Brazilian Journal of Development 11984 ISSN: 2525-8761

Perfil Epidemiológico de Escorpionismo no Nordeste Brasileiro (2009 a 2019)

Epidemiological Profile of Scorpionism in Northeast (2009 to 2019)

DOI:10.34117/bjdv7n2-022

Recebimento dos originais: 21/01/2021 Aceitação para publicação: 02/02/2021

Silvania Silva de Oliveira Graduanda de Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de - Centro Acadêmico de Vitória Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico de Vitória Endereço: Rua Alto do Reservatório, Bela Vista, Vitória de Santo Antão -PE, Brasil. E-mail: [email protected]

José Victor de Freitas Cruz Graduando de Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico de Vitória Instituição: Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico de Vitória Endereço: Rua Alto do Reservatório, Bela Vista, Vitória de Santo Antão -PE, Brasil. E-mail: [email protected]

Meykson Alexandre da Silva Formação acadêmica: Doutorando em Ciências Biológicas Instituição: Universidade Federal de Pernambuco Endereço: Avenida Prof. Moraes Rego, s/n - Cidade Universitária, Av. Prof. Moraes Rego - Cidade Universitária, Recife - PE, Brasil E-mail: [email protected]

RESUMO O escorpionismo caracteriza-se como um grave problema de saúde pública no Brasil devido à grande subnotificação de casos que refletem problemas de ordem econômica, médico e social (SANTANA e SUCHARA, 2015). O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil epidemiológico de acidentes com escorpiões no Nordeste brasileiro entre o período de 2009 a 2019. Realizou-se um estudo descritivo e retrospectivo utilizando os dados disponibilizados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e pelos bancos de dados Pubmed e Scientific Electronic Library Online (SciELO). No período de estudo ocorreram 457.341 casos notificados. O estado da apresentou o maior número de registros (130.907), seguido por Pernambuco (103.565) e (76.437). Em relação a incidência de casos a cada 100.000 habitantes, foi o estado que exibiu a maior incidência de casos (5694,84). O estado da Bahia também destacou- se pelo maior número de óbitos por agravo notificado (234) e pela maior incidência de mortalidade a cada 100.000 habitantes (1,58). O sexo feminino apresentou o maior número de acidentes (260.500), de coloração parda (269.004), faixa etária entre 20 a 39

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Brazilian Journal of Development 11985 ISSN: 2525-8761 anos (147.080) e ensino fundamental incompleto (90.482). Faz-se necessário a implementação de políticas públicas voltadas à educação em saúde.

Palavras-chave: Escorpiões, Ministério da Saúde, Nordeste.

ABSTRACT Scorpionism is characterized as a serious public health problem in Brazil due to the large underreporting of cases that reflect economic, medical, and social problems (SANTANA and SUCHARA, 2015). The objective of this study was to evaluate the epidemiological profile of accidents with in the Brazilian Northeast from 2009 to 2019. A descriptive and retrospective study was conducted using the data provided by the Information System of Notifiable Diseases (SINAN) and the Pubmed and Scientific Electronic Library Online (Scielo) databases. During the study period, there were 457,341 reported cases. The state of Bahia had the highest number of records (130,907), followed by Pernambuco (103,565) and Alagoas (76,437). Regarding the incidence of cases per 100,000 inhabitants, Sergipe was the state that exhibited the highest incidence of cases (5694.84). The state of Bahia also stood out for the higher number of deaths per disease reported (234) and the higher incidence of mortality per 100,000 inhabitants (1.58). The female sex presented the highest number of accidents (260,500), medium skin tone (269,004), age group between 20 and 39 years (147,080), and incomplete elementary school (90,482). It is necessary to implement public policies aimed at health education.

Keywords: Scorpions, Ministry of Health, Northeast.

1 INTRODUÇÃO Escorpiões são particularmente bem adaptados para sobreviver em habitats extremos e sua capacidade de produzir peçonha é um fator importante em seu sucesso (POLIS, 1990). A peçonha pode ser descrita como uma mistura complexa, contendo muco, sais inorgânicos, moléculas orgânicas de baixa massa molecular, muitos peptídeos neurotóxicos e proteínas que agem sobre os canais iônicos, principalmente de sódio, alterando a liberação de mediadores químicos. (COCCHI, 2016). A localização geográfica, a dieta específica e a idade dos escorpiões podem variar significativamente a concentração das toxinas injetadas durante um acidente (PUCCA et al., 2014; HERZIG et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2013). Os escorpiões inoculam a peçonha pelo ferrão para captura de suas presas e também como mecanismo de defesa (PLESSIS et al., 2008). De forma geral, durante a ferroada, os escorpiões são capazes de injetar entre 0,1 e 0,9 ml de peçonha em suas vítimas (VAN DER MEIJDEN et al., 2015). A riqueza de componentes peptídicos presente na peçonha é uma questão muito intrigante e um grande

