Rio De Janeiro, 28 De Março De 2021. À Comissão Eleitoral Da
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Rio de janeiro, 28 de março de 2021. À Comissão Eleitoral da Confederação Brasileira de Atletismo Estrada Municipal Antônio Franco de Lima, s/nº Bragança Paulista – SP CEP: 12918-240 A.c.: Ilmo. Presidente da Comissão Eleitoral, Dr. Marcelo Jucá; Ilmo Dr. Gustavo Lopes; Ilma. Dra. Selma Melo. Ref.: Defesa ao pedido de impugnação ao registro de candidatura da Chapa “Foco no Atleta”. CHAPA “FOCO NO ATLETA”, cujo candidato à Presidência é Sr. Wlamir Leandro Motta Campos, candidato à Vice-Presidência é Sr. Edson Luciano Ribeiro, candidatos à Representantes de Federações Sr. Ubiratan Martins Junior e Sr. Dilson Rodrigues Belfort e Representantes dos Medalhistas Olímpicos Sra. Rosemar Coelho Neto Menasse, vêm apresentar CONTRARAZÕES ao recurso interposto pela Chapa “ATLETISMO, COM DIÁLOGO, RESPEITO, ÉTICA E TRANSPARÊNCIA”, por meio de seu representante e atual Presidente do Conselho de Administração da CBAt, Sr. Warlindo Carneiro da Silva Filho. ESCLARECIMENTOS INICIAIS (quem são as partes) 01. A Confederação Brasileira de Atletismo - CBAt é a entidade nacional de administração do desporto atlético, mantida predominantemente com recursos públicos oriundos de convênios com o Ministério do Esporte e de repasses do Comitê Olímpico do Brasil (COB) por meio de verbas públicas originárias da Lei Agnelo Piva. 02. Verifica-se já de início, portanto, que a entidade promove o esporte mediante a gestão de recursos públicos – circunstância que, não bastassem todos os princípios jurídicos informativos da boa-fé, também submete sua administração aos padrões éticos de governança, transparência e moralidade previstos na Constituição da República e na legislação infraconstitucional pertinente. 03. É composta atualmente por 27 federações estaduais, além da Comissão de Atletas, e naturalmente responsável não apenas pelo fomento do esporte dentro do Brasil, como pela formação das equipes representantes do país em competições internacionais, incluindo-se naturalmente os Jogos Olímpicos. 04. O candidato (de oposição) à Presidência, Sr. Wlamir Motta Campos, é pessoa que detém histórico pessoal expressivo e irretocável no meio desportivo1, sendo o atual Vice-Presidente do Conselho de Administração da CBAt. 05. Conforme amplamente noticiado pela mídia especializada, em razão do histórico de seus membros como de suas propostas, a chapa Foco no Atleta hoje conta com apoio da inquestionável maioria da comunidade atlética nacional, principalmente dos atletas de alto rendimento. Inclusive, foi feito um abaixo assinado por eleições limpas na CBAt e pela participação da Chapa Foco no Atleta, capitaneado pelos 1 https://atletismopaulista.com.br/wlamir-motta-campos-sera-homenageado-com-festival-de-atletismo/ atletas Campeões Olímpicos Joaquim cruz e Maureen Maggi, que ultrapassou 2.000 (duas mil) assinaturas em apenas 48 horas (doc. 1). 06. Em oposição ao legítimo movimento de renovação e aprimoramento do esporte, encontra-se o atual presidente do Conselho de Administração da CBAt e candidato a reeleição, o Sr. Warlindo Carneiro – que por mais de 24 anos foi Presidente de Federação Pernambucana de Atletismo, por 5 anos, foi Vice-presidente na gestão do Sr. José Antônio Martins Fernandes (conhecido como “Toninho”), que renunciou ao mandato após uma série de acusações, estando Presidente do Conselho de Administração da CBAt há 3 anos: Disponível em: https://jovempan.com.br/esportes/outros-esportes/apos-denuncias-presidente- da-confederacao-brasileira-de-atletismo-renuncia.html http://www.adab.org.br/noticias/item/150-a-confederacao-brasileira-de-atletismo-publicou- em-seu-website-a-nota-oficial-n-152-2018 07. Por outro lado, também foi amplamente noticiado que o Sr. Wlamir Motta Campos foi o relator dos inquéritos administrativos da gestão Toninho/Warlindo, como se infere das seguintes reportagens: https://olharolimpico.blogosfera.uol.com.br/2018/10/23/cbat-comprova-esquema-de- fraude-de-ex-presidente-e-o-denuncia-a-policia/ https://www.espn.com.br/atletismo/artigo/_/id/4126173/renuncia-assembleia-e-temas- batidos-o-atletismo-exige-mudanca 08. Inclusive, em Assembleia do dia 13.03.2019, os membros aprovaram que fossem conclusos os inquéritos administrativos e, dentre as providências a serem tomadas, estariam o encaminhamento dos inquéritos ao Ministério Público, daquelas investigações que já estavam em curso, registrar um Boletim de Ocorrência, encaminhar o resultado dos inquéritos ao Tribunal de Contas do Estado, além do ajuizamento de ações de responsabilidade em face do Sr. José Antônio. 