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LIDERANÇAS POLÍTICAS NO BRASIL: CARACTERÍSTICAS E QUESTÕES INSTITUCIONAIS

Prof.ª Dr.ª Vera Lúcia Michalany Chaia.

PUC-SP- 2012

RESUMO: O líder político personifica os interesses políticos em disputa, em torno de sua figura são construídas as relações de poder. A liderança política pode ser exercida de diversas formas e assumir diferentes formatos, o que coloca em debate o significado e o papel da liderança política. Nas disputas políticas nas sociedades democráticas, ou mesmo em sociedades não democráticas, a figura do líder político é expressiva dentro dos processos políticos contemporâneos, pois canalizam as ações políticas e conduzem as operações e negociações políticas e econômicas. Tendo por base a nossa experiência teórica e metodológica adquirida através de estudos e orientações de teses e dissertações, a preocupação da presente pesquisa é a de aprofundar o tema das lideranças políticas no Brasil, recuperando historicamente o surgimento dessas lideranças, problematizando o seu significado e buscando compreender o sentido histórico e as características pessoais desses líderes. Para a análise das lideranças propostas neste projeto, serão realizados mapeamentos que respeitem o período histórico, as mídias respectivamente disponíveis em cada período e as relações destas com os líderes, de modo que investigaremos as produções audiovisuais e textuais presentes em jornais governamentais ou independentes, revistas, arquivos radiofônicos e televisivos, filmes, blogs, sites e redes sociais. Esta análise é sugerida a fim de que seja possível avaliar o desenvolvimento das mídias e a constituição da imagem de lideranças políticas no país. Serão enfatizadas possíveis imagens que elucidam a forma como atores políticos empregaram os meios de comunicação para afirmarem a sua condição de líderes e suas ações políticas.

1 Political leadership in : characteristics and institutional issues

Prof.ª Dr.ª Vera Lúcia Michalany Chaia.

PUC-SP - 2012

ABSTRACT; The political leader embodies the political interests in dispute, around his image are built the political relations. Political leadership can be exerted on many forms and assume different shapes, what puts on debate the meaning and role of political leadership. On the political disputes on democratic societies, or even on non-democratic societies, the political leader is expressive inside the contemporary political processes, because they canalize the political actions and conduct the political and economic operations and negotiations. Having our theoretical and methodological experience acquired through studies, theses and dissertations orientation as a base, we expand the concern on this research to deepen the theme of political leadership, recovering the historical appearance of these leaders, questioning their signification and trying to understand their historical meaning and the personal characteristics of these leaders. To analyze the leaders proposed on this project, will be done mappings that respect the historical period, the medias available in each period and their relation with these leaders, in a way that we will investigate the audiovisual and textual productions presented in government or independent newspapers, magazines, files from radios and televisions, movies, blogs, websites and social networks. This analysis is suggested so it is possible to evaluate media development and image construction of the political leaders in Brazil. Possible images that elucidate the way that political actors applied the means of communication to affirm their condition as leaders and their political actions will be emphasized.

2 PROJETO LIDERANÇAS POLÍTICAS NO BRASIL: CARACTERÍSTICAS E QUESTÕES INSTITUCIONAIS

1. Enunciado do problema.

Podemos situar um problema recorrente no pensamento político, em que pese distintas épocas históricas, diferenças metodológicas e resoluções, é o da qualidade da liderança política e das instituições que a sustentam. A relação entre estas dimensões traduz-se ora priorizando o elemento humano, ora o arranjo institucional. Até mesmo este último não exclui o seu início desencadeado pela ação de sujeitos coletivos ou indivíduos, com dotes políticos ou pessoais que os distinguem. Vale lembrarmos o pensamento político de Max Weber que ressoa o de Maquiavel no que tange a valorização da liderança política, particularmente o líder carismático, na irrupção de novas relações políticas.

Para sermos mais precisos, é necessário distinguir o exercício do poder de suas regras e suas normatividades. Assim sendo, a política compreende as práticas que envolvem um complexo jogo político entre as normas, regras e leis, exigindo daqueles que jogam este jogo uma relação consigo e com os outros. De um homem político sempre se exigiu que seus interesses particulares não sobrepujassem os públicos. A confiança maior ou menor no homem, um misto de paixões e razão, faz pender a análise seja para a formação (isto é, a educação dos governantes), seja para as estruturas políticas.

Por sua vez, as circunstâncias históricas, em que sobrevêm acasos e contingências que favoreçam ou não um desenrolar político não dispensam as qualidades dos agentes em perscrutar o momento oportuno traduzível em ação. Maquiavel definiu a política como resultante da relação entre a fortuna e a virtù. E esta última não é uma qualidade moral que se oponha ao vício e que se possa ensinar, mas uma capacidade de agir, segundo uma plasticidade que leve em conta a realidade política na sua mutabilidade no tempo.

Até mesmo nos pensadores finalistas, a saber, que situam a sociedade e a política segundo um fim último, a realização deste requer o agir de um agente cioso dessa finalidade. É o caso, por exemplo, do destaque dado ao legislador no pensamento de Aristóteles, embora este autor seja responsável pela mais clássica defesa do governo das leis em detrimento do governo dos homens 1. Segundo ele, enquanto os homens se deixam influenciar pelas paixões, a lei é inteligência, ou seja, razão sem paixão.

1 ARISTÓTELES. Política. Brasília:Editora UNB, 1985. 1286b e 1287b, pp. 112 e 115

3 Essa idéia ressoa no pensamento moderno de autores liberais como J. Locke e Montesquieu e, também, do democrata Rousseau.

Recuando até a antiguidade grega, particularmente o período clássico, em que a democracia configurou-se na forma de governo, constata-se, segundo as pesquisas de Foucault 2, um ajuste entre as condições formais, ou seja, o arranjo institucional e o seu exercício de fato que se baseia na ascendência de alguns cidadãos. O autor se refere não à condição restrita do acesso à aos homens naturais da localidade em que a democracia vige, mas, dentre aqueles que possuem o direito de cidadania, uns possuem a dinasteía, a saber, o comando sobre os outros. Tal primazia no comando deriva além de um direito constitucional conferido a todos os cidadãos de tomarem a palavra (isegoria); existe, de fato, um privilégio ao uso da palavra com base em um certo modo de exercê-la, o poder pelo dizer a verdade, a despeito dos riscos que isso possa acarretar àqueles que a pronunciam. A esse poder de alguns se utiliza o termo parresía.

Em suma, na democracia antiga o poder político se exerce pela confluência de dois direitos, um constitucional, a isegoria e outro, de fato, a parresía. O sentido político deste último termo está ligado a três componentes inseparáveis: o direito constitucional à palavra, isegoria; exercício efetivo do poder, a dynamis; o risco e a coragem daquele que faz uso da palavra franca ou verdadeira. A superioridade de um homem, vinculada a parresía, se dá em meio a uma relação política com outros homens marcada pela discórdia, rivalidade e conflito, uma relação agonística. Assim, dirigir a pólis numa circunstância de superioridade, em que se está em disputa constante com os outros, coloca esta posição de dirigente em risco.

O pensamento político sempre esteve às voltas com o problema da estabilidade política. A maioria dos pensadores antigos, modernos e contemporâneos elegeu a estabilidade política como seu problema prioritário e buscou solucioná-lo seja nas instituições, nos homens ou em ambos, além de determinadas configurações estruturais da sociedade que as sustentam.

A democracia política enunciada pelo discurso que assume a hegemonia na atualidade se reduz ao conjunto de regras ou procedimento que assegurem a livre competição para os cargos públicos. Porém, a ação dos competidores, embora regulada por partidos políticos, não dispensa o carisma e a habilidade pessoal na disputa pelos postos de governo majoritário e de representação proporcional.

2 FOUCAULT, Michel. O governo de si e dos outros. São Paulo: Martins Fontes, 2010. cf. “aula de 02 de fevereiro de 1983”, pp. 139 a 170.

4 Desta forma, a análise da atuação das lideranças políticas na atualidade não pode dispensar um vigoroso pensamento político que animou os distintos momentos da história política do Ocidente, seja na antiguidade greco-romana, modernidade ou contemporaneidade.

A consolidação do sistema democrático no Brasil e na maior parte dos Países ocidentais traz para a agenda da Ciência Política novos temas e desafios. A disputa pelo poder político, legitimada por eleições majoritárias, destaca o papel do representante político como meio de expressão do governo democrático representativo. Nesse contexto, a liderança política ganha uma dimensão essencial dentro do jogo eleitoral. O líder político personifica os interesses em disputa, em torno de sua figura são construídas as relações de poder. A liderança política pode ser exercida de diversas formas e assumir diferentes formatos, o que coloca em questão o que é liderança política? O que caracteriza uma liderança política? Qual é o papel do líder político?

A questão da liderança encontra um amplo campo de investigação dentro de pesquisas sobre comportamento organizacional, mas na área da Ciência Política o tema não encontra ressonância. Os estudos desse campo são voltados para as instituições políticas e processos decisórios. A figura do líder não aparece como uma preocupação central, somente em pesquisas voltadas para o comportamento eleitoral, quando a liderança política ganha visibilidade nas configurações das relações de forças expressas na disputa eleitoral democrática, ou então como figura histórica dotada de uma “aura” simbólica de poder político capaz de mobilizar as massas ou promover grandes transformações.

