Gestão Ambiental 1 Plano Municipal de Saneamento Básico de Astolfo Dutra – ETAPA 2

APRESENTAÇÃO

O presente trabalho corresponde à ETAPA 2: Caracterização Municipal, que trata do levantamento de informações básicas relevantes acerca do município, sendo fundamental para subsidiar o planejamento e evitar o alto índice de decisões equivocadas, que oneram a implantação, operação e gestão de serviços de saneamento básico para o Município de Astolfo Dutra – MG.

A elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico de municípios do Trecho Mineiro da Bacia do Rio Paraíba do Sul abrange o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações dos setores de saneamento básico, que por definição engloba abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.

O PMSB visa estabelecer um planejamento das ações de saneamento para os municípios, atendendo aos princípios da Política Nacional de Saneamento Básico - Lei n° 11.445/07 e em conformidade com o Art. 19 da Lei Federal n° 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), com vistas à melhoria da salubridade ambiental, da proteção dos recursos hídricos e da promoção da saúde pública.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...... 10 1 ELEMENTOS – LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO ...... 12 1.1 CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS, DEMOGRÁFICAS, POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS, SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS ...... 13 1.1.1 Características geográficas ...... 13 1.1.2 Características demográficas ...... 18 1.1.3 Características político-administrativas ...... 19 1.1.4 Características socioeconômicas ...... 21 1.1.5 Características culturais ...... 21 1.2 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS PÚBLICOS EXISTENTES – SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E COMUNICAÇÃO ...... 21 1.2.1 Saúde...... 21 1.2.2 Educação...... 22 1.2.3 Segurança...... 25 1.2.4 Comunicação ...... 25 1.3 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO MUNICÍPIO E DA REGIÃO E DADOS FISIO- HIDROTOPOGRÁFICOS ...... 26 1.3.1 Clima...... 26 1.3.2 Relevo, tipos de solo e formações geológicas ...... 27 1.3.3 Vulnerabilidade à erosão ...... 32 1.4 CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS DOS CURSOS D’ÁGUA E CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS DOS MANANCIAIS E USOS DIVERSOS ...... 36 1.5 CARACTERÍSTICAS URBANAS, EXPANSÃO E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL ...... 39 1.6 DISPOSITIVOS LEGAIS DE ZONEAMENTO URBANO E USO DO SOLO ...... 41 1.7 DELIMITAÇÃO DA ABRANGÊNCIA DOS PLANEJAMENTOS E DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS PARA O MUNICÍPIO ...... 41 1.8 EXISTÊNCIA E LOCALIZAÇÃO DE INDÚSTRIAS E PLANEJAMENTO PARA ÁREAS INDUSTRIAIS ...... 41 1.9 DISPONIBILIDADE DE RECURSOS, MÃO DE OBRA, MATERIAL E EMPRESAS PARA OBRAS DE ENGENHARIA ...... 41 1.10 COMUNICAÇÃO – PRESTADORES, EMPRESAS DE TELEFONIA, MÍDIA EM GERAL ...... 43 1.11 ENERGIA ELÉTRICA – CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA EXISTENTE, SERVIÇOS E EMPRESAS DE ENERGIA ELÉTRICA E INSTALAÇÃO DE INFRAESTRUTURA SUBTERRÂNEA – REDE ELÉTRICA, TELEFÔNICA E INTERNET ...... 44 1.12 PRÁTICAS DE SAÚDE E SANEAMENTO ...... 44 1.13 CITAÇÕES SOBRE AS LEIS E POSTURAS EM VIGOR NA MUNICIPALIDADE RELACIONADAS ÀS EXIGENCIAS AMBIENTAIS...... 45

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1.14 INFORMAÇÕES SOBRE A DINÂMICA SOCIAL – ATORES E SEGMENTOS SETORIAIS ESTRATÉGICOS E IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL ...... 47 2 INDICADORES SANITÁRIOS EPIDEMIOLÓGICOS, AMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS ...... 49 2.1 INDICADORES DE SAÚDE: LONGEVIDADE, NATALIDADE, MORTALIDADE INFANTIL MORBIDADE E FECUNDIDADE ...... 50 2.2 INDICADORES DE RENDA, POBREZA E DESIGUALDADE E RENDIMENTO FAMILIAR PER CAPITA ...... 51 2.3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO – IDH ...... 53 2.4 DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS ...... 56 2.4.1 Doenças de veiculação hídrica ...... 57 2.5 NÍVEL DE ATENDIMENTO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ...... 59 2.6 NÍVEL DE ATENDIMENTO EM COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ...... 62 2.6.1 Informações gerais ...... 62 3 ETAPAS SEGUINTES DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO - PMSB ...... 65 4 REFERÊNCIAS ...... 67

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização Município de Astolfo Dutra e rodovias de acesso...... 14 Figura 2 – Localização geográfica de Astolfo Dutra no Estado de ...... 15 Figura 3 – Localização geográfica dos municípios limítrofes a Astolfo Dutra ...... 16 Figura 4 – Localização geográfica dos distritos de Astolfo Dutra ...... 17 Figura 5 – Jornal O Portuense de Astolfo Dutra ...... 26 Figura 6 – Hipsometria do Município de Astolfo Dutra...... 28 Figura 7 – Declividade do Município de Astolfo Dutra ...... 29 Figura 8 – Geomorfologia do Município de Astolfo Dutra ...... 31 Figura 9 – Pedologia do Município de Astolfo Dutra ...... 34 Figura 10 – Hidrografia do Município de Astolfo Dutra ...... 37 Figura 11 – Município de Astolfo Dutra e sua localização na Microrregião de Ubá ...... 40 Figura 12 – Evolução do IDHM entre 1991 e 2010...... 55 Figura 13 – Estação de Tratamento de Água – COPASA ...... 60 Figura 14 – Estação de Tratamento de Água - COPASA ...... 60 Figura 15 – Pontos de lançamento de esgoto in natura ...... 63 Figura 16 – Pontos de lançamento de esgoto in natura ...... 64

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Doenças relacionadas à água ...... 58

Gestão Ambiental 6 Plano Municipal de Saneamento Básico de Astolfo Dutra – ETAPA 2

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distâncias do Município de Astolfo Dutra da capital e dos principais municípios da Zona da Mata...... 13 Tabela 2 – Evolução populacional segundo os censos entre 1970 e 2010...... 18 Tabela 3 – Vereadores e partidos ...... 20 Tabela 4 – Número de estabelecimentos, por tipo de prestador, segundo tipo de estabelecimento Dez/2009...... 22 Tabela 5 – Ordenamento das taxas de óbitos por arma de fogo (AF)...... 25 Tabela 6 – Vulnerabilidade à erosão na Bacia do Rio Paraíba do Sul - Estado de MG...... 33 Tabela 7 – Usuários cadastrados na Bacia do Rio Paraíba do Sul ...... 38 Tabela 8 – Trabalhadores por setor e gênero e remuneração média em 31 de dezembro de 2013 ... 43 Tabela 9 – Indicadores de longevidade e mortalidade ...... 50 Tabela 10 – Morbidades registradas em Astolfo Dutra ...... 50 Tabela 11 – PIB – Produto Interno Bruto, em valores correntes – Região Zona da Mata ...... 53 Tabela 12 – Evolução do IDHM entre 2000 e 2010...... 55 Tabela 13 – Casos registrados de doenças no período de 2001 a 2012...... 57 Tabela 14 – Ocorrência de internações por causas em Astolfo Dutra no ano de 2013...... 59 Tabela 15 - Domicílios com abastecimento de água via rede geral de distribuição ...... 61 Tabela 16 – Proporção de domicílios por tipo de Instalação Sanitária ...... 62 Tabela 17 - Domicílios com coleta de esgoto via Rede Geral – IBGE/2010...... 63

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1– Evolução populacional de Astolfo Dutra, Minas Gerais e Brasil ...... 19 Gráfico 2 – Total de matrículas por nível do ensino em Astolfo Dutra, Estado de Minas Gerais, e em nível nacional...... 22 Gráfico 3 - Fluxo escolar por faixa etária em Astolfo Dutra - 2010 ...... 23 Gráfico 4 - Número de escolas por nível de ensino em Astolfo Dutra, Estado de Minas Gerais e em nível nacional ...... 24 Gráfico 5 – Vulnerabilidade à erosão em Astolfo Dutra ...... 33 Gráfico 6 – Principais Setores Industriais – 2013...... 42 Gráfico 7 – Percentual por porte das empresas e empregados da Zona da Mata Mineira – MG...... 43 Gráfico 8 – Rendimento médio mensal / Classes econômicas do Município de Astolfo Dutra ...... 52 Gráfico 9 – Evolução do IDHM – Astolfo Dutra ...... 56

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LISTA DE SIGLAS

AGEVAP - Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul CEDEC - MG - Coordenadoria de Defesa Civil de Minas Gerais CEIVAP - Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul CNES - Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde CPRM - Companhia de pesquisa de recursos minerais COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais DATASUS - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde EMBRAPA - Empresa Brsileira de Pesquisa Agropecuaria ETA - Estação de Tratamento de Água FIEMG - Federação das Industrias do Estado de Minas Gerais IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDEB - Índice de Desenvolvimento de Educação Básica IDH - Índice de Desenvolvimento Humano IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada MTE - Ministério do Trabalho e Emprego ODM - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio PAIF - Serviços de Proteção Social Básica à Família PEAMSS - Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social para o Saneamento PFSB - Política Federal de Saneamento Básico PIB - Produto Interno Bruto PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico PNEA - Política Nacional de Educação Ambiental PNUD - Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento SAA – Sistema de Abastecimento de Água SNIS - Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento

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INTRODUÇÃO

Gestão Ambiental 10 Plano Municipal de Saneamento Básico de Astolfo Dutra – ETAPA 2

A necessidade de melhoria na qualidade de vida da população se dá através de boas condições de saúde ambiental, as quais nem sempre são satisfatórias, pois os diversos recursos naturais essenciais para a manutenção da vida humana, como os recursos hídricos, muitas vezes não são preservados. Para que isso ocorra, é primordial adotar uma política de saneamento básico adequada para a sociedade, considerando os princípios da universalidade, equidade, desenvolvimento sustentável, entre outros.

A falta de planejamento municipal, regional e a ausência de uma análise integrada, conciliando aspectos sociais, econômicos e ambientais resultam em ações fragmentadas e nem sempre eficientes, que conduzem para um desenvolvimento desequilibrado e com desperdício de recursos. A falta de saneamento ou adoção de soluções ineficientes trazem danos ao meio ambiente, como a poluição hídrica e a poluição do solo que, por consequência, influenciam diretamente na saúde pública. Em contraposição, ações adequadas na área de saneamento reduzem significativamente os gastos com serviços de saúde.

