Rodrigo Gerace Natural de São Paulo/SP, graduado em Ciências Sociais pela Unesp e mestre em Artes Visuais pela UFMG, onde defendeu a dissertação O cinema de : dogmatismo e subversão (2006); doutor em Artes, desenvolveu a tese Cinema Explícito: reprsentações cinematográficas do sexo, sob a orientação do Prof. Dr. Luiz Nazario. É professor de teoria e história do cinema, crítico e produtor cultural.

Intermidialidade em

Resumo Investiga-se o conceito de intermidialidade1 na linguagem cinematográfica deDogville , filme do cineasta dinamarquês Lars von Trier, além das referências intertextuais na narrativa e na trama. Mostra-se como o uso de elementos midiáticos revela-se subversivo na forma e no conteúdo do filme. Nota-se que, apesar das referências cênicas conceituais (o efeito de distanciamento, o desnu- damento do palco, as encenações naturalistas, a narração), Dogville não é teatro filmado, pois a estilização cinematográfica confere à narrativa de Trier uma epistemologia intermidiática. 1 2 Estetrabalhointegrou Fonte: . Acesso em5 cinema deLarsvon Dr. ClausCluver, na mesmaescola Pós: Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 75 - 87, nov. 2011. Trier: dogmatismo da dissertaçãoO entre asartes”,

76 e subversão, Lars von Trier concebeu, junto com o colega Tho Quando, numa segunda-feira de março de 1995, O cinemadeLars Von Trier do Dogma. Nesse melodrama que levou a Palma proibições outras entre Björk, islandesa cantora cenas coreografadas com trilhas musicadas pela e artificial; movimento);iluminação em trem do (chegou a usar 100 câmeras na sequência musical digitais câmeras com 2000) dark, the in (Dancer produziu Trier 95, Dogma do propostas das radical rompimento um Com , 1994-1997). / O ReinoIeII(Riget ( Europa Epidemia elemento do crime (Forbrydelsens Element, 1984), longas-metragens nos subversivo estilo seu demonstrado havia já ele disso,Contudo, antes idiotas gressor de Lars von Trier, essencialmente com então, a euforia dogmática registrou o estilo trans cas e conceituais para a linguagem fílmica. Desde principalmente, sobre suas consequências estéti e, produção de modos os sobre reflexão ampla suscitou movimento provocativodo discurso O parafernália cinematográfica. para aarte serviriam como ilusão para o espectador e como somente Trier, segundo que, tecnológicos tos O hiperintermidiático e “cosmetizado à exaustão”. combater tendências do cinema contemporâneo apenas resgatar um “cinema puro”, mas também para o movimento Dogma 95, ele pretendeu não propostas as fundamentar ao Assim, criá-las. preciso era regras, burlar para que, de noção a ticas que compunham o Voto de Castidade, tinha mas Vinterberg, uma lista de dez regras pragmá- u seja: balizado pela amplitude de mídias e efei ( ( Idioterne ( Epidemic / , 1998), filme-tese do Dogma. Dogma. do filme-tese 1998), , Europe , 1987), , 1996), e na apocalíptica série , 1991), Medeia escuro no Dançando Ondas do destino ( Medea , 1988), Os Os O - - - - 2