Atualmente não existe um consenso dentro da literatura acadêmica sobre a definição de liderança política, muito menos o que caracteriza uma líder político e seu papel dentro do jogo político contemporâneo. Cada abordagem teórica tende a ver o líder de uma forma específica e na maioria das abordagens da Ciência Política atual não existe muita preocupação sobre o papel da liderança política. Esta tende a ser vista de uma maneira mais geral, como um elemento da cultura política, muitas vezes associada ao mito político local, enraizado em ações de clientelismo. Contudo, uma observação mais atenta permite vislumbrar a liderança política para além das relações da cultura política local, pois de certa maneira, a figura do líder acaba por centralizar as relações de poder dentro dos partidos, das instituições políticas, funcionando como elemento aglutinador de apoio político e eleitoral.

Nas ciências sociais, acompanhamos a “liderança política” por meio da leitura de biografias e da história dos grandes nomes; como dizia C. W. Mills, cruzamos “biografias e história” para compreender o ator e seu tempo; recorremos à história e aos grandes exemplos para compreender o presente. Mesmo

5 assim, não retiramos disto um conceito, um padrão uma tentativa de delinear a “liderança política”, um rol de virtudes que poderiam ajudar na definição de características básicas da liderança.

Não acreditamos ser possível ensinar a ser líder, nem tampouco se pode acreditar que a sabedoria na condução dos negócios do Estado, da conquista e da mediação de conflitos seja resultado de um atavismo secular. Mas, acreditamos que pela observação e pela compreensão da história e de seus atores seja possível que alguns indivíduos – pela sua sensibilidade – possam aprender e saibam desenvolver a liderança política.

Para poder responder as questões colocadas inicialmente, os conceitos de campo e capital de Bourdieu e o de dominação de Weber são importantes ferramentas conceituais para a compreensão sobre a liderança política e seu papel dentro do cenário atual. Dentro do campo político, o líder é o ator dotado de capital político que possui posição de destaque e influência sobre os demais atores do campo. Nesse sentido, a liderança é a ação do ator que utiliza seu capital político no seu exercício de dominação no sentido weberiano, isto é, “a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem” (WEBER, 1999: 33). Assim, pode-se entender a liderança (pessoa dotada de capital político) como uma forma de influência de determinados agentes sobre outros participantes dos processos políticos. Desta forma, o líder pode influenciar na resolução de tomada de decisão sobre políticas de governo, funcionamento de instituições públicas, interações partidárias, atração de votos e outros comportamentos políticos em geral.

Também devemos considerar que o desenvolvimento dos meios de comunicação alterou a dinâmica das relações sociais, criando novas formas de mediação que se distendem no espaço e tempo (THOMPSON, 1998). No campo político, a nova configuração da Comunicação impõe desafios para os líderes políticos que precisam se adequar a nova realidade da política informacional da sociedade em rede (CASTELLS, 1999). A partir das mudanças inseridas pela maior centralidade dos meios de comunicação nas práticas políticas, este projeto visa fazer uma breve discussão sobre a relação de uma nova visibilidade das práticas do poder e a atuação das lideranças políticas nesse novo contexto.

Thompson (2007) chama a atenção para a maior visibilidade dos fenômenos e práticas políticas proporcionada pelo desenvolvimento da imprensa e das tecnologias da informação e comunicação. Essa modificação produz uma nova visibilidade que transforma a natureza da interação social, afetando a relação entre as lideranças políticas e seus apoiadores. Para o autor, os diferentes tipos de mídia não são

6 somente aparatos técnicos para a transmissão de informação, mas também servem para criar novas formas de agir e interagir, o que vai gerar uma nova dinâmica nas relações de poder.

A relação da liderança política não está mais limitada ao contato pessoal, do corpo-a-corpo com suas bases, também é realizada pelos veículos de informação, amplificando as possibilidades de interação com participantes em outros contextos de espaços e tempo. As mídias possibilitam um tipo de intimidade entre os líderes políticos e os cidadãos. Os líderes políticos podem se dirigir, via meios de comunicação, como se fossem familiares e amigos. Essa nova forma de interação possibilitou uma maior intimidade na apresentação pessoal, livre das amarras da co-presença (THOMPSON, 2007) e uma forma alternativa de relação para além das instituições políticas tradicionais, em especial os partidos políticos.

A essa modificação Thompson (2007) vai chamar de “sociedade da autopromoção”, onde os líderes políticos e outros indivíduos aparecem diante de públicos distantes e desnudam alguns aspectos de si mesmos ou de sua vida pessoal. Os políticos se apresentam como seres humanos, como indivíduos comuns, perdendo a aura de grandeza que encobria os líderes políticos. A relação entre liderança e seu público torna-se cada vez mais uma forma de quase-interação mediada, moldada pelas atividades jornalísticas. Ao mesmo tempo em que amplia a visibilidade dos líderes, sua imagem também fica mais exposta a riscos. Ela pode fugir de controle trazendo problemas para os líderes: como o vazamento de informações, a revelação de segredos pessoais e os escândalos políticos. Nesse contexto, os políticos precisam monitorar suas ações e declarações.

Com o desenvolvimento da Internet essa relação ganhou maior complexidade. O fluxo livre de informações na rede mundial de computadores amplifica o público além de permitir que os indivíduos criem e disseminem conteúdos, tornando mais difícil o controle do conteúdo simbólico, trazendo uma nova variável na relação entre o líder político e seus apoiadores. Os dispositivos da Internet possibilitam uma relação mais direta e interativa que os meios de comunicação tradicionais (TV, rádio e jornal), configurando uma nova dinâmica e mecanismo de ação política, além de uma “nova visibilidade”.

Outra abordagem possível da interferência da mídia no campo político é desenvolvida por Beatriz Sarlo (1997) sobre a videopolítica. Para a autora, a videoesfera reorganiza a dimensão simbólica do mundo social, tendo um papel fundamental nas transformações políticas. Na videopolítica existe a sensação de redução da distância entre os cidadãos e os políticos. A política ganha dimensões do espetáculo, onde os atributos da imagem adquirem mais importância que seus argumentos e sua posição

7 político-ideológica. As pesquisas de opinião pública orientam as ações dos líderes, que atuam dentro de parâmetros delineados por estrategistas de marketing.

A videopolítica é a valorização do visível da política, reforçando a noção de vigilância dos poderes por parte da imprensa (ilusão de mediação), o que limita a política ao acompanhamento de imagens, impondo regras para a práxis política e remodelando a forma de comunicação da liderança. Na perspectiva da autora, os líderes políticos precisam mudar seu estilo de argumentação e linguagem e adotar um discurso mais coloquial, apresentando-se como pessoas comuns.

A videopolítica destaca o caráter dramático dos acontecimentos, a alta visibilidade é voltada para os fenômenos que atendam esse caráter como denúncias e reivindicações. A videopolítica transforma a democracia representativa em democracia do público, o que realça a mudança na atuação da liderança que precisa se ajustar a maior visibilidade da política. Outra consideração importante apresentada por Sarlo se refere à desvalorização das instituições políticas, o que acaba por enfatizar o papel das lideranças. A ligação do cidadão ocorre pela figura do político, esvaziando os mecanismos de participação política institucional.

Em ambos autores trabalhados aqui, o aumento da visibilidade incorpora importantes transformações na liderança política que encontra novos suportes de interação com os cidadãos nos meios de comunicação. O gerenciamento da imagem pública dos políticos se torna um elemento fundamental no exercício da liderança, que deixa de ser um agente diferenciado para assumir uma posição de proximidade (mas com distanciamento físico) com o público.

Temos como objetivo estudar as lideranças políticas no Brasil, do Império aos dias de hoje. Para tanto, iremos realizar uma recuperação das lideranças políticas tanto do ponto de vista de produção teórica, histórica e documental dos instrumentos empregados para difundir a imagem dessas lideranças.

Iremos trabalhar com os seguintes temas:

I. Natureza da liderança política – entre o governante e a instituição;

II. Especificidades históricas da liderança política;

III. Determinações para caracterizar um líder político;

IV. Fundamentos histórico-filosóficos para a compreensão do tema;

V. Circunstâncias políticas na emergência da liderança política;

VI. Indícios de liderança, presentes na biografia de um indivíduo;

8 VII. Lideranças políticas no Brasil – Império e século XX e XXI;

VIII. Relações entre processo eleitoral (sucesso) e a emergência do líder político

IX. Aproximações e distanciamentos entre liderança política e liderança empresarial;

X. Em que medida, os casos que estudamos – Jânio Quadros, , Maluf, Lula, Collor e – apresentam possibilidades de discutir essas questões?

XI. Problematizações e novas abordagens para análise da liderança política sob a Internet.

Começamos a nos preocupar com a temática das lideranças políticas ao analisarmos a trajetória de Jânio Quadros3, um dos políticos mais controversos brasileiros. Acompanhamos todo o processo de construção de sua imagem, através das campanhas eleitorais empreendidas por ele, para todos os cargos políticos: legislativo municipal, estadual, prefeitura da cidade de São Paulo, governo do estado de São Paulo, deputado federal, Presidente da República e, novamente, prefeito da cidade de São Paulo.

Também acompanhamos, através de orientações de algumas teses e dissertações4 no Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a carreira política de Adhemar de Barros, , Fernando Collor de Mello, Marta Suplicy e Luiz Inácio Lula da Silva.

Tendo por base a nossa experiência teórica e metodológica adquirida através de estudos e orientações de teses e dissertações, a preocupação da presente pesquisa para aprofundar o tema das lideranças políticas, recuperando historicamente o surgimento dessas lideranças, problematizando o significado da liderança e compreendendo o sentido histórico e as características pessoais dessas lideranças 5.