A preocupação das diferentes escalas de governo com questões relacionadas ao saneamento estabelece as diretrizes e políticas nacionais para o saneamento. O Plano Municipal de Saneamento Básico, instrumento advindo com a Lei n° 11.445, visa à melhoria da salubridade ambiental, à proteção dos recursos hídricos, à universalização dos serviços, ao desenvolvimento progressivo e à promoção da saúde, estabelecendo o planejamento das ações de saneamento.

Considerando as preocupações atuais apresentadas e as exigências legais referentes ao setor, este documento refere-se à Caracterização do município para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, atendendo aos requisitos da AGEVAP. Tendo em vista o processo de planejamento, faz-se necessário o levantamento de informações básicas acerca do município, fundamentais para subsidiar o planejamento e evitar os altos índices de decisões equivocadas que tornam a implantação do Plano onerosa. Entre os elementos abordados no presente produto, estão inclusas características geográficas, os indicadores socioeconômicos, os dados referentes à saúde municipal e, também, os dados sobre a situação do saneamento básico no referido município, atuando como ponto de partida para compreensão do território.

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1 ELEMENTOS – LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO

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1.1 CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS, DEMOGRÁFICAS, POLÍTICO- ADMINISTRATIVAS, SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS

1.1.1 Características geográficas

O Município de Astolfo Dutra pertence à Região da Zona da Mata Mineira, especificamente à Microrregião de Ubá, com uma área territorial de 158,891 km², distando 283 km da capital. Os municípios limítrofes são Dona Eusébia, Ubá, Rodeiro, , Piraúba, Guarani e . Suas coordenadas geográficas são 21°18'54" latitude Sul e 42°51’43“ longitude Oeste e sua altitude é de 252 metros acima do nível do mar.

O nome da Região de Zona da Mata Mineira foi atribuído em virtude da fisionomia da vegetação natural, hoje praticamente inexistente em consequência do processo de ocupação, marcado, sobretudo no seu início, pela forte atividade agrária que propiciou uma devastação da mata primária de maneira generalizada. (SOARES, 2011 et al apud VALVERD, 1958; MARCHI et. al., 2005).

A principal característica da paisagem é a presença de um relevo fortemente ondulado e montanhoso, com morros em meia-laranja, resultantes da dissecação fluvial (SOARES, 2011 et. al. apud NUNES et. al., 2001), onde se destacam as bacias dos rios Paraíba do Sul e Doce, que influenciaram decisivamente no modo de ocupação da área, a qual seguiu a orientação dos vales fluviais.

As distâncias do Município de Astolfo Dutra dos principais municípios da Zona da Mata e capital são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Distâncias do Município de Astolfo Dutra da capital e dos principais municípios da Zona da Mata. Nome do município Distância (km) 283 105 Muriaé 103 Viçosa 95,5 Leopoldina 42,6 Ubá 36 26,4 Fonte: Google maps – 2015.

Conforme a Figura 1, a principal via de acesso para Astolfo Dutra é a Rodovia MG - 285, que liga os municípios de Dona Eusébia e Piraúba. No sentido Leste, esta rodovia se encontra com a BR-120. A Oeste, ela se encontra com a BR-265, que dá acesso ao Município de Ubá.

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Figura 1 – Localização Município de Astolfo Dutra e rodovias de acesso Fonte: DER – MG (2006)

As figuras 2, 3 e 4 apresentam os mapas de localização do Município de Astolfo Dutra, sendo que a Figura 2 demonstra a localização de Astolfo Dutra perante o Estado de Minas Gerais. A Figura 3 representa os municípios limítrofes e, na Figura 4, pode-se visualizar a localização dos distritos de Astolfo Dutra.

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Figura 2 – Localização geográfica de Astolfo Dutra no Estado de Minas Gerais Fonte: IBGE, 2010

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Figura 3 – Localização geográfica dos municípios limítrofes a Astolfo Dutra Fonte: IBGE 2010

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Figura 4 – Localização geográfica dos distritos de Astolfo Dutra Fonte: IBGE, 2010.

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1.1.2 Características demográficas

O Município de Astolfo Dutra está inserido na Zona da Mata Mineira, tal região, assim como os municípios que a integram, apresenta grande diversidade socioespacial, que pode ser explicada pelo desenvolvimento desigual dos processos econômicos e sociais, no tempo e no espaço. A região é formada por 142 municípios e a população está em torno de 2,5 milhões de habitantes.

O Estado de Minas Gerais possui 853 municípios, o maior número entre os estados brasileiros, e a capital Belo Horizonte é considerada metrópole, possuindo 2,4 milhões de habitantes e ocupando a sexta posição no ranking nacional de cidades populosas (EXAME, 2014).

O Município de Astolfo Dutra tem uma população de 13.049 habitantes (urbana e rural) dos quais 11.882 residem na área urbana e 1.167 na área rural, distribuídos em um total de 4.795 domicílios (IBGE, 2010). A Tabela 2 demonstra a evolução populacional de acordo com os censos entre 1970 e 2010.

Tabela 2 – Evolução populacional segundo os censos entre 1970 e 2010. Evolução populacional censos 1970-2010 Ano Ano 1970 1980 1991 2000 2010 Total 11.119 10.513 11.412 11.805 13.049 Urbana 5.708 6.771 9.053 10.342 11.882 Rural 5.411 3.742 2.359 1.463 1.167 Fonte: IBGE

Entre 2000 e 2010, a população de Astolfo Dutra teve uma taxa média de crescimento anual de 1,01%. Na década anterior, de 1991 a 2000, a taxa média de crescimento anual foi de 0,38%. Já entre 1991 e 2010, a média de crescimento anual foi de 0,71%.

O Gráfico 1 demonstra a evolução populacional em Astolfo Dutra, de acordo com o IBGE, comparado com a evolução de Minas Gerais e do Brasil.

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Gráfico 1– Evolução populacional de Astolfo Dutra, Minas Gerais e Brasil Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo 2010

A densidade demográfica é calculada, dividindo-se o número da população residente pela área terrestre do município. Em Astolfo Dutra, verifica-se uma concentração de 82,13 habitantes por km² (IBGE, 2010).

De acordo com estudos realizados pelo Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD e Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - IPEA, o Município de Astolfo Dutra mostra um grau elevado de urbanização, com índice de 91,06% em 2010. A população é predominantemente urbana e apresenta uma participação feminina equivalente à masculina, em uma proporção próxima de 100 homens para cada 99,2 mulheres. A maioria da população encontra-se na faixa etária entre 30 a 49 anos, seguida pela faixa de 50 ou mais anos.

A razão de dependência, a qual mede a porcentagem da população inativa sobre a população economicamente ativa, entre os anos 2000 e 2010, passou de 50,38% para 42,94%, em Astolfo Dutra, e a taxa de envelhecimento evoluiu de 8,59% para 10,31%.

1.1.3 Características político-administrativas

Astolfo Dutra foi elevado à categoria de município pelo Decreto-Lei Estadual nº 148, de 17/12/1938, desmembrado de Cataguases, sendo constituído por dois distritos: Astolfo Dutra e Dona Eusébia, permanecendo nesta divisão territorial até 1962. Somente em dezembro de 1962 que são criados os Distritos de Santana do Campestre e Sobral Pinto e o Distrito de

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Dona Eusébia e elevando à categoria de município, por meio da Lei n°2764 de 30/12/1962. Esta divisão territorial assim permanece.

O poder executivo é representado pelo Prefeito Municipal Arcílio Venâncio Ribeiro e o legislativo por nove vereadores eleitos nas eleições de 2012. A Tabela 3 apresenta o número de vereadores eleitos por partido.

Tabela 3 – Vereadores e partidos Partido N° de vereadores eleitos Partido dos Democratas 2 Partido Social Democracia Brasileira 1 Partido do Movimento Democrático Brasileiro 1 Partido dos Trabalhadores 1 Partido Popular Socialista 1 Partido da Republica 2 Partido Social Democrata Cristão 1 Fonte: Eleições Brasil, 2012

O município possui quatro secretarias atuantes, na área de saúde, educação e administração, sendo elas:

- Secretaria de Saúde;

- Secretaria de Educação e Cultura;

- Secretaria de Assistência Social;

- Secretaria de Administração.

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1.1.4 Características socioeconômicas

O programa bolsa família é um indicador socioeconômico representativo em Astolfo Dutra, permitindo verificar as famílias que vivem na linha de pobreza e o percentual de pessoas com salário mensal menor que um quarto de salário mínimo.

De acordo com as informações disponibilizadas pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, no primeiro semestre de 2015, o programa beneficiou 596 famílias, atingindo a cobertura de 92,1 % da estimativa de famílias pobres no município.

Ainda, conforme as informações do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Município de Astolfo Dutra possui 1.639 famílias inscritas com as seguintes rendas per capita familiares: - 296 com renda per capita familiar de até R$ 77,00; - 408 com renda per capita familiar entre R$ 77,00 e R$ 154,00; - 682 com renda per capita familiar entre R$ 154,00 e meio salário mínimo; - 253 com renda per capita familiar acima de meio salário mínimo.

1.1.5 Características culturais

Como tradição, o Município de Astolfo Dutra realiza três grandes eventos todo ano. A Semana Portuense realizada no mês de julho, organizada pelo Caramonãs Tênis Clube, famoso clube da cidade, com atrações musicais e festival de Chopp. Outra festa tradicional é a homenagem à Virgem Maria e ao Padroeiro Santo Antônio, realizada no mês de junho, com programação de missas e feira gastronômica. Além da Semana Portuense e da festa da Virgem Maria, a Semana Espírita Portuense de Astolfo Dutra é conhecida como um dos eventos espíritas mais antigos do país. Realizado há mais de 60 anos, o evento reúne vários palestrantes e apresentações artísticas, como teatro e dança.

1.2 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS PÚBLICOS EXISTENTES – SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E COMUNICAÇÃO

1.2.1 Saúde

Para o combate de doenças e prevenção, o Município de Astolfo Dutra tem implantado programas de saúde, como a Atenção Básica e a Estratégia Saúde da Família. As estruturas físicas são fundamentais para o combate a endemias e melhoria na saúde municipal.

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Conforme a Tabela 4, no Município de Astolfo Dutra, existem cinco centros de saúde, oito consultórios isolados, um hospital geral e dois postos de saúde.

Tabela 4 – Número de estabelecimentos, por tipo de prestador, segundo tipo de estabelecimento Dez/2009. Estabelecimentos por tipo Quantidade Centro de saúde/unidade básico de saúde 5 Consultório Isolado 16 Hospital geral 1 Posto de saúde 2 Policlínica Municipal 1 Fonte: CNES. Situação da base de dados nacional em 10/4/2010 Nota: Número total de estabelecimentos.

1.2.2 Educação

O número total de matrículas no ensino infantil, fundamental e médio de Astolfo Dutra, em 2012, era de 2.268 matrículas. No Gráfico 2, está representado o número de matrículas por nível escolar, no município, estado e país.

