 2ª Série 30 26 4 3ª Série 25 28 -3 Total 75 79 -4 EM Pedro I Pré- Educação 28 26 2 Infantil 2ª Série 53 51 2 3ª Série 27 28 -1 4ª Série 29 31 -2 Total 137 136 1 EM Senador 1ª Série 28 21 7 Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 43 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Número de Número alunos - Diferença Escola Grau alunos Censo Diário de (A –B) 2006 (A) Classe (B) 2ª Série 33 27 6 3ª Série 48 41 7 4ª Série 30 29 1 Total 139 118 21 EM 21 de Abril Pré- Educação 90 91 -1 Infantil 1ª Série 55 54 1 Total 145 145 0 EM Tancredo Neves Pré- Educação 26 29 -3 Infantil 1ª Série 25 28 -3 2ª Série 22 26 -4 Total 73 83 -10 U I Raimundo 5ª Série 206 15 Oliveira Gomes 6ª Série 147 146 1 7ª Série 138 135 3 8ª Série 129 124 5 Total 635 611 24 Diferença a maior de alunos no Censo 2006, considerando 86 todas os diários disponibilizados

EVIDÊNCIA: -Solicitação de fiscalização nº194054-01, de 17/05/2007; -Solicitação de fiscalização nº 001-Coordenação, de 22/05/2007; e -Diários de classe das escolas EM Gonçalves Dias, EM Guilhermina Chaves, EM Manoel Bernardino, EM Pedro I, EM Senador Alexandre Costa, EM 21 de Abril, EM Tancredo Neves e U.I Raimundo Oliveira Gomes.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Os diários de Classe são confeccionados após o início das aulas, pois sempre ocorrem situações de novas matriculas e/ou evasão nas primeiras semanas de aula, que incide numa diferença para mais ou para menos na quantidade de alunos se comparado com os números divulgados no censo escolar."

ANÁLISE DA EQUIPE: Mantida a constatação, pois o Prefeito apenas reforça a impropriedade constatada.

1.3.11 CONSTATAÇÃO: Não disponibilização de diários de classe.

FATO: Mediante a solicitação de fiscalização nº 194054-01, de 17/05/2007 e,posteriormente, reiterada através da solicitação de fiscalização nº 001-Coordenação, de 22/05/2007, solicitou-se da Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) o diário de classe e as fichas de matrículas dos Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 44 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA alunos matriculados, no exercício de 2006, na Creche Mul Santa Terezinha, constante da amostra disponibilizada pela CGU/Brasília. Ressalte-se que a Coordenadora das Creches Municipais, CPF 403.167.933-53, embora sem apresentar Boletim de Ocorrência Policial, prestou declaração expressa, onde consta: "Declaro para os devidos fins de direito, sob as penas da Lei que os diários de classe contendo nome de todos os alunos matriculados no ano letivo de 2006, assim como material didático e utensílios de cozinha, foram roubados do prédio da referida creche, em meados do mês de dezembro de 2006, informamos ainda que não registramos Boletim de Ocorrência na Polícia. O mesmo é verdade e dou fé." O fato é que, até o fechamento do Relatório, a Prefeitura de Dom Pedro (MA) não apresentou os diários de classe da referida creche, cujo censo aponta para um quantitativo de 250 alunos.

EVIDÊNCIA: -Solicitação de fiscalização nº194054-01, de 17/05/2007; -Solicitação de fiscalização nº 001-Coordenação, de 22/05/2007; -Diários de classe não apresentados da Creche Mul Santa Terezinha; e -Declaração da Coordenadora das Creches Municipais, CPF 403.167.933-53.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "As fichas não localizadas no período da auditoria mencionadas no presente item, foram encontradas e seguem em anexo."

ANÁLISE DA EQUIPE: De acordo com a análise realizada nas fichas encaminhadas pelo Prefeito, mantem-se a constatação com relação as impropriedades acima demonstradas, por ausência de comprovação.

1.3.12 CONSTATAÇÃO: Não disponibilização de fichas de matrículas.

FATO: Mediante a solicitação de fiscalização nº194054-01, de 17/05/2007 e, posteriormente, reiterada através da solicitação de fiscalização nº 001-Coordenação, de 22/05/2007, solicitou-se da Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) os diários de classe e as fichas de matrículas dos alunos matriculados, no exercício de 2006, nas escolas constantes da amostra disponibilizada pela CGU/Brasília.

Nome da Endereço Número Turma/Período Escola alunos censo/2006 Creche Mul Rua Santa 1)Nascidos 2001- 08 alunos Santa Terezinha - sem ficha; Terezinha Urbana 250 2)Nascidos 2002- 02 alunos sem ficha; 3) Nascidos 2003- 01 aluno sem ficha; e 4)Nascidos 2004- 01 aluno sem

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 45 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Nome da Endereço Número Turma/Período Escola alunos censo/2006 ficha. EM 21 de Povoado 1)1ª série- 01 alunos sem Abril Triângulo-Rural 330 ficha; e 2) Todas as 88 fichas do EJA. EM Povoado Pacas I- 1) 1ª série-02 alunos sem Guilhermina Rural ficha; Chaves 154 2) 2ª série- 04 alunos sem ficha; 3) 3ª série- 02 alunos sem ficha; 4) 4ª série- 03 alunos sem ficha; e 5)10 fichas do EJA. EM Manoel Povoado Centro Bernardino do Bernardino- 1)Todas as 23 fichas do Rural 86 EJA. EM Gonçalves Rua Duque de 1) Pré-Período- 1º, 2º e 3º- Dias Caxias-Urbana 602 04 alunos sem ficha; 2)1º série-11 alunos sem ficha; 3) 2º série- 01 aluno sem ficha; e 4) 4ª série- 05 alunos sem ficha. EM Pedro I Povoado Pedro I- 1) Pré- 01 aluno sem ficha; Rural 162 2) 2ª série- 02 alunos sem ficha; e 3) 3ª série- 01 alunos sem ficha.

EVIDÊNCIA: -Solicitação de fiscalização nº194054-01, de 17/05/2007; -Solicitação de fiscalização nº 001-Coordenação, de 22/05/2007; e -Fichas de matrículas não apresentadas das escolas Creche Mul Santa Terezinha, EM Costa e Silva, EM 21 de Abril, EM Guilhermina Chaves, EM Manoel Bernardino, EM Gonçalves Dias e EM Pedro I.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se Aplica.

1.3.13 CONSTATAÇÃO: Não disponibilização de certidões de nascimento de alunos matriculados.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 46 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA FATO: Mediante a Solicitação de Fiscalização nº194054-01, de 17/05/2007 e, Mediante a Solicitação de Fiscalização nº194054-01, de 17/05/2007 e, posteriormente, reiterada através da Solicitação de Fiscalização nº 001-Coordenação, de 22/05/2007, solicitou-se da Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) as certidões de nascimentos dos alunos matriculados, no exercício de 2006, nas escolas constantes da amostra disponibilizada pela Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Educação - DSEDU/CGU-PR, contudo, até a conclusão deste Relatório, os Administradores Municipais não apresentaram as certidões de nascimento dos alunos das escolas a seguir listadas:

Nome da Endereço Número Turma/Período Escola alunos censo/2006 Creche Mul Rua Santa 1)Nascidos em 1999- 33 Santa Terezinha- alunos sem certidão; Terezinha Urbana 250 2)Nascidos em 2000- 04 alunos sem certidão; 3)Nascidos em 2001- 12 alunos sem certidão; 4)Nascidos em 2002- 07 alunos sem certidão; 5) Nascidos em 2003- 03 aluno sem certidão; e 2004- Nascidos em 2004- 15 aluno sem certidão. EM 21 de Povoado 1)Período 1º, 2º e 3º- 22 Abril Triângulo-Rural 330 alunos sem certidão; 2)1ª série-Turma A,B,C- 29 alunos sem certidão; 3) 2ª série-única-04 alunos sem certidão; 4) 3ª série- 05 alunos sem certidão; 5) 4ª série- 13 alunos sem certidão; e 6) EJA-Todas os 88 alunos sem certidão. EM Povoado Pacas 1) 1ª série-02 alunos sem Guilhermina I-Rural certidão; Chaves 154 2) 2ª série- 04 alunos sem certidão; 3) 3ª série- 02 alunos sem certidão; 4) 4ª série- 03 alunos sem certidão; e 5)EJA- 11 alunos sem certidão. EM Manoel Povoado Centro 1) EJA- Todos os 23 alunos Bernardino do Bernardino- 86 sem certidão. Rural EM Gonçalves Rua Duque de 1) Pré-Período- 1º, 2º e 3º- Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 47 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Nome da Endereço Número Turma/Período Escola alunos censo/2006 Dias Caxias-Urbana 602 04 alunos sem certidão; 2)1º série-11 alunos sem certidão; 3) 2º série- 01 aluno sem certidão; e 4) 4ª série- 05 alunos sem certidão. EM Pedro I Povoado Pedro 1) Pré- 01 aluno sem I- Rural 162 certidão; 2) 2ª série- 02 alunos sem ficha; e 3) 3ª série- 27 alunos sem certidão. U I Raimundo Rua Duque de 1) 6ª série Turmas-A e B- Oliveira Caxias- Urbana noturno- 65 alunos Gomes 635 certidão; 2) 7ª série Turmas-A,B,C,D- vesp.- 90 alunos sem certidão; e 3) 8ª série Turmas A e B- mat/vesp - 26 alunos sem certidões.

EM Senador Avenida 1) 3ª série- turmas A e B- Alexandre Gonçalves Dias 02 alunos sem certidão. Costa 171

EVIDÊNCIA: -Solicitação de fiscalização nº194054-01, de 17/05/2007; -Solicitação de fiscalização nº 001-Coordenação, de 22/05/2007; e -Certidão de nascimentos não apresentadas de alunos das escolas Creche Mul Santa Terezinha, EM Costa e Silva, EM 21 de Abril, EM Guilhermina Chaves, EM Manoel Bernardino, EM Gonçalves Dias, EM Pedro I , U I Raimundo Oliveira Gomes e EM Senador Alexandre Costa.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "O município de Dom Pedro, assim como os demais municípios maranhenses, enfrenta o sério problema de pessoas que ainda não retiraram o registro de nascimento, entretanto, o Município vem através dos anos junto ao Governo do Estado do Maranhão em mutirões organizados pelo Shopping do Cidadão, diminuir os índices de pessoas sem o registro de nascimento. Porém, ante a ausência de consciência de alguns pais de alunos em registrar os filhos o município não se eximiu da responsabilidade de prover a educação, fato este que tornou a ficha de cadastro dos alunos incompleta, faltando a Certidão de Nascimento."

ANÁLISE DA EQUIPE: Mantida a constatação, pois o Prefeito apenas reforça a impropriedade constatada. Nesta assenta, o Prefeito apresenta apenas um formulário

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 48 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA "Bloco 5- Ensino Fundamental (regular) 8 anos (continuação) sem identificação, o qual não elide a constatação.

1.4 - PROGRAMA 1072 VALORIZACAO E FORMACAO DE PROFESSORES E TRABALHADORES DA EDU AÇÃO : 0304 COMPLEMENTACAO DA UNIAO AO FUNDO DE MANUTENCAO E DESENV OLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DE VALORIZACAO DO MAG ISTERIO (FUNDEF) - NO ESTADO DO MARANHAO OBJETIVO DA AÇÃO : Assegurar a remuneração condigna do magistério, a universalização, a manutenção e o desenvolvimento do Ensino Fundamental Público. ORDEM DE SERVIÇO : 193829 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Aquisição de bens e serviços, em conformidade com os percentuais esta- belecidos em lei (no mínimo 60% para salários de professores e até 40% para manutenção e desenvolvimento do Ensino Fundamental), e atuação do Conselho de Acompanhamento e Controle Social. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 3.790.648,92

1.4.1 CONSTATAÇÃO: Despesas com curso de capacitação de pessoas que não são professores do ensino fundamental público.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro mantém dois contratos de prestação de serviços para qualificação/ habilitação de professores do Município, um com o Centro Federal de Educação Tecnológica- CEFET, assinado em 10/10/2005, e outro com a Universidade Estadual do Maranhão- UEMA, por meio da Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia- FACT, assinado em 06/01/2005. O objeto do contrato com o CEFET consiste na execução dos Cursos de Licenciatura Plena em Matemática e em Biologia, dirigido para professores da rede municipal de ensino de Dom Pedro. O Contrato com a FACT/UEMA objetiva dar continuidade aos Cursos de Graduação em Letras, História e Geografia, para 116 (cento e dezesseis) alunos, sendo 41 (quarenta e um) no Curso de Letras, 37 (trinta e sete) no Curso de História e 38 (trinta e oito) no Curso de Geografia, oriundos de um contrato assinado em 15/12/2003, cuja vigência expirara em 31/12/2004. Da análise da documentação relacionada ao investimento para habilitação de docentes, constatou-se que: 1- Quanto à elegibilidade dos pagamentos efetuados à FACT/UEMA: Em 2006 foram pagas à FACT/UEMA, com recursos do FUNDEF, 12 (doze) parcelas de R$ 17.394,20 (dezessete mil, trezentos e noventa e quatro

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 49 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA reais e vinte centavos), no valor total de R$ 208.730,40 (duzentos e oito mil, setecentos e trinta reais e quarenta centavos) Do confronto entre a lista de servidores do Município de Dom Pedro e a relação de alunos fornecida pela UEMA, constatou-se que, dos 114 (cento e quatorze) matriculados nos cursos de graduação em Letras, História e Geografia, objeto do contrato com a FACT/UEMA, apenas 55 (cinqüenta e cinco) são profissionais do magistério do Ensino Fundamental. Os demais capacitados, em número de 59 (cinqüenta e nove), 9 (nove) são servidores do município não ligados ao Ensino Fundamental e 50 (cinqüenta) não têm nenhum vínculo empregatício com a Prefeitura. Desta forma, considerando-se que os valores pagos em 2006 à FACT/UEMA corresponderam à habilitação de 114 (cento e quatorze) alunos, dos quais 59 (cinqüenta e nove) não são profissionais do magistério do Ensino Fundamental, a quantia de R$ 108.027,14 (cento e oito mil, vinte e sete reais e quatorze centavos)foi paga indevidamente com recursos do FUNDEF. 2- Quanto à elegibilidade dos pagamentos efetuados ao CEFET: Do confronto entre a lista de servidores do Município de Dom Pedro e a relação de alunos fornecida pelo CEFET, constatou-se que, dos 80 (oitenta) matriculados nos cursos de Licenciatura Plena em Matemática e em Biologia, objeto do contrato com o CEFET, apenas 47 (quarenta e sete) são profissionais do magistério do Ensino Fundamental. Os demais capacitados, em número de 33 (trinta e três), 6 (seis) são servidores do município não ligados ao Ensino Fundamental e 27 (vinte e sete) não têm nenhum vínculo empregatício com a Prefeitura. Considerando-se que a Prefeitura Municipal de Dom Pedro-MA pagou ao CEFET, em 2006, o montante de R$ 91.706,16 (noventa e um mil, setecentos e seis reais e dezesseis centavos), correspondentes à habilitação de 80 (oitenta) alunos, tem-se que o custo do investimento por aluno/ano foi de R$ 1.146,33 (hum mil, cento e quarenta e seis reais e trinta e três centavos). Tendo em vista que somente 47 (quarenta e sete) alunos são profissionais do magistério do Ensino Fundamental, apenas R$ 53.877,51 (cinqüenta e três mil, oitocentos e setenta e sete reais e cinqüenta e um centavos) poderiam ser cobertos com recursos do FUNDEF. Dos R$ 91.706,16 (noventa e um mil, setecentos e seis reais e dezesseis centavos) pagos ao CEFET, tem-se que R$ 76.421,80 (setenta e seis mil, quatrocentos e vinte e um reais e oitenta centavos) foram custeados com recursos do FUNDEF de 2006 e R$ 15.284,36 (quinze mil, quatrocentos e vinte e um reais e oitenta centavos), com recursos de outras fontes. Assim, a quantia de R$ 22.544,29 (vinte e dois mil, quinhentos e quarenta e quatro reais e vinte e nove centavos) foi paga indevidamente com recursos do FUNDEF de 2006.

EVIDÊNCIA: a)Contrato de Prestação de Serviços entre Universidade Estadual do Maranhão, Prefeitura Municipal de Dom Pedro e Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia, assinado em 06/01/2005; Termo Aditivo; Convênio e Recibos. b)Contrato de Prestação de Serviços entre o Município de Dom Pedro e o Centro Federal de Educação Tecnológica, firmado em 10/10/2005. c)Relação de Servidores do FUNDEF fornecida pela Prefeitura Municipal

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 50 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA de Dom Pedro-MA. d)Relatórios de Notas e Faltas referentes ao 1º e 2º Semestres de 2006,fornecidos pela Universidade Estadual do Maranhão. e)Relação dos Alunos Matriculados em Licenciatura em Biologia- Dom Pedro, fornecida pelo Centro Federal de Educação Tecnológica. f)Relação dos Alunos Matriculados em Licenciatura Plena em Matemática- Dom Pedro, fornecida pelo Centro Federal de Educação Tecnológica. g)Notas de Empenho nºs 1/160, 4/160, 5/160, 6/160, 9/160, 15/158, 23/158, 30/160, 38/160, 42/160, 43/160, 44/160, 45/160, 63/160, 64/160, 73/160, 77/160, 82/160 e 84/160.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "Das pessoas mencionadas na relação de beneficiados pelo curso de capacitação dado pela UEMA, alguns relacionados pela auditoria possuem o real vinculo com o ensino fundamental na função de professor, na forma que segue: -Alexsandra Vieira de Silva Pereira é professora concursada da E.M 21 de Abril e exerce a função de diretora, conforme documentação anexa. -Cristina Jackeline de Negreiros professora concursada na E.M Duque de Caxias, conforme portaria. -Fabiana da Silva Pereira era professora na E.M Duque de Caxias, cedida atualmente p/ o Conselho Tutelar. -Maria Luzinete dos Santos Conceição afastada sem vencimento da função de AOSG, e trabalha como Prof. na E.M 21 de abril. -Maria Viana Martins Sousa afastada sem vencimento da função de AOSG, exercendo o cargo de professora na E.M Evangélica Joaquim Pereira. -Adriana Marly Gomes Santos da Silva, professora concursada, conforme documentação em anexo -Allayne Kadja não foi paga pela prefeitura, pois recebe bolsa da UEMA, conforme comprovante em anexo. -Ana Cássia da Silva e Silva Profª na E.M Francisco Franco Ribeiro, conforme diário de Classe anexo. -David da Silva Morais professor concursado. -Elijanete dos Santos Lima, prof. na EM. Evangélica Joaquim Pereira, conforme diário anexo. -Francisco das Chagas Cruz Pereira, Professor na E.M Raimundo Oliveira Gomes, conforme diário. -Henrique de Lima Sousa, professor U.I - Raimundo Oliveira Gomes -Leidinalva Tavares daSilva, Bolsista UEMA. "Das pessoas mencionadas na relação de beneficiados pelo curso de capacitação dado pelo CEFET, alguns relacionados pela auditoria possuem o real vinculo com o ensino fundamental na função de professor, na forma que segue: -Márcio Roney Costa de Paula Barreto é professor, conforme diário de classe. -Diana Rodrigues do Nascimento - Professora conforme diário de classe. -Francisca Almeida Silva - Professora conforme diário de classe -João da Cruz, Professor conforme Diário de classe. -Maria das Neves Davis de Sousa - Prof. conforme diário de classe. "As demais pessoas citadas pela auditoria estão sendo chamadas pela Secretaria de Educação para ressarcir a conta do FUNDEB os valores o pagos indevidamente."

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 51 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA ANÁLISE DA EQUIPE: 1- Quanto à elegibilidade dos pagamentos efetuados à FACT/UEMA, acata- se a justificativa do gestor apenas quanto à servidora Alexsandra Vieira de Silva Pereira. Justificativas não acatadas quanto aos treinandos da FACT/UEMA a seguir: a) Cristina Jackeline de Negreiros: O Gestor afirma que é professora concursada da E.M. Duque de Caxias, conforme portaria. Justificativa não acatada em razão de não ter sido anexada a portaria referida pelo Gestor, nem constar o nome da servidora da Relação dos Servidores da Educação fornecida pelo município. b)Fabiana da Silva Sebastião: O Gestor afirma que era professora na E.M Duque de Caxias, cedida atualmente p/ o Conselho Tutelar. Justificativa não acatada, pois o gestor apresentou apenas o Diário de Classe, mas não encaminhou a Portaria de Nomeação da servidora para exercício de Cargo Efetivo de Professor do ensino fundamental, nem o Movimento Mensal da Escola Municipal Duque de Caxias para comprovação do efetivo exercício no ensino fundamental. A servidora também não consta da Relação dos Servidores da Educação fornecida pelo município. c) Maria Luzinete dos Santos Conceição: O Gestor justifica que está afastada sem vencimento da função de AOSG, e trabalha como Prof. na E.M 21 de abril. Justificativa não acatada, pois o gestor apresentou apenas o Diário de Classe, mas não encaminhou o Movimento Mensal da Escola Municipal 21 de abril, para comprovar o efetivo exercício da servidora contratada como Auxiliar Operacional de Serviços Diversos, no cargo de professor, em desvio de função. d) Maria Viana Martins Sousa: O Gestor informa que está afastada sem vencimento da função de AOSG, exercendo o cargo de professora na E.M Evangélica Joaquim Pereira. Justificativa não acatada, pois o gestor apresentou apenas o Diário de Classe, mas não encaminhou o Movimento Mensal da Escola Municipal Evangélica Joaquim Pereira, para comprovar o efetivo exercício da servidora contratada como Auxiliar Operacional de Serviços Diversos, no cargo de professor, em desvio de função. e) Adriana Marley Gomes Santos da Silva, professora concursada, conforme documentação em anexo Justificativa não acatada, pois o gestor apresentou apenas um Diário de Classe do Colégio Madre Margarida Caiani, mas não encaminhou a Portaria de Nomeação da suposta servidora para exercício de Cargo Efetivo de Professor do ensino fundamental. A mesma também não consta do Movimento Mensal da referida escola, nem da Relação dos Servidores do município de Dom Pedro (MA). f) Allayne Kadja Silva Magalhães: O Gestor informa que o curso não foi pago pela prefeitura, pois recebe bolsa da UEMA, conforme comprovante em anexo. Justificativa não acatada, pois não foi anexado qualquer comprovante de que a aluna é bolsista da UEMA. g) Antônia Cássia da Silva e Silva: O Gestor informa que a mesma é professora da E.M Francisco Franco Ribeiro, conforme diário de Classe anexo. Justificativa não acatada, pois o gestor apresentou apenas fotocópia

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 52 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA do Diário de Classe, mas não encaminhou a Portaria de Nomeação da suposta servidora para exercício de Cargo Efetivo de Professor do ensino fundamental, nem o Movimento Mensal da Escola Municipal Francisco Franco Ribeiro para comprovação do efetivo exercício no ensino fundamental. A mesma também não consta da Relação dos Servidores do município de Dom Pedro (MA). h) David da Silva de Morais: O Gestor informa ser professor concursado. Justificativa não acatada. O Gestor anexou uma fotocópia de um Diário de Classe da Escola Municipal Duque de Caxias, mas não apresentou o Movimento Mensal da referida escola, nem a Portaria de Nomeação do suposto servidor para exercício de Cargo Efetivo de Professor do ensino fundamental. Além disso, o mesmo não consta da Relação dos Servidores do município de Dom Pedro (MA). i) Elijonete dos Santos Lima: O Gestor informa ser professor da EM. Evangélica Joaquim Pereira, conforme diário anexo. Justificativa não acatada. O Gestor anexou uma fotocópia de um Diário de Classe da Escola Municipal Evangélica Joaquim Pereira, mas não apresentou o Movimento Mensal da referida escola, nem a Portaria de Nomeação da suposta servidora para exercício de Cargo Efetivo de Professor do ensino fundamental. Além disso, o nome da mesma não consta da Relação dos Servidores do município de Dom Pedro (MA). i) Francisco das Chagas Cruz Pereira: O Gestor justifica ser Professor na E.M Raimundo Oliveira Gomes, conforme diário. Justificativa não acatada. O Gestor anexou uma fotocópia de um Diário de Classe da Unidade Integrada Raimundo Oliveira Gomes, mas não apresentou o Movimento Mensal da referida escola, nem a Portaria de Nomeação do suposto servidor para exercício de Cargo Efetivo de Professor do ensino fundamental. Além disso, o nome do mesmo não consta da Relação dos Servidores do município de Dom Pedro (MA). j) Henrique de Lima Sousa. O Gestor informa ser professor da U.I - Raimundo Oliveira Gomes. Justificativa não acatada. O Gestor anexou uma fotocópia de um Diário de Classe da Unidade Integrada Raimundo Oliveira Gomes, mas não apresentou o Movimento Mensal da referida escola, nem a Portaria de Nomeação do suposto servidor para exercício de Cargo Efetivo de Professor do ensino fundamental. Além disso, o nome do mesmo não consta da Relação dos Servidores do município de Dom Pedro (MA). k) Leidinalva Tavares da Silva: O Gestor informa ser bolsista da UEMA. Justificativa não acatada, pois não foi anexado qualquer comprovante de que a aluna é bolsista da UEMA. 2- Quanto à elegibilidade dos pagamentos efetuados ao CEFET, acata-se a justificativa do gestor apenas quanto à servidora Diana Rodrigues do Nascimento. Justificativas não acatadas quanto aos treinandos do CEFET a seguir: a) Márcio Roney Costa de Paula Barreto: O Gestor informa ser professor, conforme diário de classe. Justificativa não acatada. O Gestor sequer anexou o mencionado Diário de Classe e a Relação de Servidores do FUNDEF fornecida pela Prefeitura, informa que o mesmo exerce o cargo de Assistente Administrativo.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 53 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA b) Francisca Almeida Silva: O Gestor informa ser professora conforme diário de classe. Justificativa não acatada. O Gestor anexou uma fotocópia de um Diário de Classe da Escola Municipal Francisco Franco Ribeiro, mas não apresentou o Movimento Mensal da referida escola, nem a Portaria de Nomeação da suposta servidora para exercício de Cargo Efetivo de Professor do ensino fundamental. Além disso, a mesma não consta da Relação dos Servidores do município de Dom Pedro (MA). c) João da Cruz de Oliveira: O Gestor informa ser professor conforme Diário de classe. Justificativa não acatada. O Gestor sequer anexou o mencionado Diário de Classe e o suposto professor não consta da Relação de Servidores do Município. d) Maria das Neves David de Sousa: O Gestor informa ser professor conforme diário de classe. Justificativa não acatada. O Gestor anexou uma fotocópia de um Diário de Classe da Escola Municipal Francisco Franco Ribeiro, mas não apresentou o Movimento Mensal da referida escola, nem a Portaria de Nomeação da suposta servidora para exercício de Cargo Efetivo de Professor do ensino fundamental. Além disso, a mesma não consta da Relação dos Servidores do município de Dom Pedro (MA). 3- Quanto aos demais capacitados, o gestor manifesta concordância com as irregularidades apuradas pela CGU.

1.4.2 CONSTATAÇÃO: Não recolhimento de Contribuição Previdenciária retida dos servidores da rede municipal de ensino.

FATO: Apesar de solicitado, o Gestor não apresentou os demonstrativos com a base de cálculo dos valores da contribuição previdenciária dos profissionais pagos à conta do FUNDEF. Os documentos apresentados se restringiram às parcelas de INSS retidas do Fundo de Participação do Município de Dom Pedro, sem a identificação de que se tratavam da parte patronal ou da parte do empregado. Com o fito de confirmar o efetivo recolhimento das contribuições retidas dos servidores do Ensino Fundamental pelo município, solicitou-se ao Instituto Nacional do Seguro Social- INSS informações a respeito da massa salarial declarada pelo Gestor, assim como dos recolhimentos de contribuição previdenciária por ele realizados. Da consulta, verificou-se que a Prefeitura só apresentou ao INSS as informações dos meses de janeiro/2006 e agosto/2006, onde constaram, respectivamente, 157 (cento e cinqüenta e sete) e 134 (cento e trinta e quatro) empregados, números bastante inferiores à quantidade de servidores do município, que possui aproximadamente 766 (setecentos e sessenta e seis) servidores, dos quais 157 (cento e cinqüenta e sete) estão lotados na Prefeitura, 424 (quatrocentos e vinte e quatro) na Secretaria de Educação e 185 (cento e oitenta e cinco) na Secretaria de Saúde. Considerando que a quantidade de servidores informada nas GFIP é inferior ao número de servidores pagos com recursos do FUNDEF, conclui-se que parte ou a totalidade das retenções realizadas das folhas de pagamento dos servidores pagos com recursos do FUNDEF, no

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 54 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA valor de R$ 126.272,09 (cento e vinte e seis mil, duzentos e setenta e dois reais e nove centavos), não foi recolhido aos cofres da Previdência Social. Noutro passo, observa-se que sequer foi empenhado o valor correspondente à contribuição patronal da Prefeitura sobre os salários pagos com recursos do FUNDEF. Simulando-se uma contribuição patronal média de 20% sobre os valores efetivamente pagos aos servidores com recursos do FUNDEF, no período de janeiro a dezembro de 2006, o valor não empenhado nem recolhido somou R$ 330.123,11 (trezentos e trinta mil, cento e vinte e três reais e onze centavos).

EVIDÊNCIA: a)Cópias das Folhas de Pagamentos referentes a 2006, fornecidas pela Prefeitura Municipal de Dom Pedro, em Janeiro de 2007, ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Dom Pedro e Joselândia- MA. b)Consulta ao Sistema de Arrecadação da Receita Federal do Brasil- DATAPREV- referente à Prefeitura Municipal de Dom Pedro.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.4.3 CONSTATAÇÃO: Pagamento de diferenças do FUNDEF apuradas em relação aos anos de 2004 e 2005, com recursos de 2006.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro pagou, conforme teor da Composição Amigável firmada em 14/03/2006 com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Dom Pedro e Joselândia-MA, verbas referentes a diferenças do FUNDEF apuradas em relação aos anos de 2004 e 2005, no valor de R$ 50.029,77 (cinqüenta mil, vinte e nove reais e setenta e sete centavos), com recursos do FUNDEF de 2006, por meio das Notas de Empenho nº 51/153, 52/153, 64/153, 65/153, 71/ 153, 72/ 153, 93/ 153 e 94/ 153.

EVIDÊNCIA: a)Composição Amigável entre o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Dom Pedro-MA e o Município de Dom Pedro. b)Cópias das Folhas de Pagamentos de acordo salarial constante das prestações de contas dos meses de julho/2006, agosto/2006 e Setembro/2006. c)Notas de Empenho nº 51/153, 53/153, 64/153, 65/153, 71/ 153, 72/ 153, 93/ 153 e 94/ 153.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 55 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Não se aplica.

1.4.4 CONSTATAÇÃO: Falta de atuação do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF (CACS/FUNDEF).

FATO: Os membros do Conselho de Acompanhamento e Controle e Social do FUNDEF- CACS foram nomeados pela Portaria nº 47, de 02/08/2005. De acordo com a Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996, a composição mínima do referido Conselho nos municípios deve ser: a) um representante da Secretaria Municipal de Educação; b) um representante dos professores e dos diretores das escolas públicas de Ensino Fundamental; c) um representante dos pais de alunos; d) um representante dos servidores das escolas públicas do Ensino Fundamental. Com vistas a verificar a eficácia dos resultados do acompanhamento e controle social sobre as transferências e a aplicação dos recursos do Fundo, bem como o atendimento às disposições legais, procedeu-se à leitura das Atas das Reuniões do Conselho e realizou-se entrevista com os seus membros titulares. Como resultado, destaca-se: a) o Conselho não desempenha efetivamente suas atribuições institucionais, uma vez que se limita à realização das reuniões para apreciar a aplicação dos recursos recebidos, sem nenhuma crítica. As atas são vagas no que concerne aos documentos de receitas e despesas compulsados pelo Conselho. Não informam sobre a ilegalidade de 100% das despesas efetuadas sem licitação e não emitem opinião quanto à aplicação do mínimo de 60% dos recursos do FUNDEF no pagamento de profissionais do Ensino Fundamental. b) as atas também não fazem nenhuma referência à análise das prestações de contas do Ensino de Jovens e Adultos - EJA e ao acompanhamento e controle do censo escolar; c) Em que pese o fato de os conselheiros terem informado que foram escolhidos por meio de eleição entre os seus pares, não há registro do processo de escolha dos mesmos. O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Dom Pedro informou que a sociedade civil e demais entidades representativas foram mantidas completamente alheias ao processo de escolha, e apresentou cópia de requerimento protocolado junto à Secretaria de Educação, em 16/08/2004, em que solicita publicidade do edital de eleição do conselho, para o qual não obteve resposta. A análise da composição do CACS demonstra que todos os seus membros são servidores do Município que ocupam cargos ou funções de confiança, inclusive o titular e o suplente da representação dos pais de alunos, conforme detalhado a seguir:

Segmento Representação Membros - Cargos ocupados no Município Secretaria de Educação Titular: CPF Nº 259.663.753-72 Supervisora de Educação do Município Suplente: CPF Nº 238.800.903-00 Secretário de Obras do Município Professores e Diretores Titular: CPF Nº 248.697.083-53 das Escolas Públicas do Diretora de Escola Ensino Fundamental Suplente: CPF Nº 002.177.643-12 Professora Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 56 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Segmento Representação Membros - Cargos ocupados no Município Pais de Alunos Titular: CPF Nº 213.299.402-10 Chefe de Limpeza do Município Suplente: CPF Nº 767.812.163-68 Supervisora de Educação do Município Servidores das Escolas Titular: CPF Nº 402.942.503-87 Públicas do Ensino Diretora de Escola Fundamental Suplente: CPF Nº 197.128.553-68 Chefe do Setor de Tributos do Município

EVIDÊNCIA: a)Portaria nº 47, de 02/08/2005, que nomeia os membros do CACS. b)Resposta do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Dom Pedro quanto à consulta da CGU sobre a participação da entidade no processo de escolha dos representantes dos servidores no CACS. c)Requerimento protocolado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Dom Pedro junto à Secretaria de Educação, em 16/08/2004, no qual solicita publicidade do edital de eleição do conselho. d)Lei nº 08/97, de 30/06/1997, que criou o Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social. e)Cópia de ata da reunião do CACS realizada em 20/04/2006. f)Cópia de ata da reunião do CACS realizada em 28/09/2006. g)Cópia de ata da reunião do CACS realizada em 23/10/2006. h)Cópia de ata da reunião do CACS realizada em 21/12/2006. i)Questionários aplicados com dois membros do CACS. j)Relação dos Secretários Municipais de Dom Pedro. k)Nome e endereço dos membros do CMAS.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "A problemática da deficiente atuação do CACS, reflete limitada capacidade técnica de seus membros indicado por seus pares, a alegação do sindicato sobre a ausência de participação na composição do CACS por si não denota qualquer irregularidade, pois o componente do conselho indicado pelo seu segmento, não está vinculado a qualquer entidade de classe. "Com relação a ausência de análise do Conselho sobre prestação de contas do EJA, verifica-se que o prazo para a sua prestação findou-se no dia 30 de abril de 2007, momento em que não mais existia o antigo CACS, cuja vigência encerrou junto com a do FUNDEF no dia 31/12/2006, porém foi eleito o novo Conselho de Acompanhamento regido pela Medida Provisória 339/06, que revogou Art 12 da Lei 10.880/94 retirando das atribuições do Conselho a competência de analisar a prestação de contas do EJA e PNATE."

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativas não acatadas. A justificativa de que o conselho não desempenha suas funções em razão de os seus membros terem limitada capacidade técnica não merece acolhimento, pois, se assim o fosse, seus integrantes não ocupariam cargos ou funções de confiança no município. Quanto à justificativa a respeito de o Sindicato dos Trabalhadores no Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 57 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Serviço Público Municipal de Dom Pedro e demais entidades representativas da sociedade civil terem sido mantidas completamente alheias ao processo de escolha, também não merece prosperar, pois o Conselho deve ser criado com o envolvimento do Poder Legislativo e tendo a participação das entidades de classe (sindicatos ou associações de professores, associações de pais e mestres, etc.) na indicação de seus membros, de modo a dar legitimidade e transparência ao colegiado. Com referência à informação de que foram retiradas das atribuições do Conselho a competência de analisar a prestação de contas do EJA e PNATE, vale destacar o disposto no parágrafo 13 do artigo 24 da Lei nº 11.494 que Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, que assim dispõe: "Aos conselhos incumbe, também, acompanhar a aplicação dos recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar - PNATE e do Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos e, ainda, receber e analisar as prestações de contas referentes a esses Programas, formulando pareceres conclusivos acerca da aplicação desses recursos e encaminhando-os ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE". Portanto, não procede a justificativa do Prefeito.

1.4.5 CONSTATAÇÃO: Inserção de recibos inidôneos relativos a despesas com cursos de capacitação não realizados.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro inseriu, na prestação de contas dos meses de janeiro e fevereiro de 2006, 3(três) recibos inidôneos de profissionais que teriam supostamente ministrado cursos de capacitação a professores do ensino fundamental, pagos por meio das Notas de Empenho nºs 23/159, 26/159 e 43/159, no valor total de R$ 14.050,00 (quatorze mil e cinqüenta reais), conforme se pôde comprovar mediante consulta realizada aos beneficiários constantes dos recibos. Além de informarem que não prestaram os serviços descritos nos recibos, os profissionais consultados afirmaram que as assinaturas constantes dos documentos são falsas. As informações prestadas pelos profissionais consultados guardam conformidade com as obtidas pela equipe de fiscalização junto aos professores municipais, quanto à não-realização de cursos de capacitação com o tema "Educação inclusiva: Direito à Diversidade" e da "Semana Pedagógica do ano de 2006".

EVIDÊNCIA: a)Folha de Pagamento do curso de capacitação "Educação inclusiva: Direito à Diversidade", no valor de R$ 6.750,00, constante da Prestação de Contas do FUNDEF de janeiro de 2006. b)Folha de Pagamento do curso de capacitação "Educação inclusiva: Direito à Diversidade", no valor de R$ 4.150,00, constante da Prestação de Contas do FUNDEF de janeiro de 2006. c)Folha de Pagamento da "Semana Pedagógica", no valor de R$ 3.150,00,

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 58 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA constante da Prestação de Contas do FUNDEF de fevereiro de 2006. d)Notas de Empenho nºs 23/159, 26/159 e 43/159. e)Resposta negativa formal das professoras para a consulta da equipe acerca da realização dos cursos.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.4.6 CONSTATAÇÃO: Pagamento de contribuições à Previdência Social e ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP, referentes a exercícios anteriores.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro efetuou os seguintes pagamentos de PASEP e contribuições previdenciárias, referentes a exercícios anteriores, com recursos do FUNDEF de 2006: a)Pagamento de contribuições ao PASEP referentes ao período de apuração 01/01/1980, nº de referência 13335-00019/2004-58, pagas no mês de Março/2006, no valor de R$ 1.500,30 (hum mil, quinhentos reais e trinta centavos), conforme Notas de Empenho nºs 2/154, 4/154, 19/158 e 24/158. b)Pagamento de principal e juros de contribuições previdenciárias referentes às competências 08/2004, 09/2004, 10/2004, 11/2004, 12/2004 e 08/2005, no valor total de R$ 6.156,51 (seis mil, cento e cinqüenta e seis reais e cinqüenta e um centavos), conforme Notas de Empenho nºs 7/160, 29/160, 49/160, 50/160, 51/160, 52/160, 53/160, 8/161, 9/161, 10/161, 11/161 e 12/161.

EVIDÊNCIA: a)Notas de Empenho nºs 2/154, 4/154, 19/158 e 24/158, 7/160, 29/160, 49/160, 50/160, 51/160, 52/160, 53/160, 8/161, 9/161, 10/161, 11/161 e 12/161. b)Guias de INSS competências 08/2004, 09/2004, 10/2004, 11/2004, 12/2004 e 08/2005. c)Guias de Recolhimento de Contribuições ao PASEP, nº de referência 13335-00019/2004-58.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "O município já efetuou a devolução dos recursos pagos indevidamente à Conta do FUNDEB."

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativa não acatada. O Administrador Municipal informou ter efetuado a devolução dos recursos pagos, no entanto não apresentou o comprovante de depósito. Assim, apenas restou demonstrado o reconhecimento da falha.

1.4.7 CONSTATAÇÃO:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 59 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Realização de despesas com recursos do FUNDEF sem licitação.

FATO: No exercício de 2006, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA)realizou despesas com recursos do FUNDEF, no valor aproximado de R$ 1.668.911,33 (hum milhão, seiscentos e sessenta e oito mil, novecentos e onze reais e trinta e três centavos), sem licitação e sem apresentar as razões legais para a dispensa ou inexigibilidade de licitação. Ressalva-se que, mesmo nos casos de contratações diretas, há necessidade de que sejam cumpridas formalidades prévias, haja vista exigência legal de justificativas acerca da razão de escolha do contratado, das razões da dispensa de licitação, assim como a justificativa do preço contratado, o que no caso em referência não aconteceu, infringindo o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal; os artigos 2º, 26, caput e respectivos incisos, e 38, inciso VI, da Lei nº 8.666/93. O quadro abaixo relaciona as principais despesas, agrupando-as por natureza de gasto, e identificando os respectivos fornecedores.

Despesa Fornecedor Valor (R$) Cursos Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia – FACT 208.730,40 Centro Federal de Educação e Tecnologia do 76.421,80 Maranhão - CEFET Kátia Regina Oliveira Carvalho e outros 6.750,00 Itelma Caldas Jammel e outros 6.000,00 Claudenice Santos Rodrigues e outros 4.150,00 César Augusto Castro e outros 3.500,00 Edenir de Oliveira Costa e outros 3.150,00 Subtotal 308.702,20 Combustível L Leandro Santos 150.100,00 Importadora Rocha Ltda 104.827,72 Subtotal 254.927,72 Aluguel de Fábio Amâncio de Sousa 46.730,00 veículo Lindoval Soares da Silva 27.200,00 João Soares da Silva 25.170,00 Lindomar Alves Costa 20.000,00 Manoel Soares Feitosa Filho 17.300,00 Izaías de Sousa Pereira 15.950,00 Manoel Gomes dos Santos 15.700,00 Alex Sandro Gomes Brito 15.300,00 Francisco Ferreira da Silva 13.800,00

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 60 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Despesa Fornecedor Valor (R$) Adalto Pereira de Sousa 11.550,00 Francisco das Chagas Oliveira Melo 16.300,00 Manoel Gomes dos Santos 8.250,00 Joel Damião de Almeida 7.685,00 José Horácio Ribeiro Júnior 3.400,00 Ancelmo Gonçalves de Queiroz 2.000,00 Elizevaldo Serra Silva 1.000,00 Subtotal 247.335,00 Material Sidinei N Martins 54.520,00 Permanente LTS Comércio Repres. e Distribuição Ltda 49.215,85 M Ferreira Moraes 32.599,00 E M M Silva 16.402,00 F M de Sousa 15.006,00 J Lima de Sousa 2.473,00 Subtotal 170.215,85 Material de M Ferreira Moraes 59.878,79 Expediente J Lira da Silva 30.058,44 F T F de Sousa 26.992,00 J de C C Rodrigues 16.441,00 F Luna Sousa 15.933,00 LTS Comércio Repres. e Distribuição Ltda 11.933,07 Subtotal 161.236,30 Material de Cicerina Gonçalves Sousa 35.062,07 Construção E de N Souza de Carvalho 30.000,00 W L A de Sousa 13.990,00 L C Jorge & Cia Ltda 8.722,00 Marialice de ousa 8.500,00 Fredeson V de Sousa 7.327,00 Nideci S Oliveira 5.000,00 Cerâmica Santo Antônio Ltda 1.950,00 F Gois Industrial 1.922,00 Subtotal 112.473,07 Material de J Lira da Silva 75.701,08 Limpeza C A R de Lima 11.870,75 LTS Comércio Repres. e Distribuição Ltda 10.171,00 Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 61 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Despesa Fornecedor Valor (R$) F T F de Sousa 8.330,00 M Ferreira Morais 2.777,00 C C de Sousa Rodrigues 1.200,00 Subtotal 110.049,83 Reforma R Klein F Sereno 43.580,00 Conel Construtora Nelson LTDA 42.846,68 Subtotal 86.426,68 Serviços de Antonio da Rocha Santos 9.611,00 Limpeza Carlos Alberto Soares Silva 8.937,00 Reginaldo Mariano 7.842,00 Benedito José da Silva 5.764,00 José Quirino 2.242,00 Subtotal 34.396,00 Confecção de M L S Jadão 29.587,00 Impressos Francisco das Chagas S Cruz 750,00 Subtotal 30.337,00 Material de LTS Comércio Repres. e Distribuição Ltda 6.500,00 Consumo M J Andrelino de Queiroz 4.900,00 C A R de Lima 4.663,27 Nideci S Oliveira 3.250,00 Cicerina Gonçalves Sousa 3.220,00 Geovani de O Sousa 5.629,00 Ricardo da S Matos 4.710,00 E M M Silva 1.310,00 Star Pneus São Luís Ind e Com Ltda 659,54 Subtotal 34.841,81 Serviços em Ricardo da S Matos 18.381,00 Veículos Auto Elétrica Jean 3.862,00 Geovani de O Sousa 1.924,00 Antonio José Torres da Silva 1.760,00 Geovane de Oliveira Sousa 1.165,00 Francisco da Silva Pereira 730,00 Subtotal 27.822,00 Confecção de Edna Ferreira de Sousa 25.219,00 Uniformes Subtotal 25.219,00

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 62 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Despesa Fornecedor Valor (R$) Material LTS Comércio Repres. e Distribuição Ltda 24.966,00 Escolar Subtotal 24.966,00 Refeições e Maria Cartacho Rolim Lacerda 8.857,36 Lanches Ari Menandro de Araújo Filho 6.724,18 Subtotal 15.581,54 Hospedagem Luciano Jorge Acauã 7.836,00 Fiori Palace Hotel 4.969,33 12.805,33 Obras Conel Construtora Nelson LTDA 11.576,00 Subtotal 11.576,00 Total Geral 1.668.911,33 Fonte: Prestação de Contas do FUNDEF – Exercício 2006

EVIDÊNCIA: Ofício nº 036, de 24/05/2007, da Prefeitura Municipal de Dom Pedro.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve justificativa.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica

1.4.8 CONSTATAÇÃO: Inclusão, nas Prestações de Contas do FUNDEF de 2006, de Folhas de Pagamento com salários superiores aos efetivamente pagos aos servidores da rede municipal de ensino.

FATO: Do confronto entre as Folhas de Pagamentos constantes das prestações de contas do FUNDEF de 2006 e as que foram obtidas pela CGU junto ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Dom Pedro e Joselândia- MA, e de entrevistas realizadas com professores nas escolas, verificou-se que os salários efetivamente pagos aos servidores em exercício no ensino fundamental público do município são inferiores aos constantes das Folhas de Pagamento das Prestações de Contas. As folhas de pagamento constantes das Prestações de Contas, assim como as obtidas junto ao Sindicato, não estão assinadas, mas consta informação acerca da conta-corrente em que foram creditados os valores devidos aos servidores. Desta forma, a veracidade das informações prestadas pelos professores e das folhas de pagamento obtidas junto ao Sindicato foi confirmada por meio de extratos bancários de professores, diretores e/ou supervisores de escolas, e Demonstrativos de Pagamento de Salários

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 63 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA (Contracheques) fornecidos pela Prefeitura, de uma amostra de 17 (dezessete) servidores, conforme exemplificado a seguir:

Valor Bruto Valor Valor Valor da Líquido Bruto Líquido Folha da Folha Folha Folha Evidência da veracidade Competên de de Pagto Servidor fornecid fornecid da Folha fornecida pelo cia Pagto na a pelo a pelo Sindicato. na Prestaçã Sindicat Sindicat Prestaç o de o o ão de Contas Contas mai/2006 560,60 507,21 Contracheque mai/2006 750,00 692,63 jun/2006 560,60 507,21 Contracheque jun/2006 750,00 544,00 jul/2006 560,60 507,21 Contracheque jul/2006 750,00 692,63 ago/2006 560,60 507,21 Contracheque ago/2006 SERVIDOR A 750,00 692,63 out/2006 560,60 507,21 Contracheque out/2006 750,00 692,63 nov/2006 560,60 507,21 Contracheque nov/2006 750,00 692,63 dez/2006 560,60 507,21 Contracheque dez/2006 750,00 692,63 jan/2006 390,00 351,17 Contracheque jan/2006 600,00 554,10 mar/2006 390,00 338,17 Contracheque mar/2006 750,00 692,63 mai/2006 486,50 438,78 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 438,78 em 09/06/2006 jun/2006 486,50 454,52 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 454,52 em 11/07/2006 jul/2006 486,50 454,52 Crédito C/C constante SERVIDOR B 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 454,52 em 11/08/2006 ago/2006 486,50 454,52 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 454,52 em 11/09/2006 set/2006 486,50 454,52 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 454,52 em 11/10/2006 out/2006 486,50 454,52 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 454,52 em 14/11/2006 jan/2006 390,00 351,17 Contracheque jan/2006 SERVIDOR C 600,00 554,10 fev/2006 390,00 351,17 Contracheque fev/2006 750,00 692,63 mai/2006 486,50 438,78 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 438,78 em 9/6/2006

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 64 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Valor Bruto Valor Valor Valor da Líquido Bruto Líquido Folha da Folha Folha Folha Evidência da veracidade Competên de de Pagto Servidor fornecid fornecid da Folha fornecida pelo cia Pagto na a pelo a pelo Sindicato. na Prestaçã Sindicat Sindicat Prestaç o de o o ão de Contas Contas jun/2006 486,50 438,78 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 438,78 em 11/7/2006 jul/2006 486,50 438,78 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 438,78 em 11/8/2006 ago/2006 486,50 438,78 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 438,78 em 11/9/2006 set/2006 486,50 438,78 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 438,78 em 10/10/2006 out/2006 486,50 438,78 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 438,78 em 14/11/2006 nov/2006 486,50 438,78 Crédito C/C constante 750,00 692,63 extrato bancário do servidor no valor de R$ 438,78 em 11/12/2006 13º 486,50 438,78 Crédito C/C constante salário/ 750,00 692, 63 extrato bancário do 2006 servidor no valor de R$ 438,78 em 22/12/2006

Sendo assim, as diferenças apuradas entre as folhas de pagamento inseridas na Prestação de Contas e aquelas efetivamente pagas aos servidores apontam para um desvio de R$ 822.541,92 (oitocentos e vinte e dois mil, quinhentos e quarenta e um reais e noventa e dois centavos), nas competências de janeiro a dezembro de 2006, inclusive 13º salário, abaixo demonstrado:

Mês Valor Bruto da Folha de Valor efetivamente pago aos Diferença Pagto na Prestação de servidores (em R$) Contas (em R$) (em R$) jan/06 R$ 134.800,00 R$ 83.128,00 R$ 51.672,00 fev/06 R$ 196.000,00 R$ 82.588,00 R$ 113.412,00 mar/06 R$ 173.950,00 R$ 116.600,98 R$ 57.349,02 abr/06 R$ 189.060,00 R$ 122.218,65 R$ 66.841,35 mai/06 R$ 178.650,00 R$ 139.553,42 R$ 39.096,58 jun/06 R$ 201.260,00 R$ 140.214,12 R$ 61.045,88 jul/06 R$ 165.400,00 R$ 140.800,62 R$ 24.599,38 ago/06 R$ 222.600,00 R$ 142.273,12 R$ 80.326,88 set/06 R$ 248.610,00 R$ 141.887,52 R$ 106.722,48

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 65 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Mês Valor Bruto da Folha de Valor efetivamente pago aos Diferença Pagto na Prestação de servidores (em R$) Contas (em R$) (em R$) out/06 R$ 195.810,00 R$ 142.494,02 R$ 53.315,98 nov/06 R$ 167.040,00 R$ 141.276,02 R$ 25.763,98 dez/06 R$ 299.530,00 R$ 141.182,52 R$ 158.347,48 13º Salário R$ 101.786,68 R$ 117.737,77 -R$ 15.951,09 Total R$ 2.474.496,68 R$ 1.651.954,76 R$ 822.541,92

EVIDÊNCIA: a)Folhas de Pagamentos referentes a 2006, constantes da Prestação de Contas do FUNDEF. b)Cópias das Folhas de Pagamentos referentes a 2006, fornecidas pela Prefeitura Municipal de Dom Pedro, em Janeiro de 2007, ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Dom Pedro e Joselândia- MA. c)Contracheques de professores e servidores da rede municipal de ensino. d)Extratos bancários de professores e servidores da rede municipal de ensino.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.4.9 CONSTATAÇÃO: Gasto excessivo com locação de veículos inadequados para o transporte escolar e pagamento de despesas não elegíveis, com transporte de professores, merenda escolar, coordenadores, supervisores e orientadores.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro não possui veículos escolares próprios para o transporte de alunos do ensino fundamental da zona rural. Todos os veículos utilizados pela Prefeitura no transporte escolar são locados de terceiros e a maior parte é inadequada ao transporte de pessoas, pois não dispõem dos equipamentos obrigatórios, principalmente no que tange aos itens de segurança. A locação de veículos para o transporte de alunos da zona rural pode ser paga com recursos do FUNDEF, desde que o serviço seja licitado, conforme determina a Lei nº 8.666/93, e os veículos a serem locados reúnam as condições necessárias a esse tipo de transporte, de forma idêntica às exigências a serem observadas em relação aos veículos próprios de uso específico nesse tipo de transporte, em observância ao disposto no Código Nacional de Trânsito (Lei nº 9.503, de 23/09/97). Da análise dos documentos constantes das prestações de contas do FUNDEF de 2006, verificou-se que a Prefeitura gastou com locação e manutenção de veículos locados, utilizados para transporte de alunos, Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 66 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA professores e coordenadores do ensino fundamental, pagos com recursos do FUNDEF, sem licitação, o montante de R$ 294.238,42(duzentos e noventa e quatro mil, duzentos e trinta e oito reais e quarenta e dois centavos), assim distribuídos:

TIPO DE DESPESA VALOR ANUAL LOCAÇÃO DE VEÍCULOS DESTINADOS AO ALUNOS R$ 178.300,00 TRANSPORTE DE: PROFESSORES R$ 16.300,00 MERENDA ESCOLAR R$ 15.300,00 COORDENADORES R$ 14.950,00 SUPERVISORES R$ 14.800,00 ORIENTADORES R$ 7.685,00 TOTAL GASTO COM LOCAÇÃO DE VEÍCULOS R$ 247.335,00 TOTAL GASTO COM CONSERTO DE PNEUS R$ 5.141,42 TOTAL GASTO COM LAVAGEM DE VEÍCULOS R$ 1.190,00 TOTAL GASTO COM MATERIAL PARA VEÍCULOS R$ 6.610,00 TOTAL GASTO COM PEÇAS PARA VEÍCULOS R$ 6.140,00 TOTAL GASTO EM SERVIÇOS PARA VEÍCULOS R$ 27.822,00 TOTAL DE DESPESAS COM VEÍCULOS NO FUNDEF R$ 294.238,42

Destaque-se que, no montante acima, estão incluídas despesas não elegíveis no âmbito do FUNDEF, relativas ao transporte de: professores; merenda escolar; coordenadores; supervisores; e orientadores, no valor de R$ 69.035,00 (sessenta e nove mil e trinta e cinco reais). O Manual de Orientação do FUNDEF, ao mencionar o conjunto de despesas consideradas como de "manutenção e desenvolvimento do ensino", quando faz referência ao transporte escolar, na página 16, limita textualmente ao "transporte de alunos do ensino fundamental na zona rural", vedando, portanto, o pagamento de outros tipos de transporte com recursos do referido Fundo. Conforme prestação de contas, os veículos locados pela Prefeitura de Dom Pedro, em 2006, pagos com recursos do FUNDEF, foram:

Placas Modelo Valor locação em 2006 KGP6714 F4000 R$ 27.300,00 KTA5721 ÔNIBUS R$ 27.200,00 CYR-0281 GMC 3/4 R$ 25.170,00 KFF1337 F4000 R$ 23.950,00 KDB3930 F4000 R$ 20.000,00 LVP8159 ÔNIBUS R$ 19.430,00 TI7740 D20 R$ 17.300,00 HPF5676 CORSA R$ 16.300,00 NÃO INFORMADA F4000 R$ 15.950,00 HOT6153 PAMPA R$ 15.300,00 HXM2450 CORSA R$ 13.800,00 HPE6308 CORSA R$ 11.550,00 LWM4469 GOL R$ 7.685,00 HPS7931 GOL R$ 3.400,00 HOR2135 F4000 R$ 2.000,00 HPE1755 GOL R$ 1.000,00

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 67 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Placas Modelo Valor locação em 2006 Total R$ 247.335,00

Da inspeção física realizada em quatro veículos utilizados para transporte de alunos, sendo dois ônibus e dois caminhões F-4000, verificou-se que os ônibus estão bastante degradados e os caminhões são impróprios a este tipo de transporte. Além disso, trafegam superlotados e colocam em risco a vida dos alunos.

