Gilson Dissertacao Definitiva
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0 GILSON JOSÉ RODRIGUES JUNIOR DE ANDRADE “FAMÍLIA PARA QUEM PRECISA...”: Estado, instituições, políticas públicas e classes populares na construção de uma moral familiar dialógica. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pernambuco como requisito parcial para obtenção do grau de mestre em Antropologia. Orientador: Prof. Russel Parry Scott Recife-PE 2010 1 Catalogação na fonte Bibliotecária Maria do Carmo de Paiva, CRB4-1291 A553f Andrade, Gilson José Rodrigues Junior de “Família para quem precisa...”: Estado, instituições, políticas públicas e classes populares na construção de uma moral familiar / Gilson José Rodrigues Junior de Andrade. – Recife: O autor, 2010. 184 p.il. ; 30cm. Orientador: Prof. Dr. Russel Parry Scott. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós-graduação em Antropologia, 2010. 1. Antropologia. 2. Família. 3. Estado. 4. Políticas públicas. 5. Crianças. 6. Adolescentes. I. Scott, Russel Parry. II. Titulo. 301 CDD (22.ed.) UFPE (BCFCH2011-07 ) 3 Dedico este trabalho a minha amada esposa, Siléa Fernandes de Andrade Rodrigues. Sem seu apoio e compreensão concluir este ciclo teria sido intragável, e, certamente, não teria o mesmo sabor.Obrigado minha amada ... meu amor... 4 AGRADECIMENTOS A Deus, em qualquer de suas representações, pela inspiração... À Siléa por suportar, principalmente nos últimos meses, minha presença tão ausente em nosso lar... E ainda assim dar todo o estimulo e compreensão, tão necessários nesses momentos... Te amo... Aos meus pais que sempre, direta e indiretamente, acreditaram e estimularam... Aos meus sogros... pelo respeito e apoio em diversos momentos. Ao professor Scott – um orientador de fato – por sua disposição, compromisso, seriedade e respeito... A professora Julie (UFRN) por ter me “desviado” pelos caminhos antropológicos... ACAPES que viabilizou a bolsa de estudos durante dois anos... Certamente não teria cursado esse mestrado de outra maneira... A todos aqueles que formam o Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPE: professores, secretários, pessoal de limpeza e Ademilda, por seus deliciosos e engordativos lanches (risos)... Aos colegas e amigos que conheci na turma de mestrandos de 2008... Foi bom chorar e rir algumas vezes com vocês... Ao que parece, apesar dos muitos ferimentos... todos sobreviveram... Viva! Aos membros do NEAJ, sinto falta de nossas discussões... A todos aqueles que, quase sem me conhecer, me receberam em Recife... Não importa se estamos longe ou se permanecemos afetivamente próximos... Vocês são muito importantes para mim: Hugo, Carol (Índia), Chris, Marcelão. Também não poderia esquecer, em hipótese alguma dos “agregados” daquele saudoso apartamento: Ligia e Luciana Gama, Marcelinho... Obrigado por tudo pessoal... Quem sabe um dia... A Gleidson... foi um tempo de amores e ódios (risos)... Um tempo de aprendizados... A Mercês... sem dúvidas uma das maiores amigas que fiz em Recife... A Normando, que sem quase termos nos visto, aceitou ler esse trabalho em sua fase mais problemática, contribuindo de forma fantástica... 5 Um agradecimento muito especial a Rosi, Ezaú e Marjorie... Não teria como listar aqui todos os meus agradecimentos a vocês... Atrevo-me a resumir dizendo: aprendi a amar e admirar vocês... Aos amigos natalenses que souberam compreender bem meu enclausuramento quase total nesses últimos meses de “gestação”... Que bom que vocês existem na minha vida... A Rodrigo Sérvulo por ter feito a capa e a Deyse por ter metido o bedelho nela... A Carol Miquelassi por ter aceito o exaustivo trabalho de revisar este material... A Josielle pelo empenho cuidado em fazer os últimos ajustes ortográficos e gramaticais... E a tulho, seu amado, por todo o incentivo ao longo da vida... A Gê – caríssima amiga maranhense – por ter aceito prontamente normatizar este trabalho de acordo com as eternamente mutáveis regras da ABNT... Aos membros da banca, titulares e suplentes, na certeza de que suas contribuições serão preciosas para a melhoria desse trabalho... Destaco a figura da professor Claudia Fonseca, por muito antes desse trabalho desenvolver-se mais, ter sido tão solícita e simpática em cada uma das vezes em que a “abusei”, na busca de seus artigos... A cada um dos interlocutores e interlocutoras residentes em Penedo por terem permitido minha intromissão em suas vidas. Definitivamente sem cada um deles este trabalho não existiria... Certamente muitos não estão sendo citados, o que não implica que estejam sendo esquecidos... A “conclusão” deste trabalho não se deu sem a ajuda de muita gente... Fica aqui minha gratidão a todos que fazem parte da minha vida... 6 Tem um Brasil que é próspero Outro não muda Um Brasil que investe Outro que suga... Um de sunga