Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas

PROGRAMA SANAR

2ª Edição 2015 - 2018

Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas

PROGRAMA SANAR

2ª Edição 2015 - 2018 Pernambuco © 2015. Secretaria Estadual de Saúde. Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.

Série A. Normas e Manuais Técnicos Tiragem: 2.ª edição – 2017, 1000 exemplares

Elaboração, distribuição e informações:

Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. Rua Dona Maria Augusta Nogueira, 519, Bongi - -PE CEP: 50751-530 Telefone: (81) 3184-0186 E-mail: [email protected] Home page: www.saude.pe.gov.br Facebook: SANAR/facebook/pages Instagran: @SANAR

Ficha Catalográfica

Pernambuco. Secretaria Estadual de Saúde. Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. Plano Integrado de Ações para o Enfretamento às Doenças Negligenciadas no Estado de Pernambuco/ SANAR – 2015 - 2018 / Secretaria Estadual de Saúde. Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. – Recife: Secretaria Estadual de Saúde, 2015. 46p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

1. Vigilância em Saúde Pública. 2. Vigilância Epidemiológica 3. Doenças Negligenciadas. 4. Controle de doenças transmissíveis. I. Título. II. Série. Governador de Pernambuco Paulo Henrique Saraiva Câmara x Vice- governador Raul Jean Louis Henry Júnior x Secretário Estadual de Saúde José Iran Costa Júnior xx Chefe de Gabinete Cecília Campos x Superintendência de Comunicação Rafael Montenegro x Secretária Executiva de Coordenação Geral Ana Cláudia Callou x Secretária Executiva Atenção à Saúde Cristina Mota x Secretária Executiva de Regulação em Saúde Andreza Barkokebas x Secretária Executiva de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde Ricarda Samara x Secretário Executivo de Administração e Finanças José Adelino dos Santos Neto x Secretária Executiva de Vigilância em Saúde Luciana Caroline Albuquerque Bezerra x Assessoria do Gabinete SEVS Ana Cláudia Simões Cardoso Alessandro Cézar Rito Serqueira Priscilla Lima x Diretora Geral de Informações e Ações Estratégicas da Vigilância Epidemiológica Patrícia Ismael de Carvalhox Diretora Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde Juliana Martins Barbosa da Silva Costa x Diretor Geral do Laboratório Central de Saúde Pública - LACEN Ovídio Araripe x Diretor da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária - APEVISA Jaime Brito x Diretor Geral de Controle de Doenças e Agravos George Santiago Dimech x Gerência de Doenças Transmitidas por Micobactérias Danyella Késsia Travassos x Coordenação de Prevenção, Vigilância e Controle da Hanseníase Olivia Juliana de Carvalho Feitosa x Coordenação de Prevenção, Vigilância e Controle da Tuberculose Cândida Maria Nogueira Ribeiro x Coordenação de Prevenção e Controle de Zoonoses e Animais Peçonhentos Francisco Duarte Farias Bezerra x Superintendência de Vigilância e Controle das Doenças Negligenciadas/Programa SANAR José Alexandre Menezes da Silva x Coordenação de Vigilância e Controle da Doenças de Chagas, Tracoma e Malária Gênova Maria de Azevedo Oliveira x Gerência de Vigilância e Controle das Doenças Negligenciadas Transmitidas por Vetores Barbara Morgana da Silva Gerência da I Regional de Saúde Residentes: Angela Roberta Lessa de Andrade x Amanda Correia Paes Zacarias Gerência da II Regional de Saúde Arianny Soares Ramos de Santana Fabianni Meneses Costa x Fernanda Vasconcelos Silva de Oliveira Gerência da III Regional de Saúde Geisany Amanda Veiga Barbalho de Moura Gaudêncio Tadeu de Andrade Costa Jaqueline Maria dos Santos x Laís Ferrari dos Santos Gerência da IV Regional de Saúde Lívia Almeida Lira Falcão Djair de Lima Ferreira Júnior x Paula Braga Ferreira Gerência da V Regional de Saúde Catarina Fábia Tenório Ferro Estagiarias: x Gerência da VI Regional de Saúde Clara Almeida de Albuquerque Sílvia Renata Gomes Gabriela de Paiva Sousa x Gerência da VII Regional de Saúde Hayana Figueiredo Gonçalves Maria Auxiliadora Alves Vasconcelos Veras Paloma de Souza Nascimento x Gerência da VIII Regional de Saúde Apoiadores do SANAR nas GERES Aline Silva Jerônimo x Gerência da IX Regional de Saúde Cintia Micheli Gondim de L. Brito – I GERES Joelma Rodrigues Ana Cristina Gomes da Silva – II GERES x Aymee Medeiros da Rocha – III GERES Gerência da X Regional de Saúde Pietra Costa, Claudia Agra, Laryssa Paes– IV GERES Mary Delania Sousa Karla Michelle de Lima Alves – V GERES x Sérgio Murilo C. de Andrade – VI GERES Gerência da XI Regional de Saúde Luciano Lindolfo – VII GERES Karla Millene Souza Lima Cantareli x Maria do Livramento F. de Freitas – VIII GERES Gerência da XII Regional de Saúde Sarah Mourão – IX GERES Daniele Uchôa Barros Alves Alessandra Tadéia Tenório Noé – X GERES Tânia Gomes de Carvalho – XI GERES Equipe técnica nível central: Rafael Ferreira de França – XII GERES

Aluizio Augusto da Silva Diagramação e Design Anabelle Bezerra Ferreira Ana Carina Sotero Rafael Azevedo de Oliveira Ana Virgínia Matos Sá Barreto Arianna Araújo Falcão Andrade e S. Alencar Apoio Administrativo Aymée Medeiros da Rocha Bárbara Morgana da Silva Maria Roseni Paulino da Paz Silva Camylla Veloso Valença Saucha Ricardo Alex de Lima Denise de Barros Bezerra Ednaldo José da Silva Fabiane Aragão Rodrigues de Carvalho Flávia Silvestre Outtes Wanderley Francisco Duarte Farias Bezerra Gênova Maria de Azevedo Oliveira Gina Cristina Freitas Farias Gleice Maria dos Santos Jorge Luiz Cruz José Alexandre Menezes da Silva José Felipe Pereira José Holanda dos Santos Neto Katia Sampaio Coutinho Lisenildo Ferreira do Nascimento Ludmila Vieira N. da Paixão Marilia Barros Gomes Michelle Caroline da Silva Santos Moraes Michelly Evangelista de Andrade Morgana de Freitas Caraciolo Osvaldo Barbosa Vânia Glaucinele da Silva Benigno LISTA DE ABREVIATURAS

APEVISA - Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária CD - Conselho Diretor CDC - Center for Diseases Control DC - Doença de Chagas EPI - Equipamento de Proteção Individual ESF - Estratégia de Saúde da Família FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz GERES - Gerência Regional de Saúde HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana IC - Indicador Composto IDH - Índice de Desenvolvimento Humano IP - Índice de Positividade LACEN - Laboratório Central de Saúde Pública MS - Ministério da Saúde OMS - Organização Mundial de Saúde OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde PCE - Programa de Controle da Esquistossomose PCDCh - Programa de Controle da Doença de Chagas PIT - Posto de Identificação de Triatomíneos SES - Secretaria Estadual de Saúde SEVS - Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde SIM - Sistema de Informação sobre Mortalidade SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação SIS-PCDCh - Sistema de Informação do Programa de Controle da Doença de Chagas SISPCE - Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose UD - Unidade Domiciliar VE - Vigilância Epidemiológica

Plano Integrado de Ações para o 5 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1: Indicadores epidemiológicos utilizados para definição dos municípios prioritários por doença. Pernambuco, 2015-2018 ...... 15

Tabela 2: Série histórica de casos para as geo-helmintíases, segundo espécie, detectadas em Pernambuco, 2004 – 2014...... 19

Quadro 1: Distribuição dos municípios prioritários para as geo-helmintíases por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018...... 20

Quadro 2:Distribuição dos municípios prioritários para esquistossomose por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018 ...... 23

Quadro 3:Distribuição dos municípios prioritários para filariose, por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018...... 25

Tabela 3: Distribuição de triatomíneos examinados, positivos e índice de infecção natural. Pernambuco, 2011 a 2014...... 29

Quadro 4: Distribuição dos municípios prioritários para doença de Chagas por Região de Saúde. Pernambuco,2015-2018 ...... 29

Quadro 5: Distribuição dos municípios prioritários para hanseníase e tuberculose por Região de Saúde.Pernambuco, 2015-2018...... 33

