Câmara Municipal PROC. N. 6363/05 de Porto P.L.L. N. 295/05 Alegre

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

O presente Projeto de Lei tem o objetivo de instituir monumento em home- nagem a Cantora . A paixão de gaúchos e brasileiros por essa porto- alegrense já seria, por si só, motivo suficiente para a referida homenagem. Há, en- tretanto, no vasto currículo que a cantora dedicou à cultura e à música popular bra- sileira razões de sobra para dedicar-lhe esta reverência. Nascida no bairro IAPI, em 17 de março de 1945, Elis Regina encantou multidões com sua técnica vocal, sua sensibilidade musical e sua personalidade marcante. Desde os 11 anos, apresentava-se em programas da Rádio Farroupilha, tendo, inclusive, participado do elenco fixo da emissora. O primeiro compacto foi gravado em 1960, já no Rio de Janeiro. O sucesso nacional chega em 1965, quando vence o I Festival de Música Popular Brasileira, da TV Excelsior, interpretando a música “Arrastão”, de e Vinícius de Moraes. Ao lado de , apresentou um dos programas musicais mais importantes da época, O Fino da Bos- sa, exibido pela TV Record, a partir de 1965. Sua carreira internacional decola a partir de 1969, ano em que faz shows em várias cidades européias e latino- americanas. Em 1979, participa do Festival de Jazz, de Montreux, na Suíça. Can- ções como “O Bêbado e o Equilibrista”, “Dois pra lá, dois pra cá”, e “Upa, Negui- nho” são alguns dos clássicos que entraram para a história da MPB, graças à me- morável interpretação de Elis. Elis Regina é, até hoje, passados 13 anos de sua morte, a maior referência feminina na música popular brasileira e símbolo de perfeccionismo artístico na ta- refa de interpretar canções. Sua voz mostrou ao público a beleza de letras de can- ções tanto de consagrados compositores, como também as de quem, a partir das in- tervenções musicais da “Pimentinha”, ganhou espaço no cenário cultural brasileiro. Este é o caso, por exemplo, de artistas como , João Bosco, Aldir Blanc, Zé Rodrix, Belchior e Renato Teixeira, entre outros. Algumas frases da intérprete demonstram seu perfil e a forma como enca- rava o papel de sua arte: “Cantar, para mim, é um sacerdócio. O resto é o resto”; “De excelentes cantoras, o Brasil e o mundo andam cheios. A mim, não interessa ser uma boa cantora a mais. Quero usar o dom que a mãe natureza me deu para diminuir com ele a angústia de alguém”. A importância de Elis Regina como expressão cultural e política merece, sem sombra de dúvida, um referencial que esteja presente não apenas na memória do cidadão porto-alegrense, mas disponível ao olhar de quem percorre a cidade. Este é o propósito do Escultor Joás Pereira dos Passos, conhecido por trilhar cami- nho diversificado nas artes plásticas e pelo temperamento irrequieto. Com invulgar pertinácia e determinação, percorre árduos caminhos entre pintura, escultura e de- senho, incorporando a sua respeitável trajetória acervo e currículo de premiações.

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O talentoso artista está imortalizado na Cadeira de grau n° 18, patronímica de Décio Vilares, da Academia Brasileira de Belas Artes, revelando-se como pes- quisador de novos rumos e aprimoramentos, com percursos de profunda maturida- de e demonstrando uma lucidez estética verdadeiramente incomum. A idéia do ar- tista, em relação ao monumento em homenagem a Elis Regina, é estimular a intera- tividade do público com a imagem da cantora, de forma a perpetuar o respeito e a admiração dos porto-alegrenses pela artista. Na obra em questão, o propósito é o de homenagear os vultos recentes de nossa história, os ícones de uma geração viva. A expressão do Escultor Joás Perei- ra dos Passos, apresentando seu personagem em tamanho real, em gestuais cotidia- nos, criam uma relação de proximidade entre a obra e a cidade, entre a escultura e os cidadãos. Particularmente instigante, a obra do escultor proporciona uma rápida interação com o espectador, orientação que coincide com um debate moderno sobre os conceitos estéticos e éticos das produções de esculturas de ruas. Monumentos caracterizados pelo realismo têm cumprido papéis humanizadores das paisagens urbanas de importantes cidades, como as estátuas interativas do cientista Albert Einstein, em Washington, do Escritor Fernando Pessoa, no Bairro Alto, em Lisboa, do Compositor Vinícius de Moraes, na Bahia, e de , no Rio de Janeiro. Porto Alegre merece reverenciar seus ícones. A Câmara Municipal de Porto Alegre deve ser palco para este debate, contribuindo assim para a preservação da memória cultural. A obra será doada pela iniciativa privada, através de recursos de captação com base na Lei de Incentivo à Cultura (LIC). Sua inauguração está prevista para ocorrer nas próximas comemorações relativas ao aniversário da cidade, durante a Semana de Porto Alegre, em março de 2006. A partir da apresentação destes argumentos, solicitamos o apoio dos nobres Vereadores a este Projeto de Lei.

Sala das Sessões, 26 de outubro de 2005.

VEREADORA CLÊNIA MARANHÃO

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PROJETO DE LEI

Institui monumento em homenagem a Cantora Elis Regina.

Art. 1º Fica instituído monumento em homenagem a Cantora Elis Regina. Parágrafo único. O monumento constará de uma escultura de Elis Regina, em atitude coloquial, como se estivesse cantando, integrada a um fundo feito em concreto, com o nome da cantora em alto relevo.

Art. 2° O monumento será erigido em espaço a ser determinado pelo Executivo Municipal.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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