Matrículas por nível 350000 297.024,98 300000

250000

200000

150000

100000 83.768,52 47.547,21 50000 28.124,04 311 1.540 417 4.310,12 8.489,83 0 Astolfo Dutra Minas Gerais Brasil

Pré-escolar Fundamental Médio

Gráfico 2 – Total de matrículas por nível do ensino em Astolfo Dutra, Estado de Minas Gerais, e em nível nacional Fonte: IBGE, 2012.

Segundo dados do Portal ODM, a distorção idade-série em Astolfo Dutra eleva-se à medida que se avança nos níveis de ensino. Entre alunos do Ensino Fundamental, no ano de 2014, estavam com idade superior à recomendada nos anos iniciais, 6,3%, e nos anos finais, 16,8%. Chegam a 25,8% de defasagem, os que alcançam o ensino médio.

O IDEB é um índice que combina o rendimento escolar às notas do exame Prova Brasil, aplicado a crianças da 4° e 9° séries, podendo variar de 0 a 10. Este município em 2013

Gestão Ambiental 22 Plano Municipal de Saneamento Básico de Astolfo Dutra – ETAPA 2

ocupou 398ª posição, entre os 5.565 do Brasil, quando avaliados os alunos nos anos iniciais, e nos anos finais foi nulo, não sendo possível avaliar a posição no ranking nacional e estadual.

O IDEB nacional, em 2013, foi de 4,9 para os anos iniciais do ensino fundamental em escolas públicas e de 4,0 para os anos finais. Nas escolas particulares, as notas médias foram, respectivamente, 6,7 e 5,9.

A proporção de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos indica a situação da educação entre a população em idade escolar do município e compõe o IDHM Educação.

Em 2010, 97,55% dos alunos, entre 5 a 6 anos de Astolfo Dutra, estavam cursando o ensino fundamental regular na série correta para a idade. No mesmo período a proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental é de 90,11% e com relação aos jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo é de 46,23%, e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo é de 31,38%.

Conforme dados do PNUD – 2010, (Gráfico 3), percebe-se que o percentual de crianças até 13 anos no ensino fundamental é superior aos percentuais estaduais e federais, porém, pode- se afirmar que não há continuidade nos estudos, pois o percentual de adolescentes com o ensino fundamental e ensino médio completos foi abaixo da média nacional e estadual.

Gráfico 3 - Fluxo escolar por faixa etária em Astolfo Dutra - 2010 Fonte: PNUD – IPEA – FJP

Gestão Ambiental 23 Plano Municipal de Saneamento Básico de Astolfo Dutra – ETAPA 2

Os anos esperados de estudo indicam o número de anos que a criança, que inicia a vida escolar no ano de referência, tende a completar. Em 2010, Astolfo Dutra tinha 9,37 anos esperados de estudo, em 2000, tinha 9,54 anos e, em 1991, 8,88 anos, enquanto que Minas Gerais tinha 9,38 anos esperados de estudo em 2010, 9,16 anos em 2000 e 8,36 anos em 1991.

Segundo dados disponibilizados pelo IBGE, o comparativo de números de escolas por nível de educação, entre o município em estudo, o Estado de Minas Gerais e o país, são representados no Gráfico 4.

Número de Escolas por Nível

Médio Fundamental Pré-escolar

271,64 Brasil 1.447,05 1.077,91

29,79 Minas Gerais 118,31 74,31

1 Astolfo Dutra 5 3

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Gráfico 4 - Número de escolas por nível de ensino em Astolfo Dutra, Estado de Minas Gerais e em nível nacional Fonte: IBGE, 2012.

De acordo com a Lei Federal n° 9.795/99, Educação Ambiental é o “processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”, constituindo-se um instrumento indispensável ao planejamento, execução e à prestação dos serviços de saneamento básico.

Programas de educação ambiental têm grande abrangência, pois, além de serem aplicados a alunos de diversas idades, põem o corpo docente em contato com essa realidade, transformando o educando e o educador.

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1.2.3 Segurança

A 6° companhia da Policia Militar, localizada em Leopoldina, pertence à 4° Regional da Policia Militar do Estado de Minas Gerais, e oferece cobertura ao Município de Astolfo Dutra e à Delegacia de Polícia localizada no centro da cidade.

Casos de violências são raros. Em 2015, foi publicado o número de mortes por arma de fogo de cada município. Astolfo Dutra registrou 1 caso em 2010 e 2011. (Tabela 5)

Tabela 5 – Ordenamento das taxas de óbitos por arma de fogo (AF). ORDENAMENTO DAS TAXAS DE ÓBITO POR AF (Homicídios e óbitos por AF; taxas médias 2010/2012 em municípios com mais de 20.000 habitantes). População Total. Brasil. 2010/2012. n. homicídios AF Município UF População* 2010 2011 2012

Astolfo Dutra MG 13.237 1 1 0 Fonte: Mapa da Violência (http://www.mapadaviolencia.org.br/). *População projetada pela FLACSO

1.2.4 Comunicação

A Prefeitura Municipal de Astolfo Dutra utiliza, como principal meio de comunicação, o Jornal O Portuense. Com edições mensais, o jornal edita conteúdo diversificado e é o principal meio de divulgação do município. A Figura 5 apresenta a edição n° 161 de maio de 2015 do Jornal O Portuense.

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Figura 5 – Jornal O Portuense de Astolfo Dutra Fonte: Jorna Ol Portuense, 2015.

Além do jornal local, a Prefeitura Municipal mantém uma página na internet, onde são disponibilizadas informações sobre a cultura, turismo, esporte, lazer e consultas ao portal da transparência, possibilitando que a população acompanhe as contas públicas.

1.3 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO MUNICÍPIO E DA REGIÃO E DADOS FISIO- HIDROTOPOGRÁFICOS

1.3.1 Clima

O Município de Astolfo Dutra está inserido na Zona da Mata Mineira, Mesorregião Sudeste do Estado de Minas Gerais, no domínio da Mata Atlântica. A região em que o município está inserido caracteriza-se por apresentar clima, segundo a classificação climática de Köppen, Cfa, sendo, segundo a EMBRAPA, clima subtropical, com verão quente. As temperaturas são superiores a 22ºC, no verão, e com mais de 30 mm de chuva no mês mais seco. A temperatura média no mês mais frio inferior a 18 ºC (mesotérmico). Geadas são pouco frequentes e existe

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tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, contudo, sem estação seca definida.

Segundo o Serviço Geológico do Brasil - CPRM (2011), a precipitação média anual no município apresenta variações entre 1.000 e 1.050 mm.

1.3.2 Relevo, tipos de solo e formações geológicas

Ao realizar análise do mapa hipsométrico, Figura 6, e de declividade, Figura 7, do Município de Astolfo Dutra, percebe-se que o terreno é íngreme e com relevo bem recortado, com a predominância de áreas com alta declividade. A localização dos núcleos urbanos se dá nas áreas mais planas e com menores altitudes no município.

O relevo de Astolfo Dutra é bem variado, vai de formações com leve ondulação até as formações montanhosas, na fronteira Sudoeste do município. As altitudes atingem 1.320 metros, enquanto que, nas regiões Leste, Norte e parte da Oeste, as altitudes são menores, variando de 240 a 600 metros.

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Figura 6 – Hipsometria do Município de Astolfo Dutra Fonte: IBGE 2010

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Figura 7 – Declividade do Município de Astolfo Dutra Fonte: IBGE 2010.

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As formações geomorfológicas do Município de Astolfo Dutra, de acordo com a Figura 8, são caracterizadas pela presença de escarpas e depressões. Na ciência geomorfológica, depressões são entendidas como áreas mais baixas que as de seu entorno, formadas pelo contato entre terrenos sedimentares e massas cristalinas. Consideradas, também, “acidentes”, resultantes da ação de dois tipos de agentes ou fatores do relevo de origem interna (vulcanismo, tectonismo) e de origem externa (água corrente, temperatura, chuva, vento, geleiras, seres vivos).

As escarpas são formas de relevo presentes em áreas de transição fisiogeográficas, envolve uma elevação aguda, caracterizada pela formação de um penhasco ou uma encosta íngreme. Geralmente, são formadas pela erosão diferencial de rochas cristalinas ou pelo movimento vertical da crosta terrestre, ao longo de uma falha geológica.

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Figura 8 – Geomorfologia do Município de Astolfo Dutra Fonte: IBGE 2010

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1.3.3 Vulnerabilidade à erosão

A erosão pode estar associada a inúmeros fatores, podendo gerar vários níveis de degradação e tornando uma área vulnerável e restrita a inúmeras atividades. Buscando identificar as principais áreas vulneráveis da região de estudo e do Município de Astolfo Dutra, foi identificado, por meio do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul (2006), um item de vulnerabilidade à erosão da bacia como um todo. No item, procurou-se visualizar espacial e qualitativamente as condições de suscetibilidade ou vulnerabilidade à ocorrência de processos erosivos, no sentido de identificar áreas mais críticas e, desse modo, estabelecer parâmetros para a aplicação de recursos na realização de ações de prevenção e controle. Em termos qualitativos, definiu-se uma escala relativa de classes de vulnerabilidade à erosão, variando de muito baixa a muito alta, aplicada para os fatores de relevo, solos, cobertura vegetal e uso do solo, isoladamente e de modo integrado.

Para a compreensão do resultado desses cruzamentos temáticos, deve-se considerar que as classes de muito alta e alta vulnerabilidade à erosão representam as situações mais críticas quanto ao conjunto de condições temáticas analisadas, ou seja, representam as áreas onde interagem situações que podem combinar relevos mais acidentados, solos mais erodíveis, cobertura vegetal mais rala e formas de uso da terra mais inadequadas.

O trecho mineiro da Bacia do Rio Paraíba do Sul é o que apresenta menor área ocupada pelas classes de muito alta e alta vulnerabilidade à erosão, estando a maior parte da região (90%) compreendida pelas classes de média e baixa vulnerabilidades. Essa condição é determinada principalmente pelo relevo, que se apresenta de fraco a moderado na maior parte da bacia, tendendo a reduzir o efeito da erodibilidade natural dos solos, onde predominam os latossolos vermelhos-amarelos, que apresentam média vulnerabilidade à erosão. A Tabela 6 reúne os valores totais encontrados para cada classe de vulnerabilidade à erosão no Estado de Minas Gerais na área pertencente à Bacia do Rio Paraíba do Sul.

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Tabela 6 – Vulnerabilidade à erosão na Bacia do Rio Paraíba do Sul - Estado de MG Vulnerabilidade à erosão na Bacia do Rio Paraíba do Sul - Estado de MG (em hectares) Estado Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa Minas Gerais 7.568 133.508 848.320 978.712 46.180 Fonte: CEIVAP, 2013

O Gráfico 5 apresenta a vulnerabilidade à erosão no Município de Astolfo Dutra. Observa-se que o município possui a maior parte do seu território com média vulnerabilidade à erosão e uma menor área com alta vulnerabilidade à erosão. Não existem áreas com muito baixa vulnerabilidade.