EVIDÊNCIA: a)Quadro de Veículos Abastecidos em 2006 com Recursos do FUNDEF, apresentado pela Prefeitura de Dom Pedro (MA). b)Recibos emitidos pelos portadores dos CPF nºs 250.445.082-68, 847.374.173-00, 004.139.793-26, 743.094.463-34, 258.130.563-00, 333.287.303-20, 512.652.572-72, 225.607.503-68, 093.918.783-34, 823.855.803-49, 376.173.383-68, 089.119.243-34, 262.248.603-00e 459.638.603-00. c)Fotos do transporte escolar d)Notas de Empenho e)Notas Fiscais f)

ÔNIBUS LVP8159 INTERIOR DO ÔNIBUS LVP8159

F4000 KFF1337 ÔNIBUS KTA 5721 SEM PÁRA-BRISAS

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 68 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

F4000 KDB3930 F4000 KDB3930

CAMINHÃO SUPERLOTADO DE ALUNOS CAMINHÃO SUPERLOTADO DE ALUNOS

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "A prefeitura dispõe de 02 (dois) ônibus para transporte escolar, sendo que, devida as (sic) suas condições de uso foram necessários consertos básicos no decorrer do exercício para não comprometer a freqüência dos alunos nas escolas, observa-se que um dos ônibus continua transportando os alunos em 2007 e o outro encerrou suas atividades em dezembro de 2006 devido as péssimas condições, (sic) "Quanto aos transportes locados por terceiros, são os que existem no município disponíveis para a locação, e havendo necessidade de atender o alunado da zona rural a Prefeitura viu-se obrigada a contratá-los. Entretanto já tomamos providências junto ao "Programa Caminho da Escola" para a aquisição de transportes adequados."

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativa não acatada. Não foram apresentados dados que permitam a identificação dos dois ônibus que a Prefeitura alega possuir. Quanto à argumentação de que os transportes locados são os existentes no município, não merece acolhida, pois, se a Prefeitura tivesse realizado processo licitatório para locação de veículos escolares apropriados ao transporte de alunos do ensino fundamental, respeitando o princípio da publicidade, certamente acorreriam empresas de outros municípios, capazes de ofertar, por um preço significativamente

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 69 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA inferior àqueles pagos pelo município, veículos que não colocassem em risco a vida dos alunos transportados, devidamente equipados e identificados como de uso específico nesse tipo de transporte, em observância ao disposto no Código Nacional

1.4.10 CONSTATAÇÃO: Gasto excessivo com aquisição de combustível.

FATO: A Prefeitura de Dom Pedro (MA) informou que 15 (quinze) veículos, sendo 7 (sete) à gasolina e 8 (oito) a diesel, foram abastecidos em 2006 com recursos do FUNDEF. Nesse ano, conforme dados extraídos da prestação de contas do FUNDEF, a Prefeitura adquiriu cerca de 32.827 (trinta e dois mil, oitocentos e vinte e sete) litros de gasolina e 79.244 (setenta e nove mil, duzentos e quarenta e quatro) litros de óleo diesel, no valor total de R$ 254.927,72 (duzentos e cinqüenta e quatro mil, novecentos e vinte e sete reais e setenta e dois centavos). Levando-se em conta que o ano letivo tem 200 (duzentos) dias, houve disponibilidade diária de 164 (cento e sessenta e quatro) litros de gasolina e 396 (trezentos e noventa e seis) litros de óleo diesel. Considerando-se, ainda, que os consumos médios dos veículos à gasolina e a diesel sejam de 10 km/litro e 6 km/litro, respectivamente, seria possível percorrer, diariamente, cerca de 1.640 km, com gasolina, e aproximadamente 2.376 km, com óleo diesel. Tais distâncias configuram-se bastante elevadas, ainda mais se considerarmos que a área total do Município de Dom Pedro não supera 370 km2. Destaca-se, finalmente, que a Prefeitura não apresentou qualquer controle sobre a movimentação e abastecimento dos referidos veículos. Diante do exposto, conclui-se que os gastos da Prefeitura com combustível, para manutenção de ações voltadas ao ensino fundamental, revelaram-se excessivos, incompatíveis com a realidade encontrada.

EVIDÊNCIA: a)Notas Fiscais nº 87/06, 88/06, 89/06, 90/06, 91/06, 92/06, 93/06, 94/06, 96/06, 97/06, 99/06, 100/06, 101/06, 103/06, 104/06, 105/06, 106/06, 107/06, 108/06, 111/06, 114/06, 115/06, 116/06, emitidas por Importadora Rocha Ltda; e Notas Fiscais nº 688/06, 689/06, 702/06, 703/06, 704/06, 711/06, 712/06, 713/06, 723/06, 724/06, 737/06, 738/06, 739/06, 752/06, 763/06, 766/06, 764/06, 778/06, 779/06, 785/06, 810/06, 821/06, 823/06, 836/06, 837/06, emitidas por L Leandro Santos; b)SF 193829/02 da CGU, que solicitou à Prefeitura a apresentação dos controles sobre os veículos abastecidos com recursos do FUNDEF; c)Quadro de Veículos Abastecidos em 2006 com Recursos do FUNDEF, apresentado pela Prefeitura de Dom Pedro (MA). d)Notas de Empenho. e)Recibos.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Em resposta à CGU, o Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "Os cálculos apresentados como base do alto consumo de combustível

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 70 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA indicado no relatório da auditoria, não convergem com a realidade de consumo dos veículos que servem o município." A média de consumo apresentada e quantidade de viagens por roteiro, são bem mais elevadas, pois os veículos utilizados são antigos. Muitos deles com motor refeito, trafegando em estradas vicinais de péssimas condições que utiliza na maioria do trajeto marchas de força, resultando significativamente no maior consumo de combustível, bem mais elevado do que a média apresentada no relatório, conforme demonstra-se no quadro anexo:"

ANÁLISE DA EQUIPE: Não foram apresentados controles que dêem suporte às informações acerca das supostas distâncias percorridas pelos veículos que serviram ao FUNDEF. Ademais, foram (e devem) ser considerados os veículos utilizados no âmbito do FUNDEF, e não "os veículos que servem o município", consoante informado na justificativa. Assim, no "quadro anexo", encaminhado pelo Prefeito, constam nomes de pessoas e dados de veículos que não estão relacionados no " Quadro de Veículos Abastecidos em 2006 com Recursos do FUNDEF", apresentado pela prefeitura à Equipe da CGU/MA, tais como: Prestador de serviço inscrito no CPF sob nº 512.652.572-72 (Ford F-4000, ano 1994, placa não informada), ônibus de placa LVF 7611, ônibus de placa LVP 6232, GM D-40 CUSTOM de placa HPA 9051, KIA BESTA de placa HPA 9041, e Kombi de placa HOO 0545. Justificativa não acatada.

1.4.11 CONSTATAÇÃO: Pagamento a profissionais do magistério que não foram localizados nas escolas em que deveriam estar atuando.

FATO: Em visitas realizadas a várias escolas municipais de Dom Pedro (MA), apurou-se que alguns profissionais do magistério não atuaram no âmbito do ensino fundamental em 2006, porquanto não foram identificados pelos diretores dessas escolas ou estariam exercendo outra atividade. Inclui-se nesse rol a Secretária Municipal de Assistência Social, CPF nº 403.167.933-53, cujo nome figura na relação de professores que lecionariam na Escola Madre Margarida Caiani. Ainda assim, com recursos do FUNDEF, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) remunerou esses profissionais normalmente, desembolsando cerca de R$ 20.221,30 (vinte mil, duzentos e vinte e um reais e trinta centavos), conforme demonstram as respectivas folhas de pagamento de 2006. Vale destacar que os nomes desses profissionais constam também da "Relação de Servidores -FUNDEF", documento apresentado pela Prefeitura, onde elenca os servidores pagos em 2006 com recursos do FUNDEF. O quadro abaixo relaciona os profissionais, a escola em que deveriam estar atuando e, o valor gasto em 2006 para remunerá-los.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 71 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Profissional (CPF) Escola de Informação Valor Pago em Lotação 2006 (R$) Duque de Caxias Não 4.400,00 CPF 008.617.523-84 localizado Madre Margarida Não 5.466,00 CPF 149.524.833-04 Caiani localizado Madre Margarida Não 5.805,30 CPF 403.167.933-53 Caiani localizado (1) Raimundo Não 4.550,00 CPF 476.680.913-00 Oliveira Gomes localizado Total 20.221,30 1)Secretária Municipal de Assistência Social.

EVIDÊNCIA: a)Cópias das Folhas de Pagamentos referentes a 2006, fornecidas pela Prefeitura Municipal de Dom Pedro, em Janeiro de 2007, ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Dom Pedro e Joselândia- MA; b)Movimento Mensal do mês de agosto/2006 da Escola Municipal Gonçalves Dias, e Movimento Mensal do mês de novembro/2006 da Escola Madre Margarida Caiani; c)Quadro "Relação de Servidores -FUNDEF" emitido pela Prefeitura; d)Relação dos Secretários Municipais de Dom Pedro fornecida pela Prefeitura.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Em resposta à CGU, o Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "Quanto aos profissionais do magistério relacionados no presente item, todos em 2006 encontravam-se em efetivo exercício nas escolas municipais, da forma que segue:" Edivânia Pinheiro de Sousa em 2006 exercia a função de professora, conforme diário de classe anexo. A professora Angelita Ferreira da Silva Figueiredo, em 2006 era professora na Escola Duque de Caxias, no turno matutino conforme diário de classe anexo, onde a Diretora do turno matutino é a Professora Rosilene Araújo de Sousa." O Professor Mesias Leite Melo, é diretor da mesma escola nos turnos vespertinos e noturno, por isso não tinha conhecimento da professora que trabalhava no turno matutino." A professora Azeneilde Monte Palma e a Professora Edivania Pinheiro de Sousa, ambas trabalharam em 2006 na escola Madre Margarida Caiane, sendo o prédio privado porém a escola é cedida para o município conta no senso e por lei aprovada pela câmara municipal." Cleris Lopes Lemos é professora da escola Raimundo Oliveira Gomes, conforme diário de classe anexo."

ANÁLISE DA EQUIPE: Não foram apresentados os Movimentos Mensais das escolas, onde deveriam constar os nomes e cargo das pessoas citadas na constatação. Justificativa não acatada.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 72 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 1.4.12 CONSTATAÇÃO: Pagamento indevido de hospedagem do Juiz de Direito da Comarca de Dom Pedro (MA) e de outras pessoas estranhas ao Ensino Fundamental com recursos do FUNDEF.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) pagou, ilegalmente, 330 (trezentas e trinta) diárias, referentes à estada do Juiz de Direito da Comarca de Dom Pedro (MA), inscrito no cadastro de CPF sob nº 529.095.493-72, em hotel na sede do município, para os meses de setembro/2005, outubro/2005, novembro/2005, dezembro/2005, abril/2006, maio/2006, junho/2006, julho/2006, agosto/2006, setembro/2006 e outubro/2006, com recursos do FUNDEF. Destaca-se que essas diárias redundaram num valor total de R$ 6.600,00 (seis mil e seiscentos reais), como dito, pago indevidamente com recursos do FUNDEF. Além destas, também foram pagas à conta do FUNDEF, diárias para fornecedor da prefeitura, para servidores do CEFET (MA), servidores da FUNASA, técnico da FETAEMA- Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura do Estado do Maranhão, para pessoa ligada a uma emissora de televisão e para terceiros não identificados, todos não relacionados com as atividades do fundo. Os pagamentos foram efetuados por meio dos cheques nºs 851739, 852186 e 852335, da conta do FUNDEF no Banco do Brasil, Ag. 2031-1, C/C 58021-X, todos nominativos ao Hotel, nos valores de R$ 3.846,36 (três mil, oitocentos e quarenta e seis reais e trinta e seis centavos) , R $ 4.969,33 (quatro mil, novecentos e sessenta e nove reais e trinta e três centavos) e R$ 4.467,00 (quatro mil, quatrocentos e sessenta e sete reais), respectivamente. Constatou-se ainda que, embora as cópias dos referidos cheques retratem que eles foram nominativos ao Hotel, as informações que constam na prestação de contas e na relação de pagamentos do FUNDEF consignam outros credores para os valores pagos por meio dos cheques nºs 851739 e 852335. Infere-se dessa situação, que isso deu-se com o objetivo de fazer parecerem essas operações, com despesas que poderiam ser pagas com recursos do FUNDEF, conforme discriminado a seguir:

Cheque Valor Empenho Credor constante no Finalidade constante no nº empenho empenho 851739 R$ 3.846,36 31/159 Maria Cartacho Rolim Fornecimento de refeições Lacerda (Churrascaria para professores durante Carolina) cursos de capacitação. 852335 R$ 4.467,00 133/153 Alailton Rodrigues Folha de Pagamento de Nogueira/Outros Profissionais do Magistério lotados no Ensino Fundamental, relativo a novembro/2006

Ressalte-se ainda, que o único cheque que foi contabilizado na prestação de contas como pagamento ao referido hotel foi o de nº 852186, em cujo empenho a despesa de R$ 4.969,33 (quatro mil, novecentos e sessenta e nove reais e trinta e três centavos) está Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 73 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA discriminada como "Hospedagem de professores do CEFET (MA), durante período do PQD", mas apenas parte das diárias corresponde, efetivamente, a servidores do CEFET (MA). Ainda que todas as despesas fossem de hospedagem de professores do CEFET (MA), não poderiam ter sido pagas à conta do FUNDEF pois o Contrato de Prestação de Serviços firmado para execução da qualificação não prevê que o ônus da hospedagem dos professores seja de responsabilidade da Prefeitura. Ademais, todos os servidores do CEFET (MA) que se deslocaram para Dom Pedro, inclusive o Diretor Geral, o fizeram com percepção de diárias para cobertura de despesas de hospedagem e alimentação, conforme informação prestada pelo órgão e confirmada no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI).

EVIDÊNCIA: a)Circularização enviada ao fornecedor inscrito no CNPJ sob nº 06.110.027/0001-13 b)Resposta à circularização da Equipe. c)Recibos de Prestação de Serviços dos hóspedes. d)Cópia dos Cheques nºs 851739, 852186, 852335, 850111 e 853847, do Banco do Brasil, Ag. 2031-1, C/C 58021-X, nominativos ao Hotel , nos valores de R$ 3.846,36, R$ 4.969,33, R$ 4.467,00, R$ 3.654,00 e R$ 4.000,00. e)Notas de Empenho nºs 31/159, 72/160 e 133/153. f)Recibo de Prestação de Serviços constante da Prestação de Contas do FUNDEF, emitido pelo Hotel Fiori em 30/08/2006. g) Recibo Churrascaria Carolina, no valor R$ 3.846,36 (Três mil, oitocentos e quarenta e seis reais e trinta e seis centavos). h) Folha de Pagamento referente a Dezembro 2006, valor líquido R$ 4.467,00 (Quatro mil, quatrocentos e sessenta e sete reais). i)Informação do TRE/MA- Corregedoria Regional Eleitoral, com a relação dos juízes eleitorais das Comarcas do Maranhão, obtida no sítio da Procuradoria da República no Estado do Maranhão (http://www.prma.mpf.gov.br/controle.php?target=loadPag&pagId=74). j)Diário Oficial do Poder Judiciário de 03/05/2007. k) Consulta Sócio da empresa CNPJ nº 00.414.931/0001-36

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "Em contrato celebrado entre o município de Dom Pedro e o CEFET, consta cláusula em que onera o município com as despesas decorrentes de alimentação e hospedagem dos professores instrutores, conforme contrato em anexo." "De forma que, ao ser constatado pela auditoria que tais despesas se deram por conta do Contratado, o município de Dom Pedro está providenciando as medidas legais ao ressarcimento das hospedagens efetivamente paga, pois o contratado foi beneficiado em duplicidade, fato que fora conhecido pelo município através deste relatório. "Quanto as demais diárias pagas a pessoas não ligadas a educação, a prefeitura efetuou a devolução para a conta do FUNDEB, conforme comprovante em anexo."

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativas não acatadas. Não prospera a alegação do Prefeito de que o contrato celebrado entre

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 74 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA o município de Dom Pedro e o CEFET onera o município com as despesas decorrentes de alimentação e hospedagem dos professores instrutores, uma vez que o contrato cuja cópia foi anexada pela Prefeitura, para sustentar sua defesa, vigeu apenas até dezembro de 2005, portanto não corresponde ao período fiscalizado. O contrato correspondente ao período fiscalizado, obtido pela CGU junto ao CEFET, assinado em 10/10/2005, cujo extrato foi publicado no DOU de 03/11/2005, com vigência até outubro de 2007, que regulou a prestação de serviços de capacitação de professores da rede municipal de Dom Pedro durante o exercício de 2006, não prevê que o ônus da hospedagem dos professores seja de responsabilidade da Prefeitura. As obrigações do contratante, estabelecidas na cláusula terceira do contrato vigente em 2006 são, exclusivamente: autorizar a execução do curso, de acordo com o projeto e a legislação vigente; viabilizar, no âmbito ao município, instalações físicas adequadas e materiais permanentes, necessários ao desenvolvimento das atividades do curso; acompanhar e supervisionar a execução do curso; desenvolver, em articulação com a CONTRATADA, ações complementares que a efetiva execução do projeto venha a requerer; e efetuar o recolhimento das parcelas devidas à CONTRATADA, na forma estabelecida na Cláusula Quinta deste Contrato. O Prefeito informou, ainda, que quanto às demais diárias pagas a pessoas não ligadas à educação, a Prefeitura efetuou o recolhimento dos valores à conta do FUNDEB, e apresentou cópia de suposto comprovante de depósito em dinheiro no valor de R$ 4.398,89 (quatro mil, trezentos e noventa e oito reais e oitenta e nove centavos), valor que não corresponde ao montante dos pagamentos irregulares de diárias apurados pela CGU, que foi de R$ 13.282,69 (treze mil, duzentos e oitenta e dois reais e sessenta e nove centavos), conforme descrito na constatação. O simples recolhimento dos valores apurados não afasta a constatação apontada, pois o ressarcimento ao erário, ainda que com correção monetária e no valor exato do ilícito - o que não ocorreu no caso em exame -, não tem o condão de elidir as falhas apontadas. Pelo contrário, manifesta o reconhecimento da ocorrência das irregularidades. Ademais, não houve comprovação nem da origem dos recursos utilizados para o ressarcimento alegado pelo gestor e nem a identificação do depositante. Também como não houve comprovação da efetivação do crédito na conta, por meio de extrato bancário, uma vez que o documento supostamente comprobatório apresentado pelo gestor foi apenas uma simples fotocópia de um teórico documento de depósito, que sequer corresponde ao valor dos pagamentos irregulares de diárias apurados pela CGU. De outra parte, o ressarcimento ao erário - se perfeitamente efetivado - constitui-se apenas reparação administrativa do dano causado, o que não encerra a responsabilização política, civil e criminal do gestor pela prática dos atos que causaram lesão ao erário, conforme Lei 8.429/1992 (Lei da Improbidade Administrativa). Se outro fosse o entendimento, estar-se-ia por privilegiar e proteger o Agente infrator, e ainda a incentivar a prática atos atinentes à dilapidação do patrimônio público, haja vista que o único custo para o Agente Público que praticasse malversação seria a devolução do

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 75 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA recurso. Nessa esteira de raciocínio, o Agente poderia cometer toda sorte de ilícitos, contrariando a finalidade Pública da Administração, os Princípios da Administração Pública - consagrados no art. 37, caput, da Constituição Federal - e os demais normativos atinentes. Se o intento não fosse objeto de apuração/fiscalização, o Gestor não teria o que temer. Caso contrário, se fosse apurado algum ilícito, o máximo a fazer seria devolver os valores apurados, para passar à condição de Gestor probo. Vale sublinhar, também, que os recursos do FUNDEF destinam-se exclusivamente à manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental público, não podendo ser destinados ao custeio de diárias para o magistrado lotado na Comarca de Dom Pedro - MA, pois, além de a atividade jurisdicional não se inserir no âmbito daquele Fundo Constitucional, ao juiz é vedado, nos termos do art.95, parágrafo único, IV, da Constituição Federal, o recebimento, a qualquer título ou pretexto, de auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. Além disso, não foram esclarecidos os seguintes pontos: qual a razão do cheque nº 851739 constar na prestação de contas do FUNDEF como pagamento de fornecimento de refeições para professores durante curso de capacitação se, na realidade, ele foi emitido nominativo ao Hotel para pagamento de diárias de pessoas estranhas ao Ensino Fundamental?; qual a razão do cheque nº 852335 constar na prestação de contas do FUNDEF como pagamento de Folha de Salários de professores lotado no Ensino Fundamental se, na realidade, ele foi emitido nominativo ao Hotel para pagamento de diárias de pessoas estranhas ao Ensino Fundamental? qual a razão da Prefeitura ter custeado indevidamente, com recursos do FUNDEF, despesas de hospedagem do sócio da empresa fornecedora da Prefeitura de C.N.P.J. nº 00.414.931/0001-36, que emitiu documentos inidôneos que constaram na prestação de contas do FUNDEF? qual a razão da Prefeitura ter custeado indevidamente, com recursos do FUNDEF, despesas de hospedagem técnico da FETAEMA- Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura do Estado do Maranhão, de pessoa ligada a uma emissora de televisão e outros, todos não relacionados com as atividades do fundo. Por último, o objetivo da fiscalização da aplicação de recursos públicos não é apenas a simples reparação do dano. Tem outros fins, dentre os quais inibir a prática de condutas que ensejem desvio de finalidade e prejuízo aos cofres públicos.

1.4.13 CONSTATAÇÃO: Pagamento a professores que não atuaram no ensino fundamental.

FATO: A partir da análise de uma amostra da folha de pagamento de 2006 dos professores e demais profissionais que exercem atividades de suporte pedagógico, verificou-se a existência de professores que estão sendo remunerados com recursos do FUNDEF, mas não estariam atuando efetivamente no ensino fundamental, conforme se apurou nos registros

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 76 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA dos Movimentos Mensais das escolas municipais. De acordo com o quadro abaixo, em 2006 a Prefeitura de Dom Pedro (MA) pagou o valor aproximado de R$ 31.213,50 (trinta e um mil, duzentos e treze reais e cinqüenta centavos), para remunerar professores que não atuaram no ensino fundamental, em desacordo com o artigo 2º da Lei nº 9.424/96.

Professor (CPF) Escola Área de Valor Pago em Ensino 2006 (R$) CPF 896.468.513-04 Gonçalves Dias Pré-Escolar 6.920,40 CPF 425.420.903-78 Gonçalves Dias Pré-Escolar 5.953,50 CPF 476.679.743-49 Madre Margarida Infantil 6.432,60 Caiani CPF 650.865.033-53 Madre Margarida Infantil 5.953,50 Caiani CPF 832.278.063-04 Madre Margarida Infantil 5.953,50 Caiani Total 31.213,50

EVIDÊNCIA: a)Cópias das Folhas de Pagamentos referentes a 2006, fornecidas pela Prefeitura Municipal de Dom Pedro, em Janeiro de 2007, ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Dom Pedro e Joselândia- MA; b)Movimento Mensal do mês de agosto/2006 da Escola Municipal Gonçalves Dias, e Movimento Mensal do mês de novembro/2006 da Escola Madre Margarida Caiani.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Em resposta à CGU, o Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou:" Os professores citados neste item são também professores de 1ª a 4ª série, conforme diário de classe em anexo".

ANÁLISE DA EQUIPE: Não foram apresentados os Movimentos Mensais das escolas, onde deveriam constar os nomes dos professores citados na constatação e a série que esses profissionais lecionariam. Justificativa não acatada.

1.4.14 CONSTATAÇÃO: Indícios de simulação de compras de mercadorias.

FATO: A partir de procedimentos de exames para a comprovação da idoneidade de notas fiscais pagas com recursos do FUNDEF, de entrevistas, de inspeção física e de requisição de informações a órgãos públicos, obtiveram-se indícios concretos de que transações comerciais podem ter sido simuladas, conforme descrição a seguir:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 77 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Fornecedor CNPJ Objeto 1506 3/1/2006 6.966,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 permanente Ltda 1508 4/1/2006 5.431,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 escolar Ltda 1509 4/1/2006 5.800,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 escolar Ltda 1513 10/1/2006 4.545,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 escolar Ltda 1523 30/1/2006 4.090,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 permanente Ltda 1524 30/1/2006 4.154,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 permanente Ltda 1527 10/2/2006 3.870,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 escolar Ltda 1535 24/2/2006 7.316,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 permanente Ltda 1537 24/2/2006 5.320,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 escolar Ltda 1526 1/6/2006 3.120,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material de 2 Repre. e Distr. -36 expediente Ltda 1528 13/6/2006 946,51 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material de 2 Repre. e Distr. -36 expediente Ltda 1530 20/6/2006 6.161,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 permanente Ltda 1532 3/7/2006 3.700,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material de 2 Repre. e Distr. -36 expediente Ltda 1534 5/7/2006 1.054,56 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material de 2 Repre. e Distr. -36 expediente Ltda 1536 14/7/2006 4.250,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 permanente Ltda 1537 19/7/2006 2.950,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 permanente Ltda 1538 20/7/2006 5.671,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material de 2 Repre. e Distr. -36 limpeza Ltda 1541 28/7/2006 4.500,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material de 2 Repre. e Distr. -36 limpeza Ltda 1542 28/7/2006 3.112,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material de 2 Repre. e Distr. -36 expediente Ltda 1543 28/7/2006 6.500,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material de 2 Repre. e Distr. -36 consumo Ltda 1544 28/7/2006 578,85 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 permanente Ltda

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 78 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Fornecedor CNPJ Objeto 1352 20/11/2006 7.500,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 permanente Ltda 1354 20/11/2006 5.250,00 115500584 L T S Comércio, 00.414.931/0001 material 2 Repre. e Distr. -36 permanente Ltda Total 102.785,92

Em consulta ao sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas (com acesso restrito) constatou-se que as autorizações para impressão de documentos fiscais (AIDF), constantes nas notas fiscais acima, não foram emitidas pela Secretaria de Fazenda do Estado do Maranhão (SEFAZ-MA), comprovando a falsidade desses documentos fiscais. Em complemento, essa mesma fonte de consulta informa que, no período sob exame, não há registros de compras de mercadorias por essa empresa (C.N.P.J. 00.414.931/0001-36) - para formação de estoques para venda - tanto de fornecedores localizados no Estado do Maranhão, quanto em outros estados da federação. Dessa forma, a empresa em destaque não poderia ter fornecido para a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA), mercadorias que somaram R$ 102.785,92 (cento e dois mil, setecentos e oitenta e cinco reais e noventa e dois centavos), já que não tinha produtos em estoque para revenda. Adicionalmente, realizou-se entrevista formal com o responsável pela empresa, que questionado sobre a efetiva concretização das transações comerciais descritas nos documentos fiscais, declarou que: "Quanto aos produtos discriminados nas notas fiscais acima citadas, cerca de 60% a 70%, foram de fato entregues a Sra. portadora do C.P.F. n° 303.524.603-34 - Secretária de Administração do Município de Dom Pedro (MA)." Dessa forma, se o empresário relatou que apenas 60% a 70% das mercadorias foram entregues, então, de 40% a 30% não foram fornecidas à Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA). Essas circunstâncias direcionam, fortemente, para a simples simulação dessas transações comerciais, com o enxerto de documentos fiscais inidôneos na prestação de contas do FUNDEF, apenas para formalizá-la documentalmente, apontando para a situação de que os produtos descritos nas notas fiscais nunca tenham, realmente, chegado às escolas do ensino fundamental público, inclusive porque os itens do referido fornecedor não foram localizados na inspeção física realizada pelos auditores da CGU, consoante relatado no item seguinte de deste relatório (Não localização de materiais adquiridos com recursos do FUNDEF). Acrescente-se aos fatos, também, a constatação registrada em item anterior deste relatório (Pagamento indevido de hospedagem do Juiz de Direito da Comarca de Dom Pedro e de outras pessoas estranhas ao Ensino Fundamental com recursos do FUNDEF), de que o sócio da empresa fornecedora de C.N.P.J. N° 00.414.931/0001-36 hospedou-se em um hotel da sede de Dom Pedro, com despesas indevidamente pagas pela Prefeitura com recursos do FUNDEF, o que denota estreita relação entre o emitente das notas fiscais inidôneas e a prefeitura.

EVIDÊNCIA: Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 79 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA a)Notas de Empenho nºs 2/163; 8/158; 9/158; 10/158; 3/163; 4/163; 27/158; 5/163; 31/158; 90/158; 92/158; 13/163; 103/158; 104/158; 108/158; 109/158; 110/158; 115/158; 116/158; 117/158; 17/163; 22/163 e 23/163. b)Notas Fiscais da LTS nºs 1506; 1508; 1509; 1513; 1523; 1524; 1527; 1535; 1537; 1526; 1528; 1530; 1532; 1534; 1536; 1537; 1538; 1541; 1542; 1543; 1544; 1352 e 1354. c)Sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas. d)Entrevista com o proprietário da Empresa L T S Comércio, Repre. e Distr. Ltda (CNPJ: 00.414.931/0001-36).

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.4.15 CONSTATAÇÃO: Não localização de materiais adquiridos com recursos do FUNDEF.

FATO: A partir de informação prestada pela Prefeitura de Dom Pedro (MA), mediante documento intitulado "Quadro de Distribuição de Equipamentos Adquiridos em 2006-Por Escolas", realizaram-se Inspeções físicas em algumas escolas do Município, a fim de apurar a existência física de alguns desses materiais permanentes, adquiridos em 2006 com recursos do FUNDEF. Destaca-se a dificuldade que a Equipe de Fiscalização teve ao proceder às inspeções físicas, isto é, de reconhecer se, de fato, o material disponível na escola seria aquele relacionado na nota fiscal, visto que: a Prefeitura não mantém controle de tombamento; as descrições dos equipamentos, tanto no quadro citado acima quanto nas notas fiscais, são sumárias, não definindo com clareza as especificações e modelo dos materiais; e as escolas não possuem termos de responsabilidade, onde se verificariam dados dos móveis e utensílios. Em duas escolas selecionadas na amostra, Raimundo O Gomes e José Pequeno, a inspeção foi prejudicada em razão de estarem em reforma. Ainda assim, a inspeção física revelou que alguns materiais adquiridos em 2006 pela Prefeitura, com recursos do FUNDEF, no valor de R$ 13.851,65 (treze mil, oitocentos e cinqüenta e um reais e sessenta e cinco centavos), não foram localizados nas escolas, conforme discriminado no quadro abaixo.

Descrição do Material Quant. Escola Fornecedor Nota Valor Fiscal (R$) Carteira escolar 120 Duque Sidinei N 658- 4.800,00 de Martins 10/03/06 Caxias Mesa p/professor com 5 Duque Sidinei N 658- 750,00 cadeira de Martins 10/03/06 Caxias

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 80 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Descrição do Material Quant. Escola Fornecedor Nota Valor Fiscal (R$) Ventilador Portátil 1 Duque M Ferreira 6- 65,00 de Moraes 26/05/06 Caxias Arquivo de aço 1 Duque LTS Comércio 1506- 291,00 de Repres. e 03/01/06 Caxias Distrib. Ltda Estante de aço 7 Madre LTS Comércio 1535- 980,00 reforçada Margari Repres. e 24/02/06 da Distrib. Ltda Caiani Mimeógrafo 1 Madre M Ferreira 62- 221,15 Margari Moraes 30/11/06 da Caiani Bebedouro 4 torneiras 1 Gonçalv LTS Comércio 1354- 1.312,50 es Dias Repres. e 20/11/06 Distrib. Ltda Carteira escolar 100 Josué Sidinei N 658- 4.000,00 Montelo Martins 10/03/06 Mesa p/professor com 5 Josué Sidinei N 658- 750,00 cadeira Montelo Martins 10/03/06 Armário de aço 16 1 Josué LTS Comércio 1536- 682,00 compartimentos Montelo Repres. e 14/07/06 Distrib. Ltda Total 13.851,65

EVIDÊNCIA: a)Inspeções físicas realizadas nas Escolas Josué Montelo, Duque de Caxias, José Pequeno, Madre Margarida Caiani e Gonçalves Dias; b) Quadro de Distribuição de Equipamentos Adquiridos em 2006 Ã Por Escolas, emitido pela Prefeitura; c)Notas Fiscais nº 658/06, de Sidinei N Martins; 6/06 e 62/06, de M Ferreira Moraes; 1354/06, 1506/06, 1535/06 e 1536/06, de LTS Comércio Repres. e Distrib. Ltda

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "Os materiais permanentes, encontram-se nas escolas, porém algumas estavam em período de reforma, por isso os equipamentos tiveram de ser retirados, visando manter sua boa conservação, assim segue em anexo declaração dos diretores atestando os bens existentes em suas respectivas escolas"

ANÁLISE DA EQUIPE: Os materiais permanentes que não foram localizados pertencem a escolas que não estavam em reforma no momento da inspeção física. As duas escolas em reforma, Raimundo O Gomes e José Pequeno, conforme Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 81 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA informado na constatação, não foram inspecionadas. Justificativa não acatada.

1.4.16 CONSTATAÇÃO: Ausência de retenção e recolhimento de tributos federais.

FATO: Nos pagamentos efetuados com recursos do FUNDEF, destinados às pessoas físicas prestadoras de serviços e às empresas que prestaram serviço mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, evidenciou-se que a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) não reteve o valor aproximado de R$ 47.050,97 (quarenta e sete mil, cinqüenta reais e noventa e sete centavos), referente ao imposto de renda (pessoa física) e à contribuição previdenciária, conforme determinam o artigo 629 do Decreto nº 3.000/99, o artigo 4º da Lei nº 10.666/03, e o artigo 31 da Lei nº 8.212/91. O Quadro abaixo relaciona os valores não retidos.

Item Beneficiário Valor (A) (B) Total Acumulado INSS IRPF (A+B) do Serviço (2) (3) (1) 01 Adalto Pereira de Sousa 11.550,00 1.270,50 - 1.270,50 02 Alex Sandro Gomes Brito 15.300,00 1.683,00 - 1.683,00 03 Ancelmo Gonçalves de 2.000,00 220,00 - 220,00 Queiroz 04 Elizevaldo Serra Silva 1.000,00 110,00 - 110,00 05 Fábio Amâncio de Sousa 46.730,00 5.140,30 - 5.140,30 06 Francisco das Chagas 16.300,00 1.793,00 - 1.793,00 Oliveira 07 Francisco Ferreira da 13.800,00 1.518,00 - 1.518,00 Silva 08 Izaías de Sousa Pereira 15.950,00 1.754,50 - 1.754,50 09 João Soares da Silva 25.170,00 2.768,70 - 2.768,70 10 Joel Damião de Almeida 7.685,00 845,35 - 845,35 11 José Horácio Ribeiro 3.400,00 374,00 - 374,00 Júnior 12 Lindomar Alves Costa 20.000,00 2.200,00 - 2.200,00 13 Lindoval Soares da Silva 27.200,00 2.992,00 - 2.992,00 14 Manoel Gomes dos Santos 23.950,00 2.634,50 - 2.634,50 15 Manoel Soares Feitosa 17.300,00 1.903,00 - 1.903,00 Filho 16 Edna Ferreira de Sousa 32.854,00 3.522,63 1.634,36 5.156,99 17 Antonio da Rocha Santos 9.611,00 1.057,21 51,73 1.108,94

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 82 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Item Beneficiário Valor (A) (B) Total Acumulado INSS IRPF (A+B) do Serviço (2) (3) (1) 18 Benedito José da Silva 5.764,00 634,04 - 634,04 19 Carlos Alberto Soares 8.937,00 983,07 71,55 1.054,62 Silva 20 José Quirino 2.242,00 246,62 - 246,62 21 Reginaldo Mariano 7.842,00 862,62 - 862,62 22 Conel-Construtora Nels on 54.422,68 5.986,49 - 5.986,49 Ltda 23 R Klein F Sereno 43.580,00 4.793,80 - 4.793,80 Totais 412.587,68 45.293,33 1.757,64 47.050,97 Fonte:Prestações de Contas do FUNDEF de 2006 Notas: (1) embora esta coluna informe o valor acumulado, os cálculos do I NSS e IR tomaram por base o valor de cada recibo ou nota fiscal; (2) para os itens 01 a 21, refere-se a 11% do valor do serviço, limitado a R$ 308,18 (valor máximo do salário de contribuição – 11% de R$ 2.801,56) ; para os itens 22 e 23, diz respeito a 11% da nota fiscal, visto que não foram discriminados os valores dos materiais; (3) nos casos de transporte, a base de cálculo é igual a 60% do valor do serviço (Lei nº 7.713, de 1988, art. 9º), menos o valor da contribuição ao INSS; Os itens 01 a 15 referem-se a transporte de pessoas; o item 16, à confecção de roupas e mochilas; os itens 17 a 21, a serviços de limpeza; e os itens 22 e 23, a serviços prestados mediante empreitada.

EVIDÊNCIA: a)Recibos emitidos por Adalto Pereira de Sousa, Alex Sandro Gomes Brito, Ancelmo Gonçalves de Queiroz, Elizevaldo Serra Silva, Fábio Amâncio de Sousa, Francisco das Chagas Oliveira, Francisco Ferreira da Silva, Izaías de Sousa Pereira, João Soares da Silva, Joel Damião de Almeida, José Horácio Ribeiro Júnior, Lindomar Alves Costa, Lindoval Soares da Silva, Manoel Gomes dos Santos, Manoel Soares Feitosa Filho, Edna Ferreira de Sousa, Antonio da Rocha Santos, Benedito José da Silva, Carlos Alberto Soares Silva, José Quirino e Reginaldo Mariano; b)Notas Fiscais nº 287/06, 288/06, 289/06, 290/06, 291/06, 292/06, 293/06, 294/06, 295/06 e 297/06, emitidas por R Klein F Sereno; Notas Fiscais nº 109/06, 110/06, 148/06, 136/06, 139/06, 138/06, 135/06, 142/06 e 148/06, emitidas por Conel-Construtora Nelson Ltda; c)Extrato Bancário da conta corrente nº 58.021-X do Banco do Brasil referentes ao período de janeiro a dezembro de 2006; d)Notas de empenho de 1/162 até 238/159.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou:"Os valores pagos aos prestadores foram no valor bruto, ou seja, sem os descontos dos impostos, desta forma foram notificados os beneficiários para Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 83 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA efetuarem o pagamento dos impostos, conforme ofício de notificação anexo."

ANÁLISE DA EQUIPE: As notificações aos prestadores de serviços, apresentadas anexas à justificativa, não corrigem a falha, posto que não foram apresentadas as guias de recolhimento ao INSS e à Receita Federal do Brasil. Justificativa não acatada.

1.4.17 CONSTATAÇÃO: Não aplicação do mínimo de 60% dos recursos do FUNDEF com a remuneração dos profissionais do magistério do ensino fundamental.

FATO: O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF foi instituído pela Emenda Constitucional nº 14, de 12 de setembro de 1996, regulamentado pela Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996, e pelo Decreto Federal nº 2.264, de 27 de junho de 1997, com o objetivo de assegurar a universalização, a remuneração condigna do magistério, a manutenção e o desenvolvimento do Ensino Fundamental. De acordo com a referida lei, no mínimo 60% (sessenta por cento) dos recursos do FUNDEF devem ser destinados ao pagamento de profissionais do Ensino Fundamental, em efetivo exercício no magistério, e até 40% (quarenta por cento) no custeio de despesas referentes à manutenção e desenvolvimento do Ensino Fundamental, previstas no artigo 70 da Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB). No exercício de 2006, o total de recursos recebidos pela Prefeitura de Dom Pedro (MA) na conta FUNDEF foi de R$ 3.790.648,92 (três milhões, setecentos e noventa mil, seiscentos e quarenta e oito reais e noventa e dois centavos). O total de despesas empenhadas no exercício de 2006 foi de R$ 3.985.055,55 (três milhões, novecentos e oitenta e cinco mil, cinqüenta e cinco reais e cinqüenta e cinco centavos). Desse total de gastos, o Gestor empenhou a título de remuneração dos profissionais do magistério do ensino fundamental o valor de R$ 2.071.626,54 (dois milhões, setenta e um mil, seiscentos e vinte e seis reais e cinqüenta e quatro centavos), o que corresponde a 54,65% dos recursos recebidos, percentual inferior aos 60%, no mínimo, determinado pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996, que instituiu o FUNDEF. Além disso, as diferenças apuradas entre as folhas de pagamento inseridas na Prestação de Contas e aquelas pagas aos servidores, relatadas em item anterior deste relatório (Inclusão, nas Prestações de Contas do FUNDEF de 2006, de Folhas de Pagamento com salários superiores aos efetivamente pagos aos servidores da rede municipal de ensino), apontam para um valor efetivamente pago aos servidores referentes aos salários de 2006, da ordem de R$ 1.651.954,76 (hum milhão, seiscentos e cinqüenta e um mil, novecentos e cinqüenta e quatro reais e setenta e seis centavos). Deste montante, porém, ainda devem ser deduzidos os valores relativos ao pagamento de profissionais do magistério que não foram encontrados nas escolas (v. item que trata de pagamento a profissionais do magistério que não foram localizados nas escolas em que deveriam estar

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 84 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA atuando), ou seja, R$ 20.221,30 (vinte mil, duzentos e vinte e um reais e trinta centavos), e aqueles referentes à remuneração dos profissionais que atuaram no ensino infantil (v. item que trata de pagamento a professores que não atuaram no ensino fundamental), isto é, R$ 31.213,50 (trinta e um mil, duzentos e treze reais e cinqüenta centavos). Assim, o percentual de aplicação na remuneração do magistério reduz-se para 42,22% do total da receita do fundo, ou seja, no exercício de 2006, efetivamente a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) não efetuou a aplicação do mínimo de 60% dos recursos do FUNDEF, no pagamento de profissionais do Ensino Fundamental, conforme demonstrado no quadro abaixo.

Apuração do Percentual Aplicado no Ensino Fundamental Público – Recursos do FUNDEF de 2006 Item Valor (R$) Valor Gasto com a Folha de Pagamento dos Profissionais 1.651.954,76 do Magistério: (A) (-) Valor pago a Profissionais que atuaram no Ensino (31.213,50) Infantil: (B) (-) Valor pago a Profissionais não localizados nas (20.221,30) escolas: (C) Valor da Folha Ajustado: (D) = (A)–(B)-(C) 1.600.519,96 Recursos Recebidos pela Prefeitura (E) 3.790.648,92 Percentual aplicado pelo Município de Dom Pedro: (D/E) 42,22%

EVIDÊNCIA: Análise da prestação de contas do exercício 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.4.18 CONSTATAÇÃO: Pagamento de despesas bancárias com recursos do FUNDEF de 2006.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro empenhou e pagou, com recursos do FUNDEF, tarifas bancárias no valor total de R$ 235,80 (duzentos e trinta e cinco reais e oitenta centavos), conforme extrato da conta- corrente nº 58021-X, Ag. 2031-1, do Banco do Brasil. As tarifas bancárias pagas estão assim distribuídas: -R$ 184,20 (cento e oitenta e quatro reais e vinte centavos) de tarifas de devolução de cheques; -R$ 41,60 (quarenta e um reais e sessenta centavos) de tarifas de emissão de extrato bancário e Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 85 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA -R$ 10,00 (dez reais) de tarifas de serviços diversos.

EVIDÊNCIA: Extratos da conta-corrente nº 58021-X, Ag. 2031-1, Banco do Brasil.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "Foi efetuado o recolhimento no valor de R$ 235,80 (duzentos e trinta e cinco reais e oitenta centavos), comprovante anexo."

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativa não acatada. O Administrador Municipal informou ter efetuado a devolução dos recursos pagos, no entanto não apresentou o comprovante de depósito. Assim, apenas restou demonstrado o reconhecimento da falha.

1.4.19 CONSTATAÇÃO: Ausência de controles sobre a distribuição dos materiais de consumo adquiridos com recursos do FUNDEF.

FATO: A partir da análise dos documentos constantes das prestações de contas do FUNDEF de 2006, apurou-se que a Prefeitura de Dom Pedro (MA) comprou, sem licitação, com recursos do FUNDEF, materiais de expediente e limpeza, no valor total aproximado de R$ 271.286,13 (duzentos e setenta e um mil, duzentos e oitenta e seis reais e treze centavos), conforme ilustrado no quadro abaixo:

Natureza do Material Valor (R$) Material de Expediente 161.236,30 Material de Limpeza 110.049,83 Total 271.286,13 Fonte:Prestações de Contas do FUNDEF de 2006

Embora solicitado, por meio da SF nº 193829/02, de 22/05/07, a Prefeitura não apresentou os controles relativos à distribuição desses materiais às escolas, em que pese, ainda, a soma significativa despendida. Assim, não foi possível verificar se esses materiais destinaram-se, de fato, ao funcionamento e à manutenção do ensino fundamental público, à forma determinada pelo artigo 2º da Lei nº 9.424/96.

EVIDÊNCIA: SF 193829/02, de 22/05/07, não respondida pela Prefeitura.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "Os controles da distribuição dos materiais didáticos não foram necessários, uma vez que as compras eram realizadas em pequenos vultos na proporção da necessidade, com entrega imediata nas escolas".

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 86 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA ANÁLISE DA EQUIPE: A constatação da CGU/MA fez referência à falta de controles na distribuição dos materiais de limpeza e expediente, cuja soma alcançou valor significativo de R$ 271.286,13, o que, ao contrário do que consta na justificativa, deveria requerer efetivo controle por parte da Prefeitura. Justificativa não acatada.

1.4.20 CONSTATAÇÃO: Despesas não elegíveis com aquisição de uniformes e mochilas custeadas com recursos do FUNDEF.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro contabilizou despesas não elegíveis à conta do FUNDEF, referentes à aquisição de 977 (novecentos e setenta e sete) uniformes para alunos do Ensino Fundamental Municipal, 220 (duzentas e vinte) mochilas e 389 (trezentas e oitenta e nove) camisas para professores, no exercício de 2006. As compras foram feitas sem licitação junto ao Ateliê Pollyana e importaram em R$ 32.854,00 (trinta e dois mil, oitocentos e cinqüenta e quatro reais), assim distribuídas:

Tipo Qtde Valor Total Uniformes escolares 977 R$ 22.719,00 Camisas para professores 389 R$ 5.335,00 Mochilas 220 R$ 4.800,00 Total R$ 32.854,00

Essas despesas não são consideradas típicas ou necessárias à consecução dos objetivos das instituições educacionais que oferecem o ensino fundamental, na forma preconizada no caput do art.70 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB (Lei nº 9.394 de 20/12/1996). Tais despesas são caracterizadas como de assistência social, assim, seu custeio não deveria ser realizado com recursos do FUNDEF, ainda que os alunos beneficiários fossem do ensino fundamental público. Constatou-se, ainda, indícios de desvio de recursos na aquisição dos produtos, uma vez que o referido Ateliê, questionado sobre o preço unitário das mochilas fornecidas para a Prefeitura de Dom Pedro, respondeu formalmente que jamais confeccionou ou forneceu mochilas para o município. A Prefeitura também não apresentou os comprovantes de distribuição dos uniformes e nas escolas não se tem notícia de alunos que foram beneficiados com os mesmos, já que foi informado aos auditores que o fardamento é adquirido pelos pais junto ao comércio local.

EVIDÊNCIA: a)Notas de Empenho nºs 8/159;16/159; 18/159; 20/159; 40/159; 48/159; 49/159; 80/159; 125/159; 149/159; 150/159; 151/159; 167/159; 220/159; 224/159 e 225/159. b)Entrevista com a proprietária do "Ateliê Pollyana". c)Recibos. Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 87 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "A aquisição de uniformes e mochilas, em entendimento do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, é considerado como manutenção e desenvolvimento do ensino, uma vez que trata-se de alunos extremamente carentes, considerando que muitos deixam de freqüentar as escolas por falta de roupas adequadas e a mochila serve como proteção dos materiais escolares dos alunos, conservando os livros didáticos, os quais devem ser devolvidos ao término do ano letivo, conforme Instrução do FNDE. "Segue em anexo declaração dos diretores e alunos sobre a entrega gratuita dos uniformes no ano de 2006".

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativa não acatada. O Gestor informa que a aquisição de uniformes e mochilas é considerada pelo Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, como despesa de manutenção e desenvolvimento do ensino, mas não menciona em que decisões ou acórdãos foi manifestado este entendimento. Além disso, é sabido que o dispositivo que determina quais as despesas que podem ser consideradas típicas ou necessárias à consecução dos objetivos das instituições educacionais que oferecem o ensino fundamental é art. 70 da Lei 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A justificativa do Prefeito confirma a caracterização da distribuição de uniformes como despesas de assistência social, por conseguinte não integrantes do conjunto de ações de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino. Logo, seu custeio não deveria ser realizado com recursos do FUNDEF, ainda que os alunos beneficiários fossem do ensino fundamental público, pois o item IV do art. 71 da Lei 9.394/96 - LDB - impede textualmente que se considere como despesa típica ou necessária à consecução dos objetivos das instituições de ensino fundamental, todas as formas de assistência social. Além do mais, nada justificou acerca da distribuição de camisas para professores e da manifestação formal do Ateliê de que jamais confeccionou ou forneceu mochilas para o município.

1.4.21 CONSTATAÇÃO: Indícios de pagamento irregular de energia elétrica com recursos do FUNDEF.

FATO: Conforme demonstrado na prestação de contas de 2006, a Prefeitura de Dom Pedro (MA) pagou, à conta do FUNDEF, o valor de R$ 52.646,35 (cinqüenta e dois mil, seiscentos e quarenta e seis reais e trinta e cinco centavos), referente a despesas de custeio com energia elétrica. Embora solicitado, mediante a SF 193829, de 22/05/07, a Prefeitura não apresentou as Notas Fiscais - Faturas de Energia Elétrica, onde se evidenciariam, detalhadamente, além da incidência de multas e juros, os gastos das unidades consumidoras. Essas notas fiscais, portanto, seriam os documentos hábeis para fins de verificar se o consumo com energia elétrica destinou-se ao uso e à manutenção de bens e serviços

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 88 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA vinculados ao ensino. Nas prestações de contas, contudo, constam apenas recibos emitidos pela Companhia Energética do Maranhão-CEMAR, cujos valores diriam respeito a "consumo de energia em fatura agrupada", sem determinar as unidades consumidoras (escolas) a que se referem. A partir de informação da CEMAR, teve-se acesso aos pagamentos efetuados pela Prefeitura em 2006 para quitar contas de energia elétrica de algumas escolas municipais, conforme se verifica no quadro abaixo.

