“Se Marcelo Não Se Recandidatasse a Presidente Da República Havia
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Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com * Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2020 “Se Marcelo não se recandidatasse a Presidente da República havia um problema grave” - diz primeiro-ministo última África do Sul Ramaphosa aborda corrupção que assola o ANC página 5 Comunidade Falta professor para ensinar Português António Costa considera esclarecidos em Durban “mal-entendidos” com Ordem dos Médicos página 3 página 7 Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos: Suplemento Desportivo Soluções legais e avançadas na sua vida comercial; Controle e racionalização da massa trabalhadora; Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes Destaque e guarde de percurso, e ataques cerrados de Autoridades Reguladoras Cambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St. Bedfordview * Tel: +27 11 622 0960 * 072 881 3970 * 010 023 0824 o Calendário da I Liga Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected] 2 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 31 DE AGOSTO DE 2020 O Meu Aparo! O agravar dos tempos faz aumentar o número de famintos Tempo a recorrer a quem lhes possa ‘matar’ a fome Com a alta incidência de desemprego, a origi- nar nestes tempos de pandemia o constante e assustador encerramento de postos de trabalho, de decisões agravado com a entrada no país de numerosos ilegais, que ainda vêm na África do Sul o bastião com estruturas no continente para superar certas carências, são cada vez mais almas a estender a e mudanças mão à caridade, como por todo o lado vemos hoje, pelos vários pontos das urbes, com mais por Michael Gillbee frequência em cruzamentos de ruas, onde o trân- sito é controlado por semáforos, umas que res- salta à vista, a reconhecida necessidade e o am- paro se torna premente, e outras que pela manei- ra como se apresentam não escondem ser víti- mas do álcool e da droga, nódoas negras que geralmente marcam as famílias atingidas por es- sa tortura. Para procurar ‘matar’ a fome de alguns, pelo menos os visivelmente mais carenciados, já que se torna impossível a todos poder saciar, são confeccionados alimentos de primeira necessi- dade a expensas de alguém que compadecido espalha a mensagem de Deus, com palavras, SERVINDO UMA REFEIÇÃO QUENTE AOS QUE EM DESESPERO PROCURAM A SOLIDARIEDADE actos e obras, a negros, brancos e mestiços que DE ALGUÉM QUE LHES POSSA VALER de olhar macerado pela fome, aguardam que por que felizmente muitos têm”, mas pelo menos O Mundo acabou por não ficar tão mal si seja repartido uma malga de sopa fumegante, mentira e a quem recorrer, consoante os casos, com o mínimo de condições lhes possa servir de quanto se pensava. Graças a Deus não uma fatia de pão, uma peça de fruta, um copo de para ajudar esses necessitados, tendo em conta guarida; morreram nem estão a morrer tantas pes- sumo, uma chávena de café ou um copo de leite que mesmo alguns aparentemente de saúde e Muitos dos que chegaram a esta triste situação, quento que aconchegue o seu vazio estômago. em idade de poderem trabalhar, é a falta de em- soas como se pensava da pandemia e o não têm roupa para substituir a que trazem vesti- São, como atrás referimos, casos de mendigos, prego que a isso os obriga, se bem que entre planeta ainda não parou de girar. O que da, nem dinheiro para mandar lavar a que usam, desempregados, alcoólicos, toxicodependentes, todos esses, há quem fuja ao trabalho e procure para já, são bons sinais. A temperatura estão com fome, não têm documentos de identi- desprezados à deriva e deitados ao abandono uma vida de menor esforço, acabando muitas global até chegou a baixar e a Natureza ficação, nem tão pouco papéis que provem a sua pela sociedade, a beneficiar da solidariedade de vezes por pagar o justo pelo pecador, esquecen- teve oportunidade de recuperar alguns arte, grau de instrução ou referência de empre- um coração condoído, da ternura do semelhante do-nos que Deus previne um abrigo para os seus go, novos e idosos, muitos deles que se julgam níveis, certos animais reapareceram e com espírito de bem-fazer, e do carinho de al- filhos doentes, abandonados, viciados e despre- inactivos e sem forças para reagir ao infortúnio, enfim, as coisas até parecem bem enca- guém que adverso ao egoísmo se debate para zados. pensando ser classificados pelo próximo de pre- minhadas. pôr cobro a estes casos, que infelizmente não só Para aqueles a que a nada são sensíveis, que guiçosos, parasitas, sabujos, lixo ou outra coisa O que se passa no Mundo de hoje é bi- abundam, como tendem a aumentar entre nós. se passeiam com o rei na barriga, ou pensam de fraca valia, baixam os braços e mergulham no Fazem parte do número dos