Incêndio Florestal No Pico Da Ibituruna Na Cidade De Governador Valadares – Mg: Impactos Ambientais E Proposta De Recuperação Da Área Degradada
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INCÊNDIO FLORESTAL NO PICO DA IBITURUNA NA CIDADE DE GOVERNADOR VALADARES – MG: IMPACTOS AMBIENTAIS E PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA. Flávio Ferreira da Silva, aluno do 5º período de Tecnologia em Gestão Ambiental do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia - IFMG, campus Governador Valadares, [email protected] Lenício Dutra Marinho Júnior – Professor Msc. do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia - IFMG, campus Governador Valadares, [email protected] RESUMO Os incêndios florestais em todo o planeta vêm causando danos ao meio ambiente, impactos ambientais como: perda da cobertura vegetal, mudança no micro clima, desequilíbrio ecológico, dentre outros, são sentidos nos locais de maior frequência destes incêndios. No Brasil não podia ser diferente, onde a prática agropastoril, que consiste no uso do fogo para aumentar a área de plantio e eliminação de pragas das pastagens, são repassadas por gerações, se tornando uma prática comum. O pico da Ibituruna, cartão postal da cidade de Governador Valadares situada no leste do estado de Minas Gerais, todos os anos é atingida por incêndios florestais de várias origens. Diante do exposto, o presente trabalho vem apontar alguns dos impactos sentidos, direta ou indiretamente, causados por estes incêndios e propor a recuperação da área degradada através da revegetação. Portanto, este trabalho apresenta uma análise documental dos bancos de dados do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar do Meio Ambiente e do Instituto Estadual de Florestas. Foram utilizados como recursos metodológicos pesquisas literárias, consultas à legislação vigente e aos órgãos estaduais e trabalho de campo na área para fotografar. Portanto, verificou-se a real necessidade de recuperação da área, que conforme orientação do IEF, deve ser realizada com plantio de espécies nativas da região. Palavras-chave: Incêndio florestal, degradação ambiental, recuperação de área degradada e revegetação. ABSTRACT Wildfires across the planet are causing environmental damage, environmental impacts such as loss of vegetation cover change in micro climate, ecological imbalance, among others, are felt in places of higher frequency of these fires. In Brazil could not be otherwise, where agropastoral practice, consisting in the use of fire to 1 increase the planting area and elimination of pests of pastures, are passed on for generations, becoming a common practice. The peak Ibituruna postcard city of Governador Valadares located in eastern Minas Gerais state, each year is affected by forest fires of various origins. Given the above, this paper has pointed out some of the senses, directly or indirectly impacts caused by these fires and propose the recovery of degraded areas through revegetation. Therefore, this paper presents a documentary analysis of databases Fire Brigade, Military Police of the Environment and the State Forestry Institute (SFI). We used as resources literary research, consultations with current legislation and state agencies and field work in the area to photograph. Therefore, there was a real need for restoration of the area, which according to the orientation of the SFI is to be performed by planting native species. Keywords: Forest fire, environmental degradation, restoration and revegetation of degraded area. 1 INTRODUÇÃO Os incêndios florestais têm sido considerados em todo o mundo, um dos fatores responsáveis pela diminuição das florestas. De acordo com Silva (1998), ao dominar o fogo, há aproximadamente quinhentos mil anos, o homem marcou sua história alcançando novos espaços, modificando ecossistemas e sofrendo as consequências dessas atividades. “O homem contemporâneo continua a utilizá-lo em suas atividades. O fogo em si não é bom nem ruim, é apenas um instrumento a nossa disposição. Usá-lo corretamente é uma questão de inteligência” (SILVA; IBAMA, p. 15). O Manual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA 1998), aponta o homem como principal causador dos incêndios florestais, que em sua maioria tem iniciado em decorrência de alguma atividade humana e enumerado algumas destas atividades, tais como: Prática Agropastoril, que é o uso do fogo para limpeza do terreno para fins florestais, agrícolas ou pecuários, renovação da pastagem, controle fitossanitário de pragas e ervas daninhas, prática que tem repassado por gerações; Fogueiras em áreas de visitação pública, excursionistas, trabalhadores rurais, caçadores, pescadores e lenhadores têm a necessidade de acender fogueiras, porém ao deixarem o local não apagam o