tima parte da “Trilogia América: terra das - oportu e terror inspirado na filosofia de Friedrich Nietzsche, produz te chefe comédia-de-escritório a concluir Após mos anteriores. atualiza e transgride grande parte dos dogmatis- com mestria cinematográfica que Trier aí conjuga, com junto – cineasta do ambíguo e complexo mais filme o estreia depois, anos Dois fílmico. fazer do limitações as e concessões as cineastas, dos produtivo processo o discute que dogma, novo de espécie uma É obstruções. duras de partir a cinco vezes refazera amigo o curta-metragem o 1967. Lars, como um “advogado do diabo”, desafia ( curta-metragem do partir Bespaend documentário no re ocor dogmática subversão nova uma 2003, Em história docinema. o pretenso rativa é trágica, pesada feito chumbo, sem contar musical hollywoodiano para subvertê-lo: sua nar de The perfect human Wasington O uro em Cannes,estilo em do Trieruro apropriou-se ( Direktoren for det Hele ), dirigido com o amigo Jorgen Leth a Leth Jorgen amigo o com dirigido ), ( Anti-Christ The (2005), sua continuação.É sua (2005), Manderlay , happy-end um dos mais (Washington sem o h), terceirah), o sem úl- e (Washington ), de Leth, filmado em P&B, em De Fem (De obstruções cinco As Anticristo), filme de filme Anticristo), O perfeito humano ser O , 2006), Lars atualmen mórbidos mórbidos da O grande O Dogville - - - , GERACE, Rodrigo. Intermidialidade77 em Dogville Disponínel no site: Disponínel O espaço da diegese 3 4 . Acesso 5 jan. 2008. é aquele que não tem limites físicos, é o espaço virtual construído pelo filme através de particularidades audíveis e visíveis, é onde o filme ocorre. A ação que se desenrola no filme só é possível no cinema. - - - - - o S Do 3 Dogville Dogville al de , embora E M uécia. as, as, piada à parte, foi S M : nada estranhamento de uma cidade, uma de esboço esboço aqui está uma pequena revelação do E , as trucagens óticas e a sobreposição sobreposição a e óticas trucagens as , do filme é metafísico, os persona 4 personifica-se num cachorro que, antes erá o único cinema do futuro! É por isso que é não há contornos de psicologia pro psicologia de contornos há não Dogville chamar-se cinema de fusão. É importante que não não que importante É fusão. de cinema chamar-se cinematográfico. não ou é que o aqui pergunte se Porque chegamos a um estado em que tudo é possível. que é o cinema. Agora toda a gente vai deixar o fusão. de cinema no pegar e convencional cinema S importante ter um nome. em Dogville que quis explorar . esta a direção ssa fusão entre as mídias mostra-se muitas gville invisível, adquire carne e osso, e rosna com os à mostra. dentes no localizar-se Ao produz no espectador um diegético gens sociabilizam-se numa dimensão à parte, num mundo virtual criado por Trier dentro de um galpão cenográfico na pareça minimalista, a cidade imaginária possui quase imperceptíveis efeitos especiais (como o chroma-key de imagens) desde a primeira imagem, situada o quando filme, do final o até nuvens, das acima se materializa. cachorro Em lineares são emoções as personagens; dos funda posto plano perverso um de torno em gira tudo e em prática por (Paul um Bet Tom personagem, tany), como uma tese que precisa ser provada, o que custe custar aos personagens envolvidos, pelos quais, no e entanto, apesar de tudo, o es- pectador sente simpatia, compaixão e ódio. mente na sequência final, após a vingança de acolhida moça bondosa a Kidman), (Nicole Grace pelos moradores da cidade, é que esse mundo metafísico adquire materialidade: