PRODUTOS APÍCOLAS DO CEARÁ E SUAS ORIGENS FLORAIS Características Físicas, Químicas E Funcionais UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
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Maria da Conceição Tavares Cavalcanti Liberato Selene Maia de Morais PRODUTOS APÍCOLAS DO CEARÁ E SUAS ORIGENS FLORAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E FUNCIONAIS UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ REITOR José Jackson Coelho Sampaio VICE-REITOR Hidelbrando dos Santos Soares EDITORA DA UECE Erasmo Miessa Ruiz CONSELHO EDITORIAL Antônio Luciano Pontes Lucili Grangeiro Cortez Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes Luiz Cruz Lima Emanuel Ângelo da Rocha Fragoso Manfredo Ramos Francisco Horácio da Silva Frota Marcelo Gurgel Carlos da Silva Francisco Josênio Camelo Parente Marcony Silva Cunha Gisafran Nazareno Mota Jucá Maria do Socorro Ferreira Osterne José Ferreira Nunes Maria Salete Bessa Jorge Liduina Farias Almeida da Costa Silvia Maria Nóbrega-Therrien CONSELHO CONSULTIVO Antônio Torres Montenegro | UFPE Maria do Socorro Silva Aragão | UFC Eliane P. Zamith Brito | FGV Maria Lírida Callou de Araújo e Mendonça | UNIFOR Homero Santiago | USP Pierre Salama | Universidade de Paris VIII Ieda Maria Alves | USP Romeu Gomes | FIOCRUZ Manuel Domingos Neto | UFF Túlio Batista Franco | UFF Maria da Conceição Tavares Cavalcanti Liberato Selene Maia de Morais PRODUTOS APÍCOLAS DO CEARÁ E SUAS ORIGENS FLORAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E FUNCIONAIS 1a Edição Fortaleza - CE 2016 PRODUTOS APÍCOLAS DO CEARÁ E SUAS ORIGENS FLORAIS © 2016 Copyright by Maria da Conceição Tavares Cavalcanti Liberato e Selene Maia de Morais Impresso no Brasil / Printed in Brazil Efetuado depósito legal na Biblioteca Nacional TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Editora da Universidade Estadual do Ceará – EdUECE Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus do Itaperi – Reitoria – Fortaleza – Ceará CEP: 60714-903 – Tel: (085) 3101-9893 www.uece.br/eduece – E-mail: [email protected] Editora filiada à Coordenação Editorial Erasmo Miessa Ruiz Diagramação e Capa Victor Marques Revisão de Texto EdUECE Ficha Catalográfica Vanessa Cavalcante Lima – CRB 3/1166 L 695 p Liberato, Maria da Conceição Tavares Cavalcanti. Produtos apícolas do Ceará e suas origens florais: características físicas, químicas e funcionais / Maria da Conceição Tavares Cavalcanti Liberato, Selene Maia de Morais. − Fortaleza: EdUECE, 2016. 179 p. ISBN: 978-85-7826-336-2 1. Mel – Composição. 2. Produtos apícolas – Exportação. 3. Vegetação do Ceará. I. Título. CDD: 590 INFORMAÇÕES SOBRE AS AUTORAS MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES CAVALCANTI LIBERATO Graduada em Química Industrial pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Especialista em Química Orgânica pela Univer- sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Dou- tora em Biotecnologia em Recursos Naturais pela Rede Nordeste de Biotecnologia. Professora Associada da Universidade Estadual do Ceará. Leciona no Curso de Química da UECE. SELENE MAIA DE MORAIS Graduada em Química Industrial e Mestre pela Universi- dade Federal do Ceará. PhD em Química pela Universidade de Londres, Pesquisadora de Produtividade do CNPq. Professora Titular da Universidade Estadual do Ceará. Leciona no Progra- ma de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Doutorado em Biotecnologia da Rede Nordeste de Biotecnologia, e no Curso de Química da UECE. 5 DEDICATÓRIA Dedicamos este livro, aos nossos familiares pelo permanen- te apoio e dedicação recebidos, aos nossos alunos parceiros na dedicação à causa da Ciência, à Universidade Estadual do Ceará partícipe desse estudo, aos apicultores do Ceará nas pessoas do Dr. Guido Alves e do Dr. Vinícius de Carvalho, companheiros da Câmara Setorial do Mel do Ceará, pela presteza em auxiliar-nos, sempre que necessário, com produtos apícolas cearenses. De uma forma muito especial, agradecemos a Deus. As Autoras 6 APRESENTAÇÃO Esse livro surgiu da necessidade de apresentar à comunida- de científica os produtos apícolas cearenses naquilo que eles pos- suem de mais particular: as suas características físicas, químicas e funcionais. Muito dessas características devem-se à vegetação tí- pica da Caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro e que está presente em praticamente todo o estado do Ceará. Estudar esses produtos mostrou-nos uma riqueza imensa em termos de propriedades e que normalmente são desconheci- das pela grande maioria das pessoas. A descoberta das atividades antioxidante, antimicrobiana e até da atividade de inibição da enzima acetilcolinesterase nos produtos apícolas cearenses abre novas perspectivas na busca de novos fármacos inclusive em al- guns que possam atuar na Doença de Alzheimer. Esperamos também que a apicultura e a meliponicultura passem a ser olhadas com um cuidado especial em termos de po- líticas estatais para que o desenvolvimento dessas atividades