Escola Valor Pago à CEMAR pela Energia Elétrica Consumida em 2006 (R$) E M Senador Alexandre Costa 2.561,00 E M Duque de Caxias 2.052,05 E M São Francisco 1.497,73 E M José Pequeno 1.179,63 E M Aristeu Falcão Costa 975,42 E M Gonçalves Dias 934,07 E M Costa e Silva 354,34 E M Lino Pires 334,53 E M Paulo VI 226,01 E M Presidente Vargas 171,02 E M Coelho Neto 170,95 E M Tancredo Neves 170,95 Total 10.627,70 Fonte: Cia Energética do Maranhão-CEMAR

De acordo com os valores apresentados, que ainda incluem juros e multas, dado que todas as contas foram pagas com atraso, é razoável inferir que o consumo das outras escolas se situa, com algumas variações, em mesmo patamar. Logo, o valor total da energia consumida pelo conjunto de escolas não chegaria ao montante pago pela Prefeitura. Pelo exposto, notam-se indícios de que, nas despesas pagas pela Prefeitura à CEMAR, estão inseridos valores relativos ao consumo de outras unidades, as quais não estariam vinculadas ao ensino fundamental, portanto irregulares.

EVIDÊNCIA: a)Notas de Empenhos nº 07/06, 14/06, 16/06, 28/06, 35/06, 41/06, 54/06, 69/06 e 79/06, emitidas em nome da CEMAR; b)Recibos da CEMAR emitidos em 10/01/06, R$ 6.237,28; 10/02/06, R$ 5.766,11; 02/03/06, R$ 5.763,48; 10/04/06, R$ 5.763,48; 22/05/06, 6.734,36; 20/06/06, R$ 5.818,75; 20/07/06, R$ 6.078,67; 10/08/06, R$ 6.503,67; e 10/10/06, 3.980,55; c)Pagamentos do Exercício de 2006-Dom Pedro, documento fornecido pela Cia Energética do Maranhão-CEMAR.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Prefeito de Dom Pedro (MA) assim se manifestou: "Os pagamentos feitos mediante apresentação da conta pela CEMAR de forma agrupada,

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 89 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA que só chegam na Prefeitura, na maioria, somente após o vencimento, apesar de várias solicitações, somente a partir de 2007 que começaram a encaminhar as contas detalhadas. Outrossim, informamos que na relação citada na página 46 do relatório de Auditoria não constam todas as escolas eletrificadas, como Complexo Educacional de Dom Pedro, que possui 14 salas de aula e funciona nos três turnos; E.M.Josué Montello, 05 salas de aula, funcionando em 3 turnos; Francisco Franco Ribeiro, 05 salas de aula, 3 turnos; E.M. Socorro Carvalho, com 9 salas de aula, funcionando nos 3 turnos; E.M. Pedro I, com 3 salas de aula, funcionando 3 turnos; E.M. Pedro Américo, entre outras, que não foi possível relatar o valor de cada uma, visto que até o momento a CEMAR, não encaminhou a conta detalhada".

ANÁLISE DA EQUIPE: A justificativa apresentada não trouxe em anexo as contas de energia de 2006 detalhadas. Assim, não é possível justificar a despesa de R$ 52.646,35 realizada para pagar o custeio de energia elétrica no âmbito do FUNDEF, em 2006. Não se afigura razoável que a Prefeitura de Dom Pedro (MA) pague contas de energia agrupadas, sem saber a que escolas se referem, desconhecendo o consumo medido (até para contestar junto à CEMAR) e ignorando se as multas e juros, por certo cobrados, são compatíveis com a legislação vigente. Igualmente incompreensível é o fato de a prefeitura não ter acesso às contas de energia detalhadas. Justificativa não acatada.

1.5 - PROGRAMA 1376 DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL AÇÃO : 0515 DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - N A REGIAO NORDESTE OBJETIVO DA AÇÃO : Garantir recursos para possibilitar às escolas condições mínimas de funcionamento para manter o aluno do Ensino Fundamental, buscando a participação da sociedade e autonomia gerencial dos recursos, culminan do na melhoria das condições físicas e pedagógicas das unidades educa- cionais. ORDEM DE SERVIÇO : 193927 OBJETO FISCALIZAÇÃO: - Aquisição de materiais de consumo e permanente pela Unidade Executo- ra Própria - UEx, necessários ao funcionamento da escola e de serviços para manutenção, conservação e pequenos reparos na unidade escolar. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 80.251,80

1.5.1 CONSTATAÇÃO: Ausência de aplicação de recursos em caderneta de poupança ou outra em modalidade de aplicação financeira.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 90 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA FATO: De acordo com a análise realizada nos extratos bancários e comprovantes de despesas das escolas abaixo indicadas, constatou-se que os recursos recebidos não foram aplicados em caderneta de poupança ou outra modalidade de aplicação financeira, na forma disciplinada pelo §3º do art. 16 da RESOLUÇÃO/FNDE /CD/ Nº 027 DE 14 DE JULHO DE 2006.

Escola Valor Data Nota Fiscal/Recibo Valor Data recebido (R$) EM 2.788,20 30/11/2006Nota Fiscal 184 472,90 05/01/2007 Guilhermina Nota Fiscal 182 374,25 05/01/2007 Chaves Nota Fiscal 181 187,80 05/01/2007 Nota Fiscal 179 534,60 05/01/2007 Nota Fiscal 180 635,20 05/01/2007 Nota fiscal 183 535,75 05/01/2007 EM Pedro I 2.914,20 30/11/2006Nota Fiscal 1658 431,10 15/01/2007 Nota Fiscal 1657 1.400,00 15/01/2007 Nota Fiscal 1664 389,00 15/01/2007 Nota Fiscal 1665 317,50 15/01/2007 Recibo pessoa física s/n 335,00 16/01/2007 Recibo pessoa física s/n 30,00 30/01/2007 EM 21 de 2.897,40 30/11/2006Nota Fiscal 11968 80,00 17/01/2007 Abril Nota Fiscal 050 440,00 18/01/2007 Nota Fiscal 1728 183,55 06/01/2007 Nota Fiscal 0087 188,00 24/01/2007 Nota Fiscal 1362 319,00 05/01/2007 Nota Fiscal 1363 235,00 05/01/2007 Nota Fiscal 0275 707,50 10/01/2007 Nota Fiscal 0279 218,25 10/01/2007 Falta comprovante 150,00 15/01/2007 Falta comprovante 360,00 02/02/2007

EVIDÊNCIA: -Solicitações de Fiscalização nº 193927-02 a 193927-10; -Extratos Bancários das EM Guilhermina Chaves, EM Pedro I e EM 21 de Abril; -Notas Fiscais 184, 182, 181, 179, 180, 183, 1658, 1657, 1664, 1665, 11968, 050, 1728, 0087, 1362, 1363, 0275 e 0279; e -Recibos pessoas físicas s/n .

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Apesar dos recursos terem sido creditados no dia 30 de novembro de 2006, as Unidades Executoras, só tomaram conhecimento através do comunicado do FNDE, que chegou às escolas no final do dezembro de 2006, quando as escolas já estavam em recesso escolar, tornando impossível sua aplicação no decorrer do exercício. Em consulta ao FNDE, via telefone, fomos informados que os recursos

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 91 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA poderiam ser reprogramados para o início do exercício de 2007, sem prejuízo do repasse de 2007."

ANÁLISE DA EQUIPE: Mantida a constatação, pois o Prefeito apenas reforça a impropriedade constatada.

1.5.2 CONSTATAÇÃO: Aplicação de recursos fora do prazo.

FATO: De acordo com a análise realizada nos extratos bancários e comprovantes de despesas das escolas abaixo indicadas, constatou-se que os recursos recebidos foram aplicados fora do prazo de 31/12/2006, conforme disciplinado pelo art. 20 da RESOLUÇÃO/FNDE/CD/ Nº 027 DE 14 DE JULHO DE 2006.

Escola Valor Data Nota Valor Data recebido Fiscal/Recibo (R$) EM Guilhermina Nota Fiscal 184 472,90 05/01/2007 Chaves 2.788,20 30/11/2006 Nota Fiscal 182 374,25 05/01/2007 Nota Fiscal 181 187,80 05/01/2007 Nota Fiscal 179 534,60 05/01/2007 Nota Fiscal 180 635,20 05/01/2007 Nota Fiscal 183 535,75 05/01/2007 EM Pedro I 2.914,20 30/11/2006 Nota Fiscal 1658 431,10 15/01/2007 Nota Fiscal 1657 1.400,00 15/01/2007 Nota Fiscal 1664 389,00 15/01/2007 Nota Fiscal 1665 317,50 15/01/2007 Recibo pessoa física s/n 335,00 16/01/2007 Recibo pessoa física s/n 30,00 30/01/2007 EM 21 de Abril 2.897,40 30/11/2006 Nota Fiscal 1968 80,00 17/01/2007 Nota Fiscal 050 440,00 18/01/2007 Nota Fiscal 1728 183,55 06/01/2007 Nota Fiscal 0087 188,00 24/01/2007 Nota Fiscal 1362 319,00 05/01/2007 Nota Fiscal 1363 235,00 05/01/2007 Nota Fiscal 0275 707,50 10/01/2007 Nota Fiscal 0279 218,25 10/01/2007 Falta comprovante 150,00 15/01/2007 Falta comprovante 360,00 02/02/2007 EM Wilson 1.371,40 30/11/2006 Nota fiscal 1698 286,70 30/01/2007 Diogo Nota fiscal1687 61,30 30/01/2007 Nota fiscal 1699 308,60 30/01/2007 Nota fiscal 1700 602,90 30/01/2007 Nota fiscal 1702 105,00 30/01/2007 EM Gonçalves 6.413,40 30/11/2006 Nota fiscal 1654 665,00 09/01/2007 Dias Nota fiscal 1718 79,70 09/01/2007 Nota fiscal 1717 182,80 09/01/2007 Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 92 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Escola Valor Data Nota Valor Data recebido Fiscal/Recibo (R$) Nota fiscal 1652 1.521,00 09/01/2007 Nota fiscal 1656 458,50 09/01/2007 Nota fiscal 1655 1.192,00 09/01/2007 EM Senador Alexandre Costa 2.826,00 30/11/2006 Nota Fiscal 0987 395,00 04/01/2007 UI Raimundo Oliveira Gomes 6.707,40 30/11/2006 Nota Fiscal 021 1.300,00 01/02/2007

EVIDÊNCIA: -Solicitações de Fiscalização nº 193927-02 a 193927-10; -Notas Fiscais 021 , 050, 0087, 179, 180 181,182, 183, 184, 0275, 0279, 0987, 1362, 1363 ,1652 1654, 1655, 1656, 1657, 1658 1664, 1665, 1687, 1698, 1699, 1700, 1702, 1718, 1717, 1728 e 11968; e -Recibos pessoas físicas s/n.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Em consulta feita ao FNDE via telefone, fomos informados que os recursos poderiam ser reprogramados para o início do exercício de 2007, sem prejuízo do repasse de 2007."

ANÁLISE DA EQUIPE: A constatação é mantida. É certo que os recursos podem ser reprogramados, no caso da hipótese estabelecida no § 1º do art.20 da Resolução/FNE/CD/Nº 027, de 14/07/2006, quando se tratar de antecipação da execução dos recursos, por conveniência das EEx, o que não foi o caso ora constatado.

1.5.3 CONSTATAÇÃO: Aplicação de recursos fora das finalidades do programa PDDE.

FATO: De acordo com a análise realizada nos comprovantes de despesas da escola EM Pedro I, conforme abaixo identificados, constatou-se que recursos recebidos foram aplicados fora das finalidades previstas pelo art. 2º da RESOLUÇÃO/FNDE/CD/ Nº 027 DE 14 DE JULHO DE 2006.

Beneficiário Nota Valor Data Discriminação do Fiscal/ produto Recibo Olavo Bilac Rego Serviços gráficos, Filho-CPF digitação e envio 282.873.203-72 Recibo s/n 335,00 16/01/2007 de declaração de renda do Conselho Francisco Iatenilson Lucas de Oliveira- Serviços de CPF870.974.603-00 Recibo s/n 30,00 30/01/2007 digitação Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 93 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

EVIDÊNCIA: -Solicitações de Fiscalização nº 193927-02 a 193927-10; -Notas Fiscais 021 , 050, 0087, 179, 180 181,182, 183, 184, 0275, 0279, 0987, 1362, 1363 ,1652 1654, 1655, 1656, 1657, 1658 1664, 1665, 1687, 1698, 1699, 1700, 1702, 1718, 1717, 1728 e 11968; e -Recibos pessoas físicas s/n.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A Unidade Executora E.M Pedro I, já providenciou a devolução do valor R$ 365,00, conforme comprovante"

ANÁLISE DA EQUIPE: O Administrador Municipal, antes mesmo de receber as determinações do Gestor do Programa, com vistas a regularizar a impropriedade apontada, apresentou uma fotocópia de um documento de depósito, fato que demonstra o reconhecimento da falha. Contudo, a fotocópia do documento de deposito, por si só não é suficiente para a retirada do ponto, haja vista que não houve comprovação da efetivação do crédito na conta do programa, por meio de extrato bancário. Além do mais, não houve a comprovação da origem dos recursos utilizados para o ressarcimento alegado pelo gestor e nem a identificação do depositante, Por fim, o valor depositado não foi realizado com os devidos acréscimos legais.

1.5.4 CONSTATAÇÃO: Inexistência de comprovação de despesas.

FATO: De acordo com a análise realizada nos comprovantes de despesas da escola EM Pedro I, conforme abaixo identificados, constatou-se a ausência dos comprovantes de despesas, contrariando o art. 21 da RESOLUÇÃO/FNDE/CD/ Nº 027 DE 14 DE JULHO DE 2006.

Beneficiário Valor Cheque Data do pagamento Evadilson N Sampaio 360,00 850026 02/02/2007 Limpa Fossa Conquista 150,00 850021 15/01/2007

EVIDÊNCIA: -Solicitações de Fiscalização nº 193927-02 a 193927-10; -Notas Fiscais 021 , 050, 0087, 179, 180 181,182, 183, 184, 0275, 0279, 0987, 1362, 1363 ,1652 1654, 1655, 1656, 1657, 1658 1664, 1665, 1687, 1698, 1699, 1700, 1702, 1718, 1717, 1728 e 11968; e -Recibos pessoas físicas s/n.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Segue em anexo as despesas realizadas com o cheque nº 850026 no valor de R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais) a favor de Evadilson N. Sampaio, e cheque nº 850021 no valor de R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais) emitido em 15 de janeiro de 2007 a favor de Limpa Fossa Conquista." Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 94 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

ANÁLISE DA EQUIPE: A justificativa é acatada em parte, pois assiste razão ao Prefeito quando apresenta os cheques nºs 850026 e 850021, do Conselho Escolar da Escola Pedro I, os quais efetivamente não foram usados. Entretanto, fica mantida a constatação, tendo em vista que não foram apresentados os comprovantes de despesas dos beneficiários Evadilson N Sampaio e Limpa Fossa Conquista, que se referem à escola 21 de abril, conforme demonstrado no item 1.4.2 deste. Ademais, o ponto central da constatação não se trata de ausência de cheque, mas, sim, da ausência dos comprovantes de despesas, cujos beneficiários estão acima indicados, os quais constam da prestação de contas da escola 21 de abril.

1.5.5 CONSTATAÇÃO: Emissão de cheque ao portador.

FATO: De acordo com a análise realizada nos comprovantes de cheques emitidos pelas escolas abaixo discriminadas, constatou-se pagamentos efetuados com a emissão de cheque ao portador, em inobservância ao que estabelece o § 5º do art.16 da RESOLUÇÃO/FNDE/CD/ Nº 027 DE 14 DE JULHO DE 2006.

Escola Cheque Data Valor EM 21 de Abril Nº 850023 17/01/2007 80,00 Nº 850020 10/01/2007 925,75 EM Wilson Diogo Nº 850002 30/01/2007 1.364,50

EVIDÊNCIA: Cópia dos cheques 850023, 850020 e 850002.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A ausência do nome do portador nos cheques das Unidades Executoras ocorreu por uma desatenção e desinformação das diretoras que executam o programa, mas segue em anexo declaração dos fornecedores sobre os produtos adquiridos."

ANÁLISE DA EQUIPE: Mantida a constatação, pois o Prefeito apenas reforça a impropriedade constatada.

1.5.6 CONSTATAÇÃO: Realização de despesas sem a formalização de processo licitatório e/ou de dispensa de licitação.

FATO: De acordo com a análise realizada nos comprovantes de despesas das Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 95 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA escolas EM Castro Alves, EM Costa e Silva, EM Costa e Silva, EM Guilhermina Chaves, EM Pedro I, EM 21 de Abril, EM Wilson Diogo, EM Gonçalves Dias, EM Senador Alexandre e U.I. Raimundo Oliveira Gomes, constatou-se que todas as aquisições dos materiais foram efetivadas sem o devido processo licitatório ou de dispensa de licitação, em desobediência ao art.2º e/ou art.24 da Lei nº 8.666/93.

Escola Favorecido Nota/recibo Data Valor EM Castro Alves J.C.C. Rodrigues-Papelaria Isoplast- NF 075 21/12/2006 600,00 F.T de Sousa-Mercadinho Pardal NF 054 21/12/2006 250,00 F. Rodrigues da Silva Filho-Comercial São Francisco NF 969 19/12/2006 500,00 EM Costa e Silva Reis & Pereira Ltda- Eletromóveis- NF 0276 13/12/06 300,00 F.M. De Sousa-Credinorte Móveis- NF 11719 20/12/06 240,00 F.Rodrigues da Silva Filho-Comercial São Francisco- NF 999 13/12/06 1.000,00 Idem NF 1000 20/12/06 1.160,00

EM Guilhermina Manoel Alferes de Oliveira Filho-ME- Chaves Distribuidora MOAF NF 0184 05/01/2007 472,90 Idem idem NF 182 05/01/2007 374,25 Idem idem NF 181 05/01/2007 187,80 Idem idem NF 179 05/01/2007 534,60 Idem idem NF 180 05/01/2007 635,20 Idem idem NF 183 05/01/2007 535,75 EM Pedro I Vandecy A de Oliveira- NF 1665 15/0 1/2007 317,50 Idem, idem NF 1657 15/01/2007 1.400,00 Idem, idem NF 1658 15/01/2007 431,10 Idem, idem NF 1664 15/01/2007 389,00 Olavo Bilac Rego Filho-CPF 282.873.203-72 Recibo S/n 16/01/2007 335,00 Francisco Iatenilson Lucas de Oliveira- CPF 870.974.603-00 Recibo S/n 30/01/2007 30,00

EM 21 de Abril F.M. De Sousa-EPP- A Credinorte Móveis NF 11968 17/01/2007 80,00 Eletronosso- Ramary Soares dos Santos- NF 050 18/01/2007 440,00 Livraria e Papelaria Americana- Francisca Neta Nascimento Teramo-ME NF 1728 06/01/2007 183,55 Papelaria Isoplast- J. De C.C. Rodrigues NF 0087 24/01/2007 188,00 Antonia Lopes-ME NF 1362 05/01/2007 319,00 Idem, idem NF 1363 05/01/2007 235,00 Raimundo Santo Brito NF 0275 10/01/2 007 707,50 Idem NF 0279 10/01/2007 218,25 EM Wilson Diogo Vandecy A de Oliveira NF 1698 30/01/2007 286,70 Idem, idem NF 1687 30/01/2007 61,30 Idem, idem NF 1699 30/01/2007 308,60 Idem, idem NF 1700 30/01/2007 602,90 Idem, idem NF 1702 30/01/2007 105,00 EM Gonçalves E M M Silva-ME NF 1654 09/01/2007 665,00 Dias Vandecy A de Oliveira NF 1718 19/01/2007 79,70

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 96 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Escola Favorecido Nota/recibo Data Valor Idem, idem NF 1717 09/01/2007 182,80 Idem, idem NF 1652 09/01/2007 1.521,00 Idem, idem NF 1656 09/01/20 07 458,50 Idem, idem NF 1655 09/01/2007 1.192,00 Reis & Pereira Ltda NF 0269 01/12/2006 270,00 EM Senador F. Rodrigues da Silva Filho-Comercial Alexandre Costa São Francisco NF 983 21/12/2006 743,25 Idem, idem NF 987 04/01/2007 395,00 J de C C Rodrigues- Papelaria Isoplast NF 078 27/12/2006 748,40 Idem, idem NF 079 27/12/2006 125,40 Idem, idem NF 080 27/12/2006 238,90 Magazine Móveis- D da Silva Borges NF 032 27/12/2006 300,00 A Credinorte Móveis- F M de Sousa NF 11735 28/12/2006 260,00 U I Raimundo Oliveira Gomes M Rocha Ferreira NF 021 01/02/2007 1.300,00 Mercadinho Pardal- F T de Sousa NF 119,120 e 121 21/12/2006 3.332,00 Idem, idem NF 122 e 123 21/12/2006 2.058,00

EVIDÊNCIA: Notas Fiscais nºs 021 032 054, 075, 078 079 080 119, 120 e 121, 122 e 123, 179, 180, 181, 182, 183, 184, 269, 276, 969, 983, 987, 999, 1000, 1654, 1652, 1655 1656 1687, 1699, 1698, 1699, 1700, 1702, 1717, 1718, 11719 e 11735

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

AÇÃO : 0515 DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - N A REGIAO NORDESTE OBJETIVO DA AÇÃO : Garantir recursos para possibilitar às escolas condições mínimas de funcionamento para manter o aluno do Ensino Fundamental, buscando a participação da sociedade e autonomia gerencial dos recursos, culminan do na melhoria das condições físicas e pedagógicas das unidades educa- cionais. ORDEM DE SERVIÇO : 194161 OBJETO FISCALIZAÇÃO: - Aquisição de materiais de consumo e permanente pela Prefeitura Muni- cipal/SEDUC necessários ao funcionamento da escola e de serviços para manutenção, conservação e pequenos reparos na Unidade Escolar. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 8.690,40

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 97 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

1.5.7 CONSTATAÇÃO: Realização de despesas sem a formalização de processo licitatório e/ou de dispensa de licitação.

FATO: De acordo com a análise realizada nos comprovantes das despesas realizadas no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2006, pela Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA), com recursos do PDDE, constatou-se que todas as aquisições dos materiais foram efetivadas sem o devido processo licitatório e/ou de dispensa de licitação, em desobediência ao art. 2º e/ou art. 24 da Lei nº 8.666/93.

Beneficiário Nota Fiscal Document Data Valor o LTS- Com. Rep. Distr, Ltda- CNPJ 00.414931/0001-36- Rua 04 nº 07, quadra 15 -Ipem São 1491, de Cheque 17/01/2006 Cristovão-São Luis 17/01/2006 850029 850,00 LTS- Com. Rep. 1539, de Cheque 16/02/2006 1.400,00 Distr, Ltda- 16/02/2006 850030 LTS- Com. Rep. 1546, de Cheque 28/04/2006 600,00 Distr, Ltda- 28/04/2006 850031 LTS- Com. Rep. 1551, de Cheque85 16/05/2006 500,00 Distr, Ltda- 16/05/2006 0032 Disbral Dsitr. 0609, de Cheque 14/06/2006 1.120,00 Brasileira- R.G. De 14/06/2006 850033 Sá LTS- Com. Rep. 1566, de Cheque 11/08/2006 920,00 Distr, Ltda- 11/08/2006 850034 LTS- Com. Rep. 1578, de Cheque 15/09/2006 1.850,00 Distr, Ltda- 15/09/2006 850035 LTS- Com. Rep. 1579, de Cheque 19/09/2006 1.100,00 Distr, Ltda- 19/09/2006 850036 LTS- Com. Rep. 1582, de Cheque 31/10/2006 1.270,00 Distr, Ltda- 31/10/2006 850037 LTS- Com. Rep. 1609, de Cheque 14/11/2006 970,00 Distr, Ltda- 14/11/2006 850038 LTS- Com. Rep. 1613, de Cheque 30/11/2006 8.680,00 Distr, Ltda- 30/11/2006 850039 Totais 19.260,00

Além de não realizar processo licitatório e/ou de dispensa de Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 98 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA licitação para efetuar as aquisições, a Prefeitura não apresentou comprovante de que realizou as pesquisas de preços no mercado, de modo a aferir quais empresas forneciam os produtos por preços mais vantajosos para a administração, conforme art. 3º da referida Lei.

EVIDÊNCIA: Notas Fiscais nºs 1491, 1539, 1546, 1551, 0609, 1566, 1578, 1579, 1582, 1609 e 1613.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.5.8 CONSTATAÇÃO: Pagamento indevido de tarifa bancária com recursos do PDDE.

FATO: De acordo com a análise realizada nos extratos bancários da conta corrente 5.206-X, agência 2031-1- PDDE- Banco do Brasil S/A, correspondente ao período de 01/01/2006 a 19/12/2006, constatou-se pagamento de tarifa bancária, no montante de R$ 20,80 (vinte reais e oitenta centavos), com recursos do PDDE, cuja despesa foge às finalidades do programa. Sobre o assunto, vale ressaltar que para as referidas despesas, além de não constarem do rol elencado no art. 2º da RESOLUÇÃO/FNDE/CD/ Nº 027 DE 14 DE JULHO DE 2006, existe um acordo firmado entre o FNDE e os bancos conveniados, no sentido de garantir a oferta gratuita dos seguintes serviços: - de manutenção da conta bancária do PDDE; - de um talão de cheque por mês; - de um extrato bancário por semana; e - de cartão magnético, apenas para verificação do saldo ou obtenção de extrato bancário.

EVIDÊNCIA: Extrato bancário de janeiro de 2006 a dezembro de 2006, da conta corrente 5.206-X, agência 2031-1- PDDE- Banco do Brasil S/A.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Vamos solicitar ao Banco a devolução das tarifas feitas indevidamente, para tanto, estamos solicitando ao FNDE documentação relativa ao acordo citado, a fim de que possamos legalizar junto ao Banco do Brasil as tarifas descontadas indevidamente, tanto no que diz respeito a UEx., Prefeitura, como às Caixas Escolares."

ANÁLISE DA EQUIPE: Mantida a constatação, pois o Prefeito apenas reforça a impropriedade constatada, com a apresentação o Ofício nº 147/2007- Dom Pedro-MA, 27 de junho de 2007, dirigido ao Presidente do FNDE/Brasília-DF.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 99 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 1.5.9 CONSTATAÇÃO: Indícios de simulação de compras de mercadorias.

FATO: A partir de procedimentos de exames para a comprovação da idoneidade de notas fiscais vinculadas à despesas do PDDE, executado pela Prefeitura Municipal de Dom Pedro, de entrevistas e de requisição de informações a órgãos públicos, obteve-se indícios concretos de que transações comerciais, destacadas no quadro abaixo, podem ter sido simuladas, conforme descrição a seguir.

Fornecedor NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Objeto CNPJ

1491 17/1/2006 850,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda

1539 16/2/2006 1.400,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda

1546 28/4/2006 600,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda

1551 16/5/2006 500,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda

1566 11/8/2006 920,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda

1578 15/9/2006 1.850,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda

1579 19/9/2006 1.100,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 100 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Fornecedor NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Objeto CNPJ

1582 31/10/2006 7.213,00 1155005842 L T S 00.414.931 Bebedouro Comércio, /0001-36 industrial Repre. e em chapa Distr. Ltda pintada

1609 14/11/2006 970,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda

1613 30/11/2006 8.680,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda

Total = 24.083,00 - - - -

Em consulta ao sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas (com acesso restrito), constatamos que as autorizações para impressão de documentos fiscais (AIDF), constantes nas notas fiscais acima, não foram emitidas pela Secretaria de Fazenda do Estado do Maranhão (SEFAZ-MA), comprovando a falsidade desses documentos fiscais. Em complemento, essa mesma fonte de consulta informa que, no período sob exame, não há registros de compras de mercadorias por essa empresa (C.N.P.J. 00.414.931/0001-36) - para formação de estoques para venda à tanto de fornecedores localizados no Estado do Maranhão, quanto em outros estados da federação. Dessa forma, as empresas em destaque não poderiam ter fornecido para a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA), mercadorias que somaram R$24.083,00 (vinte e quatro mil, oitenta e três reais), já que não tinham produtos em estoques para revenda. Acrescente-se aos fatos, a constatação registrada no item 1.3.12 deste relatório, de que o sócio da empresa fornecedora de C.N.P.J. N° 00.414.931/0001-36 hospedou-se em um hotel da sede de Dom Pedro, com despesas pagas indevidamente pela Prefeitura, com recursos do FUNDEF, fato que denota estreita relação entre o emitente das notas fiscais inidôneas e prefeitura. Adicionalmente, realizou-se entrevista formal com o responsável pela empresa fornecedora de C.N.P.J. N° 00.414.931/0001-36, questionando-o sobre a efetiva concretização das transações comerciais descritas nos documentos fiscais. Esse declarou que: "Quanto aos produtos discriminados nas notas fiscais acima citadas, cerca de 60% a 70%, foram de fato entregues a Sra. portadora do C.P.F. n° 303.524.603-34 - Secretária de Administração do Município de Dom Pedro (MA)." Dessa forma, como o empresário relatou, se 60% a 70% das mercadorias foram entregues, de 40% a 30%, não foram fornecidas à Prefeitura Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 101 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Municipal de Dom Pedro (MA). Essas circunstancias, direcionam, fortemente, para a simples simulação dessas transações comerciais, com o enxerto de documentos fiscais inidôneos na prestação de contas do PDDE, apenas para formalizá-la documentalmente, apontando para a situação de que os produtos descritos nas notas fiscais nunca tenham, realmente, chegado aos beneficiários finais do programa.

EVIDÊNCIA: - NF 1491, de 17/1/2006, 1539, de 16/2/2006, 1546, de 28/4/2006, 1551, de 16/5/2006, 1566, de 11/8/2006, 1578, de 15/9/2006, 1582, de 31/10/2006, 1609, de 14/11/2006 e 1613, de 30/11/2006; - Consulta ao site da Receita Estadual; e - Entrevista com o proprietária da empresa.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica. AÇÃO : 0969 APOIO AO TRANSPORTE ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL - NAC IONAL OBJETIVO DA AÇÃO : Garantir a oferta de transporte escolar aos alunos do ensino públi- co, residentes em área rural, por meio de assistência financeira, em caráter suplementar, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- pios, de modo a garantir-lhes o acesso e a permanência na escola. ORDEM DE SERVIÇO : 193818 OBJETO FISCALIZAÇÃO: - Aquisição, Prefeitura Municipal/SEDUC, de combustível para os veícu- los escolares e de serviços contratados junto a terceiros para o trans porte dos alunos; Pagamento de despesas com impostos e taxas, peças e serviços mecânicos. - Atuação do Conselho de Acompanhamento e Controle Social. - Existência e atuação da Equipe Coordenadora do PNATE. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 78.767,46

1.5.10 CONSTATAÇÃO: Realização de despesas sem licitação.

FATO: No período de 01/01/06 a 30/04/07, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) recebeu à conta do PNATE o montante de R$ 78.767,46 (setenta e oito mil, setecentos e sessenta e sete reais e quarenta e seis centavos). Até 30/04/07, realizou despesas no valor de R$ 60.697,14 (sessenta mil, seiscentos e noventa e sete reais e quatorze centavos) sem

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 102 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA licitação para a contratação de serviços de transporte escolar, e sem apresentar as justificativas legais para a dispensa de licitação destinada à reforma de estofados, infringindo o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal; os artigos 2º, 26, caput e respectivos incisos, e 38, inciso VI da Lei nº 8.666/93; e o artigo 7º da Resolução/CD/FNDE nº 12/2006. Ressalta-se que, mesmo nos casos de contratações diretas, há necessidade de que sejam cumpridas formalidades prévias, posto que há exigência legal de justificativas acerca da razão de escolha do contratado, das razões da dispensa de licitação, assim como a justificativa do preço contratado, a fim de que os princípios da licitação sejam observados, o que no caso em referência não aconteceu.

EVIDÊNCIA: a)Ofício nº 036, de 24/05/2007, da Prefeitura Municipal de Dom Pedro; b)Notas de Empenho nº 26/51, 25/51, 24/51, 22/51, 21/51, 20/51, 19/51, 15/51, 14/51, 13/51, 12/51, 6/51, 5/51, 4/51, 3/51, 1/51 e 2/51; c)Recibos de pagamentos emitidos por Anselmo Gonçalves de Queiroz, Luís Carlos Falcão Costa, Zaqueu de Sousa Pereira, em decorrência do serviço de transporte escolar; e Nota Fiscal 136, de Francisco das Chagas S Batista.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.5.11 CONSTATAÇÃO: Contratos nulos

FATO: Em virtude de as contratações efetuadas no âmbito do PNATE não terem sido precedidas de processo licitatório e nem de justificativa da dispensa desse formalismo legal, resulta que os contratos administrativos celebrados, decorrentes dessas contratações, são nulos. Dessa forma, são nulos os contratos firmados com Anselmo Gonçalves de Queiroz, de 01/01/2006, no valor de R$ 24.000,00; com José Gonçalves Ferreira, de 01/01/2007, no valor de R$ 24.000,00; com Irismar Silva Sousa, de 01/01/2007, no valor de R$ 24.000,00; e com Aristeu Rodrigues Guimarães Filho, de 01/01/2007, no valor de R $24.000,00, todos tendo como objeto o aluguel de veículo para transporte escolar. A esse respeito, cita-se o comentário do renomado administrativista Hely Lopes Meireles, extraído de Direito Administrativo Brasileiro, 23a. Edição, Editora Malheiros, página 209: "(...) a extinção do contrato pela anulação é também forma excepcional e só pode ser declarada quando se verificar ilegalidade na sua formalização ou em cláusula essencial. Assim, tem-se considerado nulo o contrato realizado sem concorrência, quando a lei o exige (...). A nulidade da licitação induz à do contrato."

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 103 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

EVIDÊNCIA: a)Ofício nº 036, de 24/05/2007, da Prefeitura Municipal de Dom Pedro.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve justificativa.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.5.12 CONSTATAÇÃO: Inexistência de elementos que justifiquem/fundamentem os preços contratados para o transporte escolar.

FATO: Devido à ausência de licitação e de procedimentos licitatórios formais, a que se submetem inclusive as dispensas de licitação, verificou-se que não existem registros de elementos, tais como: percurso a ser cumprido, situação das estradas, o preço do km a ser percorrido, que justifiquem e fundamentem os preços contratados pela Prefeitura para o transporte escolar, os quais foram de R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais), R$ 1.690,00 (um mil, seiscentos e noventa reais) e R$ 2.000,00 (dois mil reais) mensais.

EVIDÊNCIA: a)Ofício nº 036, de 24/05/2007, da Prefeitura Municipal de Dom Pedro; não-atendimento à SF nº 193818/02, de 22/05/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve justificativa.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

1.5.13 CONSTATAÇÃO: Pagamento à empresa por serviço não executado.

FATO: Verificou-se pagamento à empresa Francisco das Chagas S. Batista (Auto-Elétrica ), no valor de R$ 2.698,00 (dois mil, seiscentos e noventa e oito reais), Nota Fiscal nº 136, de 19/04/2006, pelo "serviço de reforma de todos os bancos de um ônibus escolar", conforme discriminado literalmente no corpo da citada nota fiscal. Não há no empenho, na nota fiscal ou no recibo informações acerca do ônibus em que o serviço foi feito. No entanto, inspeção física realizada nos dois únicos ônibus escolares disponibilizados pela Prefeitura de Dom Pedro, placas KTA 5721 e LVP 8159, revelou não haver evidências de que os serviços foram executados. Ademais, esses ônibus não pertencem à Prefeitura de Dom Pedro, mas às empresas Viação Galo Branco Ltda e Asa Branca Ltda, respectivamente, conforme se apurou em consulta ao sítio www.infoseg.gov.br; assim, recursos não

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 104 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA poderiam ser destinados para pagar o suposto serviço (artigo 6º, inciso I, da Resolução/CD/FNDE nº 12/2006). Destaca-se que, embora a atividade econômica principal da empresa em tela seja o comércio a varejo de peças e acessórios para veículos, de acordo com informação contida no CNPJ, os serviços pagos referem-se à reforma de estofados.

EVIDÊNCIA: a)Fotografias do interior dos ônibus escolares de placas KTA 5721 e LVP 8159:

Ônibus Placa KTA 5721 – Bancos Ônibus Placa LVP 8159 de Plástico

b)Nota Fiscal nº 136, de 19/04/2006, emitida pela empresa Francisco das Chagas S Batista (Auto-Elétrica Bacabal). c)Consulta ao sítio www.infoseg.gov.br.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve justificativa.

ANÁLISE DA EQUIPE: não se aplica

1.5.14 CONSTATAÇÃO: Ausência de controle da movimentação dos veículos que efetuam o transporte escolar.

FATO: Apurou-se a inexistência de controles por parte da Prefeitura de Dom Pedro (MA) acerca da utilização dos veículos responsáveis pelo transporte escolar, no que se refere a: registros de saída e chegada, quilometragem percorrida, controle do itinerário de cada veículo, controle de abastecimento de combustível (que é pago pela Prefeitura). Dessa forma, não há comprovação de que os serviços de transporte estão sendo diariamente executados por todos os contratados.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 105 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA EVIDÊNCIA: a)Ofício nº 006/2007-GAB, de 21/05/2007, da Prefeitura Municipal de Dom Pedro, em resposta à SF nº 193818-01.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Os controles de entrada, saída e rotas eram controladas por itinerários, com acompanhamento pelo chefe de transporte do município, e tais documentos já foram entregues no período da auditoria.

ANÁLISE DA EQUIPE: Em resposta à SF 193818-01, de 17/05/07, da CGU/MA, que solicitou todos os controles relativos à movimentação dos veículos que atuaram no âmbito do PNATE, a Prefeitura de Dom Pedro (MA), mediante Ofício 006/2007-GAB, de 21/05/07, assim se expressou, literalmente: "informamos que por inoperância do funcionário designado para tal, não foram feitos os registros de saída/chegada e nem os controles de abastecimento". Justificativa não acatada.

1.5.15 CONSTATAÇÃO: Veículos com especificações em desacordo com o Código Nacional de Trânsito.

FATO: Conforme demonstrado em fotografias, constatou-se que as especificações dos veículos que prestam serviços de transporte escolar estão em desacordo com as exigências do Código Nacional de Trânsito, Capítulo XIII, artigo 136, em relação ao seguinte: a)condições inapropriadas para transporte de alunos, impondo-lhes sérios riscos de acidentes; b)ausência de pintura de faixa horizontal na cor amarela, com o dístico ESCOLAR; c)inexistência de cintos de segurança; d)ausência da autorização emitida pelo órgão executivo de trânsito do Estado para que os veículos, especialmente destinados à condução coletiva de escolares, possam circular, a qual deve estar afixada na parte interna do veículo, em local visível, com inscrição da lotação permitida.

EVIDÊNCIA: a)Inspeção física; b)fotografias dos veículos de placas HOR 2135, HOO 7341, KIF 0737, HOZ 8897, HPB 0786 e HVV 3187.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 106 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

Veículo Placa HOO 7341 Veículo Placa HOR 2135

Fotos do Veículo de Placa HOO 7341 transportando alunos

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Os veículos utilizados no transporte escolar do município de Dom Pedro, seguem a realidade dos municípios do Maranhão, são os únicos disponíveis na região, além da ausência no mercado de veículos, com resistência adequada para atoleiros, estradas esburacadas que atendam a todos os itens exigidos pelo Código Brasileiro de Trânsito, com capacidade de transportar a quantidade de alunos da zona rural, num custo que acessível ao financeiro do Município.

ANÁLISE DA EQUIPE: Os veículos utilizados para o transporte escolar dos alunos, mantidos com recursos do PNATE, oferecem sérios riscos à integridade desses alunos. Cabe à prefeitura, que contrata e paga, exigir dos prestadores de serviço a utilização de veículos de acordo com as normas de trânsito. Justificativa não acatada.

1.5.16 CONSTATAÇÃO: Ausência de recolhimento do imposto de renda e contribuição previdenciária.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 107 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

FATO: Evidenciou-se nos pagamentos efetuados aos prestadores de serviços de transporte escolar, executados por pessoas físicas, que a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) não arrecadou nem recolheu os valores referentes ao imposto de renda e à contribuição previdenciária, conforme determinam o artigo 629 do Decreto nº 3.000/99 e o artigo 4º da Lei nº 10.666/03, respectivamente.

Beneficiário Data Valor R$ INSS IRPF Total Recibo (1) (2) Anselmo Gonçalves de 19/04/06 3.000,00 308,18 35,20 343,38 Queiroz Luís Carlos Falcão 20/04/06 2.000,00 220,00 0,00 220,00 Costa Anselmo Gonçalves de 20/04/06 2.000,00 220,00 0,00 220,00 Queiroz Zaqueu de Sousa Pereira 20/04/06 2.000,00 220,00 0,00 220,00 Aderson Dias de Almeida 20/04/06 1.700,00 187,00 0,00 187,00 Aderson Dias de Almeida 03/11/06 1.700,00 187,00 0,00 187,00 Anselmo Gonçalves de 03/11/06 1.700,00 187,00 0,00 187,00 Queiroz Luís Carlos Falcão 03/11/06 1.700,00 187,00 0,00 187,00 Costa Zaqueu de Sousa Pereira 03/11/06 1.700,00 187,00 0,00 187,00 Luís Carlos Falcão 05/12/06 1.700,00 187,00 0,00 187,00 Costa Zaqueu de Sousa Pereira 05/12/06 1.690,00 185,90 0,00 185,90 Aderson Dias de Almeida 05/12/06 1.700,00 187,00 0,00 187,00 Aderson Dias de Almeida 06/12/06 1.700,00 187,00 0,00 187,00 Zaqueu de Sousa Pereira 22/12/06 13.300,00 308,18 1.607,17 1.915,35 Luís Carlos Falcão 22/12/06 10.200,00 308,18 1.095,67 1.403,85 Costa Anselmo Gonçalves de 22/12/06 10.200,00 308,18 1.095,67 1.403,85 Queiroz Totais 57.990,00 3.574,62 3.833,71 7.408,33 (1) 11% do valor do serviço, limitado a R$ 308,18 (valor máximo do salário de contribuição – 11% de R$ 2.801,56) (2) base de cálculo igual a 60% do valor do serviço (Lei nº 7.713, de 1988, art. 9º), menos o valor da contribuição ao INSS (11%).

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 108 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA EVIDÊNCIA: a)Recibos de pagamentos emitidos por Anselmo Gonçalves de Queiroz, Luís Carlos Falcão Costa, Zaqueu de Sousa Pereira, em decorrência do serviço de transporte escolar; b)Notas de Empenho nº 26/51; 25/51; 24/51; 22/51; 21/51; 20/51; 19/51; 15/51; 14/51; 13/51; 12/51; 6/51; 5/51; 4/51; 3/51 e 1/51; c)Extrato bancário da conta PNATE nº 8.112-4, agência 2031-1 do Banco do Brasil, no ano de 2006; d)Demonstrativo da execução da receita e da despesa e de pagamentos efetuados, constante da prestação de contas de 2006 do PNATE.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Os valores pagos aos prestadores foram no valor bruto, ou seja, sem os descontos dos impostos, desta forma foram notificados os beneficiários para efetuarem o pagamento dos impostos, conforme ofício de notificação anexo.

ANÁLISE DA EQUIPE: As notificações aos prestadores de serviços, apresentadas anexas à justificativa, não corrigem a falha, posto que não foram apresentadas as guias de recolhimento ao INSS e à Receita Federal do Brasil. Justificativa não acatada.

1.5.17 CONSTATAÇÃO: Ausência de atuação da Equipe Coordenadora do PNATE e do Conselho do FUNDEF.

FATO: Averiguou-se que não há evidências de que a Equipe Coordenadora do PNATE, nomeada por meio da Portaria nº 43, de 09/08/2005, tenha cumprido seu papel de assessorar o Órgão Executor_OEx do programa, posto que não foram apresentados registros de sua atuação em atas, reuniões etc. Em relação ao Conselho do FUNDEF, conforme se apurou nas entrevistas com a Sra. Marlene da Silva, Supervisora Municipal de Educação, e com a Sra. Sâmia Damasceno Tavares, Diretora de escola, inexistem registros documentais que comprovem o acompanhamento da execução do PNATE, embora tenham elas alegado que não houve falhas na realização do programa.

EVIDÊNCIA: a)Não atendimento da SF nº 193818/02; b)Entrevistas com Sra. Marlene da Silva, Supervisora Municipal de Educação, e com a Sra. Sâmia Damasceno Tavares, Diretora de escola.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve justificativa.

ANÁLISE DA EQUIPE: não se aplica

2 - 36000 MINISTERIO DA SAUDE

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 109 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 2.1 - PROGRAMA 0119 SANEAMENTO BASICO AÇÃO : 3859 IMPLANTACAO DE MELHORIAS SANITARIAS DOMICILIARES PARA C ONTROLE DE AGRAVOS-MARANHAO OBJETIVO DA AÇÃO : Implantação de Melhorias Sanitárias Domiciliares para Prevenção e Controle de Agravos. ORDEM DE SERVIÇO : 193405 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Construção de módulos sanitários, banheiro, privada, tanque séptico, sumidouro (poço absorvente), instalações de reservatório domiciliar de água, tanque de lavar roupa, lavatório, pia de cozinha, ligação à rede pública de água, ligação à rede pública de esgoto, dentre outras. AGENTE EXECUTOR : DOM PEDRO ADMINISTRACAO DIRETA MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: CONVÊNIO SIAFI 477094 MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 149.619,54

2.1.1 CONSTATAÇÃO: Não disponibilização de documentos solicitados pela CGU.

FATO: Em 27 de dezembro de 2002, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro/MA (CNPJ nº 06.137.293/0001-30), representada pelo Prefeito José de Ribamar Costa Filho (CPF nº 149.681.003-10) e a FUNASA - Fundação Nacional de Saúde (UG/Gestão: 255000/36211) celebraram o Convênio nº 1511 (SIAFI nº 477094), o qual teve seu extrato publicado no Diário Oficial da União em 27 de dezembro de 2002. O objeto do convênio consiste na implantação de 96 (noventa e seis) melhorias sanitárias no bairro Vila Cordeiro daquele município. Por meio da SF nº 193405-01 foram solicitados à Prefeitura os seguintes documentos: Cópia do Convênio, Termos Aditivos e Projeto de Execução; Plano de Trabalho; Especificações de projeto, memorial descritivo e justificativas para a propositura do Plano de Trabalho; Planilhas Orçamentária e de Medições de Serviços e Cronograma Físico- Financeiro; Processos de Licitação; Documentos de despesa (notas de empenho, ordens de pagamento, notas fiscais, recibos etc.); Ato de designação do servidor responsável pelo acompanhamento da obra, se houver; Relatórios de inspeção física ou boletins de ocorrência, se houver; Extratos bancários desde a abertura da conta até o respectivo encerramento. A solicitação supracitada não foi atendida. Em virtude de a Prefeitura Municipal de Dom Pedro não disponibilizar o Termo de Convênio nº 1511/02, o exame deste instrumento de transferência de recursos ficou prejudicado. A mesma solicitação foi dirigida à FUNASA que, em atendimento,

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 110 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA apresentou um processo de formalização de convênio, contendo algumas peças e documentos referentes ao Convênio, faltando, contudo, o Termo de Convênio. Mediante consulta ao SIAFI, verificou-se que o valor do Convênio é de R$ 151. 130,85 (cento e cinqüenta e um mil cento e trinta reais e oitenta e cinco centavos), sendo R$ 149.619,54 (cento e quarenta e nove mil e seiscentos e dezenove reais e cinqüenta e quatro centavos) a parcela do Concedente e R$ 1.511,31 (um mil e quinhentos e onze reais e trinta e um centavos) a contrapartida da Convenente. Do total do convênio, R$ 104.737,54 (cento e quatro mil setecentos e trinta e sete reais e cinqüenta e quatro centavos) já foram liberados. Cabe ressaltar que, ao não atender à solicitação mencionada, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro infringiu o art. 26 da Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001.

EVIDÊNCIA: Solicitação de Fiscalização nº 193405-01.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

2.1.2 CONSTATAÇÃO: Contratação de empresa de engenharia sem procedimento licitatório.

FATO: Para a execução do objeto do Convênio nº 1511/02, qual seja, a implantação de 96 melhorias sanitárias na Vila Cordeiro, a prefeitura de Dom Pedro contratou a empresa ENCOR Engenharia sem o competente procedimento licitatório, pelo valor do Convênio, qual seja R$ 151.130,85 (cento e cinqüenta e um mil cento e trinta reais e oitenta e cinco centavos). A Administração Municipal de Dom Pedro, por meio do ofício nº 36/2007, informou que a licitação não ocorreu. O Gestor além de ter transgredido o art. 23, I, "b" da Lei 8.666/93; infringiu o inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal. Art. 23 da Lei 8.666/93: "As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); " Inciso XXI , artigo 37 da CF: Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 111 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações".

EVIDÊNCIA: Ofício nº 36/2007-Prefeitura Municipal de Dom Pedro de 24 de maio de 2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

2.1.3 CONSTATAÇÃO: Elaboração e aprovação do Projeto Básico sem observar o risco de contaminação de poços e do lençol freático devido a proximidade dos sumidouros.

FATO: O objeto do Convênio nº 1511/02 firmado entre a Prefeitura de Dom Pedro e a FUNASA consiste na implantação de 96 melhorias sanitárias no bairro Vila Cordeiro daquele município. Como mencionado anteriormente, R$ 104.737,54 (cento e quatro mil setecentos e trinta e sete reais e cinqüenta e quatro centavos) dos R$ 149.619,54 (cento e quarenta e nove mil e seiscentos e dezenove reais e cinqüenta e quatro centavos) foram liberados à Prefeitura de Dom Pedro. Com os recursos liberados, foram construídos 71 (setenta e um módulos sanitários). Por meio de vistorias e inspeções nesses módulos sanitários, observou- se que os quintais das casas da Vila Cordeiro são conjugados e de reduzido espaço. Verificou-se também a presença de poços em muitos domicílios onde foram construídos os kits sanitários. Conforme as Especificações Técnicas do Projeto, o sumidouro deve ser construído em locais onde não haja a possibilidade de contaminação do lençol freático, não sendo permitida a sua construção em locais sujeitos a inundações. A fim de evitar a contaminação dos poços e fontes de abastecimento de água, será adotada uma distância mínima de segurança, estimada em 45 metros. Em lugares impróprios para sua construção deverão ser estudadas alternativas cujo projeto deve ser submetido ao órgão financiador, para possível aprovação. Isso se deve ao fato de o sumidouro ser um poço de infiltração que recebe efluentes de tanques sépticos. Os orifícios presentes nos sumidouros são responsáveis pela distribuição dos efluentes no solo. No entanto, conforme registrado a seguir, os sumidouros de 14 domicílios foram construídos a uma distância inferior a 45 m onde se localizam os poços perfurados: Rua da Travessa São Vicente. Casa 01-Proprietário: Antônio Welliton - o sumidouro foi construído a uma distância de aproximadamente 13 metros de um poço e a área é sujeita a alagamento. Evidência: foto 01 e 02. Casa 02-Proprietário: Senhora Dimiara - o sumidouro foi construído a 23 metros de distância do poço. Casa 03-Proprietário: Maria Dilma e Sebastião Ferreira Lima - o sumidouro foi construído a 13 metros de distância de um poço. Evidência: foto 03. Casa 04-Proprietário: Oswaldo Madeira Pereira - o sumidouro fica

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 112 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA distante 13 metros de um poço. Casa 05-Proprietário: Maria de Fátima Rodrigues e José de Ribamar Rodrigues - sumidouro localizado próximo a um poço. Evidência: fotografia 04. Rua Santo Antônio. Casa 06-Proprietário: João Bezerra de Sousa e Francisco Sousa Dias - sumidouro próximo ao poço. Casa 07-Proprietário: Maria Mercê - sumidouro próximo ao poço. Casa 08-Proprietário: Juliana Alves da Silva e João Freitas Barbosa - sumidouro próximo ao poço. Obs: As casas de nºs 06, 07 e 08, pertencentes a uma mesma família, possuem apenas um poço que é utilizado por todas as três casas. Evidências: fotografia n º 05. Casa 09-Proprietário: Roselma do Vale Silva e Manoel Gomes Oliveira - 07 (sete) metros de distância entre o sumidouro e o poço. Casa 10-Proprietário: Zimar Pereira Silva e José Gabriel Filho - distância de 10 metros entre sumidouro e um poço. Casa 11-Proprietária: Caetana Pereira - mesmo o domicílio não possuindo poço, o sumidouro foi construído próximo aos poços dos vizinhos. Evidência : fotografia nº 06. .Rua São Gabriel. Casa 12-Proprietário: Chico Amanso - o sumidouro fica a uma distância de apenas 5 metros do poço. Casa 13-Proprietário: Raimundo Nonato - A situação das casas 12 e 13 tem um fator agravante já que as mesmas são vizinhas e estão a uma proximidade tal que, o poço da casa 12 localiza-se a um raio quase que eqüidistante de 5 m dos sumidouros de ambas as residências. Logo, o risco isolado de contaminação do poço com seu respectivo sumidouro que já seria grande, tornou-se maior ainda com a presença de mais um sumidouro. Travessa São Vicente. Casa 14-Proprietária: Maria Moreira de Sousa - essa residência possui dois poços com distâncias de 7 e 10 metros do sumidouro. Percebe-se, portanto, que o risco de contaminação do lençol freático é elevado. Verificou-se ainda que em quatro casas de uma mesma família - Albuquerque- situadas na Rua Santo Antônio, os sumidouros foram construídos em terrenos de fácil alagamento e que apresentam minadouros de água. Por essas razões, quando chove, a fossa e o sumidouro enchem e a água sobe pelo ralo e pelo sanitário do banheiro. Situação que poderia ter sido evitada se tivessem sido observadas as condições do terreno no momento da elaboração e aprovação do projeto. Em resumo, dos 71 (setenta e um) banheiros construídos e vistoriados, 14 (quatorze) foram construídos em locais muito próximos a poços. Para ilustrar a importância dessa medida preventiva de distanciamento entre poços e sumidouros, vale destacar que vigora no Estado de São Paulo a Resolução SMN nº 02, de 06 de Novembro de 2006 com fixação de uma distância mínima de 30 m entre o poço individual de abastecimento de água e o local de infiltração dos efluentes no terreno: RESOLUÇÃO SNM N° 02, DE 06 DE NOVEMBRO DE 1978 Aprova normas para aplicação do artigo 10 da Lei n° 898-75 e do Decreto n° 12.219-78, no tocante a projetos exclusivamente de residências unifamiliares em áreas de proteção aos mananciais metropolitanos Em áreas não servidas por rede pública de abastecimento de água e de coleta de esgotos deverão ser observados os seguintes requisitos de ordem técnica:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 113 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA a) manutenção da distância mínima igual a 30 m entre o poço individual de abastecimento de água e o local de infiltração dos efluentes no terreno (sumidouro ou valas de infiltração); 8.2 Se da aprovação dos projetos residenciais unifamiliares tratados nesta Resolução e no Convênio a ser firmado com o Município, resultar irregularidade, fica assegurada à SNM o direito de, a qualquer tempo, exigir do interessado a observância destas Normas e da Legislação de Proteção a Mananciais Metropolitanos. 8.3 Para efeito de controle por parte dos órgãos e entidades que compõem o Sistema de Disciplinamento do Uso do Solo para Proteção aos Mananciais Metropolitanos, a Prefeitura Municipal deverá remeter à SNM, mensalmente, relação dos projetos aprovados com sua respectiva planta e memorial descritivo, bem assim a relação de autorização de construção a que se refere o item 6.7 desta Resolução.

