ARTIGO ORIGINAL doi: 10.7213/estud.biol.7331 ISSN 0102-2067 Licenciado sob uma Licença Creative Commons

[I] Uma viagem pela história da Malacologia [I] A trip through Malacology history [A]

Eduardo Colley[a], Luiz Ricardo L. Simone[b], Jayme de Loyola e Silva[c] [a] Doutorando em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Grupo de Pesquisa Etologia, Resumo

O filoMollusca constitui o segundo maior grupo zoológico conhecido pela ciência. Seus representantes conquistaram com Pontifícia Universidade Católica do êxito quase todos os ambientes naturais do planeta e são fundamentais para a manutenção do ecossistema em que es- Paraná (PUCPR), Curitiba, PR - Brasil,

[b] e-mail: [email protected] tão inseridos. Os moluscos configuram entre os animais mais evidentes e intimamente relacionados à sociedade humana Universidade de São Paulo (USP), Pós-doutor em Zoologia pela desde a pré-história até os dias atuais, sendo importantes como recurso econômico e vetores de doenças. A Malacologia, professor titular da Universidade de ciência que se ocupa do estudo sobre moluscos, têm avançado em nível global nas últimas décadas; porém, diante da São Paulo (USP), Museu de Zoologia, diversidade e importância atribuída ao grupo, seu conhecimento pode ser considerado ainda incipiente. No Brasil não existe uma área prioritária para ser incrementada dentro da Malacologia e o recurso mais urgente para o desenvolvimento São Paulo, SP - Brasil, e-mail: dessa ciência no país é a formação de pessoal especializado para manter e coordenar pesquisas e as coleções científicas. [c] [email protected] [P] National Museum, professor titular Pós-doutor pelo United States Palavras-chave: América Latina. Brasil. História da Malacologia. . da Universidade Federal do Paraná

[B] (UFPR), experiência na área de Abstract Zoologia, com ênfase em Morfologia dos Grupos Recentes; Grupo The Mollusca phylum is the second largest zoological group known to science. Their representatives have conquered successful- de Pesquisa Etologia, Pontifícia ly almost all natural environments of the world and are critical to maintaining the ecosystem in which they live. The molluscs Universidade Católica do Paraná make up one of most evident among and closely related to human society from prehistory to the present days, being (PUCPR), Curitiba, PR - Brasil, e-mail: important as an economic resource and disease vectors. The Malacology, the science that deals with the study of molluscs, [email protected] have advanced at the global level in recent decades, but in face of the diversity and importance attributed to the group, the knowledge about it can be considered still incipient. In Brazil there isn’t a priority area to be enhanced within the Malacology, the more urgent necessity for the development of this science in the country is the training of specialized personnel to maintain and coordinate researches and scientific collections. [K] Keywords: Latin America. Brazil. Malacology history. Mollusca.

Recebido: 22/06/2012 Received: 06/22/2012

Aprovado: 05/07/2012 Approved: 07/05/2012

Estud. Biol., Ambiente Divers. 2012 jul./dez., 34(83), 175-190 176 Colley, E., Simone, L. R. L., Silva, J. L.

Introdução

Mollusca diversas atividades ligadas a pesca, cultivo, extrati- vismo, matéria-prima para indústria, produção de Os representantes do filo constituem o pérolas, artesanato e colecionismo. Outro fator de im- segundo maior grupo zoológico conhecido pela ciên- portância econômica atribuído aos moluscos, porém cia, sendo representado por aproximadamente 100 considerado prejudicial, está relacionado às espécies mil espécies viventes e 70 mil espécies fósseis. exóticas invasoras que causam danos ambientais e se As evidências fósseis indicam que os molus- constituem pragas a diferentes sistemas de cultivo e cos tiveram origem nos oceanos durante o período outras atividades econômicas ou, ainda, por serem Cambriano, há cerca de 570 milhões de anos, e é no transmissores de doenças humanas e veterinárias. ambiente marinho que se encontra a maior parte As espécies de moluscos exóticos invasoras têm exi- alimentode seus representantes e habitat atuais. Muitas espécies evo- gido grande soma de esforço e dinheiro para serem luíram ao longo da costa oceânica, onde a oferta de manejadas, controladas e erradicadas das áreas onde é abundante e variada (Runnegar, têm causado prejuízos (Colley & Fischer, 2009). A al- 1996). Entretanto, ao longo da história evolutiva do teração dos ambientes naturais pelo avanço antrópi- filo, seus representantes conquistaram com êxito co também tem gerado o desequilíbrio de determina- quase todos os ambientes naturais existentes no pla- das populações de moluscos nativos, especialmente neta, e pode-se dizer que só não há moluscos voando espécies terrestres e de água doce, que atuam como (Simone, 1999). Sua ocorrência é observada desde as hospedeiros intermediários de parasitos causadores fossas abissais até as mais altas montanhas ou, ainda, de doenças em humanos e outros animais. das geleiras polares até as regiões desérticas. Nesses Nesse contexto abrangente, os moluscos apre- ecossistemas distintos, os moluscos adquiriram for- sentam uma importância acentuada em todos os ra- mas e hábitos de vida variados e altamente especia- mos da zoologia e áreas distintas das ciências bioló- lizados, como predadores gigantescos e habilidosos gicas, básica e aplicada. A Malacologia é o ramo da nadadores até pequenos herbívoros vermiformes ciência que se ocupa dos estudos sobre moluscos. rastejantes e sedentários, além de diminutos ecto e As espécies mais conhecidas e bem estudadas são endoparasitas, comensais, filtradores sésseis, pelági- aquelas que apresentam valor econômico agregado cos, bentônicos, dentre outros. ou interesse médico-veterinário, especialmente os Os moluscos configuram entre os animais mais Bivalvia (ostras, mexilhões e vieiras) e evidentes e intimamente relacionados à socieda- (caramujos e lesmas), além dos Cephalopoda (polvos de humana desde a pré-história. No Brasil, existem e lulas). Entretanto, existem moluscos menos fami- evidências dessa relação a partir do Holoceno por liares vivendo em águas profundas sobre a superfí- populações de pescadores-caçadores-coletoressambaqui que* cie do substrato ou enterrado no sedimento, repre- (formaramsamba grandeski acúmulos de conchas de moluscos sentados pelas classes Caudofoveata, Solenogastres, utilizados na alimentação denominadossambaquis represen Monoplacophora e Scaphopoda. Os Polyplacophora = concha; = amontoamento: Língua Tupi*) (quítons) são representantes abundantes e comuns (Souza, Lima & Silva, 2011). Os - entre os moluscos marinhos da América do Norte e tam, atualmente, importantes sítios arqueológicos Austrália que habitam principalmente a zona inter- com relevante importância antropológica que forne- mareal e raramente águas profundas. cem várias respostas sobre o modo de vida e ocupa- Histórico taxonômico ção de populações humanas primitivas e importância ambiental com base em informações biológicas obti- das por meio da abundância e diversidade das con- chas (Simone, 2003; Souza, et al. 2011; Thomé, Gil, Os moluscos carregam o peso de uma longa e com- Bergonici & Tarasconi, 2010). plicada história taxonômica na qual táxons têm sido Ao longo da história de diferentes sociedades, as incluídos, excluídos e fundidos. O filósofo Aristóteles conchas foram utilizadas como ferramenta para di- (384-322 a.C.) foi provavelmente o primeiro estu- versas finalidades, por exemplo, objeto de ornamen- dioso a reconhecer formalmente os moluscos, divi- tação, ostentação e moeda (Simone, 2003; Thomé, dindo-os em dois grupos: Malachia (cefalópodes) e et al. 2010). No cenário atual, os moluscos são con- Ostracordemata (conchíferos), estes últimos poste-

