A Comunidade Ribeira Da Barca, Ilha De Santiago, Cabo Verde: Experiências De Cooperativa E Estratégias Em Busca Do Bem Viver

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A Comunidade Ribeira Da Barca, Ilha De Santiago, Cabo Verde: Experiências De Cooperativa E Estratégias Em Busca Do Bem Viver UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL E CULTURAL Dissertação A Comunidade Ribeira da Barca, Ilha de Santiago, Cabo Verde: experiências de cooperativa e estratégias em busca do bem viver Admilson Robalo de Brito Xavier Pinto Pelotas – 2017 Admilson Robalo de Brito Xavier Pinto A Comunidade Ribeira da Barca, Ilha de Santiago, Cabo Verde: experiências de cooperativa e estratégias em busca do bem viver Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Antropologia, na Área de Concentração em Antropologia Social e Cultural. Orientador: Prof. Dr. Jorge Eremites de Oliveira Pelotas – 2017 Universidade Federal de Pelotas / Sistema de Bibliotecas Catalogação na Publicação P659c Pinto, Admilson Robalo de Brito Xavier Pi Pin A comunidade Ribeira da Barca, Ilha de Santiago, Cabo Verde : experiências de cooperativa e estratégias em busca do bem viver / Admilson Robalo de Brito Xavier Pinto ; Jorge Eremites de Oliveira, orientador. — Pelotas, 2017. 248 f. : il.n Pin Dissertação (Mestrado) — Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Pelotas, 2017. Pin1. Bem viver. 2. Ribeira da Barca. 3. Cooperativa em Cabo Verde. I. Oliveira, Jorge Eremites de, orient. II. Título. CDD : 301 Elaborada por Leda Cristina Peres Lopes CRB: 10/2064 Admilson Robalo de Brito Xavier Pinto A Comunidade Ribeira da Barca, Ilha de Santiago, Cabo Verde: experiências de cooperativa e estratégias em busca do bem viver Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Antropologia, na Área de Concentração em Antropologia Social e Cultural, pelo Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas. Data da Defesa: 07/04/2017. Banca examinadora: ..................................................................................... Prof. Dr. Jorge Eremites de Oliveira (Orientador) Doutor em História/Arqueologia pela PUCRS ..................................................................................... Profa. Dra. Loredana Marise Ribeiro Doutora em Arqueologia pela USP ..................................................................................... Prof. Dr. Rafael Guedes Milheira Doutor em Arqueologia pela USP ..................................................................................... Prof. Dr. Álvaro Banducci Junior Doutor em Antropologia Social pela USP Dedico este trabalho aos meus pais, Filomena Pinto e José Pinto, aos meus irmãos, Yolanda Pinto e Antonio Pinto, pelo apoio e incentivo durante essa caminhada acadêmica, e à população de Ribeira da Barca, pelo acolhimento, confiança e ensinamentos. AGRADECIMENTOS Agradeço a todas as pessoas e instituições que me apoiaram na caminhada rumo à conclusão do Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAnt), Área de Concentração em Antropologia Social e Cultural, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), localizada no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A conclusão da presente dissertação não seria possível sem o apoio do Programa de Estudantes – Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão do governo brasileiro. Sem o suporte financeiro fornecido por este programa não seria possível chegar até aqui e por este motivo registro o meu sincero agradecimento ao CNPq pela concessão da bolsa de estudos no período de maio de 2015 a abril de 2017. Também agradeço a todos os professores e técnicos administrativos que compõem o PPGAnt/UFPel pelo apoio desde a minha chegada ao Brasil. Em particular, agradeço ao meu orientador Jorge Eremites de Oliveira por aceitar me orientar neste trabalho desde a minha candidatura à bolsa do CNPq, em 2014, e também pela acolhida fraterna e apoio que fizeram como que me sentisse em casa do outro lado do Atlântico. Não poderia ainda me esquecer da professora Gláucia Péclat pelos ensinamentos recebidos na Universidade de Cabo Verde e pelos caminhos abertos no Brasil. Aos meus colegas da turma de Antropologia Social e Cultural e de Arqueologia, agradeço a parceria e amizade. Gostaria de agradecer especialmente à comunidade de Ribeira da Barca por me receber de braços abertos e por colaborar com a realização deste trabalho, pois sem seu apoio não seria possível realizar a pesquisa de campo e chegar até aqui. Sou grato a todos os meus interlocutores pelas ricas conversas e por terem partilhado comigo este sonho. À Família África, grupo de estudantes africanos organizado na cidade de Pelotas, agradeço por juntos termos matado a fome do amor e da saudade. Em particular, agradeço a Samira, Juncris, Pedro, Esdras, Mussalama, Celia, Julio, Mussa