A Toponímia Da Região Central Mineira
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos Patrícia de Cássia Gomes Pimentel A TOPONÍMIA DA REGIÃO CENTRAL MINEIRA Belo Horizonte Faculdade de Letras 2015 Patrícia de Cássia Gomes Pimentel A TOPONÍMIA DA REGIÃO CENTRAL MINEIRA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Linguística Teórica e Descritiva. Área de concentração: Linguística Teórica e Descritiva. Linha de Pesquisa: Estudos da Variação e Mudança Linguística. Orientadora: Profª. Drª. Maria Cândida Trindade Costa de Seabra. Belo Horizonte Faculdade de Letras 2015 Ficha catalográfica elaborada pelos Bibliotecários da Biblioteca FALE/UFMG Pimentel, Patrícia de Cássia Gomes. P644t A toponímia da Região Central Mineira / [manuscrito] / Patrícia de Cássia Gomes Pimentel. – 2015. 273 f., enc. : il.,grafs, maps, tabs (color)(p&b) Orientadora: Maria Cândida Trindade Costa de Seabra. Área de concentração: Linguística Teórica e Descritiva. Linha de Pesquisa: Estudos da Variação e Mudanças Linguísticas Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Letras. Bibliografia: f. 268-272. 1. Toponímia – Teses. 2. Língua portuguesa – Variação – Teses. 3. Língua portuguesa – Regionalismos – Minas Gerais – Teses. 4. Língua portuguesa – Africanismos – Minas Gerais – Teses. 5. Língua portuguesa – Indigenismos – Minas Gerais – Teses. 6. Língua portuguesa – Lexicologia – Teses. 7. Linguagem e cultura – Minas Gerais – Teses. I. Seabra, Maria Cândida Trindade Costa de. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Letras. III. Título. CDD: 469.798 Homenagem Especial À memória de Francisco de Paula Gomes Filho, eterno Prof. Xico, meu tio e padrinho, com quem pude compartilhar o gosto pela língua portuguesa. Agradecimentos A Deus, a quem confio todos os meus sonhos e que me permite realizá-los conforme a Sua vontade; À Profª. Drª. Maria Cândida Trindade Costa de Seabra, pela acolhida carinhosa, pela orientação dedicada, pela paciência, pelos ensinamentos e pela amizade. Obrigada, ainda, por confiar a mim o desenvolvimento desta pesquisa, a qual se encontra vinculada ao Projeto ATEMIG – Atlas Toponímico do Estado de Minas Gerais, estudo desenvolvido sob sua coordenação e de extrema relevância para a Toponímia do Brasil, em especial, para a Toponímia Mineira. À Profª. Drª. Maria do Carmo Viegas pelos ensinamentos, pelo incentivo e, principalmente, pela ajuda no momento difícil que antecedeu esta trajetória; À minha mãe, Maria das Graças Gomes Pimentel, e a minha saudosa avó, Lazarina da Conceição Gomes, minhas maiores incentivadoras, com as quais, respectivamente, compartilho e compartilhei as minhas ideias, os meus projetos, os meus sonhos; À Anabelle Santos Lages, pelas contribuições oferecidas na revisão do meu pré-projeto de pesquisa, apresentado na seleção do Mestrado; À amiga Cassiane Josefina de Freitas, pela amizade que se iniciou de modo tímido, quando eu ainda fazia disciplina isolada na Pós-Graduação da Letras/UFMG, e que hoje prossegue marcada por muitos risos, por muito estudo e pelo grande companheirismo; À amiga Natália Figueiredo Silva por compartilhar comigo anseios e dúvidas, mas, principalmente, a vontade de ingressar no Mestrado da Letras/UFMG; Aos amigos que a vida me concedeu, aos meus tios e aos meus primos que, verdadeiramente, torcem por mim; Aos meus amigos de trabalho pelas palavras de apoio e de encorajamento, em especial, Agostinho Vinício da Fonseca, Aparecida Maria Ferreira dos Santos, Leonardo Soares da Silva e Vera Lúcia Nunes Monteiro; Aos meus Coordenadores, Prof. Dr. Renato Antônio Celso Ferreira e Prof. Dr. Paulo Cupertino de Lima, do Instituto de Ciências Exatas – ICEx/UFMG, pelas liberações concedidas ao longo de dois anos, a fim de eu pudesse cumprir os créditos necessários e as demais atividades previstas no Mestrado. DAS UTOPIAS Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora A presença distante das estrelas! MÁRIO QUINTANA, 1951. Resumo Com esta pesquisa, buscamos investigar e descrever o léxico toponímico da região Central Mineira, a partir dos nomes de origem africana e de origem indígena, os quais designam acidentes físicos e humanos nessa parte do território mineiro. Por resgatarem as intenções do homem no processo de nomeação do ambiente, mesmo quando se verifica um esvaziamento semântico, em razão da passagem do tempo, os estudos toponímicos se revelam de grande importância para o conhecimento de aspectos histórico-culturais de uma comunidade linguística. Parte integrante do Atlas Toponímico do Estado de Minas Gerais – ATEMIG, do qual inclusive provém o nosso corpus, este estudo seguiu os referenciais teórico-metodológicos propostos por Dauzat (1926) e