ANO 111- :NOVEMBRO DE 1989 .:_._ N2 30 EleiÇão .comemora ' . . 100· anos de República

, Prudente de Morais Her~ da Fonseca

Washington Lufs Gaspar Dutra Jusce~no-Kubitschek Janto Quadros

. ~ . .

, ?Cl\~~~,i Brasileiros voltam às •. urnas para . o fotos: Acervos do Museu da R'?Pública e do PaiAcio do ltamaraft escolher Presidente Página 2 DO IBGE- Novembro de 1989

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Editorial ·Eles fazem parte Com esta edição, muito e5pecial, o Jomal do IBGE está também participando deste momento História do Brasil histórico da vida brasileira. Esta é a primeira eleiç~o direta desde 1 %0; qw:mdo Jânio Quadros foi consagrado por quase A História do Brasil tem suas curiosidades. Em 100 anos de República houve 33 períodos de governo. seis milhpes de votos. Mas agora somos mais de Estiveram no poder Presidentes eleitos pelo povo (14), 82 milhões de eleitores. E temos a re~ponsabili­ pelo Congresso (7), pela Revolução de 30 (1), vice­ dade de escolher um representante com a presidentes (4), Juntas Militares '(2) e presidentes da Câmara (3), do Senado H) e do Superior Tribunal missão d~ conduzir 'à nossa nação por um cami­ FederaH1). nho de justiça social, desenvolvimento .. Urri re• Por duas vezes, um Presidente morreu antes de tomar 1 ptesentante que se empenhe no trabalho de' urri pqsse: Rodrigues Alves, quando foi eleito pela segunda Brasil melhor. vez, em 1918., e Tan.credo Neves· (eleito pelo Colégio Eleitoral em 1985). Outros dois morreram no poder: Esta é a décima sexta vez em 100 anos de , em 1909, e Getúlio Vargas, em 1_954. República que terem.os a oportunidáde de eleger Um outro dado int{i!ressante é que, sendo o Brasil uma um Presid~nte. É para t~rrrios esperança, ·acredi­ república da América Latina, Õnde tradicionalmente há tando nesta op9rtur:tidàde, que não pode ser convulsões sociais, nunca nenhum Presidente foi • assassinado no Poder. 1-fouve somente um atentado a desperdiçada; Prudente de Morais, em 1897, onde morreu o Ministro A História conta que quanto mais de~esperan~ da Guerra Machado Bittencourt. ~ i ça~o um povo mais os eleitores votam em bran- For.am afastados por motivo de d6ença Café Filho / J. ! (1955) e Costa e Silva (1969) Três Presidentes foram ~ co e maiores são as ab$te!)ções, os votos nulos. ·depostos: Washington Luís, em 1930, Getúlio Vargas, É justamente sobre issó que cada um de nós de­ em 1945, e João Goulart, em 1964. Outros dois renun­ ve refletir, numa demonstração de,que valeu a ciaram: Deodoro da Fonsenca (1891) e Jânio Quadros p Presidente mais velho foi Getúlio Vargas (68 anos), (1961). seguido de (67). Os mais moços foram Nilo pena esperar para cumprir este dever que tanto Peçanha, com 42, e João Goulart, com 43. custamos a reconq\l!Star como direito. E aí é De todos os que passaram Pl'!lo Poder, Getúlio Vargas foi o que ficou mais tempo, 15 anos, no primeiro man­ Dutra consegue maioria bom lembrar que a maioria esmagadora dos bra-­ dato, e três anos e meio, no segundo. Quem ficou menos sileiros vai votar pelá primeira vez, muitos dos tempo foi Carlos Coimbrâ da Luz, que, na qualidade de Até a década de 30,.. os registros eleitorais eram presidente da Câma(a dos Deputados, oGupou a bastante precários. Só a Pf!rtir de 1932, com a instituição quais com os filhos já el~itores; ,outros têm até Presidência por apenas três dias, em 1955, quando o • do C6digo Eleitoral e a criação do Tribunal Súperiór de mais de 50 anos e vão votar pel_a segunda vez Vice-Presidente Café Filho foi afastado por doença. · Justiça Eleitoral. e dos Tribunais Regionais, passou a exis­ para Presidente: tir um COJ!trole ma.ior da apuração de votos, Advogados saem ganhando Nas quatro últimas eleições para Presidente da ch~gou o momento. o voto consciente do ci­ República (1945, 1950, ,1955 e 1960), Eurico Gaspar dadão é a forme) legítima de consolidar uma de­ . Ao longo da História, mineiros e gaúchos têm se Dutra foi o único a conseguir a maioria absoluta (55,4% mocracia. revezado no Poder. Cada um desses estados já hos deu dos 5.870.677 votos, em 1945). Praticamente o número ' seis Presidentes. São Paulo deu 4 e o RiO' de Janeiro, 3. de votos obtidos por Jânio Quadros 15 anos depois, 'pro­ Esta.é, sem díívida, a melhor maneira para co­ Entre as profissões mais freqüentes estão as de advogado, metendo "varrer" a corrupção. Esse número, .hoje, cor­ memorarmos estes 100 anos de República. eles são 19. Os militares são 9, fora os que integraram as responde apenas ao de eleitores da cidade de São Paulo. duas Juntas. Jornalistas, apenas •Café Filho e José No pafs todo são mais 82 milhões, que;· este mês, esco­ Sarney, também .advogados. E médico foi um s6: lherão o 16"' Presidente da República Federativa do· Jusê:elino Kubitschek, que construiu Brasíliq. ' BrasiL '

Presidente da República ~e>MS....., Governantes de 1889 a 1989 Mlnisll'o-Chofe da Secretaria de Planejamento e Coordmaç&o ~olo BaHeta ele Abreu Manuel José Linhares (29./10/1945 (15/11/1889 ~ 23/11/1891) Secret&~o - Geral 31/01/1946) Rlcudo Loola San"-wo 'Floriano Vieira Peixoto (23/11/1891 - (31/01/1946 15/,11/1894) 3~/01/1951) Prudente José de Morais ' Barros João Café Filho (24/ 08 · 1954

FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE G~OGRAFIA E ESTA11STICA - IBGE (15/.11/1894- 15/11/1898) 09711/1955) Manuel Ferraz de Campos Sales Carlos Coimbra da Luz (09111/1955 Preekleftte: Charlea Curt Mueller • (15/11/1898- 15/11/1902) 11/11/1955) Dlrdor·Geral: David Wu Tai Francisco de Paula Rodrigues Alves Nereu de Oliveira Ramos (11/.11/1955- olr.tor ele P

~ co CONS CONSTI CONSTITUI1 CONSTITUIÇÃO REPÚB REPÚBLICA I REPÚBLICA FEDE! REPÚBIJCA FEDERATIVA• l REPÚBLICA FEDERMIVA• DO BRASIL 1! 1988 1988

; p~ra o tit

