DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA , quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015. PRO 1

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 177/2014 Deputado(a) Ernani Polo

Cria a Região Metropolitana do Noroeste do . Art. 1.º Fica criada a Região Metropolitana do Noroeste do Rio Grande do Sul.

Art. 2.º A Região Metropolitana do Noroeste do Rio Grande do Sul será composta pelos Municípios de ; ; Alegria; ; ; Boa Vista do Buricá; ; ; ; Braga; Caibaté; Campina das Missões; ; Cândido Godói; Catuípe; Cerro Largo; Chiapetta; Condor; ; ; ; ; ; Doutor Maurício Cardoso; Entre-Ijuís; Esperança do Sul; Eugênio de Castro; Garruchos; Giruá; Guarani das Missões; ; Humaitá; Ijuí; Independência; Inhacorá; ; Jóia; ; Miraguaí; Nova Candelária; ; ; ; Pejuçara; Pirapó; ; Porto Mauá; ; ; ; ; Roque Gonzales; Salvador das Missões; Santa Rosa; Santo Ângelo; Santo Antônio das Missões; ; ; São José do Inhacorá; São Luiz Gonzaga; São Martinho; São Miguel das Missões; São Nicolau; São Paulo das Missões; São Pedro do Butiá; São Valério do Sul; ; ; Sete de Setembro; ; ; Três de Maio; Três Passos; Tucunduva; ; ; Vista Gaúcha; e Vitória das Missões.

Parágrafo único. Integrarão a Região Metropolitana do Noroeste do Rio Grande do Sul os municípios que vierem a ser criados em decorrência de desmembramento ou fusão dos municípios que a integram.

Art. 3.º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Farroupilha, em

Deputado(a) Ernani Polo

JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Lei Complementar tem por objetivo a criação da Região Metropolitana do Noroeste, levando em consideração a crescente densidade populacional e a importância econômica desta região do Rio Grande do Sul, que se desenvolve com base na agropecuária, indústria, comércio e serviços, destacando-se também pelos atendimentos à população com medicina de alta complexidade, além de constituir-se em polo universitário (UNIJUÍ, URI, IESA, FEMA, SETREM, Escolas Técnicas Federais, Universidade Federal da Fronteira Sul e outras).

Verifica-se nesta Macrorregião a incidência de aglomerações urbanas formadas por cidades de municípios contíguos, cuja integração é feita por complementaridade de funções. Tais centros urbanos e suas territorialidades imediatas assumiram, nas últimas décadas, papel e formação regional diferenciada, ao ponto de destacarmos dentro da referida Macrorregião, a existência de 4 (quatro) Microrregiões: Fronteira Noroeste; Celeiro; Noroeste Colonial e Missões, que compreendem os Municípios de: Ajuricaba; Alecrim; Alegria; Augusto Pestana; Barra do Guarita; Boa Vista do Buricá; Bom Progresso; Bossoroca; Bozano; Braga; Caibaté; Campina das Missões; Campo Novo; Cândido Godói; Catuípe; Cerro Largo; Chiapetta; Condor; Coronel Barros; Coronel Bicaco; Crissiumal; Derrubadas; Dezesseis de Novembro; Doutor DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015. PRO 2

Maurício Cardoso; Entre-Ijuís; Esperança do Sul; Eugênio de Castro; Garruchos; Giruá; Guarani das Missões; Horizontina; Humaitá; Ijuí; Independência; Inhacorá; Itacurubi; Jóia; Mato Queimado; Miraguaí; Nova Candelária; Nova Ramada; Novo Machado; Panambi; Pejuçara; Pirapó; Porto Lucena; Porto Mauá; Porto Vera Cruz; Porto Xavier; Redentora; Rolador; Roque Gonzales; Salvador das Missões; Santa Rosa; Santo Ângelo; Santo Antônio das Missões; Santo Augusto; Santo Cristo; São José do Inhacorá; São Luiz Gonzaga; São Martinho; São Miguel das Missões; São Nicolau; São Paulo das Missões; São Pedro do Butiá; São Valério do Sul; Sede Nova; Senador Salgado Filho; Sete de Setembro; Tenente Portela; Tiradentes do Sul; Três de Maio; Três Passos; Tucunduva; Tuparendi; Ubiretama; Vista Gaúcha e Vitória das Missões.

