Revista Brasileira de Cartografi a (2016), No 68/10: 1917-1936 Sociedade Brasileira de Cartografi a, Geodésia, Fotogrametria e Sensoriamento Remoto ISSN: 1808-0936

VULNERABILIDADE AMBIENTAL E CONFLITO NO USO DA TERRA NO MUNICÍPIO DE MIRASSOL D’OESTE, BRASIL

Environmental Vulnerability and Confl ict in Land Use in the Municipality of Mirassol D’Oeste,

Jesã Pereira Kreitlow1, João dos Santos Vila da Silva2, Sandra Mara Alves da Silva Neves1, Ronaldo José Neves1 & Laís Fernandes de Souza Neves3

1Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT Programas de Pós-Graduação em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola e de Geografi a Laboratório de Geotecnologias UNEMAT Cidade Universitária, Bloco 1, Sala 9, Av. Santos Dumont, s/n. Bairro Santos Dumont. CEP: 78.200-000 Cáceres, Mato Grosso, Brasil [email protected], [email protected], [email protected]

2Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA Embrapa Informática Agropecuária Av. André Tosello, 209 - Cidade Universitária, CEP; 13083-886, , , Brasil [email protected]

3Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT Laboratório de Geotecnologias UNEMAT Cidade Universitária, Bloco 1, Sala 9, Av. Santos Dumont, s/n. Bairro Santos Dumont. CEP: 78.200-000 Cáceres, Mato Grosso, Brasil lais_geografi [email protected]

Recebido em 1 de Março, 2015/ Aceito em 18 de Junho, 2016 Received on Março 1, 2015/ Accepted on June 18, 2016

RESUMO O escopo desta pesquisa foi avaliar a vulnerabilidade ambiental e os confl itos decorrentes da utilização da terra da municipalidade de Mirassol D’Oeste, na perspectiva da geração de subsídios para o planejamento municipal. O estudo foi desenvolvido através da utilização de metodologias que avaliam o potencial à erosão hídrica laminar, a capacidade de uso da terra e o confl ito de uso da terra para a obtenção da vulnerabilidade ambiental. Foram individualizados 12 morfocompartimentos, sendo que destes os de número 5, 8 e 10 são os que apresentam maior susceptibilidade à erosão devido a declividades superiores a 45% e a presença de Neossolos Quartzarênicos. Em geral o município apresenta médio potencial à erosão laminar, sendo que esta classe ocupa aproximadamente 70% da extensão territorial municipal. Na área de estudo a capacidade de uso com maior representatividade foi a IV, esta classe é composta por terras que são cultiváveis ocasionalmente, onde são encontrados problemas complexos de conservação. A classe de confl ito baixo é a de maior ocorrência (84,95%) na área pesquisada. De posse deste estudo os planejadores locais podem decidir sobre as melhores formas de utilização das áreas rurais do município.

Palavras-chave: Planejamento Territorial, Conservação Ambiental, Região Sudoeste de Planejamento, Geotecnologias. Kreitlow J. P. et al. ABSTRACT The aim of this research was to evaluate the environmental vulnerability and confl icts arising from the use of the land of Mirassol D’Oeste, in perspective to generate subsidies for municipal planning. The study was carried out in the Mato Grosso municipality of Mirassol D’Oeste through the use of proposed methodologies that evaluate the potential for laminar water erosion, land use capacity and land use confl ict to obtain the environmental vulnerability. Twelve morpho-compartments were generated, of which the ones numbered 5, 8 and 10 were the sites that showed the greatest risk of susceptibility due to declivities above 45% and the presence of Neosoils. In general, the municipality presents an average potential to the laminar erosion, considering this soil class occupies approximately 70% of the territorial extension. In the study area the capacity of use with greater representativity was the IV, this class is composed by lands that are occasionally cultivable, where complex problems of conservation are found. The Low confl ict class is the one with the highest occurrence (84.95%) in the study area. With this study local planners can decide on the best ways to use the rural areas of the municipality.

Key words: Environmental Planning, Conservation, Southwest Planning Region, Geotechnologies.

1. INTRODUÇÃO aos sujeitos sociais, e não são os processos O modelo de desenvolvimento adotado sociais que os tornam vulneráveis. Cabe em Mato Grosso a partir da criação de planos destacar ainda que os grupos sociais possuem estratégicos como o Polonoroeste (MORENO, expectativas de vida distintas e quanto menores 2005), modifi caram negativamente o estado de forem as expectativas maiores são as chances conservação ambiental das áreas incluídas para destes grupos se submeterem a condições de desenvolvimento, principalmente pela remoção da vulnerabilidade (ACSELRAD, 2006). Este vegetação natural para a implantação da pecuária. conceito pode ser aplicado a outras áreas A partir da implantação de novas formas de uso do conhecimento além das ciências sociais. do solo em locais que não possuíam aptidão para Cavalcante et al. (2010) mostra a aplicação do essas atividades, principalmente para a pecuária, conceito de vulnerabilidade no meio ambiente muitas vezes em locais confl itantes onde o relevo para destacar as condições que levaram a ou o solo não é favorável a pratica desta atividade fragmentação de uma paisagem. fez com que surgissem confl itos de uso do solo. O estudo da vulnerabilidade ambiental Atualmente o grande desenvolvimento permite a avaliação de sistemas ambientais técnico cientifi co que se encontra relacionado sofrem devido a determinadas pressões. Este com o aperfeiçoamento e o desenvolvimento tipo de informação possui grande importância de novas técnicas tem possibilitado ao homem para o planejamento ambiental por possibilitar a realização de tarefas que antes não eram a identificação de locais que se encontram possíveis. No entanto conforme a população degradados devido às atividades humanas, e com mundial tem se desenvolvido ao longo do tempo, isto desenvolver programas que visem a redução tem ocorrido um aumento da pressão sobre os destas degradações (FIGUEIRÊDO et al., 2010). ambientes e recursos naturais. Ao passo que Uma das formas de se estudar a quando o homem interfere em um ambiente vulnerabilidade que um ambiente possui em busca de seus recursos ele quebra o estado é através dos fatores morfodinâmicos que de equilíbrio natural e gera resíduos (SILVA & compõem a paisagem. Estes fatores alteram a COSTA, 2011). Desta o meio ambiente vem paisagem e podem ser representados através sofrendo as consequências da exploração dos de mapas, sendo que as alterações causadas recursos naturais, um exemplo é a retirada da podem até mesmo serem irreversíveis ao vegetação de áreas onde o solo e o relevo não meio ambiente dependendo da amplitude das favorecem para o desenvolvimento de atividades ações provocadas. A utilização de mapas de agropecuárias, podendo vir a desencadear vulnerabilidade ambiental são uma das formas processos erosivos o que pode até mesmo colocar de se apresentar os parâmetros que devem ser a população em risco. levados em consideração durante a realização O conceito de vulnerabilidade é construído de planejamentos ambientais (ARAÚJO, 2003; socialmente, sendo que a vulnerabilidade é posta CAVALCANTE, 2010).

