Faculdades Integradas Hélio Alonso Curso De Cinema
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FACULDADES INTEGRADAS HÉLIO ALONSO CURSO DE CINEMA Bruna Ferreira Moura A RELAÇÃO ENTRE TV LINEAR E NÃO LINEAR NO BRASIL: O CASO GLOBOPLAY Rio de Janeiro 2020 Bruna Ferreira Moura A RELAÇÃO ENTRE TV LINEAR E NÃO LINEAR NO BRASIL: O CASO GLOBOPLAY Artigo científico apresentado ao Curso de Graduação em Cinema das Faculdades Integradas Hélio Alonso, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em julho de 2020, sob a orientação do Prof. Fernando Morgado. Rio de Janeiro 2020 A RELAÇÃO ENTRE TV LINEAR E NÃO LINEAR NO BRASIL: O CASO GLOBOPLAY Bruna Ferreira Moura Artigo científico apresentado ao Curso de Graduação em Cinema Professor orientador das Faculdades Integradas Hélio Alonso, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Membro da banca julho de 2020, sob a orientação do Prof. Fernando Morgado. Membro da banca Data da defesa: Nota da defesa: Rio de Janeiro 2020 AGRADECIMENTOS Agradeço eternamente ao meu pai, Denis Moura, e à minha mãe, Adriana Occhiuzzi, por terem sido sempre presentes em minha vida, provendo a estrutura e o estudo necessários para o meu aprendizado acadêmico. Agradeço a todas as professoras e professores que passaram pela minha vida, pois, sem eles, eu não teria chegado até aqui. Minha eterna gratidão também à minha querida avó, Maria Isabel Dias, que, além de me apresentar ao espiritismo, sempre me apoiou e ajudou em todos os momentos, me ensinando diversas lições tanto no âmbito moral quanto no âmbito escolar, como boa professora de história que é. Outra professora de história que merece todo meu amor e gratidão é a minha tia Isabella Dias, a irmã mais velha que eu nunca tive. Gratidão aos meus avós por parte de pai, Aníbal de Moura e Dione Aparecida, bem como ao meu avô Tião, ao meu padrasto Hélio Occhiuzzi, ao meu companheiro Gabriel Malveira e seu valioso apoio, aos meus irmãos Eduardo Ferreira Moura, grande escritor e restaurador que tenho como inspiração, e João Occhiuzzi, além do meu tio Sérgio Dias e todos os outros muitos membros que, juntos, ajudaram a construir o sentido de família para mim, a base de toda uma vida. A educação começou ali. Agradeço ao amigo João Paulo Medeiros que dividiu comigo toda a trajetória do ensino superior, compartilhando experiências, agregando conhecimentos e fazendo com que todo o esforço fosse prazeroso e divertido. Agradeço, em especial, ao Vicente Oliveira, que me apoiou e incentivou desde o início, tendo comprado o meu primeiro livro de roteiro. À Zaira Machado, ao grupo Cecília Rocha e a todos os amigos e irmãos da Sociedade Espírita Jorge, que me auxiliaram na manutenção da saúde física e espiritual, permitindo com que eu continuasse minha caminhada evolutiva na Terra. Por fim, agradeço ao meu orientador, professor Fernando Morgado, que acreditou na minha pesquisa, incentivando, orientando e dividindo seu conhecimento comigo. Com toda paciência, atenção e carinho, me guiou durante a feitura do presente artigo. Sem ele, o resultado não teria sido o mesmo. Muito obrigada! 5 A RELAÇÃO ENTRE TV LINEAR E NÃO LINEAR NO BRASIL: O CASO GLOBOPLAY Bruna FERREIRA MOURA1 RESUMO O presente trabalho propõe uma análise do comportamento da indústria audiovisual brasileira e suas reconfigurações diante da chegada do streaming. Pretende observar as reações do mercado com o acirramento da competição e da resposta do público. Utiliza a plataforma Globoplay para estudar as mudanças de cunho mercadológico e tecnológico, bem como os efeitos práticos das estratégias utilizadas na tentativa de fidelizar o público da TV. Palavras-chave: TV linear; TV não linear; streaming; vídeo sob demanda; Globoplay. ABSTRACT This article proposes an analysis of the Brazilian's audiovisual industry behavior and it’s reconfigurations given the arrival of streaming. It is intended to observe the market’s reactions with the intensification of the competition and the audience’s response. The Globoplay platform is used to study technological changes and the ones in the market, as well as the practical effects of the strategies used in the attempt to build loyalty among the TV audience. Keywords: linear TV; non-linear TV; streaming; video on demand; Globoplay. 1 INTRODUÇÃO As novas formas de distribuição de conteúdo, impulsionadas pelos constantes avanços tecnológicos, impactaram de forma direta a maneira como as pessoas consomem produções audiovisuais. Diversas estratégias tiveram que ser completamente revisadas por todos os agentes do setor e isso inclui, naturalmente, as grandes redes de TV aberta, que há anos concentram parte expressiva da atenção do público. 1 Graduanda em Cinema (2020) pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA). E-mail: [email protected]. 