Outro de gravata Tem um que faz amor E tem o outro que mata Brasil do ouro Brasil da prata Brasil do balacochê Da mulata... Tem um Brasil que é lindo Outro que fede O Brasil que dá É igualzinho ao que pede... Pede paz, saúde Trabalho e dinheiro Pede pelas crianças Do país inteiroTem um Brasil que soca Outro que apanha Um Brasil que saca Outro que chuta Perde, ganha Sobe, desce Vai à luta bate bola Porém não vai à escola... Brasil de cobre Brasil de lata É negro, é branco, é nissei É verde, é índio peladão É mameluco, é cafuso É confusão É negro, é branco, é nissei É verde, é índio peladão É mameluco, é cafuso É confusão... Oh pindorama eu quero Seu porto seguro Suas palmeiras Suas feiras, seu café Suas riquezas Praias, cachoeiras Quero ver o seu povo De cabeça em pé... (Brasil - Composição: Seu jorge/Gabriel moura/Jovi joviniano ) 7 RESUMO “Família para quem precisa...”: Estado, instituições, políticas públicas e classes populares na construção de uma moral familiar dialógica. Este trabalho, a partir de um estudo sobre crianças e adolescentes numa instituição de abrigo, realiza uma análise relacional sobre os diferentes discursos acerca da família na cidade de Penedo-AL, observando a relação entre os discursos institucional e das famílias de classes populares. Estas últimas são alvos de diversos discursos estigmatizantes, apontadas como não se encaixando em determinado padrão de comportamento moral “adequado” ao “bom desenvolvimento” das crianças e adolescentes serão As mulheres aparecem discursivamente reduzidas à figura materna, apontadas como principais responsáveis pelo equilíbrio do lar e cuidado com os filhos. Observando o cotidiano e a conversa dessas mulheres, constata-se que constroem com a apresentação positiva de determinadas características pessoais e familiares uma moral familiar na busca de contrariar os estigmas infligidos. Elas realçam características pessoais e familiares que julgam ser positivas. Este cenário revela uma “confusão de línguas” (FONSECA, 2000), na qual a normatização moral imposta pelo Estado e suas políticas públicas, em nome da justiça social, reforçam determinadas estratégias de deslegitimação moral, sem levar em conta as especificidades socioeconômicas e culturais em que se constroem a moral dos pobres. Dessa forma, o discurso institucional centra a responsabilidade por determinados “problemas sociais” nestas pessoas e em suas famílias, desviando o olhar das críticas ao Estado. Palavras-chave: Família – Instituições- Estado. Criança - Adolescente – Mãe. 8 ABSTRACT This study, done with children and adolescents in a sheltered home, uses a relational analysis, to reflect on the different discourses about the family in the city of Penedo-AL. The relationship between institutional discourses and families of the working classes is observed. The latter are targets of several stigmatizing discourses, which identify them as not fitting into certain standards of “appropriate" moral behavior for the "good development" of children and adolescents. Women appear discursively reduced to the mother figure, identified as the main person responsible for the stability of the home and for the care of their children. Observations of the daily life of these women, reveal a moral familiar, in order to contradict the stigma inflicted upon them. They emphasize certain personal and familiar characteristics, judging them to be positive. This scenario reveals a " confusion of languages " (Fonseca, 2000), in which the moral norms imposed by the State and its public policies, in the name of social justice, strengthen certain strategies of moral illegitimation, disconsidering the socioeconomic and cultural particularities in which the morale of the poor are built. This way, the institutional discourse places the responsibility for certain "social problems" on these people and their families, and weakens the criticism of the State. Keywords: Family - Institutions-State. Children - Teen - Mom 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Centro comercial 25 Figura 2 – Ladeiras da cidade 25 Figura 3 - Casa da forca 25 Figura 4 – Pôr do Sol no “Velho Chico” 25 Figura 5 - Conselho Tutelar 1 (Frente) 50 Figura 6 - Conselho Tutelar 2 (rol de entrada) 50 Figura 7 – Conselho Tutelar 3 (Cartaz na sala de espera) 50 Figura 8 – Conselho Tutelar (Placa no rol de entrada) 50 Figura 9 -Lar de Nazaré 1 91 Figura 10 -Lar de Nazaré 1 91 Figura 11 – Lar de Nazaré 3 91 Figura 12 – Lar de Nazaré 3 91 Figura 13 - Kamartelo 1 (entrada) 131 Figura 14–Kamartelo 2 131 Figura15 - Matadouro 1 131 Figura 16 -Matadouro 2 131 Figura 17 - Coréia 132 Figura 18 - Lagoinha entrada 132 Figura 19 – Garotos na feira 133 Figura 20 – Crianças na Coréia 133 10 SUMÁRIO 1 FAMILIARIZANDO-SE...............................................................................