A nova Constituição ~ a sétima da década de 30; uma situação que 'exigia cioríal, conferindo poderes extraor- Governo cassar. mandatos, St!SJ)ender República e oitava de uma série que co­ a reorganização da sociedade. Justa­ dinários. ao Presidente da Repúbiica, direitos políticos, decretar o recesso do meçou no Império. Liberais ou con"ser­ mente por isso, na Constit11ição de. com a cassaçãó da autonomia dos Po- Congresso e legislar em seti lugar. vadoras, são elas que regem a Nação. 1934, aparecem pela primeira vez deres Legislativo e JudiciáriÇ> e fecha- Outorgada pela Junta Militar, que as- A primeira Cons~ituição republicana, pr~ocupações com a ordem econômica menta de todos os partidos políticos. sumiu o Poder com a morte do Presi- · de 1891, · tem bastante influência das e social. São instituídos o salário míni• Embora de caráter predominante- dente Costa e Silva, a Constituição de grandes mudanças pelas quais .,o país mo; a jornada de trabalho de oito horas mente conservador, a Constituição de 1969 é considerada por muitos juristas. passava em sua estrutura política, diárias; a remuneração do descanso se­ 1946 restabelece a indepen.dência dos ' como ilegal e inconstitucional, um gol~ ' econômica e. social, .como a expansão manal e das férias anuais; a indenização três Poderes. Mantém, no entanto, a 'pe dentro do gólpe. Para eles, repre­ da lavoura, li}:>ertação dos eseravos, ·por dispensa sem justa causa; o reco­ cent~a1ização do poder no Governo Fe- senta a violação da Constituição de 67, ir"Aigração estrangeir.a e comeÇo da in­ nhecimento de sit'ldicatos e associações dera!, limitando a autonomia dos esta- · que tem normas para emendar consti­ dustrializaÇão. Esta Constituição esta­ profissionais, além de serem criados a dos e municípios. Também são restabe- tuições. Das várias emendas, as prlnci­ belece aRepública Federàtivermite ao chefe de voto direto.

Falta t~aqição aos partidos políticos

A descontinuidade 'partidária é caracterís­ duzida. Porém, o processo f?leitoral tinhá a tuiu o voto' sec_reto e obrigat9rio para os o mais alto dos anos pesquisados tica no Brasil. De 1930 a 1937, tivemos sua importância, já que ainda no período maiores de 18 anos de idade, i!'lclusive as (1945/ S5), no terceiro volume das Séries uma embrionária multiplicidade de partidos colonial os representantes das Câmaras Mu­ mulheres. Estatísticas Retrospectivas, que o IBGE lan­ políticos. Durante o Estado Novo não hou­ nici~ais eram eleitos por voto censitário. A A participação das mulheres tem sido çou há dois anos. Depois disso, segundo os ve eleições e nem partidos. De 1945 a Assembléia Constituinte de 1823 também crescente, chegando a ser maioria, co­ autores . da seção Resultados Eleitorais, 1964, voltou o plu_ppartidarismo e, em foi eleita por representantes, mas que ha­ -mo reflexo da nossa própria estrutura desta publicação., Bolivar Lamounier e Ju- 1965;- o Ato Institucional n~ 2 acabou com viam sído escolhidos através de declaração demográfica. A extensão da educação dith Muszynski, a taxa começou a cair até os partidos existentes e determinou o bipar­ oral do votante: apenas os ~pmens, inclusi­ que, em 1966, voltou a subir (22,78%). A pública e o acelerado proc~sso de urba­ tidarismo e eleições indiretas para Presiden­ ve os analfabetos, podiam votar, desde que nização, principalmente a partir dos partir de 1970, em função da participação te da República e governadores dos esta­ preenchessem ·certos requisitos sócio• 'anos 50, também ' levaram a um au- . mais ativa do partido de oposição da época; dos. Finalmente, a reforma de 1979 abriu, · o MDB, as abstenções vêm dimin~indo, econômicos e etários. Assim, estava excluí• mento considerável do número de elei­ ainda com restrições., o leque partidário. da a maioria da população ·integrada por chegando~m 1985a 17,26%. tores: 5% da população participaram Mas o voto vinculado, em 1982, fez com mulheres, escravos e os mais pobres. Fenômeno idêntico pode ser verifica­ das eleições para a Assembléia Consti­ · que os· três partidos estreantes (PDT, .PT e A Lei Saraiva, de 1881, promoveu um do no total de votos nulos e em branco PTB) só ultrapassas.sem,5% do total devo­ realistamento éleitoral e tornou a eleição di­ tuinte de 1933/ 34; 15% para à de 1946; e mais de 50% para a de 1987 .. nas eleições para a Câmara Federal de tos em São Paulo, , Rio reta para os níveis federal e estadual, man­ 1945 a 1982. Em 1966, esse total che­ Grande~ do Sul e Acre. O mais antigo çlo tendo, contudo, restrições aos votantes. · gou a 2.1,04%, o maipr até aquele ano. país é o Pártido Comunista (PCB) que vem Com a Repúbhca, os analfabetos perderam Mas em 1970 a taxa é assustadora: resistindo, desde 1922, alternando fases de o direito ao voto e foi abolida a exigência de Em 1955, o mais alto índice de 30,25%. Os 21,25% registrados em le,.galidade com outras de çlandestinidade. · renda mínima, continuando as· mulheres de abstenção Este ano, cincó novos partidos participam fora do processo. É bom ressaltar que os re­ 1974 inverteram a tendência, alcançan• do 15,12% em 1982. pela primeira vez de uma eleiÇão: PRONA, sultados eleitorais do Império e çla Repúbli­ Os números sobre abste!JÇÕes nas PP, PDC do B, PLP e PRN. ca, até 1930, estão comprometidos pela eleições devem ser encarados com certa re­ No ano passado, aconteceu um fato prática da fraude e pela própria precarieda­ ser:va, já qu~ o próprio TSE alerta.que , "no curioso nas eleições para prefeito do de dos registros. período de 1945-54, os Tribunais Regionais Rio de Janeiro. O total de votos nulos Resultados eleitorais realizaram 400 mil cancelamentos 'de eleito­ (300.012) foi maior que a soma dos vo­ Chega o voto secre.to e Qbrlgatório res, quando o efetivo desse cancelamento, tos obtidos pelos candidatos que fica­ A Justiça Eleitoral foi criada em 1932. só por motivo. de morte, póde ser estimado ram em quarto e quinto colocados. E Até 1930, a popi.Liação era predominante­ O avanço da cidadania política começou em 1 milhão e 800 mil". Realmente, em foi 100 vezes maior que o número de mente rural e a mobilipção política era re- em 1932,.com o Código Eleitoral, que insti- 1955, o índice de abstenção foi dQ 40,32% ~ votos do último coiocado.