fogo corretamente; fumantes, que atiram cigarros ou fósforos acesos na vegetação seca; ferrovias, que com suas atividades sobre os trilhos, manutenção, atritos liberando faíscas que, direta ou indiretamente podem ser causas de incêndios; intencionais, ateiam fogo em florestas, pastagens e margens de vias públicas, por rebeldia ou vandalismo, para satisfazerem desejos pessoais ou má 2 interpretação, por parte dos proprietários rurais, sobre medidas restritivas de proteção aos recursos naturais e criação de áreas de proteção ambiental, parques, reservas pelo governo, põem fogo intencionalmente nessas áreas por vingança. A prática agropastoril é comumente utilizada nesta região de Governador Valadares pelos pecuaristas para a renovação de pastagens, combate a pragas e controle de plantas invasoras, porém, cuidados para o confinamento do fogo dentro de suas propriedades, como o aceiro, que consiste segundo Silva (1998), numa barreira natural ou construída causando a descontinuidade do material combustível, não estão sendo tomadas, fazendo com que se propague o fogo, invadindo outros terrenos, dificultando ou até impossibilitando seu controle ou extinção. Ao longo dos anos, o Pico da Ibituruna, monumento de excepcional beleza, segundo dados da Polícia Ambiental do Estado de Minas Gerais, tem sido alvo de incêndios intencionais e de práticas agropastoril descuidadas, empobrecendo o solo daquela área, destruindo as brotações, impedindo e dificultando a regeneração da vegetação nativa, deixando visível a exposição do solo e o processo de erosão laminar e a formação das voçorocas. Segundo o Artigo 1º da Resolução nº 001/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), degradação ambiental é a alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente afetando a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as condições estéticas do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Para Lemos (2001) a degradação pode ser entendida como uma destruição, deterioração ou desgaste do meio ambiente. São os efeitos ambientais considerados negativos ou adversos e que decorrem principalmente de atividades ou intervenções humanas. Raramente o termo se aplica às alterações decorrentes de fenômenos ou processos naturais. De acordo com a NBR 10703 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a degradação do solo é a alteração das características do solo em relação aos seus diversos usos possíveis, tanto os estabelecidos em planejamento, como os potenciais. Conforme Martins (2009), área degradada é aquela que, após sofrer um forte impacto, perdeu a capacidade de retornar naturalmente ao estado original ou a um equilíbrio dinâmico, ou seja, perdeu sua resiliência. O termo recuperação é o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente. (Decreto Federal 97.632/89). 3 De acordo com Majer (1989), reabilitação é o retorno da área degradada a um estado biológico apropriado, podendo não significar o uso produtivo da área em longo prazo, como a implantação de uma atividade com fins lucrativos, visando, por exemplo, a recreação ou a valorização estético-ecológica. Restauração é a obrigatoriedade do retorno ao estado original da área, antes da degradação. Entendendo como estado original, todos os aspectos relacionados à topografia, vegetação, fauna, solo, hidrologia, etc., apresentando as mesmas características de antes da degradação (TAVARES, et al 2008). Segundo a lei 9985/00 e decreto 4340/02 do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, a recuperação é a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, podendo ser diferente da condição original, já a restauração é a restituição ao mais próximo possível a condição original, Conforme Martins (2007), as florestas apresentam capacidade de se recuperarem de distúrbios naturais ou antrópicos. Quando uma determinada área de floresta sofre um distúrbio, como desmatamento ou incêndio, a sucessão secundária promove a colonização da área aberta e conduz a vegetação através de uma série de estágios sucessionais. Em áreas onde a degradação não foi muito intensa, e o banco de sementes do solo não foi perdida e, ou, quando existem fontes de sementes próximas, a regeneração natural pode ser suficiente para a restauração florestal. Galvão (2000) destaca a incorporação de sementes de espécies arbóreas ao banco de sementes do solo, através da semeadura direta, técnica conhecida como enriquecimento e adensamento do banco de sementes; em algumas áreas, o simples revolvimento do solo, através da abertura de sulcos de pequena profundidade, cerca de 3 a 5 cm, é suficiente para estimular a germinação do banco e desencadear o processo de regeneração natural. Tavares (et al 2008) recomenda a utilização de uma mistura de espécies capaz de incorporar certo nível