3 Tese de Doutorado A Liderança Política de Jânio Quadros (1947-1990), defendida na USP, em 1991. 4 Teses e dissertações defendidas no Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC/SP, sob minha orientação. Destacamos os trabalhos de Ari Macedo sobre Adhemar de Barros; Marco Antonio Teixeira e Claudio Penteado sobre Paulo Maluf; Carlos Melo e Maria Salete Amorim sobre Fernando Collor de Mello; Andrea Reis sobre Marta Suplicy; Cristina Maranhão e Claudio Penteado sobre Luiz Inácio Lula da Silva (indicações completas dos trabalhos na Bibliografia). 5 Esclareço que estou desenvolvendo uma pesquisa financiada pelo CNPq – Bolsa Produtividade em Pesquisa (PQ) sobre Lideranças Políticas e Cinema: a imagem do poder e que tem como objetivo analisar a produção cinematográfica, focando a construção e a disseminação da imagem do poder, por meio das personagens que representam as figuras dos presidentes nos Estados Unidos da América e no Brasil. A análise está sendo feita a partir dos filmes que apresentam ficcionalmente a figura do chefe do Executivo e, também, por aqueles que recriam documentalmente históricos presidentes destes dois países

9 Para compreendermos melhor as lideranças políticas que estudamos, iremos recuperar os aspectos essenciais de nossos estudos para a análise das seguintes lideranças: Adhemar de Barros, Jânio Quadros, Paulo Maluf, Fernando Collor de Mello, Marta Suplicy e Luiz Inácio Lula da Silva.

Adhemar de Barros: práticas e tensões políticas no poder: a liderança de Adhemar de Barros no Estado de São Paulo durante os anos 40, 50 e parte dos 60 pode ser analisada sob dois pontos de vista: o primeiro, atentando para o debate que se fez em torno da sua figura política, é o do personalismo político; e o segundo, pensando a sua liderança como carismática, mas dentro de uma estrutura partidária6.

Adhemar governou São Paulo por três vezes, uma como interventor (1938) e outras duas eleito pelo voto popular (1947 e 1962). Apesar de seu prestígio entre os paulistas, o Adhemar de Barros não conseguiu convencer a população dos outros Estados brasileiros que seria a melhor opção para governar o Brasil, por isso não conseguiu realizar sua maior ambição: tornar-se presidente da República.

Adhemar fazia discursos diretos e populares. Seus governos foram marcados por trabalhos assistencialistas e grandes obras (sempre contestadas por indícios de superfaturamento). Por ser personalista, o político organizou sua própria estrutura política sob uma legenda partidária, o Partido Social Progressista (PSP). Isso possibilitava suas manobras para manipular todas as grandes decisões que envolviam interesses próprios e de seus correligionários. Assim como outros políticos paulistas, que sempre se consideraram autosuficientes, na gestão de Adhemar o maior Estado da federação sempre tentava pautar as decisões nacionais.

As práticas políticas eram determinadas dentro de um cotidiano marcado por trocas de favores, por interesses públicos e particulares de prefeitos, de vereadores, de deputados estaduais e federais, aos quais Adhemar só atendia se obtivesse apoio político. Assim formou uma rede de sustentação estadual.

Adhemar possuía as características de um líder carismático, apesar de chegar ao poder via partido político – exceto quando foi interventor em São Paulo -, discutindo, dentro da instituição partidária, as formas de gerenciamento da política. Para que a sua posição partidária fosse sempre aceita, atraía seus correligionários com promessas de ascensão dentro do partido ou com loteamento de cargos públicos. O partido foi o meio de sobrevivência, de manipulação e de manutenção política de Adhemar.

6 MACEDO COUTO, Ari - Adhemar de Barros: práticas e tensões políticas no poder , tese de doutorado defendida na PUC/SP em 2007. MACEDO COUTO, ARI . Adhemar de Barros: práticas e tensões políticas no poder. 1. ed. São Paulo: EDUC, 2009.

10 O político ajudou a eleger governos (como o de Getúlio Vargas, em 1950) e apoiou outros (como de João Goulart, em 1963), mas hesitava em deixar a base governista e apoiar grupos políticos contrários (foi assim em 1964 quando esteve ao lado dos militares no golpe de Estado).

A trajetória política de Jânio Quadros: Jânio Quadros7 esteve presente na vida política brasileira por mais de quarenta anos. Foi eleito para quase todos os cargos do sistema político brasileiro, exercendo mandatos de vereador, deputado estadual, deputado federal, prefeito, governador e Presidente da República. Pouco afeito às organizações partidárias, foi uma figura de atitudes controversas, e vivenciou diferentes momentos na vida política brasileira. Seu estilo de liderança foi marcado por algumas características singulares: autoritário, individualista, personalista e moralista.

Jânio Quadros iniciou sua carreira política no Estado de São Paulo em 1947 elegendo-se vereador. Em 1950 foi eleito deputado estadual; em 1953, prefeito da cidade de São Paulo. A vitória de Jânio Quadros para a Prefeitura de São Paulo em 1953 foi interpretada como uma ruptura com a tradição política paulista. Acreditava-se que finalmente havia surgido um líder que iria “varrer a sujeira” da corrupção, “limpar” e racionalizar a administração, enfim, ordenar a esfera pública.

A imagem janista ganhou força em 1954, quando foi eleito governador de São Paulo. Sua singular maneira de agir e os seus discursos empolgaram uma parcela significativa da população paulista. Sua atuação durante o mandato de governador repercutiu por todo o País, levando-o até a Presidência da República em 1960, quando passou a reproduzir o seu estilo de liderança em âmbito nacional: desprezando o Legislativo e cooptando elementos dos partidos para ocupar cargos políticos. Nesse momento, porém, o sistema partidário se consolidava, o Legislativo se fortalecia e o Executivo permanecia isolado - um contexto político desfavorável para que Jânio governasse conforme seus cânones, levando-o à renúncia, em 1961. Logo em seguida, em 1962, tentou se eleger governador de São Paulo, mas a campanha adhemarista, pautada na crítica à renúncia, sensibilizou o eleitorado e derrotou Jânio Quadros.

Com o golpe militar em 1964, Jânio teve seus direitos políticos cassados e só retornou à arena política após a Anistia de 1979. Jânio retornou à vida política, quando quase todos acreditavam que sua carreira nesse setor havia se encerrado, ganhando manchetes de jornais e polemizando com os partidos políticos reestruturados a partir da reforma partidária desse período. Recuperando forças,

7 CHAIA, Vera - Tese de Doutorado A Liderança Política de Jânio Quadros (1947-1990), defendida na USP, em 1991 e CHAIA, Vera . A Liderança Política de Jânio Quadros - 1947-1990. 1. ed. Ibitinga: Editora Humanidades, 1992

11 disputou novamente as eleições para o governo de São Paulo em 1982, mas foi derrotado por Franco Montoro, do PMDB.

Em 1985, com a saúde abalada, Jânio concorreu à Prefeitura da cidade de São Paulo. Apesar de disputá-la por uma legenda pouco expressiva (PTB), venceu as eleições. O seu mandato terminou em 31 de dezembro de 1988. O ano de 1989 foi marcado pelas eleições diretas para a Presidência da República. Em um primeiro momento, Jânio Quadros, afirmou “categoricamente” que não se candidataria. Porém, fez uma ressalva: seria candidato caso o Brasil se encontrasse em uma situação "caótica", tendendo a esquerdização. Depois, alegando a confirmação desse quadro político, Jânio se disse candidato e reafirmou sua postura antipartidária: “Não tenho idéia do partido pelo qual me candidatarei, mas isso não tem a menor importância” (Folha de S. Paulo, 3/3/89). Finalmente, no dia 27 de maio de 1989, retirou sua candidatura, afirmando que se retirava “pela última vez” da vida pública.

A análise da trajetória e do estilo político de Jânio leva em consideração alguns aspectos. O primeiro refere-se ao alcance da atuação de Jânio no bojo de uma cultura política nacional centrada no personalismo, tradição que remonta ao Império e consagrou-se nas figuras de Getúlio Vargas e Adhemar de Barros. O segundo item diz respeito à coexistência dessa tradição personalista com o retorno dos mecanismos democráticos após 1945, examinado como a incipiência democrática nas condições deixadas pelo Estado Novo que gerou paradoxos nas concepções e práticas (SOUZA, 1976). O terceiro refere-se à deliberada construção de uma imagem política baseada no modo excêntrico de agir, expressando um comportamento atípico. Dessa forma, como qualquer fenômeno político, a carreira de Jânio Quadros deve ser apreendida na sua complexidade: cada período se define tanto pelos acontecimentos políticos nacionais quanto pela ação individual de um agente político.

O fenômeno janista abrange alguns aspectos principais. O primeiro é a forte presença da autoridade governamental confundida e identificada com as características pessoais do político, isto é, com as idéias e ações de um único homem. Verifica-se nesse movimento um forte componente personalista ancorado no principio da autoridade que confere o direito e poder de ordenar, decidir e fazer obedecer respeitando as leis de uma forma muito singular, já que imprime a marca inconfundível da vontade pessoal.

Um segundo aspecto é o moralismo que não distingue entre esferas pública e esfera privada. Ao mesmo tempo, que exalta como plataforma política, uma moral privada conservadora de defesa dos bons costumes, prega a moralização da administração pública baseada em regras de funcionamento

12 consideradas racionais, para fazer frente à tendência desorganizadora do sistema. No entanto, o seu moralismo se mostrou ambíguo na considerável distancia entre o discurso e a prática de sua liderança.

O terceiro aspecto se refere à desvalorização das instituições e da engenharia democráticas. Assim, os partidos políticos, no limite, seriam dispensáveis, ou quando muito meros veículos para a expressão de interesses pragmáticos individuais. Se os partidos são descartáveis, já que não são instituições programáticas, o sistema partidário e o Congresso são peças perturbadoras da ordem, e o pluralismo intolerável, já que legitimaria posturas como a da esquerda. Diante de uma indiscutível prevalência do Executivo, perde sentido falar em divisão dos poderes.

