O Caminho De Ferro E a Construção Da
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O caminho de ferro e a construção da modernidade: uma geografia da memória da linha férrea Coimbra-Lousã Autor(es): Carvalho, Paulo Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Departamento de Publicado por: Geografia URL persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/30187 DOI: DOI:http://dx.doi.org/10.14195/0871-1623_32_4 Accessed : 7-Oct-2021 14:42:50 A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. 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Reflexão a propósito de um evento na Serra da Estrela ISSN: 0871-1623 Notas PAULO DE CARVALHO O caminho de ferro e a construção da modernidade. Uma geografia da memória da linha férrea Coimbra- Lousã FERNANDO REBELO António de Brum Ferreira (1941-2013) Cadernos de VII Colóquio de Geografia de Coimbra LUCIANO LOURENÇO VII Colóquio de Geografia de Coimbra NATACHA ALEIXO, JOÃO LIMA SANT´ANNA NETO E LÚCIO CUNHA Análise comparativa sobre os estudos bioclimáticos no Brasil e em Portugal. Articulações e desafios FILIPE BOTELHO E NUNO GANHO Episódios de frio extremo em Portugal Continental: intensidade, contrastes espaciais e causas sinópticas Geografia LÚCIO CUNHA E CÁTIA LEAL Ondas de calor e ondas de frio no município de Torres Novas HUGO MIGUEL MELO E NUNO GANHO Esboço de definição de climatopos no espaço urbano e periurbano de Mangualde (Portugal). Aplicação ao ordenamento urbano LUCIANO LOURENÇO E SOFIA ISABEL DOS SANTOS BERNARDINO Condições meteorológicas e ocorrência de incêndios florestais em Portugal Continental (1971-2010) ADÉLIA NUNES, LUCIANO LOURENÇO, ANTÓNIO BENTO-GONÇALVES E ANTÓNIO VIEIRA Três décadas de incêndios florestais em Portugal: incidência regional e principais fatores responsáveis ANTÓNIO BENTO-GONÇALVES, ANTÓNIO VIEIRA, LUCIANO LOURENÇO, JOSÉ SALGADO, AMÉRICO CASTRO, FLORA FERREIRA-LEITE, BRUNO ARAÚJO E ADÉLIA NUNES Medidas de emergência para proteção do solo após incêndios florestais. Resultados preliminares de algumas experiências na serra do Gerês SUSETE DOS ANJOS HENRIQUES E LUCIANO LOURENÇO Incêndios florestais no distrito da Guarda. Fatores desencadeantes e consequências ambientais HENRIQUE MANUEL MARTINS DE JESUS Paisagem, inovação e recursos turísticos das áreas rurais. O caso de Carregal do Sal PAULO FERNANDO PEREIRA FABIÃO SIMÕES A paisagem cultural do Buçaco: a singularidade de um território turístico e de lazer RICARDO FERNANDES E RUI GAMA Empresas, infraestruturas de I&D e dinâmicas do conhecimento em Portugal PAULO ESPÍNOLA E JOÃO LUÍS JESUS FERNANDES Marketing Territorial e Imagem: o caso da Ilha Graciosa CAROLINA GOUCHA GASPAR Imagem e afirmação estratégica de Coimbra: breve reflexão A. M. ROCHETTE CORDEIRO E LILIANA CATARINA PAREDES Cadernos de Geografia Valorização turística da ilha da Morraceira (Município da Figueira da Foz): novas utilizações do potencial endógeno do estuário do Mondego JOÃO LUÍS J. FERNANDES A territorialização das indústrias criativas e as paisagens turísticas do cinema MARTA AMADO E PAULO CARVALHO Museus e desenvolvimento local – o exemplo do Museu do Pão (Seia) HENRIQUE ANDRADE, HELENA NOGUEIRA E PAULO CANÁRIO Utilização da análise multi-níveis para avaliação da vulnerabilidade da população da AML ao calor RICARDO ALMENDRA, PAULA SANTANA, JOÃO VASCONCELOS E ELISABETE FREIRE Padrões e sazonalidade do Enfarte Agudo do Miocárdio em Portugal HUGO MIGUEL MELO E NUNO GANHO Contrastes topoclimáticos no espaço urbano e periurbano de Mangualde (Portugal) – O campo termohigrométrico e o vento GONÇALO CARVALHO Vulnerabilidade à contaminação de águas subterrâneas: comparação de modelos baseados no método DRASTIC CLÁUDIA PAULO E LÚCIO CUNHA Percepção da população sobre a qualidade do ambiente e sobre as transformações recentes no município da Baía Farta (Benguela – Angola) M. ISABEL CASTREGHINI FREITAS, LÚCIO CUNHA E ANABELA RAMOS Vulnerabilidade Socioambiental de Concelhos da Região Centro de Portugal por meio de Sistema de Informação Geográfica A. M. ROCHETTE CORDEIRO, LÚCIA SANTOS E PAULO CARIDADE A Reorganização do Parque Escolar Nacional e a