CONJUNTURA ECONOMICA ESTUDO ESPECIAL

DEZ ANOS DE

Há 10 anos atrás, entravam em operação os 3 primeiros gru­ pos geradores (de 60 mil kW de capacidade cada um) da Usina I de Paulo Afonso, no Rio São Francisco, num coroamento auspi­ cioso da primeira etapa dos trabalhos da CHESF Cia. Hidro-Elé­ trica do São Francisco. Simultâneamente, passavam a funcionar duas linhas primá­ rias de transmissão (de 230 kv de tensão), uma designada ini­ cialmente "linha Norte", com destino a Recife (405 km de exten­ são), e a outra, chamada "linha Sul", para Salvador (com 456 km). Em ambas as linhas haviam sido instaladas duas estações transfor­ madoras: a intermédia de Angelina, PE, e a terminal de Recife, na "linha Norte"; a intermédia de Itabaiana, SE, e a terminal de Salvador.

Para que se tenha idéia do es­ 180 mil da referida Usina I (três pantoso crescimento de geração grupos-geradores de 60 mil kW) e expansão dos "Sistemas Chesf", e os restantes 20 mil provenien­ basta assinalar que em 1955 a tes da queima de gás do subsolo respectiva produção de energia baiano, na Usina de Cotegi pe, foi de 226 milhões de kWh, en­ também da referida emprêsa de quanto em 1964 atingiu 1 624 economia mista. milhões e no decurso de 1965 Seguiram-se aos 3 primeiros chegará a cêrca de 2 bilhões. grupos da Usina I de Paulo Afon­ Em 1955, a capacidade insta­ so 3 outros geradores (de 65 mil lada da CHESF alcançava, a seu kW cada) da Usina II de Pau­ turno, 200 mil kW, dos quais lo Afonso, que entraram a ope-

.MAIO/l'6$ .1 rar em 1961 (4.8 unidade), . .. chegava a 15, ascendia a 147 em 1962 (5.8 unidade) e 1964 (6.8 1961,332 em 1963 e a 403 em unidade). Dessa Usina lI, res­ 1964, tudo indicando que, em tam a ser implantadas e a entrar 1965, superará a casa de meio em funcionamento outras 3 uni­ milhar (QUADRO I). E os "sis­ dades: a 7." (em julho de 1967, temas CHESF", que em 1955/ previsivelmente), a 8" (entre 56 abrangiam parte dos Estados outubro e dezembro de 1967) da , Sergipe, Alagoas, Per­ e a 9." (em meados de 1969). nambuco e Paraíba, integram hoje porção bem maior senão Simultâneamente, está sendo a quase total dêsses Estados e mais construída a 3. "Casa de Fôrça" os do Ceará e Rio Grande do ou Usina III de Paulo Afonso, Norte . que conterá as 8 últimas unida­ des dêsse ponto de aproveita­ REALIZAÇÕES ENTRE 1945 E 1960 mento do Rio S. Francisco, uni­ dades essas de 150 mil kW ca­ Como se recorda, a Cia. Hidro­ da, a operarem sucessivamente Elétrica do S. Francisco (Chesf) já a partir de 1970 e pelos pri­ foi criada pelo Decreto-lei n.o meiros anos da década dos 70. 8.031, de 3 de outubro de 1945, O número de municípios e dis­ e autorizada a funcionar, como tritos atendidos pela energia da em prêsa de energia elétrica, por CHESF, que em 1955/56 mal outro decreto da mesma data, o de n.O 19.706. Êsse último diplo. I _ CHESF - MUNICÍPIOS E ma outorgou concessão à CHESF DISTRITOS SERVIDOS COM ENERGIA pelo prazo de 50 anos, para o DE PAULO AFONSO 1961/ 1964 aproveitamento progressivo da I energia hidráulica do Rio S. ESTADOS 1961 1962 1963 1964* Francisco, no trecho entre Juà• zeiro (BA) e Marechal Floriano Ceará ...... 6 9 11 (AL), para o fornecimento de R. G. do Norte - 4 5 energia elétrica em alta tensão aos concessionários de serviços Paraíba · . . . . 22 34 46 47 públicos na respectiva área, bem 43 84 114 128 PE:rnambuco •• como, retpeitados os direitos de 15 34 39 Alagoas • • • • • 12 terceiros, realizar a distribuição 59 60 Sergipe • ••••• 36 43 direta de eletricidade na mesma