Quadro 6: Distribuição dos municípios prioritários para leishmaniose visceral por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018 ...... 37

2015 - 2018 6 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas LISTA DE FIGURAS

Figura 1 : Municípios prioritários para o Programa SANAR de acordo com o número de doenças negligenciadas. Pernambuco, 2015-2018...... 16

Figura 2: Modelo Lógico do Programa SANAR / 2015-2018...... 18

Figura 3: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para as geo-helmintíases. Pernambuco, 2015 ...... 20

Figura 4: Modelo Lógico do Programa SANAR – Geo-helmintíases, 2015-2018 ...... 21

Figura 5: Número de exames realizados e percentual de positividade para esquistossomose. Pernambuco, 2004-2014...... 22

Figura 6: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para esquistossomose. Pernambuco, 2015...... 23

Figura 7: Modelo Lógico do Programa SANAR - Esquistossomose, 2015-2018...... 24

Figura 8: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para filariose. Pernambuco, 2015...... 25

Figura 9: Número de exames de gota espessa e a prevalência da filariose. Pernambuco, 2004 a 2014...... 26

Figura 10: Modelo Lógico do Programa SANAR - Filariose, 2015-2018...... 27

Figura 11: Distribuição das unidades domiciliares pesquisadas, positivas para triatomíneos e índice de infestação vetorial. Pernambuco, 2010 a 2014...... 28

Figura 12: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para doença de Chagas. Pernambuco, 2015...... 29

Figura 13: Modelo Lógico do Programa SANAR - Doença de Chagas, 2015-2018...... 30

Figura 14: Coeficiente de detecção de hanseníase na população geral e em menores de 15 anos, segundo ano de diagnóstico. Pernambuco, 2004 a 2013 ...... 31

Figura 15: Taxa de incidência de tuberculose segundo ano de diagnóstico. Pernambuco, 2004 a 2013...... 32

Figura 16: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para tuberculose e hanseníase. Pernambuco, 2015-2018 ...... 32

Figura 17: Modelo Lógico do Programa SANAR- Tuberculose e Hanseníase, 2015-2018 ...... 34

Figura 18: Número de casos notificados e confirmados de leishmaniose visceral. Pernambuco, 2010-2014 ...... 35

Figura 19: Distribuição do coeficiente de incidência e proporção de letalidade por leishmaniose visceral. Pernambuco, 2010-2014...... 36

Figura 20: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para leishmaniose visceral. Pernambuco, 2015 ...... 37

Figura 21: Modelo Lógico do Programa SANAR - leishmaniose visceral, 2015-2018...... 43

Plano Integrado de Ações para o 7 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...... 13

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral ...... 14

2.2 Objetivos específicos...... 14

3. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

3.1 Seleção das doenças prioritárias ...... 14

3.2 Seleção dos municípios prioritários ...... 15

4. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

4.1 Estratégias gerais de ação do Programa SANAR ...... 17

4.2 Situação epidemiológica e estratégias de intervenção específicas por doença

4.2.1 Geo-helmintíases ...... 19

4.2.2 Esquistossomose ...... 22

4.2.3 Filariose ...... 25

4.2.4 Doença de Chagas ...... 28

4.2.5 Hanseníase e Tuberculose ...... 31

4.2.5.1 Situação epidemiológica da hanseníase ...... 31

4.2.5.2 Situação epidemiológica da tuberculose...... 31

4.2.6 Leishmaniose visceral ...... 35

4.2.7 Tracoma...... 39

5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...... 40

6. APÊNDICES

Parâmetros utilizados para tuberculose ...... 43

Parâmetros utilizados para hanseníase ...... 44

Plano Integrado de Ações para o 9 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco

APRESENTAÇÃO

O Governo de Pernambuco instituiu através do Decreto nº 39.497, de 11 de junho de 2013, o Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas – SANAR, que a partir de dezembro de 2014 foi incluído formalmente no organograma da Secretaria Estadual de Saúde como uma Superintendência. Levando em conta essa política, fica estabelecido para o próximo quadriênio (2015-2018) que o enfrentamento às doenças negligenciadas se manterá como prioridade da gestão através do fortalecimento do Programa SANAR.

Trata-se de um programa integrado que é coordenado pela Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde e que tem como base a intersetorialidade e a política do Governo do Estado, com a visão de contribuir para o reconhecimento dos direitos humanos e para o exercício da cidadania, bem como, a prevenção e proteção social contra violações dos direitos dos cidadãos.

O Estado assume mais uma vez o compromisso público de reduzir a carga dessas doenças e otimizar os recursos disponíveis para o desenvolvimento de intervenções adequadas e custos efetivas.

As atividades para o SANAR foram desenhadas considerando o planejamento estratégico da Secretaria Estadual de Saúde e visando fortalecimento da capacidade de resposta para estas doenças.

Cada uma das oito doenças incluídas nesse plano (hanseníase, tuberculose, esquistossomose, filariose linfática, geohelmintíases, doença de Chagas, leishmaniose visceral e tracoma) apresenta peculiaridades clínicas e epidemiológicas. Contudo, todas serão abordadas de forma transversal priorizando a integração com a gestão municipal do SUS, buscando concentrar esforços na atenção primária e na oferta de tratamento integral e oportuno.

Iran Costa Júnior Secretário Estadual de Saúde

Plano Integrado de Ações para o 11 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco

1. INTRODUÇÃO

O enfrentamento às doenças negligenciadas é uma ação prioritária do Governo de Pernambuco. Essas doenças fazem parte de uma agenda internacional (resolução OPAS/OMS CD49. R19, 2009) que para seu enfrentamento necessita de um conjunto articulado de ações de promoção, prevenção e controle. Para este fim, a Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco organizou uma série de intervenções em municípios prioritários por meio do Programa SANAR.

As doenças negligenciadas caracterizam-se por apresentar elevada morbimortalidade, são passíveis de intervenções tecnicamente viáveis, causam incapacidade, são preveníveis ou eliminadas com quimioterápicos e possuem disponibilidade de diagnóstico e tratamento na rede de saúde pública.

O Programa SANAR incluirá para o quadriênio de 2015-2018 oito doenças: geohelmintíases, esquistossomose, filariose, doença de Chagas, hanseníase, tuberculose, leishmaniose visceral e tracoma, que serão trabalhadas de forma integrada e com financiamento estadual.

Destaca-se como proposições para esse plano a intensificação das ações de vigilância e controle da tuberculose e hanseníase focadas na melhoria da detecção precoce de casos, tratamento do maior número de indivíduos e na oferta de referências assistenciais para os casos crônicos e graves. As ações que serão empregadas para a tuberculose e hanseníase, assim como para as demais doenças prioritárias, pretendem impactar a médio e longo prazo, na redução da circulação ambiental dos agentes etiológicos e na redução de novos casos.

Para esse enfrentamento serão utilizadas ferramentas e estratégias disponíveis que já obtiveram sucesso e as experiências das Gerências Regionais de Saúde e dos municípios em anos anteriores.

Plano Integrado de Ações para o 13 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco 2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

· Melhorar indicadores inaceitáveis de oito doenças transmissíveis negligenciadas (tuberculose, hanseníase, esquistossomose, geohelmintíases, doença de Chagas, filariose, leishmaniose e tracoma) no estado de Pernambuco.

2.2 Objetivos específicos

· Ampliar o Programa para novos municípios no Estado; · Redefinir municípios e localidades prioritários considerando os indicadores epidemiológicos inaceitáveis; · Manter e aprimorar as estratégias intra e intersetoriais que permitam fortalecimento e sustentabilidade das ações; · Acompanhar e apoiar a incorporação dos processos de trabalho de vigilância e controle dessas doenças na rede de atenção primária à saúde; · Monitorar e avaliar a implementação do Programa;

3. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

3.1 Seleção das doenças prioritárias

 A definição das doenças negligenciadas, integrantes do Programa SANAR, considerou critérios existentes em relatórios, resoluções, documentos técnicos e protocolos vigentes da Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS/OMS) e Ministério da Saúde do Brasil, estabelecendo dessa forma uma série de requisitos: · Ser uma doença para a qual se dispõem de intervenções eficazes e bem delimitadas; · Possuir estratégias alternativas de tratamento coletivo ou quimioprofilaxia; · Possuir protocolos estabelecidos e testados em várias partes do mundo com orientações para desenvolvimento de programas de eliminação e controle; · Ter protocolo nacional/estadual de vigilância epidemiológica implantado.