siderados produto de exploração econômica em riormenteEstud. Biol., divididos Ambiente emDivers. univalves 2012 jul./dez., e bivalves. 34(83), 175-190 Outro Uma viagem pela história da Malacologia 177

filósofo e naturalista romano conhecido como Plínio, presença de espículas calcárias na paredeChaetoderma do cor e- o Velho (79-23 a.C.) utilizou os termos Malachia Neomeniapo, encontradas em ambos os táxons. A partir do para Mollia e Ostracodermata para Testacea. Após estudo da anatomia dos aplacóforos um longo período de aparente estabilidade, o na- , realizado por Ludwig Graff (1851-1924) turalista polonês John Jonston (1603-1675) criou o em 1875, eles foram considerados como pertencen- nome Mollusca em 1650 para cefalópodes e cracas, tes aos moluscos. Um novo arranjo posteriormente porém essa denominação não ganhou aceitação até reuniu quítons e aplacóforos dentro de Amphineura. ser ressuscitada e redefinidaLinneaus por Carolusrepresentava Linneaus um Esse esquema prevaleceu até meados dos anos 1950, (1707-1778). quando os dois grupos foram novamente separados. O táxon Mollusca de Contudo, estudos ontogenéticos e moleculares recen- depositório de todos os animais conhecidos de corpo tes, realizados em 1996 pela norte-americana Amélie mole, incluindo não apenas os cefalópodes, lesmas Scheltema, reuniram novamente os táxons para for- e pterópodes, mas também tunicados, anêmonas, mar um clado monofilético denominado Aculifera, medusas, equinodermatas e poliquetas. Em 1795, o como grupo irmão dos demais moluscos, reunidos em francês Georges Cuvier (1769-1832) publicou uma Conchifera. Um ponto de vista distinto tem sido apre- classificação revisada de Mollusca que, pela primeira sentado pelos austríacos Luitfried Salvini-Plawén vez, aproximava-se do sentido atual. O notável natu- (Salvini-Plawén, 1988; Salvini-Plawén & Steiner, ralista Jean Baptiste Lamarck (1744-1829), em 1801, 1996) e Gerard Haszprunar (1988), que consideram dividiu os moluscos em Cephales (cefalópodes, gas- a existência de três grupos naturais: os Aplacophora trópodes e pterópodes) e Acephales (incluindo bra- (sem concha), os Placophora (poliplacóforos) e os quiópodes). Auguste Duméril (1812-1870), em 1808, Conchifera (demais moluscos com concha) (Taylor, considerou cinco grupos distintos: cefalópodes, pte- 1996). A contribuição mais moderna para filoge- rópodes, gastrópodos, braquiópodes (incluindo cra- nia do filo Mollusca foi proposta por Kocot, Cannon, cas) e acéfalos (incluindo tunicados). Pouco tempo Todt, Citarella, Kohn, Meyer, et al. (2011), que se depois, Lamarck, em 1815, sugeriu uma nova altera- basearam na filogenômica. Seus resultados susten- ção desconsiderando Cephales e Acephales, manten- tam dois clados principais: Aculifera (Aplacophora do cefalópodes, gastrópodes e pterópodes, e criando e Poliplacophora) e Conchifera, que reúne os de- Trachelipodes (com concha espiral) e Heteropodes mais moluscos. Nesse arranjo, os Cephalopoda apa- (moluscos pelágicos) (Coan, Kabat & Petit, 2009). recem na base dos Conchifera como grupo irmão de O nome Mollusca foi substituído por Malacozoa Scaphopoda e Pleistomollusca (clado monofilético (1825) por Henry De Blainville (1777-1850),malacologia o qual, e que reúne Bivalvia e Gastropoda). malacologistaentretanto, não obteve aceitação, apesar da sua in- O estabelecimento do arranjo dentro das classes fluência sobre a utilização dos termos de Mollusca tem demonstrado maior instabilidade . Somente após a metadephyla do século XIX no caso dos Gastropoda, tendo em vista as várias mu- o filo foi redefinido, com a exclusão de muitos gru- danças ocorridas desde os trabalhos de Cuvier. No en- pos hoje associados a diferentes . O refinamento tanto, a maioria dos malacólogos atuais aceita, de ma- iniciou-se com o inglês John Thompson (1779-1847) neira geral, o sistema proposto por Milene-Edwards e o alemão Hermann Burmeister (1807-1892), que, e Spengel ainda no século XVII. O primeiro autor es- na década de 1830, identificaram e descreveram in- tabeleceu os grupos com base na morfologia do sis- dependentemente larvas de cracas, revelando que tema respiratório e definiu as subclasses Pulmonata, elas pertenciam aos Crustáceos. Em 1866, Alexander maOpistobranchia nervoso e dividiu e Prosobranchia, os Gastropoda enquanto em Streptoneura Spengel Kowalevsky (1840-1901) removeu os tunicados baseou seu esquema de classificação sobre o siste- (Urochordata) de Mollusca. A separação dos braquió- podes em relação aos moluscos foi um processo mais (equivalente aos Prosobranchia) e Eutyneura (equiva- longo e controverso, solucionado apenas próximo lente aos Opistobranchia e Pulmonata) (Taylor, 1996). por volta do fim do século XIX. Uma abordagem histórica da classificação dos Os aplacóforos foram descobertos em 1841 pelo moluscos em nível específico e supraespecífico pode naturalista sueco Svén Lovén (1809-1895), que pri- ser considerada tarefa no mínimo perturbadora. meiramente os considerou como equinodermos Muitas espécies de bivalves e gastrópodos apresen-