o E vezes até de porque “invisível”, modo o espaço - - di- Em E utro utro é um um é O “filme . . europeu ao ao europeu Dogville Manderlay e e zeitgeist Dogville, o espectador Dogville consiste em filmar uma cena cena uma filmar em consiste , filme a ser realizado realizado ser a filme Dimension, não é teatro filmado, ele vive a sua pró work in progress in work uropa, captando assim o o assim captando uropa, Dogville pria vida, designa seus próprios critérios de valor. É um novo gênero que pode de agora em diante O meu desafio éconseguir uma fusão entre o ci- nema, o teatro e a literatura, (...) uma mistura de estilos diferentes que impõe um ritmo uniforme. E sse sse filme que se pretende realista, masfilme que realista, que se se pretende passa rativa uma nova epistemologia cinematográfica. epistemologia nova uma rativa son, Casa de Tom, Casa de Chuck, Cachorro, etc. Chuck, de Casa Cachorro, Tom, de son, Casa cinema, do história na inédito Fato inteiramente num palco. Contudo, mesmo com não cênica, se essa trata referência de uma peça nar à confere Trier de fílmico estilo o pois filmada, trata trata de uma cidade como as que conhecemos, mas do esboço de uma aldeia num palco, com casas, as delimitando negro chão no giz de marcas os nomes das ruas, os arbustos e as montanhas. Thomas Casa de Vê-se por escrito, exemplo, é contado em nove capítulos e um prólogo”. habi- seus aos e cidade à apresentado é seguida, vista numa câmera, a imagem, primeira Na tantes. se Não cidade. da “planta” uma fornece-nos aérea, A subversão do épico em Dogville do épico A subversão Ao entrar no universo de o que de narrativa indicação a recebe logo E diferente lugar algum em ano por minutos três de da longo cujo - equivale à dos somatório dura anos, ção da vida de Cristo, em mais um dogmatismo Trier. de nidades”, iniciada por por iniciada nidades”, é Trier de projeto 1991 e em O início ocorreu de 33 anos. ao longo só terá fim em 2024, quando Lars tiver 68 anos. 78Pós: Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 75 - 87, nov. 2011. Como no teatro épico proposto pelo dramatur pelo proposto épico teatro no Como mesmo tempo, envolvimento. com os personagens, possibilitando a atitude atitude a possibilitando personagens, os com identificação de hipnótica corrente a romperia inter Isso dramática. ação da ilusórios e triviais que a espectoralidade se disperse para elementos to de distanciamento Característica comum proposta por Brecht, o da trama. do, e supostamente distanciaria os espectadores assume uma função narrativa. Tal efeito palco o sentido, Nesse ilusão. de véu qualquer uma narrativa cinematográfica transparente, sem supondo-se parede, quarta a há não nus; estão constitui está à vista. Assim como a cidade, ambos o que pedaço cada e desconstruído mostra-se palco o (1898-1956), Brecht Bertolt alemão go a narrativa como recurso de pojada, mas totalmente intermidiática. Prioriza-se mento. A estética do filme é aparentemente des 95, ainda que Dogma do fundamentais proposições algumas de janelas e portas. De certo modo, aí se repetem espectador da mera identificação emotiva, mas emotiva, identificação mera da espectador o distanciando estranheza, causar somente ria crítica. giz, dos personagens, de uma ou outra janela ou a indicações das concretamente,além existe ali vitrina que terão função dramática na trama. Não invisíveis e ouvimos sons semelhantes às batidas os personagens desviarem-se desses obstáculos vemos assim mesmo e portas, nem paredes há panorama D iferentemente ele O

