PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMITINHO

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO E DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Março de 2014.

EQUIPE DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

LEANDRO BONAFÉ ENGENHEIRO CIVIL

VALDECIR AUGUSTINI DIRETOR DA SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA

VALÉRIA MARIA ZANATTA SENGER ESCRITÓRIO MUNICIPAL DA EMATER

DIANA POLITA CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE

FABRÍCIO ALBARELLO PROCURADOR DO MUNICÍPIO

EDISON LUIS RECH DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

EQUIPE TÉCNICA DE ELABORAÇÃO INSTITUTO AMBIENTAL – IPOA

DIREÇÃO

ALAN SCHNEIDER GELAIN PRESIDENTE DO IPOA

TÉCNICOS

ANDREIA CRISTINA TRENTIN ENGENHEIRA AMBIENTAL – CREA/RS

BRUNO CASSIANO GELAIN ENGENHEIRO AMBIENTAL - CREA/RS 192631- ART

RAQUEL FINKLER BIÓLOGA - CRBIO/RS 028390-03 – ART

ESTAGIÁRIOS

VALESCA COSTANTIN ACAD. ENGENHARIA QUÍMICA - UCS

KEILA NUNES VARELA ACAD. BIOMEDICINA – FSG

MATEUS VALENTE MACHADO ACAD. BIOMEDICINA – FSG

ANA PAULA VARGAS BRAGAGNOLLO ACAD. BIOMEDICINA – FSG

SUMÁRIO

SUMÁRIO ...... 4

APRESENTAÇÃO ...... 10

CAPÍTULO 1 - METODOLOGIA...... 13

CAPÍTULO 2 - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ...... 16 2.1 Aspectos Gerais ...... 16 2.1.1 Histórico ...... 16 2.1.2 Localização ...... 17 2.1.3 Acessos ...... 18 2.1.4 Estrutura Administrativa ...... 19 2.2 Fatores Abióticos ...... 21 2.2.1 Clima ...... 21 2.2.2 Geologia ...... 23 2.2.3 Geomorfologia ...... 24 2.2.4 Hidrografia ...... 26 2.3 Fatores bióticos ...... 28 2.3.1 Vegetação ...... 28 2.3.2 Fauna...... 29 2.4 Informações Populacionais ...... 29 2.5 Infraestrutura disponível ...... 31 2.5.1 Habitação ...... 31 2.5.2 Pavimentação...... 32 2.5.3 Energia elétrica ...... 32 2.5.3 Saúde ...... 33 2.6 Características urbanas ...... 33 2.7 Condições sanitárias ...... 38 2.8 Aspectos Econômicos ...... 40 2.9 Indicadores de saúde ambiental ...... 40 2.9.1 Estratégias de Saúde da Família ...... 41 CAPÍTULO 3 - SITUAÇÃO INSTITUCIONAL ...... 43 3.1 Legislação Federal e Estadual ...... 43 3.2 Legislação Municipal ...... 45 3.2.1 Plano Diretor ...... 46

3.3 Iniciativas de Educação Ambiental ...... 46 3.4 Identificação dos Prestadores de Serviços ...... 47

CAPÍTULO 4 – ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL ...... 48 4.1 Avaliação da situação atual dos sistemas abastecimento de água ...... 48 4.2 Abastecimento de água na zona urbana ...... 48 4.2.1 Indicadores do sistema de abastecimento de água ...... 57 4.2.2 Qualidade da água de abastecimento ...... 64 4.3 Caracterização da empresa responsável pelo abastecimento urbano ...... 66 4.3.1 Setor administrativo ...... 68 4.4 Abastecimento de água na zona rural ...... 69 4.4.1 Solução Alternativa Coletiva (SAC)...... 69 4.4.2 Solução Alternativa Individual (SAI) ...... 71 4.5 Balanço entre disponibilidade de água e demandas de abastecimento ...... 73 4.5.1 Abastecimento Humano ...... 73 4.6 Análise crítica do cenário de abastecimento de água do Município ...... 76

CAPÍTULO 5 – ESGOTAMENTO SANITÁRIO...... 78 5.1 Análise dos documentos técnicos e diretrizes legais existentes ...... 78 5.2 Avaliação da situação atual dos sistemas de esgotamento sanitário ...... 78 5.3 Visão geral do sistema ...... 80 5.3.1 Concepção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Palmitinho ...... 80 5.4 Avaliação das condições dos corpos receptores ...... 82 5.5 Análise integrada ...... 82

CAPÍTULO 6 – DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS ...... 83 6.1 Análise técnica de documentação legal existente ...... 83 6.2 Identificação de estruturas ...... 83 6.3 Regiões suscetíveis à ocorrência de alagamentos ou inundações ...... 87 6.4 Estrutura de manutenção e operação da drenagem urbana ...... 88 6.5 Análise integrada ...... 88

CAPÍTULO 7 – SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .... 90 7.1 Aspectos gerais sobre serviços de limpeza urbana e resíduos sólidos ...... 90 7.2 Descrição do serviço atual considerando as categorias de resíduos ...... 91 7.2.1 Resíduos Sólidos Domésticos - Coleta Convencional ...... 91 7.2.2 Resíduos Recicláveis - Coleta Seletiva ...... 97 7.2.3 Resíduos de Construção Civil ...... 98

7.2.4 Resíduos Industriais ...... 98 7.2.5 Resíduos de Serviços de Saúde ...... 100 7.2.6 Resíduos de Limpeza Urbana ...... 103 7.2.7 Resíduos Agrosilvopastoris ...... 103 7.2.8 Resíduos com Logística Reversa Obrigatória ...... 105 7.2.9 Resíduos Volumosos ...... 107 7.2.10 Resíduos de Transporte ...... 108 7.2.11 Resíduos de Serviços Públicos de Saneamento ...... 108 7.2.12 Resíduos da mineração ...... 109 7.3 Catadores ...... 109 7.4 Passivos ambientais ...... 110 7.5 Análise das carências dos serviços de limpeza e manejo de resíduos sólidos ...... 110 CAPÍTULO 8 – SITUAÇÃO ECONÔMICA-FINANCEIRA DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO ...... 112 8.1 Aspectos financeiros relacionados ao abastecimento de água potável e ao esgotamento sanitário ...... 112 8.2 Aspectos financeiros relacionados aos serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos ...... 112

CAPÍTULO 9 – PROJEÇÃO POPULACIONAL E ESTIMATIVAS ...... 115 9.1 Projeção populacional ...... 115 9.2 Estimativas relacionadas ao abastecimento de água potável ...... 117 9.3 Estimativas relacionadas ao esgotamento sanitário ...... 120 9.4 Estimativas de geração de resíduos sólidos ...... 121 9.4.1 Estimativa de geração de resíduos domiciliares e comerciais ...... 122 9.4.2 Materiais Recicláveis ...... 125 9.4.3 Resíduos de Construção Civil ...... 125 9.4.4 Resíduos com Logística Reversa Obrigatória ...... 126 9.4.5 Resíduos Volumosos ...... 126 9.4.6 Resíduos de Serviço de Saúde ...... 127 CAPÍTULO 10 – ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL ...... 128 10.1 Diretrizes, estratégias e metas do Plano Nacional de Saneamento Básico para o abastecimento de água potável ...... 128 10.2 Indicação de metas para o eixo abastecimento de água potável ...... 128 10.2.1 Emergenciais ...... 129 10.2.2 Curto Prazo ...... 130 10.2.3 Médio Prazo ...... 133 10.2.4 Longo Prazo ...... 134 10.3 Responsabilidades pela implementação das ações ...... 136

10.4 Plano de contingência para situações de emergência ...... 138 10.5 Investimentos necessários para o atendimento das metas ...... 140

CAPÍTULO 11 – ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...... 142 11.1 Diretrizes, estratégias e metas do Plano Nacional de Saneamento Básico para o esgotamento sanitário ...... 142 11.2 Indicação de metas e objetivos para o eixo esgotamento sanitário ...... 143 11.2.1 Emergenciais ...... 143 11.2.2 Curto Prazo ...... 144 11.2.3 Médio Prazo ...... 146 11.2.4 Longo Prazo ...... 147 11.3 Responsabilidades pela implementação das ações ...... 147 11.4 Plano de contingência para situações de emergência ...... 149 11.5 Investimentos necessários para o atendimento das metas ...... 151

CAPÍTULO 12 – DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS ...... 153 12.1 Diretrizes, estratégias e metas do Plano Nacional de Saneamento Básico para a drenagem e manejo de águas pluviais urbanas ...... 153 12.2 Indicação de metas e objetivos para o eixo de drenagem e manejo de águas pluviais ...... 154 12.3 Responsabilidades pela implementação das ações ...... 157 12.4 Plano de contingência para situações de emergência ...... 160 12.5 Investimentos necessários para o atendimento das metas ...... 162

CAPÍTULO 13 – SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 164 13.1 Proposições técnicas de manejo de resíduos sólidos ...... 164 13.1.1 Diretrizes e estratégias do Plano Nacional de Resíduos Sólidos ...... 164 13.1.2 Resíduos Sólidos Domésticos e Comerciais ...... 165 13.1.3 Materiais Recicláveis ...... 165 13.1.4 Resíduos de Limpeza Urbana ...... 165 13.1.5 Resíduos de Construção Civil ...... 166 13.1.6 Resíduos de Serviços de Saúde ...... 166 13.1.7 Resíduos com Logística Reversa Obrigatória ...... 166 13.1.8 Resíduos Agrossilvopastoris ...... 167 13.1.9 Resíduos Volumosos ...... 167 13.1.10 Resíduos Industriais ...... 167 13.1.11 Resíduos de serviços públicos de saneamento básico ...... 167 13.1.12 Passivo ambiental ...... 167 13.2 Identificação de geradores sujeitos a elaboração de planos de gerenciamento ...... 168 13.3 Responsabilidades e competências pela implementação do PMGRS ...... 169

13.4 Coleta Seletiva ...... 173 13.5 Definição de áreas de disposição final de resíduos sólidos ...... 174 13.6 Ações relativas aos resíduos com logística reversa obrigatória...... 178 13.7 Impactos Financeiros ...... 180 13.8 Iniciativas de educação ambiental e comunicação ...... 180 13.9 Ações corretivas para situações de emergência ...... 181 13.10 Ações de mitigação das emissões dos gases de efeito estufa ...... 182 13.11 Ajuste na legislação ...... 183 13.12 Investimentos necessários para o atendimento das metas ...... 184 CAPÍTULO 14 – DIRETRIZES, PROGRAMAS, AÇÕES E AVALIAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO ...... 186 14.1 Indicação de Diretrizes para o Sistema Municipal de Saneamento Básico ...... 188 14.2 Acompanhamento, monitoramento, avaliação e revisão do Plano ...... 190 14.3 Indicadores ...... 191 14.4 Monitoramento e verificação dos resultados ...... 194

CAPÍTULO 15 – FONTES DE FINANCIAMENTO ...... 195 15.1 Indicação de fontes de financiamento ...... 196 15.1.1 Programas com repasse do orçamento geral da União ...... 196 15.1.2 Financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES ...... 198 15.1.3 Financiamento junto à Caixa Econômica Federal ...... 201 15.1.4 Financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento ...... 202 15.1.5 Fundação Nacional de Saúde ...... 203 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 204

ANEXO 1 ...... 211

ANEXO 2 ...... 212

ANEXO 3 ...... 211

ANEXO 4 ...... 214

ANEXO 5 ...... 227

ANEXO 6 ...... 229

ANEXO 7 ...... 231

ANEXO 8 ...... 274

ANEXO 9 ...... 279

ANEXO 10 ...... 285

ANEXO 11 ...... 286

APRESENTAÇÃO

A elaboração de um Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB tem a função de organizar o setor de saneamento no Município e é condição indispensável que permite a criação de mecanismos de gestão pública para aprimoramento da infraestrutura e das operações relacionadas aos diferentes eixos do saneamento básico. De acordo com a Lei n˚ 11.445 (BRASIL, 2007), o saneamento básico é o conjunto de serviços infraestrutura e instalações operacionais relacionados à: a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestrutura e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades infraestrutura e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.

O PMSB é um documento de planejamento urbano onde deve conter a descrição detalhada da situação atual do saneamento (Diagnóstico), sendo que

estas informações são essenciais para a definição de objetivos, metas e estratégias para a universalidade e equidade dos serviços. Ainda, consta neste documento o Prognóstico do Município, que são as ações e metas para alcançar ao longo do período de vigência do Plano. Segundo o Ministério das Cidades (2011), a necessidade de se discutir o saneamento como objeto de planejamento, seus conceitos, a forma como é entendido e como foi apropriado pelos diversos segmentos da sociedade irão influenciar a definição dos pressupostos sob os quais o planejamento irá se sustentar. O Ministério continua afirmando que o planejamento não envolve procedimentos meramente técnicos, neutros, mas implica no debate de ideias das diversas formas de reconhecer a realidade e interpretá-la para projetá-la. Segundo a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA (2007), as seguintes diretrizes deverão nortear o processo: a) integração de diferentes componentes da área de saneamento básico e outras que se fizerem pertinentes em relação à saúde, ao ambiente e ao desenvolvimento urbano; b) promoção do protagonismo social a partir da criação de canais de acesso à informação e à participação que possibilite a conscientização e a autogestão da população; c) promoção de saúde pública; d) promoção da educação ambiental em saúde e saneamento que vise à construção da consciência individual e coletiva e de uma relação mais harmônica entre o homem e o ambiente; e) orientação pela bacia hidrográfica; f) sustentabilidade; g) proteção ambiental; h) inovação e utilização de tecnologias adequadas; i) transparência das ações e informações para a sociedade.

Considerando essas diretrizes, tem-se como resultado um planejamento e uma gestão adequada dos serviços de saneamento, que resultariam na valorização, proteção e equilíbrio dos recursos naturais e da saúde individual e

coletiva. Também, o planejamento dos serviços de saneamento é fundamental para a obtenção de financiamentos para a concretização dos programas e das ações indicados na etapa de prognóstico. Ressalta-se que no eixo resíduos sólidos, para sua elaboração, considerou-se as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei n˚ 12.305 (BRASIL, 2010). Além disso, no documento levou-se em consideração o disposto no artigo 9, da Lei n˚ 12.305 (BRASIL, 2010), que define a ordem de prioridade na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos, sendo estes: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Na Lei Orgânica do município de Palmitinho (2000) está descrito que o planejamento e execução da política de saneamento básico são atribuições do Município.

Por fim, de acordo com a Política Nacional de Saneamento Básico (BRASIL, 2007), em seu artigo 19, parágrafo V, inciso 4, os planos de saneamento deverão ser revistos em prazo não superior a 4 anos, anteriormente à elaboração do Plano Plurianual.

CAPÍTULO 1 - METODOLOGIA

A metodologia do Diagnóstico utilizada garante a participação social, atendendo ao princípio fundamental do controle social previsto na Lei nº 11.445 (BRASIL, 2007), sendo assegurada ampla divulgação do plano de saneamento básico e dos estudos que a fundamente inclusive com a realização de audiências e/ou consultas públicas. Entre os mecanismos de mobilização social está a realização de reuniões com os integrantes do Conselho Municipal de Meio Ambiente e do Comitê Coordenador de Elaboração do PMSB. Na Portaria n˚ 015 (PALMITINHO, 2014) consta a nomeação dos Comitês de Coordenação e Executivo do PMSB do Município, que é apresentada no Anexo 1. Importante salientar que a Equipe Técnica Municipal é a principal instância executiva, sendo de sua competência a operacionalização das atividades que integram o processo de elaboração do PMSB. Ela também tem a função de articular os atores locais e de multiplicar os conhecimentos necessários à elaboração e à implementação do PMSB com os integrantes do Comitê Local e das outras instâncias do poder público e da sociedade civil existentes no Município. Para levantamento das informações da etapa de Diagnóstico realizou-se visitas técnicas, conforme atas apresentadas no Anexo 2. Nestas ocasiões, aplicou-se roteiro de entrevista para obtenção de informações referentes à legislação municipal, abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos, drenagem urbana, saúde pública e informações financeiras. Além disso, pesquisaram-se informações nos sites do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação de Economia e Estatística, Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Agência Nacional de Águas (ANA), Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

Para a elaboração do Prognóstico, o Diagnóstico foi avaliado pelos membros da equipe técnica responsável pelo acompanhamento e formulação do PMSB, da Administração Municipal e comunidade. Para a indicação das ações/estratégias que constam no PMSB de Palmitinho considerou-se a avaliação feita nas reuniões de apresentação e aprovação do Plano, as carências nos quatro eixos temáticos abordados, Política de Saneamento Básico, o Plano Nacional de Saneamento Básico, Política Nacional de Resíduos Sólidos e do Plano Nacional de Resíduos Sólidos – versão preliminar. A metodologia para elaboração da etapa de Prognóstico foi: a) levantamento de informações em bases de dados; b) informações em documentos oficiais e análise técnica da equipe municipal envolvida no processo de elaboração do Plano.

Para concluir o processo, realizou-se a Audiência Pública no dia 05 de fevereiro de 2014 às 18:30 h na Câmara de Vereadores de Palmitinho, a Ata da Audiência Pública encontra-se no Anexo 3. De acordo com a Lei n˚ 11.445 (BRASIL, 2007), em seu artigo 19, parágrafo V, inciso 5, assegura a ampla divulgação das propostas e dos estudos de planos de saneamento, inclusive com a realização de audiências ou consultas públicas. No Anexo 4 pode-se visualizar a apresentação realizada pela equipe técnica do IPOA na Audiência Pública de aprovação do PMSB.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO E GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM SANEAMENTO BÁSICO

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CAPÍTULO 2 - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

2.1 Aspectos Gerais

2.1.1 Histórico Inicialmente habitadas por populações indígenas, as terras que hoje formam o município de Palmitinho começaram a ser colonizadas por famílias italianas, alemãs e portuguesas em 1925 (IBGE, 2013). Conforme mesmo autor, primeiramente o local foi definido como Palmitos, depois sua nomenclatura alterada para Palmitinho. Não existe uma definição clara do motivo que levou ao uso do nome inicial de Palmitos, porém segundo os pioneiros desta região, foram plantadas seis destas palmeiras em frente ao primeiro oratório da sede do Município, daí o nome do lugar num diminutivo afetivo: Palmitinho. O Distrito foi criado em 1948, com a denominação de Palmitinho, das disposições transitórias da Lei Orgânica, subordinado ao município de Palmeiras das Missões (IBGE, 2013). Ainda conforme IBGE (2013), em divisão territorial datada de 1950, o distrito de Palmitinho, figura no município de Palmeiras das Missões. Pela Lei Estadual n.º 2.523 de 1954, transfere o distrito de Palmitinho do município de Palmeira das Missões para constituir o novo município de . Deve-se a fundação de Palmitinho as três raças que se irmanaram para o desbravamento deste lugar: a italiana (predominante na sede do município), a qual proveio de Guaporé; a alemã (que atualmente ocupa o município de ) e a luso brasileira. Vinda das regiões de e Triunfo.

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2.1.2 Localização Palmitinho situa-se, de acordo com a Figura 1, no noroeste do Estado do . O Município está localizado nas coordenadas SIRGAS 2000, Latitude: -27,354786112 e Longitude: -53,5585333333, encontrando-se a 380 m do nível do mar. O Município encontra-se localizado na Microrregião de Frederico Westphalen, limitando-se ao Norte pelo município de Pinheirinho do Vale, ao Sul com os municípios de , Taquaruçu do Sul e Vista Alegre, a Leste por Vista Alegre e Caiçara, a Oeste pelos municípios de e Vista Gaúcha.

Figura 1: Localização do município de Palmitinho.

Fonte: elaborado pelos autores.

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Segundo o Censo de 2010 (IBGE, 2013), o Município possui uma área de 144,045 km², sendo constituído da Sede Urbana e um Distrito, apresentados no Quadro 1. Na Figura 2 é apresentada a vista aérea da sede do Município.

Quadro 1: Distritos que compõem o Município. Coordenadas Geográficas Distrito Descrição SIRGAS2000 Latitude Longitude 1˚ Sede -27,354786112 -53,5585333333 2° Distrito Industrial -27,363761112 -53,5414 Fonte: elaborado pelos autores.

Figura 2: Vista aérea do município de Palmitinho.

Fonte: Google Earth (2013).

2.1.3 Acessos O principal acesso ao município de Palmitinho é realizado pela RS 472, que corta o Município, interligando-o a porção Leste do Estado (Frederico Westphalen, Vista Alegre, entre outros), bem como a porção Oeste (Três

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Passos, Vista Gaúcha, Tenente Portela, entre outros). Na Figura 3 constam os principais acessos rodoviários ao município de Palmitinho.

Figura 3: Principais acessos do município de Palmitinho.

Fonte: elaborado pelos autores.

No Anexo 5, encontra-se a localização do Município em relação aos principais municípios da Região. Já no Anexo 6, encontra-se a localização do Município em relação à Capital.

2.1.4 Estrutura Administrativa A Figura 4 apresenta o organograma da estrutura administrativa do município de Palmitinho.

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Figura 4: Organograma administrativo de Palmitinho.

Fonte: elaborado pelos autores.

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2.2 Fatores Abióticos

2.2.1 Clima O clima de Palmitinho é classificado, segundo o método de Köeppen, como Cfa (MORENO, 1961), o qual indica temperatura média do mês mais frio compreendida entre 3 °C e 18 °C e temperatura do mês mais quente superior a 22 °C. O Município localiza-se na zona climática Cfa-II2a, a qual representa a região morfoclimática da Planície do Vale do Uruguai e parte do Planalto basáltico inferior erodido, possuindo altitudes abaixo de 600 m, com temperatura média anual superior a 18 °C. Na Figura 5 constam as regiões morfoclimáticas do Rio Grande do Sul.

Figura 5: Regiões morfoclimáticas da Região.

Fonte: elaborado pelos autores baseado em Moreno (1961).

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O Município não possui postos de observações climáticas ou postos climatológicos instalados dentro de seus limites territoriais. Assim para um maior detalhamento das características climáticas da região, utilizaram-se os dados do posto de observação mais próximo localizado no município de Iraí. Na Tabela 1 é apresentado o resumo da informação climática da estação no período de 1980 a 2010.

Tabela 1: Resumo das informações climáticas. Parâmetros Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Temp. máxima (°C) 32,2 31,85 31,08 27,89 23,84 22,11 21,85 24,06 25,42 27,81 30,28 31,81 Temp. mínima (°C) 19,87 19,71 18,67 15,49 12,13 10,84 9,75 10,98 12,93 15,92 16,85 19,10 Temp. média (°C) 26,03 25,78 24,87 21,69 17,98 16,47 15,8 17,52 19,17 21,86 23,56 25,45 Precip. total (mm) 156,9 181,5 123,9 145,2 151,7 141,4 141,2 122,5 156,5 222,0 154,7 158,4 Úmida. rel. ar (%) 71,1 72,4 73,4 76,2 80,4 82,3 78,9 74,8 72,1 71 68 67 Insolação (h/dia) 7,75 7,14 6,92 6,1 5,28 4,23 5,16 5,25 5,11 5,74 7,34 7,73 Fonte: elaborado pelos autores baseado em INMET (2013).

A distribuição das temperaturas médias ao longo do ano indica a ocorrência de estações do ano bem definidas, com invernos com temperatura mínima média inferior a 15°C e verões com temperatura máxima superior a 27 °C. Conforme Schutze et al. (2012), a insolação vem a ser o número de horas de brilho solar, deste modo, pode-se afirmar que Palmitinho apresenta uma insolação média de 6,145 h/dia. Os meses de maior insolação são os que representam o verão e os meses de menor insolação são os do inverno. Tendo o mês de maior insolação o de janeiro e o de menor insolação o de junho. Verifica-se que a precipitação se distribui de forma relativamente uniforme ao longo do ano sem que exista uma estação marcada, sendo o mês com maior valor médio de pluviosidade apresentado no mês de outubro, com índices superiores a 220 mm. Já o mês com menor índice de precipitação é o mês de agosto, com valor médio próximo de 122 mm.

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Segundo os dados da estação climatológica de Iraí, a umidade relativa do ar em geral apresenta-se superior a 67% durante o ano todo, com variações desde 67% (em dezembro) a 82,3% (em junho).

2.2.2 Geologia O município de Palmitinho está inserido na Formação Serra Geral, que é uma formação geológica constituída por rochas magmáticas relacionadas aos derrames e intrusivas de rochas basálticas (ZALAN et al., 1990). Segundo White (1908), esta unidade está constituída dominantemente por basaltos e basalto-andesitos de filiação toleiítica. Segundo o mapa litológico do Rio Grande do Sul (RAMGRAB et al., 2004) apresentado na Figura 6, o Município de Palmitinho encontra-se na formação Fácies de Paranapanema, que é caracterizada por derrames basálticos granulares finos, melanocráticos, contendo horizontes vesiculares espessos preenchidos por quartzo (ametista), zeolitas, carbonatos, seladonita, cobre nativo e barita, compreende a maior concentração das jazidas de ametista do estado.

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_

Figura 6: Geologia do município de Palmitinho.

Fonte: elaborado pelos autores baseado em RAMGRAB et al. (2004).

2.2.3 Geomorfologia O município de Palmitinho está inserido em dois compartimentos geomorfológicos, o Planalto dos Campos Gerais e o Planalto Dissecado Rio Iguaçu-Rio Uruguai. Conforme IBGE (2009), o Planalto dos Campos Gerais

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_ representa área levemente inclinada com caimento natural, possui um relevo relativamente plano e conservado, possuem áreas com colinas suaves de pequeno desnível entre topo e vale, com ocorrência de rupturas de declive e sulcos estruturais associados. A unidade Planalto Dissecado Rio Iguaçu-Rio Uruguai caracteriza-se pela presença de vales profundos e encostas em patamares, com a maior altitude, não superior a 1000 metros e a menor a 300 metros, caracterizando assim o relevo como um plano monoclinal (GEOCONCEIÇÃO, 2012). A geomorfologia do Estado e do município de Palmitinho encontra-se na Figura 7.

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Figura 7: Geomorfologia do município de Palmitinho.

Fonte: elaborado pelos autores baseado em IBGE (2009).

2.2.4 Hidrografia O município de Palmitinho, conforme Figura 8, localiza-se na região da grande Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai. A Região Hidrográfica do Uruguai abrange a porção norte, noroeste e oeste do território do Rio Grande do Sul, com uma área de aproximadamente 127.031,13 km², equivalente a 47,88% da área do Estado (CORSAN, 2008).

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_

O Município encontra-se inserido totalmente na Bacia da Várzea que conforme FEPAM (2013) situa-se no norte do Estado, abrangendo 55 municípios, com uma área de drenagem de 9.324 Km² e com uma população de 328.057 habitantes. Seus principais formadores são os rios da Várzea e Guarita.

Figura 8: Hidrografia do município de Palmitinho.

Fonte: elaborado pelos autores baseado em FEPAM (2013).

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2.3 Fatores bióticos

2.3.1 Vegetação O município de Palmitinho integra, com demais município, parcialmente a Região Fitoecológica da Floresta Estacional Decidual e de Floresta Ombrofila Mista, que ocupa a maior parte da vertente sul do planalto das Araucárias (Serra Geral), no Planalto Médio do Rio Grande do Sul, conforme observado na Figura 9.

Figura 9: Vegetação do município de Palmitinho.

Fonte: elaborado pelos autores, baseado em Ambiente Brasil (2013).

A Floresta Estacional Decidual, ou ainda, Floresta Tropical Caducifólia é caracterizada por duas estações climáticas bem demarcadas, uma chuvosa seguida de longo período biologicamente seco. Ocorre na forma de disjunções

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_ florestais, apresentando o estrato dominante macro ou mesofanerofítico predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhagem no período desfavorável (AMBIENTE BRASIL, 2013). Segundo Sonego et al. (2006), a Floresta Ombrófila Mista, é uma formação florestal resultante da interpenetração de floras de origem austral- andina e floras de origem tropical afro-brasileira, e é caracterizada pela presença de Araucaria angustifolia. A Araucaria angustifolia forma uma cobertura muito característica, por vezes contínua, mas sob a cobertura das copas das araucárias, encontram-se outras espécies de árvores, arbustos, ervas, epífitos e lianas, que variam em abundância e porte dependendo do local e do estádio de desenvolvimento da comunidade em questão (SONEGO et al., 2006).

2.3.2 Fauna O município de Palmitinho integra o estado do Rio Grande do Sul, que apresenta uma rica e diversificada fauna, com mais de 140 espécies de mamíferos registradas, aproximadamente 35% do total conhecido no Brasil. Além de 624 espécies de aves e 112 espécies de répteis. Entretanto, não há dados de fauna específicos disponíveis para o município de Palmitinho.

2.4 Informações Populacionais O município de Palmitinho tem uma população de 6.920 habitantes distribuídos da seguinte forma, segundo o Censo de 2010 (IBGE, 2013):  população urbana: 3.393 habitantes;

 população rural: 3.527 habitantes.

A maior parte da população se concentra na área rural do Município (49,03 %), sendo que na área urbana está instalada 50,97 % da população.

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Considerando a distribuição de sexo dos habitantes, tem-se em Palmitinho: 3.426 mulheres e 3.494 homens (IBGE, 2013). A densidade demográfica do Município é de 48,1 hab/km² (IBGE, 2013), caracterizando-se em uma área altamente povoada, com um índice superior ao encontrado para o Brasil, que é de 21 hab/km², e também superior ao do Estado, que é de 38,0 hab/km² (FEE, 2013). Na Figura 10 está representado o perfil socioeconômico do município de Palmitinho, com base no Censo de 2010 (IBGE, 2013). Neste, é possível observar a renda média dos domicílios do Município, tendo a maioria dos habitantes, a renda média de 01 (um) a 02 (dois) salários mínimos. O rendimento médio mensal real dos domicílios particulares permanentes no Brasil foi estimado em R$ 2.419,00 em 2011, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD de 2011 (IBGE, 2013). Em Palmitinho, 3.558 domicílios possuem a média de rendimento nacional, que representa aproximadamente 42 % dos domicílios municipais.

Figura 10: Perfil socioeconômico dos domicílios do município de Palmitinho.

Fonte: elaborado pelos autores baseado em IBGE (2013). 30

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O município de Palmitinho possui, conforme IBGE (2013), 28 escolas em seu território. Sendo, 16 escolas de ensino fundamental, 02 escolas de ensino médio e 10 pré-escolas. Segundo mesma fonte, o Município tem 1.250 alunos matriculados, sendo estes, matriculados em escola ou creche pública. Ainda, conforme mesma fonte pode-se afirmar que aproximadamente 18 % (1.279 habitantes) da população residente do Município nunca frequentaram creche ou escola. Por fim o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH – do Município, no ano de 2010, foi de 0,720, segundo o site do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2012). Sendo considerado um índice de desenvolvimento humano elevado pelo autor supracitado.

2.5 Infraestrutura disponível Segundo Zmitrowicz e Neto (1997), a infraestrutura urbana disponível pode ser conceituada como um: “sistema técnico de equipamentos e serviços necessários ao desenvolvimento das funções urbanas”. Os autores acima citados, ainda definem estas funções sob os seguintes aspectos:  Aspecto social: visa promover adequadas condições de moradia, trabalho, saúde, educação, lazer e segurança.

 Aspecto econômico: deve propiciar o desenvolvimento de atividades de produção e comercialização de bens e serviços.

 Aspecto institucional: deve oferecer os meios necessários ao desenvolvimento das atividades político-administrativas da própria cidade.

Assim, no município de Palmitinho, analisa-se, a infraestrutura relacionada à habitação, pavimentação e energia elétrica.

2.5.1 Habitação No Município estão instalados 2.290 domicílios, segundo o Censo Demográfico de 2010 (IBGE, 2013). Destes, 1.127 domicílios estão localizados 31

_ na área urbana do Município, enquanto que 1.163 domicílios encontram-se na área rural de Palmitinho (IBGE, 2013). A maioria dos domicílios abriga entre um e dois moradores, conforme segue:  Domicílios com até 01 morador: 842;

 Domicílios com entre 01 e 02 moradores: 1.280;

 Domicílios com entre 02 e 03 moradores: 128;

 Domicílios com mais de 03 moradores: 30.

Conforme informações da Prefeitura Municipal de Palmitinho (2013), no Município há uma favela. Esta configura como uma pequena área de ocupação irregular na localidade de Boa Vista.

2.5.2 Pavimentação O município de Palmitinho, conforme Prefeitura Municipal (PALMITINHO, 2013), possui um total de 60 % de suas vias urbanas pavimentadas. No interior, as estradas são de chão batido.

2.5.3 Energia elétrica Conforme Censo 2010 (IBGE, 2013), o município de Palmitinho possui 2.278 domicílios com ligações de energia elétrica, sendo:

 Domicílios abastecidos por companhia distribuidora – 2.275;

 Domicílios abastecidos por companhia distribuidora, com medidor – 2.237;

 Domicílios abastecidos por companhia distribuidora, com medidor, de uso exclusivo – 2.008;

 Domicílios abastecidos por companhia distribuidora, com medidor, de uso comum a mais de uma moradia – 229;

 Domicílios abastecidos por companhia distribuidora, sem medidor – 38; 32

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 Domicílios abastecidos por outra fonte – 3;

 Domicílios sem energia elétrica – 13.

2.5.3 Saúde A gestão dos serviços de saúde é feita pela Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social. O Município possui uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde também está instalada a Secretaria de Saúde. De acordo com o Plano Municipal de Saúde (2013), o Município conta com uma entidade hospitalar de natureza filantrópica que possui 64 leitos, sendo 48 destes destinados aos pacientes do SUS, com a seguinte distribuição: a) clínica médica: 21 leitos; b) ginecologia/obstetrícia: 08; c) cirurgia: 15; d) pediatria: 10 e e) psiquiatria: 10. O Município também conta com clínicas médicas que possuem serviços de ultrassonografia, endoscopia digestiva, colposcopia, além de tratamento de reabilitação na parte de fisioterapia e traumatologia (PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE, 2013). Na questão de exames laboratoriais, possui dois Laboratórios de análises clínicas que atende atenção básica e média complexidade, ambos credenciados ao SUS.

2.6 Características urbanas As características urbanas podem exercer influências na gestão e planejamento de um município. Assim, para garantir o pleno desenvolvimento das funções urbanas, a qual possa prover a qualidade ambiental, a segurança e a saúde da população, é determinado o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, sob n° 1.875 (PALMITINHO, 2006). Esta Lei tem como princípio, que o Município cumpra suas funções sociais, estabelecendo um modelo de desenvolvimento com qualidade ambiental.