Bahia • • • • • • • 34 59 66 71 região. Aludida área vem sendo sucessivamente dilatada e em 20 TOTAL • • • 147 241 332 361 de agôsto do ano findo, pelo De· (') Até 30/ 6/ 64. ereto n.O 54 160, passou a abran· FONTE; CHESV. CONJUNTURA ECONÔ"\C~ 42 , COMPANHIA HIDRO-ELETRICA DO S. FRANCISCO PLANO DE ELETRIFICACAO DO NORDESTE SISTEMAS DE TRANSMISSÃO

. . • MARAN~ÃO . . .. .' ·• .. • • CEARA' •

I R. G. 00 NORTE

' ~i/ ." 0'- :." ,. • , • . ". .' . • • .',,' . c . ... . PARA IBA • ...... ' . , " .- .:. '. . -". . '.• '.. ' . ,.....' • •• P I A U I PEFHIAMílUCO

.'.. .' ' ...... ' .. . '" . '. ALAG OAS . . • •

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CONVE ~~ ÕE5

:wn-. --- .... ,,, ...... kw __ _...... _ ...u .. "", ...... ~ ...... • L .... CHESF ger também o norte dos Estados do a montagem e operação ini­ do Rio Grande do Norte e Ceará. cial dos 4.° e 5.° grupos-gerado_ res de Paulo Afonso. De então Uma vez organizada a Com­ para cá, foi implantada a 6,8 uni­ panhia' iniciou-se o estudo do dade (grupo-gerador) e inicia­ mercado consumidor regional, dos os trabalhos da Usina 1Il começando pelas regiões de (140 m x 40 m x 30 m) . maior densidade econômica e aos poucos chegando aos Estados Ao iniciar-se a década dos 60) do Rio Grande do Norte, Ceará estavam concluídas dentre ou­ e Piauí, além de atingir o sul da tras, a 2." linha (2.° circuito) Bahia e já agora o nordeste de Paulo Afonso Recife; a Juça· Minas, visando à interligação ral Vitória de Santo Antão com os Sistemas CEMIG Cen­ (PE) de 69 kv, a Salvador-Co· trais Elétricas de Minas Gerais, tegipe (60 kv), a -Ca· via Jequié Vitória da Conquis­ tu (69 kv), a Delmiro de Gou· ta (BA) e Montes Claros (MG). veia Lagoinha (AL) de 69 kv, e em prosseguimento as de: Pau­ Entre 1947 e 1948, proces­ lo Afonso Bom Nome (PE), sou-se a tomada de capitais pú­ Bom Nome Milagres (CE), blicos e privados, para a consti­ Angelim (PE) Campina Gran· tuição e funcionamento da de (MT), de 230 kv, além de CHESF e bem assim a elabora­ Milagres J uàzeiro (CE), Juà· ção dos anteprojetos, projetos, zeiro Crato (CE), Angelim trabalhos preparatórios e preli­ (PE) Viçosa (AL), de 69 kW, minares, obras de ensecadeiras e e outras em projeto . • serV1ços outros, que marcaram, Com a criação, em 1959, do com a sua criatividade e arrôjo CODENO Conselho do Desen­ técnico, um dos pontos altos da volvimento do Nordeste, substi­ evolução da engenharia brasilei­ tuído, 2 anos após, pela SUDE· ra. NE Superintendência do De· Daí até 1955/56, as obras senvolvimento do Nordeste) o atingiram tal ritmo que permiti­ início de funcionamento da ELE­ ram abrir e acabar a "catedral" TROBRÁS Centrais Elétricas da primeira Casa de Fôrça ou Brasileiras e a cooperação do Usina I (63 m x 32 m x 15 m) BNDE Banco Nacional do De· e iniciar a da Usina: 11 (108 m x senvolvimento Econômico, da 37 m x 16,5 m). CVSF Comissão do Vale do S. A abertura e o acabamento da Francisco, do DNOCS Depar· segunda Casa de Fôrça cobriram tamento Nacional de Obras con· o interregno 1956/61, aí incluin- tra as Sêcas, do MME Minis·

44 CONJUNTURA ECONOMICA 11 - ESTIMATIVA MÍNIMA DAS PREVISÕES D A DEMANDA NOS PRINCIPAIS SISTEMAS CHESF (Em milhares de kw) , . I I I I SISTEMAS 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 I 1973 I SISTEMA LESTE Paraíba ...... 45 49 53 57 61 65 69 74 79 Pernambuco ...... 190 205 248 264 279 296 315 334 356