é distanciamento,

engolfado

Dogville geral

(

do Verfremdungseffekt do não seja um filme do movi

nos

teatro que para Brecht, não deve estranhamento e, ao

caminhos

ocorre , onde

é incômo

no ) impede

o por

dor especta palco efei

onde ------

inteiro Tal técnica permite também um efeito poético, efeito um também permite técnica Tal dos) e leva o espectador para mais perto da trama. res (que ignoram quando estão sendo enquadra- na mão, favorece a liberdade de atuação dos ato uso preferencial pela domínio de cena que privilegia a narratividade. mento brechtiano, a câmera de Trier assegura um M póteses acerca dascontradições sociais. hi- formular poderia espectador o personagens, modo, Desse açõese ideias questionar as ao dos e distanciamento de questão uma É peça. à hostil torná-lo de sentido no ca espectador “alienar”o signifi- não e contas); das final no meio, um seja simplesmente, (embora “ailusão uma de quebra hipnóticos’” (BR palco e da plateia e evitar que se originem ‘campos é ‘mágico’ do que tudo remover de premissa a aos acontecimentos apresentados (...). Isso exige pectador uma atitude examinadora e crítica frente mutável.como apontando-a social, engrenagem a desmascarar

a reorientação”E (WILL as se a cenografia de

câmera

tem , em

sempre D

trafega ogville E O CHT, 1967, p. 160). distanciamento es- ao “fornece

um hand-held camera . T, 1967, p. 227. Grifo meu). Dogville

cria um distancia O efeito não é, , a câmera O - - GERACE, Rodrigo. Intermidialidade79 em Dogville , VKIN, VKIN, ilusão O voyeur D U representa a O espectador : são realismo vistas nos cami - nos engolfado Esse não-realismo do palco sse procedimento constrói uma uma constrói procedimento sse E ele é ele Dogville choque entre o realismo e o O o realismo choque artificiaentre - efeito efeito de distanciamento a partir da da realidade social, porque em porque social, realidade da desnaturalização cristalizando uma perspectiva ideológica e valorizando valorizando e ideológica perspectiva uma cristalizando

R, 1983), R, E não há possibilidade de realismo nem de transcendência, uma vez vez uma transcendência, de nem realismo de possibilidade há não XAVI lismo ressignifica a metodologia brechtiana. A partir dessa dialética, o palco palco o dialética, dessa partir A brechtiana. metodologia a ressignifica lismo elas. sobre leituras e as possíveis as ações recria ação e o espaço fílmico. Instala-se aqui outro conflito com a teoria brechtiana brechtiana teoria a com conflito outro aqui Instala-se fílmico. espaço o e ação a sobre marxista) talvez (e Dogville que os personagens se movem num mundo imaginário que (roupas, móveis, acessórios), o cenário não coopera para isso. Nele não há isso. para acessórios), o cenário não coopera móveis, (roupas, de época de e menos muito alguma forma referências somente as indicações minimalistas no chão. é contraditório, pois alcança o e da crença de que lá existem casas, ruas e árvores, apesar de A invisíveis. a valoriza que diegese da potencialização a é contradição dessa vantagem a partirrealidade da ilusão cênica. supostamente supostamente imparcial e geral, mas que se mostra perverso e ilusório, a enganador. e revelador um só tempo Quanto às possibilidades ocorre também do um palco, confronto notável se Pois cênico. desnudamento o e personagens dos realismo o entre dialético 1930 de época da realistas elementos alguns com caracterizados estão eles para os personagens, que mal sabem que na vizinhança ocorrem violações violações ocorrem vizinhança na que sabem mal que personagens, os para aberto”. “céu como sexuais, na cruel sequência do estupro a que ela não seja mas ilusória, nada a garante já visão tem da geral cidade, assim. percebem a não moradores os que metafísica da crueldade, já que oferece ao espectador um olhar Pudovkin apontou, a câmera e a montagem “organizam o olhar” (P olhar” o “organizam montagem a e câmera a apontou, Pudovkin apud uma é cena cada Assim, mundo. de visão certa de elementos determinados dar a imagens de sequência a ordenando parciais, visões de representação feitas são casas As procura. ela momento, cada a que, respostas as plateia à de ar mas transparente, são apenas transparentes para o não espectador, nhos por onde a câmera trafega. Nunca se tem noção de tudo o que é dito na na dito é que o tudo de noção tem se Nunca trafega. câmera a onde por nhos acontecimentos os personagens: os todos fazendo estão que do nem cidade como tal cinema, No câmera. da voyeurismo pelo registrados são cidade da como como o e do a desfocamento, possibilidade do corte seco nos momentos catárticos. Não há, portanto, dispersão da atenção; esta se fixa nas ações diálogos. em seus principalmente, e, dos personagens do Diferentemente onde teatro, o espectador tem sempre um panorama em inteiro, palco no ocorre que do geral teatral daquelemomentodegrandestransformações retorno aBrechtsejamaisumaprovocaçãodeTrier. Revolução Russa, etc.Nascidodessascontradições sociais, políticaseartísticas,comoasvanguardas 5 problemas atuais?Para PierPaolo Pasolini, desde aura –apossibilidadededilacerarconsciência Teria oteatrodeBrecht–queviveunaprimeira metade doséculoXX,quando,comoavanço mercadoria reproduzidaeasacralizaçãodesua capitalismo, aarteencontrouseulimiteentre o“tempodeGramscie Gaviões epassarinhos Brecht acabou”.Conclui-seque,em