 São evidentes os avanços na implantação do Programa SANAR, com melhoria significativa de indicadores nas áreas de maior endemicidade para doenças negligenciadas e a sustentabilidade das estratégias implantadas (PERNAMBUCO, 2014). Desta forma, o alcance de metas, no quadriênio 2011-2014, reforçou a necessidade de revisão das prioridades, definindo novas regiões/municípios para o enfrentamento das doenças prioritárias.

 As ações de vigilância e controle do tracoma, realizadas pelo Programa SANAR, no período de 2011 a 2014, tiveram como resultado final (impacto) a redução da prevalência da doença para menos de 5,0% na população de escolares matriculados na rede pública de ensino, na faixa etária de 1 a 15 anos, nos 22 municípios prioritários (PERNAMBUCO, 2014). Diante da efetividade no controle da doença, justifica-se a não inclusão do tracoma como prioritário no Programa SANAR nesse próximo quadriênio. Entretanto, é extremamente necessário dar continuidade à vigilância de rotina e prevenção do tracoma no estado.

 A Leishmaniose Visceral (LV), considerada negligenciada e historicamente endêmica em Pernambuco, está amplamente distribuída no Estado. Diante das altas incidência e letalidade, foram definidas áreas de vulnerabilidade e estratégias prioritárias para a inclusão desta no Programa SANAR. 

2015 - 2018 14 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Dessa forma, para o quadriênio 2015-2018, mantiveram-se seis doenças trabalhadas no quadriênio anterior (geohelmintíases, esquistossomose, filariose, doença de Chagas, hanseníase, tuberculose) com a inclusão de novas localidades e municípios prioritários, além da inclusão da leishmaniose visceral na lista das doenças contempladas pelo Programa SANAR.

 3.2 Seleção dos municípios prioritários

 Para a seleção dos municípios prioritários, foram considerados os indicadores epidemiológicos específicos utilizados na rotina de análise de cada doença, considerando a disponibilidade dos dados nos sistemas de informação no período de 2010 a 2014 (tabela 1). A partir dos indicadores epidemiológicos foi estabelecida uma estratificação de risco, tomando por base os padrões recomendados pela OPAS, OMS e MS. Os municípios com maior carga de cada doença foram considerados prioritários.

 As fontes de dados utilizadas foram o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o Sistema de Informação do Programa de Controle de Esquistossomose (SISPCE), o Sistema de Informação do Programa de Controle da Doença de Chagas (SIS- PCDCh), Sistema Gerenciador do Ambiente Laboratorial (GAL), da Secretaria Estadual de Saúde.

Tabela 1: Indicadores epidemiológicos utilizados para definição dos municípios prioritários por doença. Pernambuco, 2015-2018.

Doença Prioritária Critério / Indicador epidemiológico

Municípios atendidos pelo SANAR (2011-2014) que permaneceram com Índice de Infestação Vetorial ≥10% e municípios com: índice de Doença de Chagas infestação vetorial ≥ 10% + Índice de colonização vetorial >0 + sorologia humana reagente Localidades com Índice de Positividade ≥10% em pelo menos dois anos Esquistossomose no período de 2010-2014 Filariose Municípios com transmissão autóctone

Geo-helmintíases Municípios com IDH baixo (0,500- 0,599) ou muito baixo (0-0,499)* Municípios com situação crítica no indicador composto (IC)** Hanseníase no período de 2011 a 2014

Municípios com transmissão moderada com óbito ou transmissão intensa Leishmaniose – Média de casos humanos ≥ 1,0 -(2010 2014) Visceral Municípios com situação crítica no indicador composto (IC)** Tuberculose no período de 2011 a 2014

Municípios com percentual de positividade > 5 registrado a partir dos Tracoma resultados do inquérito nacional e dos dos inquéritos amostrais do SANAR

((*) PNUD, 2010 (**)* IC = Foi constituído a partir dos indicadores HANSENÍASE (cura + contatos examinados + avaliação do grau de incapacidade + coeficiente de detecção geral) e TUBERCULOSE (cura + abandono + taxa de mortalidade + taxa de incidência), onde foram atribuídos de 1 a 3 pontos de acordo com parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde. A soma dos indicadores simples definiu a pontuação do IC, que pode variar do mínimo 4 ao máximo de 12 pontos. Sendo assim o IC foi estratificado em três faixas para classificação final: bom (4 a 5 pontos), intermediário (6 a 8 pontos) e crítico (9 a 12 pontos) (APÊNDICE A e B).

Plano Integrado de Ações para o 15 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco A partir dos critérios estabelecidos foram selecionados 141 (76%) municípios de Pernambuco. A distribuição destes em suas respectivas Regiões de Saúde está apresentada no mapa do Estado (Figura 1).

Figura 1: Municípios prioritários do Programa SANAR de acordo com o número de doenças negligenciadas. Pernambuco, 2015-2018.

Fonte: Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES-PE.

2015 - 2018 16 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas 4. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

4.1 Estratégias gerais de ação do Programa SANAR

O Programa SANAR é composto por quatro componentes: (i) Gestão; (ii) Vigilância em Saúde; (iii) Assistência à Saúde; e (iv) Educação em Saúde, que constituem a base do modelo operacional do Programa para as sete doenças prioritárias, tendo, entretanto, especificidades peculiares ao modo de enfrentamento de cada doença, em virtude de suas características epidemiológicas e distribuição espacial.

O Programa SANAR foi estruturado em um arcabouço técnico permeado fortemente por três macrofunções: Gestão; Financiamento; Monitoramento e Avaliação, a serem coordenadas pela Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde da SES-PE, devendo manter permanentes articulações: intra-setorial, com as demais secretarias executivas, diretorias, programas, instâncias gestoras do SUS, organismos não governamentais e serviços de saúde; e intersetorial, haja vista a necessidade do envolvimento das áreas de educação, meio ambiente, infraestrutura urbana, saneamento, sistema prisional, entre outras. Nesse sentido, inicialmente foi criada uma Coordenação, e posteriormente, instituiu-se a Superintendência com um quadro de técnicos para atuação específica no Programa SANAR, que desenvolvem suas atividades sediadas no nível central da SES e nas Gerências Regionais de Saúde (GERES), tendo como prioridade as atividades de campo junto às instâncias gestoras municipais e às unidades de saúde e de educação.

A Figura 2 apresenta o Modelo Lógico do Programa SANAR explicitando as estratégias de ação e os resultados previstos numa perspectiva integrada de atuação para o enfrentamento conjunto das doenças. Para cada uma delas será desenvolvido um modelo lógico específico que subsidiará não apenas a operacionalização das estratégias de enfrentamento, mas, principalmente, o monitoramento de sua execução.

Plano Integrado de Ações para o 17 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco Figura 2: Modelo Lógico do Programa SANAR, 2015-2018.

O Reduzir e/ou eliminar doenças transmissíveis negligenciadas em Pernambuco, nos municípios prioritários para

ACT cada doença, no período de 2015-2018 IMP das doenças complexidade negligenciadas ADOS INTERMEDIÁRIOS Empoderamento da T Institucionalização do - municípios prioritários das ações do SANAR gerencial e técnica na Melhoria da capacidade - Aumento do diagnóstico dos casos das doenças - Qualificação das ações de - vigilância epidemiológica e precoce, tratamento e cura implementação do controle monitoramento e avaliação Ampliação do acesso à rede - de saúde segundo o grau população sobre as doenças assistência aos pacientes nos - RESUL 2018 - valiação A 2015 - SANAR AB e VE nos municípios agravo prioritários PROCESSO cada doença informações implementação rede de saúde contrarreferência municípios prioritários protocolos na assistência implementação do programa no nivel central, regional e municipal implementação das ações do Programa Realização de campanhas educativas Suporte técnico e financeiro destinados à Integração entre pactuação das estratégias de ação para Organização dos fluxos de referência e - Planejamento das ações estratégicas para Articulação com coordenações regionais e - e muncipios prioritários) intersetorial para - de ações educativas e disseminação - - Apoio às SMS para discussão/aplicação dos Articulação intrasetorial (áreas técnicas, Geres discussão dos indicadores epidemiológicos e Aquisição e disponibilização de isumos para os Monitamento e avaliação das ações do SANAR básica, assistência farmacêutica, LACEN para - Educação continuada para os profissionais da - municipais dos programas de controle, atenção Articulação de parcerias para desenvolvimento - - Definição das unidades de referência para cada - - - MODELO LÓGICO PROGRAMA Recursos humanos, Técnicos materiais e financeiros, ESTRUTURA Gestão do Sanar | Financiamento Monitoramento e O O O E