Estud.holotúrios, Biol., Ambiente em virtude Divers. de2012 seu jul./dez., corpo 34(83), vermiforme 175-190 e tam extensa sinonímia. Isso corresponde, em parte, 178 Colley, E., Simone, L. R. L., Silva, J. L.

pessoas interessadas e que tiveram seus nomes arro ao resultado de uma longa história taxonômica que foi recompensada pela obtenção de 196 respostas de contou com a participação de muitos amadores. - Ademais, as primeiras classificações foram baseadas lados como membros fundadores da nova instituição quase que exclusivamente na forma da concha. (Mikkelsen, 2010; Murray, 1999). A Malacologia em escala O primeiro encontro da Conchological Society mundial e na América of America ocorreu entre 30 de abril e 2 de maio de 1931 na ANSP (Academy of Natural Sciences of Philadelphia), sob a organização de Henry Pilsbry. Dos 191 membros, 29 compareceram ao encontro, quan- UMO desenvolvimento da malacologia em escala glo- do foram formuladasThe Nautilus e estabelecidas as normas cons- bal está diretamente relacionado ao surgimento da tituintes da sociedade e criado o informativo perió- (Unitas Malacologica), entidade que representa a dico intitulado . Nesse mesmo ano, sem malacologia em âmbito mundial, e da AMS (American nenhuma razão aparente ou registro na literatura, o Malacological Society), a mais antiga entidade mala- nome Conchological Society of America, eleito pelos cológica oficialmente registrada nas Américas. Unionmembros, foi alterado para American Malacological A primeira organização malacológica de que se Union. Apesar de atualmente soar estranho, o termo tem registro é a The Conchological Society of Great , que pode ser traduzido como “sindicato” para Britain and Ireland, fundada em 1876, seguida na o português, parecia o epíteto mais apropriado para Europa pela fundação da Malacological Society of uma organização até então formada pela união de London em 1893. Na América, a criação de uma orga- malacólogos profissionais, amadores e representan- nização nacional de malacologistas vinha sendo dis- tes de clube de conchas (Mikkelsen, 2010; Murray, cutida nos Estados Unidos desde o final do século XIX, 1999). Entretanto, a conotação socialista desse nome e foi em 26 de abril de 1890 que John Campbell, na mais tarde passou a representar um problema para Filadélfia, fundou a AAC (The American Association seus tesoureiros quando tentavam negociarUnion financia- of Conchologist). Nessa ocasião, a AAC contava com mentos bancários para os encontros e outras ativi- 29 membros associados, incluindo malacologistas dades. Porém, a alteração do termo só ocorreu ilustres como Henry Pilsbry (1852-1957), William em 1998, após passar por votação, e assim garantiu à Dall (1845-1927), Frank Baker (1867-1942) e Josiah American Malacological Society um nome mais apro- Keep (1849-1911). Contudo, a associação perdeu for- priado aos seus objetivos e atividades desempenha- ça e se desfez anos mais tarde, face à debilidade da das (Murray, 1999). Segundo seu estatuto estabeleci- saúde de Campbell e posteriormente a sua morte, em do em 1931, a AMS tem como meta “a promoção da 1897 (Mikkelsen, 2010; Murray, 1999). malacologia como ciência por meio de encontros para O ressurgimento da associação aconteceu mais de apresentação e discussão de trabalhos promovendo 30 anos depois, em 1931, como uma ideia originada os interesses dos profissionais, estudantes e colecio- do entusiasmo de Norman Lermond (1861-1944), nadores de conchas, facilitando a convivência e coo- conhecido por ser um nova-iorquino socialista utópi- peração entre seus membros” (AMS, 2012). co e idealista, que além do envolvimento político, era A entidade que representa a malacologia no âm- escritor, editor e naturalista. O versátil Lermond foi bito mundial nasceu na Europa e teve um surgimen- fundador e coordenador da Knox Academy of Arts and to menos precoce do que a American Malacological Sciences Museum and Arboretum, em Thomaston, Society. O conceito original da sociedade foi discutido Maine, no Nordeste do país. Esse museu continha serviuainda na para década planejar de 1930. uma Um série encontro de eventos internacional em dife artefatos indígenas e amostras de rochas, plantas, de malacologia, realizado no dia 5 de julho em Paris, animais empalhados, além da maior coleção de con- - chas do Estado de Maine (100 mil lotes) (Mikkelsen, rentes países da Europa, a saber, Alemanha, Bélgica e 2010). No dia 8 de janeiro de 1931, Lermond discutiu Inglaterra. Entretanto, os rumores da II Guerra apla- com colegas da Flórida o mérito da criação de uma caram esses planos, e apenas em 1959 as primeiras nova organização malacológica nacional. Depois dis- ações efetivas em prol de seu estabelecimento foram so, enviou cerca de 200 cartas a estudantes e colegas realizadas, durante a comemoração do 25º encontro profissionais e amadores de todo país que poderiam da Netherlands Malacological Society (Fischer, 1962;

ter interesse em moluscos e suas conchas. A iniciativa Salvini-PlawénEstud. Biol., Ambiente & Mordan, Divers. 2012). 2012 jul./dez., 34(83), 175-190 Uma viagem pela história da Malacologia 179