se reflita em maior consumo dos produtos das abelhas Apis mellifera L. e Melipona subnitida D. (a nossa abelha Jandaíra). As autoras 7 SUMÁRIO 1. A IMPORTÂNCIA DO MEL COMO PRODUTO DE 9 EXPORTAÇÃO - O DESENVOLVIMENTO DA EXPORTAÇÃO NO CEARÁ 2. FATORES QUE INFLUENCIAM NAS CARACTERÍSTICAS 11 DO MEL: OS CLIMAS, AS ALTITUDES E AS VEGETAÇÕES DO CEARÁ 3. O BIOMA CAATINGA 15 4. CARACTERÍSTICAS DO BIOMA CAATINGA 18 5. ABELHAS MELÍFERAS 20 6. ABELHAS DO GÊNERO APIS (EXÓTICA) 22 7. ABELHAS NATIVAS DO BRASIL 28 8. ABELHAS NATIVAS DO CEARÁ 32 9. FLORA APÍCOLA CARACTERÍSTICA DA CAATINGA 34 10. MEL – CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E FUN- 59 CIONAIS 11. A IMPORTÂNCIA MEDICINAL DO MEL 64 12. PARÂMETROS PARA CONTROLE DE QUALIDADE DO 67 MEL 13. COMPOSIÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS EM 87 MÉIS 14. O MEL COMO ALIMENTO FUNCIONAL 95 15. PROPOLIS - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E 96 FUNCIONAIS 16. PÓLEN APÍCOLA - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMI- 110 CAS E FUNCIONAIS 17. TIPIFICAÇÃO DOS PRODUTOS APÍCOLAS 121 18. ATIVIDADES BIOLÓGICAS DOS PRODUTOS APÍCOLAS 125 OBSERVAÇÕES FINAIS 147 REFERÊNCIAS 148 8 1 - A IMPORTÂNCIA DO MEL COMO PRODUTO DE EXPORTAÇÃO - O DESENVOLVIMENTO DA EXPORTAÇÃO NO CEARÁ Economicamente, o Ceará nasceu da exclusão da atividade pecuária nas áreas litorâneas, especialmente em Pernambuco e Bahia, produtores de açúcar, o primeiro direcionou a colonização a partir do norte do estado, e o segundo, a partir do sul. Assim, durante séculos o Ceará foi uma “civilização do couro”, dedicada, sobretudo, à venda de gado e de sua carne para outras províncias. O gado cearense era comercializado, principalmente, nas feiras de Olinda, Igaraçu, Goiana e Recife. Entretanto, os rebanhos, em função das longas caminhadas, emagreciam e perdiam peso. Face aos prejuízos os fazendeiros cearenses, já a partir da primeira metade do século XVIII, começaram a vender o gado abatido, transformado em carne salgada, “as charqueadas”. A carne-seca passou a ser o alimento básico da população no período colonial, principalmente da mão-de-obra escrava, nos engenhos da zona da mata açucareira. No entanto, a criação e a comercialização da carne-seca, conhecida como a “Carne do Ceará”, enfrentaram grandes problemas com as secas que assolaram o Ceará no perío- do de 1750 até o fim do século XVIII (SILVA; CAVALCANTE; DANTAS, 2007). Em fins do século XVIII, com a Guerra de Independência dos Estados Unidos, o cultivo de algodão teve enorme impulso, tornando-se uma das principais atividades econômicas cearen- ses. A isso se somava a produção de café nas serras mais altas e, por fim, atividades agrícolas, pesqueiras e pecuárias de sub- sistência. A partir dos anos 60, do século passado, houve uma progressiva industrialização e urbanização, que ganhou grande impulso a partir da década de 80. 9 Atualmente a economia cearense não é mais baseada apenas nas atividades agropecuárias, embora ainda possuam grande re- levância na economia do estado, em especial a pecuária, mas há também crescente importância de cultivos não tradicionais no estado, como a produção de frutas e legumes no Vale do Rio Jaguaribe e de flores na Serra da Ibiapaba e no Cariri. Atualmen- te ocupa lugar de destaque na economia cearense, a apicultura (ANUÁRIO DO CEARÁ, 2008-2009). Entre os produtos do agronegócio cearense, merece desta- que absoluto o crescimento extraordinário das exportações de mel de abelhas do Ceará, passando de 3º para 2º exportador bra- sileiro, desbancando o Estado do Rio Grande do Sul, ficando apenas atrás do Estado de São Paulo. A apicultura cearense vem se destacando como estratégia de sobrevivência para pequenos produtores. A atividade apícola é bastante rentável e o nível tec- nológico no estado é um fator determinante da competitividade. As inovações tecnológicas são imprescindíveis aos ganhos de competitividade desse setor. O nível tecnológico é um fator de- terminante da competitividade dos apicultores. Isso indica que as inovações tecnológicas são imprescindíveis aos ganhos de lucra- tividade e competitividade desse setor. Logo, deve-se dar atenção especial ao fornecimento de assistência técnica, acesso a crédi- to, capacitação e treinamento dos apicultores e seus empregados (KHAN; MATOS, V. D.; LIMA, P. V. P. S., 2009; FREITAS et al, 2004). Foi criada a Câmara Setorial do Mel, agregando os agentes que compõem a cadeia apícola no Estado do Ceará (Api- cultura e Meliponicultura do Ceará - ADECE, 2009). A participação do Ceará na exportação de mel pode ser acompanhada pelas Tabelas 01, 02 e Quadro 01. 10 Tabela 01 - Exportação Brasileira de mel - BRASIL X CEARÁ (2003 – 2009) Fonte: MDIC / SECEX ANO QUANTIDADE (kg) FATURAMENTO (US$) BRASIL CEARÁ PARTICIPAÇÃO BRASIL CEARÁ PARTICIPAÇÃO (%) (%) 2003 19.272.782,00 2.343.318,00 12,16 45.521.098,00 5.642.279,00 12,39 11 2004 21.029.045,00 2.385.459,00 11,34 42.303.289,00 4.523.825,00 10,69 2005 14.447.958,00 2.341.854,00 16,21 18.972.455,00