Astolfo Dutra - Vulnerabilidade à erosão (em hectares)

12.000

10.000

8.000

6.000 10.164

4.000

2.000 2.916 1.836 924 0 0 Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa

Gráfico 5 – Vulnerabilidade à erosão em Astolfo Dutra Fonte: CEIVAP, 2006 apud análise dos mapas de relevo e solos do Projeto Radam Brasil (1983) e dos mapas de cobertura vegetal e uso do solo do GEROE (1995), por geoprocessamento.

O conhecimento da tipologia dos solos é extremamente importante para um planejamento que visa melhorar o saneamento básico de determinada região, pois cada tipo de solo é constituído por elementos minerais de variadas composições e disposições, sendo assim, cada solo tem características físicas e químicas diferentes. Uma das características diferentes de cada tipo de solo é a capacidade de absorver a água, que varia de acordo com a textura, massa, teor de matéria orgânica e porosidade de cada um. Sendo assim, esses podem ser mais ou menos susceptíveis à inundação, que ocorre quando a aplicação de água da chuva ultrapassa a capacidade de infiltração do solo.

A Figura 9 apresenta os tipos de solos predominantes no Município de Astolfo Dutra, sendo eles: Cambissolo, Latossolo Vermelho Amarelo e Podzólico Vermelho-Amarelo.

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Figura 9 – Pedologia do Município de Astolfo Dutra Fonte: IBGE 2010

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Os Cambissolos, presentes na região Sudoeste do município, são constituídos por material mineral, com horizonte B. Devido à heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, as características destes solos variam muito de um local para outro. Solos de fácil drenagem, rasos ou profundos de cor bruno-amarelada, com alta a baixa saturação por bases e atividade química da fração coloidal. O horizonte B incipiente (Bi) tem textura franco-arenosa ou mais argilosa, e o solo, geralmente, apresenta teores uniformes de argila, podendo ocorrer ligeiro decréscimo ou um pequeno incremento de argila do horizonte A para o Bi. A estrutura do horizonte B pode ser em blocos, granular ou prismática, havendo casos, também, de solos com ausência de agregados, com grãos simples ou maciços. Os Cambissolos, com espessura, no mínimo, mediana (50-100 cm de profundidade) e sem restrição de drenagem, em relevo pouco movimentado, eutróficos ou distróficos, apresentam bom potencial agrícola. Quando situados em planícies aluviais, estão sujeitos a inundações que, se frequentes e de média a longa duração, são fatores limitantes ao pleno uso agrícola desses solos.

Os Latossolos Vermelho-Amarelos são identificados, conforme a Figura 9, na área Sudeste de Astolfo Dutra e uma pequena área no extremo Oeste. Ocorrem em ambientes bem drenados, sendo muito profundos e uniformes em características de cor, textura e estrutura em profundidade.

Os solos Podzólicos Vermelho-Amarelos, que predominam no Município de Astolfo Dutra, são muito utilizados para agropecuária, apresentando limitações de ordem química em profundidade ao desenvolvimento do sistema radicular, se forem álicos, distróficos ou ácricos. Em condições naturais, os teores de fósforo são baixos, sendo indicada a adubação fosfatada. Outra limitação ao uso desta classe de solo é a baixa quantidade de água disponível às plantas.

Os componentes que determinam os tipos de solo, juntamente com o relevo e declividade que compõem o território trabalhado, geram o quadro físico e determinam as variantes a serem trabalhadas, definidas como obstáculos ou não. O Município de Astolfo Dutra registra relevo íngreme e solos fortemente drenados. Esse tipo de relevo e a colocação estratégica das áreas urbanas próximas aos fundos de vale, aliados ao clima da região, com chuvas concentradas em determinado período do ano, são condicionantes propícias para a ocorrência de inundações e enchentes. Devido a esse fato, atenta-se para a necessidade de estruturação de um serviço de drenagem de água pluvial adequado a essas condições.

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1.4 CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS DOS CURSOS D’ÁGUA E CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS DOS MANANCIAIS E USOS DIVERSOS

O Município de Astolfo Dutra tem a seguinte configuração hidrográfica: como o rio principal inserido na Bacia do Rio Paraíba do Sul, e, é banhado por vários cursos d’água, dentre eles, destacam-se dois rios: Xopotó e , que são os maiores afluentes.

O mapa abaixo (Figura 10) apresenta os rios e córregos que compõem a rede hidrográfica do Município de Astolfo Dutra:

 Córrego Água Limpa;  Córrego Triunfo;  Córrego Boa Vista;  Córrego Grota;  Ribeirão Lambari;  Ribeirão Colônia;  Rio Pomba.

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Figura 10 – Hidrografia do Município de Astolfo Dutra Fonte: IBGE 2010

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O trecho denominado médio Rio Pomba inicia-se no Município de Astolfo Dutra e percorre o Município de Dona Eusébia e o vilarejo de Sinimbu, finalizando no Município de Cataguases, sendo todos os municípios pertencentes ao Estado de Minas Gerais. Nesse percurso, encontram-se os dois maiores afluentes da bacia, os rios Xopotó e Novo.

O Córrego da Boa Vista serve como manancial para o abastecimento de água no Distrito Sede, a área de contribuição desse córrego é de 16 Km², e, é afluente do Rio Pomba, que corta o Distrito Sede.

Conforme apresentado no Cadastro de Usuários da Bacia do Rio Paraíba do Sul (2014), os principais usos dos recursos hídricos no município são para o abastecimento público, atividade industrial e mineração. Conforme pode ser observado na Tabela 7, a atividade de maior consumo é o abastecimento público, com uma vazão de captação de 725.853,60 m³/ano.

Tabela 7 – Usuários cadastrados na Bacia do Rio Paraíba do Sul Usuário Captação (m³/ano) Finalidade de Uso Areião Paraíso LTDA 56.000 Mineração Lavanderia 81.000 outros Mabelle Criações Infantis 237.600 Indústria LTDA Marcelo Dias Ferreira e CIA 21.120 Indústria LTDA Massas Portuense LTDA 5.990,40 Indústria Prefeitura Municipal de Astolfo 725.853,60 Abastecimento Público Dutra Fonte: CEIVAP, 2014. A qualidade da água é fator primordial para definir os possíveis usos dos corpos hídricos. A classificação e enquadramento dos recursos hídricos são definidos pela Política Nacional de Recursos Hídricos, visando assegurar qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas.

De acordo com a Portaria n° 86 de junho de 1981 do Ministério do Interior, a classificação dos corpos hídricos pertencentes à Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul apresenta classes variando entre I, II e III em diferentes trechos. Passando pelo Município de Astolfo Dutra, o Rio Pomba é um dos cursos de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul e está enquadrado na Classe II, conforme portaria já mencionada.

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1.5 CARACTERÍSTICAS URBANAS, EXPANSÃO E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL

Ainda que haja elevado grau de heterogeneidade econômica na Zona da Mata Mineira, alguns eixos, em termos de diretrizes de políticas públicas, podem ser capazes de inverter a tendência de declínio econômico, valorizando competências produtivas regionais. Ressalta- se que o incentivo regional, por meio de políticas públicas, pode-se constituir importante mecanismo de desenvolvimento, principalmente se baseado em esforços a partir de mobilização social de agentes e instituições da própria região.

De acordo com o Plano de Desenvolvimento Socioeconômico Industrial elaborado pela FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (2015), a região da Zona da Mata nos últimos anos apresentou uma queda na competitividade e baixo crescimento.

Na tentativa de mudar o cenário atual, a FIEMG apresentou os investimentos em infraestrutura viária das principais vias que ligam o Estado. Dentre os principais investimentos, destaca-se a implantação do minianel viário de Juiz de Fora, que irá ligar as BR 267 e BR 040.

Outro investimento que trará melhorias diretas a Astolfo Dutra é o contorno de Ubá. A proposta é a implantação da rodovia que contorne a cidade de Ubá, desviando os centros urbanos das cidades vizinhas. O contorno irá aproximar Astolfo Dutra dos principais corredores logísticos da região.

A Figura 11 demonstra a localização do Município de Astolfo Dutra, em relação à Microrregião de Ubá.

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Figura 11 – Município de Astolfo Dutra e sua localização na Microrregião de Ubá Fonte: DRZ – Gestão Ambiental e Consultoria

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1.6 DISPOSITIVOS LEGAIS DE ZONEAMENTO URBANO E USO DO SOLO

Tratando de dispositivos legais, aplicados ao Município de Astolfo Dutra, não foram encontradas informações que possam suprir o presente tópico, de acordo com pesquisas realizadas pela equipe DRZ – Gestão Ambiental e Consultoria Ltda. O município não possui plano diretor, lei de uso e ocupação do solo ou qualquer outro dispositivo legal relacionado com zoneamento.

1.7 DELIMITAÇÃO DA ABRANGÊNCIA DOS PLANEJAMENTOS E DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS PARA O MUNICÍPIO

O principal planejamento ligado ao saneamento básico existente no Município de Astolfo Dutra é fruto de uma parceria entre a Coordenadoria de Defesa Civil de Minas Gerais (CEDEC-MG) e a Prefeitura Municipal de Astolfo Dutra, que se configura como um plano de ação para os municípios da Zona da Mata Mineira.

A intenção dessa parceria é traçar um plano de ação de curto, médio e longo prazos, para minimizar os estragos causados pela chuva e, também, para auxiliar as famílias desabrigadas por temporais, típicos na região.

1.8 EXISTÊNCIA E LOCALIZAÇÃO DE INDÚSTRIAS E PLANEJAMENTO PARA ÁREAS INDUSTRIAIS

Segundo dados da prefeitura, o município não conta com um plano de localização e implementação de indústrias. Sabe-se que as principais indústrias estão localizadas ao longo da Rodovia MG-285, dando destaque para a Bela Ischa, indústria do ramo alimentício instalada desde 2005 no Município de Astolfo Dutra. Existem, também, pequenas empresas de confecção, muitas delas nas próprias residências.

1.9 DISPONIBILIDADE DE RECURSOS, MÃO DE OBRA, MATERIAL E EMPRESAS PARA OBRAS DE ENGENHARIA

A Zona da Mata Mineira está localizada a Sudeste do Estado de Minas Gerais, limitando-se com as microrregiões Alto do Rio Grande, Campos da Mantiqueira, Espinhaço Meridional, Siderúrgica, Bacia do Suaçuí, Governador Valadares e Bacia do Manhuaçu e, ainda, com os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro.

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Os municípios que integram essa região têm como base uma economia tradicionalmente apoiada na atividade agropecuária, que alimenta importantes agroindústrias. Tanto as atividades agrícolas quanto as industriais passam, atualmente, por um processo de modernização gradual, favorecidas pela posição geográfica da região e pela malha rodoviária existente, que permitem uma fácil comunicação com as principais capitais, que exercem grande polarização.