1918 Revista Brasileira de Cartografi a, , No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 Vulnerabilidade Ambiental e Confl ito no Uso da Terra no Município de Mirassol D’Oeste, Brasil

A vulnerabilidade ambiental pode ser pesquisa o enfoque será sobre os conflitos entendida como a susceptibilidade que um ambientais decorrentes da utilização da terra. ambiente possui à degradação ambiental, Exemplos destes tipos de confl ito são os estudos levando em consideração que: o meio ambiente desenvolvidos por Nascimento (2004); Soares et possui capacidade de resposta, que pode al. (2011); Reis et al. (2012). ser avaliada a partir da adoção de ações de A utilização do solo e suas capacidades conservação e preservação ambiental auxiliando para a determinação de conflitos de uso na mitigação ou redução dos impactos causadas tem se mostrado recente e com poucos pelas atividades antrópicas. Quanto maiores estudos publicados. Neste contexto, o solo, forem as pressões sobre o ambiente, maior será a com sua utilização, serve como um bom sensibilidade aos impactos e menor a capacidade indicador para a determinação dos problemas de resposta do ambiente, tornando desta que poderão ocorrer em virtude dos usos forma maior a sua vulnerabilidade ambiental indevidos do mesmo, com isso pode auxiliar no (FIGUEIRÊDO, 2010). desenvolvimento de planejamentos ambientais A vulnerabilidade ambiental se relaciona (POELKING, 2007). com o conjunto de fatores ambientais que um O confl ito de uso da terra ocorre quando a determinado espaço natural possui, estes fatores capacidade de suporte para determinados tipos diante de atividades antrópicas recorrentes ou de usos não são respeitadas, causando com que venham a se manifestar, faz com que o isto degradações no solo como o surgimento ambiente sofra adversidades e com isso acabe de erosões nos locais que possuem relevo afetando de forma parcial ou total a estabilidade movimentado. A partir da determinação das ecológica desta área natural (CUNHA et al., áreas onde existem confl itos ambientais devido 2011). as características do solo é possível a realização Becker (2005) destaca que na base dos de planejamentos ambientais visando a tomada confl itos de uso da terra estão os diferentes de decisão sobre as melhores formas de uso para padrões geopolíticos adotados e os atores que os estes ambientes (HERMUCHE, 2009). compõem. Visando compatibilizar o crescimento Os processos erosivos são fenômenos econômico, a utilização dos recursos naturais e a exclusivos da superfície e por este motivo inclusão social se faz necessário que os padrões as condicionantes físicas do solo exercem a de desenvolvimento sejam alterados. Os confl itos principal função na mesma, seja para facilitar de uso não devem ser considerados apenas como ou difi cultar o surgimento e desenvolvimento questões ambientalistas, mas como a garantia dos destes processos, podendo ocorrer devido a água recursos para as novas gerações. da chuva ou pelo vento. Os principais fatores que Os confl itos de uso da terra ocorrem a auxiliam na prevenção das atividades erosivas partir da ocupação pelas atividades antrópicas são a cobertura vegetal, podendo ser natural de locais que não são recomendados devido as ou pelos resíduos culturais, a forma do relevo características físicas do solo ou que possuem e a resistência que o solo possui (VOLK et al., relevância ambiental do ponto de vista da 2004). conservação dos recursos naturais. Neste Através da realização de planejamentos contexto, Gonçalves (2009) mostra que a ambientais é possível prevenir que venham a identifi cação dos confl itos da terra em seu estudo ocorrer confl itos de utilização incorreta da terra. está relacionada com a falta de conhecimento A partir do direcionamento das atividades mais da espacialização das Áreas de Preservação degradadoras para locais que possuam menor Permanente (APP), sendo que a espacialização vulnerabilidade ambiental, com isto pode-se das APPs viabiliza a aplicação do Código garantir que locais que apresentem degradações Florestal Brasileiro e ao mesmo tempo permite ou que possuam alguma importância do contexto uma redução das áreas com confl ito do solo. ambiental sejam preservados. Atualmente os estudos desenvolvidos Com o desenvolvimento técnico-científi co no país sobre a temática de confl ito da terra e econômico das sociedades, vem ocorrendo uma levam em conta os tipos de uso e os confl itos expansão da busca pela exploração dos recursos originados a partir da localização destes, nesta naturais. Por este motivo se torna necessário a

