Pedidas Duas Entradas Nos Vistos Chineses
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Wong Cheng Pou leva Convidados do Rota das Letras à Bienal de Veneza “sonhos” desafiam estudantes de uma “Macau diferente” a cultivar gosto pela leitura Pág. 7 Pág. 9 e Centrais • • • HOJE 160C/190C Fonte SMG Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5197 • Quarta-feira, 08 de Março de 2017 10 PATACAS FOTO JTM NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER Igualdade de género vinga nos transportes Págs. 2 a 4 China garante que dívida Pedidas duas entradas está “sob controlo” A dívida dos Governos central e local da China alcançou os 38,7% do Pro- duto Interno Bruto do país mas está nos vistos chineses “sob controlo”, disse ontem o minis- tro chinês das Finanças, Xiao Jie. No Na qualidade de representante da RAEM na Assembleia âmbito, delegados de Macau na Conferência Consulti- total, a dívida do Estado chinês so- mava 27,33 biliões de yuan, no final Nacional Popular, Kou Hoi In, deputado e presidente va Política do Povo Chinês sublinharam a importância do ano passado, disse Xiao em confe- da Associação Comercial, sugeriu ao Governo Central da China criar manuais para as escolas primárias que rência de imprensa. “Os riscos da dí- que permita que os cidadãos do Continente visitem o transmitam conhecimentos sobre os costumes de outros vida da Administração chinesa estão, território duas vezes, ao invés de uma, em cada ciclo de países, para fomentar o “turismo civilizado no geral, sob controlo”, assegurou o três meses, tal como acontece em Hong Kong. Noutro Pág. 5 ministro, recordando que a previsão de crescimento económico do país para este ano, de 6,5%, suporta essa política de expansão moderada. Xiao Chan Meng Kam defende “Micareme” volta a animar Casinos iniciam Março sublinhou ainda que “o nível de dívi- incentivos para voos D. José da Costa Nunes com subida de 18% da do Governo chinês é relativamente baixo, face a outros países, o que dei- com escalas na RAEM no dia 1 de Abril nas receitas brutas xa uma margem suficiente para pos- Pág. 5 Pág. 8 Última síveis ajustes” na política económica. 02 JTM | LOCAL Quarta-feira, 08 de Março de 2017 • • • NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER Mulheres afirmam-se nos transportes públicos No Dia Internacional da Mulher, o Jornal TRIBUNA DE MACAU falou com FOTOS JTM O ambiente mudou a primeira mulher totalmente e hoje motorista de autocarros é mais fácil entrar públicos em Macau, no sector que recordou o facto [dos transportes de ter sido rejeitada na públicos]. Para além sua primeira entrevista disso, antigamente por discriminação de género. No entanto, a não havia formação, sua aposta profissional davam-nos as acabou por vingar e chaves do hoje, além de condutora, autocarro também exerce funções e treinávamos de instrutora na sozinhos empresa. Tanto Leong Iat Fun como chefes de paragem e a presidente Leong Iat Fun da associação que representa as taxistas de Macau sublinham que o Há mais mulheres sector dos transportes de condutoras, passageiros é composto cada vez mais pelo sexo porque é uma feminino devido aos profissão com horários acessíveis e bons alguma qualificação ordenados e possibilidades de carreira e isso Liane Ferreira e Viviana Chan tem poder de atracção. Para além disso, o ordenado oi entre os sons dos motores e o vaivém de é mais alto do que passageiros que o Jor- nos casinos Fnal TRIBUNA DE MACAU encontrou três mulheres, “rainhas” num sector tradi- cionalmente dominado por Cheang homens: os transportes de pesados de passageiros. Uma delas foi mesmo a primeira queria ser pioneira. Antes dis- que ia acontecer”, recordou, família também apoia a sua transportadora aparenta ser condutora de autocarros pú- so, conduzia camiões por in- confessando que se sentiu dis- escolha profissional. imparcial. “É mais ou menos blicos em Macau e as outras fluência do meu pai, também criminada. “O ambiente mudou total- igual, nenhum condutor pode são actualmente chefes de motorista. Aos 18 anos, tirei a “Mal vi o anúncio de re- mente e hoje é mais fácil en- ter queixas, nem acidentes se paragem da Praça de Ferreira carta de condução e mais tar- crutamento, candidatei-me e trar no sector [dos transportes quiser subir na carreira. To- do Amaral. de em 1999 inscrevi-me para lá não dizia que apenas acei- públicos]. Para além