Arcebispo Denuncia Interesses Ocultos Para Legalizar Eutanásia
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SÁBADO.31.MAR 2018 WWW.DIARIODOMINHO.PT 0,90 € Diretor: DAMIÃO A. GONÇALVES PEREIRA | Ano XCVIII | n.º 31717 Avelino Lima Avelino Arcebispo denuncia interesses ocultos para legalizar eutanásia SEMANA SANTA P.02-03 Sp. Braga recebe o Sporting “de olho” no terceiro lugar Ana Marques Pinheiro Marques Ana DESPORTO P.23-24 DR Edil de Famalicão reclama REGIÃO P.17 NEVE, GRANIZO, mais investimento do Estado QUEDAS ENTREVISTA O presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão reivindica mais DE ÁRVORES investimento do Estado central em equipamentos de saúde, de forças de segurança E ACIDENTES e em estradas nacionais que atravessam o concelho. A área do Ambiente continua a ser prioritária para o executivo. P.10-13 NO MINHO 02 DIÁRIO DO MINHO / SÁBADO / 31.03.18 www.diariodominho.pt Celebração da Morte de Cristo marcada pelo manifestar da indignação com a retirada dos crucifixos de locais públicos D. Jorge denuncia interesses económicos e i A eutanásia «resulta de interesses económicos e ideológicos ocultos, assim como é o resultado da nossa incapacidade pessoal e social de cuidarmos dos nossos», denunciou ontem o Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, D. Jorge Ortiga, na homilia da Celebração da Morte do Senhor, a que presidiu na Sé Catedral perante mais de um milhar de pessoas. Recorde- -se que esta celebração segue o Rito Bracarense, um privilégio de séculos da Arquidiocese de Braga. Aos católicos, o prelado apelou para que sejam «sinais de esperança numa cultura dominada O Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, presidiu à Celebração da Morte do Senhor, que em Braga segue rituais únicos previstos no Rito Bracarense pela morte». já esta prática. Em Por- Classe médica to absoluto do exercício gueses juram “guardarei saúde», criticou apontan- tugal, existem também sob crítica da profissão «parecia ób- o máximo de respeito pe- do que «ninguém pode Álvaro Magalhães projetos para a despe- O Arcebispo de Braga dis- vio à classe médica». Con- la vida humana”. «O que condicionar a liberdade nalização de tal ato e se que até há pouco tem- tudo, foi «com espanto significa “máximo res- e a moral de um médi- o dia em que a Igre- o prelado referiu que po, o princípio da defesa que assistimos a um re- peito”? Esta deriva sub- co ou enfermeiro por ra- ja celebrava a me- «aparentemente trata- da vida como fundamen- trocesso da classe mé- jetiva, acreditamos nós, zões pessoais». «Como é N mória da morte re- -se de um ato de com- dica também neste as- apenas traz mais confu- possível advogar a euta- dentora de Cristo, paixão». «Mas se olhar- peto». E explicou que o são do que confiança. O násia como um ato de li- D. Jorge Ortiga disse ser mos para os países onde Juramento de Hipócrates, respeito pela vida deve- berdade quando o preço a para si «inevitável», na- este ato é praticado, des- considerado um momen- rá ser sempre, e em todas pagar é o aniquilamento quele momento, «não cobriremos uma verda- to solene para os novos as circunstâncias, abso- da liberdade do outro?», pensar no drama da eu- de oculta. A eutanásia é Matar não médicos, afirmava na sua luto», defendeu D. Jor- questionou. tanásia». Explicou que na também praticada em «é um dever versão anterior: “guar- ge Ortiga. Para o Arcebispo Pri- raiz da palavra, eutaná- doentes mentais, assim dos profissionais darei respeito absoluto «A morte não é um di- maz «a eutanásia não é sia significa uma “mor- como em pacientes que da saúde», pela vida humana des- reito que assiste às pes- um caminho nem um di- te boa”. Diversos países sofrem de depressão ou salientou de o seu início”. Desde soas nem matar é um de- reito» e questiona se se na Europa legalizaram ansiedade», asseverou. D. Jorge Ortiga. 2017, os médicos portu- ver dos profissionais da pretende «fazer dos hos- 31.03.18 / SÁSÁBADOBADO / DIÁRIODIÁRIO DDOO MINHMINHOO 033 www.diariodominho.ptwww.diariodominho.p. Romão.Figueiredo Romão.Figueiredo Filho de Deus, vítima inocente da nossa salvação, diante da tua nobreza, do teu mistério de morte e de glória, diante do teu patíbulo, ajoelhamo-nos, envergonhados e esperançosos, e pedimos-te que nos laves no sangue e na água que brotaram do teu Coração dilacerado; que perdoes os nossos pecados. PAPA FRANCISCO ideológicos ocultos para legalizar eutanásia Avelino Lima Avelino Lima Avelino Lima Avelino Avelino Lima Avelino Persiste no Estado português uma «perversa ideologia do laicismo» Álvaro Magalhães uma cruz sabiam bem que determinadas ideo- cidade de distinguir en- que a sua presença cau- logias políticas, sob a tre a saudável laicidade sava embaraço às pes- capa de uma aparen- do Estado e a perversa Arcebispo de Braga soas, particularmente