Revista Brasileira de Cartografi a, Rio de Janeiro, No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 1919 Kreitlow J. P. et al. realização de planejamentos dos territórios que automatização da produção de documentos tenham como enfoque as áreas socioeconômica cartográfi cos. e ambiental, levando em conta não apenas as Uma das formas mais eficientes de potencialidades que os ambientes em exploração representar informações que são uteis ao possuem, mas também as fragilidades destes planejamento e monitoramento ambiental é (DONHA et al., 2006). através da utilização de informações gráfi cas, O planejamento ambiental surgiu a partir principalmente com a utilização de mapas. do aumento pela competição pelos recursos Para atingir este objetivo os SIGs apresentam naturais, como terras, água e recursos energéticos um grande potencial por proporcionarem de e biológicos, principalmente a partir das três maneira ágil e com baixo custo a realização últimas décadas do século passado. Com isto destas análises, permitindo ainda a atualização foi necessário que a utilização desses recursos das informações em curtos períodos de tempo, fosse organizada a fim de compatibilizar as conforme as mudanças que ocorrem no ambiente necessidades dos seus usos com a proteção dos (POELKING, 2007). ambientes que possuem maior fragilidade, tendo A erosão hídrica do solo pode ocasionar como objetivo a manutenção da qualidade de diversos problemas de conservação do solo e à vida e o bem-estar humano. O planejamento água, sendo que os principais efeitos são sentidos ambiental deve apresentar soluções para nas áreas que possuem usos comerciais como os conflitos que venham a ocorrer entre o a perda de produtividade agrícola, no tocante desenvolvimento tecnológico e a conservação as questões ambientais os maiores efeitos são ambiental (SANTOS, 2004). sentidos nos cursos hídricos, onde os processos Devido ao desenvolvimento tecnológico da erosivos irão depositar os sedimentos que foram sociedade e a evolução sobre diversos conceitos retirados de outras áreas que possuem relevo o planejamento ambiental deve ser interpretado movimentado (OLIVEIRA et al., 2011). Por como um processo continuo onde estão este motivo o planejamento das áreas de cultivo envolvidos os processos de coleta, organização agrícola para defi nição dos locais onde cada e análise sistematizada das informações e dos cultivo será implantado é importante por auxiliar métodos, tendo como objetivo a tomada de na prevenção dos processos erosivos e evitar decisão com base nas melhores alternativas, perdas de áreas cultiváveis. para o aproveitamento dos recursos naturais Corroborando com o que foi apresentado disponíveis (SILVA & SANTOS, 2011). anteriormente Neves et al. (2011) destaca que O planejamento ambiental está atualmente os processos relacionados à erosão fundamentado na integração e interação dos hídrica tem atraído maior atenção por parte sistemas que compõem a sociedade. Possuindo dos pesquisadores por interferir diretamente na o papel do estabelecimento da relação entre produtividade das áreas agrícolas e também por os sistemas ecológicos e os processos que causar problemas para a conservação de áreas compõem a sociedade, visando garantir a máxima que se encontram relativamente conservadas. integridade dos elementos que formam este Vale destacar que as atividades humanas são as sistema. Os sujeitos envolvidos no planejamento principais causadoras dos processos erosivos devem possuir uma visão holística e sistêmica (NEVES et al., 2011). ao mesmo tempo, para garantir que todos os O escopo desta pesquisa é avaliar a indivíduos que formam o complexo sistema vulnerabilidade ambiental e os conflitos da sociedade sejam contemplados durante a decorrentes da utilização da terra de Mirassol realização de um planejamento (SANTOS, D’Oeste, na perspectiva de gerar subsídios para 2004). o planejamento municipal. Brito (2010) destaca que as ferramentas 2. MATERIAL E MÉTODOS computacionais desenvolvidas para o Geoproces- samento, que recebem o nome de SIG, permitem A metodologia para execução do estudo a realização de análises complexas ao integrar foi constituída em duas partes. Inicialmente é dados de diversas fontes por criar bancos apresentado as características basilares a respeito do de dados georreferenciados, permite ainda a local onde o estudo foi desenvolvido. Na sequência

1920 Revista Brasileira de Cartografi a, Rio de Janeiro, No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 Vulnerabilidade Ambiental e Confl ito no Uso da Terra no Município de Mirassol D’Oeste, Brasil são apresentadas as etapas utilizadas na elaboração Amazônia (20,80%) e Pantanal (79,20%). A dos produtos cartográfi cos, que possibilitaram principal formação vegetal encontrada na área a geração de dados e informações que serão de estudo é o Ecótono (SNt) - transição entre as apresentados no item resultado e discussão. formações de Savana e de Floresta Estacional. 2.1 Área de estudo No município são registrados diversos tipos de uso da terra, no entanto a principal forma de uso O estudo foi desenvolvido no município de é a pecuária. Mirassol D’Oeste, localizado na região Sudoeste Em Mirassol D’Oeste são encontradas de planejamento do estado de Mato Grosso cinco classes de solos, destas a que possui maior (MATO GROSSO, 2012). O município possui abrangência são os Latossolos que ocupam uma extensão territorial de 1.075,49 Km2 (Figura aproximadamente 790 Km2. São encontrados 1). O clima da região é do tipo Tropical quente no município 6 formações geomorfológicas e sub-úmido, com precipitação média anual de distintas, sendo que o Sistema Regional de 1500 milímetros e a temperatura média varia de Aplanamento 3 é a que ocupa maior extensão de 25°C a 28°C (MATO GROSSO, 2011). terras com aproximadamente 602 Km2 (MATO A área de estudo está inserida nos biomas GROSSO, 2011).

Fig. 1 - Mirassol D’Oeste nos contextos estadual, regional e municipal.

O Instituto Brasileiro de Geografia e o fator com maior peso para esta classifi cação Estatística – IBGE tendo como base os dados foi o quesito educação (PNUD, 2013). do Censo Demográfi co do ano de 2010 aponta 2.2 Procedimentos metodológicos que a população do município era de 25.299 habitantes, destes aproximadamente 21 mil Para o desenvolvimento desta pesquisa habitantes residem na área urbana da cidade serão utilizadas técnicas de Sensoriamento (BRASIL, 2016). O Índice de Desenvolvimento Remoto (SR) que serão operacionalizadas em Humano (IDH) registrado para o município no um Sistema de Informações Geográfi cas (SIG), ano de 2010 foi de 0,704 classifi cando-o como estas tecnologias são empregadas na obtenção de Médio Desenvolvimento Humano, sendo que de imagens e outros dados da superfície terrestre