EVIDÊNCIA: Vistorias em 71 (setenta e um) módulos sanitários construídos e as seguintes fotografias:

Foto 01:fossa entupida e poço ao Foto 02: sumidouro, fossa e fundo banheiro

Foto 03: Poço e banheiro Foto 04: Sumidouro e poço ao fundo

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 114 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

Foto 05: sumidouro e poço ao Foto 06: banheiros, sumidouros e fundo poços muito próximos devido ao fato de as casas vizinhas possuírem quintais reduzidos.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

2.1.4 CONSTATAÇÃO: Ausência do depósito da contrapartida municipal.

FATO: Conforme já mencionado neste relatório, o valor do convênio representa R$ 151. 130,85 (cento e cinqüenta e um mil cento e trinta reais e oitenta e cinco centavos), R$ 149.619,54 (cento e quarenta e nove mil e seiscentos e dezenove reais e cinqüenta e quatro centavos) correspondem a parcela do concedente e R$ 1.511,31 (um mil e quinhentos e onze reais e trinta e um centavos) representa a contrapartida da Prefeitura. Sabe-se que do total pactuado, R$ 104.733,54 (cento e quatro mil setecentos e trinta e sete reais e cinqüenta e quatro centavos) foram liberados. E ainda que as despesas referentes à implantação das melhorias sanitárias totalizaram R$

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 115 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 104.727,54. (cento e quatro mil setecentos vinte e sete reais e cinqüenta e quatro centavos). Por meio da verificação do extrato bancário da conta do referido convênio, foi constatado que não houve registro de recursos provenientes da contrapartida da Prefeitura, contrariando o disposto no art. 2º, §3º da IN STN/01/97.

EVIDÊNCIA: Cópia do extrato da conta corrente nº 7.011-4.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

2.1.5 CONSTATAÇÃO: Ausência de notificação a Partidos Políticos, Câmara Municipal, Sindicatos e Entidades empresariais.

FATO: O Gestor não comprovou ter notificado partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais com sede no município, quando do recebimento dos recursos, conforme art. 2º da Lei nº 9.452/1997.

EVIDÊNCIA: Não comprovação da notificação exigida pelo art. 2º da Lei nº 9.452/1997.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

2.2 - PROGRAMA 0122 SANEAMENTO AMBIENTAL URBANO AÇÃO : 3861 IMPLANTACAO, AMPLIACAO OU MELHORIA DE SISTEMA PUBLICO D E ABASTECIMENTO DE AGUA PARA A PREVENCAO E CONTROLE DE AGRAVOS EM MUNICIPIOS DE ATE 30.000 HABITANTES - ABASTE CIMENTO DE AGUA - NO EST OBJETIVO DA AÇÃO : Implantação, Ampliação ou Melhoria de Sistema Público de Abastecimento de Água para a Prevenção e Controle de Agravos em Municípios de até 30.000 Habitantes. ORDEM DE SERVIÇO : 193421 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Implantação e/ou a ampliação e/ou a melhoria de sistemas públicos de abastecimento de água, contemplando a elaboração de planos diretores e

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 116 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA projetos, a realização de obras, incluindo ligação domiciliar, rede de distribuição e estação de tratamento, e ações voltadas para a sustentabilidade dos mesmos. AGENTE EXECUTOR : DOM PEDRO ADMINISTRACAO DIRETA MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: CONVÊNIO SIAFI 522663 MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 225.000,00

2.2.1 CONSTATAÇÃO: Ilegalidades na formalização do convênio.

FATO: Em 28 de junho de 2004, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro/MA (CNPJ nº 06.137.293/0001-30), representada pelo Prefeito José de Ribamar Costa Filho (CPF nº 149.681.003-10) e a FUNASA - Fundação Nacional de Saúde (UG/Gestão: 255000/36211), representada pelo seu então Presidente Valdi Camarcio Bezerra (CPF nº 081.750.801-59), celebraram o Convênio nº 570 (SIAFI nº 522663), o qual teve seu extrato publicado no Diário Oficial da União em 1º de julho de 2004. O objeto do convênio consiste na implantação de sistemas de abastecimento de água na Rua Jorge Fernandes, na Vila Roseana e no Povoado Santa Vitória, todos localizados naquele município. O valor atualmente pactuado totaliza R$ 231.958,76, sendo R$ 225.000,00 o montante a ser repassado pela FUNASA e R$ 6.958,76 correspondentes à contrapartida municipal. Foram, ainda, celebrados dois aditivos. O primeiro (Aditivo nº 522663- 001) data de 31 de dezembro de 2004, e buscou apenas indicar a dotação orçamentária para transferência de recursos financeiros no valor de R $ 125.000,00. O segundo (Aditivo nº 522663-002) prorrogou sua vigência até 12 de janeiro de 2008, tendo em vista o atraso de 563 dias na liberação dos recursos financeiros. Do total de recursos a serem repassados pela FUNASA ao município, já foram liberados R$ 180.000,00, conforme a tabela abaixo:

UG GESTAO DOCUMENTO EMISSAO VALOR 255000 36211 2005OB908977 05Dez2005 90.000,00 255000 36211 2006OB900248 12Jan2006 10.000,00 255000 36211 2006OB900254 12Jan2006 80.000,00

Com vista a examinar a execução do referido Convênio, solicitou-se, por meio da SF nº 193421-01, de 18/05/2007 os seguintes documentos: a) Cópia do Convênio, Termos Aditivos e Projeto de Execução; b) Plano de Trabalho (PT); c) Especificações de projeto, memorial descritivo e justificativas para a proposição do PT; d) Planilha Orçamentária e de Medições de Serviços e Cronograma Físico-Financeiro; e) Processos de Licitação; f) Documentos de despesa (notas de empenho, ordens de pagamento, notas fiscais, recibos etc.) ; g) Ato de designação do servidor responsável pelo acompanhamento da obra, se houver; h)

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 117 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Relatórios de inspeção física ou boletins de ocorrência, se houver; i) e Extratos bancários desde a abertura da conta até o respectivo encerramento. Em resposta, o Gestor encaminhou à equipe de fiscalização apenas o Processo Licitatório (sem número) relativo à Tomada de Preços CPL nº 07/2005, para execução do Convênio em epígrafe, com 275 folhas numeradas. Posteriormente, a referida solicitação foi reiterada em dois momentos, conforme SF Coordenação-001 e Coordenação-002, de 22/05/2007 e 23/05/2007, respectivamente. Em que pese as reiterações, a Administração Municipal não disponibilizou a documentação solicitada, configurando inobservância ao artigo 26 da Lei nº 10.180, de 6/2/2001. Assim, ficam registradas as seguintes impropriedades: a) não apresentação do Plano de Trabalho (art. 2º e incisos); b) a contrapartida municipal ainda não fora assegurada (art. 2º, §3º); c) não indicação de fonte orçamentária municipal (art. 2º, §4º, c/c art. 7º, inciso VI); d) extrato do termo aditivo não contém resumo do objeto (art. 17, inciso III); e) não apresentação de documentos na forma dos artigos 28 e 30. O Gestor também não comprovou ter notificado partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais com sede no município, quando da recebimento dos recursos, conforme art. 2º da Lei nº 9.452/1997.

EVIDÊNCIA: Visitas "in loco"; Consultas ao SIAFI; Processo Licitatório (sem número) relativo à Tomada de Preços CPL nº 07/2005, para execução do Convênio nº 570/04 (SIAFI nº 522663), com 275 folhas devidamente numeradas.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.2.2 CONSTATAÇÃO: Ausência de aplicação financeira de recursos não utilizados.

FATO: Para a movimentação dos recursos do convênio, foi aberta, em 24 de novembro de 2005, a Conta Corrente específica nº 9.496-X, junto ao Banco do Brasil, Agência 2031-1 - Dom Pedro. A seguir é apresentada a movimentação dos recursos da conta, a partir da análise de seus extratos mensais:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 118 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA SALDO APLICADO DIA OPERAÇÃO VALOR C/C CDB/RDB

07.12.2005 Ordem Bancária – 90.000,00 90.000,00 Crédito

17.01.2006 Ordem Bancária – 10.000,00 Crédito 80.000,00 Ordem Bancária – Crédito 180.000,00

19.01.2006 Aplicação CDB/RDB 180.000,00 0 180.000,00

02.02.2006 Resgate 120.256,80

Cheque Pago 119.800,00 456,80 60.000,00

02.03.2006 Resgate 59.748,12

Cheque Pago 59.200,00 1.004,92

01.04.2006 1.004,92

01.05.2006 1.004,92

01.06.2006 1.004,92

01.07.2006 1.004,92

01.08.2006 1.004,92

01.09.2006 1.004,92

01.10.2006 1.004,92

01.11.2006 1.004,92

01.12.2006 1.004,92

01.01.2007 1.004,92

01.02.2007 1.004,92

01.03.2007 1.004,92

Segundo o § 4º do art. 116 da Lei nº 8.666/1993 e o art. 20, §1º, da IN STN nº 01/1997, quando o destinatário da transferência for município, os recursos transferidos, enquanto não empregados na sua finalidade, serão obrigatoriamente aplicados em caderneta de poupança de instituição financeira oficial, se a previsão de seu uso for igual

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 119 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA ou superior a um mês; e em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou operação de mercado aberto lastreada em título da dívida pública federal, quando sua utilização estiver prevista para prazos menores. Observe-se que desde abril de 2006, até março de 2007, o saldo remanescente de R$ 1.004,92 não é aplicado no mercado financeiro conforme preceitua a legislação vigente.

EVIDÊNCIA: Visitas "in loco"; Consultas ao SIAFI; Processo Licitatório (sem número) relativo à Tomada de Preços CPL nº 07/2005, para execução do Convênio nº 570/04 (SIAFI nº 522663), com 275 folhas devidamente numeradas.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.2.3 CONSTATAÇÃO: Ausência de comprovação de despesas.

FATO: Mediante análise do extrato da conta corrente específica do Convênio, verificou-se a ocorrência de débito no valor de R$ 2.132,00, em 20/03/2007, conforme cheque nº 850021, sem a documentação comprobatória (documentos fiscais e contábeis) ou medição de serviço que justifique o referido pagamento.

EVIDÊNCIA: Visitas "in loco"; Consultas ao SIAFI e ao Sistema RPG (Banco do Brasil); Processo Licitatório (sem número) relativo à Tomada de Preços CPL nº 07/2005, para execução do Convênio nº 570/04 (SIAFI nº 522663), com 275 folhas devidamente numeradas.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.2.4 CONSTATAÇÃO: Não cumprimento dos requisitos da Lei Complementar nº 101/2000 para a celebração de convênios.

FATO: Quando da propositura do Plano de Trabalho à Funasa (vide processo FUNASA nº 25170.003.838/2004-66), o Gestor assina declaração, datada de 13/04/2005, em que afirma atender às exigências da Lei de

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 120 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Responsabilidade Fiscal quanto aos requisitos para a assinatura de transferências voluntárias. Buscando-se verificar as informações declaradas, encaminhou-se ao Gestor, em 22/05/2007, a Solicitação de Fiscalização nº 193421-02, em que foram requeridos documentos para o atendimento dos requisitos da LRF listados abaixo: a) regularidade do município quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos à União, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos (LRF, art. 25, § 1º, IV "a"); b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde (LRF, art. 25, § 1º, IV "b"); c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em restos a pagar e de despesa total com pessoal (LRF, art. 25, § 1º, IV "c"); d) publicação regular do RREO - Relatório Resumido da Execução Orçamentária até trinta dias após o encerramento de cada bimestre (Constituição Federal, art. 165, § 3º, e Lei Complementar nº 101/2000, art. 52). e) publicação do RGF - Relatório de Gestão Fiscal, até trinta dias após o encerramento de cada quadrimestre. (Lei Complementar nº 101/2000, arts. 54, 55, §§ 2º e 3º); f) encaminhamento das contas municipais, até trinta de abril de cada ano, ao Poder Executivo da União, com cópia ao Poder Executivo do respectivo Estado, para fins de consolidação nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior (Lei Complementar nº 101/2000, art. 51). Face à não apresentação, pelo Gestor, dos documentos que comprovem as informações declaradas, procedeu-se à consulta no CAUC - Cadastro Único de Convênios, no sítio www.tesouro.fazenda.gov.br. Constam como pendências no sistema: a) certificado de regularidade previdenciária; b) regularidade perante a SRF quanto a tributos e contribuições federais; c) não aplicação mínima da arrecadação de impostos com educação; d) não encaminhamento das contas anuais. Em relação aos relatórios periódicos (bimestrais e quadrimestrais), o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, em função do disposto no art. 59, caput, da Lei de Responsabilidade Fiscal, desenvolveu um sistema (LRF-Net) para acompanhamento e consulta de remessas desses documentos. Segundo informações do sistema, disponíveis em www.tce.ma.gov.br/lrf/adminlrf/lrf/, o município não procedeu à publicação do RGF e do RREO durante os exercícios de 2004 e 2005. No tocante às demais exigências da Lei Complementar nº 101/2000, não foi comprovada a existência de dotação específica no orçamento municipal para a despesa objeto da transferência (LRF, art. 25, §1º, I). Por fim, quanto à efetiva arrecadação de impostos municipais, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro não tem procedido à retenção do ISS (Imposto Sobre Serviços) sobre os valores pagos a empresas que prestam serviços à municipalidade, ao arrepio do disposto no parágrafo único do art. 11 da LRF. Tal constatação deu-se em função da análise dos seguintes recibos (não foram emitidas Notas Fiscais):

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 121 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

Data NE Valor OB/Cheque Objeto Fornecedor Aluguel de 22/12/06 13.300,00 850037 Zaqueu de Sousa Pereira Veículo Aluguel de 22/12/06 10.200,00 850036 Luís Carlos Falcão Costa Veículo Aluguel de 22/12/06 10.200,00 850035 Anselmo Gonçalves de Queiroz Veículo Aluguel de 06/12/06 1.700,00 850031 Aderson Dias de Almeida Veículo Aluguel de 05/12/06 1.700,00 850033 Luís Carlos Falcão Costa Veículo Aluguel de 05/12/06 1.690,00 850634 Zaqueu de Sousa Pereira Veículo Aluguel de 05/12/06 1.700,00 850032 Aderson Dias de Almeida Veículo Aluguel de 03/11/06 1.700,00 850027 Aderson Dias de Almeida Veículo Aluguel de 03/11/06 1.700,00 850030 Anselmo Gonçalves de Queiroz Veículo Aluguel de 03/11/06 1.700,00 850028 Luís Carlos Falcão Costa Veículo Aluguel de 03/11/06 1.700,00 850029 Zaqueu de Sousa Pereira Veículo Aluguel de 30/06/06 2.000,00 852001 Lindomar Alves Costa Veículo Serviços 30/06/06 535,00 851810 Auto Elétrica Jean Elétricos Servicos 30/06/06 1.200,00 852102 Luciano Jorge Acauã Hospedagem 30/06/06 3.000,00 Curso Itelma Caldas Jammel Centro Federal de Educação 28/06/06 7.642,18 852106 Curso Tecnologia do MA Manutenção Fundacao de Apoio a Ciencia e 30/06/06 17.394,20 PQD Tecnologia FAC T Centro Federal de Educação 30/06/06 7.642,18 852109 Curso Tecnologia do MA Centro Federal de Educação 30/06/06 7.642,18 852110 Curso Tecnologia do MA Servicos em Ricardo da S Matos (Auto 30/06/06 1.700,00 851994 Veículo Peças Silva) Aluguel de 20/04/06 2.000,00 850024 Luís Carlos Falcão Costa Veículo Aluguel de 20/04/06 2.000,00 850026 Anselmo Gonçalves de Queiroz Veículo Aluguel de 20/04/06 2.000,00 850025 Zaqueu de Sousa Pereira Veículo Aluguel de 20/04/06 1.700,00 850023 Aderson Dias de Almeida Veículo Aluguel de 19/04/06 3.000,00 850020 Anselmo Gonçalves de Queiroz Veículo Serviços Francisco das Chagas s 19/04/06 2.698,00 850019 Mecânicos Batista

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 122 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA EVIDÊNCIA: Visitas "in loco"; Consultas ao SIAFI; Processo Licitatório (sem número) relativo à Tomada de Preços CPL nº 07/2005, para execução do Convênio nº 570/04 (SIAFI nº 522663), com 275 folhas devidamente numeradas.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.2.5 CONSTATAÇÃO: Processo licitatório em desacordo com a Lei nº 8.666/1993.

FATO: Aos 26 dias do mês de dezembro de 2005, a Prefeitura do Município de Dom Pedro (MA) procedeu à Tomada de Preços CPL nº 07/2005, tendo por objeto a "implantação de sistema de abastecimento de água na Rua Jorge Fernandes, Vila Roseana e Povoado Santa Vitória", pertinente ao convênio em epígrafe. Logrou-se vencedora a empresa Hidrosonda Ltda. (CNPJ 11.013.539/0001-00), com a proposta de R$ 229.630,00, tendo sido esta, segundo a instrução do processo, a única a apresentar proposta no certame. Após análise do referido processo, foram constatadas as seguintes impropriedades em relação ao disposto na Lei de Licitações: a) ausência de previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações a serem assumidas (art. 7º, § 2º, III e art. 38, caput); b) ausência de comprovante de publicação do edital resumido (art. 38, II); c) não publicação do resumo do edital nos meios previstos na legislação (art. 21); d) ausência de ato de designação da comissão de licitação (art. 38, III); e) ausência de projeto básico (art. 6º, IX); f) ausência de pareceres jurídicos sobre as minutas do edital de licitação e sobre as minutas de contrato (art. 38, VI e art. 38, parágrafo único); g) não definição do objeto da licitação em descrição clara (art. 40, I); h) não fixação, no edital, de cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros (art. 40, XIV, "b"); i) não fixação, no edital, de critério de reajuste, o qual deveria retratar a variação efetiva do custo de produção desde a data prevista para a apresentação da proposta, até a data de adimplemento de cada parcela (art. 40, XI); j) não fixação, no edital, de critérios de atualização financeira desde a data do adimplemento até seu efetivo pagamento (art. 40, XIV, "c"). Em relação à formalização do procedimento licitatório, a Tomada de

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 123 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Preços realizada pela Prefeitura Municipal não fora apensada em processo devidamente autuado e protocolado. A mera indicação seqüencial da Modalidade de Licitação adotada está de acordo com o art. 40 da Lei nº 8.666/1993, mas não tem o condão de suprir a exigência insculpida no art. 38 da mesma norma legal. O processo analisado possui 275 folhas devidamente numeradas. No tocante à publicidade do procedimento licitatório, consta do processo cópia de publicação, no Diário Oficial do Estado do Maranhão, em 30 de dezembro de 2005, de Aviso da Tomada de Preços nº 008/2005 (pág. 04), a qual não se refere ao processo em tela. A publicação do Aviso da Tomada de Preços nº 007/2005 ocorreu no mesmo diário (pág 05), mas não instruiu o processo (inc. II, art. 21 c/c inc. II do art. 38, ambos da Lei nº 8.666/1993). Ademais, verificou-se a ausência de comprovação de publicação de aviso contendo o resumo do edital em jornal de grande circulação no Estado/Município, em inobservância ao inciso III do art. 21 da Lei de Licitações e Contratos. Segundo o item 1.1 do Edital da Tomada de Preços nº 07/2005 CPL, a obra dar-se-ia "nas quantidades, especificações e valores contidos do Anexo I deste edital". De acordo com o item 9.15 do mesmo documento, integram-no, dentre outros, o Anexo I, o qual se refere a "especificações. quantitativos, valores dos materiais e operacionalização dos serviços". O referido anexo carece, no entanto, do Memorial Descritivo do Projeto, o qual apresentaria o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível adequado de precisão, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação (Lei nº 8.666/1993, art. 6º, IX). Quanto à documentação de habilitação da empresa Hidrosonda Ltda., foi apresentada Certidão Negativa de Débito nº 059406/05, da Secretaria de Estado da Fazenda, emitida às 11:27:35 horas do dia 14/09/2005. Tal certidão tinha validade de 120 dias, ou seja, até 12/01/2006. Visto que a entrega e abertura dos envelopes ocorreu às 8 horas do dia 16/01/2006, nesta oportunidade a firma já não reunia as condições de habilitação fiscal previstas no art. 29, III, da Lei nº 8.666/1993, bem como no Edital TP nº 07/2005, item 4.4.6, (a). Além disso, os demais documentos de habilitação jurídica, fiscal e de qualificação técnica foram apresentados pela Hidrosonda Ltda. na forma de fotocópias não autenticadas, constando das mesmas apenas marca de carimbo de "Confere com o original", sem qualquer assinatura ou identificação. Segundo o art. 32 da Lei de Licitações e Contratos, os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da Administração, ou publicação em órgão da imprensa oficial. O item 4.4 do Edital TP nº 07/2005 reproduz o disposto na Lei nº 8.666/1993. A empresa também não apresentou documentação pertinente à qualificação econômico-financeira exigida no item 2.1.10 do Edital, consistindo em Balanço Patrimonial e Demonstrações Contábeis do último exercício social que comprovassem o Capital Social ou Patrimônio Líquido Mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Ao fixar as condições de julgamento das propostas, o Edital prevê em seu item 1.1.1 (o qual se encontra erroneamente localizado após o item 1.2) que "os valores sugeridos no ANEXO I são apenas estimativas de gasto, não podendo ser exigidos nem considerados como pagamento mínimo". Não obstante, o mesmo documento estabelece, no item 5.2.5,

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 124 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA que "serão desclassificadas as propostas com valor global superior ao limite estabelecido". Visto que a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada (art. 41 da Lei nº 8.666/1993), a situação apresentada enseja dificuldade de interpretação (tanto por parte do Gestor municipal como pelo particular licitante) e poderia significar inclusive a anulação de todo o processo, o que potencialmente resultaria em dispêndio de recurso e tempo na organização de nova licitação.

EVIDÊNCIA: Visitas "in loco"; Consultas ao SIAFI; Processo Licitatório (sem número) relativo à Tomada de Preços CPL nº 07/2005, para execução do Convênio nº 570/04 (SIAFI nº 522663), com 275 folhas devidamente numeradas.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.2.6 CONSTATAÇÃO: Irregularidade na execução contratual.

FATO: O Gestor apresentou processo contendo documento intitulado "Minuta de Contrato Serviços de Engenharia - Obras" (sic), datado de 25 de janeiro de 2006, e assinado pelo Sr. Antônio Carlos Borges Araújo (CPF 125.656.283-15), representante da empresa Hidrosonda Ltda. (CNPJ 11.013.359/0001-00), e pelo Sr. José de Ribamar Costa Filho (CPF 149.681.003-10), Prefeito do Município de Dom Pedro (CNPJ 06.137.293/0001-30). Observe-se, no entanto, que a minuta do contrato não supre a ausência do termo de contrato previsto no inc. X do art. 38 da Lei de Licitações e Contratos, tampouco preenche as formalidades previstas nos arts. 55 a 60 da mesma Lei. O artigo 60, parágrafo único, veda inclusive a celebração de contrato verbal em casos de obras e serviços de engenharia. A esse propósito já se manifestou o Egrégio Tribunal de Contas da União (Acórdão 1300/2003 Primeira Câmara): "devem ser observadas, com rigor, as disposições da Lei nº 8.666, de 1993, notadamente o art. 38, autuando um único processo para cada procedimento licitatório, ao qual serão juntados o contrato e respectivos termos aditivos, assim como os demais documentos relativos à licitação". No mesmo sentido (Acórdão TCU 195/2005 Plenário): "abstenha-se de realizar despesa sem prévio empenho e de efetuar contratações verbais, consoante as disposições do parágrafo único do art. 60 da Lei nº 8.666/1993 e art. 60 da Lei nº 4.320/64. (grifei) Ainda que o Gestor não tenha apresentado o Termo do Contrato segundo a legislação vigente, procedeu-se à análise da Minuta constante do processo, verificando-se a inobservância da Lei nº 8.666/1993, nos termos seguintes: a) ausência de indicação, no contrato, de cláusula que estabeleça o crédito pelo qual correrá a despesa com a indicação da classificação

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 125 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA funcional-programática e por categoria econômica (art. 55, V); b) publicação resumida do instrumento de contrato não providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao da assinatura (art. 61, parágrafo único); c) ausência de acompanhamento e fiscalização da execução contratual por parte de representante da administração especialmente designado (art. 67); d) ausência de comprovação de recolhimento, por parte da contratada, das obrigações trabalhistas e previdenciárias (art.71, § 2º e Enunciado TST 331); e) não houve recebimento provisório do objeto, pelo responsável pelo seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado (art. 73, I, "a", c/c art. 74, III); f) não houve recebimento definitivo do objeto, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais (art. 73, I, "b"). Observou-se que o Edital trouxe, em seu preâmbulo, o regime de execução de "empreitada por preço unitário", tipo menor preço. A minuta do contrato em anexo ao Edital (anexo VI) não trouxe previsão alguma a respeito. De maneira diversa, a Minuta assinada pelo Prefeito Municipal e pelo representante da firma Hidrosonda Ltda. estipula, em sua Cláusula Segunda, que "a contratada compromete-se a cumprir fielmente o objeto do presente contrato, no regime de execução de serviços por menor preço global". Tal fato configura inequívoca afronta ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo (arts. 3º,41 e 55, XI, da Lei de Licitações e Contratos). Restringe-se, também, o caráter competitivo do certame, à medida que outras empresas poderiam demonstrar interesse caso o Edital fizesse a previsão de execução indireta mediante empreitada por preço global. Consta ainda do processo a publicação do extrato do suposto contrato assinado em 25 de janeiro de 2006, que resultou da Tomada de Preços nº 007/2005. Tal publicação ocorrera em 02 de agosto de 2006, no Diário Oficial do Estado do Maranhão, e fora providenciada pelo Prefeito Municipal mediante documento datado de 07 de junho de 2006, ao arrepio do disposto na Lei nº 8.666/1993, art. 61, parágrafo único. Ademais, conforme o informado acima, enquanto a "Minuta do Contrato" assinada pelas partes consta datada de 25 de janeiro de 2006, o primeiro pagamento feito à empresa Hidrosonda Ltda. ocorreu em 02 de fevereiro de 2006, mediante cheque nominal no valor de R$ 119.800,00, segundo a Nota Fiscal nº 1996, "correspondente à primeira medição dos serviços de implantação de sistema de abastecimento de água na Rua Jorge Fernandes, Vila Roseana, e Povoado Santa Vitória no município de Dom Pedro, conforme Tomada de Preços nº 07/2005". Tal pagamento ocorreu, portanto, apenas 8 dias após a suposta celebração do contrato, no valor correspondente a 52,17% do total dos serviços contratados (R$ 229.630,00). Observe-se que conforme cronograma físico-financeiro apresentado pela Hidrosonda no processo licitatório realizado, a execução do serviço dar-se-ia em 150 dias, contados do recebimento da ordem de serviço, a qual também ocorreu em 25 de janeiro, e que pelo menos 25 dias seriam necessários para a execução

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 126 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA de apenas 31,05% (R$ 71.318,23) da obra, consistindo em serviços preliminares e parte da Captação. Posteriormente, em 02 de março 2006, deu-se o segundo pagamento, mediante cheque nominal no valor de R$ 59.200,00, de acordo com a Nota Fiscal nº 2002, "correspondente à segunda medição dos serviços de implantação de sistema de abastecimento de água na Rua Jorge Fernandes, Vila Roseana e Povoado Santa Vitória no município de Dom Pedro, conforme Tomada de Preços nº 07/2005". Somados os dois valores, tem-se que em 36 dias foram executados serviços correspondentes a 77,95% (R$ 179.000,00) do contrato. Ainda segundo o referido cronograma, pelo menos 75 dias seriam necessários para a execução de 72,25% (R$ 165.915,00) da obra, incluindo a conclusão da Captação e parte da Elevatória. Em nenhuma das notas fiscais consta referência ao título e número do Convênio em tela, nem "atesto" de recebimento dos serviços (art. 30 da IN STN nº 01/1997).

EVIDÊNCIA: Visitas "in loco"; Consultas ao SIAFI; Processo Licitatório (sem número) relativo à Tomada de Preços CPL nº 07/2005, para execução do Convênio nº 570/04 (SIAFI nº 522663), com 275 folhas devidamente numeradas.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

AÇÃO : 3861 IMPLANTACAO, AMPLIACAO OU MELHORIA DE SISTEMA PUBLICO D E ABASTECIMENTO DE AGUA PARA A PREVENCAO E CONTROLE DE AGRAVOS EM MUNICIPIOS DE ATE 30.000 HABITANTES - ABASTE CIMENTO DE AGUA - ESTADO OBJETIVO DA AÇÃO : Implantação, Ampliação ou Melhoria de Sistema Público de Abastecimento de Água para a Prevenção e Controle de Agravos em Municípios de até 30.000 Habitantes. ORDEM DE SERVIÇO : 193434 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Implantação e/ou a ampliação e/ou a melhoria de sistemas públicos de abastecimento de água, contemplando a elaboração de planos diretores e projetos, a realização de obras, incluindo ligação domiciliar, rede de distribuição e estação de tratamento, e ações voltadas para a sustentabilidade dos mesmos. AGENTE EXECUTOR : DOM PEDRO ADMINISTRACAO DIRETA MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: CONVÊNIO SIAFI 557414 MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 300.000,00

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 127 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

2.2.7 CONSTATAÇÃO: Omissão de documentos à CGU.

FATO: Em 20 de dezembro de 2005, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro/MA (CNPJ nº 06.137.293/0001-30), representada pelo Prefeito José de Ribamar Costa Filho (CPF nº 149.681.003-10) e a FUNASA - Fundação Nacional de Saúde (UG/Gestão: 255000/36211), representada pelo seu então Presidente Paulo de Tarso Lustosa da Costa (CPF nº 000.445.123- 68), celebraram o Convênio nº 2.683 (SIAFI nº 557414), o qual teve seu extrato publicado no Diário Oficial da União em 30 de dezembro de 2005. O objeto do convênio consiste na implantação de sistemas de abastecimento de água nos Povoados Centro do Bernardino (41 ligações domiciliares) e Pedro I (67 ligações domiciliares), todos localizados naquele município. O valor atualmente pactuado totaliza R$ 337.164,72, sendo R$ 300.000,00 o montante a ser repassado pela FUNASA e R$ 37.164,72 correspondentes à contrapartida municipal. Foram, ainda, celebrados três aditivos. O primeiro (Aditivo nº 557414-001) data de 23 de junho de 2006, buscou apenas indicar a dotação orçamentária para transferência de recursos financeiros no valor de R$ 60.000,00. O segundo (Aditivo nº 557414-002) alterou e integrou o novo plano de trabalho, tendo sido celebrado em 1º de novembro de 2006. Por fim, o terceiro (Aditivo nº 557414-003), de 15 de dezembro de 2006, prorrogou a vigência original até 18/09/1007, tendo em vista o atraso por 272 dias na liberação dos recursos financeiros. Do total de recursos a serem repassados pela FUNASA ao município, já foram liberados R$ 240.000,00, conforme a tabela abaixo:

UG GESTAO DOCUMENTO EMISSAO VALOR 255000 36211 2006OB909944 18Set2006 120.000,00 255000 36211 2006OB914088 29Dez2006 120.000,00

Solicitada a documentação atinente ao convênio em epígrafe, por meio da SF nº 193434-01, de 18/05/2007, fora disponibilizada à Equipe de Fiscalização cópia do Plano de Trabalho do convênio em tela. No entanto, o Gestor não disponibilizou os seguintes documentos: Cópia do Convênio, Termos Aditivos e Projeto de Execução; Especificações de projeto, memorial descritivo e justificativas para a proposição do PT; Planilha Orçamentária e de Medições de Serviços e Cronograma Físico- Financeiro; Processos de Licitação; Documentos de despesa (notas de empenho, ordens de pagamento, notas fiscais, recibos etc.); Ato de designação do servidor responsável pelo acompanhamento da obra, se houver; Relatórios de inspeção física ou boletins de ocorrência, se houver; Extratos bancários desde a abertura da conta até o respectivo encerramento. Vale ressaltar que a referida solicitação foi reiterada em dois momentos, conforme SF Coordenação-001 e SF Coordenação-002, de 22/05/2007 e 23/05/2007, respectivamente. Convém esclarecer que segundo o art. 26 da Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, "nenhum processo, documento ou informação poderá

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 128 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA ser sonegado aos servidores do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, no exercício das atribuições inerentes às atividades de auditoria, fiscalização e avaliação de gestão, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal." Saliente-se, ainda, que de acordo com o art. 7º, XVIII, da IN STN nº 01/1997, constitui cláusula obrigatória do convênio o estabelecimento de livre acesso de servidores do Sistema de Controle Interno ao qual esteja subordinado o concedente, a qualquer tempo e lugar, a todos os atos e fatos relacionados direta ou indiretamente com o instrumento pactuado, quando em missão de fiscalização ou auditoria. Esta previsão encontra-se na Subcláusula Segunda (da convenente) da Cláusula Oitava (da fiscalização) do Termo de Convênio. Para a movimentação dos recursos do convênio, foi aberta a Conta Corrente específica nº 9.919-8, junto ao Banco do Brasil, Agência 2031-1 - Dom Pedro. Em 2007, observou-se a ocorrência de dois cheques, o primeiro em 01/03/2007, no valor de R$ 30.000,00, e o segundo em 09/04/2007, no valor de R$ 50.000,00. A documentação relativa a tais pagamentos não foi apresentada pelo Gestor. O Gestor também não comprovou ter notificado partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais com sede no município, quando da recebimento dos recursos, conforme art. 2º da Lei nº 9.452/1997.

EVIDÊNCIA: - Visitas "in loco"; - Ofício GAB nº 36/2007, da Prefeitura Municipal de Dom Pedro; - Plano de Trabalho do Convênio nº 2.683/05.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.2.8 CONSTATAÇÃO: Não formalização de processo licitatório (Lei nº 8.666/1993).

FATO: Especificamente em relação ao processo licitatório para a execução das obras, e em relação a todos os demais processos licitatórios requisitados pela CGU e não entregues pelo Gestor, manifestou-se este, por meio do Ofício nº 36, de 24 de maio de 2007, nos seguintes termos: "Sr. Coordenador, Na qualidade de Prefeito do Município de Dom Pedro, sirvo-me deste, para justificar a impossibilidade da entrega dos procedimentos de licitações solicitadas por V.Exª, e o faço pelos seguintes motivos: A administração municipal sempre buscou cumprir a legislação administrativa, em especial a que diz respeito à licitação. E quanto às compras realizadas em nossa gestão, tomou por base o valor mínimo para compras sem licitação, ou seja, adquirindo por dispensa de licitação produtos com valores abaixo de R$ 8.000 (oito mil reais), é que se pode observar da quase totalidade das despesas de compras realizadas pelo município.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 129 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Por outro lado é conhecimento de todos, que os rigores do procedimento licitatório torna (sic) mais caro o produto, o que leva ao convencimento que licitar nem sempre significa adquirir pelo menor preço. No que diz respeito ao nosso município, as propostas de venda eram inviáveis, pois as empresas habilitadas eram quase sempre sem exceção (sic), de praças com elevado poder aquisitivo, como as do sul (sic) do País. No caso de nossa administração, a aquisição de bens e serviços é realizada de forma prática, sempre através de simples coleta de preço, comprando e contratando sempre onde está mais barato, e sempre abaixo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), é que se observa das notas fiscais constantes da prestação de contas, com preço dos produtos sempre igual ou abaixo dos praticado (sic) no comércio local. A pratica (sic) deste tipo de compra (sem licitação), sempre despojada de qualquer vicio (sic) ou intenção de onerar ou locupletar-se do erário, possui forte conotação social, de uma vez que prestigia a compra local, onde a totalidade dos comércios e empresas, não possuem (sic) as documentações exigidas para participar de um certame na forma prevista na Lei nº 8666/93, situação de fácil confirmação, bastando acessar os sites do INSS, FGTS, STN, etc., e através do CNPJ confirmar que as vezes a empresa não é inscrita no cadastro. Finalizando, não existe nenhuma intenção de nossa parte em burlar a lei, cumprindo-a sempre incondicionalmente, mas como gestor de um dos municípios mais pobres do País, algumas vezes temos que priorizar o lado sócio-econômico local, aplicando os recursos no próprio município, contribuindo para a melhoria de vida dos munícipes, com certeza de paulatinamente ajudar a mudar a consciência de uma nação. Com estas considerações justificamos a inexistência de procedimentos licitatório para a maioria das compras realizadas pela nossa administração no ano de 2006/2007. Cordialmente, José de Ribamar Costa Filho Prefeito Municipal" A propósito da obrigatoriedade de se proceder à licitação no âmbito da administração pública, convém esclarecer, preliminarmente, que tal procedimento tem índole constitucional (art. 37, XXI, da Constituição de 1988) e legal (Lei nº 8.666/1993). Também há que se indicar ofensa ao disposto na IN STN nº 01/1997, que regulamenta a celebração de convênios com a União. Segundo seu art. 27, o convenente, ainda que entidade privada, sujeita-se, quando da execução de despesas com os recursos transferidos, às disposições da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, especialmente em relação a licitação e contrato, admitida a modalidade de licitação prevista na Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, nos casos em que especifica. Não bastassem os dispositivos citados instituindo a compulsoriedade de se levar a cabo o processo licitatório, exige-se do administrador público respeito aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, cuja importância foi reconhecida pelo constituinte no art. 37, caput, da Constituição da República. E, nesse sentido, não é demais lembrar a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, para quem "violar um princípio é muito mais grave que transgredir um norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 130 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA valores fundamentais". Assim, não subsiste a alegação de que "os rigores do procedimento licitatório torna (sic) mais caro o produto, o que leva ao convencimento que licitar nem sempre significa adquirir pelo menor preço". Em relação ao argumento segundo o qual, "quanto às compras realizadas em nossa gestão, (a administração municipal) tomou por base o valor mínimo para compras sem licitação, ou seja, adquirindo por dispensa de licitação produtos com valores abaixo de R$ 8.000 (oito mil reais)" o Gestor não atentou para o fato de que, no caso, trata-se de obras e serviços de engenharia, e que o valor envolvido é muito superior ao limite de R$ 15.000,00 para esse permissivo legal. A esse propósito, cumpre observar que, no entendimento do TCU (Acórdão 1273/2005 - Primeira Câmara), o fracionamento de despesa é vedado com fulcro no parágrafo 5º do art. 23 da Lei nº 8.666/93. Este se caracteriza quando há diversas dispensas de licitação ou se divide a despesa para utilizar modalidade de licitação inferior à determinada pela legislação para o total da despesa. Em outras palavras, é vedada a utilização de modalidade inferior de licitação quando o somatório do valor a ser licitado caracterizar modalidade superior. Quanto à suposta impossibilidade de empresas locais participarem de certame licitatório, primeiramente o Gestor afirma que "as propostas de vendas eram inviáveis, pois as empresas habilitadas (com documentação) eram quase sem exceção, de praças com elevado poder aquisitivo". Depois afirma que a compra sem licitação "possui forte conotação social, de uma vez que prestigia a compra local, onde a totalidade dos comércios e empresas, não possuem (sic) as documentações exigidas para participar de um certame na forma da Lei 8666/93". Por fim, defende que "algumas vezes temos que priorizar o lado sócio-econômico local, aplicando os recursos no próprio município, contribuindo para a melhoria de vida dos munícipes, com certeza de paulatinamente ajudar a mudar a consciência de uma nação". Não obstante tais declarações, visita "in loco" indicou que a empresa responsável pelas obras é a Hidrosonda Ltda. (CNPJ 11.013.539/0001- 00), com sede em São Luís. O Gestor não demonstrou, pois, atender a nenhuma exigência da Lei nº 8.666/1993 e da IN STN nº 01/1997. Destaque-se, nesse sentido, o parágrafo único do art 4º da Lei de Licitações: "o procedimento licitatório previsto nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública".

EVIDÊNCIA: - Visitas "in loco"; - Ofício nº 36/2007, da Prefeitura Municipal de Dom Pedro; - Plano de Trabalho do Convênio nº 2.683/05.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.2.9 CONSTATAÇÃO: Sistema de abastecimento ocioso (não-utilizado).

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 131 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

FATO: Mediante visita às instalações do sistema de abastecimento de água do Povoado Centro do Bernardino, verificou-se que os moradores daquela localidade ainda não estão usufruindo dos serviços objeto do convênio, em função tão somente da não instalação da parte elétrica e de sua ligação ao poste localizado a menos de 10 metros de distância, conforme as fotos abaixo. Este fato, além de acarretar transtornos à população local, compromete a efetividade da obra, à medida que sua ociosidade pode implicar a depreciação das instalações, e, por via de conseqüência, lesão ao erário.

Foto 1: Casa de bomba e caixa d'água. Foto 2: Cubículo de proteção - casa de bomba.

Foto 3: Quadro do medidor (padrão Foto 4: Tubulação de recalque. CEMAR).

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 132 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA EVIDÊNCIA: - Visitas "in loco"; - Ofício nº 36/2007, da Prefeitura Municipal de Dom Pedro; - Plano de Trabalho do Convênio nº 2.683/05.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.2.10 CONSTATAÇÃO: Placa de obra em desacordo com Manual da SECON.

FATO: As placas indicativas de obras dos povoados Centro do Bernardino e Pedro I não atendem às especificações de conteúdo e dimensões exigidos na Instrução Normativa nº 31, de 10 de setembro de 2003, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República - SECOM, carecendo de informações quanto ao início e término da obra, valor do investimento, número de famílias beneficiadas, Programa e Ação.

Foto 1: Povoado Centro do Bernardino Foto 2: Povoado Pedro I

EVIDÊNCIA: - Visitas "in loco"; - Ofício nº 36/2007, da Prefeitura Municipal de Dom Pedro; - Plano de Trabalho do Convênio nº 2.683/05.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 133 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA AÇÃO : 7652 IMPLANTACAO DE MELHORIAS SANITARIAS DOMICILIARES PARA P REVENCAO E CONTROLE DE AGRAVOS - MELHORIAS SANITARIAS - NO ESTA OBJETIVO DA AÇÃO : Implantação de Melhorias Sanitárias Domiciliares para Prevenção e Controle de Agravos. ORDEM DE SERVIÇO : 193422 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Construção de módulos sanitários, banheiro, privada, tanque séptico, sumidouro (poço absorvente), instalações de reservatório domiciliar de água, tanque de lavar roupa, lavatório, pia de cozinha, ligação à rede pública de água, ligação à rede pública de esgoto, dentre outras. AGENTE EXECUTOR : DOM PEDRO ADMINISTRACAO DIRETA MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: CONVÊNIO SIAFI 527424 MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 48.000,00

2.2.11 CONSTATAÇÃO: Falhas na elaboração dos projetos dos módulos sanitários.

FATO: O objeto do convênio nº 1480/06 consiste na construção de 26 (vinte seis) módulos sanitários na Vila Wilson Diogo do município de Dom Pedro/MA. Em virtude de a Prefeitura municipal de Dom Pedro não disponibilizar o Termo de Convênio e a sua respectiva prestação de contas, o exame desse instrumento de transferência de recursos ficou prejudicado. Mediante consulta ao SIAFI, verificou-se que o valor original do Convênio representa R$ 48.000,00 (quarenta e oito mil reais) e a contrapartida do Convenente corresponde ao valor de R$ 1.740,93 (um mil setecentos e quarenta reais e noventa e três centavos). Dos R$ 48.000,00 (quarenta e oito mil reais), foram liberados à Prefeitura R $ 38.400,00 (trinta e oito mil e quatrocentos reais). Em atendimento à Solicitação de Fiscalização nº 193.422-01, a FUNASA encaminhou o processo nº 25170.004.481/2004-33, referente ao convênio em tela. Entre as peças que compõem esse processo, consta o Plano de trabalho, o qual define as melhorias sanitárias domiciliares como módulos sanitários constituídos de privada com vaso sanitário de cerâmica com caixa acoplada de PVC, banheiro, chuveiro de PVC, lavatório de cerâmica com torneira de PVC, tanque séptico (fossa), sumidouro e reservatório d'água elevado apoiado em base de alvenaria de 2,50m. Por meio de vistorias e inspeções físicas verificou-se a existência dos 26 (vinte e seis) módulos sanitários, ou seja, a conclusão de 100% do objeto previsto no convênio mencionado. Entretanto, em 10 (dez) banheiros foi verificado que a água encanada da rua não sobe ao reservatório d'água e por isso o banheiro não é utilizado devidamente. Essa possibilidade deveria ter sido observada durante a elaboração e

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 134 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA aprovação do projeto básico tanto por parte da Prefeitura quanto por parte da FUNASA. O moradores, por conta própria, estão fazendo adaptações nos banheiros com vistas a sanar o problema. É o caso da residência da Senhora Antônia das Neves. Percebe-se pelas fotos constantes do campo evidência, que o reservatório está posicionado em uma altura diferente da prevista no projeto. Foi constatado ainda, que casas vizinhas não apresentam espaço suficiente para que os tanques sépticas e os sumidouros fossem construídos observando-se a distância mínima prevista no projeto, qual seja: 1,50 m entre eles. Essa falha poderia ter sido minimizada, se fossem observados tanto na elaboração, quanto na aprovação do projeto básico, a proximidade dos quintais das casas e seus reduzidos espaços. Nesses casos, deveriam ser estudadas alternativas para aproveitar o melhor espaço possível, sem comprometer a distância convencionada e sem por em risco a saúde das pessoas devido à possibilidade de infiltrações e contaminações do solo.

EVIDÊNCIA: Vistorias em 26 (vinte e seis) módulos sanitários e as seguintes fotografias:

Foto 01: exemplo de adaptação.

Evidência de adapatção feita no módulo sanitário.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 135 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

Foto 02: reservatório d’água Foto 03: reservatório não elevado apoiado em base de está acoplado ao ba nheiro. alvenaria de 2,50m, conforme Exemplo de banheiro que não previsto no projeto. está sendo utilizado.

Evidência de banheiro conforme previsto no projeto básico e reservatório d'água sem ser utilizado

Foto 04: vista externa do Foto 05: vista interna. Evidência domicílio. de abandono.

Evidência de banheiros muito próximos

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica".

2.2.12 CONSTATAÇÃO: Construção de um módulo sanitário em um domicílio abandonado.

FATO:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 136 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Entre as peças que compõem o processo nº 25170.004.481/2004-33, referente ao Convênio nº 1480/04, consta um lista que relaciona as pessoas beneficiadas com as melhorias sanitárias do mencionado convênio. Entre os nomes presentes nessa lista, consta o nome de Heliudes Ferreira da Silva. Em sua residência foi constatado realmente a existência de um módulo sanitário, como era de se esperar. No entanto, verificou-se que essa residência encontra-se em condições precárias e inadequadas para moradia. Verificou-se ainda, por meio de entrevista com a vizinhança, que a casa da Senhora Heliudes Ferreira da Silva encontra-se abandonada a cerca de 05 (cinco) anos.

EVIDÊNCIA: Inspeções físicas em todos os 26 (vinte e seis) módulos sanitários localizados e a seguintes fotografias:

Foto 06: vista externa do Foto 07: vista interna. Evidência domicílio. de abandono.

Evidência de residência abandonada

Foto 08: vista do banheiro de Foto 09: evidência da existência dentro da casa. do banheiro.

Evidência de um módulo sanitário construído dentro do domicílio abandonado Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 137 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica" AÇÃO : 7652 IMPLANTACAO DE MELHORIAS SANITARIAS DOMICILIARES PARA P REVENCAO E CONTROLE DE AGRAVOS - NO ESTADO DO MARANHAO OBJETIVO DA AÇÃO : Implantação de Melhorias Sanitárias Domiciliares para Prevenção e Controle de Agravos. ORDEM DE SERVIÇO : 193444 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Construção de módulos sanitários, banheiro, privada, tanque séptico, sumidouro (poço absorvente), instalações de reservatório domiciliar de água, tanque de lavar roupa, lavatório, pia de cozinha, ligação à rede pública de água, ligação à rede pública de esgoto, dentre outras. AGENTE EXECUTOR : DOM PEDRO ADMINISTRACAO DIRETA MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: CONVÊNIO SIAFI 570471 MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 480.000,00

2.2.13 CONSTATAÇÃO: Evidências de montagem de processo licitatório.

FATO: O objeto do convênio nº 1829/06 consiste na construção de 168 (cento e sessenta e oito) módulos sanitários no Povoado Triângulo do município de Dom Pedro. O fim da vigência do Convênio data de 29/06/07. Portanto o Convênio encontra-se em andamento. Em virtude tanto de a Prefeitura municipal de Dom Pedro, quanto da FUNASA não disponibilizarem o Termo de Convênio celebrado entre esses órgãos, o exame desse instrumento de transferência de recursos ficou prejudicado. À CGU foi entregue apenas algumas peças e documentos referentes ao Convênio. Verificou-se, porém, por meio de consulta ao SIAFI, que dos R$ 497.836,35 (quatrocentos e noventa e sete mil oitocentos e trinta e seis reais e trinta e cinco centavos), R$ 480.000,00 ( quatrocentos e oitenta mil reais) correspondem ao valor original do convênio e R$ 17.836,35 (dezessete mil oitocentos e trinta e seis reais e trinta e cinco centavos) equivalem a contrapartida da Prefeitura. E ainda que, do total pactuado, R$ 384.000,00 (trezentos e oitenta e quatro mil reais ) já foram liberados e R$ 320.097,30 (trezentos e vinte mil noventa e sete reais e trinta centavos) já foram utilizados no pagamento de despesas com a execução de um contrato firmado entre a Prefeitura e a PROMA-Projetos e Construções (CNPJ 41.484.171/0001-10), no valor R$ 488.662,24 (quatrocentos e oitenta e oito mil seiscentos e sessenta e dois reais e vinte e quatro centavos) para a construção dos

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 138 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 168 (cento e sessenta e oito) módulos sanitários do Povoado Triângulo. Entre os documentos que foram entregues à CGU, um chamou a atenção da equipe de fiscalização. O Processo Licitatório na modalidade Tomada de Preço nº 001/2007, que teve por objeto a contratação de empresa para a construção das 168 (cento e sessenta e oito) Melhorias Sanitárias pelo valor de R$ 488.662,24 (quatrocentos e oitenta e oito mil seiscentos e sessenta e dois reais e vinte e quatro centavos), apresentou indícios que levantaram suspeitas quanto à veracidade da licitação em tela: A página 86 (oitenta e seis) desse processo refere-se ao Controle de Retirada de Edital de uma licitação. Neste constam as assinaturas das empresas PROMA - Projetos e Construções e Exclusiva Construções (CNPJ04.810.025/0001-01. Portanto apenas duas empresas se interessaram pela licitação. O aviso de licitação foi publicado apenas no Diário Oficial da União, fato este que restringiu consideravelmente o número de participantes do certame. Essa publicação data do dia 31 de janeiro de 2007 e a data da retirada dos editais é do dia 23 de janeiro de 2007, ou seja 08 (oito) dias antes da data da publicação do aviso de licitação. Portanto, três fatos levantaram dúvidas quanto à autenticidade da licitação: primeiro deve-se ao fato de apenas duas empresas se interessarem pela licitação. Segundo, pelo fato de que o aviso de licitação foi divulgado apenas no Diário Oficial da União e a Lei 8.666/93 obriga que os avisos de licitações sejam publicados também em jornais de grande circulação no Estado e se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra. E por último, o fato de que as duas empresas retiraram os editais antes mesmo de serem publicados. Mediante entrevista, os membros da Comissão Permanente de Licitação foram categóricos em afirmar que não participaram da licitação que teve por objeto a contratação de empresa de engenharia para a construção de 168 Melhorias Sanitárias Domiciliares no Povoado Triângulo no ano de 2007. Portanto, os indícios apontados em conjunto com a evidências levantadas demonstram que a licitação e a correspondente Sessão de Recebimento e Abertura dos envelopes da Tomada de Preço nº 001/2007 não ocorreram, e que na verdade o processo licitatório que foi entregue à CGU trata-se de uma montagem e uma fraude à Lei nº 8.666/93.