E ORIAL O ORIAL T AMENT T ALIAÇÃO AÇÕES ORAMENT V VIGILÂNCIA A EDUCAÇÃO DIAGNÓSTICO TRA PERMANENTE REFERÊNCIA FINANCIAMENT PLANEJAMENT EPIDEMIOLÓGICA INTEGRAÇÃO DAS SUBCOMPONENTE COMUNICAÇÃO E MONIT CONTROLE VET APOIO LABORA MOBILIZAÇÃO SOCIAL CONTRARREFERÊNCIA

A

EM SAUDE SAÚDE SAÚDE GESTÃO COMPONENTE VIGILÂNCIA ASSISTÊNCIA EDUCAÇÃO EM

Doença de Chagas | Esquistossomose | Filariose | Geo-helmintíase | Hanseníase |Leishmaniose Visceral | Tuberculose

2015 - 2018 18 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas 4.2 Situação epidemiológica e estratégias de intervenção específicas por doença

4.2.1 Geo-helmintíases

4.2.1.1 Situação epidemiológica das geo-helmintíases

As geohelmintíases constituem um grupo de doenças causadas por parasitas intestinais que acometem o homem com transmissão relacionada ao solo. Os parasitas mais prevalentes são: Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancylostoma duodenale e Necator americanus. Esse conjunto de enfermidades constitui um grave problema de saúde pública em diversas regiões do mundo. Sua presença está associada, quase sempre, ao baixo desenvolvimento econômico, carência de saneamento básico e falta de higiene, uma vez que esses vermes são facilmente transmitidos pela água, alimentos, mãos e ambientes contaminados.

O impacto negativo da infecção por geo-helmintos produz, além da redução no desenvolvimento físico e mental, uma diversidade de quadros mórbidos que incluem diarreia, dores abdominais, inapetência, perda de peso, até complicações como a formação de granulomas e processos obstrutivos que exigem intervenção cirúrgica, podendo inclusive levar o paciente ao óbito. Esse quadro de morbidade é mais grave em crianças. Apesar da escassez de informações oficiais sobre a ocorrência das verminoses estima-se que, no país, a prevalência apresenta uma variação entre 2 a 36%, sendo os municípios com os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), os de maiores taxa de prevalência (BRASIL, 2012).

Em Pernambuco, nos municípios que possuem o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) implantado, a população infectada por geo-helmintos é detectada na rotina de busca ativa dos portadores de Schistosoma mansoni, sendo encontrados nos resultados laboratoriais (por ordem de frequência): Ascaris, Trichuris, Ancilostoma, Taenia, Enterobius, Strongyloides e Hymenolepis (Tabela 2).

Tabela 2: Série histórica de casos para as geo-helmintíases, segundo espécie, detectadas em Pernambuco, 2004 - 2014.

ANO Espécie 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Ascaris lumbricóides 42.456 52.596 32.649 16.850 12.685 15.482 10.670 9.089 7.526 6.635 691 Ancilostomídeos 5.025 6.782 1.864 1.306 942 1.080 948 1.235 1.370 1.562 136 Taenia sp. 427 646 508 121 144 147 195 148 292 396 41 Trichuris trichiura 12.291 16.672 9.552 6.697 2.080 5.595 5.349 3.312 3.888 3.086 344 Enterobius vermicularis 316 277 320 120 244 149 92 204 289 110 27

Strongyloides stercoralis 58 166 208 65 17 92 49 27 176 42 13

Hymenolepis nana 51 342 72 34 17 31 74 44 135 61 12 Total 60.624 77.481 45.173 25.193 16.129 22.576 17.377 14.059 13.676 11.892 1.264

Fonte: SISPCE/SEVS/SES-PE.

No período de 2011 a 2014 as ações de controle das geohelmintíases, realizadas pelo Programa SANAR, foram desenvolvidas em 40 municípios prioritários em conjunto com as ações do Programa de Controle da Esquistossomose. Em 2010, a positividade das geohelmintíases nos municípios prioritários foi de 33,2%, passando para 11,6% em 2014, o que representa uma diminuição de 65,0%.

É importante destacar a fragilidade dos registros sobre as geohelmintíases no SISPCE, seja pela dificuldade de estabelecer o diagnóstico etiológico, seja pelo preenchimento incorreto, com ausência de informações no boletim de campo nº 101 - SISPCE.

Visando o fortalecimento das ações de vigilância das geohelmintíases para o quadriênio 2015-2018, foram definidos 108 municípios prioritários que apresentam IDH baixo (0,500-0,599) ou muito baixo (0 – 0,499) (PNUD, 2010) (Figura 3 e Quadro 1).

Plano Integrado de Ações para o 19 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco Figura 3: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para as geo-helmintíases. Pernambuco, 2015.

Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE.

Quadro 1: Distribuição dos municípios prioritários para as geo-helmintíases por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018. I GERES Araçoiaba, Chã Grande e Buenos Aires, , , João Alfredo, , , II GERES Salgadinho e Vertente do Lério Água Preta, , Barreiros, Belém de Maria, Cortês, , Joaquim III GERES Nabuco, , , Primavera, Quipapá, São Benedito do Sul, Sirinhaém, Tamandaré e Xexéu , , Altinho, , Bonito, , Cachoeirinha, Camocim de São Félix, Cupira, , IV GERES , Jataúba, Jurema, , Poção, , Sairé, Santa Maria do Cambucá, São Bento do Una, São Caetano, São Joaquim do Monte, Tacaimbó e Águas Belas, , , Brejão, Caetés, Calçados, V GERES , , Correntes, Iati, Itaíba, , , , Palmerina, , Saloá, São João e Buíque, Custódia, , Inajá, Manari, Pedra, , e VI GERES VII GERES , e Terra Nova

VIII GERES Afrânio, , Lagoa Grande e Bodocó, Exu, , , , Parnamirim, Santa Cruz, Santa

IX GERES Filomena e Trindade X GERES , Carnaíba, , , , Santa Terezinha e Solidão XI GERES Betânia, , , Flores e XII GERES Itambé, e São Vicente Ferrer Fonte: SANAR/Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES-PE

Os recursos, atividades, resultados e impacto esperado são apresentados no modelo lógico do Programa SANAR para o controle das Geo-helmintíases nos municípios prioritários. Espera-se ao final do quadriênio 2015-2018, reduzir para menos de 20% a prevalência de geohelmintíases em escolares da rede pública em 108 municípios prioritários (Figura 4).

2015 - 2018 20 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Figura 4: Modelo Lógico do Programa Sanar - Geo - Helmintíases, 2015-2018.

Reduzir em 20% a prevalência de base nas escolas o o da rede pública em 108 municípios prioritários com baixo IDH até 2018 Impact Impact - a ao da eo par g o t municípios as alência acesso v e nos e ermediários ermediários pr t t da do sobr o onhecimen t c ases o t IDH ão ão ados In ados In o ases helmin - amen baix t a eo esult esult Conhecimen g de Ampliaç tr Maior populaç helmin R R - e 5 t ( em om aos eo nos c an g ários a dur os olas alunos base municipal das ases o priorit écnic a os esc t de o ole e ológic anual tr os o a o nas al asit v públic inquérit on tr sobr v v c a as not o par inquérit e a ole v ões ede c o a municípios r amos educ orma de ão par f o t o a in da dos educ enç tr após ormaç ames a v f vio x eriais e m t vidades vidades e amen in Geo-helmín v t olas en ões pr a A A a t amos ários os inquérit ma de aç a – tr bole esc e de o da e de t do de de de esen o de ão priorit ão ão ão sobr ão ão ão ão epr r amen aç aç onsecuv t aç aç aç aç finiç es a ases as c anos) tr tr an de tribuiç v a olar ealiz ealiz ealiz ealiz 14 Le R Elabor R R R Elabor anos Dis § a par § esc § municípios § § amos § 3 § pales helmin § ório t os a o olos Modelo Lógic a a oc v S e dos a eriais es ot t os os de t t or el a e t trutur v trutur c ole amen os da SE sos Humanos sos financeir sos ma Es Es as de isopor eriais de labor erial educ es c t t ormá f ecur ecur ecur ot quipamen écnic R T municípios R Diárias Combus R E in audiovisual Medic P Caix Ma Ma Manuais e pr es es t t ão aç ência à t Saúde duc Vigilância E em Saúde em Saúde Assis Componen Componen

Plano Integrado de Ações para o 21 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco 4.2.2 Esquistossomose

4.2.2.1 Situação epidemiológica da esquistossomose

A esquistossomose é uma doença parasitária causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni. No ciclo de transmissão desse verme são essenciais as coleções hídricas (rios, lagos, córregos, poças) e caramujos aquáticos do gênero Biomphalaria. A esquistossomose pode apresentar diferentes formas clínicas, desde assintomática, até formas graves, podendo levar a óbito (REY, 2008). A magnitude em função do número de casos, associada à severidade das formas clínicas, torna a esquistossomose uma doença de grande relevância enquanto problema de saúde pública.