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Brazilian Journal of Development 11986 ISSN: 2525-8761 desafio para a pesquisa, especialmente quando está relacionada à produção de novos fármacos (DIAS, 2016). No Brasil são conhecidas mais de 160 espécies de escorpiões. No entanto, as espécies de interesse médico pertencem ao gênero , sendo Tityus serrulatus, o escorpião amarelo, o principal responsável pelos casos graves, incluindo óbitos (RECKZIEGEL e PINTO, 2014). Tityus serrulatus e Tityus stigmurus, o escorpião-do-nordeste, caracterizam-se pela predominância partenogenética e ampla distribuição em áreas urbanas. Este último está associado aos principais casos de emergência médica no Nordeste do país (DESOUZA et al. 2016). A espécie Tityus stigmurus é particularmente caracterizada pelo tronco amarelo- escuro, além de um triângulo negro no cefalotórax, uma faixa escura longitudinal mediana e manchas laterais escuras. Chegam a medir até 7 cm de na fase adulta e apresentam serrilha pouco acentuada no terceiro e quarto anéis da cauda (BRASIL, 2009). Os espaços urbanos fornecem condições adequadas para reprodução e proliferação dos escorpiões devido aos inúmeros microclimas obtidos através de locais como galerias de esgoto e entulhos residenciais, além da oferta de alimentos e ausência de predadores naturais (SZILAGYI-ZECCHIN et al., 2012). Todas as espécies pertencentes ao gênero Tityus possuem alta plasticidade ecológica e capacidade de dispersão considerável, por esse motivo são encontradas nesses ambientes e conhecidas como generalistas ou oportunistas (ARANHA, 2015). O escorpionismo caracteriza-se como um grave problema de saúde pública no Brasil devido à grande subnotificação de casos que refletem problemas de ordem econômica, médico e social (SANTANA e SUCHARA, 2015). Nesse sentido, objetivou- se fornecer subsídios para o conhecimento do perfil epidemiológico de escorpionismo no Nordeste brasileiro.

2 METODOLOGIA Foi realizado um levantamento epidemiológico descritivo e retrospectivo associado aos casos de escorpionismo no Nordeste brasileiro notificados pelo SINAN entre o período de 2009 a 2019. Justifica-se a escolha dessa ferramenta por tratar-se de um bancos de dados de referência em Saúde no Brasil. As informações são disponibilizadas pelo Ministério da Saúde (www.datasus.gov.br).

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Para esse estudo, consideramos fatores como a incidência de acidentes, taxa de mortalidade, sexo, raça, faixa etária e escolaridade. As publicações disponibilizadas pelos bancos de dados Pubmed e Scientific Electronic Library Online (SCIELO), através das palavras-chave escorpionismo, Nordeste e Brasil, também foram utilizados a fim de complementar as informações referentes aos registros realizados pelo SINAN. Desta forma, buscou-se sistematizar e analisar as notificações sobre o perfil epidemiológico de escorpionismo no Nordeste brasileiro através do desenvolvimento de gráficos e tabelas no programa Microsoft Office Excel 2013. Os dados foram analisados mediante a interpretação dos materiais, baseando-se na literatura disponível.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO No período de estudo ocorreram 457.341 casos notificados. O estado da Bahia apresentou o maior número de casos relatados quando comparado aos outros estados (130.907) (Gráfico 01). O número crescente destes registros está associado a implementação do Centro Hospitalar de Epidemiologia do PVGH a partir do ano de 2009. Dessa forma, as notificações passaram a ser avaliadas de forma mais criteriosa, além do aumento na busca pelos serviços de saúde devido a conscientização da população (CARMO, NASCIMENTO SOBRINHO e CASOTTI, 2019). Dentre os locais com menor número de casos registrados estão os estados do Piauí (16.981), Sergipe (11.691) e Maranhão (9.340). Ao analisar a distribuição dos acidentes ao longo do intervalo estudado (Gráfico 01), verifica-se um aumento das notificações a partir do ano de 2013 com pequeno decréscimo entre os anos de 2015 e 2016, e acréscimo a contar do ano de 2017 em todos os estados da região Nordeste. Em relação a incidência de casos a cada 100.000 habitantes (Tabela 01), Sergipe foi o estado que apresentou a maior quantidade de acidentes (5694,84). A elevada ocorrência de casos nesse estado pode estar associada ao crescimento desordenado nas áreas urbanas a partir do ano de 2008, assim como a precariedade de moradias e saneamento básico (MESQUITA et. al., 2020).