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No Plano Diretor (PALMITINHO, 2006), é regulamentado o ordenamento físico-territorial do Município, o zoneamento de uso e ocupação, e ainda, estabelece o regime urbanístico da cidade de Palmitinho. Deste modo, na Tabela 2, são apresentadas as Zonas de Uso e Ocupação do Solo, bem como, os usos permitidos definidos no Plano Diretor (PALMITINHO, 2006) para cada uma destas áreas. Já na Figura 11, é apresentado o mapa com a localização destas Zonas no município de Palmitinho.

Tabela 1: Zoneamento do município de Palmitinho. Zona Usos Permitidos Zona Comercial  zona com características mistas, em que são estimuladas I Preferencial (ZCP) atividades comercias e de serviços. Zona Residencial  zona em que é estimulado o uso residencial e de atividades II Preferencial (ZRP) complementares à habitação. Zona de Pólo Industrial III  zona em que é estimulado o uso e a ocupação industrial. (ZPI)  zona em que é estimulado o uso de caráter social, para a Zona Especial de IV população de baixa renda, garantindo a implantação de habitações Interesse Social (ZEIS) de interesse social, equipamentos urbanos e comunitários.  zona que pela característica sócio histórica e ambiental, deve ter restrições para sua ocupação, para resguardar atributos Zona Especial de excepcionais culturais e naturais, permitindo a proteção de sua V Interesse Ambiental flora, fauna e substratos de forma a conciliar com atividades (ZEIA) educacionais, de lazer e turismo que é delimitada pela área de vegetação densa existente no local;  zona que faz parte do perímetro urbano do Município, mas tem sua Zona de Expansão ocupação direcionada para atividades primárias e indústrias VI Primária (ZEP) vinculadas à produção rural, podendo abrigar atividades de lazer e de ecoturismo. Fonte: elaborado pelos autores baseado na Lei Municipal n° 1.875 (PALMITINHO, 2006).

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Figura 11: Zoneamento do município de Palmitinho.

Fonte: Lei Municipal n° 1.875 (PALMITINHO, 2006).

O perímetro urbano do município de Palmitinho fica definido através da Lei Municipal n° 1.875 (PALMITINHO, 2006), onde se delimita esta área através de 27 vértices. Conforme mesma Legislação, a área rural é aquela remanescente da urbana. Na Figura 12, apresenta-se o perímetro urbano do Município.

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Figura 12: Perímetro urbano do município de Palmitinho.

Fonte: Lei Municipal n° 1.875 (PALMITINHO, 2006).

Ainda, avaliando o território do município de Palmitinho, observa-se a possibilidade de terem-se Áreas de Preservação Permanente – APPs - demarcadas no Município. Segundo a Resolução CONAMA nº 302 (BRASIL, 2002), APP é a gleba com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas. Conforme informações da Prefeitura Municipal (PALMITINHO, 2013), no Município não se tem APP’s delimitadas. Contudo, tem-se definido no Plano Diretor (PALMITINHO, 2006), duas Áreas Especiais de Interesse Ambiental, onde fica determinado que esta área deva sofrer restrições para sua ocupação. 36

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Deste modo, ficam definidas como área de preservação as mesmas previstas pela legislação federal, através do Código Florestal, sob a Lei Federal n° 12.727 (BRASIL, 2012) e as Resoluções CONAMA nº 302 (BRASIL, 2002) e CONAMA nº 303 (BRASIL, 2002). O Código Florestal (BRASIL, 2012) define as áreas de preservação como aquelas situadas: I – Ao longo dos rios ou outro qualquer curso d´água, em faixa marginal cuja largura mínima será: a) de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II – Ao redor das lagoas, dos lagos ou reservatórios d´água naturais e artificiais; III – nas nascentes, mesmo nos chamados “olhos d´água”, seja qual for a sua situação topográfica; IV – nos topos de morros, montes e serras; V – nas encostas ou parte destas, com declividade superior a 45% (quarenta e cinco por cento), equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive; § 2º. São consideradas zonas de prevenção permanente, nos termos do Art. 3º do Código Florestal, as florestas e demais formas de vegetação naturais destinadas: a) a atenuar a erosão das terras; b) a fixar dunas; c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; d) a preservar sítios de excepcional beleza ou de valor cientifico e histórico; e) a assimilar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; f) a assegurar condições de bem estar público. § 3º - São consideradas zonas de preservação permanente legal, na forma do Art. 9º do Código Florestal, aquelas ocupadas por florestas de propriedade particular, enquanto indivisas com outras sujeitas a regime especial, e que ficam subordinadas às disposições que vigorem para estas. Art. 21 – São consideras zona de preservação permanente ecológica, os parques naturais (federais, estaduais e municipais) as praças e recantos destinados ao lazer ativo ou passivo da população.

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Assim sendo, conforme mesma referência, estas áreas só poderão ter suas florestas e outras formas de vegetação natural suprimidas: com prévia autorização do Poder Executivo Estadual e nos casos de necessidade à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social.

2.7 Condições sanitárias As informações constantes neste subitem apresentam na Tabela 3 os dados referentes ao acesso dos domicílios aos serviços de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de resíduos sólidos apresentados pelo Censo Demográfico de 2010 do IBGE (IBGE, 2013).

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Tabela 3: Acesso dos domicílios aos serviços de saneamento básico no município de Palmitinho. Abastecimento de Água N° de Domicílios particulares permanentes Destino domicílios Abastecimento de água Total 2.145 Rede geral de distribuição 1.523 Poço ou nascente na propriedade 613 Carro-pipa - Água da chuva armazenada em Forma de abastecimento 1 cisterna Água da chuva armazenada de outra 2 forma Outra 6 Esgotamento Sanitário N° de Domicílios particulares permanentes Destino domicílios Total 2.123 Rede geral de esgoto ou pluvial 204 Fossa séptica 819 Possuem banheiro Fossa rudimentar 1.045 Vala 40 Rio, lago ou mar - Outros 15 N° de Domicílios particulares permanentes Destino domicílios Total 123 Rede geral de esgoto ou pluvial - Fossa séptica 5 Possuem sanitário Fossa rudimentar 33 Vala 54 Rio, lago ou mar 2 Outros 29 Resíduos Sólidos N° de Domicílios particulares permanentes Destino domicílios Total coletado 1.397 Coletado por serviço de limpeza 1.111 Coletado em caçamba de serviço de 286 limpeza Queimado 748 Destino dos resíduos Enterrado 107 Jogado em terreno baldio ou 29 logradouro Jogado em rio, lago ou mar 1 Outros 9 Fonte: elaborado pelos autores com base em IBGE (2013).

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2.8 Aspectos Econômicos Na Tabela 4 são apresentados os dados sobre o número de criadores por tipo de animais em Palmitinho.

Tabela 4: Número de criadores por tipo de animais em Palmitinho. Criação Criadores Bovinos 409 Equinos 0 Ave de corte 0 Ovinos 07 Suínos Matrizes 0 Suínos em terminação 09 Fonte: Prefeitura Municipal de Palmitinho (2013).

Na Tabela 5 consta o número de empreendimentos por atividade econômica instalados no município de Palmitinho.

Tabela 5: Estabelecimentos instalados em Palmitinho segundo o ramo de atividade. Estabelecimento por atividade econômica Quantidade Empreendimentos industriais 67 Estabelecimentos comerciais 151 Estabelecimentos de prestação de serviços (autônomos – pessoa 55 física) Estabelecimentos de prestação de serviços (pessoa jurídica) 111 Propriedades rurais 1.218 Fonte: Prefeitura Municipal de Palmitinho (2013).

2.9 Indicadores de saúde ambiental Os indicadores de saúde são amplamente utilizados para o conhecimento, o monitoramento e a avaliação de situações de saúde, sendo construídos através dos dados disponíveis de forma a expressar resultados que indiquem aspectos de saúde da população (FUNASA, 2010). O Ministério da Saúde (2011) afirma que:

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indicadores são modelos simplificados da realizada com a capacidade de facilitar a compreensão dos fenômenos, eventos ou percepções, de modo a aumentar a capacidade de comunicação de dados brutos e de adaptar as informações à linguagem e aos interesses dos diferentes atores sociais. Para os gestores, são ferramentas essenciais ao processo de tomadas de decisões e para a sociedade são instrumentos importantes para o controle social.

Costa et al. (2002) indica possíveis indicadores que podem ser obtidos nos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) sobre as doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI), sendo eles: a) mortalidade: frequência absoluta e relativa, taxa de mortalidade por DRSAI, taxas de mortalidades específicas por grupos de causa e faixas etárias, mortalidade proporcional por grupo de causas e faixa etária e b) morbidade: frequência absoluta e relativa, taxa de internação hospitalar por DSAI, taxa de internação hospitalar por grupos de causa e faixa etária e letalidade hospitalar por grupos de causa. Mortalidade, segundo a Secretaria de Vigilância Sanitária (2003), é a variável característica das comunidades de seres vivos e refere-se ao conjunto dos indivíduos que morrem num dado intervalo de tempo. A Secretaria de Vigilância Sanitária (2003) conceitua morbidade como a variável característica de comunidades de seres vivos e refere-se ao conjunto dos indivíduos que adquirem doenças num dado intervalo de tempo. O autor continua comentando que a morbidade está relacionada ao comportamento das doenças e dos agravos à saúde em uma população exposta.

2.9.1 Estratégias de Saúde da Família O município de Palmitinho possui Planejamento de Gestão de Saúde, no qual constam as estratégias de saúde da família. Segundo o Plano Municipal de Saúde (2010-2013), as estratégias de saúde da família têm por objetivo desenvolver ações básicas de atenção à saúde, na Unidade da Saúde da Família e no domicilio, visando uma assistência integral e contínua na promoção, prevenção e recuperação da saúde do usuário e da comunidade local. 41

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Desta forma, busca-se:  conhecer a realidade das famílias;

 trabalhar em parceria com outros programas e organizações existentes no Município;

 melhorar os indicadores de saúde do Município;

 realizar levantamentos de dados sociais, demográficos e epidemiológicos;

 implementar práticas que visam a promoção da qualidade de vida dos usuários do Sistema local, contribuindo na prevenção de doenças;

 reduzir o número de internações hospitalares e a mortalidade por doenças preveníveis, com acompanhamento contínuo dos grupos específicos;

 intensificar um processo de educação permanente em saúde sobre prevenção de doenças, nas escolas, na comunidade e na UBS;

 promover campanhas educativas e de conscientização da população;

 contribuir para a democratização e descentralização do conhecimento do processo saúde/doença, da reorganização dos serviços e da produção de saúde.

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CAPÍTULO 3 - SITUAÇÃO INSTITUCIONAL

3.1 Legislação Federal e Estadual O Quadro 2 apresenta as principais leis e decretos federais relacionados ao saneamento ambiental.

Quadro 2: Legislação federal aplicável ao saneamento básico. Legislação Especificações Abastecimento de Água Potável Lei Federal nº 9.433 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de 08 de janeiro de 1997 Gerenciamento de Recursos Hídricos. Estabelece definições e procedimentos sobre o controle de qualidade da Decreto n˚ 5.440 água de sistemas de abastecimento e institui mecanismos e instrumentos 04 de maio de 2005 para divulgação de informação ao consumidor sobre a qualidade da água para consumo humano. Portaria n˚ 2.914 Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da 12 de dezembro de 2011 água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Esgotamento Sanitário Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis Federais nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979; nº 8.036, de 11 de maio de Lei Federal nº 11.445 1990; nº 8.666, de 21 de junho de 1993; nº 8.987, de 13 de fevereiro de 05 de janeiro de 2007 1995; revoga a Lei Federal nº 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Decreto Federal nº 7.217 Regulamenta a Lei Federal nº 11.445, de janeiro de 2007, que estabelece 21 de junho de 2010 diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras providências. Serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Lei n˚6.938 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos 31 de agosto de 1981 de formulação e aplicação e dá outras providências. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a Lei n˚ 7.802 propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino 11 de julho de 1989 final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e da outras providências. Lei n˚9.605 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e 12 de fevereiro de 1998 atividades lesivas ao meio ambiente e da outras providências. Lei 9.795 Dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de 27 de abril de 1999 Educação Ambiental e dá outras providências. Altera a Lei n˚ 7.802, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a Lei n˚ 9.974 comercialização, a propaganda comercial, a utilização, o controle, a 06 de junho de 2000 inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e da outras providências. Decreto n˚ 4.581 Promulga emendas da IX à Convenção de Basiléia sobre o Controle do 27 de janeiro de 2003 Movimento Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e seu Depósito. Lei n˚ 11.107 Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e da 43

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06 de abril de 2005 outras providencias. Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e Decreto n˚ 5.940 entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte 25 de outubro de 2006 geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis. Lei n˚ 11.445 Estabelece diretrizes nacionais para saneamento básico e dá outras 05 de fevereiro de 2007 providências. Decreto n˚ 7.217 Regulamenta a Lei Federal n. 11.445 (2007). 21 de junho de 2010 Lei n˚ 12.305 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n. 9.605, de 12 02 de agosto de 2010 de fevereiro de 1998. Decreto n˚ 7.404 Regulamenta a Lei Federal n. 12.305 (2010). 23 de dezembro de 2010 Decreto n˚ 7.405 Institui o Programa Pró-Catador. 23 de dezembro de 2010 Decreto n˚ 7.619 Regulamenta a concessão de crédito presumido do imposto sobre produtos 21 de novembro de 2011 industrializados – IPI na aquisição de resíduos sólidos. Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Estatuto da Cidade - Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Lei nº 10.257 Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras 10 de julho de 2001 providências Decreto nº 7.217 Regulamenta a Lei n. 11.445 21 de junho de 2010 Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis Federais nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979; nº 8.036, de 11 de maio de Lei Federal nº 11.445 1990; nº 8.666, de 21 de junho de 1993; nº 8.987, de 13 de fevereiro de 05 de janeiro de 2007 1995; revoga a Lei Federal nº 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Fonte: elaborado pelos autores.

O Quadro 3 apresenta as principais leis e decretos estaduais relacionados ao saneamento ambiental.

Quadro 3: Legislação estadual aplicável ao saneamento básico. Legislação Especificações Abastecimento de Água Potável Lei Estadual n.º 10.350 Institui o Sistema Estadual de Recursos Hídricos, regulamentando o artigo 171 30 de dezembro de 1994. da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. Esgotamento Sanitário Lei Estadual nº 12.037 Dispõe sobre a Política Estadual de Saneamento e dá outras providências. 19 de dezembro de 2003 Dispõe sobre a fixação de Padrões de Emissão de Efluentes Líquidos para Resolução Consema nº 128 fontes de emissão que lancem seus efluentes em águas superficiais no Estado 07 de dezembro de 2006 do Rio Grande do Sul. Dispõe sobre a definição de critérios e padrões de emissão para toxicidade de Resolução Consema nº 129 efluentes líquidos lançados em águas superficiais do Estado do Rio Grande do 07 de dezembro de 2006 Sul. Serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Lei n˚ 9.493 Considera a coleta seletiva e a reciclagem do lixo como atividades ecológicas, 07 de janeiro de 1992 de relevância social e de interesse público. Lei n˚ 9.921 Dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos, nos termos do artigo 247, 27 de julho de 1993 parágrafo 3º da Constituição do estado e dá outras providências. 44

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Lei n˚ 10.099 Dispõe sobre os resíduos sólidos provenientes de serviços de saúde e dá 07 de fevereiro de 1994 outras providências. Dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham mercúrio Lei n˚ 11.091 metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais 23 de setembro de 1997 artefatos que contenham metais pesados (Alterada pela Lei 11.187). Dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham mercúrio Lei n˚ 11.187 metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais 07 de julho de 1998

artefatos que contenham metais. Lei n˚ 11.520 Institui o Código Estadual de Meio Ambiente do estado do Rio Grande do Sul 03 de agosto de 2000 e dá outras providências. Resolução Consema n˚ 02 Dispõe de norma sobre o licenciamento ambiental para co-processamento de 17 de abril de 2000 resíduos em fornos de clínquer. Dispõe sobre a norma para o licenciamento ambiental de sistemas de Resolução Consema n˚ 09 incineração de resíduos provenientes de serviços de saúde, classificados 25 de outubro de 2000 como infectantes e dá outras providências. Resolução Consema n˚ 17 Estabelece diretrizes para a elaboração e apresentação de plano de 17 de dezembro de 2001 gerenciamento integrado de resíduos sólidos. Lei n˚ 12.114 Proíbe a comercialização de pneus usados importados e dá outras 05 de julho de 2004 providências. Resolução Consema n˚ 073 Dispõe sobre a co-disposição de resíduos sólidos industriais em aterros de

20 de agosto de 2004 resíduos sólidos urbanos. Resolução Consema n˚109 Estabelece diretrizes para elaboração do Plano Integrado de Gerenciamento 05 de julho de 2005 de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios. Lei n˚ 12.281 Altera o art. 1º da Lei 12.114 que proíbe a comercialização de pneus usados 28 de novembro de 2005 importados e dá outras providências. Lei n˚ 12.431 Dispõe sobre a comercialização de materiais de metal usados e dá outras 27 de março de 2006 providências. Regulamenta a Lei n° 11.019/97, de 23 de setembro de 1997, e alterações, Decreto n˚ 45.554 que dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham 19 de março de 2008 mercúrio metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham metais pesados. Introduz modificação na Lei nº 11.019 que dispõe sobre o descarte e Lei n˚ 13.381 destinação final de pilhas que contenham mercúrio metálico, lâmpadas 02 de dezembro de 2009 fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham metais pesados. Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Não se verificou a existência de Leis Estaduais relacionadas a este eixo temático. Fonte: elaborado pelos autores.

3.2 Legislação Municipal No Quadro 4 encontra-se a legislação municipal que envolve saneamento básico no município de Palmitinho.

Quadro 4: Legislação municipal relacionada com o saneamento básico. Lei Data de publicação Conteúdo Lei nº 1.009 17 de dezembro de 1992 Código Tributário - 30 de março de 1990 Lei Orgânica Lei n° 1.875 30 de maio de 2006 Plano Diretor Plano Regional de Gestão Lei nº 2.414 23 de dezembro de 2013 Integrada de Resíduos Sólidos (PRGIRS) Fonte: elaborado pelos autores. 45

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3.2.1 Plano Diretor O Plano Diretor de Palmitinho data de 30 de maio de 2006 e institui os elementos de desenvolvimento ambiental do Município, bem como dá outras providências. No Artigo 1°, dos elementos da Política Ambiental de Palmitinho, está definido como princípio que o Município, a propriedade rural e urbana, cumpram as suas funções sociais, com base no que dispõe Constituição Federal e o Estatuto da Cidade, estabelecendo um modelo de desenvolvimento com qualidade ambiental, promovendo: I - a descentralização da gestão pública, que deve ser democrática e participativa; II - a integração e o desenvolvimento das diversas áreas do Município III - a articulação do desenvolvimento municipal com o contexto micro-regional; IV - o processo de organização do Município de forma ambientalmente sustentável, considerando suas características ambientais e socioeconômicas; V - a democratização do acesso a terra, à habitação, ao saneamento básico, aos transportes, aos sistemas de infra-estrutura e serviços urbanos; VI - o fortalecimento do Poder Público sobre a regulação do solo urbano e controle sobre o uso e ocupação do território municipal; VII - a integração de políticas e ações públicas em parcerias com a iniciativa privada.

No que se refere aos eixos do saneamento básico, é estabelecido que: deverá ser realizado o Programa de Saneamento, que trata do projeto, implantação e execução das redes pluviais e de saneamento do município e de estações de tratamento de efluentes, como a regulamentação, implantação e fiscalização dos sistemas de tratamento individual (fossa séptica, filtro e sumidouro) em áreas urbanas e rurais que não disponham das redes adequadas.

3.3 Iniciativas de Educação Ambiental Na Política Nacional de Educação Ambiental (BRASIL, 1999), está definido que a educação ambiental é um componente essencial e permanente na educação e deve envolver todos os níveis e modalidades do processo educativo de caráter formal e não-formal. Como parte do processo educativo da comunidade Palmitinhense, tem- se a Lei Municipal n˚ 2.228 (PALMITINHO, 2011), que institui o Programa de 46

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Coleta do Lixo Eletrônico no Município, a qual deverá ser realizada todos os dias 15 de agosto de cada ano. No Município existem dois programas de educação ambiental não- formais: uma campanha de coleta de eletrônicos e uma campanha de descarte de medicamentos. Contudo, não se obtiveram informações sobre qualquer programa de educação ambiental formal.

3.4 Identificação dos Prestadores de Serviços No Quadro 5 são apresentadas as informações sobre os prestadores de serviços em saneamento.

Quadro 5: Prestadores de serviços relacionados ao saneamento básico. Modelo de Informações sobre a Prestador de serviço Serviços Prestados Gestão prestação de serviços Abastecimento de Água Potável CORSAN Concessão Distribuição de água Anexo 7 Esgotamento Sanitário CORSAN Concessão Operação de uma ETE Anexo 7 Serviços de Limpeza Urbana e Resíduos Sólidos Prefeitura Público Coleta regular - Disposição final de CIGRES Privado - resíduos sólidos N˚ contrato: - Anexo 8 Coleta, transporte, Organograma: não possui tratamento e ServiOeste Soluções Licença ambiental Privado destinação final de Ambientais Ltda. (entreposto de resíduos): resíduos de serviços Licença de Operação n˚ de saúde 06212/2013 DL Observação: a existência de Licença Ambiental foi consultada no site da FEPAM em fevereiro/2014. Fonte: elaborado pelos autores.

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CAPÍTULO 4 – ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL

Neste Capítulo objetiva-se apresentar o diagnóstico do Sistema de Abastecimento da Água do município de Palmitinho, identificando sua configuração, infraestrutura, e aspectos deficitários. Nesta etapa tem-se o conhecimento de todos os elementos disponíveis ou ausentes no sistema analisado, propiciando a construção de um cenário futuro projetado ou desejado, e culminando em um planejamento que aglutina as ações a serem implementadas no âmbito do abastecimento de água através do Prognóstico.

4.1 Avaliação da situação atual dos sistemas abastecimento de água O objetivo geral desta etapa é identificar os principais dados e infraestruturas existentes para subsidiar o planejamento posterior referente ao sistema de abastecimento de água municipal. Trata-se de uma das etapas mais importantes do diagnóstico, tendo em vista todas as inter-relações entre desenvolvimento e suprimento de água para as populações.

4.2 Abastecimento de água na zona urbana O Sistema de Abastecimento de Água para consumo humano (SAA) é uma instalação composta por um conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, desde a zona de captação até as ligações prediais, destinada à produção e ao fornecimento coletivo de água potável, por meio de rede de distribuição (BRASIL, 2011). O SAA na zona urbana do município de Palmitinho é concedido à Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN. Estruturalmente a CORSAN atua nos municípios, constituindo uma unidade operacional e administrativa denominada Unidade de Saneamento –

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US. A Unidade de Saneamento da CORSAN do município é denominada como US Palmitinho, responsável pelos serviços de captação, tratamento, distribuição e comercialização de água potável aos municípios de Palmitinho, Vista Alegre, Taquaruçu do Sul e Pinheirinho do Vale. O Sistema de Abastecimento Integrado dos Municípios é apresentado resumidamente na Figura 43. Especificamente em Palmitinho, o SAA corresponde a 62,42% do total municipal (SISAGUA, 2013), e abastece uma população de aproximadamente 4.319 habitantes, sendo que os principais sistemas componentes são detalhados a seguir.

Figura 43: Sistema de Abastecimento de Água integrado entre Palmitinho, Vista Alegre, Taquaruçu do Sul e Pinheirinho do Vale.

Fonte: CORSAN (2013).

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 Captação e Adução

O sistema de abastecimento de água de Palmitinho tem como base o suprimento por manancial de superfície denominado Rio Guarita Novo, o qual pertence à bacia hidrográfica do Rio da Várzea, sub-bacia do Região Hidrográfica do Rio Uruguai. O sistema consiste na captação junto ao Rio Guarita sem barramento, cuja tomada da água utiliza poço de sucção como apresenta a Figura 4. A água é então bombeada até a Estação de Tratamento de água através de uma estação elevatória (Figura ) - Estação de Bombeamento de Água Bruta (EBAB), que possui duas bombas com potência de 125 cv, além de uma bomba reserva. O primeiro grupo de bombeamento atinge uma altura manométrica de 320 metros enquanto o segundo grupo atinge 298 metros, porém ambos não possuem macromedidores. A adutora possui diâmetro nominal de 150 mm e comprimento de 1.800 metros, captando uma vazão de 22 L/s, resultando aproximadamente em 52.000 m³/mês (CORSAN, 2010).

Figura 14: Estrutura de captação do Rio Guarita.

Fonte: registro fotográfico dos autores (2013).

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Figura 15: Estação de Bombeamento (EBAB).

Fonte: registro fotográfico dos autores (2013).

Figura 16: Canalização do sistema de adução.

Fonte: registro fotográfico dos autores (2013).

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 Tratamento

O tratamento da água no sistema de abastecimento na zona urbana de Palmitinho é realizado em Estação de Tratamento de Água (ETA) do tipo convencional e apresenta processos de coagulação, floculação, decantação e filtração, com vazão de projeto de 22L/s, operacional de 24L/s e nominal de 20 L/s. O processo de tratamento inicia pela calha Parshall, onde recebe a cal hidratada, sulfato de alumínio, polieletrólito e, eventualmente, carvão ativado. O sistema de floculação é do tipo caracol onde a sedimentação de flocos se dá por um gradiente de velocidade. A filtração é do tipo rápido formado por areia, areão e seixo distribuídos em cinco unidades filtrantes. Ao final do processo recebe ainda cloro e flúor para então ser distribuída à população, de acordo com os padrões de potabilidade da água, estabelecido pela Portaria n° 2.914 (BRASIL, 2011) do Ministério da Saúde. Atualmente são tratados cerca de 555,348 m³ por ano (CORSAN, 2013). A sequência de figuras apresenta os equipamentos da ETA.

Figura 17: Calha Parshall.

Fonte: registro fotográfico dos autores (2013).

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Figura 18: Floculadores tipo caracol.

Fonte: registro fotográfico dos autores (2013).

Figura 19: Filtros de filtração rápida.

Fonte: registro fotográfico dos autores (2013).

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O histórico de produção de água tratada, o volume aduzido, o volume utilizado para limpeza e retrolavagem, considerado como volume de processo, além das horas trabalhadas pela ETA são apresentados na Tabela .

Tabela 6: Histórico de produção. Volume Volume Histórico de Volume Horas Processo Produzido Produção Aduzido (m³) trabalhadas (m³) (m³) jun/13 43.190 2.756 41.934 17:44 mai/13 44.585 2.728 43.357 17:45 abr/13 43.692 3.028 42.264 18:08 mar/13 50.835 2.795 49.540 20:08 fev/13 44.388 2.465 43.423 19:25 jan/13 49.880 2.643 48.737 20:15 dez/12 47.938 2.589 46.849 19:08 nov/12 43.977 2.737 42.540 18:05 out/12 41.819 2.843 40.476 16:39 set/12 43.506 2.902 42.104 19:42 ago/12 43.503 3.028 41.975 18:56 jul/12 42.287 3.022 40.765 18:17 Fonte: CORSAN (2013).

O efluente da ETA gerado no processo de tratamento, conforme CORSAN (2010) é recirculado. A disposição e condicionamento correto do lodo gerado na estação de tratamento de água (ETA) é um problema frequente em diversas empresas de saneamento, sendo uma operação unitária muito dispendiosa quanto ao custo, já que na maioria das vezes este material é seco, depois transportado e condicionado em um aterro apropriado, por se tratar de um resíduo que apresenta um grande passivo ambiental. O descarte inadequado do lodo gerado pode trazer problemas de contaminação do corpo hídrico, ou solo, devido à composição química presente. Os lodos gerados em ETAs são constituídos predominantemente de

Al2O3, Fe2O3 e SiO2 e têm elevado potencial para remoção de fósforo por adsorção, próprio de sua composição química baseada em óxidos e hidróxidos

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de alumínio e de sua estrutura amorfa que aumenta a área superficial dos sais de alumínio. Esses elementos aderem ao material característico de adsorção de fósforo. Além da remoção por adsorção no lodo da ETA, possui uma residual de floculante que remove o fósforo na forma de fosfato de alumínio, elemento no qual possui baixa solubilidade no meio aquoso o que faz sedimentar. Os processos de retenção de fósforo englobam os mecanismos de adsorção e precipitação, sendo os óxidos e hidróxidos de alumínio os principais responsáveis por esses processos (ELLIOT et al., 2002; REIS, 2002). No parque da ETA também estão implantados a casa de química para estoque, laboratório de controle e análise preparo e dosagem de produtos químicos elevatória de água tratada EBA-2, reservatório semi-enterrado de acumulação com volume de 180 m³. A elevatória possui potência de 50 cv e capacidade de bombear uma vazão de 22 L/s, porém não conta com inversor de frequência para modulação das vazões de bombeamento.

 Reservação

O sistema de abastecimento de água do Município conta com três reservatórios de concreto, sendo que dois abastecem a área urbana e outro abastece a comunidade de Boa Vista, com aproximadamente 950 habitantes. Ainda, a ETA possui dois reservatórios, os quais são utilizados para abastecimento dos outros municípios pertencentes ao sistema integrado. A Tabela 7 apresenta as características e imagens dos reservatórios.

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Tabela 7: Reservatórios do SAA de Palmitinho. Reservatório Tipo Volume (m³) R 1 - ETA - PALMITINHO Concreto Semi-enterrado 180 R 2 - ETA - PALMITINHO Concreto Apoiado 27 R 3 - PALMITINHO Concreto Elevado 250 R 4 - PALMITINHO Concreto Elevado 30 R 5 - BOA VISTA - PALMITINHO - 20 Total - 507 Fonte: CORSAN (2013).

Figura 20: Reservatórios utilizados no abastecimento urbano

a) Reservatório Elevado na CORSAN (250 m³) b) Reservatório Elevado na Praça (30 m³) Fonte: registro fotográfico dos autores (2013).

 Distribuição

Atualmente o sistema de distribuição conta com 67.488 metros de rede em PVC e DEFOFO, com diâmetros que variam entre 32 e 150 mm, conforme apresentado na Tabela . Do total, 5,42% da rede, correspondente a 3.661 metros com DN32 apresenta-se em condições precárias (CORSAN, 2013). A distribuição é realizada em marcha, acumulando-se o restante nos reservatórios. Cerca de 55% da água tratada é bombeada em EBAB para

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abastecimento dos municípios de Vista Alegre, Taquaruçu do Sul e Pinheirinho do Vale.

Tabela 8: Características da rede de distribuição de água potável. Material Extensão (m) Diâmetro (mm) Percentual (%) PVC 38.927 50 57,68 PVC 23.200 100 34,38 DEFOFO 1.700 150 2,52 Distribuidor 3.661 32 5,42 Precário Total 67.488 - 100 Fonte: CORSAN (2013).

4.2.1 Indicadores do sistema de abastecimento de água A seguir são apresentados alguns resultados tabulados das informações obtidas junto à concessionária dos serviços de abastecimento de água no município. Grande parte destes dados foi fornecida pela própria concessionária, com objetivo específico de compor o presente plano de saneamento. Outras informações foram extraídas do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) - Diagnóstico do Serviço de Água e Esgoto 2010, disponível na página da internet do Ministério das Cidades. A Tabela 9 apresenta os dados históricos sobre os indicadores de abastecimento de água disponíveis no SNIS. O município possui dados no sistema de informações apenas no período que compreende os anos de 2006 a 2010. Entre os anos de 2009 e 2010 houve decréscimo no número de habitantes no município, característico da região e outros municípios próximos que apresentaram déficit no crescimento populacional. A redução na população reduziu o volume consumido, influenciando na redução do consumo médio per capita municipal, que em 2009 era de 95,1 L/hab.dia, passando para 89,1 L/hab.dia no ano de 2010. Nota-se que é um valor abaixo das médias regionais e nacionais, uma vez que estas podem variar de 50 até 230 L/hab.dia, dependendo de condições socioeconômicas,

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culturais, hábitos de consumo, industrialização, disponibilidade de água, dentre outros fatores da região. Em 2011, especificamente no estado do Rio Grande do Sul, a média de consumo ficou em torno de 152,5 L/hab/dia e no Brasil de 162,6 L/hab/dia (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2011).

Tabela 9: Histórico de indicadores do sistema de abastecimento de água de Palmitinho. Indicador 2006 2007 2008 2009 2010 População total atendida com abastecimento de 3.769 4.093 4.315 4.550 4.314 água (habitante) População rural atendida com abastecimento de 0 0 0 0 921 água (habitante) População urbana atendida com abastecimento 3.769 4.093 4.315 4.550 3.393 de água (habitante) Quantidade de ligações ativas de água (ligação) 1.060 1.161 1.235 1301 1.373 Quantidade de economias ativas de água 1.367 1.472 1.547 1629 1.725 (economia) Extensão da rede de água (km) 32 48 49 50 64,11 Extensão da rede de água por ligação (m/lig.) 28,8 34,5 38,8 37,3 40,7 Investimento realizado em abastecimento de 82.284,12 57.805,24 45.503,35 47.081,9 20.497,68 água pelo prestador de serviços (R$/ano) Despesa com energia elétrica (R$/ano) 426.854 390.492,81 432.587,02 448.307,44 379.274,01 Despesa com produtos químicos (R$/ano) 17.046,28 19.768,81 18.105,83 13.994,38 18.630,23 Quantidade total de empregados próprios 8 9 9 10 10 (empregado) Tarifa média de água praticada (R$/m³) 4,08 1,73 4,88 5,3 5,51 Consumo médio per capita de água (l/hab./dia) 93,7 97,5 93,1 95,1 89,7 Índice de hidrometração (percentual) 82,83 84,06 89,64 94 93,53 Índice de perdas faturamento (percentual) 77,12 40,81 78,64 73,06 66,1 Índice de perdas na distribuição (percentual) 39,89 39,57 42,71 31,59 20,4 Índice bruto de perdas lineares (m³/dia/Km) 19,26 15,2 14,91 9,07 4,19 Volume de água produzido (1.000 m³/ano) 617 561 618 519 465,98 Volume de água consumido (1.000 m³/ano) 339 339 354 355 341,01 Volume de água micromedido (1.000 m³/ano) 108 117 130 139,39 144,54 Volume de água faturado (1.000 m³/ano) 129 332 132 139,78 145,2 Volume de água macromedido (1.000 m³/ano) 53,6 56 58 50 46,6 Volume de água fluoretada (1.000m³/ano) 617 561 618 519 465,98 Volume de água tratada importado (1.000 m³/ano) 0 0 0 0 0 Volume de água tratada exportado (1.000 m³/ano) 210 199 211 201 195,81 Índice de micromedição relativo ao volume 30,5 32,32 31,94 43,83 62,13 disponibilizado (percentual) Índice de atendimento total de água (percentual) 53,49 59,27 60,58 63,77 62,34 Fonte: Ministério das Cidades (2010).