Alagoas ." " " ...... ,, 20 22 25 27 30 32 34 37 40

Sergipe ... " ... " .... . 20 22 23 25 27 29 31 33 35

Bahia ' ...... 120 15 6 170 184 200 210 221 233 246 SUBTOTAL ...... 395 454 519 557 597 632 670 711 756 SISTEMA FORTALEZA Sist. MilagrE'S -B anabuiú -

Fortaleza "."""." 52 67 73 80 87 94 101 110 118 SISTEMAS REGIONAIS S. Francioco .... ,.,., ... 6 7 9 10 10 11 12 13 13 ...... 1 3 4 5 ' 5 5 6 6 7

R. G. do N orte ...... 8 13 21 28 30 33 35 38 41 SUBTOTAL ...... 15 23 34 43 45 49 53 57 61

TOTAL .... " ..... 462 544 626 680 729 775 824 878 935

FONTE: CHESF. tério das Minas e Energia, do Os estudos de mercado feitos BID Banco Interamericano de pela CHESF na região indicam Desenvolvimento, da AID Ali­ que a extraordinária taxa de ança para o Progresso, do BIRD crescimento energético dos "sis_ -:Banco Mundial e do EXIM­ temas CHESF", nos últimos anos BANK, são ainda maiores as deverá manter-se, senão ampli­ perspectivas de expansão da ar-se. Isso significa que, em ca­ CHESF, da 3 anos, tudo o que se vem fa­ zendo em energia elétrica no • OS "SISTEMAS CHESF" E AS Nordeste deverá duplicar, sob INTERLIGAÇÕES pena de sensível estrangulamen­ to 'do progresso regional, como se A área de concessão da pode ver do QUADRO lI, em CHESF com prep.nde 516 650 que está prevista a evolução da km2, abrangendo 7 Estados da respectiva demanda no período Federação (BA, SE, AL, PE, PB, 1965/73. nos sistemas "Leste", RN e CE). "Fortaleza" e "Regionais" .

MAIO/ '96~ 45 o "Sistema Leste" compreen­ MG), inclusive com o futuro Sis­ de, além das duas Usinas (I e tema Jequitinhonha. II) de Paulo Afonso, O sistema de transmissão principal da Com a chegada das linhas da CHESF, isto é, as duas linhas­ CHESF a Fortaleza e a previsí• tronco de 230 kv para as subes­ vel entrada em operação, entre tações do Recife e Salvador, as 1968/69, da primeira etapa da duas subestações intermediárias Usina Hidrelétrica de Boa Espe­ de Angelim (PE) e Itabaiana rança (225 mil kW, na etapa fi· (SE), as linhas secundárias de nal), no Rio Parnaíba (MA/PI), 69 kv que irradiam dessas subes­ da COHEBE Cia. Hidrelétrica tações. e demais instalações !i­ de Boa Esperança, é possível no gadas a essas linhas e subesta- máximo até o início da década çoes.- dos 70 a interligação dos siste· mas CHESF e COHEBE. O plano do "Sistema Fortale­ za" prevê a extensão da atual li­ Essa interligação CHESF-CO· nha Paulo Afonso Milagres HEBE poderá efetivar-se via (CE) até Fortaleza (efetivada Araras (açude e usina do mesmo em fevereiro de 1965), com a nome), ponto de junção das li· instalação da subestação inter­ nhas CHESF ("Sistema Farta· mediária de Banabuiú (interli­ leza") e COHEBE (via Teresi· gando com a Usina do Açude de na Piripiri), ou então através mesmo nome) . da linha Paulo Afonso ]uàzei. No plano dos "Sistemas Re­ ro (BA) Sobradinho (futura gionais CHESF", estão progra­ gl ande usina de 900 mil kW)­ madas linhas de transmissão e Boa Esperança (PI /MA) . subestações destinadas a suprir Quanto à interligação atrás as regiões: Vale do S. Francis­ assinalada, CHESF - CHERC­ co, a montante de Paulo Afon­ CER]E-CEMIG (Sul da Bahia; so; Vale do Jaguaribe (CE), on­ Nordeste, Centro e Sul de Minas; de se localiza o Açude de Orás; o Triângulo Mineiro), é desneces­ Oeste de Pernambuco-Paraíba., sário ressaltar sua relevância, eis o Rio Grande do Norte; a inter­ que, por seu intermédio, os siste­ ligação do "Sistema L e s t e mas nordestinos de eletrificação CHESF" com a Usina do Funil, se integrarão aos sistemas Cen­ no (sul da Bahia) tro-Sul e Centro-Oeste do Brasil, e com os "Sistemas CEMIG" numa rêde macro-energética das (via Jequié Vitária da Con­ mais amplas e ousadas do mun­ quista, BA, e Montes Claros, do.