EVIDÊNCIA: Cópia do Processo Licitatório Tomada de Preço nº 001/2007 e declarações formais dos três membros da comissão permanente de licitação.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

2.2.14 CONSTATAÇÃO: Descumprimento do Cronograma de Execução físico-financeiro do Projeto.

FATO:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 139 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Antes de relatar as constatações verificadas acerca das inspeções realizadas nos kits sanitários do povoado Triângulo, as observações feitas a seguir servem para facilitar o entendimento do trabalho realizado: Devido à grande dificuldade de se localizar as pessoas relacionados na lista dos beneficiários do convênio- por muitos desses não serem mais os proprietários dos imóveis onde estão sendo instalados os banheiros, a definição da amostra de inspeções ficou prejudicada, já que os moradores de hoje não são os mesmos da época em que foi realizada a listagem dos beneficiários. Desse modo optou-se por inspecionar todos os imóveis que foram contemplados com as melhorias sanitárias. O plano de trabalho do Convênio define as melhorias sanitárias domiciliares como módulos sanitários constituídos de privada com vaso sanitário de cerâmica com caixa acoplada de PVC, banheiro, chuveiro de PVC, lavatório de cerâmica com torneira de PVC, tanque séptico (fossa), sumidouro e reservatório d'água elevado apoiado em base de alvenaria de 2,50m. Foi previsto no Cronograma Físico Financeiro a conclusão em 120 dias, de 40% do objeto do convênio (ver quadro I abaixo). As duas parcelas de R$192.000,00 (cento e noventa e dois mil reais) foram liberadas respectivamente em 19 de Janeiro e 15 de Março de 2007, totalizando até o momento R$ 384.000,00 (trezentos e oitenta e quatro mil reais) liberados à Prefeitura de Dom Pedro. Os módulos sanitários objetos do Convênio nº1829 foram construídos e localizados nas seguintes ruas do Povoado Triângulo: rua do Comércio, Travessa da Rua do Grupo, rua 13 de Maio, Travessa do Arrudeio e rua do Arrudeio. As constatações verificadas foram agrupadas em 06 (seis) grupos, dependendo do estado de construção em que se encontram as obras. Grupo I: banheiros concluídos; Grupo II: em fase de conclusão; Grupo III: obras paralisadas; Grupo IV: início das obras e Grupo V: incompletos. Feitas essas observações, a seguir encontram-se registradas e agrupadas as principais constatações observadas durante os trabalhos de campo: a) Grupo I: Banheiros Concluídos - são os banheiros que na parte interna possuem uma privada, uma torneira e um chuveiro. Possuem porta, reboco e pintura tanto na parte interna quanto na externa e o tanque séptica e o sumidouro já estão concluídos. Possuem também o reservatório de água. Portanto são módulos sanitários que estão prontos para serem utilizados. Nessa situação encontram-se 13 (treze) banheiros, sendo 10 (dez) localizados na rua do Comércio e 03 (três) na rua do Arrudeio. b) Grupo II: Em fase de conclusão - são os banheiros que não puderam ser considerados concluídos por ainda não possuírem o tanque séptica e o sumidouro. Dos 11 (onze) banheiros encontrados nesse estado, 10 (dez) estão localizados na rua do Comércio e 01 (um) na rua do Arrudeio. c) Grupo III: Obras paralisadas - são módulos sanitários que além de não possuírem tanque séptico e o sumidouro, não possuem também a porta do banheiro, nem o telhado, mas possuem reservatório de água. Nessa fase se encontram 20 (vinte) banheiros, todos localizados na rua do Comércio. d) Grupo IV: Início das obras - são os módulos sanitários onde apenas

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 140 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA as paredes foram levantadas, com ou sem reboco. São 30 (trinta) o número de banheiros que se encontram nesse grupo. Na rua do Comércio e na rua do Arrudeio, foram encontrados 09 banheiros nessas condições, sendo 03 (três) na primeira e 06 (seis) na segunda. Os 17 (dezessete) banheiros localizados na 13 de Maio foram considerados nesse grupo por apresentarem apenas as paredes levantadas. Contudo, verificou-se que as escavações dos tanques sépticos e dos sumidouros já foram concluídos. Os 03 (três) módulos sanitários localizados na Travessa do Arrudeio encontram-se apenas com as paredes levantadas, sem cobertura de telha. e) Grupo V: Incompletos - são banheiros que faltam um ou mais itens para serem considerados concluídos. Ao total foram encontrados 10 (dez) banheiros nessa situação, sendo que 01 (um) está localizado na rua do Arrudeio e os outros 09 (nove), na Travessa da Rua do Grupo (faltam as portas). Constatou-se portanto, a existência de 93 (noventa e três) módulos sanitários dos 168 (cento e sessenta e oito) previstos pelo convênio. Desses 93 (noventa e três), apenas 13 (treze) encontram-se com todos os itens previstos nas especificações técnicas do Projeto de construção e implantação das melhorias sanitárias. O Cronograma Físico Financeiro do Convênio estabeleceu metas a serem atingidas de acordo com os recursos liberados. Ver quadro a seguir:

Quadro I: Cronograma físico-financeiro MESES DISCRIMINAÇÃO VALOR R$ PESO % 60 DIAS 120 DIAS 180 DIAS 240 DIAS 300 DIAS PLACA 480,75 0,10% 20% 20% 20% 20% 20% INDICATIVA DE OBRA 96,15 96,15 96,15 96,15 96,15 MELHORIAS 497.355, 99,90% 20% 20% 20% 20% 20% SANITÁRIAS 60 CONFORME 99.471, 99.471,12 99.471,1 99.471,1 99.471,1 PROJETO ANEXO 12 2 2 2 TOTAIS 497.836, 100,00 99.567, 199.134,5 298.701, 398.269, 497.836, 35 % 27 4 81 08 35 RECURSOS 480.000, 96,42% 96.000, 192.000,0 288.000, 384.000, 480.000, FUNASA 00 00 0 00 00 00 CONTRAPARTIDA 17.836,3 3,58% 3.567,2 7.134,54 10.701,8 14.269,0 17.836,3 5 7 1 8 5 Fonte: Plano de trabalho do Convênio nº 1829/06.

De acordo com o cronograma exposto acima, em quatro meses (120 dias) a Prefeitura de Dom Pedro deveria concluir com recursos de R$ 192.000,00 (cento e noventa e dois mil reais), 40% do objeto do Convênio. Os recursos liberados pela FUNASA ocorreram no dia 19 de janeiro (R$ 192.000,00) e 15 de março de 2007 (R$ 192.000,00). Observa-se, portanto, que em menos de quatro meses, R$ 384.000,00 (trezentos e oitenta e quatro mil reais) já tinham sido liberados para a Prefeitura de Dom Pedro e que em 120 dias (quatro meses) a meta de 40% de conclusão do objeto poderia ser facilmente atendida, já que a Prefeitura já dispunha do dobro dos recursos previstos inicialmente para esse período. Portanto, a Prefeitura deveria ter construído e Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 141 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA entregue aos beneficiários do convênio, no mínimo 67 (sessenta e sete) banheiros prontos. No entanto, conforme registrado anteriormente, verificou-se a conclusão de apenas 13 (treze) banheiros. Os demais 80 (oitenta) banheiros localizados e inspecionados ainda não foram concluídos. Considerando ainda os recursos disponibilizados de R$ 384.000,00 (trezentos e oitenta e quatro mil reais) mais a contrapartida de R$ 7.134,54 (valor proporcional ao liberado pelo convênio), a Prefeitura de Dom Pedro teria apenas 35 dias, contados a partir de 25/05/2007, último dia das inspeções, para concluir mais 119 (cento e dezenove) módulos sanitários, ainda pendentes de conclusão, tendo em conta que a vigência do convênio está prevista para o dia 29/06/2007.

EVIDÊNCIA: Vistorias em 93 (noventa e três) módulos sanitários, Cronograma físico- financeiro do Convênio nº 1829/06, cópia do extrato da conta corrente nº 10462 e as seguintes fotografias:

Foto 03: vista da fossa e do Foto 04: banheiro sem porta - sumidouro – fase de conclusão. incompleto

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 142 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

Foto 05: vista do banheiro com o sumidouro e fossa Foto: 06 vista frontal (início das obras) (início das obras)

Foto 01: ex.: d e banheiro Foto 02: obras paralisadas completo

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 143 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 2.2.15 CONSTATAÇÃO: Falhas na elaboração dos projetos dos módulos sanitários.

FATO: Foi constatado durante as vistorias no local das obras, que duas casas vizinhas não apresentam espaço suficiente para que as fossas sépticas e os sumidouros fossem construídos com a distâncias mínima prevista no projeto, qual seja: 1,50 m entre eles. Essa falha poderia ter sido minimizada, se fossem observados tanto na elaboração, quanto na aprovação do projeto básico, a proximidade dos quintais das casas e seus reduzidos espaços. Nesses casos, deveriam ser estudadas alternativas para aproveitar o melhor espaço possível, sem comprometer a distância convencionada e sem por em risco a saúde das pessoas devido à possibilidade de infiltrações e contaminações do solo. Verificou-se ainda que, em 20 (vinte) banheiros localizados na rua do Comércio as obras encontram-se paralisadas. Essa situação deve-se ao fato de alguns terrenos situarem-se em área de difícil percolação, ou seja, área alagadiça. Por esse motivo a Prefeitura de Dom Pedro já solicitou à FUNASA, por meio do ofício nº 108/2007, a substituição do método construtivo de fossa séptica e sumidouro em área alagadiça para o sistema de manilhas pré fabricadas de concreto. Nesse caso verificou-se que as características do terreno não foram consideradas quando da elaboração e aprovação do Projeto. O sumidouros deveriam ter sido construídos em locais onde não haja a possibilidade de inundações. Em lugares impróprios, tem que ser estudadas alternativas cujo projeto deve ser submetido ao órgão financiador, para possível avaliação e aprovação.

EVIDÊNCIA: Inspeções físicas, fotografias, cópia do ofício nº 108/2007 (Prefeitura de Dom Pedro) e as seguintes fotografias:

Foto 01: exemplo de proximidade Foto 02: seqüência de banheiro s dos banheiros em reduzido espaço

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

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2.2.16 CONSTATAÇÃO: Ausência de notificação a Partidos Políticos, Câmara Municipal, Sindicatos e Entidades empresariais.

FATO: O Gestor não comprovou ter notificado partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais com sede no município, quando do recebimento dos recursos, conforme art. 2º da Lei nº 9.452/1997.

EVIDÊNCIA: Não comprovação da notificação exigida pelo art. 2º da Lei nº 9.452/1997.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

2.2.17 CONSTATAÇÃO: Ausência de depósito da contrapartida municipal.

FATO: Por meio da verificação do extrato bancário da conta do Convênio nº 1829/06, foi constatado que não houve registro de recursos provenientes da contrapartida da Prefeitura, em desacordo com os termos do art. 2º, §3º da IN STN/01/97. Ressalte-se que, conforme já mencionado neste relatório, já foram liberados pelo convenente R$ 384.000,00(trezentos e oitenta e quatro mil reais) e realizados R$ 320.097,30(trezentos e vinte mil, noventa e sete reais e trinta centavos).

EVIDÊNCIA: Cópia do extrato da conta corrente nº 10462.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

2.3 - PROGRAMA 1203 VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA E AMBIENTAL EM SAUDE AÇÃO : 0829 INCENTIVO FINANCEIRO AOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MU NICIPIOS CERTIFICADOS PARA A VIGILANCIA EM SAUDE - NACI

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 145 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA ONAL OBJETIVO DA AÇÃO : Promover ações de notificação, investigação, vigilância ambiental, controle de doenças, imunizações, sistemas de informação, supervisão, educação em saúde, comunicação e mobilização social na área de epide- miologia e controle de doenças. ORDEM DE SERVIÇO : 195245 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Execução das diversas ações do programa, pactuadas na Programação Pac- tuada Integrada de Vigilância em Saúde - PPI/VS. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 94.779,26

2.3.1 CONSTATAÇÃO: Não apresentação de parte dos documentos do programa.

FATO: O Incentivo Financeiro aos Municípios, Distrito Federal e Estados Certificados para a Vigilância em Saúde tem por finalidade promover ações de notificação, investigação, vigilância ambiental, controle de doenças, imunizações, sistemas de informação, supervisão, educação em saúde, comunicação e mobilização social na área de epidemiologia e controle de doenças. É operacionalizado por meio de repasse de recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde para os fundos de saúde municipais, estaduais e do Distrito Federal para custeio das ações de notificação, investigação, vigilância ambiental, controle de doenças, imunizações, sistemas de informação, supervisão, educação em saúde, comunicação e mobilização social na área de epidemiologia e controle de doenças. A legislação que disciplina a matéria é a seguinte: Lei nº 6.259/1975; Lei nº 8.080/1990; Portaria/GM nº 1172 de 15/06/04; Portaria GM nº 2.325 de 08/12/03; Portaria/GM nº 950 de 23/12/99; Portaria/GM n.º 1349 de 24/07/02. Encaminhou-se ao Gestor, em 18/05/2007, SF nº 195245-01, solicitando os seguintes documentos/informações: Fornecer cópia da Portaria, expedida pelo Ministério da Saúde, comprovando a Certificação desse Município para gestão das ações de epidemiologia e controle das doenças previstas no Art. 9°, da Portaria GM/MS 1.172/2004, DE 15/06/2004, daquele Ministério ou documentação de convênio existente para execução das referidas ações, se houver; Informar o número de casos confirmados de dengue, registrados por esse Município, referente ao período sob exame consolidado mês a mês e por Unidade Básica de Saúde: Relação de pessoal contratado para atuar nas ações de epidemiologia e controle de doenças e no Programa Nacional de Controle da Dengue e apresentando os respectivos contratos de trabalho; Fornecer relação dos veículos e equipamentos (inclusive de proteção individual) disponíveis no Município para utilização nas ações do Programa, especificando tipo e quantidade e informando a origem dos mesmos (se

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 146 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Estado, Convênio, etc). Informar, ainda, se os veículos são suficientes/adequados para execução das ações de prevenção e controle da dengue e erradicação do Aedes Aegypti? Caso recebidos do Estado, apresentar Termo de Entrega e Recebimento de Veículos, Equipamentos, Inseticidas/Larvicidas; Informar se foi ministrado treinamento para o pessoal de campo quanto ao uso de equipamentos de proteção individual para manipulação de inseticidas, discriminando o período de nome dos participantes; Informar se foi ministrado, no ano de 2005, treinamento/capacitação de supervisores de campo e de agentes de controle de endemias para aperfeiçoamento das operações de combate ao vetor, discriminando o período e nome dos participantes; Apresentar Cadastro de Pontos Estratégicos; Relatório de Atividade de Campo (Fichas); Fornecer extrato bancário de conta específica para movimentação dos recursos do teto financeiro de epidemiologia e controle de doenças (TFECD), no período sob exame, bem como toda a documentação da despesa executada no período; Disponibilizar os processos licitatórios e os de compra direta por dispensa ou inexigibilidade de licitação referentes às despesas efetuadas com recursos do TFECD, relativo ao período de exame. Em resposta, o Gestor emitiu o Ofício GAB nº 009, de 22 de maio de 2007, não disponibilizando, contudo, a Portaria de Certificação (art. 9º da Portaria GM/MS nº 1.172/2004). Também não apresentou Termo de Entrega e Recebimento de dois veículos recebidos do Governo do Estado do Maranhão: Motocicleta Honda CG Titan 125 (Placa HPL-8004, cor prata, ano 2002) e carro VW Saveiro (Placa HPN-6802, cor branca).

EVIDÊNCIA: - Inspeções "in loco"; - Ofício GAB 09/2007 e anexos.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Em virtude da exigüidade do prazo para tamanho relatório é que não conseguimos tempestivamente encaminhar a documentação pendente, entretanto já estamos providenciando".

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativa não acatada. A manifestação do Gestor, de "estar providenciando" a documentação, é evasiva e não tem o condão de afastar o fato em tela. Observe-se, nesse sentido, que a Solicitação de Fiscalização nº 195245-01 fora encaminhada ao Gestor em 18/05/2007. Este, a seu turno, apresentou à CGU-Regional/MA, em 03/07/2007, suas justificativas à versão preliminar deste relatório, sem que fosse efetivamente disponibilizada a documentação mencionada.

2.4 - PROGRAMA 1214 ATENCAO BASICA EM SAUDE AÇÃO : 0589 INCENTIVO FINANCEIRO A MUNICIPIOS HABILITADOS A PARTE V ARIAVEL DO PISO DE ATENCAO BASICA - PAB PARA A SAUDE DA FAMILIA OBJETIVO DA AÇÃO :

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 147 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Estimular a implantação de equipes de saúde da família, agentes comuni tários de saúde e equipes de saúde bucal nos municípios, visando à reo rientação das práticas assistenciais básicas, com ênfase nas ações de prevenção de doenças e na promoção da saúde. ORDEM DE SERVIÇO : 194803 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Implantação, composição e funcionamento das Equipes do PSF, além da ve rificação da infra-estrutura das Unidades Básicas de Saúde onde os a- tendimentos são prestados. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 1.788.850,00

2.4.1 CONSTATAÇÃO: Ausência de Procedimentos Licitatórios.

FATO: No período sob exame, 01/01/2006 a 31/03/2007, Administração Municipal de Dom Pedro/MA, realizou compras, com recursos do PSF, no montante de R$ 394.052,50(trezentos e noventa e quatro mil, cinqüenta e dois reais e cinqüenta centavos), desse montante, R$ 300.278,10(trezentos mil, duzentos e setenta e oito reais e dez centavos) foram realizados com recursos do exercício de 2006 e 93.774,40(noventa e três mil, setecentos e setenta e quatro reais e quarenta centavos) foram realizados com recursos do exercício de 2007, referente ao período de 02/01 a 31/03/2007, sem licitação e sem apresentar as razões legais para a dispensa ou inexigibilidade de licitação. Sobre o assunto, vale destacar que, mesmo nos casos de contratações diretas, há necessidade de que sejam cumpridas formalidades prévias, haja vista exigência legal de justificativas acerca da razão de escolha do contratado, das razões da dispensa de licitação, assim como a justificativa do preço contratado, o que no caso em referência não aconteceu, infringindo o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal; os artigos 2º, 26, caput e respectivos incisos, e 38, inciso VI, da Lei nº 8.666/93.

EVIDÊNCIA: Ofício nº 36/2007, de 24/05/2007. Notas Fiscais referentes às despesas realizadas no período de 02/01/2006 a 31/03/2007, constantes das prestações de contas disponibilizadas pela Administração Municipal de Dom Pedro. Constantes do Papel de Trabalho elaborado em meio magnético com o nome de Despesas PSF, conforme Tabala a seguir.

NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Fornecedor Objeto CNPJ 0682 22/02/2006 3.400,00 1055000999 Crimédica Comércio Ltda 02.335.470/ Material 0001-31 Hospitalar 0689 21/03/2006 7421,98 1055000999 Crimédica Comércio Ltda 02.335.470/ Material 0001-31 Hospitalar

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 148 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Fornecedor Objeto CNPJ 0681 05/04/2006 4.831,30 1055000999 Crimédica Comércio Ltda 02.335.470/ Material 0001-31 Hospitalar 0685 23/06/2005 7.864,80 1055000999 Crimédica Comércio Ltda 02.335.470/ Material 0001-31 Hospitalar 303 18/07/2006 6740,80 0555008927 BIO CONSULT Corporation 07.667.809/ Material 0001-10 Odontológico 308 16/08/2006 3.450,00 0555008927 BIO CONSULT Corporation 07.667.809/ 0001-10 312 09/10/2006 6.452,00 0555008927 BIO CONSULT Corporation 07.667.809/ Material 0001-10 Hospitalar 316 08/11/2006 6264,30 0555008927 BIO CONSULT Corporation 07.667.809/ Material 0001-10 Hospitalar 319 04/12/2006 6.474,80 0555008927 BIO CONSULT Corporation 07.667.809/ Material 0001-10 Odontológico 1868 17/01/2006 3800,00 1255001506 Recoprel Representações 63.568.984/ Material e Comércio Ltda 0001-21 Hospitalar 1862 22/02/2006 4260,00 1255001506 Recoprel Representações 63.568.984/ Material e Comércio Ltda 0001-21 Hospitalar 1872 21/03/2006 7.848,00 1255001506 Recoprel Representações 63.568.984/ Material e Comércio Ltda 0001-21 Hospitalar 1877 05/04/2006 6.854,00 1255001506 Recoprel Representações 63.568.984/ Material e Comércio Ltda 0001-21 Odontológico 1883 18/05/2006 2.974,71 1255001506 Recoprel Representações 63.568.984/ Material e Comércio Ltda 0001-21 Hospitalar 1878 23/06/2006 6.864,50 1255001506 Recoprel Representações 63.568.984/ Material e Comércio Ltda 0001-21 Hospitalar 1548 21/03/2006 6.960,00 1255000941 Comercial Atlas Ltda 04.878.561/ Material 0001-49 Hospitalar 2164 09/10/2006 6.487,60 0355011461 J.Vilarino Comércio e 04.732.147/ Medicamentos Representações 0001-27 2166 04/12/2006 6372,00 0355011461 J.Vilarino Comércio e 04.732.147/ Medicamentos Representações 0001-27 2169 19/12/2006 1.950,00 0355011461 J.Vilarino Comércio e 04.732.147/ Material Representações 0001-27 Odontológico 2152 15/09/2006 5.325,50 1355008694 MED NORDESTE W.J. Lopes 04.712.095/ Material Distribuidora 0001-27 Hospitalar 2159 09/10/2006 4.975,00 1355008694 MED NORDESTE W.J. Lopes 04.712.095/ Material Distribuidora 0001-27 Hospitalar 2162 08/11/2006 4.627,00 1355008694 MED NORDESTE W.J. Lopes 04.712.095/ Material Distribuidora 0001-27 Hospitalar 3719 17/01/2006 6.478,00 1155005064 ADMÉDICA -Ribeiro Erre 01.469.893/ Medicamentos Comércio e 0001-81 Representações 3731 22/02/2006 6.380,00 1155005064 ADMÉDICA -Ribeiro Erre 01.469.893/ Medicamentos Comércio e 0001-81 Representações 3723 05/04/2006 7.654,70 1155005064 ADMÉDICA -Ribeiro Erre 01.469.893/ Medicamentos Comércio e 0001-81 Representações 3730 18/05/2006 7.711,,50 1155005064 ADMÉDICA -Ribeiro Erre 01.469.893/ Medicamentos Comércio e 0001-81 Representações 3720 23/06/2006 6.386,00 1155005064 ADMÉDICA -Ribeiro Erre 01.469.893/ Medicamentos Comércio e 0001-81 Representações 098 17/01/2006 5.852,00 0455014665 C.H.R. DA SILVA 00.714.491/ Medicamentos 0001-32 1105 22/02/2006 5.670,00 2755081254 Cunha Representações 02.539.644/ Material Comerciais 0001-88 Hospitalar 1110 18/05/2006 6.964,50 2755081254 Cunha Representações 02.539.644/ Material Comerciais 0001-88 Hospitalar 367 05/04/2006 4.360,00 0355007251 Comercial Globo - James 02.500.144/ Material H.B.da Silva Comércio 0001-32 Hospitalar 653 16/08/2006 6.033,66 0355007251 Comercial Globo - James 02.500.144/ Medicamentos H.B.da Silva Comércio 0001-32 657 08/11/2006 5.269,70 0355007251 Comercial Globo - James 02.500.144/ Medicamentos H.B.da Silva Comércio 0001-32 2155 23/06/2006 2.584,70 3555005879 Comercial de Medicamento 00.467.673/ Medicamentos e Material Hospitalar 0001-56 2152 15/09/2006 6.460,00 3555005879 Comercial de Medicamento 00.467.673/ Medicamentos e Material Hospitalar 0001-56 0346 20/01/2006 2650,00 0655001807 Gráfica e Editora 03.462.179/ Material Bandeirantes 0001-97 papelaria 0347 20/01/2006 895,00 0655001807 Gráfica e Editora 03.462.179/ Material Bandeirantes 0001-97 papelaria

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 149 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Fornecedor Objeto CNPJ 0750 26/05/2006 1.027,00 0655001807 Gráfica e Editora 03.462.179/ Receituário Bandeirantes 0001-97 0727 31/03/2006 2.700,00 0655001807 Gráfica e Editora 03.462.179/ Material Bandeirantes 0001-97 papelaria 0798 03/11/2006 2.672,00 0655001807 Gráfica e Editora 03.462.179/ Material Bandeirantes 0001-97 papelaria 0799 04/12/2006 1.000,00 0655001807 Gráfica e Editora 03.462.179/ Material Bandeirantes 0001-97 papelaria 0827 16/02/2207 1.674,00 0655001807 Gráfica e Editora 03.462.179/ Material Bandeirantes 0001-97 papelaria 781 23/08/2006 1460,00 0655001807 Gráfica e Editora 03.462.179/ Material Bandeirantes 0001-97 papelaria 0915 22/02/2006 7.240,00 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Medicamentos 0001-70 0973 16/08/2006 3.020,80 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 0981 15/09/2006 5.018,85 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 0987 09/10/2006 5.229,60 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 0996 08/11/2006 3.832,00 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1004 04/12/2006 5.000,40 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1023 09/01/2007 3.700,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1022 09/01/2007 7.000,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1021 09/01/2007 7.000,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1024 09/01/2007 1.500,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1028 13/01/2007 7.964,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1029 13/01/2007 5.000,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1031 13/01/2007 7.114,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1048 13/02/2007 7.053,20 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1084 02/04/2007 2.902,50 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1049 13/02/2007 6.452,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1050 13/02/2007 7678,80 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1052 16/02/2007 929,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1081 02/04/2007 7636,50 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1082 02/04/2007 4.254,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1083 02/04/2007 7.832,40 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Odontológico 098 16/08/2006 4635,00 0655001578 Muti Farma 07.803.332/ Material 0001-53 Hospitalar Total = 332.074,10 - - - -

Justificativas apresentadas pelo Prefeito em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Quando da realização dos trabalhos de campo, o Sr. Prefeito, por meio do Ofício nº 36, de 24/5/2007, apresentou os seguintes esclarecimentos: "Na qualidade de Prefeito do Município de Dom Pedro, sirvo-me deste, para justificar a impossibilidade da entrega dos procedimentos de licitações solicitadas por V.Exa, e o faço pelos seguintes motivos: A administração municipal sempre buscou cumprir a legislação

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 150 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA administrativa, em especial a que diz respeito à licitação. E quanto às compras realizadas em, nossa gestão, tomou por base o valor mínimo para compras sem licitação, ou seja, adquirindo por dispensa de licitação produtos com valores abaixo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), é que se pode observar da quase totalidade das despesas de compras realizadas pelo município. Por outro lado é conhecimento de todos, que os rigores do procedimento licitatório torna mais caro o produto, o que leva ao convencimento que licitar nem sempre significa adquirir pelo menor preço. No que diz respeito ao nosso município, as propostas de venda eram inviáveis, pois as empresas habilitadas (com documentação) eram quase sem exceção, de praças com elevado poder aquisitivo, como as do sul do País. No caso de nossa administração, a aquisição de bens e serviços é realizada de forma prática, sempre através de simples coleta de preço, comprando e contratando sempre onde está mais barato, e sempre abaixo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), é que se observa das notas fiscais constantes da prestação de contas, com preço dos produtos sempre igual ou abaixo do praticado no comércio local. A pratica deste tipo de compra (sem licitação), sempre despojada de qualquer vicio ou intenção de onerar ou locupletar-se do erário, possui forte conotação social, de uma vez que se prestigia a compra local, onde a totalidade dos comércios e empresas, não possuem as documentações exigidas para participar de um certame na forma prevista na Lei 8666/93, situação de fácil confirmação, bastando acessar os sites do INSS, FGTS, STN, etc., e através do CNPJ confirmar que as vezes a empresa não é inscrita no cadastro. Finalizando, não existe nenhuma intenção de nossa parte em burlar a lei, cumprindo-a sempre incondicionalmente, mas, como gestor de um dos municípios dos mais pobres do País, algumas vezes temos que também priorizar o lado sócio-econômico local, aplicando os recursos no próprio município, contribuindo para a me1horia de vida dos munícipes, com certeza de paulatinamente ajudar a mudar a consciência de uma nação. Com estas considerações justificamos a inexistência de procedimentos licitatório para a maioria das compras realizadas pela nossa administração no ano de 2006/2007." Após o conhecimento do Relatório Prévio o Senhor Prefeito Municipal acrescentou os seguintes esclarecimentos: "Em virtude da falta de empresas suficientemente documentadas para participação em licitação, visando o fornecimento de materiais e medicamentos para o Município de Dom Pedro, e, em se tratando de serviços essencial, necessário se fez a realização de compras sem o processo licitatório. Quanto à possibilidade de realização de certame licitatório encontramos extremas dificuldades, uma vez que não há Diário Oficial Municipal nem Jornal de Circulação no Município de Dom Pedro, contudo a Comissão Permanente de Licitação tem dificuldades próprias quando da feitura dos certames. In casu, resta evidenciado "a situação que autoriza a contratação direta, mostrar-se-á ainda imperioso que sejam explicitadas as razões que levaram a contratar determinado profissional ou empresa. Assim ocorre, v. g., nas hipóteses III, IV, V, VI, VII, IX, XII e XVIII do art. 24 e 25 inciso II, em que, mesmo caracterizada a situação de

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 151 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA dispensa ou inexigibilidade de licitação, restará certa margem de subjetivismo para o administrador escolher quem contratar."(Grifo nosso) (JACOBY, Jorge Ulisses. Contratação Direta sem Licitação. Pág. 753) As cautelas quanto à escolha do fornecedor e justificativa do preço foram resguardadas, pois são empresas idôneas e as únicas dispostas a se deslocarem até a sede de Dom Pedro para realizarem o fornecimento, bem como, por restar constatado através das pesquisas de mercado que os preços são efetivamente compatíveis com mercado local. Desta forma, "o princípio da licitação cede espaço, por exemplo, ao princípio da economicidade ou ao primado da segurança nacional, ou ainda para garantir o interesse público maior, concernente à necessidade de o Estado intervir na economia ou manter atividade ou serviços essencial."(JACOBY, Jorge Ulisses. Contratação Direta sem Licitação. Pág. 788) Não há má-fé ou dolo do Gestor Público quando da realização dos contratos de fornecimento, pois cumpriu o exigido pelo ordenamento jurídico vigente. Note-se inclusive que não há qualquer pagamento que ultrapassasse o valor de R$ 8.000,00 (Oito mil reais) demonstrando a intenção em cumprir o previsto no artigo 24, II da Lei n.º 8.666/93, in verbis: "Art. 24 - E dispensável a licitação: ... II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I, do artigo anterior, e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma só vez;" Na mesma linha de raciocínio não há fracionamento de despesa, uma vez que os recursos provenientes do aludido Programa são repassados de forma fragmentada e sem data prévia prevista dificultando o planejamento do exercício orçamentário. Como são objetos vitais para o funcionamento regular da Administração Pública Municipal, estes não podem deixar de ser adquiridos sob pena das atividades ficarem paralisadas. Assim, é evidente que a despesa com o objeto adquirido é imprevisível, pois é humanamente impossível prever a quantidade e nem quais itens devem ser adquiridos por se tratar de demanda variável e fragmentada. Não há possibilidade de descrevermos qual o objeto a ser licitado, pois as demandas são variáveis. Qual a solução? Deixamos de adquirir os objetos essenciais para o funcionamento regular das atividades? É previsível a aquisição desses itens? É por isso que o artigo 7º, § 4º da Lei nº 8.666/93, determina que, verbis: Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência: § 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo. (Grifo nosso) Neste mesmo sentido é o entendimento jurisprudencial, litteris: Objeto - Definição Imprecisa Para Utilização Futuro TCU determinou: "... observe a súmula nº 177 deste Tribunal, no

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 152 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA sentido de que o objeto licitado deve estar precisa e suficientemente bem definido, abstendo-se, dessa forma, de inserir, nos editais de licitações, definições de objeto imprecisas ou demasiadamente amplas, com o fim de aproveitá-las, indevidamente, na execução de obras e na prestação de serviços objeto de convênios federais futuros e ainda não previstos." (Fonte: TCU. Processo nº TC-016.726/2003-0. Acórdão nº 1.946/2004 - Plenário) (Grifo nosso). Assim como também prevê a súmula 177 do Tribunal de Contas da União, in verbis: Súmula/TCU nº 177 "A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese particular da licitação para compra, a quantidade demandada uma das especificações mínimas e essenciais à definição do objeto do pregão." (Grifo nosso). A Douta Controladoria Geral da União aduz em seu relatório que as despesas perfizeram o valor de R$ 394.052,50 (Trezentos e noventa e quatro mil e cinqüenta e dois reais e cinqüenta centavos) sem separar o quanto foi gasto com cada item específico, de forma a não separar os mais diversos objetos como: material de laboratório, medicamento, material odontológico, material hospitalar, ambulatorial, combustível, etc. Assim além de ser necessário separar as despesas por objeto se faz necessário o respeito ao exercício orçamentário de forma dissociar as despesas realizadas em 2006 das realizadas em 2007."

ANÁLISE DA EQUIPE: No tocante às justificativas apresentadas inicialmente pelo Gestor Municipal, as mesmas não são sustentadas nos fatos alegados, pelos seguintes motivos: a) as aquisições por meio de dispensas, quando permitido, devem ser devidamente formalizados, o que não ocorreu, além do mais, as referidas aquisições, embora o valor de cada nota fiscal tenha sido inferior a R$ 8.000,00, somando-se as aquisições, da mesma natureza, realizadas nos respectivos exercícios, enquadrariam nas diversas modalidades de licitação. b) a afirmação de que todas as compras realizadas foram efetivadas após simples coleta de preços não se sustenta, tendo em vista que não existem documentos que comprovem tais fatos; c) a afirmação de que tais atitudes teriam conotação social, visto que favoreceriam as aquisições no comércio local não condizem com a realidade, tendo em vista que 89,47% das Notas Fiscais constantes da prestação de contas apresentada são de empresas sediadas fora do Município de Dom Pedro. Quanto às justificativas apresentadas após o conhecimento do Relatório Prévio, também não merece acatamento, haja vista as seguintes argumentações: Não pode ser levada em consideração a informação de que não existe empresas suficientemente documentadas para participação em licitação, visando o fornecimento de materiais e medicamentos no Município de Dom Pedro, pois não existe evidência de que os gestores

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 153 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA tenham realizado qualquer procedimento licitatório e o mesmo tenha sido considerado deserto, por outro lado, as contratações, mesmo por dispensa e/ou inexigibilidade de licitação exigem a comprovação da regularidade fiscal da empresa contratada com o FGTS e INSS, haja vista a exigência Constitucional contida no artigo 195, parágrafo terceiro. A ausência de Diário Oficial Municipal, bem como Jornal de Circulação no Município de Dom Pedro não pode ser considerado como impedimento para a realização do procedimento licitatório, haja vista que o disposto no art. 21 da Lei nº 8.666/93, alterada pela Lei nº 8.883/94, a seguir transcrito, não exige a publicação dos procedimentos licitatórios nos veículos de comunicação informados pelo Gestor Municipal. "Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição". As aquisições por meio de dispensas, quando permitido, devem ser devidamente formalizados, o que não ocorreu, além do mais, as referidas aquisições, embora o valor de cada nota fiscal tenha sido inferior a R$ 8.000,00, somando-se as aquisições, da mesma natureza, realizadas nos respectivos exercícios, enquadrar-se-iam nas diversas modalidades de licitação, portanto, o procedimento adotado pela Administração Municipal caracteriza, sim, fracionamento de despesas. O fato de os recursos serem repassados mensalmente, em nada dificulta o planejamento do exercício orçamentário, como afirmou o Administrador. Ao contrário do que pensa o Administrador, é perfeitamente previsível a quantidade e itens a ser adquiridos, basta um mínimo de planejamento, já que os produtos adquiridos, conforme notas fiscais disponibilizadas, são basicamente os mesmos. Conforme demonstrado no campo "evidência" as despesas, independente do tipo e do exercício, superam o limite de dispensa.

2.4.2 CONSTATAÇÃO: Comprovação de Compras com Notas Fiscais Falsas.

FATO: Com vistas a comprovar a veracidade da documentação comprobatória das despesas realizadas com recursos do PSF, procedeu-se a circularização das Notas Fiscais referente às despesas realizadas no período sob

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 154 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA exame. Como resultado, foi constatado as seguintes situações: a) Os representantes das empresas a seguir identificadas, por meio do C.N.P.J., declararam formalmente que não venderam para a Prefeitura de Dom Pedro, portanto, as notas fiscais eram falsas, conforme declarações transcritas a seguir: a1) 02.335.470/0001-31: "Venho através deste, informar que a Empresa ..., não emitiu as notas fiscais nº 0682, de 22/02/2006, 0689, de 21/03/2006, 0681, de 05/04/2006, 0685, de 23/06/2006, para a Prefeitura Municipal de Dom Pedro - MA". Valor das compras: R$ 23.518,08(vinte e três mil, quinhentos e dezoito reais e oito centavos). a2) 07.667.809/0001-10: "... afirma que nunca realizou atos negociais com a Prefeitura de Dom Pedro do Estado do Maranhão, nem tampouco, por conseqüência, emitiu notas fiscais de nº: 303, 308 e 316 e 319 no ano de 2006...". Valor das compras: 29.381,90(vinte e nove mil, trezentos e oitenta e um reais e noventa centavos). a3) 63.568.984/0001-21: "... Em resposta, gostaríamos ainda de certificar a esta Controladoria, que a nossa empresa, nunca, em hipótese alguma, manteve atos negociais com a citada Prefeitura Municipal de Dom Pedro do Estado do Maranhão, até a presente data." Quanto às referidas notas fiscais, de nºs 1862 de 22/02/2006; 1868 de 17/01/2006; 1872 de 21/03/2006; 1877 de 05/04/2006; 1878 de 23/06/2006 e 1883 de 18/05/2006, não fazem parte da nossa documentação contábil no ano de 2006. Tais numerações das referidas notas fiscais são do ano de 2002, onde são diversos clientes, não encontrando-se tal Prefeitura citada dentre eles, conforme documentação anexo". Valor das compras: R$ 30.801,21(trinta mil, oitocentos e um reais e vinte e um centavos). b) mediante consulta ao sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas (com acesso restrito) verificou-se que as autorizações para impressão de documentos fiscais (AIDF), constantes nas notas fiscais a seguir relacionadas, não foram emitidas pela Secretaria de Fazenda do Estado do Maranhão (SEFAZ-MA), indicando para a falsidade desses documentos fiscais.

NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Fornecedor Objeto CNPJ 303 18/07/2006 6740,80 0555008927 BIO CONSULT Corporation 07.667.809/ Material 0001-10 Odontológico 308 16/08/2006 3.450,00 0555008927 BIO CONSULT Corporation 07.667.809/ 0001-10 312 09/10/2006 6.452,00 0555008927 BIO CONSULT Corporation 07.667.809/ Material 0001-10 Hospitalar 316 08/11/2006 6264,30 0555008927 BIO CONSULT Corporation 07.667.809/ Material 0001-10 Hospitalar 319 04/12/2006 6.474,80 0555008927 BIO CONSULT Corporation 07.667.809/ Material 0001-10 Odontológico 1868 17/01/2006 3800,00 1255001506 Recoprel Representações e 63.568.984/ Material Comércio Ltda 0001-21 Hospitalar 1862 22/02/2006 4260,00 1255001506 Recoprel Representações e 63.568.984/ Material Comércio Ltda 0001-21 Hospitalar 1872 21/03/2006 7.848,00 1255001506 Recoprel Representações e 63.568.984/ Material Comércio Ltda 0001-21 Hospitalar 1877 05/04/2006 6.854,00 1255001506 Recoprel Representações e 63.568.984/ Material Comércio Ltda 0001-21 Odontológico

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 155 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Fornecedor Objeto CNPJ 1883 18/05/2006 2.974,71 1255001506 Recoprel Represen tações e 63.568.984/ Material Comércio Ltda 0001-21 Hospitalar 1878 23/06/2006 6.864,50 1255001506 Recoprel Representações e 63.568.984/ Material Comércio Ltda 0001-21 Hospitalar 1548 21/03/2006 6.960,00 1255000941 Comercial Atlas Ltda 04.878.561/ Material 0001-49 Hospitalar 2164 09/10/2006 6.487,60 0355011461 J.Vilarino Comércio e 04.732.147/ Medicamentos Representações 0001-27 2166 04/12/2006 6372,00 0355011461 J.Vilarino Comércio e 04.732.147/ Medicamentos Representações 0001-27 2169 19/12/2006 1.950,00 0355011461 J.Vilarino Comércio e 04.732.147/ Material Representações 0001-27 Odontológico 2152 15/09/2006 5.325,50 1355008694 MED NORDESTE W.J. Lopes 04.712.095/ Material Distribuidora 0001-27 Hospitalar 2159 09/10/2006 4.975,00 1355008694 MED NORDESTE W.J. Lopes 04.712.095/ Material Distribuidora 0001-27 Hospitalar 2162 08/11/2006 4.627,00 1355008694 MED NORDESTE W.J. Lopes 04.712.095/ Material Distribuidora 0001-27 Hospitalar 3719 17/01/2006 6.478,00 1155005064 ADMÉDICA -Ribeiro Erre 01.469.893/ Medicamentos Comércio e Representações 0001-81 3731 22/02/2006 6.380,00 1155005064 ADMÉDICA -Ribeiro Erre 01.469.893/ Medicamentos Comércio e Representações 0001-81 3723 05/04/2006 7.654,70 1155005064 ADMÉDICA -Ribeiro Erre 01.469.893/ Medicamentos Comércio e Representações 0001-81 3730 18/05/2006 7.711,,50 1155005064 ADMÉDICA -Ribeiro Erre 01.469.893/ Medicamentos Comércio e Representações 0001-81 3720 23/06/2006 6.386,00 1155005064 ADMÉDICA -Ribeiro Erre 01.469.893/ Medicamentos Comércio e Representações 0001-81 1105 22/02/2006 5.670,00 2755081254 Cunha Representações 02.539.644/ Material Comerciais 0001-88 Hospitalar 1110 18/05/2006 6.964,50 2755081254 Cunha Representações 02.539.644/ Material Comerciais 0001-88 Hospitalar 367 05/04/2006 4.360,00 0355007251 Comercial Globo - James 02.500.144/ Material H.B.da Silva Comércio 0001-32 Hospitalar 2155 23/06/2006 2.584,70 3555005879 Comercial de Medicamento 00.467.673/ Medicamentos e Material Hospitalar 0001-56 2152 15/09/2006 6.460,00 3555005879 Comercial de Medicamento 00.467.673/ Medicamentos e Material Hospitalar 0001-56 0346 20/01/2006 2650,00 0655001807 Gráfica e Editora 03.462.179/ Material Bandeirantes 0001-97 papelaria 0347 20/01/2006 895,00 0655001807 Gráfica e Editora 03.462.179/ Material Bandeirantes 0001-97 papelaria 0915 22/02/2006 7.240,00 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Medicamentos 0001-70 0973 16/08/2006 3.020,80 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 0981 15/09/2006 5.018,85 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 0987 09/10/2006 5.229,60 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 0996 08/11/2006 3.832,00 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1004 04/12/2006 5.000,40 0152970/05 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1023 09/01/2007 3.700,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1022 09/01/2007 7.000,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1021 09/01/2007 7.000,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1024 09/01/2007 1.500,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1028 13/01/2007 7.964,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1029 13/01/2007 5.000,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1031 13/01/2007 7.114,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1048 13/02/2007 7.053,20 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1084 02/04/2007 2.902,50 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1049 13/02/2007 6.452,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1050 13/02/2007 7678,80 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 156 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Fornecedor Objeto CNPJ 0001-70 Hospitalar 1052 16/02/2007 929,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1081 02/04/2007 7636,50 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1082 02/04/2007 4.254,00 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Hospitalar 1083 02/04/2007 7.832,40 0177013/06 Distribuidora Eficaz 03.483.108/ Material 0001-70 Odontológico Total = - - - -

c) mediante circularização, constatou-se que as empresas a seguir relacionadas não funcionam nos endereços constantes de suas Notas Fiscais: J.Vilarino Comércio e Representações; MED NORDESTE W.J. Lopes Distribuidora; ADMÉDICA -Ribeiro Erre Comércio e Representações; Cunha Representações Comerciais; C.H.R. DA SILVA; Comercial Globo - James H.B.da Silva Comércio; Comercial de Medicamento e Material Hospitalar.

EVIDÊNCIA: Sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas; Documentos Fiscais relacionados no campo Fato. Justificativas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Sobre este item, o Gestor apresentou a seguinte justificativa: "No que tange a possibilidade das Notas Fiscais elencadas no item supracitado estamos apurando as responsabilidades e verificando o que poderia ter acontecido, no entanto estamos dispostos a efetuar a devolução dos recursos imediatamente ao erário, e, para tanto, requeremos que a Controladoria Geral da União nos informe como devemos proceder e qual a conta que deveremos efetuar o depósito."

ANÁLISE DA EQUIPE: O Gestor em suas justificativas não contesta as irregularidades apontadas e se prontifica a efetuar a devolução dos recursos ao erário. Contudo, vale ressaltar que o simples recolhimento dos valores apurados não afasta a constatação apontada, pois o ressarcimento ao erário, constitui-se apenas na reparação administrativa do dano causado, o que não encerra a responsabilização política, civil e criminal do gestor pela prática dos atos que causaram lesão ao erário, sujeitos às sanções instituídas no art.12 da Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) . Se outro fosse o entendimento, estar-se-ia por privilegiar e proteger o Agente infrator, e ainda incentivar a prática atos atinentes à dilapidação do patrimônio público, haja vista que o único custo para o Agente Público que praticasse malversação seria a devolução do recurso. Nessa esteira de raciocínio, o Agente poderia cometer toda sorte de ilícitos, contrariando a finalidade Pública da Administração, os

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 157 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Princípios da Administração Pública - consagrados no art. 37, caput, da Constituição Federal - e os demais normativos atinentes. Se o intento não fosse objeto de apuração/fiscalização, o Gestor não teria o que temer. Caso contrário, se fosse apurado algum ilícito, o máximo a fazer seria devolver os valores apurados, para passar à condição de Gestor probo. Cabe esclarecer, ainda, que o objetivo da fiscalização da aplicação de recursos públicos não é apenas a simples reparação do dano. Tem outros fins, dentre os quais inibir a prática de condutas que ensejem desvio de finalidade e prejuízo aos cofres públicos. Finalmente, no tocante ao questionamento do Gestor quanto a devolução dos recursos, o mesmo deve aguardar as orientações do Gestor do Programa (Ministério), o qual deverá adotar as medidas com vistas a atender as recomendações que serão postuladas posteriormente pela Controladoria-Geral da União. Diante dos fatos apontados, mantém-se o ponto.

2.4.3 CONSTATAÇÃO: Ausência de compatibilidade entre o valor do cheque e da nota fiscal Emitida.

FATO: Mediante análise das despesas realizadas com recursos do PSF, verificou-se que os gestores não emitem um cheque para cada compra, ou seja, um cheque está relacionado a vários fornecedores. Esse procedimento demonstra que os Administradores da Prefeitura Municipal de Dom Pedro estão sacando os recursos da conta do PSF para posterior pagamento aos fornecedores, dificultando, desta forma, os controles das despesas realizadas.

EVIDÊNCIA: Comprovantes de gastos (notas fiscais e recibos) que compuseram a prestação de contas dos recursos utilizados à conta do PSF, referentes ao período sob exame, conforme a amostra a seguir;

OB/Cheque Fornecedor NF Data_NF/Recibo Valor NF/Recibo 850528 Donaldo Gie Nogueira 4209 16/01/06 3.877,09 Donaldo Gie Nogueira 4210 16/01/06 748,00 850528 63.568.984/0001-21 1868 17/01/06 3.800,00 850528 Ribeiro Erre Comércio e 3719 17/01/06 6.478,00 Representações Ltda 850528 C.H.R. DA SILVA 98 17/01/06 5.852,00 850528 L Leandro Santos (Posto 690 19/01/06 2.800,00 Leandro) 850528 Maria de Jesus S. 798 20/01/06 152,00 Baldez(Papelaria Atlas) 850528 O Salvação (J. Lira da Silva) 101 20/01/06 892,90 850528 03.462.179/0001-97 346 20/01/06 2.650,00 850528 03.462.179/0001-97 347 20/01/06 895,00 850528 médico Rec 19/01/06 2.400,00 850528 Vários Rec 19/01/06 42.750,00 850573 Agentes de Saúde 850573 médicos, enfermeiros, 41.650,00 profissionais,

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 158 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA OB/Cheque Fornecedor NF Data_NF/Recibo Valor NF/Recibo 850573 Motorista Rec 24/02/06 1.000,00 850573 Motorista Rec 24/02/06 1.000,00 850573 CPD Rec 24/02/06 300,00 850573 F.C. E SILVA COM. E 1105 22/02/06 5.670,00 REPRESENT. 850573 Ribeiro Erre Comércio e 3731 22/02/06 6.380,00 Representações Ltda 850573 02.335.470/0001-31 682 22/02/06 3.400,00 850573 N.B. Alencar Reis(Distribuidora 915 22/02/02 7.240,00 Eficaz) 850573 Recoprel Representaçõe s e 1862 22/02/06 4.260,00 Com. Ltda 850573 J.Lira da Silva 106 24/02/06 1.171,00 850605 Vários Rec 31/03/06 43.650,00 850605 Antonio júnior Cruz Pereira Rec 31/03/06 300,00 850605 Herberth Ribeiro Hortegal Rec 31/03/06 1.000,00 850605 Flávio Sousa Jadão Rec 31/03/06 1.000,00 850605 Comercial Atlas Ltda 1548 21/03/06 6.960,00 850605 Recoprel Representações e 1872 02/02/06 7.848,00 Com Ltda 850605 Crismédica Comércio Ltda 689 21/03/06 7.421,98

Cheques e Notas de Empenhos informados na Prestação de Contas. Extratos bancários da conta 58.040-6. Justificativas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Devido à uma prática administrativa de décadas, sem nenhuma objeção por parte dos órgãos fiscalizadores, é que optamos por fazer os pagamentos em caixa. Entretanto, diante da sugestão deste Órgão Fiscalizador, já tomamos providências no sentido de que todos os pagamentos só poderão ser realizados com depósito ou emissão de título de crédito nominal ao fornecedor/prestador de serviço."

ANÁLISE DA EQUIPE: O Gestor em suas justificativas não contesta as irregularidades/impropriedades apontadas, pelo contrário ratifica-as, sob o argumento de ser uma prática administrativa adotada há décadas, sem a objeção dos órgãos fiscalizadores e manifesta-se no sentido de que, doravante, não incorrerá nas mesmas falhas. Segundo o Plano Nacional de Atenção Básica, aprovado pela Portaria nº 648, de 28/03/2006, os municípios e o Distrito Federal deverão efetuar suas despesas segundo as exigências legais requeridas a quaisquer outras despesas da administração pública (processamento, empenho, liquidação e efetivação do pagamento). Nesse sentido, o § 2º do art. 74 do Decreto-Lei 200/64, assim dispõe: "o pagamento de despesa, obedecidas as normas que regem a execução orçamentária (lei nº 4.320, de 17 de março de 1964), far-se-á mediante ordem bancária ou cheque nominativo, contabilizado pelo órgão competente e obrigatoriamente assinado pelo ordenador da despesa e pelo encarregado do setor financeiro." As orientações mais recentes aplicadas a outros Programas é no sentido de que os saques de recursos da conta específica somente serão Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 159 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA permitidos para o pagamento de despesas previstas no programa ou para aplicação financeira, devendo sua movimentação realizar-se, exclusivamente, mediante cheque nominativo ao credor ou ordem bancária, transferência eletrônica disponível ou outra modalidade de saque autorizada pelo Banco Central do Brasil em que fique identificada sua destinação e, no caso de pagamento, o credor Diante do exposto, conclui-se que as providências anunciadas pelo Gestor não elidem as falhas apontadas, portanto, mantém-se a constatação.

2.4.4 CONSTATAÇÃO: Carga horária dos profissionais de saúde inferior a 40 horas semanais e ausência de controle da jornada de trabalho.

FATO: O Município de Dom Pedro possui 9(nove) Equipes de Saúde da Família compostas pela quantidade mínima de profissionais exigida pela legislação atual, qual seja: um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e até nove agentes comunitários de saúde. Nos exames realizados, verificou-se que as Unidades Básicas de Saúde onde estão instaladas as Equipes Saúde da Família - ESF, funcionam três dias por semana, portanto, os profissionais de saúde não cumprem a carga horária semanal prevista para atendimento no Programa de Saúde da Família, contrariando o que dispõe a Portaria nº 2.167/GM, de 21.11.2001. No caso da Saúde Bucal, o atendimento ocorre duas vezes por semana. Vale ressaltar que os contratos de prestação de serviços médicos celebrados entre a Prefeitura Municipal de Dom Pedro, por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde e os respectivos médicos contratados para o Programa Saúde da Família - PSF, com vigência de doze meses, podendo ser prorrogados, não prevêem, em suas cláusulas, a quantidade de horas diárias e semanais que devem ser prestadas pelos respectivos médicos. Em que pese, formalmente, as ESF trabalharem três dias por semana, na prática isto não acontece, pois de acordo com informações prestadas pelas famílias visitadas, os médicos não atendem regularmente todas as semanas, há casos em que o médico passa mais de um mês sem prestar serviços nas UBS, como é o caso do Posto de Saúde de Tabocas. Na semana de visita da Equipe de Fiscalização nenhum médico foi localizado, prestando serviço nas UBS, apenas em um, Hospital Dr. Alarico Pacheco, o Enfermeiro informou que o médico já tinha saído, quando a Equipe de Fiscalização chegou, 16h30min, portanto, os profissionais de saúde do PSF não trabalham oito diárias, assim como não fazem, também, as vinte e quatro horas semanais. Cabe destacar, ainda, que não existe controle, por parte da Secretaria Municipal de Saúde, sobre a jornada de trabalho dos Profissionais de Saúde, o único controle existente em relação à jornada de trabalho é sobre os Agentes Comunitários de Saúde - ACS, mediante mapa de produção, realizado pelos enfermeiros.