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Durante os cinco anos (2006 a 2010), o índice de hidrometração teve aumentos progressivos chegando a quase 94% em 2010. Ao mesmo tempo, devido aos investimentos realizados, houve queda no índice de perdas de faturamento e perdas na distribuição, sendo que em 2010, as perdas na distribuição eram de apenas 20,4 %. Entretanto, este valor é questionável em virtude que em dados atuais (CORSAN, 2013), o índice de perdas na distribuição apontado era de 48,82%, muito próximo aos anos anteriores como 2008 e 2009. Entre os anos de 2009 e 2010, apesar de não ter ocorrido aumento populacional, houve aumento no número de economias ativas e ligações, contribuindo para o aumento de economias hidrometradas e que contribuem com o faturamento. Ao mesmo tempo, devido a estas novas ligações foi necessário o incremento na rede que em 2010 passou a ter 64,11 km. Cabe destacar que o Município, no último ano de levantamento do SNIS ainda possuía um médio índice de micromedição, aproximadamente, 62%, e índice de atendimento em relação à população total de 62,34%. Por ser o município responsável pelo sistema integrado de abastecimento, o volume de água produzido é 4 vezes maior que o faturado, já que exporta um pouco mais de 50% da água tratada. Em Junho de 2013, o número de ligações era de 1.618, sendo que 95,43% destas apresentavam hidrômetros e 48,39% consumiam até 5m³. Estas ligações atendiam a 2010 economias, das quais 96,32% apresentavam hidrômetro e 50,25% (1010 economias) consumiam até 5m³. O número de economias retrata em média a parcela de população atendida pela concessionária no município. A classificação denominada de economias reflete a quantidade de unidades habitacionais, comercias e industriais atendidas pela concessionária. Uma ligação de água pode atender uma ou mais economias. A CORSAN trabalha com uma densidade estimada de cerca de 5 habitantes por economia para cálculos de abastecimento de água, enquanto o município de Palmitinho apresenta uma média de 2,15 habitantes por

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economia. Esse número médio é uma estimativa variável, sendo dependente das atividades relacionadas às instalações e abertura ou fechamento de hidrômetros, além do número de habitantes em cada economia. Na Tabela são apresentados dados referentes a volumes utilizados, volumes medidos e estimados, número de economias hidrometradas, que gera o índice de hidrometração do sistema, assim como dados de ligações no período atual. O volume disponibilizado médio do último ano de referência (2012-2013) corresponde a aproximadamente 28.845 m³, enquanto o volume utilizado médio é de 15.151 m³. Acerca do volume disponibilizado unitário, conforme os dados apresentados, no último ano a média foi de 14,7 m³/economia e o volume utilizado de 7,7 m³/economia, resultando em aproximadamente 52% do volume realmente utilizado pela população.

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Tabela 10: Indicadores Primários, Operacionais e Comerciais do SAA de Palmitinho. Período de Julho/2012 a Junho/2013 INDICADORES Jun/13 Mai/13 Abr/13 Mar/13 Fev/13 Jan/13 Dez/12 Nov/12 Out/12 Set/12 Ago/12 Jul/12 Media Índice de Perdas na Distribuição - IPD (%) 48,84 50,46 45,98 53,36 42,29 49,63 48,79 44,62 45,75 41,08 46,24 45,12 46,8 Índice de Perdas por Ligação - IPL (L/d/lig) 294,11 310,40 282,15 359,82 276,54 340,72 327,33 278,68 263,10 243,95 264,86 252,57 291,2 Volume Grandes Consumidores 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Volume disponibilizado - VD (m³) 27.925 29.385 28.295 32.107 28.066 32.585 31.489 28.234 26.934 26.918 27.345 26.858 28.845 Volume Utilizado - VU (m³) 14.293 14.557 15.285 14.974 16.196 16.414 16.126 15.635 14.547 15.712 14.098 13.971 15.151 Volume Disponibilizado Unitário (m³/econ) 13,89 14,68 14,17 16,22 14,17 16,52 15,98 14,46 13,91 13,92 14,18 14,07 14,7 Volume Utilizado Unitário (m³/econ) 7,11 7,27 7,65 7,56 8,18 8,32 8,19 8,01 7,51 8,12 7,31 7,32 7,7 Índice de Hidrometração - IH (%) 95,43 95,47 95,59 95,70 95,76 95,86 95,89 96,10 96,29 96,21 96,09 96,01 95,9 Índice de Hidrometração com Consumo - 87,7 87,97 86,95 89,66 90,01 90,28 89,81 89,53 89,57 89,78 89,45 89,26 89,2 IHC(%) Índice de Hidrometração com Consumo até 5 48,39 45,66 46,74 43,55 38,51 37,81 40,44 41,12 43,51 41,90 47,01 46,82 43,5 m³- IHbC (%) Ligações ativas 1.618 1.612 1.609 1.605 1.602 1.595 1.580 1.566 1.563 1.556 1.536 1.527 1.581 Ligações com hidrômetro 1.544 1.539 1.538 1.536 1.534 1.529 1.515 1.505 1.505 1.497 1.476 1.466 1.515 Ligações com consumo 1.419 1.418 1.399 1.439 1.442 1.440 1.419 1.402 1.400 1.397 1.374 1.363 1.409 Ligações com consumo até 5m³ 783 736 752 699 617 603 639 644 680 652 722 715 687 Manobras 0 0 0 0 0 1 0 0 1 2 0 0 0,3 Fonte: CORSAN (2013).

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Na Tabela 11 apresenta-se a seguir a relação de informações referente a intervenções em ramais e em redes.

Tabela 11: Números de intervenções em ramais e redes. Jun/13 Mai/13 Abr/13 Mar/13 Fev/13 Jan/13 Dez/12 Nov/12 Out/12 Set/12 Ago/12 Jul/12 Ramal Intervenções 21 31 30 26 26 42 0 34 35 23 22 38 Rede Consertos Rede até 10 6 4 9 2 14 0 10 5 2 6 3 150mm Consertos Rede acima 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 de 150mm Expurgos 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 Intervenção 1 0 0 2 1 3 0 2 0 0 1 2 em adutoras Tempo de intervenções 1:43 0:00 0:00 3:40 3:00 5:24 0:00 2:56 0:00 0:00 1:30 4:53 (horas) Fonte: CORSAN (2013).

Conforme pode ser observado na Tabela 11 foram realizados 328 intervenções em ramais e redes, além de 71 consertos em redes de abastecimento de água de DN até 150 mm, e 1 conserto com rede acima de 150 mm. No mesmo período, foram realizadas 12 intervenções em adutoras na zona urbana municipal. A quantidade de rede em metros disponibilizada por habitante, no período contabilizado é entorno de 15,63 metros por habitante. Esta tendência de estabilidade da média ao longo deste período atribui-se a forma como o município se expandiu, ou seja, apresenta sua zona urbana de forma ainda significativamente horizontal e em pequeno percentual. Caso ocorra um processo de verticalização das habitações, esta tendência passará a ser alterada reduzindo a quantidade de rede por habitante. Conforme Cheung et al. (2009), perda é a quantidade de água prevista para a realização de um ou mais usos, mas que não é utilizada devido a deficiências técnicas, operacionais, econômicas ou de outro tipo. As perdas podem ser físicas ou aparentes. As físicas ou reais estão associadas às

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estruturas, como: tubulações, juntas, equipamentos, etc. Já as perdas aparentes, também chamadas de comerciais, estão relacionadas aos índices de medição e faturamento. O SNIS apresenta dois tipos de perdas: de faturamento e distribuição. A primeira corresponde à comparação entre o volume de água disponibilizado para distribuição e o volume faturado. A outra, que resulta no índice de perdas na distribuição, faz a comparação entre o volume de água disponibilizado para distribuição e o volume consumido. O percentual de perdas físicas, geradas na distribuição, relativo a média de 12 meses (Agosto de 2012 a Julho de 2013) é de 46,8% (CORSAN, 2013a), valor superior a média do Brasil (39,4%) e Região Sul (36,6%) (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2011). Além disso, este valor de perdas está acima das metas estabelecidas pelo PLANSAB como valor média de perdas até 2020 na região Sul, que corresponde a 39% (PLANSAB, 2013). Atualmente a estrutura tarifária estabelecida pela Companhia de Saneamento é apresentada na Tabela 12, a qual estabelece diferença entre as categorias sociais, básica e empresarial.

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Tabela 12: Estrutura tarifária sintética para abastecimento de água. Preço Serviço Tarifa composta Tarifa Categoria base (R$) Básico mínima BP 1,85 7,32 25,82 Bica pública Res A e A1 SOCIAL (Imóveis c/ até 60m² 1,56 de área construída 7,32 22,92 ate 10m³) m³ excedente 3,86 Residencial B BASICA (Imóveis com mais 3,86 18,25 56,85

de 60m²) Comercial C1 Comercio ate 100m² 3,86 até 10 m³ 18,25 56,85 m³ excedente 4,38 EMPRESARIAL Comercial 4,38 32,56 120,16 Grande Comercio PUB 4,38 65,03 152,63 Publica IND 4,98 65,03 230,47 Industriais Observações: Preço Base do m3 de água é variável aplicando-se a Tabela de Exponenciais em anexo. O Valor de água é calculada de acordo com a Fórmula PB x Cn acrescido do Serviço Básico. Nas categorias Res A e A1 cujo consumo exceder a 10 m3, o Preço Base do m³ excedente será calculado de acordo com o Preço Base da categoria Res. B. Na categoria C1 cujo consumo exceder a 20 m3, o Preço Base do m³, excedente será calculado de acordo com o Preço Base da categoria Comercial. Fonte: CORSAN (2013).

4.2.2 Qualidade da água de abastecimento A água depois de tratada apresenta boa qualidade e características de potabilidade, correspondendo aos limites estabelecidos pela Portaria n° 2.914 (BRASIL, 2011) para abastecimento humano, como pode ser observado na Tabela 13 a qual apresenta os valores das análises obtidas entre o ano de 2012 e 2013.

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Tabela 13: Qualidade da água tratada e distribuída. Cloro Coliformes Parâmetro Turbidez pH* Cor Livre Fluoretos* E.Coli Totais Residual Padrão de 0,0 a 5,0** 0,20 a 5,00 0,6 a 0,9 Ausente Ausente Mês 6,0 a 9,5 0 a 15 UH Qualidade UT mg/L mg/L em 100mL em 100mL nov/12 0,5UT - 2UH 0,98mg/L - Ausente Ausente dez/12 0,6UT - 2UH 1mg/L - Ausente Ausente jan/13 1,4UT - 3UH 0,67mg/L - Ausente Ausente fev/13 0,7UT - 2UH 0,89mg/L - Ausente Ausente mar/13 0,9UT - 2UH 1,12mg/L - Ausente Ausente Média abr/13 0,5UT - 2UH 1,23mg/L - Ausente Ausente mai/13 1UT - 2UH 0,91mg/L - Ausente Ausente jun/13 0,4UT - 2UH 1,06mg/L - Ausente Ausente jul/13 0,8UT - 3UH 1,02mg/L - Ausente Ausente ago/13 0,9UT - 2UH 1,17mg/L - Ausente Ausente Obs.: *A partir de 01/2012, conforme a Portaria 2.914/11-MS, não é mais obrigatória a realização deste parâmetro na rede de distribuição. ** 0 a 5UT para água subterrânea; 0,5 uT para água filtrada por filtração rápida; 1,0 uT para água filtrada por filtração lenta. Fonte: CORSAN (2013).

Observa-se que os parâmetros analisados encontram-se dentro do padrão estabelecido pela Portaria n° 2.914 (BRASIL, 2011), com exceção da turbidez que na maioria dos meses apresentou um valor superior a 0,5UT, limite estabelecido para abastecimento a partir de ETA que possuem filtração rápida como é o caso do município de Palmitinho. A Tabela apresenta um resumo de amostras realizadas, bem como o percentual de cumprimento com a Portaria n° 2.914 (BRASIL, 2011), referente ao ano de 2011.

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Tabela 14: Percentual de amostras realizadas em conformidade com a Portaria. Percentual de amostras Total de amostras obrigatórias Total de amostras realizadas realizadas em conformidade Média mensal na Parâmetros com a Portaria VMP(1) Unidade saída do Saída do Sistema de Saída do Sistema de Saída do Sistema de tratamento Tratamento Distribuição Tratamento Distribuição Tratamento Distribuição Turbidez 3.600 84 3.399 127 90,06 100,00 0,45 5 UT Cor 3.600 84 3.145 127 100,00 99,21 2,00 15 uH pH 3.600 84 3.399 51 N.A N.A N.A N.A N.A Cloro (2) 3.600 132 3.399 127 99,74 100,00 1,44 - mg/L Residual Coliformes (3) 96 132 117 127 100,00 100,00 N.A Ausente totais (4) Bactérias Heterotrófic N.A 26 N.A 24 N.A 100,00 N.A 500 UFC/ml as Fluoreto 3.600 48 5.238 40 100,00 100,00 0,74 1,5 mg/L Legenda: (1) Valor Máximo Permitido em conformidade com a legislação de potabilidade - Portaria MS n.º 2914/2011. (2) Recomenda-se o VMP de cloro residual de 2,0 mg/L e após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo cloro residual de 0,5 mg/L, sendo obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L. (3) Sistemas onde são realizadas 40 ou mais análises por mês, devem apresentar ausência de contaminação em 95% das amostras analisadas. Sistemas onde são analisadas menos de 40 amostras por mês, apenas uma amostra poderá apresentar contaminação. (4) Amostras com resultados positivos para coliformes totais devem ser analisadas para Escherichia coli e/ou coliformes termotolerantes, devendo, neste caso, ser efetuada a verificação e a confirmação dos resultados positivos. (-) Amostra não realizada. N.A Não se Aplica. Fonte: Ministério da Saúde (2012).

Identifica-se que na saída do tratamento e no sistema de distribuição 100 % das amostras estão em conformidade com a Portaria 2.914 (BRASIL, 2011), com exceção de cloro residual, cor em algumas amostras. No entanto, os valores apresentados no SISAGUA referem-se ao comparativo da portaria de potabilidade antiga (Portaria n°518/2004), quando o parâmetro analisado é a turbidez. Destaca-se a necessidade de se atingir metas progressivas quanto ao parâmetro turbidez que se encontram acima do limite permitido pela Portaria tanto na distribuição quanto no tratamento. Até o momento, com exceção do parâmetro turbidez, os resultados obtidos para o controle da qualidade das águas bruta e tratada situam-se dentro dos limites estabelecidos pela legislação vigente quanto ao padrão de potabilidade da água para consumo humano.

4.3 Caracterização da empresa responsável pelo abastecimento urbano Os serviços referentes ao abastecimento urbano são realizados pela Companhia Riograndense de Saneamento - CORSAN, denominada US 147. A

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Unidade de Saneamento de Palmitinho é uma unidade autônoma, vinculada ligada à Secretaria Estadual de Habitação e Saneamento do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. A US de Palmitinho foi criada em 28 de março de 1966, absorvendo os precários serviços municipais do município, passando a ser responsável pelos serviços de abastecimento de água na cidade de Palmitinho em 1974, ampliando sua área de atuação no decorrer dos anos. Todos os serviços da concessionária são regulados pela Agência Reguladora do Estado do Rio Grande do Sul (AGERGS). A US de Palmitinho representa 0,12% do faturamento anual da CORSAN (CORSAN, 2010), com uma força de trabalho que conta com 11 colaboradores divididos nos setores apresentados na Tabela 15.

Tabela 15: Quadro de funcionários da US Palmitinho. Número de Departamento funcionários Chefe da US 1 Agente de Tratamento de Água e Esgoto 5 Agente Administrativo 1 Agente de Serviços Operacionais 4 Total 11 Fonte: CORSAN (2013).

Dentre os principais objetivos da CORSAN, podem ser citados;

 Comercializar, produzir e entregar aos clientes da cidade de Palmitinho, Vista Alegre, Taquaruçu do Sul e Pinheirinho do Vale, água tratada em quantidade, frequência e qualidade necessárias;

 Efetuar a cobrança das tarifas relativas ao fornecimento de água e os serviços associados, a preço justo e com garantia de qualidade;

 Executar com qualidade técnica todos os serviços relativos ao sistema de abastecimento de água;

 Obter os resultados financeiros compatíveis com o porte e potencial da Unidade de Saneamento, respaldadas pelas diretrizes corporativas e pelo Contrato de Gestão firmado entre a Diretoria da CORSAN e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

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Para cumprir com estes objetivos, disponibiliza aos seus clientes os seguintes produtos e serviços:

 Água tratada;

 Extensão da rede de distribuição de água;

 Substituição de rede de distribuição de água.

 Ligação de água;

 Manutenção da rede, ramal e quadros de abastecimento de água;

 Vistoria e orientação de vazamentos na rede de água domiciliar;

 Laudo sobre a análise da qualidade da água de amostras solicitadas pela comunidade;

 Pesquisa permanente de vazamentos invisíveis;

 Promoção de ação junto aos usuários sobre os vazamentos visíveis;

 Acompanhamento dos consumos utilizados pelos clientes.

 Venda de água para clientes localizados no interior do município, não providos de água potável e sem rede de abastecimento, através de caminhões pipa;

 Parcelamento de débitos.

4.3.1 Setor administrativo A CORSAN dispõe de um setor administrativo localizado no município, onde a comunidade tem a oportunidade de se relacionar pessoalmente com a companhia, sendo atendidas solicitações de ligações de água, suspensão de serviços, revisão de contas, esclarecimento de dúvidas e demais serviços de cunho administrativo. Solicitações realizadas pelos usuários geram ordens de serviço e são encaminhadas ao setor operacional. O escritório da Companhia está localizado na Rua Carlos Gomes s/n.º.

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4.4 Abastecimento de água na zona rural O abastecimento da zona rural do município atualmente é de responsabilidade da Secretaria da Agricultura, delegada às associações de moradores e núcleos comunitários por convênio ou termo de responsabilidade que mantém o sistema de captação e distribuição por poços tubulares profundos ou cacimbas, dependendo a região. A qualidade da água é monitorada pela equipe de Vigilância Sanitária municipal, atendendo diferentes localidades. O sistema de abastecimento da zona rural de Palmitinho pode ser dividido em dois: Solução Alternativa Coletiva (SAC) e Solução Alternativa Individual de Abastecimento de Água (SAI). Entende-se por SAC aquela modalidade de abastecimento de água para consumo humano: modalidade de abastecimento coletivo destinada a fornecer água potável, com captação subterrânea ou superficial, com ou sem canalização e sem rede de distribuição (BRASIL, 2011). Já por SAI, é a modalidade de abastecimento de água para consumo humano que atenda a domicílios residenciais com uma única família, incluindo seus agregados familiares.

4.4.1 Solução Alternativa Coletiva (SAC) A Tabela 16 apresenta informações sobre os pontos de captação do SAC do município de Palmitinho, o qual corresponde a 6,38% do abastecimento municipal. Estão cadastrados no sistema da Vigilância Sanitária 3 poços de captação subterrânea abastecem as comunidades rurais, com uma população atendida de 797 habitantes, correspondendo a 207 economias. Apenas dois pontos de captação possuem canalização e nenhuma SAC apresenta distribuição de água com tratamento, nem mesmo outorga para captação.

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Tabela 16: Dados de pontos de captação coletiva para abastecimento da zona rural. LINHA LINHA PROFESSOR SAC LINHA JOAO PESSOA Total CALDEIRAO UGART Poço (manancial) Subterrâneo Subterrâneo Subterrâneo - Linha Linha João Pessoa/Linha São LINHA PROFESSOR Localidade Abastecida - Caldeirão João UGART tempo de funcionamento 10 5 5 - (horas) número de economias 80 28 17 207 população atendida 283 99 60 797 tratamento não não não - Outorga não não não - Vazão (L/s) 4 5 1 -

Canalização Sim não sim - Porcentagem de 4,09 1,43 0,87 6,38 cobertura(%) Fonte: Ministério da Saúde (2013).

A Tabela 17 apresenta o resultado de qualidade da água para abastecimento de algumas amostras das soluções alternativas coletivas realizadas em 2013 pela vigilância sanitária.

Tabela 17: Amostragem da Água dos SACs. Solução Data da Número da Resultados das Análises das Amostras Alternativa Coleta Amostra Cloro Res. Turbidez Fluoreto Coliforme E.coli Coletiva Livre(mg/L) (UT) (mg/L) Total LINHA JOAO 14/01/2013 02 - x N.A P P PESSOA LINHA JOAO 10/04/2013 03 - x N.A P x PESSOA LINHA PROFESSOR 14/01/2013 01 - x N.A P P UGART Legenda: (x) Dentro do Padrão. (-) Não Realizado. (P) Presença. (N.A) Não se Aplica. (E.coli) Escherichia coli ou Coliforme Termotolerantes.

Observa-se a presença em todas as amostras de coliformes totais e em duas a presença de Escherichia coli, indicador de contaminação fecal. Sabe- se, que a ausência de tratamento, mesmo que simplificado, como a cloração, contribui para a presença de organismos como coliformes termotolerantes que podem ocasionar problemas na saúde dos consumidores.

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4.4.2 Solução Alternativa Individual (SAI) Em relação aos sistemas individuais de abastecimento de água, estão cadastrados no sistema da Vigilância Sanitária 13 grupos de domicílios que se abastecem de fontes superficiais e subterrâneos, abastecendo uma população estimada de 1.385 habitantes, separadas em 392 domicílios, correspondendo a 20,01% do território municipal. Deve-se ter especial atenção, principalmente à população rural que se abastece de mananciais superficiais e subterrâneos e não possuem sistema de tratamento de água, a fim de que se evite doenças relacionadas à transmissão hídrica. A Tabela 18 apresenta os grupos de domicílios abastecidos por solução alternativa individual.

Tabela 18: Grupos de domicílios que compõem o SAI. Número de domicílios População Percentual de Nome do Grupo de Domicílios: Total Atendida cobertura (%) Superficial Subterrâneo Estimada: PSF 02 - MICROAREA 16 LINHA ATANAGILDO, LINHA BRAGUINHA, LINHA DA PAZ, LINHA 34 - 120 1,73 POSTINGUER PSF 02 - MICROAREA 10 LINHA BOM FIM, LINHA CORDILHEIRA DO GUARITA, LINHA - 49 173 2,50 LIMEIRA, LINHA RINCAO DOS BEIJOS PSF 02 - MICROAREA 21 LINHA BARRA DO SUCO, LINHA KM 16, LINHA KM 19 ALTO, LINHA 105 - 372 5,38 LAJEADO VITORIA, LINHA MAURINA, LINHA SECA PSF 02 - MICROAREA 13 LINHA BARRA DO FRAGOSO, LINHA CARREIRAO, LINHA 23 - 81 1,17 CARREIRAO SUPERIOR, LINHA SETE DE SETEMBRO PSF 02 - MICROAREA 15 LINHA KM 19, LINHA 43 - 152 2,20 SUQUINHO, LINHA VENCEDORA PSF 02 - MICROAREA 12 LINHA SAO JOAO, 28 - 99 1,43 LINHA SETE DE SETEMBRO PSF 02 - MICROAREA 11 LINHA FERREIRA, 28 - 99 1,43 LINHA ZATTI, VILA BOA VISTA PSF 01 - MICROAREA 03 LINHA BRAGUINHA, 10 - 35 0,51 LINHA INDUSTRIAL PSF 02 - MICROAREA 09 LINHA CORDILHEIRA DO GUARITA, LINHA ESQUINA DO COMERCIO, 8 - 28 0,40 LINHA LAJEADO LEAO PSF 01 - MICROAREA 19 CENTRO SEDE MUNICIPAL - CIDADE/SEDE MUNICIPAL, LINHA 15 - 53 0,77 NEGRINI PSF 01 - MICROAREA 05 CENTRO SEDE MUNICIPAL - CIDADE/SEDE MUNICIPAL, LINHA 4 - 14 0,20 PIAIA PSF 01 - MICROAREA 18 CENTRO SEDE MUNICIPAL - CIDADE/SEDE MUNICIPAL, LINHA 39 - 138 1,99 CASALI PSF 01 - MICROAREA 17 CENTRO SEDE MUNICIPAL - CIDADE/SEDE MUNICIPAL, LINHA 6 - 21 0,30 BALESTRIN - LINHA TOTAL 343 49 1385 20,01 Fonte: Ministério da Saúde (2013).

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A Tabela 19 apresenta um quadro de amostragens de qualidade da água utilizada para abastecimento dos domicílios pelo sistema alternativo individual.

Tabela 19: Amostragens de qualidade da água para abastecimento de domicílios que compõem o SAI. Resultados das Análises das Amostras Solução Alternativa Data da Número da Cloro Res. Fluoreto Coliforme Individual Coleta Amostra Turbidez (UT) E.coli Livre (mg/L) (mg/L) Total PSF 01 - MICROAREA 05 10/04/2013 08 - x N.A P x PSF 02 - MICROAREA 15 10/04/2013 04 - x N.A P x PSF 01 - MICROAREA 05 14/01/2013 02 - 5,15 N.A x - PSF 02 - MICROAREA 21 10/04/2013 06 - x N.A P x PSF 01 - MICROAREA 03 14/01/2013 01 - x N.A P P PSF 02 - MICROAREA 21 10/04/2013 07 - 7,42 N.A P x PSF 02 - MICROAREA 09 14/01/2013 03 - x N.A P P PSF 02 - MICROAREA 21 10/04/2013 05 - 7,02 N.A P x PSF 02 - MICROAREA 21 05/06/2013 10 - 8,29 N.A x -

Legenda: (x) Dentro do Padrão. (-) Não Realizado. (P) Presença. (N.A) Não se Aplica. (E.coli) Escherichia coli ou Coliforme Termotolerantes.

Fonte: Ministério da Saúde (2013).

Observa-se que na maioria das amostragens realizadas são encontrados coliformes totais, e Escherichia coli, sendo este último indicativo de contaminação fecal. A presença destes organismos pode provocar doenças à população que se abastece destas águas. Faz-se necessário um programa urgente para incentivar os moradores a fazerem tratamento simplificado da água antes de utilizarem para o abastecimento. Quando avaliado os três sistemas de abastecimento, identifica-se que o problema com contaminação fecal é encontrado apenas no SAC e SAI, devido à ausência de tratamento, mesmo que simplificado, com cloração e desinfecção (Tabela 20).

Tabela 20: Resultados de conformidade com a Portaria n° 2.914 (BRASIL, 2011) para os três sistemas de abastecimento. Percentual de amostras realizadas (*) Amostras Amostras realizadas Parâmetros VMP em conformidade com a Portaria Obrigatórias SAA SAC SAI TOTAL SAA SAC SAI Turbidez 5 UT 168 16 7 24 47 100,00 100,00 75,00 Cloro 0,2 168 16 - - 16 100,00 - - Residual mg/L 1,5 Fluoreto 60 5 N.A. N.A. 5 100,00 N.A. N.A. mg/L Coliformes Ausente 120 16 7 24 47 93,75 0,00 0,00 totais Fonte: Ministério da Saúde (2013).

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4.5 Balanço entre disponibilidade de água e demandas de abastecimento As principais demandas de água identificadas no município de Palmitinho estão relacionadas ao consumo humano e criação animal. De acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA, 2009), a demanda de água corresponde à vazão de retirada, ou seja, à água captada destinada a atender os diversos usos consuntivos.

4.5.1 Abastecimento Humano

As vazões do abastecimento humano foram obtidas pelo produto entre o número de habitantes e o consumo per capita normalmente adotado para a população e as características do Município. Na estimativa do consumo pela utilizou-se o valor correspondente ao consumo médio per capita de água para o município de Palmitinho, referente ao ano de 2010, disponibilizado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2010). Considerou-se que as demandas para o abastecimento são constantes, não sendo aplicado o fator de sazonalidade. A Tabela 21 apresenta as estimativas da demanda hídrica para abastecimento urbano.

Tabela 21: Estimativa da demanda hídrica para abastecimento humano. Consumo Volume Volume População Percapita Total Total População (habitantes)1 L/habitante. dia2 (L/s) (m³/dia) Urbana 3.393 95,9 3,77 325,4 Rural 3.527 95,9 3,91 338,2 Total 6.920 - 7,68 663,6 Fonte: 1IBGE (2010); 2 Ministério das Cidades (2010).

O volume total estimado para o abastecimento humano é de 3,77 L/s sendo 49% para demanda urbana e 51% para a demanda rural, representativo de um volume de 663,6 m³/dia. A demanda urbana é suprida pelo sistema de abastecimento da companhia de saneamento CORSAN, através de captação superficial do Rio Guarita sendo tratada uma vazão de 22 L/s e disponibilizado

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para o município de Palmitinho aproximadamente 11,9 L/s, superior a demanda urbana. Apesar do elevado valor de perdas na distribuição, o volume disponibilizado ainda apresenta-se superior a demanda. Aproximadamente 750 pessoas residentes da zona rural se abastecem do sistema urbano. Considerando um valor total de 4.139 habitantes, a demanda é de 4,59 L/s. Mesmo contabilizando as perdas o sistema proporciona abastecimento satisfatório, mas torna-se insuficiente ao ser considerado um coeficiente de consumo de 1,2. Dessa forma torna-se necessário maior vazão para suprir as demandas. Já a demanda rural não abastecida pela CORSAN, é suprida pelo sistema de abastecimento coletivo por poços tubulares que apresenta vazão suficiente para abastecimento público dos domicílios. Considerando apenas o SAC, o qual possui dados de vazão, sendo abastecido por 3 poços tubulares, apresenta volume diário de produção de 252 m³, para abastecimento da demanda de 797 habitantes, cujo valor corresponde a 76,4 m³/dia.

4.5.2 Criação Animal O consumo por criações foi obtido a partir da metodologia proposta pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico Nacional (ONS, 2003), o qual apresenta um coeficiente de consumo por cabeça de cada espécie, sendo estes valores apresentados da Tabela . Apenas para as aves foi utilizado o valor de 0,17 L/dia, coeficiente per capita definido pela Embrapa Suínos e Aves. A quantidade de animais por espécie foi obtida junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011).

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Tabela 22: Coeficiente per capita para espécies animal. Retirada Espécie Animal (L/cab/dia)2 Bovinos 50 Suínos 12,5 Equinos 50 Ovinos 10 Aves 0,171 Bubalinos 50 Muares 50 Caprinos 10 Coelhos 0,323 Vacas Ordenhadas 62,54 Fonte: 1 Embrapa Suínos e Aves (2007); 2 ONS (2003), 3 COUTO (2002), 4 BENEDETI (1986).

Os estudos utilizados como subsídio apresentam valores correspondentes ao consumo utilizado propriamente na dessedentação de animais, incluindo a demanda associada à criação destes. Para análise das demandas, foi desconsiderada a sazonalidade admitindo-se que estas estão distribuídas uniformemente ao longo do ano. Ainda que sejam verificadas variações no consumo, estas não são consideradas significativas (ECOPLAN ENGENHARIA, 2007). A Tabela apresenta os resultados de demanda hídrica para criação animal no município de Palmitinho.

Tabela 23: Demanda hídrica para criação animal. Consumo Volume Volume Quantidade Atividade 1 percapita necessário necessário (cabeças) 3 L/cabeça.dia (L/dia) (m /dia) Bovinos 13.600 50 680.000 680 Equinos 53 50 2.650 2,65 Aves 722.470 0,17 122.820 122,8199 Ovinos 417 10 4.170 4,17 Caprinos 130 10 1.300 1,3 Suínos 65.296 12,5 816.200 816,2 Vacas 5.025 62,5 314.063 314,0625 ordenhadas Total 1.941.202 1941,20 Fonte: 1Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011).

A partir do produto da quantidade de cabeças de cada espécie pelo consumo per capita de cada animal, obteve-se que diariamente as atividade de criação animal do município necessitam de 1.941,2 m3 de água ou 22,47 L/s. A

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quantidade de água necessária para abastecimento das atividades pecuárias é superior ao estimado para a população, sendo captada muitas vezes de açudes ou fontes superficiais sem outorga. Salienta-se, porém que a utilização da água no meio rural para as atividades pecuárias ocorre apenas para as criações confinadas.

4.6 Análise crítica do cenário de abastecimento de água do Município O município apresenta um sistema de abastecimento de água, em meio urbano e rural, bem estruturado, porém ainda necessita de investimentos para ampliação de sua rede. Afim de, viabilizar empreendimentos e do agronegócio no Município. As principais carências relacionadas ao sistema de abastecimento de água em Palmitinho são: a) não há dados relativos à qualidade da água do manancial de captação, Rio Guarita, sendo necessário o seu monitoramento em pontos à montante da captação; b) a elevatória de água deverá ter sua capacidade ampliada para atender um crescimento superior às expectativas de demanda. Da mesma forma, a adutora de água bruta deverá ser ampliada caso o incremento de vazão do sistema seja superior à expectativa; c) de acordo com a Portaria n° 2.914 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011) o parâmetro de turbidez não atinge o limite estabelecido para estações de tratamento de água com filtração rápida; d) os sistemas de abastecimento de água da zona rural ressentem de tratamento, ainda que o simplificado, uma vez que atualmente vários poços apresentam-se contaminados por coliformes fecais; e) é necessário que o Município faça adequações no sistema de vigilância sanitária, principalmente na questão do monitoramento dos recursos hídricos e disponibilização dos dados no sistema de informações sobre saneamento e no SISÁGUA, permitindo verificar a qualidade da água atualmente utilizada;

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f) como o sistema de abastecimento de água de Palmitinho é interligado, faz-se necessária uma análise conjunta das demandas dos municípios abastecidos; g) necessidade de um melhor controle do sistema operacional, com a instalação e manutenção adequada dos sistemas de micro e macromedição, bem como com um programa de setorização e controle de pressões eficaz, que possa detectar potenciais vazamentos. O elevado percentual de perdas torna necessária uma maior vazão disponibilizada para que a demanda seja atendida; h) faz-se imprescindível a averiguação da necessidade de substituição de trechos de redes mais antigas, porventura estejam associadas a frequências mais altas de consertos. Todas estas medidas devem compor um programa efetivo, eficaz e necessariamente permanente de controle de perdas no sistema de abastecimento de água.