Fontu: Mueeu da RepúbUca; Pal,oio do Itamaratl; Tribunal Superior Eleitoral; O Poder Civil - Hélio Silva: Séries Estati•tlcas Retro•pectlva•·- 39 Volume: virloa autores e Almanaque Al>tll/ 89. , Página 4 JORNAL DO IBGE- Novembro de 1989 JORNAL DO IBGE:...._ Novembro de 1989 Página 5

~~~~~~~ual o papel do ~~~ no seu Progra~a de ~overno?~~~~~~~ Esta foi a pergunta feita pelo Jl aos 22 candidatos à Presidênçia da República. Aliás, esta é a eleição que tem o maior número de candidatos, e, pela primeira vez, uma mulher concorre: Lívia Pio de Abreu. O mais novo é Ronaldo Caiado, com 40 anos, nascido 44 dias após Fernando Collor, e o mais velho é Ulysses Guimarães, com 73 anos, completados em 6 de outubro. Sete são eng_enheiros, seis advogados, • quatro jornalistas, dois médicos, e mais, um economista, um administrador de empresas e outro torneiro-mecânico. A Região Norte é a única que nunca deu um Presidente. Ao contrário, o Sudeste já ocupou esse posto 13 vezes. Entre os candidatos para estas eleições, os do Sudeste também são·maioria (14). O Nordeste vem a seguir com quatro, o Sul com dois, e com apenas um o Norte e o Centro-Oeste. Até agora, os gaúchos ocuparam a Presidência seis vezes, empatando com os mineiros, Nas eleições 89, são sete mineiros e um gaúcho na disputa presidencial.

O pernambucano LUÍS I. LULA DA O paulista AFIF DOMINGOS O mineiro AURELIANO CHAVES O baiano ANTONIO PEDREIRA O mineiro CELSO BRANT (PMN), A mineira LÍVIA MARIA DE ABREU O acreano ENÉAS CARNEIRO (PRO­ O carioca EUDES MATTAR (PLP), SILVA (PT /PSB/PCdoB), n? 13, tem (PL/PDC), n? 22, tem Aluizio Pimenta co­ (PFL), n? 25, tem Cláudio Lembo como (PPB), n~ 16, tem Orestes Alves como n~ 63, tem José Natan como (PN), n'.' 27, tem Ardwin Retto como NA), n?56, tem Lenine Madeira como vi­ n? 55; tem Dante Lazzeroni como Paulo Bisol como vice. mo vice. vice: vice. vice. · vice. ce. vice. No nosso gover- Na página 55 do Ano 1990, 1'.' O IBGE no meu O IBGE exerce ( .. . ) Q ua lq uer Nossa proposição O governo brasi­ no, o IBGE, assim meu programa de ·ano do meu gover­ governo terá um pa­ uma função funda­ planejamento sério fundamental é o leiro desconhece como outras insti- R governo, no capítu• no, ano extrema­ pel da maior re­ mental que é o le­ do país depende do restabelecimento da a · importância do tulções que, nos ~ lo relativo à Kefor­ mente importante na levância. Ele será vantamento de da­ trabalho do IBGE. confiança no gover­ IBGE. Aliás, há um últimos anos, foram ma Administrativa, atividade do IBGE, presidido por um dos sobre a realida­ Sua estrutura ~dm i­ no. Assim, espera­ desconhecime nto vítimas do autorita­ digo sobre o IBGE_: pois realiza de­ funcionário do seu de brasileira. Sem nistrativa será mo­ mos que o IBGE, total por parte ·dos rismo, pas5ará a es­ outro setor a ser re­ pois de 10 anos o próprio quadro. O · um profundo conh~­ dernizada (. .. ) Tor­ órgão de apoio ne­ políticos e intelec­ tar permanente­ vitalizado pelo go- novo Censo Demo­ mesmo critério usa­ cimento dessa reali­ nar o Instituto autô- cessário ao conheci­ tuais sobre a capaci­ mente a serviço da verno liberal será gráfico. É o IBGE, rei para preencher dade, será difícil a • nomo , liberando-o da mento da realida- dade desse órgão, sociedade. Os compromissos do IBGE já o Sistema Federal de Geografia e Esta­ com a sua eficácia, credibilidade e capacida­ as demais Diretorias e as Delegacias. O IBGE ~uperação dos problemas nacionais. No nos­ influência e dependência dos estados, mu­ de física e social do país, continue cumprin­ cujo corpo técnico é de inegável competên­ não serão diretamente subordinados aos in­ tística (... ) Embora deva necessariamente de técnica, que nos permite conhecer o ver­ ~ão entrará no rateio político no meu gover­ so governo, o IBGE terá condições de cumprir nicípios e União Federal, inclusive qvanto à do o seu dever. fornecendo informações cia. O papel do IBGE, que tem sido maltrata­ teresses do governo - o que, no passado, ser um órgão de governo ( ... )não pode so­ dadeiro retrato do Brasil( .. . ) IBGE deve ser no. Será meu propósito mandar fazer um es­ a sua missão, levando ao povo as informações sua infra-estrutura (. .. ) O IBGE será sempre que permitam uma análise acurada da reali­ do, que não tem verbas para se expandir, é tão deu lugar a manipulações, apesar da resis­ frer qualquer restrição na sua autonomi~ prestigiado, inclusive em sua independência tudo econômico-financeiro no IBGE, para to­ necessárias ao seu esclarecimento. dirigido por funcionários de seu quadro, se­ dape social brasileira, realidade esta que importante que somente através dos resulta­ tência do corpo técnico. A principal função ( ... )O IBGE cresceu e modernizou-se muito técnica, P.ara que sirva de bússola e não de mar conhecimento da S\la realidade, visando gundo a probidade, capacitação técnica e será modificada, necessariamente, no nosso dos de suas pesquisas é que, por exemplo, po­ do IBGE será informar corretamente à so­ nos últimos anos e sua atual estrutur-a só po­ instrumento dos desejos de governantes. a fazer justiça salarial com os seus fun­ espírito público ( ... ) O quadro ( ... ) será re­ governo. deremos tomar decisões que tornem a agri­ ciedade, sem qualquer dúvida, sobre a se­ derá ser melhorada e tornada ainda tnais No meu governo, o· IBGE será valorizado cionários, que por se tratar de servidores qua­ classificado e ampliado, mediante rigoroso cultura e os meios de produção, verdadeira­ riedade dos dados divulgados. ágil. ( ... )considerado e respeitado. lificados merecem vencimentos compatíveis. concurso de seleção. mente, a nossa maior riqueza.