e Virgil. Gostaria de agradecer a Deus, que sempre me deu alento para continuar em frente, fazendo-me acreditar que é possível realizar os meus sonhos. Aos meus queridos pais, José Rui Xavier Pinto e Filomena Robalo de Brito Xavier Pinto, agradeço o amor e o apoio moral e emocional, e aos meus irmãos, António Carlos Pinto e Yolanda Filomena Pinto, agradeço a ajuda concedida, o incentivo e o encorajamento para vencer os obstáculos em torno do meu crescimento pessoal e profissional. Meus sinceros agradecimentos a todas essas pessoas e instituições e a outras que por ventura tenha esquecido de mencionar. RESUMO A presente dissertação de mestrado apresenta um estudo histórico e antropológico sobre cooperativismo e as estratégias de luta pelo bem viver na comunidade pesqueira de Ribeira da Barca, localizada na Ilha de Santiago, arquipélago de Cabo Verde. O objetivo geral do trabalho é compreender a organização desta comunidade com vistas a entender qual seria o bem viver a que ela aspira. Para este propósito, o estudo traz para a discussão o conceito de colonialidade do poder, dentre outros, que transcende as particularidades do colonialismo histórico português e que não desaparece com a descolonização oficial. Este conceito é recorrente em estudos sobre comunidades indígenas do continente americano e constitui-se, pois, em uma tentativa de explicar a modernidade como um processo intrinsecamente vinculado à experiência colonial. Atualmente, Cabo Verde tem sido refém do sistema-mundo e da dependência econômica do exterior, o que obriga o Estado a assinar protocolos e parcerias que visam atingir o desenvolvimento do país. Tais parcerias nem sempre satisfazem a necessidade da maioria da população nacional, como verificado na comunidade pesqueira de Ribeira da Barca, localizada na Ilha de Santiago, sobretudo por conta de um acordo sobre o domínio de pesca, assinado entre Cabo Verde e a União Europeia. Neste caso, em particular, verificou-se que a população local enfrenta muitas dificuldades de natureza socioeconômica e procura sobreviver por meio da ajuda mútua. Desse modo, surge uma forma de sociabilidade marcada pela solidariedade e busca pelo bem viver, observado na expressão “vivi dreto”, típica do crioulo cabo-verdiano, a qual tem a ver com uma alternativa à ideia de desenvolvimento convencional. Para tanto, são necessárias respostas políticas que possibilitem a cultura do estar em harmonia em detrimento da civilização do viver melhor. Trata-se de construir uma sociedade solidária e sustentável, visto que o bem viver sinaliza uma ética de suficiência para toda a comunidade e não somente para o indivíduo. Palavras-chave: Bem Viver; Comunidade Pesqueira; Colonialidade do Poder; Cooperativas em Cabo Verde; Ribeira da Barca. RESUMU Es dissertason di mestrado é um estudo stórico e antropológico sobre cooperativismu e stratégia de luta pá vivi dreto, na komunidade peskeira de Rubera da Barka, ki ta fica na Ilha de Santiago, arkipélagu de Kabu Verde. É tem como objetivo geral compreendi organizason di komunidade, ku ideia na entendi kuse ki é vivi dreto pa guentis de komunidade. Na kel studo li fazedu um discuson di conceito de colonialidade do poder, ki ta transcendi particularidadi di colonialismo storico portugês e que ki ka ta desapareci ku descolonizason oficial. Es conceito é recorrente em studos sobre komunidades indígenas na kontinente mercano e é ta constitui, um tentativa de esplica modernidadi como um processo ki sta ligado à experiência colonial. Atualmenti, Kabu Verde tem stado refém di sistema-mundo keli é pamode é ta dependi ekonômicamente di esterior, o ki ta obriga Estado a assina protocolus e parcerias ki ta visa atingi desenvolvimento di país. Kes parcerias nem sempri ta satisfaze necessidadi di maioria di populason nacional. Sima verificadu na komunidade pesqera de Rubera da Barka, localizado na Ilha de Santiago, sobretudo pamodi um acordo di pesca, assinado entre Kabo Verde ku União Europeia. Nes caso, em particular, populason local sa enfrenta tcheu dificuldades sócio-econômico e es ta procura sobrevivi graça a djunta-mo. Assi surgi um forma de sociabilidadi marcadu pá solidariedadi, na busca di vivi dreto. Es forma di bida é um alternativa à ideia de desenvolvimentu convencional. Ma pes pode, vivi dreto é necessário tem respostas políticas ki ta possibilitas vivi assi. Es pratica ta trata di construi um sociedade solidário e sustentável, pamode vivi dreto ta busca um ética de suficiência pá todo Komunidade e non somenti pá un alguem. Palavras-chave: Bem Viver; Vivi Dreto; Komunidade Pesqera; Colonialidade do Poder; Cooperativas em Kabu Verde; Rubera da Barka. ABSTRACT This dissertation presents a historical and anthropological study
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