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CAPÍTULO 5 – ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O esgotamento sanitário, segundo a Lei n˚ 11.445 (BRASIL, 2007) é um dos eixos do saneamento básico que pode causar degradação ambiental e da qualidade de vida da população, ocasionando problemas de higiene e de saúde coletiva (doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado). Entre os problemas relacionados com a falta de esgotamento sanitário, podemos destacar: a ausência de canalização de esgoto, a falta de sistema de tratamento e o lançamento de esgotos diretamente nos recursos hídricos. Para o Diagnóstico do município de Palmitinho foram levantados dados primários e secundários que envolvem o esgotamento sanitário e a legislação vigente.

5.1 Análise dos documentos técnicos e diretrizes legais existentes

Consultaram-se os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) referentes aos anos de 2009, 2010 e 2011. Não se verificou a existência de informações sobre esgotamento sanitário no município de Palmitinho. O município de Palmitinho não possui plano diretor de esgotamento sanitário.

5.2 Avaliação da situação atual dos sistemas de esgotamento sanitário

Atualmente o município de Palmitinho conta com apenas sistema de coleta e tratamento de esgoto doméstico em um único bairro residencial. Devido a isto, tanto população urbana quanto rural foram impelidas a buscar diferentes soluções individualizadas para esta questão, sendo que estas não

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necessariamente primam pelo tratamento do esgoto gerado em âmbito de lote. Identifica-se, com base em informações primárias e secundárias, a utilização de diferentes técnicas de tratamento e/ou afastamento do esgoto doméstico no Município, conforme é apresentado na Tabela 24.

Tabela 24: Número de domicílios em função das diferentes alternativas individualizadas de esgotamento sanitário referente ao ano de 2010. Domicílios Alternativas Urbana Rural Total Fossa rudimentar 480 598 1.078 Fossa séptica 419 405 824 Rede geral de esgoto ou pluvial 203 1 204 Rio, lago ou mar - 2 2 Vala 8 86 94 Outro escoadouro 12 32 44 Sem banheiro ou sanitário 5 40 45 Fonte: FEE (2013).

Ao se avaliar a Tabela 24, verificou-se que 48% dos domicílios utilizam- se do sistema de fossa rudimentar como tratamento de seu esgoto, 36,69% possuem fossa séptica, e apenas 9,08% possuem coleta através de rede. De acordo com a prefeitura municipal, o município não possui rede de coleta de esgoto cloacal do tipo separador absoluto. Algumas edificações ainda estão com seus esgotos cloacais conectados diretamente na rede pluvial e outras já possuem sistema de tratamento de esgoto individual, composto por fossa, filtro e sumidouro. Atualmente, só é permitida a construção de uma edificação, com projeto de sistema de tratamento de esgoto individual ou coletivo. Para as edificações construídas recentemente, o Município determina que o sistema de tratamento deva ser fossa séptica e filtro. De acordo com os técnicos do Município, existe uma Estação de Tratamento de Esgoto no município, localizada no Bairro Santo Inácio atendendo somente uma parte do município. Mesmo assim em termos técnicos a Estação esta ultrapassada, ou seja, não condiz mais com as necessidades existentes.

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5.3 Visão geral do sistema No Município de Palmitinho, existe um sistema de tratamento de esgoto comunitário localizado no bairro Santo Inácio. O sistema é composto por uma ETE, que recebe esgoto proveniente de 120 famílias, aproximadamente 585 habitantes. A rede coletora possui uma extensão de 1.800m, sendo alimentada por fossas sépticas instaladas a cada quatro casas do bairro. O órgão municipal responsável pela operação e manutenção do sistema é a Secretaria de Obras e Viação.

5.3.1 Concepção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Palmitinho A rede coletora funciona com sistema de separador absoluto, possui diâmetro de 150 mm e, em função das características da topografia do terreno, contribui por gravidade até a ETE. Segundo dados do projeto da ETE do município de Palmitinho, a extensão total da rede de esgoto é de 1.800 m, o número de lotes atendidos é de 120 que abrange uma população de 585 habitantes. A contribuição de esgoto utilizada para o projeto foi de 100 litros/dia/pessoa e 1 litro/dia/pessoa de lodo fresco. A Figura 21 apresenta uma vista aérea da ETE do Município com as coordenadas e fotos do registro dos autores.

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Figura 21: Estação de Tratamento de Esgoto do município de Palmitinho.

Fonte: elaborado pelos autores a partir do Google Earth (2013).

A ETE de Palmitinho é composta pelas seguintes unidades: tanque séptico de 03 câmaras, com sistema de limpeza por sifão de fundo; 03 filtros anaeróbios em paralelo; e depósito de fluídos em lagoa de decantação com extravasor para corpo receptor. A Estação está instalada em área pertencente ao Município. O Município não possui dados quanto aos parâmetros de tratamento, parâmetros de entrada e de lançamento.

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5.4 Avaliação das condições dos corpos receptores O município de Palmitinho não possui um controle acerca da qualidade dos recursos hídricos superficiais que cortam seu território. Contudo, considerando-se o número de domicílios que alegam lançar seu esgoto direta ou indiretamente na rede pluvial, solo ou recursos hídricos, infere-se que estes apresentam condição diferente daquela verificada quando a intervenção humana é menor ou inexistente. Esta situação soma-se ao fato do Município não possui informações precisas sobre o lançamento de efluente de suas indústrias e da sua Estação de Tratamento de Esgoto. O Município está totalmente inserido na Bacia do Rio da Várzea, sendo que não há informações da qualidade dos recursos hídricos desta Bacia. Na ausência de informações técnicas, não é possível fazer qualquer inferência sobre a qualidade dos corpos d’água no Município. Pela disposição da área urbana em relação à hidrografia local se constatou que os recursos hídricos sob maior suscetibilidade à contaminação são os Lajeados Sétimo, Leão e Lambedor, e os efluentes do Rio Braguinha.

5.5 Análise integrada As principais carências relacionadas ao sistema de esgotamento sanitário em Palmitinho são: a) falta de manutenção, operação, e monitoramento do sistema de esgotamento sanitário coletivo no Município; b) baixa cobertura de rede de esgotamento sanitário; c) ligações de esgoto na rede de drenagem de águas pluviais; d) ausência de definição do local de destinação final do lodo de fossas sépticas; e) falta de programas de educação ambiental relacionada ao esgotamento sanitário.

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CAPÍTULO 6 – DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

Os sistemas de drenagem são definidos como: na fonte, microdrenagem e macrodrenagem. A drenagem na fonte é definida pelo escoamento que ocorre no lote, condomínio ou empreendimento individualizado (como lote), estacionamentos, área comercial, parques e passeios. A microdrenagem é definida pelo sistema de condutos pluviais ou canais em um loteamento ou de rede primária urbana. Este tipo de sistema de drenagem é projetado para atender a drenagem de precipitações com risco moderado. A macrodrenagem envolve os sistemas coletores de diferentes sistemas de microdrenagem. Quando é mencionado o sistema de macrodrenagem, as áreas envolvidas são de pelo menos 2 km² ou 200 ha. Estes valores não devem ser tomados como absolutos porque a malha urbana pode possuir as mais diferentes configurações. Neste Capítulo é apresentado o estudo de drenagem do município de Palmitinho, bem como a avaliação técnica das estruturas existentes.

6.1 Análise técnica de documentação legal existente O município de Palmitinho não possui Plano Diretor de Drenagem, a responsabilidade pela manutenção e adequação dos sistemas é da Secretaria de Obras, que executa os serviços conforme a necessidade.

6.2 Identificação de estruturas Durante a visita técnica para levantamento de informações junto à Prefeitura de Palmitinho, averiguou-se a existência de base de dados cartográficos digitais.

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Contudo, o setor responsável (Secretaria de Obras) informou que não existe nenhuma base cadastral ou croqui do sistema de drenagem urbana. Em virtude da ausência de informações, os mapas relativos à drenagem urbana foram gerados a partir de imagens de satélite de alta resolução (GOOGLE EARTH, 2013), e também de dados obtidos a partir da cartografia digitalizada do Exército Brasileiro (HASENACK e WEBER , 2010). O município de Palmitinho está inserido totalmente na Bacia da Várzea. Sendo delimitado, ao Sul e ao Oeste pelo Rio Guarita, ao Norte é banhado pelos afluentes do Rio Guarita e do Rio Uruguai, como: Lajeado Correirão e Lajeado da Sala, entre outros. Na porção Leste, o Município é delimitado pelo Rio Braguinha, conforme Figura 22.

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Figura 22: Principais recursos hídricos do Município.

Fonte: elaborado pelos autores.

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A partir dos modelos selecionados, identificou-se a localização da sede urbana do Município e realizou-se a delimitação das Sub-Bacias de Drenagem Urbana. Esta análise fez-se necessária para a avaliação das direções de escoamento urbano e identificação de pontos críticos, obtendo-se as delimitações apresentadas na Tabela 25.

Tabela 25: Bacias de drenagem urbana de Palmitinho. Bacia n° Corpo Receptor Área (ha) (%) 1 Afluente Norte do Rio Braguinha 60,95 32,24 2 Afluente Sul do Rio Braguinha 23,84 12,61 3 Lajeado Lambedor 31,14 16,47 4 Lajeado Leão 65,03 34,40 5 Lajeado Sétimo 8,07 4,27 Fonte: elaborado pelos autores.

Por apresentar facilidade de drenagem, conforme as características da declividade do terreno, os volumes da água gerados durante eventos de chuva são escoado rapidamente para as diferentes Sub-Bacias, não ocorrendo concentração significativa de água em nenhum local da cidade. A partir da interpretação do modelo digital de terreno, identificou-se que o escoamento superficial gerado em eventos de chuva, apresenta cinco direções de escoamento preferencial, estabelecidas como Sub-Bacias Urbanas, representadas na Figura 23. As bacias apresentam área inferior a 200 ha, para as quais estruturas de microdrenagem são suficientes para o manejo das águas pluviais.

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Figura 23: Sub-Bacias de Drenagem Urbana de Palmitinho.

Fonte: elaborado a partir de Google Earth (2013), Hasenack e Weber (2010).

6.3 Regiões suscetíveis à ocorrência de alagamentos ou inundações A partir de levantamento de dados realizados junto a Secretaria Municipal das Obras, a sede urbana do Município atualmente não apresenta locais com ocorrência de alagamentos. Estes relatos corroboram com as características topográficas da sede urbana, que possibilitam o escoamento das águas pluviais de forma rápida para dois talvegues distintos.

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No município de Palmitinho não existe a ocorrência de desastres ambientais, portanto, não há áreas de riscos. Entretanto, na ocasião de desastres ambientais relacionados a alagamentos e deslizamentos de terra indica-se o acionamento da Defesa Civil Municipal. O município de Palmitinho criou Coordenadoria Municipal de Proteção e de Defesa Civil – COMDEC (PALMITINHO, 2013), com a finalidade de coordenar todas as ações de defesa civil nos períodos de normalidade e anormalidade. Palmitinho possui ainda, o Plano de Contingência para Desastres Ambientais neste mesmo documento. Os relatos informados por servidores da Prefeitura e sinais de cheia verificados em campo indicam a ocorrência de um processo típico de barra de rios, onde a elevação do nível do rio principal pode gerar o represamento das águas dos tributários elevando seus níveis e assim o alagamento pode se estender para dentro dos vales dos tributários.

6.4 Estrutura de manutenção e operação da drenagem urbana De acordo com a Secretaria de Obras, não há um departamento especifico para tratar a respeito do sistema de drenagem urbana. Não havendo atividades de acompanhamento, nem cronograma de manutenção e limpeza. Em geral, as atividades de manutenção e limpeza são realizadas sob demanda, quando ocorrem solicitações por parte da população.

6.5 Análise integrada A partir do diagnóstico da situação e manejo de drenagem urbana do município de , constataram-se as seguintes carências: a) o Município não apresenta mecanismos de gestão e estrutura para a gestão e planejamento dos sistemas de drenagem urbana, como:

- plano de drenagem urbana;

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- departamento específico sobre drenagem urbana junto à Secretaria de Obras;

- inexistência de planta cadastral do sistema de drenagem urbana;

- levantamento topográfico detalhado;

- definição de áreas de preservação de recursos hídricos, de sistema de drenagem e de sistemas naturais; b) o Município carece de mecanismos legais para definir o zoneamento urbano, áreas de preservação permanente e definição de índices de impermeabilização na área urbana; c) em função de sua geomorfologia, o Município apresenta escoamento superficial difuso, não concentrando grande quantidade de escoamento. Deste modo, as Sub- Bacias Urbanas de Palmitinho necessitam apenas adequações com estruturas de microdrenagem.

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CAPÍTULO 7 – SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O manejo dos resíduos sólidos é um dos eixos do saneamento segundo a Lei n° 11.445 (BRASIL, 2007). Entretanto, informações sobre as operações, infraestrutura e instalações de coleta, transporte, transborda, tratamento e destino final, bem como disposição final não estão disponíveis ou são escassas, o que dificulta o planejamento de ações para a melhoria da qualidade ambiental. Para a elaboração deste Plano considerou-se as diretrizes que constam na Lei n° 12.305 (BRASIL, 2010), que é a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

7.1 Aspectos gerais sobre serviços de limpeza urbana e resíduos sólidos Para elaboração de um cenário atual da situação de manejo dos resíduos com base nos indicadores técnicos, operacionais e financeiros consultaram-se os dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS). Para os anos de 2009, 2010 e 2011 não foram encontrados informações sobre manejo de resíduos sólidos. O município de Palmitinho não possui plano diretor de limpeza urbana, contudo, possui um Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PRGIRS), aprovado pela lei municipal nº 2.414/2013. Este plano foi confeccionado com base nos 30 municípios que fazem sua destinação final dos resíduos para o CIGRES, aterro sanitário que presta serviço em forma de consórcio. O PRGIRS tem como alguns de seus objetivos: - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

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- estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; - estímulo a adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; - redução de volume e da periculosidade dos resíduos perigosos; - incentivo à indústria de reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias- primas e insumos derivados de materiais recicláveis; - gestão integrada dos resíduos sólidos; - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos; - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;

7.2 Descrição do serviço atual considerando as categorias de resíduos Neste item são apresentadas as informações sobre a situação do manejo de resíduos sólidos considerando sua fonte de geração e a classificação apresentada na Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010).

7.2.1 Resíduos Sólidos Domésticos - Coleta Convencional Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), resíduos domiciliares são os originários de atividades domésticas em residências urbanas. O município de Palmitinho, de acordo com o levantamento de dados coletados no CIGRES no ano de 2011, tem como composição gravimétrica dos resíduos domiciliares conforme Figura 24.

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Figura 24: Composição gravimétrica dos resíduos.

Papel; 13% Plástico; 16% Metal; 4%

Vidro; 5%

Orgânico; 62%

Fonte: CIGRES, (2011).

Os resíduos orgânicos são acondicionados, em sacos plásticos próprios para lixo. Os resíduos permanecem armazenados nos dispositivos de acondicionamento (lixeiras) instalados na via pública até o momento da coleta. Verificou padronização das lixeiras instaladas nas vias e logradouros do Município. A Figura 25 é o registro fotográfico de dispositivos de acondicionamento instalados no município de Palmitinho.

Figura 25: Registro fotográfico dos dispositivos para acondicionamento de resíduos sólidos.

Fonte: registro fotográfico dos autores (2013).

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 Volume de resíduos sólidos domésticos e comerciais

Segundo dados fornecidos pela CIGRES, a geração de resíduos domésticos em Palmitinho atinge uma quantidade mensal de aproximadamente 50.233,58 toneladas, sendo contabilizados todos os resíduos coletados pela coleta convencional, conforme demonstrado na Figura 26 e os gráficos a seguir:

Figura 26: Gráfico dos resíduos produzidos nos últimos anos.

Fonte: CIGRES, 2012.

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Figura 27: Gráfico dos resíduos produzidos durante o ano.

Fonte: CIGRES 2012.

Tabela 26: Resíduos produzidos em toneladas. Média/dia Média/mês Média/ano Toneladas Toneladas Toneladas 1,67 50,23 602,8 Fonte: CIGRES 2012.

No ano de 2011, o município gastou aproximadamente R$10.334,00 com o respectivo serviço, conforme informantes do Município.

 Coleta e transporte dos resíduos sólidos domésticos A abrangência do serviço de coleta na área urbana é de 100%, já na zona rural ocorre coleta a cada 60 dias em toda a localidade. Não se verificou a existência de um roteiro de coleta de resíduos sólidos para a zona urbana. A coleta de resíduos na zona urbana é realizada diariamente e sendo executada porta a porta, iniciando pela manhã, próximo às 7h. Segundo a Prefeitura Municipal, na área rural os resíduos comuns são enterrados e/ou queimados nas propriedades. A coleta é realizada pela Prefeitura de Palmitinho e os resíduos são encaminhados ao CIGRES.

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Para a coleta de resíduos, há uma equipe composta por 2 garis e 1 motorista. De acordo com os técnicos da Prefeitura Municipal, os integrantes da equipe de coleta utilizam os seguintes equipamentos de proteção individual: luvas e botas. Na coleta de resíduos sólidos são utilizados caminhões caçamba. Após a coleta dos resíduos sólidos, estes são enviados para o aterro sanitário com central de triagem existente no município de , distante, aproximadamente, 24,4 km do centro de Palmitinho.

 Tratamento e destino final dos resíduos sólidos domésticos Os resíduos sólidos coletados no município de Palmitinho são encaminhados para o aterro sanitário com central de triagem/compostagem do Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos (CIGRES) localizado no município de Seberi. O empreendimento possui licença ambiental fornecida pela FEPAM sob n° 2.053/2011-DL, válida até 17 de abril de 2015. A licença ambiental é apresentada no Anexo 9. Ressalta-se que no ano de 2013, a responsabilidade pela operação do sistema passou do município de Seberi para o Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos (CIGRES), conforme consta no documento de alteração de responsabilidade DARE n˚ 060/2013, apresentada no Anexo 9. Na licença de operação do empreendimento está especificada a autorização para recebimento de resíduos sólidos de 28 municípios integrantes do CIGRES, sendo eles: , Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, , , , Dois Irmãos das Missões, Erval Seco, Frederico Westphalen, Irai, Jaboticaba, , Miraguai, , Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Redentora, , Sagrada Família, São Pedro das Missões, Seberi, Taquaruçu do Sul, Tenente Portela, , Vista Alegre e Vista Gaúcha. A Figura 28 apresenta a localização do aterro sanitário com central de triagem/compostagem em uma imagem de satélite.

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Figura 28: Vista aérea do aterro sanitário com central de triagem do CIGRES.

Fonte: Google Earth (2013).

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Entre as condições e restrições de operação do empreendimento destacam-se: a) a licença autoriza somente a operação do aterro sanitário, operação do sistema de tratamento de lixiviado, operação da usina de triagem e operação do sistema de compostagem; b) o empreendimento é composto por: 01 célula em operação, 02 células projetadas e sistema de tratamento de lixiviado composto por 2 lagoas anaeróbias e 1 lagoa facultativa c) o empreendimento admite somente o recebimento de resíduos sólidos urbanos, não permitindo o recebimento de resíduos de saúde nem de resíduos industriais; d) o controle do recebimento dos resíduos no empreendimento é de responsabilidade do empreendedor, devendo ser observados os critérios de compatibilidade para o qual foi projetado; e) todo o resíduo recebido no empreendimento deverá ser acondicionado de forma a assegurar seu confinamento até a disposição final; f) os materiais oriundos do processo de triagem deverão ser mantidos em baias, aguardando expedição; g) os resíduos recebidos na unidade de triagem deverão permanecer em local coberto, protegidos das intempéries, com piso impermeabilizado e canaletas de contenção de chorume; h) o lixiviado gerado no aterro deverá ser conduzido às lagoas construídas na área, não sendo permitido o lançamento de lixiviado no meio ambiente.

7.2.2 Resíduos Recicláveis - Coleta Seletiva Os resíduos recicláveis ou materiais recicláveis referem-se ao agrupamento de: alumínio, aço, papel/papelão, plástico e vidro (BRASIL, 2011). No município de Palmitinho não há sistema de coleta seletiva em operação.

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7.2.3 Resíduos de Construção Civil Os resíduos de construção civil são aqueles gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, inclusos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis (BRASIL, 2010). Segundo informações da Prefeitura Municipal, os resíduos de construção civil são coletados pela Prefeitura quando há solicitação dos munícipes, não há cobrança de taxa de coleta. Esses resíduos são utilizados para aterros de estradas. Não há registros sobre as quantidades geradas dos resíduos de construção civil em Palmitinho.

7.2.4 Resíduos Industriais Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), resíduos industriais são aqueles gerados em processos produtivos e instalações industriais. Os ramos de atividades industriais de Palmitinho são, em sua maioria, têxtil, plásticos, fabricação de móveis e olarias. Não há registros sobre as quantidades geradas e o manejo dos resíduos das empresas com licenciamento ambiental local. Na Tabela 27 é apresentada a quantidade de resíduos industriais informadas pela empresa instalada em Palmitinho nos anos de 2011, conforme informações da FEPAM. A empresa licenciada pela FEPAM atua no ramo fabricação de móveis.

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Tabela 27: Geração de resíduos industriais pela empresa licenciada pela FEPAM no município de Palmitinho. Descrição do resíduo Quantidade Unidade 2011 Sucata de metais ferrosos (A0040) 1,8 toneladas Resíduos de papel e papelão (A0060) 0,8 toneladas Resíduos plásticos (filmes e pequenas embalagens) (A0071) 0,2 toneladas Resíduos de madeira (resto de embalagens, pallets, etc.) (A0090) 0,25 toneladas Lodo perigoso de ETE (D0050) 0,35 metro cúbico (m³) Resíduos têxteis contaminados (panos, estopas, etc.) (F0042) 40 quilograma Lâmpadas fluorescentes (vapor de mercúrio ou sódio) (K0106) 5 unidade Embalagens vazias contaminadas (K0212) 9 unidade Resíduos de tintas e pigmentos (K0780) 27 quilograma Fonte: FEPAM (2013).

A coleta dos resíduos sólidos industriais gerados pelas indústrias do município não é atribuição do serviço de limpeza pública, e sim responsabilidade do gerador. Não se tem controle sobre a geração, mas sabe- se a destinação de alguns dos resíduos industriais, conforme Tabela 28.

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Tabela 28: Resíduos industriais produzidos e sua destinação.

Fonte: Prefeitura Municipal de Palmitinho.

7.2.5 Resíduos de Serviços de Saúde A Resolução RDC n˚ 306 (BRASIL, 2004) define resíduos de serviços de saúde, sendo estes resultantes de atividades exercidas nos serviços definidos no seu artigo 1 e que por suas características necessitam de manejo, tratamento e disposição final diferenciados. No artigo 1, da RDC n˚ 306 (BRASIL, 2004), os geradores de resíduos de serviços de saúde são: serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos em campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento; serviços de medicina legal; drogarias e farmácias; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle

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de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnósticos in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros similares.

7.2.5.1 Resíduos de serviços públicos de saúde O município de Palmitinho conta com duas unidades básicas de saúde (UBS) sendo uma no interior, que ainda não está em funcionamento. Quanto a medicamentos vencidos a comunidade leva para a UBS. As UBS do Município não possuem Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde. A Figura 29 apresenta o registro fotográfico dos dispositivos de acondicionamento para resíduos compostos por medicamentos e resíduos recicláveis (caixas de papelão).

Figura 29: Dispositivos de acondicionamento de resíduos na UBS de Palmitinho.

Fonte: registro fotográfico dos autores (2013).

Os resíduos gerados são coletados pela ServiOeste Soluções Ambiental, conforme consta no contrato estabelecido (Anexo 8). Constatou-se ainda, a inadequação do abrigo de resíduos sólidos na UBS quando comparados com a Normatização em vigor, conforme apresentado na Figura 30.

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Figura 30: Abrigo de resíduos da UBS de Palmitinho.

Fonte: registro fotográfico dos autores (2013).

7.2.5.2 Resíduos de serviços privados de saúde O município possui um hospital filantrópico, no qual, há 61 leitos, dos quais, 44 leitos são destinados ao sistema único de saúde (SUS). Os resíduos gerados são coletados pela Servioeste Soluções Ambiental, conforme consta no contrato estabelecido (Anexo 8). No município há 7 consultórios odontológicos, que juntamente com os laboratórios de análises clínicas, possuem contrato para coleta e destinação final com a ServiOeste Soluções Ambiental. A Secretária da Saúde criou uma iniciativa para que todas as barbearias do município possuíssem caixas de acondicionamento para perfurocortantes, para que posteriormente sejam encaminhadas as UBS.

7.2.5.3 Resíduos de assistência à saúde animal Em Palmitinho há 13 agropecuárias e a empresa é responsável pela destinação dos resíduos. A Prefeitura não possui dados sobre a quantidade de resíduos gerados.

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7.2.6 Resíduos de Limpeza Urbana A Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) conceitua resíduos de limpeza urbana como aqueles gerados na varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana. O responsável pela limpeza pública de Palmitinho é a Secretaria Municipal de Obras, a qual conta com aproximadamente 9 funcionários. Estes funcionários realizam a limpeza, capina e poda diariamente. Segundo os relatos, a capina é realizada eventualmente, pois os canteiros são predominantemente compostos de flores. Já a poda, é realizada de acordo com a solicitação dos munícipes, sendo realizada aproximadamente uma vez ao ano. Para a realização da poda, utiliza-se motosserra e serrote. A limpeza e a varrição são realizadas apenas na área urbana, ocorrendo diariamente. Sendo que no período de uma semana, toda a área urbana é limpa e varrida. Para a varrição, utiliza-se vassourões, vassouras, carrinho e pá. A varrição e a limpeza de bocas de lobo somam um volume aproximado de 500 t/mês e os resíduos são destinados a aterros de terrenos no Município. Além destes, o resíduo constituído por folhas e restos vegetais também são enviados para um terreno da Prefeitura, enquanto que os demais são destinados a coleta convencional.

7.2.7 Resíduos Agrosilvopastoris A Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) conceitua resíduos agrosilvopastoris como os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nesta atividade. Os resíduos agrosilvopastoris são compostos pelas frações orgânica e inorgânica. A fração orgânica é composta pelos resíduos gerados em culturas perenes e temporárias e dejetos da criação de animais. A fração inorgânica refere-se aos resíduos de agroquímicos e fertilizantes e produtos de uso

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veterinário. Os resíduos agrosilvopastoris compostos por agroquímicos têm seu manejo descrito no item “resíduos com logística reversa obrigatória”. Já os produtos veterinários são abordados no item “resíduos de assistência à saúde animal”. Na Tabela 29 encontram-se as informações sobre o rebanho de animais existente em Palmitinho, segundo o levantamento sobre a pecuária municipal realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Tabela 29: Rebanho instalado no município de Palmitinho. Criações Cabeças Asinos 02 Bovinos 13.600 Caprinos 130 Codornas 2.600 Equinos 53 Aves 719.870 Muares 04 Ovinos 317 Suínos 65.296 Vacas ordenhadas 5.025 Fonte: IBGE (2014).

Segundo a municipalidade existem cerca de 120 atividades de suinocultura, 10 possuem aviários e 120 famílias são de fumicultores. Não há muitas informações disponíveis sobre o manejo de resíduos da atividade pecuária. Estimou-se a geração de resíduos gerados pelo rebanho existente em Palmitinho a partir de dados bibliográficos, para tanto se utilizou informações da United States Department of Agriculture (USDA, 2008) e de Oliveira (2004). Para efeito de cálculo, somou-se o numero de caprinos e ovinos, pois pertencem a mesma família. Também, somou-se equinos, muares e asinos para estimar a geração de dejetos desses animais. No Anexo 10 são apresentadas as informações levantadas na bibliografia consultada para calculo da geração de dejetos.

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A Tabela 30 apresenta a geração potencial de dejetos animais, em termos de carga orgânica e nutrientes.

Tabela 30: Estimativa da geração anual de resíduos sólidos orgânicos nas atividades agropecuárias de Palmitinho. Quantidades de resíduos estimadas Criações Cabeças Volume Massa DBO5 N P K

Unidade Unid. (m3/ano) (t/ano)

Bovinos de corte 13.600 134.803 134.773 3.127,3 595,7 119,1 402,1 Bovinos de leite 5.025 67.326 66.395 1.078,5 407,2 70,4 176,1 Equinos 59 496 494 9,7 1,7 0,3 0,5 Ovinos 447 233 237 5,9 2,7 0,4 1,8 Suínos 65.296 204.964 138.232 4.285,2 391,5 297,2 231,6 Aves¹ 722.470 16.832 17.119 1.091,3 235,4 72,8 98,4 TOTAL 424.655 357.250 9.598 1.634 560 910

Legenda:DBO5 = demanda bioquímica de oxigênio; N = nitrogênio; P = fósforo; K = potássio. Observação: (1) Quantidades de resíduos gerados por aves de corte considerando seis ciclos de criação com 45 dias de duração. Fonte: elaborado pelos autores.

7.2.8 Resíduos com Logística Reversa Obrigatória Na Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) consta que os resíduos com logística reversa obrigatória englobam: agroquímicos; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

7.2.8.1 Agroquímicos Os agroquímicos são conhecidos, popularmente, como agrotóxicos. Agrotóxicos são os produtos químicos utilizados em diversas culturas, com função de poupar as plantações da ação danosa de seres vivos considerados nocivos ao bom desenvolvimento da lavoura (SZABÓ JUNIOR, 2010). Esses produtos, por sua composição, podem ser tóxicos à saúde humana. Além disso, incluem-se nas categorias de resíduos com logística reversa obrigatória.

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As embalagens de agroquímicos são considerados resíduos perigosos devido a composição das substâncias armazenadas. A Prefeitura recolhe uma vez ao ano as embalagens de agroquímicos e as envia para Associações. As agropecuárias recebem as embalagens dos produtos que comercializam. Não há informações, junto à Prefeitura, quanto ao destino final e quantidade de embalagens geradas.

7.2.8.2 Pilhas e baterias Devido a composição das pilhas e baterias, esses bens após o consumo podem conferir riscos ambientais ao meio. Segundo Kemerich et al. (2012), em virtude da corrosão da blindagem das pilhas dispostas ao solo, metais pesados podem ser liberados no ambiente, sendo que estes podem se bioacumular na cadeia alimentar gerando efeitos tóxicos no organismo humano e de outros animais. De acordo com os técnicos municipais, as pilhas e baterias são recolhidas juntamente com os eletroeletrônicos pela Prefeitura. Não há informações sobre a quantidade coleta e a destinação final.

7.2.8.3 Pneus Pneus inservíveis são definidos pela Resolução Conama n˚ 258 (BRASIL, 1999) como aqueles que não mais se prestam a processo de reforma que permita condição de rodagem adicional. A Prefeitura não possui registro de quantidades geradas e não há destinação final definida. Há coleta dos pneus por uma pessoa que os reutiliza, no entanto, esta não possui contrato com a Prefeitura. Ainda, há uma empresa localizada em , que realiza a coleta dos pneus inservíveis da Prefeitura, entretanto, esta não possui contrato de prestação de serviço.

7.2.8.4. Óleos lubrificantes De acordo com Tristão et al. (2008), os óleos lubrificantes atingem o fim de sua vida útil quando perdem suas características originais. Os autores afirmam ainda que os óleos usados, de base mineral, não são biodegradáveis

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e podem provocar danos irreparáveis ao ambiente se descartados de forma inadequada. É realizada a coleta por uma empresa, entretanto, a Prefeitura não sabe informar qual é a empresa. Não há registros sobre a quantidade gerada de óleos lubrificantes.

7.2.8.5 Lâmpadas fluorescentes Segundo Philippi Júnior e Aguiar (2005), as lâmpadas fluorescentes contêm vapor de mercúrio sendo reconhecidas como resíduos perigosos. Os mesmos autores indicam que outros componentes das lâmpadas (vidro e terminais metálicos) podem ser reciclados para a produção de fritas para esmalte cerâmico e para produção de novas peças metálicas por fusão. Não há coleta especial, eventualmente são recolhidas juntamente com os eletroeletrônicos, no entanto, maior parte é enviada junto a coleta convencional. Não há informações sobre a geração, manejo e destinação final de resíduos compostos por lâmpadas fluorescentes.

7.2.8.6 Eletroeletrônicos Os resíduos eletroeletrônicos são caracterizados, segundo Virgens (2009), por apresentarem composição química com elevada presença de metais pesados como chumbo, mercúrio e cádmio, que são considerados substancias nocivas à saúde individual e podem contaminar o meio ambiente. A Lei Municipal n° 2.228 (PALMITINHO, 2011), institui o programa de coleta de resíduos eletrônicos no Município. Eventualmente ocorre coleta de eletroeletrônicos, porém, não há registros sobre a data de coleta e as quantidades de resíduos gerados, tampouco sobre seu manejo e destinação final.

7.2.9 Resíduos Volumosos No manual de orientação para elaboração dos planos de gestão de resíduos sólidos do Ministério do Meio Ambiente (2012), os resíduos

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volumosos são constituídos por peças de grandes dimensões como móveis e utensílios domésticos inservíveis, grandes embalagens, podas e outros resíduos de origem não industrial e não coletados pelo sistema de coleta domiciliar convencional. Neste documento, o manejo de resíduos de podas é descrito no item resíduos de limpeza urbana. A Secretária de Obras realiza a coleta todas as quintas-feiras. Alguns dos resíduos, como as latas, são enviados para o ferro-velho de Vista Alegre e os que ainda são utilizáveis são doados. Não há informações sobre quantidade de resíduos gerados.

7.2.10 Resíduos de Transporte A Política Nacional de Meio Ambiente (BRASIL, 2010) conceitua resíduos de serviços de transporte como os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira. De acordo com o art. 14 da Resolução CONAMA n°5 (BRASIL, 1993), os resíduos pertencentes ao Grupo D, “serão coletados pelos órgão municipal de limpeza urbana e receberão tratamento e disposição final semelhantes aos determinados para os resíduos domiciliares”. A Estação Rodoviária de Palmitinho não possui Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. A Rodoviária atende a 50 municípios da Região e interior destes, tendo em média, 50 passageiros transitando diariamente. Conforme informações do Técnico Administrativo da Rodoviária, a Rodoviária não possui lixeiras diferenciadas para o armazenamento dos resíduos. Ainda, afirmou-se que os resíduos gerados no seu interior são coletados pelo próprio serviço de coleta municipal.