O sergipano MARRONZINHO DE O pernambucano ROBERTO FREIRE O gaúcho LEONEL BRIZOLA (PDT), O carioca MANOEL HORTA O paulista (PDS), O carioca FERNANDO COLLOR O paulista ULYSSES GUIMARÃES OLIVEIRA (PSP), n? 42, tem Renau Va­ (PCB), n? 23, tem Sérgio Arouca como n? 12, tem Fernando Lyra como (PDCdoB), n? 57, tem Jorge Sã- como n? 11, tem Bonifácio de Andrada como (PRN/ PTR/ PSC/ PST), n? 20, tem Ita­ (PMDB), n~ 15, tem Waldir Pires como lim como vice. vice. vice. vice. vice. mar Franco como vice. vice. O JJ agradece a partici­ . Se eu vier a me O IBGE será um ( ... )caberá ao go­ O IBGE é um A questão das es­ Fornecer o retrato No meu governo, pação dos candidatos que, eleger, transforma­ órgão estratégico verno do PDT dotar órgão vital para a tatísticas e dos da­ fiel do país para o !BGE terá isen­ assim , colaborara m para rei o IBGE no único em meu governo. o IBGE de todas as administração do dos populacionais, orientar o planeja- · çãO>, independên­ órgão. oficial de Sem informações condições para que, país. Qualquer que alé m das infor­ mento central do cia, confiança e ab­ .que os funcio nários d o . informações. Todas estatfsticas sérias e ~ no mais breve espa­ seja o governante mações sobre os ín­ governo: esta mis­ soluta fidedig ni­ IBGE pudessem saber o que as empresas de isentas é impossível z ço de tempo possí­ eleito, não poderá dices econômicos são histórica do dade no cálculo dos % pesquisas, como o democratizar o Esta- ª vel , esteja ( ... ) ain-· ele administrar sem do IBGE, terá o IBGE deverá ser índices econômicos pensam sobre um assunto l! IBOPE, teriam que · do Nacional e es- Ó da mais habilitado o apoio, fundamen­ respeito do Governo preservada de toda fundamentais à vida que nos diz respeito d ireta­ levar o crivo do tabelecer política ( ... ) O Recensea­ tal, do IBGE , no Federal na minha e qualquer ingerên- do país e à orienta- . mente e que não faz parte IBGE sem o que suas informações seriam de desenvolvimento sólida de curto, médio mento de 1990 será o primeiro · e impor­ fornecimento de dados relativos à densida­ gestão. Esse respeito será traduzido pela in­ cia externa, decorrente das marchas e con­ ção das políticas do governo. Também a ela­ das · pautas das entrevistas inexatas. O IBGE é o órgão que está melhor e longo prazos. Reformulações talvez sejam tante teste. Ao IBGE não faltarão condições de demográfica, percentuais por faixa etária dependência profissional que daremos aos tramarchas da conjuntura política. Autono­ boração do Censo e das Pesquisas Nacionais equipado para prestar informações aos necessárias: em primeiro lugar, resgatar a para realizar um trabalho que deverá marcar da população, grau social e cultural dopo­ técnicos da Entidade, que representam uma mia é a palavra-chave. E recursos que ga­ ficarão a cargo do IBGE como forma de ga­ por eles concedidas e nem época em sua formidável história (. .. ) A órgãos de imprensa com m~is precisão. dignidade profissional de seu corpo de fun­ vo; informações sobre o crescimento e de­ das colunas mestras da informação para, to­ rantam o prosseguimento do competente rantir a qualidade e confiabilidade das estatísti­ mesmo dos se us progra­ partir daí, teremos como identificar as con­ cionários, duramente atingida pelos últimos senvolvimento econômico-social, em re­ mada de decisões, como as da área do Mi­ trabalho que vem sendo realizado pelos 14 cas naéionais. A Fundação IBGE é e será uma governos. Em segundo, conceder à Insti­ dições ideais de funcionamento ( .. . ) para lação ao PIB. Seu quadro funcional deve nistério do Planejamento nas questões orça­ ehtidade de utilidade pública. No meu gover­ mas no horário gratuito. mil funcionários desse Instituto. tuição uma real autonomia. devolver ao povo ( ... ) o conhecimento que ser composto por profissionais competen­ mentárias, por exemplo. no implantarei um Plano de Carreira Funcio­ Todos os ca ndidatos ti­ deve ter de si próp_rio e de seu país. tes, muito bem remunerados. nal que dignifique os seus servidores. veram exata mente a mes­ .