importância das componentes geográficas na metodologia adotada Apoio: A. M. ROCHETTE CORDEIRO E HELENA ARCANJO MARTINS Nº 32 - 2013 A Carta Educativa Municipal como instrumento estratégico de reorganização da rede educativa: tendências de mudança Nº 32 - 2012 A. M. ROCHETTE CORDEIRO E LÚCIA SANTOS Carta Social Municipal: uma estratégia de intervenção integrada Faculdade de Letras | Universidade de Coimbra Cadernos de Geografia nºnº 3232 -- 20132013 Coimbra, FLUC - pp. 39-48 O caminho de ferro e a construção da modernidade Uma geografia da memória da linha férrea Coimbra-Lousã Paulo Carvalho Departamento de Geografia/Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento doTerritório (CEGOT) Faculdade de Letras – Universidade de Coimbra [email protected] 1. Nota preliminar é uma incógnita e motivo de profunda preocupação no- meadamente da parte dos utentes e de quem defende O presente texto decorre da conferência que os seus interesses, e será objeto de uma análise apro- proferimos no Auditório da Biblioteca Municipal da Lou- fundada da nossa parte em momento oportuno. sã, a 24 de Fevereiro de 2007, no âmbito das atividades De forma prévia e sintética, importa clarificar, na culturais programadas a propósito da “Comemoração perspetiva de uma abordagem geográfica, os principais do Centenário da Linha de Comboio Coimbra-Lousã traços da modernidade, designadamente: a compressão (1906-2006)”. do espaço e do tempo; a interligação e a interdepen- A nossa intervenção foi estruturada segundo três dência dos lugares e das sociedades; o crescimento ex- preocupações centrais, a saber: contextualizar a reno- ponencial do fenómeno urbano; a crescente dissociação vação das infraestruturas viárias e a modernização da lugar de residência/lugar de trabalho, e a afirmação da Lousã; caracterizar a dinâmica territorial do contex- sociedade de consumo e de lazer. to geográfico da linha de caminho de ferro Coimbra- Os transportes e as comunicações configuram re- Lousã(-Arganil, embora este seja apenas um lugar virtu- levantes ferramentas operativas da construção e conso- al na geografia do transporte ferroviário em Portugal), lidação deste processo. nomeadamente a urbanização e o planeamento urbano Ao mesmo tempo, é oportuno caracterizar, em da Lousã, assim como a evolução demográfica e a es- traços gerais, o quadro territorial em análise. Na óptica trutura do povoamento desta sub-região; relacionar o geomorfológica, trata-se de uma sub-região heterogé- caminho de ferro e o processo de construção e projeção nea, constituída por quatro subunidades morfoestrutu- da imagem turística da Lousã e da sua Serra. rais diferenciadas que marcam de forma muito vigorosa Entretanto, nestes cinco anos, a Linha da Lou- a paisagem. A sul, eleva-se de forma brusca o Maciço sã conheceu novos e importantes episódios. O Estado, Antigo, com as Serras da Lousã (1205 metros), Cavei- cerca de uma década e meia após ter criado a empresa ras (1005 metros) e São Pedro de Açor (1438 metros). Metro Mondego (e de outro tanto período de indecisão São as balizas do bloco noroeste da Cordilheira Central em matéria de modelo e soluções para gerir o trans- Portuguesa (que culmina na Serra da Estrela). O sector porte ferroviário Coimbra-Serpins), tomou a decisão intermédio corresponde à Bacia Sedimentar de Miranda de implementar o projeto do Metro Mondego, que pre- do Corvo-Lousã-Góis-Arganil, com os seus «(…) depósi- tende modernizar a Linha da Lousã e criar um circuito tos relativamente finos, de origem granítica, anteriores novo na cidade de Coimbra (entre o Arnado e o novo ao levantamento das montanhas actuais (…)», e os «(…) Hospital Pediátrico, com passagem na Universidade), a depósitos grosseiros, derramados no sopé das vertentes que está associado um investimento público superior a de xisto e alimentados por ela, correlativos dos movi- quatrocentos milhões de euros. O início da intervenção mentos tectónicos que deram origem ao essencial do na plataforma ferroviária aconteceu no final de 2009 e relevo da Cordilheira Central» (FERREIRA , 2005: 98). No até ao momento estão concluídos os trabalhos de reno- seu interior