Pós: Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 75 - 87, nov. 2011. do homematual?EmseuensaioOteatro épico Brecht estabelecequeoteatroépicoéestilo e suasdificuldades,escritoem1927,opróprio europeias, assequelasdaPrimeira Guerra,a 80 sociais, oteatrodeBrechtresponderiaaos , o Dogville de vista,jáqueelaseapresenta fragmentada. S clímax. o para óbvio encaminhamento um nem cenas, as entre rigoroso peito dos acontecimentos futuros. res- a esclarece-nos subtítulos aos junto capítulos em filme do divisão A Grace, totalmente identificado com opersonagem, até acatarse final. de calvário o acompanhando ódio, e vergonha horror, experimentando emoção, sua de limites os até filme do trama na mergulha espectador o uma . persona uma neutralidade objetiva diante dos fatos, também vive sob a máscara de a desconfiar constantemente do que é narrado. narrador, de ser um contador das histórias, é irônica e, por ser assim, leva-nos também subverte essa regra. Pois a postura aparentemente elucidativa do que ele mantenha a atitude reflexiva acerca do assunto narrado. espectador que assiste no presente a um fato ocorrido no passado permite S e consciência doespectador. espectadores, estabelecendo uma cumplicidade mútua entre voz, imagem forae corpo sem espaçodiegese,do da comunica-se diretamente com os objetiva contrária à do poeta lírico” (R e distanciada atitude uma tomar espectador ao narrador “permite do off comunicativo é sempre impessoal e no pretérito, a estória “foi” assim. A voz subjetividade alheia,elenarra estórias ecircunstâncias objetivas. Omodo à prender se que mais seja, ou mundo, do objetividade da condutor um distanciado dos fatos. Trier resgata também no épico a importância de um narrador como condutor cidade, como umvoyeur, nãobastanocinema. na passa se que o tudo ver permite nos que palco, do uso no não-ilusão da e transparência da brechtiano princípio o que descobrimos jogo: do essa ilusão e essa identificação destroem o de temos iludir nos teatro.Temosde no como proposto, jogo o meramente aceitar nem tela verossímilda no acreditar apenas é dispensar.não teatropode questão A o que realismo um pede cinema o e invisíveis, casas em nem palco num dentro”:brechtiana “por estética da subversão Trier, uma revela-se,Brechtem de distanciamento do teoria da uso sentido,o Nesse upostamente, o espectador pode julgar e avaliar a trama sob vários pontos egundo Desgranges (2003, p. 96), essa distância que se estabelece entre o de que lá há casas, para que possamos acompanhar a narrativa; a acompanhar possamos que casas,para há lá que de nos identificar com os personagens, ainda que parcialmente. que ainda personagens, os com identificar nos E , mesmo que haja alguma objetividade ou clareza dos fatos, E , no filme, a presença do narrador(John Hurt) é como Em OSENFELD, 2004, p. 25). Pois sua voz, , Dogville não há um encadeamento estranhamento criado no início E le, que supostamente teria 5 ninguém vive ninguém M as Trier E GERACE, Rodrigo. Intermidialidade81 em Dogville - - - A, EU A hora hora A s residen s O ais tarde, em M , apesar Dogville, treet, e embora não não embora e treet, treet. Fã de filmes de Fã treet. S S lm lm E Elm ontanhas Rochosas dos Rochosas ontanhas M pringwood, tão pacata quanto quanto pacata tão pringwood, S treet treet ficou famosa por abrigar o S Elm mbora alguma Embora alma do dado tenha leste , essa premissa se confirma através da , não fosse pelos acontecimentos trágicos trágicos acontecimentos pelos fosse não , Dogville ficava nas ficava Dogville perto absoluto final seu ao chegava estrada a aonde abandonada. mina velha da estrada da tes de Dogville eram honestos e de gostavam sua cidade. de nome o principal rua à para razão viram não eles aqui, por algum olmo haja mudar alguma coisa. dade a procurar vingança e justiça com as próprias próprias as com justiça e vingança procurar a dade com faz se que analogia A mãos. opostos, totalmente gêneros e roteiro épocas, de é possível: o sadismo, a crueldade e o terror so brenatural aparecem em ambos. Dogville Percebe-se nessa ironia do narrador que algo de extraordinário há naquela cidade, principal a principal, rua na mente década Na cidade. da acontecimentos aos quanto de 1980, a sangue de todas as vítimas de Freddy Krueger, por iniciada terror de série da personagem de 1984), , Street Elm on Nightmare (A pesadelo do pequena uma havia também série, Na Craven. Wes americana, cidade Dogville ci- da moradores muitos levam que rua, daquela sombrios e de terror, Trier insere aí seu sarcasmo sarcasmo seu aí insere Trier terror, de e sombrios - - - - Dogville happy happy end até os limites limites os até as ao perceber M . Para ele, trata-se trata-se ele, Para . é apenas é Dogville Dogville - fragmen estrutura Essa Dogville e em Brecht o mundo se mostra mostra se mundo o Brecht em Se sugere que é preciso agir contra contra agir preciso é que sugere Dogville - constan dramática ação na resulta cenas das tária temente interrompida, da qual o espectador fica história a apresentar evita-se assim, e, desvinculado não aconteceu que o que já determinista, forma de determinaria, necessariamente, o que acontece. 98) (DESGRANGES, 2003, p. A evolução linear da trama é quebrada, rompendo rompendo quebrada, é trama da linear evolução A desfe ao direção em dramática progressão a com (...). espectador do cargo a cho, deixando a obra suspensa e a conclusão final final e a conclusão suspensa deixando a obra cho, as o caráter fragmentário em fragmentário caráter o as m cada capítulo, o narrador anuncia o que ocor que o anuncia narrador o capítulo, cada m na cidade. que Tom mantém um jogo perverso, usando seu usando perverso, jogo um mantém Tom que ao submissa mantê-la de forma uma como amor E em ocorre) que o (e reu inter seu por modo, Desse história. triste uma de à esclarecida é espaço-tempo localização a médio, aterrizando poucos aos vai câmera a que medida pelo amor que sente por Tom. seu poder, ela cede à visão impiedosa do Pai e se transforma num anjo vingador na tenebrosa sequência final. adianta apenas fazer uma “reflexão crítica” diante diante crítica” “reflexão uma fazer apenas adianta mal: do as suporta Grace fogo. e ferro a combatê-lo mal, o de habitantes dos injustiças colocados infinitos quase limites tolerância, sua de curso dos acontecimentos históricos, em em históricos, acontecimentos dos curso rigorosa é final catarse a e progressivo é horror o mente um clímax que estabelece um nismo, tudo depende das ações humanas, não M formal. aparente, passível de transformação, afirmando a possibi- lidade de o homem se de surpreender, mudar o perverso. Trier parece concordar com Brecht de que não há determinismo; e se não há - determi ambientar ofilmenaAmérica,semnuncaterestado americanos queocriticaramemCannes,naocasião naquele país.Irritado,Trier retrucaqueosEUA 6 Unidos comoprovocaçãoaosjornalistasnorte-