O encontro de 1959 reuniu malacólogos radi- Alemão, responsabilidade de A. Zilch. Os casos mais cados em vários outros países da Europa além da embaraçosos aconteceram durante as sessões ple- Holanda. Na ocasião foram apresentados resulta- nárias, quando ao iniciar-se uma palestra em que o dos de trabalhos científicos e realizadas expedições apresentador não falava Inglês, o auditório logo se de coleta, porém o fato mais marcante do encontro esvaziava. Diante disso, dois eminentes malacologis- foi o documento apresentado por Lothar Forcart tas franceses propuseram que a 11ª questão a ser (1902-1990) expressando a necessidade de maior votada fosse estabelecer o Inglês como língua ofi- cooperação entre os malacologistas e curadores das cial do congresso. O secretário colocou a solicitação coleções europeias. A reação foi positiva e resultou em votação pedindo para que os membros nativos no interesse geral para o estabelecimento de uma de países de língua inglesa se abstivessem. O resul- Associação Malacológica Europeia que fosse respon- tado não deixou dúvidas: o Inglês passava a ser ofi- sável por organizar encontros periódicos entre os cialmente a língua falada nos próximos congressos malacologistas. Para tanto, um comitê responsável (Crawford, 1987; Gittenberg, 2012; Salvini-Plawén & foi designado para representar a nova associação, Mordan, 2012). composto por Regteren Altena (Holanda), Dance Apesar de haver um elemento nacionalista que (Inglaterra), Fischer (França), Forcart (Suíça) e Adolf aponte para isso, a Unitas Malacologica Europaea Zilch (Alemanha) (Crawford, 1987; Gittenberg, 2012; jamais foi uma sociedade estritamente regionalista, Salvini-Plawén & Mordan, 2012). haja vista que desde o primeiro congresso os mem- O primeiro evento organizado pelo comitê re- bros participantes representavam diversas nações presentante da nova associação foi então realizado além dos países do velho continente. Na ocasião ha- entre 17-21 de setembro de 1962 nas dependên- via representantes de 20 nações, sendo a maioria da cias do BMNH (British Museum of Natural History) Europa: Reino Unido (57 participantes), Alemanha com o patrocínio da Royal Society e o apoio do (11), França (10), Holanda (8), Dinamarca (5), Itália Queen Elizabeth College, que cedeu suas depen- (5), Suécia (3), Áustria (2), Suíça (2), Romênia (2) dências para serem utilizadas pelos participantes e Bélgica, Hungria, Noruega, Portugal (1); e fora da como dormitório. O encontro reuniu 125 pessoas Europa, EUA (11) e Austrália, Canadá, Egito, Nova de 20 países, a maioria da Europa. Nessa ocasião, Zelândia e Rodésia (1). Ainda que a composição do uma sessão extraordinária realizada no Queen conselho inicial transmitisse a ideia de um orga- Elizabeth College estabeleceu o primeiro conse- nismo exclusivamente europeu por ser represen- lho que resultou na criação da Unitas Malacologica tado apenas por malacólogos sediados em países Europaea, formado por: H. Lemche (Dinamarca) – pre- deste continente, a Unitas Malacologica Europaea sidente, M. Larambergue (França) – vice-presidente, brevemente tornou-se uma sociedade mais globa- A. Zilch – secretário, L. Forcart – tesoureiro e V. Fretter lizada, aceitando representantes de todas as par- (Inglaterra). A principal atribuição do conselho pas- tes do planeta (Gittenberg, 2012). Ainda assim, o sou a ser a organização dos congressos previstos nome da sociedade só foi alterado em 1977, duran- para serem realizados a cada três anos, mesmo tem- mote o Europaea 6º encontro, realizado em Amsterdã, presidi- po de duração do mandato do presidente. Os even- do por Adolph Bruggen (Holanda), quando o ter- tos são sempre programados para acontecer no país foi extirpado, permanecendo apenas e na cidade onde está radicado o presidente vigente Unitas Malacologica. (Gittenberg, 2012). A consolidação da internacionalização e da glo- O congresso de 1962 teve o Inglês como idioma balização da entidade veio com a realização do pri- majoritário, embora oficialmente tenha sido realiza- meiro congresso fora da Europa, o 13º encontro se- do em mais duas outras línguas: Francês e Alemão diado nos Estados Unidos em 1998 (Crawford, 1987; (Crawford, 1987; Fischer, 1962). Esse detalhe foi im­ Gittenberg, 2012; Salvini-Plawén & Mordan, 2012). ânimosportante se principalmente exaltavam, tendo durante em vista as votações que alguns rea- Assim, a Unitas Malacologica vem cumprindo seu lizadas pelo conselho, quando por várias vezes os papel de sociedade mundial de malacologia, tendo como objetivo promover o estudo do filo Mollusca membros exigiam que cada tópico fosse apresenta- realizado por pesquisadores, sociedades de malaco- do nos três idiomas. A tradução para o Francês era logia e instituições em todo mundo, o que é potencia-

Estud.responsabilidade Biol., Ambiente deDivers. E. Binder,2012 jul./dez., e a tradução 34(83), 175-190 para o lizado por encontros trianuais (Tabela 1). 180 Colley, E., Simone, L. R. L., Silva, J. L.

Tabela 1- Lista de Congressos Internacionais de Malacologia

N. Ano Cidade País Part. Nac. 1º 1962 Londres Inglaterra 125 20 2º 1965 Copenhague Dinamarca 120 18 3º 1968 Viena Áustria 155 27 4º 1971 Genebra Suíça 174 31 5º 1974 Milão Itália 119 22 6º 1977 Amsterdã Holanda 200 30 7º 1980 Perpignan França 262 30 8º 1983 Budapeste Hungria 188 35 9º 1986 Edimburgo Escócia 336 40 10º 1989 Tubingen Alemanha 380 46 11º 1992 Siena Itália 275 ? 12º 1995 Vigo Espanha ? ? 13º 1998 Washington EUA 500 50 14º 2001 Viena Áustria 406 58 15º 2004 Perth Austrália ? ? 16º 2007 Antuérpia Bélgica 421 45 17º 2010 Ilhas Phuket Tailândia 372 46 18º 2013 Açores Portugal - -

Fonte: Dados da pesquisa. Legenda: n. = série do evento; as colunas seguintes se referem a ano, cidade e país sede, respectivamente; part. = número de participantes inscritos; nac. = número de nacionalidades representadas.

As bases da malacologia latino-americana e brasileira O número de sociedades de malacologia ou orga- nizações relacionadas filiadas à Unitas Malacologica em 1997 era de 38 entidades, a maioria dos Estados Unidos, Europa, Japão e Australásia (Bouchet, 1995). A malacologia na América Latina tem progredido Atualmente, são 21 sociedades em todo o mundo: sensivelmente no ambiente acadêmico nos últimos American Malacological Society (Estados Uni­dos); 50 anos. Pouco antes disso, o interesse por conhe- Belgische Veneriging voor Conchilyologie, Société cer os moluscos e suas conchas ainda se constituía Belge de Malacologie, King Leopold III Foun­dation basicamente uma tarefa de colecionadores, entre os (Bélgica); Conchology, Inc., Malacological Society­ of quais muitas sociedades malacológicas surgiram. Philippines (Filipinas); Friedrich Held Gesellschaft, Essa condição foi sendo alterada a tal ponto que os Deutsche Malakozoologische Gesellschaft, Naturmu- encontros entre malacólogos amadores e profissio- seum Senckenberg (Alemanha); Hungarian Malaco-Malaco- nais tornaram-se verdadeiros congressos científicos logical Society (Hungria); Instituto Português de Ma- em nível nacional e internacional (Penchaszadeh, lacologia (Portugal); Latvian Malacological Society 2011). Entretanto, o histórico do conhecimento do (Lituânia); Society for the Study of Molluscan Diver- filo Mollusca no Brasil não pode ser adequadamente sity, Malacological Society of Australasia Ltd. (Aus- separado daquele realizado nos demais países latino- tralásia); The Malacological Society of Japan (Japão); -americanos. Nesse contexto, uma divisão mais apro- The Malacological Society of London (Ingla­terra); priada para narrar a evolução da malacologia dessa Nederlandse Malacologische Vereniging (Holanda); região pode ser feita em relaçãoLinneaus aos períodos histó- Sociedad Española de Malacología (Espanha); Socie- ricos. Segundo Simone (2003), podem ser reconhe- dad Malacológica de Chile (Chile); Società Italiana di cidos três períodos: 1º) de até o início do Malacologia (Itália); e a Sociedade Brasileira de Ma- século XX; 2º) primeira metade do século XX; 3º) se-

lacologia (UMW, 2012). gundaEstud. metade Biol., Ambiente do século Divers. XX até2012 a jul./dez., contemporaneidade. 34(83), 175-190 Uma viagem pela história da Malacologia 181