7.2.11 Resíduos de Serviços Públicos de Saneamento Os resíduos considerados de serviços públicos de saneamento incluem aqueles gerados em atividades relacionadas às modalidades de saneamento

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básico: tratamento da água e do esgoto, manutenção dos sistemas de drenagem e manejo de águas pluviais (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2012). O município de Palmitinho possui uma estação de tratamento de esgoto localizada no Bairro Santo Inácio. A ETE é operada pela Administração Municipal, contudo, não se tem informações sobre a destinação final do lodo gerado, nem tampouco da sua operação.

7.2.12 Resíduos da mineração O município possui ainda 35 cascalheiras, onde uma parte das mesmas é licenciada, possuindo programa municipal de regularização/fiscalização. As pedras são extraídas para manutenção de estradas do município. O município não está vinculado a associações.

7.3 Catadores Catador de materiais recicláveis, segundo o projeto de Lei do Senado n° 618 (SENADO FEDERAL, 2007), é o indivíduo que, de forma autônoma, ou como associado de cooperativa ou associação, faz a cata, a seleção e o transporte de material reciclável, nas vias públicas e nos estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços, públicos ou privados, para venda ou uso próprio do material recolhido. De acordo com a Prefeitura Municipal de Palmitinho não há catadores no município. No entanto, há indivíduos que eventualmente realizam essa atividade, porém, não se classificam como catadores, visto que, sua renda não deriva apenas desta atividade. Esses indivíduos não possuem qualquer ligação com a Prefeitura Municipal, tampouco estão organizados na forma de associação. Não há informações sobre o perfil socioeconômico desses catadores. Também não existem programas de inclusão social destes. Não há dados disponíveis em Palmitinho sobre o mercado de materiais recicláveis, quantidades recicladas e valores comerciais desses materiais.

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7.4 Passivos ambientais Segundo Zanetti (2010), passivo ambiental representa os danos causados ao meio ambiente pela atividade humana perante terceiros. Neste documento, os passivos ambientais referem-se às áreas contaminadas ou áreas órfãs contaminadas.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) define: área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos. Área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou individualizáveis.

Outra definição, mais completa de aeras contaminadas encontra-se no Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas da Cetesb (1999), sendo esta: uma área contaminada pode ser definida como uma área, local ou terrena onde há comprovadamente poluição ou contaminação, causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural.

Em Palmitinho há um local situado na Linha Boa Vista, no qual, destinavam-se resíduos de todas as categorias. Entretanto, este não está mais em funcionamento, não foi feito nenhuma intervenção tornando uma área de passivo ambiental. Além deste há um local na própria Prefeitura, no parque de máquinas, em que foi identificado disposição de resíduos de poda e construção civil, no entanto, de acordo com relatos dos técnicos municipais há diversos outros tipos de resíduos dispostos no local.

7.5 Análise das carências dos serviços de limpeza e manejo de resíduos sólidos As principais carências relacionadas aos serviços de limpeza e manejo de resíduos sólidos identificadas foram:

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a) ausência de dados sobre a caracterização de resíduos sólidos b) ausência de roteiro de coleta de resíduos sólidos (coleta convencional e seletiva); c) aumento periodicidade da coleta de resíduos na área rural; d) ausência de informações precisas sobre a gestão de resíduos de construção civil e de resíduos industriais; e) ausência de plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde nas unidades de saúde; f) ausência de controles formais sobre coleta, transporte e destinação final de resíduos sólidos; g) definição de empresa licenciada para envio de medicamentos vencidos coletados na campanha; h) adequação do abrigo temporário de resíduos sólidos na unidade de saúde; i) ausência de registros sobre o manejo de resíduos de limpeza urbana; j) falta de sistematização de informações sobre manejo de resíduos com logística reversa obrigatória; k) falta de legislação específica com diretrizes sobre manejo de resíduos.

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CAPÍTULO 8 – SITUAÇÃO ECONÔMICA-FINANCEIRA DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO

8.1 Aspectos financeiros relacionados ao abastecimento de água potável e ao esgotamento sanitário A concessão do abastecimento de água e do esgotamento sanitário é da Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN). Até a finalização deste Diagnóstico, a CORSAN não havia enviado as informações sobre as receitas, despesas e investimentos no município de Palmitinho.

8.2 Aspectos financeiros relacionados aos serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos No Brasil, o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, anualmente, realiza o levantamento das condições de manejo de resíduos sólidos urbanos. Entre as informações sistematizadas estão às despesas referentes com a gestão de resíduos sólidos. Na Tabela 31 são apresentadas as despesas no Brasil e na região Sul entre os anos de 2009 e 2010.

Tabela 31: Despesas com manejo de resíduos sólidos na Região Sul e no Brasil. Brasil (R$/hab.ano) Região Sul (R$/hab.ano) Ano Mínimo Máximo Média Mínimo Máximo Média 2009 12,24 211,27 72,55 12,24 211,27 53,40 2010 20,09 208,12 73,48 20,09 208,12 70,50 2011 12,08 214,68 86,86 13,09 203,08 70,24 Fonte: SNIS (2011); SNIS (2012); SNIS (2013).

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O levantamento das informações sobre as despesas municipais com a gestão de resíduos sólidos foi realizado e é apresentada na Tabela 32.

Tabela 32: Despesas anuais com manejo de resíduos em Palmitinho. Despesas (R$) Serviço 2009 2010 2011 2012 Coleta de resíduos sólidos 38.425,90 30.463,84 28.583,31 26.030,79 Destinação final de resíduos sólidos 35.658,74 28.014,05 37.924,38 58.001,44 (CIGRES) Destinação de resíduos de varrição 109.263,01 123.374,69 168.421,76 240.700,98 (custos com servidores) Coleta e tratamento de resíduos de 0,00 2.657,50 6.391,00 8.290,00 serviços de saúde TOTAL 183.347,65 184.510,08 241.320,45 333.023,21 Fonte: Prefeitura Municipal de Palmitinho (2013).

Na Tabela 33 são apresentadas as informações sobre despesa per capita e déficit na arrecadação.

Tabela 33: Análise financeira da coleta de resíduos. Variável 2009 2010 2011 2012 Despesa per capita (R$/hab.ano) 54,01 53,58 69,24 95,74 População atendida urbana* 3.394 3.393 3.392 3.391 Taxa de limpeza pública orçada (R$) 30.000,00 31.500,00 32.000,00 30.000,00 Taxa de limpeza pública arrecada 16.949,07 21.078,63 22.953,62 26.281,44 (R$) Porcentagem sobre a receita orçada 56,50% 66,92% 71,73% 87,60% que foi arrecadada (%) Despesa com coleta e tratamento 183.347,65 181.852,58 234.929,45 324.733,21 final de resíduos (R$) Déficit de arrecadação par apagamento da despesa total com 90,76 88,41 90,23 91,91 coleta e tratamento de resíduos (%) Obs: *100% da população da zona urbana atendida. Fonte: elaborado pelos autores a partir dos dados da Prefeitura Municipal de Palmitinho (2013).

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO E GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

PROGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM SANEAMENTO BÁSICO

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CAPÍTULO 9 – PROJEÇÃO POPULACIONAL E ESTIMATIVAS

9.1 Projeção populacional Os dados de população de Palmitinho foram obtidos no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2013). Para projeção populacional consideraram-se os resultados obtidos nos censos de 1991, 1996, 2000 e 2010, que constam na Tabela 34.

Tabela 34: População de Palmitinho. População urbana População rural População total Ano (habitantes) (habitantes) (habitantes) 1991 6.644 6.906 13.550 1996 3.532 3.672 7.204 2000 3.404 3.539 6.943 2010 3.393 3.527 6.920 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2013).

A determinação do método de cálculo para projeção populacional foi definida após avaliação de duas metodologias (aritmética e geométrica) e análise do seu percentual de erro. Utilizou-se o método geométrico que apresentou o menor erro (1,97%) para a projeção da população de Palmitinho em um período de 20 anos. Além disso, o método geométrico é o mais adequado quando os dados censitários são escassos, como no caso do Município. A população total projetada foi definida a partir da soma das projeções geométricas das populações urbana e rural. A Figura 31 é a representação gráfica da projeção populacional de Palmitinho.

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Figura 31: Variação na população de Palmitinho no período de 1991 a 2033.

16000

14000

12000

10000

8000 População (habitantes)População 6000

4000

2000

0

(Anos)

TOTAL URBANA RURAL

Fonte: elaborado pelos autores.

Pela análise da Figura 31, verificou-se que a população do Município tende a decrescer a uma taxa de -0,03319 %, no período de 2013 a 2033. A tendência é que, a concentração da população na área urbana decresça numa escala maior. Na Tabela 35 encontram-se os dados de projeção de população urbana, rural e total para o período de 20 anos do Município.

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Tabela 35: Projeção da população total até 2033 para Palmitinho. População rural População urbana População total Ano projetada projetada projetada (habitantes) (habitantes) (habitantes) 2013 3.523 3.390 6.913 2014 3.522 3.388 6.911 2015 3.521 3.387 6.909 2016 3.520 3.386 6.906 2017 3.519 3.385 6.904 2018 3.518 3.384 6.902 2019 3.516 3.383 6.899 2020 3.515 3.382 6.897 2021 3.514 3.381 6.895 2022 3.513 3.380 6.893 2023 3.512 3.378 6.890 2024 3.511 3.377 6.888 2025 3.509 3.376 6.886 2026 3.508 3.375 6.883 2027 3.507 3.374 6.881 2028 3.506 3.373 6.879 2029 3.505 3.372 6.877 2030 3.504 3.371 6.874 2031 3.503 3.369 6.872 2032 3.501 3.368 6.870 2033 3.500 3.367 6.867 Fonte: elaborado pelos autores.

9.2 Estimativas relacionadas ao abastecimento de água potável As estimativas de vazão de consumo e de necessidade de reservação foram calculadas considerando a população projetada para o período de vigência do PMSB, ou seja, 20 anos, a contar de 2013. A vazão de consumo foi calculada considerando: a) as perdas atuais do sistema, refere-se a diferença entre o volume disponibilizado e o volume efetivamente fornecido ao imóvel (CORSAN, 2009). Este tipo de perda impacta na disponibilidade de recursos hídricos superficiais e os custos de produção da água; b) o volume de água no dia de maior consumo.

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De acordo as informações obtidas na etapa do “Diagnóstico” as perdas atuais do sistema de Palmitinho são de 20,4 %. Na projeção populacional constatou-se a teórica tendência no decréscimo no número de habitantes de Palmitinho. Desta forma, foi utilizada a população urbana calculada na projeção referente ao ano de 2013, que é de 3.390 habitantes. O consumo refere-se ao volume de água utilizado em um imóvel, num determinado período e fornecido pelo sistema público de abastecimento através da ligação com a rede pública (CORSAN, 2009). A vazão consumida acrescida das perdas mencionadas é de 156,96 L.hab.d-1, portanto a vazão de consumo total diária, para 2013, é de 532,031m3/d. A necessidade de reservação foi calculada considerando-se as mesmas taxas de crescimento populacional, de modo a garantir a reserva adequada para suprimento das necessidades básicas diária de uso de água, prevenção de incêndio, interrupções do sistema e melhor distribuição de pressões nas zonas de crescimento periféricas. A Tabela 36 apresenta a vazão de perdas e a necessidade de reservação para o período de 2013 a 2033.

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Tabela 36: Vazões de consumo e necessidade de reservação para a área urbana Palmitinho no período de 2013 a 2033. Vazão com Vazão total População Urbana Necessidade de Ano perdas diária 3 (habitantes) 3 reservação (m ) (L/s) (m /d) 2013 3.390 6,16 532,20 212,88 2014 3.388 6,15 532,03 212,81 2015 3.387 6,15 531,85 212,74 2016 3.386 6,15 531,67 212,67 2017 3.385 6,15 531,50 212,60 2018 3.384 6,15 531,32 212,53 2019 3.383 6,14 531,14 212,45 2020 3.382 6,14 530,97 212,38 2021 3.381 6,14 530,79 212,31 2022 3.380 6,14 530,62 212,24 2023 3.378 6,13 530,44 212,17 2024 3.377 6,13 530,26 212,10 2025 3.376 6,13 530,09 212,03 2026 3.375 6,13 529,91 211,96 2027 3.374 6,13 529,74 211,89 2028 3.373 6,12 529,56 211,82 2029 3.372 6,12 529,38 211,75 2030 3.371 6,12 529,21 211,68 2031 3.369 6,12 529,03 211,61 2032 3.368 6,12 528,86 211,54 2033 3.367 6,11 528,68 211,47 Fonte: elaborado pelos autores.

Pela análise da Tabela 36, evidenciou-se que no ano de 2013 a vazão total diária considerando as perdas é de 532,20 m3/d e para o ano de 2033, a referida vazão é de 528,68m3/d. No Diagnóstico verificou-se que a atual capacidade máxima de reservação de água instalada é de 507 m3/d, dividida em três reservatórios de concreto. Esta capacidade supre a atual e a futura demanda, visto que a atual (212,81 m³/d) e a futura necessidade de reservação (211,47 m³/d). De acordo com a projeção populacional de Palmitinho, verificou-se o decréscimo da população rural. Assim, considerou-se que as estruturas atuais quanto ao abastecimento humano atendem praticamente a demanda, porém são necessários

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investimentos para a produção quantitativa de água para o abastecimento de empreendimentos/indústrias que se dará condição de locação nas áreas industriais e no meio rural.

9.3 Estimativas relacionadas ao esgotamento sanitário A estimativa de geração de efluentes domésticos foi determinada através das contribuições progressivas ao longo do período de vigência do PMSB, que é de 20 anos a contar de 2013. Não se calculou a geração de esgoto para a população da área rural, pois estas devem primar pelo tratamento individual. Para fins de cálculo, considerou-se o atendimento de 100% da população urbana através do sistema de esgotamento sanitário e uma taxa de geração per capita de 125,57 L.hab/dia. Os valores obtidos na estimativa de geração contribuem para a definição do sistema de tratamento de esgoto doméstico, bem como dos seus custos de implantação. A definição da extensão da rede de esgoto a ser instalada será feita com base na atual extensão da rede de abastecimento de água. A Tabela 37 apresenta as vazões de esgoto doméstico: mínima, média, máxima e máxima horária.

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Tabela 37: Vazões de esgoto doméstico estimadas para o período de 2013 a 2033. População Contribuições Totais Ano Urbana Máxima Mínima (L/s) Média (L/s) Máxima (L/s) (habitantes) Horária (L/s) 2013 3.390 1,97 3,94 5,91 7,09 2014 3.388 1,97 3,94 5,91 7,09 2015 3.387 1,97 3,94 5,91 7,09 2016 3.386 1,97 3,94 5,91 7,09 2017 3.385 1,97 3,94 5,90 7,08 2018 3.384 1,97 3,93 5,90 7,08 2019 3.383 1,97 3,93 5,90 7,08 2020 3.382 1,97 3,93 5,90 7,08 2021 3.381 1,97 3,93 5,90 7,08 2022 3.380 1,96 3,93 5,89 7,07 2023 3.378 1,96 3,93 5,89 7,07 2024 3.377 1,96 3,93 5,89 7,07 2025 3.376 1,96 3,93 5,89 7,07 2026 3.375 1,96 3,92 5,89 7,06 2027 3.374 1,96 3,92 5,88 7,06 2028 3.373 1,96 3,92 5,88 7,06 2029 3.372 1,96 3,92 5,88 7,06 2030 3.371 1,96 3,92 5,88 7,05 2031 3.369 1,96 3,92 5,88 7,05 2032 3.368 1,96 3,92 5,87 7,05 2033 3.367 1,96 3,91 5,87 7,05 Fonte: elaborado pelos autores.

9.4 Estimativas de geração de resíduos sólidos A geração per capita é definida como a quantidade de resíduos gerada por cada indivíduo em um determinado período, sendo calculada a partir da massa coletada de resíduos e da população atendida. Segundo Oliveira et al. (2004), vários fatores influenciam na geração e na composição dos resíduos sólidos urbanos, como, por exemplo, variações sazonais e climáticas, hábitos e costumes da população, densidade demográfica, leis e regulamentações específicas, entre outros. Os autores afirmam, ainda, que a componente econômica é um dos fatores de maior importância, sendo que a produção

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de resíduos tem sido diretamente associada ao estágio de desenvolvimento de uma região. A taxa de geração per capita é um parâmetro fundamental para atividades de planejamento e projeto de estruturas necessárias ao manejo dos resíduos sólidos e pode variar de acordo com o porte do município, conforme consta na Tabela 38.

Tabela 38: Geração de resíduos per capita no Brasil. Geração per capita Tamanho da cidade População urbana (habitantes) (kg/habitante.dia) Pequena Até 30.000 0,50 Média De 30.000 a 500.000 De 0,50 a 0,80 Grande De 500.000 a 3.000.000 De 0,80 a 1,00 Megalópole Acima de 3.000.000 De 1,00 a 1,30 Fonte: CEMPRE (2000).

As informações sobre as taxas de geração e composição de resíduos são escassos. Sendo esta situação é bastante comum nos municípios de pequeno porte, onde há menor disponibilidade de mão de obra qualificada e onde o serviço de coleta, transporte e disposição final de resíduos, em geral, é terceirizada (SCHNEIDER et al., 2011).

9.4.1 Estimativa de geração de resíduos domiciliares e comerciais O município de Palmitinho não possui dados sistematizados de geração de resíduos, desta forma, para se estimar a composição dos resíduos sólidos foram utilizados, como base, os dados referentes ao município de (RS). Optou-se pela comparação entre estes municípios devido às similaridades de informações relevantes a geração e caracterização de resíduos, conforme apresentado na Tabela 37.

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Tabela 39: Comparação dos municípios de Palmitinho e Segredo (dados de 2010). Parâmetros Palmitinho1 Segredo2 População total (habitantes) 6.943 7.158 População urbana (habitantes) 3.404 1.807 População rural (habitantes) 3.539 5.351 Perfil econômico Serviços Serviços Taxa de geração per capita - 0,34 (kg.hab/dia) Fonte: 1IBGE (2012); 2Segredo (2012).

Na Tabela 40 é apresentada a estimativa de geração de resíduos sólidos, considerando diferentes categorias. Para fins de cálculo, utilizou-se como taxa de geração de resíduos o valor de 0,50 Kg.hab/dia, visto que é o valor adotado pelo CEMPRE (2000) para municípios de pequeno porte. Ainda, utilizou-se a composição dos resíduos do município de Segredo, visto que é um Município com população total semelhante e mesmo perfil econômico. De acordo com Segredo (2012), a composição gravimétrica de resíduos do Município é: a) matéria orgânica = 77,07%; b) plástico = 7,99%; c) vidro = 3,08%; d) papel/papelão = 8,23%; e) metais = 2,8%; f) panos, trapos, couro, borracha = 0,82%.

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Tabela 40: Estimativa de crescimento e geração de resíduos sólidos domiciliares para Palmitinho. Geração per Matéria População RSU Plástico Vidro Papel/Papelão Metais Panos capita Orgânica Ano habitantes kg/hab.dia t/ano t/ano t/ano t/ano t/ano t/ano t/ano 2013 6.913 0,5 1.262 972,35 100,81 38,86 103,83 35,33 10,47 2014 6.911 0,5 1.261 972,03 100,77 38,85 103,80 35,31 10,47 2015 6.909 0,5 1.261 971,70 100,74 38,83 103,76 35,30 10,46 2016 6.906 0,5 1.260 971,38 100,71 38,82 103,73 35,29 10,46 2017 6.904 0,5 1.260 971,06 100,67 38,81 103,70 35,28 10,46 2018 6.902 0,5 1.260 970,74 100,64 38,79 103,66 35,27 10,45 2019 6.899 0,5 1.259 970,41 100,60 38,78 103,63 35,26 10,45 2020 6.897 0,5 1.259 970,09 100,57 38,77 103,59 35,24 10,45 2021 6.895 0,5 1.258 969,77 100,54 38,76 103,56 35,23 10,44 2022 6.893 0,5 1.258 969,45 100,50 38,74 103,52 35,22 10,44 2023 6.890 0,5 1.257 969,13 100,47 38,73 103,49 35,21 10,44 2024 6.888 0,5 1.257 968,81 100,44 38,72 103,45 35,20 10,43 2025 6.886 0,5 1.257 968,48 100,40 38,70 103,42 35,19 10,43 2026 6.883 0,5 1.256 968,16 100,37 38,69 103,39 35,17 10,43 2027 6.881 0,5 1.256 967,84 100,34 38,68 103,35 35,16 10,42 2028 6.879 0,5 1.255 967,52 100,30 38,67 103,32 35,15 10,42 2029 6.877 0,5 1.255 967,20 100,27 38,65 103,28 35,14 10,42 2030 6.874 0,5 1.255 966,88 100,24 38,64 103,25 35,13 10,41 2031 6.872 0,5 1.254 966,56 100,21 38,63 103,21 35,12 10,41 2032 6.870 0,5 1.254 966,24 100,17 38,61 103,18 35,10 10,41 2033 6.867 0,5 1.253 965,92 100,14 38,60 103,15 35,09 10,40 Observação: RSU = resíduos sólidos urbanos, massa total de resíduos gerada. Fonte: elaborado pelos autores.

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9.4.2 Materiais Recicláveis A partir da estimativa da geração de resíduos, calculou-se a massa e o volume potencial de materiais recicláveis. Os materiais recicláveis englobam as categorias: plástico, vidro, papel/papelão, metais ferrosos e metais não ferrosos. Atualmente o município conta somente com coleta convencional, sendo assim os materiais recicláveis gerados são coletados juntamente com a fração orgânica e os rejeitos. A Tabela 41 apresenta as estimativas e projeções de resíduos recicláveis.

Tabela 41: Estimativas e projeções de geração de resíduos recicláveis no Município de Palmitinho. Estimativas e Projeções 2013 2033 Unidade Massa de resíduos recicláveis coletados 278,82 276,98 t/ano Volume de resíduos recicláveis coletados1 27.882 27.698 m³/ano Observações: 1estimado a partir da massa específica dos resíduos secos soltos de 100kg/m3. Fonte: elaborado pelos autores.

9.4.3 Resíduos de Construção Civil Para a determinação da estimativa de geração de resíduos da construção civil, adotou-se uma taxa de geração de 198 kg/hab.ano (BERNARDES, 2006). Este valor refere-se a um estudo de quantificação e classificação dos resíduos da construção civil e demolição do Município de /RS. Considerou-se a massa específica aparente de resíduos de construção civil indiferenciados como 1.200 kg/m³ (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2012). Na Tabela 42 são apresentadas as estimativas de geração de resíduos de construção civil estimada a partir de dados bibliográficos.

Tabela 42: Estimativas e projeções de geração de resíduos de construção civil. Estimativas e Projeções Índice utilizado 2013 2033 Unidade

Resíduos de construção civil 198 kg/hab.ano 1.368 1.359 t/ano

Volume de resíduos de construção civil 1.200 kg/m³ 1.140 1.133 m3/ano Fonte: elaborado pelos autores.

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9.4.4 Resíduos com Logística Reversa Obrigatória Este grupo é composto pelos resíduos de bens pós-consumo: eletroeletrônicos, pilhas e baterias, pneus, lâmpadas fluorescentes e óleos lubrificantes e suas embalagens, sendo que, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), estes deverão apresentar programas de coleta ou ações para devolução ao fornecedor. Na Tabela 43 são apresentadas as estimativas de geração de resíduos com logística reversa obrigatória estimada a partir de dados bibliográficos.

Tabela 43: Estimativas e projeções de geração de resíduos com logística reversa. Resíduos Índice utilizado 2013 2033 Unidade Eletroeletrônicos 2,6 kg/hab.ano 17,97 17,85 t/ano Pilhas 4,34 unidades/hab. 30.002 29.804 unid/ano Baterias 0,09 unidades/hab 622,18 618,06 unid/ano Pneus 2,9 kg/hab 20,04 19,91 t/ano Lâmpadas fluorescentes 4 unid./resid. ano 5.530 5.493 unid/ano Observação: kg/hab.ano = kilograma por habitante ano; unidades/hab. = unidades por habitante; unidades/resid.ano = unidades por residência ano; t/ano = toneladas ano. Fonte: elaborado pelos autores.

9.4.5 Resíduos Volumosos A estimativa de geração de resíduos volumosos foi calculada a partir dos índices propostos no Manual para Elaboração de Planos de Gestão de Resíduos Sólidos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2012): a) massa específica de 400 kg/m3 e b) taxa de geração de 30 kg/hab.ano. As estimativas referem-se à multiplicação dos índices utilizados pela população projetada para os anos de 2013 e 2033 e são apresentados na Tabela 44.

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Tabela 44: Estimativas e projeções de geração de resíduos volumosos. Estimativas e Projeções Índice utilizado 2013 2033 Unidade Resíduos volumosos 30 kg/hab.ano 153,37 101,52 t/ano Volume de resíduos volumosos 400 kg/m3 384,68 253,80 m³/ano Fonte: elaborado pelos autores.

9.4.6 Resíduos de Serviço de Saúde A estimativa de geração média de resíduos de serviço de saúde foi calculada com base nas informações do Manual para Elaboração de Planos de Gestão de Resíduos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2012). O Manual indica uma geração média de resíduos de serviços de saúde de 5 kg diários para cada 1.000 habitantes, o que corresponde a uma taxa média de 0,5 % em relação à quantidade de resíduos domiciliares e públicos coletada. Desta forma, multiplicou-se o número de habitantes dos anos de abrangência deste Plano pela taxa média de geração destes resíduos. Esta estimativa está apresentada na Tabela 45.

Tabela 45: Geração de resíduos de serviços de saúde. População Taxa de geração Geração Geração Ano total (kg/d) (kg/d) (kg/ano) 2013 5.129 0,005 34,57 12.62 2033 3.384 0,005 34,34 12.53 Fonte: elaborado pelos autores.

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CAPÍTULO 10 – ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL

10.1 Diretrizes, estratégias e metas do Plano Nacional de Saneamento Básico para o abastecimento de água potável No Plano Nacional de Saneamento Básico estão descritas as metas, estratégias e as diretrizes a serem obtidas para a melhoria operacional e de infraestrutura do sistema de abastecimento de água. As estratégias/ações indicadas no PMSB de Palmitinho foram elaboradas de forma a atender as diretrizes que constam na Política Nacional de Saneamento Básico – Lei n˚ 11.445 (BRASIL, 2011) e no Plano Nacional de Saneamento Básico – versão preliminar (BRASIL, 2011). As principais diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (BRASIL, 2011), para o eixo abastecimento de água potável, são:  Buscar a universalização da oferta de abastecimento de água potável nas áreas urbana e rural;

 Fomentar a transparência e o acesso as informações, bem como a prestação de contas por parte dos prestadores de serviço, visando a qualificação dos serviços;

 Avaliar modelos tarifários para a água e esgotos, quanto aos critérios de subsídio interno e eficiência dos serviços.

10.2 Indicação de metas para o eixo abastecimento de água potável A indicação de prazo de execução para as metas foram elaboradas considerando um horizonte de 20 anos, conforme o indicado pela Política Nacional de Saneamento Básico (BRASIL, 2011) e os prazos indicados pela FUNASA (2012): a) Emergencial: implementação das ações em até 3 anos; b) Curto prazo: ações a serem implementadas entre 4 a 8 anos;

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c) Médio prazo: ações a serem implementadas ente 9 a 12 anos; d) Longo prazo: ações a serem implementadas ente 13 a 20 anos.

10.2.1 Emergenciais a) implantação de sistema de tratamento da água de abastecimento da zona rural: conforme verificado no Diagnóstico, o abastecimento na zona rural é de responsabilidade das associações de moradores e núcleos comunitários, que mantém o sistema de captação e distribuição por poços tubulares profundos ou cacimbas, dependendo da região. Constatou-se também que no Município existem 03 poços utilizados como Solução Alternativa Coletiva (SAC) sendo que nenhum possui tratamento. Pela análise dos dados de monitoramento a maioria desses poços apresenta presença de coliformes totais e Escherichia coli. Sendo, desta forma, necessária a instalação de sistemas simplificados de tratamento das águas, para evitar prejuízos à saúde. De acordo com a FUNASA (2006), os riscos relacionados com a água podem ser distribuídos em duas categorias principais:  riscos relacionados com ingestão de água contaminado por agentes biológicos, pelo contato direto ou por meio de insetos vetores que necessitam da água para seu ciclo biológico;  risco derivados de poluentes químicos e radioativos, geralmente efluentes de esgotos industriais ou causados por acidentes naturais.

Os sistemas simplificados de tratamento de água a serem implantados devem contemplar facilidade de operação e de controle de qualidade. Indica-se a instalação de dosadores automáticos de cloro, que são aparelhos que regulam a quantidade de cloro a ser adicionada, dando-lhe vazão constante. O cloro é o desinfectante mais empregado e é considerado adequado devido a (FUNASA, 2007):  realmente agir sobre os microrganismos patogênicos presentes na água;

 não é nocivo ao homem na dosagem requerida para desinfecção;

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 é econômico;

 não altera outras qualidades da água, depois de aplicado;

 é de aplicação relativamente fácil;

 deixa um residual altivo na água, isto é, sua ação continua depois de aplicado;

 é tolerado pela grande maioria da população.

b) elaboração de projeto para outorga de poços: não foi verificada no Diagnóstico a existência de informações e registros sobre a outorga dos 03 poços de abastecimento na área rural. Com vista a isto, indica-se que seja feita a regularização e outorga dos poços, para assegurar o controle quali-quantitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso a ela. A outorga de direito do uso da água é um instrumento no qual o Poder Público autoriza, concede ou permite ao usuário fazer uso desse bem público. A Lei Estadual n˚ 10.350 (RIO GRANDE DO SUL, 1994) define que qualquer empreendimento ou atividade que alterar as condições quali-quantitativas das águas superficiais ou subterrâneas, considerando os critérios técnicos do Plano Estadual de Recursos Hídricos e os Planos de Bacia Hidrográfica.

10.2.2 Curto Prazo a) criação de programa de educação ambiental para racionalização do uso da água de abastecimento: esta meta contempla a execução de programas contínuos para a racionalização e redução do consumo de água. Assim, considera-se a execução de palestras em escolas e espaços comunitários, bem como a divulgação de material informativo nas mídias disponíveis, com foco na divulgação da importância da água e do meio ambiente. Ainda, visa dar conhecimento e difundir procedimentos que podem ser adotados pela população com vistas à redução do consumo de água; a não poluição dos corpos hídricos e a conservação dos mananciais.

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b) cadastro de rede de abastecimento de água potável: na etapa de Diagnóstico não se verificaram informações e registros sobre as redes de distribuição de água potável. Recomenda-se a realização do cadastro de redes através da verificação dos projetos existentes na Prefeitura e na concessionária. O Ministério da Saúde (2006) afirma que é essencial que os responsáveis pelo abastecimento da água mantenham um cadastro o mais detalhado possível das instalações físicas, que deve ser atualizado sempre que alguma modificação for introduzida, sendo que essa atividade deve ser prevista na rotina operacional de todos os sistemas ou alternativas de abastecimento de água. As funções do cadastro de rede são (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006):  permitir aos profissionais que atuam nos sistemas ou soluções alternativas conhecer os detalhes das suas instalações físicas;

 perpetuar as informações para os novos profissionais que assumem os serviços, por ampliação da equipe ou por eventuais substituições;

 informar tais características à vigilância da qualidade da água para consumo humano, para que esta possa exercer efetivamente sua função.

c) substituição das redes de fibrocimento e das redes caducas: verificou-se no Diagnóstico que a rede a ser substituída é de 3.661m correspondente a 5,42% do total instalado, sendo que a nova rede dever ser de PVC e o diâmetro da tubulação compatível com a demanda atual e futura (2033). Entretanto, antes da instalação das redes deve ser elaborado um estudo para que a rede distribua a água de forma contínua a todos os usuários. A rede de distribuição é o conjunto de tubulações, conexões, registros e peças especiais destinadas a distribuir a água (FUNASA, 2006). Segundo o Ministério da Saúde (2006), as redes de distribuição de água devem seguir ou atender aos seguintes critérios técnicos:  garantir, no interior das tubulações, pressões dentro dos limites recomendados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);

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 evitar, ao máximo possível, situações em que tubulações fiquem vazias ou despressurizadas, para não permitir a entrada de águas poluídas ou contaminadas;

 dotar a rede de distribuição de registros de descarga adequadamente localizadas para permitir as operações de limpeza necessárias;

 limitar, ao mínimo incontornável, os trechos de rede de distribuição que não estejam interligados a outras tubulações, ou seja, que favoreçam a ocorrência de baixas velocidades;  substituir as tubulações muito antigas que sejam responsáveis pelo comprometimento da qualidade da água;  evitar a imersão das tubulações em águas de qualidade inferior;  assentar as tubulações em valas situadas, sempre que possível, a mais de 3m das canalizações de esgoto;  garantir que as tubulações estejam protegidas contra poluição ou contaminação durante os serviços de reparos, substituições, remanejamentos ou prolongamentos;  desinfetar as tubulações após serviços de construção ou de reparos. d) controle da qualidade qualitativo da água de abastecimento área rural: na Portaria do Ministério da Saúde n˚ 2.914 (BRASIL, 2011), o controle da qualidade da água para consumo humano refere-se ao conjunto de atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo sistema ou por solução alternativa coletiva, com objetivo de verificar se a água fornecida é potável. Segundo verificado no Diagnóstico, a qualidade da água na área rural é monitorada pela equipe de Vigilância Sanitária Municipal, no entanto entende-se que esta tarefa deve ser realizada pela associação de moradores e núcleos comunitários. À Vigilância Sanitária cabe a função de realizar as contraprovas para os casos de contaminação dos poços. No artigo n˚ 13 da Portaria do Ministério da Saúde n˚ 2.914 (BRASIL, 2011) estão definidos que compete ao responsável pelo sistema ou pela solução alternativa coletiva de abastecimento da água: exercer o controle da qualidade da

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água e assegurar pontos de coleta de água na saída de tratamento e na rede de distribuição para o controle e a vigilância da qualidade da água.

