Um Estudo Sobre O Pólo Mineroquímico Em Cajati-Sp
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UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara - SP MANUELA MARTINS DA COSTA AQUINO OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DA MINERAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE O PÓLO MINEROQUÍMICO EM CAJATI-SP. ARARAQUARA – S.P. 2019 MANUELA MARTINS DA COSTA AQUINO OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DA MINERAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE O PÓLO MINEROQUÍMICO EM CAJATI-SP. Dissertação de Mestrado, apresentado ao Conselho, Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais. Linha de pesquisa: Estado, Sociedade e Políticas Públicas Orientador: Prof. Dr. Rafael Alves Orsi Bolsa: CAPES ARARAQUARA – S.P. 2019 Aquino, Manuela Martins da Costa Os impactos socioambientais da mineração: um estudo sobre o pólo mineroquímico em Cajati-SP. / Manuela Martins da Costa Aquino — 2019 92 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) — Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências e Letras (Campus Araraquara) Orientador: Rafael Alves Orsi 1. Mineração. 2. Desenvolvimento desigual. 3. Impactos socioambientais. I. Título. Ficha catalográfica elaborada pelo sistema automatizado com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). MANUELA MARTINS DA COSTA AQUINO OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DA MINERAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE O PÓLO MINEROQUÍMICO EM CAJATI-SP. Dissertação de Mestrado, apresentado ao Conselho, Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais. Linha de pesquisa: Trabalho e Movimentos Sociais Orientador: Prof. Dr. Rafael Alves Orsi Bolsa: CAPES Data da defesa: 08/03/2019 MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: Presidente e Orientador: Prof. Dr. Rafael Alves Orsi. Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara Membro Titular: Prof. Drª. Renata Medeiros Paoliello Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara Membro Titular: Prof. Dr. Frederico Daia Firmiano Universidade do Estado de Minas Gerais-UEMG Local: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Ciências e Letras UNESP – Campus de Araraquara AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer ao professor Rafael Alves Orsi pela dedicação na construção deste trabalho e pela fraterna acolhida durante este processo. À professora Renata Poliello e professor doutor Frederico Firmiano pelas valorosas contribuições teóricas que aportaram para este estudo. Aos companheiros e companheiras do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) que me orientaram e possibilitaram minha aproximação com a temática da mineração. A todas e todos que me confiaram e me acolheram no município de Cajati-SP. Aos meus pais por todo apoio e incentivo na continuidade dos meus estudos. E ao querido companheiro Filipe, pela paciência nos momentos mais tensos, pela disposição em me acompanhar no campo, contribuir com as fotografias e principalmente pelo carinho e apoio. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. “Lira Itabirana” I O Rio? É doce. A Vale? Amarga. Ai, antes fosse Mais leve a carga. II Entre estatais E multinacionais, Quantos ais! III A dívida interna. A dívida externa A dívida eterna. IV Quantas toneladas exportamos De ferro? Quantas lágrimas disfarçamos Sem berro? Carlos Drummond de Andrade (1984) RESUMO Entre os anos de 2000 e 2010 o setor mineral se tornou um dos mais importantes da economia brasileira, impulsionado pela demanda do mercado mundial e com o apoio do Estado por meio de volumosos repasses de recursos públicos e proposição de legislações. Apesar do avanço e a importância que o setor mineral passa a exercer na economia, este não se transformou, por sua vez, em um crescimento sustentável e um desenvolvimento endógeno para o país. Este trabalho tem o objetivo de compreender como a atividade mineral organizada mundialmente por meio das Indústrias Extrativas Minerais (IEM) transnacionais materializam suas atividades no território e quais são os impactos sociais, ambientais e econômicos desta atividade. Para esta finalidade propomos um estudo do pólo mineroquímico no município de Cajati, sendo este o maior do Estado de São Paulo. A proposta metodológica inicia-se com uma revisão sobre desenvolvimento desigual dos territórios a partir das mudanças econômicas mundiais e das agendas de governo. Em um segundo momento, analisamos as especificidades do modelo da extração mineral relacionada à localidade, à questão ambiental por se tratar de recursos não renováveis e com alto grau de degradação ambiental, e a questão legislativa. E por fim, realizamos um estudo de caso sobre o pólo mineroquímico de Cajati, desenvolvendo