A seguir, o nome dos pesquisadores é acompanhado autores como Martini e Chemnitz (1837-1911). com a data de uma ou mais obras importantes en- Gould (1851), com vários trabalhos sobre moluscos volvendo moluscos do Brasil e da América Latina, as continentais; Derby (1854) atuando nos primórdios quais estão listadas nas referências. da paleomalacologia. Os catálogos produzidos nes- A primeira fase destaca-se pelos trabalhos de ex- se período apresentavam uma aparente intenção de pedições científicas realizadas por pesquisadores abranger a totalidade da fauna mundial de moluscos. europeus que resultaram em volumosos catálogos O caráter mais valioso está em reunir todos os dados ilustrados da fauna malacológica. Essas expedições sobre moluscos em poucos volumes, dificilmente raramente distinguiam países, ambientes e grupos acessados por pesquisadores latino-americanos. zoológicos, havendo uma grande sobreposição entre Na segunda fase, que corresponde à primeira o histórico dos países latino-americanos. Nessa fase, metade do século XX, surgem os primeiros malaco- a presença de pesquisadores brasileiros era quase logistas brasileiros, bem como a adição dos norte- nula, restringindo-se à produção de poucos e curtos -americanos na gama de pesquisadores estrangei- trabalhos de divulgação (ex.: Allemão, 1857).Strombus Na obra ros atuantes na malacofauna brasileira. Dall (1889, pugilisrealizada por Linneaus (1758), foram descritas várias 1927) trabalhou principalmente com a fauna do espécies com ocorrência para o Brasil (ex.: Caribe e do Golfo do México, mas também descreveu ). Entretanto, essas descrições devem ter sido muitas espécies existentes no Brasil. O pesquisador baseadas em material exclusivamente caribenho. alemão radicado no Brasil Hermann Von Ihering Depois de Linneaus, houve uma estagnação da (1897a, 1897b), um dos responsáveis pela criação malacologia para a América Latina, principalmente da escola zoológica e malacológica no país, também em relação à malacofauna brasileira. Somente no iní- contribuiu para o desenvolvimento dessas ciências cio do século XIX foram apresentados novos estudos atualmenteno Chile e na Museu Argentina. de Zoologia Sua produção da Universidade no Brasil con de- destaquecaracterizados para porHistoire volumosos naturelle trabalhos des animaux realizados sans centrou-se em estudos realizados no Museu Paulista, vertèbrespor Lamarck (1802-1806, 1819, 1822, 1835), com São Paulo (MZSP), dando forma à coleção que hoje , com descrições de espécies marinhas e é uma das mais expressivas do continente. Pilsbry continentais.Zoological Outros Illustrations trabalhos de destaque foram (1888, 1924), um dos mais atuantes e produtivos realizados por Swainson (1820, 1821-1822, 1822- malacólogos norte-americanos, realizou uma exten- 1823) em e outras obras so- sa produção científica abrangendo a fauna brasilei-. bre faunas exóticas. Gray (1824, 1834, 1847, 1850), ra. A maioria dos trabalhos foi publicada no perió- com vários trabalhos de revisão Testacea e divulgação. fluviatilia Spix, radadico dao Manual Academy of Conchology of Natural Science of Philadelphia (1827), com a publicação póstuma por Wagner de Contudo, sua principal publicação pode ser conside- um volume único e importante (1885), tendo em vista a Thesaurusem que foram Conchyliorum descritas várias espécies dulceaquí- listagem sinonímica, as descrições, as figuras e a clas- colas e terrestres. Sowerby (1847-1887), com o livro sificação supraespecífica. Haas (1938, 1953) foi um , além de vários capítulos no pesquisador europeu altamente produtivo, dedicado catálogo de Reeve (1843-1870), que publicou sobre aos moluscos continentais, em particular os bivalves muitas espécies brasileiras, em particular gastrópo- dulceaquícolas. Maury (1937) estudou os moluscos dos terrestres. Lea (1866), que se especializou em fósseis do Brasil. Scott (1957, 1970), uma pesquisa- bivalves dulceaquícolas. Moricand (1836) produ- dora argentina que atuou principalmente no estudo ziu vários trabalhos sobre malacofauna Voyage continental dans da morfologia de gastrópodos continentais, com des- l’Ameriqueda região nordestina,Méridionale especialmente a malacofauna taque para espécies com ocorrência para Argentina e baiana. D’Orbigny (1835-1847), em seu Brasil. Lange-de-Morretes (1949, 1954), responsável , descreveu espécies brasi- pelo primeiro catálogo de moluscos do Brasil que, leiras de todos os ambientes em quantidade, com pela primeira vez, reuniu em uma única obra a mala- destaque para a caracterização de aspectos anatô- cofauna recente brasileira de todos os ambientes. micos. Pfeiffer (1841; 1845; 1846-1844; 1854-1879) O pesquisador também produziu uma importante co- publicou uma quantidade expressiva de trabalhos leção científica de moluscos, em parte adquirida pelo incluindo moluscos do Brasil, principalmente ter- MZSP. Estudiosos argentinos, como Carcelles (1951),

Estud.restres, Biol., além Ambiente da participação Divers. 2012 jul./dez.,em trabalhos 34(83), de175-190 outros Clench (1947, 1953) e Parodiz (1939), também par- 182 Colley, E., Simone, L. R. L., Silva, J. L.