ÇONjUNTURA ECONOMIC~ PROGRAMAS DA CHESF tema de Goianinha); CapeI Rio Largo (sistema de Ange­ c O n s t r ó i presentemente a lim); Cotegipe Mataripe e Ma­ CHESF a maior linha interiori­ taripe Dom João (sistema de zadora da energia de Paulo Afon­ Cotegipe) . SO, na B,ahia, qual seja o traves­ A essas linhas de tra:lSmlSSao. - são leste-oeste que fará a ligação do "sistema secundário", acres­ das Usinas com a cidade de Juà• centam-se os serviços e obras re­ zeiro (BA), permitindo deriva­ ferentes às subestações: Goiani­ ção para a zona de mineração de nha Mirueira, Macaxeira, Ilha cobre de Bonfim, ao mesmo tem­ do Retiro, Jaboatão (ampliação), po em que ensejará a eletrifi~a­ Itapessoca (seccionadora) e Pau ção rural, a irrigação e industna­ Ferro (seccionadora), estas 7 do lização da área são-franciscana sistema do Recife; Rio Largo do médio-curso do rio. (seccionadora) e Caruaru (~m­ Em equivalente nível prioritá­ pliação), do sistema de Ange~lm; rio, desenvolvem-se os trabalhos Dom João e Mataripe, do siste­ do 2.° circuito (2.2 linha) de 230 ma de Salvador. kv para Salvador, do 3,° circui­ Os sistemas "Fortan::zaL_ " e (IR e- a to (3. linha) de 230 kv para gionais" (S, Francisco, ,Senhor Recife e das subestações de Ca­ do Bonfim, Bahia, J aguanbe, Al­ tu (Recôncavo baiano), Itabaia­ to Sertão Paraibano e Rio Gran­ na (ampliação), Pirapama (pa­ de do Norte) têm igualmente ra suprir o Distrito industrial do previstos serviços e obras priori­ Cabo, próximo a Recife), Recife tários nas respectivas linhas de (ampliação), Cotegipe e Ange­ transmissão, subestações e capa­ lim (ampliação), todos relativos citares para subestações, ao sistema primário de transmis- Montam os investimentos re­ sao,- lativos a êsses programas, no Quanto ao sistema secundário biênio 1964/65, a preços de de transmissão, destacam-se os 1964, a cêrca de Cr$ 108 bi­ serviços e obras tanto das linhas lhões ' dos quais 43 bilhões no em 138 kv (Pau Ferro Miru­ siste~a "Leste", Cr$ 14 bilhões eira, de interêsse da área do R~­ no "Fortaleza" e Cr$ 51 bilhões cife), como das de 69 kv: ReCI- nos "Regionais" . fe Pontezinha Pirapama Cabo, Recife Pau Ferro, e Re­ SIGNIFICADO DAS OBRAS cife Ilha do Retiro (estas 3 do PROGRAMADAS sistema do Recife); Mirueira­ Macaxeira (sistema de Miruei­ o 3.° circuito Paulo Afonso­ ra); Oratório Santa Rita (sis- Recife (linhas Paulo Afonso-