(. ~(,.tq: - ma oportu.nidade e , justa­ mente por isso, a lgumas . O paranaense ZAMIR TEIXEIRA O mineiro PAULO GONTIJO. (PP), O mineiro FERNANDO GABEIRA O mineiro ARMANDO CORRÊA O paulista. MARIO COVAS (PSDB), . O paranaense AFFONSO CAMARGO O goiano RONALDO CAIADO mensagens tiveram que ser (PCN), n? 31,-tem William Pereira como n? 54, tem Luiz Paulino como (PV), n~ 43, tem Maurício Lobo como (PMB), n~ 26, tem Agostinho Unhares n? 45; tem Almir Gabriel con\o (PTB) n~ 14, tem Faria Lima (PSD/ PDN), n? 51, tem Camilo Calazans condensadas, mas todos vice. vice. vice. como vice. vice. como vice. como vice. os originais , o u seja , as res­ No meu governo, Democratizar o No governo do O JBGE cumpre O Instituto Brasi­ O IBGE represen­ postas na íntegra, en­ o IBGE será apare­ IBGE, propor aos Partido Municipalis­ um papel funda­ leiro de Geografia e ta uma das poucas lhado para manter funcionários a intro­ ta Brasileiro ·­ mental ao revelar Estatística - IBGE estatais que deu cer­ contram-se à dísposição na os brasileiros bem dução de questões PMB, muito será a verdadeira face terá, no meu gover­ to e que contribui Coord enadoria de Co mu­ ] Informados sobre no Censo que sir­ exigido do Instituto sócio-econômica e no, além das suas para facilitar a tarefa nicação Social. Do candi­ .2 todos os dados do vam para indicar a Brasileiro de Geogra­ geográfica do Brasil. atribuições específi­ de administrar este ,~ Brasil Físico. Para situação da qualida­ fia "'e Estatística - O desempenho des­ cas, a função de imenso país. Pre­ dato Zamir Teixeira só re­ UJ tanto, ele será trans- de de vida moderna. IBGE, especialmen- sa missão foi , no principal formulador tendo contin uar cebemos a foto. formado em um Produzir uma organi- te no tangente ao no­ passado, dificultado da reorden ~ção da usando o Institu­ A CCS agradece tam­ Espaço reservado para grande banco de dados, sempre atualizado zação territorial baseada no conjunto de vo mapeamento do Brasil, que passará por por tentativas do governo de interferir em política econômica e social , que será dire­ to para aferir a inflação, que em meu gover­ a mensagem e a e de fácil acesso à população, além de um ecossistemas e suas características. Na área grandes transformações na divisão territorial questões de natureza técnica. Os pesquisa­ cionada essencialmente para a justa partici­ no será próxima c;le zero; para medir e bém a colaboração d as assinatura do candidato bom esquema de divulgação, principalmen­ de planejamento o" IBGE será consultado e política . Além do mais, o IBGE será muito dores e funcionários do IBGE souberam re­ pação de todos os brasileiros, igualitaria­ acompanhar as safras agrícolas e ( ... ) o Unida des Regiona is de te no rádio e na televisão. previamente à tomada de decisões do· go­ solicitado como elemento -fundamental de sistir com sucesso a essas tentativas. Meu mente , no produto das riquezas nacionais. crescimento do Brasil (... ) Os números do Goiás, Distrito Federal, Mi­ verno, O IBGE será a grande Fundação de opinião no campo das pesquisas sociais e governo assumirá o cOmpromisso de garan­ IBGE - aos quais eu me refiro em meu defesa da ecologia. estatístic a~ . tir a autonomia e independência técnica do programa de governo - são indispensáveis nas Gerais e São Paulo. IBGE, bem como de promover uma efetiva para se fazer uma administração correta, modernização da Instituição e a valorização voltada para o bem-estar do povo. de seu quadro de servidor~(\ .' ~ \

) Página 6 JORNAL DO IBGE- Novembro de 1989

~ . So01os 01ais ·de 13 01il eleitores

O IBGE é do tamanho'do Brasil., Nossa Rede de Coleta cobre cada pedacinho do território. E com as diversas pesquisas, estudos, Censos que buscamos a nossa realidade. E quem faz estelraball)o são cerca ~e 13 mil eleitores. A maior parte~ votando para Presidente pela primeira vez. Ouvimos alguns colegas sobre as p~óximas eleições. Entre expectativa e ceticismo, fica uma certeza,. o caminho para a democraciá e a participação . política p~ssa pelo voto: fotos: Gilson Costa

Antônia Carla Soares da Silva, Fábio Abreu Lauro,. ·João Marcelo Rollem­ berg César de Farias, 16 anos, Marcos Sêmola, 17, e a pro{essora Rosa Maria Fucei de Oliveira, 46, são amigos na Escola Nacional de CiênCias Estatísticas - ENCE, e estão prontos para votar pela prin:teira vez para Presidente. Rosa, justifica'tido~se éom o longo período de Regi in Militar, diz ser con­ Antônio Pereira da SUva Mari­ e nho, 38 anos, Gerente de Pes­ tra o voto aos 16 anos: ·"O jovem não quisas da Unidade Regional do tem um amadurecimento político, não Distrito, Federal, está na expecta­ tem ainda um preparo consciente para ,_,, tiva: "E uma sensação boa e Í,?1S­ escolher o Presidente". Marcos, Fábio, Rosa, Joii<' e Antu votar, mas ainda não de­ Espero escolher. meu candidato. a Presidente, não só pensando em cidi em quem voto. Meu candida­ •. mim, mas também nos mais jovens. to tem que ser respeitado no ex­ Tem os que aproveitar esta eleição terior, e seu programa de gover­ para tentar solu.clonar os graves pro­ no tem que ter uma atenção es- blemas que afligem o país". . pecial pela educação'·'.