Malacologia contemporânea: América Latina e Brasil ticiparam do incremento de espécies que ocorrem na região sul-americana. A terceira fase, que corresponde à segunda meta- de do século XX, foi marcada pelos trabalhos realiza- A entidade de malacologia latino-americana mais dos pelos pesquisadores brasileiros abrangendo os antiga é a Sociedad Malacológica Carlos de la Torre moluscos neotropicais. Beurlen (1967), Brito (1971), y Huerta, fundada em 1942 (Cuba); e a Sociedad Ferreira (1974), Mendes (1962), Mezzalira (1989), Malacológica del Uruguay, fundada em 1957, é pio- Muniz (1979), Oliveira (1957), Penna-Neme e Leme, neira na América do Sul (Gonzáles, 2009). Nessa (1978), Reed (1930) e Rocha Campos (1966) dedi- fase que abrange os últimos 50 anos, os malacólogos caram-se ao estudo dos moluscos fósseis. Wladimir de maior destaque são: José Parodiz (1912-2007), Lobato Paraense (1914-2012), especializado em Hilton-Scott (1911-atual) (Argentina); Eliezer Rios gastrópodos de água doce, foi o mais produtivo (1922-atual), Willibaldo Thomé (Brasil); e Miguel dentre todos os malacólogos brasileiros. Publicou Klappenbach (1920-2000) (Uruguai) (Penchaszadeh, mais de 80 trabalhos sobre Basommatophora, dedi- 2011). O Brasil é reconhecidamente o país que mais cando-se especialmente na revisão das espécies de tem desenvolvido a malacologia nesse período, com Planorbidae de interesse médico, transmissorasAmerican da destaque para a SBM, sigla antiga da atual SBMa Seashellsesquistossomose. Abbott (1974) trabalhou com mo- (Sociedade Brasileira de Malacologia), fundada duran- luscos marinhos e publicou o memorável te o primeiro Encontro de Malacologistas Brasileiros . O casal de alemães Ernst Marcus e Eveline (Ebram), realizado em 12 de julho de 1969. Esse en- Marcus (1956, 1963) viveu no Brasil e influenciou contro inaugural ocorreu na Universidade Federal de diretamente a formação de malacólogos, principal- Juiz de Fora (MG), onde foi estabelecida sua primeira mente os paulistas. Ambos especializaram-se em sede (Santos, 2008). Opisthobranchia, mas produziram trabalhos sobre A primeira diretoria era composta por Maury diversos grupos de moluscos e outros filos, sendo Pinto de Oliveira (Presidente), Itamar Bonfatti (vice- até hoje ponto de referência mundial para estudos de -presidente), Ivanzir Vieira (secretário-tesoureiro), morfologia interna. Bonetto (1972) estudou bivalves Osmar Zigler (assistente de secretaria) e Maria de dulceaquícolas de todo o continente. Lopes (1958), Oliveira (assistente de editor). No primeiro informa- embora pouco especializado em moluscos, atuou di- tivo da sociedade, consta que todos os 23 participan- retamente na formação de muitos malacólogos, prin- tes do encontro, mais três pessoas, incluindo malacó- cipalmente cariocas. O uruguaio Klappenbach (1965) logos profissionais e amadores, correspondiam aos estudou tanto de moluscos marinhos quanto conti- sócios-fundadores. No mesmo ano, foram arrolados nentais. Rios (1970, 1975, 1985, 1994, 2009) publi- mais 12 membros. Desde sua edição inaugural, o cou cinco catálogos altamente relevantes para iden- Ebram, rebatizado como Encontro Brasileiro de Mala­ tificação e organização do conhecimento regional. cologia, tem ocorrido sistematicamente a cada dois Narchi (1974) foi pioneiro no estudo da anatomia anos e está atualmente em sua 22ª edição, represen- funcional de bivalves marinhos e a implementação tando um dos principais congressos de malacologia da técnica no Brasil. Matthews, et al. (1975) realiza- da América Latina. ram importantes revisões sobre moluscos marinhos. A América Latina até 2006 não contava com uma Oliveira (1969, 1957) produziu vários trabalhos so- entidade malacológica unificada que representasse bre gastrópodos e formou a coleção de moluscos da toda a região, como a AMS nos Estados Unidos, e a UM Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais. em escala mundial, em decorrência de fatores como a Arnaldo Campos dos Santos Coelho (Salgado & ausência de condição financeira e logística até admi- Coelho, 2003) produziu trabalhos em todos os ramos nistrativa. Portanto, a melhor alternativa vinha sendo da Malacologia e atuou na curadoria e na formação o desenvolvimento das sociedades independentes em de malacólogos no Museu Nacional da Universidade cada país (Penchaszadeh, 1998). Buscando dar uma Federal do Rio de Janeiro (MNRJ). Thomé (1993) pu- resposta a essa eminente necessidade, o Dr. Roberto blicou grande volume de trabalhos importantes so- Cipriani (Venezuela), em colaboração com o Dr. Pablo bre moluscos marinhos, água doce e terrestres, prin- Penchaszadeh (Argentina), organizaram o primeiro cipalmente Veronicellidae, vinculado a PUCRS, UFRS Clama (Congresso Latino-Americano de Malacologia)

e FZB/RS (Fundação Zoobotânica Rio Grande do Sul). realizadoEstud. Biol., entre Ambiente 15 e 18 Divers. de julho 2012 jul./dez.,de 1991, 34(83), em Caracas, 175-190 Uma viagem pela história da Malacologia 183

Venezuela. O evento foi considerado um sucesso e de moluscos como objeto de estudo principal ou se- contou com a participação de 170 malacólogos de 19 cundário. O levantamento dos grupos de pesquisa países, sendo 12 países latino-americanos (Argentina, envolvendo moluscos revelou que a maioria está se- Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Martinica, México, diada no Sudeste (32) e no Nordeste (24) (Figura 1). Panamá, Peru, Porto Rico, Santa Lúcia e Venezuela) As áreas predominantes de atuação são 13, duas e sete de outras partes do mundo (Grã-Bretanha, delas ocorrendo em quase todas as regiões: zoologia Espanha, Estados Unidos, Holanda, Itália e Turquia) (22), menos no Centro-Oeste, e ecologia (12), menos (Carriker, Coan & More, 1992). no Sul (Figura 2). Neste mesmo gráfico aparecem O encontro dos malacólogos durante o primeiro outras áreas de pesquisa com valores significativos Clama favoreceu o debate para a criação do Coclam quando são consideradas como uma linha de atuação (Comité Organizador de Congresos Latinoamericanos e interesse em comum, por exemplo: oceanografia, de Malacología) com sede na Venezuela que passou a recursos pesqueiros e engenharia de pesca (15); pa- ser responsável pela organização dos próximos con- rasitologia e saúde coletiva (14). gressos. Esse comitê não tinha um caráter representa- 35 tivo de uma sociedade propriamente dita, visto que não 30 possuía membros, regras, estatuto ou recursos pró- 25 prios. Após 14 anos, durante a realização do VI Clama, 20 em 2005, ocorrido no Smithsonian Tropical Research 15 Institution (Panamá), os malacólogos presentes deci- 10 diram pela extinção do Coclam e pela criação de uma 5 associação malacológica mais profissionalizada. A reu- 0 e e Sul Norte Sudest nião entre 46 pesquisadores de referência da malaco- Nordeste Centro-Oest logia latino-americana representantes de dez países culminou na formação da Asociación Latinoamericana Figura 1- Grupos de Pesquisa envolvendo moluscos por região de Malacología (Cipriani, 2006). O Clama, realizado a de Norte a Sul do Brasil. Norte (7), Nordeste (22), cada três anos, tem a nona edição prevista para ser re- Centro-Oeste (2), Sudeste (31) e Sul (14) alizada no México em 2014. Fonte: Dados da pesquisa baseados em informação do CNPq, 2012. Malacologia: aplicabilidade e desenvolvimento acadêmico, social e econômico Norte Nordeste Centro-Oeste SudesteSul

A malacologia representa, atualmente, uma ci- ência com relevante interesse para ciência básica e ciência aplicada. Os moluscos, de modo geral, desde . . . . o mais diminuto e menos abundante aos maiores e t. Ag r. Ve Eco. c.Al . /E.P Zoo. Gen Fisio. Geoc. rasito . mais abundantes, possuem importância intrínseca Te Zootec Pa Oceano Saú.Col. R. P.