O quarto aspecto diz respeito ao staff administrativo. O espaço político de governo circunscreve- se no máximo ao grupo de apoio, de assessoria a Jânio, e mesmo assim com o poder extremamente concentrado nas mãos do líder. O staff janista acabava por substituir a tarefa de um partido político e as legendas partidárias eram utilizadas exclusivamente para percorrer a etapa da competição eleitoral.

O quinto aspecto refere-se a uma concepção de sociedade, derivada da tradição política brasileira do autoritarismo - que passa por Alberto Torres, Azevedo Amaral e Oliveira Vianna - e entende a sociedade brasileira como um organismo desordenado e incapaz de se estruturar a partir de movimentos da sociedade civil e da opinião pública, daí a necessidade de uma forte autoridade governamental.

Ligado ao item anterior, o sexto aspecto que fundamenta o janismo é a concepção de Estado e de política. Considerava o Estado como o agente político privilegiado para exercer a tarefa educadora e organizadora da sociedade civil, mediante a autoridade inquestionável de um governante. A política, compreendida como técnica administrativa, orientada por critérios pragmáticos de eficiência, era então concebida de forma antipolítica.

O penúltimo aspecto diz respeito à base social do movimento, que, durante a trajetória de Jânio Quadros, constituiu-se ora pelo segmento urbano da classe trabalhadora, ora pelas classes médias, ora por grupos empresariais. Durante certos períodos, como na campanha eleitoral para a Presidência da República, esses segmentos estiveram concomitantemente presentes, fornecendo o apoio político necessário para a eleição de Jânio Quadros.

Os janistas compõem-se de cidadãos que simpatizam com o discurso político de Jânio Quadros, defendendo seus valores morais, e de grupos de participantes políticos que ou se identificam com a plataforma do líder ou dele se aproximam aspirando conquistas na carreira política. A falta de um programa político baseado em uma proposta consistente e de longo prazo impede entre os seguidores de

13 Jânio a identificação e o comprometimento com uma visão política homogênea, base de uma prática ampla, continua e duradoura. Na realidade, o janismo não possui princípios que orientem a ação de seus adeptos, mesmo porque se funda nas proposições ou passionalidades do seu líder - muitas das iniciativas e decisões são tomadas como imposição da vontade individual, independente de critérios objetivos e compartilhados por uma associação.

Finalmente, o oitavo e último aspecto do janismo, que sistematiza e resulta dos itens anteriores, é o autoritarismo, ou seja, um sistema de governo que implica o uso abusivo da autoridade, a ênfase do Poder Executivo, a crítica das instituições democráticas e a forte presença do Estado.

Por mais racionais e objetivos que sejam os mecanismos da política, não impedem a emergência de personagens políticos que imprimem ao cenário político particularidades originadas das características individuais. Portanto, Jânio Quadros surgiu como liderança política em circunstâncias históricas propícias para o fenômeno que tem se denominado por populismo: ascensão das massas urbanas no Brasil, fragilidade dos partidos políticos existentes, incipiência das classes sociais. No entanto, o significado de Jânio também deve ser atribuído às suas características pessoais e à sua capacidade de manipulação política, ao seu carisma.

Paulo Maluf: filho de família rica, o engenheiro Paulo Maluf8 entrou na política durante o regime militar, apadrinhado pelo então Ministro Delfin Netto, indicado para a presidência da Caixa Econômica Federal em 1967. Ao término do mandato foi nomeado prefeito de São Paulo e Secretário dos Transportes em 1971. Em 1976 chegou ao cargo de governador do Estado. Em 1982 foi eleito deputado federal com expressiva votação.

Candidato do PDS a sucessão de João Figueiredo (último presidente militar), Maluf perdeu a disputa no colégio eleitoral, em 1985, para o candidato da Aliança Democrática (PMDB e PFL), . Com a abertura democrática, participou da disputa para governador de São Paulo em 1986, perdendo para Orestes Quércia. Em 1989 candidatou-se pelo PDS para participar da primeira eleição presidencial pós-ditadura, perdendo novamente a eleição.

Apesar de deter importante apoio de parcela da população paulista, Maluf enfrentou sucessivas derrotas até que em 1992 conseguiu se eleger prefeito de São Paulo, apoiado por um eficiente marketing político comandado pelo publicitário Duda Mendonça. Com um governo bem avaliado diante do

8 PENTEADO, Claudio - Marketing Político x Políticas Públicas: um estudo de caso do PAS, Ano de Obtenção: 2001 na PUC/SP.

14 eleitorado, Maluf conseguiu eleger seu secretário, . Denúncias contra Pitta, aliada a investigações do Ministério Público e Polícia Federal, fizeram com que o prestígio de Maluf decaísse novamente, resultando num frustrante desempenho na eleição estadual de 2008.

Com uma carreira marcada por denúncias de corrupção e superfaturamento de obras públicas, a vida pública de Paulo Maluf se estruturou na figura do engenheiro “tocador de obras”, figura típica do processo de “modernização” dos países em desenvolvimento. Usando um discurso aliado aos interesses da direita populista, a liderança construiu o malufismo, corrente de apoio político em determinados segmentos da população paulistana, simpáticos a liderança política de Maluf, expressa principalmente dentro da classe dos taxistas, categoria beneficiada durante suas gestões. Atualmente, Paulo Maluf é deputado federal e responde a inúmeros processos na justiça por lavagem de dinheiro, improbidade administrativa e dano ao meio ambiente. Seu nome foi incluído na lista de procurados da , juntamente com seu filho, em março de 2010.

A chegada de Paulo Maluf ao cenário político coincide com o golpe de Estado ocorrido em 19649. O primeiro cargo público ocupado por ele foi de presidente da Caixa Econômica Federal para o qual foi nomeado pelo então presidente da república general Costa e Silva em 1967. O apoio ao Regime Militar rendeu a ele muitos dividendos políticos. Até então sem atividade partidária, iniciava uma trajetória rumo não apenas a cargos importantes na administração pública, mas também a postos que o colocava em grande evidência. Maluf começava a se consolidar como uma nova liderança política por dentro da máquina pública, tomando espaço de lideranças que até então haviam chegado ao poder pelo processo eleitoral.

A disputa pelo poder com estruturas políticas já estabelecidas sempre à margem do processo eleitoral vai caracterizar a trajetória malufista dentro do partido de apoio dos militares a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Porém, era preciso se apresentar ao grande público, afinal o Regime não duraria para sempre e era preciso se preparar para eventuais disputas pelo voto. Foi assim que, em 1970, protagonizou um fato que marcou sua trajetória e por muito tempo ficou simbolizado como exemplo de mau uso do dinheiro público: presenteou os jogadores e a comissão técnica da seleção

9 TEIXEIRA, Marco Antonio Carvalho. Clientelismo e Voto na cidade de São Paulo (1993-1996). Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-SP, 1999. TEIXEIRA, Marco Antonio Carvalho. Entre o técnico e o político: o Tribunal de Contas do Município de São Paulo e o controle financeiro das gestões e Paulo Maluf. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-SP, 2004.

15 brasileira, campeã mundial da copa realizada naquele ano, com 25 automóveis fuscas devidamente custeados com recursos da prefeitura de São Paulo. Esse fato ocorreu em evento público com grande repercussão.

Somente em 1982, Paulo Maluf disputou pela primeira vez um pleito eleitoral pelo voto direto: concorreu a uma vaga de deputado federal pelo PDS. Com 670 mil votos, ele se tornou o deputado federal com maior número de votos na história do País. Entretanto, seu mandato parlamentar visou muito mais à articulação de sua candidatura pelo PDS à sucessão presidencial ainda por eleições indiretas10. Não fazia parte de seus planos tornar-se uma referência no trabalho parlamentar.

O trabalho dentro do PDS permitiu a Maluf vencer o ex-ministro Mário Andrezza, apoiado pelo então presidente General João Batista Figueiredo. Essa era a segunda derrota que Maluf impunha aos militares. Entretanto, na disputa no colégio Eleitoral com Tancredo Neves do PMDB, Maluf acabou sendo derrotado em razão de uma dissidência do PDS ter apoiado a oposição com a indicação de José Sarney para vice do candidato peemedebista. Essa foi à última possibilidade de ele chegar a postos de comando no Executivo pela via indireta, dali para frente qualquer disputa deveria ser decidida pelo voto popular.

O primeiro teste eleitoral de Maluf para cargo do Executivo ocorreu em 1986 na disputa pelo governo do estado de São Paulo, ficando em terceiro lugar. Seu fracasso foi atribuído à sua alta taxa de rejeição decorrente da associação de seu nome a práticas lesivas ao patrimônio público e ao regime militar.

Em 1988 o político tentou ser eleito prefeito de São Paulo, mas acabou derrotado por Luiza Erundina do PT. Entretanto, nessa eleição ele acabou se constituindo como principal nome de oposição aos petistas e acabou se configurando como herdeiro natural de um eleitorado conservador que havia votado em Jânio Quadros, que havia sido eleito prefeito em 1985.

Com o retorno das eleições presidenciais em 1989 Maluf foi candidato pelo PDS após derrotar Esperidião Amim na convenção do partido. Entretanto teve fraco desempenho em âmbito nacional, ficando apenas em quinto lugar, atrás de Collor, Lula, Brizola e Afif Domingos. Em 1990 disputou

10 O retorno de eleições diretas para o Executivo no Brasil foi ocorrendo gradualmente: 1982, para os governos estaduais; 1985, as prefeituras de capitais, municípios considerados áreas de segurança nacional ou estâncias hidrominerais, e; 1989, para a presidência da República.