O Gráfico 6 apresenta os principais setores industriais da Zona da Mata Mineira. É importante atentar para os índices de empresas e empregados nos ramos de vestuários e acessórios, alimentos e móveis, que aparecem como os principais setores da economia da região.

Gráfico 6 – Principais Setores Industriais – 2013. Fonte: FIEMG, 2015 apud Relação Anual de Informação Social - RAIS/ Ministério do Trabalho e Emprego – MTE – Dezembro/2013; Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais – SEF/MG - 2013.

Quanto à mão de obra, há alguns prestadores de serviço, porém, para obras de engenharia de grande porte, não existem empresas especializadas. Quando o município necessita licitar, as empresas concorrentes, de modo geral, vêm dos grandes centros.

As informações sobre potencial de desenvolvimento das empresas e a mão de obra exercida em cada uma delas são fundamentais no planejamento empresarial. Com elas, é possível identificar a capacidade de desenvolvimento da região e a mão de obra procurada.

De acordo com os dados disponibilizados pelo MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, o número de empregados formais, registrados no ano de 2013 no município, apresentou sete setores como os principais. A Tabela 8 apresenta os números de empregados por setor.

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Tabela 8 – Trabalhadores por setor e gênero e remuneração média em 31 de dezembro de 2013 Setor Masculino Feminino Total EXTR MINERAL 6 2 8 IND TRANSF 1.090 1.611 2.701 CONSTR CIVIL 58 2 60 COMERCIO 234 162 396 SERVICOS 254 100 354 ADM PUBLICA 238 238 476 AGROPECUARIA 188 14 202 Total 2.068 2.129 4.197 Fonte: RAIS/TEM, 2013.

O Gráfico 7 apresenta o percentual por porte das empresas e empregados da Região da Zona da Mata Mineira. Considera-se como micro de 1 a 9 empregados; pequena: de 10 a 49 empregados; média: de 50 a 249; e grande: 250 ou mais empregados. O maior número de empresas é de microporte, seguido por pequenas. Já em relação ao número de empregos, a média empresa emprega mais, seguida por pequena e grande.

Gráfico 7 – Percentual por porte das empresas e empregados da Zona da Mata Mineira – MG. Fonte: FIEMG, 2015 apud Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Relação Anual de Informações Sociais - RAIS 2013.

1.10 COMUNICAÇÃO – PRESTADORES, EMPRESAS DE TELEFONIA, MÍDIA EM GERAL

O Município de Astolfo Dutra possui emissoras de rádio AM e FM, e a transmissora de TV da empresa Oi.

O município possui atualmente atendimento de três empresas de telefonia móvel, TIM, CLARO e VIVO e uma de telefonia fixa.

Segundo o Censo 2010 – IBGE, o percentual de acesso à rede de internet com banda larga era de 10,93%. A internet, também, é considerada um meio de divulgação midiática. Quanto ao percentual de domicílios particulares permanentes com acesso à internet era de 26,61%.

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O município ainda conta com um jornal de circulação local, o jornal O Portuense. Com edições mensais e conteúdo diversificado, o jornal é um dos principais meios de comunicação do município.

1.11 ENERGIA ELÉTRICA – CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA EXISTENTE, SERVIÇOS E EMPRESAS DE ENERGIA ELÉTRICA E INSTALAÇÃO DE INFRAESTRUTURA SUBTERRÂNEA – REDE ELÉTRICA, TELEFÔNICA E INTERNET

O fornecimento de energia elétrica do Município de Astolfo Dutra fica a cargo da ENERGISA S.A., concessionária de distribuição de energia elétrica que atende em Minas Gerais atende cerca de 415 mil clientes residenciais, comerciais, industriais e rurais, em 66 municípios de Minas Gerais, com a cobertura de uma área de 16.331km², inclusive o Município de Astolfo Dutra.

A rede de transmissão de energia elétrica é aérea em todo o território municipal e os demais serviços, como telefonia e internet, também, possuem cabos de transmissão aéreos.

1.12 PRÁTICAS DE SAÚDE E SANEAMENTO

Saúde e saneamento básico estão diretamente relacionados, o saneamento constitui um dos principais meios de prevenção de doenças. Alguns fatores que contribuem para a proliferação de doenças são: ambiente poluído, inadequada destinação dos resíduos, água sem tratamento adequado. Como consequências, têm-se, por exemplo, mortes de crianças com menos de um ano de idade por diarreia, casos de internação em pediatria, devido à falta de saneamento, além de casos de esquistossomose, entre outros. Pode-se destacar como principais atividades do saneamen to: abastecimento de água, sistemas de tratamento de efluentes, coleta, remoção e destinação final dos resíduos sólidos; drenagem de águas pluviais; controle de insetos e roedores; controle da poluição ambiental e planejamento territorial. Porém, nesse plano, dá-se ênfase primeiramente às atividades básicas, como o abastecimento de água, sistema de esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais. Astolfo Dutra possui sistema de abastecimento de água operado pela COPASA, com atendimento de 100% da área urbana e 91,06% da área rural (SNIS, 2012), proporcionando à população de Astolfo Dutra água de qualidade e redução do índice de doenças de veiculação hídrica.

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Com relação ao tratamento de efluentes, o município não possui sistema coletivo implantado e todo efluente gerado é lançado diretamente nos corpos hídricos da região. Os resíduos sólidos urbanos gerados são destinados a uma empresa privada que realiza o tratamento e disposição final no município vizinho, Leopoldina.

1.13 CITAÇÕES SOBRE AS LEIS E POSTURAS EM VIGOR NA MUNICIPALIDADE RELACIONADAS ÀS EXIGENCIAS AMBIENTAIS.

O Município de Astolfo Dutra apresenta em seu Código de Posturas, Lei Municipal N° 32/2012, em seu Título I as responsabilidades e obrigações com relação a limpeza urbana e capitulo I do Lixo. Art. 9° - Compete ao Poder Público Municipal, através da pessoa jurídica a quem for outorgada o serviço, promover, zelar, e fiscalizar a colete e destinação final do lixo, bem como a limpeza urbana em todo o território do município, de acordo com as disposições municipais e as legislações estaduais e federais pertinentes, em especial as ambientais. Art. 10° - A pessoa jurídica a quem for outorgado o serviço objeto deste título disporá sobre o seu desempenho operacional, visando ao cumprimento desta Lei e aos objetivos da Lei de sua criação. Art. 11° - Os serviços que trata este título compreendem ainda, dentre outros, as tarefas de varrição, capina, apreensão de animais em vias e logradouros públicos, coleta e destinação final dos resíduos provenientes destas atividades. Art. 12° - A limpeza, compreende a capina, varrição e lavagem de passeios e sarjetas fronteiriças às residências ou estabelecimentos, será de responsabilidade dos ocupantes destes imóveis, devendo a mesma ser efetuada em hora conveniente a de pouco trânsito de pedestres. Art. 13 – Para efeito desta Lei, considera-se lixo o conjunto heterogêneo de resíduos provenientes das atividades humanas, observadas as condições a seguir: I – Lixo Domiciliar urbano – é o produzido pela ocupação de imóveis públicos e particulares, residenciais ou não, acondicionáveis para fins de coleta regular, respeitando o limite máximo mensal de 750 litros por estabelecimentos, e que não estejam enquadrados na categoria de “lixo especial”. II – Lixo Público – é o resíduo produzido pela atividade de limpeza urbana executada em passeios, vias e logradouros públicos, além dos resíduos depositados em cestos públicos; III – Lixo especial – É aquele que não enquadrado nos incisos I e II, e que pela sua composição qualitativa, exige cuidados especiais no acondicionamento, coleta e disposição final por ser altamente agressivo ao meio ambiente; IV – Lixo Hospitalar – é aquele proveniente de estabelecimentos hospitalares e congêneres, o qual receberá o tratamento definido em lei especifica; V – Lixo domiciliar urbano excedente – é entendido como sendo; a) o lixo quantificado no inciso I deste artigo, com o volume superior a 750 litros por mês; b) móveis, colchões, utensílios de mudanças e similares; c) resíduos de atividades de oficinas e industriais não classificados como lixo especial; d) entulhos, terras e restos de matérias de construção; e) restos de limpeza e podação de jardins e quintais particulares.

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VI – Lixo Radioativo – é todo lixo regulamentado e monitorado pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). Art. 14 – Os resíduos do lixo especial devem ser tratados pela própria fonte produtora, obedecendo ás legislações ambientais vigentes. Art. 15 – O Poder Público Municipal manterá um cadastro de todos os produtores no município, de lixo considerado como especial, para monitoramento, fiscalização, e cooperação com os órgãos federais, estaduais e municipais, atuantes e reguladores de atividades ambientais. Art. 16 - A prefeitura ou a pessoa jurídica a quem é outorgado o serviço de limpeza urbana, compete: I – coleta regular e programada do lixo domiciliar urbano e sua destinação final; II – implantar um sistema de coleta especifica e destinação do lixo domiciliar urbano excedente, mediante o pagamento de um preço público estabelecido de acordo com o volume coletado, uma vez solicitado o serviço pelo interessado; III – auxiliar a fiscalização dos lixos especiais e o radioativo, e acionar o órgão estadual ou federal competente; IV – fiscalizar, coletar e dar destinação final ao lixo hospitalar ou contratar empresa especializada através de convênios. Art. 17 – A coleta e transporte do lixo domiciliar urbano excedente poderá ser feita pelos interessados, com recursos próprios, para local previamente designado pela autoridade municipal competente, para sua destinação final. § único – O interessado pagará uma taxa pelos custos públicos dos serviços de destinação final do lixo que alude o caput deste artigo a ser estabelecida pela autoridade competente. Art. 18 – Todo lixo a ser coletado pelo responsável pela limpeza urbana, deverá ser acondicionado em vasilhames apropriados e/ou sacos plásticos, de tal maneira a não permitir que o lixo se espalhe em logradouros públicos. Art. 19 – A autoridade municipal responsável pela limpeza urbana estabelecerá normas complementares de acondicionamento do lixo domiciliar urbano a ser coletado. § único – os vasilhames que não atenderem as especificações determinadas pela autoridade municipal serão apreendidos e seus responsáveis autuados e multados. Art. 20 – Compete, ainda à autoridade municipal responsável pela limpeza urbana: I – estabelecer os roteiros e a frequência da coleta: II – dispor sobre as normas para a destinação final do lixo domiciliar urbano nos locais onde não houver possibilidade de sua coleta; III – promover ações educativas e operacionais junto à população, com o propósito de atender aos objetivos deste título; IV – instalar coletores de lixo no município, observando-se as normas referentes ao mobiliário urbano. Art. 21 – É proibido: I - expor lixo domiciliar urbano para coleta na véspera do dia estabelecido para o seu recolhimento; II – descartar o lixo em qualquer logradouro público ou terrenos particulares; III – queimar lixo a céu aberto; IV – Instalar e operar incineradores e aterro de lixo sem prévia licença do poder público municipal e, em desacordo com as legislações ambientais pertinentes; V – a utilização do lixo in natura na agricultura e alimentação de animais; VI – a instalação de deposito de papeis, papelão, e afins em áreas residenciais;

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VII – o transporte por veículos de tração animal e humana, dos lixos classificados neste capitulo, salvo o do lixo domiciliar urbano excedente nas condições estabelecidas por esta lei; VIII – estocar em terrenos particulares residenciais ou estabelecimentos, lixo ou detritos capazes de colocar risco a saúde pública; IX – jogar ou despejar resíduos ou lixo de qualquer natureza nos passeios, vias e logradouros públicos, principalmente bueiros e redes de águas pluviais; X – conduzir, sem as preocupações devidas, quaisquer materiais, nas vias e logradouros públicos, de modo que possam comprometer a limpeza urbana. XI – deixar escorrer para vias e logradouros públicos, resíduos líquidos de aparelho de ar condicionado, que deverão possui canaleta voltada para o interior da edificação. Art. 22 – O poder Público Municipal, poderá estabelecer comnvenios com outros Municípios, visando exploração de aterro de lixo em conjunto. Art. 23 – O lixo domiciliar urbano exposto para a coleta é propriedade do poder público municipal, sendo vedada a sua manipulação. Art. 24 - Qualquer resíduos laçado em vias ou logradouros públicos e terrenos baldios, serão passiveis de retirada pelo responsável além das sanções legais pertinentes.