Carla de Aguiar Bitericourt, 25 Maurício Barros Re~igio, 40 anos, da Unidade Regional de Ala­ anos, Técnico de Apoio Adminis­ goas, apela para a seriedade: "É pre­ trativo, da Superintend~ncla de ciso consciência na hora de votar. É Recursos Humanos- SRH, está Valter Benedicto Ribeiro, 32 anos, a primeira vez que voto para Presi- em dúvida: "Me encontro prepa­ da Unidade Regional de Mato Grosso, , dente e quero ajudar o país a tomar rada para votar, mas ainda não está indeciso: "A princípio, tenho que novos rumos. o· brasileiro está des· defini meu candidato. No Brasil, ~scolher alguém, mas pelo nível da crente da classe política, mas ele tem é preciso melhorar, no .mínimo, campanha política, me surge a dúvida. que entender que a políticá é funda­ a educação e a alimentação. E só Tod.os falam e prometem as mesmas mental na vida do cidadão". um líder, cap~z de .resolver esses .coisas, mas, na realidade, nada vai mu­ proble~iJ.S, merecerão meu ,voto". P,~r assim tão fácil". JORNAL DO IBGE- Novembro de 1989 Página 7

' Este é o éleitorado brasileiro Somos 82 milhões, 57 mil e 634 elei­ tores contra os pouco mais de 15,~ milhões das últimas diretas que elege­ ram Jânio Quadros Presidente da República. Ou seja, um aumento que chega perto dos 430%. Segundo o Tri­ bunal Superior Eleitoral, este ano, quando cerca de 1% dos eleitores es-· tará .impedido de votar, "pois -seus títu• los estão irregulares", teremos 251 mil """ e 271 séções eleitorais espalhadas p()r E bom 'lembrar ... todo o país . .Quase a metade dos eleitores está no Sudeste, sendo que São Paulo (18.529.439) é o maior colégio· eleito- · ral. Em ·segundo lugar, e com aproxr­ madamente 9 milhões e 500 mil, vem Pedro Marcflio Mina~ Gerais, seguido de perto pelo Es­ tado do Rio de Janeiro, que terá em· HORÁRIO DE VOTAÇÃO: das 8 da comprovante de votação nos cartórios • Não vá de short ou em trajes de torno de 8 milhões e 200 mil votos para manhã às 5 da tarde. eleitorais. · banho para o local de votação, mesmo serem apurados. O meno~ colégio ·elei- • Não se esqueça do seu título de • Esteja certo de levar para a cabine em cidades litorâneas. Não use . tora) é Roraima, cof't menos de 66 mil eleitor ou da carteira de identidade. o nome e/ou n<;' do seu candidato. camiseta com nome de candidatos, votos. Aliás, o Nort} comparece com Certifique-se antes, pela Imprensa ou Marque a sua escolha com um x na slogans, bottons ou outros ornamentos apenas 4,4 milhões e o Centro-Oeste na Zona Eleitoral, o .endereço corret9 e quadrícula ao lado da sua opção. de pr9paganda política. com 5,1 milhões. O Nordeste tem 21,5 a Seção onde você irá votar. • Ao votar, use caneta· de tinta azul • É crime eleitoral qualquer forma de milhões de eleitores e o Sul, 13,5 ·• De 16 a 18 anos e acima dos 70, o ou preta. Outras cores invalidam a aliciamento ou suborno ao eleitor no milhões. ' voto é facultativo. cédulà. Não pé_rmaneÇa na cabine por dia das eleições - é o famoso trabalho As mulheres saem perdendo, porque . • Mulheres grávidas, idosos e ·mais de um minuto. Seja prático, pois de bqca de urna praticado pelos par­ tem um milhão e meio a mais de ho­ doentes têm prioridade. As autoridades assim·· você ajudará a agilizar os mens (41.501.374) que vão votar nes-­ tidários dos candidatos, que distribuem e trabalhadores que não param J10 dia trabalhos. . tas eleições, onde 4% podem ou não panfletos ou "santinhos". comparecer com o seu \loto: são jovens das eleiçôes também têm es'se direito, • Não existe o tão falado voto em • São crimes eleitorais também: de 16 e 17 anos de idade. desde qúe comprovem. trânsito. · Quem estiver fora do seu votar ou tentar votar mais de uma vez. • Você só poderá votar se seu nome domicflio eleitoral deve preencher o em · fuga~ ·de outros ou ainda fornecer Chegando na "boca da urna" constar da Folha· de Votação. Haverá aerograma de justificativa de ausência . ao eleitor cédula já assinalada com uma Relação Auxiliar com nomes dos . nas AgênCias dos Correios. É qualquer tipo de marcação. · eleitores que estão sumariamente im­ 'neces,sário levar o título'eleitoral_e com­ • . • É proibido por lei a comercialização pedidos de votar porque apresentam pletar no formulário o número da Zona dupla jdentificação ou q!Jalquer oatra Eleitoral, seção e município. A via e o consumo de bebidas alcoólicas da irregularidade. carimbada pelos Correios serve como meia-noite do dia 14 até às 6 horas do · • Se o ·seu nome não constar de prova de quitação junto à Justiça dia 16 de novembro·, Os infratores po­ nenhuma Folha, você pod'erá votar em Eleitoral. Depois· das eleições, o eleitor derão ser detidos de 15 dias a seis me­ separado seguindo instruçqes da Mesa. tem que comparecer ao Cartório ses. • Até cinco dias antes das eleições, 1) Um dos secretários da Mesa o · procedimento é o mesmo, só que a Eleitoral para regularizar sua situação. nenhum eleitor poderá ser presq, salvo Receptora distribui as senhas cédula será' depositada na urna junto • Se você não puder votar estando se em flagrante delito, por sentença numeradas aos eleitores na fila. Ao en­ com o seu .título de eleitor, dentro de no seu domicflio eleitoral e apto ao criminal inafiançável, ou por trar na sala, você devolve a senha. um envelope co~hecido como voto, justifique-se ao Juiz Eleitoral den­ desrespeito a salvo-conduto. 