16 novamente uma eleição para governador onde foi derrotado em segundo turno pela peemedebista Fleury Filho.

Lançado novamente candidato a prefeito de São Paulo pelo PDS em 1992, Maluf acabou se beneficiando do desgaste político sofrido pela gestão Luiza Erundina, conseguindo sua primeira e única vitória para um cargo executivo. Sua campanha foi conduzida por Duda Mendonça e visou não apenas reforçar a imagem contra o PT, mas apresentar uma nova imagem de Maluf para a sociedade. Valorizou o nome Paulo, ao invés de Maluf com o jingle “São Paulo é Paulo, porque Paulo é trabalhador” e reforçou a oposição ao PT com um jingle contra o partido cujo refrão era “a gente não tem nada contra o Suplicy, nós não queremos o PT mandando aqui” (TEIXEIRA, 1999).

Hoje o malufismo parece estar em declínio eleitoral. Seu sucesso deveu-se muito mais a sua capacidade de costurar acordos e apoios dentro do seu partido à sombra de regime militar do que em disputas pelo voto popular. Entretanto, é inegável que ainda detém um capital político importante que o transforma em objeto de cobiça para os demais partidos que disputa principalmente a prefeitura de São Paulo, local em que ainda preserva muita influencia. Hoje não é mais antipetista e até se apresenta como membro da base de apoio ao PT em âmbito nacional.

Fernando Collor de Mello – O Ator e suas Circunstâncias; ou fortuna sem virtú: o ex-presidente Fernando Collor de Mello pode ser considerado um fenômeno da política nacional. Sua aparição e carreira meteóricas ainda hoje residem no imaginário nacional como algo inexplicável: como venceu a primeira eleição presidencial depois de mais de 28 anos desde a vitória do último civil, Jânio Quadros? Por outro lado, como – ou por que - foi apeado tão rápido e instantaneamente do poder?

As opiniões ao seu respeito se dividem: alguns o consideram um fanfarrão, medíocre; nascido em berço esplêndido e abençoado pela sorte; outros têm dele a impressão de um sujeito perspicaz, corajoso e capaz de remover as estruturas mais arcaicas da economia brasileira. Há quem avalie que seus defeitos, sua arrogância e seu despreparo para o poder fizeram com que se enveredasse pelo caminho da corrupção e teria sido esta a sua desgraça. Mas há também que acredite que foi a soma de suas qualidades, sua disposição para enfrentar interesses que o derrubou, tendo, antes de tudo, sido vítima de sua (boa) determinação11.

11 Melo, Carlos Alberto Furtado - Collor: Fortuna sem Virtù - Ascensão e queda de um medalhão, Ano de Obtenção do doutorado na PUC/SP em 2003 e MELO, C. A. F. . Collor: o ator e suas circunstâncias. 1. ed. São Paulo: Novo Conceito, 2007..

17 Collor paira sobre o imaginário político nacional como um espectro: para uns, o fantasma de um período morto; para outros um enigma de uma história mal contada; para outros poucos, um Dom Sebastião capaz de um dia ainda voltar com a faixa presidencial. Todavia, o personagem suscita algo mais: uma reflexão a respeito das características da liderança exercida durante aquele curto período; seus acertos, suas virtudes, suas fragilidades.

A primeira virtude de Fernando Collor foi sua capacidade de compreender o tempo, as circunstâncias porque o Brasil passava naquele final da década de 1980. Um País de expectativas elevadas pela campanha das Diretas-Já, mas frustradas pelo primeiro pelo colégio eleitoral, depois com a doença do presidente eleito, Tancredo Neves, à qual o levaria à morte e, com isso, a elevação de José Sarney (ex-dirigente do partido de sustentação do regime militar) ao mais alto posto político do País.

Sarney a princípio despertou expectativas positivas, vinculadas à moralidade e ao fim da inflação que paralisava a economia e aprofundava as desigualdades sociais. Todavia, a moralidade não se estabeleceu e tampouco a inflação pode ser contida por sucessivos planos econômicos fracassados. O País ansiava uma enorme transformação em relação a isso tudo. O mérito de Collor foi saber compreender esse momento e, além disso, saber se comunicar com extraordinária felicidade tanto com as massas como também com setores da elite. Duas pérolas de sua oratória foram o que chamou de “marajás” e a idéia insistente de abertura e modernização econômica.

A compreensão das circunstâncias parece ser uma condição básica para quem se embrenha pela atividade política. Mas, comunicar-se mais que satisfatoriamente, eficientemente de modo a mobilizar forças políticas organizadas e arrebatar multidões que (ainda) acreditavam na anunciação da “transformação” social levada a cabo pelo líder-justiceiro é bem mais que fazer política. É exercer domínio, exercitar o carisma. Contudo, no caso de Collor, a auto-suficiência, a arrogância, a incapacidade de avaliar as forças de adversários e proteger-se dos inimigos determinou sua desgraça política. A pouca disposição para juntar aliados, criar coalizões e estruturar condições suficientes de governabilidade o deixou a mercê de forças políticas e sociais que, ao seu tempo e ao contrário do presidente, souberam articular-se.

Em seu curto período de governo, foram inúmeras as denúncias de corrupção, escândalos pessoais e até a devassa de sua vida familiar. Todavia, todo governante está sujeito a isto e não se pode dizer que a situação de Fernando Collor tenha sido algo inédito e nem que jamais tenha se repetido ao longo do tempo. Logo, não foi isso que o derrubou. Foi, antes de tudo, a fragilidade de sua liderança,

18 incapaz de pesar, avaliar, conduzir seu grupo e o processo político nacional. Se no primeiro momento, Fernando Collor soube compreender a fortuna que lhe sorria, soube dominá-la e submetê-la com virilidade (Maquiavel); no segundo, o excesso dessa mesma virilidade foi sua ruína, ultrapassando o ponto certo, o equilíbrio.

A liderança política de Lula: no dia primeiro de janeiro de 2011, o presidente Luís Inácio Lula da Silva terminou seu segundo mandato, consecutivo, como presidente da república com maior aprovação histórica e conseguindo eleger sua sucessora, . Ao final de sua presidência, segundo pesquisa DataFolha, o governo Lula foi aprovado por 97% dos brasileiros, sendo que 83% avaliaram a gestão como boa ou excelente e 14% com nota regular. Esses dados associados à figura carismática conferiram a Lula uma enorme popularidade e o status de liderança política nacional e internacional.

Em 2008, a revista norte-americana Newsweek colocou-o no 18° lugar das pessoas mais poderosas do mundo, ocupando a liderança do ranking na América Latina. A revista Forbes, em novembro de 2009, o elegeu como a 33ª pessoa mais poderosa do mundo. Os periódicos Le Monde (francês) e El País (espanhol) consideraram Lula como o homem do ano de 2009. A revista Times atribuiu a Lula a condição de um dos vinte e cinco líderes mais importantes do mundo em abril de 2010. A coroação do reconhecimento da liderança política do então presidente brasileiro, veio na reunião do Fórum Econômico Mundial de 2010, realizada em Davos, na Suíça, onde Lula recebeu a premiação inédita de Estadista Global, por sua atuação nas áreas de meio ambiente, erradicação da pobreza, redistribuição de renda e ações em outros setores.

Nascido em Caetés/PE, em 27 de outubro de 1945, Luís Inácio Lula da Silva é hoje a principal liderança política nacional. Lula teve uma infância pobre no interior do Nordeste brasileiro. Migrou para São Paulo quando tinha sete anos de idade. Formou-se no curso técnico de torneiro mecânico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Em 1963, enquanto trabalhava na metalúrgica Independência, em um acidente de trabalho em um torno mecânico perdeu o dedo mínimo da mão esquerda, o que acabou virando um sinal de identificação da figura pública de Lula.

Em 1968 filiou-se ao Sindicato dos Metalúrgicos levado por seu irmão sindicalista, Frei Chico. Um ano depois foi eleito para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, iniciando sua carreira como sindicalista. Em 1975 foi eleito presidente do sindicato. Dois anos depois, já como líder sindical começou a ganhar destaque político nacionalmente ao liderar a reivindicação por

19 reposição dos salários em plena ditadura militar. Contudo, sua fama de líder sindical se consolidou ao liderar as greves dos metalúrgicos em 1978, desafiando as forças repressivas do regime militar.

Em 1980, Lula participou da fundação dos Partidos dos Trabalhadores (PT), com a participação de sindicalistas, intelectuais, católicos militantes de esquerda (adeptos da Teologia da Libertação) e artistas12. Lula se firmou como a principal liderança interna no PT, conseguindo agregar em torno de si as diferentes correntes existentes dentro do partido. O político representa os ideais da fundação do partido, sua origem humilde de migrante nordestino aliada à sua atuação nos movimentos sindicalistas e sua capacidade de negociação e articulação política.

A trajetória institucional de Lula começou com a derrota para o cargo de governador de São Paulo, em 1982. Em 1986 foi eleito o deputado federal mais votado na época, participando da formulação da Constituição Federal de 1988. Em 1989 participou da primeira eleição direta para presidente do Brasil. Apesar da derrota para Collor de Melo, a campanha de Lula mobilizou milhões de brasileiros fortalecendo o PT como uma alternativa eleitoral com extensão nacional. O jingle “Lula-lá” virou uma marca das campanhas de Lula ao longo de sua trajetória.

Após amargar três derrotas consecutivas na disputa pela Presidência da República (1989, 1994 e 1998), finalmente em 2002 foi eleito presidente, derrotando o candidato José Serra. Contudo, a vitória foi marcada pela mudança do discurso petista para um tom mais moderado e pela articulação de alianças amplas, para além dos partidos de esquerda, representada pela formação da chapa com o empresário José de Alencar (na época filiado ao Partido Liberal) ao cargo de vice-presidente.