10.2.3 Médio Prazo a) realização de medições de pressões na rede de distribuição de água potável para prevenção de perdas: de acordo com a ABNT n° 12.228 (1994) a pressão no interior das tubulações deve atender os limites recomendados, sendo a pressão máxima estática de 500 kPa, e a pressão dinâmica mínima de 100 kPa. A pressão deve ser controlada, visto que pressões elevadas favorecem perdas de água, enquanto pressões baixas dificultam o abastecimento domiciliar e facilitam a contaminação da água no interior das tubulações. b) instalação e manutenção dos sistemas de micro e macromedição para controle operacional do sistema de abastecimento de água potável: para o efetivo gerenciamento das perdas no sistema de distribuição é de suma importância à utilização de sistemas de medição confiáveis e controlados. Nos sistemas de abastecimento, esses sistemas constituem-se como uma ferramenta para o aumento da eficiência da operação, permitindo conhecer o funcionamento do sistema e controlando os parâmetros, tais como: vazão, pressão, volume, entre outros. Quanto à redução das perdas no sistema, estas deverão ser reduzidas até que se atinja a meta estabelecida pelo PLANSAB (BRASIL, 2011). Conforme CORSAN (2010), a micromedição é um conjunto de atividades relacionadas com a instalação, operação e manutenção de hidrômetros, o qual tem por finalidade a medição do fornecimento de agua demandada pelas instalações prediais. Já a macromedição é o conjunto de instrumentos de medição, permanentes ou portáteis, usados para a obtenção de dados de vazões e pressões em pontos significativos de um sistema de abastecimento de água. c) instalação de sistemas de fluoretação de água de abastecimento: indica-se que até o final do prazo de vigência deste Plano, sejam instalados sistemas de fluoretação. A definição do tipo de sistema a ser implantado deve seguir as

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instruções do Manual de fluoretação da água para consumo humano (FUNASA, 2012):  levantamento do índice de CPO-D (C = cariados; P = perdidos; O = obturados; D = dentes);

 informações técnicas do sistema de abastecimento de água = tipo de manancial, vazão do sistema de abastecimento de água, população abastecida, número de ligações, tempo de funcionamento, tipo de tratamento; formas de reservação e teor natural de íon fluoreto;

 definição do teor de íon fluoreto a ser aplicado;

 escolha do produto a ser utilizado considerando = eficiência, grau de solubilidade, custo, continuidade de fornecimento pelo fabricante, distancia entre a fonte produtora e o consumidor, transporte, estocagem, manuseio do composto e riscos operacionais;

 escolha do equipamento podendo ser bombas dosadoras, dosadores de nível constantes, cone de saturação e cilindros de saturação;

 definição do ponto de aplicação, geralmente saída dos filtros, reservatório de contato ou reservatório de distribuição;

 definição do método de análise de íons fluoretos e freqüência de controle;

 definição de plano mínimo de amostragem para o controle da qualidade da água distribuída conforme consta na Portaria do Ministério da Saúde n˚ 2.914 (BRASIL, 2011).

10.2.4 Longo Prazo a) banco de dados sobre sistema de abastecimento de água potável na Prefeitura: salienta-se a necessidade de um acompanhamento periódico da variação dos indicadores, permitindo o monitoramento do sistema de abastecimento de água. A compilação das informações do sistema proporciona ao gestor uma ferramenta importante na tomada de decisões, pois os dados coletados e armazenados poderão

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ser utilizados para produzir estudos, definir políticas públicas municipais e avaliar a disponibilidade e qualidade hídrica. Conforme diagnóstico, atualmente estas informações são armazenadas de maneira descentralizadas e não há integração entre o a concessionária e a concedente. A centralização destes dados facilitará a avaliação do setor por todos os agentes interessados. Este sistema deverá ainda armazenar os seguintes dados:  identificação e localização dos componentes do sistema de abastecimento de água no Município;

 informações operacionais dos componentes;

 registro de reclamações dos usuários;

 levantamento de dados para composição de indicadores;

 informações sobre qualidade das águas e comparação dessas com os padrões de qualidade normativos.

b) definição de pontos de monitoramento para avaliação quali-quantitativa dos recursos hídricos: através desta ação, busca-se subsídios para acompanhar e monitorar a qualidade das águas, de modo a avaliar as condições dos mananciais e para auxiliar a tomada de decisões associada ao gerenciamento dos recursos hídricos. As práticas relacionadas ao monitoramento de qualidade de água incluem a coleta de amostras de água em locais específicos, feita em intervalos regulares de tempo, de modo a gerar informações que possam ser utilizadas para a definição das condições presentes de qualidade da água e assim preservar o meio ambiente. Segundo ANA (2013), uma rede de monitoramento de qualidade de água é constituída pelos seguintes elementos:  estações de monitoramento: definidas em função dos objetivos da rede e identificados pelas coordenadas geográficas;

 instrumentos: utilizados na determinação de parâmetros em campo e em laboratório;

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 equipamentos: utilizados na coleta, tais como: baldes, amostradores em profundidade, corda, frascos, caixa térmica, veículos, barcos, entre outros;

 protocolos: para a determinação de parâmetros em campo, para a coleta e preservação das amostras, para análise laboratorial dos parâmetros de qualidade, e para identificação das amostras;

 estrutura logística de envio das amostras: locais para o envio das amostras, disponibilidade de transporte, logística de recebimento e encaminhamento das amostras para laboratório.

10.3 Responsabilidades pela implementação das ações No Quadro 6 são apresentadas as indicações de responsabilidade e a agenda de implementação das metas de abastecimento de água potável.

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Quadro 6: Metas, prazos e indicação dos responsáveis pela implementação de abastecimento de água potável. Responsabilidade Pública Atividade Principal Complementar Comitê de Elaboração/Conselho Municipal Avaliação e aprovação do Diagnóstico Administração Municipal e Comunidade de Defesa do Meio Ambiente Comitê de Elaboração/Conselho Municipal Avaliação e aprovação do Prognóstico Administração Municipal e Comunidade de Defesa do Meio Ambiente Emergenciais (ações a serem implementadas em até 3 anos): Implantação de sistema de tratamento da água de Secretária Municipal de Agricultura e Meio Vigilância Sanitária Municipal abastecimento da zona rural Ambiente Secretária Municipal de Agricultura e Meio Secretária Municipal da Saúde e Assistência Elaboração de projeto para outorga de poços Ambiente Social Curto Prazo (ações a serem implementadas entre 4 e 8 anos): Criação de programa de educação ambiental para Secretária Municipal de Agricultura e Meio Secretaria Municipal de Educação e Cultura racionalização do uso da água de abastecimento Ambiente Cadastro de rede de abastecimento de água potável CORSAN Secretária Municipal de Obras e Viação Substituição das redes de fibrocimento e das redes caducas CORSAN Secretária Municipal de Obras e Viação Controle da qualidade qualitativa da água de abastecimento Secretária Municipal de Agricultura e Meio Secretária Municipal da Saúde e Assistência na área rural Ambiente Social Médio Prazo (ações a serem implementadas entre 9 e 12 anos): Realização de medições de pressões na rede de distribuição CORSAN Secretária Municipal de Obras e Viação de água potável para prevenção de perdas Instalação e manutenção dos sistemas de micro e macromedição para controle operacional do sistema de CORSAN Secretária Municipal de Obras e Viação abastecimento de água potável Instalação de sistemas de fluoretação de água de Secretária Municipal da Saúde e Assistência CORSAN abastecimento Social Longo Prazo (ações a serem implementadas entre 13 e 20 anos): Banco de dados sobre sistema de abastecimento de água Secretária Municipal de Agricultura e Meio CORSAN potável na Prefeitura Ambiente Definição de pontos de monitoramento para avaliação quali- Secretária Municipal de Agricultura e Meio Secretária Municipal da Saúde e Assistência quantitativa dos recursos hídricos Ambiente Social Fonte: elaborado pelos autores.

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10.4 Plano de contingência para situações de emergência Situação de emergência é aquela em que um determinado risco se concretizou, havendo a necessidade de averiguação de suas causas, bem como o estabelecimento das medidas de minimização dos dados e prevenção de futuras ocorrências (FINOTTI et al, 2009). No Quadro 7 são indicadas as principais situações de emergência que podem ocorrer no abastecimento de água potável e as suas possíveis ações corretivas.

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Quadro 7: Situações de emergência e suas ações corretivas. Situação de Origem da situação Ação corretiva emergência a) contratação de empresa especializada em caráter a) greve da equipe de manutenção; emergencial; Danos na tubulação e b) avaria nos equipamentos; b) instalação de equipamentos de monitoramento para na captação c) enchentes e inundações; identificação de vazamentos em estágios iniciais; d) erosões ou deslizamentos que interrompam a captação. c) comunicação adequada com os usuários afetados e garantia de suprimento de água por carro pipa. a) treinamento adequado de pessoal para identificação de a) derramamento de contaminantes nos mananciais; anomalias no manancial; Contaminação dos b) acidente com cargas perigosas que provoquem a b) interrupção no funcionamento da unidade de produção até mananciais contaminação dos recursos hídricos. confirmação da inexistência de riscos à saúde; c) análise da água sob suspeita. a) comunicação adequada com os usuários afetados e garantia de suprimento de água por carro pipa. b) manutenção de volume adequado de reservação; Estiagem a) falta de chuvas. c) diagnóstico completo das áreas afetadas; d) elaboração de campanhas para a economia e uso racional da água. a) inundação das estruturas para abastecimento; a) comunicação à população, instituições e Defesa Civil; b) movimentação do solo com arrebentamento da rede de b) comunicação à fornecedora de energia elétrica; água; c) reparo das instalações pelos responsáveis ou por Falta de água c) interrupção prolongada no fornecimento de energia; contração de empresas especializadas na prestação de generalizada ou parcial d) qualidade inadequada de água; serviços; e) danificação de estruturas de reservatórios; d) implementação do rodízio de abastecimento; f) rompimento das redes de abastecimento; e) deslocamento de frota de caminhão tanque. g) ações de vandalismo. Fonte: elaborado pelos autores.

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10.5 Investimentos necessários para o atendimento das metas Na Tabela 46 são apresentados os investimentos necessários para a implementação das metas propostas no eixo abastecimento de água potável. Ressalta-se que este é um orçamento preliminar dos investimentos necessários para operacionalização das metas, sendo que no momento de sua realização devem ser elaboradas novas propostas orçamentárias. Deve-se observar que na ocasião da realização ou contratação dos serviços, os valores devem ser reajustados. Por fim, enfatiza-se que foram orçados somente os valores com a elaboração de projeto e não os custos para implantação destes.

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Tabela 46: Investimentos relacionados ao eixo abastecimento de água potável. Metas Quantidade Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) Implantação de sistema de tratamento da água de abastecimento 3 un. R$ 1.200,00 R$ 3.600,00 da zona rural Elaboração de projeto para outorga de poços 3 un. R$ 8.000,00 R$ 24.000,00 Substituição das redes 3.661 m R$ 125,00 R$ 457.635,00 Banco de dados sobre sistema de abastecimento de água potável 1 un. R$ 2.680,00 R$ 2.680,00 Fonte: elaborado pelos autores.

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CAPÍTULO 11 – ESGOTAMENTO SANITÁRIO

11.1 Diretrizes, estratégias e metas do Plano Nacional de Saneamento Básico para o esgotamento sanitário No Plano Nacional de Saneamento Básico estão descritas as metas, estratégias e as diretrizes a serem obtidas para a melhoria operacional e de infraestrutura do sistema de esgotamento sanitário. As estratégias/ações indicadas no PMSB de Palmitinho foram elaboradas de forma a atender as diretrizes que constam na Política Nacional de Saneamento Básico – Lei n˚ 11.445 (BRASIL, 2011) e no Plano Nacional de Saneamento Básico – versão preliminar (BRASIL, 2011). As principais diretrizes que constam no Plano Nacional de Saneamento Básico (BRASIL, 2011), para o eixo de esgotamento sanitário são:  buscar a universalização da oferta de esgotamento sanitário nas áreas urbana e rural, minimizando o risco a saúde e assegurando a qualidade ambiental;

 fomentar ações de comunicação, mobilização e educação ambiental para o saneamento básico;

 avaliar o modelo tarifário para esgotos, quanto aos critérios de subsídio interno e eficiência dos serviços;

 fomentar a transparência e o acesso as informações, bem como a prestação de contas por parte dos prestadores de serviço, visando a qualificação dos serviços;

 consolidar, em nível prioritário, atividades sistemáticas de elaboração de estudos e pesquisas, com ênfase para o desenvolvimento institucional e tecnológico, e para avaliação e monitoramento das políticas e programas;

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 valorizar a criação dos Sistemas Municipais de Informação em Saneamento Básico.

11.2 Indicação de metas e objetivos para o eixo esgotamento sanitário A indicação de prazo de execução para as metas do eixo esgotamento sanitário foram elaboradas conforme o indicado pela Política Nacional de Saneamento Básico (BRASIL, 2011), considerando um horizonte de 20 anos, e os prazos indicados pela FUNASA (2012): a) Emergencial: implementação das ações em até 3 anos; b) Curto prazo: ações a serem implementadas entre 4 a 8 anos; c) Médio prazo: ações a serem implementadas ente 9 a 12 anos; d) Longo prazo: ações a serem implementadas ente 13 a 20 anos.

11.2.1 Emergenciais a) elaboração de estudo de viabilidade técnica para implantação de sistemas de tratamento de esgoto sanitário: conforme apresentado no diagnóstico, o sistema de esgotamento sanitário do Município possui déficit de atendimento. No Diagnóstico verificou-se a existência de uma estação de tratamento de efluentes (ETE) que atende a 6% da população. A carência em relação à infraestrutura de esgotamento se encontra não só na coleta, como também na interceptação e tratamento dos esgotos. Destaca-se ainda, que a lacuna de ações no setor se dá não apenas na implantação de infraestrutura para ampliação do sistema, mas também na elaboração de estudos e projetos, ações de melhorias das unidades existentes e modernização do sistema. Deste modo, deverá ser elaborado um estudo de concepção e projetos básico e executivo para implantação de sistema de esgotamento sanitário nas áreas sem cobertura de atendimento. b) implantação de programas de educação ambiental: a falta de informações da população referente aos sistemas de tratamento individuais pode ser fator decisivo na qualidade e características do efluente gerado. Assim, sugere-se a

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elaboração de material informativo sobre a importância da manutenção do sistema de esgotamento sanitário, sendo este distribuído com maior gama de abrangência para a população da zona rural e urbana onde não abrangerá o sistema coletivo de esgotamento sanitário. c) implantação e operação do sistema de tratamento dos lodos de fossas e filtros: o destino do lodo proveniente das fossas e filtros representa um grave problema que ainda não foi adequadamente equacionado. As estimativas de produção, conforme PROSAB (2009) é de que a produção seja de 80.000 m³/dia de lodo séptico úmido no Brasil. O lodo representa um passivo e há uma grande resistência em assumir a responsabilidade de sua gestão. Sugere-se que o departamento ambiental responsável pelo licenciamento emita um manifesto de transporte, no qual o local de destino esteja bem definido, em geral uma estação de tratamento de esgotos ou um sistema próprio de tratamento, hoje mais comumente uma lagoa de estabilização. Os caminhões limpa-fossas deverão estar munidos deste manifesto.

11.2.2 Curto Prazo a) normatização de projetos e fiscalização da implantação de redes em novos loteamentos: para os novos loteamentos a serem implantados no Município, a aprovação deverá estar vinculada a apresentação de um sistema de tratamento de esgotos que atenda as normas de emissão constantes na CONAMA n° 357 (BRASIL, 2005) ou de acordo com a própria legislação Estadual ou Municipal. b) elaboração de cadastro de rede de esgoto através de levantamento de registros e de dados em campo: está meta trata-se do cadastramento das informações obtidas através de levantamentos em campo, de todas as estruturas e dispositivos que compõem os sistemas de redes de coleta de esgoto. O cadastro das redes coletoras deve conter as informações básicas para subsidiar as obras de manutenções do sistema ou mesmo para auxiliar na elaboração de projetos de outras prestadoras de serviço. Deve conter dados,

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como: tipo de material, diâmetro, profundidade, afastamento do meio fio, tipo de pavimento, distância de pontos notáveis, como PV, postes, dados de demais instalações subterrâneas, como redes de água, de drenagem, de energia e de telefonia. O levantamento de informações cadastrais em campo deverá ser efetuado concomitantemente com a execução dos serviços/obras de implantação ou de remanejamento das redes. c) manutenção de sistemas individuais de tratamento de efluente: como meio de se concretizar a necessidade de manutenção destes sistemas e da correta destinação dos lodos, busca-se através desta meta, a criação de legislação municipal que condicione o proprietário do imóvel urbano e/ou rural a realizar a limpeza do sistema do seu domicílio e destinar estes resíduos a locais licenciados para esta finalidade.

Assim, busca-se universalizar o esgotamento sanitário para a população do Município. Conforme diagnosticado, grande parte da população do Município ainda usa formas de tratamento de esgotos inadequadas ou inexistentes para o lançamento de dejetos, precisando, assim, de adequação dos serviços de saneamento. Portanto, deve-se buscar recursos para a melhoria do sistema de esgotamento sanitário do Município, trocando as fossas rudimentares por fossas sépticas e instalando fossas sépticas nos domicílios onde não há nenhum tipo de sistema de tratamento dos esgotos, tornando obrigatório o uso destas como sistema de tratamento básico. Na zona rural deverão ocorrer as mesmas ações que na zona urbana, porém uma forma alternativa de operacionalização da cobrança da taxa deverá ser criada, uma vez que para a área rural não é necessário o pagamento de IPTU. A periodicidade de coleta de lodo poderia ser estipulada em no mínimo uma vez por ano em todas as edificações do Município dotadas de fossa séptica e filtro anaeróbio.

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d) implantação de sistema de monitoramento quali-quantitativo dos recursos hídricos: O monitoramento de recursos hídricos é um conjunto de ações e esforços que visa a permitir o conhecimento da situação da qualidade das águas dos recursos hídricos e seu padrão de comportamento ao longo do espaço e do tempo. É dotado de parte técnica de coleta e aquisição de dados e de uma parte política, que envolve desde o objetivo do monitoramento até a tomada de decisão subsidiada por resultados. Na Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) não há uma alusão específica e direta ao monitoramento da qualidade de recursos hídricos. Entretanto, dois de seus instrumentos estão baseados em resultados do monitoramento: o enquadramento dos recursos hídricos e o sistema de informações.

11.2.3 Médio Prazo a) elaboração de estudos e projetos de solução de tratamento para áreas críticas: deverão ser consideradas zonas críticas, aquelas destinadas à instalação de indústrias. Conforme Lei n° 6.803 (BRASIL, 1980), as zonas de uso estritamente industrial destinam-se, preferencialmente, à localização de estabelecimentos industriais cujos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, ruídos, vibrações, emanações e radiações possam causar perigo à saúde, ao bem- estar e à segurança das populações. As zonas a que se refere este Lei deverão: I - situar-se em áreas que apresentem elevadas capacidade de assimilação de efluentes e proteção ambiental, respeitadas quaisquer restrições legais ao uso do solo; II - localizar-se em áreas que favoreçam a instalação de infra- estrutura e serviços básicos necessários ao seu funcionamento e segurança; III - manter, em seu contorno, anéis verdes de isolamento capazes de proteger as zonas circunvizinhas contra possíveis efeitos residuais e acidentes.

Deste modo, deverá ser elaborado um planejamento para a implantação desta zona, a fim de mitigar os possíveis impactos gerados pela sua operação.

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Deverão ainda, serem exigidos os planos de gerenciamento de resíduos e tratamento dos efluentes das indústrias a serem implantadas.

11.2.4 Longo Prazo a) execução do projeto para sistemas de tratamento de esgotamento sanitário: deverá ser executado o item proposto como ação emergencial, onde foi alvitrada a elaboração de estudo de concepção e projetos básico e executivo para implantação de sistema de esgotamento sanitário coletivo. Após a implantação do sistema de tratamento de esgoto sanitário deverá ser elaborado um plano de monitoramento eficaz e capaz de atender as necessidades de responder o que está divergindo das caracteristicas esperadas e por que está ocorrendo para que medidas eficientes sejam tomadas. Para tanto é importante considerar os aspectos técnicos definidos na Lei nº 11.445 (BRASIL, 2007), em seu artigo 44, no qual consta que o licenciamento ambiental de sistemas de tratamento de esgotos sanitários deverá considerar a sua eficiência a fim de alcançar progressivamente os padrões estabelecidos pela legislação ambiental.

11.3 Responsabilidades pela implementação das ações No Quadro 8 são apresentadas as indicações de responsabilidade e a agenda de implementação das metas de esgotamento sanitário.

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Quadro 8: Metas, prazos e indicação dos responsáveis pela implementação de esgotamento sanitário. Responsabilidade Pública Atividade Principal Complementar Comitê de Elaboração/Conselho Municipal Avaliação e aprovação do Diagnóstico Administração Municipal e Comunidade de Defesa do Meio Ambiente Comitê de Elaboração/Conselho Municipal Avaliação e aprovação do Prognóstico Administração Municipal e Comunidade de Defesa do Meio Ambiente Emergenciais (ações a serem implementadas em até 3 anos): Elaboração de estudo e projeto de viabilidade técnica para Secretária Municipal de Agricultura e Meio CORSAN implantação de sistemas de tratamento de esgoto sanitário Ambiente Implantação e operação do sistema de tratamento dos Secretária Municipal de Agricultura e Meio Secretária Municipal de Obras e Viação lodos de fossas e filtros Ambiente Secretária Municipal de Educação e Secretária Municipal de Agricultura e Meio Implantação de programas de educação ambiental Cultura Ambiente Curto Prazo (ações a serem implementadas entre 4 e 8 anos): Normatização de projetos e fiscalização da implantação de Secretária Municipal de Agricultura e Meio Secretária Municipal de Obras e Viação redes em novos loteamentos Ambiente Elaboração de cadastro de rede de esgoto existente Secretária Municipal de Obras e Viação CORSAN Manutenção de sistemas individuais de tratamento de Secretária Municipal da Saúde e Secretária Municipal de Obras e Viação efluente Assistência Social Implantação de sistema de monitoramento quali- Secretária Municipal de Agricultura e Meio Secretária Municipal da Saúde e quantitativo dos recursos hídricos Ambiente Assistência Social Médio Prazo (ações a serem implementadas entre 9 e 12 anos): Elaboração de estudos e projetos de solução de tratamento Secretária Municipal de Agricultura e Meio CORSAN para áreas críticas Ambiente Longo Prazo (ações a serem implementadas entre 13 e 20 anos): Execução do projeto para sistemas de tratamento CORSAN Secretária Municipal de Obras e Viação esgotamento sanitário Fonte: elaborado pelos autores.

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11.4 Plano de contingência para situações de emergência De acordo com a Prefeitura Municipal de Ilhabela (2011), o principal objetivo de um plano de contingência é assegurar a continuidade dos procedimentos, de modo a não expor a comunidade a impactos relacionados ao ambiente e, principalmente, à saúde pública. Ressalta-se que, o plano de contingência foi elaborado considerando situações genéricas, visto que não há infraestrutura específica para nortear as indicações de medidas corretivas. No Quadro 9 são indicadas as principais situações de emergência que podem ocorrer no esgotamento sanitário e as suas possíveis ações corretivas.

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Quadro 9: Situações de emergência e suas ações corretivas. Situação de emergência Origem da situação Ação corretiva a) grande quantidade de gordura e/ou materiais a) utilização de caminhão de hidrojateamento ou grosseiros passando pela rede, equipamentos Danos e bloqueio na b) greve da equipe de manutenção; comumente utilizados pelo Município para o desentupimento; tubulação e coleta c) avaria nos equipamentos; b) contratação de empresa especializada em caráter d) enxurradas e inundações. emergencial; e) erosões ou deslizamentos que interrompam a coleta. c) manutenção das tubulações de coleta de esgoto. a) treinamento da equipe técnica; Rompimento da rede de a) erosões ou deslizamentos que interrompam o b) contratação de empresa especializada em caráter transporte transporte ao emissário. emergencial; e) comunicação aos órgãos de controle ambiental. a) interrupção em virtude de queda ou corte de luz; a) comunicado à operadora de energia elétrica; Paralisação no b) danificação de equipamentos b) instalação de equipamentos reserva; fornecimento de energia eletromecânicos/estruturas; c) reparo das instalações danificadas. c) ações de vandalismo. a) comunicação aos órgãos de controle ambiental; a) lançamento de águas pluviais na rede de esgoto Ocorrência de retorno de b) comunicação à vigilância sanitária; doméstico; esgoto em imóveis c) realização de limpeza; b) obstrução da rede coletora de esgoto. d) reparo das instalações danificadas. Fonte: elaborado pelos autores.

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11.5 Investimentos necessários para o atendimento das metas Na Tabela 47 são apresentados os investimentos necessários para a implementação das metas propostas no eixo esgotamento sanitário. Ressalta-se que este é um orçamento preliminar dos investimentos necessários para operacionalização das metas, sendo que no momento de sua realização devem ser elaboradas novas propostas orçamentárias. Deve-se ressaltar que na ocasião da realização ou contratação dos serviços, os valores devem ser reajustados. Por fim, enfatiza-se que foram orçados somente os valores com a elaboração de projeto e não os custos para implantação destes. O Cenário 1 prevê a substituição dos atuais sistemas de tratamento individual por fossas sépticas e filtros biológicos das áreas urbana e rural. Neste cenário, não há previsão de cobrança sobre a prestação de serviço de afastamento e coleta de esgotos para os munícipes, sendo este custo de responsabilidade da Administração Municipal. Já o Cenário 2, prevê-se a substituição dos atuais sistemas de tratamento individual por fossas sépticas e filtros biológicos nas áreas urbana e rural, bem como a instalação de sistema de tratamento de lodos das fossas sépticas e filtros biológicos. Esta cobrança de tarifa se dará sobre o volume de coleta de lodo das fossas sépticas (realizada anualmente), sendo este valor de responsabilidade dos munícipes. Por fim, o Cenário 3 considera a instalação de rede coletora tipo separador absoluto e a instalação de sistema de tratamento de esgoto sanitário na área urbana. Este cenário prevê ainda, a instalação de fossas sépticas e filtros biológicos na zona rural. A cobrança de tarifa se dará sobre o volume de coleta e tratamento de esgotos a partir do funcionamento do sistema. Como premissa, estima-se que o projeto possibilitará o acesso a coleta de esgoto a 100% das economias atendidas por abastecimento de água até o ano de 2033, numa taxa gradual de implantação e cobrança a partir de 2027, sobre um volume calculado de 80% do volume da água distribuída.

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Tabela 47: Investimentos relacionados ao eixo esgotamento sanitário. Eixo Quantidade Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) Elaboração de estudo e projeto de viabilidade técnica para 01 un. 49.140,00 49.140,00 implantação de sistemas de tratamento de esgoto sanitário Monitoramento do sistema de tratamento de esgoto doméstico 24 un. 350,00 8.400,00 (valor referente a 1 ano de monitoramento) Adequação da ETE existente no Bairro Santo Inácio 01 un. 20.000,00 20.000,00 Substituição dos atuais sistemas de tratamento individual por 254 un. 980,00 248.920,00 fossas sépticas e filtros biológicos (áreas urbana e rural)1 Substituição dos atuais sistemas de tratamento individual por 254 un. 980,00 248.920,00 fossas sépticas e filtros biológicos (áreas urbana e rural)2 Instalação de sistema de tratamento de lodos das fossas sépticas e 01 un. 500.000,00 500.000,00 filtros biológicos(áreas urbana e rural)2 Execução do projeto de rede coletora de esgoto 27.400 m 6.850.000,00 6.850.000,00 Execução do projeto de elevatório - 300.000,00 300.000,00 Execução do projeto de linha de recalque - 472.500,00 472.000,00 Execução do projeto de estação de tratamento de efluentes - 799.500,00 799.500,00 Legenda: Linhas marcadas em rosa antigo = cenário 1; Linhas marcadas em verde = cenário 2; Linhas marcadas em azul = cenário 3. Fonte: elaborado pelos autores.

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CAPÍTULO 12 – DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS

12.1 Diretrizes, estratégias e metas do Plano Nacional de Saneamento Básico para a drenagem e manejo de águas pluviais urbanas No Plano Nacional de Saneamento Básico estão descritas as metas, estratégias e as diretrizes a serem obtidas para a melhoria operacional e de infraestrutura da drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. As estratégias/ações indicadas no PMSB de Palmitinho foram elaboradas de forma a atender as diretrizes que constam na Política Nacional de Saneamento Básico – Lei n˚ 11.445 (BRASIL, 2011) e no Plano Nacional de Saneamento Básico – versão preliminar (BRASIL, 2011). As principais diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (BRASIL, 2011), para o eixo de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, são:  promover o manejo das águas pluviais urbanas, minimizando a ocorrência de problemas críticos de inundação, enchentes ou alagamentos;  fomentar a transparência e acesso às informações, bem como à prestação de contas por parte dos prestadores de serviço, visando à qualificação da participação;  consolidar, em nível prioritário, atividades sistemáticas de elaboração de estudos e pesquisas, com ênfase para o desenvolvimento institucional e tecnológico, e para a avaliação e monitoramento das políticas e programas;  conceber modelos de cobrança e incentivos para o serviço de drenagem urbana;  valorizar a criação dos Sistemas Municipais de Informação em Saneamento Básico.

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12.2 Indicação de metas e objetivos para o eixo de drenagem e manejo de águas pluviais Na agenda de implementação do eixo de drenagem urbana e manejo de águas pluviais urbanas considerou-se o prazo de execução das estratégias em um horizonte de 20 anos, conforme o indicado pela Política Nacional de Saneamento Básico (BRASIL, 2011) e os prazos indicados pela FUNASA (2012): a) Emergencial: implementação das ações em até 3 anos; b) Curto prazo: ações a serem implementadas entre 4 a 8 anos; c) Médio prazo: ações a serem implementadas ente 9 a 12 anos; d) Longo prazo: ações a serem implementadas ente 13 a 20 anos.

12.2.1 Emergenciais a) implantação de mecanismos de gestão e estrutura para o planejamento dos sistemas de drenagem urbana: conforme diagnóstico realizado, o Município não possui plano de drenagem urbana, nem tampouco um departamento específico para tratar desta temática. Foi possível constatar ainda, a carência de ferramentas necessárias para o planejamento do sistema de drenagem do Município, como: inexistência de plantas cadastrais da drenagem urbana, plantas topográficas detalhadas, ausência de definição de áreas de preservação de recursos hídricos e de sistema de drenagem e de sistemas naturais. Desta forma, busca-se indica-se a criação de um departamento ou setor, a fim de promover a implantação de mecanismos de planejamento dos sistemas de drenagem urbana. b) criação de programa para promover a educação ambiental: conforme IPH (2005), à medida que as bacias são urbanizadas, e a densificação é consolidada, a produção de sedimentos (assoreamento) pode reduzir, entretanto, a geração de resíduos aumenta. Desta forma, os resíduos obstruem ainda mais as redes de drenagem e criam condições ambientais desfavoráveis, ocasionando alagamentos e inundações e poluindo os cursos d’água. Para a minimização desta problemática, faz-se necessária uma adequada frequência da coleta, e principalmente a

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implantação de programas de educação ambiental à população. c) controle das enchentes na microdrenagem: compõem o sistema de microdrenagem: as vias, as sarjetas, o meio-fio, as bocas de lobo, os tubos e conexões, os poços de visita e os condutos forçados. A manutenção destes dispositivos é de suma importância nos sistemas de microdrenagem, visto que, sua ausência, sua deficiência e sua manutenção inadequada podem permitir a ocorrência de alagamentos, enchentes e inundações. Estes aspectos, juntamente com a impermeabilização do solo devido a urbanização e a ocupação de áreas de várzea também tendem a aumentar a magnitude desses fenômenos.

12.2.2 Curto Prazo a) adequação da legislação vigente: a inexistência de critérios sobre controle e planejamento de drenagem em diversos instrumentos legais dificulta a sua aplicação e causa um aumento do mau funcionamento do sistema de drenagem do Município. Além disso, no diagnóstico constatou-se a ausência de critérios para a orientação quanto a elaboração de planos de drenagem. Sendo assim, sugere-se que com base neste documento seja elaborada uma Política Municipal, abordando aspectos específicos sobre drenagem. b) plano de Gestão de Manutenção e Operação: busca-se proporcionar melhorias na qualidade da prestação do serviço, evitando obsolescência dos componentes do sistema. As intervenções de manutenção no sistema de drenagem deverão ser planejadas, o que evitará a ocorrência de improvisos, contemplando ações preventivas e corretivas, visando à melhoria contínua dos sistemas de drenagem urbana. Esse tipo de ação leva ao mau funcionamento do sistema como um todo e ao aumento de pontos críticos de alagamentos e inundações. c) cadastro das redes de drenagem: verificou-se, na etapa de Diagnóstico, que não existem informações e registros sobre as redes de drenagem do Município. Assim, indica-se a realização do cadastro de redes. Com o cadastramento, será possível ter

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maior segurança para os futuros projetos de drenagem e atuar na manutenção de limpeza e conservação das redes. Cabe ressaltar, que este é o primeiro passo para elaborar o Plano Diretor de Drenagem. d) elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana: conforme diagnóstico realizado no Município, este não possui Plano Diretor de Drenagem Urbana. O principal objetivo do Plano Diretor, conforme IPH (2005) é criar os mecanismos de gestão da infraestrutura urbana, relacionados com o escoamento das águas pluviais, dos rios e arroios em áreas urbana. Este planejamento visa evitar perdas econômicas, melhorar as condições de saneamento e qualidade do meio ambiente da cidade, dentro de princípios econômicos, sociais e ambientais. O Plano Diretor de Drenagem Urbana tem como principais produtos:  regulamentação de novos empreendimentos;  planos de controle estrutural e não-estrutural para os impactos existentes nas bacias urbanas da cidade, e;  manual de drenagem urbana.

12.2.3 Médio Prazo a) implantação do Plano Diretor de Drenagem Urbana: para implementar medidas sustentáveis na cidade é necessário desenvolver o Plano Diretor de Drenagem Urbana. Deste modo, propõe-se a implantação do Plano Diretor de Drenagem Urbana no Município. Este deve ser desenvolvido utilizando medidas não-estruturais e medidas estruturais por sub-bacia urbana.