47 MAIO/ 1965 AngeJim Pira pama e AngeJim das as indústrias de maior porte -Recife) e o 2.0 circuito Paulo de sua área, num macroprojeto Afonso Salvador (linha Paulo de cooperação entre a SUDENE, Afonso Cotegipe) des­ o CODEPE e o BNB, além de tinam-se, respectivamente, a am­ outras entidades e emprêsas. A pliar a capacidade de transmis­ subestação do Recife propiciará são de eletricidade das Usinas ampliação do fornecimento à C'a~ aos 2 maiores centros demográ­ pital pernambucana, alimentan­ ficos e econômicos do "Sistema do inclusive a nova subestação CHESF Leste", conjugando-se de 138/69 kv em instalação em amplamente às outras importan­ Mirueira, ponto-chave do supri­ tes cidades das respectivas fai­ mento da zona norte da cidade xas de influência e dando à SU­ do Recife. DENE a infra-estrutura energé­ Com a nova estação primária tica para levar avante o desen­ de Catu (BA), estão previstos o volvimento regional. refôrço do atual suprimento e O 2.0 circuito para Salvador uma nova fonte alimentadora de permitirá assim, inclusive, esten­ 69 kv na área. Destarte, além der sensivelmente a alimentação dos suprimentos para Salvador energética da zona do Recônca• (existente) e para Cotegipe e vo baiano, onde grandes cargas Bananeiras (projetados e em industriais estão sendo solicita­ execução), há a referir as 6 no­ das pela PETROBRÁS e suas vas saídas sob tensão de 69 kv: indústrias satélites. Na subesta­ duas para interligação com Co­ ção de Catu, o 2.° circuito será tegipe (circuitos já existentes), interligado ao já existente entre duas para os campos petrolíferos Paulo Afonso Itabaiana e Sal­ de Buracica e Taquipe, e as duas vador, aumentando a continuida­ outras para suprimentos a siste­ de de serviço daquela área. mas locais _ A ampliação (instalação de A subestação de Cotegipe um 2.0 transformador de 10/ (junto à atual Usina termelétri· 16,7 MVA e aparelhagem cor­ ca, de 20 mil kW) se destina a respondente) da subestação de suprir novas cargas da área pro­ Itabaiana (SE) proverá igual­ venientes da expansão da indús­ mente as necessidades adicionais tria petroquímica, interessando crescentes de sua área. A subes­ igualmente aos Inencionados tação de Pirapama (PE) desti­ campos petrolíferos e mais a Ma­ na-se a suprir o complexo indus­ taripe, Dom João e Camaçari. trial do município do Cabo, jun­ No sistema secundário de to a Recife, onde estão localiza- transmissão do "Leste", as diver-

48 CONJUNTURA ECON . ~MICA sas linhas e subestações comple­ RELEVÂNCIA DOS "SISTEMAS REGIONAIS CHESF" tam a fabulosa trama energética regional, com as linhas e subes­ o "sistema S. Francisco" des­ tações, há pouco indicadas, do tina-se a fornecer energia a vá­ sistema principal de transmissão rias localidades ao longo do Rio do "Leste", interessando desde a S. Francisco, situadas a montan­ Bahia e Sergipe, até Alagoas, te de Paulo Afonso, bem como às Pernambuco e Paraíba . cidades da zona Oeste de Per­ nambuco, como Salgueiro, Bom A linha de transmissão Mila­ Nome, Serra Talhada, Flôres, gres Bana bui ú Fortaleza, Triunfo, Parnamirim e outras. verdadeiro eixo energético do Es­ De Bom Nome, irradiarão linhas tado do Ceará, possui 400 km de de transmissão demandando Sal­ extensão, sendo 225 km de Mi­ gueiro Cabrobó e Serra Talha­ lagres a Banabuiú e 175 km de da Triunfo. Banabuiú a Fortaleza, vindo sua Por outro lado, está prevista alimentação da linha Paulo futuramente, a partir da subes­ Afonso Milagres, através da tação de Macururé, a implanta­ subestação de Milagres. Como a ção da linha de transmissão de Paulo Afonso Milagres possui 138 kv, que permitirá alimentar 254 km de extensão, a linha Pau­ a referida subestação de Cabrobó lo Afonso Fortaleza (654 km) também a partir do "sistema Se­ é uma das mais extensas do nhor do Bonfim" mundo e instrumento essencial • do papel de Paulo Afonso no Destarte, a subestação de Bom Nordeste, pois, além de servir a Nome realizará no futuro a co­ uma zona de quase 2 milhões de nexão dos sistemas "Fortaleza" "SF' ' habitantes (porção leste e cen­ . ranC1SCO" e "Senhor do Bonfim", com a vantagem de nu- tral do Ceará), de grandes po­ • • tencialidades, permite, de logo : a ma prImeIra etapa, anterior à li- eliminação dos subsídios especí• nha de transmissão Macurur:éé~ ficos para cobrir a diferença de Cabrobó, atender a Salgueiro e tarifa de energia entre Recife e Cabrobó (terra da cebola) na Fortaleza (onde tôda a eletrici­ tensão de 69 kv. Estando já im­ dade localmente gerada era de plantada e em plena operação a fonte térmica) e bem assim a linha Paulo Afonso Milagres, a economia decorrente de divisa.$' subestQção de Bom Nome pôde pela substituição da termeletri­ ter iniciada, desde já, a respecti­ cidade (importação de unidades va construção. geradoras e combustíveis) pela Cabrobô e Salgueiro, por sua hidreletricidade . vez, alimentarão ramais de 69