disso, dos somos avaliados pelos Por detrás do Centro de tirar a carta de pesados de tavam homens. Mas, quando antigamente não havia for- mesmos critérios”, salientou Serviços da RAEM na Areia passageiros, o que aconteceu apareci não aceitaram”, la- mação, davam-nos as chaves a condutora. Preta, na paragem terminal em 2000, e mal tive a carta co- mentou, acrescentando que do autocarro e treinávamos Os desafios que encontra do MT3, em direcção à Tai- mecei logo a trabalhar”, con- já na China Continental, de sozinhos. Agora há instruto- no seu trabalho são, na rea- pa, encontrámos, entre três tou. onde é originária, não tinha res que acompanham os con- lidade, ligados à situação da trabalhadoras da Sociedade Mas nem tudo foram ro- conseguido trabalhar na pro- dutores em treino e corrigem rede viária. “É uma compli- de Transportes Colectivos sas e o início de carreira foi fissão porque existe uma re- os erros”, disse Leong Iat Fun, cação nas estradas com tan- de Macau (TCM), Leong Iat marcado por um “espinho”. gra “não oficial” que “estabe- ao salientar que o ambiente tos carros e pessoas nas ruas Fun, condutora há 17 anos na “Na altura, havia duas com- lece” que as mulheres não são de trabalho é melhor, as via- estreitas, por isso, também transportadora e actualmente panhias de autocarros. Estava condutoras nem de camiões, turas são mais modernas e há fico contente pelo facto da também instrutora. à procura de trabalho e fui a nem de autocarros. mais apoio. empresa me confiar um au- Aos 53 anos de idade e uma entrevista à outra com- Porém, tudo acabou por Em relação aos colegas tocarro de 12 metros!”, disse com um autocarro de 12 me- panhia, mas fui rejeitada de correr bem e foi contratada de trabalho, maioritariamen- orgulhosa. tros de comprimento à sua uma forma muito desrespei- pela TCM. “As pessoas gos- te homens, destaca que res- Questionada sobre o acrés- responsabilidade, recorda tosa. Na entrevista disseram- tam mais de mim, dizem que peitam e até apoiam mais as cimo do número de mulhe- sorridente como se tornou -me que em 50 anos nunca sou a chefe do MT3”, revelou mulheres, podendo dizer-se res motoristas de autocarro, motorista. “Quando entrei no tinha havido uma mulher a ao Jornal TRIBUNA DE MA- que existe uma discrimina- considera que tal deve-se aos sector não havia condutoras e conduzir e não ia ser agora CAU, acrescentando que a ção positiva. Já a empresa horários flexíveis. “Podem JORNAL TRIBUNA DE MACAU Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Editora: Liane Ferreira • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Rima Cui e Viviana Chan • Correspondentes: Ricardo Jorge (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Costa Santos Sr., Fátima Almeida, Helder Fernando, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Fotógrafo : Alex Sampaio • Secretária de Redacção : Carmen Sou • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] • Fax: 28389886) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua • Exclusivos: Finantial Times, Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. 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Nip Sio Kam começa a trabalhar cedo, pelas 6 horas da manhã e deste modo pode sair às 15 horas, o que lhe permite cuidar da família. Na trabalhar quatro horas de ma- não sabe nada, porque é que Segundo observa, há mais flores, criando o ambiente de sua opinião, esta é uma carac- nhã e outras quatro à tarde se está aqui sentada’?”, contou mulheres no sector como con- uma casa em miniatura, num terística que atrai outras mu- tiverem família e pedir horas Cheang, encostada à porta da dutoras de autocarro, devi- local de passagem para eleva- lheres para a profissão. “Mui- extras, desde que não ultra- cabine da empresa. do ao salário. “Há mais mu- do número de cidadãos. Nip tas mulheres não gostam de passem o limite de 12 horas”, Na sua opinião, não há lheres condutoras, porque é Sio Kam, de 53 anos, traba- trabalhar nos casinos e por explicou, revelando que acor- diferença de tratamento pelo uma profissão com alguma lha nesta paragem há quatro turnos, preferem ter horários da às cinco da manhã para ir facto de ser mulher, depen- qualificação e possibilidades com uma função muito clara: fixos aqui e não precisam de à zona do Pac On buscar o au- dendo mesmo da personali- de carreira e isso tem poder “mandar nos condutores”.