12.2.4 Longo Prazo a) banco de dados integrado dos sistemas de micro e macrodrenagem, dos pontos críticos de alagamentos e registro de eventos de inundações e precipitações: conforme diagnóstico realizado no Município, este não dispõe de registros dos sistemas existentes, de série histórica dos eventos de alagamento e inundação, nem das áreas e pontos de alagamentos. Assim, busca-se a implantação de um sistema de informações que sirva como ferramenta fundamental para o planejamento urbano

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da cidade, para estudos e pesquisas científicas, e para composição e avaliação de indicadores. b) programa integrado de gerenciamento de áreas susceptíveis à inundação: conforme Diagnóstico realizado no Município, foi possível concluir a inexistência de Plano Diretor de Drenagem. Entretanto, este, trata-se de um instrumento fundamental para planejamento e execução da melhoria de infraestrutura de drenagem e manejo de águas pluviais no Município. Para estas áreas, podem ser utilizadas estruturas compensatórias. Estas baseiam-se, essencialmente, na retenção e infiltração das águas, visando o rearranjo temporal das vazões e, eventualmente, a diminuição do volume escoado, o que reduz a probabilidade de alagamentos e de inundações (BAPTISTA et al., 2005). Conforme mesmo autor, as técnicas compensatórias em drenagem urbana podem assumir um caráter estrutural e não-estrutural. O intuito das técnicas compensatórias estruturais parte do princípio de utilizar soluções que retenham ou facilitem a infiltração da água no solo. Já as técnicas compensatórias não-estruturais visam, através de medidas de gestão e educação ambiental, reduzir os prejuízos de alagamentos e inundações, devido à convivência harmônica da população com as enchentes utilizando medidas preventivas (TUCCI et al., 1995).

12.3 Responsabilidades pela implementação das ações No Quadro 10 são apresentadas as indicações de responsabilidade e a agenda de implementação das metas de drenagem e manejo de águas pluviais.

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Quadro 10: Metas, prazos e indicação dos responsáveis pela implementação de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.

Responsabilidade Pública Atividade Principal Complementar Comitê de Elaboração/Conselho Municipal Avaliação e aprovação do Diagnóstico Administração Municipal e Comunidade de Defesa do Meio Ambiente Comitê de Elaboração/Conselho Municipal Avaliação e aprovação do Prognóstico Administração Municipal e Comunidade de Defesa do Meio Ambiente Emergenciais (ações a serem implementadas em até 3 anos):

Implantação de mecanismos de gestão e estrutura para o Secretaria de Obras, Viação e Transporte Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente planejamento dos sistemas de drenagem urbana

Estabelecimento de zoneamento com restrições à Defesa Civil Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente ocupação conforme o risco de inundação Utilização de estruturas compensatórias que favoreçam a retenção temporária do escoamento superficial e Secretaria de Obras, Viação e Transporte Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente favoreçam a infiltração e percolação da água no solo Criação de programa para promover a educação ambiental Secretaria de Educação e de Cultura Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente Curto Prazo (ações a serem implementadas entre 4 e 8 anos): Elaboração de planos de prevenção contra inundações Defesa Civil Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente Secretaria de Planejamento e Adequação da legislação vigente Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente Desenvolvimento Plano de Gestão de Manutenção e de Operação Secretaria de Obras, Viação e Transporte Defesa Civil Cadastro das redes de drenagem Secretaria de Obras, Viação e Transporte Defesa Civil Secretaria de Planejamento e Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente Desenvolvimento Médio Prazo (ações a serem implementadas entre 9 e 12 anos): Controle das enchentes na microdrenagem Secretaria de Obras, Viação e Transporte Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente Implantação do Plano Diretor de Drenagem Urbana Secretaria de Obras, Viação e Transporte Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente

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Longo Prazo (ações a serem implementadas entre 13 e 20 anos): Banco de dados integrado dos sistemas de micro e macrodrenagem, dos pontos críticos de alagamentos e Defesa Civil Secretaria de Obras, Viação e Transporte registro de eventos de inundações e precipitações Programa integrado de gerenciamento de áreas Defesa Civil Secretaria de Obras, Viação e Transporte susceptíveis à inundação Fonte: elaborado pelos autores.

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12.4 Plano de contingência para situações de emergência Atendimento emergencial, segundo a Prefeitura de Ilhabela (2011), são as ações concentradas no período da ocorrência, por meio do emprego de profissionais e equipamentos necessários para o reparo dos dados objetivando a volta a normalidade. Em Palmitinho não se verificou a existência de estruturas de macro e microdrenagem significativas. Entretanto, é importante prever-se um plano de contingência para situações de emergência em eventos que afetem a drenagem na área do Município. Ressalta-se que, o plano de contingência foi elaborado considerando situações genéricas, visto que não há infraestrutura específica para nortear as indicações de medidas corretivas. No Quadro 11 são indicadas as principais situações de emergência que podem ocorrer na drenagem e no manejo de águas pluviais urbanas e as suas possíveis ações corretivas.

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Quadro 11: Situações de emergência e suas ações corretivas. Situação de emergência Origem da situação Ação corretiva a) evacuação da população e de bens nas áreas de risco; a) problemas no sistema de drenagem e Enxurradas e b) manutenção constante dos dispositivos de microdrenagem; tubulações; alagamentos decorrentes c) limpeza urbana; b) manutenção inadequada dos sistemas de de elevados índices de d) comunicação a defesa civil; microdrenagem; pluviosidade em pontos e) sensibilização da população, através de campanhas de c) limpeza urbana inadequada. específicos educação ambiental, com o objetivo de evitar lançamento de

resíduos nas vias públicas e nas captações. a) melhoria e manutenção no sistema de microdrenagem; b) realização de campanhas de educação ambiental com objetivo a) enxurradas e alagamentos; Proliferação de vetores de evitar empoçamento de água e proliferação de mosquitos; b) empoçamento da água. c) comunicação à defesa civil; d) comunicação à vigilância sanitária. a) comunicação à defesa civil; Inundação ou enchente a) assoreamento; b) estudos de controle de cheia das bacias; provocada por b) estrangulamento do córrego por estruturas; c) sensibilização da população, através de campanhas de transbordamento de c) impermeabilização descontrolada da bacia. educação ambiental, com o objetivo de evitar lançamento de recurso hídrico resíduos nas vias públicas e nas estruturas de microdrenagem. a) localização do ponto de lançamento irregular de águas pluviais e a) ligação clandestina da rede de esgoto nas sua regularização; galerias de águas pluviais; Mau cheiro exalado pela b) limpeza de bocas de lobo; b) deposição de resíduos orgânicos nas bocas de boca de lobo c) sensibilização da população, através de campanhas de lobo. educação ambiental, com o objetivo de evitar lançamento de

resíduos nas vias públicas e nas estruturas de microdrenagem. Fonte: elaborado pelos autores.

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12.5 Investimentos necessários para o atendimento das metas Na Tabela 48 são apresentados os investimentos necessários para a implementação das metas propostas no eixo de drenagem urbana. Ressalta-se que este é um orçamento preliminar dos investimentos necessários para operacionalização das metas, sendo que no momento de sua realização devem ser elaboradas novas propostas orçamentárias. Deve-se ressaltar que na ocasião da realização ou contratação dos serviços, os valores devem ser reajustados. Por fim, enfatiza-se que foram orçados somente os valores com a elaboração de projeto e não os custos para implantação destes.

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Tabela 48: Investimentos relacionados ao eixo drenagem e manejo de águas pluviais urbana. Eixo Quantidade Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) Elaboração de estudo de indicação de áreas de riscos de 01 un. 27.680,00 27.680,00 inundação Elaboração de “Plano Diretor de Drenagem Urbana” 01 un. 352.900,00 352.900,00 Fonte: elaborado pelos autores.

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CAPÍTULO 13 – SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

13.1 Proposições técnicas de manejo de resíduos sólidos

13.1.1 Diretrizes e estratégias do Plano Nacional de Resíduos Sólidos O Plano Nacional de Resíduos Sólidos é um documento onde estão descritas as metas e as diretrizes a serem obtidas para a melhoria operacional e de infraestrutura do sistema de manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana. Atualmente o documento disponível refere-se a uma versão preliminar que foi avaliada pelo CONAMA, CNRH, CONCIDADES e CNS. As estratégias/ações indicadas no PMSB de Palmitinho foram elaboradas de forma a atender as diretrizes que constam na Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) e no Plano Nacional de Resíduos Sólidos – versão preliminar (BRASIL, 2012). É importante destacar que até o presente momento o Rio Grande do Sul esta na fase inicial de elaboração do seu Plano de Gestão de Resíduos Sólidos. Neste capítulo consideraram-se os conceitos de diretrizes e estratégias apresentadas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos – versão preliminar (BRASIL, 2012), sendo eles: a) diretrizes: as linhas norteadoras por grandes temas, sendo que no plano municipal, não se adotou esta terminologia; b) estratégias: forma ou meios pelos quais ações serão implementadas, sendo este conceito utilizado ao longo do documento.

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13.1.2 Resíduos Sólidos Domésticos e Comerciais Com base nas informações obtidas no diagnóstico e na avaliação da equipe técnica responsável pelo acompanhamento e formulação do Plano, do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, da Administração Municipal e comunidade propõem-se as seguintes estratégias: a) realização de caracterização de resíduos sólidos – coleta convencional; b) sistematização dos dados sobre coleta, transporte e destinação final de resíduos sólidos; c) definição e mapeamento dos roteiros de coleta de resíduos sólidos; d) criação de mecanismos à população para a realização de compostagem de resíduos orgânicos; e) aumento da periodicidade de coleta de resíduos na zona rural; f) realização de campanhas para redução da presença de resíduos orgânicos na coleta convencional.

13.1.3 Materiais Recicláveis A partir dos resultados definiu-se a indicação das seguintes estratégias/ações a serem desenvolvidas pelo Município: a) implantação de coleta seletiva; b) criação de incentivos para ampliação da participação da população na coleta seletiva.

13.1.4 Resíduos de Limpeza Urbana Sugere-se adotar as seguintes estratégias: a) sistematização de dados; b) elaboração de projeto de compostagem de resíduos orgânicos provenientes da poda e da capina.

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13.1.5 Resíduos de Construção Civil Sugere-se implementar as seguintes ações/estratégias: a) inventário da geração de resíduos de construção civil; b) promoção de iniciativas para reaproveitamento e redução de resíduos de construção civil; c) apresentação de plano de gerenciamento de resíduos de construção civil para edificações; d) elaboração de Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, de acordo com a Resolução n˚ 307 (BRASIL, 2002).

13.1.6 Resíduos de Serviços de Saúde No sentido de otimizar o gerenciamento de resíduos propõem-se: a) elaboração de plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde na unidade de saúde; b) sistematização de informações sobre geração de resíduos de serviços de saúde nas unidades de saúde e implantação de indicadores de monitoramento, de acordo com a Resolução RDC n˚ 306 (BRASIL, 2004); c) adequação do local de armazenamento temporário de resíduos de serviços de saúde.

13.1.7 Resíduos com Logística Reversa Obrigatória Para a otimização do manejo dos resíduos que compõem esse grupo propõem- se: a) criação de mecanismos para a população devolver aos fornecedores os bens pós- consumo; b) criação de mecanismos para a doação de eletroeletrônicos a comunidades carentes; c) adequação das ações envolvendo resíduos de logística reversa aos acordos setoriais; d) implantação de ponto de entrega voluntária – PEV;

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e) criação de mecanismos para o estímulo a adoção de soluções consorciadas ou compartilhadas, de maneira a possibilitar a gestão integrada dos resíduos sólidos.

13.1.8 Resíduos Agrossilvopastoris Propõem-se as estratégias: a) realização de inventário sobre o manejo de dejetos de animais nas propriedades rurais do município e diagnóstico da viabilidade de sua recuperação energética.

13.1.9 Resíduos Volumosos Propõem-se as seguintes estratégias: a) promoção de iniciativas para reaproveitamento de resíduos volumosos; b) implantação de ponto de entrega voluntária – PEV.

13.1.10 Resíduos Industriais Propõem-se as ações a seguir: a) apresentação de planos de gerenciamento de resíduos industriais no momento do licenciamento ambiental dos empreendimentos.

13.1.11 Resíduos de serviços públicos de saneamento básico Não há registros de geração de resíduos de serviços de saneamento básico. Neste sentido propõem-se implantar a estratégia: a) apresentação de plano de gerenciamento de resíduos para estação de tratamento de efluentes, bem como para estacoes de tratamento de agua, no caso da instalação deste sistema.

13.1.12 Passivo ambiental Sugere-se a implementação das seguintes ações: a) recuperação das áreas de disposição inadequada de resíduos sólidos.

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13.2 Identificação de geradores sujeitos a elaboração de planos de gerenciamento Para a identificação dos geradores sujeitos a elaboração de planos de gerenciamento de resíduos sólidos consideraram-se os critérios definidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010). No Quadro 12 são apresentados os geradores sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos.

Quadro 12: Geradores sujeitos à apresentação de planos de gerenciamento de resíduos sólidos. Categoria de resíduos Condições Comerciantes de produtos/bens sujeitos à Resíduos comerciais e de prestação de logística reversa serviços Comerciantes que geram resíduos perigosos Resíduos de construção civil Novos empreendimentos/edificações Estabelecimentos privados e públicos Resíduos de serviços de saúde prestadores de serviços de saúde Resíduos industriais Todos geradores independente do porte Resíduos de serviços públicos de Concessionárias que prestam esses serviços saneamento Responsáveis por esta atividade, se exigido Resíduos agrossilvopastoris pelo órgão competente do Sisnama, do SNVS ou do Suasa. Fonte: elaborado pelos autores.

Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), no seu artigo 21, o conteúdo mínimo que deve ser apresentado em um plano de gerenciamento de resíduos sólidos é: a) descrição do empreendimento ou atividade; b) diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;

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c) explicação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento dos resíduos sólidos; d) definição de procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador; e) identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores; f) ações preventivas e corretivas s serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes; g) metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos; h) se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; i) medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos; j) periodicidade de revisão.

13.3 Responsabilidades e competências pela implementação do PMGRS A concretização das ações/estratégias indicadas no Plano de Gestão de Resíduos Sólidos depende do envolvimento de diferentes setores da Prefeitura. No Quadro 13 consta a distribuição das responsabilidades quanto à execução e a implementação do plano.

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Quadro 13: Metas, prazos e indicação dos responsáveis pela implementação de serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Responsabilidade Pública Atividade Prazo Principal Complementar Comitê de Elaboração/Conselho Administração Municipal e Avaliação e aprovação do Diagnóstico Municipal de Defesa do Meio - Comunidade Ambiente Comitê de Elaboração/Conselho Administração Municipal e Avaliação e aprovação do Prognóstico Municipal de Defesa do Meio - Comunidade Ambiente Resíduos Sólidos Domésticos e Comerciais Realização de caracterização de resíduos sólidos – Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de Educação Emergencial coleta convencional Agricultura e Meio Ambiente e Cultura Definição e mapeamento de roteiros de coleta de Secretaria Municipal de Obras e Secretaria Municipal de Agricultura Emergencial resíduos sólidos Viação e Meio Ambiente Criação de incentivos à população para a realização Secretaria Municipal d e Emater Curto de compostagem de resíduos orgânicos Educação e Cultura Sistematização dos dados sobre coleta, transporte e Secretaria Municipal de Obras e Secretaria Municipal de Agricultura Emergencial destinação final de resíduos sólidos Viação e Meio Ambiente Realização de campanhas para redução da Secretaria Municipal d e Secretaria Municipal de Agricultura presença de resíduos orgânicos na coleta Curto Educação e Cultura e Meio Ambiente convencional Aumento da periodicidade de coleta de resíduos na Secretaria Municipal de Obras e Secretaria Municipal de Médio zona rural Viação Administração Materiais Recicláveis Secretaria Municipal de Obras e Secretaria Municipal de Implantação de coleta seletiva Emergencial Viação Administração Criação de incentivos para ampliação da Secretaria Municipal d e Secretaria Municipal de Obras e Emergencial participação da população na coleta seletiva Educação e Cultura Viação Resíduos de Limpeza Urbana Elaboração de projeto de compostagem de resíduos Secretaria Municipal de Secretaria Municipal d e Educação Curto orgânicos provenientes da poda e da capina Agricultura e Meio Ambiente e Cultura

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Sistematização de informações sobre serviços de Secretaria Municipal de Obras e Secretaria Municipal de Curto limpeza pública Viação Administração Resíduos de Construção Civil Promoção de iniciativas para reaproveitamento e Secretaria Municipal d e Secretaria Municipal de Obras e Médio redução de resíduos de construção civil Educação e Cultura Viação Inventário da geração de resíduos de construção Secretaria Municipal de Obras e Secretaria Municipal de Longo civil Viação Administração Apresentação de plano de gerenciamento de Secretaria Municipal de Obras e Secretaria Municipal de Médio resíduos de construção civil para edificações Viação Administração Elaboração de Plano Municipal de Gerenciamento Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de Obras e de Resíduo da Construção Civil, de acordo com a Médio Agricultura e Meio Ambiente Viação Resolução n˚ 307 (BRASIL, 2002) Resíduos de Serviços de Saúde Elaboração de plano de gerenciamento de resíduos Secretaria Municipal da Saúde e Secretaria Municipal de Agricultura Emergencial de serviço de saúde na unidade de saúde Assistência Social e Meio Ambiente Sistematização de informações sobre a geração de resíduos de serviços de saúde nas unidades de Secretaria Municipal da Saúde e Secretaria Municipal de saúde e implantação de indicadores de Médio Assistência Social Administração monitoramento, de acordo com a Resolução RDC n˚ 306 (BRASIL, 2004) Adequação do local de armazenamento temporário Secretaria Municipal da Saúde e Secretaria Municipal de Agricultura Curto de resíduos de serviços de saúde Assistência Social e Meio Ambiente Resíduos com Logística Reversa Obrigatória Criação de mecanismos para população devolver Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de Educação Curto aos fornecedores os bens pós-consumo Administração e Cultura Criação de incentivos para a doação de Secretaria Municipal da Saúde e Assessoria de Gabinete Longo eletroeletrônicos a comunidades carentes Assistência Social Adequação das ações envolvendo resíduos de Secretaria Municipal de Assessoria de Gabinete Médio logística reversa aos acordos setoriais Administração Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de Obras e Implantação de ponto de entrega voluntária - PEV Curto Agricultura e Meio Ambiente Viação

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Criação de mecanismos para o estímulo da adoção de soluções consorciadas ou compartilhadas, de Secretaria Municipal de Secretaria Municipal da Fazenda Médio maneira a possibilitar a gestão integrada de resíduos Administração sólidos Resíduos Agrossilvopastoril Realização de inventário sobre o manejo de dejetos de animais nas propriedades rurais do município e Secretaria Municipal de Emater Médio diagnóstico da viabilidade de sua recuperação Agricultura e Meio Ambiente energética Resíduos Volumosos Promoção de iniciativas para reaproveitamento de Secretaria Municipal de Assessoria de Gabinete Médio resíduos volumosos Agricultura e Meio Ambiente Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de Obras e Implantação de ponto de entrega voluntária - PEV Curto Agricultura e Meio Ambiente Viação Resíduos Industriais Apresentação de planos de gerenciamento de Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de resíduos industriais no momento do licenciamento Médio Agricultura e Meio Ambiente Administração ambiental dos empreendimentos Resíduos de Serviços Públicos de Saneamento Básico Apresentação de plano de gerenciamento de resíduos para estação de tratamento de esgoto, bem Secretaria Municipal de Agricultura CORSAN Curto como, para estações de tratamento de agua, no e Meio Ambiente caso da instalação deste sistema Passivo Ambiental Recuperação das áreas de disposição inadequada Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de Obras e Médio de resíduos sólidos Agricultura e Meio Ambiente Viação Fonte: elaborado pelos autores.

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13.4 Coleta Seletiva A coleta seletiva, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) é aquela coleta onde os resíduos sólidos são previamente segregados conforme sua constituição ou composição. A atribuição pela coleta de resíduos sólidos domiciliares e públicos é do poder público municipal. Entretanto, é importante salientar que no caso da coleta seletiva há um componente social que deve ser considerado. Besen (2012) afirma que a coleta seletiva no Brasil diferencia-se pela questão social de inclusão de catadores e apoio de políticas públicas em associações e cooperativas de catadores. Sendo assim, é importante considerar essa variável no planejamento da coleta seletiva. O município de Palmitinho não conta atualmente com coleta seletiva nas zonas urbana e rural, sendo este o principal desafio de gestão no manejo de resíduos sólidos. No Quadro 14 são apresentadas algumas vantagens da implantação de coleta seletiva municipal.

Quadro 14: Vantagens da coleta seletiva municipal. Ambientais Econômicas Sociais Prolonga a vida útil dos aterros Conscientização da população Economia de energia sanitários para questões ambientais Resgate social de indivíduos, Economia de transporte (pela Possibilita a recuperação de com a criação de redução de material que materiais que seriam aterrados associações/cooperativas de demanda o aterro) catadores Diminui os custos da produção, Diminui a exploração de Gera emprego e renda pela com o aproveitamento dos recursos naturais comercialização dos recicláveis recicláveis pelas indústrias Reduz a poluição do solo, da Reduz os gastos com a limpeza água e do ar pública Incentivo às indústrias de Estimula a cidadania através da Melhor controle da proliferação reciclagem, com a criação de participação popular de vetores de doenças novas oportunidades de trabalho Fonte: elaborado pelos autores.

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Antes da implantação de um sistema de coleta seletiva o Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE, 1999), indica a realização das seguintes etapas: determinação do perfil sociocultural da população, determinação do perfil dos resíduos (refere-se ao item a de materiais recicláveis), realização do raio-X de projetos de coleta seletiva em operação (catadores, ONGs, escolas, outros), avaliação de tecnologias disponíveis (máquinas, equipamentos), identificação de fontes “extras” de financiamento e avaliação de impactos ambientais de implantação do projeto. Além disso, as seguintes atividades relacionadas à coleta seletiva e que cabem ao Poder Público devem ser consideradas no planejamento (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DE SÃO PAULO, 2005): a) levantamento de dados, caracterização dos resíduos, realização de medidas diversas e elaboração de plantas e planos de trabalho; b) elaboração de estatísticas sobre o desenvolvimento dos trabalhos e cálculo das receitas e despesas; c) elaboração e veiculação dos instrumentos de divulgação propostos e definição de conteúdos e locais onde serão afixados ou entregues; d) divulgação das dificuldades e dos resultados.

Sobre a responsabilidade dos munícipes quanto ao acondicionamento dos resíduos, o artigo 35 da Lei n˚ 12.305 (BRASIL, 2010) estabelece que os consumidores (aqui se entende os munícipes) são obrigados a: acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis para coleta e ou devolução.

13.5 Definição de áreas de disposição final de resíduos sólidos A indicação das áreas favoráveis para a disposição final ambientalmente adequada de rejeitos é uma exigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) em seu artigo 19, inciso II. Para tanto, deve-se considerar os critérios

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técnicos existentes em plano diretor ou zoneamento ambiental. Contudo, para este estudo, não se considerou a documentação legal municipal existente. Deste modo, seguiram-se os critérios previstos nas normas técnicas e legislações federais e estaduais. Ainda, avaliaram-se os critérios ambientais, de uso e ocupação do solo e técnicos, de acordo com o sugerido por Silva (2011). A avaliação apresentada neste item é sucinta e têm por objetivo apenas o cumprimento dos requisitos legais previstos na lei, bem como uma indicação dos critérios técnicos a serem utilizados, no caso da adoção de uma tecnologia de destinação final de resíduos sólidos na área do Município. A seleção da área para construção de um aterro é uma fase muito importante no processo de implantação, pois diminui os custos e gastos relacionados com infraestrutura. A seleção de áreas serve também como base para possível locação de estruturas de gerenciamento de resíduos sólidos, como estações de transbordo e depósito temporário de resíduos recicláveis e os de logística reversa obrigatória. Para seleção de possíveis áreas para instalação de infraestruturas utilizaram-se os dados cartográficos do Exército em escala 1:50.000 e imagens de satélites disponibilizadas pelo sistema Google Earth. Ainda, utilizou-se os softwares ArcGis e CorelDraw. Para avaliação das possíveis áreas para instalação de aterros sanitários de pequeno porte foram utilizados os critérios apresentados por Castilhos (2002) e por Silva (2011), conforme consta no Quadro 15.

Quadro 15: Critérios para avaliação de área de disposição de resíduos sólidos. Critérios Ambientais Uso e ocupação do solo Critérios Operacionais Características geotécnicas Economia de transporte Distância dos recursos Distância dos núcleos Clinografia hídricos populacionais Reaproveitamento de Áreas inundáveis Facilidade de acesso área degradada Fauna e flora Fonte: elaborado baseado em Castilhos (2002).

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A partir da distribuição espacial dos centros urbanos na área de Palmitinho foram selecionadas três áreas. Estas foram escolhidas com localização estratégica, próxima à sede, conforme apresentado na Figura 32. Este local foi selecionado ainda, por localizar-se próximo aos principais acessos do Município, o que impactaria nos custos com transporte de resíduos. As informações sobre as possíveis áreas para implantação de aterros sanitários ou outras tecnologias são apresentadas na Tabela 46 e a avaliação detalhada é apresentada no Anexo 11.

Figura 32: Localização das áreas selecionadas para avaliação prévia de viabilidade ambiental.

Fonte: elaborado pelos autores.

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Tabela 49: Informações das áreas e resultados da avaliação prévia de viabilidade ambiental de áreas. Parâmetro Área 1 Área 2 Área 3 Localização UTM (metros) 247.013 238.911 249.494 (Datum WGS84) 6.977.416 6.971.496 6.972.455 Cota (m) 385 275 405 Bacia Várzea Várzea Várzea Pontuação quanto a avaliação prévia de viabilidade Critérios ambientais 45 48 36 Uso e ocupação do solo 13 14 8 Critérios Operacionais 6 6 6 Total 64 68 50 Fonte: elaborado pelos autores.

A partir da avaliação realizada analisaram-se as três áreas pré-selecionadas quanto à viabilidade técnica, ambiental e operacional. Entretanto, não foi avaliada a disponibilidade de aquisição dessas áreas nem o valor comercial. A Área 2 apresentou maior escore, em função de ser uma área localizada a uma distância satisfatória dos recursos hídricos e do núcleo habitacional, e também devido ao fato de possuir boa qualidade de acesso. Para realização de projetos nesses locais deverá ser realizado um estudo detalhado e de novas avaliações baseadas em levantamentos de dados em campo. Além disso, devem-se considerar as condições, critérios e diretrizes para instalação de aterros sanitários de pequeno porte descritos na Resolução CONAMA n˚ 404 (BRASIL, 2008) em seu artigo 4. A necessidade de apresentação de EIA/RIMA será estabelecida pelo órgão ambiental que avaliará o projeto de aterro sanitário. Os critérios para seleção de áreas para instalação de aterros sanitários de pequeno porte podem ser adotados para definir a localização de uma futura estação de transbordo de resíduos sólidos do Município.

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13.6 Ações relativas aos resíduos com logística reversa obrigatória A logística reversa, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), é um: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.

De acordo com Leite (2012), a Política Nacional de Resíduos Sólidos destaca o compartilhamento de responsabilidades entre os diversos elos da cadeia de suprimentos, preconizando a estruturação de sistemas de logística reversa como responsabilidade dos integrantes da cadeia de suprimentos, o que exige um planejamento detalhado. Brandão e Oliveira (2012) afirmam que: o princípio da responsabilidade compartilhada e o instituto da logística reversa elucidam a importante participação de todos os entes, fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, poder público e consumidores na minimização dos impactos ambientais, portanto, devendo haver cooperação entre todos para que haja a reinserção dos resíduos no processo de produção de novos produtos (reutilização) ou que se utilizem os produtos como fonte de matéria-prima (reciclagem) ou, ainda, que esses resíduos sejam encaminhados ao destino ambientalmente adequado.

Para a estruturação e a implementação de sistemas de logística reversa devem ser elaborados acordos setoriais. Os acordos setoriais, termos de compromisso e regulamentos são institutos jurídicos inovadores e fundamentados no direito brasileiro, concebido no decorrer do processo legislativo que culminou com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (SOLER et al., 2012). A Figura 33 apresenta um fluxograma sobre a logística reversa, responsabilidade compartilhada e acordos setoriais elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente.

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Figura 33: Relação entre logística reversa, responsabilidade compartilhada e acordos setoriais.

Fonte: Costa (2011).

Como ações de manejo dos resíduos com logística reversa obrigatória para o município de Palmitinho, propuseram-se: a) criação de incentivos para a doação de eletroeletrônicos a comunidades carentes; b) adequação das ações envolvendo resíduos de logística reversa aos acordos setoriais; c) criação de mecanismos para o estímulo a adoção de soluções consorciadas ou compartilhadas, de maneira a possibilitar a gestão integrada dos resíduos sólidos; d) implantação de ponto de entrega voluntária – PEV.

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13.7 Impactos Financeiros As informações sobre as despesas com a gestão de resíduos sólidos em Palmitinho foram apresentada no item 10.3 do Diagnóstico. Pela análise dos dados, verificou-se que a despesa per capita com manejo de resíduos sólidos urbanos (doméstico, comerciais e públicos) foi de R$ 54,02, para o ano de 2009; de R$ 54,38, para 2010; de R$ 71,14, para 2011 e R$ 98,22 para 2012. Para 2009 houve um déficit de 90,76 % na arrecadação para o pagamento integral das despesas com coleta e tratamento de resíduos urbanos, enquanto que para o ano de 2010, o déficit foi de 88,41 %, para 2011 foi de 90,23 %, e para 2012 foi de 91,91 %. Sendo assim, sugere-se que o setor responsável revise as taxas de coleta de resíduos cobrada à população de forma a atender ao artigo 29 da Lei n˚ 11.445 (BRASIL, 2007), onde consta que os serviços públicos de saneamento básico deverão ter a sustentabilidade econômico-financeira assegurada sempre que possível pela cobrança dos serviços. Além disso, sugere-se que para a definição das taxas e tarifas dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos devam ser considerados os aspectos apresentados no artigo 35 da Lei 11.445 (BRASIL, 2007), sendo eles: a) o nível de renda da população da área atendida; b) as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas; c) o peso e ou volume médio coletado por habitante ou por domicílio.

Como melhoria deste aspecto, indica-se a criação de planilhas orçamentárias para controle das despesas com serviços de limpeza pública.

13.8 Iniciativas de educação ambiental e comunicação Como meta para o Município, indica-se que a elaboração de um Programa de Educação Ambiental, que envolvam todos os atores da sociedade. Neste sentido, Barciott e Saccaro Junior (2012) afirmam que a educação ambiental, quando aplicada ao tema resíduos sólidos, precisa englobar todas a

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formas distintas de comunicação e de relacionamento com vários atores sociais, comunidades e população, tornando imprescindível a estruturação de diferentes olhares e níveis de abordagem envolvidos, a fim de esclarecer dúvidas e desafios. Além disso, as atividades planejadas devem considerar o artigo 9 da Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), de acordo com a escala de prioridade na sua gestão e que é apresentada na Figura 34.

Figura 34: Escala de prioridade na gestão de resíduos sólidos.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2012).

Por fim, é importante considerar o exposto por Feldmann e Araújo (2012), que afirmam que não se conseguirá executar as disposições normativas da Política Nacional de Resíduos Sólidos sem a intensificação dos esforços direcionados à educação para o meio ambiente.

13.9 Ações corretivas para situações de emergência De acordo com Finotti et al. (2009), situação de emergência é aquela em que um determinado risco se concretizou, havendo a necessidade de averiguação de suas causas, bem como o estabelecimento das medidas de minimização dos dados e prevenção de futuras ocorrências. No Quadro 16 são indicadas as principais situações de emergência que podem ocorrer na gestão de resíduos sólidos e as suas possíveis ações corretivas.

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Quadro 16: Situações de emergência e suas ações corretivas. Situação de emergência Origem da situação Ação corretiva a) greve dos servidores públicos; a) contratação de empresa b) avaria nos caminhões de Paralisação dos serviços especializada em caráter transporte de resíduos; de coleta e destino final emergencial; c) problemas operacionais no de resíduos sólidos b) disponibilização de caminhões aterro sanitário; para transporte de resíduos. d) obstrução do sistema viário. a) contratação de empresa especializada em caráter Paralisação dos serviços a) greve dos servidores públicos; emergencial; de poda e capina b) avarias nos equipamentos. b) conserto de equipamentos; c) aquisição de novos equipamentos. Paralisação dos serviços a) greve da empresa prestadora a) contratação de empresa de coleta, tratamento e de serviços; especializada em caráter disposição final de b) avaria nos caminhões de emergencial; resíduos de serviços de transporte de resíduos; b) contratação de serviços de saúde c) obstrução do sistema viário. transporte especializado. a) identificação dos resíduos e isolamento da área; b) realização da limpeza da área a) disposição por parte da e o envio dos resíduos para um Disposição inadequada população de resíduos em local aterro sanitários adequado; de resíduos sólidos inadequado; c) monitoramento da recuperação perigosos ou não- b) disposição de resíduos por ambiental da área; perigosos empresas privadas. d) emissão de multa aos infratores; e) acionar Ministério Público, caso pertinente. Fonte: elaborado pelos autores.

13.10 Ações de mitigação das emissões dos gases de efeito estufa A gestão dos resíduos sólidos e uma é contribuir com a redução das emissões dos gases de efeito estuda. Sobre os instrumentos legais sobre mitigação das emissões dos gases de efeito estufa, Denny et al. (2013) afirmam que: o Brasil conta com um Plano Nacional sobre Mudanças do Clima – PNMC (2008), uma Política Nacional de Mudanças Climáticas (Lei Federal n˚ 12.187, 2009) que estabelece metas voluntárias de redução de emissões de gases de efeito estufa – GEE (entre 36,1% e 38,9% até 2020), bem como um Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Lei Federal n˚ 12.014, 2009), que formam com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Lei Federal de Saneamento Básico (Lei n˚ 11.445, 2007) um arcabouço jurídico- institucional decisivo para o desenvolvimento sustentável.

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Em resumo, a Política Nacional de Resíduos sólidos incorpora conceitos modernos de gestão de resíduos sólidos e contempla diretrizes de leis vigentes relacionadas ao tema, como as contidas na Política Nacional sobre Mudanças do Clima (BRASIL, 2009). O Plano Nacional sobre Mudanças Climática (BRASIL, 2008) indica como uma das alternativas para redução das emissões de gases de efeito estufa, o aumento da reciclagem de resíduos sólidos urbanos em 20% até 2015. Considerando a temática, as diretrizes técnicas indicadas no Plano e que visam a redução das emissões de gases com efeito estufa são: a) resíduos sólidos domésticos: criação de incentivos à população para a realização de compostagem de resíduos orgânicos e realização de campanhas para redução da presença de resíduos orgânicos na coleta convencional; b) materiais recicláveis: implantação da coleta seletiva e criação de incentivos para ampliação da participação da população na coleta seletiva; c) resíduos de limpeza pública: avaliação da viabilidade técnica de implantação de triturador para resíduos de poda; d) agrossilvopastoril: realização de inventário sobre o manejo de dejetos de animais nas propriedades rurais do município e realização de diagnóstico da viabilidade de recuperação energética dos resíduos gerados nas atividades agrossilvopastoris; e) passivo ambiental: elaboração de estudo de alternativas de recuperação de área de disposição inadequada de resíduos sólidos.

