Manual De Anilhamento De Aves Silvestres Manual De Anilhamento De Aves Silvestres Icmbio
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Manual de Anilhamento de Aves Silvestres Manual de Anilhamento de Aves Silvestres ICMBio Presidente da República INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE JAIR MESSIAS BOLSONARO Presidente FERNANDO CESAR LORENCINI MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Ministro Diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade RICARDO DE AQUINO SALLES MARCOS AURÉLIO VENANCIO Secretário Executivo Coordenador Geral de Estratégias para Conservação (Substituto) LUÍS GUSTAVO BIAGIONI DANIEL SANTANA LORENZO RAÍCES Secretário de Biodiversidade Coordenadora do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves EDUARDO SERRA NEGRA CAMERINI Silvestres PRISCILLA PRUDENTE DO AMARAL | 2 | Manual de Anilhamento de Aves Silvestres ICMBio MANUAL DE ANILHAMENTO DE AVES SILVESTRES CAPA Wagner da Costa Gomes ORGANIZADORES Antonio Emanuel Barreto Alves de Sousa FOTO DA CAPA Patrícia Pereira Serafini Glauber Siqueira SUPERVISÃO TÉCNICA E REVISÃO FINAL ILUSTRAÇÕES Priscilla Prudente do Amaral Cristiano Marcelo da Silva Nascimento Arlindo Gomes Filho Vicente de Paula Nascimento Júnior Catalogação na fonte: Biblioteca do ICMBio PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO Marília Ferreira CATALOGAÇÃO E NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA Lúcia Lanari Ozolins M294m Manual de Anilhamento de Aves Silvestres / Organizadores: Antônio Emanuel Barreto Alves de Sousa e Patrícia Pereira Serafini. 3ª ed. rev. e ampl. Brasília: ICMBio, Cemave, 2020. 113 p. : il. color. ; 29,7 cm ISBN 978-85-61842-61-1 (versão online) 1. Ave silvestre. 2. Anilhamento. 3. Técnica de marcação. I. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. II. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres. CDU 598.2 | 3 | Manual de Anilhamento de Aves Silvestres ICMBio Sumário Apresentação .............................................................................................................................................................. 5 Breve histórico do anilhamento .................................................................................................................................. 6 Código de ética do anilhador...................................................................................................................................... 8 Conceitos, aplicações do anilhamento e noções de desenho amostral ................................................................... 10 Técnicas de captura de aves ...................................................................................................................................... 13 Contenção e transporte de aves ............................................................................................................................... 23 Anilhamento .............................................................................................................................................................. 26 Coleta de dados ........................................................................................................................................................ 31 Análises demográficas baseadas em dados de captura-marcação-recaptura .......................................................... 43 Primeiros socorros em aves ....................................................................................................................................... 54 Marcadores auxiliares ............................................................................................................................................... 63 Determinação da idade de aves neotropicais com base no ciclo de mudas ........................................................... 70 Recomendações para captura, anilhamento e processamento de beija-flores ........................................................ 89 Técnicas de captura e anilhamento de aves de rapina ............................................................................................. 96 Captura, contenção, acondicionamento e anilhamento de aves marinhas ........................................................... 103 Técnicas de captura e marcação de aves limícolas ................................................................................................. 