Med. como protagonistas no ambiente onde evoluíram e Ciê. importância funcional para a manutenção dos ecos- Figura 2- Valores absolutos para cada área de pesquisa sistemas em que se encontram. Outras formas de va- principal dos Grupos de Pesquisa envolvendo lorização dos moluscos estão relacionadas às espé- moluscos no Brasil cies que apresentam utilidade direta pela sociedade Fonte: Dados da pesquisa baseados em informação do CNPq, 2012. como alimento, fonte de renda e matéria-prima para Legenda: 1, Agr. (Agronomia); 1, Ciê.Tec.Al. (Ciência e Tecnologia de Alimentos); 12, Eco. (Ecolo- indústria. Existem, ainda, as espécies com valor po- gia); 2, Fisio. (Fisiologia); 4, Gen. (Genética); 1, Geoc. (Geociências); 3, Med.Vet. (Me- tencial para utilização futura, além das espécies pra- dicina Veterinária); 7, Oceano. (Oceanografia); 8, Parasito. (Parasitologia); 8, R.P./E.P. gas e exóticas invasoras que apresentam valorização (Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca); 6, Saú.Col. (Saúde Coletiva); 22, Zoo. negativa por causarem prejuízos econômicos. (Zoologia); 2, Zootec. (Zootecnia). Nesse contexto, o Brasil apresenta atualmente 76

Estud.grupos Biol., de Ambiente pesquisa Divers. que 2012 utilizam jul./dez., diferentes 34(83), 175-190 classes 184 Colley, E., Simone, L. R. L., Silva, J. L.

A pesquisa básica envolvendo Mollusca geralmen- e, atualmente, ainda é o ramo da malacologia que te é separada pelo ambiente em que os táxons ocor- concentra o maior número de grupos de pesquisa rem. Os moluscos terrestres são exclusivamente gas- envolvidos em todo mundo. No Brasil, estima-se que trópodos e os estudos sobre esse grupo no Brasil são se tenha conhecido aproximadamente. 80% das espé- considerados ainda incipientes e têm recebido relati- cies que ocorrem em seus domínios, cerca de 1.800 vamente pouca atenção. O recente catálogo de molus- espécies (Santos, et al 2009). Ainda assim, a maioria cos terrestres do Brasil publicado por Simone (2006) dos estudos sobre moluscos marinhos no país está revela que há 700 espécies conhecidas pela ciência concentrada na taxonomia. Neste sentido, um dos no país, das quais mais de 60% foi descrita antes do seus principais colaboradores foi o Dr. Eliézer Rios, século XX por pesquisadores estrangeiros, e os tipos químico aposentadoSeashells e primeiro of Brazil diretor do Museu correspondentes, depositados em instituições no ex- CompendiumOceanográfico of do Brazilian Rio Grande Seashells do Sul, que publicou terior (Santos, Pimenta, Thiengo, Thomé, Absalão, duas edições do (1985, 1994) e o Mansur, et al. 2009). A maior contribuição sobre es- las pesquisas desenvolvidas pelo grupo (2009). de pesquisaNas últi- tudos de sistemática e taxonomia de moluscos ter- mas duas décadas, um grande avanço foi gerado pe- restres no Brasil realizadas nos últimos 50 anos cor- responde ao trabalho do Dr. Willibaldo Thomé (FZB/ Taxonomia, Sistemática e Biogeografia de Moluscos RS), Dr. José Leme (MZSP), Dr. Arnaldo Coelho e Dra. Marinhos, liderado pelo Dr. Ricardo Absalão (UFRJ) Norma Salgado (MNRJ). Contudo, atualmente todos e pelo Dr. Luiz Simone (USP). O avanço se deu tanto esses profissionais se encontram aposentados e não pela formação de pesquisadores especialistas quan- houve uma continuidade específica para a respectiva to pela contribuição destes por meio da obtenção linha de pesquisa nessas instituições. dos resultados de suas pesquisas. Essa nova gera- Os moluscos dulceaquícolas no Brasil são repre- ção de pesquisadores é composta por: Dr. Alexandre sentados por 256 espécies de gastrópodos e 116 es- Pimenta (MNRJ), especialista em sistemática e taxo- pécies de bivalves (Simone, 2006), números de uma nomia de grupos recentes, Dr. Rafael Fortes (UniRio) diversidade considerada subestimada quando com- biogeografia, Dr. Carlos Caetano (UniRio), sistemática parada, por exemplo, à malacofauna norte-americana, e taxonomia, e Franklin dos Santos (UFES), paleoeco- 601 espécies de gastrópodos e 344 de bivalves (Bogan, logia e paleobiogeografia de moluscos. 1998). Os grupos de moluscos de água doce mais estu- Os estudos no Brasil envolvendo ecologia, biologia, dados são aqueles que apresentam importância médi- fisiologia e genética de moluscos têm aumentado em ca e veterinária como hospedeiros de vermes causado- quantidade e qualidade desde o fim dos anos 1990, o res de doenças, além das espécies exóticas invasoras que pode ser observado no número de linhas de pes- que causam prejuízos econômicos. Os moluscos veto- quisa exclusivas para essas áreas (Figura 2). O acesso res de doenças mais frequentes estão relacionados à mentoa novas desse tecnologias tipo de e estudo o desenvolvimento que apresentam de novas uma apli téc- transmissão da esquistossomose, que atinge cerca de nicas de análise são fatores preponderantes para o au- 2,5 milhões de pessoas no Brasil com alto custo para o - tratamento de saúde. Os prejuízos econômicos diretos cação direta para sociedade. Alguns exemplos práticos mais evidentes causados por moluscos de água doce correspondem ao biomonitoramento pela ocorrência atualmente são decorrentes da invasão biológica de de imposex (masculinização de fêmeas) em populações espécies bivalves que entopem a passagem de água de gastrópodos pela ação colateral de substâncias anti- na tubulação de usinas hidrelétricas, gerando perda -incrustantes utilizadas em embarcações (Bigatti, 2011; de rendimento e forçando sua paralisação para manu- Costa, Fernadez, Barbiero, de Melo, Otegui & Ferreira, tenção. Os principais grupos de pesquisa nessas áreas 2008). Diagnóstico e monitoramento de espécies exó- correspondem atualmente ao estudo dos Ancylidae, ticas invasoras de moluscos que afetam os ecossis- liderado pela Dra. Sônia Santos (Uerj), estudo de gas- temas, a saúde e a economia em ambiente marinho trópodos Planorbidae e Lymnaeidae, liderado pela (Domaneschi & Martins, 2002), dulceaquícola (Callil Dra. Silvana Thiengo (Fiocruz-RJ), e bivalves de água & Mansur, 2002) e terrestre (Colley & Fischer, 2009). doce, liderado pela Dra. Claudia Callil (UFMS) e Dra. Outros avanços importantes se fizeram no estudo da Maria Mansur (UFRS). biologia reprodutiva (Meirelles & Matthews-Cascon, Os moluscos marinhos correspondem ao grupo 2005) e, principalmente, em análises moleculares