13.11 Ajuste na legislação No item 3.2 do Diagnóstico de manejo de resíduos sólidos encontram-se detalhadas as principais diretrizes legais existentes no município de Palmitinho. Sugere-se que o Município elabore uma lei específica sobre o saneamento básico, incluindo os quatro eixos, considerando as ações e proposições do seu Plano Municipal de Saneamento Básico.

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13.12 Investimentos necessários para o atendimento das metas Na Tabela 50 são apresentados os investimentos necessários para a implementação das metas propostas no eixo limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Ressalta-se que este é um orçamento preliminar dos investimentos necessários para operacionalização das metas, sendo que no momento de sua realização devem ser elaboradas novas propostas orçamentárias. Deve-se ressaltar que na ocasião da realização ou contratação dos serviços, os valores devem ser reajustados. Por fim, enfatiza-se que foram orçados somente os valores com a elaboração de projeto e não os custos para implantação destes.

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Tabela 50: Investimentos relacionados ao eixo limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Eixo Quantidade Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) Caracterização dos resíduos da coleta convencional 01 un. 15.000,00 15.000,00 Elaboração do mapeamento do roteiro de coleta 01 un. 1.200,00 1.200,00 Elaboração de projeto de coleta seletiva 01 un. 9.000,00 9.000,00 Elaboração de projeto de compostagem de resíduos de poda e capina 01 un. 8.800,00 8.800,00 Inventário da geração de resíduos de construção civil 01 un. 7.600,00 7.600,00 Elaboração de Plano Municipal de Resíduos de Construção Civil 01 un. 7.300,00 7.300,00 Elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de 01 un. 1.600,00 1.600,00 Saúde nas UBS Adequação do local de armazenamento temporário de resíduos de saúde 01 un. 9.000,00 9.000,00 Implantação do ponto de entrega voluntária - PEV 01 un. 8.500,00 8.500,00 Inventário sobre manejo de dejetos animais 01 un. 8.940,00 8.940,00 Elaboração de estudo de recuperação de área de disposição final de 01 un. 7.350,00 14.700,00 resíduos sólidos Fonte: elaborado pelos autores.

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CAPÍTULO 14 – DIRETRIZES, PROGRAMAS, AÇÕES E AVALIAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

O saneamento básico é condicionado como um serviço público. De acordo com o Decreto Federal n˚ 6.017 (BRASIL, 2007), serviço público é a atividade ou a comodidade material fruível diretamente pelo usuário, que pode ser remunerado por meio de taxa ou preço público, inclusive tarifa. O acesso ao saneamento básico deve ser garantido de forma universal e integral, reafirmando o direito à salubridade ambiental estabelecido no artigo 2, do Estatuto das Cidades - Lei n˚ 10.257 (BRASIL, 2001). No Estatuto das Cidades (BRASIL, 2001), em seu artigo 3, encontram-se descritas as atribuições da União quanto à política urbana, sendo que entre estas cabe destacar: a) promoção, por iniciativa própria ou em conjunto com os Estados, Distrito Federal e os Municípios, de melhorias das condições de saneamento básico e; b) instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, entre eles o saneamento básico.

Considerando o exposto, é um direito de todos os cidadãos o acesso aos serviços de saneamento básico. Para tanto, os serviços de saneamento podem ser ofertados, conforme a legislação atual, de três formas: prestação direta; prestação indireta mediante concessão ou permissão ou gestão associada. A administração direta ou indireta é definida na Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu artigo 37. A administração direta é formada pelo conjunto de órgão públicos, centros de competência, sem personalidade jurídica. Porém com eventual capacidade processual. A Lei n˚ 9.784 (BRASIL,

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1999) regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal. A Lei n˚ 8.987 (BRASIL, 1995) conceitua: a) concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder cedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; b) permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

Já no Decreto Federal n˚ 6.017 (BRASIL, 2007) é definida a prestação de serviço público em regime de gestão associada como a: execução, por meio de cooperação federativa, de toda e qualquer atividade ou obra com o objetivo de permitir aos usuários o acesso a um serviço público com características e padrões de qualidade determinados pela regulação ou pelo contrato de programa, inclusive quando operada por transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

Em resumo, segundo consta no Guia de Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico (BRASIL, 2009), o município pode prestar diretamente os serviços por órgãos da administração central ou por entidades da administração descentralizada; pode delegar a prestação a terceiros, por meio de licitação pública e contratos de concessão (empresa privada ou estatal); ou pode, ainda, prestar os serviços por meio da gestão associada com outros municípios - com ou sem participação do estado -, via convênio de cooperação ou consórcio público.

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14.1 Indicação de Diretrizes para o Sistema Municipal de Saneamento Básico Segundo o artigo 2 da Lei nº 11.445 (BRASIL, 2007), das diretrizes nacionais para o saneamento básico, os serviços públicos nesta área deverão ser prestados com base nos seguintes princípios fundamentais: a) universalização do acesso; b) abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente; c) disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado; d) adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais; e) eficiência e sustentabilidade econômica; f) adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água.

Assim, indica-se os seguintes princípios como diretrizes para o sistema municipal de saneamento básico:  garantir que todos os munícipes da área urbana e rural disponham de condições dignas de saneamento;

 planejar a distribuição urbana de forma a proteger os ecossistemas nativos e recursos hídricos;

 promover ações de saneamento ambiental como uma meta social, subordinada ao interesse público, de forma que cumpram sua função social;

 primar por uma drenagem urbana sustentável, considerando critérios de ocupação de solo, do planejamento urbano, reflorestamento, redução de áreas impermeáveis, além de redução dos riscos de enchentes e erosão nos pontos de lançamento final;

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 planejar o abastecimento de água e a distribuição populacional, a fim de reduzir a destruição de corpos hídricos e situações de acidentes ambientais;

 eliminar os lixões a céu aberto e outras formas inadequadas de disposição de resíduos sólidos;

 reduzir a geração de resíduos sólidos e ampliar as práticas de reciclagem;

 prestar especial atenção para as áreas de conservação e/ou ecologicamente mais vulneráveis;

 desenvolver controles formais e parâmetros ambientais, sanitários, epidemológicos e socioeconomicos, além de planejamentos e avaliações de ações de saneamento;

 apoiar instituições de proteção e controle ambiental;

 divulgar, sistematicamente, indicadores de de saneamento ambiental e saúde pública;

 primar pelo integral cumprimento das normas e legislações ambientais em vigência;

 estabelecer a adequada articulação institucional dos atores públicos, sociais e privados e demais segmentos organizados da sociedade que atuam nos quatro eixos do saneamento básico;

 estabelecer os mecanismos e instrumentos para a adequada articulação do planejamento e da prestação de serviços de saneamento com: i) as estratégias e objetivos da política urbana, considerando o Plano Diretor, o Plano de Habitação e o Plano de Mobilidade Urbana; ii) as políticas e os planos locais e regionais de saúe, recursos hídricos e bacias hidrográficas,meio ambiente e inclusão social;

 estabelecer as estratégias e ações para promover a salubridade ambiental, a qualidade de vida e a educação ambiental;

 estabelecer os mecanismos institucionais e de acesso à informação para o efetivo controle e participação social, no planejamento, monitoramento e

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avaliação do plano e seus programas e nas atividades de regulação e fiscalização;

 estabelecer as diretrizes, os instrumentos normativos e os procedimentos administrativos da regulação e da fiscalização dos serviços de saneamento básico;

 definir os instrumentos e soluções institucionais, administrativos e operacionais sustentáveis para a gestão e prestação de serviços de saneamento básico para a população de áreas de urbanização precária e comunidades rurais;

 definir parâmetros de monitoramento;

 definir diretrizes para elaboração de estudos pelos prestadores de serviços;

 planejar e monitorar o crescimento populacional.

14.2 Acompanhamento, monitoramento, avaliação e revisão do Plano O Plano contém mecanismos para acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações programadas, considerando a implementação, os resultados alcançados, as modificações necessárias, bem como para o processo da revisão periódica. A revisão do Plano, a Lei nº 11.445 (BRASIL, 2007) estabelece, no art. 52, que o Plano Municipal de Saneamento Básico deve ser avaliado anualmente e revisado a cada quatro anos, “preferencialmente em períodos coincidentes com os de vigência dos planos plurianuais”. Este mesmo autor destaca que é recomendável que as decisões sobre ajustes no Plano, incluindo alteração de estratégias, metas e investimentos, sejam tomadas apenas por ocasião das revisões quadrienais. Para que essas atividades sejam realizadas adequadamente, foi criado o Comitê de Coordenação e Execução do Processo de Elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, pela Portaria Municipal, formada por técnicos da prefeitura e representantes da sociedade civil a fim de fiscalizar o

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acompanhamento das ações sistemáticas. Ao final dos 20 anos do horizonte do Plano, deverá ser elaborada a complementação das intervenções sugeridas e incluir novas demandas para a área de planejamento do PMSB. O sucesso do PMSB está condicionado a um processo de permanente revisão e atualização e, para tanto, o próprio Plano deve prever ações complementares, como o monitoramento de dados e estudos adicionais.

14.3 Indicadores Com o intuito de definir uma base de referência para a avaliação futura da evolução da situação do sistema de saneamento do Município, recomenda- se a utilização de um conjunto de parâmetros específicos, que indicam o seu estado. Deste modo, para o Plano Municipal de Saneamento Básico, propõe-se a utilização dos parâmetros listados a seguir. Os quais abrangem os 4 eixos do saneamento (Quadro 17).

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Quadro 17: Indicadores de avaliação das ações programadas para os 4 eixos do saneamento. Tema Indicador Abastecimento de Água Outorga de lançamento das águas Número de outorgas em vigor. residuárias Densidade de estações de amostragem ativas (n°/km²). Percentagem de captações de águas superficiais monitoradas, relativa ao número total de captações de águas Monitoramento das águas superficiais destinadas para consumo humano; superficiais e subterrâneas Percentagem de captações de águas subterrâneas monitoradas, relativa ao número total de captações de águas subterrâneas destinadas ao consumo humano. Qualidade físico-química dos cursos Classificação conforme Resolução n° 357 (BRASIL, 2005). de água Frequência das análises Qualidade da água distribuída à % Violações dos parâmetros de qualidade. população Cloro residual % População servida sem tratamento. % População servida (Índice de atendimento); Atendimento do sistema de Reservação per capita. abastecimento às populações e sua Capacidade de tratamento de água. capacidade Percentual de água consumida que é tratada. Disponibilidade de água bruta para abastecimento público. Desempenho do sistema de % Perdas por sistema. abastecimento de água Ocorrência de intermitência. Drenagem Urbana Atendimento com sistemas de Percentagem de atendimento com sistemas de drenagem (macro e microdrenagem). drenagem Proporção de loteamentos irregulares, urbanizados e não urbanizados. Uso e ocupação do solo Proporção da área de risco (enchentes, deslizamentos de encostas, etc.) ocupadas e desocupadas. Análise do índice de impermeabilização do solo. Monitoramento e manutenção do Frequência. sistema de drenagem Existência, ou não, de estruturas de controle.

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Frequência de limpeza e desobstrução de dispositivos de captação de água de chuva. Frequência de limpeza e desobstrução de galerias. Frequência de limpeza e desobstrução de canais. Proporção de domicílios com cobertura de microdrenagem. Existência, ou não, de planos de emergência. Área afetada. Monitoramento de precipitações Controle de dados de secas e cheias. Esgotamento Sanitário Poluição industrial Percentagem da contribuição da poluição industrial estimada em população equivalente. Índice de cobertura Percentagem da população atendida com sistema de esgotamento sanitário. Tratamento de esgotos Número de economias ligadas à rede de coleta, cujo esgoto recebe tratamento. Resíduos Sólidos Limpeza urbana Frequência de varrição e limpeza de vias. Percentagem de população atendida pelo serviço de coleta e destinação final de resíduos. Coleta de resíduos Frequência de coleta. Passivos ambientais Avaliação da situação dos passivos ambientais do Município. Eficiência da logística reversa dos Avaliação da efetividade do retorno dos resíduos de logística reversa obrigatória para os fornecedores. resíduos Catador Avaliação da inserção social dos catadores. Fonte: elaborado pelos autores, baseado em Ministério das Cidades (2009); PMSB de Ilhabela (2011).

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A evolução das metas estabelecidas para os seguintes indicadores exercerá papel central no acompanhamento do Plano. Dificuldades de alcance das metas previstas sinalizarão possíveis ineficiências na execução dos programas ou inconformidades no estabelecimento das metas, devendo se avaliar qual o fator preponderante e proceder aos ajustes, quando pertinentes. Na etapa de implementação e acompanhamento, os gestores deverão acompanhar a execução das ações previstas, monitorando indicadores e disponibilizando informações. Deverão também cobrar dos responsáveis ações específicas previstas no Plano e condicionadas a indicadores estabelecidos como orientadores para a tomada de decisão.

14.4 Monitoramento e verificação dos resultados Ventura et al. (2010) afirmam que avaliar procedimentos é uma estratégia geralmente utilizada pela iniciativa privada para proporcionar conhecimento detalhado de um assunto, promover a racionalização de recursos e a reestruturação de pessoal, sendo que os indicadores de desempenho vem sendo também utilizados como instrumento de apoio às decisões na elaboração de políticas ambientais. O Município deverá responder periodicamente os questionários sobre indicadores de manejo de resíduos, abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem urbana.

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CAPÍTULO 15 – FONTES DE FINANCIAMENTO

Fontes de financiamento são mecanismos que tem como finalidade fornecer recursos financeiros a áreas específicas. De acordo com o Manual de Saneamento Básico (INSTITUTO TRATA BRASIL, 2012), as principais formas de financiamento são: a) cobrança direta dos usuários (taxa ou tarifa): modalidade mais importante e fundamental para o financiamento dos serviços públicos que possam ser individualizados ou quantificados. Neste sentido uma política de cobrança bem formulada pode ser suficiente para financiar os serviços e alavancar seus investimentos de forma direta ou mediante empréstimos; b) subvenções públicas (orçamentos gerais): forma de custeio parcial que predomina até hoje no caso dos serviços de resíduos sólidos e de águas pluviais. Os recursos com disponibilidade não estável e sujeitos às restrições em razão do contingenciamento na execução orçamentária para garantir os superávits primários destinado ao pagamento de juros da dívida pública; c) subsídios tarifários: forma que se aplica quando os serviços são prestados para vários municípios com uma mesma gestão; d) inversões diretas de capitais públicos e/ou privados (empresas estatais públicas ou mistas): alguns estados utilizam desta forma para financiar os investimentos de suas Companhias; e) empréstimos – capitais de terceiros (fundos e bancos): desde 2006, estes financiamenots foram retomados e contam com uma pequena participação de recursos do FAT (BNDES) e tambem financiam concessionárias privadas; f) concessões e parceria pública privada (PPP’s): esta modalidade foi a forma adotada para viabilizar financiamentos dos serviços por meio das companhias

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estaduais. As PPP’s foram reguladas recentemente e ainda é pouco utilizada como forma de financiamento dos serviços, principalmente pelos Estados; g) proprietário do imóvel urbano (aquisicao ou contribuição de melhoria): foi definido pela Lei Federal n˚ 6.766 (BRASIL, 1979), que regulamenta o parcelamento do solo urbano, transferinco para o loteador/empreendedor a responsabilidade pela implantação da infraestrutura de saneamento.

15.1 Indicação de fontes de financiamento A indicação das fontes de financiamento foi realizada através de pesquisa em sites ou bibliografia especializadas. Ressaltasse que podem existir outras fontes de financiamento que não foram mencionadas neste capítulo. Recomenda-se que o Poder Público acompanhe a publicação de editais de financiamento com o objetivo de pleitear verbas para a realização de projetos e execução de infraestrura na área de saneamento.

15.1.1 Programas com repasse do orçamento geral da União Entre as principais forma de financiamento destacam-se: a) apoio à elaboração de projetos de engenharia – saneamento básico: O Ministério das Cidades objetiva promover a elaboração de estudos e projetos básicos e executivos em engenharia para saneamento. As modalidades abrangem abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana. Mais informações são encontradas no site http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/assistencia_tecnica/produtos/repa sses/projetos_engenharia_SB/saiba_mais.asp. No caso dos municípios, as condições de financiamento são de repasse de: i) 3% do valor para Municípios com até 50 mil habitantes, ii) 5% do valor de repasse da União, para Municípios acima de 50 mil habitantes, localizados nas áreas prioritárias definidas no âmbito da PNDR e nas regiões de abrangência da SUDAM, SUDENE e na Região Centro-Oeste, e iii) 10% do valor de repasse da União, para os demais Municípios.

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Como pré-requisitos para o financiamento deve ser feita a seleção da proposta pelo Gestor, a apresentação pelo proponente de Plano de Trabalho e, nos casos de operações do PAC, de Termo de Compromisso, o atendimento aos objetivos e às modalidades da Ação pretendida e a análise preliminar da viabilidade da proposta pela CAIXA. b) Pró-municípios: Este programa tem a gestão do Ministério das Cidades e engloba os Programas de Apoio ao Desenvolvimento Urbano de Municípios de Pequeno Porte e de Apoio ao Desenvolvimento Urbano de Municípios de Médio e Grande Porte, que visam contribuir para a melhoria da qualidade de vida nas cidades, como: Implantação ou Melhoria de Infra- Estrutura Urbana; Resíduos Sólidos Urbanos; Abastecimento de Água; Esgotamento Sanitário; Drenagem Urbana; Elaboração de Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Não foram encontradas outra informações sobre o funcionamento, carências e procedimentos para cadastramento na consulta realizada c) Programa de Ação Social em Saneamento (PASS/BID): Esse programa objetiva implementar projetos integrados de saneamento nos bolsões de pobreza, universalizando os serviços de abastecimento de água e o esgotamento sanitário nas áreas de maior pobreza. Segundo informações do site (https://webp.caixa.gov.br/urbanizacao/Publicacao/Texto/programa/pass_bid.htm), o programa prevê ações em obras, inclusive pré-investimentos (estudos de concepção, projetos básicos e executivos, EIA/RIMA e educação sanitária), desenvolvimento institucional e educação sanitária e ambiental. Os municípios devem atender os seguintes critérios de seleção: i) população urbana entre 15.000 e 50.000 habitantes e ii) déficit de cobertura por serviços de abastecimento de água superior à média nacional.

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15.1.2 Financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES Entre as principais forma de financiamento destacam-se: a) Projetos Multisetoriais Integrados: O Projeto Multissetorial Integrado é um modelo alternativo de tratamento dos problemas sociais que abrange soluções para os variados tipos de carências, articulando, no âmbito municipal, investimentos em diversos setores sociais, como, por exemplo, saneamento básico e transportes. Dentre as características especiais do Projeto Multissetorial Integrado, destacam-se as seguintes: a formulação de soluções integradas, considerando-se as especificidades locais; o desenvolvimento de processos de participação das comunidades: o gerenciamento; o acompanhamento e avaliação dos resultados e metas estabelecidas; e a manutenção e sustentabilidade das transformações promovidas. Os projetos a serem financiados pelo BNDES também podem ser focados em um setor específico, como saneamento ou transporte, por exemplo, à medida que façam parte de planos de governo mais abrangentes. Os empreendimentos apoiáveis são: urbanização e implantação de infraestrutura básica no município, inclusive em áreas de risco e de sub-habitação; infraestrutura de educação, saúde, assistência social, esporte, lazer e serviços públicos; recuperação e revitalização de áreas degradadas, de interesse histórico ou turístico; saneamento ambiental (abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana) e transportes públicos de passageiros (urbanos, metropolitanos e rurais; hidroviário, sobre trilhos e sobre pneus; equipamentos e infraestrutura). Os clientes são: Estados, Municípios e o Distrito Federal e o valor mínimo de financiamento é de R$ 10 milhões.

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b) Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos: Destinado a apoiar projetos de investimentos, públicos ou privados, que buscam a universalização do acesso aos serviços de saneamento básico e a recuperação de áreas ambientalmente degradadas. A linha Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos financia investimentos relacionados a: abastecimento de água; esgotamento sanitário; efluentes e resíduos industriais; resíduos sólidos; gestão de recursos hídricos (tecnologias e processos, bacias hidrográficas); recuperação de áreas ambientalmente degradadas; desenvolvimento institucional; despoluição de bacias, em regiões onde já estejam constituídos Comitês e macrodrenagem. As instituições que podem solicitar financiamento são: sociedades com sede e administração no país, de controle nacional ou estrangeiro, empresários individuais, associações, fundações e pessoas jurídicas de direito público. O valor mínimo de financiamento: R$ 10 milhões. c) Apoio a Investimentos em Meio Ambiente: O programa oferece condições especiais para projetos ambientais que promovam o desenvolvimento sustentável. Os empreendimentos apoiáveis são: i) saneamento básico: projetos de coleta, tratamento e disposição final de resíduos sólidos industriais, comerciais, domiciliares e hospitalares. Os projetos deverão envolver os investimentos relacionados ao encerramento de eventuais depósitos de lixo (“lixões”) existentes na região e projetos inseridos nos Programas de Comitês de Bacia Hidrográfica. Implantação de redes coletoras com destinação final adequada e de sistemas de tratamento de esgotos sanitários.

ii) gerenciamento de recursos hídricos: modernização da gestão, monitoramento e aperfeiçoamento de sistemas de informação; serviços e processos voltados ao controle e fiscalização dos diferentes usos da água e de implantação de iniciativas na área de educação ambiental.

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iii) racionalização do uso de recursos naturais: Redução do uso de recursos hídricos: tratamento, reuso e fechamento de circuitos.Redução do consumo de energia na produção de bens e prestação de serviços. Substituição de combustíveis de origem fóssil (óleo diesel e gasolina) por fontes renováveis (biodiesel, etanol, energia hídrica, eólica ou solar). Aumento da reciclagem interna e externa de materiais. Utilização voluntária de tecnologias mais limpas: sistemas de prevenção, redução, controle e tratamento de resíduos industriais, efluentes e emissões de poluentes. Recuperação e Conservação de Ecossistemas e Biodiversidade iv) recuperação de matas ciliares e controle de erosão: Formação, recuperação, manutenção, preservação, monitoramento e compensação de Áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente. Projetos de turismo que contribuam para o desenvolvimento de Unidades de Conservação de Proteção Integral e Reservas Particulares do Patrimônio Natural integrantes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Pesquisa de substâncias da natureza brasileira para desenvolvimento de fármacos, cosméticos e especiarias. v) mecanismo de desenvolvimento limpo: Estudo de viabilidade, custos de elaboração do projeto, Documento de Concepção de Projeto (PDD) e demais custos relativos ao processo de validação e registro. vi) planejamento e gestão: Sistemas de gestão ambiental ou integrada; capacitação do corpo técnico das empresas e constituição de unidade organizacional dedicada às questões ambientais; certificações ambientais. Estudos de Impacto Ambiental e respectivas ações indicadas visando a prevenir ou mitigar os impactos ambientais. vii) recuperação de passivos ambientais: Recuperação de áreas degradadas, mineradas ou contaminadas, como: deposições antigas, depósitos de resíduos sólidos ou aterros abandonados, áreas de empréstimo, bota-fora, derramamento de líquidos, óleos e graxas, percolação de substâncias nocivas, lençol freático contaminado, presença de amianto ou de

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transformadores com ascarel, áreas alteradas sujeitas a erosões e voçorocas, terras salinizadas, áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente degradadas ou utilizadas para outros fins.

As instituições que podem solicitar financiamento são: sociedades com sede e administração no País, de controle nacional ou estrangeiro; empresários individuais; associações e fundações; pessoas jurídicas de direito público. O valor mínimo de financiamento: R$ 10 milhões.

15.1.3 Financiamento junto à Caixa Econômica Federal Entre as principais forma de financiamento destacam-se: a) Saneamento para Todos: O programa tem como órgão gestor da aplicação dos recursos o Ministério das Cidades e agente financeiro e operador a Caixa Econômica Federal (CAIXA). Opera com recursos do FGTS e tem por objetivo financiar programas que promovam a melhoria das condições de saúde e da qualidade de vida da população por meio de ações integradas e articuladas de saneamento básico em áreas urbanas. O programa se destina ao: i) setor público (estados, municípios, distrito federal, concessionárias públicas de saneamento, consórcios públicos de direito público e empresas públicas não dependentes) e ii) setor privado: concessionárias ou sub-concessionárias privadas de serviços públicos de saneamento básico, ou empresas privadas, organizadas na forma de sociedade de propósito específico para o manejo de resíduos sólidos e manejo de resíduos da construção e demolição. Os setores onde pode-se obter recursos são: abastecimento de água, esgotamento sanitário, saneamento integrado, desenvolvimento institucional, manejo de águas pluviais, manejo de resíduos sólidos, manejo de resíduos da construção e demolição, preservação e recuperação de mananciais e estudos e projetos. Para maiores informações sobre as linhas de financiamento, deve-se consultar o site: http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/assistencia_tecnica/produtos/fina nciamento/saneamento_para_todos/saiba_mais.asp.

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Como condições de financiamento, deve haver uma contrapartida mínima, do setor público, de 5% do valor do investimento, exceto para a modalidade de abastecimento de água que a contrapartida é de 10%. Para empresas privadas a contrapartida é de 20% do valor de investimento. Os juros são referentes à taxa nominal de 6% ao ano, exceto para a modalidade de saneamento integrado que possui taxa nominal de 5% ano ano. Para participação no programa (quando aberto o processo de seleção pelo Ministério Público), o Município deve preencher e validar a carta consulta eletrônica disponibilizada em meio digital. Além disso, deve ser entregue a documentacao necessária para a análise de risco de crédito e do projeto básico do empreendimento, juntamente com as demais peças de engenharia e trabalho técnico social para as análises técnicas. b) Pró-saneamento: O programa é operado pela CAIXA com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). As modalidades de financiamento são: abastecimento de água, esgotamento sanitário, Prosanear (Saneamento Integrado), desenvolvimento institucional, drenagem urbana, resíduos sólidos, estudos e projetos e resíduos de construção civil. Maiores informações sobre as especificidades de cada modalidade podem ser obtidas através de consulta no site: http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/estadual/programas_desenvolvimento_urba no/saneamento_ambiental/pro_saneamento/como_receber_beneficio.asp O valor de contrapartida mínima varia de 10 a 20%, de acordo com a modalidade contratada, o período de carência equivale ao prazo previsto para execução das obras acrescido de até dois meses com limites de 12 a 36 meses. O prazo máximo de amortização varia de 60 a 180 meses de acordo com a modalidade. Os juros são pagos mensalmente a taxas que variam de 5 a 8% ao ano.

15.1.4 Financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento A linha de financiamento do BID é:

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a) Aquafund: Fundo administrado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de projetos nos setores de água, saneamento e tratamento de esgotos. Acquafund é um fundo de desembolso rápido criado para financiar uma série de intervenções de apoio à implementação da iniciativa de água e saneamento do BID e para a o atendimento aos objetivos de desenvolvimento do milênio nos países mutuários do Banco. Pelo mesmo é esperado para facilitar um maior investimento em água e saneamento (incluindo os resíduos sólidos) e garantir o acesso a esses serviços em uma qualidade sustentável, confiável e bom. Recursos podem ser utilizados para financiar a assistência técnica, elaboração de projetos, estudos de viabilidade, projetos de demonstração, parcerias, divulgação de conhecimentos e de campanhas de sensibilização.

15.1.5 Fundação Nacional de Saúde A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), orgão do Ministério da Saúde, desenvolve ações de saneamento. Neste órgão foi criado o Departamento de Engenharia de Saúde Pública (DENSP), que busca a redução de riscos à saúde, financiando a universalização dos sistemas de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e gestao de resíduos sólidos urbanos. Segundo consta no site da FUNASA (http://www.funasa.gov.br/site/engenharia-de-saude-publica-2/saneamento-para- promocao-da-saude/), que este órgão tem a responsabilidade de alocar recursos para sistemas e infraestrutura em saneamento para atendimento, prioritariamente, a municípios com população inferior a 50.000 habitantes e em comunidades quilombolas e de assentamentos.

Por fim, indica-se que no Município seja criado um Escritório de Projetos, que tenha o objetivo de acompanhar a publicação de editais de financiamento para obras de saneamento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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210

ANEXO 1

211

ANEXO 2

212

ANEXO 3

211

ANEXO 4

214

ANEXO 5

227

30km

PALMITINHO FREDERICO 55km WESTPHALEN

110km TRÊS PASSOS 110km

78km

HORIZONTINA

170km

203km 179km

PALMEIRA DAS MISSÕES SARANDI

SANTA ROSA

SANTO ÂNGELO

IJUÍ

Legenda

Município de Palmitinho

Sede urbana dos municípios Distâncias entre municípios

Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Palmitinho

Distância do município de Palmitinho em relação aos principais centros urbanos da Região

ANEXO 6

229

Palmitinho

Região Noroeste 436 km

Região Nordeste

Região Centro Região Ocidental Região Centro Metropolitana Oriental

Porto Alegre

Região Sudoeste

Região Sudeste

Legenda

Município de Palmitinho Município de Porto Alegre Distâncias entre municípios

Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Palmitinho

Distância do município de Palmitinho em relação a capital Porto Alegre

ANEXO 7

231

ANEXO 8

274

ANEXO 9

279

Critérios Operacionais Notas Pontuação total Critério de seleção Observações Faixa de Avaliação Peso Área 1 Área 2 Área 3 Área 1 Área 2 Área 3 Quanto menor for a declividade da área em análise, mais Alta: >30% 1 apta ela será para a implantação de um aterro sanitário. Média: 20 - 30% 3 3 1 3 3 Clinografia A NBR 13896 (ABNT, 1997) recomenda a escolha de Baixa: 3 - 9,9% 5 1 5 locais com declividade superior a 1% e inferior a 30%. Plana: <3% 1 Utiliza-se este critério para reforçar a importância da Sim 5 3 15 Reaproveitamento recuperação da área degradada. Sendo possível a sua de área degradada restauração através da instalação de um dispositivo de Não 0 0 3 0 0 gestão de resíduos. Subtotal 3 20 3 Total 74 70 58 Fonte: elaborado pelos autores baseado em Castilhos (2002) e Silva (2011).

287

ANEXO 10

Tabela 10.1: Quantidade e composição dos resíduos excretados por tipo de animal. Quantidade e Valores Característicos dos Resíduos Excretados Massa Tipo de Animal Volume Massa DBO Nitrogênio Fósforo Média 5 Potássio

Unidade (Kg) (L/103kgPV.d) (kg/103kgPV.d) Bovinos de corte 300 1 90,52 3 90,5 3 2,1 3 0,4 3 0,08 3 0,273

Bovinos de leite misto- 1 3 3 3 3 3 3 400 91,77 90,5 1,47 0,55 0,096 0,24 queijo Equinos 500 3 51,193 51 3 1 3 0,18 3 0,026 3 0,053 Ovinos 36,32 3 39,333 40 3 1 3 0,45 3 0,07 3 0,33 Suínos 682 126,472 85,292 2,642 0,242 0,182 0,142 Aves 1,0974 78,66 3 80 3 5,1 3 1,1 3 0,34 3 0,46 3

Legenda: DBO5 = Demanda Bioquímica de Oxigênio. Adaptado de: 1- Homma et al. (2006). 2- Oliveira (2004). 3- USDA (2008). 4- Agribrands (2006).

285

ANEXO 11

Tabela 10.1: Planilha de avaliação prévia de viabilidade ambiental das áreas para instalação de sistema de manejo ou destino final de resíduos domésticos. MATRIZ DE SELEÇÃO DE ÁREAS Critérios Ambientais Notas Pontuação total Critério de seleção Observações Peso Faixa de Avaliação Área 1 Área 2 Área 3 Área 1 Área 2 Área 3 Infiltração alta: <10-3 cm/s 3 Este critério avalia a potencialidade de percolação de -3 -4 Características Infiltração média: <10 - 10 cm/s 3 líquidos no solo, sendo preferíveis solos com certa geotécnicas -4 -5 impermeabilidade natural. Infiltração baixa: <10 - 10 cm/s 4 4 4 3 12 12 12 Infiltração muito baixa: <10-5 cm/s 3 Conforme Portaria n° 124 (BRASIL, 1980), as < 200 metros 3 construções ou estruturas que armazem substâncias Distância dos 200 - 499 metros 3 capazesde causar poluição hídrica, devem ficar recursos hídricos 500 - 1000 metros 4 4 3 12 12 localizadas a uma distância mínima de 200 m das coleções hídricas ou cursos d´água mais próximos. > 1000 metros 5 3 15 Neste critério, analisa-se a topografia da área e do seu Suscetível a alagamentos 3 Áreas inundáveis entorno, a fim de analisar a probabilidade de inundação na área. Não suscetível a alagamentos 5 4 3 3 15 12 9 Avalia-se a existência de espécies animais e vegetais Presença 1 3 3 Fauna e flora existentes na área e no entorno. Ausência 5 3 3 15 9 Subtotal 57 39 42 Critérios de Uso e Ocupação do Solo Notas Pontuação total Critério de seleção Observações Faixa de Avaliação Peso Área 1 Área 2 Área 3 Área 1 Área 2 Área 3 < 500 metros 2 Nesta variável deve-se evitar grandes distâncias dos Distância dos 500 - 1000 metros 2 núcleos populacionais (para reduzir custos com núcleos 1001 - 2000 metros 3 2 6 transporte) e manter um afastamento aceitável pela populacionais população vizinha. >2001 e <15000 metros 5 5 2 10 10 > 15001 metros 2 Analisa-se a qualidade do acesso ao terreno, devendo Boa qualidade de acesso 4 5 1 4 5 Facilidade de ser de boa qualidade, sem rampas íngremes e sem Média qualidade de acesso 3 1 3 acesso curvas acentuadas, de forma a minimizar o desgaste dos veículos coletores. Má qualidade de acesso 1 Subtotal 14 11 13

286