Revista Brasileira de Cartografi a, Rio de Janeiro, No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 1921 Kreitlow J. P. et al. por meio do registro da energia que é refl etida ou Geológico Americano via Web (earthexplorer. emita por ela. Sendo que o termo sensoriamento usgs.gov). remoto refere-se à obtenção de dados a distância, A imagem que recobre a área de estudo sem que ocorra contato físico entre o sensor e foi processada no SIG Spring, na versão 5.2.6, a superfície terrestre (FLORENZANO, 2007). do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Para a execução da pesquisa foi realizado INPE (CÂMARA et al., 1996). Neste SIG foi inicialmente um levantamento dos dados necessário inicialmente a criação de um banco produzidos por órgãos públicos, sendo que as de dados geográfi cos para que as informações informações de interesse para a pesquisa foram geradas fossem armazenadas e processadas, compiladas, compatibilizados e organizadas sendo utilizado o sistema de coordenadas em um Banco de Dados Geográfi cos BDG no métricas (UTM), adotando o Datum SIRGAS Sistema de Informações Geográfi cas ArcGIS, 2000. Em seguida foram importados o arquivo versão 10.5 (ESRI, 2017). vetorial da área de estudo (.shp) e a imagem. Inicialmente foi realizada a compartimen- Após a importação a imagem foi recortada pelo tação morfopedológica do município, com base arquivo vetorial que contem a área de estudo nas informações dos mapas de geomorfologia e e foi segmentada com o método crescimento pedologia (MATO GROSSO, 2011) através do de regiões, utilizando os seguintes parâmetros: SIG. Em seguida foi realizado um refi namento similaridade 2400 e área 800. O parâmetro dos morfocompartimentos através da inserção similaridade signifi ca o valor mínimo que existe das fases de relevo. entre um pixel e uma região contigua a este, O próximo passo consistiu na elaboração sendo que este valor irá defi nir se o pixel em do mapa de erodibilidade do município, para isto questão será agrupado na classe já formada ou se foi feita inicialmente a atualização das classes de este comporá uma nova classe (VASCONCELOS solo conforme a proposta de Embrapa (2009), & NOVO, 2004). O parâmetro área se refere a em seguida foi realizada em ambiente SIG a menor área em pixel que deverá ser mapeada defi nição do grau e classe de erodibilidade que para a formação de agrupamentos. cada tipo de solo da área de estudo possui, de Após a segmentação procedeu-se a acordo com Salomão (2010). classifi cação da imagem gerada com a segmen- Em seguida foi realizada a associação tação, este processo foi dividido em etapas, na do mapa de erodibilidade da área de estudo primeira etapa chamada de treinamento foram com o fator topográfi co (LS) obtido através da considerados os seguintes elementos: textura, cor, metodologia proposta por Fornelos e Neves padrão, forma e localização de áreas que continham (2006), sendo que este mapa corresponde ao todas as classes de uso da terra e cobertura vegetal de isodeclividades da metodologia de Salomão do município (SILVA et al., 2011). (2010), a partir da associação destes dois mapas Em seguida procedeu-se a classifi cação foi originado o mapa de susceptibilidade à propriamente dita, neste momento foi adotado erosão hídrica do município. As classes de o método supervisionado e utilizou-se o susceptibilidade à erosão foram defi nidas tendo classificador Bhattacharya com limiar de como base o percentual de declividade, que aceitação de 99,9%, por último foi realizado seguiu os critérios adotados por Brasil (2007). o mapeamento para as classes temáticas e a Para dar continuidade na pesquisa foi conversão matriz-vetor. necessário a elaboração de um mapa de uso da Para fi nalizar esta etapa metodológica, terra e cobertura vegetal do município, para isto o arquivo vetorial de uso da terra e cobertura foram adotados os procedimentos metodológicos vegetal gerado no Spring foi exportado e apresentados a seguir. trabalhado no SIG ArcGIS, neste foram realizados Foi obtida uma imagem do satélite procedimentos de pós-classifi cação. O processo Landsat-8 com o sensor Operational Land de pós-classifi cação consiste na correção de erros Imager (OLI), com orbita ponto 228/71, com que possam ter ocorrido durante a classifi cação resolução espacial de 30 metros e aquisição pelo no SIG Spring e pequenas alterações de áreas satélite no dia 14 de julho de 2013, sendo que que não foram totalmente delimitadas. a imagem foi obtida através do sítio do Serviço Dando continuidade à pesquisa foi obtido