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Gráfico 01: Notificação de Acidentes por Ano em cada Estado na Região Nordeste do Brasil (2009-2019).

80000 70000 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Maranhão Piauí Ceará Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia

Fonte: SINAN/Ministério da Saúde.

Nota-se que, a taxa de mortalidade em cada estado da região Nordeste (Gráfico 02) é bastante baixa, resultando em um contexto predominantemente favorável para recuperação dos acidentados. O estado da Bahia apresenta o maior número de óbitos por agravo notificado (234), seguido pelos estados de Pernambuco (75), Maranhão (31), Piauí (29), Rio Grande do Norte (27), Ceará (21), Paraíba (20), Alagoas (17) e Sergipe (03).

Gráfico 02: Notificação de Óbito por Agravo Notificado por Ano em cada Estado na Região Nordeste do Brasil (2009-2019).

Fonte: SINAN/Ministério da Saúde.

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Embora o estado da Bahia apresente hospitais de referência para o tratamento de indivíduos em casos de escorpionismo, destaca-se pela maior incidência de mortalidade a cada 100.000 habitantes (1,58) dentre os estados da região Nordeste (Tabela 01). Grande parte dos óbitos foi causado pela espécie T. serrulatus associado ao intervalo de tempo entre o acidente e o atendimento (LISBOA; BOERE; NEVES, 2020).

Tabela 01: Incidência de escorpionismo e mortalidade nos estados da região Nordeste Brasileira, de 2009 a 2019, por 100.000 habitantes. Unidade Federada População Número de Incidência Média Número Mortalidade (100.000 (Habitantes) Casos (100.000 habitantes) de óbitos habitantes) Maranhão 7075181 9340 132,01 31 0,45 Piauí 3273227 16981 518,79 29 0,88 Ceará 9132078 36388 398,47 21 0,23 Rio Grande do Norte 3506853 39174 1117,07 27 0,77 Paraíba 4018127 32858 817,74 20 0,5 Pernambuco 9557071 103565 1083,65 75 0,78 Alagoas 3337357 76437 2290,34 19 0,57 Sergipe 2298696 11691 5694,84 3 0,13 Bahia 14873064 130907 880,16 234 1,57

Fonte: SINAN, Ministério da Saúde/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A tabela 02 mostra a frequência de casos notificados envolvendo mulheres e homens em cada estado da região Nordeste brasileira. O sexo feminino apresentou um número maior de acidentes (260.500) quando comparado ao sexo masculino (197.049). Apenas os estados do Maranhão e Piauí apresentaram maior número de notificações envolvendo o sexo masculino. Entretanto, existe pouca diferença entre ambos os sexos. Os estudos realizados por SANTOS, 2016 e DA CUNHA et. al, 2019, reforçam, respectivamente, os resultados apresentados pelo SINAN, mediante a alta exposição de homens a atividades na natureza, como agricultura e pecuária, além de turismo ecológico, caça e pesca, etc. Os estados que destacaram-se pela maior quantificação de registros envolvendo o sexo feminino foram a Bahia (66.731), Pernambuco (61.369) e Alagoas (45.906). É possível que o maior número de casos envolvidos com o sexo feminino esteja associado a acidentes em ambiente doméstico (BARROS et.al., 2015).

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Tabela 02: Notificação de Acidentes por Sexo em cada Estado na Região Nordeste do Brasil (2009-2019).

Unidade Federada Sexo Sexo Ignorado Masculino Feminino Maranhão 5179 4197 01 Piauí 8822 8199 02 Ceará 13408 23009 - Rio Grande do Norte 15022 24171 02 Paraíba 12765 20132 20 Pernambuco 42294 61369 15 Alagoas 30479 45906 01 Sergipe 4940 6786 01 Bahia 64140 66731 37 Total 197049 260500 79

Fonte:SINAN/Ministério da Saúde.

De acordo com os dados disponibilizados pela Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) 2019, no site do IBGE, 46,8% da população brasileira declara-se como parda, justificando o alto índice de acidentados notificados pelo SINAN (Tabela 03), 42,7% como brancos, 9,4% como pretos e 1,1% como amarelos ou indígenas. O baixo índice de registros para a população indígena também pode estar associado aos desafios enfrentados na busca pela atenção primária a saúde indígena, bastante negligenciada no país (MENDES, 2018).