EVIDÊNCIA: Entrevista com a Coordenadora do PSF, enfermeiros, Agentes Comunitários de Saúde e famílias.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 160 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Justificativas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Sempre existiu o controle da jornada de trabalho dos profissionais do PSF, no entanto já modificamos a forma que até então era inadequada.Aguardando Justificativas."

ANÁLISE DA EQUIPE: O Gestor manifestou-se apenas sobre o controle da jornada de trabalho dos profissionais, onde informa que já modificou a forma que até então era inadequada, sem contudo, entrar em detalhes sobre a nova forma, além do mais, não se manifestou sobre a carga horária dos profissionais de saúde inferior a 40 horas semanais. Assim, mantém-se a constatação.

2.4.5 CONSTATAÇÃO: Profissionais Vinculados a mais de uma Equipe do PSF.

FATO: Mediante consulta realizada no Sistema de Informação de Atenção Básica - SIAB, verificou-se a existência de médicos vinculados a mais de uma Equipe do PSF, conforme demonstrado a seguir:

Médico (CPF) Município Período 460.786.493-53 Dom Pedro – MA A partir de 02/01/2007 -MA 01/11/2006 a 01/05/2007 275.288.123-15 Dom Pedro – MA A partir de 07/02/2007 - MA A partir de 02/01/2007 856.918.793-91 Dom Pedro – MA A partir de 02/01/2007 - MA A partir de 02/04/2007

As datas referentes ao Município de Dom Pedro foram verificadas nos contratos assinados entre a Prefeitura Municipal e os citados médicos. As datas referentes aos outros Municípios foram obtidas mediante informações apresentadas pelos respectivos Prefeitos Municipais. Com relação ao Médico de CPF nº 460.786.493-53, a informação do Prefeito Municipal de Jenipapo dos Vieiras foi ratificada por uma Declaração, do próprio médico, datada de 02/04/2007, contudo, cabe destacar que a assinatura do médico constante da declaração não coincide com a assinatura aposta no contrato assinado com a Prefeitura Municipal de Dom Pedro, portanto, uma das duas assinaturas é falsa.

EVIDÊNCIA: Arquivo disponibilizado pela DSSAU Ofício nº 017/07, de 30/05/2007, do Prefeito Municipal de Jenipapo dos Vieiras. Declarações assinadas pelo médico Antônio Carlos Pinheiro Júnior. Contrato e Distrato assinado pelo médico Antônio Carlos Pinheiro Júnior e a Prefeitura Municipal de Jenipapo dos Vieiras. Ofício nº 27/2007, de 28/05/2007, da Prefeitura Municipal de Vargem

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 161 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Grande. Ofício nº 249/2007 Gabinete do Prefeito, de 24/05/2007, da Prefeitura Municipal de Matinha-MA. Contrato de Prestação de Serviços celebrado entre a Pre Prefeitura Municipal de Matinha-MA e o médico David Sodré, em02/01/2007. Justificativas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: No tocante à duplicidade de Profissionais do programa, o Gestor assim se manifestou: "...informamos que ao tempo da contratação do profissional este deveria nos informar sobre a duplicidade não competindo a Administração Municipal prever tal irregularidade. Evidente que houve irregularidade causada pelo prestador de serviço que mesmo sabendo que não poderia contratar com dois municípios para laborar no mesmo programa".

ANÁLISE DA EQUIPE: O Gestor em suas justificativas concorda que houve irregularidade na contratação dos referidos profissionais, assim, mantém-se a constatação.

2.4.6 CONSTATAÇÃO: Pagamento indevido de despesas bancárias.

FATO: Mediante análise dos extratos bancários da conta do PSF, verificou-se descontos, indevidos, a título de tarifas bancárias e tarifas de serviços diversos no montante de R$ 1.719,35(um mil, setecentos e dezenove reais e trinta e cinco centavos), conforme demonstrado a seguir:

Data da Especificação da Cobrança Valor (R$) Cobrança 02/01/2006 Tarifa Serviço 3,40 02/01/2006 Tarifa Extrato 1,60 31/01/2006 Tarifa Serviço 97,50 01/02/2006 Tarifa Serviço 3,40 01/02/2006 Tarifa Extrato 1,60 24/02/2006 Tarifa Serviço 19,50 24/02/2006 Tarifa Serviço 97,50 01/03/2006 Tarifa Serviços Diversos 3,40 06/03/2006 Tarifa Extrato 1,60 03/04/2006 Tarifa Extrato 1,60 03/04/2006 Tarifa Serviços Diversos 3,40 03/04/2006 Tarifa Serviços Diversos 195,00 02/05/2006 Tarifa Extrato 1,60 31/05/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 01/06/2006 Tarifa Extrato 1,60 01/06/2006 Tarifa Serviços Diversos 3,40 30/06/2006 Tarifa Serviços Diversos 1,05 30/06/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 03/07/2006 Tarifa Extrato 1,60 31/07/2006 Tarifa Serviços Diversos 22,75

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 162 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Data da Especificação da Cobrança Valor (R$) Cobrança 31/07/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 01/08/2006 Tarifa Extrato 1,60 22/08/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 01/09/2006 Tarifa Extrato 2,00 01/09/2006 Tarifa Serviços Diversos 4,00 28/09/2006 Tarifa Serviços Diversos 22,75 28/09/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 02/10/2006 Tarifa Extrato 2,00 20/10/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 01/11/2006 Tarifa Extrato 2,00 21/11/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 01/12/2006 Tarifa Extrato 2,00 20/12/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 22/12/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 02/01/2007 Tarifa Extrato 2,00 17/01/2007 Tarifa Serviços Diversos 97,50 16/02/2006 Tarifa Serviços Diversos 22,75 16/02/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 16/02/2007 Tarifa Extrato 2,00 01/03/2007 Tarifa Extrato 2,00 26/03/2007 Tarifa Serviços Diversos 22,75 26/03/2006 Tarifa Serviços Diversos 97,50 Total 1.719,35

EVIDÊNCIA: Extrato da conta do PSF nº 58.040-6, referente ao período de 01/01/2006 a 31/03/2007. IN/STN/Nº 01/97. Justificativas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Em sendo o Banco do Brasil, instituição bancária onde se mantém a conta corrente, caberia a ela não cobrar compulsoriamente determinadas taxas ao ente público, de outro lado nenhuma oposição se deu por parte do município ante a ausência de conhecimento da ilegalidade desta cobrança, e por oportuno, requeremos a fundamentação legal para que possamos buscar administrativamente ou em juízo os valores cobrados indevidamente."

ANÁLISE DA EQUIPE: A proibição da cobrança de despesas bancárias, está amparada no inciso VII do artigo 8º da IN/STN/Nº 01/97.

2.4.7 CONSTATAÇÃO: Ausência de Capacitação aos Profissionais do PSF e ACS.

FATO: Verificou-se que a Administração Municipal de Dom Pedro não promoveu capacitação inicial aos enfermeiros/supervisores e aos Agentes Comunitários de Saúde - ACS, quando de sua inclusão ao programa, assim

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 163 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA como não mantém um Programa de Formação Continuada aos ACS, contrariando as recomendações contidas no capítulo 5, item 2 do Anexo da Portaria nº 648, de 28/3/2006.

EVIDÊNCIA: Documentos de despesas; SF Nº 194803-01, de 17/05/2007; Ofício nºs 056, 055, datado de 21/05/2007. Justificativas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Todos os profissionais pertencentes ao quadro do PSF e ACS são devidamente qualificados, pois sempre realizam capacitações, não só no Município de Dom Pedro, como nos outros municípios em que fizeram parte dos programas anteriormente."

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativa não acatada. O Gestor em suas justificativas informa que os profissionais pertencentes ao quadro do PSF e ACS são devidamente qualificados, contudo não menciona os cursos de capacitação aplicados aos referidos profissionais, além do mais, o Senhor Secretário Municipal de Saúde, por meio dos Ofícios nºs 055 e 056, de 21/05/2007, declarou que não houve capacitação inicial e, também, que não existe, no Município, Programa de Formação Continuada.

2.4.8 CONSTATAÇÃO: Inadequação das Unidades Básicas de Saúde.

FATO: As Unidades Básicas de Saúde a seguir listadas não possuem gabinetes odontológicos. De acordo com informações obtidas, em entrevistas com os enfermeiros e agentes comunitários de Saúde, os atendimentos odontológicos são realizados no Hospital Remi Trinta, localizado na Sede do Município. Hospital Alarico Pacheco; Posto de Saúde Centro do Estevinho; Posto de Saúde Tabocas; Posto de Saúde de Vila São Pedro. Registre-se, ainda, que as UBS de Dom Pedro carecem de computadores, bebedouros, algumas, de ventiladores.

EVIDÊNCIA: Visita in loco e entrevistas com os enfermeiros e ACS.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Quando da realização das diligências junto as Unidades Básicas de Saúde informamos que os gabinetes estavam em manutenção e já sanamos a pendência, pois no momento todas aludidas unidades estão em pleno funcionamento."

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativa não acatada.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 164 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Por ocasião das visitas realizadas, verificou-se que as Unidades de Saúde mencionadas em nenhum momento possuíram gabinetes odontológicos, essas Unidades não possuíam estrutura adequada para a instalação dos referidos gabinetes, portanto, não devem ser acatadas as justificativas apresentadas.

2.4.9 CONSTATAÇÃO: Ausência de controle das despesas com combustível.

FATO: A Prefeitura Municipal de Dom Pedro realizou, no período sob exame, despesas com aquisição de combustível, com recursos do PSF, no valor total de R$ 36.247,03(trinta e seis mil, duzentos e quarenta e sete reais e três centavos), conforme demonstrado a seguir:

Fornecedor Total N. Fiscal Data Posto Leandro 2.800,00 690 19/1/2006 Posto Leandro 2.020,02 716 31/3/2006 Posto Leandro 3.200,00 722 18/4/2006 Posto Leandro 2.900,00 735 19/5/2006 Posto Leandro 1.410,00 784 23/8/2006 Posto Leandro 3.600,00 783 23/8/2006 Posto Leandro 3.380,00 798 29/9/2006 Posto Leandro 3.260,00 809 26/10/2006 Posto Leandro 3.560,00 832 28/11/2006 Posto Leandro 3.150,01 833 20/12/2006 TOTAL 2006 29.280,03 Posto Leandro 3.367,00 856 16/2/2007 Posto Leandro 3.600,00 878 3/4/2007 TOTAL 2007 6.967,00 TOTAL GERAL 36.247,03

Ressalte-se que as referidas despesas, conforme já mencionado neste relatório, foram realizadas sem a formalização de procedimentos licitatórios e ou de dispensa de licitação. Constatou-se, também, que as Notas Fiscais emitidas pelo fornecedor não identificam os veículos abastecidos, assim como não foi disponibilizado, pela Administração Municipal, qualquer controle sobre a utilização dos referidos combustíveis, tais como: placas dos veículos, quilometragem rodada, tipo de serviço realizado, etc.

EVIDÊNCIA: Ausência de controle das despesas com combustível. Justificativas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Em virtude da falta de empresas aptas para o fornecimento do objeto adquirido no Município de Dom Pedro é que a Administração Pública Municipal optou por contratação direta. Quanto à possibilidade de realização de certame licitatório encontramos extremas dificuldades, uma vez que não há Diário Oficial Municipal nem Jornal de Circulação no Município de Dom Pedro, contudo a Comissão Permanente de Licitação tem dificuldades próprias dos Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 165 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA municípios de pequeno porte do Estado do Maranhão quando da feitura dos certames. In casu, resta evidenciado "a situação que autoriza a contratação direta, mostrar-se-á ainda imperioso que sejam explicitadas as razões que levaram a contratar determinado profissional ou empresa. Assim ocorre, v. g., nas hipóteses III, IV, V, VI, VII, IX, XII e XVIII do art. 24 e 25 inciso II, em que, mesmo caracterizada a situação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, restará certa margem de subjetivismo para o administrador escolher quem contratar."(Grifo nosso) (JACOBY, Jorge Ulisses. Contratação Direta sem Licitação. Pág. 753) As cautelas quanto à escolha do fornecedor e justificativa do preço foram resguardadas, pois são empresas idôneas e as únicas dispostas a se deslocarem até a sede de Dom Pedro para realizarem o fornecimento, bem como, por restar constatado através das pesquisas de mercado que os preços são efetivamente compatíveis com mercado local. Desta forma, "o princípio da licitação cede espaço, por exemplo, ao princípio da economicidade ou ao primado da segurança nacional, ou ainda para garantir o interesse público maior, concernente à necessidade de o Estado intervir na economia ou manter atividade ou serviços essencial."(JACOBY, Jorge Ulisses. Contratação Direta sem Licitação. Pág. 788) Não há má-fé ou dolo do Gestor Público quando da realização dos contratos de fornecimento, pois cumpriu o exigido pelo ordenamento jurídico vigente. Note-se inclusive que não há qualquer pagamento que ultrapassasse o valor de R$ 8.000,00 (Oito mil reais) demonstrando a intenção em cumprir o previsto no artigo 24, II da Lei n.º 8.666/93, in verbis: "Art. 24 - E dispensável a licitação: ... II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I, do artigo anterior, e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma só vez;" Na mesma linha de raciocínio não há fracionamento de despesa, uma vez que os recursos provenientes do aludido Programa são repassados de forma fragmentada e sem data prévia prevista dificultando o planejamento do exercício orçamentário. Como são objetos vitais para o funcionamento regular da Administração Pública Municipal, estes não podem deixar de ser adquiridos sob pena das atividades ficarem paralisadas. Assim, é evidente que a despesa com o objeto adquirido é imprevisível, pois é humanamente impossível prever a quantidade e nem quais itens devem ser adquiridos por se tratar de demanda variável e fragmentada. Não há possibilidade de descrevermos qual o objeto a ser licitado, pois as demandas são variáveis. Qual a solução? Deixamos de adquirir os objetos essenciais para o funcionamento regular das atividades? É previsível a aquisição desses itens? É por isso que o artigo 7º, § 4º da Lei nº 8.666/93, determina que, verbis: Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 166 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA § 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo. (Grifo nosso) Neste mesmo sentido é o entendimento jurisprudencial, litteris: Objeto - Definição Imprecisa Para Utilização Futuro TCU determinou: "... observe a súmula nº 177 deste Tribunal, no sentido de que o objeto licitado deve estar precisa e suficientemente bem definido, abstendo-se, dessa forma, de inserir, nos editais de licitações, definições de objeto imprecisas ou demasiadamente amplas, com o fim de aproveitá-las, indevidamente, na execução de obras e na prestação de serviços objeto de convênios federais futuros e ainda não previstos." (Fonte: TCU. Processo nº TC-016.726/2003-0. Acórdão nº 1.946/2004 - Plenário) (Grifo nosso). Assim como também prevê a súmula 177 do Tribunal de Contas da União, in verbis: Súmula/TCU nº 177 "A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese particular da licitação para compra, a quantidade demandada uma das especificações mínimas e essenciais à definição do objeto do pregão." (Grifo nosso). O combustível adquirido foi consumido por todos os veículos alugados para prestarem serviços junto a Secretaria Municipal de Saúde, veículos estes que estão relacionados nos contratos de locação que foram entregues a Controladoria. No entanto já elaboramos forma mais eficiente de controle do abastecimento dos combustíveis."

ANÁLISE DA EQUIPE: Em que pese as justificativas apresentadas pelo Gestor Municipal, as mesmas não são sustentadas nos fatos alegados, pelos seguintes motivos: a) existe mais de um posto de abastecimento de combustíveis no Município de Dom Pedro, além do que, de acordo com o parágrafo único do art.20 da Lei nº 8.666/93, não há impedimento para a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais; b) a ausência de Diário Oficial Municipal, bem como Jornal de Circulação no Município de Dom Pedro não pode ser considerado como impedimento para a realização do procedimento licitatório, haja vista que o disposto no art. 21 da Lei nº 8.666/93, alterada pela Lei nº 8.883/94, a seguir transcrito, não exige a publicação dos procedimentos licitatórios nos veículos informados pelo Gestor Municipal. "Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais;

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 167 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição". c) o combustível foi adquirido de apenas uma empresa sediada em Dom Pedro, portanto, não tem fundamento a informação do Gestor que diz: "...são empresas idôneas e as únicas dispostas a se deslocarem até a sede de Dom Pedro para realizarem o fornecimento". d) as aquisições por meio de dispensas, quando permitido, devem ser devidamente formalizados, o que não ocorreu, além do mais, as referidas aquisições, embora o valor de cada nota fiscal tenha sido inferior a R$ 8.000,00, somando-se as aquisições, da mesma natureza, realizadas nos respectivos exercícios, enquadrariam nas diversas modalidades de licitação, portanto, o procedimento adotado pela Administração Municipal caracteriza sim fracionamento de despesas. e) o fato de os recursos serem repassados mensalmente, em nada dificulta o planejamento do exercício orçamentário, como afirmou o Administrador. f) ao contrário do que pensa o Administrador, é perfeitamente previsível a quantidade e itens a ser adquiridos, basta um mínimo de planejamento, já que se trata de aquisição de combustível para atender as demandas das atividades de um programa. g) como já foi demonstrado, este ponto refere-se a aquisição de combustíveis para os veículos que prestam serviços ao PSF, portanto, não existe impossibilidade de descrição do objeto, assim como não existe razão de ser os questionamentos feitos pelo Gestor a seguir transcritos: "Não há possibilidade de descrevermos qual o objeto a ser licitado, pois as demandas são variáveis", . Qual a solução? Deixamos de adquirir os objetos essenciais para o funcionamento regular das atividades? É previsível a aquisição desses itens?"

2.4.10 CONSTATAÇÃO: Ausência de Prestação de Serviços por parte do Profissional de Saúde (médico) na Unidade Básica de Saúde da qual faz parte.

FATO: A Equipe Saúde da Família que atende no Posto de Saúde de Tabocas, é A Equipe Saúde da Família que atende no Posto de Saúde de Tabocas, é composta por um médico generalista, um instrutor/enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, sete Agentes Comunitários de Saúde, um odontólogo e um auxiliar de consultório. Mediante entrevista com uma ACS que trabalha na ESF do referido povoado, verificou-se que o médico identificado, no Sistema de Informação de Atenção Básica - SIAB, com o código n° 000011, CPF Nº 772.538.923-72 não trabalha naquele Posto e que às vezes outros médicos aparecem por lá, mas não semanalmente.

EVIDÊNCIA:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 168 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Entrevista com um Agente Comunitário de Saúde que atende à Comunidade do povoado de Tabocas. Justificaivas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Já instituímos um grupo de servidores municipais para realizar fiscalização e elaborar relatório semanal quanto ao funcionamento regular das Equipes de Saúde da Família."

ANÁLISE DA EQUIPE: O gestor não contesta a falha apontada, portanto, mantém-se a constatação.

AÇÃO : 8577 ATENDIMENTO ASSISTENCIAL BASICO NOS MUNICIPIOS BRASILEI ROS - NO ESTADO DO MARANHAO OBJETIVO DA AÇÃO : Ampliar o acesso da população rural e urbana à atenção básica, por meio da transferência de recursos federais, com base em um valor per capita, para a prestação da assistência básica, de caráter individual ou coletivo, para a prevenção de agravos, tratamento e reabilitação, levando em consideração as disparidades regionais. ORDEM DE SERVIÇO : 194600 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Habilitação dos municípios para o recebimento dos recursos do Piso de Atenção Básica; Repasse de recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Municipais de Saúde ou, excepcionalmente, para os Fundos Estaduais de Saúde. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 320.742,00

2.4.11 CONSTATAÇÃO: Inadequação do Plano Municipal de Saúde, bem como inexistência de aprovação do mesmo pelo Conselho Municipal de Saúde - CMS e de comprovação de atuação efetiva do referido Conselho nas questões de saúde do Município.

FATO: O Plano Municipal de Saúde, elaborado para o quadriênio 2003-2006, apresenta-se de forma imprecisa no que diz respeito ao estabelecimento de metas, pois limita-se a relacionar de forma genérica as ações a serem implementadas, isto é, não quantifica essas ações por exercício. Além disso, não consta no livro de atas de reunião do Conselho Municipal de Saúde a ata em que o Plano Municipal de Saúde teria sido discutido e aprovado. Ressalte-se ainda que, não constam do livro de atas registros de reuniões do CMS no período de janeiro a junho do ano

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 169 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA de 2006. Por fim verificou-se que a atuação do Conselho Municipal de Saúde restringe-se a analisar a utilização e prestação de contas dos recursos do PAB, visto que nas atas de reuniões dos últimos 06 anos só existem registros referentes a tal assunto, com exceção da reunião ocorrida no dia 20/07/04, que tratou da aprovação de proposta para perfuração de poços tubulares no município.

EVIDÊNCIA: Plano Municipal de Saúde 2003-2006; Livro de Ata do CMS, referente ao período de janeiro de 2001 a janeiro de 2005; Livro de Ata do CMS, referente ao período de julho a dezembro de 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A Prefeitura Municipal de Dom Pedro não pode responder por atos e omissões do Conselho Municipal de Saúde, até por que este é órgão autônomo criado para fiscalizar as políticas de saúde da Administração Pública Municipal. Desta feita não sabemos qual procedimento podemos tomar para sanar a pendência elencada, uma vez que o Poder Executivo não pode interferir no Conselho e suas ações.".

ANÁLISE DA EQUIPE: No que se refere as impropriedades acerca da elaboração do Plano Municipal de Saúde, de responsabilidade da Prefeitura Municipal por meio da Secretaria Municipal de Saúde, o Gestor não se manifestou, motivo pelo qual permanece a impropriedade apontada. Quanto as falhas de atuação do Conselho Municipal de Saúde, tendo em vista a impossibilidade de ingerência da Administração Municipal sobre o mesmo, e considerando que o Plano Municipal de Saúde não foi aprovado pelo CMS, o Gestor deve informar tal situação ao Ministério da Saúde, que deve tomar as providências pertinentes sobre as omissões de referido Conselho.

2.4.12 CONSTATAÇÃO: Inadequação do Relatório de Gestão do exercício de 2006, bem como inexistência de sua aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde - CMS.

FATO: O Relatório da Saúde do Município apresentado não contempla os resultados da execução orçamentária e financeira, tampouco demonstra o quantitativo de recursos financeiros próprios aplicados no Setor da Saúde em 2006. Além disso, a ata de aprovação de referido Relatório pelo Conselho Municipal de Saúde não foi apresentada, em desobediência ao que determina a Portaria nº 399/GM, de 22/02/06.

EVIDÊNCIA: Relatório de Saúde do Município apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde referente ao exercício de 2006; Livro de Ata do CMS, referente ao período de janeiro de 2001 a janeiro de 2005; Livro de Ata do CMS, referente ao período de julho a dezembro de 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Estamos notificando o Conselho Municipal de Saúde para verificar junto aos seus arquivos a aprovação do Relatório de Gestão o exercício

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 170 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA de 2006, para tanto estamos aguardando resposta.".

ANÁLISE DA EQUIPE: No que se refere as falhas na elaboração do Relatório de Saúde do Município, o Gestor não apresentou qualquer espécie de justificativa, limitando-se a informar que notificou o Conselho Municipal de Saúde a apresentar a ata que teria aprovado citado Relatório, o que também não elide as impropriedades apontadas, motivo pelo qual mantém-se os pontos detectados.

2.4.13 CONSTATAÇÃO: Despesas inelegíveis.

FATO: Não obstante os recursos do PAB destinarem-se, exclusivamente, à execução de ações e serviços de atenção básica à saúde, o Município realizou despesas em desacordo com a orientação traçada na Portaria nº 399/GM, de 22/02/06, do Ministério da Saúde. A análise dos processos das despesas realizadas à conta do PAB Fixo revelou que a Prefeitura realizou dispêndios que não se enquadram na orientação traçada pela norma supracitada, visto que não puderam ser relacionadas ao uso na atenção básica à saúde, conforme abaixo se discrimina: a) Despesas gráficas, de digitação e fotocópias, sem especificação clara dos beneficiários:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ Recibo s/nº 24/02/06 800,00 Recibo s/nº 26/05/06 600,00 Recibo s/nº 21/07/06 350,00 SERVDIG – Serviços de Digitação Recibo s/nº 23/08/06 350,00 Recibo s/nº 29/09/06 350,00 Recibo s/nº 26/10/06 350,00 Recibo s/nº 23/11/06 350,00 Recibo s/nº 21/12/06 350,00 GRÁFICA BANDEIRANTES 0731 31/03/06 1.260,00 0749 19/05/06 1.459,00 PAPELARIA ISOPLAST 0002 20/10/06 30,00 0003 30/10/06 100,00 TOTAL 6.349,00

.

b) Aquisição de material de limpeza e higiene, sem especificar a sua destinação:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ 0108 24/02/06 1.358,00 0126 23/06/06 1.013,00 J. LIRA DA SILVA 0141 26/09/06 863,00 0144 20/10/06 1.370,00

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 171 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA TOTAL 4.604,00

c) Aquisição de material de informática, sem especificar a sua destinação:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ INFOCELL 0670 31/03/06 445,00 TOTAL 445,00

d) Aquisição de material de expediente, sem especificar a sua destinação:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ PAPELARIA ATLAS 0813 26/05/06 514,00 PAPELARIA ISOPLAST 0099 26/09/06 987,00 TOTAL 1.501,00

EVIDÊNCIA: Notas fiscais constantes do Processo de Prestação de Contas do exercício de 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "As despesas inelegíveis pelo PAB estão sendo verificadas e caso se confirme à irregularidade, solicitamos que a Controladoria informe como devemos proceder para efetuar a devolução ao erário, inclusive os dados da conta.".

ANÁLISE DA EQUIPE: Tendo em vista o Gestor ter informado apenas que está verificando as impropriedades apontadas, não se manifestando diretamente sobre as impropriedades detectadas, mantemos os pontos levantados. Quanto a devolução dos recursos, o Gestor municipal deve aguardar as orientações do Gestor do Programa (Ministério), o qual deverá adotar as medidas com vistas a atender as recomendações que serão postuladas posteriormente pela Controladoria-Geral da União.

2.4.14 CONSTATAÇÃO: Ausência de controle no fornecimento de combustível.

FATO: No período sob exame, o Gestor não instruiu procedimento administrativo de licitação e/ou dispensa com vistas à aquisição de combustível, cujas despesas apresentadas totalizaram R$ 1.960,00 (um mil e novecentos e sessenta reais), pagos com recursos do PAB-FIXO, conforme especificado abaixo:

FORNECEDOR NOTA FISCAL DATA VALOR – R$ Posto Leandro 0746 26/06/06 1.960,00 TOTAL 1.960,00

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 172 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Ressalta-se, ainda, que não existe qualquer tipo de controle quanto à identificação do veículo, quilometragem, percursos e necessidade periódica de abastecimento, o que impossibilita afirmar que referidos abastecimentos foram em prol de veículos utilizados na saúde, mas especificamente à execução de ações e serviços de atenção básica da saúde.

EVIDÊNCIA: Nota Fiscal acima discriminada constantes do Processo de Prestação de Contas do exercício de 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Em virtude da falta de empresas aptas para o fornecimento do objeto adquirido no Município de Dom Pedro é que a Administração Pública Municipal optou por contratação direta. In casu, resta evidenciado "a situação que autoriza a contratação direta, mostrar-se-á ainda imperioso que sejam explicitadas as razões que levaram a contratar determinado profissional ou empresa. Assim ocorre, v. g., nas hipóteses III, IV, V, VI, VII, IX, XII e XVIII do art. 24 e 25 inciso II, em que, mesmo caracterizada a situação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, restará certa margem de subjetivismo para o administrador escolher quem contratar."(Grifo nosso) (JACOBY, Jorge Ulisses. Contratação Direta sem Licitação. Pág. 753) As cautelas quanto à escolha do fornecedor e justificativa do preço foram resguardadas, pois são empresas idôneas e as únicas dispostas a se deslocarem até a sede de Dom Pedro para realizarem o fornecimento, bem como, por restar constatado através das pesquisas de mercado que os preços são efetivamente compatíveis com mercado local. Desta forma, "o princípio da licitação cede espaço, por exemplo, ao princípio da economicidade ou ao primado da segurança nacional, ou ainda para garantir o interesse público maior, concernente à necessidade de o Estado intervir na economia ou manter atividade ou serviços essencial."(JACOBY, Jorge Ulisses. Contratação Direta sem Licitação. Pág. 788) Não há má-fé ou dolo do Gestor Público quando da realização dos contratos de fornecimento, pois cumpriu o exigido pelo ordenamento jurídico vigente. Note-se inclusive que não há qualquer pagamento que ultrapassasse o valor de R$ 8.000,00 (Oito mil reais) demonstrando a intenção em cumprir o previsto no artigo 24, II da Lei n.º 8.666/93, in verbis: "Art. 24 - E dispensável a licitação: ... II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I, do artigo anterior, e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma só vez;" No entanto já elaboramos forma mais eficiente de controle do abastecimento dos combustíveis.".

ANÁLISE DA EQUIPE: O Gestor alega inicialmente a inexistência de empresas aptas para o fornecimento do objeto adquirido, sem contudo provar tal argumento. As

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 173 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA situações elencadas nos incisos III, IV, V, VI, VII, IX, XII e XVIII do art. 24 e inciso II, do art. 25, da Lei 8.666/93, citadas pelo Gestor, não se aplicam ao caso em comento. As alegadas cautelas quanto à escolha do fornecedor, bem como pesquisa de mercado para aferição da compatibilidade de preços e sua justificativa não ficaram comprovadas por meio de qualquer documento válido. No que se refere ao pagamento não ter ultrapassado o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), o que supostamente comprovaria o cumprimento do art. 24, II, da Lei 8.666/93, também ficou no campo teórico/hipotético, visto que as formalizações legais não foram observadas. Finalmente, quanto a inexistência de controles no que se refere ao abastecimento/utilização dos veículos, o Gestor limitou-se a informar que já elaborou forma mais eficiente de controle do abastecimento dos combustíveis, sem contudo ter apresentado supostos controles. Por tais motivos, mantém- se as impropriedades apontadas.

2.4.15 CONSTATAÇÃO: Inexistência de documentos comprobatórios das aquisições realizadas com produtos laboratoriais e/ou hospitalares.

FATO: Segundo análise da Prestação de Contas do exercício de 2006, foram gastos na aquisição de produtos laboratoriais e/ou hospitalares à conta do PAB-FIXO o total de R$ 141.538,77 (cento e quarenta e um mil, quinhentos e trinta e oito reais e setenta e sete centavos). Destaca-se ainda que os Gestores Municipais não possuem controle dos materiais entregues, controles de almoxarifado e outros meios que propiciem comprovar a entrega dos materiais junto aos seus destinatários, o que impossibilita afirmar que os mesmos ingressaram no estoque municipal. Por outro lado, informações colhidas junto ao Fisco Estadual (SEFAZ/MA) não confirmaram as emissões de algumas Notas Fiscais, conforme demonstrado na tabela abaixo. Em função das irregularidades acima relatadas, não há como assegurar a legitimidade das compras, nem a efetividade da utilização dos produtos laboratoriais e hospitalares.

FORNECEDOR Nº NF DATA VALOR NF VALOR PRESTAÇÃO DECLARADO CONTAS SEFAZ DM HOSPITALAR 2740 02/02/06 5.500,00 0,00 (Dilmo de Jesus de Matos Comércio e Representações) 363 17/03/06 6.170,00 0,00 383 03/05/06 2.582,00 0,00 COMERCIAL GLOBO 382 23/06/06 3.700,00 0,00 654 16/08/06 2.567,00 0,00 658 20/11/06 1.863,48 0,00 COMERCIAL DE 2143 16/01/06 6.330,00 0,00 MEDICAMENTOS E 2150 03/05/06 6.286,00 0,00 MATERIAL 2157 19/10/06 7.500,00 0,00 HOSPITALAR LTDA. Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 174 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA FORNECEDOR Nº NF DATA VALOR NF VALOR PRESTAÇÃO DECLARADO CONTAS SEFAZ K.S.S DOS SANTOS 4488 17/03/06 3.296,90 0,00 4593 19/05/06 4.599,00 0,00 REMAC 161239/01 22/03/06 1.527,28 0,00 (ODONTOMÉDICA 161240/01 22/03/06 605,12 0,00 HOSPITALAR LTDA). CUNHA 1113 23/06/06 4.243,00 0,00 REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS ZILDA DA SILVA 324 19/05/06 5.840,00 0,00 GALVÃO 330 28/09/06 4.632,40 0,00 DISTRIBUIDORA 1553 18/07/06 2.040,00 0,00 LUA NOVA BI O CONSULT 305 18/07/06 1.840,00 0,00 CORPORATION 310 22/09/06 5.534,00 0,00 COMÉRCIO E 321 19/12/06 2.000,00 0,00 REPRESENTAÇÕES LTDA. DISTRIBUIDORA 049 18/07/06 7.460,00 0,00 NOVA UNIÃO 050 16/08/06 3.650,00 0,00 J VILARINDO 2156 16/08/06 6.532,00 0,00 COMÉRCIO E 2158 22/09/06 5.466,00 0,00 REPRESENTAÇÕES DISTRIBUIDORA 0988 19/10/06 7.500,00 0,00 EFICAZ 1002 20/11/06 7.600,00 0,00 1001 20/11/06 7.500,00 0,00 1012 19/12/06 7.000,00 0,00 MED NORDESTE 2165 19/12/06 7.000,00 0,00 TOTAL 138.364,18 0,00

EVIDÊNCIA: Notas Fiscais acima discriminadas constantes do Processo de Prestação de Contas do exercício de 2006; Consultas realizadas junto à SEFAZ.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Quanto as irregularidades apontadas acerca das Notas Fiscais existentes na Prestação de Contas e que comprovariam as aquisições, o Gestor limitou-se a informar que desconhecia totalmente a situação das empresas e que estaria tomando providências administrativas, cíveis e criminais para apurar responsabilidades, sem contudo precisar e comprovar que atitudes seriam essas. Contraditoriamente, o Gestor nos itens 2.4.14 e 2.4.16 em suas justificativas afirmou que "As cautelas quanto à escolha do fornecedor e justificativa do preço foram resguardadas, pois são empresas idôneas...". Quanto a devolução dos recursos, o Gestor municipal deve aguardar as orientações do Gestor do Programa (Ministério), o qual deverá adotar as medidas com vistas a atender as recomendações que serão postuladas posteriormente pela Controladoria-Geral da União.

ANÁLISE DA EQUIPE: Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 175 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA No que se refere a inexistência de controle dos materiais supostamente adquiridos pela Prefeitura Municipal, controles de almoxarifado e/ou outros meios que comprovem as aquisições, o Gestor não apresentou informações e/ou justificativas. Quanto as irregularidades apontadas acerca das Notas Fiscais existentes na Prestação de Contas e que comprovariam as aquisições, o Gestor limitou-se a informar que desconhecia totalmente a situação das empresas e que estavam tomando providências administrativas, cíveis e criminais, sem contudo precisar e comprovar que atitudes seriam essas. Quanto a devolução dos recursos, o Gestor municipal deve aguardar as orientações do Gestor do Programa (Ministério), o qual deverá adotar as medidas com vistas a atender as recomendações que serão postuladas posteriormente pela Controladoria-Geral da União.

2.4.16 CONSTATAÇÃO: Realização de compras sem adoção de procedimento licitatório.

FATO: Detectamos a existência de compras e/ou prestação de serviços sem a realização do devido processo licitatório, e formalização de contrato, em afronta ao art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, ao princípio da isonomia e à Lei 8.666, de 21.6.1993, mormente arts. 2º e 3º, caracterizando compra direta, conforme segue: a) Aquisição de medicamentos e/ou produtos laboratoriais e hospitalares:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ DM HOSPITALAR 2740 02/02/06 5.500,00 363 17/03/06 6.170,00 383 03/05/06 2.582,00 COMERCIAL GLOBO 382 23/06/06 3.700,00 654 16/08/06 2.567,00 658 20/11/06 1.863,48 COMERCIAL DE MEDICAMENTO E 2143 16/01/06 6.330,00 MATERIAL HOSPITALAR LTDA 2150 03/05/06 6.286,00 2157 19/10/06 7.500,00 K. S. S. DOS SANTOS 4488 17/03/06 3.296,90 4593 19/05/06 4.599,00 REMAC 161239/01 22/03/06 1.527,28 161240/01 22/03/06 605,12 CUNHA REPRESENTAÇÕES 1113 23/06/06 4.243,00 CEOMERCIAIS 001511 10/05/06 783,20 001555 07/07/06 855,77 ANALÍTICA 001597 21/08/06 774,72 001596 21/08/06 760,90 ZILDA DA SILVA GALVÃO 324 19/05/06 5.840,00 330 28/09/06 4.632,40 DISTRIBUIDORA LUA NOVA 1553 18/07/06 2.040,00 305 18/07/06 1.840,00 BIO CONSULT 310 22/09/06 5.534,00 321 19/12/06 2.000,00

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 176 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ DISTRIBUIDORA NOVA UNIÃO 049 18/07/06 7.460,00 050 16/08/06 3.650,00 J VILARINDO COMÉRCIO E 2156 16/08/06 6.532,00 REPRESENTAÇÕES 2158 22/09/06 5.466,00 0988 19/10/06 7.500,00 1002 20/11/06 7.600,00 DISTRIBUIDORA EFICAZ 1001 20/11/06 7.500,00 1012 19/12/06 7.000,00 MED NORDESTE 2165 19/12/06 7.000,00 TOTAL 141.538,77

b) Despesas gráficas, de digitação e fotocópias:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ Recibo s/nº 24/02/06 800,00 Recibo s/nº 26/05/06 600,00 Recibo s/nº 21/07/06 350,00 SERVDIG – Serviços de Digitação Recibo s/nº 23/08/06 350,00 Recibo s/nº 29/09/06 350,00 Recibo s/nº 26/10/06 350,00 Recibo s/nº 23/11/06 350,00 Recibo s/nº 21/12/06 350,00 GRÁFICA BANDEIRANTES 0731 31/03/06 1.260,00 0749 19/05/06 1.459,00 PAPELARIA ISOPLAST 0002 20/10/06 30,00 0003 30/10/06 100,00 TOTAL 6.349,00

c) Aquisição de material de limpeza e higiene, sem inclusive especificar a sua destinação:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ 0108 24/02/06 1.358,00 0126 23/06/06 1.013,00 J. LIRA DA SILVA 0141 26/09/06 863,00 0144 20/10/06 1.370,00 TOTAL 4.604,00

.

d) Aquisição de material de construção:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ E. DE N. SOUZA DE CARVALHO 240 24/02/06 1.600,00 TOTAL 1.600,00

e) Aquisição de material de informática:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 177 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ INFOCELL 0670 31/03/06 445,00 TOTAL 445,00

f) Aquisição de combustível:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ POSTO LEANDRO 0746 26/06/06 1.960,00 TOTAL 1.960,00

g) Aquisição de equipamentos odontológicos:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ ODONTOVIDA 0614 07/07/06 2.550,00 0615 07/07/06 1.060,00 TOTAL 3.610,00

h) Aquisição de material de expediente:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ PAPELARIA ATLAS 0813 26/05/06 514,00 PAPELARIA ISOPLAST 0099 26/09/06 987,00 TOTAL 1.501,00

EVIDÊNCIA: Notas Fiscais/Recibos acima discriminadas constantes do Processo de Prestação de Contas dos exercícios de 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Gestor, quando da realização dos trabalhos de campo, se manifestou por meio do Ofício nº 36/2007, conforme segue: "Na qualidade de Prefeito do Município de Dom Pedro, sirvo-me deste, para justificar a impossibilidade da entrega dos procedimentos de licitações solicitadas por V.Exª, e o faço pelos seguintes motivos: A administração municipal sempre buscou cumprir a legislação administrativa, em especial a que diz respeito à licitação. E quanto às compras realizadas em nossa gestão, tomou por base o valor mínimo para compras sem licitação, ou seja, adquirindo por dispensa de licitação produtos com valores abaixo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), é que se pode observar da quase totalidade das despesas de compras realizadas pelo município. Por outro lado é conhecimento de todos, que os rigores do procedimento licitatório torna mais caro o produto, o que leva ao convencimento que licitar nem sempre significa adquirir pelo menor preço. No que diz respeito ao nosso município, as propostas de venda eram inviáveis, pois as empresas habilitadas (com documentação) eram quase sem exceção, de praças com elevado poder aquisitivo, como as do sul do país. No caso de nossa administração, a aquisição de bens e serviços é realizada de forma prática, sempre através de simples coleta de preço,

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 178 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA comprando e contratando sempre onde está mais barato, e sempre abaixo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), é que se observa das notas fiscais constantes da prestação de contas, com preço dos produtos sempre igual ou abaixo dos praticados no comércio local. A prática deste tipo de compra (sem licitação), sempre despojada de qualquer vício ou intenção de onerar ou locupletar-se do erário, possui forte conotação social, de uma vez que se prestigia a compra local, onde a totalidade dos comércios e empresas, não possuem as documentações exigidas para participar de um certame na forma prevista na Lei 8666/93, situação de fácil confirmação, bastando acessar os sites do INSS, FGTS, STN, etc., e através do CNPJ confirmar que as vezes a empresa não é inscrita no cadastro. Finalizando, não existe nenhuma intenção de nossa parte em burlar a lei, cumprindo-a sempre incondicionalmente, mas, como gestor de um dos municípios dos mais pobres do país, algumas vezes temos que também priorizar o lado sócio-econômico local, aplicando os recursos no próprio município, contribuindo para a melhoria de vida dos munícipes, com certeza de paulatinamente ajudar a mudar a consciência de uma nação. Com estas considerações justificamos a inexistência de procedimentos licitatório para a maioria das compras realizadas pela nossa administração no ano de 2006/2007.". Após tomar conhecimento do Relatório Prévio nº 176, o Gestor acrescentou as seguintes justificativas: "Em virtude da falta de empresas aptas para o fornecimento do objeto adquirido no Município de Dom Pedro é que a Administração Pública Municipal optou por contratação direta. Quanto à possibilidade de realização de certame licitatório encontramos extremas dificuldades, uma vez que não há Diário Oficial Municipal nem Jornal de Circulação no Município de Dom Pedro, contudo a Comissão Permanente de Licitação tem dificuldades próprias quando da feitura dos certames. In casu, resta evidenciado "a situação que autoriza a contratação direta, mostrar-se-á ainda imperioso que sejam explicitadas as razões que levaram a contratar determinado profissional ou empresa. Assim ocorre, v. g., nas hipóteses III, IV, V, VI, VII, IX, XII e XVIII do art. 24 e 25 inciso II, em que, mesmo caracterizada a situação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, restará certa margem de subjetivismo para o administrador escolher quem contratar."(Grifo nosso) (JACOBY, Jorge Ulisses. Contratação Direta sem Licitação. Pág. 753) As cautelas quanto à escolha do fornecedor e justificativa do preço foram resguardadas, pois são empresas idôneas e as únicas dispostas a se deslocarem até a sede de Dom Pedro para realizarem o fornecimento, bem como, por restar constatado através das pesquisas de mercado que os preços são efetivamente compatíveis com mercado local. Desta forma, "o princípio da licitação cede espaço, por exemplo, ao princípio da economicidade ou ao primado da segurança nacional, ou ainda para garantir o interesse público maior, concernente à necessidade de o Estado intervir na economia ou manter atividade ou serviços essencial."(JACOBY, Jorge Ulisses. Contratação Direta sem Licitação. Pág. 788) Não há má-fé ou dolo do Gestor Público quando da realização dos contratos de fornecimento, pois cumpriu o exigido pelo ordenamento

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 179 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA jurídico vigente. Note-se inclusive que não há qualquer pagamento que ultrapassasse o valor de R$ 8.000,00 (Oito mil reais) demonstrando a intenção em cumprir o previsto no artigo 24, II da Lei n.º 8.666/93, in verbis: "Art. 24 - E dispensável a licitação: ... II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I, do artigo anterior, e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma só vez;" Na mesma linha de raciocínio não há fracionamento de despesa, uma vez que os recursos provenientes do aludido Programa são repassados de forma fragmentada e sem data prévia prevista dificultando o planejamento do exercício orçamentário. Como são objetos vitais para o funcionamento regular da Administração Pública Municipal, estes não podem deixar de ser adquiridos sob pena das atividades ficarem paralisadas. Assim, é evidente que a despesa com o objeto adquirido é imprevisível, pois é humanamente impossível prever a quantidade e nem quais itens devem ser adquiridos por se tratar de demanda variável e fragmentada. Não há possibilidade de descrevermos qual o objeto a ser licitado, pois as demandas são variáveis. Qual a solução? Deixamos de adquirir os objetos essenciais para o funcionamento regular das atividades? É previsível a aquisição desses itens? É por isso que o artigo 7º, § 4º da Lei nº 8.666/93, determina que, verbis: Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência: § 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo. (Grifo nosso) Neste mesmo sentido é o entendimento jurisprudencial, litteris: Objeto - Definição Imprecisa Para Utilização Futuro TCU determinou: "... observe a súmula nº 177 deste Tribunal, no sentido de que o objeto licitado deve estar precisa e suficientemente bem definido, abstendo-se, dessa forma, de inserir, nos editais de licitações, definições de objeto imprecisas ou demasiadamente amplas, com o fim de aproveitá-las, indevidamente, na execução de obras e na prestação de serviços objeto de convênios federais futuros e ainda não previstos." (Fonte: TCU. Processo nº TC-016.726/2003-0. Acórdão nº 1.946/2004 - Plenário) (Grifo nosso). Assim como também prevê a súmula 177 do Tribunal de Contas da União, in verbis: Súmula/TCU nº 177 "A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese particular da licitação para compra, a quantidade demandada uma das especificações mínimas e essenciais à definição do objeto do pregão."

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 180 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA (Grifo nosso). A Douta Controladoria Geral da União aduz em seu relatório o valor gasto total sem separar o quanto foi gasto com cada item específico, de forma a não separar os mais diversos objetos como: material de laboratório, medicamento, material odontológico, material hospitalar, ambulatorial, combustível, etc. É latente a necessidade separar as despesas por objeto para que não possamos incorrer no erro de misturarmos medicamentos, materiais hospitalares e materiais de laboratório como se fizessem parte de um mesmo objeto. Conforme previsto no art. 62 da Lei n.º 8.666/93 a formalização dos contratos não é obrigatória no caso em tela, senão vejamos: "Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.".

ANÁLISE DA EQUIPE: No que pese as justificativas apresentadas pelo Gestor Municipal, as mesmas não são sustentadas nos fatos alegados, pelos seguintes motivos: a) O Gestor não realizou sequer processo de dispensa de licitação para nenhuma das compras efetivadas, motivo pelo qual já deixou de cumprir com a legislação; b) a afirmação de que todas as compras realizadas foram efetivadas após simples coleta de preços não se sustenta, tendo em vista que não existem documentos que comprovem tais fatos; c) a afirmação de que tais atitudes teriam conotação social, visto que favoreceriam as aquisições no comércio local não condizem com a realidade, tendo em vista que 80,85% das Notas Fiscais constantes da prestação de contas apresentada são de empresas sediadas fora do Município de Dom Pedro. Acerca das justificativas adicionais apresentadas, tem-se o seguinte: a)a alegação de inexistência de Diário Oficial Municipal, bem como de jornal de circulação no Município não impede a realização de procedimento licitatório, visto que essa divulgação no Município pode ser realizada em murais de informativos existentes na própria prefeitura, além do que a publicação em jornais de grande circulação dão publicidade aos atos licitatórios para empresas fora do Município; b)As alegadas cautelas quanto à escolha do fornecedor, bem como pesquisa de mercado para aferição da compatibilidade de preços e sua justificativa não ficaram comprovadas por meio de qualquer documento válido, além do que a suposta "idoneidade" de alguns fornecedores não restou comprovada, conforme se verifica no item 2.4.19 do presente Relatório; c)No que se refere a pagamentos não terem ultrapassado o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), o que supostamente comprovaria o cumprimento do art. 24, II, da Lei 8.666/93, também ficou no campo teórico/hipotético, visto que as formalizações legais não foram observadas; d)a afirmação de que o Relatório faz menção somente a valores totais,

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 181 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA sem separar o que foi gasto com cada item específico não se sustenta, visto que este item do Relatório está subdividido em alíneas que vão da "a" até a "h", com objetos correlatos em cada alínea citada; e) Finalmente, no que pese a formalização de contratos não ser obrigatória, nos casos em que a aquisição de itens não se fará com entrega imediata, mas que ocorrerá continuamente e dentro de um planejamento bem elaborado, pressupõe a celebração de contrato com vistas a resguardar os interesses da administração.

2.4.17 CONSTATAÇÃO: Pagamentos realizados a pessoa física sem desconto da Previdência Social.

FATO: A Prefeitura realizou pagamentos a odontólogos, médicos e prestadores de serviços diversos, por meio de recibos, porém não apresentou comprovantes de que teria efetuado a retenção referente a Previdência Social, em desalinho com a Portaria nº 479, de 07 de maio de 2004, do Ministério da Previdência Social, conforme segue:

NOME SERVIÇO DATA RECIBO VALOR BRUTO VALOR PRESTADO DEVIDO INSS 269.232.703-91 Odontologia 19/01/06 3.000,00 330,00 24/02/06 3.000,00 330,00 21/03/06 3.000,00 330,00 03/05/06 3.000,00 330,00 26/05/06 3.000,00 330,00 26/06/06 3.000,00 330,00 21/07/06 3.000,00 330,00 21/07/06 2.375,00 261,25 23/08/06 3.000,00 330,00 26/09/06 3.000,00 330,00 20/10/06 3.000,00 330,00 23/11/06 3.000,00 330,00 22/12/06 3.000,00 330,00 347.754.393-91 Exames de 19/01/06 3.000,00 330,00 Ultra- 24/02/06 3.000,00 330,00 sonografia 21/03/06 3.000,00 330,00 03/05/06 3.000,00 330,00 26/05/06 3.000,00 330,00 26/06/06 3.000,00 330,00 546.220.738-07 Médico 19/01/06 2.700,00 297,00 21/03/06 4.000,00 440,00 03/05/06 3.500,00 385,00 26/05/06 2.700,00 297,00 26/06/06 2.700,00 297,00 21/07/06 3.200,00 352,00 23/08/06 3.700,00 407,00 26/09/06 4.500,00 495,00 20/10/06 4.000,00 440,00 23/11/06 3.200,00 352,00 22/12/06 2.700,00 297,00 Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 182 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NOME SERVIÇO DATA RECIBO VALOR BRUTO VALOR PRESTADO DEVIDO INSS 131.301.963-15 Médico 19/01/06 2.500,00 275,00 106.933.003-53 Médico 24/02/06 2.000,00 220,00 21/03/06 1.858,00 204,38 03/05/06 2.500,00 275,00 26/05/06 2.500,00 275,00 26/06/06 3.500,00 385,00 21/07/06 2.500,00 275,00 23/08/06 2.500,00 275,00 26/09/06 1.500,00 165,00 20/10/06 2.250,00 247,50 23/11/06 2.000,00 220,00 22/12/06 2.000,00 220,00 425.358.833-68 Reforma Posto 24/02/06 400,00 44,00 de Saúde 255.082.883-68 Médico 24/02/06 2.000,00 220,00 801.646.413-00 Serviços 24/02/06 1.500,00 165,00 Laboratoriais 21/03/06 1.500,00 165,00 03/05/06 1.500,00 165,00 26/05/06 1.500,00 165,00 26/06/06 1.500,00 165,00 21/07/06 1.500,00 165,00 23/08/06 1.500,00 165,00 26/09/06 1.500,00 165,00 20/10/06 1.500,00 165,00 23/11/06 1.500,00 165,00 22/12/06 1.500,00 165,00 005.458.003-07 Serviços 23/08/06 1.500,00 165,00 Laboratoriais 26/09/06 1.500,00 165,00 20/10/06 1.500,00 165,00 23/11/06 1.500,00 165,00 22/12/06 1.500,00 165,00 103.785.453-53 Vigilância 23/11/06 486,52 53,51 Sanitária TOTAL 16.254,64

EVIDÊNCIA: Recibos emitidos no período de janeiro a dezembro do ano de 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Já que os prestadores de serviços perceberam integralmente o valor bruto sem a dedução da alíquota referente à Previdência Social é que estamos tomando providências no sentido de notificá-los para que os mesmo efetuem o depósito imediatamente.".

ANÁLISE DA EQUIPE: No que pese a justificativa apresentada pelo Gestor de que está tomando providências para o recolhimento dos valores devidos referentes a Previdência Social, não foram apresentados documentos que comprovem as providências adotadas e nem houve por parte do Gestor o compromisso de passar a reter os descontos quando da realização dos Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 183 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA pagamentos, prática esta que é a usual nessas situações, motivos pelos quais mantém-se as impropriedades apontadas.