MAIO/ 1965 49 kv e 13,8 kv em linha de sub­ viços indispensáveis à interliga. uansmissão e distribuição primá. ção dos sistemas de Paulo Afon_ ria, buscando centros de distri­ so com as Usinas Hidrelétricas buição, sobretudo aquêles desti­ de Bananeiras e Funil (esta no nados ao bombeamento para ir­ sul da Bahia), permitindo, pois, rigação e tratamento para abas­ quanto a esta última conexão, re~ tecimento de água, permitindo forçar também o suprimento de transformar em realidade a ele­ energia ao Sistema do Rio das trificação e irrigação das exten­ Contas, que já serve às regiões sas glebas que margeiam o São de Ilhéus, e Jequié. Francisco. A Usina de Funil (no Rio das Aliás, o "Sistema S. Francis­ Contas), dispondo atualmente de co" como que desbrava uma re­ 20 mil kW de potência instala­ gião tremendamente subdesen­ da, não pode assegurar um supri­ volvida, com incipiente ou irre­ mento adequado de energia, face gular produção agrícola, sujeita ao volume de seu reservatório e a contingências verificáveis em ao regime hidrológico do Rio das outras áreas rurais do Nordeste, Contas. onde a ausência de um adequa­ Como, em decorrência das atu­ do sistema de irrigação e a es­ ais condições de funcionamento cassa precipitação pluviométrica das Usinas de Paulo Afonso e concorrem, de modo marcante, das características 'das curvas para o agravamento das virtuali­ diárias de carga típicas do Siste· dades rurais. ma CHESF, existe certa disponi· O "Sistema Senhor do Bon­ bilidade de energia de Paulo fim" prevê o fornecimento de Afonso em certas horas, poder-se­ energia às cidades de 1uàzeiro e -á, através da interligação Catu Petrolina, junto ao Rio S. Fran­ -Bananeiras Funil, estabele- cisco, ao canteiro de obras da cer o fluxo de energia no sentido Barragem do Sobradinho e à ci­ Catu Funil fora do intervalo dade de Senhor do Bonfim e lo­ 17-22 horas, efetuando-se o flu­ calidades circunvizinhas da área, xo Funil Catu dentro do inter­ especialmente rica em recursos valo 17-22 h. minerais, como o cobre, do Esta­ As obras principais do "Siste­ do da Bahia. ma da Bahia" são, pois, as linhas Já o "Sistema da Bahia", que de transmissão (em 230 kv) Ca­ compreende as obras de eletrifi­ tu Bananeiras e Bananeiras­ cação das zonas do Recôncavo Funil, e as subestações abaixado­ Baiano e das regiões Nordeste e ras, em Bananeiras e Funil, jun­ Sudeste da Bahia, inclui os ser- tamente com as duas linhas de