que hoje são aten- que a eles isso nunca acontecerá, daí que “im- zarro, porque devido à falta de circulação abismo. didos por igrejas, catedrais, orfanatos, casas de porta que haja fome se eu a não tenho”, deviam de aviões e de carros e outros meios po- Nestas circunstâncias o emprego de qualquer repouso, lares de terceira idade, instituições de- em reflexão saber avaliar o quanto custa, estar luentes, há locais no Mundo onde a cama- qualidade onde auferisse nem que fosse o míni- dicadas à beneficência, e nalguns casos grupos na situação de pessoas que já cumpriram prisão, da de ozono até se reestabeleceu. No mo de remuneração, seria a única solução ou que se organizam exclusivamente com essa fina- frequentaram casas de correcção, ou estiveram entanto, por todo o bem que a pandemia maneira mais viável de reabilitação, só que infe- lidade, os oriundos de países vizinhos e outros internados em centros de reabilitação no abuso lizmente poucos dos que lhes podiam satisfazer está a provocar, há também um estrago. como do Zimbabué, Zâmbia, Zaire, Nigéria, e do álcool, droga, ou outros que no consumo de essa carência, estarão na disposição de os acei- O custo em termos de vidas humanas, nalguns casos até do leste europeu, que espiri- determinadas substâncias nocivas à saúde, tar e lhes proporcionar esse desejo, que para sem falar nas mortes provocadas pelo tual e materialmente destituídos, vivem legais ou estão na rota destrutiva e carecem de adequado muitos carenciados além de tida como uma bên- vírus, é tremendo. Quantas pessoas mor- ilegalmente na África do Sul, para além de outras tratamento para delas se poderem libertar, assim ção, poderia ser o início da recuperação deseja- pessoas que ultimamente e em desespero aqui como daqueles que em crise resultante de casa- rem à fome? Quantas pessoas estão de- da. se instalaram e beneficiam do sistema de pro- mentos desfeitos, desamparo na velhice, desem- sesperadas porque perderam os seus A ajuda de cada um de nós, pequena que seja, tecção que vem sendo utilizado, tendente a mini- prego e situações de desavenças familiares fo- empregos? Quantas pessoas estão com- poderá evitar que alguns desses carenciados ve- mizar o sofrimento e desespero dessas criaturas ram deitadas ao abandono, enveredando por ca- pletamente perdidas sem saber o que fa- nham a morrer desprezados pela sociedade, nu- que em situação aflitiva aqui procuraram socorro. minhos menos indicados e dificilmente se vêm zer? ma valeta, atrás de uma parede, debaixo de uma Todos nós, em qualquer altura da nossa vida, livres; ponte, ou ao relento, em que nestes tempos frio- Os custos socio-económicos são muito logicamente uns mais, outros menos, já encon- Doentes que dependentes de medicina não te- rentos o seu único recurso para pernoitar, nor- mais elevados e duradouros dos confina- trámos ou cruzamos com pessoas desvanecidas rem dinheiro para a adquirir a fim de recuperar a malmente em passeios de ruas, é uma embala- mentos do que o próprio vírus. Mas, temo ou meias moribundas, a quem muitas vezes em saúde, enfrentam enfermidades ou carências de gem de papelão como colchão, e um pequeno que os governos e principalmente as desprezo viramos a cara ou injustamente evita- tratamento psicológico, esperam longos meses cobertor oferecido por alguma alma caridosa mos o contacto, coisa que o bom cristão nunca e nalguns casos até anos para lhes ser concedi- autocracias africanas, tenham tomado o para se agasalhar, ou até servir de peça de ves- devia fazer, mas antes e em clemência certificar- da a mensalidade de invalidez ou incapacidade, gosto a estes “estados de emergência” e tuário com que enrolado a ela vá passando os se do porquê e ter para com eles compaixão e provenientes muitas vezes de ataques de epilep- “estados de alerta” quer permitem sub- seus tristes dias de incerteza. uma palavra de conforto, já que no amanhã po- sia, cardíacos, asmáticos, diabéticos ou outra verter a Constituição, o direito civil, tudo Por outro lado, quanto a nós, como certamente demos nós vir a enfrentar essa situação. Nunca crónica deficiência; em prol de um “bem maior”. Temos de deve ser a opinião da esmagadora maioria das digas desta água não beberei, ou por esta situa- Os que sem ambição andam vagueando pela pessoas de bem, é preferível estender a mão à usar máscara obrigatoriamente em todos ção não passarei. rua ao Deus dará, as que simplesmente não têm caridade, do que optar pelo roubo, ou enveredar os locais, desinfectamos as mãos à entra- Talvez a razão consista em receio de não con- esperança no destino, ou aquelas que vivendo o pela violência sacrificando e assassinando pes- da de todos os estabelecimentos e a seguir solução para os problemas que nos pos- dia-a-dia rejeitados, explorados e sem abrigo soas inocentes e indefesas.