2.4.18 CONSTATAÇÃO: Pagamento indevido de tarifas bancárias com recursos do PAB-FIXO.

FATO: Foram cobrados pelo agente financeiro tarifas bancárias, descontadas indevidamente dos recursos do PAB-FIXO, além de outras taxas/tarifas, conforme segue:

Data da Especificação da Cobrança Valor (R$) Cobrança 02/01/06 Tarifa Serviços 3,40 02/01/06 Tarifa Extrato 1,60 03/01/06 Tarifa Saldo Devedor 21,00 31/01/06 Tarifa Serviços 97,50 31/01/06 Juros Saldo Devedor 2,20 01/02/06 Tarifa Serviços 3,40 01/02/06 Tarifa Extrato 1,60 02/02/06 Tarifa Saldo Devedor 21,00 24/02/06 Tarifa Serviços 19,50 24/02/06 Tarifa Serviços 97,50 01/03/06 Tarifa Serviços 3,40 06/03/06 Tarifa Extrato 1,60 13/03/06 Tarifa Saldo Devedor 21,00 31/03/06 Juros Saldo Devedor 2,27 03/04/06 Tarifa Serviços 3,40 03/04/06 Tarifa Extrato 1,60 28/04/06 Tarifa Serviços 195,00 02/05/06 Tarifa Extrato 1,60 03/05/06 Tarifa Saldo Devedor 21,00 31/05/06 Tarifa Serviços 97,50 31/05/06 Juros Saldo Devedor 3,65 01/06/06 Tarifa Extrato 1,60 01/06/06 Tarifa Serviços 3,40 30/06/06 Tarifa Serviços 1,05 30/06/06 Tarifa Serviços 97,50 03/07/06 Tarifa Extrato 1,60 31/07/06 Tarifa Serviços Diversos 22,75 31/07/06 Tarifa Serviços Diversos 97,50 01/08/06 Tarifa Extrato 1,60 11/08/06 Tarifa sobre saldo devedor 21,00 22/08/06 Tarifas Serviços Diversos 97,50 31/08/06 Juros Saldo Devedor 0,41 01/09/06 Tarifa Extrato 2,00 01/09/06 Tarifas Serviços Diversos 4,00 28/09/06 Tarifas Serviços Diversos 22,75 28/09/06 Tarifas Serviços Diversos 97,50 02/10/06 Tarifa Extrato 2,00 20/10/06 Tarifas Serviços Diversos 97,50 01/11/06 Tarifa Extrato 2,00 21/11/06 Tarifas Serviços Diversos 97,50 Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 184 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Data da Especificação da Cobrança Valor (R$) Cobrança 01/12/06 Tarifa Extrato 2,00 20/12/06 Tarifas Serviços Diversos 97,50 22/12/06 Tarifas Serviços Diversos 97,50 Total 1.488,88

EVIDÊNCIA: Extratos da Conta nº 58.040-6, no período de janeiro à dezembro do ano de 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Caberia a instituição bancária não debitar das contas públicas as tarifas bancárias relacionadas no item, assim requeremos fundamentação legal para que possamos buscar administrativamente ou em juízo os valores cobrados indevidamente.".

ANÁLISE DA EQUIPE: A proibição da cobrança de despesas bancárias, está amparada no inciso VII do artigo 8º da IN/STN/Nº 01/97.

2.4.19 CONSTATAÇÃO: Comprovação de despesas com notas fiscais inidôneas.

FATO: As notas fiscais abaixo relacionadas, apresentadas como parte da prestação de contas do programa PAB-FIXO, referente ao exercício fiscal de 2006 são inidôneas, tendo em vista consulta realizada ao sítio eletrônico da SEFAZ/MA, em que foram constatadas as seguintes ocorrências: a) Inexistência do número de AIDF constante na nota fiscal:

CNPJ FORNECEDOR NOTA DATA Nº AIDF VALOR – R$ FISCAL MED NORDESTE (1) 2165 19/12/06 1355008694 7.000,00 2143 16/01/06 3555005879 6.330,00 COMERCIAL DE 2150 03/05/06 3555005879 6.286,00 MEDICAMENTOS E 2157 19/10/06 3555005879 7.500,00 MATERIAL HOSPITALAR LTDA. (2) DISTRIBUIDORA LUA 1553 18/07/06 105500910 2.040,00 NOVA (3) TOTAL 29.156,00

(1) - Acrescente-se o fato de que o endereço constante da nota fiscal emitida não foi localizado. (2) - Acrescente-se o fato de que no endereço constante das notas fiscais funciona um estabelecimento comercial que não o das referidas notas fiscais. (3) - Acrescente-se o fato de que no endereço constante da nota fiscal funciona uma residência, tendo sido informado pelo morador que lá nunca funcionou qualquer empreendimento comercial.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 185 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA b) Número da nota fiscal não corresponde ao intervalo autorizado para número de emissão (1-100) de acordo com o Registro de AIDF:

CNPJ FORNECEDOR NOTA DATA Nº AIDF VALOR – R$ FISCAL 305 18/07/06 0555008927 1.840,00 BIO CONSULT 310 22/09/06 0555008927 5.534,00 CORPORATION 321 19/12/06 0555008927 2.000,00 COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. (1) TOTAL 9.374,00

(1) - Necessário ressaltar que por meio de documento s/nº, datado de 01/06/07, em resposta a Circularização encaminhada a empresa, datada de 28/05/07, a mesma informou que "...nunca realizou atos negociais com a Prefeitura de Dom Pedro do Estado do Maranhão, nem tampouco, por conseqüência, emitiu notas fiscais de nº: 305, 310 e 321 no ano de 2006, o que pode inclusive ser comprovado pela Autorização para Impressão de Documentos Fiscais - AIDF..., emitida pela Secretaria Municipal de Fazenda do Município de São Luís, na qual foi autorizada a confecção de Talão de Notas Fiscais de nº inicial "1" e nº final "100", ainda em utilização. c) Número da AIDF constante na nota fiscal foi autorizada para utilização por outra empresa:

CNPJ Nº DATA Nº AIDF EMRESA AUTORIZADA VALOR – FORNECEDOR NF R$ 363 17/03/06 035500725 05.291.791/0001-70 6.170,00 COMERCIAL 1 GLOBO (1). 383 03/05/06 035500725 05.291.791/0001-70 2.582,00 1 382 23/06/06 035500725 05.291.791/0001-70 3.700,00 1 654 16/08/06 035500725 05.291.791/0001-70 2.567,00 1 658 20/11/06 035500725 05.291.791/0001-70 1.863,48 1 CUNHA 1113 23/06/06 275500125 08.619.754/0001-36 4.243,00 REPRESENTA 4 ÇÕES COMERCIAIS (2). J 2156 16/08/06 035501146 05.000.580/0001-30 6.532,00 VILARINDO 1 COMÉRCIO E 2158 22/09/06 035501146 05.000.580/0001-30 5.466,00 REPRESENTA 1 ÇÕES (3) K.S.S DOS 4488 17/03/06 135500039 03.941.695/0001-02 3.296,90 SANTOS 6 4593 19/05/06 135500039 03.941.695/0001-02 4.599,00 6

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 186 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA CNPJ Nº DATA Nº AIDF EMRESA AUTORIZADA VALOR – FORNECEDOR NF R$ TOTAL 41.019,3 8

(1) - Acrescente-se o fato de que no endereço constante das notas fiscais funciona o Sindicato de Operários de Fiação e Tecelagem. (2) - Acrescente-se o fato de que no endereço constante da nota fiscal existe uma residência e a atual moradora desconhece a firma em questão. (3) - Acrescente-se o fato de que no endereço constante das notas fiscais existia uma residência e atualmente funciona uma garagem do Comercial Miranda. d) Data de impressão constante da nota fiscal divergente do autorizado pelo Registro de AIDF consignado na nota fiscal:

CNPJ FORNECEDOR Nº DATA NF Nº AIDF DATA AIDF VALOR – NOTA R$ CRISMÉDICA 0672 31/07/03 1055000999 09/06/00 5.500,00 COMÉRCIO LTDA(1). TOTAL 5.500,00

(1) - Faz-se necessário ressaltar que por meio de documento s/nº, datado de 28/05/07, em resposta a Circularização encaminhada a empresa, datada de 28/05/07, a mesma informou que não emitiu a nota fiscal acima relacionada para a Prefeitura Municipal de Dom Pedro. e) A empresa ZILDA DA SILVA GALVÃO (CNPJ nº 04.111.182/0001-29), em resposta a Circularização datada de 28/05/07, informou por meio de documento s/nº que: "Tendo em face da solicitação feita por esse órgão governamental (CGU), quanto a suposta negociação realizada entre a empresa ZILDA DA S. GALVÃO, com CNPJ: 04.111.182/0001-29 e a Prefeitura Municipal de Dom Pedro do Maranhão com base nas notas fiscais 324 e 330. Afirmamos categoricamente que após um levantamento minucioso feito pela nossa empresa constatamos que nunca houve negociação de tamanho algum com a referida prefeitura. Informamos ainda que as notas acima citadas como consta em nosso bloco teve um destino totalmente diferente, a de número 324 foi emitida para uma caixa escolar de e de número 330 está cancelada no bloco". Dessa forma, as notas fiscais abaixo relacionadas são inidôneas:

SUPOSTO EMISSOR NOTA FISCAL DATA VALOR – R$ 324 19/05/06 5.840,00 ZILDA DA SILVA GALVÃO 330 28/09/06 4.632,40 TOTAL 10.472,40

f) Em circularização realizada junto à empresa DM HOSPITALAR - Dilmo de Jesus de Matos Comércio e Representações (CNPJ nº 05.656.390/0001- 76), verificou-se que no endereço constante da nota fiscal emitida Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 187 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA pela mesma não funciona referida empresa. Em pesquisa realizada junto ao sítio eletrônico da SEFAZ/MA e da JUCEMA, coletou-se o número telefônico da empresa lá existente e foi constatado que o referido número pertence a uma residência. Em consulta a pessoas que moram e/ou trabalham no bairro, todas afirmaram desconhecer citada empresa:

SUPOSTO EMISSOR NOTA FISCAL DATA VALOR – R$ DM HOSPITALAR 2740 02/02/06 5.500,00 TOTAL 5.500,00

EVIDÊNCIA: Notas Fiscais constantes da Prestação de Contas do programa PAB-FIXO, referente ao exercício de 2006; Consultas realizadas no sítio eletrônico da SEFAZ/MA; Circularizações enviadas às empresas que emitiram notas fiscais existentes na Prestação de Contas.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A Administração Pública Municipal desconhecia totalmente a situação das empresas relacionadas, no entanto estamos tomando as providências administrativas, cíveis e criminais no intuito de apurar a responsabilidade de servidores quanto à negligência, contudo também estamos diligenciando junto aos fornecedores para verificarmos a veracidade da infração. Por outro lado, caso seja constatado tal irregularidade estamos solicitando que a Controladoria nos informe de como devemos proceder para sanar a pendência, inclusive se possível informar os dados da conta para devolução do recurso ao erário.".

ANÁLISE DA EQUIPE: Quanto as irregularidades apontadas acerca das Notas Fiscais existentes na Prestação de Contas e que comprovariam as aquisições, o Gestor limitou-se a informar que desconhecia totalmente a situação das empresas e que estaria tomando providências administrativas, cíveis e criminais para apurar responsabilidades, sem contudo precisar e comprovar que atitudes seriam essas. Contraditoriamente, o Gestor nos itens 2.4.14 e 2.4.16 em suas justificativas afirmou que "As cautelas quanto à escolha do fornecedor e justificativa do preço foram resguardadas, pois são empresas idôneas...". Quanto a devolução dos recursos, o Gestor municipal deve aguardar as orientações do Gestor do Programa (Ministério), o qual deverá adotar as medidas com vistas a atender as recomendações que serão postuladas posteriormente pela Controladoria-Geral da União.

2.4.20 CONSTATAÇÃO: Pagamentos realizados a pessoa física sem comprovação efetiva da prestação de serviços.

FATO: A Prefeitura realizou pagamentos a odontólogos, médicos e prestadores de serviços (exames de ultra-sonografia e serviços laboratoriais), por meio de recibos, porém não apresentou comprovantes de que tais

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 188 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA serviços teriam sido efetivamente prestados, tais como registro de freqüência, quantitativo e relação de pacientes atendidos. Ressalte-se que nos contratos firmados com os médicos identificados pelos CPFs nºs 546.220.738-07 e 106.933.003-53, haviam cláusulas de pagamento por produtividade, contudo não foram apresentados documentos que comprovassem tal fator de produtividade, bem como nos respectivos contratos a prestação de serviços estava especificada de forma genérica (serviços médicos). No que se refere aos recibos apresentados para os profissionais identificados pelos C.P.F.'s nºs 131.301.963-15 e nº 255.082.883-68, não foram apresentados os respectivos termos contratuais.

CPF SERVIÇO PRESTADO DATA RECIBO VALOR R$ 19/01/06 3.000,00 24/02/06 3.000,00 21/03/06 3.000,00 269.232.703-91 Odontologia 03/05/06 3.000,00 26/05/06 3.000,00 26/06/06 3.000,00 21/07/06 3.000,00 21/07/06 3.000,00 23/08/06 3.000,00 26/09/06 3.000,00 20/10/06 3.000,00 23/11/06 3.000,00 22/12/06 3.000,00 19/01/06 3.000,00 24/02/06 3.000,00 347.754.393-91 Exames de Ultra- 21/03/06 3.000,00 sonografia 03/05/06 3.000,00 26/05/06 3.000,00 26/06/06 3.000,00 19/01/06 2.700,00 21/03/06 4.000,00 03/05/06 3.500,00 26/05/06 2.700,00 546.220.738-07 Médico 26/06/06 2.700,00 21/07/06 3.200,00 23/08/06 3.700,00 26/09/06 4.500,00 20/10/06 4.000,00 23/11/06 3.200,00 22/12/06 2.700,00 131.301.963-15 Médico 19/01/06 2.500,00 24/02/06 2.000,00 21/03/06 1.858,00 03/05/06 2.500,00 26/05/06 2.500,00 106.933.003-53 Médico 26/06/06 3.500,00 21/07/06 2.500,00 23/08/06 2.500,00 26/09/06 1.500,00 Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 189 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA CPF SERVIÇO PRESTADO DATA RECIBO VALOR R$ 20/10/06 2.250,00 23/11/06 2.000,00 22/12/06 2.000,00 255.082.883-68 Médico 24/02/06 2.000,00 24/02/06 1.500,00 21/03/06 1.500,00 03/05/06 1.500,00 26/05/06 1.500,00 26/06/06 1.500,00 801.646.413-00 Serviços 21/07/06 1.500,00 Laboratoriais 23/08/06 1.500,00 26/09/06 1.500,00 20/10/06 1.500,00 23/11/06 1.500,00 22/12/06 1.500,00 005.458.003-07 Serviços 23/08/06 1.500,00 Laboratoriais 26/09/06 1.500,00 20/10/06 1.500,00 23/11/06 1.500,00 22/12/06 1.500,00 TOTAL 147.508,00

EVIDÊNCIA: Recibos emitidos no período de janeiro a dezembro do ano de 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Segue em anexo os comprovantes de produtividade dos prestadores de serviços relacionados.".

ANÁLISE DA EQUIPE: No que pese o Gestor informar ter encaminhado os comprovantes de produtividade dos prestadores de serviços relacionados neste item, tais documentos não foram encontrados junto a documentação entregue na CGU/MA, motivo pelo qual permanecem as impropriedades apontadas.

2.4.21 CONSTATAÇÃO: Inexistência de identificação dos comprovantes de gastos por programa, bem como de extratos individualizados.

FATO: Verificamos que a Prefeitura Municipal de Dom Pedro não individualizou e movimentou os recursos alocados ao programa do PAB-FIXO em uma conta específica, bem como não identificou por meio de carimbo ou outra forma válida os comprovantes de gastos, gerando uma ineficiência no controle dos gastos realizados a conta do programa.

EVIDÊNCIA: Comprovantes de gastos (notas fiscais e recibos) que compuseram a prestação de contas dos recursos utilizados à conta do PAB-FIXO, referentes ao exercício de 2006.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 190 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Já encaminhamos ofício junto às instituições competentes para que sejam separados em contas específicas por programa todos os repasses vinculados a Prefeitura Municipal de Dom Pedro.".

ANÁLISE DA EQUIPE: No que pese o Gestor ter informado já ter tomado providências, tendo enviado ofício junto às instituições competentes para que sejam separados em contas específicas por programa todos os repasses vinculados a Prefeitura Municipal de Dom Pedro, não foram apresentados tais documentos que comprovariam a tomada de tais atitudes, motivo pelo qual persistem as impropriedades apontadas.

2.4.22 CONSTATAÇÃO: Emissão de cheques para mais de um destinatário, sem especificação nominal do beneficiário que prestou o serviço e/ou venda.

FATO: Verificamos que a Prefeitura Municipal de Dom Pedro emitiu cheques referentes ao programa PAB-FIXO, sem individualizar cada cheque a despesa correspondente (pagamento de várias despesas com um único cheque), sugerindo, portanto, que pessoas, que não os beneficiários, tenham sacado os cheques e efetuado diretamente os pagamentos, gerando uma ineficiência no controle dos gastos realizados a conta do programa, bem como impossibilitando que se afirme que as despesas declaradas foram efetivamente pagas aos supostos beneficiários:

CHEQUE Nº BENEFICIÁRIOS – CPF/CNPJ VALOR – R$ 269.232.703-91 3.000,00 850534 347.754.393-91 3.000,00 06.792.873/0001-60 1.358,00 04.634.480/0001-01 1.600,00 850581 425.358.833-68 400,00 04.748.138/0001-24 800,00 269.232.703-91 3.000,00 347.754.393-91 3.000,00 02.500.144/0001-32 6.170,00 850569 05.506.128/0001-45 3.296,90 04.270.784/0001-29 445,00 03.462.179/0001-97 1.260,00 347.754.393-91 3.000,00 269.232.703-91 3.000,00 850613 02.500.144/0001-32 2.582,00 00.467.673/0001-56 6.286,00 06.861.405/0001-09 2.132,40 04.748.138/0001-24 600,00 347.754.393-91 3.000,00 269.232.703-91 3.000,00 850614 05.506.128/0001-45 4.599,00 04.111.182/0001-29 5.840,00

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 191 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA CHEQUE Nº BENEFICIÁRIOS – CPF/CNPJ VALOR – R$ 01.352.265/0001-11 514,00

Constatou-se ainda que as despesas efetivadas em sua grande maioria não possuem a informação de qual cheque teria sido emitido para sua quitação, conforme se observa nas notas de empenho, bem como não foram identificadas nos extratos apresentados:

FORNECEDOR NOTA FISCAL DATA VALOR – R$ 02.539.644/0001-88 1113 23/06/06 4.243,00 06.792.873/0001-60 126 23/06/06 1.013,00 382 23/06/06 3.700,00 02.500.144/0001-32 654 16/08/06 2.567,00 11.052.297/0001-55 746 26/06/06 1.960,00 1511 26/06/06 783,20 1555 07/07/06 855,77 05.370.850/0001-03 1597 21/08/06 774,72 1596 21/08/06 760,90 0614 07/07/06 2.550,00 05.650.985/0001-14 0615 07/07/06 1.060,00 03.804.233/0001-35 1553 18/07/06 2.040,00 049 18/07/06 7.460,00 69.570.000/0001-23 050 16/08/06 3.650,00 2156 16/08/06 6.532,00 04.732.147/0001-27 2158 22/09/06 5.466,00 03.462.179/0001-97 0749 19/05/06 1.459,00 07.667.809/0001-10 305 18/07/06 1.840,00

EVIDÊNCIA: Comprovantes de gastos (notas fiscais e recibos) que compuseram a prestação de contas dos recursos utilizados à conta do PAB-FIXO, referentes ao exercício de 2006; Cheques e Notas de Empenho informados na Prestação de Contas.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Devido à existência de uma única agência bancária na sede do Município de Dom Pedro é que optamos por fazer os pagamentos em caixa, o entanto diante da sugestão deste Órgão Fiscalizador já tomamos providências no sentido de que todos os pagamentos só poderão ser realizados com depósito ou emissão de título de crédito nominal ao fornecedor/prestador de serviço.".

ANÁLISE DA EQUIPE: No que pese a afirmação do Gestor de que tomou providências no sentido de que todos os pagamentos só poderão ser realizados com depósito ou emissão de título de crédito nominal ao fornecedor/prestador de serviço, o mesmo não informou/comprovou quais providências seriam essas. Além disso, a justificativa de que os pagamentos eram procedidos dessa forma pelo fato de existir uma única agência bancária na sede do Município mostra-se incongruente, visto que os pagamentos devem ser realizados por meio de cheques nominais ao portador, o que Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 192 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA independe da quantidade de agências bancárias existentes na cidade.

AÇÃO : 8581 ESTRUTURACAO DA REDE DE SERVICOS DE ATENCAO BASICA DE S AUDE - NACIONAL OBJETIVO DA AÇÃO : Financiamento para a adequação e ampliação da rede de serviços de a- tenção básica de saúde; apoio técnico e financiamento para melhoria a- dequação da rede de serviços caracterizada como de primeira referência para a atenção básica. ORDEM DE SERVIÇO : 195332 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Aquisição de Unidade Móvel de Saúde. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: CONVÊNIO SIAFI 520804 MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 88.000,00

2.4.23 CONSTATAÇÃO: Não comprovação de utilização de Contrapartida.

FATO: O Convênio nº 5470/2004, SIAFI 520804, firmado entre a Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) e o Ministério da Saúde, em 31/12/2004, com vigência até 26/12/2005, no valor de R$ 92.400,00, sendo R$ 4.400,00, despendido a título de contrapartida pelo Município, tem por objeto dar apoio financeiro para aquisição de uma Unidade Móvel de Saúde, visando ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde - SUS. Os recursos do Concedente foram liberados em 25/11/2005, conforme 2005OB406121. Ante o atraso na liberação dos recursos por parte do Concedente foi prorrogado o prazo de vigência para 19/01/2007, (incluindo prazo para prestação de contas). O objeto do convênio, detalhado no Plano de Trabalho Aprovado, consistia em: aquisição de 01 veículo tipo van transformado em uma ambulância do Tipo B com as características mínimas: veículo automotor ano/modelo 04/04, combustível diesel, reservatório com capacidade para 80 litros, transmissão tração dianteira, câmbio de 05 marchas sincronizadas a frente e 01 a ré em posição longitudinal, freios dianteiros a disco ventilado e traseiros a tambor, direção hidráulica com pinhão e cremalheira, dimensões externas: 5.050 mm de comprimento, 1,998 mm de largura, 2.150 mm de altura (vazio)com altura interna mínima de 1.700 mm. Transformado em uma ambulância do Tipo B, obedecendo as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde em sua Portaria 2048/2002 e especificações técnicas do DENATRAN, contendo os seguintes itens: grafismo/identificação externa "AMBULÂNCIA"; Maca Standard articulada, com colchonete revestido em corvim automotivo e cintos de segurança; Armário para guarda materiais; Conjunto de sinalizador rotativo com sirene eletrônica de 100 wt de 01 tom; Suporte para soro e plasma;

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 193 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro, régua tripla completa com frasco, aspirador, umidificador, fluxômetro, chicote máscara e ponto reserva para aspirador; Prancha de imobilização de coluna (longa e curta); Maleta contendo: estetoscópio adulto e infantil, um ressuscitador manual adulto/infantil, esfignomanômetro adulto e infantil; Rádio de comunicação; Oxímetro de pulso. Segundo extrato bancário da conta corrente nº 8.672-X, Agência 2031-1, do Banco do Brasil, apenso ao processo nº 25000.189337/2004-10, os recursos liberados pelo Concedente, na importância de R$ 88.000,00, foram creditados no dia 29/11/2005. Esse valor foi aplicado em CDB/RDB no dia 19/01/2006 e resgatado em 01/09/2006. O rendimento resultante da aplicação foi de R$ 6.096,64. Consta no referido extrato o desconto do cheque nº 850021, no valor de 94.000,00. Não há registro de depósito no valor correspondente à contrapartida, posto que a soma do valor despendido pelo Concedente com o valor do rendimento da aplicação, subtraído o valor do cheque, resulta um saldo de 96,64, à época, ainda em conta. Assim, apesar de a Nota Fiscal nº 7681, emitida em 31/08/2006, pela TRILHA COMÉRCIO DISTRIBUIDOR DE VEICULOS E MÁQUINAS LTDA. CNPJ 01.604.920/0001-81, registrar o valor de 98.400,00, o cheque descontado na conta específica do convênio foi de R$ 94.000,00, não restando comprovada o depósito em conta específica do valor de R$ 4.400,00 relativo à contrapartida Municipal.

EVIDÊNCIA: Extrato bancário da conta corrente nº 8.672-x, Agência 2031-1, do Banco do Brasil, apenso ao processo nº 25000.189337/2004-10 e Nota Fiscal nº 7681, emitida em 31/08/2006, pela TRILHA COMÉRCIO DISTRIBUIDOR DE VEICULOS E MÁQUINAS LTDA. CNPJ 01.604.920/0001-81.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Gestor não se manifestou sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.4.24 CONSTATAÇÃO: Não comprovação de formalização de processo licitatório

FATO: O valor da aquisição da Unidade Móvel de Saúde ensejaria formalização de procedimento licitatório na modalidade Convite, porém, não há registros de que tenha sido realizado esse procedimento, fato que se constitui em ofensa ao art. 2º da Lei nº 8.666/1993. Noutro passo, a ausência de certame licitatório vai de encontro à IN STN nº 01/1997, que regulamenta a celebração de convênios com a União. Segundo seu art. 27, "quando o convenente integrar a administração pública, de qualquer esfera de governo, deverá, obrigatoriamente, sujeitar-se às disposições da Lei nº 8.666/93, especialmente naquilo que se refira à licitação e contrato". A propósito, o próprio convênio, em sua Cláusula Segunda, Inciso II, item 2.10, determina como obrigação do convenente "promover as licitações que forem necessárias para a aquisição de materiais ou insumos utilizados na execução do objeto

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 194 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA avençado, de acordo com a legislação específica".

EVIDÊNCIA: Processo nº 25000.189337/2004-10 (DICON/MA) e pasta disponibilizada pela PM de Dom Pedro (MA).

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Gestor não se manifestou sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.4.25 CONSTATAÇÃO: Ausência de identificação do convênio e atesto de recebimento do veículo no documento fiscal.

FATO: A Nota Fiscal nº 7681 (cópia carbonada), emitida em 31/08/2006, no valor de 98.400,00, pela TRILHA COMÉRCIO DISTRIBUIDOR DE VEICULOS E MÁQUINAS LTDA. CNPJ 01.604.920/0001-81, descreve o produto como sendo: Marca FIAT/Modelo DUCATO CARGO AMBULÂNCIA, cor branco bachisa, Fab/modelo 06/07, Ambulância Tipo B. Mediante análise da Na referida Nota Fiscal, verificou-se a ausência do número do convênio em desacordo com a Cláusula Sexta do Convênio sob exame, assim como do registro de atesto do recebimento do veículo em desalinho com os arts. 62 e 63 da Lei nº 4.320/1964.

EVIDÊNCIA: Nota Fiscal nº 7681 (cópia carbonada), emitida em 31/08/2006, no valor de 98.400,00, pela TRILHA COMÉRCIO DISTRIBUIDOR DE VEICULOS E MÁQUINAS LTDA. CNPJ 01.604.920/0001-81.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Gestor não se manifestou sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.4.26 CONSTATAÇÃO: Utilização de Unidade Móvel de Saúde sem os equipamentos básicos necessários.

FATO: Segundo Relatório de Verificação In Loco nº 119/2006, de 09/11/2006, da Divisão de Convênios e Gestão do Maranhão, naquela ocasião não fora localizado o rádio de comunicação da Unidade Móvel de Saúde. Da inspeção física realizada na Unidade Móvel de Saúde durante os trabalhos de fiscalização, constatou-se a ausência dos seguintes itens: armário para guarda de materiais; rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro, frasco, aspirador, umidificador, fluxômetro, chicote,máscara e ponto reserva para aspirador; prancha de

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 195 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA imobilização de coluna (longa e curta); maleta contendo: estetoscópio adulto e infantil, um ressuscitador manual adulto/infantil, esfignomanômetro adulto e infantil; rádio de comunicação; e oxímetro de pulso.

EVIDÊNCIA: Plano de Trabalho do Convênio nº 5470/2004, SIAFI 520804, Relatório de Verificação In Loco nº 119/2006, de 09/11/2006, da Divisão de Convênios e Gestão do Maranhão e vistoria realizada na Unidade Móvel de Saúde.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Gestor não se manifestou sobre este Item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.4.27 CONSTATAÇÃO: Ausência de Prestação de Contas.

FATO: Consoante consulta realizada junto ao SIAFI, o Convênio em comento encontra-se em situação de inadimplência desde 10/04/2007, por motivo de atraso na entrega da prestação de contas. Cabe ressaltar que reiteradas vezes a Divisão de Convênios e Gestão do Maranhão expediu correspondências notificando o Gestor Municipal quanto a necessidade de apresentar a prestação de contas. Conforme Cláusula Segunda, Inciso II, Item 2.11, do Termo do Convênio, a falta de prestação de contas implica na restituição do valor transferido pelo Concedente acrescido de juros legais, na forma da legislação aplicável aos débitos para com a Fazenda Nacional, a partir da data de seu recebimento.

EVIDÊNCIA: Consulta SIAFI realizada em 06/06/2007 e processo 25000.189337/2004-10

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Gestor não se manifestou sobre este item.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 196 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.5 - PROGRAMA 1293 ASSISTENCIA FARMACEUTICA E INSUMOS ESTRATEGICOS AÇÃO : 0593 INCENTIVO FINANCEIRO A MUNICIPIOS HABILITADOS A PARTE V ARIAVEL DO PISO DE ATENCAO BASICA - PAB PARA ASSISTENCI A FARMACEUTICA BASICA - NO ESTADO DO MARANHAO OBJETIVO DA AÇÃO : Visa garantir o acesso dos pacientes aos medicamentos básicos por in- termedio da racionalização e otimização da programação, armazenamento, controle de estoques e distribuição em todos os níveis de gestão. ORDEM DE SERVIÇO : 194386 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Medicamentos pactuados no Plano Estadual de Assistência Farmacêutica- PEAF para atendimento à Farmácia básica. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 55.449,37

2.5.1 CONSTATAÇÃO: Deficiente controle de estoque de medicamentos e não comprovação das aquisições realizadas.

FATO: Segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, durante o exercício de 2006, a Prefeitura realizou compras de medicamentos destinados à Farmácia Básica, no valor total de R$ 55.449,37 (cinqüenta e cinco mil, quatrocentos e quarenta e nove reais e trinta e sete centavos), sendo R$ 41.399,37 (quarenta e um mil, trezentos e noventa e nove reais e trinta e sete centavos) com recursos debitados à conta específica da Farmácia Básica e R$ 14.050,00 (quatorze mil e cinqüenta reais) referentes à parte da contrapartida de responsabilidade do Município, que foi efetivada por meio da compra de medicamentos. Inspeção física realizada pela Equipe da CGU no depósito/almoxarifado da Farmácia Básica, na sede da Secretaria de Saúde do Município, revelou a inexistência de qualquer controle de entrada de tais medicamentos. Embora conste das aludidas notas fiscais carimbos de "atestos" de entrega dos materiais, o Gestor não tem como comprovar que a mercadoria efetivamente ingressou no estoque da Secretaria de Saúde, à vista da inexistência de controles das entradas de medicamentos. Por falta de documentos probatórios das entradas, não foi possível verificar, analiticamente, a quantidade de medicamentos ingressados no depósito, oriundos da contrapartida oferecida pelo Governo do Estado

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 197 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA do Maranhão e da Prefeitura Municipal de Dom Pedro. Registre-se que a Prefeitura não possui inventário permanente dos medicamentos da Farmácia Básica fichas de controle de entrada e de saída, não são adotados critérios de estoque máximo e mínimo e não existe o acompanhamento do nível dos estoques. Quanto às saídas do depósito/almoxarifado, existe apenas um livro que é preenchido pelo encarregado da farmácia básica, com a relação de medicamentos, com as supostas quantidades de remédios existentes nas prateleiras e as respectivas saídas. Ocorre que não há comprovação de que os medicamentos foram entregues à população, tendo em vista que não é feita a retenção das receitas. Registre-se ainda que citado "controle" é totalmente falho, visto que em conferência realizada pela equipe da CGU nas prateleiras da farmácia em 13 medicamentos, houve diferenças a maior ou a menor em 12, conforme tabela abaixo:

MEDICAMENTO QUANTIDADE QUANTIDADE REGISTRADA NO EXISTENTE NAS LIVRO DE ESTOQUE PRATELEIRAS DA FARMÁCIA Eritromicina 250 mg suspensão 126 61 Mebendazol suspensão oral 80 79 Sulfato ferroso – goats 182 97 Metronidazol suspensão 108 84 Benzoato de benzila 103 106 Complexo B líquido 40 36 Paracetamol goats 30 20 Amoxicilina 500 mg 08 10 Hidroclorotiazida 25 mg 190 180 Nociclin comprimidos 33 34 Eritromicina comprimidos 88 126 Sulfamentazol comp. 400 mg 137 137 Glibenclamida 5 mg 150 125

Verificou-se também as seguintes impropriedades nos controles dos seguintes medicamentos: a) Hidroclorotiazida 25 mg - foram encontradas nas prateleiras da farmácia 17 caixas que não estavam registradas nos controles; b) Benzilpenicilina Procaina 300 + Potássio 100 - foram encontradas 119 ampolas nas prateleiras que não estavam registradas nos controles apresentados, bem como faltava 37 ampolas nas caixas sem registro de saída; c) Glibenclamida 5 mg - foram encontradas 260 cartelas nas prateleiras da farmácia sem registro no controle utilizado. Por outro lado, informações colhidas junto ao Fisco Estadual (SEFAZ/MA) não confirmaram as emissões de algumas Notas Fiscais, conforme demonstrado na tabela abaixo. Em função das irregularidades acima relatadas, não há como assegurar a legitimidade das compras, nem a efetividade da utilização dos medicamentos.

FORNECEDOR Nº NF DATA VALOR NF VALOR PRESTAÇÃO DECLARADO CONTAS SEFAZ

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 198 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA COMERCIAL GLOBO 666 27/12/06 4.036,60 0,00 CUNHA 1107 18/04/06 3.113,40 0,00 REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS MARIA HELENA 0090 24/04/06 4.050,00 0,00 COSTA JADÃO 0091 18/01/06 5.000,00 0,00 0092 21/03/06 5.000,00 0,00 DISTRIBUIDORA 0909 18/01/06 3.113,41 0,00 EFICAZ (N.B. 0920 20/03/06 3.113,40 0,00 ALENCAR REIS). 0936 11/05/06 3.113,40 0,00 0948 16/06/06 3.113,41 0,00 0955 14/07/06 3.113,41 0,00 0974 04/09/06 3.113,41 0,00 0985 18/09/06 3.113,41 0,00 0992 20/10/06 3.113,41 0,00 1009 04/12/06 3.113,40 0,00 1014 27/12/06 3.113,40 0,00 TOTAL 52.334,06 0,00

EVIDÊNCIA: Visita ao depósito/almoxarifado da Farmácia Básica; Livro de controle de estoque dos medicamentos existentes nas prateleiras da Farmácia Básica; Notas Fiscais constantes da Prestação de Contas; Consulta ao sítio eletrônico da SEFAZ/MA.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para esse item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.5.2 CONSTATAÇÃO: Armazenamento inadequado dos Medicamentos.

FATO: O depósito/almoxarifado da farmácia básica funciona em uma sala no prédio da Secretaria Municipal de Saúde. As condições de armazenagem são inadequadas, quer pela falta de arejamento no ambiente, o que leva a temperatura a níveis inapropriados (acima de 25º c) para a conservação dos medicamentos, quer pelo espaçamento insuficiente entre as caixas. Faz-se também necessário observar que há sinais de existência de cupins nas paredes do ambiente.

EVIDÊNCIA: Depósito/almoxarifado da Farmácia Básica.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 199 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

Prédio onde funciona a Farmácia Medicamentos em caixas Básica. empilhadas.

Medicamentos empilhados em Medicamentos empilhados em prateleiras. prateleiras.

Medicamentos empilhados em Depósito com marcas de cupins prateleiras. no teto/parede.

.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para esse item.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 200 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.5.3 CONSTATAÇÃO: Inexistência de controle de medicamentos vencidos.

FATO: Verificamos que no exercício de 2006 foram descartados medicamentos com prazo de validade vencido, porém não há controle da quantidade e nem a identificação dos mesmos. Fomos informados pelo Secretário de Saúde do Município que quando do vencimento, os medicamentos são incinerados.

EVIDÊNCIA: Ausência de controles acerca da identificação e quantidade de medicamentos vencidos que foram descartados.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para esse item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.5.4 CONSTATAÇÃO: Comprovação de despesas com notas fiscais inidôneas.

FATO: As notas fiscais abaixo relacionadas, apresentadas como parte da prestação de contas do programa Farmácia Básica, referente ao exercício fiscal de 2006 são inidôneas, tendo em vista consulta realizada ao sítio eletrônico da SEFAZ/MA, em que foram constatadas as seguintes ocorrências: a) Número da AIDF constante na nota fiscal foi autorizada para utilização por outra empresa:

FORNECEDOR Nº DATA Nº AIDF EMRESA VALOR – NF AUTORIZADA R$ COMERCIAL 666 27/12/06 0355007251 05.291.791/0001 4.036,60 GLOBO (1). -70 CUNHA 1107 18/04/06 2755001254 08.619.754/0001 3.113,40 REPRESENTAÇ -36 ÕES COMERCIAIS (2). TOTAL 7.150,00

.

(1) - Acrescente-se o fato de que no endereço constante das notas fiscais funciona o Sindicato de Operários de Fiação e Tecelagem.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 201 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA (2) - Acrescente-se o fato de que no endereço constante da nota fiscal existe uma residência e a atual moradora desconhece a firma em questão. b) Data de impressão constante da nota fiscal divergente do autorizado pelo Registro de AIDF consignado na nota fiscal:

FORNECEDOR Nº NF DATA NF Nº AIDF DATA AIDF VALOR – R$ CRISMÉDICA 0678 10/02/06 1055000999 09/06/00 3.113,00 COMÉRCIO LTDA(1). TOTAL 3.113,00

(1) - Faz-se necessário ressaltar que por meio de documento s/nº, datado de 28/05/07, em resposta a Circularização encaminhada a empresa, datada de 28/05/07, a mesma informou que não emitiu a nota fiscal acima relacionada para a Prefeitura Municipal de Dom Pedro.

EVIDÊNCIA: Notas Fiscais constantes da Prestação de Contas do programa Farmácia Básica, referente ao exercício de 2006; Consultas realizadas no sítio eletrônico da SEFAZ/MA; Circularizações enviadas às empresas que emitiram notas fiscais existentes na Prestação de Contas.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para esse item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

2.5.5 CONSTATAÇÃO: Inexistência de identificação dos comprovantes de gastos por programa, bem como de extratos individualizados.

FATO: Verificamos que a Prefeitura Municipal de Dom Pedro não individualizou e movimentou os recursos alocados ao programa da Farmácia Básica em uma conta específica, bem como não identificou por meio de carimbo ou outra forma válida os comprovantes de gastos, gerando uma ineficiência no controle dos gastos realizados a conta do programa.

EVIDÊNCIA: Comprovantes de gastos (notas fiscais e recibos) que compuseram a prestação de contas dos recursos utilizados à conta da Farmácia Básica, referentes ao exercício de 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para esse item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 202 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 2.5.6 CONSTATAÇÃO: Realização de compras sem adoção de procedimento licitatório.

FATO: Detectamos a existência de compras de medicamentos sem a realização do devido processo licitatório e/ou dispensa de licitação, em afronta ao art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, ao princípio da isonomia e à Lei 8.666, de 21.6.1993, mormente arts. 2º e 3º, caracterizando compra direta, conforme segue:

FORNECEDOR NF DATA VALOR R$ COMERCIAL GLOBO 666 27/12/06 4.036,60 CUNHA REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS 1107 18/04/06 3.113,40 MARIA HELENA COSTA JADÃO 0090 24/04/06 4.050,00 0091 18/01/06 5.000,00 0092 21/03/06 5.000,00 CRISMÉDICA COMÉRCIO LTDA 0678 10/02/06 3.113,00 0909 18/01/06 3.113,41 0920 20/03/06 3.113,40 0936 11/05/06 3.113,40 0948 16/06/06 3.113,41 DISTRIBUIDORA EFICAZ 0955 14/07/06 3.113,41 0974 04/09/06 3.113,41 0985 18/09/06 3.113,41 0992 20/10/06 3.113,41 1009 04/12/06 3.113,40 1014 27/12/06 3.113,40 TOTAL 55.447,06

EVIDÊNCIA: Notas Fiscais/Recibos acima discriminadas constantes do Processo de Prestação de Contas dos exercícios de 2006.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Gestor, quando da realização dos trabalhos de campo, se manifestou por meio do Ofício nº 36/2007, conforme segue: "Na qualidade de Prefeito do Município de Dom Pedro, sirvo-me deste, para justificar a impossibilidade da entrega dos procedimentos de licitações solicitadas por V.Exª, e o faço pelos seguintes motivos: A administração municipal sempre buscou cumprir a legislação administrativa, em especial a que diz respeito à licitação. E quanto às compras realizadas em nossa gestão, tomou por base o valor mínimo para compras sem licitação, ou seja, adquirindo por dispensa de licitação produtos com valores abaixo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), é que se pode observar da quase totalidade das despesas de compras realizadas pelo município. Por outro lado é conhecimento de todos, que os rigores do procedimento licitatório torna mais caro o produto, o que leva ao convencimento que licitar nem sempre significa adquirir pelo menor preço. No que diz respeito ao nosso município, as propostas de venda eram inviáveis, pois as empresas habilitadas (com documentação) eram quase sem exceção, de praças com elevado poder aquisitivo, como as do Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 203 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA sul do país. No caso de nossa administração, a aquisição de bens e serviços é realizada de forma prática, sempre através de simples coleta de preço, comprando e contratando sempre onde está mais barato, e sempre abaixo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), é que se observa das notas fiscais constantes da prestação de contas, com preço dos produtos sempre igual ou abaixo dos praticados no comércio local. A prática deste tipo de compra (sem licitação), sempre despojada de qualquer vício ou intenção de onerar ou locupletar-se do erário, possui forte conotação social, de uma vez que se prestigia a compra local, onde a totalidade dos comércios e empresas, não possuem as documentações exigidas para participar de um certame na forma prevista na Lei 8666/93, situação de fácil confirmação, bastando acessar os sites do INSS, FGTS, STN, etc., e através do CNPJ confirmar que as vezes a empresa não é inscrita no cadastro. Finalizando, não existe nenhuma intenção de nossa parte em burlar a lei, cumprindo-a sempre incondicionalmente, mas, como gestor de um dos municípios dos mais pobres do país, algumas vezes temos que também priorizar o lado sócio-econômico local, aplicando os recursos no próprio município, contribuindo para a melhoria de vida dos munícipes, com certeza de paulatinamente ajudar a mudar a consciência de uma nação. Com estas considerações justificamos a inexistência de procedimentos licitatório para a maioria das compras realizadas pela nossa administração no ano de 2006/2007.".

ANÁLISE DA EQUIPE: No que pese as justificativas apresentadas pelo Gestor Municipal, as mesmas não são sustentadas nos fatos alegados, pelos seguintes motivos: a) O Gestor não realizou sequer processo de dispensa de licitação para nenhuma das compras efetivadas, motivo pelo qual já deixou de cumprir com a legislação; b) a afirmação de que todas as compras realizadas foram efetivadas após simples coleta de preços não se sustenta, tendo em vista que não existem documentos que comprovem tais fatos; c) a afirmação de que tais atitudes teriam conotação social, visto que favoreceriam as aquisições no comércio local não condizem com a realidade, tendo em vista que 81,25% das Notas Fiscais constantes da prestação de contas apresentada são de empresas sediadas fora do Município de Dom Pedro.

2.5.7 CONSTATAÇÃO: Inexistência de distribuição de medicamentos nas Unidades de Saúde.

FATO: Verificamos que os medicamentos referentes ao programa Farmácia Básica são disponibilizados a população somente na sede do Município de Dom Pedro, em que pese a existência de 09 (nove) postos de saúde espalhados na área territorial do município. Tal prática dificulta o acesso aos medicamentos pela população rural, tendo em vista o baixo poder aquisitivo e os valores despendidos com deslocamento pela população até a sede municipal da Farmácia Básica.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 204 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

EVIDÊNCIA: Ofício nº 58/2007, de 23/05/07, emitido pela Secretaria Municipal de Saúde do Município de Dom Pedro; Visita a Farmácia Básica.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para esse item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

3 - 55000 MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE A FOME

3.1 - PROGRAMA 1006 GESTAO DA POLITICA DE SEGURANCA ALIMENTAR E NUTRICIONAL AÇÃO : 0A28 APOIO A ORGANIZACAO DO SISTEMA UNICO DE ASSISTENCIA SOC IAL - SUAS - NACIONAL OBJETIVO DA AÇÃO : Contribuir para a efetivação da Assistência Social como política públi ca garantidora de direitos de cidadania e promotora de desenvolvimento social,na perspectiva da prevenção e superação das desigualdades e ex- clusão social, tendo a família como unidade de atenção. ORDEM DE SERVIÇO : 193603 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Atuação do gestor municipal no tocante ao cumprimento das condicionali dades previstas pela NOB-Norma Operacional Básica da Assistência So- cial com relacao ao níveis de gestao dos recursos assistenciais. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: Não se aplica

3.1.1 CONSTATAÇÃO: Ausência de realização do Diagnóstico das Áreas de Riscos e Vulnerabilidade Social.

FATO: A Administração Municipal não elaborou o Diagnóstico das Áreas de Riscos e Vulnerabilidade Social.

EVIDÊNCIA: SF nº 193603, de 17/05/2007; Ofício nº 017/2007-GAB, de 22/05/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O gestor informou, por meio do Ofício nº 017/2007- GAB, de 22/5/2007, que o referido diagnóstico ainda está em fase de levantamento.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 205 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

ANÁLISE DA EQUIPE: O Gestor reconhece a falha, portanto, mantém-se a constatação.

3.2 - PROGRAMA 1335 TRANSFERENCIA DE RENDA COM CONDICIONALIDADES AÇÃO : 006O Transferencia de Renda Diretamente as Familias em Condi cao de Pobreza e Extrema Pobreza (Lei n: 10.836, de 200 4) - NACIONAL OBJETIVO DA AÇÃO : Melhorar as condições socioeconômicas das famílias pobres e extrema- mente pobres, por meio da transferência de renda condicionada ao cum- primento, por parte dos beneficiários do programa, de agenda de com- promissos na área da saúde e da segurança alimentar, bem como à fre- qüência escolar das crianças de 6 a 15 anos. ORDEM DE SERVIÇO : 194244 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Transferência de renda, sujeita ao cumprimento de condicionalidades, diretamente a 11,2 milhões de famílias pobres e extremamente pobres. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 3.111.961,50

3.2.1 CONSTATAÇÃO: Beneficiários com indícios de renda per capita superior à estabelecida pelo programa.

FATO: Conforme disposto no caput do art. 18 do Decreto nº 5.209/2004, alterado pelo Decreto nº 5.749/2006, que regulamenta a Lei n° 10.836, de 09 de janeiro de 2004, a qual instituiu o Programa Bolsa Família, o Programa se destina a atender as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, caracterizadas pela renda familiar mensal per capita de até R$ 120,00 (cento e vinte reais) e R$ 60,00 (sessenta reais), respectivamente. Ademais, conforme Termo de Adesão do Município ao Programa, se constitui compromisso do Gestor Municipal, proceder ao acompanhamento das famílias beneficiárias, em especial atuando nos casos de maior vulnerabilidade social, o que significa dizer que se faz necessário que a Prefeitura verifique com freqüência a validade dos cadastros existentes, além de priorizar o cadastramento das famílias mais pobres do município. Em diligências realizadas junto às famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, recolheu-se evidências e/ou indícios de que os responsáveis a seguir listados não estariam enquadrados nas faixas de renda compatíveis com o normativo acima referenciado, em virtude da situação econômica encontrada:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 206 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA tabela 1 - beneficiários com evidências de renda superior

Responsável (NIS) Situação Cadastral Incompatibilidade Verificada 12356447816 Pobreza Titular é Auxiliar de Enfermagem no Hospital Remi Trinta, mora com um filho e cadastrou três netos como seus dependentes. 16536898517 Extrema Pobreza Titular é pequeno comerciante; um membro da família é beneficiário do INSS; possui casa própria e moto placa HPW 1491. 16031567904 Extrema pobreza Titular é Auxiliar Operacional de Serviços Diversos – AOSD na Escola Duque de Caxias, esposo é horticultor, possui casa própria e moto. 16012061332 Extrema pobreza Titular pensionista do INSS, possui casa própria. 16475098486 - Titular possui uma lanchonete, casa própria, veículo gol 4 portas HPQ 5607, esposo vende antena parabólica. 16252305112 - Membro da família trabalha em empresa privada e recebe benefício do INSS, possui casa própria. 16159705203 - Titular é beneficiária do INSS, possui casa própria. 16012105151 - Titular é aposentado, possui casa própria.

16272452277 - Titular é professora da Escolinha Tia Lucrécia.

20683485347 - Titular trabalha em empresa privada. 17040403739 - Titular é Secretária na Escola Municipal Pedro I 16630057989 - Comerciante, possui casa própria e carro, esposo crediarista. 16620950974 - Possui casa própria e renda familiar superior ao estipulado. 16143753254 - Titular é professora da Escola Francisco Franco Ribeiro, possui casa própria. 16272247800 - Comerciante, possui casa própria e moto.

16361965318 - Titular e filha são beneficiários do INSS, possui casa própria. 16106000949 - Titular beneficiária do INSS, possui casa própria. 16366052272 - Titular é Diretora da Escola Aristeu Falcão Costa. 16031546613 - Titular é Agente Comunitário de Saúde, esposo trabalha em empresa privada. 16622037001 - Beneficiário apresenta indícios de renda superior, possui casa própria, esposo aposentado INSS. 16014797425 - É comerciante, possui casa própria

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 207 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Responsável (NIS) Situação Cadastral Incompatibilidade Verificada 16123726723 Pobreza Titular informou não receber o benefício, e, também, não se enquadraria nas condicionalidades para recebê-lo.

tabela 2 - beneficiários com indícios de renda superior

Responsável (NIS) Situação Cadastral Incompatibilidade Verificada

16361611230 Extrema pobreza Um membro da família é beneficiário do INSS, possui casa própria. 16300675093 Extrema pobreza Titular trabalha em salão de beleza, esposo é servente, trabalha em média 15 dias no mês, diária de R$ 20,00, possui casa própria. 12425865553 Pobreza Titular é AOSD na Creche Santa Teresinha, membro da família é aposentada e, também, trabalha na mesma Creche. 16537391289 Extrema pobreza Beneficiário apresenta indícios de renda superior, possui casa própria, produtor rural e criador de galinha. 16556901637 Extrema pobreza Beneficiário pensionista do INSS. 20367563112 - Beneficiário é Agente de Saúde e possui casa própria. 16539676205 - Beneficiário é AOSD no Hospital Remi Trinta, possui casa própria, há indícios de renda superior. 16190365915 - Beneficiário apresenta indícios de renda superior, possui casa própria, é aposentada INSS. 16156217054 - Beneficiário é AOSD na Escola Municipal Francisco Franco Ribeiro (concursada) 16028897303 - Beneficiário é Agente de Saúde 20683487676 - Beneficiário é AOSD na Escola Municipal Gonçalves Dias (concursada) 16147389719 - Beneficiário é Auxiliar Enfermagem Hospital Remi Trinta 20683483417 - Beneficiário é AOSD na EM Renato Nunes (concursada) 20683483654 - Beneficiário é Agente de Saúde 20087482023 - Beneficiário é Professora na EM Josué Montelo (concursada) 16207664192 - Beneficiário é AOSD na EM Raimundo Pires Ferreira (concursada) 16012116120 - Beneficiário é AOSD na EM 21 de Abril (concursada) 20384980184 - Beneficiário é AOSD na EM Paulo VI (concursada) 16650248186 - Beneficiário é Supervisora da Secretaria de Educação (contratada). 20985972321 - Beneficiário é AOSD na EM Machado de Assis 16276110680 - Beneficiário é Professora na EM Duque de Caxias (contratada) 16221442096 - Beneficiário é Professora na EM Francisco Franco Ribeiro (concursada) Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 208 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Responsável (NIS) Situação Cadastral Incompatibilidade Verificada

16301138024 - Beneficiário é professora na EM Renato Nunes (concursada) 16280640184 - Beneficiário é Professora na EM Monteiro Lobato I (concursada) 16252312127 - Beneficiário é Professora na EM Duque de Caxias (contratada) 16461763997 - Beneficiário trabalha em empresa privada. 16454385095 - Beneficiário é Assistente Administrativo na Secretaria de Educação (concursada) 12657721372 - Beneficiário é AOSD na EM Renato Nunes (concursada) 16445602720 - Beneficiário é AOSD na EM Josué Montelo (concursada) 16361677908 - Beneficiária é Copeira da Prefeitura Municipal 16252301311 - Beneficiário é Professora da UI do Triângulo e da rede de ensino Estadual Ana Isabel Tavares

Como se pode depreender das planilhas acima, do total de 53 beneficiários, 58% possuem vínculo funcional com a Prefeitura Municipal. De outro modo, vale frisar que, no geral, considerando-se a situação econômico-financeira dos municípios, as pessoas vinculadas à gestão municipal representam uma classe privilegiada. Portanto, resta evidente a ausência de priorização das famílias mais carentes quando da realização dos cadastros das famílias e até mesmo de se verificar "in loco" se a renda declarada corresponde às condições de habitabilidade daquelas famílias.