09. Entretanto, quando o Sr. Warlindo, assumiu a Entidade por vacância do cargo de Presidente, não tomou as providências para o ajuizamento das ações, em tese, levantando dúvidas sobre real o motivo da omissão em adotar providências necessárias ao ressarcimento da CBAt. 10. Com o máximo respeito ao atual Presidente Sr. Warlindo Carneiro, o Colégio Eleitoral da CBAt anseia por mudanças que coadunam com moralidade, transparência e legalidade no trato com recursos da CBAt, sendo intoleráveis episódios de nepotismo como relatado na matéria abaixo: Disponível em: https://globoesporte.globo.com/atletismo/noticia/confederacao-de-atletismo- descumpriu-lei-pele-e-remunerou-filho-de-dirigente-por-quase-5-anos.ghtml 11. Outro mal exemplo da gestão decorre da aquisição com recursos da CBAt de veículo de luxo para uso pessoal do Sr. Presidente Warlindo Carneiro: 12. Neste episódio, não fosse suficiente utilizar verbas da entidade para patrocinar o uso de carro de luxo para Ilmo. Presidente Warlindo Carneiro Filho (que já recebe um alto salário), ele ainda achou razoável despender recursos para personalizar a placa do automóvel da CBAt com as três letras de suas iniciais (FCW), bem como com o mês e ano de seu nascimento (2J51), eis que o Recorrente nasceu em fevereiro de 1951. Ou seja, trata-se de caso clássico onde o gestor usa o bem público como se fosse particular. 13. Os atos acima, em tese, podem vir a caracterizar eventual violação aos artigos 9º e 10º da Lei de Improbidade Administrativa e da prática de gestão temerária, prevista na Lei 9.615 de 1998: Art. 18-C. Consideram-se atos de gestão irregular ou temerária praticados pelo dirigente aqueles que revelem desvio de finalidade na direção da entidade ou que gerem risco excessivo e irresponsável para seu patrimônio, tais como: III – celebrar contrato com empresa da qual o dirigente, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, sejam sócios ou administradores, exceto no caso de contratos de patrocínio ou doação em benefício da entidade desportiva; (grifamos) I – DO RECURSO DA CHAPA “ATLETISMO COM DIÁLOGO, RESPEITO, ÉTICA E TRANSPARÊNCIA” 14. O representante da Chapa “Atletismo, com Diálogo, Respeito, Ética e Transparência” apresentou recurso em face da decisão do Comitê Eleitoral em razão dos motivos que levaram a não homologação da Chapa “Foco no Atleta”. 15. Em seu recurso, a Chapa da situação se limita a argumentar que os termos de renúncia apresentados pelos candidatos Wlamir e Rosemar, de seus antigos cargos na ADAB, não produzem quaisquer efeitos, baseando seus argumentos no direito eleitoral que, na realidade, é aplicado apenas para eleições de cargos públicos do executivo e legislativo municipal, estadual ou federal (sequer mencionada para fins de referência no Estatuto da CBAt). 16. Segundo os Recorrentes, os respectivos termos deveriam ter sido protocolados na entidade, pois, de outra maneira, não haveria como a ADAB saber que haviam renunciado, como se seus termos fossem “para inglês ver”. 17. Ora, mais parece que os Recorrentes perceberam que os membros de sua Chapa são também funcionários públicos e o argumento através do qual a Comissão Eleitoral inabilitou a Chapa “Foco no Atleta” se aplica também a eles, e, por essa razão, buscam todas as invenções para que seus concorrentes não possam estar no pleito. 18. Já está mais do que comprovado que os candidatos da Chapa “Foco no Atleta” estão em totais condições de elegibilidade e cumpriram com o que foi determinado no Regulamento Eleitoral, no Estatuto da Entidade, e estão de acordo com as disposições concernentes a pleitos eleitorais da Lei nº 9.615/98. RAZÕES PARA IMPROCEDÊNCIA DO RECURSO. II. PRELIMINARMENTE II.1 – Intempestividade do Recurso – descumprimento de cronograma do processo eleitoral 19. O artigo 16 do Estatuto da Confederação Brasileira de Atletismo traz as normas que regem o processo eleitoral da entidade, contendo, em seu §2º, uma espécie de “linha do tempo” que deve ser prevista no Edital de Convocação da Assembleia Eletiva: 20. Portanto, há previsão expressa de que o período de candidaturas seja de 25 dias a partir da publicação do Edital, de que o período de homologação seja de 5 dias após o término do período do registro, do período de recurso quanto à homologação ou não das candidaturas e o período de análise de recurso. 21. Neste sentido, foi previsto tanto no Regulamento das Eleições anexado ao Edital de Convocação, como no Cronograma divulgado que o período de candidaturas se iniciava no dia 28 de janeiro de 2021 e terminava no dia 21 de fevereiro de 2021: Regulamento do Processo Eleitoral Cronograma 22. Portanto, de acordo com a previsão estatutária, iniciou-se no dia 21 de fevereiro o prazo de 5 dias para a homologação das candidaturas, encerrando-se o mesmo em 26 de fevereiro de 2021 (homologação tácita das Chapas). Inclusive, conforme está previsto no próprio Regulamento das Eleições, no § único do artigo 2º, é de responsabilidade da Comissão Eleitoral verificar os antecedentes dos