50 CONJUNTURA ECON6MlCA transmissão em 69 kv, entre Ba­ almente operada pelo DNOCS,­ naneiras e S. Felix, que se desti­ Dept.o Nacional de Obras Contra nam a abastecer energeticamen­ as Sêcas. Incluem-se aí as subes­ te o conjunto eletrometalúrgico tações de Curemas e a linha de que ali se instala, além de outros Milagres a Curemas. ramais em tensão de 69 kv, des­ Já o "Sistema do Rio Grande tinados a alimentar Buracica, do Norte" será constituído de 6 Taquipe, Entre-Rios e Esplana­ subestações principais, várias su­ da, BA. bestações secundárias e linhas de O "Sistema Jaguaribe", a seu transmissão de 138 kv alimenta­ turno, é a decorrência lógica e das a partir da subestação de imediata do fato de ter entrado Campina Grande II (PB), va­ recentemente em operação (fe­ lendo mencionar ainda as subes­ vereiro de 1965) o "Sistema tações de Santa Cruz, Natal, Cur­ Fortaleza", permitindo efetivar a rais Novos, Santana do Matos, ligação Banabuiú Russas, que Açu e Mossoró . promoverá a eletrificação do Va­ A linha Santa Cruz Açu pas­ le do ]aguaribe, no Ceará. sará pela subestação de Currais Assim, além de atender a pro­ Novos, que, além de seccionar a missora região cearense, que dá linha, possuirá transformadores nome ao sistema, empreende-se abaixadores na capacidade de 2 O o 1.0 passo para a interligação mil kVA para alimentação da do "Sistema Fortaleza" com o própria cidade e do circuito de "Sistema CHESF do Rio Gran­ Acari Caicó, de grandes poten­ de do Norte", pela linha de trans­ cialidades pela próspera produ­ missão prioritária Russas Mos­ ção regional de algodão da me­ soró, onde se situam as não me­ lhor qualidade. nos prioritárias subestações de A subestação de Açu é ponto Russas e linha Banabuiú Rus­ extremo da linha proveniente de sas. Santa Cruz e terá previsão para O "Sistema Alto Sertão Parai­ interligar-se com o Vale do Ja­ bano" é, por sua vez, decorrência guaribe, CE, através de Mossoró, expansiva da linha-tronco Paulo RN. Afonso Milagres Banabuiú, Assim, interessa bàsicamente o com a derivação em Milagres "Sistema do Rio Grande do Nor­ (CE) em direção a Curemas te" não apenas à eletrificação ru­ (PB) interligando a CHESF ral e desenvolvimento da cultu­ com a Usina Curemas (Açude do ra algodoeira, como à respectiva mesmo nome), de 4 mil kW de implantação, e mais aos empre­ capacidade, já exportada, e atu- endimentos salineiros litorâneos,

MAI0/1965 51 à futura indústria de álcalis (ten­ do o sal marinho como matéria. prima), à mineração e metalur. gia, especialmente do tungstênio, etc, CONCLUSÃO o capital social da CHESF as­ cende atualmente a cêrca de Cr$ 60 bilhões, com perspectivas de crescente elevação, pelos investi­ mentos maciços que vem reali­ EM QUE SE INTERESSA VOC~? zando, com a cooperação nacio­ nal e internacional de diversas Geografia, História, línguas? Livros de entidades, Arte? Escolos? Viagens? Ciência em geral ou em particular? Rádio, filmes, Não é mesmo exagêro dizer-se televisão? Aiudo às noções cujos povos que, sem Paulo Afonso, difícil se­ ainda lutam pora se livrar do miséria? não impossível teria sido à SU­ Compreensão internacional? Paz? DENE realizar o imenso progra­ Se algum ou todos êsses aspectos da ma em curso de desenvolvimen­ 'lido humana o atroem, você está entre to regional do Nordeste, urna os milhões de pessoas que têm in te rês­ scs comuns com o Unesco... Organização área geopolítica das mais sensÍ­ veis do mundo conturbado de ho- dos Nações Unidos paro Educaçõo, Ci­ - ência e Cultura. Je" E assim sendo, você deve possuir algu­ Destarte, com o aproveita­ mas dos obras da Unesco distribuídos mento progressivo dos 12 mi­ com exclusividade no Brasil pelo Fun­ lhões de kW que se poderão ob­ dação Getúlio Vargas. Examine esta listo: ter, na conjugação dos diferen­ "lo Urbonizoción en América Latino"­ tes aproveitamentos de todo o "Television Teocning Todoy" - Brcad· rio S. Francisco, as possibilidades costing Wilhout 8arriers" - "Flignt ond de interligação do Si s tem a Resettlement" - "los Nociones Unidos y CHESF com os da COHEBE e los Organismos Especializodos" - "Ma­ GURUPI-FORLUZ, ao Norte, e nuel de I'Unesco pour l'Enseignement des da CEMIG-ELETROBRÁS, ao Sclences ." O " e, mOIS.." s, I"d es .. e a'Ib uns d e orte, e dezenas de periódicos, entre os. Sul e Centro-Oeste, tudo indica quais "le Courrier de r'Unesco" - uma tenha o Brasil, no início ou mea· janela aberto poro o mundo. dos da década dos 70, um dos sistemas energéticos integrados de grande porte e eficiência, qua­ se equivalente ao dos Estados Unidos, URSS e China continen­ Praia de Botafogo. 186 Aio de Janeiro. GB tal, superando mesmo os da ín• • Caixa Postal 4081 - ZC 05 - dia e Canadá,