1.14 INFORMAÇÕES SOBRE A DINÂMICA SOCIAL – ATORES E SEGMENTOS SETORIAIS ESTRATÉGICOS E IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL

A Lei 11.445/2007,que estabelece as diretrizes para o saneamento básico nacional, prevê em seu Art. 49 inciso XII que a educação ambiental é um dos objetivos da Política Nacional de Saneamento, sendo assim, a educação ambiental torna-se parte constituinte da concepção da política federal de saneamento, a qual percebe como um importante instrumento de gestão dos programas e investimentos na área, buscando o envolvimento dos diversos atores sociais para, a partir de uma reflexão crítica e da construção coletiva de valores e práticas, contribuir para a formação de sociedades mais justas. Esse esforço é materializado na constituição de um grupo de trabalho interinstitucional responsável pela condução do processo de construção do Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social para o Saneamento – PEAMSS.

O marco legal do PEAMSS, dado seu perfil interdisciplinar e caráter de articulação de diferentes políticas, é representado por seis eixos principais e um transversal. O primeiro eixo, a Política Ambiental holística, foi instituído pela Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981. O segundo decorre da Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA); o outro é representado pela Lei n° 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que institui a Política Federal de Saneamento Básico (PFSB). Além desses, ainda, há a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei n° 9.433, de 8 de janeiro de 1997), o Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257 de 10 de julho de 2001) e as políticas para a saúde.

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Os projetos de mobilização social, em execução no Município de Astolfo Dutra, de acordo com os dados e informações fornecidos e coletados do Ministério de Desenvolvimento Social, são:

• PAIF – Serviços de Proteção Social Básica à Família. • Serviço de Convivência do Idoso e/ou criança até seis anos. • Projovem Adolescente.

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2 INDICADORES SANITÁRIOS EPIDEMIOLÓGICOS, AMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS

Gestão Ambiental 49 Plano Municipal de Saneamento Básico de Astolfo Dutra – ETAPA 2

2.1 INDICADORES DE SAÚDE: LONGEVIDADE, NATALIDADE, MORTALIDADE INFANTIL MORBIDADE E FECUNDIDADE

De acordo com o Atlas Brasil (2015), o Município de Astolfo Dutra apresentou 13,1 casos caracterizados como mortalidade infantil para cada mil nascidos vivos no ano de 2010.

Com relação aos indicadores de longevidade, mortalidade e fecundidade do Município de Astolfo Dutra, a Tabela 9, abaixo, apresenta os indicadores referentes aos anos de 1991, 2000 e 2010.

Tabela 9 – Indicadores de longevidade e mortalidade Indicadores 1991 2000 2010 Esperança de vida ao nascer (em anos) 67,5 73,4 76,5 Mortalidade até 1 ano de idade (por mil nascidos vivos) 30,8 19,3 13,1 Mortalidade até 5 anos de idade (por mil nascidos vivos) 40,6 21,1 15,3 Taxa de fecundidade total (filhos por mulher) 2,6 2,1 1,7 Fonte: Atlas Brasil apud PNUD, IPEA e FJP (2010).

No município, a esperança de vida ao nascer cresceu 3,1 anos na última década, passando de 73,4 anos, em 2000, para 76,5 anos, em 2010. Em 1991, era de 67,5 anos.

De acordo com DATASUS (2014), foram registradas 194 morbidades em 2014 no Município de Astolfo Dutra. A Tabela 10 apresenta as 31 doenças registradas e o número de casos para cada doença.

Tabela 10 – Morbidades registradas em Astolfo Dutra Morbidades Número de casos Diarreia 39 Doenças bacterianas 2 Desnutrição 6 Diabetes 13 Depleção de volume 20 Outras doenças do sistema nervoso 1 Hipertensão 12 Pneumonia 20 Asma 8 Traumatismo intracraniano 1 Envenenamento por drogas 1 Sinais de inchaço anormais 6 Outras complicações em gravidez 1 Outros transtornos no aparelho geniturinário 1 Outras doenças no aparelho urinário 15 Urolitiase 7 Outras doenças de pele ou de tecidos 2 Infecções de pele e do tecido 2 Outras doenças do intestino e peritônio 3 Outras hérnias 2 Hérnia inguinal 7 Gastrite e duodenite 1

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Morbidades Número de casos Bronquite enfisema e outras doenças pulmonar 6 crônica Hemorroidas 1 Veias varicosas das extremidades inferiores 3 Trombose venosa 1 Insuficiência cardíaca 5 Outras doenças isquêmicas do coração 3 Acidente vascular cerebral 1 Epilepsia 2 Afecções hemorrágicas e outras doenças 2 sangue e hematopoiético Total de morbidades registradas em 2014: 194 Fonte: DATASUS, 2014.

2.2 INDICADORES DE RENDA, POBREZA E DESIGUALDADE E RENDIMENTO FAMILIAR PER CAPITA

O resultado da amostra geral da população de 2010, segundo o IBGE, mostra a renda média mensal da população rural e urbana. Esses resultados ajudam no desenvolvimento do município e revelam as carências que precisam ser trabalhadas em favor de cada um deles. O indicador de rendimento contribui para uma série de pesquisas, tanto para o Estado de Minas Gerais, quanto para o Município de Astolfo Dutra.

De acordo com os dados expostos no Gráfico 8, a renda média mensal dos domicílios da zona urbana é igual a R$ 1.896,95, enquanto que, na zona rural, é R$ 1.243,75. Os índices mostram que os domicílios localizados na área urbana do Município de Astolfo Dutra exibem rendimento médio mensal maior dos que os localizados na área rural.

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Rendimento médio mensal dos domicílios por situação do domicílio (R$) Rural Urbano Total 1.243,75 1.896,95 3.140,70

3.500,00

3.000,00

2.500,00

2.000,00

1.500,00

1.000,00

500,00

0,00 Rural Urbano Total Rendimento médio mensal dos domicílios por situação do domicílio (R$)

Gráfico 8 – Rendimento médio mensal / Classes econômicas do Município de Astolfo Dutra Fonte: IBGE/2010

De acordo com dados do Censo de 2010-IBGE, a Zona da Mata Mineira conta com 2,17 milhões de habitantes, 11,1% da população mineira. Cerca de 81% da população dessa região vive em áreas urbanas, com destaque para as cidades de Juiz de Fora, Santos Dumont, Manhuaçu, e Cataguases.

O Produto Interno Bruto – PIB é um indicador que mede a produção de um país, levando em conta três grupos principais:

 Agropecuária, formada por Agricultura, Extrativa Vegetal e Pecuária;  Indústria, que engloba Extrativa Mineral, Transformação, Serviços Industriais de Utilidade Pública e Construção Civil;  Serviços que incluem Comércio, Transporte, Comunicação, Serviços da Administração Pública e outros.

O PIB identifica a capacidade de geração de riqueza do município, que, no caso de Astolfo Dutra, conforme Tabela 11, indicava em 2012, segundo dados do IBGE, o PIB de R$ 180.052.000,00 e o PIB per capita de R$ 13.602,18.

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Tabela 11 – PIB – Produto Interno Bruto, em valores correntes – Região Zona da Mata PIB – Produto Interno Bruto, em valores correntes – Região Zona da Mata. Município PIB (R$ mil) Astolfo 13.602,18 30.000,00 Dutra Além 20.559,03 25.000,00 Paraíba Barão de 7.330,46 20.000,00 Monte Alto Cataguases 14.035,72 15.000,00 Faria 11.370,37 Lemos 10.000,00 Itamarati de 18.731,74 Minas 5.000,00 Laranjal 8.454,93 Leopoldina 12.661.61 0,00 Patrocínio 10.504,67 de Muriaé 26.154,13 Rio Novo 8.424,94 10.030,33

Fonte: IBGE 2012/Censos Demográficos

A renda per capita média de Astolfo Dutra cresceu 100,21%, nas últimas duas décadas, passando de R$ 285,73, em 1991, para R$ 429,89, em 2000, e R$ 572,06, em 2010. A taxa média anual de crescimento foi de 50,45%, no primeiro período, e 33,07%, no segundo. A extrema pobreza, medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00, em 2010, passou de 15,10%, em 1991, para 2,40%, em 2000, e para 2,09%, em 2010.

Outro indicador utilizado é o índice de Gini, com o objetivo de medir a desigualdade social de determinado local medido de 0 a 1, no qual 0 indica completa igualdade na renda per capita e 1 completa desigualdade. Segundo dados do Atlas Brasil, o Índice de Gini de Astolfo Dutra passou de 0,56, em 1991, para 0,49, em 2000, e para 0,39, em 2010, portanto, a desigualdade no município diminuiu.

2.3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO – IDH

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (2013) mostra que cerca de 70% dos municípios brasileiros se encontram nas faixas de médio e alto Desenvolvimento Humano, enquanto cerca de 25% deles estão nas faixas de Baixo e Muito Baixo Desenvolvimento Humano. Os dados foram divulgados no Atlas Brasil 2013, cujas faixas de desenvolvimento humano são calculadas com base no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM, dos 5.565 municípios pesquisados pelo Censo IBGE, 2010.

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Os dados refletem a evolução apresentada pelo IDHM do Brasil, nas duas últimas décadas, ao sair da faixa de Muito Baixo (0,493), em 1991, para Alto (0,727), em 2010. Esta evolução sinaliza, também, que o país está conseguindo, aos poucos, reduzir as disparidades históricas de desenvolvimento humano, entre os municípios das regiões Norte e Nordeste e aqueles localizados no Centro-Sul.