A atuação de Lula na campanha de 2002 operou uma importante transformação da imagem política e na figura do líder petista. Ele deixou de ser um líder radical para se tornar um líder popular, agregando em torno de si diversas demandas e adotando um tom mais consolidador, representado em sua campanha pelo “Lulinha paz e amor” (PENTEADO, 2005).

Em seu primeiro mandato, Lula enfrentou diversos problemas políticos, com destaque ao escândalo do “mensalão”. Esse escândalo atingiu a articulação interna do PT, derrubando diversas lideranças partidárias (em especial a cassação de José Dirceu), colocando em risco a governabilidade e

12 PENTEADO, Cláudio Luis de Camargo. O Show da estrela: estudo da campanha presidencial do PT em 2002. Tese de Doutorado em Ciências Sociais. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2005.

20 atingindo a credibilidade do discurso ético de Lula e do PT como um todo. As denúncias levaram Lula a assumir as negociações com o Legislativo e com a base governista.

Entretanto, as duas gestões de Lula na Presidência da República foram marcadas pelos bons resultados na área econômica e social. Seguindo a política monetária do governo anterior de estabilidade da moeda e controle da inflação, o governo Lula apresentou excelentes índices de crescimento econômico, superávit da balança comercial, aumento do salário mínimo e diminuição da taxa de desemprego para os menores índices registrados da história do País. Apesar de enfrentar a séria crise econômica de 2008 que atingiu diversas economias e bancos internacionais, a economia saiu-se muito bem, e a aposta de Lula de incentivar o consumo interno permitiu manter o crescimento econômico nacional, assim como consolidou a ascensão da chamada classe C ao consumo.

No plano internacional o governo Lula ficou marcado por uma atuação mais agressiva tanto do ponto de vista das relações comerciais, como da diplomacia. Essa maior participação brasileira no cenário internacional teve em Lula seu principal agente, ganhando elogios da imprensa estrangeira por sua atuação, levando o Brasil à condição de “player” no jogo político internacional. A variação da política externa brasileira permitiu o Brasil receber visitas de Shimon Peres (presidente de Israel) e Mahmoud Abbas (presidente da Autoridade Nacional Palestina). Também recebeu críticas por apoiar países acusados de violar os direitos humanos, em especial Cuba.

A liderança política de Lula se destaca por sua capacidade comunicativa. Apesar de não ter formação superior (o que desperta muito preconceito por parte de setores da sociedade brasileira), o político mostra ter uma grande habilidade no trato principalmente com a população mais simples. Utilizando-se de metáforas, diversas delas ligadas ao universo do futebol, Lula consegue ter uma excelente relação com a maioria da população brasileira. Em muitos casos, a figura do homem simples, representada pelo político Lula, é uma forma de identificação da maioria dos brasileiros, que vêem em Lula uma pessoa como eles.

Contudo, mesmo sendo uma importante liderança política brasileira e tendo uma boa comunicação com a população brasileira em geral, Lula não tem uma boa relação com grande parte dos órgãos da imprensa, que questionam sua capacidade intelectual e seu posicionamento ético13. A construção da imagem do presidente pode ser encontrado no na dissertação de mestrado de Cristina

13 MARANHÃO, Cristina - O poder da imagem fotográfica - uma análise das imagens publicadas nas revistas Veja e ISTOÉ de Luiz Inácio Lula da Silva durante as campanhas presidenciais de 1989 e 2002, PUC/SP, mestrado, 2007.

21 Maranhão (2007), que analisa as fotografias de Lula publicadas na imprensa, nas eleições de 1989 e 2002 focando principalmente as revistas Veja e IstoÉ. Cada momento histórico e linha ideológica das revistas geraram enunciados discursivos próprios, produzindo uma caracterização do então candidato.

O embate entre Lula e a imprensa ficou claro na última eleição presidencial de 2010, onde diversos setores da imprensa criticaram a atuação do presidente em favor de sua candidata Dilma Rousseff. Esse embate levou, durante o período eleitoral, a uma polarização entre seus críticos e seus apoiadores, levando a calorosos debates principalmente na imprensa escrita e na Internet.

Com o término de seu mandato, Lula atualmente está afastado oficialmente da política. Entretanto, não deixa de ser uma importante liderança política nacional e internacional que exerce grande influência no jogo político contemporâneo. Atualmente está atuando no Instituto Cidadania14.

Por fim, cabe destacar o atual debate em torno do “lulismo” como um indicativo de sua liderança, isto é, a discussão teórica sobre a influência de sua figura dentro do atual jogo político brasileiro. Nesse debate cabe destacar três posições: a primeira, articulada por André Singer (2009), vê no lulismo uma nova força política que atua principalmente em um novo realinhamento político- ideológico, com base em classe e ideologia, que se afirma sobre a lealdade partidária petista; uma segunda perspectiva, desenvolvida por Samuels (2004), percebe o lulismo como um novo fenômeno político personalista; a última abordagem, desenvolvida por Rennó e Cabello (2010), entende que a popularidade de Lula está associada ao seu bom desempenho no governo, atraindo os votos e a simpatia de eleitores não alinhados.

O surgimento de Marta Suplicy: Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy nasceu em 18 de março de 1945, em São Paulo. Estudou psicologia na Michigan State University (1966-1968), na PUC-SP (1969-1975), com pós-graduação na Stanford University (1972) e na Michigan State University (1973). Começou a trabalhar como terapeuta infantil em 1973 e com terapias de casais em 1976. Marta tornou- se conhecida quando passou a ter o quadro “Comportamento Sexual” no programa “TV Mulher”, da Rede Globo, em 1980. Depois que o programa acabou, em 1986, Marta passou a ter um quadro similar na TV Manchete (1987-1988).

Diferente de seu ex-marido, Eduardo Matarazzo Suplicy, que havia sido eleito deputado estadual em 1978 pelo MDB e foi um dos fundadores do PT, em 1979, Marta só se filiou ao PT em 1983. Em 1989, passou a coordenar o Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual, que fez o projeto de

14 Para saber mais do Instituto Cidadania acesse: http://www.icidadania.org/

22 orientação sexual aplicado nas escolas paulistanas na gestão de Luiza Erundina (1989-1992) na prefeitura de São Paulo. Após as vitórias de na eleição de 1988 (vereador mais votado) e 1990 (eleito senador), Marta foi incentivada a disputar uma vaga de deputada federal. Eleita com 76.133 votos conseguiu aprovar o projeto que obriga os partidos a terem 25% de candidatas nas eleições e apresentou proposta criando a parceria civil de homossexuais.

Em 1998, Marta foi candidata ao governo de São Paulo ficando em terceiro lugar, com 3.738.750 votos (22,51%). Em 2000, conseguiu se eleger prefeita da cidade de São Paulo, graças à estratégia de explorar ao máximo o desgaste da administração de Celso Pitta (FIORILO, 2006).

Em seus quatros anos de administração, a mídia refletiu o comportamento conservador do eleitorado paulistano. Ao ser eleita em 2000, Marta Suplicy era a esposa do senador Eduardo Suplicy. Mesmo com a pouca participação do senador no horário eleitoral da candidata (REIS, 2003), a separação do casal parece ter sido um dos principais motivos da forte rejeição à candidatura de Marta em 2004. Poucos meses depois de assumir a prefeitura, Marta Suplicy acabou com o casamento de 36 anos com o senador Eduardo Suplicy e posteriormente assumiu um namoro com o franco-argentino, Luis Favre. Ao adotar a posição de vítima com o final do relacionamento, o senador contribuiu para reforçar a opinião conservadora do eleitorado paulistano e da mídia.

Pesquisas qualitativas encomendas pelo Partido dos Trabalhadores demonstravam que o eleitorado paulistano não havia perdoado a traição da prefeita ao senador Eduardo Suplicy - que nos últimos meses de campanha assumiu seu romance com a jornalista Mônica Dallari e começou a participar mais ativamente da campanha ao lado da ex-mulher. A estratégia, porém, não funcionou. Marta obteve 2,7 milhões de votos (45% do total) no segundo turno, mas acabou derrotada por José Serra (PSDB).

Em 2006, Marta disputou as prévias internas do PT para definição do candidato ao governo de São Paulo, perdendo o senador Aloizio Mercadante. A partir daí ex-prefeita assumiria a coordenação da campanha à reeleição do presidente Lula no estado de São Paulo. Em 2007, Marta se tornaria ministra do Turismo durante o segundo mandato do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lançando o Plano Nacional do Turismo. Questionada pela imprensa sobre a crise que ocorria então no setor aéreo, respondeu: “Relaxa e goza que depois você esquece de todos os transtornos”. Esta frase causou um impacto muito negativo à sua imagem. Pouco tempo depois Marta reconheceu publicamente ter errado e

23 ter feito uma declaração inapropriada. No ano seguinte, ela se desligaria do ministério do Turismo para concorrer à prefeitura de São Paulo, sendo derrotada por (DEM).

Em 2010, Marta Suplicy foi eleita senadora por São Paulo com 22,61% dos votos válidos ou 8.314.027 votos, tornando-se mais tarde a primeira vice-presidente do Senado.

2. Resultados esperados.

A contribuição deste trabalho consiste em definir parâmetros para a compreensão do fenômeno liderança política, estabelecendo tipologias e desenvolvendo conceitos, para com isso permitir que a leitura dos grandes fatos e dos grandes nomes da história política brasileira seja pautada pela busca desses parâmetros, de modo a compreendê-los melhor.