2) Apresenta-se ao presidente da sobrecarta. os' eleitores com direito de tro do prazo de 60 dias, para evitar Mesa 1'!10Strando o título eleitoral ou a· voto, mas impugnado pela Mesa por !iaoções, como por exemplo a negativa • Lembre-se de que o voto é secreto carteira de identidade. probleJ!la de identidade, também no seu direito de participar de concur­ e que é importahte' a sua participação 3) O segundo mesário. procura seu votam em separado. Após as eleiÇpes, sos ou concorrências públicas ou tirar cívica no pleito de 15 de novembro nome na Folha de Votação dos essas pessoas apanharão o título é o passaporte. próximo·. eleitores da Seção e consulta a Relação Auxiliar Pé!ra verificar se consta algum impedimento ou se o .título foi anulàdo. No ano que vem tem mais 4) O eleitor assina a Folha de I Votação no lugar indicadb (os Depois de uma intensja campanha .política, os candidatos vão che-· Formato das cédulas analfabetos colocam a impressão · gando à reta final. O dia 15 está próximo e o feriado no meio da sema­ digital). na.convida áo lazer, mas na quarta-feira, dia 15, é di~ de eleição. É dia A cédula oficial para o 1'! turno das eleições tem 12 em de escolher o futuro Presidente da República para um mandato de cin­ 5) O p_residente da Seção rubrica e. x 33 em. É do tamanho de um papel oficio. Já a cédula para co anos, conforme decidiu a Assembléia Nacion'al Constituinte no ano o 2'! turno medirá 8,5 em x 16 em. numera (de 1 a 9) a cédula oficial e en­ passado. A eleição poderá ser em dois turnos - inovação no paRora­ trega ao el~itor. A numeração é_para ' ma político brasileiro -' caso não haja mais de 50% dos votos para um que não se possa individualizar o voto, candidato no 1~ turno. o e . MARRONZ'INHO ou seja, ·saber quem votou em quem. Uma eleição em 1~ turno significa uma disputa entre todos os candi­ . " 6) Na cabine indevassável, marque a datos, na qual somente um deles tenta consegui~:. a maioria absoluta dos sua preferência eleitoral. Você pode votos, ou seja, a metade mais um. Caso isso não aconteça, os dois can­ levar o nome e/ou o n~ do seu can­ didatos mais votados participam de outra eleiÇão de um ~ turno. Aí os didato num papel à parte. Os cegos· do\s mais votados do 1~ turno disputam entre si. O que obtiver o maior votam em Braille ou no alfabeto co­ número de votos será eleito Presidente da República. mum, em seções especiais. "O result~do do 1~ turno sairá até o final de n~vembro", garante o 7) Após votar, dobre a cédula nos presidente dó Tribunal Superior Eleitoral, Ministro Fra-ncisco Resek. Ele lugares indicados e mostre-a, com atar­ adi~ta que "de acordo com o caiendário eleitoral o ~ turno será reali­ zado no dia 17 de dezembro". O Juiz da 2~ Zona Eleitoral, Murilo de '" MANOi:L DA COSTA ja preta para fora, ao presidente da Andrade, diz que "o prazo para divulgação do resultado das eleiçê>es ter­ 1 ~ JO~ PERElRA Mesa. mina em 29 de dezembro". 8) O primeiro mesário devol,ve o título Foram impressas 120 milhões de cédulas. São 330 mil boletins de e entrega o comprovante que é apuração. O esquema já está todo montado. E..depois desta tem mais: destacado da Folha de Votação. para governador~s, senadores e deputados federais e estaduais. No Não saia sem este comprovante. ano que ve-m. Página 8 JORNAL DO IBGE- Novembro de 1989

ftlonarquístas tambfm rm campanha

Quem pensa que o último grande eÍn 93. Para isso, serão feitas palestrbs função é atender aos mais altos interes­ momento vivido pela Monarquia brasi­ e conferências, instalarão comitês e ses da nação. o país seria moralizado, a leira foi o baile realizado no Palácio da confeccionarão adesivos, bottons, ca­ 'corrupção eliminada, as finanças equili­ Ilha Fi5cal, no Rio de Janeiro, em 9 de misetas e faixas.' bradas e a injustiça social terminaria" .. novembro de 1889, está enganado. A Otto de Alencar Sá Pereira, vice­ ' recente Constituição, promulgada em 5 presidente nacional do Partido Monar­ Vencendo a Monarquia no plebiscito de 1993 e terminado o mandato do de outubro de 1988, reserva aos mo­ quista e presidente do Círculo próximo Presidente da República, o narquistas pelo menos mais uma oca" Monárquico do Rio de Janeiro, está en­ sião de brilho. É o plebiscito marcado tusiasmado. Inclusive conta existir qua-' que será eleito este ano, a transição da para 7 de setembro de 1993, quando .tro tipos de monarquistas: o militante, República para a Monarquia ocorreria os brasileiros decidirão pela forma de Otto: um monarquista militante. que se assume como monarquista; o em 1995. "A atual Constituição seria governo a ser adotada no país: Repúbli­ monarquista novo, que está desiludido · adaptada para o Regime Monárquico ca ou Monarquia Constitucional, e pelo TSE, que defende a indicação do Impe­ com a República; o enrustido, que é ou convoçaríamos outra. Do jeito que está é que não pode ficar", alerta Otto, \ sistema de governo: presidencialismo rador pelo Parlamento; e o Partido Mo­ monárquico, mas não tem coragem de que tem uma opi"fo curiosa: ou parlamentarismo. narquista, em fase de legalização, que dizer; e o. m~marquista Inconsciente, defende a legitimidade monárquica, ou aquele que é monarquista mas não sa­ - Não consigo Imaginar o fuh.rro Im­ Se o Brasil volta ou não a ter um Im­ seja, D. Luiz de Orleans e Bragança, be que é. perador residindo e governando em perador, só saberemos em 199;3, mas 51 anos, bisneto da Princesa Isabel, au­ Indagado sobre o que mudaria no Brasília. A sede do governo tem que ser os monarquistas estão otimistas. Para tomaticamente o Imperador do Brasil. Brasil se voltarmos ao Sistema no Rio de Janeiro e ó local mais indica­ tanto, dois partidos. estão formados: o E após aeleição do próximo Presidente Monárquico, Otto prossegue: "Mudaria do para o palácio do lrnperador é a Partido do Movimento Imperial, já lega­ da República, eles pretendem intensifi­ muita coisa. O Imperador paira acima Quinta da Boa Vista. Isto, depois de lizado no Tribunal Superior Eleitoral - car a campanha pelo sim à Monarquia · dos partidos e das ideologias e sua uma boa reforma.