O IDH permite medir o desenvolvimento de uma população, além da dimensão econômica. É calculado com base na:

 Renda familiar per capita (soma dos rendimentos divididos pelo número de habitantes);  Expectativa de vida dos moradores (esperança de vida ao nascer);  Taxa de alfabetização de maiores de 15 anos (número médio de anos de estudos da população local).

Comparando os índices por Estado, constata-se que a diferença entre o maior e o menor IDHM do grupo recuou 25,5%, entre 1991 e 2010. A maior redução nas disparidades foi encontrada no IDHM Longevidade, em que a diferença caiu 41,6%. A queda na diferença entre o maior e o menor IDHM Educação foi a segunda maior: 15,9% de 0,264 (1994) para 0,222 (2010). No IDHM Renda, a queda foi de 11%, pela mesma comparação, passando de 0,284 (1991) para 0,251 (2010).

Apesar disso, os estados do Sul e Sudeste continuam com IDHM e sub índices superiores aos do Brasil, com exceção de Minas Gerais (0,730) que, na dimensão Renda, encontra-se abaixo do IDHM Renda do país (0,739).

A Figura 12 mostra a evolução do IDHM por municípios. Verifica-se que, em 1991, 85,8% dos municípios brasileiros faziam parte do grupo de Muito Baixo Desenvolvimento Humano. No ano 2000, esse número caiu para 41,8% e, em 2010, despencou para 0,57%. Apesar da evolução neste quadro, a análise por regiões mostra que o Nordeste ainda tem a maioria de seus municípios no grupo de Baixo Desenvolvimento Humano, enquanto que, no Norte, eles somam 40,1% nesta categoria. Pelos dados atuais, 0,8% dos municípios do Brasil faz parte da faixa de Muito Alto Desenvolvimento Humano.

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Figura 12 – Evolução do IDHM entre 1991 e 2010. Fonte: Organização das Nações Unidas – ONU 2013.

A capital do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, aparece em 20° no ranking de IDHM de municípios brasileiros. A Tabela 12 mostra a evolução do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM, de Astolfo Dutra, comparado ao Estado de Minas Gerais, nos anos de 2000 e 2010.

Tabela 12 – Evolução do IDHM entre 2000 e 2010. Região IDHM 2000 IDHM 2010 Minas Gerais 0,624 0,731 Astolfo Dutra 0,632 0,694 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2010.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Astolfo Dutra foi 0,694, em 2010. O município está situado na faixa de Desenvolvimento Humano Médio (IDHM entre 0,6 e 0,699). Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,079), seguida por Longevidade e por Renda.

O IDHM passou de 0,632, em 2000, para 0,694, em 2010 - uma taxa de crescimento de 9,81%, conforme Gráfico 9. Astolfo Dutra teve um incremento, no seu IDHM, de 41,34%, nas últimas duas décadas, abaixo da média de crescimento nacional (47%) e abaixo da média de crescimento estadual (52%). O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre

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o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 16,85%, entre 2000 e 2010, e em 39,88%, entre 1991 e 2010.

Gráfico 9 – Evolução do IDHM – Astolfo Dutra Fonte: PNUD – IPEA - FJP

O município ocupava a 2078ª posição, em 2010, em relação aos 5.565 municípios do Brasil, sendo que 2.077 (37,32%) municípios estão em situação melhor e 3.488 (62,68%) municípios estão em situação igual ou pior. Em relação aos 853 outros municípios de Minas Gerais, Astolfo Dutra ocupa a 264ª posição, sendo que 263 (30,83%) municípios estão em situação melhor e 590 (69,17%) municípios estão em situação pior ou igual.

2.4 DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS

Doenças emergentes são aquelas identificadas em determinada população, sem nunca tê-la afetado antes, e endemia é a prevalência de determinada doença com relação à área, doença, cuja incidência permanece constante por vários anos, dando uma ideia de equilíbrio entre doença e a população.

Dentre as principais endemias que desafiam a saúde pública brasileira hoje são: a malária; leishmaniose; esquistossomose; febre amarela; dengue, tracoma; doença de chagas; hanseníase, tuberculose; cólera e gripe A. As doenças emergentes mais evidentes no país são: febre amarela, cólera, tuberculose, dengue, hantavirose, leishmaniose, filariose, AIDS e malária.

Algumas dessas doenças são transmitidas por insetos, chamados vetores, como espécies que transmitem malária, febre amarela, leishmaniose, dengue, dentre outras doenças.

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No município, entre 2001 e 2012, houve 536 casos de doenças transmitidas por mosquitos, dentre os quais nenhum caso confirmado de malária, nenhum caso confirmado de febre amarela, 11 casos confirmados de leishmaniose, 536 notificações de dengue.

A Tabela 13 apresenta o número de casos registrado por período e doença.

Tabela 13 – Casos registrados de doenças no período de 2001 a 2012. Doença 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Dengue 25 398 4 1 6 50 14 6 15 17 Febre amarela Leishmaniose 1 2 3 5 Malária Fonte: Portal ODM, 2012 apud Ministério da Saúde – DATASUS, 2012

Esses dados são constatados pelo Portal ODM, que faz o acompanhamento dos municípios para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

2.4.1 Doenças de veiculação hídrica

Um dos mais importantes meios de prevenção de doenças, dentre as atividades de saúde pública, é o saneamento básico, portanto, pretende-se, através do levantamento de indicadores da saúde, atentar para as doenças geradas pela falta de infraestrutura de saneamento básico no Município de Astolfo Dutra, dentre elas: amebíase, ancilostomíase, ascaridíase, cisticercose, cólera, dengue, diarreia, disenterias, elefantíase, esquistossomose, febre amarela, febre paratifoide, febre tifoide, giardíase, hepatite, infecções na pele e nos olhos, leptospirose, malária, poliomielite, teníase e tricuríase.

A água pode veicular um elevado número de enfermidades e essa transmissão pode se dar por diferentes mecanismos. O mecanismo de transmissão de doenças mais comumente lembrado e relacionado à qualidade da água é o da ingestão, por meio do qual um indivíduo sadio ingere água que contenha algum componente infectado, o qual, quando em contato com o organismo humano, provoca determinada doença.

Outra forma de transmissão de doenças relacionada ao saneamento básico refere-se à quantidade insuficiente de água, gerando hábitos higiênicos insatisfatórios e daí doenças relacionadas à inadequada higiene – dos utensílios de cozinha, do corpo e do ambiente domiciliar. Outro mecanismo compreende a situação da água no ambiente físico, proporcionando condições propícias à vida e à reprodução de vetores ou reservatórios de doenças. Um importante exemplo é o da água empoçada, contaminada por esgotos, como habitat para o molusco hospedeiro intermediário de esquistossomose. Outro exemplo desse mecanismo é o da água como habitat de larvas de mosquitos vetores de doenças, como o mosquito Aedes aegypti necessita de coleções de água para seu ciclo de reprodução.

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É importante destacar que tanto a qualidade da água quanto sua quantidade e regularidade de fornecimento são fatores determinantes para o acometimento de doenças no homem, conforme mostram os mecanismos de transmissão descritos, a insuficiente quantidade de água pode resultar em:

 Deficiências na higiene;  Acondicionamento da água em vasilhames, para fins de reservação, podendo esses recipientes tornarem-se ambientes para procriação de vetores e vulneráveis à deterioração da qualidade;  Procura por fontes alternativas de abastecimento, que constituem potenciais riscos à saúde, seja pelo uso de águas de baixa qualidade microbiológica (risco de adoecer pela ingestão). O Quadro 1 apresenta as doenças vinculadas direta ou indiretamente à água, sendo assim, vê-se aqui a importância da qualidade do saneamento básico como algo diretamente ligado à qualidade da saúde da população.

Quadro 1 – Doenças relacionadas à água Grupos Doenças Cólera, Febre Tifóide, Leptospirose, Giardíase, Transmitidas pela água Amebíase, Hepatite Infecciosa Escabiose, Sepsia dérmica, Disenteria, Diarreias, Controladas pela limpeza da água Febre Paratifoide, Ascaridíase, Triturasse Esquistossomose urinária, Esquistossomose retal, Associadas à água Dracuniose Febre Amarela, Dengue e Febre hemorrágica, Relacionadas à água Doenças do sono Necatoriose, Clonorquíase, Difolobrotríase e Associadas ao destino dos dejetos Fasciolose Fonte: Ministério da Saúde – DATASUS

No caso de Astolfo Dutra, conforme Tabela 14, verifica-se que há grande incidência de internações por doenças infecciosas e parasitárias, da qual muitas dessas têm mecanismos de reprodução e transmissão ligados à água, como ascaridíase, amebíase, cólera, dengue e alguns tipos de diarreia. Foram 137 casos de internações em Astolfo Dutra durante o ano de 2013, segundo dados do DATASUS, sendo que, do total de 1363 internações, esse tipo se torna o terceiro em quantidade de ocorrências de internações. O fato que pode agravar a ocorrência de doenças ligadas à água é a falta de tratamento da água consumida pela população, sendo assim, a população dos distritos de Sobral Pinto e Santana do Campestre estavam mais sujeitos a doenças desse gênero, pois, conforme informações da Prefeitura Municipal de Astolfo Dutra, a água consumida nos referidos distritos não passava por nenhum tipo de tratamento. A ação da COPASA no Distrito de Sobral Pinto iniciou no segundo semestre de 2015 e no Distrito Santana do Campestre, a companhia ainda não assumiu o

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sistema. De acordo com informações coletadas no município, a COPASA está em processo de manutenção do SAA para assumir os dois distritos.

Tabela 14– Ocorrência de internações por causas em Astolfo Dutra no ano de 2013. Principais causas de internações Causa Internações Algumas doenças infecciosas e parasitárias 137 Neoplasias (tumores) 86 Doenças do sangue e dos órgãos 11 Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 129 Transtornos mentais e comportamentais 28 Doenças do sistema nervoso 31 Doenças do olho e anexos 2 Doenças do aparelho circulatório 238 Doenças do aparelho respiratório 200 Doenças do aparelho digestivo 79 Doenças da pele e do tecido subcutâneo 13 Doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo 17 Doenças do aparelho geniturinário 91 Gravidez parto e puerpério 137 Algumas afecções originadas no período perinatal 9 Má formação congênita, deformidade e anomalias cromossômicas 2 Sintomas, sinais e achados anormais em exames clínicos e laboratoriais 18 Lesões envenenamento e algum em consequência de causas externas 123 Contatos com serviços de saúde 12 Total 1363 Fonte: DATASUS, 2013

2.5 NÍVEL DE ATENDIMENTO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Segundo dados do relatório anual da COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais, referente ao ano de 2012, o Sistema de Abastecimento de Água do Distrito Sede de Astolfo Dutra é de responsabilidade desta companhia, desde 1980, e o vencimento da delegação, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, foi no ano de 2007.