O estado de Pernambuco é considerado a unidade federada do Brasil com maior grau de endemicidade para a esquistossomose e apresenta aproximadamente 1/3 dos óbitos (Figura 5). Em 2013, foram registrados 141 óbitos, a maioria oriunda de municípios prioritários. No Estado existem 103 municípios de seis Regiões de Saúde endêmicos para a doença. Estes estão situados no litoral, zona da mata e parte do do Estado. De acordo com o SISPCE, em 2014 foram realizados 256.660 exames parasitológicos de fezes em 117 municípios. A positividade de Schistosoma mansoni variou de 0,1% a 22,0% nos municípios endêmicos.

Observa-se na Figura 5 que houve importante redução de casos positivos, mesmo com a oscilação do número de exames realizados. A redução na positividade da esquistossomose ocorreu a partir de 2009, com maior evidência em 2012, possivelmente após a implantação do tratamento coletivo nas localidades hiperendêmicas, como também, por meio da intensificação do tratamento seletivo nas unidades de saúde em áreas de baixa a moderada transmissão.

Figura 5: Número de exames realizados e percentual de positividade para esquistossomose. Pernambuco, 2004-2014.

400.000 100,0

350.000 90,0 80,0 300.000 70,0 250.000 60,0 % 200.000 50,0

150.000 40,0

N° de exames realizados 30,0 100.000 20,2 20,0 2,6 50.000 10,0 0 0,0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Exames % Posividade

Fonte: SISPCE/SEVS/SES-PE

Foram definidas como prioritárias 56 localidades distribuídas em 26 municípios que apresentaram Índice de Positividade (IP) ≥10% em pelo menos dois anos no período de 2010-2014 (Figura 6 e Quadro 2).

2015 - 2018 22 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Figura 6: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para esquistossomose. Pernambuco, 2015.

Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE

Quadro 2: Distribuição dos municípios prioritários para esquistossomose por Região de Saúde. Pernambuco,

2015-2018.

I GERES Araçoiaba, Moreno, São Lourenço da Mata e Vitória de Santo Antão II GERES , Machados, Tracunhaém e Vicência III GERES Água Preta, Escada, , Jaqueira, Lagoa dos Gatos, Palmares, Primavera, Quipapá, Ribeirão, , São Benedito

do Sul, Sirinhaém e Xexéu

V GERES Brejão XII GERES Aliança, , Itaquitinga e Timbaúba

Fonte: Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES-PE

Os recursos, atividades, resultados e impacto esperado são apresentados no modelo lógico do Programa SANAR para o controle da esquistossomose nos municípios prioritários. Espera-se ao final do quadriênio 2015-2018, reduzir para menos de 10% a positividade as esquistossomose nas 56 localidades de 26 municípios prioritários (Figura 7).

Plano Integrado de Ações para o 23 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco Figura 7: Modelo Lógico do Programa Sanar - Esquistossomose, 2015-2018.

o Reduzir para menos de 10% a posividade da esquistossomose nas 50 localidades dos 26 municípios prioritários até 2018 Impact as da das pela c es á v a pr a e alidades do ao e gr loc das a doenç posividade municipal o asos t ência orial par nas c ansmissão ermediários t qualidade de t a er acesso tr da f SISPCE ede % e qualidade r r aos adequado 10 do do da ão ência labor o da t na da o de o er f t a ões enç e ão onhecimen ão c v ados In ossomose c e t ão arr mais pr saúde alecer a tr amen doenç t ormaç endimen f a eduç t ort om on esult de da R esquis c Melhoria in Ampliaç tr oportuno Melhoria diagnós F c a Maior de populaç R e o e e a o t de de o a par asos t órios es c saúde t t C) TS ais a par e tr (T a ossomose en de ados C a o amen t egionais os ag T t r par o c ários labor a e eenchimen amos de tr os v pr o , AB das as par alada ológic os AB o t o ole v priorit ência c v no dos da v a as égias unidades diagnos da ins asit t er t a f o a clínic e o Esquis às r o tr orma t f oris inquérit asos t es c o in a – de amen ológic dos ames par das dos t ofissionais m o x ofissionais (TS) erial educ vidades écnic ofissionais a manejo labor t o t o municípios eas de risc pr apacidade o ede t pr t ão tr asit A pr r c ossomose vidades educ o bole t v aç t t em os par dos o de e dos dos C da t da de a de T dos sele ão ão ão ão o das ár ão o o ão de ma do par esquis amen ão t ão de a ão aç aç aç aç aç aç c ão aç de ão o alv aç implemen aliaç ompanhamen es ompanhamen amen tualiz a v v actuaç SISPCE t ealiz aliaç a Ac A P A Elabor Ac Cumprimen Divulg pactuados por municípios endêmic a Capacit Assessor Capacit Capacit R v ealiz § endemias r tr § par § a § § do § vigilância § § gr § diagnós municipais § municípios § § públic § Modelo Lógic ório t os a o a v S e dos a eriais es t os os de t t or el t a e audiovisual v trutur c ole amen os da SE sos Humanos sos financeir sos ma Es eriais de labor erial educ es c t t ormá f ormulários do PCE ecur ecur ecur ot quipamen écnic in R T municípios R Diárias Combus R E F Medic P Ma Ma es t ão em ência à t aç Saúde Saúde Saúde duc Assis E Vigilância em Componen

2015 - 2018 24 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas 4.2.3 Filariose

4.2.3.1 Situação epidemiológica da filariose

A filariose linfática é uma doença crônica debilitante, causada pelo verme da espécie Wuchereria bancrofti, sendo ainda hoje um importante problema de saúde pública em algumas regiões do mundo. No Brasil, é considerada uma doença negligenciada, prevalente em populações de baixo nível socioeconômico, carentes em saneamento e água tratada. A Região Metropolitana do Recife (PE) é considerada o único foco ativo de filariose linfática no Brasil (BRASIL, 2011).

Atualmente, quatro municípios do estado de Pernambuco (Jaboatão dos Guararapes, Recife, e ) localizados na I Região de Saúde, são considerados endêmicos (Figura 8 e Quadro 3). Nesses municípios, exceto Paulista, foram realizados mais de cinco anos de tratamento coletivo nas localidades com prevalência maior que 1% e os resultados atuais sugerem o início de interrupção da transmissão. Como consequência das estratégias adotadas observa-se uma importante redução da prevalência nesses municípios, no período de 2003 a 2014. Neste último ano, foram registrados 02 casos positivos de um total de 95.263 pessoas examinadas através do método da gota-espessa (Figura 9)..

Figura 8: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para filariose. Pernambuco, 2015.

Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE

Quadro 3: Distribuição dos municípios prioritários para filariose, por Região de Saúde. Pernambuco, 2015- 2018. GERES MUNICÌPIOS Jaboatão dos Guararapes

Recife I Olinda Paulista

Fonte: Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES-PE.

Plano Integrado de Ações para o 25 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco Figura 9: Número de exames de gota espessa e prevalência da filariose. Pernambuco, 2004 a 2014.

180.000 0,700

160.000 0,600 140.000 0,500 120.000 Prevalência 100.000 0,400

80.000 0,300 60.000

Número de exames 0,200 40.000 0,100 20.000

0 0,000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: GDNTV/SEVS/SES-PE

Os recursos, atividades, resultados e impacto esperado são apresentados no modelo lógico do Programa SANAR para a filariose nos municípios prioritários. Espera-se ao final do quadriênio 2015-2018, finalizar o processo de verificação para eliminação da transmissão dessa enfermidade enquanto problema de saúde pública em 25 unidades de implementação nos municípios de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes (Figura 10).

2015 - 2018 26 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Figura 10: Modelo Lógico do Programa SANAR - Filariose, 2015-2018.