te inclusão, ordenaram ideologia do laicismo». disse ontem que diante dos não-cristãos. a retirada dos crucifi- «Quando o Estado, ins- O «persiste a inca- Por esta razão, os pri- titucionalmente laico, pacidade de dis- meiros espaços de ora- não compreende que tinguir entre a saudável ção “com cruz” previam a identidade, as tradi- laicidade do Estado e a a possibilidade de a es- ções e os valores do pitais uma casa da mor- cional respeito pela vida». perversa ideologia do conder atrás de uma seu povo são sobe- te ou uma casa da espe- Por isso, concluiu: «A laicismo». Esta afirma- cortina ou no inte- ranos então sim- rança» e se se pretende eutanásia, por muito que ção, proferida durante rior de um móvel», plesmente presta que os médicos «garan- nos custe, é uma forma de a homilia da celebra- recordou o prelado. um mau serviço tam o máximo respeito aparente compaixão mas ção que ontem teve lu- Por isso, conside- à nação. Se o po- ou o absoluto e incondi- que, na verdade, resulta gar na Sé Catedral, teve ra que «a cruz, com vo se revê nos va- de interesses económicos como contexto a retira- toda a sua carga sim- lores e na religião e ideológicos ocultos, as- da dos crucifixos de lo- bólica, é e será sem- católica, qual é o be- sim como é o resultado da cais públicos. pre razão de escândalo, nefício de o privar de nossa incapacidade pes- «O Messias, prefigu- motivo de divisão das manifestações que con- soal e social de cuidarmos rado no servo maltra- águas, entre quem pro- sidera fazerem parte «Aparente dos nossos. E quando isso tado, possa ter este fim cura o caminho da res- xos das escolas e edifí- da sua identidade? Não compaixão» acontece, então nós pró- ignóbil é absolutamente surreição e quem não o cios públicos», disse D. será este um sinal de esconde prios, como dizia o profe- escandaloso. Na verda- procura, entre cristãos Jorge Ortiga para criti- imaturidade democrá- «interesses ta Isaías, desfiguramo-nos de, os primeiros cristãos e ateus». car de seguida o facto tica?», questionou em ocultos», e “perdemos a aparência que rezavam diante de Assim, «não é por acaso de persistir «a incapa- tom crítico. denunciou. de ser humano”». 04 DIÁRIO DO MINHO / Semana Santa / SÁBADO / 31.03.18 www.diariodominho.pt Bispo Auxiliar de Braga D. Nuno Almeida presidiu ontem ao ofício de Laudes de sexta-feira santa na sé primacial Missão fundamental dos cristãos reside na construção da felicidade O bispo auxiliar de Braga D. Nuno Almeida exortou Lima Avelino ontem os cristãos a Ofício serem construtores de Laudes, da felicidade e que ontem foi a adotarem no seguido por seu quotidiano muitas dezenas a prática do de fiéis, volta a perdão, que foi realizar-se hoje um dos grandes na Sé, às 10h00. ensinamentos que Cristo deixou à humanidade, da terrena de Jesus Cris- momentos antes de to, D. Nuno Almeida não morrer na cruz. deixou de ligar a capaci- dade de perdoar à relação fraternal que une a hu- manidade. É que um dos Joaquim martins fernandes grande pilares do cristia- mismo reside«na nossa bispo auxiliar de Bra- filiação divina», através ga D. Nuno Almei- D. Nuno Almeida centrou a reflexão nas sete palavras que condensam a mensagem que Cristo deixou do alto da cruz da qual «todos acedemos Oda exortou ontem à paternidade de Deus». os cristãos a serem Mas também «à materni- construtores da felicida- Cristo não se fecha no seu Para o prelado, a cons- que essa não é uma tare- se pode ser muito infeliz dade [universal] de Maria», de, mesmo nos momen- sofrimento e sai ao encon- trução da felicidade não fa fácil. «Perdoar é o ver- no meio de grandes facili- que Cristo apresentou co- tos em que o dramatismo tro de quem precisa dele. pode estar desligada da bo mais difícil de conjugar dades e do prazer», acen- mo mãe de todos os ho- da vida parece retirar sen- E a expressão "hoje mes- capacidade de perdoar, na gramática das relações tuou, alegando que «não mens, quando, do alto da tido à vida. O prelado, que mo estarás comigo no Pa- que foi a primeira lição interpessoais. E perdoar os é verdade que as pessoas cruz, proclamou "mulher, falava no Ofício de Lau- raíso" mostra-nos que só que saiu da cruz de Cristo. inimigos é ainda mais di- mais felizes sejam as que eis aí o teu filho". des, que decorreu ontem conseguimos ser felizes na «Ao afirmar "Pai, perdoa- fícil», continuou D. Nuno, têm uma vida mais folga- Numa síntese às sete na Sé Primacial, evocou o medida em que nos preo- -lhes porque não sabem o que não deixou de ligar a da, mas antes as que têm palavras-chaves que Cris- momento em que Cristo, cuparmos em fazer feliz que fazem", Jesus mostra- capacidade de ser feliz à uma boa relação com o to pronunciou na cruz, prestes a expirar no alto da o nosso próximo», vincou -nos que o perdão não é aceitação do sofrimento sofrimento».