mais estudado dentre todo o filo desde os primórdios de Estud. espécies Biol., de Ambiente interesse Divers. médico 2012 jul./dez., (Carvalho, 34(83), Caldeira, 175-190 Uma viagem pela história da Malacologia 185

Simpson & Vidigal, 2001). Pesquisas recentes também longo do trabalho, tendo em vista sua diversificada têm sido realizadas visando isolar substâncias naturais importância na ciência básica e aplicada. de moluscos marinhos com o objetivo de servir a indús- O Brasil, entretanto, caracteriza-se tipicamente tria farmacêutica (Bartolomeu, Farias, Sousa & Sousa- por não priorizar o investimento em educação, ci- Filho, 2004). ência e tecnologia. Um exemplo prático pode ser ob- A malacologia atualmente está diretamente ligada servado pelo estado atual da pesquisa malacológica a determinadas atividades econômicas com impor- no Paraná, que outrora já foi um polo dessa ciência tância social e política. A principal delas é a malaco- no país. O trabalho pioneiro realizado por Lange-de- cultura, praticada principalmente na região Sul, em Morrestes (1892-1954) com a colaboração de Carlos Santa Catarina, que foi responsável por 95% de toda Goffergé (1922-2005), a partir da década de 1940, produção nacional até 2005 (Santos, et al. 2009). contou com a organização de uma importante cole- A maior contribuição para esses dados vem do traba- ção científica de moluscos com mais de 5 mil lotes lho realizado pelo Grupo de Pesquisa Maricultura na de espécimes de todos os ambientes, a publicação UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), cuja de importantes trabalhos sobre taxonomia (Lange- principal linha de pesquisa é o Cultivo de Moluscos de-Morretes, 1949; 1954) e zoogeografia (Goffergé, Marinhos, coordenada por Dra. Aimê Magalhães e Dr. 1950) e o intercâmbio com pesquisadores e cura- Jaime Ferreira. A utilização de moluscos para consu- dores de coleções nacionais e estrangeiras. Porém, mo também tem criado a necessidade de se desen- na década de 1950 a malacologia paranaense prati- volver pesquisas sobre malacologia médica-aplicada camente estagnou com o falecimento prematuro de e as doenças transmitidas pelo uso dos moluscos Lange-de-Morretes e do afastamento de Goffergé das como alimento inclusive fomentado por recursos atividades no Museu Paranaense após sua formatura internacionais (ex.: NOAA – National Oceanic and em Medicina. A partir desse período, foram produzi- Atmospheric Administration, USA). das poucas contribuições ao estudo dos moluscos no Perspectivas futuras para o estudo dos Estado e nenhum profissional malacólogo assumiu moluscos no Brasil e um olhar especial as funções de curadoria da coleção produzida por para a malacologia paranaense Lange-de-Morretes, que anos depois foi incorporada ao MZSP. Novas contribuições científicas foram feitas apenas 25 anos depois, por Dra. Leocádia Indrusiak e colaboradores, que estudaram a anatomia de três es- O futuro da malacologia no Brasil vai além do pécies de gastrópodos terrestres descritas por Lange- escopo meramente acadêmico e deve cumprir seu de-Morretes (Indrusiak & Leme, 1985; Leme, Castro papel influenciando diretamente na preservação am- & Indrusiak, 1979) e pela descrição de subgênero e biental, no desenvolvimento social e econômico, além espécie novos para região da Serra do Mar (Dutra & de preencher seu espaço com as ciências aplicadas. Leme, 1985). Próximo do final da década de 1980 até Entretanto, a busca por esse destino ideal frequente- o presente, a principal contribuição foi decorrente mente esbarra em leis mal elaboradas e na adminis- dos 26 artigos sobre a malacocultura publicados pela tração política demagógica do Estado brasileiro. Dra. Theresinha Absher UFPR-CEM (Universidade O panorama do estudo em malacologia apresen- Federal do Paraná – Centro de Estudos do Mar), que tado neste e em outros trabalhos do mesmo gênero atualmente se encontra aposentada. (ex.: Santos, et al. 2009; Simone, 1999, 2003, 2011) A contribuição mais recente para o resgate da va- revela os desafios a serem superados para se conhe- lorização da malacologia no Paraná vem sendo re- cer, preservar e utilizar de modo sustentável a ma- alizada pelo Grupo de Pesquisa Etologia, liderado lacofauna brasileira. Nesse sentido, são necessárias pela Dra. Marta Fischer (PUCPR) com a colaboração ações que vão desde coletas planejadas, preservação do MSc. Eduardo Colley (UFPR) e outras instituições e conservação das áreas naturais, acesso à informa- parceiras representadas por órgãos governamentais, ção científica, formação de recursos humanos, manu- não governamentais e universidades. Os pesquisado- tenção e informatização das coleções e investimento sorres Achatinatêm atuado fulica juntos desde 2002 e vêm realizando em equipamentos com tecnologia de ponta. Para tan- o diagnóstico da ocorrência do caramujo exótico inva- to, é imprescindível a aplicação de recursos constan- Bowdich, 1822 no Estado (Fischer

Estud.tes em Biol., todas Ambiente as linhas Divers. de 2012 pesquisa jul./dez., mencionadas 34(83), 175-190 ao & Colley, 2004, 2005; Fischer, et al. 2006; Colley & 186 Colley, E., Simone, L. R. L., Silva, J. L.

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