Tabela 03: Notificação de Acidentes por Raça em cada Estado na Região Nordeste do Brasil (2009-2019).

Fonte: SINAN, Ministério da Saúde.

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Quanto a faixa etária com maior número de casos (gráfico 03), destaca-se a de 20 a 39 anos (147.080), seguida pela faixa etária de 40 a 59 anos (113.303). Entretanto, a quantidade de notificações para as faixas etárias consideradas com maior risco de complicações pelo escorpionismo apresentaram valores relativamente baixos, 0 a 4 anos (34.223) e acima de 70 anos (26.382). Todos os dados utilizados através da literatura disponível corroboram, em números absolutos, o maior número de acidentes, frequentemente benignos, entre adultos. Dentre os grupos de risco, a faixa etária entre 0 a 4 anos é a mais suscetível a desenvolver casos de natureza grave culminando em morte (RANGEL et, al., 2019).

Gráfico 03: Notificação de Acidentes por Faixa Etária em cada Estado na Região Nordeste do Brasil (2009- 2019). 160000 140000 120000 100000 80000 60000 40000 20000 0

Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia

Fonte: SINAN, Ministério da Saúde.

O nível de escolaridade predominante de indivíduos acidentados, sem considerar registros ignorados, em branco ou que não se aplicam, foi o ensino fundamental incompleto (90.482) e entre os menos acometidos estão aqueles que apresentavam ensino superior incompleto (4.073) ou completo (7868) (tabela 04).

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Tabela 04: Notificação de Acidentes por Escolaridade em cada Estado na Região Nordeste do Brasil (2009- 2019). Unidade Analfabeto Ensino Ensino Ensino Ensino Ensino Ensino Ignorado/Branco/Não Federada Fundamental Fundamental Médio Médio Superior Superior se Aplica Incompleto Completo Incompleto Completo Incompleto Completo Maranhão 748 3687 525 548 940 65 132 2770 Piauí 956 4884 670 850 1162 149 314 8098 Ceará 421 3612 757 990 2080 284 493 27834 Rio Grande 331 4534 4180 1336 6977 618 1731 19601 do Norte Paraíba 318 4482 1279 1452 2952 563 930 21024 Pernambuco 1047 12054 2023 2166 4367 390 659 82929 Alagoas 2459 18465 4782 4583 11230 1308 2566 31231 Sergipe 70 1237 380 671 987 115 76 8284 Bahia 4643 37527 4447 5544 8061 581 967 69791 Total 10993 90482 19043 18140 38756 4073 7868 271562 Fonte: SINAN, Ministério da Saúde

É possível identificar que, de fato, existe um maior número de casos por escorpionismo quando o nível de escolaridade dos acidentados é menor ou incompleto (CARMO et.al., 2019). Dentre as principais causas para esses episódios recorrentes estão a falta de acesso à informação quanto aos cuidados básicos de prevenção associada a falta de saneamento básico e moradia irregular em terrenos e arredores com acúmulo de materiais orgânicos e de descarte (ALMEIDA et. al., 2016). Estudantes do ensino superior têm acesso a informações científicas em suas vivências acadêmicas, enquanto indivíduos do ensino fundamental, na maioria das vezes, mantêm os estigmas associados ao senso comum (DE LIMA et. al., 2019).

4 CONCLUSÃO Com base na coleta de dados realizada observou-se que, apesar do empenho de inúmeros pesquisadores, as publicações disponibilizadas nos banco de dados analisados não foram suficientes para traçar o perfil epidemiológico de escorpionismo no Nordeste brasileiro. Dessa forma, o SINAN foi a principal ferramenta utilizada na quantificação e comparabilidade dos dados epidemiológicos durante o período de estudo. Nota-se, entre 2009 a 2019, um aumento considerável no número de acidentes em todos os estados da região Nordeste. Logo, torna-se cada vez mais necessário a implementação de políticas públicas voltadas à educação em saúde, visto que o escorpionismo é um agravo negligenciado evitável. Salientamos a importância da realização de novas pesquisas relacionadas ao perfil epidemiológico de escorpionismo no Nordeste brasileiro, a fim de aprofundar as questões

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Brazilian Journal of Development 11993 ISSN: 2525-8761 levantadas por esse trabalho, de forma a questioná-las ou acrescentar novos dados, difundindo resultados o menos enviesado possível.

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