Finalizar o processo de verificação para a eliminação o da transmissão da filariose enquanto problema de saúde pública em 25 unidades de implementação nos municípios de Recife, Olinda e Jaoboatão dos Impact Guararpes até 2018 a da das e ão alência doenç o v t aç e adequado orial da omendado t pr e e ec v r ão ermediários nofic ão t e o enç da v v onhecimen ecç e da f c a limit ão oportuno pr in o ão do ão t da de do aç ados In enç ão as o asos OMS populaç c amen c t á a eduç r esult Qualific filariose R Manut abaix pela Dossiê elabor T dos Melhoria pr pela R da em olas ão aç esc ão om orial asos t e es c nas es aliaç v t v Filariose ar A as t endemias a elabor ão saúde o dos c v – asos t a c ecç de de f de o in ames por município ões par dos x o educ amen es t de t o dos pacien a omplemen enciada ão t c os en er aç a f ormaç o de e ag f e ofissionais dos municípios ofissionais g Inquérit vidades o do tr as pr es t ames A vidades v x a dos inquérit e in AS) do dos e omológic (T de de de ão das in t ão dos pr ão ão ompanhamen ão o en endêmic ão ão ão ão ão do númer aç aç aç aç aç aç aç aç eas a o ac ompanhamen ár ealiz ealiz actuaç ealiz ealiz Modelo Lógic Capacit par morbidade filarial r ansmissão P endêmic Capacit R R Nofic R Consolidaç Ac R Mobiliz do dossiê r § vigilância § T § § § § § § § § § das o os tr o ador a v S e dos a eriais o t os t o) c om cen trutur olos amen os da SE sos Humanos sos financeir sos ma Es ênio c oc erial educ v t ot ecur ecur ecur écnic R T municípios R Con de pesquisa R Armadilhas (aspir de mosquit Kit diagnós Medic Ma Pr es t Saúde Saúde Saúde igilância em Educação em Assistência à V Componen

Plano Integrado de Ações para o 27 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco 4.2.4 Doença de Chagas

4.2.4.1 Situação epidemiológica da doença de Chagas

Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença negligenciada, está relacionada às condições de vida do indivíduo. É endêmica na América Latina, atingindo cerca de 12 milhões de pessoas. Trata-se de uma doença infecciosa, que tem como agente etiológico o protozoário Trypanosoma cruzi, podendo ser transmitida por via oral, transfusional, transplante de órgão, transplacentária ou vetorial.

Provoca no homem distintas formas clínicas. Dentre essas, destacam-se por sua importância epidemiológica, as formas agudas (indício de transmissão ativa), indeterminadas (mais frequentes), cardíacas e digestivas (gravidade clínica). Estima-se que as formas agudas aparentes se manifestam em 3% dos casos em área endêmica, as indeterminadas em 50%; as cardíacas em 30%; e as digestivas em 7 a 8% (BRASIL, 2005a).

Destacam-se, por sua gravidade, a cardiopatia chagásica que ocorre em 27% dos casos, as dilatações de órgãos cavitários, que afetam principalmente o aparelho digestivo (megaesôfago, megacólon) em 6% dos infectados, e distúrbios neurológicos em 3%.(SANTOS JÚNIOR, 2002).

No Brasil, predominam os casos crônicos decorrentes de infecção por via vetorial. A média de óbitos por doença de Chagas crônica no período de 2011 a 2014 foi 115 óbitos/ano.

Pernambuco situa-se numa região originalmente de risco para a transmissão vetorial, justificando a necessidade da execução das ações de vigilância e controle entomológico. Dentre as espécies capturadas no ambiente domiciliar, destacam-se o Triatoma brasiliensis, Triatoma pseudomaculata, Triatoma sordidae, Panstrongylus lutzi e Panstrongylus megistus. O vetor é o único elemento vulnerável ao controle na cadeia de transmissão (BRASIL, 2005b).

No período de 2010 a 2014, foram pesquisadas cerca de 8.500 unidades domiciliares/ano com uma média do índice de infestação vetorial de 7,6%, (Figura 11). No que se refere ao número de triatomíneos examinados observa-se um aumento, no período de 2011 a 2014, com redução no índice de infecção natural (3,1%) (Tabela 3).

Figura 11: Distribuição das unidades domiciliares pesquisadas, positivas para triatomíneos e índice de infestação vetorial. Pernambuco, 2010 a 2014. 100000 10 90000 9 80000 8 70000 7 60000 6 50000 5 40000 4 30000 3 20000 2 10000 1 0 0 2010 2011 2012 2013 2014 Ud pesq UD pos IIV (%)

Fonte: SISPCDCh/SEVS/SES-PE. Nota: *UD – Unidade domiciliar ** IIV – Índice de infestação vetorial

2015 - 2018 28 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Tabela 3: Distribuição de triatomíneos examinados, positivos e índice de infecção natural. Pernambuco, 2011 a 2014.

Anos Examinados Positivos IIN (%)

2011 8.096 544 6,7 2012 9.605 573 5,9 2013 9.924 529 5,3

2014 9.113 287 3,1

Fonte: SISPCDCh/SEVS/SES-PE. Nota: *IIN – Índice de Infecção natural.

Após a análise dos indicadores epidemiológicos (Tabela 1), foram selecionados 19 municípios prioritários, distribuídos em sete Regiões de Saúde (Figura 12 e Quadro 4).

Figura 12: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para doença de Chagas. Pernambuco, 2015.

Fonte: SANAR/S/SES-PE.

Quadro 4: Distribuição dos municípios prioritários para doença de Chagas por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018. GERES MUNICÍPIOS II GERES III GERES Quipapá VII GERES , Terra Nova VIII GERES Afrânio, Dormentes, Orocó e

IX GERES Santa Cruz, Santa Filomena e Parnamirim X GERES Afogados da , São José do Egito, Ingazeira, Tabira, Carnaíba, Iguaraci e Itapetim XI GERES

Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE

Plano Integrado de Ações para o 29 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco Figura 13: Modelo Lógico do Programa SANAR - Doença de Chagas, 2015-2018.

o Reduzir o índice de infestação vetorial para menos de 10% nas unidades domiciliares dos 19 municípios prioritários até 2018 Impact e o e as de de da na da o por c c asos c á c e t eas pr asos ole c ão ár de tr aç diagnós de das on o pacien diagnós c vidades ão o a nas ão t humano ermediários do e oloniz do aç t c do os domicílio númer das ão o apt orial c risc ão populaç o t no ados aç t da e o do a v a da ão ão clínic enç aliz tr alt v onhecimen o o pela aç aç ados In tr t t orial c e e t a a ão os ole a básic pr omíneo tr t omológic t ônic eduç on ede esult Aumen doenç Qualific c médio R tria Qualific labor en Descen manejo r Aumen cr Maior de doenç as R a e o ar o em ões par nas dos a árias asos asos órios es c c ealiz aç t a a agudos manejo par as o a r a as Ger os das no v par omológic labor a de Chag a a t asos a par o c f os ANAR. posiv das AB endemias e en alada par v omológic t t omológic e ar educ a ório t ônic da dos UD dos ência de t ins omíneo nas en alidades priorit a-t cr t en er ç f orma SisPCDCh nas f ão e es or os dados r t doenç Doenç ários do S in aç e asos ão c humano en ambula da no – ofissionais g de (UD) de aç o écnic m ag a de tria t eis vidades es das loc pr es no ofissionais o dos es o c o a vidades pesquisa v t apacidade pr o ede c in A bole t r borrif dos aptur de a e ados de dos banc de de humano da dos tr vigilância da da orial egionais ão t r diagnós ão suscepv amen ão de ão e na ão t ão domicilar ão ão aç v o a aç doenç ão no adas ão aç ão de equipes f aç aç ão aç c aç aç tr ões c aç ão órios de e adas ole t os ompanhamen a o tr ealiz aliaç ealiz es v tualiz tualiz Nofic Ac Capacit R v actuaç vidades de c ormaç Elabor R ealiz Criaç on ealiz a ônic A A P A Capacit F a unidades domiciliar dos 19 municípios priorit R § (Sinan) § r § § c § unidades § egionais • populaç § municípios § clínic § cr § gr § diagnós labor § r § Modelo Lógic ole os ão e o tr olos e a aç v on S e dos oc a eriais es t os os de as a c ot t t or el a e t ão esidual v trutur c aç ório ole écnic o r t amen os da SE sos Humanos sos financeir sos ma Es a g eriais de erial educ as t es c t t es ormá f v ecur ecur ecur ot quipamen écnic R T municípios R Diárias Combus R E in audiovisual Fichas de nofic in EPI Medic P Bombas par químic Ma labor Ma Manuais, pr not es t Saúde Saúde Saúde igilância em Educação em Assistência à V Componen

2015 - 2018 30 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas 4.2.5 Hanseníase e Tuberculose

4.2.5.1 Situação epidemiológica da hanseníase

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica e granulomatosa, decorrente de infecção causada pelo Mycobacterium leprae, que tem a sua manutenção acentuada em áreas de risco social elevado, sobretudo no convívio domiciliar, o qual é apontado como importante espaço de transmissão da doença.