1922 Revista Brasileira de Cartografi a, Rio de Janeiro, No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 Vulnerabilidade Ambiental e Confl ito no Uso da Terra no Município de Mirassol D’Oeste, Brasil o potencial atual à erosão hídrica, para isto foram gerados foram realizados dois trabalhos foi feita a compatibilização das classes de de campo no município, nestes houve coleta de susceptibilidade à erosão hídrica com o uso atual. coordenadas geográfi cas através de Sistema de Neste momento o arquivo de uso da terra Posicionamento Global e fotografi as além de foi reclassifi cado em cinco classes de acordo anotação das informações mais relevantes em com a proposta de Salomão (2010): Classe caderneta de campo. I: Cobertura vegetal de baixo e médio porte, Após a realização dos trabalhos de campo com intensa atividade antrópica (culturas os mapas gerados foram submetidos a análise anuais, estradas e áreas urbanizadas); Classe e correção através das informações que foram II: Cobertura vegetal de baixo e médio porte, obtidas. Em seguida foram elaborados os layouts com atividade antrópica moderada (culturas para a visualização dos produtos e quantifi cações. perenes, cana-de-açúcar e pastagens); Classe III: 3. RESULTADO E DISCUSSÃO Cobertura vegetal de baixo e médio porte, com atividade antrópica muito reduzida (pasto sujo e Silva et al. (2007) destacam que através dos capoeirão); Classe IV: Cobertura vegetal de porte SIGs e de metodologias de análises ambientais alto a médio, com atividade antrópica muito integradas é possível realizar a comparação reduzida (pasto sujo e campo cerrado, fl orestas, de grandes quantidades de informações sobre ecótonos e cerradões); e Classe V: Espelhos um ambiente que pode estar sofrendo pressões d’água e várzeas, cujo potencial erosivo pode ser antrópicas. considerado nulo. A partir da união deste novo Estudos que necessitam de elevado arquivo ao de susceptibilidade a erosão hídrica volume de dados e análise integrada permitem laminar obteve-se o mapa de potencial à erosão. de forma concomitante comparar cada variável Para determinação das classes de selecionada com outras existentes, possibilitando capacidade de uso da terra, de acordo com o dessa forma melhor compreensão do ambiente. Sistema de Capacidade de Uso proposto por Vários autores, (OLIVEIRA et al., 2010; Lepsch (1991), neste sistema os tipos de solos CARVALHO JÚNIOR et al., 2008; MENKE são divididos em três grandes grupos: Grupo et al., 2009), destacam que a adoção das A: Terras aptas para o desenvolvimento de geotecnologias (SIG, Sensoriamento Remoto, cultivos intensos anuais, culturas perenes, Banco de dados Geográfi cos, Modelo Digital de pastagens e refl orestamento, neste grupo estão Elevação, etc.) permitem a obtenção de melhores englobadas quatros classes de capacidade; Grupo resultados quando comparados com os obtidos B: Terras improprias para cultivos mas aptas por meio de métodos estatísticos tradicionais ou para pastagens, estão incluídas neste grupo três os que utilizam interpretação visual. classes de uso da terra; Grupo C: Terras indicadas Os resultados serão apresentados a seguir somente para a preservação, com apenas uma a partir dos morfocompartimentos encontrados classe de uso da terra. Para a elaboração desta na área de estudo. No total foram gerados a etapa foi adotada a metodologia proposta por partir da união dos arquivos de geomorfologia Hermuche et al. (2009), estes autores obtiveram e pedologia 12 compartimentos apresentados a a capacidade de uso da terra tendo como base seguir na Tabela 1. a susceptibilidade a erosão laminar para a O compartimento com maior representa- delimitação de suas classes. tividade na área de estudo foi o de número 1 da Por último elaborou-se o mapa de confl ito tabela, que possui a forma de relevo Sistema de uso da terra em relação as classes de Regional de Aplanamento 3 e os solos são capacidade de uso, neste momento realizou- do tipo Latossolos (Figura 2). Este tipo de se análise do tipo de uso em cada classe de geomorfologia ocorre em locais planos e com capacidade, tendo como base o mapeamento que pouca declividade. Os valores de declividade foi elaborado de acordo com a metodologia de deste compartimento variam de 0 até no máximo Salomão (2010), e nos locais onde o uso não era 20% de inclinação de acordo com o Manual o indicado pela capacidade os confl itos foram Técnico de Pedologia do IBGE (BRASIL, 2007). classifi cados em Alto, Médio, Baixo e Nulo. Este compartimento ocupa cerca de 45,83% de Para a validação dos mapeamentos que toda a extensão territorial do município.

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Tabela 1: Morfocompartimentos do município de Mirassol D’Oeste/MT Compartimentos Descrição Área (Km2) 1 Sistema Regional de Aplanamento 3 + Latossolos 492,93 2 Sistema de Dissecação + Latossolos 176,91 3 Sistema Regional de Aplanamento 3 + Argissolos 97,16 4 Sistema de Dissecação/Lagos + Latossolos 84,34 5 Sistema de Dissecação em Colinas e Morros + Neossolos 66,17 6 Sistema de Dissecação em Colinas e Morros + Latossolos 43,25 7 Sistema de Dissecação + Argissolos 34,97 8 Sistema de Dissecação em Colinas e Morros + Argissolos 32,10 9 Planície Aluvionar Meandriforme + Neossolos 20,05 10 Sistema Regional de Aplanamento 3 + Neossolos 17,11 11 Sistema de Planície Fluvial + Planossolos 10,14 12 Sistema de Dissecação + Neossolos 0,36

Fig. 2 - Morfocompartimentos do município de Mirassol D’Oeste.

O compartimento Sistema de Dissecação rasos e constituídos por materiais minerais + Neossolos, compartimento 12, ocupa a menor primários de fácil intemperização. Geralmente extensão na área de estudo com apenas 0,03%, estes solos possuem menos de 30 centímetros, no entanto este possui relevância devido a podendo também ser mais profundos, no entanto sua localização e ao tipo de solo presente, os serão compostos por solos arenosos (BRASIL, Neossolos (Tabela 2 e Figura 3) que são solos 2007).

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Fig. 3 - Classes de solos da municipalidade de Mirassol D’Oeste.

Das classes de solo presentes na área de solos evoluídos e que não possuem minerais estudo, os Latossolos (Figura 3) são os que que facilitam os processos de intemperismo, possuem maior representatividade no contexto apresentam boa drenagem e são muito profundos, municipal, ocupando aproximadamente 790 sendo que raramente possuem menos de um Km2. Segundo Embrapa (2009), este tipo de metro de profundidade. solo é constituído por minerais com horizonte Na Tabela 2 são apresentados os tipos de B latossólico abaixo de qualquer outro tipo de solos e as erodibilidade que cada classe de solo horizonte diagnóstico superfi cial. Em geral são possui.

Tabela 2: Classes e erodibilidade dos solos da municipalidade de Mirassol D’Oeste/MT Erodibilidade Classes de solo Área (Km2) Classes Índice Argissolos Média 6,0 a 4,1 164,15 Latossolos Baixa 4,0 a 2,1 792,34 Neossolos Muito Alta 10,0 a 8,1 111,15 Planossolos Nula 2,1 a 0 7,67 Plintossolos Muito Alta 10,0 a 8,1 0,18 Total 1.075,49 Fonte: Salomão (2010).

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Ao comparar a Figura 4, relativa ao mapa apresentam maior risco a susceptibilidade por de erodibilidade, com a Figura 5, em que são apresentarem declividades superiores a 45% e por apresentadas as declividades, é possível constatar possuírem solos do tipo Neossolos que apresentam que os compartimentos 5, 8 e 10 são os locais que os maiores índices de erodibilidade no município.

Fig. 4 - Classes de erodibilidade de Mirassol D’Oeste.