O projeto também objetiva a criação de um banco de dados sobre as lideranças políticas, em termos da iconografia, produtos áudios-visuais, gravações, produção de papers, participação em Congressos e eventos científicos, elaboração de um livro sobre a temática desenvolvida e construção de um site que conterá todo o produto produzido e coletado nesta pesquisa.

Portanto, os resultados da pesquisa serão disseminados por artigos escritos pelos participantes deste projeto, além de seminários, debates e entrevistas gravados e pulverizados pelos centros de estudos e pesquisa em Ciência Política.

3. Desafios científicos e tecnológicos e os meios e métodos para superá-los

No Brasil, a figura do líder político ganha maior relevância por diversos fatores, entre eles a pouca representatividade popular dos partidos políticos e a cultura personalista da política brasileira. A baixa identificação do cidadão brasileiro com os partidos políticos, de uma maneira geral, sugere para alguns uma crise de representação, abrindo canais para a entrada de novos mecanismos de representação social (mídia e religião) e um desencantamento com a política. Nesse contexto, nas disputas eleitorais a figura do líder político emerge como um elemento aglutinador das demandas sociais, as campanhas são construídas em torno do candidato, que assume pelo menos nesse momento a “aura” de líder político. Mesmo dentro dos partidos, existem as lideranças que são responsáveis por desenhar as ações estratégicas do partido, fixar acordos, decidir alianças, negociar interesses, etc. Nesse sentido, a liderança tem um papel central dentro das relações políticas, indo além da figura do candidato eleitoral, mas como elemento chave nas negociações políticas realizadas dentro e fora do partido.

24 Em relação à cultura política brasileira, a importância e característica da liderança política podem ser encontradas dentro dos “intérpretes” do Brasil: Victor Nunes Leal (LEAL, 1975), Raimundo Faoro (FAORO, 1976), Sérgio Buarque de Holanda (HOLANDA, 1981), entre outros.

Leal destaca que na formação política do País, a figura do “coronel” foi central. Até hoje se vêem traços de sua influência nas relações de poder atuais, representadas principalmente por relações de clientelismo estabelecidas entre a liderança e suas bases. Faoro contribui nesse debate com o conceito do patrimonialismo, outro elemento incorporado pelas lideranças políticas brasileiras em suas práticas. O conceito de homem cordial de Holanda também ajuda a compor o quadro da cultura política brasileira na qual se serve a liderança na composição de seu capital político. Mais recente, já na conjuntura democrática, o clássico trabalho de Weffort (1976) sobre populismo, ajuda a entender o papel do líder como elemento de mobilização e cooptação das massas, recém incorporadas no jogo político nos anos 30. Por fim, com a maior participação dos meios de comunicação, o líder político passa a ser composto por um processo arquitetado pelo marketing político, que incorpora elementos míticos em torno da sua imagem, personalizando as disputas, na maioria dos casos, em torno na personalidade (construída) do candidato.

Podemos compreender que o líder político no Brasil é dotado de características intrínsecas da cultura nacional expressa desde sua formação. No exercício de sua liderança, ele vai se valer de elementos clientelistas, paternalistas, patrimonialistas, cordiais, populistas e personalistas na sua ação. Cabe agora indicar que cada líder político é dotado de um capital político específico e age de forma diferenciada.

Para podermos estudar melhor esse fenômeno se faz necessário propor uma tipologia para classificar as lideranças, que podem variar de acordo com: seu alcance (local, regional, nacional ou internacional), com seu tipo de ação (partidária, eleitoral ou institucional), tipo de apoio (popular, grupos específicos, classe social, etc), mecanismos de atuação (assistencialista, demagógica, clientelista, etc) e visibilidade (midiática, comunitária, etc).

No início do século XXI, com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, além da burocratização das atividades partidárias, as quais conferiram aos líderes papéis centrais nas regulações internas das atividades dos partidos, as lideranças políticas assumem uma posição chave para entender as configurações da práxis política contemporânea. Nesse sentido, o estudo das lideranças políticas apresenta importantes chaves para a compreensão do jogo político e o exame do funcionamento das

25 práticas políticas na atualidade, oferecendo novos elementos para o estudo do tema e abrindo novas perspectivas para a agenda da Ciência Política. É neste sentido que devemos incorporar o estudo das relações que se estabelecem entre Internet e Lideranças Políticas.

Nos processos eleitorais recentes, as tecnologias de informação e de comunicação também se mostram eficazes para alavancar o debate político e são cada vez mais incorporadas às campanhas. As eleições de Obama em 2008 é o caso mais paradigmático dessa relação. O então candidato à presidência dos Estados Unidos chegou a ter aproximadamente 140 mil seguidores no Twitter, um grupo de dois milhões de “amigos” no Facebook, além do vídeo Yes We Can, peça publicitária veiculada na Internet que chegou a ter aproximadamente 15 milhões de visitas.

Se a Internet já era utilizada em campanhas eleitorais, a partir desse momento passa a ser vista como peça fundamental para a conquista de eleitores. Segundo Ben Self, estrategista da campanha, a aposta na Internet fez com que Obama se apresentasse como novidade e possibilitou diferenciar-se do discurso político desgastado e com pouco efeito para os eleitores norte-americanos. As ações online se configuravam a partir de então como o ponto central da campanha. Articuladores da campanha de Obama compreenderam o caráter democrático e viral da Internet, incluindo na agenda de debates da política uma forma de reconfigurar o papel das lideranças.

No Brasil, o uso da Internet na ação política é crescente e pode ser observado tanto nos períodos eleitorais quando nas iniciativas promovidas pela sociedade civil nas redes sociais. Em 2010, segundo a comScore15, os brasileiros acessaram as redes mais de 2,3 bilhões de vezes no mês de outubro, aumento de aproximadamente 20% em relação ao mesmo período em 2009, momento em que ocorreu o primeiro turno das eleições presidenciais. Segundo estudo realizado pelo Ibope, a disputa eleitoral em 2010 foi mais acirrada na Internet quando comparada às eleições de 2008. O estudo ainda analisa as estratégias de marketing adotadas pelos candidatos para ampliar a influência entre os eleitores que já eram usuários da Internet para outros fins e que passam a incorporar as tecnologias digitais para acompanhar o debate do campo da política.

O uso das redes sociais para ação política expressa modificação significativa no papel das lideranças e na própria característica dos movimentos articulados em torno de reivindicações sociais, econômicas, culturais e políticas. No geral, observa-se que são reivindicações cujo enfoque são as

1. Empresa de pesquisa de mercado que fornece dados de marketing e serviços para empresas da Internet.

26 micropolíticas e não possuem uma liderança com projeção no cenário político, mas ao utilizar as redes sociais lançando uma proposta que encontra ressonância no campo social esses temas ganham visibilidade, inclusive são repercutidos nas mídias tradicionais.

Observa-se que as redes sociais potencializam determinadas questões do campo social e podem catalisar sentimento de protesto ou de indignação em algumas convocatórias, demonstrando uma capacidade que há muito os partidos políticos e movimentos sociais tradicionais vêm perdendo. Temas considerados periféricos da agenda de debates ou até mesmo temas que envolvem questões relacionadas às políticas públicas ganham outro tratamento, uma nova abordagem que se difere das formas tradicionalmente utilizadas pelas lideranças tradicionais.

O funcionamento da rede sem um centro que concentre a capacidade de informar e de convocar possibilita o descentramento da política e, consequentemente, produz impacto e redimensionamento no papel das lideranças política. Evidentemente, as redes sociais não acabam com o papel das lideranças políticas, mas redimensiona esse papel e impõe às lideranças a necessidade de se pensar em novas práticas políticas para permanecerem em evidência no cenário político e com a capacidade de continuarem influenciando nas decisões e desdobramentos da política.

O desenvolvimento das técnicas de reprodutibilidade, o que comumente designamos como “mídias”, está dialeticamente relacionado com as condições políticas e econômicas de uma época. Walter Benjamin em seu ensaio A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica (1985) revela a invenção de uma “segunda natureza”, na qual a obra de arte emancipa-se de sua autenticidade, de seu caráter único e de teor contemplativo. A “aura” da obra de arte se esvai. Em seu lugar é originada a possibilidade da obra ser amplamente difundida, de alcançar e seduzir as massas. Este processo foi acentuado com os progressos científicos e tecnológicos do século XIX e foi instrumento importante para assegurar o domínio político. De Napoleão III a Hitler, Benjamin apresenta em seus ensaios a íntima relação entre o progresso técnico e o fortalecimento político de lideranças, encontrando assim a origem da reprodutibilidade técnica na modernidade.

Nesse sentido e não raro, as mídias, desvinculadas de sua “aura”, seu caráter único, foram mecanismos essenciais para os governos, de modo a reproduzirem amplamente a sua imagem. Acompanhando as transformações tecnológicas das mídias nos dois últimos séculos, líderes políticos conduziram a arte em direção à “estetização da política” (BENJAMIN, 1985: 196), o que segundo

27 Benjamin representa a forma como o fascismo, por exemplo, emprega as tecnologias para propagandear e reproduzir ideologicamente o regime e, sobretudo, a imagem da liderança política.

Benjamin, preocupado com esta tendência crescente no século XX, constata que as mídias e as imagens produzidas por elas não se reduzem apenas à “estetização da política”, mas também ampliam o seu campo de atuação em nome da “politização da arte”, tarefa esta representada pela potencialidade dos meios de comunicação para educar e despertar o senso-crítico das massas ou uma sensibilidade política. Isto significa que dialeticamente as mídias podem ser empregadas tanto como forma de manipulação das massas (estetização da política), quanto para produzir a reflexão e a consciência crítica destas (politização da arte) quando usadas por movimentos de oposição e canais de comunicação independentes em relação ao poder hegemônico do Estado.