D.luiz de Orleans e Bragança Após estudos secundários no Paraná e no Rio de Janeiro, voltou à Europa para Grígem Real de nosso ~rínripc cursar o pré-universitário e aprimorar a sua cultura. E acabou formando-se em Química pela l!niversidade de MúniqUQ, O Pnncipe D. Luiz de Orleans e .Bra­ Através de. seu na Alemanha. Em 1967 retornou defini­ tivamente ao Brasil, passando a residir gança, embora brasileiro, é herdeiro de bisavô, Príncipe em São Paulo. uma tradição multissecular, com seus Gastão de Orle- ....1 .._.. ' Com a morte de seu pai, D. Pedro ans, Conde D~Eu, laços de sangue misturando-se com as Henrique, em 1981, D. Luiz assume a esposo da Prin­ condição de Chefe da Casa Imperial do mais antigas e famosas dinastias eu­ cesa Isabel, o atual Brasil, onde é assessorado pelo irmão, o ropéias. Chefe da Casa Príncipe Imperial D. Bertrand de Orleans Pertencem à dinasti~ de Bragança to­ Imperial do Brasil e Bragança. dos os Imperadores do Btasil, bem co­ descende da Casa Falando fluentemente português, Real francesa. Com francês e alemão, e com só"da cultUra, o mo os Reis de , de$de o Século efeito, · provém Chefe da Casa Imperial brasileira gosta XVII. Essa dinastia tem origem em 'fins ele em linha · dire-. de equitação e de caça, e nesse últijllO es­ do Século XIV e remonta à figura 'le­ ta, por legítima porte conquistou alguns troféus. E apre­ ciador de música clássica e da arquitetura gendária do Sahto Condestável de Por­ varonia, de Hugo Capeto, que há 1.002 anos - em 987 J)rrfíl de um monarca colonial brasileira. tugal, o Bem-Aventurado D. Nun'AI­ - ~scendeu ao trono da França; e de ,Católico fervoroso e anticomunista O Príncipe D. Luiz nasceu em Mande­ vares Pereira, vencedor das Batalhas São Luiz IX, o Rei-Cruzado que gover­ convicto, desde jovem D. Luiz atua na lieu, França, em 6 de junho de 1938. Foi nou a França de 1226 a 1270. Sociedade Brasileira de Defesa da Tra­ de Atoleiros, f\ljubarrota e Valverde, batizado com o nome de Luiz Gastão Ma­ dição, Família e Propriedade- TF.P. E Ainda através desse bisavô, D. Luiz contra os castelhanos. · ria José Pio de Or.leans e Bragança e foi po:;sui título de cidadão benemé,rito de deséende de São Vladimir, o Grande, Por sua mãe, a Princesa Dona Maria registrado no Consulado Geral brasileiro, várias cidades brasileiras. Príncipe de Novgorod e Grão-Duque em Paris. Em franca campanha pela volta da Mo­ da Baviera de Orleans e Bragança, D. de Kiev, o qual foi batizado e difundiu o Com o início da Segunda Guerra Mun­ narquia, D. LuiztemviajadopeloBrasilafo­ Luiz herda as tradições da família de catolicismo na Rússia há cerca de 1. 000 dial, a Família Imperial ficou retida na ra, apoiado por seus Cír,culos Monárquicos Wittelsbach, a Casa Real da. Baviera, anos. Uma neta desse Santo, Anà· de França e lmpedidà de retornar ao Brasil. (comitês) espalhados em várias cidades. Kiev, desposou em 1501 Henrique I; Assim, somente aos sete anos D. Luiz co­ Um dos maiores fica na Baixada Fluminen­ célebre no campo das artes e da cultura Hei da França, e desse casal descende nheceu sua terra, indo, com os pais, mo­ se, mais exatamente em Queimados, no e uma das mais antigas da Europa .. remotamente o nosso Príncipe. ramo Paraná. Município de Nova Iguaçu.

Essa festa, de dar inveja ao técnico ou veludo; e ricas casacas foram feitas Aravena e ao goleiro Rojas; custou especialmente para o baile, num desfile quase 10% do orçamento da Província de luxo e beleza. do Rio de Janeiro para 1890·. O Impe­ Outra prova de bom gosto, foram as rador D. Pedro II e o Visconde de Ouro iguarias servidas pelo Império. Em li­ Fiscal, localizado na Bafa de Guanaba·­ Preto, mais os seus convidados, só não vretos forrados de cetim, podia-se esco­ ra, no Rio dé Janeiro, foram ~bertos contavam que à mesma hora, no Clube lher entre pavões, perus, faisões, para o derradeiro e mais suntuoso baile Militar, os repúblicanos, comandados champanha, vinho, trufas, . enfim, o promovido pelo Império. por Benjamin Constant, decidissem pela que melhor agradasse ao paladar. O então presidente do Conselho de Proclamação da Rep(íblic~, o que foi Em tamanha festa, o que não faltou Ministros, Visconde de Ouro Preto, nu­ . feito seis dias após o baile, no dia 15 de foi animação. Durante o baile muita ma atitude de boa vizinhança, resolveu novembro. coisa foi·perdida e, no dia seguinte, nos homenagear os oficiais do cruzador chi~ Mesmo assim o Baile da Ilha Fiscal mar­ salões, entre outros objetos, foram en: Pode ser ironia do destinot mas há ~eno Almirante Cochrane, que em ou­ cou época. Mobilizou toda a cidade do contrados oito enfeites de corpetes, três quase cem anos, mais exatamente no tubro chegara ao Rio, E nada faltou pa- . Rio de Janeiro e alfaiates, lojàs de rou­ coletes de senhora, dezessete ligas, de­ dia 9 de novembro de 1889, o Rio de r a que aproximadamente seis mil convi· pas finas, barbeiros e cabeleir:eiros fo­ zesseis éhapéus, nove dragonas, treze Janeiro parou para homenagear os dados, quase 2% da população do 'Rio, ram poucos para atender a tantos. Ves­ lenços de seda, nove de linho e quinze chilenos. Os. salões do Palácio da Ilha tivessem uma noite inesquecível. tidos de rendas· de Btl!xelas, chamalote çie cambraia. ·

Fontes: A/.,tlfnimldodeMon~rquiconoBrosl/ -'Arman~odosSantos: .Revisto Domingo n• 686. do JB. e SúpkmentodaRi!vista V e,;a n9 23.