A respeito dos Planossolos, a sua erodi- chuvas, dos diversos tipos de solos, sendo que estes bilidade foi considerada nula por estes estarem infl uenciam na susceptibilidade à erosão. localizados em áreas que recebem os sedimentos de O mapa de susceptibilidade a erosão hídrica outras partes do município que passam por processos (Figura 6) foi obtido a partir da união dos mapas de erosivos. No caso do município os Planossolos são erodibilidade que foi gerado anteriormente ao mapa encontrados em áreas com declividades variando de Fator Topográfi co (LS), de acordo com Fornelos de 0 até 8% e associados a cursos hídricos, motivo e Neves (2007) este mapa é relevante devido ser pelo qual foram considerados nulos. o fator que mais infl uência na mensuração dos A erodibilidade do solo é uma propriedade processos erosivos. O LS é composto por duas que este possui e representa o seu potencial de variáveis separadas que são transformadas em uma ser erodido em períodos chuvosos, sendo que única para as análises. o fator de erodibilidade é representado pela A primeira que é representada pela letra L relação entre a perda de solo e a erosividade da indica a distância entre o local onde começam os chuva (MANNIGEL et al., 2002). Corroborando escoamentos superfi ciais até o local onde estes com a afi rmação anterior Bertol (2002) destaca irão se acumular e depositar os sedimentos. A que a erodibilidade do solo apresenta grande segunda letra S refere-se à variação da declividade variabilidade temporal e espacial, sendo que está do mesmo local de onde o escoamento tem início variabilidade pode ser explicada por causa dos até o fi nal, sendo que esta declividade é expressa fatores climáticos, especifi camente os efeitos das em porcentagem.

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Fig. 5 - Declividades da municipalidade de Mirassol D’Oeste/MT.

Fig. 6 - Susceptibilidade à erosão de Mirassol D’Oeste.

Revista Brasileira de Cartografi a, Rio de Janeiro, No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 1927 Kreitlow J. P. et al.

A utilização do SIG permite a determinação 1: cobertura vegetal de baixo e médio porte, de locais que apresentam susceptibilidade a com intensa atividade antrópica (culturas erosão hídrica de forma rápida e precisa, a partir anuais, estradas e áreas urbanas). Na classe 2 da atualização e sobreposição de informações foram inseridos os cultivos de cana-de-açúcar e presentes em bancos de dados (FARIA et al., as áreas que possuem pastagem, nesta classe a 2003). No caso do presente estudo a determinação cobertura vegetal é classifi cada como sendo de dos locais que possuem maior susceptibilidade baixo a médio porte, com atividade antrópica permite a realização de planejamentos visando moderada (culturas perenes, cana-de-açúcar e a preservação destas áreas, e com isso garantir pastagens). Na classe 3 da metodologia proposta a qualidade dos recursos hídricos e do solo. Na onde a cobertura vegetal é de baixo a médio área de estudo os compartimentos 5, 9, 10, 11 e porte, com atividade antrópica muito reduzida 12 possuem a sua susceptibilidade classifi cada (pasto sujo e campo cerrado), não foi associado entre muito e extremamente susceptível a erosão. nenhum tipo de uso dos encontrados na área Ao analisar as susceptibilidades do de estudo. Na classe 4: cobertura vegetal de município como um todo é possível perceber que porte alto a médio, com atividade antrópica a maior parte é classifi cada como moderadamente muito reduzida (reflorestamento, capoeirão susceptível. Isso ocorre devido as características e florestas), foram inseridas as classes de do solo e do relevo presentes nestes locais. O coberturas vegetais encontradas no município mesmo resultado foi obtido por Farinasso et al. e também os refl orestamentos que existem na (2006), que em seu estudo constataram que a área. A última classe (5), que engloba espelhos susceptibilidade estava relacionada diretamente à d’água e várzeas, cujo potencial erosivo pode ser geomorfologia de sua área de estudo, sendo que considerado nulo foram inseridos os locais que a maiores susceptibilidades foram encontradas possuem água, no caso, rios e lagoas (Figura 7). nos divisores de bacias hidrográfi cas e em locais A erosão laminar está fortemente ligada que possuíam solo exposto. a atividade antrópica através das formas de A classe moderadamente susceptível ocupa ocupação do solo, neste sentido, áreas diferentes 84,69% da extensão territorial do município, que possuem a mesma susceptibilidade a erosão, sendo que o percentual restante foi dividido entre mas que possuem usos do solo diferentes estão as outras classes de susceptibilidade. As áreas sujeitas a apresentarem potencial a erosões que cada classe de susceptibilidade ocupa são diferentes entre si. O potencial à erosão pode ser apresentados na Tabela 3. defi nido como a interação entre as formas de uso do solo com a susceptibilidade à erosão que este Tabela 3: Classes de susceptibilidade à erosão possui (SALOMÃO, 2010). Corroborando com de Mirassol D’Oeste/MT o que foi apresentado anteriormente, Cogo et al. Descrição Susceptibilidade Área (Km2) (2003) indicam que o potencial à erosão pode Extremamente susceptível 85,52 ser determinado para um local ou mesmo para Muito susceptível 20,38 uma região através da avaliação da erosividade Moderadamente susceptível 910,87 da chuva e de sua distribuição espacial, sendo Pouco susceptível 44,69 que no decorrer de um ano, o período chuvoso Pouco a não susceptível 6,49 é aquele que apresenta maior potencial erosivo, Nulo 7,55 devido ao solo estar em preparo para cultivos e Total 1.075,49 por causa das fortes chuvas. Em Mirassol D’Oeste as áreas com maiores O potencial à erosão do município foi potenciais à erosão laminar foram encontradas obtido através da união dos arquivos de uso da nos compartimentos 5 e 10, em que ocorrem terra com o de susceptibilidade a erosão. De algumas serras. Em geral o município apresenta acordo com a metodologia proposta as classes médio potencial à erosão laminar, sendo que que englobavam os perímetros urbanos do esta classe ocupa 70% da extensão territorial município e do distrito presente na área de estudo municipal. Na Tabela 4, são apresentadas as áreas e os locais onde foram mapeados com agricultura que cada classe de potencial à erosão possui no foram classifi cados como pertencentes a classe município.

1928 Revista Brasileira de Cartografi a, Rio de Janeiro, No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 Vulnerabilidade Ambiental e Confl ito no Uso da Terra no Município de Mirassol D’Oeste, Brasil

Fig. 7 - Classes de uso da terra de Mirassol D’Oeste/MT.