EVIDÊNCIA: Entrevista com os beneficiários do Programa em seus respectivos endereços. fotos:

16031567904 – residência/moto NIS 16014797425 – parte interna do comércio

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 209 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NIS 16536898517 – lateral comércio NIS 16536898517 – moto

NIS 17040403739 – residência

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Através da Secretaria Municipal de Assistência Social, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro já cadastrou cerca de 4.076 famílias de baixa renda, destas, o MDS selecionou 3.245 a partir das informações prestadas pelos responsáveis legais e assinadas nos formulários de cadastros. A Secretaria vem realizando com freqüência a atualização dos cadastros e promovendo, ainda, o bloqueio de benefícios de famílias não localizadas, com o objetivo de transformar o Cadastro Único num banco de dados que reflita a real situação socioeconômica das famílias que se encontram em situação de pobreza e extrema pobreza do município de Dom Pedro. O fato de 58% dos 53 beneficiários visitados pelas diligências possuírem vinculo funcional com a Prefeitura Municipal, não os desqualifica como potenciais beneficiários nem tampouco os coloca numa "classe privilegiada" como sugere o relatório da CGU. Pois, o que o

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 210 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA habilita como beneficiário potencial do PBF (Programa Bolsa Família) é a renda per capita de até R$120,00, não importa a fonte desta renda. A Secretaria Municipal de Assistência Social sempre priorizou a realização de cadastros de famílias localizadas em áreas periféricas e da zona rural, local de maior concentração de famílias pobres - do município de Dom Pedro, prova disso é a cobertura total da estimativa de famílias com perfil do PBF, conforme informações disponibilizadas no sitio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS: Estimativa de Famílias Pobre Perfil Bolsa Família (Renda Per capita até R$120,00)= 2.818 Total de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família = 3.245"

ANÁLISE DA EQUIPE: Não acatadas as justificativas. As diligências realizadas junto às famílias beneficiárias do Programa revelaram, conforme planilhas acima, que a situação econômico-financeira constante no cadastro não condiz com a encontrada na ocasião das visitas, posto que se constatou famílias proprietárias de estabelecimento comercial, empregados de iniciativa privada, aposentados, pensionistas e servidores da Prefeitura Municipal cuja renda per capita e/ou condições de habitabilidade não são coerentes com a situação econômica declarada que as classificariam como pobres ou extremamente pobres. Noutro passo, há que se observar que, a renda é declarada verbalmente, o que requer do Gestor diligências freqüentes com vistas a verificar o atendimento das condicionalidades requeridas pelo Programa.

3.2.2 CONSTATAÇÃO: Ausência de atualização cadastral.

FATO: O exame realizado em trinta cadastros de beneficiários do Bolsa Família revelou que 07 deles possuem data de atualização entre os exercícios de 2002 e 2006, sendo que quatro deles, por não terem sido localizados, foram preenchidos a partir de dados extraídos do CadUnico e disponibilizados à Equipe. Outro fator que sinaliza desatualização é a existência de cadastros repetidos, bloqueados além de existência de códigos de INEP inválidos. Instado sobre que ações a Coordenação realiza com vistas a mobilização no sentido de que as famílias mantenham seu cadastro atualizado, o Gestor informou que "no momento do cadastramento as famílias são orientadas a voltar para atualizar seus dados sempre que ocorrer alguma alteração das informações cadastrais". Com relação existência de códigos de INEP inválidos o Gestor informou que "os códigos são colhidos nas escolas e repassados para o técnico responsável pelo sistema de freqüência escolar. Quanto aos casos de bloqueios e repetições o gestor apresentou esclarecimentos conforme planilhas a seguir: tabela 3 - Nis bloqueados

NIS TITULAR JUSTIFICATIVA MEDIDA ADOTADA

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 211 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NIS TITULAR JUSTIFICATIVA MEDIDA ADOTADA 16157041804 Não localização da família no Aguardando comparecimento do responsável 21204282147 endereço informado. legal para atualização cadastral. 16301533241

12912246980 Bloqueado pelo Gestor Federal para Família Excluída do CADUNICO averiguação.

16448762389 Bloqueado por DUP Cadastral pelo Aguardando comparecimento do RL para 16274428551 Gestor Federal. Família não atualização cadastral 16425821095 localizada no endereço

16016489647 Bloqueado pelo Gestor Federal Atualizado pelo Gestor Municipal e já liberado pelo Gestor Federal 20052203683 Família não localizada no endereço Aguardando comparecimento do RL para atualização cadastral

20940967906 Bloqueado por DUP Cadastral, não Aguardando comparecimento do RL para 16252317366 localizada no endereço atualização cadastral

21204451828 Bloqueado pelo Gestor Municipal, Aguardando comparecimento do RL para 16284132140 família não localizada no endereço atualização cadastral 21006276302 16252309681 Bloqueado pelo Gestor Federal, Cadastro excluído do Sistema família não localizada no endereço

12517570002 Bloqueado pelo Gestor Federal Cadastro atualizado e benefício liberado 1636493246 20710602442 16536346174 20683478030 Cadastro atualizado e benefício - cancelado por motivo de renda per capita acima do limite 16408340491 Bloqueado pelo Gestor Municipal Aguardando repercussão no Sistema da Caixa por duplicidade cadastral, cadastro pela atualização efetuada atualizado 20097319923 Benefício excluído pelo Gestor Família Excluída do CADUNICO Federal 16459336769 Cadastro atualizado e liberado pelo - Gestor Federal 16448101544 Família não localizada no endereço - pelo Gestor Municipal 20683483735 Bloqueio pelo Gestor Municipal - 19014384710 para averiguação de renda per 16623816810 capita 16460772569 Bloqueio pelo Gestor Municipal Atualizado e liberado 16361582761 para averiguação de renda per capita 16364865160 Bloqueado pelo Gestor Federal Aguardando comparecimento do RL para 20948475980 atualização cadastral 16623837893 16601697142 Bloqueio pelo Gestor Municipal Cadastro atualizado e cancelado para averiguação de renda per capita

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 212 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NIS TITULAR JUSTIFICATIVA MEDIDA ADOTADA 16620857443 Bloqueio pelo Gestor Municipal Benefício cancelado pelo Gestor Federal para averiguação de rend a per capita 16551634282 Bloqueado pelo Gestor Federal por Cadastro atualizado e benefício liberado pelo duplicidade cadastral Gestor Municipal

tabela 4 - Nis repetidos

NIS Titular Justificativa Medida adotada 12618309660 Famílias recebiam o benefício Aguardando RL para 16252306054 Bolsa Escola, ao realizar o atualização cadastral e 16408753516 cadastro para o Bolsa Família, bloqueio de um dos 16361795552 por conta de inconsistência de benefícios. dados, o programa não detectou a existência de outro benefício gerando, assim, duplicidade. 16385544487 Multiplicidade no CDBES Atualizado, aguardando 16408658238 arquivo retorno. 16361638392 Famílias recebiam o benefício Aguardando RL para 16395504542 Bolsa Escola, ao realizar o atualização cadastral e cadastro para o Bolsa Família, bloqueio de um dos por conta de inconsistência de benefícios. dados, o programa não detectou a existência de outro benefício gerando, assim, duplicidade.

EVIDÊNCIA: Exame realizado em trinta cadastros.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Através da Secretaria Municipal de Assistência Social, a Prefeitura Municipal de Dom Pedro atualiza diariamente cadastro de dezenas de famílias no Departamento de Cadastro Único e também "in loco" nos casos que requerem a visita de um técnico. Os casos em que há cadastro repetidos e bloqueios foram ocasionados por falha do aplicativo de Cadastramento Único off line, desenvolvido pelo agente operador do Programa, Caixa Econômica Federal, que já se encontra na sua 6ª versão, na tentativa de corrigir os erros."

ANÁLISE DA EQUIPE: Apesar de o Gestor alegar que a atualização é diária, as ações com vistas a sensibilizar as famílias acerca da necessidade de manter atualizado os seus dados cadastrais se mostraram insuficientes. É fato que o cadastro off line favorece a ocorrência de falhas, mas, de outro lado, manter atualizadas informações tais como mudança de escola, de endereço, inclusão/exclusão de dependentes, renda per capita são responsabilidades do Gestor Municipal conjuntamente com as famílias cadastradas.

3.2.3 CONSTATAÇÃO: Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 213 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Descumprimento, por parte dos dirigentes das escolas, de suas atribuições.

FATO: Apesar de os Diretores das Escolas visitadas terem se manifestado cientes quanto as atribuições legalmente previstas, não existe evidência que os referidos Diretores estejam cumprindo o estabelecido no art. 4.º da Portaria MDS/MEC n.º 3.789/2004, posto que do total de alunos constantes da amostra, 47% não foram localizados naquelas escolas, tampouco, havia registro de ocorrências como transferência e/ou abandono. Na Prefeitura, procedeu-se o exame nos controles da freqüência escolar relativos ao segundo bimestre/2007, onde se constatou que às vésperas de findar o prazo para o lançamento da freqüência escolar no Sistema, nem todas as escolas haviam entregue seus controles à Coordenação. Destes, apenas dois indicavam o percentual de presença dos alunos no período, os demais continham, a lápis, o nome da escola e de uns poucos alunos, mas não indicavam os percentuais de freqüência dos alunos. Constatou-se, ainda, ocorrência de freqüência inferior ao estipulado pelo Programa, porém, não restou demonstrado quais medidas foram adotadas com vistas a evitar tais ocorrências.

EVIDÊNCIA: Entrevista com os Diretores das Escolas: Colégio Madre Margarida Caiani, EM 21 de Abril, EM Monteiro Lobato, JI e Escola de 1º grau Kolping e exame nos controles de freqüência disponíveis na Coordenação do Programa.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "O acompanhamento das condicionalidades vem sendo feito pelas respectivas Secretarias apesar dos relatórios disponibilizados pelos Ministérios virem desatualizados e os sistemas oferecidos para inserção das informações se apresentarem como grandes obstáculos, em especial o sistema de freqüência, que depois de erros sucessivos foi recentemente redefinido. Motivo este que causou lentidão no processo de acompanhamento e detectado pela equipe da CGU."

ANÁLISE DA EQUIPE: Embora a justificativa apresentada pelo Gestor, se constitua um dificultador do acompanhamento das condicionalidades impostas pelo Programa, elas não elidem os fatos apontados uma vez que as constatações dizem respeito à ausência de informação por parte parte das escolas para a Secretaria Municipal de Assistência Social quanto a transferência de alunos, indicação da escola de destino, preenchimento do formulário de controle de freqüência, medidas adotadas quando ocorre freqüência inferior a 85%, além de ações efetivas na área da saúde.

3.2.4 CONSTATAÇÃO: Ausência de atuação do Conselho Municipal de Assistência Social.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 214 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

FATO: As ações de acompanhamento, avaliação e fiscalização do Programa Bolsa Família foram delegadas por meio da Portaria 046/2005, ao Conselho Municipal de Assistência Social - CMAS. A Presidenta do Conselho é, também, Secretária Municipal de Assistência Social e membro da Coordenação Municipal do Programa Bolsa Família. O acúmulo dessas funções gera conflito de interesses e vai de encontro ao princípio de segregação de função e da imparcialidade, bem como, gera obstáculos à transparência da gestão pública, visto que dentre as atribuições do CMAS, está a de exercer controle, fiscalização e acompanhamento do referido Programa. Quanto à atuação do CMAS, em reunião realizada com cinco de seus representantes constatou-se que, de um lado, eles são indicados sem que tenha havido sua anuência para assumir tais responsabilidades, de outro lado, no geral, os representantes não foram escolhidos com autonomia em relação ao governo o que não os torna representantes legítimos escolhidos e indicados pelos membros do grupo ou da entidade da qual fazem parte. Foram colhidas, ainda, informações de que: i) as reuniões ocorrem quando há necessidade extrema, ii) a instância de controle não realiza visitas às escolas e aos postos de saúde para acompanhar as condicionalidades, iii) não lhes foi oferecido capacitação relacionada à execução do Programa. No Livro de Atas do CMAS, relativo aos exercícios de 2006/2007, não há registros de ações fiscalizatórias do programa no Município.

EVIDÊNCIA: Reunião com os membros do CMAS e exame no livro de atas dos exercícios de 2006 e 2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A Secretária Municipal de Assistência Social é a Presidente do CMAS eleita pelos seus membros. Mas por conveniência, imparcialidade do seu papel de instância fiscalizadora e para não gerar conflitos de interesses, foi convocada reunião extraordinária para eleição de novo presidente. A pouca atuação do Conselho Municipal de Assistência Social deve-se ao fato da pouca oferta de capacitação por parte do Gestor Estadual."

ANÁLISE DA EQUIPE: Acatada a justificativa na parte que se refere a eleição do novo Presidente do CMAS. Com relação a atuação do Conselho, tem-se que em diligência com cinco de seus membros restou evidente que a ausência de capacitações quanto ao funcionamento do Bolsa Família é fator preponderante para que o Conselho possa dar maior resposta às demandas e necessidades da população e maior transparência na gestão pública, contudo a capacitação por si só não é suficiente. Vale repetir que durante a reunião com seus membros constatou-se que, de um lado, eles são indicados sem que tenha havido sua anuência para assumir tais responsabilidades, de outro lado, no geral, os representantes não foram escolhidos com autonomia em relação ao governo o que não os torna representantes legítimos escolhidos e indicados pelos membros do grupo ou da entidade da qual fazem parte.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 215 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 3.2.5 CONSTATAÇÃO: Ausência de oferta de programas complementares que visem a emancipação das famílias.

FATO: Os benefícios do Programa Bolsa Família não se restringem ao recebimento do recurso financeiro pelas famílias selecionadas. Propiciar o acesso das famílias pobres beneficiadas pelo Programa às demais ações, programas e políticas complementares, considerando as suas necessidades mais estruturais, constitui um diferencial que leva à consolidação da estratégia do processo de inclusão social duradoura, o que implica, dentre outras medidas, o estabelecimento de parcerias com órgãos e instituições municipais, estaduais e federais, governamentais e não-governamentais, com vistas a oferta de programas complementares aos beneficiários do Bolsa Família, especialmente ações de alfabetização, de capacitação profissional e de geração de emprego e renda desenvolvidas em sua esfera de competências. Conforme descrito no Art. 14, Inciso VII, do Decreto 2.509/2004 e no Termo de Adesão ao Programa, a busca por essas parcerias são competências do Gestor Municipal. Sobre esse assunto, o Gestor informou que "ainda não foram estabelecidas parcerias nesse sentido". A ausência de políticas públicas promotoras de processos emancipatórios, mantém as famílias reféns dos benefícios do programa e na mesma condição de vulnerabilidade após sua exclusão desse.

EVIDÊNCIA: Decreto 2.509/2004 e no Termo de Adesão ao Programa e Ofício 016/2007- GAB PM de Dom Pedro (MA).

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A Secretaria Municipal de Assistência Social mesmo sem estabelecer parceria, realizou cursos de geração de renda com o objetivo de promover a melhoria de qualidade de vida dos beneficiários do PBF, tais como: Doces em Compotas e Pintura em Tecido e planejou ações que intensifiquem a execução de programas complementares, principalmente através do Centro de Referencia de Assistência Social."

ANÁLISE DA EQUIPE: Justificativa não acatada. Não foi comprovada a realização de cursos com vistas à geração de renda para as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família.

3.2.6 CONSTATAÇÃO: Fragilidades no acompanhamento das condicionalidades na área da saúde.

FATO: Em entrevistas realizadas junto às famílias beneficiárias do Programa, colheu-se informações de que as ações dos agentes comunitários de saúde, no geral, se restringiam a avisar o dia em que o médico estaria consultando naquelas localidades, portanto, revelam-se frágeis o acompanhamento das condicionalidades da área da saúde no que concerne

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 216 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA a oferta de serviços para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, assistência pré-natal e ao puerpério, bem como da vigilância alimentar e nutricional de menores de 7 anos, nos moldes da Portaria Interministerial MS/MDS/nº 2.509/2004.

EVIDÊNCIA: Entrevista com as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, relacionadas na amostra disponibilizada pela CGU/PR.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: O Gestor não se manifestou sobre este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

3.3 - PROGRAMA 1384 PROTECAO SOCIAL BASICA AÇÃO : 2A60 SERVICOS DE PROTECAO SOCIAL BASICA AS FAMILIAS - NACION AL OBJETIVO DA AÇÃO : Contribuir para a efetivação da Assistência Social como política públi ca garantidora de direitos de cidadania e promotora de desenvolvimento social,na perspectiva da prevenção e superação das desigualdades e ex- clusão social, tendo a família como unidade de atenção. ORDEM DE SERVIÇO : 194792 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Viabilização do co-financiamento, junto às demais esferas de governo, para o custeio do funcionamento dos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS, para que, como referência local e territorial, desenvolvam atendimento psicossocial às famílias em situação de vulnerabilidade social, promovendo seu fortalecimento, emancipação e inclusão social; e promoção da potencialização da rede local socioassistencial básica, fortalecendo, ampliando e articulando suas ações. Viabilização do co-financiamento, junto às demais esferas de governo, para o custeio do funcionamento dos Centros de Atenção Especializada de Assistência Social, para que, com abrangência regionalizada, desenvolvam atendimento de maior complexidade às famílias e indivíduos em situação de risco e vulnerabilidade social, promovendo seu fortalecimento, emancipação e inclusão social, de forma articulada com a rede básica, bem como com as redes de proteção de outras políticas públicas. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 25.200,00

3.3.1 CONSTATAÇÃO: CRAS com espaço físico inadequado.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 217 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

FATO: O Guia de Orientação Técnica n° 1 do SUAS, do MDS, item 1.5, estabelece que: "O ambiente do CRAS deve ser acolhedor para facilitar a expressão de necessidades e opiniões, com espaço para atendimento individual que garanta privacidade e preserve a integridade e a dignidade das famílias, seus membros e indivíduos. Deve obrigatoriamente prever meios de acessibilidade para pessoas idosas e com deficiência." (Grifos Nossos) Em visita ao CRAS do Município de Dom Pedro (MA), constatou-se a existência dos seguintes espaços no local: uma recepção, uma sala para a assistente social, uma sala para psicóloga - esta sem a porta que garanta a privacidade dos atendidos - , uma cozinha e um banheiro - este também sem porta. Dessa forma, a sede do CRAS de Dom Pedro (MA) não tem o espaço físico indicado pelo Guia de Orientação Técnica n° 1 do SUAS, principalmente no que se refere a sala com privacidade para atendimento individual, banheiro - que está sem porta - e meios de acessibilidade para pessoas idosas e com deficiência.

EVIDÊNCIA: Inspeção física à sede do CRAS do Município de Dom Pedro (MA) e fotos.

Sala psicóloga sem a porta.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 218 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Banheiro sem a porta.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "O Centro de Referencia de Assistência Social de Dom Pedro abriga os três ambientes mínimos requisitados: uma recepção uma salas para entrevistas, alem das áreas convencionais de serviços. Para atender as outras especificações do Guia de Orientação Técnica nº 1 do SUAS, a Secretaria Municipal de Assistência fez as adaptações necessárias, além de colocação de portas no banheiro e nas salas de entrevistas."

ANÁLISE DA EQUIPE: A constatação trata-se da falta de privacidade para os atendidos pelo programa na sede do CRAS, em decorrência da ausência de portas no banheiro e na sala da psicóloga, além de carência de meios de acessibilidade para pessoas idosas e com deficiência. O Gestor expõe que fez as adaptações necessárias e efetivou a colocação de portas no banheiro e na sala de entrevistas. Porém não juntou documentos à sua manifestação que pudessem comprovar suas alegações, já que a constatação foi feita a partir de vistoria física à sede do CRAS. Justificativas não acatadas.

3.3.2 CONSTATAÇÃO: Mobiliário incompatível com as atividades do CRAS.

FATO: O Guia de Orientação Técnica n° 1 do SUAS, do MDS, item 1.5, prevê que a sede do CRAS deve ser equipada com mobiliário compatível com as atividades oferecidas (art. 4° da Portaria n° 442/2005 do MDS), sendo recomendável a disponibilização de linha telefônica e computador conectado à internet, de forma a possibilitar agilidade na concretização de procedimentos e o registro de dados. Em inspeção física à sede do CRAS do Município de Dom Pedro (MA), verificou-se a ausência de linha telefônica e de computador.

EVIDÊNCIA: Inspeção física à sede do CRAS do Município de Dom Pedro (MA).

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "O mobiliário do Centro de Referencia de Assistência Social - CRAS está de acordo com a capacidade de atendimento e as atividades oferecidas e em conformidade com o Guia de Orientação Técnica nº 01 do SUAS."

ANÁLISE DA EQUIPE: A constatação trata especificamente da falta de linha telefônica e computador conectado à internet na sede do CRAS. Sobre isso não houve manifestação objetiva do Gestor. Justificativas não acatadas.

3.3.3 CONSTATAÇÃO: Ausência de capacitação da equipe do CRAS.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 219 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA FATO: O Guia de Orientação Técnica n° 1 do SUAS, do MDS, item n° 1.8, citando a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB-SUAS) preconiza que: "os municípios habilitados em gestão básica e plena e o DF estão aptos a receber o incentivo de participação em programas de capacitação de gestores, profissionais, conselheiros e da rede prestadora de serviços, promovidos pelo Estado e União." Conforme visita ao CRAS de Dom Pedro (MA), não se teve acesso a documentos que comprovasse a realização de processo de capacitação com a equipe de profissionais da unidade do CRAS.

EVIDÊNCIA: Inspeção física à sede do CRAS do Município de Dom Pedro (MA); Entrevista com os membros que atuam no CRAS.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "De acordo com a NOB/SUAS Os Estados co-financiam a Proteção Social Básica de Assistência Social, mediante aporte de recursos para o sistema de informação, monitoramento, avaliação, capacitação, apoio técnico e outras ações pactuadas progressivamente. Também são responsáveis por coordenar, gerenciar, executar e co-financiar programas de capacitação de gestores, profissionais, conselheiros e prestadores de serviços, recebendo recursos federais, em incentivo, para o cumprimento desta responsabilidade. "Mesmo o município estando em gestão básica do SUAS, e apto a receber incentivos, ainda não recebeu nenhum recursos financeiro para capacitação dos técnicos."

ANÁLISE DA EQUIPE: O Guia de Orientação Técnica n° 1 do SUAS, do MDS, item n° 1.8, estabelece, também simplesmente que: "A equipe técnica deve ser capacitada periodicamente." O Guia de Orientação Técnica n° 1 do SUAS, do MDS, item n° 1.8, estabelece, também simplesmente que: "A equipe técnica deve ser capacitada periodicamente." Como o gestor não comprovou a realização da referida capacitação, mantemos a constatação.

3.3.4 CONSTATAÇÃO: Ausência de documentação comprobatória da movimentação de recursos do CRAS.

FATO: Conforme os extratos bancários da conta do programa (Banco do Brasil/Agência: 2031/Conta: 10405) percebe-se que a movimentação dos recursos é feita por emissão de cheques. Foram demandadas pelas Solicitações de Fiscalização n° 194792-01, 001-COORDENAÇÃO e 002- COORDENAÇÃO, cheques e ordens bancárias utilizadas na movimentação financeira do programa. Entretanto, como não foram disponibilizados tais documentos, restou inviabilizada a comprovação da adequada movimentação desses recursos mediante cheque nominativo ou ordem bancária ao credor, que são a melhor forma de comprovar a destinação

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 220 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA dos recursos. Ressalta-se ainda, que a não apresentação desses documentos constitui-se numa inobservância do art. 26 da Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, que dispõe: "nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado aos servidores do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, no exercício das atribuições inerentes às atividades de auditoria, fiscalização e avaliação de gestão, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal."

EVIDÊNCIA: Solicitações de Fiscalização n° 194792-01, 001-COORDENAÇÃO e 002- COORDENAÇÃO, extratos bancários da conta do programa (Banco do Brasil/Agência: 2031/Conta: 10405) e Ofício CGU n° 032/2007-GAB Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA).

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

3.3.5 CONSTATAÇÃO: Indícios de compras sem entrega de mercadorias.

FATO: A partir de procedimentos de exames para a comprovação da idoneidade de notas fiscais vinculadas à despesas do CRAS, de entrevistas e de requisição de informações a órgãos públicos, obteve-se indícios de que transações comerciais podem ter sido simuladas, conforme descrição a seguir.

Fornecedor NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Objeto CNPJ L T S Comércio, 00.414.931 Material de 1668 10/1/2007 1.884,30 1155005842 Repre. e /0001-36 Expediente Distr. Ltda

Em consulta ao sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas (com acesso restrito) constatamos que a autorização para impressão de documentos fiscais (AIDF), constante na nota fiscal acima, não foi emitidas pela Secretaria de Fazenda do Estado do Maranhão (SEFAZ-MA), comprovando a falsidade desses documentos fiscais. Em complemento, essa mesma fonte de consulta informa que, no período sob exame, não há registros de compras de mercadorias por essa empresa (C.N.P.J. n° 00.414.931/0001-36) - para formação de estoques para venda - tanto de fornecedores localizados no Estado do Maranhão, quanto em outros estados da federação. Ressalva-se ainda, que essa mesma empresa teria fornecido R$ 101.138,00 (cento e um mil, cento e trinta e oito reais)

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 221 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA para a Prefeitura de Dom Pedro (MA) para despesas relacionadas ao Programa de Proteção Social Básica (Creche). Porém, as notas fiscais que sustentaram essas transações carecem das mesmas deficiências ora relatadas, conforme item 3.2.12 relatório. Acrescente-se aos fatos, a constatação registrada no item 1.3.12 deste relatório, de que o sócio da empresa fornecedora de C.N.P.J. N° 00.414.931/0001-36 hospedou-se em um hotel da sede de Dom Pedro, com despesas pagas indevidamente pela Prefeitura, com recursos do Fundef, fato que denota estreita relação entre o emitente das notas fiscais inidôneas e prefeitura. Adicionalmente, realizou-se entrevista formal com o responsável pela empresa fornecedora, questionando-o sobre a efetiva concretização das transações comerciais descritas nos documentos fiscais. Esse declarou que: "Quanto aos produtos discriminados nas notas fiscais acima citadas, cerca de 60% a 70%, foram de fato entregues a Sra. portadora do C.P.F. n° 303.524.603-34 - Secretária de Administração do Município de Dom Pedro (MA)." Dessa forma, como o empresário relatou, se 60% a 70% das mercadorias foram entregues, de 40% a 30%, não foram fornecidas à Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA). Essas circunstancias, direcionam, fortemente, para a simples simulação dessas transações comerciais, com o enxerto de documentos fiscais inidôneos na prestação de contas do CRAS, apenas para formalizá-la documentalmente, apontando para a situação de que parte dos produtos descritos nas notas fiscais nunca tenham, realmente, chegado aos beneficiários finais do programa. Ressalta-se ainda, que a empresa L T S Comércio, Repre. e Distr. Ltda (CNPJ: 00.414.931/0001-36) já foi objeto de constatação referente a "contratações sem licitação", conforme consignado no Relatório de Fiscalização n° 757, item n° 1.3.4.

EVIDÊNCIA: Sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas, Entrevista com o proprietário da Empresa L T S Comércio, Repre. e Distr. Ltda (CNPJ: 00.414.931/0001-36), Ofício n.º 16.813/2007/CGU- Regional/MA. Nota Fiscal Nº 1668, de 10/1/2007, emitida pela Empresa L T S Comércio, Repre. e Distr. Ltda.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica". AÇÃO : 2A61 SERVICOS ESPECIFICOS DE PROTECAO SOCIAL BASICA - NACION AL OBJETIVO DA AÇÃO : Assegurar o desenvolvimento integral das crianças de 0 a 5 anos, e das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos em situação de pobreza e de risco social, valorizando a convivência social e familiar.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 222 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA ORDEM DE SERVIÇO : 194952 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Ações de proteção social básica voltadas ao atendimento de crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, em situação de vulnerabilidade social, em creches e pré-escolas, nas modalidades de atendimento em jornada integral e jornada parcial de acordo com as demandas apuradas no município. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 233.599,50

3.3.6 CONSTATAÇÃO: Ausência de realização de Processo Licitatório.

FATO: De acordo com documentos de comprovação de despesas - vide quadros "A", "B", "C" e "D" a seguir - o Gestor Municipal deixou de efetivar o necessário processo licitatório para a aquisição de materiais de expediente e gêneros alimentícios destinados aos beneficiários do Programa de Proteção Social Básica (Creche) no Município de Dom Pedro (MA), durante os exercícios de 2004 e 2005. Tal prática configura-se em afronta ao art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, ao princípio da isonomia e à Lei n° 8.666/1993, mormente o seu art. 2º. Quadro A (Alimentos/Exercício de 2006):

NF Valor R$ Fornecedor Fornecedor CNPJ/CPF Objeto Adquirido 196 6.250,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda 198 6.635,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda 199 7.700,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda 200 7.900,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda 556 6.635,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda 560 7.630,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda 1570 1.605,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Alimentos Repre. e Distr. Ltda 561 7.630,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda 567 7.630,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda - 1.610,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda 572 3.280,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 223 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA NF Valor R$ Fornecedor Fornecedor CNPJ/CPF Objeto Adquirido 582 4.650,00 J. A. SÁ Comé rcio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda 589 3.500,00 J. A. SÁ Comércio e 01.501.834/0001-43 Alimentos Repre. Ltda Recibo 1.790,00 Antônio Dinael 334.833.883-20 Alimentos Praxede Silva Recibo 1.400,00 Antônio Dinael 334.833.883-20 Alimentos Praxede Silva Recibo 1.610,00 Edimilson Pereira RG: 1726292-5 SSP Alimentos de Sousa MA Recibo 1.000,00 Antônio Dinael 334.833.883-20 Alimentos Praxede Silva Recibo 960,00 Edimilson Pereira RG: 1726292-5 SSP Alimentos de Sousa MA Recibo 1.740,00 Antônio Dinael 334.833.883-20 Alimentos Praxede Silva Total 81.155, 00 - - -

Quadro B (Alimentos/Exercício de 2007):

NF Valor R$ Fornecedor Fornecedor Objeto CNPJ/CPF Adquirido 603 7.000,00 J. A. SÁ Comércio 00.414.931/0001-36 Alimentos e Repre. Ltda 609 7.200,00 J. A. SÁ Comércio 01.501.834/0001-43 Alimentos e Repre. Ltda 612 2.210,00 J. A. SÁ Comércio 01.501.834/0001-43 Alimentos e Repre. Ltda 618 8.300,00 J. A. SÁ Comércio 01.501.834/0001-43 Alimentos e Repre. Ltda 625 7.200,00 J. A. SÁ Co mércio 01.501.834/0001-43 Alimentos e Repre. Ltda Recibo 1.730,00 Adriana S. da 449.65.193-34 Alimentos Silva Total 33.640,00 - - -

Quadro C (Material de Expediente/Exercício de 2006):

Fornecedor Objeto NF Valor R$ Fornecedor CNPJ/CPF Adquirido 1489 4.400,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1543 6.635,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1545 7.700,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1552 6.635,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1488 7.213,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1562 3.500,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 224 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA 1571 1.400,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1581 3.780,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1607 2.180,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1621 3.800,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1623 2.970,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente Total 50.213,00 - - -

Quadro D (Material de Expediente/Exercício de 2007):

Fornecedor Objeto NF Fornecedor Valor R$ CNPJ/CPF Adquirido 1671 4.000,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1679 5.000,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1683 1.970,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1682 1.770,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente 1690 6.000,00 L T S Comércio, 00.414.931/0001-36 Material de Repre. e Distr. Ltda Expediente Total 18.740,00 - - -

Ressalta-se que por intermédio das Solicitações de Fiscalização n° 194952 - 01, 001 COORDENAÇÃO e 002 COORDENAÇÃO, demandou-se do Gestor Municipal processos licitatórios, que originaram às despesas acima elencadas. Em resposta, o Gestor encaminhou apenas o Ofício n° 36/2007-GAB PREF DOM PEDRO, em que informa, em resumo, da impossibilidade de disponibilização de tais processos, já que as compras teriam sido efetivadas por dispensa de licitação. Entretanto, mesmo esses processos de dispensa de licitação não foram exibidos.

EVIDÊNCIA: Solicitações de Fiscalização n° 194952 - 01, 0001 COORDENAÇÃO e 0002 COORDENAÇÃO, Ofício n° 36/2007-GAB PREF DOM PEDRO.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

3.3.7 CONSTATAÇÃO: Ausência de Controle de Materiais Recebidos.

FATO: Em visita as Creches Municipais "Nice Lobão" e do "Triângulo", Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 225 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA conforme entrevistas com os diretores dessas unidades, constatou-se que não há qualquer controle sobre os materiais/equipamentos repassados pela prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA). Esses materiais/equipamentos devem ser empregados no desenvolvimento de atividades relacionadas ao Programa de Proteção Social Básica (Creche). Entretanto, a ausência de controle sobre os materiais/equipamentos repassados fragiliza os controles internos sobre as atividades do programa.

EVIDÊNCIA: Visita "in loco" nas unidades e entrevistas com diretores.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A entrega dos materiais é feita pela Secretaria Municipal de Assistência Social, de forma que os serviços são oferecidos regularmente nas creches, conforme constatou a equipe de fiscalização. "De forma que a ausência do comprovante de entrega dos materiais às creches não descaracteriza o atendimento e desenvolvimento das atividades relacionadas ao Programa de Proteção Social Básica (creche) feito às crianças."

ANÁLISE DA EQUIPE: A constatação concentrou-se sobre a ausência de controle sobre os materiais/equipamentos repassados pela prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) às Creches Municipais "Nice Lobão" e do "Triângulo", fato que fragiliza os controles internos sobre as atividades do programa. Em suas alegações o Gestor não contrapõem essa situação. Justificativas não acatadas.

3.3.8 CONSTATAÇÃO: Ausência de documentação comprobatória da movimentação dos recursos do Programa de Proteção Social Básica (Creche).

FATO: Conforme os extratos bancários da conta do programa (Banco do Brasil/Agência: 2031/Conta: 9665-2) percebe-se que a movimentação dos recursos é feita por emissão de cheques. Foram demandadas pelas Solicitações de Fiscalização n° 194952 - 01, 001-COORDENAÇÃO e 002- COORDENAÇÃO, cheques e ordens bancárias utilizadas na movimentação financeira do programa. Entretanto, como não foram disponibilizados tais documentos, restou inviabilizada a comprovação da adequada movimentação desses recursos mediante cheque nominativo ou ordem bancária ao credor, que são a melhor forma de comprovar a destinação dos recursos. Ressalta-se ainda, que a não apresentação desses documentos constitui-se numa inobservância do art. 26 da Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, que dispõe: "nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado aos servidores do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, no exercício das atribuições inerentes às atividades de auditoria, fiscalização e avaliação de gestão, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal."

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 226 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA EVIDÊNCIA: Solicitações de Fiscalização n° 194952-01, 001-COORDENAÇÃO e 002- COORDENAÇÃO, extratos bancários da conta do programa (Banco do Brasil/Agência: 2031/Conta: 9665-2) e Ofício n° 014/2007-GAB Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA).

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

3.3.9 CONSTATAÇÃO: Ausência de controle sobre materiais distribuídos.

FATO: Em entrevista com a responsável pelo do Programa de Proteção Social Básica (Creche) no Município de Dom Pedro (MA), portadora do C.P.F. de n° 43.167.933-53, essa relatou que não há controle sobre os materiais repassados pela Prefeitura para as entidades executoras do programa. Conforme Ofício n° 019/2007-GAB Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA), são os seguintes os locais de execução do programa no Município de Dom Pedro (MA): Creche Municipal Santa Terezinha, Creche Municipal São João, Creche Municipal Nice Lobão, Creche Municipal Pedro I, Creche Municipal do Triângulo e Creche Tia Arlene. Na tabela a seguir, vê-se os materiais, discriminados por tipo, repassados pela prefeitura às unidades executoras, conforme documentação disponibilizada:

Material/Insumos Total (R$) Alimentos 114.795,00 Material de Expediente 64.553,00 Material de Limpeza 27.275,00 Outros Materiais 12.700,00 Total 219.323,00

Ressalta-se, que não foi possível identificar quais desses materiais/insumos foram repassados para as unidades executoras, justamente pela ausência de controle.

EVIDÊNCIA: Entrevista com a responsável pelo do Programa de Proteção Social Básica (Creche) no Município de Dom Pedro (MA) e documentos de despesas disponibilizados.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 227 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A entrega dos materiais é feita pela Secretaria Municipal de Assistência Social, de forma que os serviços são oferecidos regularmente nas creches, conforme constatou a equipe de fiscalização. De forma que a ausência do comprovante de entrega dos materiais às creches não descaracteriza o atendimento e desenvolvimento das atividades relacionadas ao Programa de Proteção Social Básica (creche) feito às crianças."

ANÁLISE DA EQUIPE: Como naquela anterior, a constatação concentrou-se sobre a ausência de controle sobre os materiais/equipamentos repassados pela prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA) às entidades executoras do programa. Isso, como relatado, torna impossível identificar quais desses materiais/insumos foram repassados de fato. Em suas alegações o Gestor não contrapõem essa situação. Num contexto geral do desenvolvimento das ações do programa, essa falta de controle torna-se mais relevante, ante os "Indícios de compras sem entrega de mercadorias", conforme item n° 3.2.12, deste relatório. Justificativas não acatadas.

3.3.10 CONSTATAÇÃO: Ausência de Prestação de Contas por parte da Entidade Beneficente.

FATO: As atividades relativas ao Programa, no Município de Dom Pedro (MA), são executadas por seis organizações, cinco governamental e uma não governamental. A organização não governamental é denominada Associação Beneficente Dompedrense - ABEDPE, a qual recebe recursos mensais no valor de R $ 1.957,30,00 (mil, novecentos e cinqüenta e sete reais e trinta centavos). No período sob exame a referida entidade recebeu o montante de R$ 27.402,20 (vinte e sete mil, quatrocentos e dois reais e vinte centavos). Os recursos são repassados por meio de cheque nominalmente identificado. Mediante análise dos documentos comprobatórios das despesas realizadas, verificou-se a ausência de prestações de contas, por parte da Entidade Beneficente, dos valores repassados pela Prefeitura.

EVIDÊNCIA: Documentos de despesa do programa.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A entidade beneficente - Associação beneficente Dompedrense - recebe recursos regulamente da Prefeitura Municipal de Dom Pedro para execução do Programa de Proteção Social Básica (creche) e presta contas dos valores repassados através de notas fiscais. Estas não foram apresentadas à equipe de fiscalização pelo fato de não terem sido solicitadas."

ANÁLISE DA EQUIPE: Conforme dito pelo Gestor, se a Associação Beneficente Dompedrense - ABEDPE: "presta contas dos valores repassados através de notas fiscais", este seria o momento oportuno para exibir tal documentação.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 228 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Entretanto, o Gestor não encaminhou tais documentos anexos às suas alegações. Justificativas não acatadas.

3.3.11 CONSTATAÇÃO: Ausência de Certificado junto ao Conselho Nacional de Assistência Social.

FATO: Embora demandado por intermédio das Solicitações de Fiscalização n° 194952 - 01 e 0001 COORDENAÇÃO, não foi apresentado o Certificado de Entidade Beneficente junto ao Conselho Nacional de Assistência Social, da Associação Beneficente Dompedrense. Essa entidade desenvolve ações do Programa de Proteção Social Básica (Creche) no Município de Dom Pedro (MA) e sendo o certificado exigência da Lei n° 8.742/93 (Art. 9°).

EVIDÊNCIA: Solicitações de Fiscalização n° 194952 - 01 e 0001 COORDENAÇÃO.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Conforme SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO - SF Nº 194952 - 01, item 2, o referido documento foi entregue à equipe na ocasião da fiscalização no município."

ANÁLISE DA EQUIPE: O item nº 2 da Solicitação de Fiscalização n° 1949752-01, expressa: "Apresentar relação das entidades que executam o programa no município, com a respectiva documentação de registro junto ao Conselho Nacional de Assistência Social e, de certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social, no caso de ONGS - Organizações não Governamentais." Entretanto, o Ofício n° 14/2007-GAB da Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA), item n° 2 é expresso que "Registro do CNAS em anexo.". É fato que esse documento - o registro - foi entregue à equipe da CGU. Contudo, a constatação se refere ao Certificado de Entidade Beneficente junto ao Conselho Nacional de Assistência Social e não ao registro. Justificativas não acatadas.

3.3.12 CONSTATAÇÃO: Indícios de compras sem entrega de mercadorias.

FATO: A partir de procedimentos de exames para a comprovação da idoneidade de notas fiscais vinculadas à despesas do Programa de Proteção Social Básica (Creche), de entrevistas e de requisição de informações a órgãos públicos, obteve-se indícios de que transações comerciais, destacadas no quadro abaixo, podem ter sido simuladas, conforme descrição a seguir.

Fornecedor NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Objeto CNPJ 1489 4/1/2006 4.400,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 229 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Fornecedor NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Objeto CNPJ Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 1487 4/1/2006 3.000,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Limpeza Repre. e Distr. Ltda 196 6/1/2006 6.250,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1543 28/3/2006 6.635,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 1542 28/3/2006 6.000,00 1155005842 L T S 00.414.931 Conj. de Comércio, /0001-36 mesa e Repre. e cadeira Distr. Ltda 198 17/4/2006 6.635,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1545 17/4/2006 7.700,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 1552 16/5/2006 6.635,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 199 16/5/2006 7.700,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1554 16/6/2006 6.635,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Limpeza Repre. e Distr. Ltda 200 16/6/2006 7.900,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1488 19/6/2006 7.213,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 556 17/7/2006 6.635,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1562 17/7/2006 3.500,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda ??? 17/7/2006 4.365,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Limpeza Repre. e Distr. Ltda 560 11/8/2006 7.630,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 230 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Fornecedor NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Objeto CNPJ Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1569 11/8/2006 3.780,00 1155005842 L T S 00.414.931 Conj. de Comércio, /0001-36 mesa e Repre. e cadeira e Distr. Ltda perfurador 1570 11/8/2006 1.605,00 1155005842 L T S 00.414.931 Alimentos Comércio, /0001-36 Repre. e Distr. Ltda 1571 11/8/2006 1.400,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 561 11/9/2006 7.630,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1576 11/9/2006 3.780,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Limpeza Repre. e Distr. Ltda 1577 11/9/2006 3.020,00 1155005842 L T S 00.414.931 Armário e Comércio, /0001-36 Perfurador Repre. e Distr. Ltda 567 13/10/2006 7.630,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1581 13/10/2006 3.780,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda ??? 10/11/2006 1.610,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 572 10/11/2006 3.280,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1607 13/11/2006 2.180,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 573 13/11/2006 3.660,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Material de Comércio e /0001-43 Limpeza Repre. Ltda 583 20/12/2006 3.010,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Material de Comércio e /0001-43 Limpeza Repre. Ltda 582 20/12/2006 4.650,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1621 20/12/2006 3.800,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 231 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Fornecedor NF NF data Valor R$ AIDF Fornecedor Objeto CNPJ 1623 20/12/2006 2.970,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 589 28/12/2006 3.500,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 603 12/2/2007 7.000,00 1550105523 J. A. SÁ 00.414.931 Alimentos Comércio e /0001-36 Repre. Ltda 601 12/2/2007 3.405,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Material de Comércio e /0001-43 Limpeza Repre. Ltda 1671 12/2/2007 4.000,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 609 27/2/2007 7.200,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1679 27/2/2007 5.000,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 612 27/2/2007 2.210,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 618 9/3/2007 8.300,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1683 9/3/2007 1.970,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 621 9/3/2007 2.420,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Material de Comércio e /0001-43 Limpeza Repre. Ltda 1682 9/3/2007 1.770,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda 625 11/4/2007 7.200,00 1550105523 J. A. SÁ 01.501.834 Alimentos Comércio e /0001-43 Repre. Ltda 1690 11/4/2007 6.000,00 1155005842 L T S 00.414.931 Material de Comércio, /0001-36 Expediente Repre. e Distr. Ltda Total = 216.593,00 - - - -

Em consulta ao sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas (com acesso restrito) constatamos que as autorizações para impressão de documentos fiscais (AIDF), constantes nas notas fiscais acima, não foram emitidas pela Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 232 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Secretaria de Fazenda do Estado do Maranhão (SEFAZ-MA), comprovando a falsidade desses documentos fiscais. Em complemento, essa mesma fonte de consulta informa que, no período sob exame, não há registros de compras de mercadorias por essas empresas (C.N.P.J. 01.501.834/0001-43 e 00.414.931/0001-36) - para formação de estoques para venda - tanto de fornecedores localizados no Estado do Maranhão, quanto em outros estados da federação. Acrescente-se aos fatos, a constatação registrada no item 1.3.12 deste relatório, de que o sócio da empresa fornecedora de C.N.P.J. N° 00.414.931/0001-36 hospedou-se em um hotel da sede de Dom Pedro, com despesas pagas indevidamente pela Prefeitura, com recursos do Fundef, fato que denota estreita relação entre o emitente das notas fiscais e prefeitura. Adicionalmente, realizou-se entrevista formal com o responsável pela empresa fornecedora de C.N.P.J. n° 00.414.931/0001-36, questionando-o sobre a efetiva concretização das transações comerciais descritas nos documentos fiscais. Esse declarou que: "Quanto aos produtos discriminados nas notas fiscais acima citadas, cerca de 60% a 70%, foram de fato entregues a Sra. portadora do C.P.F. n° 303.524.603-34 - Secretária de Administração do Município de Dom Pedro (MA)." Dessa forma, como o empresário relatou, se 60% a 70% das mercadorias foram entregues, de 40% a 30%, não foram fornecidas à Prefeitura Municipal de Dom Pedro (MA). Essas circunstancias, direcionam, fortemente, para a simples simulação dessas transações comerciais, com o enxerto de documentos fiscais inidôneos na prestação de contas do Programa de Proteção Social Básica (Creche), apenas para formalizá-la documentalmente, apontando para a situação de que parte dos produtos descritos nas notas fiscais nunca tenham, realmente, chegado aos beneficiários finais do programa. Ressalta-se ainda, que as transações comerciais a seguir destacadas foram amparadas em cópias de notas fiscais, em que nem mesmo é possível identificar a numeração desses documentos. Portanto, essas cópias de notas fiscais não são documentos hábeis para respaldar tais despesas.

Fornecedor NF NF data Valor R$ Fornecedor Objeto AIDF CNPJ L T S Comércio, Material 00.414.931 ??? 17/7/2006 4.365,00 1155005842 Repre. e Distr. de /0001-36 Ltda Limpeza J. A. SÁ 01.501.834 ??? 10/11/2006 1.610,00 1550105523 Comércio e Alimentos /0001-43 Repre. Ltda

EVIDÊNCIA: Sítio eletrônico http://www.sefaz.ma.gov.br/consultas_externas, Entrevista com o proprietário da Empresa L T S Comércio, Repre. e Distr. Ltda. (CNPJ: 00.414.931/0001-36), Ofício n.º 16.813/2007/CGU- Regional/MA.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "Não houve manifestação sobre este item"

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 233 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA ANÁLISE DA EQUIPE: "Não se aplica"

3.4 - PROGRAMA 1385 PROTECAO SOCIAL ESPECIAL AÇÃO : 2A65 SERVICOS DE PROTECAO SOCIAL ESPECIAL A FAMILIA - NACION AL OBJETIVO DA AÇÃO : Melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa em situação de vulnerabilidade social, promover sua integração social e o fortalecimento dos seus laços familiares, mediante o atendimento de suas necessidades básicas, a defesa e a garantia de seus direitos. ORDEM DE SERVIÇO : 194451 OBJETO FISCALIZAÇÃO: Co-finaciamento de ações de proteção social básica e especial voltadas ao atendimento da população idosa em situação de vulnera- bilidade social, primando pela convivência familiar e comunitária, em modalidades de atendimento, tais como centros de convivência, centros de cuidados diurnos, casas-lares residências, atendimento integral institucional, atendimento domiciliar e outras formas alternativas de atendimento, de acordo com níveis de complexidade e demanda apurada no território. AGENTE EXECUTOR : PREFEITURA MUNICIPAL DE DOM PEDRO ORGAO PUBLICO DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL QUALIF. DO INSTRUMENTO DE TRANSF.: FUNDO A FUNDO OU CONCESSãO MONTANTE DE RECURSOS FINANCEIROS: R$ 24.300,00

3.4.1 CONSTATAÇÃO: Movimentação de Recursos por meio de saques realizados na conta corrente.

FATO: Parte das metas assumidas pelo Município são realizadas diretamente pela Administração Municipal no espaço denominado CONVIVER. Os recursos destinados à manutenção das atividades realizadas no espaço Conviver são da ordem de R$ 810,00 (oitocentos e dez reais) mensais, os quais são movimentados mediante saques na conta corrente, sem a possibilidade de afirmar o real destinatário dos recursos do programa.

EVIDÊNCIA: Extratos Bancários: Conta 8.664-9 e 9665-2 - Ag. 2031-1. Notas Fiscais nºs : 1621 - LTS Comércio Representação e Distribuição 571 - J.A.SÁ Comércio e Repres. Ltda 1563 - LTS Comércio Representação e Distribuição 197 - J.A.SÁ Comércio e Repres. Ltda

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 234 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Cópias de Cheques.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

3.4.2 CONSTATAÇÃO: Ausência de Procedimentos Licitatórios

FATO: No período sob exame, 01/01/2006 a 31/03/2006, foram realizadas despesas no montante de R$ 12.150,00(doze mil, cento e cinqüenta reais) por meio da Administração Municipal, as quais foram realizadas sem a realização do devido processo licitatório e ou de dispensa de licitação e formalização de contrato, em afronta ao art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, ao princípio da isonomia e à Lei 8.666, de 21.6.1993, mormente arts. 2º e 3º, caracterizando compra direta.

EVIDÊNCIA: Ofício nº 36/2007, de 24/05/2007. Notas Fiscais nºs : 1621 - LTS Comércio Representação e Distribuição 571 - J.A.SÁ Comércio e Repres. Ltda 1563 - LTS Comércio Representação e Distribuição 197 - J.A.SÁ Comércio e Repres. Ltda

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

3.4.3 CONSTATAÇÃO: Ausência de Prestação de Contas por parte da Entidade Beneficente.

FATO: As atividades relativas ao Programa, no Município de Dom Pedro-MA, são executadas por duas organizações uma governamental e outra não governamental. A organização não governamental é denominada Associação Beneficente Dompedrensa - ABEDPE, a qual recebe recursos mensais no valor de R$ 810,00 (oitocentos e dez reais). No período sob exame a referida entidade recebeu o montante de R$ 12.150,00 (doze mil, cento e cinqüenta reais). Os recursos são repassados por meio de cheque nominalmente identificado. Mediante análise dos documentos comprobatórios das despesas realizadas, verificou-se a ausência de prestações de contas, por parte da Entidade Beneficente, dos valores repassados pela Prefeitura.

EVIDÊNCIA:

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 235 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA Extratos Bancários das contas: 8.664-9, 9.665-2, da Prefeitura e 19.335-6, da Associação Dompedrensa. Agência 2031-1. Recibos nos valores de R$ 810,00 mensais emitidos pela presidente da Associação Beneficente Dompedrense. Entrevista com a Presidente da Associação Beneficente Dompedrense. Justificativas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A entidade beneficente - Associação beneficente Dompedrense - recebe recursos regulamente da Prefeitura Municipal de Dom Pedro para execução do Programa de Proteção Social Básica (idoso) e presta contas dos valores repassados através de notas fiscais. Estas não foram apresentadas à equipe de fiscalização pelo fato de não terem sido solicitadas."

ANÁLISE DA EQUIPE: Em entrevista, a Presidente da Associação informou que não apresentava formalmente prestações de contas à Prefeitura, assim, mantém-se a constatação.

3.4.4 CONSTATAÇÃO: Ausência de Comprovação do Total das Despesas realizadas.

FATO: A Administração Municipal de Dom Pedro não apresentou a prestação de contas da totalidade dos recursos recebidos, considerando que as Notas Fiscais apresentadas somam R$ 10.585,00(dez mil, quinhentos e oitenta e cinco reais), enquanto que o valor destinado pelo Ministério do Desenvolvimento Social para as referidas despesas, no período sob exame(01/01/2006 a 31/03/2007), montam em R$ 12.150,00(doze mil, cento e cinqüenta reais).

EVIDÊNCIA: Notas Fiscais nºs : 1621 - LTS Comércio Representação e Distribuição -R$ 3.800,00 571 - J.A.SÁ Comércio e Repres. Ltda - R$ 1.610,00 1563 - LTS Comércio Representação e Distribuição -R$ 4.365,00 197 - J.A.SÁ Comércio e Repres. Ltda - R$ 810,00. Justificativas apresentadas pelo Gestor em 02/07/2007.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: "A diferença é de apenas R$1.565,00 (Hum mil quinhentos e sessenta e cinco reais) e se refere a documento de despesa que por equivoco não foi encaminhada à equipe."

ANÁLISE DA EQUIPE: Considerando que o Gestor não apresentou as Notas Fiscais referente à diferença apontada, mantém-se a constatação.

3.4.5 CONSTATAÇÃO: Ausência de Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 236 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA

FATO: Verificou-se que a Associação Beneficente Dompedrense, apesar de possuir registro junto ao Conselho Nacional de Assistência Social, não possui certificado de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos.

EVIDÊNCIA: Entrevista com a Secretaria de Ação Social e com o Assessor da Secretaria de Ação Social.

MANIFESTAÇÃO DO AGENTE EXECUTOR: Não houve manifestação para este item.

ANÁLISE DA EQUIPE: Não se aplica.

Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno 237 Missão da SFC : “Zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos.” 23º Sorteio de Unidades Municipais – Dom Pedro - MA