Em 2013, o Brasil diagnosticou 31.044 casos de hanseníase na população geral, correspondendo a 15,44 casos por 100.000 habitantes e 2.439 casos em menores de 15 anos, representando 5,03 casos por 100.000 habitantes. Desse total, Pernambuco contribuiu com 8,35% dos casos detectados na população geral e 11,77% nos menores de 15 anos. O Estado ocupa a 9ª colocação no país quanto ao coeficiente de detecção geral e a 4ª colocação em números absolutos de casos. O coeficiente de detecção de casos novos na população menor de 15 anos (12,14/100.000 habitantes) classifica o estado de Pernambuco como hiperendêmico, colocando-o na 6ª posição no coeficiente de detecção e na 3ª posição em número absoluto de casos (SINAN, 2015). Os casos estão distribuídos nas 12 Regiões de Saúde, no entanto, 82,0% dos casos na população geral estão concentrados na Região Metropolitana do Recife, que apresenta também 88,0% dos casos em menores de 15 anos.

No estado, há uma variação intermunicipal da taxa de detecção (2 a 188 casos por 100.000 habitantes), com municípios hiperendêmicos. Este indicador vem decrescendo anualmente em Pernambuco, com exceção do ano de 2013, quando se pode perceber um pequeno aumento (Figura 14), contudo o Estado continua sendo classificado como de endemicidade muito alta, segundo os critérios preconizados pela OMS e MS (BRASIL, 2015a).

Figura 14: Coeficiente de detecção de hanseníase na população geral e em menores de 15 anos, segundo o ano de diagnóstico. Pernambuco, 2004 a 2013

Fonte: IBGE/SINAN/Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES-PE.

4.2.5.2 Situação epidemiológica da tuberculose

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta prioritariamente os pulmões, podendo acometer outros órgãos e sistemas. A apresentação pulmonar, além de ser mais frequente é também a mais relevante, sendo a principal responsável pela transmissão da doença.

Plano Integrado de Ações para o 31 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco No Brasil, a tuberculose é um grave problema de saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,6 mil mortes em decorrência da doença. O país ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo (BRASIL, 2015b). Em 2013, o país registrou 71.897 casos novos da doença no Sinan e a taxa de incidência foi de 29,5 por 100.000 habitantes para os casos bacilíferos. Em Pernambuco ocorrem em média 4.300 casos novos de tuberculose por ano, apresentando em 2013 a 4° maior incidência e a 2° maior taxa de mortalidade entre os estados brasileiros. A tuberculose em Pernambuco foi registrada como 1º causa de morte entre pessoas vivendo com HIV/Aids no ano de 2013. A média da incidência de tuberculose no período de 2004 a 2013 em Pernambuco foi de 49,0, com uma variação de 46,6 a 52,8 (Figura 15).

Figura 15: Taxa de incidência de tuberculose segundo ano de diagnóstico. Pernambuco, 2004 a 2013.

Fonte: IBGE/SINAN/Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES. (*)Dados atualizados em Novembro/2014, sujeitos a revisão

A seleção dos municípios prioritários foi baseada na análise do indicador composto (IC) (Tabela 1 e Apêndices A e B). O IC foi estratificado em três faixas para classificação final: bom, intermediário e crítico. Foram selecionados como prioritários aqueles com situação “crítica” para as duas doenças, totalizando 15 municípios (Figura 16 e Quadro 5). Em 2014 esses municípios representaram 67% dos casos de hanseníase e 73% dos casos de tuberculose do estado.

Figura 16: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para tuberculose e hanseníase. Pernambuco, 2015-2018.

Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE.

2015 - 2018 32 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Quadro 5 - Distribuição dos municípios prioritários para hanseníase e tuberculose por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018 Abreu e Lima, , , Igarassu, I GERES , Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Recife, e Vitória de Santo Antão

II GERES Carpina III GERES Escada IV GERES VIII GERES Petrolina XII GERES Goiana Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE

Os recursos, atividades, resultados e impacto esperado são apresentados no modelo lógico do Programa SANAR para a filariose nos municípios prioritários. Espera-se ao final do quadriênio 2015-2018, curar 90% dos casos novos e examinar 75% dos contatos de hanseníase nos 15 municípios prioritários e curar 85% dos casos novos, reduzir o abandono do tratamento para 5% e reduzir a mortalidade da tuberculose em 20% nos 15 municípios prioritários (Figura 17).

Plano Integrado de Ações para o 33 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco Figura 17: Modelo Lógico do Programa SANAR - Tuberculose e Hanseníase, 2015-2018.

o Tuberculose: Curar 85% dos casos novos, reduzir o abandono do tratamento para 5% e reduzir a mortalidade em 20% nos 15 municípios prioritários até 2018. Hanseníase: Curar 90% dos casos novos e examinar 75% dos contatos nos 15 municípios

Impact prioritários até 2018. e e e e e e e t t de na os de de AB ões o t e a ão PCT t e VE par es acionais pacien pacien do ões culose ormaç g amen a aç AB e prioridades or inf ao ao AB ocesso ões oper tr de na tuber pr aç tuberculose das en es da hanseníase por monit a ência ência de ermediários ão t t das t de ador do do par aç o das t e ocessos ões TB/HAN) assis assis ão tuberculose egr pr denado t indic aç AB hanseníase o aç qualidade ão da da in t e oor aç decisão c ados In da nos nas dos da olvimen (Sinan da ão ão de esoluvidade v PCH r de aç aç aniz e ão g culose alecimen esult tuberculose saúde hanseníase desen PCT tucionaliz finidas abalho aliaç R e)or r abalho v ort asos omada Melhoria Melhoria T (R tr hanseníase F tuber Qualific de AB Melhor c hanseníase Qualific TBDR em do Melhoria no PCH de Ins a de Melhoria t a es de da da do do ão ole par em das PCH tr maior e e ole ões as oduç ões Con tr ários vigilância aç v Saúde om aç denador a e PCT c o/pr de Con t culose e Hanseníase de das municipal oor ão hanseníase do culose c priorit educ das qualidade de ão ama de enç ão saúde t t ões e a tuber ogr es aç quipes uber de da aliaç g TB/HAN E aos ama de Pr v - T eenchimen a eis em as e ogr pr da o culose das e – vidades municípios t ões das hanseníase o a Pr a vidades o o o Sinan aç situacional t t t o (PCH) básic o A ões t de nos par (PCT) as tuber do de do e asos écnic o c a t suscepv ão de amen amen amen c PCH PCH ões ão de par ormaç aç or or or t ões o aç do do culose culose inf asos triciamen unidades e e c ompanhamen Hanseníase ormaç ealiz Diagnós Ma Apoio Orien Ac Monit Monit Monit amília uber R • tuber • F dos • municipais T da • das hanseníase • inf • nas númer • PCT • PCT • populaç Modelo Lógic o as v a S e a eriais t os de t el a e os v c trutur olos e not os da SE as sos Humanos sos sos ma oc erial educ Es t ormá ot ecur ecur ecur quipamen écnic écnic R T dos municípios R financeir Diárias Combus R E inf audiovisual EPI Ma Manuais, pr t es t ência à Saúde t ducação em Saúde Assis E Vigilância em Saúde Componen

2015 - 2018 34 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas 4.2.6 Leishmaniose visceral

4.2.6.1 Situação epidemiológica da leishmaniose visceral

A Leishmaniose visceral (LV), também conhecida por calazar, é uma doença causada pelo protozoário da família Trypanosomatidae e pertence ao gênero Leishmania. A transmissão da doença ocorre pela picada de insetos flebotomíneos hematófagos do gênero Lutzomya e Phlebotomus. Possui como reservatórios principais o cão e a raposa.

A leishmaniose visceral é considerada uma antropozoonose, podendo acometer o homem quando este entra em contato com o ciclo de transmissão do parasito. Apresenta altas incidência e letalidade, principalmente em indivíduos não tratados e crianças desnutridas. É também considerada emergente em indivíduos portadores da infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV).

Atualmente, encontra-se entre as seis endemias consideradas prioritárias no mundo, acometendo anualmente quase dois milhões de pessoas segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2015).