Este projeto intenta direcionar estas formulações ao cenário brasileiro. Pretendemos investigar o modo como o desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação no Brasil esteve diretamente relacionado com processos de mudanças e consolidação de regimes políticos e, sobretudo, em relação à propagação de imagens e informações que fortaleceram ou contestaram as lideranças políticas no País.

A chegada de D. João VI ao Brasil em 1080, em razão da fuga das tropas napoleônicas, marca também a fundação do primeiro jornal impresso no Brasil, dando início a um proto-jornalismo em terras nacionais. No entanto, foi durante o Império e o longo governo de D. Pedro II que este meio de comunicação se difundiu e alcançou um maior número de leitores, ainda que a maioria da população fosse analfabeta. O ocaso do Império no final do século XIX e a ascensão da República permitiram a maior difusão da indústria editorial no Brasil com a publicação dos próprios jornais, além de folhetins, revistas e livros. Mas foi durante o regime de Vargas (1930-1945) que o rádio e o cinema no Brasil alcançaram as massas urbanas.

Os dispositivos de produção e circulação de imagens foram predominantes por todo o século XX, seja na construção de novos hábitos de lazer e consumo, seja na difusão e construção de projetos políticos. O cinema foi recorrente neste último caso, sendo utilizado para demonstrar determinadas teses e torná-las legítimas diante de uma comunidade nacional: o cinema alemão e italiano são um modelo neste sentido, porque auxiliaram a consolidar os regimes políticos fascistas.

Mas os exemplos não se resumem aos dois últimos Países ou aos regimes políticos de exceção. A democracia de massa que se consolidou no século XX não pode ser pensada sem a simultânea ascensão

28 dos meios de comunicação e particularmente do cinema, que ajudou a difundir idéias de nacionalidade, comunidade nacional e integração social.

No Brasil o cinema é utilizado de forma mais objetiva nos anos 1930, com o estabelecimento do Estado Novo. Boa parte das elites nacionais vinculava o cinema ao modelo de propagação de determinados temas, como o estímulo ao trabalho e construção de uma identidade nacional. Os primeiros projetos de leis dispostos a proteger e controlar a produção de imagens cinematográficos no Brasil data do governo de Getúlio Vargas.

O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) criado em 1939, estimulou a produção de cinejornais que eram difundidos por todo o País. Neles, a imagem do “Getulismo” e de seus temas mais caros – legislação trabalhista, integração nacional e controle social – estão ali sedimentados. Para muitos técnicos e produtores cinematográficos, a disposição do DIP em produzir e veicular determinado conteúdo foi incorporada sem grandes problemas. A imagem do “getulismo” se tornou algo comum no cotidiano dos trabalhadores urbanos no País, imputando homogeneidade e harmonia para uma sociedade marcada por traços heterogêneos.

O DIP, que era ligado estrategicamente a Getúlio Vargas, estimulava nos filmes a adesão do público a um projeto maior, não apenas de nação, mas do próprio Estado Novo e da figura de Vargas. Sobretudo os documentários mostravam cenas de multidão exultantes e as vinculava a uma idéia de comunhão entre Estado, Vargas e o povo brasileiro. Desta maneira podemos afirmar que o “getulismo” e determinados conceitos vinculados a este fenômeno político foram capturados e reproduzidos pelas imagens cinematográficas. A partir dessas mídias, Vargas divulgou seus atos políticos e administrativos, ao passo que censurou severamente os meios de comunicação que expressavam qualquer tipo de oposição. A liderança política de Vargas foi melhor consolidada pela utilização recorrente destes dispositivos, essenciais para a composição de sua condição de liderança política.

Os sucessores de Vargas eleitos democraticamente ampliaram o uso dos meios de comunicação para reproduzir a sua imagem à população na condição de líderes. , Jânio Quadros e João Goulart (acompanhado por Brizola) fortaleceram estas premissas. A partir da segunda metade do século XX, a disseminação massiva de televisores em todo o território nacional divulgou tendências muitas vezes contraditórias, como a defesa do golpe militar de 1964, formulações populistas diversas e a difusão do marketing político, que ganhou maior impulso após o processo de redemocratização na

29 década de 1980. É possível que o horário político obrigatório tenha sido uma artimanha elaborada pelas lideranças políticas para reforçar as suas respectivas imagens.

Dessa forma, mais especificamente o projeto versa sobre a forma como as principais lideranças políticas no Brasil buscaram historicamente acompanhar o desenvolvimento das mídias e como estas foram usadas para difundir as suas respectivas imagens. Para tanto, torna-se importante o estudo da produção áudio-visual e escrita sobre estes líderes, bem como a investigação de como as mídias desenvolveram a sua visão contra ou a favor deles.

É preciso enfatizar que o desenvolvimento das mídias exige o aprofundamento de estudos e análises iconográficas, isto é, das imagens que foram produzidas em uma época. Pinturas, filmes, fotografias, charges e hoje o uso dos recursos visuais na Internet podem nos revelar a forma como uma época e seus atores empregam politicamente tais recursos para consolidar posições políticas. As imagens são consideradas por Benjamin uma forma de potencializar a leitura da história. A noção de “imagem dialética” apresentada pelo filósofo permite compreender como uma sociedade sonha e vive sua realidade, ao mesmo tempo em que esboça o seu despertar.

Repleta de tensões e contradições, a imagem dialética situa-se no limiar da oposição entre o passado e o presente, de modo que imobiliza o tempo no agora, que é o instante em que a imagem promove no sujeito a reflexão histórica. A imagem dialética produz o choque, isto é, o próprio despertar que é consciência da origem de uma época: “a ambigüidade é a manifestação imagética da dialética, a lei da dialética na imobilidade. Esta imobilidade é utopia e imagem dialética, portanto, imagem onírica [...]” (BENJAMIN, 1985: 48)

Ao pretendermos estudar as imagens relacionadas às lideranças políticas, concebemos que a imagem dialética pode revelar a tensão entre a estetização da política e a politização da arte. Ou seja, imagens oficiais ou de meios de comunicação independentes, a favor ou contrárias aos líderes e suas ações políticas, elucidam a forma como as mídias foram empregadas para manter as massas em seu estado onírico. A possibilidade de uma reviravolta dialética presentes nessas mesmas imagens sustenta também o despertar, o que se relaciona com a forma como a sociedade por meio das mídias se opõem aos seus governos e líderes.

Para a análise das lideranças propostas neste projeto, serão realizados mapeamentos que respeitem o período histórico, as mídias respectivamente disponíveis em cada período e as relações destas com os líderes. Investigaremos as produções audiovisuais e textuais presentes em jornais

30 governamentais ou independentes, revistas, arquivos radiofônicos e televisivos, filmes, blogs, sites e redes sociais. Esta análise é sugerida a fim de que seja possível avaliar o desenvolvimento das mídias e a constituição da imagem de lideranças políticas no País. Serão enfatizadas possíveis imagens que elucidem a forma como atores políticos empregaram os meios de comunicação para afirmar sua condição de líderes e viabilizar suas ações políticas. Também realizaremos algumas viagens visando entrevistar lideranças políticas, que serão selecionadas posteriormente e visitaremos arquivos e museus em busca de documentos e dados para caracterizar e apreender as lideranças políticas a serem analisadas.

4. Cronograma de execução do projeto.

2º semestre de 2013. – definição dos instrumentos de pesquisa; definição das lideranças que serão estudas; seleção, montagem e treinamento das equipes de pesquisa;

1º semestre de 2014 – coleta de dados, discussão metodológica, apresentação dos primeiros dados no GT da COMPOLÍTICA; apresentação dos primeiros dados no GT da ALACIP.; elaboração do relatório anual

2º semestre de 2014 – Processamento dos dados; entrevistas; revisão bibliográfica; pesquisas em arquivos em localidades fora de São Paulo; pesquisas em arquivos em localidades fora de São Paulo; entrevistas.

1º semestre de 2015 – apresentação dos dados no GT da ANPOCS; apresentação dos dados no GT da BCP; apresentação no GT do IPS; pesquisas em arquivos em localidades fora de São Paulo; entrevistas; elaboração do relatório anual.

2º semestre de 2015 – Seminário Interinstitucional com a presença de especialistas externos ao projeto; pesquisas em arquivos em localidades fora de São Paulo; entrevistas.

1º semestre de 2016 – Entrevistas; pesquisas em arquivos em localidades fora de São Paulo; elaboração do relatório anual.

2º semestre de 2016 – Discussão interna dos resultados; elaboração de relatórios preliminares; edição e formatação de vídeos com as entrevistas realizadas.

1º semestre de 2017 – organização do banco de dados disponibilizados no site a ser criado pelo projeto; elaboração do relatório anual.

31 2º semestre de 2017 – Publicação de textos produzidos pela equipe do projeto; Revisão do relatório final.

1º semestre de 2018 – Apresentação do relatório final.

5. Disseminação e avaliação.

Mensalmente serão realizadas reuniões que deverão apontar o andamento da coleta de dados e elaboração dos relatórios anuais. Além disso, serão preparadas as apresentações de textos e palestras a serem divulgados em encontros científicos pertinentes à área de conhecimento.

6. Outros apoios.

Destacamos que todos os pesquisadores desta proposta de pesquisa são membros do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política (NEAMP), do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC/SP. Os pesquisadores trabalham em diferentes universidades e centros de pesquisa, tais como: INSPER, FGV/SP, USP, UNIP e Universidade Federal do ABC. Mantemos colaborações e parcerias com os pesquisadores e colegas destas outras universidades em eventos, pesquisas e artigos, conforme indicação presente no nosso site: www.pucsp.br/neamp..

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