Pós: Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 75 - 87, nov. 2011. Trier também quis situar do lançamentodeDançandonoescuro, porele fizeram oCasablanca semnuncateremidolá. 7 EmentrevistaaStigBjörkman,publicada atalantafilmes.pt>. Acesso em5jan.2008 82 maio de2003.Disponínelnosite:

M omento de muitas perdas e miséria. Porém essas informaçõesPorémnãoessas miséria. e perdasmuitas de omento U nidos, mas também de qualquer cidadezinha no mundo”. Sua definição é a do homem que cuida da “alma humana M as aquela cidade não era do tipo onde presentes realizarem ações realizarem Dogville E dison, pai de Tom,pai dison, o é E stados Dogville 7

E le ainda E , “para U se ni - GERACE, Rodrigo. Intermidialidade83 em Dogville Nossa cidade , 1938), peça que descreve a rotina de , 1938), peça que descreve ur town Entrevista de Lars von Trier concedida a Karin concedida a Karin Entrevista de Lars von Trier Entrevista de Trier a Pedro Butcher, Butcher, a Pedro de Trier Entrevista Dogville Nesse ponto comunica com a também se 10 8 9 Folha de S. publicada na Folha em Cannes, maio de 2003. , em 22 de Paulo elaborada pelo norte-americano épica dramaturgia cujo teatro procura (1897-1975), Thornton Wilder , microscópica e a consciência cósmica a vastidão visando mostrar o particular, ou seja, o universal e ele é ou como ele se ao público o mundo como isso, recursos Para apresenta ao homem comum. do palco são cênicos como o desnudamento estimularia a imaginação necessários, pois este é narrado em cena. O do público perante o que man e pela pelo common interesse de Wilder é evidente em alienação do cotidiano (O no início do século XX. uma cidade interiorana em agosto Film Badt para o jornal Bright Lights lightsfilm. de 2005. Disponível em . , - - - - de Dogville ra. Henson, Henson, ra. S persona erá que ela, ho ela, que erá S 8 esmo Grace é apre é Grace esmo al que em aprendeu M Para Brecht, o épico as sou contra a política 9 histórica, o filme pos filme o histórica, M M narrador ironicamente ironicamente narrador O , a inversão da la, que foi acolhida, escravizada escravizada acolhida, foi que la, as em conflito com a teoria bre teoria a com conflito em as E M da realidade. Dogville la é uma síntese do jogo proposto proposto jogo do síntese uma é Ela é impossível, já que os personagens personagens os que já impossível, é da realidade social: realidade da desnaturalização particularidade m E as deve manter os seus padrões éticos. Eles são coagidos pelas circunstâncias e, Manderlay, a imagem de Grace mostra-se M realismo scute, Escute, querida, o poder não é tão ruim, você Ela está dominada pelo A e fui contra a guerra do Iraque. a guerra A e fui contra diz Trier. naturalização naturalização 10 castigo que você merece pelas suas transgressões transgressões suas pelas merece você que castigo O O pai dá logo a “Você resposta: deve ser misericordiosa mostra que o o que mostra u todas as pessoas nessas casas? (...) De repente ela sabia muito bem muito sabia ela repente De (...) casas? nessas pessoas as todas u O universalidade temática, pois incide sobre a condição do espírito Dogville é invertida: suas atitudes, bem como as dos moradores de de moradores dos as como bem atitudes, suas invertida: é la provavelmente teria feito o mesmo se tivesse morado numa daquelas casas. casas. daquelas numa morado tivesse se mesmo o feito teria provavelmente la la tentou julgá-los de acordo com os seus próprios padrões. padrões. próprios seus os com acordo de julgá-los tentou Ela a ou Ben, ou Vera, Chuck, que mesmo o feito teria não nestamente, Tom? ou E stado que vejo nos EU nos vejo de Estado que dar um sentimento americano. (...) Não sou antiamericano. Como se pode ser contra algum país e contra a sua população inteira? deveria partir deste lema marxista da marxista lema partirdeste deveria Você deve isso a eles. eles. a isso deve Você eles também merecem. (...) maneira”. sua à usá-lo de jeito um encontrar pode do espectador: a compreensão e direciona pondera moça aportam na cidade para “resgatá-la”. “resgatá-la”. para cidade na aportam moça - persona uma como questiona assim ainda dogvillianos, pelos estuprada e ser devo não que Por perdão? merecem não eles que “Por brechtiana: gem misericordiosa?”. na hora de ser misericordiosa. suas fantasias eróticas”, Grace só fica evidente na sequência final, quando os policiais e o pai da suscitam questionamentos o que, até tempo Tanto o todo. final do filme, sofrendo sacrifício o permanecer de para Grace move que o sabemos não naquela cidade infernal. Já em mais modelada e perversa. dizendo “está Dogville; sua e mente seu corpo são menos agora ela puros; libertarde se tentando está ela verdade na mas revolucionária, uma é que sentada sob o jugo das circunstâncias. circunstâncias. das jugo o sob sentada pelo teatro épico brechtiano. Pela ambiguidade das circunstâncias, sua persona denunciar aquilo que é apresentado como natural e, por isso, normal, pacífico. modo de diariamente deglutido chtiana, movem-se num mundo virtual. que faz reuniões morais, é Tom, apenas um mesmo hostilreflexo daquela interesses. seus de favor a reproduzindo-a “realidade”, Nesse sentido, apesar de abarcar essa essa abarcar de apesar sentido, Nesse sibilita a cotidiano do valores pelos embriagado dialético, e contraditório humano, ou, ainda, alienado pela 84Pós: Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 75 - 87, nov. 2011. S e pagando