Tabela 4: Áreas ocupadas pelas classes de potencial à erosão de Mirassol D’Oeste Classes Descrição do potencial à erosão Área (Km2) I Alto potencial: uso atual do solo incompatível com a susceptibilidade à erosão laminar 38,56 Médio potencial: uso atual do solo incompatível com a susceptibilidade à erosão II 762,00 laminar, possível de ser controlada com práticas conservacionistas III Baixo potencial: uso atual do solo compatível com a susceptibilidade à erosão laminar 266,29 Nulo Corpos d’água: potencial à erosão laminar considerado nulo 8,65 Total 1.075,49

As áreas que foram classifi cadas com alto autor destaca ainda que a sua implementação potencial à erosão hídrica laminar encontram- em SIGs é uma importante ferramenta para a se localizadas principalmente na porção central elaboração de diagnósticos ambientais utilizados do município próximas do perímetro urbano no planejamento ambiental, por serem de rápida da cidade (Figura 8). Conforme apresentado simulação e por poderem analisar diversos anteriormente o potencial à erosão laminar é cenários com custos reduzidos. maior durante os períodos chuvosos, por este Corroborando com o que foi apresentado motivo, se forem feitos planejamentos visando a anteriormente Giboshi (1999) mostra que o melhor forma de uso do solo durante este período sistema de capacidade do solo constitui uma e implantadas técnicas de cultivo que evitem o classifi cação técnica que possui como fi nalidade solo fi car exposto este potencial pode ser reduzido o fornecimento de dados para o planejamento para níveis que não causem prejuízos para os visando a tomada de decisão sobre a melhor agricultores e para o meio ambiente. forma de uso agrícola, para a utilização do solo de Fujihara (2002) destaca que o sistema forma intensiva sem que ocorram prejuízos para de classifi cação de uso das terras é um método o meio ambiente. Este sistema está relacionado de avaliar o solo levando em consideração os a conservação do solo sendo que são analisadas aspectos físicos como a topografi a e os processos as suas potencialidades tendo maior ênfase nas erosivos e as limitações existentes nestes. Este limitações que este possui.

Revista Brasileira de Cartografi a, Rio de Janeiro, No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 1929 Kreitlow J. P. et al.

Fig. 8 - Potencial à erosão laminar de Mirassol D’Oeste.

A determinação da capacidade de uso do e para o cultivo de culturas perenes. Esta classe solo busca o máximo de aproveitamento das ocupou 84,69% de toda a área de estudo. condições que um determinado tipo de solo Na Tabela 5 são apresentadas as áreas que possui sem que ocorram perdas, através do cada classe de capacidade possui no município. detalhamento dos fatores que podem infl uenciar A classe IV encontra-se distribuída na estrutura e composição do mesmo. A partir principalmente nos morfocompartimentos 1, 2 e 3 do detalhamento destas informações é possível sendo que estas áreas estão concentradas em locais o desenvolvimento de um planejamento para o que o relevo varia do plano ao suave ondulado. uso racional. Com as informações delimitadas A classes I, II e V, que corresponde as é possível a realização de atividades como a terras cultiváveis, onde podem ser desenvolvidos construção de obras de infraestrutura sem que cultivos por não existirem grandes problemas ocorram efeitos negativos. Podendo até mesmo de erosão ocupou no município 0,60% de sua serem executadas obras em grandes áreas extensão territorial. como bacias hidrográfi cas visando a prevenção A classe de capacidade III, apresenta de processos erosivos (CASTRO et al., 2010). como características serem cultiváveis apenas Na área de estudo a classe de capacidade ocasionalmente devido a problemas com erosão com maior representatividade foi a IV (Figura e conservação, sendo indicado apenas para o 9), de acordo com Lepsch (1991) está classe desenvolvimento de pastagens ou de cultivos é composta por terras que são cultiváveis anuais, no entanto com técnicas intensas de ocasionalmente, onde são encontrados problemas mecanização visando o controle de erosão. Esta complexos de conservação, sendo estes locais classe ocupou 4,16% da extensão territorial de indicados para o desenvolvimento de pastagens Mirassol D’Oeste.

1930 Revista Brasileira de Cartografi a, Rio de Janeiro, No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 Vulnerabilidade Ambiental e Confl ito no Uso da Terra no Município de Mirassol D’Oeste, Brasil

Fig. 9 - Capacidade de uso do município de Mirassol D’Oeste.

Tabela 5: Áreas ocupadas pelas classes de ou reflorestamento devido a problemas de capacidade de uso no município de Mirassol conservação; a classe VII por apresentar D’Oeste/MT problemas complexos de conservação é Classes de capacidade de uso Área (Km2) indicada apenas para refl orestamentos ou para a I, II e V 6,49 preservação; e a classe VIII que corresponde às III 44,69 áreas de proteção ambiental, sendo que nestes IV 910,87 locais são encontrados problemas complexos de VI 20,38 conservação. As classes VI, VII e VII ocuparam VII e VIII 93,07 respectivamente na área de estudo 1,90% e Total 1.075,49 8,65% da extensão territorial do município. Os confl itos de uso do solo ocorrem devido As classes de capacidade de uso do solo ao desenvolvimento de cultivos em locais onde o VI, VII e VIII encontram-se localizadas nos solo ou o relevo não permitem, com isso podendo morfocompartimentos 5, 9, 10, e 11, sendo acelerar processos erosivos que venham a causar que estes locais possuem relevo movimentado perdas fi nanceiras e ambientais para os locais que ou estão próximos de rios, constituindo desta se encontram com usos inadequados. forma áreas de preservação permanente e que Neste sentido o desenvolvimento e por este motivo possuem capacidades de uso aplicação de técnicas que identifiquem os que apresentam limitações por problemas confl itos de uso da terra, são de suma importância de conservação. A classe de capacidade VI é para os órgãos públicos durante a execução de indicada apenas a utilização com pastagens planejamentos territoriais. Nunes & Roig (2016)