Dick (1990, 1990a e 1990b) para a realização das investigações onomásticas a que nos propomos. Dos 85.391 topônimos que compõem o banco de dados sincrônico do ATEMIG, selecionamos 4.069 que se referem à Mesorregião Central Mineira. Desse recorte, identificamos 768 topônimos de origem indígena e 98 de origem africana. Para fins de análise linguística desses dados, utilizamos dicionários gerais, etimológicos e morfológicos do português, além de vocabulários específicos que reúnem palavras de origem africana e de origem indígena, como os de Castro (2001) e de Sampaio (1987). Em se tratando da origem dos topônimos, verificamos o predomínio da base banto para os termos africanos e da base tupi para os termos indígenas. Constatamos, também, um número bastante significativo de hibridismos – africano/português e indígena/português. Já a análise das taxionomias toponímicas revelou que, dentre os topônimos de origem africana, a maior ocorrência se deu para as taxionomias de natureza antropocultural; em contrapartida, para os topônimos de origem indígena, o maior número verificado foi para as taxionomias de natureza física. Em decorrência disso, constatamos ainda que a motivação toponímica mais recorrente para os topônimos de origem africana se relaciona às atividades sociais do homem, profissionais e locais de trabalho de uma comunidade, os sociotopônimos; enquanto que, para os topônimos de origem indígena, a motivação mais frequente está relacionada ao ambiente, mais especificamente às plantas e à vegetação, os fitotopônimos. Palavras-chave: Africanismo, Indigenismo, Toponímia, Léxico, Minas Gerais. Abstract In this study, we will investigate e describe the toponimic lexicon of the Mineira Central Region, based on names of African and indigenous origin, which give names to physical and human accidents in that part of the Central Mineira land.Toponymy studies are of fundamental importance for the knowledge of cultural and historical aspects of a certain community because they rescue the society´s intention in the process of naming places in the environment, even when there is a lack of semantics due to the passage of time. Being part of the Minas Gerais state toponymic ATLAS – ATEMIG, which our corpus came from, this study followed the references, theoretical and methodological, proposed by Dauzat (1926) and Dick (1990, 1990a and 1990b) to develop the investigation of onomastics proposed by this research. We selected 4.069 toponyms that refer to the Mineira Central Region, from the 85.391 found in the synchronic dada bank of ATEMIG. From those 4.069 toponyms, we identified 768 from indigenous origin and 98 from African origin. For the linguistics analyses of these dada, we used different dictionaries, being them, part of the etymology and the morphology fields in Portuguese. Besides that we also checked specific vocabularies that gather words from indigenous and African origins, such as Castro (2001) and Sampaio (1987). Talking about the origin of toponyms, we could verify the predominance of the Banto basis for the African terms and the Tupy basis for the indigenous terms. There is also a quite high amount of hybridisms – African/Portuguese and indigenous/Portuguese. The analyses of taxonomic toponyms showed that, between the toponimys of African origin, the major occurrence found were for the taxonomys of anthropological and cultural nature; on the other hand, between the toponyms of indigenous origin, the major occurrences verified were between the taxonomys of physical nature. Because of that, we could verify as well that the toponimic motivation more recurrent between the toponimys of African origin is related to human social activities, professional activities and of work places of a certain community, the sociotoponyms; while, for the toponyms of indigenous origin, the most frequent motivation is related to the environment, more specifically plants and vegetation, the phytotoponyms. Key-words: Africanism, Indigenism, Toponymy, Lexicon, Minas Gerais state. ABREVIATURAS A - Antroponímia A/Antrop – Africanismo + Antropônimo ADJsing – Adjetivo singular A/I – Africanismo + Indigenismo Antrop - Antropônimo A/P – Africanismo + Português Apl – Artigo plural ár. - Árabe Asing – Artigo singular fr. – Francês Hagio - Hagiotopônimo I/A – Indigenismo + Africanismo I/Antrop – Indigenismo + Antropônimo I/P – Indigenismo + Português I/P/Antrop – Indigenismo + Português + Antropônimo NCf – Nome composto feminino NCm – Nome composto masculino Nf – Nome feminino Nm – Nome masculino Nmf – Nome masculino/feminino (substantivo de dois gêneros) port. – Português Prep. – Preposição Spl – Substantivo plural Ssing – Substantivo