o B na em

injustiça

não

na

foi mesma

e reconhecido

no

moeda

martírio do ,

mostrando V

pelos

elho da ou reabilitação. redenção de possibilidade qualquer sem moradores, os massacra e dade ci- a incendeia misericórdia, qualquer sem e, pai do poder o aceita Grace deixar acidadeeordenou umdeseusmaiores castigossobre a Terra. Lotpara alertou sodomitas, dos crueldade a comrogados. irado Deus,de Lot ofereceu a filha para proteger o anjo, mas os sodomitas não se fizeram de cidadãos os mas casa, sua menos uma família que aí não se entregaria ao céus, haveriaaos se pelo verificar parahaviamclamado iniquidades cujas cidades àquelas anjo um envia Deus Nele, possível. é bíblico mito o com em Testamento Velho do M o conter decide ela personagem, da martírio no e injustiça na resultando de Kurt Weill,Kurt na presentede canção à junto revela se também intertextualidade A Trier dizque: al pagando na mesma moeda, mostrando sua face terrível, como o Deus

E tambémpelobemdoserhumanoqueera aprópria Grace. a obrigação de fazê-lo pelo bem das outras cidades, pelo bem da humanidade. bastante. Não.lugar. devido seu o mido (...) resposta. a ser deveria qual personagem personagem feminina, usadaeabusada,avingança. a capitalismo, do origens as sobre discussão a – ópera da básicas ideias as tei concepção de Brecht e Weill de fazer uma ópera contra o capitalismo. Aprovei- E (Gênesis, 18.20;19.24,26,28.117) verduraterra. a da toda cidade,e da habitantes os todosroda, em país o todo sobre agravou-se extraordinariamente. Fez, pois, o Disse, pois, o xiste a canção da personagem feminina que fala de vingança.

T

habitantes estamento S odoma e Gomorra enxofre e fogo do céu; e destruiu essas cidades, e cidades, essas destruiu e céu; do fogo e enxofre Gomorra e odoma

sua E , se alguém tivesse o poder de consertar as coisas, esse alguém teria S

S enhor: face e o Bem não foi reconhecido pelos habitantes de ,

ela

de em

terrível D O

S decie clamor de ogville odoma (1928), de Bertolt Brecht. Bertolt de (1928), vinténs três dos Ópera S odoma e Gomorra. Pois a intertextualidade intertextualidade a Pois Gomorra. e odoma S odoma quiseram conhecê-lo carnalmente; conhecê-lo quiseram odoma

, que eles haviam feito não havia sido bom o bom sido havia não feito haviam eles que O ra como se a sua dor tivesse finalmente assu- finalmente tivesse dor sua a se como Era conter como S ,

odoma e Gomorra aumentou, e o seu pecado e resultando G omorra

o

o D M S enhor da parte do eus al M .

