Silva Josirleymariamenezesda D.Pdf
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO/UNICAMP ROSEMARY PASSOS – CRB-8ª/5751 Silva, Josirley Maria Menezes da, 1977- Si38j O jardim do silêncio: poéticas / Josirley Maria Menezes da Silva. – Campinas, SP: [s.n.], 2013. Orientador: Milton José de Almeida. Coorientador: Wencesláu12-300/BFE Machado de Oliveira Júnior. Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação. 1. Corbin, Henry, 1903-1978. 2. Cinema. 3. Poesia persa. 4. Filmes cinematográficos. 5. Conhecimento. I. Almeida, Milton José de, 1943-2012 II. Oliveira Júnior, Wencesláo Machado de, 1965- III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação. IV. Título. 12-300/BFE Informações para a Biblioteca Digital Título em inglês: The garden of silence: poetics Palavras-chave em inglês: Corbin, Henry, 1903-1978 Cinema Persian poetry Cinematographic film Knowledge Área de concentração: Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte Titulação: Doutora em Educação Banca examinadora: Milton José de Almeida (Orientador) Wencesláo Machado de Oliveira Júnior (Coorientador) Martha Cecília Herrera Cortés Acir Dias da Silva Agueda Bernardete Bittencourt Adilson Nascimento de Jesus Laura Maria Coutinho Data da defesa : 17/10/2012 Programa de pós-graduação: Educação e-mail: [email protected] iv O jardim do silêncio v Hamlet – ... O resto é silêncio. Horácio – Boa noite, doce príncipe. E legiões de anjos cantarão para seu descanso. Onde antes havia sempre espaços para reticências, quis o destino que houvesse um ponto final. vi Agradecimentos A minha família, que inclui neste ano meu marido, Marcos. Obrigada pelo estímulo, presença e paciência. Aos amigos, também agradeço os estímulos, a paciência; também as leituras, conversas, cafés, a amizade acadêmica, sim; mas também a amizade de piscina, de sol, de chuva, de almoços, jantares, vinhos, de reticências, de vírgulas, às vezes, ponto-e-vírgula, mas sem ponto -final. Não é ótimo? À banca, paciente e generosa, a melhor parte de ter defendido este trabalho foi o fato de vocês aceitarem o convite institucional e intelectual de aventurar-se pelo mundo persa de imagens poéticas. Obrigada pela leitura. Ao querido Wences: obrigada pela força, pelo ombro para chorar a perda do Milton, pelo olhar cheio de significação quando você diz e espera. Ah, esse seu olhar , nem todos os deuses do Olimpo, nem todos os Anjos do mazdeísmo conseguiriam decifrar..., obrigada a você, querido. Obrigada à Instituição, UNICAMP, na pessoa dos seus mais diferentes funcionários, que ajudam, arrumam, funcionam. Obrigada ao pessoal da secretaria da Pós, em especial, todos. Obrigada, Milton, pelo convite; você que foi o primeiro a andar pelos desertos das palavras... vii RESUMO Palavras despertadas a partir da pulsação das imagens poéticas dos filmes Bab'Aziz , de Nacer Khemir, e Shirin , de Abbas Kiarostami, conversando com os poemas Khosrow e Shirin e As sete princesas , ambos de Nezâmî. Encontros, caminhos, desertos em palavras, tendo como guia de travessia os estudos de Henry Corbin a partir dos relatos e da Teosofia de Sohravardî: busca pelas belezas do mundo árabe persa do século XII na perspectiva da Luz do Conhecimento. ABSTRACT Words awakened from the pulse of poetic images of the films Bab'Aziz by Nacer Khemir, and Shirin by Abbas Kiarostami, talking to the poems Khosrow and Shirin and The Seven Princesses , both of Nezami. Dating, roads, deserts in words, guided crossing studies from Henry Corbin reports and Theosophy Sohravardi: search for beauty in the Arab world in the twelfth century Persian perspective of the Light of Knowledge ix sumário o convite ........................................................................................................................ xiii prefácio ......................................................................................................................... xix imagens I, As sete efígies ............................................................................................ xxi As imagens persas ........................................................................................................ xxxvii Introdução .................................................................................................................... 1 Um conto ...................................................................................................................... 2 I. o poema, ou as sete efígies, Haft Peykar ..................................................................... 3 um caminho ............................................................................................................... 5 no pavilhão negro ....................................................................................................... 