incursões a campo nas quais foram possíveis a utilização dos recursos fotográficos para registros e a realização de entrevistas semiestruturadas com o objetivo de trazer as reflexões dos moradores do município Palavras-chave: Mineração, desenvolvimento desigual, impactos socioambientais. ABSTRACT Between the years of 2000 and 2010, the mineral sector become one of the most important of the brazilian economy, driven by the demand of world market and with support from the State by means of bulky transfers of public resources and the proposition of the legislations. Despite of the advance and the importance that the mineral sector starts exercise on the economy, this do not reflected, in its turn, in a sustainable growth and in an endogenous development to the country. This research has the objective of understand how the worldly organized mineral activity materialize its activities in the territory e who are the social, the environmental and the economics impacts of this activity. For this purpose we propose a study of the chemical mining pole in the county of Cajati, the biggest chemical mining pole of Sao Paulo State. The methodological purpose starts with a revision about the uneven development of the territories from the world economic changes and the government agenda. In a second moment, we analyze the specificities of the model of mineral extraction related to the locality, the environmental question to be treated of non-renewable resources and the legislative question. As also it present innumerable conflicts with the local communities, a strong concentration of lands and a high grade of environmental degradation. Finally, we carried out a case study on the Cajati mining area, developing field trips in which it was possible to use photographic resources for records and to carry out semi-structured interviews with the purpose of bringing the reflections of the residents of the municipality. Keywords: Mining, uneven development, social, environmental and economics impacts. LISTA DE FOTOS Foto 1 Vista aérea do polo industrial 66 Foto 2 Vista aérea da cava 69 Foto 3 Vista aérea da cava 69 Foto 4 Área alagada pela mineradora 73 Foto 5 Minérios estocados a céu aberto 73 Foto 6 Praça em Frente a Mosaic 74 Foto 7 Principal rua comercial de Cajati 74 Foto 8 Quintal da casa 79 Foto 7 Platôs formados pelo estéril 79 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Exportações Brasil 2002 31 Gráfico 2 Exportações Brasil 2010 31 Gráfico 3 Exportações Brasil 2002- 2010 por categoria 32 Gráfico 4 Companhias mineradoras por região 60 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Exportações do Brasil para a China 30 Tabela 2 Classificação de barragens 58 Tabela 3 Índices de desenvolvimento São Paulo, Registro e Cajati 63 Tabela 4 Arrecadação CFEM 71 Tabela 5 Impactos da atividade mineral 76 Tabela 6 Nome e ocupação dos entrevistados 76 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANA – Agência Nacional de Águas ANM – Agência Nacional de Mineração BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo CFEM – Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais CPT – Comissão Pastoral da Terra DPMN – Departamento Nacional de Produção Mineral EUA – Estados Unidos da América FHC – Fernando Henrique Cardoso FMI – Fundo Monetário Internacional IBRAM – instituto Brasileiro de Mineração ICMS – Imposto sobre Circulação De Mercadorias e serviços IEM – Indústria Extrativa Mineral IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas MAM – Movimento pela Soberania Popular na Mineração MDS – Ministério do Desenvolvimento Social ONG – Organização não governamental PMD – Plano Nacional de Mineração PPDSM – Plano Plurianual para o Desenvolvimento do Setor Mineral PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego PROUNI – Programa Universidade para Todos PSB - Partido Socialista Brasileiro PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira PT – Partido dos Trabalhadores UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” USP – Universidade de São Paulo SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 12 2. O DESENVOLVIMENTO DESIGUAL: GLOBALIZAR O MERCADO E 15 MUNDIALIZAR AS DIFERENÇAS 2.1 A mundialização de um projeto político 21 2.2 Neodesenvolvimentismo: novo discurso antigas práticas 28 3. OS (DES)CAMINHOS DA MINERAÇÃO 40 3.1 As políticas de Estado como solução para o capital 44 3.2 Os custos socioambientais de uma opção pela mineração 49 4. POLO MINEROQUÍMICO DE CAJATI-SP 60 4.1 Vale do Ribeira 61 4.2 O município de Cajati, uma história da Mineração 64 4.3 Os pontos de vista sobre a mineração 71 CONSIDERAÇÕES FINAIS 84 REFERÊNCIA 88 12 1 INTRODUÇÃO A mineração se tornou um dos principais setores para a economia do país. Impulsionada pela