107 | 4 | Manual de Anilhamento de Aves Silvestres ICMBio Apresentação Com o objetivo de divulgar os procedimentos para o do Centro é a qualidade do anilhamento e a capacitação dos uso da técnica de anilhamento de aves silvestres, o CEMAVE anilhadores. Nesse sentido, esta terceira edição será dispo- organizou esta terceira edição do Manual de Anilhamento nibilizada em formato eletrônico e de forma gratuita, faci- de Aves Silvestres, atualizando conceitos e aprimorando as litando o acesso à publicação e a maior divulgação de seu orientações para a aplicação dessa técnica e de outros tipos conteúdo. de marcadores. Na presente edição, novos capítulos e tópicos foram adi- A marcação por anilhamento é uma técnica de campo cionados e outros revisados e atualizados. Entre as novidades, fundamental em pesquisas de longa duração e no monito- destacam-se os tópicos sobre desenho amostral e análise de da- ramento de aves, sendo de grande importância para a con- dos de anilhamento, o Código de Ética do Anilhador, primeiros servação das espécies, pois fornece dados de distribuição, socorros em aves durante trabalhos de captura e anilhamento, sobrevivência, sucesso reprodutivo, longevidade, dispersão, biossegurança e métodos para determinação de idade de aves migração, comportamento e estrutura social, resposta ao neotropicais com base nos ciclos de vida e de mudas das aves. manejo, dentre outras informações. O anilhamento permite, Além disso, a publicação apresenta orientações especiais para ainda, o reconhecimento e o acompanhamento de indivíduos determinados grupos como beija-flores, aves limícolas, aves por meio da coleta de dados e/ou de material biológico como marinhas e rapinantes. peso, tamanho, sangue e ectoparasitas, gerando informações Lembramos que toda manipulação de animais em pesqui- indispensáveis para entendermos como a demografia e distri- sa científica, especialmente o uso de armadilhas e iscas vivas, buição de aves silvestres respondem às mudanças ambientais, deve considerar a ética e o bem-estar animal. Devemos ser cui- contribuindo para o progresso científico e para as tomadas de dadosos na escolha e utilização das técnicas aqui propostas, decisão de manejo e conservação. considerando sempre a experiência de quem aplica, a espé- Dados de anilhamento vêm subsidiando políticas públicas cie-alvo, as condições locais e as questões de biossegurança. importantes no Instituto Chico Mendes de Conservação da Desejamos aos anilhadores uma ótima leitura e que este Biodiversidade (ICMBio), como a avaliação do estado de con- Manual possa realmente contribuir para o aprimoramento da servação das aves brasileiras e a elaboração e implementação atividade de marcação de aves no Brasil. dos planos de ação para conservação de espécies ameaçadas. Juntamente com outros métodos, o uso da técnica de anilha- mento tem sido recomendado para os projetos de monitora- mento de aves em unidades de conservação, constando, in- clusive, em protocolos padronizados adotados pelo Instituto. O CEMAVE tem grande interesse em aumentar o número de aves anilhadas no Brasil, o número de recuperações e tam- PRISCILLA PRUDENTE DO AMARAL bém o número de anilhadores, mas a preocupação principal Coordenadora do CEMAVE | 5 | Manual de Anilhamento de Aves Silvestres I CAPÍTULO 1 | Breve histórico do anilhamento para regiões quentes a fim de passarem o inverno. Para ex- Figura 1: Hans Christian Cornelius Breve histórico do anilhamento plicar o aparecimento de espécies em determinados períodos Mortensen, pioneiro no uso do anilhamento de aves com e desaparecimento em outros, elaborou várias teorias. Uma fins científicos. (Foto disponível delas afirmava que as aves, quando desapareciam, estavam em http://en.wikipedia.org/ João Luiz Xavier do Nascimento wiki/Hans_Christian_Cornelius_ hibernando e, por muitos séculos tal ideia foi aceita. Os se- Mortensen). Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres guidores de Aristóteles acreditavam que no outono as aves (CEMAVE) - ICMBio desapareciam porque passavam por um estado de torpor no Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo qual elas permaneciam durante a estação fria, escondidas em Rodovia BR-230 Km 10 ocos de árvores, cavernas ou na lama dos pântanos. É tam- 58106-402 Cabedelo, PB bém de Aristóteles a teoria da transmutação, segundo a qual, [email protected] a ausência de determinadas espécies, em períodos do ano, e presença de outras era explicada pela transformação de uma espécie em outra (Lincoln 1935). A marcação de aves por meio de anéis metálicos (anilhas) contendo números de identificação e endereço para comu- Séculos se passaram até que em 1595, na França, um dos No início cada anilhador desenvolvia seus próprios códigos nicação em caso de encontro da ave marcada é uma técni- falcões peregrinos do Rei Henrique IV, marcado com um anel de anilhas. Com o aumento do uso da técnica e consequente ca utilizada no mundo inteiro e indispensável no estudo de metálico com o objetivo de identificá-lo como de sua proprie- crescimento no número de aves marcadas, veio a necessidade movimentações, sobrevivência e comportamento, contribuin- dade, foi encontrado no dia seguinte em Malta, a cerca de de uma coordenação para dar confiabilidade às informações. do com dados fundamentais à conservação das espécies e dos 1750 km de distância. Surgiram os primeiros centros