al. Lot abrigou o anjo em Jenny e os piratas os e Jenny E existe a própria S enhor chover Dogville , , GERACE, Rodrigo. Intermidialidade85 em Dogville A Ópera dos três dos três de A Ópera II do Ato Final vinténs dos três de A Ópera Final 11 12 (em todas as edições). (em todas vinténs edições) (em todas as - al M eria o declínio declínio o eria S 11 abuso do poder em perversas O e em seus filmes anteriores o S nidos dos anos 1930 é contraposta à contraposta é 1930 anos dos Unidos 12 sonhava, ainda há a possibilidade de um novo novo um de possibilidade a há ainda sonhava, Estados político, já que aquilo poderia acontecer (ou já aconteceu) aconteceu) já (ou acontecer poderia aquilo que já político, al naquela cidade? Foram as circunstâncias sociais que pro que sociais circunstâncias as Foram cidade? naquela al Esse final leva o espectador a se questionar diante de uma al sobreviveu à sua vingança e pode concretizar-se novamente novamente concretizar-se pode e vingança sua à sobreviveu al M status M Dançando no escuro no Dançando (...) A injustiça miúda não persigas: logo fria que é por si. Ela de frio morre, frialdade e na grande nas trevas Pensa de lágrimas! a repercutir vale Deste seguir vivendo? E que faz o homem para torturados, perseguidos, que seus amigos, Faz morram. enforcados, Despojados, na realidade, por saber, vivo O homem só continua humanidade. suprir sua própria Como os fatos: esconder E já chega de querer pela brutalidade de seus atos. O homem só vive elma de de elma espírito do do espírito somatizando na carne as todas a perversõesqualquer momento, daquela duziram a crueldade entre os homens? personagem a Como homem? do lobo o homem do faz políticas situações S “Godville”? de uma mundo, A materialização do cão, único ser não dizimado por Grace, revela que o ao filme um um filme ao na realidade. barbárie A legítimo? foi dogvillianos aos fez Grace que o extrema: situação e justificama umaintolerância vingança Qual bárbara seria e intolerante? do origem a Toda Toda reflexão acerca do final bombástico torna-se ainda mais complexa à ficção aquela leva Trier operada. é subversão outra quando créditos, nos Jacob por tiradas reais fotografias as para corte perturbador pelo realidade dos miséria a que em Holdt, música de ritmo alegre de , “Young Americans”. “Young Bowie, de David música de ritmo alegre confere reflexão e catarse identificação, e distanciamento entre fusão Essa não era exemplarmente punido, há aqui o primeiro indício de vingança, arrependimento. falso de aceno nem redenção há não onde versos dos trechos Abaixo, poder? do abuso pelo corrompido bondade da Weill: e de Brecht Nela, a maldade e a bondade dos homens são questionadas dentro de essa visão se embaralha com as Trier, estruturas sociais em fragmentadas; ambiguidades da narrativa metafísica. 86Pós: Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 67 - 79, junho, 2009. subversão. (M Dissertação GERACE 2003. ES, Flávio.DESGRANG . S doespectador A pedagogia 1967. BRECHT, Teatro Bertolt. deJaneiro: dialético. Rio Civilização Brasileira, Limited, 2003. BJORKM mas para umcinemaincômodo, criar provocativo, crítico einovador. as novas tecnologias não para produzir um entretenimento pasteurizado, situações insustentáveis. Com sua estética intermidiática, Lars von Trier usa determinadas de diante assumimos vezes muitas que conformismo do e humanas ações das maldade da diante posições nossas revermos para para os malditos. mento de Grace só tem fim quando a divina Graça converte-se em desgraça o filmes nesses se Ondas do destino aposta no sacrifício de suas personagens “corações de ouro” (como Bess em Trier, ao construir um mundo diegético onde o Bem e o condenação. S Petrópolis, v. 95,n.5,p. 2001. 124-136,set.-out. NAZARIO 2006. Belas-Artes, analogia a Jesus Cristo e Joana D’Arc. em Grace de martírio no e injustiça em resultandodemais, pelos nhecido a lição devida, vem a sensatez” (BRECHT, 1928, p. 87-8). couro, aprende a valer ouro. Pois nesta vida o bom moço não tem vez: com moderno: “ bondade. e tal como o cão pode ser o homem, num movimento dialético de maldade realidade. Re f e r ê ncia , JoséRodrigo. OcinemadeLars von Trier: dogmatismo e AN, S , Luiz. Ocinemametafísico deLarsvon Trier. Cultura Vozes, S S e o “homem é o lobo do homem”, então o lobo pode ser o cão, e o homem não quer nada, dá-lhe uma paulada. Curtindo-lhe o filme sugere uma improvável redenção para o mundo-cão mundo-cão o para improvável redenção uma sugere filme O s tig (Entrevistas). Trier onVon Trier . England:Faber andFaber e oM , Karen em Dogville revela-se, assim, um instrumento quase didático M al écoletivo, seconcentra oBem nasuaúnicavítima. al não é exemplarmente punido, em punido,exemplarmente é não al estrado). Horizonte: Belo UF Os idiotas e M S as o povo de elma em Dançando no escuro ão Paulo: Hucitec, Dogville M MG/Escola de al estão delineados, O Bem não é reco - sofri o Dogville não escapa da ). M as, - PUDOVKIN, Vsevolod. Métodos de tratamento O grande chefe (Direktoren for det Hele, do material. In: XAVIER, Ismail (Org.). A Dinamarca, 2006). Direção: Lars von Trier experiência do cinema. Rio de Janeiro: Graal/ O reino I e II (Riget / The Kingdom, Dinamarca, Embrafilmes, 1983. 1994-1997). Direção: Lars von Trier ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. São Paulo: O ser humano perfeito (The perfect human, Perspectiva, 2004. Dinamarca, 1967). Direção: Jorgen Leth WILDER, Thornton. Nossa cidade. Trad. Elsie Ondas do destino (Breaking the waves, Lessa. São Paulo: Abril Cultural, 1976. Dinamarca, 1996). Direção: Lars von Trier

Os idiotas (Idioterne, Dinamarca, 1998). Direção: Filmografia Lars von Trier A hora do pesadelo (A nightmare on Elm Street, EUA, 1984). Direção: Wes Craven Internet As cinco obstruções (De Fem Bespaend, . Acesso em 5 de Dinamarca, 2003). Direção: Lars von Trier e janeiro de 2008. Jorgen Leth . Acesso em 5 de janeiro de Dançando no escuro (, 2008. Dinamarca / França, 2000). Direção: Lars von Trier . Acesso em 5 de janeiro de 2008. Dogville (idem, Dinamarca, Islândia, Suécia, França, EUA, 2003). Direção: Lars von Trier . Acesso em 5 de janeiro 2008. Epidemia (Epidemic, Dinamarca, 1987). Direção: Lars von Trier

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O elemento do crime (Forbrydelsens Element, Dinamarca, 1984). Direção: Lars von Trier