6 Este trabalho trata de mudanças ocorridas na televisão linear após a chegada dos serviços de streaming, que são não lineares. Nesse sentido, foca no mercado brasileiro e toma como base o caso do Globoplay, plataforma da Globo, principal empresa de TV do Brasil. O estudo busca analisar o impacto que o Globoplay provocou nos destinos da Globo e procura verificar se esse serviço digital pode ou não representar uma renovação efetiva do negócio de televisão no Brasil, onde as empresas de mídia buscam se transformar em mediatechs. Além da introdução, o presente artigo possui outras três partes: referencial teórico, que versa sobre conceitos fundamentais, tomando como base o trabalho de diferentes autores; análise e discussão, que trata especificamente da atuação da TV Globo e do Globoplay diante da crescente concorrência no setor audiovisual; considerações finais, que traz conclusões a respeito do que se pode esperar da relação entre televisão linear e não linear no Brasil a partir do que foi observado no caso analisado. Em termos metodológicos, este trabalho se baseia fundamentalmente na pesquisa bibliográfica realizada em livros e artigos publicados por periódicos e páginas de Internet com reputação reconhecida. A pesquisa também assume um caráter ex-post-facto, visto que se propõe a analisar, a partir da experiência do Globoplay, os possíveis impactos da televisão não linear no desenvolvimento da televisão linear brasileira e vice-versa. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Antes de aprofundar a análise em torno do Globoplay, faz-se necessário discutir, à luz de diferentes autores, determinados pontos fundamentais para o presente trabalho: televisão linear e televisão não linear; streaming e modelos de vídeo sob demanda e; o histórico do grupo Globo. 2.1 TV linear versus TV não linear O entretenimento serializado existe desde o século XIX. O começo se deu com o folhetim na França, onde narrativas de novelistas da moda eram publicadas no rodapé da primeira página dos jornais (BARBERO, 2001). 7 Visando conquistar novos públicos e aumentar a venda de exemplares, foram adotadas variações na estrutura dos folhetins, fazendo nascer, aos poucos, uma literatura seriada. O uso de narrativas serializadas, portanto, surgiu a partir de demandas mercadológicas. Isso evoluiu da imprensa para o rádio, depois para a televisão linear e, finalmente, para as plataformas de streaming. Nas palavras de Fredini: A linearidade é uma das características fundamentais da radiodifusão, ou seja, o envio e a recepção dos conteúdos é parte de um fluxo contínuo de informação que não pode ser alterado pelo receptor (FREDINI, 2015, p. 94). A radiodifusão, chamada em inglês de broadcasting, baseia-se na transmissão por ondas de rádio. Ela inclui a televisão aberta, que é linear por natureza e alcança grandes volumes de audiência. Em tempo: TV linear é aquela que apresenta conteúdos previamente selecionados pelo transmissor e que são organizados em uma grade de programação. Neste sentido, apesar de não integrar o campo da radiodifusão, e sim das telecomunicações, pois pode ser transmitida através de cabo ou satélite, a televisão paga também é classificada como linear. A programação possibilita a venda de espaços comerciais nos intervalos das atrações, sendo uma forma eficaz das emissoras gerarem receita e controlarem melhor seus custos de produção. Esse modelo, porém, foi diretamente impactado pelo surgimento de novas tecnologias e pela evolução das necessidades da audiência. Com a adoção doméstica do videocassete e do videotape, pela primeira vez, o público começou a ter controle sobre o conteúdo da televisão, sendo possível gravar programas para serem assistidos em horário mais oportuno (time-shifting) e “pulando” os intervalos comerciais. Este hábito foi muito beneficiado pela digitalização dos meios de produção e distribuição e, hoje, os chamados DVR (Digital Video Recorder) possibilitam gravar e reproduzir conteúdo em alta definição (FREDINI, 2015, p. 94). A partir do momento em que a produção audiovisual avançou também para os meios digitais, abriu-se a possibilidade de produzir novos formatos, facilitados pela distribuição em múltiplos meios. 8 É nesse contexto que surge a TV não linear. Sua definição se dá independentemente do aparelho receptor, pois o foco está na forma livre com que o espectador decide sobre o consumo que fará dos conteúdos. TV não linear, portanto, é aquela na qual a escolha do programa que será assistido é feita a qualquer hora pelo próprio espectador, ou seja, sob demanda, sem respeitar uma grade de programação. Sendo assim, é possível assistir à Netflix ou ao YouTube em um aparelho de TV sem que isso se caracterize como televisão linear, visto que não se respeita uma grade fixa. Seguindo essa lógica, hoje em dia, ao ligar seu televisor, o telespectador pode acessar, pelo menos, três modalidades de entretenimento: TV aberta (linear), TV paga (também linear) e streaming (não linear). 2.2 Streaming e modelos de vídeo sob demanda O comportamento do público no que se refere ao consumo de conteúdo audiovisual é consequência, principalmente, das novas possibilidades abertas pelas tecnologias digitais surgidas nos últimos anos. Conforme escreve Anderson: A grande vantagem do broadcast é sua capacidade de levar um programa a milhões de pessoas com eficiência sem igual. Mas não é capaz de fazer o oposto – levar um milhão de programas para cada pessoa.