Na América Latina, a doença já foi descrita em pelo menos 12 países, sendo que 90% dos casos ocorrem no Brasil, especialmente na Região Nordeste. No país, o Ministério da Saúde estima que quase três mil pessoas sejam infectadas anualmente (BRASIL, 2014).

Em Pernambuco, a LV é historicamente endêmica, inicialmente com caráter rural e recentemente em expansão para áreas urbanas. No período de 2010 a 2014, foram notificados 1.003 casos, sendo 473 casos confirmados - média anual de 95 (Figura 18). Nesse mesmo período foram registrados 35 óbitos (BRASIL, 2015). O coeficiente de incidência apresentou pouca variação no período de 2010-2013 (média de 0,8 casos/100.000hab.), porém em 2014 houve um aumento para 1,9 casos/100.000hab. Já em relação à letalidade houve maior variação no mesmo período, atingido seu pico em 2010 (11,6%) e o menor valor em 2011 (3,4%). Em 2014 a taxa de letalidade foi de 7% (Figura 19).

Figura 18: Número de casos notificados e confirmados de leishmaniose visceral. Pernambuco, 2010-2014.

Fonte: SINAN/SIM/SEVS/SES-PE

Plano Integrado de Ações para o 35 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco Figura 19: Distribuição do coeficiente de incidência e proporção de letalidade por leishmaniose visceral. Pernambuco, 2010-2014.

Fonte: SINAN/SEVS/SES-PE

Foram definidos 11 municípios prioritários que apresentaram nos últimos cinco anos (2010-2014) risco de transmissão classificada em intensa (alto risco) e transmissão moderada com ocorrência de óbitos (Figura 20 e Quadro 6).

Figura 20: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para leishmaniose visceral. Pernambuco, 2015.

Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE.

2015 - 2018 36 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Quadro 6: Distribuição dos municípios prioritários para leishmaniose visceral por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018. III GERES Tamandaré. IV GERES Caruaru. VII GERES Salgueiro

VIII GERES Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Petrolina. IX GERES Ouricuri e Santa Cruz XI GERES Carnaubeira da Penha e Serra T alhada. XII GERES Goiana

Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE.

Os recursos, atividades, resultados e impacto esperado são apresentados no modelo lógico do Programa SANAR para a filariose nos municípios prioritários. Espera-se ao final do quadriênio 2015-2018, tratar oportunamente 90% dos casos de leishmaniose visceral (Figura 21).

Plano Integrado de Ações para o 37 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco Figura

Modelo Lógico – Leishmaniose 21:

Modelo Lógico Pernambuco 2015 -2018 Componentes Estrutura Avidades Resultados Intermediários Impacto do Programa § Realização debuscaava de casossuspeitos § Assessoriatécnica nas unidadesbásicas de saúde Recursos Humanos paranoficaçãoe invesgação dos casos §

Técnicos da SES e dos Realização de inquérito sorológico canino nas Sanar

municípios localidades de risco(caso humanoepresençado vetor) Aumento da captação de casos T r § Realização de avaliação entomológica nas a t ar -

Recursos financeiros localidades com casos confirmados (humanos ou leishmaniose

Vigilância em oportunamen Diárias Saúde caninos) Melhoria da qualidade da Combusvel § Borrifaçãodos domicílios informação 38 § Pactuação do número de testes rápidos para Recursos materiais inquérito canino por município prioritário § viscer

Equipamentos de Capacitação dos coordenadores municipais do t

Redução da prevalência no visceral, Programa de de Controle de Leishmaniose dos e informáca e reservatório canino 90% dos municípios em vigilancia e controle da doença al audiovisual a t Armadilhas po CDC é § Elaboraçãode bolem epidemiológico 2018 2015-2018.

Kits diagnóscos (teste c

Enfrentamento àsDoenças Negligenciadas Plano Integrado deAçõesparao Maior oportunidade do rápido) asos § Descentralização do diagnósco laboratorial diagnósco laboratorial Equipamentos para (teste rápido humano) para os municípios de coleta e transporte de Assistência à § leishmaniose amostras Acompanhamento do tratamento dos casos Aumento do conhecimento sobre Saúde § Equipamentos Capacitação dos profissionais das unidades de transmissão/ prevenção de LV para borrifação saúde em manejo clínico pela população Medicamentos Materiais de laboratório Protocolos § Ação educava em conjunto com as ações de Educação em Material educavo encoleiramento dos cães nos municípios Saúde § Distribuição de folders e cartazes 4.2.7 Tracoma

4.2.7.1 Situação epidemiológica do tracoma

O tracoma é uma doença infecciosa ocular causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, sorotipos A, B, BA e C, caracterizada por uma ceratoconjuntivite crônica recidivante que pode produzir cicatrizes na conjuntiva palpebral superior, e se não tratada pode levar a cegueira.

O homem com infecção ativa é a única fonte de infecção. Pode acometer crianças e adultos, sendo as crianças menores 10 anos as mais suscetíveis e o principal reservatório do agente etiológico nas populações onde o tracoma é endêmico. A transmissão pode ocorrer de forma direta, mão-olho-mão, ou indireta, através de objetos contaminados (lençóis, toalhas e fronhas) ou por vetores mecânicos como a mosca doméstica e/ou a lambe-olhos.

O Brasil é considerado país endêmico para o tracoma segundo a OMS. O último inquérito nacional em realizado em 79 municípios de Pernambuco, no ano de 2006, revelou uma prevalência estadual de 3,3%, com predominância da forma clínica de tracoma inflamatório folicular (TF). Foram observadas variações de prevalência nos municípios entre zero e 17,7%.

No quadriênio (2011-2014), com a implantação do Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas-Sanar, foram desenvolvidas ações de vigilância e controle do tracoma em 63 municípios no período de 2011 a 2014, destes municípios 22 foram definidos como prioritários (prevalência > 5% segundo inquérito MS 2006) onde foram examinados 77.445 alunos entre 01 a 15 anos de idade, na qual todos os positivos diagnosticados foram tratados e avaliados a cada seis meses, por pelo menos duas vezes.

Em outros 41 municípios (com baixo IDH ou com áreas indígenas), foram realizadas ações focais e inquéritos escolares, totalizando 104.917 examinados no período de 2011 a 2014. No mesmo período foram padronizados 90 profissionais de municípios e das gerências regionais de saúde, e 178 escolas com elevada prevalência receberam ações de educação em saúde e prevenção do tracoma por meio da Brigada Estudantil, alcançado aproximadamente 15.000 alunos além de professores, funcionários das escolas e comunidade.

Considerando as ações realizadas e a redução da prevalência de 7,5% para 2,5% no estado, foram definidas como estratégias para o enfrentamento do tracoma no período de 2015-2018: manutenção da vigilância de rotina em áreas de extrema pobreza, inserção do tracoma na Campanha Nacional de Geo- helmintíases, Hanseníase e Tracoma e ampliação o número de profissionais padronizados.

Plano Integrado de Ações para o 39 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco 5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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2015 - 2018 42 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas APÊNDICES

Apêndice A - Parâmetros utilizados para tuberculose INCIDENCIA CURA

>35/100.000 3 PONTOS ≤70% 3 PONTOS 10-35/100.000 2 PONTOS >70-84,9% 2 PONTOS <10/100.000 1 PONTO ≥85% 1 PONTO ABANDONO MORTALIDADE ≥10% 3 PONTOS ≥4/100.000 3 PONTOS 5,1-9,9% 2 PONTOS 2-3,9/100.000 2 PONTOS ≤5% 1 PONTO <2/100.000 1 PONTO

Plano Integrado de Ações para o 43 2015 - 2018 Enfrentamento às Doenças Negligenciadas Pernambuco APÊNDICE

Apêndice A - Parâmetros utilizados para hanseníase DETECÇÃO AVALIAÇÃO DO GI NR E/OU SR

>18/100.000 3 PONTOS ≤80% 3 PONTOS 6-18/100.000 2 PONTOS >80-89,9% 2 PONTOS <6/100.000 1 PONTO 90-100% 1 PONTO CURA % CONTATOS EXAMINADOS <75% 3 PONTOS <50% 3 PONTOS ≥75 - 89,9% 2 PONTOS 50-74,9% 2 PONTOS ≥90% 1 PONTO ≥ 75% 1 PONTO

2015 - 2018 44 Plano Integrado de Ações para o Pernambuco Enfrentamento às Doenças Negligenciadas

P Á T R I A E D U C A D O R A