De acordo com informações do SNIS/2012, o índice de atendimento urbano de água é de 100,00%, que corresponde a 4.408 economias atendidas, compreendendo 40,08 Km de rede de distribuição.

A captação se dá no Córrego Boa Vista, de onde a água é conduzida por gravidade até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do tipo convencional, (figuras 13 e 14), com as etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, correção de pH e fluoretação. A estrutura de reserva de água no município conta com três reservatórios apoiados e um um reservatório semienterrado, totalizando uma capacidade de 500 m³.

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A vazão média de água captada é de 18l/s. O Córrego Boa Vista deságua no Rio Pomba e não foram encontrados lançamentos de esgoto à montante da captação, sendo essa área destinada à criação de gado com poucas áreas com mata ciliar preservada.

Figura 13 – Estação de Tratamento de Água – COPASA Fonte: DRZ Gestão Ambiental

Figura 14 – Estação de Tratamento de Água - COPASA Fonte: DRZ Gestão Ambiental

O número de ligações de água ativas micromedidas é de 3.926 unidades e o consumo médio diário, por habitante, é de 143,5 l/hab./dia.

O abastecimento de água no Distrito de Santana do Campestre é realizado pela Prefeitura Municipal, e no Distrito Sobral Pinto, a COPASA que é responsável pelo sistema de abastecimento de água. De acordo com informações coletadas no município, a companhia está em processo manutenção do SAA para assumir os dois distritos.

De acordo com dados do IBGE (2010, online):

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[...] A proveniência da água utilizada nos domicílios foi classificada em Rede Geral - quando o domicílio fosse servido por água proveniente de uma rede geral de distribuição, canalizado para o domicílio ou, pelo menos, para o terreno ou propriedade onde se situava; ou Outra Forma – quando o domicílio fosse servido por água proveniente de poço ou nascente, reservatório abastecido por carro pipa, coleta de chuva ou outra procedência que não se enquadrasse nas anteriormente descritas.

A Tabela 15 apresenta os domicílios com abastecimento de água via rede geral de distribuição, classificados de acordo com os distritos, os tipos de setor censitário, código do setor censitário, número total de domicílios e número de domicílios com abastecimento de água via rede geral de distribuição.

Tabela 15 - Domicílios com abastecimento de água via rede geral de distribuição DOMICÍLIOS COM ABASTECIMENTO DE ÁGUA VIA REDE GERAL DE DISTRIBUIÇÃO - IBGE/2010 Nº de domicílios com Tipo de Nº total de abastecimento Média Código do setor Distrito setor % domicílios de água via (%) censitário censitário rede geral de distribuição ASTOLFO DUTRA RURAL 85 8 9,41 310460105000012 ASTOLFO DUTRA RURAL 113 14 12,39 310460105000013 ASTOLFO DUTRA RURAL 42 1 2,38 10,76 310460105000014 SANTANA DO CAMPESTRE RURAL 52 10 19,23 310460110000002 SOBRAL PINTO RURAL 61 5 8,20 310460115000002 ASTOLFO DUTRA URBANO 250 250 100,00 310460105000001 ASTOLFO DUTRA URBANO 347 346 99,71 310460105000002 ASTOLFO DUTRA URBANO 224 216 96,43 310460105000003 ASTOLFO DUTRA URBANO 187 187 100,00 310460105000004 ASTOLFO DUTRA URBANO 122 122 100,00 310460105000005 ASTOLFO DUTRA URBANO 310 309 99,68 310460105000006 ASTOLFO DUTRA URBANO 185 183 98,92 310460105000007 ASTOLFO DUTRA URBANO 160 159 99,38 310460105000008 ASTOLFO DUTRA URBANO 322 320 99,38 310460105000009 96,14 ASTOLFO DUTRA URBANO 170 170 100,00 310460105000010 ASTOLFO DUTRA URBANO 155 155 100,00 310460105000011 ASTOLFO DUTRA URBANO 182 176 96,70 310460105000015 ASTOLFO DUTRA URBANO 257 249 96,89 310460105000016 ASTOLFO DUTRA URBANO 191 190 99,48 310460105000017 ASTOLFO DUTRA URBANO 201 196 97,51 310460105000018 SANTANA DO CAMPESTRE URBANO 215 208 96,74 310460110000001 SANTANA DO CAMPESTRE URBANO 181 176 97,24 310460110000003 SOBRAL PINTO URBANO 98 0 0,00 310460115000001 Fonte: IBGE 2010.

Ao realizar análise dos dados expostos na tabela, tem-se a média de atendimento de abastecimento de água em percentuais, a área rural do município registra a média de domicílios abastecidos por rede geral de distribuição de água igual a 10,76%, enquanto que na área urbana, representado pelo Distrito Sede e os distritos de Santana do Campestre e Sobral Pinto, a média de atendimento é de 96,14%.

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2.6 NÍVEL DE ATENDIMENTO EM COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

Para a melhor manutenção da saúde da população e também para conservação dos corpos hídricos, se fazem necessários a universalização do atendimento de coleta e tratamento de esgoto sanitário do município.

2.6.1 Informações gerais

Segundo o Censo 2010, realizado pelo IBGE, dos 4.795 domicílios no Município de Astolfo Dutra, 4.098 declararam que tinham banheiro de uso exclusivo, desses, 1.627 estão conectados à rede geral de esgoto ou pluvial; 80 domicílios utilizam fossa séptica; 61 usam fossa rudimentar; 16 utilizam valas; 2.308 despejam o esgoto em corpos d’água.

O destino final dos efluentes sanitários, coletados ou não, são os cursos d’ água da região, sem qualquer tipo de tratamento prévio

A Tabela 16 demonstra a proporção de domicílios, por tipo de instalação sanitária, em Astolfo Dutra, segundo dados do IBGE/2010.

Tabela 16 – Proporção de domicílios por tipo de Instalação Sanitária Instalação Sanitária 2010 Rede geral de esgoto ou pluvial 39,59 Fossa séptica 1,95 Fossa rudimentar 1,48 Vala 0,39 Rio, lago ou mar 56,16 Outro escoadouro 0,22 Não sabe o tipo de escoadouro - Não tem instalação sanitária 0,22 Fonte: IBGE 2010/Censos Demográficos

A Tabela 17 trata dos domicílios com coleta de esgoto via Rede Geral, de acordo com dados do IBGE/2010. Considerando os distritos, tipos de setor censitário, código do setor censitário, número total de domicílios, número de domicílios com rede geral de esgoto ou pluvial. A área urbana do Município de Astolfo Dutra apresenta 42,61% de atendimento de coleta de esgoto via rede geral, já a área rural, de acordo com dados do IBGE/2010, registra o índice de 7,37%.

Gestão Ambiental 62 Plano Municipal de Saneamento Básico de Astolfo Dutra – ETAPA 2

Tabela 17 - Domicílios com coleta de esgoto via Rede Geral – IBGE/2010. DOMICÍLIOS COM COLETA DE ESGOTO VIA REDE GERAL - IBGE/2010 Nº de domicílios Tipo de Nº total de com rede Média Código do setor Distrito setor % domicílios geral de (%) censitário censitário esgoto ou pluvial ASTOLFO DUTRA RURAL 85 1 1,18 310460105000012 ASTOLFO DUTRA RURAL 113 0 0,00 310460105000013 ASTOLFO DUTRA RURAL 42 25 59,52 7,37 310460105000014 SANTANA DO CAMPESTRE RURAL 52 0 0,00 310460110000002 SOBRAL PINTO RURAL 61 0 0,00 310460115000002 ASTOLFO DUTRA URBANO 250 2 0,80 310460105000001 ASTOLFO DUTRA URBANO 347 343 98,85 310460105000002 ASTOLFO DUTRA URBANO 224 3 1,34 310460105000003 ASTOLFO DUTRA URBANO 187 11 5,88 310460105000004 ASTOLFO DUTRA URBANO 122 121 99,18 310460105000005 ASTOLFO DUTRA URBANO 310 3 0,97 310460105000006 ASTOLFO DUTRA URBANO 185 182 98,38 310460105000007 ASTOLFO DUTRA URBANO 160 160 100,00 310460105000008 ASTOLFO DUTRA URBANO 322 14 4,35 310460105000009 42,61 ASTOLFO DUTRA URBANO 170 144 84,71 310460105000010 ASTOLFO DUTRA URBANO 155 0 0,00 310460105000011 ASTOLFO DUTRA URBANO 182 1 0,55 310460105000015 ASTOLFO DUTRA URBANO 257 251 97,67 310460105000016 ASTOLFO DUTRA URBANO 191 166 86,91 310460105000017 ASTOLFO DUTRA URBANO 201 200 99,50 310460105000018 SANTANA DO CAMPESTRE URBANO 215 0 0,00 310460110000001 SANTANA DO CAMPESTRE URBANO 181 0 0,00 310460110000003 SOBRAL PINTO URBANO 98 0 0,00 310460115000001 Fonte: IBGE – 2010.

As Figuras 15 e 16 apresentam alguns pontos de lançamento de esgoto in natura no Município de Astolfo Dutra.

Figura 15 – Pontos de lançamento de esgoto in natura Fonte: DRZ Gestão Ambiental

Gestão Ambiental 63 Plano Municipal de Saneamento Básico de Astolfo Dutra – ETAPA 2

Figura 16 – Pontos de lançamento de esgoto in natura Fonte: DRZ Gestão Ambiental

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3 ETAPAS SEGUINTES DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO - PMSB

Gestão Ambiental 65 Plano Municipal de Saneamento Básico de Astolfo Dutra – ETAPA 2

A elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB de municípios do Trecho Mineiro da Bacia do Rio Paraíba do Sul deverá atender ao Termo de Referência – ANEXO I do Ato Convocatório AGEVAP N° 007/2013, que envolverá a execução de atividades, elaboração e apresentação de produtos para cada uma das seis etapas previstas:

 ETAPA 1: Planejamento;  ETAPA 2: Caracterização municipal;  ETAPA 3: Diagnósticos setoriais;  ETAPA 4: Proposições;  ETAPA 5: Banco de dados de saneamento;  ETAPA 6: Elaboração da versão final do Plano Municipal de Saneamento Básico.

O presente trabalho corresponde à ETAPA 2: Caracterização Municipal, que trata do levantamento de informações básicas relevantes acerca do município, sendo fundamental para subsidiar o planejamento e evitar o alto índice de decisões equivocadas, que oneram a implantação, operação e gestão de serviços de saneamento básico.

A etapa posterior ao presente trabalho trata da ETAPA 3: Diagnósticos Setoriais, que apresentará os sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas e limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, deverão ser diagnosticados e analisados, quanto aos aspectos institucional, jurídico e econômico- financeiro, técnico e operacional.

Gestão Ambiental 66 Plano Municipal de Saneamento Básico de Astolfo Dutra – ETAPA 2

4 REFERÊNCIAS

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