Revista Brasileira de Cartografi a, Rio de Janeiro, No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 1931 Kreitlow J. P. et al. destacam que adoção dessas metodologias para A menor classe de confl ito mapeada foi a o mapeamento de áreas de confl ito ambiental de confl ito Nulo, nesta classe foram mapeadas contribuem na gestão e no do planejamento apenas as áreas que continham como classe dos órgãos públicos, respaldando a criação de corpos d’água por estes receberem os impactos políticas para a prevenção ou mitigação dos que ocorrem em outras regiões do município, impactos ao ambiente (SILVA et al., 2010; esta classe totalizou apenas 0,10% da extensão SOUZA et al., 2012; VALLE JUNIOR et al., territorial (Figura 10). Os locais mapeados com 2013). confl ito Médio onde existem usos que não estão No município de Mirassol D’Oeste em conformidade com a capacidade, mas que foram mapeados confl itos que variam de Nulo, as propriedades físicas do solo não apresentam referente aos corpos d’água, até Alto, quando grandes problemas de conservação totalizaram ocorre em regiões usos do solo que estão em 0,95% do município de Mirassol D’Oeste. desacordo com a capacidade que o solo possui.

Fig. 10 - Confl ito de uso da terra no município de Mirassol D’Oeste/MT.

Na Tabela 6 são apresentas as áreas de Tabela 6: Classes de confl ito do solo de Mirassol confl ito de cada classe que ocorre na área de estudo. D’Oeste/MT A classe de confl ito Alto ocorre em 14% Confl ito Área (Km2) da área de estudo, tendo ocorrido principalmente Alto 150,52 em locais cujo solo não é recomendado para Médio 10,23 o desenvolvimento de cultivos anuais e em Baixo 913,64 locais que deveriam ser mantidos apenas para Nulo 1,10 a preservação. Total 1.075,49

1932 Revista Brasileira de Cartografi a, Rio de Janeiro, No 68/10, p. 1917-1936, Nov/Dez/2016 Vulnerabilidade Ambiental e Confl ito no Uso da Terra no Município de Mirassol D’Oeste, Brasil

A última classe mapeada foi a de confl ito produtivo na região sudoeste mato-grossense Baixo, este tipo de confl ito ocorreu devido os – REDE ASA, fi nanciada no âmbito do Edital locais serem recobertos por vegetação natural MCT/CNPq/FNDCT/FAPs/MEC/CAPES/PRO- ou refl orestamento, também foram mapeadas CENTRO-OESTE Nº 031/2010. diversas áreas com pastagens. Estes locais REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS não apresentam grandes confl itos por estarem localizadas em locais que os solos possibilitam ACSELRAD, H. Vulnerabilidade ambiental, o desenvolvimento deste tipo de cultivo. Esta processos e relações. In: II Encontro nacional classe de confl ito totalizou 84,95% de toda a de Produtores e Usuários de Informações extensão de Mirassol D’Oeste. Sociais, Econômicas e Territoriais, Rio de Janeiro, 2006. Anais. p.1-5, 2006. 4. CONCLUSÕES ARAÚJO, A. B.; AMARO, V. E.; VITAL, Constatou-se a predominância de médio H. Elaboração de mapas de vulnerabilidade potencial à erosão hídrica laminar no município ambiental na região de Grossos e Tibau do Norte, de Mirassol D’Oeste. porção setentrional do litoral do RN, a partir Na maioria da extensão territorial da de produtos multitemporais de sensoriamento municipalidade de pesquisa predomina a remoto. In: XIII Simpósio Brasileiro de classe IV de capacidade de uso do solo, cuja Sensoriamento Remoto, Belo Horizonte, 2003. utilização é recomendada principalmente para Anais. p. 1479-1484, 2003. o desenvolvimento de pastagens e cultivos ocasionais. BECKER, B. K. Geopolítica da Amazônia. Os dados e informações geradas neste Estudos Avançados, v. 19, n. 53, p. 71-86, jan./ estudo contribuem para que os gestores, abr., 2005. responsáveis pela elaboração de planos de BERTOL, I.; SCHICK, J.; BATISTELA, O. desenvolvimento e planejamento territorial LEITE, D.; AMARAL, A. J.; Erodibilidade de possam tomar decisões sobre as melhores formas um Cambissolo Húmico Alumínico, determinada de utilização das áreas rurais do município, sob chuva natural entre 1989 e 1998 em Lages uma vez que foi indicado os locais que são (SC). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. recomendados para os cultivos e ao mesmo 26, n. 2, p. 465-471, abr./jun., 2002. tempo as áreas que devem ser poupadas ou recuperadas, visando a manutenção da qualidade BRASIL. Censo demográfi co 2010 - Agregado ambiental e a conservação dos componentes de setores censitários dos resultados do naturais. universo. v. 5, região Centro-Oeste. Rio de A vegetação nas encostas das serras que Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia são encontradas no município e no entorno dos e Estatística, 2013. Disponível em: http:// rios e córregos são os principais espaços que www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/ necessitam de atenção por parte dos gestores censo2010/default.shtm. Acesso em: 20 de municipais na perspectiva de evitar o aumento março de 2016. de áreas que apresentam confl ito de uso da terra. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografi a e AGRADECIMENTOS Estatística. Manual técnico de pedologia. 2 ed. Rio de Janeiro: IBGE/Diretoria de Geociências, A Coordenadoria de Aperfeiçoamento 2007. 316p. de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão de bolsa de mestrado do primeiro BRITO, R. A. F. Projeto de SIG. Pós-graduação autor. em Geoprocessamento para Gestão Urbana Ao projeto de pesquisa “Modelagem de e Cadastramento Rural. Apostila. Lins-SP: indicadores ambientais para a defi nição de áreas Unilins, 2010. 30p. prioritárias e estratégicas à recuperação de áreas CÂMARA, G.; SOUZA, R. C. M.; FREITAS, degradadas da região sudoeste de Mato Grosso/ U. M.; GARRIDO, J. SPRING: Integrating MT”, vinculado à sub-rede de estudos sociais, remote sensing and GIS by object-oriented data ambientais e de tecnologias para o sistema modeling. Computers & Graphics, v. 20, n. 3,

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