Ao definir uma região metropolitana, que compreende uma população estimada em 750 mil pessoas, é necessário viabilizá-la através de lei estadual, baseada em estudos técnicos e critérios bem definidos. Relacionamos entre os critérios necessários a continuidade ou contiguidade da malha urbana, a dimensão demográfica e a diversidade de funções econômicas, estabelecidas entre o núcleo e os centros urbanos do seu entorno (deslocamentos para trabalho, negócios, estudos e serviços, relações entre empresas). Entende-se que as aglomerações urbanas possuem função pública diferenciada e estratégica para gestão comum de estrutura viária regional, de transporte viário de passageiro e de cargas, sistemas de saúde, bem como informações regionais atinentes à economia e à gestão.

Nesta região metropolitana, a população corresponde a mais de 5% da população total do Estado do Rio Grande do Sul. Estes dados se referem ao Censo 2010.

Nossa proposição visa o desenvolvimento amplo da região Noroeste e tem por base a definição de Região Metropolitana, estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística, como a “região estabelecida por legislação estadual e constituída por agrupamentos de municípios limítrofes (que fazem fronteiras), com o objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum”.

Tendo em vista esta argumentação e vislumbrando a necessidade de potencializar a região Noroeste do Estado econômico-socialmente, faz-se necessário pontuar que a matéria refere-se à competência do Estado, com iniciativa concorrente entre os Poderes Legislativo e Executivo.

Para tanto sublinhamos:

Diz a Constituição Federal, em seu art. 25, § 3.°, que “os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.”

Em consonância, a Constituição do Rio Grande do Sul afirma que o Estado pode instituir regiões metropolitanas, como se lê no art. 16: “O Estado, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de seu interesse e de municípios limítrofes do mesmo complexo geoeconômico e social poderá, mediante lei complementar, instituir região metropolitana, aglomerações urbanas e microrregiões”.

Com o objetivo de regulamentar o artigo supracitado e subsequentes, foi criada a Lei Complementar n.° 11.740/2002.

Por conseguinte, percebemos que a matéria em questão está arrolada no inciso XII do art. 52 da Constituição Estadual, entre as atribuições da Assembleia Legislativa: DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015. PRO 3

“Art. 52. Compete à Assembleia Legislativa, com a sanção do Governador, não exigida esta para o especificado no art. 53, dispor sobre todas as matérias de competência do Estado, especialmente sobre: ...... XII - instituição de região metropolitana, aglomerações urbanas e microrregiões; ...... ”.

Portanto, confirma-se que a via de Projeto de Lei Complementar, com iniciativa no Legislativo Estadual e aprovação conforme rito regimental, coaduna-se com a ordem constitucional e respeita a Carta Estadual e o Regimento Interno desta Casa.

Para fomentar e resolver problemas relacionados a transporte e mobilidade, entre outros, advindos do fenômeno de conurbação das cidades, o Governo Federal, na década de 70, passou a instituir regiões metropolitanas. A política nacional de desenvolvimento urbano, então fortemente influenciada pelo processo de expansão industrial daquela época, levou à regulamentação de nove regiões metropolitanas no País.

Na Constituição de 1988 houve a descentralização de competências, delegando aos estados membros da Federação a autonomia para gerir seus territórios e institucionalizar suas regiões metropolitanas, aglomerados urbanos e microrregiões.

Hoje, o Brasil possui 35 Regiões Metropolitanas, sendo 11 na região sul do país.

As vantagens que advêm do reconhecimento de uma Região Metropolitana são diversas, pois permitem aos municípios estabelecerem diálogos entre si e, principalmente, com a população residente, visando ao melhor planejamento regional, com melhorias no transporte, educação, geração de emprego e renda.

A proposta que apresentamos, da Região Metropolitana do Noroeste, é um debate que enseja a articulação entre prefeitos e a população regional, COREDEs, Câmaras Municipais, Assembleia Legislativa e Executivo. Buscamos assim, arregimentar elementos consistentes para que este projeto de lei complementar seja apreciado da melhor forma no Parlamento, a fim de dar provimento à referida região metropolitana e como torná-la concreta da melhor forma.

Por fim, perante o apresentado, consideramos que se faz meritório, por parte da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o reconhecimento da Região Metropolitana do Noroeste, através desta proposição, contando com a colaboração dos nobres deputados para a aprovação deste Projeto de Lei Complementar.

Essas são as justificativas para a aprovação e implementação deste dispositivo legal.

Palácio Farroupilha, em

Deputado(a) Ernani Polo

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Excelentíssimo Senhor Edson Brum Presidente da Assembleia Legislativa do Estado Nesta Casa DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015. PRO 4

O Deputado signatário requer, com base no art. 178, § 5º, do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado, o desarquivamento do PLC 177/2014, que “Cria a Região Metropolitana do Noroeste do Rio Grande do Sul”.

Sala das Sessões, em

Deputado Ernani Polo