7 imagens II, Khosrow e Shirin ....................................................................................... 13 II. as vozes e os silêncios: o filme Shirin , de Abbas Kiarostami ................................ 35 os olhares ................................................................................................................... 45 Imagens III, Shirin .................................................................................................... 47 Descaminho ............................................................................................................... 64 O filme como um espaço imaginal .............................................................................. 59 imagens IV, Bab'Aziz .................................................................................................. 63 III. No deserto ............................................................................................................. 69 uma tempestade ........................................................................................................ 70 um conto do encontro com Sohravardî ..................................................................... 89 IV. A cada um o seu espelho ....................................................................................... 91 Uma história para o manuscrito .................................................................................. 99 Entrevista ABBAS KIAROSTAMI .............................................................................. 101 algumas palavras a Milton José de Almeida ............................................................... 107 Referências .................................................................................................................. 109 xi o convite Para propor um caminho, resgato Virgínia Wolf e Clarice Lispector: a primeira escreveu que é preciso ter um canto todo seu: um espaço, um tempo e condições de estudo para que a ideia seja colocada no papel. A segunda escreveu que tudo na vida começa com um sim, uma molécula dizendo sim a outra, uma ideia dizendo sim a outra. Por isso, para escrever sobre o caminho deste trabalho, primeiro foi preciso dizer sim ao trabalho de leitura realizado por Henry Corbin a partir das leituras que ele realizou dos textos de Sohravardî. Henry Corbin escreve que encontrou o material dos relatos de Sohravardî ao acaso, em uma biblioteca em Teerã, quando pesquisava sobre Avicena 1. Para Corbin, compreender seria um processo de interpretação contínuo, no qual o conhecimento seria desdobrado a cada encontro/reencontro. Ele utilizou esse processo para entrar no trabalho feito por Sohravardî, principalmente no estudo intitulado Os Relatos do encontro com o Anjo . Henry Corbin aproximou-se de Sohravardî e compreendeu os aspectos relacionados à busca do conhecimento, proposta pela teosofia de Sohravardî, autor que é influenciado pelo hermetismo, pelo platonismo, pelo mazdeísmo: a busca pelo bem através do caminho da descoberta do conhecimento. Corbin e Sohravardî serão esses lugares, tempos, sins e nãos para que um jardim, lugar poético, de poéticas, exista. A leitura do texto é um convite a você, leitor que, como peregrino, irá me acompanhar. Mas o meu caminho é construído pelo meu olhar. O seu? o caminho Nos textos-relatos de Sohravardî, há uma personagem peregrina que está em um caminho e, em sua busca, é acompanhado por alguém mais experiente que ele – um guia –, alguém que já conhece o percurso pelo qual o viajante está passando; é esse guia quem responde às perguntas que surgem ao longo da jornada. O guia traz a compreensão das coisas que o peregrino desconhece através de observações, perguntas, descaminhos, desertos, noites, jardins, sons, imagens: palavras. Quando obtém todas as respostas, o peregrino percebe que chegou ao final de seu caminho; chegou a um lugar repleto de luz, encontra-se livre. Quando se dá conta dessa liberdade, o viajante vê que trilhou todo o caminho, do conhecimento, sozinho, o tempo todo, ele buscou e esteve na companhia 1 CORBIN, Henry. O Islam Iraniano , volume II. xiii de si mesmo: está só, é seu próprio guia, e que, na verdade, ele não se deslocou fisicamente: seu deslocamento foi interior, sua descoberta foi chegar até o conhecimento das palavras que ele buscava para compreender seu caminho; o peregrino julgava-se um estrangeiro, desconhecedor; mas, ao final da jornada, ele se descobre um exilado, alguém que já estivera muito próximo de saber, mas que desconhecia como chegar à compreensão do que era sabido, estava oculto, velado. um peregrino Henry Corbin teria lido os textos de Sohravardî e compreendido essa trajetória: interpretar exige busca constante; ler e compreender seriam caminhos a serem percorridos, constantemente. Não há necessidade de